universidade sÃo judas tadeu mestrado em ciÊncias do … · 2019-07-12 · aos meus avós...
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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
MESTRADO EM CIÊNCIAS DO ENVELHECIMENTO
Consumo habitual e distribuição energética de proteína,
gordura total e saturada, e açúcar adicionado na dieta de
idosos residentes no município de São Caetano do Sul
Mayara Vieira Secafim
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação Stricto Sensu em
Ciências do Envelhecimento da
Universidade São Judas Tadeu (USJT),
como requisito para obtenção do título
de Mestre.
Orientadora: Profa Dr
a. Rita de Cássia de
Aquino
São Paulo
2019
Consumo habitual e distribuição energética de proteína,
gordura total e saturada, e açúcar adicionado na dieta de
idosos residentes no município de São Caetano do Sul
Mayara Vieira Secafim
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação Stricto Sensu em
Ciências do Envelhecimento da
Universidade São Judas Tadeu (USJT),
como requisito para obtenção do título
de Mestre.
Orientadora: Profa Dr
a. Rita de Cássia de
Aquino
São Paulo
2019
É expressamente proibida a comercialização deste documento tanto na sua forma
impressa ou eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para
fins acadêmicos e científicos, desde que na reprodução figure a identificação do autor,
título, instituição e ano da dissertação.
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana,
seja apenas outra alma humana.”
Carl Gustav Jung
AGRADECIMENTOS
À querida Profa. Rita de Cássia de Aquino, minha orientadora, pelo qual tenho imensa
admiração, respeito e carinho. Agradeço pela confiança, carinho, incentivo,
generosidade, amizade e atenção especial no desenvolvimento desse importante projeto
da minha carreira profissional.
À querida Ágatha Nogueira Previdelli e Profa. Claudia Borim da Silva, pela paciência
nos ensinamentos científicos e estatísticos que tanto contribuíram na construção desse
estudo.
À querida Ângela Monsanto Glória, pela oportunidade, confiança, incentivo que tanto
contribuíram no término desse estudo.
Às nutricionistas Tatiana Império de Freitas, Marcela Previato do Nascimento Ferreira e
Karina Maffei Marques, pelo empenho no trabalho de campo.
Aos meus avós Osvaldo, Vilma, Laurindo e Terezinha que sempre me incentivaram a
estudar, e sem eles nada seria possível.
Aos meus pais, Marcos e Luciane, pelo incentivo e carinho depositado em mim.
À minha irmã Nathália, por me ensinar a ensinar.
Ao meu noivo, Marco pela paciência durante todo o processo de desenvolvimento e
horas de estudo nesses dois anos de Mestrado.
Ao meu querido padrinho Marcelo e à minha querida prima Giovanna pelos momentos
de descontração.
Às queridas amigas Amanda de Jesus dos Santos e Chantal Drewniak, pelas longas
conversas de incentivo, força e pelo ombro amigo e risadas durante todos esses anos.
Aos colegas, professores do Mestrado e a todos os idosos que participaram desse
estudo, pelo convívio agradável e claro pelas trocas de experiência.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
concessão da bolsa de Mestrado, sem a qual não seria possível a realização deste estudo.
E, a todos àqueles que, por um lapso não mencionei, mas colaboraram para a realização
deste projeto.
RESUMO
SECAFIM MV. Consumo habitual e distribuição energética de proteína, gordura total e
saturada, e açúcar adicionado na dieta de idosos residentes no município de São Caetano
do Sul. [Dissertação de Mestrado em Ciências do Envelhecimento]. São Paulo:
Universidade São Judas Tadeu; 2019.
Introdução: O consumo habitual e distribuição energética de proteínas, gorduras totais,
gorduras saturadas e açúcar adicionado da dieta de idosos devem ser adequados para
promoção e manutenção do estado nutricional, além disso, estão associados ao risco de
desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Objetivo: Avaliar o
consumo habitual e a distribuição energética de proteínas, gorduras totais e saturadas, e
açúcares adicionados na dieta de idosos residentes no município de São Caetano do Sul.
Casuística e Métodos: Estudo transversal em amostra não probabilística de 295 idosos,
provenientes da pesquisa “Avaliação da qualidade da dieta dos idosos residentes no
município de São Caetano do Sul”. O consumo e distribuição energética de
macronutrientes foram obtidos pela avaliação da dieta habitual levantada por dois
Recordatórios de 24 horas (R24h) e ajustado pelo programa Multiple Source Method
(MSM). As proteínas foram avaliadas segundo os valores da Acceptable Macronutrients
of Distribution Ranges (IOM, 2002); gorduras totais e saturadas foram avaliadas
segundo os valores da Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção de Aterosclerose
(2017); e açúcar adicionado foi avaliado segundo o valor preconizado pelo Guideline:
Sugars intake for adults and children (OMS, 2015). Os dados foram tratados
estatisticamente no software SPSS® 21.0, considerando o nível de significância de 5%.
Os testes t de student, ANOVA, Mann Whitney e Kruskal-Wallis foram utilizados para
comparar as médias. O método de correlação linear de Pearson e a correlação de
Spearman foram utilizados para avaliar a relação entre as variáveis e quando
significativas, aplicou-se o método de regressão linear, e medidas de effect size foram
utilizadas para representar a magnitude dos resultados obtidos. Resultados: Ao avaliar
a distribuição do consumo percentual, observou-se que na maioria dos idosos a
distribuição energética está dentro das recomendações preconizadas: proteínas (98,3%),
gorduras totais (63,1%), gorduras saturadas (100%) e açúcar adicionado (62,7%). Ao
avaliar o consumo e a distribuição energética de proteínas, gorduras totais e açúcar
adicionado, observaram-se diferenças estatisticamente significantes (p = <0,050) em
algumas variáveis sociodemográficas, econômicas, de estilo de vida e de saúde. Idosos
com 80 anos ou mais e que relataram renda menor que um salário mínimo consumiram
gorduras totais e açúcar adicionado dentro das recomendações, assim como idosos que
relataram praticar atividade física e serem diabéticos também apresentaram o consumo
de açúcar adicionado dentro das recomendações. Ao correlacionar o VET da dieta e o
percentual de proteína, gordura e o açúcar adicionado, observou-se correlação linear
negativa entre o consumo de proteína adequado e VET (p = 0,008), correlação linear
positiva entre o consumo de proteínas adequado e gorduras saturadas (p = <0,001) e
correlação linear positiva entre o consumo de açúcar adicionado e VET (p = 0,007).
Conclusão: Os achados deste estudo implicam no desenvolvimento de políticas
públicas de alimentação e nutrição que impactem na qualidade da dieta de idosos,
principalmente no que se refere a escolha de alimentos fontes de proteínas com valor
reduzido em gordura e atenção no consumo de açúcar, por meio de aumento de
assistência nutricional e de saúde.
Palavras-Chave: nutrição do idoso; consumo alimentar; macronutrientes;
recomendações nutricionais.
ABSTRACT
SECAFIM MV. Habitual consumption and energy distribution of proteins, total fat,
saturated fat and sugar added to the diet of the elderly living in the citizens in São
Caetano do Sul. [Dissertation for Master's Degree in Sciences of Aging]. São Paulo:
Universidade São Judas Tadeu; 2019.
Introduction: The habitual consumption and energy distribution of proteins, total fat,
saturated fat and sugar added to the diet of the elderly must be sufficient to adequate and
maintain the nutritional status, moreover, they are associated risk of developing chronic
non-communicable diseases (CNCD). Objective: Evaluate the habitual consumption
and the energy distribution of proteins, total and saturated fat, and sugar added to the
diet of the elderly residing in the city of São Caetano do Sul. Casuistry and Methods:
Cross-sectional study in a non-probabilistic sample of 295 elderly, from the research
“Avaliação da qualidade da dieta dos idosos residentes no município de São Caetano do
Sul”. The consumption and energy distribution de macronutrients were obtained by
evaluating the usual diet taken by two Reminders of 24 hours (R24h) and adjusted by
the program Multiple Source Method (MSM). The proteins were evaluated according
the values from Acceptable Macronutrients of Distribution Ranges (IOM, 2002); total
and saturated fat were evaluated according to the Diretriz Brasileira de Dislipidemia e
Prevenção de Aterosclerose (2017); and the added sugar was evaluated according the
value advocated by the Guideline: Sugars intake for adults and children (OMS, 2015).
The data were treated statistically on software SPSS® 21.0, considering the level of
significance of 5%. The tests t de student, ANOVA, Mann Whitney e Kruskal-Wallis
were used to compare the mean. The linear correlation method of Pearson and the
correlation of Spearman were used to evaluate an association between variables and
when significant, the linear regression method was applied, and measures of effect size
were used to represent the magnitude of the results obtained. Results: When assessing
the distribution of the percentage consumption, it was observed that the majority of the
elderly consume within the recommendations advocates: proteins (98,3%), total fat
(63,1%), saturated fat (100%) and added sugar (62,7%). When assessing the
consumption and the energy distribution of proteins, total fat and added sugar presented
statistically significant differences (p = <0,050) in relation to sociodemographic
variables, economic, lifestyle and health. Seniors aged 80 and over who reported
income less than a minimum wage, consume total fat and the added sugar within the
recommendations; and seniors who reported practice physical activity and being
diabetic, presented the consumption of added sugar within the recommendations. When
correlating the VET of the diet and percentage of protein, fat and the added sugar, we
observed a negative linear correlation between the adequate protein intake and the VET
(p = 0,008), positive linear correlation between the adequate protein intake and total fat
(p = <0,001) and positive linear correlation between the consumption of added sugar
and the VET (p = 0,007). Conclusion: The findings of this study imply the
development of public policies for food and nutrition that impact on the quality of the
diet of the elderly, especially as regards the choice of food sources of proteins with
reduced fat value and attention to the consumption of sugar by means of nutritional and
health care.
Keywords: elderly nutrition; food consumption; macronutrients; recommended dietary
allowances.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Características sociodemográficas, econômicas, estilo de vida e
estado nutricional de idosos residentes em São Caetano Sul, Brasil, 2015.
30
Tabela 2. Distribuição percentual de proteínas, gorduras totais, gorduras
saturadas e açúcar adicionado segundo a classificação das recomendações. São
Caetano Sul, Brasil, 2015.
31
Tabela 3. Média e desvio padrão do consumo de proteínas dos idosos segundo
variáveis sociodemográficas, econômicas, estilo de vida, estado nutricional e de
saúde. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
33
Tabela 4. Média e desvio padrão do consumo de gorduras totais dos idosos
segundo variáveis sociodemográficas, econômicas, estilo de vida, estado
nutricional e de saúde. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
35
Tabela 5. Média e desvio padrão do consumo de gorduras saturadas dos idosos
segundo variáveis sociodemográficas, econômicas, estilo de vida, estado
nutricional e de saúde. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
38
Tabela 6. Média e desvio padrão do consumo de açúcar adicionado dos idosos
segundo variáveis sociodemográficas, econômicas, estilo de vida, estado
nutricional e de saúde. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
39
Tabela 7. Correlação entre as recomendações de proteínas, gorduras totais,
gorduras saturadas e açúcar adicionado e o Valor Energético Total (VET) da
dieta. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
41
Tabela 8. Correlação de proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas e açúcar
adicionado de acordo com a classificação das recomendações. São Caetano do
Sul, Brasil, 2015.
