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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÀRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS CURSO ENGENHARIA CIVIL LORENA GRACIANE DUARTE NÉRIS ORÇAMENTAÇÃO DE UM PROJETO PADRÃO VIA MODELAGEM BIM MOSSORÓ-RN 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÀRIDO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E

TECNOLÓGICAS

CURSO ENGENHARIA CIVIL

LORENA GRACIANE DUARTE NÉRIS

ORÇAMENTAÇÃO DE UM PROJETO PADRÃO VIA MODELAGEM BIM

MOSSORÓ-RN

2013

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LORENA GRACIANE DUARTE NÉRIS

ORÇAMENTAÇÃO DE UM PROJETO PADRÃO VIA MODELAGEM BIM

Monografia apresentada à Universidade Federal

Rural do Semi-Árido – UFERSA, Departamento

de Ciências Ambientais e Tecnológicas para a

obtenção do título de Bacharel em Engenharia

Civil.

Orientador: Prof. M.Sc. John Eloi Bezerra –

UFERSA

MOSSORÓ-RN

2013

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Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação

da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA N445o Neris, Lorena Graciane Duarte.

Orçamentação de um projeto padrão via modelagem BIM

/ Lorena Graciane Duarte Néris. – Mossoró, RN: 2013. 54f. : il.

Orientador: Profº. M.Sc. John Eloi Bezerra

Monografia (Graduação) – Universidade Federal Rural do

Semi-Árido, Graduação em Engenharia Civil, 2013.

1. Modelagem BIM. 2. Revit. 3. Orçamento de obra. I.

Título.

CDD: 004.21

Bibliotecária: Marilene Santos de Araújo

CRB-5/1033

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LORENA GRACIANE DUARTE NÉRIS

ORÇAMENTAÇÃO DE UM PROJETO PADRÃO VIA MODELAGEM BIM

Monografia apresentada à Universidade Federal

Rural do Semi-Árido – UFERSA, Departamento

de Ciências Ambientais e Tecnológicas para a

obtenção do título de Bacharel em Engenharia

Civil.

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, meu refúgio e fortaleza. Onipotente, que sempre me ajuda; Onipresente, que sempre

esteve comigo; e Onisciente, que sabe todas as coisas.

Aos meus pais, Ivan e Lucila, por todo o amor, carinho e força, sempre me aconselhando para

o melhor caminho.

Aos meus irmãos, Lígia e Lucas, pela paciência e apoio.

Ao Professor John Eloi, meu orientador, pela paciência e contribuição durante todo o

trabalho.

Aos meus amigos, pelo companheirismo e amizade.

A todos o meu muito obrigado.

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“Se uma imagem vale mais do que mil

palavras, um modelo vale mais do que mil

imagens.”

(Edward McCracken)

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RESUMO

Este trabalho tem por objetivo elaborar o orçamento de uma casa padrão a partir do

levantamento de quantitativos fornecidos pelo sistema de modelagem BIM - Building

Information Modeling. O estudo consiste em uma revisão bibliográfica sobre a modelagem

BIM, Revit e Orçamento e também apresenta a realização do projeto em 2D que é gerado

automaticamente em 3D no software Revit da Autodesk. Em seguida, os quantitativos do

projeto devem ser inseridos em uma planilha eletrônica junto com os custos unitários de cada

serviço, para enfim fornecer o custo total da obra. O projeto modelo tem como base o caderno

padrão de projetos da Caixa Econômica Federal. Este estudo permitiu que fosse conhecida a

forma como o processo de modelagem BIM é desenvolvido num projeto, como também a

velocidade de alteração, que será instantânea. Apesar de não terem sido utilizados todos os

recursos da plataforma BIM, o uso do Revit se mostrou eficaz nas atividades para as quais foi

aplicado, nesse caso, para a realização dos quantitativos a fim de orçar a obra.

Palavras-chave: BIM. Modelagem. Revit. Orçamento.

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ABSTRACT

This work aims to establish the budget of a standard house from the quantitative

survey provided by the system modeling BIM - Building Information Modeling. The study

consists of a literature review on modeling BIM, Revit and Budget and also presents the

realization of the project in 2D that is automatically generated in 3D in Autodesk Revit

software. Then the quantitative project should be entered into a spreadsheet along with the

unit costs of each service, to finally provide the total cost of the work. The project model is

based on standard notebook designs Caixa Economica Federal. This study has permitted to be

known how the BIM modeling process is developed in a project, but also the speed of change,

it will be instant. Although they have been used all the resources of BIM platform, using

Revit proved effective in the activities for which it applied in this case to achieve the

quantitative in order to budget the work.

Keywords: BIM. Modeling. Revit. Budget.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Modelo Integrado de Informações...........................................................................16

Figura 2 – Dimensões da modelagem BIM..............................................................................17

Figura 3 – Interoperabilidade de informações em BIM............................................................18

Figura 4 – Relação de informações da modelagem BIM..........................................................19

Figura 5 – Representação de uma porta em CAD tradicional...................................................22

Figura 6 – Representação de uma porta na modelagem BIM...................................................22

Figura 7 – Fachada Frontal do modelo padrão da CEF............................................................33

Figura 8 – Planta Baixa do modelo padrão da CEF..................................................................34

Figura 9 – Planta Baixa modelada no REVIT...........................................................................37

Figura 10 – Fachada Lateral Norte...........................................................................................37

Figura 11 – Fachada Lateral Sul...............................................................................................38

Figura 12 – Fachada Lateral Oeste...........................................................................................38

Figura 13 – Fachada Lateral Leste............................................................................................39

Figura 14 – Corte Longitudinal.................................................................................................39

Figura 15 – Corte Transversal...................................................................................................40

Figura 16 – Modelo 3D.............................................................................................................40

Figura 17 – Modelo Renderizado..............................................................................................41

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LISTA DE QUADROS

Tabela 1 – Comparação entre CAD x BIM...............................................................................23

Tabela 2 – Programas interligados ao sistema Revit................................................................25

Tabela 3 – Exemplos de Unidades e Materiais para o levantamento de quantitativos.............29

Tabela 4 – CPU de execução de 1m de sapata corrida 10x50cm.............................................31

Tabela 5 – Quantitativo do material de paredes com largura de 15cm.....................................42

Tabela 6 – Dimensionamento do material de piso....................................................................43

Tabela 7 – Quantitativo do material do telhado........................................................................43

Tabela 8 – Quantitativos de portas............................................................................................44

Tabela 9 – Quantitativos de janelas..........................................................................................44

Tabela 10 – Planilha orçamentária de quantidades e preços.....................................................45

Tabela 11 – Principais itens definidos na modelagem..............................................................45

Tabela 12 – Planilha Orçamentária da Residência....................................................................47

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LISTA DE SIGLAS

2D Duas dimensões

3D Três dimensões

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

AGC American General Contractors

EAC Engenharia, Arquitetura e Construção

BDI Benefícios e Despesas Indiretas

BIM Building Information Modeling

CAD Computer Aided Design – Projeto Auxiliado por Computador

CEF Caixa Econômica Federal

CPU Composição de Preço Unitário

DWG Extensão arquivo em 2D e 3D do AutoCAD

MCMV Minha Casa Minha Vida

MEP Mechanical, Electrical and Plumbing

SEINFRA/CE Secretaria de Infraestrutura Urbana do Ceará

SIN/RN Secretaria do Estado de Infraestrutura do Rio Grande do Norte

SINAPI Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil

TCPO Tabelas de Composições de Preços para Orçamento

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12 2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 14

2.1 GERAL ............................................................................................................................... 14 2.2 ESPECÍFICOS ................................................................................................................... 14 3 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 15 3.1 BIM – BUILDING INFORMATION MODELING ............................................................. 15 3.2 SOFTWARES DA MODELAGEM BIM ............................................................................ 20

3.3 DIFERENÇA ENTRE BIM E CAD .................................................................................. 21 3.4 SOFTWARE REVIT DA AUTODESK .............................................................................. 24

3.5 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO BIM.....................................................................26

3.6 ORÇAMENTO DE OBRAS...............................................................................................27

3.6.1 Definição de Orçamento ................................................................................................ 27 3.6.2 Levantamento de Quantitativos ................................................................................... 28 3.6.3 Composição Unitária de Orçamento............................................................................ 30

4 METODOLOGIA ................................................................................................................ 32 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 33

5.1 MODELAGEM DO PROJETO ......................................................................................... 35

5.2 LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS....................................................................41

5.3 CUSTO DO PROJETO.......................................................................................................46

6 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 50 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 522

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1 INTRODUÇÃO

A construção depende de várias informações que podem se apresentar sob diversas

formas tais como: desenhos, planilhas de composição de custos, relatórios orçamentários,

gráficos, diagramas de programação e contratos. Para que a informação desempenhe as

funções a que se destina, faz-se necessário conhecer o percurso da mesma dentro da

organização através do estudo do fluxo de informações (NASCIMENTO E SCHOELER,

1998).

