024 - cadenos de teatro
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Revista de Teatro Esgotada - O tabladoTRANSCRIPT
TEATRO P,OPULAR~ JEAN VILAR - JEAN DASCANTE. ·
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OS LAZZI - ,reco DO SACO
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Tearo Popí.dar '" Teatro para a Povo - Teatro PaU.ice - T e a t r ,o d e Massa
,Jea n Vilar - ..Jean Darcan t e - Andrezej K ijowski - Durre Hmat.
..Jean Vilar Ouvim os freqü entem ente fal a r no teatr o "do -pov o,teatr o das messes; teatro para as' ma ssas.' Tanto na Franca"com o em outros países , estabe le ceu-se uma ' es tética; umado ut r ina ba stante confusa em tôrno dessa generosa ám biç ã o, Qu ando se fa la em teatro do povo, será q ue o artis tasocia list a en te nde po r isso um teatro de classe e sente-sefeliz por dividir a ar te do teatro em teatro de vá r ias es-'pécies? Se rá que é necessário para o prazer do espec tador- po is é êste o objetivo da nossa arte, vocês não ac ham?- prom over um teat r o dirigido ún ic a.m en t a a uma parte,fi uma cla se soei al?
Parece-me (trata -se de uma op in ião pessoal ) que asex p ressões teatro d o povo , teatro das m assas:
1) não q ue rem dizer nada no mundo em .que viv emos;2) não cor responde m a nenhuma realid ade d o coração e
do esp írito h umano ;3) a expressão teatro do povo torna confusas as no ssas
no ções, da. mesma fo rma que a expr essã o teatro daelit e. Não há e nã o pode haver , nos dias de hoje, umteatro de operário. Não existe a po ssib ilidade dé umteatro dos m etalúrgicos. H á o Teatro, eis tudo . Reúnam o sindica to dos fabr ica n tes de m anteiga numte atro ; não ser á aos fabricantes de mant eig a que hãode se di r igi r os comediantes e, po r seu intermédio , oau tor; m as ' sim - voc ês bem o sabe m aos homense às mulheres .
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· -~ (., .:, ) P arece-me que não há , nem pode ' haver , u mteatro do povo . Devem os combater, com as armas q uepossuímos, po r u m' teatr o - de art e ou não, pou co im p orta - que seja acessível a to dos, de ac ôrdo com a boaP sólida fórmula de F edor STANISLAVSKI, que da.tade 1908 .
Ac rescentar um qualificativo à pal av ra t eatro e con seguir qu e êsse qu ali ficativo sej a r espeit ado, impli ca emac eitação de deveres e de le is pel o m enos es té ticas .Teatro do povo , t eatro das massas, t eatro dei elite,quereria di zer que exis te m uma literatura, uma disciplinada platéia e talvez um est il o de encenação est r itamenteoriginais. Ma s, na reali d ade , não se r ia, a política e a b urocr acia que entrariam em cena? Êst e é, de qualquer m a ne ir a, um perigo . Sej amos lógi cos . É verdade que o te atro, pelo fa to de ser, nos dias de hoj e, u m comércio, acessão de uma m ercadoria. m ediante pagamen to em di nheiro - ve jam a b ilhete r ia ! - en tra no r ôgo d as Ic issocia is e ec on ômicas . Resolvamos, en tão, ôsses assuntos1'ora do palco , nos gabine tes das autorida de s com pe te n tes ,se possive l nas coopera ti vas dos es pectado res, ou nos sindic a tos . Mas q uando abre o pano e o in tór p r oto com eça<1 fala r. a defesa dos interesse s de uma classe -- mesmolegitimas - que não seja senão prop aganda , deve ca lar -se,por es tá única razão : a te se a m a is legit im a que não se jaou tr a coisa senão uma tes e é, bem o sa bemos, nef asta aopatético .
A própria fé tem limitado, às vêzes, 'o a lcance de cer tas ob ras, Falemos de Claude l , mais uma vez: é uma conversa agrad ável ! O dest ino de P r ouhêze e de Rod ri gue.em L e Soulier d e Satin, nos com ove na m edida em queprova que o Papa não es tá sem pre com a. r azão . P areceme que há , para, o teatro do fu tur o, uma li ção bast anteim por tan te na ob r a de Claudel. apar entem en te católica eromana, mas livre na sua inspiração. Pois é: o Paoa --r
na obra de Claudel ,- .não es tá sem pre com a razão . E,afinal de con tas - para voltar ao teatro do novo , ao t eatro das m assa." - t ambém o operário pode não es t ar sempre com a razã o .
E. no en ta nto. pode a contecer que surja um dia umaobra de .propaganda que se j a uma ob ra ete r na e que todosnós a ac eitemos e amemos . Sabem os perfeiiamente queo gê nio é can az d e tudo. Basta lem b rar Os Persas. deÉsquilo; ou Ricardo II , de Shak esp eare que, de ac ôrdocom os hi storiadores, é uma obra de inspiração política ;Ou ainda , Don Juan . de Moli êr e, obra de po l êmlca .
(Transcrito da co luna de YAN MI CHALSKI, JB deoutubro de 63) .
CADERNOS DE TEATR O N.? 24 - dezembro de 1963
Publica ção do INSTITUTO BRASILEIRO ' DE EDUCAÇÃOCI.ftNCIA E CULTURA (IBECC )
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Red ação - O TABLADO - Av . L ín eu de Pau la M achado, 795. Rio de J an eiro - Guanabara - Brasil .
Di r et or r espo nsável - J OAO SÉRGIO MARINHO NUNES.Diretor execu tivo . MARIA CLARA MACHADO .Red ator -chefe - JAC QUELINE LAURENCESecr etário - VIR GINIA VALLI ,Tesourei ro - EDDY REZENDE NUNES.Colab oram nest e número : BARBARA HELIODORAe MARIA ' EDITH .
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Andrezej Kijowski; o Grande Público e O Teatro;
Um dos principais p roblemas post os em di scussão no10.0 Congresso do In sti tuto Internacional de Teatro(I . I .T . ) , r ealizado na P ol ôní a em julho d êst e ano foi o
do grande público e de sua atitude em r elação ao teatro.ANDRZEJ KIJOWSKI trata do ass un to no n.? 14 da r evista TE ATR, so b o título "Eu, a m assa ":
Qu al é a r elação que existe en tr e a sit uação que oteatro m e oferece e aquela em que vivo? indaga KIJ OWSKI . Encontrarei nêle as minhas excitações r eaismo dernas, socia is, como a multidão da Id ade-Méd ia ou daRenascença que, ao voltar de ).ima coroação verdadeir a oude u ma ' execução verdade ira, ven do -as em seguida nopalco, se id entifi ca va com o rei, com o condenado ou como ca rrasco? O teatro era, de certo m odo, o que as atual ida~es filmadas e os jornais são. h oj e . E era alguma coisamais do que isso: a r ep etição dos ' acontecimentos . E ho je?A escala dos filmes de atualídades, dêsse jôgo de acontecimentos se estr eita para passar da praça da cidade paraos salões, para o cé rebro do dramaturgo, do intelectual .O teatr o de acontecimen tos s e metamorfoseia em teatrode id éia s, donde o espetacular da vi da públi ca desaparece.O teat ro ' não pode me m ostrar nenhum dos acon tecimentosde que sou tes temunha , n em nenhum daquel es que nã oposs o testemunhar e que de spertam meu interêsse. Shakespeare r ev elava à multidão os segredos dos grandes.O autor dramático moderno não m e mo strará os segredosdos gabinet~s, das salas de conferência, dos estados- maiores; d os loca is on de se joga o nosso desti no h ist órico. Qu erove r como um -homem viv o. na minha presen ça , para m im ,toma suas decisões ; se at ira à luta por causas nobres,vence, perde, se avi lta, tri unfa , e ver ao mesmo tempoque êss e hom em , como a minha cau sa , um a causa huma..na, vence ou fracassa . Mostrem-me Profumo mentindo naC âmara dos Comuns, J oão XXIII decidindo convocar oConc ílio Ec um énico. Ham marsk joeld enfren tando os venlos con trári os da ONU , mo strem-m e _. . Que sei? Acontecetanta coisa que não posse presen ciar. Então, encherei umim en so anfiteatro. mastigarei se men tes de girassol, apl au dir ei com meus gr itos os he rói s que me ag rada rem, vai areios per sonagens pussilâni.mes e os maus atôres . Meu s gri tos e minha .em oção, m eu pesad o silêncio, a m inha pr esença tendo ó pêso de cem mil espec tadore s, dará ao espetá culo seu pathos sacra me ntal : o pathos de um a provade fôrça .
(DeL revista L e Th éeií re en Puluun e, n ." g · l UG:J) .
Dürrenlnatt
No fund o, tô da peça de qu a lidadeé ao m esm o tempo pop ular . P ois nãoé verdade que Tch ekov, qu e ' manejaefeit os dramáticos t ênues e sut ís, éum autor compreensí vel para todos?Evidentemente, o car áter popular deuma peça não su r ge de boas intenções o de r esoluções tais como: "apa r ti r de h oj e só escrevo paar empregadas dom ésticas" . Basta escreverpa ra. o es pe ct ador . O especta dor , q uetan to pode se r um intelectual com oum operário. Não posso, quando escre vo, pen sar num determinado grupo de espectadore s. Inclusive, quandoescr evo, não ten to imagin ar o m eufu tu ro esp ect ador . Só penso no acon tecimento no palco, lli e et 1tn7lc . P orma is ab surda, por ma is ama lucadaque essa. a ção _seja, ela: tem de sercompr eensível . E tem de convencer oespec tado r de q ue o que êle est á vendo está ac on tecendo o.qora .
O bom teatro tem de se r um tea tropopular , on de a coisa ma is imnortan te é a pr imeira id éia , o ac ha do
(D ürren ma t t e o T eat ro Pop uLaT,Vide CAD ER NOS DE TEATRO n . 22)
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." J "'~an Darcanle. do I . I. T . : A Propósito do Tealro de Massatl
Há alguma coisa de mudado na vida do Teatro. vi stoque são os arqu itetos, há ta nto tempo ' acus ados d e ignor a r as su as necessidades, .que tom aram a ini cia ti va d e propor ao Govêrno Grego um coló quio internacional sô breTeatro de Massas.
Trinta representantes, sete pa íses (Ale m an ha, Es ta dos Unid os, Grécia, P olón ia , Rumân ia e Inglaterra ) , comuma sessão inaugural sob a p residência do rei e nove sessões de t rabalho .
De início, duas exposições brilh antes do hi st oriadoringlês Allardyc e Ni coll e do sociólogo francês J offre Dum azed ie r , Estava, assim, dado o tom dos debates, e oponto de vist a de au tor, ex pos to por M . Angel es Tersaki s,es tabele ceu o quadro da s di scussões., Com efe it o, todos nós no s es forç am os por sair d êssequadro (o u antes para não en trar nêle) , m enos os arquitetos !
P od e- se falar sem cons t r angi men to dêsse malent endido, porque raramen te um colóqu io foi tão apaixonant e eapaixonado, e se o Teatro das Massas tem pouco a esperar, de imediato, d essa s discussões, os homens que parti- ·ciparam dêl e aprenderam aí m uita coisa. muita coisa ' queos ou tros poderão con hecer quando os debates forem pub licados.
Na verdade, se h ou ve mal en te ndi do, ê le não er a denin gu ém. Os arq uitetos (Bó rneman , P . Va go et Gillet.K it sik is, P eter Moro) diziam . em r esumo: Querem os suaop inião sô bre os T eatros do Pov o de 5 . 000 lugares e mais.Ao que, alg uns - entre os q uais ROGER PLANCHON- resp ondiam : P ergu n tem a os atletas, aos treinadores defo otba11, aDS don os de circo, aos fo lclores popula res; quantoa n ós" o que n ecessit am os é que o rosto do a tol' não ' sejaape na s u m a mancha branca e qu e o último espect ado rouça distin tamente o texto .
Dit o Ist o, 8. gent e podia te rm inar! Por fe licida de . porpaix ão. a paixão q ue cada um t inha pelo seu métier , og ôsto d e confr onta r op iniões diversas. a int ens a cu r losi dade na scida de uma controvérsia, tudo isso j á haviaprend ido a tod os nesse colóquio .. , em t ôrno do Teatrode Ma ssa . E ntr e os de teatro, havia os fer vorosos do "doisou t rês mil lugares" : A . M . Julien . o autor am eri ca noP aul Green e o grande m.etreur-en-sc êne shakespeareanoTY RON E GU THRIE, mas. ap esar d o apoio dos arquite tosexplicando que suas pe squisas deviam aproximar o maispossível os espectadores da ce na. era difíci l cont udoaproximar os "men os d e 3 .000" dos "5 .000 ou m ai s" econ servar a necessidade da "presença" do ato l' e de suaperfei ta a udição .
O arq u it eto rum en o, autor de u ma b elí ssima sala d eiJ .OOO lugar es. expressou di scr etamente sua . r eser va q uan toiI uti liza cão teatral da sala . permitindo que eu citasse umato l' de Bucarest qu e m e 'disse. fala ndo do not ável d isnosi ti vo acústi co da dit a sa la : " Me smo assim, acho incô modo fal a r para, cadeiras", pois cada poltrona poss ui, um
amplificador d esti nado a o esp ectador qu e está senotado atr ás.
P.el o de svio de uma volta qu ase constante às salasde 500 lu gares. duas discussões, entre outras, se id estacaram . A primeira, s ôb re a necessidade de novas salas quequebrassem o qu ad ro da cena à italiana ; a segu nda foipretexto para uma b rilhante exposição sôbre o tea trodi dá tic o .
Com efeito, houve u nan imidade s ôbre a necessidade.para a a ção dramát ica , de não se estar mais fe chado nacaix a de no ssos teatros atrás da "cortina de ferro" . mas!VIICHEL SAINT-DENIS. ass im com o o crítico do "Observer ", KENNETH TYNAN, tentaram restabelec er umcerto eq uilíbr io ent re o desejável para a evasão e os ex cess os in út eis .
Qu anto a mim , estou con vencido de que em muitos casos a rigidez- do quadro da cena sufoca a imaginação d03autores , mas, da í a admitir que t udo vai m al no tea tro por ca usa dêsse corset, há um pa sso que me r ecusoa dar! O que é i. ndispe nsável ant es de tudo é ver e ou vi rcom fac ilidade e. s ôbre êsse assunto. nossos velhos teatrosdeixam a d esejar . Certas const r uções mo de r nas respondem a, ess a necessid ad e, m as porque tão t ri stem ente! Sain do dos dou rados. dos lust res, do luxo burgu ês da arqu itetura rococó, cai-s e muitas vêzes no excesso oposto dascon struções que só funcio nam no plano estrltamen te u t il it ário e não no da arte que êles tê m por função servir .
Em Atenas , sôbre o tea tro didático, algumas r éplicasmais vi vas 'Tf izer am crer numa briga . entre o au tor e filó sofo cristão G abri el Ma rcel e ·Rege r PLANCHON, d ir etordo T héâtre ·de la Cité de Villeurbanne . Será que íamosver ressuscita r . com mais ou menos sorte, êsse antagonismo já batido en tre o teatro qu e Gaston BA TY di zia serum a po ltrona en tr e a mesa e a, cama e o teat ro que segundo outros, só é válido na m edida em o ue ens ina Cl.l g u ma coisa. Como os advers ár ios pareciam ha ver-s« defin ido. I êz-se s íl ônc io em t ôr no dêles. q ue de cepção! Nem gri tos, nem violên cia . Brech t não foi ex ecrado , nem Cowardcu Achard m andad os ao d iabo . Assim aue 81, espadas foram terçadas e ou e se amplia ra m os d ebat es, houve um -iconfrontação co rtês e foi espl ên dido ver que um não desejava um teatro va zio de ens inamento s poéti cos 011 li gei ro . n em o outro uma arte pl en a, de mensagens política s.
O aue foi essenc ial nesses dias de At enas não compo r ta ne stas poucas linh as. porque n inguém . fel izm en te ,nen sou em codif ica r ou tirar conclusões . O imoortante~ra o choque de idéias. a revelacão da s contrad ições . ' aexposição d e a rgume ntos - não ho u ve vencedores, mashomens en r iq uecidos .
