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Outubro de 2018 Edição: 385 Ano: XXXII 1,25€ Director: Rui Rama da Silva PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DE ÉVORA NAZARÉ LBP indignada com as propostas do governo LBP indignada com as propostas do governo “O total desincentivo ao voluntariado é culpa de todos” “O total desincentivo ao voluntariado é culpa de todos” Bombeiro ferido em incêndio florestal anseia regresso ao quartel Surpresa a estupefação Páginas 18 e 19 Página 15 Páginas 9 e 32 Foto: Marques Valentim Foto: Marques Valentim Foto: Sofia Ribeiro

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Page 1: LBP indignada com as propostas do governoLBP indignada com ... · bém, a opinião pública, deveriam ser esclarecidos. Como por várias vezes salientá-mos, não entendemos francamente

O u t u b r o   d e   2 0 1 8   Edição:  385  Ano:  XXXII  1,25€  Director:  Rui  Rama  da  Silva

PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DE ÉVORA

NAZARÉ

LBP indignada com as propostas do governoLBP indignada com as propostas do governo

“O total desincentivoao voluntariado

é culpa de todos”

“O total desincentivoao voluntariado

é culpa de todos”

Bombeiro feridoem incêndio florestalanseia regresso ao quartel

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2 OUTUBRO 2018

Todos são merecedoresNunca se esgotará o dever da sociedade enaltecer o

trabalho desenvolvido pelos bombeiros na prevenção e no socorro às populações.

Por muitas ocorrências e teatros de operações em que participem os bombeiros, apesar de se correr o risco de ver vulgarizada e rotinada essa presença, será bom lem-brar sempre o seu papel, as suas competências, a sua abnegação, o seu esforço e até o risco que os envolvem. Não se trata de se porem em bicos de pés, como vemos outros agentes fazerem amiúde, mas tão-somente ser justos e correctos perante o seu desempenho quantitativo e qualitativo dos bombeiros.

Sabe-se que a larguíssima maioria dos operacionais que encontramos a cada passo, no combate a incêndios florestais ou urbanos, no socorro pré-hospitalar, no socor-ro em cheias ou resgate no mar, nas arribas ou em zonas montanhosas interiores são bombeiros. Oscilam sempre, independentemente da área temática ou localização da sua intervenção, entre os 98 e 99 por cento dos presen-tes.

Não pretendo com este destaque desvalorizar ou me-norizar todos os restantes agentes de proteção civil, mes-mo que complementares mas largamente minoritários.

O que se pretende, é sim, ser rigoroso na informação, ser preciso na estatística, sobre quem, o quê, e com que grau de envolvimento e responsabilidade, faz num teatro de operações.

O facto de estar generalizada na sociedade, e há muito, a imagem de que os bombeiros nunca falham à chamada e fazem-no com competência e eficácia pode, às vezes, tornar-se injusto e incorrecto para com eles próprios. Tudo aquilo que à partida se possa dar como certo, com que se conta sempre, pode às vezes correr o risco de ser desvalorizado. E isso pode às vezes ocorrer com os bom-beiros.

Não se trata de tecer loas, à toa, mas reconhecer a função social e a missão incontornável que os bombeiros têm desempenhado no seio da sociedade, garantindo-lhe a segurança, o socorro, em termos gerais, o bem estar necessário para que possa continuar a desenvolver-se e a expandir-se em boas condições.

Como tudo isso é óbvio, é sabido, precisamente por isso, também pode redundar numa vulgarização, direi ne-gativa, acerca da importância do papel dos bombeiros na vida em sociedade.

Mas, ao contrário do que se possa pensar ou fazer crer, a comunicação social e, em particular, as televi-sões, não só não contam tudo, como muitas vezes, mes-mo que sem intenção, são injustas e parcelares na apre-ciação do trabalho dos bombeiros. Nomeadamente, quando se toca a quantificar e qualificar a participação deles em muitos teatros de operação.

A mediatização da sua presença em alguns deles, e a ausência da comunicação social noutros, podem provocar na opinião públicas distorções de leitura e avaliação em torno do papel dos bombeiros.

Não é só quando são expostos na comunicação social que trabalham bem. Muitas vezes, direi até na maioria das vezes, a sua prestação, competência e eficácia não vem devidamente em relevo como seria justo acontecer.

Por isso, rendo homenagem a todos os bombeiros que, ao longo deste ano, têm sido exemplares no combate às chamas e na defesa das populações e património e de quem, nalguns casos não falou a comunicação social e apenas registarão as estatísticas, como mais uma de muitas outras situações a que os bombeiros também souberam dar resposta mas sem o reconhecimento e a expressão de respeito merecidos por todos, também em termos mediáticos, sem excepção.

Artigo escrito de acordo com a antiga ortografiaFoto

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As decisões do Conselho de Mi-nistros em matéria de proteção civil, recentemente anunciadas,

não deixaram indiferentes os bom-beiros, sobretudo aqueles que a título voluntário servem a causa. Na verda-de, embora poucos acreditem que o justo reconhecimento algum dia che-gará, é no mínimo acintoso que o Es-tado lhes acene com entradas gratui-tas em museus. Embora o “Decreto--lei que procede ao reforço do quadro de benefícios a atribuir aos bombei-ros voluntários portugueses” não seja integralmente conhecido, certo é que, pelo menos, o comunicado foi infeliz no destaque dado a uma be-nesse, benefício ou regalia que nin-guém crê, seriamente, sirva para despertar vocações ou chamar refor-ços para as fileiras deste exército de paz, que a tutela afirma e reitera ser “a coluna vertebral”, a “espinha dor-sal”, “o pilar” ou “principal agente da proteção civil”.

Quando operacionais e dirigentes fazem, todos os dias, “das tripas co-ração” para que nada falhe no socor-ro às populações, para que sejam ga-rantidos os meios, os equipamentos e formação que permitam aos bombei-ros servir mais e melhor as suas co-munidades e o País, estes anúncios

avulsos mascarados de reformas só podem criar desalento.

Felizmente, são muitas as associa-ções, enquanto detentoras de corpos de bombeiros, que podem contar com o apoio responsável das autarquias, mas também de empresas e até de alguns benfeitores, que, de alguma forma, ajudam a mitigar dificuldades várias.

Nesta edição damos conta do exemplo de António Fonseca, um ex--bombeiro emigrado na Suíça e que muito equipamento tem angariado para os bombeiros de Trancoso, a sua terra natal. Revelamos nesta edição

que, ainda há poucos dias, entregou neste quartel 14 viaturas seminovas que, certamente, vão permitir refor-çar e melhorar a capacidade opera-cional não apenas deste corpo de bombeiros do distrito da Guarda mas de vários outros do País, até porque a solidariedade está no ADN desta enorme e unida família,

Também nesta edição de outubro damos a conhecer o exemplo de Pau-lo Santos, administrador do Grupo JS, instalado, há dois anos, no conce-lho de Oliveira de Azeméis e que mui-to tem colaborado com bombeiros deste município mas, também, de vá-

rios outros pontos do País, nomeada-mente na aquisição de viaturas. O empresário fala “no orgulho e no pra-zer”, de em pouco tempo já de ter dado o seu contributo aos Voluntários de Fajões, Pataias, Oliveira de Aze-méis e São João da Madeira, entre vários outros.

Recentemente, os Voluntários de Fajões homenagearam, publicamen-te, o benemérito, que numa breve mas emotiva alocução falou do que o liga à causa. Do púlpito instalado nesta localidade do distrito de Aveiro pediu ao Portugal empresarial apoios para os bombeiros de todo o País:

“Porque este é de facto o maior exército da paz e da vida, a defesa de todos os portugueses. Empresá-rios de Portugal não se esqueçam dos bombeiros. Apoiar quem está 24 horas sempre pronto para nos aju-dar não é uma obrigação é antes um dever de todos. Para estarem sem-pre disponíveis estas mulheres e ho-mens deixam os filhos, as mulheres, os seus entes queridos e isso não podemos nunca esquecer. Bem ha-jam os bombeiros voluntários de Portugal”.

Fica o exemplo e o repto.Sofia Ribeiros

[email protected]

“Empresários de Portugal não se esqueçam dos bombeiros”

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3OUTUBRO 2018

Há quase cinco anos, e depois de sucessivamente o termos apre-sentado aos vários Governos,

constatámos agora com verdadeira estupefação a apropriação indevida da nossa proposta para a criação do Observatório Nacional para os Incên-dios Florestais.

A Assembleia da República decidiu criar um “Observatório Técnico Inde-pendente para Análise Acompanha-mento e Avaliação dos Incêndios Flo-restais e Rurais que Ocorram no Terri-tório Nacional”. E fê-lo sem ter em devida conta, nem a proposta da LBP, nem todo o trabalho e estudo que ela desenvolveu no âmbito dos Dispositi-vos Especiais de Combate aos Incên-dios Florestais (DECIF), com o levan-tamento exaustivo dos constrangi-mentos, dificuldades e soluções asso-ciadas.

A proposta da LBP não nasceu do nada. Houve razões muito objetivas para o fazermos. Primeiro, resultou da iniciativa do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) na sequência do estudo então elaborado sobre o DECIF 2013. De-pois, mereceu o voto unânime do Conselho Nacional da LBP realizado em Vila de Rei em dezembro de 2013 e, de seguida, foi entregue ao Gover-no como proposta concreta, estrutu-rada e refletida.

Foi assim que então procedemos, cientes de que a proposta era oportu-na e que, no nosso entender, mais do que reconhecida e louvada a paterni-dade, desejávamos que fosse uma base de trabalho e um ponto de parti-da, acolhido e desenvolvido com o Governo. Aliás, na sequência do bom acolhimento que teve por parte dos Ministérios da Administração Interna e da Agricultura, tudo parecia indicar que com a proposta da LBP iria ser possível sem delongas partir para no-vas etapas e para soluções expeditas.

Para a LBP, as razões para a criação do Observatório eram precisas e con-cretas. Há muito que os bombeiros alertavam para o abandono da flores-ta. Há muito que alertavam para o abandono do espaço rural. Há muito que defendiam o reordenamento da floresta e a sua articulação com os es-paços envolventes e as atividades as-sociadas, nomeadamente económi-cas. Em suma, era um documento que consagrava normas, regras e princí-pios fundamentais na procura de no-vos paradigmas para a prevenção e o combate dos incêndios florestais em Portugal.

A proposta não excluía ninguém, o seu objetivo era de agregar quem connosco quisesse refletir e procurar

soluções para a melhoria de um siste-ma que, à vista de todos, precisava e precisa de permanente atualização.

A proposta queria contrariar a si-tuação de letargia vivida no espaço rural e de que ainda hoje, depois de muitas comissões e muitos discursos, não vimos a floresta libertar-se. Salvo a sua limpeza, não com a dimensão que sempre preconizámos e que jul-gamos adequada, mas mesmo assim já tentada.

Mas a floresta e todo o espaço rural e todos os que nele vivem e nele tra-balham merecem-nos o maior respei-to. E como a nossa proposta já defen-dia esses espaços carecem de uma intervenção de fundo, estruturada e participada. E, foi nessa base e com

esse propósito que sempre nos dispo-nibilizámos para trabalhar, nomeada-mente com as comissões criadas pela Assembleia da República na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande e de 15 de outubro do ano transato.

Entenderam os promotores das re-feridas comissões, os grupos parla-mentares, contudo, chamar professo-res universitários e outros peritos, pretensamente independentes, e es-quecendo, ou melhor, vedando a par-ticipação, isso sim, de técnicos de grande experiência e conhecimentos adquiridos no terreno, nomeadamen-te bombeiros.

Nas nossas fileiras temos elemen-tos altamente qualificados, com larga experiência prática, mas também

competência académica cujo concur-so para estas comissões, sem dúvida, teria sido fundamental e enriquecedo-res para os fins por nós preconizados.

Mesmo assim, cientes da importân-cia e da urgência do momento, não deixámos de, em alternativa, endere-çar às referidas comissões um con-junto significativo de questões, aler-tas e perguntas sobre as quais dese-jaríamos que nós, bombeiros, e, tam-bém, a opinião pública, deveriam ser esclarecidos.

Como por várias vezes salientá-mos, não entendemos francamente esta fobia de peritos independentes, mas o que vemos, na verdade, é que muitos são oriundos das estruturas atuais do Governo, outros já fizeram parte de outras comissões ditas espe-cializadas e sem que a sua pretensa independência esteja provada e com-provada.

Sempre defendemos, e mantemos, que as ditas comissões e o observató-rio agora nascido plagiando a propos-ta da LBP deviam acolher peritos e técnicos no combate a incêndios flo-restais. E, entre estes, quem melhor que os bombeiros e as suas estruturas representativas para cumprir bem essa tarefa.

Aliás, perante tantos conhecimen-tos académicos, que os professores e outros peritos podem trazer ao deba-te, este nunca ficará completo sem que os que estão no terreno e que, aliando os conhecimentos também obtidos, possam ainda juntar a sua experiência direta no combate. Falo dos bombeiros e do papel insubstituí-vel que terão no debate no âmbito de um Observatório que continuaremos a preconizar, pese embora a iniciativa de se terem apropriado da sua deno-minação para algo cujo desfecho an-tevemos vir a ser meramente teórico e estéril, o que para nós já não é no-vidade, mas é preocupação.

Uma apropriaçãoindevida da nossa proposta

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4 OUTUBRO 2018

O presidente da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP) lembrou que “quando Portu-

gal dorme os bombeiros estão acordados e prontos para socorrer” e que estes “desempe-nham um papel fundamental no contexto do socorro e também no contexto do apoio social às populações”.

O comandante Jaime Marta Soares falava na cerimónia de atribuição de estadias em unidades hoteleiras nacionais aos bombeiros que mais horas de serviço tenham cumprido no decurso dos incêndios de 2017, com base em informações prestadas à LBP através das respetivas federações distritais.

O presidente da LBP sublinhou ainda que os

bombeiros “são a afirmação dos valores da so-lidariedade” e que, ao contrário de outros, há quem lhes saiba tributar um profundo reco-nhecimento como é o caso exemplar da Asso-ciação de Hotéis de Portugal (AHP), através dos seus associados que participaram na ini-ciativa.

Na cerimónia a diretora executiva da AHP, Cristina Siza Vieira, informou que a iniciativa partiu do Eurosol e Grupo Lena a que se jun-taram outras empresas hoteleiras. No final, participaram 55 unidades com a oferta de 184 dormidas distribuídas por 153 “vouchers”. Os bombeiros contemplados receberão direta-mente os “vouchers”.

OFERTA DE ALOJAMENTO

Hotéis premeiam bombeiros

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O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses,

comandante Jaime Marta Soa-res, recebeu o prémio “Torch Bearer Award” atribuído aos Bombeiros Portugueses no âm-bito do movimento “Peace Run”.

Na oportunidade, o presiden-te da LBP agradeceu o prémio, uma tocha, sublinhando que essa distinção constitui tam-bém uma honra para os Bom-beiros por parte de um movi-mento internacional que procu-ra promover a paz, como os próprios bombeiros também fazem.

A entrega decorreu em Lis-boa durante uma cerimónia du-rante a qual foi também distin-

guida Catarina Furtado na qua-lidade de embaixadora da Boa Vontade da ONU.

A “Peace Run” é uma corrida de estafetas organizada por uma rede internacional de vo-luntários para a promoção da paz que foi criada em 1987

pelo atleta, filósofo, artista e poeta Sry Chinmoy.

A cerimónia contou com a presença de inúmeras crianças das escolas da Freguesia de Ar-roios e de elementos do Regi-mento de Sapadores Bombei-ros de Lisboa.

PEACE RUN

LBP recebe distinção

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O programa anual de visitas de estudo da Asso-ciação dos Amigos dos Castelos “Lisboa Den-

tro” inclui uma deslocação recente ao Palácio São Cristóvão, um imóvel classificado de interesse histórico e arquitetónico de relevância, que será a nova sede da Liga dos Bombeiros Portugueses.

A visita, orientada pelo historiador de arte pro-fessor José Meco, foi realizada por um grupo sé-nior de 25 pessoas.

No decorrer da visita era patente a satisfação

dos presentes perante a recuperação profunda a que o edifício foi sujeito, respeitando a traça e a estrutura original a par da funcionalidade ditada pelas funções que vai passar a desempe-nhar.

A Associação Portuguesa dos Amigos dos Cas-telos é uma ONG que tem como objetivo contri-buir para a conservação, proteção, divulgação e salvaguarda do património fortificado português, juntamente com as suas envolventes e sítios his-

tóricos. É nesse contexto que organiza visitas culturais a nível nacional e internacional, em cujo

programa se inclui agora a deslocação ao Palácio São Cristóvão.

NOVA SEDE DA LBP

Visitantes maravilhados com recuperação

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5OUTUBRO 2018

A prevenção, quer ao nível da vigilância quer da lim-peza, não foi suficiente

para poupar o Parque Natural Sintra-Cascais do fogo, que ao início da noite de 6 outubro co-meçou a lavrar na Peninha, no concelho de Sintra e que pouco tempo depois galgou fronteiras e andou por perto de algumas povoações do concelho de Cas-cais empurrando pelo vento for-te que se fazia sentir com raja-das que chegaram a atingir os 100 quilómetros por hora

Valeu a prontidão dos bom-beiros e de outros agentes de proteção civil para travar o ím-peto de uma alegada mão crimi-nosa. Aos operacionais e meios da região juntaram-se, ao longo da noite, muitos outros dos dis-tritos de Lisboa, mas também de Setúbal, Santarém e Leiria. Ao início da manhã com a che-gada oito meios aéreos, ligeiros e pesados, foi possível dominar as chamas, cerca de 12 horas depois de terem deflagrado.

Ainda assim ao início da tarde de sábado permaneciam no ter-reno quase 700 operacionais,

apoiados por 207 veículos e cin-co aviões e helicópteros, segun-do informações disponibilizadas pela Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Para trás ficava uma noite de pesadelo para as populações muitas obrigadas a abandonar a sua casa a meio da noite, mas, apenas, por uma questão de precaução, até porque as mor-tes do ano passado não permi-tiam às autoridades correr quaisquer riscos.

Segundo dados a que o jornal Bombeiros de Portugal teve acesso incêndio obrigou à reti-rada de cerca de 300 pessoas do parque de campismo de Cascais e de mais de quatro dezenas lo-calidades, designadamente Al-moínhas Velhas, Biscaia, Figuei-ra do Guincho e Charneca.

No balanço desta bem-suce-dida operação, que aliás mere-ceu rasgados elogios da popula-ção, mas, também, de autarcas e governantes, há ainda a con-tabilizar 18 feridos ligeiros, dos quais nove bombeiros, que de-pois de assistidos acabaram por regressar ao teatro de opera-

ções, para além de mais de qua-tro hectares de área ardida que deixaram mais pobre, mais ne-gra, este importante espaço verde e pulmão da região.

Registe-se que Carlos Carrei-ras, presidente da Câmara Mu-nicipal de Cascais, ainda no res-caldo do incêndio, apressou-se a emitir um despacho que proí-be a construção nas áreas quei-madas, que se sobrepõe ao Pla-no Diretor Municipal e ao Plano de Ordenamento do Parque Na-tural.

Uma semana após o incêndio a autarquia cascalense promo-veu uma ação de requalificação, limpeza e reflorestação dos ter-renos ceifados pelo fogo que contou com a participação de munícipes de todas as idades e apoio ativo dos cinco corpos de bombeiros do concelho

LBP exalta competência e eficácia dos bombeiros

Ainda na manhã de sábado a Liga dos Bombeiros Portugue-ses (LBP) emitiu um comunica-do no qual “exalta a competên-cia e a eficácia demonstradas pelos corpos de bombeiros dos distritos de Lisboa, Santarém, Setúbal e Leiria no combate ao incêndio que assolou o Parque Natural Sintra Cascais e uma zona da Rede Natura 2000”, da mesma forma que enaltece a colaboração e cooperação entre os restantes agentes da prote-ção civil presentes nos vários teatros de operações.

“Os bons resultados alcança-dos são fruto da competência, denodo e eficácia dos bombei-ros, já sublinhados, e também da boa articulação, quer ao ní-vel dos meios terrestres, quer ao nível da sua coordenação com os meios aéreos empre-gues, como mais uma vez ficou provado, nomeadamente em Sintra”, pode ainda ler-se no mesmo documento.

Nesta comunicação, a confe-deração volta a lembrar que “no combate aos cerca de 12 mil incêndios florestais regista-dos em Portugal desde o início

do ano, a presença dos bom-beiros, em equipamentos, via-turas e recursos humanos é su-perior a 95 por cento”, aprovei-tando para “exaltar, ainda, o trabalho desenvolvido pelos bombeiros noutros TO, porven-tura menos mediatizados, mas em que os bombeiros são

igualmente merecedores da admiração das populações pelo excelente trabalho desenvolvi-do e igualmente credores do respeito e do seu reconheci-mento”.

Também o secretário de Esta-do da Proteção Civil, Artur Tava-res Neves, que acompanhou de

perto todas as operações, em missiva enviada a Jaime Marta Soares, presidente da LBP, reco-nhece “a grande capacidade de resposta” dos bombeiros no combate ao incêndio que lavrou nos concelhos de Sintra e Cas-cais.

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PARQUE NATURAL SINTRA CASCAIS

Incêndio mobiliza mais de 700 operacionais

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6 OUTUBRO 2018

Foi apresentado como furacão Les-lie, foi depois (des)classificado de tempestade, certo é que foram

avultados os estragos provocados por este primeiro sistema tropical a entrar em Portugal continental.

Ventos a bater recordes, nomeada-mente na Figueira da Foz onde atingi-ram os 176,4 km/hora estiveram na origem de mais de quase 2500 ocor-rências que mobilizaram 8217 opera-cionais e mais de dois mil meios ter-restres. Para além dos 28 feridos ligei-ros e das mais seis dezenas de desalo-jados há ainda a contabilizar prejuízos que ascendem aos 80 milhões de eu-ros nos distritos de Coimbra o mais afetado, mas também no de Leiria e Viseu. O fenómeno meteorológico dei-xou cerca de 200 linhas de alta/média tensão fora de serviço e cerca de 300 mil pessoas sem energia elétrica.

É no distrito de Coimbra que se con-centram os maiores danos da tempes-tade que destruiu empresas, unidades turísticas e de saúde, propriedades agrícolas, património cultural, habita-ções, entre outras infraestruturas.

O concelho da Figueira da Foz foi o mais afetado, sendo a estimativa dos danos muito superior a 30 milhões de euros. A voragem desta tempestade derrubou também o coordenador ope-racional municipal e comandante do corpo de bombeiros municipal, Nuno Osório, que, alegadamente, durante

várias horas, terá abandonado as ope-rações. O responsável terá justificado a ausência, à posteriori, mas acabou por não resistir ao turbilhão de críticas que ganhou força nas redes sociais e, rapidamente, chegou aos órgãos de comunicação, que acabaram por dar amplo destaque ao caso.

O número de ocorrências ascendeu a 940, muitas em Montemor-o-Velho, onde a passagem da tempestade terá causado prejuízos superiores a 21 mi-

lhões de euros, de acordo com uma pri-meira estimativa da autarquia. Já em Soure, município que registou cerca de cinco mil casas afetadas e perdas na ordem dos sete milhões de euros. Es-tragos em empresas nos diversos seto-res de atividade e em habitações e equipamentos municipais cifram-se em quatro milhões de euros em Condeixa--a-Nova. No rol de danos há ainda a somar sete milhões de euros de Canta-nhede. Na cidade de Coimbra a recupe-

ração está orçada em um milhão e eu-ros só pelos estragos causados no está-dio, na academia e num pavilhão da Académica, a que juntam muitos ou-tros com centenas de árvores e várias estruturas no Jardim Botânico, na torre de emissão da Rádio Universidade de Coimbra, num complexo de piscinas e em edifícios antigos, nomeadamente no Departamento de Arquitetura.

No distrito de Leiria, onde se regis-taram 262 ocorrências, a Câmara da

Marinha Grande estimou que os prejuí-zos provocados pelo furacão Leslie, nos cinco milhões de euros. Em Pom-bal, numa primeira estimativa, a au-tarquia declarou 3,2 milhões de euros. Na sede de distrito os danos estão ava-liados em “pelo menos”, dois milhões de euros.

Num primeiro levantamento foram afetados pelo Leslie os municípios de Albergaria-a-Velha, Anadia, Arganil, Aveiro, Cantanhede, Coimbra, Condei-xa-a-Nova, Figueira da Foz, Góis, Ílha-vo, Lousã, Mangualde, Marinha Gran-de, Miranda do Corvo, Montemor-o--Velho, Mortágua, Murtosa, Oliveira do Bairro, Ovar, Penela, Pombal, Soure, Tondela, Vagos, Vila Nova Poiares, Vi-seu e Vouzela.

