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// ANNO DOMINGO, G DE JULHO DE 1902 N° 51 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERÀRIO E AGRÍCOLA Ass-ignatnra a Anno, 1 S000 réis; semestre. Soo réis. Pagamento adeantado. li 1 1 0 A l GA0 , ÃDÀIÍXÍS í íll ( aO E ! I fOljltlí'1I1A Para o Bra/il, anno, 2 S. 5 oo réis (moeda for:ej. _______ !_ Avulso- "‘L n ^ n p réis- . c , ■ P 16 — LARGO DA MISERICÓRDIA— 16p 8':,p EDIIOK—- Jose Augusto Saloio H ------ - - — -« I*uí>Iicaçôes Annuncios— i.a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes, a M 20 réis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial. Os auto- « graphos náo se restituem quer sejam ou náo publicados. PROPRIETÁRIO — José Augusto Saloio e x p e d ie n t e AceeitaiM-se ««na grati dão quaes«gMer sioticias (jíie sejam «le interesse RO. IA O luxo é um dos cancros pêrigosoá que mais cor roem a sociedade actual. Ricos e pobres, todos lhe prestam culto; e os últi mos são quasi sem pre arras tados por elle num turbi lhão que devora a felicida de, a honra e por vezes a vida de muitas familias. Contra o luxo excessivo . e immoderado podem fazer mais os costumes que as leis repressivas. Quando a ociosidade fòr severamente castigada e o talento fôr an teposto á riqueza, terá o luxo menos influencia. Em geral o luxo é privi legio dos opulentos; e por isso havia uma lei em Roma que não consentia que cada cidadão possuisse mais de quinhentas geiras de terra. Seneca diz que a riqueza é um grande obstáculo pa ra a philosophia, e que, pa ra se ter a necessaria liber dade de espirito, é preciso não ser rico, ou viver como quem o não é. Os seythas deveram a sua fortuna á pureza dos costumes, ao desprezo ge ral que tinham pelo dinhei ro, e á vida fugal que leva vam. Platão diz que é qua si impossível ser ao mesmo tempo muito rico e muito honesto, e que, como sem virtude não ha ventura, as pessoas muito ricas não po dem ser felizes. Corneiia, mãe dos Grae- chos, tribunos e oradores .muito applaudidos em 'Ro ma, educou os seus filhos naprática dobem,inspiran do-lhes o amor pela gloria e pelas emprezas arrojadas. Em certa occasião uma da ma de Campania foi mos trar-lhe as joias que possuia, pedindo-lhe em troca que me deixasse vêr as suas. Gornelia apresentou-lhe os ^ dizendo que eram as suas joias de maior valia. D igna resposta que de monstrou sobejamente o espirr.o e o amor materno de tão virtuosa mulher! JOAQUIM DOS ANJOS. O ESPARTILHO O espartilho tem preoc- cupado muito os hygienis- tas; não é prejudicial se fòr bem talhado, sustendo o busto sem o comprimir e deixando sahir o ar livre mente dos pulmões. Tendo o seu ponto de apoio nos quadris, o espartilho não deve apertar o ventre, com primir o es-.om.ago, nem espalmar o peito. Um medico illustre fez a seguinte estatística: De cem meninas que usam espartilho: Marrem de doen:a.; do peito .. 23 Mor em de resulta 'o do prim ero parto ........................................ 15 Ficam achacadas depoi; do primeiro part )........................................ iS Peidem a pureza da.; formas .... i 5 Re isie.n. mas nunca de saude per feita......................................... JO O espartilho tem atra vessado diversas phases e soíirido muitas variações, de lorma que actualmente é quasi inoífensivo. ^oeletlaíle I.° de líezesss- fer» P or termos a semana pas sada o nosso jornal atraza- do, não pudemos, por isso, informarmo-nos como é costume nosso da noticia sob a epigraphe cie que ho je aqui nos servimos, (socie dade 1,° cie Dezembro) afim de colhermos a verdade do que se passou o que tem sido 'sempre praxe nossa. Seria um absurdo relatar mos claramente a uiella no ticia tal qual nos foi infor mada, por isso que nos re- ferimosindirectamentecom o íim de podermos hoje esclarecer os nossos esti máveis leitores da veraci dade daquella coincidên cia. E’ verdade que o sr. Joaquim Duarte Pereira Rato, a quem indirecta mente nos relerimos, esta va proximo da casa da So ciedade de que dignamen te faz parte como director e phylarmonico, e se reti rou, mas não com a mini- ma intenção de desconsi derar a Sociedade Phylar monica do Lavradio, nem tão pouco lhe passou pela mente que na casa da sua Sociedade, e demais num dia festivo, não