escatologia reformada calixto

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escatologia

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  • ESCATOLOGIA REFORMADA E UMA REFUTAO TEOLOGIA DA LTIMA GERAO

    POR

    Rev. Jos Kleber Fernandes Calixto

    TRABALHO HERMENUTICO E EXEGTICO

    SOBRE A ESCATOLOGIA BBLICA

    IBI, 14 DE MAIO DE 2001

  • ESCATOLOGIA REFORMADA E UMA REFUTAO TEOLOGIA DA LTIMA GERAO Rev. Jos Kleber F. Calixto Igreja Presbiteriana de Ibi Ibi-MG

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    AGRADECIMENTOS

    Vany, prola preciosa de valor inestimvel, manancial de minha mocidade, mulher virtuosa que um dia pude encontrar;

    minha filha Priscila, a esperana da continuidade

    dos meus sonhos;

    ao amigo Presbtero Ricardo, que abdicando de seu descanso

    nos deu sua preciosa ajuda na correo final desta obra

    ao amigo Anolfo, do qual pude desfrutar

    sabedoria e companheirismo;

    ao Pr. Elizeu D. de Lima, um modelo ministerial em nossa gerao.

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    INTRODUO

    Voc leitor deve estar se perguntando o porqu desta

    obra sobre escatologia, j que existem tantas outras

    circulando (e muitas bem srias), no mercado evanglico.

    Confesso que hesitei muito antes de escrever este

    trabalho, no s pela natureza polmica do assunto, mas

    tambm pelo grande pntano de opinies que caracteriza a

    igreja evanglica brasileira de nossos dias.

    Contudo, existem algumas razes que, ao meu ver, foram

    suficientemente fortes para me motivar a expor minhas

    opinies neste livro:

    Em primeiro lugar, o fato de que somos uma igreja

    reformada calvinista que confessa os smbolos de f de

    Westminster. Embora isto seja uma verdade norteadora de

    nossas convices, muitas de nossas igrejas so ninhos

    acolhedores de tipos de escatologias cuja base totalmente

    arminiana e que ferem os fundamentos bsicos de nossa f

    reformada, e esto contrrias escatologia calvinista

    afirmada nos smbolos de f de Westminster - Confisso de F

    e Catecismo Maior.

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    Em segundo lugar, pelo fato de que esta teologia,

    alm de estar alicerada nos erros hermenuticos da escola

    pre-milenista-dispensacionalista, contm ensinamentos

    errneos que pem em cheque as Doutrinas cristalinas do

    Cristianismo.

    Por exemplo: seria uma viso coerente com as Sagradas

    Escrituras dizer que aps a Segunda Vinda de Cristo ficaro

    pessoas na terra e que estas ainda tero chance de salvao

    luz de 1a Co 15:23,24; 2a Ts 1: 7-10? Ou ainda, seria correto

    afirmar, luz de Jo 16:8-13; Ef 2:1,4, que apesar do

    Esprito Santo ser retirado da terra neste perodo (segundo

    afirma esta doutrina), muitos pecadores ainda se arrependero

    e se convertero? Como isso pode ser uma verdade bblica se

    atravs do ministrio do Esprito que o homem perdido

    convencido do pecado, da justia e do juzo? E como coadunar

    este ensinamento errneo com a doutrina calvinista da

    depravao total do ser humano?

    Finalmente, estaria em consonncia com as Escrituras

    dizer que aps a Segunda Vinda de Cristo, encerrado o perodo

    da graa, voltar-se-ia novamente ao regime da lei, e que o

    homem teria participao importante na operao de sua

    salvao?

    Todos essas asseres escatolgicas extrapolam o campo

    das teorias e adentram (de forma nociva) o campo dos dogmas e

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    doutrinas fundamentais das Escrituras e da f reformada como:

    salvao pela graa (sola fide, sola gracia), predestinao,

    depravao total do homem, eleio incondicional, graa

    irresistvel, etc...

    Em terceiro lugar, porque este tipo de escatologia fere

    todos os princpios hermenuticos reformados1 de

    interpretao das Sagradas Escrituras. Toda a escatologia da

    doutrina da ltima gerao est posta na hermenutica

    Espiritualista-algrica, que caracterizou o perodo de

    trevas da teologia medieval pr-reforma.

    Finalmente, este trabalho tem como motivao ltima, o

    desejo sincero de que pessoas possam refletir sobre a base de

    sua f, para que no venham ser enveredadas por caminhos

    escorregadios, sendo levadas a darem ouvidos a doutrinas de

    homens e de falsos mestres. Que Deus nos abenoe e nos

    ilumine nesta tarefa rdua de perseguir a verdade.

    Nosso trabalho est dividido em cinco captulos. No

    primeiro, buscamos traar as afirmaes escatolgicas da

    Teologia da ltima Gerao. Para este fim, usaremos a obra

    do Cel. reformado do Exrcito, Eliseu Pereira Lopes, o qual

    1 Quando me refiro hermenutica reformada no me limito apenas ao mtodo calvinista de interpretao,

    mas ao mtodo histrico-gramatical usado no s pelos calvinistas, mas tambm por vrios outros telogos srios que no fazem uma leitura alegrico-espiritualista das Escrituras.

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    o principal defensor e divulgador desta doutrina nas

    Igrejas Presbiterianas2.

    No segundo, buscaremos traar uma escatologia realmente

    reformada, com afirmaes que sejam coerentes com nossa f

    reformada calvinista da soberania de Deus e da salvao s

    pela f em Cristo Jesus, o que contrasta com a escatologia

    da ltima Gerao, a qual est erguida sob as bases

    arminianas. Neste captulo, usaremos a hermenutica reformada

    hstrico-gramatical, a qual difere totalmente da

    hermenutica da ltima Gerao, que literalista e

    alegrica.

    No terceiro captulo, vamos apresentar a base

    escriturstica, na qual, a escatologia reformada est

    firmada.

    No quarto captulo, apresentaremos os princpios

    hermenuticos reformados de interpretao dos textos da

    Sagrada Escritura. Neste captulo buscaremos mostrar que

    todos ensinamentos falsos que se encontram nesta escola

    escatolgica tem como motivo, a falta de princpios

    hermenuticos corretos, honestos e coerentes, os quais foram

    empregados por nossos pais na Reforma, e tm servido aos

    telogos reformados at os nossos dias.

    2 O Cel. Elizeu d conferncias sobre escatologia nas igrejas e tem sido o principal propagador desta heresia.

    Sua obra Somos a ltima Gerao contm todas as afirmaes escatolgicas desta doutrina.

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    No ltimo captulo, faremos a refutao dos falsos

    ensinamentos desta doutrina capciosa da ltima Gerao.

    Analisaremos passo a passo todas as afirmaes incongruentes

    com a verdade Bblica e com a f reformada.

    Nosso intuito no combater pessoas ou por em cheque a

    experincia de converso daqueles que acreditam nesta falsa

    doutrina. A experincia me tem ensinado que muitos daqueles

    que crem nela so irmos srios, e de vida muito piedosa.

    Embora crendo cegamente nesta miopia escatolgica,

    muitos crem em nossa f reformada, como foi legada a ns por

    nossos pais. Esta discrepncia e incoerncia teolgicas advm

    do fato destes irmos terem um corao reformado e

    calvinista, mas uma mente arminiana. No pensam com

    categorias reformadas Pensam arminianamente. No lem a

    Bblia com uma mente reformada, antes o fazem com uma mente

    medieval, com base em uma hermenutica medieval.

    Pois haver tempo em que no suportaro a s doutrina; pelo contrrio,

    cercar-se-o de mestres, segundo as suas prprias cobias, como que

    sentindo coceiras nos ouvidos; e se recusaro a dar ouvidos verdade,

    entregando-se s fbulas 2 Tm 4:3,4.

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    1. TEOLOGIA DA LTIMA GERAO

    Antes de apresentarmos a escatologia reformada, como

    afirmada por Calvino, e est apresentada nos smbolos de F

    da Igreja Presbiteriana, buscaremos apresentar os postulados

    escatolgicos da teologia da ltima gerao.

    1.1 Postulados da TUG.3

    Esta teologia tem suas razes fincadas na viso pr-

    milenista, pr-tribulacionista, dispensacionalista. Contudo,

    apresenta algumas variantes mais sutis, difceis de serem

    combatidas. Todavia, no tendo o respaldo da verdade, sua

    falcia fica em evidncia quando confrontada com as doutrinas

    cristalinas da Palavra de Deus.

    Segundo a TUG, Cristo voltar duas vezes4. A primeira

    volta ser uma vinda somente para a igreja, resultando no

    arrebatamento dos santos.5 Tanto esta primeira volta de

    Cristo, quanto o rapto da igreja ser acontecimentos

    3 A partir deste ponto, para no tornar a leitura cansativa, chamaremos a Teologia da ltima Gerao de

    TUG. 4LOPES, E. P., Somos a ltima Gerao. pp. 61, 68. 5Idem. pp. 61, parg. 3; pp. 65, parg. 1

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    secretos6 que o mundo no ver. Isto porque afirmam que

    Cristo no descer terra, mas permanecer nos ares. Para a

    TUG esta vinda iminente;7 isto , pode ocorrer a qualquer

    momento. O dia de Cristo,8 como a TUG nomeia a primeira

    vinda, resultar tambm na primeira ressurreio dos mortos,

    das trs que havero de ocorrer9.

    Logo em seguida ao arrebatamento ocorrer no cu,

    segundo a TUG, o primeiro julgamento, que ela chama de o

    Tribunal de Cristo. Este ter como objetivo a distribuio

    de galardes para os crentes, j que s os crentes

    arrebatados participaro deste juzo10. Enquanto os salvos

    estiverem festejando no cu as bodas do cordeiro, segue-se na

    terra um perodo de sete anos de tribulao, durante o qual

    vrias coisas acontecero.

    Em razo do arrebatamento da igreja, o Esprito Santo

    ser retirado da terra e o anticristo ser revelado,

    deflagrando assim, a grande apostasia11.

