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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE NUTRIÇÃO EFEITOS DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO EM RATOS NA FASE DE CRESCIMENTO SOBRE O PERFIL NUTRICIONAL E METABÓLICO NA VIDA ADULTA CAROLINE CORRÊA MENEZES Cuiabá-MT, setembro de 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

EFEITOS DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO EM RATOS

NA FASE DE CRESCIMENTO SOBRE O PERFIL

NUTRICIONAL E METABÓLICO NA VIDA ADULTA

CAROLINE CORRÊA MENEZES

Cuiabá-MT, setembro de 2016

 

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE NUTRIÇÃO

EFEITOS DO CONSUMO DE ÓLEO DE COCO EM RATOS

NA FASE DE CRESCIMENTO SOBRE O PERFIL

NUTRICIONAL E METABÓLICO NA VIDA ADULTA

CAROLINE CORRÊA MENEZES

Trabalho de Graduação apresentado ao Curso de Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de Bacharel em Nutrição, sob orientação da Profª. Dra.Márcia Queiroz Latorraca.

Cuiabá-MT, setembro de 2016

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar а Deus que iluminou о meu caminho durante esta

caminhada.

À minha família, por sua capacidade de acreditar e investir em mim. Agradeço

também ao meu namorado Felipe Lago, que de forma especial е carinhosa me deu força е

coragem, me apoiando nos momentos de dificuldades.

As minhas colegas de turma Chaiane Aline e Luana Resende por terem sido minhas

parceiras durante toda a vida acadêmica e me auxiliado durante os experimentos realizados.

Ao técnico de laboratório Celso Afonso por sempre ter sido prestativo quando

precisei.

A Profª. Msc. Silvia Reis que me incentivou e me apoiou na escolha do tema escolhido

durante a elaboração do projeto deste estudo.

Por fim, agradeço a Profª. Dra. e orientadora Márcia Latorraca pelo convívio, apoio,

compreensão e amizade durante toda a produção deste estudo, o qual foi determinante para

que houvesse um clima de harmonia e descontração durante as nossas reuniões, e que me

possibilitou realizar este trabalho com maior tranquilidade.

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RESUMO

Em humanos, o uso do óleo de coco no preparo dos alimentos vem sendo estudado comocoadjuvante no

tratamento da obesidade devido ao seu possível efeito termogênico, o qual poderia influenciar na perda de peso

corporal. Foram avaliados os efeitos do consumo de óleo de coco em ratos na fase de crescimento sobre o perfil

nutricional e metabólico na vida adulta. Os animais foram divididos em dois grupos conforme o tipo de dieta

recebida: Grupo Controle (GC) e Grupo Teste (GT). Ratos GT apresentaram aumento dos depósitos de gordura

epididimal, apesar do ganho de peso similar entre os grupos e consumo alimentar menor em relação aos ratos do

GC. O RNA mensageiro da UCP-1 no tecido adiposo marrom e o Kitt foram menores no GT em relação ao GC.

As concentrações séricas do colesterol HDL, albumina e corpos cetônicos, e a razão ureia/creatinina foram

maiores no grupo GT em relação ao grupo GC. Portanto, o consumo do óleo de coco em quantidades normais na

dieta promoveu balanço energético positivo, deposição de gordura visceral, resistência à insulina, cetonemia e

sinais de desidratação celular.

PALAVRAS-CHAVE: Óleo de coco; Resistência à insulina; Gordura visceral; UCP-1

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ABSTRACT

In humans, the use of coconut oil in food preparation has been studied as an adjunct in the treatment of obesity

due to its possible thermogenic effect, which could influence the weight loss. The effects of coconut oil

consumption in rats in the growth phase on the nutritional and metabolic profile in adulthood. The animals were

divided into two groups according to the type of received diet: Control Group (CG) and Test Group (WG). GT

mice showed an increase in deposits of epididymal fat, despite similar weight gain between the groups and lower

energy consumption compared to GC rats. The messenger RNA of UCP-1 in brown adipose tissue and KITT

were lower in GT compared to the CG. Serum concentrations of HDL cholesterol, albumin and ketone bodies,

and the ratio urea / creatinine were higher in GT group compared to the control group. Therefore, consumption

of coconut oil in normal amounts in the diet caused a positive energy balance, visceral fat deposition, insulin

resistance, ketonemia and cellular dehydration signals.

KEY WORDS:

Coconut oil; Insulin resistance; Visceral fat; UCP-1

 

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LISTA DE ABREVIATURAS

Acetil-CoA

Acetilcoenzima A

ADP

Adenosina Difosfato

AGCL

Ácidos Graxos de Cadeia Longa

AGCM

Ácidos Graxos de Cadeia Média

AIN-93G

American Institute of Nutrition

ATP

Adenosina Trifosfato

cDNA

Ácido Desoxirribonucleico Complementar

CO2

Dióxido de Carbono

CPT-1

Carnitina Palmitoiltransferase-1

DM2

Diabetes Mellitus tipo 2

EPI

Tecido Adiposo Epididimal

GAPDH

Gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase

GC

Grupo Controle

GT

Grupo Teste

GTT

Teste de Tolerância a Glicose

HDL

High Density Lipoprotein(Lipoproteína de alta densidade)

ICLA

International Committee on Laboratory Animals

IMC

Índice de Massa Corporal

ITT

Teste de Tolerância a Insulina

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Kitt

Constante de Decaimento da Glicose no Plasma

LDL

Low Density Lipoprotein (Lipoproteína de baixa densidade)