(D a revi st a Lc T h é({trc eH l'ulogn c , n. ;; - H163)
'fEÇNICÁ no ATOR
SIGNI.FICADO E MECANISMO DOS LAZZIO JOGO DO SACO
o cinema nos habituou à gag , já conhecida no t ea trodesde a Commedia· dell'ATte e Moliere e conhecida como nome de lazzi. É uma pequena p eripécia alegre e en,graçada, de stinada a dar com icidad e à a ção, sem arrastarseu ritmo . É geralmente um j ôgo de cena inesperado, comou sem acessórios e que pode se r suprimido da açã o, se mprejudicá-la . Damos a seguir alguns ex em p los :
O jôgo do sono incoeTdv el (e x ti a ído de L'Ltujaruio)Lélio chama Arlequim. seu criado . Éste, adorrnec .do, aprincípio, não responde, . depois responde a intervalos ,adormece novamente. L élio coloca Arlequim de pé . Êlecontinua .dorm in do . j L élío o sacode. . N ôvo de spertar.Nôvo mergulho no sono. Arlequim, escorrega e cai nochão . Lélio o levanta, Arlequim adormece novamentecom a cabeça apoiada, no ombro de Lélio .
Êste [ ôgo da pessoa completamente po ssuida e amoIecidapelo sono e que se esparrama no chão quando deixade ser sustentado por alguém, desencadeia o riso, desdeque seja bem executado . Oferece ao comediante a ocasiãopara numerosos lazzi .
Jôgo da môsca - Consiste em imitar, de um lado, 'Jzumbido da mô sca e, de outro, a segui -la com os olhos ,ser incomodado por ela e pers egui-la _ Os Zanni eramex im ias !1eSSe jô go e os palhaços muit as vê zes o utilizam .Em Le s TTOmp eU1's Trompés, anota Dominique:
"Eulália me pergunta como passo o tempo . Respondo : Apanhando môscas. Apanhei esta manhã 25, que coloque i num papel e que vou lh e dar de presente ,Então, finjo que estou vendo uma no rosto de Escara-
- mouche e digo: Esp ere, esper e, v ire o TOStO . Escararnouche se , volta e eu lh e dou um tapa, dizendo: Pegu ei ! Fin joque ela escapou, t orno a apanhá-la e a guardo numa tabaqueira."
Êste m esm o la zzi é usado por La F ontaine em O[!'1'SO e o Amador de Jeadins e em lu gar do tapa, é umap edrada, acr escentando a o jôgo da m ôsca o lazzi dos extremas . Em outro t ema, Arlequim est á send o julgado eenquanto dura o interrogatório, êle est á sempre p r eocu pa-do co m as m ôsca s oue o in com odam . -
O p úblico parisie nse dos séc ulos X VI , xvrr e XVIIIse d ive rlla muito co m os la zzi s que os intér pre tes pr od iga liz avam à von tade no palc o, A êsse r espei to, convémrele r o q ue Lu gi Ri cc:cboni e Go zzi di ziam, por exemplo,rio jôgo tão particular dos atô re s da Commedia de i!' A rte : '
" O improvi so dá lu gar à variedade do j ôgo, de m an eira que, r evendo muita v êzes o m esmo roteir o (curie» us) pode-se r ever cada vez uma peça dif erente . O atol'c ue r epresente no improviso re p resen ta m ai s vivamentee mais naturalmente que aquêle que representa um papeldecorado: sen te-se m elhor o que se faz do que o que setoma, empres ta do ao s out r os valendo-se da memória, masessas vantagens da comédia improvisada se adquirem pormeio r de muitos inconvenientes; pressupõe atôres de engenho e pressupõe mesmo iguais em talento, porque ade sgraça ao improviso é que ' o jôgo do melhor atol' ficana dependência absoluta daquele com quem dialoga ; seel e se defronta com um atol' que não saiba aproveitar comprecisão o m omento da réplica" ou que interrompe sempr opós it o, o di scurso se arrasta ou a vivacidade do pensam ento decai. A figura, a memória, a voz, o senti m en to somen te n ão ba stam, assim, ao comediante queq ue r representa r o improvi so; êle só pode ter sucesso sete m uma imaginação vi va e fértil , uma grande facilidadede expressão e se conhece t ôdas as sutiJezas da língua,c tam bém se de tém t odos os conhecimentos necessários dasdi fe ren te s sit uações em que o se u papel o coloca . Qu eed u caç ão não será r.ecessaria para formar um tal atol' eaqu êles que se de s tinam a, essa profissão quantos ob stácujos não encontram para conseguir excel ente formação?A difi culdade de encontr a r atôres que juntem a tanto talen to a erudição que a arte exige tem feito fracassar mui tas v êzes a comédia improvisada .
"Um r ecurso comum ao s comedian tes que não se sente m bas tan te preparados para sustentar o diálogo, é umce r to j ôgo teatral que nós ch ama mos de Iazzi. O verdadeiro sign ificado da palavrr, não é muito conhecido, masprocu rarem os dar uma n oção exata e que fa ça sen t ir emque ocasiões se dev e fa zer uso dêle .
"C h am amos lazzi o que Arlequim ou os outro s a t ôresmasca r ados faze m n o m ei o de uma cena que êles interrompem po r sust os ou por brincadeiras es t r anh as ao assu n to de q ue se t rata, e ao qual se es t á , con t udo, obrigadoa voltar: or a, são essas inutilidades q u e cons is te m apen asnaquilo q ue o ato r in ven ta segundo -seu gênio, que oscom edia ntes italia nos chamam d e lazzi. Pergun tei a verdadeira signi ficação da pa lavra a antigos" com ediantes,que não puderam sa tisfazer a m inha cur iosidade; r ecorr ifi tex to s a nt igos, sem utilidade , p resentem ente, pa ra a
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pr ofi ssão, porque não são muito longos e impossív eis dese en tende r . Cr eio que, indubitàvelmente, o se n ti do dotêrmo é indicado p ela própria palavra.
"Os comediantes no ssos predecessores que, aparentemente, o tinham esq uecido e corrompido, pronunciando-ocom um único Z, Lazi , ac redit ar am talvez que ser ia umôr r o ortográfico dos antigos textos e, ao r ecopiá-lo, u sa ram às v êzes um único Z. Acreditei, a princípio, que osantigo s podiam ter tido razão e verifiquei o que a p alavr aLazz: qu er ia diz er ; como os comediantes italian os f alamgeralmente a língua lombarda misturada com algumas palavras to scanas, pode-se ter pronunciado Lazzi, pal av ra'combarda, em lugar de Lacei, to scana . La zzi ou Lacei signifi ca Ligações-elos. Vejamos se êsse significado convémàquilo que interessa à profissão .
"É certo que, quando Arlequim ' se ach a com o amo.que est á ocupado em assuntos sér ios, se êle in te r rom pecom seus improvi sos o discurso dêl e e a sua ação, êle cortao curso da cena, de sata, por assim, dizer, o fi o de uma obraque o amo começara , e que é n ecessário, afinal, retomaro assunto da cena interrompida; é preciso para isso queas suas graças, estranhas ao as sunto, reatem a ação demodo que elas pareçam fazer parte da matéria. que se abordou e que vai continuar . Se a ação é interrompida pelosLazzi, são os m esmos La zzi que a fazem continuar ."(Paris, 1728).
Vejamos o que diz, sôbre o assunto, Carlo GOZZI:"Não há atôres doentes ou contratados recentemente,
que possam fazer jamais fracassar tais espetáculos. Um pequeno entendimento rápido sôbre o modo e o fundo daação c ên ica, basta para que tudo corra b em . No m om entode ergue r o pano, acontece muitas vêzes qu e se muda adistribuição dos p ap éis, segun do as cir cunstânci as , a .im portância ou a habilidade dos atôr es . E , contudo, a comédia se desenr ola e termina de maneir a feliz e al egre. Vê-sequ e os at ôres trabalham a fu n do seus tem as, estabe lecem 'sempre suas cenas · em difer en te bases e as dia logam comtanta vari edade qu e parecem sempr e novos e ete r nos .
"É ver dade que alguns at ôres sér ios n esse gênero decomédia, e particularmente a s atrizes, têm um arsenal demateriais' difer entes na m emória, m ateriais que ser ve màs súplic as, às r ecr iminações, às ameaças, aos desesperos,aos sentimen tos de ciúme; e não é m en os sur preende ntever -se qu e, dia nte de uma pl at éia e impr ovis an do com im..pro visad or cs, elas possam ter prontas e escolher nessamassa de que têm I) cé rebro che io, ach ados qu e caem apropósito, ex pressos com energia e que colhe m aplausosdos espe ctadores .
"Tal é o sistem a de nossa comédia improvi sada, brilhoqu e o nosso paí s é o único a reiv indi ca r e que, duranteG curso de três sécu los não con seguiu esgota r a sual;erv e" .
o J ôgo do Saco
Met er alguém num sa co, ou antes, fazer que êle con sin ta em entrar, dep ois moê-lo de pancada e até ir jogá-lono ri o - era êste um dos mecanismos mais usados no teatro c ôrníco an tigo, m esmo antes da Commedia dell'Artee de M oli êr e ,
Ei s alguns exe mplos tom ados de antigos contos popula res traàicionai s:
o Paraíso dos Patos
Um malandro, para roubar ' o padre, faz o seguinte:põe-se nu, unta o corpo com melado e, tendo desmanchadoum colchão, rola sôbre as penas. Depois sobe no campanário da igreja e deixa que o fechem aí. A noite, êle com eça to car o sino . O vigário sobe para ver o que é .Chegando ao pé da escada, vê, à luz da sua lanterna, umser estranho coberto de penas brancas. ' .
- Quem é? pergunta êle . - Sou eu, o anjo Gabriel.diz o gatuno. Fui enviado pelo Senhor para levar o senhor ao paraíso . - Senhor, ' estou pronto, responde opadre. - Mas antes, diz o malandro, é preciso que metraga todo seu dinheiro : Mesmo porque o senhor não temmais necessidade d êle . .
O .pobre vigário volta depressa aos seus aposentos ecomeça I.h juntar todos os seus escudos . - Que está fa .zendo, m an o? pergunta a irmã. - Ah, mana! r esponde .O Anj o do Senhor veio m e buscar para m e levar ao paraíso, mas antes tenho que lhe dar t ôda a minha fortuna .Não terei mais necessidade dela. - Sim. E eu , que vaiser de m im? - Não se preocupe, tenho ainda cinqüentapatacões escondidos atrás do alt ar. Pode ir buscá-los .
O padre volta junto do Anjo . - Ei s tudo que te nho .Mas o ladrão, que escu tara a conver sa, ex ige também odinheiro qu e está escond ido atrás do altar - Agora .entrenes te sa co para que eu o leve ao paraíso. O padre entrae depois de bem amarrad o, é arras tado escada ab aixo pelopa ti fe , que o puxa pelos pés. A cabeça d êle bate contraos degraus e êle geme. ~ Não se queixe, di z o Anjo, con tinuando a arrastá-lo no sa co, o cami nh o do paraíso é dur o.
Entã o o ga tuno arrasta o sac o até o jardim . do vigárioe o a ti ra no terreiro dos patos e vai embora .
Assim que amanhece, os patos encon tram o sac o noqu in ta l e começam a bicá-lo, enquan to o p adre r ecebe asbicad as ge me ndo .
De manhã, quando a irmã ve m dar comida às aves,av ista o saco . Aproxima-se, dá -lhe com o pé e ve r ifica'que o saco m exe e geme . :- .Quem está aí de ntr o? pergun-.
la ela espan tada . - Ah minha ir mã, r esp onde o padre,sou eu . - Qu e é q ue você está fazendo aí dentro, mano?- Mas, mana, estou no pa raí so . - Então, mano, você estáno paraí so dos pa to s.
Ela ab r e o sac o e o pobre sai de dentro, envergonhado.
NA COMMEDIA DE L L'A RTE - O saco é um dosacessór ios ma is em prega do s na Com m cd íur, Para confirmar isso. basta folhear o precioso manuscrito no qual ccélebre Arlequim Dom in iq ue anotou os jogos e Lazzi queéle fazia nos di ver sos sc énurtos que r epresen tou de im proviso no T hea tr o do P ulai s Royal :
Eis a lgun s exem plos:
Em L 'Aub crp e - " Faço meus Lazzi para en tr a r nosa co (anele o m et em pa ra jogá-lo no rio) , depois, qua nd o
ê les menos () sus peita m, saio e en tro em casa pel a janela .Com o ôles pen sam q ue eu continuo no saco, in dag am qua lé o caminho q ue leva ao r io . Eu lhes resp ondo da janel a:- Basta s e01ô r em frcnie. Éles se apa voram e fogem.
Em A rie qurm. lw i i.c et 7nrú son , Arleq uim foge do sacograças à che gada de um urso qu e põe em fu ga os rap tores, abandon an do o saco . E, é .o urso qu e toma o - lugar deAr leq uim n o saco, ta nto .-qüê"' ~s, personagens, que acreditam que Arlequim continua nó saco, fo ge m apavorado squando vê m sair dêl e um urso .
Em Arlequin esp rit fo LLet, enquanto Escaramouche eArlequ im discutem, chega P as ca ri el dentro de 'Um saco .Vendo o saco que se aproxima aos pulos. Arlequim diz :- É um saco d e carvão que v ai ao mercado . - Um fardoque v ai à al fâ:nd eg a, di z Escaramou che . Aí Pascaríel sa ido saco fantasiado de diabo, enquanto Escaramouche e Ar
·leq uim caem desm aiados, e t ermina o ato .
Em L e docte'ur Péda n t amoureux, no segundo ato, Colombina faz Bri gu el a entrar no sa co e Briguela , com suasmanhas, fa z entrar n êle , em se u lugar, a, Arlequim .
P oderíamos m ultiplica r as citações d êsse gên ero, emque o sa co dá lugar a mil lazzi e jogos, cuja t r adição sóse conser vo u ent r e os palhaços .
Em Moli ér c - També m M oliê r e permaneceu fi el 3
esse mecanismo obr iga tór io da farsa . No Registr o de LaGrange, es tá anotado qu e a troupe de Moli êr e r epresen touuma fa rsa in ti tu lada G orgibus dan s le sae em 1661. .Acena elo saco na s Fourberies de Scapin é m uito difícil dr:se r represen tad a . Ela exige do intérprete de Sca pin um
vigor, uma viv aci da de e uma vi rt uo sidade corporai s, bemcomo um domínio de respiração incom uns . Rel eia a cena
. e todos os jogos que ela compo rta . Um es trean te terámuita di ficuldad e em levá-la a ca bo se qu er representá-lano movimento indicado. Para r epresentar ess a cena é necessário uma grande expe r iência do m étier que umprin-
.' cipiante não possui, m esm o se êle é fo rmado se gundo os. métod os de Commed ia de li' A rte e treinado nos exercícioscorpo rai s quase acrobáticos da farsa cláss ica . 'N ão est a ndo t r einados para isso, os atô res decepcionam nessa cena .poi s o con ta to com o repertó rio m od erno fê-los per der ovigor e a vir tuosidade corporal que ela exig e . E t al veztambém julgu em que tai s jogos "ta bar .nicos", t ai s palha çad as são incompatíveis com a s ua di gn idad e .
Quando representou o pe rs on agem de Scapin, M cl i êr etinha 49 anos e só viveria mais doi s anos . Mas m esm odoen te, sobrecarregado de preoc upações, em lugar de desden har os jogos da farsa it a liana que o formara, como ato l'e 'com o autor e já u lt r ap assad a por êle pró prio , Mo li êr csen te necessidade de volt ar a esses jogos e de, m ais umavez, en trar em com petição com os farsantes italia nos, seusconcorr en tes, cuj o sucess o não diminuir a .
(Th éâtre, n . 43, maio-63) .(Mecanism es et lazzi , L . Ch an cercl ) .(L e J Cll X Du. Feu. De Cam.p , L . Li mon ).(Cah iers d'Ari Dram at iqlLC . set . 45.) .
o JÔGO DO SACO NO TEATRO D E BONECOS
Em 1861, Duran ti , desejando renov ar a arte das m arionetes, m andou construir um am bi cioso castelete noJardim d as ' Tulherias . Seu T héâtr e (co n tendo 24 p eças)é muito procurado pel os amad or es e bibli ófilos . Entreessas peças, encontramos O S aco el e Carvão , da qual damo s o scén ario :
Para se vingar do ri.co, brutal e egoísta senh or Nif'la nguille, P ierr ô en tr a no saco de carvão qu e lhe vai ser entregu e . Pierr ô - saco de car vão, começa pregando peçasno carvoeiro:
o Car v oeiro Êsse saco atrapalha a- passagem aqui(Muda-o de lu gar ) . A ge nte podia recost aj; nêl e paratira r uma soneca, en q ua nto espera . (No mom en to emque êle se de iia , o saco passa p((ra o ou iro laelo e oCarvoe iro cai) .
c .
