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ESCATOLOGIA REFORMADA E UMA REFUTAO TEOLOGIA DA LTIMA GERAO
POR
Rev. Jos Kleber Fernandes Calixto
TRABALHO HERMENUTICO E EXEGTICO
SOBRE A ESCATOLOGIA BBLICA
IBI, 14 DE MAIO DE 2001
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ESCATOLOGIA REFORMADA E UMA REFUTAO TEOLOGIA DA LTIMA GERAO Rev. Jos Kleber F. Calixto Igreja Presbiteriana de Ibi Ibi-MG
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AGRADECIMENTOS
Vany, prola preciosa de valor inestimvel, manancial de minha mocidade, mulher virtuosa que um dia pude encontrar;
minha filha Priscila, a esperana da continuidade
dos meus sonhos;
ao amigo Presbtero Ricardo, que abdicando de seu descanso
nos deu sua preciosa ajuda na correo final desta obra
ao amigo Anolfo, do qual pude desfrutar
sabedoria e companheirismo;
ao Pr. Elizeu D. de Lima, um modelo ministerial em nossa gerao.
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INTRODUO
Voc leitor deve estar se perguntando o porqu desta
obra sobre escatologia, j que existem tantas outras
circulando (e muitas bem srias), no mercado evanglico.
Confesso que hesitei muito antes de escrever este
trabalho, no s pela natureza polmica do assunto, mas
tambm pelo grande pntano de opinies que caracteriza a
igreja evanglica brasileira de nossos dias.
Contudo, existem algumas razes que, ao meu ver, foram
suficientemente fortes para me motivar a expor minhas
opinies neste livro:
Em primeiro lugar, o fato de que somos uma igreja
reformada calvinista que confessa os smbolos de f de
Westminster. Embora isto seja uma verdade norteadora de
nossas convices, muitas de nossas igrejas so ninhos
acolhedores de tipos de escatologias cuja base totalmente
arminiana e que ferem os fundamentos bsicos de nossa f
reformada, e esto contrrias escatologia calvinista
afirmada nos smbolos de f de Westminster - Confisso de F
e Catecismo Maior.
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Em segundo lugar, pelo fato de que esta teologia,
alm de estar alicerada nos erros hermenuticos da escola
pre-milenista-dispensacionalista, contm ensinamentos
errneos que pem em cheque as Doutrinas cristalinas do
Cristianismo.
Por exemplo: seria uma viso coerente com as Sagradas
Escrituras dizer que aps a Segunda Vinda de Cristo ficaro
pessoas na terra e que estas ainda tero chance de salvao
luz de 1a Co 15:23,24; 2a Ts 1: 7-10? Ou ainda, seria correto
afirmar, luz de Jo 16:8-13; Ef 2:1,4, que apesar do
Esprito Santo ser retirado da terra neste perodo (segundo
afirma esta doutrina), muitos pecadores ainda se arrependero
e se convertero? Como isso pode ser uma verdade bblica se
atravs do ministrio do Esprito que o homem perdido
convencido do pecado, da justia e do juzo? E como coadunar
este ensinamento errneo com a doutrina calvinista da
depravao total do ser humano?
Finalmente, estaria em consonncia com as Escrituras
dizer que aps a Segunda Vinda de Cristo, encerrado o perodo
da graa, voltar-se-ia novamente ao regime da lei, e que o
homem teria participao importante na operao de sua
salvao?
Todos essas asseres escatolgicas extrapolam o campo
das teorias e adentram (de forma nociva) o campo dos dogmas e
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doutrinas fundamentais das Escrituras e da f reformada como:
salvao pela graa (sola fide, sola gracia), predestinao,
depravao total do homem, eleio incondicional, graa
irresistvel, etc...
Em terceiro lugar, porque este tipo de escatologia fere
todos os princpios hermenuticos reformados1 de
interpretao das Sagradas Escrituras. Toda a escatologia da
doutrina da ltima gerao est posta na hermenutica
Espiritualista-algrica, que caracterizou o perodo de
trevas da teologia medieval pr-reforma.
Finalmente, este trabalho tem como motivao ltima, o
desejo sincero de que pessoas possam refletir sobre a base de
sua f, para que no venham ser enveredadas por caminhos
escorregadios, sendo levadas a darem ouvidos a doutrinas de
homens e de falsos mestres. Que Deus nos abenoe e nos
ilumine nesta tarefa rdua de perseguir a verdade.
Nosso trabalho est dividido em cinco captulos. No
primeiro, buscamos traar as afirmaes escatolgicas da
Teologia da ltima Gerao. Para este fim, usaremos a obra
do Cel. reformado do Exrcito, Eliseu Pereira Lopes, o qual
1 Quando me refiro hermenutica reformada no me limito apenas ao mtodo calvinista de interpretao,
mas ao mtodo histrico-gramatical usado no s pelos calvinistas, mas tambm por vrios outros telogos srios que no fazem uma leitura alegrico-espiritualista das Escrituras.
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o principal defensor e divulgador desta doutrina nas
Igrejas Presbiterianas2.
No segundo, buscaremos traar uma escatologia realmente
reformada, com afirmaes que sejam coerentes com nossa f
reformada calvinista da soberania de Deus e da salvao s
pela f em Cristo Jesus, o que contrasta com a escatologia
da ltima Gerao, a qual est erguida sob as bases
arminianas. Neste captulo, usaremos a hermenutica reformada
hstrico-gramatical, a qual difere totalmente da
hermenutica da ltima Gerao, que literalista e
alegrica.
No terceiro captulo, vamos apresentar a base
escriturstica, na qual, a escatologia reformada est
firmada.
No quarto captulo, apresentaremos os princpios
hermenuticos reformados de interpretao dos textos da
Sagrada Escritura. Neste captulo buscaremos mostrar que
todos ensinamentos falsos que se encontram nesta escola
escatolgica tem como motivo, a falta de princpios
hermenuticos corretos, honestos e coerentes, os quais foram
empregados por nossos pais na Reforma, e tm servido aos
telogos reformados at os nossos dias.
2 O Cel. Elizeu d conferncias sobre escatologia nas igrejas e tem sido o principal propagador desta heresia.
Sua obra Somos a ltima Gerao contm todas as afirmaes escatolgicas desta doutrina.
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No ltimo captulo, faremos a refutao dos falsos
ensinamentos desta doutrina capciosa da ltima Gerao.
Analisaremos passo a passo todas as afirmaes incongruentes
com a verdade Bblica e com a f reformada.
Nosso intuito no combater pessoas ou por em cheque a
experincia de converso daqueles que acreditam nesta falsa
doutrina. A experincia me tem ensinado que muitos daqueles
que crem nela so irmos srios, e de vida muito piedosa.
Embora crendo cegamente nesta miopia escatolgica,
muitos crem em nossa f reformada, como foi legada a ns por
nossos pais. Esta discrepncia e incoerncia teolgicas advm
do fato destes irmos terem um corao reformado e
calvinista, mas uma mente arminiana. No pensam com
categorias reformadas Pensam arminianamente. No lem a
Bblia com uma mente reformada, antes o fazem com uma mente
medieval, com base em uma hermenutica medieval.
Pois haver tempo em que no suportaro a s doutrina; pelo contrrio,
cercar-se-o de mestres, segundo as suas prprias cobias, como que
sentindo coceiras nos ouvidos; e se recusaro a dar ouvidos verdade,
entregando-se s fbulas 2 Tm 4:3,4.
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1. TEOLOGIA DA LTIMA GERAO
Antes de apresentarmos a escatologia reformada, como
afirmada por Calvino, e est apresentada nos smbolos de F
da Igreja Presbiteriana, buscaremos apresentar os postulados
escatolgicos da teologia da ltima gerao.
1.1 Postulados da TUG.3
Esta teologia tem suas razes fincadas na viso pr-
milenista, pr-tribulacionista, dispensacionalista. Contudo,
apresenta algumas variantes mais sutis, difceis de serem
combatidas. Todavia, no tendo o respaldo da verdade, sua
falcia fica em evidncia quando confrontada com as doutrinas
cristalinas da Palavra de Deus.
Segundo a TUG, Cristo voltar duas vezes4. A primeira
volta ser uma vinda somente para a igreja, resultando no
arrebatamento dos santos.5 Tanto esta primeira volta de
Cristo, quanto o rapto da igreja ser acontecimentos
3 A partir deste ponto, para no tornar a leitura cansativa, chamaremos a Teologia da ltima Gerao de
TUG. 4LOPES, E. P., Somos a ltima Gerao. pp. 61, 68. 5Idem. pp. 61, parg. 3; pp. 65, parg. 1
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secretos6 que o mundo no ver. Isto porque afirmam que
Cristo no descer terra, mas permanecer nos ares. Para a
TUG esta vinda iminente;7 isto , pode ocorrer a qualquer
momento. O dia de Cristo,8 como a TUG nomeia a primeira
vinda, resultar tambm na primeira ressurreio dos mortos,
das trs que havero de ocorrer9.
Logo em seguida ao arrebatamento ocorrer no cu,
segundo a TUG, o primeiro julgamento, que ela chama de o
Tribunal de Cristo. Este ter como objetivo a distribuio
de galardes para os crentes, j que s os crentes
arrebatados participaro deste juzo10. Enquanto os salvos
estiverem festejando no cu as bodas do cordeiro, segue-se na
terra um perodo de sete anos de tribulao, durante o qual
vrias coisas acontecero.
Em razo do arrebatamento da igreja, o Esprito Santo
ser retirado da terra e o anticristo ser revelado,
deflagrando assim, a grande apostasia11.