Segundo FLORIO (2007), as experiências com os projetos colaborativos têm crescido

consideravelmente com os avanços da tecnologia. Esses projetos colaborativos são

representados pela troca de informações e pelo trabalho em conjunto, que são os fatores

fundamentais para a modelagem da construção. Assim como, existem outros fatores custo e

tempo nos quais podem ser gerenciados em cada etapa do projeto e da construção do

empreendimento, bem como serem simulados em cada fase antes da execução.

Através do BIM – Building Information Modeling os projetos serão mais detalhados,

não só devido às informações relacionadas ao modelo como também pela automatização dos

seus elementos, contribuindo para a eliminação das causas referentes à escassez de detalhes

de projetos e aos erros e omissões (VASCONCELOS, 2010).

Com isso, Florio (2007) relata que o uso do BIM no projeto colaborativo pode

contribuir tanto para o processo de levantamento de custos de materiais e as quantificações

dos objetos, como para os prazos para a execução.

A tecnologia do BIM possui referências de projeto com mais detalhes nas etapas

iniciais a partir da relação entre as três fases do processo de modelagem que são: projeto,

orçamento e planejamento. De um modo geral, a fase do processo de orçamento está

fundamentado nos custos bem como a identificação de variações entre os gastos reais e os

simulados (MARCHESAN, 2001 apud WITICOVSKI, 2011).

Os sistemas tradicionais de orçamento muitas vezes não atendem às necessidades dos

projetistas e construtores. Sendo assim, as falhas apresentadas pelo método de custo

tradicional nos levam a elaborar um processo orçamentário de um projeto residencial baseado

em uma modelagem BIM, no qual dispõe de informações mais precisas, compatibilizando os

projetos nele existentes.

O método de orçamento realizado nesse trabalho será feito no software Revit

Architecture da Autodesk. Tendo em vista a aplicação das informações obtidas a partir da

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modelagem BIM como uma importante ferramenta de apoio no desenvolvimento

orçamentário. Através dessa modelagem é possível verificar a alteração da velocidade do

projeto, que é instantânea.

Para muitos projetistas e construtores, fatores como a segurança nas informações, o

tempo para execução de uma obra e os custos planejados bem próximos do real levam a

buscar este recente programa de modelagem da construção.

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2 OBJETIVOS

2.1 GERAL

Elaborar o orçamento de uma habitação de interesse social tendo como base um

projeto padrão a partir do levantamento de quantitativos fornecidos pelo sistema de

modelagem BIM.

2.2 ESPECÍFICOS

Inicialmente, projetar uma casa modelo através do software REVIT. Ao modelar o

projeto devem-se extrair as vistas, cortes e modelo 3D. Em seguida, será possível identificar

os quantitativos e informações fornecidos pelo sistema BIM. Elaborar uma planilha

orçamentária em Excel e depois inserir os quantitativos, juntamente com os preços unitários

obtidos de tabelas existentes. Essas informações serão utilizadas para elaborar o orçamento

para essa casa modelo.

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3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 BIM - BUILDING INFORMATION MODELING

Um dos grandes erros na elaboração de orçamentos, projetos e planejamentos de

construção de obras é a visualização errônea das informações fornecidas no projeto, ou seja,

são muitos detalhes que não são apresentados no projeto 2D. Visto que um projeto é

representado como uma série de traços e plantas, o conteúdo desses documentos pode não ser

nítido para todos os projetistas e construtores. Se não está totalmente claro, explícito e

comunicado, então os projetos não podem ser representados de forma coerente no orçamento

e pode consequentemente, criar problemas durante a construção (KYMMEL, 2008 apud

WITICOVSKI, 2011).

Em consequência do grande volume de dados e conhecimentos envolvidos no

desenvolvimento dos projetos, são indispensáveis meios como as ferramentas de informática e

os sistemas de informação, para gerirem de forma adequada o conhecimento e operacionalizar

o trabalho (AMORIM & CHECCUCI, 2005).

Logo, percebemos o potencial do BIM como solução para as principais agentes de

erros em informações sobre tipos, quantificações e especificações de determinados objetos e

materiais, como também as contradições entre documentos.

BIM - Building Information Modeling (em português, Modelagem de Informações

para a Construção) é o desenvolvimento de um software computacional para modelagem de

operação e construção de uma obra. O modelo resultante é uma simulação da edificação cheia

de informações, a partir da qual, os conteúdos podem se adequar às necessidades de vários

usuários e também serem extraídos, modificados e analisados a fim de estabelecer novas

informações com as quais serão empregadas no processo da construção e nas tomadas de

decisões. (AGC, 2011 apud BIOTTO et al., 2012)

O BIM corresponde a uma forma de construção virtual que permite armazenar as

informações necessárias em um banco de dados unindo-os em um único arquivo, com o qual

estabelece uma conexão com os projetos (arquitetônico, elétrico, hidráulico, estrutural, dentre

outras) facilitando a comunicação entre os conteúdos e os usuários.

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Na figura 1 pode-se ver a união das informações contidas em um só modelo. Os

projetos são interligados e armazenados no modelo que chamamos de interoperabilidade de

informações.

Figura 1 – Modelo Integrado de informações

Fonte: Faria (2007)

Para Morais (2013),

O BIM é considerado como uma ferramenta que vem impulsionando

o mercado internacional, sua aplicação na construção de conceitos

orientados a objeto e sua modelagem é considerada em 5D, pois a

modelagem espacial em 3D (três dimensões) trabalha tanto com a

incorporação e o acompanhamento de dados em tempo real, como também

com a quantificação de informações colhidas durante o processo produtivo e

seus custos orçamentários.

De acordo com pesquisas e estudos, pode-se perceber que o BIM não é somente um

software 3D, mas também é, essencialmente, uma informação. Morais (2013) afirma que a

ferramenta BIM é, também, considerada como uma categoria em 5D.

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Esse software de modelagem trabalha com o desenvolvimento de objetos levando em

conta o espaço, 3D, que apresenta três dimensões (largura, comprimento e profundidade), o

tempo que é considerado como uma dimensão temporal, 4D, e, por ultimo, o custo

representado na dimensão 5D (MORAIS, 2013). Pode-se ver a figura 2 resumindo as

dimensões do BIM.

Figura 2 – Dimensões da modelagem BIM

Fonte: Autoria Própria

As informações de dados são armazenadas em bancos locais, exclusivo para cada

usuário do sistema. Estes usuários que trabalham com os arquivos geralmente são os

projetistas, arquitetos, engenheiros ou outros profissionais habilitados para a realização do

projeto. (HILGENBERG, et. al, 2012)

O objetivo e benefício principal da utilização desta tecnologia é a integração dos dados

multidisciplinares que compõem o projeto, além dos dados gerados em obra. As otimizações

de tempo e informações atinge também os orçamentistas do projeto, facilitando a

compreensão e proporcionando uma visualização mais coerente dos materiais a ser

quantificados (ALDER, 2006).

