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Traduzido do original em Inglês

I Know That My Redeemer Lives — Sermon Nº 504

The New Park Street Pulpit — Volume 9

By C. H. Spurgeon

Via SpurgeonGems.org

Adaptado a partir de The C. H. Spurgeon Collection, Version 1.0, Ages Software.

Tradução e Capa por Camila Almeida

Revisão por William Teixeira

1ª Edição: Dezembro de 2014

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com permissão de

Emmett O’Donnell em nome de SpurgeonGems.org, sob a licença Creative Commons Attribution-

NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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Eu Sei Que O Meu Redentor Vive (Sermão Nº 504)

Pregado na manhã de Domingo, 12 de abril de 1863.

Por C. H. Spurgeon, no Tabernáculo Metropolitano, Newington.

“Porque eu sei que o meu redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.

E depois de consumida a minha pele, contudo ainda em minha carne verei a Deus,

Vê-lo-ei, por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros o contemplarão; e por isso

os meus rins se consomem no meu interior.” (Jó 19:25-27)

A MÃO DE DEUS tem sido pesada sobre nós esta semana. Um diácono idoso que foi

membro desta igreja por mais de cinquenta anos, foi retirado de nosso meio; e uma irmã, a

amada esposa de outro de nossos ministros da igreja, que fazia parte da nossa membresia

por aproximadamente o mesmo período, faleceu. Não é frequente que uma igreja seja

chamada ao sofrimento devido a partida de dois membros tão veneráveis, não deixemos

os nossos ouvidos surdos para a dupla admoestação para que nos preparemos para en-

contrar o nosso Deus. Que eles foram preservados por tanto tempo, e ajudados tão miseri-

cordiosamente por tantos anos, não foi apenas um motivo de gratidão para eles, mas para

nós também. Eu sou, entretanto, tão avesso às pregações que são chamadas de “sermões

de funerais”, que eu as evito, para que eu não pareça elogiar a criatura, quando meu único

objetivo deve ser magnificar a graça de Deus.

Nosso texto merece profunda atenção; este prefácio dificilmente seria escrito se não tivesse

a maior importância no julgamento do patriarca que o pronunciou. Escutem o notável desejo

de Jó: “Quem me dera agora, que as minhas palavras fossem escritas! Quem me dera, fos-

sem gravadas num livro! E que, com pena de ferro, e com chumbo, para sempre fossem

esculpidas na rocha” [Jó 19:23-24]. Talvez, Jó dificilmente estava consciente do pleno signi-

ficado destas palavras que ele pronunciou, ainda assim, sua santa alma foi impressionada

com o senso da importante revelação que estava oculta em suas palavras. Ele, portanto,

desejou que pudesse registrá-las em um livro; o seu desejo foi realizado, o Livro dos livros

embalsama as palavras de Jó. Ele desejou tê-las gravadas em uma rocha; gravadas

profundamente com uma pena de ferro, e depois que as linhas fossem incrustadas com

chumbo; ou ele as teria gravado, conforme o costume dos antepassados, sobre uma chapa

de metal, assim o tempo não seria capaz de deteriorar a inscrição. Ele não obteve o seu

desejo a este respeito, salvo apenas que sobre muitos e muitos sepulcros estas palavras

de Jó permanecem registradas: “Eu sei que meu redentor vive”.

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Esta é a opinião de alguns comentaristas que Jó, ao falar de rocha aqui, referia-se ao seu

próprio sepulcro de rocha-lavrada, e desejava que este fosse o seu epitáfio; que este fosse

cortado a fundo, para que as eras não o desgastassem; de modo que quando alguém per-

guntasse: “Onde é que Jó descansa?”, tão logo eles vissem o sepulcro do patriarca de Uz,

poderiam aprender que ele morreu na esperança da ressurreição, descansando em um

Redentor vivo. Se tal sentença adornou os portais do lugar de último descanso da sepultura

de Jó nós não sabemos; mas certamente não haveriam palavras escolhidas mais apropria-

damente. Não deveria o homem de paciência, o modelo de resistência, o padrão de confian-

ça, carregar como seu memorial esta linha dourada, que é tão cheia de toda paciência

esperançosa, e esperança paciente, quanto a linguagem mortal possa ser? Quem de nós

poderia escolher um lema mais glorioso para o seu último brasão? Eu sinto em dizer que

alguns dos que têm escrito esta passagem não podem, de modo algum, ver a Cristo ou a

ressurreição.

Albert Barnes, em meio ao descanso, expressa seu intenso sofrimento de que ele não pôde

encontrar a ressurreição aqui, e de minha parte eu lamento por ele. Se fosse o desejo de

Jó predizer o advento de Cristo e sua própria certeza de ressurreição, eu não poderia ver

que melhores palavras ele poderia ter usado; e se essas verdades não são ensinadas aqui,

então a linguagem deve ter perdido seu objeto original, e deve ter sido utilizada para

mistificar e não para explicar, para esconder e não para revelar. O que eu interrogo, o que

o patriarca pretende, senão que ele deva ascender novamente quando o Redentor se

levantar sobre a terra? Irmãos, nenhuma mente simples pode falhar em encontrar aqui o

que a maioria dos crentes têm descoberto. Eu me sinto seguro em manter o sentido antigo,

e nós não vamos nesta manhã buscar nenhuma nova interpretação, mas aderir à interpre-

tação comum, com ou sem o consentimento de nossos críticos.

