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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO PRO-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA UNIPROFISSIONAL EM MEDICINA VETERINÁRIA José Léo Queiroz da Silva Júnior Ablação total do conduto auditivo com osteotomia lateral da bula timpânica em seis cães Cuiabá-MT Fevereiro/2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

PRO-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE RESIDÊNCIA UNIPROFISSIONAL

EM MEDICINA VETERINÁRIA

José Léo Queiroz da Silva Júnior

Ablação total do conduto auditivo com osteotomia lateral da bula timpânica em

seis cães

Cuiabá-MT Fevereiro/2016

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José Léo Queiroz da Silva Júnior

Ablação total do conduto auditivo com osteotomia lateral da bula timpânica em

seis cães

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

ao Curso de Pós-graduação de Medicina

Veterinária da Universidade Federal de Mato

Grosso, como requisito para obtenção do título

de Residência Uniprofissional em Clínica

Cirúrgica em Animais de Companhia.

Orientador: Prof(a). Dr(a). Alexandre Pinto Ribeiro

Cuiabá-MT Fevereiro/2016

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José Léo Queiroz da Silva Júnior

Ablação total do conduto auditivo com osteotomia lateral da bula timpânica em

seis cães

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pós-graduação de

Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito

para obtenção do título de Residência Uniprofissional em Clínica Cirúrgica em

Animais de Companhia.

BANCA EXAMINADORA

Aprovada: 29 de Fevereiro de 2016

Prof. Dr. Alexandre Pinto Ribeiro

Presidente da Banca - UFMT

Prof. Dr. Roberto Lopes de Souza

Membro da Banca - UFMT

MSc. Matias Bassinello Stocco

Membro da Banca - UFMT

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I. Residente do Programa Uniprofissional em Medicina Veterinária – Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT – Cuiabá, MT. II. Departamento de Clínica Médica Veterinária, FAVET, UFMT, Av. Fernando Corrêa da Costa, nº 2367, 78060-900, Boa Esperança, Cuiabá, MT, Brasil - *autor para correspondência: [email protected] III. Pós-graduanda do curso de Ciências Veterinárias, FAVET, UFMT. IV. M. V., Msc., PhD, Oftalmologista Veterinário, Carrera, nº20 – 182-35, Colômbia, Código Postal 110141. V. M. V., Msc., Centro Veterinário da Universidade Federal de Roraima, CVET-UFRR.

Ablação total do canal auditivo com osteotomia lateral da bula timpânica em seis cães

Total ear canal ablation with lateral osteotomy of the tympanic bulla in six dogs

Ablación quirúrgica del canal auditivo con oteotomía lateral de la bulla timpánica en seis caninos

José Léo Queiroz da Silva Júnior

I, Alexandre Pinto Ribeiro

II*, Tatiana de Andrade Paula

I, João Vitor

Amorim Galceran I, Miguel Ladino Silva

IV, Paulo Roberto Spiller

V

RESUMO Objetivou-se reportar seis casos, nos quais foi realizada a ablação total do canal auditivo com osteotomia lateral da bula timpânica em virtude da estenose decorrente de otite crônica, pólipos, neoplasia ou ambos. Os procedimentos cirúrgicos foram curativos nos 6 casos reportados. Esse procedimento pode apresentar complicações já descritas na literatura, sendo as principais: ptose palpebral e labial, hemorragias trans-cirúrgica, síndrome vestibular e deiscência, contudo os presentes autores não observaram deiscência de sutura devido a permanência de infecção da bula timpânica em nenhum dos casos. Admite-se que a ruptura acidental da veia retroarticular foi a complicação trans-cirúrgica mais observada e que pode ser manejada com cera óssea. As complicações relativas à lesão do nervo facial foram descritas em todos os casos, porém não representaram grande preocupação, pois houve recuperação dentro de 7 a 14 dias. Palavras Chave: otite crônica, estenose, procedimento cirúrgico otológico. ABSTRACT This study aimed to report six cases in which was held the total removal of the ear canal with lateral osteotomy of the tympanic bulla because of stenosis due to chronic otitis, polyps, cancer or both. Surgical procedures were curative in 6 cases reported. This procedure can have complications described in the literature, the main ones being: eyelid and lip ptosis, trans-surgical bleeding, vestibular syndrome and dehiscence, however the present authors observed no suture dehiscence due to the tympanic bulla infection remain in any case . It is assumed that the accidental breakage of retroarticular vein was cross-surgical complication most observed and can be managed with bone wax. Complications related to facial nerve injury have been described in all cases, but is not represented great concern because there recovery within 7 to 14 days, as well as previously described in the literature. Key words: chronic otitis, stenosis, otologic surgical procedures. RESUMEN El estudio tiene como objetivo presentar seis casos en los que se realizó la extracción total del conducto auditivo externo con osteotomía lateral de la bulla timpánica debido a estenosis por otitis crónica, pólipos, neoplasias o ambos. Los procedimientos quirúrgicos resultaron curativos en todos los casos. Esta cirugía puede tener varias complicaciones, ya descritas, entre las más importantes se reportan la ptosis palpebral y labial, hemorragias transquirúrgicas, síndrome vestivular y dehiscencia. Los autores no reportan dehiscencia de sutura por permanencia de infección de la bulla timpânica. Se reporta que la rotura accidental de la vena retroarticular fue la complicación quirúrgica más observada y se manejo aplicando cera osea. Las complicaciones relacionadas con lesión del nervio facial estuvieron presentes en todos los pacientes, más, no represento gran complicación, los animales fueron recuperados de 7 a 14 días. Palabras Clave: otitis crónica, estenosis, procedimentos quirúrgicos otológicos.

