sessÃo de endoscopiadownload.hucff.ufrj.br/gastroenterologia/sessoes/diarr%c...do tgi superior...
Post on 19-Feb-2020
2 Views
Preview:
TRANSCRIPT
SESSÃO DE ENDOSCOPIA
Diarreia crônica: papel da endoscopia
Fabricio T. Valente – R1 Gastroenterologia
Definições
• Diarreia: alteração de peso das fezes (>200 g/dia),
consistência (pastosa ou líquida) e/ou frequência (>3
vezes/dia).
• Duração dos sintomas:
• Diarreia aguda: <4 semanas
• Diarreia crônica: >4 semanas
The role of endoscopy in the management of patients with diarrhea. Gastrointest Endosc 2010;71:887-892.
Indivíduos imunocompetentes
Retossigmoidoscopia flexível
• Em muitas situações, pode ser suficiente como método endoscópico inicial em pacientes com diarréia crônica.
• Indicações: • Grávidas;
• Comorbidades significativas;
• Quando predominam sintomas de doença colônica esquerda (p. ex. tenesmo e urgência).
• Biópsias devem ser realizadas para avaliação histológica, mesmo com mucosa normal.
The role of endoscopy in the management of patients with diarrhea. Gastrointest Endosc 2010;71:887-892.
Indivíduos imunocompetentes
Colonoscopia
• Indicações:
• Achados inconclusivos na sigmoidoscopia flexível;
• Sintomas persistentes;
• Perda de grande quantidade de sangue;
• Suspeita de DII ou câncer colorretal.
The role of endoscopy in the management of patients with diarrhea. Gastrointest Endosc 2010;71:887-892.
Indivíduos imunocompetentes
Colonoscopia
• Tipo de preparo:
• Deve ser determinado individualmente.
• Preparações à base de fosfato de sódio podem causar alterações
na mucosa que podem ser confundidas com a aparência
macroscópica de DII, mais comumente no cólon distal.
The role of endoscopy in the management of patients with diarrhea. Gastrointest Endosc 2010;71:887-892.
Indivíduos imunocompetentes
Colonoscopia
• Histologia é essencial na avaliação da diarreia crônica muitas
etiologias não são macroscopicamente evidentes (DII quiescente,
colite microscópica, colite eosinofílica e amiloidose).
• Rendimento diagnóstico da colonoscopia na diarreia crônica: 7% a
32% (mais comuns: DII e colite microscópica).
• Achados normais biópsias segmentares do cólon.
The role of endoscopy in the management of patients with diarrhea. Gastrointest Endosc 2010;71:887-892.
Indivíduos imunocompetentes
Colonoscopia
• Rendimento diagnóstico da biópsia de mucosa ileal normal não é
bem estudada (relatos de achados significativos variando de 0% a
4,2%).
• Valor da biópsia de rotina de mucosa ileal normal é controversa (em
geral é de baixo rendimento).
The role of endoscopy in the management of patients with diarrhea. Gastrointest Endosc 2010;71:887-892.
Indivíduos imunocompetentes
Endoscopia digestiva alta
• Indicação: ausência de achados significativos em estudos de
laboratório e endoscopia baixa.
• Diagnóstico diferencial: doença celíaca, infecção por Giardia, doença
de Crohn, gastroenterite eosinofílica, doença de Whipple, amiloidose
intestinal.
• Biópsias de mucosa do intestino delgado devem ser realizadas
mesmo quando a aparência endoscópica é normal.
The role of endoscopy in the management of patients with diarrhea. Gastrointest Endosc 2010;71:887-892.
Indivíduos imunocompetentes
Cápsula endoscópica
• Rendimento diagnóstico: 13% a 24%.
• Achados compatíveis com doença de Crohn, enteropatia induzida por
AINEs, doença celíaca.
• Modesto rendimento diagnóstico, incapacidade de obter tecido, risco
de retenção da cápsula não é recomendada para a avaliação
rotineira da diarreia crônica.
The role of endoscopy in the management of patients with diarrhea. Gastrointest Endosc 2010;71:887-892.
Indivíduos imunocompetentes
Enteroscopia
• Indicações:
• Alta suspeita de doença do intestino delgado, quando EDA e
colonoscopia com biópsias não são conclusivos;
• Quando lesões do intestino delgado distal são detectados por
imagem radiológica ou por cápsula endoscópica.
The role of endoscopy in the management of patients with diarrhea. Gastrointest Endosc 2010;71:887-892.
Indivíduos imunocomprometidos
• Exame de fezes: avaliação de primeira linha.
• Indicação de endoscopia: doença diarreica persistente e
exames de fezes negativos.
• Colite por CMV: uma das mais comuns etiologias
infecciosas de diarreia em imunocomprometidos.
The role of endoscopy in the management of patients with diarrhea. Gastrointest Endosc 2010;71:887-892.
Indivíduos imunocomprometidos
HIV
• Pacientes com infecção pelo HIV frequentemente apresentam
doenças diarreicas.
• CMV: patógeno mais comumente detectado.
