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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA Frequência de Leishmaniose visceral em cães atendidos no Hospital Veterinário da UFPB ANTONIO VIRGINIO DE ARAUJO NETO Areia, 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Frequência de Leishmaniose visceral em cães atendidos no Hospital Veterinário da UFPB

ANTONIO VIRGINIO DE ARAUJO NETO

Areia, 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

Frequência de Leishmaniose visceral em cães atendidos no Hospital Veterinário da UFPB

ANTONIO VIRGINIO DE ARAUJO NETO

(Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Medicina Veterinária pela Universidade Federal da Paraíba, sob a orientação da Profª.Drª Alexandre José Alves) (Areia, 2017)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM MEDICINA VETERINÁRIA

FOLHA DE APROVAÇÃO

AntonioVirginio De Araujo Neto

Frequência de Leishmaniose visceral em cães atendidos no Hospital Veterinário da UFPB

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para obtenção do título de Bacharel em Medicina Veterinária, pela Universidade Federal da Paraíba.

Aprovado em:

Nota:

Banca Examinadora

___________________________________

Prof. Dr. Alexandre José Alves- UFPB

___________________________________

Prof.ª Dr.ª Valeska Shelda Pessoa de Melo– UFPB

___________________________________

Prof.ª Dr.ª Suzana Aparecida Costa de Araújo.– UFPB

DEDICATÓRIA

(Dedico este trabalho aos meus pais, por todo o esforço que tiveram durante toda minha vida para que eu tenha a melhor educação possível, e por me ensinarem e me apoiarem durante todos os momentos. )

AGRADECIMENTOS

Quero agradecer primeiramente a Deus pelas bênçãos alcançadas em minha vida, a qual sem sua presença de nada valeria, assim como a saúde e força empregue a mim para conseguir alcançar meus objetivos, e realizar um sonho.

Quero agradecer à Universidade Federal da Paraíba, aos dirigentes e a todo o corpo docente que foram de extrema importância na minha formação acadêmica. Agradecer também ao meu orientador, Professor Dr. Alexandre José Alves por todo o empenho, preocupação e paciência prestados a mim durante este trabalho.

À minha Família que sempre foi a minha base, sempre me ajudando em todos os aspectos da minha vida. A meu pai José Virginio Neto e à minha mãe Lucimar de Almeida Virginio por nunca medirem esforços para me fornecer as melhores condições para estudar e desenvolver meu trabalho.

Aos amigos sempre presentes durante todo o curso, sempre dispostos a conversar e aliviar um pouco do fardo, que quantas vezes era pesado, porém quando dividido com os amigos tornava-se quase insignificante.

Quero agradecer de maneira especial aos amigos que fiz no Centro de Ciências Agrárias, não apenas no curso de Veterinária, e que conviveram comigo por mais de cinco anos, muitas vezes estudando juntos, dividindo as mesmas batalhas, e que agora iremos juntos lutar tantas outras.

Agradecido sou também, por todo o pessoal do Hospital Veterinário da Universidade Federal da Paraíba, não apenas pela realização do meu trabalho de conclusão, mas também por todo o caminho percorrido, oportunidades e conhecimentos adquiridos.

Quero Agradecer aos Veterinários que abrem as portas de suas clínicas para nos receber como estagiários, particularmente à CLIMEV Veterinários, onde tive a oportunidade de estagiar, e conhecer novas pessoas, fortalecer laços de amizade, e acima disto, conhecimento e uma experiência mais próxima com a profissão.

RESUMO

NETO, Antonio Virginio de Araujo, Universidade Federal da Paraíba, julho de 2017. Frequência de Leishmaniose visceral em cães atendidos no Hospital Veterinário da UFPB Orientador: Alexandre José Alves.

Nos últimos anos, a Leishmaniose vem ganhando destaque no cenário nacional, os casos antes restritos às regiões pobres, estão crescendo e acometendo cães e humanos de grandes cidades brasileiras, apresentando um aumento significativo dos números de casos novos nas diversas espécies. Atualmente a maior dificuldade em medicina veterinária se dá no diagnóstico, uma vez que a doença pode se apresentar de maneiras diferentes, ao mesmo tempo em que não há teste de diagnóstico com 100% de sensibilidade e especificidade. Neste trabalho foi realizado inquérito sorológico através de imunocromatografia rápida em 37 cães oriundos do município de Areia-PB e atendidos na rotina clínica do Hospital Veterinário da Universidade Federal da Paraíba (HV/UFPB), o soro dos animais foram cedidos pelo laboratório de patologia clinica do HV/UFPB e as informações foram retiradas do banco de dados do mesmo, os cães positivos foram submetidos ao exame de ELISA e RIFI( reação de imunocromatografia indireta) utilizados como exames confirmatórios. No teste de triagem foram diagnosticados dois animais positivos (5,4%), porém apenas um foi confirmado nos testes confirmatórios, representando 2,7%, a amostra não reagente nos testes confirmatórios foi considerada falso-positiva, sugerindo reação cruzada com outras infecções.

