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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA DESENVOLVIMENTO DE UM DISPOSITIVO MICROCONTROLADO PARA CONTROLE DE ROTORES DE ANTENAS CURITIBA 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

SETOR DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

DESENVOLVIMENTO DE UM DISPOSITIVO MICROCONTROLADO PARA

CONTROLE DE ROTORES DE ANTENAS

CURITIBA

2015

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RAFAEL ANDRÉ SCANDELARI

DESENVOLVIMENTO DE UM DISPOSITIVO MICROCONTROLADO PARA

CONTROLE DE ROTORES DE ANTENAS

Proposta de trabalho de conclusão de curso a ser apresentada como requisito parcial à obtenção do grau de Engenheiro para a disciplina TE105 - Projeto de Graduação. Curso de Engenharia Elétrica, Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná.

Orientador: Prof. Dr. James Alexandre Baraniuk

CURITIBA

2015

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família, que sem o seu apoio incondicional e orientações nas horas certas, nada disso teria sido possível. E também à minha namorada Maressa, por toda sua compreensão, carinho e incentivo durante essa

importante fase da minha vida.

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RESUMO

O presente projeto tem como objetivo o desenvolvimento de um dispositivo microcontrolado para controle de rotores de antenas voltado para o radioamadorismo, que possibilite o controle preciso e seguro de grandes antenas. Para a realização do projeto proposto foi realizado o levantamento de requisitos que o produto deveria ter para obter precisão e segurança na operação, uma revisão literária do tema, focada na especificação de rotores, microcontroladores e acionamentos de motores. Após o estudo do tema foi iniciado o processo de desenvolvimento e montagem do protótipo, tanto do hardware como firmware. O projeto foi desde o esquemático até o resultado: um protótipo completamente funcional, de acordo com os objetivos propostos, compatível com os tipos mais comuns de rotores de antenas do mercado.

Palavras Chave: Microcontrolador, rotores, antenas, radioamadorismo, produto, controlador.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4

1.1 JUSTIFICATIVAS ........................................................................................... 6

2 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 7

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................... 7

3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO ................................................................. 8

4 REVISÃO TEÓRICA .......................................................................................... 10

4.1 RADIOAMADORISMO ................................................................................. 10

4.2 MICROCONTROLADOR ............................................................................. 13

4.3 ROTORES ................................................................................................... 16

4.3.1 ROTOR DC............................................................................................ 16

4.3.2 ROTOR AC ............................................................................................ 17

4.4 ACIONAMENTO .......................................................................................... 19

5 DESCRIÇÃO DO PROJETO .............................................................................. 22

6 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ............................................................... 25

6.1 LEVANTAMENTO DE REQUISITOS ........................................................... 25

6.2 DIAGRAMAÇÃO DO CIRCUITO .................................................................. 27

6.3 PROJETO DAS PLACAS ............................................................................. 31

6.4 CONFECÇÃO E MONTAGEM DAS PLACAS ............................................. 33

6.5 TESTES DO CIRCUITO ............................................................................... 35

6.5.1 TESTE DA PLACA DISPLAY ................................................................ 35

6.5.2 TESTE DE ACIONAMENTO DC ........................................................... 35

6.5.3 TESTE DE ACIONAMENTO AC............................................................ 36

6.5.4 TESTE DE LEITURA DE POSIÇÃO ...................................................... 37

6.5.5 TESTE DE COMUNICAÇÃO SERIAL ................................................... 38

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6.6 ELABORAÇÃO DO SOFTWARE ................................................................. 39

6.7 MONTAGEM DO SISTEMA COMPLETO EM GABINETE ........................... 46

6.8 TESTES FINAIS E VALIDAÇÃO .................................................................. 48

7 RESULTADOS OBTIDOS .................................................................................. 52

7.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 54

8 CONCLUSÕES .................................................................................................. 54

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56

ANEXO A .................................................................................................................. 59

ANEXO B .................................................................................................................. 60

ANEXO C .................................................................................................................. 61

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Antena Pequena suspensa por mastro e estiradores ................................. 4

Figura 2 - Torre de 36 Metros de Altura com Antena de Grande Porte. ...................... 5

Figura 3 - Prefixo dos indicativos da maioria dos países. ......................................... 11

Figura 4 - Interface do Programa Ham Radio Deluxe ............................................... 12

Figura 5 – Controlador e Rotor de antena da Yaesu modelo G-1000DXA (DC) e Hy-

Gain modelo HAM-IV (AC) ........................................................................................ 12

Figura 6 - Diagrama em blocos do Microcontrolador STM32F103xx ........................ 15

Figura 7 - Diagrama esquemático de um rotor DC (Yaesu G-1000DXA) .................. 17

Figura 8 - Diagrama esquemático de um rotor AC (Hy-Gain HAM-IV) ...................... 18

Figura 9 - Máquina CC alimentada por chopper........................................................ 19

Figura 10 - Diagrama em blocos do OMNIFET ......................................................... 20

Figura 11 - Diagrama de ligação do MOC3020 a uma carga indutiva ....................... 21

Figura 12 - Diagrama geral do projeto ....................................................................... 22

Figura 13 - Conjunto Rotor-Mastro-Antena Fonte: Yaesu (20??) .............................. 23

Figura 14 - Diagrama em blocos do hardware .......................................................... 24

Figura 15 - Diagrama de Desenvolvimento ............................................................... 25

Figura 16 - Circuito de Acionamento AC ................................................................... 28

Figura 17 - Circuito de Acionamento DC ................................................................... 28

Figura 18 - Circuito do Relé....................................................................................... 29

Figura 19 - Transformador ........................................................................................ 29

Figura 20 - Circuito do MAX3232 .............................................................................. 30

Figura 21 - Circuito de Acionamento dos Displays .................................................... 31

Figura 22 - Distribuição dos Componentes na Placa CPU ........................................ 32

Figura 23 - Distribuição dos Componentes da Placa Display .................................... 33

Figura 24 - Placa CPU Produzida e Montada ............................................................ 34

Figura 25 - Placa Display Produzida e Montada ....................................................... 34

Figura 26 - Tensão de Saída para Rotores DC ......................................................... 36

Figura 27 - Tensão de Saída para Rotores AC ......................................................... 37

Figura 28 - Circuito de Adequação para ADC ........................................................... 38

Figura 29 - Início do Firmware ................................................................................... 39

Figura 30 - Função de Inicialização do Microcontrolador .......................................... 40

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Figura 31 - Timer no Modo UP .................................................................................. 41

Figura 32 - Loop Principal do Programa .................................................................... 42

Figura 33 - Controle de Posicionamento ................................................................... 44

Figura 34 - Rotina de Interrupção .............................................................................. 45

Figura 35 - Desenho do Gabinete Metálico ............................................................... 46

Figura 36 - Controlador Montado Visto Lateralmente ................................................ 47

Figura 37 - Parte traseira do Controlador .................................................................. 48

Figura 38 - Protótipo do Controlador ......................................................................... 53

Figura 39 - Especificação do Fabricante para Rotores Yaesu .................................. 59

Figura 40 - Especificação do Fabricante para Rotores Hy-Gain - HAM-IV ................ 60

Figura 41 - Protocolo Yaesu GS232A ....................................................................... 61

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Protocolo Yaesu GS232A ........................................................................ 43

Tabela 2 - Testes de Posicionamento Automático com Rotor DC ............................. 50

Tabela 3 - Testes de Posicionamento Automático com Rotor AC ............................. 50

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1 INTRODUÇÃO

Em diversas aplicações em Telecomunicações, existem antenas direcionais

que asseguram a comunicação entre dois pontos. Quando estes pontos não são fixos,

ou são diversos, existe a necessidade de apontar antenas direcionais para a direção

do ponto de destino da comunicação. Quando são utilizadas antenas pequenas ou

leves, os equipamentos para girar e apontar a antenas são compostos por rotores de

pequena capacidade e algum dispositivo de apontamento de direção. Estas antenas

podem ser fixadas por pequenos mastros suspensos com arames ou estiradores

como é possível observar na Figura 1.

Figura 1 - Antena Pequena suspensa por mastro e estiradores

Fonte: ARPA – Associação dos Radioamadores do Paraná (2011)

Por outro lado, para antenas de grande porte, com vários metros de

comprimento e pesos que podem chegar a 150 kg, existem vários problemas técnicos

que dificultam o seu posicionamento. Estas antenas são em geral instaladas em torres

que atingem alturas entre 6m e 50m, onde ventos de grande magnitude podem

interferir no posicionamento da antena, dependendo da área vélica da mesma.