houvesse uma pessoa que recebesse aquella Sociedade e lhe of- ferecesse a casa. Sim, por que em casos de eguul teor, em qualquer sociedade, na falta da direcção pode fi gurar qualquer socio,*e na falta deste até mesmo o continuo. festejos a IPeili*© cbs AMegallega Com extraordinaria im ponência, realisaram-se, conforme noticiámos os festejos a S. Pedro. Emquanto ao arraial, foi admiravel. A phylarmoni ca do Lavradio tocou pri morosamente, e a illumina- ção foi de um effeito ma gnifico. No Pateo cíAgua foi queimado um barco que alli se conservou por algum tempo enfeitado com flores, bandeiras, etc. Pelas 7 horas da tarde de segunda-teira, foram bri lhantemente no coreto que se fez para estes festejos, executados alguns trechos musicaes pela phylarmoni ca í .° de Dezembro, desta villa, até ás 10 horas, sen do enthusiasticamente ap- plaudida e levantando-se- lhe alguns vivas. A’s 10 ho ras e meia foi procissional- mente conduzida a imagem de S. Sebastião para a sua ermida, em S. Sebastião, acompanhada da phylar monica 1." de Dezembro e muitos devotos. Foi enorme a concorrên cia de forasteiros. A ordem foi mantida por grande numero de cabos de policia desta villa, não se dando occorrenciá algu- ma digna de menção. A laboriosa e honrada classe piscatória offereceu uma lauta ceia aos phylar- monicos da i.° de Dezem bro, que lhes foi servida no hotel Lisbonense, do nosso amigo José de Sousa For- tunato. Foram levantados muitos brindes. A tourada annunciada para este dia não se reali sou em consequencia de terem fugido todos os tou ros. O cavallo pertencente ao si'. Francisco da Silva e que era montado pelo nosso amigo Justiniano Antonio Gouveia, foi colhido por um touro que lhe fez um buraco enorme numa viri lha na occasião que este nosso amigo, acompanha do de mais amadores pro curava conduzir os touros á praça. Foram baldados todos aquelles esforços e o pobre animal no dia imme- diato morreu. De Lisboa, veio aqui muita gente para assistir á corrida. sb rada Está despertando vivo enthusiasmo a tourada pro movida pela incançavel commissão promotora da excursão a Thomar. Esta tourada é por amadores já bem conhecidos do pu blico como o leitor póde vêr no annuncio inserto na 3.a pagina. Os bilhetes podem ser procurados no estabeleci mento do sr. Antonio Chris- tiano Saloio, na rua do Caes. Sinsiea Hoje, de tarde, toca no seu coreto na Praça Serpa iJinto a phylarmonica i.° de Dezembro. iSsesarsão « Tfe«sss-:ír Damos hoje aos nossos leitores o programma que será executado em Tho mar pela phylarmonica i.” de Dezembro, por occasião do passeio áquella linda ci dade : PRIMEIRA PARTE Aldegallega sauda Tho mar, passe doble por Bal- thazar Manuel Valente; Le Lscurial , (Ouverture) por Blançheteau; Angélica, pol- ka solo de cornetim) por Balthazar Manuel Valente; Pol-pourri, (0 Vendedor de Passaros) por C. Zel- ler. SEGUNDA PARTE Rapsódia de cantos po pulares , por Balthazar Ma nuel Valente; A Noiva do Senhor, valsa por Baltha zar Manuel Valente; Alde gallega sauda Thomar, pas se doble por Balthazar Ma nuel Valente. Como já dissémos este passeio realisa-se definiti vamente na manhã de 20 do presente mez. A commissão querendo ser agradavel ao publico resolveu augmentar o nu- mero de bilhetes, os quaes só podem ser reclamados até ao dia 17. E’ preciso não esquecer tão attrahen- te passeio. Do nosso amigo Manuel Tavares Paulada, empre gado no commercio na ci dade do Pará, (Brazil) re cebemos ha dias uma carta em que nos aífirma ser fal so tudo quanto a seu res peito se disse. Este amigo diz-nos mais: que está de plena vontade, que ainda não foi atacado pelas fe bres e que só passados dois annos virá visitar sua familia e amigos aos quaes muito se recommenda. Ao nosso amigo appete- cemos uma vida cheia de venturas e prosperidades para que daqui a dois an nos o possamos abraçar. <39Tempo Todos se queixam do péssimo tempo que vamos atravessando. As chuvas, embora com pouca inten sidade, teem causado pre- juizos nos campos. Parece que estamos em completo inverno. Durante a sema na passada a chuva tem si do insistente e acompanha da quasi sempre de trovoa das. Tem sido innundada to dos os dias e por algumas vezes a rua do Conselheiro João Franco, devido ás en xurradas dagua. O