Palavras-chaves:Leishmania; caninos; teste rápido; diagnóstico; imunocromatografia.

ABSTRACT

NETO, Antonio Virginio de Araujo, Universidade Federal da Paraíba, July, 2017. Frequency of visceral leishmaniasis in dogs treated at the Veterinary Hospital of the UFPB. Orientador: Alexandre José Alves.

In the last years, leishmaniasis has been gaining prominence in the national scenario, the cases previously restricted to the poor regions, are growing and affecting dogs and humans of large Brazilian cities, presenting a significant increase in the numbers of new cases in the various species. Currently, the greatest difficulty in veterinary medicine is given in diagnosis, since the disease can present itself in different ways, while there is no diagnostic test with 100% sensitivity and specificity. In this work a serological survey was carried out by means of rapid immunochromatography in 37 dogs from the city of Areia-PB and attended in the clinical routine of the Veterinary Hospital of the Federal University of Paraíba (HV / UFPB), the animals were given by the clinical pathology laboratory Of the HV / UFPB and the information was taken from the database of the same, the positive dogs were submitted to ELISA and IFC (indirect immunochromatography) test used as confirmatory tests. In the screening test, two positive animals (5.4%) were diagnosed, but only one was confirmed in the confirmatory tests, representing 2.7%, the non-reactive sample in the confirmatory tests was considered false-positive, suggesting a cross-reaction with other infections .

Keywords: Leishmania; canine; Rapid test; diagnosis. immunochromatography

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................................92. REVISÃO DE LITERATURA..........................................................................................112.1 HISTÓRICO...................................................................................................................112.2 VETORES.......................................................................................................................112.3 HOSPEDEIRO...............................................................................................................122.4 CICLO BIOLÓGICO E INFECÇÃO..........................................................................132.5 EPIDEMIOLOGIA........................................................................................................132.6 SINAIS CLINICOS........................................................................................................142.7 DIAGNÓSTICO.............................................................................................................153. MATERIAIS E MÉTODOS..............................................................................................174. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................195. CONCLUSÃO.....................................................................................................................21REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................22ANEXOS..................................................................................................................................25ANEXO A: ANIMAIS AOS QUAIS OS SOROS FORAM SUBMETIDOS AO EXAME DE TRIAGEM COM IMUNOCROMATOGRAFIA RÁPIDA.....................................................26ANEXO A: DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA: CÃO NÃO REAGENTE..........................................................................................................27ANEXO B: DIAGNÓSTICO SOROLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA: CÃO REAGENTE....................................................................................................................29

1. INTRODUÇÃO

As Leishmanioses são enfermidades infecciosas, não contagiosas, causadas por diferentes espécies de protozoários do gênero Leishmania (NOGUEIRA; RIBEIRO, 2015). A infecção é transmitida por mosquitos-palha do gênero Phlebotomus na Europa, Ásia e África e pelo gênero Lutzomyia nas Américas. Os hospedeiros reservatórios variam em diferentes áreas geográficas e podem incluir animais domésticos ou selvagens (BANETH; SOLANOGALLEGO, 2015). É uma doença sistêmica grave, de curso lento e crônico, difícil diagnóstico e cura parasitológica.

A Leishmaniose é uma zoonose emergente, no Brasil acomete pessoas de todas as idades, mas na maior parte das áreas endêmicas 80% dos casos registrados ocorrem em crianças com menos de 10 anos. (SILVA, 2001) explicada pela imaturidade imunológica celular, agravado pela desnutrição e maior exposição ao vetor (BRASIL, 2006). Ao longo dos anos, nota-se que as Leishmanioses canina e humana estão em franca expansão no Brasil, sendo diagnosticadas em grandes centros urbanos, nos quais, até pouco tempo, não existiam.

