diversidade de vertebrados do parque oriental do porto · diversidade de vertebrados do parque...

Ana Maria Ferreira Pereira

Diversidade de Vertebrados do

Parque Oriental do Porto

Porto 2011

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Faculdade de Ciecircncias da Universidade do Porto

Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental

do Porto

Tese submetida agrave Faculdade de Ciecircncias da Universidade do Porto como requisito parcial

para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ecologia Ambiente e Territoacuterio

Orientador Prof Doutor Paulo Joseacute Talhadas dos Santos

Porto 2011


Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental do Porto

Agradecimentos Qualquer trabalho independentemente da sua expressatildeo dimensatildeo ou meacuterito resulta

mais natildeo de uma exerciacutecio solitaacuterio de quem o assina mas da conjugaccedilatildeo feliz de um conjunto de vontades em que a parte importante se deve fundamentalmente agrave competecircncia saber e disponibilidade de muitos mestres colegas e amigos

A todos sem excepccedilatildeo quero agradecer natildeo nomeando ningueacutem Todos saberatildeo reconhecer-se nele

A alguns poreacutem por imperativo de consciecircncia natildeo poderei deixar de expressar o meu

profundo agradecimento e reconhecimento Ao Prof Doutor Paulo Joseacute Talhadas dos Santos pela dedicaccedilatildeo e disponibilidade com

que sempre acompanhou o trabalho e muitas das saiacutedas de campo pelas sugestotildees material fornecido e correcccedilotildees que de forma cordial e amiga me foi apresentando

Ao CIBIO na pessoa da Filipa Guilherme pela disponibilidade de material para

trabalho de campo aos colegas Jael Palhas e Vasco Flores Cruz cuja informaccedilatildeo na identificaccedilatildeo de espeacutecies e trabalho de campo tatildeo prontamente disponibilizada numa atitude de desinteressada colaboraccedilatildeo este trabalho teria sido mais difiacutecil Ao meu irmatildeo Tiago pela ajuda e paciecircncia no tratamento de fotografia e todo o grafismo que permitiu a esta dissertaccedilatildeo a frescura e o entusiasmo da imagem Aos meus pais pelo incasaacutevel acompanhamento e disponibilidade que permitiu a feliz concretizaccedilatildeo deste trabalho

A todos a minha gratidatildeo

Bem hajam



Resumo

A intensa urbanizaccedilatildeo e o crescimento dos periacutemetros urbanos podem ser incompatiacuteveis com a manutenccedilatildeo da biodiversidade e dos proacuteprios ecossistemas A compatibilizaccedilatildeo destas duas realidades surge como um dos maiores desafios do seacutecXXI

Os parques urbanos e outros espaccedilos verdes de proximidade surgem como uma das

soluccedilotildees mais poderosas para resolver esta problemaacutetica contribuindo simultaneamente para a melhoria da qualidade de vida das populaccedilotildees dos centros urbanos Estas beneficiam natildeo soacute do contacto directo com a Natureza que se reflecte a niacutevel fiacutesico e psicoloacutegico mas tambeacutem de outros serviccedilos de ecossistemas prestados pelo proacuteprio parque Estes locais pelas suas particularidades e presenccedila entre a malha urbana apresentam uma relevante importacircncia para as comunidades de fauna ao proporcionar-lhes um local de abrigo reproduccedilatildeo e alimentaccedilatildeo

O potencial para a educaccedilatildeo ambiental eacute outra vantagem que deriva da biodiversidade

que se encerra nos parques verdes urbanos O sucesso de programas de conservaccedilatildeo reside no estudo preacutevio de inventariaccedilatildeo que

fornece a base de dados detalhada da biodiversidade existente e que possibilita todo um conjunto de acccedilotildees subsequentes

De forma a exemplificar a importacircncia e a utilidadeaplicabilidade da ferramenta da

inventariaccedilatildeo este trabalho fez um levantamento da fauna de vertebrados existente no Parque Oriental do Porto Os grupos estudados foram os das Aves Mamiacuteferos (excepto quiroacutepteros) Reacutepteis e Anfiacutebios

O Parque Oriental do Porto eacute um parque recente (inaugurado em 2010) situado no

Vale de Campanhatilde possuidor de uma grande aacuterea de terreno (cerca de 80 ha) da qual apenas uma pequena parte (10 ha) sofreu obras de requalificaccedilatildeo

Com os resultados obtidos foi possiacutevel analisar a importacircncia deste Parque em contexto urbano assim como propor medidas de gestatildeo e conservaccedilatildeo principalmente para as espeacutecies de fauna detectadas Foram tambeacutem propostas medidas que visam a atracccedilatildeo e (re)povoamento com novas espeacutecies nativas de forma a enriquecer o patrimoacutenio bioloacutegico do Parque O enquadramento paisagiacutestico natildeo foi ignorado e como tal todas as propostas foram elaboradas tendo em linha de conta a sua necessidade e utilidade para as espeacutecies Com as medidas propostas a paisagem e a arquitectura do Parque natildeo seratildeo modificadas mesmo com a plantaccedilatildeo de novas espeacutecies de flora que aleacutem de uacuteteis para as espeacutecies agraves quais se destinam servem tambeacutem para o embelezamento do Parque O potencial educacional e pedagoacutegico natildeo foi descurado e como tal satildeo propostas medidas que visam o acolhimento de actividades de educaccedilatildeo ambiental e que asseguram a inserccedilatildeo da comunidade envolvente Toda a informaccedilatildeo recolhida e analisada seraacute disponibilizada para bases de dados que valorizam e pesquisam dados sobre a biodiversidade



ABSTRACT

The intense urbanization and the growth of urban perimeters may be incompatible with the maintenance of biodiversity and ecosystems themselves The compatibility of these two realities emerged as one of the biggest challenges of the XXI century

Urban parks and other green spaces proximity emerge as one of the most powerful solutions to solve this problem while contributing to improving the quality of life of people in urban centers These benefits not only from direct contact with nature that reflects the physical and psychological level but also other ecosystem services provided by the park These sites due to their particularities and presence in the urban area have a significant importance to the communities of wildlife by providing them a place of shelter breeding and feeding

The potential for environmental education is another advantage that stems from the ending biodiversity in urban green parks The success of conservation programs lies in the previous study of inventory that provides a comprehensive database of existing biodiversity and provides a range of subsequent actions

In order to illustrate the importance and usefulness applicability of the tool inventory this paper conducted a survey of vertebrate fauna in Parque Oriental do Porto The groups studied were Birds Mammals (excluding bats) reptiles and amphibians The Parque Oriental do Porto is a new park (opened 2010) located in the valey of Campanhatilde possessor of a large area of land (about 80 ha) of which only a small part (10 ha) has suffered upgrading works

With the results we discuss the importance of this park in an urban context and to propose measures primarily for management and conservation of fauna species detected Were also proposed measures aimed at attracting and re (settlement) of new species native in order to enrich the biological heritage of the Park The landscape was not ignored and as such all proposals were drawn up taking into account their need and usefulness for the species With the proposed measures the landscape and architecture of the park will not be changed even with the planting of new species of flora as well as useful for the species to which they are intended they also serve to beautify the park The potential educational and teaching was not neglected and as such are proposed measures to the reception of environmental education activities and to ensuring the inclusion of the surrounding community All information collected and analyzed will be available for databases and research data that value on biodiversity



Iacutendice

Capiacutetulo I 9

Introduccedilatildeo 9

11 Enquadramento 1

111 Parques Urbanos e a sua evoluccedilatildeo 1

112 Fenoacutemeno da Urbanizaccedilatildeo 4

12 A Ecologia Urbana e importacircncia dos parques verdes para a

sociedade e para a proacutepria natureza 7

121 Importacircncia dos parques para a sauacutede puacuteblica e qualidade

de vida 9

111 10

122 Potencial educacional dos parques 10

13 Parques Urbanos da Aacuterea Metropolitana do Porto 13

11 15

14 Importacircncia da Inventariaccedilatildeo como ferramenta de

conservaccedilatildeo 15

15 Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica do Parque Oriental anterior ao

presente trabalho 17

16 Objectivos 17

Capiacutetulo II 19

Metodologia 19

21 Origem dos Dados e Fontes de Informaccedilatildeo 20

22 Trabalho de campo e metodologias de amostragem 20

221 Metodologias para o estudo da Avifauna 21

222 Metodologias para o estudo da Herpetofauna 22

223 Metodologias para o estudo dos Mamiacuteferos ( excepto

Quiroacutepteros) 23



2231 Armadilhagem fotograacutefica 23

2232 24

2233 Tratamento matemaacutetico da informaccedilatildeo 26

Capiacutetulo III 27

Resultados e Anaacutelise 27

31 Enquadramento da aacuterea de estudo 28

111 28

311 Ocupaccedilatildeo do solo e Humanizaccedilatildeo 29

3111 Caracterizaccedilatildeo fiacutesica 29

3112 Caracterizaccedilatildeo socioeconoacutemica e patrimoacutenio 30

312 Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica apoacutes trabalho de campo 30

32 Dados de prospecccedilatildeo de campo 34

33 Padrotildees de abundacircncias relativas globais 37

34 Padrotildees de abundacircncias relativas especiacuteficas 37

341 Inventaacuterio de aves e abundacircncias relativas 37

342 Herpetofauna 39

342 Mamiacuteferos (excepto Quiroacutepteros) 41

342 41

35 Tipos de Ocorrecircncia 41

36 Estatutos de Conservaccedilatildeo 42

37 Instrumentos Legais de protecccedilatildeo 43

38 Anaacutelise dos resultados 44

381 Consideraccedilotildees sobre a divisatildeo espacial e consequente

relaccedilatildeo com o nuacutemero e tipo de espeacutecies 44

382 A abundacircncia de gato domeacutestico (Felis silvestris catus) e

consequentes implicaccedilotildees na fauna selvagem do Parque Oriental 48

383 Comparaccedilatildeo entre as trecircs zonas integrantes do Parque

Oriental 50



Capiacutetulo IV 52

Propostas de Conservaccedilatildeo 52

e Conclusotildees finais 52

4 Propostas de Conservaccedilatildeo 53

41 Conservaccedilatildeo e maximizaccedilatildeo da biodiversidade 54

411 Maximizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo da fauna 56

42 Educaccedilatildeo ambiental 61

43 Integraccedilatildeo da comunidade 63

44 Divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo 64

45 Principais Conclusotildees 66

46 Consideraccedilotildees para o futuro 68

Referecircncias 69

Anexo A 74

Anexo B 84

Anexo C 86

Anexo D 88



Capiacutetulo I

Introduccedilatildeo



1

11 Enquadramento

111 Parques Urbanos e a sua evoluccedilatildeo

Os jardins e parques verdes espalhados um pouco por todo o mundo assumem-se

como uma expressatildeo de proximidade entre o Homem e a natureza e satildeo um local

adequado agrave meditaccedilatildeo e ao repouso Os espaccedilos verdes podem ainda afirmar-se como um

marco cultural de um paiacutes eacutepoca ou estilo Os primeiros jardins europeus foram os

criados pela civilizaccedilatildeo grega onde a praacutetica de horticultura ornamental foi datada do ano

de 7000 AC (Turner 2009) Seacuteculos depois comeccedilaram a ser construiacutedos os a que hoje

chamamos jardins histoacutericos Eles guardam essencialmente patrimoacutenio botacircnico e satildeo

testemunhos de eacutepocas passadas autecircnticos monumentos vivos A tiacutetulo de exemplo

temos o Parque da Pena (seacutec XIV) e do Monserrate (seacutec XVIII) em Sintra sendo este

uacuteltimo um dos mais notaacuteveis exemplos de jardins romacircnticos em Portugal (Parques de

Sintra 2011)

Natildeo obstante a intenccedilatildeo destes jardins fosse por um lado o embelezamento de

palaacutecios parques e casas senhoriais havia os que reuniam um espoacutelio tatildeo grande de

Estas colecccedilotildees que preenchem os vaacuterios espaccedilos transportam-nos para diferentes

latitudes e regiotildees do mundo Nascem assim os jardins botacircnicos que se assumem pela

sua importacircncia cientiacutefica mas tambeacutem satildeo referecircncias pela mancha verde que muitas

das vezes emerge nos centros das cidades O Jardim botacircnico da Ajuda (seacutec XVIII) foi o

primeiro jardim botacircnico portuguecircs e deveraacute ser considerado como a primeira e a mais

importante instituiccedilatildeo dedicada agrave cultura da histoacuteria natural do Paiacutes (Jardim Botacircnico da

Ajuda 2011) Existem muitos outros igualmente importantes e que reuacutenem em si histoacuteria

e patrimoacutenio natural como o Jardim botacircnico de Coimbra com 13 ha (seacutec XVIII) (Jardim

Botacircnico de Coimbra 2009) e o jardim botacircnico do Porto com 4 haacute ( seacutec XIX) (Jardim

Botacircnico do Porto 2011)



2

A intensa ocupaccedilatildeo das cidades remonta aos iniacutecios do seacutec XIX claramente

relacionada com a revoluccedilatildeo industrial onde novos materiais eram transportados para as

cidades favorecendo o aumento e a dispersatildeo das infra-estruturas Todas estas inovaccedilotildees

requeriam o seu espaccedilo e este foi sendo resgatado ao meio ambiente ao longo dos anos

estando esta necessidade espacial patente ainda nos dias de hoje (Pregill et al 1999)O

periacutemetro das cidades foi aumentado assim como a proacutepria vida quotidiana das

populaccedilotildees citadinas foi ganhando uma maior complexidade Um horaacuterio de trabalho

mais exigente poluiccedilatildeo atmosfeacuterica e o crescimento urbano levou a populaccedilatildeo do seacuteculo

XIX em Inglaterra a pensar que os parques poderiam ser uma ajuda agrave soluccedilatildeo dos

Associadas a estas necessidades estava ainda uma projecccedilatildeo bucoacutelica e romacircntica aos

parques frondosos de outras eacutepocas Um exemplo deste tipo de empreendimento foi o

Central Park de Nova Iorque que sete anos apoacutes a inauguraccedilatildeo em 1859 contava jaacute com

trecircs milhotildees de visitantes (Pregill et al 1999) A existecircncia deste tipo de

empreendimentos nos coraccedilotildees das cidades foi ganhando relevo e importacircncia nas

escolhas e qualidade de vida das populaccedilotildees das grandes metroacutepoles

Esta necessidade de parques verdes no seio das cidades natildeo eacute no entanto uma ideia de

todo actual uma vez que se recuarmos aos anos entre 1830 e 1840 encontraremos relatos

park movement

centros fortemente industrializados na Escoacutecia (Conway et al 2000) Este poderaacute ter

sido o primeiro contributo para a alteraccedilatildeo das paisagens urbanas e tambeacutem o rastilho

para muitos projectos pioneiros aliados agrave inovaccedilatildeo nas mais diversas aacutereas

No iniacutecio do seacuteculo XX o desenvolvimento e inovaccedilatildeo na arte ciecircncias tecnologia e

planeamento associado a novas e diferentes poliacuteticas imergentes levaram a uma visatildeo

diferente da paisagem Europeia Esta modernidade e concepccedilotildees radicais da natureza e de

parques urbanos podem ainda ser vistos actualmente preservando ainda toda a sua

excentricidade como o eacute caso do Parq Guell desenhado por Antoacutenio Gaudi em 1990 em

Barcelona (Pregill et al 1999) Igualmente por todo o mundo na actualidade

permanecem as construccedilotildees de parques urbanos dignos de visita quer pelo corredor verde

que se rasga pelo meio do asfalto das cidades quer pela arquitectura singular Jardin de



3

Luxembourg em Paris Bryant Park em Nova Iorque Tiergarten em Berlim Stanley Park

em Vancover entre muitos outros (Tate 2004) Estes parques surgem como o exemplo

da perfeita simbiose entre a vertente luacutedica esteacutetica e ambiental presente dentro dos

nuacutecleos urbanos

Eacute de facto nas cidades que a qualidade de vida das populaccedilotildees seraacute determinada Estas

evoluiacuteram para locais de concentraccedilatildeo de edifiacutecios produccedilatildeo consumismo e transportes

Ao longo do seacuteculo XX a relaccedilatildeo entre o ambiente e a forma urbana tem sido alvo de

controveacutersias e tem gerado tensotildees no seio do design urbano As cidades do seacuteculo XXI

ma reestruturaccedilatildeo ecoloacutegica do ambiente construiacutedo

definindo prioridades e objectivos mais concretos para uma melhor compatibilizaccedilatildeo

entre crescimento urbano e natureza (Hall and Pfeiffer 2000)

Os parques urbanos encerram em si variadas importacircncias que natildeo devem ser

descuradas no crescimento e planeamento das cidades Haacute que promover os impactes

positivos das infra-estruturas verdes para criar uma consciecircncia global da sua importacircncia

e as autoridades locais teratildeo que desempenhar um papel fundamental nesta temaacutetica

(Robichaud 2010) Sendo a cidade ela proacutepria um ecossistema a manutenccedilatildeo e

melhoramento da sua sauacutede proporcionam benefiacutecios sociais econoacutemicos e ecoloacutegicos

para as mesmas aacutereas urbanas e por conseguinte para o bem estar dos residentes

(Declaraccedilatildeo de Curitiba 2007) Desde a importacircncia para a sauacutede puacuteblica agrave proacutepria

manutenccedilatildeo dos serviccedilos de ecossistemas para muitos dos habitantes dos centros

fortemente industrializados a biodiversidade existente nos parques jardins e corredores eacute

a uacutenica que eles iratildeo experimentar em toda sua vida e como tal desempenham um papel

fundamental na percepccedilatildeo e compreensatildeo do meio ambiente (Muller 2007) Experiecircncias

e projectos de conservaccedilatildeo dos ecossistemas e da biodiversidade e a sua protecccedilatildeo podem

contribuir para o reforccedilo das poliacuteticas nacionais estrateacutegias regionais e agendas globais

que respondam agraves necessidades urbanas (Declaraccedilatildeo de Curitiba 2007) Se o seacuteculo XX

foi o seacuteculo das tecnologias de poupanccedila de trabalho o seacuteculo XXI deveraacute concentrar-se

numa nova dimensatildeo de eco-modernizaccedilatildeo sendo o seacuteculo das inovaccedilotildees de poupanccedila

ecoloacutegica (Hall and Pfeiffer 2000)



4

112 Fenoacutemeno da Urbanizaccedilatildeo

Em termos histoacutericos e cronoloacutegicos as paisagens foram-se modificando agrave medida que

o Homem se dispersava e instalava nos novos continentes que colonizava e modificava

para satisfazer as suas necessidades O iniacutecio da sua sedentarizaccedilatildeo deveu-se exactamente

agrave alteraccedilatildeo da paisagem natural e agrave sua conversatildeo em terrenos agriacutecolas dos quais lhe

permitiram tirar o seu sustento e que milhares de anos passados evoluiacuteram para espaccedilos

urbanos e suburbanos (Pickett et al 2001) Esta conversatildeo do territoacuterio em periacutemetros

urbanos tem aumentado ao longo do uacuteltimo seacuteculo e tem crescido a um ritmo cada vez

mais acelerado Em 1800 apenas 3 da populaccedilatildeo mundial residia em cidades e em 2008

mais de 50 da populaccedilatildeo mundial jaacute vivia em meios urbanos com mais de 500 mil

habitantes (National Geographic 2011) Este crescimento soacute tenderaacute a aumentar e

espera-se que em 2050 cerca de 7 biliotildees de pessoas habitem em zonas urbanas sendo

que o maior aumento se verifique em paiacuteses menos desenvolvidos (United Nations

2008) No caso particular de Portugal dados dos uacuteltimos censos de 2001 com alteraccedilatildeo

feita em 2008 mostram que 3608 dos portugueses vivem em cidades com populaccedilatildeo

acima dos 10 000 habitantes Segundo estes dados ao Norte corresponde cerca de um

terccedilo do parque habitacional do Continente portuguecircs (Conceiccedilatildeo 2003)

As cidades representam cerca de 3 da utilizaccedilatildeo do solo a niacutevel mundial mas os

seus efeitos em termos de clima uso de recursos poluiccedilatildeo e biodiversidade vatildeo muito

mais aleacutem da jurisdiccedilatildeo das fronteiras municipais (Faeth et al 2011 Grimm 2008)

As cidades apresentam-se como o ecossistema mais alterado de todos graccedilas agraves

exigecircncias dos seus habitantes e agraves constantes inovaccedilotildees tecnoloacutegicas Durante a vida de

uma cidade mobilizam-se nutrientes em detrimento de outros extinguem-se espeacutecies e

alteram-se os padrotildees de distribuiccedilatildeo das comunidades de espeacutecies muda-se a

composiccedilatildeo da atmosfera e da proacutepria paisagem (Collins et al 2000 Pickett et al

2001)

O meio urbano apresenta-se como um ambiente altamente fragmentado composto por

mosaicos de manchas de vaacuterios tamanhos e com diferentes usos de solo cuja escala pode



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ir desde as

pelos seus proprietaacuterios (Faeth et al 2011) Numa perspectiva ecoloacutegica a urbanizaccedilatildeo

contribui ainda para a alteraccedilatildeo dos fragmentos naturais em termos de forma tamanho

composiccedilatildeo e ainda interconectividade Estas mudanccedilas sem precedentes feitas atraveacutes

de mudanccedilas fiacutesicas e fisioloacutegicas na paisagem alteram ainda as funccedilotildees dos ecossistemas

(Alberti 2005) Estes fragmentos estatildeo por vezes de tal forma isolados entre si que

dificilmente se proporcionam trocas de indiviacuteduos Assim sendo este fenoacutemeno iraacute

contribuir para alteraccedilatildeo da quantidade qualidade dos habitats fluxos geneacuteticos estando

ainda associada agrave alteraccedilatildeo dos padrotildees de riqueza das espeacutecies

Os animais em contexto urbano tendem a alterar os seus comportamentos e com o

aumento da pressatildeo humana estes respondem de forma semelhante agrave predaccedilatildeo mesmo

que no caso do Homem esse risco natildeo se concretize As espeacutecies passam a evitar aacutereas

mais perturbadas provocando-lhes alteraccedilotildees a niacutevel do sucesso reprodutivo e afasta-as

das aacutereas preferenciais de alimentaccedilatildeo (Gill et al 2001b Beale and Monagham 2004)

O Homem sempre teve um controlo directo na vegetaccedilatildeo urbana e consequentemente estaacute

a alterar a qualidade e diversidade do habitat uma vez que este eacute definido em termos da

sua vegetaccedilatildeo e relaccedilotildees entre comunidades de espeacutecies de fauna e flora A introduccedilatildeo de

animais domeacutesticos espeacutecies exoacuteticas e a eliminaccedilatildeo de pestes contribuem para um

desequiliacutebrio neste tipo de habitat jaacute de si fragilizado

Alguns processos ecoloacutegicos e tipos de interacccedilotildees podem levar a mudanccedilas

evolutivas (mudanccedilas geneacuteticas) em comunidades isoladas e levar a adaptaccedilotildees de

algumas espeacutecies a ambientes urbanos (Faeth et al 2011 Grimm et al 2008 Palumbi

2001) Um contributo para estas mudanccedilas que tambeacutem natildeo deve ser desprezado eacute

presenccedila de poluentes como antibioacuteticos e herbicidas nas aacuteguas e na vegetaccedilatildeo

Em termos de intensidade e extensatildeo a urbanizaccedilatildeo eacute uma das principais causas de

homogeneizaccedilatildeo do territoacuterio uma vez que a necessidade espacial das cidades eacute cada vez

mais intensa Neste processo haacute uma substituiccedilatildeo das espeacutecies endeacutemicas e dos biota

locais por espeacutecies natildeo indiacutegenas que satildeo introduzidas pelo Homem levando a uma perda

de identidade bioloacutegica (Mckinney and Lockwood 1999 McKinney 2006) A perda de

habitat estaacute directamente relacionada com a fragmentaccedilatildeo onde grandes parcelas de



