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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO CURSO DE CIÊNCIAS HUMANAS LICENCIATURA ANAIS DO II CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR DE CIÊNCIAS HUMANAS - COINTER

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO

CURSO DE CIÊNCIAS HUMANAS – LICENCIATURA

ANAIS DO II CONGRESSO INTERNACIONAL INTERDISCIPLINAR

DE CIÊNCIAS HUMANAS - COINTER

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ORGANIZAÇÃO

APOIADORES

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3

C

COORDENADORA GERAL DO EVENTO

Prof.ª Dra. Andrea Becker Narvaes

COMISSÃO ORGANIZADORA

PROFESSORES

Dr. Ronaldo Bernadino Colvero

Me. Anderson Romário Perreira Côrrea

Me. Camila Almeida

ACADÊMICOS

Ewerton da Silva Ferreira

Danilo Pedro Jovino

Dyego Ferreira

Hermogenes Cerqueira Filho

Letícia Olveira Chaves de Oliveira

Tiara Cristiana Pimentel dos Santos

Suelen Andrade Fonseca

Valeska Avila

Vitória Silveira

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4

COMITÊ CIENTÍFICO

Me. Alisson Machado

Dra. Adriana Hartemink Cantani

Dra. Andrea Bekcer Narvaes

Me. Anderson Romário Pereira Côrrea

Dra. Carmen Regina Dorneles

Nogueira

Dr. Edson Romário Monteiro Paniágua

Dr. Gerson Oliveira

Me. Gilvane Belém Correia

Danilo Pedro Jovino

Dra. Jaqueline Carvalho Quadrado

Dra. Monique Soares Vieira

Dra. Lauren de Lacerda Nunes

Lucas Giovan Gomes Acosta

Dra. Lisianne Sabreda Ceolin

Me. Rodrigo Maurer

Sandro da Silva

Dr. Sergio Ricardo Gacki

Dra. Susana Cesco

Dra. Nola Patrícia Gamalho

Dr. Muriel Pinto

Dr. Victor Oliveira

DIAGRAMAÇÃO

Ewerton da Silva Ferreira

Secretário Geral do II COINTER

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A CORREÇÃO E ADEQUAÇÃO AS NORMAS DA

ABNT DOS RESUMOS AQUI APRESENTADOS SÃO

DE RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DOS

AUTORES E AUTORAS.

TRABALHOS APRESENTADOS NA MODALIDADE

PÔSTER, SOB COORDENAÇÃO DO PROF. DR.

VICTOR OLIVEIRA

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SUMÁRIO TRABALHOS APRESENTADOS NA MODALIDADE PÔSTER

A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA COMO FERRAMENTA DE ENSINO-APRENDIZAGEM NO ENSINO BÁSICO

.................................................................................................................................................................. 7

A IMPORTÂNCIA DE UMA ÉTICA POLÍTICA NA SOCIEDADE ..................................................................... 9

PROJETO DE ENSINO - UMUNTU: MEMÓRIAS E IDENTIDADES AFRO.................................................... 11

CEMITÉRIO DOS CATIVOS ....................................................................................................................... 13

A PRESENÇA DA CULTURA ITALIANA NA REORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO RURAL DE DILERMANDO DE

AGUIAR/RS/BRASIL ................................................................................................................................. 15

ÉTICA E MORAL: LADO A LADO PARA UMA NOVA SOCIABILIDADE ....................................................... 18

A ASSISTÊNCIA SOCIAL COMO POLÍTICA PÚBLICA ................................................................................. 20

A PESQUISA COMO COMPROMISSO ÉTICO POLÍTICO ........................................................................... 22

PROCESSO DE PATRIMONIALIZAÇÃO DO MÉTODO DE PRODUÇÃO DO VALE ....................................... 24

DOS VINHEDOS ....................................................................................................................................... 24

TRIMÁTICA: A ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR PARA A FORMAÇÃO DE UM INDIVIDUO CRÍTICO POR

MEIO DA GINCANA DE MATEMÁTICA .................................................................................................... 26

PROJETO ACORDAR: A FORÇA DAS PALAVRAS NO DIREITO DA FAMÍLIA .............................................. 28

CRIME CONTRA A MULHER: ONDE OCORREM? ..................................................................................... 30

ORIENTAÇÃO SEXUAL: UM DEBATE NECESSÁRIO PARA/NA EDUCAÇÃO BÁSICA .................................. 32

QUARTAS HEGEMÔNICAS: A AÇÃO EXTENSIONISTA NA PERSPECTIVA DE GÊNERO E PODER .............. 34

A DEMOCRATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL: UM BREVE RESGATE HISTÓRICO SOBRE A

GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO .................................................................................................... 36

PEGADA SEGURA: UMA PROPOSTA PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

................................................................................................................................................................ 38

PARTICIPAÇÃO FEMININA:UM ESTUDO NOS PODERES LOCAIS DO RIO GRANDE DO SUL, ELEIÇÕES

2012 ........................................................................................................................................................ 40

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A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA COMO FERRAMENTA DE ENSINO-

APRENDIZAGEM NO ENSINO BÁSICO

Jailton Santos Silva1

William de Souza Bernardes2

RESUMO: O presente pôster pretende debater a pesquisa no ensino fundamental e médio na

educação pública brasileira, relatando as situações que a colocam como uma ferramenta

essencial para alunos e professores, suas consequências se bem aplicadas ou se não no cotidiano

educacional. Para esse trabalho utilizou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica, que

segundo (Gil, 2008, P.50) “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já

elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.” Já que “A principal

vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de

uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente.”

(Gil, 2008, P.50). A educação possui suas dificuldades, sendo que no Brasil a ausência da

pesquisa no ensino em geral é uma delas, causando conflitos no objetivo do aprendizado e

formando cidadãos com um ensino sem a devida qualidade e questionamento crítico. Muitas

instituições e Estado não investem o necessário na educação básica, nem tão pouco no educador,

deixando claro o desinteresse também pela pesquisa nesses locais, assim nos deparamos com

pessoas adentrando nas instituições de ensino públicos e particulares, para adquirir

conhecimento científico e se qualificar para o mercado de trabalho sem o aporte mínimo para

uma educação de qualidade. A pesquisa é uma ferramenta essencial em todas as instituições

educacionais, tanto para o aluno quanto para o professor, pois se afirma que não existe o ensino

sem pesquisa, já que a relação entre esses é indissociável devido as suas naturezas, os dois se

complementam para integralizar o processo não só de aprendizagem, mas como de criação,

aprofundamento e inovação desses. Além do aporte necessário de estrutura e investimento e do

Estado, depreende-se que professores precisam estar em constante avaliação, reavaliando suas

práticas, sendo inovador em suas pedagogias, dando espaço para transformação do discente no

campo da pesquisa e em outros espaços, para assim perceber qualidades, defeitos, dificuldades,

inovações e oportunidades em seu desenvolvimento educacional, seu local de trabalho e em seu

perfil profissional, para que se eleve a qualidade do ensino e consiga ir ao encontro dos objetivos

da educação nacional.

Palavras-Chaves: Educação, pesquisa, escola.

1Discente do curso de Licenciatura em Ciências Humanas, Bolsista do PET-História da África, UNIPAMPA-

Campus – São Borja-RS 2Assistente Social da Unipampa. E-mail: [email protected]

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REFERÊNCIAS

DEMO, Pedro. Educar pela Pesquisa. Campinas: Autores Associados, 1996.

DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 8ªed. São Paulo: Cortez, 2001.

DEWEY, John. Experiência e educação. São Paulo, Nacional, 1971.

GADOTTI, Moacir (Org.). Paulo Freire. Uma Biobibliografia. São Paulo: Cortez Editora/

Instituto Paulo Freire, 1996.

GADOTTI, Moacir. A voz do Biógrafo Brasileiro: A prática a altura do sonho. IN:

Gil, Antonio Carlos, Métodos e técnicas de pesquisa social / Antonio Carlos Gil. - 6. ed. - São

Paulo : Atlas, 2008.

http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_Comparativo.pdf

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2006.

MARX, k. O capital: critica da Economia Política. 11. Ed. São Paulo: Bertrand Brasil –

DIFEL, 1987. i. 1; v. 1.

PESTALOZZI, J.H. Como Gertrudes ensina a seus filhos. In LARROYO, Francisco. História

geral da pedagogia, Tomo II. São Paulo, Mestre Jou, 1974.

PIAGET, Jean. Para onde vai a educação? Rio de Janeiro, José Olympio, 1998, 10º. P. 14-17.