    6Idem. PP. 65, 68, 69 7A teoria da iminncia defendida pela TUG se assemelha a dos pr-milenistas-dispensacionalistas. Para estes a volta de Cristo algo que pode acontecer a qualquer momento, porque no h (segundo eles) eventos previstos que devam preceder sua ocorrncia. Para a TUG, a primeira volta de Cristo algo que pode acontecer a qualquer momento porque os sinais preditos pelas Escrituras que apontam para este tempo j se cumpriram (ver o captulo quarto da obra de Lopes, pp. 25). 8Idem. pp.61 9Na viso dispensacionalista haver 3 ressurreies: 1a - no dia do arrebatamento, que ser segundo eles apenas a ressurreio dos crentes mortos; 2a - na Segunda Vinda, que a ressurreio daqueles que morreram durante a grande tribulao; 3a a ressurreio dos mpios no Juzo Final. 10Idem, pp. 51 11Idem, pp. 30

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    Neste perodo ps-arrebatamento, o templo em Jerusalm

    ser reconstrudo pelos judeus e os sacrifcios

    restabelecidos12. Encerra-se, portanto, o perodo da Graa e

    instaura-se novamente o perodo da lei. O Evangelho pregado

    neste tempo no mais ser o Evangelho da graa, mas o

    evangelho do reino; isto , o evangelho da inaugurao do

    Reino de Israel13. A salvao deixa de ser um ato exclusivo da

    graa de Deus, para ser um prmio pelo martrio daqueles que

    rejeitarem o governo do anticristo14. Neste perodo, o

    Evangelho ser pregado pelos crentes glorificados que, em

    forma de anjos, descero do cu e anunciaro o Evangelho do

    reino. Quase imediatamente, 144.000 judeus se convertero, e

    posteriormente, uma grande multido de pessoas de todas as

    naes.

    No meio dos sete anos, ter inicio a Grande Tribulao.

    No fim desta Tribulao acontecer a Segunda Volta de Cristo

    com todos os seus santos, a qual a TUG chama de Dia do

    Senhor.

    Nesta Segunda volta se dar a guerra do armagedom15.

    Jesus ir pelejar contra a besta e o falso profeta e contra

    12Idem, pp. 37. Neste ponto a TUG difere da linha tradicional dos premilenistas dispensacionalistas. Veja a obra do Rev. Amrico ribeiro Iniciao Doutrinria, vol.3, LUZ PARA O CAMINHO, pp. 24. 13Para a TUG, Cristo no estabeleceu o seu reino na sua primeira vinda por causa da incredulidade dos Judeus. Ele s fundou a igreja que no tem nada haver com o reino. Segundo ela, Cristo no Rei da igreja, mas apenas cabea. Veja Lopes, pp. 46. 14Idem, pp. 48, parg. III. 15Idem, pp. 51

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    as naes que se colocarem contra Jerusalm. Instaurar o

    Tribunal das Naes, trazendo ira e vingana contra estas

    naes16. Ainda promover a ressurreio dos santos que

    morreram durante a tribulao, destruir o anticristo e

    aprisionar Satans por mil anos.

    A partir deste momento, ter incio o reino milenar de

    Cristo na terra com toda a glria material. Jerusalm ser a

    sede deste reino, os judeus sero cidados naturais do Reino

    e os gentios convertidos, cidados adotivos. No obstante

    reinarem o pecado e a morte na terra neste perodo haver

    grande prosperidade e a vida do homem ser mais longa e o

    deserto se cobrir de flores.

    Com o fim do milnio, satans ser solto, por um pouco

    de tempo, e os exrcitos de Gogue e Magogue sero vencidos na

    ltima batalha e destrudos pelo fogo que descer do cu.

    Satans ser lanado no grande abismo, onde j se encontram a

    besta e o falso profeta. Aps breve espao de tempo os mpios

    16Idem, pp. 61. Segundo o autor, O Dia do Senhor, que para ele a vinda visvel de Cristo com o seus santos, trar juzo contra as naes mpias.

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    ressuscitaro17, para serem julgados e condenados. A igreja

    ser elevada ao cu e Israel permanecer na terra18.

    1.1.1 GRFICO ESCATOLGICO DA TUG.

    Desta forma, podemos representar graficamente os

    presentes postulados da TUG conforme quadro abaixo:

    1.1.2 LEGENDA. A ARREBATAMENTO AC ANTICRISTO AM - ARMAGEDOM BC BODAS DO CORDEIRO TC TRIBUNAL DE CRISTO

    17Segundo a TUG, a exemplo dos dispensacionalistas, entre a primeira ressurreio dos crentes e a ressurreio dos mpios, h um intervalo de tempo. Porm no haver uma definio clara quanto ao que eles se referem a primeira ressurreio, o perodo de mil anos pede no ser uma concluso no muito exata. Como eles colocam uma ressurreio na pretensa primeira volta de Cristo nas nuvens, outra na segunda volta de Cristo que ser a dos crentes mortos na tribulao, e uma ltima no Juzo Final no fim do milnio, ento seria razovel crer que segundo as suas asseres, o intervalo entre as ressurreies dos justos e dos mpios de mil e sete anos. 18Embora seja este o desfecho propalado pelo sistema dispensacionalista, a TUG no d com clareza sua posio quanto ao desfecho da histria. Se a igreja vai habitar no cu e Israel na terra, ou se ambos vivero na terra.

    (1a vinda) A TC BC 2a vinda

    A GT L IGREJA ISRAEL MILNIO M F LEI GRAA AC LEI TN GTB E A 1a Res. 3 3 RM 2a Res G 70 1948 AM UB A

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    GT - GRANDE TRIBULAO GTB GRANDE TRONO BRANCO RM RESSUSRREIO DOS MRTIRES TN TRIBUNAL DAS NAES UB LTIMA BATALHA

    2. ESCATOLOGIA DE CALVINO

    E DOS SMBOLOS DE F DE WESTMINSTER19

    A escatologia dispensacionalista da TUG fere

    frontalmente, no s a escatologia de Calvino, como tambm a

    escatologia reformada apresentada nos smbolos de f de

    Westminster20.

    2.1 - AFIRMAES ESCATOLGICAS DE CALVINO

    Calvino, em consonncia com as Sagradas Escrituras, fez

    em suas Institutas as seguintes afirmaes:

    2.1.1 Quanto Segunda Vinda de Cristo:

    19Haja vista, o arcabouo escatolgico ser extenso, nos limitaremos a discorrer a doutrina reformada da Segunda Vinda de Cristo e os ltimos atos de Deus na histria humana que esto relacionados com este acontecimento final; a saber, a ressurreio dos mortos (justos e injustos), a grande tribulao, a apostasia e o Juzo Final. Nosso interesse nestes assuntos delimitados tem como causa o fato de que as heresias da teologia da ltima Gerao atingem a s doutrina da Palavra de Deus diretamente nestes pontos. 20Tanto a escatologia de Calvino quanto a apresentada nos smbolos de f de Westminster , segundo cremos, a s doutrina apostlica resgatada na Reforma por Calvino.

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    para que considere aquela presena visvel que se

    manifestar no ltimo dia. Porque Ele vir de forma

    visvel, como o viram subir (Atos 1:11), e ser visto

    por todos na inefvel majestade de seu reino, rodeado do

    resplendor de sua imortalidade, com todo o poder de sua

    divindade, e com inumerveis hostes de seus anjos (Mt

    24:30). Por isso se nos manda que esperemos ao nosso

    Redentor naquele dia em que separar as ovelhas dos

    bodes (Mt 25:32), os eleitos dos rprobos; e no haver

    ningum que, estando vivo ou morto, possa escapar do seu

    juzo. Porque o som da trombeta se far ouvir por toda

    parte, at nos mais distantes rinces da terra, e com

    ela todos os homens sero chamados e tomaro lugar

    perante o tribunal de Deus, tanto os vivos, quanto os

    mortos. certo que nem todos morrero, ou como disse o

    apstolo, que nem todos dormiro, porm todos sero

    transformados(1a Co 15:51-52). Que significa isso? Que

    sua vida mortal deixar de existir em um momento, e ser

    totalmente transformada em uma nova natureza. De todo

    modo, o certo que os vivos e os mortos sero chamados

    para comparecer no dia do juzo. Os mortos em Cristo

    ressuscitaro primeiro; logo ns os vivos que ficarmos,

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    15

    seremos arrebatados com eles nas nuvens para receber o

    Senhor nos ares.21

    2.1.1.1 ENSINO DE CALVINO SOBRE A SEGUNDA VINDA DE

    CRISTO

    Diante destas afirmaes, podemos chegar s seguintes

    concluses, quanto o ensino escatolgico de Calvino sobre a

    Segunda Vinda de Cristo:

    1)A Segunda Vinda de Cristo ser um evento nico. Na

    mesma ocasio que vir buscar a sua igreja, Jesus Cristo far

    a separao dos bodes das ovelhas, chamar todos os mortos

    vida, isto , ressuscitar tanto crentes como descrentes, e

    julgar toda a raa humana de todos os tempos. Portanto, para

    Calvino a Volta de Cristo um evento nico que encerra todos

    os acontecimentos escatolgicos, os quais acontecero

    simultaneamente e sem intervalo de tempo (no ltimo dia).

    2)Ser uma vinda visvel para toda a humanidade. Ao

    contrrio daquilo que ensinado pela TUG, para Calvino, a

    volta de Cristo ser uma vinda visvel, percebvel e notria

    21CALVINO, Institucin De La Religin Cristiana. Vl. 1, Lv. II, cap. XVI,17.

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    a toda a humanidade. Tanto a igreja, como o mundo inteiro sem

    Cristo, vero a volta do Senhor nas nuvens22.

    3)Estabelecer o fim da histria humana. Para Calvino,

    na Segunda Vinda de Cristo se dar o fim da histria humana.

    Ele chama este dia (em consonncia com as Escrituras) de o

    ltimo dia o dia derradeiro da histria humana. Encerra-

    se o ltimo captulo da vida humana e todos os homens so

    intimados a comparecer diante do Tribunal de Deus para serem

    julgados. Por conseguinte, neste dia no haver pessoas na

    terra indiferentes ao retorno de Cristo como ensinam os pr-

    milenistas-dispensacionalistas e a TUG. Porque no haver

    ningum que possa escapar de Seu Juzo.

