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VENDO SEA A G U AESTAVA

FRIA.

PRA OAR RISADAS!

B— E' tanta rodinha, tanto parafuzinho, que nem sei como istoconsegue andar! !¦

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Recurso ^^^ssil^*^^i ii ii» i . n i

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— Só quero que me largue em uma casaonde se compre PINGUINHO, heim ? !

PINGUINHOo nova revistinha para os nenês,custa apenas 2 cruzeiros !

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lições ^VBVIMeus netinhos:

OUVI, há dias, num bonde, dois meninos conversando. Trocavam idéias

acerca de seus respectivos estudos e um deles estranhou que o ou-tro estivesse repetindo o ano.

— Que tem isso ? — interrogou o primeiro, com uma indiferença quemostrava o seu grau de inconsciência ou ignorância.

Para aquele rapazinho insensível, nada havia de mais em um fato

que estava causando estranheza ao próprio colega. Ele nunca pensou,de certo, durante cinco sninutos consecutivos, sobre o que representava,

para seus pais, em despezas, aquela repetição. Nunca pensou também no

que, para ele próprio, aquele ano perdido poderia representar Tratava-se de um menino com aparência normal, modos vivos, aspecto inteligen-

te, mas, evidentemente, de um tolo. Ou, se não de um tolo, de uma cria-

tura sem sentimentos, repelente e indigna.Com aquela frase êle pensou, decerto, revelar superioridade, indife-

rença pelos gastos que os pais iam fazer, talvez com sacrifício, indiferen

ça por essas coisas insignificantes que são tempo, dinheiro, 3 até amor

próprio.Pobre menino, aquele ! Pobres pais, os daquele infeliz !\ Pobre menino, aquele ! Pobres pais, os daquele infeliz / /

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amÊM " " *

VIVIA de esmolas num estreito e úmido quarto de estalagem, onde mal cabiam os móveis: a cama,

onde jazia prostrada pela moléstia, uma pequena mesa, duas velhas cadeiras e uma arca. Acompa-nhava-a o filho, um rapazola de nove anos, sadio e robusto, de uma tal viveza que todos na estalagem nãoo conheciam senão pela alcunha: o Rato.

Era um dos primeiros que acordava e, ainda escuro, fazia toda a limpeza do aposento, mudava a águanas bilhas, deixava ao alcance da mão da paralítica a cafeteira e o pão, e saía.

Saía porque a mãe, julgando-o ainda tenro e fraco para o trabalho e não dispondo de recursos paramanter-se, pedira um atestado ao médico que por misericórdia a tratava, e entregando-o ao pequeno, dis-será: — Vai e fica à porta das igrejas: e aos que passarem mostra esse papel e pede uma esmola para tuamãe. O pequeno saiu, e, à noite, tornando à casa com algumas moedas, entregou-as à mãe; mas, no mesmomomento rompeu em pranto, atirando-se,. soluçante, sobre a velha arca.

A paralítica, atribuindo a angústia da criança à escassa quantia que trouxera, procurou palavras deconsolo: — Não chores, meu filho. Has-de ser mais feliz amanhã; o que trouxeste basta para passarmos odia. Deus será por nós. Não chores.

O pequeno, porém, longe de consolar-se, afligiu-se ainda mais; e, à noite, a paralítica que velava ouviuainda durante algum tempo os soluços do filho. De manhã, porém, cedo, como de costume, levantou-se, e,depois do serviço, foi beijar a mão à velha enferma, e partiu.

Era tarde, quase dez horas da noite, quando o Rato apareceu na estalagem. A mãe, que passara o diacheia de cuidados, mal o viu entrar falou com certa severidade:

Ah ! meu filho ! A que horas vens !Muito deves ter esmolado para que só às dez horas da noite voltes à casa !O Rato, porém, risonho, beijou a mão da enferma, e logo, metendo r _ mãos nos bolsos, pôs-se a tirar

moedas e notas atirando tudo para cima da cama. A paralítica, sorrindo, disse:Então ! Bem te disse eu que hoje havias de ser mais feliz, meu filho.. .Sim, minha mãe, fui muito mais feliz, principalmente porque ninguém me injuriou.

O TICO-TKO ABRIL, mt

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Como ! Pois houve alguém que te injuriasse, filho?— Sim, minha mãe, ontem. Como a senhora me ha-

via ordenado, fui ficar à porta da igreja. Quando cheguei,já havia lá muitos pobres, uns cegos, outros aleijados:meti-me entre eles e logo começaram as injúrias, porqueeu era uma criança sadia e forte que ia para ali vadiar,quando podia estar empregando o meu tempo em algu-ma cousa útil. Uns mandavam-me para a escola, outrospara a oficina; e, se aparecia alguém, vendo-me avançarcom o papel na mão, para pedir, empurravam-me, davam-me beliscões, e um atirou-me uma bordoada às pernascom a muleta.

"Tudo isso, porém, fazia-me rir; o que me fez cho-rar foi o que me disse um velho que levava um pequenopela mão, um pequeno do meu tamanho.

"Quando eu lhe pedi a esmola, êle olhou-mecarrancudo, meteu os dedos no bolso do colete, ti-rou.um níquel e ficou algum tempo a olhar-me;depois vagarosamente guardou a moeda e, puxan-do o menino, disse baixinho: — Verás, vai daquidireito para a táverna... — o pequeno, mamãe,olhou-me de tal modo, que eu senti o sangue su-bir-me ao rosto e as lágrimas saltarem-me dos olhos. Ven-do-me chorar, o pequeno teve pena de mim e falou ao pai.Pararam, e eu enxugava os olhos, quando ouvi a voz dcmenino: — Toma ! — Olhei, e vi que êle me estendia amoeda. Estive para recusar, mas olhava-me com tantameiguice que não tive ânimo. Recebí-a, agradeci e guar-dei-a. Logo, porém, que os vi entrar na igreja, tirei-a dobolso, dei-a a um velho cego que estava sentado perto demim, e desci. Desci os degraus, disposto a voltar paracasa, mamãe, mas lembrei-me de ti, lembrei-me de quenada havia em casa e pensei em pedir trabalho em ai-gum lugar...

"Foi então que encontrei o Vicente com um maçode jornais, apregoando. Pedi-lhe alguns e, fezendo comoêle, fui vendendo, e, com tanta felicidade, que não me fi-cou um só. Ele, ficou de arranjar-me maior quantidadepara hoje, e não mentiu.

"Passei o dia todo vendendo jornais, primeiro os damanhã .depois os da tarde; e à noite o Vicente convidou-me para acompanhá-lo até a porta do Liceu, onde apren-de, e onde eu quero que mamãe me faça entrar, para queeu não ande a pedir aos outros que me ensinem a apre-goar as notícias dos jornais. Hoje ganhei mais do que on-tem: e estou contente mamãe, porque ninguém me to-mou por vadio.

"Quando eu fôr mais forte, irei para uma fábrica, etu não terás necessidades, nem ninguém me falará maiscom o desprezo com que me falou o velho que me julgoutão mal..."

A paralítica, com os olhos rasos d'água, tomou a ca-becinha loura do filho junto ao colo, e, beijando-a, dissecomovidamente:

—- Fizeste bem, meu filho; fizeste bem: a humilha-ção é a pior das afrontas. Fizeste bem, meu filho, e eu teabençôo.