ROGERS, C.R. Tornar-se pessoa. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

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A IMPORTÂNCIA DE UMA ÉTICA POLÍTICA NA SOCIEDADE

Glaucia ten Cathen3

Carolina Campos4

Monique Bronzoni Damascena5

RESUMO: O presente resumo tem como objetivo apontar a presença da moral política na

essência da sociedade e como essas reflexões no cotidiano podem efetivar a ética. Na sociedade

burguesa que sustenta o sistema econômico, a moral está condicionada por opiniões formadas

por meio de costumes e valores burgueses. “A (re)produção da vida social coloca necessidades

de interação entre os homens, modos de ser constituídos da cultura, produtos do trabalho, tais

como a linguagem, os costumes, os hábitos, as atividades simbólicas, religiosas, artísticas,

políticas” (BARROCO, 2003, p.23). Cabe, aos homens, diante das suas necessidades,

possibilidades que constituem seu contexto valorá-las como positivas ou negativas. Neste

sentido, a moral como parte do cotidiano e das relações é utilizada de forma alienadora da

sociedade, por meio dos valores burgueses. Assim o ser humano acaba objetivando sua vida

nesses valores, o “trabalho abstrato” torna-se o principal valor também sua dignificação

segundo essa sociedade (MARX, 2016). A partir dessa percepção, a sociedade está baseada no

entendimento político movido pela moral burguesa, fazendo o seu limite a emancipação

política. A política está presente em todas as relações do cotidiano, determinada pela história e

costumes, “A política é um complexo universal da totalidade social, todavia pertencente a

práxis e exatamente à práxis imediata, uma vez que não pode ter uma universalidade espontânea

e permanente similar, digamos a linguagem” (LUKÁCS, 1981, p. 483 apud CARLI, 2013, p.

25).Observar-se, portanto, a ação política no cotidiano e em todos os lugares como, por

exemplo, nas discussões de sala de aula, grupos sociais, projetos e na ética. Do qual, “a política

pode ser realizada em espaços diversos da vida social a todo instante em que o destino concreto

de generalidade humana for colocado em discussão” (BARROCO, 2008, p. 26). Assim,

sobrepõe-se a imediata ação falada para a ação efetiva. Diante dessa sociedade, exploradora,

tudo gira em torno de um círculo comercial centrado em manter o sistema econômico. Faz

necessário, uma visão mais concreta e crítica sobre essa sociedade e o seu modo de vida; uma

busca pela essência, ao observar os valores da moral e costumes que se perpetuam, assim

possibilitaria uma ética política. O exercício da ética nessa conjuntura, visa a construção do ser

social consciente, dando o poder da criticidade e liberdade real de escolha frente à realidade.

3 Estudante do curso de Serviço Social; Universidade Federal do Pampa - Unipampa; São Borja; Rio Grande do

Sul; [email protected] 4 Estudante do curso de Serviço Social; Universidade Federal do Pampa - Unipampa; São Borja; Rio Grande do

Sul; [email protected] 5 Professora substituta do curso de Serviço Social; Universidade Federal do Pampa - Unipampa; São Borja; Rio

Grande do Sul; [email protected]

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“A ética entendida como modo de ser socialmente determinado - tem sua gênese no processo

de autoconstrução do ser social” (BARROCO, 2008, p. 20). A ética construída pela ação

política em suas reflexões com o cotidiano (ética emancipatória), logo a política resultaria como

principal instrumento para a autoconstrução do ser social (gênese da ética). Conclui-se assim,

a partir dessa reflexão teórica, que no momento em que o homem começa a repensar sua vida

está fazendo um movimento reflexivo e crítico, não se baseando apenas na moral e valores

burgueses impostos na sociedade, buscando, assim, por uma sociedade crítica frente a sua

realidade, que resultem em uma ética política.

Palavras-chave: Política, moral, ética, sociedade.

REFERÊNCIAS

BARROCO, Maria Lúcia Silva. Ética e Sociedade. CFESS, Conselho Federal de Serviço

Social. CFESS: Brasília, 2003. (Curso de capacitação ética para agentes multiplicadores - Ética

e Sociedade).

BARROCO, Maria Lúcia S. Ética: fundamentos sócio-históricos. ed 4. Editora Cortez, São

Paulo/SP, 2008.

CARLI, Ranieri. A Política em György Lukàcs. V. 49. São Paulo: Cortez, 2013. (Questões da

nossa época).

MARX, Karl. O Capital: Crítica da economia política. O processo de produção do capital. (vol:

1), ed 20. Editora Civilização Brasileira,2016.

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PROJETO DE ENSINO - UMUNTU: MEMÓRIAS E IDENTIDADES AFRO6

Caroline Belmonte Da Silva – IFFAR

Charles Goiabeira De Amorim – IFFAR

Lais Quevedo Cortes – IFFAR

Graciele Rodrigues Ribeiro – IFFAR

RESUMO: O projeto de ensino Umuntu: Memórias e Identidades Afro, foi elaborado para

difundir o conhecimento sobre espaços, resistência e identidade Afro Brasileira na instituição,

tendo como objetivo principal capacitar os alunos e estimular grupos de estudos e de pesquisas

sobre território negros na fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. Durante dois meses, com um

encontro semanal, eram debatidos diversos temas aos quais remetiam a origem, a história, a

cultura e a memória Africana no Brasil. Ao final de cada encontro, elaborava-se resumos para

posteriormente utilizá-los para a produção de um projeto de pesquisa com testa temática. No

decorrer dos estudos, trocou-se muitas informações que agregaram conhecimento paras os

alunos dos cursos envolvidos, entre eles, o curso de tecnologia em gastronomia. Foram

realizadas algumas reflexões além do que a história nos relata. Através do olhar gastronômico,

pode-se perceber a influência da culinária africana dieta brasileira, como por exemplo, dendê,

amendoim, pistache, gengibre, baunilha e variedades de pimentas, assim como uma variedade

de utensílios como a chaleira, o pilão, os gamelos, colheres, e vasilhas que são presentes até

hoje na cozinha profissional ou doméstica, brasileira. A partir desses estudos, pode-se

identificar a grande influência dos povos africanos no aprimoramento da culinária de cada

região, com ingredientes que realçam o sabor dos alimentos e dão características mais presentes

em suas realizações em cada região do país.

Palavras-Chaves: Memória, Identidade Afro, Gastronomia.

REFERÊNCIAS

BARROS, Jose Marcio. Cultura e diversidade: noções iniciais.Ministério da

Cultura/UFRGS/EA, 2014. 102 p. (Módulo 3. Apostila do Curso de Extensão em

Administração Pública da Cultura).

6 Trabalho executado como projeto de ensino registrado no Instituto Federal Farroupilha.

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SILVEIRA, Paulo Roberto C. da. MESSIAS, Marta Iris Camargo. TIER, CenirGonçalves. As

relações étnico-raciais e a implementação da Lei 10.639: Reflexões necessárias e apontamentos

metodológicos. In: MESSIAS, Marta Iris Camargo. BIANCHI, Paula (org). Núcleo

Interdisciplinar de Educação: articulação de contexto e saberes nos (per) cursos de

Licenciatura da Unipampa. Florianópolis: Tribo da Ilha, 2013.

THEODORO, Helena. Buscando Caminho nas Tradições. In. MUNANGA, Kabengele.

Superando o Racismo na Escola.Brasília, 2º, 83-99, 2005.

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CEMITÉRIO DOS CATIVOS

Laís Quevedo Cortes7,

Izabel Espindola Barbosa8,

RESUMO: O resgate da história é importante para trazer a memória sobre o tratamento

massacrante que os escravos tinham e os resquícios disso na sociedade, pois a invisibilidade

mantém o velho racismo, ainda que oculto. O Cemitério dos Cativos no município de Bossoroca

traz a história violenta e triste conhecida da escravidão, mas com um final inesperado. Segundo

a história passada de geração em geração, na década 1840 no lugar chamado de Capão das

Pedras, atual município de Bossoroca, noroeste do rio Grande do Sul, José Fugante, oficial da

marinha, deixou o filho de sete anos e foi viajar. O menino foi brincar entre as pedras enquanto

os escravos trabalhavam e por acidente se feriu seriamente. Três escravos o acudiram, mas o

menino infelizmente acabou morrendo. Seu amigo Tristão Chaves mandou matar os três cativos

e logo depois degolar um, Ambrósio, colocando a cabeça na frente da senzala para amedrontar

os demais negros que estavam por volta. O corpo foi enterraram ali mesmo dentre as pedras.