A cidade de Areia-PB, localizada no brejo paraibano, é uma área considerada endêmica para Leishmanioses reunindo vários fatores que contribuem para a permanência da doença, como a presença da fauna flebotomínica, a presença de matas preservadas e animais silvestres, além de um grande número de cães errantes, e um clima ameno, propiciando um ambiente favorável ao vetor.

Conhecida popularmente como Calazar, a doença pode manifestar-se sob a forma cutânea ou visceral e apresentar diversos sinais clínicos, além de muitos animais positivos serem completamente assintomáticos, dificultando o trabalho do médico veterinário. Portanto é fundamental abrangermos nosso conhecimento sobre um tema delicado e de suma importância para a saúde pública, sendo necessários mais estudos epidemiológicos sobre a Leishmaniose, assim como intensificarmos uma conscientização sobre os riscos, e as formas de reconhecer e prevenir que tal enfermidade ganhe ainda mais importância na saúde humana e animal.

Apesar de a eutanásia ser considerada uma medida de controle da doença, atualmente devido ao forte vínculo dos proprietários com os animais, tratar é uma opção bem aceita, embora os custos sejam elevados e a não garantir a cura parasitológica. O controle da leishmaniose visceral canina visa reduzir o número de casos em humanos pela diminuição dos casos em cães.

A questão central deste trabalho é detectar animais soropositivos para Leishmaniose, utilizando-se de teste de imunocromatografia rápida em cães atendidos na rotina do Hospital Veterinário da Universidade Federal da Paraíba, e oriundos da cidade de Areia, estado da Paraíba. E deste modo, subsidiar programas sanitários para prevenção, controle e erradicação da enfermidade na cidade.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 HISTÓRICO

William Boog Leishman e Charles Donovan, em 1901, descreveram separadamente, mas simultaneamente o agente da Leishmaniose em esfregaços esplênicos de um soldado inglês e em uma criança indiana, respectivamente. Em 1903, Ronald Ross criou o gênero Leishmania, denominando Leishmania donovani o agente etiológico do calazar indiano, em homenagem aos seus descobridores (SILVA, 2007; ALVES, 2006).

A doença foi relatada pela primeira vez na América latina por Migone, em 1903, no Paraguai, seu paciente havia trabalhado em estradas de ferro no Brasil, onde em 1911 Carlos Chagas suspeitara da doença às margens do rio Amazonas, embora o primeiro caso confirmado tenha ocorrido apenas em 1934, quando Penna demonstrou em preparados histológicos de fígado, em Salvador um protozoário semelhante à Leishmania donovani, denominando esta de Leishmania chagasi em homenagem à Carlos Chagas (NOGUEIRA, 2007).

Em 1908 Nicolle e Comte, demonstraram o parasito na pele de cães infectados, sugerindo que tais animais poderiam participar como reservatório do parasito (ALVES, 2006). Em 1914 Laveran encontrou o parasito em pele e outros órgãos de 25 animais infectados experimentalmente (SILVA, 2007).

2.2 VETORES

O vetor da Leishmaniose na Europa, Ásia e África é um mosquito-palha do gênero Phlebotomus, enquanto que na América latina o mosquito-palha é do gênero Lutzomyia. No Brasil, o principal vetor é Lutzomyia longipalpis. (NOGUEIRA; RIBEIRO, 2015) Apresentam o corpo coberto de pêlos e coloração castanho-clara ou cor de palha. São popularmente chamados de mosquito-palha, asa-dura, birigui, tatuquiras e cangalhinha, e são facilmente reconhecidos por seu comportamento de voar em pequenos saltos e pousar com as asas entreabertas (NOGUEIRA, 2007; NOGUEIRA; RIBEIRO, 2015).

O vetor da Leishmaniose Visceral Canina é um díptero, da ordem nematocera. Trata-se de um pequeno mosquito de 2 a 3 mm de hábitos peridomésticos e intradomiciliares. L. longipalpis faz seu criadouro na matéria úmida, o que dificulta seu combate (SILVA, 2009). As fêmeas dos mosquitos-palha se alimentam no hospedeiro, e seu horário de atividade é crepuscular e a noite. Na região do Mediterrâneo e Ásia, os mosquitos-palha são ativos principalmente nos meses de calor, enquanto que no Brasil o mosquito é ativo durante todo o ano (BANETH; SOLANOGALLEGO, 2015).