43
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Classificação de Índice de Massa Corporal (IMC) para idosos
segundo a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), 2003.
25
Quadro 2. Recomendações de consumo e distribuição de proteínas, gorduras
totais, gorduras saturadas e açúcar adicionado para idosos.
27
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Regressão entre o consumo de proteínas e o Valor Energético Total
(VET) da dieta. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
41
Figura 2. Regressão entre o consumo de açúcar adicionado e o Valor
Energético Total (VET) da dieta. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
42
Figura 3. Regressão entre o consumo de proteínas (g) e gorduras saturadas (g).
São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
43
LISTA DE ABREVIATURAS
ABVD
AMDR
CEP
CISE
CHS
DCNT
DCV
DM
DRI
EPIC
HA
HDL
IBGE
IDH
IQDR
IMC
INA
IOM
ISA
LDL
MPM
MSM
NDS-R
OMS
ONU
OPAS
POF
R24h
SBC
SABE
SEAIS
SM
SPSS
TCLE
TG
UBS
USDA
VET
Atividades Básicas da Vida Diária
Acceptable Macronutrientes of Distribution Ranges
Comitê de Ética em Pesquisa
Centros Integrados da Saúde e Educação da Terceira Idade
Cardiovascular Health Study
Doença Crônica Não Transmissível
Doenças Cardiovasculares
Diabetes Mellitus
Dietary Reference Intake
European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition
Hipertensão Arterial
High Density Lipoprotein
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Índice de Desenvolvimento Humano
Índice de Qualidade da Dieta Revisado
Índice de Massa Corporal
Inquérito Nacional de Alimentação
Institute of Medicine
Inquérito de Saúde do Município de São Paulo
Low Density Lipoprotein
Multiple-Pass Method
Multiple Source Method
Nutrition Data System for Research
Organização Mundial de Saúde
Organização das Nações Unidas
Organização Pan-Americana de Saúde
Pesquisa de Orçamento Familiar
Recordatório de 24 horas
Sociedade Brasileira de Cardiologia
Inquérito sobre Saúde, Bem-estar e Envelhecimento
Secretaria Municipal de Assistência e Inclusão Social
Salário Mínimo
Statistical Package for Social Science
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Triglicérides
Unidade Básica de Saúde
United States Department of Agriculture
Valor Energético Total
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 15
1.1 O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E A
ALIMENTAÇÃO ADEQUADA
15
1.2 CONSUMO ALIMENTAR DE PROTEÍNAS, GORDURAS E
AÇÚCAR ADICIONADO
16
1.3 AVALIAÇÃO DE CONSUMO ALIMENTAR DE IDOSOS 20
2. OBJETIVO 22
2.1 OBJETIVO GERAL 22
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 22
3. CASUÍSTICA E MÉTODOS 23
3.1 TIPO DE ESTUDO 23
3.2 LOCAL DE ESTUDO 23
3.2 AMOSTRA 23
3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 24
3.5 COLETA DE DADOS 24
3.5.1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL 24
3.5.2 AVALIAÇÃO DE CONSUMO 25
3.6 ANÁLISE DOS DADOS 26
3.7 VARIÁVEIS DO ESTUDO 27
3.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA 29
4. RESULTADOS 30
5. DISCUSSÃO 44
6. CONCLUSÃO 50
7. REFERÊNCIAS 51
ANEXOS
ANEXO 1 - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa do Município de São
Caetano do Sul da Fumusa
ANEXO 2 - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São
Judas Tadeu
ANEXO 3 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
ANEXO 4 – Questionário
ANEXO 5 – Recordatório de 24h
15
1. INTRODUÇÃO
1.1 O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E A ALIMENTAÇÃO ADEQUADA
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) em países em
desenvolvimento, como o Brasil, e desenvolvidos, são considerados idosos aqueles
indivíduos com idade maior ou igual a 60 e 65 anos, respectivamente, não havendo
distinção entre gênero, raça e ideologia (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2002;
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1982).
A população idosa é um segmento que vem se expandindo rapidamente, e
estima-se que no ano de 2050 haverá cerca de dois bilhões de idosos no mundo
(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS NO BRASIL, 2014). Atualmente, no
Brasil, a expectativa de vida ao nascer é de 79,3 anos para as mulheres, e para os
homens 72,1 anos (PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O
DESENVOLVIMENTO, 2018a). Estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2018) indicam que em 2060 o percentual da população com 65 anos
ou mais de idade chegará a 25,5% (58,2 milhões de idosos), enquanto em 2018 essa
proporção é de 9,2% (19,2 milhões).
Dentre as diversas explicações para essa modificação na estrutura etária, pode-se
citar o aumento de expectativa de vida, o declínio da mortalidade, principalmente a
infantil, e a queda da natalidade, ocasionada pelo avanço da medicina, maior acesso a
serviços de educação e saúde, antibióticos, vacinas, nutrição adequada e saneamento
básico (BERTOLETTI e JUNGES, 2014). Deve-se destacar que a transição
epidemiológica a qual o Brasil vem passando, implica em redução de mortes por
doenças infectocontagiosas e aumento significativo da participação das doenças
crônicas não transmissíveis (DCNT), que estão intimamente relacionadas com os
hábitos alimentares (DUARTE e BARRETO, 2012; PEREIRA et al., 2016).
A ingestão alimentar adequada é, reconhecidamente, fundamental para garantir a
boa saúde e qualidade de vida. No entanto, o envelhecimento, apesar de ser um processo
natural, submete o organismo a alterações anatômicas e funcionais, que podem
repercutir nas condições de saúde. Algumas alterações fisiológicas decorrentes do
16
envelhecimento podem ocorrer no trato gastrointestinal, como redução na acidez
gástrica, dos sucos digestivos e da motilidade intestinal, além de alterações na dentição,
paladar e deglutição, podem provocar modificações na ingestão e aproveitamento de
alimentos, e consequentes alterações nutricionais (SANTOS, 2014; MARTINS et al.,
2016).
Os aspectos socioeconômicos tais como pobreza, isolamento social e
dependência para realizar as atividades básicas da vida diária (ABVD’s), além dos
aspectos de morbidade como comprometimento da capacidade cognitiva e o uso
frequente de medicamentos, também podem contribuir para uma modificação na
ingestão de alimentos, e consequentemente impactar na função imune e perda de peso,
contribuindo para o declínio das funções corporais, agravando e/ou auxiliando no
desenvolvimento de doenças agudas ou crônicas, bem como aumentando a prevalência
de incapacidades e mortalidade (DOBNER et al., 2012; OLIVEIRA et al., 2012;
MENEZES e MARUCCI, 2012).
No que se refere à população de idosos, a literatura reconhece que estes são
vulneráveis, principalmente em relação às deficiências nutricionais. Desta forma é
importante avaliar o consumo alimentar, uma vez que dietas saudáveis, com proporções
equilibradas de macronutrientes, têm sido associadas a níveis mais baixos de
marcadores inflamatórios e ao melhor controle de glicemia, além de reduzir o risco de
dislipidemias e o desenvolvimento de doenças crônicas (MANGRAVITE et al., 2011;
PREVIDELLI et al., 2017).
1.2 CONSUMO ALIMENTAR DE PROTEÍNAS, GORDURAS E AÇÚCAR
ADICIONADO
As Ingestões Dietéticas de Referência (Dietary Reference Intakes – DRIs),
proposto pelo Institute of Medicine – IOM (2002), constituem-se valores de
recomendação de nutrientes e energia adotados pelos Estados Unidos e Canadá, e vêm
sendo publicadas desde 1997, elaborados por comitês de especialistas organizados por
uma parceria entre o IOM e a agência Health Canada (PADOVANI et al., 2006;
INTERNATIONAL LIFE SCIENCES INSTITUTE DO BRASIL, 2001).
17
O IOM propõe uma adequação da ingestão energética em macronutrientes,
conceituada como Faixa de Distribuição Aceitável de Macronutrientes (Acceptable
Macronutrientes of Distribution Ranges - AMDR). A AMDR representa em
porcentagem o alcance de ingestão de um nutriente para uma fonte de energia particular
(carboidrato, proteína e lipídio), que é associado com risco reduzido de doenças
crônicas decorrentes da ingestão de nutrientes essenciais.
Para que o idoso possa se beneficiar de uma alimentação adequada e saudável,
visando o bem-estar, o estado nutricional de eutrofia e a redução no risco de
desenvolvimento de doenças crônicas, o valor preconizado de AMDR de participação
de proteínas na dieta da população de adultos e idosos é de 10 a 35% do VET da dieta.
Segundo a Sociedade Europeia de Medicina Geriátrica (JÜNGEN et al., 2013)
os idosos necessitam de um consumo proteico adequado, devido em parte a redução da
resposta anabólica, compensação de condições inflamatórias e catabólicas associadas a
doenças agudas e crônicas que são comuns nesta fase da vida. O consumo inadequado
de proteína pode levar à perda de massa magra e queda da função imune, com alto risco
para desenvolvimento de sarcopenia, impactando na qualidade de vida e custos
financeiros para o sistema de saúde (BOIRIE et al., 2014). A sarcopenia caracteriza-se
pela perda generalizada e progressiva de massa muscular associada à diminuição de
força e/ou potência muscular, condição de alta prevalência em idosos, que aumenta o
risco de quedas, declínio de funcionalidade e mortalidade (VALENZUELA et al., 2013;
VOLPI et al., 2013; TIELAND et al., 2015). Estima-se no Brasil que 17% da população
idosa têm sarcopenia, com maior prevalência em mulheres (DIZ et al., 2017). Alguns
autores acreditam que a sarcopenia associada ao envelhecimento pode ser revertida
parcialmente através de exercícios de treinamento físico e ingestão e suplementação
adequada de proteínas (FREITAS et al., 2015; SOUZA et al., 2018).
Em relação ao consumo de gorduras totais e saturadas, linhas de evidências
indicam que maiores ingestões no envelhecimento contribuem para o aumento do
estresse oxidativo e inflamação, além do aumento na concentração sanguínea de
colesterol total e/ou frações (BORTOLI et al., 2011; EHLERS et al., 2014). A elevada
ingestão de gordura — total e saturada — também desempenha papel fundamental na
etiologia do sobrepeso e obesidade, gerando um estado metabólico que pode favorecer o
18
agravamento de dislipidemia aterogênica, caracterizada pela elevação de triglicerídeos,
redução dos níveis de colesterol de alta densidade (High Density Lipoprotein – HDL) e
aumento das concentrações de colesterol de baixa densidade (Low Density Lipoprotein
– LDL), possíveis de resultar em doenças cardiovasculares (DCV). Além das DCV, a
prevalência de muitas complicações está associada à obesidade e ao envelhecimento,
tais como a resistência insulínica, Hipertensão Arterial (HA), Diabetes Mellitus (DM)
tipo 2, certos tipos de câncer, síndrome de apneia do sono e osteoartrite (BORTOLI et
al., 2011; MATHUS-VLIEGEN, 2012).