Assim iniciou o Cemitério dos Cativos. Ao voltar da viagem, Fugarte, não aprovando o

ocorrido, fez um pedido a sua família: queria ser enterrado juntamente com os negros, sendo o

único branco enterrado ali. Talvez seja este o motivo de ainda existir resquícios desse lugar,

pois aquela época brancos e negros não eram iguais nem na morte. Esse patrimônio que ainda

não é tombado, preserva túmulos, escondidos pelo preconceito da própria sociedade e esquecido

por receio de reconhecerem o passado da cidade. Para alcançar o objetivo de tombamento, além

de coleta de documentos, estão sendo realizadas entrevistas com moradores do município e

visitas orientadas por docentes da área de turismo e pesquisadores. Essa pesquisa surgiu a partir

do grupo de estudos Umuntu: identidade e memória afro, realizado no primeiro semestre de

2017 como projeto de ensino aos alunos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia

Farroupilha, campus São Borja com a curiosidade da autora que sabia do local e de toda a

invisibilidade desse território negro. O grupo Umuntu foi a base do grupo de trabalho Aiyê, que

7 Aluna do curso de Tecnologia em Gastronomia. Bolsista PAIC ES (Programa de Apoio a Iniciação Científica

Ensino Superior) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnoligia Farroupilha, campus São Borja, RS. E-

mail: [email protected]

8Presidente do Núcleo de Estudos Afro Brasileiros e Indígenas NEABI. Instituto Federal de Educação, Ciência e

Tecnoligia Farroupilha, campus São Borja, RS. E-mail: [email protected]

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significa Território em Yorubá, e que reune alunos, docentes, técnicos e comunidade para

participar do projeto de pesquisa Territórios Negros na Fronteira Oeste, todos realizados pelo

Núcleo de Estudos Afro Brasileiros e Indígenas, NEABI, do campus São Borja do Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha. Servindo assim para que no futuro as

pessoas não esqueçam de que somos descendentes e produto das memórias, culturas, crenças

que ainda nos dias atuais nos rodeiam e formam nosso caráter. Parte da pesquisa já foi

apresentada na I Jornada de Memória e Patrimônio NEP/LEPA da Universidade Federal de

Santa Maria.

Palavras-Chaves: cativos, patrimônio, memória, Bossoroca

REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de

1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo

oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-

Brasileira", e dá outras providências. Disponível em: Acesso em 04 Out. 2016.

__________. MINISTÉRIO DA CULTURA. INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO

E ARTÍSTICO NACIONAL. O REGISTRO DO PATRIMÔNIO IMATERIAL: dossiê

final das atividades comissão e do grupo de trabalho patrimônio imaterial. Brasília:

Fundação Nacional de Arte, 2006.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 11 ed. Rio de Janeiro: DP&A,

2011.

GOMES, Nilma Lino. Educação e Relações Raciais: refletindo sobre algumas estratégias

de atuação. Disponível em: . Acesso em 02 de Ago.2016

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A PRESENÇA DA CULTURA ITALIANA NA REORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

RURAL DE DILERMANDO DE AGUIAR/RS/BRASIL9

Meri Lourdes Bezzi10,

Paloma Tavares Saccol11,

Ligian Cristiano Gomes12

RESUMO: A cultura atualmente constitui-se em uma das temáticas centrais para explicar a

interação sociedade-natureza. Neste sentido, é fundamental para o entendimento da paisagem

cultural, compreender os processos de organização/reorganização do espaço. Salienta-se que

esta pesquisa tem como enfoque central analisar a perpetuação da cultura italiana e sua

contribuição na organização do espaço rural de Dilermando de Aguiar/RS. Neste contexto, a

inserção deste grupo étnico contribuiu na estrutura produtiva do espaço rural no município, uma

vez esses descentes italianos contribuíram para o desenvolvimento da produção de lavouras de

soja e arroz. Nesta linha investigativa, a pesquisa realizou a coleta de dados da etnia italiana no

município, a qual permitiu verificar a integração entre cultura e economia nas atividades

realizadas no seu espaço rural. Metodologicamente, estabeleceram-se caminhos para orientar a

investigação. Assim, realizou-se o levantamento bibliográfico que permitiu verificar a relação

entre cultura italiana e economia local. Definida a matriz teórica, a segunda etapa da pesquisa

caracterizou-se na busca de subsídios em fontes secundárias, tais como: IBGE, prefeitura

municipal, arquivos históricos, entre outros. Outra etapa fundamental para elucidar a

materialização da cultura no recorte espacial em foco foi o trabalho de campo. Este tinha como

preocupação central observar e analisar a materialidade cultural italiana na organização do

espaço rural no que tange aos aspectos relacionados ao desenvolvimento da agricultura local. E

por fim, fez-se a interpretação dos dados coletados sobre a dinâmica produtiva e sua relação

com a cultura. Neste sentido, enfatiza-se que estudar o município é fundamental, visto que este

apresenta uma relação entre a etnia italiana e o espaço rural. Elucida-se que o imigrante italiano

já se dedicava a agricultura no seu país de origem. No entanto, em solo gaúcho, deram

9 Trabalho executado sem órgão financiador. 10Professora Titular Doutora da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio Grande do Sul,

[email protected] 11Mestranda em Geografia da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio Grande do Sul,

[email protected] 12 Acadêmico do Curso de Geografia Bacharelado da Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio

Grande do Sul, [email protected]

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continuidade a está atividade, sendo que no município destacam-se na produção do arroz e da

soja. O arroz foi implantado no município a partir de 1927 e a cultura da soja na década de

1970. Destaca-se que o arroz é produzido em áreas de várzea, localizadas as margens do Rio

Ibicuí ocupando uma porção de área menor que a da soja. Pode-se afirmar que a soja embora

se desenvolva nas pequenas propriedades é o produto mais significativo para a economia local.

Tais atividades inseriram-se em áreas da pecuária tradicional, que gradativamente foi cedendo

espaço para a agricultura. Neste contexto, estas atividades tiveram impulso devido ao

significativo crescimento do mercado tanto interno quanto externo que desenvolveu estas

produções econômicas no estado gaúcho. A expansão agrícola da soja e do arroz impulsionou

a mecanização do espaço rural do município, proporcionado desenvolvimento econômico nas

propriedades e ao consumo local. Conclui-se que a atual organização do espaço rural do

município reflete os fatores históricos culturais de sua colonização, uma vez que, os mesmos

materializam sua “marca” na produção da soja e do arroz. Desse modo, pode-se dizer que a

agricultura familiar foi implantada em Dilermando de Aguiar através da inserção da etnia

italiana e teve como base a mão de obra familiar, transformando o espaço agrário do município

em propriedades produtivas e diversificadas.

Palavras-Chaves: Cultura Italiana, Dilermando de Aguiar/RS, Organização espacial.

REFERÊNCIAS

BEZZI, M. L. Região: Uma (re)visão historiográfica-da gênese aos novos paradigmas.

1997.377 f. Tese (doutorado em Geografia) - Universidade Estadual Paulista, UNESP, Rio

Claro, 1996.

_____. Região como foco de identidade cultural. Geografia, v. 27, n. 1, p. 5-19, 2002.

BRUM NETO, H. Regiões culturais: a construção de identidades culturais no rio grande do

sul e sua manifestação na paisagem gaúcha 2007. 319 f. Dissertação de Mestrado (Mestrado

em Geografia) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2007.

CLAVAL, P. A Geografia Cultural. Tradução: Luiz Fugazzola Pimenta; Margareth Afeche

Pimenta. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1999.

DALMORA, Eliane. Subsídios para um novo enfoque de desenvolvimento rural: evolução e

diferença do sistema agrário de Dilermando de Aguiar/RS. Cadernos de Pesquisa, v. 1, n. 12,

p.1-24, 2000.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTÁTITICA. Histórico do Município.

2016. Disponível em:

<http://www.cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=430637&search=rio-

grande-do-sul|dilermando-de-aguiar|infograficos:-historico>. Acesso em: 27 out. 2016.

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PINTO, Sonia. C. F. P. Análise Geográfica do Município de Dilermando de Aguiar- RS:

Ênfase no Espaço Urbano. 2000, 45 f. Trabalho de Graduação (Graduação em Geografia) -

Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2000.

PREFEITURA MUNICIPAL DE DILERMANDO DE AGUIAR. Origem e História.

Dilermando de Aguiar, 2016. Disponível em: < http://www.dilermandodeaguiar.rs.gov.br/ >.

Acesso em: 27 set. 2016.

VOIGT, E. Paisagem e Diversidade Cultural: As Identidades Culturais das Distintas Etnias

em Santa Maria/RS (Santa Maria-2013) 198 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) –

Universidade Federal de Santa Maria.

