universidade do vale do itajaÍ programa de pÓs …siaibib01.univali.br/pdf/adriana de campos...

91
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL ADRIANA DE CAMPOS CESTARI RUDOLF PROPOSTA PARA APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL COMO FERRAMENTA DE CONSUMO SUSTENTÁVEL. ESTUDO DE CASO EM PARQUE TEMÁTICO DA CIDADE DE PENHA/SC Itajaí (SC) 2017

Upload: others

Post on 31-Mar-2021

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL

ADRIANA DE CAMPOS CESTARI RUDOLF

PROPOSTA PARA APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL COMO

FERRAMENTA DE CONSUMO SUSTENTÁVEL. ESTUDO DE CASO EM PARQUE

TEMÁTICO DA CIDADE DE PENHA/SC

Itajaí (SC)

2017

Page 2: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

ADRIANA DE CAMPOS CESTARI RUDOLF

PROPOSTA PARA APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL COMO

FERRAMENTA DE CONSUMO SUSTENTÁVEL. ESTUDO DE CASO EM PARQUE

TEMÁTICO DA CIDADE DE PENHA/SC

Trabalho apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental.

Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette.

Itajaí (SC)

2017

Page 3: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

ADRIANA DE CAMPOS CESTARI RUDOLF

APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL:

PROPOSTA DE CONSUMO SUSTENTÁVEL EM PARQUE TEMÁTICO DA CIDADE

DE PENHA/SC

Esta dissertação foi julgada adequada para

a obtenção do título de Mestre junto ao

Curso de Ciência e Tecnologia Ambiental

e aprovada pelo Programa de Pós-

graduação em Ciência e Tecnologia

Ambiental do Centro de Ciência e

Tecnologia da Terra e do Mar da

Universidade do Vale do Itajaí.

Itajaí, 10 de Julho de 2017.

Prof. Dr. Marcus Polette – Orientador Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

Prof. Dr. Juarês José Aumond Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB

Prof. Dr. Antonio Carlos Beaumord Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

Prof. Dr. Jurandir Pereira Filho Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

Page 4: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meu Pai do céu, e

também ao melhor pai do mundo que Ele

me deu, Sr. Jorge Cestari!

Page 5: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus, pela vida, saúde e por todas as pessoas que tenho

ao meu redor.

Ao meu marido Idro e minhas filhas Beatriz, Taís e Lara pelo apoio, paciência,

incentivo, carinho e amor dedicados.

Aos meus pais por todos os ensinamentos.

Ao Dr. Marcus Polette pela oportunidade e pela sua orientação prestada.

A pessoa do Diretor Operacional Sr. Clever Ávila, pela constante compreensão

e incentivo neste período de estudo.

A todos aqueles que forneceram informações necessárias para elaboração

deste trabalho, em especial aos funcionários do setor de projetos, do Parque Temático

Beto Carrero World. Enfim, agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para

meu aprendizado.

Page 6: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13

1.1 Objetivos ...................................................................................................... 15

1.1.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 15

1.1.2 Objetivos Específicos ............................................................................ 15

1.1.3 Perguntas de Pesquisa .......................................................................... 15

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 16

2.1 Disponibilidade de Recursos Hídricos .......................................................... 16

2.2 Conservação dos Recursos Hídricos ........................................................... 17

2.3 Águas Subterrâneas..................................................................................... 18

2.4 Política Nacional de Recursos Hídricos ....................................................... 21

2.4.1 Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos. ................................. 22

2.5 Usos da Água ............................................................................................... 24

2.5.1 Tipos de reuso da água ......................................................................... 26

2.6 Aproveitamento da Agua Pluvial .................................................................. 28

2.6.1 Normas e Legislações referentes aos Sistemas de Aproveitamento de

água pluvial ......................................................................................................... 31

2.6.2 Dimensionamento do Sistema de Aproveitamento de água pluvial ..... 322

3 MÉTODODOLOGIA ........................................................................................... 35

3.1 Área de Estudo ............................................................................................ 35

3.1.1 Caracterização do Sistema de abastecimento de Água do Parque

temático .............................................................................................................. 36

3.2 Procedimentos dos métodos ........................................................................ 39

3.2.1 Levantamento e Quantificação dos Usos de Água em Parque Temático

situado no Município de Penha – SC. ................................................................. 41

3.2.1.1 Levantamento das diferentes áreas por categorias de atividades ...... 41

3.2.1.2 Levantamento e quantificação dos principais usos de água em parque

temático ........................................................................................................... 41

3.2.1.3 Estimativa consumo total .................................................................... 41

3.2.2 Avaliação das diferentes formas de uso de água potável e não potável do

sistema de abastecimento das diversas áreas que compõe o parque temático

422

3.2.2.1 Avaliação para uso em consumo humano .......................................... 42

Page 7: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

3.2.2.2 Avaliação de uso para dessedentação de animais ............................ 42

3.2.2.2.1 Estimativa de consumo de água no abastecimento dos tanques nos

recintos do zoológico.................................................................................... 42

3.2.2.3 Avaliação do uso em Recreação ........................................................ 43

3.2.2.3.1 Estimativa do uso para recreação em piscinas ............................. 43

3.2.2.3.2 Estimativa do uso para recreação em lagoas ................................ 43

3.2.2.4 Avaliação em manutenção de limpezas ............................................. 44

3.2.2.4.1 Irrigação de jardins e lavagens de ruas ......................................... 44

3.2.2.4.2 Limpeza das áreas de manutenções operacionais ....................... 44

3.2.2.4.3 Estimativa limpeza dos recintos do zoológico ............................... 44

3.2.2.5 Avaliação no uso em harmonia paisagística ...................................... 45

3.2.2.5.1 Estimativa para uso em harmonia paisagística ............................. 45

3.2.2.6 Demanda total estimada para potencial uso não potável ................... 45

3.2.3 Avaliação da Viabilidade do Aproveitamento da Água de Chuva no Âmbito

do Empreendimento ........................................................................................... 46

3.2.3.1 Levantamento das áreas de cobertura ............................................... 46

3.2.3.1.1 Seleção das áreas a serem avaliadas ........................................... 46

3.2.3.2 Dados Pluviométricos ......................................................................... 47

3.2.3.3 Análise do suprimento da demanda de água de chuva ...................... 47

3.2.3.3.1 Método Rippl ................................................................................. 47

3.2.3.4 Dimensionamento do reservatório ...................................................... 47

3.2.3.4.1 Método de Rippl ............................................................................ 48

3.2.3.4.2 Método da simulação .................................................................... 49

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 51

4.1 Levantamento e Quantificações dos Diferentes usos de Água em Parque

Temático ................................................................................................................ 51

4.1.1 Estimativa do consumo total .................................................................. 53

4.2 Avaliação das diferentes formas de uso de água potável e não potável do

sistema de abastecimento das diversas áreas que compõe o parque temático .... 55

4.2.1 Avaliação de uso em consumo humano ................................................ 55

4.2.2 Avaliação de uso para dessedentação de animais ................................ 55

4.2.3 Consumo para recreação ...................................................................... 58

4.2.3.1 Consumo para recreação em piscinas ............................................... 58

4.2.3.2 Uso para recreação em lagoas .......................................................... 60

Page 8: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

4.2.4 Consumo em manutenção de limpezas ................................................. 61

4.2.4.1 Uso em Irrigação de jardins e lavagens de ruas ................................ 61

4.2.4.2 Limpeza das áreas de manutenções operacionais ............................ 62

4.2.4.3 Consumo de água para limpeza dos recintos do zoológico ............... 62

4.2.5 Consumo de água em harmonia paisagística ........................................ 63

4.2.6 Demanda total estimada para potencial uso não potável ...................... 65

4.3 Avaliação da viabilidade do aproveitamento da água de chuva no âmbito do

empreendimento .................................................................................................... 66

4.3.1 Áreas de coberturas selecionadas ......................................................... 67

4.3.2 Dados Pluviométricos ............................................................................ 69

4.3.3 Análise do suprimento da demanda de água de chuva ......................... 70

4.3.4 Dimensionamento do reservatório ......................................................... 73

4.3.4.1 Método de Rippl ................................................................................. 73

4.3.4.2 Método da Simulação ......................................................................... 74

4.4 Proposta de Sistema de aproveitamento de água de chuva ........................ 77

5 CONCLUSÕES .................................................................................................. 79

6 RECOMENDAÇÕES .......................................................................................... 80

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 81

APENDICE A – DADOS CONSUMO TOTAL PERÍODO DE 2015/2016 ................. 90

Page 9: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 - Principais usos da água no Brasil. .......................................................... 24

Quadro 2 - Associação entre os usos da água e os requisitos de qualidade. ........... 25

Quadro 3 - Formas de reuso e suas características. .............................................. 277

Quadro 4 - Vantagens e Desvantagens para o Aproveitamento de Água Pluvial. .... 30

Quadro 5 - Pontos de Captação. ............................................................................... 37

Quadro 6 - Número de visitantes em Parque Temático. ........................................... 39

Quadro 7 - Identificação de conjunto de recintos por ponto de consumo.. ................ 51

Quadro 8 - Relação das atividades por categorias no empreendimento ................... 51

Quadro 9 - Classificação dos principais usos em potável e não potável. ................ 533

Quadro 10 - Estimativa de demanda para dessedentação de animais. .................... 56

Quadro 11 - Estimativa da demanda de recreação em piscinas. .............................. 59

Quadro 12 - Estimativa de demanda para limpeza do zoológico. ............................. 63

Quadro 13 - Estimativa de demanda Harmonia paisagística. ................................... 64

Quadro 14 - Demanda total estimadas aos principais usos. ..................................... 65

Quadro 15 – Áreas de coberturas selecionadas. ...................................................... 67

Quadro 16 - Pontos de consumo possivelmente atendidos pela captação pluvial. ... 72

Figura 1 - Localização da área de estudo. ................................................................ 35

Figura 2 - Localização dos poços. ............................................................................. 37

Figura 3 - Mapa distribuição SAA. ............................................................................. 38

Figura 4 - Fluxograma dos Procedimentos dos Métodos. ......................................... 40

Figura 5 - Relação do Consumo Estimado Mensal X Compra de água. ................... 54

Figura 6 - Recinto urso. ............................................................................................. 57

Figura 7 - Recinto Íbis Sagrado. ................................................................................ 57

Figura 8 - Brinquedo Acquaball. ................................................................................ 59

Figura 9 – Tchibum. .................................................................................................. 59

Figura 10 - Brinquedo Crazy River. ........................................................................... 61

Figura 11 – Brinquedo Pedalinho. ............................................................................. 61

Figura 12 - Atividade de lavagem das ruas. .............................................................. 62

Figura 13 - Avenida das Nações ............................................................................... 64

Figura 14 - Fonte da Ilha. .......................................................................................... 64

Figura 15 - Estimativa de consumo para os principais usos...................................... 66

Page 10: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

Figura 16 - Vista aérea de algumas coberturas. ...................................................... 688

Figura 17 - Vista aérea de algumas coberturas. ........................................................ 69

Figura 18 - Dados Pluviométricos. ............................................................................ 70

Figura 19 - Proposta conceitual para instalação do reservatório. .............................. 78

Page 11: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Participação dos mananciais no abastecimento público brasileiro. .......... 20

Tabela 2 - Verificação do Volume do Reservatório pelo método de Rippl. ............... 48

Tabela 3 - Método da simulação. .............................................................................. 50

Tabela 4- Verificação do atendimento do volume de chuva a demanda total estimada.

.................................................................................................................. 71

Tabela 5 - Verificação do atendimento do volume de chuva a demanda parcial

estimada. .................................................................................................. 72

Tabela 6 - Cálculo do volume do reservatório pelo Método de Rippl. ....................... 74

Tabela 7 - Análise de simulação do reservatório X suprimento de água da rede com

volume Método de Rippl. .......................................................................... 75

Tabela 8 - Análise de simulação do reservatório X suprimento de água da rede com

volume ocupação área indicada. .............................................................. 76

Page 12: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

RESUMO

Os Parques Temáticos ocupam áreas de grande fluxo de visitantes que exigem

importantes entradas de água, bens de consumo e energia para seu funcionamento.

A água subterrânea é a única fonte de abastecimento de água utilizada no Parque

Temático localizado no município de Penha no Estado de Santa Catarina. O presente

trabalho buscou propor um sistema de abastecimento de água pluvial como consumo

sustentável nas atividades desenvolvidas neste Parque. Para o desenvolvimento do

estudo em questão foi realizado a caracterização dos principais usos relacionados

com o funcionamento do empreendimento. Através do acompanhamento dos

procedimentos realizados nas diversas áreas que compõem o complexo, analisou-se

e quantificou-se as diferentes formas de usos de água no parque, e assim foi verificado

a viabilidade de captação de água de chuva como suprimento da demanda de água

de fins não potáveis. As atividades que utilizam água no parque são serviços,

comércio, alimentação, lazer e entretenimento e manutenção. O consumo total mensal

de água no Parque em média é de 11.641 m3. Com base nos resultados obtidos neste

estudo, a demanda total estimada de água potável com fim de uso não potável foi de

29% mensal, a qual de acordo com os dados pluviométricos da região, a água de

chuva atende parcialmente esta demanda para área de captação considerada.

A proposta da utilização da água de chuva como um recurso hídrico complementar

alternativo, é uma forma de sustentabilidade viável pelo fato de haver condições

estruturais, possibilitando o uso para fins não potáveis, contribuindo para a redução

do consumo de água do sistema de abastecimento próprio e priorizando o uso da

água tratada para fins onde se necessita de água potável.

Palavras-chaves: Água pluvial, Sustentabilidade, Parques temáticos.

Page 13: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

ABSTRACT

The Theme Parks occupy areas of great flow of visitors that require important water,

consumer goods and energy inputs for their operation. Groundwater is a single source

of water used in the Theme Park located in the municipality of Penha in the State of

Santa Catarina. The present work sought to propose an adequate water supply system

as a sustainable consumption in the activities developed in this Park. For the

development of the study in question was carried out a characterization of the main

uses related to the operation of the enterprise. Through the monitoring of the

procedures performed in the various areas that make up the complex, we analyzed

and quantified how different forms of water use without park, and thus verified the

feasibility of rainwater harvesting as a supply of water for non-finned water drinking

water. Activities that use water are not services and services, commerce, food, leisure,

and entertainment and maintenance. The average monthly water consumption in the

Park is 11,641 m3. Based on the results obtained in this study, an estimated total

drinking water demand for non-potable use was 29% per month, a convention

according to rainfall data of the region, rainwater partially meets this demand for

catchment area considers.

The proposal of rainwater as an alternative complementary water resource is a viable

form of sustainability due to the fact that there are structural conditions, allowing the

use for non-potable purposes, contributing to a reduction of the water consumption of

the own water supply system. Prioritizing the use of the treated water to the fins where

drinking water is required.

Keywords: Rain water, Sustainability, Thematic Park

Page 14: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

13

1 INTRODUÇÃO

Os parques temáticos, como define Vannucci (1999), são um grupo de atrações

de entretenimento, caracterizados por possuir temas específicos sobre assuntos

variados para a concepção de um ambiente imaginário, oferecendo ao visitante uma

experiência diferenciada. Estes ocupam áreas de grande fluxo de visitantes que

exigem importantes entradas de água, bens de consumo e energia para seu

funcionamento. O Parque Temático Beto Carreiro, possui grande importância no que

se refere ao desenvolvimento econômico da região. Conta com aproximadamente

1.500 colaboradores diretos e indiretos e recebe anualmente cerca de 2 milhões de

visitantes.

O desenvolvimento do município de Penha, assim como o da grande maioria

dos municípios litorâneos do Estado, está diretamente relacionado à capacidade de

fornecimento de água tratada. A cidade não possui Estação de Tratamento de Água -

ETA, usando o sistema do município vizinho através de um acordo (ÁGUAS DE

PENHA, 2016). O parque temático, jamais usou o sistema de abastecimento de água

municipal.

A água subterrânea, nem sempre está disponível em quantidade e qualidade.

É um importante recurso natural de serviço ecossistêmico de provisão que tem sido

administrado de forma pouco controlada. No Parque Temático em estudo, a água

subterrânea é a única fonte de abastecimento utilizada, e na falta desta, a água é

comprada de caminhão pipa.

Um sistema de abastecimento de água é um conjunto de elementos destinados

ao fornecimento de água potável de uma comunidade para diferentes fins de

consumo. No abastecimento de água, o parque possui um sistema de captação de

água subterrânea por meio de poços tubulares profundos. A água de boa qualidade é

distribuída com características potáveis, a todas as atividades desenvolvidas no local

bem como ao uso de colaboradores e visitantes, necessitando apenas de desinfecção.

O presente trabalho buscou propor um sistema de abastecimento de água

pluvial como consumo sustentável nas atividades desenvolvidas no Parque Temático.

A água coletada da chuva pode ser utilizada para fins de uso não potável como

suprimento da demanda de consumos de água potável atual.

O conceito do uso racional para a conservação da água consiste na associação

da gestão, não somente da demanda, mas também da oferta de água, de forma que

Page 15: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

14

usos menos nobres possam ser supridos, sempre que possível, por água de qualidade

inferior (LEMOS; FAGUNDES; SCHERER, 2009).

A importância dos recursos hídricos no suprimento das necessidades

pertinentes ao desenvolvimento das atividades internas do empreendimento é

evidente nos últimos anos com o aumento da utilização de água em função do

crescimento do parque. Os problemas ambientais com o uso excessivo das águas

subterrâneas podem ocasionar sérios riscos ao meio ambiente afetando a

disponibilidade da água bem como sua qualidade.

Para o desenvolvimento do estudo em questão, foi realizado o levantamento

dos principais usos relacionados com o funcionamento do complexo, através do

acompanhamento dos procedimentos realizados nas diversas áreas que compõe o

local, analisando as diferentes formas de usos e assim se verificou a viabilidade de

captação de água de chuva. Em função do tamanho das estruturas cobertas

existentes no parque temático ficou evidente que o uso de água de chuva passa a ser

um importante alternativa ao uso da água subterrânea.

De modo geral, o gerenciamento das reservas de águas subterrâneas está

baseado no controle de vazão estabelecido pela outorga. A regulação desta fonte de

abastecimento através do processo de outorga no Estado de Santa Catarina iniciou

em 2014 (CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS, 2014), órgão

regulador para processo de emissão de outorga de recursos hídricos aos usuários de

água subterrânea.

