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Documento de Referência para Elaboração do PPA 2016-2019

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Documento de Referência para

Elaboração do PPA 2016-2019

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1

GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO

DOCUMENTO DE REFERÊNCIA PARA

ELABORAÇÃO DO PPA 2016-2019

Belém - Pará

Março/2015

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Secretaria de Estado de Planejamento

Rua Boaventura da Silva, 401/403 CEP: 66053-050

Tel.: (91) 3204-7416 / (91) 3225-0879

www.seplan.pa.gov.br/ppasite

Belém-Pará-Brasil

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP – Belém-PA

Pará. Secretaria de Estado de Planejamento. Diretoria de Planejamento.

Documento de Referência para Elaboração do PPA 2016-2019/Secretaria de Estado de

Planejamento. Diretoria de Planejamento.

43 p.: il. Belém, SEPLAN, 2015.

1. Pará - Política e governo. 2. Administração pública. 3. Planejamento público - Pará. I.

Título

CDD: 351.8115

CDD: 351.8115

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Secretário de Estado de Planejamento José Alberto da Silva Colares

Secretária Adjunta de Planejamento e Orçamento Maria Cristina Maués da Costa

Secretária Adjunta de Recursos Especiais Ana Regina Travassos da Rosa Moreira Bastos

Diretor de Planejamento Denísio de Jesus Costa Lima

Coordenadora de Gestão, Governo e Outros Poderes Rosemery Tillmann da Silva - Coordenadora

Ovanilde Ribeiro Schalcher

Roberta Braga Fernandes de Moraes

Coordenador de Infraestrutura, Ciência e Tecnologia Heraldo Marques Nogueira - Coordenador

Nice Farias da Silva

Coordenadora de Defesa Social e Direitos Humanos Maria do Perpétuo Socorro Garcia Castro - Coordenadora

Elesbão de Castro Ewerton Filho

Selma Jerônima Mesquita Couto

Coordenadora de Proteção Social Brenda Rassy Carneiro Maradei - Coordenadora

Luciana Santos de Oliveira

Marlúcia Puga Cardoso Carvalho

Nelma Lúcia Campos do Nascimento

Wilson Luís Ribeiro da Costa

Zilfa Freitas

Coordenadora de Promoção Social Bernadete de Jesus Barros Almeida - Coordenadora

Débora de Aguiar Gomes

Edilena Maria Ribeiro da Silva

Orlando Santana Rosa

Coordenador de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente

Leandro Moraes de Almeida - Coordenador

Agostinho Lopes Armaud

Juçara Maria Gluck Paul

Marcelo Pereira Lobato

Rita de Cássia Macedo Moreira

Diretor de Orçamento Marcus Vinícius Gomes Holanda

Diretora do Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado Célia Miyukai Shibata

Diretor de Captação de Recursos Cryvaldo Moraes da Vera Cruz

Diretor de Tecnologia da Informação Fábio Braga Cavalcante

Diretora Administrativa-Financeira Flávia Christiane de Alcantara Figueira

Elaboração Dário Lisboa Fernandes Júnior - SEPLAN

Inah Tobias Silveira - SEPLAN

Rosana Pereira Fernandes - SEPLAN

Walenda Silva Tostes - FAPESPA

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 7

2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTADO DO PARÁ.............................................................. 9

3. DIMENSÃO ESTRATÉGICA DO PLANO............................................................................ 21

3.1 Dimensão da gestão territorial e governança: gestão descentralizada e articulação

intergovernos .................................................................................................................... 23

3.2 Dimensão do desenvolvimento sustentável: produção, meio ambiente, inovação e

infraestrutura e logística ...................................................................................................24

3.3 Dimensão da inclusão social: educação, saúde, segurança, assistência social,

cultura, esporte e lazer.......................................................................................................27

3.4 Dimensão da infraestrutura social: habitação, saneamento e mobilidade

urbana................................................................................................................................. 3

4. METODOLOGIA....................................................................................................................... 35

4.1 Estruturação do plano................................................................................................. 35

4.2 Processo de formulação............................................................................................... 37

4.2.1 Fase Preparatória........................................................................................................ 37

4.2.2 Fase de elaboração – Versão Preliminar ................................................................... 38

4.3 Processo de Consulta à Sociedade ............................................................................. 39

4.4 Consolidação do Plano................................................................................................ 39

4.5 Fase de Validação........................................................................................................ 39

5. O MODELO DE GESTÃO DO PPA 2016-2019 ....................................................... 41

5.1 Definição da Estratégia............................................................................................... 41

5.2 Fundamentos do Modelo de Gestão........................................................................... 42

5.3 Monitoramento e Avaliação ...................................................................................... 43

5.4 Revisão.......................................................................................................................... 43

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1. INTRODUÇÃO

______________________________________________________________

O Plano Plurianual (PPA) 2016-2019 será elaborado em um momento de importantes

mudanças na estruturação das organizações do Poder Executivo e nos aspectos conceituais

do modo de planejar a ação do Estado, com o intuito de tornar o território e as pessoas que

o habitam os protagonistas da ação governamental.

O processo histórico de ocupação do Estado do Pará apoiado em grandes projetos

minerais, hidroelétricos e de infraestrutura e logística, aliado à sua dimensão territorial,

tem gerado impactos sociais e ambientais visíveis nas áreas municipais e reforçado o

caráter extrativista da economia paraense. Por sua vez, a migração populacional, que

acompanha o processo de implantação desses projetos, tem pressionado a demanda sobre

os serviços públicos que, historicamente, apresentam-se aquém das necessidades da

população. Essa fragilidade na ação do Estado tem favorecido a formação de identidades

regionais diferenciadas, em especial nas regiões localizadas no sul, sudeste e oeste

paraenses, que reivindicam a presença do Estado e a implantação de políticas públicas para

atendimento efetivo dos interesses regionais, e defendem a autonomia política em relação

ao Pará.

Some-se a esse cenário social, econômico, ambiental e político, a desoneração das

exportações, o recolhimento do tributo da energia no consumo (e não na geração), a

diminuição do valor das transferências constitucionais federais e, ainda, o atraso frequente

no repasse das contribuições voluntárias e obrigatórias (salário educação, etc.) que, juntos,

fragilizam a dimensão fiscal das contas públicas do Estado do Pará, apesar do esforço de

elevação da receita tributária própria.

A despeito do quadro desfavorável, destacam-se ações relevantes nas áreas de

saúde, como a implantação de hospitais regionais; educação, com o desafio do “Pacto pela

Educação”; segurança e defesa social, mediante a adoção do conceito de Unidades

Integradas do Pro Paz (UIPP); na manutenção, pavimentação, reforma e ampliação de

rodovias estaduais que impactam diretamente na mobilidade da população e geração de

riquezas; e, ainda, ações executadas pelos vários órgãos da administração pública estadual

que abrangem da cultura à mineração, do esporte à gestão ambiental, da geração de

emprego e renda ao controle dos gastos públicos.

Contudo, o Pará necessita avançar na reversão de seus indicadores, em especial os

de caráter social. Qual o Pará que se pretende deixar de herança para as crianças e jovens

de hoje? Qual o futuro que os jovens pretendem construir no território paraense? Qual o

comprometimento do Estado, da sociedade civil e das empresas na construção desse

futuro?

O futuro começa agora. Em cada programa e ação elaborados; em cada parceria

pactuada; em cada meta desafiada. É com esse propósito que se pretende elaborar o PPA

2016-2019 - Governo Regionalizado, Desenvolvimento Integrado, mais do que mera

formalidade legal, que seja efetivamente um pacto social, um instrumento que, apoiado em

um projeto de desenvolvimento estratégico, proporcione avanços efetivos ao Estado do

Pará nos aspectos social, ambiental, econômico e político, mediante o comprometimento

de toda a sociedade, único caminho para reduzir a pobreza e desigualdade social ainda

presentes no território paraense.

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2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTADO DO PARÁ

______________________________________________________________

O Estado do Pará é a segunda maior unidade federativa do Brasil em extensão territorial,

com área geográfica de 1.247,7 mil km2, situada inteiramente na Amazônia Brasileira,

equivalente a 14,7% do território nacional.

No último decênio, 13 municípios registraram taxa de crescimento populacional

superior a 5%: Félix do Xingu (10,19%), Canaã dos Carajás (9,36%), Ulianópolis (8,45%),

Anapú (8,12%), Parauapebas (7,96%), Tailândia (7,51%), Ipixuna do Pará (7,40%),

Santana do Araguaia (6,05%), Placas (5,98%), Cumaru do Norte (5,76%), Baião (5,73%),

Bagre (5,70%) e Cachoeira do Piriá (5,55%), reflexo da dinâmica econômica estadual que

impõe a recepção de intensos fluxos migratórios (Figura 1).

Destaca-se que, na primeira década dos anos 2000, o crescimento da população

paraense ampliou as necessidades sociais por habitação, infraestrutura, mobilidade, saúde,

educação, emprego, etc. Mantida a tendência atual, estima-se que até 2030 a população do

Pará oscile em torno de 9,3 milhões de habitantes (Gráfico 1; Gráfico 2).

