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2� 65�� 35(6,'(17(� (Deputado Ary Kara) - Declaro abertos os trabalhos
desta Comissão Especial, destinada a acompanhar a aplicação da Lei nº 9.503, de
1997, que instituiu o Código de Trânsito Brasileiro.
Encontra-se com V.Exas. cópia da ata da primeira reunião. Queremos saber
se há a necessidade de leitura da ata, ou se todos já tomaram conhecimento do
seu teor.
2� 65�� '(387$'2� '5�� +e/,2� - Sr. Presidente, pedimos a dispensa da
leitura da ata.
2�65��35(6,'(17(�(Deputado Ary Kara) - Está dispensada a leitura da ata.
Não havendo quem queria discuti-la, passamos à votação.
Os Srs. Deputados que a aprovam permaneçam como estão. (Pausa.)
A ata está aprovada.
Expediente.
Comunicamos que esta Presidência recebeu o Ofício nº 124, de 24 de junho
de 1999, do Dr. Flávio Freitas Faria, Diretor da Consultoria Legislativa, informando a
designação do Dr. João Luiz de Pontes Vieira, Consultor Legislativo, que está
presente, para prestar assessoramento técnico aos trabalhos da Relatoria desta
Comissão. O Dr. João Luiz participou da feitura do relatório da Câmara nas duas
vezes em que Comissão Especial analisou o Código de Trânsito. Como está bem a
par do assunto, pode esclarecer qualquer dúvida que exista.
Ordem do Dia.
Há várias matérias sobre a mesa, as quais discutiremos depois de ouvir o
nosso convidado de hoje.
A presente reunião de audiência pública destina-se a ouvir o Dr. Gidel
Dantas Queiroz, Diretor do Departamento Nacional de Trânsito — DENATRAN.
Infelizmente, o Dr. Gidel não estará presente, em virtude de uma mudança na
Diretoria do DENATRAN. Já há uma nova pessoa nomeada, o Dr. Jurandir, da terra
do nosso companheiro Dr. Hélio, Campinas. Parece que ele tomará posse na
segunda-feira. O Dr. Gidel pede desculpas e coloca-se à disposição para uma
próxima audiência, quando poderá vir explanar a sua opinião pessoal, não de
Diretor do DENATRAN.
Aproveitamos a oportunidade para, em nome desta Comissão, em nome de
todos, cumprimentar o Dr. Gidel Dantas pelo trabalho que realizou na elaboração do
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Código de Trânsito Brasileiro. Em 1991, quando o Presidente da República indicou
a primeira comissão para estudar o Código de Trânsito, foi presidente desse grupo
o Dr. Gidel Dantas, que posteriormente assumiu a Diretoria do DENATRAN e foi o
homem que impulsionou a feitura das resoluções que vieram a colocar o Código em
vigor. Ao Dr. Gidel Dantas, que deixa o DENATRAN, os cumprimentos desta
Comissão.
Esclarecemos também que há um segundo expositor, o Dr. Roberto Alvarez
Bentes de Sá, Presidente do MONATRAN. O MONATRAN é um movimento criado
em Santa Catarina que está levando o ensinamento da educação e segurança no
trânsito para as escolas de Santa Catarina, inicialmente em Florianópolis e na
Grande Florianópolis, mas pretendendo estender-se nacionalmente.
Vocês receberam o "Manual Infantil de Educação no Trânsito", do
MONATRAN, e também o "Senninha". São duas publicações que o DENATRAN,
junto com a Rede Globo e alguns patrocinadores, tem distribuído como encarte do
jornal 2�*ORER.
Infelizmente, não temos tido a oportunidade de ver esse encarte. Acho que
não está chegando em São Paulo, só no Rio de Janeiro. Não sei se o Coronel
Garcia já leu. Acho que o número de exemplares é reduzido.
Estivemos hoje no DENATRAN, conversando com a Dra. Cristina, que será
uma das próximas convidadas a comparecer a esta Comissão, ela que é
coordenadora da área de educação da Comissão Temática da Educação, do
DENATRAN, para nos informar sobre a importância desse tema. Quando
elaboramos o Código, determinamos a necessidade de educação e segurança no
trânsito, mas não estamos vendo isso ser cumprido. Ela virá dar uma explicação
sobre essas edições do "Senninha".
Vamos passar a palavra ao Dr. Roberto, que terá vinte minutos para fazer a
sua explanação sobre esse "Manual Infantil de Educação no Trânsito" e o trabalho
desenvolvido pelo MONATRAN no Estado de Santa Catarina.
2� 65�� 52%(572� $/9$5(=� %(17(6� '(� 6� - Exmo. Sr. Deputado Ary
Kara, Presidente desta Comissão, demais Deputados integrantes, minhas senhoras
e meus senhores, honrados com o convite do Deputado Ary Kara para
participarmos desta reunião e fazermos uma breve explanação sobre o trabalho que
vimos promovendo, queremos manifestar preliminarmente o muito que nos
sentimos gratificados por esta oportunidade.
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O Movimento Nacional de Educação no Trânsito — MONATRAN, com sede
em Santa Catarina, constituindo-se uma entidade sem fins lucrativos, nasceu como
fruto da urgência em se travar um decidido combate com o maior dos flagelos
brasileiros em nossos dias: o trânsito.
A triste realidade é que o trânsito tornou-se o palco onde se registram os
mais calamitosos índices de violência no País. São centenas de milhares de
vítimas, entre mortos, mutilados e feridos em geral, a cada ano, enlutando famílias,
inutilizando cidadãos e onerando pesadamente o sistema nacional de saúde.
Mas nem precisamos esmiuçar esses dados e falar em estatísticas diante
dos que aqui e encontram, Deputados e autoridades, certamente muito melhor
informados a esse respeito.
A principal razão da nossa presença é mostrar a experiência já vivida pelo
MONATRAN e a reafirmação de todo o nosso empenho na tentativa de
transformação desse quadro, procurando atingir principalmente as crianças com o
nosso projeto de educação no trânsito, a partir dos primeiros anos de escola.