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INTRODUÇÃO A ablação total do canal auditivo (ATCA) é indicada em pacientes com otite externa crônica

irresponsiva ao tratamento clínico apropriado 1 e em casos de otite média grave e proliferação e/ou

calcificação irreversível das cartilagens auriculares horizontal e vertical 2. Trauma auricular, neoplasia

e malformações congênitas, que obstruem a drenagem adequada do canal auditivo, também são indicações para a intervenção cirúrgica de ATCA

3, ou quando hiperplasia epitelial grave se estender

além do pavilhão auricular ou do canal auditivo vertical 1.

A prevalência de otite externa em cães é de 10 a 20% e, em gatos, 2 a 10% 4. A otite

externa crônica pode causar estenose ou oclusão do canal auditivo em decorrência de hiperplasia tecidual e depósitos de cálcio doloros

5, que impedem a limpeza do meato e a aplicação de

preparações tópicas utilizadas como forma de tratamento médico 6. A maioria dos pacientes com otite

externa crônica grave apresenta otite média concomitante. A remoção da via de drenagem do material exsudativo pela realização de ATCA sem a remoção da fonte infecciosa é desastrosa. Nesse contexto, a taxa de complicações relativamente a remoção da infecção reduz consideravelmente quando a ATCA for combinada com curetagem cirúrgica do revestimento da bula timpânica e osteotomia lateral da bula (OLBT)

3. A osteotomia lateral da bula expõe a cavidade timpânica

tornando possível a remoção do exsudato e do epitélio secretor, melhorando a drenagem 1. Com a

combinação de ambos os procedimentos é possível remover grande parte dos tecidos infecciosos do canal auditivo resultantes de otite externa crônica

3.

Admite-se que a principal complicação observada no trans-operatório é a hemorragia, principalmente quando se rompe inadvertidamente a viea retroarticular e a artéria carótida interna. Já no período pós-cirúrgico, podem ocorrer complicações agudas, como deiscência de pontos, necrose do pavilhão e fistulação crônica, além de complicações neurológicas como déficit dos nervos facial, hipoglosso, síndrome vestibular periférica e perda de audição. Em muitos casos, tais complicações são temporárias, e com o tratamento adequado, não há sequelas

3.

Desconhecem-se publicações relativas ao acompanhamento pós-operatório de casos submetidos à ablação do canal auditivo e osteotomia lateral da bula timpânica no Brasil. Dessa forma nos pareceu oportuno avaliar, as complicações desses procedimentos em 6 cães com acompanhamento pós operatório que variou de dois a 6 meses. Pacientes

Incluíram-se no relato, seis cães apresentando queixa de secreção mucopurulenta e prurido auricular atendidos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Mato Grosso (HOVET-UFMT). Os 6 pacientes não apresentaram alterações na auscultação cardiopulmonar, temperatura, turgor cutâneo, tempo de preenchimento capilar e exame de mucosas. Os canals auditivos foram examinados com auxílio de otoscopia, onde se constatou estenose do canal auditivo, decorrente de causas distintas. Avaliação hematológica completa e dosagem sérica de albumina, alanina aminotransferase uréia e creatinina não revelaram alterações dignas de nota em 5/6 pacientes, exceto o paciente 6, que era insuficiente renal crônico.

Em todos os casos já havia sedo realizado o tratamento tópico com soluções otológicas a base de Tiabendazol, Sulfato de Neomicina, Dexametasona e Cloridrato de Lidocaína

A, a intervalos

regulares de 12 horas por períodos de 20-60 dias. Tratamento sistêmico a base de amoxicilina B na

dose de 25 mg/kg a cada 12 horas durante 21 dias e meloxicam C na dose de 0,2mg/kg a cada 24

horas, durante 5 dias também foi instituído. Procedimentos

Em todos os seis casos, os cães foram submetidos à ablação total do canal auditivo, com curetagem e osteotomia da bula timpânica.