As fêmeas de Lutzomyia longipalpis alimentam-se de diversas espécies animais, por esta razão é tido como mais promíscuo do que os vetores do velho mundo, seu horário de alimentação varia dependendo da região entre 18 e 22 horas e quatro dias após a ingestão do parasito ela está apta a infectar outro hospedeiro (SILVA, 2009).

Nas regiões Norte e Nordeste L. longipalpis era encontrado originalmente nas matas participando do ciclo primário de transmissão da doença. Progressivamente houve adaptação desse inseto para o ambiente rural somada à presença de animais silvestres e sinantrópicos. Recentemente verificou-se a adaptação do mosquito-palha aos ambientes urbanos, principalmente em periferias de grandes centros (BRASIL, 2006).

Atualmente, estudos estão sendo conduzidos para verificar a importância de ectoparasitas na transmissão da leishmaniose visceral canina (LVC). Acredita-se que, na ausência de flebótomos, a doença possa ocorrer possivelmente pela existência de outros ectoparasitas de cães como Ctenocephalides felis e Rhipicephalus sanguineus, dada a freqüência e a intensidade com que ambos ocorrem nos animais, agravado ao fato de ter sido recentemente demonstrada a transmissão transestadial, do estágio de ninfa para adulto, no R. sanguíneus por testes moleculares (NOGUEIRA; RIBEIRO, 2015).

2.3 HOSPEDEIROS

O principal meio de transmissão do parasito entre os hospedeiros mamíferos é por picada de fêmeas de artrópodes infectados. Os cães têm sido considerados como importantes reservatórios no ciclo doméstico da doença por sua estreita relação com o homem, tanto em áreas rurais como urbanas, e por apresentar elevada susceptibilidade à infecção e alta carga parasitária na pele (GONTIJO, 2004). Segundo Nogueira (2007) existindo ou não acometimento clínico, o parasitismo cutâneo intenso, mantém o ciclo da doença no ambiente silvestre e domiciliar.

O cão, mesmo assintomático, possui uma quantidade de parasitos superior ao homem. Não ser sintomático não elimina o risco de servir de fonte de infecção para o vetor e de reservatório para a doença (SILVA, 2009). Em áreas endêmicas provavelmente mais de 50% dos cães se tornem infectados (FERRER, 2002).

Além dos cães, são implicados na transmissão urbana gatos, roedores, gambás (Didelphis marsuialis, Didelphis albiventris) e o próprio ser humano, além de cachorro-vinagre(Speothos venaticus), chacal (Canis aureus), lobo (Canis lúpus), raposa (Vulpes vulpes), edentados, procionídeos e primatas, sendo esses contaminados preferencialmente no ambiente silvestre (NOGUEIRA; RIBEIRO, 2015).

2.4 CICLO BIOLÓGICO E INFECÇÃO

Ao se alimentarem em um animal infectado, as fêmeas do Lutzomyia longipalpis ingerem o protozoário que está parasitando células do sistema mononuclear fagocitário do hospedeiro, tais células se rompem ao chegarem ao intestino do inseto e liberam o parasito na forma amastigota. Ainda no intestino, a Leishmania sofre multiplicação e torna-se promastigota, que sofre divisão binária e transforma-se em paramastigota, nesta forma ela consegue migrar para esôfago e laringe, onde voltam a ser promastigotas ágeis e infectantes. Ao se alimentar em um animal ou homem sadio o mosquito-palha inocula o protozoário (SILVA, 2009).

A taxa percentual de mosquitos-palha infectados em determinado cão aumenta com a existência e a gravidade dos sinais clínicos, níveis elevados de anticorpos anti-Leishmania e diminuição da contagem de células T CD4+. Esses achados corroboram que a doença clínica e os níveis elevados de anticorpos anti-Leishmania exibem correlação positiva com altas cargas do parasito. O risco de transmissão por mosquitos-palha é reduzido quando a carga de parasitos declina após o tratamento (BANETH ;SOLANOGALLEGO, 2015).

Cães que desenvolvem a doença apresentam uma resposta predominantemente humoral, ao contrário de cães resistentes, os quais mostram resposta celular eficiente. Assim animais infectados que desenvolvem resposta humoral são acometidos mais facilmente pelos sinais clínicos da Leishmaniose, além de favorecer a deposição de imunocomplexos em órgãos vitais como os rins. No entanto, cães que desenvolvem resposta celular eficiente conseguem debelar a infecção ou tornarem-se portadores assintomáticos, porém um cão assintomático pode tornar-se sintomático após uma baixa em sua imunidade por diferentes causas (neoplasia, parasitose, drogas, etc.) (FERRER 2002).