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ÉTICA E MORAL: LADO A LADO PARA UMA NOVA SOCIABILIDADE

Ana Carolina Segobio Rios13,

Maísa Nolibos Conceição14,

Aline Casarolli15, Monique Bronzoni Damascena16.

RESUMO: Este resumo tem por objetivo abordar teoricamente os conceitos de moral e ética.

A moral emerge da construção social, por meio da determinação histórica dos seres sociais,

formando sua sociabilidade. A sociabilidade se objetiva no cotidiano, que envolve as

concepções da moral, do qual concretiza-se contraditoriamente nos valores burgueses e

emancipatórios, e refletem no cotidiano sob a forma do senso comum (quando não há uma

análise crítica desse cotidiano), sendo sua principal consequência a moralização. Os valores da

sociedade burguesa estão condicionados nos seres sociais pela forma de sociabilidade vivida,

(BARROCO, 2000). Por meio, da objetificação da moral com valores burgueses foram criadas

leis, normas, decretos, costumes, atas e legislação. E da sua subjetivação que contempla os

hábitos, costumes, mitos. A prática da moral implica na consulta dos valores morais e éticos

em face da convicção subjetiva dos sujeitos. Deste modo, uma ação moral consciente parte do

pressuposto da genericidade alcançada pela ação. Isto é, quando o sujeito assume que os outros

podem ou não sofrer consequências por seus atos, no surgimento de micro ou macro

possibilidades no âmbito singular do indivíduo ou da vida cotidiana, nas ações que podem

atingir um grande coletivo (BARROCO, 2000). Todavia, o sistema econômico capitalista para

funcionar necessita da produção e reprodução da acumulação de riqueza. E, diante disso, preza

pela valoração cotidiana dos valores burgueses, que em contrapartida naturalizam os princípios

e valores que vão ao encontro dessa ideologia hegemônica. Da não reflexão desse cotidiano, e

consequente naturalização, parte-se para ações cotidianas que corroboram com os interesses da

classe burguesa. Em contrapartida, encontra-se os valores emancipatórios, que permitem

13 Estudante de graduação do Curso de Serviço Social na Universidade Federal do Pampa, Campus São Borja; Rio

Grande do Sul; [email protected]. 14 Estudante de graduação do Curso de Serviço Social na Universidade Federal do Pampa, Campus São Borja; Rio

Grande do Sul; [email protected]. 15 Estudante de graduação do Curso de Serviço Social na Universidade Federal do Pampa, Campus São Borja;

Rio Grande do Sul; [email protected]. 16 Professora substituta do curso de Serviço Social; Universidade Federal do Pampa - Unipampa; São Borja; Rio

Grande do Sul; [email protected].

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19

exercitar uma consciência ética para com o todo, sendo os únicos valores capazes de permitir

realizar uma reflexão crítica sobre a realidade do nosso cotidiano, (BARROCO, 2003). Ao que

se refere a política, pode-se dizer que esta está nas mais diversas relações sociais, no cotidiano,

no imediato. Portanto, deve-se fazer uma reflexão e intervenção na realidade crítica do

cotidiano para se efetivar uma possível práxis política, com fim de emancipação política, indo

para além do senso comum. As ações políticas, como posições teleológicas secundárias, são as

únicas capazes de romper com tal ideologia por extrair um determinado comportamento de um

coletivo por enquanto que, o trabalho, como uma posição primária, é capaz de transformar

apenas a natureza e o próprio ser humano em sua individualidade (CARLI, 2013). Para tanto,

faz-se necessário a realização e fortalecimento de movimentos de luta, para que seja possível

criar espaços e tentar romper com a ideologia burguesa. A moral, tendo como instrumento a

política, é o caminho para exercer eticamente as relações sociais que movem para a nova

sociabilidade, a emancipatória.

Palavras-Chaves: Moral; Política; Cotidiano; Valores.

REFERÊNCIAS

BARROCO, Maria Lúcia S. Ética e Sociedade. Brasília, DF. Conselho Federal de Serviço

Social (CFESS), 2000.

BARROCO, Maria Lúcia S. Ética fundamentos sócio-históricos. 2003.

CARLI, Ranieri. A política em György Lukács. v. 49. São Paulo: Cortez, 2013. (Questões da

nossa época).

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20

A ASSISTÊNCIA SOCIAL COMO POLÍTICA PÚBLICA

Daniele Bonapace dos Santos Lencina17

RESUMO: A Política Pública de Assistência Social, a partir da Constituição Federal de 1988,

busca construir uma trajetória diferente das antigas propostas assistencialistas, que serviam de

alicerce para as políticas construídas até então, de forma a possibilitar o acesso aos serviços

assistenciais através de uma proposta de direito social. Tem-se como exemplo o SUAS (Sistema

Único de Assistência Social), que tem como objetivo garantir a proteção social dos cidadãos,

ou seja, apoio a indivíduos, famílias e a comunidade no enfrentamento de suas dificuldades, por

meio de serviços, benefícios, programas e projetos sociais. O presente trabalho aborda a relação

que há entre o antigo assistencialismo e a atual Política Pública de Assistência Social, buscando

através de uma pesquisa bibliográfica compreender e avaliar seus avanços e desafios, bem como

os limites de acesso dos usuários que necessitam dela, objetivando encontrar meios para

minimizar a pobreza e a desigualdade. Analisaram-se criticamente os atuais métodos de

avaliação das Políticas Públicas no Brasil, suas limitações, perspectivas e necessidades futuras.

Observou-se que houve um grande avanço no tocante ao reconhecimento da Assistência Social

como Política Pública, porém a efetivação na prática desta Política no âmbito do direito social

ainda se constitui um grande desafio. O Estado, na gestão de uma Política Pública de

Assistência Social, não pode permanecer no papel de coadjuvante que concede ajudas

financeiras, subsídios a ações, trabalhos ou projetos comunitários de organizações da sociedade

civil. Portanto, é preciso que alcance e assuma o papel de regulador e responsável por garantir

proteção social como política de cidadania, isto é, nem compensatória, nem caridosa, nem

assistencialista, mas sim como uma Política Pública de direitos. A transição da Assistência

Social para o âmbito da Política Pública exige que ela vá além de uma identificação de programa

social deste ou daquele governo para desenvolver um sistema de proteção social efetivo e

contínuo.

Palavras-Chaves: Políticas Públicas, Assistência Social, Assistencialismo, Estado.

REFERÊNCIAS

17Pós-Graduanda; Faculdade São Braz, Curitiba, PR, [email protected]

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21

ALA-HARJA, Marjukka; HELGASON, Sigurdur. Em direção às melhores práticas de

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Ciências Sociais, São Paulo, v. 18, n. 51, p. 7-9, fev. 2003.

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(DE 24 DE FEVEREIRO DE 1891). Disponível em http://www.planalto.gov.br.

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GARCIA, Ronaldo Coutinho. Subsídios para organizar avaliações da ação governamental.

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LIMA, Waner Gonçalves. Política pública: discussão de conceitos. Revista Interface (Porto

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https://sistemas.uft.edu.br/periodicos. Acesso em: 06 ago 2017.

Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 18, n. 51, p. 15-20, fev. 2003.

RODRIGUES, M. M. A. Políticas públicas. São Paulo: Publifolha, 2010.

SECCHI, Leonardo. Introdução: percebendo as políticas públicas. Políticas Públicas:

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SIMÕES, Carlos. Curso de direito do serviço social. 4. ed. São Paulo: Cortez, 2010

SOUZA, Celina. “Estado do campo” da pesquisa em políticas públicas no Brasil. 2003.