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Page 1: Ass-ignatnra 110 Al GA0 ÃDÀIÍXÍS í íll ( aO E ! I fOljltlí'1I1A · 2020. 2. 11. · // ANNO DOMINGO, G D E JU L H O D E 1 9 0 2 N° 51 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERÀRIO E AGRÍCOLA

/ / ANNO DOMINGO, G D E J U L H O D E 1 9 0 2 N° 5 1

S E M A N A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R À R IO E A G R ÍC O L A

Ass-ignatnraaA n n o , 1S000 réis; semestre. Soo réis. Pagamento adeantado. li 1 1 0 A l GA0 , ÃDÀIÍXÍS í í l l ( aO E ! I fO l j l t l í '1 I1 A

Para o B ra/il, anno, 2S.5oo réis (moeda for:ej. _______ !_

Avulso- "‘L n ^ n p réis- . c , ■ P 16 — LARGO DA MISERICÓRDIA— 16p 8':,pEDIIOK—- Jose Augusto Saloio H ------ - - — - «

I*uí>IicaçôesAnnuncios— i. a publicação, 40 réis a linha, nas seguintes,

a

M 20 réis. Annuncios na 4.“ pagina, contracto especial. Os a u to - « graphos náo se restituem quer sejam ou náo publicados.

PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio

e x p e d i e n t e

AceeitaiM-se ««na grati­dão quaes«gMer sioticias (jíie sejam «le in teresse

RO.

IA

O luxo é um dos cancros pêrigosoá que mais cor­roem a sociedade actual. Ricos e pobres, todos lhe prestam culto; e os últi­mos são quasi sem pre arras­tados por elle num turbi­lhão que devora a felicida­de, a honra e por vezes a vida de muitas familias.

Contra o luxo excessivo . e immoderado podem fazer mais os costumes que as leis repressivas. Quando a ociosidade fòr severamente castigada e o talento fôr an­teposto á riqueza, terá o luxo menos influencia.

Em geral o luxo é privi­legio dos opulentos; e por isso havia uma lei em Roma que não consentia que cada cidadão possuisse mais de quinhentas geiras de terra.

Seneca diz que a riqueza é um grande obstáculo pa­ra a philosophia, e que, pa­ra se ter a necessaria liber­dade de espirito, é preciso não ser rico, ou viver como quem o não é.

Os seythas deveram a sua fortuna á pureza dos costumes, ao desprezo ge­ral que tinham pelo dinhei­ro, e á vida fugal que leva­vam. Platão diz que é qua­si impossível ser ao mesmo tempo muito rico e muito honesto, e que, como sem virtude não ha ventura, as pessoas muito ricas não po­dem ser felizes.

Corneiia, mãe dos Grae- chos, tribunos e oradores

.muito applaudidos em 'Ro­ma, educou os seus filhos naprática dobem,inspiran­do-lhes o amor pela gloria e pelas emprezas arrojadas. Em certa occasião uma da­ma de Campania foi mos­trar-lhe as joias que possuia, pedindo-lhe em troca que me deixasse vêr as suas. Gornelia apresentou-lhe os

dizendo que eram as suas joias de maior valia.

Digna resposta que de­

monstrou sobejamente o espirr.o e o amor materno de tão virtuosa mulher!

JO AQ U IM DOS ANJOS.

O ESPARTILHO

O espartilho tem preoc- cupado muito os hygienis- tas; não é prejudicial se fòr bem talhado, sustendo o busto sem o comprimir e deixando sahir o ar livre­mente dos pulmões. Tendo o seu ponto de apoio nos quadris, o espartilho não deve apertar o ventre, com­primir o es-.om.ago, nem espalmar o peito.

Um medico illustre fez a seguinte estatística:

De cem meninas que usam espartilho:

Marrem de doen:a.; do peito .. 23Mor em de resulta 'o do p rim e ro

p arto ........................................ 15Ficam achacadas depoi; do prim eiro

part )........................................ iSPeidem a pureza da.; form as.. . . i 5 Re isie.n. mas nunca de saude per­

feita......................................... J O

O espartilho tem atra­vessado diversas phases e soíirido muitas variações, de lorma que actualmente é quasi inoífensivo.

^ o e l e t l a í l e I . ° d e líe z e s s s - fer»

P or termos a semana pas­sada o nosso jornal atraza- do, não pudemos, por isso, informarmo-nos como é costume nosso da noticia sob a epigraphe cie que ho­je aqui nos servimos, (socie­dade 1,° cie Dezembro) afim de colhermos a verdade do que se passou o que tem sido 'sempre praxe nossa. Seria um absurdo relatar­mos claramente a uiella no­ticia tal qual nos foi infor­mada, por isso que nos re- ferimosindirectamentecom o íim de podermos hoje esclarecer os nossos esti­máveis leitores da veraci­dade daquella coincidên­cia. E’ verdade que o sr. Joaquim Duarte Pereira Rato, a quem indirecta­mente nos relerimos, esta­va proximo da casa da So­ciedade de que dignamen­te faz parte como director

e phylarmonico, e se reti­rou, mas não com a mini- ma intenção de desconsi­derar a Sociedade Phylar­monica do Lavradio, nem tão pouco lhe passou pela mente que na casa da sua Sociedade, e demais num dia festivo, não houvesse uma pessoa que recebesse aquella Sociedade e lhe of- ferecesse a casa. Sim, por­que em casos de eguul teor, em qualquer sociedade, na falta da direcção pode fi­gurar qualquer socio,*e na falta deste até mesmo o continuo.

f e s t e j o s a IPeili*© cbs A M e g a l l e g a

Com extraordinaria im­ponência, realisaram-se, conforme noticiámos os festejos a S. Pedro.

Emquanto ao arraial, foi admiravel. A phylarmoni­ca do Lavradio tocou pri­morosamente, e a illumina- ção foi de um effeito ma­gnifico. No Pateo cíAgua foi queimado um barco que alli se conservou por algum tempo enfeitado com flores, bandeiras, etc.

Pelas 7 horas da tarde de segunda-teira, foram bri­lhantemente no coreto que se fez para estes festejos, executados alguns trechos musicaes pela phylarmoni­ca í .° de Dezembro, desta villa, até ás 10 horas, sen­do enthusiasticamente ap- plaudida e levantando-se- lhe alguns vivas. A’s 10 ho­ras e meia foi procissional- mente conduzida a imagem de S. Sebastião para a sua ermida, em S. Sebastião, acompanhada da phylar­monica 1." de Dezembro e muitos devotos.

