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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA BRUNO STEFANO MIRANDA VALENTE COMPOSIÇÃO QUÍMICO-BROMATOLÓGICA E DIGESTIBILIDADE DA DIETA E DESEMPENHO PRODUTIVO DE OVINOS EM CAPIM-TANZÂNIA SOB TRÊS FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO E DOIS RESÍDUOS PÓS-PASTEJO FORTALEZA – CEARÁ BRASIL 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

BRUNO STEFANO MIRANDA VALENTE

COMPOSIÇÃO QUÍMICO-BROMATOLÓGICA E DIGESTIBILIDADE DA DIETA E DESEMPENHO PRODUTIVO DE

OVINOS EM CAPIM-TANZÂNIA SOB TRÊS FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO E DOIS RESÍDUOS PÓS-PASTEJO

FORTALEZA – CEARÁ BRASIL

2007

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BRUNO STEFANO MIRANDA VALENTE

COMPOSIÇÃO QUÍMICO-BROMATOLÓGICA E DIGESTIBILIDADE DA DIETA E DESEMPENHO PRODUTIVO DE

OVINOS EM CAPIM-TANZÂNIA SOB TRÊS FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO E DOIS RESÍDUOS PÓS-PASTEJO

Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Zootecnia, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para

obtenção do grau de Mestre em Zootecnia.

Orientador : Prof. Dr. Magno José Duarte Cândido

FORTALEZA - CEARÁ BRASIL

2007

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Ficha catalográfica elaborada pelo Bibliotecário Hamilton Rodrigues Tabosa CRB-3/888

V246c Valente, Bruno Stefano Miranda Composição químico-bromatológica e digestibilidade da dieta e desempenho produtivo de ovinos em capim-tanzânia sob três freqüências de desfolhação e dois resíduos pós-pastejo [manuscrito] / Bruno Stefano Miranda Valente

80 f. il. color., enc.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2007 Orientador: Magno José Duarte Cândido Co-orientadora: Maria Socorro de Souza Carneiro Área de concentração: Forragicultura e Pastagem

1. Ìndice de área foliar 2. Interceptação da radiação fotossinteticamente ativa 3. Panicum maximum – Valor nutritivo I. Cândido, Magno José Duarte (orient.) II. Universidade Federal do Ceará – Mestrado em Zootecnia III. Título

CDD 636.08

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BRUNO STEFANO MIRANDA VALENTE

COMPOSIÇÃO QUÍMICO-BROMATOLÓGICA E DIGESTIBILIDADE DA DIETA E DESEMPENHO PRODUTIVO DE

OVINOS EM CAPIM-TANZÂNIA SOB TRÊS FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO E DOIS RESÍDUOS PÓS-PASTEJO

Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Zootecnia, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para

obtenção do grau de Mestre em Zootecnia.

Orientador : Prof. Dr. Magno José Duarte Cândido

Aprovada: 30 de maio de 2007

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Magno José Duarte Cândido (Orientador) Universidade Federal do Ceará – UFC

Profa. Dra. Maria Socorro de Souza Carneiro (Co-orientadora) Universidade Federal do Ceará – UFC

Dr. Marco Aurélio Delmondes Bomfim

EMBRAPA - CAPRINOS

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DEDICO

À MINHA AMADA MÃE SOCORRO, AO MEU GRANDE PAI CARLOS,

À MINHA QUERIDA IRMÃ ELZINHA, À MINHA NAMORADA MARCELA

OFEREÇO

A DEUS e

AO MEU PAI (in memorian)

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter me dado esta oportunidade de realizar uma meta da

minha vida e poder celebrar este momento.

À Universidade Federal do Ceará – UFC e, especialmente ao

Departamento de Zootecnia, pela oportunidade e apoio dados para realização

deste curso de Mestrado.

À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Cientifico e

Tecnológico, pela concessão da bolsa de estudo.

Ao Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico –

FUNDECI/Banco do Nordeste, pelo financiamento do projeto de pesquisa.

Ao Prof. Magno José Duarte Cândido, por ter me aceitado como seu

orientado, pelos grandes ensinamentos passados, pela amizade construída e

principalmente pela paciência durante a realização deste curso de Mestrado.

Às professoras Elzânia Sales Pereira e Maria Socorro de Souza Carneiro,

pelo apoio, paciência e ensinamentos passados para valorizar o meu trabalho.

Ao Dr. Marco Aurélio Delmondes Bomfim, pelos ensinamentos,

compreensão e apoio na realização da pesquisa.

À minha amada Família, pelos conselhos, apoio e torcida para que eu

sempre acreditasse que iria conseguir vencer mais um obstáculo na vida.

Obrigado ao meu pai Carlos que tanto aguardou este momento e hoje deve

estar festejando junto com os anjos. À minha amada mãe Socorro, à minha

irmã Elzinha, aos meus avós Carlos e Armanda, às minhas tias Marluce,

Norma, Conceição, Luiza, Edna, Aurora, Obrigado por tudo.

À minha namorada Marcela, que sempre esteve ao meu lado me dando

forças e me apoiando durante toda a realização deste curso, obrigado.

Aos professores Euclides e Kátia Parente, pela grande amizade, e que

apesar de distantes me apoiaram e estiveram presentes com os seus

ensinamentos e conselhos.

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Aos pesquisadores da EMBRAPA-Caprinos, Dr. Ambrósio e Dr. Rizaldo

pela amizade, apoio e ensinamentos passados durante a minha vida acadêmica.

Aos meus grandes amigos de curso e república, Cutrim Júnior, Rômulo

Gaúcho e Roberto “Cumpade”, obrigado pelo companheirismo e pela valorosa

amizade.

Aos amigos Andréa Cavalcante e Rodrigo Gregório, pelos ensinamentos

e companheirismo a mim dedicados.

Aos meus incansáveis amigos e ajudantes Hilton Alexandre, Paulo

Marcelo e Mauro, que se empenharam durante a realização da pesquisa.

Aos amigos do Núcleo de Ensino e Estudos em Forragicultura – NEEF,

Abner, Davi, Liandro, Marcos, Mauro, Joana, Rebeca, Diana e Patrícia.

Aos meus companheiros e ex-companheiros de caminhada no curso, que

tornaram este período inesquecível. Em destaque meus amigos Josemir,

Severino, Robertinho, Marcelo Milfont, Isac, Jorge Martins, Tássio, Ednir,

Ivan, Jaime, Joaquim, Bartolomeu, Adriano, Márcio, Avelar, Francismá,

Everton, Marcelo Casimiro, Allison, André, Luciano, Nunes, Marcílio e

Alexandre e minhas amigas Sueli, Socorro, Rossana, Eva, Gyssele, Cecília,

Celly, Tatiana, Lígia, Ana Gláudia, Silvana e Marieta.

À Secretária da Pós-graduação em Zootecnia Francisca, pela paciência e

assistência prestadas.

Aos funcionários do Laboratório de Nutrição Animal do Departamento

de Zootecnia – LNA/DZ/UFC nas pessoas da Helena, do Simão e da Roseane,

por toda a ajuda durante as análises laboratoriais e pelos momentos convividos.

A todos os amigos da graduação, Vitória, Renata, Elaine, Michele, Bruno

Down, Felipe, Samuel, Gleice, Ítalo, João Lucas, Alexandre, Malman, Igo,

Clênio e Dayane, que estiveram presentes neste importante período da minha

vida acadêmica.

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BIOGRAFIA

Bruno Stefano Miranda Valente, filho de Carlos Alberto Pinho Pereira

Valente e Maria do Socorro Miranda Valente, nasceu na cidade de Sobral,

estado do Ceará, no dia 09 de Dezembro de 1979.

Concluiu sua vida pré-acadêmica nos Colégios Sant`Ana, Geo Studio

Sobralense e Christus. Finalizou seus estudos de ensino médio no ano de 1997.

Em março de 2003, iniciou o curso de Zootecnia na Universidade

Estadual Vale do Acaraú (UVA), exercendo atividades como bolsista pela

Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico e membro do

Projeto Rondon. Graduou-se em Zootecnia no dia 24 de fevereiro de 2005.

No dia 28 de Fevereiro de 2005, iniciou o curso de Mestrado em

Zootecnia na Universidade Federal do Ceará (UFC), com área de concentração

em Forragicultura, sob orientação do Prof. Magno José Duarte Cândido.

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COMPOSIÇÃO QUÍMICO-BROMATOLÓGICA E DIGESTIBILIDADE DA DIETA E DESEMPENHO PRODUTIVO DE OVINOS SOB EM CAPIM-TANZÂNIA SOB TRÊS FREQUÊNCIAS DE DESFOLHAÇÃO E DOIS

RESÍDUOS PÓS-PASTEJO

Autor : Bruno Stefano Miranda Valente Orientador : Prof. Dr. Magno José Duarte Cândido

RESUMO A pesquisa foi conduzida no campo avançado do Núcleo de Ensinos e Estudos em

Forragicultura-NEEF/DZ/CCA/UFC (www.neef.ufc.br), localizado na fazenda

experimental Vale do Curu – FEVC/CCA/UFC, em Pentecoste/CE. Objetivou-se avaliar a

composição químico-bromatológica e digestibilidade da dieta consumida e o desempenho

produtivo de ovinos pastejando em Panicum maximum cv. tanzânia sob três freqüências de

desfolhação determinadas pela interceptação da radiação fotossintéticamente ativa (IRFA)

de 85, 95 e 97% e dois resíduos pós-pastejo, determinados pelos índices de área foliar

(IAF) residuais de 1,0 e 1,8. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com

arranjo fatorial 3x2 (três freqüências de desfolhação e dois resíduos pós pastejo), com

quatro repetições para as variáveis do pasto (piquetes) e seis para as variáveis relacionadas

aos animais (ovinos). Foram utilizados 90 ovinos sem padrão racial definido (SPRD), com

peso vivo médio inicial de 20,0 kg. Em cada tratamento foram utilizados 6 ovinos,

resultando em 36 animais de prova. Os demais ovinos foram utilizados como animais de

equilíbrio, quando necessário para rebaixar o pasto para o IAF residual preconizado para

aquele tratamento, ao final do 4º dia de pastejo. Para determinação da composição químico-

bromatológica, digestibilidade e ensaio de cinética de degradação da matéria seca da dieta,

foi realizada uma simulação de pastejo no 1º e 4º dia de ocupação. Foi avaliado ainda o

ensaio de desempenho animal, além da determinação da capacidade de suporte em cada

sistema sob lotação rotativa. A diminuição da freqüência de desfolhação reduziu o valor

nutritivo do capim-tanzânia e o desempenho dos ovinos. Maior rendimento de peso vivo

animal por área ao longo do ano foi obtido na freqüência de desfolhação de 85% nos dois

resíduos pós-pastejo e na freqüência de desfolhação intermediária, apenas no índice de área

foliar residual de 1,0. Portanto, recomenda-se adotar uma freqüência de desfolhação no

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capim-tanzânia menor ou igual a 95% de interceptação da radiação fotossinteticamente

ativa, com um IAF residual de 1,0, a fim de compatibilizar os objetivos de produção animal

e manutenção da qualidade do pasto no longo prazo.

Palavras chaves: índice de área foliar, interceptação da radiação fotossinteticamente ativa,

Panicum maximum, sistema de produção.

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CHEMICAL COMPOSITION AND DIGESTIBILITY OF DIET AND PERFORMANCE PRODUCTIVE OF SHEEP IN TANZANIA GRASS WITH

THREE FREQUENCES OF DESFOLIATION AND TWO RESIDUES AFTER-GRAZING

Author : Bruno Stefano Miranda Valente Adviser : Prof. Dr. Magno José Duarte Cândido

ABSTRACT

The research was carried out at the advanced field of the Forage Teaching and

Research Nucleus - NEEF/DZ/CCA/UFC (www.neef.ufc.br), located at Curu Valley

Experimental Farm - FEVC/CCA/UFC, in Pentecoste/CE. The aim of this research was to

evaluate the nutritional value of the simulated diet and the productive performance of sheep

grazing in Panicum maximum cv. Tanzania under three defoliation frequencies, determined

by the interception of the photosynthetically active radiation in canopy (PAR) of 85, 95 and

97 % and two post-grazing residues, determined by the residual leaf area index (LAI) of 1.0

and 1.8. A completely randomized design in factorial arrangement 3x2 (three defoliation

frequencies and two residues after graze), with four repetitions for the variable of the grass

(poles) and around the six (sheep) for the variable related to the animals, having still cycles

of graze as measured repeated in the time. 90 sheep without defined breeding standard had

been used (SPRD), averaging an initial live weight of 20.0 kg were used. 6 sheep were

allocated to each treatment, resulting in 36 tester sheep. The others 44 sheep were used as

put-and-taken animal, to keep the canopy as established by the end of the grazing period.

For determination of the chemical composition assay, digestibility and an in situ dry matter

degradation trial, a simulation of grazing in 1st and 4th days was carried out. An animal

performance assay was conducted, beyond the determination of the carrying capacity in

each grazing system. The defoliation frequency reduction diminished the diet nutritional

value and the sheep performance. The highest animal live weight productivity toward the

year was obtained in the 85% defoliation frequency on both post-grazing residues and at the

intermediate defoliation frequency only at the residual leaf area index of 1.0. So, one

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recommends to adopt a defoliation frequency of tanzania grass up to 95% of

photosynthetically active radiation interception, with a residual LAI of 1.0 to obtain a

compromise between the objectives of animal production and forage quality maintenance in

the long term.

