do paraiso ao deserto - rubem alves

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DO PARAÍSO AO DESERTO DO PARAÍSO AO DESERTO REFLEXÕES AUTOBIOGRÁFICAS REFLEXÕES AUTOBIOGRÁFICAS ANTONIO NUNES PEREIRA ANTONIO NUNES PEREIRA Março/2013 Março/2013 DOUTORADO EM TEOLOGIA DOUTORADO EM TEOLOGIA - RELIGIÃO E EDUCAÇÃO - RELIGIÃO E EDUCAÇÃO ALVES, Rubem. ALVES, Rubem. O enigma da religião. O enigma da religião. 4 4 ed. Campinas: Papirus, 1988, p. ed. Campinas: Papirus, 1988, p. 9-31. 9-31.

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DO PARAÍSO AO DESERTODO PARAÍSO AO DESERTOREFLEXÕES AUTOBIOGRÁFICASREFLEXÕES AUTOBIOGRÁFICAS

ANTONIO NUNES PEREIRAANTONIO NUNES PEREIRA

Março/2013Março/2013

DOUTORADO EM TEOLOGIADOUTORADO EM TEOLOGIA - RELIGIÃO E EDUCAÇÃO- RELIGIÃO E EDUCAÇÃO

ALVES, Rubem. ALVES, Rubem. O enigma da religião. O enigma da religião. 4 ed. 4 ed. Campinas: Papirus, 1988, p. 9-31.Campinas: Papirus, 1988, p. 9-31.

DO PARAÍSO AO DESERTODO PARAÍSO AO DESERTOREFLEXÕES AUTOBIOGRÁFICASREFLEXÕES AUTOBIOGRÁFICAS

A produção literária de Rubem Alves tem seis fases distintas:A produção literária de Rubem Alves tem seis fases distintas:

1) de formação (1956-1964);1) de formação (1956-1964);

2) de convencimento militante (1964-1969);2) de convencimento militante (1964-1969);

3) de decepção eclesiástica e política (1970-1971); 3) de decepção eclesiástica e política (1970-1971);

4) de distanciamento (1972-1975);4) de distanciamento (1972-1975);

5) de transição (1975-1982)5) de transição (1975-1982)

6) de realizações (a partir de 1982)6) de realizações (a partir de 1982)

REBLIN, Iuri Andréas: Teologia: outros cheiros, outros sabores... São Leopoldo: EST, 2007 (Dissertação de mestrado).

CERVANTES-ORTIZ, Leopoldo. A Teologia de Rubem Alves: poesia, brincadeira e erotismo. Campinas: Papirus, 2005, p. 44-47..

Para adiante! Pelo mar largo!Para adiante! Pelo mar largo!Livrando o corpo da lição frágil da areia!Livrando o corpo da lição frágil da areia!

Ao mar!Ao mar!A solidez da terra, monótona, parece-nos fracaA solidez da terra, monótona, parece-nos fraca

ilusão.ilusão.Queremos a ilusão do grande mar, multiplicadaQueremos a ilusão do grande mar, multiplicada

em suas malhas de perigo...em suas malhas de perigo...E entre água e estrela estudo a solidão.E entre água e estrela estudo a solidão.

E recordo minha herança de cordas e âncoras, eE recordo minha herança de cordas e âncoras, eencontro tudo sobre-humanoencontro tudo sobre-humano.

Cecília Meireles

DO PARAÍSO AO DESERTODO PARAÍSO AO DESERTOREFLEXÕES AUTOBIOGRÁFICASREFLEXÕES AUTOBIOGRÁFICAS

Rubem Alves nasceu na cidade de Dores da Boa Esperança (Boa Rubem Alves nasceu na cidade de Dores da Boa Esperança (Boa Esperança, hoje), sul de Minas Gerais. O pai, que já havia sido um Esperança, hoje), sul de Minas Gerais. O pai, que já havia sido um homem muito rico, faliu e levou a família a se mudar diversas vezes. homem muito rico, faliu e levou a família a se mudar diversas vezes. Lambari, Três Corações e Varginha foram lugares por onde a família Lambari, Três Corações e Varginha foram lugares por onde a família Alves morou, antes de partir para o Rio de Janeiro, em 1945, época em Alves morou, antes de partir para o Rio de Janeiro, em 1945, época em que se sentiu sozinho e sem amigos. que se sentiu sozinho e sem amigos.

