vet news pet 107

20
Terapia Assistida por Cães - TAC Animais auxiliam no tratamento de dependentes químicos TERESINA INICIA BATALHA CONTRA LEISHMANIOSE VISCERAL ANO XVIII, Nº 107 JUL-AGO-SET/2012 TERESINA INICIA BATALHA CONTRA LEISHMANIOSE VISCERAL

Upload: msd-saude-animal

Post on 08-Mar-2016

217 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Nesta edição: Teresina inicia batalha contra Leishmaniose Viceral e conheça o trabalho de Terapia assistida por cães

TRANSCRIPT

Page 1: Vet News PET 107

Terapia Assistida por Cães - TACAnimais auxiliam no tratamento de dependentes químicos

TeresinA iniCiA bATAlhAConTrA leishmAniose visCerAl

ANO XVIII, Nº 107 JUL-AGO-SET/2012

TeresinA iniCiA bATAlhAConTrA leishmAniose visCerAl

Page 2: Vet News PET 107
Page 3: Vet News PET 107

Ano XVIII, Nº 107, Jul-Ago-Set/2012

VetNews PET é uma publicação trimestral, editada pela MSD Saúde Animal. Opiniões e conceitos emitidos pelos colunistas e colaboradores não representam necessariamente os do informativo. Todos os direitos são reservados. Distribuição gratuita.

DIREÇÃO: Vilson Simon. COORDENAÇÃO: Vagner Santos. CONSELHO EDITORIAL: Andrea Bonates, Andrei Nascimento, Gláucia Gigli e Marco Castro. REDAÇÃO: TEIA Editorial. Jornalista Responsável: Kelli Costalonga (Mtb 28.783). Edição: Danielly Herobetta. Redação: Ana Paula Bertran e Érica Nacarato. DIAGRAMAÇÃO: Four Propaganda. REVISÃO: Liliane Bello.

www.msd-saude-animal.com.br | twitter: @msdsaudeanimal | facebook: MSD Saúde Animal Sugestões e comentários envie para: [email protected]

Sumário As atrações desta edição3

expediente

e mAis, nestA edição:

4 ConexÕes e GiRos As novidades do setor de Pet.

6 pRomoçãoPet Star e Pontos Animais: participe!

8 olho ClíniCoRaiva.

9 BoAs pRátiCAsFortaleza intensifica ações contra a leishmaniose visceral.

14 RAçAsGato Himalaia.

16 AmAVet AmApetConheça os vencedores do trimestre.

17 melhoRes pRátiCAs A importância do Chiller Unit.

18 uniVeRsidAde CoRpoRAtiVAO merchandising no mercado veterinário.

umA noVA ChAnCe Projeto Reintegração da TAC trabalha com a reinserção de dependentes químicos e cães abandonados em Cruzeiro/SP.

EditorialDa nossa Redação

10

CApA:Governo dá início ao projeto de pesquisa que visa a comprovar eficiência da SCALIBOR® no controle da leishmaniose visceral.

Marco CastroGerente de produto SCALIBOR® da MSD Saúde Animal

Caro (a) Leitor (a) da VetNews,

O encoleiramento em massa já começou. Teresina, capital do Piauí, foi a primei-ra cidade, entre as 12 escolhidas pelo Ministério da Saúde, a proteger seus cães contra os flebótomos, mosquitos transmissores da leishmaniose visceral, usando a coleira SCALIBOR®, impregnada com deltametrina a 4%. A ideia é que daqui a três anos os estudos sejam con-cluídos, provando que o produto é uma importante arma contra a zoonose e fazendo com que entre na lista de medi-das utilizadas pelo governo para controle da doença, que registra anualmente cerca de 500 mil novos casos em huma-nos no mundo, com aproximadamente 59 mil óbitos.

Paralelamente ao projeto-piloto do Programa Federal de Controle da Leishmaniose Visceral (Calazar), o sena-dor Inácio Arruda (PCdoB/CE) deu um passo importante na divulgação e na disseminação de informação sobre a enfermidade, criando o Projeto de Lei 12.604, que institui a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose. Com isso, a semana que contemplar o dia 10 de agosto concentrará uma série de eventos e ações educativas e preventi-vas sobre as políticas públicas de vigilân-cia e controle da zoonose.

Além de se informar melhor sobre essas duas ações muito relevantes no combate à zoonose, que aflige cada vez mais as pes-soas e seus animais de estimação, nesta edição da VetNews PET você conhecerá o projeto inovador da associação sem fins lucrativos TAC (Terapias Assistidas por Cães), que utiliza cães abandonados e resgatados pelo Centro de Vigilância Epidemiológica de Cruzeiro/SP para auxi-liar no tratamento de dependentes quími-cos da Casa Ágape. Leia também sobre a raiva, uma zoonose altamente contagiosa e sem cura para os animais.

Uma excelente leitura!

12

Page 4: Vet News PET 107

Novidades e principais assuntos do setor

Conexões e Giros4

O porquê do ronronar

Você já parou para pensar por que os gatos ronronam? O baru-lho é um processo normal dos felinos, usado para expressar sentimentos. Segundo o biólogo Guilherme Domenichelli, do Zoológico de São Paulo, o ronronar está ligado ao osso que os felinos têm na garganta, conhecido como hioide, ocorrendo quando o animal puxa o ar para dentro, diferente do rugido, que é o momento em que o ar é expulso do corpo com força.Mas se você quiser interpretar o ronronar, deve ficar atento às expressões do gato, já que o barulho pode ser feito para sen-sações de tranquilidade, prazer e satisfação, assim como raiva, dor ou fome.

São Paulo ganha primeiro hospital público para cães e gatos

Em julho, o bairro Tatuapé, na zona leste de São Paulo/SP, abriu as portas do primeiro hospital público para cães e gatos do Brasil. O projeto, proposto pelo vereador Roberto Trípoli (PV/SP), faz parte das ações da Coordenadoria Especial de Proteção a Animais

Domésticos, criada pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD/SP).Responsável pela gestão do local, a Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de São Paulo (Anclivepa/SP) já tinha planos para a criação do hospital em um prédio per-tencente a ela e, por isso, foi procurada pela prefeitura para unir os projetos. A ideia é que, além

de oferecer tratamento a animais de famílias carentes, o hospital sirva como escola para alunos de cursos de especialização veterinária ministrados pela associação.

Hoje, segundo a prefeitura, há cerca de 3 milhões de cães e gatos na capital paulista. No entanto, parte desses animais pertence a pessoas que não têm condições de pagar tratamentos médicos mais com-

plexos a seus bichos de estimação. Com o hospital, poderão ter acesso, então, a procedimentos mais detalhados, como

ressonância magnética, tomografia e videocirurgias.Além de todos esses benefícios, a novidade desafogará o trabalho do Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo (CCZ), que deixará de ser o único local de aten-dimento, proteção e encaminhamento de animais. A intenção é que outros municípios se inspirem em São Paulo e também criem seus hospitais veteriná-

rios públicos, dando possibilidade de tratamento para todos os pets.

