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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS ALEX SANDRA NASCIMENTO DE SOUZA INFLUÊNCIA DE CONSERVANTES QUÍMICOS NA DETERMINAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE TOTAL EM SUCO TROPICAL DE ACEROLA FORTALEZA 2013

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS

ALEX SANDRA NASCIMENTO DE SOUZA

INFLUÊNCIA DE CONSERVANTES QUÍMICOS NA DETERMINAÇÃO DA

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE TOTAL EM SUCO TROPICAL DE ACEROLA

FORTALEZA

2013

ALEX SANDRA NASCIMENTO DE SOUZA

INFLUÊNCIA DE CONSERVANTES QUÍMICOS NA DETERMINAÇÃO DA

ATIVIDADE ANTIOXIDANTE TOTAL EM SUCO TROPICAL DE ACEROLA

Dissertação de mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Ciência e

Tecnologia de Alimentos, da Universidade

Federal do Ceará, como requisito parcial para

obtenção do Título de Mestre em Ciência e

Tecnologia de Alimentos.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Henrique Machado

de Sousa

Co-orientadora: Profa. Dra. Maria Mozarina

Beserra Almeida

FORTALEZA

2013

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

Universidade Federal do Ceará

Biblioteca de Ciências e Tecnologia

__________________________________________________________________________________________

S713i Souza, Alex Sandra Nascimento de.

Influência de conservantes químicos na determinação da atividade antioxidante total em suco

tropical de acerola. / Alex Sandra Nascimento de Souza. – 2013.

90 f. : il. color., enc. ; 30 cm.

Dissertação (mestrado) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrarias,

Departamento de Tecnologia de Alimentos, Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de

Alimentos, Fortaleza, 2013.

Área de Concentração: Frutos Tropicais.

Orientação: Prof. Dr. Paulo Henrique Machado de Sousa.

Coorientação: Profa. Dra. Maria Mozarina Beserra Almeida.

1. Acerola. 2. Compostos bioativos. 3. Sulfitos. 4. Aditivos alimentares I. Título.

CDD 664

__________________________________________________________________________________________

À minha cunhada pela lei e irmã pelo

amor, Ana Cristina Viana, (in memoriam)

dedico este trabalho e meus cuidados ao seu

filho bem amado Isaac Viana.

Compreendi, então,

que a vida não é uma sonata que,

para realizar a sua beleza,

tem de ser tocada até o fim.

Dei-me conta, ao contrário,

de que a vida é um álbum de mini-sonatas.

Cada momento de beleza vivido e amado,

por efêmero que seja,

é uma experiência completa

que está destinada à eternidade.

Um único momento de beleza e amor

justifica a vida inteira.

Rubens Alves

AGRADECIMENTOS

A Deus, por seu Amor e Amparo nos dias sombrios, por me fazer compreender

que Seu Amor sublime opera acima de tudo. Por me fazer aceitar os infortúnios da vida como

uma oportunidade para me fortalecer e amparar os mais frágeis, com resignação.

Ao meu amor e amigo Emmanuel Demidover Sousa, por ser uma grande força em

todos os momentos dessa vida efêmera.

Aos meus amados irmãos, cunhados e sobrinhos: fonte de alegria e motivação

para prosseguir. Aos meus pais Francisco Barroso e Maria Solange de Souza, pelo amor

incondicional.

Ao meu orientador e amigo professor Paulo Henrique Machado de Sousa, por seu

exemplo, comprometimento, simplicidade e dedicação.

A professora. Maria Mozarina Beserra Almeida por sua valiosa coorientação e por

seu sorriso maravilhoso, uma pérola!

Ao professor Raimundo Wilane Figueiredo pelo apoio técnico-científico e seus

conselhos acadêmicos e de vida.

A Dra. Luciana de Siqueira Oliveira por aceitar o convite para participar da

Banca e por sua preciosa contribuição.

Ao professor Afonso Mota Ramos por contribuir de maneira enriquecedora no

presente trabalho.

A pesquisadora Maria do Socorro Rocha Bastos pela importante colaboração

desde o inicio do projeto.

Aos servidores Dona Hilda, Regina e Sr. Omar por serem grandes colaboradores,

amigos e irmãos.

A Universidade Federal do Ceará, em especial ao Programa de Pós-Graduação em

Ciência e Tecnologia de Alimentos, pela oportunidade de realização do mestrado.

À CAPES por viabilizar meus estudos, através de concessão da bolsa de estudo.

Aos amigos do Laboratório de Frutos, pela grande amizade e troca de

conhecimento: Jorgiane Lima, Luiz Bruno, Natália Kellen, Larissa Morais, Denise Josino,

Ana Cristina Lima, Aline Gurgel, Nara Vieira, Karoline Oliveira, Nágela Aguiar, Samira,

Winne Moita, Fátima Gomes e aos estagiários do Laboratório de Frutos

À Dra. Maria Leônia da Costa Gonzaga, por sua preciosa amizade, por ser um

grande exemplo de dedicação, ternura e amor ao próximo.

Às doutorandas Giovana Matias e Ana Valquíria Fonseca por terem sido mão

acolhedora e solidária no momento de delicadeza e fragilidade.

Ao Secretário do Programa de Pós-graduação Paulo Mendes por realizar sua

tarefa com competência e humor.

Aos meus amigos de percurso, da longa caminhada: Heliofábia Virgínia Facundo,

Ernanda Monteiro, Tatiana Linhares, Irmina Szustak, Hilbernon Almeida, (sempre).

Aos professores da UECE: Antonio Pádua Valencia e Derlange Belizario pelo

exemplo de trabalho e amizade.

Aos meus colegas de curso de mestrado e aos funcionários Sr. Luiz e Luciano por

não medirem esforços em ajudar.

A todos aqueles que mesmo anonimamente, de alguma forma, contribuíram para a

realização deste trabalho.

RESUMO

A indústria de alimentos utiliza-se de conservantes químicos para prolongar a vida

útil de seus produtos e manter suas características sensoriais e microbiológicas aceitáveis.

Contudo a presença desses conservantes nos alimentos pode interferir na quantificação da

atividade antioxidante total. Portanto, este trabalho objetivou avaliar a influência dos

conservantes alimentares na atividade antioxidante total, na qualidade sensorial e

microbiológica de sucos tropicais de acerola. As frutas foram lavadas, sanitizadas (200mg/L

de cloro ativo) e despolpadas, em seguida, formuladas com água e seus conservantes

específicos. Os sucos foram tratados termicamente (90ºC/60 segundos) e acondicionados a

quente em garrafas de vidro, que foram fechadas, resfriadas até 35ºC e armazenadas à

temperatura de 25ºC por 180 dias. As formulações testadas foram: suco controle, sem aditivo

(C); suco com adição de 0,004 g de metabissulfito de sódio/100 mL (SMS); suco com adição

de 0,08g sorbato de potássio /100 mL de (SSP); suco adicionado de 0,05g de benzoato de

sódio /100 mL (SBS); suco com 0,002g de metabissulfito de sódio e 0,04 g/100 mL de

sorbato de potássio/100 mL S(MS+SP)); suco com adição de 0,002g/100 mL de

metabissulfito de sódio e 0,025 g/100 mL de benzoato de sódio S(MS+BS). Foram realizadas

determinações químicas de ácido ascórbico, carotenóides totais, antocianinas totais, polifenóis

extraíveis totais e quantificação da atividade antioxidante total pelos métodos ABTS e DPPH.

Foi realizado o teste de esterilidade comercial nas amostras para determinar as condições

higiênico-sanitárias do processamento e verificar as possíveis alterações microbiológicas. Os

testes sensoriais de aceitação foram utilizados néctares de acerola, preparados por diluição a

partir do suco tropical de acerola e adicionado de sacarose até obtenção de 11 ºBrix, os quais

foram avaliados quanto aos atributos impressão global, cor, aparência, aroma, doçura, sabor e

corpo utilizando uma escala hedônica estruturada de nove pontos. Os experimentos foram

realizados em três tempos (0, 90 e 180 dias) e realizados em triplicata. Os resultados foram

tratados por análise de interação entre os diferentes tratamentos e tempo de armazenamento.

Para o teor de antocianinas, todas as amostras apresentaram média de 1,0mg/100g (P>0,05).

O teor de ácido ascórbico se manteve estável durante o armazenamento, variando de 256,22

mg/100mL para o suco C, a 301mg/100mL, para os sucos SMS e SSP. Os teores de

carotenóides totais nos tratamentos com ou sem conservantes não diferiram entre si (P>0,05),

apresentando valor médio de 0,04mg/100mL. Os flavonoides amarelos não apresentaram

diferença significativa (P>0,05), apresentando média de 5,30mg/100mL. Para pigmentos

escuros solúveis o SMS obteve a menor variação na absorbância no tempo de 90 dias (0,170 a

0,240), e a maior variação para o suco controle (0,230 a 0,320). Todas as amostras

apresentaram perdas elevadas de fenólicos durante o armazenamento, observando-se perdas

maiores entre 0 e 90 dias, que variaram de 36,59% para S(MS+BS) e 42,97% para SMS.

Houve variação significativa com o tempo para a atividade antioxidante total pelo ensaio

DPPH (P≤0,05). Os valores variaram entre 877,41 e 978,44 g/g DPPH para os sucos C e

SMS, respectivamente. Comportamento semelhante foi observado para os teores analisados

pelo método ABTS, observando-se para o SMS, 58,46 µM Trolox/g; e para o suco controle,

49,80 µM Trolox/g. A correlação positiva e significativa foi verificada entre polifenóis e o

ensaio ABTS (r = 0,78) e para DPPH (r = 0,44). Antocianinas totais e ABTS (r = 0,39) e

DPPH (r = 0,44). Os flavonóides amarelos e os ensaios ABTS e DPPH se correlacionaram

negativamente e significativamente (r = -0,83 e r= -0,52; respectivamente). Não foi observada

interação significativa entre os tratamentos e os tempos de armazenamento (P > 0,05). O

metabissulfito de sódio e suas combinações não influenciaram na aceitação sensorial dos

néctares de acerola, com avaliações dentro da faixa de aceitação para todos os atributos

analisados ao longo do tempo de armazenamento. Os aditivos sorbato de potássio e benzoato

de sódio isoladamente contribuíram para uma maior rejeição sensorial dos produtos. Os

conservantes químicos utilizados, associados ao tratamento térmico empregado, foram

eficientes para a manutenção da esterilidade comercial dos sucos tropicais de acerola.

Palavras-chave: Malpighia emarginata, atividade antioxidante, sulfitos, aditivos alimentares.

ABSTRACT

The food industry uses chemical additives to extend the shelf life of its products and maintain

their sensory and microbiological characteristics acceptable. However, the presence of

preservatives in foods may interfere in the quantification of total antioxidant activity.

Therefore, this study aimed to evaluate the influence of food preservatives on total antioxidant

activity and on the sensory and microbiological quality of acerola tropical juice. The fruits

were washed, sanitized (200 ppm sodium hypochlorite), pulped and then were formulated

with water and its specific preservatives. The juices were heat treated (90°C/60 seconds) and

hot filled in glass bottles, which were closed, cooled until 35ºC and stored at 25ºC for 180

days. The formulations tested were: control juice without additive (C); juice with addition of

0.004 g/100 mL of sodium metabisulphite (SMS); juice with addition of 0.08 g/100 mL of

potassium sorbate (SSP); juice added of 0.05 g/100 mL of sodium benzoate (SBS); juice

added of 0.002 g/100 mL of sodium metabisulfite and 0.04 g/100 mL of potassium sorbate

S(MS+ SP); juice with addition of 0.002 g/100 mL of sodium metabisulfite and 0.025 g/100

mL of sodium benzoate S(MS + BS). It was carried out chemical determinations for ascorbic

acid, total carotenoids, total anthocyanins, total extractable polyphenolics and total

antioxidant activity by ABTS and DPPH methods. Commercial sterility testing was

performed on samples to determine the hygienic and sanitary processing and to check for any

microbiological changes. In sensory acceptance tests were used acerola nectars, prepared by

dilution from the acerola tropical juice and added sucrose to obtain 11 ºBrix, using a 9-point

hedonic scale for flavor, color, aroma, sweetness, appearance, body and overall impression.

The experiments were performed at three time points (0, 90 and 180 days) and the

determinations were made in triplicate. The results were analyzed by the interaction between

the juice type and storage time. Regarding anthocyanins content, all samples showed an

average of 1.0 mg/100mL (P> 0.05). The acid ascorbic contents remained stable during the

storage and ranged from 256.22 mg/100mL (C juice) to 301mg/100mL (SMS and SSP

juices). The total carotenoid in treatments with or without preservatives did not vary

significantly among themselves, with mean values of 0.04 mg/100mL. The yellow flavonoids

showed no significant difference between the juice type (P> 0.05), averaging 5.30 mg/100

mL. For soluble dark pigments, SMS obtained the lowest range in absorbance at 90 days time

(0.170 to 0.240), and greater variation for the control juice (from 0.230 to 0.320). All samples

showed high losses of phenolics during storage, observing greater losses at times of 0 and 90

days, which ranged from 36.59% for S(BS + MS) and 42.97% for SMS. There was a

significant variation of total antioxidant activity with time by the DPPH test (P≤0.05). The

values ranged from 877.41 to 978.44 g/g DPPH for C and SMS juices, respectively. A similar

behavior was observed for contents analyzed by the ABTS testing: 58.46 mM Trolox/g for

SMS and 49.80 mM Trolox/g for control juice. A significant and positive correlation was

verified between polyphenols and ABTS (r = 0.78) and DPPH (r = 0.44); anthocyanins and

ABTS (r = 0.39) and DPPH (r = 0.44). Yellow flavonoids and ABTS and DPPH assays were

negatively and significantly correlated (r = -0.83 and r = -0.52), respectively. There was no

significant correlation between ascorbic acid and ABTS and DPPH assays. There was no

significant interaction between any treatment and storage time (P> .05). Sodium

metabisulphite and its combinations did not influence sensorial acceptance of acerola nectars,

with assessments within the acceptable range for all analyzed attributes along storage time.

The potassium sorbate and sodium benzoate singly were the additives that contributed most to

a higher rejection sensory of products. The employed chemical preservatives, associated with

the heat treatment, were effective for maintaining the commercial sterility of acerola tropical

juices.

Keywords: Malpighia emarginata, antioxidant activity, sulfites, food preservatives.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Morfologia do fruto da acerola ............................................................................... 19

Figura 2 - Estrutura básica dos flavonóides.............................................................................. 26

Figura 3 – Estrutura básica de antocianinas ............................................................................. 27

Figura 4 – Fórmula estrutural plana do β-caroteno .................................................................. 28

Figura 5 – Estrutura da vitamina C ........................................................................................... 30

Figura 6 – Isômeros do ácido ascórbico e radical livre ascobato. (a) Ácido L- ascórbico, (b)

Ácido D-ascórbico, (c) Ácido D- isoascórbico, (d) Ácido L- isoascórbico e (e)

ascorbato. ................................................................................................................. 31

Figura 7 – Estabilização do radical ABTS•+ por um antioxidante e sua formação pelo

persulfato de potássio ............................................................................................ 34

Figura 8 – Estabilização do radical livre DPPH ....................................................................... 35

Figura 9 – Fluxograma de processamento do suco tropical de acerola não adoçado ............... 37

Figura 10 - Coordenadas do sistema CIE lab de cor ................................................................ 39

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Composição química do fruto da acerola em diferentes estádios de maturação .... 19

Tabela 2 – Composição centesimal, minerais e vitamina C da acerola crua e polpa de acerola

crua congelada.......................................................................................................... 20

Tabela 3 – Resumo das características dos aditivos alimentares utilizados para conservação de

suco, néctar, polpa de fruta, suco tropical e água de coco. ...................................... 23

Tabela 4 – Principais métodos in vitro para determinação da atividade antioxidante e seus

princípios de ação .................................................................................................... 33

Tabela 5 – Formulações de conservantes alimentares para suco tropical de acerola, de acordo

com valores máximos permitidos pela ANVISA (2013) ......................................... 36

Tabela 6 – Resumo da análise estatística ANOVA para as análises físico-químicas e cor do

suco tropical de acerola não adoçado adicionado de diferentes conservantes

alimentares ............................................................................................................... 45

Tabela 7 – Resultado dos testes das médias para as análises físico-químicas em suco de

acerola (n=18). ......................................................................................................... 46

Tabela 8 – Valores médios dos parâmetros de cor c* e b* no suco tropical de acerola não

adoçado adicionado de diferentes conservantes químicos durante o armazenamento

de 180 dias. .............................................................................................................. 48

Tabela 9 – Valores médios do parâmetro de cor L* no suco tropical de acerola não adoçado

adicionado de diferentes conservantes químicos durante o armazenamento de 180

dias. .......................................................................................................................... 48

Tabela 10 – Conteúdo de pigmentos escuros solúveis no suco tropical de acerola não adoçado

adicionado de diferentes conservantes alimentares durante o armazenamento. ...... 50

Tabela 11 – Resumo da ANOVA referente ao conteúdo de compostos bioativos do suco

tropical de acerola não adoçado adicionado de diferentes conservantes alimentares

durante o armazenamento. ....................................................................................... 53

Tabela 12 – Resultado dos testes das médias para o conteúdo de ácido ascórbico, carotenóides

totais, antocianinas totais e flavonóides amarelos do suco de acerola não adoçado e

adicionado de diferentes conservantes alimentares (n=3)........................................ 54

Tabela 13 – Conteúdo de polifenóis extraíveis totais no suco tropical de acerola não adoçado

adicionado de diferentes conservantes químicos durante o armazenamento (mg

Ácido Gálico Equivalente (AGE)/ mL). .................................................................. 61

Tabela 14 – Resumo da ANOVA relativo a atividade antioxidante total pelos métodos ABTS

e DPPH obtidos do suco tropical de acerola não adoçado adicionado de diferentes

conservantes químicos em função do tempo de armazenamento, 180 dias. ............ 63

Tabela 15 – Atividade antioxidante total pelo método DPPH do suco tropical de acerola não

adoçado adicionado de diferentes conservantes químicos durante o armazenamento

(g/g DPPH). .............................................................................................................. 64

Tabela 16 – Resultado dos testes das médias para a atividade antioxidante pelo método ABTS

do suco tropical de acerola não adoçado adicionado de diferentes conservantes

químicos durante o armazenamento (n=18). ............................................................ 65

Tabela 17 – Coeficiente de correlação de Pearson entre a atividade antioxidante total pelos

métodos ABTS e DPPH e polifenóis extraíveis totais, ácido ascórbico, antocianinas

totais, carotenóides e flavonoides amarelos. ............................................................ 66

Tabela 18 – Esterilidade comercial das amostras de suco tropical de acerola com diferentes

conservantes químicos. ............................................................................................ 68