Primeiramente há que se considerar a inércia da antena e a força do momento

aplicado sobre o mastro que segura a antena durante o giro. Caso a antena tenha

uma aceleração ou desaceleração muito brusca, o mastro pode se romper e a antena

poderá cair da torre. Para se evitar que isso ocorra, há a necessidade de se aplicar

uma rampa de aceleração no momento da partida e uma rampa de desaceleração no

momento da parada por meio de um controlador de rotor.

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Outro problema técnico é o posicionamento angular (ou azimutal) da antena.

Após um comando de movimentação para um determinado ângulo ou posição, é

necessário efetuar um controle em malha fechada considerando-se a inercia da

antena para a sua aceleração e parada e a força dos ventos. Nenhuma destas

variáveis é constante, pois os tipos de antenas utilizados são diversos, apresentando

pesos e dimensões variadas e os ventos podem mudar de intensidade e direção em

questão de segundos.

Figura 2 - Torre de 36 Metros de Altura com Antena de Grande Porte.

Fonte: O Autor (2015)

Além destes aspectos físicos, aspectos elétricos também são relevantes. Para

um rotor instalado em uma torre de 50 metros de altura, podemos contar um cabo de

controle de 50 metros (para chegar do topo da torre ao solo) e mais a distância até o

controlador do rotor. Este tamanho de cabo faz com que o mesmo funcione como uma

antena, captando ruídos elétricos que se somam ao sinal de posição do rotor. Para

reduzir este efeito é necessária a filtragem dos mesmos.

O tamanho do cabo de controle impõe ainda outro requisito, que é a necessidade de

proteção do operador e dos equipamentos quanto às descargas elétricas que possam

atingir direta ou indiretamente a torre.

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Face às questões apresentadas, o problema que se busca resolver com este

projeto vem a ser possibilitar o ajuste da posição de antenas de radioamadores de

forma rápida e precisa, sem que a velocidade excessiva possa causar danos

estruturais no sistema.

1.1 JUSTIFICATIVAS

Como justificativas para a realização deste trabalho pode-se relacionar as

necessidades existentes de controle preciso e seguro de posição de grandes antenas

entre os radioamadores, isso a partir de um dispositivo produzido no Brasil, que irá

possibilitar um controle adequado destas além de ser uma alternativa comercial

atraente. Outro fator motivador é o interesse do autor pelas áreas de eletrônica e

radioamadorismo. O autor é radioamador há 13 anos e participa de competições

mundiais de radioamadorismo em uma estação brasileira de grande porte. Portanto,

existe uma grande motivação pessoal: a partir da implementação de um dispositivo

de controle eficiente de rotores de antenas será possível melhorar o desempenho da

equipe em competições. Por fim, outra grande motivação foi a motivação técnica, o

desejo de produzir um produto desde o seu esquemático, bem como o desafio de

realizar toda a programação em um microcontrolador ARM e desenvolvimento de

gabinete metálico, ou seja: um produto completo.

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2 OBJETIVO GERAL

O presente trabalho é orientado pelo objetivo geral de desenvolver um controlador

digital de rotores, para aplicações em controle de posição de antenas de

radioamadorismo, que efetue o controle preciso e seguro da posição angular, a partir

de comandos de um teclado ou acionado por um computador via um protocolo de

comunicação padronizado.

2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

De modo a atingir o objetivo geral, o presente trabalho será composto dos objetivos

específicos relacionados a seguir:

• Realizar a revisão da literatura;

• Desenvolver e produzir um controlador de posição de antenas que seja

compatível com rotores que utilizem motores AC ou DC e que informem sua

posição por meio de um potenciômetro interno.

• Desenvolver o software de controle para o rotor da antena;

• Desenvolver os módulos de potência para controle dos motores AC e DC;

• Testar e validar o projeto.

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3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO

O presente projeto consiste no desenvolvimento de um protótipo funcional de um

controlador de rotor. Para isso, será realizada a revisão teórica do projeto, o

levantamento dos requisitos, a descrição da proposta do projeto, o desenvolvimento

do protótipo e os testes finais.

A revisão teórica, realizada no capítulo 4 deste trabalho foi realizada de forma

a verificar os requisitos impostos pelos rotores existentes assim como os requisitos do

próprio controlador. Para a verificação dos requisitos impostos pelos rotores foram

consultados os sites de diversos fabricantes de rotores, bem como seus respectivos

manuais de instruções com suas especificações técnicas. Para o controlador poder

atender aos requisitos do rotor, foram consultados alguns livros de eletrônica para

verificar quais circuitos e formas de acionamentos seriam desenvolvidas. Para

consultar quais componentes seriam utilizados nesses circuitos, foram verificadas as

especificações de cada um em seus respectivos datasheets, no caso de alguns

componentes foi explicado o motivo da sua escolha.

O levantamento de requisitos foi detalhado no item 6.1. Neste item são

detalhados todos os requisitos do controlador para o controle de rotores AC e DC por

meio do próprio controlador ou por meio de um computador. Também são detalhados

os requisitos de software, que cita as funções que o controlador deverá ter em seu

programa.

A descrição do projeto foi realizada no capítulo 5 e foi elaborada de forma a

mostrar o conjunto em que o controlador de rotores irá fazer parte, e também mostrar,

por meio de um diagrama em blocos, o circuito a ser implementado do controlador e

os circuitos dos rotores a serem controlados.

O desenvolvimento do controlador envolve a confecção de todo o hardware e

software, descrito nos itens 6.2 a 6.7 onde é mostrado, em etapas, o processo para a

implementação do protótipo. Para isso foram detalhadas as seguintes etapas:

diagramação do circuito, projeto das placas, confecção e montagem das placas, testes

do circuito, elaboração do software, montagem do sistema completo em gabinete.

Os testes e validação foram realizados no item 6.5 e no item 6.8. No item 6.5

foram realizados testes dos circuitos de displays, acionamentos, leitura de posição e

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comunicação com o computador. No item 6.8 foram realizados os testes finais que

foram feitos a fim de validar o funcionamento do controlador já montado em gabinete

sendo realizados testes de hardware e testes práticos de software.

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4 REVISÃO TEÓRICA

No presente capítulo são apresentados os temas pesquisados para o

desenvolvimento do projeto, bem como o embasamento teórico das soluções

adotadas para a sua implementação. Os itens abordados são: Radioamadorismo;

Microcontroladores; Rotores e Acionamentos.

4.1 RADIOAMADORISMO

Como o controlador de rotores a ser desenvolvido é voltado principalmente para

o controle de rotores de antenas de radioamadores, cabe explicar o que é o

radioamadorismo. Segundo a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações),

agência que regula as telecomunicações do Brasil

“O Radioamadorismo é o serviço de telecomunicações de

interesse restrito, destinado ao treinamento próprio,

intercomunicação e investigações técnicas, levadas a efeito por

amadores, devidamente autorizados, interessados na

radiotécnica unicamente a título pessoal e que não visem

qualquer objetivo pecuniário ou comercial.” (ANATEL, 2015).

Enfim, o radioamadorismo é um hobby praticado por pessoas do mundo inteiro

e no Brasil segundo a ANATEL o número de radioamadores licenciados é superior a

30.000. O radioamadorismo consiste na comunicação entre radioamadores via um

rádio-transceptor e uma antena. Para obter o Certificado de Operador de Estação de

Radioamador (COER) e se tornar um radioamador é necessária a aprovação em

testes de avaliação. Ao ser aprovado, o radioamador recebe o seu indicativo. O

indicativo é formado por letras e números e será o modo em que ele será chamado

nas frequências de rádio. Pelo indicativo é possível identificar de que país, estado ou

região desse país a pessoa pertence. A Figura 3 mostra qual o prefixo dos indicativos

da maioria dos países.

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Figura 3 - Prefixo dos indicativos da maioria dos países.

Fonte: Andrei Volkov (2015)

Com a definição dos indicativos de cada país, existem programas como o Ham

Radio Deluxe, mostrado na Figura 4 que, entre diversas outras funções, indicam o

ângulo necessário para apontar a antena a partir de sua localização, bastando apenas

colocar o indicativo do radioamador a ser contatado. Esses programas também

enviam, via serial RS-232 um comando para o controlador de rotor girar até o ângulo

desejado. Bastando escolher o protocolo desejado, assim como a porta de

comunicação serial em que o controlador está conectado. Na Figura 4 é possível

observar o ângulo necessário para falar com um radioamador francês de indicativo

F6ARC tendo a Austrália como país de origem.

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Figura 4 - Interface do Programa Ham Radio Deluxe

Fonte: VK2BYI (201?)