Keywords: interception of the photosynthetically active radiation, leaf area index,

Panicum maximum, production system.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Teores de carboidratos totais (CT), carboidratos não fibrosos (CNF), fibra em

detergente neutro (FDN), hemicelulose, lignina e fibra em detergente ácido (FDA) das amostras

obtidas através de simulação do pastejo no 1º e 4º dias de ocupação no pasto de capim-tanzânia sob

três freqüências de desfolhação.................................................................................................44

TABELA 2 - Proteína bruta (PB), nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN), nitrogênio

insolúvel em detergente ácido (NIDA), extrato etéreo (EE) das amostras obtidas através de

simulação do pastejo no 1º e 4º dias de ocupação no pasto de capim-tanzânia sob três freqüências de

desfolhação.............................................................................................................................48

TABELA 3 - Digestibilidade do capim-tanzânia com três freqüências de desfolhação no 1º e 4º

dias de pastejo.........................................................................................................................50

TABELA 4 - Degradação in situ da matéria seca (%) das amostras obtidas através de simulação

do pastejo no 1º e 4º dias de ocupação no pasto de capim-tanzânia sob três freqüências de

desfolhação ..................................................................................................................................51

TABELA 5 - Parâmetros de degradação ruminal da matéria seca das amostras obtidas através de

simulação do pastejo no 1º e 4º dias de ocupação no pasto de capim-tanzânia sob três freqüências de

desfolhação.............................................................................................................................53

TABELA 6 - Variáveis relacionadas ao desempenho produtivo de ovinos pastejando em capim-

tanzânia com três freqüências de desfolhação e dois resíduos pós pastejo....................................57

TABELA 7 - Variáveis relacionadas ao desempenho produtivo de ovinos no 1º ciclo de pastejo

em capim-tanzânia com três freqüências de desfolhação e dois resíduos pós pastejo......................60

TABELA 8 - Variáveis relacionadas ao desempenho produtivo de ovinos no 4º ciclo de pastejo

em capim-tanzânia com três freqüências de desfolhação e dois resíduos pós pastejo......................60

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TABELA 9 - Taxa de lotação de ovinos pastejando em capim-tanzânia com três freqüências de

desfolhação e dois resíduos pós pastejo (1o ciclo de pastejo).......................................................61

TABELA 10 - Taxa de lotação e Rendimento de Peso Vivo Anual de ovinos pastejando em

capim-tanzânia com três freqüências de desfolhação e dois resíduos pós pastejo (2o ciclo de

pastejo)...................................................................................................................................62

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Área experimental .............................................................................................34

FIGURA 2 - Piquetes experimentais.......................................................................................34

FIGURA 3 - Piquete com 95% de interceptação da radiação fotossinteticamente ativa......36

FIGURA 4 - Medição da radiação fotossinteticamente ativa interceptada pelo dossel rente ao

solo.........................................................................................................................................36

FIGURA 5 – Medição da radiação fotossinteticamente ativa interceptada na parte superior dossel

...............................................................................................................................................37

FIGURA 6 - Animais fistulados utilizados na pesquisa............................................................39

FIGURA 7 - Sacos utilizados no ensaio de degradação in situ..................................................40

FIGURA 8 - Pesagem dos animais......................................................................................42

FIGURA 9 - Visualização do pastejo em piquete com índice de área foliara residual de

1,0..................................................................................................................................................43

FIGURA 10 - Degradação da MS do capim-tanzânia com 85% de interceptação da radiação

fotossinteticamente ativa no 1o dia de pastejo............................................................................ 54

FIGURA 11 - Degradação da MS do capim-tanzânia com 85% de de interceptação da radiação

fotossinteticamente ativa no 4o dia de pastejo............................................................................54

FIGURA 12 - Degradação da MS do capim-tanzânia com 95% de interceptação da radiação

fotossinteticamente ativa no 1o dia de pastejo............................................................................55

FIGURA 13 - Degradação da MS do capim-tanzânia com 95% de interceptação da radiação

fotossinteticamente ativa no 4o dia de pastejo............................................................................55

FIGURA 14 - Degradação da MS do capim-tanzânia com 97% de interceptação da radiação

fotossinteticamente ativa no 1o dia de pastejo............................................................................56

FIGURA 15 - Degradação da MS do capim-tanzânia com 97% de interceptação da radiação

fotossinteticamente ativa no 4o dia de pastejo.............................................................................56

FIGURA 16 - Ovinos pastejando em Piquete com 95% de interceptação da radiação

fotossinteticamente ativa e índice de área foliar residual de 1,8..................................................58

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SUMÁRIO

RESUMO............................................................................................................................viii ABSTRACT .......................................................................................................................... x LISTA DE TABELAS........................................................................................................xii LISTA DE FIGURAS........................................................................................................xiv 1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 16 2. REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................... 18

2.1 Características da espécie Panicum maximum cv. Tanzânia................................. 18

2.2 Sistemas de produção animal em pastagens ........................................................... 19

2.3 Indice de área foliar (Iaf) e Interceptação luminosa (IL)......................................20

2.4 Qualidade do pasto.................................................................................................... 23

2.5 Potencial produtivo das pastagens tropicais........................................................... 28

2.6 Degradabilidade in situ ............................................................................................. 30

2.7 Determinação da digestibilidade dos alimentos por indicadores.......................... 31

3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................... 33 3.1 Localização................................................................................................................. 33

3.2 Área experimental.....................................................................................................32

3.3 Tratamentos e delineamento experimental............................................................. 35

3.4 Amostragem da dieta selecionada pelos ovinos em pastejo................................... 37

3.5 Composição químico-bromatológica das dietas ..................................................... 38

3.6 Ensaio de degradação in situ .................................................................................... 38

3.7 Digestibilidade da dieta consumida ......................................................................... 41

3.8 Desempenho produtivo de ovinos ............................................................................ 41

3.9 Análise estatística dos dados de composição químico-bromatológica,

digestibilidade e desempenho ......................................................................................... 43

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 44 5. CONCLUSÃO................................................................................................................. 64 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 65 7. ANEXOS..........................................................................................................................80

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil tem uma privilegiada posição geográfica, com clima quente e úmido e

elevada insolação, proporcionando um enorme potencial produtivo para suas pastagens, que

ainda encontra-se pouco explorado (BURGI & PAGOTTO,2002).

Os sistemas de produção animal no Brasil têm como base a utilização de pastagens

como fonte de nutrientes para os rebanhos, e técnicas de manejo que maximizem a

produção vegetal e o valor nutritivo do pasto devem ser empregadas no intuito de se buscar

melhores índices de produção nos rebanhos nacionais (GONÇALVES , 2006).

No Nordeste Brasileiro, a ovinocultura representa uma das principais fontes de

proteína animal para o consumo humano, tornando-se uma atividade de relevante

importância para o país. A região Nordeste possui cerca de 54,1% do rebanho ovino do

país, mas possui índices de produtividade que ainda deixam a desejar. Isto ocorre devido à

baixa produtividade das pastagens, principalmente na época seca (BARROS & BOMFIM,

2004), associada a manejos reprodutivo e sanitário precários e ao baixo potencial genético

de parte do rebanho nordestino, no que se refere aos animais sem padrão racial definido

(SPRD).

A utilização de sistemas de produção mais eficientes de constitui-se em uma

alternativa para tornar a ovinocultura uma atividade economicamente viável e sustentável

nas condições do Nordeste Brasileiro. A utilização de pasto como base alimentar para

sistemas de produção tem colocado o Brasil em lugar de destaque na bovinocultura de corte

internacional. Acredita-se que esse mesmo cenário possa ser vislumbrado na ovinocultura

de corte, desde que adequadamente implementado.

O manejo correto do pastejo é um ponto fundamental para o sucesso do

empreendimento pecuário. Nesse contexto, o método de pastejo ideal é aquele que

maximiza a produção animal sem afetar a persistência das plantas forrageiras. O método de

pastejo sob lotação rotativa vem sendo crescentemente adotado no Brasil e tem

proporcionado uma melhor utilização da forragem produzida e um aumento da capacidade

de suporte do pasto, obtendo-se também um elevado rendimento do produto animal por

área. Associado à exploração animal em pastagens sob lotação rotativa, o uso da irrigação

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tem potencializado as respostas do pasto, especialmente no semi-árido Brasileiro, com sua

elevada insolação e pequena oscilação de temperatura diária e anual. A junção do pastejo

sob lotação rotativa à adubação intensiva e à irrigação,tem proporcionado maiores índices

de desempenho animal, devido à maior oferta de forragem durante todo o ano (SILVA,

2004).

Em pastos manejados sob lotação rotativa, ocorrem diferenças quando da variação

no período de descanso e no resíduo pós-pastejo tanto na resposta da pastagem quanto do

rebanho (BUENO, 2003).

Silva (2004) relatou um risco de comprometimento do pasto de capim-tanzânia

quando manejado sob período de descanso de 1,5 folhas e mantendo índice de área foliar

residual de 1,0, infere-se que uma combinação adequada de freqüência de desfolhação e de

resíduo pós-pastejo possa evitar tais riscos.

Este estudo foi conduzido com o objetivo de avaliar a composição químico-

bromatológica e digestibilidade da dieta e o desempenho produtivo de ovinos pastejando

em capim-tanzânia (Panicum maximum Jacq.) com três freqüências de desfolhação e dois

resíduos pós pastejo.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Características da espécie Panicum maximum cv. Tanzânia

As plantas do gênero Panicum pertencem à família Gramineae, tribo Paniceae, que

possui cerca de 81 gêneros e mais de 1.460 espécies. Encontram-se distribuídas em uma

ampla faixa do globo terrestre, desde 40ºS até 50ºN de latitude, com predominância na zona

equatorial úmida (20º N a 20º S), que corresponde à regiões como a África, as Américas

Central e do Sul, norte da Austrália, Índia, sudeste da Ásia e as Ilhas do Pacífico, numa

altitude de até 2.000 metros (ROCHA, 1991).

A espécie Panicum maximum Jacq. tem seu centro de origem na África tropical,

sendo encontradas formas nativas até a África do Sul, apresentando-se com uma espécie

pioneira ocupando o solo recém-desmatado e em pastagens sob sombra de árvores; porém,

é na região leste africana que se encontra o maior potencial de diversidade da espécie

(JANK, 1995).

Há na literatura mais de uma versão sobre a introdução de P. maximum Jacq. no

Brasil. Segundo Chase (1944), ocorreu através da importação de escravos africanos. O

capim era utilizado como cama dos navios, logo se estabelecendo nas regiões onde os

navios eram descarregados. Depois, o vento, os pássaros, os próprios escravos e outras

pessoas se encarregavam, sem que fosse o propósito, de sua disseminação pelo país.

Segundo Aronovich (1995), a gramínea Panicum maximum é uma das principais

forrageiras cultivadas no Brasil, ocupando área superior a seis milhões de hectares. Na

década de 70, representou cerca de 32% da área total de pastagens do estado de São Paulo.

Embora se reconheça o seu potencial produtivo, há informações de que as áreas de

Panicum maximum no país estejam decrescendo, cedendo lugar às gramíneas do gênero

Brachiaria, sobretudo em razão da exigência em boa fertilidade do solo e manejo rigoroso

por parte da primeira.

Recentemente, este quadro vem se revertendo em função de novos cultivares, inclusive

o capim-tanzânia, que apresenta alto potencial de produção de massa seca, bom valor

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nutritivo ( CORSI & SANTOS,1995; MACHADO et al., 1998; REGO et al., 2001) e alta

capacidade de adaptativa (CECATO et al., 2000).

O capim-tanzânia no Brasil, foi introduzido pela Embrapa - Centro Nacional de Gado

de Corte, no ano de 1990. Trata-se de uma planta cespitosa, com cerca de 1,30 a 1,50 m de

altura e folhas decumbentes com 2,60 cm de largura. Os colmos são levemente arroxeados,

as lâminas e bainhas não possuem pilosidade ou cerosidade. As inflorescências contêm

espiguetas arroxeadas, sem pilosidade. É uma planta exigente em fósforo e potássio,

principalmente na fase de implantação, sendo que durante o seu manejo, a elevada

fertilidade do solo dever ser mantida. Em experimento de três anos de pastejo, o tanzânia

foi superior às cultivares tobiatã e colonião, tanto em ganho por animal, quanto em ganho

por área. O ganho diário por cabeça foi, em média, 720 g nas águas e 240 g na seca.

O tanzânia produziu 60% mais que o colonião e 15% menos que o tobiatã em parcelas

sob cortes manuais. Na seca produziu 10,5% do total anual, apresentou 80% de folhas

durante o ano e produziu 26 t/ha x ano de matéria seca foliar, resultados esses semelhantes

ao tobiatã, mas muito superiores ao colonião. Os teores de proteína bruta nas folhas e

colmos foram de 16,2 e 9,8 %, respectivamente, semelhantes ao Colonião e Tobiatã e sem

grandes variações ao longo do ano. As touceiras do capim-tanzânia são pastejadas por

igual, devido ao porte médio e pequena lenhosidade dos colmos, o que não ocorre com o

colonião ou tobiatã, que apresentam rejeição de consumo após o florescimento.

Quanto à diferenças morfológicas entre o tanzânia e o colonião, Jank (1995) relatou que

o novo cultivar apresenta menor porte, folhas mais finas e decumbentes, espiguetas com

maior quantidade de manchas roxas e, portanto, apresentando inflorescências com aspecto

bastante roxo, colmos glabros e não cerosos.

2.2 Sistemas de produção animal em pastagens

As pastagens constituem a base principal da dieta para ruminantes na maioria dos

sistemas de produção em regiões tropicais.

Os sistemas de produção animal em pastagens tem em comum a peculiaridade de

ser o próprio animal que faz a colheita do seu alimento visando atender suas necessidades

de manutenção e expressar seu potencial produtivo (NABINGER & PONTES, 2001).

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Portanto, esses sistemas devem ser baseados não somente na produção vegetal – acúmulo

de forragem – e na conversão do alimento em produto animal, mas principalmente, buscar

elevados índices de colheita da forragem produzida. Dessa forma, podem ser caracterizadas

três fases do processo produtivo de sistemas pastoris: crescimento (acúmulo de forragem

em quantidade e qualidade), utilização (colheita eficiente da forragem produzida pelos

animais em pastejo) e conversão (transformação dos nutrientes ingeridos em produto

animal) (HODGSON, 1990).

O ideal seria maximizar esses três processos. Porém, dentro de uma comunidade de

plantas forrageiras existem fatores compensatórios que não permitem ganhos máximos em

todos os processos, caracterizando uma interdependência entre as fases de produção. Por

exemplo, é necessária a manutenção de uma área foliar remanescente suficiente para

assegurar elevada interceptação da luz incidente por tecidos com alta capacidade

fotossintética (PARSONS et al., 1983), ao mesmo tempo em que é necessário colher com

eficiência a forragem produzida com elevado valor nutritivo, minimizando as perdas por

senescência (MAZZANTI & LEMAIRE, 1994). Esses são objetivos antagônicos,

caracterizando a existência de um conflito entre as necessidades de plantas e animais na

pastagem (HODGSON, 1990).

Como conseqüência dessas necessidades conflitantes entre plantas e animais, não há

possibilidade de maximização simultânea dos três processos de produção em pastagens,

uma vez que qualquer decisão com o propósito de aumentar a eficiência em uma fase

específica do processo irá, conseqüentemente, diminuir a eficiência da outra. Então, para

que se possa gerenciar esse conflito de forma equilibrada, é preciso conhecer a importância

relativa que cada um deles possui sobre a produtividade do sistema como um todo.