PCR

Reação da Polimerase em Cadeia

pH

Potencial Hidrogeniônico

PYY

Hormônio Peptídeo YY

RBD

Refinamento, Branqueamento e Desodorização

RET

Tecido Adiposo Retroperitoneal

RNA

Ácido Ribonucleico

TAB

Tecido Adiposo Branco

TAM

Tecido Adiposo Marrom

TAV

Tecido Adiposo Visceral

TCM

Triglicerídeos de Cadeia Média

TCL

Triglicerídeos de Cadeia Longa

TFG

Taxa de Filtração Glomerular

TGO

Transaminase Glutâmico Oxalacética

TGP

Transaminase Glutâmico Pirúvica

UCP-1

Uncoupling Protein-1 (Proteína Desacopladora-1)

VLDL

Very low density lipoprotein (lipoproteína de muito baixa densidade)

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SUMÁRIO LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................. 7  1.   INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 10  2.   OBJETIVOS ................................................................................................................... 12  

2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 12  2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 12  

3.   REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 13  4.   MATERIAS E MÉTODOS ............................................................................................ 16  

4.1 ANIMAIS ....................................................................................................................... 16  4.2 COMPOSIÇÃO DAS DIETAS ...................................................................................... 16  4.3PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS ....................................................................... 19  4.3.1   Avaliação de Ingestão Alimentar ........................................................................... 19  4.3.2   Avaliação do Peso Corporal ................................................................................... 19  4.3.3   Índice de Lee .......................................................................................................... 19  4.3.4   Teste de Tolerância Intraperitoneal a Insulina ....................................................... 19  4.3.5   Teste de Tolerância Intraperitoneal à Glicose ........................................................ 20  4.3.6   Dosagem de Corpos Cetônicos .............................................................................. 20  4.3.7   Coleta de amostra de sangue e tecidos ................................................................... 20  4.3.8   Quantificação de Gordura Hepática Total .............................................................. 21  4.3.9   Determinação do RNAm da UCP-1 por Real time – Reação da Polimerase em Cadeia (PRC) ........................................................................................................................ 22  4.4   ANÁLISES ESTATÍSTICAS .................................................................................... 22  

5.   RESULTADOS ............................................................................................................... 23  6.   DISCUSSÃO ................................................................................................................... 31  7.   CONCLUSÃO ................................................................................................................. 34  8.   REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 35  

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1. INTRODUÇÃO

A obesidade é uma doença crônica complexa, caracterizada por excesso de gordura

corporal.É um dos principais problemas de saúde pública no mundo e afeta não apenas países

industrializados, mas também países em desenvolvimento, tornando-se fator de risco para

doenças cardíacas e diabetes (QUEIROZ, 2009).

O crescimento expressivo na prevalência da obesidade pode ser explicado

principalmente pelo desequilíbrio energético decorrente do aumento na ingestão calórica

somado à inatividade física e ao declínio concomitante do gasto energético (OGLESBY,

2006).

O quadro clínico de obesidade está fortemente associado às dislipidemias, e o controle

do peso corporal parece ser uma medida eficaz no controle destas, relacionando-se à

diminuição das Lipoproteínas de Baixa Densidade (LDL, do inglês Low Density Lipoprotein)

e ao aumento das Lipoproteínas de Alta Densidade (HDL, do inglês, High Density

Lipoprotein) (MARQUES, 2011). Com isso, devido a fatores de risco relacionados à

obesidade, há uma crescente preocupação da população mundial com a alimentação, o que

incentiva a indústria de alimentos a investir em novos produtos (GIULIANO, 2005).

Atualmente, existe uma nova categoria de alimentos e suplementos denominados

funcionais, que promovem benefícios bioquímicos e fisiológicos pelos compostos bioativos

que fazem parte de sua composição (LAMARÃO, 2007). Um alimento funcional deve

produzir benefícios à saúde além de seu valor nutricional normal. Portanto, deve ser

consumido dentro dos padrões dietéticos diários da mesma forma que os alimentos comuns,

pois manter seu valor nutricional normal é a característica para diferenciá-lo de suplementos

dietéticos ou alimentares (CAMPOS, 2010).

Os alimentos e suplementos funcionais vêm sendo estudados de forma constante e

exaustiva, principalmente por suas ações na redução de gordura corporal, o que os tornam

coadjuvantes no controle da obesidade (SANTOS, 2008).

Ultimamente,um dos alimentos funcionais utilizados no combate à obesidade é o óleo

de coco, que tem substituído o uso do óleo de soja (ST-ONGE, 2003). O consumo do óleo de

coco parece ter efeito hepatoprotetor, favorece a perda de peso, melhorao sistema

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imunológico, e tem se mostrado benéfico no tratamento de doenças crônicas, tais como

hepatopatias, cardiopatias e câncer (GOPALA, 2010).

No entanto, estudos experimentais trazem resultados negativos que são preocupantes.

Em um estudo realizado em hamsters alimentados com dietas contendo óleo de coco, foi

observado depósito de colesterol livre na aorta e o acúmulo de lipídeos no fígado, o que

ocasionou uma elevação no processo de aterosclerose (OLIVEIRA, 2010).

Portanto, as informações disponíveis a respeito das possíveis relações benéficas da sua

ingestão com a redução de peso corporal e melhora do perfil lipídico são contraditórias. Além

disso, nos estudos disponíveis tem-se avaliado os efeitos do consumo deste óleo em modelos

de obesidade, que utilizam dietas hiperlipídicas. Pouco se sabe sobre o efeito do consumo do

óleo de coco em quantidades normais em substituição ao óleo de soja em animais em fase de

crescimento após o desmame.