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mWMKÊkt\ABRIL. 19.11 O TICO-TK.O

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__í____o;.

Os Cara-Suja chegaram radiantes no acampamento, levan-do aquele belo troféu. O cacique Roque-Roque e o secretáriaRamirão, ficaram tão contente, que até decretaram feriada

nacional. Já curado das queimaduras, e podendo sentar-se omontar, o cacique Roque-Roque mandou, no dia seguinte, arreiarAzaré, que agora ia ser sua montaria. Ia passear.

A princípio Azaré se portou direitinho. Mas já tinha um A1, então, meteu pé no mundo, num daqueles seus galopesplano traçado... Azaré é um bicho para traçar planos. Foi tro- furiosos de quem vai para a casa de Mane Cândido (muito seuteando, troteando, até que se afastou do acampamento. amigo...) O cacique não podia conter aquele galope!

E, quando Roque-Roque menos pensou, estavam ambos di-ante do mocinho, que tinha ficado a esperar pelo fiel cavalo.Que cena emocionante ! Que beleza !

"— E você, agora, vai ficar todo depenado, sêo cacique de meiatijela! Vai ficar com pena de ter perdido todas as penas!"E, sem pena nenhuma, arrancou todas, tôdinhas!

..'y-W'

... • . ~ — —--—- ..II .— c-». ¦¦' -z- :—^^ >-_sa-Desolado, triste, desmoralizado, Roque-Roque teve de re- O cacique ficou tão abatido, com aquela derrota, que nãa

tornar, a pé e depenado, ao acampamento. Aquilo era uma pro- falava, não sorria e vivia lavando a cara-suja com lágrimas eifanação ! Um profanação e uma depenação danada lágrimas. Por isso, já não servia para chefe... (Continua)

O TICO-TICO ABRIL — 1954

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©@ll_Ã

NÃO SAIAM DA ESCOLA CORRENDO ASSIM!

E' perigoso*ABRIL — 1954 O TICO-TICO

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a

Olavo Bilac teveessas belíssimas pa-lavras: "O verdade!-ro patriotismo, opatriotismo que de-veis .compreender ocultivar, é antes detudo a renúncia doegoísmo".

•As primeiras esco-

Ias primárias noBrasil foram criadaspelo decreto de 15 deOutubro de 1827.

•A felicidade con-

siste em fazer o bem.(Aristóteles).

•A seda é matéria

têxtil produzida pe-Io bicho da seda oubômblz.

O Exército nacio-nal mantém em Sai-cã, no Rio Grande doSal, uma grande cria-ção de cavalos, parasuprimento das suasunidades de cavala-ria.

•O valor nutritivo

do pão vária coníor-me o cereal de queé feito, o de trigo émais útil ao organis-mo que o de centeioe o de milho.

•Há diferença en-

tre " Bandeiras" e"Entradas", aconte-cimentes importan-tes da história ddBrasil. As Bandeiras«ram de iniciativaparticular. As En-tradas eram oficiais.

•Humptorev Davy

notável químico, fa-leceu em Maio de1829. Foi quem rea-llzou a primeira ex-pertencia da luz elé-trlca e inventou alâmpada de segu-rança.

Pelo tratado de 29de agosto de 1825Portugal reconhe-ceu a independênciado Brasil.

•Não pode o Brasil

esquecer os benefí-cios que lhe trouxea Companhia de Je-sus, em seus prlncí-pios de pais desço-'berto. Foram primei-ros dirigentes jesui-tas: Manuel da Nó-brega; Luís da Grã;Antônio Pires; Iná-do Tolosa; José deAnchieta.

•No dia 30 de Mar-

ço de 1889 concluiu-pe, em Paris, a Tôr-re Elffel.

•Podemos fabricar

papel com polpa depinheiro, de eucali-pto, de cedro. E diaa din aparecem no-tícias de novos ma-teriais paro »rr»*n-zir essa maravilha,sem a qual não ha-veria jornais, livros,revistas... e milha-res de outras coisas!

09 índios pele-ver-melha, qne eram ha-bitantes do Oesteamericano, nenhumparentesco ou afinida-de possuem com osíndios que povoavame povoam as terrasda America do Sul,inclusive o nosso pais.

•De Montesquieu :

Aquele que fala lrre-fletidamente asse-melha-se ao caçadorque dispara sem a-pontar.

O Barão de Capa-r.ema foi quem fun-dou o serviço tei*-gráfico no Brasil.

Em 10 de novem-bro de 1822 a esqua-dra brasileira has-,teou, pela primeiravez, a Bandeira Na-cional.

•Léon Oaumont a-

preçentou à Acade-.mia de Ciências daFrança, em 2 de le-zembro de 1910, oprimeiro filme so-noro.

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A parte da ponteatravés da qual aágua corre, chama-sevão. As partes que en-costam nas margens,são chamadas cabe-ceiras, ou pegões. Oleito da ponte é a su-perficie pela qual aspessoas caminham.

•Aos 15 de Agosto

de 1909 morria Eu-clldes da Cunha. Es-critor que sabia ob-servar a natureza eo ser humano, dei-xou, entre outrasobras, "Os Ser-toes", obra - primaque todos os brasi-leiros devem ler.

•Um dos grandes

homens de Portugal,dos que mais con-correram para o pro-gresso do Brasil, foio admirável estadls-ta Sebastião José deCarvalho e Melo,conde de Oelras amarquês de Pombal.

•Giusepe Ver dl

nasceu a 10 de Outu-bro de 1813 e fale-ceu a 27 de Janeirode 1901. O genialmúsico italiano com-pôs", entre as suas;obras mais aprecia-das, as óperas Alda,Rigoleto, Trovador.

Sabem que dia da.semana foi o 12 deOutubro de 1492,quando CristóvãoColombo descobriu aAmérica ? Uma sex-ta-feira.

•Quase todas asj

cobras são perigosas.Há, entretanto, ai-gumas que nos pres-tam serviços. A mu-çurana, por exemplo,é nossa amiga. Elaataca e mata outrascobras, — devoran-do-as. E não atacao homem, nem oSanimais.

•A Vitória Regia

não é a maior flordo mundo. A maiorflor do mundo é aRaflésta, da ilha deSuma tra.

•Nesta palavra —

Justiça — cabe qua-se inteira a noçãoda nossa felicidadena terra. E' a subs-tânciia da civiliza-ção, a essência dasociedade, a síntese)tía política cristã. As.nações medram, ouidesmedram, segundo)a sabem guardar. —¦Rui Barbosa.

•Os pés de camelo.

bem largos, são pró-prios para não seafundarem na areia.

ELVt_**' *^_.

Menino que gostade possuir um cão,deve educá-lo paraque não dê aborreci-mentos às pessoas dacasa, estragando ob-jetos, avançando nasvisitas etc.

•Teophile Gautier

costumava dizer que"a natureza criou ofgato para o homem,poder ter o gosto deacariciar o tigre".

O mais sábio e,principal-tmente, o mais vir-tuoso dos imperado-res romanos — Mar-co Aurélio — acon-telhava que a pes-soa não se entre-gasse no desconten-tamento, nem aodesânimo. Devia re-começar, para ven-cer !

teiro, é a bicicleta.Quando apareceu,em 1817, a bicicletaera chamada "má-quina de andar".