Ministro anuncia criação de Cadeia Produtiva Pet

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, anunciou a criação da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva dos Animais de Estimação. A decisão foi tomada após uma reunião com representan-tes da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), entidades de criadores e parlamentares, em 11 de julho de 2012.No encontro foi destacada a importância econômica do seg-mento – que movimentou cerca de R$ 18,2 bilhões no ano passado e engloba uma média de 3 milhões de empregos – e a necessidade da instalação de um grupo específico para fomentar a discussão e a implementação de políticas públicas voltadas a ele. “É um negócio que merece a atenção de todos os estados do Brasil, pois movimenta rações, medicamentos e gera empregos o ano inteiro. Sei da sua importância e do impacto que isso tem no agronegócio nacio-nal”, destacou o ministro Mendes Ribeiro.

Page 5: Vet News PET 107

Novidades e principais assuntos do setor

Conexões e Giros

Assim como nós, humanos, os pets também podem sofrer de doenças estomacais, como úlceras e gastrites. Entre os fatores que podem fazer com que o animal de estimação tenha esses males, destacam-se a má alimen-tação e o estresse, especialmente devido à redução da imunidade, o que facilita a ação da bactéria Helicobacter pylori, além, é claro, do uso excessivo de medicamentos, como os anti-inflamatórios.Por isso, sinais como dores abdominais, vômitos, perda de apetite e emagrecimento são característicos das doenças e merecem toda a atenção do proprietário do pet. Este deve solicitar um exame detalhado ao Médico Veterinário, que conseguirá diagnosticar as enfermidades por meio de endoscopia ou, quando necessário, biópsia.Fique atento!

10 de agosto: data oficial contra a leishmaniose

Com o objetivo de estimular ações educativas e preventivas a partir da promoção de debates e outros eventos sobre as políticas públicas de vigilância e controle da leishmaniose, o senador Inácio Arruda (PCdoB/CE) criou projeto de lei que institui a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose. A lei foi sancionada pela Presidente da República, Dilma Rousseff, em 3 de abril.Assim, já a partir deste ano, a semana que contemplar o dia 10 agosto envolverá uma série de eventos, com o objetivo de debater e disseminar a importância da pre-venção da zoonose nos quatro cantos do País. “A realização da Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose oferecerá aos técnicos da área da saúde e

ao público em geral uma ocasião privilegiada, em que ações educativas poderão ser desenvolvidas levando em conta aspectos cultu-rais, sociais, educacionais, condições econômicas e percepção de saúde nas comunidades atingidas, no sentido de que aprendam a se proteger e participem ativamente. Além disso, poderão ser disseminados conhecimentos sobre vigilância, monitoramento e controle do reservatório doméstico e do vetor, bem como informações para alertar a população e sensibilizar os profissionais de saúde”, explica o senador. Confira abaixo a íntegra da lei.

Lei 12.604, de 3 de abril de 2012 – Institui a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose.A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o É instituída a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, que será celebrada anualmente na semana que incluir o dia 10 de agosto, com os seguintes objetivos: I - estimular ações educativas e preventivas; II - promover debates e outros eventos sobre as políticas públicas de vigilância e controle da leishmaniose; III - apoiar as atividades de prevenção e combate à leishmaniose organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil; IV - difundir os avanços técnico-científicos relacionados à prevenção e ao combate à leishmaniose. Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

A data, 10 de agosto, foi escolhida pelo senador Inácio Arruda para homenagear o médico sanitarista e cientista Evandro Lobo Chagas, que nasceu nesse dia e realizou estudos sobre febre amarela, malária e, principalmente, leishmaniose. Ele foi coordenador da Comissão de Estudos de Leishmaniose Visceral Americana, descobriu os primeiros casos em humanos no Brasil, organizou o Serviço de Estudos das Grandes Endemias e criou o Instituto de Patologia Experimental do Norte (IPEN), que funciona em Belém/PA e que recebeu poste-riormente o nome de Instituto Evandro Chagas.

Úlceras e gastrites, males que também acometem cães e gatos

Page 6: Vet News PET 107

Pet Star e Pontos Animais

Promoção6

Pet Stare Pontos AnimAis:você não pode ficar de fora!

Afan page da promoção Pet Star foi lançada em 15 de maio e, até o final de julho, cerca de 2,6 mil pes-

soas a assinaram e mais de 5 mil a curtiram, comentaram ou compartilharam. São mais de 800 animais inscritos e 11 mil visualizações. Se você ainda não inscreveu seu pet para ser nossa estrela, corra que ainda dá tempo!

Participar é fácil. O consumidor deve adquirir um dos produtos da linha pet e cadastrar a foto de seu animal (cão ou gato) na fan page da promoção no Facebook (www.facebook.com/petstarmsd), a partir do código de acesso presente no cupom destacável obtido no ato da compra. Metade da cédula ficará com o balconista responsável pela venda, que também será contemplado caso tenha registrado no sis-tema on-line da campanha o documento relacionado à imagem vencedora. As 20

fotos mais ‘curtidas’ serão direcionadas a um comitê julgador, que escolherá a campeã. Os cadastros e as postagens devem ser feitos até 31 de outubro de 2012.

Confira, na próxima página, quais são os produtos participantes da Pet Star. Com eles, você pode entrar para a disputa.

Já a promoção Pontos Animais, voltada para lojistas dos pet shops e clínicas veterinárias, premiará as 30 lojas que tiverem o melhor desempenho em venda de produ-tos MSD Saúde Animal. Para isso, os estabelecimentos serão classifi-cados em três categorias: A, B e C, de acordo com a média do fatura-mento que tiveram entre outubro de 2011 e março de 2012. A fim de aumentar as suas chances, os inte-ressados têm até 31 de outubro de 2012 para aumentar suas vendas.

PremiaçõesA divulgação do resultado da

Campanha Pet Star será em 30 de novembro. Além de ter o seu animal estrelando uma campanha

publicitária, o proprietário leva um Fiat Uno Vivace (1.0 EVO Zero Km 2P) para casa. O balconista será contemplado com uma moto Honda CG 150 Fan (versão Esi Zero Km) e o Médico Veterinário receberá equipamentos no valor de R$ 6 mil, se indicado pelo vencedor.

No caso da promoção Pontos Animais, serão 30 lojas premiadas, sendo que os primei-ros lugares de cada categoria receberão uma moto Yamaha T115 Crypton Zero KM.