Uma modalidade do radioamadorismo é o de contato de longas distâncias,

sendo possível se comunicar com o mundo inteiro. Para isso são utilizadas antenas

direcionais de alto ganho posicionadas através de um rotor por meio de um controlador

de rotores. Na Figura 5 são mostrados dois rotores comuns no meio radioamadorístico

e são, respectivamente, o rotor DC e o rotor AC abordados no presente trabalho.

Figura 5 – Controlador e Rotor de antena da Yaesu modelo G-1000DXA (DC) e Hy-Gain modelo

HAM-IV (AC)

Fontes: Yaesu (200?) e Hy-Gain (200?)

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Duas dificuldades presentes na implementação de um controlador de rotores

de antenas são citadas em um artigo feito por Armellini (2006) que diz que “A

dificuldade envolvida é a de garantir um apontamento dinâmico de uma estrutura de

grande porte, e, portanto, de inércia e flexibilidade considerável, com precisão e

resposta dinâmica rápida.”. O primeiro problema, com relação à precisão, segundo

Armellini, é que esta depende da resolução do sensor de posição do rotor que é

responsável pela realimentação de malha fechada. O segundo está relacionado a

“todas as demais imprecisões do equipamento, sejam estas por fatores mecânicos

(folgas e não linearidades), ou por atraso de processamento, ou por ruído elétrico.”

(ARMELLINI, 2006).

4.2 MICROCONTROLADOR

Para implementar um controlador que pudesse reduzir a influência dos

problemas citados por Armellini (2006), suprir as necessidades técnicas e atingir os

objetivos, foi utilizado neste projeto um microcontrolador com um processador ARM

da família Cortex-M3. Segundo a ARM, o processador ARM® Cortex®-M3 é o

processador de 32 bits mais utilizado pela indústria, especialmente desenvolvido para

oferecer a possibilidade de empresas desenvolverem plataformas de alta-

performance a um baixo custo, entre essas plataformas uma delas é a de

microcontroladores. Abaixo estão algumas das vantagens do ARM® Cortex®-M3

segundo a ARM:

• O ARM® Cortex®-M3 conta com a arquitetura ARMv7-M que foi desenvolvida

para sistemas embarcados eficientes, a maioria das aplicações podem ser

programadas em C.

• Nested Vectored Interrupt Controller (NVIC) – o ARM® Cortex®-M3 possui um

controle de interrupção integrado, flexível e eficiente, com uma latência bem

baixa. As funções de tratamento de interrupções (Handlers) podem ser escritas

em C.

• Várias escolhas de protocolos de comunicação de debug - JTAG e Serial Wire

Debug.

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• Cortex-M Software Interface Standard (Cortex-M Interface Padrão de Software)

– CMSIS: Facilita o reaproveitamento e portabilidade de softwares.

O microcontrolador escolhido foi o STM32F103C8T6 da STMicroelectronics que utiliza

o ARM® Cortex®-M3 como processador. Esse microcontrolador foi escolhido devido

ao seu preço acessível e, principalmente, às suas características:

• 72 MHz de frequência máxima de clock;

• 64kbytes de memória Flash;

• 20kbytes de memória RAM;

• Dois conversores analógico-digital de 12 bits em até 10 canais;

• DMA (Direct Memory Access) – periféricos suportados: timers, ADC, SPIs, I²Cs,

USARTs.

• 37 portas de I/O – todas mapeáveis em 16 vetores de interrupção externa e

quase todas com tolerância até 5V;

• Modo de debug: interfaces Serial Wire Debug (SWD) ou JTAG;

• 7 timers:

� 3 timers de 16 bits – Cada um com até 4 IC/OC/PWM ou contador de

pulsos.

� 1 timer PWM de 16 bits com timer PWM para controle de motor com

geração de tempo-morto e parada de emergência.

� 2 timers de Watchdog.

� Timer SysTick de 24 bits decrescente.

• Até 9 interfaces de comunicação:

� 2 interfaces I²C.

� 3 USARTs.

� 2 SPIs.

� Interface CAN.

� Interface USB 2.0 full-speed.

Essas e outras características, como a estrutura do microcontrolador, podem ser

observadas na Figura 6.

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Figura 6 - Diagrama em blocos do Microcontrolador STM32F103xx

Fonte: STMicroelectronics (2015)

É possível observar que o microcontrolador escolhido atende e supera os

requerimentos para o desenvolvimento do presente projeto. No entanto, todos os

pinos do modelo escolhido foram utilizados. Esse microcontrolador foi escolhido

devido a um conhecimento prévio do autor sobre o seu funcionamento e também

devido ao seu relativo baixo custo (USD 6 no site da Digikey em 11/11/2015).

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4.3 ROTORES

Os principais rotores utilizados no radioamadorismo são rotores DC e AC de

24V. É possível observar nos Anexos A e B os tempos de rotação de uma volta

completa de rotores para antenas de radioamadorismo realizam uma volta completa

(360º) em um tempo que varia entre 40 segundos ou até 100 segundos para rotores

DC e de 45 a 60 segundos em rotores AC. Portanto a velocidade de rotação, para

uma resposta dinâmica rápida e adequada com as especificações do fabricante seria

uma velocidade em torno de 9 graus por segundo para rotores DC e 8 graus por

segundo para rotores AC.

Nos itens 4.3.1 e 4.3.2 serão detalhados os rotores AC e DC.

4.3.1 ROTOR DC

O rotor DC utilizado para realizar os testes desse projeto é o Yaesu G-1000

DXA, esse rotor funciona com tensões de 11VDC a 24VDC conforme especificado

pelo fabricante (Anexo A). O G-1000DXA tem um arco de rotação de 450º, o que

significa que ele tem 90º de sobre-volta (Ver Anexo A). Nos limites (0º e 450º) o rotor

possui chaves de fim de curso e quando o rotor atinge esses limites essa chave abre

e o rotor para de girar. Como é possível observar no seu esquemático (Figura 7), após

a chave de fim de curso estar aberta, só é possível mover o rotor no sentido contrário

a ela. Para inverter o sentido de rotação de rotores DC, basta inverter a polaridade da

tensão aplicada.

É possível observar no esquemático da Figura 7 o potenciômetro interno do

rotor, que fornece a sua posição absoluta, ele acompanha os 450º de rotação, indo de

0V (terra - conectado no pino 3 da Figura 7) em 0º até a tensão de referência

(conectada no pino 1 da Figura 7) em 450º. O divisor resistivo é conectado no pino 2,

e é a partir dessa tensão que o controlador “lê” a posição do rotor.

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Figura 7 - Diagrama esquemático de um rotor DC (Yaesu G-1000DXA)

Fonte: YAESU (20??)

4.3.2 ROTOR AC

O rotor AC utilizado para o desenvolvimento do projeto foi o Hy-Gain HAM-IV.

Esse rotor possui um “freio” no seu interior (representado pela bobina na saída de

número dois da Figura 8) que é controlado por meio de um solenoide, para o rotor

poder girar é necessário desacoplar esse freio. Para isso é necessário energizar o

solenoide com uma tensão de 24VAC. O consumo de corrente desse solenoide,

informado pelo fabricante, é de 5A. O rotor funciona com tensão de 24VAC e, segundo

o fabricante, consome 2.25A (ver Anexo B).

O HAM-IV possui um arco de rotação de 360º e também possui chaves fim-de-

curso em suas extremidades (0º e 360º). O potenciômetro interno desse rotor

acompanha esse arco de rotação indo de 0º a 360º e variando de 0 a 500 Ohms, a

diferença é que ele possui o pino divisor de tensão aterrado como é possível ver na

Figura 8, portanto o controlador utiliza somente um dos lados do potenciômetro,

juntamente com uma resistência fixa, para saber a posição do rotor (Figura 28).

O motor do rotor HAM-IV necessita de um capacitor eletrolítico de partida para

girar e possui duas bobinas. O controle do sentido de rotação é feito por meio delas.

Para girar no sentido horário, é necessário energizar a bobina ligada na saída número

cinco, para girar no sentido anti-horário é necessário energizar a bobina ligada na

saída de número seis (como é possível observar na Figura 8).

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Figura 8 - Diagrama esquemático de um rotor AC (Hy-Gain HAM-IV)

Fonte: HY-GAIN (20??)