A ocorrência da baixa produtividade das pastagens durante a época seca do ano tem

como conseqüência a redução nos índices produtivos dos rebanhos, devido à baixa

capacidade de suporte apresentada pelas pastagens, principalmente quando se trabalha

apenas com pastagens nativas. Este fato proporciona a concentração da produção no

período chuvoso do ano, dando margem à ocorrência de estacionalidade da produção

primária e, por conseqüência, secundária.

Uma das alternativas mais interessantes, que surgiu nos últimos anos, foi o uso de

pastagens cultivadas irrigadas. Embora se saiba que o uso das mesmas está se disseminando

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no Nordeste, não há informações disponíveis sobre o comportamento dos componentes do

fluxo de biomassa, características estruturais do dossel, consumo e desempenho dos

ruminantes em pastejo, informações imprescindíveis para a recomendação de práticas

racionais de manejo das pastagens.

Hodgson (1990) reportou que dentre os três processos mencionados (crescimento,

utilização e conversão), o de utilização é o que apresenta a maior eficiência relativa no uso

da energia que entra nessa fase do processo de produção, indicando que, em uma escala de

prioridades, o essencial seria colher sempre muito bem a forragem produzida antes de se

pensar em aumentar a produção ou até mesmo investir genética e melhoramento animal

(SILVA & CORSI, 2003).

A eficiência na utilização da forragem produzida em sistemas de produção animal

em pastagens pode ser definida como a proporção da produção de forragem que é removida

pelos animais em pastejo antes que esta entre em processo de senescência, sendo, portanto,

dependente da proporção do comprimento da folha que escapa à desfolhação e senesce

(LEMAIRE & CHAPMAN, 1996). Dessa forma, a utilização é determinante da

produtividade em sistemas de produção animal em pastagens e pode ser ajustada por meio

de alterações na freqüência e intensidade de desfolhação durante o processo de pastejo. A

freqüência e intensidade de pastejo, por sua vez, influenciam a forma com que o pasto é

apresentado ao animal, sua maturidade, taxa de lotação a ser empregada, pressão de pastejo

e desempenho animal.

2.3 Indice de área foliar (Iaf) e Interceptação luminosa (IL)

Segundo Gomide (1973 a), o índice de área foliar (IAF; área de folhas/ área de solo

ocupado) é uma medida do potencial de desenvolvimento e de produção de forragem, que

está diretamente relacionada com a eficiência de utilização da energia solar incidente,

através do processo de fotossíntese.

Brown & Blaser (1968) discutiram o conceito de IAF no desenvolvimento e manejo

do pasto, como uma ferramenta capaz de facilitar o entendimento das relações entre as

propriedades físicas e fisiológicas da comunidade vegetal. Esses autores demonstraram que

a importância do conceito de IAF na taxa de crescimento do pasto está relacionada à

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interceptação luminosa (IL). Em geral, elevações nos valores de IAF determinam aumentos

nos valores de IL e, conseqüentemente, nas taxas fotossintéticas do dossel.

Rhodes (1973) observou que, gramíneas de hábito de crescimento ereto possuem

um baixo coeficiente de extinção de luz e um IAF ótimo mais elevado que gramíneas

prostradas. O coeficiente de extinção é um parâmetro que combina características

morfológicas da planta com as de arquitetura da comunidade vegetal (HAY & WALKER,

1989).

Já Brougham (1958), postulou que a quantidade de massa seca remanescente após

desfolha influencia diretamente a IL, resultando em variações no acúmulo de massa seca.

Aguiar (2000) relatou que rebrotas a partir de IAF zero ou próximo disso, é

altamente dependente das reservas de carboidratos e, por isso, lenta. A partir da formação

das primeiras folhas, a planta passa a não depender de suas reservas orgânicas e a produzir

massa seca a partir da fotossíntese.

Da mesma forma, Jones & Carabaly, citados por Rodrigues & Rodrigues (1987),

verificaram que o vigor de rebrota, tanto em espécies prostradas como em cespitosas, está

correlacionado com a área foliar e quantidade de massa seca residual após desfolha.

Aqueles autores concluíram que no manejo de espécies cespitosas deve-se evitar desfolhas

sucessivas e drásticas, objetivando manter a produtividade das rebrotas.

Segundo Marshall (1987), a produção de massa seca de um dossel intensivamente

manejado, com suprimentos adequados de água e nutrientes, é determinada pela eficiência

com a qual as folhas interceptam a luz e a utilizam na assimilação de carbono. Observações

em várias culturas indicam que a taxa de acúmulo de massa seca e a produção total de

fitomassa, são uma função linear da quantidade de radiação interceptada e utilizada pelo

dossel.

Vários são os aspectos morfofisiológicos que estão envolvidos na interceptação da

luz pelos vegetais. Uns correspondem a aspectos relacionados com a organização espacial

das folhas, pela densidade de cobertura foliar, distribuição horizontal e vertical entre as

folhas e pelo ângulo foliar. Outros, correspondem àqueles relacionados com aspectos

funcionais que dependem de fatores da planta e do ambiente como: idade, tipo e tamanho

das folhas, saturação luminosa, flutuações na intensidade e na qualidade da luz

(BERNARDES, 1987). A quantidade de energia radiante que chega ao dossel é atenuada à

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medida que ela vai penetrando nas camadas inferiores do perfil. Segundo Humphreys

(1991), o arranjo geométrico do dossel influencia o ambiente luminoso e as taxas

fotossintéticas das superfícies clorofiladas abaixo das folhas e das hastes superiores.

A utilização ótima da luz incidente foi proposta por Wirren-Wilson (1961) como

sendo aquela que ocorre quando a folhagem de um dossel fechado recebe luz de intensidade

uniforme e relativamente baixa, e com as folhas basais permanecendo no ponto de

saturação luminosa. Essa situação hipotética poderia existir, ao menos teoricamente, através

de um arranjo espacial adequado de uma área foliar apropriada (SILVA &

PEDREIRA,1997). Os mesmos autores relataram que o desenvolvimento do conceito de

IAF por Watson (1947), possibilitou a racionalização e um melhor entendimento das

relações entre a interceptação luminosa e o acúmulo de massa seca das plantas. Em um

valor de IAF chamado de ótimo, a interceptação de aproximadamente toda a luz incidente,

com um mínimo de auto-sombreamento, proporcionaria o máximo valor de taxa de

acúmulo de forragem (acúmulo de massa seca por unidade de área, por unidade de tempo)

(RHODES, 1973). O valor de IAF que proporciona 95% de IL e no qual o valor da taxa de

acúmulo de forragem está próxima da máxima , é definido como IAF crítico. Abaixo do

IAF ótimo as taxas de acúmulo são dependentes do IAF e são mais reduzidas quando a IL é

incompleta enquanto que acima do IAF ótimo a redução nas taxas de acúmulo é causada

pelo aumento das perdas respiratórias, conseqüência do sombreamento excessivo, que

resulta em um balanço negativo de carbono (HAY & WALKER, 1989).

2.4 Qualidade do pasto

A qualidade de uma planta forrageira é definida como sendo sua capacidade em gerar

desempenho animal, compreendendo, portanto, sua composição química, digestibilidade,

consumo voluntário e interação de fatores hereditários e de ambiente (MOTT, 1970;

MOORE, 1994). A qualidade do alimento carrega consigo a combinação de conhecimentos

variados que vão desde a composição químico-bromatológica até a forma como este

alimento é disponibilizado aos animais em pastejo.

Com o avançar da idade, há enrijecimento das folhas, especialmente em sua base, e do

colmo, em decorrência do aumento de compostos estruturais (HODGSON, 1985). Ocorre

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ainda o declínio no teor de proteína bruta e na digestibilidade da mesma (Andrade &

Gomide, 1971), podendo ocorrer limitações ao desenvolvimento do animal pelo

comprometimento geral na qualidade da forragem.

O consumo de forragem pelo animal pode ser limitado pelo valor nutritivo da forragem

ofertada, desde que a quantidade do alimento não seja o fator limitante. Com a diminuição

do valor nutritivo da forragem oferecida, o animal tende a diminuir o tamanho do bocado,

buscando compensar tal fato através de uma elevação no tempo de pastejo. Esse processo

compensatório é limitado pelo tempo que o animal requer para exercer outras atividades

inerentes ao seu comportamento diário, podendo o consumo de alimento ser comprometido,

o que acarretaria na queda do desempenho animal.

Para a obtenção de forragens de qualidade superior, é fundamental conhecer os efeitos

dos diferentes fatores do meio, aspectos como a individualidade das espécies, o estágio de

desenvolvimento da planta, e a idade de corte, além da influência de fatores ambientais

como clima e solo, decisivos para a qualidade da forragem (HEATH et al., 1985).

Quando a oferta de forragem e o potencial animal não são fatores limitantes, a

qualidade da forragem pode ser dita como o reflexo da produção por animal, o que está

diretamente relacionado com o consumo voluntário e a disponibilidade dos níveis de

nutrientes contidos na mesma (REIS & RODRIGUES, 1993). Então, características

qualitativas da forragem como teores de proteína bruta e de componentes da parede celular

influenciam no desempenho animal.

Diversos autores evidenciaram a influência do manejo na composição química da

forragem. Grise (2000) ao estudar diferentes alturas de manejo numa consorciação de aveia

e de ervilha forrageira, verificou reduções nos teores de PB e acréscimos em FDA e FDN

com o aumento da altura da pastagem. Desta mesma forma, Almeida et al. (2000) avaliando

diferentes ofertas de forragem em capim-elefante anão, observaram a redução no valor

nutritivo da planta com o aumento na oferta de forragem.

Cecato et al. (1985), mencionaram que a altura de corte ou pastejo seria um dos fatores

que influenciaria a qualidade da forragem colhida, uma vez que cortes ou pastejos mais

baixos proporcionariam colheita de materiais fibrosos e com menor teor de proteína bruta.

Nesse sentido, os cortes mais próximos do solo geralmente promovem maior retirada da

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fração colmo durante o pastejo, diminuindo, assim, o teor de PB e a digestibilidade do

material colhido (ABRAHÃO, 1996).

Rego et al. (2001) avaliando quatro alturas do dossel forrageiro (24 a 26, 43 a 45, 52 a

62 e 73 a 78 cm) do capim-tanzânia, verificaram que com o aumento na altura ocorreram

reduções nos teores de PB e elevações nos teores de FDN e FDA.

Avaliando três cultivares de Panicum maximum (tanzânia, mombaça e massai) com

bovinos em pastejo, Brâncio et al. (2002) verificaram que, no pré-pastejo, o capim-tanzânia

+ 100 kg /ha de N, no final do período chuvoso, apresentou teores de PB das lâminas

foliares superiores às demais cultivares avaliadas. Terminado o período de pastejo eles

observaram que apesar do declínio dos teores de PB das lâminas foliares de todas as

cultivares avaliadas, o percentual obtido no tratamento capim-tanzânia + 100 kg/ha de N se

manteve superior aos demais, demonstrando o elevado valor nutritivo do capim-tanzânia e

a sua resposta a incrementos na adubação nitrogenada.

Trabalhando com capim-elefante (Pennisetum purpureum schum.), Hillenshein (1987),

observou que o aumento da intensidade de desfolha determinava uma menor perda de

forragem e, conseqüentemente, uma maior eficiência de pastejo. No entanto, níveis de

resíduos pós-pastejo muito baixos podem proporcionar menor desempenho animal, pois,

nesse caso, os animais apresentam maior dificuldade de apreensão da planta, o que reduz o

consumo de forragem (BURLISON ET AL., 1991).

As plantas manejadas com menor resíduo, podem apresentar melhor qualidade

nutricional, devido à maior renovação de tecidos (SANTOS ET AL., 2001) e à maior

proporção de folhas (AGUIAR ET AL., 2001). No entanto, apesar das plantas manejadas a

maiores alturas poderem apresentar pior qualidade, esse efeito pode ser minimizado pela

capacidade dos animais em selecionar as melhores partes da forragem.

Pastagens de capim–tanzânia manejadas em alturas de 25, 44, 52 e 75 cm, apresentaram

nas menores alturas de pastejo, maior teor de proteína, menores teores de FDN e FDA e

maior digestibilidade da matéria seca (REGO ET AL., 2001).

Em termos de manejo de pastagens sob lotação rotativa, uma das características de

maior influência sobre o valor nutritivo do pasto ofertado é a duração do período de

descanso. Grandes diferenças de resposta são obtidas quando da variação no período de

descanso. Menores períodos de descanso implicam em pastos de melhor valor nutritivo,

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porém com menor massa de forragem, o inverso ocorrendo com pastos manejados com

maior período de descanso.

Segundo Balsalobre (2003), a presença de hastes pode reduzir a eficiência do sistema

limitando a capacidade de colheita da forragem pelo animal e reduzir sua qualidade. Cecato

et al. (1985) citado por Bueno 2003, mencionaram a altura de corte ou pastejo como sendo

um dos fatores que influencia a composição bromatológica da planta, uma vez que cortes

ou pastejos mais baixos proporcionaram colheita de materiais fibrosos e com menor teor de

proteína bruta. Contudo, animais em pastejo selecionam o que consomem, de forma que o

valor nutritivo da forragem consumida é, invariavelmente, superior àquele da forragem em

oferta (HODGSON, 1990), fato este que revela a importância de assegurar ao animal a

oportunidade de seleção. Os animais preferem as folhas e partes novas da planta; e em geral

estas partes possuem um valor nutritivo melhor e aparecem em maior proporção nos

estratos superiores do dossel forrageiro.

Uma redução na quantidade e na qualidade das folhas à medida que a forragem é

consumida acentua a queda no valor nutritivo (HODGSON, 1990). Segundo Veiga et

al.(1985) citado por Bueno 2003, a seletividade de pastejo em capim-elefante melhorou a

composição química da forragem ingerida, tendo em vista a grande diferença de valor

nutritivo entre as partes da planta (folhas e hastes).

Para assegurar um alto valor nutritivo sugere-se que apenas os estratos superiores sejam

pastejados por animais de maior potencial de produção, sendo o restante da forragem

destinado a animais de menor exigência nutricional (HODGSON, 1990).