De acordo com a Autoridade Nacio-nal Proteção Civil, o distrito de Coim-bra (949 ocorrências) foi o mais afeta-do, seguindo-se os de Aveiro (439), Viseu (412) e Leiria (262). No total registram-se 2495 ocorrências que mobilizaram 8217 operacionais.

Refira-se que os bombeiros de norte a sul, especialmente nos territórios mais afetados pela tempestade Leslie, não só garantiram o socorro às popula-ções como, posteriormente, estiveram empenhados, durante vários dias, nas mais diversificadas operações entre as quais a limpeza de vias e cortes de ár-vores.

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Milhares de ocorrências, milhões de prejuízos

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A Câmara Municipal de Alcácer do Sal deliberou apoiar a

ampliação do quartel da Asso-ciação de Humanitária de Bom-beiros Mistos do Torrão com uma comparticipação financeira no valor de 21678 euros. A pro-posta, apresentada em reunião de câmara, foi aprovada por unanimidade.

“Mais uma vez, o município de Alcácer do Sal apoia as associa-ções do concelho e esta expan-são é um apoio que assumimos com muito agrado e satisfação”, declarou a este propósito o presidente da câmara Municipal, Vítor Proença, lembrando que a autarquia assumiu, ainda, a execução dos projetos de arquitetura e de outras especialidades.

Recorde-se que a empreitada orçada

em 144.514,41 euros obteve financia-mento, em 85 por cento, dos cofres co-munitários, no âmbito de uma candidatu-ra ao Programa Operacional da Sustenta-bilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR) elogiada por Vítor Proença:

“O executivo municipal simpatiza com

este tipo de atitude empreende-dora que o Corpo de Bombeiros do Torrão tomou, olhando em frente e avançando com candi-daturas, não ficando à espera que o Município resolva tudo ou quase tudo”. O edil acrescentou que “é também uma satisfação muito grande a direção dos Bombeiros ter adjudicado as obras a um construtor natural da vila do Torrão, o que se traduz numa forma de expressão da economia local”.

Os trabalhos de ampliação do quartel arrancaram, e devem estar concluídos ainda este ano, no primeiro trimestre do ano contemplando a expansão da área de estacionamento, a criação de um acesso alternativo para as viaturas e novas ins-talações sanitárias.

ALCÁCER DO SAL

Câmara assegura comparticipação financeira

A Câmara Municipal de Pare-des procedeu à atribuição

da segunda tranche do subsídio anual às cinco associações hu-manitárias de bombeiros volun-tários e às duas delegações da Cruz Vermelha do concelho.

Cada uma das cinco associa-ções de Bombeiros – Baltar, Cête, Lordelo, Paredes e Rebor-dosa – recebeu 12700 euros e às delegações da Cruz Verme-lha de Sobreira e de Vilela fo-ram entregues 1500 euros.

O valor global anual é de

25400 euros aos bombeiros – sendo o valor total despendido pelo município de 127 mil eu-ros, e de três mil euros às dele-gações da Cruz Vermelha – o que perfaz seis mil euros de apoio.

A primeira tranche foi paga em junho.

Em 2019, haverá um aumen-to de 20 porcento no subsídio anual para os bombeiros cor-responderá a 30 mil euros e para a Cruz Vermelha será de 3600 euros.

PAREDES

Apoio chega da autarquia

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7OUTUBRO 2018

Foi com “estupefação e surpresa” que a Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP) reagiu ao comunica-

do do Conselho de Ministros que anun-cia decisões para o setor “sobre as quais a confederação não se pronun-ciou por não ter sido ouvida nos ter-mos legais”.

Segundo LBP as resoluções divulga-das no dia 25 de outubro “menospre-zam os bombeiros já que englobam mudanças sobre as quais os próprios não foram chamados a pronunciar-se”.

Também em comunicado a confede-ração reitera que “tinha recebido o compromisso expresso do ministro da Administração Interna (MAI) e do se-cretário de Estado da Proteção Civil (SEPC) de que nada seria concretizado sem que a confederação fosse ouvida, enquanto legítima representante de todos os bombeiros portugueses”.

Não colocando em causa “a legitimi-

dade do Governo para alterar a legisla-ção relativa às estruturas da adminis-tração do Estado”, a LBP sustenta que “tudo o que tiver a ver com bombeiros, enquanto instituições da sociedade ci-vil, só a eles diz respeito e, assim sen-do, “qualquer mudança que o Governo tenha em mente fazer, terá que, obvia-mente ser feita com a sua prévia au-diência e concordância”.

Assim sendo, “uma nova distribui-ção territorial, alterações na sua orga-nização, inclusive, com a vertente de intermunicipalização”, segundo a con-federação, “forçosamente”, implicam auscultação e negociação prévia “dado terem implicações na organização ope-racional e consequentemente estrutu-ral”.

Quanto às anunciadas regalias para os bombeiros, nomeadamente, “a en-trada gratuita em museus”, que enor-me mal-estar tem causado no seio dos

bombeiros, a LBP considera ser esta “uma medida ridícula e até ofensiva”,

lembrando que tem vindo “a negociar com o Governo os termos do Cartão

Social do Bombeiro”, mas que. infeliz-mente, por ter substância e apostar em regalias efetivas e claras ainda não teve resposta”.

Jaime Marta Soares revela que “vai aguardar pelos diplomas para então tomar uma posição sustentada e defi-nitiva”, tendo o secretário de Estado da Proteção Civil, Artur Tavares Neves, garantindo, em Sátão, que a Liga terá oportunidade de analisar e pronunciar--se sobre os documentos.

Ainda assim, o presidente da confe-deração não deixa de considerar que “o procedimento adotado pelo Governo e, nomeadamente, pelo primeiro-mi-nistro de vir anunciar medidas que não debateu nem acordou com os bombei-ros parece indiciar a vontade de iniciar uma guerra com eles. E caso seja essa a intenção, a LBP adverte que os bom-beiros saberão responder no momento próprio”.

“O Conselho de Ministros aprovou um conjunto de diplomas que

vêm complementar e consolidar a es-tratégia de defesa da floresta e pre-venção e combate a incêndios, tendo em vista reforçar o nível de proteção de pessoas e bens e a resiliência do território face à ocorrência de fogos rurais.

No seguimento das medidas deci-didas nas reuniões de Conselho de Ministros de 27 de outubro de 2016, dedicada à reforma da floresta, e de 21 de outubro de 2017, sobre a res-truturação do modelo de prevenção e combate aos incêndios florestais, são assim asseguradas importantes mu-danças e concretizações no que res-peita à eficiência da proteção civil, à defesa da floresta e resiliência do ter-ritório e à capacitação dos organis-mos e agentes com funções no terre-no.

Uma das mais importantes concre-tizações diz respeito ao Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), cuja visão e objetivos foram hoje aprovados, procurando uma mu-dança de paradigma que potencia o compromisso, a colaboração e o en-volvimento de todas as entidades cujas missões contribuem para pre-venir e combater fogos rurais, assim como de todos os agentes privados e dos próprios cidadãos. A presente re-solução assume como objetivos es-tratégicos do SGIFR a valorização dos espaços rurais, a mudança de com-portamentos e a gestão do risco.

No domínio da capacitação dos or-ganismos e agentes com responsabi-lidades ao nível da prevenção e com-bate a incêndios, assim como da pro-teção e socorro às populações, foram hoje aprovados os seguintes diplo-mas:

Decreto-lei que estabelece a orgâ-nica da Autoridade Nacional de Emer-gência e Proteção Civil, reforçando-se

a estrutura da Proteção Civil nas se-guintes dimensões: maior territoriali-zação da estrutura operacional, ajus-tando-a à escala intermunicipal; cria-ção da Força Especial de Proteção Ci-vil, através da integração dos operacionais que atualmente desem-penham funções na Força Especial de Bombeiros em carreira própria; refor-ço da estrutura e capacitação do Co-mando Nacional de Operações de So-corro; consolidação e reforço da es-trutura dirigente e da estrutura ope-racional, sendo os lugares providos mediante concurso; reforço das atri-buições no âmbito da componente preventiva do sistema de proteção civil e maior capacitação técnica da nova Autoridade.

Decreto-lei que altera a orgânica do Instituto da Conservação da Natu-reza e das Florestas (ICNF), visando a prossecução coordenada das priori-dades nacionais na gestão integrada de fogos rurais, bem como a aproxi-mação aos diferentes territórios e seus agentes, assente num organis-mo devidamente capacitado para esta nova etapa da sua missão, e do-tado dos meios necessários para o efeito. É, assim, criada uma estrutura mais desconcentrada e orientada para os diferentes territórios, assente num profundo reforço do papel e competências dos serviços regionais, sem perda da necessária uniformida-de na atuação, garantindo simulta-neamente um aumento da proximi-dade territorial e capacidade de inter-venção do organismo. Garante-se uma maior eficácia e agilidade para efeito do cumprimento das suas atri-buições e articulação institucional, nomeadamente aquelas que resultam do novo SGIFR;

Decreto-lei que cria a Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da Guarda Nacional Republicana, unida-de especializada, de competência na-

cional, que sucede ao atual Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS), tendo como missão funda-mental a de proteger, socorrer e auxi-liar os cidadãos e defender e preser-var os bens que se encontrem em si-tuações de perigo. Esta Unidade terá responsabilidades no âmbito da exe-cução de ações de prevenção e de in-tervenção em situações de acidente grave e catástrofe, designadamente nas ocorrências de incêndios rurais, de matérias perigosas, de cheias, de sismos, de busca, resgate e salva-mento em diferentes ambientes, bem como em outras situações de emer-gência de proteção e socorro, incluin-do a inspeção judiciária em meio aquático e subaquático;

Decreto-lei que altera o estatuto e carreira de guarda-florestal. O diplo-ma prevê a continuidade da carreira, permitindo concretizar a decisão do Governo de recrutamento externo de 200 efetivos para reforço das equipas de guardas florestais do Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente da GNR, tendo em vista o aumento da capacidade de vigilância e fiscaliza-ção no território florestal nacional;

Decreto-lei que procede ao reforço do quadro de benefícios a atribuir aos bombeiros voluntários portugueses. O Governo amplia, assim, os incenti-vos ao voluntariado, dignificando e valorizando a função social dos bom-beiros, reconhecendo a importância da sua missão no sistema de prote-ção e socorro em Portugal. A presen-te alteração consubstancia-se na atri-buição de benefícios na utilização de bens e serviços públicos, bem como de outras regalias sociais. Destaca-se o acesso gratuito a museus e monu-mentos públicos, apoios nas despe-sas com creches e infantários e aces-so a serviços com custos reduzidos;

Decreto-lei que cria as carreiras especiais de sapador bombeiro e de

oficial sapador bombeiro da adminis-tração central, regional e local, e es-tabelece o respetivo regime jurídico. O diploma faz convergir as carreiras de bombeiros municipais e de bom-beiros sapadores para uma carreira unificada, permitindo ainda integrar os operacionais da Força Especial de Bombeiros e os trabalhadores do ICNF que desempenham funções de sapador florestal. Além disso, cria no-vas tabelas remuneratórias e estabe-lece normas especiais de transição para estas carreiras

Decreto-lei que regula as condi-ções e as regras de atribuição e de cálculo das pensões de aposentação do regime de proteção social conver-gente e das pensões de invalidez e velhice do regime geral de segurança social dos subscritores do regime convergente e contribuintes do regi-me geral integrados na carreira espe-cial de sapador bombeiro e de oficial sapador bombeiro da administração central, regional e local. O diploma corrige uma situação de injustiça so-cial relativa à aposentação dos bom-beiros profissionais da Administração Pública e estabelece um regime espe-cífico para estes bombeiros, cuja ida-de de reforma passa a ser igual à ida-de legal de reforma, reduzida em seis anos, beneficiando ainda de um regi-me transitório. Trata-se da manuten-ção do regime de exceção já consa-grado na reforma da segurança social de 2005.

No domínio da promoção da efi-ciência na proteção civil, foram ado-tadas ainda outras medidas que con-tribuem para uma melhor articulação entre os mecanismos de prevenção e combate a incêndios e para a qualifi-cação do sistema, nomeadamente:

A reforma do atual modelo de for-mação na área da proteção civil. Pre-coniza-se o reforço do papel da for-mação, enquanto instrumento estra-

tégico de modernização e transfor-mação da proteção civil, através do estabelecimento e organização de áreas estratégicas de intervenção e da criação de parcerias institucionais, envolvendo estabelecimentos de en-sino superior, centros de investigação e outras entidades com estruturas formativas certificadas. Por outro lado, é criada uma rede nacional de formação e investigação em proteção civil, na qual participam a Escola Na-cional de Bombeiros, um consórcio de instituições de ensino superior e labo-ratórios colaborativos com atividade na área da proteção civil;

Criação, por decreto-lei, do Siste-ma Nacional de Monitorização e Co-municação de Risco, de Alerta Espe-cial e de Aviso à População no âmbito da proteção civil, previsto na Estraté-gia Nacional para uma Proteção Civil Preventiva. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil recebe as informações no âmbito da monito-rização do risco e, sempre que se jus-tifique, emite avisos à população e alertas especiais aos agentes de pro-teção civil, de modo a reforçar as me-didas preventivas para a segurança de pessoas e bens, face à iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe. Os avisos e os alertas es-peciais de proteção civil podem abranger diferentes âmbitos territo-riais em função do nível de risco.

No quadro da defesa da floresta e valorização do território, o Conselho de Ministros aprovou um conjunto de diplomas que vêm complementar as medidas já em vigor no domínio do ordenamento florestal.

(…) As medidas a adotar tomam por base as conclusões e recomenda-ções dos relatórios produzidos pela Comissão Técnica Independente (CTI), mandatada para a análise e apuramento dos factos ocorridos nos incêndios de 2017”.

COMUNICADO DO CONSELHO DE MINISTROS DE 25 DE OUTUBRO DE 2018

Florestas e Proteção Civil

LBP REAGE COM SURPRESA E ESTUPEFAÇÃO A COMUNICADO DO CONSELHO DE MINISTRO

“Decisões menosprezam os bombeiros”

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8 OUTUBRO 2018

Palavras Históricas: Os Bombeiros Portugueses e a CEE

Data de 12 de Junho de 1985 a adesão de Portu-gal à então Comunidade

Económica Europeia (CEE), cujo tratado foi solenemente firma-do em cerimónia realizada no Mosteiro dos Jerónimos.

A integração do país no con-junto europeu abriu novas perspectivas de desenvolvi-mento, contagiando os vários quadrantes da sociedade portu-guesa. E nesse contexto, os bombeiros portugueses não fo-ram excepção.

No ano seguinte, ainda a adesão à CEE dominava as atenções e balizava objectivos e estratégias do Estado e das or-ganizações da sociedade civil, reuniu em Cascais, de 1 a 5 de Outubro, o XXVII Congresso Nacional dos Bombeiros Portu-gueses.

O assunto serviu de inspira-ção a João Manuel Ferreira, 2.º comandante dos Bombeiros Vo-luntários do Bombarral, ao tem-po presidente da Mesa dos Con-gressos, em mensagem de sau-dação aos congressistas.

Cremos bem que se trata das poucas reflexões sobre a necessária adequação dos bombeiros portugueses aos padrões da vida moderna, as-sociando ao facto o significado da integração de Portugal na CEE. Por isso, neste aponta-mento da responsabilidade do Núcleo de História e Património Museológico da Liga dos Bom-beiros Portugueses, recorda-mos parte da referida mensa-gem, quer como apontamento da história recente dos bom-beiros portugueses, quer como sinal inequívoco da postura permanente e inconformada destes e dos seus representan-tes na procura de servir mais e melhor. Retenhamos, pois:

“Os desafios que nos são lançados por essa Europa, a nós Bombeiros de Portugal, Corpo vivo de uma Sociedade em cons¬tantes mutações, também nos atingiram.

É mesmo em meu entender, o GRANDE DESAFIO que nos vai mobilizar até aos fins deste século.

Serão os finais da década de 80 e a década deste final de século que irão marcar profun-

damente a nossa vivência como Bombeiros para lá do ano 2000.

Portugal e os Portugueses que procuram acertar o ‘passo’ com a Europa Comunitária. Na área dos Bombeiros quase nada, senão nada mesmo, ain-da se fez.

Como serão os Bombeiros Portugueses capazes de, face à Europa Comunitária, manter este sistema que, inédito no Mundo, mantém o País em re-gime de quase voluntariado?

Direi pois que, este Congres-so, terá de ser aquele que vai novamente e a partir dele, apontar para a Readaptação dos Bombeiros e sua Moderni-zação.”

E, de facto, assim aconteceu.Os congressistas, após am-

pla discussão, baseada numa análise rigorosa sobre a vida dos bombeiros portugueses, aprovaram um documento inti-tulado “Projecto de Viabiliza-ção Económico-Financeira das Associações de Bombeiros”, da autoria de uma comissão espe-cífica criada no âmbito da Liga dos Bombeiros Portugueses, com o seguinte elenco:

Comissão de Viabilização

Económico-Financeira

José Manuel Lourenço Baptis-ta

Amílcar da Luz CostaComandante Aníbal Reis LuísComandante António Babo

Pinto Ribeiro

Dr. Eugénio Augusto Hutra Machado

Horácio Bacelar de BritoEng.º José dos Santos de Je-

susCorrespondendo a um novo

pensamento, o aludido projecto, cujas principais linhas de rumo mantêm-se actuais e, como tal, inspiradoras de medidas defen-didas no presente, incidia numa concepção sistémica da organi-zação das associações de bom-beiros, ao preconizar que a via-bilização económico-financeira “tem de situar-se objectivamen-te nos recursos postos à sua disposição e também na capaci-dade de gestão e operacionali-dade dos seus responsáveis”.

Paralelamente, apontava para a criação de instrumentos e mecanismos legais, caso do “Estatuto Jurídico das Associa-ções”, de modo a serem insti-tuídas novas fontes de financia-

mento, passando estas pela afectação do Orçamento Geral do Estado e dos orçamentos das autarquias, Imposto de In-cêndios, verbas do Instituto Na-cional de Seguros e do Totobo-la/Totoloto.

Refira-se ainda que o “Projec-to de Viabilização Económico--Financeira das Associações de Bombeiros” despertou uma nova consciência em torno da racionalização das despesas, nomeadamente ao defender a necessidade de se normalizar e definir prioridades na dotação de viaturas e equipamentos, em conformidade com as caracte-rísticas geográficas das áreas de intervenção dos corpos de bom-beiros.

Artigo escrito de acordocom a antiga ortografia

Site do NHPM da LBP:www.lbpmemoria.wix.com/

nucleomuseologico

Pesquisa/Texto:

Luís Miguel Baptista

Congressistas num dos momentos de ampla discussão Sessão de trabalhos do Congresso de Cascais – 1986

Bombeiros de Cascais em desfile perante as entidades oficiais

João Manuel Ferreira, à direita do então Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna, Durão Barroso…

…e do Presidente da República, Mário Soares, no desfilede encerramento do Congresso de Cascais

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9OUTUBRO 2018

W W W . P R O T E G E R . P T

O presidente da Liga dos Bombeiros Por-tugueses (LBP), comandante Jaime

Marte Soares, questiona para onde vai o di-nheiro da nova taxa de proteção civil muni-cipal incluída pelo Governo no Orçamento de Estado para 2019.

“Digam, claramente, qual é a percenta-gem destinada aos bombeiros, para não haver confusões. Se for para reforçar a área da proteção civil, incluindo o orçamen-to dos bombeiros, tudo muito bem. Se não for, os bombeiros denunciarão isso”, afir-mou o presidente da LBP.

O Governo esclarece que a taxa munici-pal de proteção civil abrange todas as au-tarquias, é uma norma de carácter geral, e que cada uma delas optará pelo montante a cobrar.

Por regra, a nova taxa poderá abranger até um máximo de 80% dos custos com proteção civil que cada município teve e que deverá ser paga pelos proprietários de prédios urbanos ou rústicos. Apenas os ci-dadãos com grau de incapacidade superior a 60% e os proprietários de baixos rendi-mentos (que não seja superior a 2,3 vezes o valor anual do indexante dos apoios so-ciais), ficam isentos.

As entidades que desempenham funções de agentes de proteção civil e socorro, no que respeita às infraestruturas dedicadas às referidas funções, não irão pagar a con-tribuição.

Cada assembleia municipal deverá apro-var um regulamento municipal contendo toda a informação a ser utilizada como base do cálculo para o lançamento da contribui-ção.

Segundo o OE essa taxa vai abranger um conjunto alargado de riscos, nomeadamen-te, risco de incêndio urbano, cheias (inun-dações), sismos, deslizamentos de terra e

atividade vulcânica, risco de incêndio flo-restal, riscos biológicos associados a pan-demias, doenças animais e vegetais e epi-zootia. A taxa abrange também, o risco de acidente industrial da Indústria extrativa e transformadora, o risco de acidente rodo-viário associado à disrupção crítica de in-fraestruturas e o risco tecnológico: risco as-sociado a acidente químico ou físico.

TAXA DE PROTEÇÃO CIVIL NO OE PARA 2019

Presidente da LBP quer sabero que cabe aos bombeiros O presidente da Liga dos

Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soares, dirigiu ofícios aos secretários de Estado da Proteção Civil, Saúde e Or-çamento propondo a exten-são da taxa reduzida de IVA (6 por cento) aos consumí-veis das ambulâncias no âmbito do Orçamento de Es-tado para 2019.

Nos termos da alínea a), do n.º 1, o art.º 18 do Códi-go do IVA estão sujeitos à taxa reduzido de 6 por cento os bens e serviço a que se refere o ponto 2.10 da Lista I do Anexo do IVA, com a seguinte redacção: “utensílios e outros equipamentos exclusiva ou principalmente destinados a ope-rações de socorro e salvamento adquiridos por associações humanitárias”.

No ofício dirigido pelo presidente da LBP aos três secretá-rios de Estado sublinha-se que “é nosso entendimento que além dos utensílios e outros equipamentos, também, os con-sumíveis adquiridos para equipar as ambulâncias e veículos de transporte de doentes (VDTD) para a prestação de cuida-dos de saúde/socorro devem estar sujeitos à taxa reduzida de IVA”.

Assim, a LBP sugere uma nova redação: “utensílios e ou-tros equipamentos exclusivos ou principalmente destinados a operações de socorro e salvamento, e ainda os, equipa-mentos destinados a equipar as ambulâncias adquiridos por Associações Humanitárias e Corpos de Bombeiros, bem como, o Instituto de Socorros a Náufragos, pelo SANAS – Corpo Voluntário de Salvadores Náuticos e Instituto Nacional de Emergência Médica”.

CÓDIGO DO IVA

Confederação defendetaxa reduzida

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10 OUTUBRO 2018

PRESIDENTE DA ESCOLA NACIONAL

“Novo Referencial está ao serviçoA formação dos Bombeiros Portugueses, de acordo com o Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ), passou, desde maio deste ano, a

ser regulada por um novo instrumento: o Novo Referencial de Formação de Bombeiro. Com esta atualização, o ingresso nas duas

carreiras, profissional e voluntária, passa a estar integrado em termos formativos. O Novo Referencial, disponível para consulta em

www.catalogo.anqep.gov.pt, traz ainda outras novidades e dá continuidade ao processo de reconhecimento, validação e certificação de competências profissionais (RVCC PRO). O

presidente da direção da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), José Ferreira, explica em entrevista ao jornal “Bombeiros de Portugal”, quais as alterações introduzidas ao Referencial de Formação e os

seus benefícios para a formação de bombeiros em Portugal. Um trabalho que resulta da parceria entre a Agência Nacional para a

Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP) e a ENB.

Terminado o periodo de nivel mais elevado de empenhamento operacional, em que o Dispositivo Especial de Combate a In-

cêndios Rurais está envolvido, em que, infelizmente, ocorreram alguns acidentes graves com bombeiros e com outros operacio-nais, importa abordar a questão dos MITOS, que todos os envol-vidos neste dificil combate vão mantendo. Estes mitos podem ter especial influência na segurança operacional e, consequente-mente, na eficácia operacional de toda uma ocorrência.

Os mitos abordados nesta rubrica têm como suporte um artigo escrito na “FireRescue1”, cuja consulta aconselhamos, uma vez que apresenta muitos outros artigos com interesse para o mundo dos bombeiros.

Muitos bombeiros assumem, por vezes erradamente, que se encontram em segurança e que, de acordo com as ocorrências, todos os riscos podem ser assumidos.

Vamos abordar 5 mitos que, se não forem ultrapassados, po-dem constituir barreiras à segurança operacional dos bombeiros. Aliás, de referir que, muitos dos acidentes podem ser evitados ou, pelo menos, minimizadas as suas consequências.