    4)Encerrar a oportunidade de salvao. Diferente do que

    ensinam os dispensacionalistas da TUG, segundo Calvino,

    depois da Volta de Cristo no haver mais oportunidade de

    salvao23. Jesus, em seu retorno, vir para separar os

    cabritos das Suas ovelhas24. Os cabritos so aqueles que no

    conheceram a Jesus e no fizeram a vontade de Deus para sua

    vida. As ovelhas so os eleitos de Deus, que ouviram a voz de

    22Se desejar, veja novamente esta questo na pgina 8. 23Para TUG, depois primeira volta de Cristo, haver ainda oportunidade de salvao para as pessoas que no aceitaram a Cristo como Seu Salvador. Aps este retorno preliminar, a humanidade passar por uma grande tribulao; os crentes glorificados descero do cu e pregaro para aqueles que rejeitaram o evangelho antes da vinda de Cristo. 24Calvino, Lv. II, Cap. XVI, 17; III, Cap. XXV, 9.

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    17

    Jesus e o seguiram. Aos cabritos, ele dir: apartai-vos de

    mim, malditos para o fogo eterno. E para as ovelhas: vinde

    benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos est

    preparado desde a fundao do mundo. Portanto, aps a volta

    de Cristo no haver uma segunda oportunidade de salvao

    para aqueles que no se tornaram ovelhas de Cristo.

    2.1.2 - Quanto ressurreio dos mortos:

    A fim, pois, de que no tenhamos dvida alguma de que seremos

    companheiros de Jesus Cristo ressuscitado, como ele ressuscitou, o

    apstolo Paulo expressamente afirma que a razo pela qual Cristo

    est sentado no cu e h de vir como Juiz no ltimo dia

    transformar o corpo de nossa humilhao, para que sejamos

    semelhantes ao corpo de sua glria. Ademais, as palavras de Daniel

    tampouco trazem alguma dvida. Muitos, (diz ele), dos que dormem

    no p, sero ressuscitados, uns para a vida eterna, outros para

    vergonha, horror eterno, ...Nem mais obscuro o que disse o

    Senhor em outra parte: Vir a hora quando todos os que esto nos

    sepulcros, ouviro a voz do filho de Deus e sairo. Os que houveram

    feito o bem para a ressurreio da vida, e os que houverem feito o

    mal, para a ressurreio do Juzo. O que fica fora de dvidas,

    que uns ressuscitaro para a vida e outros para morte, que Jesus

    vir para apartar as ovelhas dos cabritos.25

    2.1.2.1 ENSINO DE CALVINO SOBRE A RESSUSRREIO

    25Idem, Lv. III, Cap. XXV, 3, 7,9 .

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    18

    Podemos, portanto, chegar s seguintes concluses a

    respeito da viso de Calvino quanto ressurreio dos

    mortos:

    1)A ressurreio escatolgica ser um evento nico.

    Calvino difere totalmente do ensino da TUG quanto a

    ressurreio dos justos e mpios.

    Segundo esta, haver trs ressurreies, cada uma em

    poca diferente: a primeira ressurreio diz respeito aos

    santos que morreram antes da primeira volta de Cristo, a

    qual acontecer antes da Grande Tribulao; a Segunda

    refere-se aos mrtires mortos durante a Grande Tribulao e

    ter lugar no incio do milnio; e por fim, a ltima

    ressurreio ser a dos mpios que rejeitaram o evangelho; e

    ocorrer no final do milnio, antes do juzo final.

    Calvino, ao contrrio, diz haver apenas uma

    ressurreio fsica tanto para justos quanto para mpios, a

    qual se dar num mesmo dia o dia do Juzo Final. Tanto

    estes quanto aqueles, ressuscitaro simultaneamente; no

    havendo assim nenhum perodo de tempo entre suas

    ressurreies.

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    19

    2)A ressurreio geral acontecer no ltimo dia. Pela

    expresso no ltimo dia, Calvino estabelece o tempo em que

    ocorrer a ressurreio geral dos mortos.

    Podemos, portanto, inferir que (segundo ele) no haver

    um day after ressurreio. Ela se dar no ltimo dia,

    sendo o ltimo ato de Deus na histria humana.

    O que se depreende disso, que fatos escatolgicos como

    tribulao, pregao do evangelho para as naes,

    reconstruo do templo de Jerusalm, converso de Israel, no

    podem ter lugar aps a ressurreio geral, pelo simples fato

    de que, com a ressurreio dos mortos, se d o fim da

    histria humana na terra.

    2.1.3 Quanto ao Juzo Final:

    ... Cristo logo depois de cumprir com seu ofcio de

    Juiz, entregar no ltimo dia o reino a Deus pai...;

    ...para que considere aquela presena visvel que

    manifestar no ltimo dia...; por isso se nos manda que

    esperemos ao nosso Redentor naquele dia em que separar

    as ovelhas dos bodes (Mt 25:32), os eleitos dos

    rprobos; e no haver ningum que, estando vivo ou

    morto, possa escapar do seu juzo...; ...o apstolo

    Paulo expressamente afirma que a razo pela qual

    Cristo..., ...h de vir como Juiz no ltimo dia

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    20

    transformar o corpo de nossa humilhao, para que

    sejamos semelhantes ao corpo de sua glria. certo que

    os vivos e os mortos sero convocados para comparecer ao

    dia do juzo.26

    2.1.3.1 ENSINO DE CALVINO SOBRE O JUZO FINAL

    Quanto ao juzo final, o que se aduz ao nosso

    conhecimento, no que tange ao ensino de Calvino, so os

    seguintes fatos:

    1)O Julgamento dos homens (tanto de justos quanto de

    mpios) ser um evento nico. Ao contrrio do ensino da TUG27,

    o qual afirma que haver trs juzos divinos, Calvino

    coadunado com o ensino das Escrituras, afirma que o Juzo

    Final ser um evento nico, no qual todos os homens (justos

    e mpios) de todas as naes e de todas as pocas sero

    julgados para salvao ou para perdio eterna.

    2)O Juzo Final encerrar a histria na terra. Ele se

    dar no ltimo dia; no havendo, portanto, juzos antes nem

    depois do dia derradeiro.

    26Idem, Lv. II, Cap. XIV, 3 e XVI, 17; III, Cap. XXV, 3. 27Segundo a TUG, os juzos de Deus sero trs, a saber: o Tribunal de Cristo - s para os crentes no cu aps o arrebatamento, o Tribunal das naes para Israel e as naes aps a Grande Tribulao, o Grande Trono Branco s para os mpios de todas as pocas. Se necessrio, veja novamente o grfico escatolgico da TUG na pgina 11. Estas afirmaes podem ser encontradas no livro do Cel. Elizeu, j citado anteriormente, nas pginas 51, 60.

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    21

    O que se assevera desta informao que nenhum evento

    humano ter lugar depois do juzo; pois todos os atos, todas

    as obras humanas, todas os projetos humanos foram pesados e

    julgados perante o Senhor. Os livros das obras de cada homem,

    a serem abertos naquele dia, apontam para um encerramento da

    histria humana.28

    3)O Julgamento da humanidade encerrar a oportunidade

    de salvao . Depois do Juzo Final, o qual conforme podemos

    ver anteriormente um evento nico, no haver mais nenhuma

    chance de salvao para aqueles que no se converteram a

    Cristo at aquele instante. Calvino diz que na Sua Segunda

    Vinda, Cristo vir para separar os eleitos dos rprobos; e

    no haver ningum que, estando vivo ou morto, possa escapar

    do seu juzo.

    2.1.4 Quanto ao milnio:

    Porm pouco depois surgiram os quiliastas29, que

    assinalaram ao reino de Cristo o limite de mil anos.

    Esse delrio est to fora de caminho, que no merece

    resposta. Nem a passagem que ditam do Apocalipse, o qual

    sem dvida deu o pretexto a seu erro, em nada favorece

    sua opinio, j que o nmero mil que ali se faz meno

    28Apocalipse 20:12 29vem da palavra grega Quilion que significa mil.

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    22

    (Ap 20:4) no deve ser entendido como a bem-aventurana

    eterna da igreja, mas como as diversas tribulaes que a

    igreja militante (ainda) haveria de ser afligida.30

    2.1.4.1 ENSINO DE CALVINO SOBRE O MILNIO

    Em smula, Calvino no fomentava em seu corao nenhuma

    esperana milenar que fizesse parte desta presente ordem

    existencial das coisas, o que seria embair-se por um

    positivismo simplstico e apriorstico. Antes, via no

    milnio, o domnio espiritual de Cristo sobre sua igreja. O

    qual nesta atual conjuntura limitado pelas contingncias,

    mas que ter sua plenitude a partir da mirfica volta de

    Cristo. De suas afirmaes sobre o milnio podemos depreender

    o seguinte ensino:

    1)O reino de Cristo no est limitado por um perodo de

    mil anos. Para Calvino, delimitar o Reino de Cristo a um

    perodo de mil anos algo que s pode ser classificado como

    um delrio, devaneio e sandice.

    Em sua explanao do Reino de Cristo em suas

    Institutas31, mostra que o reino de Cristo eterno e de

    natureza espiritual. Para Calvino, Jesus estabeleceu o seu

    Reino j em seu ministrio terreno (Lc 1:33), e tem mantido o

    30Calvino, Lv III, cap. XXV, 5. 31Idem, Lv II, cap. XV, 3,4,5.

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    23

    domnio do seu Reino sobre a igreja e seus membros,

    guardando-a das vicissitudes e estos desta presente ordem, de

    tal forma que ela permanea s e salva.

    No ltimo dia, Cristo entregar o Reino a Deus, o Pai,

    cumprindo o seu ofcio de reger e conservar a igreja que Deus

    havia confiado em suas mos.

    Portanto, a natureza do Reino de Cristo no est ligada

    a sinais exteriores, nem a comodidades externas desta vida.

    No est circunscrito a um lugar, nao de Israel ou a um

    governo mundial teocrtico com sede em Jerusalm; mas reside

    na conscincia e no esprito do povo de Deus. Como Cristo

    mesmo disse: No vem o reino de Deus com visvel

    aparncia..., ...porque o reino de Deus est dentro em vs

    (Lc 17:20,21).

