horror na colina de darrington

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VOCÊ ACREDITA EM FANTASMAS? Ben Simons é um rapaz órfão de 17 anos que vai para a casa dos tios ajudar a cuidar de sua priminha Carla após a tia ter sofrido um derrame. Apesar da infeliz situação de tia Julia, Benjamin esperava que a Colina de Darrington fosse um lugar de certa tranquilidade. O que encontra, porém, é uma trama de terror e sangue, cujo único propósito é a conquista de um poder absoluto e inimaginável por meio de forças malignas. A casa esconde segredos terríveis e sombrios. ASSASSINATO. MEDO. LOUCURA. Conheça os caminhos mais tortuosos da mente humana e descubra até que ponto alguém chega para salvar a vida de um ente querido neste intrigante amálgama de suspense e terror sobrenatural. Onde termina o inferno e começa a realidade? Junte as peças e descubra. Sem dúvidas, esta é uma história para aqueles que não têm medo do escuro e de todo o mal que nele habita.

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horror na colina de darrington

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horror na colina de darrington

São Paulo, 2015

TALENTOS DA LITERATURA BRASILEIRA

m. v. BARcELOS

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Horror na colina de DarringtonCopyright © 2015 by M. V. BarcelosCopyright © 2015 by Novo Século Editora Ltda.

gerente editorial

Lindsay Gois

editorial

João Paulo PutiniNair FerrazRebeca LacerdaVitor Donofrio

gerente de aQuisiçÕes

Renata de Mello do Valeassistente de aQuisiçÕes

Acácio AlvesauXiliar de produção

Emilly Reis

preparação

Lótus Traduções

projeto grÁfico/diagramação

Vitor Donofrio

revisão

Vitor Donofrio

capa

Dimitry Uziel

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Barcelos, M. V.Horror na Colina de DarringtonM. V. BarcelosBarueri, SP: Novo Século Editora, 2015.

(Talentos da Literatura Brasileira)

1. Ficção brasileira. 2. Ficção de suspense I. Título. II. Série

15-08199 cdd-869.93

Índice para catálogo sistemático:1. Ficção de suspense: Literatura brasileira 869.93

novo sÉculo editora ltda.Alameda Araguaia, 2190 – Bloco A – 11o andar – Conjunto 1111cep 06455-000 – Alphaville Industrial, Barueri – sp – BrasilTel.: (11) 3699-7107 | Fax: (11) 3699-7323www.novoseculo.com.br | [email protected]

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfi coda Língua Portuguesa (1990), em vigor desde 1o de janeiro de 2009.

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A todos aqueles que imaginaram, mesmo que

por um breve instante nos recônditos de suas mentes,

que eu não conseguiria.

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“Queremos livros que nos afetem como um desastre. Um livro precisa ser

como um machado que quebra o mar congelado em nós.”

Franz Kafka

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prólogo

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Terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

meu nome é Benjamin Francis Simons. mas pode me chamar de Ben.

Há mais ou menos 11 anos tive a pior experiência da mi-nha vida. Foi algo obscuro, assustador, bizarro, maldito… A verdade é que faltam adjetivos.

O que aconteceu mudou mi nha personalidade para sempre e me assombra desde então, fazendo-me duvidar até de minha própria sanidade e temer por minha segurança constantemente.

começou quando fui passar uma temporada na casa dos meus tios na colina de Darrington, em South Hampton, e terminou como um pesadelo que me arrancou a juventude e a realidade, transformando-me em um recipiente de dúvidas, medos e paranoias.

Durante muito tempo eu evitei comentar sobre o assunto e muitas foram as investidas da imprensa.

Nunca tive coragem sufi ciente de compartilhar todos os detalhes. É doloroso revisitar esse pesadelo, então sempre mantive todo o horror que existe dentro de mim guardado nas profundezas do meu interior despedaçado. Achava que não adiantaria contar, então preferi viver os últimos anos em silêncio.

Até hoje.

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"Mesmo assim, ainda não sei se estou pronto para

contar a história por completo. Veja bem, faz

alguns anos e, até hoje, eu sofro as consequências.