Tabela 19 – Resumo da Análise de variância (ANOVA) para os atributos sensoriais e atitude

de compra de néctares de acerola com diferentes conservantes químicos. .............. 71

Tabela 20 – Resultado dos testes das médias para os atributos sensoriais e atitude de compra

de néctares de acerola com diferentes conservantes químicos (n=3). ..................... 71

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16

2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................... 18

2.1 Fruticultura no Brasil ...................................................................................................... 18

2.2 A acerola ............................................................................................................................ 18

2.2.1 Características gerais ..................................................................................................... 18

2.2.2 Importância socioeconômical ......................................................................................... 21

2.3 Conservantes químicos alimentícios ............................................................................... 21

2.3.2 Principais conservantes químicos utilizados pela indústria de processamento de frutas

no Brasil .......................................................................................................................... 22

2.4 Compostos de importância funcional ......................................................................... 25

2.4.1 Polifenóis extraíveis totais (PET) .................................................................................... 25

2.4.2 Carotenóides .................................................................................................................... 28

2.4.3 Vitamina C ....................................................................................................................... 29

2.5 Atividade antioxidante total (AAT) ............................................................................ 32

2.5.1 Métodos de avaliação ...................................................................................................... 32

3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 36

3.1 Material ............................................................................................................................. 36

3.2 Formulações testadas ....................................................................................................... 36

3.3 Processamento do suco tropical de acerola .................................................................... 37

3.4 Determinações analíticas .................................................................................................. 38

3.4.1 Sólidos solúveis (SS) ........................................................................................................ 38

3.4.2 Acidez titulável (AT) ........................................................................................................ 38

3.4.3 pH .................................................................................................................................... 38

3.4.4 Antocianinas totais e flavonóides amarelos .................................................................... 38

3.4.5 Cor instrumental .............................................................................................................. 39

3.4.6 Pigmentos escuros solúveis ............................................................................................. 40

3.4.7 Ácido ascórbico ............................................................................................................... 40

3.4.8 Carotenóides Totais ......................................................................................................... 40

3.4.9 Obtenção dos extratos para determinação dos polifenóis extraíveis totais e da atividade

antioxidante total ............................................................................................................ 40

3.4.10 Polifenóis extraíveis totais (PET) .................................................................................. 41

3.4.11 Atividade antioxidante total (AAT) ................................................................................ 41

3.5 Análise Sensorial ............................................................................................................... 42

3.6 Teste de Esterilidade Comercial ...................................................................................... 43

3.7 Delineamento Experimental e Análise Estatística dos Dados ....................................... 44

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 45

4.1 Características físico-químicas e análise da cor............................................................. 45

4.2 Influência dos aditivos químicos no conteúdo dos componentes bioativos e na

determinação da atividade antioxidante total ...................................................................... 53

4.2.1 Estudo dos componentes bioativos .................................................................................. 53

4.2.2 Atividade antioxidante total pelos métodos ABTS e DPPH ............................................ 63

4.4 Análise Sensorial ............................................................................................................... 70

5 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 73

REFERENCIAS...................................................................................................................74

APÊNDICE A- FICHA DE RECRUTAMENTO DOS PROVADORES............................. 88

APÊNDICE B - FICHA PARA ANÁLISE SENSORIAL..................................................... 89

APÊNDICE C – PROTOCOLO DE APROVAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA PELO

COMITÊ DE ÉTICA.................................................................................................................................... 90

16

1 INTRODUÇÃO

As frutas tropicais vêm sendo consumidas cada vez mais por suas propriedades

nutricionais e funcionais, grande destaque para sua atividade antioxidante que está

relacionada a benefícios à saúde humana. Frutas e hortaliças fornecem nutrientes importantes

para que o organismo desempenhe suas funções básicas e seu consumo insuficiente aumenta o

risco de doenças crônicas não transmissíveis, como as cardiovasculares e alguns tipos de

câncer.

O Brasil é um dos maiores produtores de frutas tropicais, sendo grande o

desperdício das mesmas por sua alta perecibilidade e limitação quanto ao uso de recursos

tecnológicos. Uma alternativa viável para o escoamento dessa produção seria o

processamento de frutas na forma de sucos e polpas, diminuindo perdas e agregando valor.

Economicamente, o processamento de sucos se sobressai, em particular os produtos prontos

para beber, tomando cada vez mais a frente no mercado, atendendo a um apelo no meio

consumidor por itens de fácil uso e relacionados com a saúde (ANUÁRIO, 2010).

Frutas e hortaliças contêm muitos compostos com potencial atividade

antioxidante, como vitaminas C e E, carotenóides e uma variedade de compostos fenólicos

simples, glicosídeos e flavonóides (PELLEGRINI et al., 2007). A quantificação do conteúdo

de componentes antioxidantes em frutas e hortaliças é essencial para avaliar os alimentos que

são fontes de compostos bioativos e estimar sua ingestão pela população e benefícios na

prevenção de doenças (FALLER; FIALHO, 2009).

Os compostos antioxidantes atuam inibindo e/ou diminuindo os efeitos causados

pelos radicais livres. São importantes porque combatem os processos oxidativos, diminuindo

os danos ao DNA e às macromoléculas, reduzindo assim os danos cumulativos que podem

desencadear doenças como o câncer, cardiopatias e cataratas (MAIA et al. 2007).

As frutas exibem diferentes atividades antioxidantes de acordo com seu conteúdo

de compostos bioativos. Dentre as várias frutas tropicais que apresentam potencial para

aproveitamento agroindustrial e, consequentemente, participar da composição de bebidas

funcionais, destaca-se a acerola.

17

A acerola (Malpighia emarginata DC) tem uma curta vida útil, mas alto valor

nutricional, principalmente por ser uma rica fonte de vitamina C, carotenóides e antocianinas,

pigmentos antioxidantes cuja combinação é responsável pela cor vermelha do fruto (LIMA et

al., 2005).

No Brasil, diversas indústrias de sucos de frutas tropicais utilizam métodos de

conservação combinado, onde associam a aplicação da pasteurização com a adição de aditivos

químicos, objetivando provocar a inibição do crescimento microbiano, da atividade

enzimática e a redução das reações químicas que juntos ocasionam alterações indesejáveis nas

características microbiológicas, nutricionais e sensoriais do produto. Os aditivos alimentares

utilizados normalmente como conservantes pelas indústrias de sucos são combinações de

ácido benzóico e dióxido de enxofre na forma de seus respectivos sais de sódio e potássio

(MAIA et al., 2006).

O uso de aditivos de forma isolada ou combinada geralmente está associado às

alterações nos atributos sensoriais dos alimentos, pois embora preservem a cor desses frutos,

o que é benéfico na avaliação sensorial (COSTA et al., 2003; PINA et al., 2003), podem

também modificar o sabor natural de alguns frutos de sabor mais delicado.

Assim, este trabalho teve por objetivos: verificar a influência dos conservantes

metabissulfito de sódio, benzoato de sódio, sorbato de potássio e suas combinações na

determinação da atividade antioxidante total pelos ensaios ABTS e DPPH• no processamento

de suco tropical de acerola; correlacionar os teores de ácido ascórbico, carotenóides, fenólicos

totais e atividade antioxidante total pelos métodos ABTS e DPPH•; avaliar os parâmetros de

cor (L*, a*, b*, croma e Hue) e estudar o efeito dos conservantes na inibição do crescimento

microbiológico.

18

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Fruticultura no Brasil

A fruticultura é considerada uma das atividades mais dinâmicas da economia

brasileira, apresentando uma evolução contínua. O Brasil chama a atenção pela diversidade de

espécies que o País oferece a sua população e ao mercado internacional. Das regiões

temperadas aos trópicos e à linha do Equador, poucas são as variedades que não se adaptam

ao clima e ao solo nacionais (ANUÁRIO, 2012).

O Brasil continua na posição de terceiro maior produtor mundial de frutas,

perdendo para China e Índia. No que diz respeito às espécies de clima tropical, o País ocupa o

primeiro lugar. As principais regiões produtoras no Brasil são Sudeste, Nordeste e Sul. Em

2010, o Estado de São Paulo respondeu por 32,9% da oferta nacional de frutas frescas,

segundo do IBGE. Na sequência está Bahia, com participação de 15,1%, Rio Grande do Sul

(7,9%), Minas Gerais (7,1%), Pernambuco (5,2%) e demais estados (31,8%), (ANUÁRIO,

2012).

A produção de acerola no Ceará em 2011 foi de 13.279 toneladas, sendo sua

estimativa para o ano de 2012 de 14.109 toneladas (LSPA/IBGE, 2012). A fruticultura é de

grande relevância social, visto que tanto os cultivos extensivos, como os intensivos, exigem a

presença constante do agricultor nas áreas de cultivo e requerem mão de obra em grande

escala; além de se tratar de uma atividade agrícola que propicia a fixação do homem no

campo. Nas culturas como a aceroleira pode-se esperar atividade o ano quase todo, pois esta

espécie produz de quatro a seis safras anuais (SOUZA et al., 2006).

2.2 A acerola

2.2.1 Características gerais

Acerola (Malpighia emarginata DC) é conhecida por seu alto valor nutritivo,

especialmente pelo seu alto conteúdo de vitamina C, associado à presença de antocianinas,

carotenóides e elementos como o ferro e cálcio (MERCALI et al., 2013).

19

A acerola, fruto da aceroleira, é uma drupa, carnosa, variando na forma, tamanho

e peso. Nela, o epicarpo (casca externa) é uma película fina; o mesocarpo ou polpa representa

70 a 80% do peso total do fruto e o endocarpo é constituído por três caroços unidos, com

textura pergaminácea, que dão ao fruto o aspecto trilobado, figura 1. Cada caroço pode conter

no seu interior uma semente, com 3 a 5 mm de comprimento, de forma ovóide, com dois

cotilédones (ALMEIDA et al., 2002). A polpa é muito suculenta e refrescante, com sabor

frutado e adocicado.

Figura 1 – Morfologia do fruto da acerola

Fonte: Caderno Tecnológico, CENTEC, 2004.

A composição química, inclusive a distribuição de seus compostos aromáticos,

dependente das espécies, condições ambientais e estádio de maturação da fruta

(VENDRAMINI; TRUGO, 2000), (tabela 1).

Tabela 1 – Composição química do fruto da acerola em diferentes estádios de maturação

Constituintes

Estádios de maturação

Imatura

(Verde)

Intermediária

(Amarela)

Madura

(Vermelha)

Vitamina C (mg/100g) 2164 1065 1074

Proteína (%) 1,2 0,9 0,9

Cinzas (%) 0,4 0,4 0,4

Umidade (%) 9,1 92,4 92,4

Sólidos solúveis (%) 7,8 7,7 9,2

Açúcares Redutores (%) 3,3 4,2 4,4

Açúcares não-redutores (%) 1,1 0,1 -

Fonte: (VENDRAMINI; TRUGO, 2000).

O teor de vitamina C e outras características atribuídas à qualidade da acerola, tais

como coloração, peso e tamanho dos frutos, teor de sólidos solúveis e pH do suco, além de

serem afetadas pela desuniformidade genética dos pomares, sofrem influência de vários

20

outros fatores, como precipitações pluviais, temperatura, altitude, adubação, irrigação e a

ocorrência de pragas e doenças (NOGUEIRA et al., 2002).

Na acerola, consta-se ainda a presença de carotenóides, antocianinas, flavonóides,

ferro, cálcio, fósforo, além de tianina, riboflavina e niacina. Muita atenção tem sido dada aos

carotenóides e flavonóides devido às suas propriedades antioxidantes (LIMA et al., 2005;

MEZQUITA; VIGOA, 2000). Devido à degradação da clorofila e à síntese de antocianinas e

carotenóides, a cor da acerola muda de tonalidade com o amadurecimento, passando do verde

ao amarelo, laranja, vermelho ou roxo (PORCU; RODRIGUEZ-AMAYA, 2003). A presença

de antocianinas confere a cor vermelha da acerola, no estádio maduro (LIMA et al., 2002).

A tabela 2 apresenta a composição centesimal, minerais e vitamina C da acerola

crua e polpa de acerola crua congelada, onde se destaca seu elevado teor de vitamina C,

fazendo desta fruta uma fonte excelente capaz de satisfazer a recomendação dietética para um

adulto que é de 45mg por dia, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL,

2005).

Tabela 2 – Composição centesimal, minerais e vitamina C da acerola crua e polpa de acerola

crua congelada.

Determinação 100g da parte comestível

Acerola crua Acerola (polpa congelada)

Umidade (%) 90,5 93,6

Energia (kcal) 33,0 22,0

Proteína (g) 0,9 0,6

Lipídio (mg) 0,2 traço

Carboidrato (g) 8,0 5,5

Fibra alimentar (g) 1,5 0,7

Cinza (g) 0,3 0,4

Cálcio (mg) 13,0 8,0

Magnésio (mg) 13,0 9,0

Vitamina C (mg) 941,4 623,2

Tianina traço traço

Riboflavina 0,04 0,10

Niacina 1,38 traço Fonte: NEPA /UNICAMP (2011).

21

2.2.2 Importância socioeconômica

A Região Nordeste se destaca com a produção de várias frutas tropicais, dentre

estas se encontra a acerola que passou a receber maior atenção por suas propriedades

funcionais, principalmente pelo seu alto teor de vitamina C, sendo considerada uma excelente

fonte natural desta vitamina e por seu alto teor de betacaroteno.

A acerola destaca-se ainda, por seu fácil cultivo, sabor e aroma agradáveis e a

grande capacidade de aproveitamento industrial, que viabiliza a elaboração de vários produtos

ao mesmo tempo em que promove a geração de empregos. No entanto, há carências quanto a

dados de produção (áreas plantada e colhida) de acerola e comercialização do fruto in natura e

de seus produtos (FREITAS et al., 2006a).

A acerola é comercializada in natura e na forma de polpa. Diversos são os

produtos à base de acerola disponíveis no mercado, entre os principais encontrados são sucos

integral e concentrado, néctares, sorvetes, cobertura de biscoito, geleias e compotas.

A acerola também pode ser utilizada no enriquecimento de sucos e de alimentos

dietéticos, na forma de alimentos nutracêuticos, como comprimidos ou cápsulas, empregados

como suplemento alimentar, chás, bebidas para esportistas, barras nutritivas e iogurtes

(CARPENTIERI-PÍPOLO et al., 2002).

2.3 Conservantes químicos alimentícios

A adição de compostos químicos para atuarem como conservadores em alimentos

e bebidas é uma prática cada vez mais comum presente na indústria alimentícia. A principal

função desses aditivos é impedir o crescimento e a germinação de microrganismos mantendo,

desta forma, a aparência e o sabor do mesmo e protegendo os consumidores dos riscos

provocados por bactérias, fungos e leveduras, responsáveis por diversas patologias e

infecções (CARDOSO et al., 2011).

Os conservantes também são comumente utilizados para inibir a atividade

enzimática (SALINAS, 2002), reduzir as perdas nutricionais e alterações químicas e

prolongar a vida de prateleira do alimento (ZENGIN et al., 2011), já os acidulantes químicos

adicionam acidez ao alimento alterando o seu pH (YOSHIKAWA, SAITO;

SAKURAGAWA, 2011).

Em diferentes países o uso de aditivos alimentares é limitado através de

regulamentos específicos que são estabelecidos com base na sua segurança de uso e na sua

22

necessidade tecnológica. O Brasil, assim como outros países, segue as recomendações do

JECFA (Comitê Conjunto FAO/OMS de Peritos em Aditivos Alimentares) para o uso seguro

de aditivos (MACHADO, 2007).

Segundo a Portaria SVS/MS nº. 540/97 (BRASIL, 1997):

Aditivo alimentar é qualquer ingrediente adicionado intencionalmente

aos alimentos, sem o propósito de nutrir, com o objetivo de modificar

as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante

fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem,

acondicionamento, armazenamento, transporte ou manipulação de um

alimento. Ao agregar-se, poderá fazer com que o próprio aditivo ou

seus derivados se convertam em um componente de tal alimento. Essa

definição não inclui os contaminantes ou as substâncias nutritivas que

são incorporadas ao alimento para manter ou melhorar suas

propriedades nutricionais.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é responsável

pelo processo de registro de aditivos, pesticidas e drogas veterinárias e pela condução de

avaliação do risco da exposição humana a estas substâncias e a contaminantes em alimentos.

Internacionalmente, procedimentos de avaliação do risco são conduzidos pelos comitês

científicos da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização para Alimentação e

Agricultura (Food and Agriculture Organization - FAO) para subsidiar o estabelecimento de

padrões alimentares pelo Codex Alimentarius. O Joint FAO/WHO Expert Committee on Food

Additives (JECFA) avalia questões relativas a aditivos alimentares, contaminantes e drogas

veterinárias e o JMPR (Joint FAO/WHO Meeting on Pesticide Residues) aquelas relacionadas

a resíduos de pesticidas (JARDIM; CALDAS, 2009).

2.3.2 Principais conservantes químicos utilizados pela indústria de processamento de frutas

no Brasil

Os conservantes mais utilizados em produtos de frutas são o benzoato de sódio, o

metabissulfito de sódio, o sorbato de potássio e o ácido cítrico (tabela 3).

23

Tabela 3 – Resumo das características dos aditivos alimentares utilizados para conservação de

suco, néctar, polpa de fruta, suco tropical e água de coco.

Aditivo Estrutura Eficiência pH Impacto

Teor máximo

permitido1

(g/100 mL)

Ácido cítrico

(antioxidante)

Fungos e

leveduras

- Inóculo do ponto

de vista da saúde

Quantum satis 2,3

Metabissulfito

de sódio

(antioxidante)

Bactérias,

fungos e

leveduras.

Melhor

eficiência em

3,5

Acima

recomendado

sabor e aroma

desagradável

0,005 ( como SO2

residual)

Benzoato de

sódio

(conservador)

Fungos,

leveduras e

bactérias.

Melhor

eficiência

2,5-4,0

Sabor

desagradável

0,1

(como ácido

benzóico)

Sorbato de

potássio

(conservador)

Fungos

filamentosos

e leveduras.

Eficaz abaixo

de 6,5

Baixa toxicidade 0,1

( ác.sórbico)

Fonte: Elaborada pela autora. 1 - segundo a RDC nº 8, de 06 de março de 2013. 2 – Quantidade suficiente para

obter o efeito desejado. 3 – Exceto para suco adicionado de açúcares.

O ácido cítrico é um ácido orgânico fraco, tricarboxílico (2-hidroxi-1,2,3-

propanotricarboxílico), presente na maioria das frutas, principalmente nas cítricas. É um

acidulante, mas é considerado um antioxidante por quelar íons metálicos. Alimentos que

permitem seu uso incluem produtos de frutas, coco ralado, leite de coco, óleos e gorduras,

todos qsp (quantidade suficiente para obter o efeito desejado) (GAVA et al., 2008).