    2)No haver um perodo milenar aqui na terra aps a

    Segunda Vinda de Cristo. Nisto a posio de Calvino difere

    da TUG em trs pontos:

    a) Para Calvino, o Reino de Cristo no pode ser limitado por

    um perodo de mil anos;

    b) O Reino de Cristo no pode ser poltico e circunscrito ao

    governo teocrtico de Deus sobre Israel;

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    24

    c) Aps a Sua Segunda Vinda ter no o seu comeo, mas a sua

    consumao; o que acontecer no na terra, mas no Cu.32

    2.2 O TESTEMUNNO DOS SMBOLOS DE F.

    Os smbolos de f da Igreja Presbiteriana do Brasil so

    a Confisso de f de Westminster e os Catecismos maior e

    menor. Destes, os dois primeiros trazem a escatologia

    calvinista que coaduna com as Sagradas Escrituras. A sntese

    de suas afirmaes em relao aos eventos escatolgicos est

    colocada como segue abaixo:

    1) No ltimo dia haver a ressurreio geral dos mortos, (sem

    intervalo de tempo) de justos e injustos;

    2) Todos os que estiverem vivos nesta ocasio sero

    transformados;

    3) Imediatamente depois da ressurreio geral ocorrer o

    julgamento final de todas os homens justos e injustos -,

    bem como de anjos;

    4) A Segunda Vinda de Cristo s ocorrer no ltimo dia, no

    fim do mundo, quando Ele vier para julgar a terra.

    5) A data (dia e hora) quando esses eventos acontecero,

    ningum sabe. Deus reservou para si este direito e ningum

    seno o Pai conhece a respeito daquele dia33.

    32 Idem, Lv II, cap. XV, 3.

    33Confisso de f de Westminster, Cap. XXXII e XXXIII, e Catecismo Maior, perguntas 87-89.

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    25

    Todas as afirmaes de nossos smbolos de f supra

    citadas so contrrias aos postulados da TUG, que asseveram

    haver duas voltas de Cristo, trs ressurreies distintas

    quanto ao tempo, e um perodo milenar ps-parsia, etc.

    Portanto, podemos concluir que tanto Calvino, como os

    smbolos de f da Igreja Presbiteriana do Brasil no apoiam,

    nem referendam os ensinos errneos da TUG. Esta, no somente

    calcada em um matiz arminiano, como tambm distorce as

    verdades centrais da Bblia, o que veremos mais adiante.

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    26

    3. A BASE ESCRITURSTICA DA ESCATOLOGIA

    REFORMADA.

    Enquanto a TUG se fundamenta em uma ou duas passagens, e

    estas geralmente obscuras, a escatologia reformada est

    baseada em inmeras passagens claras que refletem o

    ensinamento de toda a Escritura. Destarte, o testemunho das

    Escrituras exatamente como se segue abaixo:

    3.1 A SEGUNDA VINDA DE CRISTO SER UM EVENTO NICO.

    A Palavra de Cristo mostra que Sua Segunda Vinda ser um

    evento nico. Todos os textos que fazem referncia ao retorno

    de Cristo, s falam de uma nica volta, a qual aparece em

    essncia com as mesmas caractersticas e com os mesmos

    acontecimentos.

    A TUG, usando erroneamente o texto de 1a Ts 4:17, tenta

    mostrar que Cristo voltar duas vezes ou em duas etapas

    distintas (uma vinda nas nuvens a qual ser s para os

    crentes e outra para implantar o seu reino milenar e, aps

    esse, julgar os mpios).

    Contudo, no assim que a Palavra de Deus testemunha.

    Todas as passagens que falam da volta de Cristo apontam para

    um nico evento que: 1) ser nas nuvens (veja Mt 24:29-31,

    Ap 1:7; 2) ser visvel toda humanidade (veja Mt 24:30; Ap

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    27

    1:7); 3) ser para julgar a toda humanidade (Mt 24:30;

    25:31,32; 1a Ts 5:1-3; 2a Ts 1:7-9; Ap 1:7); 4) ser para sua

    glria nos seus santos (2a Ts 1:10).

    3.2 A SEGUNDA VINDA DE CRISTO SER VISVEL.

    A Palavra de Deus mostra claramente que a volta de

    Cristo terra (que um evento nico), ser um acontecimento

    visvel e tangente toda humanidade.

    Em Mateus 24:30 est escrito que ...aparecer no cu o

    sinal do Filho do homem; todos os povos da terra se

    lamentaro e vero o Filho do homem vindo sobre as nuvens do cu

    com poder e muita glria.

    Devemos observar algumas coisas importantes nesta

    passagem:

    a) Jesus no ser visto apenas pela a igreja como ensinam os

    dispensacionalistas e a TUG, mas ser visto por toda a

    humanidade;

    b) Em Sua Segunda Vinda, a qual visvel a todos, todos os

    povos se lamentaro. Isto mostra que toda humanidade

    tomar conscincia deste fato ltimo da histria e de suas

    implicativas.

    No texto de Apocalipse 1:7, fica claro esta realidade:

    Eis que Ele vem sobre as nuvens, todo olho o ver, at

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    28

    quantos o traspassaram. E toda as tribos da terra se

    lamentaro sobre ele. Certamente. Amm.

    3.3 - A SEGUNDA VINDA TRAR O FIM DA HISTORIA HUMANA.

    O que se apreende do texto de Mateus 25:31-46, que o

    retorno de Cristo terra causa um cerceamento na histria

    humana, interrompendo inexoravelmente toda vida na terra.

    Desta forma, a Volta de Cristo o ponto mega, no que tange

    existncia humana nesta presente ordem.

    3.4 NA SEGUNDA VINDA DE CRISTO TERMINA A OPORTUNIDADE

    DE SALVAO.

    Na segunda epstola aos Tessalonicenses 1:3-12,

    Paulo nos mostra que quando Jesus voltar, todos os que,

    at este momento, no se decidiram por Jesus, sero

    lanados no fogo do inferno (8-9). No haver chance,

    nem oportunidade de arrependimento; pois o Senhor vem

    trazendo vingana contra aqueles que no obedecem ao

    evangelho de Cristo.

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    29

    3.5 - A RESSURREIO, DOS JUSTOS E DOS MPIOS, UM

    EVENTO NICO.

    Em Joo 5:27-29, lemos que tanto os justos quanto os

    mpios ressuscitaro no mesmo dia, sem intervalo de tempo;

    sendo que, os justos para a vida e os mpios para a morte.

    Da mesma forma, Em Daniel 12:2, nos dito que tanto

    salvos quanto condenados ressuscitaro no mesmo momento.

    Apocalipse 1:7, nos diz (nas entrelinhas) que os mpios

    ressuscitaro junto com os salvos. A expresso: at quanto o

    traspassaram, mostra que at os que mataram Jesus vero o

    Seu regresso nas nuvens.

    3.6 A RESSURREIO, TANTO DE JUSTOS QUANTO DE MPIOS,

    ACONTECER NO LTIMO DIA.

    Na primeira carta aos Corntios 15:23-24, se diz que

    aps a ressurreio dos mortos se dar o fim de todas as

    coisas; sendo a ressurreio o ato ltimo da histria humana.

    Embora o apstolo no faa referncia direta aos mpios

    neste texto, fica implcito a participao destes neste

    evento ltimo. A frase assim tambm todos sero

    vivificados em Cristo deixa claro esta leitura.

    claro que o adjetivo vivificados no se refere a uma

    experincia mstica tardia reservada aos salvos. Antes uma

    forma sinnima de Paulo se referir ressurreio

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    30

    escatolgica dos mortos. Desta forma, podemos substituir uma

    pela outra sem prejuzo ao pensamento do autor.

    3.7 O JULGAMENTO DOS HOMENS SER UM EVENTO NICO.

    Todos os textos que fazem referncia ao Juzo

    escatolgico apontam para um evento nico, o qual ser

    pronunciado sobre a humanidade no ltimo dia.

    Em Mateus 25:31-43, toda humanidade, dividida em dois

    grupos os salvos e perdidos ser citada e tomar lugar

    diante do Tribunal de Cristo.

    Na primeira carta de Paulo aos Corntios 4:5, tanto os

    filhos das trevas, quanto os salvos sero manifestos diante

    do Tribunal de Cristo para receber de Deus o galardo ou a

    reprimenda.

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    31

    4. HERMENUTICA REFORMADA

    Todo o problema que envolve, no s a TUG, como tambm o

    pr-milenismo-dispensacionalista tem resposta na sua

    deficincia hermenutica, a qual pode ser classificada como

    um misto de hermenutica alegrica e hermenutica

    literalista.

    Assim sendo, antes de apresentarmos o mtodo reformado

    de interpretao, se faz necessrio uma breve investigao

    histrica da hermenutica para que possamos chegar a uma

    compreenso mais acendrada da hermenutica da TUG, a qual

    est pejada de falcias.

    4.1 HISTRIA DA HERMENUTICA

    Como toda cincia, a hermenutica contempornea

    disciplina que estuda e sistematiza princpios e tcnicas

    destinados compreenso de texto34 um resultado de um

    longo processo de aperfeioamentos obtidos em diferentes

    momentos da histria humana.

    Desta forma, podemos dizer que a hermenutica passou por

    vrios e distintos perodos, nos quais a igreja adotou

    diferentes nfases, tendncias, princpios e prticas de

    interpretao das sagradas Escrituras. Destes perodos

    34 ANGLADA, Paulo R. B. ORARET ET LABUTARE: A Hermenutica Reformada Das Escrituras. pp. 104.

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    32

    surgiram vrias correntes de interpretao, dentro das quais

    os diversos grupos se encaixam. Portanto, se faz necessrio

    uma anlise destas correntes (embora que superficial), as

    quais diferem em mtodo da hermenutica reformada.

    4.1.1 CORRENTE ALEGRICA

    Trata-se de um dos mais antigos mtodos de interpretao

    de que se tem conhecimento;35 e que veio a dominar a igreja

    nos sculos que sucederam era apostlica.

    Os defensores deste mtodo, fortemente influenciados

    pelo platonismo e pelo alegorismo rabnico, diziam que o

    verdadeiro sentido jazia sob o significado literal da

    Escritura. Ou seja, para estes, as Escrituras ocultavam seu

    verdadeiro significado com o propsito de que nos tornssemos

    inquiridores36.

    Clemente de Alexandria (150-215), exegeta patrstico de

    renome, desenvolveu a teoria de que qualquer texto das

    Escrituras apresenta cinco sentidos: 1) histrico, 2)

    doutrinrio, 3)proftico, 4)filosfico, e 5) mstico.

