Índice compilaÇÃo de textos - elearning.iefp.pt · 5 a corporação norte-americana interface...

30

Upload: phamthien

Post on 10-Jan-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

O caso Interface: as carpetes que não se acabam

O caso do sabão em pó: por um consumo também sustentável

O caso AGOD: gota a gota de tinta, mais três mil tractores pintados por ano

Adesão do BES e do Millennium BCP aos Princípios do Equador

> Millennium BCP

> BES

Shell

Greenpeace e Friends of the Earth

“Marketing sustentável e com consciência”

Relatório de Sustentabilidade da Portugal Telecom 2005

Melhor Relatório de Sustentabilidade de 2004

“Agarrar a Oportunidade”

Há cada vez Mais Empresas Amigas do Ambiente

Carta Ambiental da APED

pag. 5pag. 7pag. 9pag. 10

pag. 12

pag. 14

pag. 16pag. 17pag. 19

pag. 20

pag. 22

pag. 24

ÍNDICE | COMPILAÇÃO DE TEXTOS

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL

5

A corporação norte-americana Interface Flooring Systems, maior fabricante

de tapetes e carpetes comercias do mundo, já conseguiu evitar que mais de 2

milhões e 500 mil metros de carpete aumentassem os depósitos de lixo. Destes,

um milhão de metros deixaram de ser devolvidos à natureza só no ano 2000.

Este resultado foi atingido graças a um criativo programa de reaproveitamento,

que a empresa oferece como um serviço para os clientes. Através deste serviço,

que se chama ReEntry, a Interface compromete-se a aceitar de volta a carpete

após um determinado tempo preestabelecido com o próprio cliente no momento

da compra, e responsabiliza-se pelo final da sua vida útil. Ou seja, o fabricante da

carpete compromete-se a recebê-lo de volta quando não servir mais para o con-

sumidor e fazer tudo para reaproveitá-lo, atrasando ao máximo o seu des-

tino final.

É um sistema semelhante ao utilizado pelos fabricantes de pilhas e baterias,

que também se responsabilizam pelo destino dado aos seus produtos quando

perdem a utilidade para o consumidor. A grande diferença, neste caso, é que

estes são obrigados por lei a fazê-lo, por causa da toxicidade das pilhas e bate-

rias usadas. A Interface fá-lo voluntariamente, por isso credencia-se a apre-

sentar o sistema como um serviço para o consumidor e como um diferencial em

relação à concorrência.

O procedimento da Interface é um dos grandes exemplos de gestão do ciclo

de vida de um produto do princípio ao fim. Tudo isto tem acumulação de valor.

Além de fabricar as carpetes a empresa oferece ao comprador um serviço de

manutenção, com mão-de-obra treinada e materiais de limpeza específicos para

aumentar ao máximo a durabilidade do produto. Quando finalmente o cliente

considerar a carpete imprestável, esta é recolhida.

Após a recolha, a empresa avalia, segundo as condições, tipo e medidas do pro-

duto, além de outros factores económicos e ambientais, a melhor forma de rea-

proveitá-la. Entre as possibilidades, estão a reciclagem (transformar a carpete

velha em matéria-prima para a produção de novas peças), a reutilização (trans-

formar uma grande carpete em pequenas peças para automóveis por exemplo), e

até a doação para comunidades carentes e organizações sociais.

O único objectivo é não deixar que a carpete acabe no lixo.

O caso Interface: as carpetes que não se acabam

6

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL

Na prática, o consumidor usufrui do serviço de ReEntry através de planos de

leasing, que têm de 3 a 5 anos de duração e podem ser renovados e ampliados

em qualquer momento.

(adaptado de “O Bom Negócio da Sustentabilidade”, Almeida, 2002)

7

Quando a Association for Soaps, Detergents and Maintenance Products (Aise), a

associação europeia dos fabricantes de produtos de limpeza, conclui uma aná-

lise do ciclo de vida dos sabões em pó e detergentes, descobriu que grande parte

do impacte ambiental desses produtos ocorre no consumo doméstico. Os lares

europeus concentram 70% do gasto de energia, 90% das emissões atmosféricas

e 60% da geração de resíduos sólidos relacionados com o uso dos sabões.