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2. OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar os efeitos do consumo de óleo de coco em ratos na fase de crescimento sobre

o perfil nutricional e metabólico na vida adulta.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Verificar o consumo alimentar dos animais em dieta contendo óleo de coco.

• Determinar o perfil somático no modelo experimental.

• Determinar o perfil de proteínas viscerais.

• Verificar a massa dos depósitos de tecido adiposo branco e marrom.

• Determinar a transcrição do gene da UCP-1 em tecido adiposo marrom.

• Determinar o perfil sérico de lipídios.

• Verificar a sensibilidade periférica à insulina.

• Investigar a função hepática.

• Verificar a função renal.

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3. REVISÃO DE LITERATURA

O óleo de coco é um derivado da massa de coco, que pertence à família dos lipídeos,

do qual faz parte o grupo dos triglicerídeos. A função básica dos triglicerídeos no organismo é

o armazenamento de energia, porém, também compõem tecidos e membranas celulares, entre

outras funções (BONTEMPO, 2008).

Os triglicerídeos apresentam em sua cadeia molecular uma combinação de duas

substâncias: glicerol e ácidos graxos (CURI, 2002). A existência ou não de duplas ligações na

cadeia de molécula determina o grau de saturação do ácido graxo, sendo ele saturado, quando

não há dupla ligação; insaturado, quando há uma ou mais duplas ligações; monoinsaturado,

com apenas uma dupla ligação ou poli-insaturado, com duas ou mais duplas ligações

(BONTEMPO, 2008)

O óleo de coco possui em sua constituição ácidos graxos monoinsaturados e

poliinsaturados, como o oléico e o linoleico, respectivamente (GOPALA, 2010). O

ácidooléico promove redução dos triglicerídeos plasmáticos por diminuir a síntese hepática de

Lipoproteínas de Muito Baixa Densidade (VLDL, do inglês, Very Low Density Lipoprotein),

podendo ainda exercer outros efeitos cardiovasculares, como redução da viscosidade do

sangue, maior relaxamento do endotélio e também efeitos antiarrítmicos sem diminuir o HDL,

e provocar oxidação lipídica (SPOSITO, 2007).

Porém, ainda que o óleo de coco seja de origem vegetal, é considerado saturado por

conter em sua composição mais de 90% de gorduras saturadas, sendo em sua maioria, os

Triglicerídeos de Cadeia Média (TCM), os quais são moléculas apolares formadas por três

ácidos graxos saturados com um comprimento de cadeia entre 6 a 12 carbonos que estão

esterificados ao glicerol (BONTEMPO, 2008).

Basicamente, os TCM podem ser encontrados naturalmente na gordura do leite, no

óleo de coco e no óleo de palmeira, ou produzidos comercialmente (óleo TCM) como um

subproduto da produção de margarina. Os óleos de TCM puro fornecem 8,25 kcal/g e os

ácidos graxos saturados que os compõem são: ácidos caprílico (C8:0; 50-80%), cáprico

(C10:0; 20-50%) e com uma proporção menor dos ácidos capróico (C6:0; 1-2%) e láurico

(C12:0; 1-2%). Diferente do óleo de TCM puro, o óleo de coco contém cerca de metade do

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seu conteúdo lipídico composto por ácido láurico (44 a 52%), tornando-se, portanto, seu

principal ácido graxo de cadeia média(KRAUSE, 2013).

Os TCM, ricos em AGCM, são hidrolisados por ação da lipase pancreática, sendo

absorvidos no duodeno mais rapidamente do que os AGCL. Os AGCM constituem uma fonte

rápida de energia, pois, ao contrário dos AGCL, não são significativamente incorporados em

lipoproteínas (quilomícrons e VLDL), sendo absorvidos diretamente na corrente sanguínea,

onde a velocidade de absorção no intestino é similar à da glicose. Após passar pelos

enterócitos, atingem a circulação portal, sendo transportados ao fígado ligados à albumina

(FERREIRA, 2003).

Em se tratando da oxidação mitocondrial, estes ácidos graxos seriam favorecidos por

não dependerem de Carnitina Palmitoiltransferase-1 (CPT-1), enzima-chave que facilita a

entrada do ácido graxo na mitocôndria para sua posterior oxidação, ao converter o acil-CoA à

acilcarnitina(GAO, 2013).

Em virtude da sua composição predominantemente de ácidos graxos saturados, há uma

preocupação em relação a alterações no perfil bioquímico que este óleo poderia promover,

potencialmente elevando o risco de doença cardiovascular. Os achados obtidos em estudos

iniciais com o óleo de coco corroboravam esta ideia. Entretanto, críticas surgiram em relação

à metodologia adotada. Dentre elas o uso de gordura hidrogenada de coco, que apresenta

maior estabilidade para o uso culinário, porém contém elevadas quantidades de ácidos graxos

trans. Estes últimos favorecem o desenvolvimento de dislipidemias e doenças

cardiovasculares. Entretanto, a adoçãodo uso de ácidos graxos poli-insaturados como fonte de

gordura na dieta controle poderia favorecer a redução do colesterol sanguíneo (FERANIL,

2011).