6Idem. PP. 65, 68, 69 7A teoria da iminncia defendida pela TUG se assemelha a dos pr-milenistas-dispensacionalistas. Para estes a volta de Cristo algo que pode acontecer a qualquer momento, porque no h (segundo eles) eventos previstos que devam preceder sua ocorrncia. Para a TUG, a primeira volta de Cristo algo que pode acontecer a qualquer momento porque os sinais preditos pelas Escrituras que apontam para este tempo j se cumpriram (ver o captulo quarto da obra de Lopes, pp. 25). 8Idem. pp.61 9Na viso dispensacionalista haver 3 ressurreies: 1a - no dia do arrebatamento, que ser segundo eles apenas a ressurreio dos crentes mortos; 2a - na Segunda Vinda, que a ressurreio daqueles que morreram durante a grande tribulao; 3a a ressurreio dos mpios no Juzo Final. 10Idem, pp. 51 11Idem, pp. 30
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Neste perodo ps-arrebatamento, o templo em Jerusalm
ser reconstrudo pelos judeus e os sacrifcios
restabelecidos12. Encerra-se, portanto, o perodo da Graa e
instaura-se novamente o perodo da lei. O Evangelho pregado
neste tempo no mais ser o Evangelho da graa, mas o
evangelho do reino; isto , o evangelho da inaugurao do
Reino de Israel13. A salvao deixa de ser um ato exclusivo da
graa de Deus, para ser um prmio pelo martrio daqueles que
rejeitarem o governo do anticristo14. Neste perodo, o
Evangelho ser pregado pelos crentes glorificados que, em
forma de anjos, descero do cu e anunciaro o Evangelho do
reino. Quase imediatamente, 144.000 judeus se convertero, e
posteriormente, uma grande multido de pessoas de todas as
naes.
No meio dos sete anos, ter inicio a Grande Tribulao.
No fim desta Tribulao acontecer a Segunda Volta de Cristo
com todos os seus santos, a qual a TUG chama de Dia do
Senhor.
Nesta Segunda volta se dar a guerra do armagedom15.
Jesus ir pelejar contra a besta e o falso profeta e contra
12Idem, pp. 37. Neste ponto a TUG difere da linha tradicional dos premilenistas dispensacionalistas. Veja a obra do Rev. Amrico ribeiro Iniciao Doutrinria, vol.3, LUZ PARA O CAMINHO, pp. 24. 13Para a TUG, Cristo no estabeleceu o seu reino na sua primeira vinda por causa da incredulidade dos Judeus. Ele s fundou a igreja que no tem nada haver com o reino. Segundo ela, Cristo no Rei da igreja, mas apenas cabea. Veja Lopes, pp. 46. 14Idem, pp. 48, parg. III. 15Idem, pp. 51
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as naes que se colocarem contra Jerusalm. Instaurar o
Tribunal das Naes, trazendo ira e vingana contra estas
naes16. Ainda promover a ressurreio dos santos que
morreram durante a tribulao, destruir o anticristo e
aprisionar Satans por mil anos.
A partir deste momento, ter incio o reino milenar de
Cristo na terra com toda a glria material. Jerusalm ser a
sede deste reino, os judeus sero cidados naturais do Reino
e os gentios convertidos, cidados adotivos. No obstante
reinarem o pecado e a morte na terra neste perodo haver
grande prosperidade e a vida do homem ser mais longa e o
deserto se cobrir de flores.
Com o fim do milnio, satans ser solto, por um pouco
de tempo, e os exrcitos de Gogue e Magogue sero vencidos na
ltima batalha e destrudos pelo fogo que descer do cu.
Satans ser lanado no grande abismo, onde j se encontram a
besta e o falso profeta. Aps breve espao de tempo os mpios
16Idem, pp. 61. Segundo o autor, O Dia do Senhor, que para ele a vinda visvel de Cristo com o seus santos, trar juzo contra as naes mpias.
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ressuscitaro17, para serem julgados e condenados. A igreja
ser elevada ao cu e Israel permanecer na terra18.
1.1.1 GRFICO ESCATOLGICO DA TUG.
Desta forma, podemos representar graficamente os
presentes postulados da TUG conforme quadro abaixo:
1.1.2 LEGENDA. A ARREBATAMENTO AC ANTICRISTO AM - ARMAGEDOM BC BODAS DO CORDEIRO TC TRIBUNAL DE CRISTO
17Segundo a TUG, a exemplo dos dispensacionalistas, entre a primeira ressurreio dos crentes e a ressurreio dos mpios, h um intervalo de tempo. Porm no haver uma definio clara quanto ao que eles se referem a primeira ressurreio, o perodo de mil anos pede no ser uma concluso no muito exata. Como eles colocam uma ressurreio na pretensa primeira volta de Cristo nas nuvens, outra na segunda volta de Cristo que ser a dos crentes mortos na tribulao, e uma ltima no Juzo Final no fim do milnio, ento seria razovel crer que segundo as suas asseres, o intervalo entre as ressurreies dos justos e dos mpios de mil e sete anos. 18Embora seja este o desfecho propalado pelo sistema dispensacionalista, a TUG no d com clareza sua posio quanto ao desfecho da histria. Se a igreja vai habitar no cu e Israel na terra, ou se ambos vivero na terra.
(1a vinda) A TC BC 2a vinda
A GT L IGREJA ISRAEL MILNIO M F LEI GRAA AC LEI TN GTB E A 1a Res. 3 3 RM 2a Res G 70 1948 AM UB A
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13
GT - GRANDE TRIBULAO GTB GRANDE TRONO BRANCO RM RESSUSRREIO DOS MRTIRES TN TRIBUNAL DAS NAES UB LTIMA BATALHA
2. ESCATOLOGIA DE CALVINO
E DOS SMBOLOS DE F DE WESTMINSTER19
A escatologia dispensacionalista da TUG fere
frontalmente, no s a escatologia de Calvino, como tambm a
escatologia reformada apresentada nos smbolos de f de
Westminster20.
2.1 - AFIRMAES ESCATOLGICAS DE CALVINO
Calvino, em consonncia com as Sagradas Escrituras, fez
em suas Institutas as seguintes afirmaes:
2.1.1 Quanto Segunda Vinda de Cristo:
19Haja vista, o arcabouo escatolgico ser extenso, nos limitaremos a discorrer a doutrina reformada da Segunda Vinda de Cristo e os ltimos atos de Deus na histria humana que esto relacionados com este acontecimento final; a saber, a ressurreio dos mortos (justos e injustos), a grande tribulao, a apostasia e o Juzo Final. Nosso interesse nestes assuntos delimitados tem como causa o fato de que as heresias da teologia da ltima Gerao atingem a s doutrina da Palavra de Deus diretamente nestes pontos. 20Tanto a escatologia de Calvino quanto a apresentada nos smbolos de f de Westminster , segundo cremos, a s doutrina apostlica resgatada na Reforma por Calvino.
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para que considere aquela presena visvel que se
manifestar no ltimo dia. Porque Ele vir de forma
visvel, como o viram subir (Atos 1:11), e ser visto
por todos na inefvel majestade de seu reino, rodeado do
resplendor de sua imortalidade, com todo o poder de sua
divindade, e com inumerveis hostes de seus anjos (Mt
24:30). Por isso se nos manda que esperemos ao nosso
Redentor naquele dia em que separar as ovelhas dos
bodes (Mt 25:32), os eleitos dos rprobos; e no haver
ningum que, estando vivo ou morto, possa escapar do seu
juzo. Porque o som da trombeta se far ouvir por toda
parte, at nos mais distantes rinces da terra, e com
ela todos os homens sero chamados e tomaro lugar
perante o tribunal de Deus, tanto os vivos, quanto os
mortos. certo que nem todos morrero, ou como disse o
apstolo, que nem todos dormiro, porm todos sero
transformados(1a Co 15:51-52). Que significa isso? Que
sua vida mortal deixar de existir em um momento, e ser
totalmente transformada em uma nova natureza. De todo
modo, o certo que os vivos e os mortos sero chamados
para comparecer no dia do juzo. Os mortos em Cristo
ressuscitaro primeiro; logo ns os vivos que ficarmos,
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seremos arrebatados com eles nas nuvens para receber o
Senhor nos ares.21
2.1.1.1 ENSINO DE CALVINO SOBRE A SEGUNDA VINDA DE
CRISTO
Diante destas afirmaes, podemos chegar s seguintes
concluses, quanto o ensino escatolgico de Calvino sobre a
Segunda Vinda de Cristo:
1)A Segunda Vinda de Cristo ser um evento nico. Na
mesma ocasio que vir buscar a sua igreja, Jesus Cristo far
a separao dos bodes das ovelhas, chamar todos os mortos
vida, isto , ressuscitar tanto crentes como descrentes, e
julgar toda a raa humana de todos os tempos. Portanto, para
Calvino a Volta de Cristo um evento nico que encerra todos
os acontecimentos escatolgicos, os quais acontecero
simultaneamente e sem intervalo de tempo (no ltimo dia).
2)Ser uma vinda visvel para toda a humanidade. Ao
contrrio daquilo que ensinado pela TUG, para Calvino, a
volta de Cristo ser uma vinda visvel, percebvel e notria
21CALVINO, Institucin De La Religin Cristiana. Vl. 1, Lv. II, cap. XVI,17.
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a toda a humanidade. Tanto a igreja, como o mundo inteiro sem
Cristo, vero a volta do Senhor nas nuvens22.
3)Estabelecer o fim da histria humana. Para Calvino,
na Segunda Vinda de Cristo se dar o fim da histria humana.
Ele chama este dia (em consonncia com as Escrituras) de o
ltimo dia o dia derradeiro da histria humana. Encerra-
se o ltimo captulo da vida humana e todos os homens so
intimados a comparecer diante do Tribunal de Deus para serem
julgados. Por conseguinte, neste dia no haver pessoas na
terra indiferentes ao retorno de Cristo como ensinam os pr-
milenistas-dispensacionalistas e a TUG. Porque no haver
ningum que possa escapar de Seu Juzo.