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terreno satildeo arrasadas impermeabilizadas e muitas vezes de tal forma intervencionadas

que dificilmente poderatildeo ser recuperadas ou restauradas levando a perdas irrecuperaacuteveis

quer do patrimoacutenio bioloacutegico quer de biodiversidade (Nicholls et al 2008)

A uma escala mais particular pode ainda concluir-se que a urbanizaccedilatildeo contribui com

importantes mudanccedilas e efeitos nas paisagens a niacutevel regional Os ecossistemas urbanos

diferem substancialmente dos ecossistemas naturais em vaacuterios aspectos sendo o mais

necessaacuterios para o seu funcionamento (grandes quantidades de

energia materiais e ainda uma necessidade de consumo e exploraccedilatildeo de recursos

renovaacuteveis e natildeo renovaacuteveis) (Collins et al 2000 Alberti 2005)

Satildeo estas exigecircncias que justificam a jaacute et al

2000) que eacute nada mais do que a aacuterea de terra produtiva que a cidade necessita para

subsistir Esta pegada chega a ser centenas de vezes maior que a cidade uma vez que

para obter o que necessita natildeo existem barreiras geoloacutegicas nem geograacuteficas como

aquelas que definem e condicionam os ecossistemas naturais (Faeth et al 2011) Aleacutem

destas caracteriacutesticas os ecossistemas urbanos diferem ainda em termos de microclimas

hidrologia e solos que maioritariamente se encontram com grandes concentraccedilotildees de

metais pesados e mateacuteria orgacircnica (Collins et al 2000) Os centros urbanos

principalmente os que estatildeo em desenvolvimento satildeo a fonte primaacuteria de produccedilatildeo de

gases de estufa e por conseguinte estaacute impliacutecita a mudanccedila e contributo para as alteraccedilotildees

climaacuteticas (Faeth et al 2011) As mudanccedilas climaacuteticas em meios urbanos sentem-se

actualmente atraveacutes do fenoacutemeno de - Este nas cidades eacute algo que natildeo deve

ser menosprezado pois tem efeitos bastante adversos quer para as comunidades de

espeacutecies vegetais e animais como para as proacuteprias populaccedilotildees O que define este processo

satildeo as temperaturas do ar e do solo mais altas nas cidades que nas suas vizinhanccedilas mais

rurais especialmente agrave noite Isto deve-se agraves alteraccedilatildeo do balanccedilo energeacutetico potenciado

pelas emissotildees de gases pelos transportes e faacutebricas aumento de superfiacutecies

impermeabilizadas e reduccedilatildeo das aacutereas de coberto vegetal e aacutegua que permitiriam a

libertaccedilatildeo do calor por evaporaccedilatildeo (Alberti 2005 Grimm et al 2008)



7

12 A Ecologia Urbana e importacircncia dos parques

verdes para a sociedade e para a proacutepria

natureza

A ecologia urbana integra a teoria e os meacutetodos de ambas as ciecircncias naturais e

sociais (Grimm et al 2008) Baseia-se no estudo dos organismos vivos dos

ecossistemas e da sua relaccedilatildeo com o Homem nomeadamente no que respeita aos

processos de urbanizaccedilatildeo e os seus impactos para o ambiente (Sukopp 2002 Marzluff et

al 2008) As bases dos estudos da ecologia urbana assentam na compreensatildeo do

ambiente fiacutesico dos solos da fauna e da flora (Pickett et al 2001) Cada componente

possui as suas proacuteprias caracteriacutesticas Estas em meio urbano estatildeo dependentes da

utilizaccedilatildeo dada pelo Homem que a pode alterar significativamente desde a poluiccedilatildeo dos

solos com pesticidas e outros quiacutemicos como a niacutevel da vegetaccedilatildeo e fauna quando decide

alterar os padrotildees de distribuiccedilatildeo das espeacutecies ao construir grandes edifiacutecios ou cidades

ou mesmo com introduccedilatildeo de espeacutecies exoacuteticas A terra onde vivemos eacute finita e a pegada

humana eacute cada vez mais profunda no entanto estaacute nas matildeos desta mesma humanidade

conseguir arranjar soluccedilotildees para reduzir ou amenizar os seus impactos no meio ambiente

Assim sendo eacute cada vez mais urgente compatibilizar as nossas necessidades com o meio

natural (Pickett et al 2001 Johns 2010) Aliada agrave jaacute referida componente esteacutetica os

parques urbanos desempenham inuacutemeros papeacuteis importantes na conservaccedilatildeo do meio

natural e proporcionam inuacutemeros benefiacutecios ao ser humano Dada a aceleraccedilatildeo jaacute

comprovada da urbanizaccedilatildeo e da conversatildeo de terrenos a necessidade de preservar e

conservar os espaccedilos (semi)-naturais que ainda resistem eacute essencial Esta necessidade

natildeo se encerra apenas em questotildees paisagiacutesticas ou de habitats mas tambeacutem eacute essencial

para a biodiversidade ao fornecer refuacutegio e habitat para muitas espeacutecies (Miller and

Hobbs 2002 Goddar et al 2010 Kawarik 2011) A maior parte das cidades natildeo possui

espaccedilo suficiente para ter vaacuterios parques de grandes dimensotildees que alberguem todas as

populaccedilotildees viaacuteveis das vaacuterias espeacutecies e assim sendo necessaacuterio que se estabeleccedilam

e que garantam um



8

continum verde ao longo da cidade (Cabral e Telles 1999 Donald et al 2009) Estes

espaccedilos verdes podem apresentar diferentes formas e em contexto urbano podem

simplesmente ser paacutetios ou jardins privados parques urbanos de maiores dimensotildees

margens dos rios ou corredores centrais de aacutervores nas cidades Toda esta fragmentaccedilatildeo

feita pelo Homem acaba por contribuir para uma riqueza de espeacutecies em meio urbano

dada a quantidade de nichos diferentes que satildeo criados como aacutereas residenciais jardins

puacuteblicos separadores nas vias de acesso aacutereas industrializadas entre outros Haacute no

entanto a necessidade de referir que este aumento da diversidade se verifica

maioritariamente em espeacutecies que ou tem elevado poder de mobilidade como aves ou

entatildeo satildeo espeacutecies introduzidas como alguns espeacutecimes de flora exoacuteticas introduzidas

com fins ornamentais (Muller 2007) Espeacutecies ecologicamente associadas ao Homem

prevalecem neste tipo de habitats sobre outras mais especializadas por exemplo nas

comunidades de aves haacute uma prevalecircncia de espeacutecies graniacutevoras e uma diminuiccedilatildeo das

espeacutecies insectiacutevoras (Faeth et al 2011 Grimm et al 2008 Chace and Walsh 2006

Alberti 2005 Palumbi 2001) No entanto no balanccedilo entre espeacutecies que saem

vencedoras e vencidas as que saem prejudicadas satildeo muito mais numerosas e

normalmente perdem-se espeacutecies mais sensiacuteveis (Mckinney and Lockwood 1999

Donald et al 2009 Gaacutercia et al 2009 Pudyatmoko 2009) Desta forma todos estes

espaccedilos satildeo importantes para a conservaccedilatildeo e apresentam um papel relevante na

conservaccedilatildeo de espeacutecies e da biodiversidade em contexto urbano ao contraacuterio do que se

possa imaginar quando falamos em biologia da conservaccedilatildeo onde rapidamente se pensa

em grandes florestas selvas savanas e outros lugares tatildeo longiacutenquos para a maioria dos

habitantes urbanos



9

121 Importacircncia dos parques para a sauacutede

puacuteblica e qualidade de vida

Aleacutem da componente ecoloacutegica da conservaccedilatildeo dos espaccedilos verdes em zonas urbanas

advecircm da presenccedila destes ainda grandes benefiacutecios agraves proacuteprias populaccedilotildees

nomeadamente no que concerne aos serviccedilos de ecossistemas Estes serviccedilos tornam-se

particularmente importantes em aacutereas densamente populosas -

island e a extensa aacuterea impermeaacutevel satildeo aspectos tipicamente negativos de aacutereas urbanas

A absorccedilatildeo de poluentes e a protecccedilatildeo contra cheias satildeo alguns dos benefiacutecios de um

espaccedilo verde bem planeado podendo trazer ainda fortes benefiacutecios aos sistemas

hidroloacutegicos pela filtraccedilatildeo de poluentes A vegetaccedilatildeo da copa das aacutervores pode ainda

constituir uma estrateacutegia de reduccedilatildeo da poluiccedilatildeo das cidades sequestrando o carbono

emitido pelas induacutestrias e pelos veiacuteculos em circulaccedilatildeo Ao mesmo tempo esta ajuda a

melhorar a qualidade do ar e consequentemente a melhorar a qualidade de vida dos

habitantes das aacutereas urbanas (Donald et al 2009)A presenccedila de espaccedilos verdes mostrou

ainda ser um contributo importante para a melhoria da percepccedilatildeo de sauacutede das

populaccedilotildees onde a simples presenccedila de aacutervores no alcance de visatildeo de moradores de um

preacutedio de 16 andares surgiu como sendo o suficiente para que estes consigam a niacutevel

psicoloacutegico lidar com problemas e desafios das suas vidas quotidianas como a sauacutede e

idade (Kuo 2001) Investigaccedilatildeo em psicologia e medicina ambiental mostraram que a

exposiccedilatildeo de crianccedilas a espaccedilos e ambientes naturais sejam eles jardins ou outras aacutereas

florestais contribui para uma melhoria no seu desenvolvimento e pode ainda mitigar os

efeitos da hiperactividade e outras desordens em jovens e adolescentes (Kuo and Taylor

2004)

Esta melhoria da qualidade de vida verifica-se natildeo soacute a niacutevel de aspectos fisioloacutegicos

mas tambeacutem a niacutevel emocional e recreativo A noccedilatildeo de bem-estar das populaccedilotildees

nomeadamente a niacutevel do poder de reflexatildeo e restauro da atenccedilatildeo aumenta com a

presenccedila de espaccedilos verdes e em proporccedilatildeo com o aumento da biodiversidade A

presenccedila destes espaccedilos em proximidade com as populaccedilotildees mostrou ter efeitos positivos



10

na recuperaccedilatildeo de situaccedilotildees stressantes (Kaplan and Kaplan 1989 Mitchell and Popham

2008 Fuller et al 2009) Aleacutem da perspectiva de sauacutede puacuteblica a vegetaccedilatildeo arboacuterea

serve ainda de albergue para muitas espeacutecies de insectos paacutessaros e ainda outras plantas

que posteriormente as iratildeo colonizar aumentando por conseguinte a abundacircncia de

organismos que habitam nessas aacutereas (Donald et al 2009) Desta forma estes espaccedilos

deveratildeo deixar de ser encarados como algo sumptuoso mas sim como locais necessaacuterios

para um desenvolvimento saudaacutevel e sustentaacutevel das comunidades Estes proporcionam

uma coabitaccedilatildeo feliz entre ser humanos e as mais diversas espeacutecies animais e vegetais

Assim sendo deveratildeo ocupar uma posiccedilatildeo de destaque em planos de ordenamento e

gestatildeo do territoacuterio de forma a proporcionar agraves populaccedilotildees um ambiente mais equilibrado

(Maas et al 2009) No entanto a preocupaccedilatildeo com a criaccedilatildeo destes espaccedilos natildeo pode

ser estanque e natildeo se pode cingir apenas agrave sua construccedilatildeo eacute necessaacuterio encontrarem-se

medidas de gestatildeo e preservaccedilatildeo para que se salvaguardem os seus valores no futuro

122 Potencial educacional dos parques

Preservar a maioria da biodiversidade da Terra eacute o grande objectivo dos

conservacionistas mas para tal mudanccedilas significativas tecircm que ocorrer dentro da

relaccedilatildeo entre humanos e a natureza Para que esta mude eacute necessaacuterio que a sociedade

entenda o valor da conservaccedilatildeo e que os valores a ela associados sejam claros e

persuasivos mesmo para os que estatildeo fora das disciplinas cientiacuteficas Para que a

conservaccedilatildeo se torne uma realidade e a sua importacircncia inequiacutevoca teraacute que se transpor agrave

vida quotidiana dos cidadatildeos e tomar parte das suas formas e escolhas de vida

(Angermeier 2000) Desta forma associado a todas as vertentes jaacute referidas haacute ainda

uma outra consideraccedilatildeo importante associada aos parques urbanos a vertente

educacional No entanto esta potencialidade apenas seraacute possiacutevel com o envolvimento

quer da comunidade cientiacutefica conservacionista quer da proacutepria populaccedilatildeo para a



11

protecccedilatildeo destes espaccedilos tornando as cidades mais habitaacuteveis com melhor qualidade de

vida Seratildeo estas parcerias que permitiratildeo equipar as geraccedilotildees futuras com ferramentas

que as permitam continuar a atingir os objectivos de conservaccedilatildeo destes espaccedilos verdes

de proximidade e dos mesmos a niacutevel global (Miller et al 2002) Assim sendo natildeo se

deveraacute descurar as vaacuterias vertentes e potenciais dos parques urbanos numa perspectiva de

sustentabilidade quer do proacuteprio espaccedilo quer da proacutepria populaccedilatildeo

A conservaccedilatildeo de zonas verdes em zonas urbanizadas apresenta um forte potencial

educacional e de aprendizagem numa perspectiva de aproximaccedilatildeo da biologia da

conservaccedilatildeo aos habitantes das cidades Estes espaccedilos potenciam um envolvimento mais

activo dos cidadatildeos voluntaacuterios em tarefas de conservaccedilatildeo como remoccedilatildeo de exoacuteticas

monitorizaccedilatildeo de espeacutecies de fauna entre outras actividades (Donald et al 2009)

contribuindo para o aumento do conhecimento destas aacutereas e potenciando melhores

estudos de planeamento e gestatildeo para a preservaccedilatildeo

Importantes contribuintes para a divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo sensibilizaccedilatildeo e educaccedilatildeo

ambiental a niacutevel do paiacutes satildeo os Centros de Interpretaccedilatildeo e Monitorizaccedilatildeo Ambiental

espalhados pelos vaacuterios distritos concelhos e freguesias e que desempenham um papel

fundamental na instruccedilatildeo dos cidadatildeos para as questotildees ambientais Estes espaccedilos contam

com equipas de trabalho devidamente instruiacutedas competentes e com enorme sentido de

voluntariado que abraccedilam as causas da conservaccedilatildeo preservaccedilatildeo e defesa do ambiente e

da natureza Considerados como espaccedilos multidisciplinares estes permitem uma

abordagem mais proacutexima das comunidades contribuindo para o sucesso a longo prazo das

suas iniciativas A educaccedilatildeo ambiental eacute portanto uma via fundamental para a formaccedilatildeo

de uma populaccedilatildeo mais consciente e participativa nas temaacuteticas ambientais As hortas

pedagoacutegicas desempenham tambeacutem um papel importante na divulgaccedilatildeo e formaccedilatildeo das

populaccedilotildees no que concerne agraves boas praacuteticas de agricultura aos cuidados e importacircncia

dos habitats rurais Junto do puacuteblico mais jovem desempenham um papel deveras

importante visto que podemos estar prestes a enfrentar uma nova geraccedilatildeo que

desconhece por completo a proveniecircncia de muitos dos produtos alimentares quais os

principais cultivares do patrimoacutenio agriacutecola das nossas regiotildees e ainda qual a importacircncia



12

da manutenccedilatildeo e conservaccedilatildeo dos habitats rurais e zonas agriacutecolas para a conservaccedilatildeo da

biodiversidade e a sauacutede dos ecossistemas

Para finalizar e natildeo menos importante satildeo as Organizaccedilotildees Natildeo Governamentais de

Ambiente (ONGA s) com estatuto regulamentado (pela Lei nordm 3598) que reuacutenem nelas

o espiacuterito do associativismo que surge como um instrumento fundamental de intervenccedilatildeo

das populaccedilotildees na sociedade Estas desempenham um papel essencial e de enorme relevo

no campo da promoccedilatildeo protecccedilatildeo conservaccedilatildeo e valorizaccedilatildeo do ambiente e mais

importante integrando a sociedade anoacutenima nas suas campanhas desenvolvendo acccedilotildees

de interesse puacuteblico Existindo as que se dedicam a temas mais especiacuteficos todas elas

reuacutenem o espiacuterito de responsabilidade voluntariado e divulgaccedilatildeo das temaacuteticas

ambientais A tiacutetulo de exemplo nacional com representaccedilatildeo no distrito do Porto satildeo de

salientar A AAMDA Associaccedilatildeo dos Amigos do Mindelo para a defesa do Ambiente

FAPAS Fundo para a protecccedilatildeo dos Animais Selvagens a Quercus entre outras Estas

ajudam a melhorar o conhecimento das populaccedilotildees sobre o ambiente sensibilizando para

a urgecircncia do combate contra a degradaccedilatildeo dos ecossistemas das espeacutecies e do nosso

patrimoacutenio ambiental



13

13 Parques Urbanos da Aacuterea Metropolitana do

Porto

Especificamente relacionado com a zona metropolitana do Porto eacute de salientar a

existecircncia de um relatoacuterio sobre a rede de parques metropolitanos na grande Aacuterea

Metropolitana do Porto (AMP) que propocircs a criaccedilatildeo de uma rede deste tipo de parques

Esta proposta surge enquadrada num dos objectivos do actual programa nacional de

poliacutetica

recur (Andresen et al 2009) Este trabalho reuacutene os

vaacuterios parques metropolitanos cujas aacutereas satildeo delimitadas por qualidades paisagiacutesticas

elevadas onde existe uma convergecircncia e salvaguarda de valores naturais e culturais Por

fim este esforccedilo na reuniatildeo e estudo de informaccedilatildeo tem como objectivo contribuir

para a promoccedilatildeo da AMP como um espaccedilo de excelecircncia quer a niacutevel ambiental quer

social e econoacutemico permitindo ao Homem ter um contacto com o seu contexto natural e

cultural (Andresen et al 2009) Os parques metropolitanos em projecto estatildeo

distribuiacutedos segundo diferentes tipologias sendo eles Monte (Parque das Brisas Parque

da Freita Parque do Montalto parque de Monte Coacuterdova e Parque do Salto) Vale

(Parque do Douro Parque do Leccedila e Parque do Tinto Torto) Paisagem Cultural (Vale do

Arda e Vila do Conde) Litoral (Parque do Mar) e os Corredores Metropolitanos que satildeo

de natureza ribeirinha

A criaccedilatildeo desta rede de parques metropolitanos vem no seguimento de dinacircmicas

actuais de muitas outras aacutereas metropolitanas a niacutevel mundial (Andresen et al 2009)

A acrescentar a esta informaccedilatildeo de caraacutecter mais formal deve ainda salientar-se a

existecircncia de outros espaccedilos verdes e parques urbanos existentes na cidade do Porto

sendo referidos seguidamente os de maior importacircncia quer pelas suas dimensotildees quer

pelo patrimoacutenio histoacuterico arquitectoacutenico e bioloacutegico que representam O Parque da

Cidade do Porto constitui-se como o parque urbano maior do paiacutes com 83 hectares Eacute sem

duacutevida uma obra notaacutevel da arquitectura paisagista e uma fonte de biodiversidade com 74

espeacutecies arboacutereas 42 espeacutecies arbustivas 15 espeacutecies de aacutervores de fruto e 10 espeacutecies



14

aquaacuteticas e em termos de fauna possui cerca de 60 espeacutecies de aves (Fapas sd) e tem

vindo a verificar-se a fixaccedilatildeo de espeacutecies de aves peixes reacutepteis e anfiacutebios tendo

algumas espeacutecies sido introduzidas deliberadamente como patos cisnes gansos e coelhos

(Santos P comunicaccedilatildeo pessoal) como cisnes patos bravos coelhos gansos peixes

reacutepteis e anfiacutebios (Porto XXI 2011) Apresenta um caraacutecter semi-selvagem com 9km de

caminhos por entre a vegetaccedilatildeo e o arvoredo permitindo aos visitantes caminhadas

agradaacuteveis pelo meio da natureza (Porto XXI 2011)

O parque da Quinta do Covelo eacute um espaccedilo multidisciplinar com 8 hectares que

acolhe actividades luacutedicas de educaccedilatildeo ambiental e onde reside o Centro de Educaccedilatildeo

Ambiental e uma Horta Pedagoacutegica (Cacircmara Municipal do Porto 2011)

O parque urbano da Pasteleira conta com 7 hectares de terreno e inspira-se nas

paisagens naturais aproveitando a mata existente nas proximidades Localizado num

local privilegiado estaacute situado nas proximidades dos principais eixos rodoviaacuterios que

ligam a periferia agrave aacuterea metropolitana (Cacircmara Municipal do Porto 2011)

O parque de S Roque com 4 hectares adquirido pela Cacircmara em 1979 manteacutem ainda

hoje as caracteriacutesticas de um jardim romacircntico apraziacutevel repleto de encontros e refuacutegios

(Cacircmara Municipal do Porto 2011)

Existem ainda parques e jardins que natildeo obstante as suas dimensotildees reduzidas satildeo

tambeacutem eles um passo importante para o desenvolvimento do conceito de parques verdes

de proximidade em contexto urbano na cidade do Porto Sendo eles os Jardins das

Virtudes com vista privilegiada para o Douro os Jardins de Arca d aacutegua os Jardins os

Palaacutecio de Cristal que primam pela arquitectura e frescura dos seus espaccedilos os Jardins da

Pena da Parca da Repuacuteblica da Cordoaria de S Laacutezaro da Corujeira da Boavista e

ainda do Carregal (Cacircmara Municipal do Porto 2011) Em relaccedilatildeo agrave investigaccedilatildeo feita

nos parques urbanos do Porto e em termos mais abrangentes haacute que salientar o livro

do autor do projecto de arquitectura do

parque (Pardal 2006) obra sobre o acervo documental do conceito paisagem e desenho

subjacentes agraves obras do Parque da Cidade A tiacutetulo de exemplo haacute ainda a referecircncia a

teses de mestrado realizadas sobre parques urbanos da cidade do Porto tais como a de



15

Morais J (2009) sobre cianotoxinas nos lagos do parque da cidade Haacute igualmente

alguns artigos publicados em revistas cientiacuteficas que abordam o essencial de teses de

mestrado realizadas tais como Xavier et al (2007) sobre eutrofizaccedilatildeo em Serralves e no

Palaacutecio de Cristal Soares et al (2011) tambeacutem sobre eutrofizaccedilatildeo no Palaacutecio de

Cristal ainda algumas comunicaccedilotildees em congressos como Xavier et al (2003) sobre

fitoplacircncton em Serralves e no Palaacutecio de Cristal e Xavier et al (2004) sobre a Gestatildeo

de lagos urbanos do Porto e um trabalho de Caicoacute (2009) sobre comunidades de placircncton

nos lagos do Parque da Cidade do Porto

De referir ainda os estudos iniciados recentemente tais como o iniciado em 2010

Estrutura Verde Urbana Estudo da relaccedilatildeo entre morfologia do espaccedilo

puacuteblico e diversidade de flora e de fauna na cidade do Porto de Investigaccedilatildeo

em Biodiversidade e Recursos Geneacuteticos (CIBIO) e ainda o estudo

intitulado Inventariaccedilatildeo e caracterizaccedilatildeo de parques e jardins da cidade do Porto

integrado no projecto Charcos com Vida do CIBIO iniciado em 2010

14 Importacircncia da Inventariaccedilatildeo como

ferramenta de conservaccedilatildeo

O conhecimento do meio natural em cidades e em meios urbanos surge como uma

base firme para a compreensatildeo dos processos ecoloacutegicos dessas mesmas aacutereas

metropolitanas (Pickett et al 2001) A comunidade cientiacutefica atraveacutes de bioacutelogos

ecologistas conservacionistas geoacutelogos botacircnicos e outros cientistas pode contribuir de

forma decisiva para o conhecimento da estrutura diversidade e funccedilotildees das parcelas de

terreno natural remanescentes no seio das cidades (Faeth et al 2011)

Apoacutes um estudo de base mais teoacuterico e de pesquisa bibliograacutefica sobre histoacuteria

patrimoacutenio cultural e localizaccedilatildeo eacute inequivocamente necessaacuterio um estudo cientiacutefico no

terreno Este deveraacute contar com um planeamento bem delineado e rigoroso que abranja