O processo de requerimento de outorga dos poços de captação existentes no

empreendimento foi protocolado em janeiro de 2015, estando devidamente outorgado

em setembro do mesmo ano. Sendo assim, existe uma vazão máxima consuntiva

estabelecida invariável. Logo, é premente o uso de formas alternativas de uso de

água, sendo a água de chuva importante fonte para este fim.

Como fonte alternativa de água, a utilização de sistemas de captação da água

da chuva vem crescendo para fins de usos potáveis ou não potáveis, dependendo da

necessidade e da qualidade desta. O desenvolvimento de novas tecnologias para o

controle dos recursos hídricos vem sendo observados nos últimos anos. Com isso, há

novas expansões no uso de técnicas de aproveitamento de água de chuva, tanto em

regiões onde já eram utilizadas, como em locais onde eram desconhecidas.

(MAY,2004).

Page 16: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

15

Em vistas ao aprimoramento da utilização de água no âmbito do

empreendimento, o presente trabalho buscou contribuir com a gestão de recursos

hídricos no entendimento quanto a economia de água da rede de abastecimento, o

uso de água de chuva como fonte sustentável de consumo e a viabilidade da

implantação de um sistema de aproveitamento de água pluvial.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

­ Avaliar a viabilidade do aproveitamento de água pluvial como consumo

sustentável nas atividades desenvolvidas em parque temático no município de

Penha – SC.

1.1.2 Objetivos Específicos

­ Levantar e quantificar os usos de água em parque temático situado no município

de Penha - SC;

­ Avaliar as diferentes formas de uso de água potável e não potável do sistema de

abastecimento das diversas áreas que compõe o parque temático e;

­ Propor o aproveitamento da água de chuva no empreendimento;

1.1.3 Perguntas de Pesquisa

­ Quais são os diferentes usos potáveis e não potáveis na área do parque temático?

­ Por que o uso da água de chuva pode ser uma fonte alternativa ao uso da água

subterrânea?

­ Qual o uso potável atual que pode ser substituído por água de chuva?

­ Existem coberturas com áreas apropriadas para potencial captação de água

pluvial?

­ A água de chuva é suficiente para suprimento da demanda de água não potável

quantificada?

­ Há viabilidade de instalação de um sistema de aproveitamento pluvial para

soluções sustentáveis de consumo?

Page 17: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

16

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 Disponibilidade de Recursos Hídricos

A disponibilidade de recursos hídricos está relacionada com todos os recursos

de água, as superficiais e as subterrâneas, que compõem uma determinada região ou

bacia hidrográfica, utilizada em todos os diferentes tipos de consumo. (MARINOSKI,

2007).

De acordo com Branco (2006), as formas de avaliação para a disponibilidade

dos recursos hídricos de um local são basicamente em função das demandas. Avalia-

se a vazão necessária para suprimento na implantação de determinada indústria, por

exemplo, ou visando as políticas públicas locais para o desenvolvimento regional.

Apesar de o Brasil apresentar grande disponibilidade de recursos hídricos, eles

estão distribuídos de forma disforme, há um desequilíbrio entre a oferta e a demanda

de água. Gerber (2002) afirma que em torno de 14% da água que se utiliza no mundo

está no Brasil, no entanto, 70% desta encontra-se na região da Amazônia, onde há

um total de 5% da população brasileira. Para suprimento dos outros 95% de

brasileiros, a disponibilidade é de apenas 30% do total.

De acordo com a Agência Nacional de Águas (2016), através do informe da

Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, a situação atual da distribuição de água

no território nacional brasileiro é que em média passam 260.000m³/s de água, onde

205.000m³/s encontram-se na bacia do Rio Amazonas, restando a vazão média de

55.000m³/s para serem divididos nas demais áreas do território brasileiro.

Conforme Santos (2011), mesmo diante de toda a disponibilidade hídrica do

Brasil, a oferta de água vem sendo comprometida pela poluição hídrica e pela maneira

do uso indiscriminado, correndo sérios riscos de perda do seu potencial hídrico.

Para Granziera e Granziera (2014), o fato das ocorrências constantes de

escassez no Nordeste e a recente ameaça no Sudeste, demonstra a falta de um bom

tratamento em relação a água, evidenciando a importância da gestão de recursos

hídricos para garantia da sustentabilidade.

Araújo et al. (2014) diz que a gestão de recursos hídricos é um conjunto de

ações criada com o objetivo de regular, controlar e proteger os recursos hídricos sob

normas da legislação vigente.

Page 18: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

17

De modo geral, a falta de visão sustentável na forma com que hoje são geridos

os recursos hídricos, não apresenta responsabilidade em termos ambientais, nem

sociais e financeiros. Com isto, a preocupação com a conservação da água é de

extrema importância, visto que ela é também, um bem futuro, que deve ser preservada

para as próximas gerações.

O desenvolvimento das atividades dentro de uma organização, seja de

pequeno ou grande porte, geram impacto à natureza. Esses impactos nos recursos

hídricos causados em sua maioria, são provenientes dos processos de urbanização,

usos agrícolas e industriais. A industrialização busca o atendimento de suas

demandas, que juntamente com o estilo consumista do homem na atualidade, gera a

escassez de água limpa. No terceiro mundo, 90% da água residual produzida é

lançada sem tratamento em rios, riachos e águas costeiras locais. (LEITE, 2015).

2.2 Conservação dos Recursos Hídricos

Para Campos e Azevedo (2013), a conservação da água é uma série de ações

ligadas à redução de consumo e desperdício que devem estar englobados com o

aumento da eficiência no uso correto desse recurso. Zulauf (2000) diz que a falta de

água para demandas futuras causa a preocupação com a questão dos conflitos, sendo

insinuado por especialistas que a escassez poderá ser causa de guerras no século

XXI. O mesmo autor ainda afirma que essa preocupação faz sentido quando

observado as condições de qualquer córrego urbano ou mesmo na zona rural, onde

os agrotóxicos são lançados sobre o solo sem o entendimento de que o passo

seguinte é a lixiviação desses venenos para os rios.

A conservação da água (uso racional), é definido pela FIESP/CIESP

(FEDERAÇÃO E CENTRO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2004),

como a prática de técnicas e tecnologias que podem proporcionar a eficiência do seu

uso e acrescer a eficiência deste uso colabora de forma direta com o crescimento da

disponibilidade do bem para os demais usuários, torna flexível os suprimentos

presentes para outros fins, bem como atende ao aumento populacional, a inserção de

novas indústrias e à preservação e conservação do meio ambiente. (ANDRÉ;

MACEDO; ESTENDER, 2015)

Para Zulauf (2000), se faz necessária alternância de paradigma, pois como o

homem esta em fase evolutiva na relação com meio ambiente, os recursos naturais,

Page 19: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

18

principalmente a água, acabam não sendo suficientes para manter a vida moderna,

com padrões cada vez mais intensificados no planeta. As mudanças comportamentais

da população juntamente com adoção de técnicas e tecnologias eficientes para

poupar água devem acontecer imediatamente.

No ponto de vista de Leite (2015), por se acreditar que a falta de água potável

era impossível e aparentemente abundante na natureza, gerou uso negligente por

muito tempo. Os principais fatores que contribuem com a escassez desse recurso são

a poluição dos recursos naturais, aumento da população em locais com baixa

disponibilidade e a irrigação crescente.

A ONU (Organização das Nações Unidas) apresentou dados alarmantes no 6º

Fórum Mundial da Água realizado em 2012 (6º FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA..., 2012).

Contabiliza-se que 1,7 bilhões de pessoas não têm acesso à água potável, o

equivalente a 18% da população mundial. Morrem 2,2 milhões a cada ano por causa

de doenças de veiculação hídrica. Se forem mantidos o padrão de consumo e os altos

índices de poluição, dois terços da população do planeta poderão sofrer escassez

moderada ou grave de água até 2025. A previsão da ONU é que para 2050 apenas

um quarto da humanidade terá água para satisfazer suas necessidades básicas.

A conservação dos recursos hídricos é essencial para a sobrevivência e

desenvolvimento dos seres vivos, para isso existem programas de conservação da

água os quais podem atuar em três níveis: a conservação da água na Bacia

Hidrográfica, a conservação nos Sistemas Públicos de Abastecimento de Água e

Esgotamento Sanitário e a conservação nos Sistemas Prediais. As ações de

conservação da água nos Sistemas de Abastecimento objetivam minimizar as perdas

em tais sistemas. (GIACCHINI, 2016).

O sistema de abastecimento de água é constituído de três componentes:

manancial de água, estação de tratamento de água e rede de distribuição na cidade.

Os mananciais de água são as fontes de água existentes na natureza, as águas

superficiais como rios, lagos e reservatórios, e as águas subterrâneas. (TUCCI,2006).

2.3 Águas Subterrâneas

As águas subterrâneas são aquelas que se acumulam abaixo da superfície nos

espaços existentes na composição das rochas. As rochas saturadas que permitem a

Page 20: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

19

circulação, armazenamento e extração de água são chamados de aquíferos, que

possuem a capacidade de armazenar grandes quantidades de água. (BRASIL, 2007).

A cartilha de Orientações para a utilização de águas subterrâneas no Estado

de São Paulo (SÃO PAULO, 2015), define que os aquíferos são reservatórios naturais

de formações geológicas constituídas por rochas capazes de armazenar e transmitir

quantidades significativas de água em volume e profundidades muito variadas. A

possibilidade de um poço ser produtivo dependerá da escassez e aumento da

vulnerabilidade, causados por um desequilíbrio entre a oferta e a demanda, agravados

por vários fatores, desde a elevada concentração humana, ausência de planejamento

territorial, e até pelos elevados níveis de poluição.

Palmier (2006) relaciona o potencial da água subterrânea de uma região pela

influência do perfil geológico, litológico e pela permeabilidade das rochas, que

determinam o percurso pelo qual a água da precipitação alcançará zonas saturadas,

as quais permitem a circulação, armazenamento e extração de água.

De acordo com Meneses (2007), a recarga natural dos aquíferos vêm sofrendo

grande interferência das atividades humanas nos últimos anos. Desmatamentos e

pavimentações do solo, entre outros elementos que dificultam a infiltração e a

absorção das águas pelos vegetais geram um desequilíbrio entre evaporação,

infiltração e escoamento e afetam assim, o ciclo natural da água.

No Brasil, existem diferentes tipos de aquíferos que perpassam por diferentes

regiões. Estes aquíferos são basicamente formados por rochas porosas que retém as

águas das chuvas e aos poucos abastecem os rios. Em Santa Catarina, o

reconhecimento das áreas favoráveis com características quantitativas e qualitativas

para captação de água subterrânea é baseado no funcionamento dos aquíferos e na

análise de suas relações com as formações geológicas juntamente com os dados

hidrogeológicos de poços tubulares inventariados. (MACHADO,2013)

Villar (2016) diz que o uso irregular das águas subterrâneas constitui uma

ameaça real para a segurança hídrica do abastecimento público, colocando em risco

o acesso à água potável. O papel no abastecimento através das águas subterrâneas

é comparável ao das águas superficiais, principalmente quando se observa o número

de municípios e a população atendida por poços, conforme Tabela 1. A utilização das

águas subterrâneas caracterizada como solução para a restrição hídrica, vem

refletindo as mesmas falhas que geraram a degradação superficial. Porém, neste caso

Page 21: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

20

a situação é agravante pela irreversibilidade dos danos causados, por ter um caráter

oculto e pela apropriação privada dessas águas com a exploração clandestina.

Tabela 1 - Participação dos mananciais no abastecimento público brasileiro.

(Mananciais do tipo superficial (SUP), subterrâneo (SUB) e misto (MIS).

Fonte: Adaptado de Villar (2016).

Na tabela acima, os dados demonstram que as águas subterrâneas são a única

fonte para o abastecimento em quase 40% dos municípios do país. O seu uso vai

desde municípios de pequeno porte até em grandes cidades, sendo que na área rural,

55,3% dos domicílios particulares eram abastecidas por água subterrânea, pois

garantem uma água segura e baixo custo de tratamento. (VILLAR, 2016). Em Santa

Catarina, observa-se que 23,44% dos municípios são abastecidos exclusivamente por

manancial subterrâneo, sendo atendidas uma população de 153.229 pessoas.

De acordo com dados da Cetesb (SÃO PAULO, [201-]), 80% dos municípios

no Estado de São Paulo são usuários de águas subterrâneas, em alguns locais

Page 22: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

21

parcialmente. Reissler (2014) ressalta que o uso indiscriminado e sem planejamento

adequado da água subterrânea pode provocar sua superexploração, ocasionando em

esgotamento do manancial. A superexploração pode refletir em várias ocorrências

como desaparecimento de nascentes, inutilidade de poços, diminuição da umidade

dos solos, desequilíbrio no regime de recarga de base dos rios, entre outros.

Villar (2016) ainda pontua que as águas subterrâneas é recurso fundamental

para o abastecimento no Brasil. Apesar de ser considerado que a maioria dos

aquíferos mantêm suas características preservadas, ainda falta muito para uma

gestão eficiente que os proteja da superexploração, poluição, intrusão salina e

impermeabilização das áreas de recarga. A intrusão salina se trata do avanço da água

do mar salinizando no aquífero em áreas litorâneas. A maioria dos aquíferos costeiros

são suscetíveis a está ocorrência quando a extração ultrapassa o limite de produção

do aquífero. (VILLAR, 2016)

A água captada em manancial subterrâneo pode ser retirada sempre e em

volume constante, por muitos anos, desde que tenham sido feitos estudos prévios do

volume armazenado e as condições hidrogeológicas de reposição, recarga do

aquífero. Nesse sentido, ajustar as demandas por água em todos os aspectos:

econômicos, sociais e ambientais, é necessário para garantia dos usos atuais e

futuros. A Política Nacional dos Recursos Hídricos para assegurar esta garantia

dispõe da aplicação de alguns instrumentos.

2.4 Política Nacional de Recursos Hídricos

O anseio em gerenciar os recursos hídricos no Brasil teve início com o Código

das Águas, estabelecido pelo Decreto Federal nº 24.643 de 1934. O código tinha como

principal objetivo, regulamentar a apropriação das águas, com vistas à sua utilização

para gerar a energia elétrica. (CAUBET, 1994).

Em 1997, foi criada a Lei nº 9.433 que determina a Política Nacional dos

Recursos Hídricos (PNRH), seus fundamentos, objetivos, diretrizes e instrumentos. A

PNRH define a água como bem de valor econômico, institui a gestão por bacia

hidrográfica e determina a participação da sociedade na gestão hídrica (SOUZA;

SILVA; DIAS, 2012).

Através da Política Nacional de Recursos Hídricos - PNRH, bem como a criação

do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, foram estabelecidos

Page 23: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

22

instrumentos de gestão. São instrumentos da PNRH planos diretores de recursos

hídricos, o enquadramento dos corpos d’água em classes de usos preponderantes, a

outorga de direito de uso dos recursos hídricos, a cobrança pelo uso da água e o

sistema nacional de informações sobre recursos hídricos a serem utilizados para o

planejamento e gestão das águas no Brasil. (RODRIGUES, 2013)

Em 2001 foi criada a Agência Nacional de Águas (ANA), de forma a

complementar a estrutura institucional da gestão de recursos hídricos do país. A

entidade é a parte operacional do sistema com responsabilidade pela implantação da

política nacional de recursos hídricos.

A partir desta, foram surgindo legislações referentes à água, sua qualidade para

determinados fins e penalidades para atividades poluidoras. Na Resolução CONAMA

nº 357/2005, os corpos d’água foram definidos em classes conforme seus fins de uso,

bem como foram estabelecidos padrões de qualidade para o lançamento de efluentes.

(VILLAR, 2016).

A aplicação dos instrumentos previstos nas políticas de recursos hídricos é de

obrigação do Estado. Nesse sentido, o Poder Público estadual ou federal é

responsável por administrar os recursos hídricos, ou seja, qualquer intervenção que

se deseje fazer em um corpo de água é passível de autorização por parte do Poder

Público competente. Conforme estabelecido na Constituição da República Federativa

do Brasil, de 1988, (Art. 20, III e 26, I) as águas de lagos, rios e as águas subterrâneas

constituem bens ou da União ou dos Estados, sendo essa autorização denominada

de Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos.

2.4.1 Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos.

O instrumento de gestão Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos

assegura o controle qualitativo e quantitativo dos usos da água e o efetivo exercício

dos direitos de acesso a água associado a uma garantia. Para tanto deverá considerar

o enquadramento em classes de uso e a vazão do corpo hídrico. (RODRIGUES,

2013).

De acordo com o inciso IV, do art. 4º da Lei Federal nº 9.984, de 17 de junho

de 2000, compete à Agência Nacional de Águas - ANA outorgar, por intermédio de

autorização, o direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de domínio da

Page 24: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

23

União, bem como emitir outorga preventiva. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS,

[201]).

Em Santa Catarina, é de responsabilidade da Secretaria de Estado do

Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), por meio da Diretoria de Recursos

Hídricos, a emissão de outorga para os usos de recursos hídricos que alterem as

condições quantitativas e qualitativas das águas. O Decreto Estadual nº 4.778, de 11

de outubro de 2006, regulamentou este instrumento, estabelecendo os critérios para

a concessão, "licença de uso" e "autorização", bem como para a dispensa. (LIZ, 2015).

Em 4 de novembro de 2014, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos

(CERH) publicou no Diário Oficial a Resolução Consema nº 41, que estabelece a

concessão da outorga aos usuários de águas subterrâneas em Santa Catarina.

(CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, 2014). Dessa forma, os usuários de

água que utilizam poços deixaram de precisar do licenciamento ambiental, apenas da

outorga. Esse processo passou a facilitar a construção de um mapeamento mais

completo dos poços existentes em todo o Estado.

A outorga é um procedimento contábil do recurso hídrico em uma bacia

hidrográfica. Ao efetuar o ato de outorga, o que se faz é um balanço entre a quantidade

de água existente, que pode ser medida em uma unidade de vazão ou volume, em

um determinado curso d’água e as demandas já autorizadas a montante e a jusante

nos pontos de distribuição deste curso, considerando ainda uma vazão remanescente

denominada de vazão ecológica. (SILVA; MONTEIRO, 2004).

A outorga é uma resposta à questão da disponibilidade hídrica de uma bacia,

em análise, para que se autorize ou não o uso solicitado em determinado ponto de um

determinado curso d’ água pertencente a ela. É um instrumento de gestão que

trabalha com o estabelecimento de parâmetros para um uso racional e planejado da

água. (SANTA CATARINA, 2010).