. ,Eê! Ond e se m eteu êle? Diabo! Escorregou , não es
tava ca lçado . ( Toma o saco e co lo ca no m esm o luga1") .Quietinho! - ( M esm o jôgo) Oh ! Que que h á ? O saco fu giude nôvo . O Carvoeiro o persegu e .. O Carvoeiro - Eê! Olá ! Vai viaj a r! Desd e que tr abalho no comércio, nunca vi um sa co de carvão tão agitado( O saco dá pulos) Ah! Ah ! Ah! Ag ora es tá dançando! Est ácontente porque vai para o f ogã o d o sr . Niflanguile!
Neste ponto, o saco toma um pedaço de pau e começaa dar no Carvoeiro. Uma vez introduzido em casa de Ni Ilanguille, o saco continua com seus lazzi e pancadaria .
. Fa z Barbandu, o cr iado de Niflanguille entrar no saco eBarbandu recebe o sab re de Niflanguill e através d o corpo,Ch ega o guarda trazid o por Pi errô, que cons tata o crime .Niflanguille é detido junto com o Ca rvoeiro, cu lpado porter t en tado fraudar o pêso . P ie rr ô, afinal , mata o gua rdae o mete no saco..
No jôgo, P erva nch c ou o .I ôgo de São Gogo llno, po ót ico e bu rlesco. conce bido pa ra da r grande ma rgem ii a ção ,ii invenç ão e aos lazzí dos atôrcs. fa z-se in te r vi r , e ntreou tros mecanismo s t. rad icion ai s ( A Tarãn tnla , o A sn o Mu dado . em Homem , et c.) o jó g o do saco. Numa das ce nas,Pervanche, vestido de diab o, con vence dois ladrões a en-trar cada um n u m saco. .
:- Êsses sac os, di z õle, . são mágicos . Basta entra rdentro e fa zer um pedido, saltando ritmad arn ente, pa raqu e o voto se realize . Ma s há u ma condição: é precisonão te r consi go d inhei ro a lgum, nem em ou ro, prata oupapel.
Dessa maneira o fa lso Satã obriga os do is ladrões arestituir o produto do r ou bo antes de entrarem nos sacos,onde serão amarrados, surrados e entregues à justi ça . Eaí termina a farsa .
No Saco de Esperteza, peça para títeres, publicadaem nossos CADERNOS n.? 19 o jôgo-do-saco é usadopara fazer o ladrão entrar no saco e ser prêso .
(Livro consu ltado : Le J eu d l! Sue , d e 'hancere l, Ed .La Hutte, Lyon) .
Exercícios de concentração
Os exercrcios seguin tes podem ser ap licados na escola, com o preparação para. as at ividades -_dramá ticas,permitindo o desenvolvimento da imaginação infantil e desua capacid ad e de concentração.
J ) CONCENTRAÇÃO NUM OBJETO REAL - Escolha um ob jeto na sala de aula . Um lápis, por exem plo .Olhe-o com a ten ção . Procu re senti-lo através do tato edo olfato . P r ocure concentrar-se inteiramen te n esse objeto . Esqueça tudo à sua volta _ Imagine, por exe m plo, assegu in tes s ituações : Quem teria perdido êste láp is? O queteria. acontecido com o apontado r? Qu e sign ifi cam as ini ciais gravada s nêl e? A qu em pertencerá ? Repare 'como escreve macio, etc. Esqueça os colegas e se concen tre unica me n te no ob jeto escolhido. Escolha n ôvo ob jeto e r epitao exercício .
2) CONCENTRAÇÃO NUM OBJ ETO NÃ O VISÍVEL - Escolha um obj eto . Esconda-o . Imagine, ag or a,
-corn o é êle . F aça de con ta que o vê, que você o te m nasmãos novamente, embora não o poss ua no momento .Mande que o aluno descreva o objeto: di ga a sua côr ;que sensação tem ao tocá-lo ; descreva o objeto em seusmínimos deta..1hes. Escol ha outr o obj et o e repita o ex ercício .
3) EXERCí CIO S BA SEADOS NOS CINC O SENTIDOS - Ma nde o aluno olhar a tra v és da janela e imagi nar q ue es tá vendo um pôr-el e-sol. Pausa para que se con cen tr e . Im agine uma tempestade q ue se aproxi ma, repa 1'8
a n uvem escura no céu . Pausa . Out ra n uv em. Pausa .Cai a primeira g óta de ch uv a, ou tra ' I;: mais ou tr a. Chov e.Pausa. A chu va aumenta, chov e , torrencialmente . Veja
como escorre pela vidra ça P ausa longa . A ch uva cess aaos poucos. O céu est á claro novamente . Pausa. Anoitece.Pausa . As estrê las começam 'a brilhar • Aparece a lua .Que formato tem a lua: é cheia, nova ou minguante?
Imagine, a seguir, um foguete subindo à noite, no céu .Dado o sinal (bat ida num tamborim ou pandei r o), o foguete pa r te . P aus a . Com o vê o fogu ete sub indo'! O alunodeve acompanhar com o movimento dos olhos a par tidade foguete a té es tourar no alto e mostr ar , através de suaexpressão facial ou m ásca r a a im pressão ou emoção quelh e causa .
Imagine um pássaro voando no céu . Acompanhe se umovimento com os olhos . Um tiro (bati da no pandei ro)parte, acerta no -pá ssar o . Êl e cai . Exprimir a emoção pelam ásca ra ou exp ressão corporal, sem di zer nad a, ou tal vez, somente no final com uma única palavra: coitadinho!
Imagine um avi ão faz endo evoluções diversas, aco mpan he se us movimentos com olho s, cabeça e corpo . Transmita com o cor po a sensação desagradável que lhe causaquando o ruído do m oto r se torna mais forte .
Imagine-se se ntado à m esa , toman do café. T om e achícara, ponha o açúcar e o ca fé . Beb a . Expri ma a sensação qu e sente : o café es tá muit o quente, ou doce demai s, ou frio, ou amargo .
Imagine-se num jard im ou no ca m po chei o de flôres ,Abaixe- se para. colh êr uma fl or. L eve-a às narinas .Que sente?. Descasq ue uma laranja . D ivi da em dois peda ços Dê
u m ao viz in ho . P rove o outro . Qu e g ôsto sen te : doc e,amargo, in síp ido ou ácido?
Escute o relógio da sa la ao lado bater horas . Contemen talmen te as batidas . Acerte o seu relóg io de pulso .
F inja que es tá lendo ou cochilan do . Ou ça batidas n apor ta . Pausa . Novas ba tidas, m ai s fortes . Você se levan tae vai abrir .
Todo s êstes exerc ício s podem ser aplicados var iandoas sit uações, os obj etos imaginados e o ritm o em que sed ào , Devem ser a prin cípio bem simples e obje tivos, afim de que a cr iança possa im aginar e sen tir cada coisa.sit uação ou mov imento isoladamente e pod er, assim , expressa-r o quc sen te com nitidez . Mais tarde , ôsses ~xe~
cicios podem se com pl icar, envolvendo du as ou .m~ ls SI:tua ções ou objetos a imagrnar, apreender e ex prurur atech egar ao brinquedo dramático com enr ôdo, ou hi stór iaa se r drama ti zada, com ou sem palavras.
(T extos consultados : /301et.im ele B ibliotecas e A uditó rios, da S . de Educação da Guan abara, prof. Opheli aSan tos) , " ...
· }
EXERCfclOS COM MAsCARA
F eitos os exercícios dados no nú m ero anterior dos CADERNOS, an tes de passar aos se guintes, o monitor r el embra Q que já foi dado anteriormente s óbre a signif icaç ãodo s planos, do s cen1:ros,etc.
Os exercícios seguin tes serão ' const it uídos da com binação dós sentimentos já dados no s precedentes,por exemplo:
a) olhar com desprezoesc utar com m êdoatirar um obje to com rai va .
b) com bin ar os ex ercícios já dados com m ovimentos, po rexemplo:andar como um velho cansadoandar como um cegoandar carregando um pêso fictícioandar sôbre o asfalto, na arei a, no m ei o de po ça s dágua, no meio do matoandar cm ritmos diferentes .
Ne sses exercícios de caminhada, ob servar o papel dadistensão e do músculo na obtenção dessas ficções: umhomem andando na areia força mais o tornozelo, etc.
c) representação de obj etos inanimados, tais comoestátuas, manequins e também árvores, por ex emplo.
d) representação, finalmente, de no ções morais, taiscomo a gl ória, a maledicência, a publicidade, a f ôr ça .
Êsses ex er cí cios dev em se r feitos numa det erminadaord em e en unciados através de .determin~da.s . palavras qur~se prest am a I SSO de uma maneira sugestiva , e em se guid arepetidos numa cadência bem rápida . O aluno tomará in sIant âneamentc a po sição que tr aduza. cada palavra dada,sepa rando-se uma da out r a p or um brev e stop.
Terminados e repetidos os exercíci os dessa primeirasé ri e , o a lun o estará familiarizado com as primeiras d if'iculdades da expressão corporal e poderá no decorrer d êles,com provar os princípios básicos; terá se habituado a obse r var os movimentos e as formas e ao mesmo tempo treinado a imaginação ; t erá tido, sobret ud o, a primeira r evelação do qu e possa se r a exp ressão cor po ral, do que pod eIa zer com se u próprio cor po . Depois di sso ó q ue vai l. cn ta r criar c fa ze r vi ver.
SEGUNDA SÉRIE
O monitor expõe aos alunos um tema simples, sem intriga nem abstrações, como : diferentes pessoas no hall deum hotel; espera na sala do dentista ou uma usina. Aqui.o aluno deverá mudar de personalidade e se tornar verdadeiramente atol', pensando e agindo através de um tipoimposto ou li vremente escolhido .
B) Exercícios com mudança de personalidade.
Peça com antecedência ao aluno que observo c p re-pa re um tipo humano bem definido:
idade, .classe socia l,profissão,nacionalidade, etc.
O aluno dará en tã o vid a ao personag em e o fará entrar em a ção dentro do tema dado no último momento,pelo monitor . Qu e o . aluno ' não se preocupe cm inventarincídentes: todo o interêssc do espetáculo deve residir natradução fiel , viva e ' estilizada do personagem. Só apósum longo período consagrado a essa espécie de exercíciose som en te depois que o aluno tiver se habituado bastanteé que constrói um enrêdo simp les . A partir dêsse mo mento, se r á aiinprovisação verdadeira, ainda sem pala vras . Não só seránêcessário guardar a. verdade e ' o intc r êsse do personagefn; ma s também imaginar, improvis a rlima ação segundo o tema dado, adaptar-se ao jõgo doparceiro, etc.
Tal exercício - é preci so observar ..L.. não pode sedirigir a um público . Não tem interêsse espetacular, poi sé um j ôgo voluntàriamente mutilado da parte principa l-- a palaV1·a. Basta que o aluno e o professor, conhecendo[) tema, se entendam .
Mai s tarde, o comediante poderá fa zer a improvisacâointegral, jun tando a palavra ao gesto . Êl e terá , para isso.seguido uma preparação que lhe terá dado a f acilid ad everba l n ecessária . Apren de r á a só di zer o necessári o ; Ia lar d em ai s prejudica o j ôgo físico, fa la r pouco dem ai sparalisa o j ógo e lh e tira. t ôda a v ida . Mas isso já é im pr ovi sa ção, cuj a excelência como exercício de aperfei çoam en to do a tol' , não cessamos de proclamar .
Para finali zar, direm os que é no s museu s , enlre n:<obras-pr imas da escult ur a e da pintura. e também na,') bibliotecas, em gravuras, de senhos e fotos de comediant es.m ím icas e dançarinos qu e o ala r irá encontrar a r evel açã o da bel eza c da s possibilidades da ex press ão dr) corpohu mano .
(L' t: xpres;;i(nt CU)'}I0 )'sU e, de J unDoa,t)
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PABNICACAO DE MÀSCARÁ dê c .rio lina ou e a r taó r é -eartad óVirginia V alli
_ í:ste processo é aconselhado sobre t udo pa ra as máscaras de jogos d ramáticos e ca be ças de bicho . Ex igepouco m ate r ial ; cartolina, papel dejornal, grude e t esoura. Não permite,cont udo , fa zer vo lumes r ed ondos, amenos que se tenha, um grande tra balho . O material, neste caso , im põeuma transposição ainda maior que ado s outros processos, mas que não ficamal em espetáculos com crianças e emIm provisa ções . Neste caso, a máscaraé usada. mais para suge r ir uma coisa,do que para repr esentar . É o at ol' qu e,pe lo [ ôgo do corpo, pela mímica, que
- dará a impressão de que é urso ouleão, rei ou di abo, que a m ásca ra e arou pa apenas sugerem .
O processo m ai s fáci l de fabricar am áscara é tomar 1/4 de uma fô lhade ca r to lina bran ca, r iscar o lugar dosolhos e nariz, o contôrno da test a erecortar ( V . fig ura), ri scar e recor,t ar um triângulo de cartolina e apl icar s ôbre o or ifício do nariz, colandoou costurando. Uma vez colocad o onariz, fa zem-se pinças na testa ( umano cen tro ou duas, sendo uma de cadalad o da testa) para dar vo lume; fazem-se igualmente pinças nas fac es
-para dar volume às boch ech as, grampeia -se e cola -se . A máscara se ndo cortada à altura da bô ca, nãoé necessário dar o volum e para oqueixo . Aplica-se em -seguida o ma-'terlal paar sugerir bigode, cabel o,etc . por exemplo: fios, fibra , creponpi cado, colad o sôbre a máscara. Emsegu ida se pinta a máscara com tin ta em pó so lúvel em água e di ssolvida _em go ma-arábica rala. Para c ôrrde-.:pe le, usa-se uma mi stura de alvaiade,com pó amarelo e vermelho, na proporção desej ad a, para o t om que ;>1'quer : pálido, sa ngü íneo, ro sado, etc .Uma vez sê ca a másca ra, aplica -se umelás tic o na altu ra da orelha, ou faz-se
um ca pacete com du as ti ra s larga s depapel fo r te (pa rdo) cr uzadas atrá s daca beç a e colada s e gr a m peada s n amáscara. Para dar mais soli dez àmáscara. e evitar que ela se rasgue ,pode- se colar t arlatan a sôbre t ôda asua supe rfície, na parte de dentr oIsso evit a que a m esma se rasgu e, nospon tos em que está aplicado o elá st ico ou o capacete . Pronta a m áscara ,'podem -se ultimar ret oques de cabele ir a (de pap el cre po n ou outro mater ial lev e) aplicada sôbre o capacete.na parte superior .
Partindo desta técnica, pod e-se fa bricar com facilidade uma máscara ea prática vai le vando a aperfeiçoam ente de seu fabrico, en sinando comoda r vo lume aqui ou ali, com o dar
_mais rel êvo aos traços por m eio deapliques - de pano, jornal colad o, fio s,fibras, etc. Para se fazer uma máscara de bicho, o processo mais fác ilé o se guinte:
1 ) r ecorte em ca r to lina os perfisda ca beça do b icho, tendo antes ocu idado de desenhar o pe rfil, procurando a mai or aproxim ação po ssível
s
do desenho do focinho e da cabeça doan imal; recorte êsse desenho na cartoli na , para obter o mo lde, qu e va ise r vir pa ra r iscar du as c óp.as exa tas dos d ois perfis necessários ;
2 ) r isque u m traço na altura datesta, de 4 a. 5 cms . , e corte ; nesseor if ício introduza a orelha, qu e jádeve ter sido r iscada e r ecortad a emcartolina. . ou pano se quiser ; cole aor elha . na parte q ue va i fica r pa ra.de nt ro, utilizando um pe daço de jorna l colado sôbre ela : dê o jeito daorelha dando um a p rega;
4 ) cor te uma ti ra, de cartolina, del Ü a 15 cms. de largura , e de compr imento que dê para liga r os dois per -f is um -ao ou tro; ,
3 ) applique essa tir a a uma das faces, pic otando para facilitar a colu ge m com grude e pod er segu ir o de.se nha do perfil ; -
5 ) Colada a ti ra a um do s perfis,espere secar e cole o outro perfil, pel omesm o proc esso de recorta r dentes natira . .
6) p inte pel o m esmo processo dado
c .-
OS TRAPACEIROS
(Tema inspi rado na Commedia dell'Arte )
Jogo Dramático
Os dois afirmam que p oder á r ecuperar tod o o dinheir o, se jogar de n ôvo ;: Propõem qu e jogue comêles .