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4.4 ACIONAMENTO

Para o acionamento de motores DC uma das possibilidades de circuito para

variar sua velocidade é utilizando um circuito chopper. O chopper serve para fornecer

uma tensão DC variável a partir de uma fonte de tensão DC fixa utilizando uma chave,

sendo essa chave geralmente um tiristor ou um transistor. Rashid diz que um circuito

chopper fornece um “controle de aceleração suave, alta eficiência e resposta dinâmica

rápida.” (RASHID, 1999). Para variar a tensão foi escolhido o PWM (Pulse Width

Modulation – Modulação por largura de pulsos) que, como o nome já diz, funciona a

partir da variação da largura dos pulsos, mantendo a frequência fixa. Ao variar a

duração dos pulsos é possível variar a tensão média de saída proporcionalmente a

essa duração.

Figura 9 - Máquina CC alimentada por chopper

Fonte: Rashid (1993)

Para implementar o PWM foi escolhido utilizar um opto-acoplador, ligando o ARM ao

MOSFET escolhido, para separar o ARM da alimentação do rotor. O MOSFET

escolhido foi um MOSFET de potência completamente auto-protegido chamado de

OMNIFET, produzido, também, pela STMicroelectronics. O OMNIFET possui vários

mecanismos internos de proteção como:

• Proteção contra sobre-tensão;

• Circuito limitador de corrente;

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• Proteção contra sobre-temperatura e curto-circuito;

É possível observar um diagrama em blocos do OMNIFET e suas proteções na

Figura 10.

Figura 10 - Diagrama em blocos do OMNIFET

Fonte: STMicroelectronics (2013)

Essas proteções foram levadas em conta para proteger o motor do rotor, pois

caso ocorra alguma eventualidade em que o MOSFET queime, pode acontecer um

curto-circuito entre o dreno e a fonte fazendo com que o rotor gire em velocidade

máxima até chegar na chave de fim de curso do rotor. Isso causaria uma parada

brusca do conjunto rotor-mastro-antena (Figura 13) o que poderia provocar danos a

esses componentes. Portanto ao utilizar o OMNIFET, a chance de isso ocorrer é

reduzida.

Para o acionamento de rotores com motor AC, foi escolhido utilizar um opto-

TRIAC para conectar o microcontrolador a um TRIAC de potência, o Opto-TRIAC

escolhido foi o MOC3020 mostrado na Figura 11.

Em motores AC não será implementado um controle de velocidade, pois a

maneira mais eficiente para esse controle seria a implementação de um inversor, o

que causaria um aumento no tamanho físico do produto assim como um aumento do

seu custo. Outra motivação para não haver um controle de velocidade em motores

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AC, é que o controlador original desses rotores não faz o controle de velocidade.

Geralmente esses rotores são colocados em antenas menores, em que a ausência de

aceleração e desaceleração não provoca danos.

Figura 11 - Diagrama de ligação do MOC3020 a uma carga indutiva

Fonte: Texas Instruments (1998)

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5 DESCRIÇÃO DO PROJETO

No diagrama geral da Figura 12 estão representados todos os elementos de

entrada e saída do controlador de rotores. O computador irá se comunicar com o

controlador por meio de interface serial RS-232. O usuário poderá utilizar o controlador

diretamente por meio de botões e potenciômetros assim como por meio do

computador. O controlador por sua vez irá girar o rotor quando ordenado e também

irá ler a posição informada pelo rotor por meio de um potenciômetro no interior do

mesmo.

Figura 12 - Diagrama geral do projeto

Fonte: O Autor (2015)

O rotor, ao girar, irá girar um mastro em que uma antena está fixada, esse

conjunto fica posicionado no topo de uma torre e está ilustrado na Figura 13.

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Figura 13 - Conjunto Rotor-Mastro-Antena Fonte: Yaesu (20??)

De modo a facilitar a compreensão do projeto é apresentado um diagrama

esquemático na Figura 15, composto pelos seguintes módulos:

• Para acionamento de motores CA será utilizado um TRIAC e para motores CC

será utilizado um MOSFET ligados em uma porta que possa fazer o PWM.

• A informação da posição fornecida pelo rotor por meio de potenciômetro interno

será conectada a um pino que possa fazer a conversão analógico-digital.

• Circuito de alimentação por meio do transformador alimentado com a tensão

da rede, com tensão de saída retificada e filtrada para a alimentação do circuito.

• Portas de comunicação USB e RS-232 para possibilitar o controle via

computador.

• Conexão do microcontrolador com o teclado que serve como uma interface do

usuário com o controlador.

• Conexão do microcontrolador com os displays para possibilitar ao usuário a

visualização do ângulo atual do rotor, bem como outras funções que serão

implementadas no controlador.

• Opto-acoplador utilizado para detecção da passagem da tensão alternada pelo

zero.

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Figura 14 - Diagrama em blocos do hardware

Fonte: O Autor (2015)

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6 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

O desenvolvimento do projeto proposto realizou-se por meio de oito etapas,

apresentadas na Figura 15, sendo as etapas: Levantamento de requisitos; Revisão

Teórica; Diagramação do Circuito; Projeto e Confecção das Placas; Elaboração do

Software; Testes do Circuito; Montagem do Sistema Completo e Testes Finais. Neste

capítulo serão explicadas em sequência cada etapa. Apesar do modelo ser

sequencial, algumas etapas foram realizadas simultaneamente à medida que foram

surgindo os desafios, por exemplo, o levantamento de requisitos e a revisão teórica.

Figura 15 - Diagrama de Desenvolvimento

Fonte: O Autor (2015)

6.1 LEVANTAMENTO DE REQUISITOS

Para implementar o controlador inicialmente foram definidos os tipos de rotores

que seriam necessários controlar: AC e DC. Após isso, foi verificado que a maneira

que esses rotores informariam sua posição seria por meio de um potenciômetro

interno. Portanto, devido aos rotores, o circuito do controlador deveria ter um circuito

de acionamento DC e outro circuito de acionamento AC, e um pino de conversão de

tensão analógica para um valor digital no microcontrolador.

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Para alimentação do circuito e dos rotores, detectou-se a necessidade de um

transformador. Para os rotores seriam necessários 24V (AC e DC), 12V para as

bobinas dos relés e 3,3V para alimentação do microcontrolador. Ficou definido,

portanto, que o transformador teria como entrada 0V-127V-220V, e como saída um

enrolamento de 12V/1A para alimentação do circuito e outro enrolamento de 24V/5A

para alimentação dos rotores.

Outro requisito foi a possibilidade de controlar o controlador por meio de uma

porta serial conectada a um computador. Para isso, foi utilizado o componente

MAX3232 para fazer a adequação dos níveis lógicos do microcontrolador para o

computador (RS232) e vice-versa. Com isso, foi necessário adicionar esse

componente à placa e também verificar que o processador tivesse a função UART

(Universal Asynchronous Receiver Transmitter).

Foi definido que o controlador teria duas placas: Uma placa para o

microcontrolador, acionamentos e comunicação. E outra para os displays botões e

potenciômetros. A primeira foi chamada de Placa CPU e a segunda de Placa Display.

Para ligar a placa Display à placa de CPU foi utilizado um cabo-flat. A placa Display

foi desenvolvida com o intuito de permitir ao usuário visualizar o ângulo atual do rotor

além de permitir o controle do controlador por meio dos botões e potenciômetros.

Como requisitos do microcontrolador verificou-se a necessidade de:

• 15 pinos de output, para os displays sendo oito pinos utilizados para acender

os segmentos, cinco para a alimentação de cada display e dois para o

chaveamento dos relés de freio (para motores AC) e direção.

• Dois pinos de UART para a comunicação serial (Rx e Tx).

• Quatro pinos de entrada para conversão analógico-digital sendo utilizados para

ler: tensão de referência, tensão do divisor resistivo do potenciômetro interno

do rotor, tensão do divisor resistivo dos potenciômetros de velocidade e posição

da placa Display.

• Quatro pinos de entrada para os botões da placa Display.

• Dois pinos de saída para acionamento da alimentação do rotor, um deles será

necessário que haja saída PWM utilizado para rotores DC, o outro será do

modo ON/OFF e será utilizado para acionamento de rotores AC.

• Um Timer.

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Além das definições de requisitos de hardware foram também definidos os

requisitos de firmware, que são:

• Implementar rampas de aceleração e desaceleração no caso de motores DC,

assim como um potenciômetro para controlar a sua velocidade máxima.

• Implementar, no controlador, a comunicação ao computador por meio de uma

porta serial RS232.

• Point-and-Shoot (“aponta e atira”): O usuário escolhe um ângulo por meio de

um potenciômetro e o controlador gira o rotor até o ângulo escolhido.

• Menu: Implementar um menu de configurações.

• Calibração.