Os detalhes estão embaralhados e muita coisa se

perdeu. Já não sei mais o que é pesadelo e o que

é realidade. Não consigo mais distinguir os dois.

Mas foi terrível. Terrível."

Ben Simons, 17 de fevereiro de 2015

ICorda Trançada

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Eu estava passando um tempo na casa da minha tia Julia, há 11 anos, mais precisamente em junho de 2004. Era uma casa grande e bem antiga, de construção rústica, com paredes de tijolos e hera. Ficava em uma colina afastada, numa cidadezi-nha calma ao sul de South Hampton, New Hampshire.

certa madrugada acordei com a boca extremamente seca e saí do quarto em que dormia, no segundo andar, para ir até a cozinha buscar água. A escada ficava no final do cor-redor. caminhei por ele sonolento e, quando cheguei mais ou menos na metade, olhei com mais atenção à frente e vi que minha priminha carla, de cinco anos, estava sentada, olhando fixamente para cima. Ela estava bem animada e ria, enquanto virava a cabeça para os lados. Pude ver também que fazia caretas.

– O que está fazendo aí, carlinha? – eu perguntei, boce-jando e coçando a cabeça.

– Estou imitando a moça das tranças! – ela respondeu, ainda rindo e fazendo as caretas.

Olhei em volta e não havia mais ninguém além de nós dois.– Onde está a moça, carlinha? – quis saber.Então, ela apontou para uma viga no teto que corria pa-

ralela à escada.– E como é a moça? O que ela está fazendo? – perguntei.– Ela está de vestido e fazendo caras engraçadas! – ela

riu. – Assim, ó! – e imitou novamente as caretas.Eu ainda estava sonolento demais para continuar dando

atenção, então apenas sorri e voltei a andar. Foi quando ela disse algo que me fez parar congelado no primeiro degrau.

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– mas as tranças da moça estão enroladas no pescoço dela… – carla disse, num tom triste, sem rir.

virei-me para trás e ela apontou novamente para cima, bem acima de mim.

– A moça está pendurada pelas tranças no pescoço dela… Ela está balançando – e, então, começou a rir novamente. – Balançando e fazendo caras engraçadas! – e voltou a imitar as caretas.

Olhei por alguns instantes para as caretas que ela fazia e foi como um balde de gelo caindo sobre mim quando tudo passou a fazer sentido. Não eram caras engraçadas. Ao olhar para as expressões que ela imitava, arregalando os olhos e a boca, sugando ar, ficou nítido. Era a exata expressão de al-guém sufocando. E, com certeza, não eram tranças no pesco-ço da moça. Quando olhei para cima, minha mente fez seu trabalho e meu coração disparou. Era uma corda.

– Ele também está olhando para a moça! mas ele está triste… – carlinha disse de repente.

– Quem está olhando para a moça, carla? – perguntei, tremendo, tentando não olhar mais para cima, pois agora eu podia vê-la claramente, e o barulho da viga antiga rangendo me causava calafrios.

– O namorado dela! – a menina respondeu. – Ele me disse que foi ele quem colocou ela aí…

Perguntei, então, gaguejando, me sentindo cada vez me-nor do que a minha prima de cinco anos:

– E onde está o namorado dela?

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– você não está ouvindo? – ela perguntou, com uma ex-pressão de espanto.

– Ouvindo…? – comecei.– Ele está aí, ó! – ela apontou exatamente para o meu

ombro. – Do seu lado, pertinho! Ele está te contando o segre-do dele! Não está conseguindo ouvir?

Fechei os olhos e senti minhas pernas bambearem. Uma respiração fétida soprava em meu pescoço e, como um sus-surro de diversas vozes, graves, agudas e desesperadas, distin-gui pouquíssimas palavras, muitas das quais tentei pensar que não eram exatamente o que eu ouvia.

Quando abri os olhos, tremendo, carlinha não estava mais lá. Tudo o que vi foi um homem de camisa xadrez ver-melha segurando uma pistola com o cabelo emplastrado em sangue, que deslizou rapidamente até a minha direção e co-lou seus dois olhos vermelhos nos meus.

E depois não vi mais nada.

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