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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE ANDERSON DA SILVA COSTA A INFLUÊNCIA DAS ÁREAS VERDES NAS TEMPERATURAS SUPERFICIAIS DAS PRINCIPAIS AVENIDAS DO BAIRRO DO MARCO: UM ENSAIO DOS DADOS DE INFRAVERMELHO OBTIDO NO SOBREVÔO OBLÍQUO BELÉM-PA 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS E MEIO AMBIENTE

ANDERSON DA SILVA COSTA

A INFLUÊNCIA DAS ÁREAS VERDES NAS TEMPERATURAS SUPERFICIAIS

DAS PRINCIPAIS AVENIDAS DO BAIRRO DO MARCO:

UM ENSAIO DOS DADOS DE INFRAVERMELHO OBTIDO NO SOBREVÔO

OBLÍQUO

BELÉM-PA

2014

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ANDERSON DA SILVA COSTA

A INFLUÊNCIA DAS ÁREAS VERDES NAS TEMPERATURAS SUPERFICIAIS

DAS PRINCIPAIS AVENIDAS DO BAIRRO DO MARCO:

UM ENSAIO DOS DADOS DE INFRAVERMELHO OBTIDO NO SOBREVÔO

OBLÍQUO

Dissertação de Mestrado Profissional apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Meio Ambiente da UFPA, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciência e Meio Ambiente.

Orientador: IRVING MONTANAR FRANCO

BELÉM-PA

2014

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ANDERSON DA SILVA COSTA

A INFLUÊNCIA DAS ÁREAS VERDES NAS TEMPERATURAS SUPERFICIAIS

DAS PRINCIPAIS AVENIDAS DO BAIRRO DO MARCO:

UM ENSAIO DOS DADOS DE INFRAVERMELHO OBTIDO NO SOBREVÔO

OBLÍQUO

Dissertação de Mestrado Profissional apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Meio Ambiente da UFPA, como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciência e Meio Ambiente.

Orientador: IRVING MONTANAR FRANCO

Aprovada em___________de_________________________de______________.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Irving Montanar Franco

Prof. Dr. Davi Do Socorro Barros Brasil

Profª. Drª. Lucidia Fonseca Santiago

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente ao Espírito Santo de Deus, pela força e capacitação necessária

para concluir este trabalho, aos meus pais, por me incentivarem desde pequeno aos

estudos, especialmente à minha mãe Adalia Maria, por ser polivalente e me dado

amor, carinho e apoio. Ao meu pai José Ribamar, especialmente por também me

incentivar a continuar estudando e investindo no meu futuro, assim como as minhas

irmãs Andreia, Alessandra e Ana Alice. Ao meu amor, minha linda esposa Débora

Lisboa, por ter fé em mim, me dado amor e o apoio necessário e ter revisado a

redação deste estudo, sendo a minha companheira em todas as horas. Aos meus

dois filhos, Davi e André, que sempre me trazem alegrias. À minha sobrinha Syanne,

por ser doce e calma. Ao meu Sogro e Sogra por terem orados por mim. Ao meu

cunhado Daniel e à minha cunhada Alexandra com o seu querido filho Benjamim,

por torcerem por mim e fazerem parte dessa família que eu tanto amo.

Ao professor orientador Irving Franco pelas orientações deste estudo e

liberação dos dados gerados do LADEC- laboratório de Conforto Ambiental da

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) do Instituto de Tecnologia (ITEC) da

Universidade Federal do Pará (UFPA).

A SEMA-PA, Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Pará pela

disponibilidade das Imagens Rapid Eyes e Spot, ao Programa de Pós-Gradução em

Ciências e Meio Ambiente pelos seminários relacionados clima, solo, degradação e

Sensoriamento remoto.

A todos os familiares e amigos que torcem pelo meu sucesso. Esta é mais uma

etapa cumprida.

"O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus." Filipenses 4:19

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RESUMO

O clima vem demostrando alterações nos principais centros urbanos. Essas alterações são

atribuídas às mudanças na superfície, provocadas pelo processo de urbanização. Neste

sentido, o objetivo principal deste estudo é analisar o efeito da temperatura nas avenidas mais

arborizadas e menos arborizadas no Bairro do Marco (Cidade Belém), a partir de dados

gerados de Termografia Infravermelha obtidos no Sobrevôo Oblíquo, técnica baseada na

detecção da radiação infravermelha emitida por objetos, possibilitando a medição de

temperaturas e a observação de padrões de distribuição de calor em uma determinada avenida

ou rua. Os resultados apontaram que existem diferenças nas avenidas mais arborizadas e

menos arborizadas no Bairro do Marco. A média da diferença entre as temperaturas (ΔT )

medidas na Av. Almirante Barroso e Av. Rômulo Maiorana foi igual 2,86°C, com algumas

diferenças nestas duas avenidas de até 7,4°C. Simulando uma Av. Almirante Barroso

“arborizada” a partir da Média da diferença (ΔT= 2,86°C) é possível obter uma Média de

temperatura menor do que Av. Rômulo Maiorana “sem arborização”, ou seja, a Média da Av.

Almirante Barroso “arborizada” registrou um valor de 31,21°C, enquanto a Av. Rômulo

Maiorana “sem arborização”, apontou um valor Médio de 34, 02°C. Simulando também a

Av. Duque de Caxias “arborizada” com a Av. Rômulo Maiorana “sem arborização”, os dados

apontaram que a Av. Duque de Caxias “arborizada” obteve um valor médio menor que a Av.

Rômulo Maiorana “sem arborização”, sendo o valor Médio da temperatura da primeira

Avenida igual a 30,91°C e da segunda igual a 34,17°C respectivamente. Esta Dissertação

reforça a afirmação de que as avenidas mais arborizadas tende a apresentar temperaturas mais

baixas, e mostra a necessidade de incorporar a vegetação ao cotidiano urbano, visto que esta

possui funções vitais para o nosso bem-estar e do meio ambiente.

Palavras-chave: Imagens Termográficas, Áreas Verde e Temperatura

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ABSTRACT

The climate is demonstrating changes in major urban centers. These changes

are attributed to changes in the surface caused by the urbanization process. In this

sense, the main objective of this study is to analyze the effect of temperature on the

more and less tree density in the neighborhood of Marco (Belém City) avenues, from

data generated Infrared Thermography obtained with Slanted Overflight, technique

is based on the detection of infrared radiation emitted by objects, enabling the

measurement of temperatures and observing patterns of heat distribution on a

particular street and avenue. The results showed that differences exist in the more

wooded and less tree-lined avenues in the neighborhood of Marco. The average

difference between temperatures (Δt) measures at Av. Almirante Barroso and Av.

Romulo Maiorana was equal to 2.86 ° C, with some differences in these two avenues

of temperatures up to 7.4 ° C. Simulating a Av. Almirante Barroso "wooded" from the

average difference (Δt = 2.86 ° C) can achieve a lower average temperature than Av.

Romulo Maiorana "unshaded", and the average Av. Almirante Barroso "wooded"

showed a value of 31.21 ° C, while the Av. Romulo Maiorana "unshaded", pointed a

Medium value of 34, 02 ° C. Also simulating Av. Duque de Caxias "wooded" with Av.

Romulo Maiorana "unshaded", the data indicated that the Av. Duque de Caxias

"wooded" achieved a lower than average value Av. Romulo Maiorana "unshaded"

and the average value of the temperature of the first Avenue equal to 30,91 ° C and

the second equal to 34.17 ° C respectively. This thesis reinforces the claim that the

most tree-lined avenues tends to lower temperatures, and shows the need to

incorporate vegetation to urban daily life, as it has vital functions for our well-being

and the environment.

Keywords: Thermography Image, Green Areas, Temperature

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01

Umidade nos sistemas construtivos através das imagens

Infravermelho (Fonte: MENDONÇA et al. 2014). 26

Figura 02

Identificação de aquecimentos nos sistemas elétricos através das

imagens Infravermelho (Fonte: LOUVAIN et al. 2010). 27

Figura 03

Identificação da temperatura superficial nas ruas através das

imagens Infravermelho (Fonte: SILVA, 2012). 27

Figura 04 Localização da área de estudo conduzido na Cidade de Belém-PA. 28

Figura 05

Carta Bioclimática da cidade de Belém (Fonte: LAMBERTS; DUTRA;

PEREIRA, 1997). 29

Figura 06

Equipamento ThermoVision A320 e a Imagem infravermelha do

Bairro do Marco (Fonte: Irving Franco (Ladec-UFPA, 2012). 30

Figura 07

Imagens utilizada na Dissertação disponibilizadas pela Sema-PA

para visualização das avenidas arborizada. 31

Figura 08

Metodologia sintetizada das etapas das análises da Dissertação

(Fonte: Autor, 2014). 32

Figura 09

Imagem Termográfica Infravermelha do Bairro Marco (Fonte: Irving

Franco, 2012), os pontos de temperaturas superficiais (em azul claro)