• Limites de Rotação: Possibilidade de o usuário definir limites para que o rotor

não gire além do arco definido.

• Tempo morto (tempo de espera): Tempo que o controlador espera para girar o

rotor no sentido contrário ao que ele estava girando anteriormente.

6.2 DIAGRAMAÇÃO DO CIRCUITO

O desenho do esquemático do controlador de rotor foi implementado no software

Altium Designer. Além de ser um excelente programa para desenvolvimento de placas

de circuito impresso, era o programa em que o autor já tinha experiência de uso.

Para o circuito de acionamento AC foi desenhado o circuito da Figura 16, sendo

o pino PWMAC ligado ao microcontrolador.

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Figura 16 - Circuito de Acionamento AC

Fonte: O Autor (2015)

Para o circuito de acionamento DC foi desenhado o circuito da Figura 17, sendo

o pino PWM ligado ao microcontrolador.

Figura 17 - Circuito de Acionamento DC

Fonte: O Autor (2015)

Para o controlador poder de ser utilizado por rotores AC e DC é necessário

alterar dois jumpers no circuito da Figura 18: o J4 e o J2. O J4 serve para selecionar

qual a forma de alimentação do rotor: J4 ligando os pinos 1-2 é AC, J4 ligando os

pinos 2-3 é DC. O J2 é curto-circuitado no caso de rotor DC.

Em rotores DC a mudança de sentido ocorre conforme o sentido da corrente

que passa pelo motor, essa mudança de sentido pode ser feita chaveando o relé K21

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da Figura 18. Em rotores AC, o relé serve para fazer a corrente passar por uma ou

por outra bobina, alterando, dessa maneira, o sentido de rotação desses rotores. As

saídas MOTOR-2 e MOTOR-1 são ligadas ao rotor, a saída DIR-DC, responsável por

atracar o relé, é ligada ao microcontrolador.

Figura 18 - Circuito do Relé

Fonte: O Autor (2015)

O circuito do transformador foi definido como na Figura 19.

Figura 19 - Transformador

Fonte: O Autor (2015)

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A saída de 12VAC do transformador é retificada, filtrada e regulada para

resultar em 12VDC. Para obter a tensão de 3,3V para o microcontrolador é utilizado

um regulador de 12V para 3,3V. Para motores DC a saída de 24VAC é retificada e

filtrada para ficar em uma tensão DC de aproximadamente 33VDC, sendo ajustada

para 24V por meio de PWM.

O circuito do MAX3232 foi implementado seguindo o datasheet, e foi

implementado como na Figura 20.

Figura 20 - Circuito do MAX3232

Fonte: Texas Instruments (2015)

Os pinos ROUT1 e DIN1 são ligados ao microcontrolador, os pinos RIN1 e

DOUT1 são ligados a um cabo ou conector DB-9 que será ligado à porta serial do

computador.

O circuito de acionamento dos displays foi realizado de acordo com a Figura

21. A placa de Display do controlador possui cinco displays de sete segmentos. Como

os displays são multiplexados, os pinos SA até SP são comuns entre os cinco displays.

Esses segmentos são conectados ao microcontrolador por meio dos pinos SSA até

SSP através de um cabo flat. O microcontrolador acende um display de cada vez em

um intervalo de um milissegundo por meio dos pinos SEG1 a SEG5.

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Figura 21 - Circuito de Acionamento dos Displays

Fonte: O Autor (2015)

6.3 PROJETO DAS PLACAS

Após ter desenhado o esquemático, houve a necessidade de desenhar o footprint

de alguns componentes, para isso foram utilizadas as medidas fornecidas pelos

datasheets dos mesmos. Após os esquemáticos das placas e os footprints estarem

concluídos, foi possível fazer a placa de circuito impresso (chamada de PCI – Placa

de Circuito Impresso ou em inglês PCB – Printed Circuit Board). Para desenhar a PCI

foi preciso tomar uma atenção especial em qual seria o tamanho disponível para as

placas (CPU e Display) no gabinete metálico, então o tamanho das bordas foram

definidas levando isso em conta.

Após o tamanho das placas estarem definidos, foi definido que em uma das

extremidades da placa de CPU (que encosta na parte traseira do gabinete – parte

superior da placa da Figura 22) iriam ser colocados os conectores USB e MINIFIT,

pois dessa maneira eles ficariam com uma boa base de apoio e não seria necessário

se preocupar em conectá-los do gabinete à placa por meio de algum cabo. Na outra

extremidade (parte inferior da placa da Figura 22) foram posicionados o OMNIFET, o

TRIAC e o regulador de tensão LM7812. Esses são componentes que esquentam ao

serem utilizados, portanto foram posicionados de forma que eles pudessem ser

parafusados ao gabinete de maneira que esse atuasse como um dissipador de calor.

Na extremidade lateral próxima do transformador (parte localizada na extremidade

direita da placa da Figura 22) foram posicionados os conectores bourne em que serão

conectados os fios de saída do transformador.

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Figura 22 - Distribuição dos Componentes na Placa CPU

Fonte: O Autor (2015)

Após ter definido o posicionamento destes componentes, o restante dos

componentes foi posicionado, e, na maior parte deles, o microcontrolador foi o

componente determinante para a escolha das posições. A distribuição dos demais

componentes de deu de forma que simplificasse o roteamento das trilhas destes ao

microcontrolador.

Para o roteamento das trilhas alguns cuidados foram tomados. O primeiro foi em

relação à largura das trilhas, a largura foi definida proporcionalmente à corrente

máxima que poderia passar pela trilha.

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A placa Display (Figura 23) foi conectada à placa CPU por meio de um cabo flat

ligando a barra de pino do lado de baixo da placa Display à barra de pino P23 da placa

de CPU (Figura 22).

Figura 23 - Distribuição dos Componentes da Placa Display

Fonte: O Autor (2015)

6.4 CONFECÇÃO E MONTAGEM DAS PLACAS

Após o processo de roteamento das trilhas estar concluído os arquivos em

formato gerber das placas Display e CPU foram enviados para uma empresa

especializada, chamada Circuitel, para que fabricasse algumas placas dos circuitos

projetados.

Após a chegada das placas, elas foram montadas, resultando nas placas

mostradas nas figuras 24 e 25.

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Figura 24 - Placa CPU Produzida e Montada

Fonte: O Autor (2015)

Figura 25 - Placa Display Produzida e Montada

Fonte: O Autor (2015)

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6.5 TESTES DO CIRCUITO

Os primeiros testes do circuito foram feitos medindo as tensões de saída dos

reguladores de tensão de 12V e 3,3V. Após verificar que essas tensões estavam de

acordo, os testes seguintes foram feitos paralelamente ao desenvolvimento do

firmware. O desenvolvimento do firmware será detalhado mais à frente. No item atual

iremos assumir que as partes de firmware, necessárias para realização de cada um

dos testes, está desenvolvida.

Cinco testes foram fundamentais para a validação dos circuitos das placas CPU

e Display, estes serão detalhados do item 6.5.1 até o item 6.5.5.

6.5.1 TESTE DA PLACA DISPLAY

Ao conectar a placa Display na placa CPU verificou-se por meio do firmware se

tudo estava funcionando de acordo. Primeiro foram testados os displays de sete

segmentos fazendo com que todos os segmentos ficassem acesos. Após o teste dos

displays foi verificado se os botões estavam sendo lidos corretamente pelo

microcontrolador. Em seguida foram testados os potenciômetros de posição e

velocidade, fora conferido se os pinos do microcontrolador, responsáveis pela

conversão analógico-digital, estavam configurados corretamente. Para correção do

efeito debounce dos botões foi incluído um temporizador de 5ms. Todos os testes

realizados validaram o circuito do display.

6.5.2 TESTE DE ACIONAMENTO DC

Esse teste foi realizado ao verificar a forma e o valor da tensão de saída, o

esperado era uma onda quadrada (devido ao PWM) com tensão de pico equivalente

a tensão 24VAC retificada e filtrada resultando em torno de 33VDC. O resultado é

possível observar na Figura 26 e está de acordo com o esperado.

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Figura 26 - Tensão de Saída para Rotores DC

Fonte: O Autor (2015)

Com esse teste foi possível validar o funcionamento de diversas partes do

circuito como as ligações:

• Do microcontrolador com o opto-acoplador;

• Do opto-acoplador com o pino de porta do OMNIFET;

• Do motor com o OMNIFET.

6.5.3 TESTE DE ACIONAMENTO AC

Esse teste, feito da mesma maneira do teste anterior, foi realizado ao verificar

a tensão de saída para motores AC, e o esperado seria uma tensão de saída, para o

motor, de 24VAC como é possível observar na Figura 27.