2.5 EPIDEMIOLOGIA

As leishmanioses compreendem uma das sete endemias mundiais de prioridade absoluta da Organização Mundial de Saúde (OMS), devido ao seu caráter endêmico em varias regiões do mundo, afetando um a dois milhões de pessoas por ano. Estima-se que uma população de aproximadamente 360 milhões de pessoas está exposta ao risco de infecção no globo terrestre (SILVA, 2009).

A endemia de leishmaniose ocorre em 69 países distribuídos por todos os continentes, com exceção da Oceania (GOLÇALVES, 2013). Aproximadamente 90% das notificações das Américas acontecem no Brasil (BRASIL, 2006), sendo esse o país com maior incidência de LV zoonótica do mundo, com cerca de 3.000 novos casos anuais, distribuídos por todas as regiões do Brasil, com ênfase negativa para o Nordeste (ANDRADE et al., 2011).

A infecção canina ocorre principalmente em áreas periurbanas ou rurais, entretanto, foram relatadas infecções caninas e humanas em áreas urbanas, representando uma ameaça ao bem estar dos cães e dos seres humanos (BANETH; SOLANOGALLEGO, 2015).

Segundo Alvar (2004) calcula-se que, em áreas rurais e semi-rurais, 3% dos cães são infectados em cada estação de transmissão e que cães de guarda têm 70% mais chances que os demais. Segundo o autor, a alta prevalência da doença nestas áreas ocorre devido ao alto numero de famílias com cães em subúrbios e vilarejos, onde há o microclima ideal para os mosquitos-palha (casas com bosques, jardins, decomposição de matéria orgânica adequada para larvas, proximidade do reservatório, etc.).

2.6 SINAIS CLÍNICOS

É possível que a leishmaniose canina seja uma doença crônica, e os sinais clínicos da doença podem surgir dentro de 3 meses a 7 anos após a infecção (BANETH; SOLANOGALLEGO, 2015). Os sinais clínicos mais freqüentes são dermatológicos como: alopecia, seborréia, pápulas, nódulos, distúrbios de pigmentação, além de descamação e onicogrifose. Seguinte às dermatopatias é também comum linfoadenomegalia, e alterações oculares, como alopecia periocular, blefarite, conjuntivite, e uveíte anterior, que podem ser os primeiros sinais da doença (ALVAR 2004; SILVA, 2007).

As alterações sistêmicas mais comuns são febre e caquexia, além de alterações de órgãos como esplenomegalia, e doença renal resultado de lesões tubulares por deposição de imunocomplexos (ALVAR, 2004). Em humanos é relatado hepatopatias, porém em cães tais alterações não são comuns (SILVA, 2007).

2.7 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico clínico da leishmaniose tem sido desafiador para muitos veterinários e profissionais de saúde pública, devido à presença de animais assintomáticos, alta variabilidade das manifestações clínicas que mimetizam diversas doenças e pela dificuldade de uma prova de diagnóstico que confira 100% de sensibilidade e especificidade (NOGUEIRA; RIBEIRO, 2015).

Para o auxílio no diagnóstico, é de suma importância os corretos exames complementares, como o hemograma, visto que a alteração hematológica mais freqüente na leishmaniose visceral canina é a anemia, que pode variar de leve a grave e apresentar caráter regenerativo ou arregenerativo. Caso haja leucocitose por neutrofilia, pesquisa-se infecções secundárias, alterações em linfócitos são pouco freqüentes, porém a presença de monocitose é comum. Nas fases finais da doença pode desenvolver trombocitopenia. As alterações da urinálise ou de avaliações bioquímicas refletem, normalmente, um comprometimento renal em decorrência da deposição de imunocomplexos (ZANETTE, 2006).

A confirmação do diagnóstico da leishmaniose visceral pode se basear em métodos parasitológicos, sorológicos e moleculares. Apesar das discordâncias entre alguns autores, o exame parasitológico é considerado, ainda, o teste ouro para o diagnóstico da doença (SILVA, 2009). Ocasionalmente, também se observam parasitas em impressões citológicas obtidas abaixo de crostas e escamas cutâneas, ou através de aspiração de nódulos na pele, ou mesmo por biópsia (SCHIMMING, 2012).