Foi enorme a concorrên­cia de forasteiros.

A ordem foi mantida por grande numero de cabos de policia desta villa, não se dando occorrenciá algu- ma digna de menção.

A laboriosa e honrada classe piscatória offereceu uma lauta ceia aos phylar- monicos da i.° de Dezem­bro, que lhes foi servida no hotel Lisbonense, do nosso amigo José de Sousa For-

tunato. Foram levantados muitos brindes.

A tourada annunciada para este dia não se reali sou em consequencia de terem fugido todos os tou­ros.

O cavallo pertencente ao si'. Francisco da Silva e que era montado pelo nosso amigo Justiniano Antonio Gouveia, foi colhido por um touro que lhe fez um buraco enorme numa viri­lha na occasião que este nosso amigo, acompanha­do de mais amadores pro­curava conduzir os touros á praça. Foram baldados todos aquelles esforços e o pobre animal no dia imme- diato morreu.

De Lisboa, veio aqui muita gente para assistir á corrida.

T « sb r a d a

Está despertando vivo enthusiasmo a tourada pro­movida pela incançavel commissão promotora da excursão a Thomar. Esta tourada é por amadores já bem conhecidos do pu­blico como o leitor póde vêr no annuncio inserto na 3.a pagina.

Os bilhetes podem ser procurados no estabeleci­mento do sr. Antonio Chris- tiano Saloio, na rua do Caes.

Sinsiea

Hoje, de tarde, toca no seu coreto na Praça Serpa iJinto a phylarmonica i.° de Dezembro.

iS s e s a rs ã o « Tfe«sss-:ír

Damos hoje aos nossos leitores o programma que será executado em Tho­mar pela phylarmonica i.” de Dezembro, por occasião do passeio áquella linda ci­dade :

P R IM E IR A P A R T E

Aldegallega sauda Tho­mar, passe doble por Bal- thazar Manuel Valente; Le Lscurial, (Ouverture) por Blançheteau; Angélica, pol- ka solo de cornetim) por

Balthazar Manuel Valente; Pol-pourri, ( 0 Vendedor de Passaros) por C. Zel- ler.

SEG U N D A P A R T E

Rapsódia de cantos po­pulares, por Balthazar Ma­nuel Valente; A Noiva do Senhor, valsa por Baltha­zar Manuel Valente; Alde­gallega sauda Thomar, pas­se doble por Balthazar Ma­nuel Valente.

Como já dissémos este passeio realisa-se definiti­vamente na manhã de 20 do presente mez.

A commissão querendo ser agradavel ao publico resolveu augmentar o nu- mero de bilhetes, os quaes só podem ser reclamados até ao dia 17. E’ preciso não esquecer tão attrahen- te passeio.

Do nosso amigo Manuel Tavares Paulada, empre­gado no commercio na ci­dade do Pará, (Brazil) re­cebemos ha dias uma carta em que nos aífirma ser fal­so tudo quanto a seu res­peito se disse. Este amigo diz-nos mais: que está de plena vontade, que ainda não foi atacado pelas fe­bres e que só passados dois annos virá visitar sua familia e amigos aos quaes muito se recommenda.

Ao nosso amigo appete- cemos uma vida cheia de venturas e prosperidades para que daqui a dois an­nos o possamos abraçar.

<39 Tempo

Todos se queixam do péssimo tempo que vamos atravessando. As chuvas, embora com pouca inten­sidade, teem causado pre- juizos nos campos. Parece que estamos em completo inverno. Durante a sema­na passada a chuva tem si­do insistente e acompanha­da quasi sempre de trovoa­das.

Tem sido innundada to­dos os dias e por algumas vezes a rua do Conselheiro João Franco, devido ás en­xurradas dagua.O

Page 2: Ass-ignatnra 110 Al GA0 ÃDÀIÍXÍS í íll ( aO E ! I fOljltlí'1I1A · 2020. 2. 11. · // ANNO DOMINGO, G D E JU L H O D E 1 9 0 2 N° 51 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERÀRIO E AGRÍCOLA

O D O M I N G Of i n a n roeza dos fiscaes

Queixou-se-nos o nosso amigo Emygdio Tavares de Pinho, que no dia 4 do cor­rente, dois fiscaes do sello, entraram no seu estabele­cimento e intimaram sua esposa a acompanhal-os pa­ra servir de testemunha,— provavelmente de qual­quer bemfeitoria que tives­sem acabado de fazer— ao que esta senhora respon­deu que não, pois que não havia de abandonar o seu estabelecimento e dois filhi- nhos: um de collo e outro de dois annos incompletos.

Bom serviço fazem então os fiscaes do sello!

Que absolutismo! que­ro, posso e mando. Não ha nada melhor!

I2 x a n a e sFizeram exame com as

seguintes classificações os srs.:Physica 1 ,a parle (singularj

Alvaro Zeferino Campos Valente, approvado; João Affonso de Mattos, appro­vado.Malhematica 4 ° anno (sin­

gular) ,João Affonso de Mattos,

approvado.Malhematica 4.0 anno (clas­

se)Amadeu Quaresma Ven-

tura, approvado. Malhematica 6.° anno (clas­

se)Pedro Antonio Nunes de

Almeida, distincto; José Maria Móra Junior, appro­vado.

