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Post on 31-Jan-2018

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Economia política do gás natural

Fundamentos

• Hidrocarboneto

• Duas formas

• -associado (ao petróleo)

• -não associado

• Composição:metano, propano, butano, outros

• Usos: industrial (calor); geração elétrica, transporte, petroquímica (matéria-prima)

Matriz energética

• Em 2004: 20,5%

• Previsão para 2020: 30%

• Crescimento: 2,6% aa

• Fonte energética “de transição”

• “Combustível-ponte”

Vantagens

• Utilização direta, sem refino ou outras transformações

• Dispensa estocagem no local de consumo

• Impacto ambiental relativa/ baixo

Desvantagens

• Transporte: baixa densidade calórica

(volume 1.000 vezes maior que petróleo para gerar a mesma intensidade de energia)

Alto custo do transporte: investimento alto, baixa flexibilidade

Principal fator de custo: distância

Quanto maior a distância, maior deve ser o volume transportado

Gasodutos

• Custos de infraestrutura podem representar de 50% a 70% do preço de venda

• Em compensação: • Manutenção/operação do gasoduto: custo baixo

(2% do custo de construção a.a.) • Para valer a pena: é preciso operar por longos

períodos de maneira contínua, com altos volumes transportados regularmente

• Outra vantagem: prazo de instalação é menor do q hidrelétrica (custos financeiros menores)

GNL (Gás Natural Liquefeito)

• Ou: LNG (Liquefied Natural Gas)

• Volume reduzido em até 600 vezes

• 160° negativos, tanques criogênicos

• Navios metaneiros: até 135 mil m3 de gás...

• Ou... equivalente a 458 mil barris de petróleo

• Regaseificação

• Processo consome 20% da energia final

• GNL: menos eficiente que o GN e muito + caro

Vantagens do GNL

• Evita a dependência de um único fornecedor

• Flexibilidade: volume exato p/ necessidades do consumidor

• Comércio int’l do GNL: 25% do total do gás

• Demanda: permanente ou circunstancial

• Principais fornecedores: Trinidad-Tobago, Catar e Nigéria

Integração e vulnerabilidade

• Gasoduto: integração energética

• Implicações geopolíticas: interdependência

• Substituição do fornecedor e do cliente são impossíveis

• Vulnerabilidade: consequências duradouras de uma ocorrência no plano internacional e os custos das alternativas disponíveis diante do impacto externo

• Contratos de longo de prazo, com cláusulas de renovação periódica

• “Take or pay” // “Ship or pay”

Maiores reservas mundiais

Em trilhões de metros cúbicos: Rússia – 48 Irã – 33 Catar – 25 Turcomenistão – 17,5 EUA – 9,4 Arábia Saudita – 8,2 Venezuela – 5,5 .....Brasil (36º) 364 bilhões

As classes no Brasil

• Classes dominantes: patronato, patriciado, gerentes da empresas estrangeiras

• Classes intermediárias: oficiais militares, profissionais liberais, professores, baixo-clero

• Classes subalternas: trabalhadores especializados (aristocracia operária), pequenos proprietários

• Classes oprimidas: empregados sem qualificação, trabalhadores rurais – as grandes massas, marginalizadas do “sistema”

Um abismo social

• “No Brasil, as classes ricas e as pobres se separam umas das outras por distâncias sociais e culturais quase tão grandes quanto as que medeiam entre povos distintos.”

• Camada senhorial encara o povo como mera força de trabalho destinado a desgastar-se no esforço produtivo e sem outros direitos que o de comer e o reproduzir-se para repor a mão-de-obra gasta...

• Não podia ser de outro modo: “um patronato que se formou lidando com escravos, tidos como coisas e manipulados com objetivos puramente pecuniários, procurando tirar de cada peça o máximo proveito...”

Escravidão: chave explicativa

• Assim, para Darcy Ribeiro, “as relações continuam impregnadas dos mesmos valores, que se exprimem na desumanização das relações de trabalho.”

• Experiência da escravidão: decisiva

• A distância social + espantosa é a que separa e opõe os pobre dos ricos

• Mas a ela se soma a discriminação sobre negros, mulatos e índios (sobretudo os 1ºs)

Desafricanização: necessária

-As maiores lutas ocorridas no país: resistência indígena e rebeliões dos negros x a escravidão

-a luta + árdua dos negros africanos e seus descendentes: (foi e ainda é) a conquista de um lugar na sociedade

-nesse esforço, o negro se desafricanizou

-sua 1ª tarefa cultural: aprender o português

-essa proeza o salvou da desumanização

-o negro deu singularidade ao português do Brasil...

-...e difundiu a língua dos brancos por todo o território

O cenário do pós-Abolição (1888)

• Substituição dos ex-escravos pelos imigrantes • Contraste entre os 2 grupos de trabalhadores: -negro: condicionado cultural/ a poupar sua força de trabalho para não ser levado à morte pelo chicote do capataz -colono europeu: trabalhador livre, disposto a se esforçar para conquistar o próprio pedaço de terra • O negro após a Abolição só queria a liberdade • Vida errante nas estradas, na busca (em vão) de

terrenos baldios onde pudessem viver • Resultado: miséria, expulsões sucessivas, abandono

“os culpados são eles mesmos...”

• Atitude das classes dominantes: desprezo. Para os descendentes do senhores, os negros e os mulatos “são culpados de suas próprias desgraças, explicadas como características da raça e não como resultado da escravidão e da opressão.”

• Grande parte dos ex-escravos acaba migrando para a periferia das grandes cidades, onde encontram um ambiente de convivência social menos hostil. “Bairros africanos”, futuras favelas

Contribuição cultural

• Nas favelas/periferia, antigos escravos encontram negros antigos, que haviam construído uma cultura própria, com alto grau de criatividade:

• “Uma cultura feita de retalhos do que o africano guardara no peito nos longos anos de escravidão, como sentimentos musicais, ritmos, sabores e religiosidade.”

• A partir daí se estrutura o que há de mais vigoroso e belo na cultura popular brasileira: o Carnaval, o culto de Iemanjá, a capoeira, o samba e demais manifestações musicais...

Fator de exclusão: escolaridade

• O negro aproveita toda oportunidade de expressar seu valor

• Mas isso, em geral, só ocorre nas áreas em que não se exige escolaridade: música popular, futebol...

• Assim, apesar de todas as vicissitudes, o negro se torna o componente mais criativo da cultura brasileira e aquele que, junto com os índios, mais singulariza o nosso povo.

Mulatos em situação melhor

• Já o mulato, pela sua proximidade biológica e cultural com o mundo dos brancos, conseguiu se aproximar mais da cultura erudita. Daí resultam, entre outros, o Aleijadinho, Machado de Assis, Rui Barbosa, Cruz e Souza, Lima Barreto...

• Nos últimos tempos: processo de afirmação do negro brasileiro, principal/ como resultado do seu maior acesso à educação e da ampliação das oportunidades de emprego

O racismo, como fica?

• Darcy discute o assimilacionismo vigente: a expectativa de que os negros brasileiros desapareçam pelo branqueamento progressivo. Na prático, o que ocorre é uma crescente morenização do Brasil...

• Isso põe em xeque o racismo. Ler pg. 225

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