A entidade criou, então, uma grande campanha de educação e comunicação

com o slogan “Washright” (Lave Bem!), para ensinar os consumidores a usar os

seus produtos da maneira mais ecoeficiente. Desde 1998, mais de 150 empre-

sas (incluindo multinacionais e as suas subsidiárias) responsáveis por 90% do

mercado europeu, aderiram à campanha. Hoje, estima-se que 500 milhões de

pacotes de sabão em pó e detergentes circulem anualmente pela Europa carre-

gando o logótipo da campanha e as dicas de como reduzir o impacte ambiental

do produto.

O plano de marketing, desenvolvido pela Aise e seguido em cada país pelas

associações locais das indústrias, incluiu uma série de anúncios de televisão de

15 segundos, além de inserções de 5 segundos ao fim dos anúncios habituais das

empresas e o uso do logótipo da campanha nos anúncios publicados em jornais,

revistas e outdoors.

http://www.washright.com/po/index.html

O caso do sabão em pó: por um consumo também sustentável

8

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL

De seguida, as empresas puseram no mercado as embalagens com o logo e

as dicas, que são basicamente 4:

> Reduzir as embalagens descartáveis, dando preferência a embalagens de uso

permanente ou com recargas;

> Evitar usar a máquina de lavar abaixo da sua capacidade máxima, lavar mais

roupa ou loiça numa só lavagem, reduzindo assim o gasto de energia e de água;

> Medir a quantidade de sabão conforme a dureza da água na região. A água é

dura quando contém excesso de cálcio e magnésio, que dificultam a formação

de espuma; nos locais onde isso não ocorre deve-se diminuir a quantidade de

detergente;

> Usar a temperatura mais baixa possível: a maior parte dos sabões e detergen-

tes actuais funciona melhor a baixa temperatura, por isso o uso de água muito

quente só serve para desperdiçar energia.

O esforço da Aise não se destina apenas ao consumidor. A entidade formulou

um código de boas práticas ambientais, recomendado a todas as associadas.

Seguindo esse código, a Unilever, por exemplo, já adoptou processos de produção

mais limpa e desenvolveu inovações de produto, que resultam em redução de

emissões, reciclagem de resíduos e processos mais eficientes energeticamente.

(adaptado de “O Bom Negócio da Sustentabilidade”, Almeida, 2002)

9

O caso AGCO: gota a gota de tinta, mais três mil tractores pintados por ano

Bastou reduzir a pressão da pistola de 60 para 40 libras para o fabricante de

equipamentos agrícolas AGCO economizar 20% de tinta, quantidade suficiente

para pintar 3000 dos 14000 tractores produzidos por ano. O desperdício acon-

tecia principalmente na pintura de peças menores, quando muita tinta espirrava

para fora.

O ajuste desse processo foi uma das pequenas acções que deram grande

retorno às fábricas da AGCO. Responsável por 25% da produção mundial de trac-

tores e máquinas de colheita e presente em mais de 140 países, a companhia

norte-americana tratou de implantar a cultura da gestão ambiental. A empresa

aderiu à Rede de Produção Mais Limpa em 1997, recorrendo à consultoria do

Centro Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL) para identificar desperdícios.

Logo percebeu que pequenos ajustes podem fazer grandes diferenças.

Outra poupança significativa aconteceu com as embalagens de madeira. As

caixas que chegavam com peças compradas eram descartadas, enquanto a 150

metros de distância no sector responsável pelo abastecimento de 250 revende-

dores produzia caixas semelhantes para acondicionar as peças vendidas pela

empresa. As embalagens passaram a ser reaproveitadas. Os ganhos motivaram

os gerentes de diversas áreas, e com isso a procura de resultados foi difundida

pela empresa. O trabalho com o CNTL resultou na implantação do Programa

de Produção Mais Limpa e do Sistema de Gestão Ambiental. Logo de seguida 2

fábricas conseguiram a certificação ISO 14001, a experiência da empresa mos-

trou que todas as acções voltadas para a conformidade ambiental geraram

retorno. Não foi preciso investir nenhum recurso extra, aliás, foram todas acções

sustentáveis.

(adaptado de “O Bom Negócio da Sustentabilidade”, Almeida, 2002)

10

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL

Adesão do BES e do Millennium BCP aos Princípios do Equador

Num comunicado de imprensa do Millennium BCP, datado de 2 de Janeiro de

2006, lia-se o seguinte:

“O Millennium BCP acaba de aderir aos Princípios do Equador, no âmbito da

estratégia de sustentabilidade e dos valores de responsabilidade social desde

sempre defendidos pelo Banco. Os Princípios do Equador estabelecem um con-

junto de linhas de actuação, a seguir pelas instituições financeiras, na gestão de

questões sociais e ambientais no financiamento de grandes projectos. A adesão a

estes princípios traduz-se num compromisso com determinadas políticas e pro-

cedimentos associadas a operações na área do Project Finance.

