surdos

94

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Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário ExecutivoJosé Henrique Paim Fernandes

Secretária de Educação EspecialClaudia Pereira Dutra

MIN

ISTÉ

RIO

DA

ED

UC

ÃO

SE

CR

ETA

RIA

DE

ED

UC

ÃO

ES

PE

CIA

L

Brasília2006

Educação Infantil

Surdez

Dificuldades de comunicação e sinalização

Saberes e práticas da inclusão

FIC

HA

CN

ICA

Coord

enação G

eral•

Profª Fran

cisca Rosen

eide F

urtad

o do M

onte – M

EC/SE

ESP

•Profª Id

ê Borg

es dos San

tos – MEC/SE

ESP

Elab

oração•

Profª D

aisy Maria C

ollet de A

raujo L

ima – Secretaria d

e Estad

o da E

ducação d

o Distrito Fed

eral•

Prof Pe. G

abriele C

risciotti – Centro E

ducacion

al da A

udição e L

inguagem

“Ludovico Pavon

i”-CEAL/LP - B

rasília/DF

•Profª V

anda R

ossi Chedid de O

liveira Lima – C

EAL/LP - B

rasília/DF

•Profª Silvan

a Patrícia de V

asconcelos – SE

/ Brasília/D

F•

Profª San

dra Patrícia d

e Faria – SE / B

rasília/DF

•Profª R

ogéria G

omes d

e A. Vascon

celos – SE / B

rasília/DF

Org

anização e rev

isão técnica

•Profª M

arlene d

e Oliveira G

otti – MEC/SE

ESP

•Profª Su

eli Fernandes – SE

DUC/PR

•Profª Sh

irley Vilhalva – SE

DUC/M

S

Rev

isão de Texto

•Profª Id

ê Borg

es dos San

tos – MEC/SE

ESP

•Profª M

s. Aura C

id Lopes F

lórido Ferreira d

e Britto – M

EC/SE

ESP

Con

sultores e In

stituições q

ue em

itiram p

arecer•

Institu

to Nacion

al de E

ducação d

e Surdos – IN

ES - R

io de Jan

eiro/RJ

•Centro d

e Apoio Ped

agógico E

specializad

o da Secretaria d

e Educação d

o Estad

o de São Pau

lo -CAPE

•Secretaria d

e Estad

o da E

ducação e Q

ualid

ade d

o Ensin

o – Centro d

e Triagem

e Diag

nóstico d

aEducação E

special d

o Estad

o do A

mazon

as - SEDUC

•Profª D

rª Rosim

ar Bortolin

i Poker – UNESP - M

arília/SP•

Profª M

s. Maria d

a Pied

ade R

esende d

a Costa – U

niversid

ade Fed

eral de São C

arlos - UFSCar

•Centro Tecn

ológico d

a ULBRA – U

nidade d

e Ensin

o Especial C

oncórd

ia - Porto Aleg

re/RS

•Secretaria d

e Estad

o da E

ducação – D

iretoria da E

ducação E

special d

o Estad

o de M

inas G

erais•

Secretaria de E

stado d

a Educação d

o Paraná – D

epartam

ento d

e Educação E

special

•Profª M

s. Fatíma A

li Abdalah A

bdel C

ader N

ascimento – U

niversidade Fed

eral de São C

arlos/SP•

Isabel A

maral - P

hD – U

niversid

ade d

o Porto e Escola Su

perior d

e Educação d

e Lisb

oa - Portugal

•Profª Sh

irley Rodrig

ues M

aia, Profª D

alva Rosa, P

rofª Márcia A

kiko N. R

osa, Profª Sílvia M

ariaEstrela L

ouren

ço e Lília G

iacomini, d

a Associação E

ducacion

al para a M

últip

la Deficiên

cia –AHIM

SA - São Pau

lo/SP

4ª edição / 2006

Tirag

em: 10.000 exem

plares (08 volu

mes)

Educação in

fantil : sab

eres e práticas d

a inclu

são : dificu

ldades d

e comunicação e

sinalização : su

rdez. [4. ed

.] / elaboração p

rofª Daisy M

aria Collet d

e Arau

jo Lima –

Secretaria d

e Estad

o da E

ducação d

o Distrito Fed

eral... [et. al.]. – B

rasília : MEC,

Secreta

ria de E

ducação E

specia

l, 2006.89 p

. : il.

1. Educação in

fantil. 2. E

ducação d

os surdos. 3. A

tendimento esp

ecializado. 4. E

ducação

inclu

siva. I. Lima, D

aisy Maria C

ollet de A

raujo. II. B

rasil. Secretaria d

e Educação E

special.

CDU 376.014.53

CDU 376.33

Carta de Apresentação

A ed

ucação e os cu

idados n

a in

fância

são a

mplamente recon

hecid

os como fa

toresfundam

entais d

o desen

volvimento g

lobal d

a criança, o q

ue coloca p

ara os sistemas d

e ensin

oo d

esafio de org

anizar p

rojetos pedagógicos q

ue p

romovam

a inclu

são de tod

as as crianças.

A Lei d

e Diretrizes e B

ases da E

ducação N

acional im

pulsion

ou o d

esenvolvim

ento d

a educação

e o comprom

isso com uma ed

ucação d

e qualid

ade, in

troduzin

do u

m cap

ítulo esp

ecífico que

orienta p

ara o atendimento às n

ecessidades ed

ucacion

ais especiais d

os alunos, q

ue d

eveter in

ício na ed

ucação in

fantil.

O M

inistério d

a Educação, d

issemina n

acionalm

ente a p

olítica de ed

ucação in

clusiva

e te

m im

plementado ações q

ue co

locam co

mo prio

ridade a amplia

ção do acesso

e do

atendimento ed

ucacion

al especializad

o, criando as con

dições n

ecessárias para a in

clusão

nas escolas d

e ensin

o regular, p

ropician

do p

articipação e ap

rendizag

em de tod

os os alunos

e possib

ilitando avan

ço as dem

ais etapas e n

íveis de en

sino.

Nesse con

texto, o MEC ap

óia a realização de p

rogram

as de form

ação contin

uada d

eprofessores e d

isponibiliza aos sistem

as de en

sino a C

oleção Saberes e P

ráticas da In

clusão –

Ed

ucação In

fantil q

ue traz tem

as específicos sob

re o atendimento ed

ucacion

al de crian

çascom

necessid

ades ed

ucacion

ais especiais, d

o nascim

ento aos seis an

os de id

ade. São oito

volumes org

aniza

dos p

ara o d

esenvolvim

ento d

a prática

ped

agóg

ica com

enfoq

ue n

as

Dificu

ldades A

centuadas d

e Apren

dizag

em ou

Limitações n

o Processo d

e Desen

volvimento;

Dificu

ldades A

centuadas d

e A

prendiza

gem – D

eficiê

ncia

Múltip

la; D

ificuldades d

eCom

unicação e Sin

alização – Deficiên

cia Física; D

ificuldades d

e Com

unicação e Sin

alização– Su

rdoceg

ueira/ M

últip

la Deficiên

cia Sensorial; D

ificuldades d

e Com

unicação e Sin

alização– Su

rdez; D

ificuldades d

e Com

unicação e Sin

alização - Deficiên

cia Visu

al e Altas H

abilid

ades/

Superd

otação.

Esperam

os que este m

aterial contrib

ua n

o desen

volvimento d

a formação d

ocente a

partir d

os conhecim

entos e tem

as a

bord

ados e d

esta form

a, seja

m ela

bora

dos p

rojetospedagógicos q

ue con

templem

conceitos, p

rincíp

ios e estratégias ed

ucacion

ais inclu

sivasque re

spondam às n

ecessid

ades e

ducacio

nais e

specia

is dos a

lunos e

propicie

m se

udesen

volvimento social, afetivo e cog

nitivo.

Clau

dia P

ereira Du

traSecretária d

e Ed

ucação E

special - M

EC

Sumário

INTRODUÇÃO................................................................................................................................ 07

PA

RT

E I

PR

INC

ÍPIO

S E

FU

ND

AM

EN

TO

SO parad

igma d

a educação in

clusiva

.....................................................................................11

PA

RT

E II

CO

NH

EC

EN

DO

A S

UR

DE

Z E

SU

AS

IMP

LIC

ÕE

S2.1

A Linguagem

e a surdez

.................................................................................................15

2.2A su

rdez.............................................................................................................................1

92.3

Identificação d

e crianças com

surdez...........................................................................2

02.4

Educação b

ilíngüe e su

a operacion

alização................................................................2

22.4.1

Consid

erações sobre a lín

gua b

rasileira de sin

ais – LIBRAS..........................2

52.4.2

Consid

erações sobre a lín

gua p

ortuguesa escrita

...........................................27

2.4.3Apren

dizad

o da lín

gua p

ortuguesa oral............................................................3

1. A

parelh

os auditivos

...........................................................................................36

. Estim

ulação au

ditiva

..........................................................................................38

PA

RT

E III

OR

IEN

TA

ÇÕ

ES

SO

BR

E A

ED

UC

ÃO

DE

CR

IAN

ÇA

S C

OM

SU

RD

EZ

3.1Im

portân

cia do aten

dimento a crian

ças com su

rdez

.................................................43

3.2Locu

s e finalid

ades d

o atendimento a crian

ças com su

rdez

.....................................44

3.3Capacitação/q

ualificação d

e professores

.....................................................................50

3.4Prog

rama d

e atendimento aos p

ais e à família

............................................................51

3.5O cu

rrículo e as ad

aptações cu

rriculares n

a educação in

fantil d

e crianças

com su

rdez

........................................................................................................................52

3.6Sugestões d

e atividades q

ue p

oderão ser d

esenvolvid

as na ed

ucação in

fantil.....5

93.6.1

Desen

volvimento d

a linguagem

interior n

a etapa p

ré-lingüística

.................60

3.6.2Desen

volvimento d

a linguagem

receptiva n

a fase pré-lin

güística

................61

3.6.3Desen

volvimento d

a linguagem

expressiva n

a fase lingüística

.....................75

PA

RT

E IV

CO

NC

LUS

ÃO

..................................................................................................................................83

GL

OS

RIO

.....................................................................................................................................84

PA

RT

E V

BIB

LIO

GR

AF

IA...............................................................................................................................8

7

DIF

ICU

LD

AD

ES

DE

CO

MU

NIC

ÃO

E S

INA

LIZ

ÃO

- SU

RD

EZ

7

Introdução

A história d

a educação d

o surdo é m

arcada p

or correntes filosóficas d

istintas, q

ue d

evemser b

em com

preen

didas em

seu mom

ento h

istórico de form

a a contrib

uirem

para a con

strução

de u

ma p

roposta b

ilíngüe.

A partir d

essas contrib

uições, p

ode-se ch

egar a u

m con

senso acerca d

a importân

ciade u

ma p

roposta ed

ucacion

al que p

ermita às crian

ças surdas a aq

uisição/ap

rendizad

o de

duas lín

guas: a lín

gua b

rasileira de sin

ais (LIBRAS) e a lín

gua p

ortuguesa, em

suas m

odalid

ades

oral e escrita.A prop

osta bilín

güe traz u

ma g

rande con

tribuição p

ara o desen

volvimento d

a criança

surda ao recon

hecer a L

IBRAS com

o uma lín

gua, com

todo o p

otencial exp

ressivo de u

ma

língua oral e com

o instru

mento d

e fortalecimento d

e estruturas lin

güísticas. O

bilin

güism

ofavorece o d

esenvolvim

ento cog

nitivo, alarg

a horizon

tes e amplia o p

ensam

ento criativo d

acrian

ça surda. A

o abord

ar a questão d

a “cultu

ra surda”, a p

roposta b

ilíngüe ch

ama a aten

çãopara o asp

ecto da id

entificação d

a criança com

seus p

ares, que lh

e possib

ilita e perm

itecon

struir a com

preen

são da su

a “diferen

ça”, e, assim, d

e sua p

rópria id

entid

ade.

Tendo em

vista a riqueza d

a contrib

uição d

e todas as corren

tes filosóficas, perm

anecer

em ra

dica

lismos é

perm

itir que a educação do su

rdo dificu

lte o desenvolvim

ento das

intelig

ências m

últip

las que cad

a indivíd

uo tem

em poten

cial.O aten

dim

ento ed

ucacion

al a

crianças su

rdas é u

m grande d

esafio, u

ma vez q

ue

necessita d

e contrib

uições d

e diferen

tes profission

ais cuja q

ualificação d

epende d

e parcerias

entre as org

anizações g

overnam

entais e n

ão-govern

amentais en

volvidas n

essa tarefa.Este d

ocumento é con

stituído d

e três partes:

I -prin

cípios e fu

ndam

entos;

II -con

hecen

do a su

rdez e su

as implicações;

III -orien

tações sobre a ed

ucação d

e crianças com

surdez.

Com

essa formatação, esp

era-se esclarecer as modificações estru

turais e p

edagógicas

necessárias à ed

ucação d

e alunos com

surdez.

PARTE I

Princípios e fundamentos

DIF

ICU

LD

AD

ES

DE

CO

MU

NIC

ÃO

E S

INA

LIZ

ÃO

- SU

RD

EZ

11

O paradigma da educação inclusiva

O Brasil fez op

ção pela con

strução d

e um sistem

a educacion

al inclu

sivo ao concord

arcom a Decla

ração M

undial d

e Educação para To

dos e

ao m

ostra

r consonância

com os

postu

lados p

roduzid

os em Salam

anca (E

spanha).

A D

eclaração de Salam

anca (B

rasil, 1994a), em seu

s pressu

postos, afirm

a que:

“-A

tend

ência d

a política social d

uran

te as du

as últim

as décad

as foi de fom

entar a

integ

ração e a particip

ação e de lu

tar contra a exclu

são. A in

tegração e a p

articipação

fazem p

arte essencial d

a dig

nid

ade h

um

ana e d

o gozo e exercício d

os direitos h

um

anos.

No cam

po d

a edu

cação, essa situação se reflete n

o desen

volvimen

to de estratég

ias qu

ep

ossibilitem

um

a autên

tica igu

aldad

e de op

ortun

idad

es. A exp

eriência d

e mu

itos países

dem

onstra q

ue a in

tegração d

e crianças e joven

s com n

ecessidad

es edu

cativas especiais é

alcançad

a de form

a mais eficaz em

escolas integ

radoras p

ara todas as crian

ças de u

ma

comu

nid

ade. É

nesse am

bien

te qu

e crianças com

necessid

ades ed

ucativas esp

eciais pod

emp

rogred

ir no terren

o edu

cativo e no d

a integ

ração social. As escolas in

tegrad

oras constitu

emu

m m

eio favorável à constru

ção da ig

uald

ade d

e oportu

nid

ades e d

a comp

leta particip

ação;m

as, para ter êxito, req

uerem

um

esforço comu

m, n

ão somen

te dos p

rofessores e do p

essoalrestan

te da escola, m

as tamb

ém d

os colegas, p

ais, famílias e volu

ntários.

-A

s necessid

ades ed

ucativas esp

eciais incorp

oram os p

rincíp

ios já comp

rovados d

eu

ma p

edag

ogia eq

uilib

rada q

ue b

eneficia tod

as as crianças. Parte d

o prin

cípio d

e qu

etod

as as diferen

ças hu

man

as são n

ormais e d

e qu

e a ap

rend

izag

em d

eve, portan

to,aju

star-se às necessid

ades d

e cada crian

ça, ao invés d

e cada crian

ça se adap

tar aossu

postos p

rincíp

ios qu

anto ao ritm

o e a natu

reza do p

rocesso edu

cativo. Um

a ped

agog

iacen

tralizada n

a criança é p

ositiva para tod

os os alun

os e, conseq

üen

temen

te, para tod

aa socied

ade.

-A

s políticas ed

ucativas d

everão levar em con

ta as diferen

ças ind

ividu

ais e as diversas

situações. D

eve ser levada em

consid

eração, por exem

plo, a im

portân

cia da lín

gu

a dos sin

aiscom

o meio d

e comu

nicação p

ara os surd

os, e ser assegu

rado a tod

os os surd

os acesso aoen

sino d

a líng

ua d

e sinais d

e seu p

aís. Face às necessid

ades esp

ecíficas de com

un

icação de

surd

os e de su

rdo-ceg

os, seria mais con

venien

te qu

e a edu

cação lhes fosse m

inistrad

a emescolas esp

eciais ou em

classes ou u

nid

ades esp

eciais nas escolas com

un

s.”Com

base nesses d

ispositivos p

olítico-filosóficos e nos disp

ositivos da leg

islação brasileira, o

Conselho N

acional de E

ducação ap

rovou a Resolução N

º 02/2001 que institui as D

iretrizes nacionaisp

ara educação esp

ecial na educação básica. E

ssas Diretrizes incluem

os alunos surdos no g

rupo

daqueles com

dificuld

ades d

e comunicação e sinalização d

iferenciadas d

os dem

ais alunos, e que

dem

anda a utilização d

e linguag

ens e códigos ap

licáveis. O parág

rafo 2º do art. 12 d

essa Resolução

diz: “D

eve ser assegurad

a, no processo ed

ucativo de alunos q

ue apresentam

dificuld

ades d

e sinalizaçãod

iferenciadas d

os dem

ais educand

os, a acessibilid

ade aos conteúdos curriculares m

ediante a utilização

de lin

gu

agen

s e códig

os aplicáveis, com

o o sistema b

raile e a líng

ua d

e sinais, sem

preju

ízo do

apren

dizad

o da lín

gu

a portu

gu

esa, facultan

do-lh

es e às suas fam

ílias a opção p

ela abord

agem

ped

agóg

ica que julg

arem ad

equad

a, ouvidos os p

rofissionais especializad

os em cad

a caso”.

12

DIF

ICU

LD

AD

ES

DE

CO

MU

NIC

ÃO

E S

INA

LIZ

ÃO

- SU

RD

EZ

O in

ciso IV do art. 8º d

essa mesm

a Resolu

ção aponta os d

iferentes serviços d

e apoio

pedagógico esp

ecializado q

ue d

everão ser previstos e p

rovidos p

elas escolas:a)

atuação colab

orativa de p

rofessor especializad

o em ed

ucação esp

ecial;b

)atu

ação de p

rofessores-intérp

retes das lin

gu

agen

s e códig

os aplicáveis;

c)atu

ação de p

rofessores e outros p

rofissionais itin

erantes in

tra e interin

stitucion

almen

te;d

)d

ispon

ibilização d

e outros ap

oios necessários à ap

rend

izagem

, à locomoção

e à comu

nicação.

Além

desses serviços, essa leg

islação prevê ain

da a u

tilização de salas d

e recursos e,

extraordinariam

ente, classes e escolas esp

eciais como form

a de coop

erar para a in

clusão d

ealu

nos n

o sistema ed

ucacion

al brasileiro.

Inclu

são significa resp

onsab

ilidade g

overnam

ental (secretários d

e educação, d

iretoresde escola, p

rofessores), bem

como sig

nifica reestru

turação d

a escola que h

oje existe, de

forma q

ue ela se torn

e apta a d

ar respostas às n

ecessidades ed

ucacion

ais especiais d

e todos

seus alu

nos, in

clusive d

os surdos.

Nenhuma escola p

ode exclu

ir um alu

no aleg

ando n

ão saber com

ele atuar ou

não ter

professores cap

acitados. Tod

a escola (regular ou

especial) d

eve organizar-se p

ara oferecereducação d

e qualid

ade p

ara todos.

Assim

, ao matricu

lar crianças com

surdez, a p

rimeira p

rovidência q

ue a d

ireção da

creche ou

da p

ré-escola deverá tom

ar será comunicar-se com

a secretaria de ed

ucação e

solicitar a capacitação d

e seus p

rofessores e dem

ais elementos d

a comunidade escolar.

A form

a como a escola vai d

esenvolver o cu

rrículo com

as crianças su

rdas vai d

epender

de su

a prop

osta pedagógica e d

o número d

e crianças su

rdas m

atriculad

as.É im

portan

te ter a clareza de q

ue o q

ue faz a d

iferença n

a educação d

o surdo n

ão é sea escola é esp

ecial ou se é escola com

um, m

as sim a excelên

cia de seu

trabalh

o. Portanto, o

mais im

portan

te é que a escola ten

ha u

m prog

rama p

edagógico q

ue aten

da às n

ecessidades

do a

luno com

surdez, q

ue ofereça

capacita

ção p

ara a com

unidade escola

r, que b

usque

parcerias e q

ue ten

ha em

seu quadro d

e profission

ais todos os elem

entos n

ecessários para o

desenvolvim

ento do tra

balho, d

e fo

rma a educar u

m in

divíduo so

cialm

ente ajusta

do,

pessoalm

ente com

pleto, au

tônom

o e competen

te, ou seja, u

m cid

adão.

A co

nstru

ção de uma educação in

clusiv

a re

quer u

ma m

udança de paradigma na

percep

ção do q

ue é ed

ucação.