4)Encerrar a oportunidade de salvao. Diferente do que
ensinam os dispensacionalistas da TUG, segundo Calvino,
depois da Volta de Cristo no haver mais oportunidade de
salvao23. Jesus, em seu retorno, vir para separar os
cabritos das Suas ovelhas24. Os cabritos so aqueles que no
conheceram a Jesus e no fizeram a vontade de Deus para sua
vida. As ovelhas so os eleitos de Deus, que ouviram a voz de
22Se desejar, veja novamente esta questo na pgina 8. 23Para TUG, depois primeira volta de Cristo, haver ainda oportunidade de salvao para as pessoas que no aceitaram a Cristo como Seu Salvador. Aps este retorno preliminar, a humanidade passar por uma grande tribulao; os crentes glorificados descero do cu e pregaro para aqueles que rejeitaram o evangelho antes da vinda de Cristo. 24Calvino, Lv. II, Cap. XVI, 17; III, Cap. XXV, 9.
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Jesus e o seguiram. Aos cabritos, ele dir: apartai-vos de
mim, malditos para o fogo eterno. E para as ovelhas: vinde
benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos est
preparado desde a fundao do mundo. Portanto, aps a volta
de Cristo no haver uma segunda oportunidade de salvao
para aqueles que no se tornaram ovelhas de Cristo.
2.1.2 - Quanto ressurreio dos mortos:
A fim, pois, de que no tenhamos dvida alguma de que seremos
companheiros de Jesus Cristo ressuscitado, como ele ressuscitou, o
apstolo Paulo expressamente afirma que a razo pela qual Cristo
est sentado no cu e h de vir como Juiz no ltimo dia
transformar o corpo de nossa humilhao, para que sejamos
semelhantes ao corpo de sua glria. Ademais, as palavras de Daniel
tampouco trazem alguma dvida. Muitos, (diz ele), dos que dormem
no p, sero ressuscitados, uns para a vida eterna, outros para
vergonha, horror eterno, ...Nem mais obscuro o que disse o
Senhor em outra parte: Vir a hora quando todos os que esto nos
sepulcros, ouviro a voz do filho de Deus e sairo. Os que houveram
feito o bem para a ressurreio da vida, e os que houverem feito o
mal, para a ressurreio do Juzo. O que fica fora de dvidas,
que uns ressuscitaro para a vida e outros para morte, que Jesus
vir para apartar as ovelhas dos cabritos.25
2.1.2.1 ENSINO DE CALVINO SOBRE A RESSUSRREIO
25Idem, Lv. III, Cap. XXV, 3, 7,9 .
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Podemos, portanto, chegar s seguintes concluses a
respeito da viso de Calvino quanto ressurreio dos
mortos:
1)A ressurreio escatolgica ser um evento nico.
Calvino difere totalmente do ensino da TUG quanto a
ressurreio dos justos e mpios.
Segundo esta, haver trs ressurreies, cada uma em
poca diferente: a primeira ressurreio diz respeito aos
santos que morreram antes da primeira volta de Cristo, a
qual acontecer antes da Grande Tribulao; a Segunda
refere-se aos mrtires mortos durante a Grande Tribulao e
ter lugar no incio do milnio; e por fim, a ltima
ressurreio ser a dos mpios que rejeitaram o evangelho; e
ocorrer no final do milnio, antes do juzo final.
Calvino, ao contrrio, diz haver apenas uma
ressurreio fsica tanto para justos quanto para mpios, a
qual se dar num mesmo dia o dia do Juzo Final. Tanto
estes quanto aqueles, ressuscitaro simultaneamente; no
havendo assim nenhum perodo de tempo entre suas
ressurreies.
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2)A ressurreio geral acontecer no ltimo dia. Pela
expresso no ltimo dia, Calvino estabelece o tempo em que
ocorrer a ressurreio geral dos mortos.
Podemos, portanto, inferir que (segundo ele) no haver
um day after ressurreio. Ela se dar no ltimo dia,
sendo o ltimo ato de Deus na histria humana.
O que se depreende disso, que fatos escatolgicos como
tribulao, pregao do evangelho para as naes,
reconstruo do templo de Jerusalm, converso de Israel, no
podem ter lugar aps a ressurreio geral, pelo simples fato
de que, com a ressurreio dos mortos, se d o fim da
histria humana na terra.
2.1.3 Quanto ao Juzo Final:
... Cristo logo depois de cumprir com seu ofcio de
Juiz, entregar no ltimo dia o reino a Deus pai...;
...para que considere aquela presena visvel que
manifestar no ltimo dia...; por isso se nos manda que
esperemos ao nosso Redentor naquele dia em que separar
as ovelhas dos bodes (Mt 25:32), os eleitos dos
rprobos; e no haver ningum que, estando vivo ou
morto, possa escapar do seu juzo...; ...o apstolo
Paulo expressamente afirma que a razo pela qual
Cristo..., ...h de vir como Juiz no ltimo dia
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20
transformar o corpo de nossa humilhao, para que
sejamos semelhantes ao corpo de sua glria. certo que
os vivos e os mortos sero convocados para comparecer ao
dia do juzo.26
2.1.3.1 ENSINO DE CALVINO SOBRE O JUZO FINAL
Quanto ao juzo final, o que se aduz ao nosso
conhecimento, no que tange ao ensino de Calvino, so os
seguintes fatos:
1)O Julgamento dos homens (tanto de justos quanto de
mpios) ser um evento nico. Ao contrrio do ensino da TUG27,
o qual afirma que haver trs juzos divinos, Calvino
coadunado com o ensino das Escrituras, afirma que o Juzo
Final ser um evento nico, no qual todos os homens (justos
e mpios) de todas as naes e de todas as pocas sero
julgados para salvao ou para perdio eterna.
2)O Juzo Final encerrar a histria na terra. Ele se
dar no ltimo dia; no havendo, portanto, juzos antes nem
depois do dia derradeiro.
26Idem, Lv. II, Cap. XIV, 3 e XVI, 17; III, Cap. XXV, 3. 27Segundo a TUG, os juzos de Deus sero trs, a saber: o Tribunal de Cristo - s para os crentes no cu aps o arrebatamento, o Tribunal das naes para Israel e as naes aps a Grande Tribulao, o Grande Trono Branco s para os mpios de todas as pocas. Se necessrio, veja novamente o grfico escatolgico da TUG na pgina 11. Estas afirmaes podem ser encontradas no livro do Cel. Elizeu, j citado anteriormente, nas pginas 51, 60.
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21
O que se assevera desta informao que nenhum evento
humano ter lugar depois do juzo; pois todos os atos, todas
as obras humanas, todas os projetos humanos foram pesados e
julgados perante o Senhor. Os livros das obras de cada homem,
a serem abertos naquele dia, apontam para um encerramento da
histria humana.28
3)O Julgamento da humanidade encerrar a oportunidade
de salvao . Depois do Juzo Final, o qual conforme podemos
ver anteriormente um evento nico, no haver mais nenhuma
chance de salvao para aqueles que no se converteram a
Cristo at aquele instante. Calvino diz que na Sua Segunda
Vinda, Cristo vir para separar os eleitos dos rprobos; e
no haver ningum que, estando vivo ou morto, possa escapar
do seu juzo.
2.1.4 Quanto ao milnio:
Porm pouco depois surgiram os quiliastas29, que
assinalaram ao reino de Cristo o limite de mil anos.
Esse delrio est to fora de caminho, que no merece
resposta. Nem a passagem que ditam do Apocalipse, o qual
sem dvida deu o pretexto a seu erro, em nada favorece
sua opinio, j que o nmero mil que ali se faz meno
28Apocalipse 20:12 29vem da palavra grega Quilion que significa mil.
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(Ap 20:4) no deve ser entendido como a bem-aventurana
eterna da igreja, mas como as diversas tribulaes que a
igreja militante (ainda) haveria de ser afligida.30
2.1.4.1 ENSINO DE CALVINO SOBRE O MILNIO
Em smula, Calvino no fomentava em seu corao nenhuma
esperana milenar que fizesse parte desta presente ordem
existencial das coisas, o que seria embair-se por um
positivismo simplstico e apriorstico. Antes, via no
milnio, o domnio espiritual de Cristo sobre sua igreja. O
qual nesta atual conjuntura limitado pelas contingncias,
mas que ter sua plenitude a partir da mirfica volta de
Cristo. De suas afirmaes sobre o milnio podemos depreender
o seguinte ensino:
1)O reino de Cristo no est limitado por um perodo de
mil anos. Para Calvino, delimitar o Reino de Cristo a um
perodo de mil anos algo que s pode ser classificado como
um delrio, devaneio e sandice.
Em sua explanao do Reino de Cristo em suas
Institutas31, mostra que o reino de Cristo eterno e de
natureza espiritual. Para Calvino, Jesus estabeleceu o seu
Reino j em seu ministrio terreno (Lc 1:33), e tem mantido o
30Calvino, Lv III, cap. XXV, 5. 31Idem, Lv II, cap. XV, 3,4,5.
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domnio do seu Reino sobre a igreja e seus membros,
guardando-a das vicissitudes e estos desta presente ordem, de
tal forma que ela permanea s e salva.
No ltimo dia, Cristo entregar o Reino a Deus, o Pai,
cumprindo o seu ofcio de reger e conservar a igreja que Deus
havia confiado em suas mos.
Portanto, a natureza do Reino de Cristo no est ligada
a sinais exteriores, nem a comodidades externas desta vida.
No est circunscrito a um lugar, nao de Israel ou a um
governo mundial teocrtico com sede em Jerusalm; mas reside
na conscincia e no esprito do povo de Deus. Como Cristo
mesmo disse: No vem o reino de Deus com visvel
aparncia..., ...porque o reino de Deus est dentro em vs
(Lc 17:20,21).