Ao aderir aos Princípios do Equador, o Millennium BCP compromete-se a clas-

sificar todos os projectos, de valor superior a 50 milhões de dólares, de acordo

com o nível de risco que o projecto representa, em termos sociais e ambientais.

Dependendo do nível de risco apresentado (A. B ou C), os projectos deverão obe-

decer a determinados procedimentos de acordo com as directrizes sectoriais do

World Bank (WB) e da International Finance Corporation (IFC). A adesão, volun-

tária do Millennium BCP aos Princípios do Equador é tida como um passo natural,

tendo em conta o caminho que tem vindo a ser percorrido pelo Banco relativa-

mente aos pilares económico, social e ambiental, reafirmando o Millennium BCP

como uma referência e um exemplo a seguir em matéria ambiental e social”

http://www.millenniumbcp.pt/pubs/pt/imprensa/comunicadosdeimprensa/

article.jhtml?articleID0345095

(acesso em 6 de Janeiro de 2006)

Millennium BCP

11

BES

O grupo BES foi o primeiro grupo financeiro português a aderir a estes princí-

pios, em Agosto de 2005. Eis o que sobre a matéria foi encontrado no site da

instituição:

“Ao aderir aos princípios do Equador, o Grupo BES compromete-se a tornar

público o número de projectos financiados devidamente categorizados segundo

os critérios de risco social e ambiental. Os Princípios do Equador tiveram a sua

génese, em Outubro de 2002, quando o International Finance Corporation (IFC),

braço financeiro do Banco Mundial e um banco holandês (ABN Amro) promove-

ram em Londres, um encontro de altos executivos para discutir experiências com

investimentos em projectos envolvendo questões sociais e ambientais em mer-

cados emergentes, nos quais nem sempre existe legislação rígida de protecção

do ambiente. Em 2003, 10 dos maiores bancos no financiamento internacional

de projectos, responsáveis por mais de 30% do total de investimentos em todo

o mundo, lançaram as regras dos Princípios do Equador na sua política de con-

cessão de crédito. A aplicação destes princípios é baseada no estabelecimento

de um rating sócio-ambiental, elaborado pelas instituições financeiras, sendo os

projectos categorizados em A (alto risco), B (médio risco) ou C (baixo risco). A

adesão aos Princípios do Equador representa mais um importante passo no pro-

grama de Responsabilidade Social do Grupo BES – Realizar Mais, uma vez que

possibilita reforçar o compromisso do Grupo para com a cidadania empresarial

rumo à sustentabilidade, garantindo que os projectos financiados são desenvolvi-

dos de uma forma social e ambientalmente responsável.”

http://www.bes.pt/iipl.asp?srv=1100&ctxnav=32110

(acesso em 29 de Janeiro de 2007)

12

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL

Shell

Em 1999, foi publicado o relatório People, Planet & Profits, e no quadro do

Desenvolvimento Sustentável, o documento apresentou informação clara, con-

vincente e concisa sobre as interfaces da Shell com a sociedade, medidas em

termos de desempenho económico, social e ambiental. Actualmente, uma con-

sulta ao website da empresa permite ver que a informação sobre o desempenho

económico, social e ambiental é publicada.

http://www.shell.com/home/Framework?siteId=envandsoc-en&FC2=/envan-

dsocen/html/iwgen/our_approach_reporting/our_latest_report/zzz_lhn.

html&FC3=/envandsocen/html/iwgen/our_approach_reporting/our_latest_

report/the_shell_sustainability_report_24042006.html

Nos seus commitment, policies and standards, encontra-se informação sobre

temas como o desenvolvimento sustentável, a diversidade, a avaliação de impac-

tos, a governação corporativa, a biodiversidade e as políticas de saúde e segu-

rança. A empresa adoptou uma nova filosofia em relação ao seu papel na comu-

nidade. Deixou de falar em termos filantrópicos acerca das suas “contribuições”,

referindo-se agora aos “investimentos sociais”. Adoptou políticas muito simples

em termos de integridade, contribuições políticas e corrupção. Institucionali-

zou a responsabilidade social de vários modos, designadamente com um comité

de responsabilidade social. E o seu presidente de então, Mark Moody-Stuart, foi

agraciado com o Environmental Leadership Award, da revista Tomorrow, em

1999 – pelo seu papel no desenvolvimento ambiental e social corporativo. O edi-

tor da revista afirmou que Moody-Stuart foi o “arquitecto da conversão da Shell

de um gigante ligado à controvérsia ambiental para um advogado e indutor de

práticas de negócio responsáveis.