“O p

apel fu

nd

amen

tal da ed

ucação d

as pessoas e d

as sociedad

es amp

lia-se aind

a no

desp

ertar do n

ovo milên

io e apon

ta para a n

ecessidad

e de se con

struir u

ma escola voltad

ap

ara a formação d

e cidad

ãos.” (Brasil, 1999)

How

ard Gard

ner, n

a sua teoria d

e intelig

ências m

últip

las, traz uma g

rande con

tribuição

para a m

udança de p

aradigma quando a

ponta a escola

com fu

nção socia

l que ob

jetivatran

smitir u

m sab

er para tran

sformar o h

omem

, educan

do-o p

ara exercer sua cid

adania e

para form

ar valores.A form

ação de n

ovos valores deve p

artir do resp

eito às diferen

ças e do ap

render a

conviver com

o diferen

te. A ig

uald

ade n

ão é o “norm

al”: todos som

os diferen

tes.Há n

ecessidade d

e se ver a pessoa com

o um tod

o, respeitar as su

as diferen

ças e utilizá-

las p

ara a con

strução d

e uma socied

ade, n

a qual o som

atório d

as d

iferenças resu

lte na

constru

ção de u

m tod

o mais h

armonioso e feliz. A

ssim sen

do, tod

os têm a con

tribuir u

ns com

os outros p

ara constru

ção de u

m novo h

omem

.

PARTE II

Conhecendo a surdez esuas im

plicações

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15

2.1 A linguagem e a surdez

A lin

guagem

perm

ite ao hom

em estru

turar seu

pensam

ento, trad

uzir o q

ue sen

te, registrar

o que con

hece e com

unicar-se com

outros h

omens. E

la marca o in

gresso d

o hom

em na cu

ltura,

constru

indo-o com

o sujeito cap

az de p

roduzir tran

sformações n

unca an

tes imaginadas.

Apesar d

a evidente im

portân

cia do raciocín

io lógico

-matem

ático e dos sistem

as de

símbolos, a lin

guagem

, tanto n

a forma verb

al como em

outras m

aneiras d

e comunicação,

perm

anece com

o meio id

eal p

ara tra

nsm

itir conceitos e sen

timentos, a

lém de forn

ecerelem

entos p

ara expandir o con

hecim

ento. A

linguagem

, prova clara d

a intelig

ência d

o hom

em,

tem sid

o objeto d

e pesq

uisa e d

iscussões. E

la tem sid

o “um cam

po fértil” p

ara estudos

referentes à ap

tidão lin

güística, ten

do em

vista a discu

ssão sobre falh

as decorren

tes de d

anos

cerebrais ou

de d

istúrbios sen

soriais, como a su

rdez.

Com

os estudos d

o lingüista C

hom

sky (1994), obteve-se u

m melh

or enten

dimento acerca

das lín

guas e d

o seu fu

ncion

amento. S

uas con

siderações p

artem do fato d

e que é m

uito

difícil exp

licar como a lín

gua m

aterna p

ode ser ad

quirid

a de form

a tão rápida e tão p

recisa,apesar d

as impurezas n

as amostras d

e fala que a crian

ça ouve. C

hom

sky, junto com

outros

estudiosos, ad

mite, ain

da, q

ue as crian

ças não seriam

capazes d

e apren

der a lín

gua m

aterna

caso não fizessem

determ

inadas su

posições in

iciais sobre com

o o código d

eve ou não op

erar.A palavra tem

uma im

portân

cia excepcion

al, no sen

tido d

e dar form

a à atividade m

ental, e é

fator fu

ndamental d

e formação d

a con

sciência

. Ela é ca

paz d

e asseg

urar o p

rocesso de

abstração e g

eneralização, além

de ser veícu

lo de tran

smissão d

o saber.

Os in

divíd

uos q

ue ou

vem parecem

utilizar, em

sua lin

guagem

, os dois p

rocessos: overb

al e o não-verb

al. A su

rdez con

gênita e p

ré-verbal p

ode b

loquear o d

esenvolvim

ento d

alinguagem

verbal, m

as não im

pede o d

esenvolvim

ento d

os processos n

ão-verbais.

A fa

se de zero a

cinco a

nos d

e idade é d

ecisiva para a form

ação p

síquica

do ser

humano, u

ma vez q

ue n

esse períod

o ocorre o ativamento d

as estruturas in

atas genético-

constitu

cionais d

a person

alidade.

A teoria sob

re a base b

iológica d

a linguagem

admite a existên

cia de u

m su

bstrato

neuroan

atômico n

o cérebro p

ara o sistema d

a linguagem

. Portanto, tod

os os indivíd

uos n

ascemcom

pred

isposição p

ara a aquisição d

a fala. Nesse caso, o q

ue se d

eduz é a existên

cia de

uma estru

tura lin

güística laten

te responsável p

elos traços gerais d

a gram

ática universal

(universais lin

güísticos). A

exposição a u

m am

bien

te lingüístico é n

ecessária para ativar a

estrutura laten

te e para q

ue a p

essoa possa sin

tetizar e recriar os mecan

ismos lin

güísticos.

As crian

ças são capazes d

e deduzir as reg

ras gerais e reg

ularizar os m

ecanism

os de u

ma

conjugação verbal, p

or e

xemplo. D

essa

form

a, u

tilizam as fo

rmas “eu

fazi”, “eu

di”,

enquadran

do-as n

as desin

ências d

os verbos reg

ulares – “eu

corri”, “eu com

i”.As crian

ças que ou

vem ap

rendem

a língua p

ortuguesa oral d

e uma form

a semelh

ante

e num esp

aço de tem

po. N

o entan

to, não se p

ode esq

uecer as d

iferenças in

divid

uais. E

ssassão en

contrad

as nos tip

os de p

alavras que as crian

ças pron

unciam

prim

eiro. Algumas crian

çasem

item nom

es de coisas, en

quanto ou

tras, evitando su

bstan

tivos, preferem

exclamações,

outras, ain

da, exp

ressam au

tomaticam

ente os elem

entos em

itidos p

elos mais velh

os.Há crian

ças, no en

tanto, q

ue ap

resentam

dificu

ldades n

a aquisição d

a linguagem

oral.

16

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Às v

ezes, a

dificu

ldade aparece, p

rincip

alm

ente, n

o que se

refere à perce

pção e à

discrim

inação au

ditiva, o q

ue traz tran

stornos à com

preen

são da lín

gua oral. O

utras vezes, a

dificu

ldade é relativa à articu

lação e à emissão d

a voz, o que p

roduz tran

stornos n

a emissão

da lín

gua oral. T

udo isso p

ode ou

não ter relação com

a surdez, visto q

ue m

uitas crian

ças que

apresen

tam dificu

ldades lin

güísticas n

ão têm au

dição p

rejudicad

a. Por exemplo, a cap

acidade

de p

rocessar rapidam

ente m

ensag

ens lin

güísticas – u

m pré-req

uisito p

ara o enten

dimento

da fala – p

arece depender d

o lobo tem

poral esq

uerd

o do céreb

ro. Danos a essa zon

a neural

ou seu

desen

volvimento “an

ormal” g

eralmente são su

ficientes p

ara prod

uzir p

roblem

as de

linguagem

.Seg

undo L

uria (1986), os p

rocessos de d

esenvolvim

ento d

o pensam

ento e d

a linguagem

inclu

em o con

junto d

e interações en

tre a criança e o am

bien

te, podendo os fatores extern

osafetar esses p

rocessos, positiva ou

negativam

ente. Torn

a-se, pois, n

ecessário desen

volveraltern

ativas que p

ossibilitem

às crianças “com

necessid

ades esp

eciais” meios d

e comunicação

que as h

abilitem

a desen

volver seu poten

cial lingüístico. Pessoas su

rdas p

odem

adquirir

linguagem

, comprovan

do assim

seu poten

cial lingüístico. Já está com

provad

o cientificam

ente

que o ser h

umano p

ossui d

ois sistemas p

ara a prod

ução e recon

hecim

ento d

a linguagem

: osistem

a sensorial, q

ue faz u

so da an

atomia visu

al/auditiva e vocal (lín

guas orais) e o sistem

amotor, q

ue faz uso da an

atomia visual e d

a anatom

ia da m

ão e do b

raço (línguas d

e sinais). E

stassão con

siderad

as as línguas n

aturais d

os surdos, em

itidas p

or meio d

e gestos e com

estrutura

sintática p

rópria. N

a aquisição d

a língua, as p

essoas surdas u

tilizam o seg

undo sistem

a. Várias

pesq

uisas já com

provaram

que crian

ças surdas p

rocuram

criar e desen

volver alguma form

ade lin

guagem

, mesm

o não sen

do exp

ostas a

nenhuma lín

gua de sin

ais. E

ssas cria

nças

desen

volvem esp

ontan

eamente u

m sistem

a de g

esticulação m

anual q

ue tem

semelh

ança com

outros sistem

as desen

volvidos p

or outros su

rdos q

ue n

unca tiveram

contato en

tre si e com as

línguas d

e sin

ais já

conhecid

as. E

xistem estu

dos q

ue demonstra

m as ca

racte

rísticas

morfológ

icas e lexicais desses sistem

as.A ca

pacid

ade de co

munica

ção lin

güística

apresenta-se

como um dos p

rincip

ais

resp

onsáveis p

elo processo

de desenvolvim

ento da cria

nça su

rda em to

da a su

apoten

cialidade, p

ara que p

ossa desem

penhar seu

papel social e in

tegrar-se verd

adeiram

ente

na socied

ade.

Entre os g

randes d

esafios para p

esquisad

ores e professores d

e surdos situ

a-se o de

explicar e su

perar as m

uitas d

ificuldades q

ue esses alu

nos ap

resentam

no ap

rendizad

o e uso

de lín

guas orais, com

o é o caso da lín

gua p

ortuguesa. Sab

e-se que q

uanto m

ais cedo ten

ha

sido p

rivado d

e audição e q

uanto m

ais profu

ndo for o com

prom

etimento m

aiores serão asdificu

ldades ed

ucacion

ais, caso não receb

a atendimento ad

equado. N

o que se refere à lín

gua

portu

guesa, seg

undo Fern

andes (1990), a g

rande m

aioria das p

essoas surdas já escolarizad

ascon

tinua d

emonstran

do d

ificuldades, tan

to nos n

íveis fonológ

ico e morfossin

tático quanto

nos n

íveis semântico e p

ragmático.

É de fu

ndamental im

portâ

ncia

que a

influ

ência

da lín

gua portu

guesa

oral sob

re acogniçã

o não se

ja su

pervaloriza

da em re

lação ao desempenho do aluno co

m su

rdez,

dificu

ltando su

a apren

diza

gem

e dim

inuindo su

as ch

ances d

e integ

ração p

lena. Fa

z-senecessária, p

or conseg

uinte, a u

tilização de altern

ativas de com

unicação q

ue p

ossam prop

iciarum melh

or intercâm

bio, em

todas as áreas, en

tre surdos e ou

vintes. E

ssas alternativas d

evembasear-se n

a substitu

ição da au

dição p

or outros can

ais, destacan

do-se a visão, o tato e

movim

ento, além

do ap

roveitamento d

os restos auditivos existen

tes.

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Face ao exposto, ob

serva-se que a p

essoa com su

rdez tem

as mesm

as possib

ilidades d

edesen

volvimento q

ue a p

essoa ouvin

te, precisan

do som

ente q

ue ten

ha su

as necessid

ades

especiais su

prid

as, visto que o n

atural d

o hom

em é a lin

guagem

.“A

influ

ência d

a surd

ez sobre o in

divíd

uo m

ostra características bastan

te particu

laresd

esde seu

desen

volvimen

to físico e men

tal até seu com

portam

ento com

o ser social. Neste

aspecto, d

estaca-se a ling

uag

em com

o fator de vital im

portân

cia para o d

esenvolvim

ento d

ep

rocessos men

tais, person

alidad

e e integ

ração social do su

rdo.

A com

un

icação é, sem d

úvid

a, o eixo da vid

a do in

divíd

uo, em

todas as su

as man

ifestaçõescom

o ser social. É op

ortun

o, pois, recon

hecer a n

ecessidad

e de n

ovos estud

os qu

e sirvam d

esu

porte a

métod

os edu

cacion

ais e ofereça

m à

comu

nid

ad

e surd

a m

elhores con

dições d

eexercerem

seus d

ireitos e deveres d

e cidad

ania. A

lém d

isso, é preciso d

ar aos especialistas d

aárea m

elhores su

bsíd

ios para o estu

do d

o desen

volvimen

to ling

üístico e cog

nitivo d

as crianças

qu

e estão sob a su

a respon

sabilid

ade p

rofissional.

Desen

volver-se cogn

itivamen

te não d

epen

de exclu

sivamen

te do d

omín

io de u

ma lín

gu

a,m

as dom

inar u

ma lín

gu

a garan

te os melh

ores recursos p

ara as cadeias n

euron

ais envolvid

asn

o desen

volvimen

to dos p

rocessos cogn

itivos.” (Fernandes, 2000, p

.49)Seg

undo G

oldfeld

(1997), no d

ecorrer do d

esenvolvim

ento in

fantil, a crian

ça passa p

ordiversas m

udanças, e a lín

gua é u

m dos p

rincip

ais instru

mentos u

tilizados n

esse processo.

Para a criança surda, esse p

rocesso de d

esenvolvimento p

ode ficar frag

mentad

o, pois é sab

ido

que ela não p

oderá ap

render a líng

ua oral de form

a totalmente esp

ontânea, como a criança ouvinte.

Nesse sen

tido, a aq

uisição d

a língua d

e sinais vai p

ermitir à crian

ça surda, m

edian

tesuas relações sociais, o acesso aos con

ceitos de su

a comunidade, q

ue p

assará a utilizar com

oseu

s, formando assim

uma m

aneira d

e pensar, ag

ir e ver o mundo característico d

a cultu

rade su

a comunidade.

A lín

gua é u

m fator fu

ndam

ental n

a formação d

a consciên

cia. Ela p

ermite p

elo menos

três mudanças essen

ciais à atividade con

sciente d

o hom

em: ser cap

az de d

uplicar o m

undo

perce

ptív

el, d

e asse

gurar o

processo

de abstra

ção e generaliza

ção, e

de se

r veícu

lofundam

ental d

e transm

issão de in

formação (L

uria, 1986).

Vygotsky é ap

resentad

o como u

m dos p

rimeiros p

esquisad

ores soviéticos a julgar ter a

linguagem

um papel d

ecisivo na form

ação dos p

rocessos mentais e, p

ara prová-lo, em

preen

deu

uma série d

e experim

entos q

ue visaram

a testar a formação d

a atenção ativa e d

os processos

de d

esenvolvim

ento d

a mem

ória por m

eio da aq

uisição d

a língua (a m

emorização p

assa a serativa e volu

ntária) e d

e outros p

rocessos mentais su

periores. Tod

os os experim

entos levaram

-no a d

ar, efetivamente, à lín

gua o p

apel d

e destaq

ue n

a formação d

os processos m

entais,

como p

revira. Para o autor, é relevan

te perceb

er a “líng

ua n

ão apen

as como u

ma form

a de

comu

nicação, m

as tamb

ém com

o um

a fun

ção regu

ladora d

o pen

samen

to”.É im

porta

nte p

erceber q

ue a

s crianças a

dquirem

a lín

gua por m

eio da exp

osição

inform

al e do u

so ativo, e não p

or lhes ser en

sinada. A

experiên

cia em casa é fu

ndam

ental.

Os p

ais funcion

am não com

o professores d

o idiom

a, mas com

o facilitadores q

ue p

ermitem

aos filhos ab

sorver a cultu

ra e fazer uso ativo d

a sua cu

riosidade. A

s crianças u

sam a lín

gua

para exp

ressar sentim

entos, p

ara fazer os pais rirem

ou ad

iar acontecim

entos in

desejáveis

“Posso ficar acord

ada m

ais cinco m

inu

tos?”; para n

ão dizer a verd

ade: “Talvez eu

tenh

a comid

oos b

iscoitos. Não con

sigo m

e lemb

rar...” e assim por d

iante.

Quando as crian

ças chegam

aos cinco an

os, podem

expressar-se sob

re o passad

o e ofuturo, con

seguem

usar a fan

tasia e são capazes d

e perg

untar q

uando, com

o e por q

ue as

18

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coisas acontecem

. A lín

gua tam

bém

é importan

te para estru

turar o p

ensam

ento, em

bora

nem

todo p

ensam

ento seja exp

resso por m

eio de lín

guas.

Tanto a crian

ça ouvin

te como a crian

ça surda p

assa por estág

ios de d

esenvolvim

ento

da lin

guagem

, mas, caso n

ão recebam

dados lin

güísticos satisfatórios, am

bas ap

resentarão

defasag

em nesses estág

ios. Para evitar defasag

em, a crian

ça ouvin

te brasileira d

everá estarimersa em

meio on

de se fale a lín

gua p

ortuguesa oral, e a crian

ça surda b

rasileira precisará

estar em meio rico em

estímulos visu

ais, com pessoas q

ue u

tilizam a L

IBRAS e com

pessoas

que u

tilizam a lín

gua p

ortuguesa, p

ara que d

esenvolvam

satisfatoriamente su

a linguagem

.Se a crian

ça surda tem

pais su

rdos q

ue u

tilizam a lín

gua d

e sinais d

esde o n

ascimento

dela

, o desen

volvimento d

essa lín

gua irá

seguir, essen

cialmente, o m

esmo cu

rso que o

desen

volvimento d

a fala em crian

ças ouvin

tes.As crian

ças surdas d

e famílias ou

vintes p

assam pelo risco d

e séria privação d

e linguagem

no in

ício da vid

a e de u

ma in

capacid

ade p

ara apreen

der o q

ue está acon

tecendo ao red

ordelas e o p

orquê (ap

rendizag

em incid

ental), u

ma vez q

ue seu

s pais n

ão sabem

comunicar-se

com elas. O

vínculo em

ocional com

os pais p

ode ser tam

bém

mais d

ifícil de se estab

elecer ede se m

anter. Isso ocorrerá, en

tretanto, ap

enas se a fam

ília não for d

evidam

ente orien

tada e

a se criança n

ão for encam

inhada a u

m aten

dimento ad

equado.

Além da questã

o da lin

guagem, é

importa

nte proporcio

nar à

pesso

a co

m su

rdez

condições q

ue lh

e perm

itam se estru

turar em

ocionalm

ente. “N

ão é a fala ou a lín

gu

a de

sinais; a p

essoa surd

a qu

e “se deu

bem

” é aqu

ela qu

e pôd

e preservar a su

a auten

ticidad

e,aceitou

a surd

ez como u

ma p

arte diferen

te e não d

oente d

e si; qu

e pôd

e fazer um

a escolha q

ue

lhe p

ermita ser n

atural em

sua com

un

icação, ind

epen

den

temen

te de ser oralizad

a ou sin

alizada.”

(Berg

mann, 2001)

Importan

te então é oferecer u

ma ed

ucação q

ue p

ermita o d

esenvolvim

ento in

tegral d

oindivíd

uo, d

e forma q

ue d

esenvolva tod

a sua p

otencialid

ade.

A lin

guagem

de u

ma crian

ça surda b

rasileira deve efetivar-se m

edian

te o apren

dizad

oda lín

gua p

ortuguesa e d

a aquisição d

a LIBRAS.

Antes d

a Lei N

º 9.394/96 não h

avia atendimento ed

ucacion

al em escolas p

úblicas p

aracrian

ças na faixa etária d

e 0 a 3 anos d

e idade, p

eríodo d

e maior d

esenvolvim

ento d

a linguagem

.Para crian

ças com su

rdez, h

avia, em alg

uns E

stados, p

rogram

as de estim

ulação p

recoce emescolas esp

eciais, voltados exclu

sivamente p

ara o desen

volvimento d

a linguagem

oral, por

meio d

a estimulação au

ditiva e d

e exercícios fonoarticu

latórios para em

issão da fala.

Com

as mudanças p

ropostas p

ela Lei N

º 9.394/96, a educação in

fantil, em

bora n

ãoobrig

atória, passa a con

stituir a p

rimeira etap

a da ed

ucação b

ásica, a ser ofertada p

ela rede

de en

sino m

unicip

al, deixan

do, p

ortanto, d

e ser competên

cia da assistên

cia social.Com

o parte in

tegran

te da p

rimeira etap

a da ed

ucação b

ásica, o apren

dizad

o de lín

guas

config

ura-se com

o componente cu

rricular a ser d

esenvolvid

o com crian

ças surdas. A

ssim, a

língua p

ortuguesa (oral e escrita) e a lín

gua b

rasileira de sin

ais – LIBRAS d

evem ser ofertad

aspelo sistem

a educacion

al.O ap

rendizad

o da lín

gua p

ortuguesa oral em

creches e p

ré-escolas diferen

cia-se do

aspecto clín

ico e da reab

ilitação quando im

plica in

teração entre várias crian

ças com ativid

ades

didático-p

edagógicas q

ue in

cluem

dram

atização, vivências e tem

as curricu

lares. Constru

iruma p

roposta p

ragmática, viven

cial e interativa con

stitui u

ma exp

eriência in

cipien

te na

educação in

fantil, p

rincip

almente p

ara crianças d

o nascim

ento aos três an

os. Da m

esma

forma, o ap

rendizad

o da lín

gua p

ortuguesa escrita d

eve ser incid

ental e con

textualizad

a.