Assim, essa nova tecnologia multidisciplinar, aplicada à cadeia da construção civil,

permite a interoperabilidade de informações que cobrem todo o processo da construção, sendo

gerenciado através do banco de dados com as características físicas, geométricas e funcionais

de uma obra, conforme mostra a figura 3.

DIMENSÕES DO BIM

LARGURA, COMPRIMENTO, ALTURA

3D

TEMPO

4D

CUSTO

5D

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Figura 3 – Interoperabilidade de informações em BIM

Fonte: Faria (2007)

Faria (2007) expressa que os recursos da modelagem BIM possam trabalhar com

projetos mais engenhosos. Para o referido autor, na modelagem de uma parede, o projetista

precisa fornecer as especificações dos materiais que a constituem. As dimensões e tipos de

blocos, os revestimentos necessários, a funcionalidade da parede, dentre outros, são todos

armazenados no banco de dados. A partir desses dados, é possível reproduzir as tabelas

orçamentárias e legendas no projeto. Veja a figura 4.

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Figura 4 – Relação de informações da modelagem BIM

Fonte: Faria (2007)

De acordo com Andrade (2009, apud Silveira, 2013) a modelagem paramétrica e a

interoperabilidade fazem com que as informações do projeto sejam avaliadas e analisadas em

todo o processo da construção. Com isso, uma análise bem detalhada identificaria os possíveis

erros cometidos em todos os quesitos do projeto, levando em conta o tempo, o custo, o

funcionamento, as instalações, entre outras.

A prática do BIM ainda é considerada como uma técnica moderna que está sendo

difundida pelo mercado da construção civil e planeja impactar a maneira de trabalho de

alguns projetistas, fornecendo-lhes projetos mais confiáveis e custos mais próximos do real,

proporcionando uma boa funcionalidade em todo o processo.

Existem diversos softwares disponíveis no mercado que empregam esta tecnologia. A

próxima seção abordará alguns desses softwares que vem contribuindo para difundir a ideia

dessa modelagem.

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3.2 SOFTWARES DA MODELAGEM BIM

Hilgenberg et al. (2012) destaca que:

Os primeiros software BIM lançados no mercado foram o Allplan no início

da década de 80 e o ArchiCAD, em 1984. O REVIT, outro software BIM,

foi criado já na década de 90, e posteriormente comprado e difundido

comercialmente pela Autodesk. E entre outros, há também o software

Bentley.

Estes softwares que empregam a tecnologia BIM, apresentam muitos benefícios de

idealização e avanço na produtividade, ao contrário dos programas em CAD (Computer Aided

Design – Projeto Auxiliado por Computador) que apenas apresentam elementos geométricos

em duas dimensões, porém ainda muito utilizado no mercado da construção civil (FLORIO,

2007).

Alguns projetistas ainda não estão habituados com essa nova modelagem e preferem

optar pelo projeto em CAD. Outros tentam mesclar os dois modelos importando arquivos do

formato DWG (extensão de arquivo de AutoCAD) para um programa que gera a

compatibilização de projetos em BIM.

Diversas empresas de software para EAC (Engenharia, Arquitetura e Construção)

estão aumentando seus mercados e produzindo programas que integram a modelagem da

edificação como um todo, facilitando a compatibilização arquitetônica, estrutural, instalações

elétricas e hidráulicas, entre outras (SILVEIRA, 2013).

Assim, as empresas desejam que seus próprios produtos conversem entre si gerando

um único modelo, ou seja, não há necessidade de um programa para cada tipo de projeto, mas

um só integralizando todos.

Segue a lista dos principais softwares e suas respectivas empresas que são mais

disputadas no mercado da modelagem BIM.

Revit (Autodesk)

Allplan (Nemetschek)

Archicad (Graphisoft)

Active 3D (Archimen)

MicroStation (Bentley)

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Tekla (Structures)

Os projetistas e engenheiros que já começaram a desfrutar desses softwares puderam

perceber que com apenas um clique no botão o programa gera automaticamente os cortes e

elevações como também as tabelas, áreas de ambientes, quantia de materiais, visto que os

componentes inseridos são materiais sólidos e não apenas linhas. (HILGENBERG et al.,

2012)

Para um projeto na modelagem BIM são necessários alguns recursos computacionais,

pois a base de dados requer alta capacidade de armazenamento e processamento, bem como o

uso intensivo da rede internet para compartilhamento de informações e atualizações.

3.3 DIFERENÇA ENTRE BIM E CAD

Para Ayres et al. (2007) os arquivos CAD 2D são formados por componentes

geométricos básicos, sem nenhuma ligação com outros dados, cabendo ao projetista analisar

e definir o valor das linhas e dos elementos que compõem o projeto.

Diferentemente do BIM, para fazer alguma alteração no projeto dos programas

desenvolvidos em CAD geométricos é preciso corrigi-los manualmente gastando um maior

tempo para a modificação nos demais desenhos que estejam correlacionados. Já nos softwares

da modelagem BIM essas alterações são automáticas e o tempo gasto gira em torno de poucos

segundos no modelo.

No CAD, tem-se um desenho técnico onde produz objetos representados por linhas,

cotas e textos. Ao contrário do CAD, a modelagem BIM nos fornece dimensões, cargas,

atributos, quantitativos, ou seja, vai muito além de uma dimensão 3D.

Em relação à transferência de projetos, os softwares CAD geométricos são mais

habilidosos e mais simples. Já os projetos em BIM, por ainda estarem em eclosão, apresentam

algumas limitações na transferência de informações para formatos DWG e para os demais

programas tradicionais (SCHEER et al, 2007 apud HILGENBERG et al., 2012).

Uma das grandes dificuldades que os usuários têm com o programa BIM, em

comparação com o CAD, é a confusão entre os diversos parâmetros modelados, sendo

necessários uma aprendizagem técnica e conhecimentos específicos da modelagem

(CRESPO, RUSCHEL, 2007).

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Analisando as figuras 5 e 6, pode-se visualizar a diferença entre uma porta realizada

em um software CAD tradicional e uma porta modelada em um sistema de plataforma BIM.

Na figura 5 vê-se um conjunto de linhas na representação em 2D e um conjunto de

sólidos na representação em 3D.

Figura 5 – Representação de uma porta em CAD tradicional

Fonte: Hippert e Araújo (2010)

Na figura 6 pode-se visualizar o mesmo desenho, porém contendo informações que

foram adicionadas pelo modelador.

Figura 6 - Representação de uma porta na modelagem BIM

Fonte: Hippert e Araújo (2010)

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Observando detalhadamente as figuras 5 e 6, é possível perceber que não há distinção

na visualização BIM e CAD da porta projetada. Porém a diferença não está exposta

fisicamente, ela está por trás deste objeto, unindo uma série de dados e características, como

por exemplo, a quantidade de material necessário para a sua execução. (HIPPERT et al.,

2010)

Nessa modelagem da figura 6, o objeto porta contém muito mais do que traços e

linhas, nele está inseridos dados como detalhamentos físicos, materiais de acabamentos,

fornecedores, custos das peças e diversos elementos que se considerar necessário.

Em BIM, Crespo (2007 apud HIPPERT et al., 2010, p. 6) considera que “se o objeto

representa uma porta, ele age como uma porta”.

Os objetos da tecnologia BIM são paramétricos, pois são restritas por parâmetros e

normas impostas ao uso destes objetos. (CRESPO, RUSCHEL, 2007). Assim, as diversas

informações contidas nessa modelagem fazem com que a modificação do parâmetro seja

realizada sem a necessidade de redesenha-lo.