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Figura 27 - Tensão de Saída para Rotores AC

Fonte: O Autor (2015)

Com esse teste foi possível validar o funcionamento das ligações vistas na

Figura 16:

• Do microcontrolador ao opto-triac;

• Do opto-triac ao triac;

• Do triac ao motor.

6.5.4 TESTE DE LEITURA DE POSIÇÃO

O teste de leitura de posição foi realizado com o uso do potenciômetro interno

do rotor. A tensão de referência, de aproximadamente 3,3V (REF da Figura 28), foi

ligada em uma de suas extremidades, essa tensão também foi ligada a um pino de

ADC do microcontrolador. A outra extremidade do potenciômetro foi conectada ao

terra do circuito. O pino central, onde ocorre a divisão da tensão, foi ligado a outro

pino de ADC.

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O cálculo da posição é feito levando em conta, além da tensão do divisor de

tensão, a tensão de referência medida, o que aumenta a precisão dessa medida. O

teste foi realizado de modo a verificar o valor do pino POT quando o rotor estava no

fim de curso do sentido horário, portanto o valor da tensão de POT era REF. Em

seguida verificou-se o valor de POT quando o rotor estava mecanicamente na metade

de sua excursão, o valor obtido foi REF/2 o que confirmou o funcionamento do circuito,

sendo possível ver a variação correta do rotor e seu potenciômetro no firmware,

validando o teste.

Figura 28 - Circuito de Adequação para ADC

Fonte: O Autor (2015)

6.5.5 TESTE DE COMUNICAÇÃO SERIAL

Para testar a comunicação serial foi implementada no firmware uma função “eco”

que consiste em transmitir o que foi recebido na porta serial. A porta de comunicação

do conversor USB-SERIAL foi aberta no computador, o baud rate foi configurado em

9600 bps, sem bit de paridade, com oito bits de dados e um bit de parada. Foram

enviadas ao controlador as letras “ABCDE” e como esperado foi recebido de volta

“ABCDE”. Esse teste validou o funcionamento das configurações do firmware assim

como o funcionamento do circuito do MAX3232 bem como sua ligação ao

microcontrolador.

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6.6 ELABORAÇÃO DO SOFTWARE

O desenvolvimento do software do controlador foi realizado de forma modular,

cada módulo recebe dados de entrada, executa uma função, disponibiliza os

resultados na saída ou modifica variáveis globais. Os principais módulos

desenvolvidos serão detalhados neste item.

Nesse capítulo serão explicadas as três principais partes do programa do

controlador: A hora em que o microcontrolador é ligado, as inicializações e

configurações principais e o loop principal.

Ao ligar o controlador, é feita a inicialização e configuração do microcontrolador,

é feita a leitura da memória flash e são testados os displays de sete segmentos como

é possível observar na Figura 29.

Figura 29 - Início do Firmware

Fonte: O Autor (2015)

A função init() é responsável por toda a configuração do microcontrolador e é

mostrada na Figura 30.

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Figura 30 - Função de Inicialização do Microcontrolador

Fonte: O Autor (2015)

O Watchdog é um contador que utiliza um clock independente do clock

principal, o seu clock é um circuito RC que oscila em 40kHz como é possível observar

na Figura 6. O Watchdog, portanto é um timer que se não for reiniciado em um período

de tempo, ele manda um comando de reset ao microcontrolador. Isso serve para evitar

que o microcontrolador fique travado no caso de ocorrer algum erro que trave o

funcionamento do programa.

A configuração dos clocks serve para iniciar e definir frequências de clock assim

como habilitar o clock usado pelos periféricos como: ADC’s, timers e UART.

A configuração dos GPIOS serve para definir a função de cada pino do

microcontrolador.

Após, é feita a inicialização e configuração da função de conversão analógico-

digital, fora definido que os dados seriam alinhados a direita, e fora definido qual canal

de ADC seria habilitado.

Na configuração dos timers é definido o período e o pre-scaler, assim como o

modo de contagem, que no caso foi up (Figura 31) e um desses timers foi utilizado

para realizar o PWM.

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Figura 31 - Timer no Modo UP

Fonte: Pastro (2015)

No timer utilizado para PWM o pino de PWM (Figura 17) é resetado quando o

contador alcança o valor de TACCR1 da Figura 31 e, portanto, a tensão média foi

regulada ao variar o valor de TACCR1. Ao deixar TACCR1 mais próximo de TACCR0

a largura do pulso diminui, diminuindo a tensão média. Ao afastar TACCR1 de

TACCR0 a largura do pulso aumenta, aumentando a tensão média. A frequência do

PWM foi definida em 3,6kHz. O ciclo de trabalho do PWM foi definido conforme a

especificação de tensão do rotor DC mostrada no Anexo A. O fabricante diz que a

tensão do rotor pode variar de 11 a 24Vdc. Como a tensão máxima, depois de retificar

e filtrar a tensão de 24VAC que vem do transformador resultou em 33VDC o PWM foi

configurado de forma que o seu ciclo de trabalho variasse de aproximadamente 36%

até 74% obtendo a variação de 11V a 24V.

Nessa configuração também é configurado outro timer que será utilizado como

um contador de tempo e é habilitado a interrupção global no caso de um estouro do

contador. Também é atribuída uma função para tratar essa interrupção.

Após é configurada a taxa de transmissão e recepção de bits da USART (no

caso 9600bps).

Por ultimo são habilitadas as interrupções externas do sistema (EXTI).

O loop principal mostrado na Figura 32 possui as funções de controle do

controlador.

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Figura 32 - Loop Principal do Programa

Fonte: O Autor (2015)

A função “Controle Botões”, como o nome já diz, é responsável por responder

quando os botões do controlador são pressionados.

O “Controle Serial” é responsável por interpretar os dados recebidos pela porta

serial. Esses dados por vezes demandam, por exemplo, que o controlador se

movimente para um determinado ângulo, ou que ele pare o movimento atual. Os

dados recebidos também podem servir como uma interrogação para o controlador

informar qual ângulo está apontando. O protocolo utilizado é o Yaesu GS232A (Anexo

C) os comandos que o controlador interpreta segundo esse protocolo são mostrados

na Tabela 1. Os comandos e respostas são todos enviados em formato de caracteres.

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Tabela 1 – Protocolo Yaesu GS232A

Fonte: O Autor (2015)

COMANDO AÇÃO TOMADA PELO CONTROLADOR

R Move o rotor no sentido horário.

L Move o rotor no sentido anti-horário.

C Envia o ângulo do rotor no formato '+0aaa' sendo 'aaa' o ângulo atual.

Maaa Move o rotor para o ângulo ‘aaa’.

A Cessa movimento azimutal.

S Cancela execução de comando.

O “Controle Potenciômetros” serve para tratar as variações nos ADC’s dos

potenciômetros da placa Display. Essas variações informam que o usuário girou um

dos potenciômetros, e a função serve para mostrar na tela o resultado dessa variação.

No caso da variação do potenciômetro responsável por cuidar da velocidade, um

número indo de 1 a 9, no display menor à esquerda, irá aparecer. Já no caso do

potenciômetro utilizado para escolher posição, é mostrado um número de 0 a 359 nos

três displays maiores durante quatro segundos. Se durante esse tempo, o botão

localizado mais a direita for pressionado o controlador irá girar o rotor até o ângulo

escolhido.

A lógica de posicionamento segue o padrão mostrado na Figura 33. O

controlador de rotor acelera até a velocidade 9 (24 VDC), ao verificar que está à 30º

do ângulo escolhido ele diminui a velocidade para 3 (14,5VDC) e ao estar à 15º, o

controlador diminui a velocidade para 1 (11VDC) que é a mínima tensão que o rotor

opera (especificada pelo fabricante do rotor DC utilizado no Anexo A), ao detectar que

o rotor está posicionado no ângulo escolhido, o controlador cessa a alimentação do

rotor. Uma volta completa de 360º em velocidade máxima leva 40 segundos. Os

números de velocidade foram definidos arbitrariamente, a velocidade 1 representa

uma tensão de saída de 11VDC a velocidade 9 representa uma tensão de saída de

24VDC.

