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8 - Guitar Class - Junho 2003 Eric Johnson Fotos: Juliana Mozart Este tema feito em homenagem a Stevie Ray Vaughan. Possui vÆrios elementos hendrixianos, que tam- bØm faziam parte do estilo de Vaughan, como o uso do polegar na SRV / do Ælbum Venus Isle (1996) 000 - 014 Rapidinha 2 sexta corda (compassos 1 e 5) e slides em intervalos quartais sobre duas cor- das (compasso 6). Repare na beleza do acorde Asus2 no final do compas- so 6. O que torna esse exemplo difícil Ø a forma como ele deve ser executa- do, pois Johnson Ø obcecado pela per- feiçªo timbrística e interpretativa, explorando todas as nuances e deta- lhes possíveis. ComentÆrio e Transcriçªo Kleber K. Shima Esta mœsica abriu as portas para que Eric Jonhson se tornasse conhe- cido no mundo inteiro. Cliffs Of Dover foi uma das primeiras mœsi- cas instrumentais a emplacar nas Cliffs Of Dover / do Ælbum Ah Via Musicom (1990) 026 - 035 Rapidinha 1 FMs, chegando a ganhar um Grammy. Nesse trecho, podemos notar duas tØc- nicas distintas: pedal point e string skipping. No pedal point uma nota sem- pre permanece fixa em determinado ponto. Somente as notas da segunda corda vªo mudando e a nota G, que estÆ na primeira e na terceira corda, permanece fixa. String skipping Ø a tØcnica de salto de cordas. F. 01 F. 02 F. 03 F. 01 F. 02 F. 03

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8 - Guitar Class - Junho 2003

Eric Johnson

Foto

s: J

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Este tema feito em homenagem aStevie Ray Vaughan. Possui várioselementos hendrixianos, que tam-bém faziam parte do estilo deVaughan, como o uso do polegar na

SRV / do álbum Venus Isle (1996) 0�00� - 0�14�Rapidinha 2

sexta corda (compassos 1 e 5) e slidesem intervalos quartais sobre duas cor-das (compasso 6). Repare na belezado acorde Asus2 no final do compas-so 6. O que torna esse exemplo difícil

é a forma como ele deve ser executa-do, pois Johnson é obcecado pela per-feição timbrística e interpretativa,explorando todas as nuances e deta-lhes possíveis.

Comentário e TranscriçãoKleber K. Shima

Esta música abriu as portas paraque Eric Jonhson se tornasse conhe-cido no mundo inteiro. Cliffs OfDover foi uma das primeiras músi-cas instrumentais a emplacar nas

Cliffs Of Dover / do álbum Ah Via Musicom (1990) 0�26� - 0�35�Rapidinha 1

FMs, chegando a ganhar um Grammy.Nesse trecho, podemos notar duas téc-nicas distintas: pedal point e stringskipping. No pedal point uma nota sem-pre permanece fixa em determinado

ponto. Somente as notas da segundacorda vão mudando e a nota G, queestá na primeira e na terceira corda,permanece fixa. String skipping é atécnica de salto de cordas.

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Este é um dos temas mais mar-cantes de Johnson, que possui umamelodia que �gruda� na cabeça.Aqui ele faz uma homenagem a WesMontgomery, que criou o estilo de

Manhattan / do álbum enus Isle (1996) 0�01� - 0�19�Rapidinha 3

tocar notas oitavadas. Note queJohnson vai alternando três técnicasdistintas. Ele começa com a técnicade notas oitavadas palhetando as no-tas, em seguida troca a palheta pelo

Steve�s Boogie / do álbum Ah Via Musicom (1990) 0�00� - 0�06�Rapidinha 4

Neste tema country, Johnson come-ça com uma divertida seqüência cro-mática descendente (compassos 1 e 2).A partir daí, a técnica de palhetada

híbrida - muito usada na músicacountry - é utilizada. Você deve tocar anota A (quinta corda solta) com apalheta e as notas agudas com os dedos

médio e anelar. O riff termina com umbend de ½ tom sobre a nota G (sextacorda). Observe a afinação do bend paraque ele não passe da altura desejada.

polegar (como Wes) e no compasso 2usa a palhetada híbrida (compalhetas e dedos). Não pense queJohnson afinou ½ tom abaixo. Ele to-cou em Eb mesmo!

