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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO MARCELO HIDEKI TOGO DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DA METODOLOGIA BASEADA NO BALANCED SCORECARD EM UMA EMPRESA SIDERÚRGICA - Estudo de caso da Companhia Siderúrgica de Tubarão - VITÓRIA 2004

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

MARCELO HIDEKI TOGO

DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DA METODOLOGIA BASEADA NO BALANCED SCORECARD EM UMA EMPRESA SIDERÚRGICA

- Estudo de caso da Companhia Siderúrgica de Tubarã o -

VITÓRIA 2004

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MARCELO HIDEKI TOGO

DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DA METODOLOGIA BASEADA NO BALANCED SCORECARD EM UMA EMPRESA SIDERÚRGICA

- Estudo de caso da Companhia Siderúrgica de Tubarã o -

Monografia apresentada ao Departamento de

Administração, da Universidade Federal do

Espírito Santo, como requisito parcial para

obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Dr. Rogério Antônio Monteiro

VITÓRIA

2004

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MARCELO HIDEKI TOGO

DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DA METODOLOGIA BASEADA NO BALANCED SCORECARD EM UMA EMPRESA SIDERÚRGICA

- Estudo de caso da Companhia Siderúrgica de Tubarã o -

Monografia apresentada ao Departamento de Administração, da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Aprovado em 27 de abril de 2004.

COMISSÃO EXAMINADORA ___________________________________ Prof. Dr. Rogério Antônio Monteiro Universidade Federal do Espírito Santo

Orientador ___________________________________

Profª. Msc. Daniella Ramos Lopes Universidade Federal do Espírito Santo Banca ___________________________________

Prof. Msc. Fernando José Arrigoni Universidade Federal do Espírito Santo

Banca

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“Se a sua vida é isenta de fracassos, então você não está assumindo os riscos necessários”.

H. Brown

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AGRADECIMENTOS

Á Deus, Pela chama da vida e pela possibilidade de sonhar e realizar este momento. Ao professor Rogério Monteiro, Pela dedicação, participação efetiva e orientações precisas com que demonstrou e acompanhou comigo neste trabalho. Ao corpo funcional da Companhia Siderúrgica de Tubarão, Pela ajuda direta ou indiretamente, disponibilizand o informações que permitiram a conclusão deste trabalho. Á Raquel e ao Fabio Miyamoto, Pela grande ajuda por disponibilizar materiais e in formações para que eu pudesse estar concretizando o trabalho. Aos Amigos, ao meu cunhado Keicy e principalmente a minha namorada Mariani, Pelo incentivo, carinho, amor e contribuições nesse período de suma importância para a minha vida.

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Aos meus pais, Toshihisa e Yoshiko e as minhas irmãs, Cíntia e Tatiana... Um agradecimento todo especial, pelo apoio, dedicação e incentivo para o desenvolvimento deste estudo, e principalmente por compreender e incentivar todos os meus momentos da minha vida.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 12

1.1 O Problema .......................................................................................................... 13

1.2 Importância e Justificativa do Estudo ................................................................... 14

1.3 Objetivos .............................................................................................................. 15

1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 15

1.3.2 Objetivos Específicos ........................................................................................ 15

1.4 Metodologia da Pesquisa ..................................................................................... 15

1.5 Estrutura do Estudo .............................................................................................. 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................. 19

2.1 Visão e Missão da Empresa ................................................................................. 19

2.2 Competitividade Organizacional ........................................................................... 21

2.3 Estratégia ............................................................................................................. 24

2.4 Planejamento Estratégico .................................................................................... 26

2.5 Sistemas de Gerenciamento da Estratégia ...................…................................... 29

2.5.1 Tableaux de Board ………...…........................................................................... 30

2.5.2 Gerenciamento por Objetivos ............................................................................ 31

2.5.3 Gerenciamento pelas Diretrizes ........................................................................ 32

2.6 O Balanced Scorecard - BSC …........................................................................... 34

2.6.1 O Conceito ........................................................................................................ 35

2.6.2 Princípios para a integração do BSC à Estratégia ............................................ 36

2.6.3 Os Objetivos do Balanced Scorecard ............................................................... 37

2.6.4 As Quatro Perspectivas do Balanced Scorecard .............................................. 40

2.6.5 Terminologias do Balanced Scorecard ............................................................. 53

2.6.6 Barreiras para a implementação do BSC .......................................................... 55

2.6.6.1 Fatores Organizacionais ................................................................................ 56

2.6.6.2 Fatores especificamente relacionados à implantação do BSC ...................... 57

3 IMPLEMENTACÃO DE UM BALANCED SCORECARD ....................................... 61

3.1 Identificação dos motivos para a implantação de um BSC .................................. 61

3.1.1 Definição das Perspectivas ............................................................................... 62

3.1.2 Definição dos Participantes ............................................................................... 62

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3.2 A Construção do Balanced Scorecard ................................................................. 62

3.2.1 Passo 01: Definição da arquitetura de indicadores ........................................... 63

3.2.2 Passo 02: Consenso referente aos objetivos estratégicos ............................... 63

3.2.3 Passo 03: Escolha e elaboração dos indicadores ............................................. 64

3.2.4 Passo 04: Elaboração do plano de Implementação .......................................... 66

4 A COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO - CST ........................................ 68

4.1 A História .............................................................................................................. 68

4.1 A Empresa ............................................................................................................ 68

5 ESTUDO DE CASO: ANÁLISE E APLICAÇÃO DO BALANCED SCORECARD NA COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO ................................................... 75

5.1 A missão da Empresa .......................................................................................... 76

5.2 A visão da Empresa ............................................................................................. 76

5.3 Fatores Chave de Sucesso da Empresa .............................................................. 78

5.4 Aplicação das Perspectivas ................................................................................. 79

5.4.1 A Perspectiva Financeira .................................................................................. 79

5.4.2 A Perspectiva de Mercado ................................................................................ 82

5.4.3 A Perspectiva da Sociedade ............................................................................. 84

5.4.4 A Perspectiva dos Processos Internos .............................................................. 86

5.4.5 A Perspectiva de Aprendizado e Crescimento .................................................. 91

6 CONCLUSÕES ....................................................................................................... 95

7 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 99

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – Componentes da Visão ........................................................................ 20

Figura 2.2 – Processo do Tableaux Board ............................................................... 30

Figura 2.3 – Processo do Gerenciamento por Objetivos ......................................... 32

Figura 2.4 – Processo do Gerenciamento pelas Diretrizes ...................................... 33

Figura 2.5 – O Balanced Scorecard como estrutura estratégica para ação ............ 40

Figura 2.6 – As Perspectivas do Balanced Scorecard ............................................. 41

Figura 2.7 – Indicadores essenciais ......................................................................... 45

Figura 2.8 – Proposta de Valor ................................................................................ 47

Figura 2.9 – Modelo Genérico da Cadeia de Valor .................................................. 50

Figura 2.10 – A Estrutura de Medição do Aprendizado e Crescimento ................... 53

Figura 2.11 – Mapa Estratégico ............................................................................... 54

Figura 4.1 – Organograma da CST .......................................................................... 70

Figura 4.2 – Distribuição de Vendas de Placas no Mercado ................................... 71

Figura 4.3 – Distribuição de Vendas – 1984 à 2003 (Junho) ................................... 72

Figura 5.1 – Modelo de articulação para a tradução da visão em cada perspectiva 77

Figura 5.2 – Perspectiva de Mercado e da Sociedade–Relação de Causa e Efeito 86

Figura 5.3 – Perspectiva dos Processos Internos – Relação de Causa e Efeito 91

Figura 5.4 – Perspectiva de Aprendizado e Crescimento – Relação de Causa e

Efeito ........................................................................................................................ 94

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1.1 – Estrutura das Perspectivas ................................................................ 17

Quadro 2.1 – Medindo temas financeiros estratégicos ............................................ 43

Quadro 2.2 – A Perspectiva do Cliente – Medidas Essenciais ................................ 45

Quadro 2.3 – Exemplo de Atributos dos Produtos/Serviços .................................... 47

Quadro 2.4 – Exemplo de Imagem e Reputação ..................................................... 48

Quadro 2.5 – Exemplo de Relacionamento com Clientes ....................................... 48

Quadro 2.6 – Vetores que impactam na Aprendizagem e Crescimento dos

funcionários e organizações .................................................................................... 52

Quadro 2.7 – Exemplos de Estrutura das Perspctivas ............................................ 55

Quadro 5.1 – Perspectiva Financeira - CST ............................................................ 81

Quadro 5.2 – Perspectiva de Mercado - CST .......................................................... 83

Quadro 5.3 – Perspectiva da Sociedade - CST ....................................................... 85

Quadro 5.4 – Perspectiva dos Processos Internos – CST ....................................... 89

Quadro 5.1 – Perspectiva de Aprendizado e Crescimento - CST ............................ 93

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LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1 - Composição Acionária ......................................................................... 69

Tabela 4.2 - Maiores Produtores Brasileiros de Aço ................................................ 72

Tabela 4.3 - Maiores Empresas Exportadoras Brasileiras ....................................... 73

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RESUMO

As empresas buscam novas formas de gerenciamento para enfrentar o atual

ambiente globalizado de alta competitividade e acirrada concorrência. O Balanced

Scorecard – BSC revela-se como uma ferramenta capaz de atender às novas

exigências de gerenciamento dentro dos cenários econômicos em constante

mutação.

Buscando retratar melhor essa situação, foi realizado um estudo de caso em uma

empresa do setor de siderurgia, que procurou identificar a relação entre as

estratégias utilizadas e o estabelecimento de indicadores de resultado, buscando,

dessa forma, verificar a aplicabilidade de um BSC nesse tipo de organização.

Buscou-se identificar a missão, visão e estratégias adotadas pela empresa, pois tais

variáveis são as bases para a construção do Scorecard. Buscou-se, também,

identificar quais as perspectivas deveriam ser adotadas pela organização,

obedecendo ao princípio de causa e efeito.

Com isso a utilização de um conjunto de indicadores, classificados pelas

perspectivas definidas, e atrelados a objetivos da organização, permitirá um controle

mais amplo e efetivo para a organização, possibilitando às pessoas de todos os

setores, conhecer as estratégias e resultados esperados.

As principais conclusões foram: constatou-se a necessidade de reuniões periódicas

e uma reciclagem continua da metodologia do Balanced Scorecard.

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente, o grande desafio das organizações é o sucesso na criação de valor.

Para planejar como criar o valor agregado, as empresas desenvolvem estratégias,

que nada mais são do que escolhas ou um posicionamento único das empresas no

mercado, com objetivo de atingir uma situação futura.

As mudanças ocorridas com os grandes crescimentos industriais, seguidos pelo

surgimento de novos modelos de produção e tecnologias, passaram a exigir das

empresas novos modelos de gestão para confrontar este ambiente de acirrada

concorrência.

A aplicação de princípios do bom gerenciamento que estejam pautadas na melhoria

dos processos gerenciais tornou-se vital no mundo globalizado. Para que a empresa

caminhe para a inovação, é necessário que os processos e métodos sejam

modificados para a melhor adaptação ao ambiente competitivo e para verificar se

esses processos são eficientes, percebe-se a necessidade da criação de novos

parâmetros e critérios de avaliação.

As empresas demandam uma gestão cada vez mais profissionalizada, com objetivos

claros, alocando os recursos necessários para atingir as finalidades desejadas.

Assim, para que a empresa profissionalizasse sua gestão foi proposta a implantação

do Balanced Scorecard - BSC, sistema desenvolvido por Kaplan & Norton, que ajuda

na implementação da gestão e planejamento estratégico, permitindo à organização a

flexibilidade exigida pelo mercado, assim como a eficácia no uso das informações

estratégicas da organização para a tomada de decisão.

Frost apud AQUINO (2003) relembra que, há alguns anos atrás, a maioria das

organizações usava como indicadores financeiros apenas os resultados financeiros.

Porém, com o aumento da complexidade do ambiente em que as empresas estavam

inseridas, ficou evidente a necessidade de uma integração entre a medição e a

análise das informações das estratégias da organização.

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Buscando retratar melhor esta situação, foi realizado um estudo de caso com o

objetivo de visualizar a implantação da ferramenta, tendo como resultado final, a

construção do Mapa Estratégico Corporativo e alguns resultados obtidos com a

implantação do sistema pela Companhia Siderúrgica de Tubarão - CST.

1.1 O Problema

Atualmente, a maioria das empresas possui dificuldades na questão da estratégia,

por não visualizar certos objetivos, como traduzi-la em termos operacionais, alinhar a

organização para entendê-la, transformá-la em uma tarefa cotidiana e um processo

contínuo a todos, mobilizar a alta gerência para a mudança e comunicar a todos os

níveis as estratégias traçadas. Além do que, os atuais sistemas de gestão foram

criados para atender as necessidades de organizações industriais estáveis e para

gerenciar no nível tático.

Muitas empresas já adotam novas ferramentas que auxiliam na gestão da estratégia,

porém, a maioria tem certos conceitos equivocados desses modelos, como: projetar

a ferramenta apenas para a análise de indicadores financeiros, fornecer um

diagnóstico operacional, gerar a estratégia empresarial e imaginar um sistema de

informática que opera automaticamente.

Pode-se acrescentar que em certas organizações implementam a ferramenta sem

possuir métodos, gestores, estratégia e comprometimento apropriado para a

inserção da mesma em um ambiente organizacional. Além de ter o intuito de apenas

construir poderosos sistemas de informação ou ser somente uma definição do mapa

estratégico, indicadores, metas e iniciativas. Assim, o BSC aparece como

instrumento de gestão visando apoiar a estratégia. No entanto, quais são as práticas

organizacionais no uso do BSC?

Esse trabalho teve como início as grandes e freqüentes discussões no ambiente

organizacional sobre as vantagens vinda de uma eficiente e eficaz criação de uma

ferramenta de medição de desempenho e a influência da mesma na competitividade

da empresa. Com isso, essa discussão nos trouxe a questão dessa pesquisa:

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Como ocorre o desenvolvimento e a aplicação do Balanced Scorecard em uma

Companhia Siderúrgica?

1.2 Importância e Justificativa do Estudo

As empresas vêm travando uma incansável batalha na busca de um melhor

posicionamento nos mercados regionais e internacionais. Elas estão buscando

construir um ambiente propício a estimular fatores que promovam ações que

colaborem para o aumento da sua competitividade.

O Balanced Scorecard pode promover um gerenciamento mais eficaz, por possuir

uma visão compartilhada da estratégia, acelerar o tempo do processo de criação de

valor através de decisões mais rápidas, otimizar e garantir resultados da estratégia

para um dado grupo de recursos, permitir que os funcionários trabalharem de forma

coordenada e colaborativa em direção aos objetivos da organização e etc.

Segundo a consultoria empresarial Symnetics, a importância do BSC é mais

evidente quando são apresentadas algumas estatísticas, como: só 25% dos

gerentes têm incentivos vinculados à estratégia, 5% dos funcionários de linha

compreendem a estratégia, 78% das organizações não vinculam orçamento à

estratégia e ainda, 85% das equipes executivas dedicam menos de uma hora/mês à

discussão estratégica.

Embora o país esteja vivendo tempos difíceis em sua economia, alguns setores

destacam-se por amenizar os péssimos índices apresentados pela economia

brasileira. Podemos citar as empresas do setor siderúrgico que possuem um

importante espaço estratégico para o crescimento do Brasil e por isso deve-se levar

em consideração todos os estudos nessa área.

Diante dos fatos acima e devido principalmente por ser considerada uma das

principais ferramentas de medição, que propicia às organizações visualizar os

resultados atuais e traçar os objetivos estratégicos a longo prazo eficientes, além da

possibilidade, se necessário, de acompanhar, validar e ajustar as mesmas, e

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conseqüentemente, resultando na criação de valor para os acionistas, com isso fica

constatada a necessidade de uma ferramenta desse tipo, mostrando a significativa

importância da realização de um estudo que busque mostrar, de um modo geral,

como se dá à implantação do Scorecard, indicando os conceitos, metodologias e a

importância da ferramenta para o gerenciamento da estratégia.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Pretende-se através desta pesquisa, investigar o desenvolvimento e aplicação de

um Balanced Scorecard (BSC) em uma empresa de siderurgia.

1.3.2 Objetivos Específicos

● Identificar os fatores-chave de sucesso dessa organização;

● Identificar as perspectivas que melhor se adaptam a essa organização;

● Identificar as atividades e os motivos para a implantação do BSC na CST;

● Identificar os indicadores de performance.

1.4 Metodologia da Pesquisa

Para a apresentação da fundamentação teórica, do desenvolvimento da pesquisa e

a obtenção dos objetivos desse estudo, foram necessários os usos de algumas

técnicas. Conforme critérios sugeridos por Vergara (1998), as pesquisas se dividem

sob dois aspectos principais: os fins e os meios.

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Em relação aos fins, esta pesquisa se caracterizou por ser uma investigação

descritiva, por mostrar as características do sistema e estabelecer correlações entre

as variáveis.

Foram constituídos alguns conceitos, como: visão e missão, competitividade,

estratégia, planejamento estratégico, para que possa ter uma base teórica para

auxiliar na análise crítica da pesquisa. Assim como, abordar estudos referentes a

outros tipos de sistemas de gerenciamento da estratégia, para que tenha uma

visualização e uma forma de comparar outras ferramentas com o sistema principal

do estudo, assim buscar um maior entendimento sobre o ambiente e as suas

soluções.

Ainda, foi feito um levantamento das informações históricas e fundamentais da

empresa, para que tenha uma compreensão maior sobre o seu negócio e das

variáveis internas e externas que possam afetá-las.

Foi necessário identificar e analisar as fases para a implantação de um Scorecard,

para que possa não apenas mostrar a parte teórica, mas também a parte prática do

sistema. Além de ajudar no delineamento de um roteiro a ser seguido para a

elaboração do estudo de caso do trabalho.