Outro aspecto a enfatizar na dinâmica demográfica estadual é o crescimento da taxa

de urbanização que, em 2010, alcançou 68,48%. Esse fenômeno é observado em todas as

regiões de integração do estado, sendo que as regiões Carajás e Metropolitana

apresentaram taxas superiores, com 75,01% e 97,62%, respectivamente.

Figura 1 - Pará: Taxa de crescimento populacional, 2000-2010

Fonte: IBGE/IDESP.

Elaboração: FAPESPA.

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Gráfico 1- Pará: Evolução da População Residente, 1960-2014

1.551

2.167

3.403

4.950

6.192

7.581 8.063

-

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

1960 1970 1980 1991 2000 2010 2014

Po

pu

laçã

o (

em 1

.000

ha

b.)

Anos

Fonte: Censos demográficos e Estimativas populacionais do IBGE.

Gráfico 2 - Pará: Projeção da População Residente, 2012-2030

Fonte: Projeções populacionais (Revisão 2013) do IBGE.

Se, por um lado, o Estado do Pará dispõe de riqueza natural, por outro, oferece

peculiaridades desafiadoras ao seu processo de desenvolvimento. Um dos aspectos refere-

se à gestão ambiental e territorial, uma vez que, aproximadamente, 2/3 do território

paraense são constituídos por áreas especialmente reservadas, dentre as quais terras

indígenas (24,8%), unidades de conservação (33,2%), áreas militares (1,9%) e quilombolas

(0,5%), além de outras que podem ser convertidas em espaços para preservação ambiental.

O patrimônio ambiental dessas áreas, em grande parte, constitui-se em florestas nativas de

valor inestimável, restando ao estado cerca de 1/3 de seu território para consolidação e

expansão das atividades produtivas (Quadro 1; Figura 2).

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Quadro 1 - Pará: Áreas Especialmente Protegidas, 2014

Áreas Legalmente Instituídas no Estado do Pará

A. Unidades de

Conservação da Natureza Grupo de Proteção Integral Grupo de Uso Sustentável Total

A. Unidades de

Conservação da Natureza Nº Ha % Nº Ha % Nº Ha %

- Governo Federal (ICMBio) 10 7.365.603,00 5,90 36 12.802.208,00 10,26 46 20.167.811,00 16,16

- Governo Estadual (SEMA-

PA)

07 5.435.849,00 4,35 14 15.705.945,00 12,59 21 21.141.798,00 16,94

- Governos Municipais 03 452,00 0,00 10 79.392,00 00,06 13 79.392,00 00,60

- Iniciativa Privada 0,00 0,00 06 2.837,80 00,00 05 2.837,80 00,00

Total UCs criadas 20 12.801.904,00 10,26 66 28.590.382,00 22,91 86 41.391.838,80 33,17

B. Terras Indígenas 45 30.902.743,00 24,80

C. Territórios Quilombolas 29 744.178,00 00,50

D. Terras das Forças

Armadas

02 2.311.600,00 01,90

Total (B+C+D) 76 33.958.521,00 27,20

Total Geral de Áreas

Legais (A+B+C+D)

75.350.359,00 60,39

Fonte: SEMA, 2014.

Figura 2 - Pará: Ocupação Territorial/Jurisdição de Terras

Fonte: IDESP, 2014.

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Contrastando com a riqueza natural, o Pará apresenta, quando comparado à média

nacional, o dobro de pobreza e de extrema pobreza. A pobreza está presente em todo o

estado, com cerca de três milhões de pessoas na faixa da pobreza e metade desse

contingente no estrato de extrema pobreza (Quadro 2; Quadro 3). No período 2000-2010,

embora o Pará tenha registrado desempenho favorável na redução da taxa de pobreza, de

48% (2.930.135 pessoas) para 39% (2.916.600), ainda que com aumento de 22% da

população total, a diminuição do contingente de pessoas pobres nesse período foi de

0,46%, abaixo da média nacional de 22,8% (IBGE, 2010).

Quadro 2 - População de Pessoas Abaixo da Linha de Pobreza, segundo Região de Integração do Estado do

Pará, 2000/2010 Região de

Integração

Pop. Pobre

2000

Total pop.

2000

Taxa de pobreza

2000 (%)

Pop. Pobre

2010

Total pop.

2010

Taxa de pobreza

2010 (%)

Araguaia 139.853 337.975 41,38 143.437 467.575 30,68

Baixo Amazonas 347.987 601.381 57,86 326.717 675.510 48,37

Carajás 185.215 400.287 46,27 178.176 565.936 31,48

Guamá 277.305 506.346 54,77 252.580 609.464 41,44

Lago Tucuruí 136.881 272.813 50,17 156.172 357.772 43,65

Marajó 259.175 379.203 68,35 313.218 488.328 64,14

Metropolitana 505.041 1.795.536 28,13 392.706 2.039.298 19,26

Rio Caeté 251.721 398.549 63,16 245.750 461.705 53,23

Rio Capim 271.779 478.336 56,82 283.302 604.933 46,83

Tapajós 92.056 197.942 46,51 84.918 205.152 41,39

Tocantins 346.535 560.630 63,78 389.839 737.346 52,87

Xingu 116.587 263.309 44,28 149.785 328.632 45,58

TOTAL 2.930.135 6.192.307 47,45 2.916.600 7.541.651 38,67

Fonte: IBGE/FAPEPA.

Elaboração: FAPESPA.

Quadro 3 - População de Pessoas Abaixo da Linha de Extrema Pobreza, segundo Região de Integração do

Estado do Pará, 2000/2010

Região de

Integração

Pop. ext.

pobre 2000

Total pop.

2000

Taxa de

Extrema

pobreza 2000

Pop. ext.

pobre 2010

Total pop.

2010

Taxa de

Extrema

pobreza 2010

Araguaia 67.218 337.975 19,89 61.194 467.575 13,09

Baixo Amazonas 196.839 601.381 32,73 184.373 675.510 27,29

Carajás 92.088 400.287 23,01 79.308 565.936 14,01

Guamá 135.658 506.346 26,79 116.430 609.464 19,1

Lago Tucuruí 70.909 272.813 25,99 76.539 357.772 21,39

Marajó 143.737 379.203 37,91 184.992 488.328 37,88

Metropolitana 196.498 1.795.536 10,94 146.676 2.039.298 7,19

Rio Caeté 140.741 398.549 35,31 141.531 461.705 30,65

Rio Capim 141.716 478.336 29,63 136.604 604.933 22,58

Tapajós 51.191 197.942 25,86 43.424 205.152 21,17

Tocantins 187.374 543.360 34,48 209.734 737.346 28,44

Xingu 57.348 263.309 21,78 83.418 328.632 25,38

Total 1.481.317 6.175.037 23,99 1.464.223 7.541.651 19,42

Fonte: IBGE/FAPEPA.

Elaboração: FAPESPA.

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Importante ressaltar as discrepâncias regionais, com destaque para a Região do

Marajó, na qual permanecem altas taxas de extrema pobreza, e a Região Xingu, com

incremento de 21,78% para 25,38% no período 2000/2010. As regiões Baixo Amazonas,

Tocantins e Rio Caeté, embora tenham apresentado melhora, registram taxas

desfavoráveis. Situação oposta verifica-se nas regiões de Araguaia e Carajás, que abrigam

expressivos polos de extração mineral, e Guamá (Quadro 3; Figura 3).

Figura 3 - Pará: Taxa de Extrema Pobreza por Região de Integração, 2000/2010

Fonte: IBGE/FAPESPA.

Em relação à dinâmica econômica, entre 2002 e 2012, a participação do Pará no

PIB nacional passou de 1,7% para 2,1%, com aumento de 0,4 pontos percentuais, embora a

taxa de crescimento real (2,9%) tenha sido menor que dos dois anos anteriores, o que

indica desaceleração de atividades econômicas no estado. Ainda em relação à economia

brasileira, mesmo com variações no volume de crescimento do PIB, o Pará apresentou

melhor desempenho ao longo da série, exceção aos anos de 2007, 2008 e 2009 quando a

dinâmica econômica vigente foi interrompida, influenciada pela crise internacional, com

reflexos para o Brasil (Gráfico 3). Destaca-se que as estimativas de crescimento real

confirmam a tendência do PIB estadual de índices acima da média nacional (Quadro 4).

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Gráfico 3 - Brasil e Pará: crescimento real e participação no Produto Interno Bruto (PIB), 2002-2013

Fonte: IBGE/IDESP, 2014.

Quadro 4 - Brasil e Pará: estimativa do crescimento real do Produto Interno Bruto (%), 2014-2018

Brasil/Pará 2013 2014 2015 2016 2017 2018

Brasil1

2,49 0,0 -0,66 1,40 2,00 2,30

Pará2

2,40 1,48 2,48 2,89 3,08 3,10

Fonte: IBGE, BACEN, FAPESPA.