Além disso, na composição do óleo de coco extra virgem são encontrados fitosteróis

(NEVIN, 2004), que são esteróis de fonte vegetal que constituem uma classe de lipídios

derivados de um anel saturado de quatro membros, com um grupo hidroxil na terceira posição

(MARTINS, 2004). No organismo, atuam na diminuição da absorção de colesterol no

intestino delgado por um mecanismo de competição, com consequente aumento na excreção

fecal. Isso ocorre porque a estrutura química dos fitoesteróis é semelhante à do colesterol,

diferindo apenas no tamanho da cadeia (LOTTENBERG, 2009).

Existem vários processos para extração do óleo de coco, sendo o método a seco o mais

utilizado. Neste processo, se prensa a copra (polpa seca) do coco a fim de obter o óleo que

passará pelo processo de Refinamento, Branqueamento e Desodorização (RBD). Durante o

processo de desodorização, a temperatura aumenta, podendo chegar a 245ºC. Porém, o óleo

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de coco virgem não passa pelo processo de RBD, e, portanto, não tem alteração sua forma

natural, o que faz com que se qualifique como virgem (MARINA, 2009).

De acordo com Vérmen (2008), o óleo de coco virgem é processado no dia da

colheita, sob boas práticas de manufaturamento, que incluem o impedimento de calor, luz e ar

durante o processo de armazenamento. Porém, Marina et al. (2009) citam que não há regras

bem estabelecidas para a produção de óleo de coco virgem. No entanto, o óleo de coco extra

virgem é prensado a frio, e a temperatura durante a prensagem não deve exceder 39ºC

(VÉRMEN, 2008).

Portanto, o modo de extração e armazenamento do óleo de coco utilizado nos estudos

deve ser considerado, uma vez que a composição diferenciada pode interferir nos resultados

obtidos. Estudos epidemiológicos demonstraram melhora no nível sérico de triglicerídeos

com oconsumo de óleo de coco virgem em comparação com o consumo de óleo de coco

refinado extraído pelo processo de RBD (MARINA, 2009).

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4. MATERIAS E MÉTODOS

O presente estudo foi desenvolvido no Laboratório de Avaliação Biológica de

Alimentos do Departamento de Alimentos e Nutrição da Faculdade de Nutrição da

Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Todos os experimentos foram dirigidos por

princípios de boas práticas de laboratório e procedimentos científicos, seguindo o guia prático

do manual de biotério do International Committee on Laboratory Animals (ICLA), e

submetidos à aprovação do Comitê de Ética da UFMT.

4.1ANIMAIS

Ratos Wistar recém-desmamados (28 dias de idade), provenientes do Biotério Central

da UFMT, foram separados ao acaso em dois grupos e alimentados por 60 dias com dieta

controle (17% de proteína) correspondendo ao Grupo Controle (GC) ou dieta teste

correspondendo ao Grupo Teste (GT). Em todas as etapas do estudo os animais receberam

água e as respectivas dietas ad libitum e foram mantidos em gaiolas coletivas de polipropileno

(medindo 37,0 x 31,0 x 16,0 cm) com tampa de material galvanizado. Além disso, foram

mantidos sob condição padronizada de iluminação (ciclo claro/escuro de 12 horas) e

temperatura de 22 ± 2°C.

4.2 COMPOSIÇÃO DAS DIETAS

A dieta controle foi elaborada de acordo com as recomendações da AIN-93G

(American Institute of Nutrition) para roedores em fase de crescimento, prenhez e lactação,

sendo composta por 17% de caseína (REEVES, 1993).Na dieta teste, por sua vez, houve uma

substituição do óleo de soja pelo óleo de coco extra virgem, em quantidades proporcionais ao

da dieta controle. Os demais nutrientes tiveram as concentrações mantidas. Todas as dietas

eram isocalóricas conforme oquadro 1.

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Quadro 1 - Dietas Experimentais Ingredientes Dieta Controle* Dieta Teste Amido 397,0 397,0 Caseína 200,0 200,0 Amido de Milho dextrinizado 132,0 132,0 Sacarose 100,0 100,0 Óleo de soja 70,0 - Óleo de coco - 70,0 Celulose microfibra (fibra) 50,0 50,0 Mistura de minerais AIN-93G* 35,0 35,0 Mistura de vitaminas AIN-93G* 10,0 10,0 L-cistina 3,0 3,0 Bitartarato de colina 2,5 2,5 Total 1000,0 1000,0 *AIN 93 G (Reeves, 1993)

A composição nutricional (Quadro 2) e dos ácidos graxos (Quadro 3) do óleo de coco

foram obtidas das informações contidas na embalagem.

Quadro 2- Composição Nutricional do Óleo de Coco Extra Virgem

Componentes Quantidade por porção 100g Valor energético 847 Kcal=533 KJ

Carboidratos 0 g

Proteínas 0 g Gorduras Totais 93,4g

Gorduras Saturadas 86,7 g Gorduras Trans 0 g

Gorduras Monoinsaturadas 5,34 g Gorduras Poliinsaturadas 1,34 mg

Colesterol 0 mg Fibra Alimentar 0 mg

Sódio 0 mg

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Quadro 3- Composição em Ácidos Graxos do Óleo de Coco Extra Virgem

Componentes (%/100g) C 6:0 Capróico 0,38 C 8:0 Caprílico 5,56

C 10:0 Cáprico 4,99 C 12:0 Láurico 45,78

C 14:0 Mirístico 18,56 C 16:0 Palmítico 8,85

C 18:0 Esteárico 3,39 C 18:1 Ômega 9 Oléico 5,65

C 18:2 Ômega 6 Linoléico 0,94

A composição nutricional (Quadro 4) do óleo de soja foi obtida das informações

contidas na Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO, 2011).