TEIXEIRA, Elenaldo Celso. O Papel das Políticas Públicas no Desenvolvimento Local e na

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YAZBEK, Maria Carmelita. Os fundamentos históricos e teórico-metodológicos do Serviço

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Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA PRÓ-REITORIA DE … · Me. Alisson Machado Dra. Adriana Hartemink Cantani Dra. Andrea Bekcer Narvaes Me. Anderson Romário Pereira Côrrea Dra. Carmen

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A PESQUISA COMO COMPROMISSO ÉTICO POLÍTICO

Dieine Mércia de Oliveira18

Jonathan Vieira Costa19

Anfrea Fricke Duarte4

Magda Paola Falcão Sagrilo20

RESUMO: Para processos de pesquisa, existem dois conceitos muito importantes para a

criação e produção de espaços investigativos: vivência e experiência. Sousa em seu texto Por

Uma Cultura da Utopia (2011) faz uma distinção entre estes dois conceitos, referindo que o

campo da vivência não é suficiente para que o sujeito possa se conectar com o que vive, com o

que sente ou pensa, e que para que uma vivência seja uma experiência é preciso que se

construam condições para transmitir e narrar o que se vive. À vista disso, assumindo um

compromisso ético com o desejo do pesquisador, foi através do encontro com a pesquisa-

intervenção que nos permitimos vivenciar-experienciar, habitar, sentir, ser e existir no campo

inserido, provocando, movimentando e potencializando subjetividades. O objetivo deste

trabalho é discorrer sobre a prática da pesquisa cartográfica, como ela se dá e acontece diante

do acompanhamento de processos. Esta metodologia propõe ocupar e fazer parte de um

território que se encontra em movimento, em transformações de processualidades, tornando

este momento “inteiramente voltado para uma experimentação ancorada no real” (DELEUZE

e GUATTARI, 1995, p. 21). Isso quer dizer, que tudo se modifica ao mesmo tempo em que se

ressignifica na pesquisa, deixando o conceito de imparcialidade do pesquisador de lado, pondo

o mesmo como participante ativo deste processo-produção. Ainda, a fim de enriquecer o modo

de pesquisar politicamente, nos debruçamos sobre a análise de implicação, que “consiste em

dar visibilidade às relações que constituem uma dada realidade, na qual o pesquisador se

encontra enredado”. (BARROS e BARROS, 2014, p. 179). “Conhecer é, portanto, fazer, criar

uma realidade de si e do mundo, o que tem consequências políticas” (PASSOS; BARROS; 2015

p. 30-31). Acreditamos que pesquisar é um processo de ato-criação do desejo que acontece

através da capacidade de liberdade de imersão do pesquisador no campo.

18Graduanda do Curso de Psicologia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões URI-

SA e Bolsista de IC da mesma Universidade, [email protected]. 19Graduando do Curso de Psicologia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões URI-

SA e Bolsista de IC da mesma Universidade, [email protected] 4 Professora/orientadora Dra. em Psicologia Social e Institucional na Universidade Regional Integrada do Alto

Uruguai e das Missões, [email protected].

20E-mail: [email protected]

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23

Palavras-Chaves: cartografia, produção-política, desejo, ética.

.

REFERÊNCIAS

BARROS, L. M. R; B, M. E. O problema da análise em pesquisa cartográfica. In: PASSOS,

E; KASTRUP, V; TEDESCO, S. A experiência da pesquisa e o plano comum. Porto Alegre:

Sulina, 2014. 2 v.

DELEUZE, G; GUATTARI, F. Mil platôs. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.

PASSOS, Eduardo; BARROS, Regina Benevides de. A cartografia como método de pesquisa-

intervenção. In: PASSOS, Eduardo; ESCÓSSIA, Liliana da; KASTRUP, Virgínia (Org.).

Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto

Alegre: Sulina, 2015, p. 17-31.

SOUSA, E. L. A. Por Uma Cultura da Utopia. E-topia: Revista Electrónica de Estudos sobre

a Utopia, n.º 12, 2011.

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24

PROCESSO DE PATRIMONIALIZAÇÃO DO MÉTODO DE PRODUÇÃO DO VALE

DOS VINHEDOS

Emeline Rohd Teichmann21

Paula de Oliveira Sant’Ana22

Taíse de Paula Monteiro23

Camila Nemitz de Oliveira Saraiva24 RESUMO: A pesquisa busca construir um aparato documental acerca da produção e método

de produção das vinícolas da região do Vale dos Vinhedos, que compreende os municípios de

Garibaldi, Monte Belo do Sul e Bento Gonçalves, do estado Rio Grande do Sul. Objetivando

tornar essa prática um patrimônio imaterial do Brasil, a exemplo do que ocorreu no caso do

Queijo da Serra da Canastra, em Minas Gerais. A metodologia utilizada para a construção deste

trabalho dá-se através de uma pesquisa bibliográfica e análise documental. Dessa maneira,

partindo do conceito de patrimônio imaterial que explica que as práticas, representações,

expressões, conhecimentos técnicas, lugares e as comunidades e, em alguns casos, os

indivíduos fazem parte e reconhecem-se como patrimônio cultural, entendendo isso se pode

afirmar que a história da bebida desde a videira, até o produto final - a vitivinicultura, da região

do Vale dos Vinhedos deverá sim ser considerada patrimônio histórico imaterial. Os vinhos do

Vale detêm a denominação de Origem e a região foi a primeira do país a ser reconhecida como

Indicação Geográfica pela Associação dos Produtores de vinhos Finos do Vale dos Vinhedos,

para receberem este selo os vinhos devem ser elaborados com no mínimo 80% de uvas

plantadas e colhidas na região. Um fator relevante levantado pela pesquisa é que a

vitivinicultura contribui diretamente para o desenvolvimento dos munícipios dessa região,

existindo, por exemplo, rotas turísticas que foram criadas somente em função do caminho das

uvas e vinhos. Desse modo, angariando interesse privado em investimentos na localidade,

devido à mesma ter um favorável terroir (solo de qualidade, clima propício, índice

pluviométrico ideal, altitude adequada), esse conjunto de fatores geraria uvas de qualidade, que

estas por sua vez produziriam uma bebida de alto padrão. Tendo em vista que patrimônio

21Estudante; Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha; São Borja, Rio Grande do Sul;

[email protected]

22Estudante; Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha; São Borja, Rio Grande do Sul;

[email protected] 23Estudante; Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha; São Borja, Rio Grande do Sul;

[email protected]

24Professora; Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Farroupilha; São Borja, Rio Grande do Sul;

[email protected]

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cultural imaterial representa o conjunto de ações realizadas por uma comunidade, sejam local,

regional ou nacional a produção vitivinícola do Vale enquadra-se nestes conceitos e ainda na

lei do Brasil, dentro do decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000 do Programa Nacional do

Patrimônio Imaterial (PNPI). Concluiu-se então que é possível realizar o processo, pois o

mecanismo de produção do Vale dos Vinhedos se enquadraria nas normativas brasileiras para

ser considerado como patrimônio imaterial. E, também ampliaria a possibilidade de

desenvolvimento regional, pelo aumento tanto de investimentos públicos, quanto do setor

privado nacional e internacional, porque também estaria interligado ao conceito da UNESCO

em relação à vitivinicultura como patrimônio imaterial mundial. Além disso, abriria margem

para uma pesquisa de campo para fortalecer os dados coletados nessa pesquisa documental. Palavras-Chaves: Vitivinicultura, Vale dos Vinhedos, Patrimônio Imaterial.

. REFERÊNCIAS

ALBERT, Agnaldo Záckia. O Admirável novo Mundo do Vinho e as Regiões

Emergentes. São Paulo: Senac, 2002

APROVALE (Rio Grande do Sul). Vale dos vinhedos. Disponível em:

<http://www.valedosvinhedos.com.br/vale/index.php>. Acesso em: 20 jun. 2016

IPAC. Conceitos gerais. Disponível em: <http://www.ipac.ba.gov.br/patrimonio-

imaterial/conceitos-gerais>. Acesso em: 20 jun. 2016 . IPHAN, Instituto Nacional de

BRASIL, Ministério da Cultura. Patrimônio Imaterial. Disponível em:

<http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/234> Acesso em: 20 jun. 2016.

BRASIL, Ministério da Cultura. Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas. Disponível

em: <http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/65>. Acesso em 20 jun. 2016.

DIAS, Reinaldo. Turismo e patrimônio cultural recursos que acompanham o

crescimento das cidades. São Paulo: Saraiva, 2006.

UNESCO. Patrimônio. Disponível em:

<http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/worldheritage>. Acesso em: 20 jun. 2016.

W.MIRANDA, Fernando. Arte do Vinho. Rio de Janeiro: Senac, 1997.

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26

TRIMÁTICA: A ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR PARA A FORMAÇÃO DE

UM INDIVIDUO CRÍTICO POR MEIO DA GINCANA DE MATEMÁTICA

Jeyce Silva do Nascimento 25,

Julio Cesar Mezzomo 26,

Felipe Klein Genz3,

Suen dos Santos Corrêa4

RESUMO: O trabalho descreve a atividade realizada pelo grupo do PIBID (Programa

institucional de bolsistas de iniciação à docência) do Instituto Federal Farroupilha – Campus

São Borja que atua na Escola Estadual de Ensino Médio Tricentenário através de seus bolsistas.