Nota:

1. Valores consolidados até 2013.

2. Valores estimados em março de 2015, com base nos cálculos, projeções e

estimativas do IBGE, Banco Central do Brasil e FMI, sujeito a alterações.

Em 2012, o PIB a preço de mercado corrente atingiu R$ 91,009 bilhões. Neste

mesmo ano, o valor adicionado foi de R$ 81,724 bilhões, representando 89,8% do PIB

estadual. Os 10,2% restantes corresponderam à contribuição dos impostos sobre produtos,

líquidos de subsídios, no valor de R$ 9,285 bilhões (IDESP, 2014).

No que diz respeito ao valor adicionado, a composição do PIB paraense é similar à

nacional, com grande representatividade do setor terciário (Quadro 5). Em 2012, este setor,

impulsionado pelas atividades imobiliárias e aluguel, administração pública e comércio,

respondeu por 55,2% do PIB estadual.

Entretanto, entre 2002 e 2012, os setores serviços e agropecuário perderam,

respectivamente, 2,3 e 5,3 pontos percentuais de participação no valor adicionado estadual,

em contrapartida, a indústria ampliou 7,6 pontos percentuais (Quadro 6; Gráfico 4). Nesse

período, a agropecuária cresceu a taxa de 103,3%, enquanto que a indústria e os serviços

cresceram 341,2% e 238,3%, respectivamente, refletindo a perda de participação da

agropecuária no valor adicionado do PIB paraense.

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Quadro 5 - Brasil e Pará: participação dos setores econômicos no Valor Adicionado, 2002-2010

Anos 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Brasil 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Agropecuária 6,6 7,4 6,9 5,7 5,5 5,6 5,9 5,6 5,3

Indústria 27,1 27,8 30,1 29,3 28,8 27,8 27,9 26,8 28,1

Serviços 66,3 64,8 63,0 65,0 65,8 66,6 66,2 67,5 66,6

Pará 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Agropecuária 12,5 11,8 9,0 9,0 9,2 8,6 7,1 7,4 6,6

Indústria 30,0 31,1 33,4 33,2 33,3 31,0 36,3 29,2 41,4

Serviços 57,5 57,1 57,5 57,9 57,5 60,5 56,6 63,5 52,0

Fonte: IDESP, 2012.

Quadro 6 - Pará: participação das atividades econômicas no valor adicionado bruto a preços básicos,

2002-2012

Atividades econômicas

Participação no valor adicionado bruto a preços básicos (%)

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Valor Adicionado 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

Agropecuária 12,5 11,8 9,0 9,0 9,2 8,6 7,1 7,4 6,6 6,1 7,2

Indústria 30,0 31,1 33,4 33,2 33,3 31,0 36,3 29,2 41,4 42,5 37,6

Indústria extrativa 6,6 6,9 8,1 8,3 7,5 6,4 14,0 9,9 23,5 27,1 22,1

Indústria de transformação 11,5 11,9 13,4 12,3 13,8 12,4 10,8 8,0 7,0 5,3 5,3

Construção civil 6,6 7,2 6,5 7,4 6,6 6,7 6,8 7,6 7,1 6,2 6,8

Produção e distribuição de

eletricidade, gás, água, esgoto e

limpeza urbana

5,3 5,1 5,4 5,1 5,4 5,5 4,6 3,6 3,8 3,8 3,4

Serviços 57,5 57,1 57,5 57,9 57,5 60,5 56,6 63,5 52,0 51,5 55,2

Comércio 8,7 9,7 11,6 10,4 11,0 12,0 11,4 13,0 10,1 9,5 10,4

Transportes, armazenagem e correio 3,8 4,0 4,4 4,7 4,6 4,5 3,8 4,6 3,6 3,9 4,4

Serviços de informação 2,2 2,1 1,9 2,3 2,1 2,0 2,7 1,8 1,4 1,8 1,1

Intermediação financeira, seguros e

previdência complementar e serviços

relacionados

2,6 2,9 2,3 2,8 3,0 3,1 2,6 3,1 2,7 2,7 2,9

Atividades imobiliárias e aluguéis 11,8 11,3 10,7 10,8 10,2 10,4 9,9 10,9 8,5 8,0 8,4

Administração, saúde e educação

públicas e seguridade social 18,8 18,8 17,3 17,9 17,2 18,4 17,7 20,6 17,6 17,1 18,8

Outros Serviços* 9,6 8,2 9,2 8,9 9,4 10,0 8,7 9,5 8,2 8,5 9,2

Fonte: IBGE/IDESP, 2014.

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Gráfico 4 - Pará: Participação (%) dos setores econômicos no Valor Adicionado estadual, 2002-2012

Fonte: IBGE, 2014.

A perda de desempenho da agropecuária resulta da reestruturação de sua dinâmica,

evidenciada na diminuição da produção de algumas culturas e transição para outras que

ainda não alcançaram a maturidade1. Por outro lado, no período 2002-2012, houve

aumento gradativo da participação do setor industrial que, com exceção dos anos 2007 e

2009, cresceu linearmente e passou de 30%, em 2002, para 42,5%, em 2011, e 37,6%, em

2012, com destaque para a indústria extrativa que ampliou sua participação de 6,6%, em

2002, para 22,1%, em 2012 (Quadro 6).

Quando se observa mais atentamente os distintos segmentos do setor industrial,

percebe-se que a mineração, desenvolvida em várias regiões do estado, tanto no que se

refere à concessão de títulos para realização de pesquisa (autorização de pesquisa), quanto

à extração de minérios (concessão de lavra, permissão para lavra garimpeira, licenciamento

e regime de extração), dentre outros (Figura 4), liderou o desempenho global da indústria

paraense, contribuindo com cerca de 50% no seu valor adicionado. Todavia, a maioria dos

produtos deste segmento é voltada exclusivamente para exportação, de forma bruta ou

processada, e o segmento extrativo, apesar do alto valor adicionado, além de ser poupador

de mão de obra, emprega reduzido número de trabalhadores locais.

Ressalta-se a importância desse segmento para o Pará, segundo estado minerador

do Brasil, responsável por cerca de 1/4 do PIB mineral. Em 2011, foram extraídas 12

substâncias de seu território, provenientes de 58 municípios, entre bens metálicos (bauxita,

ferro, cobre, manganês e níquel) e não metálicos (calcário, caulim, quartzo), além de água

mineral e ouro2.

1 Destaca-se o baixo crescimento da área plantada total (3,2%) que passou de 1.119.417 ha (2002) para

1.155.686 ha (2013), decorrente da queda do plantio da cultura temporária (em torno de 0,3%), que não foi

compensada pelo aumento de 17,3% da área cultivada pela lavoura permanente (IBGE, 2014). Ressalta-se

que a redução da área plantada da lavoura temporária foi compensada pelo aumento de 30,7% de sua

produção, devido à inserção de novas tecnologias no manejo da produção, elevando sua produtividade. O

aumento de rendimento da lavoura temporária reflete-se no seu volume de produção, que atingiu o maior

nível de crescimento dentre as atividades agropecuárias, passando a ser o mais representativo do setor,

contribuindo, em 2013, com 44,8% do valor da produção do setor primário paraense (FAPESPA, 2014). 2 Destaca-se que os bens metálicos, com exceção da bauxita cuja maior parte é processada na economia local,

são voltados quase que exclusivamente para exportação, de forma bruta ou semi-processada.

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Figura 4 - Pará: Títulos Minerários, 2012

Elaboração: SEICOM, com base nos dados do DNPM, 2012.

É importante destacar que a indústria de transformação, após apresentar

crescimento no período 2002-2007, registrou gradual e intensa queda na participação do

PIB estadual, passando de 11,5%, em 2002, para 5,3%, em 2012 (Quadro 6). Destaca-se

que a crise na atividade madeireira, oriunda das operações federais3 afetou diretamente a

indústria de transformação, uma vez que os segmentos “produtos de madeira” e “móveis”

participam com 1/3 do total da indústria. Os números revelam, ainda, importação elevada

de bens e serviços para atender à demanda intermediária dos segmentos da transformação,

que possuem maior capacidade de geração de emprego, e emprego de melhor qualidade e

remuneração.

O setor industrial foi afetado por fatores críticos e transversais como o custo

elevado dos insumos, a exemplo a energia elétrica, aliados aos problemas de infraestrutura,

em especial na logística de transporte, bem como investimentos em educação, ciência e

tecnologia que impactaram na baixa competitividade desse setor, em especial da indústria

3 A operação “Arco de Fogo”, lançada em fevereiro de 2008 pelo Governo Federal, proibiu o corte, o

transporte e a comercialização de madeira no Estado do Pará, e propiciou o fechamento de várias indústrias

exportadoras em Belém, Santarém, Itaituba, Paragominas e Altamira, além de várias serrarias, principalmente

nos municípios de base florestal da PA-150 (Mojú, Tomé-Açu, Tailândia, Goianésia do Pará, Jacundá, Breu

Branco, Tucuruí e Novo Repartimento). A extração vegetal, que representava 38,3% do valor bruto da

produção da agropecuária, em 2002, caiu para 30,6%, em 2007, e 20,6%, em 2013, devido à redução de

54,5% da sua produção nesse período. Os segmentos extrativos mais afetados foram o carvão, a lenha e a

madeira em tora que, juntos, representavam 85% do valor da produção da extração vegetal do Pará (Pará

Estratégico 2030 – Versão Preliminar, 2014).