O CAD ainda é bastante utilizado nos escritórios de projetos. Usuda e Ruschel (2004)

afirmam que os erros encontrados nos projetos em CAD são solucionados na própria obra.

Muitas vezes não há uma integração entre os projetos como, por exemplo, o de cálculo

estrutural e hidrossanitário. Sendo assim, a principal causa desses problemas é a falta de

comunicação entre os projetistas e a limitação de compatibilização entre os projetos.

A tabela 1 mostra uma breve comparação entre os sistemas de projetos CAD e BIM.

Tabela 1 – Comparação entre CAD x BIM

CAD BIM

Característica geral Objetos

não - paramétricos

Objetos paramétricos

Principais Softwares AutoCAD Revit e ArchiCAD

Objetos Linhas e Volumes Paredes, portas e janelas

Como o software entende

uma parede

Como um sólido ou

volume em 3D

Como uma representação na

edificação pronta.

Informações que vão com o

arquivo

Posição no espaço;

componentes linhas ou

volumes; aparência e

textura.

Geometria 3D; posição no

espaço; Parâmetros de controle;

custos, cronogramas,

especificações e fabricantes;

Listas de despesas.

Fonte: Hippert e Araújo (2010)

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Apesar do software BIM se mostrar mais eficiente e apresentar mais recursos com a

modelagem, o CAD ainda é mais utilizado. Talvez seja pela facilidade e conhecimentos

maiores.

3.4 SOFTWARE REVIT DA AUTODESK

De acordo com o manual da Autodesk,

A plataforma Revit para modelagem de informações de construção

consiste em um sistema de desenho e documentação que suporta projetos,

desenhos e tabelas necessários para a construção de um projeto. A

modelagem de informações de construção (BIM) oferece informações sobre

o projeto, o escopo, as quantidades e as fases do projeto quando forem

necessárias. No modelo do Revit, todas as folhas de desenho, as vistas 2D e

3D e as tabelas consistem em apresentações de informação do mesmo

conjunto de dados do modelo de construção. Enquanto trabalha-se com

vistas de tabela e desenho, o Revit Architecture coleta informações sobre o

projeto de construção e coordena essas informações por todas as outras

representações do projeto. O mecanismo de alteração paramétrica do Revit

coordena automaticamente as alterações realizadas em qualquer parte, — em

vistas de modelo, folhas de desenho, tabelas, cortes e plantas. (Autodesk

Revit Architecture, 2009)

O Revit é um software da empresa Autodesk integrante da geração de aplicativos da

tecnologia BIM. O programa apresenta-se como uma forma inteligente de modelar o desenho,

a edificação, ou até mesmo peças de desenho industrial. (AUTODESK, 2009)

A Autodesk relata que o Revit estendeu a sua capacidade e qualidade de projetar e

edificar uma obra da construção civil, fornecendo aos seus usuários segurança e uma

excelente produtividade. Para ela, em vez de produzir o modelo em planta e depois especificar

os quantitativos do projeto, passou-se a construir a modelagem fiel do projeto, onde as vistas

são todas interligadas e geradas de forma inteligente.

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O software Revit é considerado como um dos mais utilizados referentes à modelagem

da informação – BIM. Ele é dividido em outros programas que estão interligados no mesmo

sistema como sintetiza a tabela 2.

Tabela 2 – Programas interligados ao sistema Revit.

REVIT USUÁRIO PROJETOS

Architecture Arquitetos Arquitetônico

Structure Engenheiro de Estruturas Estrutural

System for mechanical,

eletrical and plumbing

(MEP)

Engenheiro Elétrico;

Engenheiro Hidráulico;

Engenheiro de Sistemas.

Instalações elétricas e

hidrossanitárias

Dentre estes programas, o Revit se mostra bastante eficiente, pois é capaz de

compartilhar todos em um modelo único. Ele possui componentes construtivos com

características definidas, podendo modificar somente as dimensões dos objetos (CRESPO e

RUSCHEL, 2007).

Segundo a Autodesk (2009) o software é constituído de três características

fundamentais na modelagem, que ajudam a construir a qualidade do projeto:

Sincronicidade;

Cadastro numérico;

Parametria dimensional

A sicronicidade parte do desenho em 2D com o qual é gerado de forma dinâmica as

vistas verticais, cortes e modelo 3D. Ela é expressa através das relações com as informações

fornecidas em um banco de dados, reproduzindo assim cada processo da edificação.

O cadastro numérico representa o banco de dados, ou seja, o local onde são registrados

todos os parâmetros e informações de projeto, os quais participam completamente da

sincronicidade. Esse cadastro é sempre atualizado para facilitar a modificação ou qualquer

alteração no projeto, respondendo de forma ágil.

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3.5 VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DO BIM

Uma das principais vantagens dos modelos de informação BIM é a determinação das

informações, pois se trata de uma simulação da edificação (HILGENBERG et al., 2012).

A integração do modelo é outra vantagem que fazem com que alguns usuários passem

a trabalhar com essa nova tecnologia. Sendo um processo colaborativo, o BIM permite o fácil

gerenciamento envolvendo diversos profissionais, que por sua vez tem a confiança das

informações fornecidas no projeto. (LEUSIN, 2007)

De acordo com Laubmeyer et al. (2009), os programas produzem as pranchas, os

cortes, as tabelas e os detalhamentos com mais facilidade, diminuindo consideravelmente o

tempo que os profissionais perdem ao projetar em CAD.

Outro beneficio da tecnologia BIM é a remodelagem automática do conjunto de

elementos ao se fazer qualquer alteração na planta do projeto em 2D. Florio (2007) explica

que qualquer alteração, por exemplo, na retirada de uma porta não causará muito efeito,

porém ao modificar o tamanho de uma parede, ou aumentar ou diminuir o comprimento do

piso refletirá em mudanças no projeto de planta baixa, cortes, vistas, planilhas e outros.

Podem-se apresentar ainda diversos benefícios da ferramenta BIM que visam facilitar

o trabalho de um projeto. As principais vantagens apresentadas neste programa são a exclusão

do retrabalho e o aperfeiçoamento na qualidade dos dados fornecidos ao projeto.

(HILGENBERG et. al, 2012)

Apesar de diversas vantagens com a nova modelagem BIM, percebe-se algumas

dificuldades com a utilização desse programa, pois requerem softwares e hardwares mais

caros e mais pesados, treinamentos e aperfeiçoamento dos novos usuários, novas

modificações e altos custos de implantação (MORAIS, 2013).

Todavia, qualquer investimento feito nessa nova modelagem não será perdido, pois as

vantagens são superiores as dificuldades, já que terá um projeto mais confiável, com maior

precisão nas informações, e uma maior facilidade de quantificar e atualizar constantemente os

custos.

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3.6 ORÇAMENTO DE OBRAS

3.6.1 Definição de Orçamento

O orçamento é um produto definido, informando o valor para a

realização de um determinado serviço, as condições necessárias para a sua

realização, o objeto a ser realizado e o prazo para que este produto ou

serviço se realize. (XAVIER, 2008)

Na construção civil, o orçamento é definido como o custo de um projeto e ou de uma

edificação, considerando os prazos para finalização da obra bem como os planejamentos para

cada etapa da construção.

Orçamentação consiste em elaborar um valor para um serviço levando em conta as

despesas e lucros existentes. Xavier (2008) afirma que o processo orçamentário exige

reconhecimento do serviço, detalhamento do produto, análise dos procedimentos para

execução dos serviços necessitando de uma atenção técnica a fim de minimizar os erros no

valor final da obra a ser executada.