Nesse propósito, lançamos, inicialmente na região da Grande Florianópolis,
em Santa Catarina, a primeira edição do "Manual Infantil de Educação no Trânsito".
Com uma tiragem de 100 mil exemplares, o manual foi distribuído aos alunos e
professores, sem exceção, da 1ª à 4ª séries, em todas as escolas públicas e
particulares, nos 22 Municípios que integram a região.
O manual, como os senhores poderão avaliar ao compulsá-lo, é de fácil
compreensão para essa faixa etária e constitui o único material didático à
disposição dos alunos que já o receberam, permitindo assim que se cumpra a
determinação do Código de Trânsito Brasileiro sobre a obrigatoriedade da
educação de trânsito em sala de aula.
Sem a pretensão de ser um livro didático convencional, ele preenche, no
entanto, a lacuna existente, e, na opinião de especialistas na matéria e professores
que já o vêm utilizando, supre de forma muito satisfatória a exigência da abordagem
do assunto nas escolas.
Na verdade, o assunto interessou de forma especial às crianças, por tratar
com elas de algo que sempre estivera reservado aos adultos.
Nosso trabalho, aliás, tem sido largamente compensado pelas inúmeras
manifestações de educadores e por demonstrações vivamente participativas de
alunos em escolas, onde armaram maquetes e encenações de trânsito, espelhados
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na história ilustrada do próprio manual, escreveram carta aos pais sobre o assunto
e montaram murais com campanhas pela humanização das vias públicas.
O que diferencia esse nosso trabalho dos demais? Temos conhecimento de
alguma coisa feita em torno da educação de trânsito nas escolas por algumas
entidades, que mandam três, quatro NLWV para as escolas. Mas a maioria deles se
perde. Alguns chegam às bibliotecas, mas a maioria não chega aos alunos. Nosso
trabalho é diferente. Cada aluno e cada professor recebe o seu manual. Ele é
propriedade do aluno. Além disso, mereceu o seu lançamento, no último mês de
maio, realizado no plenário da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina,
a mais ampla cobertura de imprensa, o apoio de instituições públicas, de empresas
e de políticos conscientes e interessados na solução desse grave problema.
Em face desses resultados, expressivamente positivos, o MONATRAN já deu
andamento e procura agora acelerar a edição de mais 500 mil manuais, para
cobertura integral do Estado.
Ao mesmo tempo, estamos preparando um manual destinado aos
estudantes da 5ª à 8ª séries do 1º grau, com tiragem prevista para outros 600 mil
exemplares, ainda em Santa Catarina, totalizando 1 milhão e 200 mil manuais, a
cobertura total dos alunos matriculados no 1º grau.
Esperamos já para o ano 2000 poder estender essa distribuição de manuais
a outros Estados brasileiros.
Esse objetivo é um desafio de grandes proporções e vai exigir um esforço
extraordinário não só da nossa modesta capacidade, mas de quanto apoio
pudermos obter para levar adiante a empreitada.
Nessa sentido, já encaminhamos documento ao Ministério da Educação e ao
próprio DENATRAN, com a expectativa do endosso necessário à continuidade do
projeto.
Convém ressaltar que, apesar de termos encaminhado já há bastante tempo
esses documentos ao Ministério e ao DENATRAN; apesar de termos a simpatia
deles, demonstrada oficialmente quando elogiaram o trabalho do movimento, até
agora não obtivemos nenhuma resposta positiva.
Essa ajuda financeira que estamos buscando no Ministério da Educação ou
no DENATRAN irá ajudar não só a acelerar o nosso projeto, mas também a
melhorar o conteúdo do manual, pois poderemos diminuir o número de mensagens
de empresas que estão colaborando e passar mais informações aos estudantes.
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Eu gostaria de aproveitar este momento para pedir o apoio desta Comissão.
Em face do prestígio e da autoridade que tem, que nos ajude a obter essa ajuda,
para assim darmos prosseguimento ao projeto, que é de grande importância.
É preciso prosseguir a qualquer custo, pois todos sabemos o quanto é
indispensável mudar a mentalidade, o comportamento da nossa gente na
convivência com o trânsito.
A longo prazo, a formação de novas gerações com uma cultura civilizada
poderá, enfim, transformar radicalmente o sinistro panorama que infelicita todo o
País, levando-nos a ocupar uma posição de maior dignidade no concerto
internacional.
Por outro lado, a situação é tão crítica, que não podemos esperar mais
tempo. Precisamos de soluções imediatas.
Uma delas já está em vigor, instrumentando os nossos agentes
disciplinadores: é o novo Código de Trânsito Brasileiro.
Ainda que se possa encontrar nele uma ou outra omissão, o seu conjunto
regulamentador representa, sem dúvida, um grande avanço para a redução das
infrações e delitos no nosso trânsito.
Impõe-se agora aplicá-lo com rigor, através dos DETRAN's, Prefeituras e
Polícias Militares de todo o território nacional. Se preciso, com tolerância zero,
porque, observando-se criteriosamente o que ele estabelece, as transgressões
estarão sendo gradativamente reduzidas pela força coercitiva das penalidades,
como já se tem verificado nos últimos registros estatísticos em algumas Capitais,
muito poucas. Na maioria delas, os índices começam a voltar àqueles que tínhamos
antes da aplicação do novo Código.
Posso citar o Estado de Santa Catarina. No ano passado, tivemos poucos
mais de 600 mortes em nossas estradas. Este ano, já depois de muito tempo da
entrada em vigor do CTB, somente no primeiro semestre atingimos 535 mortes no
trânsito. Em seis meses nos aproximamos do mesmo número do ano passado.
Modificar o Código, sob pressão de interessados em perpetuar a situação de
desmandos que vêm ocorrendo, seria, a nosso ver, um retrocesso e uma irreparável
perda nas conquistas que ele veio trazer.
Não podemos esquecer que, quando recuamos dos avanços a duras penas
realizados em questões dessa natureza, estamos desprezando o maior de todos os
nossos valores: a vida.
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Queremos aproveitar o ensejo para levantar a gravidade dos fatos que vêm
ocorrendo imediatamente após a aprovação e entrada em vigor do Código de
Trânsito Brasileiro, cuja validade pode já estar sendo comprometida seriamente em
face de alguns desvios que, resumidamente, passamos a citar.
Primeiro: a utilização do NLW�de primeiros socorros, sem dúvida necessário, já
pelo que significa, mas cuja implantação foi logo a seguir tornada sem efeito, pelos
motivos de todos conhecidos.
Segundo: recentemente, os Governadores do Distrito Federal, Rio de
Janeiro, Paraná e Paraíba resolveram anistiar infratores de trânsito, perdoando
suas multas através de decretos, numa atitude arrogante e insensível, por se
acharem com o direito de legislar sobre competência que é do Governo Federal.
Terceiro: decisão tomada por alguns Departamentos Estaduais de Trânsito,
suspendendo a obrigatoriedade do curso teórico de primeiros socorros, direção
defensiva, mecânica, meio ambiente e cidadania, para a renovação da Carteira
Nacional de Habilitação, que deveria entrar em vigor no dia 2 de março findo, sob a
alegação de que as auto-escolas, que passaram a chamar-se Centro de Formação
de Condutores, não estavam preparadas para tal missão. Tempo houve, o
suficiente, para tais providências. Resultado: deixamos escapar uma excelente
oportunidade de melhor educar os nossos motoristas.
E, finalmente, para sermos breves, citamos a pressão dos caminhoneiros
sobre as autoridades, pela liberalização do Código em favor de sua classe, em
flagrante desrespeito aos interesses da maioria da população.
Eu gostaria de interromper a minha leitura para citar um acontecimento.
Quando do feriado da Semana Santa, há poucos meses, vimos as emissoras
de televisão noticiar alguns acontecimentos nas nossas estradas. Filmaram cenas
terríveis de ultrapassagem em faixa dupla contínua — verdadeiras barbaridades!
Ficamos, evidentemente, preocupados com o que vimos e tomamos a iniciativa de
enviar uma carta ao Sr. Ministro da Justiça, naquela altura o Senador Renan
Calheiros, pedindo providências, solicitando ao Ministério da Justiça que
requisitasse essas fitas às emissoras de televisão, identificasse os veículos e os
condutores e punisse severamente os infratores. E mais, que essa punição fosse
tornada pública, porque estamos precisando de exemplos positivos no País. A
população assistiu àquilo tudo e não teve notícia de uma atitude das nossas
autoridades.
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Infelizmente, não obtivemos resposta.
É preciso sempre ressaltar que apenas o cumprimento da lei, nada mais do
que isso, exime o cidadão de qualquer penalidade, podendo ele transitar livremente
e exercer assim seu pleno direito de cidadania.
Diante desse casos, que abrem precedentes perigosos, vimos manifestar
nosso apoio a esta Comissão e ao DENATRAN, instando para que mantenham a
firme posição em favor do saneamento do trânsito para o benefício de toda a família
brasileira.
Aperfeiçoar o Código para torná-lo ainda mais capaz de coibir os abusos e
pacificar o trânsito, essa é a atitude que a sociedade ansiosamente espera dos que
por ele são responsáveis.
Enquanto a Nação depura-se da impunidade habitual, no temor da lei,
façamos nós este outro trabalho: o de educar com a profundidade e a abrangência
que nos exige a chegada do novo milênio.
Vamos realizar tanto quanto pudermos no presente, para que a geração do
futuro próximo possa redescobrir um Brasil de 500 anos com mais educação e,
certamente, com mais felicidade.
Finalmente, Srs. Deputados, senhoras e senhores, parodiando as profecias
de Nostradamus, cabe-nos dizer que o mundo hoje está realmente terminando, ou
vai terminar, para muitos brasileiros, mas não por conta de algum asteróide que vá
se chocar com o nosso planeta, e sim por causa da violência do nosso trânsito.
Muito obrigado. (Palmas.)
Eu gostaria de exibir agora um WDSH, para que os senhores tenham uma
noção do que está sendo feito em Santa Catarina, em muitas escolas, em função
da utilização desse manual.
2�65��'(387$'2�(8/(5�025$,6� - Sr. Presidente, peço a palavra pela
ordem.
2�65��35(6,'(17(�(Deputado Ary Kara) - Pois não.
2�65��'(387$'2�(8/(5�025$,6 - Sr. Presidente, eu gostaria de fazer
uma rápida intervenção, porque, infelizmente, tenho um compromisso em Planaltina
e não posso chegar atrasado.� Vou ter de me retirar, mas, antes de fazê-lo, eu
queria apenas tomar a liberdade de cumprimentar o Dr. Roberto pela explanação,
pelo idealismo, pela iniciativa desse movimento que é extremamente importante
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não só para Santa Catarina, mas, sem dúvida alguma, para todo o País: a
educação no trânsito.
Tomo ainda a liberdade, Sr. Presidente, Deputado Ary Kara, de comunicar
que anteontem, em meu Estado, Goiás, tive uma audiência com o Diretor-Geral do
Departamento de Estradas de Rodagem do Estado — DER-GO —, com o Prefeito
da cidade de Trindade, o Presidente da Câmara dos Vereadores, o Presidente da
Associação Comercial, o Presidente da OAB e várias outras entidades
representativas, no sentido de questionar vários pontos com relação à aplicação do
Código de Trânsito Brasileiro.
De Goiânia a Trindade não são mais do que 20 quilômetros. Nós temos cinco
barreiras eletrônicas e vários pardais instalados sem um projeto técnico bem
definido, pelo que me parece. A população está vendo a ação dos órgãos
relacionados ao trânsito muito mais como punitiva do que como educativa, criando
com isso talvez até um preconceito com relação ao próprio Código. As autoridades
municipais estão sendo penalizadas pela própria falta de melhor conhecimento do
trânsito.
O Prefeito da cidade de Trindade já foi Deputado Estadual e Presidente do
Tribunal de Contas dos Municípios. No entanto, não tem familiaridade com detalhes
do Código de Trânsito, a ponto de suas ambulâncias estarem trafegando,
realmente, em velocidade superior àquelas estipuladas pelas barreiras eletrônicas.
Em poucas semanas, já foram multadas em cerca 40 mil reais. E ele nem sabia
muito bem que tinha condições de recorrer às JARI's.
Precisamos educar não só as escolas, mas até mesmo as nossas
autoridades municipais. Imaginem o Prefeito ter de recorrer, um por um, de uma
pilha de processos, quando talvez pudesse registrar as ambulâncias, que, em
determinados casos, têm de trafegar com velocidade acima da permitida.
Sr. Presidente, vou passar às mãos de V.Exa. um ofício, em que pedimos
esclarecimentos ao Departamento de Trânsito de Goiás com relação aos critérios
adotados para a elaboração, se é que houve, do projeto técnico de instalação
dessas barreiras eletrônicas e pardais. Queremos saber se houve licitação visando
à participação de empresas de iniciativa privada para instalação e manutenção dos
equipamento, e, em caso afirmativo, qual ou quais empresas saíram vencedoras.
Ninguém tem conhecimento disso no Estado. Não sei se está de acordo com o
Código, mas posso afirmar ao senhor que a empresa vencedora aufere 40% das
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multas aplicadas. E posso atestar que o próprio Presidente do DER-GO confirmou
que veículos descaracterizados, com radares, estavam multando nas rodovias do
nosso Estado. A empresa foi notificada e eu exigi que fossem canceladas as
multas, sob pena de acionar o órgão, por que acho que isso é uma disparidade
inaceitável. A empresa tem interesses e utilizava carros descaracterizados, em
locais extremamente fáceis de se encontrar veículos trafegando numa velocidade
superior à permitida.
Sr. Presidente, tenho vários outros questionamentos com relação à aplicação
de recursos. Infelizmente, tenho informações de que, no meu Estado, eles não
estão sendo analisados como prevê o Código. Por isso eu gostaria de encaminhar
uma documentação anexa, inclusive uma matéria que diz que Goiás está sendo o
paraíso das CNH's, tendo em vista critérios diferenciados que estão sendo
adotados com relação a outros Estados, o que nos traz constrangimentos e
problemas.
Sr. Presidente, se for pertinente, eu gostaria de propor a V.Exa. que esta
Comissão, integral ou parcialmente, nas próximas três semanas, quem sabe,
disponha-se a fazer uma visita ao Estado de Goiás, para, LQ� ORFR, tomar
conhecimento do caso e ajudar a esclarecer o papel do Código, até mesmo em
articulação com as universidades e as escolas, a fim de analisar o que se poderia
fazer para avançar na questão da educação do trânsito e não deixar para a
população essa imagem de que o Código de Trânsito é para punir, é para arrecadar
recursos para o Poder Público. Infelizmente, a situação tem trazido grande
desgaste para autoridades envolvidas no trânsito.
Já solicitei uma reunião com o Conselho Estadual de Trânsito, não só como
membro desta Comissão, e, se possível, com a presença do nosso nobre Deputado
e de outros Deputados que a compõem, para que possamos conhecer alguns
problemas e irregularidades que visivelmente estão ocorrendo no Estado de Goiás.
Já que estamos tão perto, no Distrito Federal, quem sabe podemos fazer uma
visita, no sentido de ajudar a esclarecer as autoridades e a própria população a
respeito do objetivo do Código e da necessidade de se desenvolver um processo
mais educativo que punitivo.
Muito obrigado.
Parabéns pela palestra, Dr. Roberto!
2�65��52%(572�$/9$5(=�%(17(6�'(�6�-�Muito obrigado, Deputado.
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2�65��35(6,'(17( (Deputado Ary Kara) - Nós permitimos que o Deputado
Euler falasse porque ele tem uma viagem marcada para Goiás nos próximos
minutos, mas pediríamos aos nobres Deputados que deixassem o Dr. Roberto
terminar a sua explanação, para depois tirarmos nossas dúvidas com relação a
educação e segurança no trânsito.
Com a palavra o Dr. Roberto.
2�65��52%(572�$/9$5(=�%(17(6�'(�6� - Como disse, vamos exibir
um WDSH, para que os senhores tenham conhecimento do trabalho que estamos
realizando.
(Exibição de vídeo.)
2�65��52%(572�$/9$5(=�%(17(6�'(�6�- Era isso o que eu gostaria de
mostrar aos senhores.
Muito obrigado. (Palmas.)
2�65��35(6,'(17( (Deputado Ary Kara) - Já há alguns Deputados inscritos
para interpelar o debatedor.
Com a palavra o Deputado Dr. Hélio.
2�65��'(387$'2�'5��+e/,2�-�Sr. Presidente, Dr. Roberto Alvarez Bentes
de Sá, em primeiro lugar eu gostaria de cumprimentar e parabenizar o Dr. Roberto
por esse trabalho, de iniciativa da própria sociedade civil, na busca do cumprimento
de um papel de fundamental importância para a política de implementação do
Código de Trânsito, que é trabalhar as bases da educação no trânsito. Nada mais
justo e melhor do que buscar as escolas.
V.Sa. tem razão e está de parabéns por utilizar esse método, que vem ao
encontro daquilo que é necessário e eficaz.
Mas não podemos deixar de registar que é papel fundamental do Poder
Público, mas que não está sendo cumprido na maioria dos Municípios brasileiros,
estabelecer um programa de educação que possa cumprir aquilo que está definido
no Código de Trânsito Brasileiro. E para isso existem verbas estabelecidas, que
fazem parte de um percentual daquilo que é estabelecido como multa na maioria
dos Municípios. Nesse processo punitivo de multa, muitos Municípios hoje têm
simplesmente um objetivo puramente pecuniário, e não preventivo, promocional,
educativo. Punir os transgressores não significa que eles não continuarão a infringir
o Código, uma vez que eles pagam, e muito bem, essas multas.
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Eu gostaria de deixar aqui registrado que não vem sendo cumprido esse
papel. Quando V.Sa. pede àqueles que aqui estão que dêem sua contribuição junto
aos órgãos públicos, junto às autoridades, para que possamos ajudar uma
não-governamental a levar adiante esse trabalho, é fundamental que se tenha
mensurado claramente aquilo que Estados, Municípios e a própria União arrecadam
com essas multas. Os 5% onde estão? De quanto é esse fundo?
Sr. Presidente, encaminho este requerimento, para que se oficie ao
DENATRAN, solicitando o fornecimento de dados de todos os setores dos
DETRAN's com relação a esse montante.
Dr. Roberto, parabenizo V.Sa., mas deixo registrada a obrigação do Poder
Público.
Sr. Presidente, também terei de me ausentar, porque sou moderador de um
encontro sobre a discussão do EXJ� do milênio, na Comissão de Ciência e
Tecnologia, que se dará no Hotel Nacional, daqui a uns quinze minutos. Mas
gostaria de deixar aqui um problema de ordem conjuntural que considero da maior
importância.
Considero um desrespeito a esta Casa, em particular a esta Subcomissão,
que tem por objetivo o acompanhamento da aplicação do Código de Trânsito
Brasileiro, o atendimento, fruto da greve recente dos caminhoneiros, de uma
mudança de pontuação, de 20 para 30 pontos, para a suspensão da carteira de
habilitação, sabendo as autoridades que esta Casa, por intermédio do seu
Presidente, estabeleceu, há cerca de mais de um mês, considerado o recesso, uma
Subcomissão justamente para tratar da avaliação da aplicação do Código de
Trânsito.
É importantíssimo que trabalhemos na Subcomissão e que esta Casa não
sofra pressão do Poder Executivo, a partir de um arranjo ou de um conjunto de
estratégias fruto de greves neste País. Se formos mudar a cada momento Código
de Trânsito, um código que se relaciona com integridade e com a vida, podemos
estar incorrendo em risco para parcela maior da população.
Deixo também registrado esse desagravo e essa preocupação, uma vez que
esta Subcomissão...
2�65��35(6,'(17( (Deputado Ary Kara) - Esta Comissão.
2�65��'(387$'2�'5��+e/,2�- ... uma vez que esta Comissão, que tem à
frente V.Exa., Sr. Presidente, com a experiência pregressa de ter sido o Relator do
&Æ0$5$�'26�'(387$'26���'(7$4 5('$d2�),1$/1RPH��&20,662�(63(&,$/���$3/,&$d2�'2�&Ï',*2�'(�75Æ16,721~PHUR��������� 'DWD����������
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Código de Trânsito, é uma Comissão estratégica, que pode trabalhar sem pressa,
sem pressões, sem tomar atitudes açodadas que possam estabelecer para um
futuro próximo uma exceção à regra, prejudicial para aquilo que estaremos
discutindo ao longo deste semestre.
Era isso o que eu gostaria de deixar registrado.
2�65��35(6,'(17( (Deputado Ary Kara) - Nobre Deputado Dr. Hélio, o que
é mais triste é que nem o CONTRAN — Conselho Nacional de Trânsito foi chamado
para opinar. Tivemos o Ministro dos Transportes negociando o Código de Trânsito,
quando o Presidente do CONTRAN é o Ministro da Justiça. O CONTRAN é formado
por sete Ministros e desde a greve dos caminhoneiros até hoje não se reuniu nem
uma vez para discutir.
Foi uma saída pura e simplesmente demagógica a subida de 20 para 30
pontos no cometimento de infrações. Foi apenas uma resposta ao movimento de
pressão dos caminhoneiros. Infelizmente, o Governo Federal pecou, não só não
ouvindo esta Comissão, mas também não ouvindo o órgão técnico do Ministério da
Justiça, que é o CONTRAN.
Estivemos com o Diretor do DENATRAN hoje de manhã, e nem o
DENATRAN foi consultado. Acho que esta Comissão está hoje realizando sua
primeira reunião de audiência pública sem a presença do Diretor do DENATRAN
exatamente porque ele está saindo do cargo para cobrar do Governo Federal que
ouça a Casa que vota as leis, a Casa que tem a responsabilidade pela entrada em
vigor das leis e sua aplicação.
Com a palavra o Deputado Gonzaga Patriota.
2�65��'(387$'2�*21=$*$�3$75,27$� - Caro Presidente Ary Kara, Dr.
Roberto Alvarez Bentes de Sá, Dr. Hélio, demais membros desta Comissão, fico
muito feliz em poder voltar a discutir o Código de Trânsito.
Quando tive a honra de ser convidado pelo Presidente Itamar Franco para
ser Secretário Nacional de Trânsito, uma das preocupações maiores foi levantar os
índices de acidentes, mortes e mutilações de trânsito e fazer uma comparação com
os países da América do Sul, países até mais pobres que o Brasil. Vimos que
faltava aqui uma lei, e uma lei que pudesse ser cumprida.
Tive a felicidade de encontrar no Ministério da Justiça e levar para a
Secretaria Nacional de Trânsito uma "enciclopédia", um fórum nacional que estudou
o trânsito nacional e internacionalmente. Praticamente tínhamos no Ministério da
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Justiça um código pronto há mais de dez anos, mas que não vinha para o
Congresso Nacional. O Presidente Itamar Franco decretou o ano de 1994 como
Ano de Educação de Trânsito.
Fiz questão de adiar um compromisso para poder estar aqui ouvindo o Dr.
Roberto e vendo esse pequeno filme lá do Sul do País, onde já se pratica a
educação de trânsito. Quero externas minhas preocupações.
Primeiro: Presidente da República não faz lei; quem faz lei é o Congresso
Nacional. Presidente da República ou Governo não pode convencionar uma
paralisação — que acho que foi justa. Nessa paralisação se fazem algumas
exigências, como, por exemplo, não aumentar o preço dos derivados do petróleo,
do combustível, porque não se aumentou a carga, não se aumentou o salário, não
se aumentou praticamente nada neste País, a não ser o custo de vida.
Vim aqui também externar minha preocupação com o que aconteceu em
Brasília, que era, depois do Paraná, a primeira Unidade da Federação em educação
de trânsito, em cuidado com o trânsito, e servia de parâmetro para Estados pobres
como Pernambuco. O Governador Roriz, ao assumir o Governo, anistiou os
irresponsáveis — porque quem tem responsabilidade não avança sinal nem comete
outras infrações gravíssimas. Depois da anistia, em seis meses, Deputado Ary
Kara, houve um aumento de 58% na violência do trânsito. E essa atitude estão
querendo adotar no Governo do Sr. Fernando Henrique Cardoso. Mas não vamos
permitir, até porque esta Comissão está aqui para acompanhar a aplicação do
Código, melhorá-lo e não deformá-lo.
Quero parabenizar o Dr. Roberto por vir aqui falar sobre educação de
trânsito. Acho que temos de pedir ao Governo, ao Ministro da Educação, não uma
disciplina de trânsito isolada nas cadeiras, mas que ele insira, onde couber, a
educação de trânsito, como estava sendo feito aqui em Brasília nas escolas, para
que se habilite educadamente e, em vez de punir com multas pecuniárias,
transformem essas multas em trabalho em educação de trânsito. Que possamos
fazer do trânsito brasileiro uma coisa realmente séria!
Vejo nesta Comissão Deputados que participaram da elaboração do Código
e se preocupam com a sua aplicação. O Diretor do DENATRAN agora é outro. Já
temos sua ficha, é um homem que conhece de trânsito. Vamos levar a ele nosso
apoio e nossa solidariedade, como demos ao Gidel Dantas durante o tempo em que
dirigia o órgão e ao Ministro Renan. Sabemos que o Ministro José Carlos também é
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preocupado com o problema do trânsito e talvez não concorde com o que estão
querendo. Concordou, mas depois voltou atrás no que diz respeito a retirar pontos
ou aumentar o limite da pontuação.
Estou vendo nos jornais uma disputa dos líderes dos caminhoneiros
autônomos. O Botelho, do Rio de Janeiro, já é atacado por lideranças de outros
Estados, e a paralisação pode acontecer a qualquer hora. Se ela acontecer, não
vamos aceitar nenhuma convenção do Governo em relação ao Código de Trânsito
Brasileiro. Se eles pararem, o Brasil pára também. Pode ser irresponsabilidade da
administração do Governo, e não vamos permitir que se rasgue o Código, até
porque a lei é feita nesta Casa.
Vamos trabalhar. Tenho certeza de que o Deputado Ary Kara deu tudo o que
podia dar, fez tudo o que podia fazer para apresentar um Código bom. Saiu daqui e
foi buscar experiências de outros países. Não serão o Sr. Roriz nem o Governo
Federal que deformarão o Código que aqui aprovamos.
Quero parabenizar o Dr. Alvarez por esse trabalho. Pode alguém pensar que
ele é pequeno, mas ele tem uma dimensão extraordinária. Se Deus quiser, vamos
depois levá-lo aos DETRAN's, que hoje estão informalizados. Vamos ajudar o
DENATRAN, agora com novo diretor, e o Ministro da Justiça.
Deputado Ary Kara, não quero ser prolixo, mas vejo também que o Ministro
dos Transportes vai exigir novamente a pesagem de caminhões, que suspendeu
em 28 de julho. Os caminhões estão transportando 50 toneladas, acabando com o
resto de asfalto que tem aí; e pode faltar freio numa grande descida, causando
acidentes, matando famílias brasileiras, porque o Ministro, na ganância de
aumentar o combustível, mandou que não se pesassem os caminhões. Que País é
este? Não podemos aceitar isso, Deputado Ary Kara!
Vou ficar aqui perto de V.Exa, quero ajudar, quero trabalhar. Vou suspender
viagens, mas ninguém vai deformar o Código que V.Exa. e todos nós ajudamos a
fazer.
Parabéns, Dr. Roberto!
2�65��35(6,'(17( (Deputado Ary Kara) - Quero agradecer ao Deputado
Gonzaga Patriota as palavras e fazer uma complementação.
Na realidade, a reivindicação dos caminhoneiros estava relacionada ao
problema do pedágio, que hoje é mais caro que o combustível — numa viagem São
Paulo—Uberlândia, com um caminhão de cinco eixos, o caminhoneiro paga quase
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200 reais de pedágio, e 140 reais de combustível, uma loucura! —, ao problema
das estradas em estado de má conservação e à questão de se pagar pedágio e
IPVA. Mas eles foram ao mais fácil, que era aumentar a pontuação de 20 para 30
pontos, esquecendo-se de que não têm poder para aumentar essa pontuação.
Como bem disse o Deputado Gonzaga Patriota, quem pode fazer isso é esta Casa,
a Câmara e o Senado.
Notem bem que agora precisamos ter força para mostrar ao Governo que
vamos discutir amplamente essa pequena mudança que ele quer fazer no Código
de Trânsito Brasileiro.
Desde a sanção presidencial do Código de Trânsito Brasileiro, só temos
ouvido elogios de S.Exa. o Presidente da República. Em momento algum ele
autorizou a diminuição das multas ou a mudança na pontuação, sempre elogiando o
Código. Agora temos um problema seriíssimo, e temos isso gravado. De repente,
um Ministro que acaba de assumir vem falar em revisão do Código, anistia de
multas. Felizmente, no dia seguinte, no mesmo jornal, )ROKD� GH�6�3DXOR, ele diz
que em momento algum falava em revisão do Código ou anistia das infrações.
Esta Comissão terá um papel muito importante, importante mesmo, porque
aqui há pessoas que conhecem perfeitamente bem a matéria trânsito, capazes de
cobrar do Governo Federal a efetiva entrada em vigor do Código de Trânsito.
Estão aí os Deputados Gonzaga Patriota e Chico da Princesa, que
participaram da outra Comissão. Nosso principal trabalho foi exatamente no
capítulo que estabelece educação e segurança no trânsito. E não estamos vendo
os 5% de todas as infrações cometidas no País, que viriam para o Fundo Nacional
de Trânsito, serem aplicadas em educação e segurança. Os 10% do DPVAT,
daqueles 50% que vão para a Previdência, também não estamos vendo ir para a
campanha educativa. Estamos vendo uma tímida campanha, financiada por
empresas particulares, nesse "Senninha".
Ainda não sabemos se existem as câmaras temáticas da educação, da
saúde, da habilitação. Estamos é assistindo ao que o Dr. Hélio e o Euler Morais
disseram: cada Estado está administrando as leis em vigor de acordo com seus
interesses. Temos até portarias, Coronel Garcia, modificando a lei. Temos um
Ministro falando que não vai mais permitir a pesagem, quando a pesagem está no
Código e sua falta é uma infração. Temos Governadores determinando que não se
multem veículos, descumprindo-se uma lei!
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Esta Comissão tem sim de fazer uma análise e obrigar os Municípios,
Estados e a União a cumprir o Código de Trânsito, principalmente seu capítulo que
trata de educação e segurança no trânsito.
Um dos artigos do Código estabelece que o Ministério da Educação, junto
com o CONTRAN, teria 240 dias, após a publicação do Código, para enviar o
currículo mínimo de educação e segurança no trânsito a todas as escolas do País
— pré-primário, 1º, 2º e 3º graus. Até hoje não vimos nenhum trabalho em cima das
nossas crianças e da nossa juventude, que hoje freqüenta a universidade.
Portanto, Deputado Gonzaga Patriota, seu caminho está certinho sim.
Vamos ter um trabalho grande, mas, sem dúvida alguma, vamos brigar até o último
minuto para que o Código realmente entre em vigor na sua plenitude.
Com a palavra o Deputado Gonzaga Patriota.
2�65��'(387$'2�*21=$*$�3$75,27$� - Sr. Presidente, eu gostaria de
apresentar um requerimento, depois de cumprimentar e homenagear o palestrante,
para que esta Comissão solicitasse ao Sr. Diretor do DENATRAN informações de
quanto fora arrecadado pelo Fundo de Educação de Trânsito. Já foi feito o
requerimento pelo Dr. Hélio?
2�65��35(6,'(17( (Deputado Ary Kara) - Já.
2� 65�� '(387$'2� *21=$*$� 3$75,27$� - Então eu gostaria, com a
permissão dele, de também subscrever esse requerimento, para que informem para
onde está indo esse dinheiro; ou será que ele também está sendo usado para pagar
dívidas de empreiteiras, como a arrecadação da CPMF?
2� 65�� 35(6,'(17( (Deputado Ary Kara) - Vamos estudar hoje esse
requerimento, e até acho que ele será mais abrangente. Vamos pedir ao
DENATRAN a relação de todos os Municípios que municipalizaram o trânsito e
enviar ofício aos Prefeitos da Capitais, aos Governadores de Estado e à Polícia
Rodoviária Federal, que arrecada pelo Ministério da Justiça, perguntando se os
95% que ficam com esses órgãos realmente estão sendo aplicados na finalidade
que estabelece o Código: segurança, sinalização e equipamento, e não em
melhoria de rodovias. Acho que temos de saber dos 5% e dos 95%.
Com a palavra o Deputado Chico da Princesa.
2� 65�� '(387$'2� &+,&2� '$� 35,1&(6$� - Dr. Roberto Alvarez, meus
cumprimentos!
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Sr. Presidente, V.Exa. foi muito feliz quando falou que cada Estado está
aplicando de uma forma as leis do Código de Trânsito.
Vou mencionar aqui uma coisa que ainda não consegui engolir, desde a
legislatura passada, que é a questão da fiscalização eletrônica. Com a privatização,
esse sistema transformou-se numa indústria de multas. Estou falando
particularmente do Estado do Paraná, Estado que represento e onde resido.
No mês do recesso, percorri toda a minha região e ouvi algumas
reclamações de como é feita essa fiscalização eletrônica. De acordo com o Código,
ela tem de estar sinalizada. No Paraná, estão escondendo os radares até em cima
de árvores e em carros camuflados na beira da estrada — um verdadeiro
terrorismo, uma indústria de multas! E não é essa a finalidade do Código. O que
queremos é segurança no trânsito. Eles que alternem os lugares da fiscalização,
porque, da forma como está sendo feita, parece até que todo mundo é bandido, que
todo mundo está errado. Acho que dessa forma não é possível.
Tomei a liberdade de apresentar um projeto, que certamente chegará a esta
Comissão, pois vamos analisar todos os projetos referentes a esse assunto. Na
minha visão, essa fiscalização eletrônica tem de permanecer com o poder público,
não pode passar para a iniciativa privada. Quem compra um aparelho daqueles
quer ter lucro, e é o que está acontecendo. A finalidade do Código de Trânsito não
é dar receita para esse ou aquele, é promover segurança no trânsito, educação no
trânsito.
Pudemos ouvir o testemunho de um pai, que diz que uma puxada de orelha
de um filho dói mais do que a multa de um guarda, do que o esculacho de um
guarda.
Como legisladores, devemos fazer um esforço para que esse trabalho que o
Dr. Roberto está realizando em Santa Catarina, Estado onde eu nasci — fui para o
Paraná com 15 anos, mas sou catarinense de nascimento —, torne a educação de
trânsito matéria obrigatória nas escolas. Não sei de que forma faríamos isso; mas é
necessário, para que não fique um Estado aplicando uma norma, outro aplicando
outra e assim por diante.
Quero falar também sobre a questão dos 20 pontos aumentados para 30. É
errado o que o Governo fez, tudo bem. Quem legisla somos nós, mas não podemos
esquecer que esses caminhoneiros estão sofrendo barbaridade nas estradas. E
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sabem por causa de quê? Dos postos da Polícia Rodoviária, que têm no Estado do
Paraná muitos amigos — e falo na presença deles...
2� 65�� 35(6,'(17( (Deputado Ary Kara) - Fale o português claro: há
corrupção!
2�65��'(387$'2�&+,&2�'$�35,1&(6$� - É. Chegar a 20, 30 pontos, é
realmente facílimo, facílimo! Se não tiver dinheiro para calçar... Alguém diz: "Mas
não pode errar!" Vemos por aí casos de o próprio guarda arrancar um lacre ou
quebrar uma sinaleira do caminhão só para poder multar. E daí?
A reivindicação dos caminhoneiros é uma coisa que nós vamos ter de discutir
bastante aqui, Sr. Presidente. Perdendo a carteira de motorista, ele vai fazer o quê?
Ele só sabe dirigir. Então é um ponto seriíssimo este.
Quero parabenizar o Dr. Roberto pelo esforço de divulgar as leis de trânsito
nas escolas, educando as crianças. No meu pensamento também: só assim
teremos gerações futuras educadas. Não adianta querer legislar sendo imediatista.
Teremos gerações que, com certeza, irão respeitar as leis de trânsito. Aí então
teremos um trânsito menos violento, menos criminoso.
Parabéns pelo seu idealismo, Dr. Roberto! Estamos na Câmara dos
Deputados à sua disposição. Continue desenvolvendo esse trabalho, porque o
Brasil precisa realmente de gente como o senhor.
2�65��'(387$'2�'5��+e/,2�- Sr. Presidente, peço a palavra pela ordem.
2�65��35(6,'(17( (Deputado Ary Kara) - Tem V.Exa. a palavra.
2�65�� '(387$'2�'5�� +e/,2� - Sr. Presidente, tenho de me retirar para
outra reunião, mas gostaria de fazer dois registros. Primeiro, precisamos dar as
boas-vindas, como membros da Comissão, ao novo Presidente do DENATRAN.
Trata-se de um profissional técnico da mais alta qualificação. Faço essa solicitação
à Presidência da Comissão. Em segundo lugar, acho que devemos estabelecer
uma visita ao novo Presidente do DENATRAN, como fizemos ao Presidente
demissionário, no sentido de que tenhamos um primeiro contato com ele e
possamos obter as preocupações do órgão com aquilo que levantamos nesta
reunião. Daríamos um prazo de uma semana, dez dias, para que ele possa se
inteirar daquilo que está se passando hoje, e então discutiríamos o que precisamos
em termos de resultados para que possamos encaminhar nosso trabalho de
avaliação do Código, seja neste plenário da Comissão, seja em campo, fazendo
visita aos Estados.
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Era o que eu tinha a dizer.
2�65��35(6,'(17( (Deputado Ary Kara) - A proposta é importante, e acho
que podemos marcar, para a quarta-feira que vem, de manhã, uma visita ao novo
Diretor do DENATRAN.
Dr. Hélio, sobre a sugestão do Deputado Chico da Princesa. Nós nos
recordamos do nosso relatório do Código de Trânsito Brasileiro, quando
estabelecíamos que a infração só poderia ser lavrada na presença do infrator. Na
ausência do condutor, a infração somente seria aceita se houvesse uma justificativa
do agente de polícia ou agente de trânsito, como um carro parado há mais tempo,
certo? Então ele faria um esclarecimento ao seu superior, mostrando que o carro
estava parado há duas ou três horas, por exemplo, não sendo possível notificar o
condutor. Em outros casos, somente na presença do condutor.
Esta Comissão aprovou esse requisito, mas nós perdemos em plenário.
Vou sugerir a esta Comissão que voltemos a este estudo: somente na
presença do condutor. Como é que um agente de trânsito pode multar alguém, que
está sem cinto de segurança, sem primeiro parar o veículo? Acho que deveríamos
insistir nesse ponto, e aí acabaríamos com tudo isso de equipamentos eletrônicos.
É uma proposta que faço, para ser discutida e depois colocada em votação
nesta Comissão.
Com a palavra o Dr. Roberto Alvarez Bentes de Sá, nosso expositor desta
tarde.
2�65�� 52%(572� $/9$5(=�%(17(6�'(� 6È - Só me resta agradecer a
recepção, o carinho com que fui recebido por esta Comissão, e acrescentar,
Deputado, que uma nova indústria está surgindo: a da venda de pontos nas
carteiras de habilitação. Um novo comércio paralelo está surgindo. Isso também é
preocupante.
Mais uma vez, muito obrigado. O MONATRAN está à disposição dos
senhores no que for necessário. Reitero que precisamos realmente do apoio desta
Comissão para que possamos tocar esse projeto, de grande importância para a
formação de uma nova geração: uma educação para, no futuro, termos um trânsito
mais feliz e mais tranqüilo.
Muito obrigado.
2�65��35(6,'(17( (Deputado Ary Kara) - Continua franqueada a palavra.
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Queremos agradecer ao Dr. Roberto Alvarez Bentes de Sá, Presidente do
MONATRAN, a presença. Para nós é uma satisfação muito grande recebê-lo. O Dr.
Roberto mostra que, quando se tem vontade, pode-se fazer uma campanha
educativa. É o que estão fazendo no Estado de Santa Catarina.
Esperamos que o MONATRAN passe a atuar nos demais Estados do nosso
País.
Muito obrigado, Dr. Roberto!
Esta Presidência convida os companheiros para uma reunião na quarta-feira.
A Dra. Edla vai marcar com o novo Presidente do DENATRAN, Dr. Jurandir, essa
reunião, para que possamos levar-lhe as nossas solicitações.
Os Deputados que queiram fazer alguma sugestão de indagação ao Diretor
do DENATRAN que a enviem até terça-feira, 14h, à Secretaria-Geral.
Comunico aos companheiros que tenho em mãos ofício da Associação
Nacional de Transportes Públicos — ANTP — informando sobre um fórum nacional
de Secretários de Transportes Urbanos e Trânsito, que será realizado nos dias 12 e
13 de agosto, na cidade de Fortaleza, Ceará. Estamos pedindo ao Presidente da
Casa, Deputado Dr. Michel Temer, a liberação de dois Deputados desta Comissão,
para que possamos participar dos debates.
Na sexta-feira, às 14h, estará presente o Dr. Gidel Dantas Queiroz, atual
Diretor do DENATRAN, para um debate sobre o Código de Trânsito Brasileiro.
Se algum Deputado quiser acompanhar esta Presidência a Fortaleza, que se
manifeste hoje, até as 18h, impreterivelmente, para que possamos enviar seu nome
à Mesa da Câmara.
A Presidência agradece a participação ao ilustre expositor, Dr. Roberto
Alvarez Bentes de Sá.
Não havendo mais quem queira fazer uso da palavra, convoco outra reunião
desta Comissão, talvez para quarta-feira. A Secretaria da Comissão confirmará a
data.
Está encerrada a reunião.
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