A adição de compostos à base de enxofre (Na2S2O5 ou K2S2O5 - metabissulfito de

sódio ou potássio e/ou KHSO3 - bissulfito de potássio) é o recurso mais utilizado para

solucionar os problemas de oxidação e interferências microbianas indesejadas durante a

fermentação. O SO2 liberado por esses compostos controla as reações de oxidação e atua

também inibindo o crescimento de microrganismos através da redução da atividade específica

da ATPase (CARRETÉ et al., 2002). O metabissulfito de sódio é o principal composto usado

na conservação de alimentos, gerando o dióxido de enxofre e seus ânions.

As reações químicas originadas quando o dióxido de enxofre é adicionado às

frutas e a outros alimentos são complexas. Quando o dióxido de enxofre é absorvido pelas

frutas, ou por produtos com pH similar, ele é convertido, principalmente, em íon bissulfito. O

íon bissulfito pode permanecer livre e disponível para retardar a formação de compostos tipo

24

Maillard, e pode também se ligar, reversivelmente, a certos compostos como os grupos

carbonilas de aldeídos. A maior parte do íon bissulfito fica disponível em solução a pH 3,5

(POPOLIM, 2009).

A depender do pH do meio, irão predominar diferentes espécies de S(IV) em

solução aquosa: em soluções cujo pH seja inferior a 1,5 irão prevalecer espécies hidratadas

(SO2.2H2O), em soluções com pH entre 1,5-6,5 aparecerá com maior destaque a espécie

bissulfito (HSO3-) e, finalmente, em pH superior a 6,5 predomina a espécie sulfito (SO3

2-). As

diversas formas das espécies de S(IV) influenciam de diferentes maneiras nas suas

propriedades (MARTINS, 2002).

O sulfito reage prontamente com aldeídos, cetonas, antocianinas e proteínas,

formando uma grande variedade de sulfitos orgânicos combinados. A extensão da reação é

dependente de pH, temperatura, concentração de sulfito e componentes reativos presentes no

produto. Em face da rápida reação do sulfito com os componentes do alimento, espera-se

encontrar muito pouco sulfito livre no produto no momento do consumo (ARAÚJO, 2008).

Apesar da eficácia dos sulfitos, inúmeros efeitos adversos à saúde humana têm

sido relacionados à sua ingestão, principalmente, crises asmáticas em indivíduos sensíveis a

esta substância. Distúrbios neurológicos sérios também foram diagnosticados em uma

pequena parcela da população com reduzida atividade da enzima sulfito oxidase, responsável

pela conversão de sulfito a sulfato, esse último inócuo e rapidamente excretado pelo

organismo. Adicionado a isso, náuseas, irritação gástrica, e urticária também são relatados.

O benzoato de sódio possui ação mais efetiva contra fungos e leveduras,

possuindo pouco efeito contra bactérias (Tabela 3). O metabissulfito de sódio é mais eficiente

sobre as bactérias do que sobre os fungos e as leveduras e o sorbato de potássio é eficiente no

controle de fungos, também podendo inibir o crescimento de leveduras e de algumas espécies

de bactérias (GAVA, 2008).

O benzoato de sódio é reconhecido Geralmente Como Seguro (GRAS) pelo Food

and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, em concentrações de até 0,1g/100mL.

Em pesquisa realizada na Alemanha foi constatada a presença de benzeno em suco de cenoura

em cerca de 94% das amostras analisadas, com concentração média de 0,186g/100mL. Não

existe legislação específica para teor de benzeno em sucos de frutas e hortaliças. O limite

máximo estabelecido pela legislação é indicado para o benzoato de sódio, que é de

0,05g/100mL (LACHENMEIER et al. 2008).

25

Em estudo in vitro realizado por Zengin et al. (2011), foi constatado que o

benzoato de sódio e o benzoato de potássio são substâncias mutagênicas e citotóxicas para os

linfócitos humanos, destacando que todos os aditivos alimentares devem ser mantidos sob

observação permanente dos órgãos competentes.

A utilização de alguns conservantes como o benzoato de sódio, pode estar

relacionada com malefícios à saúde, como a formação de benzeno, substância considerada

tóxica, que pode estar relacionada com a incidência de câncer. Diversos casos de reações

alérgicas, como urticária e asma, têm sido relacionados com a ingestão de benzoatos (World

Health Organization, 2000).

Os sorbatos atuam em largo espectro de microrganismos e possuem efeito quase

nulo sobre o sabor de alimentos de gosto suave. A eficácia dos sorbatos aumenta com o

aumento da acidez. Os sorbatos são rapidamente metabolizados, por isso, possuem baixa

toxicidade, porém, existem relatos de casos de convulsões, alergias e inflamações em pessoas

com sensibilidade a esses compostos (WANG, 2006).

Gurtler et al. (2011) constataram que a utilização de uma mistura contendo

0,035g/100mL de sorbato de potássio e 0,075g/100mL de benzoato de sódio, a 45º C, inibiu o

crescimento de E. coli O157:H7 em suco de morango.

2.4 Compostos de importância funcional

2.4.1 Polifenóis extraíveis totais (PET)

Os compostos fenólicos estão amplamente distribuídos nas plantas e nos últimos

anos, eles ganharam muita atenção, devido à suas propriedades antioxidantes, atividade e

capacidade de sequestro de radicais livres com potencial implicações benéficas na saúde

humana (ROSS; KASUM, 2002). As frutas, principalmente as que apresentam a coloração

vermelha/azul, são as mais importantes fontes de compostos fenólicos em dietas alimentares.

Especialmente os derivados do ácido hidroxibenzóico e do ácido hidroxicinâmico, dentre

estes citam-se: as antocianinas, os flavonóis, as catequinas e os taninos (hidrolisados ou

condensados) nas quais estão frequentemente presentes (SCALBERT; JOHNSON;

SALTMARSH, 2005).

Os fenólicos compreendem uma grande diversidade de compostos que podem ser

classificados em diferentes grupos, com base no número de anéis fenol que eles contêm os

26

elementos estruturais que ligam estes anéis um ao outro (MANACH et al., 2004). As

distinções são, portanto, feitas entre os ácidos fenólicos (Ácidos hidroxibenzóico e

hidroxicinâmicos), estilbenos, ligninas e os flavonóides (antocianinas, flavan-3-ols, flavonas e

flavonóis, entre outros). Flavan-3-ols podem ser encontradas como oligômeros e polímeros e

são conhecidos como taninos condensados (TSAO e DENG, 2004).

Muitas evidências sugerem fortemente a contribuição dos polifenóis na prevenção

e no tratamento de doenças cardiovasculares, câncer, osteoporose, doenças

neurodegenerativas e diabetes mellitus (BAKAR et al., 2010).

A atividade antioxidante de compostos fenólicos deve-se principalmente às suas

propriedades redutoras e estrutura química. Estas características desempenham um papel

importante na neutralização ou sequestro de radicais livres e quelação de metais de transição,

agindo tanto na etapa de iniciação como na propagação do processo oxidativo. Os

intermediários formados pela ação de antioxidantes fenólicos são relativamente estáveis,

devido à ressonância do anel aromático presente na estrutura destas substâncias (HASLAM,

1996; SOARES, 2002; CHUN et al. 2005).

Os flavonóides (figura 2) são os polifenóis mais abundantes na dieta humana. São

caracterizados pelo núcleo básico flavílio (cátion 2-fenilbenzopirílio) que consiste de dois

anéis aromáticos unidos por uma unidade de três carbonos e condensados por um oxigênio.

Eles podem ser divididos em várias classes de acordo com o grau de oxidação do heterociclos

de oxigênio: flavonas, flavonóis, isoflavonas, antocianinas, flavonóides, proantocianidinas e

flavanonas (SCALBERT; WILLIAMSON, 2000).

Figura 2 - Estrutura básica dos flavonóides

Fonte: SCALBERT; WILLIAMSON (2000).

Muitos estudos têm demonstrado que os flavonóides têm uma forte atividade

antioxidante e antiinflamatória (BEARA et al., 2009; LEONG et al., 2010; LI et al., 2009). A

atividade antioxidante dos flavonóides é consequência das suas propriedades de óxido-

27

redução, as quais podem desempenhar um importante papel na absorção e neutralização de

radicais livres (DEGÁSPARI; WASZCZYNSKYJ, 2004). Dessa forma, eles demonstram

grande eficiência no combate de vários tipos de moléculas oxidantes que estão envolvidos em

danos no DNA e formação de tumores (MACHADO et al. 2008).

A ação antioxidante dos flavonoides é desempenhada de acordo com as equações

abaixo:

Flavonoide (OH) + R• flavonoide (O•) + RH

Flavonoide (OCH3) + R• flavonoide (O•) + RCH3

Esquema 1. Ação antioxidante de um carotenóide frente a um radical livre.

Fonte: UENOJO at al. (2007).

As antocianinas fazem parte do grupo dos flavonoides. A molécula de antocianina

(Figura 3) é constituída por duas ou três porções, uma aglicona (antocianidina), um grupo de

açúcares e, frequentemente, um grupo de ácidos orgânicos. Aproximadamente 22 agliconas

são conhecidas, das quais 18 ocorrem naturalmente e apenas seis (pelargonidina, cianidina,

delfinidina, peonidina, petunidina e malvidina) são importantes em alimentos (FRANCIS,

1982).

Figura 3 – Estrutura básica de antocianinas

Fonte: MALACRIDA; MOTA (2006).

28

A baixa estabilidade das antocianinas presente na acerola representa um problema

durante o armazenamento do suco pasteurizado e polpa congelada desta fruta. Devido à perda

de cor que ocorre nestes produtos, diversos corantes, tais como amarelo de tartrazina e

vermelho Bordeaux foram adicionados a estes produtos no Brasil (ROSSO; MERCADANTE,

2007).

2.4.2 Carotenóides

Os carotenóides são um grande grupo de pigmentos presentes na natureza, com

mais de 600 estruturas caracterizadas. São responsáveis pelas cores do amarelo ao vermelho

de frutas, hortaliças, fungos e flores, utilizados comercialmente como corantes alimentícios e

em suplementos nutricionais. Carotenóides são tetraterpenóides de 40 carbonos unidos por

unidades opostas no centro da molécula. Os carotenóides parecem desempenhar alguns papéis

fundamentais na saúde humana, sendo essenciais para a visão (UENOJO et al., 2007).

Alguns carotenóides podem ser convertidos em vitamina A e, como tal,

desempenham um importante papel na prevenção da sua síndrome, que causa xeroftalmia bem

como distúrbios de crescimento na primeira infância (RAMALHO, 2001). O mais ativo dos

carotenóides provitamínicos A é o β-caroteno (COMBS, 2002), figura 3.

Figura 4 – Fórmula estrutural plana do β-caroteno

Fonte: RATLEDGE; EVANS, (1989).

As reações dos carotenóides com radicais livres levam à transferência de elétrons

ou possíveis reações adicionais. O Esquema 2 exemplifica modo de ação de um carotenóide

frente a um radical livre.

R• + CAR(H) RH + *CAR

Esquema 2. Ação de um carotenóide frente a um radical livre.

Fonte: UENOJO at al. (2007).

29

Uma vez que os carotenóides em sistemas biológicos estarão sempre associados

com outros sistemas de óxido-redução, a interação com outros antioxidantes poderá gerar

efeitos sinergísticos (MALDONADO-ROBLEDO et al., 2003). Sabe-se que a estrutura dos

carotenóides exerce grande influência sobre a atividade antioxidante. Por ex., cataxantina e

astaxantina apresentam melhores atividades antioxidantes que o caroteno ou zeaxantina. A

atividade antioxidante aumenta com o aumento do número de duplas ligações conjugadas,

grupos cetona e presença do anel ciclopentano em sua estrutura (UENOJO et al., 2007).

Os carotenóides são pigmentos encontrados nas plantas, solúveis em gordura, e

têm sido relatados por ter um número de ações biológicas, como atividade antioxidante,

imuno aprimoramento, inibição da mutagênese e transformação, e regressão das lesões pré-

malignas (KRINSKI, 1993).

Os carotenóides são sensíveis à luz, à exposição a ácidos e ao calor em excesso.

Esta sensibilidade os torna muito vulneráveis durante o processamento e armazenamento, o

que faz com que vários cuidados devam ser tomados para minimizar suas perdas

(DAMODARAN; FENNEMA, 2010).

2.4.3 Vitamina C

A mais importante vitamina, encontrada em frutas e hortaliças, para a alimentação

humana é a vitamina C. Mais de 90% da vitamina C da dieta humana provêm de frutas e

hortaliças (MORAES et al., 2010).

A vitamina C é estável na forma seca e dissolve-se facilmente em água (0,3

g/mL). Uma vez dissolvida, fica muito sensível ao oxigênio, luz e temperatura, estável em

meio ácido e instável em meio alcalino. Sua oxidação pode ser acelerada na presença de cobre

ou ferro (PILON, 2003).

O ácido ascórbico é comumente reconhecido como um dos mais importantes

antioxidantes naturais presentes em frutos com efeito protetor contra diversas doenças

relacionadas com o stress oxidativo (ODRIOZOLA-SERRANO et al., 2008).

30

A vitamina C atua na fase aquosa como um excelente antioxidante sobre os

radicais livres, mas não é capaz de agir nos compartimentos lipofílicos para inibir a

peroxidação dos lipídeos (PEREIRA, 2009).

A vitamina C tem múltiplas funções no organismo. É necessária para a produção

e manutenção do colágeno; é responsável pela cicatrização de feridas, fraturas, contusões e

sangramentos gengivais; e reduz a suscetibilidade à infecção, desempenha papel na formação

de dentes e ossos, aumenta a absorção de ferro e previne o escorbuto. Desse modo, a vitamina

C é importante no desenvolvimento e manutenção do organismo humano (COMBS, 2002).

A molécula do ácido ascórbico tem um anel γ-lactona quase planar com dois

centros quirais nas posições 4 e 5 (Figura 5), determinando dois pares de estereoisomêros: os

ácidos L e D ascórbico (Figura 6a e 6b, respectivamente) e os ácidos D e L isoascórbicos

(Figura 5c e 5d, respectivamente). São epímeros (par de diasterômeros que diferem entre si

somente na configuração de um único átomo). Os ácidos L-ascórbico e D-isoascórbico (este

último possui somente 5% de atividade vitamínica) e os ácidos D-ascórbico e L-isoascórbico

(não possuem atividade vitamínica). A oxidação reversível devido à perda de um átomo de

hidrogênio (perda de um elétron) leva ao radical semideidroascórbico ou ascorbato (Figura

5e) (ROSA et al., 2007).

Figura 5 – Estrutura da vitamina C

Fonte: ROSA et al., 2007

31

Figura 6 – Isômeros do ácido ascórbico e radical livre ascobato. (a) Ácido L- ascórbico, (b)

Ácido D-ascórbico, (c) Ácido D- isoascórbico, (d) Ácido L- isoascórbico e (e) ascorbato.

Fonte: ROSA et al., 2007.

A acidez da vitamina C é justificada primeiramente devido à extensão da

conjugação da carbonila presente no carbono 1, aumentando a característica ácida da hidroxila

no carbono 3. A hidroxila no carbono 2 faz parte de um enol e sua acidez é pouco maior que a

do fenol (ROSA et al., 2007). O ácido deidroascórbico (DIA) é a forma oxidada do ácido

ascórbico (AA) e possui 80% da atividade biológica de seu precursor não oxidado (NAIDU,

2003; HERNÁNDEZ et al. 2006) . A atividade antioxidante da vitamina C envolve a doação

de um elétron e a formação do radical livre ascorbato. O ácido dehidroascórbico representa

menos de 10% da vitamina C total dos vegetais, tendendo a aumentar com o período de

estocagem. Por isso existem muitos trabalhos cujo escopo é dosar os teores de ácido ascórbico

e também dehidroascórbico (ROSA et al., 2007).

32

O ácido ascórbico é afetado pelo processamento de frutas e vegetais, por isso sua

retenção é usada frequentemente como indicativo da qualidade nutricional e até mesmo de

conservação dos alimentos. Durante o processamento ou armazenamento, podem ocorrer

perdas da vitamina C através de uma série de rotas diferenciadas. (ROSA et al., 2007).

2.5 Atividade antioxidante total (AAT)

Em decorrência da grande diversidade química existente, em especial entre os

compostos fenólicos, vários ensaios têm sido desenvolvidos para avaliação da capacidade

antioxidante de amostras. Alguns deles determinam a habilidade dos antioxidantes em

sequestrar espécies reativas geradas no meio reacional. Outros avaliam a eficiência dos

antioxidantes em inibir a peroxidação lipídica por meio de: quantificação dos produtos da

reação - dienos conjugados e hidroperóxidos; quantificação dos produtos da decomposição da

peroxidação lipídica, ou medição da inibição da oxidação do lipídio do sistema pelo

antioxidante a ser testado. Deve-se, também, considerar a necessidade de identificar

marcadores de um extrato que atestem a reprodutibilidade de sua preparação e atividade, uma

vez que a composição química de qualquer espécie varia segundo muitos fatores: variedade da

planta, local de cultivo, estação e hora de coleta, características da entomofauna etc.

(OLIVEIRA et al, 2009).

2.5.1 Métodos de avaliação

Diversas metodologias para quantificação de antioxidantes têm sido empregadas

em alimentos, como a mensuração da capacidade de absorção do radical oxigênio (ORAC),

poder antioxidante de redução do íon férrico (FRAP), a capacidade antioxidante do

equivalente Trolox (TEAC), o sistema β-caroteno/ácido linoléico e DPPH, todos baseados em

diferentes mecanismos e utilização de diferentes antioxidantes (MOURA, 2010).

Na Tabela 4 são apresentados alguns dos principais métodos usados para

avaliação da atividade antioxidante, bem como o princípio de cada um. Estas metodologias

diferem entre si, em termos do mecanismo da reação envolvida, espécies oxidantes e alvos,

condições reacionais e expressão dos resultados. Até mesmo quando um destes métodos é

considerado, diferentes padrões de antioxidantes, solventes, tempo de reação e pH são fatores

determinantes na atividade antioxidante medida (SÁNCHES-MORENO, 2002;

33

MAGALHÃES et al., 2008). Assim, informações válidas sobre o perfil antioxidante completo

de uma matriz alimentar ou composto puro são obtidas pela aplicação de um conjunto de

métodos analíticos.

Tabela 4 – Principais métodos in vitro para determinação da atividade antioxidante e seus

princípios de ação

Método Princípio

ABTS Transferência de elétrons

DPPH Transferência de elétrons

FRAP Transferência de elétrons

ORAC Transferência de átomo de hidrogênio

TRAP Transferência de átomo de hidrogênio

âcaroteno/ácido linoléico Transferência de átomo de hidrogênio

Inibição da oxidação do LDL Transferência de átomo de hidrogênio

Fonte: HUANG, OU E PRIOR (2005).