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2017), aproximadamente 25%
dos idosos do sexo masculino e 42% dos idosos do sexo feminino apresentam
hipercolesterolemia superior a 240 mg/dL e o Cardiovascular Health Study (CHS)
encontrou aterosclerose clínica em mais do que 30% da população estudada, sendo que
a frequência aumentou com o avanço da idade. Como forma de reduzir o risco de DCV,
a Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção de Aterosclerose (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2017) preconiza o consumo de 25 a 35% do VET
da dieta de gorduras totais, menos que 10% do VET da dieta de ácidos graxos saturados
para indivíduos saudáveis e menos que 7% do VET da dieta para aqueles que
apresentarem risco cardiovascular aumentado.
Estudos realizados com idosos vêm mostrando que o consumo energético de
nutrientes nesta população está variando entre 16 a 19% para proteínas, 22 a 35% para
gorduras totais e 6 a 12% para gorduras saturadas do valor energético total (VET) da
dieta (WALTERS et al., 2009; BORTOLI et al., 2011; MENEZES e MARUCCI, 2012;
SIMONI et al., 2013; JOHNSTON et al., 2014; WAERN et al., 2015; PREVIDELLI et
al., 2017).Em relação ao consumo de nutrientes em idosos institucionalizados, autores
tem encontrado variações entre 13% a 17% para proteínas e 18% a 34% para gorduras
totais do VET da dieta (KÜMPEL et al., 2011; SCHMALTZ, 2011; DOBNER et al.,
2012; SEGALLA e SPINELLI, 2012; CANTARELLI et al., 2013; LÓPEZ-
CONTRERAS, et al., 2014).
Em relação ao consumo de açúcar adicionado, sabe-se que a ingestão
inadequada por idosos exerce efeitos indesejáveis na saúde, que podem ser divididos em
duas categorias: os efeitos adversos per si, o qual compete em promover cáries, mas que
19
também sejam afetados por outros fatores como a genética, exposição ao flúor, entre
outros; e aqueles associados à sua densidade energética o que pode impactar no ganho
de peso e adiposidade, interferência do consumo de vitaminas e minerais e na
associação de doenças crônicas como fatores de risco cardiometabólico e mortalidade
(LEVY et al., 2012; MORENGA et al., 2013; YANG et al., 2014; AZAÏS-BRAESCO
et al., 2017). Em um estudo de coorte americano os autores concluíram que os adultos e
idosos que tiveram um consumo de açúcar adicionado entre 10 a 25% do VET da dieta
tiveram um aumento do risco de mortalidade de 30% por DCV, comparados com
aqueles que tiveram um consumo de até 10% do VET da dieta (YANG et al., 2014).
Apesar das evidências mostrarem que há um desequilíbrio no consumo de
açúcar pela população, atualmente, no Brasil, são escassas pesquisas sobre o consumo
de açúcar de adição e seus efeitos na saúde, principalmente com a população idosa.
Apesar de alguns estudos terem demonstrado que a ingestão de açúcar está diminuindo
(WITTEKIND e WALTON, 2014; TEIXEIRA et al., 2018), globalmente uma alta
ingestão de açúcar é frequentemente vista, como demostrado no estudo realizado por
FISBERG et al. (2018) em países da América Latina, em que 62% dos adultos e idosos
com idade entre 50 a 65 anos apresentaram um consumo acima de 10% do VET da
dieta, variando até 50% no Brasil. No inquérito populacional domiciliar que foi
realizado em São Paulo verificou-se que a média de energia proveniente dos açúcares de
adição foi de 8,4% entre os idosos, sendo que 27,1% apresentaram uma ingestão de
açúcar adicionado maior que 10% da ingestão de energia, e sua principal fonte de
açúcares de adição foi o açúcar de mesa (BUENO et al., 2012).
Por essa razão, com o objetivo de fornecer informações sobre a ingestão de
açúcares de adição para reduzir o risco de DCNT em adultos e crianças, com um foco
particular na prevenção e controle de ganho de peso não saudável e cárie dentária, a
OMS desenvolveu o Guideline: Sugars intake for adults and children. As
recomendações nutricionais dessa diretriz estipulam que o consumo de açúcares de
adição não ultrapasse 10% do VET dieta durante todo o ciclo de vida, além disso,
sugere uma redução adicional da ingestão para menos de 5% consumo total de energia
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2015).
20
1.3 AVALIAÇÃO DE CONSUMO ALIMENTAR DE IDOSOS
Está claro na literatura que fatores como dieta inadequada e o sedentarismo,
frequentemente encontrados em idosos, podem contribuir para agravar e/ou auxiliar o
desenvolvimento das DCNT (VERAS, 2010; PEREIRA et al., 2016). Nesse contexto,
estratégias de avaliação do consumo dietético são importantes para conhecer a
proporção de indivíduos que apresentam ingestão acima ou abaixo de um determinado
critério e essencial para o direcionamento de políticas públicas, tanto para a prevenção
de diversas doenças carenciais, quanto do risco de desenvolvimento e/ou agravamento
de DCNT (ARAÚJO et al., 2013).
Para a avaliação do consumo, independente do nutriente, é fundamental
conhecer a dieta habitual - uma vez que os efeitos da ingestão inadequada surgem
somente após uma exposição prolongada a uma situação de risco alimentar. A dieta
habitual pode ser definida como a média do consumo de alimentos em um longo
período de tempo, em que um padrão de dieta é mantido. A avaliação quantitativa do
consumo dietético requer a determinação acurada das quantidades habituais de
alimentos consumidos pelo indivíduo, devendo considerar todos os alimentos que
contribuem para o total de ingestão de nutrientes (SLATER et al., 2004; FISBERG et
al., 2009; LOPES, 2014).
Frente às dificuldades metodológicas concernentes à avaliação do consumo
alimentar, não existe um instrumento de inquérito dietético ideal, para a escolha do
instrumento mais adequado é necessário considerar os propósitos do estudo, bem como
a população estudada (BUENO e CZEPIELEWSKI, 2010). Um dos métodos mais
utilizado em estudos populacionais é o recordatório de 24 horas (R24h), que consiste
em definir e quantificar todos os alimentos e bebidas ingeridos no período anterior à
entrevista, que podem ser às 24 horas precedentes ou o dia anterior. Uma das vantagens
do R24h é a relativa rápida aplicação, condição que predispõem a uma maior
participação, sendo que o indivíduo não precisa ser alfabetizado (LOPES, 2014). Esse
método se baseia na memória recente do indivíduo, e por terem as respostas abertas,
podem permitir a obtenção de um quadro mais detalhado do consumo alimentar
(PEDRAZA e MENEZES, 2015; NUNES, 2015).
21
Assim, como a maioria dos métodos de avaliação do consumo podem apresentar
limitações, a acurácia dos dados do R24h depende de alguns fatores, tais como:
memória e habilidade do entrevistado em transmitir informações certas sobre tamanho
das porções, grau de motivação do entrevistado e persistência do entrevistador. Esses
fatores limitantes, algumas vezes, influenciam negativamente na identificação e relato
dos alimentos e tamanhos de porções consumidos pelos idosos, que pode superestimar
ou subestimar o real consumo (MENEZES et al., 2009; PINTO, 2017).
Com a finalidade de conhecer e estimar a dieta habitual em nível populacional
ou individual HARTTIG et al. (2011) e HAUBROCK et al. (2011) propõe que seja
realizada a replicação do R24h em uma subamostra em dias não consecutivos. A
replicação deve ser realizada em diferentes dias da semana e estações do ano, uma vez
que há variabilidade diária da dieta (MALTA et al., 2013; VERLY Jr et al., 2017).
No Brasil, pesquisas sobre aquisição de alimentos vêm sendo realizadas desde
1986, mas apenas em 2008 avaliou-se o consumo alimentar em nível populacional,
realizando-se um diagnóstico da situação alimentar e nutricional da população.
PREVIDELLI et al. (2017) ao analisar dados do Inquérito Nacional de Alimentação
(INA) - correspondente a um módulo na Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009
(POF 2008/2009), por meio de aplicação de dois registros alimentar, verificou que os
idosos apresentaram em média um consumo de proteínas (19,9% sexo masculino e
19,5% sexo feminino), gorduras totais (27,4% sexo masculino e 27,3% sexo feminino) e
gorduras saturadas (9,4% sexo masculino e 9,7% sexo feminino) dentro dos intervalos
de recomendação propostos.
Diante desse contexto, torna-se relevante avaliar o consumo habitual e a
distribuição energética de proteínas, gorduras totais e saturadas, e açúcares adicionados
na dieta de idosos residentes no município de São Caetano do Sul, uma vez que a
proporções equilibradas de nutrientes é um fator primordial para promoção e
manutenção do estado nutricional e de saúde no idoso. Com resultados encontrados
espera-se contribuir para que sejam desenvolvidas e implementadas estratégias e
programas de políticas públicas que visem melhorar a dieta, a saúde e a qualidade de
vida de idosos brasileiros.
22
2. OBJETIVO
2.1 OBJETIVO GERAL
Avaliar o consumo habitual e a distribuição energética de proteínas, gorduras
totais e saturadas, e açúcares adicionados na dieta de idosos residentes no município de
São Caetano do Sul.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar a associação do consumo habitual e a distribuição energética de
proteínas, gorduras totais e saturadas, e açúcares adicionados com as variáveis
sociodemográficas, econômicas, estado nutricional e de estilo de vida e de saúde.
Avaliar a associação do consumo habitual e a distribuição energética de
proteínas, gorduras totais e saturadas, e açúcares adicionados com o valor energético
total (VET) da dieta.
23
3. CASUÍSTICA E MÉTODOS
3.1 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo do tipo transversal, analítico e descritivo realizado com
dados secundários do estudo “Avaliação da qualidade da dieta dos idosos residentes no
município de São Caetano do Sul”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP)
da Fundação Municipal de Saúde de São Caetano do Sul (ANEXO 1) e da Universidade
São Judas Tadeu (ANEXO 2), pareceres nº 72/2013 e nº 470.042 (CAAE
24607513.0.0000.0089) respectivamente.
3.2 LOCAL DE ESTUDO
A coleta de dados ocorreu no município de São Caetano do Sul, localizado no
Estado de São Paulo, com aproximadamente 15,0 km2 de área territorial, dividida em 15
bairros. Com o objetivo de abranger diferentes bairros, os idosos foram levantados em
vários locais do Município. Foram utilizados como referência os Centros Integrados da
Saúde e Educação da Terceira Idade (CISE) - que são coordenados pela Secretaria
Municipal de Assistência e Inclusão Social (SEAIS) e cujo objetivo é prestar serviços
aos moradores com mais de 50 anos, oferecendo atividades físicas, culturais e sociais - e
as Unidades Básicas de Saúde (UBS).
3.3 AMOSTRA
Amostra não-probabilística escolhida por conveniência. Estimou-se uma amostra
de 288 idosos como mínimo de indivíduos para análise de regressão multivariada, com
nível de confiança de 95%, erro de amostragem de 5% (SILVA, 2004). Coletou-se
dados de 295 idosos, com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os gêneros.
24
3.4 CRITERIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
Foram incluídos no estudo os idosos usuários dos CISEs e das UBS, de ambos
os gêneros, com 60 anos ou mais, que concordarem em participar e que assinaram o
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (ANEXO 3). Seriam excluídos
do estudo idosos incapacitados de responder o questionário de coleta de dados, porém
não houve necessidade de nenhuma exclusão.