Os 5 mitos a mencionar são:• 1º - A segurança é algo pessoal;• 2º - Um operacional tem de escolher entre estar em segu-

rança ou “ir lá e fazer algo”;• 3º - A segurança operacional começa na ocorrência;• 4º - Se outro operacional não está em segurança, o proble-

ma é dele;• 5º - Apenas o “graduado” pode parar uma situação insegu-

ra.Relativamente ao 1º mito, temos de ter consciência que a se-

gurança não é algo individual, não é uma ferramenta particular, nem existe a forma correta de a mesma ser usada. Segurança é o modo como tudo tem de ser feito em operações de emergên-cia. Por exemplo, usar material refletor individual durante a in-

tervenção num acidente de viação não é suficiente. Importa, também, que todo o local esteja sinalizado, que todos os bom-beiros estejam visiveis, que esteja assegurado o posicionamento correto das viaturas, que haja uma boa gestão do trafego e ainda se torna necessário conhecer quais as condições e característi-cas da via.

No 2º mito, verificamos que não pode existir escolha entre eficácia operacional e segurança operacional. Como bombeiros que somos importa assegurar que haja um equilíbrio entre am-bas as opções, que têm de estar sempre presentes dando mais ou menos ênfase a uma delas, consoante as circunstâncias de momento. Este comportamento não significa que só atuamos se for completamente seguro. Significa sim que, que só atuamos quando estamos cientes que podemos permanecer, operacional-mente, eficientes e seguros.

No que concerne ao 3º mito, e se é certo que uma verdadeira eficácia operacional tem de começar muito antes da emergência, com formação, treino, etc., também uma eficaz segurança ope-racional tem de começar muito antes da ocorrência. Os bombei-

ros têm de ter em consideração todos os aspetos de uma gestão do risco, que consiste em 4 passos principais: Identificação, Ava-liação, Controlo e Monitorização. Uma correta gestão do risco aumenta a segurança não só das operações mas, também, de todas as atividades que as suportam.

No 4º mito, é importante ter presente que se qualquer opera-cional sofre ou causa um acidente, por não estar em segurança, pode destruir ou comprometer toda a eficácia operacional da operação. De referir que feita uma análise de ocorrências das quais resultaram ferimentos graves em bombeiros constata-se que é notória a dificuldade em manter o foco na operação e não no colega ferido.

No 5º e último mito deve estar ao alcance de todos os opera-cionais de emergência, e não apenas do mais graduado, parar imediatamente uma ação em qualquer local, em qualquer altura e por qualquer motivo desde que esteja patente a falta de segu-rança. Deve ser responsabilidade de qualquer operacional ter este cuidado. Todos os operacionais devem ter noção da sua per-ceção situacional, de modo a ter em conta todas as pistas e si-nais, que podem levar a comportamentos inseguros. Mesmo o mais habilitado e experiente Comandante não consegue estar em todo o lado ou considerar todos os fatores em todas as suas perspetivas.

O artigo completo, que apresenta estes mitos de forma mais pormenorizada, “5 things you can do right now to improve ope-rational firefighter safety” está disponível, em língua inglesa, on--line: https://www.firerescue1.com/firefighter-safety/articles/ 390111018-5-things-you-can-do-right-now-to-improve-opera-tional-firefighter-safety/

Para mais informações ou esclarecimentos, contacte a Divisão de Segurança, Saúde e Estatuto Social da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC), através do telefone 214 247 100 ou do ende-reço eletrónico [email protected].

Mitos na segurança operacional

ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇAAUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL

Bombeiros de Portugal (BP): O anterior referencial de formação da saída profis-sional Bombeiro/a, do Catá-logo Nacional de Qualifica-ções, data de 2008. Qual a importância desta atualiza-ção para a formação de bom-beiros em Portugal?

José Ferreira (JF): A forma-ção dos bombeiros em Portugal

é, atualmente regulada por dois diplomas, um para bombeiros profissionais das câmaras muni-cipais, outro para bombeiros vo-luntários. Na verdade, as unida-des de formação de curta dura-ção (UFCD) que fazem parte do referencial de 2008, só margi-nalmente contribuem para a formação dos bombeiros. Ou seja, a ENB atribui equivalên-

cias entre os módulos que fa-zem parte do despacho que pu-blicou o regulamento dos cursos de formação, ingresso e acesso do bombeiro voluntário e as UFCD do referencial. São exem-plo, os módulos de nível 1 das áreas dos incêndios urbanos, in-cêndios rurais, socorrismo, sal-vamento e desencarceramento, salvamentos em grande ângulo,

acidentes com matérias perigo-sas e escoramentos. Todos es-tes módulos, e ainda as UFCD correspondentes ao TAT (que estavam no referencial do técni-co de socorro e emergências de aeródromos), são registados no SIGO (sistema integrado de in-formação e gestão da oferta educativa e formativa), que emite um certificado oficial. No caso dos bombeiros profissio-nais que fizeram estágios apoia-dos pela ENB, tem sido feito idêntico processo, embora tal

implique um ligeiro aumento do tempo total da formação do es-tágio.

Ora, a atualização do referen-cial, publicada no final de maio, entre outros aspetos, vai permi-tir que a formação de ingresso dos bombeiros voluntários e a formação do estágio dos bom-beiros profissionais, seja regu-lada por um único instrumento, o referencial de formação do Catálogo Nacional de Qualifica-ções, observados, naturalmen-te, os restantes requisitos de

acesso à função legalmente pre-vistos. Afinal, para que servirá ao País ter um referencial se este não for utilizado na forma-ção daqueles a quem se destina.

BP: O novo referencial traz também algumas novidades ao nível da especialização e do aperfeiçoamento técnico do bombeiro ao longo da sua carreira. Pode explicar quais são?

JF: Desde logo a qualificação de nível 4, em vez do atual nível 2, o que implica que o acesso à

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11OUTUBRO 2018

formação se faz com o 9.º ano de escolaridade. A certificação completa de bombeiro envolve 1000 horas de formação, sendo 850 relativas às 24 UFCD pré--definidas (tronco fixo) e 150 a UFCD da bolsa opcional do refe-rencial. Para obter a certificação através da formação, é necessá-rio possuir previamente o 12.º ano de escolaridade ou, caso contrário, fazer a dupla certifi-cação, isto é, por um lado, com-pletar a formação tecnológica (UFCD), por outro, concluir o 12.º ano. Podem ser obtidas, também, certificações parciais. Completando as sete UFCD assi-naladas para o efeito (225 ho-ras), obtém-se a certificação de bombeiro voluntário. As restan-tes certificações parciais são: tripulante de ambulância de transporte (duas UFCD), opera-cional de queima (duas UFCD), chefe de equipa (três UFCD), chefe de grupo (quatro UFCD) e quadro de comando dos corpos de bombeiros detidos por asso-ciações humanitárias de bom-beiros (cinco UFCD). As UFCD que compõem a certificação parcial de bombeiro voluntário, incluindo as necessárias à ob-tenção da certificação como tri-pulante de ambulância de trans-porte (TAT), estão no tronco fixo. Todas as outras fazem par-te da bolsa opcional. Nesta, existe, também, uma UFCD de-signada por Socorrismo Básico. Destina-se aos estagiários que não possuam, ainda, a escolari-dade obrigatória, isto é, não possam frequentar as UFCD que permitem a certificação como TAT. Assim, na formação de in-gresso, um estagiário de bom-beiro voluntário pode completar as cinco restantes UFCD mais a UFCD Socorrismo Básico, em substituição das que correspon-dem ao TAT. Quando obtiver a escolaridade obrigatória, fre-quenta as duas UFCD do TAT.

A bolsa opcional inclui 46 UFCD. A maior parte correspon-de à formação de acesso e à for-mação de aperfeiçoamento téc-nico. O referencial não trata, somente, da formação para in-gresso na carreira de bombeiro. Inclui a formação necessária à qualificação como chefe de equipa, chefe de grupo e ao de-sempenho de cargos de coman-

do. No caso do aperfeiçoamento técnico, as UFCD da bolsa opcio-nal cobrem formações mais de-senvolvidas relacionadas com as áreas principais de interven-ção dos corpos de bombeiros, como os incêndios urbanos, os incêndios rurais, o salvamento rodoviário e as matérias perigo-sas. A bolsa opcional comporta, ainda, entre outras, a condução de veículos e de embarcações de socorro, bem como forma-ções mais avançadas, por exemplo, na gestão de incên-dios urbanos, de incêndios ru-rais, de acidentes multivítimas e de acidentes com matérias peri-gosas.

BP: Qual o grande benefí-cio gerado pelo novo refe-rencial no que respeita à car-reira de bombeiro?

JF: A formação de ingresso nas duas carreiras – profissional e voluntária – passa a estar in-tegrada. Isto é, a formação de ingresso (estágio) do bombeiro profissional tem uma duração de 1000 horas. Destas, 225 ho-ras fazem parte, também, da certificação como bombeiro vo-luntário. Donde, um bombeiro voluntário que pretenda obter a certificação total, terá de fre-quentar, apenas, as restantes horas de formação, 775 horas, pois toda a formação já fre-quentada com aproveitamento está devidamente oficializada e registada no sistema (SIGO). O mesmo acontece com a forma-ção ao longo da carreira. Atual-mente, os diplomas que regu-lam a formação dos bombeiros indicam a área de conhecimento ou o módulo, a duração e os destinatários. No referencial, para cada UFCD são, também, indicados os objetivos e deta-lhados os conteúdos. No que respeita à qualificação, por exemplo, um bombeiro profis-sional cujas habilitações escola-res de entrada sejam o 12.º ano de escolaridade (bombeiro sa-pador) situa-se no nível 3 do quadro nacional de qualifica-ções. Após a formação de in-gresso (estágio) obtida de acor-do com o referencial, a sua qua-lificação sobe para o nível 4.

BP: No âmbito das altera-ções, a quem se destina e como funciona o processo de reconhecimento, validação e

certificação de competências profissionais (RVCC PRO)?

JF: O processo de RVCC PRO destina-se a quem é bombeiro, profissional ou voluntário. É um processo que já existe com base no anterior referencial de 2008. Em vários pontos do Pais já decorreram ou estão em cur-so, processos RVCC PRO de ní-vel 2. Por exemplo, no final do mês de junho, a ENB participou no júri de certificação final que avaliou 10 bombeiros do CBV Castelo Branco, após um longo processo conduzido no centro QUALIFICA do Centro de Em-prego e Formação Profissional daquela Cidade. Portanto, já há bombeiros certificados com o nível 2. Tendo sido publicado no passado dia 1 de outubro, no Catálogo Nacional de Qualifica-ções, a lista das unidades de competência para o nível 4, os centros QUALIFICA podem já candidatar-se a desenvolver processos deste nível. Referir que os centros QUALIFICA exis-tem, não só nos centros de em-prego e formação profissional do Instituto de Emprego e For-mação Profissional (IEFP), mas também em algumas escolas secundárias e outras entidades. Os bombeiros candidatos à cer-tificação profissional de nível 4 têm de provar conhecimentos em 16 unidades de competên-cia, das quais 14 correspondem a UFCD do tronco fixo e duas, à escolha, da bolsa opcional. Se possuírem o 12.º ano de esco-laridade, o processo abrange somente a parte profissional. Se não estiverem habilitados com o 12.º ano, terão de candi-datar-se à dupla certificação, isto é, à certificação escolar e à certificação profissional. As uni-dades de competências foram desenhadas a partir das UFCD de características práticas. A prova de competência numa unidade pode ser feita através da apresentação do certificado correspondente a UFCD fre-quentada com aproveitamento ou, não tendo frequentado a UFCD, através das várias eta-pas que incluem entrevista, realização de manobras/exercí-cios e, sendo necessário, obser-vação no posto de trabalho. No final, isto é, após terem sido va-lidadas pelos avaliadores/for-

DE BOMBEIROS – JOSÉ FERREIRA

da formação de bombeiros”

O Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ) é um instrumento de gestão estratégica de

qualificações de nível não superior que integra o Sistema Nacional de Qualificações, aprovado em dezembro de 2007. É gerido pela Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profis-sional, I.P (ANQEP,I.P.). Este instrumento, dis-ponível no sítio www.catalogo.anqep.gov.pt, integra qualificações que abrangem cerca de 40 áreas de educação e formação.

O CNQ organiza-se por áreas de educação e formação e tem como objetivo promover e fa-cilitar o acesso à qualificação de dupla certifi-cação a jovens e adultos. Nomeadamente, modularizando a oferta de formação, ao defi-

nir percursos formativos organizados em Uni-dades de Formação de Curta Duração (UFCD), de 10, 25 ou 50 horas. O CNQ disponibiliza ainda referenciais para processos de reconhe-cimento, validação e certificação de compe-tências.

A ANQEP, I.P., tutelada pelos Ministérios da Educação, e do Trabalho, Solidariedade e Se-gurança Social, em coordenação com o Minis-tério da Economia, tem por missão coordenar a execução das políticas de educação e forma-ção profissional de jovens e adultos e assegu-rar o desenvolvimento e a gestão do sistema de reconhecimento, validação e certificação de competências.

O que é o Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ)

madores todas as 16 unidades de competência, o bombeiro candidato frequenta uma ação de formação obrigatória de, pelo menos, 50 horas, e é sub-metido a provas gerais perante um júri de certificação final. Concluídas todas as etapas com sucesso, o bombeiro candidato recebe um Certificado de Quali-ficação, que passa a Diploma se já possuir como habilitação es-colar o 12.º ano. Caso contrá-rio, isto é, se não tiver concluí-do, ainda, o 12.º ano, o proces-so terminará quando tal acon-tecer.

BP: Espera que muitos bombeiros possam benefi-ciar do RVCC PRO?

JF: O ideal seria que todos os bombeiros – profissionais e vo-luntários – pudessem candida-tar-se ao RVCC profissional, de modo a obterem um certificado oficial da sua qualificação para o desempenho da profissão/função. Na verdade, uma gran-de parte dos bombeiros tem formação adquirida e experiên-cia quanto baste para que lhe sejam reconhecidas, validadas e certificadas as competências. Porém, poderá passar algum tempo até que exista oferta su-ficiente por parte dos centros QUALIFICA. Não é fácil criar as condições necessárias ao reco-nhecimento, validação e certifi-

cação de bombeiros, tendo em conta a especificidade da pro-fissão/função.

BP: Como decorreu o pro-cesso que levou à aprovação do novo referencial de for-mação e qual foi o contributo da Escola Nacional de Bom-beiros para a aprovação do documento?

JF: Na ENB havia, há muito tempo, o desejo de propor alte-rações ao referencial. E já exis-tia algum trabalho feito, nomea-damente na tentativa de inte-grar no referencial os módulos de formação de ingresso do bombeiro voluntário. Na reali-dade, foi a ANQEP (Agência Na-cional para a Qualificação e o Ensino Profissional) que teve a iniciativa de contactar a ENB em novembro de 2017, para que fosse constituído um grupo de trabalho com a missão de rever o referencial de formação para a saída profissional de Bombeiro/a. Com esta parceria, conseguiu-se que o referencial fosse publicado no Boletim do Trabalho e Emprego no final de maio de 2018 e, após a última reunião que teve lugar no final de setembro, ficou disponível no Catálogo Nacional de Qualifica-ções o conjunto de certificações profissionais que correspondem ao processo de RVCC PRO. Refe-rir que este referencial pode ser

utilizado, também, como curso profissional nas escolas secun-dárias.

BP: Atualmente existem dois diplomas relativos à formação de bombeiro. Um para bombeiro profissional e outro para bombeiro volun-tário. Esta realidade irá mu-dar?

JF: Não necessariamente. O que é preciso é adaptar a legis-lação ao referencial de forma-ção, de modo a que este passe a ser o instrumento de qualifica-ção oficial para o desempenho da função. Os despachos atuais referem especificamente módu-los, conteúdos e duração. Para que a mudança seja uma reali-dade, é necessário que reme-tam para o referencial de forma-ção estes aspetos.

BP: Quais são as expecta-tivas em relação às altera-ções legislativas?

JF: Como atrás ficou dito, afi-nal, para que servirá ao País ter um referencial se este não for utilizado na formação daqueles a quem se destina. Não se con-sidera que as alterações dos despachos sejam algo de ex-traordinário. Eventualmente, será necessário ultrapassar al-gumas “resistências” no que respeita aos destinatários. As mudanças, por vezes, não são compreendidas de imediato.

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12 OUTUBRO 2018

O secretário regional da Saúde dos Açores, Rui

Luís, anunciou, recentemen-te, um investimento de 700 mil euros em equipamentos para que os bombeiros do arquipélago possam realizar operações de busca e resga-te em situações de sismo.

Rui Luís, que também tu-tela a Proteção Civil dos Açores, fez o anúncio em Povoação, na sequência do exercício “Touro18”, o maior exercício anual de prepara-ção para um cenário de cri-se sísmica na Região, e que este ano se realizou na ilha de São Miguel.

A propósito do exercício, o governante salientou a sua importância para “testar a eficiência dos operacionais no terreno, os planos de emergência municipais, os sistemas de alerta e toda a rede de comunicações da Proteção Civil”.

O exercício envolveu cinco corpos de bombeiros da ilha de São Miguel, várias dire-ções regionais, o Laboratório Regional de Engenharia Ci-vil, o Instituto da Segurança Social dos Açores, o Institu-to Português do Mar e da At-mosfera e o Centro de Infor-mação e Vigilância Sismo-vulcânica dos Açores.

Participaram ainda os seis municípios da ilha de São Miguel, a PSP, a GNR, o SEF, a Junta Regional do Corpo Nacional de Escutas, a Associação de Escoteiros de Portugal, associações de radioa-

madores da ilha de São Miguel e o Comando Operacional dos Açores, através dos seus dife-rentes ramos e valências.

AÇORES

Investimento de 700 mil euros para resgate

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RPCB

Açor

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A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de

Cascais está a preparar uma candidatura ao Orçamento Par-ticipativo (OP) de 2018 promo-vido pela Câmara Municipal de Cascais.

A candidatura baseia-se es-sencialmente em apostar em investimentos que permitam ganhos significativos de eficiên-cia energética no quartel. A candidatura ronda os 300 mil euros.

O actual quartel dos Bombei-ros de Cascais está prestes a atingir 23 anos de vida. Ao longo desse tempo foi sendo sujeito a melhoramentos, quer na substituição das portas dos parques de viaturas e dos cacifos de todos os bombeiros, quer na renovação da central de co-municações e das camaratas ou, ainda, na pintu-ra interior e exterior de todo o edifício.

A eficiência energética já é uma preocupação dos Bombeiros de Cascais no seu complexo de piscinas e há muito que desejam poder fazê-lo nas suas instalações operacionais. Neste caso, já tinham feito uma intervenção de fundo na substi-tuição da iluminação interior e exterior com “leds”.

“A ideia é dar continuidade a uma preocupa-ção, que é a de optimizar, em termos económi-cos, em termos de custos, e em termos ambien-

tais, em termos de ganhos, a própria utilização e eficiência da energia que consomem”, refere uma fonte da instituição associada à candidatura.

“O complexo de piscinas quando foi construído já reflectiu essas preocupações e que se têm tra-duzido em razoáveis economias de energia e, em particular, no aquecimento das águas”, refere a mesma fonte.

A par da instalação de painéis no quartel os Bombeiros de Cascais vão também intervir na impermeabilização de coberturas, na substituição de caixilharia e canalizações que datam da funda-ção do edifício. Algumas dessas intervenções, numa primeira fase, foram já realizadas a expen-sas da própria instituição e com a colaboração dos bombeiros faltando agora executar as restan-tes, previstas na candidatura ao OP.

CASCAIS

Eficiência energética suscita candidatura

A construção do novo quartel da Associação Humanitária

dos Bombeiros Voluntários de Vialonga está em marcha e a Câmara Municipal de Vila Fran-ca de Xira admite vir a reforçar o apoio já dado.

Esta obra foi financiada pela autarquia em mais de 213 mil euros, o seu valor final ronda um milhão de euros com o apoio de fundos comu-nitários, e prevê-se a sua conclusão até final do corrente ano.

A disponibilidade da Câmara de Vila Franca de Xira para vir a reforçar esse apoio aos Bombeiros Voluntários de Vialonga baseia-se no facto da empreitada ter um valor superior ao que estava inicialmente previsto. O primeiro concurso públi-co para a construção ficou deserto e foi necessá-rio lançar um segundo concurso com um preço base mais elevado.

O presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita reconhece “a possibilidade de reforço da comparticipação mu-

nicipal” o que implicará naturalmente da parte do Executivo a decisão de um reforço financeiro para o efeito.

“Tratando-se de um assunto de grande impor-tância, naturalmente que faremos aquilo que é justo que seja feito”, defende Alberto Mesquita.

A construção do novo quartel, o primeiro edifi-cado de raiz, é uma velha reivindicação da Asso-ciação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vialonga já que o atual, foi a primeira construção a ser adaptada como tal e desde o início, apesar do esforço dos bombeiros, órgãos sociais e co-mando nunca garantiu as condições mínimas de operacionalidade.

VIALONGA

Autarquia pode reforçar apoio

Os Bombeiros Voluntários de Aveiro-Velhos reforçaram,

recentemente, o parque de via-turas com um novo veículo de comando tático (VCOT), ofere-cido pela IRBAL.

O veículo “único no país”, foi concebido no âmbito de uma parceria com a carroçadora AFN, sediada em São João da Madeira, que com vasta expe-riência noutros setores, apro-veitou esta oportunidade para dar a conhecer capacidades de produção nesta vertente.

“A oferta deste veiculo é sem duvida uma mais valia deste corpo de bombeiros, e só possível pela gentileza de privado, neste caso a empresa IRBAL”, salienta fonte do corpo de bombeiros.

Registe-se que na apresentação pública do

VCOT 02 marcaram presença, entre outras indivi-dualidades, o vice-presidente da Câmara Munici-pal de Aveiro, o diretor da empresa benemérita, o comandante Distrital de Operações de Socorro de Aveiro, bem como comandantes e presidentes de várias congéneres do distrito.

AVEIRO

Bombeiros inauguram novo veículo

António Fonseca, um emigrante na Suíça conseguiu trazer da região de Lausanne 14

viaturas para os Voluntários de Trancoso, a sua terra natal.

Algumas das viaturas, seminovas e com pouco mais de 40 mil quilómetros, permitem reforçar a capacidade operacional, não apenas deste corpo de bombeiros, mas, também, de outros que “necessitem de ajuda”, conforme fizeram questão de esclarecer o presidente da direção João Batista de Sousa e comandante Luís Vaz.

Uma delegação da Suíça, composta por mais de “três dezenas de pessoas de enorme generosidade”, foi recebida na câmara munici-

pal e teve, depois, a oportunidade de visitar o centro histórico desta bonita cidade do distrito da Guarda, assistiu, no quartel, à sessão de apresentação da frota, que reuniu muitas de-zenas de convidados, entre os quais Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP).

António Fonseca não escondeu alegria e or-gulho, por mais uma vez, poder voltar a servir o quartel onde, durante muitos anos, foi vo-luntário. Emigrou, cumpre a missão dos solda-dos da paz em Morget, mas não esquece os “seus” bombeiros que visita periodicamente e aos quais já ofertou várias outras viaturas e muito e diversificado equipamento.

TRANCOSO

Quartel recebe 14 viaturas

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13OUTUBRO 2018

Os dois corpos de bombeiros do concelho do Barreiro – Salvação Pública e Sul e Sueste –

receberam um donativo de 1068,68 euros resul-tante da recolha de 11.658 litros óleos alimenta-res usados, no biénio 2017/2018.

Os cheques foram entregues no decorrer das festas do Barreiro, numa cerimónia que contou com as presenças do presidente da autarquia, Frederico Rosa; do vice-presidente, João Pintas-silgo, dos vereadores Sara Ferreira, Pedro Estre-la, Rui Braga e Alexandra Silvestre, bem de Mi-guel Ferreira, da empresa Oleotorres, do coman-

dante Acácio Coelho, dos Voluntários do Sul e Sueste, e José Caetano, presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-rios do Barreiro Corpo de Salvação Pública.

Registe-se que o município do Barreiro disponi-biliza, desde 2009, o Serviço de Recolha de óleos Alimentares Usados – OAU!, no âmbito de uma parceria com a SOVENA e OLEOTORRES. Contas feitas, em nove anos foram recolhidos e tratados 122093 litros de óleo, o que corresponde a um valor total de 10.603,93 euros entregues aos bombeiros do concelho.

BARREIRO

Óleos usados garantem donativo

Três elementos da Companhia de Bom-

beiros Sapadores de Se-túbal encontram-se, “por iniciativa própria”, a pin-tar o quartel “com o ob-jetivo de melhorar a ima-gem do interior e exterior do edifício”.

A operação, a decorrer desde junho, é coordena-da do subchefe de 2.ª classe Pedro Jacinto, bombeiro sapador desde 1995, que ao atingir o tempo limite de perma-nência ao serviço, decidiu continuar a servir a po-pulação de Setúbal, para tal só teve de convencer os companheiros Hugo Alves e Rodolfo Batista, com mais de 15 anos de serviço, a acompa-nhá-lo nesta tarefa.