C i i>^\'ÈÉB_rís«-

A tartaruga venceua lebre, naquela céle-bre fábula, porquenão confiou demaisnos próprios méritose possibilidades.

A lebre foi conven-cida e otimista aoexagero, e por issoperdeu a aposta...Chegou depois da tar-taruga.

•Como nasceu o ba-

rômetro ? Torricem,matemático e físicoitaliano, veri-ficou, em 1643, os e-íeitos da pressão at-mosférlca sobre umacoluna de mercúrioencerrada num re-cipiente de vidro -em que havia esta-belecido o vácuo.

A larlnge de Enri-co Caruso faz agoraparte das coleçõesdo Museu de Napo-les, onde está cuida-dosamente conserva-da e constitui umincomparável d o -cumento de estudo.

Os chineses consi-deram o respeito fi-liai como a mais altavirtude humana.

0 TICO-TICO ABRIL, 1954

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oo T^T7 ARDTT ANIVERSÁRIO DOLL \\J\P /IJDjIxIJL. DESCOBRIMETO

DEVEMOS a Pedro Álvares Cabral, a gló-

ria que êle realmente merece: a de des-cobrir o Brasil depois de um longo e árduo tra-balho através dos oceanos, em barcos frágeis,que dificilmente resistiam ao embate das on-das, e à fúria devastadora do vento.

E celebramos, com isso, o heroísmo portu-guês, que, sem medir sacrifícios, afrontavatoda a sorte de perigos, somente pelo ideal de

dar ao mundo novas riquesas. Celebrando oheroísmo português, o Brasil se engrandece ese honra. É que elevamos assim o trabalho e oesforço dos nossos maiores, de que descende-mos, e que nos deram com o seu sangue asqualidades da raça: a coragem, a resistência,a generosidade, e esse gosto pelo ideal, que cum dos mais belos encantos do gênio de Por-tugal e Brasil.

(~\ primeiro homem que pisou terra brasileira foi o fidalgo Pedro Alvares Cabral,^-^ filho de Femão Cabral e D. Isabel de Gouveia.

Nascido em 1468 no reinado de D. Afonso V, tivera êle um avô que exercia cargo :Jeconfiança junto do grande infante D. Henrique.

O Rei D. Manoel, deu a capitania de treze navios de vela e de mil e duzentos ho-mens e instrução, e a 9 de Março de 1500, soprando ventos favoráveis todas as naus le-vantaram ferro.

A 14 do mesmo mês achava-se a frota na altura das Canárias.

No dia 22 devido ao forte temporal desapareceu uma das suas naus, comandada

por Vasco de Altrayde. Desviando-se da rota traçada tomando pelo Ocidente, foi ca-sualmente dar no Brasil devido ao vento rijo que então soprava.

Em 21 de abril apareceram os primeiros sinais de terra próxima, como ervas marí-nhas e inúmeras gaivotas.

Ao raiar a aurora de 22 de Abril apresentou-se a seus olhos um monte, ao qual Pe-

dro Alvares Cabral deu o nome de Monte Paschoal.

Estava descoberto o Brasil.

ABRIL, 1954 O TICO-TICO 9

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CONTOde

E R I C AM A Y E R

AWVWMA^^WM^^W

P4UIINH.PAULINHO

estava sentado à sua mesa de estudo e pensava. Mas não pensava nos-seus deveres nem nas suas lições. Para dizer a verdade não tinha nenhuma, abso-

lutamente nenhuma vontade de estudar. Paulinho era um menino preguiçoso, e, fi-cando assim, com a cabeça apoiada na mão, como se estivesse preocupado com um tema de gramática ou algumproblema de aritmética, querem saber o que tanto ò absorvia?

Nunca o advinharão. Ele queria virar sapo ! Sim, virar um sapo...Os sapos, raciocinava êle, têm uma vida maravilhosa. Vivem brincando na água e tomando banhos de sol.

Para eles nada de aulas, nada de escolas.... -Paulinho deu um grande suspiro e disse em voz alta:

Gostaria tanto de ser sapo 1 Mas sei que isso é impossível...Não é impossível, Paulinho, se você o quiser de verdade, disse de repente uma voz fininha.

Paulinho, surpreso, quase caiu da cadeira. Quem poderia falar assim?Olhou ao redor de si, mas não enxergou ninguém.

Você não me vê, pois sou muito miúdo, continuou a mesma voz. Levante o seu lápis verde, para que eupossa chegar mais perto. O menino, muito admirado, olhou para o lápis de côr e que viu? Um homenzinho ves-tido de verde dos pés à cabeça, que estava se balançando na por*", .d lápis. O anãozinho apresentou-se:

Sou Verdinho, o mensageiro especial do Rei dos Sapos. Pelo que ouvi, parece-me ter chegado em boahora para escolher-um noivo para a Princesa Sapinela, filha do nosso Rei. Você terá tudo o que um sapo de san-

gue real possa desejar, e, sobretudo, não precisará estudar. En-tão, quer me seguir?

O menino, bobo como era, nem se lembrou dos pais, tãobondosos, que teria de deixar, nem do seu querido cachorrinho,que ficaria sem dono. Entusiasmou-se tanto, que respondeu à

proposta do Verdinho:Sim, quero ir contigo, mas creio que sou alto

demais para a Princesa Sapinela.Deixe isso por minha conta, Paulinho, disse o

anão.

A___P[r^_^ / \\\

ft/g-NS.AseiMdfllD

10 O TICO-TICO ABRIL — 1954

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4

Tirou de um bolso uma vara minúscula e começou à agitá-la na frente de Paulinho que, de repente sentiu-semuito cansado, horrivelmente cansado...

Parecia-lhe que estava encolhendo cada vez mais. Adormeceu profundamente.Desperte, menino, já chegamos ao palácio do Rèi Sua Majestade o espera.

Paulinho arregalou os olhos e fechou,-os novamente. Onde estava? E depois só se lembrou que quis acom-panhar o Verdinho para o país dos sapos. Ali estava, numa vasta sala de aspecto muito esquisito. As pare-des eram verdes, enfeitadas com gotas brilhantes de água. O chão erá úmido, e no fundo da sala havia uma gran-de pedra, coberta por uma folha. Nela, sentado um sapo gigantesco, com uma coroa na cabeça. Era o Rei de Sa-polândia.

Seja bem-vindo ao meu reino, disse. Você deve estar com muita fome após tão longa viagem. Darei ordenspara que lhe seja servido um bom jantar.

Paulinho lembrou-se de que efa provavelmente a hora de jantar também na sua casa. Seus pais estariamsentados à mesa, em silêncio, pois o filho tinha desaparecido... Em baixo da mesa, Lulu, triste, nem se importa-ria com seu pedaço de carne. Todos eles só teriam um único pensamento: onde estava Paulinho?

O Rei deu um sinal, e imediatamente apareceram quatro sapos muito grordos, trazendo conchas brancas re-pletas de comida. Comida de sapo, é claro. Patas de mosca, gelatina de minhoca, asas de libélulas, doces de mus-go. Não, francamente, Paulinho gostava muito mais da comida de sua casa.