3.5 COLETA DE DADOS
Os dados foram levantados por uma equipe de nutricionistas treinadas que
aplicaram um questionário estruturado elaborado a partir do Inquérito sobre Saúde,
Bem-estar e Envelhecimento da Organização Pan-Americana de Saúde para os dados
sociodemográficos (SABE/OPAS, 2003). O período de coleta de dados ocorreu em doze
meses, entre fevereiro de 2014 a fevereiro de 2015.
Foram coletados dados sociodemográficos e econômicos (faixa etária, sexo,
escolaridade, estado marital e renda), antropométricos, estilo de vida (atividade física
auto relatada), clínicos (tabagismo e morbidades auto relatada) e de consumo alimentar.
A renda per capita dos idosos foi calculada em salários mínimos pelo valor recebido
mensalmente por qualquer fonte (aposentadoria, auxílio de familiares, aluguel ou
aplicações bancárias, programas governamentais e outros) e dividido por R$ 724,00
(salário mínimo vigente em 2014 no momento da coleta de dados).
3.5.1 AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL
Para verificar o estado nutricional foram aferidos peso (kg) e estatura (m²) para
calcular o índice de massa corporal (IMC), representado pela formula IMC = peso (kg)/
estatura (m²). Para avaliar o peso corporal utilizou-se uma balança digital portátil com
capacidade de até 150 kg e precisão de 0,1kg. Os idosos foram colocados descalços,
com vestimentas leves e posicionados no centro da balança. A estatura foi aferida
utilizando um estadiômetro portátil e os idosos foram orientados a permanecerem
descalços, posição ereta, com os pés unidos e os calcanhares encostados em uma parede
sem rodapé, com os braços estendidos ao longo do corpo, olhando para o horizonte
(Posição Frankfurt), segundo técnicas padronizadas por FRISANCHO (1990).
25
O IMC dos idosos foi classificado segundo a Organização Pan Americana de
Saúde (SABE/OPAS, 2003; PALLONI e PELÁEZ, 2004).
Quadro 1. Classificação de Índice de Massa Corporal (IMC) para idosos segundo a
Organização Pan Americana de Saúde, 2003.
Classificação kg/m²
Baixo peso < 23
Peso normal 23 – 27,99
Sobrepeso 28 – 29,99
Obesidade ≥ 30
3.5.2 AVALIAÇÃO DE CONSUMO ALIMENTAR
Para avaliação do consumo alimentar foi aplicado um R24h (ANEXO 5)
utilizando o MPM (Multiple-Pass Method), método que guia o respondente através de
cinco passos (listagem rápida, revisão da listagem rápida, nomeação das refeições, ciclo
de detalhamento e revisão geral) e que visa manter o indivíduo interessado na entrevista
com o objetivo de obter dados mais fidedignos (RAPER et al., 2004). A fim de reduzir o
viés de memória na coleta do R24h, os idosos foram orientados a anotar todos os
alimentos e bebidas consumidos na véspera da entrevista. Com o objetivo de estimar o
consumo habitual de cada idoso, realizou-se a replicação do R24h com intervalo de duas
semanas, em uma subamostra de 30% (n = 89). As entrevistas foram conduzidas de
forma a contemplar todos os dias da semana e meses do ano, considerando-se a
variabilidade do padrão de consumo alimentar na semana e nas estações do ano
(FISBERG et al., 2018).
Após a coleta, foi realizada a crítica dos R24h com a finalidade de transformar
em gramas ou mililitros as quantidades dos alimentos e preparações referidas em
medidas usuais com base na tabela de medidas referidas para os alimentos consumidos
no Brasil (MARCHIONI e FISBERG, 2012; INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2011b). As informações dos R24h foram digitadas e
convertidas em energia e macronutrientes pelo Software Nutrition Data System for
Research (NDS-R, 2013), considerado um programa de precisão para o cálculo de
ingestão alimentar, baseado na tabela desenvolvida pelo United States Department of
26
Agriculture (USDA) (SIMONI et al., 2013; U.S. DEPARTMENT OF
AGRICULTURE, 2012, FISBERG et al., 2018).
3.6 ANÁLISE DOS DADOS
O programa de técnica de modelagem estatística Multiple Source Method
(MSM, 2011) foi utilizado para estimar a ingestão habitual de energia e nutrientes. Este
programa - desenvolvido pelo European Prospective Investigation into Cancer and
Nutrition (EPIC) - foi escolhido devido à sua capacidade em estimar a ingestão habitual
de nutrientes, alimentos e grupos de alimentos, eliminando a variância intrapessoal por
meio de regressão logística e distribuição dos dados individuais ajustados pela
população. O método MSM requer pelo menos dados de consumo alimentar como a
utilização de dois R24h, ou seja, uma repetição deve ser coletada em uma subamostra
aleatória da população para fornecer a estimativa da ingestão habitual. Além disso,
possibilita a estimativa da ingestão habitual tanto em nível populacional, como
individual (HARTTIG et al., 2011; HAUBROCK et al., 2011).
Posteriormente, foi calculada a participação relativa do consumo de proteínas,
gorduras totais, gorduras saturadas e açúcar adicionado em relação ao total do VET da
dieta e adotou-se para fins de análise as recomendações de proteínas avaliadas segundo
o valor da AMDR (IOM, 2002) - entre 10 a 35% do VET da dieta; gorduras totais e
saturadas foram avaliados segundo os valores da Diretriz Brasileira de Dislipidemia e
Prevenção de Aterosclerose – (SBC, 2017) – entre 25 a 35% e < 10% do VET da dieta
para indivíduos saudáveis; e açúcar adicionado foi avaliado segundo o valor
preconizado pelo Guideline: Sugars intake for adults and children da OMS (2015) – até
10% do VET da dieta (Quadro 2).
27
Quadro 2. Recomendações de consumo e distribuição de proteínas, gorduras totais,
gorduras saturadas e açúcar adicionado para idosos.
Nutrientes Recomendações
Proteínas 10 a 35% (AMDR, 2002)
Gorduras totais 25 a 35% (SBC, 2017)
Gorduras saturadas <10% (SBC, 2017)
Açúcar adicionado Até 10% (OMS, 2015)
3.7 VARIÁVEIS DO ESTUDO
Valor Energético Total da dieta: variável quantitativa, expressa em
quilocalorias (kcal). Obtida pela aplicação dos fatores de conversão proposto
pela INSTITUTE OF MEDICINE (2002) para carboidratos (4 kcal/g), proteínas
(4 kcal/g), gorduras (9 kcal/g) e álcool (7 kcal/g).
Proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas e açúcar adicionado:
variáveis quantitativas, expressas em porcentagem.
Sexo: variável qualitativa – feminino ou masculino.
Faixa etária: variável qualitativa, expressa em anos completos a partir da data
da entrevista e de nascimento – categorizada em 60 a 69 anos, 70 a 79 anos e 80
anos ou mais.
Escolaridade: variável qualitativa - categorizada em nunca frequentou a escola
não sabe ler e escrever, ou, mas sabe ler e escrever a nível primário como 0 a 4
anos de estudo; ginásio completo ou incompleto como 5 a 8 anos; colegial a
curso técnico completo ou incompleto como 9 a 12 anos; curso superior
completo ou incompleto como 12 anos ou mais.
Estado marital: variável qualitativa – categorizada em casado (a) como com
companheiro (a); solteiro (a), separado (a), divorciado (a) ou viúvo (a) como
sem companheiro (a).
Renda: variável quantitativa, calculada em salários mínimos pelo valor recebido
mensalmente por qualquer fonte e dividido por R$ 724,00 (salário mínimo
vigente em 2014) – e qualitativa, categorizada em sem renda; até um salário
28
mínimo; maior que um a três salários mínimos e maior que três salários
mínimos.
Hábito de fumar: variável qualitativa – categorizada em nunca fumou e ex-
fumante como não; fumante como sim.
Atividade física: variável qualitativa – categorizada em sim ou não. Sim para os
idosos que relataram ser ativos com a prática de 30 minutos diários de atividade
física de intensidade leve a moderada em cinco ou mais dias da semana, ou 20
minutos diários de atividade física de intensidade vigorosa em três ou mais dias
da semana (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2019).
Estado nutricional: variável quantitativa representada pelo índice de massa
corporal (IMC), construída com base nos valores de peso e altura (IMC =
peso/altura²) – e qualitativa, categorizada em baixo peso, eutrofia, sobrepeso e
obesidade (SABE/OPAS, 2003).
Hipertensão arterial: variável qualitativa - categorizada em sim ou não. Sim
para os idosos que relataram fazer uso de medicamento (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2016).
Diabetes Mellitus: variável qualitativa - categorizada em sim ou não. Sim para
os idosos que relataram fazer uso de medicamento (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE DIABETES, 2017).
Dislipidemia: variável qualitativa - categorizada em sim ou não. Sim para os
idosos que relataram fazer uso de medicamento (SOCIEDADE BRASILEIRA
DE CARDIOLOGIA, 2017).
29
3.8 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados foram tratados estatisticamente no software SPSS® (Statistical
Package for Social Science, versão 21.0), adotando um nível de significância de 5%.
Para verificar a distribuição das variáveis foi utilizado o teste de normalidade de
Kolmogorov-Smirnov. O teste t de student e ANOVA fator único foi utilizado para
comparar as médias quando as variáveis se ajustavam a normalidade e as variâncias
eram homogêneas. O teste Post-Hoc de Tukey foi aplicado a fim de identificar os grupos
que apresentaram diferenças estatísticas. Quando as variáveis não se ajustavam a
normalidade ou as variâncias eram heterogêneas, as médias foram comparadas por
testes não paramétricos de Mann Whitney ou Kruskal-Wallis.
O método de correlação linear de Pearson foi utilizado para avaliar a associação
entre as variáveis que se ajustavam a normalidade, e a correlação de Spearman para
avaliar a associação entre as várias não paramétricas. Quando a correlação entre as
variáveis foram significativas, aplicou-se o método de regressão.
Como complemento à análise de significância estatística, medidas de effect size
foram utilizadas para representar a magnitude dos resultados obtidos. Segundo Ellis
(2010) a magnitude dos resultados pode ser descrita como o grau de associação entre
duas variáveis relacionadas, ou seja, quanto maior for o effect size, maior será a
manifestação do fenômeno na população.
30
4. RESULTADOS
A população estudada foi composta principalmente por idosos do sexo feminino
(85,1%), com média de idade de 70,6 ± 7,0 anos e com 0 a 4 anos de estudo (41,7%).
Observou-se uma maior frequência de idosos que relataram não ter companheiros
(55,3%) e 44,1% relataram receber mais que 1 a 3 salários mínimos. Em relação ao
hábito de fumar 4,4% eram fumantes e 84,7% relataram a prática de atividade física
habitual. Com relação ao estado nutricional, 42,4% eram eutróficos e 43,7%
apresentaram sobrepeso e obesidade (Tabela 1).
Tabela 1. Características sociodemográficas, econômicas, estilo de vida e estado
nutricional de idosos residentes em São Caetano Sul, Brasil, 2015.