Lilleratura José Maria Móra Junior,

distincto; Amadeu Quares­ma Ventura, approvado. Curso geral dos Lyceus i.°

annoAntonio Luiz Nepomuce-

no da Silva, distincto. Pliilosophia

José Maria Móra Junior, approvado; Pedro Antonio Nunes d’Almeida, approva­do ; Amadeu Quaresma Ventara, approvado.

Aos intelligentes estu­dantes e a suas ex.mas fami­lias os nossos sinceros pa­rabéns.

C O F R E D E P É R O L A S

A M I S É R I ALá vae ganhar o pão de cada dia!Nos olhos leva a nuvem tão sombria

Da negra desventura.Ergue-se ao romper dalya; não repousa, E r a os filhos sustentar e mais a esposa

Que o ama com ternura.

Condemna-o negra sorte d eterna lida; Ha de sofrer, chorar, passar a vida

Entre agonias mil.E sempre côr da noite 0 seu futuro,Sem que possa vêr nunca assomar, puro,

0 meigo sol dabril.

0 sol, que tão formoso alli se ostenta No a”iil, após as nuvens da tormenta,

E os olhos nos scdii",Com refulgente brilho, tão fecundo,Vem, sorrindo, tra\er ao pobre mundo

0 seu calor e hq.

Mas estes nunca podem avistal-o;Não têm dos opulentos 0 regalo,

0 luxo encantador.A espuma do Champagne alli fluclua,E elles sojjrem cá f ó r a ... A vida sua

E só miséria e dôr!

JO A Q U IM DOS ANJOS.

P E N S A M E N T O SOs nossos actos são como os nossos filhos; uma ve~x

nascidos, teem a sua vida. própria c independente:pode- se mesmo estrangular os filhos, mas os actos é que nun­ca os podemos supprimir.— Jorge Ellot.

— 0 Theatro Erance7 é a gloria da França, a Opera não é senão a sua vaidade.—-Napoleão I

— 0 homem mau merece que seja odiado: mas se el­le sabe que o odeiam, então torna-se ainda mais perigo­so.— Confusius.

■— Moral lisboeta: Dão-se 25 contos de réis para S. Carlos, para a vaidade, para os italianos; e não ha 5 réis de subsidio para o theatro nacional, para a lillera- tura dr ama tica, para os artistas nacionaes!

A N E C D O T A S

Uma patrulha encontrou no caminho um homem com pretensões a engraçado.

— Quem vive?— Gente de pa~v— Leva armas?— Levo.— Mostrem’as,— Só levo este revolver... e mostrou-lhes uma garra­

fa cheia de vinho.O cabo tomando-a, bebeu-lhe o contheudo de socieda­

de com o camarada.— Agora póde andar, está descarregada.

LITTERATURA

Os «lisos de •Joanninha(A. G A R R E T T )

Olhos verdes!...Joanninha tem os olhos

verdes...Não se reflecte nelles a

pura luz do céo, como nos olhos azues

Nem o fogo—-e o fumo das paixões, como nos pre­tos.

Mas o viço do prado, a frescura e animação do bosque, a fluetuação e a transparência do mar...

1 udo está n aquelles olhos verdes?

Joanninha, por que ten; tu os olhos verdes ?

Nos olhos azues de Geor- gina arde, em sereno e mo­desto brilho, a luz trunquii- la de um amor provado, seguro que deu quanto ha­via de dar, quanto tinha que dar.

Os olhos azues de Geor- gina não dizem senão uma só phrase de amor, sempre a mesma e sempre bella: Amo-te, sou lua!

Nos olhos negros e in­quietos de Soledade nuncali mais que estas palavras: Ama-me, que és meu!

Os olhos de Joanninha são um livro immenso, es- cripíos em caracteres mo­veis, cujas combinaçõ es in­finitas excedem a minha comprehensão.

Que querem dizer os teus olhos, Joanninha?

Que lingua falam elles?O h ! para que tens tu os

olhos verdes, Joanninha?A assucena e o jasmim

são brancos, a rosa verme­lha, o alecrim azul...

Roxa é a violeta, e o junquilho cor de ouro.

Mas todas as còres da natureza veem dc uma só, o verde.

No verde está a origem e o primeiro typo de toda a belleza.

As outras côres são par­te delia; no verde está o todo, a unidade da formo­sura creada.

Os olhos do primeiro ho­

mem deviam de ser verdes.O céo é azul...A noite é negra...A terra e o mar são ver­

des ...A noite é negra mas bel­

la; e os teus olhos, Soleda­de, são negros e bei los co­mo a noite.

Nas trevas da noite lu­zem as estrellas que são tão lindas... mas no fim de uma longa noite quem não suspira pelo dia?

E que se vão... oh! que se vão emfim as estrellas!...

Vem o dia... o céo é azul e formoso; mas a vis­ta fatiga-se de olhar para elle.

Oh! o céo é azul como os teus olhos, Georgina...

Mas a terra é verde: e a vista repousa-se nella e não se cança na variedade infi­nita de seus matizes tão suaves.

O mar é verde e flu- ctuante... Mas oh! esse é triste como a terra é ale-gre.