Em suma, a Shell enveredou por um processo de transformação, especial-

mente depois de ter sido confrontada com acções de activistas do ambiente e

dos direitos humanos que se manifestaram e agiram contra algumas activida-

des da empresa. Numa primeira fase, a atenção na vertente comercial do negócio

forneceu músculo e legitimidade à agenda para melhorar a cidadania. Posterior-

mente, em certos aspectos, passou a ser o empenhamento no desenvolvimento

13

sustentável a estimular a direcção comercial. A lógica subjacente está bem

impregnada neste excerto de um discurso que o então presidente da empresa

proferiu em 1999:

“Hoje, mais do que nunca, os valores contam. No próximo século, os negó-

cios terão que ser responsáveis e sensíveis às necessidades de todas as pessoas

envolvidas. Serão guiados por mais do que um parâmetro. As demandas da eco-

nomia, do ambiente e da contribuição para uma sociedade justa são todas impor-

tantes para que uma empresa global floresça. Negligenciar qualquer uma delas

significa ameaçar o todo”.

(adaptado de “Gestão Ética e Socialmente Responsável”, Cabral-Cardoso, Cunha,

Costa & Rego, 2006)

14

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL

Greenpeace e Friends of the Earth

O activismo accionista das organizações Greenpeace e Friends of Earth.

O jornal Expresso, em 18 de Agosto de 2001, ilustrou de modo muito claro como

algumas ONGs já não se limitam a campanhas mediáticas para induzir mudanças

no comportamento das empresas:

“As campanhas contra o poder das multinacionais não têm apenas lugar nas

ruas de Génova, Seattle, Londres, ou Gotemburgo. Agora, grupos ecologistas

de pressão ou grupos de cidadãos começaram a declarar guerra sem violência

às multinacionais a partir das reuniões anuais de accionistas. A Greenpeace e o

Friends of Earth (FOE) não se limitam a fazer manifestações ou operações medi-

áticas. Estes grupos de pressão começaram a comprar acções das empresas

contra as quais dirigem campanhas, na esperança de alterar ou vetar determina-

das acções. Por outras palavras, estes grupos de pressão combatem as multina-

cionais seguindo as regras e os meios colocados à disposição pelas mesmas.

Por exemplo, os ecologistas da FOE têm como um dos seus principais alvos a

empresa de construção Balfour Beatty, eu tenciona construir a barragem Ilisu,

na Turquia. Este projecto é extremamente controverso, pois levanta problemas

nos planos social, ecológico e político (esta barragem vai submergir 52 aldeias e

deslocar 78000 curdos). Para combater estes planos, os FOE decidiram comprar

acções de Balfour Beatty para poderem intervir na reunião anual de accionistas

onde se tomam decisões sobre o futuro da empresa. As 30 mil libras (cerca de

9500 contos) que investiram nem sequer correspondem a 1% das acções desta

empresa, mas ‘foram suficientes para levantar a questão de responsabilidade

empresarial junto da administração’, disse ao EXPRESSO Simon McRae, respon-

sável dos FOE pela campanha. O objectivo é forçar a construtora a assumir algu-

mas responsabilidades sociais pelos seus investimentos, ‘educar’ os adminis-

tradores em questões de responsabilidade empresarial e tornar a empresa mais

transparente. Simon McRae diz que ainda é cedo para avaliar o impacto da cam-

panha, mas considera um bom sinal o facto de cerca de 40% dos accionistas se

terem abstido de votar na resolução submetida pelos FOE à Reunião Anual de

Accionistas.