São sujeitas a outorga de direito de uso de recursos hídricos quaisquer

intervenções que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente

em um corpo de água, tais como: captações em curso de água, barragens em geral

(abastecimento de água, industrial, disposição de rejeitos e geração de energia),

poços tubulares, dragagens, canalizações, desvios, travessias rodoferroviárias

(pontes e bueiros) e lançamentos de efluentes (Lei nº 9.433/1997). (GERBER, 2002).

Page 25: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

24

Ferreira (2006), diz que a criação de outorga é o ponto fundamental para o

gerenciamento e planejamento dos recursos hídricos, já que no requerimento de

outorga, os usuários fornecem todos os dados necessários de captação, (vazão,

análises físico-químicas e bacteriológicas, localização, etc.), bem como o uso

pretendido.

2.5 Usos da Água

Os usos múltiplos da água podem ser classificados em consuntivo e não

consuntivo. Carvalho, Mello e Silva (2007), define uso consuntivo como uma retirada

de quantidade de água de um determinado manancial, a qual após o uso é devolvida

em quantidade menor e/ou em qualidade inferior, causando prejuízos qualitativos e

quantitativos ao ambiente. De acordo com orientações para a utilização de águas

subterrâneas no estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2015), no Brasil, os principais

usos consuntivos da água se distribuem da seguinte forma:

Quadro 1 - Principais usos da água no Brasil.

Indústria 14%

Urbano 18%

Agricultura 63%

Fonte: Elaborado pela autora, 2012.

O alto consumo consuntivo está na agricultura, na atividade de irrigação. As

perdas para este tipo de uso são significativas, levando ao desperdício e a

contaminação tanto em águas superficiais como subterrâneas. Segundo Souza et al.

(2014), tendo um uso mais eficiente nos processos de irrigação pode-se contribuir

com controle dos prejuízos causados no recurso hídrico e no solo.

O conceito do uso não consuntivo, segundo Rebouças (2002), é o uso da água

em seus próprios mananciais, sem captação no sistema; ou quando captadas

retornam integralmente aos seus mananciais. As formas desse tipo de uso são:

geração de energia elétrica, a navegação, a diluição de efluentes, a pesca, a

preservação da flora e fauna e a recreação.

Dentre as atividades relacionadas com a recreação estão atividades de lazer,

harmonia paisagística e turismo, as quais estão diretamente ligadas com a qualidade

Page 26: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

25

da água. Principalmente quando são destinadas a recreação de contato primário,

como natação, mergulho, que devem seguir os padrões de qualidade estabelecidos,

porém todas as atividades podem oferecer ricos ao ambiente quando não controladas

ou fiscalizadas. (CARVALHO, 2013).

Portanto, as águas utilizadas como suprimento dos diferentes usos consultivos

ou não, são classificadas de acordo com Conama 357/2005 que dispõe sobre a

classificação dos corpos de e diretrizes ambientais para seu enquadramento. Para

cada respectivo uso tem se um padrão de qualidade a ser atendido, exceto ao uso

industrial, que exige requisitos variáveis de qualidade, dependendo do tipo de

processamento e dos produtos das mesmas.

Silva, Silva e Pires (2014) relata que a água nas residências, para uso

doméstico é utilizada para beber, preparar alimentos, cuidar da higiene pessoal, da

casa e das roupas, irrigarem hortas e criar animais, deve ter qualidade e preencher as

condições de potabilidade. A água potável é aquela que pode ser consumida sem ter

risco para saúde, devendo apresentar às seguintes características organolépticas: ser

inodora; incolor, sem cor; ter sabor indefinível, mas que permite distingui-la de

qualquer outro liquido e ser fresca. De acordo com Sperling (1998 apud SILVA; SILVA;

PIRES, 2014), independente das legislações os padrões de qualidade estão

diretamente relacionados ao seu uso, o Quadro 2 apresenta os principais requisitos

para cada uso.

Quadro 2 - Associação entre os usos da água e os requisitos de qualidade.

Uso específico Uso específico Qualidade requerida

Doméstico

Isenta de substâncias, químicas e organismos prejudiciais à saúde; Adequada para serviços domésticos; Baixa agressividade e dureza; Agradável esteticamente (baixa turbidez, cor, sabor e odor, ausência de microrganismos).

Industrial

Água é incorporada ao produto (alimento, bebidas e remédios). Água entra em contato com o alimento Água não entra em contato com o produto (ex: refrigeração, caldeiras)

Isenta de substâncias, químicas e organismos prejudiciais à saúde Agradável esteticamente (baixa turbidez, cor, sabor e odor) Variável com o produto Baixa dureza Baixa agressividade

Irrigação

Hortaliças, produtos ingeridos crus ou com cascas Demais plantações

Isenta de substâncias, químicas e organismos prejudiciais à saúde; Salinidade não excessiva Isenta de substancias químicas prejudiciais ao solo e às plantações, saúde.

Page 27: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

26

Uso específico Uso específico Qualidade requerida

Dessedentação de animais

Isenta de substâncias, químicas e organismos prejudiciais à saúde dos animais

Fonte: Adaptado de Sperling (1998 apud SILVA; SILVA; PIRES, 2014).

A pesquisa de Kammers e Ghisi (2006) cita que em dez edifícios públicos junto

à concessionária de água em Florianópolis, foi realizada mediante um levantamento

de dados de consumo, de forma a se estimar o consumo de água para cada dispositivo

sanitário. Os usos finais de água foram mais concentrados em atividades que não

requerem uso de água potável. Resultando em média de 77% desses usos (vasos

sanitários, mictórios, limpeza, etc.) da água potável utilizada nos edifícios analisados,

como podendo ser substituída por água não potável.

De acordo com (MARINOSKI, 2007) que abordou o estudo dos usos finais de

água potável para realização de diferentes atividades em uma edificação comercial

na cidade de Florianópolis, obteve o resultado de 63,5% do total de consumo potável

para fins de uso não potável: vasos sanitários, mictórios, limpeza geral, irrigação de

jardins e lavação de carros.

As fontes alternativas de água, podem ser classificadas como fontes opcionais

à água potável. O reuso, reciclagem das águas servidas e aproveitamento de água de

chuva, podem ser aplicadas para muitas atividades com finalidades menos nobres. As

práticas de reuso segundo Borges (2003) registram-se desde às antigas civilizações,

sobretudo na Grécia, onde os efluentes eram usados para irrigação nas agriculturas.

Mas somente a partir de século XX surgiram as primeiras regulamentações sobre o

tema.

2.5.1 Tipos de reuso da água

Quanto ao conceito de reuso de água o artigo 2º da Resolução nº 54, de 28 de

novembro de 2005 (CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS, 2006),

possui as seguintes definições:

I- Água residuária: esgoto, água descartada, efluentes líquidos de edificações,

indústrias, agroindústrias e agropecuária, tratados ou não;

II – Reuso de água: utilização de água residuária;

Page 28: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

27

III - Água de reuso: água residuária, que se encontra dentro dos padrões

exigidos para sua utilização nas modalidades pretendidas;

IV – Reuso direto de água: uso planejado de água de reuso, conduzida ao local

de utilização, sem lançamento ou diluição prévia em corpos hídricos superficiais ou

subterrâneos;

V – Produtor de água de reuso: pessoa física ou jurídica, de direito público ou

privado, que produz água de reuso;

VI – Distribuidor de água de reuso: pessoa física ou jurídica, de direito público

ou privado, que distribui água de reuso; e

VII – Usuário de água de reuso: pessoa física ou jurídica, de direito público ou

privado, que utiliza água de reuso.

De acordo com Mancuso e Santos (2003) os tipos de reuso podem ser

conforme dispostos na Quadro3.

Quadro 3 - Formas de reuso e suas características.

Formas de reuso

Características

Direto Uso planejado de esgotos tratados para certa finalidade como uso industrial, irrigação e água potável.

Indireto Quando a água, já utilizada, uma ou mais vezes para o uso doméstico ou industrial, é descartada nas águas superficiais ou subterrâneas e utilizada novamente, mas de forma diluída.

Planejado Quando este é resultado de uma ação planejada e consciente, adiante do ponto de descarga do efluente a ser usado.

Não planejado Caracterizado pela maneira não intencional e não controlada de sua utilização.

Potável Com a finalidade de abastecimento da população.

Não potável Objetiva atender a demanda que tolera águas de qualidade inferior (Fins industriais, recreacionais, irrigação, descarga em vasos sanitários, entre outros).

Potável direto O esgoto é recuperado através de tratamento avançado e é injetado diretamente no sistema de água potável.

Potável indireto O esgoto depois de tratado é lançado nas águas superficiais ou subterrâneas para diluição e purificação natural, objetivando uma posterior captação e tratamento

Fonte: Adaptado de Mancuso e Santos (2003).

Para a implantação de um parque temático localizado próximo à cidade de São

Paulo foi descrito um projeto de reuso de água, sendo que só seria possível a

implantação do mesmo com hipótese zero de efluente no corpo receptor. A ausência

de uma classificação específica para reuso de água em parques temáticos na

Page 29: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

28

literatura especializada, conduziu à adoção da mesma classificação de água para fins

urbanos e domésticos. Durante o acompanhamento por um período, demonstrou que

houve atendimento as necessidades contribuindo para o equilíbrio ambiental da

região. (LEITE, 2003).

Considerando que o presente trabalho se refere à água de chuva, torna-se

pertinente o parecer de Tomaz (2010), que afirma que não é correto o aproveitamento

de água de chuva receber o termo reuso de água de chuva e nem chamado de

reaproveitamento. O termo reuso é usado somente para água que já foi utilizada pelo

homem. Reaproveitamento é semelhante ao reuso, significando que a água de chuva

já foi utilizada. A água de chuva é substitutiva às águas de qualidade superior e o seu

uso pode ser aplicado em muitos consumos não potáveis.

2.6 Aproveitamento da Agua Pluvial

A água de chuva é uma das formas de ocorrência de água na natureza e faz

parte do processo de trocas do ciclo hidrológico. O aproveitamento de água pluvial é

baseado na utilização de um sistema de captação e armazenamento de água que

consiste em utilizar a água coletada diretamente de um telhado, ou grupo de telhados,

para posterior armazenamento e uso específico para fins não potáveis.

As chuvas são fundamentais para a recarga dos rios, dos aquíferos, para o

desenvolvimento das espécies vegetais e também para carregar partículas de poeira

e poluição existentes na atmosfera. Os requisitos de qualidade e segurança sanitária

das águas pluviais estão diretamente relacionados com o fim a que se destinam.

(GIACHINNI, 2016).

De acordo com Bezerra (2010), o aproveitamento de água de chuva além de

colaborar para economizar os recursos hídricos, pode prevenir a escassez da água

potável nos sistemas de distribuição das cidades. A água de chuva pode ser

aproveitada para usos menos nobres, que não precisem de água potável nos centros

urbanos. Diversos usos podem ser propostos, desde que atendam aos requisitos de

qualidade e segurança sanitária, para os diversos fins e seus usuários. O tratamento

que a água de chuva armazenada nos sistemas deve constituir, depende da finalidade

a que se destina.

Segundo Salla et al. (2013), em consulta a trabalhos no âmbito internacional,

evidencia o interesse mundial em estudos de viabilidade de uso de água de chuva.

Page 30: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

29

Ward, Memon e Butler (2012) avaliaram o desempenho do aproveitamento pluvial em

edificações no Reino Unido, analisando o volume do reservatório de acumulação e o

retorno de capital do sistema. Appan (2000) avaliou a viabilidade econômica de

aproveitamento de água de chuva para fins não potáveis em uma universidade de

Cingapura. Eroksuz e Rahman (2010), analisando o potencial de aproveitamento de

água pluvial em edifícios de usos múltiplos nas cidades de Sidney, Newcastle e

Wollongong, concluíram que as dimensões do reservatório mais viável às três cidades

suprem apenas demandas em anos secos.

Weierbacher (2008) analisou a viabilidade técnica da captação de água da

chuva para posterior aproveitamento em uma indústria moveleira localizada no

município de Alvorada (RS), resultando em um suprimento de aproximadamente

100% do consumo de água não potável. O atendimento da demanda de água de

chuva analisada representa 159,1m³ por mês de economia de água tratada fornecida

pela concessionaria.

Bona (2014), com o objetivo de estudar aproveitamento de água de chuva para

fins não potáveis avaliou a economia de água em edificações multifamiliar com as

bases de simulação de consumo, sendo que toda a água destinada aos vasos

sanitários poderia ser utilizada por água pluvial, representando uma economia 23,1%

na conta da tarifa de água.

As águas pluviais precisam ser gerenciadas, o armazenamento pode ser uma

solução para obtenção de água limpa durante todo o ano. O contínuo aumento da

demanda, faz com que ocorra uma pressão sobre serviços de fornecimento de água

tratada e de reservas disponíveis. O armazenamento e a utilização da água de chuva

podem reduzir essa pressão e também auxiliar no combate a enchentes (SERVIÇO

BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2012).

Segundo Leite (2015), em regiões longínquas de praias, as águas pluviais

podem servir de lazer para a população, através da utilização em piscinas públicas,

em parques aquáticos, em lagoas artificiais, no abastecimento de chafarizes em

praças públicas, etc. A captação, ainda, pode resolver problemas como enchentes, de

infiltração do solo, auxiliando na manutenção de aquíferos, regularização de vazões

de rios e temperaturas do solo.

Atualmente no país, uma forma de aproveitamento de água de chuva é a

construção de cisternas, principalmente no Nordeste. Alguns programas foram criados

pelo governo no intuito de melhorar a qualidade de vida da população do semiárido

Page 31: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

30

brasileiro. O armazenamento de água de chuva nessas regiões é muitas vezes

incentivado e financiado por organizações não governamentais em parceria com o

governo, como por exemplo o programa Água para todos de 2012. (OLIVEIRA,

CHRISTMANN; PIEREZAN, 2014).

Considerando o recurso hídrico como matéria de suma importância na estrutura

de desenvolvimento social, econômico e ambiental deve-se levar em conta as

vantagens e desvantagens para o aproveitamento de água pluvial nesses aspectos.

Quadro 4 - Vantagens e Desvantagens para o Aproveitamento de Água Pluvial.

VANTAGENS DESVANTAGENS

ECONÔMICA

Redução com gasto mensal de água e esgoto.

Dependendo da tecnologia empregada pode ter alto custo inicial.

Aumento da renda familiar mensal, após retorno do investimento inicial.

Pode aumentar o gasto com energia elétrica.

SOCIAL

Garantia da qualidade de vida pela certeza da não falta d’água e seus inconvenientes.

Não apresenta.

Melhora da imagem perante a sociedade, órgãos ambientais, etc.

AMBIENTAL

Preservação dos recursos hídricos, principalmente dos mananciais superficiais.

Não apresenta.

Contribuição na contenção de enxurradas que provocam alagamentos e enchentes.

Fonte: Leite (2015).

Para Lage (2010) a utilidade de um sistema de aproveitamento de água pluvial

depende das condições locais, visando o uso no próprio local de captação. Tornando

o sistema único, com suas características próprias e individualizadas, já que promove

a autossuficiência e contribui para a conservação da água.

Page 32: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

31

2.6.1 Normas e Legislações referentes aos Sistemas de Aproveitamento de água

pluvial

Para que se pudesse extrair o máximo da eficiência do aproveitamento da água

da chuva, com o intuito de se diminuir o consumo de água potável, pesquisadores

renomados, empresários e interessados no tema tomaram a iniciativa resultando na

elaboração de norma técnica voltada exclusivamente para o uso da água de chuva, a

NBR15527. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2007).

A norma apresenta os requisitos para o aproveitamento da água de chuva de

coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis. Portanto, a sua aplicação

procede para usos não potáveis em que a água de chuva pode ser utilizada após

tratamento adequado.

Para a concepção do projeto do sistema de coleta da água de chuva, o sistema

deve atender as normas técnicas, ABNT – NBR 5.626 e NBR 10.844 (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1989, 1998). Ainda deve constar o alcance

do projeto, a população ser atendida, a determinação da demanda, bem como os

estudos das séries históricas e sintéticas das precipitações da região (ASSOCIAÇÃO

BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2007).

Segundo Nez (2010), a tecnologia alternativa de aproveitamento da água da

chuva no Brasil deve ser melhor incentivada com o objetivo de racionalizar o consumo

de água, porém, ainda há falta de regimento de legislações que mencionem a

aplicação dessas. Em algumas metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro, a coleta

de água pluvial tornou-se obrigatória para alguns empreendimentos visando a redução

de enchentes.

Com o intuito de sensibilizar os usuários sobre a importância da conservação

dos recursos hídricos em alguns municípios foram criadas legislações para uso de

fontes alternativas de abastecimento de água nas novas edificações. Entre estas,

destaca-se a Lei nº 10.785/03 do Município de Curitiba que instituiu o PURAE –

Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações. O programa

prevê a adoção de medidas que visam induzir a conservação da água através do uso

racional. (CURITIBA, 2003).

No Rio de Janeiro o Decreto Municipal nº 23940/2004 (RIO DE JANEIRO, 2004)

trata do assunto com um foco maior no problema das enchentes, porém já é uma

Page 33: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

32

iniciativa que, tendo em vista a infraestrutura e a disponibilidade da água armazenada

posteriormente, tende a motivar a utilização deste recurso.

Consta na NBR15527 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,

2007) que “os padrões de qualidade devem ser definidos pelo projetista de acordo

com a utilização prevista”, no entanto alguns parâmetros conforme devem ser

seguidos em casos de usos restritivos não potáveis. A ABNT NBR 10844/89 institui

exigências e critérios necessários aos projetos das instalações de drenagem de águas

pluviais, visando garantir níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança, higiene,

conforto, durabilidade e economia. (REIS E SILVA, 2014).

2.6.2 Dimensionamento do Sistema de Aproveitamento de água pluvial

De maneira geral, o aproveitamento de água de chuva em edificações é

formado por quatro componentes básicos: áreas de coleta; condutores;

armazenamento e tratamento. O funcionamento de um sistema de coleta e

aproveitamento de água pluvial consiste basicamente, na captação da água da chuva

que cai sobre as coberturas da edificação. (SCHNEIDER; BARBISAN; BENETTI,

2016).