Quadro 4- Composição Nutricional do Óleo de Soja

Componentes Quantidade por porção 100g

Valor energético 884 Kcal=3699 KJ Carboidratos 0 g

Proteínas 0 g

Gordura Total 100g Gorduras Saturadas 15,2g

Gorduras Monoinsaturadas 23,3g Gorduras Poliinsaturadas 60,0g

Colesterol 0 mg Fibra Alimentar 0 mg

Sódio 0 mg Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos (TACO), 2011.

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4.3 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

4.3.1 Avaliação de Ingestão Alimentar

A ingestão alimentar foi registrada três vezes por semana pelo método de resto-

ingesta, e os dados expressos em valores absolutos. O peso do resto foi descontado do peso

ofertado durante o período experimental.

4.3.2 Avaliação do Peso Corporal

O peso corporal dos animais foi mensurado semanalmente por pesagem em balança

digital e os resultados expressos em ganho de peso total. O peso corporal inicial (28 dias de

vida) foi descontado do peso corporal final (88 dias de vida).

4.3.3 Índice de Lee

Aos 88 dias de vida, os animais foram anestesiados, avaliados biometricamente com a

mensuração da massa corpórea e do comprimento naso-anal. Posteriormente, os dados foram

utilizados para o cálculo do índice de Lee de cada animal, que é a razão da raizcúbica da

massa corporal (g) pelo comprimento naso-anal (cm) (NOVELLI, 2007).

4.3.4 Teste Intraperitonealde Tolerância à Insulina

Após 12 horas de jejum, os animais tiveram a extremidade da cauda seccionada para

determinar a glicemia através de um glicosímetro (Accu-chek Active) no tempo 0. Em seguida,

foi administrada insulina (regular) por via intraperitoneal numa dose de 1,5U/kg de peso

corporal. As amostras de sangue foram obtidas a partir de um corte na cauda dos ratos, 5, 10,

15 e 30 minutos após a administração da insulina para a determinação de concentração de

glicose no sangue usando um glicosímetro portátil (Accu-Chek).

A constante de desaparecimento da glicose no sangue durante o ITT (Kitt) foi estimada

pela inclinação da linha de regressão do logarítmo da glicemia contra o tempo (entre 5 e 15

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minutos após a administração da insulina intraperitoneal), quando a concentração de glicose

sanguínea caiu linearmente.

Esta queda da glicose é determinada por dois fatores: supressão da produção hepática

de glicose e pelo estímulo à captação de glicose pelos tecidos insulino-sensíveis. A

interpretação do Kitt se baseia em quanto mais rápida e intensa for a queda da glicose, mais

sensível o indivíduo é à insulina. O índice corresponde à queda da glicose expressa em

%/minuto (ASENSIO, 2005).

4.3.5 Teste Intraperitonealde Tolerânciaà Glicose

Após permanecer em jejum por 6 horas, com água ad libitum os animais tiveram a

extremidade da cauda seccionada para determinar a glicemia através de um glicosímetro

(Accu-Chek, Roche Diagnostics, Mannheim, Germany) no tempo 0. Em seguida, foi

administrada por via intraperitoneal uma dose de 2g de glicose/kg peso corporal, na

concentração de 50%. Posteriormente, a glicemia, foi medida aos 30, 60, 90 e 120 minutos. A

resposta da glicose durante o GTT foi calculada pela estimativa da área total sob a curva,

usando o método trapezoidal(ASENSIO, 2005).

4.3.6 Dosagem de Corpos Cetônicos

Para a determinação da concentração de corpos cetônicos (hidroxibutirato), amostras

de sangue foram coletadas aos 85 dias de vida, após 24 horas de jejum. As amostras de

sangue foram obtidas a partir de um corte na cauda dos ratos e as determinações foram feitas

utilizando um aparelho glicosímetro (Freestyle Optium Neo) e tiras específicas para dosagem

de corpos cetônicos (Freestyle Optium B-Ketone).

4.3.7 Coleta de amostra de sangue e tecidos

Todos os procedimentos foram realizados pela manhã. As coletas de sangue para as

determinações bioquímicas e hormonal, bem como a coleta de tecidos para as análises foram

realizadas com os animais no estado de jejum de 12 horas, aos 88 dias de vida. Os animais

foram mantidos em câmaras de CO2até desacordarem, em seguida decapitados para coleta de

sangue. O soro foi separado em alíquotas e armazenado a -80°C para posteriores

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21

determinações bioquímicas usando kits comercialmente disponíveis: glicose, albumina,

proteinas totais, triglicérides, colesterol total, TGO, TGP, uréia e creatinina(LABTEST), HDL

(BIOCLIN), insulina (MILLIPORE). O valor de globulina foi obtido pela subtração de

albumina das proteínas totais. Os valores de VLDL e LDL foram calculados segundo a

equação de Friedewald:

Colesterol VLDL= Triglicerídeos/5

Colesterol LDL= Colesterol total – (HDL + VLDL)

Após laparotomia mediana foram retirados os tecidos adiposo branco retroperitoneal

(RET) e epididimal (EPI), e tecido adiposo marrom (TAM). Esses tecidos foram pesados

imediatamente para a obtenção do peso fresco em valor absoluto (g) e relativo (g/100g de

massa corporal), sendo armazenados em freezer a -80°C para análises posteriores.

4.3.8 Quantificação de Gordura Hepática Total

Para determinação e quantificação da gordura hepática total foi utilizado o método

proposto por Folch, Less e Stanley (1957).