Pela primeira vez duvidou de que a vida de sapo fosse mesmo tão agradável quanto pensava.Por hoje deixaremos descansar o novo sapo, disse o Rei depois do jantar. Amanhã minha querida filha

conhecerá seu futuro noivo.Verdinho levou o rvenino até o quarto que lhe fora destinado, um aposento úmido e escuro, e mostrou-lhe um

leito do *i co.a sua cama, uma verdadeira cama de sapo, disse sorrindo. Você terá de adaptar-se aos nossos costumes.

ii)o, porém já não escutava, es--atado na beira da cama, scluçan-

__ desesperadamente. Com certeza, emcasa, a mãe estava agora diante da sacama vazia, sem poder dar o beijo de boanoite ao filhinho. É que o filhinho est..,-va longe, era agora um pequeno sapovivia na água, comendo moscas. Que tris-teza ! !... _ A

Verdinho, ao ouvir o choro, logo adi-vinhou a causa do pesar e disse:

Paulinho, você ainda pode voltaraa ser um menino como era antes, massob uma condição: você se tornará apli-cado e estudioso. Promete?

Sim, sim, soluçou Paulinho, pro-meto sinceramente fazer o possível paraser um bom aluno. Nunca mais hei dequerer virar bicho nenhum. Vamos logopara casa t

Ainda pôde ver o anãozinho abanarnovamente a varinha, e depois caiu nosono. Quando, finalmente, acordou, sua'mãe estava a sacudi-lo:

Levante-se, Paulinho ! Já está qua-se na hora de ir para o colégio.

Num minuto, Paulinho estava de pé,ficando logo pronto para ir à aula. E,pulando alegremente a caminho da es-cola, pensou:

Adeus, rei dos sapos ! Mas adeus',também, preguiça !

/*d. ____

ABRIL .954 O TICO-TICO 11

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AVENTURAS DE ZE MACACO

Zé Macaco e seus inventos...Agora, trata-se de um escafandro originalíssimo.

E êle tem tanta confiança noque inventou, que lá vai fazer aestréia, pois diz que é inventor...

até debaixo dágua! Como seu aparelho, tudo se podofazer, no fundo do mar...

... até mesmo comer sanduiche. E foi o que Zé Macaco fez.quando teve fome.

Mas um grande peixe — mero,robalo ou xáreu? — viu o sandui-

che e, como estava também ...

... faminto, abocanhou a gu-loseima ! Depois, ainda empurrouZé Macaco para cima, para...

buscar outro. Aí apareceu uma senhora dona arraia, que lhe deu um... rabo-de-arraia acabando mesmocom a pescaria. Para resumir, Zé Macaco acabou de« cama. E quando Faustina lhe trouxe uma dieta...de peixe, êle deu tal estrilo !

12 O TH ÓTICO IHRIL, 1954

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II CURIOSA ORIGEM DA PALAVRA...

CAPELAAN O latim antigo, "cappa" significava manto, e o forma diminutiva nos dá

"cappello", que também se escreve "capella" e quer dizer manto pequeno,

capinha, ou chalé.

O manto usado por São Martinho de Tours, que morreu no quarto século, ero

guardado como santa relíquia e a palavra "cappello" foi empregado para designar o

receptáculo que o continha e, depois, por extensão, a igreja onde esse receptáculo

estava guardado.

O guardião da relíquia do Santo era chamado "cappellanus", de que se origi-nou, em português, capelão.

Hoje, chama-se capela umo pequena igreja.

NO PRÓXIMO NÚMERO, ORIGEM DA PALAVRA ATÔNITO

ABRIL. 1954 O TICO-TICO !.*

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Encontramos hoje nossos amigos Tamarindo, Cara-petão e Simplicio, em nova e proveitosa atividade. Tra-balham na seção de fabrico de lâminas para navalhas deprecisão... (para quem tem precisão).

O dono da fábrica está radiante, pois as lâminassão as mais belas, brilhantes e simpáticas que já houvena face da Terra, embora a Terra não passe lâminas naface... Toda a gente queria comprar!

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Aqui o nosso amigo, comprou uma dúzia. Hoje édia do seu casamento e êle quer ficar mais belo do quenunca. Para um dia tão belo, só uma cara bela, mesmoporque a noiva dele se chama Arabela...

Mas... parece que a lâmina é tão boa que leva, comos pêlos da barba, raízes e tudo, inclusive uns bifinhosda carne mole da bochecha... — Ih ! Tudo isso é sangue?— exclama êle, com o sangue fervendo de raiva.

Veste-se às carreiras, com as faces estreiaaas decruzes de esparadrapo, e sái como uma fera em direçãoà casa da noiva. "Arabela vai vêr estrelas! — pensavaêle — quando me vir assim..."

Quando a noiva viu aquilo, quase se estrelou ichão, desmaiada. — Eu não me caso com homem cheiode remendos ! — foi logo dizendo. Sua cara parece calcade menino pobre !... v^

Então o nosso amigo perdeu a calma. E foi bater,como um tigre, na loja onde havia comprado as lâminas.Fez um banze tamanho, esbravejou tanto, que o homemfoi ficando também por conta...

14

... e partiu como um leão para os lados de Tamarindoem cujas mãos a bomba sempre arrebenta . "Vocêsvão ser transferidos, seus..." Não, meninos. Nem vale apena repetir o que o homem danado disse...

(Continua)O TICO-TICO ABRIL — 1954

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ABRIL — 1954 O TIOO-TICO 15

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Ornar sempre atraiu os

homens e as mulheres,por sua beleza, pelo seu eternomovimento, e lhe atribuíramuma grande vitalidade, emconseqüência, talvez, do sa-bor de suas águas, todo espe-ciai.

Um dia, uma pequenaquantidade dágua do mar fi-cou retida na bacia rústica deum rochedo, e foi evaporadapelos ralos solares, deixandocomo deposito — o sal.

As tribos que viviam na Eu-ropa, assim como as que os

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Mais tarde, outros desço-briram que o sal dava um no-vo sabor às carnes, e foram

O SAL Prof. DÈBORAH P. DORE

portugueses encontraram noBrasil, foram as primeiras atomar conhecimento das suaspropriedades, na análise queos mais inteligentes fizeramdaquela areia alva, mistério-sa, chegando à conclusão deque ela possuía o mesmo gôs-to da água do mar : era, pois,o elemento que a modificava,tornando-a diferente.

mais além: passaram a con-servá-las, preservando-as dadeterioração. Que é a "Char-queada" senão o saígamentode carne, para que ela resistaa longas viagens ?

Em pouco tempo as vanta-gens da nova descoberta es-palharam-se pelo interior dosContinentes, numa perfeitaforma de propaganda primi-tiva, e as tribos a adquiriam

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em troca de peles de animais.Dai se generalizou o uso do

sal.Em certas regiões da civili-

zação antiga, o sai chegou aservir de referência para pa-gamento, originando a deno-minaçâo de "salário0, retri-buição de serviço feito aosdias ou as horas,

O sal tem, também, o seuvalor espiritual: é o símboloda sobriedade, do equilíbrio,do método... Por isso JesusCristo chamou os seus aposto-los de "Sal da Terra" — Estaexpresão encerra a força mo-ral, que nâo transige e nfto seabate, que exemplifica e queengrandece, assim como o salcom o seu sabor inconfundl-vel, ainda defende a lubstftn-cia que a êle se associa.