Os dois métodos de análises utilizados neste estudo, ABTS e DPPH, serão

descritos a seguir:

a) Método ABTS●

O 2,2´- azinobis 3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico (ABTS) é um método

baseado na habilidade dos antioxidantes de capturar a longo prazo o cátion ABTS+. Esta

captura provoca um decréscimo na absorbância, que é lida a partir da mistura do radical com

o antioxidante em diferentes tempos sendo representadas graficamente (PÉREZ-JIMÉNEZ;

SAURA-CALIXTO, 2006).

Em termos de quantificação da atividade antioxidante, o valor da absorbância,

proporcional a concentração de ABTS•+ remanescente, é medida após um tempo de reação

fixado e assim determinada a porcentagem de inibição do radical por um composto puro ou

extrato. Os resultados são expressos como equivalentes a uma solução de TROLOX (6-

hidroxi-2,5,7,8-tetrametilcromano-2- ácido carboxílico), através da construção de uma curva

de calibração com concentrações conhecidas de TROLOX ou também como porcentagem de

inibição do radical (MAGALHÃES et al., 2008). Um dos protocolos mais utilizados para esta

análise é aquele descrito por Re et al. (1999), no qual o radical é gerado numa forma estável

pela reação com persulfato de potássio (K2S2O8). Em seqüência, o radical formado é

34

misturado com o antioxidante no meio reacional e a porcentagem de inibição da absorbância a

734 nm é calculada como função da concentração de antioxidantes (RODRIGUES, 2009).

A figura 6 apresenta a estabilização do radical ABTS•+ por um antioxidante e sua

formação pelo persulfato de potássio (BORGES et al., 2011).

Figura 7 – Estabilização do radical ABTS•+ por um antioxidante e sua formação pelo

persulfato de potássio

Fonte: SOUSA et al, 2007 adaptado por BORGES et al., 2011.

Como pode ser percebida na descrição de cada método, uma das maiores

dificuldades na comparação de resultados é a falta de padronização das metodologias usadas,

bem como na apresentação e/ou expressão dos resultados (MOURA, 2010).

b) Método DPPH●

O DPPH● (2,2-difenil-1-picrilidrazil) é um radical de nitrogênio orgânico, estável, de

cor violeta e possui absorção máxima na faixa de 515-520 nm. A redução do radical DPPH á

monitorada pelo decréscimo da absorbância durante a reação (BRAND-WILLIANS et al., 1995).

O método está baseado na capacidade do DPPH em reagir com doadores de

hidrogênio. Na presença de substâncias antioxidantes o mesmo recebe H+

sendo então

reduzido. Pode ser facilmente detectado por espectroscopia devido a sua intensa absorção na

região visível (BONDET et al. 1997; SANCHEZ-MORENO, 2002).

O DPPH é um radical livre que pode ser obtido diretamente por dissolução do

reagente em meio orgânico (Figura 8) (RUFINO et al, 2007).

35

Figura 8 – Estabilização do radical livre DPPH

Fonte: RUFINO et al. (2007).

A atividade do anti-radical expressa pelo parâmetro EC50 é definida como a

quantidade do antioxidante necessário para diminuir 50% da concentração do DPPH● inicial.

Algumas modificações nesse método são necessárias no sentido de adaptá-lo às frutas, devido

ao mecanismo da reação entre o antioxidante e o DPPH● depender da conformação estrutural

de cada antioxidante avaliado (ALVES et al., 2006).

A avaliação da atividade antioxidante se da através da monitorização do consumo

do radical livre DPPH. pelas alíquotas de ensaio das amostras, através da medida do

decréscimo das respectivas medidas de absorbância. As medidas são realizadas em

espectrofotômetro UV-Vis no comprimento de onda de 515-517nm (BORGES et al., 2011).

O método de DPPH é muito utilizado para se determinar a atividade antioxidante em extratos

e substâncias isoladas como compostos fenólicos (SOUSA et al, 2007), antocianinas,

antocianidinas (LEJA et al, 2007; DE LIMA et al, 2007) e carotenoides (AJILA et al, 2007).

36

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Material

Os frutos de acerola, no estádio de maturação comercial, foram obtidos do

Mercado Municipal de Fortaleza-Ceará, em março de 2012 e transportados ao Laboratório de

Processamentos de Frutos do Departamento de Tecnologia de Alimentos, da Universidade

Federal do Ceará, em seguida foram processados para obtenção da polpa. Logo após obtenção

da polpa, os sucos tropicais de acerola não adoçados foram produzidos. Para elaboração dos

sucos tropicais foram utilizadas água potável e polpa de acerola, de acordo com a legislação

vigente (BRASIL, 2003), onde estabelece para o suco tropical de acerola um teor de polpa de

60%.

3.2 Formulações testadas

Foram testadas cinco formulações de conservantes para suco tropical de acerola

mais o suco controle, sem conservante, como mostra a Tabela 5. Todos os conservantes foram

utilizados na quantidade máxima permitida pela ANVISA (BRASIL, 2013). Para as

formulações que apresentaram combinações de conservantes, os teores adicionados de cada

conservante foram correspondentes a 50% do valor máximo estabelecido.

Tabela 5 – Formulações de conservantes alimentares para suco tropical de acerola, de acordo

com valores máximos permitidos pela ANVISA.

Formulação Metabissulfito de sódio

(g/100mL)

Sorbato de potássio

(g/100mL)

Benzoato de sódio

(g/100mL)

C (controle) - - -

SMS 0,004 - -

SSP - 0,08 -

SBS - - 0,05

S(MS+SP) 0,001 0,04 -

S(MS+BS) 0,002 - 0,025

C (controle: suco sem conservante), SMS (suco com metabissulfito de sódio), SSP (suco com sorbato de

potássio), SBS (suco com benzoato de sódio), S(MS+SP) (suco com metabissulfito de sódio mais sorbato de

potássio), S(MS+BS) (suco com metabissulfito de sódio mais benzoato de sódio).

37

3.3 Processamento do suco tropical de acerola

O suco tropical de acerola foi produzido no Laboratório de Frutos do

Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal do Ceará, seguindo

fluxograma de processamento observado na Figura 9.

Figura 9 – Fluxograma de processamento do suco tropical de acerola não adoçado

Fonte: Elaborado pela autora.

De acordo com o fluxograma da Figura 9, os frutos após recepcionados foram

selecionados em relação à sanidade, uniformidade da coloração e de maturação. Em seguida,

foram sanitizados utilizando solução de hipoclorito de sódio a 200 mg/L, passando por uma

despolpadeira, para obtenção das polpas, a partir das quais foram feitas as formulações para o

suco tropical de acerola (água, 60% de polpa de acerola). Logo após, procedeu-se a

38

homogeneização. Na sequência, foi realizado o tratamento térmico do suco a 90 °C por 60

segundos, seguido de enchimento a quente (85 °C) em garrafas de vidro (300 mL) e

fechamento imediato com tampas plásticas. Após o fechamento, as garrafas foram resfriadas e

rotuladas. Os sucos foram mantidos a temperatura de 25 ± 2 °C e avaliados no dia do

processamento e a cada 90 dias em um período total de 180 dias.

3.4 Determinações analíticas

3.4.1 Sólidos solúveis (SS)

O conteúdo de sólidos solúveis foi obtido por refratometria, os resultados são

expressos em °Brix, em refratômetro digital (ATAGO N-1), com escala variando de 0 a 32

°Brix, calculando-se a leitura para 20 ºC, segundo IAL (2008).

3.4.2 Acidez titulável (AT)

A acidez titulável foi determinada pela diluição de 1g de suco em 100 mL de água

destilada titulando-se a amostra com solução de NaOH 0,1M, recentemente padronizada,

usando solução de fenolftaleína a 1% como indicador, conforme descrito nas normas do IAL

(2008). Os resultados foram expressos em gramas (g) de ácido cítrico /100 mL de amostra.

3.4.3 pH

O pH foi determinado através de leitura direta no suco tropical de acerola

utilizando potenciômetro (WTW, modelo 330i/SET), calibrado a cada utilização com

soluções tampão de pH 7,0 e pH 4,0, conforme a AOAC (1995).

3.4.4 Antocianinas totais e flavonóides amarelos

Determinados segundo metodologia descrita por Francis (1982). Foi homogeneizado 1 mL da

amostra com solução de HCl (1,5M) e etanol 85% para a extração. Esse homogeneizado foi

deixado em repouso por 12 horas sob refrigeração, na ausência de luz. Em seguida, o extrato

foi filtrado e foi realizada a leitura em espectrofotômetro (SHIMADZU, modelo UV-1800) a

39

535 nm para antocianinas totais e 374nm para flavonóides amarelos. Os resultados foram

expressos em mg de antocianinas totais/100 mL e mg de flavonóides/100mL e calculados

através da fórmulas: Fator de diluição x absorbância/ 98,2

3.4.5 Cor instrumental

Para a determinação da cor as amostras foram adicionadas em placas de Petri, em

quantidade suficiente para cobrir a base da placa. As leituras foram obtidas a partir da emissão

de um feixe de luz da lente do espectrofotômetro, medido por refletância, utilizando um

colorímetro (Konica Minolta spectrophotometer CM – 3500d). Os resultados foram expressos

de acordo com as coordenadas CIE lab (Figura 10), que incluem as variáveis L*, a* e b*,

onde L* é medida da luminosidade de um objeto e varia de 0 (para o preto) até 100 (para o

branco), a* é medida da mudança do vermelho (a* positivo) para o verde (a* negativo) e b* é

uma medida da mudança do amarelo (b* positivo) para o azul (b* negativo). A partir destas

coordenadas, foram calculadas as coordenadas cilíndricas c* e h* (Equações 1 e 2), onde c*

define a saturação e h* representa o ângulo de tom.

c* = [(a*)2

+ (b*)2] ½ Equação 1

h* = arctan (b*/a*) Equação 2

Figura 10 - Coordenadas do sistema CIE lab de cor

Fonte: HunterLab, (1978).

40

3.4.6 Pigmentos escuros solúveis

A determinação de pigmentos escuros solúveis foi determinada conforme a

metodologia descrita por Rattanathanalerk et al. (2005). 10 mL da amostra foi centrifugada a

300 rpm por 10 minutos, obtendo-se 5mL de sobrenadante. Em seguida, foram novamente

centrifugados os 5 mL do sobrenadante e adicionado 5 mL de álcool etílico. Prosseguindo, a

mistura obtida foi filtrada e foi feita leitura em espectrofotômetro (UV-vis micronal B582) a

420 nm. Para o branco foi utilizado álcool etílico.

3.4.7 Ácido ascórbico

O conteúdo de ácido ascórbico foi determinado pelo método de Tillmans, que se

baseia na redução do corante sal sódico de 2,6-diclorofenol indofenol (DFI) por uma solução

ácida de vitamina C. Inicialmente foi pesado 0,2g da amostra e depois diluído em um balão de

100 mL, desta diluição foi retirada uma alíquota de 1 mL e esta diluída em 50 mL de ácido

oxálico. Os resultados foram expressos em miligramas de ácido ascórbico / 100 mL de

amostra (IAL, 2008).

3.4.8 Carotenóides Totais

Os carotenóides totais foram extraídos e quantificados de acordo com Nagata e

Yamashita (1992), com modificações. Um volume de 1 mL de amostra e 10 mL de solução

extratora acetona:hexano (4:6) foram colocados em tubos de ensaio, homogeneizado por 1

minuto, deixado em repouso por 1 hora, e em seguida filtrado. As leituras

espectrofotométricas foram realizadas nos comprimentos de onda de 453 nm, 505 nm, 645

nm, 663nm. O resultado foi expresso em µg de beta-caroteno por 100 mL pela equação:

Concentração = 0,216 A663 – 1,22 A645 – 0,304 A505 + 0,452 A453.

3.4.9 Obtenção dos extratos para determinação dos polifenóis extraíveis totais e da

atividade antioxidante total

A extração foi realizada segundo a metodologia de Larrauri et al. (1997), usando

4 g do suco tropical de acerola e em seguida foi adicionado 20 mL da solução etanol 50%

41

(primeira solução extratora), homogeneizando e deixando em repouso por 1 hora protegido da

luz. Logo em seguida, a mistura foi centrifugada a 10.000 rpm por 15 minutos. Após a

centrifugação, o sobrenadante obtido foi filtrado e colocado em um balão âmbar de 50 mL. O

precipitado foi ressuspenso em 20 mL da solução acetona 70% (segunda solução extratora),

ficando em repouso por mais 1 hora protegido da luz. Posteriormente, essa mistura foi

centrifugada a 10.000 rpm por 15 minutos. O segundo sobrenadante obtido foi misturado ao

primeiro, aferindo o balão com água destilada, obtendo assim, o extrato para determinações

dos polifenóis extraíveis totais e atividade antioxidante total.

3.4.10 Polifenóis extraíveis totais (PET)

Os polifenóis totais foram determinados seguindo método descrito por Larrauri et

al. (1997). A determinação foi realizada usando alíquotas de 30 μL do extrato, obtenção

descrita anteriormente, 470 μL de água destilada, 0,5 mL do reagente Folin-Ciocalteu (1:3),

1,0 mL de NaCO3 20% e 1,0 mL de água destilada em tubos de ensaio, sendo em seguida

homogeneizados e deixados em repouso por 30 minutos. Depois de decorrido o tempo, a

leitura da absorbância foi realizada em espectrofotômetro SHIMADZU Modelo UV – 1800 a

700 nm, usando como referência a curva padrão de ácido gálico e os resultados foram

expressos em mg de ácido gálico (AG)/100g de polpa.

3.4.11 Atividade antioxidante total (AAT)

a) Método de sequestro de radicais livres ABTS+

A atividade antioxidante pelo método ABTS foi determinada conforme

metodologia descrita por Re et al. (1999), adaptado por Rufino et al. (2010). O radical ABTS

foi gerado através da reação de 5 mL de solução aquosa de ABTS (2,2´- azinobis 3-

etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico a 7 mM) e 88 µL de solução de persulfato de potássio a

140 mM (2,45 mM concentração final). A mistura permaneceu no escuro por 16h e só depois

foi diluída com etanol para obter absorbância de 0,7 ± 0,02 a 734 nm usando um

espectofotômetro (SHIMADZU, modelo UV-1800). A partir do extrato obtido, foram

preparadas três diluições diferentes, em triplicata. Em ambiente escuro, foi transferida uma

alíquota de 30µL de cada diluição do extrato em tubos de ensaio, em seguida foi adicionado

3,0 mL do radical ABTS·+

e homogeneizada em agitador de tubos. O decréscimo da

42

absorbância a 734 nm foi medido após 6 minutos de reação, utilizando álcool etílico como

branco. A curva padrão foi feita utilizando soluções etanólicas de Trolox (ácido 6-Hidroxi-

2,5,7,8-tetrametilcroman-2-carboxilico) variando as concentrações entre 100-1500 µM. Os

resultados foram expressos como TEAC (Capacidade Antioxidante Equivalente ao Trolox)

em µM/g de amostra fresca (Rufino et al., 2006).

b) Método de sequestro de radicais livres DPPH•

A atividade antioxidante total também foi avaliada através do método DPPH (1,1-

difenil-2- picrilhidrazil) de acordo com a metodologia descrita por Rufino et al. (2007).

Alíquotas de 0,1 mL do extrato em diferentes concentrações, foram misturadas à 3,9 mL da

solução de DPPH 0,06mM e deixadas em repouso por 30 minutos em ambiente escuro. A

diminuição da absorbância foi medida após o final desse tempo, em espectrofotômetro no

comprimento de onda igual a 515 nm. Foi usada uma curva de calibração para calcular a

EC50

, ou seja, a concentração de um antioxidante necessária para neutralizar 50% dos radicais

DPPH●, nas condições experimentais. Com base no estudo preliminar, o tempo necessário

para obter as leituras para todos os tratamentos foi de 15 minutos. A partir da solução inicial

de DPPH (60M), foram preparadas, em balões volumétricos de 10 mL, soluções variando a

concentração de 10M a 50M. Foi gerada uma curva a partir dos valores das absorbâncias de

três concentrações das amostras (1000; 5000; 10000 ppm). Os valores da AAT foram obtidos

a partir da equação da reta: y = ax + b, substituindo o valor de y pela absorbância, sendo os

resultados expressos como grama de polpa fresca/ g de DPPH (g/g).

3.5 Análise Sensorial

Os néctares de acerola, preparados por diluição a partir do suco tropical de acerola

e adicionado de sacarose até obtenção de 11 ºBrix foram avaliados sensorialmente por um

grupo de provadores não treinados quanto aos atributos sensoriais impressão global, cor,

aparência, aroma, doçura, sabor e corpo utilizando uma escala hedônica estruturada de nove

pontos, onde nove significava a nota de valor máximo “gostei extremamente” e um a nota de

valor mínimo “desgostei extremamente”, de acordo com metodologia descrita por Meilgaard,

et al. (1991). Na mesma ficha foi incluída uma escala de intenção de compra estruturada de

43

cinco pontos, em que cinco representava "certamente compraria" e um "certamente não

compraria" (MEILGAARD et al., 1991) (APÊNDICE B).

Os testes foram realizados em cabines individuais iluminadas com lâmpadas

fluorescentes, com amostras servidas monadicamente, sob condições controladas. Foi

preparada uma amostra única de cada tratamento a partir da mistura de partes iguais das três

repetições. Todos os provadores avaliaram todos os tratamentos em uma única sessão, onde

foram orientados a observarem as características globais do produto e o preenchimento das

fichas de respostas. Cada indivíduo recebeu uma taça de vidro codificada com números

aleatórios de três dígitos, contendo aproximadamente 30 mL da amostra à temperatura usual

de consumo, de 10 °C (+2°C). A ordem da apresentação das amostras foi completamente

balanceada (MACFIE et al., 1989). A análise sensorial dos néctares foi realizada em três

tempos, no tempo 0, o teste foi realizado com 100 provadores não treinados, no tempo 90 dias

com 80 provadores e no ultimo tempo, 180 dias, com 66 provadores.

3.6 Teste de Esterilidade Comercial

O teste de esterilidade comercial foi realizado segundo APHA (2001).

Inicialmente, fez-se análise de pH nas amostras, em seguida foram incubadas a 25-30º C por

um período de dez dias. Após esse período, fez-se análise visual das embalagens observando

se haviam alterações como estufamento e/ou vazamento e/ou modificação nas características

sensoriais, sendo submetidas então à análise. Assim, as embalagens foram homogeneizadas e

abertas assepticamente, sendo transferidos 10mL de cada amostra para tubos estéreis com

tampas rosqueáveis, conservando essa porção sob refrigeração, como contra-amostra.