2)No haver um perodo milenar aqui na terra aps a
Segunda Vinda de Cristo. Nisto a posio de Calvino difere
da TUG em trs pontos:
a) Para Calvino, o Reino de Cristo no pode ser limitado por
um perodo de mil anos;
b) O Reino de Cristo no pode ser poltico e circunscrito ao
governo teocrtico de Deus sobre Israel;
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c) Aps a Sua Segunda Vinda ter no o seu comeo, mas a sua
consumao; o que acontecer no na terra, mas no Cu.32
2.2 O TESTEMUNNO DOS SMBOLOS DE F.
Os smbolos de f da Igreja Presbiteriana do Brasil so
a Confisso de f de Westminster e os Catecismos maior e
menor. Destes, os dois primeiros trazem a escatologia
calvinista que coaduna com as Sagradas Escrituras. A sntese
de suas afirmaes em relao aos eventos escatolgicos est
colocada como segue abaixo:
1) No ltimo dia haver a ressurreio geral dos mortos, (sem
intervalo de tempo) de justos e injustos;
2) Todos os que estiverem vivos nesta ocasio sero
transformados;
3) Imediatamente depois da ressurreio geral ocorrer o
julgamento final de todas os homens justos e injustos -,
bem como de anjos;
4) A Segunda Vinda de Cristo s ocorrer no ltimo dia, no
fim do mundo, quando Ele vier para julgar a terra.
5) A data (dia e hora) quando esses eventos acontecero,
ningum sabe. Deus reservou para si este direito e ningum
seno o Pai conhece a respeito daquele dia33.
32 Idem, Lv II, cap. XV, 3.
33Confisso de f de Westminster, Cap. XXXII e XXXIII, e Catecismo Maior, perguntas 87-89.
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Todas as afirmaes de nossos smbolos de f supra
citadas so contrrias aos postulados da TUG, que asseveram
haver duas voltas de Cristo, trs ressurreies distintas
quanto ao tempo, e um perodo milenar ps-parsia, etc.
Portanto, podemos concluir que tanto Calvino, como os
smbolos de f da Igreja Presbiteriana do Brasil no apoiam,
nem referendam os ensinos errneos da TUG. Esta, no somente
calcada em um matiz arminiano, como tambm distorce as
verdades centrais da Bblia, o que veremos mais adiante.
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3. A BASE ESCRITURSTICA DA ESCATOLOGIA
REFORMADA.
Enquanto a TUG se fundamenta em uma ou duas passagens, e
estas geralmente obscuras, a escatologia reformada est
baseada em inmeras passagens claras que refletem o
ensinamento de toda a Escritura. Destarte, o testemunho das
Escrituras exatamente como se segue abaixo:
3.1 A SEGUNDA VINDA DE CRISTO SER UM EVENTO NICO.
A Palavra de Cristo mostra que Sua Segunda Vinda ser um
evento nico. Todos os textos que fazem referncia ao retorno
de Cristo, s falam de uma nica volta, a qual aparece em
essncia com as mesmas caractersticas e com os mesmos
acontecimentos.
A TUG, usando erroneamente o texto de 1a Ts 4:17, tenta
mostrar que Cristo voltar duas vezes ou em duas etapas
distintas (uma vinda nas nuvens a qual ser s para os
crentes e outra para implantar o seu reino milenar e, aps
esse, julgar os mpios).
Contudo, no assim que a Palavra de Deus testemunha.
Todas as passagens que falam da volta de Cristo apontam para
um nico evento que: 1) ser nas nuvens (veja Mt 24:29-31,
Ap 1:7; 2) ser visvel toda humanidade (veja Mt 24:30; Ap
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1:7); 3) ser para julgar a toda humanidade (Mt 24:30;
25:31,32; 1a Ts 5:1-3; 2a Ts 1:7-9; Ap 1:7); 4) ser para sua
glria nos seus santos (2a Ts 1:10).
3.2 A SEGUNDA VINDA DE CRISTO SER VISVEL.
A Palavra de Deus mostra claramente que a volta de
Cristo terra (que um evento nico), ser um acontecimento
visvel e tangente toda humanidade.
Em Mateus 24:30 est escrito que ...aparecer no cu o
sinal do Filho do homem; todos os povos da terra se
lamentaro e vero o Filho do homem vindo sobre as nuvens do cu
com poder e muita glria.
Devemos observar algumas coisas importantes nesta
passagem:
a) Jesus no ser visto apenas pela a igreja como ensinam os
dispensacionalistas e a TUG, mas ser visto por toda a
humanidade;
b) Em Sua Segunda Vinda, a qual visvel a todos, todos os
povos se lamentaro. Isto mostra que toda humanidade
tomar conscincia deste fato ltimo da histria e de suas
implicativas.
No texto de Apocalipse 1:7, fica claro esta realidade:
Eis que Ele vem sobre as nuvens, todo olho o ver, at
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quantos o traspassaram. E toda as tribos da terra se
lamentaro sobre ele. Certamente. Amm.
3.3 - A SEGUNDA VINDA TRAR O FIM DA HISTORIA HUMANA.
O que se apreende do texto de Mateus 25:31-46, que o
retorno de Cristo terra causa um cerceamento na histria
humana, interrompendo inexoravelmente toda vida na terra.
Desta forma, a Volta de Cristo o ponto mega, no que tange
existncia humana nesta presente ordem.
3.4 NA SEGUNDA VINDA DE CRISTO TERMINA A OPORTUNIDADE
DE SALVAO.
Na segunda epstola aos Tessalonicenses 1:3-12,
Paulo nos mostra que quando Jesus voltar, todos os que,
at este momento, no se decidiram por Jesus, sero
lanados no fogo do inferno (8-9). No haver chance,
nem oportunidade de arrependimento; pois o Senhor vem
trazendo vingana contra aqueles que no obedecem ao
evangelho de Cristo.
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3.5 - A RESSURREIO, DOS JUSTOS E DOS MPIOS, UM
EVENTO NICO.
Em Joo 5:27-29, lemos que tanto os justos quanto os
mpios ressuscitaro no mesmo dia, sem intervalo de tempo;
sendo que, os justos para a vida e os mpios para a morte.
Da mesma forma, Em Daniel 12:2, nos dito que tanto
salvos quanto condenados ressuscitaro no mesmo momento.
Apocalipse 1:7, nos diz (nas entrelinhas) que os mpios
ressuscitaro junto com os salvos. A expresso: at quanto o
traspassaram, mostra que at os que mataram Jesus vero o
Seu regresso nas nuvens.
3.6 A RESSURREIO, TANTO DE JUSTOS QUANTO DE MPIOS,
ACONTECER NO LTIMO DIA.
Na primeira carta aos Corntios 15:23-24, se diz que
aps a ressurreio dos mortos se dar o fim de todas as
coisas; sendo a ressurreio o ato ltimo da histria humana.
Embora o apstolo no faa referncia direta aos mpios
neste texto, fica implcito a participao destes neste
evento ltimo. A frase assim tambm todos sero
vivificados em Cristo deixa claro esta leitura.
claro que o adjetivo vivificados no se refere a uma
experincia mstica tardia reservada aos salvos. Antes uma
forma sinnima de Paulo se referir ressurreio
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30
escatolgica dos mortos. Desta forma, podemos substituir uma
pela outra sem prejuzo ao pensamento do autor.
3.7 O JULGAMENTO DOS HOMENS SER UM EVENTO NICO.
Todos os textos que fazem referncia ao Juzo
escatolgico apontam para um evento nico, o qual ser
pronunciado sobre a humanidade no ltimo dia.
Em Mateus 25:31-43, toda humanidade, dividida em dois
grupos os salvos e perdidos ser citada e tomar lugar
diante do Tribunal de Cristo.
Na primeira carta de Paulo aos Corntios 4:5, tanto os
filhos das trevas, quanto os salvos sero manifestos diante
do Tribunal de Cristo para receber de Deus o galardo ou a
reprimenda.
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31
4. HERMENUTICA REFORMADA
Todo o problema que envolve, no s a TUG, como tambm o
pr-milenismo-dispensacionalista tem resposta na sua
deficincia hermenutica, a qual pode ser classificada como
um misto de hermenutica alegrica e hermenutica
literalista.
Assim sendo, antes de apresentarmos o mtodo reformado
de interpretao, se faz necessrio uma breve investigao
histrica da hermenutica para que possamos chegar a uma
compreenso mais acendrada da hermenutica da TUG, a qual
est pejada de falcias.
4.1 HISTRIA DA HERMENUTICA
Como toda cincia, a hermenutica contempornea
disciplina que estuda e sistematiza princpios e tcnicas
destinados compreenso de texto34 um resultado de um
longo processo de aperfeioamentos obtidos em diferentes
momentos da histria humana.
Desta forma, podemos dizer que a hermenutica passou por
vrios e distintos perodos, nos quais a igreja adotou
diferentes nfases, tendncias, princpios e prticas de
interpretao das sagradas Escrituras. Destes perodos
34 ANGLADA, Paulo R. B. ORARET ET LABUTARE: A Hermenutica Reformada Das Escrituras. pp. 104.
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32
surgiram vrias correntes de interpretao, dentro das quais
os diversos grupos se encaixam. Portanto, se faz necessrio
uma anlise destas correntes (embora que superficial), as
quais diferem em mtodo da hermenutica reformada.
4.1.1 CORRENTE ALEGRICA
Trata-se de um dos mais antigos mtodos de interpretao
de que se tem conhecimento;35 e que veio a dominar a igreja
nos sculos que sucederam era apostlica.
Os defensores deste mtodo, fortemente influenciados
pelo platonismo e pelo alegorismo rabnico, diziam que o
verdadeiro sentido jazia sob o significado literal da
Escritura. Ou seja, para estes, as Escrituras ocultavam seu
verdadeiro significado com o propsito de que nos tornssemos
inquiridores36.
Clemente de Alexandria (150-215), exegeta patrstico de
renome, desenvolveu a teoria de que qualquer texto das
Escrituras apresenta cinco sentidos: 1) histrico, 2)
doutrinrio, 3)proftico, 4)filosfico, e 5) mstico.