Quanto aos meios, foi feito um levantamento bibliográfico e documental, pois as

fontes de pesquisa foram feitas através de livros, sites, artigos, teses, dissertações,

revistas, documentos da empresa, funcionários, balanços sociais e etc.

Esta pesquisa se caracteriza por um estudo de caso. Na realização de estudos

gerais da Companhia Siderúrgica de Tubarão, foram identificadas as bases para a

construção de um Balanced Scorecard, como a identificação da missão, da visão e

das estratégias adotadas pela empresa. Ainda foram identificadas as perspectivas

adotadas pela organização.

Após essa busca, procurou-se identificar os objetivos estratégicos propostos para

cada uma das perspectivas, acompanhados da descrição detalhada de cada objetivo

traçada pela companhia, e os seus indicadores de resultados e as iniciativas

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estratégicas de cada objetivo. Isso foi possível através da estrutura montada,

conforme o quadro 1.1 tomando como base a estrutura de Kaplan & Norton (1997) e

um questionário elaborado para apoiar e agregar informações. Uma vez identificados

os objetivos e indicadores, pode-se estabelecer um relacionamento de causa e

efeito existente entre eles.

Objetivos Indicadores de Resultado Responsável Iniciativas Estratégicas

Quadro 1.1 : Estrutura das perspectivas

O estudo de caso dessa pesquisa somente foi possível de ser realizado devido à

liberação das informações por parte da Gerência de Controladoria, disponibilizado

através da estrutura documental mostrada no quadro 1.1 preenchida por uma

funcionária responsável pelo BSC geral da organização e pela disponibilidade de

informações no site e apresentações da empresa. Além de conversas informais com

outras pessoas ligadas ao projeto, relatórios e apresentações do assunto. Através

dessas coletas de dados foi possível entender o processo de implantação do método

e conseqüentemente os seus resultados para a organização.

Outra fonte presente na investigação foi à observação direta realizada pelo

pesquisador quando de suas visitas nas áreas de apoio para o desenvolvimento e

construção do BSC. Nessas visitas foram observados e analisados alguns aspectos

comportamentais dos membros da equipe e ferramentas utilizadas para o

gerenciamento do método.

1.5 Estrutura do Estudo

Para melhor compreensão do tema a ser estudado e melhor sistematização dos

conceitos, aspectos legais, abordagens, teorias e práticas, a pesquisa, foi dividido

em sete capítulos:

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No capítulo 1 são feitas as considerações introdutórias, envolvendo a caracterização

do problema da pesquisa, a importância e a justificativa do estudo, os objetivos

gerais e específicos, a metodologia da pesquisa e a estrutura do estudo.

No capítulo 2, o da Fundamentação Teórica, que está dividido em: visão e missão da

organização, competitividade, estratégia, planejamento estratégico, Sistemas de

Gerenciamento da Estratégia e o Balanced Scorecard (conceito, princípios,

objetivos, perspectivas, terminologias e barreiras de implantação).

No capítulo 3, mostrar-se-á principais passos para a implantação de um BSC.

No capítulo 4 apresenta-se a Companhia Siderúrgica de Tubarão.

No capítulo 5 apresenta-se a análise da CST, através da identificação da visão,

missão, estratégias e fatores-chave da companhia. Ainda a implantação das cinco

perspectivas (Financeira, Mercado, Sociedade, Processos Internos e Aprendizado e

Crescimento) na empresa.

No capítulo 6 apresenta-se a conclusão do trabalho.

No capítulo 7 apresentam-se as referências bibliográficas usadas no estudo.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Visão e Missão da Empresa

Nesse trabalho vai abordar sobre a ferramenta denominada Balanced Scorecard. A

formulação e implantação desse modelo estratégico requerem como passo inicial

que a organização defina a sua visão e missão.

Assim, é fundamental que seja estudado a definição de visão para uma organização.

Para Serra, S. Torres e P. Torres (2003, p. 42), visão é “a percepção das

necessidades do mercado e os métodos pelos quais uma organização pode

satisfazê-las”.

Segundo Hermanson apud FIGUEIREDO (2002, p. 07), a concepção de uma visão

ou missão de uma dada organização é o ponto de partida para o desenvolvimento

da gestão estratégica conhecida como BSC. Definir a visão de uma organização é

uma tarefa crítica, mas de importância fundamental, considerando-se que ela

representa a base das ações da organização e a própria razão de sua existência.

Serra, S. Torres e P. Torres (2003, p. 48) relatam que a missão define o propósito da

organização de maneira clara, mas limitante. É uma declaração de longo prazo dos

propósitos da organização e deveria deixar claro o escopo da operação, os

mercados a serem atendidos e a posição da empresa em relação à concorrência.

Nas organizações modernas usam-se as chamadas visões corporativas. Conforme

os autores acima, grandes empresas elaboram uma visão a qual permite que eles

possam distinguir entre o imutável e o variável, ou seja, o que deve permanecer

inalterado ao longo do tempo e o que deverá mudar. A figura 2.1 apresenta os

componentes da visão corporativa, que é composta por:

a) Ideologia Central : não depende de produtos, mercados ou quaisquer outras

mudanças, mas de “quem é” a empresa. É a descoberta por meio de perguntas que

mostrem os valores nos quais a empresa acredita e defende, e inspira e motiva

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aqueles e, somente aqueles, que fazem parte da organização. E subdivide-se em:

valores organizacionais, que são os princípios de valores perenes e essenciais, cuja

maior importância são para os componentes da organização. E o segundo item, é a

missão da empresa.

b) Visão: é composta por duas partes. A primeira é o chamado de objetivos para

uma vida ou superobjetivos, ou seja, necessita de um objetivo, algo que puxe para

uma determinada direção e indique o seu progresso. Tenha algo de inspirador e

claro, de modo que a equipe concentre seus esforços para alcançá-lo. A segunda é

a perspectiva de realidade futura, que define o que acontecerá ao alcançar os

objetivos.

Figura 2.1: Componentes da Visão

Fonte: Adaptado de Serra, Torres S., Torres P (2003).

Através da visão, descobri o que realmente a organização quer realizar e quais são

os seus valores mais importantes. Os gerentes comuns apenas administram as

atividades, enquanto os verdadeiros líderes criam e impulsionam as visões para

frente. Da visão que deriva a estratégia, os objetivos, as metas e as medições que

impulsionam as ações. Kaplan & Norton (1997) afirmam que todos os indicadores

financeiros e não financeiros devem vir da visão e da estratégia da organização.

VViissããoo CCoorrppoorraatt iivvaa

IIddeeoollooggiiaa CCeennttrraall

VViissããoo

MMiissssããoo VVaalloorreess BBáássiiccooss

RReeaall iiddaaddee FFuuttuurraa

SSuuppeerr OObbjjeett iivvooss

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2.2 Competitividade Organizacional

A competitividade é um dos princípios mais importante da economia liberal, a qual

tem Adam Smith1 como um dos seus principais defensores, trazendo como idéia

básica o ganho pessoal; conseqüentemente com a competição entre si e o interesse

exclusivo leva ao progresso geral da sociedade.

A idéia de competição em nosso ambiente social vem desde da nossa infância,

através de jogos e brincadeiras, em que nos foi ensinado que “o importante é

competir”, passando pelos concursos e programas de Televisão – Big Brother,

chegando ao mundo empresarial onde o meio considera unicamente o vitorioso,

como uma forma de demonstrar competência e afirmar sua superioridade aos

outros.

As organizações industriais do período pós-guerra atuavam em mercados de pouca

concorrência e exploravam a estratégia da fabricação em massa de um número

limitado de produtos e a ampliação das vendas. Desde o inicio do capitalismo

moderno, depois da Segunda Guerra Mundial, o mundo passa a ser regido pela

competição e crescimento econômico, e pelo fortalecimento das tecnologias. Isso

ficou mais evidente com a chegada no mercado mundial dos produtos japoneses,

que apostavam na alta qualidade e preços competitivos de seus produtos, e além da

formação de blocos econômicos mundiais e do rápido desenvolvimento das

tecnologias. Assim, é através dessas mudanças e incertezas que o ambiente

constantemente vive, que a busca da competitividade é dominante em um estado,

país ou organização.

A competitividade é um processo que terá uma melhor visualização e entendimento

à medida que a mesma aproximar-se de um ambiente real. Assim, é de suma

importância citar algumas definições para facilitar a compreensão do estudo.

De acordo com Rummler e Brache apud ROCHA (20100, p. 09), a competitividade é

a qualidade do desempenho organizacional. Porém, nesse caso é necessário que se

11 Economista escocês, que é o pai da economia moderna e do liberalismo.

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conheça em detalhes como a organização funciona, desde o projeto,

desenvolvimento, produção até o último processo que é o de vendas e atendimento

de clientes (pós-vendas). Para isso é necessário ter uma visão sistêmica da

organização de forma que seus componentes possam ser gerenciados para obter-se

o melhor resultado possível.

Segundo Muller apud ROCHA (2000, p. 09), as mudanças estão acontecendo de

forma mais rápida e imprevisível, em todos os níveis de uma organização, desde o

perfil e qualificação necessária das pessoas, a tecnologia e otimização dos

processos, até o comportamento do consumidor, exigindo cada vez mais, algo novo

e personalizado. Essas mudanças têm exigido da administração um comportamento

ágil e flexível para que a organização possa adaptar-se ao ambiente onde está

inserida.

Através das idéias dos autores acima, a competitividade necessita da capacidade da

organização em perceber as oscilações do ambiente e a habilidade de gerir

mudanças.

Para Pettigrew apud ROCHA (2000, p. 10), existem três tipos de fatores que

influenciam o desempenho competitivo de uma organização:

• Fatores Internos (contexto organizacional): habilidade das pessoas, a

capacidade tecnológica e produtiva, a logística e canais de distribuição;

• Fatores Estruturais (contexto setorial): as características do mercado

consumidor e as oportunidades de acesso ao mercado internacional;

• Fatores Sistêmicos (contexto nacional): são os fatores que influenciaram todo o

setor, como por exemplo, políticas macroeconômicas, sociais e ambientais, etc.

Hamel e Prahalad apud ROCHA (2000, p. 10), demonstra que é essencial competir

pelo futuro, ou seja, significa que para ser competitivo deve-se estar sempre criando

novas fontes de lucro. Assim é importante a criação de novos negócios e produtos.

Segundo Hamel e Prahalad apud ROCHA (2000, p.11), a base da competitividade

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está na identificação e uso das competências essenciais da organização.

Competência essencial, na opinião dos autores, é o conjunto de habilidades e

tecnologias que permite a uma organização oferecer determinados benefícios a seus

clientes, representados pelo valor percebido por estes. Assim, a competitividade

dependeria da organização:

- Desenvolver uma previsão futuro de seus setores;

- Elaborar uma arquitetura estratégica – funcionalidades, competências e

clientes;

- Posicionamento e participação no mercado futuro.

Pode-se alcançar a competitividade, através de algumas competências essenciais

adquiridas pela organização, por exemplo:

- Identificando as competências essenciais e seus elementos;

- Definindo aquisição de competências essenciais;

- Desenvolvendo novas competências essenciais;

- Distribuindo pela organização as competências essenciais.

Segundo Porter apud Serra, S. Torres e P. Torres (2003), a competitividade no setor

industrial depende de cinco forças básicas competitivas:

1. Ameaças de Entrada: ameaças de novos entrantes e essas ameaças dependem

de barreiras existentes, como: identidade da marca, projeto de produtos de baixo

custo, retaliação esperada, política governamental, etc.

2. Rivalidade entre os Concorrentes existentes: os principais fatores das

rivalidades entre as empresas são: crescimento da indústria, diferenças entre

produtos, identidade da marca, custos fixos e valor agregado, etc.

3. Pressão por Produtos Substitutos: os produtos substitutos são identificados

através de pesquisas, em que certos produtos possam desempenhar a mesma

função que outros produtos já existentes nas indústrias. A ameaça desses produtos

é devida principalmente ao preço dos concorrentes e ao custo da mudança.

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4. Poder de Negociação dos Fornecedores: as principais fontes de poder de

barganha são: diferenciação de insumos, concentração de fornecedores, impactos

dos insumos nos custos, custo de mudanças, presença de insumos substitutos, etc.

5. Poder de Negociação dos Compradores: as principais fontes de poder de

barganha são: concentração e volume de compradores, preço e compras totais,

impactos da qualidade, identidade da marca, diferenciação de produtos, etc.

2.3 Estratégia

Apesar, de que na última década vive uma explosão de ferramentas gerenciais,

como TQM (Gestão da Qualidade Total), reengenharia e aprendizado continuo, que

reflete a preocupação com a eficiência operacional, as empresas perceberam que

não são suficientes e que realmente necessitam de uma estratégia sólida e eficiente.

Isso fica evidente através de Porter apud FERNANDES E MOTTA (p. 05), que alerta

as empresas que decidam competir apenas procurando melhorar suas operações,

enfrentará uma concorrência difícil de vencer. O desafio que as empresas enfrentam

será cada vez maior. Precisa-se consolidar uma posição competitiva única e

diferenciada e não apenas imitar outras empresas.

Como um dos pilares do Balanced Scorecard é a estratégia, estaremos

apresentando algumas definições de estratégia.

Segundo Oliveira (1992), estratégias são objetivos, metas, diretrizes e regras

formuladas para orientar o posicionamento da empresa em seu ambiente.

Para Ohmae apud ROCHA (2000, p. 14), a estratégia “é o modo pela qual a

empresa procura distinguir-se de maneira positiva da concorrência, usando seus

pontos fortes para atender melhor a necessidade dos clientes”.

Oliveira (1991) destaca a estratégia empresarial como “o ajustamento da empresa

ao seu ambiente, em geral em constate mutação, quase sempre com a empresa

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alterando suas próprias características, tendo em vista este ajustamento”. Enquanto

Gianesi e Corrêa apud ROCHA (2000, p. 15) descrevem a estratégia “como uma

ferramenta cujo objetivo principal é o aumento da competitividade da organização”.

Conforme Porter apud Rocha (2000, p. 12), “a noção que fundamenta o conceito de

estratégias genéricas é que a vantagem competitiva está no interior de qualquer

estratégia, e para obtê-la é preciso que a empresa faça uma escolha”.

Porter apud Serra, S. Torres e P. Torres (2003, p. 9 e 10), apresenta três

componentes que definem a estratégia segundo o posicionamento da organização:

- Posicionamento: a estratégia é a criação de uma posição única e valiosa, que

envolve um conjunto diferente de atividades. Desempenhando atividades diferentes

das exercidas pelos competidores e/ou fazem as mesmas atividades de maneira

diferente;

- Trade-off : decidir entre alternativas conflitantes e proteger-se contra as

organizações vacilantes em seu posicionamento ou que tentem reposicionar-se para

competir com as que têm sucesso;

- Sinergia: ajuste entre as diversas funções da empresa em torno de um objetivo

comum. É fundamental que haja sinergia entre os objetivos, as diversas atividades e

as políticas funcionais da organização.

A vantagem competitiva é criada pela estratégia traçada por uma empresa através

de algumas fontes, como: produto único e diferenciado, atividades físicas distintas,

localização, logística, melhor produto do conhecimento, serviços personalizados,

relacionamentos e comunicação.

Conforme as definições acima, pode-se dizer que a estratégia é a busca deliberada

de um processo de ação, que envolve a capacidade de perceber o movimento do

ambientes – competidores, fornecedores e clientes – oportunidades e ameaças,

para desenvolver e ajustar a vantagem competitiva de uma empresa. O objetivo

central é criar competências internas para ação no ambiente, visando

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adaptação/crescimento do sistema. Resumindo, podemos dizer que a estratégia

nada mais é tudo o que se precisa fazer para que o cliente compre de você e não do

seu concorrente.

A estratégia não é o único fator de sucesso ou fracasso da empresa, mas com uma

estratégia bem formulada podem-se trazer resultados fantásticos para as

organizações. Conforme Monteiro (2003), tem-se 4 sentidos para a estratégia:

- A estratégia fixa a direção : mapear o curso da organização para que ela navegue

coesa através de seu ambiente;

- A estratégia focaliza o esforço: promove a coordenação das atividades. Sem a

estratégia para focalizar os esforços, as pessoas puxam em direções diferentes;

- A estratégia define a organização: propicia as pessoas uma forma delimitada

para entender sua organização e distingui-la das outras;

- A estratégia provê consistência: reduzir a ambigüidade e prover ordem. Pode-se

comparar a estratégia como uma estrutura cognitiva, onde simplifica e explica o

mundo e com isso facilita a ação.

Não se pode esquecer de que o responsável pela estratégia na empresa, deve ter

um ótimo conhecimento da vida econômica e social da organização, além de

conhecer determinantes endógenas e exógenas, a fim de explicar os seus

comportamentos passados e poder prever e orientar comportamentos futuros.

2.4 Planejamento Estratégico

Nessa parte do estudo, serão apresentadas algumas considerações básicas sobre o

planejamento estratégico, como: conceitos, etapas e aspectos.

O Planejamento Estratégico surgiu na metade do século passado pela necessidade

das organizações traçarem onde e como operar o futuro. Esse planejamento vem

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evoluindo, de acordo com o ritmo e o grau da complexidade das organizações. A

seguir veremos algumas definições de planejamento estratégico.

Conforme Ackoff apud ROCHA (2000, p. 16), o planejamento estratégico é um

processo contínuo que envolve um conjunto complexo de decisões inter-

relacionadas que podem ser separadas de forma diferente.

De acordo com Giegold apud ROCHA (2000, p. 16), o “planejamento é o processo

pela qual tentamos aumentar a probabilidade dos resultados futuros desejados, além

e acima da probabilidade de que isso aconteça por acaso”.

Planejamento estratégico é um processo gerencial que possibilita ao executivo

estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de

otimização na relação com o seu ambiente (OLIVEIRA, 1988, p. 71).