Os cúmplic es, ins tal and o-se para o jôgo, se cong ratu1am por terem encontrado um tôlo. Estão certos deganhar o ducad o .
J ogam .
f'u
3 Os dois cúmplices se aproxima m e pergunta m po r que está chorando .
4 - Êle expli ca que perdeu no [ ôgo de cartas e que sólh e rest a um ducado .
7
2 Um a ter cei ra persona gem , em lágri mas, entra peladireit a..
- Dois cúmplices entram pela esque rda, r indo e con ve rs ando .
(j -
lJ Ao contrário do q ue ima ginam, é o tô lo q ue ganha.Ga nha de saída todo o di nh eir o, depois os chapéus,as roupas e os sapatos dos dois . "
9 Sai, cu rvado sob o p êso de seu lucro, deixando osdois cúmplic es chorando, se m roupa .
NO TA - Se êste jôgo I ôr fe ito com a manipulação de"r oupas reai s, " OS dois cúmplices dev em usar , sol> asro upa s uma camisa bem com pr ida e ridícu la .
par a a m áscara de gente, na côr de-sejada . "'.
7) pode-se r ef orçar as par tes coladas, cobrindo" os den tes com papel dejor nal colado, evitando que a m áscarase rasgue nas junturas . Ta mbémpara se facilitar o trabalho , pod e-seus ar gramp os de pon tas v iradas, af im de m anter as bor das no lugar atéq ue a cola seque .
Qu aisquer que sejam os volumesompregados, a técnica é se mpre am esma: recorte dos di feren tes ele mentos da. cabeça , r eunião d êsses d iferen tes eleme n tos por me io de dentesnas bordas, colagem com grude gro sso ou cola fo rte .
P ode-se, igualmente, fazer umamáscara de bicho - por exemplo, boi,bu rro, elefan te, por siste m a aproxi ma do daquele "usado para cabeça dege nte. Para iss o, tome u m ret ân gulode ca.rto lina grossa num comprim entoque dê da testa ao focinho do an imal.Recor te ape n as o lugar dos olhos ( aposição aqui pode não ser na alt u rados de gen te ; sen do a m áscara maio r.dois or ifícios mais abaixo, no m eio dacara, cobertos com tarla tanda , permit em ao ato l' enxergar) ; faça pinçasla r gas em bai.xo para dar voiume aof{Jcinh~ e uma grande pinça na testa ,no me io: corte, dobr e e cole; ap liqueas orel has c?m cola. nas pa rtes su perr ores laterais da test a, "se não t iv ercortado as or elhas no mold e in teiro 'p in te na côr desejada, aplique elás t íco ou capacete; r eforce as par tescolad a s .
· }
(Do livro NOUVEAUX 'l'I-IÉMES DE J EU - CoU.Ol ivier Hussen ot) .
(Livro cons u lt ado : FabTication ânmasque, de Henri Curdreaux ) ,
Técnica de P alcO
Iluminação - Noções Gerais
QUIIDRO ~E LUZ.,
1 · c f/ I/ PfI Of r H l Ro 0 1) MR IlMO(E'
Z-C HRVE "+Ri FÁs ic R' G El' AI..
3- (H!Wt;S SUi!-vERRI S
lj_ c HIlVE5 jWDi ll iDtJfli s ·
,. I'ORTR- FtJSI·VE.L il%ivíDVIlG
b ~ 80rÕe.S DE ,R MPR jI(H"t,?
Antes de en tr a r m os 1\ 0 assunto pró priarncntc d ito, éconvenien te estabelece i mos com os leitor es uma es pécie decódigo a f im "de nã o ser m os obrigad os a r epe ti r em cadaum a das li çõe s o sig n ifica do de certos têrrn os t écnicos o Eao m esmo temoo cue Est abelec emos ess a n omenc la tu rairem os ap resentando al guns elemento s de clctrici.dad e ,ponto de partida , co mo é lógico, pa ra a il uminação, q ua lquer que seja .
In icialmen te, d evemos diz er que o pa lco deve possuiro q uadr o de lu z, ponto central de onde irradiam to do s oscoman dos para os d iver sos aparelh os disp ost os no p alcoe n a pla téi a e que são os elem en to s necessár ios para ailuminação do espetáculo . S ôbre o quadro de luz, enum e ·r emos algu ns con selhos primários:
QUADRO DE L UZ
1 - CHAPA DE FERRO OU MARMORE2 - CHAVE "TRIFASICA " GERAL3 ~ CHAVES SUB·GERAIS4 - CHAVES INDIVIDUAI S5 ...,... PORTA-F UZÍVEL IN DIVID UAL() - BOTõ ES DE CA MP AINHAS
1 - deve es tar colocado em local do palco d e onde o el e·t r icista p ossa assisti r a todo o espetá cul o, is to é, deonde possa ver a a ção que se desenrola nêle . N ãodeve , no entan to, pr e judicar a sa ída de m óveis, cen ários ou 'person agens .
o 2 _ deve estar com pletamen te iso lado, possibilitando aoeletticis ta corrigir qualquer def eito p or ven tur a sur gido o Não é ac onse lhável emb ut i-lo ou pr endê-lo n apar ede, o que inut ili za a ver ifi ca ção p el a par te truseir a .
3 A div isão das chaves e das r espectivas ca r gas nãodeve ser fe ita à m edida, que os apar elhos vão sendou tilizad os, mas sim anteri orm ente, desd e que o en-
cenado r ap resen te ao ele l.r icista os efeit os q ue pr eten da ef e tu ar n o d ecor r er do espetácu lo.
4 Os fi os qu e chegam ao q uadro de luz e os q ue dê lesaem dev em es tar inteir am ente desligados dos elem en to s de ce nár io o É aconselhá vel ser em in teira mente in depen den t es e en trraem para o quadro edêl e saí r em pe la parte de cima .
Enumere mos ag ora o que cham amos de ap ar elhos elei lu min ação :
R~BALTA OU GAMBIARRA
. 1 - r i ba lta - sér ie d e lâmpadas dispostas no ch ão dopalco, na fr ente do pan o ou cor ti na de bôca . As riba lt as devem ser d ivi d id as em tr ês ou quatro secçõ esno mínimo, 2., f rm de facilit ar a il uminação .
2 - gam bi an 'a - sér ie de LImpadas d ispostas n o a lto d opalco e su spens as p or s is tema de cor das . A div isãoem secções tam b ém aqui é aconsel h ável.
3 - re f le to r - aparelho es pecia l dest in ado à ilu m in açãoem det erminado se to r do pa lco o Ex ist em centenas detipos de r efl etcres, desde os u t ilizados em estúd iosfo tográ fi cos até os u t il izados em se ts de filma gem .O t ip o m ais simples, quanto à sua fabricação caseir a ,é o q ue ap ontamos em desen ho ao lado. Em ger al,são usadas Iâm padas es pecia is (chamadas "lâmpadasde f'ilam cntr- concen t rado" : com as q u ai s se o btémresultados excepcionais. N o en tan to, se não fôr po ssível compr á-Ias em v ista do custo elev ado, pod emosutilizar l âmpadas comuns (100 -120 ou 100·60v ) .
4 - t angões - a parelhos com 3 ou 4 lâm padas , destinadosà ilum inaçã o de pan or am as, de ~ cor redo r es ou defu ndos de cenários . '"Os quadros de luz não devem ser feitos em m adeiracom pensada ou sim ila r , pois são ma teriais infl a m áveis .
t ..
.. ) 2 - A chave " Irif ásica" (denomin aç ão com um ) é a quer ecebe a carga de luz diretamente da rua OU de ou tra chav.e geral do mesmo edifício onde estiver locali zado o teatro . É achave que alimentará todos osou tros p on to s de luz.
3 - A fu nção da s ch ave s sub -zerais p facilitar ° trab alh o do ele tricist a e possibilitar efeitos de diversospontos de luz ao m esmo te mpo . Exemplifíca ndc: sedesejarmos apaga r uma sé r ie de aparelhos de luz nomesmo tempo e permitir que outros continuem funcionando, bastará dividir aquê les numa m esma se cção abrangida por uma de ter mi nada su b-geral, deixando êstes em outra sub-geral .
Aq ui é que voltamos ao assunto da distribuição noq ua dr o de luz, já citada . Por exe m plo: t ôdas as luzes nãoutilizadas no es pet ácu lo, tais como lu zes da platéia , doscorredores, da s esc adas do te a tro devem ficar sub ordinadas a uma só sub -gera l, o q ue perm itirá apagá -Ias deum a só vez , ou um", por ve z. Se colocarmos u m aparelhona secção da pl a téia , já impossibilitamos o uso da subgeral.
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tr a chave . Essa dl str ibuição facilita tam bém a colo ca çãoda s lâmpadas de côr c o seu uso (de cada côr.) individua.lmente.
A divisão em secções poss íbilita, como dissem os, u tilizar a r iba lta. ou gambia rra (s) em partes . Exemplificando: os pont os 1- 5-9- 13 lig ados en tr e si e colocados emuma ch ave individua l. Os ns , 2-6-10-14, idem em ou-
4 - - Ch aves in dividuais : são as que receb em , cada uma,um aparelho , tais como: um refletor, ou uma secçãode r ibalta, ou uma secção de gam biarra .
5 - P orta-Ius ível: cada chave individual e também caiasub-geral dever á t er S t;U fu siv el indiv idual , o queevitará os curto-circui tos ger ais . Qualquer Iiga ç'iomal fe it a em um apar elh o inutilizará apenas- aqu êleapar elh o e não os outros, a que acontece rá se n ãohouver os fu síveis individuais . -
ê botões de campainhas : para os sinais para o público,para os sinais para os artistas, para ef eitos decena, et c .
S ôbre as chapas furadas (as chapas a serem utilizadas na construção do refletor podem ser, por exemplo, asusadas nas latas' de banha) ; deve haver ainda uma sobrecapa separ ada daquela de 0,5 cm (1/2 cm) . Na frente dalente e separada desta, poderá haver um caixilho pataa colocação de papel cel ofane que de verá ser sempre co..locado em uma 'ar m ação - 2 fôlhas de m etal com o circulo no centro - para evit ar que encoste d ir etamente nalente .
Os maiores problemas para a construção de refletores são os referentes .a : a) - ventilação; fàcilmente resolv ido pelo sis tem a acima; b ) - lentes; sã o, em geral ,fabricadas em vid ro branco, transparente, côn cavo. Su afabricação , no entant o, não é fácil (há grupos amadoresqu e se auxiliam com as casas de ótica locai s, que pod erãoaté fabricá-las. Em pr in cípio, o sistema é o mesmo daslentes de óculo).
A al ça dos refletores é pr êsa nas laterais por parafu sos (de dentro para fora) cuj a rôsca fique do lado exte rno, possibilitando a colocação de duas borboletas. Aalça deverá se r furada na parte supe rior . No buraco, coloca-se ge ra lmen te o parafuso que 'p rende o ref1etor nosar rafo (vara. de refle tor ) . 1J:sse sa rraf'o é uma m adeiracomum, pin ho, de 5 cms , de largura x 2,5 cm s . de espes -
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NO REFLEToR
PR R lí o PI'IP E L.C/f L OF A IVE.
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Rum . Com êsse sistema de prend er o rcf letor, o mesmoes ta rá int e ir amente livr e para movi mentos lat era is, ve rt ica is, podendo girar s ôbre s i mesmo .
As lâm padas d e fil am ento concen trado, qua ndo ut ili zadas, deverão se r colocadas no saquete, de forma qu e osfios d o fil am ent o f iq uem paral el os à len te . Caso contrário, no pon to focado apa recerão estri as que são p rovocada s pela som b ra pro jet ad a d êsse s f ila m en tos .
OBSERVAÇÃO FINAL - Chamamos a a tenção dosleitor es para. o segu int e : a ) - t ôdas as eme ndas de fiosdevem se r isoladas cuidadosam en te ; b) - tôda colocaç ãode .p lu gs e tomadas dev e se r a jus tada e firme, não deve ndo haver folgas; c) - para as ligações de aparelho,deve ser usado o cordãa pl ástico 2x14 ou 2x16 , a fim d eevit a r sobrecargas no s condutor es ; d) - no quadro de lu z,dever ão ex is t ir em reserva : fusívei.s, isolantes , ferram entas, la nternas de pilha , etc .
."t ..
(Re produzido de CADERNOS DE TEATRO n.o 2) .
o ODE VAMOS Iml'nESENTJ\I:
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OS CEGOS
de Mich e l ele C HELDERODEtradução de Annibal MachadoPerson agen s : ·t r ês cegos de nascença.
pe reg r ino s a caminho de Rom a.
DE WITTEDE ST ROPDEN OSe
LA MPRIDO, o cao lho, r ei do paí sdos foss os .
L ocal: Uma estrada em Brabante,per to de uma gr ande cida de .
Ouve-se um canto : pereg rinos ap roximam -se p ela estrada. É bast an telento o ca nto, se bem que entoado porhom ens de boa sa úde . Os peregrinossão cegos que avan çam ta teando comum bastã o e segurand o um no ou tropela ponta do casa co . Eis se u cantode marcha : Con gaudean t catholi cir ete ntur viv is celiv i . Die is ta .
DE WIT TE ( cantando as ú ltimas paLam'as) D i e i sta . . . (F alando) Eago ra? P or m im eu paro! Se a nossa can ção de pe regr inos agrada aDeus, não comove as ped ras do ca minho . Meus pés estão sangrand oe te nho a gargan ta s êca qu e nemuma cratera.
DE ST ROPE - É preciso pa rar .Quando um de nós pára, os tr ês deve m os par ar; · e 'q uando um ca nta,devem os ca nt ar ; e quando um an d a" andam os os t r ês . .. Qu e destino!
DEN OS - Qu e destino! Cami nharn u ma estrada de que não enxerga..m os o fim , cantar uma lamentaçã onum latim que não en tende mos!Companheiros de miséria , proponhoge m er os três com t ôda s as nossa sfôrça s. Talvez alg uém nos ouça, lápelas nuvens ou na terra. Vamosge m er ! Mi serer e!
OS TRÊS - Miserer e! Miserer e ! (de safinados)
A VOZ - (A o long e) Miserere!DE WITTE - Vocês ouv ir am? (Si lê n·
cio , ou vindo ) Mais nada.DE: STROP - P arecia que estava ou
vindo . . . É a fome e a s êde, a s êdep ri ncip alm en te que no s perturba ossen t idos
DE N OS - Eu ouvi . Sa bem o que é?O eco ! Vou ex pe r im en ta r ; ou é <)
dia bo que faz t r oça de nó s e nãor esponder á, ou en tão é o eco, qu en ão m en te e respo nde , porque vouprovoc á. lo r elig iosam ente .
DE WITTE - Sim , cante a mi ssa paraêle .
DEN OS (Can t a ) Kyyyyyy . . .OS TRÊS - Vamos escuta r .A VOZ (ao longe, conclu i ndo o can o
tochão) K y yyyrie eleison . . .DE WITTE - Está se vendo que não
é coisa do diab o! É o eco. um ecode ver dad e, na cer ta o eco de umconvento!
DE N OS - Ah l Se êsse eco qu isessenos dar u rna esmola , ou pelo m enosn os ar r anj ar um canecâo d e cer vejaescura !
DE STROP - Não perca m a espe rança ! No sso sofr im en to, nossa fome ,nossa sê d e vã o a cabar, eu sei. Quere m ouvir a boa notícias? É que n is so eu en xergo m elh or que voc ês .
DE WI TTE - Me ntir oso duas- v êzes !Você nasceu tão ce go como nós .
DE N OS - Me n tiroso três v êzes!Voc ê é o mais ce go de nós t r ês!
DE STROP - Amigos da minh a dor ,fique m: sa bend o: já não estam oslonge d e Roma !
OS DOIS Oh! Oh! Oh! Oh !DE STROP - Não sen tir am que o
sol fi cou m ai s quente? Faz sete semanas que andamos . Vej am aindaagora ouvimos um eco, e um eco quecanta mi ssa... Em Flandres, para fa lar a. ve r da de , não ex ist e eco: tudo échato, tudo é plano . . . Na s montanhas, s im , ex istem ecos . Est amosnas montanhas ! E êsse pintor quenos p intou fa z p ouc o, e que est êve
na It ál ia , não disse que de víamosa.travessar as mon tan ha s'! Com o sechamava o pin tor . Aqu êl e exq u is ito qu e nos deu um fl ori m ?
DE WITTE - Acho qu e era u m talde Bruegh el.