Aproximadamente 1 g de tecido hepático foi homogeneizado com 3 mLde

clorofórmio: metanol (2:1) com a ajuda de um sonicador. Emseguida, completou-se o volume

para 20 mL de clorofórmio: metanol(2:1). A mistura foi filtrada em papel filtro fino e para

cada 10 mL do filtradofoi adicionado 2 mL de solução salina (0,9 %). Os tubos foram

agitados suavemente, sendo invertidos três vezes. Em seguida, foram levados para centrifuga

por 5 minutos a 2500 rpm para separação dasfases. A fase superior (fase aquosa) foi

desprezada. Um volume de 3 mL da fase inferior (fase clorofórmica) foi transferido para

umrecipiente previamente pesado, o qual foi levado à estufa (60 °C) paraevaporação. Após a

secagem, o recipiente foi pesado novamente para ocálculo da diferença de peso (FOLCH,

1957).

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22

4.3.9 Determinação do RNAm da UCP-1 por Real time – Reação da Polimerase em

Cadeia (PRC)

As amostras contendo aproximadamente 0,5g de TAM foram homogeneizadas em

reagente de TRIzol (InVitrogen, São Paulo, Brasil) com o auxílio de um sonicador na

velocidade máxima. Em seguida, o conteúdo total de ácido ribonucleico (RNA) foi

quantificado por espectrofotometria. Oácido ribonucleico total foi extraído e após, foi

quantificado por espectrofotometria através de NanoDrop.

Posteriormente, alíquotas contendo 3µg de RNA foram submetidas à transcrição

reversa utilizando-se primers hexaméricos randômicos. O ácido desoxirribonucleico

complementar (cDNA) resultante foi amplificado utilizando os oligonucleotídeos

complementares a sequências no gene da Proteína Desacopladora 1 (UCP-1, do inglês

Uncoupling Protein-1). Como controle endógeno foi utilizado o gene da gliceraldeído-3-

fosfato dehidrogenase (GAPDH).

Para as reações de Real Time PCR foi utilizado o sistema TaqManTM (Applied

Biosystems), e os valores da expressão gênica foram obtidos pela análise dos resultados no

programa 7500 System SDS Software (Applied Biosystems).

4.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão do número de animais ou

experimentos. Foi aplicado o teste de Levene para verificar a homogeneidade das variâncias.

Para comparar os grupos GC e GT foi utilizado o Teste T de Student. O nível de significância

foi estabelecido em P< 0,05. Os resultados foram analisados utilizando o software Statistic

(Stat-soft).

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23

5. RESULTADOS

Ao analisar o ganho de peso corporal (Figura 1A) entre os animais do GC e GT, não

foi encontrada diferença significativa entre os grupos. Porém, ao analisar o consumo

alimentar (Figura 1B), os animais do GT apresentaram consumo significativamente menor em

relação aos animais do GT (P<0,001). O índice de Lee (Figura 1C) foi similar entre os

grupos. Em relação à concentração sérica de albumina (Figura 1D), foi encontrado valor

aumentado nos animais do grupo GT em relação aos do grupo GC (P<0,0001). A

concentração sérica de globulina (Figura 1E), razão albumina/globulina (Figura 1F) e

concentração de proteínas totais (Figura 1G) não diferiram entre os grupos.

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24

Figura 1. Ganho de peso corporal (A), consumo alimentar total (B), índice de Lee (C), concentrações séricas de albumina (D) e globulina (E), razão albumina/globulina (F), concentração sérica de proteínas totais (G) de ratos dos Grupos Controle(GC) e Grupo Teste (GT). Valores expressos em média e desvio padrão 5-10 ratos por grupo. *Indica diferença significativa (Teste t de Student, P<0,05).

Em relação ao peso dos tecidos adiposos brancos, o GT apresentou maior acúmulo de

EPI em valor absoluto (Figura 2A) e relativo (Figura 2B) quando comparado ao GC (p<0,02 e

Controle Teste0

100

200

300

400

Grupo

Gan

ho d

e pe

so c

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ral

(g)

Controle Teste0

200

400

600

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1000

1200*

Grupo

Con

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tota

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)Controle Teste

0.0

0.1

0.2

0.3

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Controle Teste0

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Controle Teste0

1

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Controle Teste0

1

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Raz

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Glo

bulin

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Controle Teste0.0

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5.0

7.5

Grupo

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dL

D

E F

G

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25

0,03). O peso do RET em valor absoluto (Figura 2C) e relativo (Figura 2D) não diferiu entre

os grupos.

Figura 2. Peso absoluto (A) e relativo (B) do tecido adiposo epididimal (EPI), peso absoluto (C) e relativo (D) do tecido adiposo retroperitoneal (RET) de ratos dos Grupos Controle(GC) e Grupo Teste (GT). Valores expressos em média e desvio padrão de 10 ratos por grupo.*Indica diferença significativa(Teste t de Student, P<0,05). Quando avaliado o peso absoluto (Figura 3A) e relativo (Figura 3B) do TAM, não foi

observada diferença entre os grupos. Porém, o GT apresentou a expressão do RNA

mensageiro da UCP-1 deste tecido (Figura 3C), significativamente menor quando comparado

ao GC (P<0,05)

Controle Teste0

5

10

15

Grupo

Tec

ido

Adi

poso

Epi

didi

mal

(g)

*

Controle Teste0

1

2

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Grupo

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Adi

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Tec

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Controle Teste0

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3

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Adi

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Ret

rope

rito

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(g/1

00g

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eso

corp

oral

)

D

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26

Figura 3. Peso absoluto (A) e relativo (B) do Tecido Adiposo Marrom (TAM), expressão do RNAmensageiroda proteína desacopladora 1 (UCP-1) (C), de ratos dos Grupos Controle(GC) e Grupo Teste (GT). Valores expressos em média e desvio padrão de no mínimo 5 e no máximo 10 ratos por grupo. *Indica diferença significativa(Teste t de Student, P<0,05).