16

uma vasta extensatildeo de aacuterea de forma a fornecer dados o mais fiaacuteveis e correctos

possiacutevel Posteriormente com os dados adquiridos poderatildeo conduzir-se projectos de

conservaccedilatildeo com bases soacutelidas e onde se garanta o seu sucesso a meacutedio e longo prazo

Este tipo de estudos de caracterizaccedilatildeo dos espaccedilos verdes assume um maior relevo em

zonas urbanas dado ser o crescimento do urbanismo uma das principais ameaccedilas agrave

biodiversidade

O estudo das comunidades bioacuteticas destes espaccedilos permite retirar informaccedilatildeo sobre o

estado de integridade dos espaccedilos verdes e ainda tirar conclusotildees sobre a existecircncia e

evoluccedilatildeo dos vaacuterios organismos A inventariaccedilatildeo surge como um instrumento base muito

poderoso na aquisiccedilatildeo deste tipo de informaccedilatildeo devendo ser aplicado numa fase inicial

em estudos de conservaccedilatildeo e planos de gestatildeo ambiental

Processos de criaccedilatildeo de listas de espeacutecies satildeo uma praacutetica recorrente quando o

objectivo eacute conhecer a fauna ou a flora de um determinado local potenciando futuras

acccedilotildees de conservaccedilatildeo ou estrateacutegias de gestatildeo A tiacutetulo de exemplo estudos nesta aacuterea

foram jaacute elaborados para a avifauna no Parque da Cidade do Porto (FAPAS sd) parque

este que se enquadra perfeitamente no grupo de zonas verdes inseridas em contexto

urbano cuja dinacircmica poderaacute ser muito semelhante ao parque em estudo neste trabalho

A utilizaccedilatildeo da informaccedilatildeo recolhida em inventaacuterios eacute passiacutevel de ser usada em

cartazes paineacuteis informativos no interior dos parques e ateacute mesmo publicada em livro ou

prospectos Assim sendo este tipo de praacuteticas possui a grande vantagem da divulgaccedilatildeo da

informaccedilatildeo recolhida Esta eacute essencial para a formaccedilatildeo e informaccedilatildeo do puacuteblico que

visita e usufrui deste tipo de parques A divulgaccedilatildeo dos dados acaba tambeacutem por

sensibilizar os utentes dos parques para a conservaccedilatildeo das espeacutecies que podem ver e

ouvir diariamente durante os seus passeios e as suas actividades ao ar livre em famiacutelia Os

visitantes poderatildeo passar a ser mais conscientes da biodiversidade que os rodeia e mais

sensiacuteveis agraves causas da conservaccedilatildeo e preservaccedilatildeo da natureza pois conseguem aceder in

loco agrave informaccedilatildeo sobre as espeacutecies que partilham o meio urbano com eles



17

15 Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica do Parque Oriental

anterior ao presente trabalho

Ateacute agrave data do presente trabalho a uacutenica informaccedilatildeo formal que chegou ao nosso

conhecimento foi a recolhida pelo grupo de trabalho responsaacutevel pela elaboraccedilatildeo do

relatoacuterio sobre a rede de parques metropolitanos na grande Aacuterea Metropolitana do Porto

em 2009

Nos predominantes campos agriacutecolas em abandono existem espeacutecies de flora

infestantes como Erva-das-Pampas (Cortaderia sp) associadas a matas de Acaacutecias e

Eucaliptos No leito actual e antigo do Rio Tinto predominam na fauna os passeriformes

ubiquistas gaios e herptofauna vulgar e na flora aleacutem dos salgueiros (Salix atrocinerea)

presentes na Ribeira da Castanheira haacute ainda a destacar algumas exoacuteticas

ornamentais Andresen et al 2009)

16 Objectivos

Ressalvando-se a possibilidade de existir algum material publicado que natildeo tenha

chegado ao nosso conhecimento e dada a inexistecircncia de informaccedilatildeo sobre a

caracterizaccedilatildeo abundacircncia e distribuiccedilatildeo de fauna presente no Parque Oriental do Porto

surge com este trabalho o objectivo pioneiro de preencher essa lacuna no conhecimento

Os resultados da pesquisa proporcionam informaccedilatildeo para projectos futuros de

conservaccedilatildeo e requalificaccedilatildeo Estes poderatildeo doravante incluir consideraccedilotildees sobre a

biodiversidade fauniacutestica aiacute residente contribuindo para uma melhor ponderaccedilatildeo nos seus

planos de acccedilatildeo de forma a natildeo pocircr em risco a integridade dos habitats e a

biodiversidade O objectivo principal baseia-se no estudo da diversidade de vertebrados

como parte integrante da caracterizaccedilatildeo bioloacutegica do parque



18

Aleacutem do objectivo principal o trabalho conta ainda com objectivos mais especiacuteficos

- Inventariar a fauna vertebrada

- Fornecer informaccedilatildeo para uma posterior zonaccedilatildeo do parque

- Recolher informaccedilatildeo e posterior anaacutelise dos dados seguindo-se a elaboraccedilatildeo de

propostas de conservaccedilatildeo que visem uma melhor harmonizaccedilatildeo entre a requalificaccedilatildeo

paisagiacutestica e requalificaccedilatildeo ecoloacutegica

Estas fases particulares do projecto pretendem que no futuro se actue de forma

consciente tendo em conta a distribuiccedilatildeo abundacircncia das vaacuterias espeacutecies e os seus

requisitos aleacutem da componente temporal e espacial

Em suma com a definiccedilatildeo destes objectivos mais especiacuteficos haacute a tentativa de tornar

este espaccedilo um local multi-usos que combine a vertente conservaccedilatildeo com a vertente

luacutedica e social



19

Capiacutetulo II

Metodologia



20

21 Origem dos Dados e Fontes de Informaccedilatildeo

Para a caracterizaccedilatildeo da aacuterea de estudo foi consultada informaccedilatildeo na Cacircmara

Municipal do Porto especificamente atraveacutes do Pelouro do Ambiente e do Departamento

de Espaccedilos Verdes e Sauacutede Puacuteblica que forneceu o mapa da zona (CMP 2010) Em

termos de outra documentaccedilatildeo foram consultados o Relatoacuterio Final da Rede de Parques

Metropolitanos na Grande Aacuterea Metropolitana do Porto (Andresen et al 2009) o Plano

de Pormenor do Parque Oriental Relatoacuterio sobre as condiccedilotildees soacutecio- demograacuteficas e

equipamentos (Martins et al 2005) e o Destaque Informativo da Cacircmara Municipal do

Porto sobre A Base Econoacutemica do Porto Norte e Oriental (Oliveira e Pau-Preto 2009

22 Trabalho de campo e metodologias de

amostragem

Em termos metodoloacutegicos as teacutecnicas de amostragem utilizadas foram escolhidas face

aos trecircs grupos de fauna vertebrada que foram alvo de investigaccedilatildeo (avifauna mamiacuteferos

com excepccedilatildeo de morcegos e herptofauna)

O trabalho de campo decorreu entre Maio de 2010 e Maio de 2011 Todas as

observaccedilotildees foram registadas com navegador GPS As espeacutecies detectadas foram

registadas em formulaacuterios Nestes formulaacuterios foram registadas para aleacutem da espeacutecie as

coordenadas GPS Os locais que foram alvo de investigaccedilatildeo foram escolhidos tendo em

conta os vaacuterios tipos de ocupaccedilatildeo do solo tentando abarcar a maior diversidade de

habitats possiacutevel sendo elas zonas de mato zonas de prado aberto zonas de floresta

densa zonas de floresta aberta e a aacuterea central do parque oriental

A Ficha de observaccedilatildeo a preencher pelo observador poderaacute ser consultada na Tabela 1

anexo A)



21

221 Metodologias para o estudo da Avifauna

Para este grupo foi realizada uma lista de espeacutecies no qual o esforccedilo de amostragem

foi medido e foi calculado posteriormente um iacutendice de abundacircncia relativa das espeacutecies

nos vaacuterios locais de estudo

(1986) para habitats de floresta aberta e matos Simples e eficaz eacute um meacutetodo que fornece

uma medida razoaacutevel de abundacircncia relativa (Colin et al 1998)

Os dados resultantes deste meacutetodo foram registados num total de 6 colunas

correspondente a 10 minutos de intervalo durante uma hora de saiacuteda de campo Nos

primeiros 10 minutos cada espeacutecie observada foi anotada na primeira coluna atribuindo

apenas o nome da espeacutecie e natildeo o nuacutemero de indiviacuteduos Nos segundos 10 minutos

espeacutecies que natildeo tenham sido observadas durante a primeira divisatildeo foram colocadas nas

segunda coluna e assim sucessivamente ao longo do restante tempo da duraccedilatildeo da hora

A espeacutecie observada consta de apenas uma uacutenica coluna durante a qual foi primeiro

observada

Para a anaacutelise dos resultados a cada espeacutecie constante da tabela foi-lhe atribuiacuteda uma

pontuaccedilatildeo consoante o periacuteodo de 10 minutos no qual foi observada Para as primeiras

espeacutecies foi atribuiacuteda uma pontuaccedilatildeo de 6 agraves da segunda coluna uma pontuaccedilatildeo de 5 e

assim sucessivamente Espeacutecies nos uacuteltimos 10 minutos teratildeo uma pontuaccedilatildeo de 1 e

espeacutecies natildeo observadas durante uma saiacuteda teratildeo total de 0

Um iacutendice de abundacircncia relativa para as espeacutecies foi posteriormente obtido pela

meacutedia das pontuaccedilotildees dadas a cada saiacuteda e por conseguinte variou entre o valor maacuteximo

de 6 e um valor miacutenimo de 1n onde n corresponde ao nuacutemero de saiacutedas de campo

efectuadas (Colin et al 1998)

O estudo foi realizado abarcando todas as estaccedilotildees do ano No entanto o esforccedilo de

amostragem (nordm de saiacutedas) foi ligeiramente maior na Primavera uma vez que durante esta

eacutepoca do ano o nuacutemero de indiviacuteduos activos eacute maior (Telleriacutea 1986) Estas amostragens

decorreram nos periacuteodos do dia de maior afluecircncia de indiviacuteduos isto eacute nas primeiras



22

duas horas depois de amanhecer (Telleriacutea 1986) Para efectuar o despiste de espeacutecies

com regimes nocturnos foram feitas saiacutedas esporaacutedicas durante a noite

Para a identificaccedilatildeo das espeacutecies recorreu-se aleacutem da identificaccedilatildeo visual confirmada

usando guias de campo (Brun et al 2002) agrave identificaccedilatildeo bioacuacutestica dos cantos

recorrendo posteriormente a bases de dados (Rocheacute 1990) para confirmaccedilatildeo das

espeacutecies

As fichas de observaccedilatildeo a preencher pelo observador poderatildeo ser consultadas na

tabela 2 anexo A

222 Metodologias para o estudo da

Herpetofauna

Para este grupo de fauna foram estabelecidos transeptos ao longo dos quais foram

sendo anotadas as espeacutecies de reacutepteis avistadas no formulaacuterio Ao longo dos mesmos

percursos recorreu-se agrave captaccedilatildeo fotograacutefica dos espeacutecimes Para os reacutepteis foi efectuada

a prospecccedilatildeo remexendo na manta morta aglomerados de folhas e levantamento de

pedras Parte da prospecccedilatildeo foi ainda realizada nos muros que cercam a zona principal do

parque Pequenos orifiacutecios em aacutervores e no solo foram inspeccionados para detecccedilatildeo de

indiviacuteduos que se encontrem refugiados nos mesmos No caso particular das espeacutecies de

anfiacutebios foi dada especial atenccedilatildeo agraves visitas nocturnas Foram efectuadas prospecccedilotildees

mais pormenorizadas nos charcos artificiais utilizando camaroeiros onde se procedeu agrave

identificaccedilatildeo de adultos e das larvas Aleacutem da utilizaccedilatildeo dos guias de campo para

identificaccedilatildeo taxonoacutemica (Almeida et al 2011) recorreu-se ainda a uma identificaccedilatildeo

bioacuacutestica dos cantos com recurso agrave consulta de bases de dados (Matheu e Maacuterques sd)

A amostragem foi realizada tendo em conta factores abioacuteticos como temperatura

humidade intensidade solar e eacutepoca do ano (Bennett 1999) Os dados foram registados

nas fichas de observaccedilotildees (Tabela 1 anexo A )



23

223 Metodologias para o estudo dos

Mamiacuteferos ( excepto Quiroacutepteros)

A amostragem de mamiacuteferos foi efectuada atraveacutes de dois meacutetodos indirectos como

armadilhagem fotograacutefica e observaccedilatildeo de indiacutecios e directos como a armadilhagem

abaixo descritos com mais detalhe

2231 Armadilhagem fotograacutefica

Eacute um meacutetodo cada vez mais utilizado para a

prospecccedilatildeo de mamiacuteferos resultando como uma

poderosa ferramenta em ecologia para realizar

inventaacuterios de espeacutecies (Silveira et al 2003

Rowcliffe et al 2008) A presenccedila de uma fotografia

eacute uma prova indiscutiacutevel da presenccedila de uma

determinada espeacutecie e a tecnologia de armadilhagem

fotograacutefica surge com mais vantagens associadas ao

tipo de meacutetodo natildeo invasivo que eacute

Para este trabalho em particular foram utilizadas 3 cacircmaras de infra-vermelhos

(Scoutguard SG550) que foram sendo colocadas perto de locais de passagem de fauna ou

locais que apresentavam indiacutecios da presenccedila de espeacutecies de mamiacuteferos As cacircmaras

efectuaram disparos com intervalos de 10 segundos e os registos foram feitos por

periacuteodos entre 72 a 96 horas As fotografias foram datadas automaticamente Foram

anotados os pontos de GPS da localizaccedilatildeo das cacircmaras para um melhor controlo da aacuterea a

ser estudada As cacircmaras foram colocadas 2 vezes por mecircs ao longo de toda a aacuterea do

parque decorrendo o trabalho de campo de Setembro de 2010 a Maio de 2011

Fig 1 Colocaccedilatildeo das cacircmaras de

infra-vermelhos



24

Numa fase inicial natildeo foram usados iscos tendo posteriormente passado a usar 3 tipos

de isco em simultacircneo para aumentar a probabilidade de avistamento de espeacutecimes Os

iscos utilizados foram urina de gato concentrada em areia sardinhas enlatadas e infusatildeo

de erva valeriana (Monterroso P comunicaccedilatildeo pessoal Keacutery et al 2011)

2232 Armadilhagem com caixas

satildeo caixas de folhas

metaacutelicas (desdobraacuteveis e finas) de tamanho standard

50x62x165mm Este tipo de armadilhagem eacute leve e de

faacutecil transporte Todo o interior da armadilha serve de

refuacutegio e um mecanismo de pedal que eacute accionado

pelo peso do animal faz o fecho da porta da armadilha

ficando o espeacutecime retido no seu interior (Barnett et

al 1995)

Foi utilizado algodatildeo natildeo absorvente como fonte de calor e protecccedilatildeo para evitar a

morte por hipotermia O facto de ser natildeo absorvente evita ficar ensopado com o orvalho

ou humidade Para tentar atrair diferentes espeacutecies com regimes alimentares distintos

foram usados vaacuterios tipos de isco nomeadamente sardinhas enlatadas (aproveitando o

oacuteleo natural) que foram desfeitas e misturadas com flocos de aveia Desta mistura retirou-

se uma pequena porccedilatildeo (aproximadamente 3cm) que foi colocada em cada armadilha Foi

ainda adicionado ao isco inicial pedaccedilos de maccedilatilde Numa segunda tentativa foram

utilizadas larvas de mosca (Telleriacutea 1986 Barnett et al 1995)

As armadilhas foram colocadas nos locais mais provaacuteveis para ocorrecircncia de

micromamiacuteferos nomeadamente sobre a manta morta tendo sido dada preferecircncia a

colocaccedilatildeo perto de troncos caiacutedos ou aglomerados de pedras dado a aptecircncia por este

grupo de mamiacuteferos em se deslocar ao longo de uma borda Aleacutem dos cuidados iniciais

Fig 2

armadilhagem de micromamiacuteferos



25

foi ainda tida em consideraccedilatildeo a humidade do local e a proximidade a cursos de aacutegua

para evitar inundaccedilotildees Aleacutem disso as armadilhas foram colocadas horizontalmente e o

mais paralelo ao solo possiacutevel para evitar que o declive constituiacutesse um obstaacuteculo agrave

entrada dos espeacutecimes (Barnett et al 1995 Gurnell and Flowerdew 2006)

O periacuteodo de prospecccedilatildeo das armadilhas iniciou-se em Fevereiro de 2011 e prolongou-

se ateacute Maio do mesmo ano Foram utilizadas 20 armadilhas ao longo de 5 transeptos em

zonas distintas do parque Numa primeira fase as armadilhas permaneceram no parque

apenas por uma noite numa fase posterior alargou-se o periacuteodo para 3 noites Estas foram

colocadas respeitando ao maacuteximo o transepto linear com um espaccedilamento entre cada uma

de 10 metros (Gurnell and Flowerdew 2006) A cada armadilha foi atribuiacuteda um ponto

de GPS

Apoacutes o periacuteodo de uma noite as armadilhas foram inspeccionadas e foram anotadas

num formulaacuterio as espeacutecies encontradas Apoacutes esta verificaccedilatildeo e no caso da armadilha

conter espeacutecime(s) dada a necessidade de recolha de informaccedilatildeo biomeacutetrica foi

necessaacuterio imobilizar o espeacutecime tendo-se recorrido para o efeito a uma anestesia O

animal foi colocado dentro de um saco de plaacutestico que continha um pedaccedilo de algodatildeo

ligeiramente embebido em eacuteter (Gurnell and Flowerdew 2006)

Apoacutes alguns segundos e quando foi confirmada a imobilizaccedilatildeo do animal (sinais de

prostraccedilatildeo) foram recolhidos dados de peso comprimentos de corpo pata e cauda assim

como identificaccedilatildeo do geacutenero e maturidade sexual Finalizada a recolha dos dados

esperou-se o tempo necessaacuterio ateacute o animal recuperar a consciecircncia tendo sido libertado

em seguida Todo o tratamento de informaccedilatildeo foi feito no exacto local da armadilha natildeo

tendo sido nunca deslocado o espeacutecime do local de captura (Gurnell and Flowerdew

2006) Para a identificaccedilatildeo dos espeacutecimes foram utilizados Guias de Campo (Macdonald

and Barret 1993 Brown et al 2004)



26

2233 Tratamento matemaacutetico da

informaccedilatildeo

O principal objectivo desta anaacutelise foi caracterizar cada uma das zonas em funccedilatildeo das

percentagens das espeacutecies presentes e estabelecer uma possiacutevel relaccedilatildeo entre os 3 locais

do Parque Oriental com base no nuacutemero de espeacutecies

A caracterizaccedilatildeo percentual foi efectuada com o software Excel Para estabelecer a

comparaccedilatildeo entre zonas foi calculado um iacutendice de similaridade que frequentemente eacute

utilizado para estudar a semelhanccedila ou similaridade entre os locais que se estatildeo a

amostrar (Vargas e Real 1996) Os dados de amostragem satildeo dados de presenccedila e

ausecircncia das espeacutecies e o coeficiente utilizado foi o de Jaccard que compara a quantidade

de caracteriacutesticas que um grupo de objectos neste caso locais possui em comum

relativamente ao total do nuacutemero de caracteriacutesticas utilizadas

O iacutendice toma a forma seguinte

Em que o dividendo corresponde ao nuacutemero de elementos comuns presentes num

grupo A e num grupo B e o divisor corresponde ao nuacutemero de elementos que existem

apenas no grupo A somados com o nuacutemero de elementos presente apenas no grupo B

Os valores obtidos foram tratados com o software foi o Primer 5 versatildeo 522 para

Windows para construir uma matriz de similaridade e a partir desta um dendograma de

ordenaccedilatildeo das trecircs zonas do Parque que nos indica o grau de semelhanccedila entre as zonas

Fig 3 Foacutermula do Coeficiente de Jaccard (Vargas e Real 1996)



27

Capiacutetulo III

Resultados e Anaacutelise



28

31 Enquadramento da aacuterea de estudo

O Parque Oriental do Porto situa-se no vale de Campanhatilde Este abrange o vale do Rio

Tinto no seu troccedilo mais perto da foz numa extensatildeo de 81 ha Situa-se encaixado entre

grandes eixos viaacuterios (Circunvalaccedilatildeo VCI IC 29A43)

A primeira fase do projecto da autoria do arquitecto paisagista Sidoacutenio Pardal integra

10 ha O projecto prevecirc vaacuterias intervenccedilotildees nomeadamente a niacutevel da preservaccedilatildeo da

Quinta da Revolta a integraccedilatildeo da ETAR do Freixo a valorizaccedilatildeo do rio Tinto a

construccedilatildeo de zonas desportivas e de um hipoacutedromo e ainda a integraccedilatildeo dos nuacutecleos

rurais existentes (Andresen et al 2009)

Fig 4 Zona de Enquadramento do Parque Oriental do Porto

Cacircmara Municipal do Porto (Martins et al 2005)



29

311 Ocupaccedilatildeo do solo e Humanizaccedilatildeo

3111 Caracterizaccedilatildeo fiacutesica

A ocupaccedilatildeo do solo eacute na sua maioria representada por campos agriacutecolas abandonados

na carta de qualificaccedilatildeo do solo do PDM da Cacircmara Municipal do Porto (2005) O vale

do rio Tinto estaacute classificado como Aacuterea Verde de Utilizaccedilatildeo Puacuteblica (Andresen et al

2009)

No Plano Director Municipal em vigor estatildeo previstas vaacuterias unidades operativas de

planeamento e gestatildeo para esta zona do Porto sendo uma delas o empreendimento do

Parque Oriental do Porto (UOPG nordm23) (Oliveira e Pau-Preto 2009) Neste momento

ainda natildeo estaacute finalizado o plano de pormenor referente ao Parque Oriental Em termos

de infra-estruturas possui jaacute um parque de estacionamento de dimensotildees razoaacuteveis

sanitaacuterios puacuteblicos e acessos viaacuterios bem delimitados e sinalizados O parque estaacute a

comeccedilar a usufruir das escolhas da populaccedilatildeo sendo possiacutevel presenciar nos espaccedilos

jardinados e nas pistas de manutenccedilatildeo o passeio em famiacutelia desportistas a praticarem

passeios de bicicleta e ainda praacuteticas balneares improvisadas



30

3112 Caracterizaccedilatildeo socioeconoacutemica e

patrimoacutenio

A zona Norte e Oriental do Porto abrange trecircs das freguesias mais extensas e

populosas do Porto Paranhos Ramalde e Campanhatilde constituindo quase metade da

populaccedilatildeo e da superfiacutecie da cidade

Mais recentemente a zona recebeu um grande nuacutemero de equipamentos do ensino

superior e da sauacutede coexistindo aiacute um dos maiores poacutelos Universitaacuterios do paiacutes sedes de

grandes grupos econoacutemicos e equipamentos de excelecircncia a par de bairros sociais

problemaacuteticos e espaccedilos industriais desactivados Por sua vez as actividades industriais

tecircm vindo progressivamente a ser substituiacutedas por funccedilotildees terciaacuterias

Em termos de potecircncia econoacutemica esta zona do Porto concentra cinco das treze

maiores empresas da cidade distribuiacutedas pelo ramo automoacutevel alimentar farmacecircutico e

serviccedilos de engenharia (Oliveira e Pau-Preto 2009)

312 Caracterizaccedilatildeo bioloacutegica apoacutes trabalho de campo

Atraveacutes da prospecccedilatildeo de campo e apoacutes vaacuterias visitas foi possiacutevel constatar que os

primeiros 10 hectares de terreno intervencionados contam jaacute com um substancial

melhoramento paisagiacutestico O espaccedilo possui agora zonas relvadas plantaccedilotildees de espeacutecies

autoacutectones como carvalhos (Quercus robur) Espinheiros (Crataegus monogyna)