Discursando sobre estas palavras eu falarei sobre três aspectos. Primeiro, vamos, com o

patriarca, descer à sepultura e observar as devastações da morte. Depois, com ele, vamos

procurar no alto por consolação para o presente. E, ainda na sua admirável companhia,

vamos, em terceiro lugar, antecipar futuros deleites.

I. Primeiramente então, com o patriarca de Uz, VAMOS ADENTRAR AO SEPULCRO.

O corpo foi completamente separado da alma. Amigos a quem amava mais ternamente

haviam dito: “Sepulte o meu morto, removendo-o de diante da minha face” [Gênesis 23:4].

O corpo foi levado sobre o esquife e entregue à terra silenciosa; é envolvido pelo aterro da

morte. A morte tem um anfitrião de tropas. Se os gafanhotos e as lagartas são exército de

Deus, os vermes são o exército da morte. Estes guerreiros famintos começam a atacar a

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cidade do homem. Eles iniciam com as partes exteriores; assaltam a munição e derrubam

as paredes. A pele, a parede da cidade da humanidade, é completamente destruída, e as

torres de sua glória cobertas com confusão. Quão rapidamente os cruéis invasores desfigu-

ram toda a beleza. O rosto reúne escuridão; o semblante é contaminado com corrupção.

Aquelas bochechas uma vez belas pela juventude, e coradas com saúde, têm caído, como

uma parede curvada e uma cerca cambaleante; aqueles olhos, as janelas da mente, de

onde a alegria e o sofrimento olharam outrora, são agora preenchidos com o pó da morte;

aqueles lábios, as portas da alma, os portões da alma humana, foram levados, e as traves

dali são quebradas.

Ai, vós vitrais de rubis e portões de carbúnculo [Isaías 54:12], onde estais vós agora? Como

devo eu lamentar por ti, ó tu cidade cativa, pois os homens poderosos têm deteriorado a ti

completamente! Teu pescoço, uma vez como a torre de marfim, tornou-se como uma coluna

caída; teu nariz, então recentemente comparável “à torre do Líbano, que olha para Dama-

sco” [Cantares de Salomão 7:4], é como um casebre arruinado; e tua cabeça, que erguia-

se como o monte Carmelo, já abaixo como os torrões do vale. Onde está a beleza agora?

O mais bonito não pode ser diferenciado do mais deformado.

O vaso delicadamente formado sobre a roda do oleiro, é lançado fora sobre o monturo com

os mais vis cacos. Cruéis têm sido vós, guerreiros da morte, pois, embora vós não empu-

nhais machados e nem carreguem martelos, ainda vós tendes quebrado a obra esculpida;

e embora vós não falais em idiomas, ainda vós dizeis em seus corações: “Nós a temos

engolido, certamente este é o dia que nós temos buscado; nós encontramos; nós a temos

visto”. A pele foi destruída. As tropas entraram na cidade da alma humana. E agora eles

prosseguem o seu trabalho de devastação, os implacáveis saqueadores caíram sobre o

corpo, eles mesmos.

Há aqueles nobres aquedutos, as veias através das quais as correntes da vida costumavam

fluir, estas, ao invés de serem rios de vida, tornaram-se bloqueadas com a imundície e

resíduos da morte, e agora elas devem ser arrancadas aos pedaços; nem uma única relí-

quia delas será poupada. Observe os músculos e tendões, como grandes estradas que

penetram a metrópole, levam a força e riqueza da humanidade adiante, seu curioso

pavimento deve ser puxado à acima, e aqueles que fazem o tráfego sobre eles devem ser

consumidos; cada osso em forma de túnel e arco curioso, e cada ligação conjunta deve ser

rompida e quebrada. Belas fábricas, gloriosos armazéns, suntuosos motores, maravilhosas

máquinas tudo, tudo deve vir a baixo, e não ficará pedra sobre pedra que não seja derru-

bada. Aqueles nervos, que como fios telegráficos conectavam todas as partes da cidade,

para levar pensamento, sentimento e inteligência são cortados. Não importa quão artístico

o trabalho possa ser, e certamente nós fomos feitos assombrosa e maravilhosamente, e o

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anatomista contempla e maravilha-se em ver a habilidade que o Eterno Deus manifestou

na formação do corpo, contudo, estes vermes implacáveis põem tudo em pedaços, como

uma cidade saqueada e espoliada que tem sido abandonada há dias devido a pilhagem e

chamas, tudo reside em um monte de ruínas, cinzas sobre cinzas, pó ao pó. Mas estes

invasores não param aqui.

Jó diz que os próximos órgãos que eles consomem são os seus rins. Nós estamos habitua-

dos a falar do coração como a grande cidadela da vida, a fortaleza interior e torre de

menagem, onde o capitão da guarda mantém firme o passado. Os Hebreus não consideram

o coração, mas as vísceras inferiores, os rins, como o lugar das paixões e poderes mentais.

Os vermes não cedem; eles adentram nos palácios secretos do tabernáculo da vida, e o

padrão é arrancado da torre. Tendo morrido, o coração não consegue preservar a si mes-

mo, e cai como o restante da moldura, são presas para os vermes. Este se vai, tudo se vai!