Também foram retiradas porções de 2mL e transferidas individualmente para oito tubos de

ensaio com tampas rosqueáveis contendo Caldo ácido (CA), quatro tubos contendo Caldo

Extrato de Malte (EM) e quatro tubos Caldo APT. Após a inoculação foi colocado ágar selo

em quatro tubos de Caldo Ácido, para gerar condição de anaerobiose, e incubados a 30-35

ºC/5 dias em jarra de anaerobiose. Os demais tubos de Caldo ácido foram incubados em

condições aeróbias a 55 ºC/3 dias. Os tubos de Caldo EM e Caldo APT após a inoculação,

foram incubados a 30 ºC/4 dias. Após o período de incubação todos os tubos foram

observados quanto à ocorrência de crescimento microbiano (turvação do meio) e formação de

película superficial. A verificação de crescimento nos tubos de ensaio é dada pela turbidez do

44

meio após incubação, caso a amostra provoque excessiva turvação, o que impossibilita a

observação de presença de crescimento, é necessário estriar uma alçada de cada tubo em meio

adequado e incubar nas mesmas condições do tubo original. Após incubação, a observação de

crescimento em qualquer das placas inoculadas confirma a ocorrência de crescimento no tubo

original. A incubação anaeróbia do caldo ácido a 30º C objetiva verificar a presença de

Clostrídios butíricos, sendo também possível o crescimento de outros microrganismos

acidúricos anaeróbios facultativos, não-esporogênicos. A incubação aeróbia do caldo ácido a

55º C objetiva verificar a presença de B. Coagulans; a inoculação do caldo extrato de malte a

presença de fungos filamentosos e leveduras e a inoculação do caldo APT a presença de

bactérias lácticas.

3.7 Delineamento Experimental e Análise Estatística dos Dados

Os experimentos foram conduzidos em delineamento em parcelas subdivididas

em esquema fatorial, onde as formulações entraram nas parcelas e os tempos de

armazenamento nas subparcelas. Foram realizadas três repetições de cada uma das

formulações e as determinações foram realizadas em triplicata. Os resultados foram avaliados

através de análise de interação tratamento*tempo, e quando convenientes, foram feitos teste

de média (Tukey) e análise de correlação com o tempo armazenamento através do SAS versão

8.1 (2006) ao nível de 5% de significância.

45

4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Características físico-químicas e análise da cor

De acordo com a Tabela 6, não foi observada interação significativa entre

tratamentos e tempos de armazenamento (P > 0,05) para os parâmetros sólidos solúveis (SS),

acidez titulável (AT), pH e parâmetros de cor índice a* e ângulo Hue (h*). Porém, para os

parâmetros de cor (L*), índice de cor (b*), chroma (c*) e para pigmentos escuros foi

observada interação entre tratamento e tempo de armazenamento (p ≤ 0,05). Dessa forma, os

tratamentos foram avaliados separadamente em relação a esses atributos por análise de

regressão para avaliação do tempo de armazenamento.

Tabela 6 – Resumo da análise estatística ANOVA para as análises físico-químicas e cor do

suco tropical de acerola não adoçado adicionado de diferentes conservantes alimentares

FV GL

Quadrado Médio

SS AT pH L* a* b* c* h*

Pigmentos

escuros

Suco (S) 5 0,1460NS

0,0004NS

0,0296NS

3,64* 0,21NS

1,79* 1,80* 4,57 NS

0,0056*

Erro a 12 0,0176 0,0012 0,0012 0,62 0,36 0,40 0,39 9,69 0,0008

Tempo (T) 2 0,1054* 0,0524* 0,0460* 2,70* 1,41* 8,23* 8,28* 36,72* 0,1041*

Interação

SxT 10

0,007

NS 0,0016

NS 0,0005

NS

4,00* 0,17

NS 2,77* 2,88* 4,34

NS 0,0012*

Erro b 23 0,0069 0,0010 0,0010 0,40 0,10 6,60 0,58 2,37 0,0004

* significativo ao nível de 5% de probabilidade.

FV = Fonte de variação; GL = graus de liberdade; SS = sólidos solúveis; AT = acidez titulável; pH = potencial

hidrogeniônico; L* = luminosidade; a* = índice de cor vermelha; b* = índice de cor amarela; c* = Chroma; h* =

ângulo Hue.

Na Tabela 7 podem ser observados os valores médios dos resultados para os

parâmetros: conteúdo de sólidos solúveis, acidez titulável, pH, índice a* e ângulo Hue (h*) no

suco de acerola com diferentes conservantes alimentares.

Os sólidos solúveis, a acidez titulável e os parâmetros de cor índice a* e ângulo

Hue (h*) não apresentaram diferença significativa entre os tratamentos, os valores

apresentados na tabela 7 para os sólidos solúveis foram de 0,83 a 0,94º Brix, para a acidez

titulável de 0,81 a 0,83 g de ácido cítrico por 100 mL de suco. As amostras apresentaram

entre si diferença significativa para os valores de pH que variaram de 3,36 a 3,51, sendo que o

suco sem aditivos (controle) e o suco com metabissulfito de sódio foram iguais entre si e

diferentes dos demais sucos.

46

Tabela 7 – Resultado dos testes das médias para as análises físico-químicas em suco de

acerola (n=18). Tratamento SS (ºBrix) AT (%) pH Cor (a*) Cor (h*)

C 0,86±0,09a 0,83±0,08

a 3,36±0,06

a 0,19±0,23

a 89,11±1,13

a

SMS 0,83±0,07a 0,83±0,04

a 3,36±0,05

a 0,27±0,41

a 89,02±1,51

a

SSP 0,94±0,08a 0,83±0,05

a 3,51±0,06

b 0,26±0,27

a 89,70±1,25

a

SBS 0,84±0,10a 0,81±0,07

a 3,45±0,05

b 0,40±0,54

a 88,04±2,74

a

S(MS+SP) 0,86±0,10a 0,82±0,05

a 3,43±0,05

b 0,40±0,25

a 88,71±2,02

a

S(MS+BS) 0,85±0,08a 0,83±0,04

a 3,43±0,05

a 0,47±0,37

a 87,33±2,04

a

*Médias seguida de pelo menos uma letra igual, na mesma coluna, não apresentam diferença significativa ao

nivel de 5% de probabilidade. SS – sólidos solúveis Expresso em ºBrix, AT – acidez titulável, expresso em

g/100g de ácido cítrico. C (controle: suco sem conservante), SMS (suco com metabissulfito de sódio), SSP

(suco com sorbato de potássio), SBS (suco com benzoato de sódio), S(MS+SP) (suco com metabissulfito de

sódio mais sorbato de potássio), S(MS+BS) (suco com metabissulfito de sódio mais benzoato de sódio).

Yamashita at al. (2003), em estudo da estabilidade de produtos a base de acerola,

observaram que nos produtos que sofreram tratamento térmico (suco engarrafado e polpa

congelada a -12ºC e -18ºC), os teores de sólidos solúveis totais em ºBrix mantiveram-se

praticamente constantes ao longo dos quatro meses de armazenamento (5,3±0,3; 5,9±0,2 e

5,9±0,2 ºBrix, respectivamente).

Em estudo do efeito do processamento em suco tropical de acerola não adoçado

(60% de polpa), Maia et al.(2007) não observaram diferenças significativas (p>0,05) entre os

suco não pasteurizado e suco pasteurizado para os parâmetros de sólidos solúveis (média de

6,4ºBrix) e acidez titulável (média de 0,95 expresso em g de ácido cítrico/100mL da amostra),

e encontrando diferença para o pH dos sucos (3,09 e 3,12, suco não pasteurizado e suco

pasteurizado, respectivamente), sendo os valores encontrados inferiores aos do presente

trabalho.

Segundo Konica Minolta (1998), a coordenada a* mede os valores dos

componentes cromáticos a* (+a*: grau da cor vermelha do fruto; -a*: grau da cor verde). Para

o suco controle, a coordenada a* apresentou média de 0,19, resultado esse inferior ao obtido

para o suco com metabissulfito de sódio que foi de 0,27. O maior valor de a* encontrado foi

para os sucos com a combinação de metabissulfito de sódio e sorbato de potássio (0,47). Para

todos os tratamentos o parâmetro de cor a* apresentou-se baixo, próximo de zero,

significando uma menor intensidade da cor vermelha (Tabela 7).

47

Lopes (2005) observou que a coordenada a* da polpa congelada de acerola

madura in natura, armazenada por 180 dias, apresentou tendência à estabilização ao longo do

armazenamento, assim como Neves e Lima (2009) em estudo da estabilidade da polpa de

acerola congelada por 180 dias, observaram valores de a* que variaram de 14,20 para 8,01,

muito superiores aos encontrados neste trabalho. As antocianinas, os carotenóides e a clorofila

são os principais pigmentos responsáveis pelas cores em alimentos de origem vegetal. Os

baixos valores encontrados para a coordenada a* podem estar relacionados ao baixo conteúdo

de antocianinas totais encontrados nos sucos de acerola, o que pode ser devido ao tratamento

térmico. De acordo com Bobbio e Bobbio (1992), as antocianinas interagem com ácido

ascórbico, metais, açúcares, oxigênio e enzimas, produzindo polímeros de produtos de

degradação que diminuem sua estabilidade. Segundo Jurd (1972), há uma reação de

condensação entre o ácido ascórbico e as antocianinas, e nesta relação, quanto maior a

concentração dessa vitamina no sistema, maior é a taxa de degradação do pigmento

antociânico.

Os sucos apresentaram valores de b* maior do que os de a*, assim sucos com

menor intensidade da cor vermelha, o que é acordado com o conteúdo de antocianinas totais.

Os flavonóides amarelos foram os responsáveis pela maior intensidade da cor amarela, o que

promoveu sucos de cor alaranjada, pois o conteúdo de carotenóides foi muito baixo.

A coordenada cilíndrica h* representa o ângulo de tonalidade. Nos tratamentos

não foram observadas alterações na tonalidade ao longo dos 180 dias de armazenamento e

nem diferença significativa entre as amostra com ou sem aditivos químicos. Os valores

variaram entre 87,33 e 89,70, superiores aos observados em estudo com acerolas in natura

provenientes de diferentes regiões de cultivo onde o h* variou de 0,11-0,91 (BRUNININ et

al., 2004). Lima et al. (2007) estudaram a caracterização cromática de polpas de acerola de

diferentes genótipos e encontraram valores de h* variando de 31,9 a 68,4.

Os resultados do teste de médias para as análises físico-químicas encontram-se

nas Tabelas 8 e 9.

48

Tabela 8 – Valores médios dos parâmetros de cor c* e b* no suco tropical de acerola não

adoçado adicionado de diferentes conservantes químicos durante o armazenamento de 180

dias.

Tratamento Cor c* Cor b*

0 90 180 0 90 180

C 12,31±0,9a

12,40±0,59a

11,18±0,05a

12,30±0,56a

12,34±0,66a

11,21±0,06a

SMS 11,84±0,8a

12,91±0,59a

13,11±0,50b

11,83±0,58a

12,87±0,60a

13,11±0,50b

SSP 12,40±0,4a

12,78±1,38a

13,45±0,32b

12,39±0,71a

12,76±1,39a

13,46±0,33b

SBS 11,76±0,5a

11,36±0,33a

12,30±0,34bc

11,76±0,54a

11,33±0,33a

12,29±0,36ab

S(MS+SP) 11,71±1,3a

11,81±0,30a

14,90±0,55d

11,71±0,75a

11,78±0,33a

14,82±0,55c

S(MS+BS) 11,26±1,1a

12,26±0,49a

15,02±0,14d

11,25±1,01a

12,22±0,51a

14,99±0,14c

*Médias seguida de pelo menos uma letra igual, na mesma coluna, não apresentam diferença significativa ao

nível de 5% de probabilidade. C (controle: suco sem conservante), SMS (suco com metabissulfito de sódio), SSP

(suco com sorbato de potássio), SBS (suco com benzoato de sódio), S(MS+SP) (suco com metabissulfito de

sódio mais sorbato de potássio), S(MS+BS) (suco com metabissulfito de sódio mais benzoato de sódio).

Tabela 9 – Valores médios do parâmetro de cor L* no suco tropical de acerola não adoçado

adicionado de diferentes conservantes químicos durante o armazenamento de 180 dias.

Tratamento L*

0 90 180

C 41,11±0,56a 41,12±0,28

a 38,71±0,45

a

SMS 41,23±0,58a 41,54±0,72

a 39,86±0,60

a

SSP 41,23±0,71a 41,89±0,69

a 40,10±0,14

a

SBS 41,16±0,54a 40,59±0,88

a 38,96±0,23

a

S(MS+SP) 41,67±0,75a 40,62±0,36

a 43,05±1,27

b

S(MS+BS) 41,17±1,01a 40,95±0,56

a 43,30±0,83

b

*Médias seguida de pelo menos uma letra igual, na mesma coluna, não apresentam diferença significativa ao

nivel de 5% de probabilidade. C (controle: suco sem conservante), SMS (suco com metabissulfito de sódio), SSP

(suco com sorbato de potássio), SBS (suco com benzoato de sódio), S(MS+SP) (suco com metabissulfito de

sódio mais sorbato de potássio), S(MS+BS) (suco com metabissulfito de sódio mais benzoato de sódio).

No inicio do armazenamento, bem como 90 dias após, não foi observada diferença

estatística significativa entre o suco controle e as demais formulações para os parâmetros de

cor, índice b*, Chroma (c*) e luminosidade (L*). No entanto, no final do armazenamento,

para estes parâmetros, os sucos adicionado das combinações metabissulfito de sódio e sorbato

de potássio S(MS+SP) e metabissulfito de sódio e benzoato de sódio S(MS+SP) apresentaram

diferença significativa entre os demais tratamentos.

49

O c* define a intensidade da cor, o qual aumenta a partir do zero em função de

aumentos nos valores absolutos de a* e b*, estando relacionado com a pureza da cor, sendo

valores mais altos desejáveis. Portanto, nesse estudo verificou-se que os sucos de acerola

apresentaram pouco pigmento aparente, uma pequena variação na saturação, mantendo-se

sempre com uma aparência de cor clara. O parâmetro L* indica brilho em uma escala que

varia de 0 a 100, quanto maior o valor de L*, mais clara será a amostra, os resultados

mostraram que os sucos de acerola apresentaram-se com um grau médio de luminosidade,

valores variando de 38,71 a 43,30, entre os tratamentos. Comportamento análogo ao dessa

pesquisa foi observado por Neves e Lima (2009) ao estudarem a estabilidade da polpa de

acerola congelada por 180 dias, cujos valores foram de 37,52 para 42,58. As amostras de suco

adicionados da combinação do metabissulfito de sódio com sorbato de potássio e benzoato de

sódio tiveram alterações no parâmetro de cor no tempo de 180 dias, tornando-se mais claras

(aumento de L*). As demais amostras apresentaram valores semelhantes nos três tempos

estudados, (0, 90 e 180 dias).

Garzón e Wrolstad (2002) observaram que os parâmetros de cor se alteraram ao

longo de 25 dias de armazenamento de sucos diluídos e concentrados de morango. A perda da

cor vermelha foi evidenciada pelo aumento do ângulo hue, indicando a mudança da cor

vermelha para laranja. Também foi verificada a diminuição de C* e o aumento de L*. Brenes

et al. (2005) em estudo de estabilidade de antocianinas, escala CIE, de uva adicionadas de

ácido ascórbico verificaram um efeito negativo na cor causado pela adição de ácido ascórbico,

levando a um incremento em L* e diminuição da cor vermelha (diminuição de a*).

Os parâmetros de cor têm mostrado que são válidos na descrição visual da

deterioração da cor de frutas e seus produtos e úteis no controle de qualidade dos mesmos. A

coloração do produto sofreu modificações e, visualmente, percebeu-se o escurecimento e

perda da intensidade da cor vermelha (a*).

As médias obtidas para pigmentos escuros solúveis foram significativas em

função do tempo de armazenamento (P > 0,05), (Tabela 10).

50

Tabela 10 – Conteúdo de pigmentos escuros solúveis no suco tropical de acerola não adoçado

adicionado de diferentes conservantes alimentares durante o armazenamento.

Tratamento Pigmento Escuro Solúvel

Tempo 0 Tempo 90 Tempo 180

C 0,23±0,02

a 0,32±0,04

a 0,44±0,01

a

SMS 0,17±0,03

b 0,24±0,03

b 0,36±0,03

b

SSP 0,24±0,01

a 0,30±0,01

a 0,38±0,02

bc

SBS 0,25±0,01

a 0,32±0,02

a 0,36±0,03

b

S(MS+SP) 0,23±0,01

a 0,28±0,01

ab 0,37±0,02

b

S(MS+BS) 0,22±0,01

a 0,30±0,02

a 0,35±0,01

b

*Médias seguida de pelo menos uma letra igual, na mesma coluna, não apresentam diferença significativa ao

nivel de 5% de probabilidade. C (controle: suco sem conservante), SMS (suco com metabissulfito de sódio), SSP

(suco com sorbato de potássio), SBS (suco com benzoato de sódio), S(MS+SP) (suco com metabissulfito de

sódio mais sorbato de potássio), S(MS+BS) (suco com metabissulfito de sódio mais benzoato de sódio).

No tempo 0, para pigmentos escuros solúveis, o suco com adição de

metabissulfito de sódio apresentou menor valor na absorbância (0,17), diferindo

estatisticamente dos demais tratamentos (P>0,05). Nas análises realizadas com 90 dias após o

processamento houve aumento nos valores da absorbância para todas as amostras, sendo que

o suco com metabissulfito de sódio obteve a menor variação entre os tempos de

armazenamento (0,17 a 0,24), e a maior variação para o suco controle (0,23 a 0,32). Em 90

dias, o suco com metabissulfito de sódio não a diferiu do suco com a combinação do

metabissulfito de sódio e sorbato de potássio (0,28). Com 180 dias de armazenamento todos

os sucos com aditivos não apresentaram diferença entre si (P>0,05) tendo valor médio de

(0,37); porém, apresentaram diferença estatística em relação suco sem aditivo (0,44). Todos

os tratamentos tiveram aumento teor dos pigmentos escuros no período de armazenamento,

possivelmente pela ineficiência do tratamento térmico na inativação de enzimas,

escurecimento enzimático e não enzimático (Fotos 1, 2 e 3).

51

Foto 1 – Sucos tropical de acerola adicionados de diferente conservantes alimentícios no

tempo 0 de armazenamento.

Fonte: autora

Foto 2 – Sucos tropical de acerola adicionados de diferente conservantes alimentícios no

tempo 90 dias de armazenamento.

Fonte: autora

Foto 3 – Sucos tropical de acerola adicionados de diferente conservantes alimentícios no

tempo 180 dias de armazenamento.