A concentração sérica de insulina de jejum (Figura 4A), a glicemia de jejum (Figura

4C) e a área sob a curva da glicose (Figura 4D) não diferiram significativamente entre os

grupos. A cetonemia de jejum (Figura 4B) dos animais GT foi maior quando comparados ao

GC (p<0,05). A constante de decaimento da glicoseno sangue durante o teste de tolerância à

insulina (Kitt)(Figura 4E) foi menor nos animais GTem comparação ao GC (P<0,01).

Controle Teste0.0

0.1

0.2

0.3

Grupo

Tec

ido

Adi

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Controle Teste0

1

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Grupo

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o)

*

A B

C

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27

Figura 4. Concentração sérica de insulina de jejum (A), cetonemia de jejum (B), glicemia de jejum (C), área sob a curva da glicose durante teste de tolerância à glicose (D) e constante de decaimento da glicose no plasma durante o teste de tolerância à insulina (Kitt) (E) de ratos dos Grupos Controle(GC) e Grupo Teste (GT). Valores expressos em média e desvio padrão de 5-10 ratos por grupo.*Indica diferença significativa (Teste t de Student, P<0,05).

As concentrações séricas de triglicerídeos (Figura 5A), colesterol total (Figura 5B),

VLDL (Figura 5C) e LDL (Figura 5D) não diferiram entre os grupos A concentração sérica

de HDL (Figura 5E) foi maior em GT quando comparado com GC (P<0,05).

Controle Teste0

1

2

3

Grupo

Insu

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Controle Teste0

1

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Controle Teste0

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Controle Teste0

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0.5

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Grupo

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28

Figura 5. Concentração sérica de triglicerídeos (A), colesterol total (B), VLDL (C), LDL (D) e HDL (E) de ratos dos Grupos Controle (GC) e Grupo Teste (GT). Valores expressos em média e desvio padrão de 5 ratos por grupo. *Indica diferença significativa (Teste t de Student, P<0,05).

O conteúdo de lipídio hepático (Figura 6A), as concentrações de TGP (Figura 6B) e

TGO (Figura 6C) e a razão TGP/TGO (Figura 6D) foram similares entre os grupos.

Controle Teste0

50

100

150

Grupo

Tri

glic

eríd

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mg/

dL

Controle Teste0

25

50

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D

E

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29

Figura 6. Conteúdo de lipídeo hepático (A), concentração sérica de Transaminase Glutâmico Pirúvica (TGP) (B), concentração sérica de Transaminase Glutâmico Oxalacética (TGO) (C) e razão de TGP/TGO (D), de ratos dos Grupos Controle (GC) e Grupo Teste (GT). Valores expressos em média e desvio padrão de 5-10 ratos por grupo. *Indica diferença significativa (Teste t de Student, P<0,05).

Por fim, as concentrações séricas de uréia (Figura 7A) e creatinina (Figura 7B) foram

significativamente menores no GT comparado ao GC (P<0,05 e P<0,01, respectivamente).

Porém, quando calculada a razão uréia/creatinina (Figura 7C), o mesmo, apresentou-se maior

no GT em relação ao GC (P<0,001).

Controle Teste0.00

0.25

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Grupo

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30

Figura 7. Concentração sérica de uréia (A) e creatinina (B), razão uréia/creatinina (C) de ratos dos Grupos Controle (GC) e Grupo Teste (GT). Valores expressos em média e desvio padrão de 5 ratos por grupo. *Indica diferença significativa (Teste t de Student, P<0,05).

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C

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31

6. DISCUSSÃO

No presente estudo, o óleo de coco extra virgem e o óleo de soja foram usados

como única fonte de lipídios em dietas isocalóricas e normolipídicas. Foi observado que os

animais que ingeriram óleo de coco tiveram consumo alimentar menor que aqueles mantidos

com dieta à base de óleo de soja. Estudos têm sugerido que devido à diferença de

viscosidade, a palatabilidade dos TCM é menor do que a do TCL (GREENBERG, 1969), o

que propiciaria uma menor ingestão alimentar. O aumento de mediadores pós-absortivos que

modulam a saciedade (corpos cetônicos e glicose, por exemplo) também contribuem para a

redução da ingestão alimentar (VAN ITALLIE, 1985). Neste estudo foi observado o aumento

significativo apenas de corpos cetônicos nos animais alimentados com óleo de coco, que

podem ter determinado a hipofagia. O aumento dos corpos cetônicos era esperado, sendo o

caráter cetogênico do TCM atribuído ao direcionamento preferencial do acetil-CoA produzido

durante a oxidação dos AGCM para a produção de corpos cetônicos (FERREIRA, 2003).