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East Wes / do álbum Ah Via Musicom (1990) 0�00� - 0�08�Rapidinha 5

Johnson abre o tema com arpejossobre os acordes Em7/11 e Esus2, mastambém pode ser interpretado comoum D com baixo em E (D/E). O truque

mais legal é a pequena alavancada queaparece no final de cada arpejo. No finaldo riff, temos um pequeno trinado (liga-dos rápidos) sobre as notas D e E. Ligue

essas duas notas usando hammer-on(ligado ascendente) e pull-off (ligadodescendente) o mais rápido possíveldentro do tempo 4.

Rapidinha 7

Johnson obteve mais uma indica-ção ao Grammy com esse belíssimotema composto pelo baixista Chris

Rain / do álbum Alien Love Child (2000) 0�00� - 0�12�

Maresh. Este exemplo é tocado usan-do-se a técnica de fingerstyle (sempalheta, somente com os dedos) numa

combinação de acordes Emmaj7/9(lê-se Mi menor com sétima maiore nona) e Em 6/9.

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Este riff é construído sobre a escalade E mixolídio (jônio com sétima me-nor). Esse é um daqueles clássicos

Shape I�m In / do álbum Alien Love Child (2000) 1�52� - 1�57�

exemplos de simplicidade que funcio-nam perfeitamente. Deve-se tomar cui-dado na divisão rítmica, em que muitas

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notas estão situadas no tempo fraco(compassos 2, 3 e 4). Este evento rece-be o nome de sincopa.

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Zap / do álbum Tones (1986) 0�26� - 0�31�Rapidinha 8

Johnson acertou a mão mais umavez, provando que os riffs mais mar-

cantes e famosos do mundo são feitos apartir de idéias simples. Neste caso, a

velha pentatônica menor de Bb foiutilizada. Atenção com a tercina.

Venus Isle / do álbum Venus Isle (1996) 5�12� - 5�31�Rapidinha 9

Toque usando palhetada híbrida,palhetando as notas mais graves e

utilizando os dedos médio e anelar paratocar as notas mais agudas. Repare

como Johnson gosta de explorar acor-des abertos, por ter o piano como se-gundo instrumento.

As colcheias estão em forma de�swing fill�, ou seja, a primeira nota é

Cliffs Of Dover / do álbum Ah Via Musicom (1990) 0�55� - 1�06�Rapidinha 10

um pouco mais longa do que a segunda.Esse tipo de divisão é muito usado no jazz.

Esse riff é feito sobre as tríades de cadaacorde e o elo de conexão entre elas éfeito através de slide descendente.

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Este solo está situado no campoharmônico de Em/G. Nos compassos 1ao 4, Johnson toca sobre a escalapentatônica menor com a nonaadicionada, terminando num lick depentatônica menor, muito usado noblues e no rock. No compasso 5 temosum lick sobre a penta blues de Em,com a blue note (quarta aumentada -nota A#). No final do compasso 5 e nocompasso 6 aparecem padrões(patterns) descendentes sobre a

escala pentatônica menor, formadapor dois grupos de padrões de cinconotas, um padrão de quatro notas eum padrão de cinco notas. No com-passo 7, Johnson faz uma bela subidasobre os acordes C6 e D6, usando atécnica de salto de cordas (stringskipping). Entre os compassos 7 e 8,Johnson faz uma ligação para novosarpejos sobre as tríades de G6, Am, G/B, C e D. A partir daí (compassos 10ao 12) temos o trecho mais difícil do

CLIFFS OF DOVERÁlbum: Ah Via Musicom (1990) 00�00� - 00�25��

solo - um pedal point usandopalhetada híbrida (palheta e dedos) esalto de cordas (string skipping). Anota G (casa 15 da primeira corda) é anota pedal e deve ser tocada com odedo anelar da mão direita (veja foto7). As outras notas devem ser tocadasalternando-se a palhetada. No final dosolo, Johnson volta aos padrões sobrecinco notas (muito usado por ele)sobre a escala pentatônica maior de G(compasso 13).