Para a elaboração de um custo bem próximo ao real é necessário analisar

detalhadamente cada etapa do serviço, tendo em vista a interpretação correta dos desenhos,

plantas e as caracterizações da construção com os quais lhe permitirá um melhor

planejamento do preço gasto e dos prazos previstos em cada fase de serviço. (MATTOS,

2006)

Para um orçamento não basta apenas identificar e analisar os serviços retirados do

projeto, mas também exige a consideração de alguns fatores que podem influenciar direta ou

indiretamente no custo total, como é o caso da previsão de chuvas, situação do solo em cada

região, meios de acessibilidade aos materiais da obra, acomodação de materiais e operários

dependendo do local e os gastos indiretos, que podem ser: água, luz, telefone, alimentação,

administração, combustíveis, dentre outros.

Um orçamentista precisa ser consciente de que a elaboração de um orçamento pode

determinar o sucesso e ou insucesso de um empreendimento, pois uma falha no orçamento

provoca desastres de obras, defeitos e fracasso do construtor, insegurança de clientes e perdas

parcial ou total do empreendimento.

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Assim, a composição do valor total de uma obra é o resultado calculado para cada uma

das tarefas constituintes da edificação, identificando os serviços no processo de quantificação.

(XAVIER, 2008)

Após a identificação de cada serviço determinado pela obra, é necessário quantifica-lo

através dos projetos da construção. Esse processo de quantificação é chamado de

levantamento de quantitativos e é uma das principais funções do trabalho do orçamentista. Ele

calcula as quantias presentes no projeto levando em conta os conhecimentos sobre as fases de

execução dos serviços e sobre todos os projetos para chegar ao preço final da construção.

(WITICOVSKI, 2011)

O objetivo principal de um orçamento não é a determinação do custo e do preço final

de venda de uma determinada obra, mas o planejamento dos recursos disponíveis para as

diversas aplicações projetando os gastos em cada fase de execução.

3.6.2 Levantamento de Quantitativos

Segundo Xavier (2008) a definição de quantitativos a partir de um projeto compreende

a elaboração de cálculos baseados nas composições mencionadas em projeto, como: volumes

de concreto para pilares, vigas e lajes; superfícies de piso; quantidades de ferragem;

quantidades de janelas e portas; região de pinturas; área do telhado; volumes de cortes e

aterro; escavação das fundações; e outros. Esse levantamento de quantitativos de materiais e

serviços ajuda diretamente no planejamento da obra.

Em virtude dos materiais mencionados em projetos é preciso também pesquisar os

fornecedores no mercado, analisar as melhores técnicas de execução das tarefas, bem como

identificar os preços em conta para que o orçamento seja o melhor possível, não podendo

esquecer que economia e segurança devem estar sempre equilibradas.

A produtividade da mão-de-obra e o consumo de materiais e equipamentos também

entram no orçamento da obra, pois servem para comparar o modelo orçado com o que está

sendo executado na construção, podendo definir também metas de desempenho de um

determinado grupo de trabalho (LEITE, 2008).

Um orçamento bem elaborado pode ser desenvolvido em uma planilha eletrônica com

a qual será possível a modificação de dados, como também as atualizações de preços unitários

e alterações de serviços.

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Conforme afirma Xavier (2008):

O orçamento estruturado numa planilha eletrônica e ou softwares

específicos podem produzir ferramentas designadas ao planejamento da

edificação, como o cronograma físico-financeiro, apresentando a evolução

dos serviços ao decorrer do tempo, quantificando mensalmente os custos e

receitas desses mesmos serviços, gerando gráficos de desempenho em

relação ao previsto e o realizado.

O levantamento de quantias no setor da construção civil representa a etapa mais

importante no desenvolvimento do orçamento. Por isso cabe ao orçamentista compreender e

conhecer o processo dos serviços realizados, ou seja, saber como é feito e quais os materiais

necessários para a sua execução.

Segundo Xavier (2008), todo o orçamentista, ao mensurar a quantidade de materiais,

executa a memória de cálculo, que deve ser de fácil compreensão para que outros

profissionais possam analisar e conferir com simplicidade.

Em síntese, a mensuração dos quantitativos compreende diversos componentes, sendo

medidos e dimensionados de acordo com a sua natureza. A tabela 3 apresenta alguns

exemplos.

Tabela 3 – Exemplos de Unidades e Materiais para o levantamento de quantitativos.

Unidades de medidas mais

usuais

Exemplos

Lineares m Tubulação, rodapé, muros, cercas,

etc.

Superficiais /

Área

m² Limpeza do terreno, fôrma,

alvenaria, piso, etc.

Volume m³ Concreto, escavação, aterro, etc.

Peso Kg ou tonelada Armação, estrutura metálica etc.

Adimensionais - Serviços de simples contagem,

placas, postes, luminárias, etc.

Fonte: Xavier (2008)

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3.6.3 Composição Unitária de Orçamento

A Composição de Preço Unitário (CPU) é a representação do custo de cada serviço da

obra por uma unidade elementar. Através da CPU pode-se determinar, por exemplo, o custo

para execução de 1 m² de alvenaria, como também o custo para execução de 1 m² de telhado e

todos os serviços realizados em uma obra.

Na CPU estão contidos todos os insumos (materiais e mão-de-obra) necessários para

executar o serviço e definir seus preços. Existem algumas tabelas com os preços das

composições unitárias nas quais dependerá de cada região do país. São elas: SINAPI (Sistema

Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), da Caixa Econômica Federal;

SEINFRA-CE (Secretaria de Infraestrutura Urbana do Estado do Ceará); SIN-RN (Secretaria

do Estado de Infraestrutura do Rio Grande do Norte); e entre outras. Todas essas tabelas estão

disponíveis na internet para o download.

Existem também, livros que apresentam as composições de serviços da construção

civil. A Pini Editora lançou o livro TCPO (Tabelas de Composições de Preços para

Orçamentos) que é muito utilizado pelos orçamentistas e também por aqueles que desejam

aprimorar seus conhecimentos em CPU.

Com as CPU’s concluídas e atualizadas o orçamentista deverá inserir os quantitativos

dos materiais na planilha eletrônica para, em seguida, gerar o preço de cada serviço e só

depois, finalizar o orçamento de uma edificação produzindo o seu custo total.

Na tabela 4 consta um exemplo de uma CPU de execução de uma sapata corrida

10x50cm com concreto fck = 13,5 MPa, conforme a tabela do SEINFRA (2013).

Pode-se observar que cada insumo (material ou mão-de-obra) tem um custo por

unidade de medida, seja ela m³, Kg, hora, unidade e, a união desses custos forma a CPU do

serviço de sapata corrida.

Os coeficientes da tabela representam o tempo ou a quantidade de material gasto para

realizar o serviço. Esses coeficientes determinam qual a quantidade do insumo será necessária

na composição. Todos os coeficientes já vêm prontos em livros de roteiros de orçamento

(como o TCPO) ou em softwares de orçamento (Volare, Engewhere, dentre outros) que são

usuais.

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Tabela 4 – CPU de execução de 1m de sapata corrida 10x50cm

DESCRIÇÃO UNIDADE COEFICIENTE PREÇO TOTAL

MÃO DE OBRA

AJUDANTE DE ARMADOR/FERREIRO H 0,09 3,67 0,3303

ARMADOR/FERREIRO H 0,09 5,06 0,4554

PEDREIRO H 0,31 5,06 1,5686

SERVENTE H 4,19 3,4 14,246

TOTAL MÃO DE OBRA 16,6003

MATERIAIS

AREIA MÉDIA m³ 0,0461 35 1,6135

AÇO CA-50 Kg 1,3 2,65 3,445

BLOCO DE CONCCRETO 14X19X39cm – VEDAÇÃO

UND. 5 1,82 9,1

BRITA m³ 0,0314 55 1,727

CAL HIDRATADA Kg 1 0,49 0,49

CIMENTO PORTLAND Kg 14 0,4 5,6

PEDRISCO m³ 0,0105 48 0,504

TOTAL MATERIAIS 22,4795

TOTAL SIMPLES 39,0798

ENCARGOS 20,75

BDI 0

TOTAL GERAL 59,8298

Fonte: SEINFRA (2013)

Nesse exemplo, o custo total para executar um metro linear de sapata corrida 10x50cm

com concreto fck = 13,5 MPa custa R$ 59,829.