DE STROP - Êsse m esm o, Bruegh el ~
Êle disse que passa ndo as m on tanhas, já n ão estávamos lon ge d eRoma .
DEN OS - Disse também q ue pod íamos andar se m m êdo nem receio,que de qualquer jeito acab ávamosche gando, porque todos os cam in hosvão dar em Rom a .
DE STROP - Aleluia! Vamos ver aes tá tua de São P edro! .
DEN OS - Aleluia! Va m os v er opapa em pessoa, o papa que nos vaifaz er um milagr e : dar- nos de n ôvoos noss os olhos!
DE WITTE Al eluia ! Vamos ver u mmo ntã o de mara.vilha .. . Ou en tãonão verem os nada ! O certo é qu eRom a é a cidade mais m iríf ica dacr ist andad e, e que lá beberemos aténão poder m ais, comerem os à fart a ,e dormir em os e da nçaremos. . . Sei,de boa font e, q ue êsses r om anos sãode natur a l alegr e e ami go dos prazeres . E n u nca m ais vol taremospara F lan dres. Eu m e plan to nosde graus da Ba sílica , e acabo meusdias, ao sol .
DE STROP - Eh! m au paroq uiano!Farem os o 'que o San to P ap a nosm andar fazer !
DEN OS - Qu em sa be se êle n50quer qu e a gente dê uma chegad ínha at é Jerusalém?
DE WITTE - Ou quem sabe, depoisde nos ter olhado bast ante, nosaconse lhe a vo ltar para o no ssopa ís? .
DE STROP - Silêncio! Abram depressa os ouvidos! (Ouv e-se u mcar r ilhão longín quo ) .
DEN OS - Agora ' sim ! Sin os nu m at ôrr e ! Os sinos de Roma !
DE WITTE - Vo cê est á doido ! É umc:JJTilhüo! E toca uma m ús ica q u e(, U conheço, um a ca n ção que emno ssa terra se canta n os m ercados .
DE STROP - Vo u di zer a vocês 3
V Cl dade , É o célebre carr ilhão deRoma ! Com o o P apa sou b e que trêsperegr in os ' fl am engos estavam che ga ndo, m an dou to car um a ár ia fieF la ndres em nossa h onra . Ve ja m só!
O~ TRÉS - ( Cantan do a an a com (1
carrilhão ) La-la . . . la .. . bing . ..bong . . . (G r i tan do ) Tocai, s in osbe nd itos ! To cai p a ra os que vêm d eF'landres ! Aqui es tam os! Viva R om ac su as m il ig r ejas !
DE STROP - Como doi ou vir, emterra est ranha, os cantos de nossavelha pá tr ia !
DE WITTE - A té pa r ece o ca rrilh ãode Bruges, onde n asci .
DEN OS - Ou m elhor, o do al ti voca m panário de Gand, m in ha nobr ecidade.
DE STROP - É t al e q ual o de Antuérp ia , a r iquíssi ma, onde vi a lu zdo dia . . . ( Ch oram os t rês sem nl'?n hu m a harmon ia ) .
A VOZ - ( A o lon ge, r indo às gaTgath ada s) Ah ! Ah ! Ah! Ah!
DE WITTE - Esc u tem! Estã o- rindono hor izonte! Qu e n ação m aravilhosa , esta It ál ia! Enqua n to ch or amos,os ecos ri em p ar a os an jos! Vam osr ir agora ! (Riem ) .
DE STROP - - Ésse hum or é que é adm irável. Con templem êstes a ltoscim os n evados, donde v am os descobrir as cúpulas e os campanár ios daCidade E terna .
DEN OS - Antes de m ais nada, sintaJ11 êstes p erfumes est r anhos . A sfl ôres têm ch ei r o de in cens o, gur anto!
DE WITTE - E v ejo num r elógio desol que já é t empo de a gente sepôr a caminho . Caminh em os e cantem os . Quem vai à fr en te? Eu!Qu e ro se r o pr imeiro a en trar nacidade m ística .
DEN OS - Serei eu ? Nisto v ejo melhor que v ocês!
DE STROP - P or qu e não eu, o m en os cego dos três?
DEN OS - Vamos!DE WITTE - Seguremo-n os p elo ca
saco e batamos os cajados em cadência . (Caminham e cantam PLE-
N US p ULCH RIS CJ\. lVI I N IDUS /S'J'U D E A T A TQ UE CA NT IJWS/V !r;l ST A ) .
A VO Z - Die i sta . . .DE W ITTE - U é! O eco j a n ão tem
a m esma voz . Em que p on to ca rd ia l es tá agindo agora'!
DE ST ROP - Será que estam os voltan do , em vez de ir par a R om a ?
DEN OS - Ser ia terrível! A ch o bominterrogar o eco . Se é q u e êle sabe
lati m, deve sa ber ge ografia ; eu m eencarr ego dist o . (Sol en em ente) Senhor Eco, d igne-se resp onder a tr êscegos que procuram seu cami nho .On de es tá, eco su til? .
A VOZ DE LAMPRIDO - Num a árvor e d a qual descerei para se r -lh esagradável. So u uma voz q u e tempatas e ch egarei a té vocês.
DE WITTE - Bem que eu p ress en tia , é um h om em ! Tanto m elh or, êlen os da rá esm olas . Vej o-o que vemchegando ; é um gr andalhão de chap éu r edo n do.DEN OS - É um p equen o, de chap éu quadrado .
DE STHOP - Cal em-se ! É um graít1 ·d e que ficou p equeno, p orq ue écorc unda , n em m ais n em m eno s, eo chapéu dêl e nã o p assa de um bonéde m edalhas !
LAMPRIDO ( En tm n do ) Aqui es t ou,m inha gente .
OS TRÉS (Tom an do ar es d e m endigose satm odi ando em f at set e) Aquiest á o bondoso cr istã o! Tende p redade de pobres ceg uin h os, grandespecador es ! Pied ade de ca la m it ososp er egrinos, peregr inando n est e va lede lágr imas ! Tende p iedade denós! . . .
LAMPRIDO - Piedade tenho de ce go s p ecador es peregrinando (ri).
DEN OS - P orque ri ? . ( F u r i oso)Qu em é você?
LAMPRIDO - Sou Dom Lampr id o,r ei do p aí s do s fossos, h om en s sá bio que fi ca pendurado numa árv ore em v ez de caminhar to lamen tepara uma Roma on de vocês jamaisch egarã o . Pedem esmola? Vou dar.lhes maçã s, p er as, ameixas, p êsse gos , m el , ovos d e pata .
DE STROP - Nada d isso ! Queremos.di nh eiro!
LAMPRIDO - Não o terão, m as p osso dar -lhes conselhos e m in ha ajuda, que é cer tamen te . o de que vo-
c ês pr ecisum .DE W IT TE - Não precisam os nem de
aj uda n em de conselhos ! P Ol' m a iscegos que sejamos, os t rês ju nt osenx e rgam os be m cla ro .
LAMP RI DO - Orgu lhosos ! Sa bemvocê s em que luga r estão?
. DE W ITTE - Sabemos ! Estam os nasaltas' montanhas, n o limiar da campanh a r om ana !
LAMP RIDO P ois sim! E ntãoescutem !
DEN OS - Sim , sim . . . Som os ce gos,n ão su r d os . É o carrilhão de Rom a!
LAMP RID O - Inocentes! Estão nopaís dos foss os . É preci so ac redi tarem em mim. P orque, sendo ca olho, tenh o a van ta ge m de ver comu m ôlho; mas um só ôlho basta . Hám u it os ceg os n o país d os fossos,onde sou r ei, eu , caolh o cla r ividente .
OS TRÉS (Sem aneba tamen to) Iii!Ii! é um alei jado! Há! Há! E dizque é cla Ji vident e ! Ri ! Hi! E achaque não es tam os perto de Rom a !
DEN OS - Vai-t e em bor a, R ei Caolh o ! Não q uerem os sa ber nada d eti . És u m far san te e te u paí s dosfo sso s não existe ! No ssos longos ca jado s têm olh os e n os descrev em osaspect os das cam pi n as . Sai daquiou nós te batem os !
OS DO IS OUTR OS - Vamo s darnê le, sim ! Arre! (Os tr ês dão cajadadas em t ôdas as dire ções) .
DE STROP - Quem me ba te?DEN OS '- Assa ssino! Vo cê está ba
tendo em m im .DE WITTE - Est ão m e b atendo !
Acu dam!LAMPRIDO - Ó trág ico en ga n o! Ba
tem uns n os ou t r os e se desancam !Batam com vo n tade, m eu s ceguinhos ! Mas. " o q u e? Pararam? Sim.sejam pacíficos . Agora escutem!Vou faz er -lhes uma car idade.
OS TRÉS ( Em CÔTO) Tende pi edadepiedade dos po bres cegu inhos co ndenados a peregr in ar p elos seu specados.
' LAMP RIDO - Nem um vintém, nemum to stão r oído! O hálito de vocêsbem m e di z que ador am a pinga .Ou ça m -me! Vou, ca ridosamente, desviá -los de desgraça iminen te (Silêncio . Os zr ês escu tam bõquiaber tos).O sol vai se pôr , as brumas sobem .v i. olác eas . . . H á se m anas que osvejo p assar e r ep assa r por êstes .ca -
c ..
. ,- ., m inh as que de m a nei r a a lguma lova m a Hom o ... Vo<: ês não de ix a ram o Bru bante, e os sinos q ue ou vem sã o os da tôr r e de São Nicol:JU, de Brux elas. Pela minha úni-ca v ista , avis to daqui os muros
da cidade , as t ôr res de santa, G ú dula e o fam oso São · Migue l Gu err eiro, t od o d ou r ado, em cima daIl exa de su a t ôr r e de pedra .
DEN OS - É feio cacoar d e três miseráveis que n ão en xergam !
DE WITTE - Es tá _m en tindo paran ós . Não é meio-d ia . E já faz se m anas que deix am os os P aí sesBaixos!
DE STROP - Tom e cu id ado, La m p ri do! Você é um m al vad o! De nunciar emos você ao P ap a ! Compadr es,n ão será al gu m b andido de es t r adasqu e vai cortar n ossos tor nozel os '?
Senhor!LAMPRIDO - Pela últ im a ve z lhes
d igo : es tão n o p aí s dos foss os e aes t r ada é t ôd a ch eia de pântano s oprados inundados . Um passo emfal so e desapa r ecer ão ! Dentro empou co descerão as t revas . Vou 1.0m á-los p ela mão e con d uz i los aorefúg io da abadia , on de passa r ão anoit e . Ei s u m a opo r tu na caridade,e a única que eu quer o faz er.
DE WITTE - Acabemos com is to ! Acaminho! Deix emos êss e v elhacocom seu s d isp ar ates !
_DE STROP - Embora, cegos, tem osdignidade ! A cha que vam os aceit araux ílio de um caolho'? Hav emos deent r ar em R oma, es ta noite a in da !
LAMPRIDO - P ois vão! Entrem emRoma! M as tenham o cui dado de,a n t es, r ecomendar suas a lmas eseus corpos à Providência! Cem vê zes cegosaqu êl es que não queremacreditar no caolho (fica aborreci do) . Todos os caminhos le vam àmorte! (Z om ban do) É ainda umavaí dad e entre t ôda s, querer bem aopróximo! Prossigam!
OS TRÊS ~ Caminhemos .DE STROP - Adeus, ca olho ! E obri
gado p ela esmola !DEN OS - Adeu s, r ei dos fossos, r ei
.das r ãs e dos batráq uios!DE WITTE - Adeu s, eco a sne irento !
Trepa de n ôv o na tua á rvore eprega às co ru jas! Chegou a nossavez, amigos . Pra diant e ! E seg ur em o meu casa co .
DEN OS - Eu seg uro o casaco, s égura O me u. Quem vai ii f r ent e?
DE STROP - P ara o oriente ! Di reto :l.J\MPRIDO - Vocês es tão indo puni
(' ociden te ! Direitinho pa r a a lam aí' étida , para o nada. Si gam ! _
OS TRÊS - H onra a.os gloriosos p er egr in os da Flandres! (A v an çam .Gj'astando-se . e o canto r eesoa. t .H aec esi dies laudabilis / divil1 l!lu ce nobilis (o cant o se inten- om p e)So corro! Não me empu r r em! . N ãome puxem! L ampridot Socor r o ! Éa águ a! Mi sericórdia! Est amos afu n-
dan do . . . Eu m e afogo: J esu s! Salvai-me! (Gri tos ai n da ofegos, e asvozes se extin gue m ).
LA MP RIDO - Nada posso fa zer p orêles ! Os fo ssos são tão profu ndos I
Não ca ntarão m ai s os cegos ! Aca bo u-se o seu ca m inh o. " Desca n semcm paz, m eus irmãos, no velh o ba r 1'0 de que tod o m ortal é formado .A noite av an ça Vou ga nhar den ôvo a m inha árvore, onde , por en tre os pássaros ado r m eci d os , r ezar ei por vossas almas cegas, p ob r esceguin hos . Amém!
(Sai . O car ri lhão soa al egr em en t enos confiri s do cTepiíscu lo ) .
" ARA BO NECOS
o NASCIMENTO
NATAL POPULAR DE LI EGE
I quadro JOS É
(Entra JOSÉ à esquerda e atravessaa cena. Bate à porta de Maria)
(Gemendo de dor) O! meu Deus, fuir ecusado. Mas... vou chamá-la segunda vez. Maria! Maria! Minh a vizinh a !
JOSÉ
MARIA
JOSÉ
lUARIA
Como sei que Mar ia é sózinha e éuma boa mulher , vou pedir qu e medê a sua mão . Com Maria , sere i fe . iUARIAl iz. (chama) Maria! Maria ! Viznha:
JOSÉ(MARIA aparece)
- José! José, meu vizinho!
Maria, se i que há muito tempo você MARIAvive só e não tem nin guém que acon sole ... pela primeira vez, concedame a sua mão!
Não, J osé. Sou moça e quero conti -nua r assim. Boa tarde! JOSí~
(Ela dá a s cos/ns c sa i se m dizermai s na da )
(MA RIA entra)
José! José, meu vizinho!
Maria, pelo a mor do Deu s Pod eroso ,conce da-me sua mão em casa mento.Somos órfãos de pai e mãe! Fare mosum bom pa r juntos.
Não, José! F iz voto per ante Deu s eperante os hom ens de não me casarnunca . Boa tarde , José.
(Ela sai)
(triste ) Recusado nova me nte!
(Vai sair quando desce UIII :lIJjo clliz a Jo sé, qu e se a ti ra a :,?CUS pés) (: ..
o ANJO GAJJRIEL - J osó! Jo sé! filho de Daví ! Deus or- .' O~ í~
dena que vás procurar Alaria pel ate r ceir a vez. Ela dará ao mundo umfil ho que ser á feito de t ôdas a s sa n-tas . perfeições. Vai, José! MARIA
JOSf:
l\f.ARIA
O ANJ O
~IARIA
O ANJ O
~IARIA
O ANJ O
l\IA RIA
Obrigado. m eu bom Anj o.JOSÉ
(Q ANJ O voa. José sa i pela es querda no mom ento em qu e Maria apa-r ece à direita ) I\JARIA
Talvez com Jo sé seja possív el. Ma snão posso lh e dar minha mão sem oconsentimento de Deu s.
(rea pa rece) Maria! Maria! Eu tesaúdo. Maria . cheia de gr a ça . o Senhor é contigo e J esu s. o fruto deteu ventre. é be ndito! Maria! Deu sordena qu e aceites José como esoôso.Nada temas, Maria, pois obterás C\
. graça diante d êle . P orás no mundoum filh o a Quem darás nome J esu s. ISABEL
porque êle ser á grande e se r á ch am a-do a sa lvar o mund o.
_ . (a joelha ndo-se) Como ' pode ser a s·as sim , m eu bom Anjo ? não conhe ço.. l\IARIA
Maria, o Esoírito -Santo te cobrirácom sua so mbr a P elo se u po der , t e-rá s no seio o f ilh o do Al t íssimo, ISABEL
Sou a se rva do Senhor e tudo se faça segundo a vossa palavra!
iUARIAAssi m que ac eites J os é, irás a Belém visitar tua prima Isabel que estáno momento em estado muito interessante.
Eu vos a grad eço, meu bom Anjo.
(O AN J O desauarcee. Maria en tra àdireita. Jo s é aparece a E.)
Maria ! Ma ri a , minha vizinh a ! (Apar.te) É na terceira batida qu e a pa re cem os dono s.