O teste parasitológico demonstra ser o melhor por sua alta especificidades, não gerando resultados falso-positivos, o parasita é visibilizado em material de biópsia ou punão aspirativa de tecidos, como baço, medula óssea ou linfonodos. A demonstração de um único parasita ao microscópio em esfregaço é suficiente para diagnóstico da doença (MELO, 2004).

Por outro lado, a grande produção de anticorpos causada pelo parasitismo faz dos métodos sorológicos uma ferramenta importante para o diagnóstico individual da infecção e da enfermidade e aplicação de inquéritos epidemiológicos (NOGUEIRA; RIBEIRO, 2015).

O teste de imunocromatografia é um exame sorológico e destaca-se por ser de fácil execução e resultados rápidos, tornando-se uma opção viável de diagnóstico em regiões onde o acesso a laboratórios é restrito, além de conter o antígeno rK39 que lhe garante alta especificidade. Testes como Elisa e Imunofluorescência indireta são testes tidos como confirmatórios e recomendados pelo Ministério da Saúde (ZANETTE, 2006).

O método de ELISA além de alta especificidade e sensibilidade apresenta como atrativo a capacidade de processar várias amostras de soro simultaneamente em um curto intervalo de tempo, qualidade almejada para inquéritos epidemiológicos. (NEVES, 2000; ZANETTE, 2006).

A Imunofluorescência indireta (RIFI) é muito sensível, mas não muito específica, originando reações cruzadas com soros de cães com doença de Chagas, devendo ser utilizada com cuidado em áreas endêmicas para a doença (NEVES, 2000).

Em estudo realizado por Zanette em 2006, onde comparou-se as técnicas, foi exposto que todos os métodos sorológicos têm a possibilidade de resultarem falso-positivos. Em tal estudo o ELISA mostrou resultados falso-positivos em amostras de cães com doença de chagas, erliquiose, e co-infecção de erliquiose e babesiose. O RIFI reagiu a amostras de animais com doença de chagas e toxoplasmose, por fim o de imunocromatografia teve interferência em animais portadores de toxoplasmose, neosporose, erliquiose, babesiose, assim como co-infecção de Babesia sp e Erlichia sp.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O estudo foi realizado na cidade de Areia localizada na microrregião do brejo paraibano, abrigando cerca de vinte e três mil habitantes, com Área de 266.596 km2. A cidade caracteriza-se por uma temperatura média de 21,6°C e precipitação de 1.375 mm ao ano.

O trabalho de coleta do soro para pesquisa de Leishmaniose foi realizado no Hospital Veterinário da Universidade Federal da Paraíba (HV/UFPB), município de Areia. Onde pesquisou-se a presença de Leishmaniose em soros de trinta e sete cães de qualquer raça, idade ou sexo, submetidos à rotina do HV/UFPB para análises hematológicas no laboratório de Patologia Clínica Veterinária, entre o período de Agosto de 2016 a Março de 2017.

As amostras de soros foram encaminhadas ao Laboratório de Medicina Veterinária Preventiva do HV/UFPB, onde foram analisadas qualitativamente para a presença de anticorpos anti Leishmania infantum, utilizando-se o método de imunocromatografia rápida em kits do Laboratório Alere®, que segundo o fabricante possui 98,2% de sensibilidade e 100% de especificidade. Para tal trabalho, foram descartadas amostras com acentuada hemólise ou lipemia, assim como soro de animais provenientes de outras cidades.

Os dados dos animais testados foram obtidos de suas fichas clínicas, assim como de um banco de dados do Hospital Veterinário.

Para execução dos testes, foram utilizados cassetes dos kits, que, sobre uma superfície plana e seca, adicionou-se 10µl de soro no orifício do cassete marcado com uma letra “S”. Em seguida, foram adicionadas mais duas gotas do tampão no mesmo orifício. Após 20 minutos, foram determinados e interpretados os resultados segundo a Figura 1.

As amostras positivas foram enviadas ao laboratório Tecnologia em Sanidade Animal (TECSA) onde foram submetidas aos testes de ELISA e Imunofluorescência indireta (RIFI).

Figura1: Interpretação da técnica de imunocromatografia

Leishmaniose Ac test kit, Alere®.