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E S

INA

LIZ

ÃO

- SU

RD

EZ

19

A aq

uisição d

a LIBRAS em

creches e p

ré-escolas é também

um desafio. E

nvolve q

uebra

de p

reconceitos, d

estruição d

e mitos e o recon

hecim

ento d

e outro p

rofissional: o p

rofessor-instru

tor surdo. É

por m

eio desse p

rofissional q

ue o u

so da L

IBRAS d

eve efetivar-se.

2.2 A surdez

A su

rdez con

siste na p

erda m

aior ou m

enor d

a percep

ção norm

al dos son

s. Verifica-se

a existência d

e vários tipos d

e pessoas com

surdez, d

e acordo com

os diferen

tes grau

s de

perd

a da au

dição.

Sob o asp

ecto da in

terferência n

a aquisição d

a linguagem

e da fala, o d

éficit auditivo

pode ser d

efinido com

o perd

a média em

decib

éis, na zon

a conversacion

al (freqüência d

e 500– 1000 – 2000 h

ertz) para o m

elhor ou

vido.

Pela área da saú

de e, trad

icionalm

ente, p

ela área educacion

al, o indivíd

uo com

surdez

pode ser con

siderad

o:

Parcialm

ente su

rdo (com

deficin

êcia auditiva – D

A)

a)Pessoa com

surd

ez leve – indivíd

uo q

ue ap

resenta p

erda au

ditiva d

e até quaren

tadecib

éis. Essa p

erda im

pede q

ue o in

divíd

uo p

erceba ig

ualm

ente tod

os os fonem

asdas p

alavras. Além

disso, a voz fraca ou

distan

te não é ou

vida. E

m geral, esse in

divíd

uo

é consid

erado d

esatento, solicitan

do, freq

üentem

ente, a rep

etição daquilo q

ue lh

efalam

. Essa p

erda au

ditiva n

ão impede a aq

uisição n

ormal d

a língua oral, m

as poderá

ser a causa d

e algum prob

lema articu

latório na leitu

ra e/ou na escrita.

b)

Pessoa

com su

rdez m

odera

da – in

divíd

uo q

ue a

presen

ta perd

a auditiva

entre

quaren

ta e setenta d

ecibéis. E

sses limites se en

contram

no n

ível da p

ercepção d

apalavra, se

ndo necessá

ria uma voz d

e certa

intensid

ade para que se

jacon

venien

temente p

ercebida. É

freqüente o atraso d

e linguagem

e as alteraçõesarticu

latórias, haven

do, em

alguns casos, m

aiores prob

lemas lin

güísticos. E

sseindivíd

uo tem

maior d

ificuldade d

e discrim

inação au

ditiva em

ambien

tes ruidosos.

Em gera

l, ele identifica

as p

alavra

s mais sig

nifica

tivas, ten

do d

ificuldade em

compreen

der certos term

os de relação e/ou

formas g

ramaticais com

plexas. Su

acom

preen

são verbal está in

timam

ente lig

ada a su

a aptid

ão para a p

ercepção visu

al.

Su

rdo

a)P

essoa com su

rdez severa – in

divíd

uo q

ue ap

resenta p

erda au

ditiva en

tre setenta

e noven

ta decib

éis. Este tip

o de p

erda vai p

ermitir q

ue ele id

entifiq

ue alg

uns

ruídos fam

iliares e poderá p

erceber ap

enas a voz forte, p

odendo ch

egar até aos

quatro ou

cinco an

os sem ap

render a falar. Se a fam

ília estiver bem

orientad

a pela

área da saú

de e d

a educação, a crian

ça poderá ch

egar a ad

quirir lin

guagem

oral.A com

preen

são verbal vai d

epender, em

gran

de p

arte, de su

a aptid

ão para u

tilizara p

ercepção visu

al e para ob

servar o contexto d

as situações.

b)

Pessoa com

surd

ez profu

nd

a – indivíd

uo q

ue ap

resenta p

erda au

ditiva su

perior a

noven

ta decib

éis. A gravid

ade d

essa perd

a é tal que o p

riva das in

formações

auditivas n

ecessárias para p

erceber e id

entificar a voz h

umana, im

pedindo-o d

eadquirir a lín

gua oral. A

s pertu

rbações d

a função au

ditiva estão lig

adas tan

to à

20

DIF

ICU

LD

AD

ES

DE

CO

MU

NIC

ÃO

E S

INA

LIZ

ÃO

- SU

RD

EZ

estrutura acú

stica quanto à id

entificação sim

bólica d

a linguagem

. Um bebê q

ue

nasce su

rdo b

albucia com

o um de au

dição n

ormal, m

as suas em

issões começam

a desap

arecer à medida q

ue n

ão tem acesso à estim

ulação au

ditiva extern

a, fatorde m

áxima im

portân

cia para a aq

uisição d

a linguagem

oral. Assim

, tampouco

adquire a fala com

o instru

mento d

e comunicação, u

ma vez q

ue, n

ão a perceb

endo,

não se in

teressa por ela e, n

ão tendo retorn

o auditivo, n

ão possu

i modelo p

aradirig

ir suas em

issões. Esse in

divíd

uo g

eralmente u

tiliza uma lin

guagem

gestu

al,e p

oderá ter p

leno d

esenvolvim

ento lin

güístico p

or meio d

a língua d

e sinais.

Atu

almen

te, mu

itos surd

os e pesq

uisad

ores consid

eram q

ue o term

o “surd

o” refere-se ao in

divíd

uo q

ue p

ercebe o m

un

do p

or meio d

e experiên

cias visuais e op

ta por

utilizar a lín

gu

a de sin

ais, valorizand

o a cultu

ra e a comu

nid

ade su

rda.

A prin

cípio, a lín

gua m

aterna é u

ma lín

gua ad

quirid

a natu

ralmente p

elos indivíd

uos

em seu

contexto fam

iliar. Imersa n

o ambien

te lingüístico, q

ualq

uer crian

ça ouvin

te chega à

escola falando su

a língua m

aterna, cab

endo à escola ap

enas a sistem

atização do con

hecim

ento.

Com

o a maioria d

as crianças su

rdas n

ão têm im

ersão lingüística id

êntica à d

os ouvin

tes emsuas fam

ílias, a escola passa a assu

mir a fu

nção tam

bém

de oferecer-lh

e condições p

araaquisição d

a língua d

e sinais e p

ara o apren

dizad

o da lín

gua p

ortuguesa.

As a

lternativ

as d

e atendim

ento para os a

lunos co

m su

rdez e

stão in

timamente

relacionadas às con

dições in

divid

uais d

o educan

do e às escolh

as da fam

ília. O grau

e o tipo

da p

erda au

ditiva, a ép

oca em que ocorreu

a surdez e a id

ade em

que com

eçou a su

a educação

são fatores que irão d

eterminar im

portan

tes diferen

ças em relação ao tip

o de aten

dimento a

ser desen

volvido com

o aluno, e em

relação aos resultad

os.Quanto m

aior for a perd

a auditiva, m

aior será o tempo em

que o alu

no p

recisará receber

aten

dimento esp

ecializa

do p

ara o a

pren

diza

do d

a lín

gua portu

guesa

oral. Ta

l perd

a, n

oentan

to, não traz n

enhum prob

lema lin

güístico p

ara o desen

volvimento e aq

uisição d

a língua

brasileira d

e sinais – L

IBRAS.

2.3 Identificação de crianças com surdez

DO NASCIM

ENTO AOS T

RÊS A

NOS D

E ID

ADE:

-o recém

-nascid

o não reag

e a um forte b

ater de p

almas, n

uma d

istância d

e 30 cm;

-o recém

-nascid

o desen

volve-se norm

almen

te nas áreas q

ue n

ão envolvem

aau

dição, q

uan

do p

ropriam

ente estim

ulad

o.

DOS T

RÊS A

OS SE

IS MESE

S DE ID

ADE:

-a crian

ça não p

rocura, com

os olhos, d

e onde vem

um determ

inado som

;-

a criança n

ão responde à fala d

os pais;

-a crian

ça pod

e interag

ir com os p

ais, se a abord

agem

for visual.

DOS SE

IS AOS D

EZ M

ESE

S DE ID

ADE:

-a crian

ça não aten

de q

uando é ch

amada p

elo nom

e, não aten

de a cam

pain

ha d

aporta ou

à voz de alg

uém

;

DIF

ICU

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ES

DE

CO

MU

NIC

ÃO

E S

INA

LIZ

ÃO

- SU

RD

EZ

21

-a crian

ça não en

tende frases sim

ples com

o “não, n

ão”, ou “até log

o”;-

a criança p

ode en

tend

er o qu

e as pessoas estão “falan

do” com

ela, se for utilizad

a alín

gu

a de sin

ais.

DOS D

EZ AOS Q

UINZE M

ESE

S DE ID

ADE:

-a crian

ça não ap

onta ob

jetos familiares ou

pessoas q

uando in

terrogada em

língua

portu

guesa oral;

-a crian

ça não im

ita sons e p

alavras simples;

-a crian

ça não reag

e ao “não, n

ão”, ou ao n

ome, a m

enos q

ue veja q

uem

está falando;

-a crian

ça não m

ostra interesse p

or rádio;

-a

criança

apon

ta ob

jetos familiares ou

pessoas q

uan

do in

terroga

da

em lín

gu

a d

esin

ais.

DOS Q

UINZE AOS D

EZOITO M

ESE

S DE ID

ADE:

-a crian

ça não ob

edece a in

struções falad

as, por m

ais simples q

ue sejam

;-

as prim

eiras palavras d

a criança, com

o “até logo”, “n

ão, não”, n

ão se desen

volvem;

-a crian

ça obed

ece a instru

ções dad

as em lín

gu

a de sin

ais;-

a criança in

icia sua lin

gu

agem

gestu

al, sinalizad

a.

DOS D

EZOITO M

ESE

S AOS T

RÊS A

NOS E

MEIO DE ID

ADE:

-não h

á enriq

uecim

ento vocab

ular (via oral);

-em

vez de u

sar a fala, a criança g

esticula p

ara manifestar n

ecessidades e von

tades;

-a crian

ça observa in

tensam

ente o rosto d

os pais, en

quanto eles falam

;-

a criança n

ão gosta d

e ouvir h

istórias;-

a criança tem

histórico d

e dores d

e cabeça e in

fecções de ou

vido;

-a crian

ça parece d

esobedien

te a ordens d

adas em

língua p

ortuguesa oral;

-a crian

ça desen

volve a líng

ua d

e sinais, com

un

ica seus d

esejos e necessid

ades, g

ostad

e histórias n

arradas em

líng

ua d

e sinais e g

osta de d

esenh

os.

DOS T

RÊS A

NOS E

MEIO AOS C

INCO ANOS D

E ID

ADE:

-a crian

ça não con

segue localizar a orig

em de u

m som

;-

a criança n

ão conseg

ue en

tender n

em usar p

alavras simples em

língua p

ortuguesa

oral, como: ir, m

im (eu

), em, g

rande, etc;

-a crian

ça não con

segue con

tar oralmente, com

seqüência, alg

uma exp

eriência recen

te;-

a cria

nça não consegue executar d

uas in

struções sim

ples e

consecutiv

as,

emitid

as o

ralm

ente;

-a crian

ça não con

segue levar ad

iante um

a conversa sim

ples em

língua p

ortuguesa oral;

-a fala d

a criança é d

ifícil de se en

tender;

-a crian

ça utiliza a lín

gu

a de sin

ais para as fu

nções sociais.

A CRIANÇA COM M

AIS D

E CINCO ANOS D

E ID

ADE:

-tem

dificu

ldade em

prestar aten

ção a conversas em

língua p

ortuguesa oral;

-não resp

onde q

uando é ch

amada oralm

ente;

-con

funde d

ireções ou não as en

tende, q

uando exp

ressas em lín

gua p

ortuguesa;

-freq

üentem

ente d

á respostas errad

as às perg

untas form

ulad

as oralmente;

22

DIF

ICU

LD

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ES

DE

CO

MU

NIC

ÃO

E S

INA

LIZ

ÃO

- SU

RD

EZ

-não se d

esenvolve b

em na escola, on

de os con

hecim

entos são rep

assados som

ente

em lín

gua p

ortuguesa oral; é m

orosa;-

expressa-se con

fusam

ente q

uando receb

e ordem

ou quando lh

e perg

untam

alguma

coisa em lín

gua p

ortuguesa oral;

-possu

i vocabulário p

obre em

língua p

ortuguesa;

-substitu

i sons, om

ite sons e ap

resenta q

ualid

ade vocal p

obre;

-evita p

essoas, brin

ca sozinha, p

arece ressentid

a ou irritad

a se não tem

colegas q

ue

com ela in

terajam;

-am

anhece can

sada; p

arece inquieta ou

tensa q

uando o am

bien

te lingüístico n

ão lhe

é conhecid

o;-

movim

enta a ca

beça se

mpre para um m

esm

o la

do, q

uando deseja ouvir a

lgo,

mostran

do p

erda d

e audição em

um dos ou

vidos;

-tem

freqüentes resfriad

os e dores d

e ouvid

o;-

a criança con

hece, en

tend

e e utiliza a L

IBR

AS.

2.4 Educação bilíngüe e sua operacionalização

Conform

e o estabelecid

o na R

esolução d

o CNE Nº 02/2001, a ed

ucação d

os alunos com

surdez p

ode se

r bilín

güe, fa

culta

ndo-lh

es e

às su

as fa

mília

s a opção pela abordagem

pedagógica q

ue ju

lgarem

adequada, ou

vindo os p

rofissionais esp

ecializados em

cada caso.

Os p

ais devem

estar cientes d

e que existem

duas form

as de realizar a ed

ucação b

ilíngüe:

uma en

volve o ensin

o das d

uas lín

guas, em

mom

entos d

istintos, e a ou

tra caracteriza-se pelo

ensin

o da seg

unda lín

gua som

ente ap

ós a aquisição d

a prim

eira língua.

No p

resente trab

alho, op

tou-se p

ela prim

eira forma: o en

sino d

as duas lín

guas, em

mom

entos d

istintos.

A ed

ucação b

ilíngüe p

ara crianças b

rasileiras com su

rdez con

siste na aq

uisição d

eduas lín

guas: a lín

gua b

rasileira de sin

ais (LIBRAS) e a lín

gua p

ortuguesa (m

odalid

ades oral

e escrita), com

professores d

iferentes em

mom

entos d

iferentes, a

depender d

a escolh

apedagógica d

a escola e da fam

ília.A op

ção por u

ma ed

ucação b

ilíngüe oferece às crian

ças com su

rdez o en

sino d

a língua

de sin

ais como p

rimeira lín

gua (L

1) e o da lín

gua p

ortuguesa com

o segunda lín

gua (L

2).Nesse caso, con

forme Faria (2001), o en

sino d

e língua p

ortuguesa p

ara surdos d

eve ser

desm

embrado em

dois m

omentos d

istintos: lín

gua portu

guesa

oral e lín

gua portu

guesa

escrita. Além

disso, d

eve haver ou

tro mom

ento d

istinto p

ara a aquisição d

a língua d

e sinais.

Os m

omentos d

evem ser d

istintos n

o intuito d

e evitar o bimodalism

o (mistu

ra das estru

turas

da lín

gua p

ortuguesa com

as da lín

gua d

e sinais).

É im

portan

te perceb

er que o ap

rendizad

o de ou

tra língua p

ossibilita o fortalecim

ento

das estru

turas lin

güísticas, favorece o d

esenvolvim

ento cog

nitivo e alarg

a os horizon

tesmentais, am

plian

do o p

ensam

ento criativo, além

de p

ermitir u

m acesso m

aior à comunicação.

(*) Quando é filh

a de p

ais surdos ou

quando p

ossui professor su

rdo.

DIF

ICU

LD

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DE

CO

MU

NIC

ÃO

E S

INA

LIZ

ÃO

- SU

RD

EZ

23

Existem

teorias que en

fatizam que os três p

rimeiros an

os de vid

a são fundam

entais p

arao ap

rendizad

o de lín

guas, e q

ue, a p

artir dos sete an

os, o apren

dizad

o torna-se m

ais difícil.

Experiên

cias têm m

ostrado q

ue n

ão há in

terferência n

o apren

dizad

o concom

itante d

eduas lín

guas. O

importan

te é prop

orcionar m

omentos d

istintos p

ara que a crian

ça possa estar

exposta a cad

a língua. O

apren

dizad

o de u

ma lín

gua n

ão acontece d

e forma d

escontextu

alizada.

Portanto, é im

portan

te estar atento p

ara que a crian

ça possa viven

ciar a língua, u

tilizando-a.

As lín

guas ad

quirid

as são utilizad

as para d

iferentes ob

jetivos e funções, em

contextos

e ambien

tes específicos.

O im

porta

nte, com

o já foi m

encion

ado, é p

ermitir a

constru

ção d

e uma lin

guagem

elaborad

a. Dependendo d

a estimulação receb

ida ou

da característica in

divid

ual d

e cada crian

çacom

surdez, seu

apren

dizad

o acadêm

ico será melh

or elaborad

o em uma ou

em ou

tra língua.

Defin

ir que uma cria

nça co

m perda auditiv

a le

ve e m

oderada deve se

r educada

prioritariam

ente n

a língua p

ortuguesa oral e q

ue ou

tra com perd

a severa deve ser ed

ucad

aem

língua d

e sinais é p

adron

izar, e não ob

servar a individ

ualid

ade e a estim

ulação receb

ida

pela crian

ça e ignorar q

ue a lín

gua p

ortuguesa n

ão é uma lín

gua n

atural d

o ponto d

e vista da

aquisição. N

o entan

to, experiên

cias têm dem

onstrad

o que a g

rande m

aioria das crian

çassurdas (com

perd

a severa e profu

nda) d

esenvolvem

-se melh

or quando, n

a escola, a língua

instru

cional é

a lín

gua de sin

ais, e

nquanto que aquelas co

m perda le

ve e m

oderada

desen

volvem-se m

elhor q

uando, n

a escola, a língua in

strucion

al é a língua p

ortuguesa oral.

Sendo a lín

gua d

e sinais a p

rimeira lín

gua, a seg

unda lín

gua (lín

gua p

ortuguesa) d

eveser d

esenvolvid

a em ou

tro mom

ento, d

entro d

a escola.A in

clusão de aluno co

m su

rdez le

ve e m

oderada, e

m prin

cípio, p

ode ocorre

rnatu

ralmente em

creches e classes com

uns d

a pré-escola reg

ular, on

de a lín

gua p

ortuguesa

é a língua d

e instru

ção e onde ele con

te com ap

oio de salas d

e recursos p

ara a aquisição d

aLIBRAS e p

ara o desen

volvimento d

a língua p

ortuguesa (oral e escrita). E

ssa complem

entação

deve ser d

esenvolvid

a em ou

tro local, estruturad

o para esse fim

, como p

or exemplo a sala d

erecu

rsos. Na sala d

e recursos, o ad

ulto com

surdez p

ode en

sinar-lh

e a LIBRAS em

mom

ento

distin

to do en

sino d

a língua p

ortuguesa oral.

No caso d

a criança com

surdez severa ou

profu

nda, su

gere-se q

ue a lín

gua in

strucion

alpara o d

esenvolvim

ento cu

rricular d

eva ser a língua d

e sinais, g

arantin

do o d

esenvolvim

ento

da lín

gua p

ortuguesa oral em

outro m

omento esp

ecífico, de p

referência com

outro p

rofessor.A in

clusão d

o aluno com

surdez, salvo raras exceções, d

eve ter, portan

to, um caráter m

aissocial, p

or isso muitas escolas op

tam pela classe esp

ecial.A presen

ça de u

m professor/in

strutor com

surdez p

roporcion

ará à criança a aq

uisição

da L

IBRAS e o d

esenvolvim

ento d

o processo d

e identificação com

seu sem

elhante. D

essaform

a, ela também

apren

derá a con

viver e aceitar a diferen

ça, desen

volvendo a au

to-estima.

Os p

ais, por su

a vez, apren

derão com

o professor com

surdez a se com

unicar com

seu filh

o,acred

itarão no d

esenvolvim

ento d

o seu poten

cial e perm

itirão que se d

esenvolva, aceitan

do

a sua d

iferença e con

vivendo com

ela.O en

sino d

a língua p

ortuguesa oral d

everá ser efetivado p

or professor com

formação

específica p

ara essa função. Para au

xiliar no p

rocesso de aq

uisição d

a língua p

ortuguesa

oral, ele deve con

tar com a aju

da d

os pais e, se p

ossível, de fon

oaudiólog

o.Além

do p

rofessor, o sistema ed

ucacion

al (secretarias de ed

ucação) d

eve viabilizar o

sistema d

e apoio ao alu

no com

surdez, in

clusive a sala d

e recursos. D

eve também

estabelecer

parcerias en

tre secretarias de G

overno, p

ara que esses alu

nos sejam

atendidos tam

bém

por

assistentes sociais e fon

oaudiólog

os.