    Orgenis (185-254), outro expoente desta corrente, cria

    ser as Escrituras uma vasta alegoria, na qual cada detalhe

    simblico, e dava bastante importncia 1a aos Corntios

    2:6-7 (falamos a sabedoria de Deus em mistrio). Distinguia

    35Idem, pp. 109 36

    VIRKLER, Henry, A. Hermenutica Princpios e Processos e Interpretao Bblica. pp. 44

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    33

    trs nveis de sentidos, baseados na suposta tricotomia

    humana corpo, alma e esprito: 1) o literal, ao nvel do

    corpo, 2) o moral, ao nvel da alma, e 3) o alegrico, ao

    nvel do Esprito. Na verdade, Orgenes preteriu o sentido

    literal, poucas vezes mencionou o sentido moral e empregou

    constantemente a alegoria.37

    Agostinho (354-430), em muito suplantou aos seus

    predecessores. Em seu livro sobre doutrina Crist, ele criou

    um sistema hermenutico. Segundo seu mtodo, todas as

    passagens das Escrituras teriam quatro sentidos: 1)sentido

    literal, que diz respeito ao fato; 2) o sentido tico, que

    diz respeito conduta; 3) o sentido analgico, que diz

    respeito f; 4) o sentido anaggico, que diz respeito

    escatologia.

    A hermenutica alegrica prevaleceu durante toda a idade

    mdia, sendo um perodo de trevas e ignorncia. A Reforma,

    patrocinada por Lutero, e principalmente por Calvino, ps uma

    p de cal neste sistema errtico.

    4.1.2 CORRENTE ESPIRITUALISTA

    Esta corrente de interpretao tem seu nascedouro no

    movimento pietista, o qual surgiu como reao ao

    37 Anglada, pp. 109.

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    34

    confessionalismo dogmtico do Ps-reforma que se caracterizou

    por uma exegese moldada pelos credos.

    O pietismo, no seu incio, fez significativas

    contribuies ao estudo da Escritura. Em seus momentos mais

    sublimes, os pietistas movidos por um profundo desejo de

    entender e praticar a Palavra de Deus primaram pela

    excelncia da interpretao histrico-gramatical.

    Todavia, muitos pietistas mais recentes abandonaram o

    mtodo Histrico-gramatical, e passaram a se guiar por uma

    luz interior ou uma uno especial. Destes mtodos

    intuitivos, resultaram interpretaes contraditrias e de

    pouca relao com o real significado do texto.

    4.1.3 CORRENTE LIBERAL

    O racionalismo filosfico de mos dadas com o empirismo

    do sculo XVIII, lanou a base do liberalismo teolgico do

    sculo XIX.

    At o sculo XIX, a Revelao reinou soberanamente sobre

    a razo, como autoridade que determinava o que se devia

    pensar ou crer. Mas a partir deste sculo, a razo passou a

    ter preeminncia sobre a revelao.

    O liberalismo negava o carter sobrenatural da

    inspirao, e sustentava que vrias partes das Escrituras

    continham erros (principalmente os detalhes histricos).

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    35

    Todas as doutrinas que no estivessem conforme a

    mentalidade instruda pela razo deveriam ser rejeitadas.

    Isto inclua doutrinas como a depravao humana, o inferno, o

    nascimento virginal. Os milagres eram explicados como sendo

    produto da mentalidade do homem pr-crtico.

    Embora a neo-ortodoxia tenha surgido como uma tentativa

    de romper com o liberalismo do sculo XIX, em muitos aspectos

    foi uma continuao desta corrente. Os telogos neo-ortodoxos

    negam a inerrncia e a infalibilidade da Bblia, e

    interpretam a criao do universo, a criao do homem e sua

    queda, a ressurreio de Cristo e Sua Segunda Vinda como

    mitos bblicos que visam a apresentar verdades teolgicas.

    Aps a Segunda Guerra Mundial, surge na Europa uma nova

    escola liberal chamada a Nova Hermenutica. Esta escola

    surgiu basicamente da obra de Rudolf Bultmann e foi levada

    adiante por Ernst Fuchs e Gerhard Ebeling.

    Para o Bultmanismo o Novo Testamento deveria ser

    compreendido em termos existenciais pela demitizao, ou

    seja, pela destruio de elementos mticos tais como os

    milagres, entre os quais a ressurreio de Cristo que, para

    eles, so inaceitveis para a mente do homem moderno.

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    36

    4.1.4 CORRENTE LITERALISTA

    O literalismo (sculo XIX e XX) foi o mtodo criado pelo

    movimento dispensacionalista, que surgiu quando a alta

    Crtica estava em desenvolvimento.38 Enquanto este ltimo

    mtodo negava a literalidade de todos os eventos

    sobrenaturais bblicos, os dispensacionalistas tentavam tomar

    a Escritura to literalmente quanto possvel. Para estes,

    no-literal veio a ser identificado com liberal.

    Segundo esta corrente a Escritura deve ser entendida

    literalmente sempre que no resulta da uma situao

    ldica.39 Um lema dispensacionalista : quando o sentido

    bvio faz bom sentido, no procure outro sentido.

    Um bom exemplo da hermenutica literalista-

    dispensacionalista, quando se interpreta referncias

    bblicas a Israel. Para estes, o termo Israel quando

    aparece na Bblia sempre se refere nao de Israel ou o

    Israel tnico, cuja descendncia remonta ao patriarca Jac.

    O mesmo critrio usado na interpretao dos escritos

    profticos. Toda profecia (segundo este sistema) se cumprir

    literalmente em todos os seus detalhes.

    38 ERICKSON, Millard J. UM ESTUDO DO MILNIO Opes Contemporneas na Escatologia. pp. 96

    39 Idem.

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    37

    4.2 HERMENUTICA REFORMADA

    Tendo como bero a Renascena, a qual primava pelo

    estudo dos textos em sua lngua original, a Reforma marcou

    um novo momento na histria da Cincia hermenutica.

    Vrias obras literrias que influenciaram os paladinos

    da Reforma Protestante surgiram neste perodo. Desidrio

    Erasmo, publicou em 1516 a primeira edio Crtica do Novo

    Testamento Grego, e Johannes Reuchlin fez diversas obras

    sobre a gramtica e lxicos hebraicos. Em pouco tempo, o

    sentido qudruplo do mtodo alegrico foi substitudo pelo

    princpio reformado de que um texto tem apenas um sentido.40

    Lutero e Calvino foram os grandes exegetas que

    revolucionaram a hermenutica sagrada; sendo que o ltimo em

    muito passou o primeiro em grandeza literria e influncia.

    Lutero (1483-1546) rejeitou e denunciou o mtodo

    alegrico de interpretao da Escritura, chamando-o de

    sujeira, escria.41 E ainda dizia: que at a imundcia

    vale mais que a alegoria de Orgenes.42

    De acordo com Lutero, o interprete deveria considerar em

    sua exegese as condies histricas, a gramtica e o

    contexto.43 Ele disse que as Escrituras devem ser mantidas em

    40 Virkler, pp. 48

    41 Idem.

    42 ZUCK, Roy B. A Interpretao Bblica: Meios de Descobrir a Verdade da Bblia. pp.52

    43 Virkler, pp.48.

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    38

    seu significado mais simples possvel e entendidas de acordo

    com seu sentido gramatical e literal.44

    Em referncia s passagens mais obscuras, Lutero adverte

    que estas devem ser entendidas por aquelas de sentido mais

    claro.45

    Calvino (1509-1564), por sua vez, chamado de um dos

    maiores intrpretes da Bblia.46 Segundo ele, a

    interpretao alegrica era uma artimanha de Satans para

    obscurecer o sentido da Escritura.47 Seu mtodo consistia no

    estudo do contexto, da gramtica, das palavras, e de

    passagens paralelas (mtodo gramtico-histrico).

    Para Calvino, a Escritura interpretava a prpria

    Escritura, e segundo ele, a primeira tarefa de um

    intrprete deixar que o autor diga o que ele de fato diz,

    em vez de atribuir-lhe o que pensa que ele deva dizer.48

    Vale dizer que Calvino, embora sendo grande opositor do

    mtodo alegrico, combateu com igual veemncia a

    interpretao literalista ao p da letra, aplicada aos

    textos das Escrituras. Em sua refutao heresia romana da

    transubstanciao, condenou o uso do literalismo como

    ferramenta hermenutica para se alcanar a compreenso dos

    44 Zuck, pp. 52

    45 Idem.

    46 Idem, pp. 54

    47 Virkler, pp. 49

    48 Idem.

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    39

    textos envolvidos, e desafiou aos seus oponentes, a

    procederem uma anlise mais acurada do contexto.49

    Outros, depois de Calvino, deram considervel

    contribuio para a consolidao da hermenutica reformada,

    tais como Ulrich Zunglio (1484-1531); Willian Tyndale (1494-

    1536); Francisco Turretin (1623-1687), e Jean-Alphonse

    Torretin (1648-1737).

    Podemos, portanto, resumir a hermenutica reformada com

    os seguintes princpios:

    1) A nica regra de f infalvel de interpretao a prpria

    Escritura. Ou seja, quando houver dvida sobre o sentido

    de qualquer texto da Escritura (sentido que no

    mltiplo, mas nico), esse texto deve ser estudado e

    compreendido por outros textos que falem mais claramente;50

    2) O texto no pode ser estudado isoladamente, mas dentro do

    seu contexto bblico geral;

    3) Se o texto for obscuro, no deve ser usado como matria de

    f;

    4) Toda alegorizao deve ser rejeitada como mtodo de

    interpretao das Escrituras, exceto em caso que o prprio

    autor afirma se tratar de uma alegoria (Gl 4:24-26);

    5) Toda interpretao deve ser dada levando-se em

    considerao o contexto histrico (a situao para a qual

    49 CALVINO, Lv. IV, Cap. XVII, 20

    50 Angllada, pp.117

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    40

    o autor est falando); a anlise literria (a natureza, a

    redao e a estrutura do texto); a anlise cannica

    (citaes interbblicas e comparao cannica) e o

    propsito do autor no contexto da obra.

    6) Toda abordagem literal (literalismo) que no se justificar

    pelo contexto deve ser rejeitada;

    7) Nenhuma interpretao deve ser tida como legtima se

    coloca a Escritura em contradio com a prpria Escritura.

    Finalmente, ANGLADA, em seu artigo retro-citado define

    a hermenutica reformada como um mtodo fundamentado em

    pressuposies bblicas quanto prpria natureza das

    Escrituras, que emprega princpios e mtodos lingsticos e

    histricos coerentes com o carter divino-humano da Palavra

    de Deus.51

    Podemos depreender deste pequeno histrico da cincia

    hermenutica duas verdades: primeiro, o mtodo hermenutico

    reformado, dentre todos, o nico sistema de interpretao

    profundo, lcido, equilibrado e coerente com a natureza

    humano-divina das Escrituras; e em segundo, a hermenutica

    dispensacionalista da TUG, alegrico-literalista e, em

    muitos casos, filha do liberalismo e do existencialismo

    51 Idem, pp. 116

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    41

    Bultmaniano. Fatos que buscaremos provar no prximo e ltimo

    captulo desta obra.