(…) A Greenpeace está a utilizar uma táctica semelhante na sua campanha con-

tra a petrolífera BP Amoco, da qual compraram acções, para forçar esta multina-

15

cional a fazer a transição da exploração de petróleo para energias renováveis. No

âmbito desta campanha, a BP submeteu à aprovação da Reunião Anual de Accio-

nistas a resolução 2000. As actividades da Greenpeace receberam bastante

atenção por parte dos media, porque a BP Amoco se recusou a responder ao

pedido de esclarecimento sobre a forma como tencionava fazer a transição para

energia renovável, tendo invocado uma questão de vocabulário, e porque impediu

os accionistas norte-americanos de votar na resolução proposta pela Greenpe-

ace. No momento decisivo, a resolução da BP foi apoiada por mais de 130 accio-

nistas que, no total, controlam 11 milhões de acções. Já a resolução sobre a alte-

ração climática, bem como outras duas relativas aos investimentos no Tibete e à

protecção do ambiente do Árctico foram rejeitadas. A Greenpeace confronta-se

com os mesmos desafios e problemas que os FOE. A verdade é que as campa-

nhas destes dois grupos foram bastante mediáticas e populares. De tal maneira

que outras associações começaram a utilizar estas tácticas de protesto. Por

exemplo, um grupo de passageiros de comboios comprou acções da Railtrack

para insurgir-se contra os bónus estratosféricos dos administradores de uma

empresa que não só investe na modernização dos caminhos-de-ferro britânicos

como não investe na segurança dos passageiros”.

(adaptado de “Gestão Ética e Socialmente Responsável”, Cabral-Cardoso, Cunha,

Costa & Rego, 2006)

16

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL

“Marketing sustentável e com consciência”

O concurso “Marketing sustentável e com consciência” foi lançado em Março

de 2004, pela Associação Portuguesa dos Profissionais de Marketing (APPM),

em parceria com a Delta Cafés. A APPM é subscritora da Declaração do Milé-

nio da ONU e dos princípios-base relativos à melhoria das condições económicas,

sociais, sanitárias e ambientais. Na sua óptica, “marketing sustentável é o pro-

cesso estratégico de planeamento e implementação integrada da actividade pro-

dutiva (produto, preço, comunicação e distribuição), de forma a dar resposta às

necessidades imediatas e futuras dos consumidores, da organização, do ecossis-

tema, dos cidadãos e restantes entidades (stakeholders)”.

O concurso tem como objectivo sensibilizar os profissionais de marketing a

assegurar que as suas estratégias e decisões de marketing, no âmbito das suas

responsabilidades empresariais, estão de acordo com as normas de cidada-

nia e de responsabilidade social desejáveis. Engloba as categorias académica e

empresarial. Na primeira edição, a IBM foi premiada na área empresarial, pelo

seu programa KidSmart Early Learning – Aprender na Infância com Novas Tec-

nologias. Na área académica, o primeiro prémio foi atribuído à “Sair da Casca”

pela investigação realizada sobre a Responsabilidade Social em Portugal.

(adaptado de “Gestão Ética e Socialmente Responsável”, Cabral-Cardoso, Cunha,

Costa & Rego, 2006)

17

Relatório de Sustentabilidade da Portugal Telecom 2005

A PT tem assumido o compromisso de criar “valor” a longo prazo, para os seus

stakeholders, em particular, para os seus accionistas. Por isso, a PT todos os

anos estabelece um conjunto de compromissos tendentes a reforçar o relacio-

namento com os stakeholders e consequentemente a aperfeiçoar a sustentabili-

dade do Grupo.

Durante o ano de 2005, sob a coordenação do Comité de Sustentabilidade,

os compromissos concretizados foram os seguintes:

> Integrar e formalizar no seu modelo de governo a orientação estratégica para a

sustentabilidade do Grupo;

> Garantir a transparência e o rigor da informação prestada aos mercados sobre

a sua actividade, tendo adoptado o Código de Ética para Financial Officers, imple-

mentado a política de procedimentos de pré-aprovação de contratação de servi-

ços a firmas de auditores externos e criado um sistema de participação qualifi-

cada de práticas indevidas – Whistleblowing Procedures;

> Contribuir de forma activa para a inclusão digital da população portuguesa,

garantindo 100% de cobertura em banda larga do território nacional e desenvol-

vendo programas pedagógico-educativos de sensibilização às melhores práticas

de utilização da Internet;

> Reforçar os canais e as oportunidades de comunicação com os seus clientes

através dos call centers e da renovação da sua rede de lojas;

> Intensificar o diálogo entre os colaboradores e a gestão de topo, tendo criado

um novo canal de comunicação para o efeito – o portal é Directo!;

> Reforçar o seu empenho na manutenção da paz social dentro do Grupo, subs-

crevendo o Código de Conduta da UNI (Union Network International);

> Reforçar a prospecção de jovens talentos junto das universidades portugueses

e reajustar os programas de retenção dos quadros de elevado potencial já identi-

ficados na empresa;

> Reforçar a consciencialização e a gestão ambiental, através de programas

internos e externos de sensibilização e da obtenção de certificação ambiental em

mais uma empresa do Grupo.