Segundo Mintzberg apud ROCHA (2000, p. 17), o planejamento estratégico é um

processo formalizado, levando em conta as oportunidades e ameaças do ambiente e

os pontos fortes e fracos da organização, para produzir resultados, estabelecendo

objetivos, estratégias e ações na forma de um sistema integrado de decisões.

Para Kotler apud Rocha (2000, p. 17), “o planejamento estratégico é uma

metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela

organização, visando a um maior grau de interação com o ambiente”.

Para Chiavenato apud Boff (2003, p. 40), “o planejamento estratégico é um conjunto

de tomada deliberada e sistemática de decisões envolvendo empreendimentos que

afetam ou deveriam afetar toda a empresa por longos períodos de tempo”,

Para Serra, S. Torres e P. Torres (2003, p. 30), planejamento estratégico “é o

processo pelo qual os acontecimentos futuros serão antecipados, de maneira que as

ações sejam implementadas para atingir os objetivos organizacionais. O

planejamento, se bem executado, ajudará o empreendimento a concretizar sua

visão, a corrigir rumos e a encontrar oportunidades”.

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Segundo esse mesmo autor (2003), o planejamento poder ser classificado em:

- Estratégico: estabelece os objetivos gerais da empresa;

- Tático: implementa as atividades de alocação de recursos;

- Operacional: estabelece padrões e programas.

Desta forma, pode-se verificar que o planejamento estratégico é um instrumento que

dá uma visão do futuro; desenvolve estratégica competitiva; junta as decisões que

estavam isoladas em um Plano de Ação; facilita a compreensão e possibilita as

empresas antecipar as mudanças que estão por vir. Além da necessidade do

envolvimento e comprometimento de toda a organização para a efetivação desse

modelo. Assim, essa ferramenta, auxilia e guia os gestores para a direção mais

ajustada e a um planejamento focado ao longo prazo, além de poder diminuir o risco

de tomar uma decisão equivocada.

Em relação às etapas do planejamento estratégico, na concepção de Stoner e

Freeman apud BOFF (2003, p. 40), são: definição de objetivos, identificação dos

objetivos, e da estratégia atual, análise ambiental, análise dos recursos, identificação

de oportunidades e ameaças, determinação do grau de mudança necessário,

decisão da estratégia a ser adotada, implantação da estratégia, mensuração e

controle.

Certo e Peter (1993), afirmam que uma organização pode obter muitas vantagens

com a aplicação do planejamento estratégico de forma efetiva, como:

- Indica os problemas que podem surgir antes que ocorram;

- Ajuda os administradores a serem (...) mais interessados na organização;

- Alerta as organizações para as mudanças e permite ações em resposta a

mudanças;

- Permite que os administradores tenham uma clara visão do negócio;

- Facilita a identificação e exploração de futuras oportunidades de mercado;

- Oferece uma visão objetiva dos problemas de administração;

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- Coordena a execução de táticas que compõem o plano;

- Cria uma estrutura para a comunicação interna entre as pessoas;

- Propicia à empresa uma vantagem sobre os concorrentes;

- Encoraja o pensamento positivo por parte do pessoal.

Robbins apud BOFF (2003, p. 50), relata que o planejamento estratégico cria muita

rigidez, dificulta a mudança em um ambiente turbulento, os sistemas não podem

substituir a criatividade, etc. Enquanto Certo e Peter (1993), garantem que o

emprego ineficiente desse modelo pode facilmente levar a certos problemas como

baixa motivação dos funcionários para atingir as metas organizacionais e surpresas

ambientais que podem mutilar a organização.

Finalizando, o sucesso do planejamento estratégico está na implementação

adequada das estratégicas, utilizando os conceitos, métodos e ferramentas certas

para que a organização possa gerenciar e tomar decisões. Assim, na continuação

dessa pesquisa, mostra-se que o Balanced Scorecard se apresenta como um

“sistema de gestão estratégica para administrar a estratégia em longo prazo”

(KAPLAN & NORTON, 1997, p. 9).

2.5 Sistemas de Gerenciamento da Estratégia

Em um ambiente de mudanças descontínuas, a luta pela sobrevivência tornou-se

uma tarefa complexa e difícil para as organizações. Sobrevivência está associada à

implantação de uma estratégia competitiva, que depende, fundamentalmente, da

viabilidade de sua implantação, bem como, da forma como a organização constrói

seu sistema de informações gerenciais. Para ajudar as empresas a terem um

processo organizacional contínuo, os administradores devem empregar sistemas

que auxiliam a traduzir a estratégia da empresa.

Serão apresentados alguns métodos, como: Método Tableaux de Board,

Gerenciamento por Objetivos, Gerenciamento pelas Diretrizes e o Balanced

Scorecard. As três primeiras ferramentas têm como finalidade possibilitar a evolução

dos métodos de gerenciamento da estratégia, assim dando subsídio para analisar

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como ocorreu o desenvolvimento e a implantação da ferramenta mais usada

atualmente, o BSC.

2.5.1 Tableaux de Board

Segundo Epstein & Manzoni apud FERNANDES (2003, p. 23), o Tableaux Board foi

um dos primeiros métodos a serem utilizados para o monitoramento e implantação

das estratégias. Ele foi criado na França, na virada do século XIX para o XX, por

engenheiros que buscavam melhorar os processos produtivos e compreender

melhor as relações de causa e efeito nesse ambiente.

Esse método já usava as medidas financeiras e não financeiras, além de que

realmente usam como base à missão e visão da organização para indicar as

melhores medidas. Na figura 2.2, podem-se verificar os seus processos.

Figura 2.2 : Processo do Tableaux Board

Fonte: Adaptado de FERNANDES (2003).

Apesar da ferramenta ser bastante evoluída para época, de acordo com Epstein &

Manzoni apud FERNANDES (2003, p. 30), existiam algumas falhas em sua

implementação, como:

- Ocasiona maior peso ao monitoramento de medidas financeiras, relegando a um

segundo plano algumas outras medidas importantes;

- Produz uma quantidade muito grande de documentos com muitas informações

dentro deles;

- Publicações recentes de trabalho envolvendo o sistema mostram que o método

não evoluiu, pois continua apresentando os mesmos problemas;

MISSÃO

OBJETIVOS

FATOR CRÍTICO

DE SUCESSO

INDICADOR CHAVE

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- São pouco utilizados para a discussão construtiva sobre a estratégia por parte da

alta administração.

Embora, o Tableaux de Board apresente esses defeitos, podemos verificar que ele

foi um precursor do BSC, por intercalar um monitoramento financeiro e não

financeiro da performance; e por suas medidas estarem alinhadas com a visão e

missão da empresa.

2.5.2 Gerenciamento por Objetivos ( Management by Objectives ) - MBO

Esse método é mais conhecido pela sua abreviatura, MBO, tem como principal

finalidade procurar que todos estejam alinhados na mesma direção, assim não

haverá perda de energia com esforços desnecessários.

Para Humble apud FERNANDES (2003, p. 31), o MBO é um sistema que procura

integrar a organização, a fim de tornar claro as suas metas e objetivos, permitindo

que os gestores possam estar cientes de sua contribuição para obtenção dos

resultados. Além de ser um processo contínuo, como mostra a figura 2.3.

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Figura 2.3: Processo do Gerenciamento por Objetivos

Fonte: Adaptado de FERNANDES (2003).

O MBO já apresentava a característica de que não somente a lucratividade

incorporava o monitoramento dos resultados da estratégia e de apresentar o

alinhamento das metas com o rumo da organização global.

Apesar da qualidade desse sistema, o Gerenciamento por Objetivos não é muito

empregado, pois não há uma contribuição efetiva com relação à participação dos

trabalhadores na indicação dos objetivos e metas e o excessivo enfoque no controle

tático-operacional e não estratégico. Além de não mostrar as possíveis relações de

causa e efeito.

2.5.3 Gerenciamento pelas Diretrizes

O Gerenciamento pelas Diretrizes, segundo Akao apud FERNANDES (2003, p. 33),

nasceu da prática das empresas japonesas ganhadores do Prêmio Deming da

qualidade, quando foram introduzidos os itens de avaliação, conforme a figura 2.4:

diretrizes, planos, organização, relações interdepartamentais, análise, controle e

efeitos.

Revisão e Controle

Planejamento Estratégico

Planejamento Tático

Objetivos das Unidades e Plano

de Melhorias

Gerentes - Resultados;

- Plano de Melhorias

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Para o citado autor, o sistema é um método projetado para o aprendizado e

concretização das intenções estratégicas da organização, permitindo um

discernimento do futuro e o desdobramento para torná-lo realidade.

Esse método deve ser conduzido pela alta administração, e tem como objetivo o

direcionamento das ações para todos os processos em um único rumo. Ele inicia-se

com a realização de um planejamento estratégico, em que traça as estratégias para

a definição da sobrevivência da empresa. Esse planejamento procura determinar a

missão, a visão, as crenças, os valores e a política de qualidade de uma empresa.

O estágio seguinte é a análise dos pontos fracos e fortes da organização (mercado,

concorrentes, tendências, etc.), essas indicarão as diretrizes prioritárias. Ou seja,

essas diretrizes são o planejamento a longo prazo que desdobrarão em diretrizes de

médio e curto prazo. Tendo em vista que as diretrizes também são desdobradas

para os níveis hierárquicos inferiores.

Figura 2.4 : Processo do Gerenciamento pelas Diretrizes

Fonte: Adaptado de FERNANDES

Análise do Sistema Empresa/Ambiente

Mudanças do Ambiente (mercado) Tecnologia e

Economia dos Concorrentes

Valores e Crenças da

Alta Administração

Visão da Empresa

Estratégia da Empresa

Diretrizes e Metas de Longo e Médio Prazo

Diretrizes e Metas de Longo e Médio

Prazo

Diretrizes e Metas

Resultados e Avaliações

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Através de uma relação linear e estática, os departamentos estabelecem as suas

metas de acordo com as diretrizes da alta administração.

Essa ferramenta possibilita: resolver problemas crônicos e difíceis da organização;

resolver questões inesperadas que são importantes e desafiadoras, que são de

suma importância para a sobrevivência da empresa. Além de demonstrar uma boa

potencialidade para o diagnóstico das causas que conduzem a um efeito imediato.

Apesar de ser uma ferramenta poderosa, de acordo com Fernandes (2003, p.36), ela

não evidência a contribuição dos ativos intangíveis (conhecimentos, habilidade, etc)

para a criação de valor. Além de não discutir como pode ser estimulado o

aprendizado estratégico de alto nível, e que cada efeito é isolado um do outro.

Embora esse sistema seja popular, devido principalmente aos programas de

qualidade, podemos sentir uma tendência das empresas em migrar para o BSC, por

ser uma ferramenta que tenta superar os problemas citados e por ser um sistema

voltado para a medição da performance da estratégia.

2.6 BALANCED SCORECARD - BSC

A origem do Balanced Scorecard vem de 1990, quando o Instituto Nola Norton,

unidade de desenvolvimento e pesquisa da KPMG, patrocinou um estudo

denominado “Measuring Performance in the Organization of the Future”, com o

objetivo de avaliar até que ponto os executivos das empresas se sentiam seguros

com os métodos existentes de avaliação do desempenho empresarial.

O resultado deste estudo indicou um grande descontentamento com a capacidade

dos indicadores utilizados de promoverem adequadamente o monitoramento da

estratégia delineada para o negócio. Além dos métodos de avaliação estarem quase

totalmente baseadas em dados financeiros, essas ferramentas não mostravam as

ações que estavam em andamento nas empresas, como: o relacionamento com o

cliente, desenvolvimento do produto, qualidade total, competências individuais e

organizacionais.

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A este trabalho, seguiram-se diversos outros estudos que culminaram no

desenvolvimento da base conceitual do Scorecard. O BSC foi originalmente criado

pelos professores da Harvard Business School, Robert Kaplan e David Norton, em

1992, e desde então vem sendo considerado no meio empresarial, a melhor

ferramenta para tradução e mensuração das estratégias das empresas.

Atualmente, o BSC vem sendo utilizado por grandes corporações mundiais e tem

despertado bastante interesse nas empresas brasileiras e até mesmo no setor

público, tais como: IBM, Suzano Papel e Celulose, Grupo Gerdau, Petrobrás,

Citibank, etc.

2.6.1 O Conceito

Para Kaplan e Norton (1997, capa), o BSC é “um sistema gerencial capaz de

canalizar as energias, habilidades e os conhecimentos específicos de indivíduos dos

mais diversos setores da organização em busca da realização de metas estratégicas

de longo prazo”. Já para Nisembaum apud SILVA (2001, p. 83) é “um sistema de

gestão estratégica que permite a tradução da visão, missão e aspiração estratégica

da empresa em objetivos tangíveis e mensuráveis”.

O Balanced Scorecard traduz a missão e a estratégia das empresas num conjunto

abrangente de medidas de desempenho que serve de base para um sistema de

medição e gestão estratégica. É um novo instrumento que integra as medidas

derivadas da estratégia, que complementa as medidas financeiras do desempenho

passado com vetores que impulsionam o desempenho futuro e mede o desempenho

organizacional sob quatro perspectivas equilibradas: financeira, dos clientes, dos

processos internos da empresa e do aprendizado e crescimento (KAPLAN &

NORTON, 1997, p.2).

De acordo com os conceitos apresentados, o Scorecard é uma abordagem

estratégica de longo prazo sustentada num sistema de gestão, comunicação e

medição da performance, cuja implementação permite criar uma visão partilhada dos

objetivos a atingir a todos os níveis da organização.

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2.6.2 Princípios para integração do BSC à Estratégi a

Existem três princípios que permitem a integração das medidas do Balanced

Scorecard à estratégia da organização:

- Relacionamentos de causa e efeito

Segundo Kaplan & Norton (1997, p.30), “a estratégia é um conjunto de hipóteses

sobre causas e efeitos. O sistema de medição deve tornar explícitas as relações

(hipóteses) entre os objetivos (e as medidas) nas várias perspectivas, para que elas

possam ser gerenciadas e validadas”. O sistema deve identificar e tornar explícita a

seqüência de hipóteses sobre as relações de causa e efeito entre as medidas de

resultados e os vetores de desempenho desses resultados, considerando todas as

perspectivas que compõem o BSC.

Toda a medida escolhida para um Scorecard deve ser um elemento de estratégia da

empresa, ou seja, a relação de causa e efeito está diretamente ligada às

perspectivas definidas para o sistema.

Em geral, o BSC identifica e torna visível a seqüência de hipóteses sobre as

relações de causa e efeito entre as medidas de resultados e vetores de desempenho

desses resultados. Todas as medidas identificadas devem estar relacionadas a uma

causa que conduz ao efeito desejado.

- Medidas de Resultados e Vetores de Desempenho

De acordo com Kaplan & Norton (1997, p.156), as medidas de resultados refletem as

metas comuns de muitas estratégias, bem como estruturas semelhantes entre

setores e empresas. Enquanto os vetores de desempenho são de tendências

geralmente específicas para uma determinada unidade de negócios, por exemplo,

os segmentos de mercado em que a unidade opta a competir.

Na grande maioria das vezes, as medidas de resultados são indicadores “lag” que

indicam os objetivos maiores da estratégia e se suas iniciativas de curto prazo

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geraram os resultados esperados. Esses indicadores comuns para diversos tipos de

empresas, tais como lucratividade, participação de mercado (market-share),

satisfação e retenção dos clientes e habilidades dos funcionários.

Os vetores de desempenho identificam como um determinado resultado

estabelecido poderá ser atingido. Ou seja, são indicadores “lead”, que alertam toda a

empresa para o que deve ser feito hoje, a fim de criar valor no futuro.

- Relação com os Fatores Financeiros

Todos os programas adotados pelas empresas, como qualidade total, reengenharia,

benchmarking e empowerment, devem estar associadas ao desempenho financeiro.

Assim, para Kaplan & Norton (1997, p.157), “em última análise, as relações causais

de todas as medidas incorporadas ao Scorecard devem estar vinculadas aos

objetivos financeiros”.

Apesar da necessidade dos indicadores financeiros, é de suma importância o

estabelecimento de outros indicadores de performance que englobem outras

perspectivas. Os autores Kaplan & Norton (1997) sugerem quatro perspectivas

básicas na implantação de um BSC: financeira, dos clientes, dos processos internos

e do aprendizado e crescimento.

É importante frisar que o Scorecard não é apenas um sistema de medidas, mas tem

a responsabilidade de traduzir a visão e a estratégia da organização em objetivos e

medidas tangíveis que deixem satisfeitos os acionistas e clientes. Além de levar as

medidas financeiras e não-financeiras para toda a estrutura organizacional. Em

suma, com o BSC, as empresas devem procurar um equilíbrio entre as medidas de

resultado (conseqüências dos esforços passados) e os vetores do desempenho

futuro.

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2.6.3 Os objetivos do Balanced Scorecard

O Balanced Scorecard introduz quatro novos processos que ajudam as empresas a

conectar os objetivos de longo prazo com as ações de curto prazo, através de

alguns indicadores existentes dentro do BSC, que têm a função de articular a

estratégia do negócio, de comunicar essa estratégia e ajudar a alinhar as iniciativas

individuais e intradepartamentais com o objetivo de atingir uma meta comum.

Segundo Kaplan & Norton (1997), os principais objetivos desse novo modelo de

sistema de medição que está sendo estudado, conforme ilustrado na figura 2.5,

seriam:

- Esclarecer e traduzir a visão e a estratégia

Inicialmente, através de uma equipe de trabalho da alta administração, reconhece-se

a visão e a estratégia da empresa. Conseqüentemente, a equipe traduz a estratégia

da organização em objetivos estratégicos específicos. Além de estabelecer as metas

e identificar objetivos e medidas para os seus processos internos.

Ou seja, esse processo ajuda os gerente a desenvolver o consenso em torno da

estratégia da organização, expressando-a em termos que orientam a ação no nível

local.