Os Estados do Brasil quepossuem grandes salinas, são*.o Estado do Rio e o Rio Oran-de do Norte.

to fotografia* mostramduas vistas das salina* d*Cabo Frio, Estado do Rioda Jantiro.

ia O TH.O-TU.O 4RKIL. tm

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TfWDWrsfA sdata de 21 de Abril relembra um dos

fatos mais importantes da HistóriaPátria. Recorda ela a morte injusta do grande bra-sileiro que foi Joaquim José da Silva Xavier, oTiradentes.

Em 1789, quando se anunciava em Minas a cobrança do impostodo quinto de ouro, cuja importância era enorme, o alfares JoaquimJosé ào Silva Xavier, ajudado por Inácio José de Alvarenga Peixoto,os tenentes - coronéis Domingos de Abreu Vieira e Francisco de PaulaFreire de Andrade, os Drs. Cláudio Manoel da Costa e Thomaz Antonio Gon-zaga, os padres Carlos Correia de Toledo e José da Silva Oliveira Mollim,Domingos Vidal Barbosa e José Alves Maciel resolveram libertar o Brasil dojugo português, acabar com a escravatura e estabelecer o regime republicano.

O momento era azado, porque o imposto de quinto era um dos grandesvexames que angustiavam o brioso povo de Minas.

O lema da nova bandeira já estava escolhido: "Libertas quae será

tomen" (Liberdade ainda que tarde).Todavia, a traição de um suposto conjurado fez fracassar o sonho pátrio-

tico de Tiradentes. Foi Joaquim Silverio dos Reis quem denunciou o plano aogovernador. As providências não se fizeram esperar.

Tiradentes, por ser o mais ardoroso na campanha da Liberdade, foi o pri-meiro a ser preso. Seguiram-se as prisões de seus companheiros.

Feita rigorosa devassa, veio a sentença de 18 de Abril de 1792; conde-nado onze conjurados à morte e vários outros a degredo.

Estas penas, porém, foram logo comutadas, sofrendo a pena de mortesomente o intemerato Tiradentes, que se mostrou, no decorrer do processo,

de uma altivez e patriotismo sublimes.A 21 de Abril subiu ao cadafalso o grande, o maior,

o mais sublime brasileiro.E só hoje, nesta época de liberdade, se reconhece o

valor óa causa que Tiradentes defendeu até ao últimomomento de sua vida ! •'

4BRIL NM O TICOTHO

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'' ~~~ ABRIL — 1954 1918 o nco-Tico

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João GharirhAf. í dOÃO CHARUTO.' ^l

VOCÊ PARECE ESTAR \í E EÕTOU *--5** Sd: A/O ÔMBUS EM NMUITO ABORRECIDO-» MESMO, QUE EU r-fiVHA > UM CAUA- V

c/CWO. _/V MGO. __.Y_57.fO AWO C£P£Z/ S£Z/ )\_ _^C y^y LUGAR A UMA SENHORA IDO ]/

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mOHJ ESSE HOMEM _*WÒE' UM CAmLHEíRO JQUEM ERA ÊLE?

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O MOTORISTA I

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sDMUNO(^~^

20 O TICO-TICO ABRIL, 1954

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FEITO, REGENTE ÚNICO DOIMPÉRIOríra-n****.'•.!"¦. ¦•*'*¦ *>**¦* ¦•-**<-» BnweeaaeBsag

JjJaljM»t^<«LUlMW>àyiai*lÍ^aj^ ^^*

A

7 de Abril de 1835, reali-zava-se no Brasil a dei-ção para Regente ónico

do Império, cargo criado peloAto Adicional e que deveria sa-ceder à Regência Trina.

O antigo ministro da Justiça,Diogo Feijó, enfrentando seiscompetidores, foi eleito por 2.826votos, seguido-se-lhe HolandaCavalcanti com 2.25!.

Assumindo o posto árduo, Fei-jó, que já se revelara o homemexcepcional de que o Brasil pre-cisava naquele momento difícilda sua história política, confir-mou suas grandes qualidades dejestadista.

Os inimigos do eminente pau-lista, em vista de se achar êledoente, começaram a espalharque não assumiria o cargo.

E já anunciavam que se iriarealizar novo pleito.

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Era o despeito dos inconfor-mados e dos vencidos.

Mas, enganaram-se. Feijó to-mou posse a 12 de Outubro. Sónesse mês foi possível terminara apuração do pleito, porquanto,naquela época, havia dificulda-des de transportes e de comuni-cações no pais.

A cerimônia da posse do pa-dre paulista verificou-se perantea Assembléia Legislativa.

Estavam presentes 60 deputa-dos e 26 senadores. O presiden-te da Assembléia designou pararecebê-lo tuna comissão de 21membros.

Narra o escritor Otávio Tar-quinio de Sousa: "Em seguidaa sete dias de um grave incô-modo, Feijó aparecia pálido,abatido, oprimido.

E, foi assim que prestou jura-mento. Toda a cerimônia duroudez minutos: às 11 horas menos5 já o Exmo. Regente se reti-rava "com as mesmas etiquetascom que fora recebido."

Na qualidade de Regente uni-

co, Feijó procurou empres-tar ao cargo a maior ener-

gia. Entretanto, e apesar detudo, já não era o mesmo ho-mem de outros dias. «

A moléstia, que mais tarde oprenderia a uma cadeira de ro-das, já começava a se manifes-tar. Mas o ânimo, ã bravura,a coragem cívica, o patriotismo,foram qualidades que não mor-reram no espírito de Diogo Fei-jó. Ele lutou com situações di-ficeis. i

Resistiu a uma violenta opo-sição política. Teve necessidadede recorrer 8 métodos violentos.No Parlamento era acusado dedéspota. A onda crescia, tumul-tuosa, contra o Regente.

Mas, Feijó não na homempara se humilhar, nem paira;transigir. Seu temperamentoera um só. Era inteiriço o seu,caráter.

Vendo que não podia resistiraos ataques que vinham de to-dos os lados, apesar de ter ami-gos fieis que o defendiam, renun-ciou ao cargo.

Passou-o ao seu Ministro daJustiça. Pedro de Araujo lima.

No Manifesto que lançou aopovo, dizia êle: "Brasileiros! Porvós, subi à primeira magistra-tura do Império, por vós desçohoje desse eminente posto.

Qualquer, porém, que fór asorte que a Providência medepare, eu sou cidadão brasilei-ro e prestarei o que devo à Pá-tria".

Cinco

anos depois, êle apare-cia como um dos chefes domovimento revolucionário

de Sorocaba, vencido por Lima eSilva, o futuro Duque de Caxias.

Preso, deportado, processado,Feijó foi até o derradeiro ins-tante da sua vida um homemIntegral. Morreu a 10 de Novem-bro de 1843, na capital de SãoPaulo, esquecido dos homens doseu tempo.

A posteridade, porém, fez jus-<tiça ao admirável cidadão, aohomem excepcional ao sacerdo-te magnânimo, ao estadistamagnífico que foi Diogo AntônioFeijó.

AMÉRICO PALHAABRIL, 1954 O TICO-TICO 21

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\J\J o f~*J ) ©m& ís

Cantando, Dona Baratinhavarría a casa.

Súbito, achou uma moedaApanhou-a. E se pôs à janela.