Variáveis n %
Sexo
Masculino 44 14,9
Feminino 251 85,1
Faixa etária (anos)
60 a 69 137 46,4
70 a 79 124 42,0
80 ou mais 34 11,6
Escolaridade
0 a 4 anos 123 41,7
5 a 8 anos 62 21,0
9 a 12 anos 53 18,0
12 anos ou mais 57 19,3
Estado marital
Com companheiro (a) 132 44,7
Sem companheiro (a) 163 55,3
Renda (Salário Mínimo)
Sem renda 35 11,9
Até 1 62 21,0
>1 a 3 130 44,1
>3 68 23,0
Hábito de fumar
Não 282 95,6
Sim 13 4,4
Atividade física
Não 45 15,3
Sim 250 84,7
Estado nutricional
Baixo Peso 41 13,9
Eutrofia 125 42,4
Sobrepeso 37 12,5
Obesidade 92 31,2
31
Ao avaliar a distribuição do consumo percentual, observou-se que a maioria dos
idosos consomem proteínas (98,3%), gorduras totais (63,1%), gorduras saturadas
(100%) e açúcar adicionado (62,7%) dentro das recomendações preconizadas. A média
de consumo dentro da recomendação foi de 18,1% para proteínas, 29,7% para gorduras
totais, 4,4% para gorduras saturadas e 5,1% para açúcar adicionado (Tabela 2).
Tabela 2. Distribuição percentual, média e desvio padrão de proteínas, gorduras totais,
gorduras saturadas e açúcar adicionado segundo a classificação das recomendações. São
Caetano Sul, Brasil, 2015.
Nutrientes
(%)
Abaixo da
recomendação Recomendação
Acima da
recomendação
n % média
(± DP) n %
média
(± DP)
n %
média
(± DP)
Proteínas
(10 a 35%)
05 1,7 8,10
( ± 1,47) 290 98,3 18,14
(± 4,01) - - -
Gorduras
totais
(25 a 35%)
50 16,9 21,37
(± 2,93) 186 63,1 29,73
( ± 2,73) 59 20,0 38,05
( ± 2,32)
Gorduras
saturadas
(<10%)
- - - 295 100,0 4,45
(± 1,11) - - -
Açúcar
adicionado
(até 10%)
- - - 185 62,7 5,18
(± 2,50) 110 37,3 17,63
(± 8,45)
32
Ao avaliar a distribuição percentual de proteínas com as variáveis
sociodemográficas, econômicas, estado nutricional e de estilo de vida e de saúde,
observou-se que houve diferença estatisticamente significante entre o estado marital e o
consumo proteico abaixo da recomendação [p = 0,010], ou seja, o consumo foi menor
entre os idosos que relataram não ter companheiros (as) (Tabela 3).
Foi observado que ao avaliar a distribuição percentual de gorduras totais com as
variáveis sociodemográficas, econômicas, estado nutricional e de estilo de vida e de
saúde, houve diferença estatisticamente significante entre a faixa etária [p = 0,013],
renda [p = 0,014] e o consumo de gordura total dentro da recomendação, ou seja, o
consumo foi menor entre os idosos de 80 anos ou mais e nos idosos que relataram ter
uma renda menor que um salário mínimo (Tabela 4).
33
Tabela 3. Média e desvio padrão do consumo de proteínas dos idosos segundo variáveis sociodemográficas, econômicas,
estilo de vida, estado nutricional e de saúde. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
continua
Variáveis Total
p <10%
p 10 - 35%
p n % média±dp n % média±dp n % média±dp
Sexo
Feminino 251 85,1 17,90 ± 4,21 0,483*
04 80,0 7,75 ± 1,44 0,157
+
247 85,2 18,06 ± 4,04 0,431*
Masculino 44 14,9 18,38 ± 4,05 01 20,0 9,50 43 14,8 18,58 ± 3,85
Faixa etária (anos)
60 a 69 137 46,4 18,06 ± 4,42
0,899#
05 100 8,10 ± 1,47
-
132 45,5 18,43 ± 4,04
0,494# 70 a 79 124 42,0 17,84 ± 3,92 - - - 124 42,8 17,84 ± 3,92
80 ou mais 34 11,6 18,10 ± 4,26 - - - 34 11,7 18,10 ± 4,26
Estado marital
Com companheiro (a) 132 44,7 18,23 ± 4,11 0,333*
03 60,0 9,13 ± 0,47 0,010*
129 44,5 18,44 ± 3,91 0,249*
Sem companheiro (a) 163 55,3 17,76 ± 4,25 02 40,0 6,55 ± 0,49 161 55,5 17,89 ± 4,08
Escolaridade (anos)
0 a 4 123 41,7 18,21 ± 4,22
0,268#
- - -
0,362#
123 42,4 18,21 ± 4,22
0,578# 5 a 8 62 21,0 18,26 ± 4,60 02 40,0 8,95 ± 0,49 60 20,7 18,57 ± 4,34
9 a12 53 18,0 16,94 ± 4,04 03 60,0 7,53 ± 1,73 50 17,2 17,50 ± 3,38
12 ou mais 57 19,3 18,05 ± 3,70 - - - 57 19,7 18,09 ± 3,70
Renda (SM)
Sem renda 35 11,9 19,22 ± 4,81
0,162#
- - -
0,157‡
35 12,1 19,22 ± 4,81
0,311# Até 1 62 21,0 18,36 ± 3,81 - - - 62 21,4 18,36 ± 3,81
>1 a 3 130 44,1 17,55 ± 4,29 04 80,0 7,75 ± 1,44 126 43,4 17,86 ± 3,98
>3 68 23,0 17,77 ± 3,88 01 20,0 9,50 67 23,1 17,89 ± 3,77
34
Tabela 3. Média e desvio padrão do consumo de proteínas dos idosos segundo variáveis sociodemográficas, econômicas,
estilo de vida, estado nutricional e de saúde. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
continuação
Nota: SM = salário mínimo; * = teste t de student; # = teste ANOVA fator único; + = teste de Mann-Whitney; ‡ = teste de Kruskal-Wallis.
Atividade Física
Sim 250 84,7 17,99 ± 3,88 0,845*
01 20,0 6,90 0,480
+
249 85,9 18,04 ± 3,82 0,299*
Não 45 15,3 17,82 ± 5,64 04 80,0 8,40 ± 1,51 41 14,1 18,74 ± 5,00
Hábito de Fumar
Sim 13 4,4 16,43 ± 5,43 0,175*
03 60,0 8,33 ± 1,85 0,726*
10 3,4 18,86 ± 3,18 0,566*
Não 282 95,6 18,04 ± 4,12 02 40,0 7,75 ± 1,20 280 96,6 18,11 ± 4,04
Estado Nutricional
Baixo Peso 41 13,9 17,36 ± 3,37
0,610#
01 20,0 9,50
0,284‡
40 13,8 17,56 ± 3,16
0,707# Eutrofia 125 42,4 18,28 ± 4,18 01 20,0 9,30 124 42,8 18,36 ± 4,12
Sobrepeso 37 12,5 18,09 ± 4,22 01 20,0 8,60 36 12,4 18,36 ± 3,96
Obesidade 92 31,2 17,76 ± 4,51 02 40,0 6,55 ± 0,49 90 31,0 18,01 ± 4,24
Hipertensão Arterial
Sim 164 55,6 18,26 ± 4,25 0,181*
03 60,0 8,26 ± 1,23 0,804*
161 55,5 18,45 ± 4,06 0,123
+
Não 131 44,4 17,60 ± 4,09 02 40,0 7,25 ± 2,33 129 44,4 17,75 ± 3,93
Diabetes Mellitus
Sim 64 21,7 18,60 3,70 0,170*
- - - -
64 22,1 18,60 ± 3,70 0,199
+
Não 231 78,3 17,79 4,30 05 100 8,10 ± 1,47 226 77,9 18,01 ± 4,09
Dislipidemia
Sim 124 42,0 17,75 ± 4,04 0,442*
02 40,0 7,40 ± 1,69 0,466*
122 42,1 17,92 ± 3,84 0,425*
Não 171 58,0 18,13 ± 4,29 03 60,0 8,56 ± 1,44 168 57,9 18,30 ± 4,13
35
Tabela 4. Média e desvio padrão do consumo de gorduras totais dos idosos segundo variáveis sociodemográficas, econômicas, estilo de vida, estado nutricional e
de saúde. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
continua
Variáveis Total
p <25%
p 25 – 35%
p > 35%
p n % média±dp n % média±dp n % média±dp n % média±dp
Sexo
Feminino 251 85,1 30,12 ± 5,69 0,332*
39 78,0 21,29 ± 3,14 0,944
+
160 86,0 29,74 ± 2,79 0,992
+
52 88,1 37,90 ± 2,28 0,197
+
Masculino 44 14,9 29,20 ± 6,02 11 22,0 21,65 ± 2,09 26 14,0 29,72 ± 2,44 07 11,9 39,17 ± 2,50
Faixa etária (anos)
60 a 69 137 46,4 30,14 ± 5,61
0,874#
22 44,0 21,33 ± 2,49
0,605#
86 46,2 29,82 ± 2,65ª
0,013#
29 49,2 37,77 ± 2,34
0,533# 70 a 79 124 42,0 29,90 ± 5,81 22 44,0 21,11 ± 3,53 80 43,0 30,05 ± 2,77b 22 37,3 38,14 ± 2,05
80 ou mais 34 11,6 29,61 ± 6,10 06 12,0 22,48 ± 1,94 20 10,8 28,08 ± 2,47ab
08 13,5 38,81 ± 3,03
Estado marital
Com companheiro (a) 132 44,7 30,12 ± 5,67 0,716*
17 34 20,58 ± 3,43 0,231
+
91 48,9 29,70 ± 2,74 0,867
+
24 40,7 38,42 ± 2,38 0,312
+
Sem companheiro (a) 163 55,3 29,87 ± 5,80 33 66 21,77 ± 2,59 95 51,1 29,76 ± 2,74 35 59,3 37,80 ± 2,28
Escolaridade (anos)
0 a 4 123 41,7 30,01 ± 5,37
0,860#
20 40,0 21,93 ± 2,72
0,217#
82 44,0 20,90 ± 2,67
0,810#
21 35,6 38,11 ± 2,37
0,673# 5 a 8 62 21,0 29,50 ± 6,04 11 22,0 20,13 ± 4,04 39 21,0 29,73 ± 2,88 12 20,3 37,33 ± 1,97
9 a12 53 18,0 30,03 ± 6,56 11 22,0 20,74 ± 2,46 29 15,6 29,74 ± 2,71 13 22,0 38,53 ± 2,60
12 ou mais 57 19,3 30,40 ± 5,46 08 16,0 22,55 ± 1,55 36 19,4 29,36 ± 2,81 13 22,0 38,13 ± 2,38
Renda (SM)
Sem renda 35 11,9 30,53 ± 5,37
0,571#
05 10,0 22,24 ± 2,34
0,072#
24 12,9 30,35 ± 3,04
0,014#
06 10,2 38,18 ± 3,21
0,240# Até 1 62 21,0 29,11 ± 5,93 08 16,0 19,12 ± 3,83 43 23,1 28,57 ± 2,41ª
b 11 18,6 38,44 ± 1,78
>1 a 3 130 44,1 30,08 ± 5,93 24 48,0 21,37 ± 2,93 80 43,0 29,97 ± 2,62b 26 44,1 38,48 ± 2,35
>3 68 23,0 30,30 ± 5,39 13 26,0 22,43 ± 1,79 39 21,0 30,16 ± 2,83a 16 27,1 37,04 ± 2,15
36
Tabela 4. Média e desvio padrão do consumo de gorduras totais dos idosos segundo variáveis sociodemográficas, econômicas, estilo de vida, estado nutricional
e de saúde. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
continuação
Nota: SM = salário mínimo; * = teste t de student; # = teste ANOVA fator único; + = teste de Mann-Whitney; ‡ = teste de Kruskal-Wallis.
Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente entre si (a,b).
Atividade Física
Sim 250 84,7 30,14 ± 5,60 0,271*
38 76,0 21,48 ± 2,61 0,714*
162 87,1 29,72 ± 2,80 0,849
+
50 84,7 38,06 ± 2,38 0,916
+
Não 45 15,3 29,11 ± 6,45 12 24,0 21,03 ±3,89 24 12,9 29,82 ± 2,33 09 15,3 37,98 ± 2,10
Hábito de Fumar
Sim 13 4,4 27,52 ± 3,18 0,114*
04 8,0 20,32 ± 4,28 0,681
+
07 3,8 27,97 ± 1,53 0,074
+
02 3,4 40,35 ± 3,60 0,276
+
Não 282 95,6 30,09 ± 5,65 46 92,0 21,46 ± 2,83 179 96,2 29,80 ± 2,75 57 96,6 37,97 ± 2,27
Estado Nutricional
Baixo Peso 41 13,9 28,45 ± 4,13
0,133‡
08 16,0 22,46 ± 2,09
0,730#
31 16,7 29,48 ± 2,60
0,451#
02 3,4 36,45 ± 0,07
0,639# Eutrofia 125 42,4 29,95 ± 5,69 20 40,0 21,15 ± 2,48 80 43,0 29,63 ± 2,80 25 42,3 37,99 ± 2,12
Sobrepeso 37 12,5 31,10 ± 5,12 04 8,0 21,42 ± 2,66 25 13,4 30,55 ± 2,59 08 13,6 37,63 ± 2,38
Obesidade 92 31,2 30,26 ± 6,53 18 36,0 21,12 ± 3,75 50 26,9 29,65 ± 2,78 24 40,7 38,39 ± 2,61
Hipertensão Arterial
Sim 164 55,6 30,14 ± 5,61 0,589*
25 50,0 21,81 ± 2,30 0,467
+
104 55,9 29,48 ± 2,78 0,149
+
35 59,3 38,07 ± 2,58 0,717
+
Não 131 44,4 29,78 ± 5,90 25 50,0 20,93 ± 3,43 82 44,1 30,06 ± 2,65 24 40,7 38,03 ± 1,93
Diabetes Mellitus
Sim 64 21,7 30,78 ± 4,79 0,206*
06 12,0 22,56 ± 1,55 0,293*
46 24,7 29,95 ± 2,54 0,532*
12 20,3 38,07 ± 2,48 0,992
+
Não 231 78,3 29,76 ± 5,96 44 88,0 21,21 ± 3,04 140 75,3 29,66 ± 2,80 47 79,7 38,05 ± 2,31
Dislipidemia
Sim 124 42,0 30,00 ± 4,95 0,966*
18 36,0 22,31 ± 1,97 0,154
+
86 46,2 29,83 ± 2,69 0,658*
20 33,9 37,63 ± 2,29 0,324*
Não 171 58,0 29,93 ± 6,26 32 64,0 20,84 ± 3,26 100 53,8 29,65 ± 2,78 39 66,1 38,27 ± 2,34
37
Conforme apresentado na Tabela 2, o consumo de gorduras saturados pelos
idosos mostrou-se 100% dentro das recomendações preconizadas (<10%) e ao avaliar a
distribuição percentual com as variáveis sociodemográficas, econômicas, estado
nutricional e de estilo de vida e de saúde, observou-se que não houve diferença
estatisticamente significante [p ≥ 0,050] (Tabela 5).
Foi observado que a distribuição percentual de açúcar adicionado total em
relação com as variáveis sociodemográficas, econômicas, estado nutricional e de estilo
de vida e de saúde, houve diferença estatisticamente significante entre atividade física
[p = 0,006] e Diabetes Mellitus [p = 0,001], ou seja, o consumo total foi menor entre os
idosos que relataram praticar atividade física e os que relataram ter Diabetes (Tabela 6).
Também foi observado que ao avaliar a distribuição percentual de açúcar
adicionado dentro da recomendação houve diferença estatisticamente significante entre
faixa etária [p = 0,014] e estado marital [p = 0,018], ou seja, o consumo dentro da
recomendação foi menor entre os idosos com 80 anos ou mais e os que relataram não ter
companheiros (as). Em relação à distribuição percentual de açúcar adicionado acima da
recomendação, houve diferença estatisticamente significante no relato de atividade
física [p = 0,008], ou seja, o consumo acima da recomendação foi maior entre os idosos
que relataram não praticar atividade física (Tabela 6).
38
Tabela 5. Média e desvio padrão do consumo de gorduras saturadas dos idosos segundo
variáveis sociodemográficas, econômicas, estilo de vida, estado nutricional e de saúde. São
Caetano do Sul, Brasil, 2015.
Nota: SM = salário mínimo; * = teste t de student; # = teste ANOVA fator único; + = teste de Mann-Whitney.
Variáveis <10%
p n % média±dp
Sexo
Feminino 251 85,1 4,47 ± 1,09 0,644*
Masculino 44 14,9 4,38 ± 1,19
Faixa etária (anos)
60 a 69 137 46,4 4,49 ± 1,10
0,678# 70 a 79 124 42,0 4,39 ± 1,11
80 ou mais 34 11,6 4,54 ± 1,13
Estado marital
Com companheiro (a) 132 44,7 4,47 ± 1,13 0,821*
Sem companheiro (a) 163 55,3 4,44 ± 1,09
Escolaridade (anos)
0 a 4 123 41,7 4,47 ± 1,06
0,806# 5 a 8 62 21,0 4,39 ± 1,18
9 a12 53 18,0 4,57 ± 1,15
12 ou mais 57 19,3 4,38 ± 1,09
Renda (SM)
Sem renda 35 11,9 4,28 ± 0,96
0,093# Até 1 62 21,0 4,24 ± 1,12
>1 a 3 130 44,1 4,48 ± 1,06
>3 68 23,0 4,69 ± 1,22
Atividade Física
Sim 250 84,7 4,44 ± 1,07 0,542*
Não 45 15,3 4,55 ± 1,31
Hábito de Fumar
Sim 13 4,4 4,00 ± 1,23 0,129*
Não 282 95,6 4,47 ± 1,10
Estado Nutricional
Baixo Peso 41 13,9 4,24 ± 1,02
0,247# Eutrofia 125 42,4 4,41 ±1,11
Sobrepeso 37 12,5 4,72 ± 1,01
Obesidade 92 31,2 4,51 ±1,16
Hipertensão Arterial
Sim 164 55,6 4,49 ± 1,09 0,528*
Não 131 44,4 4,41 ± 1,14
Diabetes Mellitus
Sim 64 21,7 4,66 ± 1,03 0,096*
Não 231 78,3 4,40 ± 1,12
Dislipidemia
Sim 124 42,0 4,53 ± 1,11 0,687
+
Não 171 58,0 4,40 ± 1,09
39
Tabela 6. Média e desvio padrão do consumo de açúcar adicionado dos idosos segundo variáveis sociodemográficas, econômicas, estilo de vida, estado
nutricional e de saúde. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
continua
Variáveis Total
p < 10%
p >10%
p n % média±dp n % média±dp n % média±dp
Sexo
Feminino 251 85,1 9,55 ± 8,05 0,138
+
160 84,5 5,14 ± 2,52 0,554*
91 82,7 17,29 ± 8,59 0,065
+
Masculino 44 14,9 11,42 ± 8,72 25 13,5 5,46 ± 2,35 19 17,3 19,27 ± 7,75
Faixa etária (anos)
60 a 69 137 46,4 10,39 ± 8,77
0,480#
79 42,7 5,06 ± 2,26
0,014#
58 52,7 17,66 ± 9,13
0,868# 70 a 79 124 42,0 9,17 ± 7,40 86 46,5 5,61 ± 2,61ª 38 34,5 17,22 ± 8,39
80 ou mais 34 11,6 9,93 ± 8,40 20 10,8 3,84 ± 2,45ª 14 12,7 18,64 ± 5,63
Estado marital
Com companheiro (a) 132 44,7 9,67 ± 7,99 0,920
+
90 48,6 5,63 ± 2,42 0,018*
42 38,2 18,34 ± 8,88 0,538
+
Sem companheiro (a) 163 55,3 9,95 ± 8,33 95 51,4 4,76 ± 2,51 68 61,8 17,20 ± 8,21
Escolaridade (anos)
0 a 4 123 41,7 9,27 ± 7,49
0,308#
80 43,2 5,12 ± 2,52
0,989#
43 39,0 16,98 ± 7,59
0,504‡ 5 a 8 62 21,0 11,28 ± 9,14 32 17,3 5,24 ± 2,46 30 27,3 17,72 ± 9,30
9 a12 53 18,0 10,45 ± 10,10 36 19,5 5,28 ± 2,20 17 15,5 21,40 ± 11,56
12 ou mais 57 19,3 8,87 ± 6,15 37 20,0 5,18 ± 2,82 20 18,2 15,70 ± 4,55
Renda (SM)
Sem renda 35 11,9 7,62 ± 4,29
0,374#
25 13,5 5,48 ± 2,69
0,436#
10 9,1 12,97 ± 2,44
0,101‡ Até 1 62 21,0 10,53 ± 8,13 39 21,1 5,61 ± 2,45 23 20,9 18,87 ±7,59
>1 a 3 130 44,1 9,92 ± 9,24 81 43,8 4,87 ± 2,36 49 44,5 18,27 ± 10,30
>3 68 23,0 10,13 ± 7,46 40 21,6 5,21 ± 2,68 28 25,5 17,17 ± 6,37
40
Tabela 6. Média e desvio padrão do consumo de açúcar adicionado dos idosos segundo variáveis sociodemográficas, econômicas, estilo de vida, estado
nutricional e de saúde. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
continuação
Nota: SM = salário mínimo; * = teste t de student; # = teste ANOVA fator único; + = teste de Mann-Whitney; ‡ = teste de Kruskal-Wallis.
Médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente entre si (a).