Pinheiro-bravo (Pinus pinaster) Pinheiro-manso (Pinus pinea) e ainda de algumas

espeacutecies ornamentais nos muros do parque e nos jardins como Cameacutelias (Camellia)

Redodendros e Azaacuteleas (Rhododendron) Roble americano (Quercus rubra) Plaacutetanos

(Platanus x hispacircnica) Cipreste comum (Cupressus sempervirens) e Tiacutelias (Tilia x

vulgaris) Foram construiacutedas pistas de manutenccedilatildeo ao redor de algumas manchas

florestais e ainda alguns charcos artificiais um deles com aacutegua sempre corrente Na



31

desembocadura de uma mina existente foi construiacutedo um pequeno tanque e haacute ainda uma

queda de aacutegua artificial no muro principal do parque Na zona circundante do parque

existem ainda campos agriacutecolas activamente cultivados e pequenas e degradadas

habitaccedilotildees nas imediaccedilotildees dos mesmos

Para uma descriccedilatildeo mais detalhada procedeu-se agrave divisatildeo da aacuterea do parque em trecircs

zonas fundamentais divididas tendo como princiacutepio o tipo de vegetaccedilatildeo e o tipo de

ocupaccedilatildeo do solo sendo elas as seguintes apresentadas na Figura 4

Fig 5 Mapa do Parque Oriental do Porto com a divisatildeo feita por parcelas de terreno com

as diferentes aacutereas estudadas (Adaptado do GoogleMaps 2011)



32

A zona de cor verde (A) Fig1 e 2 Anexo B corresponde a uma aacuterea de cerca de 10

hectares e consiste na primeira fase de construccedilatildeo do Parque Oriental Esta aacuterea estaacute

dividida pelo rio Tinto onde nas margens predominam os Amieiros (Alnus Glutinosa)

Vidoeiros (Betula pendula) Choupo-negro (Populus nigra) as Canas (Arundo donax)

Sabugueiro (Sambuncus nigra) e alguns salgueiros (Salix atrocinerea) Nos espaccedilos

jardinados predomina o trevo branco (Trifolium repens) Existem ainda manchas de

Carvalhos (Quercus robur) Espinheiros (Crataegus monogyna) e Sobreiros (Quercus

suber) Em termos de matos predominam o Tojo (Ulex) e a Urze (Calluna vulgaris)

Silvas (Rubus fruticosus) e Giesta comum (Spartium junceum) existindo ainda

pontualmente alguns Medronheiros (Arbutus unedo) Na margem direita do rio

predominam os Carvalhos (Quercus robur) os Pinheiros-mansos (Pinus pinea) Pinheiro-

bravo (Pinus pinaster) e Sobreiros (Quercus suber) Quanto agrave vegetaccedilatildeo rasteira

predomina a Dedaleira (Digitalis purpurea) as Heras (Hedera helix) Amoreiras

Silvestres (Rubus fruticosus) e uma forte dominacircncia de Tradescantia fluminensis Neste

local existem ainda os uacutenicos charcos de toda a aacuterea do Parque Oriental sendo uns

permanentes e outros temporaacuterios aleacutem de uma mina de aacutegua A maior percentagem de

terreno encontra-se relvada e as manchas de floresta autoacutectone satildeo pontuais e cercadas

por muros e vias pedestres Eacute ainda de salientar a existecircncia de uma zona agriacutecola

activamente cultivada que ocupa parte da margem direita do rio Nas zonas rurais existem

ainda algumas habitaccedilotildees muito degradadas e outras abandonadas

A zona a cor laranja (B) Fig3 Anexo B corresponde agrave parcela de terreno mais

extensa da divisatildeo do parque A maior percentagem do terreno estaacute ocupada por

vegetaccedilatildeo rasteira como Dedaleira (Digitalis purpurea) Heras (Hedera helix) Amoreiras

Silvestres (Rubus fruticosus) e Tojo (Ulex) existindo tambeacutem prados de trevo branco

(Trifolium repens) Urtigas (Urtica dioica) e Festuca rubra Apresenta ainda uma aacuterea

totalmente dominada por Acacia dealbata Acacia longifolia e Robinia pseudoacacia

Esta parcela possui uma mancha de floresta autoacutectone com Carvalhos (Quercus robur) e

Sobreiros (Quercus suber) Nas margens do rio dominam os Vidoeiros (Betula pendula)



33

Choupo-negro (Populus nigra) e Canavial (Arundo donax) Neste local de prado

encontra-se ainda uma pequena mina de aacutegua criando em seu redor uma aacuterea encharcada

O rio surge bastante poluiacutedo com resiacuteduos soacutelidos em suspensatildeo e a aacutegua apresenta-se

por vezes com espuma e mau cheiro Mais para Sul encontra-se uma zona de areal junto agrave

margem esquerda do rio A maior parte do terreno nomeadamente a zona de prado mais

plana junto ao rio eacute frequentemente utilizada para pastoreio No limite desta aacuterea e em

locais pontuais satildeo frequentes lixeiras a ceacuteu aberto e lixo espalhado pelo solo Esta

parcela de terreno vai terminar junto agrave ETAR do Freixo

A zona de cor roxa (C) Fig4 Anexo B pertence agrave mata das traseiras da ETAR do

Freixo cuja zona murada pertence agrave Quinta da Revolta que actualmente alberga as

instalaccedilotildees do Horto do Freixo O local encontra-se murado e no fim do terreno existem

habitaccedilotildees rurais fazendo ainda a intercepccedilatildeo com o Bairro do Lagarteiro Nesta zona de

mata densa encontramos diversas espeacutecies possuindo uma mancha consideraacutevel de flora

autoacutectone como Carvalhos (Quercus robur) Sobreiros (Quercus suber) e Castanheiros

(Castanea sativa) existindo tambeacutem alguns Loureiros (Laurus nobilis) Ainda em termos

de vegetaccedilatildeo arboacuterea eacute de salientar a existecircncia de Vidoeiros (Betula pendula) Choupo-

negro (Populus nigra) e Eucaliptos (Eucalyptus globulus) e espeacutecies invasoras como

Acaccia delbata e Acacia longifolia Existe tambeacutem uma grande abundacircncia de Robinia

pseudoacacia Em relaccedilatildeo agrave vegetaccedilatildeo rasteira predominam espeacutecies como Dedaleira

(Digitalis purpurea) tojo (Ulex) espeacutecies trepadeiras como Heras (Hedera helix) Silvas

(Rubus fruticosus) Tradescantia fluminensis e Arum sp Uma das parcelas de terreno

onde dominam as gramiacuteneas e trevo branco (Trifolium repens) eacute frequentemente utilizada

como pastoreio


32

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33 Padrotildees de abundacircncias relativas globais

No presente trabalho foram identificadas 51 Espeacutecies pertencentes a 26 Famiacutelias e 14

Ordens

As Aves satildeo o grupo mais diverso representando a maior percentagem de taxa identificados

no local os Anfiacutebios e os Reacutepteis satildeo o segundo grupo mais diverso e o menos representativo eacute

o grupo dos Mamiacuteferos (Fig8)

Fig9 Representatividade em nuacutemero e percentagem de espeacutecies dos vaacuterios grupos de vertebrados do Parque

Oriental

34 Padrotildees de abundacircncias relativas especiacuteficas

341 Inventaacuterio de aves e abundacircncias relativas

A lista de aves conteacutem 43 espeacutecies de 20 Famiacutelias pertencentes a 10 Ordens A ordem com

maior representatividade eacute a dos Passeriformes com 27 espeacutecies Columbiformes com 4

espeacutecies Charadriiformes com duas espeacutecies Coraciiformes com duas espeacutecies e

Ciconiiformes igualmente com duas espeacutecies tendo as restantes ordem apenas uma espeacutecie cada

(Tabela 8 Anexo A)



38

Fig10 Representatividade em nuacutemero e percentagem de espeacutecies das principais ordens de aves do Parque Oriental

Em termos de abundacircncias relativas estas variaram consoante os trecircs locais estudados

podendo ser consultadas na Tabelas 5 a 7 Anexo A no entanto e na generalidade as espeacutecies

que possuem um iacutendice de abundacircncia relativa (IAR) maior (Tabelas 5 6 e 7 anexo A)

calculado utilizando a metodologia satildeo Melro Turdus merula (IAR6)

Gaio Garrulus glandarius (IAR58) Pombo comum Columba livia domest (IAR56) Carriccedila

Troglodytes troglodytes (IAR56) Gaivota Larus fuscus (IAR56) Pardal comum Passer

domesticus (IAR54) Rola turca Streptopelia decaoto (IAR54) Pisco de peito ruivo

Erithacus rubecula (IAR54) e Toutinegra de barrete Sylvia atricapila (IAR54) (Fig10)

Durante a aplicaccedilatildeo da metodologia descrita algumas espeacutecies natildeo foram registadas nos dias

de amostragem tendo no entanto sido detectada a sua presenccedila no Parque Oriental em outras

ocasiotildees sendo elas Pintassilgo Carduelis carduelis Garccedila boieira Bubulcus ibis Coruja do

mato Strix aluco Estorninho Sturnus unicolor e Garccedila-real Ardea cinerea



39

Fig11 Valores de iacutendices de abundacircncia relativa das principais espeacutecies de Aves do Parque Oriental usando o

(Pomeary e Tengecho 1986)

342 Herpetofauna

A lista de Anfiacutebios conteacutem 4 espeacutecies de 2 Famiacutelias pertencentes a 2 Ordens (Tabela 9 anexo

A) A ordem Anura com 2 espeacutecies nomeadamente Sapo parteito comum Alytes obstreticans e

Ratilde de focinho pontiagudo Discoglossus galganoi Da espeacutecie Discoglossus galganoi foram

encontrados e identificados indiviacuteduos adultos larvas e posturas de ovos Da espeacutecie Alytes

obstreticans foram avistados indiviacuteduos adultos larvas e posturas de ovo A ordem Anura

registou duas espeacutecies Tritatildeo marmorado Triturus marmoratus tendo sido avistado apenas um

indiviacuteduo na fase larvar e Salamandra Salamandra com identificaccedilatildeo de indiviacuteduos adultos e

larvas em vaacuterias fases de desenvolvimento



40

Fig12 Representatividade em nuacutemero e percentagem de espeacutecies de cada ordem de Anfiacutebios do Parque Oriental

A lista de reacutepteis conteacutem 3 espeacutecies de 3 Famiacutelias diferentes pertencentes a 2 Ordens

diferentes (Tabela 9 anexo A) (Fig12) Da ordem Sauria da famiacutellia Lacertidae foram

identificadas Lagartixa de Bocage Podarcis Boacagei Da famiacutelia Anguidae foi identificado o

seu uacutenico representante o Licranccedilo ou cobra de vidro Anguis fragilis Da ordem Serpentes da

famiacutelia Colubridae foi identificada uma uacutenica espeacutecie Cobra de Ferradura Coluber

hippocrepis

Fig13 Representatividade em nuacutemero e percentagem de espeacutecies de cada ordem de Reacutepteis do Parque Oriental



41

342 Mamiacuteferos (excepto Quiroacutepteros)

Na lista de mamiacuteferos houve um total de dois micromamiacuteferos pertencentes a uma espeacutecie

num total de 6 noites x 20 armadilhas Os indiviacuteduos capturados eram Musaranhos de dentes

brancos Crocidura russula da Famiacutelia Soricidae pertencente agrave Ordem Insectivora Da utilizaccedilatildeo

da armadilhagem fotograacutefica num total de 1080 horas de gravaccedilatildeo natildeo foi feito o registo de

nenhum mamiacutefero selvagem tendo sido registada apenas a presenccedila de gatos e catildees domeacutesticos

eou assilvestrados e gado domeacutestico (ovinos e caprinos) (Fig1 e 2 anexo C)

35 Tipos de Ocorrecircncia

Sobre as espeacutecies registadas foram ainda analisados os tipos de ocorrecircncia no territoacuterio de

Portugal Continental tendo sido obtida a seguinte distribuiccedilatildeo (Fig13)

- na categoria de Residente vinte e sete espeacutecies de Aves cinco espeacutecies de Anfiacutebios trecircs

espeacutecies de Reacutepteis e uma espeacutecie de Mamiacutefero

- na categoria de Migrador Reprodutor nove espeacutecies de Aves

- na categoria de Visitante quatro espeacutecies de Aves

- na categoria de ReprodutorVisitante trecircs espeacutecies de Aves

- dois Endemismo Ibeacutericos (Lagartixa de Bocage Podarcis bocagei e Ratilde de focinho

pontiagudo Discoglossus galganoi)



42

Fig14 Representatividade em nuacutemero e percentagem de espeacutecies considerando o tipo de ocorrecircncia no territoacuterio

Nacional

36 Estatutos de Conservaccedilatildeo

Apoacutes o registo das espeacutecies observadas foi ainda feito um levantamento dos estatutos de

conservaccedilatildeo de cada espeacutecie tendo sido registados os seguintes (Fig14)

- quarenta e sete espeacutecies (88) estatildeo incluiacutedas na categoria de Pouco Preocupante (LC)

- duas espeacutecies (4) estatildeo incluiacutedas na categoria de Quase Ameaccedilado (NT)

- uma espeacutecie (2) estaacute incluiacuteda na categoria de Vulneraacutevel (VU)

- uma espeacutecie (2) estaacute incluiacuteda na categoria de Informaccedilatildeo Insuficiente (DD)

Fig15 Representatividade em nuacutemero e percentagem de espeacutecies distribuiacutedas de acordo com a sua classificaccedilatildeo no

Livro Vermelhos de Vertebrados de Portugal



43

As espeacutecies com estatutos de Quase Ameaccedilado pertencem agrave Ordem Anura Famiacutelia

Discoclossidae e Ordem Passeriformes Famiacutelia Muscicapidae A uacutenica espeacutecie com estatuto

Vulneraacutevel pertence agrave Ordem Passeriformes Famiacutelia Scolopacidae

37 Instrumentos Legais de protecccedilatildeo

Das espeacutecies registadas foram ainda consultados quais os instrumentos legais de protecccedilatildeo a

que estatildeo sujeitas sendo as principais (Fig15)

- quarenta e trecircs espeacutecies estatildeo protegidas ao abrigo da Convenccedilatildeo de Berna (anexos II e

III)

- treze espeacutecies estatildeo protegidas ao abrigo da Directivas AvesHabitats

- onze espeacutecies estatildeo protegidas ao abrigo da Convenccedilatildeo de Bona (anexo II)

- trecircs espeacutecies estatildeo protegidas ao abrigo da Convenccedilatildeo CITES (anexo II e A)

- duas espeacutecies natildeo gozam actualmente de nenhum estatuto de protecccedilatildeo legal pertencendo

estes concretamente ao grupo das Aves

Fig16 Representatividade em nuacutemero e percentagem de espeacutecies distribuiacutedas de acordo com o seu estatuto de

protecccedilatildeo legal



44

38 Anaacutelise dos resultados

Apoacutes o trabalho de campo e posteriormente agrave organizaccedilatildeo da informaccedilatildeo obtida eacute possiacutevel

concluir que o patrimoacutenio fauniacutestico do Parque Oriental merece a devida atenccedilatildeo visto albergar

um nuacutemero de espeacutecies consideraacutevel para um espaccedilo recentemente intervencionado aleacutem do

espaccedilo por si soacute se mostrar como uma mais-valia em contexto urbano quer pelas suas

dimensotildees quer pelo seu potencial de conservaccedilatildeo e recreativo

381 Consideraccedilotildees sobre a divisatildeo espacial e

consequente relaccedilatildeo com o nuacutemero e tipo de espeacutecies

Tendo em conta as diferentes parcelas de terreno vegetaccedilatildeo e grau de

requalificaccedilatildeoocupaccedilatildeo do terreno foi possiacutevel fazer uma divisatildeo do Parque Oriental em trecircs

zonas Esta divisatildeo foi elaborada tendo como ponto inicial a homogeneidade de espeacutecies de

flora das diferentes aacutereas e tipos de ocupaccedilatildeo do solo Desta forma e natildeo se tratando este estudo

um trabalho exaustivo a atribuiccedilatildeo de uma lista de espeacutecies e posterior estudo assim como a

realizaccedilatildeo de uma caracterizaccedilatildeo global de cada aacuterea ficou mais simples e mais generalista

dando uma noccedilatildeo global das diferentes aacutereas e caracteriacutesticas do Parque

A primeira zona corresponde agrave aacuterea do Parque que se encontra aberta ao puacuteblico (Zona A

tabela 5 anexo A Fig1 anexo B) com cerca de 10 hectares e que conta jaacute com melhoramentos

significativos em termos de equipamentos acessibilidades e do proacuteprio coberto vegetal tendo

sido o local que registou maior nuacutemero de espeacutecies Foram identificadas trinta e seis espeacutecies de

Aves uma espeacutecie de Reacuteptil aleacutem da totalidade das espeacutecies de Anfiacutebios Esta abundacircncia pode

dever-se ao facto de neste local terem ocorrido obras de requalificaccedilatildeo Estas intervenccedilotildees

contaram com actividades de reflorestaccedilatildeo usando espeacutecies nativas colocaccedilatildeo de muros de

pedra que criam fendas criaccedilatildeo de charcos artificiais que natildeo existiam criaccedilatildeo de uma zona

extensa de gramiacuteneas e vegetaccedilatildeo rasteira a permanecircncia das aacutervores mais antigas e a natildeo



45

remoccedilatildeo de troncos velhos a requalificaccedilatildeo das margens e algumas campanhas de despoluiccedilatildeo

do rio Todas estas intervenccedilotildees criaram condiccedilotildees e nichos diferentes para as vaacuterias espeacutecies

potenciando a sua fixaccedilatildeo e escolha deste parque como local de passagem alimentaccedilatildeo eou

descanso Apesar de a designaccedilatildeo de Parque Oriental ser recente os espaccedilos e as espeacutecies de

flora que ainda permanecem satildeo bem mais antigos e como tal proporcionam agraves espeacutecies de

fauna uma maior complexidade ecoloacutegica e por conseguinte uma comunidade vegetal bem

estabelecida pela presenccedila quer de espeacutecies autoacutectones quer de aacutervores antigas (Juricic 2000)

A proximidade de terrenos cultivados poderaacute ainda ter aumentado a quantidade de alimento

disponiacutevel pela atracccedilatildeo de insectos e pelas proacuteprias sementes e espeacutecies cultivadas A presenccedila

de algumas casas rurais no interior do parque pode ter favorecido a fixaccedilatildeo de espeacutecies mais

generalistas ao proporcionar fontes alternativas de alimento

A criaccedilatildeo de charcos foi sem duacutevida uma obra de requalificaccedilatildeo significativa ao criar pontos

de aacutegua para todas as espeacutecies mas mostrou-se particularmente

importante para as espeacutecies de anfiacutebios A presenccedila de charcos

temporaacuterios e permanentes permite e iraacute favorecer a fixaccedilatildeo de

espeacutecies com requisitos diferentes no entanto permitindo a

todas um local para a reproduccedilatildeo Nestes charcos foram

identificadas trecircs espeacutecies sendo de salientar a presenccedila da Ratilde de

Focinho-pontiagudo Discoglossus galganoi a uacutenica espeacutecie de

anfiacutebio classificada pelo Livro Vermelho de Vertebrados de

Portugal com o estatuto de Quase Ameaccedilada (NT) Trata-se de

um endemismo ibeacuterico cujos nuacutecleos populacionais em

Portugal se encontram bastante fragmentados (Almeida et al 2001) Nesta zona do parque haacute

ainda uma mina de aacutegua de fraca escorrecircncia com poucos centiacutemetros de aacutegua e com alguns

metros de profundidade Eacute um local bastante huacutemido com paredes em terra e muitas raiacutezes Na

abertura da mina foi construiacutedo um pequeno tanque no qual vai caindo e acumulando a aacutegua

que vai escorrendo da mina Eacute neste local em particular (no interior da mina) que foi detectada a

presenccedila da Salamandra de pintas amarelas Salamandra salamandra

Fig17 Juvenil de Salamandra

salamandra observado no Parque

Oriental



46

Na margem direita do rio Tinto que atravessa a totalidade do Parque foi encontrado o uacutenico

exemplar de micromamiacutefero um Musaranho de dentes brancos grande Crocidura russula Natildeo

obstante as sessotildees de armadilhagem terem sido efectuadas

nos periacuteodos do ano de maior actividade deste grupo de

fauna nomeadamente durante o periacuteodo reprodutivo e nos

meses de Primavera (Macdonald and Barret 1993) apenas foi

recolhido um indiviacuteduo Apesar de inicialmente se prever que

estariam reunidas as condiccedilotildees de habitat (elevada

quantidade de manta morta e folhagem terrenos

agriacutecolas nas imediaccedilotildees e local situado na orla de uma

floresta) para a ocorrecircncia de vaacuterias espeacutecies de micromamiacuteferos apenas se registou uma

A utilizaccedilatildeo da armadilhagem fotograacutefica de infra-vermelhos natildeo revelou a presenccedila de

espeacutecies de mamiacuteferos selvagens de pequenomeacutedio porte pelo que se conclui que este tipo de

fauna a existir seraacute muito esquiva eou com um reduzido nuacutemero populacional Tal como foi

verificado para as espeacutecies de micromamiacuteferos seria de prever a existecircncia de algum exemplar

deste grupo dadas as condiccedilotildees de habitat serem propiacutecias ao seu aparecimento (zonas de matos

densos zonas de clareiras com elevada quantidade de manta morta e folhagem manchas de

floresta autoacutectone habitaccedilotildees rurais campos agriacutecolas nas imediaccedilotildees e disponibilidade de aacutegua

corrente) Um facto que pode estar relacionado com a ausecircncia deste grupo de fauna assim

como o reduzido nuacutemero de indiviacuteduos de micromamiacuteferos seraacute a abundacircncia de gatos e catildees

domeacutesticos eou assilvestrados (Problemaacutetica abordada no ponto 382) Este elevado nuacutemero

de indiviacuteduos pode ser comprovado atraveacutes das vaacuterias fotografias resultantes da armadilhagem

(Fig1 anexo C) Natildeo seraacute de excluir alguma selectividade das armadilhas o que pode ter

conduzido a uma subrepresentaccedilatildeo de algumas espeacutecies como por exemplo a ratazana ou o

rato-preto (Rattus norvegicus e Rattus rattus)

Fig18 Crocidura russula observado no

Parque Oriental



47

A segunda zona do Parque Oriental constitui agrave maior parcela de terreno de todo o Parque

(Zona B tabela 6 anexo A Fig 3 anexo B) A este local corresponde um total de vinte e uma

espeacutecies de Aves uma espeacutecie de Micromamiacutefero e uma espeacutecie de Reacuteptil Apesar da existecircncia

de condiccedilotildees propiacutecias como uma zona alagada perto de uma mina de aacutegua natildeo foram

detectadas espeacutecies de anfiacutebios Este facto pode dever-se ao excesso de vegetaccedilatildeo alta e rasteira

no local da mina natildeo proporcionando a existecircncia de um charco e pelo recente encerramento da

abertura da mina com uma parede de cimento Em

termos de flora esta zona apresenta a montante do

rio uma aacuterea substancial totalmente dominada por

espeacutecies invasoras do geacutenero Acacia Neste mesmo

local a vegetaccedilatildeo rasteira eacute inexistente e o solo eacute

bastante aacuterido podendo surgir como mais uma causa

responsaacutevel pela inexistecircncia de mamiacuteferos de

pequenomeacutedio porte Na margem esquerda do rio

foi encontrado o uacutenico exemplar de micromamiacutefero um Musaranho de dentes brancos grande