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    42

    5. REFUTAO AOS POSTULADOS DA TUG52 Neste ltimo captulo, temos a inteno de refutar o

    ensino falacioso da TUG, no s usando como ferramenta a

    hermenutica reformada, mas tambm trazendo luz a

    hermenutica medieval que est por trs de todas as suas

    asseveraes obtusas.

    5.1 A RESTAURAO DO ISRAEL PS-GUERRA

    No captulo primeiro, pgina 11, de seu livro retro-

    citado53, LOPES faz uso de Ez 36:24; 37:21; Is 66:8,

    relacionando-os como um evento (o retorno dos judeus

    Palestina no ano de 1948) que precederia Volta iminente do

    Senhor Jesus.

    Fica claro (no precisando fazer nenhuma ginstica

    hermenutica), que o uso desta profecia em relao volta de

    Cristo um erro crasso de anacronismo histrico. O regresso

    a que os autores se referem, diz respeito no ao retorno dos

    Judeus Palestina aps a 2a Guerra (1948), mas volta de

    Jud do cativeiro babilnico.

    Analisando primeiramente as duas referncias do profeta

    Ezequiel (36:24; 37:21) podemos ver, com um mnimo de

    esforo, que esta promessa de trazer-lhes de volta de entre

    52 Sero apresentadas apenas as heresias ainda no refutadas nesta obra.

    53 Todas as falcias refutadas esto presentes no livro de Lopes, Op. Cit.

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    43

    as naes j tinha sido feita (usando as mesmas figuras) no

    captulo 11:14-25 de Ezequiel; onde nos informado que

    estes, a quem fora feito esta promessa, so os judeus que

    foram levados cativos para a Caldia (Babilnia, v. 24-25).

    Esta a mesma concluso a que podemos chegar quando

    empregamos o mtodo hermenutico Reformado na passagem de

    Isaas 66:8. O que ali interpretado (pela TUG)

    anacronicamente como sendo uma referncia da formao do

    estado judeu em 1948, nada mais vem a ser do que uma

    descrio metafrica do retorno de Israel do cativeiro

    babilnico (cf. 43:14-41; 51:11-17; 52:1-12; 54:1-17; 60:1-

    22; 62:1-12).

    Vale ressaltar que no captulo 54: 1-17 Isaas usa a

    figura de uma mulher dando luz a muitos filhos para

    simbolizar o regresso do cativeiro babilnico e a restaurao

    da nao judaica, o que acontece tambm no captulo 66:8.

    O erro de interpretao destas passagens por parte da

    TUG se deve no s por se transgredir os princpios bsicos

    da hermenutica reformada de nmero 2 e 5, que em smula, diz

    que nenhum texto pode ser interpretado isoladamente, fora do

    seu contexto bblico e Histrico, como tambm pelo fato dela

    fazer uso do mtodo alegrico medieval.

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    44

    5.2 A PRETENSA PROFECIA DA FIGUEIRA

    LOPES toma a passagem de Mateus 24:32-35, como texto-

    prova para estabelecer uma poca para a Volta de Cristo.

    Segundo ele, a parbola da Figueira uma referncia ao

    ressurgimento de Israel como nao ocorrido no dia 14 de maio

    de 1948, e um sinal deixado por Cristo, o qual determinaria a

    gerao que veria a Sua Volta.

    Ao tomar esse suposto sinal como referncia, LOPES diz:

    Naquela data (1948) teve incio a ltima Gerao; gerao que

    terminar no ano 2018. Ns fazemos parte desta gerao.

    E ainda:

    a gerao que presenciar o cumprimento destes sinais ser,

    sem dvida, a ltima gerao que precede a volta de Cristo.

    excitante notar que essa gerao a nossa.54

    Alm de ser uma heresia tentar se determinar uma data ou

    poca para a volta de Cristo (haja vista, o que Cristo diz em

    Atos 1:7), o autor padece da hermenutica alegrica. Com uma

    anlise um pouco mais acurada da passagem pode-se facilmente

    provar a sua falcia hermenutica.

    54 LOPES, pp. 13

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    45

    O contexto em que est inserida a parbola da figueira

    o discurso proftico de Jesus que comea no versculo 3 e se

    estende at o captulo 25:46. Este discurso foi proferido por

    Jesus visando responder s duas perguntas dos seus discpulos

    (24:3): 1) Quando sucedero estas coisas (a destruio do

    templo e da cidade de Jerusalm, v.2); e 2) que sinal haver

    de sua vinda e da consumao dos sculos.

    Portanto, o que se segue a partir do versculo 4 at o

    versculo 31, a resposta escatolgica de Jesus s duas

    indagaes de seus discpulos, na qual ele apresenta as

    cousas que haveriam de acontecer antes e durante a

    destruio de Jerusalm (4-20), e antes e durante a Sua

    Segunda Vinda (21-31). Ento, Ele conclui esta primeira parte

    do discurso com a parbola da figueira.

    E qual seria a relao desta parbola com os eventos

    histricos anteriormente preditos? bem simples! Ou seja, da

    mesma forma que a figueira quando comea a brotar as suas

    folhas, o prenncio da chegada do vero, assim tambm estes

    acontecimentos sero prenncio da chegada de Cristo.

    Desta forma, quando no versculo 33, Jesus faz

    referncia todas estas cousas, no est se referindo ao

    reflorecimento da figueira (o que a TUG interpreta

    erroneamente relacionando-o volta dos judeus em 1948 para a

    Palestina), antes est a aludir, to somente, destruio de

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    46

    Jerusalm e a Grande Tribulao que acometer a Igreja de

    Cristo antes de Sua Vinda (acontecimentos que foram

    proferidos anterior parbola e que prenunciaro a Volta de

    Cristo assim como os brotos da figueira anunciam a chegada

    do vero).

    Disso conclumos que a interpretao da TUG de que a

    parbola da figueira seja uma representao do renascimento

    poltico do Israel ps-guerra completamente arbitrria,

    alegrica e descontextualizada. Haja vista, que d parbola

    um sentido oculto e cabalstico que Jesus no intentou dar.

    5.3 A SITUAO MORAL E ESPIRITUAL NA VOLTA DE CRISTO

    Quando interpretam os dias que antecedem volta de

    Cristo descritos em Mt 24:37-39, novamente cometem o erro da

    interpretao arbitrria que no condiz com a inteno do

    autor.

    Segundo estes, Cristo ao fazer uma analogia entre os

    dias de No e os dias que antecedem Sua volta, est

    estabelecendo uma comparao da situao moral e espiritual

    entre estas duas geraes. De tal forma que, a poca em que

    se dar a Segunda Vinda de Cristo ter as mesmas

    caractersticas da poca de No.

    No precisamos ir muito longe para identificarmos o erro

    cometido. Segundo o versculo 39, (aqui est a inteno de

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    47

    Jesus em traar a analogia entre as duas geraes), os dias

    da Volta de Cristo se assemelharo aos dias de No porque

    aquela gerao, como esta no se apercebero da volta de

    Cristo sero pegos de surpresa como os contemporneos de

    No.55

    5.4 OS JUDEUS CONTINUAM SENDO O POVO DE DEUS

    No captulo quinto, LOPES tenta mostrar que os judeus

    continuam sendo o povo escolhido de Deus, mesmo depois que

    rejeitaram o evangelho de Jesus Cristo.

    Est claro no Novo testamento que os judeus depois que

    rejeitaram a Cristo como o Messias, deixaram de ser o povo de

    Deus. A partir de ento, a igreja tomou o lugar do Israel

    poltico tornando-se o nico povo que Deus tem na face da

    terra.

    Paulo mostra em Rm 9:6-10, que os verdadeiros israelitas

    no so mais os judeus que descendem de Abrao, mas somente

    aqueles que so filhos da promessa (isto , os que crem na

    promessa do Messias que viria de Isaque. cf. Gl 3:16). Em Gl

    3:7, Paulo ainda diz que os filhos da f que so os filhos

    de Abrao. E no captulo 6:16, ele chama a igreja de Cristo

    de o Israel de Deus.56

    55 Idem, pp.25, 26,27 a mesma interpretao se deve dar ao texto de Lucas 17:28-29, para a gerao de L.

    56 A questo da interpretao do kai deve ser decidida pelo contexto da carta. E segundo o contexto da

    carta, Paulo considerava a igreja como o verdadeiro Israel de Deus ( cf. 3:7). Portanto, o kai deve ser

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    48

    Enquanto a TUG tenta fazer forosamente distino quanto

    a salvao entre judeus e gentios, dizendo que Deus no trata

    com a igreja e Israel no mesmo perodo57, Paulo, ao

    contrrio, mostra que de ambos os povos inimigos por

    natureza, Deus fez um s povo que agora passa ser a Famlia

    de Deus na terra; isto a igreja (Ef 2:11-22), na qual no

    h mais judeu ou grego. por isso que em Rm 10:12, Paulo diz

    no haver diferena entre judeu e grego (gentio), uma vez

    que o mesmo o Senhor de todos.... E, finalmente, em Gl

    3:14, Paulo nos mostra que considerava a igreja (e no o

    Israel poltico) como a legtima herdeira das promessas

    feitas a Abrao58.

    5.5 TEORIA DO DUPLO EVANGELHO

    No captulo stimo, pgina 45, LOPES, seguindo a

    hermenutica arbitrria do dispensacionalismo, diz que Cristo

    traduzido por isto ou a saber como acontece em outras passagens, conforme o lxico do NT Grego/Portugus de F. Wilbur Gingrich & Frederick W. Danker.pp. 106. 57

    Segundo Lopes, Deus no ira tratar com a igreja e Israel no mesmo perodo. Israel distinto da igreja. pp. 60 58

    Embora que, em Rm 11:25, Paulo faa uma promessa de salvao aos judeus, isto no diz respeito ao Israel poltico, mas apenas a uns poucos remanescentes eleitos que Deus tem entre os judeus, como o tem entre todas as naes (cf. Berkof, Op. Cit. pp. 705). Isto pode ser asseverado pelo contexto no qual nos dito que: a) existe um resto dentre o povo judeu que so os escolhidos segundo a eleio da Graa; b) Paulo no tinha nenhuma expectativa quanto salvao da maioria dos judeus. No captulo 9:27, se referindo aos que iam ser salvos entre os judeus, cita Isaas: ainda que o nmero dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente que ser salvo; c) a expresso em parte ou uma parte de (v.25) no s delimita o nmero dos eleitos que Deus tem no meio dos judeus, como tambm nos remete ao versculo 7, no qual est dito que os que no foram predestinados salvao dentre o povo judeu foram endurecidos; e isto, segundo o v. 10, para sempre. d) o fato de Paulo afirmar que todo Israel ser salvo, isto no significa a nao de Israel em sua totalidade, nem em sua maioria, mas simplesmente o Israel Espiritual, que composto pelo nmero total dos eleitos ou predestinados salvao (o remanescente).