A vida compõe-se de ale­grias e tristezas...

O verde é triste e alegre como as felicidades da vi­da.

Joanninha, Joanninha, porque tens tu os olhos verdes?...

A G R I C U L T U R A

ifcegras da p lantação das a rvo res.

Quando se trata de fa­zer uma plantação de ar­vores, devemos ter em vis­ta tres condições princi­paes para conseguir bom resultado:

1.a Epocha favoravel pa­ra a plantação;

2. * Preparação da arvore antes de a plantar;

3.'1 Maneira de plantar a arvore.

A preparação precursora da plantação de uma arvo­re consiste em cortar com uma navalha bem afiada a extremidade das raizes que se tenham rompido no aeto da desplantação, e sob pre-

18 FOLHETIM

Traduccão de J. DOS ANJOS

UMA HISTORIADO

OUTRO MUNDORomance de aventuras

IXO t u i i i i i l o s e m p o r t a

" •Quando acordaram pareceu-lhe?

naturalmente que estavam um p o u ­co melhor. Partiram mais uma codea de pão, e como o somno lhes tinha restabelecido as forças,sentiram- se bem.

— Náo basta, disse então o Vario, termos dormido, comido e seccado o

fato um boccado; o que é p-eciso encontrarmos o nosso caminho e isso náo é muito facil. Estamos natural­mente em alguma caverna sem sahi- da, porque náo vejo a luz do dia em parte nenhuma. Voltar para traz é impossível. Náo quero mais banhos; fu amos bem Lvados hontem. O qu: temos a fazer é voltar as costas ao a- go. Vamos!

Deram alguns passos, dando a mão um ao outro, e chegaram assim até á agua que lhes mulhou os pés.

— /brigado, minha velha! disse o João, dando uma gargalhada. Já esta­mos fartos de t . Dizemos-te adeus!

E metteram-se afoitamente pelo es­paço negro que se abria deanted'e!les O ar era fresco, por causa do lago, c comtudo pesado e abafadiço em fon- sequencia da estagnação que havia no subterrâneo. Debaixo dos pés d’elles

rolavam calhaus e esmagava-se a areia. P or cima havia sem duvida uma abo bada alta, porque o echo dos seus passos soava com força. Onde acaba­va? Havia mais de uma hora que caminhavam assim. lentament; é ver- da e, como se pode andar n i escuri- . ão, mas avançanJosem pre. sem com­tudo encontrarem o fim da viagem. Esperavam sempre.

— Barballczdo diabo! dizia o Mario. Se aquelle pa ti fé náo tivesse dado cabo da minha caixa c c fosforos, po- di; mos ao menos vêr alguma coisa.

— Parece que me roçou um ramo pela cabeça, respondeu o João. Talvez sejam plantas que penJcm da aboba da. Chegamos sem duvida ao fim.

Eflectivamente em breve tocaram num a especie de p-rede, coberta de aspereza; agudas, e mais dura que a roi. ha.

—-Attenção! disse o Mario. Siga­mos a parede ás apalpadellas. Have­mos de ir ter a qualquer parte.

Mais meia hora de caminho! Iam mais depressa; a parede servia-lhes de corrimão e de guia. O João ia á fren­te e apertava mais o pa ;so; de repen­te exclamou:

— Os diabos levem a parede! esta­mos outra vez no lago. Bonito!

— Voltemos atraz, respondeu o Ma­rio. Sigamos sempre o mesmo syste­ma. Ao menos teremos dado a volta á nossa prisão e apalpado todas as pa­rede;.

Uma hora de viagem ainda, apalpan­do a parede com os dedos, os pés in­decisos. os olhos mu to abertos nas trevas, a esperança e a anc edade no coração. Achar am alguma abertura ?

Encontrarem outra vez agua. T i­nham percorrido toda a cjrcum fçren-

cia que formava o fundo da gruta mvsteriosa. E m frente d’elles a agua sombria, sem outra sahida # não ser o pégo. d'onde a corrente sahia, e no qual, p o r conseguinte, não podiam mergulhar, suppondo que tornassem a encontral-o. Por detraz d’elles a noite, uma prisão, a morte pela fome, sem nenhuma possibilidade desoccor- ro. O que haviam de escolher? Sen­taram-se, desesperados. Nem sequer tinham animo para comer. Tiveram ambos a mesma idéa:

— E ’ melhor matarmo-nos.Que destino! Elles, nascidos em

Paris, creados ao sol, ao ar livre, ha viam de morrer alli n’aquellas trevas, agonisar n'aquella sombra, ser enter­rados vivos n'aquella; sufFocação!

(C o n tin u a ]

Page 3: Ass-ignatnra 110 Al GA0 ÃDÀIÍXÍS í íll ( aO E ! I fOljltlí'1I1A · 2020. 2. 11. · // ANNO DOMINGO, G D E JU L H O D E 1 9 0 2 N° 51 SEMANARIO NOTICIOSO, LITTERÀRIO E AGRÍCOLA

texto algum nada mais sc !hó" corta, sob pena de nos iisoòrmos a que a arvore deixe de pegar. Quanto ao tronco, devemos deixar-lhe unl certo numero de ramos proporcionai ao das raizes, com o unico íim de resta­belecer o equilíbrio entre estas duas partes.