4. RESULTADOS e discussão

A cidade de Areia-PB, localizada no brejo paraibano, é uma área considerada endêmica para Leishmanioses e apresenta todos os fatores favoráveis ao surgimento e disseminação da doença, tais como clima ameno, favorecendo a manutenção de matéria úmida e manutenção da fauna flebotomínica, além de apresentar atrativas características geográficas, estando localizada ao redor de matas, favorecendo uma diversidade e perfil de vegetação ideais, assim como a presença de animais silvestres, que podem servir de fonte de manutenção da enfermidade no meio silvestre.

Dos 37 animais testados por imunocromatografia rápida no HV/UFPB, 29 cães (78,4%) eram provenientes da zona Urbana, enquanto 8 cães (21,6%) eram de zona rural; em sua maioria fêmeas (51,35%) entre 1 e 5 anos (40,5%),com idade média 6,09 anos, destes, dois cães (5,4% do total) foram positivos no teste rápido, aceito pelo Ministério da Saúde como teste de triagem para Leishmaniose Visceral Canina, e foram submetidos aos exames de ELISA e Imunofluorescência indireta com o objetivo de confirmar a infecção, já que ambos são exames confirmatórios para Leishmaniose.

Das duas amostras, apenas uma foi reagente nos testes de ELISA e Imunofluorescência indireta, um cão apresentava sinais compatíveis com a enfermidade, como epistaxe e feridas pelo corpo. O outro caso refere-se a um cão de zona rural, 11 anos de idade, sem clínica para Leishmaniose, também positivo para a enfermidade no teste de imunocromatografia rápida, porém foi não-reagente tanto no teste de ELISA quanto no de Imunofluorescência indireta, sendo assim considerado um resultado falso-positivo. O que segundo Zanette (2006) pode acontecer em animais infectados por erliquiose, em co-infecção por erliquiose e babesiose, infecção por toxoplasmose ou por neosporose.

Ambos os cães positivos no teste de triagem eram de Zona rural, onde os animais têm um acesso maior às matas, a matéria orgânica, e estão mais expostos à vetores.

Resultados semelhantes foram reportados por diversos trabalhos publicados no Brasil. Silva (2015), encontrou um percentual de 3% em cães na cidade de Belo Horizonte - MG. Utilizando-se dos métodos de ELISA e RIFI, com posterior avaliação molecular em animais eutanasiados. Silva e Santa Rosa (2005) diagnosticaram em 3,6% de cães na cidade de Bom Sucesso, também no estado de Minas Gerais, onde foi utilizado apenas a RIFI como teste diagnóstico, com posterior análise histopatológica. A mesma metodologia foi realizada no mesmo estado por Monteiro e colaboradores (2005) na cidade de Montes Claros, onde foi encontrado uma prevalência de 5% nos cães estudados.

Percentuais maiores foram encontrados na cidade de Patos, aqui no nosso estado da Paraiba, onde foram utilizados os métodos de imunocromatografia DPP, ELISA e RIFI, com índice de 11,33%, porém em estudo com cães exclusivamente da zona rural (SILVA, 2016); e de 14,8% pelo método de ELISA no distrito de Monte Gordo, cidade de Camaçari-BA (SILVA, 2010). Almeida (2010), em trabalho realizado na cidade de Cuiabá-MT, detectou valores de 38%, porém apenas em animais suspeitos de leishmaniose, utilizando-se de Imunofluorescência indiretos e aspirados de medula óssea e linfonodos poplíteos.

Em todas as cidades comparadas o clima foi diferente do encontrado da cidade alvo deste inquérito, o que comprova a preferência do vetor por ambientes mais quentes, tendo em vista que Areia apresentou o menor índice dentre estas cidades. No entanto a presença da mata na cidade de areia na opinião do autor pode servir como abrigo tanto para o vetor, quanto para animais silvestres infectados, tornando difícil a erradicação do ciclo de infecção.

Ambos os casos positivos no teste de triagem eram machos e de zona rural. Historicamente, a Leishmaniose é caracterizada por acometer regiões de mata, onde há uma prevalência do vetor Lutzomyia longipalpis, porém com o passar dos anos, e devido ao processo de urbanização, desmatamentos, e crescimento de cidades a leishmaniose está presente em áreas rurais, periferias e até mesmo grandes centros urbanos, como Cuiabá (ALMEIDA, 2010), e Belo Horizonte (SILVA, 2015) sustentada pela presença de cães infectados, propiciando a adaptação da Leishmania ao novo nicho ecológico.