Conduzindo um estudo sobre o efeito do corte de capim-colonião em quatro alturas

sobre a produção e composição químico-bromatológica da forragem. As plantas eram,

cortadas conforme atingiam 50, 60, 70, ou 80 cm. Os teores de proteína bruta foram

considerados adequados à alimentação animal (13%) quando as plantas eram cortadas com

50 cm de altura. Em relação à composição químico-bromatológica e às características

fisiológicas e de produção, os cortes com 60 e 80 cm de altura média foram os que

apresentaram os melhores resultados.

Rego et al. (2001) conduziram um trabalho para avaliar os teores de PB, FDN e FDA de

pastos de capim-tanzânia mantidos em quatro alturas do dossel forrageiro ( 24 a 26, 43 a

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45, 52 a 62, 73 a 78 cm) e concluíram que o aumento na altura do dossel resultou em

forragem com menores teores de PB e maiores teores de FDN e FDA.

Gomes (2001), ao estudar os efeitos da oferta de forragem (4, 8 e 12 %) e períodos de

ocupação ( 1 e 3 dias) sobre o valor nutritivo do capim-Mombaça, observaram que os teores

de proteína bruta diminuíram linearmente com o aumento na oferta de forragem, seguidos

de um aumento na quantidade de parede celular com a diminuição da intensidade de pastejo

durante os períodos de verão e de inverno.

Machado et al. (1998), avaliando a composição química de cultivares e acessos de

Panicum maximum Jacq., nas alturas de 20 e 40 cm, verificaram que não houve respostas à

altura de corte em qualquer um dos acessos e cultivares. Santos te al (1999) verificaram que

a relação folha/colmo do capim-tanzânia reduziu-se, de 1,21 para 0,71 no verão-outono,

quando o período de descanso elevou-se de 28 para 48 dias. Tal resposta gera uma

forragem de mais baixa digestibilidade, em razão da predominância de tecidos

esclerenquimáticos indigestíveis na fração colmo com o avançar da idade da planta,

conforme relatado por Paciullo (2002).

Avaliando o desempenho de novilhos pastejando em piquetes com três cultivares de

Panicum maximum, Euclides et al. (1999), relataram ganhos médios diários (GMD)

variando de 615 g /animal/ dia nos piquetes da cv. Tobiatã a 733 g/animal/dia para animais

pastejando em piquetes da cv. tanzânia. O desempenho dos animais, tido como baixo de

maneira geral, pode ser atribuído a composição químico-bromatológica da extrusa dos

animais em pastejo, com teores de PB entre 9 e 12 % e teores de FDN acima de 68% da

matéria seca. Por outro lado, as diferenças no desempenho animal podem ser atribuídas a

diferenças morfológicas entre os dosséis, como relação material vivo/material morto

(MV/MM) de 1,89 e 2,84, para as cultivares tobiatã e tanzânia, respectivamente.

Em termos quantitativos, Allden & Whittaker (1970) relataram comprometimento da

taxa de ingestão quando a massa seca de forragem em dossel composto de Lolium rigidum,

Bromus spp. e Trifolium subterraneum foi inferior a 1800 kg / ha. Por sua vez, Duble et al.

(1971), mencionaram que a maximização do desempenho animal reflete interação entre

massa seca de forragem e sua digestibilidade. Quando a digestibilidade da matéria seca foi

superior a 60%, o ganho médio diário (GMD) foi maximizado com massa seca de forragem

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superior a 500 kg/ha. Quando a DMS reduziu-se abaixo de 50%, o GMD só foi

maximizado com massa seca de forragem superior a 1500 kg / ha.

2.5 Potencial produtivo das pastagens tropicais

As espécies forrageiras do tipo C4, bem adaptadas ao clima tropical, superam as do tipo

C3 quanto à capacidade fotossintética, taxa de acúmulo de forragem e eficiência no uso de

água e nutrientes (LUDLOW, 1985). Agata et al. (1985) também relataram um ponto de

saturação luminosa e taxa fotossintética superiores para gramíneas C4 em relação às C3,

tendo encontrado que, em média, a eficiência no uso de água nas forrageiras tropicais é o

dobro da encontrada nas temperadas. Kephart et al. (1992), avaliando a produção de massa

seca, peso de perfilhos e taxa de acúmulo de forragem em gramíneas C3 e C4, observaram

respostas para esses parâmetros de duas a três vezes maiores nas tropicais. Enquanto o

potencial produtivo máximo de forrageiras de clima temperado está limitado a

aproximadamente 25.000kgMS/ha/ano, produtividades superiores a

80.000 kg MS /ha x ano têm sido mencionadas para gramíneas tropicais (COOPER, 1970).

O potencial de produção é a máxima produtividade biológica obtida sob condições

ideais. A genética da planta define o potencial produtivo, enquanto que o manejo é

responsável pela expressão dessa característica. Desse modo, estudos sobre o potencial

produtivo envolvem análises sobre seleção e melhoramento genético e de práticas de

manejo (CORSI & SANTOS, 1995).

O potencial produtivo do Panicum maximum está ainda por ser atingido (CORSI &

SANTOS, 1995), visto que trabalhos da EMBRAPA- Gado de Corte demonstraram que

cerca de 50% de 156 ecotipos avaliados, são mais produtivos que o Colonião, uma das

primeiras cultivares desse gênero comercialmente exploradas. Relatos de Jank (1994) sobre

o potencial desta espécie indicam que um híbrido de P. maximum produzido na Costa do

Marfim atingiu produções de matéria seca 140% mais elevadas do que as plantas

progenitoras. Esse híbrido produziu 80% a mais de matéria seca do que o tobiatã, o capim

mais produtivo naquelas condições.

Dentre as características agronômicas do Panicum, as que impõem maiores restrições a

sua produtividade são aquelas relacionadas às exigências edafoclimáticas (SILVA, 1995).

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A amplitude em que esta espécie é produtiva é muito abrangente, havendo relativamente

pouca limitação quanto à adaptação da espécie em relação à altitude, precipitação,

temperatura, etc. Quanto à fertilidade de solo, é reconhecido que gramíneas desse gênero

são bastante exigentes. Entretanto, Sanchez & Salinas (1981), demonstraram que o

Colonião suporta níveis de saturação por alumínio acima de 72%.

Resultados do programa de melhoramento genético da EMBRAPA-Gado de Corte

revelaram que a média de produtividade de massa seca /ha x ano, dos melhores ecotipos de

Panicum avaliados, foi de 44.000 kg, quando adubados, e 36.000 kg, sem adubação. Nas

áreas adubadas, a melhor produtividade foi de 53.000 kg MS/ha/ano e, nas não adubadas,

44.000 kg MS /ha/ ano. O cultivar tanzânia-1 produziu cerca de 80% a mais de massa seca

do que o colonião. Foram observadas taxas de acúmulo de 73 e 87 kg MS /ha/dia na época

das águas, respectivamente para os cultivares Mombaça e BRA -00712, enquanto que na

época seca estas taxas estiveram por volta de 40 kg MS/ha/dia. Herling et al. (1995)

observaram taxas de crescimento diário de colonião ao redor de 89 kg MS ha /dia, com

esses valores atingindo 105 kg MS ha /dia, quando a forragem foi colhida a cada sete

semanas, com nível de adubação de 320 kg N ha, 150 kg P2 O5/ha e saturação por bases de

60%.

Ao nível do produtor, as cultivares de Panicum maximum Mombaça e Tanzânia vêm

sendo implantados em sistemas intensivos de produção, geralmente com altos níveis de

adubação, lotação rotativa e, em alguns casos, uso de irrigação, visando a elevados índices

de produtividade (JANK, 1994; EUCLIDES ET AL., 1995; MULLER, 2000). Entretanto,

poucos dados ainda são disponíveis na literatura a respeito do manejo das pastagens,

desempenho e produtividade animal nesses sistemas.

Euclides et al. (2000) compararam adaptação e produtividade de três cultivares de P.

maximum, quanto ao desempenho e produtividade animal. Os cultivares tanzânia e

mombaça permitiram maiores desempenhos (455 e 445g novilho/dia, respectivamente) e

produtividade (725 e 700kg/ha/ano, respectivamente) ao longo do ano, de garrotes com PV

médio de 250kg, quando comparados ao cultivar massai (270g novilho/dia e 620kg/ha/ano).

Aguiar (2000) relatou que para gramíneas do gênero Panicum, valores de massa seca

residuais entre 1.500 e 2.500kg MS/ha provavelmente sejam suficientes para obter-se um

desempenho animal satisfatório, sem que as perdas de forragem sejam elevadas, permitindo

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níveis adequados de reservas orgânicas para a rebrotação das plantas. O autor relatou ainda

que em sistemas com altos níveis de adubação, as quantidades de massa seca residuais

devem ser mais baixas, para que permitam a penetração de luz na base da touceira como

forma de estimular o perfilhamento basal, já que esta é a base de exploração para

rebrotações vigorosas em sistemas intensivos utilizando essas gramíneas.

Maraschin (1986) afirmou que o sistema de lotação rotacionada não supera o de lotação

contínua em desempenho animal (ganho/animal), mas tem condições de manter uma

lotação mais alta. Segundo o autor, no Brasil, sistemas rotacionados superam os contínuos

em 20% em produtividade. Corroborando essas afirmativas, Aguiar (1997) citou dados

coletados em projetos implantados no Brasil Central sob lotação rotacionada, onde a taxa

de lotação tem aumentado de 50 a 100% em pastagens de P. maximum, após cinco anos de

experimento.

Barbosa et al. (2000) conduziram trabalho para avaliar o efeito de níveis de oferta de

forragem de capim tanzânia no desempenho de garrotes nelore. Os níveis de oferta foram 3,

7, 11 e 15kg MS de folhas 100kg PV/ dia (%PV). Os resultados indicaram maior ganho de

peso médio diário (em torno de 1,0kg) parar a oferta de 11% e menor (em torno de 0,6kg)

para a oferta de 3%. Os autores concluíram que pastagens de capim-tanzânia não

fertilizadas, aparentemente, devem ser manejadas para ofertas de forragem entre 7 e 11%

PV para altos desempenhos individuais.

Simulações realizadas por Aguiar (2000) revelaram o potencial de produtividade de

leite em pastagens de gramíneas do gênero Panicum. Explorando uma produtividade média

da pastagem de 37.000kg MS /ha / ano instalada em 70% da área da propriedade, mais 30%

com capineira ou cana-de-açúcar, seria possível alcançar índices como taxa de lotação

média de 5,77 UA / ha, taxa de lotação de vacas em lactação de 3 vacas / ha, produções de

leite de 10L/vaca/dia, 30L/ha/dia e 11.000L/ ha / ano, valores bem acima das médias da

pecuária leiteira nacional.

2.6 Degradabilidade in situ

A maioria das forrageiras tropicais apresenta alta porcentagem de parede celular e baixo

conteúdo celular. O conteúdo celular, representado pela fração solúvel, mostra

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potencialmente 100% de digestibilidade. A parede celular, constituída pela fração

insolúvel, apresenta potencial de degradação mais baixo, sendo resistente ao ataque de

enzimas do trato gastrintestinal de ruminantes (RODRIGUES et al., 2004) .

Durante a maturação das plantas forrageiras, os componentes potencialmente

digestíveis, como os carboidratos solúveis, proteínas e minerais, em geral, sofrem uma

substancial redução e, paralelamente, ocorre aumento significativo dos constituintes

fibrosos, o que resulta em declínios na digestibilidade e no consumo de pasto pelos

animais.

O rúmen representa o principal local onde ocorre a digestão dos constituintes dietéticos

nos ruminantes, a qual é efetuada pela numerosa população microbiana desse

compartimento (VAN SOEST,1994). Esse evento permite aos ruminantes o consumo e

utilização de alimentos fibrosos com maior eficiência do que em outros animais.

A susceptibilidade à degradação ruminal da porção fibrosa varia entre espécies e com a

idade ou nível de maturação da forrageira. À medida em que se avança no desenvolvimento

vegetal rumo ao estágio de maturação, ocorre drástica diminuição do teor protéico e

aumento do teor de fibra, associado ao aumento no teor de lignina.

A técnica de degradação in situ baseia-se no desaparecimento da amostra

acondicionada em sacos de náilon (ou outro material sintético), os quais são incubados por

diferentes períodos no rúmen. As principais vantagens desta técnica estão relacionadas à

sua rápida e fácil execução, à necessidade de amostras pequenas de alimentos e ao fato de

permitir o contato íntimo entre o alimento testado e o ambiente ruminal. Por este motivo, é

considerada a técnica ideal para simular o ambiente ruminal dentro de um determinado

regime alimentar específico, apesar do alimento não sofrer os efeitos da mastigação, da

ruminação e do escape ruminal (TEIXEIRA, 1998).

2.7 Determinação da digestibilidade dos alimentos por indicadores

Para uma completa avaliação do valor nutritivo dos alimentos os efeitos dos processos

de consumo, digestão, absorção e metabolismo animal devem ser considerados, além da sua

composição química. A digestibilidade e o consumo são dois dos principais componentes

que determinam a qualidade de um alimento (RODRÍGUEZ et.al. 2006).

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A técnica de determinação de digestibilidade pelo método de indicadores foi

desenvolvida em função do inconveniente de se coletar o total de fezes excretado, sendo de

grande utilidade na avaliação de forragens, especialmente para animais em pastejo.

A determinação da digestibilidade pelo método de indicadores não requer o manuseio

de grandes quantidades de material, pois para o cálculo de produção fecal leva-se em conta

a quantidade do indicador fornecido ao animal e a sua concentração nas fezes, após um

período de adaptação prévio.

A digestibilidade da forragem sob pastejo pode ser estimada a partir do conteúdo de

constituintes indigestíveis, também chamados indicadores internos, naturalmente presentes

no pasto e nas fezes. Este método baseia-se no fato de que, à medida que o alimento transita

pelo trato gastrointestinal, a concentração do indicador aumenta progressivamente pela

remoção de outros componentes, por digestão e absorção (ASTIGARRA,1997)

Freqüentemente utiliza-se o pastejo simulado, ou seja, cortar manualmente o pasto

simulando o animal, para recolhimento de uma amostra representativa do que o animal

seleciona e ingere.

O uso de indicadores em experimentos de digestibilidade representou uma peça chave

no avanço do entendimento do processo digestivo, sendo útil no desenvolvimento de

conceitos e elucidando os fatores relacionados ao alimento e ao animal, envolvidos na

limitação do consumo voluntário (SMITH, 1989).

Os indicadores são compostos de referência usados para monitorar aspectos químicos e

físicos da digestão (OWENS & HANSON, 1992), promovendo estimativas qualitativas ou

quantitativas da fisiologia animal (SALIBA, 1998).