Page 7: Vet News PET 107

Pet Star e Pontos Animais

Promoção

METICORTEN® Linha NOBIVAC®ENDAL® GAMA DOG, GAMA CAT

QUADRIDERM® TISSUVAX® TRIATOX®SCALIBOR®

ARTROGLYCAN® BANAMINE® CEFA-CURE®CANINSULIN®

PANACUR®OPTIMMUNE OTOMAX® PULVEX®

pRodutos pARtiCipAntes dA Pet Star

Page 8: Vet News PET 107

VAcinAr: a melhor arma contra a raiva

SEM CURA, A ZOONOSE MATA OS ANIMAIS E É ALTAMENTE CONTAGIOSA, O qUE TORNA A VACINAçãO IMPRESCINDíVEL PARA PROTEGER CãES, GATOS E, PRINCIPALMENTE, O SER HUMANO

ma zoonose de leta-lidade elevada, che-gando a 100% nos

animais que desenvolvem seus sintomas. Assim pode-se des-crever a raiva, uma enfermidade que, apesar de ter apresentado redução nos casos em caninos e felinos no País, ainda requer prevenção, já que, segundo a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), ainda não foi erra-dicada e é altamente contagiosa.

Provocada pelo vírus do gênero Lyssavirus, que se mul-tiplica pelos nervos periféricos até o sistema nervoso central, a doença atinge os mamífe-ros, de forma geral, inclusive o homem. “A raiva é uma das principais zoonoses existentes hoje e não tem cura. Daí a importância da vigilância em saúde e, principalmente, da prevenção, para antever-se um risco maior”, diz a Médica Veterinária Ana Marina Lino, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Cotia/SP.

Mais frequente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, segun-do levantamentos do Ministério da Saúde, a doença é transmitida aos animais por meio da saliva (mordedura) de morcegos hema-tófagos infectados, mas já há casos no Estado de São Paulo de ser transmitida por morcegos fru-gívoros. Infectado, o cão acaba sendo um perigo para o homem, já que o contato com a saliva de animais doentes, seja por meio de mordidas, lam-bidas ou arranhões em pele lesada ou mucosas, é suficiente para a infecção.

“Por isso é importante prevenir a doen-ça com a vacina, anualmente, para prote-ção do animal e, principalmente, da família”, conta o Médico Veterinário Eduardo Frias, de Campinas/SP. Com mais de 20 anos de car-reira, o profissional nunca diagnosticou em seu

consultório um caso, ou mesmo uma suspeita, da doença. “Ouve-se falar, às vezes, de surtos nas periferias, mas as campanhas de vacina-ção já criaram na população a consciência da importância de vacinar.”

SintomasCom duração de até 11 dias, a doença é

letal em 100% dos casos e o animal morre por convulsões e paralisia. Os principais sintomas são, na maioria dos casos, a agressividade, uma agitação fora do comum e mudanças de comportamento. “Os sintomas estão associa-dos ao sistema nervoso central, do que decor-rem as mudanças de temperamento, podendo

transformar um cão bonzi-nho em um animal feroz. Fora isso, por haver para-lisia dos músculos da face, há uma salivação excessiva. Além disso, há alterações no latido, que se torna rouco, depressão, anorexia, febre, entre outros sintomas, até chegar à paralisia dos mús-culos do tronco, à falta de coordenação motora e à morte”, explica Frias.

No caso dos cães, há duas formas de raiva: a furio-sa, caracterizada por inquie-tação, ameaças de ataque, anorexia e latido bitonal, e a muda, em que o animal não apresenta inquietação ou tendência ao ataque, mas busca se esconder em locais escuros. Ambas levam à paralisia e à morte. Indepen-dentemente da forma, tanto cães como gatos infectados podem transmitir a doença alguns dias antes do apareci-mento dos sintomas.

Segundo o Instituto Pas-teur de São Paulo, embora haja regiões em que a raiva esteja

controlada no Estado, ainda existem outras endê-micas e epidêmicas, consideradas, em sua maioria, “regiões silenciosas”, já que nada se sabe sobre elas, por falta de encaminhamento de amostras para o Laboratório de Vigilância Epidemiológica.

Por isso, todo mamífero que apresentar qualquer sintoma neurológico ou que tenha diagnóstico clínico de raiva deve ser submetido a exame laboratorial, para que a doença seja confirmada e para que sejam adotadas medidas de controle. Além disso, deve ser isolado em quarentena, período em que, caso contami-nado, provavelmente virá a óbito. Após isso, é realizado um exame do cérebro e do tronco cerebral em busca do vírus.

Raiva

Olho Clínico8

u

Para Eduardo Frias, as campanhas de vacinação criaram nas pessoas a consciência de sua importância

Page 9: Vet News PET 107

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX9

FortAlezA reAlizA Ações educAtiVAs

na Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose

CAMPANHA REALIZADA NA CAPITAL CEARENSE MOVIMENTA POPULAçãO CONTRA A LEISHMANIOSE VISCERAL E AINDA CELEBRA A SEMANA OFICIAL CONTRA A ZOONOSE

esde 3 de abril deste ano, o Brasil conta com uma ajuda a mais no com-bate à leishmaniose visceral. Criado

pelo senador Inácio Arruda (PCdoB/CE), o projeto de lei convertido na lei 12.604 institui a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, reservando a semana que inclui o dia 10 de agosto para a realização de diversas ações educativas e preventivas.

A recente data já foi exaltada em Fortaleza/CE, um dos municípios do Brasil que mais regis-tra casos de leishmaniose visceral em humanos. Foram feitas ações que abrangeram toda a cidade – seis regionais com aproximadamente dez bair-ros cada –, dentro do projeto “Proteja sua família e seu cão, Calazar não!”, desenvolvido pela pro-motora técnica da MSD Saúde Animal Marielle Duarte e empreendido pela Secretaria Municipal de Saúde, pelo Núcleo de Educação em Saúde e Mobilização Social (NESMS) e pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município, em parceria com a Avipec Distribuidora.

“Após a ideia sair do papel, a apresentei aos representantes do NESMS e ao CCZ, para eles criarem as atividades que seriam desen-volvidas nos bairros com registros de casos de leishmaniose visceral em humanos. Em troca, eles receberam todo o material necessário para a realização dos eventos, como camisetas, folders, cartazes, entre outros”, explica Marielle.

A ação, realizada de 6 a 10 de agosto, ocor-reu em escolas públicas, igrejas e praças, englo-bando concursos de peças de teatro e paródias, exposição de painéis educativos, palestras com sessão de vídeo, visitas domiciliares, exames de calazar, vacinação antirrábica, confecção de maquetes, entre outras atividades.

Para finalizar, foi feito um grande evento na Praça José de Alencar, com cobertura de prati-camente toda a mídia da região e a presença de um grande número de pessoas. Elas visitaram as tendas do CCZ, que realizou exames de calazar, epidemiológicos e entomológicos; da NESMS, que apresentou os cartazes, banners e maquetes dos concursos realizados nas escolas públicas; e da SCALIBOR® e Avipec Distribuidora, que expli-

cou medidas de prevenção da doença. “Pudemos contar com a parceria de alunos do curso de Medicina Veterinária da Universidade Estadual do Ceará (UECE), que distribuíram folhetos informativos sobre métodos preventivos, e ainda tivemos uma apresentação de adestramento e agility”, conta Marielle.