Passou um boi. "" m{-Boi, Você quer casar comigo?-Quero,..-Como e que Você faz?-Mu...u...u...-Não quero]Tenho medo:

Passou um cabrito... 'J-Cabrito, Você quer casar comigo?-Quero.-Como é que Você faz ?-Mé... mé...me...- Não quero] Tenho mêdol

IaYPassou um cachorro. 4 /-Cachorro,Você quer casar comigo?-Querô.y-Como é que Você faz ?-Au.'..Au/..Au...-Nao quero/ Tenho medo/

"Passou um gato.-Gato, Você quer casar comigo ?-Quero.

-Como é que Você faz ?-Miau/ Miau/ Miau/-Não quero/Tenho medo/

22 O TICO-TICO ABRIL — 1954

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osjy s^T\ /// Passou um pato.T-p í 'ii)

/f.'fí$g> -Rato, Voeê querj \^y ///)r ásÈ\ easar comigo?j j^r:~jhJi''lf L-J/á^) ~<^uepo-1 aJT/£~^A H*Jm47 m*.\i /mvli-T^ -Gomo é que Vo-K^/t^\T\ QPW*,

cefa*?/f~j\\'\ >i\JL/^ y/ -Cui/cui/eui/

^/^^^^J W^Â -Quero/Quero/

E se casaram. Houve festa. EDom Ratão viu na panela um gos-toso pedaço de toucinho.

Deixou a noiva na sala e foitirar o petisco.

Mas ... eom tanta infelieidadeque caiu dentro da panela,mor-pendo cozido. Dona Baratinhafoi à procura do noivo,encontran-do-o na panela, morto.

i-V y. / /.'.'->'/

Chorou muito e jurou nunca maiscasar/

ABRIL — 1954 O TICO-TICO 23

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~»T O sertão nordestino, é£se éo tipo humano mais eví-

•^-^ dente De pequena estatura, magro e desajeitado,

não mostra, peia aparente fragilidade., o vigor, a disposição

de que se anima ao varar em espantosa carreira, no lombo

do "quartau", a caatinga pedregosa e cheia de espinhos.

O vaqueiro veste um gibão de couro que o protege

contra os arranhões, verdadeira armadurc Usa, oléTi

disso, perneiras que vão até às virilhas, luvas, guord

chapéu, rebenque ou chicote

Deitado sôbre o cavalo e protegido pela roupa de

¦couro, c vaqueiro persegue uma rês através da mataria

seca e cheia de obstáculos Pega o animal a unha, quando

cc mesmo se emparelha, e áà-^e um violento puxão na

cauda Incontinenti, e |á apeado, torce-lhe o pescoço, imo-

bilisando-o

y A 'vaquejada" é a festa do vaqueiro Aí dão-se dire-

rentes folguedos aue exigem perícia e audácia''Vaquejada'', "pegada do boi", "arrancada", "arriba-

da" e "estouro-da-boiada", desafio de cantadores, e festcs

de novenas nas capelas da vila, são os momentos de ternu-

ra e enlevo desse herói desconhecido

Entre o vaqueiro e o gaúcho há uma grande diferença,

embora se dediquem a trabalhos semelhantes O gaúcho é

exuberante, humorado e combativo, enquanto o nordestino,

silencioso e retraido, reflete nos gestos medidos o cálculo

de suas possibilidades diante das circunstâncias.

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u O TICO-TICO ABRIL. 1954

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A invenção domata-borrão

T7ATO que pouca gente conhe-ce é que o papel mata-borrão

foi inventado por um operáriode uma fábrica de papel deBerkshire, Inglaterra. O aconte-cimento data de 1675, e foi in-teiramente casual. O operário seesqueceu de juntar a quantidadede cola necessária à pasta desti-nada a transformar-se em pa-pel... Daí surgiu o mata-bor-rão, cuja utilidade foi logo reco-nhecida.oooooooooooooooooo*

Independência políticados países da América

DAMOS abaixo, por ordem

cronológica, as datas co-memorativas da Independên-cia Política de todos os paísesda América.

Estados Unidos .. 4-7-1776Haiti 10-7-1804Equador 10-8-1809Argentina 9-7-1810Columbia 20-7-1810México ... 16-9-1810Chile 18-9-1810Paraguai 14-5-1811Venezuela 5-7-1811Peru 28-7-1821Costa Rica 15-9-1821Guatemala 15-9-1821Honduras 15-9-1821Rep. Dominicana 15-9-1821Nicarágua 15-9-1821Brasil 7-9-1822Bolívia 6-8-1825Salvador 25-8-1825Uruguai 27-8-1828Cuba .. 22-5-1902Panamá 3-11-1903

.ABRIL, 1954

fitude

.USANDO A EfICAZ POMAOA*_fem__icen3--íyAconselhada para amaciar a pele, tirar sardas emanchas, fazer desapare-cer as rugas, panos, aspe-rezas e ulcerações. Com-bate a supuração da pele,inflamações e erupçõeseczematozas.

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O TICO-TICO 25

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l—-*(P~ê iConfo de Juracy Correia

YICENTE

era um menino briguento, que vivia

provocando os colegas na escola e os vizin!

na rua onde morava, nâo respeitando os

eram menores e não se intimidando dic

que eram maiores do que êle.

Diariamente êle acordava bem cedo e, q

café, fazia exercícios para ficar forte, co

já havia conseguido um físico de causar in

Como todo menino mau, Vicente detestava c

possuidores de bons sentimentos. E, como todo

estudante desleixado, detestava os que eram

aplicados, de modo que uns e outros eram a^

suas vítimas prediletas.

/^RA, acontece que certo dia entrou para o co-

légio um novo aluno, rapaz tímido e pacato,muito estudioso, e que, por isso mesmo, logo se

tornou o alvo predileto das provocações de Vi-

cente.

Roberto ,que assim se chamava o rapaz, não

dava, porém, nenhuma atenção aos insultos. E,

tanto quanto possível, evitava encontrar-se com

o colega, quer saindo mais cedo do colégio, logo

que terminavam as aulas, quer passando para a

outra calçada, quando o encontrava na rua.

ê que êle desejava ser deixado em paz.

O TICO-TICO ABRIL — 1954

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Quando Vicente lhe pisava os pés, êle pe-dia desculpas. Sorria quando o outro lhe di-zia desaforos. Calava-se quando era cha-mado de covarde.

Vendo que nada conseguia, se não to-masse uma atitude decisiva, Vicente resol-

veu "quebrar a cara" de Roberto de qual-quer maneira, sem ligar ao fato de que o ou-tro não lhe dera o menor motivo de queixa,além de que, se covardia existia, era a sua,

_por ser muito mais velho e mais desenvol-vido de corpo que o outro. Por isso, assim

que a aula terminou, Vicente foi o primei-ro a sair, tendo se postado defronte do co-légia, à espera de Roberto, que não tardou.Então, sem nenhuma palavra de explica-ção, o fói logo agredindo

Nem queiram saber, porém, que surprê-sa estava reservada a Vicente. Rápidocomo um raio, Roberto, antes mesmo deser atingido, pegou-o por um braço e ati-

rou-o no chão, provocando gostosas garga-lhadas nos demais colegas, que haviam se

aproximado e presenciado a cena. Humi-

lhado com a queda, e atribuindo o fato ao

acaso, Vicente tornou a se lançar contra

êle, sendo derrubado como da vez anterior.