Dentre os indicadores internos, a fibra indigestível em detergente neutro (FDNi), obtida

após 144 horas de incubação in vivo ou in situ (BERCHIELLI et al., 1996) vêm sendo

empregadas em estudos com animais em pastejo (PENNING & JOHNSON, 1983), por

apresentarem resultados semelhantes aos obtidos com a coleta total de fezes (BERCHIELLI

et al., 2000).

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização

A pesquisa foi conduzida no período de novembro de 2005 a março de 2006, no

campo avançado do Núcleo de Ensinos e Estudos em Forragicultura- NEEF/DZ/CCA/UFC

(www.neef.ufc.br), localizado na fazenda experimental Vale do Curu – FEVC/CCA/UFC,

em Pentecoste/CE. A região tem um clima do tipo BSwh’(classificação de Köppen), semi-

árido quente, com precipitação média anual de 806,5mm, distribuída no período de janeiro

a abril. O solo é classificado como Neossolo flúvico (solos aluviais) (EMBRAPA, 1999).

O município fica situado entre as latitudes 3º 40’a 3º 51’18"sul e longitudes 39º

10’19” 39º 18’13” oeste. A umidade relativa do ar média anual é de 73,80% e apresenta

temperatura média anual de 28ºC.

3.2 Área experimental

Foi utilizada uma área de 1,5 ha com topografia plana, dotada de sistema de

irrigação por aspersão fixa de baixa pressão (Pressão de serviço < 2,0 kgf/cm²) e coberta

com a gramínea Panicum maximum Jacq. cv. Tanzânia, a qual veio sendo manejada sob

lotação rotativa desde 2003.

A adubação do pasto consistiu-se da aplicação de fertilizante nitrogenado (uréia),

tendo como base a dose de 600 kg N/ha x ano, a qual foi dividida pelo número de ciclos de

pastejo e dentro de cada ciclo dividida em duas aplicações, metade na saída dos animais e

metade no meio do período de descanso.

A irrigação foi realizada durante a noite, visando minimizar a perda de água,

especialmente pelo efeito dos ventos, assim como possíveis perdas de nitrogênio por

volatização em função das temperaturas elevadas verificadas durante o dia.

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FIGURA 1- Área experimental

FIGURA 2 – Piquetes experimentais

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3.3 Tratamentos e delineamento experimental

Foram utilizados 90 ovinos deslanados, machos, sem padrão racial definido

(SPRD), com peso vivo médio inicial de 20,0 kg, identificados com colares, adquiridos em

fazendas comerciais situadas no interior do estado do Ceará.

Em cada tratamento foram utilizados 6 ovinos escolhidos por sorteio, resultando em

36 ovinos de prova. Os demais ovinos foram utilizados como animais de equilíbrio.

Foram avaliados três freqüências de desfolhação baseadas em níveis de

interceptação da radiação fotossinteticamente ativa (IRFA: 85, 95 e 97%) e dois resíduos

pós-pastejo (índices de área foliar – IAF: 1,0 e 1,8), num delineamento inteiramente

casualizado em arranjo fatorial 3 x 2, com quatro ou seis repetições (piquetes ou ovinos,

respectivamente), sendo ainda feitas comparações descritivas entre os ciclos de pastejo. Os

tratamentos obtidos foram os seguintes:

• iaf residual 1,8 e irfa 85%;

• iaf residual 1,0 e irfa 85%;

• iaf residual 1,8 e irfa 95%;

• iaf residual 1,0 e irfa 95%;

• iaf residual 1,8 e irfa 97%;

• iaf residual 1,0 e irfa 97%

O método de pastejo adotado foi a lotação rotativa, com taxa de lotação variável,

adotando-se um período de pastejo de 4 dias. A área experimental foi dividida em 44

piquetes de 183,6 m2 cada um, havendo ainda 3 áreas de reserva. O número de piquetes

variou em função da freqüência de desfolhação em cada tratamento, garantindo que os

animais de prova de cada tratamento permanecessem dentro dos seus piquetes

experimentais durante todo o ensaio de pastejo.

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FIGURA 3 – piquete com 95% de interceptação da radiação fotossinteticamente ativa

As áreas de reserva foram utilizadas para acondicionamento dos animais de

equilíbrio. Cada piquete foi provido de bebedouros, saleiro e sombrite. Os ovinos de

equilíbrio foram utilizados, quando necessário, para garantir o rebaixamento da vegetação

para o IAF residual preconizado, conforme o tratamento.

FIGURA 4 – Medição da radiação fotossinteticamente ativa interceptada pelo dossel rente

ao solo

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FIGURA 5 – Medição da radiação fotossinteticamente ativa interceptada na parte superior

do dossel

3.4 Amostragem da dieta selecionada pelos ovinos em pastejo

As amostras da dieta foram obtidas por meio de pastejo simulado no 1º e no 4º dia de

pastejo do último ciclo de pastejo de cada tratamento. Foram colhidas 700g de matéria

fresca de forragem à tarde, buscando apreender, manualmente, forragem semelhante àquela

selecionada pelos animais. Posteriormente, foram acondicionadas em sacos de papel,

identificadas e levadas à estufa de ventilação forçada a 65ºC durante 72 horas, para

proceder à pré-secagem. Em seguida, no Laboratório de Nutrição Animal-

LNA/DZ/CCA/UFC, foram trituradas em moinho estacionário “Thomas Willey”

utilizando-se peneira com malha de 1 mm para as análises químico-bromatológicas e de 5

mm para o ensaio de degradabilidade.

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3.5 Composição químico-bromatológica das dietas

Foram determinados os teores de matéria seca (MS), carboidratos totais (CT),

carboidratos não fibrosos (CNF), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN), fibra

insolúvel em detergente ácido (FDA), hemicelulose, lignina, proteína bruta (PB), nitrogênio

insolúvel em detergente neutro (NIDN), nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA) e

extrato etéreo (EE) segundo metodologias descritas por Silva & Queiroz (2002).

O teor de carboidratos totais (CT) foi obtido pela seguinte fórmula: CT = 100 – (%

PB + % EE + % MM), conforme Hall (1997). O teor de carboidratos não fibrosos (CNF)

foi obtido pela diferença entre o teor de CT e o teor de FDN, também conforme Hall

(1997).

3.6 Ensaio de degradação in situ

Este ensaio foi executado segundo um delineamento inteiramente casualizado num

arranjo fatorial 3 x 2x 7 (três freqüências de desfolhação – 85; 95 e 97% de intercepção da

radiação fotossinteticamente ativa; 2 dias de pastejo – 1º e 4º dias; e sete tempos de

incubação - 0, 12, 24, 48, 72, 96 e 144 horas) com quatro repetições (amostras retiradas de

cada um dos quatro piquetes experimentais de cada tratamento no campo). Os dados

relativos aos índices de área foliar 1 e 1,8 foram agrupados, tendo sido analisadas as suas

médias, em virtude da ausência de significância deste fator na análise dos dados de

composição químico-bromatológica e em razão da quantidade de fatores já envolvidos na

presente análise.

Foram utilizados quatro ovinos machos, Sem Padrão Racial Definido (SPRD)

fistulados no rúmen, com peso vivo médio de 45 kg. Os mesmos foram mantidos em baias

individuais, com comedouro, bebedouro e cocho. Cada animal recebeu diariamente ração

que consistia de feno de capim-elefante e concentrado à base de milho e soja.

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FIGURA 6 – Animais fistulados utilizados na pesquisa

Utilizando-se a técnica de degradação in situ, foi determinada a degradabilidade

ruminal da matéria seca (DMS). Empregou-se a técnica do saco de náilon, utilizando sacos

com dimensões de 13 x 5 cm, com porosidade de 50 µm, acondicionando em cada um deles

3,0 g de amostra pré-seca. Os sacos foram fechados, pesados e incubados nos tempos de 0,

12, 24, 48, 72, 96 e 144 horas. Depois de retirados do rúmen, os sacos de náilon foram

lavados em água fria e posteriormente secos em estufa a 55oC por 72 horas. A partir do

resíduo da incubação, foram determinados os percentuais de degradação in situ da matéria

seca (DISMS) das amostras em cada um dos tempos supracitados.

Os dados de DISMS foram analisados por meio de análise de variância, teste de

comparação de médias e modelagem não-linear. A interação entre os fatores envolvidos foi

desdobrada quando significativa a 5% de probabilidade. As médias percentuais de DISMS

foram comparadas por meio do teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

Para a interpretação dos perfis de degradação ao longo do tempo dentro de cada

tratamento (combinação de uma freqüência de desfolhação com um dia de pastejo),

utilizou-se o modelo assintótico exponencial de primeira ordem, conforme Orskov &

McDonald (1979):

Deg (t) = A + B ( 1 - e–ct ),

Em que :

Deg = representa o desaparecimento do nutriente do alimento, após um tempo t;

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A = corresponde a fração solúvel em água no tempo zero;

B = é a fração insolúvel em água, mas potencialmente degradável no rúmen em

determinado tempo;

c = taxa de degradação por ação fermentativa de B;

t = tempo de incubação no rúmen, em horas.

Uma vez calculados os coeficientes A, B e c, estes foram aplicados à equações

proposta por Orskov & McDonald (1979).

Onde :

DE = a + b . c c + k DE = degradabilidade ruminal efetiva do componente nutritivo analisado;

a = corresponde a fração solúvel em água do componente nutritivo analisado, quando

o tempo é igual a 0;

k = taxa de passagem do alimento.

As taxas de passagem utilizadas foram de 2, 5 e 8%.

FIGURA 7 – sacos utilizados no ensaio de degradação in situ

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3.7 Digestibilidade da dieta consumida

A digestibilidade da matéria seca da dieta consumida pelos ovinos foi obtida com o

auxílio da fibra em detergente neutro indigestível (FDNi), utilizada como indicador interno.

Foram coletadas amostras das fezes dos animais em pastejo e do pasto através de simulação

do pastejo. Estas amostras foram identificadas e acondicionadas para posteriores análises

laboratoriais.A fibra insolúvel em detergente neutro indigestível (FDNi) foi determinada

conforme Conchran et al.(1986), através do procedimento da degradabilidade in situ por

144 horas.

A digestibilidade aparente da matéria seca da dieta consumida foi calculada pela

fórmula (OLIVEIRA JR. et al., 2004):

DA = 100 – { 100 * (%FDNi ALIMENTO / %FDNi FEZES) *( % MS FEZES / % MS ALIMENTO)}

3.8 Desempenho produtivo de ovinos

Para avaliação do desempenho produtivo de ovinos, foram quantificados o ganho de

peso total (GPT), o ganho médio diário (GMD), o número de dias para um ovino adquirir

12,0 kg (D12), a taxa de lotação de animais por hectare (TLO), a taxa de lotação em

unidade de tamanho metabólico por hectare (TLU), e o rendimento de peso vivo animal

(RPV). Os animais foram pesados no início e no final de cada ciclo de pastejo. Na

pesagem, foi utilizada uma balança do tipo dinamômetro (Figura 8).

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FIGURA 8 – Pesagem dos animais

Tomando-se o peso em jejum no início e no final do período experimental, obteve-se o

ganho de peso total (GPT), em seguida, dividindo-se pela duração do período experimental,

obteve-se o ganho médio diário (GMD). O número de dias necessários para os animais

ganharem 12 kg (D12), foi estimado dividindo-se 12 kg pelo GMD, em kg. Esta variável

tem como base um ganho médio diário de 100g, que ao final de 120 dias que seria

equivalente ao período de terminação, os animais teriam um ganho de peso total de 12 kg.

FIGURA 9 – Visualização do pastejo em piquete com índice de área foliar residual de

1,0

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Para determinar a taxa de lotação em termos de ovinos por hectare (TLO), foram

registradas as entradas e saídas dos animais de prova e dos animais de equilíbrio em cada

piquete a cada dia, relacionando ainda a área de cada piquete com o hectare. A TLU foi

calculada fazendo-se a equivalência de unidade animal, elevando o peso vivo médio dos

ovinos de cada tratamento a 0,75 e multiplicando-o pela TLO correspondente. A partir das

estimativas de GMD e da taxa de lotação média para cada unidade experimental (piquete),

estimou-se o rendimento de peso vivo animal/ha x ano para cada tratamento.

3.9 Análise estatística dos dados de composição químico-bromatológica,

digestibilidade e desempenho

A avaliação dos dados de composição químico-bromatológica, digestibilidade e

desempenho animal foi feita por meio de análise de variância e teste de comparação de

médias. O desdobramento da interação no fatorial completo foi efetuado quando esta foi

significativa a nível de 15% de probabilidade. A comparação de médias foi efetuada

utilizando-se o teste de Tukey, ao nível de 5,0% de probabilidade. Como ferramenta de

auxílio às análises estatísticas, utilizou-se o procedimento GLM, do programa estatístico

SAS (SAS Institute, 2003).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados referentes aos teores de carboidratos totais (CT), carboidratos não

fibrosos (CNF), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN), hemicelulose, lignina e fibra

insolúvel em detergente ácido (FDA) das amostras obtidas através de simulação do pastejo

no 1º e 4º dias de ocupação no pasto de capim-tanzânia sob três freqüências de desfolhação

(FD) e dois resíduos pós-pastejo podem ser visualizados na Tabela 1.

Tabela 1 – Teores de carboidratos totais (CT), carboidratos não fibrosos (CNF), fibra em

detergente neutro (FDN), hemicelulose, lignina e fibra em detergente ácido (FDA) das

amostras obtidas através de simulação do pastejo no 1º e 4º dias de ocupação no pasto de

capim-tanzânia sob três freqüências de desfolhação

Freqüências de desfolhação (% de intercepção da RFA) Dia de

Pastejo 85 95 97 Média

CT (CV= 2,58%) 1 74,3 Aa 75,5 Aa 74,4 Ba 74,7 4 75,4 Ab 76,7 Ab 78,8 Aa 76,9

Média 74,9 76,1 76,56 CNF (CV= 31,72%) 1 5,72 Aab 6,32 Aa 4,41 Ab 5,49 4 3,99 Aa 5,45 Aa 5,29 Aa 4,91

Média 4,86 5,88 4,85 FDN (CV = 2,51%) 1 68,8 Ba 69,2 Ba 69,9 Ba 69,3 4 71,4 Ab 71,2Ab 73,4 Aa 72,0

Média 70,1 70,2 71,7 Hemicelulose (CV = 5,27 %) 1 29,7 Aa 29,6 Aa 30,3 Ba 29,9 4 30,6 Aab 30,5 Ab 32,2 Aa 31,1

Média 30,2 30,1 31,2 FDA (CV = 4,06 %) 1 39,1 Ba 39,6 Aa 39,7 Aa 39,4 4 40,7 Aa 40,7 Aa 41,3 Aa 40,9

Média 39,9 40,1 40,5 Lignina (CV = 16,16 %) 1 3,51Aa 4,05Aa 4,11Aa 3,90 4 3,26Aa 4,09Aa 3,27Aa 3,54

Média 3,38 4,07 3,69 * Médias seguidas por letras maiúsculas iguais nas colunas e minúsculas nas linhas não diferem significativamente (P > 0,05) pelo teste de Tukey.