“Pretende-se, com profissionalismo e apro-veitando as pausas sem ocorrências de socor-

ro, mudar as cores do quartel”, salienta o co-mandante da Companhia de Bombeiros Sapa-dores de Setúbal, Paulo Lamego, orgulhoso da iniciativa demonstrada pelos operacionais.

SETÚBAL

Sapadores pintam o quartel

Foto

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Barre

iroARGANIL

Empresa oferece semirreboqueA empresa Reta – Serviços

Técnicos e Rent-a-Cargo, SA, do grupo Luís Simões, ao abrigo da sua política de Res-ponsabilidade Social, doou um semirreboque frigorífico aos Bombeiros Voluntários de Ar-ganil. A viatura veículo que terá agora como principal função servir de posto de comando e apoio operacional no apoio ao combate aos incêndios.

A entrega do veículo decor-reu no Centro de Assistência Técnica do Carregado da em-presa na presença de Paulo Caires, diretor de marketing e vendas da Reta, e de Nuno Tei-xeira, segundo comandante dos Bombeiros Voluntários de Arganil.

O veículo será transformado em duas partes distintas: refri-geração para manter alimentos e bebidas frescos num compar-timento mais pequeno, e a divi-sória maior será equipada com camas para o descanso dos operacionais envolvidos no tea-tro de operações.

Segundo os Bombeiros Vo-luntários de Arganil, o sistema de refrigeração existente per-mite dispor de temperaturas diferentes em dois espaços dis-tintos. Assim, a viatura possibi-litará condições de apoio para que os bombeiros permaneçam junto do teatro de operações, garantindo uma resposta mais célere e eficaz e também mais horas de descanso.

Para o responsável da Reta, Paulo Caíres, “a empresa Luís Simões e os Bombeiros de Ar-ganil estão juntos na prossecu-ção do interesse público. A uti-

lização do equipamento irá de-pender sempre da natureza da ocorrência.

“Pela dimensão da empresa e grupo que representamos, a

responsabilidade social tem obrigatoriamente de estar pre-sente no nosso dia-a-dia. Esta ação é apenas uma parte visí-vel do nosso trabalho diário e,

neste caso, uma forma de retri-buir o esforço e dedicação que esta corporação de bombeiros dedica à sociedade”, salienta o mesmo responsável.

Dando seguimento ao plano de reequipamento do cor-

po de Bombeiros Municipais, a Câmara de Olhão investiu em “meios especiais e inédi-tos” para o serviço de prote-ção e socorro, num investi-mento de cerca de 65 mil eu-ros.

Foram adquiridos dois ca-miões semirreboques, um de-les com a valência de tanque para transporte de água com capacidade de 38 mil litros e outros com a capacidade de porta-máquinas e transporte de veículos e equipamentos.

“Fica, assim, reforçada a capacidade do Corpo de Bom-beiros, que já dispunha de três tratores semirreboques,

quatro semirreboques atrela-dos, dois tanques de grande capacidade, um porta-máqui-nas e um contentor”, assinala a autarquia em comunicado.

De referir que, apesar de “ainda em fase de integração

e instrução, estes meios já fo-ram colocados no terreno no incêndio de agosto em Mon-chique”.

Entretanto, o quartel dos bombeiros olhanenses passa, também, a dispor de duas

máquinas - uma retroescava-dora e uma miniescavadora – “equipamentos específicos e inéditos que acrescentam va-lor e capacidade de resposta às mais diversas operações de proteção e socorro, no-

meadamente nas operações de desobstrução e reposição da normalidade nas vias ro-doviárias, como se verificou na sequência do último torna-do registado na região”.

Tratam-se de investimentos

“importantíssimos”, de acordo com o presidente da autar-quia, António Miguel Pina, para quem “o reforço dos meios de proteção e socorro de todos os que residem e vi-sitam Olhão é fundamental”.

OLHÃO

Bombeiros reforçam meios logísticos

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14 OUTUBRO 2018

A newsletter n.º 3 do projeto europeu “Uniformização da

Formação de Combate aos In-cêndios Florestais do Mediterrâ-neo” (MEFISTO), de julho de 2018, já se encontra disponível na Internet, na versão portu-guesa.

Segundo o coordenador do projeto, o professor italiano En-rico Marchi, este boletim infor-mativo abarca “um período de muito trabalho para todos os parceiros” e “algumas ações importantes” realizadas no âm-bito do MEFISTO, como o curso piloto para formação de Euro-pean Forest Fire Officers (EU-FOs), realizado em Valabre, França, em maio de 2018.

O MEFISTO foi lançado no iní-cio de 2017 com o objetivo de

melhorar a capacidade de cola-boração e coordenação euro-peia no combate a incêndios florestais, nomeadamente atra-vés da elaboração de referen-ciais comuns de formação e

atuação em teatros de opera-ções transfronteiriços.

Registe-se que a Escola Na-cional de Bombeiros (ENB) é a instituição parceira em Portugal deste projeto.

ENB

Projeto MEFISTO tem Newsletter

As Jornadas Técnicas dedica-das ao tema da Gestão de

Operações de Socorro em Tú-neis (GOST) realizam-se em 25 e 26 de outubro próximos, no Auditório Soares dos Reis, no Porto.

Esta iniciativa é organizada, em conjunto, pela Escola Nacio-nal de Bombeiros (ENB) e a Asociación Profesional de Técni-cos de Bomberos (APTB) de Es-panha, com a colaboração da École Nationale Supérieure des

Officiers de Sapeurs-Pompiers (ENSOSP) de França.

As jornadas pretendem dotar os elementos dos corpos de bombeiros de conhecimentos e competências no domínio da gestão de operações de socorro em túneis, matéria de grande importância tendo em conta a existência de inúmeras infraes-truturas desse tipo em Portugal.

O evento irá permitir a parti-lha de experiências e metodolo-gias entre os participantes de

Portugal, Espanha e França, no tocante à intervenção em dife-rentes cenários de emergência em túneis. Os participantes te-rão também acesso a demons-trações de equipamentos espe-cíficos de intervenção em túneis e ainda a diversos cenários si-mulados.

As inscrições estão abertas até dia 21 de outubro, ou até que seja atingida a lotação da sala, e podem ser feitas através do preenchimento do formulá-rio disponível em http://www.enb.pt/jornadasGOST

O valor da inscrição (€30 para bombeiros e €40 para não bombeiros) inclui o almoço para os dois dias de seminário e o jantar do dia 25. O alojamento não está incluído.

O programa das jornadas ter-mina com uma visita às caves do vinho do Porto e um passeio pelo Rio Douro. No final, todos os inscritos têm direito a rece-ber um certificado de participa-ção no seminário.

PORTO

Socorro em túneisem debate internacional

A piro-meteorologista ameri-cana Amanda Cunningham

proferiu uma palestra dedicada à relação entre a meteorologia e a evolução dos incêndios flo-restais, nas instalações da Es-cola Nacional de Bombeiros (ENB), em Sintra, no dia 10 de setembro.

A influência do clima e das condições atmosféricas no com-portamento dos incêndios flo-restais foi o tema abordado pela especialista durante a sua apre-sentação que decorreu no Cen-tro de Simulação e Realidade Virtual da ENB e à assistiram os formadores internos da escola, aos quais Amanda Cunningham transmitiu conhecimento e ex-periência.

A americana, de Duluth (Min-

nesota), deslocou-se a Portugal ao abrigo do programa de inter-câmbio de peritos internacio-nais, promovido pela Unidade de Missão da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Ru-

rais, IP (AGIFR), tendo apre-sentado, em vários pontos do país, a palestra “Influence of Meteorology on Significant Wil-dland Fire”.

SINTRA

Influência do clima nos incêndios florestais

A Escola Nacional de Bombei-ros (ENB) recebeu, recente-

mente, uma equipa de oficiais bombeiros da Berlin Fire and Rescue Academy (BFRA), da Alemanha, que se deslocou a Sintra para realizar formação no Centro de Simulação e Reali-dade Virtual (CSRV). A iniciati-va decorreu no âmbito do pro-grama de intercâmbio europeu “Exchange of Knowledge – Eu-ropean Exchange Program for staff member of city administration bodies”.

Os oito elementos da Berliner Feuerwehr, nome pelo qual é conhecida a corporação de bombeiros berlinenses, aprenderam a utilizar os sistemas de realidade virtual no contexto da formação de bombeiros. As sessões de formação e treino rea-lizadas no CSRV permitiram ainda aprender a or-ganizar a tipologia de exercícios e conhecer a me-todologia pedagógica utilizada pela ENB.

Elementos da direção deste polo de ensino pro-cederam à entrega de lembranças à equipa ale-mã. O presidente da ENB, José Ferreira, manifes-tou a sua satisfação e apreço pelo intercâmbio realizado ao longo de quatro dias e entregou uma medalha da instituição à equipa alemã, acompa-nhado pelos restantes elementos da direção, Su-sana Silva e Vitor Reis. Já os bombeiros de Berlim deixaram em Sintra um capacete de proteção muitas vezes utilizado na Alemanha em opera-ções de socorro.

Para o comandante Peter Wagner, a deslocação a Sintra foi uma “experiência muito boa” que per-mitiu aos bombeiros alemães “encontrar forma-dores muito qualificados que nos mostraram as novas tecnologias de simulação, de modo a me-lhorar o nosso treino e a liderança nas brigadas”. O responsável mostrou-se muito agradecido à ENB e manifestou toda a sua disponibilidade para dar continuidade a esta cooperação com os bom-beiros portugueses.

Na sequência deste programa de intercâmbio europeu, no início de 2019 será a vez de uma equipa de formadores da ENB, com um número de elementos semelhante, ser recebida pela Ber-lin Fire and Rescue Academy, na capital alemã. E assim dar continuidade a esta troca de conheci-mentos e experiências, tendo em vista a melhoria e o aperfeiçoamento das técnicas em operações de socorro, nomeadamente, na área de matérias perigosas.

INTERCÂMBIO

Bombeiros alemães em Sintra

Uma comitiva composta de ele-mentos da Austrian Fire Brigade

Association visitou o Centro de Simu-lação e Realidade Virtual (CSRV) da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), em Sintra, nos dias 8 e 9 de outubro. O objetivo foi conhecer as capacida-des tecnológicas do CSRV e a meto-dologia pedagógica utilizada, tendo em vista a criação de um centro simi-lar na Áustria.

Os bombeiros austríacos desloca-ram-se a Sintra no intuito de recolher informação sobre o funcionamento do CSRV e o tipo de cursos ali desenvol-vidos. A Austrian Fire Brigade Association preten-de criar um centro de formação na área da simu-lação e da realidade virtual, capaz de realizar exercícios com recurso ao software XVR.

Em resultado desta aproximação, a ENB e a Austrian Fire Brigade Association pretendem

manter um contacto regular, no sentido de apoiar a implementação e o desenvolvimento do futuro centro de formação na Áustria e permitir o inter-câmbio de colaboradores de ambas as institui-ções, contribuindo para aprofundar o conheci-mento e as práticas em diferentes áreas técnicas.

FORMAÇÃO

Centro de Simulação e Realidade Virtual suscita curiosidade

Desde o princípio do corrente ano o Batalhão de Sapadores Bombeiros do Porto (BSB) as-

segurou a formação inicial aos novos recrutas da Companhia de Sapadores de Braga e dos Bom-beiros Municipais de Viana do Castelo.

A formação administrada pelo BSB inclui os se-guintes módulos: manobras, hidráulica, rede e mananciais de água, ordem unida e protocolo, educação física e técnicas de evacuação e salva-mento.

PORTO

Sapadores dão formação a Braga e Viana

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15OUTUBRO 2018

Já se passaram dois meses, podem passar-se muitos mais meses e anos, mas Abílio Rogério Estêvão

Neves não esquecerá, certamente, o dia 25 de agosto de 2018, quando um acidente como uma motobomba, num incêndio em Seia, lhe causou queima-duras em todo o corpo, em particular nos membros inferiores

A explosão da motobomba, continua ainda por explicar, principalmente a um operacional experiente com mais de 20 anos de carreira e, curiosamen-te, também um mecânico experimen-tado, responsável pela manutenção da frota dos bombeiros, certo é que ape-sar do susto Abílio encontra-se, agora, em franca recuperação e num destes dias no quartel dos Voluntários da Na-zaré, não escondeu ao jornal Bombei-ros de Portugal “a vontade de voltar ao ativo”, ainda que o comandante João Paulo Estrelinha e o presidente da dire-ção da associação humanitária, Joa-quim Morais, depois da aflição daquele final de agosto, só esperam o pleno restabelecimento do bombeiro, ainda que reconheçam que o operacional e motorista de pesados, profissional há 23 anos, muita falta faz, numa casa onde todos são sempre poucos para fazer face às solicitações da população e também dos milhares de forasteiro que de verão e inverno fazem questão de visitar esta estância balnear que ganhou enorme notoriedade de um “canhão” com o surf.

Naturalmente afável, mas de pouca palavras, o bombeiro de 3.ª – Juca, para os amigos – conta que estava no Parque Natural da Serra da Estrela no combate ao incêndio, numa tarefa de rotina quando se deu rebentamento. Assegura que esteve sempre conscien-te, mas daquele momento de aflição

guarda poucas memórias. Abílio Neves foi prontamente socorrido pelos bom-beiros e pelo INEM e depois evacuado de helicóptero para o Centro Hospitalar da Universidade de Coimbra (CHUC) a partir do campo de futebol de Loriga.

Já o comandante Estrelinha recorda, detalhadamente, cada um dos instan-tes que se seguiram ao toque do tele-móvel, ao momento em que lhe disse-ram que um dos seus corria perigo de vida. Garante que “voou” até Coimbra, onde, aliás, acabou por “chegar pri-meiro que o acidentado”.

“Estou nos bombeiros há 36 anos e apesar de toda a experiência e de to-das as formações nada nos prepara para isto. O ano passado aconteceu o que aconteceu no nosso distrito… Esta-va longe de pensar que isso nos podia tocar a nós, até porque este foi mesmo o primeiro acidente neste corpo de bombeiros”, diz-nos o comandante em jeito de desabafo, confidenciando:

“Andei stressado, preocupado, mui-tos dias… Só pensava em todos os ou-tros comandantes que já passaram por situações destas e algumas bem mais graves … Dou-lhes muito valor, até porque eu senti muita dificuldade em gerir tudo isto. Lembrei-me tanto do Rosinha que há tão poucos dias tinha estado aqui connosco…”.

Apesar dos tratamentos estarem a correr bem e Juca apresentar sinais de enorme recuperação, não obstante as naturais lesões cutâneas que demora-ram a sarar, o comandante e o presi-dente da direção ainda recuperam de 17 dias difíceis, das preocupações com Abílio mas também com a família que “teve sempre todo o apoio”, como fa-zem questão de sublinhar, até porque essa era mais que um dever, “uma obrigação da associação”, que conti-

nua a cumprir todas as obrigações contratuais com o funcionário, até por-que as necessidades básicas e diárias desta família, com três filhos menores, não compadecem com os tempos das seguradoras, com os momentos das indemnizações.

“Quem paga ou deixa de pagar o quê? Isso não importa agora. Funda-mental é que nada falta a esta família”, defende Joaquim Morais.

“Foi um grande susto”, confessa Juca, mas maior a preocupação com a mulher e os filhos que ficaram a saber do acidente pela televisão, uma situa-ção lamentável que o comandante ten-tou como pode minimizar, até porque quando foi autorizado a visitar o seu

bombeiro percebeu que, “felizmente” a situação não tão grave como, inicial-mente, foi vaticinado.

“Falamos logo com os médicos e com o Juca e ficamos um pouco mais tranquilos e, de imediato, contactamos a esposa”, refere João Paulo Estreli-nha, salientando que não havia danos nas vias aéreas e as queimaduras mais graves eram nos membros inferiores, prova, como insiste em denunciar que “o EPI que é caro não protege os bom-beiros”.

Presidente e comandante fazem questão de garantir que neste, ainda doloroso, processo nunca lhes faltou apoio, desde logo dos médicos dos hospitais da Universidade de Coimbra,

mas também da Câmara Municipal da Nazaré, da Liga dos Bombeiros Portu-gueses, da Autoridade Nacional de Proteção Civil – “dos CODIS ao CO-NAC” – do governo e até do presidente da República,

“Até à data não temos qualquer ra-zão de queixa, até hoje nunca nos sen-timos abandonados ou esquecidos”, frisam.

Abílio Neves nasceu em 1972 em Angola, mas ainda muito novo rumou com a família para a Nazaré, ingressou no corpo de bombeiros da terra de adoção, como aspirante 1994 e, por lá, ficou até hoje, primeiro apenas a cum-prir serviço voluntário, mas pouco tempo depois foi convidado a integrar o quadro de funcionários.

Com um sorriso no rosto revela aos jornalistas o “gosto de ser bombeiro, de socorrer as pessoas”, que em nada ficou beliscado com o acidente, por isso logo que os médicos o permitam, até porque ainda tem de se deslocar regularmente a Coimbra para efetuar tratamentos, estará de regresso ao quartel, ao seio desta que é certamen-te também a sua família.

As marcas no corpo, os dias sempre difíceis de internamento e de recupe-ração não deixaram mais que sequelas físicas, porque a determinação em ser-vir e a entrega à causa mantém-se in-tactas, como naquele primeiro dia de abril de 1994, quando entrou no quar-tel para se fazer bombeiro.

“Desistir? Nunca pensei em desistir dos bombeiros”.

Sofia Ribeiro

NAZARÉ

Bombeiro ferido anseia pelo regresso ao ativoFo

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16 OUTUBRO 2018

Cascais prestou pública homena-gem aos corpos cinco de bombei-ros do concelho concelhias, aos

“homens e mulheres das que todos os dias do ano são um exemplo de dedi-cação à causa pública em prol da saú-de e bem-estar comuns”. Assim, foi em festa, que, no dia 21 de outubro, a Es-planada dos Pescadores, na vila sede do concelho voltou a acolher as como-rações do Dia Municipal do Bombeiro, este ano presididas pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabri-ta.

Esta foi ainda a ocasião para o presi-dente da autarquia cascalense, Carlos Carreiras, mais uma vez enaltecer a atuação dos bombeiros de Cascais, mas também de todos os outros que vieram em seu apoio de vários pontos do País, no combate ao incêndio do Parque Natural Sintra Cascais, que dias – 6 de outubro – antes fez soar todos os alertas, mas uma “reação ca-paz” das forças de proteção civil, das populações e até do Governo que “as-sumiu todas as responsabilidades” permitiu minimizar.

“A coragem de cada mulher e cada homem que estão aqui em parada é o que no limite separa comunidades in-teiras das piores consequências dos efeitos extremos como ficou provado na Malveira ou na Biscaia, em Almoí-nhas Velhas ou na Areia, na Figueira do Guincho e tantos outros lugares do concelho, os bombeiros do concelho e do País – os nossos bombeiros – são a mais preciosa linha de defesa, que de Cascais para País e que do País em Cascais s soldados da paz ouçam de nós um grande justo e sincero muito obrigado”, disse o autarca.

Refira-se que, para colmatar muitas lacunas do Estado e, também, as fa-lhas dos programas de apoio comuni-tário, a autarquia de Cascais, citada muitas vezes, como exemplo no apoio concedidos aos bombeiros, tem vindo, ainda assim, a apostar no Orçamento Participativo (OP) para o reforço de meios nos cinco quartéis do concelho.

Assim, foram nesta ocasião apresenta-das à comunidade um veículo florestal de combate a incêndios e outro tan-que, aos Voluntários de Cascais, que receberam os nomes do “grande bom-beiro” subchefe Firmino Soares e do “saudoso presidente da assembleia ge-ral” João Parracho, recentemente fale-cidos. Foram ainda entregues uma am-bulância de socorro e equipamentos de proteção individual, aos Voluntários dos Estoris, Carcavelos e São Domin-gos de Rana e Alcabideche e ainda uma outra ambulância de socorro aos Bombeiros de Parede, mas esta ainda no âmbito do OP de 2016.

Em representação do secretariado dos bombeiros do concelho, o presi-dente da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cascais, Rui Rama da Silva falou de uma experiên-cia acumulada que assenta num traba-lho coletivo e que, só por isso, conti-nua a dar fruto. Rama da Silva fez questão de sublinhar a dinâmica da Câmara e o empenho dos bombeiros, que permite ultrapassar todas as difi-culdades e suprir lacunas, recordando que, algumas das viaturas, que neste dia foram, formalmente, entregues aos bombeiros “viram recusado o pa-recer do Estado e recusado o acesso a verbas comunitárias”, uma situação, que “ainda assim , reforçou, em nada beliscou em vontade dos bombeiros de Cascais continuarem a garantir a soli-dariedade fora do concelho e fora do distrito, como aconteceu mais uma vez este ano”.

Terminou dirigindo a Eduardo Cabri-ta pedindo-lhe que “tenha sempre em mente os bombeiros, os de Cascais e os outros, todos eles são, sem dúvida, a reserva moral de um País que se quer solidário e fraterno, mas que nem sempre o é e que, nem sempre tem para com os seus bombeiros as neces-sárias, devidas e justas manifestações de consideração e respeito”

Já o comandante José Luís Morais, vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) enalteceu a missão

dos operacionais e não esqueceu o tra-balho dos dirigentes e papel “exem-plar” da autarquia, dirigindo-se, poste-riormente, ao ministro para pedir que “governo passe das palavras aos atos”, relembrando que os bombeiros portu-gueses “exigem a sua direção nacional de bombeiros autónoma e indepen-dente, um comando hierarquizado e com a sua autonomia” relembrando que os “bombeiros portugueses fica-ram órfãos com a extinção do seu Ser-viço Nacional de Bombeiros, agora querem receber a sua estrutura” .

“É importante que quando se pro-move uma alteração legislativa se o faça num todo e não se pode de ma-neira alguma fazer-se uma alteração da lei orgânica da Autoridade Nacional de Proteção Civil sem conjuntamente fazer a revisão do Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro, pois este é um instrumento fundamen-tal para a dinâmica de comando no nosso País”, defendeu o vice-presiden-te da confederação, dando conta das uma das muitas reivindicações de uma “força insubstituível”, porque existem

outras, nomeadamente o reforço das Equipas de Intervenção Permanente (EIP), a reativação do programa de reequipamento dos bombeiros e o car-tão social.

Num discurso igual a muitos outros, Eduardo Cabrita fugiu aos compromis-sos e a respostas à Liga dos Bombeiros Portugueses, preferindo apostar no elogio do trabalho dos bombeiros en-quanto “espinha dorsal do sistema de proteção civil” assente “numa expe-riência de voluntariado única”.

Falou dos avanços dados no rescaldo das tragédias de 2017, defendendo que depois do tempo da prevenção e da autoproteção é chegada a hora de fazer um “balanço do que foi feito”, para que “no futuro se faça mais e me-lhor”.

“A Liga dos Bombeiros Portugueses é um parceiro indispensável ma revi-são do nosso sistema de proteção civil em que um comando nacional de bom-beiros, determinado em cooperação com a LBP é uma estrutura fundamen-tal tal como é a articulação a nível in-termunicipal entre bombeiros e autar-

quias”, frisou, antecipando alterações aprovadas em conselho de ministros e que, dias depois, mereceram ampla contestação da confederação.

Para além da receção a cerca de uma dezena de novos bombeiros, pro-venientes de uma escola conjunta quer reuniu recrutas de todo o concelho, fo-ram ainda promovidos alguns elemen-tos, tendo a festa terminado com o desfile apeado e motorizado, num dia triste de chuva que, mesmo assim não afastou muitos populares da esplanada com vista para a bela baía de Cascais.

Associaram-se às comorações, au-tarcas, representantes de forças mili-tares e policiais, vereadores, os presi-dentes das cinco juntas de freguesia do concelho, a coordenadora da prote-ção civil local, dirigentes e comandan-tes de bombeiros aos quais se junta-ram o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa, Antó-nio Carvalho: o comandante e o 2.ª comandante operacionais distritais, respetivamente André Fernandes e Hugo Santos.

Sofia Ribeiro

CASCAIS

Concelho presta reconhecimento público aos bombeiros

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17OUTUBRO 2018

Jaime Marta Soares, presi-dente da Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP) agra-

ciou o edil de Valpaços, Amílcar Almeida, com o crachá de ouro, no âmbito das comemorações do Dia Distrital do Bombeiro de Vila Real, que, no passado dia 21 de outubro, tiveram como cenário, precisamente a cidade de Valpaços.

No Auditório Arte e Cultura Luís Teixeira, o responsável máximo da confederação subli-mou a missão de bombeiros e de dirigentes e passou em re-vista os temas quentes que marcam a atualidade, afinal as revindicações do setor que

continuam a aguardar resposta da tutela.