Em alguns sistemas é utilizado dispositivo desviador das primeiras águas de

chuva, chamados de first flush. Após passar pelo filtro, a água é armazenada

geralmente em reservatório enterrado (cisterna), e bombeada a um segundo

reservatório (elevado), do qual as tubulações específicas de água pluvial irão distribuí-

la para o consumo não potável. (MARINOSKI, 2007).

Leite (2003), ressalta que nos sistemas de distribuição de água de chuva deve

estar bem caracterizado a distribuição de água potável e não potável, evitando

ligações cruzadas, tornando-se absolutamente necessário o emprego de sistemas

duais de distribuição.

Assim, de acordo com ACQUASAVE (2015), é fundamental para um sistema

de captação de água pluvial quatro componentes básicos:

­ Captação da água;

­ Filtragem;

­ Armazenamento;

­ Distribuição.

Page 34: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

33

Os telhados podem ser de diferentes tipos de materiais para a captação de

água de chuva: telhas de cerâmica, telhas de fibrocimento, telhas de zinco, telhas de

ferro galvanizado, telhas de plástico, etc. Estas áreas podem ser inclinadas ou planas

sendo direcionada para calhas e condutores, de PVC ou metálicos, direcionando a

água para uma cisterna. (LEITE, 2015).

Conforme NBR 15527/2007 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2007), o volume de água pluvial aproveitável depende do coeficiente de

Runoff, podendo ser calculado pela Equação 1:

V = P × A × C

Onde:

V = volume anual, mensal ou diário de água de chuva aproveitável;

P = precipitação média anual, mensal ou diária;

A = área de coleta;

C = coeficiente de Runoff;

O coeficiente de Runoff é o quociente entre a água que escoa superficialmente

pelo total da água precipitada, pois para efeito de cálculo, o volume de água pluvial

aproveitável, não é igual ao de volume precipitado.

C = volume total escoado / volume total precipitado

Na ausência de dados para elaboração do coeficiente, algumas referências

citam 0,8 como o melhor valor a ser adotado como coeficiente, este significa que há

uma perda de 20% do total de água precipitada.

O reservatório para água pluvial deve ser feito por uma cisterna enterrada,

diminuindo a influência de luz e calor sobre a água, retardando a ação de bactérias.

(BERTOLO, 2006). O reservatório pode estar apoiado, enterrado ou elevado podendo

ser fabricado de polietileno de alta resistência, concreto armado, alvenaria de tijolos,

alvenaria de bloco armado, fibra de vidro, etc.

O dimensionamento do volume de armazenamento deve obedecer aos critérios

técnicos, econômicos e ambientais, devendo atender a NBR 12217 e a NBR 15527

(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994, 2007. Os métodos que

Page 35: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

34

podem ser utilizados para o cálculo de dimensionamento são: Método de Rippl,

Método da simulação, Método Azevedo Neto, Método prático alemão, Método prático

inglês, Método prático australiano. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS

TÉCNICAS, 2007).

Page 36: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

35

3 MÉTODOLOGIA

3.1 Área de Estudo

A área de estudo localiza-se na praia de Armação de Itapocorói, no município

de Penha, em Santa Catarina. Fundado em 1991, o empreendimento possui uma área

de 977.201,54 m² efetivamente ocupada pelo Parque.

Figura 1 - Localização da área de estudo.

Fonte: Produzido pela autora (2017).

Page 37: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

36

Para escolha da instalação do parque temático em estudo no município de

Penha (SC) levou-se em consideração a estratégica localização, próxima a cidades

turísticas importantes do Estado de Santa Catarina, como Blumenau, Joinville,

Balneário Camboriú e Itajaí, bem como a proximidade do aeroporto na cidade de

Navegantes.

Considerado o maior da América Latina, o parque (Beto Carrero World), de

forma geral, caracteriza-se por atender seus clientes com variadas opções de

atrações, diversas categorias de brinquedos infantis, aquáticos e radicais; diferentes

tipos de serviços; praça de alimentação; shows; lazer e entretenimento.

3.1.1 Caracterização do Sistema de abastecimento de Água do Parque temático

O empreendimento possui um complexo de mais de 20 lagoas artificiais

construídas com finalidade paisagística. Segundo Leal (2012), as lagoas recebem os

afluentes do promotório da Praia Vermelha e utiliza a água desses para a manutenção

das lagoas artificiais. Parte dessas lagoas são parcialmente utilizadas em recreação

para alguns brinquedos e reaproveitadas para este mesmo fim. O volume total de

água dessas lagoas soma aproximadamente 120.280m³.

O sistema de abastecimento de água do local é efetuado a partir de cinco poços

tubulares profundos que captam água do manancial subterrâneo. A finalidade da

captação, de acordo com Guimarães, Carvalho e Silva (2007), é de dar condições

para que a água seja retirada do manancial em quantidade suficiente para atender o

consumo e em qualidade adequada que possa reduzir os tratamentos.

A localização dos poços dentro da estrutura está apresentada na Figura 2 e o

Quadro 5, apresenta os dados de localização, vazão de cada poço e o volume de

captação diária do sistema de abastecimento de água no empreendimento.

Page 38: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

37

Figura 2 - Localização dos poços de captação de água.

Fonte: Produzido pela autora (2017).

Quadro 5 - Pontos de Captação.

Coordenadas dos pontos de

captação

Pontos de captação

Vazão máxima captada por hora

(m³/h)

Volume máximo diário captado (m³)

1 26º48’08,36”S e 48º36’46,01”W Vila Germânica

4.8 72

2 26º48’18,77”S e 48º36’42,97”W Camping

8.1 93

3 26º48’17,58”S e 48º37’20,18”W Casarão

9 72

4 26º48’26,79”S e 48º37’03,48”W Bambuzal

8.5 103.32

5 26º48’06,17”S e 48º37’16,07”W Velozes e Furiosos

3.6 64.8

404

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Page 39: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

38

O volume total diário é estabelecido através do regime de funcionamento dos

poços e o volume máximo de captação mensal é de 12.120m³, o que falta é reposto

por compra de água de caminhão pipa.

O principal uso é para consumo humano, portanto é feito um tratamento

automatizado na saída de cada poço a base de cloração para a desinfecção da água,

com o objetivo de atender aos padrões de distribuição da Portaria MS nº 2.914

(BRASIL, 2011), que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da

qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.

Os reservatórios somam um volume de 820m³ de água, considerando-se uma

distribuição dividida em dois setores:

­ Setor I: caixas e reservatórios abastecidos pelos poços (PC01) e (PC02);

­ Setor II: caixas e reservatórios abastecidos pelos poços (PC03), (PC04) e (PC05).

Figura 3 - Mapa distribuição do Serviço de Abastecimento de Água.

Fonte: JB World Entretenimento (2017a).

Page 40: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

39

Os reservatórios são do tipo tubular alto, com volume máximo de 100m³. No

setor 1, há cinco reservatórios com o volume máximo totalizando 500m³. Já no setor

2, há dois reservatórios do mesmo tipo, um com volume de 100m³ e outro com 60m³,

um conjunto de caixas de fibra com volumes variados de 10 a 25m³, sendo o volume

total igual 320 m³ neste setor.

Atualmente, a utilização dos serviços de abastecimento de água por transporte

terrestre, é recorrente na área de estudo e acontecem em casos emergenciais ou

programados em função do nível crítico dos reservatórios, e na alta temporada em

função de dias de alto número de público.

Os dados de público mês a mês dos anos de 2015 e 2016 estão dispostos no

Quadro 6.

Quadro 6 - Número de visitantes em Parque Temático.

2015 Público 2016 Público

Janeiro 295.754 Janeiro 276.667

Fevereiro 136.508 Fevereiro 137.668

Março 102.292 Março 107.746

Abril 121.827 Abril 106.732

Maio 118.948 Maio 104.693

Junho 88.100 Junho 94.074

Julho 220.283 Julho 200.533

Agosto 133.811 Agosto 129.817

Setembro 138.164 Setembro 149.718

Outubro 134.138 Outubro 206.085

Novembro 155.484 Novembro 171.352

Dezembro 204.156 Dezembro 177.994

Fonte: JB World Entretenimento (2017b).

3.2 Procedimentos dos métodos.

O fluxograma a seguir resume a metodologia utilizada. Inicialmente utilizou-se

o levantamento e a quantificação dos usos da água no Parque. A partir disso se gerou

uma estimativa de consumo total onde se quantificou os principais usos e atividades,

para então avaliar as diferentes formas de usos de água, e assim como resultado

encontrou se a demanda total de uso para fins não potáveis, onde após isso se avaliou

a viabilidade de aproveitar a água da chuva para então elaborar uma proposta de

aproveitamento da mesma.

Page 41: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

40

Figura 4 - Fluxograma dos Procedimentos realizados.

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Page 42: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

41

3.2.1 Levantamento e Quantificação dos Usos de Água em Parque Temático situado

no Município de Penha – SC.

Para levantamento dos principais usos de água em parque temático, foi

necessário coletar os seguintes dados: diferentes áreas por categorias de atividades

desenvolvidas, principais usos de água em cada atividade e coletas dos dados de

consumo total do sistema de abastecimento de água.

3.2.1.1 Levantamento das diferentes áreas por categorias de atividades

O levantamento das áreas por categoria de atividade foi desenvolvido através

de pesquisa nas áreas: administrativo, comercial, shows e operacional.

3.2.1.2 Levantamento e quantificação dos principais usos de água em parque

temático

Para levantamento e quantificação dos usos foram utilizados os dados da

tabela acima. Para cada atividade foi classificado os principais usos conforme os

diferentes tipos de consumos de acordo com a procedência do abastecimento de água

atual em potável e não potável.

3.2.1.3 Estimativa consumo total

Para estimativa do consumo total foram coletados os dados de captação

mensal conforme os dados registrados de leitura dos hidrômetros. A pesquisa

documental dos dados registrados foi realizada no período de 24 meses (janeiro de

2015 a dezembro de 2016). Foram coletadas no mesmo período as informações do

volume de compra de água necessária em alguns meses. Para estimativa do consumo

total mensal de água potável, foi considerado o somatório da captação dos poços e

do volume de compra (Apêndice A).

Consumo mensal total = somatório captação dos poços + compra de água

Período Captação

água/mês (m³) Compra de água

(m³) Consumo

total médio

Page 43: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

42

Os dados apresentados comparam o consumo total mensal e a vazão

outorgada para volume mensal dos poços de captação.

3.2.2 Avaliação das diferentes formas de uso de água potável e não potável do

sistema de abastecimento das diversas áreas que compõe o parque temático

Inicialmente foram realizadas as estimativas dos volumes para cada uso

levantado realizando o acompanhamento dos procedimentos das atividades que

envolvem quantidades significativas de água potável ou não potável. Para cada

consumo estimado de uso potável atual com fins não potável, parte da demanda total

de potencial uso de água pluvial.

3.2.2.1 Avaliação para uso em consumo humano

A estimativa do uso em consumo humano de água foi referente as atividades

de serviços, comercial e alimentação tendo em vista a diferença do somatório dos

demais usos em relação ao consumo total. Desta forma, o consumo humano

considerado para essas atividades foram calculados com base na estimativa dos

demais usos.

Consumo Humano = consumo total – somatório dos demais usos de água potável

3.2.2.2 Avaliação de uso para dessedentação de animais

Para avaliar o consumo em dessedentação de animais acompanhou-se os

procedimentos realizados para o preenchimento dos tanques em todos os recintos do

zoológico que fazem uso de água potável proveniente do sistema de abastecimento.

3.2.2.2.1 Estimativa de consumo de água no abastecimento dos tanques nos

recintos do zoológico

Para estimativa do consumo de água no abastecimento dos tanques nos

recintos do zoológico foram levados em conta 22 diferentes recintos. Para levantar o

Page 44: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

43

volume do abastecimento de cada recinto mensalmente, mediu-se a área dos tanques

sendo considerado consumo total mensal no uso dessedentação de animais o volume

do tanque de água em metros cúbicos multiplicado pelo número de vezes de troca

semanal, o qual está apresentado em forma de tabela.

Consumo total = volume total do tanque X periodicidade de troca X 30 (dias)

Recinto Volume do tanque (m³)

Periodicidade de troca

Volume total/mês (m³)

3.2.2.3 Avaliação do uso em Recreação

Para avaliar o uso em recreação, foram considerados seis brinquedos

aquáticos. Desses, quatro foram classificados como piscinas e dois como recreação

em lagoas.

3.2.2.3.1 Estimativa do uso para recreação em piscinas

Para a estimativa do consumo de água para recreação em piscinas, foi

considerado o volume das mesmas e a reposição de água. O percentual diário de

renovação de água de piscinas públicas fica entre 2-5% do volume total de água

(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2006). Para o cálculo da reposição de água nas

piscinas mensalmente, foi considerada uma perda de 5% diariamente.

Consumo total recreação = (5% volume tanque) X 30 (dias)

3.2.2.3.2 Estimativa do uso para recreação em lagoas

Para estimativa do uso de água de recreação em lagoas foi utilizado o volume

da área ocupada em relação ao volume total das demais lagoas. A estimativa foi

apenas levantada, o uso da água das lagoas não foi objeto de estudo para este

trabalho.

Page 45: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

44

3.2.2.4 Avaliação em manutenção de limpezas

Considerando as limpezas mais significativas relacionadas com o uso da água

para manutenção de toda a estrutura do complexo, levantou-se as principais

demandas: irrigação de jardins e lavagens de ruas; limpezas das áreas de

manutenções operacionais e limpezas dos recintos.

3.2.2.4.1 Irrigação de jardins e lavagens de ruas

Para a irrigação de jardins e lavagens de ruas foram utilizados os

procedimentos do reaproveitamento de água de lagoas através de bombeamento por

caminhão pipa. Para o uso total mensal foi considerado número de vezes que é

bombeada a água e o volume do tanque do caminhão, compondo o percentual de uso

não potável da água das lagoas. Conforme já citado anteriormente, o uso da água das

lagoas não foi objeto de estudo para este trabalho.

3.2.2.4.2 Limpeza das áreas de manutenções operacionais

A limpeza das áreas internas referente ao uso nas oficinas de todas as

manutenções existentes não foi levantada, pois os procedimentos ali realizados são

muito sazonais e não havendo micromedição nos pontos de abastecimento, faltou

subsídios para a quantificação estimada de consumo mensal. Desta forma a limpeza

das áreas de manutenção foi considerada como uso em consumo humano para o

estudo em questão.

3.2.2.4.3 Estimativa limpeza dos recintos do zoológico

Para a estimativa de consumo em limpeza dos recintos, foi realizado o

acompanhamento semanal no período de setembro a dezembro de 2016 referente a

execução dos procedimentos dessa atividade de manutenção.

Foram medidas as vazões das torneiras dos pontos de consumo que

abastecem um conjunto de recintos denominados com nomes específicos

internamente, nomeados para o estudo em questão, conforme Quadro 7.

Page 46: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

45

Quadro 7 - Identificação de conjunto de recintos por ponto de consumo.

Identificação Conjunto de Recintos

A tigre amarelo, leão amarelo, urso

B emú, grou, oyx, waterbuck, aoudad, tamanduá bandeira, mico leão dourado

C leão e tigre branco

D mandril, babuíno, orangotango, chimpanzé

E arara, aviário, íbis sagrado

Fonte: Dados da pesquisa (2017).

O cálculo para estimativa do consumo de cada conjunto de recintos foi em

relação a vazão, tempo médio da execução de limpeza em periodicidade mensal.

Consumo Total/mês = vazão (m³/h) x tempo (h/dia) x 30 (dias)

3.2.2.5 Avaliação no uso em harmonia paisagística

Para a avaliação do consumo de água no uso de harmonia paisagística, foram

considerados os volumes dos tanques de cachoeiras, espelhos de água e

chafarizes/fontes cuja reposição de água ocorre proveniente do sistema de

abastecimento, água potável.

3.2.2.5.1 Estimativa para uso em harmonia paisagística

Para estimativa no consumo em harmonia paisagística foi levado em

consideração nove pontos distribuídos em oito áreas diferentes. Foi considerado o

consumo total mensal, o volume de cada tanque e a periodicidade de limpeza com

troca de água.

3.2.2.6 Demanda total estimada para potencial uso não potável

Neste estudo, considerou-se a utilização de água para fins não potáveis em:

­ Dessedentação de animais;

­ Recreação;

Page 47: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

46

­ Manutenção de limpeza nos recintos do zoológico e;

­ Harmonia paisagística.

Através da soma dos consumos de água estimados para desenvolvimento das

atividades acima relacionadas, foi calculada a demanda total de água potável que

poderia ser substituído por água pluvial.

A fim de se estimar um percentual para cada uso levantado como potencial

consumo de água de chuva em cada demanda estimada, foi utilizado a média dos 24

meses de dados do consumo total estimado. Sendo assim considerando a diferença

da demanda não potável e consumo total, como sendo uso em consumo humano.

3.2.3 Avaliação da Viabilidade do Aproveitamento da Água de Chuva no Âmbito do

Empreendimento

Para avaliar a viabilidade de um sistema de aproveitamento de água pluvial

foram considerados os seguintes fatores: áreas de coberturas para captação, dados

pluviométricos da região, suprimento da demanda e dimensionamento do reservatório.

(MARINOSKI, 2007).

3.2.3.1 Levantamento das áreas de cobertura

Para a área de captação de água de chuva, foram utilizados telhados das

edificações e do parque temático. Para estimativa do potencial volume de água pluvial

captada decorrente da precipitação, foi levantado através de pesquisa no

departamento de projetos do empreendimento, os dados das áreas de coberturas em

metros quadrados.

3.2.3.1.1 Seleção das áreas a serem avaliadas

O levantamento das áreas de cobertura de toda a planta foi realizado, porém

foram selecionadas as coberturas localizadas nas áreas temáticas próximas aos

locais de aplicação bem como ao ponto que poderá ser proposto para instalação do

reservatório.

Page 48: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

47

3.2.3.2 Dados Pluviométricos

A série de precipitação foi pesquisada no Laboratório de Climatologia da Univali

com dados de Normal Climatológica, médias das precipitações mensais do período

de 1999 – 2017, representando o valor predominante de chuva no local estudado.

(ARAÚJO; REIS, 2017).

3.2.3.3 Análise do suprimento da demanda de água de chuva

Tomando como base o método de Rippl, foi analisada a demanda de água em

função do volume de água captado da chuva, desta maneira será verificado o

atendimento da demanda de água não potável ao empreendimento que deverá ser

atendida pela captação pluvial durante todos os meses do ano.