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Os teores de CT foram afetados pela freqüência de desfolhação e pelo dia de pastejo

(P<0,05). A menor freqüência de desfolhação apresentou média de CT superior aos demais

no 4º dia de pastejo (P<0,05), resultado este explicado pelo maior período de descanso

deste tratamento e conseqüentemente uma maior maturação da forragem disponível. As

respostas aos dias de pastejo foram afetadas apenas na menor desfolhação apresentando

resultado superior (P<0,05) no 4º dia de pastejo. Este resultado pode ser explicado pelo

maior período de descanso que ocorre no tratamento com menor desfolhação, então o pasto

está mais maduro, o que significa um aumento na concentração de CT.

A freqüência de desfolhação intermediária (95% IRFA) apresentou no 1º dia de

pastejo um teor de carboidratos não fibrosos superior (P<0,05) ao teor apresentado na

menor freqüência de desfolhação (97% IRFA). Os pastos com maior freqüência de

desfolhação têm uma maior concentração de carboidratos não fibrosos, pois são jovens e

não requerem grandes estruturas para sustentar sua biomassa.

A menor freqüência de desfolhação (97% IRFA) apresentou no 4º dia de pastejo teor

de FDN superior (P<0,05) às demais. Esta diferença se deve principalmente à exacerbação

do efeito da menor freqüência de desfolhação no último dia de pastejo, já que com uma

freqüência de desfolhação menor, ocorre um maior tempo de exposição do pasto à ação do

clima, especialmente temperatura acumulada (graus-dia), acarretando espessamento da

parede celular secundária. Em todas as freqüências de desfolhação o teor de FDN no 4º dia

de pastejo foi superior (P<0,05) ao teor apresentado no 1º dia de pastejo. Esta superioridade

pode ser explicada pela condição estrutural do pasto, pois no 1º dia de pastejo o pasto

contém maior proporção de folhas. Conseqüentemente, com o pastejo seletivo do animal

sobre a fração folha nos primeiros dias de pastejo a relação folha/colmo do pasto diminui,

aumentando o teor de FDN do pasto ofertado e, conseqüentemente, da dieta selecionada

pelos ovinos nos últimos dias de pastejo.

Bueno (2003), avaliando a composição química da massa de forragem em pré-pastejo

do capim-mombaça com pastejos realizados a 95 e 100% de interceptação luminosa (IL)

observou médias de FDN de 68 e 68,8%, respectivamente. Já Gerdes et al. (2000) avaliando

o valor nutritivo do capim-tanzânia aos 28 e 35 dias de crescimento obtiveram teores de

FDN de 73,4 e 78,1%, respectivamente.

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Os teores de FDN médios observados por Cândido (2003) avaliando o valor

nutritivo da dieta amostrada por pastejo simulado em piquetes de Panicum maximum cv.

Mombaça ao longo do período de pastejo, foram próximos aos encontrados nesta pesquisa;

observando para o 1º dia de pastejo média de 66,1% de FDN e no 5º dia de pastejo 70,5%

de FDN na dieta amostrada.

Utilizando ovinos pastejando em capim coast-cross com diferentes alturas (5, 10, 15

e 20 cm) Carnevalli et al. (2001) relataram que no verão o capim continha teores de FDN

de 61,8, 66,4, 65,7, 67,3% .

Foram observadas nesta pesquisa, médias de FDN em função das frequências de

desfolhação de 70,1; 70,2 e 71,7%, resultados próximos aos observados por Cândido

(2003), que estudando o valor nutritivo da dieta amostrada por pastejo simulado em

piquetes de Panicum maximum cv. Mombaça sob três períodos de descanso (2,5 ; 3,5 e 4,5

folhas/perfilho), obteve médias de FDN de 67,8 , 69,4 e 68,2% .

Já Gonçalves (2006), avaliando a composição químico-bromatológica do capim-

tanzânia sob três períodos de descanso (1,5; 2,5 e 3,5 novas folhas por perfilho) obteve

valores médios para FDN de 70,8; 76,6,e 79,5% para as frações folha no pré-pastejo e 74,1;

76,2 e 81,7% para pós-pastejo.

Os teores de hemicelulose estão descritos na Tabela 1. O teor de hemicelulose da

dieta em função dos dias de pastejo foi superior apenas no 4º dia de pastejo da menor

freqüência de desfolhação, em relação ao 1º dia de pastejo da mesma freqüência, com teor

de 32,2 e 30,3%, respectivamente, e daquele em relação à freqüência de desfolhação

intermediária, também no quarto dia de pastejo (32,2 vs. 30,5%).

As freqüências de desfolhação não afetaram (P>0,05) os teores de FDA. Os resultados

dos teores de FDA em função dos dias de pastejo apresentaram diferença (P<0,05) no 1º e

4º dias de pastejo, na maior freqüência de desfolhação. Estas diferenças estão associadas a

mudança da composição da estrutura do pasto no decorrer dos dias de pastejo.

Machado et al. (1998), em experimento com diferentes cultivares de Panicum

maximum, não verificaram efeito da altura de corte no teor de FDA. No entanto, Almeida et

al. (2000) verificaram decréscimo linear nos teores de FDA com o aumento da oferta de

forragem. Balsalobre et al. (2003), encontraram teores de FDA variando de 32,5 a 34,9%,

quando estudaram a composição química do capim–tanzânia irrigado sob três níveis de

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resíduo pós-pastejo. Estudando o valor nutritivo do capim-tanzânia manejado em alturas de

pastejo, Rego et al. (2003) observaram que o teor de FDA das lâminas foliares aumentou

linearmente com a altura de manejo do pasto. Este aumento progressivo da FDA foi

justificado pelos efeitos do envelhecimento das lâminas foliares não-pastejadas, reduzindo

a qualidade do pasto.

Avaliando o teor de FDA da dieta amostrada por pastejo simulado em piquetes de

Panicum maximum cv. Mombaça sob três períodos de descanso, Cândido (2003) obteve

médias de 32,4, 35,1 e 34,3%, respectivamente dos períodos de descanso de 2,5 , 3,5 e 4,5

folhas / perfilho e em função dos dias de pastejo obteve médias de 31,5% para o 1º dia de

pastejo e 35,9% para o 5º dia de pastejo, médias próximas as encontradas nesta pesquisa.

Os menores teores de FDA nas menores alturas podem ser explicados devido à

constante renovação de folhas em pastos manejados mais baixos, contribuindo para a

menor proporção de constituintes da parede celular. Machado et al. (1998) observaram

respostas semelhantes as citadas acima para cortes de 40 cm de altura, teores de 43,3% de

FDA.

Benevides et al. (2005) avaliando o valor nutritivo do capim-tanzânia utilizando

amostras oriundas de pastejo simulado, verificaram teores médios de FDA de 34,8 , 37,7 e

39,7%, respectivamente nos períodos de descanso de 1,5; 2,5 e 3,5 Folhas. Já Gonçalves

(2006), avaliando a composição químico-bromatológica do pasto de capim-tanzânia com

três períodos de descanso (1,5; 2,5 e 3,5 novas folhas/perfilho) obteve teores médios para

FDA no pré-pastejo de 41,9; 47,4 e 54,3% e no pós-pastejo de 44,4; 47,4 e 55,3%.

O teor de lignina da dieta não diferiu (P>0,05) com o passar dos dias de pastejo e

com a diminuição da freqüência de desfolhação, resultado distinto do encontrado por

Gonçalves (2006) que estudando a composição químico-bromatológica do capim-tanzânia

sob três períodos de descanso (1,5, 2,5 e 3,5 folhas/perfilho) observou maiores teores de

lignina em pastos com maior período de descanso ( 2,5 e 3,5 folhas/perfilho), com médias

de 3,87 e 4,17 % respectivamente.

Os resultados referentes aos teores de proteína bruta (PB), nitrogênio insolúvel em

detergente neutro (NIDN), nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), extrato etéreo

(EE) das amostras obtidas através de simulação do pastejo no 1º e 4º dias de ocupação no

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pasto de capim-tanzânia sob três freqüências de desfolhação (FD) e dois resíduos pós-

pastejo podem ser visualizados na Tabela 2.

Tabela 2 – proteína bruta (PB), nitrogênio insolúvel em detergente neutro (NIDN),

nitrogênio insolúvel em detergente ácido (NIDA), extrato etéreo (EE) das amostras obtidas

através de simulação do pastejo no 1º e 4º dias de ocupação no pasto de capim-tanzânia sob

três freqüências de desfolhação

Freqüências de desfolhação (% de intercepção da RFA) Dia de

Pastejo 85 95 97 Média

PB (CV = 13,38 %) 1 12,1 Aa 11,6 Aa 11,5 Aa 11,7 4 11,1 Aa 10,3 Aa 8,5 Bb 9,9

Média 11,6 10,9 10,0 NIDN (CV = 3,96 %) 1 68,5 Ba 68,0 Ba 68,3 Ba 68,3 4 71,9 Aa 71,1 Aa 71,3 Aa 71,4

Média 70,2 69,6 69,8 NIDA (CV = 7,10 %) 1 38,8 Aa 41,3Aa 39,4 Aa 39,8 4 40,5 Aa 41,4 Aa 40,9 Aa 40,9

Média 39,6 41,3 40,1 EE (CV = 13,53 %) 1 3,2 Aa 2,9 Aa 3,0 Aa 3,0 4 3,2 Aa 2,6 Bb 2,3 Bb 2,7

Média 3,2 2,8 2,7 * Médias seguidas por letras iguais maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas não diferem significativamente (P > 0,05) pelo teste de Tukey. Os teores de PB em função das freqüências de desfolhação apresentaram diferença e

(P<0,05) sendo que a menor freqüência de desfolhação (97% IRFA) apresentou menor teor

de proteína bruta, provavelmente pelo maior tempo de descanso e conseqüentemente uma

maior maturação do pasto, causando uma redução na qualidade da forragem ofertada para o

animal.

Utilizando ovinos pastejando em Coast-cross com diferentes alturas (5, 10, 15 e 20

cm) Carnevalli et al. (2001) relataram que no verão o capim obteve teores de PB de 21,2,

18,4, 18,2, 16,4%. Já Balsalobre et al. (2003) avaliando a composição química do capim-

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tanzânia irrigado sob três níveis de resíduo pós-pastejo encontraram valores de PB que

variaram ao longo dos ciclos de pastejo de 11,5 a 14,61%.

Estudando a composição química da massa de forragem em pré-pastejo de capim-

Mombaça com pastejos realizados a 95 e 100% de interceptação luminosa (IL) do dossel

forrageiro Bueno (2003) observou médias de PB de 11,2 e 9,0% respectivamente. Já

Cândido (2003) avaliando o teor de PB da dieta amostrada por pastejo simulado em

piquetes de Panicum maximum cv. Mombaça sob três períodos de descanso, obteve médias

de 10,4 , 7,9 e 9,7% respectivamente para os períodos de descanso de 2,5 ; 3,5 e 4,5

folhas/perfilho e de 11,1 e 8,3 % de PB durante o 1º e 5º dias de pastejo.

Os dias de pastejo afetaram os resultados de proteína bruta (P<0,05) somente no

tratamento de menor freqüência de desfolhação. O 1º dia de pastejo obteve resposta

superior (P<0,05) ao 4º dia, provavelmente efeito da mudança da estrutura do pasto no

decorrer dos dias de pastejo e da maior maturidade do pasto.

Avaliando teores de PB nas amostras de capim-tanzânia, colhidas no primeiro dia de

pastejo, através de pastejo simulado, Benevides (2005) encontrou teores de PB de 13,2;

11,6 e 11,5% para pastos que estiveram submetidos aos PDs 1,5; 2,5 e 3,5 Folhas,

respectivamente, valores superiores aos encontrados nesta pesquisa. A autora utilizou os

períodos de descanso de 1,5; 2,5 e 3,5 novas folhas/perfilho, e encontrou teores de PB de

11,8; 9,9 e 7,5%. Já Gonçalves (2006), avaliando a composição químico-bromatológica do

pasto de capim-tanzânia com três períodos de descanso (1,5; 2,5 e 3,5 novas folhas/

perfilho) obteve teores médios para PB na fração folha de 10,9; 8,8 e 8,2% , no pré- pastejo

e 8,6; 6,3 e 5,7% no pós-pastejo, respectivamente.

Os teores de NIDN não foram afetados (P>0,05) pelas diferentes freqüências de

desfolhação.

Os valores de NIDN em função dos dias de pastejo apresentaram diferença

(P<0,05), onde o 4º dia de pastejo apresentou médias superiores (P<0,05) em todas as

freqüências de desfolhação. O valor superior de NIDN encontrado no 4º dia de pastejo é

conseqüência da estrutura encontrada no pasto, com uma menor proporção de lâminas

foliares e conseqüentemente menor disponibilidade de nutrientes, reduzindo assim a

qualidade do pasto.

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As médias de NIDA em função das freqüências de desfolhação e dos dias de pastejo

não apresentaram diferença (P>0,05).

Gonçalves (2006) avaliando a composição químico–bromatológica das frações

folha, colmo e material morto do pasto de capim–tanzânia sob três períodos de descanso

(1,5 folhas novas/perfilho; 2,5 folhas novas/perfilho e 3,5 folhas novas/perfilho), observou

teores de NIDA de 8,6 ; 10,5 e 14,2% no pré–pastejo e 12,0; 13,8 e 19,9% no pós–pastejo,

teores inferiores aos encontrados nesta pesquisa.

Os teores de EE em função das freqüências de desfolhação apresentaram diferença

(P<0,05) no 4º dia de pastejo, onde o tratamento de maior freqüência apresentou maior

média.