Os 6 pacientes receberam medicação pré-anestésica (MPA), que consistiu em cetamina D

na dose de 10mg/kg via intramuscular, midazolam E na dose de 0,5mg/kg via intramuscular e morfina

F na dose de 0,5mg/kg via intramuscular. A indução anestésica foi realizada com propofol

G, na dose

de 5mg/kg via endovenosa; e para manutenção, foi utilizado sevoflurano H ao efeito. Vinte minutos

antes da indução, administraram-se meloxicam C, na dose de 0,2 mg/kg via subcutânea e cefalotina

I

na dose de 30 mg/kg via endovenosa, repetindo-se a dose do segundo a cada 60 minutos, quando necessário. Para reforço da analgesia trans-operatória, utilizou-se cloridrato de fentanila

J na dose de

2 μg/kg pela via endovenosa. Após a aplicação da MPA, realizou-se a tricotomia de todo o lado da face, orelha e regiões

adjacentes, correspondentes à orelha a ser operada. Após indução anestésica e intubação com sonda orotraqueal correspondente ao tamanho do paciente, os canals auditivos foram lavados com solução de de iodo povidine (PVPI) na diluição de 1:40. Ato contínuo, procedeu-se a antissepsia

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prévia da orelha e regiões adjacentes com álcool etílico a 70% e solução degermante a base de PVPI, seguida pela antissepsia definitiva, com álcool etílico a 70% e PVPI tópico.

Os pacientes foram então posicionados em decúbito lateral esquerdo ou direito, e sua cabeça mantida elevada (Figura 1A). Em seguida, realizou-se uma incisão transversal, logo abaixo da borda superior do trago, para então, dar início a incisão vertical, que se estendeu do ponto médio da incisão transversal até imediatamente após o canal horizontal, confeccionando-se ao final, uma incisão em formato de T. Os retalhos cutâneos foram retraídos e o tecido conjuntivo frouxo foi rebatido, dessa forma o canal vertical foi exposto. Utilizando uma lâmina de bisturi, deu-se continuidade à incisão horizontal ao redor da abertura do canal auditivo vertical e utilizando uma tesoura de Mayo, realizou-se a dissecção dos músculos escutulares ao redor dos aspectos proximal e medial do canal vertical (Figura 1B). A hemostasia de todos os vasos foi realizada, sempre permanecendo o mais próximo possível da cartilagem do canal auditivo para evitar danos ao nervo facial, e também sempre cuidando para não danificar a veia retroarticular, na face medial do canal vertical.

Após identificação do nervo facial e hemostasia da veia retroarticular, a dissecção do meato acústico cartilaginoso horizontal prosseguiu até o meato acústico externo ósseo (Figura 1C). A excisão do canal auditivo foi realizada na intersecção entre a porção horizontal do meato acústico externo cartilaginoso e ósseo utilizando um cinzel e um martelo cirúrgico, evitando lesões ao nervo facial, e foi feita a remoção de todo o canal auditivo. Em seguida, foi realizada a osteotomia bular lateral parcial, através da dissecação do tecido do aspecto lateral da bula. A excisão óssea foi estendida, com auxílio de um cinzel e um martelo cirúrgico até que o conteúdo da cavidade timpânica fosse visualizado totalmente. Posteriormente, realizou-se a curetagem ventral da bula timpânica, com o intuíto de remover todo o tecido secretor aderido e a cavidade timpânica irrigada diversas vezes com solução salina, assim como toda a área cirúrgica, para remoção de fragmentos remanescentes (Figura 1D).

O tecido subcutâneo foi aproximado com polidioxanona K 2.0, e a dermorrafia realizada com

suturas em padrão simples separados, distribuídas em formato de T com mononylon L 2.0 (Figura

1E). Em todos os casos, fez-se uso de dreno passivo fenestrado, confeccionado com sonda uretral M

6-9. Sua fixação foi feita através do ponto de sapatilha, utilizando mononylon L (Figura 2).