Orgenis (185-254), outro expoente desta corrente, cria
ser as Escrituras uma vasta alegoria, na qual cada detalhe
simblico, e dava bastante importncia 1a aos Corntios
2:6-7 (falamos a sabedoria de Deus em mistrio). Distinguia
35Idem, pp. 109 36
VIRKLER, Henry, A. Hermenutica Princpios e Processos e Interpretao Bblica. pp. 44
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33
trs nveis de sentidos, baseados na suposta tricotomia
humana corpo, alma e esprito: 1) o literal, ao nvel do
corpo, 2) o moral, ao nvel da alma, e 3) o alegrico, ao
nvel do Esprito. Na verdade, Orgenes preteriu o sentido
literal, poucas vezes mencionou o sentido moral e empregou
constantemente a alegoria.37
Agostinho (354-430), em muito suplantou aos seus
predecessores. Em seu livro sobre doutrina Crist, ele criou
um sistema hermenutico. Segundo seu mtodo, todas as
passagens das Escrituras teriam quatro sentidos: 1)sentido
literal, que diz respeito ao fato; 2) o sentido tico, que
diz respeito conduta; 3) o sentido analgico, que diz
respeito f; 4) o sentido anaggico, que diz respeito
escatologia.
A hermenutica alegrica prevaleceu durante toda a idade
mdia, sendo um perodo de trevas e ignorncia. A Reforma,
patrocinada por Lutero, e principalmente por Calvino, ps uma
p de cal neste sistema errtico.
4.1.2 CORRENTE ESPIRITUALISTA
Esta corrente de interpretao tem seu nascedouro no
movimento pietista, o qual surgiu como reao ao
37 Anglada, pp. 109.
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34
confessionalismo dogmtico do Ps-reforma que se caracterizou
por uma exegese moldada pelos credos.
O pietismo, no seu incio, fez significativas
contribuies ao estudo da Escritura. Em seus momentos mais
sublimes, os pietistas movidos por um profundo desejo de
entender e praticar a Palavra de Deus primaram pela
excelncia da interpretao histrico-gramatical.
Todavia, muitos pietistas mais recentes abandonaram o
mtodo Histrico-gramatical, e passaram a se guiar por uma
luz interior ou uma uno especial. Destes mtodos
intuitivos, resultaram interpretaes contraditrias e de
pouca relao com o real significado do texto.
4.1.3 CORRENTE LIBERAL
O racionalismo filosfico de mos dadas com o empirismo
do sculo XVIII, lanou a base do liberalismo teolgico do
sculo XIX.
At o sculo XIX, a Revelao reinou soberanamente sobre
a razo, como autoridade que determinava o que se devia
pensar ou crer. Mas a partir deste sculo, a razo passou a
ter preeminncia sobre a revelao.
O liberalismo negava o carter sobrenatural da
inspirao, e sustentava que vrias partes das Escrituras
continham erros (principalmente os detalhes histricos).
-
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35
Todas as doutrinas que no estivessem conforme a
mentalidade instruda pela razo deveriam ser rejeitadas.
Isto inclua doutrinas como a depravao humana, o inferno, o
nascimento virginal. Os milagres eram explicados como sendo
produto da mentalidade do homem pr-crtico.
Embora a neo-ortodoxia tenha surgido como uma tentativa
de romper com o liberalismo do sculo XIX, em muitos aspectos
foi uma continuao desta corrente. Os telogos neo-ortodoxos
negam a inerrncia e a infalibilidade da Bblia, e
interpretam a criao do universo, a criao do homem e sua
queda, a ressurreio de Cristo e Sua Segunda Vinda como
mitos bblicos que visam a apresentar verdades teolgicas.
Aps a Segunda Guerra Mundial, surge na Europa uma nova
escola liberal chamada a Nova Hermenutica. Esta escola
surgiu basicamente da obra de Rudolf Bultmann e foi levada
adiante por Ernst Fuchs e Gerhard Ebeling.
Para o Bultmanismo o Novo Testamento deveria ser
compreendido em termos existenciais pela demitizao, ou
seja, pela destruio de elementos mticos tais como os
milagres, entre os quais a ressurreio de Cristo que, para
eles, so inaceitveis para a mente do homem moderno.
-
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36
4.1.4 CORRENTE LITERALISTA
O literalismo (sculo XIX e XX) foi o mtodo criado pelo
movimento dispensacionalista, que surgiu quando a alta
Crtica estava em desenvolvimento.38 Enquanto este ltimo
mtodo negava a literalidade de todos os eventos
sobrenaturais bblicos, os dispensacionalistas tentavam tomar
a Escritura to literalmente quanto possvel. Para estes,
no-literal veio a ser identificado com liberal.
Segundo esta corrente a Escritura deve ser entendida
literalmente sempre que no resulta da uma situao
ldica.39 Um lema dispensacionalista : quando o sentido
bvio faz bom sentido, no procure outro sentido.
Um bom exemplo da hermenutica literalista-
dispensacionalista, quando se interpreta referncias
bblicas a Israel. Para estes, o termo Israel quando
aparece na Bblia sempre se refere nao de Israel ou o
Israel tnico, cuja descendncia remonta ao patriarca Jac.
O mesmo critrio usado na interpretao dos escritos
profticos. Toda profecia (segundo este sistema) se cumprir
literalmente em todos os seus detalhes.
38 ERICKSON, Millard J. UM ESTUDO DO MILNIO Opes Contemporneas na Escatologia. pp. 96
39 Idem.
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37
4.2 HERMENUTICA REFORMADA
Tendo como bero a Renascena, a qual primava pelo
estudo dos textos em sua lngua original, a Reforma marcou
um novo momento na histria da Cincia hermenutica.
Vrias obras literrias que influenciaram os paladinos
da Reforma Protestante surgiram neste perodo. Desidrio
Erasmo, publicou em 1516 a primeira edio Crtica do Novo
Testamento Grego, e Johannes Reuchlin fez diversas obras
sobre a gramtica e lxicos hebraicos. Em pouco tempo, o
sentido qudruplo do mtodo alegrico foi substitudo pelo
princpio reformado de que um texto tem apenas um sentido.40
Lutero e Calvino foram os grandes exegetas que
revolucionaram a hermenutica sagrada; sendo que o ltimo em
muito passou o primeiro em grandeza literria e influncia.
Lutero (1483-1546) rejeitou e denunciou o mtodo
alegrico de interpretao da Escritura, chamando-o de
sujeira, escria.41 E ainda dizia: que at a imundcia
vale mais que a alegoria de Orgenes.42
De acordo com Lutero, o interprete deveria considerar em
sua exegese as condies histricas, a gramtica e o
contexto.43 Ele disse que as Escrituras devem ser mantidas em
40 Virkler, pp. 48
41 Idem.
42 ZUCK, Roy B. A Interpretao Bblica: Meios de Descobrir a Verdade da Bblia. pp.52
43 Virkler, pp.48.
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38
seu significado mais simples possvel e entendidas de acordo
com seu sentido gramatical e literal.44
Em referncia s passagens mais obscuras, Lutero adverte
que estas devem ser entendidas por aquelas de sentido mais
claro.45
Calvino (1509-1564), por sua vez, chamado de um dos
maiores intrpretes da Bblia.46 Segundo ele, a
interpretao alegrica era uma artimanha de Satans para
obscurecer o sentido da Escritura.47 Seu mtodo consistia no
estudo do contexto, da gramtica, das palavras, e de
passagens paralelas (mtodo gramtico-histrico).
Para Calvino, a Escritura interpretava a prpria
Escritura, e segundo ele, a primeira tarefa de um
intrprete deixar que o autor diga o que ele de fato diz,
em vez de atribuir-lhe o que pensa que ele deva dizer.48
Vale dizer que Calvino, embora sendo grande opositor do
mtodo alegrico, combateu com igual veemncia a
interpretao literalista ao p da letra, aplicada aos
textos das Escrituras. Em sua refutao heresia romana da
transubstanciao, condenou o uso do literalismo como
ferramenta hermenutica para se alcanar a compreenso dos
44 Zuck, pp. 52
45 Idem.
46 Idem, pp. 54
47 Virkler, pp. 49
48 Idem.
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ESCATOLOGIA REFORMADA E UMA REFUTAO TEOLOGIA DA LTIMA GERAO Rev. Jos Kleber F. Calixto Igreja Presbiteriana de Ibi Ibi-MG
39
textos envolvidos, e desafiou aos seus oponentes, a
procederem uma anlise mais acurada do contexto.49
Outros, depois de Calvino, deram considervel
contribuio para a consolidao da hermenutica reformada,
tais como Ulrich Zunglio (1484-1531); Willian Tyndale (1494-
1536); Francisco Turretin (1623-1687), e Jean-Alphonse
Torretin (1648-1737).
Podemos, portanto, resumir a hermenutica reformada com
os seguintes princpios:
1) A nica regra de f infalvel de interpretao a prpria
Escritura. Ou seja, quando houver dvida sobre o sentido
de qualquer texto da Escritura (sentido que no
mltiplo, mas nico), esse texto deve ser estudado e
compreendido por outros textos que falem mais claramente;50
2) O texto no pode ser estudado isoladamente, mas dentro do
seu contexto bblico geral;
3) Se o texto for obscuro, no deve ser usado como matria de
f;
4) Toda alegorizao deve ser rejeitada como mtodo de
interpretao das Escrituras, exceto em caso que o prprio
autor afirma se tratar de uma alegoria (Gl 4:24-26);
5) Toda interpretao deve ser dada levando-se em
considerao o contexto histrico (a situao para a qual
49 CALVINO, Lv. IV, Cap. XVII, 20
50 Angllada, pp.117
-
ESCATOLOGIA REFORMADA E UMA REFUTAO TEOLOGIA DA LTIMA GERAO Rev. Jos Kleber F. Calixto Igreja Presbiteriana de Ibi Ibi-MG
40
o autor est falando); a anlise literria (a natureza, a
redao e a estrutura do texto); a anlise cannica
(citaes interbblicas e comparao cannica) e o
propsito do autor no contexto da obra.