O anonimato da grande cidade e o tempo escasso com a família O anonimato da grande cidade e o tempo escasso com a família o fez perder seus referenciais emocionais:o fez perder seus referenciais emocionais:

““Até então eu vivera numa pequena cidade. Tudo era familiar e Até então eu vivera numa pequena cidade. Tudo era familiar e amigo: ruas, árvores, riachos e pessoas. Tudo estava no seu amigo: ruas, árvores, riachos e pessoas. Tudo estava no seu próprio lugar. Olhava para os meus "outros relevantes" — pai, mãe, próprio lugar. Olhava para os meus "outros relevantes" — pai, mãe, irmãos e amigos — com calma e respeito. Eles eram partes do meu irmãos e amigos — com calma e respeito. Eles eram partes do meu cosmo.”cosmo.”

““Mas, sem o saber — e repentinamente —, fui expulso do paraíso. Mas, sem o saber — e repentinamente —, fui expulso do paraíso. Mudaram-me para urna grande cidade. Meus "outros relevantes" se Mudaram-me para urna grande cidade. Meus "outros relevantes" se dissolveram em meio à complexidade incompreensível da vida urbana. dissolveram em meio à complexidade incompreensível da vida urbana. Permaneceram como "outros", mas não mais "relevantes". Deixaram Permaneceram como "outros", mas não mais "relevantes". Deixaram de ser o centro emocional do meu mundo, de onde eu retirava meu de ser o centro emocional do meu mundo, de onde eu retirava meu sentido de identidade e o meu senso de direção. Eles não podem ser sentido de identidade e o meu senso de direção. Eles não podem ser responsabilizados pelo que aconteceu. Eles também estavam responsabilizados pelo que aconteceu. Eles também estavam perdidos. Pela primeira vez conheci o embaraço de ser diferente. perdidos. Pela primeira vez conheci o embaraço de ser diferente. Tornei-me consciente de mim mesmo.”Tornei-me consciente de mim mesmo.”

Teve dificuldades de entrosamento e seu sotaque Teve dificuldades de entrosamento e seu sotaque mineiro o denunciava como menino do interior:mineiro o denunciava como menino do interior:

““Meu sotaque revelava quem eu era — um menino da Meu sotaque revelava quem eu era — um menino da roça. E os companheiros de escola não me perdoavam roça. E os companheiros de escola não me perdoavam por isto. Como as crianças podem ser cruéis! Descobri-por isto. Como as crianças podem ser cruéis! Descobri-me só, sem amigos, diferente e ridículo, e sem saber o me só, sem amigos, diferente e ridículo, e sem saber o que fazer. E eu não dispunha de recursos humanos para que fazer. E eu não dispunha de recursos humanos para sustentar-me naquela solidão abismai. Perdeu-se o meu sustentar-me naquela solidão abismai. Perdeu-se o meu cosmo. Os sociólogos denominam esta condição de cosmo. Os sociólogos denominam esta condição de anomia.”anomia.”

Anomia: Anomia: “estado do indivíduo caracterizado pela falta de objetivos e pela perda de identidade.”(http://www.knoow.net/ciencsociaishuman/sociologia/anomia.htm)

““Minha terra seca foi invadida pelas águas e o Minha terra seca foi invadida pelas águas e o meu cosmo destruído pelas ondas.”meu cosmo destruído pelas ondas.”

A solidão e a difícil convivência fizeram Rubem Alves buscar refúgio A solidão e a difícil convivência fizeram Rubem Alves buscar refúgio na religião:na religião:

““Através do poder mágico da "onipotência do pensamento" o Através do poder mágico da "onipotência do pensamento" o homem, das profundezas de sua impotência e das alturas de homem, das profundezas de sua impotência e das alturas de suas paixões, tece um mundo verbal que afirma e confirma os suas paixões, tece um mundo verbal que afirma e confirma os seus valores. E este novo mundo, assim constituído, passa a ser seus valores. E este novo mundo, assim constituído, passa a ser a “gratificação substitutiva”, o novo mundo de felicidade que a “gratificação substitutiva”, o novo mundo de felicidade que compensa as frustrações e sofrimentos contidos na realidade. E compensa as frustrações e sofrimentos contidos na realidade. E freqüentemente, mas não exclusivamente, esta "gratificação freqüentemente, mas não exclusivamente, esta "gratificação substitutiva" é a religião. Este foi o caminho que substitutiva" é a religião. Este foi o caminho que inconscientemente segui.”inconscientemente segui.”