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de transformação. A construção civil, por sua vez, manteve-se relativamente estável, com

oscilações que revelam comportamento ascendente.

Quanto à dinâmica territorial, o PIB é gerado em “ilhas dinâmicas”, nas quais o PIB

per capita diferencia-se da média estadual, com amplo destaque para os municípios de

base mineral (Figura 5), e registra a pior posição da Região Norte e a 22ª colocação no

ranking nacional, perdendo somente para os estados da Região Nordeste (Quadro 7). Esses

dados revelam que embora o PIB paraense apresente incremento, o crescimento

populacional tem sido tão dinâmico que tende a anular os números positivos do PIB,

impactando negativamente a relação PIB/população (Gráfico 5) (FAPESPA, 2014).

Figura 5 – Pará: PIB per capita municipal, 2012

Fonte: IBGE, IDESP.

Elaboração: FAPESPA.

Quadro 7 - Participação das regiões e do Estado Pará no PIB Brasil (%), 2002-2010

Ano 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Brasil

(R$ milhão)

1.477, 8 1.699, 9 1.941,5 2.147,2 2.369,5 2.661,4 3.032,2 3.239,4 3.770,1

Nordeste 13,0 12,8 12,7 13,1 13,1 13,1 13,1 13,5 13,5

Sudeste 56,7 55,8 55,8 56,5 56,8 56,4 56,0 55,3 55,4

Sul 16,9 17,7 17,4 16,6 16,3 16,6 16,6 16,5 16,5

Centro-Oeste 8,8 9,0 9,1 8,9 8,7 8,9 9,2 9,6 9,3

Norte 4,7 4,8 4,9 5,0 5,1 5,0 5,1 5,0 5,3

Pará 1,7 1,8 1,8 1,8 1,9 1,9 1,9 1,8 2,1

Fonte: IDESP, 2012.

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Gráfico 5 - Pará: PIB per capita, 2006 a 2012 Em R$1.000,00

Fonte: IDESP/IBGE, 2014.

Esse perfil econômico desigual é resultante do modelo histórico de uso e ocupação

do solo, pautado pelo extrativismo e pela intensa exploração dos recursos naturais, com

foco na exploração de commodities, baixa inovação e agregação de valor, reforçado pelo

investimento em capital humano incipiente, o que agrava as desigualdades sociais e

econômicas regionais, impactando na qualidade de vida da população.

Compreender a dinâmica e especificidade da realidade paraense é indispensável

para estabelecer investimentos estratégicos e ações estruturantes que reforcem os setores

capazes de gerar efeitos multiplicadores e de transbordamento na economia, com vistas a

restringir atividades que não contribuem para melhorar os indicadores macroeconômicos e

o Índice de Progresso Social (IPS)4 dos municípios paraenses, apoiado em indicadores de

resultados socioambientais regionalizados.

Por outro lado, a superação da pobreza no Pará requer, necessariamente, amplo

projeto de reestruturação produtiva que permita a incorporação de todos no usufruto das

riquezas geradas no território. Um modelo de desenvolvimento que considere os limites e

oportunidades impostos à região e ao estado, apoiado na gestão territorial e na

intensificação do uso da fronteira aberta, no aumento da eficiência do uso dos recursos

naturais e de produtividade, dentre outros.

Nesse sentido, o PPA 2016-2019 reveste-se de importância especial, por ser uma

das principais ferramentas de planejamento que guiará as políticas a serem executadas pelo

governo estadual nos próximos anos. É para atender aos desafios presentes e futuros que o

governo formula o PPA com a missão de garantir que todos os paraenses se beneficiem do

conjunto de oportunidades que o desenvolvimento acarreta. Este é o princípio orientador

para definição dos investimentos estratégicos e ações estruturantes da atuação

governamental, de modo a garantir que os programas sejam prioritariamente transversais e

possam, de fato, levar à construção e consolidação de uma sociedade cada vez mais

inclusiva, coesa e solidária.

4 O Índice de Progresso Social (IPS) mede de forma holística e robusta a performance social e ambiental das

nações e territórios, independente do desenvolvimento econômico (Social Progress Imperative, 2014). O IPS

da Amazônia Brasileira 2014, apoiado pelo #Progresso Social Brasil, foi mensurado pelo Instituto do

Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON) segundo três dimensões: Necessidades Humanas

Básicas; Fundamentos para o Bem-estar; e Oportunidades. Encontra-se disponível nos sites

www.imazon.org.br e www.progressosocial.org.br, e com resultados na escala municipal no website

www.ipsamazonia.org.br

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33.. DDIIMMEENNSSÃÃOO EESSTTRRAATTÉÉGGIICCAA DDOO PPLLAANNOO

____________________________________________________________________________________________________________________________

A dimensão estratégica do PPA 2016-2019 - Pará Regionalizado, Desenvolvimento

Integrado apoia-se no entendimento que o Estado não é absoluto na tarefa de fomentar o

desenvolvimento, uma vez que a União e os municípios e, ainda, diversos atores sociais

empreendem esforços na busca pelo bem-estar da população. Nesse sentido, o espírito de

cooperação e solidariedade, combinado com a capacidade coordenadora e articuladora da

administração pública, são fundamentais para implantar as oportunidades de

desenvolvimento.

A formulação do Plano deve ter como ponto de partida os indicadores de resultados

regionalizados, que expressam a diversidade social, econômica e ambiental vigente nas

regiões de integração, detentoras de características específicas, como forma de propor

investimentos estruturantes e ações estratégicas condizentes com os problemas regionais,

enfatizando o caráter regional da formulação de programas.

O Plano reitera as cinco diretrizes de governo e os 25 objetivos estratégicos que

compõem o Mapa Estratégico do Estado do Pará adotado na gestão anterior (2011-2014) e

validado pelas organizações do Poder Executivo (Figura 6). Ressalta-se que este Mapa será

ajustado e repactuado, a partir da seleção de indicadores de resultado regionais, com vistas

a alcançar o macro-objetivo de redução da pobreza e da desigualdade social.

Nesse sentido, o processo de elaboração do PPA, para o período 2016-2019, será

norteado por quatro dimensões estratégicas que conduzirão à perspectiva do futuro

desejado (Figura 7):

Gestão territorial e governança, orientada pelo planejamento territorial,

descentralização e articulação político institucional intergovernos e com a

sociedade;

Desenvolvimento sustentável, assentado na implantação de processos produtivos

que incorporem ciência, tecnologia e inovação aliados à preservação ambiental,

apoiado, ainda na oferta de energia e infraestrutura e logística;

Inclusão social, com ênfase na educação, cultura, esporte e lazer; saúde e trabalho;

e segurança, defesa social e direitos humanos; imprescindíveis à criação de

ambiente propício à geração de inovação e novas cadeias produtivas; e;

Infraestrutura social: habitação, saneamento e mobilidade (urbana e metropolitana)

e logística.

As estratégias para discussão dessas dimensões apoiam-se no(a):

Alinhamento entre as políticas públicas de abrangência nacional, expostas em

planos setoriais e regional (exemplo, Plano Sustentável da BR-163) e de

abrangência estadual (exemplo, Plano de Mineração, Plano Ver-o-Pará, Pacto pelo

Pará, Planejamento Estratégico da Segurança e Defesa Social, etc.), na perspectiva

de convergência entre as políticas;

Seleção de indicadores de resultado regionais, que integram o índice de Progresso

Social (IPS), norteadores das discussões nas Oficinas Regionalizadas Temáticas,

realizadas com órgãos do Poder Executivo e dos demais poderes e órgãos

constitucionais independentes (abril/2015);

Realização de processo de “escuta social”, por meio de reuniões, fóruns e

audiências públicas com participação dos diversos atores sociais e recepção das

demandas da sociedade em várias regiões paraenses (abril e maio/2015); e;

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Análise da possibilidade de incorporação das demandas regionais, oriundas dos

processos de “escuta social”, por ocasião das Oficinas de Elaboração de Programas

(junho/2015).

Figura 6 - Mapa Estratégico do Estado do Pará, 2011

Fonte: Symnetics/SEPOF, 2011.

Figura 7 - Dimensões Estratégicas do PPA 2016-2019

Elaboração: SEPLAN, 2015.