Crocidura russula

Nesta margem do rio seria previsiacutevel a existecircncia de mais espeacutecies de mamiacuteferos dada a

existecircncia de um coberto vegetal denso e uma mancha de floresta autoacutectone Aqui tambeacutem foi

evidente a presenccedila de vaacuterios gatos domeacutesticos eou ferais aliaacutes as uacutenicas detecccedilotildees feitas pelas

cacircmaras de infra-vermelhos A presenccedila destes animais pode relacionar-se mais uma vez com a

inexistecircncia de mamiacuteferos selvagens (ponto 382) O uacutenico reacuteptil encontrado pertence ao

geacutenero Podarcis Eacute nesta parcela de terreno do Parque Oriental que se observa pastoreio de

gado domeacutestico (ovinos e caprinos) Os rebanhos tecircm um tamanho reduzido variando entre 10 a

20 cabeccedilas de gado

O rio Tinto que continua a atravessar esta aacuterea envolvente do Parque possui neste momento

alguns raacutepidos e eacute neste local que se pode observar a presenccedila de Galinha de aacutegua Gallinula

chloropus e o Guincho comum Larus ridibundus

Na terminaccedilatildeo desta parcela de terreno haacute um grande canavial com uma zona de areal na

qual foram detectados indiacutecios da presenccedila de Garccedila real Ardea cinerea

Fig19 Pastoreio no Parque Oriental



48

A terceira zona do Parque Oriental corresponde agrave mata do Freixo (Zona C tabela 7 anexo

A Fig4 anexo B) Esta zona possui uma mancha de floresta autoacutectone antiga mas tambeacutem uma

forte dominacircncia de Eucaliptos e Acacia Neste local foram detectadas dezasseis espeacutecies de

Aves e trecircs espeacutecies de Reacutepteis Foi nesta aacuterea que foi detectada a uacutenica espeacutecie pertencente agrave

ordem Serpentes Dada a inexistecircncia de condiccedilotildees propicias como zonas alagadas (local

consideravelmente afastado do Rio Tinto) eou charcos natildeo foram detectadas espeacutecies de

anfiacutebios Igualmente natildeo foram registadas espeacutecies de mamiacuteferos neste local apesar de

inicialmente se prever a sua existecircncia dado estarem reunidas condiccedilotildees favoraacuteveis como

coberto vegetal denso elevada quantidade de manta morta mancha de floresta autoacutectone

aacutervores antigas troncos velhos caiacutedos uma zona com pouca influecircncia do Homem e no

seguimento do trabalho de campo com a presenccedila de uma espeacutecie da famiacutelia Colubridae cujos

haacutebitos alimentares passam pela predaccedilatildeo de pequenos mamiacuteferos (Almeida et al 2001)

Contrariamente ao que seria de esperar pela tendecircncia dos outros dois locais na zona da Mata

do Freixo natildeo foram detectados gatos nem catildees domeacutesticos eou ferais Esta ausecircncia seria mais

uma condiccedilatildeo favoraacutevel agrave ocorrecircncia de mamiacuteferos silvestres que no entanto natildeo se veio a

verificar levando agrave conclusatildeo de que espeacutecies deste grupo a existirem seratildeo muito esquivas

eou pertenceratildeo a populaccedilotildees muito reduzidas

382 A abundacircncia de gato domeacutestico (Felis silvestris

catus) e consequentes implicaccedilotildees na fauna selvagem do

Parque Oriental

A espeacutecie domesticada do gato teraacute tido o seu ancestral na subespeacutecie Africana Felis

silvestris libyca que foi domesticada pelos Egiacutepcios em 2000 aC Mais tarde por volta do ano

300 dC teraacute sido levado pelos colonos Europeus por todo o globo No entanto o gato

domeacutestico actual eacute considerado por bioacutelogos como uma espeacutecie separada (Coleman et al

1997) A intenccedilatildeo da sua domesticaccedilatildeo foi a erradicaccedilatildeo e controlo de pragas que destruiacuteam e

ameaccedilavam as culturas de cereais Com o passar dos seacuteculos o gato comeccedilou a ser criado como



49

um animal de companhia permanecendo no entanto um animal com um instinto caccedilador inato e

tornando-se actualmente numa ameaccedila agraves espeacutecies que com ele coabitam nos vaacuterios

ecossistemas (Coleman et al 1997 Tidemann 1994 Keith et al 2000 Murphy and

Dowding 2001 Woods et al 2003 Brickner 2003 Kays and Dewan 2004) Desta forma esta

espeacutecie tem sido alvo de uma especial preocupaccedilatildeo por parte de bioacutelogos conservacionistas

visto este ser um predador exoacutetico de espeacutecies nativas (Kays and Dewan 2004 Murphy and

Dowding 2001 Coleman et al 1997) Ao contraacuterio dos predadores nativos os gatos

apresentam uma seacuterie de vantagens que lhes permitem competir de forma desigual por

territoacuterio sendo elas

- os gatos domeacutesticos tendem a ser alimentados por ser humanos e por conseguinte natildeo estatildeo

dependentes das oscilaccedilotildees nas comunidades de presas caccedilando muitas das vezes apenas por

et al 1997 Woods et al2003 Kays and Dewan 2004)

- as pessoas protegem os gatos contra doenccedilas o que se apresenta como uma vantagem muito

poderosa uma vez que limita o nuacutemero de mortes (Coleman et al 1997 Murphy and Dowding

2001 Kays and Dewan 2004)

- ao contraacuterio de muitos predadores nativos que satildeo mais activos de noite o gato caccedila

activamente durante o dia podendo percorrer vaacuterios quiloacutemetros competindo pelo nuacutemero de

presas disponiacuteveis (Coleman et al 1997)

Desta forma os gatos conseguem atingir densidades 100 vezes ou mais superiores aos

carniacutevoros nativos (Coleman et al 1997) Assim sendo as elevadas densidades de gatos

superiores agrave capacidade de carga de um determinado habitat podem comprometer quer a fauna

local de potenciais presas (aves pequenos mamiacuteferos reacutepteis e anfiacutebios) como das proacuteprias

comunidades de predadores nativos ao competirem com superioridade de meios (Coleman et

al 1997 Tidemann 1994 Keith et al 2000 Murphy and Dowding 2001 Woods et al

2003 Brickner 2003 Kays and Dewan 2004)

Conclui-se entatildeo que uma das possiacuteveis causas para a pobreza em espeacutecies de mamiacuteferos

esteja relacionada com a abundacircncia de gatos domeacutesticos ou ferais no Parque Oriental visto que

pela captaccedilatildeo fotograacutefica eacute possiacutevel identificar gatos distintos tendo sido registados mais de 10

gatos diferentes entre o local A e B (Fig 1 anexo C)



50

383 Comparaccedilatildeo entre as trecircs zonas integrantes do

Parque Oriental

Apoacutes o estudo sobre as actividades de requalificaccedilatildeo descriccedilatildeo global das espeacutecies de flora e

das espeacutecies de fauna eacute possiacutevel estabelecer uma comparaccedilatildeo entre as trecircs zonas integrantes do

Parque Oriental tendo em conta a relaccedilatildeo entre a abundacircncia e diversidade de espeacutecies O local

que apresentou maior abundacircncia e diversidade de espeacutecies foi aquele que sofreu obras de

requalificaccedilatildeo Este facto pode ser justificado pelo tipo de alteraccedilotildees que foram feitas na

paisagem e que melhoraram as condiccedilotildees de fixaccedilatildeo das espeacutecies e aparecimento de outras que

inicialmente natildeo existiam No caso particular dos anfiacutebios estas alteraccedilotildees foram bastante

substanciais uma vez que os charcos foram construiacutedos durante as obras de requalificaccedilatildeo e

como tal proporcionaram o aparecimento e a fixaccedilatildeo deste grupo de fauna no centro do Parque

contribuindo para o aumento da biodiversidade do local (Fig 2 anexo B)

A manutenccedilatildeo dos espaccedilos verdes e as campanhas de limpeza do rio estatildeo a tornar este local

do Parque Oriental num lugar mais apraziacutevel que atrai cada vez mais visitantes

As duas zonas restantes do Parque Oriental ainda natildeo sofreram qualquer tipo de intervenccedilatildeo

e como tal natildeo estatildeo visitaacuteveis para a maioria das pessoas Assim sendo estabelece-se de

imediato uma diferenccedila entre a primeira zona do Parque e as restantes no que concerne ao

acesso e usufruto por parte da comunidade limitando assim o potencial de recreaccedilatildeo do mesmo

pelo menos ateacute agrave data deste estudo

Ao enunciarmos a falta de medidas de requalificaccedilatildeo como beneficio inerente para as

pessoas eacute tambeacutem necessaacuterio referir que as mesmas poderiam melhorar substancialmente a

fauna desses dois locais visto serem mais pobres em espeacutecies de fauna que o local jaacute

intervencionado O potencial destes dois espaccedilos eacute elevado uma vez que estamos perante locais

de uma riqueza paisagiacutestica ainda por explorar uma vez que ainda natildeo estatildeo acessiacuteveis ao

puacuteblico e principalmente por estarem sempre no seguimento do Rio Tinto num percurso

bastante pitoresco do mesmo As manchas de floresta autoacutectone os raacutepidos existentes no Rio o

corredor ripiacutecola com abundacircncia de vegetaccedilatildeo arboacuterea e arbustiva a proacutepria frescura do local e



51

fazendo as devidas abstracccedilotildees no que respeita agrave poluiccedilatildeo dos solos e do rio tornam estes locais

realmente singulares

A matriz de similaridade foi obtida para a comparaccedilatildeo das trecircs aacutereas estudadas no Parque

Oriental (Tabela 4 anexo A) A sua anaacutelise permitiu estabelecer uma maior semelhanccedila entre as

zonas B e C (Fig4)

Foi ainda construiacutedo um dendograma de similaridade para permitir uma melhor visualizaccedilatildeo

da hierarquizaccedilatildeo das semelhanccedilas entre os trecircs locais (Fig 20)

Da anaacutelise do dendograma eacute possiacutevel confirmar que os locais B e C satildeo os mais semelhantes

entre si e que o local A apresenta a maior diferenccedila para com os restantes Tal evidecircncia eacute

possiacutevel confirmar no terreno uma vez que tendo o local A sofridas obras de requalificaccedilatildeo e

melhoramento paisagiacutestico eacute de todos o local mais intervencionado que por conseguinte atraiu

um maior nuacutemero de espeacutecies tornando este local o mais biodiverso Os locais B e C

apresentam um menor nuacutemero de espeacutecies uma vez que possuem uma menor diversidade de

flora e de diferentes habitats o que condiciona e limita o nuacutemero de espeacutecies que possam existir

nestes locais

100

80

60

40

Parque Oriental

Fig20 Dendograma de similaridade entre os trecircs locais do Parque Oriental



52

Capiacutetulo IV

Propostas de Conservaccedilatildeo

e Conclusotildees finais



53

4 Propostas de Conservaccedilatildeo

Parques urbanos e reservas naturais como jaacute foi sublinhado em pontos anteriores podem

efectivamente contribuir para a protecccedilatildeo da biodiversidade e para a conservaccedilatildeo da natureza

No entanto estes deveratildeo integrar o conceito de paisagem ao longo de todas as acccedilotildees de

conservaccedilatildeo e requalificaccedilatildeo de forma a constituiacuterem acccedilotildees concretas que promovam um bom

planeamento e acima de tudo se planeie com base na escala adequada (Sanderson et al 2002)

A conservaccedilatildeo da natureza compete muitas vezes com projectos e prioridades sociais como a

habitaccedilatildeo e a exploraccedilatildeo de recursos Desta forma seraacute razoaacutevel ter consciecircncia que a

implementaccedilatildeo de planos para a exclusiva protecccedilatildeo de espaccedilos verdes e recursos bioacuteticos eacute

algo que apenas eacute exequiacutevel em locais remotos do nosso planeta e como tal haacute a necessidade de

integraccedilatildeo com as necessidades do ser humano As estrateacutegias de preservaccedilatildeo teratildeo que seguir

na linha de projectos com muacuteltiplas propostas e o planeamento deveraacute ser multidisciplinar de

inclusatildeo e com o maior grau possiacutevel de envolvimento com o puacuteblico (Ahern 1995 Xu 2009)

As actividades de conservaccedilatildeo devem estabelecer prioridades para que os fundos quase

sempre escassos sejam usados de forma racional eficazmente e eficientemente prevenindo a

longo-prazo a perda e a degradaccedilatildeo dos sistemas ecoloacutegicos (Wilson 2009 James et al 2001)

Uma das principais prioridades seraacute procurar onde como e o quecircquando eacute que se deve actuar

primeiro para tornar a conservaccedilatildeo da biodiversidade e dos recursos naturais existentes

eficiente assumindo a impossibilidade da omnipotecircncia e da omnipresenccedila

Os planos de conservaccedilatildeo dos espaccedilos verdes urbanos devem aleacutem de assegurar a

preservaccedilatildeo da natureza e maximizaccedilatildeo da biodiversidade promover a inclusatildeo das populaccedilotildees

e as preocupaccedilotildees com o seu bem-estar e qualidade de vida uma vez que estas podem vir

tambeacutem elas a usufruir dos planos de gestatildeo e conservaccedilatildeo desses mesmo espaccedilos (Ahern

1995)

O estudo feito no Parque Oriental do Porto surge como um exemplo praacutetico desta tentativa

de numa primeira fase fazer o reconhecimento e o levantamento do valor e patrimoacutenio

bioloacutegico para depois culminar com a elaboraccedilatildeo de propostas de conservaccedilatildeo que visem o

equiliacutebrio e a harmonia entre a maximizaccedilatildeo da biodiversidade existente favorecendo ainda o



54

seu aumento e a qualidade de vida das populaccedilotildees residentes nas imediaccedilotildees do parque Desta

forma surge uma seacuterie de propostas divididas por quatro categorias

41 Conservaccedilatildeo e maximizaccedilatildeo da biodiversidade

A fauna do Parque Oriental no presente possui jaacute um consideraacutevel nuacutemero de espeacutecies No

entanto eacute ainda possiacutevel aumentar esta biodiversidade atraveacutes de acccedilotildees de conservaccedilatildeo e de

requalificaccedilatildeo e melhoramento da paisagem As propostas que se seguiratildeo tecircm como objectivo

melhorar as condiccedilotildees jaacute existentes mas acima de tudo potenciar o aparecimento de mais

espeacutecies e de mais indiviacuteduos

Resoluccedilatildeo dos problemas de descargas poluentes no percurso do Rio Tinto

Resolver problemas de poluiccedilatildeo fluvial nunca eacute uma tarefa simples dado que muitas das

vezes estamos perante fontes de poluiccedilatildeo difusas Estas podendo ser efectuadas muitos

quiloacutemetros a montante desta zona do Rio iratildeo influenciar de forma determinante toda a fauna

e flora a jusante dessa fonte de poluiccedilatildeo Contudo eacute necessaacuterio fazer um reforccedilo das intenccedilotildees

perto das entidades responsaacuteveis pela fiscalizaccedilatildeo das descargas das induacutestrias de forma evitar

que estas se faccedilam natildeo inviabilizando no futuro acccedilotildees de conservaccedilatildeo e requalificaccedilatildeo na aacuterea

de influecircncia do Rio Com a melhoria da qualidade da aacutegua iraacute ser possiacutevel a colonizaccedilatildeo

natural por comunidades de invertebrados que consequentemente disponibilizaratildeo alimento para

as comunidades de peixes que possam vir a ser reintroduzidas assim como para comunidades

de aves Natildeo seria demasiado esperar uma recolonizaccedilatildeo por lontras a meacutedio prazo depois de

recuperadas algumas funcionalidades do sistema fluvial



55

Erradicaccedilatildeo da mancha de espeacutecies invasoras e reflorestaccedilatildeo com espeacutecies autoacutectones

Na segunda maior aacuterea do Parque Oriental (Fig3 anexo B) como jaacute foi analisado em pontos

anteriores (ponto 313) existe uma aacuterea consideraacutevel de espeacutecies invasoras que aleacutem de

empobrecerem a paisagem pela sua homogeneidade o solo onde elas existem estaacute bastante

desertificado Num parque que possui jaacute um substancial patrimoacutenio em espeacutecies nativas muitas

delas jaacute antigas natildeo faz sentido esta mancha de flora exoacutetica invasora que tanto descaracteriza o

local referido

A erradicaccedilatildeo de espeacutecies invasoras natildeo se tem mostrado uma tarefa leve e nem sempre com

sucesso Desta forma deveratildeo ser encontradas medidas o mais eficazes possiacutevel contactando as

entidades mais competentes nesse sentido evitando assim a recuperaccedilatildeo da espeacutecie que se

pretende eliminar De forma a colmatar a ausecircncia de vegetaccedilatildeo apoacutes as campanhas de

erradicaccedilatildeo de invasoras deveratildeo ser escolhidas espeacutecies adequadas ao solo e ao local em

particular mas dando sempre prioridade a espeacutecies nativas (Xuo 2009) O mesmo se aplica em

todo o Parque quando for necessaacuterio reflorestar ou intrevencionar novas parcelas de terreno

Como exemplos das espeacutecies a empregar deveriam ser consideradas as que pertencem agrave

Associaccedilatildeo Rusco aculeati-Quercetum roboris (Costa et al 1998)

Fig21 Mancha de Carvalhos (Quercus robur) e Sobreiros (Quercus suber) no Parque Oriental



56

411 Maximizaccedilatildeo e conservaccedilatildeo da fauna

Realizaccedilatildeo de campanhas de reintroduccedilatildeo de espeacutecies autoacutectones no Rio

Na parte do Rito Tinto que atravessa o Parque Oriental natildeo foi detectado nenhum tipo de

fauna dulciaquicola Este facto deveraacute estar a ser provocado essencialmente pela poluiccedilatildeo

fluvial quer com resiacuteduos soacutelidos em suspensatildeo quer por poluentes quiacutemicos (mau cheiro e

espuma satildeo frequentes no percurso do Rio Tinto ao longo do Parque Oriental) que ao longo dos

anos foram incompatibilizando a existecircncia de vida animal A reintroduccedilatildeo de espeacutecies iraacute

favorecer o aumento da biodiversidade do local e contribuir para a restituiccedilatildeo da identidade do

nosso patrimoacutenio fluvial alargando a aacuterea de distribuiccedilatildeo das espeacutecies As espeacutecies (re)

introduzidas deveratildeo ser espeacutecies nativas desta regiatildeo de Portugal tais como o Barbo comum

Barbus bocagei Escalo do Norte Squalius carolitertii e Boga do Norte Pseudochondrostoma

duriense (Martins sd)

Construccedilatildeo de mais charcos temporaacuteriospermanentes

A construccedilatildeo de charcos no Parque Oriental jaacute se mostrou bastante eficaz no que respeita ao

aumento da biodiversidade uma vez que possibilitou a fixaccedilatildeo de vaacuterias espeacutecies de anfiacutebios

No entanto esta construccedilatildeo estaacute limitada ao local da primeira fase de intervenccedilatildeo Apoacutes ter sido

detectada a presenccedila de uma mina de aacutegua e de terreno alagadiccedilo na segunda maior zona do

Parque Oriental propotildee-se que neste espaccedilo sejam construiacutedos mais charcos favorecendo o

aparecimento de espeacutecies de anfiacutebios possivelmente ateacute de espeacutecies novas face agraves que jaacute foram

registadas Espeacutecies novas como a Ratilde verde Phelophylax perezi Sapo comum Bufo bufo

poderatildeo surgir no Parque e pela presenccedila de zonas arenosas na proximidade de zonas alagadas

seraacute possiacutevel a introduccedilatildeo de Sapo de unha negra Pelobates cultripes Este processo poderaacute ser

feito usando larvas eou adultos de charcos nas proximidades ou de locais com condiccedilotildees

semelhantes



57

Melhoria de condiccedilotildees para a espeacutecie Salamandra salamandra

O local da primeira fase de intervenccedilatildeo do Parque Oriental a zona aberta ao puacuteblico possui

uma mina de aacutegua alvo de anaacutelise em pontos anteriores (ponto 41) O local da mina que

termina no interior do Parque estaacute neste momento a desaguar para um pequeno tanque de pedra

e cimento com rebordos arredondados com alguns centiacutemetros de profundidade Tendo sido

detectada a presenccedila de Salamandra salamandra no interior da mina o tanque para o qual

desagua a aacutegua e possivelmente larvas desta espeacutecie natildeo se apresenta como o local ideal para a

sobrevivecircncia e reproduccedilatildeo desta espeacutecie Sendo uma espeacutecie que procura meios aquaacuteticos

apenas para se reproduzir a altura do tanque surge como um obstaacuteculo intransponiacutevel agrave sua

saiacuteda comprometendo a sobrevivecircncia da espeacutecie (Almeida et al 2001) A aacutegua do tanque

estaacute estanque e acumula a folhagem que cai das aacutervores que acaba por apodrecer Esta espeacutecie

apresenta como requisitos de habitat zonas huacutemidas e sombrias como bosques e cercanias de

ribeiros aleacutem de preferir como locais de reproduccedilatildeo meios com aacuteguas limpas e correntes

(Almeida et al 2001) Desta forma e tentando compatibilizar a esteacutetica do local com a

sobrevivecircncia desta espeacutecie propotildee-se a colocaccedilatildeo de pedras ou outros objectos rugosos dentro

do pequeno tanque que permitam a entrada e saiacuteda dos espeacutecimes no local mais perto do solo

Seraacute tambeacutem necessaacuterio efectuar a limpeza do tanque para evitar a excessiva eutrofizaccedilatildeo da

aacutegua por acumulaccedilatildeo de manta morta esta limpeza poderaacute ser manual atraveacutes de redes

Conservaccedilatildeo dos nuacutecleos populacionais de Discoglossus galganoi

No local da primeira fase de intervenccedilatildeo do

Parque Oriental em vaacuterios dos charcos existentes

foi detectada a presenccedila da espeacutecie Ratilde de focinho

pontiagudo Discoglossus galganoi actualmente

classificada no Livro Vermelho de Vertebrados de

Portugal como Quase Ameaccedilada Desta forma eacute

necessaacuterio garantir a integridade destas comunidades

favorecendo o seu sucesso reprodutivo de modo a

assegurar que no Parque Oriental possam existir comunidades saudaacuteveis desta espeacutecie

contribuindo para a sua perpetuaccedilatildeo

Fig 22 Discolossus galganoi observado no Parque Oriental



58

Assim sendo propotildee-se um alerta agraves entidades responsaacuteveis pela manutenccedilatildeo do Parque

Oriental para a presenccedila desta espeacutecie de forma a poderem actuar em conformidade evitando

possiacuteveis actos de vandalismo que possam pocircr em risco a integridade dos efectivos

populacionais Posto isto seraacute necessaacuterio garantir o cumprimento dos requisitos desta espeacutecie

nomeadamente evitando o corte da vegetaccedilatildeo muito draacutestica nas proximidades dos charcos

dada a preferecircncia desta espeacutecie por lameiros e prados alagados e com uma certa altura de

vegetaccedilatildeo herbaacutecea Seraacute necessaacuterio garantir que os charcos possam ser limpos pontualmente

para evitar uma acumulaccedilatildeo de demasiada mateacuteria orgacircnica evitando a eutrofizaccedilatildeo excessiva

da aacutegua

Atracccedilatildeo e fixaccedilatildeo de comunidades de Aves

O Parque Oriental possui actualmente um numero substancial de espeacutecies de Aves No

entanto eacute possiacutevel melhorar as condiccedilotildees de fixaccedilatildeo das mesmas e promover a atracccedilatildeo de mais

espeacutecies atraveacutes de medidas muito simples Estas deveratildeo ocorrer com a plantaccedilatildeo de aacutervores

eou arbustos produtores de sementes e frutos que iratildeo beneficiar as espeacutecies graniacutevoras e

frugivoras tais como Silvas (Rubus sp) que produzem amoras

Magnoacutelia branca (Magnolia grandiflora) Echinacea purpuacuterea

Sabugeiro (Sambucus nigra) Dioacutespiro (Diospyros Kaki) entre outros

(Moorman et al 2002) Espeacutecies insectiacutevoras tambeacutem iratildeo beneficiar

com a plantaccedilatildeo de espeacutecies que atraiam os insectos tais como a Iberis