extraídas da imagem. 34

Figura 10

Imagem de Satélite SPOT das Avenidas Rômulo Maiorana (1) e

Almirante Barroso (2) no Bairro Marco. 36

Figura 11

Distribuição dos valores Individuais das temperaturas superficiais das

Avenidas Rômulo Maiorana e Almirante Barroso no Bairro Marco. 37

Figura 12

Perfil do Comportamento das duas Avenidas Rômulo Maiorana e

Almirante Barroso no Bairro do Marco. 38

Figura 13

Perfil do Comportamento das duas simulações das Avenidas Rômulo

Maiorana e Almirante Barroso no Bairro do Marco. 41

Figura 14

Distribuição dos números de ocorrências nas Temperaturas

Superficiais nas quatros avenidas. 42

Figura 15

Distribuição dos números de ocorrências nas Temperaturas

Superficiais na Av. Alm. Barroso e na simulação Av. Alm. Barroso

“arborizada”. 43

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Figura 16

Distribuição dos números de ocorrências nas Temperaturas

Superficiais na Av. Rômulo Maiorana e na simulação Av. Rômulo

Maiorana “sem arborização”. 44

Figura 17

Distribuição dos números de ocorrências nas Temperaturas

Superficiais nas quatro avenidas. 45

Figura 18

Imagem Termográfica Infravermelha do Bairro Marco (Fonte: Irving

Franco, 2012). 46

Figura 19

Distribuição dos Valores Individuais das Temperaturas Superficiais

das Avenidas Rômulo Maiorana e Duque de Caxias no Bairro Marco. 48

Figura 20

Perfil do Comportamento das Avenidas Rômulo Maiorana e Duque

de Caxias no Bairro do Marco. 49

Figura 21

Perfil do Comportamento das simulações das Avenidas Rômulo

Maiorana e Duque de Caxias no Bairro do Marco. 51

Figura 22

Distribuição dos números de ocorrências nas Temperaturas

Superficiais nas quatros avenidas. 52

Figura 23

Distribuição dos números de ocorrências nas Temperaturas

Superficiais nas duas avenidas. 53

Figura 24

Distribuição dos números das ocorrências nas Temperaturas

Superficiais nas duas avenidas. 54

Figura 25

Distribuição dos números das ocorrências nas Temperaturas

Superficiais nas duas avenidas. 55

Figura 26

Imagem registrada em 05 setembro de 2014, apontando a redução

da área verde em virtude da Obra do BRT. A primeira imagem

localiza-se ao lado do Bosque Rodrigues Alves e a segunda imagem

ao lado do IFPA - Instituto Federal do Pará (antigo Cefet-PA), ambos

na Almirante Barroso (Fonte: Autor, 2014). 56

Figura 27

Imagem registrada em 05 setembro de 2014, fica visível analisar o

porte das arvores que compõem esta avenida, ambos as imagens

são da Avenida Rômulo Maiorana (Fonte: Autor, 2014). 57

Figura 28

Imagem registrada em 05 setembro de 2014, fica visível analisar o

pequeno porte das arvores que compõem esta avenida (Fonte: Autor,

2014). 58

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01

Demonstração da metodologia na simulação das avenidas Almirante Barroso

e Rômulo Maiorana 32

Tabela 02

Demonstração da metodologia na simulação das avenidas Duque de Caxias

e Rômulo Maiorana 33

Tabela 03 Temperaturas Superficiais das duas Avenidas do Bairro do Marco 35

Tabela 04

Geração do Δtemp (Diferença das Temperaturas Superficiais) das duas

Avenidas do Bairro do Marco 39

Tabela 05 Simulação das Avenidas “arborizadas” e “sem arborização” 40

Tabela 06 Temperaturas Superficiais das duas Avenidas do Bairro do Marco 47

Tabela 07

Geração do Δtemp (Diferença das Temperaturas Superficiais) das duas

Avenidas do Bairro do Marco 50

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 12

2. JUSTIFICATIVA....................................................................................... 13

3. OBJETIVO DA DISSERTAÇÃO.............................................................. 13

4. REVISÃO DA LITERATURA................................................................... 14

4.1 Climatologia Urbana................................................................................ 14

4.2 Áreas Verdes Urbanas............................................................................ 17

4.3 Áreas Urbanas........................................................................................ 21

4.3.1 Superfícies e Trocas Térmicas…………………………………………….. 21

4.3.2 Sensoriamento Remoto e a Termografia Infravermelho......................... 23

5. MATERIAIS E MÉTODOS...................................................................... 27

5.1 Área de Estudo....................................................................................... 27

5.2 Base de Estudo...................................................................................... 29

5.3 Metodologia utilizada para analisar o efeito da temperatura................. 31

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................... 33

6.1 Temperaturas Superficiais das avenidas.............................................. 33

6.2 Simulações das avenidas Rômulo Maiorana e Almirante Barroso....... 38

6.3 Temperaturas Superficiais das avenidas.............................................. 45

6.4 Simulações das Avenidas Rômulo Maiorana e Duque de Caxias........ 49

6.5 Situação atual das três avenidas em relação a áreas verdes............... 56

7. CONCLUSÕES...................................................................................... 58

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................... 59

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1. INTRODUÇÃO

Ao longo do tempo, o ambiente urbano nas principais cidades do Brasil e do

mundo, encontra-se em uma constante e acelerada expansão sem o devido

planejamento, associado ao interesse que os seres humanos têm em habitar essas

áreas e em virtude da facilidade com que as cidades proporcionam emprego,

alimento, abrigo, locomoção e outras necessidades básicas, permitindo a grande

praticidade, indispensável nos dias atuais.

Segundo KÁNTOR E UNGER (2010), o rápido crescimento da população

mundial e a possibilidade de melhores ofertas de trabalho nas cidades são os

responsáveis pelo aumento desenfreado do número de pessoas residindo em áreas

urbanas.

No entanto, o aumento populacional das zonas urbanas, aliado à falta de

planejamento adequado, têm provocado inúmeros problemas. A impermeabilização

excessiva do solo, adensamento, a somatória da população em espaços edificados

e ausência de áreas verdes são alguns destes problemas, principalmente no

contexto social e ambiental.

As alterações climáticas são um dos impactos mais significativos no ambiente

urbano. Nas cidades é possível perceber que as áreas densamente construídas

apresentam temperaturas mais elevadas quando comparadas ao seu entorno,

criando “ilhas de calor urbano” (LEAL, 2012). Fenômeno que exerce grande

influência na qualidade de vida da população. Nota-se que toda esta mudança

radical influencia diretamente no microclima local da cidade.

Entretanto, a presença de vegetação nas cidades é essencial na estrutura e

dinâmica da paisagem urbana, pois devido às suas características, melhora a

qualidade de vida da população e a condição ambiental das cidades (LIMA NETO,

2011). Conforme BIONDI (2008), a arborização é um dos componentes bióticos mais

importantes do meio urbano porque está diretamente relacionada com o conforto

ambiental.

A vegetação é utilizada como um bom indicador de qualidade de vida da

população, porque para desenvolver perfeitamente seus processos fisiológicos é

necessário encontrar um ambiente favorável ao seu crescimento (DI CLEMENTE

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2009). Porém, sabe-se que dentro dos núcleos urbanos, as diferentes condições de

desenvolvimento proporcionadas às espécies arbóreas, tais como

impermeabilização, sombreamento, compactação do solo, alteração climática e ação

predatória, dentre várias outras, são hostis ao seu desenvolvimento (FEIBER, 2005).

2. JUSTIFICATIVA

Os estudos referentes ao clima urbano servem de base para se constituir o

desenvolvimento sustentável no planejamento urbano. O conforto térmico é

essencialmente importante nos centros urbanos. Por isto, é necessário ampliar os

estudos sobre o impacto do aumento das superfícies acumuladoras de calor no meio

urbano, em diferentes condições climáticas, assim como o estudo de novas

metodologias de investigação e análise.

Por isso, tornam-se necessários os estudos sobre clima urbano, uma vez que

o ser humano sempre está em busca de melhor qualidade de vida e conforto

ambiental (CRUZ, 2009).

Considerando que as diferenças climáticas na Terra, são basicamente

advindas da energia solar, torna-se indispensável ter elementos para avaliar a carga

térmica que um determinado espaço ao ar livre receberá nas diversas horas do dia e

época do ano.

Além dos materiais construtivos o fluxo de pessoas e veículos incrementam o

ganho e acúmulo de calor da atmosfera urbana. A complexidade de se analisar esta

diversidade de elementos carece de estudos, mais especificamente, com a utilização

das imagens termográficas.

3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

O objetivo principal deste estudo é verificar a variação da temperatura Urbana

nas avenidas mais arborizadas e menos arborizadas no Bairro do Marco com

enfoque da importância da vegetação urbana como elemento modificador da

Temperatura, visando entender o fenômeno e valorizar o uso desse recurso na

implantação e manutenção de áreas verdes em espaços públicos de forma a

contribuir para a melhoria da qualidade de vida urbana.

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3.2 Objetivos Específicos

- Avaliar a utilidade da Termografia infravermelha como uma técnica de

detecção da performance térmica de ambientes urbanos e;

- Demonstrar que espaços urbanos com maior volume de vegetação arbórea

apresentam melhores condições de conforto térmico

Observando o disposto, colocam-se como questionamentos deste estudo:

De que maneira as vias mais arborizadas ou menos arborizadas do Bairro do

Marco, contribuem paras elevação da temperatura urbana?

Determinar qual ou quais alternativas podem ser utilizadas para minimizar os

efeitos negativos ao conforto térmico dos habitantes?

Desta forma, coloca-se que a relevância desta dissertação, está na

contribuição para estudos sobre microclimas em cidades de clima quente e úmido e

nas considerações sobre a importância de se adotar um padrão de arborização

adequado para as principais avenidas.

4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1. Climatologia Urbana

O clima é o resultante da dinâmica de fatores globais (como latitude, altitude e

continentalidade), locais (revestimento do solo e topografia) e elementos (como

temperatura, umidade e velocidade dos ventos) que dão feição a uma localidade

(BARBIRATO et al., 2007).

O clima urbano é resultado da interação entre a sociedade e a natureza na

cidade, e coloca em evidência as alterações do ambiente decorrentes das atividades

humanas (MENDONÇA & DUBREUIL, 2005). Portanto, a interferência constante da

ação humana no ambiente urbano é responsável diretamente pela formação do

clima urbano e seus produtos (ROVANI et al., 2010).

Segundo OKE (2004), o clima nas áreas urbanas pode ser analisado em três

diferentes escalas:

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a) Microescala – escala típica dos microclimas urbanos, definidas pelas

características dos elementos individuais: construções, árvores, estradas, ruas,

pátios, jardins e outros. Pode variar de menos de um a centenas de metros;

b) Escala local – inclui os efeitos climáticos das características da paisagem, como a

topografia, mas exclui os efeitos da micro-escala. Nas cidades, pode representar os

bairros com características similares de desenvolvimento (cobertura do solo,

tamanho e espaçamento dos edifícios e atividades). Pode variar de um a vários

quilômetros;

c) Mesoescala – influencia no tempo e no clima de toda a cidade. Chega a dezenas

de quilômetros de extensão e geralmente uma única estação meteorológica não é

suficiente para representar essa escala.

Com base nessas descrições, pode-se caracterizar três níveis para diferenciar

as escalas climáticas (RIBEIRO, 1993; MASCARÓ; MASCARÓ, 2009; ALMEIDA JR,

2005; TONIETTO; MANDELLI, 2003):

a) o macroclima - também chamado de clima original ou clima regional (TONIETTO;

MANDELLI, 2003), é resultado da interação entre a radiação solar, a curvatura da

Terra e os seus movimentos de rotação e translação (RIBEIRO, 1993). Corresponde

ao clima médio ocorrente num território relativamente vasto, exigindo, para sua

caracterização dados de um conjunto de postos meteorológicos (TONIETTO;

MANDELLI, 2003).

Compreende áreas com distâncias acima de 2000 km (ANDRADE, 2010);

b) o mesoclima - é resultado da interação entre a energia disponível (para o

processo de evaporação e de geração de campos de pressão) e as feições do meio

terrestre (RIBEIRO, 1993). Também é conhecido como clima local, que corresponde

a uma situação particular do macroclima.