A pele, o corpo, os órgãos, tudo, tudo se vai. Nada resta. Em poucos anos vós haveis de

revirar o torrão e dizer: “Aqui dormia assim e assim, e onde ele está agora?”, e vós podeis

procurar, caçar e escavar, mas vós não encontrareis nenhuma lembrança. A mãe terra

devorou sua prole.

Queridos amigos, por que nós poderíamos desejar que isto fosse de outra forma? Por que

nós desejaríamos preservar o corpo quando a alma se foi? Quão vaidosas tentativas os

homens têm feito com caixões de chumbo, e invólucros de mirra e incenso. O embalsa-

mamento dos egípcios, estes mestres ladrões dos vermes, o que têm feito? Isto tem servido

para manter alguns miseráveis pedaços murchos de mortalidade acima do solo a serem

vendidos por curiosidades, a serem arrastados para climas estrangeiros, e serem olhados

por olhos imprudentes. Não, deixe o pó ir, quanto mais cedo ele se desfizer é melhor. E que

importa de que forma se vá!? Se for devorado por animais, se for engolido pelo mar e vier

a ser comida de peixes? Ou se as plantas com suas raízes sugam as suas partículas? Ou

se a estrutura passa dentro do animal, e do animal para a terra, e da planta para o animal

novamente? Ou se os ventos o sopram adiante pela estrada? Ou se os rios o levam às

ondas do oceano! É ordenado que de uma maneira ou de outra tudo deve ser separado:

“pó ao pó e cinzas para cinzas”. Este é parte do decreto de que isto tudo deve perecer.

Os vermes ou outros agentes de destruição devem devastar este corpo. Não tentem prevê-

nir o que Deus tem designado. Não vejam isto como algo sombrio. Considerem isto como

uma necessidade, ou melhor, veja como a plataforma de um milagre, o mais sublime estágio

da ressurreição, uma vez que Jesus certamente deve elevar novamente da morte as partí-

culas deste corpo, entretanto divididas umas das outras. Temos ouvido falar de milagres,

mas que milagre é o da ressurreição! Todos os milagres da Escritura, sim, mesmo aqueles

realizados por Cristo, são pequenos comparados a este.

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O filósofo diz: “Como é possível que Deus deve desenterrar cada partícula do corpo

humano?”. Ele pode fazer isso, basta que Ele fale a palavra, e cada átomo, embora possa

ter viajado milhares de léguas, mesmo que possa ter sido soprado como pó através do

deserto, e logo tenham caído no seio do mar, e depois tenham descido nas profundezas

deste para ser levadas a uma praia deserta, sugado por plantas, que se tornaram alimentos

de animais; ou atravessado a estrutura de um outro homem, eu digo que o átomo individual

deve encontrar seus pares, e, ante a trombeta do arcanjo, a totalidade das partículas viajará

para o seu local designado, e o corpo, todo o corpo que foi posto dentro da terra, ascenderá

novamente.

Eu receio ter sido um pouco desinteressante enquanto me detive na exposição das palavras

de Jó, mas eu penso que muito do âmago da fé de Jó está fundamentado nisto, que ele

teve a clara visão que os vermes poderiam, depois de sua pele, destruir seu corpo, e ainda

assim em sua carne ele veria a Deus. Vocês sabem que podemos considerar como um

pequeno milagre se pudéssemos preservar os corpos dos mortos. Se, através de algum

processo, com especiarias e resinas nós pudéssemos preservar as partículas, para o

Senhor fazer esses ossos secos viverem, e despertar esta pele e carne, seria certamente

um milagre, mas não palpável e nitidamente tão grande maravilha como se os vermes hou-

vessem destruído o corpo. Quando a estrutura houvesse sido absolutamente quebrada, a

casa de habitação tivesse vindo completamente ao chão em pedaços, e atirada em

punhados ao vento, então nenhuma lembrança disto seria deixada, e ainda quando Cristo

elevar-se sobre a terra nos últimos dias, toda estrutura será reunida, osso ao seu osso;

então o poder da Onipotência será visto.

Esta é a doutrina da ressurreição, e feliz é aquele que não encontra dificuldade aqui, quem

olha para isto como sendo uma impossibilidade para o homem, mas uma possibilidade para

Deus, e coloca sua segurança na Onipotência do Altíssimo e diz: “Tu o disseste, e isto será

feito! Eu não compreendo a Ti, grande Deus; maravilho-me no Teu propósito de ressuscitar

meus ossos em decomposição, mas eu sei que Tu fazes grandes maravilhas, e eu não me

surpreendo que Tu deves concluir o grande drama dos teus trabalhos da criação aqui na

terra através da recriação do corpo humano pelo mesmo poder pelo qual Tu trouxeste da

morte o corpo do teu Filho Jesus Cristo, e pela mesma força Divina que regenerou a alma

humana em Tua própria imagem”.

II. Agora, tendo vós descido à sepultura, e não tendo visto nada ali exceto o que é asquero-

so, VAMOS OBSERVAR ACIMA COM O PATRIARCA E CONTEMPLAR UM NASCER DO

SOL COM CONSOLO PRESENTE.