Esta atividade tem decorrência anual e seu foco visa a integração entre os alunos do ensino

fundamental e médio bem como a abordagem dos conceitos matemáticos de forma mais lúdica

e descontraída. Através de reflexão feita pelo grupo achou-se pertinente agregar as outras

disciplinas para uma formação mais completa dos alunos, tendo como tema gerador a

sustentabilidade foram desenvolvidas tarefas que abrangeram todas as disciplinas. Foram

percebidos por meio do desenvolvimento em sala de aula um interesse por parte dos alunos

sobre o assunto e suas consequências no todo. Alguns dos desafios que foram lançados como

arte com tampas de garrafa, torre de Hanoi, miss sustentabilidade com roupa reciclada, história

e característica dos biomas, tiveram grande mobilização dos grupos e foi uma grande surpresa

para os professores e colaboradores o envolvimento dos alunos. Os principais resultados são

percebidos na própria comunidade escolar que através de relatos dos alunos puderam entender

a importância de discussões como educação ambiental. E mais, o olhar para a matemática se

modificou devido a utilização de modos diferentes de abordagens.

Palavras chaves: Interdisciplinaridade; Gincana de Matemática; PIBID.

REFERÊNCIAS

25 Aluna do curso de Licenciatura em Matemática – Instituto Federal Farroupilha, São Borja, RS, Brasil. Bolsista

Pibid (CAPES), [email protected] 26 Aluno do curso de Licenciatura em Matemática – Instituto Federal Farroupilha, São Borja, RS, Brasil. Bolsista

Pibid (CAPES), [email protected] 3 Aluno do curso de Licenciatura em Matemática – Instituto Federal Farroupilha, São Borja, RS, Brasil. Bolsista

Pibid (CAPES), [email protected] 4 Aluna do curso de Licenciatura em Matemática – Instituto Federal Farroupilha, São Borja, RS, Brasil. Bolsista

Pibid (CAPES), [email protected]

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27

SELBACH, Simone. Matemática e didática; 2. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015. Pg. 74-80.

D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Etnomatemática: Arte ou técnica de explicar ou conhecer. 5a

Edição. São Paulo: Ática, 1998. 88 p. (Série Fundamentos)

D’AMBRÓSIO, Ubiratan. Educação Matemática. Da Teoria à Prática. 7a Edição.

Campinas: Papirus, 1996.

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PROJETO ACORDAR: A FORÇA DAS PALAVRAS NO DIREITO DA FAMÍLIA

Andressa N. Santos27

Liana M. M. M. Pedroso28

Patrícia L. Roso3

RESUMO: O Projeto Acordar é uma iniciativa do Foro da Comarca de Santa Maria em parceria

com a Faculdade Integrada de Santa Maria – FISMA, que através das Varas de Família busca

a melhoria nos serviços prestados aos jurisdicionados através da realização de um encontro de

pré-audiência com as partes. Neste momento são tratados assuntos geralmente conflitantes entre

os envolvidos, como: a educação, a guarda, as visitas e a pensão alimentícia dos filhos, bem

como a partilha de bens. Objetiva-se contribuir para que as separações sejam efetivadas de

maneira saudável, consciente e menos desgastante para pais e filhos. Considera-se essa

iniciativa, um passo importante para a modernização do Poder Judiciário que através de um

trabalho integrado poderá reduzir novas demandas judiciais. Para participar do projeto são

convidadas partes que compõe processos de separação, divórcio litigioso, guarda, visitas,

alimentos e dissolução de união estável. A separação conjugal é a segunda situação mais

estressora na vida de uma pessoa (NICHOLS, 2007) assim o projeto atua parcialmente na

prevenção de conflitos, no sentido que ameniza o conflito atual, para que estes não assumam

uma proporção maior, bem como, previne que novos conflitos processuais familiares sejam

desencadeados futuramente, pois é na palavra e pelas palavras que vamos nos organizando e

nos humanizando, tendo assim caráter parcialmente preventivo. As ações da equipe técnica do

projeto consistem na realização de um encontro, momento em que são tratados os assuntos que,

geralmente, são os temas de conflito entre os envolvidos que estão terminando o relacionamento

é uma ação, uma conduta, uma comunicação, reforçando o cuidado, a proteção e a assistência,

especialmente entre pais e filhos, entre cônjuges/companheiros, que pode transformar o

momento conflitante. Observa-se a importância de o psicólogo que atua na área do Direito de

família considerar em sua conduta e ajudar a preservar os vínculos afetivos que forem saudáveis

(LAGO E BANDEIRA, 2009). A equipe organizadora do projeto procurou elaborar uma

metodologia que contemplasse o objetivo de auxiliar aos casais que possuem processo litigioso

nas Varas de Família e Sucessões a refletir sobre suas dificuldades, buscando construir acordos

satisfatórios, nos quais ambas as partes possam ter consciência e clareza das consequências de

27Acadêmica do curso de graduação em psicologia; Faculdade Integrada de Santa Maria; Santa Maria, RS;

[email protected] 28Acadêmica do curso de graduação em psicologia; Faculdade Integrada de Santa Maria; Santa Maria, RS;

[email protected] 3Docente do curso de graduação em psicologia; Faculdade Integrada de Santa Maria; Santa Maria, RS;

patrí[email protected]

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suas decisões. Na edição do primeiro semestre de 2017 foram realizados 58% de acordos na 1ª

Vara da Família, enquanto na 2ª Vara foram realizados 56,66% de acordos. Tais índices

demonstram a efetividade e importância do encontro pré-audiência, oportunizando um espaço

de fala e discussão.

Palavras-Chaves: Direito, Práticas inovadoras, Psicologia Jurídica.

REFERÊNCIAS

LAGO, V. M.; BANDEIRA, D. R. A Psicologia e as Demandas Atuais do Direito de Família.

Psicologia, ciência e profissão, 2009.

NICHOLS, M. P. Terapia Familiar. Os conceitos fundamentais da terapia familiar – p. 100-

123. 7 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

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CRIME CONTRA A MULHER: ONDE OCORREM?

Liana Maria de Mattos Mautone Pedroso29

Tavane da Silveira Munhoz30

Bruna Farias da Silva³

Patricia Lucion Roso4

RESUMO: A violência existe em nossa cultura desde o início dos tempos, Segundo a

Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002) tal conceito caracteriza-se como todo e qualquer

ato no qual ocasione ou possa gerar lesão, morte, dano ao desenvolvimento ou privação. Os

atos criminosos contra a mulher, por diversas vezes não são percebidos por ela, visto que

historicamente a mulher ocupou um espaço de submissão, o que é sustentado por Costa et al

(2017) ao afirmar que ainda existe a hierarquia familiar baseada no gênero. Tais questões

influenciam na atual percepção sobre crimes contra si mesmas, assim, normalmente acabam

por sofrer diversos tipos de violência. Na cidade de Santa Maria/RS, em uma parceria entre a

Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) e a Faculdade Integrada de Santa

Maria (FISMA), em uma atividade da disciplina obrigatória do Curso de Psicologia, foram

coletados dados do segundo semestre do ano de 2015, nos boletins de ocorrência. Os mesmos

foram reunidos com o consentimento da delegada e sem intenção de pesquisa, entretanto, a

relevância dos mesmos fez com que se optasse por divulgá-lo no meio acadêmico

caracterizando-o como um estudo documental, advindo de uma atividade de ensino.

Posteriormente os mesmos foram sistematizados e analisados por acadêmicas, através do grupo

de estudos sobre violência Cartel DEAM, de forma qualitativa e quantitativa. O presente estudo

foi realizado com base em um recorte dos mesmos, optando por apresentar os dados referentes

ao local de ocorrência da violência. Estes revelaram que 70,64% dos crimes ocorreram em casa,

13,36% em via pública e 15,99% ocorreram em outros lugares, como telefone e internet. Tais

dados concordam com o estudo de Silva e Oliveira (2016), referente aos anos de 2009 a 2012,

no Distrito Federal, que traz o maior índice do local de ocorrência como o lar, com um

percentual de 38,5%. Assim, percebe-se o quanto as mulheres ainda sofrem crimes em seus

lares, sugerindo que as construções históricas ainda têm grande peso nas famílias. Um ponto

merecedor de destaque é que mesmo com o surgimento da lei Maria da Penha, que completa

11 anos, políticas e campanhas a violência ainda é preocupante nos lares, local no qual a mulher

29Acadêmica do 8º semestre do Curso de Graduação em Psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria

(FISMA), Santa Maria, Rio Grande do Sul, e-mail: [email protected]; 30Acadêmica do 6º semestre do Curso de Graduação em Psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria

(FISMA), Santa Maria, Rio Grande do Sul, e-mail: [email protected]

³Acadêmica do 8º semestre do Curso de Graduação em Psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria

(FISMA), Santa Maria, Rio Grande do Sul, e-mail: [email protected] 4Docente do Curso de Graduação em Psicologia da Faculdade Integrada de Santa Maria (FISMA), Santa Maria,

Rio Grande do Sul, e-mail: [email protected]

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deveria se sentir segura, atingindo mulheres de todas idades e etnias. Assim, consideramos este

estudo importante para repensar as políticas de prevenção e acolhimento as vítimas e agressores,

além de possibilita aos profissionais e acadêmicos compreensão quanto ao caráter atual da

violência, preparando-os para melhor atender a esses.