Cada cidade é composta por um mosaico de microclimas diferentes e o

mesmo fenômeno que caracteriza o mesoclima urbano existe em miniaturas por toda

a cidade (DUARTE; SERRA, 2003). Desta forma, o microclima é realçado quando

fatores climáticos locais acentuam ou atenuam os fatores de origem externa,

interferindo de forma decisiva no contexto macroclimático (MASCARÓ; MASCARÓ

2009).

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Segundo SILVA (2009), toda a configuração urbana contribui para a formação

dos microclimas diferenciados no contexto da cidade. Quanto maior a área de

concreto, asfalto e pavimentação (materiais com maiores coeficientes de absorção

da radiação solar e emissão de energia térmica), e menor a cobertura vegetal,

maiores são os ganhos de calor da massa edificada e maior emissividade da mesma

para o espaço urbano, o que contribui para a existência de temperaturas mais

elevadas, causando um maior desconforto para o usuário dos espaços urbanos.

ROMERO (2001), complementa esta questão, afirmando que os materiais

constituintes da superfície urbana possuem uma capacidade térmica mais elevada e

são melhores condutores de calor do que os materiais das superfícies não

construídas. E ainda, a morfologia urbana apresenta um aspecto mais rugoso

gerando maior atrito entre a superfície e os ventos, além de atuar como refletora e

radiadora, aumentando os efeitos da radiação incidente. Esses fatores atuam e

modificam a intensidade de radiação solar, a temperatura, a umidade relativa do ar,

a distribuição do vento, a precipitação e outros fatores (BERNATZKY, 1980).

Na configuração urbana é possível constatar três elementos de composição: o

sistema viário, o lote e a edificação (PANERAI, 2006), sendo a via o principal espaço

livre de uso público (ROMERO, 2001). Entende-se aqui como sistema viário o local

de encontro de fluxos de toda ordem – pessoas, mercadorias, veículos, informações

– reunindo uma variada quantidade de atividades terciárias (comércio e serviços,

cultura, lazer, educação, saúde, administração pública, turismo, etc.) (SILVA, 2009).

Para SAYDELLES (2005), contribui que para uma melhor compreensão do

clima das cidades, é indispensável o entendimento das complexas relações

existentes entre seu sítio urbano e as diversas funções desenvolvidas que são

expressas através do uso e ocupação do solo urbano, pois quanto mais detalhadas

for a caracterização e a identificação dos elementos que compõe o espaço urbano,

maior será o número de subsídios fornecidos para a definição dos agentes

causadores e/ou modificadores do clima da cidade, possibilitando assim uma correta

intervenção no ambiente urbano.

Segundo KATZSCHNER (1997), o estudo do clima urbano pode ser um

instrumento muito importante no planejamento das cidades, pois este considera a

circulação do ar e as condições térmicas como aspectos relevantes para o projeto de

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preservação e criação do “clima urbano ideal”, durante os processos de crescimento

e transformação das cidades.

4.2. Áreas Verdes Urbanas

As áreas verdes urbanas são citadas como os melhores reguladores

climáticos existentes (LEAL, 2012). Entre outras funções, têm sido apontadas como

elemento fundamental para minimizar os efeitos da alteração do clima provocado

pelas ações humanas, o resfriamento do ar, o aumento da umidade relativa e as

mudanças na ventilação (DIMOUDI & NIKOLOPOULOU, 2003). A utilização da

vegetação é uma das estratégias recomendadas pelo projeto ambiental, para reduzir

o consumo de energia, minimizar os efeitos da ilha de calor e da poluição urbana

(LIMA, 2009).

A vegetação exerce diversos efeitos no microclima urbano (LIMA, 2009). No

verão, funciona como um verdadeiro ar condicionado natural, pois melhora a

temperatura do ar com a sua evapotranspiração (HEISLER, 1974). Segundo GREY

& DENEKE (1986), afirmam que uma árvore isolada pode transpirar em média 380

litros de água por dia, o que provoca um resfriamento equivalente ao de cinco

aparelhos de ar condicionado médios, em funcionamento por vinte horas.

A Área verde é um termo que se aplica a diversos tipos de espaços urbanos

que têm em comum o fato de serem abertos, acessíveis; relacionados com saúde e

recreação ativa e passiva, proporcionaram interação das atividades humanas com o

meio ambiente (DEMATTÊ, 1997). Para LLARDENT (1982), áreas, zonas, espaços

ou equipamentos verdes são espaços livres onde predominam áreas plantadas de

vegetação, correspondendo, em geral, ao que se conhece como parques, jardins ou

praças.

Nas questões relativas ao desempenho térmico, a vegetação apresenta

menor capacidade calorífera e condutividade térmica do que os materiais dos

edifícios e grande capacidade de absorção da radiação solar pelas folhas,

resultando em menor reflexão (albedo baixo) (ROMERO, 2001). Assim, a sensação

de bem-estar da pessoa em relação ao ambiente térmico, irá depender das

características da espécie vegetal, do tipo de agrupamento entre indivíduos

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arbóreos, da composição de espécies em um tipo de agrupamento e do padrão

resultante da composição e estrutura entre os indivíduos (BARTHOLOMEI, 2003).

Isto ocorre porque a vegetação utiliza a maior parte da radiação incidente não

para o aquecimento da superfície ou do ar, mas no processo de fotossíntese,

liberando-o posteriormente sob forma de evapotranspiração, o que, além de permitir

uma maior umidade relativa do ar, favorece o declínio térmico (SAYDELLES, 2005;

p. 135).

Conforme SILVA (2009), a influência da vegetação se manifesta nas mais

variadas escalas climáticas, porém para a configuração urbana de um lugar, o clima

urbano tem, na escala microclimática, seu principal grau de interferência. A presença

da vegetação nas áreas urbanas cria um microclima que difere daquele das áreas

não plantadas (LIMA, 2009).

A arborização viária tem por objetivo bloquear a incidência dos raios solares

nas áreas pavimentadas e construídas, atua como estratégia para o controle da

temperatura nos centros urbanizados (SILVA, 2009). Segundo SANTOS e TEIXEIRA

(2001), citam como benefícios da arborização de vias públicas as seguintes ações:

captação e/ou retenção de material particulado, adsorção de gases, reciclagem de

gases através dos mecanismos fotossintéticos, melhoria da qualidade do ar, redução

dos níveis de ruído, equilíbrio do microclima urbano, proteção à avifauna, conforto

lumínico e ambiental. Esses fatores, para LIMA (2009), variam com o tipo de

vegetação, porte, idade, período do ano e formas de associação dos vegetais.

Como afirma também COSTA (1982), em relação ao efeito atenuador que as

plantas desempenham com relação à temperatura do ar advém da transformação da

energia solar em energia química latente, na forma de compostos de carbono e

hidrogênio, por meio da fotossíntese, que reduz a incidência da luz solar durante o

dia, ao mesmo tempo em que, por seu metabolismo, libera calor durante a noite.

A vegetação representa um elemento chave para um desenho adequado às

exigências de conforto, pois a vegetação possui uma importante função na melhoria

e estabilidade microclimática devido à redução das amplitudes térmicas, redução da

insolação direta, ampliação das taxas de evapotranspiração e redução da velocidade

dos ventos (SHARMS et al, 2009).

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Segundo ABREU (2008), a falta de vegetação é um dos principais

responsáveis pelas alterações do clima nos grandes centros urbanos, uma vez que

as propriedades de regulação e melhoria do clima que eles oferecem é uma

característica fundamental para garantir um clima urbano ideal.

Do ponto de vista do conforto ambiental, a vegetação exerce o papel de

atenuação dos estímulos relacionados à propagação e percepção térmica, acústica

e lumínica (DI CLEMENTE, 2009). Outro benefício significativo da presença da

arborização urbana é a capacidade de interceptação das chuvas, que reduz a taxa e

o volume das enxurradas causadas pelas tempestades, contribuindo para o ciclo

hidrológico e redistribuição da umidade (MCPHERSON; SIMPSON, 2002).

De acordo com CADORIN & MELLO (2011), que citam a contribuição da

arborização urbana para o controle de enchentes e inundações, ressaltam sua

grande importância para a manutenção da biodiversidade.

O clima urbano é resultado da interação entre a sociedade e a natureza na

cidade, e coloca em evidência as alterações do ambiente decorrentes das atividades

humanas (MENDONÇA & DUBREUIL, 2005). Portanto, a interferência constante da

ação humana no ambiente urbano é responsável diretamente pela formação do

clima urbano e seus produtos (ROVANI et al., 2010).

De acordo com SHARMS et al., (2009) a implantação adequada da

arborização na malha urbana propicia benefícios evidentes na melhoria da qualidade

de vida da população. A presença da vegetação favorece a intensificação do uso e

funções destes espaços, uma vez que as preferências para realização das

atividades se voltam para áreas arborizadas.

Segundo HONJO & TAKAKURA (1990), o efeito de resfriamento de uma área

verde varia de acordo com o seu tamanho e a proximidade com outras áreas verdes.

As áreas verdes desempenham um papel significante na regulação do clima urbano

(MARTINEZ-ARROYO, JAUREGUI, 2000; YU, HIEN, 2006). A cobertura vegetal

presente nas áreas verdes atua no controle da temperatura e umidade relativa do ar

(TYRVÄINEN et al., 2005).

Outro fato importante a ser observado diz respeito à substituição da

vegetação nativa pelos edifícios, ruas, praças entre outros, fazendo com que haja

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uma diminuição das taxas de evapotranspiração, processo importante para

manutenção das condições climáticas, pois as plantas, utilizando parte da radiação

líquida disponível no sistema nesse processo, diminuem a quantidade de energia

disponível para aquecer o ar e também contribuem para as taxas de vapor d’água

liberadas para atmosfera. Além do papel realizado pela evapotranspiração, a

vegetação ainda oferece a função de sombreamento, interceptando a energia solar

incidente, como discutido por ALMEIDA JUNIOR (2005).

A presença arbórea possui fundamental importância para a amenização ou

solução de problemas urbanos relacionados a clima, saúde, qualidade de vida, uma

vez que ela possui variadas funções de reguladores climáticos, proporcionando um

conforto ambiental, quando elimina o calor latente através da transpiração, permite a

ventilação ao nível do terreno, infiltração da água em um piso predominantemente

impermeável, acumula partículas de poeira e transforma gases tóxicos (BRASIL,

1996). A atual configuração espacial, produto da revolução industrial, e

materialização da obra humana sobre o meio ambiente intensificam cada vez mais o

processo da “construção de pedra” que massacra a natureza.