““Não importa que o mundo zombe de nós. A Não importa que o mundo zombe de nós. A verdadeira realidade está além. Se os nossos ‘outros verdadeira realidade está além. Se os nossos ‘outros relevantes’ são reduzidos à insignificância e à relevantes’ são reduzidos à insignificância e à impotência, há um Outro Relevante que nos ama e impotência, há um Outro Relevante que nos ama e nos conhece, cujo poder é infinito.” nos conhece, cujo poder é infinito.”

Passa a nutrir-se das verdades religiosas anunciadas pela tradição Passa a nutrir-se das verdades religiosas anunciadas pela tradição protestante de que sua família participava, tornou-se um piedoso protestante de que sua família participava, tornou-se um piedoso fundamentalista, voltando-se, de um lado, à intensidade das emoções fundamentalista, voltando-se, de um lado, à intensidade das emoções e, de outro, à validade última de suas crenças:e, de outro, à validade última de suas crenças:

““Tornei-me um fundamentalista. Um piedoso fundamentalista. Tornei-me um fundamentalista. Um piedoso fundamentalista. Fundamentalismo é uma atitude que atribui um caráter último às suas Fundamentalismo é uma atitude que atribui um caráter último às suas próprias crenças. O mais importante não é o que o fundamentalista próprias crenças. O mais importante não é o que o fundamentalista diz, mas como ele diz.”diz, mas como ele diz.”

Cheio de incertezas religiosas, mas disposto a anunciá-las ao Cheio de incertezas religiosas, mas disposto a anunciá-las ao mundo secular, ingressa no estudo da teologia entre os 19 e 20 mundo secular, ingressa no estudo da teologia entre os 19 e 20 anos:anos:““O fundamentalista é alguém que já chegou tão bem descrito O fundamentalista é alguém que já chegou tão bem descrito por Nietzsche como o inimigo do futuro, porque isto é muito por Nietzsche como o inimigo do futuro, porque isto é muito funcional. Sob esta perspectiva a religião nos dá certezas. E funcional. Sob esta perspectiva a religião nos dá certezas. E para quem quer que tenha encontrado esta religião o caminho para quem quer que tenha encontrado esta religião o caminho natural a seguir é o de tornar-se um apóstolo da sua verdade. natural a seguir é o de tornar-se um apóstolo da sua verdade. Assim, fui para o seminário.”Assim, fui para o seminário.”

No seminário, teve contato com a teologia de Richard Shaull, No seminário, teve contato com a teologia de Richard Shaull, fazendo-o questionar suas próprias raízes confessionais e a fazendo-o questionar suas próprias raízes confessionais e a dirigir seu olhar, não mais para os céus, até então, a dirigir seu olhar, não mais para os céus, até então, a característica predominante daquele protestantismo, mas para a característica predominante daquele protestantismo, mas para a realidade concreta da vida das pessoas (Reblin): realidade concreta da vida das pessoas (Reblin):

““A salvação do mundo — este dogma básico do protestantismo A salvação do mundo — este dogma básico do protestantismo brasileiro — não estava em direta oposição à própria Bíblia? A brasileiro — não estava em direta oposição à própria Bíblia? A salvação não pode ocorrer em detrimento do mundo, pois o homem salvação não pode ocorrer em detrimento do mundo, pois o homem e o mundo se pertencem. É antes na luta pela redenção do mundo e o mundo se pertencem. É antes na luta pela redenção do mundo que o homem conquista a sua totalidade pessoal. Assim, salvadores que o homem conquista a sua totalidade pessoal. Assim, salvadores de almas se transformaram em reconstrutores da terra. Uma coisa de almas se transformaram em reconstrutores da terra. Uma coisa nos parecia evidente. A Igreja tinha de se libertar do feitiço da nos parecia evidente. A Igreja tinha de se libertar do feitiço da linguagem fundamentalista que a mantinha cativa. E assim que isto linguagem fundamentalista que a mantinha cativa. E assim que isto fosse realizado — esperávamos — a própria Igreja se tornaria na fosse realizado — esperávamos — a própria Igreja se tornaria na vanguarda na luta pela transformação do mundo.”vanguarda na luta pela transformação do mundo.”