Apesar do consumo alimentar reduzido, os ratos mantidos com dieta à base de óleo de

coco apresentaram ganho de peso similar, mas aumento do peso absoluto e relativo da gordura

epididimal em comparação àqueles alimentados com óleo de soja. Segundo FAIN (2010), o

aumento do tecido adiposo visceral tem mais correlação com indicadores de resistência à

insulina do que o tecido adiposo subcutâneo abdominal, ou seja, indivíduos com obesidade

abdominal, que possuem acúmulo de tecido adiposo visceral, têm risco aumentado de

desenvolvimento de resistência à insulina. Essa associação foi observada nos animais que

consumiram óleo de coco, a julgar pelos valores reduzidos do Kitt

Curiosamente, o óleo de coco causou redução da expressão do RNA mensageiro da

UCP-1 no TAM, sinalizando para uma possível redução da termogênese, que pode ter

contribuído para o balanço energético positivo e aumento de gordura visceral. Em roedores, o

TAM é o principal efetor da termogênese induzida pela dieta e pelo frio, tendo uma função

importante na modulação das flutuações do gasto energético em resposta a mudanças na

ingestão dietética (ROTHWELL, 1986; TRAYHURN, 1986; HIMMS-HAGEN, 1986).

Também foi observada, neste estudo, uma correlação inversa entre transcrição do gene de

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UCP-1 no TAM e resistência à insulina. Sabe-se que a expressão do gene da UCP-1 é

reduzida na resistência à insulina (STORLIEN, 1986).

Embora resistentes à insulina, os animais que ingeriram óleo de coco não

apresentaram esteatose hepática ou comprometimento da função do fígado, considerando os

valores inalterados das transaminases hepáticas. A esteatose hepática tem sido observada em

animais mantidos com dieta hiperlipídica contendo óleo de coco hidrogenado. Esse efeito

parece estar associado à resistência hepática à insulina, ao excesso e tipo de gordura da dieta

(óleo de coco hidrogenado) (TURNER, 2009). A resistência à insulina aumenta a

concentração de ácidos graxos livres derivados da lipólise de triglicerídeos do tecido

adiposobranco (DONELLI, 2005). Esses ácidos graxos se dirigem para o fígado e são usados

para a produção de triglicerídeos (LEWIS, 2002). Além disso, a hiperinsulinemia crônica

resultante da resistência à insulina promove a lipogênese hepática de novo devido a regulação

positiva de genes lipogênicos. O aumento da expressão dos genes lipogênicos também é

estimulado pela glicose (BROWNING, 2004). Uma explicação plausível para a inexistência

de fígado gorduroso na vigência da resistência à insulina é a euglicemia e normoinsulinemia

apresentada neste estudo por animais que receberam dieta à base de óleo de coco extra

virgem.

O óleo de coco aumentou a concentração sérica de HDL, a exemplo do que foi

observado previamente por Nevin e Rajamohan (2004). O aumento do HDL tem sido

atribuído à saturação dos ácidos graxos que aumenta a enzima lecitina colesterol acil

transferase (MENSINK, 1992). Esse efeito é principalmente atribuído à sua função medidora

do transporte reverso do colesterol dos tecidos periféricos para a reutilização pelo fígado

(ECKARSTEIN, 2002). Considerando que no presente estudo, o óleo de coco aumentou o

HDL e não alterou as concentrações de triglicerídeos, colesterol total, VLDL e LDL, esse

componente dietético mostrou-se benéfico para o perfil lipídico.

Interessante ressaltar que neste estudo os animais mantidos com dieta à base de óleo

de coco apresentaram diminuição das concentrações séricas de uréia e creatinina, aumento da

concentração sérica de albumina e da razão uréia/creatinina (valor médio de 127).

Considerando a predominância dos AGCM na composição do óleo de coco e tendo em

vista que esses ácidos graxos são rapidamente absorvidos e transportados ao fígado ligados à

albumina (ASHBROOK, 1972), é razoável supor que as necessidades aumentadas dessa

proteína sejam supridas pelo aumento da sua síntese pelo fígado.

Os TCMs são rapidamente hidrolisados tendo pequena participação pancreática. Os

seus ácidos graxos são absorvidos diretamente para a circulação portal e transportados pela

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albumina. São oferecidos para as células e não necessitam de carnitina para adentrarem na

mitocôndria

A coexistência de hiperalbuminemia e o aumento da razão uréia/creatinina são

sugestivas de desidratação celular causada pelo aumento da albumina plasmática. Em

condições normais, a relação uréia/creatinina é em média 30, e valores maiores do que 40-50

são observados quando ocorre contração do volume extracelular (SBN, 2011).

A dieta contendo óleo de coco promoveu balanço energético positivo, possivelmente

devido à redução da termogênese, que resultou em aumento da deposição de gordura visceral

e resistência à insulina.

Essas alterações foram acompanhadas de aumento da cetogênese e da albumina, a qual

possivelmente contribuiu para desidratação celular. No entanto, os animais que consumiram a

dieta com óleo de coco apresentaram aumento da fração colesterol-HDL, considerado

cardioprotetor por sua ação antioxidante. Portanto, esses últimos resultados devem ser

analisados com cautela, considerando que a dieta desencadeou vários fatores de riscos

cardiovasculares anteriores.

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7. CONCLUSÃO

A dieta contendo óleo de coco promoveu balanço energético positivo, possivelmente

devido à redução da termogênese, que resultou em aumento da deposição de gordura visceral

e resistência à insulina. Essas alterações foram acompanhadas de aumento da cetogênese e da

albumina sérica, a qual possivelmente contribuiu para desidratação celular. Ressalta-se que os

animais que consumiram a dieta com óleo de coco apresentaram aumento da fração

colesterol-HDL, considerada cardioprotetor por sua ação antioxidante. Entretanto, esses

últimos resultados devem ser analisados com cautela, considerando que a dieta desencadeou

vários fatores de riscos cardiovasculares anteriores.

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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS

Anexo 1: Documento de aprovação no Comitê de Ética no Uso de Animais