De acordo com OLIVEIRA (1996), são muitos os benefícios da vegetação no

ambiente urbano. Dentre alguns deles, destacam-se a sua importância para o

controle climático e da poluição do ar e acústica, melhoria da qualidade estética da

paisagem urbana, aumento do conforto ambiental, efeitos sobre a saúde mental e

física da população, valorização de áreas de convívio social, valorização econômica

das propriedades do entorno e formação de uma memória e do patrimônio cultural

da cidade. Dentro deste conceito, o objetivo deste trabalho não é somente comparar

a influência da vegetação no conforto térmico urbano, mas também fomentar a

importância desta vegetação para melhoria dos diversos fatores citados acima.

Questionamentos parecidos podem ser levantados para TOLEDO e SANTOS

(2008), que consideram que as áreas verdes têm papel fundamental na qualidade de

vida da população e são espaços destinados à preservação ou implantação de

vegetação ou ao lazer público, e também para HULSMEYER & SOUZA (2007), que

considera que as áreas verdes devem ser áreas livres na cidade e que apresentam

características predominantemente naturais, independentemente do porte da

vegetação.

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Analisar o comportamento dos microclimas das cidades metropolitanas e

diagnosticar os seus problemas e propor possíveis alternativas mitigadoras, são

medidas fundamentais às questões ligadas ao clima urbano e para a qualidade de

vida.

É sob esse contexto que se destaca a importância das ÁREAS VERDES e

sua influência no microclima urbano, a fim de mitigar os efeitos prejudiciais da

urbanização e na melhora das condições ambientais em áreas urbanizadas.

4.3. Áreas Urbanas

4.3.1 Superfícies e Trocas Térmicas

As coberturas dos edifícios, as avenidas e ruas nas áreas urbanas tendem a

reter o calor gerado pela radiação direta, por estarem expostas por um longo período

do dia a ação do sol. Os materiais empregados nas cobertas, estanques e de

coloração escura, contribuindo na retenção do calor na superfície urbana. As

coberturas das edificações cobrem cerca de 20% das áreas urbanas e suburbanas e

são as características mais quentes vistas em imagens térmicas de satélites. Já os

pavimentos cobrem entre 25% a 50% das cidades sendo geralmente o aspecto mais

dominante em nosso ambiente urbano. As características térmicas dos pavimentos

exercem muita influencia sobre a formação das ilhas de calor (GARTLAND, 2010).

As trocas de calor são classificadas como trocas térmicas secas e trocas

térmicas úmidas. Nas trocas térmicas secas, há mudança de temperatura, enquanto

que as trocas térmicas úmidas envolvem mudança de fase. Neste sentido, as trocas

térmicas entre os corpos se fazem segundo duas condições: existências de dois

corpos a temperaturas diferentes ou mudança de estado de agregação. No primeiro

caso, a troca se dá pela perda de calor pelos corpos mais quentes para os mais frios

e o calor envolvido é chamado de calor sensível (neste caso as trocas são

chamadas de trocas secas e se processam, através dos mecanismos de convecção,

condução e radiação). Nas trocas de calor por mudança de estado de agregação, a

água passando para o estado de vapor ou o contrário. O calor envolvido neste

mecanismo de troca é denominado latente (estas trocas são chamadas de trocas

úmidas e se processam por evaporação e condensação) (FROTA e SCHIFFER,

2007).

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O fenômeno denominado ‘Ilha de Calor’, ocorre em locais com excessiva

quantidade de construções e baixa concentração de áreas verdes, onde a

temperatura é mais elevada do que nas áreas vizinhas não urbanizadas. A

configuração da ilha de calor está relacionada também ao aumento da temperatura,

à queda da umidade relativa do ar, aos desvios de trajetória do vento com mudanças

na sua velocidade e a modificações no padrão de distribuição das chuvas. Além

disso, a ausência de vegetação contribui para a formação de ilhas de calor urbanas,

porque deixa de fornecer dois mecanismos de resfriamento importantes: sombra e

evapotranspiração (COSTA & FRANCO, 2014)1.

AKBARI et al. (1988), em estudo do impacto das ilhas de calor urbano no

consumo de energia para resfriamento térmico e emissões de gás carbônico (CO2),

no que se refere à qualidade ambiental urbana, constataram que a arborização

urbana é cerca de 15 vezes mais eficiente para consumir CO2 que a arborização

rural.

Segundo LOMBARDO (1985), o processo de expansão urbana mundial

sobrecarrega a natureza, alterando toda a ecologia das cidades, em especial

daquelas onde o crescimento foi mais rápido e sem planejamento. Em outras

palavras, a concentração populacional nas cidades agravada pela falta de

planejamento nos centros urbanos, acabou gerando uma série de problemas de

difícil reversão, comprometendo assim, a qualidade ambiental e de vida nessas

áreas.

Nas áreas urbanas diversas construções absorvem e retém mais calor do sol

do que materiais naturais, os materiais de construção em sua maioria são

impermeáveis e estanques, e não apresentam umidade disponível para dissipar o

calor do sol, e os materiais de revestimento de cor escura, em edifícios e

pavimentos, também apresentam maior capacidade de reter o calor quando

expostos a radiação direta.

Segundo LOMBARDO (1985), que promoveu uma análise ambiental dos

espaços urbanos, apontando a urbanização desenfreada, verificada nas grandes

metrópoles, como a propulsora do intenso processo de degradação ambiental

1 Primeiro artigo publicado pelo discente do curso Anderson da Silva Costa com a orientação do Dr. Irving Franco. “ COSTA. A . S & FRANCO. I. M. Ilhas de Calor, as Cidades estão em Ebulição. Revista Cidadania & Meio Ambiente, ISSN 2177-630X, N°49, ANO IX. 2014”.

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averiguado nas cidades. Os problemas ecológicos provenientes desta aglomeração

urbana podem ser representados pelos fenômenos de Ilhas de Calor dentro da

região metropolitana da cidade de São Paulo, explicitando o desconforto térmico

ocasionado pelas elevações de temperatura no centro da cidade em relação às

áreas circunvizinhas ocasionadas pelo grande índice de áreas construídas, materiais

pavimentados e redução de evaporação por falta de cobertura vegetal evidente, em

índice de vegetação inferior a 26%. Para tanto, a autora conclui a necessidade de

controle do processo de ocupação, com vista a garantir a qualidade ambiental

urbana.

Além disso, os materiais construtivos, o fluxo de pessoas e veículos

incrementam o ganho e acúmulo de calor da atmosfera urbana. A complexidade de

se analisar esta diversidade de elementos carece de estudos.

De acordo com BARBOSA (2005), o planejamento das cidades considerava

apenas os aspectos sociais, culturais e econômicos, ignorando as conseqüências

que o processo de expansão urbana ocasiona, colocando em risco a

sustentabilidade do ambiente urbano uma vez que, atrelado a este processo,

ocorrem inúmeras modificações no ambiente das cidades, como a retirada da

cobertura vegetal e substituição por áreas construídas, a impermeabilização do solo,

a concentração de equipamentos e pessoas, a utilização maciça de materiais novos

que alteram as propriedades térmicas e hidrológicas da superfície terrestre.

4.3.2 Sensoriamento Remoto e a Termografia Infravermelha

Atualmente com o avanço das geotecnologias, de dados do sensoriamento

remoto e aumento da resolução de imagens de satélite, obtem-se diversas

informações do ambiente terrestre. Uma das informações contidas nos dados de

sensoriamento remoto é a temperatura aparente da superfície, obtida através da

captação da energia eletromagnética emitida por determinado ambiente ou objeto.

Como o Sensoriamento Remoto agrega um conjunto de técnicas que

possibilita a obtenção de informações sobre alvos na superfície terrestre (objetos,

áreas, fenômenos), através do registro da interação da radiação eletromagnética

com a superfície, realizado por sensores distantes, ou remotos, torna-se uma

ferramenta muito útil para gerar informações de um determinado local. Geralmente

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estes sensores estão presentes em plataformas orbitais ou satélites, aviões e a nível

de campo.

Neste sentido, a Termografia Infravermelha, é uma técnica que permite

mapear um corpo ou uma região com o objetivo de distinguir áreas de diferentes

temperaturas, sendo portanto uma técnica que permite a visualização artificial da

radiação dentro do espectro infravermelho. As vibrações de campos elétricos e

magnéticos que se propagam no espaço a velocidade da luz de forma mutuamente

sustentadas dá origem às ondas eletromagnéticas, e o conjunto de ondas

eletromagnéticas de todas as freqüências formam o espectro eletromagnético.

Esta técnica permite medir a temperatura superficial através das radiações

infravermelhas emitidas pelos objetos. Todos os objetos podem ser observados por

essa técnica, uma vez que, tendo temperaturas superiores ao zero absoluto, emitem

radiações infravermelhas.

As imagens derivados da técnica termográfica, em nível de aplicação, pode

ser dividida em passiva e ativa. Na termografia passiva, é considerado que os

objetos analisados contêm armazenamento interno de energia térmica ou são

estimulados por uma fonte natural de calor, como energia solar. Enquanto que na

termografia ativa, os objetos em análise são submetidos a uma fonte artificial de

aquecimento ou resfriamento, com o objetivo de provocar o fluxo de calor necessário

para geração da imagem térmica (MALDAGUE, 2001 ).

No estudo de MEIER et al (2010), identificou que dados de infravermelho são

altamente adequado para investigar as propriedades térmicas superficiais e

processos dinâmicos da densidade de fluxo de radiação de ondas longas das

superfícies urbanas e nas medições meteorológicas na cidade de Berlim- Alemanha.

Relatando padrões espaço-temporais da diferença entre a densidade de fluxo de

radiação de ondas longas para das superfícies dos pátios e telhados.

Apesar das imagens dos satélites Landsat já apresentarem maior resolução

espacial, elas não podem proporcionar a expressão pronta do campo térmico, que

se apresenta como uma complexidade de vários estratos. As temperaturas medidas

pelo sensor não são idênticas à temperatura do ar medida na camada próxima à

superfície. Mas, através da termografia, obtêm-se índices relativos das diferenças na

estrutura termal relacionadas com o uso e ocupação do solo e, como o clima das

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camadas de ar junto ao solo está intimamente relacionado à superfície ativa

(CHANDLER, 1976).

Todos os materiais apresentam capacidade de absorver a radiação

infravermelha, convertendo-a em um aumento de temperatura, e todos os materiais

acima do zero absoluto emitem radiação, sendo a radiação infravermelha

compreendida entre a região visível e as microondas do espectro magnético, com

comprimento de onda de 0,75µm a 10µm.