18

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL

Compromissos para 2006

A nível económico

> Crescimento financeiro com respeito pela sociedade e ambiente.

> Aperfeiçoamento e divulgação do Código de Ética.

> Reforço dos canais de interacção com os stakeholders.

A nível ambiental

> Maior eficiência energética e de gestão de resíduos.

> Parcerias de I&D para estudos de impactes ambientais decorrentes da activi-

dade de telecomunicações.

> Reforço das acções de sensibilização.

A nível social

> Dinamização da sociedade da informação e do conhecimento.

> Dinamização de acções de apoio comunitário e voluntariado.

> Incentivo de políticas de atractividade para talentos.

http://www.telecom.pt/NR/rdonlyres/617FDC53-4DE8-4140-81D5-

6DE430B72602/1362197/RSP11LR.pdf

(acesso em 23 de Fevereiro de 2007)

19

Melhor Relatório da Sustentabilidade de 2004

A EDP foi novamente distinguida, pelo 4º ano consecutivo com o Prémio Melhor

Relatório de Sustentabilidade, entregue pela Ordem dos Revisores Oficiais de

Contas (OROC), no âmbito da edição nacional do European Sustainability Awards.

Acompanhando a importância que o Desenvolvimento Sustentável vai

ganhando no tecido empresarial, a OROC decidiu criar uma categoria dedicada a

Relatórios de Sustentabilidade, a par da já existente categoria de Relatórios de

Ambiente.

O Relatório de Ambiente da EDP tinha sido eleito o melhor nos anos de 2001 e

2002, voltando a ser distinguido em 2003, já na categoria de Melhor Relatório de

Sustentabilidade, o que significa que a EDP é vencedora pelo quarto ano conse-

cutivo.

Este prémio atesta não só a preocupação que a EDP tem demonstrado nesta

área como a qualidade do trabalho efectivo que tem desenvolvido. O último Rela-

tório e Contas da EDP de 2004, que integra o Relatório de Sustentabilidade pre-

miado, apresentou como novidade um Caderno Síntese, editado com o objectivo,

não só de alargar o público alvo interessado, como permitir conhecer as boas

práticas da Empresa de forma simples, rápida e sintética.

http://www.edp.pt/EDPI/Internet/PT/Group/Sustainability/BestPractices/Envi-

ronmentProtection/BestSustainabilityReportAWard.htm

(acesso em 23 de Fevereiro de 2007)

20

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL

“Agarrar a Oportunidade”

Nos mercados financeiros, a euforia em torno dos negócios ligados ao com-

bate do aquecimento global faz lembrar o tempo das “.com”. devido ao aumento

do preço do petróleo, o investimento em fontes de energia alternativas ao “ouro

negro” atingiu um valor recorde de 23,6 mil milhões de euros. Só nos EUA, as

empresas de capital de risco investiram mais de 581 milhões de euros em projec-

tos de investigação sobre combustíveis alternativos. E, de acordo com um inqué-

rito realizado a 112 empresas pela associação ambiental Friends of Earth, cerca

de 47% das companhias manifestaram estar a tomar medidas para combater o

aquecimento global, com ênfase em três áreas: eficiência energética, energias

renováveis e combustíveis alternativos.

Dado que um quarto das emissões provêm do sector dos transportes, o número

de veículos híbridos, menos poluentes e mais económicos, deverá crescer.

Empresas como a BMW e a Mercedes preparam-se para lançar veículos mais

eficientes e menos poluentes. A primeira está a desenvolver um motor que uti-

liza calor do sistema de refrigeração do carro como fonte de energia, enquanto

a Mercedes deverá iniciar a comercialização do F600 Hygenius, que conseguirá

percorrer 400 quilómetros com recurso a baterias de lítio. Mas quem procura

empresas que já estejam a beneficiar desta nova tendência terá de olhar para o

oriente.