3.2.3.3.1 Método Rippl

Para análise do suprimento da demanda foi calculado as diferenças entre os

volumes da demanda e os volumes de chuvas mensais. Inicialmente foi utilizada a

demanda total estimada. Não havendo suprimento da demanda total, foi considerado

uma demanda parcial tomando como base o método de Rippl que indica sinal negativo

como suprimento mensal e positivo quando não há suprimento da demanda pelo

volume de chuvas. O cálculo está expresso pela seguinte equação:

Suprimento da demanda = demanda mensal – volume de chuva

3.2.3.4 Dimensionamento do reservatório

Para o dimensionamento do reservatório utilizando-se o método de Rippl, foi

considerada a demanda mensal que apresentou suprimento de acordo com os

volumes de chuvas para atender as necessidades dos principais usos levantados.

Posteriormente, foi aplicado o método da simulação do reservatório para verificação

da necessidade do uso de água potável proveniente do sistema de abastecimento.

Page 49: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

48

3.2.3.4.1 Método de Rippl

No dimensionamento do volume máximo do reservatório foi utilizado o Método

de Rippl para demanda mensal constante e séries históricas de precipitações

mensais, o método consiste em garantir o abastecimento constante de água tanto no

período chuvoso quanto no seco.

Segue o que irá apresentar cada coluna, conforme aTabela2.

Tabela 2 - Verificação do Volume do Reservatório pelo método de Rippl.

Meses Chuva média mensal

Demanda mensal

Área de captação

Volume de chuva mensal

Diferença entre o

volume da demanda e volume de

chuva

Diferença acumulada da coluna 6 dos

valores positivos

Situação do reservatório

(mm) (m³) (m²) (m³) (m³) (m³) Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8

Coeficiente de Runoff (CR) = 0,8

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Coluna 1- Período de tempo (janeiro a dezembro);

Coluna 2 - Média mensal em milímetros da região estudada;

Coluna 3 - Demanda mensal constante, em metros cúbicos, do empreendimento

analisado;

Coluna 4 - Área de projeção do conjunto de telhados selecionados na área do parque,

em metros quadrados;

Coluna 5 - Nesta coluna foi calculado o volume de água captado mensalmente,

expresso pela seguinte equação:

Coluna 5 = Coluna 2 x Coluna 4 x 0,80 / 1000

Onde o valor de 0,80 representa o coeficiente de Runoff e o valor de 1.000 tem

finalidade de transformar o volume em metros cúbicos;

Coluna 6 - Nesta coluna estão as diferenças entre os volumes da demanda e os

volumes de chuvas mensais. O sinal negativo indica que há excesso de água e o sinal

Page 50: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

49

positivo indica que o volume de demanda, nos meses correspondentes, supera o

volume de água disponível, o cálculo está expresso pela seguinte equação:

Coluna 6 = Coluna 3 – Coluna 5

Coluna 7 - Retornam as diferenças acumuladas da Coluna 6, considerando somente

valores positivos, isto é, valores negativos entram na tabela como campo vazio. Para

preenchimento destes campos, consideramos a hipótese inicial de que o reservatório

está com sua capacidade máxima (reservatório cheio). A razão pelas quais os valores

negativos não foram computados é porque isso indica a quantidade de água

extravasada, em suma, é a água despejada nas galerias pluviais por

transbordamento;

Coluna 8 - Neste campo foram usadas letras para definir o comportamento do

reservatório mensalmente:

­ E = água escoando pelo extravasor;

­ D = nível de água baixando; e

­ S = nível de água subindo.

O maior valor da coluna 7 foi o correspondente ao volume do reservatório

necessário, pois é o volume de pico. Quando ocorre de na Coluna 6 todos os meses

retornarem valores negativos, consequentemente a Coluna 7 não retornam valores,

sendo definido então o valor máximo do reservatório como sendo igual ao valor da

demanda constante.

3.2.3.4.2 Método da simulação

Este método consiste em arbitrar um volume para o reservatório e verificar o

comportamento da água excedente (overflow) e a água que vai faltar (suprimento de

água do sistema de abastecimento do local). Segundo Tomaz (2003), utilizou-se

inicialmente para análise deste método o valor máximo do reservatório retornado no

Método de Rippl.

Page 51: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

50

Tabela 3 - Método da simulação.

Meses Chuva média mensal

Demanda mensal

Área de captação

Volume de chuva mensal

Volume do reservatório

fixado

Volume do reservatório no

tempo (t-1)

Volume do reservatório no

tempo (t) Overflow

Suprimento de água externo

(mm) (m³) (m²) (m³) (m³) (m³) (m³) (m³) (m³)

Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2007).

O método da simulação se diferencia de Método de Rippl a partir da coluna 6.

Coluna 6 - Volume do reservatório que é arbitrado para verificação;

Coluna 7 - É o volume do reservatório no início da contagem do tempo. Supondo que

no início da contagem o reservatório estava vazio, portanto a primeira linha da coluna

7 referente ao mês de janeiro é igual a zero. Nos demais valores obtidos foi usada a

função SE do MS Excel:

SE (coluna 8 < 0; 0 ; coluna 8)

Coluna 8 - Fornece o volume do reservatório no fim do mês. O cálculo dessa coluna

é expresso pela seguinte fórmula:

Coluna 8 = SE(coluna5+coluna7–coluna3>coluna6; coluna7; coluna5+coluna 7–

coluna3)

Coluna 9 - É relativo ao overflow, isto é, quando a água fica sobrando e é jogada para

fora. O resultado é obtido pela seguinte fórmula:

Coluna 9 = SE((coluna5+coluna7–coluna3)>coluna6; coluna5+coluna7–coluna3–

coluna6; 0)

Coluna 10 - É a coluna da reposição da água, que vem do sistema de abastecimento

próprio ou de caminhão tanque.

Coluna 10 = SE(coluna7+coluna5–coluna3<0; -(coluna7+coluna5–coluna3); 0)

Page 52: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

51

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da proposta de um sistema de aproveitamento de água pluvial

como consumo sustentável nas atividades desenvolvidas em parque temático no

município de Penha (SC) estão apresentados neste capítulo. Para o estudo,

inicialmente verificou-se as atividades desenvolvidas em todas as áreas do parque.

Em seguida, foram apresentados os resultados do levantamento e quantificação dos

usos de água do parque temático de acordo com essas atividades. Posteriormente foi

apresentada a avaliação das diferentes formas de usos potável e não potável de água

e a viabilidade do aproveitamento de água de chuva. Finalizando foi apresentada a

proposta dos pontos de captação e o reservatório de água pluvial analisando-se a

instalação do sistema de aproveitamento de água de chuva como consumo

sustentável.

4.1 Levantamento e Quantificações das Diferentes atividades e usos de Água

em Parque Temático

Os dados de atividades dentro do parque enumerados por quantidade de áreas

por categorias estão apresentados no Quadro 8.

Quadro 8 - Relação das atividades por categorias no empreendimento.

Atividades Categorias Áreas Quantidade

Serviços Agencia bancária,

ambulatório, fraldário, farmácia, sanitários

Terceiros 3

Farmácia 1

Ambulatório 1

Sanitários 49

Comerciais

Atrações, lojas de acessórios

personalizados, escritórios administrativos

Lojas 21

Escritórios Administrativos 5

Alimentação Restaurantes, lanchonetes,

bombonieres, cafeterias Pontos de Alimentação 36

Lazer e entretenimento

Brinquedos infantis, aquáticos e radicais;

shows; jogos; passeios; zoológico

Teatro/Shows 4

Recintos do Zoológico 22

Brinquedos Radicais 5

Page 53: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

52

Atividades Categorias Áreas Quantidade

Brinquedos Aquáticos 6

Brinquedos Infantis 7

Manutenção

Limpezas de ruas, recintos e equipamentos;

irrigação de jardim; bastidores; limpeza de cachoeiras, fontes e

chafariz

Oficinas Operacionais 8

Cachoeiras/Fontes/Chafariz 9

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Com base nas informações das atividades desenvolvidas estão apresentados

os principais usos de água para cada atividade levantada.

O Quadro 9 permite visualizar que na maioria das atividades são utilizadas

água potável. Nas atividades realizadas em serviços, comercial e alimentação foi

considerado como uso para consumo humano, quantificando vasos sanitários também

como uso potável. Nestas categorias de usos, exceto este uso, descargas de bacias,

poderia ser de não potável, os demais pontos de consumo são exclusivamente

enquadrados como consumo humano, de acordo com a Portaria nº 2914/2011 do

Ministério da Saúde (BRASIL, 2011). Segundo a mesma portaria, consumo humano é

água potável destinada à ingestão, preparação e produção de alimentos e à higiene

pessoal. Também define que água potável deve atender ao padrão de potabilidade

estabelecido e não ofereça riscos à saúde. Considera a água em vasos sanitários

exigência menos restritiva podendo ser utilizadas fontes alternativas.

Atualmente no Parque temático, não há estrutura referente as tubulações

hidráulicas para o sistema de distribuição exigido, onde os reservatórios de água

potável e não potável devem ser separados (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

NORMAS TÉCNICAS, 2007). Desta forma, não foi considerado demanda não potável

neste estudo para uso em vasos sanitários.

Já nas atividades que foram consideradas de lazer e entretenimento e

manutenções, foram identificados alguns usos atuais como não potável. A

procedência desses usos é das lagoas existentes no Parque, que são utilizadas em

brinquedos aquáticos, irrigação de jardins e limpezas de ruas.

Os demais usos dessedentação de animais, recreação, manutenções de

limpezas e harmonia paisagística são de procedência do sistema de abastecimento

de água do empreendimento, água potável.

Page 54: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

53

Quadro 7 - Classificação dos principais usos em potável e não potável.

Atividades Principais Usos Quantificação dos usos Classificação

atual

Serviços Comercial

Alimentação Consumo Humano

Descarga de bacias Potável

Torneiras Potável

Restaurantes Potável

Lojas Potável

Lazer e entretenimento

Dessedentação de animais

Abastecimento dos tanques dos recintos no Zoológico

Potável

Recreação Piscinas Potável

Lagoas Não potável

Manutenção

Limpezas

Irrigação de jardins/Lavagem de ruas

Não potável

Limpeza dos bastidores Potável

Limpezas de recintos Potável

Harmonia Paisagística

Abastecimento de fontes, cachoeiras e chafariz

Potável/não potável

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

No próximo item será apresentado o consumo total do sistema de

abastecimento de água.

4.1.1 Estimativa do consumo total

Na coleta de dados de captação dos poços, observou-se que a leitura é

realizada através de hidrômetros em metros cúbicos de água captada na saída de

cada um dos cinco poços que abastecem os reservatórios de distribuição diariamente.

A diferença de leitura resulta na produção de entrada de água, o qual somado tem-se

a captação mensal.

A compra de água potável através de transporte terrestre é utilizada

usualmente como complemento do sistema observando-se que os dados se

apresentam de formas variadas ao longo do período de desenvolvimento da pesquisa.

Desenvolveu-se a comparação da captação mensal mais o volume de compra

em relação a vazão outorgada que é igual 12.153 m³ mensal, apresentada na Figura

5.

Page 55: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

54

Figura 5 - Relação do Consumo Estimado Mensal X Compra de água.

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Verifica-se de acordo com a figura anterior que a relação de exploração de

captação e compra de água mensalmente nos meses de janeiro tanto de 2015 e 2016,

apresentou o seguinte comportamento: o volume de captação foi muito próximo da

vazão outorgada e o consumo total ultrapassou esta vazão. A mesma situação

ocorreu nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2016.

Em busca de informações referentes aos meses que não houve exploração

próxima a vazão máxima e houve compra de água, como por exemplo em julho de

2016, e foi verificado que aconteceram ocorrências como: desligamento dos poços

por manutenções elétricas, perdas nos reservatórios por rompimento de tubulações,

usos em manutenções em dias de alto público ou reposição de água nas piscinas de

brinquedos em função de manutenções com esgotamento de água.

Para este trabalho o consumo total mensal foi considerado a média do consumo

total do período de dados levantados 11.641m³/mês.

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

16.000ja

n/1

5

fev/

15

mar

/15

abr/

15

mai

/15

jun

/15

jul/

15

ago

/15

set/

15

ou

t/1

5

no

v/1

5

de

z/1

5

jan

/16

fev/

16

mar

/16

abr/

16

mai

/16

jun

/16

jul/

16

ago

/16

set/

16

ou

t/1

6

no

v/1

6

de

z/1

6

Consumo Total Mensal

Captação água/MÊS - M³ Compra de água vazão outorgada

Page 56: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

55

4.2 Avaliação das diferentes formas de uso de água potável e não potável do

sistema de abastecimento das diversas áreas que compõe o parque

temático

Diante dos principais usos levantados foram avaliadas as diferentes formas de

consumo de água potável e não potável. Observou-se que muitos usos de água

potável são para fins não potável. Desta forma, estão apresentadas as avaliações e

algumas estimativas para cada uso.

4.2.1 Avaliação de uso em consumo humano

Observou-se que grande parte do uso atual de água para desenvolvimento de

todas as atividades no parque temático estudado é considerado consumo humano,

pois a água distribuída é potável. Philippi Junior (2010) diz que entre os principais

fatores para estabelecer o consumo de água por pessoa em uma localidade são os

hábitos higiênicos e culturais das comunidades e principalmente a micromedição nas

instalações do sistema de abastecimento, entre outros.

No parque temático não há micromedição e também a população que frequenta

o local apresenta grande heterogeneidade, não foi estimado isoladamente o consumo

humano, o qual apresentou na demanda total uma estimativa pela diferença dos

demais usos.

4.2.2 Avaliação de uso para dessedentação de animais

A dessedentação de animais na atualidade é uma das etapas mais importantes

dentro dos parques temáticos que possuem zoológico em suas estruturas, pois é um

dos quesitos responsáveis pelo bem-estar do animal. Segunda a Instrução Normativa

do IBAMA nº 7, de 30 de abril de 2015 (INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO

AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS, 2015), os tamanhos dos

tanques são definidos de acordo com a exigência para cada espécie, classificados na

referida norma como espelhos d’água.

No zoológico de Guarulhos, segundo o manual de tratadores (GUARULHOS,

2008) do local, na limpeza de tanques de água dos animais pode ser utilizado cloro

Page 57: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

56

ou outro produto determinado previamente pelos técnicos do zoológico, sendo a

frequência da troca da água do tanque também determinada pelos técnicos. Em

relação à manutenção dos recintos, é função do tratador observar esta troca a qual é

periódica, e a ambientação é mantida constantemente.

No zoológico analisado existem 22 recintos de diferentes espécies. No

levantamento de dados dos procedimentos realizados, observou-se que o tamanho

dos tanques de água é variável para cada espécie de animais. Dentro de cada recinto,

exceto os das aves, existe um local fechado para alimentação individual chamado

“cambiamento”, um abrigo onde o animal é colocado para se alimentar e ficar contido

no momento das limpezas nos tanques nos recintos. A frequência da troca de água

dos tanques de exposição ao público, está relacionada com as características das

espécies levando em consideração além do bem-estar do animal o aspecto visual.

No Quadro10 estão apresentados os volumes e a periodicidade de troca de

água em cada recinto.

Quadro 8 - Estimativa de demanda para dessedentação de animais.

Recinto Volume do tanque (m³)

Periodicidade de troca de água

Volume total/mês (m³)

Urso 79,06 semanal 316

Porco espinho 2,37 semanal 9,5

Tigre amarelo 72 2x semana 576

Leão amarelo 73,19 semanal 293

Emú 2,11 semanal 8

Grou 1,13 semanal 5

Oryx 19,77 semanal 79

Waterbuck 2,92 semanal 12

Aoudad 3,36 semanal 13

Tamanduá bandeira 1,22 semanal 5

Mico Leão Dourado 2,3 semanal 9

Serpentário 1,27 semanal 5

Arara 0,46 semanal 2

Leão branco 75,6 semanal 302

Tigre branco 22,5 semanal 60

Mandril 2,88 semanal 12

Babuíno 0,74 semanal 3

Orangotango 4,81 semanal 19

Chimpanzé 11,66 semanal 47

Chimpanzé 8,43 semanal 34

Page 58: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

57

Recinto Volume do tanque (m³)

Periodicidade de troca de água

Volume total/mês (m³)

Íbis Sagrado 7,56 3x semana 91

Aviário exposição 8,4 semanal 34

Demanda total 1.934,5

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Analisando a demanda para cada local, observa-se que o recinto com maior

tanque é o do urso (Figura 6). Já os tanques com maior consumo de água são os dos

felinos: Leão e tigre amarelo, leão e tigre branco, sendo que o maior consumo e maior

periodicidade de troca está no recinto do tigre amarelo. Entre os felinos, este

apresenta característica de gostar de estar na água, sendo que muitas vezes defeca

no tanque, comprometendo o aspecto visual bem como as características de

qualidade da água. Por esse motivo a média de troca de água neste local é de duas

vezes por semana. Os recintos das aves são os que apresentam menores consumos,

sendo o recinto das araras o menor consumo estimado mensal. O recinto do Ibis

Sagrado (Figura 7), é comprometido pela estrutura de terra na área ao redor, levando

muitas sujeiras para a água havendo essa necessidade maior na frequência da

limpeza com troca.

Figura 6 - Recinto urso. Figura 7 - Recinto Íbis Sagrado.

Fonte: Produzido pela autora (2017).

Page 59: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

58

4.2.3 Consumo para recreação

De acordo com a CETESB (2003), a classificação do uso para fins de recreação

é dada pelo tipo de contato entre o usuário e as águas. São dois os tipos de contato:

contato primário refere-se à atividade de natação, mergulho e outros os quais há

possibilidade de ingestão de quantidades significativas de água e contato secundário

o qual está relacionado atividade de pesca e navegação, sendo baixa a possibilidade

de ingestão.

Para Guimarães, Carvalho e Silva (2007) o contato primário deve ser isento de

substâncias químicas e organismos prejudiciais à saúde com baixos teores de sólidos

em suspensão, óleos e graxas. Já o contato secundário, em geral deve manter apenas

uma aparência agradável.

No parque temático estudado o uso em recreação é de contato secundário.

4.2.3.1 Consumo para recreação em piscinas

As piscinas classificam-se, quanto ao uso, segundo a NTE (SÃO PAULO, 2001)

nas seguintes categorias:

I - piscinas de uso público - as utilizáveis pelo público em geral;

II - piscinas de uso coletivo restrito - as utilizáveis por grupos restritos, tais como

clubes, condomínios, escolas, entidades, associações, hotéis, motéis e congêneres;

III - piscinas de uso familiar - as piscinas de residências unifamiliares;

IV - piscinas de uso especial - as destinadas a outros fins que não o esporte ou a

recreação, tais como as terapêuticas e outras.