6) Toda abordagem literal (literalismo) que no se justificar
pelo contexto deve ser rejeitada;
7) Nenhuma interpretao deve ser tida como legtima se
coloca a Escritura em contradio com a prpria Escritura.
Finalmente, ANGLADA, em seu artigo retro-citado define
a hermenutica reformada como um mtodo fundamentado em
pressuposies bblicas quanto prpria natureza das
Escrituras, que emprega princpios e mtodos lingsticos e
histricos coerentes com o carter divino-humano da Palavra
de Deus.51
Podemos depreender deste pequeno histrico da cincia
hermenutica duas verdades: primeiro, o mtodo hermenutico
reformado, dentre todos, o nico sistema de interpretao
profundo, lcido, equilibrado e coerente com a natureza
humano-divina das Escrituras; e em segundo, a hermenutica
dispensacionalista da TUG, alegrico-literalista e, em
muitos casos, filha do liberalismo e do existencialismo
51 Idem, pp. 116
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ESCATOLOGIA REFORMADA E UMA REFUTAO TEOLOGIA DA LTIMA GERAO Rev. Jos Kleber F. Calixto Igreja Presbiteriana de Ibi Ibi-MG
41
Bultmaniano. Fatos que buscaremos provar no prximo e ltimo
captulo desta obra.
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42
5. REFUTAO AOS POSTULADOS DA TUG52 Neste ltimo captulo, temos a inteno de refutar o
ensino falacioso da TUG, no s usando como ferramenta a
hermenutica reformada, mas tambm trazendo luz a
hermenutica medieval que est por trs de todas as suas
asseveraes obtusas.
5.1 A RESTAURAO DO ISRAEL PS-GUERRA
No captulo primeiro, pgina 11, de seu livro retro-
citado53, LOPES faz uso de Ez 36:24; 37:21; Is 66:8,
relacionando-os como um evento (o retorno dos judeus
Palestina no ano de 1948) que precederia Volta iminente do
Senhor Jesus.
Fica claro (no precisando fazer nenhuma ginstica
hermenutica), que o uso desta profecia em relao volta de
Cristo um erro crasso de anacronismo histrico. O regresso
a que os autores se referem, diz respeito no ao retorno dos
Judeus Palestina aps a 2a Guerra (1948), mas volta de
Jud do cativeiro babilnico.
Analisando primeiramente as duas referncias do profeta
Ezequiel (36:24; 37:21) podemos ver, com um mnimo de
esforo, que esta promessa de trazer-lhes de volta de entre
52 Sero apresentadas apenas as heresias ainda no refutadas nesta obra.
53 Todas as falcias refutadas esto presentes no livro de Lopes, Op. Cit.
-
ESCATOLOGIA REFORMADA E UMA REFUTAO TEOLOGIA DA LTIMA GERAO Rev. Jos Kleber F. Calixto Igreja Presbiteriana de Ibi Ibi-MG
43
as naes j tinha sido feita (usando as mesmas figuras) no
captulo 11:14-25 de Ezequiel; onde nos informado que
estes, a quem fora feito esta promessa, so os judeus que
foram levados cativos para a Caldia (Babilnia, v. 24-25).
Esta a mesma concluso a que podemos chegar quando
empregamos o mtodo hermenutico Reformado na passagem de
Isaas 66:8. O que ali interpretado (pela TUG)
anacronicamente como sendo uma referncia da formao do
estado judeu em 1948, nada mais vem a ser do que uma
descrio metafrica do retorno de Israel do cativeiro
babilnico (cf. 43:14-41; 51:11-17; 52:1-12; 54:1-17; 60:1-
22; 62:1-12).
Vale ressaltar que no captulo 54: 1-17 Isaas usa a
figura de uma mulher dando luz a muitos filhos para
simbolizar o regresso do cativeiro babilnico e a restaurao
da nao judaica, o que acontece tambm no captulo 66:8.
O erro de interpretao destas passagens por parte da
TUG se deve no s por se transgredir os princpios bsicos
da hermenutica reformada de nmero 2 e 5, que em smula, diz
que nenhum texto pode ser interpretado isoladamente, fora do
seu contexto bblico e Histrico, como tambm pelo fato dela
fazer uso do mtodo alegrico medieval.
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5.2 A PRETENSA PROFECIA DA FIGUEIRA
LOPES toma a passagem de Mateus 24:32-35, como texto-
prova para estabelecer uma poca para a Volta de Cristo.
Segundo ele, a parbola da Figueira uma referncia ao
ressurgimento de Israel como nao ocorrido no dia 14 de maio
de 1948, e um sinal deixado por Cristo, o qual determinaria a
gerao que veria a Sua Volta.
Ao tomar esse suposto sinal como referncia, LOPES diz:
Naquela data (1948) teve incio a ltima Gerao; gerao que
terminar no ano 2018. Ns fazemos parte desta gerao.
E ainda:
a gerao que presenciar o cumprimento destes sinais ser,
sem dvida, a ltima gerao que precede a volta de Cristo.
excitante notar que essa gerao a nossa.54
Alm de ser uma heresia tentar se determinar uma data ou
poca para a volta de Cristo (haja vista, o que Cristo diz em
Atos 1:7), o autor padece da hermenutica alegrica. Com uma
anlise um pouco mais acurada da passagem pode-se facilmente
provar a sua falcia hermenutica.
54 LOPES, pp. 13
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O contexto em que est inserida a parbola da figueira
o discurso proftico de Jesus que comea no versculo 3 e se
estende at o captulo 25:46. Este discurso foi proferido por
Jesus visando responder s duas perguntas dos seus discpulos
(24:3): 1) Quando sucedero estas coisas (a destruio do
templo e da cidade de Jerusalm, v.2); e 2) que sinal haver
de sua vinda e da consumao dos sculos.
Portanto, o que se segue a partir do versculo 4 at o
versculo 31, a resposta escatolgica de Jesus s duas
indagaes de seus discpulos, na qual ele apresenta as
cousas que haveriam de acontecer antes e durante a
destruio de Jerusalm (4-20), e antes e durante a Sua
Segunda Vinda (21-31). Ento, Ele conclui esta primeira parte
do discurso com a parbola da figueira.
E qual seria a relao desta parbola com os eventos
histricos anteriormente preditos? bem simples! Ou seja, da
mesma forma que a figueira quando comea a brotar as suas
folhas, o prenncio da chegada do vero, assim tambm estes
acontecimentos sero prenncio da chegada de Cristo.
Desta forma, quando no versculo 33, Jesus faz
referncia todas estas cousas, no est se referindo ao
reflorecimento da figueira (o que a TUG interpreta
erroneamente relacionando-o volta dos judeus em 1948 para a
Palestina), antes est a aludir, to somente, destruio de
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Jerusalm e a Grande Tribulao que acometer a Igreja de
Cristo antes de Sua Vinda (acontecimentos que foram
proferidos anterior parbola e que prenunciaro a Volta de
Cristo assim como os brotos da figueira anunciam a chegada
do vero).
Disso conclumos que a interpretao da TUG de que a
parbola da figueira seja uma representao do renascimento
poltico do Israel ps-guerra completamente arbitrria,
alegrica e descontextualizada. Haja vista, que d parbola
um sentido oculto e cabalstico que Jesus no intentou dar.
5.3 A SITUAO MORAL E ESPIRITUAL NA VOLTA DE CRISTO
Quando interpretam os dias que antecedem volta de
Cristo descritos em Mt 24:37-39, novamente cometem o erro da
interpretao arbitrria que no condiz com a inteno do
autor.
Segundo estes, Cristo ao fazer uma analogia entre os
dias de No e os dias que antecedem Sua volta, est
estabelecendo uma comparao da situao moral e espiritual
entre estas duas geraes. De tal forma que, a poca em que
se dar a Segunda Vinda de Cristo ter as mesmas
caractersticas da poca de No.
No precisamos ir muito longe para identificarmos o erro
cometido. Segundo o versculo 39, (aqui est a inteno de
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Jesus em traar a analogia entre as duas geraes), os dias
da Volta de Cristo se assemelharo aos dias de No porque
aquela gerao, como esta no se apercebero da volta de
Cristo sero pegos de surpresa como os contemporneos de
No.55
5.4 OS JUDEUS CONTINUAM SENDO O POVO DE DEUS
No captulo quinto, LOPES tenta mostrar que os judeus
continuam sendo o povo escolhido de Deus, mesmo depois que
rejeitaram o evangelho de Jesus Cristo.
Est claro no Novo testamento que os judeus depois que
rejeitaram a Cristo como o Messias, deixaram de ser o povo de
Deus. A partir de ento, a igreja tomou o lugar do Israel
poltico tornando-se o nico povo que Deus tem na face da
terra.
Paulo mostra em Rm 9:6-10, que os verdadeiros israelitas
no so mais os judeus que descendem de Abrao, mas somente
aqueles que so filhos da promessa (isto , os que crem na
promessa do Messias que viria de Isaque. cf. Gl 3:16). Em Gl
3:7, Paulo ainda diz que os filhos da f que so os filhos
de Abrao. E no captulo 6:16, ele chama a igreja de Cristo
de o Israel de Deus.56
55 Idem, pp.25, 26,27 a mesma interpretao se deve dar ao texto de Lucas 17:28-29, para a gerao de L.
56 A questo da interpretao do kai deve ser decidida pelo contexto da carta. E segundo o contexto da
carta, Paulo considerava a igreja como o verdadeiro Israel de Deus ( cf. 3:7). Portanto, o kai deve ser
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Enquanto a TUG tenta fazer forosamente distino quanto
a salvao entre judeus e gentios, dizendo que Deus no trata
com a igreja e Israel no mesmo perodo57, Paulo, ao
contrrio, mostra que de ambos os povos inimigos por
natureza, Deus fez um s povo que agora passa ser a Famlia
de Deus na terra; isto a igreja (Ef 2:11-22), na qual no
h mais judeu ou grego. por isso que em Rm 10:12, Paulo diz
no haver diferena entre judeu e grego (gentio), uma vez
que o mesmo o Senhor de todos.... E, finalmente, em Gl
3:14, Paulo nos mostra que considerava a igreja (e no o
Israel poltico) como a legtima herdeira das promessas
feitas a Abrao58.