Gestão Regionalizada Governança Articulação Inter Governos Transparência

TERRITORIAL E POLÍTICO-INSTITUCIONAL

INCLUSÃO SOCIAL Educação Saúde Assistência Social Cultura, Esporte e Lazer Segurança e Garantia dos Direitos

Humanos

INFRAESTRUTURA SOCIAL Habitação Saneamento Mobilidade

Produção Meio Ambiente Infraestrutura e Logística Ciência, Tecnologia e Inovação

ECONOMIA SUSTENTÁVEL

CONSTRUÇÃO DO FUTURO

Reduzir a pobreza e a desigualdade

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3.1 Dimensão da Gestão Territorial e Governança: gestão descentralizada e

articulação intergovernos

A dimensão da gestão territorial consiste no reconhecimento da especificidade

regional enquanto mecanismo orientador do processo de elaboração de políticas públicas,

visando à equidade social. Sob tal enfoque, o Pará apresenta um quadro relativamente

diverso e complexo.

A Região de Integração Metropolitana concentra significativa parcela da população

e da atividade econômica paraense, e apresenta expressivas carências nas áreas social,

ambiental e econômica. Nesse subespaço, os problemas municipais apresentam relações de

interdependência que não permitem tratá-los de forma isolada.

Nas demais regiões do estado observam-se realidades distintas, nas quais

municípios em estágios diferenciados de desenvolvimento requerem atenção também

diferenciada do governo estadual na formulação de políticas públicas, com o objetivo de

reduzir a pobreza e a desigualdade.

Com relação à análise territorial5, os órgãos da administração pública estadual

devem visualizar o cenário social e econômico para as 12 regiões de integração (Figura 8),

considerando os seguintes aspectos:

Extensão territorial, rede urbana regional (intrarregional e interregional), integração

e acessibilidade geográfica entre os municípios;

Demografia: população total; população rural/urbana; e densidade demográfica;

Dimensão econômica: PIB; projetos/investimentos estruturantes; capacidade de

arrecadação e grau de dependência dos municípios em relação às transferências

estaduais e federais; acesso aos meios de informação (internet); gestão ambiental;

Dimensão social: a partir dos indicadores de resultados que integram o IPS, propor

ações estratégicas para melhoria desses indicadores; e;

Infraestrutura e logística: investimentos estruturantes e ações estratégicas.

Referência importante é a análise regional desenvolvida no âmbito do

Monitoramento dos Investimentos Governamentais Estratégicos6. Este trabalho, elaborado

pelas equipes técnicas da então Sepof e Idesp, com o intuito de estimular a reflexão sobre a

relação entre a ação do Estado e o desempenho de alguns indicadores nas 12 regiões de

integração do Pará, propicia uma visão espacial preliminar da atuação da política pública

nas áreas de segurança, educação, saúde, infraestrutura, meio ambiente e gestão pública, e

foi apresentado nas Oficinas de Monitoramento e Avaliação realizadas em setembro de

2014.

E ainda, orienta-se que no âmbito setorial de cada política pública sejam agregados

aspectos específicos da dimensão territorial da política setorial, com o intuito de planejar a

ação governamental de forma diferenciada para cada região de integração.

São referências, também, o Plano de Desenvolvimento Territorial do Xingu,

PDRSX (2010), Plano de Desenvolvimento Territorial da BR-163, Região do Tapajós

(2007); e Plano de Desenvolvimento Territorial do Marajó (2007; 2011).

5 A análise regional foi elaborada pela FAPESPA e está disponível em www.seplan.pa.gov.br.

6 Disponível em www.seplan.pa.gov.br.

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Figura 8 – Pará: Regiões de Integração, 2013

Fonte: IDESP, 2013.

Nesta dimensão, é importante ressaltar que, a cada ano, cresce o percentual de

participação da Receita Própria, resultado do crescimento da arrecadação estadual, mas,

também, do decréscimo dos repasses da União. Nesse sentido, a perda do Fundo de

Participação do Estado (FPE), em 2014, relativamente à previsão orçamentária da União,

foi de aproximadamente R$ 387 milhões.

Em 2014, o governo estadual buscou captar recursos adicionais para financiamento

de projetos prioritários, subsidiando e participando da negociação de diversas operações de

crédito que financiarão projetos relevantes para o estado na área de saneamento (CPAC II),

turismo (PRODETUR), modernização da Defensoria Pública (PMAE Defensoria), dentre

outras em fase de carta consulta.

Com relação à análise das metas e indicadores fiscais, os números constantes no

Balanço Geral do Estado apresentam resultados superavitários em todos os níveis das

gestões orçamentária, financeira e patrimonial; e o governo estadual cumpriu com os

limites constitucionais para saúde e educação, fixados em 12% e 25% respectivamente.

Enquanto que o percentual de gastos com pessoal do Poder Executivo alcançou 45,86% em

relação à Receita Corrente Liquida (RCL), para o limite prudencial de 46,17% e limite

máximo de 48,60%, conforme preceitua a Lei nº 101/2000 (LRF).

3.2 Dimensão da Economia Sustentável: produção, meio ambiente, inovação e

infraestrutura e logística

Produção, meio ambiente e inovação

A dimensão da economia sustentável (Figura 9) apoia-se em três perspectivas. A

primeira refere-se à implantação de projetos estruturantes programados para o Estado do

Pará que se configuram como “atividades produtivas que possuem dinâmica própria em

relação aos interesses do estado”, a exemplo as obras de infraestrutura do PAC (estradas,

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portos, ferrovias), as hidrelétricas e o sistema de interligação energética, e projetos de

interesse de fortes grupos econômicos que se concentram nas áreas de mineração (S11D) e

agronegócio (óleo de palma), dentre outras.

A segunda perspectiva consiste na continuidade do desenvolvimento de “atividades

produtivas tradicionais”, caracterizadas por baixo aporte tecnológico e baixa produtividade

(pesca artesanal, agricultura familiar, micros e pequenos negócios de comércio e serviços,

pequena mineração de garimpos e minerais sociais), que, em geral, apresentam alto índice

de informalidade.

A terceira perspectiva é também o principal desafio, que consiste em implantar

“atividades estratégicas para mudança da base produtiva”, direcionadas à agregação de

valor aos produtos extrativos, valorização dos atributos locais e segmentos inovadores que

criam oportunidades de crescimento endógeno (produtos extrativos, bioindústria, turismo

sustentável, economia criativa, manejo florestal sustentável, serviços especializados, dentre

outros) (SEICOM, 2013).

Figura 9 – PPA 2016-2019: Dimensão Econômica

Atividades

produtivas que tem

dinâmica própria

Atividades autônomas

em relação aos interesses do Estado: grandes projetos de

interesse federal ou de grandes grupos

econômicos (energia, mineração, logística, agronegócio, dentre

outros.

Atividades

produtivas

tradicionais

Atividades associadas

à economia de subsistência - baixo conteúdo tecnológico

e alto índice de informalidade: pesca

artesanal, agricultura familiar, micros e pequenos negócios

(comércio, garimpos e minerais sociais).

Atividades

estratégicas para

mudança da base

produtiva

Atividades emergentes

que agregam valor aos produtos extrativos –inovadoras/valorizam os

atributos locais (“mão visível do Estado”):

bioindústria, cadeia mineral, economia criativa, turismo,

economia florestal, etc.

Fonte: Plano Pará Estratégico 2030 (SEICOM, 2013).

Elaboração: SEPLAN, 2015.

Destaca-se que o Estado do Pará possui áreas de florestas protegidas, em torno de

717 mil km² (cerca de 71 milhões de hectares), divididas em áreas de proteção integral, de

uso sustentável e terras indígenas, onde são encontradas multiplicidade de fauna e flora.

Em um estado com essas características, e com dimensões continentais, os desafios de

produzir com sustentabilidade são enormes, principalmente quando 60,2% da área total

estão protegidas, e 66,04% do território paraense encontram-se sob jurisdição federal.

Considerando as dificuldades, o governo estadual conseguiu avanços significativos

no setor, como a descentralização da gestão ambiental em 62 municípios; a estruturação de

diversas secretarias municipais de meio ambiente; a implantação do Programa Municípios

Verdes, com adesão de 105 municípios; a redução do número de municípios embargados

pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA); a criação do ICMS Verde; a ampliação do

Cadastramento Ambiental Rural (CAR) e das ações de regularização fundiária; e a redução

na Taxa de Desmatamento, dentre outras ações relevantes.

O setor produtivo paraense tem o desafio de crescer economicamente, produzindo

de forma sustentável e ambientalmente segura, sendo imprescindível a realização de

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investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação, tanto no desenvolvimento de produtos

quanto no aperfeiçoamento de processos.

Nesse sentido, o governo estadual incentivou e fomentou ações direcionadas ao

desenvolvimento de Arranjos Produtivos Locais (APL’s), Redes de Pesquisa em áreas

estratégicas, NavegaPará, Parques de Ciência e Tecnologia, e, ainda, transferência de

tecnologias sociais para o desenvolvimento, dentre outras ações relevantes, objetivando

melhor aproveitamento das potencialidades e da biodiversidade amazônica, com foco na

produtividade e competitividade empresarial, propiciando a geração de emprego, renda e

inclusão social.

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia

(SEDEME) elencou dez cadeias econômicas como prioritárias para alavancar as vocações

econômicas nas 12 regiões de integração do estado: agronegócio, agricultura familiar,

pesca, logística, energia, biodiversidade, serviços ambientais, desenvolvimento florestal,

turismo e gastronomia (Figura 10).