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“Eu sei”, disse ele, “que meu redentor vive”. A palavra “Redentor”, aqui utilizada, é no origi-

nal “goel”, parente. A obrigação do parente, ou goel, era esta: suponha que um israelita

tenha sido alienado de sua propriedade, como no caso de Noemi e Rute; suponha que um

patrimônio que havia pertencido a uma família, houvesse acabado pela pobreza, era o de-

ver do goel, do remidor pagar o preço como o parente mais próximo, e comprar de volta a

herança. Boaz fez isto em relação a Rute.

Agora, o corpo pode ser visto como a herança da alma, a pequena fazenda da alma, a pe-

quena porção da terra na qual a alma tem sido acostumada a caminhar e deleitar-se en-

quanto o homem anda no seu jardim ou habita em sua casa. Agora, esta se torna alienada.

A morte, como Acabe, retira a vinha de nós que somos como Nabote [1 Reis 21]; nós

perdemos nossa propriedade patrimonial; a morte envia suas tropas para tomar nossa vinha

e para espoliá-la e arruiná-la. Mas nós nos viramos para a morte e dizemos: “Eu sei que o

meu Goel vive, e Ele irá redimir esta herança; eu o perdi; tu o tomaste de mim legalmente,

ó morte, por causa do meu pecado eu perdi o meu direito; eu perdi minha herança por

causa da minha própria ofensa, e através da ofensa do meu primeiro pai Adão; mas vive

Aquele que a comprará de volta”.

Irmãos, Jó poderia ter dito isto de Cristo muito antes que ele tivesse descido à terra: “Eu sei

que Ele vive”; e agora Ele ascendeu ao alto, e levou cativo o cativeiro, certamente nós

podemos com dupla ênfase dizer: “Eu sei que meu Goel, meu Parente vive, e Ele pagou o

preço, eu terei de volta meu patrimônio, então em minha carne eu verei a Deus”. Sim, mi-

nhas mãos, vós sois remidas com sangue; compradas não com coisas corruptíveis, como

ouro ou prata, mas com o precioso sangue de Cristo. Sim, pulmões ofegantes e coração

palpitante, vós fostes resgatados! Aquele que redimiu a alma para ser este altar também

redimiu o corpo, para poder ser o templo do Espírito Santo. Nem mesmo os ossos de José

podem permanecer na casa da servidão. Nenhum cheiro do fogo da morte deve passar

sobre as roupas que os santos filhos têm usado na fornalha.

Lembrem, também, que isto sempre foi considerado ser a responsabilidade do goel, não

meramente redimir por preço, mas onde este fracassou, redimir por poder. Disso, quando

Ló foi levado cativo pelos quatro reis, Abraão convocou seus próprios servos assalaria-dos,

e os servos a todos os seus companheiros, e saíram contra os reis do Leste, e trouxeram

de volta Ló e os cativos de Sodoma. Agora, nosso Senhor Jesus Cristo, que uma vez fez a

parte do parente pelo pagamento do preço por nós, vive, e Ele nos redimirá por poder.

Ó morte, tu tremes diante deste Nome! Tu conheces o poder de nosso Remidor! Contra o

Seu braço tu não podes prevalecer! Tu uma vez O encontraste frente a frente na dura

batalha, e ó morte, tu de fato feriste o Seu calcanhar. Ele voluntariamente Se submeteu a

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isto, ou então, ó morte, tu não terias poder contra Ele. Mas Ele te matou! Morte, Ele te

matou! Ele esvaziou todos os teus caixões, tomou de ti a chave do teu castelo, arrebentou

a porta do teu calabouço; e agora, tu sabes, morte, tu não tens poder para reter o meu

corpo; embora tu possas pôr teus escravos para devorá-los, contudo tu deves desistir, e

todo o espólio deve ser restaurado. Insaciável morte, de tua gananciosa boca ainda

retornarão multidões que tu tens devorado. Tu deves ser compelida pelo Salvador a

restaurar teus cativos para a luz do dia.

Eu creio que vejo Jesus vindo com os servos de Seu do Pai. Os carros do Senhor são vinte

mil, ainda milhares de anjos. Tocai a trombeta! Tocai o trombeta! Emanuel cavalga para a

batalha! O Altíssimo em majestade cinge Sua espada. Ele vem! Ele vem para arrebatar com

poder, as terras de Seu povo que tiveram suas porções invadidas. Oh! quão gloriosa será

a vitória! Não haverá nenhuma batalha. Ele vem, Ele vê, Ele conquista. O som da trombeta

será suficiente; a morte voará atemorizada; e de uma vez das camas de pó e barro silen-

cioso, para o reino eterno o justo ascenderá.

Delongar-me-ei aqui um momento, ainda, muito notavelmente no Antigo Testamento, fomos

informados, de um terceiro dever do goel, que era vingar a morte de seu amigo. Se uma

pessoa fosse assassinada, o Goel era o vingador de sangue, tomando sua espada, ele

imediatamente perseguia a pessoa que havia sido culpada do derramamento de sangue.