A pratica usada cm mui­tas partes de cortar, ao transplantar uma arvore, unia parte do seu tronco propriamente dito é perni­ciosa e só a elia se deverá resignar o cultivador quan­do, no acto da transplanta­ção, as raizes soífrerem tanto que ainda mesmo, cortando á arvore todos os ramos, não seja possivel restabelecer o equilíbrio; e, neste caso, melhor será deixar de plantal-as, por­que é de presumir que ella ou morra ou fique rachi- tica.* As. arvores resinosas (co­

níferas) não estão sujeitas a estas regras e devem ser plantadas sem lhe tocar­mos no tronco nem nos ra­mas e raizes.

Quando se procede á plantação, devemos terem vista a orientação das ar­vores, a profundid ide a que devem mergulhar as suas rai/.es e a disposição em que devem collocar-se as diver­sas camadas■ de 'terra ex- trahida das covas.

Pelo que diz respeito á orientação das arvores, é sempre util collocal-as na posição que tinham antes da transplantação, isto é, voltar-se para o norte e pa­ra o sul os lados da arvore que, no viveiro, respectiva­mente olhavam para estes pontos cardinaes.

Se assim se não praticar, resultará que, pe;o facto de achar-se exposta ao sul uma arvore primitivamente exposta ao norte, a casca, endurecendo-se muito mais pro m p t am e n t e, p r e j u dica rá o crescimento daquelle la­do do tronco.

A profundidade a que as r^zes das arvores teem de ser enterradas, deve ser graduada de maneira que, ao passo que recebam a in­fluencia do ar, não sejam expostas ao inconveniente da talta da humidade.

Para se obter este duplo 'esultado, deverá o collodá lai;- estar collocado a um n;v-l de dez centímetros, terme medio, inferior á superfície do sói o. Esta pro- undidade poderá duplicar-

Re se o sólo fòr demasiado C°mPacto; e quando as ter- !ds [0l'em excessivamen’.-' jumjdasou expostas a inun- <-ações periódicas, é indis- P-n avel dispor as raize , 11:11 montículo de ter;-; eyantado para este effeito

a a-gun centímetros da su­perfície.

Para encher a cova, lan­ça-se-lhe em primeiro lo­gar no fundo uma certa quantidade de terra tirada da superfície; sobre esta camada de terra collocam- se cuidadosamente as rai­zes da arvore, as quaes se cobrem bem com terra tirada do meio da cova, co­brindo-se por fim esta ca­mada com a terra sahida do fundo da cova. Deste modo resulta que a terra mais fértil, que estava á su­perfície, se acha em contac­to immedicito com as raizes, e que a mais inferior, ex- trahida do fundo da cova, fica á superfície, onde nec- cessariamente será melho­rada por effeito das influen­cias atmosphericas.

No proximo numero pu­blicaremos a pauta do Ju­ry da Comarca de Aldegal­lega do Ribatejo que tem de funcçionar no 2.11 semes­tre do corrente anno, em crimes ordinários, o que hoje, por falta de espaço, não pudémos fazer.

Co se tra o seios* das m ãos

As pessoas que soffrem dexageradosuor das mãos, e que precisam applicar-se a trabalhos delicados que o suor estraga, podem evi­tar os effeitos do incommo- do esfregando as mãos com um pouco de lycopodio, pó que se vende em todas as pharmacias e que não é prejudicial.

ANNUNCIOS

Vende-se uma ainda no­va.-Trata-se com o sr. Do­mingos Salgado, Aldegal­lega.

A N N U N C I O

MARCA DE ALDEGALLEGA DO l i l í l AIEJO

(<£.a l®85?>iicaçã»)

No dia i 3 de julho pro­ximo, pelo meio dia,á por­ta do tribunal judicial des­ta villa de Aldegallega, na execução hypothecaria que Antonio Caetano da Silva Oliveira, move contra o herdeiros de Jotio Gomes Patego, viuvo, morador qu: foi no sitio da Ponte dos Cava los, se ha de ven­der e arrematar em hasta publica a quem maiorlanço offerecer sobre o valor abai-

xo designado, uma fazenda composta de terra de se­meadura, vinha e uma casa em ruinas, no sitio da Pon­te dos Cavallos, limites de Sarilhos Grandes, a qual constiaie um prasosubem- phyteutico em 400 réisan- nuaes, a José Antonio Valente, e é senhorio dire­cto um dos herdeiros de José Almeida Gonçalves, avaliada em 2268800 réis. Pelo presente são citados os crédores incertos, para as­sistirem á dita arrematação, e ahi usarem dos seus di­reitos.

Aldegallega do Ribatejo, 17 de junho de 1902.

O E S C R IV Á O

Antonio Augusto da Silva Coelho.

Verifiquei a exactidão.