Figura 10 - Vocações Econômicas por Região de Integração

Fonte: Imazon; SEDEME.

Infraestrutura e Logística

Tornar funcionalmente adequados os sistemas de transporte, de modo a atender às

exigências das cadeias logísticas dos diversos setores produtivos, ampliando a malha

rodoviária do estado por meio da construção, recuperação e restauração de rodovias

estaduais, e melhorar a acessibilidade entre as diversas regiões do estado, ofertando

serviços de transporte hidroviário e aeroviário de qualidade, é desafio a ser enfrentado.

Nessa dimensão, no que se refere à sustentabilidade dos ecossistemas, integram o

IPS os indicadores de desmatamento recente, áreas degradas, desperdício de água e áreas

protegidas. Para efeito de elaboração do PPA, destaca-se a Taxa de Desmatamento do

Estado do Pará (Gráfico 6).

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Gráfico 6 – Pará: Taxa de Desmatamento, 2007-2013

Fonte: INPE/PRODES.

(*) Dados preliminares.

3.3 Dimensão da Inclusão Social: educação, cultura, esporte e lazer; saúde e

assistência social; trabalho; segurança, defesa social e direitos humanos.

Educação

O desempenho da Educação no Pará oferece múltiplos desafios. O governo

estadual, por meio do Pacto pela Educação, busca melhorar a qualidade de ensino e alterar

os índices da educação, em um esforço integrado de diferentes setores e níveis de governo,

sociedade civil, iniciativas privadas e organismos internacionais.

A meta é aumentar em 30% o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

(Ideb) em todos os níveis: Ensino Fundamental I e II e Ensino Médio, até 2017. Para tanto,

destacam-se entre os desafios, melhorar o desempenho dos alunos do ensino fundamental e

ensino médio; fortalecer as habilidades e competências dos profissionais de educação;

adequar a rede física das escolas públicas com recursos didático-pedagógicos disponíveis e

coerentes com o Plano Político Pedagógico (PPP); aprimorar a gestão da SEDUC e das

escolas; envolver a comunidade escolar, governos e sociedade; utilizar a tecnologia da

informação para a melhoria da prática docente e da gestão escolar, e para a mobilização da

comunidade escolar e da sociedade, com vistas à melhoria dos resultados educacionais.

No que se refere ao acesso ao conhecimento básico, integram o IPS os indicadores

de analfabetismo, acesso ao ensino médio, qualidade da educação e acesso ao ensino

fundamental. Para fins de elaboração do PPA, destacam-se os indicadores de resultado de

Taxa de Analfabetismo e Grau de instrução de Pessoas de 15 anos ou mais, superiores à

média regional e nacional (Gráfico 7; Gráfico 8).

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Gráfico 7 – Pará: Taxa de analfabetismo na faixa etária de 15 anos ou mais (%)

Fonte: IBGE - PNAD.

Gráfico 8 – Pará: Grau de instrução de Pessoas de 15 anos ou mais (%), 2007 a 2011/2013

Fonte: IBGE - PNAD.

Saúde

O novo desenho de regionalização da saúde, o perfil epidemiológico das regiões, as

redes assistenciais e as linhas de cuidados prioritários da assistência à saúde foram

considerados para a integração das políticas públicas e serviços de saúde, objetivando

ampliar o acesso da população à atenção especializada, ambulatorial e hospitalar,

descentralizar os serviços de média complexidade, aumentar a resolutividade na região de

saúde e reduzir a dependência e o deslocamento de pacientes à Região Metropolitana.

Para definição das diretrizes que norteiam essa área, deve-se considerar o Plano

Estadual de Saúde (2012-2015), o Plano de Saúde da Vigilância em Saúde (2012-2015),

Plano de Estruturação da Coordenação Estadual de Controle da Malária, Plano Estadual

para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue e Plano Estadual para a Prevenção e

Controle de Epidemias de Chikungunya.

No que se refere à nutrição e cuidados médicos básicos, integram o IPS os

indicadores de subnutrição, mortalidade por desnutrição, mortalidade materna, mortalidade

infantil até 5 anos e mortalidade por doenças infecciosas; no que se refere à saúde e bem-

estar, os indicadores de mortalidade por doenças crônicas, expectativa de vida ao nascer,

obesidade, mortalidade por doenças respiratórias e suicídio; quanto à segurança pessoal

relacionado à saúde, o indicador de mortes por acidentes no trânsito.

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Para fins de elaboração do PPA, destacam-se os indicadores de taxa de mortalidade

infantil e o número de leitos (Gráfico 9; Gráfico 10).

Gráfico 9 – Pará: Taxa de Mortalidade Infantil por região de integração, 2004/2011

Fonte: IDESP, 2014.

Gráfico 10 – Pará: Evolução do Número de leitos SUS, 2010-2015

Fonte: DATASUS, 2014; SESPA, 2014.

Nota: Número de leitos estimado para 2014 e 2015.

Segurança

A segurança pública constitui direito fundamental e um dos maiores desafios para o

poder público, em todas suas esferas, e para a sociedade brasileira, sendo pré-requisito ao

exercício da cidadania.

No Pará, com sua dimensão geográfica e especificidades regionais, a estratégia

governamental para proporcionar um ambiente seguro e de paz social à sociedade está

apoiada em um conjunto de ações, dentre elas: diversificar os modais de policiamento;

otimizar recursos humanos e materiais; fortalecer a integração entre os órgãos de

segurança; intensificar a execução de operações integradas; aumentar o efetivo dos órgãos

de segurança, utilizando-se de recursos próprios e da administração indireta, além de

realização de parcerias, celebração de convênios com organizações nacionais, e nas três

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esferas de governo; desconcentrar a atuação dos agentes do sistema; e humanizar o sistema

prisional, dentre outras.

A prevenção da violência e da criminalidade mediante a adoção de políticas

eficazes direcionadas para a pré-adolescência, a juventude e às famílias constitui outra

escolha estratégica desenvolvida na área de segurança pública e defesa social no estado,

propagando e consolidando a cultura de paz no território paraense.

Essas iniciativas foram definidas a partir da criação do Sistema Integrado de

Segurança Pública e Defesa Social (SIEDS), que passou a coordenar e integrar os órgãos

da área da segurança pública, resultando na elaboração do planejamento estratégico de

longo prazo.

O Planejamento Estratégico Integrado do SIEDS do Estado do Pará foi

desenvolvido ao longo de 2013 e projetado para o período de 2013-2032. Em sua

formulação foi considerada a dinamização da economia paraense, em especial os grandes

projetos regionais, dentre os quais os de mineração, energia e infraestrutura portuária,

implantados ou em implantação e a demanda por segurança nas áreas de fronteiras.

Nesse sentido, foram desenvolvidos planos diretores ou setoriais, que constituem

desdobramentos da estratégia, tendo em vista as divisões territoriais da segurança,

expressas nas 15 Regiões Integradas de Segurança Pública (RISP), e construído o Mapa

Estratégico do SIEDS (Figura 11).

Figura 11 – Mapa Estratégico do SIEDS

Fonte: SEGUP, 2013.

No que se refere à segurança pessoal, integram o IPS os indicadores de homicídios,

mortes por acidentes no trânsito e assassinatos de jovens; no que se refere à tolerância e

inclusão, os indicadores de violência contra a mulher e violência contra indígenas; quanto

aos direitos individuais, o indicador de pessoas ameaçadas. Para fins de elaboração do

PPA, destaca-se o indicador Taxa de Homicídios (Gráfico 11).

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Gráfico 11 – Pará: Taxa de Homicídios, 2002-2012 – Mapa da Violência

Fonte: Mapa da Violência, 2014 (Prévia) – DATASUS.

Assistência Social

A gestão do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no Pará, composta pela

proteção social básica e especial de média e alta complexidade, enfrenta os desafios

geográficos e de diversidade étnica e geopolítica do estado.

Na proteção social básica o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é a

unidade pública estatal descentralizada, localizada em área de vulnerabilidade social,

responsável pela organização e oferta de serviços, nesse nível de proteção nos municípios.

A proteção social especial de média complexidade caracteriza-se pela oferta de serviços

que atendem famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas sem vínculos familiares

rompidos. O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) é unidade

pública e estatal de abrangência municipal ou regional.

Destacam-se os planos estratégicos de médio e longo prazo, que consolidam as

políticas de Assistência Social: Plano Estadual de Assistência Social (2012-2015), que tem

como objetivo nortear as ações da Política de Assistência Social no Estado do Pará em

consonância com o SUAS; o Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo (2013-2022),

que objetiva promover e qualificar a execução do atendimento socioeducativo no Estado

do Pará; e o Plano Estadual de Ações Integradas à Pessoa com Deficiência (2012-2014),

com o objetivo de promover ações integradas entre as diversas políticas públicas, visando à

garantia da cidadania, inclusão e maior autonomia das pessoas com deficiência, no Estado

do Pará.