E pela terceira vez, quando tentou, o mes-ABRIL — 1954 O TICO-

mo sucedeu, esfriando a sua coragem.Afinal não lhe restou senão compreen-der que, debaixo de uma aparência pa-cata e tímida, Roberto era um exímio lu-tador.

A derrota, melhor do que os conse-

lhos, repreensões e castigos, serviu delição a Vicente, que se tornou quieto esossegado, como devem ser todos aquê-les que têm consciência de sua superio-ridade física.

Roberto e Vicente terminaram tor-nando-se muito amigos.

E Vicente se tornou, também, ummenino estudioso, de modo que a liçãoteve um duplo valor.TICO 27

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ALAVANCA DEARQUIMEDES

Um dia, durante o cerco

de Siracusa, Arquimedes,famoso cientista, a certa per-gunta do Rei Hieron, respon-deu convictamentet

Não é só possivel remo-ver as galeras do adversário,como tenho a certeza de atése remover a própria Terra.

Não percebo... — re-plicou o soberano.

Reparai bem: se houvesseum lugar, fora do nosso Mun-do, oude eu pudesse pousar ospés, conseguiria desviar aTerra do seu curso...

E Hieron, estasiado, ouviuo sábio explicar a teoria queconstruirá, sobre as alavan-cas e roldanas, teoria que,posta em prática, permitiriamover pesos enormes com mi-nimo esforço.

E, para convencer o Rei|construiu uma roldana múl-tipla, com a qual as mãosfrágeis do poderoso monarcaergueram, mantendo-o depoissuspenso no ar, um grandenavio siracusano.A Hieron, para obter este mi-la_*re, bastou-lhe apenas pu-xar uma simples corda.

MUiTO MAIS FÁCIL //

^JÊÈê>-

0 <S \^>

SSSSSMjsLUIZ

Exposto à venda, num lote de es-cravos, no meroaado de Campinas,Luiz Gama, que andava pelos dez anosfoi abordado por um fazendeiro da_fcercanias que lhe perguntou:Onde naceste ?

Na Bahia, respondeu o molequi-nho.

Baiano... nem de graça — de .clarou o comprador.

GAMAE afastando-se:— Já não foi por ser bom que te

venderam tão pequeno!Trinta anos depois, tornado grande

jornalista e advogado famoso fez LuizGama relações com esse fazendeiro,que era o conde de Três Rios. E otitular, que o não quisera para escra-vo, orgulhava-se, então, de tê-lo co-mo amigo.

r.DUCASORT€NAPISCINA

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p_ft_òfNAO FALHA ^

PAZ DOS FRACOS FORTESINFALÍVEL NOS CASOS DEESGOTAMENTO

ANEMIADEBILIDADE NERVOSAINSONIA

FALTA DE APETITEE OUTROS SINTOMAS DEFRAQUEZA ORGÂNICA DE

r CRIANÇAS E DE ADULTOS

.8 0 TICO-TICO ABRIL, 1954

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CONCURSO QUADRO DE HONRA

i^> ^B% *4

Recorte os 7 fragmentos em que foi dividida a silhueta, cole-os em umafolha de bloco, de modo a armar a figura, de novo, assine seu nome, escrevaseu endereço completo e remeta a "NOSSOS CONCURSOS" — Redação de>"O TTCO-TICO" — Rua Senador Dantas, 15 - 5.0 andar _ Rio de JaneiroD. p. — Aguarde, então, a edição de Junho vindouro.°<><><><>*---<-**<>^

SOLUÇÃO DO CONCURSO

N.° 320

SOROCABAA sombrinha data 2.000 anos an-

tes da era cristã, pois as mulhereschinesas já a usavam com o nome

de "san-kal".

Na Inglaterra paga-se imposto pa-ra possuir cachorro; apesar dissonão existe uma só familia na Gra-Bçetanjla que nãtp possua um ou

'mais desses animais.

O bolero, ao contrário da crençageral, não é dança espanhola e simde origem marroquina e só íoi in-troduzido na Espanha em 1870.

FORAM CLASSIFICADOS PORSORTE, PARA SAIR NO QUADRODE HONRA, OS SEGUINTES CON-CORRENTES QUE NOS ENVIARAMSOLUÇÕES CERTAS DOS DOIS

ÚLTIMOS CONCURSOS.

— JULIO SILVEIRA COSTA —Rio Bonito — E. do Rio.— MARIO DE MATTOS GUERRA

Salvador —Bahia.— CORIOLANO SAMPAIO NETO

S. Paulo — Estado de a Paulo.— ALICE MIGNIGLIA — S. Leo-poldo — Rio Grande do Sul.— CARLOS G. Pana — Aracaju

Sergipe.— CARMEN LUCIA1 NOVIS — Ti-juca — Rio — D. P.— MARIA APARECIDA BERTU-OCI — Três Corações — Minas.— DIOMAR MO__INTZ rj__ —Porto Alegre — Rio G. do Sul.— ALCIDES PENTEADO ALVES

Teresópolis — E. do Rio.10 — SINESIO MOREIRA FTOLA —

Santos — São Paulo.11 — OLGA MORAIS BElSTEVTDEfS

Belo Horizonte — Minas.12 — LÚCIA CARJ_NTER ULM —

Recife — Pernambuco.13 — JURACI M. P. TAVARES —

Belo Horizonte — Minas.14 — TERESINHA SALVANO - Ipa-

nema — Rio — D. P.15 — ARTUR BANDEIRA DRETJX

Bagé — Rio Grande do Sul.16 — MARCOS JOSÉ' CAMPELO —

Grajaú — Rio —, D. P.17 — OSEAS V. MONTANHA — Vila

Isabel — Rio — D. P.18 — MATILDE COSTA NEVES —

Petrópolis — Estado do Rio.19 — PLINIO CARREIRA PILHO -

S. Paulo — Estado de S. Paulo.20 — MARIA LIA M. CORAL —

Irajá — Rio —t D. P.

QXfi&fÒMENSÁRIO INFANTIL

Propriedade da S. A. "O MALHO"Diretor: Antônio A. de Souza e Silva

Rua Senador Dantas, 15 — (5.° andar)RIO DE JANEIRO

ASSINATURAS(Sob registro postal) 12 números .... Cr$ 50,00Número avulso Cr 4,00 — Atrazado.. Cr* 5,00

OBSERVAÇÃOX TENDENDO a que as soluções enviadas pelos leito-

*•*¦* res residentes nos Estados nos chegam sempre comgrande atrazo, resolvemos, no seu próprio interesse, mo-dificar a forma de sorteio dos nomes que devem apare-cer, cada mês, no Quadro de Honra.

Assim, o sorteio abrangerá sempre as soluções DOSDOIS ÚLTIMOS CONCURSOS, em vez de se limitar à

do concurso cuja solução vai publicada.

4RRIL, 1954 O TICO-TICO 29

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kWO-BEeV... B0Í40 e AZ&TO/VABALÃO, OUVI O anastXció dizer queLA' NO RIACHO DO CACHIMBO,.ONDE HÁUM CAJUEIRO, TEM CADA BRILHANTEQUASE DO TAMANHO DE UMA LARAN-JA-?