Paralelamente a todas essas ações, mais de 40 pet shops da Grande Fortaleza desenvolveram pro-moções e ações educativas junto aos seus clientes. Além disso, a SCALIBOR® realizou um concur-so cultural em sua página no Facebook, premiando com um tablet a pessoa que elaborasse a frase mais criativa com os termos cão e SCALIBOR®.

ResultadosApesar da carência por informação e da

situação preocupante da capital cearense, o resultado da iniciativa não poderia ter sido mais satisfatório. Todos os envolvidos fizeram questão de participar, se empenhando para que as ações fossem um sucesso. “Não esperava toda essa adesão e empenho dos educadores e diretores das escolas, assim como da própria população. Quando encerramos as atividades, fiquei emocionada e não sabia se chorava de cansaço ou de surpresa. Fora isso, tivemos uma grande cobertura da mídia local, que solicitou entrevistas a semana inteira. Isso mostra não só a importância do tema, que é muito polêmico na região, mas também a necessidade de preen-cher essa lacuna”, explica Marielle.

O sucesso foi tão grande que as ações conti-nuaram durante todo o mês de agosto com mais

campanhas, incluindo os exames de calazar, a vaci-nação antirrábica e a divulgação sobre as formas de prevenção da doença em praças e escolas.

Para o coordenador do CCZ de Fortaleza, Sérgio Franco, a iniciativa foi de extrema impor-tância, uma vez que a educação e a disseminação de informações são a base para qualquer campanha de esclarecimento e conscientização. “A ação tem um significado especial para Fortaleza, já que a saúde pública necessita de suporte educativo e depende 100% da população nos cuidados em casa. A divulgação da doença e a sua prevenção são fundamentais para controlarmos sua disseminação e, principalmente, evitarmos óbitos, tanto em humanos quanto em animais”, afirma.

Inspiradas nos excelentes resultados da cam-panha na capital cearense, outras cidades, como Sobral e Caucaia, também no Ceará, promoverão eventos semelhantes. “Essa ação foi apenas o pon-tapé para que essas atividades se tornem rotineiras em Fortaleza e, quem sabe, nos demais municípios brasileiros”, finaliza Marielle.

Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose

Boas práticas9

d

A capital do Ceará é um dos municípios do Brasil que mais registra casos de leish-maniose visceral, sofrendo com o pro-cesso de urbanização da doença. Desde 2006 as ocorrências em humanos ultra-passaram o número de 200 casos por ano, com a taxa de letalidade chegando a 6,79%, em 2008. Em 2010, foi registra-

do o maior número de casos da década: 262, sendo que a média dos últimos cinco anos é de 239 pessoas doentes anu-almente. Hoje, os bairros Barra do Ceará, Bom Jardim, Jardim Iracema e Jardim Guanabara, além da grande Messejana, são os mais preocupantes, com índices de transmissão intensos.

FoRtAlezA e A leishmAniose VisCeRAl

Page 10: Vet News PET 107

CapaGoverno inicia pesquisa com SCALIBOR® 10

teresinA: começa a batalha contra a leishmaniose visceralCAPITAL DO PIAUí É A PRIMEIRA A INICIAR O PROJETO DE ESTUDO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE qUE VISA A CONTROLAR A ZOONOSE COM O ENCOLEIRAMENTO DOS CãES

desde 11 de junho o Ministério da Saúde iniciou uma nova estratégia para combater o avanço da leishmaniose

visceral no Brasil: o encoleiramento em massa de cães, a partir do uso de coleiras impregnadas com deltametrina a 4%, princípio ativo repelente e inse-ticida recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das principais formas de controle da doença.

O projeto-piloto do Programa Federal de Controle da Leishmaniose Visceral (Calazar), uma ação inédita no mundo, englobará 12 cidades em sete estados brasileiros – Piauí, Mato Grosso do Sul, Pará, Ceará, Maranhão, Tocantins e Minas Gerais –, nos quais bairros com transmissão intensa a humanos serão escolhidos para o estudo.

Teresina, no Piauí, foi a primeira cidade esco-lhida, pois, de acordo com o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município, responsável pelo controle de agravos e doenças transmitidas por animais, concentrou, em 2011, 65 casos, com seis óbitos. Além disso, nos mais de 15 mil exames preventivos realizados, 6.225 casos caninos posi-tivos foram detectados. “Com base nas análises

dos dados de 2011, selecionamos seis bairros, dos quais três – Angelin, Bela Vista e Santa Maria da Codipi – tiveram cerca de 9 mil cães encoleirados. Os demais serão monitorados para o controle da doença”, explica o Médico Veterinário Élcio Leite, Diretor do CCZ de Teresina.

Para Marco Castro, profissional da saúde e Gerente de Produtos da MSD Saúde Animal, esse projeto é uma grande esperança tanto para os proprietários de cães, quanto para o serviço público, já que é uma forma de diminuir a eutanásia de animais, hoje a principal estratégia de combate à leishmaniose visceral no Brasil. ”A zoonose é um problema de saúde pública. Nos testes realizados em Teresina, 40% dos cães apresentaram diag-nóstico positivo, semelhante a outras cidades que enfrentam o mesmo problema”, afirma Castro.

Programa Federal de Controle da Leishmaniose Visceral

Com previsão de duração de 42 meses, desde o planejamento, o contato com municípios e a divulgação, o estudo colocado em prática neste ano pelo Ministério da Saúde visa a avaliar a efetividade

da coleira impregnada com deltametrina a 4%. Coordenado pelo Médico Guilherme Werneck, doutor em Epidemiologia e professor do Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e do Instituto do Estudo em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o programa está tendo sua viabilidade analisada, uma vez que as medidas adotadas há mais de 40 anos pelo governo, que englobam o uso de inseticidas e a eliminação dos cachorros soropositivos, não vêm se mostrando eficientes, já que o número de casos de pessoas e cães contami-nados só aumenta.

“O princípio ativo é liberado nas primeiras duas ou três sema-nas após a colocação da colei-ra SCALIBOR®. Ao tentar picar o cão, o mosquito-palha – transmissor da doença – tem morte súbita. Por isso a estratégia adotada pelo Ministério da Saúde é inovadora, uma vez que pretende combater o mosquito transmissor”,

Page 11: Vet News PET 107

CapaGoverno inicia pesquisa com SCALIBOR®

explica Castro, complementando que, caso com-provada a eficiência do programa, não haverá um custo maior para o Governo, uma vez que já há uma verba destinada para o controle da zoonose. “Há estudos que comprovam que o uso da coleira sairia mais barato do que a eutanásia, que custa cerca de R$ 70 por animal para o Ministério da Saúde. Com a nova medida, ele estaria sim-plesmente deixando de fazer a eutanásia em cães soropositivos para preveni-los contra a doença.”