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Figura 33 - Controle de Posicionamento

Fonte: O Autor(2015)

O bloco “Calcula Ângulo” é responsável por fazer um cálculo do ângulo em que

o rotor está apontando em função de uma proporção com os ângulos inseridos na

calibração. A calibração consiste em o usuário inserir o ângulo real que o rotor se

encontra em duas posições azimutais distintas, preferencialmente uma posição no

ponto mais próximo do fim do potenciômetro do rotor na direção anti-horária e a outra

posição no ponto próximo ao fim do potenciômetro na direção horária. Com isso esse

bloco interpreta o valor do potenciômetro interno do rotor e faz uma relação entre a

variação do potenciômetro e variação angular transformando esse valor em um valor

de ângulo real correspondente.

O bloco “Controle de Limites de Rotação” serve para não permitir o rotor passar

de pontos definidos como limites de rotação. Esses pontos podem ser definidos por

meio do menu de configurações, e servem para delimitar um arco de rotação em que

o rotor pode girar, ao chegar no ponto limite o rotor só poderá girar novamente caso a

direção do giro seja contrária à direção que o conduziu até o limite, se comportando

como uma chave fim-de-curso virtual.

A Figura 34 mostra a rotina de interrupção que acontece a cada milissegundo

devido ao overflow do contador.

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Figura 34 - Rotina de Interrupção

Fonte: O Autor (2015)

Na função que trata essa interrupção, que acontece a cada milissegundo, é feito:

• O decremento das variáveis utilizadas como timer no programa, pois essas ao

serem decrementadas a cada milissegundo se tornam um contador de tempo.

• A leitura dos ADC’s dos potenciômetros da placa Display, assim como a leitura

da tensão de referência e do divisor de tensão do potenciômetro do rotor

(Figura 28).

• Devido à multiplexação, apenas um display fica aceso de cada vez. É nessa

interrupção que se muda o display que está ligado.

• Após ter realizado essas funções a flag de interrupção é resetada e é o fim da

rotina de interrupção.

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6.7 MONTAGEM DO SISTEMA COMPLETO EM GABINETE

A figura mostra o desenho do gabinete metálico. O desenho do gabinete foi

realizado por uma empresa especializada seguindo orientações do Autor. Após o

desenho estar feito, foi contratada outra empresa para produzir algumas peças do

gabinete metálico.

Figura 35 - Desenho do Gabinete Metálico

Fonte: O Autor (2015)

A montagem do sistema foi realizada de forma sequencial seguindo a seguinte ordem:

1) É fixado o conector do cabo de energia, o porta-fusível e a chave 127-220V.

Essas peças ficam posicionadas na parte traseira do gabinete metálico como é

possível observar na Figura 37.

2) É fixada à placa Display, potenciômetros e chave liga/desliga na parte frontal

do gabinete metálico.

3) É fixado o transformador e são feitas as conexões necessárias com o conjunto:

conector de força – chave 127-220V – Porta fusível – Chave liga/desliga.

4) É fixada a placa de CPU ao lado do transformador.

5) É fixado o conector DB9 (utilizado para comunicação serial) na parte traseira

do gabinete metálico e ligado à placa CPU via cabo flat.

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6) São conectados os fios de 12V e de 24V de saída do transformador à placa de

CPU.

7) O OMNIFET, o TRIAC e o Regulador de Tensão 12V são fixados ao gabinete

por meio de parafuso e um material isolante elétrico e não-isolante térmico

chamado Mica junto de pasta térmica permitindo a dissipação de calor do

componente por meio do gabinete metálico, sem ter contato elétrico com o

mesmo.

8) Após isso é conectado o cabo flat da placa Display a placa CPU

9) É Fixado o capacitor eletrolítico de partida ao suporte traseiro do gabinete.

A Figura 36 mostra o interior do controlador já montado visto lateralmente.

Figura 36 - Controlador Montado Visto Lateralmente

Fonte: O Autor (2015)

A Figura 37 mostra a parte traseira do controlador.

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Figura 37 - Parte traseira do Controlador

Fonte: O Autor

Como é possível observar, a Figura 37 está enumerada, a legenda para esses

números se encontra a seguir:

1: Ponto para aterramento

2: Fusível (2A)

3: Alimentação

4: Chave 127V/220V

5: Conector Minifit (para conexão com o rotor)

6: Conector DB9 (para controle via serial do computador)

7: Conector USB 2

6.8 TESTES FINAIS E VALIDAÇÃO

Para testar e validar o projeto proposto foram feitos testes em laboratório ligando

o controlador de rotores em dois tipos de rotores: AC e DC, o modelo desses rotores

são os mesmos analisados na revisão teórica: o rotor DC utilizado foi o Yaesu G-1000

e o rotor AC utilizado foi o Hy-Gain HAM-IV.

Nesses testes finais foi verificado se o controlador estava controlando

corretamente os dois tipos de rotores. Para isso, no rotor DC foi verificado o

funcionamento das rampas de aceleração e desaceleração efetuadas com o PWM.

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Verificou-se que a tensão estava variando de 11VDC (tensão para velocidade mínima)

à 24VDC (tensão para velocidade máxima), e que o tempo para aumentar a tensão

de 11VDC para 24VDC (aceleração) e diminuir de 24VDC para 11VDC

(desaceleração) estava em torno de três segundos. Com isso foi concluído que os

níveis de tensão, bem como o funcionamento das rampas, estavam corretos.

No rotor AC foi verificado se os acionamentos do freio e do motor estavam sendo

realizados corretamente. Para isso mediu-se as tensões de saída, tanto a tensão de

saída para o freio como a tensão de saída para o motor, o resultado foi 24VAC para

ambos, validando o teste. Após os testes de acionamento, foi verificada a precisão

que o controlador mostra a posição do rotor em graus. A precisão constatada foi de

±1º devido aos displays não terem espaço para casas decimais. A precisão também

depende do estado do potenciômetro interno dos rotores, que podem apresentar mais

ou menos ruído dependendo do seu estado de conservação. Ambos os rotores

testados em bancada apresentaram uma precisão mecânica de ±1º, precisão

resultante foi considerada mais do que suficiente para o apontamento de antenas de

radioamadorismo em que uma precisão de ±5º já seria suficiente.

Também foram testadas as funções propostas no levantamento de requisitos

(item 5.1): A função “aponta e atira” em que o usuário escolhe um ângulo e o

controlador move o rotor para o ângulo escolhido foi testada para cada controlador e

a Tabela 2 e a Tabela 3 foram preenchidas com os resultados obtidos com a

realização do “aponta e atira” mostrando o ângulo de partida e o ângulo de destino

escolhido e em qual ângulo o rotor parou. As Tabelas 2 e 3 mostram os controladores

DC e AC respectivamente.

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Tabela 2 - Testes de Posicionamento Automático com Rotor DC

Fonte: O Autor (2015)

ÂNGULO DE ORIGEM

ÂNGULO DE DESTINO

ÂNGULO DE PARADA

0º 90º 89º

89º 60º 60º

60º 150º 149º

149º 180º 180º

180º 70º 71º

71º 270º 270º

270º 30º 30º

30º 330º 329º

329º 65º 66º

66º 100º 100º

Tabela 3 - Testes de Posicionamento Automático com Rotor AC

Fonte: O Autor (2015)

ÂNGULO DE ORIGEM

ÂNGULO DE DESTINO

ÂNGULO DE PARADA

60º 170º 168º

168º 0º 359º

359º 270º 270º

270º 90º 89º

89º 110º 110º

110º 150º 151º

151º 30º 32º

30º 90º 90º

90º 130º 128º

128º 170º 169º

Com os resultados desse teste verificou-se que o potenciômetro do rotor DC

possui maior qualidade de construção do que o potenciômetro do rotor AC. A

qualidade de construção do potenciômetro faz com que o sinal da tensão do divisor

de tensão seja lido com menos ruídos pelo controlador, quanto mais ruído o sinal vindo

do potenciômetro possuir, o controlador pode interpretar que o rotor chegou ao ângulo

escolhido um pouco antes de o rotor estar no ângulo de fato, o que aconteceu com o

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rotor AC (Tabela 3). Além disso, foi possível verificar que o rotor AC às vezes passava

do ângulo escolhido, fato que não ocorreu no posicionamento do rotor DC. A razão de

isso ocorrer é o fato de que em rotores AC não é feita uma rampa de desaceleração

como nos rotores DC. Por fim, a precisão de posicionamento constatada nos dois

rotores ficou em ±2º, o que foi considerado aceitável. As demais funções também

foram testadas e funcionaram de acordo com suas descrições.