Na cerimónia, foram, ainda, agraciados vários valpacenses pelo trabalho e dedicação ao corpo de bombeiros do conce-lho, que mereceu do edil reco-nhecimento público. Amílcar Lopes não deixou de sublinhar “o trabalho da Proteção Civil e o investimento da autarquia” dando como exemplo “a Equipa de Intervenção Permanente constituída em junho passado, custeada em 50 porcento pelo município durante três anos, bem como uma Equipa de Sa-padores Florestais que está a tempo inteiro no terreno”.

Nas várias intervenções, das quais de destaca a do presiden-te da Federação de Bombeiros do Distrito de Vila Real, Francis-co Oliveira, ficou expresso o justo tributo aos associados e beneméritos anónimos, bem como a elementos dos órgãos sociais, dos comandos e dos corpos ativos “pela entrega vo-luntária ao serviço da causa dos Bombeiros de Portugal”.

Já da parte da tarde, as co-memorações, presididas pelo secretário de Estado da Prote-ção Civil, José Artur Neves mu-daram-se para o Largo da Feira, onde o presidente da Câmara de Valpaços reiterou a admira-

ção por todos “aqueles que dei-xam a família para socorrer os outros e nada recebem em tro-ca”, uma entrega que o municí-pio tenta compensar com me-lhores condições de trabalho para os operacionais, o que terá, de resto, validado os in-vestimentos na requalificação dos quartéis dos bombeiros do

concelho, Valpaços e Carrazedo de Montenegro.

“Este foi um dia dedicado àqueles que pela sua coragem, prontidão, e atuação exemplar, diariamente procuram assegu-rar o bem-estar e segurança das populações”, destacou o autarca.

O programa fechou com o

desfile apeado e motorizado, que mobilizou centenas de bombeiros, num aparato invul-gar de viaturas e bombeiros, colorido pelos estandartes das 26 associações e corpos de bombeiros voluntários do distri-to e animado pela fanfarra, não obstante a chuva que começou a cair quase no final do evento.

VILA REAL

Valpaços recebe Dia Distrital do Bombeiro

05 NOVEMBRO 2018 - 11H05

EXERCÍCIO DE SENSIBILIZAÇÃO PARA O RISCO SÍSMICO

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Mais de duas centenas de pessoas participa-ram em Lisboa, no auditório do Fórum Picoas,

no XI Encontro Nacional da Associação Portugue-sa de Riscos Prevenção e Segurança (Riscos).

O encontro, que contou com o apoio do Regi-mento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSB), teve como tema “Incêndios em Estruturas – Aprender com o Passado”.

O incêndio do Chiado, ocorrido há 30 anos, foi o tema de várias intervenções do encontro a par da abordagem de outras situações ocorridas tam-bém no passado, como incêndios ocorridos em Gaia e Porto.

O próximo encontro já está aprazado para 2019, em Faro, para abordar a temática do risco sísmico.

A sessão de abertura do encontro de Lisboa contou com a presença, dos professores, Luciano Lourenço, presidente da Riscos e docente, Ana

Teresa Peixinho, subdiretora da Faculdade de Di-reito da Universidade de Lisboa, do diretor nacio-nal de bombeiros da ANPC, Pedro Lopes, do co-mandante do RSB, Pedro Patrício, e do represen-tante da Liga dos Bombeiros Portugueses, Rui Rama da Silva.

Na oportunidade, a Associação Riscos entregou dois prémios, de operacionalidade e dedicação ao professor António Amaro, e de ciência, aos três autores do artigo científico sobre “Perceção de riscos sísmicos” recebido por um dos autores, Ân-gela Santos.

Cada encontro organizado pela Riscos tem como objetivo, em torno de um tema ou uma ocorrência em concreto, reunir técnicos, investi-gadores e operacionais para um amplo debate que congregue os vários pontos de vista e dife-rentes abordagens alusivas ao assunto escolhi-do.

INCÊNDIOS EM ESTRUTURAS

Riscos organiza encontro nacional

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18 OUTUBRO 2018

Professor do ensino secun-dário, presidente da Junta de Freguesia de Pardais,

presidente da mesa da assem-bleia da Santa Casa da Miseri-córdia de Vila Viçosa, Inácio Es-perança encontra ainda tempo para integrar os órgãos sociais da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Viçosa e presidir à Federação de Bombeiros do Distrito de Évora.

Ao nosso jornal conta que chegou “aos bombeiros, há 25 anos, como vogal, a convite do então presidente, Romão Cor-reia Carapinha, quando a asso-ciação tinha vinte mil contos de dívidas”. Volvido um quarto de século, recorda, com natural e inata boa disposição, a sua pri-meira missão “ir ao Banco de Portugal resolver problemas: a associação estava inibida de emitir cheques, tinha um pro-cesso em tribunal de execução fiscal por dívidas à Segurança social a certa de quatro mil con-tos ao posto de combustível”. Nesse tempo nem viaturas existam, por isso, “com che-ques pessoais” tratou de adqui-rir uma ambulância para que o corpo de bombeiros pudesse cumprir a sua missão.

“Durante 10 anos nunca fui a uma reunião de federação”

Recorda que nessa época “uns 20 bombeiros, três funcio-nários e duas ambulâncias” tentavam dar resposta às popu-lações do concelho, ainda que com pouquíssimas condições “numa garagem do antigo Cine-ma Calipolense, na Rua Florbela Espanca, com 10 metros de frente e 30 de comprimento,

um chuveiro e sem camarata feminina”.

Depois de “casa arrumada”, dirigentes e bombeiros já po-diam dar ao espaço ao sonho e o novo quartel, à séria, tornou--se uma aspiração coletiva. Não obstante “dois projetos falha-dos” e quase uma década de avanços e recuos, em 2005 ar-rancou o processo para a cons-trução das instalações-sede. Em 2009, o então ministro da tutela, Rui Pereira, presidia à inauguração do complexo ope-racional orçado em 1.4 milhões de euros, que permitiu, final-mente, dar condições de traba-lho e de conforto às mulheres e homens que integram o efetivo.

A ligeireza com que Inácio Esperança, aparentemente, (re)visita o passado não escon-de a dificuldades em erguer uma instituição e sobretudo mantê-la de pé, até porque são grandes e sobejamente conhe-cidos os constrangimentos des-tas organizações da sociedade cível, ainda que tenham como fim – primeiro e único – servir. Trabalho, trabalho, trabalho é o único segredo das associações humanitárias e corpos de bom-beiros, que, apesar de todas as vicissitudes, têm ao longo de muitos anos conseguido supe-

INÁCIO ESPERANÇA – PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO

“O total desincentivo aoÉ, e assume-o, uma figura interventiva nos fóruns do setor, talvez, porque acumule o

saber de mais de duas décadas de estreita ligação, mas não de acomodação, ao mundo

dos bombeiros onde entrou pelo quartel dos Voluntários de Vila Viçosa que o

acabaram por conduzir à presidência da Federação de Bombeiros dos Distrito de

Évora, há já uma década.O professor Inácio Esperança, soma responsabilidades em várias outras

instituições a que juntou, há pouco mais de um ano, a missão de presidente de junta de

freguesia.Não sobra tempo numa vida cheia, mas,

certamente, satisfação do dever cumprido, ainda que seja este um exigente exercício

de cidadania.

Texto: Sofia Ribeiro

Fotos: Marques Valentim

rar os desafios de um setor em contante mudança. Em Vila Vi-çosa não é diferente, foi neces-sário mesmo criar algumas fon-tes de receita para custear a atividade do corpo de bombei-ros, nomeadamente um restau-rante e um posto de lavagem de viaturas, que não sendo um grande negócio, garantem “têm alguma sustentabilidade”.

“No passado [a federação] limitava-se a fazer representações em festas”

É desta forma que o hábil di-rigente associativo de Vila Viço-sa chega à presidência da Fede-ração dos Bombeiros do Distrito de Évora, órgão, que curiosa-mente, confidencia, nunca lhe havia despertado qualquer inte-resse.

“Durante 10 anos nunca fui a uma reunião de federação, con-tudo em 2007 ou 2008 achei que devíamos participar nestes en-contros distritais, comecei então a entender a importância de es-tarmos representados, no fundo percebi que a união podia fazer

a diferença”, refere, dando conta de um primeiro convite para o conselho fiscal, depois para pre-sidente, cargo que cumpriu du-rante três mandatos e que devia já ter deixado “porque os esta-tutos impõem a limitação do nú-mero de mandatos”, mas, reve-la, foi forçado a prolongar, pois na realidade, “não apareceu ou-tra lista”. Afirma-se sem proble-ma como a “solução de recurso, necessária porque existiam pro-cessos pendentes concursos pú-blicos, com o hospital de Évora, envolvendo verbas de mais de três milhões de euros”, no âmbi-to de um consórcio dos bombei-ros dos distritos de Évora, Beja e Portalegre que, há já alguns anos, no pico de uma das várias crises do setor, permitiu assegu-rar e segurar o transporte de doentes não urgentes.

“No passado [a federação] li-mitava-se a fazer representa-ções em festas. Enquanto isso as empresas de transporte de doentes prosperavam, em Évo-ra. Se esse era um bom negó-cio, porque é que os bombeiros definhavam?”, uma questão en-tre muitas outras que levaram o presidente e a sua em equipa em procurar soluções em colo-car a “federação a fazer coisas em prol de todos”.

“Não sou daqueles que lamentam o que não tenho. Na verdade, temos que gerir o que há”

A propalada falta de recursos humanos no Alentejo, parece não ser “dor de cabeça” para o presidente da federação de Évora. O distrito pode contar

com pouco mais de 730 os bombeiros, um número que Inácio Esperança, não questio-na ou lamuria:

“São os possíveis à nossa di-mensão, afinal somos 150 mil alentejanos. Não sou daqueles que lamentam o que não têm. Na verdade, temos que gerir o que há”, dispara, sendo certo que não ignora o menospreza a falta de voluntários nos quar-téis.

“O total desincentivo ao vo-luntariado é culpa de todos, deixámos que nos tirassem re-galias. Agora nada mais há a fa-zer do que repensar no que dar aos mais jovens, para que ve-nham para os bombeiros”, diz, considerando que essa oferta deverá ter em linha de conta “as novas tecnologias de infor-mação, o ingresso no ensino superior ou acesso cursos mé-dios, bens públicos e sociais”.

“A ENB já deveria ter evoluído, há anos, para o ensino superior”

“Porque é que os bombeiros e as instituições do setor não têm uma instituição de ensino supe-rior?”, indaga, para, no imedia-to, defender que “a Escola Na-cional de Bombeiros (ENB) já deveria ter evoluído, há anos, para o ensino superior”, denun-ciando “a proliferação de uni-versidades e institutos superio-res públicos, com cursos sem qualidade, sem gente sem co-nhecimentos”. Bem ao seu esti-lo, vai mais longe:

“Estão a vender cursos feitos à medida e às necessidades, dos comandantes operacionais distritais, de presidentes disto

ou daquilo… servem para o que servem. Os bombeiros têm de ter uma instituição de ensino superior que forme os seus quadros – que os outros te-nham, tudo bem – mas nós te-mos de ser líderes, dar cartas. As sobras, se existirem, podem ficar para as escolas superiores. Já digo isto há anos, falta dar este salto, mas ainda há tempo. Esta é uma questão essencial para o futuro dos bombeiros”.

Alinhado com as grandes rei-vindicações da Liga dos Bom-beiros Portugueses (LBP), o presidente da federação de Évora, exige para os bombeiros “uma estrutura financeira autó-noma, com o dinheiro que é transferido para Autoridade Na-cional de Proteção Civil (ANPC), que permitiria satisfazer as ne-cessidades em questões funda-mentais como a formação e reequipamento e as obras nos quartéis”.

É desta forma, direta e sem muitos filtros que Inácio Espe-rança se assume como um dos proeminentes presidentes de federação, participativo e muito interventivo, com um profundo conhecimento dos dossiers, te-mas e matérias. Embora a sua postura e frontalidade lhe cus-tem alguns debates mais acalo-rados, nos momentos mais difí-ceis para o setor, o presidente da federação, faz questão de estar do lado da solução, de não se agarrar muito ao proble-ma.

A presença assídua em todos os fóruns dos bombeiros de Portugal, não o impede de cola-borar ativamente com a Santa Casa da Misericórdia de Vila Vi-çosa, onde assume funções de presidente da mesa da assem-bleia ainda, assim, com gran-

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19OUTUBRO 2018

| O DISTRITO EM NÚMEROS |Corpos de Bombeiros

Voluntários 14Municipais 0

Companhia de Bombeiros Sapadores 0

TOTAL 14

Meios HumanosBombeiros Quadro Ativo 703Elementos Quadro Comando 33

TOTAL 736

Equipas de intervenção permanente (EIP)Constituídas 7Em processo de constituição 0

Emergência MédicaPostos de Emergência Médica (PEM) 14

Realizou-se no dia 12 de outubro, nas instalações dos Voluntários de

Évora a cerimónia de receção de mais de 30 bombeiros, no âmbito chega de uma escola conjunta do distrito de Évora, que decorreu entre 18 novem-bro de 2017 e 30 de junho de 2018.

Os novos bombeiros de 3.ª vão re-

forçar quartéis de Alandroal, Arraiolos, Estremoz, Évora, Portel, Redondo, Re-guengos de Monsaraz, Vendas Novas, Viana do Alentejo e Vila Viçosa.

A sessão, presidida pelo edil de Évo-ra, Carlos Pinto de Sá, contou, ainda, com as presenças de autarcas dos mu-nicípios de Portel, Redondo, Vendas

Novas e Viana do Alentejo; o presiden-te da Federação dos Bombeiros de Dis-trito de Évora, Inácio Esperança; o Co-mandante Operacional Distrital, José Ribeiro; e ainda representantes das direções das associações humanitárias e dos comandos e familiares dos bom-beiros.

Para além da imposição de divisas e entrega de capacetes, foram ainda atribuídas duas menções honrosas – camaradagem e solidariedade – e pré-mios de mérito aos três primeiros clas-sificados da recruta.

Em declarações ao jornal Bombeiros de Portugal, Inácio Esperança assinala

que esta “escola conjunta, que resul-tou da vontade e empenho dos coman-dos e das direções, permitiu promover o espírito de solidariedade e de entrea-juda entre os operacionais do distrito, bem como aperfeiçoar e uniformizar os conteúdos da formação para ingresso na carreira de bombeiro”.

ÉVORA

Escola conjunta garante mais três dezenas de bombeiros

DE BOMBEIROS DO DISTRITO DE ÉVORA

voluntariado é culpa de todos”

des responsabilidades e muitos projetos que deseja ver concre-tizados, “em breve”.

“Os balanços fazem-se no fim”

A política está também muito presente na vida de Inácio Espe-rança, que começou nas lides partidárias ainda muito jovem, militou no Partido Social Demo-crata que representeou como vereador na Câmara Municipal de Vila Viçosa. Afastou-se do partido para criar o Movimento de Unidade dos Cidadão do Con-celho de Vila Viçosa (MUC) tendo concorrido à presidência da au-tarquia e à assembleia municipal que não ganhou. O ano passado e, “por exclusão de partes” aca-bou por avançar numa candida-tura à pequena freguesia de Par-dais, um feudo socialista há mais de 40 anos, mas que o in-dependente Inácio Esperança, conseguiu conquistar.

O presidente da junta fez questão de receber o Jornal Bombeiros de Portugal em Par-

dais para dar conta de alguns seus dos projetos e ideias para uma freguesia que, em apenas um ano, ganhou novo ritmo.

Embora sempre vá dizendo que “os balanços fazem-se no fim”, sempre reconhece que o seu projeto é concretizável, leia-se que as promessas feitas aos fregueses são todas para cumprir e algumas até já são uma realidade, nomeadamente o centro de dia para idosos, a junta de porta aberta o dia in-teiro e disponibilizando uma sé-rie de serviços, incluindo um terminal Payshop. A autarquia, também, assinou a organização do I Festival da Laranja, um produto premium da região e que era de certa forma desvalo-rizado. Este certame, conforme explica o presidente da junta permitiu, na realidade, promo-ver todos os produtos da terra, alto a que Inácio Esperança até porque é, também, agricultor.

A ideia agora passa por po-tenciar o agroturismo que per-mitirá aliar a ruralidade ao edi-ficado, “coisas muito giras, de

aldeia” que importa potenciar, nomeadamente, “o Palacete dos Infantes de Lacerda, Quinta de Cima, Quinta dos Passos”.

Os grandes projetos, pelos menos os de maior notoriedade ou visibilidade, estão ainda por concretizar, mas o presidente da junta acredita que que a es-tação de tratamento de águas residuais (ETAR) e a praça de touros – a “menina dos olhos” do ex-forcado e aficionado de sempre –, são obras que podem ser concretizadas em breve.

Professor do ensino secundá-rio, leciona filosofia e psicologia no ensino secundário, e esta sim é a sua principal atividade de Inácio Esperança, a profis-são que iniciou com apenas de 21 anos, e que garante, 30 anos depois, não descurar um só momento, porque, certa-mente, a exerce com total en-trega, com a mesmo com que afinal faz tudo na vida, ainda que reconheça que tanta ativi-dade tem um preço alto que a família, mulher e filhas, cobram todos os dias.

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20 OUTUBRO 2018

Mais de duas centenas e meia de bombeiros, volun-

tários e profissionais – munici-pais, sapadores e privativos –, de norte a sul do País e um total de 25 equipas, participaram, nos dias 20 e 21 de outubro, na Ribeira do Porto, na 6.ª edição da prova Bombeiro de Ferro.

A competição, que este ano bateu recordes de participação, premeia os melhores classifica-dos, individuais e por equipas, avaliados pelo tempo gasto e pela destreza técnica.

Assim sendo, Telmo Matias, do Aeroporto Humberto Delga-do, e Lucília Ribeiro, dos Bom-beiros Voluntários da Póvoa de

Varzim, foram os vencedores na prova individual, quanto os Sa-padores do Porto (masculinos), e os Voluntários de Freamunde (femininos), conquistaram o primeiro lugar por equipas.

Ana Teixeira, Ana Lúcia Go-mes, Andreia Silva, Lúcia Costa e Sara Neto, dos Bombeiros de Freamunde participaram pela segunda vez nesta prova que “exige muita força de braços e é muito direcionada a homens” como assinala Ana Teixeira, la-mentando a ainda pouco ex-pressiva participação feminina neste tipo de competições.

Segundo a promotora, a Fe-deração de Bombeiros do Dis-

trito do Porto, esta iniciativa de âmbito nacional e com crescen-te êxito pretende “dar a conhe-cer à população em geral, num ambiente de espetáculo, algu-mas das atividades desenvolvi-das no dia-a-dia dos bombei-ros, destacando a condição téc-nica e psicológica inerentes ao desempenho das suas mis-sões”.

“A prova é realizada num ambiente controlado e compe-titivo, em que os bombeiros, lado a lado, envergando o equi-pamento de proteção indivi-dual, incluindo os aparelhos respiratórios, realizam uma sé-rie de tarefas ilustrativas do

seu quotidiano, designadamen-te subir a estruturas verticais, elevar material, montar de li-nhas de mangueira, resgatar vítimas, transpor obstáculos, transportar equipamentos, ta-refas cumpridas por estes ho-mens e mulheres que numa luta física e mental correm con-tra o tempo”, descreve a mes-ma fonte.

Na prova participaram um total de 257 bombeiros e 25

equipas em representação dos sapadores do Porto, Setúbal, Gaia e Lisboa, Aeroporto de Faro e os privativos da Somin-cor e ainda dos voluntários de Moreira Maia, Fão, Valongo, Condeixa, Póvoa do Varzim, Valença, Mortágua, Lourinhã, Ermesinde, Areosa Rio Tinto, Aguda, Matosinhos Leça, Bras-femes Alhandra e Freamunde. Testaram os seus limites vários outros bombeiros de outros

pontos do País, mas, apenas, na competição individual.

Está uma vez mais de para-béns a Federação dos Bombei-ros do Distrito do Porto pelo su-cesso crescente, a autarquia portuense pelo apoio concedido à iniciativa que já mobiliza cen-tenas de pessoas, entre partici-pantes e o staff de apoio que, este ano, ascendeu a uma cen-tena de voluntários.

BP com Verdadeiro Olhar

PORTO

Mais de 250 testam limites na prova “Bombeiro de Ferro”

Uma equipa dos Municipais da Figueira da Foz arrecadou o 1.º

prémio na modalidade de trauma, no campeonato do mundo, que este ano se realizou, de 20 a 27 de outubro, na Cidade do Cabo, África do Sul.

Portugal esteve representado no Campeonato do Mundo de Trauma e Desencarceramento com equipas do Regimento de Sapadores de Bombeiros de Lisboa (trauma e desencarceramento), Bombeiros Municipais da Figueira da Foz (trauma e desencarceramen-to), Batalhão Sapadores Bombeiros Porto (trauma) e os Vo-luntários da Praia da Vitória (trauma) e de Cacilhas (desen-carceramento).

CAMPEONATO DO MUNDO DE TRAUMA

E DESENCARCERAMENTO

Figueira vence na África do Sul

Os Bombeiros de Águas de Moura inicia-ram uma formação que visa a integra-

ção de recrutas para as carreiras de bom-beiro e de bombeiro especialista. Esta ação, que antecede a formação de ingresso na carreira de bombeiro, tem como objetivo de proporcionar aos formandos de “uma inte-gração orientada, objetiva e supervisionada da vivência diária num quartel”.

São 12 os candidatos a cumprir uma for-mação de 25 horas assente na história dos Bombeiros de Águas de Moura; na organi-

zação dos bombeiros portugueses; no re-gulamento interno e regras de funciona-mento; comunicações; veículos e equipa-mentos; condução de veículos; femonolo-gia da combustão e extintores; noções de emergências médicas e exame da vítima; técnicas de trauma e suporte básico de vida e desfibrilhação automática externa (SBV DAE).

Segundo o comando de Águas de Moura “a componente de utilização de extintores e suporte básico de vida tem o objetivo adi-

cional de garantir que todos os elementos que utilizam um “uniforme de bombeiro”, possam atuar numa situação de emergên-cia, apesar de ainda não o serem”.

ÁGUAS DE MOURA

Quartel procura recrutas

Os Voluntários de Ovar iniciaram, recentemente, um conjunto de

formações na área do Pré-Hospita-lar. Desta forma os operacionais vão poder adquirir e ou atualizar conhecimentos fundamentais para o desempenho da sua missão na assistência a vítimas de acidente ou de doença súbita.

Os cursos, todos com acredita-dos pelos Instituto Nacional de Emergência Medica (INEM), estão a ser realizados em parceria com a Escola Nacional de Bombeiros, Associação Formar para Salvar e Foramplus, abrangen-do áreas fulcrais como Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa; Tripulante de Ambulâncias de Socorro

(TAS), Tripulante de Ambulância de Trans-porte (TAT); Recertificação TAS.

Estão envolvidos nestas ações um total de 22 bombeiros distribuídos pelas seguin-tes formações.

Em comunicado o comandante dos Bombeiros de Ovar, João Mes-quita, faz questão de deixar pala-vras de “elevada gratidão a todos estes homens e mulheres que de forma altruísta e totalmente volun-tária se preocupam em manter os saberes técnico-científicos atuali-zados na área da Emergência Mé-dica garantindo que o melhor so-corro seja proporcionado às popu-lações”, da mesma forma que tor-na público “o reconhecimento e o

apreço à direção desta associação humani-tária, incansável no apoio à realização destas ações de formação, fundamentais para o melhor desempenho da missão dos bombeiros”.

OVAR

Mais de 20 em formação

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21OUTUBRO 2018

A Associação Humanitária dos Bombeiros dos Estoris realizou a sua terceira gala solidária para cuja concretização contou com

a colaboração de Henrique Feist e o apoio da Arfeist e um grupo de bombeiros em que se inclui Filipe Cachopas, na organização desde a primeira edição.

O sucesso dos eventos anteriores, quer em receita a favor da instituição, quer na adesão de público, voltou a repetir-se nesta edição.

O Salão Preto e Prata do Casino Estoril encheu-se e os artistas que se disponibilizaram para atuar fizeram a festa plena.

Para o presidente da direção, Vítor Paula Santos, “esta foi uma das melhores associações de bombeiros do país, também financei-ramente”, mas devido a mudanças conjunturais “os investimentos na associação que foram bem feitos não se mostraram suficiente-mente rentáveis para agora estarmos confortáveis financeiramen-te”.

“Não culpamos ninguém – adianta o dirigente – uma vez que todos os investimentos tiveram o objetivo de ter a corporação de bombeiros bem equipada e bem motivada”.

A associação, que emprega 90 profissionais, 33 deles no corpo de bombeiros, tem 70 voluntários.

A alienação das atuais instalações operacionais e a sua edifica-ção de raiz noutro local é, agora, o grande projeto que se preparam para assumir.