A intenção é que, ao final do estudo, seja ava-liada a eficácia do produto no controle da doença, em dois aspectos: em relação à infecção dos cães, monitorando a frequência dos casos caninos, e em relação ao número de casos em humanos. “O projeto-piloto traz esperança para os proprietários de cães de áreas endêmicas, que, mesmo recor-rendo à Justiça, acabam entregando seu animal infectado para eutanásia”, explica Castro.

Compartilhando a mesma opinião, o gerente do CCZ, Élcio Leite, diz que o estudo será extre-mamente válido. “Esse projeto é muito importan-te, pois, caso comprovada a eficácia da coleira, ele se transformará em uma campanha, assim como a da raiva, que alcança os quatro cantos do País.

Por isso, esperamos que os resultados teóricos se confirmem na prática e que, após a pesquisa, o uso da coleira com deltametrina se torne um programa periódico do governo.”

Dinâmica As coleiras SCALIBOR®, impregnadas com

deltametrina, serão distribuídas gratuitamente pelo Ministério da Saúde, de casa em casa, acompa-nhadas pela realização de exame de sangue, que deve ser realizado regularmente para diagnosticar a evolução da doença na comunidade canina.

Primeiramente, os agentes que estão atuando no estudo – em sua maioria funcionários dos centros de zoonoses das regiões – passaram por um treinamento da MSD Saúde Animal, empresa fabricante da SCALIBOR®, única coleira impreg-nada com deltametrina a 4% disponível no mer-cado. Seis meses após o primeiro encoleiramento, os agentes trocarão as coleiras dos animais – um procedimento que será repetido ainda mais quatro vezes, após 24 e 30 meses, quando será encerrada a parte de campo do estudo.

“É fundamental que as pessoas façam ade-são ao projeto, porque a leishmaniose visceral

é uma doença que apresenta riscos não só para o animal, mas também para o ser

humano. Por isso é importante que a coleira seja trocada todas as vezes que

os agentes forem até as residências e que os proprietários dos cães as

mantenham nos animais e não as tirem nunca, nem na hora

do banho”, diz Castro.

A leishmaniose visceralLeishmaniose é uma

grave doença de saúde públi-ca, por se tratar de uma zoo-

nose de alta letalidade, que mata muitos cães e humanos no Brasil

e no mundo. No Brasil, os casos são crescentes, inclusive com mortes.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a leishmaniose visceral registra anualmente aproxi-madamente 500 mil novos casos em humanos no mundo, com cerca de 59 mil óbitos. Hoje, já há 12 milhões de pessoas infectadas.

Pesquisadores estimam que, nas áreas endê-micas, para cada humano doente existam 200 cães infectados. Tratando-se de América Latina, o Brasil registra 90% dos casos – percentual que, assim como nas novas cidades consideradas endê-micas, não para de crescer.

No Estado de São Paulo, por exemplo, cida-des como Bauru, Andradina e Araçatuba são áreas endêmicas. Mais recentemente, foram registrados casos de leishmaniose visceral em cães na cidade de Campinas, além de registros de mortes em humanos em Bauru no início de 2012. Na capital paulista, Médicos Veterinários já diagnosticaram casos no bairro do Morumbi. As cidades de Cotia e Embu também apresentam inúmeros registros da doença em cães. No final de 2010 começaram a aparecer casos em Florianópolis e Joinville, em Santa Catarina, áreas até então livres da doença.

Os estados escolhidos para o projeto-piloto de encoleiramento em massa, por sua vez, apre-sentam números* preocupantes e todas as suas áreas são consideradas endêmicas. Confira: • Ceará:2.211 casos em humanos.• Minas Gerais: mais de 1.800 casos em

humanos.• Maranhão:mais de 1.800 casos em humanos.• Tocantins: mais de 1.600 casos em humanos.• Pará: 1.322 casos em humanos.• MatoGrossodoSul:878 casos em humanos.• Piauí: 823 casos em humanos.

Andrei Nascimento (MSD Saúde Animal), ao lado dos Médicos Veterinários João, Cícero e Élcio Leite (CCZ de Teresina) e de Marco Castro (MSD Saúde Animal), na reunião de treinamento para início do projeto em Teresina

*Casos notificados pelo Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Sinan Net, entre 2007 e 2010.

Page 12: Vet News PET 107

Bem-EstarTerapia Assistida por Cães - TAC12

umA noVA chAncepara cães e dependentes químicosONG UTILIZA CãES ABANDONADOS PARA AUXILIAR NO TRATAMENTO DE DEPENDENTES qUíMICOS DE INSTITUIçãO EM CRUZEIRO/SP

h

Equipe TAC durante projeto com idosas

á tempos que os cães deixaram de ser usados apenas para guarda. Como parte da família, eles têm direito

a todos os mimos e são tratados como filhos por seus donos. No entanto, atualmente, além de fiéis companheiros e amigos, esses animais receberam uma nova função: a de terapeutas.

Já praticada nos Estados Unidos há várias décadas, a terapia assistida por cães foi intro-duzida no Brasil na década de 1950 pela Médica Psiquiatra Nise da Silveira, no hospital D. Pedro II, no Rio de Janeiro. Desde então, diversos grupos vêm surgindo tendo-a como ideal, realizando projetos em hospitais, asilos, creches, entre outros locais que necessitem de um trabalho inovador e cheio de possibilida-des. É o caso da TAC (Terapias Assistidas por Cães), uma associação sem fins lucrativos vol-tada para a prestação de serviços de elaboração, execução e gestão de projetos sociais nas áreas de saúde humana, educação e inclusão social, que utiliza como base de seus pro-gramas a interação entre o homem e o cão.

Localizada em Cotia/SP, a ONG executa trabalhos com idosos, enfermos, crianças autis-tas, famílias e jovens em situação de risco e vul-nerabilidade social e, mais recentemente, com dependentes químicos em recuperação. Inédita no Brasil, a ideia de usar cães para auxiliar

no tratamento de pessoas que queiram se livrar da dependência química e do álcool

surgiu há um ano, por meio de um convite feito pela MSD Saúde

Animal – parceira da TAC – ao fisioterapeuta Vinicius Ribeiro, técnico em terapia assistida por cães, coorde-nador e diretor da associa-ção. O intuito era realizar

um projeto junto à Casa Ágape Comunidade

Terapêutica, uma entidade social sem

fins lucrativos, com sede em Cruzeiro/SP,

que atende às necessidades básicas de depen-dentes químicos.