(Aparecendo) Jo sé! J osé, meu vizinho!
Maria, pelo Deus vivo . me ac eita cmcasamento!
José. eu to a ceito!
(Os dois ent r a m cm casa de Ma ri a ,se m mai ores formalidades. Logo de·poi s Maria sa i só, e a travessa a cena dize ndo)
Vou visi ta r mi nha prima Isabel.
(E la sai pela esq ue rda e en tr a ummom en to denois nela di reita. Es táem Bel ém . Ba'~ e e Isabel apa rece)
Eu te sa udo. Maria, cheia de graça,o Senhor é co nt igo ! Que aconteceque a mãe de meu Deu s se dign a devir à minha casa?
- Minha a lma glor ifica o Senhor, Isabel, e meu filho é che'o de alegriaà lembrança de su as perfeições.
Entra. Maria .(Elas en tram e, a lguns minutosapós, Maria sa i dizendo )
Eu te deixo , minh a pr ima. Vou rever José , que me es pera com granode impaciência .
(Ela sai à direita e entra à esquerd ae vai bate r à dirci f. a)Sou eu, José!
(E ntra à dir eita. Chega U JII a ra uto ctocam)
(Sai. Tocam no vamente e ouve-se oArauto repetir longe a ' leitura dodecreto. José e Maria aparecem)
<Gritando) Fazemos sabe r qu e todo JOSÉa quê le casado recen temente deve seapresentar em sua terr a na tal ! MARIA
ÀRAlJ'I'O
JOSÉ
MARIA
JOSÉ
MARIA
MARIA
JO SÉ
HOMEM
JOSÉ
HOMEM
HO MEM
- Mar ia , você ouviu ?
- Ouvi, J osé. Temos que partir pa r aBe lém!
- Vamos, Mari a .
- Vamos, José.
(Saem à esquerda e entram à direitaEstão em Belém)
- José! José, estou tã o cansada quenão posso m ais...
- Bem , Mari a , vou bater na porta des, ta casinha .
(Bate e um hom em apare ce à janela)
- Olá! que é? Ah , é você? Es pere umpou co, que já vou. (Aparece em cena) Bom dia, bom dia, me us bonspast ôres, Que quer em ?
Quer emo s saber se há meio de con seguir pou sada . Maria es tá tão ca nsada que não conse gue ficar em pé.
Minha boa , gente , o qu e me pedemé impossível. Tudo está che io de altoa baixo, o sótão e o por ão estãoche ios.
Obri gad o, bom hom em, fica para nutra vez,
- Es tá bem compadre.
(Volta-se e entra )
o CAMPONÊS
JOSÉ
o CAMPONÊS
JOSÉ
O CAMPONÊS
.JOSÍ~
MARIA
JOSÉ
Bem , va mos adian te .
Sim, José , mai s depressa , sinto queme vou!
(Saem à esquerda e entram à díreíta. José bate à mesma porca, Umcamponês (xx) aparece e cumprim enta Os visitantes)
- Bo m dia, bom dia, bons patriotas.Que há?
- Meu am igo, poderá nos dar hosptial idade?
- Escute, vovô, está difícil aqu í., Tôdaa casa está cheia de cima abaixo ,É que hoje é dia da fe ira de Beléme veio muita gente. É isto, você che gou um pouco tarde .
Sabe, a migo, nós não somos exige ntes .
- Be m! vou lh es dizer. Tenho a indaa lguma coi sa, mas talvez vocês nãoqu eiram. Tenho o es tábulo. Não égra nde cois a , sa be m. Tem um muroca ído e outro que va i rui r ; ma s m esmo ass im é melhor qu e na estrad a .Pelo meno s es ta rão abrigados.
- Então, Maria ?
- Eu ace ito , Jo sé.
- Entre mos. (Desaparecem à esquerda.A !l ÓS, Jo sé sai e diz gravemente.) MeuDeus! Meu Deu s! qu e descubro? Ma·r ia que es tá num ' estado interessan-te ! Que fa zer ? Vou -me ,êmbora voubuscar minhas coisas e a dei xo .
(Neste mom ento O ANJO aparece,J osé ajoe lha )
c ..
....
o ANJ O
JOSÉ
OS PA STôRES
O ANJ O
UM PAS TOR
O ANJO
OS PA STüRES
í\:-_
- J osé! José! Por qu e tem es? O que UIU MAGOMar ia traz em seu se io é obra deDeus por gra ça do Espírito Santo.E la porá no mundo um filho a quem OS MAnO Sdarás o nom e de J esu s, porque êleserá gra nde e semelha nte ao pai.Êle virá para sa lvar o mundo...
Obri gado, An jo. U iU MAGO
(JOSÉ entra e O ANJO desaparece,Ouvem-se os past ôres guiando os rebanhos e, sem mudança de cenário,estamos num vale )
HERODES- Bichos sujos...
Vão andar. a gora ? Err .Que é isso'? U M MAGOQue é isso'?É o Anjo!Aj oelh emos! HERODES
(Fazem o sina l-da-cr uz)OS MAGOS
- Past ôr es do va le ! Venho vos an un ciar a che gada do n ôvo re i dos Judeus, o Salvador do mundo. Id e visit á-lo em Be lém.
Mas como ha vemos de reconhecê-lomeu bom Anjo '? Pois é pr eciso qu ese diga que nunca o vimos.
- Ide até o fu ndo d êste va le e verei s. o Menino de itado num estábulo.
- Obri gado. meu bom Anjo!
(O Anjo desaparece e os Past ôre sse levantam)
E is uma novidad e, então . Muito bem !Reco lhe mos os an ima is e vamos de .pr essa a Belém .
(Saem, tangindo à sua fr ente ore·banho, qu e perman ece invi sível. Apa- JOSÉre ce uma estr êla.j
- Va mos , meu s ma gos, siga mos a estrêlal
- (Em c ôro) Sim. sigamos . a ' estr êla .meus magos! Siga mos a es tr êla t
(A estréia desaparece)
_ . E is que a estr êla desapareceu . Seráaqui que o rec ém-na scido, r ei dos
- Judeus. veio ao mundo '?
(Neste momento, aparece Herodes)
Ah! bom dia . r eis Magos, que novi dad e vê-los aqui !
- Ser á que o senhor, bom rei Herodes,tem a intenção de ir ad orá-lo '?
- Sim, meu s reis magos, tal vez. Boav iagem! r eis magos.
AtJ~ l ogo. bom rei Herodes!
(Herodes sa i. A estr êla rea pa rece )E is a estr êía de n ôvo. (Saem r epetindo: )
Sigamos a estréia , meus magos. Siga mos a estr êla!
II Quadro
~.l\'IANJEDOURA
(V ê-se no meio da cena o MeninoJesus, repousando s ôbre a palha damanjedoura. Em volta d êle UIII boi ,um burro e um carneiro - menores.batendo nos jo elhos de José. Grandequanthlade de velas coloridas ,a cesas. Bate,m à !IOr~a. Jo sé r espondei)
Entrem. (Os past ôres entram e seajoelham diante do pres épio.)
. '\ .
OS PASTõRES
1.0 PASTOR
JOSf;
2.0 P ASTOR
3.0 P ASTOR
{JS IUAGOS
.JOS I~
- Que lin do!Que graça!Como é parecido comigo! f; a minhacara! E está r indo para mim !Bom dia , me nino! Que olhos lindos';que olhinhos tão bon it os!Que gracinha! Ah, se eu tivesse ummenino as sim ...
(Finalme nte, um na stor se -lcva nsac se dirige a Jo sé)
Bom patr iota , o senhor - tem muitasorte de ter um fil ho assim tão bonito! E u lhe dou um boi , que lhedeixo par a aquecer os pés do me nino.
Muit o obr ga do, pastor. (Sa i o 1.0Pastor)
Eu lhe dou um b ur ro . Guar de -o pa r a diverti r o men ino.
Guarde também o meu ca r ne irinhopara alegrar o menino!
(Os past ôr cs sae m. Vê-sc a est rê l»a na rc cer , parar sôhrc a lap,inha ;;de saparecer de nôvo. -Depois, ouve -selá fora:)
- Si g<l 1110S <1 estréia , r eis magos. Sigamos a cstr êla :
(Ba tem à !)orla)
Entre!
JOS É
JOSI-';
2.0 1\1AGO
J OS É
.mas o encontro numa situação horrive!! Mas, eu o adoro, lin do menino"e lhe rendo t ôda s as homen a gen sque lh e são devid a s, e fa la re i di ssoa meu povo. (Levanta-se) Tom e.bom patriarca, o único ouro qu etrago comigo, eu lhe dou , afim deque cuide do menino e assim qu echegar à minha terra, lh e enviareiouro e prata para a j udá-lo a cr iaro menino.
Muito obrigado, bom mago!
(O nrimeiro ~Iago sa i, batem à purta.) -
E nt r e!
(Entra II rei ne gro)
Como, doce Salvador. bom l\lessi<ls . énesse estado que venho encontrá- lo?Numa m anjedoura ? Num es tá bulo,entre a nima is! Mas, mesmo a ssim,Senh or , nós o ador a mos na sua s im- 'pli eid ad e, como rei do céu e da terr a . Deus Sal vador, nós vim os a suaestr êla que nos a pareceu no Ori cntcpara anunciar a sua vinda. Não tc nho, caro menino , nem ouro ne mprata comigo. mas tenho mir ra : c,:za r a nto quc é a joia ma is preciosado me u reino , pois é t ôda a minha riqu cza . (Ergue-se) Tome, bom pat r i a rc a , eis a m irra.
Ob r igado , bom Ma go .
1.0 lUA VO
(O nrimcirn dos 1lI;l gO S se a nrcscuae se a joelha )
JO SÉL ind o m cn uro. Como es to u co n tu n t cde 1('1' c ilq ;a d c) s:iu c sa lvo ! I. l! fe l i ~ :;.0 iU1U;Om en te, 'I ão venho enco un -á -Io CH!'-rcgu4ó de r iquezas, HUI!! pul ácio,
(Sai () Etiopc, Ba tem),
Entrc!
~ j.;i ::; - ln c ve jo meni no. diant e d e su a«a ugus tu maj estad e, grande r eí do
c éu C da terra , nosso verdadei ro c .-
. ....
JOSÉ
OS l\IAGOS
Deu s! Senhor, qu e tomou corpo e alma no se io desta santa mulh er equ e veio ao mundo de uma maneirasingular, num estábulo de a nimais,em vez de nascer num pa lác io , entrepríncipes, num berço de ouro e envolto em linho fino. É que quereisnos mostrar, com isso , que não amaismenos a pobreza que a r iqueza. Aocontrário , preferis os pobres, po isnascestes de uma pobre mulher. Euvos adoro, doce Jesus e dou gr a ça spor todos os louvores qu e mereceis.'Assim que volte ao meu pai s, fal arei ao s meu s súditos . (A José) 'I'ome, senhor, só tenho comigo êsteincenso , mas lh e garanto que é amaior r iqueza da mi nha terra . Queime-o em ho nra a J esu s.
Obrigado, bom Mago!
(O Mago sai. Ouvem-se, fora, os magos em c ôro)
Eis a estr êla de n ôvo. Sigamos a estrêla, r ei s ma gos, siga mos a estr ela .
(Assim que cessa o c ôro, o Anjodesce e entoa um canro de natal popula r , que o público repete em côro)
FANO
(x ) .este auto de Nat al, transcrito da revist a Nos Spe c-. tacles, (n. 88, out. z'ôz ) é representado tradiconalmente pelas marionetes de L íege . conf orme texto taquigrafado, durante uma representação, pel o fa moso fol clorista R. dcWarsage .
Pode ser interpretado também por crianças.
(xx ) O Chanc het no or iginal é personagem-tipo dasmarionetes de Liege , como o Pulcinela é italiano e . oGuignol é lionês. ·Não há cspetá culo de mar ionetes sem êle.O Camponês é a personificação da farsa campesina, esperto , brincalhão, conversador e engraçado, dc familiaridade desconcer ta n te , aliando a bonhomia e a audácia, ()burlesco c o sér io.
nos JOUNAIS
TEATRO POPULAR EM PARIS
Th ereza Cesário Alvim,
P or t ôd a a Franca en con t r am -se h oje espalhadas 20'"Maisons de la Cultur e" : Criadas e . m antid as pelo go v êr no francês, estas ca sa s v isam a desp ertar e al im en tar oín ter êsse cu lt ural nas di versas camadas da popu la çãofrancesa - princip a lm ente aq uelas de menor p oder aq ui sitivo que , por isso mesmo, costumam manter -se à m ar ge m da v ida in t el ectual e artíst ica do país .
A pr imeira " Maiso n de la Cu lt ure" d e P ari s acaba deser criada , ten do com o ce ntro um te atro : "Tbéâ tre del'Est P a r is ien " (T EP) . Situad o em Ménilmon ta n t , o TEPé o primeir o tea tro daque le ba irro onde nunca havi amsido vist os cs petá cu los de q u a lquer espécie (a não ser naba se da ímprovisa çâo) . Embora seus diret or es se queixcm da fa lt a de espaço, as aco moda ções do TEP podemser , dentro de nossos padrões, con sid eradas luxuosas. Dentro de algum tempo, a. ca sa d ev er á contar com sa las espec:ai s p ar a cinema, con fe rências, exposições plástica s, bi bliote cas. etc. Mas a sa la de t eatro que já exist e é de prim eira classe e está sen do b em a pr oveitada no s primeirospassos dessa "Maison d e la Culture" .
A li sã o exibi dos filmes de arte, ap r esentado s conce rtos de músic a cláss ica e jazz , ou vidas con ferên cias e.p r in cipalmente, montadas peça s de bom teatro . Nos finsde sem an a , o público é con vidado a comparecer ao TEPnas primeíras horas da ta r de . O programa começa comcin em a e termina com teatro . T erminado o filme, inicia-sea montagem do cenário diante do público que, nesta ocasi ão, entra. em contato com os el ementos da com panh ia teat r al aue ali se apresenta ,
Ô TEP foi inaugur ado em outu bro de 63 e co nta agoracom treze m il aderentes dos quai s dez mil m oram no lesteparisiense, isto é, numa zona consíde r ada proletária . Oaderente ' participa mais intensamente das atividades da" Ma iso n de la Culture" ; mas também o público das outraszonas te m pr esenciado os primeiros es pe tác ulos do TEP,em' vi sta das críticas m u it o e logiosa s que lh e fize ram oscomentar istas da imprensa fran cesa .
Em co nversa com o Sr . Pierre Taupier, r elações pú blicas do TEP, pergunteí de que m odo foram conseguid os,em tão p ouco tempo, tan tos es pe ctador es permanentes .Explicou-me o Sr . 'I'aupier que a com panhia. d ramática"La Guílde", principal animadora do TEP, já se ex ibiuem Ménilmontant numa sala pequena e improvi sada, h áse te anos . Seu público, hoj e en tusias ta de teatro, foi co nquistado aos poucos e à cus ta. de muito es fôrço . A êss eses pectad ores, automàticamente lev ados para o "Théâtre deI'Est Parisien", uniram.se ou tros at r a ídos por al guma propaganda feita através de sind ica tos; cl ubes , escolas , etc.A va r ieda de de espetác u los ap resen ta do s naq uela sa lacon t r ib ui , n atura lm en te , para aumentar o in terêssc do
' público .
o Sr . Tau pier é u m ho m em de tê rmos p r áticos . "Ote atr o - di sse-me êle deve funcioanr como u ma espécie des uperm er cado: o es pectador, ao ver uma peça, dev e tervon tade de ver outra, d e com prar um liv ro do m esmo a utor , de assisti r a um filme sôbre o m esm o tema, etc . . .P a r tindo de um es petáculo vi sto com inter êsse, o es pectador pode desenvol ver ao in fin ito sua vi da cu ltur a l - dependen d o, natu ra lm ente, de sua própria capacidade intelectual e dos m ei os que t iver ao se u alcan ace . O papelda "Maison de la Culture" é, depois de desper tar o in ter êsse do público, facil it ar-lh e ao máx imo a ampliação doseu pano ram a cult ur a l."
"O TEP - conti nua o Sr . Taupler - nã o é uma es co la . Ac r editamos que o hom em deve e pref ere aprende ra pensar s ózínho . Cada uma da s peças a qui apresentadasé lig eiramente ex plic ada no programa di stribuído en treos esp ectad ores: a.li êles r eceb em também indicações sôbrca ob ra do autor, uma pequena bibliografia com ela rela- 'cionada, etc. Esperamos que , dentro de pouco tempo, en centrem êsses livros na própria "Maison de la Culture" .