Os tanques para brinquedos aquáticos do complexo que possuem processo de

tratamento físico de filtração e químico de desinfecção foram considerados piscinas.

De posse dos dados de volumes das piscinas, determinou-se um percentual de

5% de cada volume para reposição diária. A água potável é atualmente utilizada para

reabastecimento de perdas próprias desse tipo de sistema, podendo ser usada na

reposição água não potável.

O Quadro 11 demonstra que a piscina do brinquedo Acquaball (Figura 8) é o

menor volume de reposição e a piscina do Tchibum (Figura 9) e do Raskapuska,

apresentam o mesmo volume, sendo a maior média de reposição mensal de água. Os

Page 60: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

59

procedimentos de limpeza nesses locais são realizados com base em tratamento de

água em piscinas com duas etapas principais: tratamento físico, que se refere à

filtração da água e à limpeza manual como a aspiração do fundo, remoção de folhas

e materiais em suspensão com peneiras, limpeza de bordas, etc.; e o tratamento

químico, que tem por objetivo manter a água da piscina sanitizada e com aparência

cristalina através dos produtos químicos. A correta filtração garante que os produtos

químicos adicionados na água da piscina sejam bem espalhados, além de remover

impurezas como sujeiras e algas que, quando combinadas, aumentam o consumo de

produtos químicos.

Quadro 9 - Estimativa da demanda de recreação em piscinas.

Local Volume (m³) Perda (5%) Reposição

mensal (m³)

Piscina do Tchibum 250 12.5 375

Piscina do Raskapuska 250 12.5 375

Piscina Acquaball 50 2.5 75

Piscina Acquaboat 60 3 90

Consumo mensal estimado 915

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Figura 8 - Brinquedo Acquaball. Figura 9 – Tchibum.

Fonte: Produzido pela autora (2017).

Page 61: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

60

Para entender melhor o consumo de água em piscinas, nos atemos aos

principais tipos de perda de água que ocorrem nelas:

­ Água derramada: perdida pelo uso da piscina. No brinquedo aquático Tchibum, de

bote com queda na água, aparentemente, existe uma perda maior em relação aos

demais, porém há um rebatedor da água espirrada (conforme representado na

Figura 9) em pontos relevantes, sendo que as perdas foram consideradas na

mesma proporção.

­ Aspiração: água perdida quando essa operação é feita drenando a água

diretamente para o esgoto. Este procedimento é realizado apenas em caso extremo

de intempéries da natureza ou manutenção dos filtros.

­ Retrolavagem e enxaguamento: na operação de limpeza do meio filtrante. A perda

nesse procedimento está considerada no cálculo realizado.

­ Vazamento: perda ocasional, porém não incomum. Pequenos vazamentos são de

difícil detecção.

­ Evaporação: a temperatura alta da água da piscina e fortes ventos aumentam a

evaporação, assim como temperatura e umidade relativa do ar baixas. Da mesma

maneira, piscinas que não utilizam de capa térmica aumentam a evaporação.

4.2.3.2 Uso para recreação em lagoas

A principal característica da demanda não consuntiva de água para o Lazer e

Recreação é que não depende especificamente de uma determinada quantidade de

água. Depende, isto sim, da manutenção das condições naturais do recurso hídrico.

Ou seja, é o recurso hídrico, na sua condição natural, que propícia a existência de

determinadas atividades. (USO DA ÁGUA..., 2014)

O uso de água das lagoas para os brinquedos aquáticos apresenta um

resultado aproximadamente de 5% do total de todo volume de lagoa existente no

complexo. No Crazy River (Figura 10), o qual imita um rafting, a água é bombeada

para as calhas do brinquedo durante seu funcionamento e retornando ao término. No

pedalinho o uso é como navegação na área da lagoa. O uso da água das lagoas não

está no objetivo deste estudo.

Page 62: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

61

Figura 10 - Brinquedo Crazy River. Figura 11 – Brinquedo Pedalinho.

Fonte: Produzido pela autora (2017).

4.2.4 Consumo em manutenção de limpezas

Considerando as limpezas mais significativas relacionada com o uso da água

para manutenção de toda a estrutura do complexo, levantou-se as principais

demandas: irrigação de jardins e lavagens de ruas; limpezas das áreas de

manutenções operacionais e limpezas dos recintos.

4.2.4.1 Uso em Irrigação de jardins e lavagens de ruas

A irrigação de jardins e lavagens de ruas atualmente utilizam água

reaproveitada das lagoas artificiais através de bombeamento por caminhão pipa. O

volume do tanque do caminhão é de quinze metros cúbicos sendo utilizados em média

dois caminhões por dia fora do horário e funcionamento para realização das

atividades. A demanda mensal para este uso é aproximadamente 1% do volume total

de todas as lagoas. O uso de água nas lagoas não é objeto deste estudo.

Page 63: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

62

Figura 12 - Atividade de lavagem das ruas.

Fonte: Produzido pela autora (2017).

4.2.4.2 Limpeza das áreas de manutenções operacionais

A limpeza das áreas internas referente ao uso nas oficinas de todas as

manutenções existentes não foi levantada, pois os procedimentos ali realizados são

muito sazonais e não havendo medidores nos pontos de abastecimento, faltou

subsídios para a quantificação estimada de consumo, compondo o consumo humano

a ser estimado.

4.2.4.3 Consumo de água para limpeza dos recintos do zoológico

Segundo o manual para tratadores do zoológico de Guarulhos (GUARULHOS,

2008), a limpeza e desinfecção dos recintos devem ser realizadas diariamente. Os

recintos devem ser desinfetados, evitando, assim, danos à saúde dos animais. Para

a higienização dos abrigos deve ser utilizado hipoclorito de sódio ou somente água. A

periodicidade depende da necessidade da higienização e da espécie mantida no

recinto. A higienização dos recintos, e do cambiamentos (área do recinto onde o

Page 64: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

63

animal é contido) e gaiolas inicia-se com a limpeza mecânica (varrer), isto é, remoção

das sobras dos alimentos e das fezes, lavando com água corrente e sabão e depois

fazendo a desinfecção com hipoclorito de sódio a 2%.

No acompanhamento dos procedimentos realizados para limpeza dos recintos

verificou-se que grande parte da limpeza e higienização é realizada com uso de água.

O abastecimento de água é centralizado para um conjunto de recintos. Foram

medidas a vazão dos pontos de consumo de cada área que apresentou o resultado

médio de 0,75 m³/h. Todos os pontos são de procedência do sistema de

abastecimento de água e possuem caixas d’agua com pressurizador na saída para

aumentar a pressão das mangueiras e facilitar a limpeza criteriosa de cada local.

Quadro 10 - Estimativa de demanda para limpeza do zoológico.

Ponto de consumo Tempo médio de

limpeza (h) Vazão (m³/h) Periodicidade

Volume médio (m³/mês)

A 3 0,75 diária 67,5

B 4 0,75 diária 90

C 2 0,75 diária 45

D 4 0,75 diária 90

E 3 0,75 diária 67,5

Consumo mensal estimado 320

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

O maior volume de água consumida está apresentado no Quadro12,

demonstrando que o maior consumo é no ponto de consumo B e E onde está

localizado o conjunto dos recintos dos felinos e primatas. Já o menor, é no ponto C,

onde há apenas dois recintos com menor área, logo, menos tempo para realizar os

procedimentos de limpeza.

4.2.5 Consumo de água em harmonia paisagística

Conforme a Resolução CONAMA nº 357/2005 (CONSELHO NACIONAL DO

MEIO AMBIENTE, 2005), o qual enquadra o uso de água em classes, a água

destinada a harmonia paisagística pode atender os padrões de qualidade da classe

4, um dos usos menos exigentes.

Page 65: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

64

No parque temático existem vários pontos de abastecimento de água em

tanques construídos com fim de harmonia paisagística. Atualmente, a reposição de

água nos tanques de cachoeiras (Figura 13), espelhos d’água e chafarizes (Figura

14), é proveniente do sistema de água potável. O consumo estimado para

reabastecimento desses locais após manutenção de limpeza, foi considerado como

possível demanda não potável. A estimativa de demanda foi através do volume dos

tanques e a periodicidade de limpeza com troca de água.

Quadro 11 - Estimativa de demanda Harmonia paisagística.

Local Volume (m³) Periodicidade Total (m³/mês)

Vila Germânica 4,11 semanal 16,4

Mundo animal 5,24 semanal 20,9

Vila esperança 2,76 semanal 11,0

Mundo animal 8,40 semanal 33,6

Terra da fantasia 7,73 semanal 30,9

Aventura radical 8,67 semanal 34,6

Av. das nações 01 20,13 semanal 80,5

Av. das nações 02 19,20 semanal 76,8

Ilha dos Piratas 2,96 semanal 10,8

Consumo mensal estimado 315,5

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Figura 13 - Avenida das Nações Figura 14 - Fonte da Ilha.

Fonte: Produzido pela autora (2017).

Page 66: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

65

4.2.6 Demanda total estimada para potencial uso não potável

Os principais usos de água potável do sistema de abastecimento do parque

temático foram considerados consumo humano, dessedentação de animais,

recreação e manutenção de limpeza dos recintos.

Da análise do Quadro 14, pode-se perceber que algumas atividades estão

como demanda não aplicada (N/A.) pois não foi realizado a estimativa separadamente

a estes usos. Para estes consumos, o resultado foi levado em consideração a

diferença do consumo total com os usos estimados. A limpeza das áreas operacionais

passou a compor o consumo humano, conforme uso atual potável.

Quadro 12 - Demanda total estimadas aos principais usos.

Principais Usos Demanda água de chuva/mês

em m³

Estimativa de consumo médio

mensal (m³)

Estimativa de consumo médio

mensal (%)

Consumo Humano

Vasos

N/A 8.273 71 Torneiras

Restaurantes

Lojas

Dessedentação de animais

Tanques recintos 1.850 1.850 16

Recreação Piscinas 915 915 7,8

Limpezas

Limpeza dos bastidores

N/A # N/A

Limpezas de recintos

316 316 2,69

Harmonia Paisagística

Abastecimento de fontes, cachoeiras e chafariz

320 320 2,72

Demanda Total 3.500 11.641

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

As águas subterrâneas são fontes de abastecimento utilizadas no parque

temático, as quais apresentam boa qualidade para consumo humano. Para as

diferentes formas de uso existentes no local devem ser utilizadas fontes alternativas

com padrões de qualidade para usos menos exigentes, nesses casos a água de chuva

pode ser utilizada como manancial abastecedor.

Os demais usos estimados foram considerados de uso não potável, atualmente

podendo ser substituído por água de chuva. O volume para demanda total da

Page 67: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

66

substituição é igual a 3.500m³ de água mensal, que a grosso modo será um volume

de economia, no caso de haver a viabilidade de atendimento por água de chuva.

Na Figura 15 está representado o percentual de uso nas diferentes formas

avaliadas.

Figura 15 - Estimativa de consumo para os principais usos.

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

De acordo com Guimarães, Carvalho e Silva (2007), a água potável é utilizada

para a realização de diversas atividades em diferentes consumos: doméstico,

industrial, comercial, público entre outros. Dentre os usos da água para o

desenvolvimento de distintas atividades, uma grande parcela está destinada a fins não

potáveis.

Avaliando-se o consumo total estimado, que corresponde a 11.641m³/mês, e a

demanda total estimada de 3.500m³/mês, percebe-se que a demanda de água potável

com fim de uso não potável representa 29% mensal do total captado.

4.3 Avaliação da viabilidade do aproveitamento da água de chuva no âmbito

do empreendimento

A viabilidade da implantação do sistema de aproveitamento de água pluvial foi

avaliada através dos seguintes fatores: área de captação, dados de precipitação e

demanda de água.

71

16

8

3 3

Consumo Humano Dessedentação de animais Recreação

Manutenção de limpezas Harmonia Paisagística

Page 68: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

67

O atual cenário de condições ambientais locais, clima, fatores econômicos,

finalidade e usos da água, foram considerados no estudo.

4.3.1 Áreas de coberturas selecionadas

Foi realizada uma análise do local para ver a melhor possibilidade de captação

de água da chuva e observou-se que existem diversos telhados com áreas de grande

extensão próximas a área central do parque.

As calhas e condutores do sistema instalado estão de acordo com a NBR

10.844/89 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1989), que trata

de instalações prediais de águas pluviais. Nas instalações existentes, toda água

captada da chuva no telhado é encaminhada para redes de águas pluviais.

As áreas selecionadas para potencial captação de água pluvial foram definidas

de acordo com a proximidade dos locais de aplicação dos usos não potável levantados

e quantificados.

Quadro 13 – Áreas de coberturas selecionadas.

Número Áreas Temáticas Local Área cobertura

(m²)

1

Av. das Nações Raskapuska (galpão) 1.043

Av. das Nações Castelo das Nações 7.575

Av. das Nações Praça de Alimentação 4.389

Av. das Nações Acqua 3.335

2

Áreas de manutenções operacionais

Oficinas 3.797

Áreas de manutenções operacionais

Almoxarifado 1.184

3 Madagascar Madagascar Show 2.845

4 Triplikland Palácio dos Sorvetes 546

5

Velho Oeste Anjos à Gula 630

Velho Oeste Ambulatório 485

Velho Oeste Cavalaria 998

6

Vila Germânica Cine + Lojas 661

Vila Germânica Estação Germânica 277

Vila Germânica Excalibur 1.380

29.150

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

Page 69: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

68

Avaliando o Quadro 15, as áreas que representam um maior volume captável,

estão localizadas na mesma área temática, denominada de Avenida das Nações. A

maior é o Castelo das Nações e a praça de alimentação, com 7.575m² e 4.389m²

respectivamente, locais onde já existem captação direcionadas para rede pluvial.

A menor área está localizada na Vila Germânica, com 277m² de cobertura na

edificação da Estação Vila Germânica. Esta edificação localiza-se na área ao lado da

Av. das Nações onde as calhas captam a água para a mesma rede pluvial. Entre as

coberturas selecionadas estão o Teatro Madagascar (Figura 16) e a praça de

alimentação (Figura 17).

Figura 16 - Vista aérea de algumas coberturas.

Fonte: JB World Entretenimento (2017c).

Page 70: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

69

Figura 17 - Vista aérea de algumas coberturas.

Fonte: JB World Entretenimento (2017c).

4.3.2 Dados Pluviométricos

Os dados de precipitações pluviométricas foram levantados no Laboratório de

Climatologia da Universidade do Vale de Itajaí. A partir da média da série histórica

disponibilizada de 1999 até 2017, obteve-se os resultados de chuvas da região

desejada. Neste caso, provenientes da estação de Itajaí, por ser a mais próxima do

município de Penha. (ARAÚJO; REIS, 2017).

Analisando-se os dados pluviométricos (Figura 18), o mês com maior incidência

de chuvas ocorre em janeiro, e o menor, em agosto. A precipitação média obtida para

o mês de janeiro foi de 223,4 mm/mês, e a precipitação média mensal para agosto foi

de 91,9 mm/mês, e a precipitação média anual foi de 1.766,6 mm/ano.

Page 71: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

70

Figura 18 - Dados Pluviométricos a partir da média histórica entre 1999 e 2017.

Fonte: Araújo e Reis (2017).

4.3.3 Análise do suprimento da demanda de água de chuva

Analisando a demanda de água total e o volume de água captado da chuva, foi

verificado o não atendimento da demanda total de água não potável das atividades

desenvolvidas que deverão ser atendidas pela captação pluvial.

Foram utilizados os dados das médias de precipitações da cidade de Itajaí dos

anos de 1999 a 2017, fornecidos pela Laboratório de Climatologia da Univali. O

coeficiente de perdas adotado foi de 0,80, indicando que 20% da água de chuva

captada corresponde às perdas devido limpeza de telhado, evaporação e descarte.

0

50

100

150

200

250

(mm

)Chuva média mensal

Page 72: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

71

Tabela 4 - Verificação do atendimento do volume de chuva a demanda total estimada.

Meses Chuva média

mensal

Demanda mensal

Área de cobertura

Volume de chuva mensal

Diferença entre o volume da demanda e volume de chuva

(mm) (m³) (m²) (m³) (m³)

Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6

Janeiro 223,4 3500 29.150 5.209 -1.709

Fevereiro 187,3 3500 29.150 4.367 -867

Março 182,2 3500 29.150 4.248 -748

Abril 124,3 3500 29.150 2898 602

Maio 115,3 3500 29.150 2688 812

Junho 106,6 3500 29.150 2485 1015

Julho 119,6 3500 29.150 2789 711

Agosto 91,9 3500 29.150 2143 1357

Setembro 145,5 3500 29.150 3393 107

Outubro 156,8 3500 29.150 3656 -156

Novembro 151,6 3500 29.150 3535 -35

Dezembro 162,2 3500 29.150 3782 -282

Coeficiente de Runoff (CR) = 0,8 Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Conforme observa-se na Tabela 4, nos meses de menor índice da média de

chuva, a demanda total estimada não atende à demanda. Após a inviabilidade de

suprir totalmente o consumo com a água de chuva da região, optou-se por retirar o

uso em recreação. Sendo assim, é necessário reavaliar os pontos de consumo que

serão abastecidos pela água captada.

No Quadro 16 estão demonstrados os pontos de consumo somados como

demanda parcial de água de chuva referente aos usos levantados que foram utilizados

de acordo com a reavaliação.

Page 73: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

72

Quadro 14 - Pontos de consumo possivelmente atendidos pela captação pluvial.

Principais Usos Demanda água de chuva/mês em m³

Dessedentação de animais Tanques recintos 1.850

Limpezas de recintos 315

Harmonia Paisagística Abastecimento de fontes,

cachoeiras e chafariz 320

Demanda Total 2.485

Fonte: Elaborado pela autora (2017).

A demanda média mensal de água para atendimento dos usos em

dessedentação de animais, limpeza dos recintos e harmonia paisagística é de 2.485

m³, novamente será realizada uma análise utilizando o Método de Rippl, conforme

demonstrado na Tabela 5.

Tabela 5 - Verificação do atendimento do volume de chuva a demanda parcial

estimada.