“O Projeto Reintegração trabalha não só com a reinserção de dependentes químicos na sociedade, mas também com a de cães abando-nados no município, por meio de uma parceria com o Centro de Vigilância Epidemiológica”, conta Ribeiro. Em visitas que duram de uma hora a uma hora e meia, realizadas três vezes por semana e acompanhadas por psicóloga e monitores da Casa Ágape, uma série de ques-tões são trabalhadas com os residentes, ligadas a habilidades sociais que foram perdidas devido ao vício, como paciência, empatia, comunica-ção positiva, expressão corporal, entre outras. “São essas características que, obrigatoriamen-te, precisamos ter para treinar e interagir com um cachorro”, diz o diretor do TAC.

Durante ciclos de três a quatro meses, os pacientes escolhidos pela Comunidade Terapêutica – que não apresentem históricos de agressão a animais ou de violência e que já este-jam há um tempo na instituição – treinam um animal até que este esteja pronto para adoção. “O cachorro não cria nenhum tipo de expecta-tiva e não tem nenhuma ação premeditada ou máscara social que nós, seres humanos, temos. Por isso, o trabalho com esses animais, nesse

Page 13: Vet News PET 107

Bem-EstarTerapia Assistida por Cães - TAC

tipo de terapia, é válido. Ao encerrar o traba-lho habilitamos também o residente, quanto à questão do vínculo afetivo e da ruptura com o mesmo”, conta Ribeiro.

Escolha do cão Todos os cães usados no projeto vêm

do Centro de Vigilância Epidemiológica de Cruzeiro/SP e, antes de fazerem parte da equipe, passam por uma série de testes que verificam se estão aptos para o trabalho. “Nossa adestradora faz uma avaliação prévia para conhecer o perfil comportamental do cão. Depois, realizamos uma conformação com um Médico Veterinário para avaliar sua saúde. Passadas essas duas fases, os animais e os residentes se encontram e aca-bam se escolhendo”, explica Ribeiro.

Reintegração dos residentes e dos cãesQuando recebeu o convite da MSD Saúde

Animal para realizar o trabalho junto à Casa Ágape, Vinicius Ribeiro foi buscar os moldes do seu projeto em atividades realizadas fora do País com presidiários, já que não encontrou nada similar no mundo realizado com os dependentes químicos em recuperação. No entanto, mesmo sabendo que os resultados seriam positivos, o diretor do TAC não imaginava o quão gratifican-te seria. “Eu tinha certeza que o trabalho levaria um benefício para esses pacientes e sabia que melhoraríamos suas vidas, mas não tinha ideia que o impacto seria tão grande. Já obtivemos relatos fantásticos de dependentes, dizendo que só conseguiram se manter no tratamento por causa dos cães, pois conseguiram se identificar com eles, uma vez que também foram abandona-

dos e rejeitados pela sociedade. A identificação, a motivação e a questão afetiva estão sendo surpre-endentes”, diz.

Ao contrário do que se imagina, a ruptura entre o cão e o residente, quando este precisa se separar do animal que treinou por cerca de quatro meses para entregá-lo à adoção, não é traumática. Desde o início do projeto, o participante entende que haverá um começo, um meio e um fim, e recebe toda a orientação de como o trabalho funcionará. Por mais tristes que fiquem, há uma satisfação grande ao ver o trabalho finalizado. “Eles se identificam, pois veem que o cão que estava largado e que tinha algum problema con-seguiu se reabilitar com o seu auxílio. Percebem que eles também terão esse mesmo sucesso e voltarão para suas famílias”, diz Ribeiro.

Para os animais, o trabalho é muito impor-tante. Ao terem seus comportamentos reconhe-cidos, são adotados mais facilmente, já que a futura família saberá como ele é, do que gosta e em qual ambiente se adéqua melhor.

FuturoUm trabalho tão importante como esse

só tende a se aperfeiçoar a cada novo ciclo, melhorando ainda mais a vida dos residentes e dos cães. Por isso, a ideia é que, já na próxima etapa, sejam realizados trabalhos em duplas: duas pessoas para um cachorro. “Assim, os pacientes exercerão, também, o trabalho em grupo e reaprenderão a importância da parce-ria, de saber observar o outro e aprender com ele”, finaliza Ribeiro.

Page 14: Vet News PET 107

RaçasGato Himalaia14

himAlAiA:a beleza e a docilidade obtidas a partir do cruzamento dos Persas com os SiamesesEXISTENTE HÁ POUCO MENOS DE 70 ANOS, A RAçA CONqUISTA PESSOAS NãO Só PELA APARêNCIA ÚNICA, MAS PELA EXCELENTE COMPANHIA

hoje os animais de estimação têm um papel fundamental na vida de cen-tenas de pessoas em todo o mundo.

Pesquisas recentes mostram as diversas vanta-gens de se ter um gato como companhia, já que a convivência com esses animais desempenha uma importante função terapêutica.

Gato HimalaiaO gato Himalaia é reconhecido por sua

beleza e pelo ótimo temperamento. Ao lado do Persa, ele lidera o ranking dos felinos mais dóceis, carinhosos e afetuosos. Seu pelo longo é um de seus atrativos. Entretanto, devido a essa pelagem, é mais apropriado que viva dentro de casa, longe do calor excessivo e de lugares nos quais possa se sujar com facilidade.

Também conhecido como Pontas Coloridas (Colorpoint), o Himalaia surgiu na década de 1940, por meio do cruzamento das raças Persa e Siamesa. Foram vários anos e várias gerações até se chegar ao atual tipo de Himalaia, idên-tico ao Persa, exceto pela cor da pelagem e dos olhos azuis. Com extremidades (focinho, ore-lhas, patas e calda) de uma cor diferente da do

corpo, sua pelagem é longa, a menos que seja fruto do cruzamento do gato Persa Exótico, que tem pelos curtos. Nesse caso, é conhecido como Himalaia Exótico.

Padrões da raçaO padrão de uma raça é determinado

pelas associações que a representam. Assim sendo, existem pequenas variações de asso-ciação para associação. Segundo o padrão da FIFe (Federação Felina Internacional), as cores existentes para o gato Himalaia são:

• Persa Himalaia Ponta Azul (Himalayan Blue Point ou Colorpoint Blue).

• Persa Himalaia Ponta Preta (Himalayan Seal Point ou Colorpoint Seal).

• Persa Himalaia Ponta Vermelha (Himalayan Red Point ou Colorpoint Red).

• Persa Himalaia Ponta Creme (Himalayan Cream Point ou Colorpoint Cream).

• Persa Himalaia Ponta Chocolate (Himalayan Chocolate Point ou Colorpoint Chocolate).

• Persa Himalaia Ponta Lilás (Himalayan Lilac Point ou Colorpoint Lilac).

Page 15: Vet News PET 107

RaçasGato Himalaia

* Artigo escrito por Ronaldo Diniz Guerra e Fernanda Aparecida Pereira Diniz, proprietários do gatil PetitGatô www.petitgato.com.br | (19) 3929-6943 / (19) 9809-8737 / (19) 9772-7531.