No que se refere à liberdade individual e de escolha, integram o IPS os indicadores

de trabalho infantil, gravidez na infância e adolescência e vulnerabilidade familiar; no que

se refere à tolerância e inclusão, os indicadores de violência contra a mulher e violência

contra indígenas; quanto aos direitos individuais, o indicador de pessoas ameaçadas.

Cultura, Esporte e Lazer

Não existem planos estratégicos setoriais que orientem as ações dos órgãos

estaduais que desenvolvem essas políticas. Os programas e ações do PPA deverão estar

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alinhados ao Plano Nacional de Cultura (PNC) e à política nacional de esporte e lazer, com

ênfase na inserção social da população.

No que se refere à liberdade individual e de escolha, integram o IPS o indicador de

acesso à cultura, esporte e lazer.

3.4 Dimensão da Infraestrutura Social: habitação, saneamento e mobilidade A dimensão estratégica (eixo estratégico) do plano denominado qualidade de vida

compreende as políticas públicas de habitação, saneamento e mobilidade que afetam

diretamente o cotidiano da população.

A implantação das políticas de habitação, saneamento e mobilidade apresentam

transversalidade com outras políticas que compõem as demais dimensões do PPA, tais

como, saúde, segurança, meio ambiente, infraestrutura e governança.

Habitação

Com relação à política habitacional, o governo estadual apresenta avanço

institucional com a consolidação do Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social

(SEHIS) e do Fundo Estadual de Habitação de Interesse Social (FEHIS), instrumentos para

definição de projetos estruturantes ações estratégicas para ampliar os resultados da atuação

do Governo do Estado no enfrentamento do problema habitacional em todo o território

paraense. O que proporciona maior investimento no setor habitacional com acesso aos

recursos e participação em programas federais (Programa Aceleração do Crescimento e

Programa Minha Casa Minha Vida); implementação de programas estaduais (Cheque

Moradia); e apoio técnico e financeiro aos municípios paraenses para que também estejam

aptos a acessar recursos federais.

Saneamento

Outro aspecto da atuação estadual que concorre para melhoria da qualidade de vida

da população refere-se às políticas públicas de saneamento básico, entendendo-se como o

conjunto de serviços, infraestrutura e instalações de abastecimento de água potável,

esgotamento sanitário, limpeza e manejo de resíduos sólidos e drenagem das águas pluvias,

em áreas urbanas e rurais que representam, também, inclusão social.

O estado tem atuado visando assegurar à população os direitos humanos

fundamentais de acesso à água potável em qualidade e quantidade suficientes, e a vida em

ambiente salubre nas cidades e no campo, segundo os princípios fundamentais da

universalidade, equidade e integralidade, por meio da ampliação de serviços de

abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto nos municípios paraenses. Além

disso, tem incentivado ações de desenvolvimento institucional (elaboração de planos de

saneamento e resíduos sólidos, apoio técnico e financeiro aos municípios) que contribuem

para elevação do crédito e investimentos, inclusive recursos federais e, participação em

programas federais.

Mobilidade

Implantar projetos de transporte e circulação que visem à melhoria da

acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas, otimizando o uso do espaço urbano de

forma sustentável, é o grande desafio da sociedade contemporânea, em todas as partes do

mundo.

Na Região Metropolitana de Belém, está em curso o Projeto “Ação Metrópole”,

concebido pelo Governo do Estado para melhorar a acessibilidade interna, e que tem como

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foco solucionar a saturação de tráfego verificado especialmente na rodovia BR-316, Av.

Almirante Barroso e em vias do centro expandido de Belém. Esse projeto inclui três

componentes principais: a implantação do sistema integrado de transporte público

metropolitano, com adoção do sistema Bus Rapid Transit (BRT); a implantação de

alternativas viárias à rodovia BR-316; e a adequação de vias da rede de transporte coletivo.

Nessa dimensão, no que se refere à água e saneamento integram o IPS os

indicadores de abastecimento de água, esgotamento sanitário e saneamento rural; no que se

refere à moradia, os indicadores de moradia adequada, acesso à energia elétrica e coleta de

lixo; quanto aos direitos individuais, o indicador de mobilidade urbana.

Para efeito de elaboração do PPA, destacam-se os indicadores de déficit

habitacional, de 13,50 % (2011) e 11,30 % (2012); percentual de domicílios com água

tratada, de 47,93 (2011) e 51,38 (2012); percentual de domicílios com coleta e tratamento

de esgoto, de 52,93 (2011) e 52,71 (2012); e percentual de domicílios com coleta de lixo,

de 71,44 (2011) e 73,14 (2012) (IBGE, PNAD; COSANPA, 2014; SEIDURB, 2014).

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4. METODOLOGIA

______________________________________________________________

4.1 Estruturação do Plano.

De acordo com a Constituição Federal de 1988, “a lei que instituir o plano plurianual

estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração

pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos

programas de duração continuada” (BRASIL, 1988, art. 165,§ 1º).

A Constituição Estadual, por sua vez, acompanha o texto Federal, com o acréscimo

do termo “setorizada” quando se refere à forma de apresentação do Plano: “A lei que

instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma setorizada e regionalizada, as diretrizes,

objetivos e metas da administração pública estadual para as despesas de capital, inclusive

para as relativas aos programas de duração continuada” (PARÁ, 1989, art. 204,§ 1º).

A proposta atual de estruturação do PPA 2016-2019 modifica a estruturação

anterior com o intuito de contribuir para tornar mais evidente, no âmbito do Plano

Plurianual do Estado do Pará, o que preconiza os textos constitucionais acima referidos.

Para fins de criação do novo formato do Plano, analisou-se a metodologia atual,

adotada pelo governo do estado, e a nova metodologia implantada pelo governo federal,

considerando os pontos positivos e as limitações de ambas.

Nesse sentido, a concepção metodológica proposta pretende superar as dificuldades

observadas, não só no que se refere à elaboração do Plano e sua apresentação, como

também no que diz respeito ao seu monitoramento e avaliação, que serão abordados no

item específico da gestão do Plano.

Dentre as dificuldades identificadas na metodologia adotada pelo governo estadual,

destacam-se:

Distanciamento da visão estratégica de governo: diretrizes e objetivos estratégicos;

Ausência de alinhamento com as políticas públicas nacionais;

Dificuldade em trabalhar a transversalidade das políticas públicas;

Dificuldade de integração com os planos setoriais e com os PPAs de outras esferas

governamentais (federal e municipal);

Generalidade nos objetivos dos programas, o que dificulta a definição de ações e a

relação destas com os respectivos objetivos;

Dificuldade em definir metas claras e passíveis de monitoramento;

A expressão do Plano ocorre como orçamento anualizado;

Não há ênfase na abordagem regional/territorial, que aparece apenas no contexto

das ações dos programas;

Fragilidade na definição de indicadores para fins de aferição da eficiência, eficácia

e efetividade dos programas.

O PPA 2016-2019 continuará a ser estruturado por programas (Orçamento-

Programa), com base no que dispõe o Decreto-Lei nº 200/1967, que consagrou a integração

entre planejamento e orçamento público, entendendo-se por programa não apenas um

conjunto de ações com vistas a atender determinado objetivo, mas um instrumento de

gestão vinculado a uma ou mais diretrizes de governo, que integra planejamento,

orçamento e gestão, com objetivos passíveis de serem mensurados por indicadores.

O Plano tem como elementos norteadores o macro-objetivo de governo, as

diretrizes e os objetivos estratégicos constantes no Mapa Estratégico do Estado do Pará

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(2011); as quatro dimensões das políticas estaduais, mencionadas no item anterior

(desenvolvimento sustentável; inclusão social; infraestrutura social; e territorial e político

institucional); e o alinhamento das políticas estaduais com as políticas públicas nacionais e

com os planos de desenvolvimento territorial.

Os programas serão de duas modalidades:

Programas Temáticos (antigos programas finalísticos), que expressam temas

estruturantes das políticas públicas, como saúde, educação, segurança, transporte,

mobilidade urbana, entre outros; e,

Programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado.

De modo geral, todos os programas poderão ter até cinco objetivos relacionados à

sua contextualização (problema), e o valor total do programa será apresentado para o

período do Plano. Sugere-se que seja evitada a utilização de “nome-fantasia” como forma

de garantir a transparência na expressão do conteúdo dos temas.

Os programas de Gestão, Manutenção e Serviços ao Estado abrangem ações

destinadas ao apoio, gestão e manutenção da administração pública e não deverão

apresentar metas físicas, apenas metas financeiras regionalizadas, nem indicadores.

As metas físicas e financeiras dos programas temáticos serão estabelecidas

efetivamente de forma regionalizada, para o período global de quatro anos, uma vez que a

anualização dessas metas ocorrerá por meio da Lei Orçamentária Anual (LOA); e quanto

às ações e seus atributos, sugere-se que as ações sejam definidas nos respectivos programas

(função, subfunção e a esfera – fiscal, e seguridade social), no momento de elaboração do

Plano. No entanto, a programação das metas físicas e financeiras ocorrerá no momento de

elaboração do OGE.