Todos os 6 pacientes ficaram internados de três a quatro dias e no pós-operatório imediato, 5/6 receberam infusão de fentanila

J. Posteriormente a analgesia foi feita com tramadol na dose de 4

mg/kg, via subcutânea, a cada 8 horas e meloxicam C na dose de 0,1mg/kg via subcutânea, a cada

24 horas, ambos os fármacos foram administrados por 4 dias. Em todos os casos, além da terapia sistêmica prescrita para o controle da dor, infundiu-se pelo dreno 2ml de lidocaína

N, a intervalos de

12 horas, por 2 a 3 dias, após o a cirurgia. Durante a internação, os pacientes também receberam cefalotina

I na dose de 30 mg/kg, via

intramuscular. Os drenos eram lavados todos os dias com solução salina estéril, mais infusão de lidocaína

N e foram removidos, com 3 a 4 dias do procedimento cirúrgico, quando os pacientes

recebiam alta. Em todos os casos, foi prescrito cefalexina O na dose de 20mg/kg por via oral a cada 8

horas durante 5 dias. Os pontos foram removidos decorridos 10 dias do procedimento cirúrgico e foi feito contato telefônico com os proprietários, 6 meses após as cirurgias. Em um dos casos descritos, o proprietário foi contactado 2 anos após a cirurgia e, o mesmo relatou que o procedimento fora curativo, não havendo nenhuma queixa relativa a orelha operada (Figura 1F).

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Figura 1. (A) Observa-se estenose do canal auditivo e pólipos auriculares; (B) Canal auditivo vertical circundado; (C) Canal auditivo vertical rebatido ventralmente; (D) Cavidade timpânica, após osteotomia lateral da bula timpânica; (E) Pós-operatório (6º dia); (F) Pós-operatório decorridos 2 anos do procedimento.

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Figura 2. Cadela do caso 2, no período pós-operatório imediato, demonstrando a a ferida (seta tracejada) após dermorrafia e a posição do dreno passivo (seta preta).

Relatos de casos

O primeiro caso refere-se a um cão, doberman pinscher, com 9 anos de idade, pesando 4,3kg que apresentava otite crônica bilateral não resolvida com tratamento clínico e nem ao procedimento de aeração bilateral. Cerca de um ano após a aeração, retornou em decorrência de secreção piosanguinolenta bilateral e apresentando fechamento do canal auditivo esquerdo, cuja cultura da amostra otológica demonstrou que a infecção fora causada por Pseudomonas aeruginosa (ambas as orelhas), Sthaphylococcus aureus (ambas as orelhas) e Streptococcus sp. (somente na orelha esquerda). Uma amostra do canal auditivo removido foi enviada para exame histopatológico.

O segundo caso refere-se a uma cadela, american pitbull terrier, com 15 anos de idade, pesando 32 kg, que apresentava fechamento do canal auditivo decorrente de uma neoformação na orelha direita, a qual foi submetida ao exame histopatológico (Figura 3). No terceiro caso, uma cadela da raça fila brasileira, com 6 anos de idade, pesando 40 kg, apresentava otite crônica na orelha direita, não resolvida com tratamento clínico. A paciente havia sido previamente tratada cirurgicamente pela técnica da aeração do canal auditivo, porém decorridos quatro meses desenvolveu abscesso abaixo do canal vertical remanescente.

No quarto caso, uma cadela sem raça definida (SRD), com 2 anos de idade, pesando 12,4kg, apresentava otite crônica bilateral, não responsiva ao tratamento clínico, resultando em hiperplasia e fechamento dos canais bilaterais. Inicialmente, foi realizada a ATCA na orelha direita e não houveram intercorrências após a remoção dos pontos. Decorridos dois meses da primeira cirurgia , a cadela foi submetida a cirurgia do canal auditivo esquerdo.

O quinto caso, cão, SRD, com 9 anos de idade, pesando 12kg, apresentava otite crônica e pólipos que resultaram em fechamento do canal auditivo esquerdo. As neoformações foram submetidas ao exame histopatológico (Figura 3). O sexto caso, referiu-se a uma cadela, poodle, com 12 anos de idade, pesando 8kg, apresentou otite crônica não responsiva ao tratamento clínico e uma massa que envolvia o meato acústico cartilaginoso vertical, que resultaram no fechamento do canal auditivo direito.

A principal complicação observada relativamente ao procedimento cirúrgico foi a ruptura inadvertida da veia retroarticular. Mesmo sendo isolada e ligada, ocorreu hemorragia nos primeiro, quarto , quinto e sexto caso, logo após a osteotomia para remoção do meato acústico cartilaginoso (casos 1, 5 e 6) ou no momento da realização da OLBT (caso 4) (Figura 4). No caso 4, a contenção da hemorragia se deu por meio de ligadura, em todos os outros casos, a hemostasia da veia retroarticular foi feita com cera óssea

P.