Richard Shaull lança, sem saber, as sementes que viriam fazer Richard Shaull lança, sem saber, as sementes que viriam fazer nascer em Rubens Alves uma teologia totalmente voltada ao nascer em Rubens Alves uma teologia totalmente voltada ao espírito lúdico, erótico e poético da cultura latino-americana. espírito lúdico, erótico e poético da cultura latino-americana. (Reblin)(Reblin)

““Emergiu um tipo de ecumenismo totalmente diferente do Emergiu um tipo de ecumenismo totalmente diferente do ecumenismo institucionalizado, que ocorre nas altas esferas ecumenismo institucionalizado, que ocorre nas altas esferas hierárquicas, e que depende de acordos sobre doutrina e ordem hierárquicas, e que depende de acordos sobre doutrina e ordem eclesiástica. Descobrimos uma nova unidade nas fronteiras da eclesiástica. Descobrimos uma nova unidade nas fronteiras da preocupação pelo homem e pela renovação do mundo.”preocupação pelo homem e pela renovação do mundo.”

““Das frustrações eclesiásticas surgiu um humanismo secular. Das frustrações eclesiásticas surgiu um humanismo secular. A teologia foi trocada pela sociologia, a Igreja pelo mundo, A teologia foi trocada pela sociologia, a Igreja pelo mundo, Deus pelo homem. De suas esperanças, de suas frustrações, Deus pelo homem. De suas esperanças, de suas frustrações, de sua leitura da Bíblia e de sua leitura dos jornais surgiu algo de sua leitura da Bíblia e de sua leitura dos jornais surgiu algo novo, uma nova forma de falar sobre Deus, uma nova forma de novo, uma nova forma de falar sobre Deus, uma nova forma de pensar a comunidade da fé. A este novo modelo deu-se o pensar a comunidade da fé. A este novo modelo deu-se o nome de teologia da libertação.” nome de teologia da libertação.”

Forma-se em 1957 - trabalhar como pastor na Forma-se em 1957 - trabalhar como pastor na comunidade presbiteriana de Lavras-MG. Casa-se em comunidade presbiteriana de Lavras-MG. Casa-se em 1959, torna-se pai. Em 1963 faz mestrado em Nova York-1959, torna-se pai. Em 1963 faz mestrado em Nova York-EUA, retorna em 1964 - encontra instaurado o regime EUA, retorna em 1964 - encontra instaurado o regime militar. Acusado de subversivo, foge para os EUA e faz militar. Acusado de subversivo, foge para os EUA e faz doutorado em teologia. doutorado em teologia.

Sua tese, defendida em 1968, é uma meditação sobre a Sua tese, defendida em 1968, é uma meditação sobre a possibilidade de libertação, com o título “Para uma possibilidade de libertação, com o título “Para uma Teologia da Libertação”, publicada em 1969 com o título Teologia da Libertação”, publicada em 1969 com o título “Uma Teologia da Esperança Humana”.“Uma Teologia da Esperança Humana”.

““Muitos anos já se passaram. Nossas esperanças seculares Muitos anos já se passaram. Nossas esperanças seculares não se realizaram. Vivemos em meio aos escombros de nossas não se realizaram. Vivemos em meio aos escombros de nossas expectativa religiosas. Os gemidos pela liberdade permanecem expectativa religiosas. Os gemidos pela liberdade permanecem como gemidos. Uma forma de cativeiro é abolida para ser como gemidos. Uma forma de cativeiro é abolida para ser imediatamente substituída por outra. E agora, ao tentar fazer imediatamente substituída por outra. E agora, ao tentar fazer sentido de nossas biografias, nos damos conta de que sentido de nossas biografias, nos damos conta de que estivemos todo o tempo batendo em retirada. Nossas costas estivemos todo o tempo batendo em retirada. Nossas costas estão contra a parede. Não há mais para onde ir. O êxodo com estão contra a parede. Não há mais para onde ir. O êxodo com que sonhávamos foi abortado. Em seu lugar, descobrimo-nos que sonhávamos foi abortado. Em seu lugar, descobrimo-nos na situação de exílio e cativeiro.”na situação de exílio e cativeiro.”