Ao contrário do que foi encontrado nesta pesquisa, Gonçalves (2006) estudando a

composição químico-bromatológica do pasto de capim-tanzânia com três períodos de

descanso (1,5; 2,5 e 3,5 novas folhas/perfilho), não observou diferenças (P>0,05) entre os

tratamentos em função dos períodos de descanso tanto no pré-pastejo como no pós-pastejo.

Os teores de EE em função dos dias de pastejo também apresentaram diferenças (P<

0,05) entre as médias dos tratamentos de menores freqüências de desfolhação (95 e 97% de

IRFA), onde o 1º dia de pastejo apresentou médias superiores às do 4º dia de pastejo.

A digestibilidade da dieta consumida pelos ovinos pastejando em capim-tanzânia

com três freqüências de desfolhação no 1º e 4º dias de pastejo está disposta na Tabela 3.

Tabela 3 – Digestibilidade do capim-tanzânia com três freqüências de desfolhação no 1º e

4º dias de pastejo

Freqüências de desfolhação (% de intercepção da RFA) Dia de

Pastejo 85 95 97 Média

Digestibilidade da M.S. (CV = 17,9 %) 1 58,6 Aa 54,4 Aa 38,0 Ab 50,3 4 59,0 Aa 46,3 Ab 36,1 Ab 47,1

Média 58,8 50,3 37,08 * Médias seguidas por letras maiúsculas iguais nas colunas e minúsculas nas linhas não diferem significativamente (P > 0,05) pelo teste de Tukey. Os dias de pastejo não afetaram a digestibilidade da matéria seca da dieta

consumida pelos ovinos. A digestibilidade da matéria seca da dieta foi superior (P<0,05)

nas maiores freqüências de desfolhação. No 1º dia de pastejo as freqüências de desfolhação

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baseadas em 85 e 95% de IRFA obtiveram respostas superiores (P<0,05) a menor

frequência de desfolhação (97% de IRFA). Já no 4º dia de pastejo a maior digestibilidade

da dieta (P<0,05) foi obtida na maior freqüência de desfolhação (85% de IRFA). Esta

superioridade das maiores freqüências de desfolhação é conseqüência dos menores períodos

de descanso impostos à elas e,que portanto resultam em pastos mais jovens.

A degradação in situ da matéria seca (DMS) da dieta dos ovinos em pastejo no 1º e

4º dias de ocupação no pasto de capim-tanzânia sob três freqüências de desfolhação e ao

longo de tempos crescentes de incubação podem ser visualizadas na Tabela 4.

Tabela 4 – Degradação in situ da matéria seca (%) das amostras obtidas através de

simulação do pastejo no 1º e 4º dias de ocupação no pasto de capim-tanzânia sob três

freqüências de desfolhação

Degradabilidade in situ da matéria seca (DISMS, CV= 10,33 %)

Freqüência de desfolhação (%IRFA) 85 95 97 DISMS (%) 47,23 a 45,89 ab 45,53 b Dias de pastejo 1 2 DISMS (%) 47,56 a 44,18 b Tempo 0h 12h 24h 48h 72h 96h 144h DISMS (%) 14,5 g 22,9 f 33,0 e 54,6 c 47,8 d 63,3 b 72,4 a * Médias seguidas por letras iguais nas linhas não diferem (P>0,05) pelo teste de Tukey. Não tendo sido observado efeito significativo da interação (P>0,15), as médias de

DISMS observadas estão apresentadas e discutidas somente no efeito principal. A DISMS

diferiu (P<0,05) entre as freqüências de desfolhação. A maior DISMS (47,23%) foi

observada na maior freqüência de desfolhação (85% de IRFA), tendo se reduzido para

45,53% na menor freqüência de desfolhação (97% de IRFA). O decréscimo da degradação

da matéria seca com a redução na freqüência de desfolhação é devido ao maior tempo de

descanso do pasto, ocorrendo maior espessamento e lignificação da parede celular

secundária e redução no conteúdo celular, onde está a maior parte da proteína da planta

forrageira. Isto pode ser confirmado pela elevação no teor de FDN do pasto (Tabela 1) e

pela redução no teor de proteína bruta (Tabela 2) com a redução na freqüência de

desfolhação.

A DISMS foi reduzida (P<0,05) com o suceder dos dias de pastejo, de 47,56% no

primeiro dia, para 44,18% no quarto dia. Isso é característico do pastejo sob lotação

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rotativa, pois força o rebanho a exercer o pastejo em camadas, onde as frações mais

nutritivas da lâmina foliar, a extremidade superior ofertada a cada dia, vão sendo

progressivamente consumidas, restando a base da lâmina, com sua nervura principal

enrijecida e de baixa qualidade. Além disso, no perfil do dossel como um todo, as folhas

mais jovens localizam-se na parte superior do mesmo, pastejada no primeiro dia, restando

para o pastejo no último as camadas inferiores do dossel, compostos por folhas mais velhas.

Estes resultados reafirmam que a qualidade da forragem diminui com o suceder dos

dias de pastejo, decorrente da seleção dos ovinos pelas frações de maior valor nutritivo

durante os primeiros dias de pastejo, reduzindo esta oferta nos últimos dias de pastejo.

A DISMS diferiu (P<0,05) entre os tempos de incubação, elevando-se de 14,5% no

tempo 0, para 72,4% no tempo de 144 h. Este efeito é decorrência do maior tempo

disponível para que o alimento sofra a ação da microbiota ruminal, resultando em maior

degradação, à medida em que o tempo de residência do alimento no rúmen se eleva.

Apenas o tempo 72 h apresentou um resultado controverso, pois seu percentual de DISMS

foi inferior à DISMS do tempo 48 h.

Na Tabela 5 pode-se visualizar os parâmetros de degradação ruminal da matéria

seca .

Pode-se visualizar que o potencial máximo de degradação (A) diminuiu com a

diminuição da freqüência de desfolhação tendo uma maior redução no quarto dia em

relação ao primeiro dia de pastejo na comparação entre as freqüências de desfolhação

(Tabela 4). O decréscimo no potencial de degradação com o avanço nos dias de pastejo

pode ser explicado pela menor relação folha/colmo à medida que os animais aprofundam o

seu horizonte de pastejo. Cutrim Junior (2007), trabalhando com o capim-tanzânia

submetido ao mesmo manejo aqui adotado observou a redução na relação folha/colmo do

pasto de 2,5 no pré-pastejo (condição similar ao valor nutricional da dieta no primeiro dia

de pastejo) para 1,2 no resíduo (condição similar ao valor nutricional da dieta no quarto e

último dia de pastejo dos ovinos). Quando se trabalha com pastagens mais jovens a queda

na qualidade do alimento no decorrer do período de pastejo é menor, pois os animais ainda

têm à sua disposição forragem de alta qualidade mesmo nas camadas inferiores do dossel.

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Tabela 5 – Degradação ruminal da matéria seca das amostras obtidas através de simulação

do pastejo no 1º e 4º dias de ocupação no pasto de capim-tanzânia sob três freqüências de

desfolhação

Freqüência de desfolhação (% de intercepção da RFA)

85 95 97

Dia de pastejo Variável

1° 4° 1° 4° 1° 4°

A (%) 73,9 72,8 71,8 68,1 70,06 67,8

B (%) 65,4 69,2 65,2 61,8 63,4 72,0

c (%) 1,5 1,4 1,6 1,4 1,4 0,9

a (%) 16,1 13,2 13,5 14,0 15,1 14,4

DE 2% 44,08 41,4 42,0 39,9 41,2 37,4

DE 5% 31,55 28,1 28,9 27,9 28,9 25,8

DE 8% 26,4 23,4 24,1 24,5 24,5 22,0

B1 (%) 57,8 59,6 58,3 54,2 55,0 53,4

R2 0,91 0,92 0,91 0,92 0,92 0,96 * A = Potencial de degradação; B = sem valor biológico, c = taxa de degradação (% hora); a = Fração solúvel, DE 2% = degradabilidade efetiva a uma taxa de passagem de 2%/h; DE 5% = degradabilidade efetiva a uma taxa de passagem de 5%/h; DE 8% = degradabilidade efetiva a uma taxa de passagem de 8%/h;

Observa-se que a taxa de degradação (c) não variou muito com o passar dos dias de

pastejo, somente na menor freqüência de desfolhação que ocorreu diferença considerável

entre o valor da taxa de degradação no 1º e 4º dia de pastejo. Com a diminuição das

freqüências de desfolhação ocorreu também uma redução na taxa de degradação, ou seja, as

maiores freqüências de desfolhação obtiveram uma taxa de degradação maior que a menor

freqüência de desfolhação. Benevides (2005) trabalhando com capim-tanzânia sob três

períodos de descanso (1,5, 2,5 e 3,5 folhas) observou que a taxa de degradação não

apresentou muita variação com o avanço dos dias de pastejo, e com o prolongamento do

período de descanso houve uma redução na taxa de degradação.

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y = 0.3985x + 24.241R2 = 0.9171

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 20 40 60 80 100 120 140 160

TEMPO EM HORAS

% D

EGR

ADAÇ

ÃO

FIGURA 10 - Degradação da MS do capim-tanzânia com 85% de interceptação da

radiação fotossinteticamente ativa no 1o dia de pastejo.

y = 0.4117x + 20.93R2 = 0.9288

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 20 40 60 80 100 120 140 160

TEMPO EM HORAS

% D

EG

RADA

ÇÃO

FIGURA 11 - Degradação da MS do capim-tanzânia com 85% de interceptação da radiação fotossinteticamente ativa no 4o dia de pastejo.

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y = 0.4008x + 22.068R2 = 0.9116

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 20 40 60 80 100 120 140 160

TEMPO EM HORAS

% D

EGR

ADA

ÇÃO

FIGURA 12 - Degradação da MS do capim-tanzânia com 95% de interceptação da

radiação fotossinteticamente ativa no 1o dia de pastejo.

y = 0.3737x + 21.357R2 = 0.9216

0

10

20

30

40

50

60

70

80

0 20 40 60 80 100 120 140 160

TEMPO EM HORAS

% D

EGRA

DAÇÃ

O

FIGURA 13 - Degradação da MS do capim-tanzânia com 95% de interceptação da radiação fotossinteticamente ativa no 4o dia de pastejo.

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y = 0.3798x + 22.325R2 = 0.9261

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 20 40 60 80 100 120 140 160

TEMPO EM HORAS

% D

EG

RAD

AÇÃ

O

FIGURA 14 - Degradação da MS do capim-tanzânia com 97% de interceptação da radiação fotossinteticamente ativa no 1o dia de pastejo.

y = 0.372x + 19.096R2 = 0.9634

0

10

20

30

40

50

60

70

80

0 20 40 60 80 100 120 140 160

TEMPO EM HORAS

% D

EG

RADA

ÇÃO

FIGURA 15 - Degradação da MS do capim-tanzânia com 97% de interceptação da radiação fotossinteticamente ativa no 4o dia de pastejo.

A degradabilidade efetiva (DE) diminuiu com o aumento da taxa de passagem

(Tabela 5). Essa resposta é decorrente do menor tempo de residência do alimento no rúmen,

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reduzindo a possibilidade de atuação da microbiota ruminal sobre o alimento. A

degradabilidade efetiva também reduziu-se com a diminuição da freqüência de desfolhação,

o que está relacionado com o maior teor de fibra dos pastos mais velhos. Tal queda foi

acentuada principalmente do 1º para o 4º dia de pastejo especialmente no pasto com menor

freqüência de desfolhação, sendo um indicativo do decréscimo no valor nutritivo da

forragem ofertada nos últimos dias de pastejo. Estudando a degradação in situ da matéria

seca do capim-mombaça sob pastejo contínuo, Prado (2004) observou que com o aumento

da taxa de passagem de 2% para 8%/h ocorreu uma diminuição na degradabilidade efetiva,

tendência observada no presente trabalho e obteve valores de 40,8; 30,0 e 26,2

respectivamente da menor para maior taxa de passagem.

As médias referentes às variáveis Ganho Médio Diário (GMD), Ganho de Peso

Total (GPT), Dias Necessários para o ganho de 12 kg/animal (D12), de ovinos pastejando

em capim-tanzânia sob três freqüências de desfolhação e dois resíduos pós-pastejo estão

apresentadas na Tabela 6.

Tabela 6 – Variáveis relacionadas ao desempenho produtivo de ovinos pastejando em

capim-tanzânia com três freqüências de desfolhação e dois resíduos pós pastejo

Freqüência de desfolhação (% de intercepção da RFA) IAF residual 85 95 97

Média

Ganho médio diário (g/ovino x d, CV = 21,0%) 1,0 53,9 Aa 41,3 Ab 46,3 Aab 47,1 1,8 56,8 Aa 42,0 Ab 34,6 Ab 44,5

Média 55,4 41,6 40,4 Ganho de peso total (kg/ovino x ciclo, CV = 21,11% )

1,0 5,66 Aa 4,16 Ab 3,79 Ab 4,54 1,8 5,91 Aa 3,53 Ab 2,29 Bc 3,91

Média 5,79 3,85 3,04 Dias necessários para o ganho de 12 kg/ovino (CV = 20,55%)

1,0 232 Aa 296 Aa 266 Aa 265 1,8 216 Aa 310 Ab 353 Bb 293

Média 224 303 309 * Médias seguidas por letras iguais maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas não diferem significativamente (P>0,05) pelo teste de Tukey.

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O GMD variou (P<0,05) em função das freqüências de desfolhação (FD), mas não

foi afetado (P>0,05) pelo resíduo pós-pastejo. Os tratamentos com maior freqüência de

desfolhação (85% de IRFA em ambos os IAFs residuais) apresentaram maiores médias de

GMD, diferindo (P<0,05) assim dos demais tratamentos (95 e 97% de IRFA). Isto pode ser

explicado pela menor maturidade fisiológica do pasto com menor período de descanso,

propiciando ao animal uma forragem de melhor qualidade.

As médias de GMD em função dos resíduos pós-pastejo não apresentaram

diferenças (P>0,05), com média de 45,8. Esse resultado é inesperado, na medida em que

um resíduo com IAF superior (1,8 vs. 1,0) propiciaria maior seletividade para o animal em

pastejo, repercutindo no consumo de uma dieta de melhor qualidade e em desempenho

superior. Por outro lado, um IAF de 1,8 pode ter sido elevado o suficiente para causar

intensificação do sombreamento mútuo, o que desencadeia o alongamento do colmo e a

senescência das folhas. Como resultado, embora o IAF de 1,8 pudesse propiciar maior

chance de seletividade, a forragem ofertada seria de pior qualidade, anulando o benefício da

maior seletividade.