No primeiro, segundo, terceiro e quinto caso, os pacientes receberam alta, com 10 dias pós-operatório e não foi relatado nenhuma intercorrência decorridos 6 meses do procedimento. No quarto caso, a paciente veio a óbito em decorrência de pneumonia aspirativa um dia após o procedimento, devido ao descumprimento das recomendações pré-operatórias relativas ao jejum, pois a mesma apresentou êmese trans-operatória. No sexto caso, a cadela apresentou hemorragia aguda no período pós operatório imediato, que gerou deiscência de pontos um dia após a cirurgia. A mesma paciente, 48 horas após a cirurgia, apresentou necrose de aproximadamente metade do pavilhão auricular. Nessa paciente, o dreno foi removido e a ferida foi tratada por segunda intenção com pomada a base de sulfadiazina de prata

Q, a cada 12 horas, observando-se cicatrização completa da

ferida 45 dias após a cirurgia. Decorridos 60 dias do procedimento, a ferida não aprentou sinais de

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fistulação, mas a paciente veio a óbito devido a complicações renais (Figura 5). Complicações diversas ocorridas no período pós-operatório encontram-se listadas (Figura 6).

Figura 3. Classificação das neofomações encontradas em três dos casos realizadas a partir de exame histopatológico.

Casos Neoformação

Caso 1 Hamartoma colagenoso

Caso 2 Carcinoma epidermóide

Caso 3 -

Caso 4 -

Caso 5 Adenoma de glândula sebácea

Caso 6 -

Figura 4. Intercorrências do transoperatório da ATCA com OLBT.

Casos Hemorragia Êmese

Caso 1 Sim Não

Caso 2 Não Não

Caso 3 Não Não

Caso 4 Sim Sim

Caso 5 Sim Não

Caso 6 Sim Não

Figura 5. (A) Paciente do sexto caso, decorridos dois dias da cirurgia. Observa-se que foi necessário o desbridamento cirúrgico de quase a metade do pavilhão auricular. (B) Aparência da orelha desbridada 30 dias após a cirurgia.

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Figura 6. Sequelas ocorridas no período pós-operatório.

Casos Síndrome de

Horner

Síndrome vestibular

Ptose palpebral

Ptose labial

Necrose de Pina

Deiscência

Caso 1 Sim Não Sim Sim Não Não

Caso 2 Não Não Sim Sim Não Não

Caso 3 Não Não Sim Sim Não Não

Caso 4 Não Sim Sim Sim Não Não

Caso 5 Não Não Sim Sim Não Não

Caso 6 Não Não Sim Sim Sim Sim

DISCUSSÃO

Nos seis casos relatados, os cães apresentavam estenose ou fechamento do canal auditivo causado por otite externa crônica, neoformações de orelha ou ambos. Pólipos inflamatórios uni ou bilaterais podem ocorrer em associação com otite externa e média. A remoção cirúrgica de pólipos aurais tem um bom prognóstico

7. Geralmente, o prognóstico para os animais submetidos à ATCA

com OLBT decorrente de otite externa e média crônica é favorável 3. Na série de casos aqui

apresentados, observou-se, que a despeito das complicações descritas no caso 6, que os procedimentos resultaram em cura de todos os casos e não houve recorrência após a remoção cirúrgica dos pólipos, decorridos 6 meses das cirurgias nos casos 1-5; e de dois meses no caso 6 (devido ao óbito).

É rara a ocorrência de hemorragia grave durante a cirurgia, mas que ela pode resultar na morte do paciente se não controlada

8. Em muitos casos, a hemorragia é insignificante clinicamente,

mas prejudica a capacidade do cirurgião para visualizar o local cirúrgico. São possíveis fontes de hemorragia significativa durante o procedimento, ruptura da veia retroarticular, da artéria carótida externa, da veia maxilar e da artéria carótida interna. O cirurgião deve evitar dissecção ou curetagem brusca do aspecto rostral do canal auditivo ósseo, para reduzir o risco de dano a veia retroarticular

1,3.

Em nosso relato, observou-se hemorragia significativa devido a ruptura inadvertida da veia retroarticular, principalmente durante a realização da OLBT. Ademais, observou-se que a recomendação da literatura relativa a administração de cera óssea no forame retroarticular, foi capaz de resolver o quadro de hemorragia em 3 dos quatro casos e em um deles, a ligadura conseguiu resolver o problema

8. Admite-se que a deiscência observada no sexto caso, se deveu a hemorragia

aguda, logo após o pós-operatório, por traumatismo direto do dreno ou por despregamento da cera óssea do forame.