A comunicação do controlador com um computador e sua resposta aos comandos

enviados no protocolo Yaesu GS232A validou-se por meio do envio dos comandos da

Tabela 1, todos os comandos foram interpretados corretamente. Ao receber ‘R’ ou ‘L’ o

controlador fez o rotor girar para o sentido horário ou anti-horário respectivamente. Ao

receber o comando ‘C’ o controlador enviou a posição do rotor para o computador no

formato ‘+0aaa’ sendo ‘aaa’ o ângulo atual. Ao receber o comando ‘A’ o controlador

cessou o movimento azimutal, e ao receber ‘S’ verificou-se o cancelamento de algum

comando prévio. Ao receber ‘Maaa’ o controlador se moveu para o ângulo indicado

utilizando a função “aponta e atira”. Esses testes validaram o funcionamento da

comunicação do controlador com o computador via serial assim como a correta

interpretação dos comandos recebidos.

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7 RESULTADOS OBTIDOS

O resultado obtido foi um protótipo funcional de controle de rotores, mostrado na

figura, que realiza o controle de rotores AC e DC por meio dos dispositivos mostrados

no referencial teórico como:

• Microcontrolador: ARM STM32F103C8T6 da STMicroelectronics.

• Para acionamento de motores DC: Opto-acoplador junto com OMNIFET

VNP10N07.

• Para acionamento de motores AC: Opto-Triac MOC3020 Juntamente com um

Triac de potência.

O funcionamento obtido do controlador consiste em:

• Mostrar em seus displays o ângulo em que o rotor está apontando.

• Possibilitar que o usuário gire o rotor manualmente para os sentidos horário e

anti-horário.

• Ter um potenciômetro que possibilita o usuário escolher o ângulo em que ele

quer que o rotor esteja apontando e o controlador irá girar o rotor até o ângulo

escolhido. No caso de rotores DC, é realizado o controle de aceleração e

desaceleração.

• Ter um potenciômetro para controle de velocidade máxima.

• Ter botões para acessar menus de configurações.

O controlador possui as funções destacadas no levantamento de requisitos do

Capítulo 6 assim como a comunicação serial que pode funcionar em conjunto com

programas utilizados pelos radioamadores.

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Figura 38 - Protótipo do Controlador

Fonte: O Autor (2015)

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7.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O controlador abre espaço para diversos trabalhos futuros complementares ao

seu funcionamento que podem facilitar ou aprimorar seu funcionamento atual. Uma

das facilidades que poderiam ser acrescentadas seria a remoção dos Jumpers da

Figura 18 e a inserção de chaves acionadas eletricamente como relés ou transistores

para fazer o chaveamento de configuração para rotores AC ou DC.

Além de complementações de hardware, outra sugestão para trabalhos futuros é

o desenvolvimento de aplicativos para os sistemas operacionais Android e IOS para

efetuar o controle do controlador de rotores por meio de comunicação remota via

Bluetooth (sendo necessário acoplar um módulo Bluetooth no hardware)

possibilitando uma maior comodidade para o usuário efetuar o controle do rotor.

Outra sugestão seria um estudo para realizar a proteção do conjunto antena-torre-

rotor utilizando a NBR 5419 que trata da proteção de estruturas contra descargas

atmosféricas.

8 CONCLUSÕES

Como pode ser observado nos itens anteriores, o objetivo geral do trabalho foi

atingido: foi desenvolvido um protótipo funcional de um controlador de rotores que

mostra o ângulo atual do rotor nos seus displays e efetua o controle preciso e seguro

do mesmo, podendo ser controlado por meio de botões e potenciômetros na parte

frontal do próprio controlador ou por meio de um computador ligado no conector DB9

localizado na parte traseira do protótipo.

Assim como o objetivo geral, os objetivos específicos também foram

completamente atendidos. O controlador pode controlar rotores AC ou DC (por meio

de circuitos de acionamentos previamente detalhados) que informem a sua posição

por meio de potenciômetro interno. O software de controle foi desenvolvido com

sucesso, permitindo ao usuário controlar e configurar o controlador de rotores. Todo

o protótipo foi testado e validou-se o seu funcionamento completo.

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O projeto foi desenvolvido com o intuito de realmente se tornar um produto e

beneficiar os radioamadores brasileiros. Devido a isso as contribuições do controlador

vão além da contribuição acadêmica se estendendo a uma contribuição econômica.

Como contribuição acadêmica, o projeto realizado envolveu soluções de

hardware, software e mecânica. Esse projeto também serviu para demonstrar que o

uso de um microcontrolador com processador ARM se mostra completamente viável

para a realização de um trabalho de graduação, permitindo a adequação do projeto

desenvolvido às exigências de mercado que, para ser competitivo comercialmente,

requer um microcontrolador de qualidade, baixo custo e alta confiabilidade.

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REFERÊNCIAS

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<http://www.altium.com/altium-designer/features>. Acesso em: 2 de outubro de 2015.

ANATEL. Agencia Nacional de Telecomunicações, Radioamador. Disponível em:

<http://www.anatel.gov.br/setorregulado/index.php?option=com_content&view=articl

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ANATEL. Sistemas Interativos, consulta de estações licenciadas. Disponível em:

<http://sistemas.anatel.gov.br/easp/Novo/Consulta/Tela.asp?OP=E&SISQSmodulo=

16587>. Acesso em: 2 de outubro de 2015.

ARM. ARM – Cortex M3 Processor. Disponível em:

<http://www.arm.com/products/processors/cortex-m/cortex-m3.php>. Acesso em:

Acesso em: 2 de outubro de 2015.

ARMELLINI, F. Projeto e implementação do controle de posição de uma antena

de radar meteorológico através de servomecanismos. 2006. Dissertação

(Mestrado em engenharia) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São

Paulo. 2006.

ARPAPR. PY5ARP no Araucária VHF Contest (2011). Disponível em:

<http://www.arpapr.org.br/historico_arpa/20111023_araucaria_vhf_contest.html>.

Acesso em: 5 de novembro de 2015.

Hy Gain. HY-GAIN Ham-IV, HAM-IVX Instruction Manual. Disponível em:

<http://www.hy-gain.com/support.php?productid=HAM-IV>. Acesso em: 2 de outubro

de 2015.

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57

PASTRO, A. L.. Microcontrolador MSP430G2553: Exercício 21. Disponível em:

<http://eletrica.ufpr.br/~pastro/TE124/MSP430/Exercicios/ex21_C_LED_PWM.pdf>.

Acesso em: 3 de dezembro de 2015.

RASHID, Muhammad H. Eletrônica de potência: circuitos, dispositivos e aplicações.

2. ed. São Paulo: Makron Books do Brasil, 1999. 817 p.

STMICROELECTRONICS. STM32F103C8 Mainstream Performance line, ARM

Cortex-M3 MCU with 64 Kbytes Flash, 72 MHz CPU, motor control, USB and

CAN. Disponível em:

<http://www.st.com/web/catalog/mmc/FM141/SC1169/SS1031/LN1565/PF164476PC

B>. Acesso em: 2 de outubro de 2015.

STMICROELECTRONICS. VNP10N07 “OMNIFET” FULLY AUTOPROTECTED

POWER MOSFET. Disponível em:

<http://www.st.com/web/en/resource/technical/document/datasheet/CD00000216.pdf

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TEXAS INSTRUMENTS. MOC3020 THRU MOC3023

OPTOCOUPLERS/OPTOISOLATORS. Disponível em: <

http://www.ti.com.cn/cn/lit/ds/symlink/moc3023.pdf>. Acesso em: 2 de outubro de

2015.

VK2BYI. Software Ham Radio Deluxe. Disponível em:

<http://www.vk2byi.com.au/software>. Acesso em: 5 de novembro de 2015.

VOLKOV, A. Radiomap. Disponível em:

<http://www.hot.ee/r/radioman1/ENGLISH.HTM>. Acesso em: 2 de outubro. 2015.

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58

YAESU. YAESU G-800DXA, G-1000DXA, G-2800DXA User Manual. Disponível em:

<http://www.radiomanual.info/schemi/ACC_rotator/Yaesu_G-800DXA_G-

1000DXA_G-2800DXA_user.pdf>. Acesso em: 2 de outubro de 2015.

YAESU. YAESU GS-232A Computer Control Interface for Antenna Rotators.

Disponível em: <http://www.manualslib.com/manual/339758/Yaesu-G-

1000dxa.html>. Acesso em: 2 de outubro de 2015.

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ANEXO A

Figura 39 - Especificação do Fabricante para Rotores Yaesu

Fonte: Yaesu (200?)

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ANEXO B

Figura 40 - Especificação do Fabricante para Rotores Hy-Gain - HAM-IV

Fonte: Hy-Gain (200?)

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ANEXO C

Figura 41 - Protocolo Yaesu GS232A

Fonte: Yaesu (200?)