5.5 TEORIA DO DUPLO EVANGELHO
No captulo stimo, pgina 45, LOPES, seguindo a
hermenutica arbitrria do dispensacionalismo, diz que Cristo
traduzido por isto ou a saber como acontece em outras passagens, conforme o lxico do NT Grego/Portugus de F. Wilbur Gingrich & Frederick W. Danker.pp. 106. 57
Segundo Lopes, Deus no ira tratar com a igreja e Israel no mesmo perodo. Israel distinto da igreja. pp. 60 58
Embora que, em Rm 11:25, Paulo faa uma promessa de salvao aos judeus, isto no diz respeito ao Israel poltico, mas apenas a uns poucos remanescentes eleitos que Deus tem entre os judeus, como o tem entre todas as naes (cf. Berkof, Op. Cit. pp. 705). Isto pode ser asseverado pelo contexto no qual nos dito que: a) existe um resto dentre o povo judeu que so os escolhidos segundo a eleio da Graa; b) Paulo no tinha nenhuma expectativa quanto salvao da maioria dos judeus. No captulo 9:27, se referindo aos que iam ser salvos entre os judeus, cita Isaas: ainda que o nmero dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente que ser salvo; c) a expresso em parte ou uma parte de (v.25) no s delimita o nmero dos eleitos que Deus tem no meio dos judeus, como tambm nos remete ao versculo 7, no qual est dito que os que no foram predestinados salvao dentre o povo judeu foram endurecidos; e isto, segundo o v. 10, para sempre. d) o fato de Paulo afirmar que todo Israel ser salvo, isto no significa a nao de Israel em sua totalidade, nem em sua maioria, mas simplesmente o Israel Espiritual, que composto pelo nmero total dos eleitos ou predestinados salvao (o remanescente).
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pregava o Evangelho do reino, e que Paulo pregava outro
Evangelho que ele chamava de Evangelho da graa, o qual era
diferente do primeiro59. Contudo, essa distino entre um
duplo Evangelho insustentvel.
Em nenhum lugar da Bblia essa diferena encontrada.
Todas as passagens que fazem referncia ao Evangelho, apontam
para a unicidade do Evangelho de Cristo; isto , o Evangelho
da graa de Deus em Jesus Cristo o nico Evangelho pregado
tanto por Jesus como pelos os Apstolos. A pluralidade de
termos que a Palavra de Deus usa para designar o Evangelho,
em nada muda o teor de sua mensagem; sendo antes, sinnimos
que descrevem uma mesma verdade.
A leitura paralela de passagens como Mt 4:12-17
(Evangelho do reino) e Mc 1:14-15 (Evangelho de Deus), nos
mostram que embora estejam usando termos diferentes, falam de
um nico evangelho.
Em Atos 20:24,25, Paulo em seu discurso para o
presbitrio, diz ser pregador tanto do evangelho da graa
quanto do evangelho Reino. E em Rm 15:16,19, ele usa no mesmo
texto as expresses evangelho de Deus e evangelho de Cristo,
sem diferenci-las. E por ltimo, Paulo exorta a igreja da
Galcia para que permanecesse no seu evangelho, que ele o
59 Quando LOPES diz que Cristo pregava o evangelho do reino, e no o evangelho da graa, ele est
afirmando haver uma diferena entre ambos.
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tinha recebido do prprio Jesus. Portanto no havia outro
evangelho alm daquele que eles haviam recebido dele.
Com base nestes textos podemos afirmar que, luz de uma
anlise sria dos textos neotestamentrios, a teoria do duplo
evangelho da TUG completamente errnea e carente de
reavaliaes hermenuticas.
5.6 A IGREJA NO PASSAR PELA TRIBULAO
Segundo LOPES60, a igreja no ir passar pela Grande
Tribulao que antecede a volta de Cristo. Fazendo uso
equivocado de algumas passagens, tenta provar que ns estamos
isentos da tribulao dos ltimos dias.
Novamente erra o escritor em sua hermenutica bblica.
Primeiramente porque esta uma verdade cristalina nas
pginas dos escritos do Novo Testamento.
Jesus sempre fez questo de mostrar esta realidade do
evangelho. Em Jo 16:33 Ele nos disse: no mundo passais por
aflies (no grego thlipsis - Tribulao); e ainda no seu
sermo proftico, faz questo de mostrar que a sua igreja
passar pela ltima e grande tribulao que vir sobre o
povo de Deus, a qual ser cerceada pela sua volta (Mt 24:21-
29)61.
60 Captulo 10
61 importante lembrar que os escolhidos diz respeito no nao judaica como quer a TUG , mas igreja de
Cristo espalhada nos quatro cantos da terra (v.31). Os eleitos que sero perseguidos por falsos profetas e
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Da mesma forma, o apstolo Paulo, fala da Grande
Tribulao que ir acometer a igreja nos dias que antecederam
a volta de Cristo. Em 2a Ts 1:7 ele diz: e a vs outros que
sois atribulados, alvio juntamente conosco, quando do cu se
manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder. E ainda
no captulo 2:3, declara: Ningum de modo nenhum vos engane,
porque isto (a volta de Cristo) no acontecer sem que
primeiro venha a apostasia, e seja revelado o homem da
iniquidade, o filho da perdio. E lembra a Timteo o fato
de que tempos difceis (para a Igreja) sobreviro nos ltimos
dias (1a Tm 4:1,2; 2a Tm 3:1-5). E, finalmente, em Ap 7:13,14
nos dito que os crentes no cu saram da Grande Tribulao.
5.7 AS SETENTA SEMANAS DE DANIEL
No captulo 10, pgina 1, LOPES d uma interpretao
para a profecia das 70 semanas de Daniel que no s
incongruente com o contexto histrico, mas tambm traz um
problema soteriolgico.
Segundo o autor, a septuagsima semana de Daniel refere-
se ao perodo da Grande tribulao dos ltimos dias. O que
causa uma situao insustentvel, pois na ltima semana
falsos cristos so discpulos de Jesus. As advertncias so feitas sempre na 2a pessoa do plural (vs, vos). O que significa que Jesus delimita os seus discpulos (Igreja) como sendo os eleitos que sofrero na Grande Tribulao. Logo, a tribulao no vai ajudar quem mpio a se tornar um crente (como diz a TUG, que a tribulao vai fazer os Judeus aceitarem a Cristo); antes ela tem como propsito levar os discpulos de Cristo apostasia.
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descrita na profecia que o Messias morre. Logo, se esta
interpretao insipiente da TUG fosse verdadeira, o Salvador
ainda no teria morrido e ns ainda estvamos perdidos em
nossos pecados.
Stuart d uma interpretao consistente e coerente com a
hermenutica reformada. Segundo sua interpretao a profecia
traz as seguintes revelaes: a) v.24, as setentas semanas
abrange o perodo que vai da ordem de Artaxerxes (458 A.C.)
para a restaurao de Jerusalm at a morte de Cristo; b) o
primeiro perodo de 7 semanas (49 anos tomando como
referncia o ano de 458 A.C.), descritos no v. 25a como o
tempo para a restaurao da cidade, se cumpriu sob o
ministrio de Esdras e Neemias; c) o segundo perodo de
sessenta e duas semanas (434 anos) o perodo de tempo at
ministrio de Cristo (49+434+ 3 e = 486,5 ou 487-458= 29 ou
30 anos idade quando Cristo comeou o seu ministrio; d) e
o ltimo perodo, (3 anos o tempo da morte de Cristo e
da determinao da destruio de Jerusalm (v 26, 27). A
somatria destes perodos, tomando por base o ano de 458 A.C
(data estabelecida na profecia), at a morte de Cristo, d o
nmero de 490 anos; nmero de anos equivalente a 70 semanas
de anos.62
62 STUART Olyott. OUSE SER FIRME O Livro de Daniel, Histrias e Profecias. pp.140.
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5.8 ARREBATAMENTO
Outro ensino pejado de erros encontrado na obra de
LOPES, e que precisa ser refutado, o que ele chama de
arrebatamento. Segundo a sua viso, Jesus vem e busca somente
sua igreja, e deixa o restante da humanidade aqui na terra
para sofrer a Grande Tribulao. Os textos tomados por base
so Mt 24:40,41 (e paralelo); 1a Ts 4:17.
Repete-se a mesma histria. O autor padece de uma
hermenutica falaciosa incongruente com o contexto literrio
e com a anlise gramatical das passagens. O conjunto das
quatro parbolas sobre a volta de Cristo em Mateus tem como
nfase no o modo como seremos levados para o cu (a nfase
sustentada pela TUG), mas a necessidade de estarmos vigiando
e sempre preparados para o encontro com o Senhor Jesus.
Na parbola do campo e do moinho (Mt 24:41-44), a nfase
repousa na necessidade de vigilncia para o retorno de Cristo
o qual ser para ajustar contas com os seus servos
Portanto, vigiai, porque no sabeis em que dia vem o vosso
Senhor. Logo, o foco do ensino no est no fato de um ser
levado e o outro continuar na terra, mas no fato de um estar
preparado e vigiando para a volta de Jesus (mesmo em meio aos
labores desta vida) e o outro no.
Isto atestado pela anlise semntica dos verbos
empregados nessa parbola. O verbo grego paralambno que
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traduzido na passagem por tomar, no tem essa idia de
movimento, de mudana de local (levar para cima a qual est
contida no verbo ekballo), mas uma idia de mudana de
status63 literalmente receber ao lado.64 Portanto, a idia
que o texto nos passa no de uma retirada, mas de uma
separao (bodes das ovelhas); Jesus recebe em seu lado os
eleitos, e deixa (afemi - abandona) do outro lado os
mpios.