A técnica da termografia infravermelha transforma a emissão padrão do

objeto em imagem visível, medido a radiação infravermelha emitida pelos objetos,

sendo detectada pela câmera três componentes de radiação nos objetos, a emissão,

transmissão e reflexão (OCAÑA,2004). A termografia infravermelha vem sendo

empregada também no diagnostico de ganhos e perdas de calor nas edificações e

no meio urbano. Dentre as principais condições que influenciam a medição está o

valor de emissividade, a condição ambiental, o tipo de cor da superfície e a

refletividade da superfície (BARREIRA et al, 2007).

As câmeras captam a radiação infravermelha emitida pela superfície

convertendo em sinais elétricos, criando uma imagem térmica com um gradiente de

temperatura superficial (BARREIRA, 2007). O infravermelho corresponde a uma

faixa freqüência eletromagnética naturalmente emitida por qualquer corpo à

temperatura próxima à do ambiente (22ºC), com intensidade proporcional à quarta

potência de sua temperatura.

Para WENG (2009), que utilizou dados de infravermelho termal derivados de

sensoriamento remoto, para analisar o clima urbano e ambiental, principalmente a

temperatura da superfície da terra (LST) e os padrões da sua relação com a

superfície, avaliando o fenômeno caracterizado como “ilha de calor urbana (ICU)”,

apontando as práticas atuais, problemas e perspectivas neste campo específico de

estudo.

Na pesquisa de SHAM et al., (2012), utilizou dados de radiação infravermelha

aplicando uma técnica de monitoramento de temperatura de superfície contínua

(CSTM) para investigar as características de liberação de calor sensível noturnos

através das construções, com a finalidade de estimar o calor sensível noturno (SH)

de transferência entre materiais ao ambiente.

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As radiações emitidas pelo corpo proporcionam informações das

características das matérias que constituem o mesmo e a condição em que se

encontra (MONCÓ, 2002). A Termografia é a percepção de temperatura superficial

de um corpo, uma vez que todo corpo com temperatura acima de -273ºC emite

radiação térmica (CORTIZO, 2007). Os equipamentos de termografia captam esta

radiação infravermelha, transformam-na em sinais elétricos e geram uma imagem

térmica do corpo apresentando cores diferentes para temperaturas diferentes

(BARREIRA, 2004).

A termografia tem como principais vantagens a detecção de objetos não

visíveis, não precisa de contato físico, trata-se de um ensaio em tempo real, em

larga escala e é uma técnica não destrutiva (BARREIRA, 2004). Além disso, o

manual técnico da FLIR (2009), cita as seguintes vantagens: não requer um

realojamento temporário dos residentes, permite a apresentação visual ilustrativa

dos resultados e o método confirma os pontos de falha ou vias de migração da

umidade, nos sistemas construtivos e diferença de temperatura nas avenidas, ruas,

praças e etc (Figura 1, 2 e 3).

Figura 1. Umidade nos sistemas construtivos através das imagens Infravermelho

(Fonte: MENDONÇA et al. 2014).

Segundo (NETO, 2009) termografia é um ensaio que se baseia na

perturbação do fluxo de calor, gerado interna ou externamente. Estas perturbações

produzem desvios na distribuição da temperatura superficial do objeto que são

captadas pelos equipamentos termográficos e geram uma imagem.

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Figura 2. Identificação de aquecimentos nos sistemas elétricos através das imagens

Infravermelho (Fonte: LOUVAIN et al. 2010).

Figura 3. Identificação da temperatura superficial nas ruas através das imagens

Infravermelho (Fonte: SILVA, 2012).

5. MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 Áreas de Estudo

O estudo foi conduzido no Bairro do Marco, localizado na cidade de Belém-

PA. Nas principais avenidas do Bairro: Almirante Barroso; Rômulo Maiorana (Antiga

25 de setembro) e Duque de Caxias (Figura 4).

A cidade de Belém apresenta dois aspectos relevantes para o clima: baixa

latitude e proximidade com o litoral (CABRAL, 1995). Possui apenas duas estações

durante o ano, definidas como inverno e verão, ou um período com maior volume de

precipitações e um período mais seco.

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Figura 4. Localização da área de estudo.

No Bairro do Marco, encontra-se o Bosque Rodrigues Alves, assim como a

sede do Instituto de Meteorologia em Belém, os Campi II III e V (onde leciona-se o

curso de Medicina) da UEPA (Universidade do Estado do Pará) e a EMBRAPA

(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, culturalmente o Marco possui um

teatro, o Teatro do SESI, anexo ao seu complexo recreativo e esportivo.

A partir de uma revisão da metodologia utilizada por diversos autores, dentre

eles GIVONI, LABS, OLGYAY, SZOKOLAY e WATSON concluiu-se que o trabalho

de GIVONI (1992), para países em desenvolvimento é o mais adequado para o

Brasil. Os autores desenvolveram uma carta (Figura 5) sobreposta à carta

psicrométrica que relaciona temperatura e umidade relativa do ar. Através dos

valores destas variáveis, o arquiteto pode obter indicações fundamentais para definir

a estratégia bioclimática a ser adotada no edifício de acordo com a localidade em

que está situado (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 1997). Os dados das variáveis

podem ser lançados diretamente na carta em que se identificam nove zonas

divididas em:

1) Zona de conforto.

2) Zona de ventilação.

AvAv. . Rômulo Rômulo Maiorana

AvAv. Almirante Barroso. Almirante Barroso

AvAv. Duque de Caxias. Duque de Caxias

SPOT - Imagens de 2010SPOT - Imagens de 2010

Bairro do Marco

Principais Avenidas

Cidade de Belém-PA

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3) Zona de resfriamento evaporativo.

4) Zona de massa térmica para resfriamento.

5) Zona de ar-condicionado.

6) Zona de umidificação.

7) Zona de massa térmica para aquecimento.

8) Zona de aquecimento solar passivo.

9) Zona de aquecimento artificial.

Figura 5. Carta Bioclimática da cidade de Belém (Fonte: LAMBERTS; DUTRA;

PEREIRA, 1997).

Esta dissertação não tem como objeto de estudo explicar cada uma das

zonas, basta ressaltar que, assim como grande parte das cidades de clima quente e

úmido, a Cidade de Belém está localizada na zona de ventilação.

A área foi escolhida devido a base de dados que o Laboratório de Análise e

Desenvolvimento do Espaço Construído- LADEC, da Faculdade de Arquitetura e

Urbanismo da UFPA possui e em virtude do desconforto térmico que assola esta

área.

5.2 Bases de dados

A base de dados utilizada nesta análise, consiste em dados das imagens

infravermelho derivados da Termografia, coletados e disponibilizados pelo LADEC

(vinculados a produção do projeto CNPQ), utilizando o equipamento ThermoVision

A320 (Figura 6), no sobrevôo de helicóptero no dia 21 setembro de 2012, com a

hora de registro das imagem entre as 13:30- 12:30 horas. A sequência do arquivo

utilizado foi Seq. 12. Antônio Barreto com 3 de Maio.

O A320 foi projetado para oferecer imagem termográfica precisas e repetíveis

medições de temperatura em uma ampla gama de aplicações de automação. Cada

imagem térmica é construída a partir de 76.800 elementos de imagem individuais

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que são amostrados pela eletrônica da câmera on-board e software para medir a

temperatura).

Figura 6. Equipamento ThermoVision A320 e a Imagem infravermelha do Bairro do

Marco (Fonte: Irving Franco (Ladec-UFPA, 2012).

Este equipamento é uma solução acessível e precisa para detecção de calor

com geração de imagem sem contato com o alvo, possibilitando a medição de

temperaturas e a observação de padrões de distribuição de calor em um

determinado local ou espaço.

A imagem térmica gerada é atualmente um dos instrumentos de diagnóstico

mais importantes na manutenção preditiva. Ao detectar anomalias que

freqüentemente, não são visíveis a olho nu.

Nesta Dissertação, foram também utilizadas imagens de Satélites

disponibilizados pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Pará- SEMA-PA

(Figura 7), com o objetivo de identificação qual é a situação da avenida em termos

de arborização e visualização dos picos do comportamento das temperaturas do

superficiais nos gráficos gerados.

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Figura 7. Imagens utilizada na Dissertação disponibilizadas pela Sema-PA para

visualização das avenidas arborizada.

5.3 Metodologia Utilizada para Avaliar a Temperatura

A metodologia utilizada para analisar o efeito da temperatura nas três

avenidas (Almirante Barroso, Rômulo Maiorana e Duque de Caxias) no Bairro do

Marco, sob o enfoque da importância da vegetação urbana é sintetizada na Figura.

8. As etapas das análises são apresentadas nas seções abaixo.

A partir da geração da imagem termal superficial obtida pelo Equipamento

ThermoVision A320, utilizamos o software Thermacam Researcher Pro 2.10, para

leitura e extração dos pontos de temperatura superficiais das Avenidas Almirante

Barroso , Rômulo Maiorana e Duque de Caxias.

Em seguida, plotamos os pontos das temperaturas nas três avenidas e

identificamos através das imagens de Satélite SPOT e Rapid Eyes os picos nas

curvas das medidas superficiais de temperatura, com o intuíto de analisar através

das imagens se os picos tratam de cruzamento ou área aberta (sem vegetação nas

avenidas).

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Figura 8. Metodologia sintetizada das etapas das análises da Dissertação (Fonte:

Autor, 2014).

Em seguida, simulamos as avenidas Almirante Barroso e Rômulo Maiorana

(comparação 1, definida da Trav. Lomas Valentinas até Trav. Humaíta) a partir da

média da diferença das temperaturas de cada avenida (Tabela 1) e para as

avenidas Duque de Caxias e Rômulo Maiorana (comparação 2), utilizando a mesma

metodologia (tabela 2).

A título investigativo, as simulações das temperaturas superficiais nas

avenidas, constituem uma informação fundamental para o entendimento do efeito da

arborização nessas vias de acesso.

Tabela 1. Demonstração da metodologia na simulação das avenidas Almirante

Barroso e Rômulo Maiorana.