SOLOS

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Neste belo tema indicado aoGrammy como melhor canção instru-mental, Johnson faz um solo comsotaque jazzístico, começando comuma subida de pentatônica menor deEm em tercinas (três notas por tempo).Note que a harmonia está sobre ocampo harmônico de Em dórico

(menor com a sexta maior), modulandopara o campo harmônico de F nosacordes Bbmaj7 e Fmaj7. O raciocíniode Johnson é feito da seguinte maneira:nos acordes dentro do campo harmôni-co (D, Em, Em7 e A7), Johnson utiliza aescala Em dórico e Em pentatônicamenor (dórico sem a sétima e a nona).

RAINÁlbum: Alien Love Child (2000) 02�24�� - 03�10��

Nos acordes Bbmaj7 e Fmaj7, Johnsonutiliza as escalas de Bb lídio e F jônio.Um detalhe importante é que nasfinalizações para o Em, em vez de tocaruma das notas da tríade, Johnson asubstitui pela nona maior (nota F#),criando uma tensão muito interessantee agradável de se ouvir.

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SRVÁlbum: Venus Isle (1996) 01�55�� - 02�24��

Eric Johnson presta uma homena-gem ao grande Stevie Ray Vaughan,baseando-se no tipo de som queconseguiria tocando com o captadordo braço de uma Fender Stratocaster.Essa música também traz a participa-ção de Jimmy Vaughan, irmão maisvelho de Stevie. Os pontos mais

interessantes do solo estão noscompassos 3 e 4, em que Johnson fazuma frase de difícil execução sobre aescala pentatônica maior de E. Adigitação é o segredo para executar afrase com precisão. Os trechos quedevem ser estudados com calma estãonos compassos 8, 9, 11 e 12, em que

Johnson usa a técnica de harmônicostocados com o dedo indicador da mãodireita, palhetando as notas e seguran-do a palheta com o polegar e com odedo médio. Johnson termina o solocom vários slides ascendentes edescendentes sobre a escalapentatônica maior de E.

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SOLOS

LONELY IN THE NIGHTÁlbum: Venus Isle (1996) 02�13�� - 02�45��

Este é um dos solos mais tradicio-nais de Johnson, possuindo muitoselementos que se tornaram marcaregistrada de seu estilo. As técnicasmais usadas foram os arpejos sobreos acordes que estão sendo tocadospela base e os patterns (padrões)sobre a escala pentatônica de Fm. A

tonalidade (campo harmônico) é Fmeólio, que também pode ser chamadode Fm natural. Essa tonalidade épouco comum no rock por possuirmuitos acidentes. Neste caso, atonalidade de Fm/Ab possui quatrobemóis (Bb, Eb, Ab e Db). Johnsonconstrói todo o solo sobre a escala de

Fm eólio, mas em muitos casos omitea nona e a sexta, transformando emescala pentatônica menor. Noscompassos 12, 15 e 16 podemosencontrar alguns licks típicos deblues, um dos estilos preferidos deJohnson, sobre a mesma pentatônicamencionada acima.

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TRUQUES E LICKS

criando músicas que são verdadeiros de-safios. Ao ler a partitura, você verá quehá um bicorde E5 que sempre se repete.Essas notas devem ser tocadas com osdedos médio e anelar da mão direita. As

notas que se movimentam no baixo eas que estão entre os bicordes devemser tocadas com a palheta. Quem ouvepensa que é algum efeito de delay mis-turado com tapping.