Depois do Prius, que, desde o início da sua comercialização, já vendeu mais

de 400 mil unidades, a Toyota prepara-se para expandir a versão híbrida a mais

dez dos seus modelos. Em 2007, a empresa vai iniciar a comercialização do seu

modelo mais vendido no EUA, o Camry. “Estamos muito focados na eficiência

energética e no aquecimento global”, disse o gestor para os assuntos ambien-

tais da Toyota, Kiyoshi Masuda, à Bloomberg. Com esta estratégia, a empresa

conseguiu baixar em 15% as emissões de CO2 provenientes dos seus veículos.

A Toyota pretende ainda reduzir as emissões de CO2 das suas fábricas em 20%

entre 2001 e 2010.

Também nipónica, a Honda é outra sociedade na vanguarda dos motores eco-

lógicos. “Há investidores a adquirir acções da Honda numa óptica de longo prazo,

com o objectivo de beneficiar da competitividade da tecnologia da empresa,

incluindo os motores a gás e híbridos”, diz Masayuki Kubota, um gestor da Daiwa

21

SB Investments. Face a 2006, o orçamento de 2007 da Honda para investiga-

ção aumentou 6,8 por cento, para 3,8 mil milhões de euros, mas, à semelhança

da Toyota, não é só no produto final que a empresa está a poupar o planeta. Aper-

cebendo-se que estava a desperdiçar dinheiro com a devolução para o Japão

dos contentores em que são transportados os veículos para venda nos EUA, a

empresa formou uma parceria com um grupo de agricultores norte-america-

nos para produzirem rebentos de soja em modo de produção biológica e, actual-

mente, os contentores regressam a oriente carregados de soja.

(in Revista “Carteira”, Ano 4, n.º 36, p. 51, Outubro de 2006)

22

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL

Há cada vez Mais Empresas Amigas do Ambiente

O marketing ambiental nasceu nos anos setenta, mas só na década de 90 é que

viveu o seu período de desenvolvimento mais acentuado, pelo menos em Por-

tugal. Hoje em dia, são cada vez mais as empresas que realizam acções ligadas

ao ambiente, numa altura em que os consumidores começam a dar mais valor à

temática.

O marketing ambiental pode assumir várias perspectivas, desde a produção

mais ecológica a uma intervenção no meio ambiente. A marca francesa Klorane,

por exemplo, assina amanhã um acordo com a Direcção-Geral de Recursos Flo-

restais, em que se compromete a plantar uma árvore por bebé que nasça em

Portugal este ano. A empresa estima atingir um total de 100 mil árvores.

“Em vésperas do Dia Mundial da Árvore, celebrado no dia 21 de Março, esta ini-

ciativa público-privada surge como uma resposta eficaz para a reflorestação do

País e uma forte iniciativa de sensibilização junto da população e da sociedade

em geral, mas das crianças em particular”, explicou a empresa.

Sendo uma marca de produtos à base de extractos vegetais (para cuidados de

higiene corporal e capilar de adultos e crianças), a Klorane sempre esteve ligada

ao ambiente, sendo esta a área que canaliza os seus maiores investimentos em

termos de marketing. A empresa está igualmente a desenvolver cursos de botâ-

nica para crianças.

Ligada ao ambiente, mas de outra forma, está também a Portucel. A empresa

de pasta de papel optou por desenvolver uma iniciativa interactiva através do seu

site. “Por cada resma de papel comprada, o consumidor pode ir ao nosso site e

escolher uma árvore, a que pode dar um nome e acompanhar o crescimento na

Internet”, afirmou Michael Wittmann, gestor da marca Navigator. Outro dos pro-

jectos da empresa prende-se com a redução da gramagem do papel (de 80 para

75 gramas), o que permite poupar matéria-prima e reduzir desperdícios. “Damos

a possibilidade às pessoas que adquiram o Navigator eco-logical de o trocarem

pelo papel de 80 gramas, se não estiverem satisfeitas. Contudo, é feita uma sen-

sibilização para as vantagens deste produto”, acrescentou.

Numa lógica virada para a comunidade onde se insere está a Secil. A cimenteira

“devolve” à Serra da Arrábida a sua vegetação, à medida que avança na produ-

ção. A empresa investe ainda significativamente na redução de CO2.

23

As empresas que queiram adoptar estratégias de marketing ambiental ou eco-

lógico podem focar-se na consciencialização ambiental por parte do mercado

consumidor, na preservação das espécies e seus habitats naturais, na preserva-

ção dos recursos escassos ou na incorporação de características ambientais aos

produtos.