Imagem

Infravermelha

Extração

da Temperatura

Perfil da

Temperatura

- Av. Almirante Barroso

- Av. Rômulo Maiorana

- Av. Duque de Caxias

Utilizando o Programa

Thermacam Researcher

Pro 2.10

Comparação

dos Perfis

Utilização das Imagens de

Satélite para identificação

das Avenidas arborizadas

Análise

Final dos Dados

Simulação

das Avenidas

Ponderação

e Discussão

Conclusão

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Tomando consciência da necessidade de se conhecer e quantificar os efeitos

da arborização no clima urbano, no aspecto referente à atenuação da radiação solar

incidente e seu efeito no conforto térmico no Bairro. E a partir dos dados originais de

temperatura e os dados das simulações das avenidas, analisamos o comportamento

das temperaturas superficiais.

Tabela 2. Demonstração da metodologia na simulação das avenidas Duque de

Caxias e Rômulo Maiorana.

Esta inversão das curvas, simula como seria uma Avenida Almirante Barroso

com um projeto de arborização, apontando a importância do Conforto Térmico nesta

avenida para os habitantes que utilizam esta via. A Avenida Rômulo Maiorana “sem

arborização” representa um alerta as autoridades, se adotarem projetos de redução

de área verde.

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

6.1 Temperaturas Superficiais das Avenidas Rômulo Maiorana e Almirante

Barroso (Comparação 1)

Os dados de temperatura extraídos das Imagens Termográficas

Infravermelhas a partir do aplicativo ThermaCAM Researcher 2.1 (Figura 9),

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34

apontaram perfil das temperaturas superficiais nas duas Avenidas do Bairro do

Marco.

A partir da extração dos 20 (vinte) pontos de temperaturas superficiais nas

duas avenidas com o propósito de analisar o comportamento das duas avenidas

(Tabela 3), vale ressaltar, que a Avenida Rômulo Maiorana é mais arborizada do

que a Avenida Almirante Barroso. Fato bem caracterizado nas Imagens de Satélites

e nas imagem infravermelha (Figura 9 e 10).

Figura 9. Imagem Termográfica Infravermelha do Bairro Marco (Fonte: Irving

Franco, 2012), os pontos de temperaturas superficiais (em azul claro) extraídas da

imagem.

Quando analisamos estatisticamente os dados das temperaturas de cada

avenida, os resultados apontam que a Média e o Desvio Padrão das temperaturas

superficiais da Avenida Rômulo Maiorana (Média 31,21°C e Desvio Padrão 1,81°C)

são menores que da Avenida Almirante Barroso (Média 34,02°C e Desvio Padrão

1,85°C) (Tabela 3).

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35

Tabela 3. Temperaturas Superficiais das duas Avenidas do Bairro do Marco.

Vale ressaltar, que ponto 20 (SP20) na Avenida Rômulo Maiorana teve uma

temperatura Superficial de 37,3°. Este ponto trata-se do cruzamento desta avenida

com a Travessa Humaitá.

O Desvio Padrão é um parâmetro muito usado em estatística que indica o

grau de variação de um conjunto de elementos em relação à média e pode ser

representado da seguinte forma:

Onde:

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36

X1=T1; X2= T2; X3= T3;....

X= Média

n= Quantidade das amostras=20

A causa da diferença nas Médias e Desvio Padrão nas duas avenidas, é

apontada devido a ausência e distribuição da vegetação ao longo da avenida, no

caso da Avenida Rômulo Maiorana, onde fica registrado a presença de vegetação,

tem-se temperaturas menores, em relação a Avenida Almirante Barroso, onde

predomina ausência e baixa presença de área verde, expressa temperaturas altas e

baixas que influenciam a Média e o Desvio Padrão.

Os resultados apresentados na Tabela 3, colaboram com o estudo dirigido

pelo VELASCO (2007), que analisou o microclima em ambientes com diferentes

porcentagens de cobertura arbórea, na cidade de São Paulo, constatando que a

amplitude térmica é inversamente proporcional à porcentagem de vegetação

presente na área. Logo, a área com maior quantidade de vegetação apresenta

menor amplitude térmica. Em estudos na cidade de Ponta Grossa, CRUZ &

LOMBARDO (2007) também observaram que a amplitude térmica foi maior nas

áreas com ausência de vegetação.

Figura 10. Imagem do Satélite SPOT nas Avenidas Rômulo Maiorana (1) e

Almirante Barroso (2) no Bairro Marco.

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37

Analisando os valores individuais das temperaturas superficiais e comparando

a Média das duas avenidas através do programa Minitab 15, percebe-se mais

nitidamente a diferença da Média da Avenida Rômulo Maiorana (31,21ºC) com a

Almirante Barroso (34,02°C) (Figura 11). Registrando um padrão mais agrupado de

temperaturas superficiais na Avenida Rômulo Maiorana, apesar de existir um outline

(caracterizado pela cruzamento da avenida, com a Trav. Humaíta onde não existe

vegetação).

Figura 11. Distribuição dos valores Individuais das temperaturas superficiais das

Avenidas Rômulo Maiorana e Almirante Barroso no Bairro Marco.

Em seguida, depois da extração dos pontos de Temperaturas Superficiais das

duas avenidas, analisamos o comportamento das curvas no Excel, para

identificarmos o perfil das temperaturas ao longo das avenidas (Figura 12).

No gráfico, nota-se alguns picos no comportamento duas curvas de

temperaturas superficiais. Este fato ocorre em virtude de cruzamentos ao longo das

avenidas. A curva da Avenida Almirante Barroso foi maior do que a Avenida Rômulo

Maiorana, em virtude da Almirante Barroso possui grandes áreas impermeáveis

(calçadas, ruas pavimentadas e asfaltadas) e como a maior densidade construída

acompanham sempre o aumento da temperatura, devido à diminuição das trocas

térmicas de calor latente. A diminuição de áreas verdes reduz a perda de calor pelo

Av. Alm. BarrosoAv. Rômulo Maiorana

38

37

36

35

34

33

32

31

30

29

Da

ta

Valores Individuais de Temperatura Av. Rômulo Maiorana; Av. Alm. Barroso

Média das

Temperaturas

Média das

Temperaturas

Av.

Alm

. Barr

oso

Av.

Rôm

ulo

Maio

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38

37

36

35

34

33

32

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30

29

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nd

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Maio

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Av. A

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Méd

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Tem

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38

processo de evapotranspiração, enquanto a maior massa construída contribui para

atrasar a perda de calor.

Figura 12. Perfil do Comportamento das duas Avenidas Rômulo Maiorana e

Almirante Barroso no Bairro do Marco.

O comportamento da curva da Avenida Almirante Barroso, colabora com o

estudo dirigido da FROTA & SCHIFFER (2001), onde elas afirmam que a amplitude

diária da temperatura é influenciada pela variação do grau de umidade relativa do ar,

o que significa dizer que quanto mais seco for o clima, mais acentuadas serão suas

temperaturas máximas e mínimas.

6.2 Simulações das Avenidas Rômulo Maiorana “sem arborização” e Almirante

Barroso “arborizada”

Os resultados relativo a investigação que foram obtidos a partir da subtração

das Temperaturas Superficiais nas duas avenidas e com a geração da Média dessas

diferenças, que resultou numa diferença igual aproximadamente no 2,82°C (Tabela

4).

A simulação da Avenida Almirante Barroso “arborizada” foi resultado da

subtração da diferença Média (2,82°C) dos valores de temperaturas superficiais da

Avenida Almirante Barroso (Tabela 5). No caso da Avenida Rômulo Maiorana,

25

26

27

28

29

30

31

32

33

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pontos Extraídos das Temperaturas Superficias

Tem

per

atu

ras

°C

Av. Rômulo Maiorana

Av. Alm. Barroso

Trav. Lomas

Trav. Mariz e

Barros

Trav. Humaita

Trav. VilletaTrav. Timbó

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39

somamos o valor da Média 2,82°C para cada temperatura superficial para obter a

simulação da Av Rômulo Maiorana “sem arborização” (Tabela 5).

Tabela 4. Geração do Δtemp (Diferença das Temperaturas Superficiais) das duas

Avenidas do Bairro do Marco.

Vale ressaltar, que no estudo conduzido pelo BARBOSA (2002), apontou de

modo qualitativo, a influência de áreas verdes sobre condições térmicas em

diferentes recintos urbanos na Cidade de Maceió. A pesquisa verificou, por meio de

investigação experimental durante o período de verão, diferença média de

temperatura do ar na ordem de 2,5°C entre um ambiente arborizado e um ambiente

circunvizinho desprovido de vegetação.

Segundo MAHMOUD (2011), afirma que o efeito das árvores no microclima

ao longo do dia também é devido à redução da passagem dos raios solares para o

chão, proporcionado pelo sombreamento da vegetação, apontado que entre 60 e

75% da energia solar incidente na arborização é consumida em processos

fisiológico.

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40

Tabela 5. Simulação das Avenidas “arborizadas” e “sem arborização”.

Em seguida, depois da geração das Temperaturas Superficiais, através das

simulações das Avenidas “arborizadas” e “sem arborização, analisamos o

comportamento das curvas no Excel, para identificarmos o novo perfil das duas

curvas (Figura 13).

Percebe-se que houve uma inversão das curvas, a Avenida Almirante Barroso

“arborizada” obteve Temperaturas Superficiais baixa em comparação com a Avenida

Rômulo Maiorana “sem arborização”.

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2526272829303132333435363738394041

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pontos Extraídos das Temperaturas Superficiais

Tem

per

atu

ras

°C

Simulação Av. R. Maiorana sem Árvores

Simulação Av. Alm. Barroso Arborizada

Trav. Lomas Trav. Mariz e

Barros

Trav. Humaita

Trav. Villeta

Trav. Timbó

Esta simulação aponta um cenário negativo se as autoridades retirarem ou

reduzirem o percentual de áreas verdes na Avenida Rômulo Maiorana, se isto

ocorrer, teremos temperaturas elevadas nesta avenida.

Figura 13. Perfil do Comportamento das duas simulações das Avenidas Rômulo

Maiorana e Almirante Barroso no Bairro do Marco.

Nota-se a importância da arborização nas avenidas e ruas, Segundo CHEN-

YIET al. (2009), em seu estudo, demonstrou uma clara relação entre a geometria do

desenho urbano e a temperatura do ar nas ruas de Taiwan, ao combinar os

parâmetros ambientais que influenciam o ambiente térmico. Os autores verificaram

que as temperaturas noturnas mais baixas ocorreram em lugares com baixa

densidade de construção e alta taxa de vegetação.

Analisando as 4 (quatro) avenidas em relação ao número de ocorrências nas

Temperaturas Superficiais, os dados apontaram que a maioria das ocorrências

predominaram na faixa 29,5°C a 35°C. Como mostra abaixo (Figura 14).