24

DIF

ICU

LD

AD

ES

DE

CO

MU

NIC

ÃO

E S

INA

LIZ

ÃO

- SU

RD

EZ

Conform

e já foi dito, a ed

ucação b

ilíngüe p

ode ser d

esenvolvid

a em tu

rmas d

e educação

infan

til de escolas esp

eciais para su

rdos ou

em crech

es e pré-escolas d

o ensin

o regular. A

sescolas esp

eciais e as escolas do en

sino reg

ular d

evem estru

turar o seu

projeto p

edagógico

de form

a a possib

ilitar às crianças com

surdez o d

esenvolvim

ento d

as duas lín

guas: L

IBRAS

e língua p

ortuguesa (oral e escrita), além

de org

anizar tod

o o sistema d

e apoio a esses alu

nos.

O professor reg

ente d

e turm

as da ed

ucação in

fantil p

ode ser ou

vinte ou

surdo. N

o casode o p

rofessor regente ser su

rdo, o p

rofessor ouvin

te deve d

ar a seus alu

nos o su

porte p

araque p

ossam desen

volver o apren

dizad

o da lín

gua p

ortuguesa.

No caso d

e o professor reg

ente ser ou

vinte, é p

reciso que ten

ha u

m bom

conhecim

ento

da L

IBRAS para d

esenvolver a p

roposta cu

rricular com

seus alu

nos e, tam

bém

, um bom

conhecim

ento d

a metod

ologia d

o ensin

o de lín

gua p

ortuguesa in

strumental. N

esse caso, oensin

o da L

IBRAS d

everá ser desen

volvido com

as crianças, em

mom

ento esp

ecífico, por

professor su

rdo.

Grand

es ações devem

ser desenvolvid

as na escola para a interação d

as crianças surdas com

ouvin

tes. A com

unicação n

esse mom

ento é o fator m

ais relevante. A

criança su

rda ap

rende a

língua p

ortuguesa com

a criança ouvinte e a criança ouvinte aprend

e LIBRAS com

a criança surda.

O trab

alho, n

uma p

roposta b

ilíngüe, “q

uer d

ar o direito e con

dições ao in

divíd

uo su

rdo

de p

oder u

tilizar du

as líng

uas; p

ortanto, n

ão se trata de n

egação, m

as de resp

eito; o ind

ivídu

oescolh

erá a

líng

ua

qu

e irá u

tilizar em

cad

a situ

açã

o ling

üística

em q

ue se en

contra

r”(Kozlow

ski,1998). Essa p

roposta leva em

consid

eração as características dos p

róprios su

rdos,

inclu

indo a op

inião d

os surdos ad

ultos com

relação ao processo ed

ucacion

al da crian

ça surda.

Sug

estões de fu

nções d

os professores su

rdos e ou

vintes

Professor su

rdo:

-ser reg

ente d

e turm

as d

e creche ou

pré-escola

s, desen

volvendo o cu

rrículo em

LIBRAS;

-prop

orcionar ao alu

no com

surdez a aq

uisição d

a LIBRAS;

-particip

ar d

o apoio p

edagógico a

o aluno n

a sa

la de apoio ou

sala de recu

rsos,desen

volvendo ativid

ades com

o contar h

istórias, ler poesias e en

sinar b

rincad

eiras;-

auxiliar n

a constru

ção da id

entid

ade d

a criança com

surdez, servin

do com

o modelo;

-ensin

ar LIBRAS p

ara as crianças ou

vintes, fu

ncion

ários e toda com

unidade escolar;

-auxiliar os p

rofessores ouvin

tes regentes d

as turm

as que têm

alunos com

surdez;

-particip

ar, juntam

ente com

o professor ou

vinte, d

e encon

tros, eventos e reu

niões n

acom

unidade escolar.

Professor ou

vinte:

-ser reg

ente d

e turm

as de crech

e ou pré-escola, d

esenvolven

do o cu

rrículo, u

tilizando

a língua d

e sinais e facilitan

do o acesso e ap

ropriação d

a língua p

ortuguesa escrita;

-oferecer ap

oio pedagógico aos d

emais p

rofessores regentes q

uanto ao p

lanejam

ento,

execução, avaliação d

o processo ed

ucativo q

ue en

volva crianças su

rdas;

-particip

ar d

e encontro

s, eventos e

reuniões n

a co

munidade esco

lar, e

com a

coordenação d

a educação esp

ecial;

DIF

ICU

LD

AD

ES

DE

CO

MU

NIC

ÃO

E S

INA

LIZ

ÃO

- SU

RD

EZ

25

-particip

ar do ap

oio pedagógico ao alu

no n

a sala comum, na sala d

e apoio ou

na sala

de recu

rsos;-

desen

volver atividades q

ue favoreçam

a interação su

rdo-ou

vinte e a p

articipação d

acrian

ça com su

rdez em

atividades cívicas ou

comem

orativas da escola;

-prop

orcionar ao alu

no com

surdez o ap

rendizad

o da lín

gua p

ortuguesa com

o segunda

língua, aten

do-se a asp

ectos prag

máticos e fu

ncion

ais da lin

guagem

.

2.4.1 Considerações sobre a língua brasileira de sinais – LIBRAS

Pesquisas sob

re as línguas d

e sinais vêm

mostran

do q

ue essas lín

guas são com

paráveis

em com

plexid

ade e exp

ressividade a q

uaisq

uer lín

guas orais. E

las expressam

idéias su

tis,com

plexas e ab

stratas. Os su

rdos q

ue u

tilizam a L

IBRAS p

odem

discu

tir filosofia, literatura

ou política, além

de esp

ortes, trabalh

o, moda, e u

tilizá-la com fu

nção estética p

ara fazerpoesias, h

istórias, teatro e humor.

As lín

guas d

e sinais a

presen

tam-se n

uma m

odalid

ade d

iferente d

as lín

guas ora

is-auditivas. São lín

guas esp

aço-visuais, ou

seja, a realização dessas lín

guas n

ão é estabelecid

apor m

eio do can

al oral-auditivo, m

as por m

eio da visão e d

a utilização d

o espaço. A

diferen

çana m

odalid

ade d

etermina o u

so de m

ecanism

os sintáticos esp

ecíficos, diferen

tes dos u

tilizados

nas lín

guas orais. A

s línguas d

e sinais, q

ue n

ão são universais, são sistem

as lingüísticos

independentes d

os sistemas d

as línguas orais.

Petitto & M

arantetti (1991) realizaram

um estu

do sob

re o balb

ucio em

bebês su

rdos e

bebês ou

vintes n

o mesm

o períod

o de d

esenvolvim

ento (d

esde o n

ascimento até p

or volta dos

14 meses d

e idade). E

las verificaram que o b

albucio é u

m fen

ômeno q

ue ocorre em

todos os

bebês, su

rdos ou

ouvin

tes. As au

toras constataram

que esse fen

ômeno é m

anifestad

o não

somente p

or meio d

e sons, m

as também

por m

eio de sin

ais.Nos b

ebês su

rdos fora

m detecta

das d

uas form

as d

e balbucio m

anual: o b

albucio

quirológ

ico e a gesticu

lação. O balb

ucio q

uirológ

ico apresen

ta combinações q

ue fazem

parte

do sistem

a articulatório d

as línguas d

e sinais (corresp

ondente ao fon

ológico d

as línguas orais).

Ao con

trário, a gesticu

lação não ap

resenta org

anização in

terna.

Os d

ados ap

resentam

um desen

volvimento p

aralelo do b

albucio oral e d

o balb

ucio

manual. O

s bebês su

rdos e os b

ebês ou

vintes ap

resentam

os dois tip

os de b

albucio até u

mdeterm

inado estág

io, depois d

esenvolvem

o balb

ucio em

uma d

as modalid

ade. É

por isso

que os estu

dos afirm

avam que as crian

ças surdas b

albuciavam

oralmente até u

m determ

inado

períod

o. As voca

lizações sã

o interrom

pidas n

os bebês su

rdos a

ssim com

o as p

roduções

manuais sã

o interrom

pidas n

os bebês ou

vintes, p

ois a in

teração lin

güística

favorece o

desen

volvimento d

e um dos m

odos d

e balb

uciar.

As sem

elhanças en

contrad

as na sistem

atização das d

uas form

as de b

albuciar su

gerem

haver n

o ser humano u

ma cap

acidade lin

güística q

ue su

stenta a aq

uisição d

a linguagem

independentem

ente d

a modalid

ade d

a língua oral-au

ditiva ou

espaço-visu

al.Consid

erando q

ue, p

ela falta da au

dição, a cap

acidade visu

al dos su

rdos é ag

uçad

a,uma lín

gua esp

aço-visual é ad

quirid

a de form

a mais n

atural p

ela criança su

rda. N

o entan

to,para q

ue a crian

ça possa ad

quiri-la, h

á necessid

ade d

e estar exposta a ela. U

ma vez q

ue seu

spais ou

vintes n

ão têm dom

ínio d

essa língua e, salvo raras exceções, ap

enas os su

rdos ad

ultos

26

DIF

ICU

LD

AD

ES

DE

CO

MU

NIC

ÃO

E S

INA

LIZ

ÃO

- SU

RD

EZ

a possu

em, torn

a-se imprescin

dível a p

resença d

o adulto su

rdo n

a educação in

fantil d

a criança

surda p

ara que esta p

ossa adquirir a lín

gua.

A aq

uisição d

a LIBRAS d

esde a m

ais tenra id

ade p

ossibilita às crian

ças surdas m

aiorrap

idez e n

aturalid

ade n

a exposição d

e seus sen

timentos, d

esejos e necessid

ades. Possib

ilitaa estru

turação do pensamento e da co

gniçã

o e ainda uma in

teração so

cial, a

tivando

conseq

üentem

ente o d

esenvolvim

ento d

a linguagem

.Com

base em

pesq

uisas n

os Estad

os Unidos e n

a Europ

a, pode-se d

eduzir q

ue o p

rocessode aq

uisição d

a LIBRAS é ig

ual ao p

rocesso de aq

uisição d

e línguas orais-au

ditivas, ou

seja,obedece à m

aturação d

a criança q

ue vai in

ternalizan

do a lín

gua a p

artir do m

ais simples

para o m

ais complexo, com

preen

dendo a seg

uintes fases:

Prim

eira fase: há u

m períod

o inicial q

ue se assem

elha ao b

albucio d

as crianças ou

vintes.

Nesta fase a crian

ça prod

uz seq

üências d

e gestos q

ue articu

latoriamente se assem

elham

aossin

ais, mas n

ão são reconhecid

os como tal;

Segu

nd

a fase: frase de u

ma p

alavra. É interessan

te notar q

ue as crian

ças surdas p

odem

prod

uzir su

as prim

eiras palavras em

LIBRAS en

tre 5 a 7 meses d

e idade (talvez isso ocorra

devid

o ao desen

volvimento m

otor). Nessa fase, a crian

ça surda com

eça a nom

ear as coisas,apren

de a relacion

ar o sinal com

o objeto, p

roduzin

do su

as prim

eiras palavras (sin

ais): pap

a,m

ama, leite. C

omo as crian

ças ouvin

tes que ain

da n

ão dom

inam

o sistema fon

ológico, as

crianças su

rdas tam

bém

articulam

os sinais com

erros nos p

arâmetros, p

or exemplo, p

odem

trocar a configuração d

as mãos ou

o ponto d

e articulação, m

as o adulto com

preen

de q

ue ela

prod

uziu

um sin

al na lín

gua, m

esmo com

a troca de “fon

ema”. A

criança p

ode p

roduzir,

portan

to, dois tip

os de sin

al:a)

pron

omes d

êiticos*: aproxim

adam

ente aos d

ez meses, u

ma crian

ça com su

rdez já

aponta p

ara si e para os ou

tros. Os p

ontos p

ara indicar p

essoas podem

desap

arecerna p

rodução lin

güística d

a criança e só reap

arecer tempos d

epois;

b)

sinais lexicais: são os m

esmos sin

ais dos ad

ultos, m

ais sem as m

arcas morfossin

táticaspara flexão d

e número, con

cordância verb

al e aspecto, m

esmo q

uando u

ma ú

nica

palavra está rep

resentan

do u

ma frase;

Terceira fase: a partir d

e dois an

os e meio, a crian

ça surda com

eça a prod

uzir frases d

eduas p

alavras, inician

do su

a sintaxe, m

as elas são usad

as sem flexão e sem

concord

ância. A

ordem

das p

alavras constitu

irá sua p

rimeira sin

taxe quando estab

elecer a função sin

tático-sem

ântica d

os itens lexicais n

a frase. As relações sem

ânticas in

divid

uais em

ergem

quase

que n

a mesm

a ordem

que ap

arecem em

língua p

ortuguesa.

A partir d

essa fa

se, a cria

nça su

rda com

eça a adquirir a

morfolog

ia da LIBRAS, a

aquisição d

e subsistem

as morfológ

icos mais com

plexos. A

os cinco an

os de id

ade será cap

azde p

roduzir fra

ses gramatica

is maiores e m

ais com

plexa

s. O prim

eiro subsistem

a m

ais

complexo q

ue ad

quire é a con

cordância verb

al, na q

ual o verb

o concord

a com seu

argumento-

nom

e, depois u

sa prod

utivam

ente a con

cordância verb

al para verb

os de m

ovimento.

* os dêiticos d

e pessoa, n

a LIB

RA

S, são p

ontos con

ven

cionad

os no d

iscurso: p

ara a 1ª pessoa d

o sing

ular, ap

onta-

se para si m

esmo, a p

essoa qu

e fala; para a 2ª p

essoa do sin

gu

lar, apon

ta-se para o recep

tor; e para a 3ª p

essoa do

sing

ular, ap

onta-se p

ara um

pon

to neu

tro conv

encion

ado p

ara a pessoa ou

coisa referida n

o discu

rso.

DIF

ICU

LD

AD

ES

DE

CO

MU

NIC

ÃO

E S

INA

LIZ

ÃO

- SU

RD

EZ

27

Com

o se pôde ob

servar a partir d

essa ligeira exp

lanação, o p

rocesso de ap

rendizag

emda L

IBRAS é sem

elhante ao p

rocesso de aq

uisição d

e qualq

uer lín

gua.

No B

rasil, a Lei N

.º 10.436, de ab

ril de 2002, d

ispõe e recon

hece a L

IBRAS com

o meio leg

alde com

unicação e exp

ressão objetiva e d

e utilização corrente d

as comunidades su

rdas d

o Brasil.

2.4.2 Considerações sobre a língua portuguesa escrita

Segundo Q

uadros (1997), a escrita d

eve ser a oportu

nidade d

e o indivíd

uo exp

ressarinúmeras situ

ações significativas p

ara determ

inados fin

s. A prod

ução criativa é p

ossívelsom

ente q

uando en

volve situações com

unicativas verd

adeiras e q

uando o alu

no id

entifica

as possib

ilidades d

a nova lín

gua en

quanto ob

jeto social e interacion

al.A lín

gua escrita é u

ma lín

gua con

struída in

dependentem

ente d

a constru

ção da lín

gua

oral. Um bom

leitor e um bom

escritor é aquele q

ue lê e escreve m

uito. A

língua escrita é

adquirid

a por m

eio de con

stante acesso a ela.

Dessa form

a, desd

e a educação in

fantil, a crian

ça deve estar em

contato con

stante com

a leitura e a escrita. É

importan

te que a crian

ça desd

e cedo seja estim

ulad

a a ler histórias

infan

tis. Essas d

evem ser lid

as para as crian

ças com su

rdez com

apoio d

e muita im

agem

visual, m

uita d

ramatização e acom

panhada d

a língua oral ou

da lín

gua d

e sinais, d

ependendo

do m

omento e d

o modelo ed

ucacion

al. É preciso d

espertar n

a criança o in

teresse pela leitu

ra.É im

portan

te também

que a crian

ça esteja envolvid

a no u

niverso d

o letramento; p

araisso, o p

rofessor deve ch

amar su

a atenção p

ara tudo q

ue está escrito ao seu

redor.

Mesm

o que a crian

ça não saib

a ler, tudo o q

ue for viven

ciado em

atividades d

e classe,em

passeios, em

relatos trazidos d

e vivências exp

erimentad

as pelas crian

ças e trazidas

para a sala d

e aula, d

eve ser registrad

o em form

a de textos con

struídos ju

nto com

crianças

e escritos pelo p

rofessor.É fu

ndam

ental q

ue a crian

ça perceb

a que tu

do q

ue é exp

erimentad

o pode ser escrito,

e tudo q

ue é escrito p

ode ser lid

o, desp

ertando assim

, para o g

osto pela leitu

ra e escrita.O desenvolvim

ento da lín

gua escrita

é m

otivo de grandes e

studos. É

importa

nte

perceb

er, entretan

to, que su

a aquisição ocorrerá à m

edida q

ue a crian

ça estiver exposta a

ela.

A im

portân

cia do ap

oio escrito

Mesm

o sabend

o-se que a criança em

idade p

ré-escolar ainda não sab

e ler, o apoio escrito

deve ser d

ado à criança com

surdez sem

pre q

ue possível, e d

esde m

uito cedo. O

registro escrito,

reforçado com

um desenho, foto ou colag

em rep

resentativa, realizado d

urante ou após situações

vivenciadas p

ela criança, funciona como ap

oio visual, facilitando ap

rendizag

em da líng

ua portug

uesa,estim

ulando a leitura e escrita e con

tribuin

do p

ara a mem

orização de p

alavras e de estruturas

frasais. Poderá ain

da ser revivid

o e “lido” em

outros m

omentos p

elos familiares, p

rofessores,fonoaud

iólogo etc.

O reg

istro escrito pode e d

eve ser utilizad

o:-

no d

esenh

o livre – muitas vezes a crian

ça usa o d

esenho com

o forma d

e expressão e,

28

DIF

ICU

LD

AD

ES

DE

CO

MU

NIC

ÃO

E S

INA

LIZ

ÃO

- SU

RD

EZ

se solicitada, “con

ta” por m

eio da L

IBRAS, d

e gestos n

aturais, d

a dram

atização oumesm

o da lín

gua p

ortuguesa oral, o q

ue d

esenhou. O

professor ap

roveita para trad

uzir

o que foi com

unicad

o, em lín

gua p

ortuguesa escrita, escreven

do n

o espaço em

baixo

da folh

a ou an

exando u

ma tira g

rampead

a ao desen

ho.

-n

as histórias con

tadas – o p

rofessor deve escrever o títu

lo da h

istória. A crian

çadesen

ha ou

o professor p

assa uma cóp

ia das p

rincip

ais cenas d

o livro, escrevendo

uma frase q

ue sin

tetize a idéia.

-n

a h

ora d

a rod

inh

a – a

criança pode co

ntar o

que fe

z por m

eio da LIBRAS,

dram

atizando ou

utilizan

do m

ímicas. O

professor cap

ta sua id

éia e a escreve como

se fosse a próp

ria criança. E

x: Hérica - E

u an

dei d

e bicicleta; E

u fu

i à casa da vovó. A

frase ou frases p

odem

ser escritas no q

uadro d

e giz e d

epois em

papel com

ilustrações

da p

rópria crian

ça, com desen

ho ou

foto mandada p

ela família.

-n

as aulas d

e mú

sica – a criança n

ão vai cantar com

o os colegas ouvin

tes, mas as m

úsicascurtas e ou as p

artes que se rep

etem (refrões) p

odem

ser mem

orizadas e falad

as pela

criança com

surdez, se p

uderem

ser visualizad

as por m

eio da lín

gua d

e sinais e d

aescrita.

-n

o relato de ativid

ades viven

ciadas p

elo gru

po n

a escola ou fora d

ela (como, p

orexem

plo, a festa d

e aniversário d

e um coleg

a, um passeio ao zoológ

ico) – cada crian

çacon

ta os fatos relativos ao acontecim

ento. O

professor escreve o q

ue os alu

nos falam

e escre

vem o que a cria

nça su

rda co

nta, u

tilizando a lín

gua de sin

ais o

u a

dramatiza

ção. D

epois d

o texto elabora

do, a

s crianças fa

zem a “leitu

ra” d

ele. Énecessário d

ar significad

o à escrita, por m

eio da d

ramatização.

-n

os passeios e ou

tras atividad

es ocorridas em

casa e descritas p

ela mãe n

a agen

da

o professor rep

assa os fatos descritos p

ara um m

ural. Tod

os “lêem” su

as histórias.

-n

a hora d

o lanch

e – o professor d

eve mostrar o card

ápio e o q

ue vai ser servid

o no d

ia,falar e ap

resentar a escrita. O

bservar se o alu

no com

surdez en

contra-se em

local emque p

ossa visualizar a pessoa q

ue fala, o lanche q

ue está sen

do m

ostrado e a escrita

correspondente.