Então agora, vamos nos imaginar como sendo feridos pela morte. Sua flecha acabou nos

perfurando o coração, mas ao expirar, nossos lábios são capazes de se vangloriarem da

vingança, e em face do monstro nós exclamamos: “Eu sei que o meu Goel vive”. Tu podes

voar, ó morte, tão rápido até que esmoreças, mas nenhuma cidade de refúgio pode

esconder-te; Ele te atingirá, Ele lançará mão sobre ti, ó tu monarca esqueleto, e Ele vingará

o meu sangue em ti. Eu gostaria de ter poder de eloquência para organizar este magnífico

pensamento. Crisóstomo, ou Christmas Evans poderiam imaginar a fuga do Rei dos

Terrores, a busca pelo Redentor, a ultrapassagem do inimigo, e o assassinato do destruí-

dor. Cristo certamente vingar-se-á, Ele próprio, da Morte por todos os danos que Ela tem

feito aos seus amados parentes. Consola-te, pois, ó Cristão, tu deves viver para sempre,

mesmo quando tu morreres, Aquele que te vinga, Aquele que pagou o preço por ti, e Aquele

de fortes braços deve ainda libertar-te.

Passamos em nosso texto a observar a próxima palavra, parece que Jó encontrou consolo

não apenas no fato de que ele tinha um Goel, um Redentor, mas de que este Redentor

vive. Ele não diz: “Eu sei que o meu Goel viverá”, mas, “que ele vive”, tendo uma clara visão

da autoexistência do Senhor Jesus Cristo, que é o mesmo ontem, hoje e para sempre. E

você e eu olhando para trás não dizemos: “Eu sei que Ele viveu”, mas, “que Ele vive hoje”.

Neste mesmo dia vocês que se lamentam e se entristecem pelos amigos venerados, seu

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sustento e apoio em anos passados, vocês podem ir a Cristo com confiança, porque Ele

não somente vive, mas Ele é a fonte da vida, e você, portanto, acredita que Ele pode dar

de Si mesmo a vida para aqueles que você entregou ao túmulo.

Ele é o Senhor e doador da vida originalmente. Ele será especialmente declarado ser a

ressurreição e a vida, quando a legião dos seus redimidos será glorificada com Ele. Se eu

não visse nenhuma fonte de onde a vida possa ser transmitida aos mortos, eu ainda acredi-

taria na promessa de Deus, a saber, que os mortos viverão; mas quando vejo a fonte

fornecida, e sei que ela está cheia até à borda e, mesmo, que transborda, posso regozijar-

me sem estremecer. Desde que há aquele que pode dizer: “Eu sou a ressurreição e a vida”,

é algo bendito ver os meios bem diante de nós na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo.

Vamos olhar para o nosso Goel, pois Ele vive neste exato momento.

Ainda assim, me parece que a essência do conforto de Jó estava depositada nesta pequena

palavra “Meu”. “Eu sei que o MEU Redentor vive”. Oh, apossar-se de Cristo! Eu sei que em

Sua obra Ele é precioso. Mas, queridos amigos, é preciso obter uma porção nEle antes que

nós possamos de fato regozijarmo-nos nEle. O que é mel no bosque para mim, se como os

exaustos israelitas, não me atrevo a comer? É mel na minha mão, mel no meu lábio, que

ilumina os meus olhos como os de Jônatas [1 Samuel 14:25-27]. O que é ouro na mina para

mim? Homens são mendigos no Peru, e mendigam o seu pão na Califórnia. É ouro na

minha bolsa que vai satisfazer minhas necessidades, adquirindo o pão que eu preciso.

Então, o que é um parente, se ele não é um parente para mim? Um Redentor que não me

redime, um vingador que nunca vai se levantar pelo meu sangue, de que proveito seriam

os tais? Mas a fé de Jó era forte e firme na convicção de que o Redentor era dele. Queridos

amigos, podem todos vocês dizer: “Eu sei que o meu redentor vive”?

A questão é singela e feita de forma simples, mas, oh! que coisas solenes penduram-se

sobre sua resposta à pergunta: “É MEU o Redentor?”. Eu exijo que você não descanse,

não se contente até que, pela fé, você possa dizer: “Sim, eu me lancei sobre Ele, eu sou

dEle e, portanto, Ele é meu”. Eu sei que muitos de vocês, enquanto percebem todo o mais

que vocês têm como não sendo seus, ainda podem dizer: “O Redentor é meu”.

Ele é a única porção de propriedade que é realmente nossa. Nós tomamos emprestado

todo o mais, a casa, os filhos, mais que isso, nosso próprio corpo nós devemos devolver ao

Grande Credor. Mas Jesus, nós nunca podemos deixar, pois mesmo quando estamos em

forma ausente do corpo, estamos presentes com o Senhor, e eu sei que nem a morte pode

nos separar d'Ele, assim, este corpo e alma estão verdadeiramente com Jesus, mesmo nas

horas escuras da morte, na longa noite do sepulcro, e no estado separado da existência

espiritual. Amados, vocês têm a Cristo? Pode ser que vocês o segurem com mãos fracas,

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vocês acham que é alguma presunção dizer: “Ele é o meu Redentor”. Lembre-se, ainda

que você tem somente uma fé como um grão de mostarda, esta pequena fé dá-lhe o direito

de dizer, e dizer agora: “Eu sei que o meu redentor vive”.

Existe outra palavra nesta frase consoladora, e, que, sem dúvidas serviu para oferecer um

sabor ao consolo de Jó, a saber, que ele poderia dizer: “Eu SEI”, “eu sei que meu redentor

vive”, e não: “Eu espero que sim, eu confio que sim”. Isto é consolador e existem milhares

de pessoas no rebanho de Jesus que nunca chegam tão longe a ponto de dizerem isto,

mas para atingir a essência da consolação você deve dizer: “Eu SEI”.