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4 METODOLOGIA

A metodologia dessa pesquisa consiste em projetar uma residência unifamiliar através

da modelagem BIM, no qual será utilizado o software Revit Architecture da Autodesk. Ao

modelar a residência, será possível medir os quantitativos fornecidos pelo programa para

depois inseri-los em uma planilha orçamentária, determinando o custo da obra e, por

consequência, dos objetos de custeio com as quais se relacionam.

Inicialmente, foi realizada uma pesquisa bibliográfica em livros, artigos e documentos

eletrônicos onde foi possível obter os conhecimentos necessários para dar início ao projeto,

aplicando os conceitos da nova modelagem BIM e contextualizando o processo orçamentário

com o software Revit.

Em seguida, houve a necessidade de uma aprendizagem mais profunda do software

conduzindo para a realização de um curso online a fim de se aperfeiçoar na modelagem e

projetar a residência aplicando os conceitos e aprendizagens obtidas.

Logo após a coleta de informações, partiu-se para a fase do projeto 2D e em seguida, a

modelagem 3D que era gerada automaticamente no Revit.

Através dessa modelagem foi possível verificar a alteração da velocidade do projeto,

que é instantânea.

Com o projeto modelado, iniciou-se a construção da planilha orçamentária inserindo a

descrição de cada serviço e, posteriormente, os preços unitários com base nas tabelas do

SEINFRA e SINAPI.

Nessa fase de orçamento, foram determinados os quantitativos da modelagem e

encaminhou-os para a planilha eletrônica gerando o custo total da obra. Assim, o projeto foi

finalizado.

Na fase de elaboração do trabalho se utilizou de diversas ferramentas como planilhas

eletrônicas, modelos 3D, tabelas do SEINFRA e SINAPI, e entre outros.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A fim de se permitir o desenvolvimento desse trabalho se faz necessário levar em

consideração os seguintes condicionantes:

O modelo do projeto estudado e utilizado foi selecionado do Projeto Padrão - Caderno

da CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (CEF).

A edificação possui uma área útil de 38,24m² dos ambientes internos, totalizando

58,90m² (incluindo a calçada de proteção), conforme se vê na figura 8.

Os ambientes que constituem essa edificação são: sala, quarto 01, quarto 02, banheiro

e cozinha.

Esse modelo não é restrito, assim o projetista terá liberdade para criar espaços

adicionais para circulações, bem como definir área de lazer, localização e alteração de

cômodos, entre outros, seguindo seu modelo.

As figuras 7 e 8 representam o modelo padrão da CEF.

Figura 7 – Fachada Frontal do modelo padrão da CEF

Fonte: CEF (2010)

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Figura 8 - Planta Baixa do modelo padrão da CEF

Fonte: CEF (2010)

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A modelagem da informação da construção foi realizada utilizando-se os componentes

e materiais da biblioteca BIM, que se encontram disponíveis para download no endereço

http://www.construir.arq.br/index.php?id=Aulas&cat=arquivos_revit. Os arquivos estão em

formato compatíveis com o aplicativo Revit, nos quais constitui a biblioteca de materiais e

componentes utilizados para os projetos do MCMV – Programa Minha Casa Minha Vida.

O material disponibilizado inclui um arquivo ‘Índice de Famílias’ onde se encontra

diversas famílias e componentes para utilização em projetos no aplicativo Revit. Essas

famílias que compõem o arquivo são: pilares; vigas; blocos de fundação; sistemas estruturais;

forros; pisos; lajes; janelas e portas; peças e equipamentos sanitários; guarda-corpo; escadas;

telhados; peças metálicas; materiais de identificação e anotação.

5.1 MODELAGEM DO PROJETO

Com o projeto da planta baixa do Caderno de Projetos CEF conforme visto na figura

8, iniciou-se a modelagem no REVIT com a aplicação das paredes em 2D, sendo as mesmas

dimensões do projeto da CEF.

Ao mesmo tempo em que era projetado em 2D, o Revit gerava de forma automática os

elementos de projeto em vistas 3D, cortes e fachadas. Com isso, pode-se perceber a grande

influência no trabalho do projetista, já que não há necessidades de confecção de cortes,

fachadas e outros desenhos, reduzindo o tempo de trabalho e facilitando todo o processo do

projeto.

A maneira de se projetar com o software Revit facilitou bastante o trabalho, gerando

detalhes na aplicação da modelagem. Ele permitiu que a geração de quantitativos em tabelas e

documentos fosse feitas de forma mais rápida no projeto da residência.

Cada elemento modelado no Revit poderia ser acrescentado ou modificado de acordo

com as necessidades do projeto. Isso ocorria devido o software poder trabalhar com objetos

paramétricos, ou seja, todos os componentes de um projeto recebem parâmetros para defini-

los, determinando suas características, restrições e comportamentos em qualquer forma de

representação no programa. Assim, um piso, por exemplo, pode ser visualizado com todas as

suas informações e características inseridas nele, como: revestimentos, espessuras, custos,

quantidades, fabricantes, dentre outros.

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Uma informação modificada numa planta de desenho, ou elevação, ou corte, é

automaticamente remodelada em todo o projeto. Exemplo, se mudar ou alterar na planta baixa

a posição de uma janela ou porta, na elevação e cortes estas mudanças serão automaticamente

atualizadas assim como também serão atualizadas no modelo 3D.

Os objetos se inter-relacionam, logo se excluir uma parede que contém uma porta, por

exemplo, a porta automaticamente se apaga nas elevações e perspectivas.

Assim como também a alteração das informações numa tabela de caracterização de

materiais gera dinamicamente nas demais tabelas do projeto, que estejam interligadas a

modificação e a atualização das plantas e vistas.

Ao se desenhar o modelo de casa desse trabalho, percebe-se que se for especificado

um tipo de revestimento e quiser experimentar outro tipo diferente, poderá fazer estas

alterações e visualizar através das vistas e cortes da construção consequentemente terão os

quantitativos também alterados, conforme as especificações dos materiais.

O tempo gasto na confecção do projeto se mostrou consideravelmente menor, sendo

possível a geração de tabelas e renderização das imagens com mais rapidez.

A inserção dos componentes da biblioteca BIM foi aplicada conforme a necessidade

do projeto.

A visualização das informações contidas neste modelo se dá através dos elementos

apresentados em 2D e 3D, com modificações automáticas e dinâmicas em qualquer uma das

vistas.

As imagens das figuras 9 a 17 foram obtidas da modelagem no software Revit em

versões educacionais (REVIT). Pode perceber nas figuras a representação do modelo em

planta baixa, cortes transversal e longitudinal, fachadas e modelagem 3D do projeto.

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Figura 9 – Planta Baixa modelado no Revit

Figura 10 – Fachada Lateral Norte

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Figura 11 – Fachada Lateral Sul

Figura 12 – Fachada Lateral Oeste

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Figura 13 – Fachada Lateral Leste

Figura 14 - Corte Longitudinal

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Figura 15 – Corte Transversal

Figura 16 – Modelo 3D

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Figura 17 – Modelo Renderizado

Depois de construído as paredes, esquadrias, telhados, pisos, cortes, fachadas, e

modelos 3D parte-se para a fase de quantitativos de materiais exportando os dados para a

tabela de orçamentação da obra.

5.2 LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS

Com o projeto elaborado, é possível quantificar os materiais, para definir o custo do

empreendimento, com um nível de detalhamento mais preciso e mais seguro no orçamento.