Volta ao Brasil e exerce diversas atividades, a partir de 1973. Volta ao Brasil e exerce diversas atividades, a partir de 1973.

““Na medida em que o homem se externaliza, ele Na medida em que o homem se externaliza, ele constrói o mundo no qual se externalizar. No processo constrói o mundo no qual se externalizar. No processo de externalização ele projeta as suas próprias de externalização ele projeta as suas próprias significações sobre a realidade. Universos simbólicos, significações sobre a realidade. Universos simbólicos, que proclamam que toda a realidade é humanamente que proclamam que toda a realidade é humanamente significativa e que invocam o cosmo todo para significativa e que invocam o cosmo todo para testemunhar da validade da existência humana, testemunhar da validade da existência humana, constituem a extensão mais ampla desta projeção. Esta constituem a extensão mais ampla desta projeção. Esta é a origem, a função e a significação da teologia.” é a origem, a função e a significação da teologia.”

Aos 40 anos passa a escrever para pessoas comuns - Aos 40 anos passa a escrever para pessoas comuns - crônicas sobre encantos e dos desencantos da vida, crônicas sobre encantos e dos desencantos da vida, elaboradas sobre os princípios da saudade, das lembranças, elaboradas sobre os princípios da saudade, das lembranças, da beleza e dos símbolos religiosos - princípios da beleza e dos símbolos religiosos - princípios posteriormente constituintes da sua teologia – que foi posteriormente constituintes da sua teologia – que foi acontecendo à medida que ele se confrontava com as acontecendo à medida que ele se confrontava com as situações adversas de sua realidade social e, por causa situações adversas de sua realidade social e, por causa desta, motivado a encontrar novos referenciais de sentido. desta, motivado a encontrar novos referenciais de sentido.

Inspirado em vários referenciais, como Feuerbach, Marx, Freud, Inspirado em vários referenciais, como Feuerbach, Marx, Freud, Durkheim, Nietzsche e apoio entre outros, como Weber, Hesse, Durkheim, Nietzsche e apoio entre outros, como Weber, Hesse, Cecília Meireles e Fernando Pessoa imagina um novo horizonte Cecília Meireles e Fernando Pessoa imagina um novo horizonte teológico que põe em cheque a visão ortodoxa da teologia.teológico que põe em cheque a visão ortodoxa da teologia.

““Por que escolhei este horizonte e não outro? Não sei. Em última Por que escolhei este horizonte e não outro? Não sei. Em última análise c uma questão de amor e esperança. Mas isto é válido para análise c uma questão de amor e esperança. Mas isto é válido para todas as dimensões da vida. Mesmo na ciência, como Kuhn indicou, todas as dimensões da vida. Mesmo na ciência, como Kuhn indicou, não se pode ir para frente sem o risco da fé e uma visão de não se pode ir para frente sem o risco da fé e uma visão de esperança. Talvez façamos uma opção errada. Mas não há esperança. Talvez façamos uma opção errada. Mas não há alternativa. Não fazer uma opção e também lazer uma opção. alternativa. Não fazer uma opção e também lazer uma opção. Estamos condenados aos deuses e aos demónios. Estamos Estamos condenados aos deuses e aos demónios. Estamos condenados à religião. É bem possível que nos envergonhemos condenados à religião. É bem possível que nos envergonhemos disto e que vistamos nossos valores e nossos sonhos de amor com disto e que vistamos nossos valores e nossos sonhos de amor com as respeitáveis vestes da ciência. De uma coisa estou certo: não se as respeitáveis vestes da ciência. De uma coisa estou certo: não se pode viver por certezas, mas por visões, riscos e paixão. "Todos pode viver por certezas, mas por visões, riscos e paixão. "Todos aqueles que tiveram de criar", observa Nietzsche, "tiveram também aqueles que tiveram de criar", observa Nietzsche, "tiveram também os seus sonhos proféticos e sinais astrais — e fé na fé".”os seus sonhos proféticos e sinais astrais — e fé na fé".”