Essas são ap

enas alg

umas situ

ações. Haverá m

uitas ou

tras atividades em

que o p

rofessorirá fazer u

so do ap

oio escrito, além de d

esenhos, g

ravuras e fotos, p

orque au

xilia a criança

com su

rdez e p

orque estim

ula os ou

tros alunos a se in

teressarem pela leitu

ra e escrita. Nessa

fase, a leitura q

ue a crian

ça faz é glob

alizada e con

textualizad

a. A leitu

ra torna-se fácil, p

orque

é associada a u

ma situ

ação já vivenciad

a. Com

o uso freq

üente d

a escrita, muitas p

alavras efrases, n

omes, ações q

ue se rep

etem são m

emorizad

as, tanto n

a leitura com

o na escrita, e

servem com

o mais u

m recu

rso que o alu

no com

surdez p

assa a utilizar p

ara comunicar-se.

Deve-se estim

ular b

astante o u

so da lín

gua p

ortuguesa escrita. A

partir d

e vivências,

de d

ramatizações, o p

rofessor deve elab

orar textos junto com

as crianças e d

espertar n

elas ogosto p

ela leitura e escrita. A

s vivências d

evem ser sem

pre d

esenvolvid

as em lín

gua d

esin

ais. Os textos d

evem ser reg

istrados em

gran

des b

locos ou álb

um seriad

o, para q

ue su

aleitu

ra seja retomada várias vezes. N

essa fase, a criança ain

da n

ão está alfabetizad

a, mas ela

fará a leitura em

língua d

e sinais e será cap

az de fazê-lo p

or ter particip

ado ativam

ente d

esua con

strução.

Vocáb

ulos n

ovos devem

ser sempre ap

resentad

os em fich

as. Deve-se en

sinar o sin

alcorresp

ondente e ap

resentá-los com

o alfabeto d

igital p

ara estimular a m

emória visu

al esin

estésica da crian

ça. Para que p

assem a ter sig

nificação, d

eve-se trabalh

ar com uma g

rande

variedade d

e jogos: d

ominó, en

caixe, mem

ória e outros.

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29

Devem

ser desen

volvidas m

uitas ativid

ades q

ue favoreçam

a comunicação d

a criança.

Com

unicação n

ão somente n

a escola, como tam

bém

com a fam

ília. Exem

plos d

e atividades

que p

odem

ser desen

volvidas:

saco surpresa – n

a segunda-feira, a crian

ça traz de casa, n

o saquinho-su

rpresa,

algum ob

jeto e frases simples escritas em

casa, dando p

istas de ativid

ades q

ue a

criança realizou

no fin

al de sem

ana. C

om ap

oio das p

istas, o professor estim

ulará a

comunicação d

a criança p

ara que ten

ha con

dição d

e contar situ

ações vivenciais em

casa e em ou

tros lugares;

contan

do h

istórias que foram

vivenciad

as em classe p

ara a família - com

o dever d

ecasa, o p

rofessor deve m

andar folh

as conten

do fig

uras d

a história trab

alhada em

classe, conten

do esp

aços vazios para q

ue, em

casa, os pais p

reencham

, a partir d

orelato d

a criança. A

família ten

tará escrever tudo q

ue en

tendeu da h

istória contad

apela crian

ça. No d

ia seguinte, o p

rofessor deverá m

andar p

ara casa a verdadeira

história

, da form

a com

o ela foi con

tada, p

ermitin

do, d

essa form

a, q

ue a

família

identifiq

ue o q

ue a crian

ça quis d

izer e, cada vez m

ais, consig

a se comunicar com

acrian

ça. É im

portan

te também

trabalh

ar muitas h

istórias em seq

üência, p

ermitin

do

que a crian

ça organize a id

éia de in

ício, meio e fim

. Deve-se p

ossibilitar a criação d

ediversos fin

ais, exploran

do b

astante a criativid

ade d

a criança.

rotinas - são ativid

ades m

uito im

portan

tes, pois p

ermitem

a formação d

e hábitos e

atitudes. N

a rodinha, n

o início d

a aula, o p

rofessor deve:

-trab

alhar o calen

dário (d

esenvolver con

ceitos de tem

poralid

ade – d

ia, mês, an

o,dia d

a semana, on

tem, hoje, am

anhã; clim

a – sol, chuva, n

uvem

, nublad

o, frio, quente);

-trab

alhar os n

omes d

as crianças;

-estim

ular o d

esenvolvim

ento lin

güístico, con

tando cu

riosidades e n

ovidades.

A crian

ça está adquirin

do a lín

gua d

e sinais, sen

do assim

, o professor d

eve usar m

uita

expressão corp

oral, além do estím

ulo visu

al, para q

ue a crian

ça enten

da os con

ceitos.Na ed

ucação in

fantil, em

todos os m

omentos, o p

rofessor deve recorrer ao estím

ulo

visual, d

esde a

pintura, o a

larm

e de lu

z, a ca

mpainha lu

minosa

, o painel leg

endado, o

computad

or com tela d

e apresen

tação onde p

oderá ap

arecer a língua d

e sinais, lem

bran

do

que, p

ara os usuários d

e aparelh

os de am

plificação son

ora individ

ual – A

ASI, o am

plificad

orson

oro em um am

bien

te amplo aju

dará m

uito.

O professor p

ode org

anizar cen

tros de ativid

ades, q

ue n

ada m

ais são do q

ue u

ma área

da sala d

e aula on

de são oferecid

os materiais b

aseados em

uma área d

e conteú

do ou

tópico,

para estim

ular a ap

rendizag

em da crian

ça.Nos cen

tros de ativid

ades, d

eve-se consid

erar os interesses d

as crianças, estim

ular

uma ap

rendizag

em sig

nificativa, aten

der às ativid

ades oferecid

as, observan

do-se os n

íveisde d

esenvolvim

ento d

as crianças e su

as experiên

cias anteriores, p

ossibilitan

do, assim

, que

apren

dam

em seu

próp

rio ritmo sob

re o mundo ao seu

redor, m

anipulan

do ob

jetos, constru

indo,

dialog

ando e a

ssumindo d

iferentes p

apéis. C

om base em

Spodek &

Saracho (1998), sã

osugerid

os os seguintes cen

tros:

Cen

tro de jog

os dram

áticosEsse cen

tro contém

atividades relacion

adas a vários tem

as de b

rinquedos: a loja, o lar,

o restauran

te, a oficina m

ecânica, o salão d

e beleza ou

qualq

uer ou

tra atividade q

ue reflita a

vida social d

as crianças.

30

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Cen

tro de jog

os e qu

ebra-cab

eçasNesse cen

tro deve-se oferecer às crian

ças jogos e q

uebra-cab

eças, em diferen

tes níveis

de d

ificuldade, p

ara que sejam

direcion

adas a u

ma op

ção que p

ossam com

pletar com

êxito.

Os jog

os podem

ter cores e formas d

iversas e podem

ser organizad

os por n

ível ou área d

e

habilid

ade.

Cen

tro de b

locos

Esse cen

tro oferece a op

ortunidade d

e constru

ir casas, loja

s, escolas, sistem

as d

e

transporte, fazen

da, aerop

orto etc.

Cen

tro de b

iblioteca

Deve estar localizad

o em uma p

arte calma d

a sala, longe d

o movim

ento, e os livros

devem

ser disp

ostos de form

a que as crian

ças possam

escolher facilm

ente os q

ue q

uerem

olhar. O

professor p

ode exp

or os livros de acord

o com os tem

as que estão sen

do estu

dados.

Cen

tro de m

atemática

Aqui d

evem esta

r materia

is que perm

itam à cria

nça se

engajar n

a so

lução de

prob

lemas m

atem

áticos. P

ode-se coloca

r vareta

s para con

tar, recip

ientes p

ara m

edidas e

figuras p

ara co

mparação, e ca

rtões co

m ta

refas q

ue apresentam problemas p

ara as

crianças re

solverem.

Cen

tro de ciên

cias

Esse

centro

propicia

o envolvim

ento das cria

nças e

m experim

entos sim

ples, a

observação d

e fenôm

enos n

aturais ou

o cuidado d

e um bich

inho d

oméstico. Pod

e-se trabalh

ar

com sem

entes, con

chas, folh

as, insetos ou

comidas.

Cen

tro de ág

ua e areia

É ap

ropriad

o para o ar livre.

Cen

tro de som

e mú

sica

Deve con

ter instru

mentos m

usicais sim

ples e ou

tros materiais q

ue p

ossam ser u

sados

para em

itir sons, vib

rações.

Cen

tro de artes

Um cavalete, u

ma m

esa gran

de, tin

tas, papéis, cola, arg

ila e materiais sim

ilares são

básicos. A

s crianças p

recisam ter fácil acesso aos m

ateriais e devem

poder g

uard

á-los e

limpar tu

do sozin

has.

Cen

tro de m

arionetes

Um palco sim

ples e m

uitas m

arionetes, q

ue p

odem

ser comprad

as ou feitas p

elo professor

ou pela

s crianças, cria

m uma op

ortunidade p

ara o d

esenvolvim

ento d

a lin

guagem

e da

criatividade.

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31

Cen

tro de ed

ucação física

Pode ter u

ma trave d

e equilíb

rio, marcações d

e amarelin

ha n

o chão, b

ambolês, cord

as,

saquinhos d

e cinco-m

arias e bolas, en

tre outros m

ateriais.

Cen

tro de cu

linária

Este cen

tro pode ser m

ontad

o temporariam

ente, q

uando n

ecessário. Ele p

ermite às

crianças se en

volverem em

projetos esp

eciais de cu

linária. D

eve ter uma m

esa baixa e tod

osos u

tensílios q

ue p

ossam ser n

ecessários.Outros cen

tros poderão ser acrescen

tados se o p

rofessor os consid

erar necessários. O

trabalh

o com os cen

tros poderá ab

ordar áreas d

e gran

de im

portân

cia para o d

esenvolvim

ento

infantil, ta

is como p

sicomotricid

ade (ed

ucação física

, recreação e d

esportos); cog

nitiva

(sensorial, p

ercepção, lin

guagem

); social (habitação, sexu

alidade, form

ação moral e fam

iliar);exp

ressão artística (artes, música). A

afetividade estará p

ermean

do tod

o o trabalh

o.Os cen

tros de ativid

ades oferecem

variadas op

ções para as crian

ças, envolven

do-as

em ativid

ades in

teressantes. Perm

item à eq

uipe d

e profission

ais conhecer as crian

ças como

pessoas ú

nicas, q

ue ap

rendem

por m

eio de exp

eriências d

iretas e de m

aneira n

atural.

“É p

reciso ficar claro qu

e cada crian

ça deve receb

er atend

imen

to de acord

o com a su

arealid

ade, p

ara pod

er vivenciar e exp

lorar ao máxim

o suas p

otencialid

ades.” (M

arta Gil –

Consultora d

o Prog

rama U

m Salto Para o Fu

turo/E

spaços p

ara Inclu

são)

2.4.3 Aprendizado da língua portuguesa oral

Para o desen

volvimento d

a língua p

ortuguesa oral em

crianças com

surdez, a ên

fase,desd

e os prim

eiros anos d

e vida, d

everá ser a

intera

ção, a

comunica

ção, a

conversa

ção

significativa e con

textualizad

a. O acom

panham

ento p

or um professor e/ou

pelo fon

oaudiólog

ocom

plem

enta as ativid

ades d

a sala de au

la e a interação en

tre eles e a família será u

m fator

indisp

ensável p

ara a obten

ção de resu

ltados p

ositivos.A diferen

ça entre p

rojetos educacion

ais que en

volvem crian

ças com su

rdez às vezes

não d

epende d

o tipo d

e prop

osta ou do ob

jetivo, mas d

as modalid

ades, d

as estratégias e d

apersistên

cia em desen

volvê-los.Perd

as graves d

a audição – esp

ecialmente em

crianças m

uito p

equenas, n

o períod

op

ré-ling

üístico (p

erdas au

ditivas an

tes do ap

rendizad

o da fala) – afetam

significativam

ente o

desen

volvimento d

a linguagem

oral caso não sejam

trabalh

adas ad

equadam

ente. Se n

ão sepode escu

tar uma lín

gua, é extrem

amente d

ifícil apren

dê-la. C

rianças q

ue ap

resentam

perd

asauditivas an

tes do ap

rendizad

o da fala n

ecessitarão de cu

idados m

uito esp

eciais para ap

render

a língua oral. U

ma crian

ça que já tin

ha ap

rendido a falar e p

erdeu a au

dição n

o períod

o pós-

ling

üístico (p

erda au

ditiva ap

ós o apren

dizad

o da fala), terá m

aior possib

ilidade d

e enten

der

a linguagem

falada, m

as, ainda assim

, necessitará d

e alguns cu

idados esp

eciais.Cada crian

ça apresen

ta sua in

divid

ualid

ade e riq

ueza, e isso é válid

o para as crian

çascom

surdez. A

s classifica

ções se tornam, con

tudo, n

ecessária

s, pelo m

enos em

termos

didáticos. A

pesar d

e todas as variáveis, n

ão é fácil dizer, p

or exemplo, p

or que d

uas crian

çascom

surdez, com

a mesm

a perd

a auditiva, com

o mesm

o tempo d

e uso d

e prótese, d

esenvolvem

sua audiçã

o e fala de m

odo d

iferente u

ma da ou

tra. E

m term

os de d

esenvolvim

ento d

e

32

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linguagem

oral, existe uma classificação: crian

ças com su

rdez d

esde o n

ascimento e crian

çasque p

erderam

a audição m

ais tarde (p

or exemplo, d

evido a m

eningite). A

s crianças q

ue

perd

eram a au

dição d

epois d

a aquisição d

a linguagem

oral arquivaram

, no céreb

ro, modelos

de lin

guagem

receptiva e até exp

ressiva, e as que n

asceram com

surdez n

ão conseg

uiram

imprim

ir esses modelos n

a mem

ória. Dependendo d

o tempo e d

a inten

sidade d

a estimulação

a que as crian

ças que n

asceram com

surdez são exp

ostas, elas poderão d

esenvolver m

uito

bem

a língua d

e sinais e tam

bém

a comunicação oral.

A in

teração entre o fon

oaudiólog

o e o professor resp

onsável p

ela estimulação p

recoce,de m

aneira

perm

anente, p

ossibilita

rá o p

laneja

mento d

as a

tividades q

ue via

biliza

rão o

desen

volvimento h

armonioso d

e cada crian

ça.Essas ob

servações são fundam

entais p

ara o desen

volvimento d

a linguagem

receptiva

e expressiva con

textualizad

a no d

ia a dia.

É im

portan

te, então, q

ue a crian

ça com su

rdez:

possa com

unicar-se com

o sabe;

possa d

ialogar com

liberd

ade, sab

endo ser aceita p

elos dem

ais;passe a en

tender a en

tonação em

otiva e dram

atizada d

a mensag

em que o p

rofessorenvia;

desen

volva, aos poucos, seu

faz-de-con

ta. A falta d

e linguagem

oral e a falta da

possib

ilidade d

e ser estimulad

a podem

levar a criança a ser b

astante rep

etitiva epobre d

e conteú

do em

língua portu

guesa

. São n

ecessários estím

ulos em

língua

portu

guesa p

ara aumentar seu

conhecim

ento, p

or meio d

e seqüências d

e quadros

(a boneca levan

ta, toma café, d

escansa) e tam

bém

para acrescen

tar porm

enores

(toma b

anho, u

sa o sabonete, lava os p

és, a cabeça, en

xuga com

a toalha, p

enteia os

cabelos);

apren

da, p

aulatin

amente, a d

iscriminar au

ditivam

ente e/ou

visualm

ente as p

rimeiras

palavras;

mostre

interesse

pelas h

istória

s contadas o

u dramatiza

das, co

m a ajuda de

videocassete e d

e desen

hos;

mostre in

teresse pela leitu

ra de h

istórias realizadas com

o auxílio d

e gravu

ras nos

livros ou com

seqüência d

e desen

hos; é in

teressante q

ue a crian

ça guard

e seu livro

de h

istórias, em que h

á três ou quatro g

ravuras p

ara cada h

istória. Toda vez q

ue

uma h

istória é contad

a na rod

a, o professor d

eve colocar a criança com

surdez m

aisà fren

te, para q

ue ela p

ossa ver com facilid

ade o q

ue ele fala e d

ramatiza. Q

uando

são usad

os livros e gravu

ras, é bom

lembrar as reg

ras da com

unicação visu

al. Ahistória trab

alhada n

a escola deve ser recon

tada em

casa;fam

iliarize-se com a escrita, ap

roveitando o m

aterial encon

trado n

o próp

rio contexto;

comece a d

ar um sig

nificad

o inten

cional à p

rópria fala, u

tilizando a em

issão para

desig

nar an

imal, ob

jeto, pedido;

comece a d

esenvolver a lin

guagem

receptiva, en

tendendo a com

unicação oral d

oprofessor n

as atividades d

a vida d

iária e nas ativid

ades d

a escola;rela

te suas exp

eriência

s, mesm

o de fora

da escola

, com naturalid

ade, com

o por

exemplo: a visita ao jard

im zoológ

ico, o nascim

ento d

o bebê, u

m an

iversário, o choque

de carros n

a rua. U

ma ag

enda p

ode facilitar o con

tato do p

rofessor com a fam

ília,possib

ilitando a in

terpretação d

o que a crian

ça comunica g

estualm

ente. O

professor

pode in

terpretar p

ara as dem

ais pessoas aq

uilo q

ue n

ão conseg

uiram

compreen

der

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33

da m

ensag

em da crian

ça. Ao m

esmo tem

po, o p

rofessor deve exp

licar à criança com

surdez o q

ue os ou

tros colegas con

taram. Isso já é realizad

o norm

almente p

or muitos

professores, torn

ando a ap

rendizag

em muito rica p

ara a turm

a toda, tan

to em term

osde com

preen

são como d

e aquisição d

e linguagem

.É necessá

rio que, d

esde o co

meço das a

tividades e

ducacio

nais, o

professo

r fale

oralmente o q

ue a crian

ça com su

rdez q

uer d

izer. Os recu

rsos gráficos e visu

ais são muito

importan

tes para aju

dar a com

preen

são da fala d

o professor.

Todas as vezes q

ue u

m ad

ulto tratar d

iretamente com

a criança (troca d

e roupa, frald

as,hora d

o banho, m

omento d

o colo, alimentação), d

eve lembrar q

ue, com

alguns m

inutos a

mais, p

ode p

ropiciar-lh

e uma aten

ção mais d

irigida, m

uito en

riqueced

ora, e deve u

sar asmesm

as estratégias q

ue o p

rofessor responsável p

ela estimulação p

recoce pede p

ara a mãe

utilizar em

casa.É im

portan

te conhecer o d

esenvolvim

ento d

a linguagem

da crian

ça, possib

ilitando assim

estimular o q

ue ela já p

ode d

ar e, ao mesm

o tempo, aju

dá-la a crescer d

iante d

e situações

novas q

ue d

esafiam su

as poten

cialidades.

Na ed

ucação in

fantil, em

geral, os avisos e ord

ens são d

ados som

ente p

ela comunicação

oral. Esse h

ábito p

recisa ser alterado. O

s assuntos, n

a maioria d

os casos, são relacionados a

coisas concretas e p

odem

ser dram

atizados ou

apresen

tados p

or meio d

e gravu

ras. A escolh

ade estratég

ias a serem utilizad

as com o g

rupo ou

somente com

a criança com

surdez d

epende

da op

ortunidade e d

as circunstân

cias.Há m

uita

s técnica

s para aju

dar cria

nças com

surdez a

apren

der a

falar. E

ntre ela

sencon

tram-se aq

uelas u

tilizadas p

ela fonoau

diolog

ia e pelos p

rofessores especializad

os. Faz-se n

ecessário começar a d

esenvolver a lin

guagem

desd

e as prim

eiras semanas d

e vida,

independentem

ente d

e a criança su

rda resp

onder ou

não ao q

ue está sen

do falad

o. Sugere-

se que o p

rofessor acompanhe com

palavras, m

úsicas e m

ovimentos tu

do o q

ue fizer q

uando

estiver perto d

a criança. Por exem

plo, p

ode-se con

versar com ela sob

re o que está fazen

do

no m

omento d

a alimentação, d

o banho e d

as brin

cadeiras. Pod

e-se também

conversar com

acrian

ça sobre o q

ue ou

tras pessoas estão fazen

do: “a m

anin

ha está b

rincan

do lá fora”; “o

pap

ai está consertan

do o telh

ado” ou

“a mam

ãe está lavand

o roup

as”.Uma ou

tra maneira d

e se comunicar com

a criança é fazer p

erguntas e resp

ondê-las

sem esp

erar pela m

anifestação d

o aluno. Por exem

plo, p

ode-se p

erguntar: “V

ocê está comfom

e?” E resp

onder: “Sim

, você está com fom

e. Eu

vou lh

e dar leite.”

Mais tard

e, quando a crian

ça tiver desen

volvido o resíd

uo au

ditivo, p

oderá com

unicar-

se auton

omam

ente. O

professor d

eve comunicar-se sem

pre com

ela, mesm

o em lugares on

de

outras p

essoas estejam con

versando ou

onde existam

baru

lhos d

iversos.Dessa form

a, introd

uz-se a crian

ça na com

unicação, u

ma vez q

ue ela p

ode ver e p

erceber

a interação existen

te entre as p

essoas. A luz d

eve iluminar b

em o rosto d

e quem

fala com ela,

de m

odo a torn

ar visíveis os movim

entos exp

ressos no rosto d

e seu in

terlocutor.