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42

Segundo ROMERO (2001), a vegetação contribui de forma significativa no

estabelecimento dos microclimas, estabilizando os efeitos do clima sobre seus

arredores imediatos, reduzindo os extremos. “A contaminação do ar pode ser

reduzida com um cinturão verde, efeito que pode ser conseguido com árvores

plantadas ao longo e uma avenida”.

Figura 14. Distribuição dos números de ocorrências nas Temperaturas Superficiais

nas quatros avenidas.

No trabalho publicado pelo SCHMITZ & MENDONÇA (2011), em pontos de

monitoramento nos dois principais eixos estruturantes da circulação viária da cidade

de Curitiba, foi observado que nos locais onde há arborização, tanto nos lotes como

nas vias, a amplitude térmica foi menor, tanto no verão como no inverno. Isso ocorre

porque o controle da radiação solar, associado ao aumento da umidade do ar, faz

com que a variação da temperatura do ar seja menor, o que reduz a amplitude

térmica sob a vegetação (WEINGARTNER, 1994; MASCARÓ & MASCARÓ, 2009).

Entretanto, quando analisamos apenas os números das ocorrências nas

Temperaturas Superficiais na avenida Almirante Barroso e a Simulação da Almirante

Barroso “arborizada”. Percebe-se uma queda dos dados de Temperatura Superficial

Histogramas das Avenidas

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

Temperaturas Superficiais- IFR (°C)

Núm

eros

de

Oco

rrên

cias

Simulação Av. Alm. Barroso "Arborizada"

Simulação Av. R. Maiorana "sem arborização"

Av. Alm. Barroso

Av. Rômulo Maiorana

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43

da Av. Almirante, passando do intervalo de 31°C a 37°C para outra faixa de

temperatura 27°C a 34°C na Almirante Barroso “arborizada” (Figura 15).

Esta diferença de temperatura, também foi observada por SPRONKEN-

SMITH e OKE (1998), que aponta a mudança entre a área verde e a área construída

que pode produzir uma diferença na temperatura intra-urbana em até 7º C.

Figura 15. Distribuição dos números de ocorrências nas Temperaturas Superficiais

na Av. Alm. Barroso e na simulação Av. Alm. Barroso “arborizada”.

Percebe-se também este comportamento inverso, quando analisamos apenas

os números das ocorrências nas Temperaturas Superficiais nas avenidas Rômulo

Maiorana e a Simulação da Rômulo Maiorana “sem arborizada”. Percebe-se um

crescimento dos dados de Temperatura Superficial da Av. Rômulo Maiorana,

passando do intervalo de 29°C a 37°C para outra faixa de temperatura 32°C a 40°C

na Simulação da Rômulo Maiorana “sem arborizada”. (Figura 16).

Esta análise reforça novamente a importância da presença da vegetação nas

vias, ruas e avenidas no Bairro do Marco, confirmando o estudo da SHINZATO

(2009), que aponta que o uso das árvores é uma estratégia para amenizar o efeito

Histogramas das Avenidas

0

1

2

3

4

5

6

27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

Temperaturas Superficiais- IFR (°C)

mer

os

de

Oco

rrên

cia

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Simulação Av. Alm. Barroso "Arborizada"

Av. Alm. Barroso

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44

de ilha de calor nas metrópoles, pois evita o aquecimento de materiais como asfalto

e concreto e a liberação da radiação de onda longa acumulada durante a noite.

Figura 16. Distribuição dos números de ocorrências nas Temperaturas Superficiais

na Av. Rômulo Maiorana e na simulação Av. Rômulo Maiorana “sem arborização”.

Outra forma de visualizar os dados de Temperaturas Superficiais é através da

freqüência de ocorrência cumulativa. Esta análise mostra também a concentração

dos dados das temperaturas superficiais nas quatro avenidas. Percebe-se que a

concentração das Temperaturas Superficiais é na faixa de 30°C a 38°C (Figura 17).

Histogramas das Avenidas

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

Temperaturas Superficiais- IFR (°C)

mer

os

de

Oco

rrên

cia

s

Simulação Av. R. Maiorana "sem arborização"

Av. Rômulo Maiorana

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Figura 17. Distribuição dos números de ocorrências nas Temperaturas Superficiais

nas quatro avenidas.

Nesta análise, percebe-se a redução da Temperatura Superficial de uma

avenida arborizada (Av. Rômulo Maiorana), esta redução acontece devido ao

percentual de áreas verdes nesta avenida.

É visível que a sensação de conforto térmico depende diretamente da

presença da vegetação, sombreamento e ventilação. O aumento no acúmulo de

carga térmica é processo natural em cidades de médio e grande porte, este

fenômeno é diretamente responsável pelo aumento nas temperaturas nas áreas

urbanizadas.

6.3 Temperaturas Superficiais nas Avenidas Rômulo Maiorana e Duque de

Caxias (Comparação 2)

Para estas duas avenidas, houve a extração de 20 (vinte) pontos das

temperaturas superficiais com o propósito de analisar o comportamento das

avenidas Rômulo Maiorana e Duque de Caxias (Figura 18).

0

0.1

0.2

0.3

0.4

0.5

0.6

0.7

0.8

0.9

1

1.1

27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41

Temperaturas Superficiais-IFR (°C)

Fre

qu

ênci

a d

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corr

ênci

a

Cu

mu

lati

va

Simulação Av. Alm. Barroso "Arborizada"

Simulação Av. R. Maiorana "Sem Arborização"

Av. Alm. Barroso

Av. Rômulo Maiorana

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Figura 18. Imagem Termográfica Infravermelha do Bairro Marco (Fonte: Irving

Franco, 2012). Os pontos em azul claro são as temperaturas superficiais tiradas da

Avenidas Rômulo Maiorana através da imagem Termográficas.

Quando analisamos estatisticamente os dados das temperaturas de cada

avenida, os resultados apontam que a Média e o Desvio Padrão das temperaturas

superficiais da Avenida Rômulo Maiorana (Média 30,82°C e Desvio Padrão 1,08°C)

são menores que da Avenida Duque de Caxias (Média 34,16°C e Desvio Padrão

1,69°C) (Tabela 6).

Vale ressaltar, que a Avenida Duque de Caxias apesar de possui um

percentual de vegetação, não corresponde a mesma quantidade da Avenida Rômulo

Maiorana. Entretanto, de 2012 a 2014 a Avenida Duque de Caxias foi arborizada,

fato comprovado na Figura 28, onde percebe-se várias especiais ao longo desta via

em fase bem “jovens”.

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Tabela 6. Temperaturas Superficiais das duas Avenidas do Bairro do Marco.

As medições seguiram a tendência esperada, ou seja, o ambiente com

presença de arborização apresentou temperaturas mais amenas que o ambiente

desprovido de vegetação. Esta tabela colabora com a pesquisa de SAYDELLES

(2005), que afirma que a vegetação utiliza a maior parte da radiação incidente não

para o aquecimento da superfície ou do ar, mas no processo de fotossíntese,

liberando-o posteriormente sob forma de evapotranspiração, o que, além de permitir

uma maior umidade relativa do ar, favorece o declínio térmico.

Analisando os valores individuais para cada Temperatura Superficiais para as

duas avenidas, percebe-se a diferença das Médias da Avenida Rômulo Maiorana

(30,82ºC) com a Duque de Caxias (34,16°C) (Figura 19).

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Figura 19. Distribuição dos Valores Individuais das Temperaturas Superficiais das

Avenidas Rômulo Maiorana e Duque de Caxias no Bairro Marco.

Nota-se a partir dos resultados de Temperatura Superficiais nas duas

avenidas, que a influência da arborização no conforto térmico deve-se também ao

sombreamento. Segundo GIVONI (1994), para se alcançar um microclima desejado,

o primeiro recurso seria a criação de sombra de boa qualidade com uma arborização

de larga escala, pois a proteção contra a radiação solar tem um grande efeito na

redução do estresse térmico.

Observando o comportamento das curvas das Temperaturas Superficiais nas

duas avenidas (Rômulo Maiorana e Duque de Caxias), os resultados apontaram

uma avenida Duque de Caxias mais quente (temperaturas mais elevadas) do que

Av. Rômulo Maiorana (Figura 20).

Av. Duque de CaxiasAv. Rômulo Maiorana

38

37

36

35

34

33

32

31

30

29

Da

taValores Individuais das Temperaturas nas Av. Rômulo Maiorana; Av. Duque de CaxiasA

v. D

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as

Av.

Rôm

ulo

Maio

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38

37

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30

29

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Va

lore

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Av

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Figura 20. Perfil do Comportamento das Avenidas Rômulo Maiorana e Duque de

Caxias no Bairro do Marco.

Vale ressaltar que não é apenas a arborização e sombreamento que gera a

sensação de conforto nestas duas vias. Segundo SILVA, GONZALEZ E SILVA

FILHO (2011), na área urbana o conforto não depende só da não incidência de

radiação solar direta tanto nas pessoas como em materiais de construção

impermeabilizantes, que absorvem o calor em vez de interceptá-los, mas depende

também da ventilação natural. Pois o vento é refrigerado ao entrar em contato com

as superfícies foliares e realiza trocas por convecção.

6.4 Simulações das Avenidas Rômulo Maiorana “sem arborização” e Duque de

Caxias “arborizada”

Para simular a Avenida Rômulo Maiorana “sem arborização” e Av. Duque de

Caxias “arborizada”, subtrairmos as Temperaturas Superficiais das duas avenidas, e

em seguida, tiramos a Média desta diferença (Tabela 5), que apontou uma Média

igual a 1,77°C.

25

26

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28

29

30

31

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33

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pontos Extraídos das Temperaturas Superficias

Tem

per

atu

ras

°C

Av. Rômulo Maiorana

Av. Duque de Caxias

Trav. Perebebuí

Trav. Lomas

Trav. TimbóTrav. Mariz

e Barros

Trav. MauritiTrav. Barão

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50

Tabela 7. Geração do Δtemp (Diferença das Temperaturas Superficiais) das duas

Avenidas do Bairro do Marco.

Essa média de 1,77°C, colabora com o estudo de SOUZA (2011), que mostra

a partir dos resultados de sua Dissertação, que nos locais mais arborizados, com

menos espaços construídos e pavimentados, há forte influência na amenização da

temperatura do ar e no aumento da umidade. Neste estudo, ficou comprovado que o

local de maior altitude e maior fragmento florestal urbano na cidade de Vítória-ES,

apresenta até 2°C abaixo da temperatura média anual de toda a cidade, estimada

entre 24,5°C a 25°C.