Cinco dos seis casos operados, apresentavam otite crônica irresponsiva e dois deles já haviam passado por cirurgia prévia de aeração do canal auditivo, a qual não foi suficiente para a resolução do problema. Um estudo relatou que em 66 cães submetidos a essa técnica, que o procedimento de aeração pode resolver apenas 45% dos casos de otite crônica

9. Nesses casos, o

procedimento de ATCA com OLBT foi curativo. Reportou-se que mesmo após a lavagem da cavidade timpânica após realização da ATCA com OLBT, que bactérias permanecem na cavidade timpânica. Os mesmos pesquisadores, também observaram que a cefazolina é um antibiótico de baixa eficácia em pacientes acometidos por otite crônica submetidos a esse procedimento

10. Em todos os 6 casos,

a região ventral da bula timpânica foi curetada e lavagem coupiosa dos fragmentos foi realizada e os pacientes receberam cefalotina (que também é uma cefalosporina de primeira geração) no período que ficaram hospitalizados. A despeito da ausência de antibiograma realizado no trans-operatório, em nossos relatos, não se correlacionou falha do procedimento (deiscência de suturas), relativamente infecções que possam não ter sido curadas pela cefalotina

10.

A formação de fístula, pode ocorrer dois ou mais anos após a cirurgia e, geralmente está associada à remoção incompleta de cartilagem, epitélio, ou detritos da orelha externa ou média e otite média recorrente

10. No presente relato, houve acompanhamento no pós-operatório por apenas 2 a

6 meses e, por isso, não foi possível constatar tal intercorrência. Admite-se que em cães, a ATCA com OLBT resulta em dor significativa no período pós-operatório. Reportou-se que a infusão contínua de bupivacaína, não incrementa o grau de analgesia

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em cães submetidos a esse procedimento 11

. Todos os pacientes receberam infusão de lidocaína no dreno. Os autores do presente relato, não avaliaram o grau de analgesia, mas admite-se que, os procedimentos utilizados foram suficientes para controlar a dor pós-operatória.

Fora a deiscência de pontos, que é descrita como uma complicação aguda, outras complicações tardias comumente observadas após a cirurgia são de curto prazo e incluem neuropraxia do nervo facial, síndrome vestibular periférica, hemorragia

3, 12. Em quatro dos seis

casos, houve a ocorrência de hemorragia no trans-operatório, em um caso houve vestibulopatia e em todos os casos houve lesão do nervo facial, sendo que em todos os casos houve recuperação dos déficits após dias ou semanas.

Relata-se que as complicações neurológicas, incluem exacerbação de déficits pré-operatórios 3, 8

. Nenhum dos cães do presente relato apresentava qualquer déficit no período pré-operatório, logo, nenhuma complicação observada após o procedimento pode ser considerada uma exacerbação de qualquer déficit prévio. No paciente do quarto caso, não se observou vestibulopatia periférica no pós-operatório imediato, após a primeira cirurgia; todavia, essa alteração foi observada logo após a segunda cirurgia. Admite-se que tal alteração, possa ter ocorrido por lesão acidental do nervo vestíbulo coclear durante o segundo procedimento. Porém, não foi possível acompanhar a evolução da alteração, devido ao óbito do paciente.

A lesão do nervo facial e manifestada clinicamente por ptose palpebral e labial, sendo a complicação neurológica mais comum após ATCA com OLBT (13 a 36 % dos pacientes operados). A síndrome de Horner é raramente, ou nunca, encontrada. A maioria dos déficits do nervo facial são temporários se resolvem totalmente dentro de algumas semanas

8. Porém, a paralisia do nervo facial

e a síndrome de Horner podem ser causadas por otite média e interna e, por isso, deve-se ter atenção à existência dessas anormalidades antes da cirurgia, para que as mesmas não sejam consideradas complicações cirúrgicas

1, 7. Ptose labial e palpebral foram observadas em todos os 6

cães operados e se resolveram entre 7 a 14 dias após o procedimento. Em apenas um caso, se observou Síndrome de Horner (ptose palpebral aliada à miose), que se resolveu em 7 dias. Em decorrência da ptose palpebral, em todos os casos foram utilizados lubrificantes oftálmicos no período pós-operatório, que tiveram o uso suspenso após a recuperação dos déficits. Considerações Finais

A ablação total do canal auditivo com osteotomia lateral da bula foi curativa nos 6 casos reportados. Porém, pode apresentar complicações já descritas na literatura, mas os presentes autores não observaram deiscência de sutura devido a permanência de infecção da bula timpânica. Admite-se que a ruptura acidental da veia retroarticular foi a complicação trans-cirúrgica mais observada e que pode ser manejada com cera óssea. As complicações relativas à lesão do nervo facial se recuperarm dentro de 7 a 14 dias, como descrito previamente na literatura.

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Referências

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7. PRATSCHKE, K. M.; Inflammatory Polyps of the Middle Ear in 5 Dogs. Veterinary Surgery, 2003, v.32, n.3, p.292-296, doi:10.1053/jvet.2003.50036.

8. SMEAK, D. D. Management of Complications Associated with Total Ear Canal Ablation and Bulla Osteotomy in Dogs and Cats. Veterinary Clinics of Small Animal Surgery, 2011, v.41, n.5, p.981-94, doi:10.1016/j.cvsm.2011.05.011.