Meses Chuva média mensal

Demanda mensal

Área de captação

Volume de chuva mensal

Diferença entre o volume da demanda e volume de chuva

(mm) (m³) (m2) (m³) (m³)

Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 ‘Coluna 5 Coluna 6

Janeiro 223,4 2.485 29.150 5.209 -2.724

Fevereiro 187,3 2.485 29.150 4.367 -1.882

Março 182,2 2.485 29.150 4.248 -1.763

Abril 124,3 2.485 29.150 2.898 -413

Maio 115,3 2.485 29.150 2.688 -203

Junho 106,6 2.485 29.150 2.485 0

Julho 119,6 2.485 29.150 2.789 -304

Agosto 91,9 2.485 29.150 2.143 342

Setembro 145,5 2.485 29.150 3.393 -908

Outubro 156,8 2.485 29.150 3.656 -1.171

Novembro 151,6 2.485 29.150 3.535 -1.050

Dezembro 162,2 2.485 29.150 3782 -1297

Coeficiente de Runoff (CR) = 0,8. Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Analisando a demanda de água parcial versus o volume de água captado da

chuva na Tabela 5, observa-se que a previsão de todos os meses do ano gera

Page 74: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

73

captação de água suficiente para atender os pontos de consumo, e ainda haverá uma

excedente d’água que será dispensado nas galerias pluviais. Para suprimento de água

de chuva em todos os meses, a demanda utilizada foi a parcial.

4.3.4 Dimensionamento do reservatório

Para o dimensionamento do reservatório, utilizando-se o método de Rippl, foi

considerado a demanda mensal de 2.485m³/mês de água captada para suprir os

pontos de consumo estimados, conforme Tabela 6.

4.3.4.1 Método de Rippl

O volume ideal do reservatório de acumulação de água pluvial e a situação do

reservatório mês a mês foram obtidos por meio do método de Rippl, através da

aplicação das seguintes variáveis de entrada: chuva média mensal, demanda mensal,

área de captação, volume de chuva mensal, diferença entre o volume da demanda e

o volume de chuva, diferença acumulado da colune anterior dos valores positivos e a

situação do reservatório.

Através da análise da planta de cobertura do Parque, verificou-se que a área

captação dos telhados selecionados é de 29.150 m². A Tabela 6 permite uma melhor

visualização dos dados de entrada utilizados.

Page 75: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

74

Tabela 6 - Cálculo do volume do reservatório pelo Método de Rippl.

Meses Chuva média mensal

Demanda mensal

Área de captação

Volume de chuva mensal

Diferença entre o

volume da demanda e volume de

chuva

Diferença acumulada da coluna 6 dos valores

positivos

Situação do reservatório

(mm) (m³) (m²) (m³) (m³) (m³)

Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8

Janeiro 223,4 2.485 29.150 5.210 -2.725 0 E

Fevereiro 187,3 2.485 29150 4368 -1883 0 E

Março 182,2 2485 29150 4249 -1764 0 E

Abril 124,3 2485 29150 2899 -414 0 E

Maio 115,3 2485 29150 2689 -204 0 E

Junho 106,6 2485 29150 2486 -1 0 E

Julho 119,6 2485 29150 2789 -304 0 E

Agosto 91,9 2485 29150 2143 342 342 D

Setembro 145,5 2485 29150 3393 -908 0 E

Outubro 156,8 2485 29150 3657 -1172 0 E

Novembro 151,6 2485 29150 3535 -1050 0 E

Dezembro 162,2 2485 29150 3783 -1298 0 E

Total 1766,7 29820 - 41201 Volume= 342 -

Coeficiente de Runoff (CR) =0,8 Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Após inseridos os dados na tabela do método de Rippl, observa-se que a

coluna 7 apresentou o volume de 342m³, sendo assim analisou-se que este é o volume

do reservatório satisfatório para atender ao volume de demanda mensal constante,

que no caso é 2.485 m³. Para verificação do consumo de água que não será utilizada

pelo sistema de abastecimento será utilizado ainda método da Simulação, conforme

as Tabelas 7 e 8.

4.3.4.2 Método da Simulação

O período usual de tempo usado no método da simulação é um mês. O

tamanho do reservatório é escolhido arbitrariamente e é suposto que o reservatório

no início está vazio. Inicialmente para verificar os dados de suprimento de água do

sistema de abastecimento de água foi mantido o volume do reservatório encontrado

pelo método de Rippl, conforme Tabela 7.

Page 76: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

75

Tabela 7 - Análise de simulação do reservatório X suprimento de água da rede com

volume Método de Rippl.

Meses Chuva média mensal

Demanda mensal

Área de captação

Volume de chuva mensal

Volume do reservatório

fixado

Volume do reservatório

no tempo (t-1)

Volume do reservatório no

tempo (t) Overflow

Suprimento de água externo

(mm) (m³) (m²) (m³) (m³) (m³) (m³) (m³) (m³)

Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10

Janeiro 223,4 2.485 29.150 5.210 342 0 360 2.383 0

Fevereiro 187,3 2.485 29.150 4.368 342 342 342 1.883 0

Março 182,2 2.485 29.150 4.249 342 342 342 1.764 0

Abril 124,3 2.485 29.150 2.899 342 342 342 414 0

Maio 115,3 2.485 29.150 2.689 342 342 342 204 0

Junho 106,6 2.485 29.150 2.486 342 342 342 1 0

Julho 119,6 2.485 29.150 2.789 342 342 342 304 0

Agosto 91,9 2.485 29.150 2.143 342 342 0 0 0

Setembro 145,5 2.485 29.150 3.393 342 0 342 566 0

Outubro 156,8 2.485 29.150 3.657 342 342 342 1.172 0

Novembro 151,6 2.485 29.150 3.535 342 342 342 1.050 0

Dezembro 162,2 2.485 29.150 3.783 342 342 342 1.298 0

Total 1766,7 29.820 - 41.201 - - - 11.039 0

Coeficiente de Runoff (CR) = 0,8 Volume do reservatório (m³) = 342 Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Fica claro que sendo mantido o volume do reservatório encontrado no método

de Rippl de 342 m³, o suprimento da demanda não potável é atendido. Para facilitar a

execução do reservatório foi adotado um volume de 360m³ e aplicou-se no método da

simulação (tabela 8). A escolha do volume do reservatório adequado se deu visando

facilitar a execução que, de acordo com dado levantado junto ao departamento de

projetos no empreendimento, é possível projetar cisterna para tal volume na extensão

da área proposta a ser instalado.

Page 77: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

76

Tabela 8 - Análise de simulação do reservatório X suprimento de água da rede com volume ocupação área indicada.

Meses Chuva média mensal

Demanda mensal

Área de captação

Volume de chuva mensal

Volume do reservatório

fixado

Volume do reservatório

no tempo (t-1)

Volume do reservatório no tempo (t)

Overflow Suprimento de água externo

(mm) (m³) (m²) (m³) (m³) (m³) (m³) (m³) (m³)

Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10

Janeiro 223,4 2.485 29.150 5.210 360 0 360 2.365 0

Fevereiro 187,3 2.485 29.150 4.368 360 360 360 1.883 0

Março 182,2 2.485 29.150 4.249 360 360 360 1.764 0

Abril 124,3 2.485 29.150 2.899 360 360 360 414 0

Maio 115,3 2.485 29.150 2.689 360 360 360 204 0

Junho 106,6 2.485 29.150 2.486 360 360 360 1 0

Julho 119,6 2.485 29.150 2.789 360 360 360 304 0

Agosto 91,9 2.485 29.150 2.143 360 360 18 0 0

Setembro 145,5 2.485 29.150 3.393 360 18 360 566 0

Outubro 156,8 2.485 29.150 3.657 360 360 360 1.172 0

Novembro 151,6 2.485 29.150 3.535 360 360 360 1.050 0

Dezembro 162,2 2.485 29.150 3.783 360 360 360 1.298 0

Total 1766,7 29.820 - 41.201 - - - 11.021 0

Coeficiente de Runoff (CR) = 0,8. Volume do reservatório (m³) = 360. Fonte: Dados da pesquisa (2017).

Page 78: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

77

Logo o reservatório utilizado na proposta é de 360 m³, igualmente não gerando

o suprimento de água potável fornecida pelo sistema de abastecimento. A diferença

do volume resultante do método de Rippl para o volume estabelecido é muito pequeno

e está apenas no volume de água dispensado anualmente nas redes pluviais. O

volume de overflow para reservatório de 342m³ é 11.031m³ enquanto no de 360m³ é

de um excesso de 11.021 m³ anuais de extravasamento nas redes pluviais. O

aproveitamento de água de chuva tem seu uso durante o ano em 100%, pois conforme

observa-se, o suprimento de água externo, sistema de abastecimento próprio, é igual

a zero em todos os meses.

4.4 Proposta de Sistema de Captação, Filtragem, Armazenamento e

Distribuição de água de chuva.

Com base na análise dos dados dos métodos aplicados, as coberturas

existentes e selecionadas como áreas de captação são apropriadas para a captação

de água de chuva da região, as quais favorecem a instalação do sistema de

aproveitamento deste recurso como fonte alternativa.

O consumo de água de chuva para fins menos nobres, em vistas da

sustentabilidade, diminui a utilização de água tratada, reduz gastos e também

preserva os mananciais da super exploração, que é uma tendência levando-se em

consideração o aumento do número de visitantes a cada ano.

A escolha para a área de possível instalação do reservatório foi feita em um

local central do parque onde o acesso está próximo dos telhados selecionados para

captar a água da chuva bem como a maioria dos locais de uso de água não potável

definidos.

Posteriormente para projeto, segundo Oliveira (2014), é importante antes da

alimentação da cisterna haver dispositivo de descarte, de filtragem, evitando a

proliferação de bactérias que eventualmente resultarão em odor para água

acumulada. Esta servirá para segregar as partículas de sujeiras provenientes da

coleta dos telhados antes do armazenamento na cisterna.

Caso instalado o reservatório de 360m³ de água, a cisterna será de concreto e

terá 12m de comprimento, 10m de largura e 3m de profundidade, conforme

apresentado na Figura 19.

Page 79: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

78

Figura 19 - Proposta conceitual para instalação do reservatório.

Fonte: JB World Entretenimento (2017d).

Page 80: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

79

5 CONCLUSÕES

Concluiu se que a existência de variadas atividades desenvolvidas no âmbito

do empreendimento que envolvem grandes consumos de água é relevante para a

identificação de usos específicos de água potável e não potável.

A água subterrânea é uma fonte de abastecimento de uso com elevada

qualidade cujos tratamento necessário é basicamente a desinfecção. O uso da água

da chuva para fins menos nobres é uma fonte alternativa necessária para substituir o

uso da água subterrânea, considerando assim como consumo sustentável na área de

estudo.

São vários os usos atuais que podem ser substituídos por água de chuva:

dessedentação de animais, recreação, manutenção e harmonia paisagística.

Existe um conjunto de coberturas no Parque com áreas apropriadas para

potencial captação de água pluvial. As principais edificações cobertas nas áreas

centrais foram selecionadas de forma abrangente visando os maiores volumes

captáveis de chuvas. Observa-se, no entanto, que embora algumas áreas

selecionadas sejam de pequenas áreas, a utilização desses pontos é aplicada pela

proximidade dos demais, sendo de suma importância para compor o total de áreas de

captação.

O volume de chuva a ser coletada nas áreas de captação selecionadas não foi

suficiente para suprimento da demanda total de água quantificada como potencial uso

de fim não potável, sendo estabelecido a demanda parcial a qual atende o suprimento

das necessidades dos usos especificados como: dessedentação de animais,

manutenções de limpezas e harmonia paisagística.

É de suma importância a instalação de um sistema de aproveitamento pluvial

para soluções sustentáveis de consumo no Parque Temático de estudo considerando

principalmente a redução do consumo de água do sistema de abastecimento próprio

e priorizando o uso da água tratada para fins onde se necessita de água potável.

As informações referentes à consumo total, utilizadas como base a leitura de

hidrômetros na captação de água subterrânea, serviram para uma visão geral das

diferentes formas de usos de água potável e não potável. O consumo humano,

dessedentação de animais, recreação, manutenções de limpezas e harmonia

paisagística foram os usos avaliados.

Page 81: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

80

6 RECOMENDAÇÕES

Ao final deste estudo, seguem algumas recomendações para trabalhos futuros:

­ Verificar o potencial de economia de compra de água através do sistema de água

pluvial juntamente com reuso de águas cinzas no Parque Temático de estudo;

­ Elaborar estudo comparativo dos usos de água com fins não potável e consumo

per capta em Parque Temático;

Para o Parque Temático em estudo, recomenda-se:

­ Instalação de hidrômetros para micromedição dos consumos existentes.

Page 82: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

81

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

6º FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA: ANA apresenta soluções de uso e conservação da água. Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Brasília, DF, 07 mar. 2012. Disponível em: <http://www4.planalto.gov.br/consea/comunicacao/noticias/2012/marco-2012/6o-forum-mundial-da-agua-ana-apresenta-solucoes-de-uso-e-conservacao-da-agua>. Acesso em: 17 de abril de 2017. ACQUASAVE. Aproveitamento da água de chuva. Disponível em: <http://www.acquasave.com.br/>. Acesso em: 16 de maio de 2015. AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (Brasil). HidroWeb. Disponível em: <http://hidroweb.ana.gov.br/Estacao.asp?Codigo=2648024&CriaArq=true&TipoArq=2>. Acesso em: 27 maio 2017. AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS (Brasil). Coordenação de outorgas. Brasília, DF: ANA, Brasília, DF: ANA, [201-]. Disponível em: <http://www2.ana.gov.br/Paginas/institucional/SobreaAna/uorgs/sof/geout.aspx>. Acesso em: 10 dez. 2016. AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Conjuntura dos recursos hídricos: informe 2016. Brasília, DF: ANA, 2016. 95p. Disponível em: <http://www3.snirh.gov.br/portal/snirh/centrais-de-conteudos/conjuntura-dos-recursos-hidricos/informe-conjuntura-2016.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2016. ÁGUAS DE PENHA, 2016. Gerência técnica. Disponível em: <http://www.aguasdepenha.com.br//?x=13&y=19&s=capta%C3%A7%C3%A3o+pi%C3%A7arras>. Acesso em: 10 fev. 2016. ANDRÉ, D. S.; MACEDO, D. de; ESTENDER, A. C. Conservação e uso racional da água: novos hábitos para evitar a escassez dos recursos hídricos e para a continuidade do bem finito. In: SIMPÓSIO EM EXCELÊNCIA E GESTÃO EM TECNOLOGIA, 12., 2015. Anais eletrônicos... Resende: AEDB, 2015. Disponível em: <http://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos15/152213.pdf>. Acesso em: 22 mai. 2017. APPAN, A. A Dual-mode system for harnessing roofwater for non-potable uses. Urbanwater, v. 1, n. 4, p. 317-321, dez. 2000. ARAÚJO, B. D.; FAJOLLI, F. S.; PASIANI, G. R.; DA SILVA, M. P. C.; GUELLI, R. R.; NONATO, T. R. O orçamento e a conservação dos recursos hídricos. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2014. Disponível em: <https://bdaraujo.jusbrasil.com.br/artigos/240105243/o-orcamento-e-a-conservacao-dos-recursos-hidricos>. Acesso em: 10 abr. 2017. ARAÚJO, S. A. de; REIS, F. H. Relatório climatológico sintético mensal. Janeiro a Dezembro. Estação meteorológica automática. Itajaí-SC. Itajaí: UNIVALI, 2017. (Relatório de pesquisa).

Page 83: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

82

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10844: instalações prediais de águas pluviais. Rio de Janeiro, 1989. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12217: Projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público – procedimento. Rio de Janeiro, 1994. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5626: instalação predial de água fria. Rio de Janeiro, 1998. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15527: água de chuva – aproveitamento de coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis: requisitos. Rio de Janeiro, 2007. BERTOLO, E. de J. P. Aproveitamento da água da chuva em edificações. 2006. 174 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia do Ambiente) - Faculdade de Engenharia, Universidade do Porto, Porto, 2006. BEZERRA, S. M. C.; CHRISTIAN, P. de; TEIXEIRA, C. A.; FARAHBAKHSH, K. Dimensionamento de reservatório para aproveitamento de água de chuva: comparação entre métodos da ABNT NBR 15527:2007 e Decreto Municipal 293/2006 de Curitiba, PR. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 10, n. 4, p. 219-231, out./dez. 2010. BONA, B. de O. Aproveitamento de água de chuva para fins não potáveis em edificação multifamiliar na cidade de Carazinho (RS). 2014. 34 f. Monografia (Especialização em Eficiência Energética Aplicada aos Processos Produtivos) – Universidade Federal de Santa Maria, Panambi, 2014. BORGES, L. Z. Caracterização da água cinza para promoção da sustentabilidade dos recursos hídricos. 2003. 91 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2003. BRANCO, O. E. de A. Avaliação da disponibilidade hídrica: conceitos e aplicabilidade. Universidade Federal de Juiz de Fora, 2006. Disponível em: <http://www.ufjf.br/engsanitariaeambiental/files/2012/04/Disponibilidade-H%C3%ADdrica.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2017. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Cartilha de águas subterrâneas: um recurso a ser conhecido e protegido. Brasília, DF: MMA; ABAS, 2007. BRASIL. Portaria nº 2.914, de 12 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Ministério da Saúde, Brasília, DF, 14 dez. 2011. BRASIL. Portaria SDS 02/14, de 14 de agosto de 2014. Critérios gerais de outorga. Santa Catarina, agosto de 2014.