FIGURA 16 - Ovinos pastejando em Piquete com 95% de interceptação da radiação

fotossinteticamente ativa e índice de área foliar residual de 1,8.

De modo geral, o ganho médio diário dos ovinos foi baixo, pois alguns trabalhos

mencionam ganhos de 123g/dia (SILVA, 2004). Como os ovinos desta pesquisa são do tipo

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SPRD, podem ter um potencial de desempenho inferior o que, associado à ocorrência de

algumas chuvas no final do período experimental, desencadeou um estresse por mudanças

climáticas nos animais, comprometendo seu desempenho.

O ganho de peso total (GPT) foi afetado tanto pela freqüência de desfolhação

(P<0,05) como pelo resíduo pós-pastejo (P<0,05). A menor freqüência de desfolhação

propiciou o maior GPT, tanto nos pastos com IAF residual de 1,0 como de 1,8. Isso é

resultado do menor tempo de descanso a que a gramínea foi submetida, propiciando uma

forragem de melhor qualidade, o que corrobora o maior GMD observado nos pastos com

maior freqüência de desfolhação. Por outro lado, observou-se (P<0,05) maior GPT no pasto

sob IAF residual de 1,0 em relação ao IAF residual de 1,8 apenas na menor freqüência de

desfolhação (IRFA de 97%). Essa resposta pode ter sido devido ao efeito do maior IAF

induzir maior sombreamento, com repercussões negativas sobre a estrutura do pasto. Tal

fato só ocorreu na menor freqüência de desfolhação devido à acentuação no sombreamento

ocorrer com o prolongamento do período de descanso além do nível de interceptação de

95% de RFA.

As médias da variável relacionada aos dias necessários para o ganho de

12 kg/animal (D12) em função das FDs não apresentaram diferença (P>0,05), mas o pasto

com maior FD e IAF residual 1,8 apresentou menor D12 que os demais, com média de 216

dias para ganho de 12 kg/animal. Essa menor D12 é resultado do maior GMD observado

nos pastos com maior FD. Esse valor aproxima-se do observado por Pompeu (2006), que

relatou uma D12 de 205 dias para ovinos em capim-tanzânia com período de descanso de

21 dias.

Quanto ao efeito do resíduo pós-pastejo, apenas com 97% de IRFA, houve uma

maior (P<0,05) D12 para o pasto com IAF de 1,8, o que foi função do menor GPT

observado nos ovinos submetidos a esse tratamento (Tabela 6).

Nas Tabelas 7 e 8 estão dispostas as médias de ganho médio diário e ganho de peso

total, no 1º e 2º ciclos de pastejo de ovinos em capim-tanzânia com três freqüências de

desfolhação e dois índices de área foliar residual. Estes resultados estão superiores à média

de todos os ciclos, podendo ser explicado pela não incidência de chuvas na região onde se

localiza a unidade experimental neste determinado espaço de tempo, comprovando o efeito

negativo das chuvas no desempenho dos ovinos no decorrer da pesquisa.

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Tabela 7 - Variáveis relacionadas ao desempenho produtivo de ovinos no 1º ciclo de

pastejo em capim-tanzânia com três freqüências de desfolhação e dois resíduos pós pastejo

Freqüência de desfolhação (% de intercepção da RFA) IAF

residual 85 95 97 Média

Ganho médio diário (g/ovino x d, CV = 31,23%) 1,0 122,2Aa 118,7Aa 109,4Aa 116,8 1,8 138,6Aa 113,7Aa 83,3Aa 111,9

Média 130,4 116,2 96,4 Ganho de peso total (kg/ovino x ciclo, CV = 28,39% )

1,0 2,6Ab 3,8Aab 4,2Aa 3,5 1,8 2,6Aa 3,2Aa 3,0Aa 2,9

Média 2,6 3,5 3,6 * Médias seguidas por letras iguais maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas não diferem significativamente (P>0,05) pelo teste de Tukey. Tabela 8 - Variáveis relacionadas ao desempenho produtivo de ovinos no 2º ciclo de

pastejo em capim-tanzânia com três freqüências de desfolhação e dois resíduos pós pastejo

Freqüência de desfolhação (% de intercepção da RFA) IAF

residual 85 95 97 Média

Ganho médio diário (g/ovino x d, CV = 21,0%) 1,0 62,3Aa 72,4Aa 39,4Aa 58,0 1,8 68,4Aa 70,2Aa 60,3Aa 66,3

Média 65,4 71,3 49,8 Ganho de peso total (kg/ovino x ciclo, CV = 21,11% )

1,0 1,4Ab 2,4Aa 1,7Aab 1,8 1,8 1,3Aa 1,9Aa 2,2Aa 1,8

Média 1,4 2,2 1,9 * Médias seguidas por letras iguais maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas não diferem significativamente (P>0,05) pelo teste de Tukey.

Os valores relacionados as variáveis Taxa de lotação por animal (TLO), Taxa de

lotação por unidade animal (TLU) e Rendimento de Peso Vivo Anual (RPV) de ovinos

pastejando em capim-tanzânia com três frequências de desfolhação e dois resíduos pós-

pastejo estão descritos nas Tabelas 9 e 10.

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Tabela 9 - Taxa de lotação de ovinos pastejando em capim-tanzânia com três freqüências

de desfolhação e dois resíduos pós-pastejo (1o ciclo de pastejo).

Freqüências de desfolhação (% de intercepção da RFA) IAF

residual 85 95 97 Média

TLO (ovin/ha,CV = 17,12) 1,0 65Aa 62Aab 48Ab 58 1,8 63Aa 63Aa 60Aa 62

Média 64 62 54 TLU (UA/ha,CV = 17,47)

1,0 6,5Aa 6,4Aa 5,1Aa 6,0 1,8 6,3Aa 6,5Aa 6,2Aa 6,3

Média 6,4 6,4 5,6 * TLO = Taxa de lotação animal por hectare, TLU = Taxa de lotação por unidade animal por hectare. * Médias seguidas por letras iguais maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas não diferem significativamente (P>0,05) pelo teste de Tukey. A taxa de lotação em ovinos/ha ou em unidades animal/ha não diferiu (P>0,05)

entre os resíduos pós-pastejo no primeiro ciclo. No caso das freqüências de desfolhação,

apenas a menor delas apresentou TLO menor à do pasto desfolhado mais freqüentemente,

no IAF residual de 1,0. Excetuando-se esse valor considerado discrepante, a ausência de

diferença na TLO no primeiro ciclo pode se justifica pelo fato do efeito dos tratamentos não

ter ainda se expressado. Esse fato pode ser comprovado pelas diferenças observadas

(P<0,05) na TLO e na TLU no segundo ciclo de pastejo.

No caso do segundo ciclo de pastejo, quando os efeitos do manejo do pastejo

(freqüência e intensidade) já tinham se expressado, observaram-se diferenças (P<0,05) na

TLO entre as freqüências de desfolhação, embora não tenha havido diferenças (P>0,05) na

TLO entre os IAFs residuais. A redução na freqüência de desfolhação propiciou elevação

na capacidade de suporte do pasto, somente naqueles sob IAF residual de 1,8 (Tabela 8).

Tal fato se repetiu da mesma forma no caso da TLU. É possível que o efeito da redução na

freqüência de desfolhação em elevar a capacidade de suporte do pasto só tenha se

manifestado no maior IAF residual por algum comprometimento no vigor de rebrotação

causado no pasto sob menor IAF residual, o que não permitiu um maior acúmulo de

forragem com o prolongamento do período de descanso.

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Tabela 10 - Taxa de lotação e rendimento de peso vivo anual de ovinos pastejando em capim-tanzânia com três freqüências de desfolhação e dois resíduos pós pastejo (2o ciclo de pastejo)

Freqüências de desfolhação (% de intercepção da RFA) IAF residual 85 95 97 Média

TLO (CV = 12,75%) 1,0 67Aa 66 Aa 63Aa 65 1,8 54Ab 57Aab 69Aa 60

Média 61 61 66 TLU (CV = 12,82%)

1,0 7,0Aa 7,0Aa 7,1Aa 7,0 1,8 5,7Ab 6,3Aab 7,3Aa 6,0

Média 6,3 6,7 7,2 Rendimento de peso vivo/ ha /ano (CV = 11,17%)

1,0 1436 Aa 1007 Aa 936 Aa 1126 1,8 1341 Aa 932Ab 816 Ab 1030

Média 1389 969 876 * TLO = Taxa de lotação animal por hectare, TLU = Taxa de lotação por unidade animal por hectare. * Médias seguidas por letras iguais maiúsculas nas colunas e minúsculas nas linhas não diferem significativamente (p > 0,05) pelo teste de Tukey.

Silva (2004), trabalhando com ovinos SPRD, sob três períodos de descanso (1,5; 2,5

e 3,5 folhas por perfilhos), observou valores médios de TLO de 69; 74 e 84 ovinos por

hectare, respectivamente. Valores diferentes das médias encontradas nesta pesquisa que

foram de 61; 61 e 66 ovinos por hectare respectivamente da menor a maior freqüência de

desfolhação.

Avaliando o desempenho de ovinos em capim-tanzânia sob lotação rotativa com

diferentes níveis de suplementação concentrada, Pompeu (2006) observou valores de taxa

de lotação animal que variaram de 61 a 73 ovinos por hectare.

Em se tratando da variável TLU, a menor freqüência de desfolhação no índice de

área foliar residual de 1,8 obteve resposta superior (P<0,05) a maior freqüência de

desfolhação. Os resultados observados foram de 7,3 e 5,7 respectivamente.

Em função dos residuais as médias não apresentaram diferenças, mostrando que não

houve interação entre as freqüências de desfolhação e os residuais. As médias de TLU

encontradas em função dos residuais foram de 7,0 e 6,0, para os IAFs de 1,0 e 1,8

respectivamente. Silva (2004), avaliando o desempenho produtivo de ovinos em capim-

tanzânia sob lotação rotativa com três períodos de descanso, obteve médias de TLU de 7, 8

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e 9 UA/ha , médias acima das encontradas nesta pesquisa. Pompeu (2006), relatou valores

para TLU variando de 7,5 a 9,06; trabalhando com ovinos pastejando em capim-tanzânia

sob lotação rotativa com quatro níveis de suplementação.

Essa maior taxa de lotação, tanto em ovinos/ha como em unidades animal/ha na

menor freqüência de desfolhação do maior IAF residual dever ser encarada com cautela.

Embora o pasto suporte uma maior quantidade de animais, o prolongamento demasiado do

crescimento do pasto acarreta prejuízo no seu valor nutritivo, o que pôde ser comprovado

pelos dados de desempenho individual dos animais, que foram inferiores naqueles pastos

com menor freqüência de desfolhação.

O rendimento de peso vivo anual (RPV) foi afetado (P<0,05) pelas freqüências de

desfolhação, mas não o foi pelos resíduos pós-pastejo (P>0,05). O maior RPV foi obtido

(P<0,05) nos pastos desfolhados mais freqüentemente em relação aos demais apenas na

condição de IAF residual de 1,8. Isso mostra que os processos indesejáveis de perda da

qualidade da forragem com o prolongamento do período de descanso são mais agravados

quando se trabalha com IAF residual maior, o qual potencializa os efeitos deletérios do

sombreamento sobre a estrutura do pasto.

Não houve efeito (P>0,05) do resíduo pós-pastejo sobre o RPV, em nenhuma das

freqüências de desfolhação. Embora esse resultado seja aparentemente inesperado, pelo

maior GPT e menor D12 obtidos no pasto sob menor IAF residual na freqüência de

desfolhação de 97%, o rendimento de peso vivo é resultado do produto do desempenho

individual pela taxa de lotação. Como pode ser observado na Tabela 8 a taxa de lotação foi

maior nos pastos sob menor IAF residual, o que anulou o efeito benéfico do maior IAF

residual sobre o desempenho individual.

Avaliando o desempenho de ovinos em capim-tanzânia sob lotação rotativa com três períodos de descanso, Silva (2004) observou médias de RPV de 3123; 2646 e

1691 kg/ha x ano, respectivamente do menor para o maior período de descanso. Já Pompeu

(2006), avaliando o desempenho de ovinos em capim-tanzânia sob lotação rotativa com

diferentes níveis de suplementação concentrada, observou um rendimento de peso vivo de

1483 kg PV/ha x ano, similar ao RPV obtido na maior freqüência de desfolhação no

presente trabalho.

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5. CONCLUSÃO

Com a diminuição da freqüência de desfolhação e o avanço do período de pastejo

ocorreu uma redução na composição químico-bromatológica, degradação da matéria seca e

principalmente na digestibilidade da matéria seca do capim-tanzânia, sendo que o maior

impacto foi causado por parte da freqüência de desfolhação. O resíduo pós-pastejo não

afetou a composição químico-bromatológica, a degradação da matéria seca e a

digestibilidade da dieta.

Os animais apresentaram um melhor desempenho quando pastejaram em piquetes

com freqüência de desfolhação de 85% de interceptação da radiação fotossinteticamente

ativa e índice de área foliar de 1,8, devido à sua maior chance de seletividade, mas deve-se

tomar cuidado quanto ao comprometimento da qualidade da forragem no longo prazo nesta

situação.

O maior rendimento de peso vivo animal por área ao longo do ano foi obtido na

freqüência de desfolhação de 85% nos dois resíduos pós-pastejo e na freqüência de

desfolhação intermediária (95% IRFA), apenas no índice de área foliar residual de 1,0,

portanto, recomenda-se adotar uma freqüência de desfolhação no capim-tanzânia menor

igual a 95% de interceptação da radiação fotossinteticamente ativa e com um IAF residual

de 1,0, a fim de compatibilizar os objetivos de produção animal e manutenção da qualidade

do pasto no longo prazo.

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7. ANEXOS

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ANEXO A - Duração cronológica de cada ciclo de pastejo, número de ciclos de pastejo e duração cronológica dos ciclos de pastejo acumulados em capim-tanzânia com três freqüências de desfolhação e dois resíduos pós pastejo

Freqüência de desfolhação (% de intercepção da RFA) IAF residual 85 95 97

Duração do ciclo de pastejo (dias) 1,0 21 ± 2 29 ± 2 36 ± 2 1,8 16 ± 3 32 ± 2 44 ± 2

Quantidade de ciclos de pastejo / tratamento (no de ciclos)

1,0 5 3 2 1,8 6 3 2

Duração total do período experimental (dias)

1,0 105 87 72 1,8 96 96 88