(Iberis umbellata) que fornece neacutectar e poacutelen a insectos Liminanthes

(Limmanthes douglasii) anual de longa floraccedilatildeo que fornece neacutectar e

poacutelen Macieiras bravas (Malus sp) fornecem poacutelen aos insectos e

os frutos iratildeo proporcionar alimento a paacutessaros Sorveira (Sorbus

spp) que produz flores com poacutelen e pequenos frutos As heras (Hedera sp) e outras trepadeiras

fazem uma cortina verde que proporciona abrigo para aves e as suas bagas no Inverno

proporcionam alimento para as mesmas A Piracanta (Pyracantha sp) aleacutem de uma excelente

cobertura verde os seus cachos de bagas amarelas alimentaratildeo aves ao longo de todo o ano

(Goldsmith 2007) O uso de algumas espeacutecies de plantas ornamentais aloacutectones natildeo invasoras

pode ser favoraacutevel aos insectos e agraves espeacutecies insectiacutevoras Aleacutem do alimento propotildee-se ainda

Fig 23 Caixa ninho para aves



59

que sejam colocadas nos locais apropriados caixas ninho para as Aves (Fig23) Esta actividade

poderia ser feita no local no acircmbito da educaccedilatildeo ambiental em parceria com as escolas da

freguesia ou do concelho

Atracccedilatildeo e fixaccedilatildeo de invertebrados

Os invertebrados como os insectos aleacutem de constituiacuterem um dos itens mais comuns na dieta

de muitas espeacutecies ao longo da cadeia alimentar satildeo importantes dispersores de poacutelen aleacutem de

muitos deles pelas suas cores formas e comportamento satildeo admirados completando a beleza de

um parque verde Exemplos destes invertebrados satildeo os lepidoacutepteros (borboletas) joaninhas

(Coccinellidae) Anisoacutepteros (libeacutelulas) Coleoacutepteros (escaravelhos) e muitos outros Assim

sendo tambeacutem se propotildeem medidas simples que aumentem a quantidade e diversidade de

invertebrados no Parque Oriental As medidas satildeo basicamente a plantaccedilatildeo de aacutervores

pequenas plantas arbustos trepadeiras entres outras que ajudem agrave fixaccedilatildeo destes animais

Exemplos de espeacutecies que podem ser plantadas satildeo Salgueiro (Salix atrocinerea) Miosoacutetis

(Myosotis) Primula (Primula) e Goivo encarnado (Cheiranthus) que produzem os primeiros

neacutectares e poacutelenes (Gaston et al 2003 Goldsmith 2007) O funcho (Foeniculum vulgare) eacute

um importante hospedeiro de lepidopteros (borboletas) nomeadamente da espeacutecie de cores e

recortes invulgares como a Papilio zelicaon Plantaccedilotildees de urtigas (Urtica dioica) seratildeo

tambeacutem ideais para a atracccedilatildeo de vaacuterias espeacutecies de larvas de borboletas (Gaston et al 2003)

Atracccedilatildeo e fixaccedilatildeo de comunidades de Quiroacutepteros

Os morcegos providenciam uma variedade de serviccedilos de

ecossistemas tais como o controlo das comunidades de insectos e

artroacutepodes que podem surgir como pestes para o ser humano e para a

agricultura dispersores de sementes e ainda como importantes

polinizadores (Kunz et al 2011) Como tal satildeo importantes para a

manutenccedilatildeo dos ecossistemas e aleacutem de estarem directamente

protegidos por lei o seu habitat deve ser preservado

Tendo sido registada a presenccedila de morcegos no Parque Fig24 Abrigo para morcegos



60

Oriental propotildee-se medidas que ajudem agrave manutenccedilatildeo das espeacutecies Uma das propostas

facilmente exequiacutevel eacute a construccedilatildeo de abrigos nas aacutervores

A construccedilatildeo e subsequente colocaccedilatildeo dos abrigos poderia ser alvo de uma actividade de

educaccedilatildeo ambiental com crianccedilas eou toda a comunidade interessada em participar aliando a

parte praacutetica agrave componente de sensibilizaccedilatildeo para a importacircncia do valor e da conservaccedilatildeo

destas espeacutecies cada vez mais ameaccediladas

Controlo das populaccedilotildees de gatos

Idealizar e concretizar um projecto de controlo eou erradicaccedilatildeo de alguma espeacutecie animal

natildeo constitui uma tarefa simples e eacute necessaacuterio um estudo preacutevio muito pormenorizado a vaacuterios

niacuteveis desde a biologia da espeacutecie ateacute ao porquecirc da sua abundacircncia em determinado local

(Keith et al 2000 Kays and DeWan 2004) Como visto em pontos anteriores o nuacutemero de

gatos existentes no Parque Oriental pode ser responsaacutevel pelo reduzido nuacutemero de mamiacuteferos

selvagens No entanto estrateacutegias de controlo das suas populaccedilotildees deveratildeo ser feitas a curto

prazo e com cautela Numa primeira fase eacute necessaacuterio um estudo mais rigoroso sobre o nuacutemero

real de gatos existentes no Parque Oriental Numa segunda fase seraacute necessaacuterio saber quais dos

gatos em questatildeo satildeo verdadeiramente selvagens e quais possuem dono e que tipo de haacutebitos

possuem os segundos Desta forma poderia ser realizado um inqueacuterito agraves populaccedilotildees que vivem

nas imediaccedilotildees questionando se possuem gatos uma breve descriccedilatildeo fiacutesica dos mesmos se

estes costumam andar soltos e se trazem para casa as suas presas e se sim que tipo de animais

costumam trazer (Kays and DeWan 2004) O inqueacuterito iraacute permitir saber mais concretamente

se os gatos domeacutesticos apresentam ou natildeo um impacto significativo na fauna selvagem do

Parque Deveraacute ser utilizada desde jaacute uma teacutecnica de armadilhagem nos locais identificados pela

presenccedila de gatos (Keith et al 2000) Estas sessotildees teratildeo que ser pontuais e perioacutedicas

realizadas apenas enquanto se justifique (pela abundacircncia de gatos) Os animais capturados

devem ser sujeitos a confinamento



61

42 Educaccedilatildeo ambiental

A manutenccedilatildeo dos espaccedilos verdes em contexto urbano natildeo pode limitar-se aos estudos e

processos cientiacuteficos relacionados com a conservaccedilatildeo das espeacutecies Natildeo deveraacute existir uma

exclusividade do espaccedilo para fins de conservaccedilatildeo bioloacutegica mas sim um pluralismo de

conceitos projectos e atitudes

Levar as comunidades a visitar e a usufruir dos espaccedilos verdes exclusivamente pelo contacto

com a natureza pode ser bastante redutor para locais com tantas valecircncias como o caso

particular do Parque Oriental O visitante deveraacute ter acesso agrave informaccedilatildeo sobre o parque quer

em termos espaciais quer em termos da riqueza e abundacircncia das espeacutecies que nele habitam

flora e fauna

Projectos de educaccedilatildeo dos visitantes do Parque Oriental

Aliar a componente luacutedica dos parques urbanos agrave educaccedilatildeo eacute fundamental para que os

visitantes natildeo se limitem a passear pelos espaccedilos disponiacuteveis mas que aprendam pelo caminho

Desta forma propotildee-se a colocaccedilatildeo de paineacuteis informativos nos locais mais adequados que

contenham informaccedilatildeo sobre as espeacutecies de fauna e flora que podem ser encontradas no Parque

Oriental As espeacutecies de flora poderiam possuir uma etiqueta com a sua identificaccedilatildeo (nome

comum e nome cientiacutefico) para que o puacuteblico se habitue agraves designaccedilotildees dos nomes das espeacutecies

contribuindo para a formaccedilatildeo dos visitantes e tornando a sua identificaccedilatildeo mais faacutecil As

espeacutecies mais abundantes de fauna poderiam ter uma atenccedilatildeo especial nos paineacuteis com a

informaccedilatildeo suficiente da sua biologia aleacutem de fotografias das espeacutecies para ajudar agrave sua

identificaccedilatildeo

Dar a devida importacircncia a estes parques natildeo passa apenas pelo estudo relatoacuterios cientiacuteficos

e visitas esporaacutedicas por bioacutelogos e outros cientistas eacute necessaacuterio fazer o reconhecimento

puacuteblico da sua importacircncia para que a comunidade seja a primeira a usufruir do conhecimento

que lhe eacute facultado Satildeo projectos como estes que podem valorizar este espaccedilo de forma

imediata alertando tambeacutem para a importacircncia da conservaccedilatildeo



62

A maioria dos visitantes do Parque Oriental natildeo possui conhecimentos de biologia

suficientes para poder identificar espeacutecies de forma autoacutenoma e como tal e de forma a

potenciar subsequentes campanhas de conservaccedilatildeo e educaccedilatildeo ambiental eacute preciso sensibilizar

instruir e familiarizar os utentes para a existecircncia das espeacutecies e ajuda-los a identifica-las

potenciando uma observaccedilatildeo e um usufruto da natureza mais completo

Actividades de Educaccedilatildeo Ambiental

Dada a presenccedila de um nuacutemero consideraacutevel de espeacutecies de Aves propotildeem-se a realizaccedilatildeo

de actividades de observaccedilatildeo de aves e de uma forma mais concreta anilhagem cientiacutefica que

podia tomando as devidas providecircncias com as entidades responsaacuteveis ser aberta ao puacuteblico

que quisesse ajudar ou apenas ver como se processa uma actividade de anilhagem e ainda

sensibilizar para a sua importacircncia

Visto terem sido registadas quatro espeacutecies de Anfiacutebios uma delas com estatuto de Quase

Ameaccedilado propotildeem-se actividades nocturnas de educaccedilatildeo ambiental para o estudo e

observaccedilatildeo deste tipo de fauna nos vaacuterios charcos que existem actualmente no Parque Oriental

Estas actividades poderiam ser abertas ao puacuteblico interessado ou apenas com objectivos de

investigaccedilatildeo cientiacutefica

Apesar de natildeo constar da lista de espeacutecies registadas foi observada a presenccedila de morcegos

no Parque Oriental e estando ateacute agrave data deste estudo a realizar-se as comemoraccedilotildees do Ano

Internacional dos Morcegos propotildeem-se actividades de observaccedilatildeo e identificaccedilatildeo acuacutesticas

destes espeacutecimes contando com parecerias com instituiccedilotildees eou profissionais individuais

Natildeo obstante a natildeo inclusatildeo nos pressupostos deste estudo as espeacutecies de invertebrados estas

satildeo tambeacutem abundantes e uma mais-valia para a biodiversidade do Parque Oriental e como tal

propotildee-se a continuaccedilatildeo de actividades de estudo deste grupo de fauna no seguimento de uma

dos insectos (Fapas 2010) A

associaccedilatildeo Campo Aberto patrocinou tambeacutem duas visitas guiadas ao espaccedilo que viria a ser o

Parque Oriental em Novembro e Julho de 2009 (Campo Aberto 2009)



63

43 Integraccedilatildeo da comunidade

Para garantir o sucesso de todas estas propostas eacute indispensaacutevel um processo de integraccedilatildeo

de toda a populaccedilatildeo residente ou natildeo nas imediaccedilotildees do Parque No contexto de comunidade eacute

necessaacuterio incluir quer os proacuteprios habitantes quer as entidades oficiais responsaacuteveis pela

fiscalizaccedilatildeo ordenamento e gestatildeo do Parque Oriental como local puacuteblico

A comunidade deveraacute ter conhecimento das actividades a realizar no Parque de forma a

poder participar delas se assim lhes aprouver Os habitantes dos bairros sociais que actualmente

vivem em condiccedilotildees debilitadas devem poder beneficiar de um espaccedilo cuidado e que tenha

garantias de seguranccedila Para tal propotildee-se o reforccedilo do policiamento nas imediaccedilotildees do Parque

garantindo a integridade e sentimento de seguranccedila dos visitantes e das proacuteprias populaccedilotildees

visto terem sido avistados indiviacuteduos toxicodependentes a praticar actos iliacutecitos nas imediaccedilotildees

do Parque onde em determinados locais estatildeo visiacuteveis seringas e outros artefactos

No interior do recinto do Parque Oriental eacute sentida a falta de iluminaccedilatildeo durante a noite o

que limita a visita da comunidade durante esta parte do dia tornando o local pouco seguro

Assim sendo propotildee-se a instalaccedilatildeo de candeeiros dentro do Parque nos locais dos trajectos

pedestres No entanto sugere-se que estes sejam alimentados por paineacuteis fotovoltaicos Estes

juntamente com a sua bateria de armazenamento da electricidade satildeo uma soluccedilatildeo faacutecil e

ecoloacutegica que natildeo exige movimentos de cabos eleacutectricos evitando a descaracterizaccedilatildeo da

paisagem do ceacuteu do Parque Durante a noite a electricidade acumulada fornece uma luz

totalmente gratuita

Actualmente o Parque Oriental oferece uma seacuterie de caminhos alcatroados pelos quais os

visitantes podem optar por correr passear ou andar de bicicleta No entanto satildeo ainda

inexistentes bancos ou outros tipos de equipamentos que permitam agraves pessoas um descanso

mais confortaacutevel Desta forma propotildee-se a colocaccedilatildeo de bancos adequados agrave esteacutetica do local

espalhados em locais apropriados ao longo dos vaacuterios trajectos do Parque

Durante o trabalho de campo deste estudo foram visiacuteveis alguns actos de vandalismo que natildeo

soacute destruiacuteram o patrimoacutenio edificado e natural como a longo prazo e a repetirem-se contribuem

para a degradaccedilatildeo do Parque denegrindo a sua imagem afastando os visitantes Desta forma eacute



64

necessaacuterio passar a informaccedilatildeo de que o Parque Oriental eacute um local que deve ser preservado

porque eacute tambeacutem uma forma de melhorar a qualidade de vida das populaccedilotildees residentes nesta

localidade ao proporcionar-lhes um local apraziacutevel perto de casa onde podem aproveitar o

sossegado contacto com a natureza

A longo prazo e a cumprirem-se os projectos idealizados para o Parque Oriental o proacuteprio

comeacutercio da localidade pode vir a beneficiar deste empreendimento e como tal eacute necessaacuterio

garantir a sua integridade cujos habitantes da Zona Oriental do Porto podem ser os melhores

intervenientes

44 Divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo

Projectos de investigaccedilatildeo como eacute o caso deste estudo natildeo podem limitar-se apenas ao

trabalho de campo agrave sua escrita e agrave apresentaccedilatildeo para um grupo limitado de interessados eacute

necessaacuterio tornar a informaccedilatildeo puacuteblica e divulga-la em locais eou plataformas adequadas que

tenham como objectivos reunir informaccedilatildeo deste tipo e torna-la acessiacutevel a toda a comunidade

cientiacutefica ou natildeo Desta forma propotildee-se a cedecircncia dos dados com os devidos direitos de

autoria agraves entidades que possam fazer uso destes resultados para fins de investigaccedilatildeo mais

aprofundada ou simplesmente para a inserccedilatildeo em bases de dados nacionais Exemplos de

plataformas que poderatildeo ser usadas satildeo SIMBION um sistema de informaccedilatildeo e monitorizaccedilatildeo

da biodiversidade na Zona Norte de Portugal Continental do Instituto da Conservaccedilatildeo da

Natureza e da Biodiversidade (ICNB) cujos objectivos satildeo a realizaccedilatildeo da monitorizaccedilatildeo da

diversidade de fauna e flora a SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves) que

possui uma plataforma online para o registo de observaccedilatildeo de aves de forma a melhorar a

monitorizaccedilatildeo dos dados de

-Div (Unidade de Divulgaccedilatildeo e Comunicaccedilatildeo de Ciecircncia em Biodiversidade do

Centro de Investigaccedilatildeo em Biodiversidade e Recursos Geneacuteticos) A inscriccedilatildeo dos charcos do

Parque Oriental nesta campanha

para o desenvolvimento de visitas de estudo e realizaccedilatildeo de diversas actividades de



65

Estes satildeo alguns dos exemplos do trabalho de divulgaccedilatildeo

subsequente agrave publicaccedilatildeo oficial deste trabalho de forma a torna-lo ainda mais uacutetil para toda a

comunidade acadeacutemica cientiacutefica e civil

Toda a informaccedilatildeo recolhida e analisada seraacute tambeacutem disponibilizada para que a autarquia a

possa utilizar do modo que entender por exemplo na paacutegina internet relativa aos espaccedilos verdes

da cidade

Um dos produtos do presente trabalho (anexo D) consiste numa brochura com os principais

resultados obtidos e sublinhando especialmente as propostas de gestatildeo aqui apresentadas Esta

brochura foi concebida para ser utilizada pelos serviccedilos da Cacircmara Municipal do Porto

encarregues da gestatildeo de parques e jardins entre outros



66

45 Principais Conclusotildees

A anaacutelise dos resultados obtidos permitiu enumerar as seguintes conclusotildees

O Parque Oriental eacute detentor de uma grande parcela de terreno com vaacuterias potencialidades

quer em termos de diversidade de espaccedilos flora com nuacutecleos importantes de floresta autoacutectone

e fauna com um nuacutemero consideraacutevel de espeacutecies

O local do Parque Oriental que foi intervencionado recentemente apresenta uma maior

diversidade e abundacircncia de espeacutecies resultado das obras de embelezamento e requalificaccedilatildeo

que proporcionaram melhores condiccedilotildees para a colonizaccedilatildeo de novas espeacutecies e fixaccedilatildeo das

mesmas permitindo concluir que as parcelas restantes poderatildeo beneficiar em proporccedilotildees

semelhantes de obras de requalificaccedilatildeo e melhoramento paisagiacutestico

As espeacutecies existentes nos Parque Oriental apresentam todas elas estatutos de conservaccedilatildeo e a

maioria estatutos de protecccedilatildeo legal pelo que devem ser conservadas e preservadas quer pelo

potencial conservacionista quer pela preservaccedilatildeo do patrimoacutenio bioloacutegico do Parque

Os dados de inventariaccedilatildeo permitiram criar uma base de dados sobre a fauna existente no

Parque Oriental contribuindo assim para um melhor conhecimento da biodiversidade da aacuterea de

estudo

Registou-se ainda a presenccedila de espeacutecies com o estatuto de Quase Ameaccedilado tornando o

Parque Oriental um local prioritaacuterio para acccedilotildees de conservaccedilatildeo e estudo das espeacutecies em causa



67

Desta forma os dados recolhidos e analisados iratildeo permitir

i) O reconhecimento pela comunidade e pela sociedade do valor da biodiversidade

existente no Parque Oriental

ii) A promoccedilatildeo de campanhas de educaccedilatildeo e formaccedilatildeo em aacutereas de conservaccedilatildeo da

natureza nome e tipos de espeacutecies e ainda a importacircncia da preservaccedilatildeo da biodiversidade em

contexto urbano

iii) Medidas de incremento da Biodiversidade

iv) Futuramente deveratildeo ser implementados programas de monitorizaccedilatildeo de espeacutecies e

dos diferentes habitats do Parque Oriental

As propostas de conservaccedilatildeo iratildeo permitir

i) A longo prazo uma maior valorizaccedilatildeo dos espaccedilos constituintes do Parque Oriental

ii) O aumento do patrimoacutenio bioloacutegico do Parque atraveacutes da (re) introduccedilatildeo de novas

espeacutecies

iii) Com a divulgaccedilatildeo da informaccedilatildeo uma maior visibilidade do potencial e riqueza

bioloacutegica do Parque Oriental



68

46 Consideraccedilotildees para o futuro

Os resultados deste trabalho permitiram reunir uma seacuterie de dados indispensaacuteveis a uma

caracterizaccedilatildeo bioloacutegica preliminar do Parque Oriental No entanto surgem perspectivas futuras

de trabalho nomeadamente

Continuidade dos trabalhos de investigaccedilatildeo e identificaccedilatildeo das espeacutecies aumentando

a lista de espeacutecies que vivem no Parque ou que o usam como local de passagem ou

para reproduccedilatildeo

Monitorizaccedilatildeo dos equipamentos utilizados para fixaccedilatildeo de espeacutecies como caixas

ninho para Aves e abrigos para Quiroacutepteros (morcegos)

Investigaccedilatildeo mais pormenorizada das comunidades de micromamiacuteferos (mais

armadilhas durante um periacuteodo maior de tempo abarcando as vaacuterias estaccedilotildees do

ano)

Prospecccedilatildeo de campo mais pormenorizada para o grupo de mamiacuteferos de

pequenomeacutedio porte de forma a certificar a presenccedila ou total ausecircncia deste grupo

de fauna

Estudo monitorizado das comunidades de espeacutecies com estatutos mais preocupantes

garantindo a perpetuaccedilatildeo das mesmas

Visitas de fiscalizaccedilatildeo ao Parque Oriental de forma a garantir a integridade dos

espaccedilos dos animais que neles vivem assim como dos possiacuteveis equipamentos de

educaccedilatildeo ambiental que possam vir a ser colocados



69

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73

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Xu Xiaojun (Gwen) 2009 Rewilding the Urban University Campus - Creating a more environmentally and socially sustainable university campus Senior Project



74

Anexo A

Local do Parque

Ordem Famiacutelia Espeacutecie Data Ponto GPS

0-10 min 10-20min 20-30 min 30-40 min 40-50 min 50-60 min

Tabela 1 Ficha de registo observaccedilatildeo a preencher durante o trabalho de campo

Tabela 2 Ficha de registo de observaccedilatildeo para avifauna (usando o Tengecho 1986)



75

Tabela 3 Ficha de Anaacutelise dos resultados da amostragem pelo meacutetodo Time Species Counts

Espeacutecies Pontuaccedilatildeo por nordm de Amostragens Total pontuaccedilatildeo Meacutedia Ranking espeacutecie

Tabela 4 Matriz de similaridade calculada utilizando o coeficiente de Jaccard

Local A Local B Local C

Local A 1 53125 49902

Local B 53125 1 5641

Local C 49902 5641 1



76

Tabela 5 Resultados de amostragem de Avifauna para o local A do Parque Oriental

Espeacutecies Pontuaccedilatildeo por Nordm de Amostragens Total pontuaccedilatildeo Meacutedia Iacutendice de Abundacircncia Relativa

Nordm de amostragens 1 2 3 4 5

Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 6 5 6 29 58 58

Pombo comum 5 6 6 6 5 28 56 56

Carriccedila 6 6 5 5 5 27 54 54

Toutinegra de Barrete 6 5 5 6 5 27 54 54

Pisco de Peito Ruivo 6 5 5 6 5 27 54 54

Rola turca 6 5 5 6 5 27 54 54

Pardal 5 6 5 5 6 27 54 54

Felosa 6 6 5 5 4 26 52 52

Gaivota 5 5 5 6 5 26 52 52

Rabirruivo 5 6 4 4 4 23 46 46

Papa moscas cinzento 5 6 4 4 4 23 46 46

Chamariz 4 5 5 4 5 23 46 46

Alveola comum 1 5 5 6 6 23 46 46

Andorinha chamineacutes 5 6 0 5 6 22 44 44

Chapim preto 5 5 3 4 5 22 44 44

Pega rabuda 6 5 4 3 3 21 42 42

Andorinhatildeo 6 5 0 5 5 21 42 42

Andorinha-dos-beirais 5 5 0 5 5 20 4 4

Pombo torcaz 6 5 0 3 3 17 34 34

Maccedilarico das Rochas 4 5 3 1 2 15 3 3

Tentilhatildeo 4 3 0 3 5 15 3 3

Rouxinol comum 4 4 0 3 0 11 22 22

Alveola amarela 0 4 0 4 1 9 18 18

Lugre 2 0 0 3 3 8 16 16



77

Espeacutecies que foram detectadas no Parque Oriental mas natildeo nos dias de amostragem

Chapim azul 0 0 2 3 3 8 16 16

Chapim real 0 2 3 0 2 7 14 14

Rola comum 3 0 0 0 0 3 06 06

Poupa 3 0 0 0 0 3 06 06

Aacuteguia de asa redonda 1 1 0 1 0 3 06 06


Peto verde 0 0 0 1 1 2 04 04

Gralha de nuca cinzenta 0 1 0 0 0 1 02 02

Guarda rios 0 0 1 0 0 1 02 02

Coruja-do-mato

Estorninho



78

Tabela 6 Resultados de amostragem de Avifauna para o local B do Parque Oriental


Espeacutecies Pontuaccedilatildeo por nordm de Amostragens Total pontuaccedilatildeo Meacutedia Iacutendice de Abundacircncia Relativa