O JU IZ D E D IR E IT O

N. Souto.

O DOMI NGO

A N N U N C I O

í m liIj ALumAlLEu;

(3 .* E*0alslicaç5o)

Pelo Juizo de Direito de esta comarca, no inventa­rio por obito de Jacintha cíAssumpção, e no qual é inventariante Anna d’As- sumpção, hão de ser pos­tos em praça á porta do tribunal deste Juizo, no dia 6 de julho proximo pe­lo meio dia os seguintes dominios uteis: O domi­nio util de um prazo de­nominado a QUINTA NO­VA, as RONGAS e a coureila da CABANA, fo- reiro em 358000 réis an- nuaes com laudemio de vintena a Dona Sophia da Silveira Nunes, de Lisboa, sito em Sarilhos Grandes no valor de 4:500.^000 réis; este predio acha-se arrendado a José dos San­tos Mingates, e o arrenda­mento finda no dia 3o de setembro de 1913, perten­cendo ao rendeiro as bem- feitorias feitas por elle. O dominio util de um prazo foreiro em 18000 réis an- nuaes á Fazenda Nacional ignorando-se o laudemio, no sitio das Pereiras, fre­guezia de Sarilhos no va­lor de 80 $000 réis.

Aldegallega do Ribatejo, e3 de junho de 1902.V erifiquei a exactidão.

O i.° substituto de

O JU IZ 1)E D IR E I TO

Joaquim José Marques Guimarães.

O l 5C M V Á O

José Maria de Mendonça.

Hoje, do meio dia ds 3 , é o ultimo leitão no pateo da casa de habitação do meretissimo juiz de direito Snr. Dr. Nogueira Souto, rua da Calçada, desta villa, para venda de mobilia e mais objectos.

PRACA DE TOUROS•»EM

A L D E G A L L E G ADomingo, ili de julho de 1902

ás 4 horas e meia da tarde

Éxtraordinaria corrida de. garraios

Promovida por uma com­missão de cavalheiros des­ta villa, e em que tomam parte obsequiosamente distinctos amadores daqui, do Barreiro e de Lisboa.

Lidar-se-hão i o garraios Generosamente offereci- dos pelo opulento lavra­dor, ex.mo. sr. José Maria dos Santos.Cavalleiro, o arrojado e muito applaudido Pedro Costa (do Barreiro'].

E B a ia d f tr iU ic ir o sAdelino Cotafo, Manuel Nunes Quintas, Manuel Li- no, João David, (de Lisboa) Carlos Canna, Gregorio dos Anjos e Juan Sebastian E l L 1 giesta, d e A1 d ega 11 e ga.

Por deferencia para com a commissão, toma parte generosamente nesta ex­cepcional corrida o distin­cto e muito applaudido ban- darilheiro desta villa o

UílbllnUm valente grupo de for­

cados deste villa.

Reapparicão do notável

ODRE MAGICOAbrilhanta esta attrahente corrida a phylarmonica i.° de Dezembro, desta villa.

l * r e ç o sCamarotes grandes, 2S000 réis; pequenos, i$ 5oo; Ga­leria, i.a fila, 400; 2.a fila, 3oo; Touril, i.a fila, 400; 2.a fila, 3oo; Sombra, 240; Sol, 160.

N. B. — No preço dos bi­lhetes está incluido o im­

posto do sello.i i o r a H o d o s v a p o r e s U s -

JroanciEsesPartidas de Lisboa: 11 ho­ras da manhã, 1 e 4,30 da tarde. Partidas de Aldegal­lega: 7 horas da manhã, j,3o e 7 da tarde.

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D E

José Antonio Nunes

Neste estabelecimento encontra-se d venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de generos proprios do sen ramo de commercio, podendo por isso o fferecer as maiores garantias aos seus estimá­veis fregueses e ao respeitável publico em geral.

Visite pois o publico esta casa.

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Aldegallega do iail»aíejo

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AO COMMERCIO DO POVOA O já bem conhecidas do publico as verdadeiras vantagens que este estabelecimento oflerece aos compradores de todos os seu; artgos, pois que tem sortimento, e ia ' compras em tondxçóes de poder competir com as primeiras casas de Lisboa no que diz respeito a preços, porque vende muitos artigos

A lsda B33ííSs I»arsíose como tal esta casa para maior garantia estabeleceu o systema dc G A N H A R PO U CO P A R A V E N D E R MUITOe vendendo a todos pelos mesmos preços.

Tem e;ta casa alem de vários artigos de v e tu a rio mais as seguintes secçóes:De Fanqueiro, sortimento completo.De Retroseiro, bom sortido, e sempre artigos de prim eira moda.

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P A R A REVEMDERV E N D A S A D I N H E I R O

PEDIDOS A LUCAS & C.A — ALDEGALLEGA

viSLí-

R E L O J O A R I A G A R A N T I D AD E

AVELINO MARQUES .CONTRAMESTRE

Oxid: m-se

Relogios' de ouro. de p ara. de aço. de nic';c-l, dc flaquet, de s'a. am :ra aio s. suisso; de p .v e le , ma ri timo;, de;pertadores americanos. ae> pe-faòo:es de phantasia. desperta iores com mus:ta, suissos de ilg ibeiia cl)‘ corda pa-a oito dras.

kccc.m ncn Ja-se <> relogio de A V E L IN O M A R Q U E S C O N T R A M E b I l(l" um bom escape d ancora muJto torte por 5-?ooo réis.

oixa; d a 'o com a mavim p rfeiçáo. Garrntsm-se todos os concertos.alais cleva-lo.O p oprietuno u osf. re.oio-r a

W U A D O P O ÇJL

njlra o.ufo e ] r;.la peio p oço

^ O — l — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO