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IBS INTERNATIONAL BIBLICAL SEMINARY. INC. Cristologia logov AW en arch hn o logov kai o logov hn prov ton yeon kai yeov hn o logov Palavras gregas do Evangelho de João 1.1. Autor Prof. Pr. Ronaldo Batista Pereira

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IBS

INTERNATIONAL BIBLICAL SEMINARY.

INC.

Cristologia

logov

AW

en arch hn o logov kai o logov hn prov ton

yeon kai yeov hn o logov

Palavras gregas do Evangelho de João 1.1.

Autor Prof. Pr. Ronaldo Batista Pereira

Pastor

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CRISTOLOGIA – PAG. 2

INFORMAÇÕES ÚTEIS

A HISTÓRIA DO IBS

O International Biblical Institute, foi fundado em 1996 pelo Dr. Pedro Quezada, em Los Angeles CA.

Seu ministério de ensino teológico foi a marca de sua vida ministerial, depois de ter sido professor em vários

Institutos e Seminários Teológicos por período de 25 anos em cinco países, e ter sido presidente de dois

Institutos Bíblicos.

Atendendo o chamado de um pastor que pretendia fazer uma mudança importante e estrutural na sua

igreja, o Dr. Pedro Quezada implantou um programa de estudos teológicos específicos. Com o aumento de

inscritos e matriculados em diversos lugares do país e fora dele, foi motivado para dar início ao Instituto

Bíblico Internacional e trabalhou ativamente durante sete anos, até 4 de março de 2002, quando foi alterado

para International Bíblical Seminary Inc., com inscrição na cidade de Miami, Flórida, depois de uma direção

do Senhor e da união com o Dr. Jorge Figueroa.

Atendendo a ordem suprema do Mestre, para o preparo de obreiros para a colheita e sabendo da

grande necessidade de um treinamento mais apropriado e de um crescimento espiritual mais genuíno, para

enfrentar as diversas correntes doutrinárias de conceitos heréticos e questionáveis, o IBS se levanta para o

exercício do Ensino Teológico e Vida Espiritual.

Nosso propósito com o IBS, é poder alcançar inicialmente toda a América Latina, e mais tarde entrar

na África e na Ásia.

NOSSOS CURSOS

A educação teológica no Brasil tem avançado, alcançando mais pessoas e melhor qualidade,

principalmente nestes últimos anos. O ensino por correspondência e por extensão, também, como parte

importante deste avanço, tem beneficiado a milhares de cristãos esforçados e com chamada divina definida.

O IBS oferece os seguintes cursos abaixo indicados, reconhecidos nas principais Convenções:

CURSOS DURAÇÃO

Básico em Teologia 2 Anos

Médio em Teologia 3 Anos

Bacharel em Teologia 4 Anos

O aluno pode aproveitar as horas vagas, estudar e crescer intelectual e espiritualmente em sua própria

residência, caso não haja um núcleo próximo. É uma oportunidade de ouro, se perder o prejuízo será grande

demais! Aproveite!

O material é elaborado com muito cuidado, dedicação e amor. É observado o estilo autodidático e de

aulas onde incentivamos a pesquisa e aquisição de conhecimentos. O objetivo claro e definido do IBS é

expor a mensagem da Bíblia e, através desta exposição, instruir homens e mulheres de todas as idades para

realizarem o trabalho de Deus.

Quem estuda deve faze-lo com interesse, responsabilidade, calma ordem e método. O primeiro

cuidado deve ser no sentido de buscar e receber a ajuda de Deus, enquanto lhe agradece pelo privilégio de

estudar a Bíblia. Não comece responder os Exercícios Para Verificação de Aprendizagem (EVA‟s) do

Manual de Estudo, antes de ter claro na mente os conceitos principais da matéria. Tentar responder perguntas

precipitadamente costuma resultar em frustração, desânimo, vontade de parar o curso. Portanto, seja sábio,

comece responder as questões somente depois que entender bem o assunto, tiver a perfeita convicção, sentir-

se capaz.

O interessado entre em contato pessoal conosco ou escreva para o endereço de nosso escritório

pedindo matrícula e mandando junto o valor correspondente à primeira mensalidade. Ou depositar no Banco

Bradesco; Agência 3122-4. C/C: 0085139-6. Tel para contato: (21) 9324-1655 – Nosso Site:

www.ibstheology.com. Endereço para correspondência:

Profº Pr. Ronaldo Batista Pereira – Coordenador

Rua 16 Lt.15 /Qd. 73 – Bairro: Parque Paulista

25261-400 – Duque de Caxias – RJ

Page 3: 05 - Cristologia - Ronaldo Edc

PR. RONALDO BATISTA PEREIRA – PAG. 3

Esboço e Índice

APRESENTAÇÃO - ...................................................................................................................... 4

UNIDADE 1 – A PRÉ-ENCARNAÇÃO DE CRISTO ................................................................. 5

UNIDADE 2 – A NATUREZA DE CRISTO ................................................................................. 8

UNIDADE 3 – A NATUREZA DE CRISTO (Continuação) .......................................................... 13

UNIDADE 4 – OS OFÍCIOS E ESTADOS DE CRISTO .............................................................. 18

UNIDADE 5 – A OBRA REDENTORA DE JESUS CRISTO ..................................................... 24

GABARITO PARA RESPOSTAS ................................................................................................. 36

Índice de Gráficos e Tabelas

Profecias acerca de Cristo ................................................................................................................... 06

Estados de Cristo .................................................................................................................................... 23

Ofícios de Jesus ..................................................................................................................................... 23

Referências Bibliográficas

Geoge Eldon Ladd, Teologia do Novo Testamento – Hagnos; Earle E. Cairns, O

Cristianismo Através dos Séculos – Edições Vida Nova; William W. Menzies &

Stanley M. Horton, Doutrinas Bíblicas Uma Perspectiva Pentecostal – Edições

CPAD; Myer Pearlman, Conhecendo as Doutrinas da Bíblia – Editora Vida;

Raimundo Ferreira de Oliveira, Doutrinas Bíblicas – EETAD; Louis Berkhof,

História das Doutrinas Cristãs – PES; Oscar Cullman, Cristologia do Novo

Testamento – Editora Líber; Justo L. Gonzalez, Era dos Gigantes – Edições Vida

Nova; Stanley M. Horton, Teologia Sistemática, Uma Perspectiva Pentecostal –

Edições CPAD; O Novo Dicionário da Bíblia, Edições Vida Nova; Enciclopédia

Histórico-Teológica – Edições Vida Nova; Bíblia On Line 2.01, Sociedade Bíblica

Brasileira; Strong, Referências gregas e Hebraicas da Bíblia On Line 2.01;

Interlinear Greek New Testament, Bíblia On Line 2.01.

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CRISTOLOGIA – PAG. 4

Cristologia,

A Ciência Que Estuda Cristo.

Apresentação

Tendo em vista ser Jesus Cristo, o Filho de Deus, pessoa tão amada, mas ao mesmo tempo tão

incompreendida, muitas aberrações se dito e escrito acerca dele que contraria a posição colocada

por meio dos escritos apostólicos e das Escrituras em geral. Entretanto, desde o início as

controvérsias, de certo modo, agiram positivamente, pois forçaram líderes sérios a desenvolverem:

um cânon autorizado, um credo, e sistematizar suas doutrinas no afã de proteger a Igreja da

apostasia, bem como conter o crescimento das heresias e ainda responder as falsas teologias. A

Cristologia em sua forma sistemática e ontológica nasceu em virtude destes ataques contra a Igreja.

Foi uma forma de ratificar a doutrina já existente desde os tempos apostólicos, e não criar algo novo

posteriormente a essa era.

No âmbito das heresias, não houve assunto que mais trouxesse controvérsias do que a

Cristologia na história da Igreja. E as páginas da história eclesiástica nos mostram isso de modo

enfático. Muitos líderes sacerdotes e leigos assumiram uma postura herética pois há muito haviam

parcial ou totalmente abandonado as Escrituras Sagradas, gerando assim através de suas aberrações

e cismas e apostasias no seio da Igreja. E tal foi o afastamento na Idade Média, que a mesma

tornou-se totalmente obsoleta e afastada do Cristo da Bíblia: doutrinária, e litúrgica, e

disciplinarmente. Porém, sempre houve quem defende-se as Escrituras, e nesse particular a

Cristologia pura, desde os pais da Igreja quer fossem os apologistas ou polemistas sempre houve

homens que lutaram em defesa da fé. Entretanto, a dolorosa realidade é que isso continua

acontecendo em nossos dias, e perdurará até o tempo da “parousia”, i.e., vinda de Jesus, o Rei da

glória. Daí a necessidade de crescermos de duas maneiras em Cristo: em sua graça, bem como no

conhecimento do Filho de Deus, isto é o que Pedro aconselha, 2Pe 3.18.

A Cristologia se propõe estudar e conhecer um dos mistérios mais profundos das Sagradas

Escrituras – Cristo, o Filho do Deus Vivo. Pois nele repousa os tesouros da sabedoria. A bem da

verdade, Ele é a sabedoria, o Verbo encarnado que veio habitar entre nós; e que por sua vasta

imensidão, a eternidade por si só não será suficiente para conhecê-lo em toda a extensão de sua

glória, poder, sabedoria, majestade... Isso me faz lembrar do grande Atanásio de Alexandria, que

muito batalhou contra o Arianismo, quando disse: ―As conseqüências da encarnação do Salvador

são tais e tantas que quem quer enumerá-las pode ser comparado a alguém que contempla a

vastidão do mar e tenta contar suas ondas‖.

Neste mui conciso tratado, nos propomos de modo sistemático estudar à Cristo sob

perspectiva bíblica e ontológica, i.e., que ressalta a existência de Deus Filho segundo as Escrituras.

Escrevi sobre este assunto não porque não haja muitos, sei que existem excelentes trabalhos,

portanto, não é minha finalidade concorrer, mas no afã de servir a amada Igreja de Cristo. Desta

feita, coloco-me aberto para posteriores sugestões.

Pr. Ronaldo Batista Pereira

Iguatama (MG), segunda-feira, 18 de Dezembro de 2000.

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PR. RONALDO BATISTA PEREIRA – PAG. 5

Unidade 1 – A Pré-encarnação de Cristo

1.1 – Pré-existência de Cristo

(1) Origem eterna. O Senhor Jesus Cristo não foi chamado a existência como os anjos ou seres

humanos, isto é, em um certo tempo foram criados, ou em algum momento passaram a existir no tempo e no

espaço. Antes que existisse qualquer coisa Jesus já existia com o Deus-Pai e Deus-Espírito. Ao contrário do

que alguns dizem, Ele como “o ente santo” e participante da trindade é a causa de tudo quanto existiu e

existe. Jesus Cristo certa feita em seu ministério terreno afirmou sua preexistência quando disse: ―Em

verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU” Jo 8.58. Note que essa afirmativa é a

mesma de Ex 3.14 quando o Deus Eterno se apresenta e comissiona a Moisés. Quando Jesus afirmou “EU

SOU” referia-se a sua eternidade, Jo 8. 56; a sua divindade, Hb 1.3; e união perfeita com o Pai, Jo 10.30. Por

duas vezes quando Jesus afirmou sua divindade e preexistência com o Pai, os judeus pegaram pedras para

apedreja-lo porquanto não criam, mas o tinham como blasfemo, Jo 8.59; 10.30-31.

(2) Criador eterno. Cristo é o criador de tudo quanto existe no Universo “sem ele nada do que foi feito

se fez” Jo 1.3b. Quando o universo foi chamado a existência por Deus Pai, foi criado do nada por meio da

Palavra, Gn 1.1. Algo que deve ser entendido e aceito por meio da fé como diz o escritor aos Hebreus: ―Pela

fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das

coisas que não aparecem‖ Hb 11.3. Portanto, tudo quanto existe sejam coisas, sejam seres, seja o céu com

suas inúmeras estrelas, ou o céu dos céus “onde Deus habita”, tudo foi criado por meio do Senhor Jesus, e

mesmo a eternidade só é eternidade por que ele existe, Is 9.6. Deus o Pai não só criou por meio de Cristo

todas as coisas, mas também sustenta todas as coisas por meio dele, é que diz Hebreus 1.3: ―Ele, que é o

resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder,

depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas‖.

(3) Verbo eterno. João assim inicia o seu Evangelho: ―No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com

Deus, e o Verbo era Deus‖. A palavra que Almeida traduz como verbo vem do grego (logos – logos); e

quer dizer uma palavra; palavra articulada por uma voz vivente; o que alguém disse, Palavra.

João chama Jesus Cristo de “Logos”, onde fica clara a sua preexistência na eternidade passada com

Deus, isto é, ―no principio‖ de todas as coisas. Não somente isso, mas a Palavra, o “Logos” estava com

Deus como uma pessoa distinta na eternidade passada. Alguém pode dizer que em algum tempo na

eternidade o “Logos” foi criado, passou a existir. Assim o “Logos” nos daria uma idéia de criatura como os

anjos que em algum lugar da eternidade foram criados. Mas não é essa a idéia de criatura que João nos dá, e

sim que o “logos” é eterno, isto é, não só “estava” em comunhão com Deus, mas o “logos” é Deus. Isto se

refere à essência divina do Logos, como disse Paulo a respeito da divindade de Jesus Cristo, quando

escreveu: ―porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade‖ Cl 2.9.

Vejamos a seguir a relação que existe entre o Logos e Deus-Pai: Relação de preexistência. Ambos são eternos, preexistentes, i.e., sem princípio nem fim. Queremos

contrastar aqui com os anjos que são criaturas eternas, porém tiveram um princípio na eternidade, Todavia

Deus e o Verbo não, pois sempre existiram.

Relação de comunhão. Ambos de acordo com o prólogo, Deus e o (logov), comungavam desde a

eternidade, numa perfeita (koinonia, isto é, numa eterna e perfeita comunhão. Embora não haja este

termo aí no prólogo, entretanto está subetendido quando João diz: o “Verbo estava com Deus”v.1 ou “Ele

estava no princípio com Deus”v.2.

Relação de criação. Ambos, Deus e o (logov), criaram todas as coisas visíveis, invisíveis, etc. Conquanto

em nossa Bíblia no nosso idioma não possamos ler de acordo com o original, mas ali descortinamos não só

Deus e o Verbo, mas também o Espírito Santo, quando o escritor diz: “No princípio, criou Deus [Elohim] os

céus e a terra”. Elohim é o termo hebraico utilizado para Deus no plural. Compreendemos assim que, a

correspondência entre Deus e logov diz respeito ao exercício da criação de todas as coisas.

Relação de redenção. Assim como o Pai, o logov sendo Deus preexistente, é portador da exuberante e

inefável glória da deidade. Ele então se faz carne, i.e., se humaniza, numa linguagem figurada “fixa seu

tabernáculo entre nós” a fim de nos comunicar essa glória de Deus. É o que João como testemunha expressa:

“e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” Jo 1.14.

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CRISTOLOGIA – PAG. 6

1.2 – Profecias acerca de Cristo.

Existem muitas profecias acerca de Cristo. E por que não dizer que o assunto central do Antigo

Testamento e todas as Escrituras é Cristo!? E de fato é. Portanto nas Escrituras encontramos abundantes

referências proféticas acerca dele em seus diferentes ministérios e ofícios. Elas nos apontam muitos aspectos

da sua pessoa e ofício, inclusive (implicitamente) a sua condição de preexistência:

(1) Referentes ao nascimento.

Profecias Cumprimento

A Época de Seu Nascimento

Dn 9.25 Lc 2.1-2

Nasceria de uma virgem

Is 7.14 Mt 1.18

A matança dos meninos

Jr 31.15 Mt 2.16

(2) Referentes à vida

Seu ministério na Galiléia

Is 9.1-2 Mt 4.12-16

(3) Referentes ao ministério.

Como Profeta

Dt 18.15 Jo 6.14 (vide também Jo 1.45; At 3.19-26).

Algumas de suas características

Is 11.2; Sl 47.7; Is 11.3-4. Lc 2.52; Lc 4.18

Ungido pelo Espírito Santo

Is 61.1-2a. Lc 4.17-19

Sua entrada triunfal

Zc 9.9 Jo 13.13-14

(4) Referentes à morte

Seria traído por um amigo

Sl 41.9 Mc 14.10

Seria vendido por trinta moedas de pratas

Zc 11.12-13 Mt 26.15

O dinheiro seria devolvido para comprar o campo de um oleiro

Zc 11.13 Mt 27.6-7 (Mt 27.3-5; 8-10)

Testemunhas falsas o acusariam

Sl 27.12 Mt 26.60-61

Permaneceria em silêncio quando acusado

Is 53.7 Mt 26.62-63

Seria golpeado e cuspido

Is 50.6 Mc 16.65

Sofreria em substituição a nós

Is 53.4-6,12) Mt 8.16-17; Rm 4.25; 1Co 15.3.

Seria crucificado com pecadores

Is 53.12 Mt 27.38; Mc 15.27-28; Lc 23.33.

Suas mãos e pés seriam traspassados

Sl 22.16 Jo 20.27; Jo 19.37; 20.25-26.

Seria escarnecido e insultado

Sl 22.6-8 Mt 27.39-40; Mt 27.41-44; Mc 15.29-32.

Dariam a ele fel e vinagre

Sl 69.21 Jo 19.29; Mt 27.34, 48.

Ouviria palavras proféticas com zombaria

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PR. RONALDO BATISTA PEREIRA – PAG. 7

Sl 22.8 Mt 27.43

Seu lado seria traspassado

Zc 12.10 Jo 19.34

Os soldados lançariam sortes sobre as suas roupas

Sl 22.18 Mc 15.24

Seus ossos não seriam quebrados

Sl 34.20 Jo 19.33

Seria sepultado com os ricos

Is 53.9 Mt 27.57-60

(5) Referentes à ressurreição

Sl 16.10 Mt 28.9

(6) Referentes à ascensão

Sl 68.18 Mt 28.9

EVA UNIDADE 1 – MARQUE COM X A ALTERNATIVA CORRETA:

1) Qual a diferença de origem entre os anjos os seres humanos e o Senhor Jesus?

a. __ Jesus foi criado e os homens e anjos são eternos.

b. __ Os anjos e humanos foram criados e Jesus sempre existiu.

c. __ Jesus e os anjos são eternos, e os homens foram criados.

2) Qual a palavra grega que significa “verbo”?

a. __ ágape b. __ skenoo c. __ logos

3) A quem João se referia quando falava do “verbo”?

a. __ Deus - Pai

b. __ Jesus Cristo

c. __ de si próprio

4) A respeito da divindade do Logos, ele é:

a. __ Deus b. __ Criatura c. __ Algo abstrato

5) Em que coisas criadas o Logos teve participação

a. __ Na criação de todas as coisas

b. __ Da Terra e seres viventes

c. __ Do céu com suas estrelas e o céu dos céus.

6) O que Hebreus diz acerca do “Verbo”?

a. __ O resplendor da glória

b. __ A expressão exata de Deus

c. __ Todas as respostas acima estão corretas

7) Qual o assunto central de toda a Escritura Sagrada?

a. __ O povo judeu

b. __ O Espírito Santo

c. __ Jesus Cristo

8) A profecia de Dn 9.25 teve seu cumprimento em que passagem?

a. __ Lc 2.1-2

b. __ Mt 4.12-16

c. __ Jo 13.13-14

9) Qual das referências abaixo fala da sua morte?

a. __ Zc 9.9; Jo 13.13-14.

b. __ Sl 22.16; Jo 20.27

c. __ Sl 41.9; Mc 14.10.

10) As passagens encontradas em Is 50.6 e Mc 16.65 refere-se a que acontecimento?

a. __ Que as mãos de Jesus seriam traspassados

b. __ Que Jesus seria golpeado e cuspido

c. __ Que Jesus seria escarnecido e insultado

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CRISTOLOGIA – PAG. 8

Unidade 2 – A Natureza de Cristo

―Cremos... em um Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus; gerado como Unigênito do Pai, isto é, da

substância do pai, Deus de Deus; luz de luz; Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não feito;

consubstancia com o Pai; mediante o qual todas as coisas foram feitas, tanto as que estão nos céus como as

que estão na terra; que para nós seres humanos e para nossa salvação desceu e se fez carne, se fez homem,

e sofreu, e ressuscitou ao terceiro dia, e virá para julgar os vivos e os mortos.‖

Credo de Nicéia

2.1 – A encarnação de Cristo.

A doutrina da encarnação de Cristo revela-nos o profundo amor de Deus para com a humanidade pecadora e

distanciada dele. Mas, principalmente o amor de Cristo por nós seres humanos que excede ao conhecimento

humano comum. Sendo Ele Deus torna-se plenamente humano para nos transmitir as grandezas da sua

glória. E sendo humano, mas também plenamente divino, participou dos nossos sofrimentos em sua carne, a

fim de que como nosso Sumo Sacerdote Eterno pudesse interceder por nós eficazmente.

(1) Plano. A encarnação de Cristo tornou-se necessária a fim de cumprir de modo pleno o plano da

redenção. Na mente divina, isto é, no Deus Trino desde a eternidade passada o plano da redenção já havia

sido consumado através de sua presciência, Ef 1.11. O título predominante na Bíblia de Jesus Cristo como

nosso redentor é o de Cordeiro. Ele é em Apocalipse 13:8 de o ―Cordeiro que foi morto desde a fundação do

mundo‖. A figura de Jesus Cristo como Cordeiro aparece de Gênesis a Apocalipse, só neste último são 22

citações referindo-se a Ele como Cordeiro. Embora a encarnação de Cristo seja um plano que revela o amor

divino pelo homem, de certo modo era um mistério, Cl 1.27. Dentro da teologia judaica até hoje eles não

conseguem entender um Messias sofredor e rei ao mesmo tempo, até por que em muitas destas profecias não

há distinção profética clara do Messias humilhado para o Messias em glória, por exemplo, no mesmo texto

que se refere ao Messias em sua primeira vinda, isto é, em seu ministério terreno de curas, bênçãos e

libertação; falam dele também em sua segunda vinda, vejamos Isaías 61.1-2 que é um exemplo entre muitos:

Profecia que diz fatos relacionados à sua primeira vinda: ―O Espírito do SENHOR Deus está sobre

mim, porque o SENHOR me ungiu para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os

quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a pôr em liberdade os algemados; a

apregoar o ano aceitável do SENHOR e {Profecia que diz fatos relacionados à sua segunda vinda}: o dia da

vingança do nosso Deus; a consolar todos os que choram‖.

O leitor pode observar que quando Jesus Cristo leu este trecho do profeta Isaías na sinagoga Lc 4.18-20,

omitiu intencionalmente a frase: ―o dia da vingança do nosso Deus‖. Por referir-se a sua vinda em glória,

chamado também de “o dia do Senhor” nas Escrituras vetero-testamentárias. Quando o Messias virá para

executar a vingança de Deus-Pai sobre todos os rebeldes daquela ocasião. Como dissemos anteriormente de

certo modo a encarnação de Cristo, bem como seu ministério, mensagem e mesmo a própria pessoa dele era

um mistério oculto, mas que se tornou revelado para sua Igreja.

Colossenses 1:26-27 – ―o mistério que estivera oculto dos séculos e das gerações; agora, todavia, se

manifestou aos seus santos; aos quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério

entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória‖.

Não queremos com isso dizer que não houvesse profecias relacionadas com encarnação dele. Sim

havia várias como já provamos, porém o problema é que não eram plenamente compreendidas. Pois a

ansiedade pelo Messias político estorvava a compreensão deles acerca de um Messias humilde e humilhado,

que se faria maldição recebendo os pecados da humanidade ao subir no madeiro, Gl 3.13.

(2) Expectativa. Para os judeus nos dias do Novo Testamento eram tempos angustiosos. Não havia

mais o reino com toda a glória passada como os antepassados haviam experimentado. Os judeus eram

vassalos de Roma a quem deveriam pagar impostos, o que para eles era uma simplória humilhação. Contudo,

eles voltavam-se para as promessas do Antigo Testamento que anunciavam um Messias glorioso que os

libertaria do jugo estrangeiro. As mulheres judias desejavam ser mãe daquele que viria calcar seus inimigos,

e quando uma era estéril, para elas era uma grande maldição. Embora eles não fizessem distinção entre o

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PR. RONALDO BATISTA PEREIRA – PAG. 9

Messias humilhado e o Messias rei, e ambos era um só. Embora, houvesse alguém que pregasse acerca de

dois Messias – um rei e outro sacerdote, criando assim certa confusão. Mas mesmo assim havia uma

expectativa, eles aguardavam o Messias.

(3) Preparação. Na encarnação de Cristo, residem fatos curiosos narrados por Mateus e Lucas quanto

à concepção dele em uma virgem. Pois, embora o “Ente santo” seja divino, seria concebido por meio de uma

humilde jovem pecadora como prometido em Gn 3.15; contudo era uma pessoa piedosa desposada com José

que provinha da linhagem davídica e que o próprio Deus havia prometido que o seu reino, isto é, o reino de

sua descendência não teria fim. Outrossim, ela é tida como a “bendita entre as mulheres” porquanto achou

graça diante de Deus a fim de gerar o Esperado de Israel. Um anjo com alegria lhe exclamou em alta voz:

―Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre!‖. Esta era a preparação, o aviso divino por

meio de um anjo. Para Maria era impossível gerar alguém, posto que, era virgem; mas o anjo lhe explicou:

―Descerá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te envolverá com a sua sombra; por isso, também

o ente santo que há de nascer será chamado Filho de Deus‖ Lc 1.35. Lucas narra também detalhes do

encontro de Maria com Isabel com um toque de Deus, e a alegria de ambas e seu parentesco. Mediante tal

encontro ela louvou a Deus com o chamado canto “magnificat”. Numa forma de corroborar com esses

detalhes o testemunho da messianidade de Jesus os escritores dos Evangelhos e principalmente Lucas

pesquisaram e os narraram, Lc 1.3. Quando José soube da gravidez de Maria e não entendendo, intentou

deixa-la secretamente, para não difama-la, pois era justo. Porém em sonhos foi avisado que o que nela estava

gerado era do Espírito Santo, e que Ele não deveria ter temor em receber Maria, Mt 1.19-21.

(4) Meios usados por Deus. Para a encarnação do Verbo Divino Deus utilizou dois meios. Pois,

mediante o caráter de Deus expresso na experiência humana, mas acima de tudo nas Escrituras, Ele deveria

cumprir tudo quanto foi prometido na Lei e nos profetas, como de fato cumpriu. Portanto, o primeiro meio

prometido nas Escrituras do Antigo Testamento em Gn 3.15 para encarnação do Messias, seria a mulher:

―Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e

tu lhe ferirás o calcanhar‖. Esta semente ou descendente da mulher feriria mortalmente a serpente (satanás)

em sua cabeça 1Jo 3.8, embora o mesmo sofresse com isso. O segundo meio usado para possibilitar sua

existência entre nós era o Espírito Santo. Porquanto Jesus não iria nascer conforme um ser humano que passa

a existir, ou ter existência no momento de sua concepção, pois Jesus Cristo é Eterno. A encarnação dele foi

também um ato de amor e de humilhação ao tornar-se homem, inclusive tornou-se um pouco menor que os

anjos, Hb 2.7,9.

(5) Sentido prático. O reconhecimento da doutrina da encarnação foi encarada com tanta seriedade

através dos tempos pelos pais da Igreja, pois eles viam nela a garantia da sua própria salvação. Portanto, o

sentido prático é a salvação do homem de seus pecados. Houve hereges que com suas heresias batalharam

firme contra a encarnação pregando que Cristo viera em espírito e não em carne, por isso desde cedo os

apóstolos viram-se obrigados a defender a Igreja contra tais heresias, 1Tm 3.16; 1Jo 1.1-2; O conceito

Paulino sobre a trajetória de Jesus Cristo pode ser resumido nas seguintes declarações em 1 Timóteo 3:16:

―Evidentemente, grande é o mistério da piedade: Aquele que foi manifestado (efanerwqh) na carne foi

justificado em espírito, contemplado por anjos, pregado entre os gentios, crido no mundo, recebido na

glória‖. Se observarmos a palavra empregada quanto à encarnação de Jesus tanto por Paulo quanto por João,

essa palavra mostra-nos o conceito divino e de eternidade de Cristo: foi ( ―manifestado‖ – efanerwqh)

efanero do verbo (fanero fanerow) que quer dizer fazer manifesto, visível, conhecido. O que foi ou ficou

escondido e/ou desconhecido, mas que se manifesta através de palavras, ou ações, ou de qualquer outro

modo. Portanto, Cristo estava escondido dos homens, mas tornou-se conhecido por meio de sua encarnação,

através da obra e graça do Espírito Santo.

2.2 – A natureza divina de Cristo.

(1) Ele era consciente de sua divindade. Os escritores dos Evangelhos nos mostram quão consciente de

sua natureza divina o Senhor Jesus Cristo era. Desde cedo Ele demonstrou esse conhecimento acerca de si

mesmo e da natureza de sua missão, por exemplo, a maneira de dirigir-se a sua mãe quando esteve no templo

entre os doutores: ―Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?‖ Lc 2.49. Também em seu

batismo no Jordão quando ouviu a voz de Deus Pai que dizia: ―Este é o meu Filho amado, em quem me

comprazo‖ Mt 3.17; foi uma forma de corroborar essa certeza já existente. É conveniente lembrar que esta

palavra “Filho amado” tem um sentido único em seu significado, é que Jesus é o Filho de Deus Pai em

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sentido especial. Ele não é filho por nascimento, ou adoção por ocasião de seu batismo como ensinava os

docetistas, mas essa relação Pai e Filho expressam uma forma particular de comunhão que há desde a

eternidade a fim de salvar o homem, Jo 3.16. Também durante seu ministério, o Senhor Jesus Cristo

expressou sua plena convicção quanto a sua natureza divina algumas vezes, provocando ira nos incrédulos,

por exemplo: ―Eu e o Pai somos um. Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar‖ Jo 10.30-

31. (Vide também: Jo 5.17; 6.44; 8.18; 8.28; 10.18). Por várias vezes recebeu adoração parte daqueles que

tinham convicção de sua divindade Mt 2.11, Lc 8.47; embora não permitisse a divulgação nem por parte de

pessoas ou demônios ou mesmo de seus discípulos, Mt 9.27,30; 16.20; Mc 3.11; Lc 4.41. Outrossim, Ele

reconheceu sua divindade ao declarar aos apóstolos, “... quem vê a mim, vê o Pai ...” Jo 14.9. Mesmo em

julgamento Jesus confirmava sua divindade: ―Jesus, porém, guardou silêncio. E o sumo sacerdote lhe disse:

Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deus. Respondeu-lhe Jesus: Tu o

disseste; entretanto, eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-

Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu‖ Mt 26.63-64. (vide também Mc 14.62; Lc 22.69-70).

(2) Nomes divinos. Os nomes de Jesus que indicam tanto sua divindade quanto à sua missão são os

seguintes: Cristo; Filho de Deus; Senhor. Sobre estes nomes comentaremos mais adiante.

(3) Autoridade divina. O Senhor Jesus procedia com autoridade divina, a começar por sua mensagem

que era entregue de modo diferente daqueles que ensinavam e pregavam em sua época, Ele falava com

autoridade e não como os escribas e fariseus, Mt 7.29; Mc 1.22. Os sinais de Jesus mostravam sua autoridade

ou pelo menos testemunhavam que Ele tinha vindo da parte de Deus, Jo 3.2; Ele usava conscientemente

esses sinais como testemunhas a respeito dele e como prova de sua comunhão íntima com o Pai, Jo 10.25,38.

Inclusive chegaram a lhe perguntar, “com que autoridade fazes estas coisas?” Mt 21.23; Mc 11.28; Lc 20.2.

Porém, o Senhor Jesus foi muito mais além, causando polêmica nos incrédulos da seguinte maneira: Ele

recebeu adoração, Mt 2.2,11; 14.33; 28.9; perdoou pecados, Mc 2.1-12; Lc 5.24; reivindicou para si

autoridade de julgar os homens, Jo 5.27; os discípulos o reconheceram como Filho de Deus, Mt 16.16; Ele

assumiu a condição daquele que conduz ao pai e também a autoridade de mediador divino entre Deus e os

homens, Jo 14.6; 1Tm 2.5.

(4) Atributos divinos. As Escrituras testemunham a divindade de Cristo dizendo: ―e o verbo era Deus‖

Jo 1.1. Portanto, sendo Ele Deus, possui qualidades que somente Deus possui.

1- Cristo é eterno, Jo 8.58; Ap 1.17; 21.6.

2- Cristo é Senhor, At 10.36; 1Co 2.8; Ap 17.14.

3- Cristo é imutável, Hb 13.8

4- Cristo é onipotente, Mt 28.18; Ap 1.8.

5- Cristo é criador e sustentador de todas as coisas, Jo 1.3; Cl 1.16-17.

6- Cristo é o juiz de todos os homens, Mt 16.27; 25.31,32; 2Tm 4.1; At 17.31.

7- Cristo é onisciente, Jo 21.17.

8- Cristo é onipresente, Mt 28.20; Ef 1.20-23.

9- Cristo é quem perdoa os pecados dos homens, Mc 2.5; Lc 7.48-50.

10- Cristo é quem doa o Espírito Santo aos homens, Mt 3.11; Lc 24.49; At 1.5.

(5) Reivindicações de Cristo quanto à sua divindade. O Senhor Jesus Cristo reivindicou para si coisas

que somente Ele como Filho de Deus poderia possuir, por exemplo, “Ele se colocou lado a lado com a

atividade divina: „Meu Pai trabalha até agora e eu trabalho também‘; ‗Saí do Pai‘, Jo 16.28; ‗O Pai me

enviou‘, Jo 20.21. Ele reivindicava uma comunhão e conhecimentos divinos, Mt 11.27; Jo 17.27. Alegava

revelar a essência do Pai em si mesmo, Jo 14.9-11. Ele assumiu prerrogativas divinas: Onipresença, Mt

18.20; poder de perdoar pecados, Mc 2.5-10; poder de ressuscitar mortos, Jo 6.39,40,54; 10.17-18; 11.25.

Proclamou-se Juiz e Árbitro do destino do homem, Jo 5.22; Mt 25.31-46. Ele exigia uma rendição e uma

lealdade que somente Deus por direito podia reivindicar; insistia em uma absoluta rendição da parte dos seus

seguidores. Eles deviam estar prontos a cortar os laços mais íntimos e mais queridos, porque qualquer que

amasse mais o pai ou a mãe do que a Ele, não era digno dele, Mt 10.37; Lc 14.25-33”.

(6) Testemunhos comprobatórios de sua divindade. Através das Escrituras temos vários elementos

comprobatórios da Deidade do Senhor Jesus Cristo, porquanto neste particular os autores neotestamentários

escreveram com esta preocupação, que é a de mostrar claramente a divindade do Senhor Jesus Cristo. Os

testemunhos são os seguintes: 1) Sua concepção e nascimento virginal, Mt 1.23; Lc 1.31,35; 2) Sua vida

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impecável, Hb 7.26; 1Pe 2.22; 3) Seus milagres, At 2.22; 10.38; 4) Sua morte vicária como cumprimento das

profecias do Antigo Testamento, 1Co 15.2; 2Co 5.21; 5) Sua ressurreição corporal dentre os mortos, Mt

28.6; Lc 24.39; 1Co 15.4; 6) Sua ascensão aos céus, At 1.9,11; 2.33; Fp 2.9-11; Hb 1.3. 7) Outros

testemunhos:

Dos anjos: Lc 1.35; 2.10-14.

Do povo em geral: Mt 27.54; Mc 15.39; Jo 7.31.

De João Batista: Jo 1.40

Dos discípulos: Mt 14.33; 16.16; Lc 9.20.

Dos demônios: Mt 8.29; Mc 3.11; Lc 4.41.

De Deus-Pai: 2Pe 1.17

Dele mesmo: Mt 19.28; 26.64; Jo 4.26; 17.3.

Do Espírito Santo: Rm 1.14.

Das Escrituras Sagradas: Jo 20.31; At 17.3; Hb 7.3.

De Marta: Jo 11.24-27.

2.3 – A natureza humana.

(1) O Filho do homem. Jesus não é um, mas é o Filho do homem. Este título nos escritos do Novo

Testamento era o preferido dele por vários motivos, pois: 1) referia-se a sua humanidade: toda vez que

referia a si mesmo como “Filho do Homem”, estava relembrando de sua natureza plenamente humana; é

claro que uma pessoa comum ser chamada de filho do homem, não tem novidade nisso, mas quando se fala

acerca de Jesus é diferente, revela sua identidade humana conosco. 2) referia-se a profecia de Daniel, Dn

7.13-14: ―Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um como o

Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado domínio, e glória,

e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu domínio é domínio

eterno, que não passará, e o seu reino jamais será destruído‖. 3) esse título era mais cômodo ser usado, do

que “Filho de Deus” ou “Cristo” que é Messias, por haver algo de misterioso nele.

(2) O fato da humanidade e humilhação de Cristo. Seu nome como ser humano é Jesus, e sua

humanidade nos revela a imensidão de seu amor para conosco, Ef 3.19. Podemos afirmar com a mais

absoluta certeza que ―Jesus é Deus, vero, perfeito e total e homem, vero, perfeito e total‖. Quando nos

referimos a sua humanidade, isto é, como disse João, “e o verbo se fez carne”, lembramos não só do amor de

Deus para conosco, ou o seu próprio, mas que este foi um ato de humilhação voluntário dele como Deus

vero, perfeito e total tornando-se homem vero perfeito e total. O seu estado de humilhação começou com a

sua encarnação, e continuou por toda sua vida até a morte, o que é completa e claramente expresso em

algumas palavras, Fl 2:7,8. Ele despojou-se de toda sua glória divina esvaziando a si mesmo (de sua

essência, seu trabalho, eternidade, etc., divinos) e manifestou-se neste mundo nascendo de uma mulher, Mt

1.18; 2.11; 12.47; Gl 4.4; Hb 10.5. Mulher pecadora, não ilustre, pobre, embora a sua ascendência fosse

ilustre porquanto descendia de Davi. Sua humilhação prosseguiu ao nascer numa manjedoura, não em

palácio, numa aldeia rural e não numa grande cidade. O infante Jesus foi perseguido, tendo José que

refugiar-se com Maria e o bebê no Egito. Morou numa cidade simples, Nazaré, Ele foi destituído de qualquer

educação privilegiada. Quanto a sua alma sentiu pesar, tentação, dor, tristeza e alegria, porém jamais pecou.

Quanto ao seu corpo físico sentiu fome, sede, cansaço, fadiga, etc., pois neste estado de humilhação se fez

um pouco menor do que os anjos, inclusive sendo auxiliado por eles em alguns momentos de sua vida, Mt

4.11; Lc 22.43. Sua profissão e família também não eram ilustres, José era um humilde carpinteiro e seus

irmãos eram pessoas simples de Nazaré: ―Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de Tiago, José,

Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele‖ Mc 6.3. Sua vida

obscura foi de aproximadamente 30 anos, porém quando se manifestou em seu ministério público somando

todo seu sofrimento e humilhação foi levado a morte injustamente. Em seu ministério passou muitas

privações, sem residência, obrigado a pagar impostos, foi perseguido, caluniado, chamado de glutão, bebedor

de vinho, possuído por demônio, encorajador de maus costumes. Foi traído por um de seus discípulos, levado

a julgamento e injustamente julgado e condenado. O surraram, cuspiram e o esbofetearam debochando dele,

flagelaram e o prenderam numa cruz como um malfeitor ao lado de bandidos sórdidos. Ali na cruz amargou

a pior das dores a de receber o pecado da humanidade sobre si fazendo se maldição por nós, Gl 3.13. Quando

morreu foi posto numa sepultura emprestada. Contudo, de forma maravilhosamente admirável Ele estava

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contente em ser esvaziado de seu bom nome, caráter, e reputação, e ser considerado um verme, ser

considerado um Samaritano, ou como aquele que tem um diabo; e ser chamado de belzebu como se ele fosse

o pior de homens; e ser feito pecado, e uma maldição para as pessoas. É conveniente relembrarmos que a

humilhação de Jesus Cristo era um ato próprio e voluntário dele.

(3) O propósito divino da humanidade de Cristo. Em primeiro lugar, o propósito da humanidade de

Jesus Cristo é o de nos revelar a Deus; Deus jamais foi visto por alguém, porém, por meio dele podemos

compreender e ver a Deus, Jo 1.18. O próprio Jesus disse: “Quem me vê a mim vê o Pai” Jo 14.9. Portanto,

olhar para Jesus é olhar para Deus. Em segundo lugar, o propósito de sua humanidade é o de ser exemplo a

fim de que nós sigamos as suas pisadas, 1Pe 1.21-22; 1Jo 2.6. Isto quer dizer que devemos sofrer por Ele e

pelo que é justo, assim como Ele sofreu por nós, procedendo assim andaremos como Ele andou.

(4) O significado prático da humanidade de Cristo. Do ponto de vista de Deus é em primeira instância

revelar-nos o seu imenso amor no fato de ter dado seu Filho como homem a fim de nos perdoar os nossos

pecados, Jo 3.16. Do ponto de vista das Escrituras nos revela o caráter de Deus e a sua intensa busca pela

criatura, Ele está sempre à procura do homem como um pastor que busca sua ovelha perdida que ama. A

humanidade de Jesus Cristo também nos revela o zelo de Deus pelo cumprimento fiel de suas promessas.

(5) Os parentes de Jesus. Jesus é Filho de Deus como já dissemos, mas é também filho de Maria. O

criador e Deus eterno, gerado como criatura em uma criatura sua em Maria como cumprimento de Is 7.14.

Ela foi virgem até o momento do nascimento dele, pois a Bíblia tem o cuidado e dignidade de nos mostrar

que não houve relacionamento sexual dela com José antes do nascimento dele: ―Contudo, não a conheceu,

enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus‖ Mt 1.25. Porém, depois do nascimento de

Jesus ela teve uma vida marital normal com José seu esposo, gerando vários outros filhos, Jesus foi apenas

seu primogênito, Lc 2.7. Observe a associação do Evangelho de Mateus de Jesus com José, o carpinteiro, e

seus irmãos: ―Não é este o filho do carpinteiro? Não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José,

Simão e Judas? Não vivem entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe vem, pois, tudo isto?” Mt 13.55-56.

Houve momentos em que ficou clara a falta de fé e a vergonha de seus parentes quanto a sua pessoa, isto é,

em Jesus Cristo afirmar que Ele era o Filho de Deus: ―Não é este o carpinteiro, filho de Maria, irmão de

Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas irmãs? E escandalizavam-se nele‖ Mc 3.32;

6.3. Porém depois de sua ressurreição e ascensão vemos novamente seus irmãos citados em Atos dos

Apóstolos orando como pessoas distintas junto aos apóstolos. Buscando o batismo prometido por Jesus, o

batismo com o Espírito Santo: ―Quando ali entraram, subiram para o cenáculo onde se reuniam Pedro,

João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelote, e Judas, filho

de Tiago. Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, com Maria, mãe de Jesus, e

com os irmãos dele‖ At 1.13-14. Portanto, afirmar a virgindade de Maria depois do nascimento de Jesus é

um erro grosseiro como fazem os sacerdotes católicos. E principalmente com o fim de divinizá-la pondo-a

num lugar de honra (chamando-a de intercessora), lugar este que não foi dado por Deus, e que só pertence a

Cristo Jesus, Jo 14.6; 1Tm 2.5; Hb 8.6; 9.15; 12.24.

(6) Jesus sob as leis comuns. Ele em nada foi ajudado quanto às leis existentes em seus dias, no

sentido de um tratamento diferenciado por ser o Filho de Deus. Fossem leis da natureza, ou lei do judaísmo

ou ainda as leis do império romano em nada foi facilitado.

(7) Se Cristo não tivesse se humanizado. Será que o leitor consegue imaginar o que aconteceria se

Cristo não tivesse se tornado homem, talvez isso indicasse uma limitação de Deus. O que seria do ser

humano, porquanto não pode salvar-se a si mesmo. Provavelmente seria um caos na terra ou talvez a

destruição total da criação de Deus, o mundo só um pouco melhor por causa dele e sua Igreja aqui na terra.

Talvez o nome de Deus blasfemado por todos, e sua veracidade posta em desconfiança, em jogo. Pois o

plano de Deus profetizado no Antigo Testamento seria frustrado e as Escrituras não teriam valor algum. E

conseqüentemente o céu não teria habitante humano.

EVA UNIDADE 2 – MARQUE COM X A ALTERNATIVA CORRETA

1) O que nos revela a encarnação de Cristo?

a. __ O juízo de Deus sobre a humanidade

b. __ O profundo amor de Deus para com humanidade

c. __ A indiferença de Deus para com a humanidade

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2) Segundo Efésios 1.11 em que época foi consumado o plano da redenção?

a. __ Na eternidade

b. __ Na época da encarnação de Cristo

c. __ Quando o pecador se arrepende

3) Em que tempo se encontrava os judeus do NT. que os faziam desejar o messias?

a. __ Tempo de glória

b. __ Tempo de paz

c. __ Tempos angustiosos

4) Que fato ocorreu com Maria que a inspirou o canto “magnificat”?

a. __ A decisão de José (em assumi-la).

b. __ O aparecimento do anjo

c. __ O encontro dela com sua prima Isabel

5) Qual o meio usado por Deus para prover a encarnação?

a. __ A mulher

b. __ O Espírito Santo

c. __ As respostas acima estão corretas

6) Qual é o sentido prático da doutrina da encarnação?

a. __ A salvação do homem de seus

b. __ A vinda de Jesus e seus ensinamentos

c. __ O batismo no Espírito Santo

7) Qual dos itens abaixo não comprovam a divindade de Jesus?

a. __ Sua concepção e nascimento virginal.

b. __ Ser filho adotivo de José o carpinteiro

c. __ Sua ressurreição corporal dentre os mortos

8) Qual dos títulos de Jesus lhe era preferido?

a. __ Filho do homem

b. __ Filho de Deus

c. __ Messias

9) Do que nos lembra o fato da encarnação de Cristo?

a. __ Do seu amor

b. __ Da sua humilhação

c. __ Do seu amor e humilhação

10) Qual a situação de Maria depois do nascimento de Jesus?

a. __ Viveu maritalmente com José, mas não teve outros filhos.

b. __ Continuou virgem e sem marido

c. __ Vivendo maritalmente com José e teve outros filhos

Unidade 3 – A Natureza de Cristo (Continuação)

―As conseqüências da encarnação do Salvador são tais e tantas que quem quer enumerá-las pode ser

comparado a alguém que contempla a vastidão do mar e tenta contar suas ondas‖.

Atanásio de Alexandria

3.1 – Porque duas naturezas numa só pessoa.

(1) Distinção entre as duas naturezas. A distinção entre as duas naturezas é algo simples de entender,

conquanto haja muitas controvérsias: primeiro quanto à natureza divina Ele estava isento de limitações, pois

como Deus vero, perfeito e total faz uso inteiro, absoluto e cabal de seus atributos divinos, como tal Ele o fez

em sua eternidade passada e faz, e fará na eternidade futura. Porém, o exercício de seus atributos divinos não

se deu nos dias de sua carne, assim é o que nos ensina Paulo quando diz, que Cristo em sua humilhação ―não

teve por usurpação ser igual a Deus‖ Fl 2.6 (RC). Ao contrário, Ele esvaziou-se a si mesmo: ―antes, a si

mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em

figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz‖ Fl 2.7-8.

Segundo, quanto a natureza humana era limitado ao tempo e espaço; como um homem normal experimentou

debilidades, sentiu dor, fome, tristeza, etc., e morreu como o homem morre, exceto que jamais pecou. Mas

alguém pode perguntar como Ele fazia tantos milagres, e sabia tantas coisas, e falava com tanta energia? Será

que não fazia uso de seus atributos divinos em seu ministério? É claro que não! Embora reivindicasse ser o

Filho de Deus. Mas o que acontecia então? Devemos entender que em primeiro lugar: que Ele veio para nos

dar o exemplo a fim de seguirmos os seus passos, se Ele fizesse uso de seus atributos como Deus não seria

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um exemplo perfeito, pois Deus não conhece limitações, assim sendo poria em risco para o seu caráter,

porquanto não estaria revelando amor sincero, e isso seria uma covardia. Em segundo lugar devemos

entender que seus milagres eram resultados da comunhão íntima com o Pai e com o Espírito Santo, por

exemplo, na ressurreição de Lázaro Ele assim se expressou: ―Pai, graças te dou porque me ouviste‖, Jo

11.41. Seus milagres são prova de sua inteira dependência do Pai, a fim de que nele cressem como enviado

dele, é o que afirma em João 11:42 ―Aliás, eu sabia que sempre me ouves, mas assim falei por causa da

multidão presente, para que creiam que tu me enviaste‖. Seus milagres também indicavam a sua intimidade

com o Espírito Santo e a chegada do reino de Deus entre os homens, Mt 12.28; Lc 11.20.

(2) Necessidade das duas naturezas. Era importante Jesus Cristo vir como homem para que se

cumprisse a profecia de Gn 3.15; Is 53, etc. Mas também era necessário que Ele tivesse as duas naturezas

nele habitando harmonicamente. Pois, se fosse somente homem, não haveria nenhuma novidade nisso,

simplesmente Ele não poderia salvar e libertar o homem do poder do pecado e do diabo; logo também não

poderia desfazer as obras satânicas aniquilar seu mentor, Satanás. A união das duas naturezas é chamada na

teologia de união hipostática.

3.2 – Heresias relacionadas com as duas naturezas.

(1) Com a natureza divina.

1- O Ebionismo. Negavam a natureza divina de Cristo, afirmando simplesmente que Ele era

filho de José e Maria. Tornando-se Filho de Deus mediante o batismo de João.

2- O Arianismo. Negava a divindade e eternidade absoluta de Cristo. Ário ensinava que Cristo

teve princípio na eternidade passada sendo criado do nada. “Subordinado ao Pai e de

essência diferente do Pai. Não era co-igual, co-eterno e da mesma substância com o Pai. Para

Ário Cristo era divino, mas não Deus” – Hist. do Cristianismo, pg 108.

(2) Com a natureza humana.

1- Docetismo. Negava a realidade da humanidade de Cristo (como no gnosticismo). Sua

natureza divina não podia estar ligada a carne, pois esta era má; e seu sofrimento foi

aparente.

2- Apolinarismo. Ensinava que Cristo era corpo e alma, porém no lugar do espírito ele possuía

“logos”. Pois na concepção de Apolinário, habitar corpo, alma e espírito e ser divino era uma

aberração.

(3) Com a unidade das duas naturezas.

1- Eutiquianismo. Ensinava que as duas naturezas habitavam em Cristo, porém havia

predominância da natureza divina.

2- Nestorianismo. Nestório ensinava que o Logos, como Deidade completa habitava no Jesus

humano de modo semelhante ao que o Espírito Santo habita no crente. Dessa maneira,

Nestório mantinha certa distância lógica entre a humanidade e a divindade. Assim ele fazia

de Jesus duas pessoas. O que as mantinha ligadas era um elo moral fornecido (segundo

Nestório) pela perfeição de Jesus.

(4) Conceito teológico adotado – União Hipostática. Com o objetivo de defender a Cristologia

essencialmente bíblica das heresias existentes. Houveram vários concílios realizados na história da Igreja.

Entre eles destaca-se o Concílio de Nicéia realizado em 325 d.C. para combater principalmente as doutrinas

de Ário. E o Concílio de Calcedônia em 451 d.C. Porém, foi no Concílio de Calcedônia que foi ratificada a

doutrina da união hipostática, “pelo fato de Calcedônia situar a união na Pessoa de Cristo com o emprego da

palavra grega hupostasis, a doutrina é freqüentemente chamada de união hipostática”. A união hipostática

refere-se a união das duas naturezas em Cristo habitando nele harmônica, distinta e inseparavelmente.

Vejamos o que diz a Enciclopédia Histórico-Teológica – Edições Vida Nova quanto ao assunto: “na

encarnação do Filho de Deus, uma natureza humana foi unida inseparavelmente, para sempre, com a

natureza divina na única pessoa de Jesus Cristo, mas as duas naturezas permanecem distintas, íntegras e sem

mudança, sem mistura nem confusão, de modo que a única pessoa, Jesus Cristo é vero Deus e vero homem”.

Como já dissemos anteriormente que Jesus é “Deus vero, perfeito e total; e homem vero, perfeito e total”,

pensamento extraído da mesma fonte.

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Posteriormente as idéias de Êutiques foram retomadas. Relembrando, que este havia ensinado que as duas

naturezas habitavam em Cristo, porém havia predominância da natureza divina, isto é, que o corpo de Jesus

Cristo não fora criado idêntico ao nosso, mas fora criado para a missão que veio cumprir. Esse ensino foi

examinado pelo Concílio de Calcedônia e reprovado, pois dava margem para o ensino de uma só natureza – a

divina. Todavia, como dissemos, posteriormente suas idéias foram retomadas e ainda existe nas Igrejas

coptas do Egito, Líbano, Turquia e Rússia. Entretanto, “ao problema do relacionamento entre as duas

naturezas humana e divina de Cristo seguiu-se à discussão sobre o relacionamento entre as vontades de

Cristo. Tinha Ele uma vontade ao mesmo tempo divina e humana? A questão foi finalmente resolvida no

Concílio de Constantinopla (680-681), com a declaração de que as duas vontades de Cristo existem nele

numa unidade harmônica em que a vontade humana se sujeita à divina” - O Cristianismo Através dos

Séculos.

3.2 – Nomes e títulos de Cristo

Através do estudo dos nomes de Cristo temos um extrato completo de quem Ele é. De formas que pelo

conhecimento bíblico de seus nomes temos um quadro mental completo. Os principais nomes utilizados na

Bíblia, digo, no Novo Testamento referindo-se a Cristo são: Verbo, Filho de Deus, Cristo, Senhor, Filho de

Davi, Filho do Homem, Jesus e Advogado.

(1) Jesus. Jesus no grego Iesous (Ihsouv), porém sua origem vem do hebraico e é o mesmo Josué

Yhowshuwa (ewvwhy) que quer dizer “Jeová é Salvação”. Este foi o nome dado por José sob orientação do

anjo de Deus, quando este foi revelado em Senhos quando planejava deixa-la por descobrir que Maria estava

grávida. O anjo lhe disse que não devia temer receber Maria, pois o que nela estava gerado era do Espírito

Santo. E que Ele pusesse o nome Jesus, pois: ―ele salvará o seu povo dos pecados deles‖ Mt 1.21.

Portanto, Jesus é o nome humano da segunda pessoa da trindade, que porém, traz consigo literalmente um

sentido glorioso, é Deus dizendo: Eu Sou Salvação. Este nome nos mostra a provisão de Deus para o perdão

dos pecados do homem.

(2) Verbo (logos). O apóstolo João refere-se ao Senhor Jesus Cristo como “Logos” ou verbo como

está traduzido em nossas Bíblias, associando-o de pelo menos quatro maneiras: primeira, com sua

preexistência e eternidade, “no principio”; segunda, com sua comunhão com Deus “o verbo estava com

Deus”; terceira, sua divindade “e o verbo era Deus”; quarto, Ele como criador e sustentador do Universo Jo

1.2, evidentemente junto com Deus-Pai e Deus-Espírito conforme nos indica a palavra Deus no plural em

hebraico “Elhoim” em Gn 1.1; porém os três formam uma unidade composta, um único Deus e não três

deuses; quinto, o verbo associado com a humanidade, isto é, o “logos” tornando-se ser humano a fim de

cumprir o plano da redenção da humanidade: ―E o Verbo se fez carne e habitou entre nós‖ Jo 1.14, através

do nascimento por meio de uma virgem, Mt 1.23.

(3) Filho de Deus (uiou yeou – huios théos). Assim como “Filho do homem” indica a sua

identificação com a humanidade; de igual modo, “Filho de Deus”, indica sua identificação plena com a

divindade. Portanto, quando se refere a Jesus como Filho de Deus, reporta-se de modo especial, e não a anjos

(Jó 2.1) ou a aqueles que como crentes em Jesus foram adotados, Rm 8.15,26; Gl 4.5; Ef 1.5. Quando o

apóstolo Pedro o exaltou em Mt 16.16 dizendo: ―Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo; ele falava de sua

procedência. Outrossim, Jesus como Filho de Deus, aplica-se a sua comunhão intrínseca com o Pai desde a

eternidade passada e Ele tinha absoluta certeza disso quando disse: eu ―sei donde vim e para onde vou‖ Jo

8.14; ―Vim do Pai e entrei no mundo; todavia, deixo o mundo e vou para o Pai‖ João 16:28. O Evangelho

de João é chamado também de “O Evangelho do Filho de Deus” pois como nenhum outro ratifica a sua

divindade fazendo alusão a sua comunhão íntima e glória eterna com Deus-Pai, por exemplo, em João 17:5

Jesus diz assim: ―e, agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes

que houvesse mundo‖.

(4) Cristo. Em grego “Christos” (Cristov) e em hebraico “Messiah” (xyvm), ambas palavras querem

dizer 'Ungido' At 17:3. Isto é, aquele que foi ungido com óleo, como por exemplo, no caso de reis e

sacerdotes que recebiam unção; é freqüente o termo “sacerdote ungido” em Levíticos, Lv 4.3,5,16; 6.22;

16.32; ou “ungido do Senhor” referindo-se ao rei de Israel, 1Sm 24.6,10; 26.9,23. Esta palavra tem também o

sentido de escolhido, isto é, aquele a quem Deus escolhe, 1Sm 16.6; Sl 132.17; Is 45.1. Jesus é o prometido

Ungido de Deus Pai com Espírito Santo que descende de Davi, Is 11.1; Mt 1.1. Porém era necessário

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CRISTOLOGIA – PAG. 16

morresse primeiro segundo Daniel 9.26a: ―Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já

não estará‖. Veja também Is 53 que refere-se a morte dele. Jesus é o Messias prometido, que traz no

presente a Igreja formada de judeus e gentios e trará no futuro ao mundo: justiça, paz, e alegria no Espírito

Santo segundo a profecia de Isaías 11.1-6; 61.1-2. Começando por Israel até atingir a todos homens no seu

reino universal que jamais terá fim, Dn 2.35,44-45. Jesus algumas vezes foi reconhecido, exaltado e adorado

como Cristo, Mt 16.16; Mc 14.61; Lc 2.26,29-30; Jo 7.41; 11.27. Entretanto, Jesus jamais permitiu a

qualquer um que fizesse publicidade dele como Messias, pois Ele sabia que povo esperava o Cristo político,

que viesse libertar os judeus do jugo romano. Por isso Ele advertia severamente para que não falassem ser

Ele o Cristo: ―Então, advertiu os discípulos de que a ninguém dissessem ser ele o Cristo‖ Mt 16.20. No

entanto, fora dos Evangelhos, isto é, em Atos dos Apóstolos e nas epístolas Ele é chamado de Jesus Cristo.

(5) Senhor. Em toda narrativa dos Evangelhos Jesus é chamado “Senhor” que no grego kurios -

kuriov) e em hebraico referindo-se a Jeová é Adonai (ynda). Jesus como Senhor significa que Ele é

dono de tudo o que existe, especialmente daqueles que são seus servos ou escravos, Sl 97:5 Rm 14:4-8.

Aquele que é digno de reverência, respeito profundo e de ser servido, Jo 21.7,17. Jesus ressuscitou

precisamente para Senhor tantos dos vivos quanto dos mortos, Rm 14.9. É este Ressuscitado que foi elevado

a destra do Deus Todo Poderoso, o qual é o Senhor que porá debaixo dos pés de Deus Pai todos os seus

inimigos, Mt 22.44; At 2.33,36, Rm 16.20. E o último inimigo a ser destruído pelo Senhor é morte, 1Co

15.26.

(6) Filho de Davi. Paulo escrevendo aos Romanos refere-se a Jesus da seguinte maneira: ―prometido

por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras, com respeito a seu Filho, o qual, segundo a

carne, veio da descendência de Davi‖ Rm 1.2-3. Portanto, falar de Jesus como filho de Davi, é referir-se a

Cristo como descendente do Rei Davi, conforme prometido nas Escrituras do Antigo Testamento. Observe

que os evangelistas Mateus e Lucas procuram provar este fato através da árvore genealógica de Jesus, Mt

1.1; Lc 1.32; 3.23,32. Em seu ministério pessoas clamavam a Ele como sendo filho de Davi, pois sabiam que

referia-se a ascendência dele e que assim sendo, era o Messias prometido. Porém certa vez Ele mostrou que o

Filho de Davi não era propriamente um filho seu, mas seu Senhor, o Filho eterno de Deus:

Mt 22.42-44 – ―Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Responderam-lhe eles: De Davi.

Replicou-lhes Jesus: Como, pois, Davi, pelo Espírito, chama-lhe Senhor, dizendo: Disse o Senhor ao meu

Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés? Se Davi, pois,

lhe chama Senhor, como é ele seu filho?‖

(7) Advogado. O Senhor Jesus Cristo fala de si mesmo como “Parácletos”, e Almeida traduz essa

palavra por “Consolador” e “Advogado” em Jo 14.16; 1Jo 2.21. Porém esta palavra grega (parácletos)

traduzida como „Consolador‟ vai além daquele que consola conforme usamos. Quer dizer alguém que é

chamado para estar ao lado de uma pessoa para ajuda-la. Enquanto Jesus estava com os seus apóstolos em

seu ministério Ele era o “Parácletos”, o Ajudador. O consolador ou advogado é alguém que estava ali no

tribunal como assistente de uma pessoa comum ou até mesmo de um escravo pondo-se ao seu lado, e assim

encarregava-se de animar, encorajar, aconselhar e falar bem. O Espírito Santo é o “outro Consolador” Jo

14.16; nosso AJUDADOR aqui na terra, é ele quem nos assiste em nossas fraquezas, “e intercede por nós

sobremaneira, com gemidos inexprimíveis‖. Rm 8.26 Enquanto o Senhor Jesus Cristo através de sua

ressurreição e ascensão é o nosso Advogado exaltado no céu à destra Pai, 1Jo 2.21.

3.3 – O caráter de Cristo.

A perfeita índole de Cristo revela a razão de sua imensa autoridade quando falava e operava sinais e curas;

pois nele jamais houve a menor mancha de pecado. O caráter de Cristo não é milagre menor ou igual aos

seus milagres, é maior. Não é só um milagre maior, mas uma fonte permanente de inspiração que conduz a

vida eterna. Pois o caráter de Jesus também nos revela:

(1) Revela Santidade. A grandeza de Jesus também é demonstrada nas Escrituras através de seu

“modus faciendi”, isto é, sua maneira de agir, que revela impecabilidade completa, como Ele mesmo chegou

a perguntar, ―quem dentre vós me convence de pecado?‖ Jo 8.46a. A sua santidade era viva e inspiradora,

contrastando com a dos religiosos e demais pessoas de sua época que o acusavam de “samaritano” Jo 8.48;

glutão, bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores, Mt 11.19; Lc 7.34. Ele apelava para que as

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PR. RONALDO BATISTA PEREIRA – PAG. 17

pessoas tivessem uma vida dentro da vontade do “Pai que está nos céus” Mt 7.21. Pois somente assim

poderiam pertencer ao reino de Deus. Em seu ministério, Jesus colocava-se como modelo inspirador daquele

que busca viver uma na vontade de Deus, vida de santidade. Tendo este exemplo em mente, que Paulo disse

em 1 Coríntios 11:1: ―Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo‖. Sua santidade não consistia

em abster-se das pessoas, mas do pecado. Ele conscientemente agia de modo a influenciar a todos de forma

positiva, embora nem todos quisessem ou aderissem a sua influência. Temos vários testemunhos acerca da

índole santa de Jesus: Deus Pai, Hb 1.8,9; Deus Espírito, Rm 1.2-3; o apóstolo Pedro, At 3.14; os demônios,

Mc 1.23-24; o grupo apostólico At 4.27; etc. e o seu próprio: ―quem dentre vós me convence de pecado?‖

Jo 8.46. “Nenhum outro individuo poderia ter lançado tal desafio como esse, sem incorrer em patente

hipocrisia, em um grau de auto-ilusão que jaz à beira da própria loucura; no entanto, tendo saído dos lábios

de Jesus, ouvimos essa declaração sem surpresa alguma, como a auto irretorquível de alguém que sempre

disse a verdade, que é a própria verdade e que está além do alcance das nódoas ou suspeitas” O Novo

Testamento Interpretado.

(2) Revela amor. Assim como Deus Pai, Jesus também é amor (agape - agaph) 1Jo 4.8. Com absoluta

certeza podemos afirmar que Jesus era em seu ministério e é amor eternamente. O que podemos falar sobre o

amor é que “esta é a virtude ou o caminho mais excelente, 1Co 12.31b, em que estão inseridas todas as

demais virtudes abaixo citadas. Por exemplo, o “ágape” é paciente, sofredor, benigno, não invejoso...” 1Co

13.4. O amor busca o bem estar alheio de maneira desinteressada e sacrificial, é também dotado de um

elevadíssimo padrão de justiça. O amor busca agradar a Deus intensamente, por isso ele deve ser a fonte de

todas motivações, planos, trabalhos e relacionamentos nesta nossa peregrinação, para que a nossa vida seja

completa de sentido, pois Deus é “ágape”, 1Jo 4.16”. Em Jesus Cristo vemos tudo isso. Quando Paulo

escreveu 1 Coríntios 13 ele o fez pensando em Jesus, pois o seu amor é incomparável. Ele disse, ―Ninguém

tem maior amor do que este‖ Jo 15.13; é imenso, a ponto de exceder a todo conhecimento humano, nem toda

a eternidade nos poderá fazer conhecer esta qualidade tão intrínseca a sua pessoa, Ef 3.19. O amor do Senhor

Jesus é demonstrado nas Escrituras para com: Deus Pai, Jo 4.31; a Igreja, Ef 5.25; seus familiares, Jo 19.25-

27; os pecadores perdidos, Rm 5.6-8; e também para com seus inimigos, Lc 23.34. Finalmente, o amor de

Cristo é a fonte de perseverança do crente e inspiração para o mesmo efetuar a obra de Deus, Rm 8.35; 2Co

5.14.

3.4 – Seu íntimo relacionamento com o Espírito Santo.

Como elementos pertencentes à Trindade, Jesus e o Espírito Santo junto com Deus Pai estão associados

desde a eternidade passada. Pelas Escrituras vemo-lo atuando em Jesus mesmo antes de seu nascimento e em

toda a sua vida, morte e ressurreição, etc. Vejamos os atos do Espírito Santo relacionado a sua pessoa: Jesus

foi concebido em Maria e nasceu pelo poder do Espírito Santo, Mt 1.18, 20-21; Lc 1.35. E desenvolveu-se

como menino normal, porém sob a divina influência do Espírito Santo, Lc 2.40. Depois dos anos de

obscuridade de sua adolescência e juventude, Ele reaparece à beira do Rio Jordão para ser batizado, e ali

mais uma vez vemos a ação do Espírito Santo descendo sobre Ele, na forma corpórea de uma pomba, Lc

3.22. Em seguida Ele é conduzido pelo Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo Diabo, Mt 4.1; Lc 4.1.

Durante o seu ministério terreno, ora como mestre, profeta ou salvador o Espírito Santo atuava trazendo

sabedoria e poder as suas palavras, Lc 24.19; outrossim, o expulsar demônios, o efetuar milagres e curas Ele

atribuía a ação direta do “DEDO DE DEUS”, o Espírito Santo, Mt 12.28; Lc 11.20. Com justiça Pedro disse:

―como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder, o qual andou por toda parte,

fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele‖ Atos 10:38. Ele foi

declarado filho de Deus em poder: ―segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber,

Jesus Cristo, nosso Senhor‖ Rm 1.4b. Instantes antes de Cristo subir aos céus e assentar-se à direita do Pai

deu “mandamentos pelo Espírito Santo” aos seus discípulos, At 1.2. Ordenando-lhes inclusive que não

ausentassem de Jerusalém até que do alto Eles recebessem o poder do Espírito Santo que os habilitaria

executar a obra evangelizadora do mundo, Lc 24.48-49; At 1.4-8.

EVA UNIDADE 3 – MARQUE COM X A ALTERNATIVA CORRETA

1) Os milagres na vida de Jesus eram resultado de que?

a. __ Porque ele possuía todo poder no céu e na terra

b. __ Da comunhão íntima como Pai e com o Espírito Santo

c. __ Nenhuma das respostas acima está correta

2) Como é chamada a união das duas naturezas de Cristo?

a. __ União hipostática

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CRISTOLOGIA – PAG. 18

b. __ União imposta

c. __ Dicotomia

3) Com qual movimento herético se relaciona a seguinte afirmativa: “negava a realidade da humanidade de

Cristo”:

a. __ Ebionismo

b. __ Docetismo

c. __ Arianismo

4) O que lecionava o Ebionismo?

a. __ Que Cristo não possuía espírito

b. __ Que Cristo não era eterno

c. __ Que a natureza de Cristo não era divina

5) Em qual concílio foi ratificada a doutrina da união hipostática?

a. __ Concílio de Nicéia

b. __ Concílio de Constantinopla

c. __ Concílio de Calcedônia

6) Qual o significado do nome hebraico Yhowshuwa?

a. __ Jeová é Salvação

b. __ Ungido de Deus

c. __ Pedido a Deus

7) Marque a alternativa que contenha as palavras que significa ungido:

a. __ Cristo Jesus

b. __ Jesus e Messias

c. __ Cristo e Messias

8) O que nos revela o caráter de Cristo?

a. __ amor

b. __ santidade

c. __ todas

9) A quem Jesus se referia quando usava a expressão “dedo de Deus”?

a. __ A ele mesmo

b. __ Ao Espírito Santo

c. __ A Deus-Pai

10) De acordo com Rm 8.35; 2Co 5.14, qual é a fonte de perseverança do crente e inspiração para efetuar a obra

de Deus?

a. __ O amor de Cristo

b. __ O batismo com Espírito Santo

c. __ A Bíblia

Unidade IV – Os Ofícios e Estados de Cristo

O Senhor Jesus Cristo reúne em si vários ofícios que por sua vez estão ligados a três principais, que é o de

Profeta, Sacerdote e Rei. No Antigo Testamento vemos de um lado a carência e do outro a provisão de Deus

ao seu povo. O ser humano é obscuro em sua mente quanto às coisas de Deus, e precisa de alguém que possa

iluminá-los, instruí-los, guiá-los quanto às coisas do céu. Assim Deus no passado levantou vários homens

ungidos que foram grandes e verdadeiros profetas, como Moisés, Elias, etc. O homem traz consigo o pecado,

o sentimento de culpa inerente a ele por meio de Adão; portanto para isso o Senhor tinha o sacerdote Arão,

que fora ungido para apresentar sacrifícios diante de Deus e interceder pelo povo. O homem pecador precisa

de alguém que lhe faça submeter à vontade Deus deu ao seu povo Davi, que regeria o povo e o conduziria a

fazer o seu querer. Embora esses homens pudessem ter tais ofícios, mas não eram completos em si mesmos:

primeiro, por trazerem consigo a herança do pecado. Segundo, embora esses homens fossem um tipo de

Cristo, eles não eram completos, por exemplo, Davi era rei e profeta, mas não era sacerdote; mesmo que

desejasse ser. Moisés era líder, legislador e profeta de Israel, porém não era sacerdote; conquanto, algumas

vezes tenha agido como tal, mas o ungido para sacerdote foi Arão. No mesmo sentido Arão havia sido

ungido sacerdote, mas jamais fora rei e profeta. Portanto, Jesus o Verbo divino é perfeitamente completo,

pois reuniu em si mesmo estes três importantes ofícios: profeta, sacerdote e rei.

OS OFÍCIOS DE JESUS CRISTO

4.1 – Profeta

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PR. RONALDO BATISTA PEREIRA – PAG. 19

Acerca do ofício profético não podemos falar dele sem falar em Moisés. Moisés profetizou em Dt 18.18-19

que haveria um sucessor que seria semelhante a Ele que seria levantado dentre seus irmãos: “Suscitar-lhes-

ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes

falará tudo o que eu lhe ordenar. De todo aquele que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu

nome, disso lhe pedirei contas‖. No Antigo Testamento houve profetas poderosos do Senhor Jeová, como

Elias, Eliseu, Davi, Jeremias, Isaías, Ezequiel, etc., porém, o povo sabia que nenhum deles havia sido tão

elevado como Moisés. E para ser reconhecido com caráter de profeta como Moisés, “elevado dentre os

irmãos por Deus”, deveria ser alguém que possuísse algumas qualificações: primeiro, um homem de

profunda intimidade com Deus, pois Moisés era um homem que conversava com Deus face a face, Dt 33.11;

segundo, deveria operar Milagres poderosos como ele fizera, Ex 11.9,10; terceiro, deveria ser pessoa que

fosse cheia do Espírito do Senhor e tivesse capacidade de aconselhar; quarto, deveria ter capacidade como

Moisés de prever eventos futuros. Nenhum outro foi reconhecido sucessor de Moisés como Jesus. Quando as

pessoas olharam para Jesus depois da multiplicação dos pães, lembraram-se de Moisés que havia alimentado

os seus ancestrais no deserto e diziam: ―Vendo, pois, os homens o sinal que Jesus fizera, disseram: Este é,

verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo‖ Jo 6.14. Nenhum outro profeta foi associado a Moisés,

senão Jesus no Novo Testamento, At 3.22; 7.37. O Senhor Jesus é pessoa de íntima comunhão com o Pai.

Por duas vezes vemos a seguinte afirmação vindo de Deus Pai: ―este é meu Filho amado em quem me

comprazo‖ Mt 3.17; 17.5. Quando pensamos em Jesus como profeta operador de Milagres, dispensa

comentários, os Evangelhos são repletos de maravilhas e curas do inicio ao fim; neles encontramos a

seguinte exclamação: ―Todos ficaram possuídos de temor e glorificavam a Deus, dizendo: Grande profeta se

levantou entre nós; e: Deus visitou o seu povo‖ Lc 7.16. Assim como Moisés libertou os Israelitas do jugo

de escravidão (terrena) do Egito e de Faraó operando grandes sinais; semelhantemente Jesus tirou o povo da

escravidão espiritual imposta neste mundo pelo pecado e por satanás. Sua capacidade extraordinária como

orador, conselheiro, e operador de sinais vinha da unção do Espírito Santo nele: ―O Espírito do Senhor está

sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos

e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do

Senhor‖ Lc 4.18-19. As suas palavras sobre a sua mensagem central, o reino de Deus, traziam ardor nos

corações dos discípulos e do povo em geral, Lc 24.19,32. Outrossim, Jesus na qualidade de profeta, é claro,

predisse o futuro em Mt 24-25; Mc 13; 21. Em Apocalipse o anjo disse a João que ―o testemunho de Jesus é

o espírito da profecia‖ Ap 19.10.

(1) Jesus na qualidade de profeta era anunciador do reino de Deus. A principal e prioritária

mensagem de Jesus como profeta, era a mensagem do reino. A mensagem do reino abrangia vários aspectos;

aspecto presente e futuro, interior, visível e invisível. No aspecto presente do reino, o reino é semeado no

coração dos homens através da semente da pregação, Mt 13.19; assim como do coração procede o pecado, de

igual modo, deve brotar o reino de Deus e desenvolver e dar frutos para Ele, Mc 7.21; Lc 8.15. A fim de que

o nome de Deus seja glorificado. O reino de Deus no presente é chegado através da submissão a Palavra de

Deus, portanto está no coração dos homens, Lc 17.20-21; e também é percebido através dos milagres de

Jesus, Mt 12.28; Lc 9.2. Este reino inicialmente não chegaria com a aparência de um domínio humano, como

foi de Davi; o que mais era ansiado nos dias de Jesus. “Esse aspecto presente do reino manifestava-se em

toda espécie de formas na pessoa e nos feitos de Cristo. Aparência palpável e visível na expulsão dos

demônios (cf. Lc 11.20) e, de modo geral no poder miraculoso de Jesus. Na cura daqueles que eram

endemoninhados torna-se evidente que Jesus havia invadido a casa do „valente‟, o havia amarrado e assim

ficara em posição de saquear seus bens, Mt 12.29. O reino havia penetrado nos domínios do maligno. O

poder de satanás estava quebrado. Jesus possuía e proporcionava o poder de pisar aos pés o domínio do

adversário. Nada pode ser impossível para aqueles que saem investidos do poder de Cristo, na qualidade de

testemunhas de seu reino, Lc 10.18. A atividade miraculosa total de Jesus é a prova da presença do reino.

Aquilo que muitos profetas e justos desejavam ver, em vão – o romper da grande época da salvação – os

discípulos podiam ver e ouvir, Mt 13.16; Lc 10.23” - O Novo Dic. Da Bíblia. O ministério profético de Jesus

não consistia somente em palavras e milagres; o sentido de seu ministério profético ia além do que estava

diante dos olhos de seus contemporâneos, pois o desejo do Messias político deixava latente o verdadeiro

sentido da vinda do Messias profeta salvador. Portanto, os milagres e mensagem dele assumem também um

aspecto futurístico que é apelado por suas palavras. Uma realidade futura do reino de Deus que se

manifestará infalível e plenamente, como Ele mesmo garantiu quando disse: ―Passará o céu e a terra, porém

as minhas palavras não passarão‖ – Mt 24.53; Mc 13.31; Lc 21.33.

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CRISTOLOGIA – PAG. 20

(2) Jesus na como profeta era pregador da salvação. Outra característica do ministério profético de

Jesus é a mensagem da salvação. Assim como João Batista, Ele insistia no arrependimento. E foi dessa

maneira que começou pregando a mensagem de arrependimento dos pecados como mensagem do reino:

―passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus‖ Mt 4.17. Ele não

veio para aqueles que se consideram justo, porém veio para chamar os pecadores ao arrependimento, Mt

9.13. Lc 15.7. Marcos o descreve pregando com grande autoridade dizendo: ―O tempo está cumprido, e o

reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho‖ Mc 1.15. Finalmente, Ele orientou seus

discípulos seguirem os seus passos na pregação, isto é, continuassem pregando a mesma mensagem de

arrependimento e conversão completa em todo o mundo a começar de Jerusalém; conforme escreveu Lucas

24:47: ―e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações,

começando de Jerusalém‖. A mensagem de salvação começou a ser pregada por Pedro e os demais apóstolos

no dia de pentecostes, como narra o escritor, ―Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja

batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo‖

At 2.38. Posteriormente, aos apóstolos outros mensageiros ajudaram a levar a mensagem do Evangelho, de

arrependimento e salvação a todas as partes do mundo antigo. Cumprindo a determinação de Cristo, Mt

28.18-20; Mc 16.16; Lc 24.47-49.

(3) Jesus como profeta é revelador do futuro. Na qualidade de profeta Ele revelou o futuro, aos seus

discípulos. Primeiro Ele revelou o futuro próximo, isto é, relacionado a fatos imediatos; e depois revelou

circunstâncias que acontecerão num futuro distante. Futuro este escondido e abrigado na mente de Deus.

Porém, como é obvio Ele não descreve fatos com suas entrelinhas ou detalhes. Mas a este futuro segundo Ele

está plenamente no controle do Trino Deus e associado a sua segunda vinda. Vejamos agora algumas

predições de fatos imediatos: o Senhor Jesus previu a maneira de como conseguir um jumentinho, Mc 11.2-

6; onde seria a última ceia, Mc 14.13,16; predisse seus sofrimentos, e como morreria, Mt 16.21; 20.18,19; Jo

12.31,32; esta morte seria conseqüência da traição de um de seus discípulos, Mt 26.46,47; Jo 6.64; 13.18.21.

O Senhor Jesus também predisse que os discípulos o abandonariam e que Pedro o negaria, Mt 26.31,34,56,

74,75. Mas que ao terceiro dia ressuscitaria, e Ele associou sua ressurreição com a estada de Jonas no ventre

do grande peixe, Mt 12.39,40; 16.21; 27.63-66; Jo 2.19-21. Todas estas predições cumpriram-se cabalmente,

de maneiras a não deixar a menor dúvida a seu respeito.

Agora falando de futuro distante, nos Evangelhos sinópticos encontramos predições que dizem respeito

ao fim desta era. Os discípulos lhe perguntaram: ―Dize-nos quando sucederão estas coisas {destruição de

Jerusalém} e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século‖ Mt 24.3. O Senhor Jesus previu a

destruição de Jerusalém, fato já aconteceu no ano 70 d.C.; e tempos de intensa tribulação que antecederia a

sua vinda. Também predisse que sua vinda seria antecedida de crises em todas as áreas, religiosa, política,

social, e na natureza inclusive. Mas que aquele que perseverar até o fim será salvo. No livro de Apocalipse

Ele revela a João através de arrebatamento de espírito e de visões muito mais detalhes acerca do futuro,

porém agora depois de ressurgido de dentre os mortos. E o próprio anjo da revelação lhe diz: ―mantêm o

testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia‖ Ap 19.10.

4.2 – Sacerdote.

As funções do sacerdote, ou melhor, do Sumo sacerdote era sacrificar e interceder pelo seu povo. Portanto,

para tal deveria ser pessoa com algumas qualificações indispensáveis tais como ser irrepreensível, tolerante e

amoroso para com o próximo, Ex 39:30,31; Lv 21:6,8 Sl 106:16; tudo isso vemos em nosso Senhor Jesus, Lc

1:35; Hb 7:26; nosso Messias sacerdotal, como disse o escritor aos Hebreus em Hb 2:17: ―Por isso mesmo,

convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo

sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo‖. Em sua

humanidade sofreu tentações com um sacerdote sofre ou como uma pessoa comum, a fim de que pudesse se

compadecer de nós, Hb 4.15. Em suma Jesus é o nosso Sumo Sacerdote sacrificador, intercessor e eterno.

(1) Jesus, sacerdote sacrificador. O Sumo sacerdote antes de entrar no lugar santíssimo, que é uma

figura dos céus, deveria oferecer sacrifícios em favor do povo. De igual modo, o Senhor Jesus Cristo

ofereceu seu sacrifício em favor da humanidade para depois chegar à presença do Pai. Este sacrifício é o

preço do resgate pela culpa pago a Deus; não a satanás como pensam alguns, 1Pe 1:18,19 Ap 5:9. Este

sacrifício foi a sua própria vida, como Ele mesmo disse: ―o Filho do Homem, que não veio para ser servido,

mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos‖ Mt 20.28. Cristo é este sumo sacerdote que

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ofereceu seu sacrifício por nós, isto é, a sua própria vida a fim de nos resgatar da maldição do pecado e da lei

tornando-se maldição por nós, Gl 3.13; Hb 5.1-5.

(2) Jesus, sacerdote intercessor. Este também é um ofício de Cristo, o de interceder pelos homens.

Acerca deste ofício temos três referências em Hebreus: Hb 8:6; 9:15; 12:24; que nos fala de Jesus como

mediador de uma nova e melhor aliança. Para entendermos sobre o ofício da intercessão, devemos perceber

primeiro, a grandeza da gravidade do pecado humano para com Deus e sua santidade. Havia uma doce,

harmoniosa e perene comunhão entre Deus e o homem. Porém quando Eva foi levada a pecar e induzir de

igual modo a Adão; estavam concordando com a antiga serpente que é o “diabo” [que em grego diabolos

(diabolos), que quer dizer “falso acusador”, “caluniador”, “difamador”], que Deus estava mentindo quando

disse: ―é certo que não morrereis‖ Gn 3.4; contrariando assim o que Deus dissera, Gn 2.15-17. Caro leitor,

você já imaginou o que é o Deus da verdade e a própria Verdade ser passado como mentiroso?! Foi isso que

aconteceu. Quantas coisas expressaram aquele aparente ato de comer um fruto. Note, primeiro, eles o

desobedeceram; tudo quanto havia na terra e no jardim havia sido destinado ao homem, e somente uma

árvore Ele destinou para si no meio daquele imenso jardim, cheio de muitas árvores frutíferas. Quando o

homem tocou e comeu permitiu nascer nele um imenso egoísmo. Segundo, o casal ao desobedecer revelou

uma grande rebelião para com o Criador, uma tremenda afronta a sua autoridade. Assim o homem quebrou o

laço de comunhão com Ele, arcando também com todas as conseqüências advindas deste ato irrefletido;

desde então não houve paz, ao contrário temor. E é aí que entra a pessoa do sacerdote. Todos os sacerdotes

instituídos o eram pecadores, homens imperfeitos; porém foram ungidos sacerdotes como figura do

Sacerdote eterno, Jesus. Ele Jesus Cristo, depois de ter oferecido o sacrifício a Deus Pai na cruz do Calvário

entrou no “santo dos santos”, isto é, assentou-se a sua direita nos céus e por nós intercede, Rm 8.34. Através

de seu sacrifício e intercessão somos reconciliados com Deus plenamente Rm 5.10, pois através da justiça de

Cristo agora temos acesso a Deus, pois o véu foi rasgado, e temos também paz pela fé: ―Justificados, pois,

mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo‖ Rm 5.1.

(3) Jesus, Sumo Sacerdote eterno. Ele é sumo sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque; o

próprio Filho imaculado de Deus, Hb 5.5-6. Assim sendo, Ele hoje tem a honra nos céus e por toda

eternidade de ser adorado como nosso SALVADOR bendito, como está escrito: ―e, tendo sido aperfeiçoado,

tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem, tendo sido nomeado por Deus sumo

sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque‖ Hb 5.9-10. O próprio Deus havia jurado profeticamente a

respeito deste Sumo Sacerdote, falando de sua excelente ordem sacerdotal, cuja origem é eterna, acerca disso

está escrito em Hebreus 7:17 ―Porquanto se testifica: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de

Melquisedeque‖.

4.3 – Rei

Jesus Cristo como Rei e seu reino é um assunto muito proeminente na Escritura Sagrada. É o que podemos

afirmar com base nas referências que se seguem: Da 2:44; Mt 13:1-58; 22:1-14; Lc 13:22-30; 17:20,21; Rm

14:17; Ef 1:10,20-22; 1Pe 3:22. Como Rei do Universo sobre seus ombros repousa toda a autoridade que

somente Ele pode ter, Mt 28:18; Ef 1:17-23; Fl 2:9-11. O seu reino é distinto possuindo características

reunidas nele, que a nenhum outro pode ser comparado, pelo importante fato de ser de procedência divina. O

homem tornou-se incapaz de administrar, prover e exercer juízo e justiça. Porém, o Rei dos reis é tudo isso

que o homem mortal sonha ser e obter, Jo 5:22-27; 9:39; 1Co 15:25; Hb 10:12,13. Portanto, o reino de

Cristo será maravilhosamente impar desde que o mundo conheceu o governo político. Pois será um reino de

poder, de glória, e de graça.

(1) O Reino de Cristo e as maneiras como é denominado. O Reino é chamado de reino de Cristo, pois

Ele é a figura central do mesmo, Mt 16:28 Cl 1:13; é chamado de reino de Deus por causa de sua origem

divina, Lc 4:43; e por último é chamado também de reino dos céus, por causa de sua origem e consumação

nos céus, Mt 11:12. Qual a diferença entre as designações? O autor particularmente crê que nenhuma, pois

“enquanto Mateus, que se dirige aos judeus fala em „reino dos céus‟, Marcos e Lucas falam sobre o „reino de

Deus‟, expressão essa que tem o mesmo sentido daquela, ainda que mais inteligível para os que não eram

judeus. O emprego de „reino dos céus‟ em Mateus, certamente é devido à tendência, no judaísmo, de evitar o

uso direto do nome de Deus. Seja como for, nenhuma distinção quanto ao sentido, deve ser suposta entre

essas duas expressões, confira, por exemplo, Mt 5.3 com Lc 6.20”.

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CRISTOLOGIA – PAG. 22

(2) Cristo como Rei presentemente está assentado em seu trono celestial à mão direita do Pai. Como

Ele mesmo disse em Apocalipse 3:21: ―Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como

também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. O seu trono é um trono de graça, Hb 4:16; um trono

de julgamento, Ap 20:11-15; um trono de glória, Ap 4:3; 5:6. Concluímos o seguinte, posto que Ele já está

assentado em seu trono, logo obviamente Ele reina em todo Universo e na Igreja. Exceto na Terra, até que

venha o tempo de ouvir todas as orações dos santos em todas as eras: ―venha o teu reino; faça-se a tua

vontade, assim na terra como no céu‖ Mt 6.10; Lc 11.12.

(3) Cristo como Rei conquistador. No plano da redenção do mundo, o Senhor Jesus virá em glória

como Rei conquistador, que aniquilará o império do anticristo, Ap 19.11,16,19-21; e julgará as nações na sua

vinda, portanto, como Rei ele também exercerá juízo, 25.31-46. É neste tempo que o Rei dos reis e Senhor

dos senhores ampliará o seu domínio sobre a terra, onde o pecado, satanás e por último a morte serão

destruídos para todo o sempre, entretanto isto se dará no final do milênio, 1Co 15.25-26. Quando depois que

houver destruído a morte entregará o domínio a Deus Pai, 1Co 15.24.

4.4 – Os estados de Cristo.

Os estados da vida de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo podem ser resumidos em apenas três palavras:

pré-encarnação, humilhação e exaltação.

(1) O estado pré-encarnação. Pré-encarnação refere-se a Cristo na eternidade passada como pessoa

participante do Deus Trino; conforme estudamos anteriormente. Ainda acerca deste assunto, quero citar uma

curiosidade do trecho do credo de Nicéia: que é o ultimo parágrafo deste credo contendo anátemas, mas que

depois foram retirados: ―Aos que dizem, pois, que houve quando o Filho de Deus não existia, e que antes de

ser concebido não existia, e que foi feito das coisas que não são, ou que foi formado de outra substância ou

essência, ou que é uma criatura, ou que mutável variável, a estes a igreja católica (universal) anatematiza‖.

Crer em Cristo em seu estado de pré-encarnação é aceitá-lo como Deus eterno, princípio e fim de todas as

coisas, como está escrito em Apocalipse 22:13 ―Eu sou o Alfa e o Ômega, o Primeiro e o Último, o

Princípio e o Fim‖. (vide também Ap 1.8; 21.6)

(2) O estado de humilhação. Este estado diz respeito à humanização do Verbo como descreve João: ―E

o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do

unigênito do Pai‖ Jo 1.14. A palavra ―habitou‖ dita por João que descreve a moradia do “Logos” eterno

conosco, vem da palavra grega (skenoo – skhnow) que quer dizer literalmente: fixar tabernáculo, armar a

sua tenda. O estado de humilhação vai desde a concepção de Jesus Cristo em Maria até a sua crucificação e

morte. Crer em Cristo e seu estado de humilhação é saber do seu triunfo sobre as hostes do inferno (Cl 2.15),

e também é um importante passo para aceitá-lo como Salvador de nossas almas. Pedro nos convida a

crescermos perenemente em Cristo: 2 Pedro 3:18 ―antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso

Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.

(3) O estado de exaltação. Assim como na humilhação Cristo desceu vários degraus; de igual modo na

sua exaltação subiu vários. Os fatos que nos mostra os degraus de sua exaltação são os seguintes: na

ressurreição, na ascensão aos céus; e no assentar a mão direita de Deus Pai, onde está cima de toda

autoridade que se nomeia no universo conforme disse Paulo em Efésios 1.19-21: ―e qual a suprema

grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu

ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo -o sentar à sua direita nos lugares celestiais,

acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir, não só no

presente século, mas também no vindouro‖. A exaltação de Cristo diz-nos respeito do cumprimento fiel das

profecias do A.T., e confirmadas no Novo Testamento: Sl 16.10; At 2.31; 5.31; 13.35-37; Rm 1.4.

O estado de exaltação reveste-se de grande importância, pois na ressurreição de Cristo Jesus está o seu

triunfo sobre a morte, e a nossa garantia de participarmos de bênçãos diversas: a certeza de salvação, o

privilégio de participarmos de sua natureza, a ressurreição de nossos corpos, e a transformação de nossos

corpos em corpos glorificados. Também assim como Ele ascendeu aos céus, como Igreja de Cristo subiremos

com ele na sua volta. E finalmente, assim como Ele desfruta de lugar privilegiado nos céus, à destra de Deus

Pai, de igual modo também teremos privilégio semelhante.

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PR. RONALDO BATISTA PEREIRA – PAG. 23

Gráfico dos Estados de Cristo

Nota: Observe que no gráfico acima, o estado e pré-encarnação refere-se a Cristo na eternidade, por isso está

acima da linha divisória. De igual modo o estado de exaltação, porquanto este começa na ressurreição e

atravessa os séculos seguindo eternidade adentro. A figura representada abaixo da linha divisória,

compreende na encarnação do Verbo como “Deus Conosco” que é o tempo vida de Jesus como homem de

apenas 33 anos.

Gráfico dos Ofícios de Jesus Cristo

Ministério terreno de Jesus Ministério sacerdotal de Jesus O reino de Jesus na terra

EVA UNIDADE 4 – MARQUE COM X A ALTERNATIVA CORRETA

1) Quais são os principais ofícios do Senhor Jesus Cristo?

a. __ Profeta, salvador e advogado.

b. __ Profeta, sacerdote e juiz.

c. __ Profeta, sacerdote e rei.

2) A que profeta do AT Jesus se assemelhou?

a. __ Moisés

b. __ Samuel

c. __ Elias

3) A mensagem do Reino trazida por Jesus abrangia que aspectos?

a. __ Presente, futuro e interior.

b. __ visível e invisível

c. __ Todas as alternativas estão corretas.

4) Quais qualificações indispensáveis deveriam ter o sacerdote?

a. __ Inteligente, tolerante e amoroso.

b. __ Irrepreensível, tolerante e amoroso.

c. __ Irrepreensível, talentoso e amoroso.

Sua morte

Sua ascensão

Profeta Sumo Sacerdote nos Céus Rei Conquistador e Juiz

A Igreja através

dos tempos até o

momento do

arrebatamento.

Cristo volta com sua Igreja para

reinar no mundo.

Estado de exaltação

Estado de pré-encarnação

Estado de

humilhação

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CRISTOLOGIA – PAG. 24

5) Qual o significado da palavra grega “diabolos”?

a. __ Falso acusador

b. __ Inimigo

c. __ Satanás

6) De que é o trono de Cristo?

a. __ De graça, julgamento e poder.

b. __ De graça, condenação e poder.

c. __ De graça, julgamento e glória

7) A que tempo se refere o estado de pré-encarnação de Cristo?

a. __ A Cristo na criação

b. __ A Cristo na eternidade

c. __ A Cristo no juízo final

8) Qual o credo que anatematizou todo aquele que não cria na preexistência de Cristo?

a. __ Credo de Nicéia

b. __ Credo de Calcedônia

c. __ Credo de Constantinopla

9) Qual o sentido da palavra grega skenoo?

a. __ Fixar tabernáculo

b. __ Amarrar a tenda

c. __ Todas as alternativas acima estão corretas

10) Qual a ordem correta dos degraus da exaltação de Cristo?

a. __ Ressurreição, ascensão, direita de Deus.

b. __ Ascensão, ressurreição, direita de Deus.

c. __ Direita de Deus, ascensão e ressurreição.

Unidade 5 - A Obra Redentora de Jesus Cristo

No afã de uma melhor e mais completa compreensão acerca da obra redentora do nosso Senhor Jesus Cristo;

é que torna-se necessário esta lição dedicada a este assunto. Isto porque com tantas e tantas centenas de anos

passados, e o fato de não estarmos acostumados com o uso de determinados termos e figuras que um judeu

estava acostumado a ver em seus dias (dias bíblicos). Torna-se necessário estudar este assunto.

5.1 – Definindo aspectos da obra do Redentor.

Deus não foi tomado de surpresa e obrigado a forjar um plano de última hora, quando homem caiu em

desobediência. Ao contrário, Ele tinha preparado um plano de redenção desde a eternidade, caso o homem

viesse a pecar. Por isso o Senhor Jesus Cristo é chamado de ―o Cordeiro que foi morto desde a fundação do

mundo‖, Ap 13.18. Na mente onisciente de Deus, Ele via completamente o início e o fim de todas as coisas:

criação, redenção e consumação. “Na criação todas as coisas partem de Deus, na redenção todas as coisas

voltam a Deus, e na consumação, todas as coisas terminam em Deus”. Portanto, o Senhor Jesus Cristo na

presciência do Deus Trino já havia sido ordenado como nosso redentor antes de todas as coisas, At 2.23; Ef

1.14; Tt 1.2; 1Pe 1.19-20.

(1) O que precisava ser resgatado. A concepção do plano de redenção ocorreu no céu, na eternidade

visando à regeneração de todas as coisas, At 3.21. Mas que coisas são essas? Em primeiro lugar o ser

humano precisa ser resgatado, em seu corpo, alma e espírito, do poder do pecado e do poder de satanás; e em

segundo, a natureza que geme e suporta angústias, Rm 8.22. O pecado trouxe conseqüências astronômicas

que abalou, influenciou e contaminou todas as coisas. Portanto, todas as coisas ficaram sujeitas ao “cativeiro

da corrupção” e aguardam também a sua redenção, Rm 8.21. Satanás o arque-inimigo de Deus, sustenta um

ódio cruel contra Ele e o ser humano. Por causa deste ódio busca desesperadamente destruir os homens

escravizando-os no pecado, no temor da morte, causando enfermidades, etc. como o Senhor Jesus sintetizou

quando o comparou a um terrível ladrão: ―O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para

que tenham vida e a tenham em abundância.‖ – Jo 10.10. E o homem por si só não tem a menor condição

de escapar de suas mãos, inclusive o diabo é o nosso acusador perante Deus, e mediante o pecado encontra-

se em vantagem sobre o ser humano tendo direito sobre sua vida. A não ser que este venha ser resgatado pelo

sangue de Jesus Cristo.

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PR. RONALDO BATISTA PEREIRA – PAG. 25

(2) A necessidade de um redentor. Se haviam coisas que precisavam de resgate, logo se torna

indispensável à pessoa de um redentor ou remidor. Encontramos em Gn 3.15 a primeira promessa de um

redentor, onde Ele é chamado de “a semente da mulher” que feriria mortalmente serpente (o diabo) em sua

cabeça. Em Jesus Cristo vemos o cumprimento da promessa de Deus e o seu título predominante como nosso

redentor é o de “Cordeiro de Deus”. Quando João Batista viu a Jesus disse: ―Eis o Cordeiro de Deus, que

tira o pecado do mundo!‖ Jo 1.29. Ao ouvir estas palavras, os judeus logo podiam associá-lo aos sacrifícios

exigidos na Lei, ao redentor prometido, e a expiação. Figuras abundantemente encontradas em sua tradição

religiosa e na Lei Mosaica. Pelo que entendiam plenamente o que João queria dizer.

(3) O preço do resgate. Através do pecado veio a culpa, e o homem ficou em débito com Deus. E

quem o poderia pagar? Pois o resgate de uma alma é caríssima, Sl 49.8. No Antigo Testamento vemos que o

preço para expiação do pecado era o sangue inocente de animais derramado em propiciação (favor) do

pecador, porém arrependido. Sem sangue é impossível a remissão, Hb 9.22. Deus fez uma aliança de sangue

matando um animal a fim de vestir o homem e a mulher, depois que estes pecaram no Éden, Gn 3.21; o que

aponta para as vestes de justiça que a posteridade viria a receber, Rm 5.1; Ap 19.8. Quando os hebreus

estavam escravos de Faraó no Egito, fez também uma aliança de sangue com o povo hebreu por meio de

Moisés, para liberta-los do cativeiro e de Faraó, Ex 24.8; Hb 9.20. Ali tratava-se da libertação do povo

hebreu de um cativeiro físico, material, político. O que é uma analogia da libertação que Jesus Cristo oferece

no plano espiritual.

Através de Moisés foi instituída a lei do sacrifício que encontramos em Levíticos. Porém esta embora

fosse boa era temporária, e era uma figura da Nova Aliança no sangue de Jesus Cristo. Portanto, o preço do

resgate do homem se dá através do sangue de Jesus Cristo o Filho do Deus vivo, Hb 9.14.

5.2 - O ministério público do Redentor.

Como já foi dito anteriormente, o plano divino da redenção foi projetado desde a eternidade. E nele consta o

ministério público de nosso Senhor Jesus Cristo. Que se refere principalmente a destreza no transmitir a

mensagem do reino com erudição por Isaías: ―O Senhor Deus me deu língua de eruditos, para que eu saiba

dizer boa palavra ao cansado. Ele me desperta todas as manhãs, desperta-me o ouvido para que ouça como

os eruditos. O Senhor Deus me abriu os ouvidos, e eu não fui rebelde, não me retraí‖ Is 50.4-5. Porém, o seu

ministério público assume vários aspectos desde quando foi projetado nos céus, conforme se vê abaixo:

(1) Batismo no rio Jordão. O batismo de Jesus Cristo é um importante marco no início do ministério

público do Redentor, não pelo fato do batismo em si. Porquanto naquela ocasião muitos foram para serem

batizados por João. Não queremos dizer com isso que o mesmo não foi importante, porque o foi. E Jesus não

foi batizado porque tivesse pecado, mas como Ele mesmo disse a João quando este o questionou quando foi

para ser batizado por ele: ―Deixa por enquanto, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele

o admitiu‖ Mt 3.15. Entretanto, o fato foi de grande relevância porque, em primeiro lugar, temos o batismo

narrado pelos quatro evangelistas, Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21-22; Jo 1.32-34. Em segundo, os

evangelhos sinóticos registram o reconhecimento de Jesus por João Batista como o batizador no Espírito

Santo. Porém o Evangelho de João, João Batista o notifica com um detalhe a mais, aponta-o como o

―Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo!‖, Jo 1.29; aquele que tem a primazia por ser eterno, Jo

1.30; Ele também testificou de Jesus dizendo: ―Ele é o Filho de Deus‖ Jo 1.34. Estas afirmações nos lábios

de João revestem-se de significado especial por ser Ele um grande profeta em seus dias, por também ser o

precursor de Jesus o Messias, Mt 3.3. E ainda, pelo fato de testemunhar a descida do Espírito Santo sobre

Jesus, na forma corpórea como de uma pomba, Mt 3.16. João acerca da descida do Espírito Santo disse: ―E

João deu testemunho, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba, e repousar sobre ele. Eu não o

conhecia; mas o que me enviou a batizar em água, esse me disse: Aquele sobre quem vires descer o Espírito,

e sobre ele permanecer, esse é o que batiza no Espírito Santo‖ Jo 1.32-33. Depois do batismo Jesus Cristo

sai da obscuridade e abraça o seu ministério público, levando a mensagem de arrependimento, pois segundo

Ele chegara o reino dos céus, Mt 4.17.

(2) O ministério de doutrina. Quanto a esse serviço de Cristo, o de doutrina, que no grego é didache

(didach), é o ato de ensinar, ou dar instrução em assembléias religiosas dos cristãos, falar do modo de

ensino, em distinção de outros modos de oração em público. Segundo J.M. Price em seu livro A Pedagogia

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CRISTOLOGIA – PAG. 26

de Jesus, “Ninguém esteve melhor preparado, e ninguém se mostrou mais idôneo para ensinar do que Jesus.

No que toca às qualidades, bem como noutros mais respeitos, Jesus foi o mestre ideal”. Quando pensamos

em Jesus como pessoa idônea para ensinar lembramos de suas qualidades que o tornava idôneo para tal

ministério: Jesus Cristo é a encarnação da Verdade (Jo 14.6), pois Ele falava do que vivia e era o que lhe

dava tamanha autoridade, Mc 1.22; também nele vemos o desejo de servir, “brilhou sempre no caráter de

Jesus esse interesse profundo pelo bem estar de todos. Jesus se interessava mais por pessoas do que por

credos, cerimônias, organizações ou equipamentos. Via o povo como „ovelhas sem pastor”, Mc 6.34. Nosso

Mestre cria profundamente no poder do ensino, e Ele foi reconhecido e chamado de “Mestre e rabi” em todos

os Evangelhos. Assim crendo, Ele lançou mão do método educativo, e não do método de força política, ou de

propaganda, ou do poder. E por isso chamou os doze para estar com Ele, e ensiná-los a fim de serem tal qual

seu Mestre, seguindo o seu exemplo. O seu conhecimento adquirido das Escrituras, combinado com a

compreensão da natureza humana e o domínio da arte de ensinar, fazem de Jesus Cristo o mestre por

excelência. Admirado e seguido por outros mestres em Israel, como por exemplo Nicodemos, Jo 3.1-7; 7.50;

19.39.

Mas qual era o objetivo primor deste ministério de Jesus Cristo? Ele sempre soube o que queria, não

ensinava por mera vocação e jamais por vaidade de ser chamado Mestre como os fariseus, mas o seu objetivo

precípuo era trazer vida aos seus ouvintes, como Ele mesmo disse: ―vim para que tenham vida‖ Jo 10.10.

Ele buscou assim, “transformar as vidas de seus discípulos, e, por meio deles, transformar outras vidas e

regenerar a sociedade humana”. Ainda segundo Price, o seu objetivo geral era: primeiro, o de formar ideais

justos; segundo, formar convicções fortes; terceiro, converter a Deus seus discípulos, religa-los ao Todo

Poderoso; quarto, ajudá-los a resolver os problemas da vida, assim Jesus Cristo ama seus seguidores

interessando-se em seus problemas e solicitudes; quinto, formar em seus seguidores caracteres maduros:

“Jesus desejava não apenas obter uma resposta definida para seus ensinos, e nem só resolver por meio deles

problemas específicos da vida. Ele olhava ainda mais para diante, e desejava assim, desenvolver em seus

seguidores aquelas graças que lhes possibilitariam conjurar fraquezas e vícios e fazer deles caracteres fortes,

íntegros e verdadeiramente cristãos”. Sexto, Ganhar, treinar e enviar discípulos como líderes para efetuarem

e perpetuarem a sua obra até a sua volta. Assim acompanhando Jesus de perto, eles (seus discípulos)

puderam mirar em seu exemplo e posteriormente serem bem sucedidos seguindo as pisadas de nosso Senhor

e Mestre. Disseminando o seu ensino, o Evangelho, a salvação, etc., como Ele mesmo ordenou: “ensinando-

os a guarda todas as coisas” que os havia ensinado anteriormente, Mt 28.18-20.

(2) O ministério de milagres diversos. A palavra milagre de nosso idioma vêm do latim „miraculu‟,

que segundo o Aurélio é feito ou ocorrência extraordinária, que não se explica pelas leis na natureza;

acontecimento admirável, espantoso. Segundo Bauer, “o milagre é um evento sensível em que se verifica a

irrupção de Deus na história dos homens”. Almeida traduz para o português em nossas Bíblias: milagres,

maravilhas, sinais, poderes, etc., referindo-se a fatos históricos narrados nos Evangelhos produzidos por

Jesus: Ele atribuiu seus milagres ao “Dedo de Deus”, o Espírito Santo.

De forma geral os milagres podem ser agrupados em quatro blocos, segundo João Ferreira Santos em

seu livro „Teologia dos Milagres de Jesus‟ pela JUERP: “milagres sobre os elementos da natureza, curas das

enfermidades, expulsão de demônios e ressuscitação de mortos. Entendemos que os evangelistas ao narrarem

esses milagres, tinham a intenção de apresentar Jesus respectivamente como: Senhor da natureza, o Salvador

dos homens, o vencedor de satanás e o vencedor da morte”. O maior milagre no Novo Testamento é a

ressurreição de Jesus, pois por ela fica comprovado por definitivo quem Ele é; e nos dá a mais absoluta

garantia do cumprimento de suas promessas.

Quanto ao objetivo de seus milagres, quando Jesus expulsava demônios, era a maneira de mostrar

seguramente que o “reino de Deus” havia chegado dentre os homens, Mt 12.28; Lc 11.20. Os milagres

mostravam o início duma nova era, a era messiânica que anteriormente muitos santos e profetas gostariam de

tê-la presenciado, Mt 13.17. Eles revelam a unção e também a atuação do Espírito Santo por meio de Jesus,

Lc 4.18; At 10.38.

Os milagres de Jesus “tem por traz de si um apelo de Deus ao homem”. O apelo à fé, ao

arrependimento e a comunhão com Deus. Porém houve momentos em que se recusou fazer sinais, por

exemplo, na tentação no deserto (Mt 4.1-2), quando os escribas e fariseus lhes lhe pediram, Mt 12.38-39;

16.1-4; Mc 8.12; Lc 11.29. Também houve situações em que não pôde operar sinais pela falta de fé do povo,

principalmente em Nazaré de onde era oriundo. Não que Deus dependa da fé para operar sinais, pois Ele não

depende. Caso fosse assim, o mérito seria mais humano do que divino. Mas Deus assim procede para que os

homens desenvolvam uma vida de íntima comunhão com Ele.

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PR. RONALDO BATISTA PEREIRA – PAG. 27

(3) O ministério profético do Redentor. Quanto ao ministério profético de nosso Senhor Jesus Cristo,

leia, por favor, nos ofícios de Cristo: Jesus como profeta é revelador do futuro.

5.2 – Sua morte redentora (o sacrifício de Cristo).

Quanto à morte redentora de Jesus Cristo, marca o cumprimento fiel das profecias do Antigo Testamento. Os

judeus têm dificuldade de aceitar, posto que, Ele morreu como um malfeitor. Havia certa confusão nos dias

do Novo Testamento quanto à personalidade do Messias: uns criam e esperavam um messias político, outros

um messias sacerdote, e ainda havia outros que aguardavam dois messias político e sacerdote. O desejo

intenso de serem Nação livre os estorvava duma compreensão maior das profecias do A.T. Hoje

compreendemos perfeitamente que trata-se da mesma pessoa no tocante ao plano divino da redenção em

duas distintas fases: a primeira, Ele veio para redimir, salvar, ser sacrificado como analogicamente

encontramos nos sacrifícios da Lei; a Segunda, Ele vem para reinar sobre o mundo.

Segundo o “Léxico Bíblico Litúrgico” do Pe. Frederico Dattler acerca deste assunto (o conceito de

substituição) diz o seguinte: O sacrifício do NT é a morte e glorificação de Cristo o qual “morreu por nós”,

da mesma maneira que as vítimas expiatórias do AT morreram em substituição dos ofertantes. O gesto da

imposição das mãos simbolizava esta representação: “Porá a mão sobre a cabeça da vítima, que será aceita

em seu favor para lhe servir de expiação.” – Lv.1.4; cf.3.2,8,13; 4.4,15,24,29,33; 16.21.

(1) Sacrifício perfeito. Jesus é o autor duma perfeita e eterna salvação, Hb 5.9; 7.25. Na Lei Mosaica o

penitente deveria comparecer diante de Deus levando sacrifício de animais todos os anos por meio do

sacerdote. Jesus, porém, nosso Sumo Sacerdote, ofereceu um único sacrifício através do qual aniquilou o

pecado, Hb 9.26; 10.26. Vejamos o porquê da perfeição e superioridade do sacrifício de Cristo: 1) por causa

do santuário mais perfeito, Hb 9.11; cf. Hb 9.23,24; 2) por causa do sangue mais perfeito, Hb 9.12a; cf. 10.4;

por causa do efeito mais penetrante, definitivo e eterno: Hb 9.12; por causa do oferecimento único, não

sendo possível a repetição, Hb 9.12b; cf. vv.25ss; por causa da purificação mais perfeita e interior, Hb 9.14;

cf. vv.9,10; 10.5-10; por causa da aliança mais perfeita a que pertence, Hb 9.15; vv. 16ss.

A menção do Espírito Eterno unido ao sangue de Cristo, faz contraste ao sangue de animais, Hb 9.12; em

termo de eficácia, segundo o escritor aos Hebreus, pois é melhor.

(2) Sacrifício oferecido a Deus. O pecado é uma ofensa a Deus, portanto, os sacrifícios são oferecidos

a Ele.

(3) Sacrifício expiador. Expiador vem da palavra expiação, e EXPIAÇÃO é em hebraico (kaphar -

rpk) e quer dizer literalmente “cobrir” referindo-se ao perdão dos pecados daqueles que se arrependem

deles e os confessam, acompanhado de reconciliação com Deus, através do sacrifício de uma vítima

inocente. No AT a vítima era um animal, figura e símbolo do Cristo crucificado, Lv 1.1-17; 7.1-38; Hb 9.19-

28.

(4) Sacrifício redentor. O preço pago para libertação de alguma pessoa, por exemplo, prisioneiros de

guerra era chamado de resgate, em grego (lutron – lutron); este termo é usado também para designar o

preço pago pela libertação de um escravo. A morte de Cristo é o preço do “lutron” pago a Deus em favor de

muitos, Mc 10.45; para libertá-los da culpa e escravidão ou aprisionamento do pecado: ―Digno és de tomar o

livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem

de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre

a terra‖ Ap 5.9-10.

(5) Sacrifício reconciliador. Um outro aspecto do sacrifício de Cristo é que traz paz mediante a fé em

Jesus Cristo, Rm 5.1. O ser humano em seu estado natural não goza de paz interior, pois mediante a ofensa

do pecado, este ficou separado de Deus, Is 59.1. Agora mediante o sacrifício de Cristo recebemos paz e

reconciliação do (gr. Katallage – katallagh), isto é, somos reconciliados, restaurados no sacrifício de

Cristo para Deus, Rm 5.10; 2Co 5.19.

(6) Sacrifício propiciador. A propiciação no NT (gr. Ilasterion - ilasthrion) é ato realizado para

aplacar a ira de Deus, de modo a ser satisfeita a sua santidade e a sua justiça, tendo como resultado o perdão

do pecado e a restauração do pecador à comunhão com Deus. No AT a propiciação era realizada por meio

dos sacrifícios, os quais se tornaram desnecessários com a vinda de Cristo, que se ofereceu como sacrifício

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CRISTOLOGIA – PAG. 28

em lugar dos pecadores, a hilasterion é usada em Rm 3.25; outro termo traduzido como propiciação em

nossas Bíblias acha-se em 1Jo 2.2, onde Jesus é a Ilasmos (kai autov ilasmov - e ele é a

propiciação) que satisfaz a Deus em nossos pecados. O mesmo termo aparece em Jo 4.10, nesta

passagem João carinhosamente nos mostra Deus como aquele nos ama e envia seu Filho como

ilasmos (propiciação) pelos nossos pecados.

(7) Sacrifício vivificador. Assim que através Adão todos conhecemos o pecado e morte, pois ambos

passaram por todos os homens, Rm 5.21; de igual modo em Cristo Jesus conhecemos a ressurreição e a vida,

pois Ele mesmo disse: ―Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.‖

– Jo 11.25. Paulo descreve o estado deplorável do homem sem Deus na carta aos Efésios 2.1-6, e depois a

vida conquistada através de Cristo mediante seu sacrifício: ―Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos

delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da

potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós

andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e

éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por

causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente

com Cristo, —pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares

celestiais em Cristo Jesus‖.

(8) A importância da morte de Jesus. O elevado salário do pecado é a morte, Rm 6.24. O pecado e a

morte passaram a todos os homens por meio de Adão como o efeito dominó. De sorte que Deus ao olhar do

céu para a terra não viu nenhum justo sequer, ―todos pecaram e carecem da glória de Deus‖ Rm 3.23.

Assim, a morte de Jesus Cristo, o Filho de Deus, foi indispensável para nossa redenção completa do poder do

pecado e de satanás, que exerce direito legal sobre todos os homens mediante a acusação de pecado. Pois ele

é o acusador de nossos irmãos, segundo Ap 12.10. Jesus cravou na cruz a cédula de acusação que era contra

nós; vejamos o que diz o apóstolo Paulo a respeito:

Colossenses 2.13-15 – ―E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela

incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo

cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial,

removeu- o inteiramente, encravando-o na cruz; e, despojando os principados e as potestades, publicamente

os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz‖.

Os efeitos da morte de Jesus Cristo nosso Senhor é sentido em todas as dimensões: Na terra, no céu,

no inferno; presente, passado e futuro até a eternidade; entre os habitantes celestiais, terrenos e infernais. A

morte de Cristo é a absoluta e completa vitória da Vida sobre o império da morte; porquanto Ele provou a

morte em lugar de todos os homens, Rm 5.17,21. E ainda por esta morte trouxe: trouxe à luz a vida e a

imortalidade, mediante o Evangelho, 2Tm 2.10. Portanto, aquele fluxo interminável de destruição causado

pelo pecado foi interrompido, na vida daqueles que foram reconciliados com Deus mediante a morte de Jesus

Cristo. Para que possam ser co-participantes da natureza divina e santos, inculpáveis e irrepreensíveis, Cl

1.23; 2Pe 1.4.

(9) O sepultamento de Jesus. Reservamos um tópico para falar acerca do sepultamento do corpo de

Jesus, o Filho do Deus Altíssimo. Pois, durante a história da Igreja têm surgido heresias afirmando que seu

sofrimento e morte foram aparentes; ou que Ele não ressuscitou em carne e sim em espírito. Concluímos que

à medida que analisamos os detalhes acerca do sepultamento de Jesus, eliminamos toda dúvida que

porventura alguém possa ter. Pois de fato Ele morreu, por isso foi sepultado e ressuscitou.

A hora nona, que era a hora do sacrifício (i.e. 15 horas), Jesus entrega seu espírito e morre. O espesso

e resistente véu do templo rasga-se de alto abaixo. Lentamente a terra começa a tremer, e as pedras começam

a se partir; somado a isso, tudo estava escuro desde a hora sexta (12:00 hs.) causando espanto. E,

imediatamente a morte de Jesus Cristo, os soldados para se certificarem da mesma o perfuraram seu peito

com uma lança, donde saiu sangue e água. Como era sexta feira, e o sábado judeu começa na sexta às 18:00

hs., José homem ilustre da cidade de Arimatéia, discípulo oculto de Jesus, e que era: rico, membro do

Sinédrio, homem bom e justo; que segundo Lucas, (não tinha concordado com o desígnio e ação dos outros),

e que esperava o reino de Deus, procedeu rapidamente o sepultamento do corpo de Jesus junto com

Nicodemos, pois também Páscoa. Nicodemos é aquele que anteriormente viera ter com Jesus à noite, foi,

levando cerca de cem libras de um composto de mirra e aloés. José buscou autorização junto a Pilatos com

rogos para a liberação do corpo para efetuarem o sepultamento.

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O túmulo era novo escavado na rocha, e pertencia a José de Arimatéia. Depois de o corpo de Jesus ser

envolvido em lençóis de linho novos e brancos junto com os aromas especialmente preparados como era a

tradição. Depositaram o corpo no sepulcro e o fecharam revolvendo uma pesada pedra. Pela índole dos que o

sepultaram, pois são homens reconhecidamente justos e discípulos discretos de Jesus, percebe-se que não

houve qualquer fraude quanto à morte de Jesus como já chegaram a suspeitar.

Depois do sepultamento houve certa preocupação por parte dos líderes religiosos quanto à guarda do

corpo do Senhor Jesus para que ninguém o roubasse. Assim sendo, pediram a Pilatos a segurança do sepulcro

até o terceiro dia como descreve Mateus, Mt 27.63-64. E ele concedeu a guarda, que manteve a segurança do

mesmo até o domingo pela manhã quando o Senhor Jesus Cristo ressuscitou dos mortos.

5.3 – Sua ressurreição.

Romanos 14.9 – ―Foi precisamente para esse fim que Cristo morreu e ressurgiu: para ser Senhor

tanto de mortos como de vivos‖.

1Coríntios 15.3-4 – ―Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos

nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as

Escrituras‖.

(1) O fato da ressurreição de Cristo. Descreveremos detalhes encontrados nas Santas Escrituras acerca

deste importante fato histórico narrado nos Evangelhos. Como nos apresenta todos os evangelistas era

domingo, o primeiro dia da semana, um novo dia que estava amanhecendo e trazia consigo um brilho

especial de esperança. Não no brilho do sol, pois este logo iria embora uma vez mais. Mas no brilho da

ressurreição de Jesus Cristo Nosso Senhor e Salvador, a resplandecente Estrela da Manhã.

Depois de um grande terremoto, em conseqüência de um poderoso anjo do céu que desceu para servir

seu Senhor e Mestre removendo a pedra do sepulcro. O seu aspecto era de poderoso e causou tremendo medo

nos soldados romanos que ficaram como mortos. O anjo depois de remover a pedra assentou-se sobre ela e

pôs-se a falar com as mulheres que tinham vindo ao sepulcro: ―Não temais; porque sei que buscais Jesus,

que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia.‖ Mt 28.6-7. O

apóstolo João conta como elas foram apressadamente e contaram aos discípulos; Pedro e João depois de as

ouvirem correram ao sepulcro. Sendo João mais novo chegou primeiro, porém não quis entrar. Mas Pedro

embora tenha chegado depois entrou e creu; e também em seguida João entrou e creu. Pois ambos

lembraram-se das Escrituras que diziam que era necessário que ressuscitasse dos mortos, Jo 20.9. Depois

disso Jesus se manifestou em vários lugares e situações diferentes.

(2) O que significa a ressurreição do Senhor Jesus Cristo? Quando procuramos um sentido para morte

e principalmente ressurreição dele, nossa fonte primária de consulta continua sendo a Bíblia Sagrada, a fim

de estabelecermos uma compreensão exata daquilo que Deus quer que tenhamos. Imaginemos algumas

pessoas (forasteiros) buscando se informar a este respeito nos dias do NT, e perguntassem a Pedro: Irmão

Pedro o que significa a ressurreição de Jesus? E ele então responderia: ―Irmãos, seja-me permitido dizer-vos

claramente a respeito do patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado, e o seu túmulo permanece entre nós

até hoje. Sendo, pois, profeta e sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes se

assentaria no seu trono, prevendo isto, referiu-se à ressurreição de Cristo, que nem foi deixado na morte,

nem o seu corpo experimentou corrupção. A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos

testemunhas.‖ At 2.29-32. Entendemos em primeiro lugar esta resposta como fidelidade de Deus à sua

Palavra profetizada. Em segundo, a ressurreição significa a divindade de Jesus Cristo declarada, Rm 1.4;

terceiro ele ressuscitou para ser Senhor dos mortos e dos vivos, Rm 14.9; quarto, a ressurreição é a causa da

nossa justificação, através da qual estamos livres de toda sentença condenatória, Rm 4.25; 8.34. Portanto,

através da confissão procedente de um coração cheio de fé somos salvos, Rm 10.9. Também significa outras

coisas: para que aqueles que vivem não vivam mais para si, 2Co 5.15; a viva esperança da Igreja, 1Pe 1.3;

significa que Jesus tem consigo a chave da morte e do inferno, e Ele a destruirá, 2Tm 1.10; Ap 1.18.

(3) Questões levantadas sobre a ressurreição. O Senhor Jesus morreu precisamente à hora nona (15:00

hs.) de sexta feira, porém no domingo pela manhã ressuscitou. Existem, porém algumas argumentações que

procuraram anular a fé no fato da ressurreição. A primeira é que Jesus não morreu, mas que desmaiou;

muito bem pensemos a respeito: se Jesus desmaiou e depois de três dias sem comer e beber se apresentou aos

discípulos estaria muito fraco e cheio de feridas, como poderia Ele convencer aos seus discípulos e

principalmente a Tomé que era o Messias prometido? É claro que não os convenceria, de que era o Cristo e

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os faria pregar no dia de Pentecostes, com toda autoridade e persuasão. Outrossim, suponhamos que tivesse

desmaiado não escaparia da morte jamais da lancetada no coração dada pelo soldado romano com a lança,

d‟onde saiu sangue e água.

Segunda, seu corpo teria sido roubado por seus discípulos após seu sepultamento. A essa questão

perguntamos o seguinte: onze discípulos cheios de medo como estavam, a ponto de abandonarem Jesus,

teriam coragem de enfrentar a bem preparada guarda romana que vigiava o sepulcro? Principalmente,

quando estes estavam de sobreaviso por meio dos sacerdotes judeus, de uma possível intenção de roubo do

corpo? Impossível. Pois veja o que diz João 20:19: ―Ao cair da tarde daquele dia, o primeiro da semana,

trancadas as portas da casa onde estavam os discípulos com medo dos judeus, veio Jesus, pôs-se no meio e

disse-lhes: Paz seja convosco!

Terceira: teria os discípulos tido uma visão acerca da pessoa de Jesus ressuscitado? Observe que Jesus

apareceu em lugares diferentes, a diferentes discípulos: Maria Madalena no sepulcro, Jo 20.11-18; no

caminho de Emaús a dois deles, Lc 24.13; aos onze quando estavam reunidos no cenáculo de portas

fechadas, Jo 20.19, 26; novamente aos discípulos enquanto estes pescavam, Jo 21.5-11; Paulo também

comenta acerca das testemunhas, 1Co 15.1-8. Estas aparições de Jesus em nada se parecem com visões.

Quarta: Jesus ressuscitou em espírito. Dou graças a Deus pela falta de fé de Tomé nos depoimentos

das mulheres e de Pedro e João. Pois Jesus apresentou-se aos discípulos e em especial a ele a fim de tirar-lhe

toda a dúvida. E o questionamento e a falta de fé de Tomé serviu para que tivéssemos mais fé hoje observe:

João 20.26-29 – “Passados oito dias, estavam outra vez ali reunidos os seus discípulos, e Tomé, com

eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se no meio e disse-lhes: Paz seja convosco! E logo disse a

Tomé: Põe aqui o dedo e vê as minhas mãos; chega também a mão e põe-na no meu lado; não sejas

incrédulo, mas crente. Respondeu-lhe Tomé: Senhor meu e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste,

creste? Bem-aventurados os que não viram e creram‖.

Ora é claro que se Jesus tivesse ressuscitado em espírito como iria Ele mandar Tomé colocar a mão

em suas cicatrizes? Devemos entender que os demônios são mentores de heresias e por isso somos

orientados a provar a procedência dos espíritos, se são de Deus ou não, Jo 4.1-3. Por mandamento bíblico e

experiência do próprio autor, todo espírito que nega que Jesus veio ou ressuscitou em carne não procede de

Deus e deve ser repreendido no nome de Jesus.

Quinta e última questão: não seria a ressurreição de Jesus uma lenda ou invenção? Pois como dizem

alguns o papel aceita qualquer coisa. Se Jesus foi uma lenda ou invenção, em que poderemos confiar? Em

absolutamente mais nada, porque tudo quanto aprendemos não passa de estória. Porém, estamos

absolutamente certos de que, a ressurreição de Jesus é real como são as personagens históricas que lemos nos

livros em que estudamos. E mais, o crente tem o testemunho interno do Espírito Santo que muito o ajuda

nesta questão.

(4) Efeitos da ressurreição de Cristo. A ressurreição de Jesus Cristo, o Filho de Deus, é um fato

histórico com efeitos diversos: na terra entre os homens; no céu; no império das trevas e no inferno.

Segundo o apóstolo Pedro, Jesus morto desceu a prisão do mortos (no hades) e pregou aos espíritos

encarcerados que foram desobedientes em épocas passadas, isto é, no tempo de Noé, 1Pe 3.18-20.

Lembremos que no momento de sua morte, Mateus narra que houve um grande terremoto, e os sepulcros

foram abertos, e depois da ressurreição Jesus Cristo muitos ressuscitaram e foram vistos na cidade por várias

pessoas, Mt 27.51-52; nada devemos acrescentar senão, que foi uma advertência divina aquela geração. Jesus

esvaziara o seio de Abraão, o chamado seol no AT, onde os crentes fiéis que morreram na fé na vinda do

Messias aguardavam o momento da ressurreição; vejamos o que diz o Pr. Antônio Gilberto a respeito: Antes

de morrer por nós, Jesus prometeu que as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja, Mt 16.18. Isto

mostra que os fiéis de Deus, a partir dos dias de Jesus, não mais descerão ao hades, isto é, à divisão reservada

ali para os justos. O texto em apreço indica futuridade em relação à ocasião em foi proferido por Jesus. A

mudança ocorreu entre a morte e a ressurreição do Senhor, pois Ele disse ao ladrão arrependido: ―Hoje

estarás comigo no paraíso‖, Lc 23.43. Sobre o assunto, diz o apóstolo Paulo: ―Quando ele subiu às alturas,

levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens. Ora, que quer dizer subiu, senão que também havia

descido até as regiões inferiores da terra?‖ Ef 4.8,9. Entende-se, pois que Jesus ao ressuscitar levou para o

céu os crentes do Antigo Testamento que estavam no “seio de Abraão”, conforme ele prometera em Mt

16.18. Muitos desses crentes, Jesus os ressuscitou por ocasião da sua morte, certamente para que se

cumprisse o tipo prefigurado na Festa das Primícias, Lv 23.9-11, que profeticamente falava da ressurreição

de Cristo, 1Co 15.20,23. Nessa festa profética havia pluralidade (o texto bíblico fala de „molho‟ ou „feixe‟).

Logo, no seu cumprimento deveria haver também pluralidade. A obra redentora de Jesus no calvário afetou

não só os vivos, mas também os mortos que dormiam no Senhor.

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O mundo em que habitamos só é melhor hoje graças a obra redentora de Cristo, isto é, através da

propagação da sua morte e ressurreição. Pois a ressurreição dele prova a realidade da vida futura pós-morte,

e a esperança com que se deve encara-la na fé e senhorio do Filho de Deus.

O Céu também foi grande e beneficamente afetado mediante a obra de Jesus Cristo. Porquanto através

dos tempos até a volta do Senhor é povoado pelos seres humanos resgatados. E o diabo, não pode continuar

exercendo seu poder e reivindicar direitos sobre aqueles que vão a Jesus Cristo sinceramente arrependidos.

Pois Jesus está intercedendo por eles diante do Pai, vejamos o que diz Romanos 8.33-34: ―Quem intentará

acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem

morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós‖.

5.4 – Sua ascensão.

(1) A ascensão profetizada. Era fato obscuro a ascensão de Jesus Cristo, porém antecipadamente

avisado nas Escrituras do AT: ―Subiu Deus por entre aclamações, o SENHOR, ao som de trombeta.‖ – Sl

45.7. Estudiosos judeus atribuem este Salmo completamente ao Messias. Citaremos outro Salmo (Sl 110.1)

que embora não diga claramente acerca do fato da ascensão, porém entendemos que refere-se a tal: ―Disse o

SENHOR ao meu senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus

pés‖. Daniel também profetizou a respeito, Dn 7.13-14. Quando Pedro no dia de Pentecostes pregava e

anunciava sua ascensão falando da mesma como uma profecia cumprida em seus dias, At 2.34-35: ―Porque

Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha

direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés‖.

(2) A ascensão consumada. A respeito da ascensão Jesus antes mesmo de subir aos céus falava a

respeito dela: João 6:62 – ―Que será, pois, se virdes o Filho do Homem subir para o lugar onde primeiro

estava?‖ (vide também Jo 16.28; 20.17). Depois de passar 40 dias de forma intermitente, isto é, aparecendo

e estando com os discípulos e depois indo embora: Nessas idas e vindas dava-lhes instruções; eliminava

algum ponto ainda obscuro em suas mentes acerca do reino de Deus; os ordenava acerca do trabalho de

evangelização do mundo, Mt 28.18-20; Mc 16.15-17; Lc 24; e da descida ou batismo no Espírito Santo

necessário às suas vidas para cumprirem a tarefa de evangelização.

E assim como Enoque e Elias que tipificam a Cristo, pois foram elevados ao céu, Gn 5.24; 2Rs 2.11;

de igual modo o Senhor subiria ao Pai como Ele mesmo disse, Jo 20.17. Ele finalmente reuniu os discípulos

no Monte das Oliveiras próximo a Betânia (e não em Betânia exatamente), e de lá estendendo às mãos

abençoando-os subiu ao Pai na presença de todos, Lc 24.33,50-51. Em seguida foi encoberto por uma

nuvem. Quando na ocasião também dois anjos apareceram e se puseram do lado deles, At 1.10; e disseram:

―Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá

do modo como o vistes subir.‖ – At 1.12.

(3) O propósito da ascensão. Uma vez consumada essa fase da redenção na terra não havia mais

propósito de o Filho de Deus permanecer aqui, embora amasse intensamente a seus discípulos. Porém o

plano de Deus é mais amplo e visa eternidade no céu, onde os seus estarão livre de pecados, enfermidades,

tentações, na mais íntima comunhão com Deus, etc. Por isso Ele precisava voltar aos céus de onde veio e,

assentar-se à direita de Deus como Senhor, Salvador, At 2.33,36. O segundo foi equipar a sua Igreja com

obreiros, conforme, (Ef 4.10-11) sobre isso falaremos mais adiante; Terceiro propósito é de exercer no céu

seu sacerdócio e como Sumo Sacerdote de nossa confissão, Hb 4.4; ajude seus servos vivendo para

interceder por eles diante do Pai, e assim permaneçamos aqui diante de Deus retendo firme a nossa

confissão, Hb 3.1. Que confissão é esta? O escritor refere-se a nossa profissão de fé em Jesus Cristo de

acordo com que é ensinado no NT; em suma é: que Ele nasceu de uma virgem, que viveu dentre nós como

um homem, que morreu e ressuscitou ao terceiro dia em carne e que vive, e voltará. Falaremos mais a

respeito do sacerdócio de Cristo abaixo.

5.5 – Os dons ministeriais de Cristo concedidos a Igreja

1Co 12.5 (RC) – ―E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo‖.

Ef 4.11 – ―E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e

outros para pastores e mestres‖.

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Acerca dos dons ministeriais arrolados em Efésios alguém pode argumentar são eles para os nossos dias? E

se são, porque não os vemos atuar na igreja? Essas perguntas que normalmente ocorre ao leitor da Bíblia,

não são muito fáceis de responder. Mas, respondendo a primeira pergunta, dizemos que os dons ministeriais

foram dados por Cristo a sua Igreja Universal para todas as épocas, pois, ―porque os dons e a vocação de

Deus são irrevogáveis‖ Rm 11.29. E não existe texto bíblico algum que sugira ou afirme que esses dons

foram dados por Cristo de modo temporário.

Hoje quase não se percebe esses dons na igreja, pois uma preocupação maior é evidente, quanto ao

ministério local. Neste aspecto influi inclusive a questão denominacional, posto que hoje existem múltiplos

segmentos evangélicos. Mas, podemos estar absolutamente certos que ―os dons de Cristo‖ operam em sua

igreja, destarte, não serem usados tais títulos. E, acerca dos cinco dons ministeriais outorgados à Igreja,

Paulo discorre mostrando Cristo, o Senhor figurado com os conquistadores dos tempos bíblicos, que ao

conquistar uma cidade transformava seus habitantes em escravos e os dava de presente aos seus entes

queridos. Assim, Cristo, quando elevado ao céu toma-os cativos para si mesmo e os dá de presente a sua

igreja: ―Subiste às alturas, levaste cativo o cativeiro; recebeste homens por dádivas, até mesmo rebeldes,

para que o SENHOR Deus habite no meio deles ‖ Sl 68.18.

(1) Apóstolos. A palavra “apóstolos” é de origem grega e tem sentido de enviado, que “deriva-se do

verbo comuníssimo (apostellw – apostello) “enviar” - O Novo Dicionário da Bíblia, Edições Vida Nova.

Inicialmente Jesus escolheu doze para estarem com ele durante seu ministério, Mc 3.14; para depois

servirem de testemunhas íntimas de Jesus Cristo, principalmente de sua ressurreição, 15.4-9; e como tal,

foram enviados fazer discípulos de todas as Nações, Mt 28.18-20; Lc 24.49.49; At 1.8. Este ministério seria

confirmado com sinais, Mc 16.15-16; em razão de crerem e terem estado com Jesus Cristo. A missão

apostólica consiste, portanto, em abrir igrejas e prover fundamento doutrinário a esta, Ef 2.20; Ap 21.14.

A Bíblia chama de apóstolo, os doze, e estes de forma singular. Em seguida vemos vários outros que

também foram apóstolos tais como: Barnabé, At 14.14; Silas e Timóteo, 1 Ts 2.6; Tiago, 1 Co 15.7; Paulo,

Rm 1.1.

Vários dos que foram chamados apóstolos, assim o foram designados dada à natureza da missão a eles

conferida por Cristo e a Igreja da época, nesse sentido, isto é, sentido missionário vemos este dom

pontilhando toda a história da Igreja cristã, pois, homens poderosos Cristo tem dado, e hoje os dá para

sacudirem a sua geração com o poderoso Evangelho da glória de Cristo, Rm 1.16; 2Co 4.4-5; embora não

reivindiquem esse título para si.

(2) Profetas. O dom de profeta é o segundo da lista de Paulo. Mas afinal o que é um profeta? Podemos

designar profeta como alguém que transmite mensagens da parte do Senhor sob inteira inspiração e/ou

unção. Há dois grupos distintos na igreja chamados de profetas: O primeiro, entre os membros da igreja,

como disse Paulo: ―Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem‖ - 1Co 14.29. O

segundo, entre a liderança, estes eram carismáticos e às vezes itinerantes. Eram investidos de autoridade e

auxiliavam a liderança como no caso da igreja em Antioquia, At 13.1-2. Vemos também na Igreja de

Jerusalém estes líderes juntamente com os apóstolos dentre os quais se destacam Ágabo, que fazia parte da

comitiva que desceu de Jerusalém para a cidade de Antioquia, enviados pela direção daquela igreja. Este

profeta entregou uma mensagem preditiva acerca duma fome que haveria, At 11.27-29; mais adiante o

vemos entregando outra mensagem a Paulo acerca de suas prisões, At 21.11. Judas e Silas também foram

profetas operantes que exortaram e fortaleceram os irmãos, At 15.32.

Enquanto os apóstolos e evangelistas eram dirigidos ao povo comum, a fim de levá-los a fé, os profetas

tinham a missão de fortalecer e avivar a fé dos cristãos, At 15.32. A mensagem dos profetas eram

constituídas de elementos de: edificação, exortação, consolação, revelação e predição. Estas duas últimas

com menor ênfase. As mensagens jamais eram infalíveis, dada a participação direta do elemento humano.

Por isso, careciam de análise, 1Co 14.29-33; 1Jo 4.1.

Ainda falando sobre a mensagem profética, dizemos que esta não pode ir além dos moldes preestabelecidos

pela Bíblia Sagrada, e jamais podemos aceitar outra mensagem em pé de igualdade ou adicional as

Escrituras Sagradas, pois desta forma tornar-se-ia em maldição, Gl 1.8. Como as revelações e escritos de

Helen White e Joseph Smith, fundadores do sabatismo e mórmons.

(3) Evangelistas. Do grego (euaggelisthv - evangelistes) alguém que proclama boas novas, isto é, o

Evangelho. Portanto, evangelista é aquela pessoa chamada e dotada especialmente por Deus para

comunicação do Evangelho aos inconversos. Na Bíblia só aparece três vezes o termo evangelista, At 21.8; Ef

4.11; 2Tm 4.5; e destas, em uma delas Filipe é identificado como evangelista. O evangelista é possuidor de

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um amor especial pelos perdidos, a ponto de ir buscá-los constrangido por esse amor, 2Co 5.14 e comunicá-

los o “Evangelho de poder”, Rm 1.16; de modo convincente tanto a multidões quanto a indivíduos em

particular. Assim sendo, ele se esforça para alcançar resultados, que é o de levar pessoas a conversão, At

8.12-13. O trabalho de um evangelista é o de ir a campos virgens, não alcançados pelo Evangelho abrindo

frentes de trabalho missionário, e seu exercício não é local, mas itinerante. Em nossos dias vemos alguns que

se destacam como evangelistas como por exemplo, Billy Graham, T.L. Osborn e vários outros. As

Assembléias de Deus e por que não dizer também outras denominações e o reino de Deus devem muito a

esses homens com essa vocação divina.

(4) Pastores. A palavra pastor (gr. Poimen - poimhn) quer dizer apascentador, e refere-se a figura da

liderança de Jeová no Antigo Testamento sobre seu povo Israel, suas ovelhas, Sl 23; Jr 25.34-38. No Novo

Testamento Jesus chama-se a si mesmo de bom pastor, Jo 10.10-11; o escritor aos Hebreus chama-o de

grande pastor, Hb 13.20; Pedro chama-o de Sumo Pastor, 1 Pe 5.4; Portanto, “os pastores das igrejas são

simplesmente „sub-pastores‟, servindo sob o „sumo pastor‟. O Salmista nos mostra o Pastor Divino sob

vários aspectos, dos quais seus sub-pastores buscam seguir o seu exemplo, uma vez que estes apontam para

aquele, o Sumo Pastor, Sl 23. Caso não seja assim, estes não passam de falsos pastores, Ez 34 ; Jo 10.12.

As funções do pastor são (Salmo 23):

Conduzir as ovelhas a fim de nutri-las em pastos verdejantes da Palavra de Deus, sob

orientação do Sumo Pastor, daí a importância do pastor ser apto ao ensino: ―pastoreai o rebanho de

Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por

sórdida ganância, mas de boa vontade‖ 1 Pe 5.2.

Refrigerar a alma com o bálsamo divino através do aconselhamento bíblico e maduro,

colocando-se na posição de ajudador, ter empatia, Ez 34.4,21.

Orientar, guiar pelos caminhos da justiça através da fé em Cristo, mesmo sob extremas

dificuldades, e provações peculiares a fé cristã, At 20.20,28; Jr 3.15.

Defender o rebanho do Senhor dos lobos, demais feras e mercenários espirituais que se opõe

a obra do Senhor, através da falsificação da Palavra de Deus e das heresias, At 20.20,28; Fl 3.17-19;

Ap 2.12-17.

Outra função pastoral é a de tosquiar as ovelhas, removendo aquilo que é excedente a fim de

evitar o mal estar. “Quando as ovelhas não são tosquiadas, sentem-se mal, ficam com lã „em demasia‟

e feias; nesse estado ficam geralmente enfastiadas, não vão aos cultos, perdem o desejo de contribuir e

tornam-se queixosas, Ml 3.10; 2 Co 8.9; Jd 16.” Sê Tu Uma Bênção - João de Oliveira, CPAD.

(5) Mestres ou Doutores. Os mestres eram pessoas vocacionadas a ensinarem com destreza e

profundidade a Palavra de Deus. Barnabé e Paulo estavam entre os mestres de Antioquia que foram

separados para a obra missionária, At 13.1; os mestres nos dizem às Escrituras, foram dados por Cristo e

estabelecidos na igreja por Deus, 1Co 12.28, Ef 4.11. Outrossim, o seu trabalho está intimamente associado

ao trabalho pastoral: ―E ele mesmo concedeu ―uns... para pastores e mestres‖, - Ef 4:11; aliás convém

lembrar que para o presbítero era indispensável dom de ensinar, 1Tm 3.2. “O fato de o ensino ser o alvo

principal da grande comissão, como dada em Mateus, Mt 28.19,20; mostra a importância do ministério do

mestre. O livro de Atos reforça esta observação: „E todos os dias, no templo e de casa em casa, não

cessavam de ensinar, e de pregar Jesus, o Cristo, At 5.42. Veja também At 11.26; 13.1; 15.35; 20.20; 28.31;

1Co 4.17; Cl 3.16; 2Tm 2.2 Em vista da importância do ensino, não deveria surpreender-nos que uma das

capacidades especiais do Espírito Santo fosse a capacidade de ensinar” Fundamentos da Teologia

Pentecostal - Vol.II.

(6) Outras funções ministeriais. Existem outras palavras que designam os líderes da Igreja no Novo

Testamento como: Presbítero, Bispo e Ancião. Todas elas designam a mesma função. “Em 1 Timóteo 3.1-13

fornece detalhada instrução quanto à seleção de oficiais locais, eleitos pela congregação. O primeiro desses

ofícios era o ”ancião” (no grego, presbuteros). Termo este que indica não somente idade, mas

principalmente maturidade. Esse vocábulo também usado pelos judeus para designar o “chefe da sinagoga”

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CRISTOLOGIA – PAG. 34

Mc 5.35-38. No mundo de fala grega, nos dias do Novo Testamento, o termo „bispo‟ era usado como

equivalente de „ancião‟, At 20.17; 20.28.

“Vejamos outro título que serve para designar o ancião. „Bispo‟ (no grego, episkopos) significa

„superintendente‟ ou „supervisor‟. Atos 20.28 indica que deles se esperava ainda que exercessem o

ministério pastoral. Os deveres do ofício eram similares aos dos pastores, conforme os vemos hoje.

“O ancião, ou bispo, em certo sentido, era eleito pela congregação para ser o seu presidente, tendo a

responsabilidade de supervisionar a manutenção da pregação e do ensino. Acerca destes obreiros fez Paulo a

seguinte recomendação a seu respeito: ―Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de

duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina‖, 1 Tm 5.17. - Doutrinas

Bíblicas - Uma Perspectiva Pentecostal - W.W. Menzies e Stanley M. Horton - Edit. CPAD (pg. 191-192).

5.6 – Seu sacerdócio

Já temos falado de Cristo como nosso Sumo Sacerdote intercessor, porém aqui focalizaremos outros ângulos

do exercício do seu sacerdócio, como se faz necessário. Pois é muitíssimo importante entendermos sua

posição no céu hoje, a fim de que todos tenhamos vitória completa, tomando posse de tudo o que Ele nos

oferece através da intercessão junto ao Pai. A vida de Cristo Jesus nosso Senhor é uma completa entrega em

prol de sua Igreja:

Hebreus 7:25 – ―Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre

para interceder por eles‖.

Quando pensamos em vitória, muitos de nós pensamos que Jesus está intercedendo a fim de nos dar

conforto, prosperidade e outras coisas que dizem respeito ao nosso bem estar. Embora Ele nos ame e queira

nosso bem estar, não devemos pensar no sacerdócio de Cristo a nível material em termos de: conforto,

riquezas e respeito dos outros. Antes sim que sua obra é de ordem espiritual, o restante vem como

conseqüência. Observe o que Paulo diz quando se refere à intercessão de Cristo Jesus:

Romanos 8.33-34 – ―Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem

os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e

também intercede por nós‖.

(1) Intercedendo pela conservação da Igreja. Cristo Jesus morreu, ressuscitou e está à direita de Deus

Pai intercedendo por nós a fim de nos livrar de toda condenação, Rm 8.33-34. Pois Ele coloca-se diante de

Deus como nosso Advogado, 1Jo 2.1 e como nosso Sumo Sacerdote. Satanás é ousado o suficiente para nos

acusar: diante de nós mesmos, utilizando seus numerosos demônios; diante dos outros usando pessoas que

nos odeie e nos persiga por amor ao Evangelho, e nos faça falsas acusações; e inclusive diante do próprio

Deus para nos acusar usando contra nós nossos pecados. Desde que confessemos nossos pecados

verdadeiramente arrependidos, Satanás nada pode fazer, pois o preço foi pago por Jesus Cristo nosso Senhor.

Assim o Pai nos absolve.

Se não fosse a intercessão de Cristo a Igreja não existiria, portanto Ele pela a intercessão em favor da

mesma, é que a conserva. Agora “Resta-nos meditar sobre o fato de que essa absolvição não é arbitrária, e

nem é contrária à sua justiça, em qualquer sentido que queiramos vê-la. Pois, antes de mais nada, em sua

expiação, Cristo sofreu a penalidade merecida por nossos pecados; em segundo lugar, a verdadeira santidade

que Deus requer está sendo formada nos crentes, a saber, a duplicação de sua própria natureza moral e

divina, de tal modo que nada reste no crente que possa ser merecidamente condenado, porquanto Deus olha

para o fim do processo que produzirá em nós a fruição perfeita da santidade. Por conseguinte, qualquer

acusação que seja assacada contra nós não prevalecerá.” – O Novo Testamento Interpretado.

(2) Intercedendo pela preparação de obreiros. Para Deus todos somos seus servos, mesmo aqueles que

estão em posição de liderança no seu reino, continuam sendo seus servos, por exemplo, falando acerca do

grande líder de Israel – Moisés, disse Deus: ―Moisés, meu servo, é morto; dispõe-te, agora, passa este

Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel.‖ – Js 1.2. Queremos dizer com isto que

para Deus não há distinção em termos de títulos, pois todos são servos. Aquele que conhece o começo e o

fim de todas as coisas sabe, por que intercedeu com a chamada oração sacerdotal em João 17. E em

particular por Pedro, pois o diabo pedia ao Pai acerca dele, mas Jesus o interviu: ―Simão, Simão, eis que

Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não

desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos.‖ – Lc 22.31-32. Certamente ele via o

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PR. RONALDO BATISTA PEREIRA – PAG. 35

interior de Pedro e futuro, como ele seria útil apascentando seu rebanho, Jo 21.15-17. Portanto, assim sendo,

cremos que aquele que ordenou: ―Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua

seara.‖ – Mt 9.38; é o mesmo que intercede pela preparação e proteção de obreiros junto ao Pai, quando se

faz necessário.

(3) Intercedendo pela salvação das almas. Devemos lembrar que ninguém vai ao Pai se não for por

meio de seu sacerdócio; é o que fica subentendido em Mateus 11:27: ―Tudo me foi entregue por meu Pai.

Ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o

quiser revelar‖. Devemos lembrar porém que para Jesus não existe “preferidos” sob espécie alguma, pois

Ele mesmo disse em João 6:37: ―Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de

modo nenhum o lançarei fora‖.

EVA UNIDADE 5 – MARQUE COM X A ALTERNATIVA CORRETA

1) Porque Jesus é chamado de “o cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo”?

a. __ Pois o plano da redenção foi preparado desde a eternidade

b. __ Porque ele é onipresente

c. __ Por causa dos seus milagres

2) O que visava o plano da redenção desde a eternidade?

a. __ A regeneração do corpo e espírito

b. __ A regeneração ambiental

c. __ A redenção de todas as coisas

3) Em que texto bíblico Jesus é chamado “a semente da mulher”?

a. __ Jo 1.29

b. __ Ap 22.13

c. __ Gn 3.15

4) Qual desses não faz parte dos ministérios exercidos por Jesus?

a. __ ministério de milagres

b. __ ministério diagonal

c. __ ministério profético

5) Que fato marcou o cumprimento fiel das profecias do AT?

a. __ A morte redentora

b. __ A vida milagrosa

c. __ A sua ascensão em glória

6) Qual o significado da palavra hebraica “kaphar - Expiação”?

a. __ Descobrir

b. __ Cobrir

c. __ Apagar

7) Os efeitos da morte de Jesus Cristo nosso Senhor é sentido em quais dimensões?

a. __ Na terra e no inferno

b. __ No céu e no inferno

c. __ Na terra, no céu e no inferno

8) Precisamente, para que fim Jesus morreu e ressurgiu?

a. __ Para ser Senhor dos mortos

b. __ Para ser Senhor dos vivos

c. __ Todas as alternativas acima estão corretas

9) Qual destas afirmativas não são questões levantadas sobre a ressurreição de Jesus?

a. __ Quem chegou no sepulcro primeiro

b. __ Que Ele não morreu, mas desmaiou.

c. __ Que Ele ressuscitou em Espírito.

10) Quais foram os personagens bíblicos que tipificaram a Cristo por terem sido elevados ao céu?

a. __ Enoque e Moisés

b. __ Enoque e Elias

c. __ Elias e Moisés

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CRISTOLOGIA – PAG. 36

NOME DO ALUNO: _____________________________________________________________________

NOME DA MATÉRIA: Cristologia DATA ___/___/______

FOLHA DE TAREFAS

Suas tarefas para eliminar a matéria serão responder os exercícios de cada unidade, copiar as respostas para o gabarito e enviá-lo, juntamente com o comprovante de pagamento da próxima mensalidade. Não precisa destacar as folhas de seu manual de estudo. Basta copiar as respostas e nos remetê-las.

Preencha a lacuna “a” ou “b” ou “c” das respectivas

questões conforme este exemplo:

GABARITO DE RESPOSTAS

EVA 1 EVA 2 EVA 3 EVA 4 EVA 5

1 – (a)

(b)

(c)

1 – (a)

(b)

(c)

1 – (a)

(b)

(c)

1 – (a)

(b)

(c)

1 – (a)

(b)

(c)

2 – (a)

(b)

(c)

2 – (a)

(b)

(c)

2 – (a)

(b)

(c)

2 – (a)

(b)

(c)

2 – (a)

(b)

(c)

3 – (a)

(b)

(c)

3 – (a)

(b)

(c)

3 – (a)

(b)

(c)

3 – (a)

(b)

(c)

3 – (a)

(b)

(c)

4 – (a)

(b)

(c)

4 – (a)

(b)

(c)

4 – (a)

(b)

(c)

4 – (a)

(b)

(c)

4 – (a)

(b)

(c)

5 – (a)

(b)

(c)

5 – (a)

(b)

(c)

5 – (a)

(b)

(c)

5 – (a)

(b)

(c)

5 – (a)

(b)

(c)

6 – (a)

(b)

(c)

6 – (a)

(b)

(c)

6 – (a)

(b)

(c)

6 – (a)

(b)

(c)

6 – (a)

(b)

(c)

7 – (a)

(b)

(c)

7 – (a)

(b)

(c)

7 – (a)

(b)

(c)

7 – (a)

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(c)

7 – (a)

(b)

(c)

8 – (a)

(b)

(c)

8 – (a)

(b)

(c)

8 – (a)

(b)

(c)

8 – (a)

(b)

(c)

8 – (a)

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9 – (a)

(b)

(c)

9 – (a)

(b)

(c)

9 – (a)

(b)

(c)

9 – (a)

(b)

(c)

9 – (a)

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(c)

10 – (a)

(b)

(c)

10 – (a)

(b)

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10 – (a)

(b)

(c)

10 – (a)

(b)

(c)

10 – (a)

(b)

(c)

Endereço para correspondência

Pr. Ronaldo Batista Pereira – Coordenador Rua 16 Lt.15 /Qd. 73 – Bairro: Parque Paulista

25261-400 – Duque de Caxias – RJ

1 – (a)

(b)

(c)