- Comunicar e associar objetivos e medidas estratégic os

Esta etapa permite que os objetivos e medidas estratégicos sejam comunicados a

toda a empresa através de vários instrumentos disponíveis como newsletters,

quadro de avisos, vídeos e via eletrônica. Essa comunicação serve para comunicar a

todos os empregados os objetivos críticos que devem ser alcançados para que a

estratégia da empresa seja bem-sucedida.

O Scorecard induz, segundo Kaplan & Norton, a um diálogo entre as unidades de

negócios, os executivos da corporação e os membros do conselho, não devido

apenas aos objetivos de curto prazo, mas principalmente pela formulação e

implantação da estratégia de performance do futuro.

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Ao final desse processo, conforme Kaplan & Norton (1997), todos os funcionários

devem ter adquirido uma clara compreensão das metas de longo prazo da empresa,

bem como a estratégia adequada para alcançá-las. Uma vez compreendido, eles

podem estabelecer objetivos locais que suportem essas estratégias.

- Planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativa

Os gerentes devem planejar e estabelecer metas para os seus objetivos

estratégicos, ligadas aos clientes, aos processos internos de negócios e a

aprendizagem e crescimento. Uma vez estruturados, os administradores poderão

alinhar suas estratégias de qualidade e reengenharias para atingir resultados

expressivos.

Esse processo gerencial permite que a empresa quantifique os resultados

pretendidos a longo prazo; identifique mecanismos e forneça recursos para que os

objetivos sejam alcançados e estabelece indicadores de curto prazo para as

medidas do BSC.

- Melhorar o feedback e o aprendizado estratégico

Esta fase é considerada a mais importante e inovadora em todo a ferramenta, de

acordo com Kaplan & Norton (1997), cria-se instrumentos de aprendizado

organizacional em nível executivo. O Balanced Scorecard permite que monitore e

ajuste a implantação da estratégia e, caso necessite, faça mudança na própria

estratégia. Além de verificar se realmente a empresa está alcançando suas metas

relacionadas aos clientes, aos processos internos e aos funcionários.

As empresas por estarem em um mercado turbulento e cheio de mudanças, os

gerentes necessitam receber um feedback sobre as suas estratégias mais

importantes.

Ou seja, esse estágio proporciona à empresa a capacidade de aprendizado

estratégico, que consiste em reunir feedback, testar hipóteses em que se baseou a

estratégia e efetuar os ajustamentos necessários.

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Figura 2.5 : O Balanced Scorecard como estrutura estratégica para ação. Fonte : Kaplan & Norton, “The Balanced Scorecard: translating strategy into action”,

1996

Em resumo, com a introdução desses quatro processos, certamente a organização

alcançará seus resultados, de forma desburocratizada, a custos reduzidos,

valorizando o servidor e promovendo o desenvolvimento gerencial. Desta forma a

ferramenta deve ser usada como um sistema de comunicação, informação e

aprendizagem, e não como um sistema de controle.

2.6.4 As quatro Perspectivas do Balanced Scorecard

A partir de uma visão integrada e balanceada da empresa, o BSC permite descrever

a estratégia de forma clara, através de objetivos estratégicos em 4 perspectivas,

conforme apresentado na figura 2.6 (financeira, clientes, processos internos e

Aprendizado e Crescimento), sendo todas elas relacionadas entre si, através de uma

relação de causa e efeito. Cabe ressaltar que o número de perspectivas utilizadas

varia de organização para organização, dependendo das circunstâncias que se

apresentam e de suas estratégias.

1º Processo: Esclarecer e Traduzir a Visão e a Estratégia • Esclarecer a visão; • Obter consenso.

2º Processo: Comunicar e Associar objetivos e Medidas estratégicas • Comunicação e Educação; • Determinação de Objetivos; • Compreensão das metas

3º Processo: Planejar, Estabelecer metas e alinhar iniciativa • Determinação das metas; • Alinhamento de Iniciativas estratégicas; • Alocação de Recursos.

4º Processo: Feedback e o Aprendizado Estratégico • Testar hipóteses; • Ajustamento das estratégias; • Facilitar a Revisão da Estratégia e Aprendizado

BBAALLAANNCCEEDD SSCCOORREECCAARRDD

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- Perspectiva Financeira

Segundo Kaplan & Norton (1997, p. 49), “os objetivos financeiros servem de foco

para os objetivos e medidas das outras perspectivas do BSC. Qualquer medida

selecionada deve fazer parte de uma cadeia de relações de causa e efeito que

culminam com a melhoria do desempenho financeiro”.

Os objetivos financeiros são indicadores que representam os resultados de longo

prazo, como retorno sobre o investimento, lucratividade, EVA, etc.

Para Olve, Roy e Wetter apud MACDONALD (2003, p. 57), a perspectiva financeira

deve ser concebida de forma a identificar os resultados de curto prazo decorrentes

das escolhas estratégicas feitas nas outras perspectivas, ao mesmo tempo em que

deve estar atenta para os objetivos de longo prazo responsáveis pelo desempenho

futuro da organização.

Devem-se lembrar os objetivos financeiros podem variar de setor para setor, unidade

para unidade e organização para organização, dependendo da fase do ciclo de vida

BBSSCC

VISÃO

ESTRATÉGIA

FINANCEIRA

Para sermos bem sucedidos financeiramente, como deveríamos ser visto pelos nossos acionistas?

PROCESSOS INTERNOS

Para satisfazermos nossos acionistas e clientes, em que processo de negócio?

CLIENTES

Para alcançar nossa visão, como deveríamos ser vistos pelos nossos clientes?

APRENDIZADO E CRESCIMENTO

Para alcançarmos nossa visão, como sustentaremos nossa capacidade de mudar e melhorar?

Figura 2.6: As Perspectivas do Balanced Scorecard Fonte: Adaptado de Kaplan & Norton (1997)

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que o negócio esteja. Conforme Kaplan & Norton, aderem três estágios de vida nas

empresas: o de crescimento, sustentação e colheita.

O período de crescimento é a fase inicial do ciclo de vida, onde os serviços e

produtos possuem uma alta capacidade de crescimento. Isso devido à forte

necessidade de investimentos nos produtos, serviços, infra-estrutura, canais de

comunicação e a relação com os consumidores. Objetivando o crescimento das

vendas em novos mercados, para novos consumidores de novos produtos e

serviços. Os principais objetivos adotados nessa fase são: taxas de crescimento

percentual em receita e taxas de crescimento de vendas em mercados, grupos de

consumidores e regiões almejadas.

Já na fase de sustentação, busca-se obter significativos retornos sobre o capital

investido, além do crescimento da participação no mercado. Os principais

indicadores nessa fase estão relacionados com a lucratividade, tais como receita

operacional, retorno sobre investimentos, retorno sobre o capital empregado e valor

para os acionistas.

Na última fase, pretende-se colher os investimentos realizados anteriormente. A

meta principal dessa fase é a maximização do fluxo de caixa operacional e a

diminuição da necessidade de capital de giro.

No Quadro 2.1, conforme Kaplan & Norton, relata que para cada um desses três

estágios encontram três diferentes temas financeiros que orientam para estratégia:

- Crescimento e Mix de Receita: diz respeito à expansão da oferta de produtos e

serviço, conquista de novos clientes e mercados, mudança no mix de produtos e

serviços para itens de maior valor agregado e à alteração dos preços de produtos e

serviços.

- Redução de Custo/Melhoria de Produtividade: refere-se aos esforços para

redução de custos diretos e indiretos de produtos e serviços, e compartilhamento de

recursos entre as unidades de negócio. Isso pode ser feito através do mix de canais

e redução de despesas operacionais, gerais e administrativas.

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- Utilização de ativos/Estratégia de Investimentos: corresponde a um maior

retorno sobre ativos físicos e financeiros, seja por utilizar ao máximo os ativos

existentes ou melhorar a eficiência dos recursos.

Quadro 2.1: Medindo temas financeiros estratégicos

Temas Estratégicos

Crescimento e Mix da Receita

Redução de Custo/Melhoria de

Produtividade

Utilização de Ativos/Estratégia de

Investimentos

Cre

scim

ento

▪ Taxa de crescimento de vendas por segmento; ▪ Porcentagem da receita obtida com novos produtos, serviços e consumidores.

▪ Receita/Número de Colaboradores; ▪ Investimento (porcentagem de vendas).

▪ P&D (porcentagem de vendas).

Sus

tent

ação

▪ Porcentagem de novos consumidores almejados; ▪Porcentagem de receitas de novas aplicações; ▪ Lucratividade de consumidores e linha de produtos.

▪ Custo comparado aos custos dos competidores; ▪ Redução das taxas de custo; ▪ Gastos indiretos (porcentagem de vendas).

▪ Retorno sobre o capital empregado por categoria de ativo-chave; ▪ Taxas de utilização de ativos.

Est

raté

gia

da U

nida

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e N

egóc

io

Col

heita

▪ Lucratividade de consumidores e linha de produtos; ▪Porcentagem de consumidores não lucrativos.

▪ Custos unitários (por unidade de resultado, por transação).

▪ Payback (tempo de retorno do capital investido).

Fonte: Kaplan & Norton, “The Balanced Scorecard: translating strategy into action”, 1996

- Perspectiva dos Clientes

Conhecer o cliente é fundamental para uma estratégia organizacional que tenha

como finalidade o foco na satisfação e a retenção dos clientes. Para que isso

aconteça, existem algumas preocupações básicas, como ouvir os clientes, saber o

que eles gostam e não gostam, se os produtos estão atendendo as suas

necessidades, se os serviços de apoio estão adequando, etc.

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Kaplan & Norton (1997, p.68) relata que “[...] a perspectivas dos clientes traduz a

missão e a estratégia da empresa em objetivos específicos para segmentos

focalizados de clientes e mercados que podem ser comunicados a toda

organização”.

Na perspectiva dos clientes, as empresas identificam os segmentos de cliente e

mercado onde elas desejam competir. Depois é importante alinhar esses segmentos

com indicadores essenciais de desempenho, como podemos ver na figura 2.7 e no

quadro 2.2, tais como:

- Participação no Mercado: mostra a proporção de negócios realizados pela

unidade da organização em um determinado mercado, em termos de número de

clientes, unidade de volume vendido e dinheiro gasto;

- Aquisição de Clientes: mede em termos absolutos ou relativos, a proporção a que

uma unidade de negócios atrai ou ganha novos consumidores ou negócios, seja

pela quantidade de novos consumidores, ou pelo total de vendas a novos

consumidores em determinados segmentos;

- Retenção de Clientes: mede a taxa à qual o negócio atrai ou ganha os novos

clientes, em termos de porcentagem de contratos renovados e número de clientes;

- Satisfação dos Clientes: mede o nível de satisfação dos consumidores em um

determinado critério pré-estabelecido, tais como tempo, qualidade e manutenção;

- Rentabilidade dos Clientes: mede o lucro liquido obtido do relacionamento com

um consumidor ou segmento.

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Figura 2.7 : Indicadores essenciais.

Fonte: Adaptado de Kaplan & Norton

Quadro 2.2 : A Perspectiva do Cliente – Medidas Essenciais

Grupo de Indicadores Essenciais aos Clientes Indicadores “ lag ” Indicadores “ lead ”

Participação de Mercado

Reflete a proporção de negócios num determinado mercado (em termos de clientes, valores gastos ou volume unitário vendido).

▪ % do mercado atingido/tamanho total do mercado; ▪ % participação da conta total dos principais clientes.

▪ % transações financeiras dos clientes-alvo; ▪ % volume total compras dos clientes-alvo; ▪ % volume total de negócios de clientes alvo.

Aquisição de Clientes

Mede a intensidade com que a unidade de negócio atrai ou conquista novos clientes

▪ Número de novos clientes; ▪ Volume total de vendas para novos clientes.

▪ Número novos clientes/número de consultas; ▪ Custo de catação por cliente; ▪ Receita gerada/custo de captação.

Participação de Mercado

Retenção de Clientes

Satisfação dos Clientes

Rentabilidade dos Clientes

Aquisição de Clientes

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Retenção de Novos Clientes

Controla a intensidade com que a unidade de negócio retém ou mantém relacionamentos contínuos com seus clientes.

▪ % do número de clientes ativos no final de um período/número de clientes ativos no final do período anterior.

Satisfação dos Clientes Mede o nível de satisfação dos clientes de acordo com critérios específicos de desempenho dentro da proposta de valor.

▪ % satisfação total na experiência de compras.

Rentabilidade dos Clientes

Mede o lucro líquido do cliente ou segmentos, descontadas as despesas para mantê-los.

▪ Rentabilidade por clientes e por linha de produto.

Fonte: Adaptado de Kaplan & Norton

Entretanto esses indicadores de desempenho de clientes retratam acontecimento do

passado e por isso não são suficientes para a manutenção da competitividade no

mercado.

Por isso, além dos indicadores citados acima, é necessário incluir no BSC os

indicadores de Performance, que podemos constatar na figura 2.8. Eles refletem o

que os clientes valorizam para si, assim gerando fidelidade e satisfação dos clientes.

- Atributos de Produtos e Serviços: abrange a funcionalidade, preço e qualidade.

Existem clientes que dão valor para fornecedores de produtos confiáveis, de baixos

custos. Já outros, preferem fornecedores de produtos diferenciados, capazes de

ofertar produtos e serviços únicos;

- Imagem e Reputação: reflete os fatores intangíveis que atraem um cliente, isso

pode ser conseguido através de propagandas ou pela qualidade percebido pelos

clientes nos produtos e serviços;

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- Relacionamento com Clientes: refere-se à entrega do produto e serviço para o

cliente, incluindo o prazo, qualidade da experiência de compra e o relacionamento

pessoal.

Figura 2.8: Proposta de Valor

Fonte: Adaptado de Kaplan & Norton

Nos quadros 2.3, 2.4 e 2.5, podemos ver alguns exemplos de indicadores para cada

atributos situados acima.

Quadro 2.3: Exemplo de Atributos dos Produtos/Serviços

ATRIBUTOS OBJETIVOS EXEMPLOS DE INDICADORES

PREÇO

Oferecer modernidade e qualidade que os clientes percebam como de alto valor, a preço justo.

•Preço unitário médio na siderurgia •Número médio de transações da empresa

DESIGN

Oferecer mercadorias modernas que satisfaçam as necessidades e aspiração dos nossos clientes.

•Taxa de Crescimento de “mercadorias estratégicas”; •Mark-up (margem de lucro real do comerciante sobre preço de venda);

QUALIDADE Garantir a mais alta qualidade e consistência do produto em todos os estilos e categorias.

•Índice de retorno de mercadorias.

Fonte: Adaptado de Kaplan & Norton

Valor = Atributos do Produto/Serviço + Imagem + Relacionamento

Funcionalidade Qualidade Preço Tempo Atendimento

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Quadro 2.4: Exemplo de Imagem e Reputação

ATRIBUTOS OBJETIVOS EXEMPLOS DE INDICADORES

FATORES INTANGÍVEIS

Tornar-se uma marca dominante em nível mundial, entendendo claramente o nosso cliente-alvo e direcionado na satisfação de suas necessidades.

•Participação de mercado em mercadorias-chave; •Adicional de preço cobrado para marcas de grife.

Fonte: Adaptado de Kaplan & Norton

Quadro 2.5 : Exemplo de Relacionamento com Clientes

ATRIBUTOS OBJETIVOS EXEMPLOS DE INDICADORES

TEMPO Disponibilidade dos Produtos-chave.

•Falta em estoque (%).

ATENDIMENTO

Atender as seguintes dimensões: 1.empresa com ótima aparência e estilo moderno; 2.funcionários de boa aparência; 3.clara divulgação das promoções; 4.funcionários com bons conhecimentos dos produtos; 5. funcionários capazes de praticar um bom atendimento.

•Experiência de compra (através de compradores “fantasma” – terceiros que compram produtos/serviços apenas para avaliar tributos).

Fonte: Adaptado de Kaplan & Norton

- Perspectiva dos Processos Internos

Conforme Kaplan & Norton (1997, p.27 e 28), a perspectiva dos processos internos

da empresa procura que os executivos identifiquem os processos críticos em que

devem buscar a excelência, a fim de atender aos objetivos dos acionistas e aos

segmentos específicos de clientes.

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Segundo os autores acima, para adicionar valor ao produto e ser disponibilizado ao

cliente a perspectiva dos processos internos apresenta três processos principais

ilustrados na figura 2.9.

- O processo de inovação: envolve a pesquisa da demanda de mercado emergente

e cria os produtos e serviços que virão de encontro com esses mercados. Esse

processo apresenta dois componentes, o primeiro identifica o tamanho do mercado,

natureza das preferências dos clientes e os pontos de preço para cada produto ou

serviço. E o segundo idealiza os mercados e as oportunidades novos para os

produtos e serviços que a empresa pode oferecer.

Tem como principais indicadores, a % de vendas gerados por novos produtos, % de

vendas gerados por produtos atuais, capacidade técnica do processo de produção e

tempo médio de geração de novos produtos.

-O processo de operações: essa fase tem início com a ordem de pedido de

produtos e serviços e termina com a entrega do produto ou a prestação de serviço. É

enfatizada a entrega eficiente, regular e pontual dos produtos e serviços existentes

aos clientes.

As operações tendem a serem repetidas, assim permite a aplicação de alguns

princípios da administração cientifica pra o controle e melhoramento do recebimento,

o processo dos pedidos dos clientes, e os processos de suprimentos, produção e

entrega.

- Serviço Pós-Venda: é o fornecimento dos serviços após a venda ou entrega de

um produto ou serviço. Esses serviços incluem atividades relacionadas com

garantia, manutenções periódicas, reparos, treinamentos e devoluções.