Na comunicação “verde”, as empresas mostram às pessoas que um produto

ecologicamente correcto é também mais saudável para o consumo.

http://dn.sapo.pt/2006/03/15/economia/ha_cada_mais_empresas_amigas_

ambient.html

(acesso em 21 de Março de 2007)

24

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL

Carta Ambiental da APED

A APED - Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, reconhecendo

que os problemas ambientais se revestem hoje de uma importância crescente a

todos os níveis de actividade económica, considera que a actividade empresarial

deverá incluir as questões ambientais e sociais como parte das prioridades do

sector, integrando os desafios do desenvolvimento sustentável.

A APED propõe, assim, que as empresas de distribuição suas associadas, para-

lelamente ao seu desenvolvimento económico, procurem oportunidades de negó-

cio que contribuam para a protecção ambiental e equidade social, através de prá-

ticas de gestão orientadas para esses objectivos.

Consciente das suas responsabilidades sociais e económicas, a APED sinteti-

zou, numa Carta do Ambiente, os princípios de orientação ambiental que consi-

dera mais relevantes e diligenciará de forma empenhada para que os princípios e

objectivos nela contidos sejam respeitados por todos os seus Associados.

Princípio 1.

Ecoeficiência

A APED declara que a Política e a Gestão Ambiental constituem uma priori-

dade para o desenvolvimento sustentável do sector da Distribuição, e que privile-

giará, sempre que tecnicamente possível e economicamente viável, soluções que

visem a ecoeficiência dos processos, produtos e serviços do sector.

Princípio 2.

Compromisso Ambiental concertado para o sector

A APED desenvolverá esforços no sentido de definir com todas as empresas um

compromisso ambiental concertado para o sector e de garantir que os objectivos

sejam amplamente integrados na prática de gestão das empresas.

Princípio 3.

Melhoria contínua do desempenho ambiental

A APED compromete-se a promover a melhoria contínua do desempenho

ambiental do sector, através da implementação de programas de gestão ambien-

tal, tendo em conta os progressos técnicos e científicos, as necessidades e

expectativas dos consumidores e o cumprimento da legislação em vigor.

25

Princípio 4.

Sensibilização ambiental dos recursos humanos

A APED privilegiará intervenções que proporcionem uma formação/sensibili-

zação ambiental dos colaboradores das empresas do sector da Distribuição, de

forma a promover um sentido de responsabilidade relativamente à protecção do

ambiente, melhorando comportamentos, práticas e atitudes.

Princípio 5.

Cooperação com fornecedores e sub-contratados

A APED estimulará junto das empresas suas associadas, a promoção de compor-

tamentos e práticas ambientalmente adequados para os fornecedores e subcon-

tratados, no sentido de serem adoptadas as melhores práticas disponíveis.

Princípio 6.

Produtos e serviços

A APED promoverá junto das empresas suas associadas a melhoria contínua de

produtos e serviços, baseada no consumo sustentável dos recursos e na minimi-

zação dos impactes ambientais ao longo do seu ciclo de vida.

Princípio 7.

Avaliação e divulgação do desempenho ambiental

A APED diligenciará para que as empresas de distribuição promovam a avaliação

do desempenho ambiental, assim como a sua divulgação junto dos consumido-

res, das autoridades competentes e demais partes interessadas.

Princípio 8.

Sensibilização ambiental e informação aos consumidores

A APED incentivará junto das empresas suas associadas a realização de acções

de sensibilização ambiental dos consumidores, de forma a adoptarem práti-

cas adequadas. Estimulará, igualmente, uma comunicação sobre o desempe-

nho ambiental dos produtos, proporcionando aos clientes escolhas cada vez mais

responsáveis.

26

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL

Princípio 9.

Colaboração com entidades diversas

A APED procurará colaborar com entidades diversas, designadamente autorida-

des oficiais, entidades gestoras dos sistemas integrados de gestão de resíduos

ou outras instituições ligadas ao ambiente, em todas as actividades de interesse

para o sector.

Princípio 10.

Promoção do desenvolvimento sustentável

A APED incentivará as empresas a transformar os desafios em oportunidades,

promovendo o desenvolvimento sustentável, como forma de potenciar os benefí-

cios económicos, ambientais e sociais dos diferentes operadores económicos das

cadeias de fornecimento.

http://www.anilact.com/index. php?option=com_content&task=view&id=2522

&Itemid=1

(acesso em 22 de Março de 2007)

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL

Concepção e Produção:

30

EC

O G

ES

TÃO

| M

AR

KE

TIN

G A

MB

IEN

TAL