‘Se’, ‘mas’, e ‘talvez’, são certamente assassinos da paz e do consolo. As dúvidas são coi-

sas tristes em momentos de sofrimento. Como vespas ferroam a alma! Se eu tiver qualquer

suspeita de que Cristo não é meu, então há vinagre misturado com fel de morte. Mas se eu

sei que Jesus é meu, então a escuridão não é escura, mesmo a noite é luz sobre mim. Do

leão saiu o mel; do comedor saiu a doçura [Juízes 14:14, 18]. “Eu sei que o meu redentor

vive”. Esta é uma lâmpada acesa a brilhar, animando os abatimentos do cofre sepulcral,

contudo uma esperança fraca é como um pavio que fumega, apenas fazendo a escuridão

visível, e nada mais.

Eu não gostaria de morrer com uma mera esperança misturada com desconfiança. Eu

poderia ser salvo com essa, mas dificilmente seria feliz; mas oh! descer ao rio sabendo que

tudo está bem, confiante nisto que como um culpado, fraco, e desamparado verme eu tenha

caído nos braços de Jesus, e acreditando que Ele é capaz de manter aquilo que eu tenho

confiado a Ele. Eu gostaria que vocês, queridos amigos Cristãos, nunca olhassem a plena

segurança da fé como algo impossível a vocês. Não diga: “É alto demais; eu não posso

atingir isto”.

Eu tenho conhecido um ou dois santos de Deus que raramente duvidaram dos seus em-

penhos como um todo. Há muitos de nós que não desfrutam com frequência de quaisquer

êxtases arrebatadores, mas, por outro lado, nós geralmente mantemos o mesmo curso de

nosso caminho, simplesmente pendurados em Cristo, sentindo que a Sua promessa é

verdadeira, que os Seus méritos são suficientes, e que nós somos salvos. A segurança é

uma joia de valiosa, mas não uma raridade. É o privilégio comum de todos os santos, se

eles têm apenas a graça para alcançá-lo, e esta graça o Espírito Santo dá liberalmente.

Certamente, se Jó na Arábia, naquelas épocas sombrias quando havia apenas a estrela da

manhã e não o sol, quando viram, apenas um pouco quando a vida e imortalidade não

haviam sido trazidas à luz, se Jó antes da vinda e advento ainda podia dizer “eu sei”, eu e

você não deveríamos falar menos enfaticamente. Deus impeça que a nossa certeza seja

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presunção. Vamos observar a nós mesmos, e ver se os nossos sinais e evidências estão

certos, para não formarmos uma esperança infundada, pois nada pode ser mais destrutivo

do que dizer: “Paz, paz, onde não há paz” [Jeremias 8:11].

Mas, oh! vamos construir para a eternidade, e construir solidamente. Não vamos ficar

satisfeitos com a fundação simplória, pois é a partir dos lugares mais elevados que nós

temos a mais ampla perspectiva. Supliquemos ao Senhor que nos ajude a empilhar pedra

sobre pedra, até que sejamos capazes de dizer, enquanto olhamos para Ele: “Sim, eu sei,

eu SEI que o meu o Redentor vive”. Isto, assim, será para o nosso consolo presente na

expectativa da partida.

III. E agora, em terceiro e último lugar, como A ANTECIPAÇÃO DE FUTURO DELEITE,

deixe-me chamar à sua lembrança a outra parte do texto.

Jó não apenas sabia que o Redentor vive, mas ele antecipou o tempo quando Ele por fim

se levantaria sobre a terra. Sem dúvida Jó referiu-se aqui ao primeiro advento de nosso

Senhor, ao tempo quando Jesus Cristo: “o goel”, o parente, levantou-se sobre a terra para

pagar com o sangue de Suas veias o preço do resgate, que tinha, de fato, em vínculo e

estipulação sido pago antes da fundação do mundo, por promessa. Porém, eu não posso

pensar que a visão de Jó permaneceu aí, ele estava olhando adiante para o segundo

advento de Cristo como sendo o período da ressurreição. Nós não podemos endossar a

teoria de que Jó se levantou dentre os mortos, quando nosso Senhor morreu, embora certos

crentes judeus mantêm esta ideia firme e unanimemente. Nós estamos convencidos de que

“o último dia” refere-se ao advento da glória, em vez do advento de vergonha. Nossa espe-

rança é que o Senhor virá para reinar em glória onde Ele uma vez morreu em agonia.

A brilhante e santificada doutrina do segundo advento tem sido grandemente reavivada em

nossas igrejas nestes últimos dias, e eu espero por melhores resultados em consequência.

Sempre há o risco de que isto seja pervertido e transformado por mentes fanáticas, por

especulações proféticas, em um abuso, mas a doutrina em si é uma das mais consoladoras,

e, ao mesmo tempo, uma das mais práticas, tendendo a manter o Cristão acordado, porque

o Noivo vem naquela hora a qual nós não sabemos.