A mensuração de quantitativos para elaboração do orçamento será diretamente

influenciada pelo grau de detalhamento da modelagem 3D na fase de projeto, tendo em vista

que a extração de listagens de materiais e componentes usadas no modelo é obtida

automaticamente. É preciso somente organizar os dados na tabela.

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Na aba de tabela de quantitativos do programa Revit foi possível calcular os

quantitativos existentes no projeto. Também foram inseridos: a descrição do material, a

quantidade, a área, o volume, espessura, altura, comprimento e se o projetista desejasse

poderia inserir a marca e modelo do produto, bem como seu custo. Também podem exportar

esses dados quantitativos em uma planilha do Excel.

Alguns componentes, tal como a porta, só precisam ser contados. Isso requer uma

simples consulta ao banco de dados. Outros componentes precisam ser identificados, pois tem

comprimento, área, volume ou massa determinada e, para posteriormente, agregar os dados.

Alguns exemplos são: pilares, vigas, paredes, rodapés, pinturas e acabamentos de paredes e

pisos, blocos de concreto para fundações, e outros elementos sólidos.

A elaboração dos quantitativos de cada item descrito tem que ser um processo

separado em etapas que são: distinguir os componentes, definir a quantidade necessária e

gerar o custo unitário de cada elemento. (MARCHESAN, 2001).

A estimativa de custos completa depende da mensuração de quantitativos e dos preços

unitários. Um orçamento mal elaborado é proveniente de equívocos na fase de definição dos

quantitativos.

Para a medição de materiais obtidos do projeto residencial foi preciso inserir os itens

que seriam analisados pela tabela que são: contador (quantidade), descrição do material, área

e volume do material. A tabela 5 mostra os quantitativos da parede. As paredes são

constituídas de tijolo e revestimentos como reboco, pintura, cerâmica 10x10cm, cerâmica

25x25cm. O muro é constituído de tijolo, reboco e revestimento com pedra ornamental.

Tabela 5 – Quantitativo do material de paredes com largura de 15cm

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Para o levantamento de piso, o programa inseriu na tabela as informações referentes ao

piso, conforme vê a tabela 6. Areia para aterro, grama, cerâmica 25x25cm, concreto, reboco, e

piso intertravado são os elementos constituintes do piso. Alguns itens são calculados pela área

e outros pelo volume.

Tabela 6 – Dimensionamento do material do piso

Semelhantemente aos demais materiais e serviços, o telhado foi bem simples de

calcular, medindo apenas a sua área. A tabela 7 mostra a área do telhado fornecido pelo

programa Revit.

Tabela 7 – Quantitativo do material do telhado

Como já foi exposto antes, para o levantamento de portas e janelas é necessário apenas

uma contagem simples. O software determina a quantidade de portas e janelas presentes no

projeto e anexa-os na tabela separando por tipo de acordo com as dimensões de cada um.

Algumas portas possuem dimensões distintas, como a largura da porta da sala que mede 0,86

m e a largura da porta do banheiro que mede 0,66 m. Conforme visto na tabela 8.

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Tabela 8 – Quantitativos de portas

O mesmo acontece com os quantitativos das janelas que podem ser analisados na

tabela 9. A janela localizada no banheiro possui dimensões de 0,60 x 0,60 m e peitoril de 2m.

Já as janelas localizadas nos quartos e sala medem 1,20 x 1,00 m e peitoril de 1,50 m.

Tabela 9 – Quantitativos de janelas

Com a elaboração das tabelas no projeto, a modelagem disponibilizou

automaticamente a lista de materiais presentes no modelo, com as dimensões e as quantidades

dos materiais que constituem o projeto. Percebe-se que ao projetar os elementos na dimensão

3D, é possível verificar a quantificação determinada pelo sistema.

O programa dispõe de recursos que fornecem o valor de cada elemento. Para isso é

necessário inserir o preço unitário, e depois com o volume ou área do elemento especificado

na tabela será gerado o custo desse material.

O custo unitário não foi inserido na tabela do programa. Eles foram anexados,

juntamente com os quantitativos, em uma planilha do Excel de acordo com os insumos

relacionados à edificação.

As tabelas 10 e 11 mostram a planilha orçamentária do Revit. A tabela 10 exibe como

seria usada caso fosse inserido o custo unitário de cada um. Já a tabela 11 representa os

principais itens obtidos na modelagem da residência.

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Tabela 10 – Planilha orçamentária de quantidades e preços

Tabela 11 – Principais itens definidos na modelagem

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5.3 CUSTO DO PROJETO

Após a realização dos quantitativos da obra partiu-se para a fase de elaboração da

planilha orçamentária no Excel.

O preenchimento da planilha orçamentária foi baseado no modelo de Cadernos de

Projetos da CEF, sendo necessário inserir a descrição dos serviços e materiais da obra, a

quantidade do material, bem como as suas unidades, o custo unitário e o custo total.

O custo unitário de cada serviço foi obtido na tabela do SEINFRA-CE que está

disponível para consulta e download no site http://www.seinfra.ce.gov.br/index.php/tabela-de-

custos. Alguns insumos não eram encontrados na tabela do SEINFRA, isto levou a procura

pelo serviço em outras tabelas de preços unitários, como a tabela de insumos e serviços do

SINAPI/RN e a tabela de insumos do SIN/RN.

Os custos indiretos como água, luz, telefone, aluguel, equipamentos, mão-de-obra e os

encargos sociais (INSS, 13°, férias, impostos) são fundamentais no orçamento para deixá-lo

bem próximo da realidade, porém não será necessário introduzi-los, pois esse não é o objetivo

do estudo.

Sendo assim, com todas as CPUs reunidas e inseridas juntamente com os quantitativos

de casa serviço na planilha eletrônica, foram somados todos os valores dos custos e, enfim,

gerado o custo total da obra residencial.

A planilha do Excel foi organizada para que, à medida que fossem anexando os preços

e as quantias, seria calculado o custo no final.

O BDI é o Beneficio e Despesas Indiretas. Define a porcentagem do lucro e as

despesas indiretas (luz, telefone, água, dentre outras) da obra, ou seja, representa o lucro

apurado com o empreendimento.

Em caso de obras próprias não há necessidade do cálculo do BDI, pois para essas

obras só é necessário o valor do custo direto que são materiais e mão-de-obra.

O BDI é dado em porcentagem, seu valor gira em torno de 10% a 150% dependendo

do tipo de construção, de mercado e do empreendedor. Quem define a porcentagem do BDI é

o empreendedor, ele determina quantos por cento será o seu lucro. Essa etapa é a final para a

montagem do preço.

Nesse estudo foi desconsiderado o BDI, pois a casa refere-se a uma obra própria.

Sendo assim, uma obra com apenas os custos de materiais e serviços.

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Logo, na tabela 12 pode-se ver a planilha orçamentária de custo do modelo de casa

projetado no Revit.