As crian

ças que ou

vem ap

enas u

m pouco d

evem utilizar essa p

equena au

dição p

aradesen

volver a linguagem

oral. Nesse m

omento n

ão deve h

aver interferên

cia de b

arulhos a

sua volta.

Alguns asp

ectos metod

ológicos q

ue d

evem ser ob

servados p

elo professor:

cham

ar a criança p

elo nom

e, quando se d

irigir a ela, é u

ma d

as formas d

e colaborar

para a d

escoberta d

e sua id

entid

ade. A

ntes d

e falar, o professor d

eve esperar q

ue a

34

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E S

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- SU

RD

EZ

criança olh

e para ele. Se ela n

ão o fizer, ele deve seg

urá-la p

elo queixo e, g

entilm

ente,

fazê-la voltar-se para ele;

usar p

alavras simples e fam

iliares em frases cu

rtas como, p

or exemplo, ven

ha com

er.Não se d

eve usar “lin

guagem

infan

til” com a crian

ça, pois, p

osteriormente, ela só

enten

derá q

uem

lhe falar d

a mesm

a maneira;

utilizar os m

ovimentos d

o corpo e as exp

ressões do rosto – lin

gu

agem

corporal –

para aju

dar a crian

ça a se comunicar a tod

o instan

te. Assim

, ela apren

derá o q

ue

significam

esses movim

entos e exp

ressões;usar m

ovimentos d

o corpo p

ara tornar m

ais clara a mensag

em falad

a para aq

ueles

que o estão escu

tando ou

estão vendo. B

alançar a cab

eça quando d

isser sim ou

não;

utilizar as m

ãos para m

ostrar o tamanho d

os objetos etc;

modificar a exp

ressão do rosto d

e acordo com

o que se fala. Pod

e-se dem

onstrar

pesar, aleg

ria, surpresa e m

uitos ou

tros sentim

entos n

o rosto;não p

arar de con

versar com a crian

ça ao utilizar a lin

guagem

corporal. É

sempre

muito im

portan

te estimular su

a linguagem

;descob

rir se a criança está en

tendendo seu

interlocu

tor, pedindo-lh

e que resp

onda

as perg

untas. A

criança p

ode resp

onder d

e diferen

tes maneiras: fazen

do o q

ue se

pediu, falan

do ou

apontan

do coisas. A

criança p

ode resp

onder, tam

bém

, emitin

do

sons, q

ue n

ão são prop

riamente p

alavras;valorizar a em

issão de q

ualq

uer som

que a crian

ça queira ou

consig

a prod

uzir. M

aistard

e, pode-se aju

dá-la a d

izer palavras, em

itindo corretam

ente os son

s;recon

hecer o esforço d

a criança q

uando ela fizer alg

uma coisa b

em feita ou

apren

der

a dizer p

alavras novas, p

or meio d

e palavras e d

emonstrações d

e emoções d

e alegria.

A crian

ça desejará ag

radar e, en

tão, repetirá o q

ue tiver feito ou

apren

dido;

estimular a crian

ça a falar, enquanto estiver d

esenvolven

do alg

uma ativid

ade.

Ouvir com

atenção sig

nifica m

uito m

ais que sim

plesm

ente escu

tar. Significa associar

significa

dos a

os so

ns. N

orm

alm

ente, a

capacid

ade auditiv

a da cria

nça não pode se

rmodificad

a. Entretan

to, pode-se d

esenvolver b

ons h

ábitos d

e utilizar seu

s resíduos au

ditivos.

A lín

gua p

ortuguesa oral d

eve ser desen

volvida o m

ais natu

ralmente p

ossível, sempre

de form

a con

textualiza

da e lú

dica

. Sugere-se q

ue essa

modalid

ade seja

trabalhada em

mom

entos sep

arados d

aqueles u

tilizados p

ara aquisição d

a língua d

e sinais.

Para desen

cadear o p

rocesso de en

sino e ap

rendizag

em da lín

gua p

ortuguesa oral, o

professor d

eve falar o tempo tod

o com a crian

ça, como se faz com

a criança ou

vinte, em

todas

as situ

ações d

a vid

a diária

. Nunca se d

eve proib

i-la de u

tilizar sin

ais. O

professor d

evecom

preen

dê-los e exp

ressar a palavra corresp

ondente em

língua p

ortuguesa. O

professor d

eveprocu

rar:con

duzir a crian

ça a olhar p

ara quem

está falando;

estimular a crian

ça auditivam

ente, ch

amando a aten

ção para os ru

ídos am

bien

tais;falar com

movim

entos lab

iais bem

defin

idos, a fim

de q

ue ela p

ossa compreen

der o

que está sen

do d

ito, pela ob

servação dos láb

ios;falar n

aturalm

ente com

voz norm

al, em um nível m

oderad

o de velocid

ade, sob

re oque estão fazen

do n

o mom

ento;

usar exp

ressões faciais, movim

entos d

o corpo, d

as mãos, g

estos natu

rais, para d

arpistas d

a mensag

em que estão tran

smitin

do;

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35

ajudar a crian

ça a compreen

der e ap

render p

alavras novas;

expressa

r de form

a correta

as p

alavra

s ou fra

ses, sempre q

ue a

criança houver

distorcid

o a fala, sem no en

tanto criticá-la p

elo erro.Na ed

ucação in

fantil, em

contato com

a criança su

rda, os p

rofessores devem

:falar n

aturalm

ente, d

e acordo com

a idade d

a criança, p

rocuran

do n

ão fazer nenhuma

alteração da sin

taxe;particip

ar sempre d

a alegria ou

do sofrim

ento d

a criança, d

ando valor a seu

estado

emocion

al;

fazer perg

untas à crian

ça surda, com

o a qualq

uer ou

tra criança, e resp

onder p

or ela,com

o objetivo d

e estimular a con

versação e sua com

preen

são (métod

o do d

up

lo pap

el:papel d

a criança e d

o adulto): “V

ocê fez cocô? José fez cocô! Esp

ere! Vam

os trocar afrald

a? Isso te incom

oda? V

ai ficar bem

limp

inh

o! Qu

er brin

car de b

icicleta? Está rin

do?

José é feliz! Vam

os brin

car com

Ca

rol.” O mais im

porta

nte nesse

tipo de ativ

idade,

como em outra

s, é não perder a

oportu

nidade de co

nversa

r com a cria

nça, co

ma máxim

a naturalid

ade, apenas b

usca

ndo manter o

interesse

da cria

nça no ro

stode quem fa

la (le

itura la

bial);

estabelecer d

esde o com

eço do p

rocesso de en

sino e ap

rendizag

em um d

iálogo com

a cria

nça, d

e m

aneira

que, co

m o te

mpo, e

la aprenda a fa

zer e

a re

sponder

adequadam

ente as p

erguntas, p

rimeiro d

e maneira m

uito sim

ples, d

epois cad

a vezmais com

plexa. N

o início, u

tilizar o métod

o de cap

tação: perceb

er o que a crian

çaquer d

izer, externar corretam

ente a p

ergunta e acrescen

tar a resposta. Por exem

plo,

se a criança q

uer ág

ua e ap

onta p

ara o filtro, ou ten

ta emitir: aaa, o p

rofessor intervém

:“A

h! V

ocê qu

er águ

a? Ág

ua? A

tia vai te dar a ág

ua. E

spere! Tom

a a águ

a. A ág

ua é

gostosa!” Para isso é fu

ndam

ental d

ar espaço à crian

ça. Perceber q

uando ela q

uer

dizer alg

o, deixar esp

aços de p

ropósito p

ara que fale, in

terrogue, ap

onte, p

eça;acrescen

tar algo à fala d

a criança (exp

ansão). Se a crian

ça apontou

para u

ma coleg

a,o p

rofessor deve falar, p

or exemplo: M

aria cheg

ou! O

lha, tem

as sand

álias novas,

bon

itas!

usar a voz em

tom m

ais alto, com ritm

o e melod

ia adequados ao con

texto. Falarpróxim

o à criança;

manter u

ma d

istância relativam

ente p

equena en

tre os dois in

terlocutores;

dar ên

fase à comunicação g

estual n

atural d

ela e, ao mesm

o tempo, in

troduzir a fala,

procu

rando sem

pre trad

uzir em

portu

guês oral a su

a linguagem

espontân

ea. Repita

muitas vezes a p

alavra chave d

o pedido ou

de alg

o que está ap

ontan

do: “A

águ

a?V

ocê qu

er águ

a? A tia vai d

ar águ

a para José. E

spere u

m p

ouco. José está tom

and

oág

ua! José está tom

and

o águ

a! Lalalá!” (O

professor d

eve esperar q

ue a crian

ça olhe

para ele, ou

ele deve ch

egar p

erto da crian

ça de m

odo q

ue ela d

etecte a enton

açãoda su

a fala);escolh

er palavras q

ue se rep

etem inúmeras vezes n

as atividades d

a vida d

iária e nas

áreas do cu

rrículo; trab

alhá-las p

or contrastes com

mais in

tensid

ade n

o dia a d

ia,para q

ue a crian

ça passe a d

iscriminá-las com

facilidade p

or meio d

a audição, d

aleitu

ra oro-facial, do g

esto. Por exemplo, en

tre os brin

quedos, p

ode-se escolh

er ab

ola e a bon

eca: “Peg

ue a b

ola – Peg

ue a b

oneca”. N

as cores: “Me d

á o lápis verm

elho

– Me d

á o lápis azu

l”. Nos m

ovimentos: d

evagar/ráp

ido – corre/p

ára, e assim por

dian

te.

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O professor p

recisa ficar atento p

ara que tod

a conversa, tod

a observação, tod

a perg

unta

brote com

o fruto d

e uma exp

eriência viven

ciada q

ue d

everá ser verbalizad

a, para q

ue a

criança com

preen

da a fu

nção com

unicativa d

a linguagem

e particip

e dela. O

professor d

eveincen

tivá-la a utilizar a voz, d

ando u

m sig

nificad

o para os son

s que a crian

ça pode em

itir.

Com

a cria

nça su

rda isso n

ão a

contece d

e maneira

natural, p

ela fa

lta do estím

ulo

auditivo, m

as pode, em

parte, ser su

perad

o com o u

so do ap

arelho d

e amplificação son

ora

individ

ual – A

ASI e d

o trabalh

o de estim

ulação d

a linguagem

oral desen

volvido p

elas pessoas

que com

ela convivem

.

Aos p

oucos a crian

ça deverá ap

render a falar, q

uer d

izer, apren

der q

ue, em

itindo son

s,

algo m

odifica ao seu

redor. É

preciso p

render a aten

ção da crian

ça sobre a son

oridade d

as

coisas, sobre a p

ossibilid

ade d

e utilizar - com

o instru

mento d

as brin

cadeiras p

rimeiro, d

epois

da com

unicação e d

o conhecim

ento - as em

issões orais próp

rias e as dos ou

tros. A crian

ça

observará q

ue, ao em

itir um som

, vai aparecer u

m ob

jeto conhecid

o e/ou desejad

o. Se emitir

um som

, haverá u

ma reação n

o ambien

te: o professor vira-se, sorri, ch

ega p

erto, pega n

o

colo, dá alg

o. O som

da voz d

a mãe, d

o professor q

ue ch

ama a crian

ça pelo n

ome com

aquela

enton

ação próp

ria, com o tem

po p

ode ser recon

hecid

o e adquirir u

m profu

ndo sig

nificad

o. A

criança, a

os poucos, d

eve chegar a

emitir d

iferentes son

s para diferen

tes pedidos (p

or

exemplo, aaa q

uando q

uer ág

ua, ooo q

uando q

uer a b

ola, mam

ama q

uando vê e q

uer a m

ãe).

O professor d

everá dar ên

fase à comunicação g

estual n

atural, à lín

gua d

e sinais e, ao

mesm

o tempo, in

troduzir a fala.

Além da co

munica

ção gestu

al e

spontânea, o

uso de fo

tografia

s, de gravuras, d

e

desen

hos é d

e gran

de u

tilidade p

ara explicar acon

tecimentos. E

m particu

lar, quando a rotin

a

muda, q

uando vai acon

tecer algo d

e novo, é in

teressante avisar as crian

ças e a conversa

pode ser au

xiliada com

a apresen

tação de fig

uras ou

até fazendo u

m ráp

ido d

esenho n

o

quadro. A

lguns p

rofesso

res, p

ara brin

car co

m as cria

nças d

essa

idade, u

sam fich

as

padroniza

das d

ivididas p

or a

ssuntos (a

nim

ais, a

limentos, e

squema co

rporal, m

eios d

e

comunicação, q

ualid

ades p

or oposição g

ordo/m

agro, alto/b

aixo, posição n

o espaço em

cima/

em b

aixo, em fren

te/atrás, etc.), que são ótim

as para as crian

ças com su

rdez.

Esse estilo d

e relacionam

ento d

everia tornar-se, aos p

oucos, com

um a tod

os os que se

relacionam

com a crian

ça com su

rdez. M

ais do q

ue u

ma in

formação teórica e in

formal in

icial,

será a maneira d

e interag

ir do p

rofessor especialm

ente en

carregado d

e lidar com

a criança

surda q

ue levará os ou

tros a agir d

a mesm

a forma com

natu

ralidade e aleg

ria.

Para a apren

dizag

em da lín

gua p

ortuguesa oral é d

e fundam

ental im

portân

cia que a

criança faça u

so do ap

arelho au

ditivo – ap

arelho d

e amplificação son

ora individ

ual - A

ASI.

Ap

arelhos au

ditiv

os

Os ap

arelhos A

ASI (ap

arelhos d

e amplificação son

ora individ

ual) servem

para cap

tar e

ampliar os son

s, mas o fato d

e uma crian

ça estar utilizan

do-os n

ão significa q

ue está ten

do

uma au

dição n

ormal.

Crian

ças com su

rdez leve ou

moderad

a podem

desen

volver bem

a linguagem

oral. No

caso da su

rdez leve, isso é p

ossível mesm

o sem o ap

arelho au

ditivo. A

s que têm

surdez

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severa e surdez p

rofunda tam

bém

poderão ser b

eneficiad

as com o u

so do ap

arelho, m

as

terão dificu

ldades lig

adas à

detecçã

o e à discrim

inação dos so

ns d

a fa

la, p

odendo,

conseq

üentem

ente, n

ão adquirir a lín

gua p

ortuguesa oral d

e maneira n

atural.

Nos casos d

e ter surdez m

oderad

a, severa ou profu

nda, a crian

ça deverá u

sar o aparelh

o

auditivo o d

ia todo p

ara que h

aja um melh

or aproveitam

ento d

e seus resíd

uos au

ditivos. Pais,

pessoas ou

vintes d

e seu con

vívio, professores, fu

ncion

ários da escola, sem

pre q

ue p

ossível,

devem

estimular au

ditivam

ente a crian

ça, cham

ando-lh

e a atenção p

ara os ruídos e son

s

ambien

tais (baru

lho d

e avião, trovão, batid

as na p

orta, o baru

lho d

a descarg

a, do telefon

e

tocando, etc.), e p

ara os sons d

a fala. Assim

a criança, aos p

oucos, p

assará a dar sig

nificad

o

a esses sons, valen

do-se tam

bém

da p

ista auditiva, além

da p

ista visual (leitu

ra orofacial,

leitura d

as expressões corp

orais, faciais, etc.), adquirin

do m

elhor d

omínio d

o ambien

te sonoro

e melh

or desem

penho com

unicativo.

O modelo d

e aparelh

o auditivo m

ais usad

o pelas crian

ças no p

eríodo d

a educação in

fantil

é o retroauricu

lar.

O professor d

everá receber as in

formações sob

re o uso e os cu

idados com

a prótese

auditiva d

a criança. C

rianças m

uito p

equenas d

ependem

do ad

ulto p

ara ligar/d

esligar, tirar/

colocar o aparelh

o. O professor d

everá monitorar o ap

arelho, avisan

do à fam

ília quando ele

apresen

tar prob

lemas, com

o: gasto d

as pilhas e n

ecessidade d

e limpeza d

os mold

es.

O professo

r deverá, se

mpre que possív

el, o

bservar se

o aparelho do aluno está

funcion

ando. U

ma m

aneira p

rática de sab

ê-lo é colocar a mão “em

concha” sob

re a orelha

protetizad

a da crian

ça. Se o aparelh

o apitar, está fu

ncion

ando. O

s prob

lemas m

ais comuns

nos ap

arelhos d

os alunos são:

1 - O ap

arelho n

ão fun

ciona

Causas:

-aparelh

o deslig

ado (n

o retroauricu

lar a posição d

e ligar é in

dicad

o geralm

ente p

ela

letra M);

-prob

lemas com

a pilha: sem

pilha, p

ilha n

a posição errad

a ou pilha fraca;

-mold

e ou saíd

a do ap

arelho ob

struída p

or cera;

-mangueira fu

rada;

-aparelh

o molh

ado.

2 - O ap

arelho está ap

itand

o

Causas:

-aparelh

o ligado fora d

a orelha;

-mold

e mal en

caixado n

a orelha;

-alg

uém

colocou a m

ão perto d

a orelha d

o aluno, ou

ele encostou

a cabeça em

algum

lugar;

-volu

me excessivam

ente au

mentad

o;

-o m

olde p

ode estar p

equeno p

ara o ouvid

o da crian

ça (com folg

a). Nesse caso a

família d

everá provid

enciar u

m novo m

olde;

-prob

lemas in

ternos n

o aparelh

o. Nesse caso o p

rofessor deverá alertar os p

ais para

que p

rocurem

assistência técn

ica especializad

a;

-mangueira fu

rada, lon

ga ou

deslocad

a do m

olde.

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Há ocasiões em

que se d

eve retirar o aparelh

o da crian

ça, prin

cipalm

ente n

as atividades

ou situ

ações em que p

ossa ficar úmido ou

molh

ado, tais com

o:

-ativid

ades n

a piscin

a;

-no ch

uveiro ou

no b

anho d

e mangueira;

-na ch

uva;

-após o b

anho, q

uando os cab

elos estão molh

ados.

Caso o ap

arelho fiq

ue m

olhado p

or acidente, o p

rofessor deve d

esligá-lo, retirar a p

ilha

ou bateria e o m

olde (p

arte que se en

caixa na orelh

a) e deixá-lo em

lugar ven

tilado. E

mseg

uida, d

eve avisar a família p

ara que p

rocure a assistên

cia técnica esp

ecializada.

Ao retirar e m

anipular o ap

arelho, d

eve fazê-lo sempre sob

re uma su

perfície m

aciapara evitar q

ueda ou

batid

a.Obs.: N

o tanque d

e areia é aconselh

ável tirá-lo, se houver p

erigo d

e queda. A

o cair na

areia é difícil d

e ser encon

trado, p

ois confunde-se com

ela.

Estim

ulação au

ditiv

a*

A estim

ulação au

ditiva visa d

esenvolver os resíd

uos au

ditivos, ou

seja, as habilid

ades

auditivas q

ue q

uase tod

as as crianças com

surdez p

ossuem

. Para isso, é fundam

ental o u

soda p

rótese auditiva, lem

bran

do-se d

e que ela é som

ente u

ma ferram

enta. É

necessária u

ma

educação p

ermanente e esp

ecífica para q

ue essas cap

acidades au

ditivas d

a criança sejam

estimulad

as, em particu

lar do n

ascimento aos três an

os de id

ade, e p

ossam torn

ar-se parte

integ

rante e fu

ncion

al do p

róprio u

niverso p

erceptivo.

Ao falar com

crianças q

ue já p

ossuem

o aparelh

o auditivo, o p

rofessor não d

eve ficardistan

te (mais d

e três metros) e, q

uando for lid

ar com ela in

divid

ualm

ente, p

ode falar e b

rincar

a uma d

istância d

e 30 a 40 cm de su

a orelha.

A crian

ça deverá ser estim

ulad

a desd

e cedo a:

perceb

er a diferen

ça entre o som

e o silêncio. N

a abord

agem

pedagógica, a m

ensag

emsonora deve esta

r relacio

nada a um determ

inado co

ntexto, a

os o

bjetos, a

os

acontecim

entos, à com

unicação (verb

al, gestu

al e de sin

ais) sempre red

undante,

rica de en

tonações e traços exclam

ativos, interrog

ativos e expressivos. O

som deve

aparecer en

fatizado com

o seu op

osto: o silêncio (p

ercebido com

o espera);

descob

rir o qu

e sign

ifica colocar-se à escuta. D

iante d

e um som

, por exem

plo, colocar

a mão p

erto da orelh

a com o g

esto caraterístico de q

uem

quer ou

vir;ap

rend

er a detectar, a d

iscrimin

ar, a reconh

ecer o som. D

eve apren

der, tam

bém

, agostar d

e todas as características p

róprias d

o som, do ritm

o, da m

úsica q

ue estão n

abase d

a linguagem

oral. O professor d

eve escolher p

ara a criança b

rinquedos com

ruídos u

m pouco m

ais fortes: tamborim

, apito, g

aita, flauta, cascas d

e coco. Em lugar

de fazer u

m baru

lho q

ualq

uer, escolh

er ritmos sim

ples e ag

radáveis.

perceb

er a fonte d

e cada som

. Deve ap

render q

ue o som

que está ag

ora ouvin

do

provém

, por exem

plo, d

a caixa da d

escarga d

o banheiro, d

a campain

ha q

ue assin

alao com

eço e o fim do recreio, d

a fala da d

iretora, da p

rofessora. O professor d

eve

* Essa estim

ulação p

ode ser in

cluíd

a nas ativ

idad

es de m

úsica.