ESTORIL

Promovida terceira gala solidária

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A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Queluz comemorou o

seu 97.º aniversário com a inauguração de quatro novas viaturas a apresentação de ou-tra cujo carroçamento estará completo até ao final do ano, com a condecoração do oficial bombeiro superior do quadro de honra, Artur Neves, com o cra-chá de cidadania e mérito da Liga dos Bombeiros Portugue-ses (LBP). A distinção foi-lhe entregue pelo presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, a convite do pre-sidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares.

Na oportunidade, o presiden-te da LBP sublinhou que “o principal parceiro dos bombei-ros é o poder local a substituir o poder central em muitas res-ponsabilidades que caberia ao segundo cumprir”.

Referindo-se aos diplomas que o Conselho de Ministros terá aprovado e que dizem res-peito aos bombeiros o coman-dante Jaime Marta Soares acu-sou “a mágoa profunda com a injustiça que estão a fazer aos bombeiros” e adiantou que es-sas decisões atentam contra a posição “aberta, franca e dis-

ponível demonstrada pela LBP para resolver os problemas, que a atitude do Governo vem por em causa, sem ter em con-ta as propostas que apresentá-mos e pondo em causa a esta-bilidade de um diálogo que ví-nhamos mantendo”.

O presidente da Câmara Mu-nicipal de Sintra, Basílio Horta, foi também distinguido pela Associação com a medalha de serviços distintos ouro, e o ve-reador Domingos Quintas com a medalha de ouro.

A cerimónia contou ainda com as presenças, do vice-pre-sidente da Federação de Lis-boa, comandante Manuel Vare-la, o comandante distrital da ANPC, André Fernandes, o vi-

ce-presidente da direção dos Bombeiros Voluntários de An-gra do Heroísmo, Nuno Betten-court, do comandante desse corpo de bombeiros, Vitor Trin-dade, da presidente da Fregue-sia de Queluz e Belas, Paula Al-ves, do presidente da União de Freguesias de Massamá e Mon-te Abraão, acolhidos, pelo vice--presidente da assembleia-ge-ral, Amável Tenera, pelo vice--presidente Gustavo Estevens, na ausência do presidente Ra-miro Ramos a convalescer de doença, e do comandante Hugo Neves.

Decorreu ainda a apresenta-ção de 21 estagiários, cuja pro-moção a bombeiro de 3ª irá de-correr após a realização do

exame distrital, a promoção a subchefe do bombeiro de 1ª André Mendes, e a passagem ao quadro de honra do bombei-ro de 1ª Francisco Oliveira.

Realizou-se também a entre-ga de medalhas de assiduidade da LBP, por 30 anos, ao sub-chefe José Reis, de 20 anos, ao bombeiro de 2ª Luis Marques, de 15 anos, ao bombeiro de 1ª João Carlos Aguilar, de 10 anos, aos bombeiros de 2ª, Bruno Carvalho, Óscar Timóteo, Paulo Duarte, Paulo Ribeiro, Bruno Soeiro, e de 3ª, José Moreira, Felismino Silva e Vanessa Sil-vestre, e por 5 anos, ao bom-beiro de 2ª João Miguel Alves, e aos de 3ª, Ana Filipa Duarte, Tiago Figueira e Rúben Duarte.

A Associação procedeu tam-bém à entrega de medalhas de assiduidade, de 20 anos, ao bombeiro de 2ª Luis Marques e ao de 3ª Paula Soeiro, de prata 1 estrela por 15 anos, ao bom-beiro de 1ª João Aguilar, por 10 anos, aos bombeiros, de 2ª, Paulo Ribeiro, de 3ª Tiago Pe-reira, Vanessa Silvestre, Paulo Canelhas, e à cadete Sara Ro-sado, e por 5 anos, os bombei-ros, de 2ª, João Alves, de 3ª, Emanuel Costa, Cláudia Neves, António José Carmo, Juliano Santos, José Teixeira, André Costa, Ana Catarina Dias, Bru-no Almeida, Fernando Espa-nhol, Inês Matos, Nadiya Trygub, Tiago Araújo, Daniela Felizardo, Carolina Brito, Sara

Valente, Francisco Nicolau, e os estagiários, Francisco Borges e Inês Neves.

Foram também entregues medalhas de assiduidade da Câmara de Sintra, por 20 anos, ao bombeiro de 2ª Luis Mar-ques, e de por 10 anos, aos bombeiros, de 2ª, João Carlos Afoito, Bruno Carvalho, Óscar Timóteo, Paulo Duarte, Paulo Ribeiro, e Bruno Soeiro, e de 3ª, Felismino Silva e Vanessa Silvestre.

A anteceder a sessão solene procedeu-se à inauguração de quatro veículos, um veículo de apoio logístico específico, ofe-recido pela EDP Distribuição, um veículo de transporte de doentes (VDTD), adquirido pela Associação, uma mota para in-tervenção rápida obtida com o apoio das juntas de freguesia, uma ambulância de socorro ob-tida com o apoio do Orçamento Participativo da União de Fre-guesias de Massamá e Monte Abraão.

Foi também anunciada para o final do ano a conclusão do carroçamento de um veículo de combate a incêndios adquirido com o apoio da Câmara de Sin-tra e dos Parques de Sintra--Monte da Lua.

QUELUZ

Artur Neves agraciado com nova distinção honorífica

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22 OUTUBRO 2018

A Divisão de Ferramentas Elétricas Profissionais do Grupo Bosch, empresa

internacional líder no forneci-mento de tecnologia e servi-ços, e a Heavy Rescue Portu-gal, entidade especializada na formação e treino técnico na área da proteção e socorro, realizaram um treino técnico operacional em desencarcera-mento destinado aos bombei-ros portugueses.

Com o objetivo de aplicar a tecnologia e a inovação ao ser-viço de um mais rápido salva-mento de vítimas encarcera-das em diferentes acidentes rodoviários, mais de 30 bom-beiros de várias corporações do país estiveram envolvidos numa formação prática de de-sencarceramento, cujas ma-nobras operacionais foram realizadas com o apoio de fer-ramentas elétricas profissio-nais sem fios, como por exem-plo ferramentas para corte de chapa metálica.

Em cenários reais, os bom-beiros participaram em ações de desencarceramento de aci-dentes rodoviários com veícu-los pesados de passageiros e ligeiros de passageiros, permi-

tindo a atualização do conheci-mento das equipas de salva-mento através do contacto com a mais recente tecnologia disponível a nível de ferramen-tas elétricas profissionais sem fios adequada ao trabalho des-tes profissionais.

Para o trabalho dos Bombei-ros, que requer total rapidez de movimentos e capacidade de ação, foram utilizadas fer-ramentas sem fios. No treino operacional de desencarcera-mento realizado com os Bom-beiros foi usada a mais recente tecnologia da Bosch a nível de baterias de alto rendimento – as baterias ProCORE18V.

As novas baterias ProCO-RE18V da Bosch Ferramentas Elétricas Profissionais de 4,0, 8,0 Ah são as baterias de alto rendimento mais compactas do mercado. A combinação en-tre a nova geração de mate-riais com maior capacidade e o design das baterias com tec-nologia CoolPack otimizada, torna possível um formato compacto com uma emissão de energia superior. Desta for-ma, por exemplo, a ProCo-re18V de 8,0 Ah fornece cerca de 90% mais potência do que

as baterias de 18V convencio-nais. Vantagem para os Bom-beiros: progredir mais rapida-mente no seu trabalho de de-sencarceramento.

Estas baterias, com a tecno-logia CoolPack têm uma vida útil consideravelmente mais longa do que as baterias con-vencionais. Possibilitam a rea-lização de aplicações exigen-tes por um longo período. A dissipação de calor de dentro para fora é maximizada pela interação de vários componen-tes: a carcaça e os dissipado-res térmicos no interior, que envolvem cada elemento por inteiro, são produzidos em po-lietileno de alta densidade. Tanto o material como o de-sign especial, visando maximi-zar a área de superfície, facili-tam uma melhor dissipação de calor. Adicionalmente, a bate-ria foi desenhada sem folgas internas, o que garante que o calor produzido não seja acu-mulado no interior. Os melho-rados conectores de células, em cobre, proporcionam resis-tências mais baixas e mais energia como resultado. A ba-teria possui ranhuras especiais para a dissipação de calor du-

Tecnologia ao serviço do salvamento de vítimasPUB

Bombeiros portugueses

aperfeiçoam técnicas operacionais de

desencarceramento com recurso a

inovadoras ferramentas elétricas

profissionais

As lâminas de serra sabre de carboneto Endurance for Vehicle Rescue asseguram um corte efetivo em

aço de alta resistência. Os seus dentes de carboneto asseguram a máxima eficiência de corte, em opera-ções de resgates e desmontagem de automóveis. A espessura da lâmina (1,35 mm) oferece uma excelen-te estabilidade para corte de metal, enquanto o corpo cónico e o primeiro dente esmerilado com relevo per-mitem cortes de imersão. Os dentes estão soldados a um corpo de aço altamente elástico com tecnologia de carboneto, tornando-a apta até para os materiais mais resistentes. As lâminas têm um comprimento standard de 150 e 225 mm respetivamente.

Carmen Moreno, Bombeira 1.ª dos Voluntários de Algés, afirmou que “a nova serra sabre é uma ferra-menta bastante boa. A lâmina oferece elevada resis-tência, consegue cortar pilares e conseguimos execu-tar trabalhos que habitualmente se fazem com uma tesoura, mas agora de uma forma muito mais rápida e com menos força, graças a estas novas ferramentas”.

Lâminas S 957 CHMe 1157 CHM Endurance Vehicle Rescue

da BoschNuma operação de de-

sencarceramento é necessário assegurar o corte eficaz e rápido de materiais das viaturas. Estas operações de corte acontecem com a ajuda de ferramentas, sendo a Serra Sabre sem fio, GSA 18V-32 Professional da Bosch, um dos principais aliados, pois é compacta, potente e com um nível de vibrações muito redu-zido.

Esta serra está equipada com um punho inovador que permite segurar e manusear con-fortavelmente a ferramenta em diferentes posições, mesmo em trabalhos muito exigentes acima do nível da cabeça ou em locais de difícil acesso, o que acontece precisamente em viaturas sinistradas. O desempenho de corte é também assegurado pela própria lâmina de corte, que deve apresentar uma elevada resistência.

Serra sabre sem fio, GSA 18V-32 Professional

rante o processo de carrega-mento. Esta função de refrige-ração significa que a bateria pode ser carregada muito rapi-damente.

Francisco Rocha, Diretor da Escola Portuguesa de Salva-

mento partilhou a sua opinião sobre as novas baterias, consi-derando que “a performance da nova bateria de 8,0 Ah é excelente. Percebemos que a durabilidade é enorme, pois cortamos imensas coisas, pro-

movemos realmente o desgas-te das máquinas e a bateria aguentou-se com uma perfor-mance alta, exatamente o que precisávamos em termos ope-racionais”.

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23OUTUBRO 2018

Jaime Marta Soares defende uma lei de financiamento do setor com a participação

de “todos os municípios com a mesma percentagem”, até por-que alguns “esquecem” respon-sabilidades em matéria de Pro-teção Civil, isso mesmo o afir-mou na cerimónia comemorati-va do 115.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Tor-res Vedras, que se realizou no 13 de outubro.

Na sessão presidida por Car-los Miguel, antigo edil de Torres Vedras, atualmente secretário de Estado das Autarquias Lo-cais, o presidente da confedera-ção disse, ainda, que a política de descentralização de compe-tências assumida por este Go-verno não poderá colocar em causa o modelo desta organiza-ção.

Jaime Marta Soares fez ques-tão de deixar claro – a propósi-to de uma suposta proposta da nova lei orgânica da Proteção Civil tornada pública nas últi-mas semanas, que a tutela se apressou a descredibilizar –, que os bombeiros jamais acei-tariam a substituição dos co-mandos distritais por estruturas operacionais regionais apoiadas nas comunidades intermunici-pais.

“Não pensem que nos vão in-tegrar nas CIM e fazem de nós o que quiserem”, sublinhou.

Num discurso transversal, o presidente da Liga dos Bombei-ros Portugueses (LBP) voltou a reafirmar o repudio pela forma como é (des)tratado este “exér-cito da paz e da vida”, que, su-blinhou, não pode ser “o bode

expiatório de quem tem as res-ponsabilidades e não as assu-me”, dando como exemplo o mais recente incêndio de Mon-chique, sem esquecer as tragé-dias de junho e outubro de 2017.

“Ninguém está acima da Lei, mas que essa Lei castigue os que devem ser castigados. Não são, certamente, os bombeiros portugueses que tem de estar no banco dos réus”, sustentou Jaime Marta Soares referindo--se, concretamente, aos co-mandantes, agora arguidos no processo “Pedrogão Grande”, e que a confederação não deixará de “defender até ao último limi-te”.

“Os bombeiros são o principal agente de proteção civil, são competentes, são profissionais, são eficazes, servem o País cre-dores do maior respeito das po-pulações, por isso no mínimo, devem ser apoiados”, subli-nhou, para depois declinar “pal-madinhas nas costas” e exigir que os “bombeiros sejam res-sarcidos à dimensão do que dão ao País”.

Duro nas críticas, o dirigente nacional foi mais longe para

lembrar as dificuldades do setor na aquisição dos meios quer nas necessárias intervenções nos quartéis, sem esquecer a burocracia no acesso aos fun-dos comunitários para denun-ciar um orçamento de Estado restritivo para bombeiros, mais generoso para “outros” com “milhões para viaturas, equipa-mentos de proteção individual, para tudo”.

O programa comemorativo do 115.º aniversário da Asso-ciação Humanitária de Bombei-ros Voluntários de Torres Ve-dras, teve como ponto alto a distinção do comandante Fer-nando Barão com Crachá de Ci-dadania e Mérito da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), um galardão recentemente ins-tituído e pela primeira vez en-tregue a um bombeiro com mais de 45 anos de uma carrei-ra marcada pela entrega, o pro-fissionalismo e saber dedicados à causa, curiosamente numa instituição que ostenta o título de associada número 1 da LBP..

Em dia de festa foram ainda agraciados com o crachá de Ouro, pelos 35 anos de bons serviços prestados, o chefe

Eduardo Rodrigues dos Santos, o bombeiro de 1.ª José Anacle-to Rafael e do bombeiro de 2.ª Albano José dos Santos. Foram ainda entregues medalhas de Dedicação, que atestam um percurso de 25 anos, aos sub-chefes Ricardo Martins da Silva, Vítor Gomes de Oliveira, Mário Lourenço Gomes e Vasco Isido-ro Crispim, bem como aos bom-beiros de 1.ª Marco Garcia Teo-doro e aos bombeiros de 3.ª João Roque Santos e Hugo Poli-carpo Lourenço.

Com idênticos entusiasmo e emoção dirigentes, bombeiros, associados beneméritos e ami-gos dos voluntários torrienses deram as boas vindas a oito no-vos bombeiros. Integram este grupo que assegura renovação e reforço do efetivo Beatriz Do-mingos Patrício, António Car-mona Mendes, Aires Vilhena Xavier, Tiago Alves dos Santos, Filipe Conceição Miranda, Filipe Silva Cardoso, Dinis Ricardo Va-lente e Valter Silva Terêncio.

Perante um vasta plateia, fo-ram, igualmente, entregues medalhas de assiduidade da LBP ao bombeiro de 2.ª António Lo-pes Moreira (grau Ouro – 20

anos); aos bombeiros de 2.ª António Cristiano Ferreira, Ema-nuel Ribeiro Santos e Luis Lau-rentino Firmino e os bombeiros de 3.ª Nuno Leonardo Perdigão e Ricardo Dias Crispim (grau Prata – 10 anos), também agra-ciados com a medalha de com-portamento exemplar Prata da associação; e ainda aos bom-beiro de 2.ª Jairo Silva Santos e o bombeiro de 3.ª Leila Vicente Pacheco (grau Cobre – 5 anos).

Também a associação distin-guiu o bombeiro de 2.ª Alexan-dre Napoleão Silva (medalha de Prata Dourada com 1 Estrela de Ouro); os bombeiros de 2.ª Bruno Alves Frasquilho, Ema-nuel Santos e Luis laurentino Firmino (Prata Dourada); o bombeiro de 3.ª Nuno Alexan-dre Santos (Prata), o bombeiro de 2.ª Martina Nobre Antunes e os bombeiros de 3.ª Nuno Leo-nardo Perdigão, Maria Miranda Florindo e Francisco Antunes Reis (Cobre) Direção e co-mando homenagearam publica-mente com a outorga do Prémio Especial de Assiduidade e Pron-tidão os bombeiros de 1.ª José Anacleto Rafael e João Ribeiro Antunes (presença em incên-

dios e os bombeiros de 3.ª Nuno Leonardo Perdigão e Hél-der Gomes dos Santos (serviço de ambulância).

A cerimónia ficou ainda mar-cada pela bênção e inauguração de uma viatura oferecida pela EDP Distribuição convertida e adaptada para reforçar os meios de apoio logístico especí-fico (VALE).

O programa incluiu ainda a romagem ao cemitério, o desfi-le motorizado pelas principais artérias da cidade, a missa so-lene, celebrada na Igreja da Graça. Para a noite de 13 de ou-tubro estava ainda agendado o concerto pela banda da associa-ção, que por questões de segu-rança eminente que estava a chegada da tempestade Leslie foi adiado para dia 19.

Entre muitas outras entida-des civis, militares e religiosas, beneméritos, amigos e familia-res dos bombeiros, marcaram presença na sessão comemora-tiva do 115.º aniversário dos Voluntários de Torres Vedras o padre Vítor Melícias, presidente honorário da Liga dos Bombei-ros Portugueses; D. Daniel Henriques, bispo auxiliar de Lis-boa e antigo prior da cidade, Carlos Bernardes, presidente do município; Pedro Lopes, di-retor nacional de bombeiros, Pedro Araújo, vice-presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa, recebidos pelos presidentes da assem-bleia geral e direção da institui-ção, respetivamente, João Mar-tins e Gonçalo Patrocínio e pelo comandante do corpo de bom-beiros Fernando Barão.

Sofia Ribeiro

TORRES VEDRAS

Liga entrega primeiro cracháde cidadania e mérito

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24 OUTUBRO 2018

Joaquim Rebelo Marinho foi agraciado, no passado dia 27 de outubro, com o cra-

chá de Cidadania e Mérito, sen-do, assim, o primeiro dirigente a receber esta recém-instituída distinção honorífica da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). O galardão foi imposto pelo se-cretário de Estado da Proteção Civil, Artur Tavares Neves, a pe-dido de Jaime Marta Soares na cerimónia que marcou o 41.ª aniversário da Associação Hu-manitária dos Bombeiros Volun-tários do Concelho de Satão e a inauguração do remodelado e ampliado quartel.

O percurso de Rebelo Mari-nho nos bombeiros e para os bombeiros é conhecido e reco-nhecido, não sendo, pois, de estranhar mais esta justa ho-menagem ao homem que abra-çou a causa, em Satão, numa casa onde continua a deixar marca e a que está ligado inin-terruptamente desde 1983. Em mais de 35 anos de uma proe-minente carreira associativa, o ainda presidente da assembleia geral desta instituição, cumpriu muitas outras missões, nomea-damente no Serviço Nacional de Bombeiros e também na Es-cola Nacional de Bombeiros que acabaram por catapultá-lo para uma (quase) inevitável candi-datura à presidência do conse-lho executivo da Liga dos Bom-beiros Portugueses. Enfrentou por duas vezes Jaime Marta Soares, – em 2011, na Régua e em 2014, em Coimbra – mas, em ambos os confrontos, o

atual presidente da confedera-ção levou a melhor, contudo Re-belo Marinho continua a ser uma figura de destaque no se-tor, nomeadamente, nas redes sociais, onde tem uma presen-ça ativa e interventiva.

Ainda que o dia fosse de fes-ta, o homenageado na pele diri-gente, não escondeu preocupa-ções num futuro incerto para o setor, mais ainda, quando mu-danças se anunciam.

Na mesma linha, Jaime Marta Soares, sempre crítico, não dei-xou de apontar o dedo “a uns super inteligentes, a criações como a AGIF [Agência para a Gestão Integrada de Fogos Ru-rais], todos parte de um lobby corporativista que, ao longo dos anos, não foram capazes de fa-zer nada e, agora, já fazem tudo, até trazem peritos de todo o lado para nos virem dizer em inglês o que nós já sabemos em português. Esta é a realida-de do momento”.

E porque novos desafios se avizinham, o presidente da con-

federação lembrou e avisou que “mesmo que por aí venham ventos de desgraça os bombei-ros estão preparados para os enfrentar, até porque nunca se deixarão subjugar seja por quem for”.

Jaime Marta Soares subli-nhou depois que “as decisões do conselho de ministros con-trariam em muito acordos esta-belecidos com o ministro da Ad-ministração Interna e o secre-tário de Estado da Proteção Ci-vil e demonstram, claramente, que o primeiro ministro quer terminar a reforma que come-çou em 2003 [quando desem-penhava as funções de ministro da tutela]” considerando que António Costa ou “não apren-deu nada e, por isso continua a insistir no erro ou então não gosta mesmo dos bombeiros portugueses”.

Apesar dos reptos lançados em tom de desafio por Jaime Marta Soares, o secretário de Estado, Artur Tavares Neves, que presidiu à cerimónia, não

fugiu ao discurso de todos os números, da obra feita e reite-rou a importância e a relevância dos bombeiros enquanto “prin-cipal estrutura da proteção ci-vil”, ainda que, depois, tenha acabado por ceder às pressões para garantir que a Liga dos Bombeiros Portugueses será chamada a pronunciar-se sobre “cinco dos oito diplomas apro-vados em conselho de minis-tros”, até porque carecem de “consulta obrigatória”, esclare-cendo que os “documentos fo-ram aprovados na generalida-de, condicionados a correções”.

Os Voluntários de Satão dis-põem agora, 30 anos depois da inauguração do quartel, de ins-talações, devidamente funcio-nais e operacionais para res-ponder às necessidades do cor-po de bombeiros. A empreitada de ampliação e requalificação, que demorou um ano a concluir, está orçada em 500 mil euros e resulta de uma candidatura a fundos do Programa Operacio-nal Sustentabilidade e Eficiên-cia (PO SEUR), complementa-dos com verbas da Câmara Mu-nicipal de Sátão e da associa-ção.

Neste dia foram ainda inau-guradas e benzidas uma dezena de viaturas operacionais adqui-ridas ao longo a última meia dúzia de anos para as mais di-versas valências.

No âmbito desta do 41.º ani-versário da Associação Humani-tária dos Bombeiros Voluntários do Concelho de Satão, a Liga dos Bombeiros Portugueses

premiou, ainda, com a medalha de serviços distintos, no grau ouro, décadas de trabalho e a entrega à causa do presidente da direção da instituição Sera-fim Machado de Almeida, do vi-ce-presidente, Alberto Gomes Pina, do vice-presidente da as-sembleia geral, Leonel Lopes Pina e do 1.º secretário da as-sembleia geral Serafim Macha-do Costa.

Na ocasião foram ainda agra-ciados o subchefe António dos Santos com a medalha de al-truísmo e Dedicação; os sub-chefes Maria de Sousa e Ama-deu Morais e ainda o bombeiro de 2.ª David Alves com a meda-lha de assiduidade dourada (25 anos). Ouro também, por 20 anos de serviços prestados, para o 2.º comandante Bruno Costa, subchefes Manuel Almei-da, Filipe Silva e Ernesto Pache-co, bem como para os bombei-ros de 1.ª Carlos Marinho, Má-rio Pina e o bombeiro de 2.ª Manuel Dias. Por 15 anos de entrega à causa foram conde-corados o comandante Carlos Pereira de Sousa, o adjunto de comando Tiago Rebelo Marinho, os bombeiros de 1.ª Marco Go-mes e Carlos Correia os bom-beiros de 2.ª Eduardo Correia Almeida, José Gonçalves, Hél-der de Albuquerque, Cristopher Silva, Mikael Silva, António Nu-nes, Maria Helena Martins e os bombeiros de 3.ª Bruno Olivei-ra, Paulo Sousa Pina, David Fi-gueiredo, Dominique Rey e Marceano Ferreira. Receberam a medalha de assiduidade pra-

teada (10 anos) os bombeiros de 2.ª Carlos Santos, Teresa Rodrigues, José Figueiredo, An-tónio Sérgio e Nuno Nunes e a bombeira de 3.ª Diana Almeida. Receberam a medalha de cobre (5 anos) os bombeiros de 3.ª Emanuel Silva, Márcia Oliveira, Maria Teresa Ferreira, Rute Al-meida, Elisabeth Rey, Cláudio Gaspar, Jorge Gonçalves, Fábio Almeida, José Costa, Ricardo Gonçalves e Diogo Costa.