Palavras-Chaves: crime; violência; mulher.

REFERÊNCIAS

COSTA, M.C. et al. Mulheres rurais e situações de violência: fatores que limitam o acesso e a

acessibilidade à rede de atenção à saúde. Rev. Gaúcha Enferm. 38 (2), 2017.7

OMS (Organização Mundial da Saúde). Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra.

2002.

SILVA, L.E.L; OLIVEIRA, M.L.C. Características Epidemiológicas da Violência contra a

mulher no Distrito Federal, 2009 a 2012. Epidemiol. Serv. Saúde. Brasília, 25 (2): 331-342.

2016.

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32

ORIENTAÇÃO SEXUAL: UM DEBATE NECESSÁRIO PARA/NA EDUCAÇÃO

BÁSICA

Arlete Andrade da Silva31 Camila de Almeida Silva32

RESUMO: Este trabalho tem como objetivo realizar um debate sobre a necessidade da inserção

do conceito de orientação sexual na educação básica. A análise será realizada a partir dos “temas

transversais” inseridos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), em conformidade com a

Lei das diretrizes e bases da educação brasileira (LDB), composta por: Ética, saúde, meio

ambiente, pluralidade cultural e orientação sexual. Tratados de forma interdisciplinar,

justificados pelo documento por priorizar a integração da prática educativa e para o conhecimento

dos educandos em suas múltiplas dimensões. Para isso, será utilizado o método da pesquisa

qualitativa e bibliográfica, por meio da leitura de documentos regulamentadores da educação

Nacional e de bibliografias sobre temas transversais e orientação sexual. Após quase duas

décadas de implantação dos temas transversais, muitos professores ainda encontram barreiras ao

trabalhar com estes conteúdos, pois não são devidamente qualificados e não possuem

metodologias que incluem a orientação sexual de forma correta no currículo escolar. Os

primeiros trabalhos da educação sexual eram voltados basicamente para o prisma biológico.

Tanto que a aula de ciências, tranquilamente, “dava conta” do que se acreditava ser um trabalho

de educação sexual. (RIBEIRO, 2016). Esse critério indica a preocupação de eleger os Temas

Transversais como questões graves, que se apresentam como obstáculo para sua concretização.

Segundo o PCN, no período entre 5º a 8° ano do ensino fundamental o tema sobre sexualidade

deve ser inserido no currículo, pois é quando a criança passa por transformações físicas e

psíquicas e desenvolve o interesse pelo desconhecido. Durante a infância, a criança depara-se

com questões que muitas vezes não são discutidas no ambiente familiar, o que fará com que essa

busca se estenda à escola. Independente do contexto onde a criança está inserida e dos valores

morais e religiosos que podem limitar suas descobertas. Portanto, aspira-se por uma educação de

maior abrangência no processo de formação dos educandos tornando-os cidadãos autônomos

31Acadêmica do oitavo semestre do curso de Licenciatura em Ciências Humanas. End. Eletrônico:

[email protected] 32Professora substituta na Universidade Federal do Pampa – Unipampa – Campus São Borja. Mestre em História

pela Universidade Federal de Pelotas – UFPel. End. eletrônico: [email protected]

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livres e críticos, visto que a sexualidade está ligada à saúde e a vida e deve ser discutida e

trabalhada no momento certo.

Palavras-Chaves: orientação sexual, sexualidade, educação

.

REFERÊNCIAS

ALTMANN, H. Orientação Sexual nos Parâmetros Curriculares Nacionais. Estudos

Feministas. - Vol. 9 – Florianópolis: 2001.

BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:

Apresentação dos Temas Transversais. Secretaria de Educação Fundamental: Brasília,

MEC/SEF, 1997.

FOULCAULT, Michel. A história da sexualidade: o cuidado de si. Rio de Janeiro: Edições

Graal, 1985.

LOURO, Guacira Lopes. Gênero, Sexualidade e Educação: Uma perspectiva pós

estruturalista. 12 ed. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2011.

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QUARTAS HEGEMÔNICAS: A AÇÃO EXTENSIONISTA NA PERSPECTIVA DE

GÊNERO E PODER

Amanda Brignol de Oliveira Thomazi

Fernanda Calegaro Lerner

Katiúcia Pletiskaitz

Laura Regina da Silva Câmara Maurício da Fonseca

RESUMO: O projeto Quartas Hegemônicas, hegemonia, cultura e poder nas relações sociais

contemporâneas, é organizado e executado pelo Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão em

Gênero, Políticas Sociais e Movimentos Sociais da Universidade Federal de Santa Maria. O

objetivo do projeto é contribuir com a extensão universitária, propiciando à comunidade

acadêmica e à comunidade externa acesso e participação em atividades centradas em temas

demandados por estes públicos, como cultura, poder, gênero, classe social, etnia e outros que

se mostrem pertinente às e aos participantes do projeto. As principais referências teóricas são

as teorias gramscianas e teorias feministas. Desde o início do projeto, no ano de 2014, até o

momento, há um direcionamento para as questões emergentes dos temas informados. A

metodologia do projeto valoriza a ação participativa, com painéis, oficinas, estudos, e debates

crítico-reflexivos que envolvam coletivamente todos os sujeitos participantes das atividades.

Atualmente, com apoio do edital do Fundo de Incentivo a Extensão (FIEX-UFSM), foram

realizadas duas oficinas abertas à comunidade acadêmica e à comunidade externa que

ocorreram no primeiro semestre de 2017, centradas nas temáticas de gênero e formação

profissional, bem como gênero e políticas públicas. Além disso, no primeiro semestre deste ano

foi realizada uma oficina com os (as) profissionais da área penitenciária da região de Santa

Maria, com a temática de gênero e poder. Para o segundo semestre de 2017, estão previstas

oficinas de formação continuada para profissionais do Centro de Apoio psicossocial Álcool e

Drogas (CAPS-AD), atrelando as temáticas de gênero à sexualidade, à saúde mental e à política

pública de saúde, com atividades a serem realizadas quinzenalmente durante os meses de

outubro e novembro. Ademais, no mês de novembro, o projeto realizará o I Fórum de Gênero,

Políticas Sociais e Movimentos Sociais na UFSM com palestras e oficinas voltadas para a

comunidade em geral. Estima-se, com a continuidade das ações desencadeadas desde o início

do projeto, contribuir com a formação acadêmica e atender às demandas por formação

continuada da comunidade externa, bem como integrar pesquisa e ensino, a partir da extensão

universitária. Ademais, mantén-se sistemática elaboração da produção de artigos acadêmicos e

trabalhos apresentados em eventos regionais, nacionais e internacionais.

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Palavras-Chaves: Quartas Hegemônicas, Extensão, Gênero, Políticas Sociais, Movimentos

Sociais.

REFERÊNCIAS

CISNE, Gênero, divisão do trabalho e serviço social. 2ª ed. São Paulo: Outras Expressões,

2015.

COUTINHO. GRAMSCI: Um estudo sobre seu pensamento político. 2ª. ed. Rio de Janeiro:

Campus, 1989.

GRUPPI. O Conceito de Hegemonia em Gramsci. 2ª ed. Rio de Janeiro: GRALL. 1980.

SAFFIOTI. A Mulher na Sociedade de Classes - Mito e Realidade. 3ª ed. São Paulo: Expressão

Popular, 2013.

SIMIONATTO. Gramsci: sua teoria, incidência no Brasil, influência no serviço social. São

Paulo: Cortez, 2011.

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A DEMOCRATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL: UM BREVE

RESGATE HISTÓRICO SOBRE A GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO

Ewerton da Silva Ferreira33

Lauren de Lacerda Nunes34

RESUMO: A tentativa de democratizar a educação básica no Brasil é antiga, desde a primeira

Constituição do Império houve uma busca de ampliação no quantitativo de alunos/as na escola

pública. No entanto, esse direito por muitas décadas ficou restrito aos grupos sociais com

melhor situação econômica. Este trabalho busca fazer um apanhado dos principais fatos

concernentes a tais tentativas de democratização e ampliação ao acesso no Brasil do período de

1824 a 1988. Na década de 1930 a educação assumiu o papel de criação/consolidação da

identidade nacional através da criação do Ministério da Educação e em seguida do Conselho

Nacional de Educação. Através de tais ações surgiu a proposta de se unificar o país por meio

do conteúdo estudado na escola. Já durante o período da Ditadura Militar a educação buscou

fornecer mão de obra qualificada ao mercado de trabalho, além da formação de cidadãos com

grande senso de patriotismo. Dessa forma, a presente pesquisa aponta a percepção de que as

oscilações nos regimes de governo do país e as diversas constituições tiveram grande influência

na organização da educação pública e da organização do currículo escolar. Pode-se afirmar que

a efetiva democratização de acesso à escola aconteceu apenas a partir da Constituição de 1988.