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    49

    pregava o Evangelho do reino, e que Paulo pregava outro

    Evangelho que ele chamava de Evangelho da graa, o qual era

    diferente do primeiro59. Contudo, essa distino entre um

    duplo Evangelho insustentvel.

    Em nenhum lugar da Bblia essa diferena encontrada.

    Todas as passagens que fazem referncia ao Evangelho, apontam

    para a unicidade do Evangelho de Cristo; isto , o Evangelho

    da graa de Deus em Jesus Cristo o nico Evangelho pregado

    tanto por Jesus como pelos os Apstolos. A pluralidade de

    termos que a Palavra de Deus usa para designar o Evangelho,

    em nada muda o teor de sua mensagem; sendo antes, sinnimos

    que descrevem uma mesma verdade.

    A leitura paralela de passagens como Mt 4:12-17

    (Evangelho do reino) e Mc 1:14-15 (Evangelho de Deus), nos

    mostram que embora estejam usando termos diferentes, falam de

    um nico evangelho.

    Em Atos 20:24,25, Paulo em seu discurso para o

    presbitrio, diz ser pregador tanto do evangelho da graa

    quanto do evangelho Reino. E em Rm 15:16,19, ele usa no mesmo

    texto as expresses evangelho de Deus e evangelho de Cristo,

    sem diferenci-las. E por ltimo, Paulo exorta a igreja da

    Galcia para que permanecesse no seu evangelho, que ele o

    59 Quando LOPES diz que Cristo pregava o evangelho do reino, e no o evangelho da graa, ele est

    afirmando haver uma diferena entre ambos.

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    50

    tinha recebido do prprio Jesus. Portanto no havia outro

    evangelho alm daquele que eles haviam recebido dele.

    Com base nestes textos podemos afirmar que, luz de uma

    anlise sria dos textos neotestamentrios, a teoria do duplo

    evangelho da TUG completamente errnea e carente de

    reavaliaes hermenuticas.

    5.6 A IGREJA NO PASSAR PELA TRIBULAO

    Segundo LOPES60, a igreja no ir passar pela Grande

    Tribulao que antecede a volta de Cristo. Fazendo uso

    equivocado de algumas passagens, tenta provar que ns estamos

    isentos da tribulao dos ltimos dias.

    Novamente erra o escritor em sua hermenutica bblica.

    Primeiramente porque esta uma verdade cristalina nas

    pginas dos escritos do Novo Testamento.

    Jesus sempre fez questo de mostrar esta realidade do

    evangelho. Em Jo 16:33 Ele nos disse: no mundo passais por

    aflies (no grego thlipsis - Tribulao); e ainda no seu

    sermo proftico, faz questo de mostrar que a sua igreja

    passar pela ltima e grande tribulao que vir sobre o

    povo de Deus, a qual ser cerceada pela sua volta (Mt 24:21-

    29)61.

    60 Captulo 10

    61 importante lembrar que os escolhidos diz respeito no nao judaica como quer a TUG , mas igreja de

    Cristo espalhada nos quatro cantos da terra (v.31). Os eleitos que sero perseguidos por falsos profetas e

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    51

    Da mesma forma, o apstolo Paulo, fala da Grande

    Tribulao que ir acometer a igreja nos dias que antecederam

    a volta de Cristo. Em 2a Ts 1:7 ele diz: e a vs outros que

    sois atribulados, alvio juntamente conosco, quando do cu se

    manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder. E ainda

    no captulo 2:3, declara: Ningum de modo nenhum vos engane,

    porque isto (a volta de Cristo) no acontecer sem que

    primeiro venha a apostasia, e seja revelado o homem da

    iniquidade, o filho da perdio. E lembra a Timteo o fato

    de que tempos difceis (para a Igreja) sobreviro nos ltimos

    dias (1a Tm 4:1,2; 2a Tm 3:1-5). E, finalmente, em Ap 7:13,14

    nos dito que os crentes no cu saram da Grande Tribulao.

    5.7 AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL

    No captulo 10, pgina 1, LOPES d uma interpretao

    para a profecia das 70 semanas de Daniel que no s

    incongruente com o contexto histrico, mas tambm traz um

    problema soteriolgico.

    Segundo o autor, a septuagsima semana de Daniel refere-

    se ao perodo da Grande tribulao dos ltimos dias. O que

    causa uma situao insustentvel, pois na ltima semana

    falsos cristos so discpulos de Jesus. As advertncias so feitas sempre na 2a pessoa do plural (vs, vos). O que significa que Jesus delimita os seus discpulos (Igreja) como sendo os eleitos que sofrero na Grande Tribulao. Logo, a tribulao no vai ajudar quem mpio a se tornar um crente (como diz a TUG, que a tribulao vai fazer os Judeus aceitarem a Cristo); antes ela tem como propsito levar os discpulos de Cristo apostasia.

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    52

    descrita na profecia que o Messias morre. Logo, se esta

    interpretao insipiente da TUG fosse verdadeira, o Salvador

    ainda no teria morrido e ns ainda estvamos perdidos em

    nossos pecados.

    Stuart d uma interpretao consistente e coerente com a

    hermenutica reformada. Segundo sua interpretao a profecia

    traz as seguintes revelaes: a) v.24, as setentas semanas

    abrange o perodo que vai da ordem de Artaxerxes (458 A.C.)

    para a restaurao de Jerusalm at a morte de Cristo; b) o

    primeiro perodo de 7 semanas (49 anos tomando como

    referncia o ano de 458 A.C.), descritos no v. 25a como o

    tempo para a restaurao da cidade, se cumpriu sob o

    ministrio de Esdras e Neemias; c) o segundo perodo de

    sessenta e duas semanas (434 anos) o perodo de tempo at

    ministrio de Cristo (49+434+ 3 e = 486,5 ou 487-458= 29 ou

    30 anos idade quando Cristo comeou o seu ministrio; d) e

    o ltimo perodo, (3 anos o tempo da morte de Cristo e

    da determinao da destruio de Jerusalm (v 26, 27). A

    somatria destes perodos, tomando por base o ano de 458 A.C

    (data estabelecida na profecia), at a morte de Cristo, d o

    nmero de 490 anos; nmero de anos equivalente a 70 semanas

    de anos.62

    62 STUART Olyott. OUSE SER FIRME O Livro de Daniel, Histrias e Profecias. pp.140.

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    53

    5.8 ARREBATAMENTO

    Outro ensino pejado de erros encontrado na obra de

    LOPES, e que precisa ser refutado, o que ele chama de

    arrebatamento. Segundo a sua viso, Jesus vem e busca somente

    sua igreja, e deixa o restante da humanidade aqui na terra

    para sofrer a Grande Tribulao. Os textos tomados por base

    so Mt 24:40,41 (e paralelo); 1a Ts 4:17.

    Repete-se a mesma histria. O autor padece de uma

    hermenutica falaciosa incongruente com o contexto literrio

    e com a anlise gramatical das passagens. O conjunto das

    quatro parbolas sobre a volta de Cristo em Mateus tem como

    nfase no o modo como seremos levados para o cu (a nfase

    sustentada pela TUG), mas a necessidade de estarmos vigiando

    e sempre preparados para o encontro com o Senhor Jesus.

    Na parbola do campo e do moinho (Mt 24:41-44), a nfase

    repousa na necessidade de vigilncia para o retorno de Cristo

    o qual ser para ajustar contas com os seus servos

    Portanto, vigiai, porque no sabeis em que dia vem o vosso

    Senhor. Logo, o foco do ensino no est no fato de um ser

    levado e o outro continuar na terra, mas no fato de um estar

    preparado e vigiando para a volta de Jesus (mesmo em meio aos

    labores desta vida) e o outro no.

    Isto atestado pela anlise semntica dos verbos

    empregados nessa parbola. O verbo grego paralambno que

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    54

    traduzido na passagem por tomar, no tem essa idia de

    movimento, de mudana de local (levar para cima a qual est

    contida no verbo ekballo), mas uma idia de mudana de

    status63 literalmente receber ao lado.64 Portanto, a idia

    que o texto nos passa no de uma retirada, mas de uma

    separao (bodes das ovelhas); Jesus recebe em seu lado os

    eleitos, e deixa (afemi - abandona) do outro lado os

    mpios.

    Esta interpretao nos confirmada pelo contexto nas

    demais parbolas.

    Nas trs parbolas que se seguem e que antecedem ao

    Grande Juzo, a nfase da vigilncia permanece. Na parbola

    do servo bom e do mau (v.45-51) nos dito que o Senhor

    daquele servo vem em dia e hora que ele no sabe; e em

    decorrncia disso lanado no inferno. Na parbola das dez

    virgens a tnica continua: Vigiai, pois, porque no sabeis o

    dia nem a hora. E na parbola dos talentos, embora no faa

    referncia necessidade de vigilncia, isto est bem

    implcito nas palavras de reprimenda e juzo contra aquele

    servo negligente que no atentou para a volta de seu Senhor.

    Com estas quatro parbolas, Jesus prepara o cenrio para

    o ensino a respeito do juzo final(25:31-46), no qual est

    63 O justo tirado do status de ru (o qual pertence ao mpio) e colocado na posio de justificado (ao lado de

    Jesus). 64

    GINGRICH F. W. & DANKER F. W. pp. 157

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    55

    dito que o Senhor vai separar os bodes das ovelhas. Isto

    ratifica todo o pensamento que fora construdo nas quatro

    histrias Jesus vem, tira os seus servos do meio dos mpios

    e presta contas com estes, lanando-os no inferno.