Fonte: autora

52

Freitas et al. (2006b), em estudo da estabilidade do suco tropical de acerola

adoçado e envasado pelos processos de enchimento a quente e asséptico, observaram um

aumento na concentração de pigmentos escuros com o decorrer do armazenamento para o

processo de enchimento a quente, possivelmente ocorreu uma reação de escurecimento não-

enzimático, enquanto para o processo asséptico foi apresentado uma redução da absorbância,

indicando uma perda de cor. Fonseca (2010) em estudo da estabilidade do suco de caju

acondicionado em embalagens de vidro e de PET em 120 dias de armazenamento observou

valores médios de 0,23 (embalagens de vidro) e 0,25 (embalagem PET) isso pode ter sido

ocasionado por processos enzimáticos e não enzimáticos de escurecimento.

As reações de escurecimento não enzimático mais importantes são as reações de

Maillard, que envolvem aminoácidos e açúcares redutores, e a caramelização de açúcares.

Uma variedade de intermediários carbonilados pode ser formada durante o processo de

escurecimento não enzimático, incluindo açúcares redutores, carbonilas simples, dicarbonilas

e alfa e beta-carbonilas insaturadas. Os sulfitos, devido à elevada reatividade, podem reagir

com todos esses intermediários e, desta forma, bloquear a formação de pigmentos marrons

(CARDOSO et al., 2007). As principais contribuições para formar ligações irreversíveis com

sulfitos em alimentos são de intermediários da reação de escurecimento não enzimático e das

ligações de dissulfeto de proteínas (SWALES; WEDZICHA, 1992; WEDZICHA, 1992).

A polifenoloxidase (PPO) é responsável pelo escurecimento enzimático ocorrido

durante o manuseio, estocagem e processamento de frutas e hortaliças (DINCER et al., 2002).

A ação desta enzima resulta na formação de pigmentos escuros, frequentemente

acompanhados de mudanças indesejáveis na aparência e nas propriedades sensoriais do

produto, resultando na diminuição da vida útil e do valor de mercado (ARAÚJO, 2004).

Também podem existir alterações não enzimáticas promovidas pelo aquecimento do produto

durante o tratamento térmico, influenciando, assim, na mudança de coloração do mesmo

(CARVALHO, 2005).

O ácido ascórbico pode estar envolvido nesses processos de escurecimento

enzimáticos ou não enzimáticos nos frutos, pois ele pode sofrer degradação oxidativa, com

formação de pigmentos escuros (QUINÁIA; FERREIRA, 2007). A desintegração de tecidos

vegetais também pode levar à degradação oxidativa de polifenóis como resultado de

descompartimentalização celular e contato entre polifenoloxidase citoplasmática e substratos

fenólicos presentes nos vacúolos. Polifenóis são então transformados em pigmentos marrons

que são polimerizados em diferentes graus (NAWIRSKA-OLSZAŃSKA et al., 2011). A

53

formação de pigmentos escuros pode ocorrer pela degradação da vitamina C em sucos de

frutas em condições aeróbicas ou anaeróbicas (PERERA; BALDWIN, 2001).

A partir deste experimento e com base na literatura citada, podemos sugerir que os

todos os tratamentos apresentaram-se escuros, sendo que no suco com metabissulfito de sódio

apresentou um menor teor de pigmentos escuros solúveis, possivelmente, esse conservante

pode ter interferido na atividade enzimática da polifenoloxidase e provavelmente apresenta

um poder protetor imediato para a vitamina C, consequentemente, diminuindo os pigmentos

escuros solúveis.

4.2 Influência dos aditivos químicos no conteúdo dos componentes bioativos e na

determinação da atividade antioxidante total

Os resultados das análises dos compostos biativos como polifenóis extraíveis

totais, carotenóides, antocianinas totais, flavonoides amarelos, vitamina C e atividade

antioxidante pelos métodos ABTS e DPPH serão descritos a seguir e serão subdivididos em

duas partes: estudo dos componentes bioativos e atividade antioxidante total.

4.2.1 Estudo dos componentes bioativos

Verificou-se pela Tabela 11 (ANOVA) que apenas os polifenóis extraíveis totais

apresentaram interação entre tratamento e tempo de armazenamento (p ≤ 0,05). Para todos os

tratamentos, o conteúdo de ácido ascórbico e carotenóides totais, antocianinas totais e

flavonóides amarelos mantiveram estáveis (p>0,05) ao longo dos 180 dias de armazenamento.

Tabela 11 – Resumo da ANOVA referente ao conteúdo de compostos bioativos do suco

tropical de acerola não adoçado adicionado de diferentes conservantes alimentares durante o

armazenamento.

FV GL

Quadrado Médio

Ácido

ascórbico PET

Carotenóides

totais

Antocianinas

totais

Flavonóides

amarelos

Suco (S) 5 2483,22 NS

1589,35 NS

3,0x10-5 NS

0,84* 0,14 NS

Erro a 12 5771,94 10555,93 2,9x10-5

0,21 0,30

Tempo (T) 2 4927,59 NS

5247507* 1,1x10-3

* 2,68* 108,81*

Interação SxT 10 721,69 NS

9241,88* 1,1x10-4 NS

0,28* 0,13*

Erro b 23 4985,98 2596,42 1,2x10-4

0,42 0,84

* significativo ao nível de 5% de probabilidade. FV = Fonte de variação GL = graus de liberdade. PET =

polifenóis extraíveis totais

54

Na Tabela 12 podem ser observadas as médias dos resultados para a concentração

de ácido ascórbico, carotenóides, antocianinas totais e flavonoides amarelos. Para todas estas

análises, não houve diferença estatística significativa (P≥0,05) entre os tratamentos (Tabela

12).

Tabela 12 – Resultado dos testes das médias para o conteúdo de ácido ascórbico, carotenóides

totais, antocianinas totais e flavonóides amarelos do suco de acerola não adoçado e

adicionado de diferentes conservantes alimentares (n=3).

Tratamento Ácido ascórbico Carotenóides

totais

Antocianinas

totais

Flavonóides

amarelos

C 256,22±40,23 a

0,0432±0,01 a 0,782±0,15

a 5,462±2,65

a

SMS 301,042±17,22 a

0,0412±0,01 a 1,552±0,88

a 5,362±2,60

a

SSP 302,112±20,98 a 0,0402±0,01

a 0,842±0,39

a 5,382±2,41

a

SBS 284,382±38,26 a 0,0402±0,01

a 0,732±0,21

a 5,452±2,54

a

S(MS+SP) 283,802±57,07 a 0,0382±0,01

a 0,952±0,44

a 5,212±2,26

a

S(MS+BS) 286,462±55,27 a 0,0412±0,01

a 1,152±0,44

a 5,152±2,39

a

*Médias seguida de pelo menos uma letra igual, na mesma coluna, não apresentam diferença significativa ao

nivel de 5% de probabilidade. C (controle: suco sem conservante), SMS (suco com metabissulfito de sódio), SSP

(suco com sorbato de potássio), SBS (suco com benzoato de sódio), S(MS+SP) (suco com metabissulfito de

sódio mais sorbato de potássio), S(MS+BS) (suco com metabissulfito de sódio mais benzoato de sódio).

a. Ácido ascórbico

O conteúdo de ácido ascórbico no suco controle (256,22 mg/100g) foi inferior aos

sucos adicionados de aditivos químicos. Os maiores valores observados foram para os sucos

com metabissulfito de sódio (SMS) e sorbato de potássio (SSP), que foram de 301,04

mg/100g e 302,11 mg/100g, respectivamente. A maior parte do íon bissulfito fica disponível

em solução a pH 3,5. O sorbato de potássio, bem como o metabissulfito possuem melhor

eficiência em produtos ácidos pH<4,00. Possivelmente esses aditivos químicos se

comportaram nos sucos como agentes protetores.

O efeito antioxidante dos sulfitos se baseia, principalmente, em sua capacidade de

sequestrar outros agentes oxidantes que são formados quando o oxigênio entra em contato

com o alimento. Como exemplo, pode-se citar a reação do ácido ascórbico com oxigênio, que

forma ácido dehidroascórbico e peróxido de hidrogênio (H2O2). Este último é um agente

oxidante forte que pode oxidar outros componentes do alimento, conferindo aroma

indesejável. Os agentes sulfitantes reagem rapidamente com o H2O2, protegendo assim outros

constituintes do alimento (OUGH, 1986).

55

Geralmente são observadas perdas de ácido ascórbico após a colheita, devido ao

fato de ser antioxidante natural, envolvido em reações antioxidativas que se processam

durante a senescência dos frutos. Contudo, possíveis aumentos no teor de ácido ascórbico

também podem ocorrer, considerando que sua biossíntese está ligada à degradação de pectinas

que libera precursores do ácido ascórbico (AGIUS et al., 2003).

Em estudo sobre o efeito do processamento sobre componentes do suco de

acerola, Maia et al. (2007) observaram perdas de vitamina C entre as etapas de

formulação/homogeneização e a pasteurização. O produto apresentou conteúdo bastante

elevado de vitamina C, 573,5 mg/100 mL. Esse valor é superior ao encontrado nos

tratamentos nesse estudo (300 mg/100 mL). Diversos trabalhos na literatura atribuem perdas

do teor de ácido ascórbico no momento do processamento, onde o tratamento térmico e a

exposição à luz e ao oxigênio atmosférico podem influenciar no decréscimo do teor da

vitamina C.

A vitamina C também é rapidamente destruída pela ação da luz e sua estabilidade

aumenta com o abaixamento da temperatura (BOBBIO; BOBBIO,1992). Ácido ascórbico

pode ter ação sinergética com tocoferóis regenerando ou restabelecendo suas propriedades

antioxidantes (NIKI, 1987). No caso de sucos de frutas, a incidência de luz é uma das causas

de oxidação da vitamina C, pois acelera a reação do ácido ascórbico com grupos amino

produzindo pigmentos escuros por polimerização, causando a perda de cor e alteração de

outras propriedades sensoriais (ALVES; GARCIA, 1993). Outro fator que pode afetar a

estabilidade do ácido ascórbico é a sua capacidade de complexação com as antocianinas,

conduzindo à degradação de ambos, (DE ROSSO; MERCADANTE, 2007). A estabilidade da

vitamina C durante o período de armazenamento observada no presente estudo pode esta

relacionada às condições de armazenamento dos sucos, que não foram diretamente expostos à

luz, temperaturas elevadas, que podem ter influenciado positivamente na manutenção do teor

desta vitamina. O mecanismo proposto por Jurd (1972) para a degradação de antocianinas em

presença de ácido ascórbico e reforçado mais tarde por Poein-Langston e Wrolstad (1981) que

consiste na condensação direta, do ácido ascórbico no carbono 4 da antocianina causando

perda de ambos. Por outro lado, a perda de cor das antocianinas pelo ácido ascórbico ocorre

por clivagem oxidativa do anel pirílio, através de um mecanismo de radicais livres no qual o

ácido ascórbico age como ativador do oxigênio molecular produzindo os radicais livres.

(IACOBUCCI; SWEENY, 1983).

56

Yamashita et al. (2003) estudaram a estabilidade da vitamina C em produtos de

acerola e concluíram que a estabilidade da vitamina C depende tanto do tipo de

processamento quanto da temperatura de armazenagem, apresentando inclusive cinéticas de

degradação diferenciadas. Esse autores verificaram que o suco apresentou um decréscimo

linear de vitamina C em função do tempo de armazenamento, característico de uma cinética

de degradação de ordem zero. Já a acerola in natura apresentou uma cinética de degradação

de primeira ordem, com tempos de meia-vida altos, sendo a temperatura de armazenagem

importante para este tipo de produto, uma vez que, por não ter sido submetido a uma

pasteurização, a atividade enzimática da acerola in natura não foi paralisada. A polpa

congelada manteve o conteúdo de vitamina C praticamente constante (1.344±42mg/100g) ao

longo do armazenamento. Esses autores observaram também que os produtos que

combinaram a pasteurização com congelamento apresentaram maior retenção de vitamina C

ao final do período de armazenagem, independente da temperatura. Freitas et al. (2006c), em

estudo sobre a estabilidade de carotenóides, antocianinas e vitamina C em suco tropical de

acerola adoçado, observaram uma perda de vitamina C ao longo dos 350 dias de

armazenamento, com teores variando de168,61mg/100g iniciais a 28,8mg/100g.

A atividade antioxidante da vitamina C envolve a doação de um elétron e a

formação do radical livre ascorbato. O ácido dehidroascórbico representa menos de 10% da

vitamina C total dos vegetais, tendendo a aumentar com o período de estocagem. Por isso,

existem muitos trabalhos cujo escopo é dosar os teores de ácido ascórbico e também

dehidroascórbico (ROSA et al., 2007).

O teor de vitaminas nas frutas pode variar dependendo da espécie, do estádio de

maturação na época da colheita, de variações genéticas, do manuseio pós-colheita, das

condições de estocagem e do tipo de processamento (SILVA et al., 2006).

Os valores encontrados de vitamina C para todas as amostras são considerados

altos, quando comparados às doses recomendadas para ingestão diária para um adulto que é

de 45mg (BRASIL, 2005).

b. Carotenóides

Neste estudo a média do conteúdo de carotenóides totais encontrado foi de 0,04

mg/100 g, valor este abaixo dos resultados obtidos por Freitas et al. (2006c), os quais

encontraram valores que variaram entre 0,10-0,14 mg/100 g em estudo da estabilidade dos

57

carotenoides presentes no suco tropical de acerola adoçado, elaborado pelo processo Hot Fill

e armazenado em garrafas de vidro, durante 350 dias em condições similares às de

comercialização (28ºC ± 2ºC).

Lima et al. (2012), em estudo da estabilidade química, físico-química e

microbiológica de polpas de acerola de cultivo orgânico, observou uma boa manutenção dos

teores de carotenóides totais tanto das polpas pasteurizadas quanto nas polpas não

pasteurizadas, fato esse que pode ser atribuído à forma de armazenamento (potes de

polipropileno de 250 g, submetidas a um congelamento rápido e armazenadas a temperaturas

entre -15ºC e -18ºC).

A estrutura química dos carotenóides é baseada em uma cadeia de carbonos com a

presença de ligações duplas, compartilhadas ou não. Estas ligações duplas características

fazem desses compostos potenciais antioxidantes, uma vez que suas moléculas são capazes

de receber elétrons de espécies reativas, neutralizando os radicais (JACQUES et al. 2010).

A acerola é um fruto rico em carotenóides, alguns estudos detectaram, em níveis

maiores que 0,04μg/g, somente três carotenóides em acerola no estádio maduro: α-caroteno

(traços a 0,1 μg/g), β-caroteno (4,0 a 25,8 μg/g) e β-criptoxantina (0,5 a 3,6 μg/g),

(Cavalcante; Rodriguez-Amaya,1992), e α-caroteno (traços), β-caroteno (3,4 ± 0,2 μg/g) e β-

criptoxantina (0,4 ± 0,1 μg/g), (GODOY; RODRIGUEZ-AMAYA, 1994). Mezadri et.al.

(2005) e Porcu e Rodriguez-Amaya (2006) estudaram pigmentos carotenóides em frutos e

produtos derivados de acerola e identificaram β-caroteno, β-criptoxantina, luteína e

violaxantina como os carotenóides principais, sendo que o β-caroteno corresponde entre 40 a

60 % do conteúdo total de carotenóides.Segundo Uenojo et al. (2007), a estrutura dos

carotenóides exerce grande influência sobre a atividade antioxidante. A atividade antioxidante

aumenta com o aumento do número de duplas ligações conjugadas, grupos cetona e presença

do anel ciclopentano em sua estrutura.

O baixo conteúdo de carotenóides totais nos sucos do presente estudo pode estar

associado à perdas durante o processamento em que houve exposição à luz e ao excesso de

calor, durante o tratamento térmico, outros fatores também podem estar relacionados a

degradação de carotenóides como oxigênio, pH, presença de íons metais, a luz pode ser

responsável pela (DE ROSSO, 2006).

58

c. Antocianinas totais e Flavonóides amarelos

As antocianinas e os flavonóis são compostos que pertencem ao grupo dos

flavonóides e são responsáveis pela coloração que varia de vermelho vivo à violeta e de

branco à amarelo claro, respectivamente (BOBBIO & BOBBIO, 1995).

As antocianinas totais apresentaram estabilidade durante o tempo de

armazenamento em todas as amostras, apesar dos sucos terem sido acondicionados em

embalagens de vidro transparente, que permite a incidência de luz sobre as antocianinas,

possivelmente devido ao efeito tampão do citrato de sódio /ácido cítrico e a impossibilidade

de entrada de oxigênio através do vidro.

Os valores quanto ao conteúdo de antocianinas totais para o suco controle e o suco

adicionado de benzoato de sódio foram 0,78 e 0,73 mg/100 g, respectivamente (Tabela 12),

para o suco tratado com metabissulfito de sódio o conteúdo apresentado foi de 1,55 mg/100 g,

entretanto, esses resultados são inferiores ao encontrado por Maia et al. (2007) em estudo

sobre efeito do processamento sobre componentes do suco de acerola pasteurizado que foi de

5,9 mg/100g, o meio de conservação química utilizado por esses autores foi a combinação do

metabissulfito de sódio e sorbato de potássio. Freitas et al. (2006c), em estudo da estabilidade

em suco tropical de acerola adoçado encontraram teores de antocianinas totais inferiores aos

citados anteriormente, (0,41 mg de antocianinas /100g) e não observaram perdas ao final do

período de armazenamento, neste mesmo trabalho os autores perceberam uma acentuada

perda de antocianinas nas amostras do processo asséptico, podendo ter sido favorecida pela

variação do pH, possível entrada de oxigênio atmosférico para o interior da embalagem

cartonada e uma suposta regeneração de enzimas no suco, estes fatores poderiam estar

efetivamente causando a degradação das antocianinas.

A acerola é um fruto rico em antocianinas como mostraram Lima et al. (2000) em

estudo de frutos frescos de seleções de acerola teores de antocianinas que variaram de 14,06 a

50,98 mg/100g. Outras frutas tropicais são consideradas fontes de antocianinas totais, como o

açaí, que em estudo realizado por Santos et al. (2008), sua polpa congelada apresentou

conteúdo de antocianinas totais variando de 13,93 a 54,18 mg/100g. Existem muitas

limitações para o emprego comercial de antocianinas em produtos alimentícios devido à sua

baixa estabilidade que está relacionada à complexidade da estrutura química, concentração,

composição do meio (pH, formas monoméricas/poliméricas, presença de flavonóides, ácido

ascórbico, metais e radicais livres), e condições ambientais (temperatura, oxigênio e luz). (DE

ROSSO, 2006).