Melro 6 6 5 6 6 29 58 58

Gaivota 6 5 5 6 6 28 56 56

Pisco de peito-ruivo 6 4 4 6 6 26 52 52

Pombo comum 5 5 5 6 5 26 52 52

Gaio 6 6 4 4 5 25 5 5

Rola turca 6 4 4 3 4 21 42 42

Pardal 5 5 0 5 6 21 42 42

Guincho-comum 0 5 5 5 6 21 42 42

Alveola branca 4 4 3 5 5 21 42 42

Rabirruivo 4 1 0 3 4 12 24 24

Pega rabuda 4 4 0 0 3 11 22 22

Carriccedila 1 0 1 4 5 11 22 22

Verdilhatildeo 3 0 0 3 4 10 2 2

Galinha dacuteagua 0 4 0 0 3 7 14 14

Toutinegra de barrete 0 0 3 2 2 7 14 14

Pombo torcaz 0 0 4 0 3 7 14 14

Andorinha-beirais 0 0 0 0 6 6 12 12

Chamariz 0 0 0 3 3 6 12 12

Andorinha-chamineacutes 0 0 0 0 5 5 1 1

Garccedila boieira

Aacuteguia de asa redonda



79

Tabela 7 Resultados de amostragem de Avifauna para o local C do Parque Oriental



Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 5 6 6 29 58 58


Rola turca 6 4 4 4 4 22 44 44

Alveola branca 3 4 4 5 6 22 44 44

Chamariz 3 3 4 4 3 17 34 34

Tordo comum 0 3 4 4 5 16 32 32


Carriccedila 2 0 3 3 5 13 26 26



Rabirruivo 2 1 0 0 1 4 08 08

Pega rabuda

Pombo torcaz


Pintassilgo

Espeacutecies que foram detectadas no Parque Oriental mas natildeo nos dias de amostrage



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Anexo D

O presente anexo inclui a brochura anexa realizada para ser fornecida agrave Cacircmara Municipal do

Porto



89




Faculdade de Ciecircncias da Universidade do Porto

Diversidade de Vertebrados do Parque Oriental

do Porto

Tese submetida agrave Faculdade de Ciecircncias da Universidade do Porto como requisito parcial

para obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Ecologia Ambiente e Territoacuterio

Orientador Prof Doutor Paulo Joseacute Talhadas dos Santos

Porto 2011












Bem hajam



Resumo














ABSTRACT








Iacutendice

Capiacutetulo I 9


11 Enquadramento 1






de vida 9

111 10



11 15





16 Objectivos 17

Capiacutetulo II 19

Metodologia 19










2232 24





111 28









342 Herpetofauna 39


342 41










Oriental 50



Capiacutetulo IV 52











Referecircncias 69

Anexo A 74

Anexo B 84

Anexo C 86

Anexo D 88



Capiacutetulo I




1

11 Enquadramento












Sintra 2011)















2


















park movement














3
































4


























2001)





5

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7



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9























2004)








10




























11
































12



















13


Porto





poliacutetica
























14
































15




























16






biodiversidade
























17






em 2009







16 Objectivos













18















19

Capiacutetulo II

Metodologia



20











amostragem












anexo A)



21














observada
















22






espeacutecies


tabela 2 anexo A


Herpetofauna


















23

























infra-vermelhos



24













al 1995)













Fig 2




25











de GPS

















26























27

Capiacutetulo III




28














29






2009)












30


patrimoacutenio

























31












32































33























como pastoreio


32

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201

1)




Ordens





Oriental







(Tabela 8 Anexo A)



38
















39



342 Herpetofauna











40







hippocrepis




41




















42


Nacional












43








III)










44



























45































Oriental



46



























Parque Oriental



47
















Crocidura russula

















48




















Parque Oriental









49
































50


Parque Oriental




























51





zonas B e C (Fig4)










nestes locais

100

80

60

40

Parque Oriental




52

Capiacutetulo IV





53
























1995)







54























55







local referido













56
























semelhantes



57

































58









da aacutegua
























59






























60




























61










flora e fauna



















62





























63




















totalmente gratuita











64








intervenientes





















65






da cidade







66
















estudo





67






contexto urbano







espeacutecies





68












ano)



de fauna








69

Referecircncias

























70


























71























72








293 1786-1790














73















74

Anexo A

Local do Parque







75





Local A 1 53125 49902

Local B 53125 1 5641

Local C 49902 5641 1



76




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 6 5 6 29 58 58

Pombo comum 5 6 6 6 5 28 56 56

Carriccedila 6 6 5 5 5 27 54 54



Rola turca 6 5 5 6 5 27 54 54

Pardal 5 6 5 5 6 27 54 54

Felosa 6 6 5 5 4 26 52 52

Gaivota 5 5 5 6 5 26 52 52

Rabirruivo 5 6 4 4 4 23 46 46


Chamariz 4 5 5 4 5 23 46 46

Alveola comum 1 5 5 6 6 23 46 46


Chapim preto 5 5 3 4 5 22 44 44

Pega rabuda 6 5 4 3 3 21 42 42



Pombo torcaz 6 5 0 3 3 17 34 34



Rouxinol comum 4 4 0 3 0 11 22 22


Lugre 2 0 0 3 3 8 16 16



77


Chapim azul 0 0 2 3 3 8 16 16

Chapim real 0 2 3 0 2 7 14 14

Rola comum 3 0 0 0 0 3 06 06

Poupa 3 0 0 0 0 3 06 06



Peto verde 0 0 0 1 1 2 04 04


Guarda rios 0 0 1 0 0 1 02 02

Coruja-do-mato

Estorninho



78





Melro 6 6 5 6 6 29 58 58

Gaivota 6 5 5 6 6 28 56 56


Pombo comum 5 5 5 6 5 26 52 52

Gaio 6 6 4 4 5 25 5 5

Rola turca 6 4 4 3 4 21 42 42

Pardal 5 5 0 5 6 21 42 42

Guincho-comum 0 5 5 5 6 21 42 42

Alveola branca 4 4 3 5 5 21 42 42

Rabirruivo 4 1 0 3 4 12 24 24

Pega rabuda 4 4 0 0 3 11 22 22

Carriccedila 1 0 1 4 5 11 22 22




Pombo torcaz 0 0 4 0 3 7 14 14


Chamariz 0 0 0 3 3 6 12 12


Garccedila boieira




79




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 5 6 6 29 58 58


Rola turca 6 4 4 4 4 22 44 44

Alveola branca 3 4 4 5 6 22 44 44

Chamariz 3 3 4 4 3 17 34 34

Tordo comum 0 3 4 4 5 16 32 32


Carriccedila 2 0 3 3 5 13 26 26



Rabirruivo 2 1 0 0 1 4 08 08

Pega rabuda

Pombo torcaz


Pintassilgo




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84

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86

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87

Fig

2 A

lgum

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da

arm

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com

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infr

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s an

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s ex

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Parq

ue O

rient

al


Anexo D


Porto



89













Bem hajam



Resumo














ABSTRACT








Iacutendice

Capiacutetulo I 9


11 Enquadramento 1






de vida 9

111 10



11 15





16 Objectivos 17

Capiacutetulo II 19

Metodologia 19










2232 24





111 28









342 Herpetofauna 39


342 41










Oriental 50



Capiacutetulo IV 52











Referecircncias 69

Anexo A 74

Anexo B 84

Anexo C 86

Anexo D 88



Capiacutetulo I




1

11 Enquadramento












Sintra 2011)















2


















park movement














3
































4


























2001)





5

ir desde as
































6































7



natureza

























e que garantam um



8























habitantes urbanos



9























2004)








10




























11
































12



















13


Porto





poliacutetica
























14
































15




























16






biodiversidade
























17






em 2009







16 Objectivos













18















19

Capiacutetulo II

Metodologia



20











amostragem












anexo A)



21














observada
















22






espeacutecies


tabela 2 anexo A


Herpetofauna


















23

























infra-vermelhos



24













al 1995)













Fig 2




25











de GPS

















26























27

Capiacutetulo III




28














29






2009)












30


patrimoacutenio

























31












32































33























como pastoreio


32

D

ados

de

pro

spec

ccedilatildeo

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Nes

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ubca

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1)




Ordens





Oriental







(Tabela 8 Anexo A)



38
















39



342 Herpetofauna











40







hippocrepis




41




















42


Nacional












43








III)










44



























45































Oriental



46



























Parque Oriental



47
















Crocidura russula

















48




















Parque Oriental









49
































50


Parque Oriental




























51





zonas B e C (Fig4)










nestes locais

100

80

60

40

Parque Oriental




52

Capiacutetulo IV





53
























1995)







54























55







local referido













56
























semelhantes



57

































58









da aacutegua
























59






























60




























61










flora e fauna



















62





























63




















totalmente gratuita











64








intervenientes





















65






da cidade







66
















estudo





67






contexto urbano







espeacutecies





68












ano)



de fauna








69

Referecircncias

























70


























71























72








293 1786-1790














73















74

Anexo A

Local do Parque







75





Local A 1 53125 49902

Local B 53125 1 5641

Local C 49902 5641 1



76




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 6 5 6 29 58 58

Pombo comum 5 6 6 6 5 28 56 56

Carriccedila 6 6 5 5 5 27 54 54



Rola turca 6 5 5 6 5 27 54 54

Pardal 5 6 5 5 6 27 54 54

Felosa 6 6 5 5 4 26 52 52

Gaivota 5 5 5 6 5 26 52 52

Rabirruivo 5 6 4 4 4 23 46 46


Chamariz 4 5 5 4 5 23 46 46

Alveola comum 1 5 5 6 6 23 46 46


Chapim preto 5 5 3 4 5 22 44 44

Pega rabuda 6 5 4 3 3 21 42 42



Pombo torcaz 6 5 0 3 3 17 34 34



Rouxinol comum 4 4 0 3 0 11 22 22


Lugre 2 0 0 3 3 8 16 16



77


Chapim azul 0 0 2 3 3 8 16 16

Chapim real 0 2 3 0 2 7 14 14

Rola comum 3 0 0 0 0 3 06 06

Poupa 3 0 0 0 0 3 06 06



Peto verde 0 0 0 1 1 2 04 04


Guarda rios 0 0 1 0 0 1 02 02

Coruja-do-mato

Estorninho



78





Melro 6 6 5 6 6 29 58 58

Gaivota 6 5 5 6 6 28 56 56


Pombo comum 5 5 5 6 5 26 52 52

Gaio 6 6 4 4 5 25 5 5

Rola turca 6 4 4 3 4 21 42 42

Pardal 5 5 0 5 6 21 42 42

Guincho-comum 0 5 5 5 6 21 42 42

Alveola branca 4 4 3 5 5 21 42 42

Rabirruivo 4 1 0 3 4 12 24 24

Pega rabuda 4 4 0 0 3 11 22 22

Carriccedila 1 0 1 4 5 11 22 22




Pombo torcaz 0 0 4 0 3 7 14 14


Chamariz 0 0 0 3 3 6 12 12


Garccedila boieira




79




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 5 6 6 29 58 58


Rola turca 6 4 4 4 4 22 44 44

Alveola branca 3 4 4 5 6 22 44 44

Chamariz 3 3 4 4 3 17 34 34

Tordo comum 0 3 4 4 5 16 32 32


Carriccedila 2 0 3 3 5 13 26 26



Rabirruivo 2 1 0 0 1 4 08 08

Pega rabuda

Pombo torcaz


Pintassilgo




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86

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Fig

2 A

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com

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rient

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Anexo D


Porto



89




Resumo














ABSTRACT








Iacutendice

Capiacutetulo I 9


11 Enquadramento 1






de vida 9

111 10



11 15





16 Objectivos 17

Capiacutetulo II 19

Metodologia 19










2232 24





111 28









342 Herpetofauna 39


342 41










Oriental 50



Capiacutetulo IV 52











Referecircncias 69

Anexo A 74

Anexo B 84

Anexo C 86

Anexo D 88



Capiacutetulo I




1

11 Enquadramento












Sintra 2011)















2


















park movement














3
































4


























2001)





5

ir desde as
































6































7



natureza

























e que garantam um



8























habitantes urbanos



9























2004)








10




























11
































12



















13


Porto





poliacutetica
























14
































15




























16






biodiversidade
























17






em 2009







16 Objectivos













18















19

Capiacutetulo II

Metodologia



20











amostragem












anexo A)



21














observada
















22






espeacutecies


tabela 2 anexo A


Herpetofauna


















23

























infra-vermelhos



24













al 1995)













Fig 2




25











de GPS

















26























27

Capiacutetulo III




28














29






2009)












30


patrimoacutenio

























31












32































33























como pastoreio


32

D

ados

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pro

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ccedilatildeo

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201

1)




Ordens





Oriental







(Tabela 8 Anexo A)



38
















39



342 Herpetofauna











40







hippocrepis




41




















42


Nacional












43








III)










44



























45































Oriental



46



























Parque Oriental



47
















Crocidura russula

















48




















Parque Oriental









49
































50


Parque Oriental




























51





zonas B e C (Fig4)










nestes locais

100

80

60

40

Parque Oriental




52

Capiacutetulo IV





53
























1995)







54























55







local referido













56
























semelhantes



57

































58









da aacutegua
























59






























60




























61










flora e fauna



















62





























63




















totalmente gratuita











64








intervenientes





















65






da cidade







66
















estudo





67






contexto urbano







espeacutecies





68












ano)



de fauna








69

Referecircncias

























70


























71























72








293 1786-1790














73















74

Anexo A

Local do Parque







75





Local A 1 53125 49902

Local B 53125 1 5641

Local C 49902 5641 1



76




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 6 5 6 29 58 58

Pombo comum 5 6 6 6 5 28 56 56

Carriccedila 6 6 5 5 5 27 54 54



Rola turca 6 5 5 6 5 27 54 54

Pardal 5 6 5 5 6 27 54 54

Felosa 6 6 5 5 4 26 52 52

Gaivota 5 5 5 6 5 26 52 52

Rabirruivo 5 6 4 4 4 23 46 46


Chamariz 4 5 5 4 5 23 46 46

Alveola comum 1 5 5 6 6 23 46 46


Chapim preto 5 5 3 4 5 22 44 44

Pega rabuda 6 5 4 3 3 21 42 42



Pombo torcaz 6 5 0 3 3 17 34 34



Rouxinol comum 4 4 0 3 0 11 22 22


Lugre 2 0 0 3 3 8 16 16



77


Chapim azul 0 0 2 3 3 8 16 16

Chapim real 0 2 3 0 2 7 14 14

Rola comum 3 0 0 0 0 3 06 06

Poupa 3 0 0 0 0 3 06 06



Peto verde 0 0 0 1 1 2 04 04


Guarda rios 0 0 1 0 0 1 02 02

Coruja-do-mato

Estorninho



78





Melro 6 6 5 6 6 29 58 58

Gaivota 6 5 5 6 6 28 56 56


Pombo comum 5 5 5 6 5 26 52 52

Gaio 6 6 4 4 5 25 5 5

Rola turca 6 4 4 3 4 21 42 42

Pardal 5 5 0 5 6 21 42 42

Guincho-comum 0 5 5 5 6 21 42 42

Alveola branca 4 4 3 5 5 21 42 42

Rabirruivo 4 1 0 3 4 12 24 24

Pega rabuda 4 4 0 0 3 11 22 22

Carriccedila 1 0 1 4 5 11 22 22




Pombo torcaz 0 0 4 0 3 7 14 14


Chamariz 0 0 0 3 3 6 12 12


Garccedila boieira




79




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 5 6 6 29 58 58


Rola turca 6 4 4 4 4 22 44 44

Alveola branca 3 4 4 5 6 22 44 44

Chamariz 3 3 4 4 3 17 34 34

Tordo comum 0 3 4 4 5 16 32 32


Carriccedila 2 0 3 3 5 13 26 26



Rabirruivo 2 1 0 0 1 4 08 08

Pega rabuda

Pombo torcaz


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Fig

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Anexo D


Porto



89




ABSTRACT








Iacutendice

Capiacutetulo I 9


11 Enquadramento 1






de vida 9

111 10



11 15





16 Objectivos 17

Capiacutetulo II 19

Metodologia 19










2232 24





111 28









342 Herpetofauna 39


342 41










Oriental 50



Capiacutetulo IV 52











Referecircncias 69

Anexo A 74

Anexo B 84

Anexo C 86

Anexo D 88



Capiacutetulo I




1

11 Enquadramento












Sintra 2011)















2


















park movement














3
































4


























2001)





5

ir desde as
































6































7



natureza

























e que garantam um



8























habitantes urbanos



9























2004)








10




























11
































12



















13


Porto





poliacutetica
























14
































15




























16






biodiversidade
























17






em 2009







16 Objectivos













18















19

Capiacutetulo II

Metodologia



20











amostragem












anexo A)



21














observada
















22






espeacutecies


tabela 2 anexo A


Herpetofauna


















23

























infra-vermelhos



24













al 1995)













Fig 2




25











de GPS

















26























27

Capiacutetulo III




28














29






2009)












30


patrimoacutenio

























31












32































33























como pastoreio


32

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201

1)




Ordens





Oriental







(Tabela 8 Anexo A)



38
















39



342 Herpetofauna











40







hippocrepis




41




















42


Nacional












43








III)










44



























45































Oriental



46



























Parque Oriental



47
















Crocidura russula

















48




















Parque Oriental









49
































50


Parque Oriental




























51





zonas B e C (Fig4)










nestes locais

100

80

60

40

Parque Oriental




52

Capiacutetulo IV





53
























1995)







54























55







local referido













56
























semelhantes



57

































58









da aacutegua
























59






























60




























61










flora e fauna



















62





























63




















totalmente gratuita











64








intervenientes





















65






da cidade







66
















estudo





67






contexto urbano







espeacutecies





68












ano)



de fauna








69

Referecircncias

























70


























71























72








293 1786-1790














73















74

Anexo A

Local do Parque







75





Local A 1 53125 49902

Local B 53125 1 5641

Local C 49902 5641 1



76




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 6 5 6 29 58 58

Pombo comum 5 6 6 6 5 28 56 56

Carriccedila 6 6 5 5 5 27 54 54



Rola turca 6 5 5 6 5 27 54 54

Pardal 5 6 5 5 6 27 54 54

Felosa 6 6 5 5 4 26 52 52

Gaivota 5 5 5 6 5 26 52 52

Rabirruivo 5 6 4 4 4 23 46 46


Chamariz 4 5 5 4 5 23 46 46

Alveola comum 1 5 5 6 6 23 46 46


Chapim preto 5 5 3 4 5 22 44 44

Pega rabuda 6 5 4 3 3 21 42 42



Pombo torcaz 6 5 0 3 3 17 34 34



Rouxinol comum 4 4 0 3 0 11 22 22


Lugre 2 0 0 3 3 8 16 16



77


Chapim azul 0 0 2 3 3 8 16 16

Chapim real 0 2 3 0 2 7 14 14

Rola comum 3 0 0 0 0 3 06 06

Poupa 3 0 0 0 0 3 06 06



Peto verde 0 0 0 1 1 2 04 04


Guarda rios 0 0 1 0 0 1 02 02

Coruja-do-mato

Estorninho



78





Melro 6 6 5 6 6 29 58 58

Gaivota 6 5 5 6 6 28 56 56


Pombo comum 5 5 5 6 5 26 52 52

Gaio 6 6 4 4 5 25 5 5

Rola turca 6 4 4 3 4 21 42 42

Pardal 5 5 0 5 6 21 42 42

Guincho-comum 0 5 5 5 6 21 42 42

Alveola branca 4 4 3 5 5 21 42 42

Rabirruivo 4 1 0 3 4 12 24 24

Pega rabuda 4 4 0 0 3 11 22 22

Carriccedila 1 0 1 4 5 11 22 22




Pombo torcaz 0 0 4 0 3 7 14 14


Chamariz 0 0 0 3 3 6 12 12


Garccedila boieira




79




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 5 6 6 29 58 58


Rola turca 6 4 4 4 4 22 44 44

Alveola branca 3 4 4 5 6 22 44 44

Chamariz 3 3 4 4 3 17 34 34

Tordo comum 0 3 4 4 5 16 32 32


Carriccedila 2 0 3 3 5 13 26 26



Rabirruivo 2 1 0 0 1 4 08 08

Pega rabuda

Pombo torcaz


Pintassilgo




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Fig

2 A

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Anexo D


Porto



89




Iacutendice

Capiacutetulo I 9


11 Enquadramento 1






de vida 9

111 10



11 15





16 Objectivos 17

Capiacutetulo II 19

Metodologia 19










2232 24





111 28









342 Herpetofauna 39


342 41










Oriental 50



Capiacutetulo IV 52











Referecircncias 69

Anexo A 74

Anexo B 84

Anexo C 86

Anexo D 88



Capiacutetulo I




1

11 Enquadramento












Sintra 2011)















2


















park movement














3
































4


























2001)





5

ir desde as
































6































7



natureza

























e que garantam um



8























habitantes urbanos



9























2004)








10




























11
































12



















13


Porto





poliacutetica
























14
































15




























16






biodiversidade
























17






em 2009







16 Objectivos













18















19

Capiacutetulo II

Metodologia



20











amostragem












anexo A)



21














observada
















22






espeacutecies


tabela 2 anexo A


Herpetofauna


















23

























infra-vermelhos



24













al 1995)













Fig 2




25











de GPS

















26























27

Capiacutetulo III




28














29






2009)












30


patrimoacutenio

























31












32































33























como pastoreio


32

D

ados

de

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cacircm

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infr

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e m

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ros

(Ada

ptad

o do

Goo

gleM

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ros

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ptad

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Goo

gleM

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201

1)




Ordens





Oriental







(Tabela 8 Anexo A)



38
















39



342 Herpetofauna











40







hippocrepis




41




















42


Nacional












43








III)










44



























45































Oriental



46



























Parque Oriental



47
















Crocidura russula

















48




















Parque Oriental









49
































50


Parque Oriental




























51





zonas B e C (Fig4)










nestes locais

100

80

60

40

Parque Oriental




52

Capiacutetulo IV





53
























1995)







54























55







local referido













56
























semelhantes



57

































58









da aacutegua
























59






























60




























61










flora e fauna



















62





























63




















totalmente gratuita











64








intervenientes





















65






da cidade







66
















estudo





67






contexto urbano







espeacutecies





68












ano)



de fauna








69

Referecircncias

























70


























71























72








293 1786-1790














73















74

Anexo A

Local do Parque







75





Local A 1 53125 49902

Local B 53125 1 5641

Local C 49902 5641 1



76




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 6 5 6 29 58 58

Pombo comum 5 6 6 6 5 28 56 56

Carriccedila 6 6 5 5 5 27 54 54



Rola turca 6 5 5 6 5 27 54 54

Pardal 5 6 5 5 6 27 54 54

Felosa 6 6 5 5 4 26 52 52

Gaivota 5 5 5 6 5 26 52 52

Rabirruivo 5 6 4 4 4 23 46 46


Chamariz 4 5 5 4 5 23 46 46

Alveola comum 1 5 5 6 6 23 46 46


Chapim preto 5 5 3 4 5 22 44 44

Pega rabuda 6 5 4 3 3 21 42 42



Pombo torcaz 6 5 0 3 3 17 34 34



Rouxinol comum 4 4 0 3 0 11 22 22


Lugre 2 0 0 3 3 8 16 16



77


Chapim azul 0 0 2 3 3 8 16 16

Chapim real 0 2 3 0 2 7 14 14

Rola comum 3 0 0 0 0 3 06 06

Poupa 3 0 0 0 0 3 06 06



Peto verde 0 0 0 1 1 2 04 04


Guarda rios 0 0 1 0 0 1 02 02

Coruja-do-mato

Estorninho



78





Melro 6 6 5 6 6 29 58 58

Gaivota 6 5 5 6 6 28 56 56


Pombo comum 5 5 5 6 5 26 52 52

Gaio 6 6 4 4 5 25 5 5

Rola turca 6 4 4 3 4 21 42 42

Pardal 5 5 0 5 6 21 42 42

Guincho-comum 0 5 5 5 6 21 42 42

Alveola branca 4 4 3 5 5 21 42 42

Rabirruivo 4 1 0 3 4 12 24 24

Pega rabuda 4 4 0 0 3 11 22 22

Carriccedila 1 0 1 4 5 11 22 22




Pombo torcaz 0 0 4 0 3 7 14 14


Chamariz 0 0 0 3 3 6 12 12


Garccedila boieira




79




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 5 6 6 29 58 58


Rola turca 6 4 4 4 4 22 44 44

Alveola branca 3 4 4 5 6 22 44 44

Chamariz 3 3 4 4 3 17 34 34

Tordo comum 0 3 4 4 5 16 32 32


Carriccedila 2 0 3 3 5 13 26 26



Rabirruivo 2 1 0 0 1 4 08 08

Pega rabuda

Pombo torcaz


Pintassilgo




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86

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87

Fig

2 A

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Anexo D


Porto



89





2232 24





111 28









342 Herpetofauna 39


342 41










Oriental 50



Capiacutetulo IV 52











Referecircncias 69

Anexo A 74

Anexo B 84

Anexo C 86

Anexo D 88



Capiacutetulo I




1

11 Enquadramento












Sintra 2011)