O "Théâ tre de l'Est Parisien" parece-me r epresentarum passo adiante no cam in ho da popularização do tea tro,n a França. Em fas e ainda inicial, o TEP não pode ter ascaracterísticas de so lidez que ho je apresenta, o TNP . M<lS;quem se deixa empolgar pela platéia altamente participante do "Théâtr e National Populaire" n ão deve esq u ecerque ela signifi ca quatorze anos de um trabalho seríssimo,paciente e muitas v êzes angustiatne, como explica J ea nVilar. Também deve ser lem br ado, no que diz respeitoao TNP, que um te a t r o s it uad o no centro de Paris pressupõ e, po r parte do público vindo de bairros longínquos,ma ior gabar ito cultu ral. A platéia do TNP, formada nas ua maior parte por es tudantes, foi a t r a ída ao TNP, comoo se ri a a u ma grande ca p ita l, a uma cid ade do h omemm od erno . Êsses es pectadores não precis aram ser "fisgados" em mares profu ndos ; sua r eceptividade ampliou-se ,natur al men te, em eon tato com a equipe de J ean Vilar ma s o ae ôrdo mútuo foi b em facili t ad o por um preparointelectual, ainda que n ão especificamente ligado à artedramática , que êles possuiam em grau p elo m enos razoá vel . Simplificando: os es tudan tes, os jornalista s. os médicos. os professô r es, os ·técn icos, etc . que formam op úblico vi b rante do TNP, não pularam "de um auditóriode TV para a pl atéi a. do TNP; não passaram diretamenteda "Série Amarel a" para Samuel Beckett: m esmo quandoignorantes da f'ôr ça do teat r o, não vi vi am tot almente ~
margem ' da vida cu lt u r a l de se u país .O que h oj e fa z Planch on na "Maison d e la Culture"
de Ly on, e o TEP em P aris, é a t ra ir para essa vida cul tural , através d o tea t ro, m ilhares d e hom e s total m en t eindiferentes a q ualquer man ife stação a r tí sti ca . Indif er en tes por ign or ância , com o fico u provad o, pois as ade sõesconseguidas pel o TEP em dois meses de existên cia mos-
t ..
• J
".
tr am que, uma ve z acer ta da. a dosa gem in icial . o h om emreconhece a necessida de e a eficiê nc ia das in je ções de"saber" q ue lh e são ofer ecidas .
Para nós que tanta dificuldad e encontr am os em lotarnossos teatros, que mesmo oferecendo gratuitamente entredas para u m espetáculo, não consegu imos, na m ai oriadas vêzes, a trair o nú mero de sejado de espect adores sobretudo qua ndo os q uer em os recruta r nas chamadasclasses popular es - o sucesso do TEP é quase um enigma. P r ocu ra ndo d ecifrá-lo na con versa que mantive como Sr . Taup ier , obtive a impressã o de que a. cultura estápara o povo francês mais ou m enos como a "boa v ida"está para o povo brasileiro. Um escritor americano dizia,não me lembro exatamente q uando e on de, que a di ferença de ' mentalidade dos franceses e am eri canos, comre lação à cu ltura, é causa da pelos nom es das ruas d as cidades onde êles crescem; enquan to as cr ia nç as francesa sbrincam em ruas chamadas Vi ct or Hugo, L arn artin e, Moli ór e, e tc . • as ameri canas brincam em r uas apenas numeradas ou de nomes sem qualquer signif icação, não têmpa ra bri nca r r uas chamadas William Faulkner, HermanMelvill e, e tc . Real mente, t ive ocasião de ob servar o q uan to se procura ensinar o respeito e o amor pe la cultura àscrianças f rancesas . Em P aris, elas são levadas semanal men te pel os se us pr ofessôr es a museus e à "ComédieFrançai se" ; mesmo em cida des afastadas de centrosculturais , com o a peq uena cidade do sul da França ondefiz m eu terce iro ano pr im ário, são os trechos dos b ons autores que servem de leitura. escolar - e os m elhores pintores são conhecidos atr avés de r ep roduções de su as obr as .A músi ca n ão é o forte do povo fr ancês; mas, ainda assim, duvido que um ginasiano de P ari s ou da s provínciasdesconheça o nom e de Debussy ou de Darí us Milhaud . Se2 dureza da v ida im ped e, quase sem pre, essas cr ianças dele varem adia nte se us estudos, se os homens se desinter essa m po r teatros e m useus para os quais não têm temponem dinheir o suficiente, a sem en te plantada durante a suain fância tem vida longa no ín ti m o da mente dê sse s homens. O TEP é um exem plo dêsse fato : levando o teatroa -u m bair r o de gente apar ente m en te desinteressada emqualquer espécie de arte, recebeu excelente acolhida . Ote atro deix ou de ser , para êles, diversão de "gente ri ca" .
(D o jornal : Última 110r a - 2-;;-6'1) .
CONGRESSO DE EDIMBURGO
B á7' bam Heliodora
A - Drú1JW Conjer ence r ea liz ou-se de u ma segundaIeira a um sábado, in clusive, e cada tarde era dedicadaintegralmente a um dos seguintes ass un tos: a) Quem fa zo teatro de hoje: c a ut or, o di r etor ou o ator? b) P osições diversas do au to r (engajamento 'Is . absurdo ou antir ealismo); c) O teatro e seus rivais : rela ções com cin ema, televisão e out r as artes in terpretativas: d) Subven ção c Censu ra ; e) Nacionalism o no teatro ; f ) O futuro d ote a tro.
o probl ema do a utor foi o maisa pai xonante dos temas disc utidos (noCong resso de Dram a . em Edimbur go- 1963) . pois a pareceu em quase Iodos os dias de deba te.
Os . problemas mais debatidos cmtórno de aut or foramo do engaja mento e o da integridade ou in to cabilida de do texto na mon tagem do espetá culo . O pri meiro a vir à tona foi o da'intoca bIda de do texto : Harold Clurma n defendeu a tese de qu e há momentos em que o diretor precisa muda r o texto (de acôr do com o autor,
. pref erivelmente ), por necessidade doesp etá culo, Wolf Mankiewitz, cu jaobra não é das mais significativas naIn glaterra a tua l, pr opunha que em to-
. dos os contr a tos de .pr odu ção fiqu eclaro que cada pal avra do autor é in tocáv el , e foi apoiado com mais inte ligência po r Arnold Wesker. PeterShaff'er, também autor; pensa que otexto é de qu em o esc reve até o iníc iodos ensaios quando. por intermédio dodiretor, passa a per ten cer ao atar, eque o a utor pr ecisa apre nder a ace ítal' as nova s maneir a s de com preendersua própria obra que então possamaparecer ; des de que sua inten ção f iqu e intocada , o tex to pode ser subme t ido a a lterações qu e a tornem maisclara.
Infeli zmente, o ponto de vis ta doatol' fo i fraquiss imamen te defendidopor Judith Ande rsen. qu e a legou quehá mom entos em qu e o lex to tem deser a lterado "porq ue o atol' não con ·se gue dizê-lo como es tá" ; e enquant oo critico alemão Frederich Luft . diz ianem pod er compree nde r o problema, "
a contecea r tist a,
que está
pois na Ale ma nha Ocidental o texto éin d iscut íve l, escol h ido pelo dr ama tur go e en tregue a um .d íretor e a umgr upo de at ôr es, cuj a obriga ção é encen á-Ia ta l e qua l, o brilhantíssimoMartin Esslin arrematava a discussãocom a idéia de que há três tipos detea tr o, o do auto r, o do d ír et or e odo a to l'. e que o grande problema ésaber a qual dos três pertence umtext o, que deverá entã o se r r esp eitadona med ida adequada.
O probl ema do engajamento não sefêz es perar . As sa lvas de estilo fo ramdadas por Bernard Levin, cr ít.co inglês. que inicou o segundo dia de deba te s com um ataque ao teatro derealismo-socialist a , que continha abguns a rgumentos vál idos, mas qu eexorbitou largam ente do que seria assunto em pauta, recaindo em pr ímaríssimos ataques às esque r das em geral.A gra nde maioria dos partícpantes,que se colocava à esquerda, do centro.pro .estou; os poucos comunistas (exce ção fe it a aos soviéticos, qu e nuncase manifestaram ) quase trucidaram odesastrado Levín , que serv iu apenaspara garantir a vivacidade dos debates subsequentes.
O ponto crucial do problema do engajamento é o da definição do t êrmo:há o gr upo de ex trama-esquerda e deafiliação manifest a e partidàriam en tecomunista , que enquadra engajamentonuma concepção político-partidária quetorna o teatr o instrumen to de divulgaç ão de uma determinada ideologia ,e há todo um outro gr upo de esque rda que prefere a plicá-lo a todo aqu êle t eatro que se prende a o homem eà socie dade e se us problemas.
Na peq ue na publicação que se rv ia ,bem ou m al , de progr a ma para aqu êles qu e iam a ssistir aos debates, explica-se qu e Martin Esslin dividia o teatro contemporâneo em três gr upospri ncipais, a saber:
rea lis mo-soc ia l ou neo-reali smo;épico ou brech ti anoabsurdo (com desculpas pa ra os de
fei tos do têrmo) ,que seri.a o teatro de im agens, me
tá foras poéticas, que r etra ta as incertezas qu e asaltam o nosso mundo, sej aem ideologia , seja em es tética.
Hou ve objeções a t ôdas essas classifica ções, e realme nte os debates tor -
nararn -se . interess a ntes pela atitud eque tomava m os var ias par ti cip an tesa nte sua posi ção para com Q . teatro eessas passiveis categori a s. e a funçãodo tea tro na socie dade . Aqui vãoalgumas notas tomadas no momento '
ADAMOV: Os qu e dizem que o teatro engajado é ru im. porque procurafazer propa ganda partidária . do comunismo , são a quêles que só admitemum teatro ant í-comun ís .a .
J ohn ARDEN: O teatro tem, antesde tudo, de se r teatral, seja êle en gajâdo ou não, e tem a obrigação fundamen tal de es ta be lecer ca nta ta como público. O te atro não pod e mudar asociedade.
Harold HOBSON (crít ico): O teatrode Arden par ece, como o de Ionesco,te nder par a o r itual.
WESKER (para Arden) : Você negaa . influência do teatro sôb re a soc ie dade?
ARDEN: Não , m as o quemais pr ecisamente é que ocom se u gênio, refle te aquilono ar naque la sociedade. -
Harold PINTER: Qua ndo se temduas pesso as num palco, o que acontece é um drama socia l; se o que elasdizem é absurdo, o que temos é dr am asocial ab surdo. Como autor , o que euprocuro fazer é botar no papel umdiálogo que seja meti culoso. pr eciso,vera deíro. para depois transferi-lopara o palco de fo r ma meti cu losa ,pr eci sa e verdadeir a.
AD AMO V: É preciso m oti var o formalismo, juntar as du as coisas. Nãoesqueçamos que um dos fa tores dete rmina ntes do teatro do absurdo oude va nguarda . de duas pes soa s numpa lco vaz:o, é o fa tor econ ôrn ico : fico.mais barato do qu e o gra nde teatrodos gr a ndes poeta s.
PINTER: É pr eciso acabar com aidé ia de que só os brech tianos é quetêm relação com a Vida, a Hum anidad e. o Bem etc., tudo com maiúscul a.
ARDEN: Ap re ndi muito do meu me ti er com Br echt por qu e êle sa be comotomar um tem a de outra época e fazê-lo viver pa ra nós ; e êle sabe, porque va i a té a essência primordial das ignif icação dêsses te mas .
Pe ter SHAFFER: O mau te atro doabsu rdo é aqu êle qu e ninguém ente nde, e o ma u teatro enga ja do é aq u êle
no qu al se ouve um ser mão : as dua sfor ma s tê m de se r re lacionadas entres i e co m a sociedade.
O que ficou sem dúvida pa tente nessa reunião é qu e não há autor queconsider e a sua obra independente dasociedade que o cerca; os conflitosa pa recem apenas nas maneiras de cada um expressa r a ligação existente.
SUBVENÇÃO E CENSURA
A questão da censura foi uma dasduas únicas a provocar uma vot açãoespecíf.ca em Edimburg o, sendo aprova da por un animidade uma declaraçãodos compone ntes da Confe rência contra t ôda e qu alquer censur a teatral. Opr imeiro orador da tarde Ici GeorgeDEVIN E, que tratou da qu es tão daCensura e da Sub ven ção com aquelaobjet ividade e cla re za que foi po ss ívelaprecia r no Brasil quando de SUR vi ..sit a, principalmente ao tratar dos problemas qu e tem enfrentado com acensura ingl êsa em seus oito anos deapresent ação dos ma is modernos a utores ingl êses no Royal Court. A obj etivdade de Devine foi contagiante efo i pos sível estabelecer cinco panorama s diversos sô br e o binômio em qu estão durante a tarde: o inglês, o ame..ricano, o fr a nc ês, o de pa íses socia lis tas de gra nde su bsídio estatal e, se mressal va s, o de países soc ia listas deintegra l Subsídio estatal.
Deixando de parte o fato ' de que todos os que usaram da palavra tinhamum nú mero elevado de hist órias div er tidas sôbre a incoerência e a tradicional certeza de vista de t ôda e qualquer censura , podemos reduz ir do se guinte modo as posi ções apresentadas:
In glaterra e Comunidade Britânica :A subve nção teatra l é pouca, limitadaa a lguns grupos, t end e a a umen tar(ha ja vis ta a recente criação de umTeatro Naciona l de Londres) e a ce nsura , r a ra mente ou nu nca é de natu reza po litica. Via de regra a censuratem na tu reza moralizante em bases vitor ia nas e se pre nde rep etidamente iiproibição de determinadas pa lavras,se ja por mo ti vos morais, seja por re cônditas influências da Igreja Anglica na, que é a reli gião oficial do país Nãoexiste codificação da dita cens ura. fi ca ndo a cri tério de ca da Lorde Cha rn-
c ..
ber lain nomeado pela rainha aprovarou não o texto. Devine defende a posição de responsab .l ízar o pr ópri o p ú
·1J lico pela censura: só por lei o qua -dro pode ser môdi fica do. e só por ummovimento iniciado pelo p úblico junto ao Parla mento é que essa nova leipoderá ser passad a .
Estados Unidos: Edward ALBEEconf essou sua inv eja da In glaterra ;em seu país não existe quase nenhumteatro subvenciona do e não existe nenhuma censura oficial. Em compensação. o teatro tem de ser com ercial etodos os habitantes da men or aldeiaamer ica na se consideram aptos a defend er a moral e se tornar consores.Se houvesse um Lorde . ChamberIa in"pelo menos seri a um só homem comquem se poderia argumentar e a quemse pod eria culpar pela deformação dostexto . Existe ta mbé m um a formapior de censura, que é a dos produtores que se recusam a montar qualquer pe ça que julguem possa ofenderesta ou aquela parcela da população.Se com subvenções do Gov êrno o teatro se arrisca a enfrentar um pr oblema possivelmente maioj- da censura.pod e também ser menos comercial ; éum ri sco qu e deve ser assumido .
França: Arthur ADAMOV diz queexistem duas censuras, a oficial e aoficiosa, e que a situação er a essamesma antes do Govêrno atual. Paradar exe mplo de como funciona o mecanismo, diz que sua obra Paolo Paolinão merece nenhuma censura oficial,mas que grupos que recebem subvenção foram discretamente av isa dos deque cor r iam o risco de perdê- Ia semon tassem o texto .
Países de grande subvenção, nãonacionalistas: Tanto a Suécia quan toa Alem anha Ocidental testemunharamno caso qu e qualquer forma de censura federa l é desconh ecida nos dois. Avida teatral é perfeitamente es táve le os espetáculos se mult ipli cam, mas osautores são poucos e é inegável a exi stência da censura em nivel municipal(o ficiosa) na Alema nha. Mais gravedo que isso , diz Mar tin WALSER, jovem autor a lemão. é uma auto-censura voluntá r ia por parte dos pro dut ore s ( i. é. , responsáve is pelos inúmerosteatros estaduais e municipai s ) e autores , sendo que tan to Walser quan to
Ossia tRILLING, que í'alo u depois,conside ram que êsse tip o de censurapode re sultar mai s grave e castrantedo que a que pa r te de outr em . MaxF'fUSCH. declarando que nunca teveuma peça censurada em nenhum dosv ár .os paises onde foi vista sua obra.lembr a que o as pecto bom da censuraé que ela entra em confli to com os inte lec tua is que vêm consequ entementea público lembrar a tod os os defei tose limitações de seus Govêrnos. De qual.quer fo r ma , defend eram todo s a posição ideal : sub sídio int egral sem nenhuma censura.