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- Perspectiva do Aprendizado e Crescimento

Para Kaplan & Norton (1997, p.29), a perspectiva do Aprendizado e Crescimento

identifica a infra-estrutura que a empresa deve construir para gerar crescimento e

melhoria a longo prazo. Segundo o autor, “a inovação e a melhoria de produtos,

serviços e processos nascerão da reciclagem dos funcionários, pelo uso de

tecnologias de informações e de procedimentos organizacionais estrategicamente

alinhados”.

Essa perspectiva apresenta alguns indicadores de avaliação essenciais e comuns a

toda organização, como:

- Satisfação dos Colaboradores: esse indicador traz a premissa de que

colaboradores satisfeitos e com moral elevado irão atender os clientes de uma

maneira especial trazendo para os mesmos a mesma satisfação.

Conseqüentemente um aumento na produtividade, prestatividade, qualidade e

serviço ao cliente.

- Retenção de Colaboradores: refere-se aos objetivos que promovem a retenção

dos funcionários, em que caso ocorra o seu desligamento, há uma perda intelectual

para a organização.

- Produtividade dos Colaboradores: tem como objetivo relacionar o resultado

produzido pelo número de colaboradores que foi necessário para produzi-lo. O

Identificação

da Necessidad

e do Cliente

Identificar

o

Mercado

Criar a Oferta

do

Produto/ Serviço

Produzir os

Produtos/

Serviços

Entregar os

Produtos/

Serviços

Servir o

Cliente

Satisfação da

Necessidade

do Cliente

Processo Pós -Vendas

Figura 2.9 : Modelo Genérico da Cadeia de Valor – Perspectiva de Processos Internos de Negócios. Fonte: Kaplan & Norton, “The Balanced Scorecard: translating strategy into action”, 1996.

Processo de Inovação Processo Operacional

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resultado da produtividade é, principalmente alcançada através da capacitação e da

moral dos colaboradores.

Depois de ter escolhido os indicadores essenciais, o Balanced Scorecard necessita

de três indicadores específicos para compreender as diferentes situações

enfrentadas pela companhia. Esses indicadores que veremos a seguir, e ilustrada no

quadro 2.6, passa a ter uma conotação de extrema importância no ambiente

competitiva atual e futuro.

a) Capacidade dos Funcionários:

Já está ultrapassado, o pensamento de que o homem é apenas um “serviço braçal”.

Atualmente cresce rapidamente a utilização do conhecimento e capacidade dos

funcionários para buscar a melhoria dos processos e desempenho para a empresa.

Devido a essa conscientização de que o funcionário é um importante ativo para a

organização, que surgiu o conceito do capital intelectual, que é composto por três

segmentos:

- Capital Humano: são as capacidades, habilidades, conhecimentos, experiências,

criatividades e inovações que cada empregado possui para o benefício

organizacional;

- Capital Estrutura: são os bancos de dados, a qualidade e o alcance dos sistemas

informatizados, a imagem da empresa, as marcas registradas, as patentes e

documentação;

- Capital de Clientes: referentes ao relacionamento com os clientes.

Em geral, as organizações devem se conscientizar que o potencial humano é um

dos caminhos mais confiáveis para alcançar resultados esperados na qualidade e

produtividade. Para isso, os funcionários devem ser valorizados pela empresa,

através de maiores responsabilidades, tratamento igual e fazer com que elas se

sintam importantes para a empresa.

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b) Capacidades dos Sistemas de Informação:

Devido à alta competitividade, os funcionários necessitam de informações precisas

sobre os clientes, processos internos, e das conseqüências financeiras de suas

decisões.

Existem alguns indicadores que informam a disponibilidade de informações aos

funcionários: % de processos que oferecem feedback em tempo real sobre

qualidade, tempo e custo e a % funcionários que lidam diretamente com clientes e

tem acesso on-line às informações referentes a eles.

c) Motivação, Empowerment e Alinhamento:

A motivação, o empowerment e o alinhamento dos funcionários podem ser visto

através de incentivos financeiros, número de sugestões que foram implementados,

incentivos às idéias, autonomia nas decisões e o seu reconhecimento, isso tudo

propicia um maior interesse dos empregados com a empresa, e conseqüentemente

atingindo os resultados esperados pela empresa.

O processo de alinhamento funciona através do direcionamento dos objetivos

pessoais com o alcance dos resultados, baseados em recompensas e

reconhecimentos. Além de estabelecer indicadores de desempenho baseado em

times.

Quadro 2.6 : Vetores que impactam na Aprendizagem e Crescimento dos funcionários e organizações.

Competência dos Funcionários

Infra-estrutura Tecnológica Clima para Ação

Habilidades Estratégicas Tecnologias estratégicas Ciclo de decisões críticas

Níveis de Treinamento Banco de dados estratégicos Foco Estratégico

Captura de Experiência Empowerment dos funcionários

Alavancagem das habilidades

Softwares proprietários Alinhamento pessoal

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Moral Patentes, direitos autorais.

Espírito de Equipe

Para visualizar melhor o funcionamento da perspectiva do Aprendizado e

Crescimento, na figura 2.10 é demonstrada a estrutura de medição dessa última

perspectiva.

Figura 2.10 : A Estrutura de Medição do Aprendizado e Crescimento Fonte: Adaptado de Kaplan & Norton (1997, p.135)

2.6.5 Terminologias do Balanced Scorecard

a) Mapa Estratégico

Descreve a estratégia da empresa através de objetivos relacionados entre si e

distribuídos nas quatro dimensões.

RESULTADOS

Retenção dos Colaboradores

Produtivida de dos Colaboradores

Satisfação dos Colaboradores

Competência dos funcionários

Clima para a Ação

Infra -estrutura Tecnológica

Indicadores “lead”

Indicadores “lag”

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Na figura 2.11, encontra-se um exemplo de um mapa estratégico.

Figura 2.11 : Mapa Estratégico

b) Objetivo Estratégico

É o que deve ser alcançado e o que é crítico para o sucesso do tema escolhido.

c) Indicador

É como será medido e acompanhado o sucesso do alcance do objetivo.

d) Meta

É o nível de desempenho ou a taxa de melhoria necessária.

Tema Eficiência Operacional em uma siderúrgica

Financeira

Mercado

Processos Internos

Aprendizado & Inovação

Rentabilidade

Mais Clientes Menor Custo

Qualidade maior que esperado

Menor tempo de entrega

Atender/superar expectativas dos

clientes

Interação de processos

Qualificação e certificação de processo operacional

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e) Plano de Ação

São os programas de ações chave necessária para que se alcancem os objetivos.

Em um projeto BSC, deve-se elaborar um Mapa Estratégico, como vimos no

exemplo acima, que descreve de forma clara a estratégia através de objetivos

vinculados entre si e distribuídos nas quatro dimensões. No quadro 2.7, mostra que

em cada objetivo terá de 1 a 2 indicadores associados, com metas e planos de ação

a eles vinculados.

Quadro 2.7: Exemplo de estrutura das perspectivas

Objetivos Indicadores Metas

Iniciativas Plano de Ação

• Atender/superar expectativa dos clientes.

• Número de contatos com clientes.

• 85% em 2004 • Implementar

metodologia para

obtenção

sistemática de

informações sobre

o mercado

2.6.6 Barreira para a Implantação do BSC

As organizações estão reagindo às necessidades impostas pelo mercado, uma

prova disso, é o aumento do número de empresas que implantaram o Balanced

Scorecard. Porém a grande maioria das empresas não vem aplicando a ferramenta

com sucesso.

Informações e dados levantados por pesquisas, estudo de casos e entrevistas,

demonstram que os principais fatores críticos na implantação estão divididos em

dois grupos: os fatores organizacionais e os fatores especificamente relacionados à

implantação.

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2.6.6.1 Fatores Organizacionais

Esse grupo refere-se aos fatores gerais da empresa, em que mesmo antes de sua

implantação influenciam negativamente ao seu processo. Dentre eles, podemos

destacar:

1. Processos Organizacionais:

Para Kaplan & Norton apud GOLDSZMIDT (p. 4), os equívocos de projeto do BSC

podem ser facilmente uma vez detectados, enquanto outros podem dificultar de

forma mais incisiva sua eficaz aplicação: um projeto pobre do BSC não é uma

ameaça fundamental para o sucesso de sua implantação, mas um processo

organizacional é.

Esse fator encontra alguns obstáculos, como: resistências dos processos gerenciais,

comunicação vertical deficiente, coordenação das funções ineficientes e dentre

outras.

2. Cultura Organizacional

Para muitos autores, esse é um dos principais assuntos relacionados com o BSC. E

dependendo de como for sua abordagem, pode se transformar em um grande

obstáculo para a empresa, principalmente quando abordados contextos ligados a

sua história, cultura e valores fundamentais.

Como outro problema potencial, podemos citar, à falta de adaptação por parte dos

funcionários da alta gerencia, devido à resistência a mudança, principalmente

quando se trata de compartilhar as informações e poder.

Em relação às culturas nacionais, segundo Kaplan & Norton apud GOLDSZMIDT (p.

5), o BSC tem se adaptado bem a diferentes culturas em todo o mundo, exigindo

apenas alguma maturidade e sofisticação gerencial, estilo de gestão participativo e

não autoritário.

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3. Estratégia

Esse item torna-se crítico quando a estratégia não está baseada na companhia e

desdobrada em medidas e objetivos concretos. Além da falta de compartilhamento

das idéias e informações, que podem ocasionar uma lentidão na elaboração do

estudo.

4. Sistemas de Informação

Pesquisas realizadas por empresas, afirmam que um dos grandes obstáculos da

implantação é a falta de um sistema de informação que apóie, integre, comunique e

dissemine as informações.

2.6.62 Fatores especificamente relacionados à impla ntação do BSC

Alguns obstáculos enfrentados na implantação do sistema, quanto à escolha dos

indicadores, o desafio do seu projeto, a identificação da relação de causa e efeito,

da equipe do projeto e dentre outros, estão identificados abaixo.

1. Consciência da Real Finalidade do Projeto e do E sforço Necessário

Norton apud GOLDSZMIDT (p. 8), afirma que grandes partes das empresas que

dizem utilizar o BSC não conhecem os seus significado, o que pode levar ao

descrédito do conceito.

Esse fator crítico pode ocasionar uma aplicação do Scorecard limitada, em vez do

estabelecimento de metas e ações. Além de um controle excessivo por parte da alta

administração, acarretando uma rebeldia do restante dos funcionários.

Uma outra barreira está na questão dos altos custos e tempo no processo, que gera

o esquecimento e duvidas de questões importantes, como treinamento e

comunicação da ferramenta.

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2. Liderança e Apoio da Alta Administração

Kaplan apud GOLDSZMIDT (p. 10) destaca dentre as falhas mais graves às quais o

BSC está sujeito, a falta de comprometimento da alta gerência, a única que tem o

poder de fazer as escolhas necessárias para sua efetiva utilização.

Outras falhas podem ocorrer, como a existência de um líder extremamente liberal ou

autoritário, liderança e administração inadequada, entre outros.

3. Equipe do Projeto

Em relação à equipe do projeto, pode ocorrer problema na implantação quando

presenciamos o individualismo da alta gerência no método, ou seja, a construção do

BSC por apenas um membro da alta administração. Além da composição precipitada

da equipe no contexto da competência e quantidade, geralmente quando há

pessoas de menos ou em excesso dificulta o andamento do processo.

4. Individualização do Projeto

Um risco potencial está no acréscimo de indicadores, quando não se possui uma

estratégia definida traçada, em que muitas vezes, simplesmente se copia o modelo

de outra empresa ou aplica um modelo padrão. Com isso, a necessidade do sistema

seja individualizada para cada organização.

5. Abrangência do Projeto e Projeto Piloto

A cobertura do projeto destaca-se como um fator crítico, pois dependendo da

abrangência de sua pesquisa pode ocasionar sobrecarga e falta de resultados.

A implantação de um plano piloto leva a empresa minimizar os riscos, adaptar as

necessidades da organização, trazer o aprendizado e evitar as sobrecargas.

6. Elaboração dos Indicadores

Um dos principais problemas na implantação se deve a dificuldade de avaliar a

importância relativa dos indicadores, a necessidade de quantificar dados qualitativos

e os indicadores que atribuem o impacto global.

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Para Schneiderman apud GOLDSZMIDT (p. 15), existem algumas razões para o

fracasso em relação à elaboração dos indicadores do BSC.

• A incorreta identificação de variáveis independentes, como condutoras de

desempenho primárias da satisfação dos stakeholders;

• Indicadores inadequadamente definidos. Para o autor acima, os indicadores

deveriam possuir definições operacionais bem documentadas, não ambíguas,

consistentes e acessíveis;

• Interpretação equivocada do vinculo quantitativo entre os indicadores não

financeiros e os financeiros.

Uma implantação pode ser inadequada, quando há uma demasiada ou escasso uso

de indicadores, podendo propiciar a um desequilíbrio nos resultados.

Segundo Kaplan & Norton apud GOLDSZMIDT (p. 17), as empresas erram quando

utilizam apenas os indicadores que possuem dados. Ou seja, caso os indicadores

ainda não tenham dados, é provável que algum processo gerencial crítico não esteja

sendo gerenciado.

7. Perfeccionismo e Simplicidade

De acordo com McCann apud GOLDSZMIDT (p. 17), é um grande erro, passar

tempo demais tentando criar o BSC perfeito antes de implantá-lo.

E para Rose Donato apud GOLDSZMIDT (p. 18), destaca que a simplicidade do

processo é necessária para manter o foco.

8. Comunicação e Disseminação

Para Kaplan & Norton apud GOLDSZMIDT (p. 18), uma das barreiras mais graves

que o BSC está sujeito, está na questão de que as responsabilidades do método

não são levadas para as camadas inferiores da organização, assim invalidando a

idéia de disseminar por toda a organização.

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Para Olve, Roy e Wetter apud GOLDSZMIDT (p. 19), o treinamento e a informação

são fundamentais para o processo. E deverá ser transmitido principalmente para os

clientes, funcionários e stakeholders.

Outra razão para o fracasso segundo Schneiderman apud GOLDSZMIDT (p. 19) é a

ausência de um sistema que quebre os objetivo de alto nível em objetivos menores.

Isso dificulta transmitir as informações para os níveis hierárquicos inferiores.

9. Dinâmica da Aplicação do BSC

Uma das razões para que a empresa perca o alinhamento estratégico segundo

Paladino apud GOLDSZMIDT (p. 20) refere-se à introdução do BSC e as reuniões

gerenciais serem atrasados devido a iniciativas, metas ou indicadores ausentes.

Assim, o gerente do projeto deve comandar as diretrizes das reuniões, tentar

transmitir para o grupo que BSC é componente do dia a dia dos funcionários e não

esconder nenhum resultado.

Para GOLDSZMIDT (p. 21), os princípios da organização orientada para a estratégia

devem ser efetivamente incorporados nas ações gerenciais incentivando-se a

comunicação sem defensividade, reavaliando periodicamente a estratégia e

implementando programas de melhoria vinculados aos indicadores do BSC.

10. Integração com os Processos Gerenciais

Dentre os itens críticos podemos citar a falta de integração dos sistemas de

controles no Balanced Scorecard, como por exemplo: sistema de remuneração,

relatórios e orçamentos.

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3 IMPLEMENTAÇÃO DE UM BALANCED SCORECARD

Na elaboração de um BSC, existem alguns fatores importantes para que a

implantação tenha sucesso. Um dos mais importantes itens refere-se à necessidade

do comprometimento da alta administração no processo de criação e

desenvolvimento dos indicadores.

Nessa mesma trajetória, o outro cuidado que deve haver está na participação parcial

da alta administração, caso apenas um ou dois componentes estejam participando,

ou seja, não existe um envolvimento de todos, o processo deverá ser cancelado.

Considerando as conclusões acima, a seguir apresenta-se as principais etapas para

a implementação de um Balanced Scorecard em uma organização.

3.1 Identificação dos motivos para a implementação de um BSC

Para a criação da ferramenta, é importante o acordo e apoio da alta gerencia sobre

os motivos para a aplicação do Scorecard. Para Kaplan & Norton (1997), os

principais objetivos para a implantação de um BSC estão relacionados com três

fatores:

- Facilitar e orientar o estabelecimento de objetivos e medidas, traduzidos da visão e

estratégia e inter-relacionados com as perspectivas;

- Obtenção do consenso de todos os participantes, para facilitar a execução das

iniciativas estratégicas;

- Possibilitar a ligação entre os indicadores de resultados com os seus vetores de

desempenho, com isso facilitaria a construção e o acompanhamento do BSC.

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3.1.1 Definição das Perspectivas

Haja vista o modelo básico proposto por Kaplan & Norton (1997), esteja estruturado

em quatro perspectivas, e ainda com a possibilidade da inclusão de mais

perspectiva, isso será possível caso haja uma ligação de causa e efeito entre as

mesmas.

Entretanto a seqüência dos estudos das diferentes perspectivas será definida caso a

caso, ou seja, cada organização tem um foco diferente, assim terá uma seqüência

proposta diferente, respeitando a relação de causa e efeito existente entre elas.

3.1.2 Definição dos Participantes

Depois de definidos os objetivos e perspectivas que estarão no Balanced Scorecard,

o próximo processo é da escolha de uma pessoa que seja responsável para a

composição do BSC, o chamado arquiteto. Ele tem a incumbência de supervisionar

todas as atividades; acompanhar os cumprimentos das etapas previstas; gerenciar o

processo de aprendizagem; estimular a equipe e traduzir as idéias, intenções e

ações definidas em objetivos e indicadores. Esse profissional tem a incumbência de

criar a estrutura e facilitar o processo.

3.2 A Construção do Balanced Scorecard

Devido a cada organização possui suas próprias características, elas delimitam o

seu próprio caminho para a construção do modelo do BSC. Porém, Kaplan & Norton

(1997, p. 314), sugere um modelo simples e genérico, utilizado na maioria das

organizações, composto por quatro passos. A seguir, mostram-se essas etapas mais

detalhadas.