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39

utilizar in

strumentos son

oros, a uma d

istância q

ue p

ossibilite u

ma reação d

a criança.

Cantar p

erto do ou

vido d

ela (mas n

ão diretam

ente d

entro d

ele!);p

erceber a p

rópria voz. H

á crianças q

ue, d

epois d

e um tem

po d

o uso d

o aparelh

o,descob

rem a próp

ria voz e p

assa

m a balbucia

r. O professor p

oderá

reforçar a

sprim

eiras emissões d

a criança rep

etindo p

erto dela o m

esmo som

por alg

uns m

inutos

mudando a en

tonação sem

pre d

e forma aleg

re.Desd

e o nascim

ento, a crian

ça ouvin

te desen

volve a compreen

são (ling

uag

em recep

tiva)muito m

ais ra

pidamente d

o que a

expressã

o. A lin

guagem

expressiva

dep

ende d

e um

amadurecim

ento n

eurológ

ico e prog

ressivo nos p

rimeiros an

os de vid

a. O m

esmo acon

tececom

a criança su

rda, em

bora ela n

ão consig

a constru

ir, com a m

esma riq

ueza, o arq

uivo d

emodelos lexicais, m

orfossintáticos e sem

ânticos d

a língua p

ortuguesa oral.

PARTE III

Orientações sobre a educação decrianças com

surdez

DIF

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RD

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43

3.1 Importância do atendim

ento a crianças com surdez

Conform

e está expresso n

a LDB, Lei N

º 9.394/96, a educação in

fantil será oferecid

a em:

I -crech

es, ou en

tidades eq

uivalen

tes, para crian

ças de até três an

os de id

ade;

II -pré-escolas, p

ara as crianças d

e quatro aos seis an

os de id

ade.

A ed

ucação in

fantil tem

como ob

jetivo desen

volver a criança em

seus asp

ectos físico,psicológ

ico, intelectu

al e social, complem

entan

do a ação d

a família e d

a comunidade. E

deve

cumprir d

uas fu

nções in

disp

ensáveis e in

dissociáveis: cu

idar e ed

ucar.

Um cu

rrículo q

ue con

temple a

criança em

sua tota

lidade d

eve prop

or a adoçã

o de

políticas con

textualizad

as, de form

a a superar a id

éia fragmentad

a e compartim

entalizad

adas ações ed

ucativas, favorecen

do a con

strução d

e práticas q

ue resp

ondam

às dem

andas

da crian

ça e de seu

s familiares.

A im

plem

entação d

o trabalh

o educativo d

eve consid

erar as constan

tes mudanças n

acon

juntura m

undial, com

o a glob

alização e a inform

atização dos m

eios de com

unicação, q

ue têmtrazid

o uma série d

e reflexões sobre o p

apel d

a escola dentro d

esse novo m

odelo d

e sociedade.

Uma p

roposta ed

ucativa p

recisa consid

erar que, d

uran

te seu desen

volvimento, a crian

çapassa p

or diferen

tes etapas, d

iferentes form

as de p

ensar e d

e agir q

ue caracterizam

suas

relações com o m

undo físico e social. A

ordem

em que as etap

as se suced

em é a m

esma,

porém

a idade em

que ocorrem

varia segundo cad

a indivíd

uo. D

iferentes ritm

os constitu

emuma m

aneira sad

ia de crescer.

Por meio d

as relações com o ou

tro, a person

alidade vai sen

do con

struída g

radativam

ente;

portan

to, a educação in

fantil exerce g

rande e d

efinitiva in

fluência n

a formação p

essoal esocia

l da cria

nça sob

uma persp

ectiva de ed

ucação p

ara a cid

adania que se reflete n

aqualid

ade d

e formação d

o ser humano q

ue in

terage ativam

ente n

o meio em

que vive.

Essa crian

ça possu

i uma id

entid

ade p

rópria e exig

e uma ed

ucação q

ue a resp

eite como

ser em desen

volvimento, e n

ão um

vir a ser em prep

aração para sab

eres futuros.

Numa p

erspectiva d

e educação p

ara a cidadania, o cu

rrículo d

eve possib

ilitar o alcance

de três ob

jetivos básicos n

a educação in

fantil:

-con

strução d

a identid

ade e d

a auton

omia;

-interação e socialização d

a criança n

o meio social, fam

iliar e escolar, e-

ampliação p

rogressiva d

os conhecim

entos d

e mundo.

A ação p

edagógica

deve esta

belecer, n

a rela

ção cotid

iana, p

ressupostos b

ásicos e

medidas d

idáticas q

ue facilitem

os prin

cípios n

orteadores p

ara a apren

dizag

em coletiva e

que favoreçam

relações significativas d

a criança com

seus p

ares e consig

o mesm

a.O desen

volvimento d

e uma cria

nça não se p

rocessa de form

a lin

ear. D

urante seu

crescimento, ela exp

erimenta avan

ços grad

ativos, vivencian

do d

e forma sin

gular tod

as asfases d

esse

processo

. Numa diversid

ade de ritm

os, p

ossu

i uma natureza única

que a

caracte

riza co

mo um se

r que se

nte e pensa o m

undo de um je

ito m

uito

próprio

. Odesen

volvimento d

as crianças ocorre p

or meio d

e situações d

e interação, n

as quais con

flitose n

egociação d

e sentim

entos, id

éias e soluções são elem

entos in

disp

ensáveis. A

relação comos ad

ultos, com

seus p

ares e com o m

eio em geral é im

portan

te para q

ue ela p

ossa constru

ir,pouco a p

ouco, su

a identid

ade.

Nessa

faixa

etária

, o processo d

e constru

ção d

o conhecim

ento se d

á por m

eio das

44

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conquistas realizad

as na b

usca d

e novos d

esafios, que servem

de b

ase para n

ovos saberes,

utilizan

do-se d

as mais d

iferentes lin

guagens, exercen

do a cap

acidade q

ue p

ossuem

de terem

idéias e h

ipóteses orig

inais sob

re tudo e sob

re todos.

Sem desafios à altu

ra de su

as necessid

ades e p

otencialid

ades, a crian

ça defin

ha, m

urch

a,torn

a-se medíocre, ag

ressiva e violenta, ou

apática e su

bmissa.

É preciso q

ue os p

rofissionais

da ed

ucação in

fantil estejam

atentos a ela, com

preen

dendo e recon

hecen

do o seu

jeito particu

larde ser e d

e estar no m

undo, id

entifican

do seu

s desejos, n

ecessidades e p

articularid

ades.

Consid

erando as in

divid

ualid

ades d

essa faixa etária e as formas esp

ecíficas que cad

acrian

ça utiliza p

ara apren

der é q

ue o p

rocesso de escolarização form

al se efetiva de form

a acon

templar o d

esenvolvim

ento g

lobal d

esse ser.Se a ed

ucação in

fantil é im

portan

te para q

ualq

uer crian

ça, para a crian

ça com su

rdez

é essencial. A

carência d

a estimulação n

os prim

eiros anos d

e vida d

iminui o ritm

o natu

ral do

processo evolu

tivo infan

til, aumentan

do o d

istanciam

ento d

os padrões d

o desen

volvimento

psicom

otor, socioafetivo, cognitivo e d

a linguagem

. Para que essa estim

ulação realm

ente

ocorra, ela d

eve ser enten

dida com

o “um

conju

nto d

inâm

ico de ativid

ades e d

e recursos,

hu

man

os e amb

ientais, in

centivad

ores qu

e são destin

ados a p

roporcion

ar à criança, n

os seus

prim

eiros anos d

e vida, exp

eriências sig

nificativas p

ara alcançar p

leno d

esenvolvim

ento n

oseu

processo evolu

tivo” (Série Diretrizes, n

.º 3 – SEESP/M

EC).

Isso posto, fica clara a im

portân

cia do con

tato humano ad

equado, d

as brin

cadeiras, d

aimitação, d

o diálog

o, da exp

loração de ob

jetos e espaços, estim

ulan

do e en

riquecen

do o

desen

volvimento g

lobal d

a criança n

esse períod

o. Período esse, m

ais uma vez, d

e gran

de

valor para q

ue a crian

ça se desen

volva e tenha a su

a formação p

essoal encam

inhada.

Destaca-se a relevân

cia da p

articipação d

a família, p

rincip

almente “d

a figura m

aterna”,

levando-se em

consid

eração a susten

tação (meio d

e seguran

ça afetiva), a manipulação d

ocorp

o do b

ebê (toq

ue, acon

chego) e a ap

resentação d

os objetos d

o meio (con

hecim

ento d

omundo extern

o, descen

tralizando-a d

a relação exclusiva com

a mãe) (W

innicott,1979).

3.2 Locus e finalidades do atendimento a crianças com

surdez

Conform

e o número d

e crianças com

surdez e as p

olíticas adotad

as pelo sistem

a de

ensin

o, tanto as crech

es quanto as p

ré-escolas podem

organizar o aten

dimento ed

ucacion

al:.

em classes (tu

rmas) com

uns in

clusivas;

.em

classes especiais;

.em

escolas especiais.

Em creches

Assim

como p

ara as dem

ais crianças, o id

eal é que a crian

ça surda, n

a faixa etária do

nascim

ento aos três an

os, freqüente crech

es e conte com

a presen

ça de u

m professor p

ara oensin

o da lín

gua p

ortuguesa e d

e um professor/in

strutor su

rdo (p

ara que ela ten

ha con

tatodiário com

a LIBRAS), além

de ou

tros profission

ais.De acord

o com a realid

ade d

o Brasil, a m

aioria dos p

roblem

as auditivos d

as crianças é

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detectad

o quando elas já estão com

mais d

e um an

o e meio d

e idade, d

epois d

e a família

perceb

er que ain

da n

ão falam. Pod

e acontecer, p

ortanto, q

ue su

speitas d

e perd

a auditiva

sejam con

firmadas som

ente n

a creche, d

uran

te o desen

volvimento d

as atividades e n

a rotina

diária. N

este caso, a prim

eira provid

ência d

everá ser a comunicação com

os pais p

ara que

provid

enciem

o encam

inham

ento p

ara os exames clín

icos e fonoau

diológ

icos aprop

riados,

para os co

ntatos co

m o se

tor d

e educação especia

l da re

de m

unicip

al o

u esta

dual d

eeducação, e p

ara os contatos com

a comunidade su

rda.

A inclu

são de u

ma crian

ça com su

rdez em

uma crech

e objetiva su

a socialização. Objetiva-

se que ela seja recon

hecid

a e aceita por tod

os do am

bien

te escolar como u

ma crian

ça do

grupo, em

bora

precise d

e um tip

o de rela

cionamento esp

ecífico, devid

o à su

a form

a de

comunicação. D

everá haver p

ossibilid

ades d

e adaptações n

as atividades q

ue en

volvam a

audição e a fala, p

rocuran

do sem

pre, n

a medida d

o possível, q

ue a crian

ça não se sin

tad

iferente d

as dem

ais, e que os ou

tros não a rotu

lem com

o tal.O papel d

o professor em

relação à criança com

surdez é o m

esmo d

o que com

as dem

aiscrian

ças, destacan

do-se seu

papel d

e mediad

or da com

unicação, p

ara que ela se en

trose no

grupo naturalm

ente, co

mo qualquer o

utra

criança. P

ossív

eis te

nsões co

m re

lação ao

comportam

ento n

ão são ocasionadas p

ela surdez, m

as pelo tip

o de in

teração educativa com

a família (em

particu

lar devid

o ao trauma q

ue esta sofreu

logo q

ue se d

escobriu

a limitação

sensorial d

a criança), e q

ue p

oderá ap

resentar-se n

a forma d

e superp

roteção ou de d

ificuldade

em aceitá-la. Isso facilm

ente leva a crian

ça à dependência, à falta d

e organização n

a vida,

aos transtorn

os emocion

ais.É essen

cial, para u

ma in

teração serena, fu

ncion

al e proveitosa en

tre professor e alu

nos,

que esse p

rofessor conheça a crian

ça não som

ente d

e maneira in

formal n

o seu dia a d

ia na

creche, m

as também

de m

aneira esp

ecífica, por m

eio de in

formações sob

re suas n

ecessidades

educacion

ais especiais. Tais in

formações p

odem

ser obtid

as junto à fam

ília, junto à eq

uipe

de ed

ucação esp

ecial e junto aos p

rofissionais d

a área de saú

de. Pod

e ser que ela se ap

resente

já com os ap

arelhos au

ditivos ou

que esteja ain

da em

fase de aq

uisição. A

s prim

eiras perg

untas

do p

rofessor geralm

ente são: O

qu

e sign

ifica ter um

a perd

a aud

itiva? Qu

al é a perd

a desta

criança? E

xistem ou

tros comp

rometim

entos além

da su

rdez? E

m term

os teóricos pode-se

encon

trar bastan

te material, m

as quando se q

uer sab

er mais coisas sob

re determ

inada crian

çanão é sim

ples d

ar uma resp

osta. É bom

lembrar q

ue é ju

stamente n

os prim

eiros anos d

e vida

que se realiza o p

rocessamento d

iagnóstico, e ele n

em sem

pre d

á uma resp

osta objetiva.

Portanto, é n

ecessário ser muito p

rudente e n

ão classificar ninguém

, mesm

o em relação à

gravid

ade d

a perd

a auditiva ou

aos outros p

ossíveis comprom

etimentos.

As p

ossibilid

ades d

o indivíd

uo, n

esse períod

o da vid

a, a constân

cia e a qualid

ade d

aestim

ulação, m

uitas vezes levam

, em tem

pos relativam

ente b

reves, a modificar o p

rimeiro

diag

nóstico e a resu

ltados p

romissores, com

prog

nósticos m

uito m

ais positivos.

Os e

ncontro

s com os p

rofissio

nais d

a fo

noaudiologia ou co

m o re

sponsável p

ela

estimulação esp

ecífica de lín

gua oral e p

ela interven

ção comunicativa em

LIBRAS torn

am-se

obrig

atórios para con

hecer m

elhor a crian

ça, obter resp

ostas a muitos q

uestion

amentos sob

reela, e traçar as m

etas do trab

alho ed

ucacion

al. Deve-se m

anter u

ma certa p

eriodicid

ade

entre os en

contros, con

sideran

do ser esse u

m períod

o especial. O

professor d

eve contar com

a colaboração d

e todos os p

rofissionais en

volvidos p

ara ajudar a con

struir u

ma avaliação d

odesen

volvimento d

a linguagem

da crian

ça mais p

róximo d

a realidade.

A ob

servação da crian

ça pelo p

rofessor é fundam

ental. G

eralmente, a crian

ça com

46

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surdez é com

o as outras, a n

ão ser no q

ue se refere às con

dições esp

ecíficas de com

unicação.

Deverá existir u

ma in

tensa in

teração/colaboração com

a família e com

os dem

ais profission

aisque co

m ela atuam. D

esde o co

meço, n

a ro

tina das a

tividades e

, em particu

lar, n

as

brin

cadeiras, o p

rofessor deverá ob

servar:-

como a crian

ça reage aos son

s, a que tip

o de son

s reage, a q

ue d

istância, e o valor

dado a eles;

-se p

rocura p

elos sons, e com

o se comunica;

-que tip

o de b

rincad

eira prefere: rep

etitiva, explorativa, sim

bólica;

-a p

erseverança n

a atividade com

eçada, a cap

acidade d

e atenção, d

e colocar-se na

escuta, d

e adaptar-se aos p

edidos d

os outros;

-se apresenta dificu

ldades d

e re

lacio

namento, v

ontade de a

fasta

r-se, atitu

des

estereotipadas, d

ificuldade em

desen

volver um faz-d

e-conta;

-se u

tiliza gestos ou

sinais p

ara comunicar-se.

Todas as ob

servações do p

rofessor relativas ao desen

volvimento d

a linguagem

da crian

çadeverão ser d

iscutid

as com a eq

uipe escolar d

a creche e com

o professor resp

onsável p

elaestim

ulação p

recoce, que m

anterá a fam

ília a par d

o prog

resso da crian

ça em su

as etapas

comunicativas. É

importan

te que se avalie tam

bém

as outras áreas cu

rriculares p

ara seobservar p

ossíveis desvios ou

atrasos de d

esenvolvim

ento.

É fu

ndam

ental q

ue a eq

uipe escolar estab

eleça a metod

ologia a ser u

tilizada p

aradesen

volver a comunicação e a lin

guagem

da crian

ça. É preciso verificar em

que fases d

odesen

volvimento elas se en

contram

e quais etap

as ainda n

ão alcançaram

, como p

or exemplo

o brin

car com o p

róprio corp

o e, ao mesm

o tempo, com

a próp

ria voz; o usar d

a comunicação

corporal e g

estual, a ativid

ade exp

loratória, o jogo sim

bólico.

O com

ponente au

ditivo é fu

ndam

ental p

ara a relação afetiva entre crian

ça e adulto: o

bebê ch

ora, a mãe resp

onde d

o outro q

uarto e a crian

ça logo d

iminui a in

tensid

ade d

o choro

e se acalma. C

om a crian

ça surda esse com

ponente au

ditivo é su

bstitu

ído p

or sensações

visuais e táteis: o sorriso, a p

ercepção tátil d

o aconch

ego, d

o colo, da m

assagem

, da carícia.

Su

gestões d

e caráter geral sob

re como d

esenv

olver u

ma com

un

icação aud

itiva e/ou

visu

alcom

crianças com

surd

ez*

A com

un

icação visual é essen

cial, tanto p

ara o apren

dizad

o da lín

gua p

ortuguesa

oral quanto p

ara aquisição d

a língua d

e sinais. Para o d

esenvolvim

ento d

a comunicação

visual ou

auditiva, o p

rofessor precisa d

esenvolver com

a criança:

o uso d

o olhar p

ara a pessoa q

ue está falan

do ou

com a q

ual vai falar em

portu

guês

ou em

LIBRAS;

o saber esp

erar que a p

essoa olhe p

ara ela;o u

so do ap

ontar p

ara o objeto, p

ara o acontecim

ento ou

para a p

essoa com quem

se fala, somente d

epois d

e ter falado, ou

seja, a criança olh

a prim

eiro para a p

essoado p

rofessor, e em seg

uida olh

a para o ob

jeto (o professor d

eve também

apren

der

* Não u

tilizar portu

guês oral e lín

gua d

e sinais ao m

esmo tem

po.

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a não sob

repor, p

ortanto, o falar com

a criança e o ap

ontar p

ara o objeto, d

ando

expressõ

es a

o ro

sto quando fa

la, e

parando um pouco a ativid

ade que está

desen

volvendo an

tes de p

roduzir o som

ou sin

alizar);o u

so dos tu

rnos d

a conversação, ou

seja, educar-se p

ara esperar a p

rópria vez e

interag

ir somente q

uando o in

terlocutor term

inar su

a fala. Isso implica o u

so da

triangulação, isto é, a p

essoa fala, olhando p

ara o interlocu

tor que, ao m

esmo

tempo, olh

a para ela; d

epois o in

terlocutor olh

a para o ob

jeto e no fin

al volta aolh

ar para a p

essoa que está falan

do e con

tinua a p

restar atenção à con

versa.A afeição, a em

oção, o carinho, a am

izade en

tre professor e crian

ça com su

rdez são

componentes essen

ciais e fundam

entais n

as atividades d

e conversação e d

iálogo, isto é, n

ainteração.

Para a criança com

surdez ter u

ma b

oa comunicação visu

al, o professor d

eve desen

volvertan

to as atividades d

e leitura oro-facial com

o atividad

es com a lín

gu

a de sin

ais:o rosto d

o professor d

eve ficar iluminado p

ela luz (isso n

ão acontece, p

or exemplo,

se ele se encon

trar entre a jan

ela e a criança);

o rosto da crian

ça deve estar n

a mesm

a altura d

o rosto do p

rofessor. Quando isso

não é p

ossível, o professor d

eve colocar-se em uma p

osição mais h

orizontal p

ossível(uma p

osição completam

ente errad

a seria o professor d

e pé e a crian

ça com su

rdez

sentad

a aos seus p

és);a p

osiç

ão id

eal d

o ro

sto d

eve se

r aquela se

melhante a d

o lo

cutor d

onoticiário televisivo.

Na im

possib

ilidade de o atendim

ento ocorre

r em cre

che, e

le poderá ocorre

r em

prog

ramas d

e estimu

lação precoce.