• Patógenos podem ser identificados por exames endoscópicos apesar
dos resultados negativos de fezes.
• Rendimento da colonoscopia é significativamente maior em pacientes
com contagem de CD4 inferior a 100 células/mm3.
The role of endoscopy in the management of patients with diarrhea. Gastrointest Endosc 2010;71:887-892.
Indivíduos imunocomprometidos
HIV
• Evidências mostram que a colonoscopia tem um rendimento
diagnóstico mais alto e é mais rentável em relação a sigmoidoscopia.
• EDA: diarreia persistente apesar de terapia apropriada ou sintomas
do TGI superior (náuseas, vômitos e odinofagia).
The role of endoscopy in the management of patients with diarrhea. Gastrointest Endosc 2010;71:887-892.
Endoscopia na doença celíaca
• Inflamação crônica desarranjo progressivo das pregas intestinais
graus variáveis de atrofia.
• Marcadores endoscópicos (direcionam biópsia):
• Perda das pregas de Kerkring;
• “scalloping folds” (pregas serrilhadas);
• Fissuras entre as vilosidades;
• Vasos submucosos visíveis;
• Nodulações e aglutinações das vilosidades (aspecto em mosaico).
Tratado Ilustrado de Endoscopia Digestiva, SOBED, 2018, Cap. 42
Endoscopia na doença celíaca
Nodularidade da mucosa bulbar Mucosa serrilhada com
formação de fissuras
Fissuras na mucosa da
segunda porção duodenal
Fonte: http://endoscopiaterapeutica.com.br/doenca-celiaca/
Endoscopia na doença celíaca
• Recursos adicionais:
• Cromoendoscopia (azul de metileno ou índigo-carmin);
• Magnificação de imagem;
• Ácido acético (spray a 3%);
• Técnica de imersão em água (90-150 ml de água no duodeno);
• NBI (Narrow Band Imaging)
Tratado Ilustrado de Endoscopia Digestiva, SOBED, 2018, Cap. 42
Endoscopia na doença celíaca
Irregularidade e nodularidade da
mucosa com pregas serrilhadas
Redução das vilosidades
com formação de mosaico
Mosaico com redução
de vilosidades
Fonte
: htt
p:/
/endoscopia
tera
peutica.c
om
.br/
doenca
-celia
ca/
Discreto encurtamento
de vilosidades Discreto encurtamento
de vilosidades
Irregularidade mucosa,
fissuras e nodularidade
Endoscopia na doença celíaca
Redução e aglutinação
das vilosidades
Formação de mosaico mas
ainda com vilosidades visíveis
Mosaico sem vilosidades
Fonte: http://endoscopiaterapeutica.com.br/doenca-celiaca/
Endoscopia na doença celíaca
Fonte: http://endoscopiaterapeutica.com.br/doenca-celiaca/
Endoscopia na doença celíaca
Fonte: http://endoscopiaterapeutica.com.br/doenca-celiaca/
Endoscopia na doença celíaca
Fonte: http://endoscopiaterapeutica.com.br/doenca-celiaca/
Endoscopia na doença celíaca
• Como biopsiar?
• 4 ou mais fragmentos da porção pós-bulbar;
• Fragmentos de bulbo duodenal (posições de 9 e 12 horas).
• Suspeita de DC dieta com glúten por pelo menos 8 semanas até
realização de EDA+biópsia.
Tratado Ilustrado de Endoscopia Digestiva, SOBED, 2018, Cap. 42
Endoscopia na doença celíaca
• Videocápsula endoscópica (VCE):
• Suspeita de complicações (malignidade);
• Doença refratária (persistência dos sintomas >6 meses em vigência de DIG);
• Anemia persistente.
• Enteroscopia:
• Aumentou consideravelmente o diagnóstico das complicações da DC.
Tratado Ilustrado de Endoscopia Digestiva, SOBED, 2018, Cap. 42
Endoscopia na doença inflamatória intestinal
• Achados endoscópicos mais comuns da RCU:
• Iniciais: hiperemia, congestão vascular e edema aspecto granular, com mucosa
friável e exsudativa.
• Doença moderada: pequenas úlceras em meio a mucosa inflamada.
• Doença grave: úlceras maiores e contínuas.
• Inflamação contínua, ascendente, mais intensa nos segmentos distais, transição
abrupta entre área inflamada e mucosa normal.
• Apresentações: proctite/proctossigmoidite (30-45%), colite esquerda (30-45%),
colite difusa (20-30%).
Tratado Ilustrado de Endoscopia Digestiva, SOBED, 2018, Cap. 65
Endoscopia na doença inflamatória intestinal
Fotnte: http://endoscopiaterapeutica.com.br/retocolite-ulcerativa/
Endoscopia na doença inflamatória intestinal
• Achados endoscópicos mais comuns da Doença de Crohn:
• Leões inflamatórias entremeadas por mucosa normal (“lesões em salto”).
• Lesões iniciais: úlceras pontuais, com centro deprimido, rodeadas por halo
hiperêmico, entremeadas por áreas de mucosa aparentemente normal (“úlceras
aftoides”).