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3.2.1 Passo 1: Definição da arquitetura de indicado res

Segundo Kaplan & Norton (1997, p. 314), essa fase é composta por duas tarefas

distintas.

a) Seleção da unidade organizacional adequada

Para que haja uma implementação adequada e sem nenhuma complicação da

ferramenta, deve-se definir uma unidade de negócio que compreenda as atividades

em uma cadeia de valor, ou seja, inovação, operacional, marketing e pós-vendas.

Além de uma estratégia ligada a sua missão.

b) Identificação das relações entre a unidade de ne gócio e corporação

O principal objetivo dessa tarefa é a de manter a reciprocidade entre a estratégia da

corporação com a unidade de negocio definida. Além de alinhar os objetivos da

unidade com os da corporação, através de entrevistas realizadas com os principais

executivos das divisões, a cerca dos objetivos financeiros para a unidade; temas

corporativos (meio ambiente, segurança, qualidades e outros) e ligações com as

outras unidades de negócios.

3.2.2 Passo 2: Consenso referente aos objetivos est ratégicos

Essa etapa, segundo Kaplan & Norton (1997, p. 316), é composta por três tarefas

distintas.

a) Realização da primeira rodada de entrevista

São organizados materiais básicos para construção, como: relatórios dos

planejamentos estratégicos referentes à visão, missão, mercado e da estratégia da

unidade de negócio.

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Essas entrevistas têm como objetivo principal que os indivíduos tenham clareza

sobre a estratégia da organização e a identificação dos objetivos estratégicos de

acordo com a visão e a estratégia da empresa. Além da identificação dos

indicadores de resultados e os possíveis conflitos potenciais existentes entre os

participantes ou áreas da unidade.

b) Realização da sessão de síntese

Feitas as entrevistas, inicia-se a sessão de síntese, que servirá de base para a

primeira reunião com a alta administração, em que são identificadas as principais

respostas e questões tiradas da fase de entrevistas. Nessa sessão deve-se obter

uma lista de objetivos e indicadores classificados por perspectivas.

c) Realização do workshop executivo

A Realização do workshop executivo tem como finalidade buscar um consenso entre

os participantes sobre os objetivos, indicadores, ações e relações entre essas

informações e o planejamento estratégico definido.

Esses objetivos e indicadores devem ser feitos por perspectiva, ou seja, de forma

seqüencial, iniciada pela qual representa o efeito principal do foco da empresa e

seguindo com a relação de causa e efeito.

3.2.3 Passo 3: Escolha e elaboração dos indicadores

Essa etapa, segundo Kaplan & Norton (1997, p. 319), é composta por duas tarefas

distintas.

a) Reuniões dos subgrupos

Serão formados quatro grupos em que terem a finalidade de alcançar alguns

objetivos, como:

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- refinar as descrições dos objetivos estratégicos definidos no primeiro workshop

executivo;

- identificar o indicador ou indicadores que melhor se relacionem com os objetivos a

serem atingidos;

- identificar as fontes de informações necessárias para cada indicador;

- identificar as relações de causa e efeito entre cada perspectiva e indicadores de

cada perspectiva.

O principal objetivo dessa etapa é a identificação de indicadores que melhor

comuniquem o significado da estratégia. Em relação ao modelo básico das quatro

perspectivas, segue abaixo alguns indicadores essências para cada uma das

perspectivas que são encontrados repetidamente nos scorecards.

- Perspectiva Financeira (indicadores): retorno sobre o investimento / valor

econômico agregado; lucratividade; aumento / mix de receita; e produtividade da

redução de custos.

- Perspectiva dos Clientes (indicadores): participação de mercado; aquisição de

clientes; retenção de cliente; lucratividade dos clientes; e satisfação dos clientes.

- Perspectiva dos Processos Internos (indicadores): tempo de ciclo,

porcentagem de venda de novos produtos; e tempo de resposta a reclamações.

- Perspectiva do Aprendizado e Crescimento (indicad ores): satisfação dos

funcionários; retenção dos funcionários; e lucratividade por funcionários.

Os vetores de desempenho são os que garantem um bom desempenho desses

indicadores, assim como a sustentação adequada na arquitetura do BSC.

Ao final dessa tarefa, os subgrupos devem obter:

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- lista de objetivos para cada perspectivas, acompanhada da descrição detalhada de

cada objetivo;

- descrição dos indicadores para cada objetivo;

- a identificação de como esses indicadores serão quantificados;

- uma ilustração da relação de causa e efeito entre esses indicadores e perspectivas.

b) Workshop executivo – segunda etapa

As informações deveram ser apresentadas pelo executivo de cada subgrupos, para

que haja um comprometimento com os objetivos e metas formuladas, e com projeto

como um todo.

Nessa etapa deve ser apresentados todos os objetivos, indicadores e vetores de

desempenho por perspectiva. Com isso podemos finalizar a fase de consolidação de

todas as informações para a implantação do plano estratégico.

3.2.4 Passo 4: Elaboração do Plano de Implementação

Essa etapa, segundo Kaplan & Norton (1997, p. 319), é composta por três tarefas

distintas.

a) Desenvolvimento do Plano de Implementação

Nessa fase, os executivos de cada subgrupos, formalizam os objetivos e metas

estabelecidas, e desenvolve um plano de implementação do Balanced Scorecard.

Esse plano deve incluir como, os indicadores serão ligados aos sistemas de

informações com o banco de dados. Assim é possível desdobrar os objetivos

estabelecidos até o menor nível hierárquico, desta forma identificar o que cada

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empregado contribui e apresenta de resultado. Além de comunicar o BSC por toda a

organização.

b) Workshop executivo – terceira etapa

O objetivo principal dessa terceira etapa é a aprovação final e a identificação de

possíveis projetos a serem desenvolvimentos para a realização das metas e o

alinhamento entre as diversas medidas estabelecidas.

Os executivos devem chegar ao um consenso e aceitação em relação ao programa

de implementação do scorecard, que possibilite a comunicação, integração à

filosofia gerencial e o desenvolvimento de um sistema de informação aos

funcionários.

c) Finalização do Plano de Implementação

Para que o BSC possa criar valor para a organização, é necessário que seja

integrado ao sistema de gerenciamento da empresa. Recomenda-se para a

incorporação, a realização de reuniões periódicas de acompanhamento do plano,

estimado a cada 60 dias.

Temos como último conselho à elaboração de um cronograma de trabalho, em que

mencione todas as etapas para a implantação do Balanced Scorecard e o seu

processo de acompanhamento.

Pode-se concluir que para colocar em prática todo o conhecimento adquirido em

relação a essa ferramenta, é necessário o desenvolvimento de um passo a passo,

como citado acima. Como esse sistema gerencial é relativamente novo para a

maioria das organizações, em relação à sua implementação, recomenda-se seguir o

conhecimento de alguns autores.

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4 A COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO - CST

4.1 HISTÓRIA

A Companhia Siderúrgica de Tubarão - CST foi constituída em Junho de 1976, como

uma “joint-venture” de controle estatal, com a participação minoritária dos grupos

Kawasaki, do Japão, e Ilva (ex-Finsider), da Itália, tendo iniciado a operação em

novembro de 1983.

Em Julho de 1992, a empresa foi privatizada, sendo desde então controlada por

grupos nacionais e estrangeiros. Desde a sua privatização até 2002, a CST realizou

investimentos na ordem de US$ 1,8 bilhão, voltado especialmente para atualização

tecnológica, aumento e enobrecimento do mix de produção e melhorias operacionais

e ambientais.

Em 2002, A CST diversificou a sua produção, com a implantação de um Laminador

de Tiras a Quente (LTQ) que incorpora uma tecnologia compatível à encontrada no

mercado.

4.2 A EMPRESA

A CST está estrategicamente localizada na costa do sudeste brasileiro, na região da

Grande Vitória, estado do Espírito Santo, entre os municípios de Serra e Vitória.

Conta com uma área total de 13,5 milhões de m2, sendo que a usina ocupa cerca de

7 milhões de m2. Além de ser servida por uma malha rodo-ferroviário e por um

complexo portuário, em que se destaca o porto de Praia Mole. Essa infra-estrutura

favorece o recebimento das principais matérias-primas e insumos — principalmente

minério de ferro e carvão mineral — e facilita o escoamento dos produtos.

É uma usina totalmente integrada, com elevado nível de automação e auto-

suficiência em energia elétrica, gerando 100% da energia necessária à sua

produção, a partir do aproveitamento de gases do processo produtivo.

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Após alguns anos de sua privatização, a empresa atualmente é controlada por

Acesita/Arcelor (via Aços Planos do Sul), Companhia Vale do Rio Doce e Kawasaki

Steel Corporation (liderando um grupo de acionistas japoneses), como podemos ver

na Tabela 4.1.

Tabela 4.1: Composição Acionária

POSIÇÃO EM 31/1/2004 (%)

Acionista Ordinárias Preferenciais Total

Acionistas Japoneses 20,51 0 7,91

Aços Planos do Sul(*) 29,64 0 11,43

APSL Arcelor Participações S.A. 6,02 23,38 16,69

APSL ONPN Participações S.A. 8,54 11,28 10,22

California Steel 4 0 1,54

Ciest / Funssest 5,48 1,07 2,78

CVRD 20,51 24,32 22,85

Outros 5,3 39,95 26,58 Nº estimado de acionistas: 3378 (*) Através da Acesita / Arcelor. ASPL - Aços Planos do Sul Empresas controladas: CST Overseas Ltda e CST Comér cio Exterior S/A. Fonte: site da CST (2004).

A estrutura organizacional da empresa está definida conforme o organograma

apresentado na figura 4.1:

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Figura 4.1 : Organograma da CST

Fonte: Site da CST (2004).

A Companhia Siderúrgica de Tubarão é a maior produtora mundial de placas de aço,

um semi-acabado de qualidade destinado para a industria siderúrgica mundial. Com

a entrada em operação do LTQ, no segundo semestre de 2002, parte da produção

de placas está sendo convertida em um outro semi-acabado, a bobina a quente.

Atualmente a empresa possui dois tipos de semi-acabados:

Placa de aço: semi-acabado utilizado, mediante relaminação a quente e a frio, para

as mais diversas aplicações, incluindo a fabricação de automóveis e autopeças,

tubos, gasodutos e oleodutos, embalagens e eletrodomésticos, além de usos

diversos na indústria naval e na construção civil.

Bobina a quente: semi-acabado produzido a partir da placa de aço, utilizado

diretamente na fabricação de tubos, vasos de pressão, autopeças, implementos

agrícolas, material ferroviário, material eletromecânico e embalagens, além da

construção civil. Mediante relaminação a frio e galvanização, utilizado na fabricação

de automóveis (partes expostas), eletrodomésticos (linha branca) e embalagens

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(alimentos, bebidas), dentre outros produtos. É um produto que possui um maior

valor agregado e destinado principalmente para o mercado interno e Mercosul.

Como podemos ver na figura 4.1 e no gráfico 4.1, a CST possui cerca de 20% do

mercado global de placas, sua produção destina-se principalmente para o mercado

externo, como: Estados Unidos, Europa e Ásia.

Figura 4.2: Distribuição de Vendas de Placas no Mercado

Fonte : site da CST (2004).

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Figura 4.3: Distribuição de Vendas – 1984 à 2003 (Junho)

Fonte: Site da CST (2004).

A produção atual, decorrente de novos investimento feitos em 2003 é da ordem de 5

milhões de toneladas de placas de aço/ano. Na tabela 4.2, podemos verificar que a

empresa em 2002 foi a segunda maior produtora brasileiro de aço e durante 5 anos

inclui-se entre as 10 maiores empresas exportadores do Brasil, constituindo-se numa

das principais geradoras de saldo líquido de divisas para o país.

Tabela 4.2: Maiores Produtores Brasileiros de Aço

RANKING (2002) COMPANHIAS PRODUÇÃO

AÇO BRUTO

1 CSN 5.11 Mt

2 CST 4.90 Mt

3 Usiminas 4.57 Mt

4 Cosipa 3.87 Mt

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5 Gerdau 3.60 Mt

6 B. Mineira 2.83 Mt

7 Açominas 2.40 Mt

8 Acesita 0.71 Mt

9 Aços Villares 0.70 Mt

10 VMB 0.50 Mt Fonte: site da CST (2004).

Tabela 4.3: Maiores Empresas Exportadoras Brasileiras

RANKING 1999 2000 2001 2002 2003 (Jan-Set)

1 Embraer Embraer Embraer Petrobrás Petrobrás

2 CVRD CVRD Petrobrás Embraer Bunge Alimentos

3 Ceval Petrobrás CVRD CVRD CVRD

4 Fiat Volkswagen Volkswagen Bunge Alimentos

Embraer

5 CST Bunge Alimentos

Bunge Alimentos

Volkswagen Volkswagen

6 Petrobrás CST CST Cargill Cargill

7 Ford Fiat Cargill CST General Motors

8 Volkswagen Motorola Motorola General Motors

CST

9 Aracruz Celulose

Aracruz Celulose

General Motors

Motorola Aracruz Celulose

10 General Motors

General Motors

Coinbra Ford ADM do Brasil

Fonte: site da CST (2004).

A Companhia Siderúrgica de Tubarão considera cada empregado o principal

elemento na consecução de sua finalidade e missão empresarial. Uma de suas

diretrizes básicas é a valorização do homem, assegurando a produtividade em níveis

crescentes, mantendo um ambiente de trabalho que valorize a competência e

estimule o autodesenvolvimento, atendendo os anseios do empregado quanto à

satisfação pessoal, crescimento profissional, segurança e a preservação da saúde

em ambiente de trabalho.

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A CST é uma empresa que prioriza a continua melhoria da qualidade do produto e

de suas relações com o meio ambiente e a comunidade, tendo s sistemas de gestão

certificados pela ISO 9001 e pela ISO 14001, respectivamente, por recomendação

do Lloyd’s Register Quality Assurance – LRQA.

A Companhia apóia iniciativas e projetos sociais e busca contribuir para o

desenvolvimento econômico e melhoria da qualidade de vida em sua área de

influência. Em 2002, os investimentos sociais totalizaram cerca de US$ 1 milhão em

diversos projetos, na área da saúde, educação, emprego, meio ambiente, segurança

e cultura.

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5 ESTUDO DE CASO: ANÁLISE E APLICAÇÃO DO BALANCED

SCORECARD NA COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO

O presente estudo foi realizado na Companhia Siderúrgica de Tubarão cujo

cronograma de implantação teve início no 1º período de 2002, porém a implantação

da ferramenta na companhia somente ocorreu no início de 2003. Apresenta

características que tornaram possível o sucesso na implementação da ferramenta,

na qual pode-se destacar a existência de uma cadeia de valor e um planejamento

estratégico bem estruturado.

A escolha para o desenvolvimento dessa pesquisa deve-se aos seguintes fatores: a

consolidação como o maior produtor mundial de placas e uma das maiores

empresas Brasileira, ocupando uma posição de destaque na economia e no

desenvolvimento do Estado e do País. Essa consolidação requer um sistema de

gerenciamento que permita um controle organizacional adequado.

Conforme citado no Capítulo 3, o primeiro passo para a criação do BSC é a definição

dos motivos para a sua utilização. A empresa procura na ferramenta um meio de

traduzir a estratégia em termos operacionais; fornecer uma exposição clara da visão

e estratégia da empresa e uma ferramenta para a comunicação da estratégia para

toda a empresa. Uma vez definido os motivos devem-se identificar as perspectivas a

serem usadas pela empresa. No caso específico dessa pesquisa, as perspectivas

são: Financeira, do Mercado, da Sociedade, dos Processos Internos e do

Aprendizado e Crescimento.

Uma vez definidos as perspectivas, a próxima etapa é a definição dos participantes.

Fazem parte da equipe, a alta administração da empresa, cerca de 18 “padrinhos”

ou coordenadores escolhidos entre os 15 departamentos participantes, que tiveram

como papel: estabelecimento dos critérios de cálculo dos indicadores, garantir a

mensuração das informações, garantir o alinhamento dos projetos, decidir a forma e

o conteúdo do detalhamento de cada indicador.

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Para a definição da arquitetura de indicadores é necessário identificar algumas

informações da organização, tais como a visão, missão e estratégia. Além de seus

fatores-chave de sucesso e seus objetivos estratégicos.

5.1 A MISSÃO DA EMPRESA

Contribuir, através do fornecimento de produtos e serviços de qualidade, para o

aumento da competitividade de nossos clientes, em harmonia com os interesses dos

acionistas, empregados, fornecedores, financiadores e comunidade. A principal

missão da companhia é aumentar a competitividade de seus clientes.

5.2 A VISÃO DA EMPRESA

A visão estratégica da CST é ampliar liderança, através de seu crescimento, como o

fornecedor preferencial de semi-acabados para a industria siderúrgica mundial.

Com base nessa visão estratégica, foram formuladas algumas questões estratégicas

para definir a estratégia e os objetivos estratégicos de cada perspectiva, respeitando

a hierarquia proposta pela organização e apresentada na figura 5.1.

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VVIISSÃÃOO

Ampliar a liderança da CST

PPeerrssppeecctt iivvaa FFiinnaanncceeiirraa Ser formos bem sucedidos, como seremos percebidos pelos acionistas e investidores?

PPeerrssppeecctt iivvaa ddee MMeerrccaaddoo Como nossos clientes percebem o

sucesso de nossa estratégia?

PPeerrssppeecctt iivvaa ddee PPrroocceessssooss IInntteerrnnooss Como nossa cadeia de valor interna

suporta a estratégia?

PPeerrssppeecctt iivvaa ddaa SSoocciieeddaaddee Como somos visto pela sociedade pela

estratégia traçada?

PPeerrssppeecctt iivvaa ddee AApprreennddiizzaaddoo ee CCrreesscciimmeennttoo Como devemos aprender e inovar para suportar a

estratégia?