Foram igualmente condeco-rados com a medalhas de assi-duidade, no grau ouro, os diri-gentes Alberto gomes Pina e Manuel Lopes (25 anos), Sera-fim Machado Almeida, e Antó-nio Figueiredo de Pina (20 anos), José Coelho, Armando Ribeiro da Cunha e Silvério Ro-drigues (15 anos). Foram ainda entregues medalhas prateadas a João Sousa, Rui Manuel Pina, Albano Figueiredo e Joaquim Machado (10 anos).

Associaram-se a este mo-mento de festa, entre outras entidades civis, militares e reli-giosas, amigos e familiares dos bombeiros, os presidentes da assembleia e da câmara muni-cipais de Satão, respetivamen-te, Eugénia Maria Duarte e Pau-lo Lopes dos Santos; o presi-dente da Federação de Bombei-ros do Distrito de Viseu, José Amaro Nunes; o vice-presiden-te da LBP, comandante José Re-queijo; o comandante operacio-nal distrital (CODIS), Miguel Ângelo e David e pároco de Sá-tão, José Cardoso Almeida.

Sofia Ribeiro

SATÃO

Liga homenageia Joaquim Rebelo Marinho

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25OUTUBRO 2018

Tiveram lugar, no passado dia 21 de outubro, as co-memorações do 78.º ani-

versário dos Bombeiros Munici-pais de Alcanena, com um pro-grama que teve início às 9h, com o içar da bandeira no quartel dos Bombeiros Municipais de Alcane-na, a que se seguiu a tradicional romagem ao cemitério. A rece-ção a entidades oficiais e convi-dados decorreu a partir das 10:30h, no quartel, após o que teve lugar a bênção da nova am-bulância INEM (ABSC-04), pelo pároco de Alcanena, Carlos Mi-guel.

Seguiu-se, no Cineteatro São

Pedro, a sessão solene, que con-tou com um momento musical a cargo da pianista Marta Menezes e que integrou a atribuição de condecorações a 13 bombeiros da corporação, assim como a atribuição do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses a ao chefe Carlos Fernando Rui-vo dos Santos e aos bombeiros de 1.ª, Victor Manuel de Oliveira e António José Jorge Oliveira.

As medalhas de assiduidade da Liga dos Bombeiros Portu-gueses (LBP) foram atribuídas ao subchefe Ricardo Jorge Dias Condinho, ao bombeiro de 1.ª Carlos Miguel Batista Fernando,

aos bombeiros de 2.ª, Tiago Carvalho Dias, Vanda Varela Deus Gil e Vera Lúcia Henriques Branco, e às bombeiras de 3.ª, Verónica Henriques Ferreira, Lí-gia Maria Costa Santos e Carla Alexandra Varela Nobre Ramos (20 anos - grau Ouro); aos bombeiros de 2.ª, Filipe Miguel Lopes Silva, Sofia Isabel Oliveira Frazão e Marco Paulo Santos Ra-fael (15 anos); às bombeiras de 3.ª, Raquel Alexandra Anacleto e Tatiana Figueiredo Vieira (5 anos – Cobre).

A sessão comemorativa con-tou com as intervenções da pre-sidente da Câmara Municipal de

Alcanena, Fernanda Asseiceira, do presidente da Assembleia Municipal de Alcanena, Silvestre Pereira, do representante da Liga dos Bombeiros Portugue-ses, comandante Adelino Go-mes, e do comandante dos Bom-beiros Municipais de Alcanena, Jorge Frazão.

Marcaram, também, presença nas comemorações, os vereado-res Maria João Gomez, Luís Pires e Hugo Santarém; os coman-dantes do Destacamento Territo-rial da Guarda Nacional Republi-cana (GNR) de Torres Novas, te-nente Pedro Antunes, e do Posto Territorial de Alcanena, 1.º sar-

gento Patrícia Fernandes; o co-mandante do Grupo de Inter-venção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, 2.º sargento João Mendes; os presidentes da União das Freguesias de Alcane-na e Vila Moreira, António Frazão Silva, da junta de freguesia de Bugalhos, José Luis Ramos, da Junta de Freguesia de Moitas Venda, Álvaro Capaz Gonçalves, da Junta de Freguesia de Mon-santo, Samuel Frazão, a presi-dente da União das Freguesias de Malhou, Louriceira e Espi-nheiro, Lina Louro, o secretário da Junta de Freguesia de Minde, Alexandre Pires, a presidente da

Assembleia de Freguesia e a se-cretária da União das Freguesias de Alcanena e Vila Moreira, Ana-bela Constantino e Ermelinda Duarte, respetivamente; o co-mandante dos Bombeiros Volun-tários de Minde, Sérgio Henri-ques, assim como elementos das direção e do comando de outros corpos de bombeiros do distrito de Santarém.

Terminada a sessão teve lugar o já habitual desfile de viaturas e, a fechar o programa de come-morações do 78.º aniversário dos Municipais de Alcanena, o almoço convívio, no quartel dos bombeiros.

ALCANENA

Municipais comemoram 78.º aniversárioFo

tos:

CMA

lcane

na

Na sequência do desenvolvimento de várias iniciativas, permitiram à As-

sociação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Lixa efetuar “um forte investimento na renovação da frota” o que aliás ficou evidenciado nas como-rações do 129.º aniversário da institui-ção que tiveram um dos momentos al-tos a inauguração e bênção de quatro novas viaturas.

O “Cantar dos Reis”, um rally paper, um magusto e uma caminhada e corri-da solidárias, o quartel aberto à comu-

nidade e a 9.ª Festa do Churrasco per-mitiram angariar apoios, mas também estreitar os laços com a população.

Estas iniciativas, segundo o coman-dante Vítor Meireles, foram “fruto de uma inegável dedicação e amor à cau-sa foram realizadas pelos nossos bom-beiros, que além da singular particula-ridade de serem inteiramente da sua realização, foram de uma competência assinalável, traduzindo-se num suces-so inacreditável quer pelas receitas obtidas, e também pela dignidade e

engrandecimento do Corpo de Bom-beiros, sem nunca esquecer o aproxi-mar da população a esta causa que é de todos nós”. Esta proximidade, se-gundo o mesmo responsável, “permi-tiu à comunidade um conhecimento mais profundo da realidade da institui-ção”.

Em dia de festa foram apresentadas à população duas ambulâncias de so-corro (ABSC) dotadas do mais moder-no equipamento, incluindo dois DAE Lifepak 1000 – um deles simbolica-

mente oferecido pelo grupo de pere-grinos de Figueiró que os Voluntários da Lixa todos os anos acompanham até Fátima). Uma destas viaturas foi oferecida, na totalidade, por benemé-ritos da cidade, a família Mesquita, e a outra teve “importante comparticipa-ção” de uma empresa local.

Os Bombeiros da Lixa aguardam, ainda, a chegada ao quartel de mais uma ABSC, resultante do protocolo com o INEM, bem como uma viatura dedicada ao transporte de doente

(VDTD) indispensável para “suprimir as necessidades de serviço”.

“Com dedicação, motivação, entre-ga visão, talento, diálogo, sempre em equipa podemos transformar o traba-lho, a empresa, a comunidade e contri-buirmos para uma sociedade melhor e mais justa, porque os objetivos alcan-çam-se em equipa e a probabilidade de os atingir aumenta substancialmente quando todos fazem parte da constru-ção da solução”, sublinhou na oportu-nidade o comandante Vítor Meireles.

LIXA

Aniversário culmina programa de iniciativas

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26 OUTUBRO 2018

A inauguração da ampliada e requalificada unidade operacional constituiu o

momento maior das comemo-rações do 36.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Fa-jões, que decorrem no passado dia 14 de outubro, sem a pre-sença dos soldados da paz, os da casa e os convidados, todos chamados a combater um in-cêndio numa unidade industrial no concelho de Oliveira de Aze-méis, mas que uma pronta e musculada intervenção permi-tiu, rapidamente, debelar. Re-giste-se que nessa noite o fura-cão Leslie já tinha colocada à prova a prontidão e capacidade de resposta dos bombeiros, que, mais uma vez, estiveram na primeira linha no apoio às populações.

A ocorrência que mobilizou cerca de 80 operacionais e evi-denciou a ação e a missão dos bombeiros, mesmo que o dia fosse de festa, não ensombrou a cerimónia presidida pelo se-cretário de Estado da Proteção Civil, Artur Tavares Neves, que, tão a propósito, voltou a salien-tar e a elogiar o trabalho dos bombeiros de Portugal, não apenas no combate aos incên-dios, quer sejam urbanos, in-dustriais ou rurais, mas em inú-meras outras missões e nos mais complexos teatros de ope-rações.

“Os bombeiros são para nós Governo a estrutura pilar, a co-luna vertebral do sistema de proteção civil em Portugal, são o principal agente de proteção civil, pelo que qualquer investi-mento nos bombeiros, além de justo é uma aposta direta e ga-nha no sistema nacional de pro-teção civil ”, afirmou dando con-ta do relançamento do setor quantificado em “42 milhões de euros com recurso ao fundo do Programa Operacional Susten-tabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR)”, verba que subsidiou intervenções em 69 quartéis, orçadas em mais de 31 milhões de euros, e a aquisi-ção de 58 viaturas operacionais de combate a incêndios, orça-das em 11 milhões. Ainda as-sim, garantiu que “o Governo pretende manter o investimen-to na melhoria da operacionali-dade em 2019, com financia-

mento muito significativo para equipamentos”.

Apesar do ambiente festivo Jaime Marta Soares não poupou Artur Tavares Neves, a quem re-lembrou algumas das questões que estão na ordem do dia de um setor que continua, expec-tante, a aguardar várias refor-mas.

“Não tenho dúvida nenhuma que os bombeiros são a força maior em Portugal e que, a qualquer momento, se forem postos em causa os princípios e valores que defendem, podem obrigar aqueles que governam o nosso país a pensar duas ve-zes”, afirmou, lembrando que muitas das reivindicações da Liga dos Bombeiros Portugue-ses, continuam por satisfazer, um aviso ou alerta – “não uma ameaça” – que Jaime Marta Soares justifica com a imperiosa necessidade da revisão da lei de financiamento, refletida já no próximo Orçamento de Estado, também, de uma nova lei orgâ-nica da Proteção Civil que tenha em linha de conta as propostas da confederação.

“Senhor secretário de Estado entendam a mensagem dos bombeiros portugueses: sol-tem-nos da Autoridade Nacional

de Proteção Civil; deixem-nos ser livres; deixem-nos ter a nossa direção nacional de bom-beiros autónoma, independente e com orçamento próprio; dei-xem-nos ter o nosso comando autónomo”, reivindicou.

O presidente da confederação não esqueceu a associação ani-versariante, deixando palavras de alento a dirigentes e opera-cionais para as mulheres e os homens que dentro e fora do quartel, dignificam o bom nome da instituição e causa dos bom-beiros, tendo evocado a figura maior de Augusto da Rocha Pais Ferreira, como principal obreiro e mentor desta obra.

As obras na renovada e am-pliada unidade operacional, or-çadas em cerca de 400 mil eu-ros, permitiram garantir melho-res condições de trabalho aos elementos deste corpo de bom-beiros, até porque a intervenção possibilita elevar níveis de fun-cionalidade e, desta forma, de prontidão, mas também de con-forto para as mulheres e ho-mens que diariamente garan-tem a proteção e socorro das populações desta freguesia do concelho de Oliveira de Aze-méis, mas também de territó-rios do vizinho município de

Arouca. A empreitada permitiu ampliar a camarata masculina, os espaços de formação e o par-que de viaturas, dotar as insta-lações de novos balneários e la-vandaria e de um gabinete de chefias, reestruturar o gabinete de comando e a central de co-municações, remodelar a casa--escola e otimizar as áreas ad-ministrativas.

O projeto foi financiado, em 85 porcento, por verbas do PO-SEUR, sendo a designada com-ponente nacional assegurada pela associação e a Câmara de Oliveira de Azeméis.

O programa comemorativo do 36.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros de Fajões incluiu ainda a inaugura-ção e bênção de duas ambulân-cias, uma delas adquirida com o apoio da empresa Fresil SA e um veículo apoio logístico espe-cifico (VALE), patrocinado pelo grupo JS Transportes, que, na pessoa do administrador Paulo

Santos, muito tem apoiado os bombeiros de Fajões e de vários outros pontos do País.

Fizeram as “honras da casa” os presidentes da assembleia geral e da direção da instituição, respetivamente, Maria Carlota Machado e Ricardo Fernandes, comandante Ricardo Guerra numa cerimónia em que partici-param os presidentes das câ-maras municipais de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge, e de

Arouca, Margarida Belém; o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Aveiro, comandante José Carlos Pinto e entre, muitas outras individuali-dades, o comendador Manuel Santos Gomes e o empresário Paulo Santos.

A sessão foi, brilhantemente, animada pelo performer Violin La Mouche, João Paulo Santos, tam-bém dirigente desta instituição

Sofia Ribeiro

FAJÕES

Tutela anuncia “financiamento muito significativo”

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27OUTUBRO 2018

No dia 5 de outubro, a As-sociação Humanitária de Bombeiros Voluntários

Torrejanos assinalou o 87.º aniversário, numa cerimónia que reuniu muitos convidados no Teatro Virgínia perante os quais Jaime Marta Soares falou dos problemas e das “tremen-das dificuldades enfrentadas pelas associações e corpos de bombeiros para que seja ga-rantido o mínimo de ferramen-tas para alavancar uma boa prestação de serviço”, um es-forço hercúleo que o presidente da Liga dos Bombeiros Portu-gueses não se cansa de valori-zar e enaltecer.

“Entre os discursos maravi-lhosos e prática - o apoio - existe, muitas vezes, uma grande distância por isso, o su-foco permanente destas insti-tuições” sublinhou, para exigir dos poderes, local e central, o justo reconhecimento e o devi-do financiamento, que permi-tam aos bombeiros de Portugal fazer mais e cada vez melhor.

“São várias as reformas que solicitamos há muito tempo, mas que nunca mais saem do Ministério da Administração In-terna, nunca mais saem da Au-toridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), estrutura que, aliás, já devia estar reformada, mas já que não é aposentável temos que conseguir leva-la a fazer aquilo que lhe compete ao nível da coordenação e não do comando”, disse, reiterando e fundamentando:

“O comando de qualquer es-trutura no nosso País deve co-meçar e terminar nos galões do comandante”, como aliás acon-tece na Polícia de Segurança Pública, na Guarda Nacional Republicana, no Exército, na Marinha ou na Força Aérea,

“todas estruturas do Estado que a ANPC não comanda, coordena e os bombeiros por-tugueses – 435 associações humanitárias, organizações da sociedade civil – têm que andar às ordens da ANPC?”, indagou o líder da confederação, para, perentório, clarificar:

“Não, não queremos. Chega. Basta. Queremos liberdade e estamos a lutar pela liberdade dos bombeiros portugueses. Reivindicamos uma direção na-cional de bombeiros autónoma, independente e com financia-mento próprio, um comando autónomo e independente”, destacou, assinalando, contu-do, que o processo negocial com a tutela inclui outras ques-tões fundamentais para o setor como o estatuto da carreira de bombeiro, o cartão social, a al-teração dos protocolos com o Instituto Nacional de Emergên-cia Médica (INEM), o reforço Equipas de Intervenção Perma-nente (EIP) ou a reativação do plano de reequipamento.

Em dia de festa, dirigentes, bombeiros, beneméritos e os convidados deram as boas a vinda a David Alexandre Ferrei-ra Mendes como novo reforço deste efetivo, a que se junta Carolina Filipa Rebelo Mira, que por motivos profissionais, não compareceu na cerimónia. Am-bos concluíram, com sucesso o curso de ingresso na carreira e após um período de estágio es-tão, agora, ao serviço deste quartel, do distrito de Santa-rém e do País.

Este foi também a ocasião escolhida para distinguir quem há já muitos anos serve a cau-sa de forma exemplar como é o caso do chefe José Carlos Car-rêlo, agraciado com o crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros

Portugueses, mas também da bombeira de 2.ª Sónia Oliveira, distinguida com a medalha de Coragem e Abnegação (grau Ouro) e ainda do adjunto de comando José Razões Maurício condecorado com a medalha de Serviços Distintos (grau Ouro). Com 25 anos de “bons e efeti-vos serviços” prestados aos bombeiros receberem a meda-lha de Dedicação dos subchefes Nelson Abreu, Pedro da Quinta e os bombeiros de 2.ª Nuno Ri-beiro e Júlio Fernandes.

O Teatro Virgínia foi ainda palco para a entrega de meda-lhas de assiduidade à oficial bombeira de 2.ª Dora Palmeiro, aos subchefes Luís Gomes, Pe-dro da Guia, Nelson Campos, ao bombeiro de 1.ª Bruno Pe-reira e ao bombeiro de 3.ª Lú-cio Brito (Ouro – 20 anos; à bombeira de 1.ª Vera Chambel Lopes e ao bombeiro de 2.ª Rui Servo (Ouro – 15 anos; às bombeiras de 2.ª Ana Cláudia Gonçalves e Liliana Inácio e ao

bombeiro de 3.ª Luís Nogal (Prata – 10 anos) e ainda aos bombeiros de 3.ª Nuno Rosa e Telma Patrício (Cobre – 5 anos). Foram ainda entregues medalhas de quadro de Honra (Ouro) ao subchefe João Velez e ao bombeiro de 1.ª Ismael Gonçalves.

Direção e comando distingui-ram ainda os associados com mais de meio século de ligação à instituição.

Após a sessão, já num novo parque de viaturas, perante vasta assistência foram apre-sentadas e benzidas, pelo pá-roco e capelão deste Corpo de Bombeiros, padre José Luís Borga, duas ambulâncias ao que se seguiu a simbólica inau-guração das obras de amplia-ção e requalificação do quartel, que estão, no entanto, ainda por concluir, o que os Voluntá-rios Torrejanos acreditam po-der acontecer até ao final do corrente ano.

Com esta ampliação, os

bombeiros passam a contar, num novo módulo, com novos espaços, designadamente bal-neários, copa e refeitório, mais áreas de parqueamento de via-turas, sala do Bombeiro, copa/refeitório, e arrecadações di-versas. A empreitada prevê ainda a remodelação integral das camaratas e das salas de formação, mas também a reno-vação da secretaria, da sala da direção e das áreas de comuni-cação e também de arquivo.

Em declarações ao jornal Bombeiros de Portugal, a dire-ção faz questão de salientar que “até à data, os Bombeiros Voluntários Torrejanos já paga-ram ao projetista e ao constru-tor mais de 900 mil euros sen-do a comparticipação devida, do Programa Operacional Sus-tentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR) de cerca de 480 mil euros”.

Embora não escondam as di-ficuldades e a morosidade na concretização de uma velha as-

piração, os Voluntários Torreja-nos fazem questão de eviden-ciar a parceria com autarquia que só neste âmbito “já com-participou com um total de 235 400 euros para custear o proje-to, mas também parte dos tra-balhos.

Associaram-se às comemo-rações, presididas pelo presi-dente da câmara municipal, Pe-dro Ferreira, entre outras enti-dades civis, militares e religio-sas, o presidente da assembleia municipal, Trincão Marques; o diretor nacional dos bombeiros, Pedro Lopes; o Comandante Operacional Distrital da ANPC, Mário Silvestre, acolhidos no seio da instituição pelos presi-dentes da assembleia geral e da direção da Associação Hu-manitária de Bombeiros Volun-tários de Torres Novas, respeti-vamente, Abel Luís Lemos Cal-das e Arnaldo dos Santos e pelo comandante, José Carlos Sénica Pereira.

Sofia Ribeiro

TORRES NOVAS

“Queremos liberdade e estamos a lutar por isso”

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28 OUTUBRO 2018

A Real Associação Humanitá-ria dos Bombeiros Voluntá-

rios de Lisboa é a mais antiga do país e comemorou, em 19 de outubro último, 150 anos de ininterrupta atividade na defe-sa das populações.

A comemoração acontece quando se anuncia para as pró-ximas semanas o arranque das obras do primeiro quartel da instituição construído de raiz a localizar na Alta de Lisboa.

“Apesar das dificuldades, da falta de meios os bombeiros estão sempre na linha da frente para saber mais e responder melhor às solicitações” subli-nhou o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soa-

res, na sessão solene comemo-rativa realizada no Pátio da Galé, na Praça do Comércio, em Lisboa.

O dirigente lembrou que em Portugal os bombeiros são res-ponsáveis por 98 por cento do socorro prestado e que “a mis-são extraordinária a que se de-dicam é desempenhada com devoção, competência e profis-sionalismo, tudo dando sem pediram nada em troca”.

O presidente da LBP lem-brou que os Voluntários de Lis-boa continuam “iguais a si pró-prios, após tantos anos de ação, seja na cidade de Lisboa, seja em tantos outros locais”.

O comandante Jaime Marta Soares não deixou de endere-

çar alertas, em contraponto, ao Governo e à Assembleia da Re-pública para que dediquem mais atenção aos bombeiros e às suas propostas, nomeada-mente, no momento crucial em que se fala de mudanças na Proteção Civil. A propósito ad-vertiu que, “desenganem-se os que pensam fazer mudanças sem ter os bombeiros ao seu lado”.

O vice-presidente da Assem-bleia da República, José Ma-nuel Pureza, que presidiu à sessão, referiu também na sua intervenção que “a melhor mu-dança, eficaz, não se poderá fazer sem os bombeiros ou contra eles”.

Na oportunidade, aquele de-

putado, em nome do Presiden-te da República, procedeu à entrega da Ordem da Liberda-de à Associação, colocando a respetiva distinção no estan-darte da instituição.

A Liga dos Combatentes dis-tinguiu também a Associação com a atribuição de uma me-dalha. A Banda do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, presente na cerimónia, foi distinguida com a medalha da Associação aniversariante relativa aos 150 anos.

A meio da sessão solene o Museu do Fado proporcionou aos presentes a execução de vários números de fado.

Estiveram também presen-tes na sessão, o secretário de

Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, o presidente ho-norário da LBP, padre Vítor Me-lícias, o comandante nacional de operações de socorro da ANPC, coronel tirocinado Duar-te Costa, o presidente da Fede-ração de Bombeiros do Distrito de Lisboa, comandante Antó-nio Carvalho, o diretor nacional de bombeiros da ANPC, Pedro Lopes, vereadores da Câmara Municipal de Lisboa, o coman-dante do Regimento de Sapa-dores Bombeiros, Pedro Patrí-cio, o comandante distrital de Lisboa da ANPC, André Fernan-des, D. Duarte de Bragança e muitos outros convidados, acolhidos, pelo presidente da assembleia geral, Pedro

Cunha, pelo presidente da di-reção, Pedro Montargil, o pre-sidente da comissão do aniver-sário, Abdool Vakil, o coman-dante Paulo Vitorino e os res-tantes órgãos sociais e comando.

No dia 21 de outubro, no âmbito do aniversário, decor-reu uma missa solene na Igre-ja de S. Roque, presidida pelo cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, durante a qual foi entregue às reais asso-ciações humanitárias de bom-beiros presentes a medalha de mérito de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa – Pa-droeira do Reino, pelo respeti-vo grão-mestre dessa Ordem, D. Duarte Pio de Bragança.

LISBOA

Iguais a si próprios 150 anos depois

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários

da Pampilhosa (AHBVP) come-morou recentemente 92 anos de existência e este ano optou por descentralizar os festejos para a freguesia de Barcouço.

Esta freguesia foi fustigada por um grande incêndio no ano de 2017, razão pela qual o co-mando e o executivo da fregue-sia concordaram que este seria o local ideal para a realização da festa que decorreu durante todo um fim-de-semana.

No sábado, decorreu o já ha-bitual passeio de crianças pe-las ruas da freguesia de Bar-couço nas viaturas dos bom-beiros. No domingo, o progra-ma começou com o hastear das bandeiras no quartel sede seguido de missa na igreja

desta freguesia do concelho da Mealhada.

À tarde foi feita a formatura de receção às entidades seguida da bênção de dois novos veículos, um dedicado ao transporte de doentes (VDTD) e um outro de apoio logístico especial (VALE),

oferecido pela empresa Trans-portes Pascoal, que aguarda a chegada de uma cisterna já ad-quirida pela associação.

O dia de festa contou ainda com a presença de muitas enti-dades, entre elas o presidente do município da Mealhada, Rui Mar-

queiro, o vice presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Marco Braga, o presidente da Fe-deração dos Bombeiros do Distri-to de Aveiro, comandante José Carlos Pinto, o comandante e a segundo comandante distrital da Autoridade Nacional de Proteção

Civil, António Ribeiro e Paula Ra-mos, o presidente da assembleia geral da AHBV Pampilhosa, João Pedro Marques e o presidente da direção, Rogério Silva, o presi-dente da Junta de Freguesia de Barcouço, João Cidra Duarte, bem como vários elementos de

comando do distrito de Aveiro e os comandantes dos Bombeiros de Brasfemes e de Cantanhede.

Após a sessão solene, entida-des e convidados foram convida-dos a assistir ao desfile motori-zado e apeado, pelas ruas da lo-calidade que contou com a pre-sença da Fanfarra dos Bombeiros de Ovar.

O dia terminou com um lanche servido a todos os bombeiros e convidados no Pavilhão Municipal de Barcouço.

“A associação aproveita para uma vez mais, agradecer o apoio de toda a população contando que, no próximo ano, numa ou-tra freguesia da nossa área de atuação, se reúnam connosco para as comemorações do 93.º aniversário!” foi referido no final das comemorações.

PAMPILHOSA

Aniversário festejado em Barcouço

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29OUTUBRO 2018

Decorreu recentemente a ce-rimónia comemorativa do

65.º aniversário dos Bombeiros Municipais de Sardoal a que presidiu o presidente da edilida-de, Miguel Borges, no Centro Cultural Gil Vicente.

Na ocasião, o comandante dos Municipais, Nuno Morgado, dirigindo-se ao corpo de bom-beiros destacou “a dedicação e o espírito de missão ao serviço de uma causa” que é o socorro das populações e aludindo aos danos sofridos nos incêndios de 2017, admitindo nem ser oca-sião para a “celebração do ani-versário”, Nuno Morgado pediu ao presidente da Câmara Muni-cipal, Miguel Borges, para “não desistir e continuar a investir na proteção e socorro do Município e dos seus cidadãos”.

Para além do presidente do

município, a sessão na qual fo-ram condecorados 12 bombei-ros, contou também com as presenças, do representante da Liga dos Bombeiros Portugue-ses, comandante Adelino Go-mes e do comandante distrital de operações de socorro de Santarém da Autoridade Nacio-nal de Proteção Civil (ANPC), Mário Silvestre.

Adelino Gomes lembrou que os bombeiros portugueses con-tinuam a aguardar pelo cartão social de bombeiro e considerou que o Governo central, “seguin-do o mesmo caminho da Câma-ra de Sardoal, deverá atribuir incentivos ao serviço voluntá-rio, nos serviços do Estado”. O representante da LBP lembrou que se aguarda ainda “pela obrigatória e necessária revisão do diploma legal que regula a

carreira de bombeiro profissio-nal promovendo a dignificação e valorização desta nobre clas-se”.

O corpo de Bombeiros Muni-cipais de Sardoal conta com cerca de 60 elementos e um quartel com cerca de 30 anos.

Referindo-se às atuais insta-lações, o comandante Nuno Morgado adiantou que “para as exigências atuais, nomeada-mente no apoio prestado à es-trutura nacional e distrital da ANPC como centro de meios aé-reos”, torna-se necessária a sua remodelação e ampliação, apontando a hipótese de recur-so a “apoios através da Autori-dade para a Proteção Civil ou através de fundos comunitá-rios”.

O comandante lembrou ainda que “nos últimos anos foi feito

um investimento na aquisição de diverso material e equipa-mentos, nomeadamente os 20 fatos de proteção urbano com um custo superior a 14 mil eu-ros”.

A encerrar a sessão, o edil de Sardoal, Miguel Borges, acen-tuou que “o problema da estru-tura de bombeiros é político e nada operacional” aconselhan-do aos políticos “algum juízo” e defendendo que, referindo-se concretamente a presidentes de câmara, “muitos ainda não se consciencializaram que são os responsáveis máximos pela proteção civil do seu território” e sem isso “nunca vamos con-seguir chegar a lado nenhum”.

O autarca deu conta que a proteção civil no concelho é “uma prioridade, tem um inves-timento muito elevado, mais de

10% do orçamento municipal” falando em “falta de coragem política que vem dos diferentes governos dos diferentes parti-dos que resistem a um peso muito forte de câmaras deste País, não permitindo alterações legislativas”.

Miguel Borges terminou refe-rindo que neste município do distrito de Santarém a limpeza das faixas de gestão de com-bustível está “praticamente a 100 porcento” o que resulta de um esforço orçamental na or-dem dos 100 mil euros. Disse ainda que apenas 18 (onde se inclui Sardoal) dos 308 municí-pios portugueses apresentaram candidaturas à linha de crédito de 50 milhões de euros disponi-bilizado pelo Governo, para fi-nanciamento da limpeza da flo-resta, solicitando um montante,

no total, de cerca de sete mi-lhões de euros.

Na ainda atribuídas algumas condecorações, nomeadamente ao comandante Nuno Morgado, ao 2º comandante Pedro Cura-do, ao subchefe Hugo Cardoso, aos bombeiros de 1.ª César Duarte e João Mourato, ao bombeiro de 2.ª Martinho Nu-nes e ao bombeiro de 3.ª Mi-guel Martins, todos agraciados com a medalha Dedicação (grau Ouro - 25 anos). Receberam, ainda a medalhas de assiduida-de aos bombeiros de 3.ª Isabel Pita e Sérgio de Sousa e ao bombeiro de 2. ª Nuno Carreira (grau Ouro - 20 anos); o bom-beiro de 3.ª Tiago Leitão (grau Prata – 10 anos) e ainda à bom-beira de 3ª Cátia Velez (grau Cobre - 5 anos).

SARDOAL

Municipais esperam obras no quartelFo

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30 OUTUBRO 2018

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntá-rios de Rebordosa (AHB-

VR) festejou, recentemente, 40 anos ao serviço da população.

Trata-se de uma corporação jovem, dinâmica, mas com al-gumas carências ao nível de in-fraestruturas tendo em conta que já alberga cerca de 120 ho-mens e mulheres.

Com um parque de viaturas equilibrado com 6 viaturas de Transporte Não Urgente, 5 Am-bulâncias de Socorro, e 6 viatu-ras de combate a Incêndios uma viatura de Desencarcera-mento dois veículos de coman-do e alguns carros de apoio lo-gístico. Esta Instituição conta com 14 funcionários.

Nos dois últimos anos conta-ram os Voluntários da Rebordo-sa intervieram em 126 incên-dios urbanos e industriais, 223 incêndios rurais, 6745 saídas de proteção e assistência a pes-soas e bens e 894 operações de estados de alerta.

As comemorações, que in-cluíram a tradicional romagem ao cemitério, foram presididas pelo presidente da Câmara de Paredes, Alexandre Almeida.

Na sessão solene foram con-decorados 12 elementos com a medalha de 5 anos de bons efe-tivos serviços, um bombeiro re-cebeu a medalha dos 10 anos e dois a dos 25 anos. Realizaram--se também as promoções de um bombeiro a chefe e de outro a subchefe.

A mesa sessão solene foi constituída, pelo presidente da assembleia-geral, Henrique Lei-te, pelo presidente da Câmara Municipal, pelo vice-presidente da Liga dos Bombeiros Portu-gueses, comandante José Mo-

rais, pelo presidente da Federa-ção de Bombeiros do Distrito do Porto, professor José Miranda, pelo segundo comandante dis-trital da ANPC, Albano Teixeira, pelo vereador e responsável da proteção civil Elias Barros, pelo presidente da Junta de Fregue-sia de Rebordosa, Salomé San-tos, pelo presidente da Assem-bleia de Freguesia, Isabel Bar-bosa, pelo pároco Mário João, pelo presidente da direção, Abel Moreira, e pelo comandante Si-mão Barbosa.

Na oportunidade, o segundo comandante Manuel Martins foi agraciado e homenageado com medalha de dedicação grau ouro da LBP, enquanto bombei-ro foi durante mais de 33 anos, pelo desempenho exemplar das funções de segundo comandan-te nesta corporação e de todas as atividades de que esteve in-cumbido, inclusive, o trabalho com as equipas de cadetes, que já representam o País nos cam-peonatos de manobras, há mais de 25 anos.

O homenageado seguinte também foi uma pessoa que muito trabalhou em prol da as-sociação, que já desempenha funções nos Bombeiros de Re-

bordosa há mais de 30 anos, Henrique Leite, que foi presi-dente de Direção e, atualmen-te, é o presidente da assem-bleia geral da Associação. Foi--lhe atribuída uma medalha de gratidão pelos serviços presta-dos em prol da instituição.

No período de intervenções o presidente da AHBVR, fez o ba-lanço dos 40 anos salientando o “bom posicionamento da Asso-ciação, quer a nível distrital como nacional, com bons vo-luntários e profissionais, bem como com bons equipamentos, que dão as respostas necessá-rias à população que serve”. Abordou a questão da necessi-dade de obras para correspon-der às novas necessidades, no-meadamente, no tocante aos piquetes que na altura eram constituídos só por elementos masculinos e que hoje em dia já contam com uma maioria de elementos femininos. Agrade-ceu o empenho de todas as em-presas que têm apoiado a reali-zação do bazar do móvel.

O vereador Elias Barros sa-lientou a importância que os corpos de bombeiros têm para o concelho com os quais a au-tarquia mantem uma profícua parceria, tendo, ainda, subli-nhado a intenção de no próximo aumentar, em 20 porcento, a verba atribuída às corporações.

A câmara municipal está a preparar o orçamento para o próximo ano e se correr como o previsto irá conseguir incluir no novo orçamento uma verba que ronda os trezentos mil euros para ajudar a custear as obras da requalificação e ampliação do quartel, cujo custo global ronda um milhão de euros.

A direção aproveitou a data para homenagear todos funda-dores da associação e atribui--lhes um diploma e uma meda-

lha, em agradecimento pela de-terminação para iniciar este projeto.

Remontam a agosto de 1977 as primeiras diligências no sen-tido da fundação da Associação. Um grupo de amigos lançou a ideia para a fundação de uma corporação de bombeiros. Esse pioneirismo foi assumido por um grupo de rebordosenses, entre os quais Adriano Ribeiro de Barros, Manuel Domingos da Fonseca Martins Moreira, Mário Augusto Ferreira de Sousa, Fer-nando Moreira da Rocha, Abel Azélio de Sousa Moreira Leal e Fernando Meireles de Sousa.

Em 17 de Janeiro de 1978,

estiveram todos reunidos no ato da assinatura da escritura pública de constituição da Asso-ciação Humanitária de Bombei-ros Voluntários de Rebordosa. Foi um primeiro e importante passo. Seguiram-se outros nem sempre fáceis de ultrapassar.

Em 1980 coube ao chefe La-cerda, do Batalhão de Sapado-res Bombeiros do Porto, entre-tanto falecido, a tarefa de ins-truir a primeira escola de bom-beiros. Um ano depois já o número de bombeiros ascendia a 110 e o de viaturas a 15. Hoje, quarenta anos depois, o corpo ativo é constituído por cerca de 120 operacionais, dis-tribuídos por várias secções. O quartel mantém. Permanente-mente, um piquete noturno de sete voluntários.

Hoje, o parque de viaturas da associação conta com seis am-bulâncias de transporte não ur-gente, cinco de socorro (ABSC), seis veículos de combate a in-cêndios, um autocarro e viatu-ras de comando e da direção e duas de logística.

Na sua história assinale-se a batalha para a construção de

um quartel-sede condigno, con-cretizado com esforço no dia 24 de setembro de 1989.

Existem razões de sobra para Rebordosa se sentir orgulhosa da sua corporação de bombei-ros, que serve, não só a área da freguesia de Rebordosa, como toda a freguesia de Astromil e parte das de Vilela, Astromil, Duas Igrejas e Gandra.

A associação dispõe também de uma fanfarra que marca presença em todas as cerimó-nias oficiais realizadas em Re-bordosa e anima as festas e ro-marias de toda a região.

No final da sessão solene foi descerrada uma placa alusiva e de homenagem aos fundado-res, com a presença de alguns fundadores e de familiares dos que já faleceram ou estão debi-litados.

Seguiu-se um desfile apeado e motorizado para a igreja Nova de Rebordosa onde o Pá-roco Mário João celebrou uma missa e no final benzeu uma nova viatura que foi apadrinha-da pelos elementos da Primeira escola de Bombeiros de Rebor-dosa.

REBORDOSA

Celebrados 40 anos ao serviço da população

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31OUTUBRO 2018

em outubro de 1998

ANIVERSÁRIOS1 de novembroBombeiros Voluntários de Ponte de Sôr. . . . .924 de novembroBombeiros Voluntários de Benedita . . . . . . .306 de novembroBombeiros Voluntáriosde Santa Comba Dão . . . . . . . . . . . . . . . . 10310 de novembroBombeiros Voluntários de Águeda . . . . . . . .84Bombeiros Voluntáriosde Miranda do Corvo . . . . . . . . . . . . . . . . .7211 de novembroBombeiros Voluntários de Palmela . . . . . . . .8113 de novembroBombeiros Voluntáriosde Campo de Ourique. . . . . . . . . . . . . . . . 102Bombeiros Voluntáriosde Agualva – Cacém. . . . . . . . . . . . . . . . . .87Bombeiros Voluntários de Calheta . . . . . . . .40Bombeiros Voluntários de Monforte . . . . . . .3314 de novembroBombeiros Voluntários de Manteigas . . . . . .6415 de novembroBombeiros Voluntários de Alverca . . . . . . . .9218 de novembroBombeiros Voluntários de Portimão . . . . . . .9219 de novembroBombeiros Voluntários de Soure . . . . . . . . 12820 de novembroBombeiros Voluntários da Merceana . . . . . . .38Bombeiros Voluntários de Alvalade. . . . . . . .17

21 de novembroBombeiros Voluntários de Oeiras . . . . . . . . 127Bombeiros Voluntários de Sabrosa . . . . . . . 127Bombeiros Voluntários de São Romão. . . . . .6022 de novembroBombeiros Voluntários de Mação . . . . . . . . .81Bombeiros Voluntáriosde Ferreira do Alentejo . . . . . . . . . . . . . . . .5824 de novembroBombeiros Voluntários de Felgueiras . . . . . 120Bombeiros Voluntários Madeirenses . . . . . . .92Bombeiros Voluntários de Melres . . . . . . . . .3725 de novembroBombeiros Municipais do Cartaxo. . . . . . . . .82Bombeiros Voluntáriosde Proença-a-Nova. . . . . . . . . . . . . . . . . . .70Bombeiros Voluntários de Mira de Aire . . . . .3626 de novembroBombeiros Voluntários de Cinfães . . . . . . . .4827 de novembroBombeiros Voluntários de Almeida . . . . . . . .8628 de novembroBombeiros Voluntáriosdo Peso da Régua . . . . . . . . . . . . . . . . . . 138Bombeiros Voluntários de Arganil. . . . . . . . .8429 de novembroBombeiros Voluntários de Barquinha . . . . . .92Bombeiros Voluntáriosde Pampilhosa da Serra . . . . . . . . . . . . . . .4930 de novembroBombeiros Voluntários de Aveiro Novos . . . 110

Fonte: Base de Dados LBP

A Associação Portuguesa de Segurança (APSEI) promove, de 13 a 15 de novembro, no Altice

Arena - Sala Tejo, em Lisboa, o evento Proteger que, nesta 6.ª edição, abordará “as temáticas mais relevantes para a segurança em Portugal”, numa organização que conta o apoio de diversas entidades, designadamente o Ministério de Admi-nistração Interna.

O programa da conferência Proteger 2018 será dividido em dois espaços temáticos: o Auditório APSEI, dedicado a temas legais e da política de prevenção e segurança, e o Auditório Proteger,

uma área que privilegia apresentações técnicas. Paralelamente decorrem workshops nas salas 1 e 2, sendo que a participação nestas ações permiti-rá a emissão de certificado na plataforma SIGO.

O evento engloba apresentações e mesas re-dondas sobre as várias áreas de atuação da asso-ciação, destacando-se a “prevenção de riscos na-turais”; o “transporte seguro de pessoas e merca-dorias no mundo global”, a “videovigilância nos centros urbanos”, a “regulamentação da seguran-ça no trabalho”, as “mudanças e desafios da segu-

DE 13 A 15 DE NOVEMBRO

Proteger aborda os temas principais da segurança em Portugal

rança contra incêndios em edifícios”, a “segurança privada” e a “saúde ocupacional”.

Na conferência serão apresentados diversos ca-sos práticos, entre eles um debate sobre as tragé-dias de Tondela e Grenfell Tower, ambas no ano passado, que abrem a discussão à forma como prevenir a propagação de incêndios em edifícios.

Será possível circular livremente entre os dois auditórios e assistir aos temas mais relevantes para a atividade profissional do visitante, sendo que ambos os espaços reunião reputados orado-res nacionais e internacionais.

“A conferência Proteger é considerada o maior

evento a nível da Prevenção e Segurança em Por-tugal e decorre de dois em dois anos”, explica a Diretora-geral da APSEI, Maria João Conde, acres-centando que “este ano iremos abordar temas que vão desde a Prevenção dos Riscos Naturais, os Riscos Emergentes para o Trabalho no século XXI, Mudanças sociais e desafios à Segurança contra Incêndio em edifícios, cibersegurança, en-tre outros. Esperamos, desta forma, continuar a contribuir para a segurança em Portugal de forma eficaz e útil para os nossos associados, profissio-nais e não só”.

Mais informações em https://proteger.pt

Muitos elementos do corpo ativo dos Bombei-ros Voluntários de Carcavelos e São Domin-

gos de Rana fizeram alas à saída da sua colega, bombeira de 1.ª, Paula Santos e do seu marido Ricardo Valente Sá, da igreja local após a cele-bração do seu casamento.

A imagem identifica bem o clima de festa que rodeou o momento, a que os bombeiros confe-rem sempre um simbolismo especial ao saudar os recém-casados.

Parabéns à Paula e o Ricardo por terem decidido dar o nó e terem chamado a testemunhar o momento os seus colegas bombeiros.

CARCAVELOS

Festejado casamento de bombeira

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32 OUTUBRO 2018

FICHA TÉCNICA: Administrador: Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses – Director: Rui Rama da Silva – Redacção: Sofia Ribeiro – Fotografia: Marques Valentim – Publicidade e Assinaturas: Maria Helena Lopes – Propriedade: Liga dos Bombeiros Portugueses – Contribuinte: n.º 500920680 – Sede, Redacção e Publicidade: Rua Eduardo Noronha, n.º 5/7 – 1700-151 Lisboa – Telefone: 21 842 13 82 Fax: 21 842 13 83 – E-mail: [email protected] e [email protected] – Endereço WEB: http://www.bombeirosdeportugal.pt – Grafismo/Paginação: QuarkCore – Praceta das Ordenações Afonsinas, 3-A – 2615-022 ALVERCA – Telef.: 21 145 1300 – web: http://www.quarkcore.pt – Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Morelena – 2715-029 Pêro Pinheiro – Depósito Legal N.º 1081/83 – Registo no ICS N.º 108703 – Tiragem: 11000 Exemplares – Periodicidade: Mensal.

A Crónicado bombeiro Manel

Eu como tantos de vós também gostamos de ir a museus, mas não era propriamente aquilo que mais gostaríamos de receber como benefício

anunciado pelo Governo. Ainda por cima depois de todo o trabalho feito pela Liga, com as suas insistências junto dos vários governantes para que se crie o tal Cartão Social do Bombeiro com cabeça tronco e membros.

A cultura é uma coisa boa e a ida aos museus é também recomendável, como todos o sabemos, mas não me parece, não nos parece, que a entrada gratuita neles será a medida mais importante, saída sabe-se lá de onde, já que na conversação sobre o Cartão Social nunca foi um benefício prioritário.

Estaríamos era à espera de outras coisas, que a própria Liga tem defendi-do, como benefícios tributários, benefícios sociais, seja nas áreas da saúde,

do emprego, da educação, das reformas, ou no acesso à habitação, por exemplo.

Querem dar-nos uma mão cheia de nada com muita conversa, muitas pal-madinhas nas costas, para inglês ver, como se costuma dizer.

Quando a fartura é grande o pobre desconfia, mas aqui nem é caso para isso, por que a fartura é um balão cheio de ar que se esvazia rapidamente e os pobres somos nós que acreditamos que o que é prometido é devido. So-mos pessoas de bem, sei que a Liga tem negociado tudo com determinação, mas se calhar não merece interlocutores assim.

[email protected]

Também gosto de ir aos museus

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) reúne-se, no pró-ximo dia 10 de novembro, em conselho nacional. O en-

contro, com início às 10h., realiza-se no teatro municipal da cidade.

As medidas que se anunciam para setor, aliás já confirma-das pelo Governo, estarão, certamente, na ordem do dia sen-do provável que os conselheiros nacionais acordem “no cami-nho a seguir” tendo em conta a “gravidade da situação” de-clarada por Jaime Marta Soares.

As decisões tomadas pelo Governo em conselho de minis-tros e anunciadas, recentemente, e a aprovação de um con-junto de polémicos diplomas, entre os quais a “orgânica da [nova] Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil”, e o anunciado “reforço do quadro de benefícios a atribuir aos bombeiros voluntários portugueses”, devem, assim, dominar o debate entre conselheiros de todo o País.

Na vasta ordem de trabalhos consta a reforma do atual modelo de formação da Escola Nacional de Bombeiros, bem uma proposta de regulamento do Conselho das Federações, entre várias outras questões, num total de 11 pontos a que se juntam, certamente, outros assuntos que ao setor impor-tam.

Refira-se que a cidade de Bragança, abre, uma vez mais, portas às organizações da confederação depois de, nos últi-mos anos, ter recebido o Dia do Bombeiro Português (2015) e os Campeonatos Nacionais de Manobras (2016).

CONSELHO NACIONAL

Bombeiros reunidos

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“Esta reunião veio confirmar o que já se suspeitava, ou seja, os diplomas apro-vados são uma afronta para os Bombei-

ros portugueses e suas estruturas de base”, de-nuncia a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) em comunicado difundido no dia 31, logo após uma audiência com ministro da Administração In-terna, na qual Eduardo Cabrita deu conhecimento aos representantes da confederação dos diplo-mas aprovados pelo governo em reunião de Con-selho de Ministros de dia 25 de outubro.

“O que pretende o governo com estas pseudor-reformas? Aniquilar os Bombeiros Portugueses? Jamais a LBP compactuará com este tipo de atitu-des”, indaga a LBP denunciando enorme indigna-ção pelas opções estratégicas para o setor do go-verno de António Costa.

A “gravidade da situação” levou mesmo Jaime Marta Soares a convocar “no imediato e com ca-rácter de urgência” uma reunião extraordinária do conselho executivo da LBP afim de “preparar a proposta a ser debatida e votada no próximo con-selho nacional a realizar em Bragança no dia 10 de novembro, no qual “os representantes dos Bombeiros Portugueses irão decidir sobre o cami-nho a seguir”.

“Pode o governo assumir práticas desrespeito-sas e ofensivas aos milhares de mulheres e ho-mens que fardam de soldados da paz e da vida ao serviço de Portugal, mas nunca conseguirá des-viar os Bombeiros Portugueses do exercício da sua tão nobre missão: Vida Por Vida”, defende Jaime Marta Soares, frisando que “estes diplomas não servem os interesses dos Portugueses”, pelo que a confederação, en-quanto representante e porta-voz do “principal agente de pro-teção civil em Portugal”, responsabiliza este Governo “por tudo o que possa vir a acontecer”.

A LBP relembra o “compromisso expresso do ministro e do secretário de Estado da Proteção Civil de que nada seria concre-tizado em termos de reformas legislativas sem que a confede-ração fosse ouvida, enquanto legítima representante de todos os bombeiros, principal agente de Proteção Civil em Portugal”

“O procedimento adotado pelo Governo, nomeadamente, pelo Senhor Primeiro-Ministro, ao anunciar medidas que não debateu nem acordou com os bombeiros indicia vontade de ini-ciar uma guerra”, considera a LBP em comunicado advertindo que os bombeiros não recearão “responder no momento próprio e no lugar próprio com todas as suas capacidades”.

“Somos soldados da paz, mas não tememos a guerra perante

quem colocar em causa a nossa paz”, declarou Jaime Marta Soa-res denunciando o mal-estar instalado do seio dos bombeiros portugueses, logo após a divulgação do comunicado do conselho de ministro tornado público no passado dia 25 e que, certamen-te, se adensou depois do encontro com Eduardo Cabrita.

Horas antes da reunião na Praça do Comércio, a Liga dos Bombeiros Portugueses foi ouvida em audiência, na Assembleia da República, no Observatório Técnico Independente, criado para acompanhamento e avaliação dos incêndios florestais e rurais que ocorram no território nacional.

Neste encontro, os representantes da confederação não dei-xaram de “evidenciar que os bombeiros portugueses são res-ponsáveis por 98 por cento do socorro prestado no País e que, no caso dos incêndios florestais e rurais, que apenas represen-tam sete por cento da sua atividade, asseguram por 95 por cento das intervenções em equipamentos, viaturas e recursos humanos”.

LBP indignadacom as propostas do Governo

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