Atividade Física
Sim 250 84,7 8,94 ± 6,68 0,006
+
165 89,2 5,22 ± 2,52 0,574*
85 77,3 16,16 ± 6,31 0,008
+
Não 45 15,3 14,74 ± 12,82 20 10,8 4,89 ± 2,27 25 22,7 22,62 ±12,31
Hábito de Fumar
Sim 13 4,4 16,76 ± 15,46 0,091
+
05 2,7 5,08 ± 2,37 0,922*
08 7,3 24,07 ±15,75 0,553
+
Não 282 95,6 9,51 ± 7,57 180 97,3 5,19 ± 2,50 102 92,7 17,13 ± 7,51
Estado Nutricional
Baixo Peso 41 13,9 10,05 ± 7,39
0,772#
25 13,5 5,36 ± 2,47
0,911#
16 14,5 17,36 ± 6,49
0,745# Eutrofia 125 42,4 9,27 ± 7,49 80 43,2 5,10 ± 2,58 45 40,9 16,68 ± 7,64
Sobrepeso 37 12,5 9,93 ± 8,71 24 13,0 5,45 ± 2,34 13 11,8 18,19 ±10,16
Obesidade 92 31,2 10,44 ± 9,18 56 30,3 5,10 ± 2,50 36 32,7 18,74 ± 9,65
Hipertensão Arterial
Sim 164 55,6 9,15 ± 7,65 0,059
+
112 60,5 5,09 ± 2,45 0,542*
52 47,3 17,88 ± 7,76 0,230
+
Não 131 44,4 10,67 ± 8,73 73 39,5 5,32 ± 2,57 58 52,7 17,41 ± 9,09
Diabetes Mellitus
Sim 64 21,7 7,20 ± 5,50 0,001
+
50 27,0 4,71 ± 2,13 0,084*
14 12,7 16,10 ± 4,51 0,982
+
Não 231 78,3 10,55 ± 8,63 135 73,0 5,36 ± 2,60 96 87,3 17,86 ± 8,88
Dislipidemia
Sim 124 42,0 8,99 ± 7,14 0,236
+
81 43,8 5,04 ± 2,48 0,496*
43 39,1 16,41 ± 7,16 0,424
+
Não 171 58,0 10,43 ± 8,81 104 56,2 5,29 ± 2,51 67 60,9 18,41 ± 9,15
41
Ao associar as recomendações de proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas e
açúcar adicionado com o VET da dieta, foi observado que há correlação linear negativa
entre o consumo dentro da recomendação de proteínas e o VET da dieta [p= 0,008], e
correlação linear positiva entre o consumo acima da recomendação de açúcar
adicionado e o VET da dieta [p= 0,007] (Tabela 7).
Tabela 7. Correlação de proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas e açúcar
adicionado de acordo com a classificação das recomendações e o Valor Energético
Total (VET) da dieta. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
Nota: * = correlação de Pearson; # = correlação de Spearman.
À medida que aumentou o consumo de proteínas ocorreu a diminuição no VET
da dieta de até 6,3%, ou seja, a cada 1% a mais no consumo proteico houve uma
precisão de diminuição de 30,4kcal no VET da dieta (Figura 1).
Figura 1. Regressão entre o consumo de proteínas e o Valor Energético Total (VET) da
dieta. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
y = -30,446x + 2126,3
R² = 0,0634
0,0
500,0
1000,0
1500,0
2000,0
2500,0
3000,0
3500,0
4000,0
4500,0
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0
VE
T d
a d
ieta
(k
cal)
Proteínas (%)
Nutriente x VET
Abaixo da
recomendação Recomendação
Acima da
recomendação
r p r p r p
Proteínas x VET 0,504* 0,387 -0,156# 0,008 - -
Gorduras Totais x VET -0,106# 0,466 -0,037# 0,612 0,099# 0,456
Gorduras Saturadas x VET - - 0,038# 0,520 - -
Açúcar Adicionado x VET - - 0,037# 0,619 0,256# 0,007
42
À medida que aumentou o consumo de açúcar adicionado ocorreu o aumento no
VET da dieta de até 18,9%, ou seja, a cada 1% a mais no consumo de açúcar adicionado
houve uma precisão de aumento de 31,8kcal no VET da dieta (Figura 2).
Figura 2. Regressão entre o consumo de açúcar adicionado e o Valor Energético Total
(VET) da dieta. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
Ao associar as proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas e açúcar
adicionado, ou seja, entre os nutrientes e de acordo com a classificação das
recomendações, foi observado que há correlação linear positiva entre o consumo dentro
da recomendação de proteínas e de gorduras saturadas [p= <0,001] (Tabela 8).
y = 31,841x + 1179,4
R² = 0,189
0,0
500,0
1000,0
1500,0
2000,0
2500,0
3000,0
3500,0
4000,0
4500,0
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
VE
T d
a d
ieta
(k
cal)
Açúcar adicionado (%)
43
Tabela 8. Correlação de proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas e açúcar adicionado
de acordo com a classificação das recomendações. São Caetano do Sul, Brasil, 2015.
Nota: * = correlação de Pearson; # = correlação de Spearman.
À medida que aumentou o consumo de proteínas ocorreu o aumento de gorduras
saturadas de até 19,7%, ou seja, a cada 1g a mais no consumo de proteínas houve uma
precisão de aumento de 0,13g de gorduras saturadas (Figura 3).
Figura 3. Regressão entre o consumo de proteínas (g) e gorduras saturadas (g). São
Caetano do Sul, Brasil, 2015.
y = 0,1367x + 7,9698
R² = 0,1977
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
0,0 50,0 100,0 150,0 200,0 250,0
Gord
ura
s S
atu
rad
as
(g)
Proteínas (g)
Nutriente x Nutriente
Abaixo da
recomendação Recomendação
Acima da
recomendação
r p r p r p
Proteínas x Gorduras Totais -0,165* 0,790 0,133# 0,070 - -
Proteínas x Gorduras Saturadas - - 0,400# 0,001 - -
Proteínas x Açúcar Adicionado - - 0,048# 0,517 - -
Gorduras Totais x Gorduras Saturadas - - 0,111# 0,130 - -
Gorduras Totais x Açúcar Adicionado - - 0,037# 0,619 0,063# 0,638
Gorduras Saturadas x Açúcar Adicionado - - 0,084# 0,255 - -
44
5. DISCUSSÃO
O consumo habitual de proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, açúcares
adicionados devem ser adequados para manter o estado nutricional do idoso. Além
disso, a distribuição energética adequada pode se associar com o a redução do risco de
desenvolvimento de DCNT, portanto o presente estudo teve por objetivo avaliar o
consumo habitual e a distribuição energética de proteínas, gorduras totais, gorduras
saturadas, açúcares adicionados e associar com as variáveis sociodemográficas,
econômicas, estado nutricional, estilo de vida e de saúde e o valor energético total
(VET) da dieta.
O envelhecimento está associado com modificações na composição corporal, como
redução na quantidade de água e do músculo esquelético, e um aumento e redistribuição
do tecido adiposo, com maior acúmulo na região abdominal, além disso, ocorrem
alterações no sistema digestório como a diminuição das papilas gustativas, salivação e
ação das enzimas digestivas e dificuldade de mastigação e deglutição que podem
impactar na alimentação. Essas mudanças podem levar a alterações de peso e maior
risco para desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) (CATÃO
et al., 2011; KAUR et al., 2012; PEREIRA et al., 2016).
Aproximadamente 44% dos idosos estudados apresentaram excesso de peso, 55,3%
de hipertensão arterial (HA), 21,7% de diabetes mellitus (DM) e 42% de dislipidemia,
valores similares aos identificados no inquérito populacional telefônico de vigilância de
fatores de risco e proteção para doenças crônicas – VIGITEL (2016), para brasileiros
com 65 anos ou mais e no Inquérito de Saúde do município de São Paulo – ISA Capital
(2015) (BOLETIM ISA - Capital, 2018), para idosos com 60 anos ou mais. Os mesmos
inquéritos revelaram valores inferiores aos obtidos neste estudo para praticante de
atividade física (29,8% e 15,9%) e superior para tabagismo (6,2% e 23%).
Uma alimentação equilibrada é fundamental para manutenção e adequado
funcionamento corporal, sendo assim, quando a ingestão energética e/ou nutriente
apresentar-se em excesso ou abaixo da necessidade individual poderá impactar no
estado nutricional do idoso (K.ZHU et al., 2010; YETLEY et al., 2016). No presente
estudo foi observado que a maioria dos idosos consomem proteínas (98,3%), gorduras
totais (63,1%), gorduras saturadas (100%) e açúcar adicionado (62,7%) dentro das
recomendações preconizadas.
45
Neste estudo destaca-se que as proteínas e gorduras saturadas foram os
macronutrientes que apresentaram maior concordância de distribuição com os valores
de referência (98,3%), sendo que a distribuição de gorduras saturadas chegou a 100% da
faixa de referência. Independente das variáveis utilizadas, o valor médio de consumo
observado foi de 18,1% para proteínas, resultado semelhante à literatura (WALTERS et
al., 2009; SCHMALTZ, 2011; DOBNER et al, 2012; MENEZES e MARUCCI, 2012;
BARAZZETTI et al., 2013; SIMONI et al., 2013; LOPES, 2014; JOHNSTON et al.,
2014; ANGST et al., 2015; NEVES-SOUZA et al., 2015; VENTURINI et al, 2015;
WAERN et al., 2015; PREVIATO et al., 2017; PREVIDELLI et al., 2017) e 4,5% para
gorduras saturadas, resultado semelhante com os estudos de BORTOLI et al., 2011,
KUCERA e BONATTO, 2012 e MARTINS et al., 2016. Resultado similares também
foram observados por PREVIDELLI et al. (2017) em análise de inquérito populacional
com idosos brasileiros e pela Pesquisa de Orçamento Familiar 2008/2009 (POF
2008/2009).
O consumo de proteínas mostrou-se diretamente associado ao consumo de
gorduras saturadas quando a distribuição está dentro da faixa de referência (p= <0,001).
Essa constatação pode ser justificada pelo hábito alimentar brasileiro, cuja dieta baseia-
se não somente nas proteínas de origem vegetal como o arroz e feijão, mas também no
consumo de alimentos de origem animal como carnes, leites e ovos, que são
considerados fontes de proteína e de gorduras saturadas (FISBERG et al., 2013;
FERREIRA et al., 2017). GASPARETO et al. (no prelo, 2017) que avaliaram o
consumo proteico na mesma população do presente estudo, verificaram que para ambos
os sexos a maior contribuição no consumo foi de proteína de origem animal com 69%.
Além disso, FREITAS et al. (2017), ao avaliar a qualidade da dieta, por meio do Índice
de Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R), verificaram alta pontuação para o
componente “carnes, ovos e leguminosas” e para o componente “gordura saturada”
(consumo ≤ 7% VET), sendo que, cerca de 60% dos idosos obtiveram pontuação
máxima nos dois componentes. Esses achados indicaram um adequado consumo pela
maioria dos idosos nos dois componentes, e reforçam a importância do consumo
moderado e balanceado para o estado de saúde e nutricional dos idosos (NICKLAS et
al., 2012; BARAZZETTI et al., 2013; HARING et al., 2014).
Neste estudo o consumo percentual de proteínas foi menor entre os idosos que
relataram não ter companheiros (as) (6,55%; p= 0,010). MOURA (2012) ao utilizar a
46
base de dados do estudo SABE (PELAÉZ et al., 2000) observou que os idosos
separados ou solteiros tinham ingestão do grupo das carnes, grupo dos ovos, feijões e
lentilhas menores quando comparados aos idosos casados, respectivamente, 88% e 90%
dos separados e 84% dos solteiros, por 94% e 96% dos casados. Em contrapartida, no
estudo de coorte de BEASLEY et al. (2010), encontrou-se uma associação entre maior
consumo de proteína (% VET) e vivendo com alguém, sugerindo que a questão social
pode resultar em um maior consumo de proteína.