Amados, nós acreditamos que o mesmo Jesus que ascendeu das Oliveiras retornará de

forma semelhante a que Ele ascendeu ao Céu. Nós acreditamos em Seu advento pessoal

e reinado. Nós acreditamos e esperamos que quando tanto virgens prudentes quanto insen-

satas cochilarão; à noite, quando o sono é pesado sobre os santos, quando os homens

estarão comendo e bebendo como nos dias de Noé, que, de repente como o veloz relâm-

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pago do céu, assim Cristo descerá com um brado, e os mortos em Cristo ressuscitarão e

reinarão com Ele. Nós estamos olhando para o literal, pessoal e real Cristo elevado sobre

a terra como no tempo em que o gemido da criação será silenciado para sempre, e a

ardente expectação da criatura será cumprida.

Observem que Jó descreve Cristo como elevado. Alguns intérpretes têm lido a passagem:

“Ele se elevará nos últimos dias contra a terra”; que como a terra acobertou o assassinato,

assim como a terra tornou-se o sepulcro dos mortos, Jesus levantar-se-á para a luta e dirá:

“Terra, eu estou contra ti, devolve os teus mortos! Vós torrões do vale cessem de serem

guardiões dos corpos do meu povo! Profundezas silenciosas, e vós, cavernas da terra,

entreguem, de uma vez por todas aqueles quem vós tendes aprisionado”. Macpela devol-

verá seus preciosos tesouros, cemitérios e sepulcros libertarão seus cativos, e todos os

lugares profundos da terra entregarão os corpos dos fiéis.

Bem, se for assim ou não, a postura de Cristo, em levantar-se sobre a terra, é significativa.

Isto demonstra o Seu triunfo. Ele triunfou sobre o pecado, que uma vez como uma serpente

em sua astúcia sujeitou a terra. Ele derrotou Satanás. Sobre todo o lugar onde Satanás

obteve seu poder Cristo foi vitorioso. A terra, que foi a cena da bondade derrotada, de onde

a misericórdia uma vez desviada, onde a virtude morreu, onde todas as coisas que eram

celestiais e puras, como flores golpeadas com ventos pestilentos, penderam sobre suas

cabeças, murchas e arruinadas. Nesta mesma terra tudo o que é glorioso surgirá e

florescerá em perfeição, e o próprio Cristo, uma vez desprezado e rejeitado pelos homens,

o mais belo do que todos os filhos dos homens, entrará no meio da multidão dos servos,

enquanto príncipes e princesas prestarão homenagens, reverências a Ele, e todas as

nações o chamarão Bem-aventurado. “Ele por fim se levantará sobre a terra”.

Então, nesta hora propícia, diz Jó: “Em minha carne eu verei a Deus”. Oh! antecipação

bendita: “Eu verei a Deus”. Ele não diz: “Eu verei os santos”, sem dúvidas nós os veremos

todos no céu, mas: “Eu verei a Deus”. Observe que ele não diz: “Eu verei os portões de

pérola, eu verei os muros de jaspe, eu verei as coroas de ouro e as harpas harmônicas”

[Apocalipse 21:21, 18; Apocalipse 14:2], mas “eu verei a Deus”; como se isto fosse a

totalidade e essência do céu. “Em minha carne verei a Deus”. Os puros de coração verão

a Deus. Este foi o seu deleite em vê-lO nas ordenanças pela fé. Eles deleitavam-se em

contemplá-lO em comunhão e em oração. Lá no céu eles terão uma visão de outro tipo.

Nós veremos a Deus no céu, e seremos feitos completamente semelhantes a Ele; o caráter

Divino estará impresso em nós, e sendo feitos como Ele nós estaremos perfeitamente

satisfeitos e felizes. Semelhantes a Deus, o que mais nós poderíamos querer? E a visão de

Deus, nós poderíamos desejar algo melhor? Nós veremos Deus e aí então será perfeito o

contentamento para a alma e a satisfação de todas as nossas faculdades.

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Alguns leem a passagem: “Ainda, eu verei Deus em minha carne”, e por isso acham que

existe aí uma alusão a Cristo, nosso Senhor Jesus Cristo, como a Palavra encarnada. Bem,

sendo isto, ou não sendo, é certo que veremos a Cristo, e Ele, como o Redentor Divino,

será o objeto de nossa visão eterna. Nem tão pouco nós iríamos querer alguma alegria

além de simplesmente vê-lO. Acho que não, querido amigo, isto será um alcance limitado

para nossa mente adentrar. É apenas uma fonte de deleite: “eu verei a Deus”, mas esta

fonte é infinita. Sua sabedoria, Seu amor, Seu poder, todos os atributos serão objetos de

sua contemplação eterna, e como Ele é infinito em cada aspecto não há receio de exaustão.

Suas obras, Seus propósitos, Seus dons, Seu amor por você e Sua glória em todos os Seus

desígnios, e em todas as Suas ações de amor; porque, isto fará que nunca seja esgotado.

Você pode com Divino deleite antecipar este tempo quando em sua carne você verá a Deus.

Mas eu preciso que você observe como Jó expressivamente nos fez notar que isto é neste

mesmo corpo. “Ainda, em minha carne eu verei a Deus”; e então ele diz novamente: “ainda,

vê-lo-ei por mim mesmo, e meus olhos e não outros o contemplarão”. Sim, é verdade que

eu, o mesmo homem de pé aqui, embora deva cair a morrer, ainda eu irei, certamente,

como o mesmo homem, ressuscitar e, então, verei o meu Deus. Não parte de mim mesmo,

embora a alma sozinha terá alguma visão de Deus, mas todo o meu ser, mas minha carne,

minha alma, meu corpo e meu espírito devem contemplar a Deus. Nós não entraremos no

céu, queridos amigos, como um navio sem mastro é rebocado ao porto; nós não chega-

remos à glória alguns em tábuas, e alguns em pedaços quebrados de navio, mas o navio

inteiro flutuará seguramente porto adentro, corpo e alma, ambos sendo salvos.