Em seguida, depois de gerados as Temperaturas Superficiais, através das

simulações das Avenidas “arborizadas” e “sem arborização, analisamos o

comportamento das curvas, para identificarmos o novo perfil das duas curvas

(Figura 21).

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51

Figura 21. Perfil do Comportamento das simulações das Avenidas Rômulo Maiorana

e Duque de Caxias no Bairro do Marco.

Percebe-se que houve uma inversão das curvas, a Avenida Duque de Caxias

“arborizada” obteve Temperaturas Superficiais baixa em comparação com a Avenida

Rômulo Maiorana “sem arborização”.

Neste sentido, fica visível o papel da vegetação quando simulamos os dados

de temperatura. Entretanto, a área de sombreamento e o tipo de cobertura são

importante neste processo de redução de temperatura. Como afirma GONÇALVES

(2009), dependendo do tipo de cobertura, pode absorver até 50% de radiação de

onda curta e 95% de radiação de onda longa.

Analisando as 4 (quatro) avenidas em relação ao número de ocorrências nas

Temperaturas Superficiais, os dados apontaram que mais de 90% das ocorrências

predominaram na faixa 29,5°C a 35°C. Como mostra abaixo (Figura 22).

25

26

27

28

29

30

31

32

33

34

35

36

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Pontos Extraídos das Temperaturas Superficias

Tem

per

atu

ras

°C

Simulação Av. R. Maiorana sem Árvores (Soma)

Simulação Av. Duque de Caxias Arborizada (subtração)

Trav.

Perebebuí

Trav.

Lomas

Trav. TimbóTrav. Mariz

e Barros

Trav. Mauriti

Trav.

Barão

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Figura 22. Distribuição dos números de ocorrências nas Temperaturas Superficiais

nas quatros avenidas.

O número das ocorrências apontados no gráfico mostram que a vegetação

presente nas áreas verdes condiciona a criação de ambientes favoráveis à saúde e

ao conforto térmico, expressando condição de satisfação aos moradores locais com

um ambiente saudável, como afirma LIMA NETO (2011), a presença de vegetação

nas cidades é essencial na estrutura e dinâmica da paisagem urbana, pois devido

suas características, melhora a qualidade de vida da população e a condição

ambiental das cidades.

Conforme BIONDI (2008), a arborização é um dos componentes bióticos mais

importantes do meio urbano porque está diretamente relacionado com o conforto

ambiental.

Entretanto, quando analisamos apenas os números das ocorrências nas

Temperaturas Superficiais das avenidas Duque de Caxias e a Simulação da Duque

de Caxias “arborizada”. Percebe-se uma queda dos dados de Temperatura

Superficial da Av. Duque de Caxias, passado do intervalo de 31°C a 37°C (Av Duque

de Caxias) para outra faixa de temperatura 28°C a 33°C para a Duque Caxias

“arborizada” (Figura 23).

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Histogramas das Avenidas

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28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41

Temperaturas Superficiais- IFR (°C)

Núm

ero

s de

Ocor

rênci

as

Simulação Duque de Caixias Arborizada

Av. Duque de Caxias

Figura 23. Distribuição dos números das ocorrências nas Temperaturas Superficiais

nas duas avenidas.

Percebe-se também este comportamento inverso, quando analisamos apenas

os números das ocorrências nas Temperaturas Superficiais nas avenidas Rômulo

Maiorana e a Simulação da Rômulo Maiorana “sem arborização”.

Nota-se um crescimento dos dados de Temperatura Superficial da Av.

Rômulo Maiorana, passado do intervalo de 29°C a 32°C para outra faixa de

temperatura 32°C a 35°C na Simulação da Rômulo Maiorana “sem arborizada”.

(Figura 25).

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Histogramas das Avenidas

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Temperaturas Superficiais- IFR (°C)

meros

de O

co

rrên

cia

s Simulação R. Maiorana

"sem arborização"

Av. Rômulo Maiorana

Figura 24. Distribuição dos números das ocorrências nas Temperaturas Superficiais

nas duas avenidas.

Vale ressaltar, que um ambiente sem vegetação eleva a temperatura, para

SILVA (2009), toda a configuração urbana contribui para a formação dos microclimas

diferenciados no contexto da cidade. Quanto maior a área de concreto, asfalto e

pavimentação (materiais com maiores coeficientes de absorção da radiação solar e

emissão de energia térmica), e menor a cobertura vegetal, maiores são os ganhos

de calor da massa edificada e maior emissividade da mesma para o espaço urbano,

o que contribui para a existência de temperaturas mais elevadas, causando um

maior desconforto para o usuário dos espaços urbanos.

Outra forma de visualizar os dados de Temperaturas Superficiais, é através

da freqüência de ocorrência cumulativa. Esta análise mostrar também a

concentração dos dados das temperaturas superficiais nas quatro avenidas.

Pecerbe-se que a concentração das Temperaturas Superficiais na faixa de 33°C a

38°C (Figura 25).

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Temperaturas Superficiais-IFR (°C)

Fr

eq

ncia

de O

corr

ên

cia

Cu

mu

lati

va

Simulação Duque de Caxias "Arborizada"

Simulação R. Maiorana "sem arborização"

Av. Duque de Caixias

Av. Rômulo Maiorana

Figura 25. Distribuição dos números das ocorrências nas Temperaturas Superficiais

nas duas avenidas

Pode-se destacar que a diferença de temperatura máxima (38°C) entre a

avenida sem arborização, foi mais acentuada do que para a temperatura mínima

(33°C) da avenida arborizada. Isto indica que a arborização desempenha um

excelente papel na atenuação de elevadas temperaturas. Segundo afirmação de

WILMERS (1990/91), a vegetação diminui os picos de temperatura durante o dia.

Vale ressaltar, que a diferença nas temperaturas superficiais nas três

avenidas esta associado aos seguintes pontos:

- Ausência e distribuição da vegetação ao longo das avenidas;

- Diferença da geometria da avenida, cada canteiro central possui tamanho e

espaçamentos diferenciados ;

- Cruzamentos por condição morfológica, mas sempre com comportamento

distintos em função da arborização adjascentes e;

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- Ventilação e sombreamento das avenidas.

Neste sentido, conforme aponta SILVA (2009), a arborização viária tem por

objetivo bloquear a incidência dos raios solares nas áreas pavimentadas e

construídas como estratégia para o controle da temperatura nos centros

urbanizados.

Segundo SANTOS e TEIXEIRA (2001), citam como benefícios da arborização

de vias públicas as seguintes ações:

- Captação e/ou retenção de material particulado;

- Adsorção de gases, reciclagem de gases através dos mecanismos

fotossintéticos, melhoria da qualidade do ar;

- Redução dos níveis de ruído,

- Equilíbrio do microclima urbano;

- Proteção à avifauna, conforto lumínico e ambiental.

Esses fatores, segundo LIMA (2009) variam com o tipo de vegetação, porte,

idade, período do ano e formas de associação dos vegetais.

6.5 Situação Atual das três Avenidas em Relação à Área Verde

Numa visita de campo nestas três avenidas, em setembro de 2014, podemos

destacar alguns cenários positivos e negativos.

Figura 26. Imagem registrada em 05 setembro de 2014, apontando a redução da

área verde em virtude da Obra do BRT. A primeira imagem localiza-se ao lado do

Bosque Rodrigues Alves e a segunda imagem ao lado do IFPA - Instituto Federal do

Pará (antigo Cefet-PA), ambos na Almirante Barroso (Fonte: Autor, 2014).

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Em relação a Avenida Almirante Barroso ouve uma redução do canteiro

central e retirada de algumas árvores, em virtude da Obra do BRT, apontando um

cenário negativo para principal via de acesso de Belém (Figura 26).

Em relação a Avenida Rômulo Maiorana, temos um cenário positivo.

Entretanto, teremos de ficar em alerta para que as autoridades mantenham a

integridade desta avenida. Haja vista, que as arvores já estão em grande porte

(Figura 27).

Figura 27. Imagem registrada em 05 setembro de 2014, fica visível analisar o porte

das arvores que compõem esta avenida, ambos as imagens são da Avenida Rômulo

Maiorana (Fonte: Autor, 2014).

Na Avenida Duque de Caxias, podemos perceber um futuro bastante

promissor em virtude da área verde que compõem esta avenida. Atualmente a

cobertura vegetal que se encontra nesta avenida ainda é bastante recente como

mostra a figura 28.

Entretanto, se foram mantidos os tratos silviculturas (ciência dedicada ao

estudo dos métodos naturais e artificiais de regenerar e melhorar os povoamentos

florestais), é possível chegar no porte da Avenida Rômulo Maiorana.

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Figura 28. Imagem registrada em 05 setembro de 2014, fica visível analisar o

pequeno porte das arvores que compõem esta avenida (Fonte: Autor, 2014).

7. CONCLUSÕES

A técnica mostrou-se importante para detecção da performance térmica de

ambientes urbanos, com a vantagem da percepção e captação das superfícies no

espaço urbano, tratando-se de uma investigação de rápida apreensão das

condições da temperatura de superfície, em variados pontos de detecção e

mapeando no ambiente, onde existe elementos acumuladores de calor.

Vale ressaltar, que os dados de Infravermelho derivados da Termografia,

apontou que áreas com o maior volume de vegetação arbórea, apresentou melhores

condições de conforto térmico e as vias com baixa ou ausência de vegetação,

contribui para elevação da temperatura urbana.

Neste sentido, reforça que uma alternativa para minimizar os efeitos negativos

do conforto térmico, esta em se adotar um padrão de arborização adequado para as

principais avenidas. As medições seguiram a tendência esperada, ou seja, o

ambiente com presença de arborização apresentou temperaturas mais amenas que

o ambiente desprovido de vegetação.

A arborização é essencial na composição do verde urbano, desempenhando

importante papel na qualidade ambiental nas três avenidas do Bairro do Marco.

Pode-se concluir que outros elementos também interferem na qualidade térmica dos

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espaços, como a presença de áreas permeáveis, tipologia das edificações e

materiais construtivos. Enquanto a vegetação absorve o calor do meio e o

transforma, as superfícies construídas retém esse calor e o transmite novamente

para o meio.

É responsabilidade do poder público promover a conservação e implantação

de áreas verdes nos bairros de Belém, como parques, praças e jardins, o plantio de

árvores em ruas e avenidas e incentivar o plantio em áreas particulares ou terrenos

baldios.

Essas informações são imprescindíveis aos procedimentos de tomada de

decisões nas atividades de planejamento e gestão. As implicações dos dados

beneficiam não somente políticas de desenvolvimento urbano como também são

indispensáveis às políticas de desenvolvimento dos diversos usos do solo.

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