Page 84: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

83

CAMPOS, M. M.; AZEVEDO, F. R. Aproveitamento de águas pluviais para consumo humano direto. Jornal Eletrônico Faculdades Integradas Vianna Jr., v. 5, n. 1, p. 23-42, maio 2013. Disponível em: <http://portal.viannajr.edu.br/files/uploads/20130523_155633.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2017. CARVALHO, P. C. T. Despoluição de recursos hídricos: o caso da Baía da Guanabara. 2013. 68 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Engenharia Civil) - Universidade Federal de Juiz e Fora, Juiz de Fora, 2013. Disponível em: <http://www.ufjf.br/engenhariacivil/files/2012/10/TCC-DESPOLUI%C3%87%C3%83O-DE-RECURSOS-H%C3%8DDRICOS-O-CASO-DA-BA%C3%8DA-DA-GUANABARA-Pedro-de-Castro-Teixeira-Carvalho.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2017 CARVALHO, D. F.; MELLO, J. L. P.; SILVA, L. D. B. Hidrologia: irrigação e drenagem. Apostila e plano de curso da disciplina Irrigação e Drenagem (IT 115) – Parte 1. Seropédica: UFRRJ, Maio 2007. Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/jorge/downloads/APOSTILA/LICA%20Parte%201.pdf>. Acesso em: 20 ago. 2016. CAUBET, C. G. Tribunal da água. Geosul, Florianópolis, v. 9, n. 18, 1994. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/geosul/article/view/23866/21394>. Acesso em: 26 mai. 2017. COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL (São Paulo). Recuperação da qualidade das águas: fontes poluidoras. São Paulo: CETESB, 1988. CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS (Santa Catarina). Resolução nº 2, de 14 de agosto de 2014. Dispõe sobre o uso das águas subterrâneas no Estado de Santa Catarina. Diário Oficial [do] Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 14 ago. 2014. CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE (Santa Catarina). Resolução Consema nº 41, de 5 de setembro de 2013. Revoga o item 00.40.00 – Captação de água em poços tubulares profundos do ANEXO I da Resolução CONSEMA nº 13, de 21 de dezembro de 2012 e estabelece outras providências. Diário Oficial [do] Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 5 nov. 2014. CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS (Brasil). Resolução nº 54, de 28 de novembro de 2005. Estabelece modalidades, diretrizes e critérios gerais para a prática de reúso direto não potável de água, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 9 mar. 2006. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (Brasil). Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 18 mar. 2005.

Page 85: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

84

CURITIBA. Lei nº 10.785, de 18 de setembro de 2003. Cria no município de Curitiba, o Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações - PURAE. Diário Oficial [do] Município de Curitiba, Curitiba, 22 set. 2003. EROKSUZ, E.; RAHMAN, A. Rainwater tanks in multi-unit buildings: a case study for three Australian cities. Resources, Conservation and Recycling, v. 54, n. 12, p. 1449-1452, out. 2010. FEDERAÇÃO E CENTRO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. Conservação e reuso da água - manual de orientações para o setor industrial. São Paulo: FIESP/ CIESP, jul. 2004. (vol. 1). Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/indices-pesquisas-e-publicacoes/conservacao-e-reuso-daagua-

2004/>. Acesso em: 17 abr. 2017. FERREIRA, F. A. Contribuição ao gerenciamento dos recursos hídricos subterrâneos para garantir o desenvolvimento da cidade polo industrial do sul de Santa Catarina – Criciúma. 2006. 126 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Engenharia Ambiental) - Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2006. GERBER, L. M. D. Outorga do direito de uso da água. 2002. Disponível em: <http://www.comiteibicui.com.br/artigos/Outorga%20de%20Direito%20e%20Uso%20da%20Agua.pdf>. Acesso em: 05 dez. 2016. GIACCHINI, M. Uso/reuso da água. Curitiba: CREA-PR, 2016. (Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar). Disponível em: <http://177.92.30.55/ws/wp-

content/uploads/2016/12/uso-e-reuso-da-agua.pdf>. Acesso em: 26 mai.2017. GRANZIERA, M. L. M.; GRANZIERA, B. M. Desafios na gestão das águas subterrâneas. Revista Águas Subterrâneas, São Paulo, [suplemento especial], 2014. Disponível em: <https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/28330>. Acesso em: 06 dez. 2016. GUIMARÃES, A. J. A.; CARVALHO, D. F.; SILVA, L. D. B. Saneamento Básico. Apostila e plano de curso da disciplina Irrigação e Drenagem (IT 179) – Capítulo 4, Parte 2. Seropédica: UFRRJ, ago. 2007. Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/downloads/APOSTILA/Apostila%20IT%20179/Capit%204%20parte%202.pdf>. Acesso em: 22 mai. 2017. GUARULHOS. Manual para tratadores. Zoológico de Guarulhos. Guarulhos: Prefeitura de Guarulhos, ago. 2008. Disponível em: <http://szb.org.br/blog/conteudos/bibliografias/07-manejo/manual-para-tratadores-zoo-guarulhos.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2017. GUEDES, N. de S.; ATHAYDE JÚNIOR, G. B.; CHAVES, G. L. R. Análise do consumo per capita de água em municípios do nordeste do Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GESTÃO AMBIENTAL, 7., 2016, Campina Grande. Anais... Campina Grande: IBEAS. Disponível em:

Page 86: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

85

<http://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2016/IX-015.pdf>. Acesso em: 26 mai. 2017. INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. Instrução normativa IBAMA nº 7, de 30 de abril de 2015. Institui e normatiza as categorias de uso e manejo da fauna silvestre em cativeiro, e define, no âmbito do Ibama, os procedimentos autorizativos para as categorias estabelecidas. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, IBAMA, Brasília, DF, 11 maio 2015. INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL de recursos hídricos. Artigos, abr. 2013. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/biologia/instrumentos-da-politica-nacional-de-recursos-hidricos/42631>. Acesso em: 05 jun. 2017. KAMMERS, P. C.; GHISI, E. Usos finais de água em edifícios públicos localizados em Florianópolis, SC. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 6, n. 1, p. 75-90, jan./mar. 2006. JB WORLD ENTRETENIMENTO. Mapa distribuição SAA. Penha: JB World Entretenimento; Departamento de projetos, 2017a. JB WORLD ENTRETENIMENTO. Número de visitantes em Parque Temático. Penha: JB World Entretenimento; Departamento de Planejamento Estratégico, 2017b. JB WORLD ENTRETENIMENTO. Vista aérea de algumas coberturas. Penha: JB World Entretenimento; Departamento de Mídia, 2017c. JB WORLD ENTRETENIMENTO. Viabilidade de aproveitamento de água pluvial. Implantação detalhes cisterna. 22 jun. 2017d. Desenhista: Tatiane Ribeiro. Folha 01/01. LAGE, E. de S. Aproveitamento de água pluvial em concessionárias de veículos na cidade de Belo Horizonte: potencial de economia de água potável e estudo de viabilidade econômica. 2010. 181 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2010. LEAL, K. P. Bacias hidrográficas do Rio Gravata e Irirí, municípios de Navegantes e Penha (SC): caracterização ambiental e recomendações para orientar políticas públicas. 2012. 78 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Engenharia Ambiental) – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, 2012. LEITE, A. M. F. Reuso de água na gestão integrada de recursos hídricos. 2003. 120 f. Dissertação (Mestrado em Planejamento e Gestão Ambiental) - Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2003. LEITE, J. G. S. Aproveitamento de água pluvial: uma proposta para fins de resfriamento no processo de fabricação de vidros laminados. 2015. Trabalho de

Page 87: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

86

Conclusão de Curso (Curso de Engenharia Ambiental) - Universidade do Vale de Itajaí, Itajaí, 2015. LEMOS, P. R; FAGUNDES, R. M.; SCHERER, M. J. Reaproveitamento de água para fins não potáveis em habitações de interesse social. In: SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 10., 2009, Porto Alegre. Anais eletrônicos... Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009. Disponível em: <http://www.pucrs.br/edipucrs/XSalaoIC/Ciencias_Sociais_Aplicadas/Arquitetura_e_Urbanismo/70444-PAULO_ROGERIO_LEMOS.pdf>. Acesso em: 15 mar. 2017. LIZ, D. Sistema de apoio à gestão de recursos hídricos para o Estado de Santa Catarina. 2015. 79 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Sistemas de Informação) –Universidade do Planalto Catarinense, Lages, 2015. Disponível em: <https://revista.uniplac.net/ojs/index.php/tc_si/article/view/1932/992>. Acesso em: 25 mai. 2017. MACHADO, J. L. Mapa hidrogeológico do Estado de Santa Catarina. Porto Alegre: CPRM, 2013. 1 CD-ROM – (Cartas Hidrogeológicas Estaduais). Disponível em: <http://www.cprm.gov.br/publique/media/rel_mapa_hid_sc.pdf.> Acesso em: 2 dez. 2016. MANCUSO, P. C. S.; SANTOS, H. F. dos. Reuso de água. Barueri, SP: Manole, 2003. 579 p. MARINOSKI, A. K. Aproveitamento de água pluvial para fins não potáveis em instituição de ensino: estudo de caso em Florianópolis – SC. 2007. 107 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Engenharia Civil) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007. Disponível em: <http://www.labeee.ufsc.br/sites/default/files/publicacoes/tccs/TCC_Ana_Kelly_Marinoski.pdf>. Acesso em: 8 nov. 2016. MAY, S. Estudo da viabilidade do aproveitamento de água de chuva para consumo não potável em edificações. 2004. 159 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Construção) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004. MENESES, L. F. Avaliação da vulnerabilidade dos aqüíferos livres no município de João Pessoa/PB, através do Modelo Drastic. 2007. 85 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana) - Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2007. NEZ, M. B. de. Análise de viabilidade do aproveitamento da água pluvial em agroindústria. Estudo de caso: Agrovêneto Indústria de Alimentos S.A. 2010. 95 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Engenharia Ambiental) – Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2010. Disponível em: <http://www.bib.unesc.net/biblioteca/sumario/00004D/00004D04.pdf>. Acesso em: 17 de abril de 2017.

Page 88: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

87

OLIVEIRA, T.; CHRISTMANN, S. S.; PIEREZAN, J. B. Aproveitamento, captação e (re)uso das águas pluviais na arquitetura. Revista Gestão e Desenvolvimento em Contexto, Cruz Alta, v. 2, n. 2, ed. especial, 2014. PALMIER, L. R. Mananciais subterrâneos: aspectos quantitativos. In: HELLER, L.; DE PÁDUA, V. L. (Orgs.). Abastecimento de água para consumo humano. Belo Horizonte: UFMG, 2006. p. 275-299. PENHA. 2015. História do Município. Disponível em: <http://www.penha.sc.gov.br>. Acesso em: 11 jan. 2016. PHILIPPI JUNIOR, A. Saneamento, saúde e ambiente: fundamentos para um desenvolvimento sustentável. Barueri: Manole, 2010. 842 p. REBOUÇAS, A. da C. Água doce no mundo e no Brasil. In: REBOUÇAS, A. DA C.; BRAGA, B.; TUNDISI, J. G. Águas doces no Brasil: capitais ecológicos usos e conservação. 3. ed. São Paulo: Escrituras, 2002. p. 269-324. REIS e SILVA, D. F. Aproveitamento da água de chuva através de um sistema de coleta com cobertura verde: avaliação da qualidade da água drenada e potencial de economia de água potável. 2014. 100 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Engenharia Civil) - Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014. REISSLER, J. Fisiografia e uso da terra de uma bacia hidrográfica em área de afloramento do Sistema Aquífero Guarani (SAG): o caso do Ribeirão do Jacú, Tejupá/SP (UGRHI-14). 2014. 116 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2014. RIO DE JANEIRO (Município). Decreto nº 23.940, de 30 de janeiro de 2004. Torna obrigatório, nos casos previstos, a adoção de reservatórios que permitam o retardo do escoamento das águas pluviais para a rede de drenagem. Diário Oficial [do] Município do Rio de Janeiro, Florianópolis, 2 fev. 2004. RODRIGUES, R. B. Instrumentos da política nacional de recursos hídricos e ferramenta de gestão (SSD RB). São Paulo: USP, 2013 Disponível em: <http://www.ecologia.ib.usp.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=144&Itemid=423>. Acesso em: 10 de abril de 2017. SALLA, M. R.; LOPES, G. B.; PEREIRA, C. E.; MOURA NETO, J. da C.; PINHEIRO, A. M. Viabilidade técnica de implantação de sistema de aproveitamento de água pluvial para fins não potáveis em universidade. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 13, n. 2, p. 167-181, abr./jun. 2013 Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ac/v13n2/a13v13n2>. Acesso em: 4 abr. 2017. SANTA CATARINA. Portaria SDS nº 043, de 13 de agosto de 2010. Estabelece critérios adicionais de natureza técnica para outorga de direito de uso de recursos hídricos para captação de água superficial destinada ao abastecimento da população urbana das cidades com população acima de 100.000 habitantes, em rios

Page 89: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

88

de domínio do Estado de Santa Catarina, e dá outras providências. Diário Oficial [do] Estado de Santa Catarina, Florianópolis, 1 set. 2010. SANTOS, E. de L. As vazões de outorga das bacias hidrográficas dos rios Aguapeí e Peixe. 2011. 66 f. Trabalho de conclusão de curso (Curso de Engenharia Ambiental) - Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, 2011. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/120994>. Acesso em: 05 dez. 2016 SÃO PAULO (Estado). Águas subterrâneas. São Paulo: CETESB, [201-]. Disponível em: <http://aguassubterraneas.cetesb.sp.gov.br/>. Acesso em: 17 abr. 2017. SÃO PAULO (Estado). Decreto nº 13.166, de 23 de janeiro de 1979. Aprova Norma Técnica Especial (NTE) relativa a piscinas. Diário Oficial [do] Estado de São Paulo, São Paulo, 24 jan. 1979. Alterada pelo Decreto nº 45.615, de 4 de jan. 2001.Diário Oficial [do] Estado de São Paulo, São Paulo, 5 jan. 2001. SÃO PAULO (Estado). Orientações para uso de águas subterrâneas no Estado de São Paulo. São Paulo: SSRH, 2015. Disponível em: <http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/documents/9301/revista_aguas_subterraneas.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2017. SCHNEIDER, L.; BARBISAN, A. O.; BENETTI, J. E. Estudo de viabilidade de aproveitamento de águas pluviais no Centro Politécnico da UCEFF Faculdades. Revista Tecnológica, [S.l.], v. 4, n. 1, p. 112-129, maio 2016. Disponível em: <http://www.uceff.com.br/revista/index.php/revista/article/view/112>. Acesso em: 10 abr. 2017. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Gestão da água. 2. ed. Cuiabá: SEBRAE, 2015. 44 p. (Sustentabilidade nos pequenos negócios). SILVA, L. M. C. da; MONTEIRO, R. A. Outorga de direito de uso de recursos hídricos: uma das possíveis abordagens.In: MACHADO, C. J. S. (Org.). Gestão de águas doces. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. p. 135-178. SILVA, W. R.; SILVA, M. R; PIRES, T. B. O uso sustentável e a qualidade da água na produção animal. Revista Eletrônica Nutritime, v. 11, n. 5, p. 3617-3636, set./out. 2014. SOUZA, A. C. M.; SILVA, M. R. F.; DIAS, N. S. Gestão de recursos hídricos: o caso da bacia hidrográfica Apodi/Mossoró (RN). Irriga, Botucatu, v. 1, n. 1, edição especial, p. 280-296, 2012. Disponível em: <http://revistas.fca.unesp.br/index.php/irriga/article/view/453/250>. Acesso em: 5 jun. 2017. SOUZA, J. R.; MORAES, M. E. B.; SONODA, S. L., SANTOS, H. C. R. G. A importância da qualidade da água e os seus múltiplos usos: caso Rio Almada, sul da

Page 90: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

89

Bahia, Brasil. 2014. REDE -Revista Eletrônica do Proderma, Fortaleza, v. 8, n. 1, p. 26-45, abr. 2014. TOMAZ, P. Agua pague menos. Guarulhos: ed. do autor, 2010. (e-book). Disponível em: <http://www.pliniotomaz.com.br/downloads/livros/livro_pague_menos/capitulo03.pdf>.Acesso em: 15 mar. 2017. TOMAZ, P. Aproveitamento de água de chuva: para áreas urbanas e fins não potáveis. São Paulo: Navegar, 2003. TUCCI, C. E. M. Usos e impactos dos recursos hídricos. In: TUCCI, C. E. M.; MENDES, C. A. (Orgs.). Avaliação ambiental integrada de bacia hidrográfica. Brasília: MMA, 2006. USO DA ÁGUA para fins de recreação - fique por dentro da Lei. 2014. Disponível em: <http://rxeco.blogspot.com.br/2014/02/uso-da-agua-para-fins-de-recreacao.html>. Acesso em: 05 dez. 2016. VANNUCCI, P. C. Parques temáticos no Brasil: um setor particular da moderna indústria do turismo. 1999. 141 p. Trabalho de conclusão de curso (Curso de Economia) - Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1999. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000295695&opt=4>. Acesso em: 10 dez. 2016. VILLAR, P. C. As águas subterrâneas e o direito a água em um contexto de crise. Ambiente e sociedade, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 83-102, jan./mar. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.bpdf/asoc/v19n1/pt_1809-4422-asoc-19-01-00085.pdf>. Acessoem: 10 fev. 2017. WARD, S.; MEMON, F. A.; BUTLER, D. Performance of a large building rainwater harvesting system. WaterResearch, v. 46, n. 16, p. 5127-5134, oct. 2012. WEIERBACHER, L. Estudo de captação e aproveitamento de água da chuva na indústria moveleira Bento Móveis Alvorada - RS. 2008. 68 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Engenharia Civil) – Universidade Luterana do Brasil, Canoas, 2008. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for safe recreational water environments. (vol. 2: Swimming pools and similar environments). Geneva: WHO, 2006. Disponível em: <http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/43336/1/9241546808_eng.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2017. ZULAUF, W. E. O meio ambiente e o futuro. Estudos avançados, São Paulo, v. 14, n. 39, p. 85-100, maio/ago. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142000000200009>. Acesso em: 17 abr. 2017.

Page 91: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PROGRAMA DE PÓS …siaibib01.univali.br/pdf/Adriana de Campos Cestari Rudolf.pdf · Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette. Itajaí (SC) 2017 . ADRIANA

90

APENDICE A – DADOS CONSUMO TOTAL PERÍODO DE 2015/2016

Período Captação água/MÊS - M³ Compra de água Consumo total

jan/15 11.983 1.940 13.923

fev/15 10.023 0 10.023

mar/15 10.640 25 10.665

abr/15 10.981 105 11.086

mai/15 10.311 19 10.330

jun/15 8.977 0 8.977

jul/15 11.404 25 11.429

ago/15 10.439 0 10.439

set/15 10.023 635 10.658

out/15 11.379 0 11.379

nov/15 11.671 130 11.801

dez/15 11.097 1.100 12.197

jan/16 12.051 1.905 13.956

fev/16 11.700 420 12.120

mar/16 11.090 0 11.090

abr/16 11.340 0 11.340

mai/16 10.955 0 10.955

jun/16 11.882 0 11.882

jul/16 10.815 2.000 12.815

ago/16 10.785 0 10.785

set/16 11.364 1.114 12.478

out/16 12.061 1.043 13.104

nov/16 11.950 900 12.850

dez/16 11.895 1.210 13.105