Figura 5.1: Modelo de articulação para a tradução da visão em cada perspectiva.

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Segue abaixo as estratégias definidas para a efetivação da visão estratégica.

● Estabilidade e Margem de Lucro – pessoas excelentes e satisfeitas; processos

estáveis e de alta tecnologia; clientes de semi-acabados de qualidade e longo prazo

e margens de lucro.

● Mix de maior valor agregado – gestão por processos e sistemas integrados,

atualização tecnológica e interação e flexibilidade, mercado de Bobina a quente e

mix de maior valor agregado.

● Crescimento e Sustentabilidade – expansão, prolongamento da vida útil e

acesso a capital; sociedade e sustentabilidade; e gestão de ativos, estrutura de

capital e retorno.

5.3 FATORES CHAVE DE SUCESSO DA EMPRESA

► Manter nossa vantagem de custo;

► Estabelecer parcerias estratégicas;

►Reduzir a variabilidade em todos os processos;

► Alavancar capital aproveitando oportunidades futuras;

► Alinhar nossos acionistas com nossa visão;

► Fortalecer nossa capacidade e competência gerencial;

► Desenvolver completamente o potencial e a qualidade de nossa força de trabalho.

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79

5.4. APLICAÇÃO DAS PERSPECTIVAS

Nesta fase, apresentam-se os objetivos, indicadores de resultados e os projetos

estratégicos para cada perspectivas do Balanced Scorecard que foram relacionados

de acordo com a visão e a estratégia da CST. Ainda apresenta-se a relação das

descrições das informações de cada um dos objetivos estratégicos referentes a

todas as cinco perspectivas traçadas pela companhia. Além de demonstrar as

relações de causa e efeito existentes entre elas.

5.4.1 Perspectiva Financeira

Através dessa perspectiva a Companhia Siderurgia de Tubarão espera alcançar

alguns objetivos para que sejamos bem sucedidos e percebidos pelos acionistas e

investidores.

• Aumentar Retorno Total para o Acionista: buscar patamares crescentes para o

retorno total dos acionistas, visando agregar valor ao seu patrimônio e remunerando-

os com os níveis do mercado.

• Buscar o Crescimento da Receita: garantir que o crescimento da empresa seja

atingido, através das taxas de crescimentos positivos oriundos dos projetos da

companhia;

• Perseguir Mix de Maior Valor Agregado: alcançar um mix selecionado de

produtos semi acabados que tenha um maior valor agregado;

• Manter Custos Competitivos: sustentar a competitividade de custos da empresa,

de acordo com as tendências do mercado;

• Maximizar a Utilização dos Ativos: conquistar o maior resultado (volume, receita,

lucro) a partir dos ativos (capital de giro e imobilizados) usados na CST;

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• Otimizar a Estrutura de Capital: buscar minimizar a necessidade de capital

próprio, buscando capital de terceiros e de empresas financeiras;

Para termos um melhor entendimento sobre essa perspectiva, no quadro 5.1, mostra

de forma resumida os principais objetivos e indicadores dessa fase.

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Quadro 5.1: Perspectiva Financeira - CST

Objetivo Indicadores de Resultados Responsável Projetos Estratégicos

• ROCE Diretoria Aumentar Retorno

Total para o Acionista • RETORNO TOTAL AOS ACIONISTAS

Departamento Finanças - FDF

• Plano de aumento de liquidez das ações CST

Buscar o Crescimento da Receita

• Taxa de Crescimento de Receita Líquida

Departamento Vendas - CDV

• Percentual de faturamento com extrapreço

Departamento Vendas - CDV Perseguir Mix de

Maior Valor Agregado • Extramargem por tonelada Departamento

Vendas/Finanças

• Desenvolver mercados onde a CST apresenta diferenciais técnicos para BQ e Placa; • Plano de vendas com foco na rentabilidade e na produtividade (ordens repetidas e grandes volumes)

Manter Custos Competitivos • Custo médio por processo Diretoria

• Giro do Ativo Imobilizado Departamento Controladoria - FDC

• Custo do Ciclo financeiro / receita

Departamento Controladoria - FDC

Maximizar a Utiliz ação dos Ativos

• Geração de caixa com impostos / receita

Departamento Controladoria - FDC

• Custo médio ponderado do capital

Departamento Controladoria/Finanças

• Índice de Lucratividade Departamento Controladoria - FDC

Otimizar a Estrutura de Capital

• Fluxo de Caixa Livre Departamento Controladoria - FDC

Fonte: CST

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5.4.2 Perspectiva de Mercado

Nessa perspectiva busca-se que o cliente perceba o sucesso de nossa estratégia,

mostrando os indicadores mais representativos que reflete esse item para a CST.

• Ser Reconhecido como Fornecedor Preferencial de Sem i acabados de

Qualidade: ser visto como a melhor solução para o fornecimento de semi acabados.

E criar demanda futura para suportar o crescimento de nossos clientes;

• Atender a Demanda de Bobinas a Quente: buscar a conquista do mercado de

BQ no mercado brasileiro, verificar a demanda de bobinas a quente no Mercosul e

conquistar os clientes-alvo;

• Estabelecer Relacionamento de Longo Prazo: buscar um relacionamento

diferenciado com os clientes, objetivando uma relação estável (volume e preço),

contratos contínuos e grandes lotes. Além de expandir o conceito de clientes-

parceiro;

• Ofertar Produtos e Serviços sob Medida Tornando o C liente mais

Competitivo: atender a cada cliente de forma diferenciado, segundo suas

necessidades.

No quadro 5.2, encontraremos os objetivos citados acima relacionados com os seus

indicadores de resultado e seus possíveis projetos estratégicos.

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Quadro 5.2: Perspectiva de Mercado - CST

Objetivo Indicadores de Resultados Responsável Projetos Estratégicos

• Tamanho médio do item de compras por cliente

Departamento Vendas - CDV Ser Reconhecido como

Fornecedor Preferencial de Semi acabados de Qualidade • Participação média das compras

dos clientes alvo Departamento Vendas - CDV

• Plano de vendas com foco na rentabilidade e na produtividade (ordens repetidas e grandes volumes)

• Market Share segmentado da CST de BQ no Brasil

Departamento Vendas - CDV

• % das vendas destinadas à exportação

Departamento Vendas - CDV

Atender a Demanda de Bobinas a Quente

• Realização do Plano de Vendas de BQ no mercado Interno

• Desenvolver mercados onde a CST apresenta diferenciais técnicos para BQ e Placa

Estabelecer Relacionamento de Longo Prazo

• Percentual de faturamento advindo de clientes com alto Índice de recompra

Departamento Vendas - CDV

• Plano de Vendas com foco no atendimento dos clientes de longo prazo.

Ofertar Produtos e Serviços sob Medida Tornando o

Cliente Mais Competitivo

• FIC (fator de insatisfação do cliente).

Departamento Vendas - CDV

• Entregas no prazo para Clientes Preferenciais; • Entregas no prazo para Demais Clientes. Obs: % do prazo definido na Delivery Date

Fonte: CST

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5.4.3 Perspectiva da Sociedade

Estaremos abordando nessa perspectivas as medidas que procuram dar suporte em

relação à imagem da sociedade perante as estratégias traçadas pela empresa.

• Antecipar às Demandas Ambientais: reforçar o compromisso da CST com os

princípios e as melhores praticas em relação ao desenvolvimento sustentável. E

trabalhar a questão ambiental juntamente com a comunidade, buscando conhecer

suas demandas, comunicar as políticas aplicadas, etc;

• Comunicar com Transparência para a Sociedade: promover uma imagem

positiva da CST, através de uma comunicação de qualidade;

• Valorizar a Cultura de Responsabilidade Social: a empresa procura incentivar,

desenvolver e apoiar iniciativas e programas de responsabilidade social;

No quadro 5.3 estão identificados os indicadores de resultado e os projetos

estratégicos de acordo com cada objetivos relacionados acima.

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Quadro 5.3: Perspectiva da Sociedade - CST

Objetivo Indicadores de Resultados Responsável Projetos Estratégicos

• Indicadores ambientais que cumprem normas e legislações internacionais.

Departamento Meio Ambiente e

Comunicação Empresarial - PDM Antecipar-se às

Demandas Ambientais • Freqüência de Ocorrências Ambientais

Departamento Meio Ambiente e

Comunicação Empresarial - PDM

• Enquadramento dos padrões ambientais internos aos padrões da União Européia

• Menções Desfavoráveis

Departamento Meio Ambiente e

Comunicação Empresarial - PDM Comunicar com

Transparência para a Sociedade

• Resultado Pesquisa de Imagem da CST junto a Comunidade

Departamento Meio Ambiente e

Comunicação Empresarial - PDM

• Ampliação do conhecimento da sociedade sobre a CST

• Número de beneficiários nos Programas sociais

Departamento Meio Ambiente e

Comunicação Empresarial - PDM

• Resultado da Avaliação Ethos de Responsabilidade Social

Departamento Meio Ambiente e

Comunicação Empresarial - PDM

Valorizar a Cultura de Responsabilidade Social

• Número de parceiros com programas compartilhados

Departamento Meio Ambiente e

Comunicação Empresarial - PDM

• Valorização da cultura de responsabilidade da CST; • Projeto de gestão de recursos de terceiros para contratadas selecionadas

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A relação entre as perspectiva financeira, de mercado e da sociedade, apresenta

uma relação de causa e efeito, mostrada na figura 5.2. Evidenciando a importância

da operação e manutenção de todas as medidas que darão apoio para o aumento

do retorno total para os acionistas.

Figura 5.2: Perspectiva de Mercado e da Sociedade – Relação de Causa e Efeito

5.4.4 Perspectiva dos Processos Internos

As informações dessas perspectivas trazem o desdobramento das medidas,

buscando identificar como a cadeia de valor interna suporta a nossa estratégia.

• Viabilizar a Expansão da Produção: preparar para o inicio do projeto, buscando o

apoio dos acionistas, cumprimento dos projetos para a execução, identificando a

demanda necessária, etc;

BUSCAR O CRESCIMENTO

DA RECEITA

AUMENTAR RETORNO TOTAL

PARA O ACIONISTA

PERSEGUIR MIX DE MAIOR

VALOR AGREGADO

Perspectiva de Mercado

Perspectivade ProcessosInternos

PerspectivaAprendizado eCrescimento

SER RECONHECIDO COMO

FORNECEDOR PREFERENCIAL DE SEMI ACABADOS DE QUALIDADE

MAXIMIZAR A UTILIZAÇÃO DOS ATIVOS

MANTER CUSTOS

COMPETITIVOS

ATENDER A DEMANDA DE

BOBINA QUENTE

ANTECIPAR-SE ÀS DEMANDAS

AMBIENTAISVALORIZAR A CULTURA DE

RESPONSABILIDADE SOCIAL

TORNAR O CLIENTE MAIS COMPETITIVO NA SUA CADEIA DE

VALOR

INTERAGIR PARA CAPTAR AS

EXPECTATIVAS DOS CLIENTES

OTIMIZAR O USO DO

CAPITAL NOS INVESTIMENTOS

Perspectiva da Sociedade

AUTO SUSTENTABILIDADECOMUNICAR COM TRANSPARÊNCIA PARA AS PARTES INTERESSADAS

MARGEM RETORNO

ESTABELECER RELACIONAMENTOS DE LONGO PRAZO

27

MAPA ESTRATÉGICO CORPORATIVO

PerspectivaFinanceira

FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE

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• Prolongar a Vida Útil das Unidades: preservação e proteção das instalações

industriais, produção acima da capacidade nominal dos equipamentos, postergar

grandes reformas, adiar a substituição de equipamentos e atualizar equipamento

com softwares;

• Desenvolver Parcerias Estratégicas: buscar e consolidar parceiros, com

fornecedores, clientes, acionistas e outros;

• Otimizar Estabilizar a Produção e Reduzir a Variabi lidade: consolidar a

estabilidade da produção, com a redução da variabilidade dos processos, tendo

como valores incorporados à proteção e saúde dos empregados e a minimização do

impacto ambiental;

• Manter Atualização Tecnológica: identificação de novas tecnologias que tragam

resultados para a CST e seus clientes, realização de novos investimentos para estar

à frente tecnologicamente e a capacidade de comprar e usá-la de forma eficiente;

• Interagir para Captar as Expectativas dos Clientes: trabalhar permanentemente

com as expectativas e as percepções dos clientes de forma a torná-lo mais

competitiva. Deve incorporar a avaliação de seu mercado, a cadeia de suprimento e

as características competitivas;

• Desenvolver Inteligência Mercadológica: usar mais eficazmente, o acesso às

informações do mercado mundial de produtos siderúrgicos para suportar o processo

de tomada de decisão. Através de melhores estimativa da oferta, demanda e preço

de aço no mercado mundial, e a identificação de novas oportunidades de negócio,

como: novos mercados, novas aplicações e novos parceiros;

• Adequar Flexibilidade de Produto para o Mercado: os processos de venda,

produção e distribuição devem suportar a escolha de diferentes produtos (placa e

BQ) e diferentes mercados (internos, externos e segmentos);

• Viabilizar a Alavancagem de Capital: viabilizar o financiamento das necessidades

de recursos para investimentos em montante, custo e risco que otimizem o capital de

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88

novos investimentos. As fontes de capital devem ser provenientes de terceiros,

acionistas, mercado acionário ou parceiros.

Podemos visualizar no quadro 5.4, a relação dos objetivos estratégicos com os seus

respectivos indicadores de resultados, e conseqüentemente planos de ação para

cada objetivo traçados.

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Quadro 5.4: Perspectiva dos Processos Internos - CST

Objetivo Indicadores de Resultados Responsável Projetos Estratégicos

Viabilizar a Expansão da Produção

• Índice de consecução das atividades críticas do Projeto de Expansão

Departamento Engenharia - CDE • Expansão da Produção fase 7,5 Mt

Prolongar a Vida Útil das Unidades

• Atingimento da curva de vida útil.

Departamento Produção de Gusa

IDG

• Plano de prolongamento da vida útil;• Plano de prolongamento da vida útil da coqueria;• Verificar Planos de vida útil no Plano Empresarial

• Índice de atendimento das necessidades (especificações, volumes e prazos) de Vega do Sul.

Departamento Vendas - CDV Desenvolver Parcerias

Estratégicas • Indicador de Fornecedor parceiro A DEFINIR

• Efetivar parcerias com clientes estratégicos; • Plano de fornecedores estratégicos; • Projeto de desenvolvimento de novas aplicações para produtos especiais

• Índice de Atendimento ao Plano da Produção (IAPP)

Departamento Metalurgia e

Planejamento de Produção - IDM

• Índice de Variabilidade da Estabilidade Operacional (IVEO)

Departamento Metalurgia e

Planejamento de Produção - IDM

• Índice de qualidade de transferência interna

IDM / IDG / IDA / IDT / IDU / IDP

• Índice de Reprogramação

Departamento Metalurgia e

Planejamento de Produção - IDM

Otimizar Estabilizar a Produção e Reduzir a

Variabilidade

• Índice de consecução das atividades críticas do Projeto de Otimização

Departamento Engenharia - CDE

• Plano de Qualidade; • Otimização da Produção fase 5,0 Mt; • Plano de Tecnologia

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• Índice de Consecução do Plano da Qualidade

Departamento Metalurgia e

Planejamento de Produção - IDM

• Plano de Qualidade

Manter Atualização Tecnológica

• Índice de Consecução do Plano de Tecnologia Assessoria DI • Plano de Tecnologia

Interagir para Captar as Expectativas dos Clientes • Nº Contatos com clientes Departamento

Vendas - CDV

• Implantar metodologia para obtenção sistemática de informações de mercado (clientes, concorrentes, substitutos, etc).

• Índice de acerto de previsões de volume e preço.

Departamento Vendas - CDV

Desenvolver Inteligência Mercadológica

• Índice de consecução de Relatório de Análise Setorial.

Departamento Vendas - CDV

• Implantar metodologia para obtenção sistemática de informações de mercado (clientes, concorrentes, substitutos, etc...) • Multidisciplinar: incluir dados financeiros de empresas; tecnologia (estado da arte);

• EPCC’s não atendidos segmentados.

Departamento Vendas - CDV

• % das vendas de BQ nos nichos decorrentes dos diferenciais técnicos do LTQ

Departamento Vendas - CDV

Adequar Flexibilidade de Produto para o Mercado

• Desempenho de entrega de produto

Departamento Logística - CDL

• Desenvolver mercados onde a CST apresenta diferenciais técnicos para BQ e Placa;. • Projetos de Logística; • Plano de Qualidade

• Índice de cobertura financeira Departamento

Finanças FDF Viabilizar a Alavancagem

de Capital • Capital de Terceiros nos investimentos

Departamento Finanças

FDF

• Plano de Viabilização de novas alternativas de fontes de Financiamento

Fonte: CST

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A relação entre as perspectiva financeira, de mercado e da sociedade, tem como

suporte os indicadores da perspectiva dos processos internos. A perspectiva em

questão apresenta uma relação de causa e efeito, apresentados na figura 5.3, com

as perspectivas de mercado e da sociedade. Além da existência de algumas que

dão suporte a perspectiva financeira.

Figura 5.3: Perspectiva dos Processos Internos – Relação de Causa e Efeito

5.4.5 Perspectiva de Aprendizado e Crescimento

Nas perspectivas anteriores, os objetivos mostravam os rumos que deveria se

destacar para adquirir um desempenho extraordinário. A seguir veremos que os

objetivos dessa perspectiva vão oferecer uma infra-estrutura que permita a

realização dos objetivos traçados nas perspectivas mencionadas.