9. SYLVESTRE A.M.; Potential factors affecting the outcome of dogs with a resection of the lateral wall of the vertical ear canal. Canadian Veterinary Journal, 1998, v.39, n.3, p.157-60, PMDI: 9524720.

10. HETTLICH, B. F.; BOOTHE, H. W.; SIMPSON, R. B; DUBOSE, K. M.; BOOTHE D. M.; CARPENTER, M.;. Effect of tympanic cavity evacuation and flushing on microbial isolates during total ear canal ablation with lateral bulla osteotomy in dogs. Journal of the American Veterinary Medical Association, 2005, v.227, n.5, p.748–755, PMDI: 16178396.

11. RADLINSKY M. G.; MASON, D.E.; ROUSH J.K.; PINEDA R.; Use of a continuous, local infusion of bupivacaine for postoperative analgesia in dogs undergoing total ear canal ablation. Journal of the American Veterinary Medical Association, 2005, v.227, n.3, p.414-9, PMDI: 16121607.

12. KRAHWINKEL, D. J. Canal auditivo externo. In: SLATTER, D. Manual de Cirurgia de Pequenos Animais. 3ª ed. Barueri – SP : Manole, 2007, v.2, p.1744-1756, ISBN: 978-85-

204-2272-4.

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PRODUTOS UTILIZADOS

A. Otodem plus®, CEVA, Paulínia – São Paulo. B. Amoxil®, Medley, Campinas – São Paulo. C. Maxicam®, Ouro Fino, Cravinhos – São Paulo. D. Quetamina®, Vetnil, Louveira – São Paulo. E. Dormonid®, Roche Brasil, São Paulo – São Paulo. F. Dimorf®, Cristália, Itapira – São Paulo. G. Diprivan®, AstraZeneca Brasil, Cotia – São Paulo. H. Sevorane®, Abbott Brasil, Barueri – São Paulo. I. Cefalotil®, União Química, São Paulo – São Paulo. J. Fentanil®, Janssen Brasil, São José dos Campos – São Paulo. K. Shalon Suturas®, Shalon Fios Cirúrgicos LTDA, São Luís de Montes Belos – Goiás. L. Technofio®, ACE Indústria e Comércio Ltda, Goiânia – Goiás. M. MarkMed®, Bragança Paulista – São Paulo. N. Xylocaína Spray 10%®, AstraZeneca Brasil, Cotia – São Paulo. O. Keforal®, Medley, Campinas – São Paulo. P. Polysuture

®, São Sebastião do Paraíso – Minas Gerais.

Q. Prati-Donaduzzi, Toledo – Paraná.

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NORMAS DA REVISTA

Instruções aos autores Revista Clínica Veterinária / Redação Rua dr. José Elias 222 CEP 05083-030 São Paulo - SP [email protected]

Indexações: ISI Web of Knowledge - Zoological Record Latindex CAB Abstracts

Artigos científicos inéditos, como trabalhos de pesquisa, revisões de literatura e relatos de caso, enviados à redação são avaliados pela equipe editorial. Em face do parecer inicial, o material é encaminhado aos consultores científicos. A equipe decidirá sobre a conveniência da publicação, de forma integral ou parcial, encaminhando ao autor sugestões e possíveis correções.

Relatos de casos são utilizados para apresentação de casos de interesse, quer seja pela raridade, evolução inusitada ou técnicas especiais, que são discutidas detalhadamente.

Revisões são utilizadas para o estudo aprofundado de informações atuais referentes a um determinado assunto, a partir da análise criteriosa dos trabalhos de pesquisadores de todo o meio científico, publicados em periódicos de qualidade. Uma revisão deve apresentar no máximo até 15% de seu conteúdo proveniente de livros e no máximo 20% de artigos com mais de dez anos de publicação.

Trabalhos de pesquisa são utilizados para apresentar resultados, discussões e conclusões de pesquisadores que exploram fenômenos ainda não completamente conhecidos ou estudados. Nesses trabalhos, o bem-estar animal deve sempre receber atenção especial.

Para a primeira avaliação, os autores devem enviar pela internet ([email protected]) um arquivo texto (.doc) com o trabalho, acompanhado de imagens digitalizadas em formato .jpg . As imagens digitalizadas devem ter, no mínimo, resolução de 300 dpis na largura de 9cm. Se os autores não possuírem imagens digitalizadas, devem encaminhar pelo correio ao nosso departamento de redação cópias das imagens originais (fotos, slides ou ilustrações – acompanhadas de identificação de propriedade e autor). Devem ser enviadas também a identificação de todos os autores do trabalho (nome completo por extenso, RG, CPF, endereço residencial com cep, telefones e e-mail). Além dos nomes completos, devem ser informadas as instituições às quais os autores estejam vinculados, bem como seus títulos no momento em que o trabalho foi escrito.