Fatores psicossociais, tais como a perda do cônjuge, depressão, isolamento
social, pobreza, integração social podem contribuir para uma menor ingestão de
alimentos nesta população. Segundo BARAZZETTI et al. (2013) e HEITOR et al.
(2013) o fato de estar sozinho há uma tendência de adquirir hábitos irregulares de
frequência das refeições, preferência por lanches rápidos e optar por “beliscar”
alimentos com alta ou baixa densidade energética - lembrando da oferta crescente de
alimentos industrializados. Se tratando de alimentos proteicos como as carnes, a o
tempo, a facilidade no preparo das refeições e as condições que envolvem o processo de
mastigação e deglutição também devem ser consideradas como importante influência
nas escolhas alimentares dos idosos (VOLPI et al., 2013; BERNER et al., 2013).
Em relação às proteínas também foi observado que à medida que aumentou o
consumo percentual ocorreu à diminuição no valor energético (VET) da dieta de até
6,3% (p= 0,008). Evidências recentes sugerem que o consumo dentro da recomendação
da AMDR (2002) e também o aumento no consumo de proteína na dieta, podem
modular os sistemas envolvidos na saciedade, ou seja, há respostas nas reduções
significativas pós-prandial na fome e aumento da plenitude percebida após o consumo
de refeições proteicas. Estas respostas incluem reduções do hormônio que estimula a
fome, a grelina, e o aumento dos hormônios estimulantes da saciedade PYY e GLP-1,
podendo levar a reduções espontâneas na ingestão de alimentos (LAYMAN et al., 2009;
LEIDY, 2012; VAN DER KLAAUW et al., 2013). Sendo assim a ingestão e
distribuição de energia proveniente das proteínas deve ser suficiente para suprir o gasto
energético diário do idoso, pois em caso de consumo abaixo ou acima das necessidades
haverá comprometimento do estado nutricional.
Com relação à distribuição de gorduras totais 63,1%, dos idosos tiveram um
consumo dentro da faixa de referência e independente das variáveis utilizadas foi
47
observado um valor médio de consumo de 29,7%, resultado semelhante com a literatura
(WALTERS et al., 2009; KÜMPEL et al., 2011; SCHMALTZ, 2011; DOBNER et al,
2012, MENEZES e MARUCCI, 2012; BARAZZETTI et al., 2013; LOPES, 2014;
JOHNSTON et al., 2014; ANGST et al., 2015; NEVES-SOUZA et al., 2015;
VENTURINI et al, 2015; MARTINS et al., 2016, PREVIATO et al., 2017). Resultados
similares também foram observados por PREVIDELLI et al. (2017) em análise de
inquérito populacional com idosos brasileiros e pela Pesquisa de Orçamento Familiar
2008/2009 (POF 2008/2009).
O consumo de gordura total dentro da recomendação foi menor entre os idosos
de 80 anos ou mais (28,08%; p= 0,013) e nos idosos que relataram ter uma renda menor
que um salário mínimo (28,57%; p= 0,014). Não foram encontrados estudos que tenham
relacionado idosos com 80 anos ou mais e ter uma renda menor que um salário mínimo
com consumo e distribuição adequado de gorduras totais. Considerando que o Índice de
Qualidade da Dieta Revisado (IQD-R) - instrumento válido para avaliar e monitorar a
qualidade da dieta dos brasileiros nas diversas fases da vida - calculado a partir de 12
componentes dos quais um deles é o grupo alimentar dos óleos; um é o nutriente
gordura saturada e um representa a soma do valor energético proveniente da ingestão de
gordura sólida, álcool e açúcar de adição (PREVIDELLI et al., 2011), foi observado que
no estudo de ASSUMPÇÃO et al. (2014) idosos de 80 anos ou mais tiveram dietas com
melhores pontuações e de melhor qualidade. Outro estudo, realizado nos Estados
Unidos, HIZA et al. (2013), mostrou que idosos com idade igual ou superior a 75 anos
apresentaram dieta de melhor qualidade quando comparados aos mais jovens. GOMES
et al. (2016) também observou que aqueles com idade entre 60 e 69 anos apresentaram,
respectivamente, 1,3 e 1,8 vezes a chance de terem dieta de baixa e intermediária
qualidade comparados aos idosos mais velhos.
Assim como o consumo de gorduras totais foi menor entre os idosos com 80
anos ou mais, também foi observado um menor consumo de açúcar adicionado nesse
grupo (3,84%; p= 0,014). Cabe lembrar que a aquisição e o consumo de alimentos fonte
de gorduras totais e açúcar adicionado como os alimentos industrializados, podem estar
relacionado à formação dos hábitos alimentares, ocorrida em época cuja oferta era
menor (JAIME et al., 2009; GOMES et al., 2016; TEIXEIRA et al., 2018). Além disso,
a presença de DCNT e a perspectiva de melhor qualidade de vida pode motivar o idoso
a seguir uma dieta balanceada como forma de manejo dessas condições, o que poderia
48
ser uma explicação para esta associação (FERREIRA et al., 2017), lembrando que foi
observado nos idosos do presente estudo a prevalência de 55,3% com hipertensão
arterial (HA), 21,7% com diabetes mellitus (DM) e 42% com dislipidemia.
Em relação à distribuição de açúcar adicionado 62,7% dos idosos tiveram um
consumo dentro da faixa de referência, isto é, menor que 10% do VET, e independente
das variáveis utilizadas foi observado um valor médio de consumo de 5,1%, resultado
semelhante com o estudo de BUENO et al., 2012. Porém valores superiores foram
observados em outros estudos (IBGE, 2011a; MACLNTYRE et al., 2012; YANG et al.,
2014; AZAÏS- BRAESCO et al., 2017; FISBERG et al., 2018) o que se assimilaria com
os 37,3% dos idosos que tiveram um consumo acima da recomendação com valor
médio de 17,6%. Para YANG et al. (2014) e AZAÏS-BRAESCO et al. (2017) o alto
consumo de açúcar adicionado nessa faixa etária está associado a ingestão de alimentos
como as bebidas com adição de açúcar e doces. FERREIRA et al. (2017) ao avaliar os
padrões dietéticos, reforça a hipótese das bebidas adoçadas uma vez que identificou na
população do presente estudo um padrão de consumo de café com leite com açúcar, pão
com manteiga, tanto no desjejum, como no lanche da tarde e jantar.
Neste estudo o consumo percentual de açúcar adicionado foi menor entre os
idosos que relataram praticar atividade física (8,94%; p= 0,006) e os que relataram ter
Diabetes (7,20%; p= <0,001). Segundo VANCEA et al. (2009), MONTEIRO et al.
(2010), CUNHA e SILVA (2010) e DEOLINDO e MORAES (2015) em idosos com
Diabetes que seguiram orientações recebidas pelos serviços de saúde como a pratica de
uma alimentação balanceada associada a um programa de exercícios físicos regulares,
foi observado melhorias no controle glicêmico e no controle das DCNT. Além disso, os
autores reforçam o consenso de que o exercício físico deve fazer parte do tratamento da
Diabetes e das DCNT em idosos - uma vez que os exercícios habituais diminuem a
resistência à insulina nas células e, reduzem a pressão arterial diastólica, assim como
outros fatores de risco para doenças cardiovasculares e metabólicas - bem como a
restrição de açúcar adicionado, requisito de uma alimentação balanceada. FISBERG et
al. (2018) ao avaliar o consumo de açúcar total e adicionado em oito países da América
Latina, constataram que o consumo de açúcar adicionado apresentou uma diminuição
com o avançar da idade e uma menor prevalência de alta ingestão em idosos brasileiros.
49
Vale ressaltar que os resultados citados são provenientes de idosos saudáveis,
residentes de uma cidade com o maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do
país (0,862 – Censo 2010) (PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O
DESENVOLVIMENTO, 2018b), possuindo maior acesso aos serviços de saúde,
informações, principalmente aqueles frequentadores dos CISEs, onde diriamente
possuem acesso aos profissionais da área de saúde e atividades educacionais – inclusive
educação nutricional -, sociais e esportivas, lembrando que 84,7% dos idosos são
praticantes de atividade física e 95,6% não são fumantes.
Nessa perspectiva, o acesso a esses serviços para os idosos é entendido como
prática para a transformação dos modos de vida dos indivíduos e da coletividade e,
consequentemente, promover qualidade de vida e saúde (MALLMANN et al., 2015).
Conforme descreve SEGALLA e SPINELLI (2013) e COUTINHO et al. (2016), a
educação nutricional é uma forma de promover a qualidade de vida e proporcionar ao
idoso maior conhecimento sobre a nutrição e alimentação, pois as atividades
desenvolvidas permitem o idoso o autocuidado e os afastam do risco de desenvolver
doenças causadas pelo consumo inadequado de alimentos como observado na literatura
(CERVATO et al., 2005; KIM et al., 2012; MAIA et al., 2011; MACHADO et al.,
2016; GARDONE et al., 2012; FISBERG et al., 2004).
Uma das limitações do presente estudo foi à obtenção de uma amostra não
probabilística, no entanto, para redução desse viés foram selecionados idosos entre os
15 bairros geograficamente distribuídos no município, com diferentes características
sociais, demográficas e econômicas. Outra possível limitação foi à idade, uma vez que
alterações comuns no envelhecimento como a dificuldade de concentração e diminuição
de memória, aumentaram o tempo de duração da entrevista e exigiram maior atenção
por parte dos entrevistadores. Nesse sentido, o treinamento das nutricionistas
integrantes da pesquisa, a solicitação do registro na véspera da entrevista e o espaço
disponível para a coleta foram primordiais para impactar positivamente na
fidedignidade das informações coletadas.
50
6. CONCLUSÃO
Ao avaliar a distribuição energética de proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas e
açúcar adicionado dos idosos residentes no município de São Caetano do Sul, observou-
se que o consumo proteico, apesar de adequado e impactar no menor valor energético
total da dieta, relacionou-se com o consumo de gordura saturada, mostrando que
provavelmente a maior parte da fonte de proteína consumida pelos idosos são alimentos
de origem animal não reduzidos em gordura.
Com relação ao valor energético total da dieta, observou-se que o consumo de açúcar
adicionado associou-se no aumento da ingestão energética e na qualidade nutricional da
dieta, uma vez que é considerado um alimento de alta densidade energética e isento de
vitaminas e minerais, além de poder influenciar na ingestão de alimentos de melhor
valor nutricional.
Por fim, os achados deste trabalho implicam no desenvolvimento e aprimoramento
de políticas públicas de alimentação e nutrição que impactem na qualidade da dieta de
idosos específicas nessa faixa etária que visem melhoria na alimentação no que se refere
na escolha adequada de alimentos fontes de proteína com baixo teor em gordura e
redução no consumo de açúcar adicionado, principalmente por meio de aumento de
atenção nutricional e extensão dos serviços de assistência à saúde.
51
7. REFERÊNCIAS
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