Sem dúvida, este é o melhor exer-cício para quem quer se aprimorarna fantástica técnica de hybridpicking (palhetada híbrida). Johnsondomina essa técnica como poucos,

Elevator Sky Movie / do álbum Alien Love Child (2000) 1�33� - 1�43��Truque 1

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da mão direita para reproduzir o har-mônico. Toque esses harmônicos nascasas que estão entre parênteses.Johnson é um dos poucos guitarristas

Neste truque temos o famoso efei-to �harpa� que Johnson usa. Os har-mônicos são obtidos palhetando-se anota e usando-se o dedo indicador

Manhattan / do álbum Venus Isle (1996) 1�05� - 1�08��Truque 2

que conseguem tirar sons de violino,piano e harpa na guitarra, chegandoa confundir o ouvinte. Esta é uma téc-nica popular do violão erudito.

po definido em 131 ms. Nos compassos 3e 7 Johnson aumenta o botão de volume,causando um ótimo efeito. Esse efeito deve

Johnson ajusta o delay para que elese repita infinitamente (esse ajuste éfeito no controle feedback) com o tem-

Elevator Sky Movie / do álbum Alien Love Child (2000) 0�00� - 0�20��Truque 4

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ser usado com o reverb e o delay acio-nados, para que o aumento soe suave emacio. O ponto mais interessante é aharmonia que Johnson emprega nessamúsica. Tente analisar acorde por acor-de, localizando todos os intervalos.

aos acordes. Outra característica que po-demos notar nesse exercício é a aberturade vozes que Johnson emprega em seus

Assim como Hendrix e Jeff Beck,Johnson utiliza muito o polegar da mãoesquerda para adicionar mais notas

Uso do polegar com a mão esquerda e extensão de acordesTruque 3

acordes, como no segundo compasso,em que podemos ouvir uma sonorida-de parecida com a de um piano.

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passo 2, o mesmo arpejo é tocado umtom acima, sobre Eb, e no compasso 3Johnson fecha com uma subida sobre aescala pentatônica menor sobre Fm. Éimportante ressaltar que, para obter

Esse lick mostra um pouco dosarpejos que Eric Johnson costuma apli-car em suas músicas. No compasso 1,temos um arpejo de Db começandopela terça (primeira inversão). No com-

Lonely In The Night / do álbum Venus Isle (1996) 5�23� - 5�30��Lick 2

uma boa execução, você deve tocaruma nota de cada vez, tirando os de-dos que não estão sendo usados. Apalhetada é alternada ao contrário doque é comum neste tipo de frase.

nho, sem o acompanhamento da ban-da. O padrão (ou pattern) usado é fei-to sobre a pentatônica menor de Eb ede Bb. O que chama a atenção é queJohnson costuma fazer esses padrões

Uma das principais característi-cas de Johnson é usar padrões de es-calas pentatônicas menores, comomostra este exemplo. O tempo é li-vre, pois ele toca esse trecho sozi-

Zenland / do álbum Alien Love Child (2000) 1�30� - 1�38��Lick 1

em combinações quebradas. Nestecaso, ele alterna padrões de cinco equatro notas, tocando sete notas portempo. No compasso 2, temos arpejosestilo Cliffs of Dover.

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ca muito usada por Johnson. No com-passo 2 o mesmo arpejo é utilizado,acrescentando a nona maior. No com-passo 3 temos um clássico lick de

No compasso 1 temos um beloarpejo de B com a quarta justa adi-cionada. Note que o salto de cor-das (string skipping) é uma técni-

Shape I�M In / do álbum Alien Love Child (2000) 2�45� - 2�51��Lick 3

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lheta e as mais agudas com o dedo ane-lar (com exceção do último compasso,em que o dedo médio também é adici-onado). Nos compassos 1 e 2 temos in-tervalos de terças situados acima de

Logo na introdução Johnson atacaum double stop um pouco incomumpara a maioria dos guitarristas derock. Usando a palhetada híbrida, to-que as notas mais graves com a pa-

Zap / do álbum Tones (1986) 0�16� - 0�19��Lick 4

uma oitava, caminhando de forma as-cendente e cromática (indo de ½ em½ tom). A jogada que Johnson faz éutilizar um grupo em terças maiores eoutro grupo em terças menores.