    O texto de 1a Tessalonicenses 4:17, a nica passagem

    que usa o verbo arpdzo (arrebatar, roubar, apoderar

    levar), para representar o encontro da igreja com Cristo.

    Neste sentido, Paulo fala: ns seremos levados juntamente

    com eles em nuvens para o encontro com o Senhor nos ares.

    Entretanto, esse arrebatamento bblico nada tem haver

    com o a teoria do arrebatamento preconizado pela TUG. Em 1a

    Ts 4:17, o arrebatamento se d concomitantemente ao

    julgamento dos mpios. O versculo 3, do captulo 5, que tem

    como contexto a Volta de Cristo (veja o v.2 o dia do

    Senhor), nos diz que quando (os mpios) andarem falando de

    paz lhe sobrevir repentina destruco..., e de modo nenhum

    escaparo. E Paulo, no v.4, contrasta a posio dos irmos

    que nesse dia (dia do Senhor) no sero pegos de surpresa,

    antes, estaro vigilantes a espera do Senhor.

    O que podemos depreender destas consideraes

    hermenuticas que, embora a idia de um arrebatamento seja

    bblica, em nada tem haver com o arrebatamento que a TUG

    apregoa. Aquele se refere ao encontro de Cristo com sua

    igreja nos ares o que ocorrer quase simultaneamente ao

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    56

    julgamento e condenao dos no crentes (no havendo

    possibilidade de ficarem na terra inclumes da destruio).

    Este se refere a uma retirada secreta dos crentes da terra, e

    a permanncia dos no crentes na terra para passarem pela

    grande tribulao.

    5.9 VOLTA AO PERODO DA LEI

    No captulo 10, LOPES diz que aps o arrebatamento da

    igreja, encerra-se o perodo da graa e volta novamente o

    regime da lei. O templo vai ser reconstrudo e os sacrifcios

    restaurados. Em smula, a partir do arrebatamento, Deus passa

    a tratar novamente com o homem atravs da lei, e no mais

    pela graa.

    Esta mais uma idia fantasiosa e insustentvel da TUG.

    Um suposto regresso ao perodo da lei seria simplesmente um

    retrocesso na histria da salvao para as condies do Velho

    Testamento, onde a salvao exigia o cumprimento rigoroso de

    todos os preceitos cerimoniais da lei, os quais eram sombras

    de Cristo que haveria de vir (Cl 2:17).

    O prprio Senhor Jesus nos ensina que o perodo lei

    durou somente at Joo; a partir de Cristo instaurou-se o

    perodo da Graa (Lc 16:16). Paulo diz em Rm 10:4, que Cristo

    o fim da lei; e em Gl 3:10 nos diz: Todos quantos so das

    obras da lei esto debaixo de maldio; porque est escrito;

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    57

    maldito todo aquele que no permanece em todas as cousas

    escritas no livro da lei, para pratic-las.

    Logo imaginar um regresso ao perodo da lei para o

    homem, depois de Cristo, encerr-lo em maldies; maldies

    que Cristo tirou de sobre ns e carregou-as para Cruz.

    Portanto, querer viver novamente pela lei, simplesmente

    negar que Cristo cumpriu perfeitamente a lei por todos os

    eleitos.65

    Na verdade, essa teoria estapafrdia, nasce da

    necessidade digressiva de explicar a possibilidade de

    salvao para os que ficarem aps a retirada da igreja da

    terra. Pois sem a igreja, o mundo fica sem o Esprito que

    nela habita. E sem o Esprito, o evangelho da graa no pode

    ser compreendido. Diante disto, s resta a volta ao perodo

    da lei como meio de salvao da humanidade, principalmente

    dos judeus.

    65 no estamos levando em considerao o fato de que segundo a TUG, este perodo se dar depois do

    arrebatamento. O que uma impossibilidade. Pois, como j vimos, no haver mais chance de salvao aps o arrebatamento. Haja vista, que com ele se dar o julgamento e condenao de todos que no pertencem Igreja de Cristo.

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    58

    CONCLUSO Chegamos ao fim de nosso trabalho. E gostaria de

    reafirmar algumas coisas que foram ditas na introduo e

    afirmar outras.

    Gostaria de reafirmar meu respeito e apreo pelo irmo

    Lopes, ao qual pertence a obra aqui refutada. Em nada

    desabona a f e a sinceridade do estimado irmo que no af de

    fazer conhecidos os decanos da escatologia divina, ousou

    trazer a pblico uma obra dessa natureza.

    Toda crtica neste trabalho apresentado visa levar a

    igreja reformada (e demais igrejas) reflexo sria do

    assunto, que ao meu ver, nestes ltimos dias deste milnio,

    ser de vital importncia para a igreja do Senhor Jesus

    Cristo.

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    59

    Gostaria de afirmar tambm que no tenho a pretenso de

    que este trabalho seja a palavra ltima em matria de

    escatologia. Subjaze a estas consideraes, o intento de que

    outros possam nos trazer novas contribuies no estudo desta

    matria to fascinante. Diante disto, todo erro que seja

    encontrado neste trabalho (e no sero poucos) de minha

    inteira responsabilidade.

    BIBLIOGRAFIA

    BERKHOF, Louis. Teologia Sistemtica. Trad. Odair Olivetti. 4a Ed. Capinas:LPC, 1996.

    BBLIA DE JERUSALM. So Paulo: Paulinas, 1989.

    BBLIA SAGRADA. Edio Revista e atualizada. Trad. Joo Ferreira de Almeida. Rio de Janeiro: SBB, 1984.

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    ERICKSON, Millard. J. Um Estudo do Milnio: Opes Contemporneas na Escatologia. 3a Ed. So Paulo: Vida Nova, 1991.

    GINGRICH, F. Wilbur & DANKER Frederick W. Lxico do Novo Testamento Grego/Portugus. 2a Ed. So Paulo: Vida Nova, 1986.

    JEREMIAS, J. As Parbolas de Jesus. 6a Ed. So Paulo: Paulinas, 1986.

    LOPES, E. P. Somos a ltima Gerao. Rio Claro: Associao Religiosa Imprensa da F, 1996.

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    60

    OLYOTT, Stuart. OUSE SER FIRME: O Livro de Daniel Histrias e Profecias. So Jos dos Campos: Fiel, 1996.

    RIBEIRO, A. R. Iniciao doutrinria: Doutrinas Bsicas da F Crist. Vol. I,II,III. Campinas: LPC, 1996.

    RIENECKER F. & ROGER C. Chave Lingstica do Novo Testamento Grego. Trad. Gordon Chown & Jlio paulo T. Zabatiero. 2a Ed. So Paulo: Vida Nova, 1988.

    VIRKLER, Henry A. Hermenutica Princpios e Processos de Interpretao Bblica. Miami: Editora vida, 1987.

    ZUCK, Roy B. A Interpretao Bblica: Meios de Descobrir a Verdade da Bblia. So Paulo: Vida Nova, 1994.

    NDICE

    Agradecimentos..............................................2

    Introduo..................................................3

    CAPTULO I

    TEOLOGIA DA LTIMA GERAO

    1.1 Postulados da TUG.....................................8

    1.1.1 Grfico Escatolgico da TUG...................12

    1.1.2 Legenda.......................................12

    CAPTULO II

    ESCATOLOGIA DE CALVINO

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    61

    E DOS SMBOLOS DE F DE WESTMINSTER

    2.1 Afirmaes Escatolgicas de Calvino..................13

    2.1.1 Quanto Segunda Vinda de Cristo..............13

    2.1.1.1 Ensino de Calvino sobre a Segunda Vinda de Cristo..............................14

    1)A Segunda Vinda de Cristo ser um evento nico..................................14 2)Ser uma vinda visvel para toda a humanidade.............................153)Estabelecer o fim da histria humana.................................15 4)Encerrar a oportunidade de salvao...............................15

    2.1.2 Quanto ressurreio dos mortos..............16

    2.1.2.1 Ensino de Calvino sobre a Ressurreio................................17

    1)A ressurreio escatolgica ser um evento nico..................................17 2)A ressurreio geral acontecer no ltimo dia....................................18

    2.1.3 Quanto ao Juzo Final.........................18

    2.1.3.1 Ensino de Calvino sobre o Juzo Final..19

    1)O Julgamento dos homens (tanto de justos quanto de mpios) ser um evento nico..................................19

    2)O Juzo Final encerrar a histria na terra..................................19

    3)O Julgamento da humanidade encerrar a oportunidade de salvao...............20

    2.1.4 Quanto ao milnio

    2.1.4.1 Ensino de Calvino sobre o milnio......21

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    62

    1)O reino de Cristo no est limitado por um perodo de mil anos....................21 2)No haver um perodo milenar na terra aps a Segunda Vinda de Cristo..............22

    2.2 O testemunho dos Smbolos de F......................23

    CAPTULO III

    A BASE ESCRITURSTICA DA ESCATOLOGIA

    REFORMADA

    3.1 A Segunda Vinda de Cristo ser um evento nico.......25

    3.2 A Segunda Vinda de Cristo ser visvel...............26

    3.3 A Segunda Vinda trar o fim da histria humana.......27

    3.4 Na Segunda Vinda de Cristo termina a oportunidade da

    Salvao.............................................27

    3.5 A ressurreio, dos justos e dos mpios, um evento

    nico................................................28

    3.6 A ressurreio, tanto de justos quanto de mpios,

    acontecer no ltimo dia.............................28

    3.7 O Julgamento dos homens ser em evento nico.........29

    CAPTULO IV

    HERMENUTICA REFORMADA

    4.1 Histria da hermenutica.............................30

    4.1.1 Corrente alegrica............................31

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    63

    4.1.2 Corrente Espiritualista.......................32

    4.1.3 Corrente liberal..............................33

    4.1.4 Corrente literalista..........................35

    4.2 Hermenutica reformada...............................36

    CAPTULO V

    REFUTAO AOS POSTULADOS DA TUG

    5.1 A restaurao do Israel ps-guerra...................41

    5.2 A pretensa profecia da figueira......................43

    5.3 A situao moral e espiritual na Volta de Cristo.....45

    5.4 Os judeus continuam sendo o povo de Deus.............46

    5.5 Teoria do duplo evangelho............................48

    5.6 A igreja no passar pela Tribulao.................49

    5.7 As setenta semanas de Daniel.........................50

    5.8 Arrebatamento........................................51

    5.9 Volta ao perodo da lei..............................55

    CONCLUSO..................................................57

    BIBLIOGRAFIA...............................................58