¦'£ SE FOR VERDADE O QUE DISSE O ^t: AZEITONA, VOU FICAR RlCO/^y

/ali' esta'* o cajueiro Al quE maravilha de brilhante/...ESTOU vendo uma coisa \ ^T £ JA' ESTA' LAPIOADO. >—*—-*

Ra BRILHANDO/.- DEVE SER r___l^____, __Jr '—¦£/ W J-\UM BRILHANTE^J-^- ^"7/

¦~-T^~ Ér mV Wkl ^mmmmm\Y A. J

PESSOAL OLHE QÜE "BÁITA" BRI-^I I ORA,BOLAO/ ISSO E UM VIDRO OE \lhante que eu achei / eu

'sou) maçaneta oe porta que eu osi >>-OMAIOR*!\_^_-~-^ f^ AO AZEITONA...^^^_^^^_y

30 O TIOO-TICO ABRIL — 1954

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f^^\jf\^y. cana

ABRIL — 1954 O TICO-TICO 31

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fíofmy Õe/fa/iMõA

Ç> A M (VER aUSTRAÇOES NO OUTRO LADO DA PAGINA)

A cultura da cana de açúcar é amais antiga do Brasil, introduzi-

da pelos colonizadores de nossa gran-de pátria.

O caule principal, na cana de açu-car, é um rizoma subterrâneo, de ondenascem numerosas raízes adventícias eramos secundários aéreos, providos denós de onde brotam as folhas, longas eachatadas. Podem atingir até três me-tros de altura, formando grandes tou-ceiras. E' uma planta de raiz perene,isto é, as raízes continuam a viver eproduzir novos caules todos os anos, de-pois dos antigos terem sido cortados outerem amadurecido e dado sementes

E" do caule que se tira a substânciaque os engenhos ou usinas transformamem açúcar.

Quando a cana está madura é cor-tada rente ao chão. Os colmos são re-duzidos a polpa e espremidos para selhes tirar o suco, que, após passar porvárias operações (defecação, filtração,cozedura, cristalização) transforma-se no açúcar bruto.

Por sua vez, o açúcar bruto é subme-tido a vários processos de refinaçãopara se obter o açúcar comum, tão gos-toso e usado em nossas casas.

A cana de açúcar, além de fome-cer a matéria prima para a fabricação

de açúcar, mel, rapadura, fornece mui-tos outros subprodutos, sendo até o ba-gaço aproveitado como combustívelnas fornalhas do engenho e na fabrica-ção de papel.

No Brasil sãò cultivadas muitas va-riedades de cana, destacando-se:

Pitu, Manteiga, Demerara, Caiaria,Roxa, etc....

Atualmente o Brasil ocupa o segun-do lugar como produtor de cana de açú-car, desfrutando o primeiro lugar na

produção mundial de açúcar a Repúbli-ca de Cuba.

Os estados brasileiros que sobres-saem como produtores de cana de açú-car são:

1,° — São Paulo;2.° — Pernambuco (onde foi

construído em 1534 o

primeiro engenho nacio-nal chamado "Nossa Se-nhora d'Ajuda" que atéhoje ainda se encontraem funcionamento);

30 _ Minas Gerais;4.° — Rio de Janeiro;5.° — Alagoas;6.° — Bahio.

32 O TICO-TICO AHRIL 1954

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11)"A

__^&^_}_

ha hultc tempo que osMeus ookos desapacecepam.ÕÜE LASTIMA1* FIQUEI

mVÁ saindo! nao HÁ HAISCOMIQA «MEU VELHO * MUDH_JDE PENSÃO'-

3

ORA.VEJAM! COM A FALTA DOSMEUS DONOS SOU OBRtGAOO A .RECOR .ERAS MINH«_S ECONOMIAS

ECONOMIA. QUE HA MUITOTEHTO ANDEI ACUMULANDO

EM CERTO luôAR -EU «SOUPREVIDENTE .

^ -wfK_

^rc Mi |M

paciência! voudes enterrais meu

pendem emC—Vi

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4-qORÔ TENHO DE. VIUER ANINHACUSTA E .QUANDO SE/__BA£_M ASECONOM/A^ , VAI SER UH (ASO -SERIO?

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SEU 6UJNAO.

VEJOVO

RiNDAÇí.

VEM. HA'MU/TT0 QUE f fll«/? ~7^\ h'L

' C^_?/^\ ÍQUCHORROa. UMAOSSAM.Í |~ £^ /* \>EU DOUTC) . _.

^S _b? I /___ iVAl VERGUE O CACHORRA _í?~3(? | /____> WTE C4CH0RR-»xW_. V/^O fi _-VO GlUEELES TINHAM 3./v «^ ^ C0HEU 0S/~/Z™^#h.

^ $ l osrSnou e devorou l

^"^i Tif p^ WM

AHRIL. 19.-. I O TK.O-TK.fi 31

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I)kiRinriam^mrrlti Mar...s/,/ t o rechmcha J> suie.tínho iofm\-w>y \wW\ Cr*a Mwa ' r^!_!->^N^_ —"">_^// cie matou o polvo)f^^j^^v^meiigM RQ^ V_-^v_.^/JiTV(L\j_^ //

-£_ isr^wx^> ^c~^ ^*^^ j^r^^ ^aé mais ^á cil ;JlL1

— / a -f ilfde honra áotüM^ X&\*$U?$ *? ™f* Ôo\1"a» V/6

Ue! tUW !) ^S^___VraK SéJ^iI \ % & * ^Tf/Ni ., i i _í rvr^T^^^íÉ^ \v voiTar para a jr». \Zrf/i--v ^\Obr»iíado!^^HKW^_, /"X, ^^ ^^) terra '¦firme... vlíP^^iríi^^- rT"~*_*$$C fc./,^___J t -^=rv^/?odt W-ou-Ta"]^ l^^Y^' K

(.Quando contar ^To paras S^ 3^/^flflP ^vS^^V* "(a íuju, aposto qut ela ¦nemj^JÍ BffirçVx -rA ^ j ^ Xx

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34 O TICO-TICO ABRIL — 1954

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âI Um dos cameleiros, que era mau comoum pica-pau, viu os dois estranhos e achouruim aquela aterragem. Deviam ser mal-feitores !

Cem uma força de hércules, apoderou-se de Chiquinho e Benja, que foram ergui-dos ao espaço, pela segunda vez naquele dia.. — São infiéis ! — gritou o cameleiro. —Vamos acabar com essa raça maldita !

Enquanto esperavam o fim, nossosamigos ficaram atirados a um canto, comsentinela à vista. O cameleiro ia decidir asorte deles.

E foi quando o roja Mendobi II apare-ceu no pátio (era um sultão muito demo-crata) e propôs comprar os prisioneiros aocameleiro.

— Eu vi quandd vocês desceram dasalturas — disse Mendobi II aos nossosamigos. — A presença de vocês deve ser aminha salvação!

Levou-os, então, para dentro do pala- Primeiro, porém, tinha que se subme- — no soberano, que foi cair em cima docio. A corte estava precisando de um fa- ter à prova do colchão de pregos... Chiqui- maldito colchão de pontas, botando aquir, e o rajá queria que Chiquinho acei- nho achou que aquilo era um abuso e deu boca no mundo, porque aquilo espeta quetasse o cargo. um empurrão... é um espeto !

(Continua)GRAFICA PIMENTA DE MELLO S. A. _ RIO