2


















park movement














3
































4


























2001)





5

ir desde as
































6































7



natureza

























e que garantam um



8























habitantes urbanos



9























2004)








10




























11
































12



















13


Porto





poliacutetica
























14
































15




























16






biodiversidade
























17






em 2009







16 Objectivos













18















19

Capiacutetulo II

Metodologia



20











amostragem












anexo A)



21














observada
















22






espeacutecies


tabela 2 anexo A


Herpetofauna


















23

























infra-vermelhos



24













al 1995)













Fig 2




25











de GPS

















26























27

Capiacutetulo III




28














29






2009)












30


patrimoacutenio

























31












32































33























como pastoreio


32

D

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com

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cacircm

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os a

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ros

(Ada

ptad

o do

Goo

gleM

aps

201

1)


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ersid

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Fig

8 Z

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rque

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com

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das

cacircm

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amiacutefe

ros

(Ada

ptad

o do

Goo

gleM

aps

201

1)




Ordens





Oriental







(Tabela 8 Anexo A)



38
















39



342 Herpetofauna











40







hippocrepis




41




















42


Nacional












43








III)










44



























45































Oriental



46



























Parque Oriental



47
















Crocidura russula

















48




















Parque Oriental









49
































50


Parque Oriental




























51





zonas B e C (Fig4)










nestes locais

100

80

60

40

Parque Oriental




52

Capiacutetulo IV





53
























1995)







54























55







local referido













56
























semelhantes



57

































58









da aacutegua
























59






























60




























61










flora e fauna



















62





























63




















totalmente gratuita











64








intervenientes





















65






da cidade







66
















estudo





67






contexto urbano







espeacutecies





68












ano)



de fauna








69

Referecircncias

























70


























71























72








293 1786-1790














73















74

Anexo A

Local do Parque







75





Local A 1 53125 49902

Local B 53125 1 5641

Local C 49902 5641 1



76




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 6 5 6 29 58 58

Pombo comum 5 6 6 6 5 28 56 56

Carriccedila 6 6 5 5 5 27 54 54



Rola turca 6 5 5 6 5 27 54 54

Pardal 5 6 5 5 6 27 54 54

Felosa 6 6 5 5 4 26 52 52

Gaivota 5 5 5 6 5 26 52 52

Rabirruivo 5 6 4 4 4 23 46 46


Chamariz 4 5 5 4 5 23 46 46

Alveola comum 1 5 5 6 6 23 46 46


Chapim preto 5 5 3 4 5 22 44 44

Pega rabuda 6 5 4 3 3 21 42 42



Pombo torcaz 6 5 0 3 3 17 34 34



Rouxinol comum 4 4 0 3 0 11 22 22


Lugre 2 0 0 3 3 8 16 16



77


Chapim azul 0 0 2 3 3 8 16 16

Chapim real 0 2 3 0 2 7 14 14

Rola comum 3 0 0 0 0 3 06 06

Poupa 3 0 0 0 0 3 06 06



Peto verde 0 0 0 1 1 2 04 04


Guarda rios 0 0 1 0 0 1 02 02

Coruja-do-mato

Estorninho



78





Melro 6 6 5 6 6 29 58 58

Gaivota 6 5 5 6 6 28 56 56


Pombo comum 5 5 5 6 5 26 52 52

Gaio 6 6 4 4 5 25 5 5

Rola turca 6 4 4 3 4 21 42 42

Pardal 5 5 0 5 6 21 42 42

Guincho-comum 0 5 5 5 6 21 42 42

Alveola branca 4 4 3 5 5 21 42 42

Rabirruivo 4 1 0 3 4 12 24 24

Pega rabuda 4 4 0 0 3 11 22 22

Carriccedila 1 0 1 4 5 11 22 22




Pombo torcaz 0 0 4 0 3 7 14 14


Chamariz 0 0 0 3 3 6 12 12


Garccedila boieira




79




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 5 6 6 29 58 58


Rola turca 6 4 4 4 4 22 44 44

Alveola branca 3 4 4 5 6 22 44 44

Chamariz 3 3 4 4 3 17 34 34

Tordo comum 0 3 4 4 5 16 32 32


Carriccedila 2 0 3 3 5 13 26 26



Rabirruivo 2 1 0 0 1 4 08 08

Pega rabuda

Pombo torcaz


Pintassilgo




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87

Fig

2 A

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Anexo D


Porto



89




Capiacutetulo IV 52











Referecircncias 69

Anexo A 74

Anexo B 84

Anexo C 86

Anexo D 88



Capiacutetulo I




1

11 Enquadramento












Sintra 2011)















2


















park movement














3
































4


























2001)





5

ir desde as
































6































7



natureza

























e que garantam um



8























habitantes urbanos



9























2004)








10




























11
































12



















13


Porto





poliacutetica
























14
































15




























16






biodiversidade
























17






em 2009







16 Objectivos













18















19

Capiacutetulo II

Metodologia



20











amostragem












anexo A)



21














observada
















22






espeacutecies


tabela 2 anexo A


Herpetofauna


















23

























infra-vermelhos



24













al 1995)













Fig 2




25











de GPS

















26























27

Capiacutetulo III




28














29






2009)












30


patrimoacutenio

























31












32































33























como pastoreio


32

D

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ptad

o do

Goo

gleM

aps

201

1)


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ersid

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Fig

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com

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das

cacircm

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(Ada

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gleM

aps

201

1)




Ordens





Oriental







(Tabela 8 Anexo A)



38
















39



342 Herpetofauna











40







hippocrepis




41




















42


Nacional












43








III)










44



























45































Oriental



46



























Parque Oriental



47
















Crocidura russula

















48




















Parque Oriental









49
































50


Parque Oriental




























51





zonas B e C (Fig4)










nestes locais

100

80

60

40

Parque Oriental




52

Capiacutetulo IV





53
























1995)







54























55







local referido













56
























semelhantes



57

































58









da aacutegua
























59






























60




























61










flora e fauna



















62





























63




















totalmente gratuita











64








intervenientes





















65






da cidade







66
















estudo





67






contexto urbano







espeacutecies





68












ano)



de fauna








69

Referecircncias

























70


























71























72








293 1786-1790














73















74

Anexo A

Local do Parque







75





Local A 1 53125 49902

Local B 53125 1 5641

Local C 49902 5641 1



76




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 6 5 6 29 58 58

Pombo comum 5 6 6 6 5 28 56 56

Carriccedila 6 6 5 5 5 27 54 54



Rola turca 6 5 5 6 5 27 54 54

Pardal 5 6 5 5 6 27 54 54

Felosa 6 6 5 5 4 26 52 52

Gaivota 5 5 5 6 5 26 52 52

Rabirruivo 5 6 4 4 4 23 46 46


Chamariz 4 5 5 4 5 23 46 46

Alveola comum 1 5 5 6 6 23 46 46


Chapim preto 5 5 3 4 5 22 44 44

Pega rabuda 6 5 4 3 3 21 42 42



Pombo torcaz 6 5 0 3 3 17 34 34



Rouxinol comum 4 4 0 3 0 11 22 22


Lugre 2 0 0 3 3 8 16 16



77


Chapim azul 0 0 2 3 3 8 16 16

Chapim real 0 2 3 0 2 7 14 14

Rola comum 3 0 0 0 0 3 06 06

Poupa 3 0 0 0 0 3 06 06



Peto verde 0 0 0 1 1 2 04 04


Guarda rios 0 0 1 0 0 1 02 02

Coruja-do-mato

Estorninho



78





Melro 6 6 5 6 6 29 58 58

Gaivota 6 5 5 6 6 28 56 56


Pombo comum 5 5 5 6 5 26 52 52

Gaio 6 6 4 4 5 25 5 5

Rola turca 6 4 4 3 4 21 42 42

Pardal 5 5 0 5 6 21 42 42

Guincho-comum 0 5 5 5 6 21 42 42

Alveola branca 4 4 3 5 5 21 42 42

Rabirruivo 4 1 0 3 4 12 24 24

Pega rabuda 4 4 0 0 3 11 22 22

Carriccedila 1 0 1 4 5 11 22 22




Pombo torcaz 0 0 4 0 3 7 14 14


Chamariz 0 0 0 3 3 6 12 12


Garccedila boieira




79




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 5 6 6 29 58 58


Rola turca 6 4 4 4 4 22 44 44

Alveola branca 3 4 4 5 6 22 44 44

Chamariz 3 3 4 4 3 17 34 34

Tordo comum 0 3 4 4 5 16 32 32


Carriccedila 2 0 3 3 5 13 26 26



Rabirruivo 2 1 0 0 1 4 08 08

Pega rabuda

Pombo torcaz


Pintassilgo




Tabe

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List

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10

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84

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86

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Porto

87

Fig

2 A

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rient

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Anexo D


Porto



89




Capiacutetulo I




1

11 Enquadramento












Sintra 2011)















2


















park movement














3
































4


























2001)





5

ir desde as
































6































7



natureza

























e que garantam um



8























habitantes urbanos



9























2004)








10




























11
































12



















13


Porto





poliacutetica
























14
































15




























16






biodiversidade
























17






em 2009







16 Objectivos













18















19

Capiacutetulo II

Metodologia



20











amostragem












anexo A)



21














observada
















22






espeacutecies


tabela 2 anexo A


Herpetofauna


















23

























infra-vermelhos



24













al 1995)













Fig 2




25











de GPS

















26























27

Capiacutetulo III




28














29






2009)












30


patrimoacutenio

























31












32































33























como pastoreio


32

D

ados

de

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7 Z

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com

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das

cacircm

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os a

nfiacuteb

ios

reacutept

eis

e m

amiacutefe

ros

(Ada

ptad

o do

Goo

gleM

aps

201

1)


Div

ersid

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de V

erte

brad

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rque

Orie

ntal

do

Porto

36

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rie

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l

Lege

nd

a

Fig

8 Z

ona

C d

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rque

Orie

ntal

com

a lo

caliz

accedilatildeo

das

cacircm

aras

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infr

a-

obse

rvad

os a

nfiacuteb

ios

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eis

e m

amiacutefe

ros

(Ada

ptad

o do

Goo

gleM

aps

201

1)




Ordens





Oriental







(Tabela 8 Anexo A)



38
















39



342 Herpetofauna











40







hippocrepis




41




















42


Nacional












43








III)










44



























45































Oriental



46



























Parque Oriental



47
















Crocidura russula

















48




















Parque Oriental









49
































50


Parque Oriental




























51





zonas B e C (Fig4)










nestes locais

100

80

60

40

Parque Oriental




52

Capiacutetulo IV





53
























1995)







54























55







local referido













56
























semelhantes



57

































58









da aacutegua
























59






























60




























61










flora e fauna



















62





























63




















totalmente gratuita











64








intervenientes





















65






da cidade







66
















estudo





67






contexto urbano







espeacutecies





68












ano)



de fauna








69

Referecircncias

























70


























71























72








293 1786-1790














73















74

Anexo A

Local do Parque







75





Local A 1 53125 49902

Local B 53125 1 5641

Local C 49902 5641 1



76




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 6 5 6 29 58 58

Pombo comum 5 6 6 6 5 28 56 56

Carriccedila 6 6 5 5 5 27 54 54



Rola turca 6 5 5 6 5 27 54 54

Pardal 5 6 5 5 6 27 54 54

Felosa 6 6 5 5 4 26 52 52

Gaivota 5 5 5 6 5 26 52 52

Rabirruivo 5 6 4 4 4 23 46 46


Chamariz 4 5 5 4 5 23 46 46

Alveola comum 1 5 5 6 6 23 46 46


Chapim preto 5 5 3 4 5 22 44 44

Pega rabuda 6 5 4 3 3 21 42 42



Pombo torcaz 6 5 0 3 3 17 34 34



Rouxinol comum 4 4 0 3 0 11 22 22


Lugre 2 0 0 3 3 8 16 16



77


Chapim azul 0 0 2 3 3 8 16 16

Chapim real 0 2 3 0 2 7 14 14

Rola comum 3 0 0 0 0 3 06 06

Poupa 3 0 0 0 0 3 06 06



Peto verde 0 0 0 1 1 2 04 04


Guarda rios 0 0 1 0 0 1 02 02

Coruja-do-mato

Estorninho



78





Melro 6 6 5 6 6 29 58 58

Gaivota 6 5 5 6 6 28 56 56


Pombo comum 5 5 5 6 5 26 52 52

Gaio 6 6 4 4 5 25 5 5

Rola turca 6 4 4 3 4 21 42 42

Pardal 5 5 0 5 6 21 42 42

Guincho-comum 0 5 5 5 6 21 42 42

Alveola branca 4 4 3 5 5 21 42 42

Rabirruivo 4 1 0 3 4 12 24 24

Pega rabuda 4 4 0 0 3 11 22 22

Carriccedila 1 0 1 4 5 11 22 22




Pombo torcaz 0 0 4 0 3 7 14 14


Chamariz 0 0 0 3 3 6 12 12


Garccedila boieira




79




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 5 6 6 29 58 58


Rola turca 6 4 4 4 4 22 44 44

Alveola branca 3 4 4 5 6 22 44 44

Chamariz 3 3 4 4 3 17 34 34

Tordo comum 0 3 4 4 5 16 32 32


Carriccedila 2 0 3 3 5 13 26 26



Rabirruivo 2 1 0 0 1 4 08 08

Pega rabuda

Pombo torcaz


Pintassilgo




Tabe

la 8

List

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10

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84

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Orie

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Porto

87

Fig

2 A

lgum

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s re

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da

arm

adilh

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cacircm

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de

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ue O

rient

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Anexo D


Porto



89




1

11 Enquadramento












Sintra 2011)















2


















park movement














3
































4


























2001)





5

ir desde as
































6































7



natureza

























e que garantam um



8























habitantes urbanos



9























2004)








10




























11
































12



















13


Porto





poliacutetica
























14
































15




























16






biodiversidade
























17






em 2009







16 Objectivos













18















19

Capiacutetulo II

Metodologia



20











amostragem












anexo A)



21














observada
















22






espeacutecies


tabela 2 anexo A


Herpetofauna


















23

























infra-vermelhos



24













al 1995)













Fig 2




25











de GPS

















26























27

Capiacutetulo III




28














29






2009)












30


patrimoacutenio

























31












32































33























como pastoreio


32

D

ados

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7 Z

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B d

o Pa

rque

Orie

ntal

com

a lo

caliz

accedilatildeo

das

cacircm

aras

de

infr

a-

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rvad

os a

nfiacuteb

ios

reacutept

eis

e m

amiacutefe

ros

(Ada

ptad

o do

Goo

gleM

aps

201

1)


Div

ersid

ade

de V

erte

brad

os d

o Pa

rque

Orie

ntal

do

Porto

36

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rie

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l

Lege

nd

a

Fig

8 Z

ona

C d

o Pa

rque

Orie

ntal

com

a lo

caliz

accedilatildeo

das

cacircm

aras

de

infr

a-

obse

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nfiacuteb

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reacutept

eis

e m

amiacutefe

ros

(Ada

ptad

o do

Goo

gleM

aps

201

1)




Ordens





Oriental







(Tabela 8 Anexo A)



38
















39



342 Herpetofauna











40







hippocrepis




41




















42


Nacional












43








III)










44



























45































Oriental



46



























Parque Oriental



47
















Crocidura russula

















48




















Parque Oriental









49
































50


Parque Oriental




























51





zonas B e C (Fig4)










nestes locais

100

80

60

40

Parque Oriental




52

Capiacutetulo IV





53
























1995)







54























55







local referido













56
























semelhantes



57

































58









da aacutegua
























59






























60




























61










flora e fauna



















62





























63




















totalmente gratuita











64








intervenientes





















65






da cidade







66
















estudo





67






contexto urbano







espeacutecies





68












ano)



de fauna








69

Referecircncias

























70


























71























72








293 1786-1790














73















74

Anexo A

Local do Parque







75





Local A 1 53125 49902

Local B 53125 1 5641

Local C 49902 5641 1



76




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 6 5 6 29 58 58

Pombo comum 5 6 6 6 5 28 56 56

Carriccedila 6 6 5 5 5 27 54 54



Rola turca 6 5 5 6 5 27 54 54

Pardal 5 6 5 5 6 27 54 54

Felosa 6 6 5 5 4 26 52 52

Gaivota 5 5 5 6 5 26 52 52

Rabirruivo 5 6 4 4 4 23 46 46


Chamariz 4 5 5 4 5 23 46 46

Alveola comum 1 5 5 6 6 23 46 46


Chapim preto 5 5 3 4 5 22 44 44

Pega rabuda 6 5 4 3 3 21 42 42



Pombo torcaz 6 5 0 3 3 17 34 34



Rouxinol comum 4 4 0 3 0 11 22 22


Lugre 2 0 0 3 3 8 16 16



77


Chapim azul 0 0 2 3 3 8 16 16

Chapim real 0 2 3 0 2 7 14 14

Rola comum 3 0 0 0 0 3 06 06

Poupa 3 0 0 0 0 3 06 06



Peto verde 0 0 0 1 1 2 04 04


Guarda rios 0 0 1 0 0 1 02 02

Coruja-do-mato

Estorninho



78





Melro 6 6 5 6 6 29 58 58

Gaivota 6 5 5 6 6 28 56 56


Pombo comum 5 5 5 6 5 26 52 52

Gaio 6 6 4 4 5 25 5 5

Rola turca 6 4 4 3 4 21 42 42

Pardal 5 5 0 5 6 21 42 42

Guincho-comum 0 5 5 5 6 21 42 42

Alveola branca 4 4 3 5 5 21 42 42

Rabirruivo 4 1 0 3 4 12 24 24

Pega rabuda 4 4 0 0 3 11 22 22

Carriccedila 1 0 1 4 5 11 22 22




Pombo torcaz 0 0 4 0 3 7 14 14


Chamariz 0 0 0 3 3 6 12 12


Garccedila boieira




79




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 5 6 6 29 58 58


Rola turca 6 4 4 4 4 22 44 44

Alveola branca 3 4 4 5 6 22 44 44

Chamariz 3 3 4 4 3 17 34 34

Tordo comum 0 3 4 4 5 16 32 32


Carriccedila 2 0 3 3 5 13 26 26



Rabirruivo 2 1 0 0 1 4 08 08

Pega rabuda

Pombo torcaz


Pintassilgo




Tabe

la 8

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Anexo D


Porto



89




2


















park movement














3
































4


























2001)





5

ir desde as
































6































7



natureza

























e que garantam um



8























habitantes urbanos



9























2004)








10




























11
































12



















13


Porto





poliacutetica
























14
































15




























16






biodiversidade
























17






em 2009







16 Objectivos













18















19

Capiacutetulo II

Metodologia



20











amostragem












anexo A)



21














observada
















22






espeacutecies


tabela 2 anexo A


Herpetofauna


















23

























infra-vermelhos



24













al 1995)













Fig 2




25











de GPS

















26























27

Capiacutetulo III




28














29






2009)












30


patrimoacutenio

























31












32































33























como pastoreio


32

D

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201

1)




Ordens





Oriental







(Tabela 8 Anexo A)



38
















39



342 Herpetofauna











40







hippocrepis




41




















42


Nacional












43








III)










44



























45































Oriental



46



























Parque Oriental



47
















Crocidura russula

















48




















Parque Oriental









49
































50


Parque Oriental




























51





zonas B e C (Fig4)










nestes locais

100

80

60

40

Parque Oriental




52

Capiacutetulo IV





53
























1995)







54























55







local referido













56
























semelhantes



57

































58









da aacutegua
























59






























60




























61










flora e fauna



















62





























63




















totalmente gratuita











64








intervenientes





















65






da cidade







66
















estudo





67






contexto urbano







espeacutecies





68












ano)



de fauna








69

Referecircncias

























70


























71























72








293 1786-1790














73















74

Anexo A

Local do Parque







75





Local A 1 53125 49902

Local B 53125 1 5641

Local C 49902 5641 1



76




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 6 5 6 29 58 58

Pombo comum 5 6 6 6 5 28 56 56

Carriccedila 6 6 5 5 5 27 54 54



Rola turca 6 5 5 6 5 27 54 54

Pardal 5 6 5 5 6 27 54 54

Felosa 6 6 5 5 4 26 52 52

Gaivota 5 5 5 6 5 26 52 52

Rabirruivo 5 6 4 4 4 23 46 46


Chamariz 4 5 5 4 5 23 46 46

Alveola comum 1 5 5 6 6 23 46 46


Chapim preto 5 5 3 4 5 22 44 44

Pega rabuda 6 5 4 3 3 21 42 42



Pombo torcaz 6 5 0 3 3 17 34 34



Rouxinol comum 4 4 0 3 0 11 22 22


Lugre 2 0 0 3 3 8 16 16



77


Chapim azul 0 0 2 3 3 8 16 16

Chapim real 0 2 3 0 2 7 14 14

Rola comum 3 0 0 0 0 3 06 06

Poupa 3 0 0 0 0 3 06 06



Peto verde 0 0 0 1 1 2 04 04


Guarda rios 0 0 1 0 0 1 02 02

Coruja-do-mato

Estorninho



78





Melro 6 6 5 6 6 29 58 58

Gaivota 6 5 5 6 6 28 56 56


Pombo comum 5 5 5 6 5 26 52 52

Gaio 6 6 4 4 5 25 5 5

Rola turca 6 4 4 3 4 21 42 42

Pardal 5 5 0 5 6 21 42 42

Guincho-comum 0 5 5 5 6 21 42 42

Alveola branca 4 4 3 5 5 21 42 42

Rabirruivo 4 1 0 3 4 12 24 24

Pega rabuda 4 4 0 0 3 11 22 22

Carriccedila 1 0 1 4 5 11 22 22




Pombo torcaz 0 0 4 0 3 7 14 14


Chamariz 0 0 0 3 3 6 12 12


Garccedila boieira




79




Melro 6 6 6 6 6 30 6 6

Gaio 6 6 5 6 6 29 58 58


Rola turca 6 4 4 4 4 22 44 44

Alveola branca 3 4 4 5 6 22 44 44

Chamariz 3 3 4 4 3 17 34 34

Tordo comum 0 3 4 4 5 16 32 32


Carriccedila 2 0 3 3 5 13 26 26



Rabirruivo 2 1 0 0 1 4 08 08

Pega rabuda

Pombo torcaz


Pintassilgo




Tabe

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87

Fig

2 A

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da

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adilh

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outro

s an

imai

s ex

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no

Parq

ue O

rient

al


Anexo D


Porto



89



diversidade de vertebrados do parque oriental do porto · diversidade de vertebrados do parque...

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