A partir deste período começa a surgir uma nova demanda; discutir sobre a necessidade da

escola adaptar-se aos novos sujeitos que ocupam os espaços escolares, visto que os currículos

escolares ao longo da história foram escritos a partir de uma perspectiva demasiado elitizada.

Palavras-Chave: Democratização; Constituições; Educação Básica; Currículo Escolar.

REFERÊNCIAS

PAVAN, Ruth. Currículo, a construção das identidades de gênero e a formação de professores.

Revista Contrapontos – Eletrônica, v. 13, n.2, p. 102-111, mai-ago.2013

33Acadêmico do curso de Ciências Humanas – Licenciatura da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA

campus São Borja. Membro do GEEP – Grupo de Pesquisa em Gênero, Ética, Educação e Política. E-mail:

[email protected] 34Professora do curso de Ciências Humanas – Licenciatura da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA

campus São Borja. Líder do GEEP – Grupo de Pesquisa em Gênero, Ética, Educação e Política. E-mail:

[email protected]

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LOURO, Guacira Lopes. Currículo, Gênero e Sexualidade. Porto: Porto Editora, 2000.

SAVELI, Esmperia Lourdes. A educação obrigatória nas constituições brasileiras e nas leis

educacionais delas derivadas. Revista Contrapontos – Eletrônica, v.10, n.2, p. 129-146.2010.

SEFFNER, Fernando. Escola para todos: mesmo para aqueles que manifestam diferenças em

sexo e gênero. In. SILVA Fabiane Ferreira da; MELLO, Elena Maria Billig ,Corpos, gêneros,

sexualidades e relações étnico-raciais na educação. Uruguaiana - RS: UNIPAMPA, 2011.

SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3

ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

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PEGADA SEGURA: UMA PROPOSTA PARA PREVENÇÃO DE INFECÇÕES

SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

Roberta Brezezinski Moreira35

Ewerton da Silva Ferreira36

Jaqueline Carvalho Quadrado37

RESUMO: O presente relato de experiência busca elucidar a ação denominada “Pegada

Segura” desenvolvida através do Programa de extensão universitária Mulheres Sem Fronteira

da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA campus São Borja. O programa de extensão

“Mulheres sem Fronteiras” está inserido na tríade que constituí a universidade, ensino, pesquisa

e extensão e proporciona diversas ações que articulem a universidade e a comunidade em ações

de âmbito federal, estadual e municipal. Conforme o Plano Nacional de Extensão, a

implementação de projetos de extensão universitária são tratados como projetos educativos, de

cunho científico e cultural, articulando a base da universidade junto à pesquisa e ensino. A

extensão tem como finalidade conciliar a prática acadêmica com a comunidade e realidade da

região A “Pega Segura” objetiva o planejamento e a intervenção de ações sociais voltadas à

garantia e efetivação de direitos sociais, a idealização do projeto surgiu após intervenções do

Serviço de Atendimento Especializado – SAE que disponibilizou camisinhas no hall de entrada

da instituição após uma roda de conversa sobre infecções sexualmente transmissíveis, onde

houve o alerta sobre o alto índice de HIV/AIDS no munícipio. Nesse sentido, surgiu a ideia que

prevê dentre as suas ações a distribuição de informativos e preservativos femininos e

masculinos e lubrificantes em gel no ambiente universitário, a percepção de maior adesão á

‘pegada segura’ se deu ao incluir nos banheiros masculinos e femininos do prédio acadêmico,

pois os deixados no hall não houve muita aderência. Após o início da distribuição nos toaletes,

percebeu-se uma alta receptividade por parte dos acadêmicos/as principalmente próximo aos

finais de semana e feriados. Portanto, percebemos que a mudança da metodologia de

distribuição houve uma receptividade maior por parte dos alunos/as. Os discentes e docentes

inseridos no programa de extensão ‘Mulheres sem fronteiras’ atuam na perspectiva de

reconhecer o cotidiano dos usuários e suas fragilidades, para então ressignificar as demandas

postas pela instituição e alcançar através de uma linguagem vislumbrada através de ações

35Acadêmica do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA campus São Borja. E-

mail: [email protected] 36Acadêmico do curso de Ciências Humanas – Licenciatura da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA

campus São Borja. Membro do GEEP – Grupo de Pesquisa em Gênero, Ética, Educação e Política. E-mail:

[email protected] 37Professora do curso de Serviço Social da Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA campus São Borja.

Vice líder do GEEP – Grupo de Pesquisa em Gênero, Ética, Educação e Política E-mail:

[email protected]

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interdisciplinares para promover o acesso á saúde dentro do ambiente educacional. As ações de

prevenção a HIV, Sífilis e Hepatite são realizadas e encaminhadas ao SAE do município, onde

se pode ter acesso a testes rápidos e encaminhamentos para prevenção e tratamentos voltados á

promoção da saúde.

Palavras-Chaves: Extensão; HIV/AIDS; Pega Segura; Prevenção.

REFERÊNCIAS

SEFFNER, Fernando; PARKER, Richard. Desperdício da experiência e precarização da

vida: momento político contemporâneo da resposta brasileira à AIDS. Interface - Botucatu.

Online, v.20, p.293-304, 2016.

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PARTICIPAÇÃO FEMININA:UM ESTUDO NOS PODERES LOCAIS DO RIO

GRANDE DO SUL, ELEIÇÕES 2012

José Arlindo Piazer de Souza Neto38,

Marconi Severo39,

Tiara Cristina Pimentel40

Ronaldo Bernardino Colvero41

RESUMO: A participação feminina no pleito eleitoral para cargo a nível legislativo local dos

7 maiores colégios eleitorais do estado do Rio Grande do Sul é recente. A despeito do eleitorado

ser composto por 51% feminino; grande parte dos candidatos que obtém sucesso são do sexo

masculino; sendo assim refletindo em como são pensadas e elaboradas as políticas públicas

voltadas as mulheres. As abordagens quanti e qualitativa se fazem presentes para a análise e

problematização dos dados encontrados. Ao abordar as eleições de 2012, um dos principais

achados aponta que é a grande variedade de partidos pelo qual se encontram filiadas; e o

descentralismo geográfico. Ademais, observa-se a presença de mais variações explicativas

quanto ao sucesso e as diferenças presentes em cada município abordado.

Palavras-Chaves: Participação política; Representatividade; Poder local; Partido político.

REFERÊNCIAS

BOHN, Simone, R. Mulher para presidente do Brasil? Gênero e política na perspectiva do

eleitor brasileiro. Revista Opinião Pública, vol. 14, n. 2, 2008.

38Graduando do curso de ciências sociais – ciência política pela Universidade Federal do Pampa -UNIPAMPA

Campus São Borja – RS. Bolsista do projeto de pesquisa: Elitismo e autoritarismo: uma análise de prosopográfica

da elite política são-borjense (1964-1988). [email protected] 39Mestrando em Políticas Públicas pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas (PPGPP) da

Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA Campus São Borja – RS ; Graduado em Ciências Sociais – Ciência

Política pela mesma universidade. E-mail: [email protected] 40Graduanda do curso de licenciatura em Ciências Humanas pela Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA

Campus São Borja – RS. [email protected] 41 Orientador Prof. Dr Ronaldo Bernardino Colvero. Diretor do campus São Borja – RS da Universidade Federal

do Pampa – UNIPAMPA. E-mail: [email protected]

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ORSATO, Andreia. A democracia desde a perspectiva de gênero: a representação política

feminina na Assembleia Legislativa Gaúcha (1951-2012). Anais do 36º Encontro Anual da

ANPOCS. São Paulo: 2012.

SANCHEZ, Beatriz Rodrigues. Representação política e gênero no Brasil e nos países de

democratização recente. Revista de Iniciação Cientifica em Relações Internacionais, v.1,

n.2, 2014.

YOUNG, Íris Marion. Representação política, identidade e minorias. Lua Nova, São Paulo,

n.67, 2006.

TER-RS.Tribunal regional do Rio Grande do Sul. Dispoível em: < http://www.tre-rs.jus.br/>

Acesso em 18 de set.2017.