Fernanda Diniz, proprietária do gatil PetitGatô, com um de seus himalaias

Qualquer uma delas ainda pode vir acom-panhada das marcações tabby/lynx, comu-mente chamadas de “tigradas”. Há, ainda, a possibilidade do Himalaia Branco (decorren-te do cruzamento de um Persa Branco com um Himalaia).

TemperamentoAlém de muito carinhosos, dóceis e inte-

ligentes, os gatos dessa raça são sociáveis e bons companheiros. Alguns, com caracterís-ticas hereditárias dos Siameses, são um pouco mais ativos do que os puros, mas nada muito relevante. São calmos, gentis, mas são também brincalhões e alegres. Basta uma bolinha de papel para motivá-los a correr atrás dela por muito tempo, demonstrando sua agilidade e capacidade de perseguição. Como os Persas, os Himalaias são devotos à companhia huma-na. Não conseguem viver sem os cuidados e a proteção de alguém.

Felinos, de maneira geral, são seres ter-ritorialistas. Essa ancestralidade os faz gostar de ter o seu canto. Quando moram em uma casa de família, por exemplo, preferem ficar por lá a serem levados para passear, como os cães. Entretanto, são curiosos e ingênuos, e, se encontrarem uma porta aberta, sairão para pros-pectar novos mundos. Aí está um grande perigo. Por isso o gato deve ser mantido e protegido, permanentemente, dentro da residência.

Cuidados e responsabilidadesDevido ao seu pelo longo, é necessário

pentear o gato Himalaia diariamente ou, no máximo, de dois em dois dias. Quanto aos banhos, ele deve recebê-los semanalmente ou, no máximo, a cada três semanas. Por ter a face achatada e os ductos lacrimais atrofiados, o líquido que lubrifica os olhos escorre por fora dos mesmos, o que requer limpeza diária.

Um ponto que merece atenção especial é a necessidade de suprir a ausência do dono. Em caso de viagem, é preferível que se contrate

alguém de confiança para tratar e cuidar do gato, ao invés de alojá-lo em uma gaiola de hotel para pets. O simples fato da mudança do ambiente já o estressará.

CastraçãoA castração (orquiectomia) trará benefí-

cios para o bichano e para o proprietário. O animal se tornará mais tranquilo na medida em que deixar de ser afetado pelos hormônios ligados à sexualidade, que acarretam, entre outros problemas, a perda de pelos e a baixa imunidade, já que a obsessão pelo sexo impede que eles se alimentem corretamente. Uma vez castrado, o instinto de fuga para encontrar um companheiro será menor, bem como a demar-cação de território.

Acrescente-se ainda a necessidade impera-tiva de controle de natalidade dos animais, de maneira geral, visando a combater o abandono e maus-tratos.

A ética de criar bemUm gato, assim como qualquer outro ser

vivo, é extremamente suscetível às condições em que é criado. Assim, o primeiro quesito de qualidade recai necessariamente sobre o cria-dor, que deve ter responsabilidade, ética e dis-pensar bons cuidados ao animal, como alimen-tação, acompanhamento veterinário frequente e especializado, espaço suficiente e adequado, boas condições higiênicas e sanitárias e bom manejo, além de não cruzar indivíduos com parentesco próximo, a fim de evitar problemas decorrentes de consanguinidade.

Quando o trabalho de um criador é sério, o seu programa de criação visa ao aperfeiçoa-mento contínuo da raça do ponto de vista do genótipo (características genéticas) e fenótipo (características físicas). Para isso, estuda-se, programa-se e experimenta-se o cruzamento entre os melhores indivíduos da mesma espécie, sempre tendo em vista a complementação das características positivas específicas de cada um dos animais (macho e fêmea).

Sobretudo, um criador responsável e ético precisa se comprometer a encontrar um futuro lar para os filhotes que nascerem exclusivamen-te por causa da sua influência. Afinal, pets não são produtos, mas seres vivos.

Page 16: Vet News PET 107

CONHEçA OS PREMIADOS DOS PROGRAMAS DE RELACIONAMENTO AMAVET E AMAPET, DA MSD SAÚDE ANIMAL, NESTE TRIMESTRE

reconhecimento

MUITOS PRêMIOS Os programas AMAVet e AMAPet são direcionados, respectivamente, às principais clínicas veterinárias e pet shops do Brasil. Como prêmio, os vencedores ganham equipamentos de excelente qualidade, que modernizam os estabelecimentos e contribuem para facilitar o dia a dia dos profissionais, agilizar a venda e melhorar o atendimento aos clientes.

Dra. Karla Karine BossC.V. Maison AuriflushCuritiba/PRChien

Dra. LucianaHosp. Vet. Saúde AnimalSorocaba/SPAparelho de anestesia

Dr. Fábio e Dr. LeandroC.V. de GuarapariGuarapari/ESMesa pantográfica

Zélia MarquesPetShowLondrina/PRTelefone sem fio 2 ramais

Drs. Egon e PauloC.V. SOS AnimalMaringá/PRBalança pediátrica

Dr. José Carlos ZanellaC.V. Planeta BichosFrancisco Beltrão/PRBalança plataforma

Dr. Sérgio ViapianaC.V. ViapianaCuritiba/PRMedidor de pressão

Marilda e Mariane CeresCoxim/MSFrigobar 80 litros e

Dr. EdsonC. V. PaiolItaquaquecetuba/SPChiller

Prêmios úteis para o seu dia a dia e

Dra. Márcia RizziSOS VeterináriaSão Paulo/SPBomba de infusão

Cláudio HonjoHonjoCascavel/PRTV LCD 42”

16 AMAVet-AMAPetProgramas de relacionamento

pet shop

Headlight

Page 17: Vet News PET 107

Melhores PráticasChiller Unit17

modernidAde e segurAnçAem seu consultóriou

Médicos Veterinários Maurício e Aline Godoy, da clínica DiskVet, com Felipe Rocha (Abase), ao centro, segurando o Chiller Unit

Médica Veterinária Bruna de Carvalho, da Clínica Casa & Campo

m equipamento moderno e com-pacto, que armazena vacinas de forma prática, sofisticada e segura.

Assim é o Chiller Unit, que mantém o medi-camento preventivo na temperatura ideal (entre 2oC e 8oC), em cartuchos verticais separados por especialidade e com visor fron-tal que permite verificar o estoque dos produ-tos. Outra vantagem do equipamento é que funciona movido a bateria, conservando as vacinas em casos de falta de energia elétrica. Isso sem contar o seu tamanho: ocupa pouco espaço e pode ficar no próprio consultório veterinário, garantindo um atendimento com facilidade e rapidez.