59

Brito et al. (2007), em estudos de identificação e quantificação de antocianinas em

quatro frutos tropicas (acerola, jambolão, jussara e guajiru), identificaram em acerola as

antocianinas cianidina-3-α-O-ramnoside e perlagonidina-3-α-O-ramnoside. Essas estruturas

também foram isoladas por Hanamura et al. (2005) incluindo também a quercetina

(quercetina-3-α-O-ramnoside), que identificaram forte capacidade de capturar radicais nos

dois últimos compostos, evidenciando a contribuição das antocianinas para a elevada

atividade antioxidante de frutos de aceroleira.

Produtos contendo antocianinas durante o processamento e estocagem são

susceptíveis à deterioração na cor resultante dos efeitos combinados da degradação de

antocianinas e da formação de pigmentos escuros (SKREDE et al., 1992).

A interação de antocianinas com vitamina C causa a degradação de ambos os

compostos, com descoloração dos pigmentos (BOBBIO; BOBBIO, 1992). O pH exerce

profunda influência na cor das antocianinas, assim como na sua estabilidade. As antocianinas

são mais estáveis em soluções ácidas do que em neutras e alcalinas (MARKAKIS, 1982). A

cor vermelha intensa é afetada pelo conteúdo de antocianinas totais e sua distribuição, pela

quantidade de cromoplastos que armazenam tais pigmentos, pela formação de complexos

antocianinas-metais e pelo pH (CHITARRA; CHITARRA, 2005).

O dióxido de enxofre é uma das causas da descoloração da antocianina, por sua

adição na posição 2 ou 4. A cor, entretanto, pode ser regenerada por acidificação e

aquecimento do produto para remover o dióxido de enxofre (ARAÚJO, 2008).

O baixo conteúdo de antocianinas encontrado no presente trabalho pode ter sido

ocasionado pela acentuada perda desses compostos nas amostras durante o tratamento térmico

a que foram submetidas, não permitindo uma avaliação real de sua interação com os

conservantes químicos utilizados neste experimento.

A cinética de degradação das antocianinas de suco de acerola foi determinada

como de primeira ordem entre 70-90ºC sob atmosfera de O2 e N2. A meia-vida das

antocianinas do suco de acerola a 90ºC foi de 0,81 horas sob N2 e de 0,55 horas sob O2. A

alta taxa de degradação pode estar relacionada com a instabilidade inata dos pigmentos de

acerola ou com a alta concentração de ácido ascórbico, sendo esta última a causa mais

provável (CHAN; YAMAMOTO, 1994).

Quando a intensificação da cor ocorre devido à presença de co-pigmentos como

flavonóides, polifenóis, aminoácidos e ácidos orgânicos, o fenômeno é conhecido como co-

pigmentação intermolecular. Na co-pigmentação intramolecular a cor é estabilizada pela

60

presença de dois ou mais grupos aromáticos acilados ligados à molécula de antocianina

(Figueiredo et al., 1999). A estabilidade das antocianinas ao descoramento pode ocorrer

através da co-pigmentação, especialmente com os flavonóis, que exercem um ação protetora

sobre as moléculas de antocianinas (BOBBIO; BOBBIO, 1995).

Os teores de flavonoides amarelos dos sucos estudados foi de 5,15 mg/100 g, para

o suco com a combinação dos aditivos metabissulfito de sódio e benzoato de sódio, e 5,46

mg/100 g, para o suco controle. Batista et al. (2012) encontraram em acerolas cultivadas no

submédio do Vale do São Francisco teores de flavonoides amarelos que variaram de 6,80 a

10,73 mg/100 g. Estes estudos demonstraram que o cultivar tem influencia no conteúdo de

compostos bioativos, como os flavonoides amarelos. Valores inferiores foram obtidos por

Souza et al. (2011) para resíduo de acerola que foi de 2,3 mg/100 g, onde espera-se encontrar

maior conteúdo de compostos como os fitoquímicos.

A presença e distribuição dos flavonóides nos vegetais depende de fatores como

ordem e família do vegetal, bem como da variação das espécies. Os flavonóides são formados

a partir da combinação de derivados sintetizados a partir da fenilalanina (via metabólica do

ácido chiquímico) e ácido acético, (DEGÁSPARI; WASZCZYNSKY, 2004).

O processamento de alimentos pode, algumas vezes, resultar em perdas destes

compostos, em maior ou menor grau, variando de acordo com o tipo de alimento e o tipo de

processo empregado. Todavia, os flavonóides são compostos relativamente estáveis, pois

resistem à oxidação, altas temperaturas e moderadas variações de acidez (PETERSON;

DWYER, 1998), justificando assim um valor relativamente alto, comparados com as

antocianinas, para todos os tratamentos estudados, com ou sem aditivos químicos.

d. Polifenóis extraíveis totais

Os resultados dos valores médios encontrados para os compostos fenólicos totais

nos três tempos de armazenamento estão apresentados na Tabela 13.

De acordo com a Tabela 13, no tempo 0, o suco com metabissulfito de sódio

(SMS) apresentou o maior conteúdo para os polifenóis, com diferença significativa ao nível

de 5% de probabilidade em relação ao suco sem aditivo; porém, não diferiu estatisticamente

dos demais suco com aditivos químicos. Após 90 dias do processamento, as análises

demonstraram que os sucos com aditivos químicos não diferiram entre si e nem do suco

controle. Ao final do período de 180 dias, o suco controle apresentou o menor conteúdo de

61

polifenóis, sendo que o conteúdo mais elevado foi para os sucos com a combinação de

metabissulfito de sódio com sorbato de potássio e de metabissulfito de sódio com benzoato de

sódio, 1348,06 e 1298,39 mg de ácido gálico equivalente (AGE)/mL, respectivamente.

Tabela 13 – Conteúdo de polifenóis extraíveis totais no suco tropical de acerola não adoçado

adicionado de diferentes conservantes químicos durante o armazenamento (mg Ácido Gálico

Equivalente (AGE)/ mL).

Tratamento

Fenólicos

Tempo 0 Tempo 90 Tempo 180

% perda

( 0-90 dias)

% perda

(0-180

dias)

C 2040,11±24,86a 1134,50±35,92

a 1261,85±32,73

a 55,61 38,14

SMS 2277,75±9,30b

1209,89±41,52a 1299,01±52,28

b 53,12 42,97

SSP 2172,51 ±12,71

ab 1059,51±72,66

a 1334,66±31,89

bc 48,77 38,56

SBS 2143,98±16,58 ab

1142,01±63,85a 1342,02±43,10

ab 53,26 37,40

S(MS+SP) 2125,91 ±21,39

ab 1214,20±29,53

a 1348,06±60,44

c 57,11 36,59

S(MS+BS) 2200,86±12,59 ab

1145,94±48,49a 1298,39±39,84

c 52,07 41,00

*Médias seguida de pelo menos uma letra igual, na mesma coluna, não apresentam diferença significativa ao

nivel de 5% de probabilidade. C (controle: suco sem conservante), SMS (suco com metabissulfito de sódio), SSP

(suco com sorbato de potássio), SBS (suco com benzoato de sódio), S(MS+SP) (suco com metabissulfito de

sódio mais sorbato de potássio), S(MS+BS) (suco com metabissulfito de sódio mais benzoato de sódio).

Todos as amostras apresentaram perdas elevadas de fenólicos durante o

armazenamento, sendo essas perdas mais acentuadas entre 0 e 90 dias. O suco com a

combinação do metabissulfito de sódio e sorbato de potássio foi o que apresentou a menor

percentagem de perda durante todo o período de armazenamento (36,59%). Entretanto, o suco

com metabissulfito de sódio apresentou, neste mesmo período de tempo, um perda de

42,97%, sendo este o maior percentual de perdas entre os tratamentos. Foi observado que no

intervalo de 90 a 180 dias não houve perda de fenólicos (Tabela 13).

A quantificação de compostos fenólicos totais é uma estimativa do conteúdo de

todos os compostos pertencentes às classes de compostos fenólicos em uma amostra

(JACQUES et al., 2010).

Rufino et al. (2010), em estudo da capacidade antioxidante e compostos bioativos

em 18 frutos tropicais, encontram para acerola teores de polifenóis extraíveis totais de 1063

mg GAE/100 g. Em polpa de acerola estudada por Kuskoski et al. (2006) foi identificado teor

de polifenóis totais de aproximadamente 580,1 mg/100 g. Lima et al. (2005) verificaram uma

62

redução nos compostos fenólicos com o decorrer do desenvolvimento e em diferentes épocas

do ano. Para os frutos maduros, os mesmos autores encontraram uma variação de 896 a 1.888

mg/100 g na estação de seca, enquanto que na estação chuvosa a variação foi de 737 a 1.653

mg/100 g.

No processamento, a concentração de fenóis pode ser modificada pela reação de

escurecimento enzimático devida à ação da enzima polifenoloxidase (PPO) e pela formação

de precipitados (CLIFF et al., 1991). O processamento pode influenciar de modo positivo

pela liberação de nutrientes ou compostos fitoquímicos e aumento da biodisponibilidade

(PARADA; AGUILERA, 2007) ou negativamente por perdas físicas e degradações químicas

(RICKMAN et al., 2007). Em estudos, cocção facilitou a extração de compostos fenólicos e

carotenos (CAMPOS et al., 2008).

Todos os extratos avaliados apresentaram altos teores de compostos fenólicos,

quando comparados a dados de outras espécies descritos na literatura, como jambolão, polpa

de açaí e de goiaba, com valores de 229,6; 136,8 e 83,0 mg em AGE/100g, respectivamente

(KUSKOSKI et al., 2006). A literatura também descreve a acerola como excelente fonte de

compostos fenólicos, sendo encontradas quantidades consideráveis de alguns deles, como

flavonóides e ácidos fenólicos, dentre outros compostos (LIMA et al., 2005; LIMA et al.,

2003).

Lima et al. (2012), em estudo da estabilidade de polpas de acerola, encontraram

teores de polifenóis totais variando de 1288,94 mg de ácido gálico/100g no início e 417,78

mg de ácido gálico/100g ao final dos 12 meses de armazenamento, com uma redução de

cerca de 68,1%, evidenciando que o processamento e o armazenamento sob congelamento

interferiu na estabilidade desse componente nas polpas.

Os compostos fenólicos estão incluídos na categoria de sequestradores de radicais

livres (HASLAM, 1996; SOARES, 2002), ainda que também possam exercer sua ação

antioxidante através de outros mecanismos como quelantes de íons metálicos que catalisam

reações de oxidação. Esses compostos interferem na oxidação dos lipídeos e de outras

moléculas por uma rápida doação de um átomo de hidrogênio aos radicais livres. Os radicais

fenólicos formados são intermediários bastante estáveis (ressonância com o anel benzênico) e

dificilmente iniciam uma nova reação em cadeia. Esses radicais intermediários fenóxidos

atuam reagindo com outros radicais livres, culminando com a terminação das reações de

propagação (SÁNCHEZ-MORENO, 2002).

63

Para que os compostos fenólicos sejam considerados antioxidantes e possam

exercer seu papel biológico é necessário que, em baixa concentração, sejam capazes de

impedir, retardar e prevenir a auto-oxidação ou oxidação mediada por radicais livres e que o

produto formado após a reação seja estável (RICE-EVANS, 1997).

Roy et al. (2007), ao estudarem a influência do tratamento térmico sobre os

compostos fenólicos presentes em hortaliças, verificaram que o aquecimento a temperaturas

inferiores a 50ºC preservou o conteúdo de compostos fenólicos, mas o uso de temperaturas

usualmente mais altas provocou efeitos negativos sobre o teor desses compostos.

De acordo com os resultados encontrados, possivelmente, o conservante

metabissulfito de sódio e suas combinações contribuíram para a manutenção do conteúdo dos

compostos fenólicos nos primeiros 90 dias de armazenamentos.

4.2.2 Atividade antioxidante total pelos métodos ABTS e DPPH

A capacidade antioxidante de alimentos é determinada pela mistura de diferentes

antioxidantes com mecanismos de ação distintos e interações sinergéticas por isso é

necessário combinar mais do que um método para a determinação da atividade antioxidante in

vitro dos gêneros alimentícios (FRANKEL; MEYER, 2000; PÉREZ-JIMÉNEZ et al, 2008).

Foram utilizados dois sistemas oxidantes neste presente trabalho, que são

métodos colorimétricos que medem a habilidade dos antioxidantes em neutralizar os radicais

ABTS• ou DPPH

•, convertendo-os em um produto incolor. O grau de descoloração afeta a

quantidade de ABTS ou DPPH que tenha sido eliminado (BORGES et al, 2011; KUSKOSKI

et al, 2005).

Tabela 14 – Resumo da ANOVA relativo a atividade antioxidante total pelos métodos ABTS

e DPPH obtidos do suco tropical de acerola não adoçado adicionado de diferentes

conservantes químicos em função do tempo de armazenamento, 180 dias.

FV GL Quadrado Médio

ABTS DPPH

Suco (S) 5 91,26*

6,20

4042,76*

26,45*

17,41

8932,89 NS

12491,15

3096789*

5751,3*

714,7

Erro a 12

Tempo (T) 2

Interação SxT 10

Erro b 23 * significativo ao nível de 5% de probabilidade. FV = Fonte de variação GL = graus de liberdade.

64

Segundo os resultados da análise de variância, Tabela 14, as determinações da

atividade antioxidante total pelo método ABTS não foram afetadas pelo tempo de

armazenamento de 180 dias, para o método DPPH foi observada interação com o tempo ao

nível de 5% de significância.

A atividade antioxidante total pelo método DPPH para os tratamentos com

aditivos e o controle, no período de 180 dias de armazenamento, estão apresentados na Tabela

15.

No tempo 0, os sucos com ou sem aditivos não apresentaram diferença

significativa para os valores da atividade antioxidante pelo método DPPH. O suco sem

aditivo, com 90 dias de armazenamento apresentou um aumento na atividade antioxidante,

diferindo estatisticamente das demais amostras com aditivos, que tiveram sua atividade

reduzida. Foi verificado, ao final do armazenamento (180 dias) que todos os tratamentos com

aditivos tiveram sua atividade antioxidante aumentada, no entanto, para o tratamento sem

aditivo foi observado perda desta atividade, apesar desse comportamento, todos os

tratamentos não diferiram estatisticamente (P>0,05) (Tabela 15). Esse aumento pode ter sido

provocado pela ação dos conservantes alimentares que devem ter apresentado ação

antioxidante nos sucos em estudo. O metabissulfito de sódio é conservante alimentar que

possui ação antioxidante conhecida e é classificado como o mesmo.

Tabela 15 – Atividade antioxidante total pelo método DPPH do suco tropical de acerola não

adoçado adicionado de diferentes conservantes químicos durante o armazenamento (g/g

DPPH).

Tratamento DPPH

0 90 180

C 865,50±51,41a

937,33±17,43a

877,41±11,60a

SMS 879,70±24,84a

742,00±53,10b

978,44±2,05a

SSP 875,63±35,69a

772,60±33,85b

927,85±3,26a

SBS 874,67±29,77a

765,13±34,14b

895,41±8,37a

S(MS+SP) 886,90±26,85a

769,83±45,23b

846,01±14,80a

S(MS+BS) 898,27±41,28a

764,07±48,49b

929,04±1,09a

*Médias seguida de pelo menos uma letra igual, na mesma coluna, não apresentam diferença significativa ao

nivel de 5% de probabilidade. C (controle: suco sem conservante), SMS (suco com metabissulfito de sódio), SSP

(suco com sorbato de potássio), SBS (suco com benzoato de sódio), S(MS+SP) (suco com metabissulfito de

sódio mais sorbato de potássio), S(MS+BS) (suco com metabissulfito de sódio mais benzoato de sódio).

65

Na Tabela 16 estão apresentados os valores médios da atividade antioxidante total

pelo ensaio ABTS, dos extratos das amostras com e sem aditivos.

Tabela 16 – Resultado dos testes das médias para a atividade antioxidante pelo método ABTS

do suco tropical de acerola não adoçado adicionado de diferentes conservantes químicos

durante o armazenamento (n=18).

Tratamento ABTS

(µM Trolox/g)

C 49,80±18,60 a

SMS 58,46±17,41 a

SSP 51,72±15,32 a

SBS 53,44±11,55 a

S(MS+SP) 50,07±14,24 a

S(MS+BS) 53,63±14,29 a

*Médias seguida de pelo menos uma letra igual, na mesma coluna, não apresentam diferença significativa ao

nivel de 5% de probabilidade. C (controle: suco sem conservante), SMS (suco com metabissulfito de sódio), SSP

(suco com sorbato de potássio), SBS (suco com benzoato de sódio), S(MS+SP) (suco com metabissulfito de

sódio mais sorbato de potássio), S(MS+BS) (suco com metabissulfito de sódio mais benzoato de sódio).

O ABTS é dos métodos mais utilizados para medir a atividade antioxidante total.

Este método baseia-se na captura do radical ABTS•, que pode ser gerado através de uma

reação química, eletroquímica ou enzimática. Com essa metodologia, pode-se medir a

atividade de compostos de natureza hidrofílica e lipofílica (KUSKOSKI et al., 2005).

Os resultados obtidos para a atividade antioxidante total utilizando o método

ABTS mostraram que não houve diferença estatística significativa entre os tratamentos

(Tabela 16). Contudo, o maior valor da atividade antioxidante total foi apresentado pelo suco

adicionado de metabissulfito de sódio (SMS) e o menor pelo suco controle.

Segundo Rice-Evans et al.(1996), o resultado da determinação da atividade

antioxidante é dependente do tempo de incubação assim como da taxa da amostra

quantificada. Esta dependência somada a pouca seletividade do ABTS na reação com átomos

doadores de hidrogênio constituem na limitação desse método (CAMPOS, 1997).

Kuskoski et al. (2005), em estudo de 11 tipos polpas de frutas, verificaram a

seguinte ordem decrescente para a atividade antioxidante dessas polpas: acerola, manga,

morango, açaí, uva, amora, goiaba, graviola, abacaxi, maracujá e cupuaçu. Portanto a acerola

foi a primeira maior em quantidade de atividade antioxidante pelo método ABTS,

66

apresentando-se como uma boa fonte de antioxidantes na dieta. Constataram também que os

elevados valores de atividade antioxidante foram atribuídos aos compostos fenólicos e às

antocianinas. Os pesquisadores, ao avaliar a atividade antioxidante da polpa de acerola

obtiveram valores de 67,6(μM.L-1 de Trolox/g de amostra) para o ensaio ABTS e 46,6 e 53,2

(μM.L-1 de Trolox/g de amostra), 10 e 30 minutos, respectivamente, para o ensaio DPPH. Os

resultados encontrados foram próximos aos desse estudo.

4.2.3 Análise de correlação

Na Tabela 17 observa-se que houve alta correlação positiva (r > 0,5) para

atividade antioxidante total pelo método ABTS e polifenóis extraíveis totais, embora não

tenha sido observado para os carotenóides e relação significativa negativa para vitamina C.