Esta interpretao nos confirmada pelo contexto nas
demais parbolas.
Nas trs parbolas que se seguem e que antecedem ao
Grande Juzo, a nfase da vigilncia permanece. Na parbola
do servo bom e do mau (v.45-51) nos dito que o Senhor
daquele servo vem em dia e hora que ele no sabe; e em
decorrncia disso lanado no inferno. Na parbola das dez
virgens a tnica continua: Vigiai, pois, porque no sabeis o
dia nem a hora. E na parbola dos talentos, embora no faa
referncia necessidade de vigilncia, isto est bem
implcito nas palavras de reprimenda e juzo contra aquele
servo negligente que no atentou para a volta de seu Senhor.
Com estas quatro parbolas, Jesus prepara o cenrio para
o ensino a respeito do juzo final(25:31-46), no qual est
63 O justo tirado do status de ru (o qual pertence ao mpio) e colocado na posio de justificado (ao lado de
Jesus). 64
GINGRICH F. W. & DANKER F. W. pp. 157
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dito que o Senhor vai separar os bodes das ovelhas. Isto
ratifica todo o pensamento que fora construdo nas quatro
histrias Jesus vem, tira os seus servos do meio dos mpios
e presta contas com estes, lanando-os no inferno.
O texto de 1a Tessalonicenses 4:17, a nica passagem
que usa o verbo arpdzo (arrebatar, roubar, apoderar
levar), para representar o encontro da igreja com Cristo.
Neste sentido, Paulo fala: ns seremos levados juntamente
com eles em nuvens para o encontro com o Senhor nos ares.
Entretanto, esse arrebatamento bblico nada tem haver
com o a teoria do arrebatamento preconizado pela TUG. Em 1a
Ts 4:17, o arrebatamento se d concomitantemente ao
julgamento dos mpios. O versculo 3, do captulo 5, que tem
como contexto a Volta de Cristo (veja o v.2 o dia do
Senhor), nos diz que quando (os mpios) andarem falando de
paz lhe sobrevir repentina destruco..., e de modo nenhum
escaparo. E Paulo, no v.4, contrasta a posio dos irmos
que nesse dia (dia do Senhor) no sero pegos de surpresa,
antes, estaro vigilantes a espera do Senhor.
O que podemos depreender destas consideraes
hermenuticas que, embora a idia de um arrebatamento seja
bblica, em nada tem haver com o arrebatamento que a TUG
apregoa. Aquele se refere ao encontro de Cristo com sua
igreja nos ares o que ocorrer quase simultaneamente ao
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julgamento e condenao dos no crentes (no havendo
possibilidade de ficarem na terra inclumes da destruio).
Este se refere a uma retirada secreta dos crentes da terra, e
a permanncia dos no crentes na terra para passarem pela
grande tribulao.
5.9 VOLTA AO PERODO DA LEI
No captulo 10, LOPES diz que aps o arrebatamento da
igreja, encerra-se o perodo da graa e volta novamente o
regime da lei. O templo vai ser reconstrudo e os sacrifcios
restaurados. Em smula, a partir do arrebatamento, Deus passa
a tratar novamente com o homem atravs da lei, e no mais
pela graa.
Esta mais uma idia fantasiosa e insustentvel da TUG.
Um suposto regresso ao perodo da lei seria simplesmente um
retrocesso na histria da salvao para as condies do Velho
Testamento, onde a salvao exigia o cumprimento rigoroso de
todos os preceitos cerimoniais da lei, os quais eram sombras
de Cristo que haveria de vir (Cl 2:17).
O prprio Senhor Jesus nos ensina que o perodo lei
durou somente at Joo; a partir de Cristo instaurou-se o
perodo da Graa (Lc 16:16). Paulo diz em Rm 10:4, que Cristo
o fim da lei; e em Gl 3:10 nos diz: Todos quantos so das
obras da lei esto debaixo de maldio; porque est escrito;
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maldito todo aquele que no permanece em todas as cousas
escritas no livro da lei, para pratic-las.
Logo imaginar um regresso ao perodo da lei para o
homem, depois de Cristo, encerr-lo em maldies; maldies
que Cristo tirou de sobre ns e carregou-as para Cruz.
Portanto, querer viver novamente pela lei, simplesmente
negar que Cristo cumpriu perfeitamente a lei por todos os
eleitos.65
Na verdade, essa teoria estapafrdia, nasce da
necessidade digressiva de explicar a possibilidade de
salvao para os que ficarem aps a retirada da igreja da
terra. Pois sem a igreja, o mundo fica sem o Esprito que
nela habita. E sem o Esprito, o evangelho da graa no pode
ser compreendido. Diante disto, s resta a volta ao perodo
da lei como meio de salvao da humanidade, principalmente
dos judeus.
65 no estamos levando em considerao o fato de que segundo a TUG, este perodo se dar depois do
arrebatamento. O que uma impossibilidade. Pois, como j vimos, no haver mais chance de salvao aps o arrebatamento. Haja vista, que com ele se dar o julgamento e condenao de todos que no pertencem Igreja de Cristo.
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58
CONCLUSO Chegamos ao fim de nosso trabalho. E gostaria de
reafirmar algumas coisas que foram ditas na introduo e
afirmar outras.
Gostaria de reafirmar meu respeito e apreo pelo irmo
Lopes, ao qual pertence a obra aqui refutada. Em nada
desabona a f e a sinceridade do estimado irmo que no af de
fazer conhecidos os decanos da escatologia divina, ousou
trazer a pblico uma obra dessa natureza.
Toda crtica neste trabalho apresentado visa levar a
igreja reformada (e demais igrejas) reflexo sria do
assunto, que ao meu ver, nestes ltimos dias deste milnio,
ser de vital importncia para a igreja do Senhor Jesus
Cristo.
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59
Gostaria de afirmar tambm que no tenho a pretenso de
que este trabalho seja a palavra ltima em matria de
escatologia. Subjaze a estas consideraes, o intento de que
outros possam nos trazer novas contribuies no estudo desta
matria to fascinante. Diante disto, todo erro que seja
encontrado neste trabalho (e no sero poucos) de minha
inteira responsabilidade.
BIBLIOGRAFIA
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NDICE
Agradecimentos..............................................2
Introduo..................................................3
CAPTULO I
TEOLOGIA DA LTIMA GERAO
1.1 Postulados da TUG.....................................8
1.1.1 Grfico Escatolgico da TUG...................12
1.1.2 Legenda.......................................12
CAPTULO II
ESCATOLOGIA DE CALVINO
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61
E DOS SMBOLOS DE F DE WESTMINSTER
2.1 Afirmaes Escatolgicas de Calvino..................13
2.1.1 Quanto Segunda Vinda de Cristo..............13
2.1.1.1 Ensino de Calvino sobre a Segunda Vinda de Cristo..............................14
1)A Segunda Vinda de Cristo ser um evento nico..................................14 2)Ser uma vinda visvel para toda a humanidade.............................153)Estabelecer o fim da histria humana.................................15 4)Encerrar a oportunidade de salvao...............................15
2.1.2 Quanto ressurreio dos mortos..............16
2.1.2.1 Ensino de Calvino sobre a Ressurreio................................17
1)A ressurreio escatolgica ser um evento nico..................................17 2)A ressurreio geral acontecer no ltimo dia....................................18
2.1.3 Quanto ao Juzo Final.........................18
2.1.3.1 Ensino de Calvino sobre o Juzo Final..19
1)O Julgamento dos homens (tanto de justos quanto de mpios) ser um evento nico..................................19
2)O Juzo Final encerrar a histria na terra..................................19
3)O Julgamento da humanidade encerrar a oportunidade de salvao...............20
2.1.4 Quanto ao milnio
2.1.4.1 Ensino de Calvino sobre o milnio......21
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62
1)O reino de Cristo no est limitado por um perodo de mil anos....................21 2)No haver um perodo milenar na terra aps a Segunda Vinda de Cristo..............22
2.2 O testemunho dos Smbolos de F......................23
CAPTULO III
A BASE ESCRITURSTICA DA ESCATOLOGIA
REFORMADA
3.1 A Segunda Vinda de Cristo ser um evento nico.......25
3.2 A Segunda Vinda de Cristo ser visvel...............26
3.3 A Segunda Vinda trar o fim da histria humana.......27
3.4 Na Segunda Vinda de Cristo termina a oportunidade da
Salvao.............................................27
3.5 A ressurreio, dos justos e dos mpios, um evento
nico................................................28
3.6 A ressurreio, tanto de justos quanto de mpios,
acontecer no ltimo dia.............................28
3.7 O Julgamento dos homens ser em evento nico.........29
CAPTULO IV
HERMENUTICA REFORMADA
4.1 Histria da hermenutica.............................30
4.1.1 Corrente alegrica............................31
-
ESCATOLOGIA REFORMADA E UMA REFUTAO TEOLOGIA DA LTIMA GERAO Rev. Jos Kleber F. Calixto Igreja Presbiteriana de Ibi Ibi-MG
63
4.1.2 Corrente Espiritualista.......................32
4.1.3 Corrente liberal..............................33
4.1.4 Corrente literalista..........................35
4.2 Hermenutica reformada...............................36
CAPTULO V
REFUTAO AOS POSTULADOS DA TUG
5.1 A restaurao do Israel ps-guerra...................41
5.2 A pretensa profecia da figueira......................43
5.3 A situao moral e espiritual na Volta de Cristo.....45
5.4 Os judeus continuam sendo o povo de Deus.............46
5.5 Teoria do duplo evangelho............................48
5.6 A igreja no passar pela Tribulao.................49
5.7 As setenta semanas de Daniel.........................50
5.8 Arrebatamento........................................51
5.9 Volta ao perodo da lei..............................55
CONCLUSO..................................................57
BIBLIOGRAFIA...............................................58