No que se refere aos indicadores, fundamentais ao processo de avaliação dos

programas do PPA, será adotada a hierarquia abaixo (Figura 12).

Figura 12 – Pirâmide dos Indicadores

Indicador Macro: Índice de Progresso Social (IPS)

Indicador de Resultado Regionalizado

Exemplo: Déficit habitacional,

Taxa de mortalidade infantil, etc.

Indicador de processo

Exemplo: % da obra executado

Elaboração: SEPLAN.

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A Figura 13 representa a estrutura do PPA estadual para o período 2016-2019.

Figura 13: Estrutura de Programas para o PPA 2016-2019

Elaboração: SEPLAN

4.2 Processo de Formulação

O processo de formulação do PPA 2016-2019 envolve cinco momentos distintos:

fase preparatória; discussão e sistematização preliminar de projetos estruturantes e ações

estratégicas para as 12 regiões de integração, com as organizações do Poder Executivo

estadual; “escuta social” nas regiões de integração, com participação dos diversos

segmentos sociais, e realização de audiências públicas; sistematização e consolidação do

Plano; e, validação do Plano junto à Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA).

4.2.1 Fase Preparatória

Outubro/2014

Realização de oficinas internas na Diretoria de Planejamento/Seplan, por área

(Promoção Social, Proteção Social, Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico e

Segurança Pública), nas quais foram discutidos os planos estratégicos e setoriais do

governo estadual, com a finalidade de verificar a existência ou não de alinhamento

com as políticas públicas federais.

Novembro/2014

Realização de reunião com a Secretaria de Estado de Indústria, Comércio e

Mineração (SEICOM) para apresentação e discussão da versão preliminar do Plano

Pará Estratégico 2030 e sua incorporação à formulação da dimensão estratégica do

novo PPA; e,

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No 19º Café com Planejamento, realizado em 27 de novembro de 2014, foi

debatido o tema “Metodologia de Elaboração do PPA do Governo Federal e

experiências locais de sua aplicação”, pontuando vantagens e obstáculos à

implantação da metodologia utilizada pelo governo federal para elaboração do PPA

2012-2015 – Plano Mais Brasil, assim como relatos das experiências de aplicação

dessa metodologia pelos municípios de Belém e Ananindeua, com participação de

várias organizações do governo estadual.

Dezembro/2014

Realização de reunião com a Secretaria de Estado de Assistência Social (SEAS)

para apresentação do Pacto pelo Pará de Redução da Pobreza - Região de

Integração do Marajó, 2013-2015, e do Plano Estadual de Ações Integradas à

Pessoa com Deficiência, como subsídios à formulação da dimensão estratégica e

incorporação ao novo PPA.

Janeiro/2015

Reuniões internas (SEPLAN) para nivelamento da metodologia e informações

necessárias ao processo de formulação do Plano.

Fevereiro/2015

Articulação com a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) formulação do

Plano de Comunicação do PPA, no que se refere à utilização de mídias impressas e

digitais e, ainda, redes sociais.

Março/2015

Reuniões com associações de municípios, consórcios municipais, federações e

conselhos de classe, órgãos federais, secretários estaduais e outros atores sociais

com o intuito de divulgar o processo de elaboração do PPA, considerando as

dimensões estratégicas do Plano nas diversas áreas setoriais (social, econômica,

ambiental e de infraestrutura e logística).

4.2.2 Fase de elaboração

Março

Realização de reunião com os dirigentes dos órgãos do executivo estadual e dos

poderes legislativo e judiciário, sob condução do Governador do Estado, para

iniciar o processo de elaboração.

Reunião com as equipes técnicas de todos os órgãos e instituições estaduais dos

poderes executivo, legislativo e judiciário, para apresentação da metodologia de

elaboração do PPA pela SEPLAN.

Abril/2015

Realização de Oficinas Regionalizadas Temáticas com os órgãos dos poderes

executivo, legislativo e judiciário, por região/órgãos setoriais, para discussão dos

projetos estruturantes e ações estratégicas de suas respectivas áreas, que

constituirão a Agenda Regional para o período do Plano, a ser discutida nas

audiências públicas regionais e, posteriormente, junto com o resultado dessas,

subsidiará a elaboração dos Programas e Ações do Plano Plurianual 2016-2019.

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4.3 Processo de Consulta à Sociedade

No período de abril a maio/2015

Seminários regionais/audiências públicas presenciais para discussão da Agenda

Regional; e;

Consulta pública online no site www.seplan.pa.gov.br/ppasite.

4.4 Consolidação do Plano

No período de junho a julho/2015

Realização de Oficinas de Elaboração de Programas com os órgãos e instituições

estaduais dos poderes executivo, legislativo e judiciário, para consolidação da

versão final do PPA a ser encaminhada à Assembleia Legislativa do Estado

(Alepa);

Elaboração da minuta do projeto de lei e encaminhamento à Procuradoria Geral do

Estado (PGE); e;

Validação pelo Governador do Estado.

4.5 Fase de Validação

Agosto/2015

Apreciação do Projeto de Lei do PPA 2016-2019 pela ALEPA;

Sanção pelo Governador do Estado.

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5. O MODELO DE GESTÃO DO PPA 2016-2019

______________________________________________________________

O modelo de gestão é uma forma de organização na qual os governos se baseiam para

desenvolver as suas políticas e ações, e com o qual pretendem alcançar os seus objetivos,

visando ao bem-estar social da população, ou seja, é o elo entre Planejamento e Gestão,

com foco no resultado. Compreende as etapas de elaboração, execução, monitoramento e

avaliação das políticas públicas e revisão do plano (Figura 14).

Figura14: Ciclo do modelo de gestão

Elaboração: SEPLAN.

O processo de planejamento público deve ser entendido como uma expressão

política do Estado, e o modelo de gestão do Plano Plurianual (PPA) 2016-2019 do Estado

do Pará constitui a forma pela qual o governo desenvolverá suas políticas e ações no

território, e com a qual pretende alcançar a redução da pobreza e desigualdades sociais que

se apresentam como o principal desafio no Estado, a curto, médio e longo prazo.

Apresenta o resultado de reflexões e experiências resultantes de avaliações dos

Planos anteriores, expressa em inovações na sua estrutura, conceitos e terminologias, com

vistas a representar melhor as políticas públicas e criar condições mais adequadas para a

gestão.

5.1 Definição da Estratégia

A orientação estratégica do governo pode ser visualizada em seu Mapa Estratégico,

que é estruturado em diferentes perspectivas interligadas por relações de causa e efeito

(Figura 15).

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Figura 15 - Mapa da Estratégia

Referência: Mapa Estratégico, 2011. Manual de Elaboração do PPA 2012-2015.

Elaboração: SEPLAN.

5.2 Fundamentos do Modelo de Gestão

A gestão do plano é fundamentada nos princípios da responsabilização, priorização,

nos processos de monitoramento e avaliação e retroalimentação do ciclo do planejamento e

gestão estratégicos.

A principal ferramenta é o sistema informatizado de elaboração e acompanhamento

de todo o ciclo, dividido em módulos específicos e interligados em cada etapa.

Figura 16 – Ciclo do Planejamento e Gestão do PPA

Definições Estratégicas

Planejamento expresso em

Programas

Revisão

Avaliação

Monitoramento

Execução da Estratégia RESULTADO PARA A SOCIEDADE

Elaboração: SEPOF, 2014.

En

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Dimensão

Tática

Dimensão

Estratégica

Visão Estratégica

Objetivos

Metas

Ações Programáticas

Ações com detalhamento de valores orçamentários

Efetividade

Eficácia

Eficiência

Programas

Temáticos

Programas

de Gestão

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5.3 Monitoramento e Avaliação

A disseminação e a adoção de uma cultura de monitoramento e avaliação dos

programas e ações governamentais são elementos facilitadores à integração intra e

interinstitucional, bem como à compreensão do alcance da eficiência e eficácia no

estabelecimento de rotinas, procedimentos e sistemas, contribuindo para o ciclo do

planejamento.

Como o PPA está estruturado em Programas Temáticos, objetivos, e metas

regionalizadas, as instâncias de monitoramento e avaliação do plano precisam ter a

conformação necessária para a realização de debates e produção de relatórios que

expressem essa nova abordagem das políticas públicas.

Os atributos de Programas do PPA a serem monitorados são: Indicadores;

Objetivos; Metas Regionalizadas; Ações; Execução dos recursos orçamentários e

extraorçamentários do programa.

5.4 Revisão

Este processo perpassa por todas as etapas do ciclo da gestão do planejamento e

representa uma oportunidade para exercitar a capacidade de avaliação e autocrítica, além

de priorizar os investimentos governamentais para atendimento das demandas da sociedade

e a qualidade dos gastos públicos. Sua periodicidade e conteúdo são definidas em lei

específica.

Os processos de Monitoramento e Avaliação constituem importantes subsídios ao

processo de revisão do PPA, viabilizando a crítica da programação e restabelecendo

prioridades, de acordo com as informações advindas desses processos.

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