Constatou-se correlação positiva, mas com valores de correlação baixos (r < 0,5), para o

ensaio DPPH e polifenóis extraíveis totais, DPPH me antocianinas totais, e alta correlação

negativa significativa para DPPH e flavonóides amarelos e ABTS e flavonóides amarelos.

Tabela 17 – Coeficiente de correlação de Pearson entre a atividade antioxidante total pelos

métodos ABTS e DPPH e polifenóis extraíveis totais, ácido ascórbico, antocianinas totais,

carotenóides e flavonoides amarelos.

Parâmetros Coeficiente de correlação (r) n=53

ABTS DPPH

Polifenóis extraíveis totais 0,78*** 0,44***

Vitamina C 0,07 NS

0,16 NS

Antocianinas totais 0,39** 0,44***

Carotenóides -0,21 NS

0,13 NS

Flavonoides amarelos -0,83*** -0,52***

* Significativo ao nível de 5%, ** significativo ao nível de 1%, *** significativo ao nível de 0,1%, NS – não

significativo.

A correlação positiva e significativa entre polifenóis extraíveis totais e o ensaio

ABTS apresentou r = 0,78; e para DPPH, r = 0,44. Antocianinas totais e ABTS (r = 0,39) e

DPPH (r = 0,44). Os flavonóides amarelos e os ensaios ABTS e DPPH se correlacionaram

negativamente e significativamente, r = - 0,83 e r = -0,52. Não houve correlação significativa

entre os métodos ABTS e DPPH e a vitamina C.

Para os dois métodos de avaliação da atividade antioxidante total, polifenóis e

antocianinas no suco de acerola, são os compostos bioativos que contribuem, especialmente

67

os polifenóis. Apesar da vitamina C está presente em elevadas concentrações no suco de

acerola e por ser um excelente antioxidante, esta não contribuiu para a atividade antioxidante

total, por nenhum dos métodos utilizados.

No presente estudo, apesar da diminuição dos compostos fenólicos, não houve

queda da atividade antioxidante pelo ensaio ABTS após 180 dias de armazenamento. Embora

o método do DPPH, tenha ocorrido oscilações no seu teor no decorrer do armazenamento,

podemos sugerir que, nesse trabalho, os polifenóis extraíveis totais são os compostos

principais na atividade antioxidante.

Segundo Choi et al. (2002), os compostos polifenólicos são os principais

responsáveis pela atividade antioxidante em frutos. Kuskoski et al. (2004) estudaram a

atividade antioxidante de pigmentos antociânicos em temperatura ambiente por meio do

método de descoloração do radical ABTS+ (2,2’-azino-bis-3-etilbenzotiazolina- 6-sulfonato) .

Os resultados obtidos demonstraram que estes pigmentos apresentam atividade antioxidante

potencial, a qual varia conforme as diferentes substituições hidroxílicas e metoxílicas na

molécula. Embora a vitamina C seja considerada por alguns como o maior contribuinte na

atividade antioxidante, Sun et al. (2002) verificaram que a contribuição dessa vitamina na

determinação da atividade antioxidante de onze frutos é baixa, e relatando que a maior

contribuição para a atividade antioxidante total de frutos deve-se a presença dos compostos

polifenólicos.

Pina et al. (2003) estudaram o processamento e a conservação da manga coité por

métodos combinados, no qual observaram que ocorreu uma perda crescente de dióxido de

enxofre ao longo dos 4 meses de armazenamento, perda média de 60% de SO2, mostrando

claramente a influência do tempo no processo de perda de dióxido de enxofre. A estabilidade

do SO2 depende grandemente da natureza química do alimento, da severidade do processo e

do tempo e condições de estocagem.

Kuskoski et. al (2005) constataram que os elevados valores de atividade

antioxidante foram atribuídos aos compostos fenólicos e às antocianinas. Kalt et. al (1999)

também encontraram correlação positiva entre a capacidade antioxidante total e os teores de

antocianinas totais e de fenólicos totais.

Almeida et al. (2011) em estudo com 11 frutas exóticas cultivadas no nordeste do

Brasil, compararam o conteúdo de compostos fenólicos, vitamina C, antocianinas e atividade

antioxidante e encontram para a atividade antioxidante total pelos ensaios ABTS e DPPH alta

correlação com os compostos fenólicos. Entretanto, nenhuma correlação foi obtida com os

68

outros compostos antioxidantes como a vitamina C e as antocianinas. Os mesmos autores

ainda sugerem que os valores de atividade antioxidante devem ser comparados quando as

determinações forem feitas pelo mesmo método e com o mesmo solvente.

Santos et al. (2008), em estudo da correlação entre atividade antioxidante total e

compostos bioativos em 12 diferentes marcas de polpa de açaí, encontraram conteúdo de

carotenóides totais variou de 0,21 a 3,84 mg/100g, mostrando diferenças bastante

significativas entre as marcas. Os compostos fenólicos apresentaram valores de 182,95 a

598,55 mg de ác. tânico/ 100 hg. A atividade antioxidante equivalente ao Trolox (TEAC) das

polpas de açaí variou de 10,21 a 52,47 μM de Trolox/g de amostra. As antocianinas totais e os

compostos fenólicos totais apresentaram correlação positiva e significativa com a atividade

antioxidante das polpas de açaí.

4.3 Teste de Esterilidade Comercial

Na Tabela 18 estão apresentados os resultados do teste de esterilidade comercial

para os sucos tropical de acerola controle e adicionados com diferentes conservantes

químicos.

Tabela 18 – Esterilidade comercial das amostras de suco tropical de acerola com diferentes

conservantes químicos.

DETERMINAÇÕES C SMS SSP SBS SMS+SP SMS+BS

Clostrídio

butírico/

Anaeróbios

Facultativos

Presença/

Presença

Ausência/

Ausência

Ausência/

Ausência

Ausência/

Ausência

Ausência/

Ausência

Ausência/

Ausência

B. coagularis

Ausência Ausência Ausência Ausência Ausência Ausência

Fungos

filamentosos e

Leveduras

Ausência Ausência Ausência Ausência Ausência Ausência

Bactérias ácido

láticas

Ausência Ausência Ausência Ausência Ausência Ausência

C (controle: suco sem conservante), SMS (suco com metabissulfito de sódio), SSP (suco com sorbato de

potássio), SBS (suco com benzoato de sódio), S(MS+SP) (suco com metabissulfito de sódio mais sorbato de

potássio), S(MS+BS) (suco com metabissulfito de sódio mais benzoato de sódio).

69

Com o objetivo de determinar as condições higiênico-sanitárias do processamento

e verificar as possíveis alterações de natureza microbiológica advindas do manuseio do

produto processado e das condições de estocagem, foi realizado o teste de esterilidade

comercial nas amostras. Este teste também foi útil para verificar a necessidade da adição dos

conservantes químicos nos sucos.

Através do teste de esterilidade comercial, Silva (2007) avaliando a estabilidade

do suco tropical de goiaba obtido pelos processos hot fill e asséptico tratados a 90°C por 60

segundos, adicionados de conservantes alimentícios, verificou que a aplicação do calor

combinado à adição de aditivos foi eficiente para torná-los isentos de microrganismos capazes

de se desenvolverem no produto em condições de armazenamento.

Todos os sucos com conservantes encontraram-se dentro dos padrões

estabelecidos pela legislação federal vigente (BRASIL, 2001), estando estes produtos

comercialmente estéreis, indicando que o tratamento térmico (90°C por 60 segundos) e

químicos utilizados em conjunto foram eficientes para a conservação do produto.

A incubação anaeróbia do caldo ácido a 30º C objetiva verificar a presença de

Clostrídios butíricos, sendo também possível o crescimento de outros microrganismos

acidúricos anaeróbios facultativos, não-esporogênicos, o tratamento sem aditivo apresentou

presença de clostrídio butírico e anaeróbios facultativos o que nos indica a necessidade dos

aditivos químicos para se obter um produto seguro ao longo do armazenamento.

A alta acidez e, consequentemente, o baixo pH de produtos como suco de frutas

geralmente contribuem na inibição da proliferação de microrganismos patogênicos,

permitindo apenas microrganismos deteriorantes, como fungos, leveduras e bactérias ácido-

tolerantes como as bactérias láticas e, menos frequentemente, bactérias acéticas e espécies de

Zymomonas (JAY; ANDERSON, 2001). O pH é um parâmetro cujo controle é muito

importante na industria de alimentos, pois valores de pH acima de 4,5 propiciam o

crescimento da bactéria Clostridium botulinum. Segundo Chitarra e Chitarra (2005), em

alguns produtos, os ácidos orgânicos não só contribuem para a acidez, como também para o

aroma característico, porque alguns componentes são voláteis.

A acidez natural das polpas de acerola confere ao produto proteção contra

microrganismos (LIMA et al, 2012). As alterações mais conhecidas que ocorrem em bebidas

ácidas, com ou sem açúcar, são caracterizados pela produção abundante de gás, que pode

deformar ou explodir as embalagens, produção de sedimentos ou formação de película, um

70

ligeiro odor de fermentação (álcool, dióxido de carbono e ésteres) e perda do sabor

(LOUREIRO,1999).

Bezerra et al. (2004) em trabalho para determinar os parâmetros técnicos da

conservação da polpa de bacuri (Platonia insignis Mart.) pela aplicação de métodos

combinados, utilizaram além do branqueamento, pH ácido da própria polpa e redução da

atividade de água, além do benzoato de sódio (p.a.), nas concentrações de 0,05, 0,075 e

0,1g/100mL, e metabissulfito de sódio (0, 0,02 e 0,04 g/100 mL). Após sete dias de

armazenamento, a eles observaram que a concentração de 0,1g/100mL de benzoato de sódio

apresentou as melhores respostas na inibição do desenvolvimento microbiano em todas as

amostras analisadas, enquanto o metabissulfito de sódio (0,04 g/100 mL) apresentou maior

estabilização da cor após vinte dias de armazenamento.

Os conservantes químicos mais amplamente utilizados em alimentos alimentos

são derivados de ácido benzóico e sórbico, sendo aplicados rotineiramente para prolongar a

vida útil e a preservação da qualidade dos alimentos inibindo os microrganismos deteriorantes

de alimentos (GORETTI, 2009).

Embora o uso de conservantes químicos seja ainda justificado pela necessidade da

segurança alimentar, os consumidores nos últimos anos passaram a exigir mais qualidade e

ausência de conservantes químicos, preferência por produtos que contenham conservantes

naturais. Estudos revelaram os efeitos adversos de alguns conservantes em seres humanos, por

exemplo, o benzoato de sódio foi recentemente ligado à hiperatividade em crianças (DANG et

al., 2010).

O uso de aditivos intencionais é indicado quando melhoram as qualidades

organolépticas, melhoram a sanidade, melhoram o valor nutritivo de um alimento. Por outro

lado, o aditivo deve ser comprovadamente não tóxico aos níveis consumidos, e especialmente

não ter efeito cumulativo.

4.4 Análise Sensorial

Na avaliação sensorial dos néctares de acerola com diferentes conservantes

químicos, participaram de 68 a 100 provadores não treinados, em cada tempo de avaliação,

sendo 80% mulheres e 20% homens, 66% tinham idade entre 18 a 35 anos e 25 entre 26 a 35

anos. A maioria estava cursando graduação (82%) e pós-graduação (9%).

71

Na Tabela 19 podemos observar que não houve interação significativa entre os

tratamentos e o tempo de armazenamento para os atributos sensoriais analisados. Contudo,

com exceção dos atributos cor, aparência e corpo, houve diferença estatística entre os

tratamentos.

Tabela 19 – Resumo da Análise de variância (ANOVA) para os atributos sensoriais e atitude

de compra de néctares de acerola com diferentes conservantes químicos.

FV GL QM

IG Cor Aparência Aroma Doçura Sabor Corpo IC

Suco 5 22,58* 3,43NS

7,52 NS

20,00* 35,70* 53,15* 6,94 NS

16,36*

Erro A 594 3,44 3,67 3,94 3,21 4,03 3,88 3,83 1,29

Tempo 2 5,07*

11,6* 12,44* 0,46

NS 18,11

NS 19,09

NS 5,55* 6,91

NS

Tempo x Suco 10 1,92 NS

0,80NS

1,06 NS

1,87 NS

3,38 NS

4,58 NS

3,37 NS

0,98 NS

Erro B 750 2,91 3,11 3,07 2,87 3,47 3,82 3,40 1,44

* Diferença ao nível de 5% de probabilidade (Pr≤0,05). NS - não apresenta diferença ao nível de 5% de

probabilidade (Pr>0,05). IG - impressão global IC - intenção de compra

Na Tabela 20 observa-se que para impressão global os sucos com metabissulfito

de sódio e suas combinações apresentaram notas mais elevadas, as quais variaram entre os

termos hedônicos “gostei ligeiramente” a “gostei moderadamente”, enquanto que os sucos

com sorbato de potássio e benzoato de sódio apresentaram notas entre cinco e seis,

correspondendo a “não gostei, nem desgostei” e a “gostei ligeiramente” (apêndice B).

Tabela 20 – Resultado dos testes das médias para os atributos sensoriais e atitude de compra

de néctares de acerola com diferentes conservantes químicos (n=3).

Tratamento IG Cor Aparência Aroma Doçura Sabor Corpo IC

C 6,4a

6,0 a 5,9

a 6,3

a 6,3

a 6,4

a 5,9

a 3,3

a

NMS 6,2 a 5,9

a 5,8

ab 6,2

a 6,3

a 6,3

a 5,8

a 3,3

a

NSP 5,5b

5,8 a 5,5

ab 5,5

b 5,4

b 5,2

b 5,5

a 2,7

b

NBS 5,7bc

5,8 a 5,7

ab 5,7

bc 5,7

b 5,6

b 5,6

a 2,9

bc

N(MS+SP) 5,9abc

5,7 a 5,4

b 6,0

ac 6,2

a 6,1

a 5,5

a 3,1

ac

N(MS+BS) 6,2ac

5,9 a 5,9

a 5,9

ac 6,4

a 6,3

a 5,8

a 3,3

a

*Médias seguidas de pelo menos uma letra igual, na mesma coluna, não apresentam diferença significativa ao

nível de 5% de probabilidade. IG - impressão global IC - intenção de compra. C (controle: néctar sem

conservante), NMS (néctar com metabissulfito de sódio), NSP (néctar com sorbato de potássio), NBS (néctar

com benzoato de sódio), N(MS+SP) (néctar com metabissulfito de sódio mais sorbato de potássio), N(MS+BS)

(néctar com metabissulfito de sódio mais benzoato de sódio).

72

Os atributos sensoriais de cor e corpo dos néctares formulados não apresentaram

diferença significativa entre si. Os valores médios para esses atributos foram de

aproximadamente 6, “gostei ligeiramente”.

O néctar com sorbato de potássio apresentou as menores notas pelos provadores

em relação às outras amostras para impressão global, aroma, doçura, sabor e intenção de

compra.

Os parâmetros aroma, doçura e sabor receberam notas entre 6 e 7 para os néctares

contendo o aditivo metabissulfito de sódio e suas combinações e o néctar controle, sem

aditivo químico. Os néctares com benzoato de sódio e sorbato de potássio apresentaram, para

esses mesmos parâmetros, notas entre cinco e seis, consequentemente as notas para intenção

de compra foram inferiores para estas amostras em relação aos néctares contendo o aditivo

metabissulfito de sódio e suas combinações, bem como para o néctar controle.

Cerezal e Duarte (2004) testaram diferentes combinações de bissulfito de sódio (0,

50 e 1000 ppm) com ácido fosforico, ácido cítrico e sorbato de potássio para conservação de

figos em calda. As formulações testadas de melhor aceitação foram as que não tinham adição

de bissulfito de sódio. Não houve comentarios sobre possível sabor desagradável por parte

dos provadores relacionados aos aditivos bissulfito de sódio e sorbato de potássio nos

produtos testados.

Freitas et al. (2006b), em testes de estabilidade para suco tropical de acerola

adoçado fizeram de aceitação global e sabor para os tempos 50, 150, 200, 250 e 350 dias.

Para o processo hot fill, os valores das médias das notas de aceitação global não diferiram

entre si (p > 0,05) nos tempos. Os resultados para o atributo sabor também não apresentaram

valores diferença significativa ao nível de 5% durante o armazenamento.

Verifica-se que nas concentrações testadas, o metabissulfito e suas combinações

com sorbato de potássio e benzoato de sódio não alteraram todos os parâmetros estudados na

análise sensorial dos néctares, não apresentando diferença significativa entre o suco controle,

sem aditivo químico (P>0,05).

73

5 CONCLUSÕES

Os conservantes alimentares, adicionados nos sucos tropical de acerola, não

contribuíram para elevar a atividade antioxidante total desses alimentos, no entanto, foram

eficientes para a manutenção da esterilidade comercial dos sucos avaliados.

A combinação do metabissulfito de sódio com o sorbato de potássio nos sucos

tropicais de acerola pode ter contribuído para menores perdas no conteúdo de fenólicos totais.

Entretanto, maiores perdas foram observadas para o suco com metabissulfito de sódio, através

de uma possível interação deste aditivo, usado isoladamente, com os fenólicos.

Todos os tratamentos apresentaram elevados valores de atividade antioxidante

total pelos dois métodos utilizados (ABTS e DPPH), além de elevado teor em ácido ascórbico

e conteúdo de polifenóis extraíveis totais durante o armazenamento por 180 dias.

Os compostos bioativos apresentaram boa estabilidade ao longo do

armazenamento nas condições testadas.

Verificou-se alta correlação positiva entre a atividade antioxidante total pelo

ensaio ABTS e os polifenóis extraíveis totais, flavonoides amarelos e antocianinas totais.

Nas concentrações testadas, o metabissulfito de sódio e suas combinações com

sorbato de potássio e benzoato de sódio não influenciaram na aceitação sensorial dos néctares

de acerola. Entretanto, os aditivos sorbato de potássio e benzoato de sódio isoladamente

contribuíram para uma maior rejeição sensorial dos produtos.

Os conservantes químicos utilizados, associados ao tratamento térmico

empregado, foram eficientes para a manutenção da esterilidade comercial dos sucos tropicais

de acerola.

Entre os conservantes avaliados, o metabissulfito de sódio na concentração

testada, limite máximo da legislação vigente, é bastante adequado para o uso industrial visto

que apresentou resultado satisfatório tanto para análise microbiológica, como na análise

sensorial.

74

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88

APÊNDICE A- FICHA DE RECRUTAMENTO DOS PROVADORES.

89

APÊNDICE B - FICHA PARA ANÁLISE SENSORIAL

90

APÊNDICE C – PROTOCOLO DE APROVAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA PELO

COMITÉ DE ÉTICA