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Jimi Hendrix foi uma das maiores in-fluências que Eric Johnson teve. Note queJohnson já tocou várias músicas deHendrix em seus shows e o equipamen-to também é bem parecido. Mas outrosguitarristas como Chet Atkins, EricClapton, Jeff Beck e Wes Montgomery

também foram muito importantes, nãosó no estilo, mas também na sonoridade,pois Johnson pesquisou a sonoridade des-ses guitarristas para, a partir daí, mol-dar e refinar o seu próprio som. Na ativadesde a década de 1970, Johnson man-teve-se fiel à sonoridade vintage, mes-

Árvore de Influênciasmo nos anos 80, quando a era datecnologia (racks, processadores digi-tais, equipamentos MIDI, etc.) invadiuo mundo guitarrístico - apesar dele terusado guitarras synth da Casio em vá-rias ocasiões, contrastando com seu somclássico de guitarra.

blues sobre a escala pentatônica me-nor de Em. No último compassoJohnson utiliza o polegar da mão es-querda sobre a sexta corda.

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Talvez nenhum outro guitarristada história tenha ficado tão conhe-cido pelo seu perfeccionismo em re-lação ao timbre de guitarra quantoEric Johnson. Isso é uma grande vir-tude, mas também pode ser perigo-so, pois Johnson chegou a ter pro-blemas de audição - uma doençachamada tinnitus, cujos sintomasmais comuns são fortes zumbidosna cabeça; outros guitarristas, comoSteve Lukather e Pete Townshend,também sofrem disso - por ter fica-do horas e horas trancado em estú-dio pesquisando novas formas paramelhorar seu timbre. SegundoJohnson, tudo é importante, desde afiação do estúdio até a distância quesepara os pedais em sua pedaleira.Em uma entrevista, chegou a afir-mar que Londres é um dos melho-res lugares para se gravar por causada rede elétrica local! Em relação

aos pedais, Johnson testou mais de 40pedais Fuzz Face para escolher somen-te um. Isso acontece porque os Fuzz Facerealmente diferem muito um do outro,por causa dos transistores de germa-nium, que são �temperamentais�. Re-pare que o Fuzz Face de Johnson nãopossui os parafusos que prendem a car-caça, pois, segundo Johnson, eles tam-bém prejudicam o timbre. O pedal ficaenrolado com uma tira de borracha. Amaior parte do equipamento deJohnson é vintage (antigo): guitarrasGibson Flying V (1967), ES-335 (1965)e Fender Stratocaster (1954, 57 e 65).O esquema de ligação é o seguinte: gui-tarra - A/B Box. O lado A vai para umVox Cry Baby (anos 60) e um B. K. ButlerTube Driver (anos 80), plugados numacabeça Marshall Plexi Super Lead de50W com caixas 4X12 Marshall (anos60). Esse é o timbre para os solos. Olado B é ligado num segundo A/B Box.

Lado A: Echoplex (anos 70) e T.CEletronics Stereo Chorus & Flanger(anos 90), plugados num FenderDeluxe, com falantes JBL. Esse é otimbre da guitarra limpa. No lado Bdo segundo A/B Box: Dallas ArbiterFuzz Face plugado num cabeçoteMarshall de 50W e caixas 4X12Marshall (anos 60), que é para a basedistorcida. Johnson também utilizououtros amps, como Dumble Odysseye Steel String Singer, e vários ampsFender, Twin Reverb, Vibrolux, etc.Também já utilizou pedais IbanezTube Screamer TS-808 e MemoryMan, da EH.

As palhetas são Dunlop Jazz III (ver-melhas). Os cabos são da George L eas cordas são GHS Nickel Rockers 010(a GHS lançou um modelo Signature).E um detalhe muito importante: usesomente baterias Duracell Alkalineem todos os pedais!

Regulagem Eric Johnson

Compressor

Sound Check

Overdrive

Gain Treble Midle Bass

Regulagem do Overdrive Regulagem do Compressor

Ante

s

Eric Johnson

Dep

ois

Joe Satriani

Steve Vai

John Petrucci

Chet Atkins

Eric Clapton

Jimi Hendrix