“Resolvi investir no Chiller por vários motivos, mas principalmente porque me preocupo com a questão da oscilação exces-siva de temperatura. Não trabalho 24 horas por dia e, por isso, não sei se a eletricidade se manteve estável durante a noite. O equi-pamento me garante a boa conservação das vacinas”, explica a Médica Veterinária Bruna de Carvalho, da clínica Casa & Campo, de Indaiatuba/SP. Outro ponto que chamou a sua atenção foi o design do aparelho. “Além de pequeno, fica preso na parede. Para mim é perfeito para o tamanho do meu consultó-rio”, afirma.

Para a Médica Veterinária Aline Godoy, da clínica DiskVet, de Campinas/SP, o maior diferencial do Chiller está na organização. “Com ele, não precisamos misturar as vaci-nas com os demais produtos e exames, como acontece na geladeira ou no frigobar. Elas são distribuídas de maneira estruturada e classifi-cada. Além disso, é um equipamento bonito, que agiliza a verificação do estoque. A tecno-logia facilitou o meu dia a dia”, comemora.

Lado a ladoAs duas veterinárias utilizam o Chiller há

mais de três meses e se mostram satisfeitas. Bruna armazena cerca de 75 doses das vaci-nas V8, antirrábica, antigripal, entre outras.

“Quando vejo o estoque diminuir, logo faço os pedidos”, pontua. Já Aline explica que procura manter abastecido o espaço, que comporta cerca de 120 doses, já que a abertu-ra da pequena porta não interfere na tempe-ratura e os produtos se mantêm conservados.

Vacinas: cuidado na armazenagemAs vacinas são produtos biológicos e,

por isso, devem ser mantidas sob refrige-ração desde a sua produção até a aplicação no animal. A armazenagem em temperatura inadequada pode refletir em sua eficácia, assim como causar reações adversas. Por isso, o Chiller Unit é uma opção ideal para as clí-nicas veterinárias.

Page 18: Vet News PET 107

Universidade CorporativaMerchandising no mercado veterinário18

MerchandiSing! o quê?u

ma palavra difícil de ser pronunciada, mas muito importante nos negócios das

empresas e dos varejistas, pois é no ponto-de-venda (PDV) que as compras acontecem de fato! E, no varejo, todo dia é sinônimo de novos desafios.

O bom empreendedor consegue perceber que as lojas, hoje, não são mais simples locais para venda de produtos. Tornaram-se um lugar de encontro, onde os consumidores vão em busca de diversidade e primazia na qualidade dos produtos, bem como do atendimento. O varejo tem que mudar, e é função da indústria ser o suporte dessa mudança.

Para que alterações efetivas acon-teçam, não basta somente colocar um plano em ação. Necessário se faz anali-sar o comportamento dos consumido-res, investigar suas necessidades, suas vontades, considerando o novo jeito de ser e viver do homem moderno.

O PDV é o lugar propício para um universo de possibilidades e nego-ciações, onde as marcas estabelecem contatos com os seus consumidores. É por meio dessa relação que o varejo obtém mais lucros em suas atividades comerciais.

Pesquisas realizadas pelo instituto Purchase of Point Advertising International (POPAI) mostram que mais de 75% das decisões de compra de produtos são tomadas nos PDVs. Com base nesta significativa porcentagem, as empresas, com suas marcas, e os varejistas, com sua grande quantidade de itens comer-cializados, partilham estratégias com foco em resultados superiores.

Como fazer para que os produtos com-prados pelos varejistas sejam escoados, de maneira a garantir sua saúde financeira e, ao mesmo tempo, o seu capital de giro com maior velocidade?

Outras questões frequentes são: o que o consumidor quer comprar? Como ele vê a loja? Quanto tempo ele se dedica a ficar no estabelecimento? Ele foi bem atendido? A diversificação de itens está a contento? Ele saiu satisfeito?

Todas essas perguntas podem ser respondi-das por meio de análises profundas que as gran-

des indústrias e redes varejistas realizam para entender o consumidor, que está cada vez mais atualizado, informado, exigente e com tempo reduzido para se dedicar às compras. Estudos mostram também que existe uma diferença entre o consumidor e o comprador (shopper) de uma determinada mercadoria. Exemplo: o con-sumidor de uma fralda descartável é a criança, mas quem compra (shopper) é a mãe.

Se os tempos evoluem e a tecnologia está cada vez mais presente na vida das pessoas, como preparar o ponto-de-venda para aten-der os ávidos consumidores e compradores?

O merchandising passa por todas essas fases e ajuda empresas, marcas e varejistas a decifrarem essas questões importantíssimas.

Atualmente, os cinco sentidos – táteis, olfativos, sonoros, palatáveis e visuais – tam-bém são utilizados com o objetivo de alcançar o consumidor em todas as suas pseudoneces-sidades. Somente os estímulos visuais corres-pondem a mais de 83% dos impactos.

O varejista do nosso segmento precisa aprimorar muito a sua habilidade e perspicácia para ficar a contento do novo ideal de negócios.

Uma informação que merece ser considera-

da é que o consumidor que vai às lojas e consome os produtos agropecuários é o mesmo que vai a um shopping ou a um grande supermercado e que, muitas vezes, já viajou para fora do Brasil, tendo condições de fazer comparações sobre atendimento e qualidade.

Não há uma receita pronta para que mudanças aconteçam. O que se faz necessário é que as empresas varejistas, em consonância com as indústrias, ini-ciem um processo de implementação de merchandising nas lojas. Esse proces-so não tem um tempo pré-determina-do para ser efetivado, dependendo da maneira como for colocado em ação por aqueles que fazem parte do procedimen-to de distribuição e venda dos produtos.

Arrisco-me a fazer uma previsão: em menos de uma década o varejo de produtos veterinários terá uma nova cara, mais ajustada às necessidades de seus consumidores, com distribuição de espa-ços equânimes para as diversas categorias de produtos existentes, material promo-

cional adequado e, principalmente, atendimento perfeito aos seus clientes. Vale lembrar que a loja precisa estar impecável, pois a visibilidade cria venda e, então, todos ganham.

Claudio MelloGestor de contas da Emporium Negócios & Comunicação, Professor da ESPM dos cursos de graduação e pós-graduação nas cadeiras de merchandising e marke-ting promocional e Vice-Presidente de Educação Associação de Marketing Pro-mocional (AMPRO).

Page 19: Vet News PET 107
Page 20: Vet News PET 107

Mudou-seDesconhecidoRecusadoEndereço insuficiente

REINTEGRADO AO SERVIÇO POSTAL EM ___/___/___

___/___/___ ______________________________ RESPONSÁVEL

Informação escrita pelo porteiro ou síndicoFalecidoNão existe o nº indicado

AusenteNão procurado

IMPRESSO – Envelopamento fechado pode ser aberto pela ECT

DEVOLUÇÃOGARANTIDA CORREIOS

Endereço para devolução: av. Sir Henry Wellcome, 335, Moinho Velho, Cotia-SP, 06714-050