Em pesquisa realizada por Silva em 2016 na zona rural da cidade de Patos-PB foi exposto que cães machos apresentaram 2,15 vezes mais chances de apresentar a doença, corroborando com a pesquisa de Amóra et al (2006) através de imunofluorescência indireta e imunoadsorção enzimática, indicando a preferência da leishmaniose pelo sexo masculino. Tais dados podem ser explicados pela preferência de cães machos utilizados para trabalhos de caça e guarda, aumentando a exposição destes aos vetores da doença.

5. CONCLUSÃO

Foi demonstrado através deste trabalho, que há na cidade de Areia no estado da Paraíba, a presença de cães soropositivos para leishmaniose, sendo de grande valia a elaboração de pesquisas de maior abrangência tanto na zona urbana como na zona rural, para que assim sirva de subsídio para medidas de controle para tal doença, de importância na saúde animal e principalmente para a saúde pública desta região.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, A.B.P.F; MENDONÇA, A.J; SOUSA, V.R.F. Prevalência e epidemiologia da leismaniose visceral em cães e humanos, na cidade de Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Ciência Rural, Santa Maria, v.40, n.7, p.1610-1615, jul, 2010.

ALVAR, J; CAÑAVATE, C; MOLINA, R; MORENO, J; NIETO, J. Canineleishmaniasis.Adv. Parasitol.,v. 57, p. 1-87, 2004.

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ANEXOS

Quadro Anexo: Animais aos quais os soros foram submetidos ao exame de triagem com imunocromatografia rápida.

Animal

Raça

Idade

Sinais Clínicos compatíveis para Leishmaniose

Sexo

Localização

Resultado

1

Poodle

9 anos

Não

Macho

Urbano

Soronegativo

2

SRD

2 anos

Não

Fêmea

Rural

Soronegativo

3

SRD

9 anos

Não

Fêmea

Urbano

Soronegativo

4

Poodle

10 anos

Não

Macho

Urbano

Soronegativo

5

SRD

2 anos

Sim

Fêmea

Urbano

Soronegativo

6

SRD

1 ano

Não

Macho

Urbano

Soronegativo

7

Pinscher

5 anos

Não

Fêmea

Urbano

Soronegativo

8

SRD

5 anos

Não

Fêmea

Rural

Soronegativo

9

SRD

9 anos

Não

Fêmea

Urbano

Soronegativo

10

SRD

1 ano

Sim

Fêmea

Urbano

Soronegativo

11

SRD

6 anos

Não

Fêmea

Urbano

Soronegativo

12

SRD

2 anos

Não

Macho

Urbano

Soronegativo

13

SRD

11 anos

Não

Macho

Urbano

Soronegativo

14

Pinscher

10 anos

Não

Fêmea

Urbano

Soronegativo

15

SRD

2 anos

Sim

Fêmea

Urbano

Soronegativo

16

SRD

10 anos

Não

Macho

Urbano

Soronegativo

17

SRD

NI

Sim

Fêmea

Urbano

Soronegativo

18

SRD

NI

Não

Macho

Urbano

Soronegativo

19

SRD

7 anos

Não

Macho

Urbano

Soronegativo

20

SRD

6 anos

Não

Macho

Urbano

Soronegativo

21

SRD

11 anos

Não

Macho

Rural

Soropositivo

22

SRD

6 anos

Não

Fêmea

Rural

Soronegativo

23

SRD

NI

Não

Fêmea

Urbano

Soronegativo

24

Poodle

12 anos

Não

Fêmea

Urbano

Soronegativo

25

SRD

16 anos

Não

Macho

Urbano

Soronegativo

26

Border Collie

5 anos

Sim

Fêmea

Rural

Soronegativo

27

SRD

6 anos

Não

Macho

Urbano

Soronegativo

28

SRD

NI

Não

Macho

Rural

Soronegativo

29

SRD

7 anos

Não

Macho

Urbano

Soronegativo

30

SRD

NI

Sim

Macho

Urbano

Soronegativo

31

Teckel

6 anos

Sim

Fêmea

Urbano

Soronegativo

32

Poodle

4 anos

Não

Macho

Urbano

Soronegativo

33

Border Collie

3 anos

Sim

Macho

Rural

Soropositivo

34

SRD

1 ano

Não

Macho

Rural

Soronegativo

35

Buldogue F.

2 anos

Não

Fêmea

Urbano

Soronegativo

36

Pinscher

4 anos

Sim

Fêmea

Urbano

Soronegativo

37

Poodle

5 anos

Não

Fêmea

Urbano

Soronegativo

21