• Progressão da inflamação úlceras tornam-se maiores, coalescentes e mais
profundas (formato estrelar).
Tratado Ilustrado de Endoscopia Digestiva, SOBED, 2018, Cap. 65
Endoscopia na doença inflamatória intestinal
• Achados endoscópicos mais comuns da Doença de Crohn:
• Espessamento da camada submucosa + ulcerações lineares da mucosa aspecto
nodular (“pedras de calçamento”).
• 80% dos pacientes tem acometimento do delgado, geralmente no íleo terminal:
30% ileíte exclusiva, 50% com ileocolite, 20% colite exclusiva.
• Biópsias devem ser feitas na borda das ulcerações pequenas (granulomas
epitelioides não caseosos).
Tratado Ilustrado de Endoscopia Digestiva, SOBED, 2018, Cap. 65
Endoscopia na doença inflamatória intestinal
Fotnte: http://endoscopiaterapeutica.com.br
Endoscopia nas doenças infectoparasitárias
• Infecção por Clostridium difficile:
• Exame endoscópico indicado quando há alta suspeição clínica, porém com exames
laboratoriais negativos.
• Edema, hiperemia e friabilidade, principalmente em reto e cólon.
• Pseudomembranas (50-55%): placas amarelo-esbranquiçadas de até 2 cm de
diâmetro, às vezes podendo confluir.
• Biópsias não são necessárias para diagnóstico, reservadas para diag. diferencial
(ausência de resposta ao tratamento).
Tratado Ilustrado de Endoscopia Digestiva, SOBED, 2018, Cap. 66
Endoscopia nas doenças infectoparasitárias
• Infecção por Clostridium difficile:
Fotnte: http://endoscopiaterapeutica.com.br/colite-pseudomembranosa/
Endoscopia nas doenças infectoparasitárias
• Amebíase intestinal:
• Edema da mucosa;
• Friabilidade;
• Perda do padrão vascular submucoso;
• Erosões;
• Úlceras recobertas ou não por exsudato, de tamanho e profundidade variáveis,
comumente localizadas no ceco e no reto.
• Biópsia: demonstração do trofozoíto em amostra tecidual.
Tratado Ilustrado de Endoscopia Digestiva, SOBED, 2018, Cap. 66
Endoscopia nas doenças infectoparasitárias
• Esquistossomose:
• Alterações agudas: mucosa edemaciada, friável, com hemorragia petequial,
apagamento do padrão vascular submucoso, eritema, granularidade e ulcerações.
• Colite crônica: mucosa pálida, nódulos amarelados e elevados, e mais raramente,
estenoses e pólipos.
• Alterações agudas e crônicas podem ocorrer simultaneamente no mesmo ou em
diferentes segmentos do cólon, com clara demarcação entre elas.
• Biópsia: identificação dos ovos do parasita.
Tratado Ilustrado de Endoscopia Digestiva, SOBED, 2018, Cap. 66
Endoscopia nas doenças infectoparasitárias
• Esquistossomose:
Fotnte: http://endoscopiaterapeutica.com.br/quiz/esquistossomose/
Endoscopia nas doenças infectoparasitárias
• Estrongiloidíase:
• Acometimento do intestino delgado (principal):
• Mucosa intensamente avermelhada;
• Edema e espessamento de pregas;
• Nodulações duodenais;
• Ulcerações;
• Sangramento;
• Estenoses.
• Acometimento colônico:
• Principais: nódulos amarelo esbranquiçados, eritema e perda do padrão vascular
• Erosões, úlceras aftoides, serpiginosas, friabilidade da mucosa.
Tratado Ilustrado de Endoscopia Digestiva, SOBED, 2018, Cap. 66
Endoscopia nas doenças infectoparasitárias
• Estrongiloidíase:
Fotnte: http://endoscopiaterapeutica.com.br/estrongiloidiase-duodenal/
Endoscopia nas doenças infectoparasitárias
• Citomegalovírus:
• Acometimento do TGI é raro em imunocompetentes.
• Achados variados: desde discreto edema e hiperemia até hemorragia da mucosa e
úlceras.
• Biópsia das úlceras: padrão-ouro para o diagnóstico.
• Vírus Herpes Simples (HSV):
• Vesículas, friabilidade da mucosa e úlceras.
• Reto distal (imunocompetentes), colite difusa (HIV).
• Biópsia: indispensável ao diagnóstico.
Tratado Ilustrado de Endoscopia Digestiva, SOBED, 2018, Cap. 66
Endoscopia na colite microscópica
• Duas formas: colite linfocítica e colite colagenosa.
• É caracterizada por diarreia aquosa, na ausência de
anormalidades endoscópicas óbvias.
• É responsável por aproximadamente 10% dos casos de diarreia
crônica.
The role of endoscopy in the management of patients with diarrhea. Gastrointest Endosc 2010;71:887-892.
Endoscopia na colite microscópica
Endoscopic mucosal tissue sampling. Gastrointest Endosc 2013;72(8):216-224
top related