Cristo será capaz de dizer: “Todo o que o Pai me dá virá a mim”; não apenas todas as pes-

soas, mas tudo das pessoas, cada homem em sua plenitude. Não será encontrado no céu

um santo imperfeito. Não haverá um santo sem um olho, muito menos um santo sem um

corpo. Nenhum membro do corpo perecerá. Nem o corpo terá perdido alguma de suas

belezas naturais. Todos os santos estarão todos ali, e todos como um todo; as mesmas

pessoas precisamente, eles apenas terão ressuscitado de um estado de graça para um

estado de glória. Eles terão amadurecido, eles não serão mais as folhas verdes, mas o grão

cheio na espiga; não mais botões, mas flores; não bebês, mas homens.

Por favor, observem, e então eu concluirei, como o patriarca coloca como sendo um verda-

deiro gozo pessoal. “A quem os meus olhos contemplarão, e não outro”. Eles não trarão a

mim uma notícia como fizeram à Rainha de Sabá, mas eu verei o rei Salomão por mim

mesmo. Eu serei capaz de dizer, como eles disseram à mulher samaritana: “Já não é pelo

teu dito que nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido” [João 4:42]. Ali haverá rela-

ção pessoal com Deus; não através do Livro, que é mais como um espelho; não através de

ordenanças; mas diretamente, com a pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo, nós seremos

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capazes de ter comunhão com a Deidade como um homem fala com seu amigo. “Não

outro”. Se eu pudesse ser trocado e pudesse ser alterado, isto estragaria meu consolo. Ou

se meu céu fosse desfrutado por um representante, se somente goles de felicidade pudes-

sem ser bebidos por mim, onde estaria a esperança? Não, por mim mesmo, e não por outro,

verei a Deus.

Não temos dito a vocês uma centena de vezes que nada, senão a religião pessoal o fará,

e não é este outro argumento a favor disso, isto é, que a ressurreição e glória são coisas

pessoais? “Não outro”. Se você pudesse ter fiadores para se arrepender para você, então,

dependeria deles, você teria fiadores para serem glorificados por você. Mas, como não há

outro para ver a Deus por você, assim também você deve ver por si mesmo, e por si mesmo

encontrar um interesse no Senhor Jesus Cristo.

Concluindo, deixe-me observar quão tolos temos sido você e eu quando nós olhamos

adiante para a morte com temores, com dúvidas, com aversão. Afinal, o que é isso?

Vermes! Vós tremeis ante estas coisas vis rastejantes? Partículas dispersas! Estarão vocês

alarmados ante a isto? Para opor-se aos vermes nós temos os anjos; e para reunir as

partículas espalhadas nós temos a voz de Deus. Estou certo que a escuridão da morte se

foi totalmente agora que a lâmpada da ressurreição queima. Despir-se não é nada, agora

que melhores roupas nos aguardam. Nós podemos anelar pela noite para despir-nos, para

então podemos ressuscitar com Deus. Estou certo meus veneráveis amigos agora presen-

tes, em vindo tão perto quanto eles agora ao tempo da partida, devem ter algumas visões

da glória no outro lado do rio. Bunyan não estava errado, meus queridos irmãos, quando

ele pôs a terra de Beulá no fim da peregrinação. Não é o meu texto um telescópio que

possibilitará vocês verem além do Jordão; não são as mãos de anjos para trazerem a vocês

ramalhetes de mirra e incenso? Você pode dizer: “eu sei que o meu redentor vive”. Vocês

não podem querer mais; vocês não estavam satisfeitos com menos em sua juventude,

vocês não estarão contente com menos agora.

Alguns de nós que são jovens, são consolados com o pensamento de que nós podemos

em breve partir. Eu digo consolados, e não alarmados por isto; e nós quase invejamos

aqueles cuja caminhada é praticamente uma corrida, por que nós tememos — e ainda que

nós não devêssemos falar assim, pois a vontade do Senhor será feita —, eu estava prestes

a dizer, nós tememos que a nossa batalha possa se prolongar, e que porventura nossos

pés possam escorregar; porém Aquele que guarda Israel não tosqueneja nem dorme

[Salmo 121:4]. Então, desde que sabemos que nosso Redentor vive, isto será o nosso

consolo na vida, que embora nós caiamos nós não ficaremos prostrados; e desde que nos-

so Redentor vive, isto será nosso consolo na morte, ou seja, que embora vermes destruam

este corpo, ainda em nossa carne nós veremos a Deus.

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Que o Senhor adicione Sua bênção sobre as débeis palavras desta manhã, e a Ele seja a

glória para sempre. Amém.

Sepultura, o guardião de nosso pó!

Sepultura, o tesouro dos céus!

Cada átomo de tua confiança

Repousa na esperança de novo a ressuscitar.

Ouçam! a trombeta do julgamento chama;

Alma, reconstrói a tua casa de barro,

Imortalidade constrói teus muros,

E Eternidade teu dia.

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos

Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

— Sola Fide • Sola Scriptura • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —

Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.