Pa íses socia listas de teatro esta tal:Tanto da Iugoslávia quanto da P ol ô
nia, houve depoimentos que falam daboa elasticida de na censura teatral, eque quase tod os os textos imp ortantesconte m porâneos chega m a êsses pai ses, ma is cedo ou mais tarde, sendoque em ambos o r ealismo-socral íst a éem grande parte rejeitado por ra zõesteatrais e estét icas. Infeli zmente ore·presentante sovié tico, que ta mbém falou . e que vem de um país onde existe uma níti da censur a de form a econte údo te atrais, com muita ingenuidade ficou inteiramente por forado assu n to; fêz um discurso preparado, lírico e inócuo, que fala va da beleza da arte teatral e do talento deStanislaviski, mas que nem de longetocava em subs ídio ou censura.
Para quem conhece os caprichos,mistér ios e ridículo s da nossa pr ópr .a
censura, o pr oblema é já sur rado, masa ad equação dos dois problemas. subvenção e censura, é importante e necessita atenção; a necessida de atual desubsidios maci ços para o teatro já éponto pacífico. mas o Congr esso deEdimburgo, nos longos debates queci r cundar am as posições acim a descri tas. sublinho u a mpla mente a igual necessidade de total libe rdade do teatro.que não pod e ser reduzido ao nível demero veículo de pr opagan da.
(00 Jornal do Brasil)
Movimento
mo DE J ANEIR O
Teatral
Melhor atri z coadjuvante : MARGARIDA REY, peloconjun to de suas in ter pr et ações em o CíRCULO DE GIZe OS DIREITOS DA MULHER, de Afonso Paso, produçãode Vasco Mor gado.
Re velação de atol' ; FAUZI ARAP, em A MANDRÁGORA, de Maqu iavel .
Mel hor autor: FRANCIS CO PEREIRA DA SILVA, comO VASO SUSPIRADO, apresentado pelo Teatro Jovem.com direçã o de Kleb er Santos .
Melhor tradução : MANUEL BANDEIRA, por O CíRCULO DE GIZ, de Ber tolt Brecht .
M elhor fig urinista ; PAULO J OSÉ (A Mandragora)
Não foram atribuidos os prêm ios de Revelação deAtr íz e de Melhor Cenó grafo.
Nada de nôvo no panorama te atral carioca Uma re trospectiva do a no de 1963 nos leva a cons tatar qu e omelhor espet ácuío apresentado ao público carioca fo i um acontribuição paulist a , A MAND RÁGO RA , de Maquiavel .pe lo Teat ro ·.d e Arena de São Paulo .
Com ótima dire ção de Augusto Boal e aprese ntand oum bom co nj unto de a t ôres em que se salientava a excepcio nal interpretação de Fauzi Arap, A MANDRÁGORAfoi apresentada no princ ípo do ano, durante al gumas se·manas no Teatro Santa Ro sa e r eceb eu . merecidamente ,d ivers~s prêmios do CíRCULO INDEPENDENTE DE CRÍ·TICOS TEATRAIS (CICT ) d o Rio de Jan eir o .
1963 - I'J tf: iUIOS DO CíRCU I,O ["WEPENDE NTE DECRíTICOS TEATRA' S (CICT)
Melhor espet áculo : A MANDRii.GORA , de Maquiav el,pelo Te atro de Aren a de São Paulo.
~Ielhor dire çâo : AUGUST O BOAL. por A MANDRii.GORA , de Maquiavel.
Mel hor a tol': RUBENS CORREIA. em A ES CADA , deJorge de Andrad e, pelo Tearo do Rio.
Melhor a tr iz: FERNANDA MONTENEGR O, em MAR Y·MAIlY, de J ean Kerr, produção de Oscar Ornste in.
Melhor a to l' 'coadjuva n te: ALBER ICO BRUNO, em OCIRCU LO DE GIZ . de Ber tolt Brcch t, pelo Teatro Nacio11<11 de Comédia.
SÃO PAULO
O TEATRO BRASILEIRO DE COMÉDIA festejou osse us 15 anos de existê ncia com o sucesso sem precedentesde ' Os Ossos do Barão" de Jorge Andrade, que quebroutodos os r ecordes de bilheteria da ernpr êsa . O papel prin cipa l da peça, qu e con tin u a em cartaz , es tá entreg ue aopopu lar có mico Zeloni .
O gra nde a contecime n ' o teatra l da temporada pa ulis tafoi , todavia , a a scens ão do TEATRO OF ICINA ao ro l dos"gr a ndes" com a encenação de "Os Pequeno s Burgueses",de Gorki , di r igido por J osé Celso Cor r eia.
O grupo. qu e ob ed ece à or ie n taç ão de Ronaldo Daniele Re nato Bor ghi , pa rec e te r a tingido, com essa p roduçã o.um nív el de a m a dureci mento art ístico qu e merece u r asoga dos elog ios de t ôda a imprensa .
SHAKESPEAHE ANAS
L ONDHES (BNS) - Muitas cidades e vilarejos br itânicos já preparara m seus pro g ramas pa ra cel eb ra r n edi a 23 de abrl l do próximo ano, o IV Centenário do nas cimen to de William Shakespeare .
A lgu m as d es .as festividades se r~itarão ao s meses.de abril e mai o, po r ém as q ue dever ão ser rea lizada s emL ondres c mui compreen sive lmen te em Stratfor d-on -Avon(cidade nata l do poeta ) prolonga r-se-ão (!oté fins de 1964 . ( ..
o Conselho de Belas Artes, de Londres, deu à publicação um amplo programa de comem or açõ es .que abarcade sde uma temporada internacional no Aldwich Theatre(sede lon cll'ina da, Royal Shakesp ea r e Co rnpany) até peças musicais de. grandes compositores que se inspir a r ampara seus trabalhos em obras do imortal va te inglês. Simultâneamente a êstes acontecimentos, uma exposiçãoilustrará a influência exercida por Shakespear-e nas artes.
A temporada no Aldwich Theatre compreende apresentações da Comedie Française, do Piccolo Teatro, deMilão, do Teatro Schiller, de Berlim. No Teatro Nacional(anteriormente sede do Old Vic) Sir Laurence Olivierrepresentará "Otelo".
óPERAS E CONFERÊNCIAS
No Teatro Mermaid (construído no Ri o Tâmisa entre as docas da City) serão encenadas "A Tempestade" e" Macbeth ". Para o mesmo teatro preparou-se também umprograma variado que terá como fundo a vi da e a épocade Shakespeare .
STRATFORD·O N·AVON
O Programa na cidade de nascimento de Shakespeareinaugurar -se-à a 23 de abril de 64 com a temporada doRoyal Shakespeare 'I'h eatr e. em cuj o r ep ertório figura m"Ricardo II", "Henrique IV " (p artes I e II) e "Henrique V" .
Richard Buckle, conhecido em t ôda a Grã-Bretanhapor seu talento em levar a ca bo ex posições pouco com unspreparou já para Stratford s eqü ência s cin em atográficasem branco e prêto , quadros e vestimentas que deverãoser tão divertidas quanto in st rutivas . Est a exposição de morará d e abril a agôsto, quando deverá ser então transportada para Londres .
Entre os outros fes tejos de Stratford fig uram: a abe rtura do nôvo Centro Shakespeareano (23 de abril) e umfes tival de po esias (d e julho a ag ôsto ) .
Entre as cele braçõ es mais im po r tantes nas ou tras cidades cont am-se: um a exibição de algumas obras da Biblioteca Shak esp eare na Ga leria de Bel as Artes, d e B írmingham; uma sé ri e d e: conferências na. Un iversidade dam esm a cidade (entre cujos oradores está J. B . Priestley);e uma temporada teatr a l e cinematográfica. Das fest ivi-dad es de Bri stol d est aca-se um p rograma teat r al desti nado a mostrar como se desenvolveu , h ist or icam ente, ogê ne ro de obras em q ue Shake speare se tornou imorta l .
O ÚLTIMO DESCENDENTE DE SHA K ESPEARE
Northarnp to n t em um importan te vínculo hi stóric.:com Shakespeare . Sua neta e últ ima descend ente, LadyElizabe t h Barnard, viveu em A bington Abbey, e em cujocc m íté rio se us ' rest os r epousam ag ora para, sem p re.
Entre os princip ai s a tes sim b qlicos a serem ali rea lizados, fi gura o planti o de uma am oreira n o jardi m da
casa de Shakesp eare, em New Place, Stratford-on-Avon,po r Sir Laurence Oliver. Em Northampton, serão também r ealizados uma exposição shakespeareana especial ea r epresentação da peça "O Rei João".
Lincoln, tanto quando Northampton , é outra cidadein gl êsa que se orgulha de seus vínculos com Shakespeare.Ricardo II deu a espada cerimonial a Lincoln quando Johnde Gaun t - um famoso personagem de Shakespeareer a governador do castelo. A história. dêste último e deCatarina Swinford é um dos ep isódios mais fascinantes dah íst ória local .
Um dos grupos teatrais de Lincoln encenerá "Ricardo II" com o parte de um festival de três sem anas . Outraprodução interessante a. ser ali encenada será uma antologia sôbre o tema geral do mundo de Shakespeare, quedev erá abarcar o trabalho do dramaturgo e poeta bemcomo incluir canções, bailados e comentários contemporâneos sôbr e o poeta.
NóVO TEATRO
Um teatro que duplique seu tamanho da. noite pa rao dia a fim de acomodar numeroso público e representarobras de alto luxo, é idéia do arquiteto londrino El idirDavies, r esp on sável por projetes semelhantes há mais de20 anos.
Tal é o se u último trabalho arquitetônico para o Teatro Nacional de Gales, no Castelo de Cardiff, na Galesdo Sul.
O nôvo teatro terá um teto móvel que poderá serlevantado ou baixado para variar o número de poltrona.s.Tôda a operação m ecânica, diz o arquiteto, executar-se áem menos de 30 minutos e proporcionará ao teatro 1 .500assentos para produções de grande luxo, como óper as oualternativamente, um auditório menor, com 300 poltronas.para peças teatrais mais ín timas, como dramas .
O teatro terá a forma de um leque e o cenário, umformato ovalad o. T anto o ri sco do tra çad o com o os m ateriais de superfície dura em pregad os n a cons trução,permitir ão ajuste autom ático para uma a cúst ica perfeita.
ZIEMBI NSKI NA POLÓNI A
No tícias publicadas na revis ta "Le T h éâtr c en P ologno" (n. ? 8/ 1963) nos dão con ta de q ue , depois de sua chc.gada à Polôn ia em julho, ZIEMBINSKI . já r ealizou diversas confe r ências abor da ndo problemas da cult ura bras lleir a e de que Ioi co nvida do pelo Teatro Stary de Cracóviapara dirigir um a peça brasileira moderna.
LlYUO§ NOVOS
A Visita da Velha Sen hora na Colcçã o Teatro Modernoda Agir
o QUE DIZ DüRRENlUATT SôBRE
"A VISITA DA VELHA SENHORA"
"A Vi sita da Velha Senh ora" é uma hlst ór la' que sepa ssa numa. pequena cidade, em al guma parte da Eu ro paCentral, esc ri ta por alguém que não se distancia , em ab soluto, do s seus habitantes e que não tem muita certeza eleque proced er ia de modo difer en te do dê les ,
Eu des crevo s êres humanos, e não t ít e res, uma ac âoe não a legoria e apresento um mundo e não uma moral,como , de onde em onde, arb itrà r i ámen te, me a tribue m ;che go mesmo a não procurar confrontar mi nhas peças como mundo real, po rque tudo isso ocorre r á por si m esmo ede m odo na tural. .
Eu esc revo movido pela confiança, em mim arraigada ,que te n ho no tea tro na sua r ealidade mater ial .
mô do, do pav or, surge qual quer coisa ex tremamente pesso a l, um hom em que experimenta a justiça, de se u próp rio se r , porque reconhece a su a cu lpa, e q ue se agigantana m or te (a qual não carece de um certo car áter monumenta l). Su a morte é, do m es mo passo, lógica e absurda .S àm ente lógica. seria ela no reino mítico de uma antigap olis . Mas acon tece qu e a hi stória se passa em G üll e . nNa atualidade . Às volt as com os heróis, estão os habi ta nt es de Güll en, homens como todos nó s .
"A Visita da Vel ha Sen hor a" é uma peça m á, masj ust a me nte por isso, nã o deve ser representad a de m odomau, senão, ao con trá r io, de mo do mais hum ano passi ve i,com trist eza , não com cóler a, mas, tamb ém com um certobo m h umor , pois nada prejudicaria tanto esta comédia.que acaba tràglcamente, q uanto u rna excessiva ser iedade .
O TEATRO, de Sta r k Young, em ~ radução de Barbara
Heliodora, Editôra Letras e Artes
Clara Zàhanassian não sim bo liz a ajustiça nem o pl a - .no Marshall ou , sabe-se lá , o Ap ocal ipse : ela é tão som enteo que é, ou se ja a mulher mais r ica do mund o. com con - JOANA D'ARC ENTRE AS CHAiUAS (2.a edição) , de Pauldiç ões. graças a sua fortuna, de ag ir como heroína detragéd ia grega, absoluta. cru el, q ualquer coisa como uma Cla udel, tradução de D. iUarco s Barbosa, pel a Coleçã oMedéia . É um lu x o que ela se pode dar . A Velha Se-:ihora , tem humorism o, e é im possível isso pa ss e desp er - Teatro Moderno, de Agir.cebi do, pois guarda dist ância em relação aos homens.como a mercador ia que pode adqu irir-se, e em rel a çãotam bém a si mesma . Po ssui al ém disso , um estranho do-naire, um en canto perverso . No en tanto. m ovendo-seda es fe'a humana, é ela oualquer coisa imutá vel , in teiri -çada . sem mais po ss ibilida des d e de senvolvimen to, a nãoser . para petr if icar-se, conver ter- se num ído lo de pedra.-.;~ uma fi gura poética, 'b em com o, o se u séquit o, inclu in -do-se a té os eu n ucos . J á que Clara não tem desenvolvi-m enta . é uma heroína desd e o pri m eiro mo mento, quemse to rna h erói é o seu antigo amante . Pobre e sórdidomerceeiro, cai nas gar r as dela, se m o sa ber logo no co-mê ço e, cu lpado , é da op in ião q ue a vida se incumbi usozin ha d e apagar a cu lpa: uma fig ura de hom em sem'id ea is, si mples , em cujo espír ito lentam ente a través d o
c ..
Publicações e textos ã disposição dos
leit ores n a secretaria d'O TABLADO :
eRGAuto da Compade cida , de Su assu na ooo. . oo. o..Bódas d e Sa ngue, de F o Garcia Lo rca oooo. oo. o.D o Rosita , a. Sol teira, de F o Garcia Lor ca . , ooA 'Harpa de Erva , de Trum an Capote oooo.. . .A Lo nga J ornada No ite a Dentr o, de O'Ncill. o.O Living-roorn , de Gr ah am Gr een e . oooo. oo. oNatal na Praça, de Henri Ghéon ooo. ooooooooPedreira da s Almas e O Telescópio, d e J . An-
drade o oo. ooooo. oo. o.. oooo. ooooo' . . , .. oo. oO Rinoceronte, de Ionesco . ooo. oo. o ooo. . oYerma. .de Garcia Lorca o. , . o. ooooooo ' 0 ' 0 ' oJoana D 'A r c en tr e as ch amas, d e Paul Claudel.A vi si.ta da Velha Senhora, de Du rrenmatt. oooTeatro Infantil, de Maria Clar a Mach ad o . o, . oTeatro (O Cavalinho Azul , A Volta do Camal eã o
Alface, e o Embarque de Noé), de M o C .Machado . o' oooo. , oo. o. ooo. o. . . ooo.. ooooo
O Urso, de Tchekov oo, . oo. , . , o.. , ooooo. ooo. ooA Farsa do Advogado Pathelin o. . , . o. o.. oo. o.CADERNOS DE TEATRO - exem pla r avulso oAssinatura (4 números) . . . oo. o. o, . o... . oo. . .
500,00500,00500,00500,00500,00500,00500,00
500,00500,00500,00500,00500,00500,00
500,00100,00150,00150,00600,00
Pedi dos para o TABLADO; A v . L in eu de P aula Machado.795, J ardim Botân ico, Ri o de J aneiro - Gu anabara .