Tabela 12 – Planilha Orçamentária da Residência

PLANILHA DE ORÇAMENTO - RESIDÊNCIA

COM 02 QUARTOS CASA POPULAR 02 QUARTOS Data:

CUSTO UNITÁRIO: SEINFRA - CE / 2013

ITEM ELEMENTO UNID QUANT

PREÇO

UNITÁRI

O TOTAL

1 Serviços preliminares 129,38

1.1 Locação da obra: execução de gabarito m² 41,87 3,09 129,38

2 Terraplenagem 286,50

2.1 Limpeza do terreno m² 150,00 1,91 286,50

3 Fundação 3.889,38

3.1 Escavação manual do solo de 1,5m a 3,00 m m³ 4,40 26,78 117,83

3.2 Lastro de concreto magro E=5,0cm m² 0,88 305,89 269,18

3.3 Apiloamento de fundo de vala com maço de 30Kg m² 17,60 13,01 228,98

3.4 Sapata corrida 10x50cm c/ concreto fck 20 Mpa m 39,95 59,83 2.390,21

3.5 Impermeabilização com tinta betuminosa ou asfáltica m² 37,55 23,52 883,18

4 Estrutura (vergas e laje caixa d'água) 2.382,48

4.1 Laje pré-moldada p/ caixa d'água, vãos até 3,00m com lajotas e capa

de concreto fck = 20 Mpa, 2cm m² 2,96 56,49 167,21

4.2 Viga Baldrame 15x20cm c/ concreto fck 20MPa m 40,19 55,12 2.215,27

5 Alvenaria 8.741,47

5.1 Alvenaria em tijolo cerâmico furado (9x19x19) cm traço

cimento/cal/areia 1:2:8 m² 268,87 31,92 8.582,33

5.2 Vergas e contra-vergas m 14,60 10,90 159,14

6 Cobertura 3.751,47

6.1 Cobertura Telha Cerâmico Colonial, inclusive madeiramento (apoiada

em paredes s/ tesouras cumeeira articulada m² 52,86 70,97 3.751,47

7 Revestimento de paredes

14.102,9

5

7.1 Chapisco m² 437,40 3,47 1.517,78

7.2 Reboco paulista cim/cal/areia 1:3:8, esp = 2,0 cm m² 437,40 11,33 4.955,74

7.3 Pedra Itacolomy m² 55,06 37,46 2.062,55

7.4 Azulejo branco 25x25 cm com argamassa colante, com emboço m² 104,68 53,18 5.566,88

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8 Revestimento de pisos 7.830,64

8.1 Piso Intertravado colorido (19,9x10x4)cm m² 71,19 36,42 2.592,74

8.2 Piso cerâmico 46x46cm m² 39,41 52,52 2.069,81

8.3 Grama em área externa, inclusive material m² 256,79 4,59 1.178,67

8.4 Piso liso (queimado) com impermeabilização argamassa cim/areia 1:4

E=3,0cm, para área seca e úmida m² 39,41 50,48 1.989,42

9 Pintura 2.893,58

9.1 Pintura paredes com látex acrílico 2 demãos+1demao selador, sem

emassamento m² 247,95 11,67 2.893,58

10 Esquadrias 2.803,97

10.1 Fornecimento e instalação de porta madeira compensada lisa, 5 cm, inclusive pintura esmalte, ferragens, maçaneta e

aduelas/alizares nas seguintes dimensões e acabamentos, conforme projeto:

10.1.1 Porta de madeira semioca com forras de madeira 60x210

Un 1,00 365,63 365,63

10.1.2 Porta de madeira semioca com forras de madeira 70x210 Un 2,00 379,36 758,72

10.1.3 Porta de abrir de madeira, semioca com forras de madeira 80x210

Un 2,00 394,29 788,58

10.1.4 Portão de Aluminio inclusive fornecimento e montagem

Un 1,00 352,88 352,88

10.2 Fornecimento e instalação de esquadrias metálicas incluindo fechaduras, vidro fantasia 4mm e pintura esmalte 2

demãos sobre zarcão, nas seguintes dimensões, conforme projeto:

10.2.1 Janelas simples de alumínio e vidro 0,60x0,60m m² 0,36 244,62 88,06

10.2.2 Janelas simples de alumínio e vidro 0,80x0,80m m² 0,64 244,62 156,56

10.2.3 Janelas simples de alumínio e vidro 1,20x1,00m m² 1,20 244,62 293,54

11 Instalações hidro-Sanitárias 1.045,32

11.1 Ligações prediais de água e esgoto

11.1.1 Kit Água Fria Un 1,00 522,66 522,66

11.1.2 Kit Esgoto/Pluvial Un 1,00 522,66 522,66

12 Aparelhos e metais 1.009,69

12.1 Vaso sanitário com caixa de descarga e acessórios (anel de vedação,

parafusos, tubo de ligação e assento) und 1,00 135,55 135,55

12.2 Lavatório sem coluna (anel de vedação, parafusos, tubo de ligação e

torneira) und 1,00 186,64 186,64

12.3 Pia de aço inox com cuba e acessórios und 1,00 381,54 381,54

12.4 Chuveiro Plástico (instalado) und 1,00 8,42 8,42

12.5 Tanque de louça com coluna e acessórios und 1,00 297,54 297,54

13 Instalações elétricas 1.273,56

13.1 Ligações prediais elétrica

13.1.1 Kit Elétrica Un 2,00 636,78 1.273,56

14 Serviços Complementares 224,42

14.1 Limpeza da obra m² 41,87 5,36 224,42

CUSTOS DIRETOS 50.364,81

Total Planilha 50.364,81

Cinquenta mil trezentos e sessenta e quatro reais e oitenta e um centavos

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O custo total de serviços e materiais para a edificação desse estudo é de R$ 50.364,81

(Cinquenta mil trezentos e sessenta e quatro reais e oitenta e um centavos).

Supondo que uma empresa desejasse construir e depois vender essa residência, então

seria necessário acrescentar o BDI. O empreendedor dessa empresa definiu o valor do BDI em

25%, gerando um preço para venda de R$ 62.956,01(Sessenta e dois mil novecentos e

cinquenta e seis reais e um centavo).

Como o objeto desse estudo é a orçamentação com a modelagem no Revit, e levando

em conta que a obra seria de construção própria, ou seja, sem fins lucrativos, pode-se finalizar

o custa da residência em R$ 50.364,81.

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6 CONCLUSÕES

No decorrer da realização das primeiras aplicações do Revit ficou clara a facilidade de

se projetar com o novo software. Ele permitiu que a modelagem da residência, a geração de

tabelas de quantitativos e a confecção das fachadas e cortes, bem como as pranchas para

plotagem fossem feitas de forma mais rápida.

O que mais conduz os projetistas e construtores à pratica dessa modelagem é a

elaboração de custos mais precisa com capacidade de mostrar a velocidade na alteração de um

preço e/ou material.

As dificuldades encontradas nesse estudo foram tempos gastos pra entender e

compreender o sistema. De início foi preciso uma adaptação, dedicando algumas horas em

treinamentos e cursos básicos online necessários ao processo da modelagem.

Depois compreendido o sistema e criadas às bases de dados, a produtividade se

transformou em um significativo ganho de tempo nos projetos e na obtenção e geração da

documentação do projeto (quantificações, tabelas de especificações e custos).

A produtividade inicial pode ficar reduzida muito nos primeiros projetos, mas é

necessário ter consciência de que não será um tempo desperdiçado, pois as vantagens dessa

tecnologia são superiores as dificuldades e problemas encontrados.

O estudo desse trabalho serviu para mostrar que o uso do software Revit, numa

plataforma BIM, já alcançou um nível prático e pode desta forma vir a ser utilizado em outros

projetos adquirindo mais experiências na realização dessa pesquisa.

Acredita-se que esse trabalho não teve uma aplicação mais abrangente devido à falta

dos projetos elétricos e hidráulicos, pois requeriam um estudo mais aprofundado. Todavia,

pode servir como sugestão para trabalhos futuros.

O software Revit mostrou que sua tecnologia irá invadir os escritórios de projetos de

engenharia e arquitetura, inovando os programas CAD. Sua utilização foi proveitosa, útil e

aperfeiçoou o processo de geração dos desenhos, tornando-o mais ágil.

A experiência serviu também para ressaltar a importância do orçamento em uma obra.

Como a pesquisa desse trabalho é a orçamentação na modelagem pode-se concluir que o

trabalho atingiu os objetivos planejados, abrindo novas fontes para pesquisas futuras.

Cabe salientar que esta em discussão na ABNT (Associação Brasileira de Normas

Técnicas) sobre a modelagem em BIM.

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Conclui-se que o processo orçamentário foi bem dinâmico e bastante ágil. A diferença

de formato e informação entre o orçamento tradicional e o realizado em uma modelagem BIM

está no nível de detalhamento e custo mais próximos da realidade.

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