BUSCAR O CRESCIMENTO

DA RECEITA

AUMENTAR RETORNO TOTAL

PARA O ACIONISTA

PERSEGUIR MIX DE MAIOR

VALOR AGREGADO

Perspectiva de Mercado

Perspectivade ProcessosInternos

PerspectivaAprendizado eCrescimento

VIABILIZAR A EXPANSÃO DA

PRODUÇÃO

MANTER ATUALIZAÇÃO TECNOLOGICA

DESENVOLVER PARCERIAS

ESTRATÉGICAS

SER RECONHECIDO COMO

FORNECEDOR PREFERENCIAL DE SEMI ACABADOS DE QUALIDADE

MAXIMIZAR A UTILIZAÇÃO DOS ATIVOS

DESENVOLVER INTELIGÊNCIA

MERCADOLÓGICA

TER FLEXIBILIDADE DE PRODUTO E

MERCADO

MANTER CUSTOS

COMPETITIVOS

ATENDER A DEMANDA DE

BOBINA QUENTE

INDIVIDUALIZAR PRODUTOS E

SERVIÇOS POR CLIENTE

VIABILIZAR A ALAVANCAGEM DE

CAPITAL

ANTECIPAR-SE ÀS DEMANDAS

AMBIENTAISVALORIZAR A CULTURA DE

RESPONSABILIDADE SOCIAL

TORNAR O CLIENTE MAIS COMPETITIVO NA SUA CADEIA DE

VALOR

INTERAGIR PARA CAPTAR AS

EXPECTATIVAS DOS CLIENTES

OTIMIZAR A PRODUÇÃO E

REDUZIR VARIABILIDADE

OTIMIZAR O USO DO

CAPITAL NOS INVESTIMENTOS

Perspectiva da Sociedade

AUTO SUSTENTABILIDADECOMUNICAR COM TRANSPARÊNCIA PARA AS PARTES INTERESSADAS

MARGEM RETORNO

ESTABELECER RELACIONAMENTOS DE LONGO PRAZO

27

PROLONGAR A VIDA ÚTIL DAS

UNIDADES

MAPA ESTRATÉGICO CORPORATIVO

PerspectivaFinanceira

FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE

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• Buscar Excelência: buscar continuamente a excelência do indivíduo e dos

processos, otimizar competências e habilidades, garantir a capacidade de

multifunção e melhorar a gerencia de rotina e melhorias;

• Desenvolver Gestão Pró-ativa por Processo: aprimorar e incorporar modelos de

gestão gerencial, visando integrar e alinhar a visão e a estratégia da empresa;

• Aprimorar Moral e Motivação: focalizar no comprometimento e clima

organizacional, de acordo com os valores e crenças pregados pela CST, através do

reconhecimento dos funcionários e da empresa;

• Ter Sistemas de Informação que Suporte o Negócio e nos Integre com

Clientes e Fornecedores: integrar as diversas áreas da Companhia e estar com os

clientes e colaboradores, através de moderna tecnologia e que suporte os processos

e gestão da CST, garantindo consistência e agilidade da informação. E otimizar a

disponibilidade dos sistemas da empresa, de forma a garantir a eficiência da

produtividade.

Os indicadores de resultados e as iniciativas estratégicas de cada objetivos

estratégicos citados acima estão identificados no quadro 5.5.

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Quadro 5.5: Perspectiva de Aprendizado e Crescimento - CST

Objetivo Indicadores de Resultado Responsável Projetos Estratégicos

• % de Conhecimento: • Desempenho no PADE

Departamento Recursos Humanos

FDH

• % de Empregados Certificados Departamento

Recursos Humanos FDH

Buscar Excelência

• Índice de Atitude Departamento

Recursos Humanos FDH

• Projeto de otimização de Treinamento e Desenvolvimento (inclui Projeto de Certificação de Ocupações, PDG e EAD-Ensino a Distância); • Projeto Gestão Integrada de Pessoas; •Aprimorar política de Recrutamento e Seleção (Oxigenação do Quadro x Aposentado • Certificar 100% dos empregados passíveis de certificação

Desenvolver Gestão Proativa por Processo

• % de cumprimento das metas gerenciais

Departamento Recursos Humanos

FDH

• Aprimorar "Sistema de Avaliação de Desempenho de Gerentes"

• Índice Global de Favorabilidade da Pesquisa de Clima mensal, suporte gestão clima.

Departamento Recursos Humanos

FDH Aprimorar Moral e Motivação • % Atingimento do Plano de

Ação elaborado a partir da Pesquisa Clima Organizacional

Departamento Recursos Humanos

FDH

• Projeto de melhoria em Organização e Remuneração; • Projeto de Clima Organizacional

• Índice de Disponibilidade de Sistemas (Internos e Externos)

Departamento Informática

FDI

Ter Sistemas de Informação que Suporte o

Negócio e nos Integre com Clientes e Fornecedores

• Índice de Implantação de Sistemas (Internos e Externos)

Departamento Informática

FDI

• Integração de sistemas; • Disponibilidade de serviços de infra-estrutura de hardware e software

Fonte: CST

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Os indicadores da perspectiva de aprendizado e crescimento dão suporte a todas as

outras perspectivas do Balanced Scorecard da CST. Então na figura 5.4, mostra o

mapa estratégico corporativo da Companhia Siderúrgica de Tubarão.

Figura 5.4: Perspectiva de Aprendizado e Crescimento – Relação de Causa e Efeito

MAPA ESTRATÉGICO CORPORATIVO DA CST

OFERTAR PRODUTOS E SERVIÇOS SOB MEDIDA TORNANDO O CLIENTE

MAIS COMPETITIVO•Desempenho de entrega de produto

ATENDER A DEMANDA DE

BOBINA QUENTE

MarketShare segmentado da CST de BQ no Brasil Vendas mínimas destinadas à exportaçãoPlano de vendas de BQDPlano de vendas de BQ no mercado interno

ESTABELECER RELACIONAMENTO

S DE LONGO PRAZO

PROLONGAR A VIDA ÚTIL DAS

UNIDADES OTIMIZAR E

ESTABILIZAR A PRODUÇÃO E

REDUZIR VARIABILIDADE

• Índice de atendimento ao Plano de Produção • Índice de variabilidade da estabilidade operacional• Índice de cumprimento de qualidade interna• Índice de reprogramação

BUSCAR O CRESCIMENTO

DA RECEITA

AUMENTAR RETORNO TOTAL

PARA O ACIONISTA

PERSEGUIR MIX DE MAIOR VALOR

AGREGADO

Perspectiva de Mercado

Perspectivade ProcessosInternos

PerspectivaAprendizado eCrescimento

VIABILIZAR A EXPANSÃO DA

PRODUÇÃO

APRIMORAR MORAL E

MOTIVAÇÃO

DESENVOLVER GESTÃO

PROATIVA POR PROCESSO

MANTER ATUALIZAÇÃO TECNOLOGICA

DESENVOLVER PARCERIAS

ESTRATÉGICAS

SER RECONHECIDO COMO FORNECEDOR

PREFERENCIAL DE SEMI ACABADOS DE

QUALIDADE

MAXIMIZAR A UTILIZAÇÃO DOS ATIVOS

DESENVOLVER INTELIGÊNCIA

MERCADOLÓGICA

ADEQUAR FLEXIBILIDADE DE PRODUTO

PARA O MERCADO

MANTER CUSTOS COMPETITIVOS

INTERAGIR PARA CAPTAR AS

EXPECTATIVAS DOS CLIENTES

VIABILIZAR A ALAVANCAGEM

DE CAPITAL

TER SISTEMAS DE INFORMAÇÃO QUE SUPORTE O NEGÓCIO E NOS INTEGRE

COM CLIENTES E FORNECEDORES

BUSCAR EXCELÊNCIA

• DESEMPENHO DO PRODUTO• PRAZO DE ENTREGA• SERVIÇOS• AGILIDADE DE RESPOSTA• VOLUME• MENOR V OLATIVIDADE DE PREÇOS

•CLIENTES

OTIMIZAR A ESTRUTURA DE CAPITAL

Perspectiva da Sociedade

• MULTI FUNÇÃO• GESTÃO DA MELHORIA• GERÊNCIA DA ROTINA• FOCO EM RESULTADO

MARGEM RETORNO

PerspectivaFinanceira

FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE

• PRO ATIVIDADE• CRENÇAS• VALORES DA EMPRESA

ANTECIPAR-SE ÀS DEMANDAS

AMBIENTAIS

VALORIZAR A CULTURA DE

RESPONSABILIDADE SOCIAL

SUSTENTABILIDADE COMUNICAR COM

TRANSPARÊNCIA PARA A

SOCIEDADE

• ROCE •RTA (Retorno Total aos Acionistas)

• a definir

• Faturamento de extra preço

• Custo médio por processo• Giro do ativo imobilizado • Custo do ciclo financeiro / receita• Geração de Caixa com impostos recuperados / Receita

• WACC (custo médio ponderado do capital)• Fluxo de Caixa Livre

• a definir

• Índice de consecução das atividades críticas do Projeto de Expansão

•Índice de atendimento das necessidades de Vega• Fornecimento mínimo para aplicação Auto no mix de Vega

• Índice de acerto de previsões de volume e preço• Índice de consecução de relatórios de análise setorial

• % das vendas de BQ nos nichos decorrentes dos diferenciais técnicos do LTQ• EPCCs não atendidos segmentados

• Índice de consecução do Plano de Qualidade • Índice de consecução do Plano de Tecnologia

• Capital de terceiros nos investimentos•Índice de cobertura financeira

• % de cumprimento das metas gerenciais• % de conhecimento e desempenho no PADE • % de empregados certificados • Índice de atitude

• Índice Global de favorabilidade da pesquisa de clima • % de atingimento do Plano de Ação elaborado a partir da

pesquisa de clima organizacional

• Índice de disponibilidade de sistemas (internos e externos)• Índice de implantação de sistemas (interno e externo)

• Número de parceiroscom programas compartilhados

• Número de Beneficiários nos programas sociais• Resultado da Avaliação Ethos de Responsabilidade Social

•Indicadores ambientais que cumprem as normas e legislação internacionais

• Resultado da Pesquisa de Imagem da CST junto a Comunidade•Menções desfavoráveis

•Taxa de crescimento de receita liquida

• Atingimento da curva de vida útil

• % de faturamento advindo de clientes com alto Índice de recompra

• % mínimo de vendas de placa• N. Mínimo de clientes de LP na carteira de venda de placas

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6 CONCLUSÃO

A globalização da economia mundial resultou na necessidade de criar novas

ferramentas de gerenciamento que fossem capazes de enfrentar esse ambiente

cada vez mais competitivo defrontado pelas organizações. Entre os modelos citados

no trabalho, destaca-se o Balanced Scorecard, que teve início decorrente da

crescente importância dos indicadores não-financeiros na análise do desempenho

das organizações.

Essa pesquisa teve como objetivo principal, o de sistematizar a implantação de um

Scorecard para uma empresa siderúrgica. Para demonstrar essa metodologia,

através de um caso prático, foi estudada a Companhia Siderúrgica de Tubarão, que

possui um planejamento estratégico estruturado, assim permitiu a identificação da

missão, visão, a estratégia e os fatores-chave.

Após a verificação desses itens, deu-se a identificação das perspectivas para a

empresa estudada. O modelo sugerido por Kaplan & Norton (1997) se aplica a essa

organização, pois o seu foco principal é o retorno total para os acionistas. Assim as

perspectivas ficaram selecionadas nessa seqüência: Financeira, de Mercado, da

Sociedade, dos Processos Internos e de Aprendizado e Crescimento.

Como se pode verificar acima, foi criada uma nova perspectiva em relação àquela

que Kaplan & Norton nos sugere como modelo. A companhia acrescentou a

perspectiva da sociedade, na qual se verifica um envolvimento e preocupação muito

grande com a comunidade, procurando promover iniciativas e projetos sociais;

contribuir para o desenvolvimento econômico; alcançar melhoria da qualidade de

vida em sua área de influência. A prioridade tem sido a área de educação e

capacitação profissional, mas também são apoiados projetos nas áreas de saúde,

emprego e geração de renda, meio ambiente, desenvolvimento urbano, segurança e

cultura. Por isso a companhia resolveu acrescentar essa perspectiva, para deixar

claro que essa preocupação está inserida na estratégia da empresa.

Uma vez definidas as perspectivas, foram identificados os objetivos estratégicos, os

indicadores de resultados e os planos de ação, para cada uma das respectivas

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perspectivas. E conseqüentemente a relação de causa e efeito e a construção do

mapa estratégico corporativo da organização.

Como resultado da identificação dos objetivos e indicadores, e conseqüentemente a

construção do mapa estratégico, é possível elaborar e testar as hipóteses

estratégicas que são as crenças nas quais o planejamento estratégico da CST está

calcado. São constituídas a partir das relações de causa e efeito entre os objetivos

estratégicos, compostas nas cinco perspectivas. Essas hipóteses estão relacionadas

a três principais temas estratégicos da empresa: estabilidade e margem de lucro;

mix de maior valor agregado; e crescimento e sustentabilidade. Esses temas são

desdobrados da estratégia da empresa e procura identificar quais estratégias que

possibilitam obter o melhor resultado.

Foi possível concluir que a identificação dos indicadores estratégicos é um primeiro

passo para a operacionalização da estratégia. E ainda a possibilidade do

alinhamento da estratégia da organização, através de informações provenientes de

equipes montadas, facilitando a construção de um sistema harmônico e o alcance

dos objetivos estratégicos da organização. Porém a tarefa de selecionar os

indicadores estratégicos deve ser bastante discutida para evitar erros ou omissões, e

a comunicação das informações e a delegação de atividades para toda a empresa

devem ser aprimoradas.

Também se constata que as relações de causa e efeito tem uma grande importância

para a empresa, pois elas demonstram que os objetivos estratégicos traduzem a

estratégia e visão de forma integrada; gaps (objetivos e iniciativas que não estão

sendo realizados) e relacionamento conflitante entre os objetivos estratégicos podem

ser detectados, e a consistência dos objetivos estratégicos entre as perspectivas.

Assim, uma vez implantado a ferramenta, a organização estaria promovendo uma

maior eficácia de gerenciamento através de uma visão compartilhada da estratégia,

otimizando e garantindo os resultados da estratégia para um dado grupo de

recursos, permitindo que os funcionários trabalhem de forma coordenada e

colaborativa em direção aos objetivos da organização e acelerando o tempo do

processo de criação de valor através de decisões mais rápidas.

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A ferramenta ainda permite agilizar o monitoramento e a discussão da estratégia,

identificar projetos que contribuem para a estratégia de forma mais significativa,

alinhar o desdobramento de diretrizes para os planos funcionais e comunicar a

estratégia a toda a empresa.

O processo de construção do BSC permitiu a utilização de um conjunto de

indicadores que foram desdobradas de forma a garantir uma consistência entre os

diversos resultados e valores intermediários, os quais devem, efetivamente, agregar

valor ao resultado final esperado, que estaria retratando a estratégia da organização.

Assim, o conjunto de indicadores criados possui uma estreita relação com as

estratégias definidas pela organização, e tem o objetivo de forçar um ajuste na

mesma, de forma a atender as estratégias e resultados desejados.

A implantação da ferramenta na CST mostra a preocupação de sua administração

com uma gestão e um desempenho mais eficiente da companhia para cumprir sua

missão.

Os resultados a curto prazo mais expressivos devem vir da melhoria no tratamento,

disponibilização e divulgação dos indicadores, trazendo uma rapidez para o sistema,

apesar dos dados ainda serem colocados manualmente pelos responsáveis. Além

do aperfeiçoamento na confrontação de indicadores com o passado da empresa.

O BSC da CST já está sendo utilizado para apoiar a tomada de decisão da Alta

Administração, através de reuniões trimestrais da Diretoria com os Gerentes Gerais,

cujo objetivo é continuamente revisar planos de ação, metas, indicadores e

hipóteses estratégicas.

O resultado mais significativo, no entanto, somente será concretizado em longo

prazo, quando o BSC estiver operando em toda a empresa de forma que as

informações possam ser comunicadas e disponibilizadas para toda a organização.

É importante ressaltar que para o sucesso da implantação depende de algumas

considerações fundamentais, como adotar um quadro equilibrado de indicadores; ter

o apoio da alta administração; formulações de planos de ações, para que tenha um

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êxito maior a curto prazo. Além de uma excelente comunicação de todos os

envolvidos no processo, tornando-o transparente e objetivo, para que todos

alcancem a mesma interpretação sobre os rumos que a CST quer tomar. Portando,

quanto mais claro e objetivo for o indicador de desempenho e sua meta, melhor será

a assimilação obtida por todo os dirigentes e funcionários.

Alguns pontos fortes na implantação do BSC na CST foram: estratégia clara e com

alto consenso; envolvimento da diretoria; comprometimento das áreas no

levantamento das informações; planejamento empresarial legitimado e de qualidade

reconhecida e multiplicadores em praticamente todos os departamentos. Também

surgem alguns desafios do BSC da CST: uso correto da metodologia;

comprometimento da alta direção no processo de comunicação e amadurecimento

do BSC, e uso eficiente das ferramentas de Tecnologia da Informação.

E por fim, recomenda-se que o modelo tenha uma reciclagem contínua, a fim de que

sejam reconhecidas periodicamente as variáveis que mais influenciaram o resultado

da companhia e assim reavaliar as estratégias e redefinir os novos parâmetros de

desempenho. A reciclagem tem início com a revisão do planejamento estratégico da

organização.

A próxima etapa seria o desdobramento do BSC corporativo em BSC

departamentais, ou seja, criar um Scorecard para cada um dos 15 departamentos.

Cada departamento seria tratado como uma unidade de negócio, com a identificação

da missão, visão, objetivos, indicadores, e clientes e processos próprios. A

ferramenta departamental deve estar sempre alinhada com o Balanced Scorecard

corporativo.

Nesse estudo de caso, procurou por meio da construção sintetizada do BSC da

CST, analisar de uma forma geral a implantação da ferramenta, visualizando a

identificação dos fatores essenciais para a construção do mesmo apresentado nos

capítulos anteriores.

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