Todos os artigos, independentemente da sua categoria, devem ser redigidos em língua portuguesa e acompanhados de versões em língua inglesa e espanhola de: título, resumo (de 700 a 800 caracteres) e unitermos (3 a 6). Os títulos devem ser claros e ser grafados em letras minúsculas – somente a primeira letra da primeira palavra deve ser grafada em letra maiúscula. Os resumos devem ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões, de forma concisa, dos pontos relevantes do trabalho apresentado. Os unitermos não devem constar do título. Devem ser dispostos do mais abrangente para o mais específico (eg, “cães, cirurgias, abcessos, próstata). Verificar se os unitermos escolhidos constam dos “Descritores em Ciências de Saúde” da Bireme (http://decs.bvs.br/). Revisões de literatura não devem apresentar o subtítulo “Conclusões”. Sugere-se “Considerações finais”.

Não há especificação para a quantidade de páginas, dependendo esta do conteúdo explorado. Os assuntos devem ser abordados com objetividade e clareza, visando o público leitor – o clínico veterinário de pequenos animais. Utilizar fonte arial tamanho 10, espaço simples e uma única coluna. As margens superior, inferior e laterais devem apresentar até 3cm. Não deixar linhas em branco ao longo do texto, entre títulos, após subtítulos e entre as referências. No caso de todo o

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material ser remetido pelo correio, devem necessariamente ser enviados, além de uma apresentação impressa, uma cópia em CD-rom.

Imagens como fotos, tabelas, gráficos e ilustrações não podem ser cópias da literatura, mesmo que seja indicada a fonte. Devem ser utilizadas imagens originais dos próprios autores. Imagens fotográficas devem possuir indicação do fotógrafo e proprietário; e quando cedidas por terceiros, deverão ser obrigatoriamente acompanhadas de autorização para publicação e cessão de direitos para a Editora Guará (fornecida pela Editora Guará). Quadros, tabelas, fotos, desenhos, gráficos deverão ser denominados figuras e numerados por ordem de aparecimento das respectivas chamadas no texto. Imagens de microscopia devem ser sempre acompanhadas de barra de tamanho e nas legendas devem constar as objetivas utilizadas.

Evitar citar comentários que constem das introduções de trabalhos de pesquisa para não incorrer em apuds. Procurar se restringir ao "Material e métodos" e às "Conclusões" dos trabalhos. Sempre buscar pelas referências originais consultadas por esses autores.

As referências serão indicadas ao longo do texto apenas por números sobrescritos ao texto, que corresponderão à listagem ao final do artigo – autores e datas não devem ser citados no texto. Esses números sobrescritos devem ser dispostos em ordem crescente, seguindo a ordem de aparecimento no texto, e separados apenas por vírgulas (sem espaços). Quando houver mais de dois números em sequência, utilizar apenas hífen (-) entre o primeiro e o último dessa sequência, por exemplo, cão 1,3,6-10,13. A apresentação das referências ao final do artigo deve seguir as normas atuais da ABNT 2002 (NBR 10520). Utilizar o formato v. para volume, n. para número e p. para página. Não utilizar “et al” – todos os autores devem ser relacionados. Não abreviar títulos de periódicos. Sempre utilizar as edições atuais de livros – edições anteriores não devem ser utilizadas. De modo geral, não serão aceitos apuds, somente sendo utilizados para literatura não localizada e obras antigas de difícil acesso. As citações de obras da internet devem seguir o mesmo procedimento das citações em papel, apenas com o acréscimo das seguintes informações: “Disponível em: <http://www.xxxxxx>. Aces so em: dia de mês de ano.” Somente utilizar o local de publicação de periódicos para títulos com incidência em locais distintos, como, por exemplo: Revista de Saúde Pública, São Paulo e Revista de Saúde Pública, Rio de Janeiro. De modo geral, não são aceitas como fontes de referência periódicos ou sites não indexados. Não utilizar SID, BID e outros. Escrever por extenso “a cada 12 horas”, “a cada 6 horas” etc.

Com relação aos princípios éticos da experimentação animal, os autores deverão considerar as normas do SBCAL (Sociedade Brasileira de Ciência de Animais de Laboratório). Informações referentes a produtos utilizados no trabalho devem ser apresentadas em rodapé, com chamada no texto com letra sobrescrita ao princípio ativo ou produto. No rodapé devem constar o nome comercial, fabricante, cidade e estado. Para produtos importados, informar também o país de origem, o nome do importador/distribuidor, cidade e estado.