O prog

rama d

e estimulação p

recoce para crian

ças com su

rdez tem

por ob

jetivo favorecero desenvolvim

ento de su

a lin

guagem, co

m ênfase nas e

xperiê

ncia

s significa

tivas q

ue

favoreça

m a com

preen

são e a

recepção lin

güística

da lín

gua portu

guesa

e da lín

gua de

sinais. A

freqüência d

o atendimento n

esses prog

ramas d

ependerá d

a possib

ilidade d

e cada

local, de cad

a realidade. É

importan

te que a crian

ça surda seja estim

ulad

a por u

m professor

surdo e ou

tro ouvin

te, em m

omentos d

istintos.

O am

bien

te do aten

dimento d

eve ser montad

o e organizad

o o mais sim

ilarmente p

ossívelàs situ

ações do lar. É

muito im

portan

te a presen

ça dos p

ais no m

omento d

o atendimento,

para q

ue receb

am a orien

tação de com

o se relacionar com

seu filh

o.Um prog

rama d

e estimulação p

recoce desen

volvido n

a Inglaterra con

siste em visitas

de u

m professor su

rdo à resid

ência d

a criança d

e forma q

ue ela p

ossa ter a oportu

nidade d

ese d

esenvolver em

seu próp

rio ambien

te.

Em pré-escola

A ed

ucação in

fantil p

ara crianças d

e quatro a seis an

os deve se d

esenvolver em

pré-

escolas da ed

ucação reg

ular ou

da ed

ucação esp

ecial.O professor d

e uma classe d

a pré-escola e os d

emais p

rofissionais q

ue atu

am na escola

devem

tomar con

hecim

ento d

a surdez d

o aluno, m

as devem

saber q

ue esse fato isolad

o pode

não ser d

eterminante p

ara seu desem

penho.

48

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No p

rogram

a de in

clusão d

o aluno su

rdo em

classes comuns d

a pré-escola, o p

rofessordeve d

ar ênfase ao d

esenvolvim

ento d

as habilid

ades d

e comunicação e d

as atividades sociais

para q

ue a crian

ça comece a com

preen

der e a in

teragir com

as outras crian

ças.O uso d

a LIBRAS em

sala de au

la e a presen

ça do p

rofessor/instru

tor surdo será d

egran

de im

portân

cia para o d

esenvolvim

ento d

as competên

cias lingüísticas d

essa criança.

Ativid

ades com

plem

entares em

salas de recu

rsos

A crian

ça com su

rdez, ao ser in

cluída em

classe comum da p

ré-escola do en

sino reg

ular,

provavelm

ente n

ecessitará de aten

dimento em

outro tu

rno, em

salas de recu

rsos para o

desen

volvimento d

a LIBRAS, d

a língua p

ortuguesa e p

ara complem

entar as in

formações

obtid

as na classe com

um.

A varied

ade d

e prob

lemas en

frentad

os pela crian

ça surda é tal q

ue é p

rovável que u

múnico p

rofessor não con

siga p

restar-lhe tod

o apoio n

ecessário. Ela p

oderá n

ecessitar de

profission

ais da área d

a saúde p

ara sua reab

ilitação e de p

rofessores para acom

panham

ento

pedagógico (d

e conteú

dos e d

e linguagem

), que p

oderá ser oferecid

o no h

orário contrário ao

da classe com

um. O

acompanham

ento p

edagógico p

oderá ser d

ado em

salas de recu

rsos ouem

escolas especiais, n

um trab

alho articu

lado en

tre pedagogos, p

rofessores especializad

os,fon

oaudiólog

os e psicólog

os.

O p

rofessor de classe com

um

de u

ma p

ré-escola e o alun

o com su

rdez

O professor d

a pré-escola

, ao receb

er um aluno com

surdez, p

rovavelm

ente fica

ráinseg

uro e com

muitas d

úvid

as a respeito d

e como lid

ar com ele. A

lgumas p

erguntas p

oderão

surgir: C

omo é esse alu

no ? C

omo se com

un

ica ? Ele vai m

e comp

reend

er ? Se eu con

versarcom

ele me olh

and

o vai comp

reend

er tud

o pela leitu

ra orofacial ?O professor p

oderá esclarecer alg

uns d

esses pontos, con

versando com

a família, com

profission

ais da escola esp

ecial ou da sala d

e recursos, com

o fonoau

diólog

o, e também

observan

do esse alu

no. A

lém do con

hecim

ento sob

re o assunto, “su

rdez”, o p

rofessor deve

ter atitude reflexiva d

iante d

a questão, u

sando o b

om sen

so e a sensib

ilidade n

a solução d

eprob

lemas q

ue p

oderão su

rgir com

relação a esse aluno.

Prep

aração dos alu

nos ou

vintes

É im

portan

te que o p

rofessor, ao receber em

sua sala u

m alu

no com

surdez, in

forme às

outras crian

ças que irão receb

er um coleg

a diferen

te. Deve exp

licar-lhes q

ue se trata d

e uma

criança su

rda, p

or isso não ou

ve e nem

fala como eles, m

as que, com

o tempo, con

seguirão

estabelecer com

unicação com

ela. Para que os alu

nos ten

ham

idéia d

o prob

lema, o p

rofessorpoderá, p

or alguns m

inutos, ten

tar conversar com

os alunos om

itindo a voz, u

sando som

ente

movim

entos lab

iais.O professor ou

instru

tor surdo p

oderá en

sinar lín

gua d

e sinais p

ara toda a tu

rma p

araque as crian

ças possam

interag

ir.

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Localização d

o alun

o com su

rdez n

a sala de au

la

O alu

no com

surdez d

eve sentar-se em

local que p

ossa ver o professor, em

especial seu

rosto iluminado e d

e frente, e n

ão distan

te dele. Isso facilita a leitu

ra orofacial, bem

como a

“leitura d

as outras p

istas visuais” (lín

gua d

e sinais, g

estos, expressões faciais e corp

orais) etam

bém

a pista au

ditiva. Sem

pre q

ue p

ossível, o rosto do p

rofessor deverá ficar n

a mesm

aaltu

ra do rosto d

a criança.

Utilização d

e recursos visu

ais

Os alu

nos su

rdos b

aseiam-se m

ais nas p

istas visuais q

ue n

as auditivas. A

utilização, em

sala de aula, d

e re

curso

s visu

ais a

dequados fa

cilita so

bremaneira

a co

mpreensão e a

apren

dizag

em sig

nificativa d

este aluno.

Alguns recu

rsos visuais q

ue p

odem

ser utilizad

os pelo p

rofessor são objetos con

cretos,film

es, fitas de víd

eo, fotos, gravu

ras de livros e revistas, d

esenhos, a escrita e ain

da o u

so da

língua d

e sinais, d

a mímica, d

a dram

atização, de exp

ressões faciais e corporais, d

e gestos

natu

rais e espontân

eos que aju

dam

a dar sig

nificad

o ao que está sen

do estu

dado.

Convém

observar q

ue, além

da p

ista visual, o alu

no b

aseia-se também

na p

ista auditiva.

Ele d

everá, portan

to, usar o ap

arelho au

ditivo em

todas as ativid

ades, exceto n

as que m

olhem

ou umedeçam

o aparelh

o (ver títulos “A

parelh

os auditivos” e “E

stimulação au

ditiva” n

o item2.4.3). É

importan

te que o p

rofessor observe e cob

re da fam

ília o uso d

iário desse ap

arelho.

Estratég

ias qu

e levam o alu

no com

surd

ez a um

melh

or desen

volvimen

to da L

IBR

AS e d

alín

gu

a portu

gu

esa

O aluno co

m su

rdez e

m id

ade pré-esco

lar q

ue ainda não te

m a lin

guagem oral

estruturad

a, mas q

ue p

ossui b

oa atenção visu

al e capacid

ade p

ara compreen

der situ

açõesglob

ais (contexto), p

ode receb

er estimulação d

a fala em m

omentos esp

ecíficos, organizad

ospor m

eio de p

arceria entre a escola, a fam

ília e os fonoau

diólog

os. A pré-escola d

o ensin

oreg

ular e a d

a educação esp

ecial devem

ser estimulad

as a oferecer as duas lín

guas.

Para facilitar o desen

volvimento d

a linguagem

da crian

ça em pré-escola d

o ensin

o regular

sugere-se:1 -

Os p

rofessores, funcion

ários da escola e coleg

as devem

utilizar a lín

gua d

e sinais e

a língua p

ortuguesa (n

ão simultan

eamente) p

ara se comunicar com

a criança com

surdez em

todas as situ

ações vividas n

a escola: sala de au

la, na h

ora da h

igien

edas m

ãos, no lan

che, n

o recreio, mas se p

erceberem

que ela n

ão compreen

deu,

deverã

o dar-lh

e alguma pista

: apontar, d

ramatiza

r, desen

har e p

rincip

almente

escrever. Se a criança ain

da n

ão tiver compreen

dido a m

ensag

em, o p

rofessor deve

pedir-lh

e para ob

servar os colegas. A

linguagem

relacionada a situ

ações que fazem

parte d

a rotina d

a pré-escola são as m

ais fáceis de serem

interiorizad

as. Com

andos

podem

ser dados, altern

ando o u

so da lín

gua d

e sinais com

o uso d

o portu

guês

50

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oral, como p

or exemplo:

-vá lavar as m

ãos;-

vamos lan

char;

-vam

os brin

car;-

pegue, ou

guard

e (o papel, a ag

enda, a cola, a m

ochila, a tesou

ra, o lápis).

2 -Os p

rofessores devem

traduzir p

ara as crianças q

ue ou

vem (em

língua p

ortuguesa

oral) o que a crian

ça surda q

uis d

izer por m

eio da lín

gua d

e sinais, d

o gesto n

atural,

da d

ramatização, d

o desen

ho. E

xemplo: a crian

ça aponta p

ara o copo ou

faz gesto

de b

eber. A

professora, en

tendendo a m

ensag

em, deverá sin

alizar e dizer: “Á

gu

a?V

ocê qu

er águ

a?” (aguard

ando u

m pouco a resp

osta da crian

ça). “Pod

e peg

ar aá

gu

a”.

3 -O professor d

eve estimular a crian

ça a dar resp

ostas, utilizan

do os sin

ais ou em

itindo

sons, p

alavras ou frases. A

ceitar toda e q

ualq

uer ten

tativa de com

unicação.

4 -O professor d

everá usar: exp

ressões faciais, movim

entos corp

orais, movim

ento d

asmãos, g

estos natu

rais, língua d

e sinais p

ara tornar m

ais clara a mensag

em.

5 -Enquanto fala ou

sinaliza o p

rofessor deverá exp

ressar no rosto sen

timentos d

edor, aleg

ria, surpresa, tristeza, d

e zanga etc.

6 -Se u

tilizar a fala, o professor d

eve ter movim

entos lab

iais defin

idos (sem

exagerar

e nem

alterar o ritmo e en

tonação d

as palavras e frases).

7 -O professor d

eve usar frases cu

rtas, simples, p

orém com

pletas.

8 -O professor d

eve procu

rar manter o alu

no su

rdo in

formado d

o que está acon

tecendo

na sala.

Conform

e o número de alunos su

rdos e

de acordo co

m se

u projeto pedagógico

,extraord

inariam

ente, a escola p

ode d

esenvolver a ed

ucação in

fantil em

classes especiais ou

em escolas esp

eciais. Nesses casos, a lín

gua d

e instru

ção é a língua d

e sinais, m

as todas as

sugestões an

teriormente m

encion

adas p

ara viabilizar a in

teração com a crian

ça surda d

evemser ob

servadas, in

clusive n

o que se refere ao ap

rendizad

o da lín

gua p

ortuguesa, em

sua

modalid

ade oral, em

mom

ento d

istinto ao d

e sala de au

la.Para viab

ilizar o atendimento d

e qualid

ade n

a educação in

fantil é n

ecessário estruturar:

•a cap

acitação de p

rofessores ouvin

tes e professores e in

strutores su

rdos;

•um prog

rama d

e atendimento à fam

ília (pais), e

•o cu

rrículo, su

a flexibilização e as ad

aptações cu

rriculares.

3.3 Capacitação e qualificação de professoresA form

ação de professo

res

para atuar na educação infantil

deve ocorre

rpreferen

cialmente em

cursos d

e nível su

perior. C

oncom

itantem

ente, ou

posteriorm

ente à

licenciatu

ra, o professor d

eve particip

ar de cu

rsos de m

etodolog

ia do en

sino d

e línguas (en

sino

da lín

gua p

ortuguesa n

as modalid

ades oral e escrita); d

e curso p

ara o apren

dizad

o da lín

gua

de sin

ais em con

texto; e de cu

rsos de in

terpretação d

a língua d

e sinais e lín

gua p

ortuguesa.

Enquanto n

ão h

ouver a

oferta de ta

l formação em

nível su

perior, os p

rofessores devem

particip

ar de cu

rsos de q

ualificação p

rofissional sob

re tais temas, ofertad

os pelas secretarias

de ed

ucação e p

elas institu

ições de en

sino su

perior em

parceria com

organizações n

ão-govern

amentais rep

resentativas d

as comunidades su

rdas.

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51

3.4 Programa de atendim

ento aos pais e à família

Toda cre

che ou pré-esco

la de educação in

fantil d

eve organiza

r um programa de

atendimento a p

ais de crian

ças surdas (com

o parte d

as associações de p

ais e mestres

APMs). O

desen

volvimento d

a criança é p

roporcion

al à particip

ação da fam

ília.Com

o prim

eiro e prin

cipal n

úcleo a

o qual o ser h

umano p

ertence, a

família

atua no

sentid

o de amparar física

, emocio

nal e

socia

lmente se

us m

embros. S

endo o prin

cipal

núcleo, é extrem

amente im

porta

nte a

existência

de u

m prog

rama de a

tendimento à

família

bem

estruturado p

ara dar-lh

e o suporte n

ecessário, d

e forma que ela

tenha con

diçã

o de

exercer seu papel.

No p

rimeiro m

omento é p

reciso que ela receb

a apoio p

ara aceitar e se reestruturar

emocion

almente com

relação ao fato de ter u

ma crian

ça “diferen

te”. A partir d

o mom

ento

em que a eq

uipe d

o prog

rama d

e atendimento à fam

ília elimina as con

seqüências d

a surpresa

de ter u

ma crian

ça diferen

te, inicia-se u

m trab

alho d

e orientação.

É im

portan

te ter clareza de q

ue o papel d

a família n

ão é o de sub

stituir, em casa, o p

rofessor.Além

de d

ar apoio em

ocional à fam

ília, o prin

cipal ob

jetivo do p

rogram

a é orientar e

oferecer condições p

ara que seu

s mem

bros ap

rendam

a se comu

nicar com

a criança com

surdez. É

importan

te que a fam

ília compreen

da q

ue a com

unicação com

sua crian

ça surda é

fator p

rimordial p

ara o equilíb

rio e harm

onia do co

ntexto

familia

r e o alice

rce para o

desen

volvimento g

lobal d

o indivíd

uo.

Tendo en

tendido isso, a fam

ília poderá au

xiliar no d

esenvolvim

ento d

a linguagem

de

sua crian

ça.Experiê

ncia

s têm m

ostra

do que, sa

lvo ra

ríssimas e

xceções, p

ais o

uvintes tê

mdificu

ldades em

apren

der a lín

gua d

e sinais. C

onseg

uem

apren

der o p

idg

in*, im

portan

tepara esta

belecer a

comunica

ção com

seu filh

o surdo, m

as in

aprop

riado p

ara auxilia

r odesen

volvimento d

e sua lín

gua de sin

ais. A

ssim, é im

porta

nte q

ue os p

ais en

tendam a

atuação d

o surdo ad

ulto com

o interlocu

tor na com

unicação em

língua d

e sinais, p

ropician

do

o desen

volvimento d

a linguagem

. Os p

ais podem

auxiliar m

uito seu

filho n

a aquisição ou

apren

dizag

em das lín

guas.

Com

relação à escolha d

a metod

ologia e p

roposta a serem

utilizad

as com a crian

ça no

âmbito escolar, é im

portan

tíssimo q

ue os p

ais tenham

o conhecim

ento d

e todas, com

suas

respectivas con

siderações, p

ara que p

ossam fazer u

ma escolh

a conscien

te. Dar orien

taçõescom

relação à criação de u

m filh

o não é fácil. N

o entan

to, uma orien

tação deve ser d

ada aos

pais d

e crianças su

rdas: ap

render lín

guas é sem

pre fator d

e enriq

uecim

ento. A

ssim sen

do,

viabilizem

à sua crian

ça condições p

ara apren

der lín

gua d

e sinais, lín

gua p

ortuguesa, in

glês

etc. Os p

ais ouvin

tes devem

procu

rar apren

der a lín

gua d

e sinais e, ao m

esmo tem

po, d

evemfacilitar a com

unicação com

seu filh

o surdo n

o intuito d

e gerar eq

uilíb

rio que satisfaça as

necessid

ades d

e todos. Su

gere-se n

ão tratar a criança su

rda com

o centro, m

as como p

arteda fam

ília.

(*) pid

gin

– forma lin

ística resultan

te do con

tato entre d

uas lín

gu

as, qu

e utiliza g

eralmen

te a estrutu

ra de

um

a líng

ua e o v

ocabu

lário de ou

tra. No caso d

o contato en

tre a líng

ua p

ortug

uesa e a L

IBR

AS

, são formu

lações

frasais em lín

gu

a portu

gu

esa utilizan

do sim

ultan

eamen

te os sinais com

o apoio à com

un

icação.

52

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O prog

rama d

e atendimento à fam

ília deve ser con

stituído p

or elementos d

a comunidade

escolar (professores, p

ais, professores su

rdos,...) e, se p

ossível, da com

unidade em

geral:

psicólog

os, assistentes sociais e, p

rincip

almente, fon

oaudiólog

os.1 -

Cabe ao p

sicólogo e ao assisten

te social:-

inform

ar e orientar os p

ais (família) acerca d

as questões relativas à su

rdez;

-levar a fam

ília a refletir sobre a im

portân

cia de su

a particip

ação no p

rocesso de

desen

volvimento d

a criança su

rda;

-assistir a fam

ília em su

as necessid

ades p

sicossociais.Obs.: N

a impossib

ilidade d

e contar com

esses profission

ais, tais funções d

evem ser

exercidas p

ela direção d

a escola.2 -

Cabe ao p

rofessor/instru

tor surdo:

-ensin

ar a LIBRAS aos fam

iliares;-

conversar sob

re suas exp

eriências en

quanto su

rdo;

-orien

tar os pais n

a questão d

a comunicação com

os filhos su

rdos, ten

do em

vista sua p

articiação no d

esenvolvim

ento d

a linguagem

das crian

ças.3 -

Cabe ao p

rofessor ouvin

te:-

orientar os p

ais (familiares) n

o seu papel d

e acompanhar o d

esenvolvim

ento

escolar de su

a criança;

-orien

tar os pais n

o processo d

e constru

ção da lin

guagem

da crian

ça e no p

rocessode d

esenvolvim

ento d

a língua p

ortuguesa (oral e escrita);

-orien

tar a família n

o seu papel d

e acompanhar o d

esenvolvim

ento lin

güístico e

escolar da crian

ça;-

orie

ntar a cria

nça em seu processo

de constru

ção da lin

guagem e

desen

volvimento d

a lín

gua portu

guesa

escrita, in

centiva

ndo-a a apren

der a

escrita pelas p

ráticas sociais do letram

ento.

3.5 O currículo e as adaptações curriculares na educação infantil decrianças com

surdez

De acord

o com os R

eferencial cu

rricular n

acional p

ara a edu

cação infan

til (Brasil, 2001c),

o professor d

eve desen

volver com as crian

ças a formação p

essoal e social e o conhecim

ento

do m

undo.

No q

ue se refere à form

ação pessoal e social, o cu

rrículo a ser d

esenvolvid

o deve p

riorizara q

uestão d

a iden

tidad

e e auton

omia d

a criança.

No q

ue se refere a

o conh

ecimen

to do m

un

do, d

evem ser p

riorizados a

s ativid

ades

que envolvam:

-exp

ressão corporal;

-artes visu

ais;-

natu

reza e sociedade;

-matem

ática;-

linguagem

oral e escrita.

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53

Para o desen

volvimento d

e todas essas ativid

ades com

crianças su

rdas faz-se n

ecessárioque h

aja adequações, flexib

ilizações e adaptações cu

rriculares.

As crian

ças possu

em uma n

atureza sin

gular, q

ue as caracteriza com

o seres que sen

tem

e pensam

o mundo d

e um jeito m

uito p

róprio. N

as interações q

ue estab

elecem desd

e cedo

com as p

essoas que lh

e são próxim

as e com o m

eio que as circu

nda, as crian

ças revelam seu

esforço para com

preen

der o m

undo em

que vivem

, as relações contrad

itórias que p

resenciam

e, por m

eio das b

rincad

eiras, explicitam

as condições d

e vida a q

ue estão su

bmetid

as e seus

anseios e d

esejos. No p

rocesso de con

strução d

o conhecim

ento, as crian

ças utilizam

as mais

diferen

tes linguagens e exercem

a capacid

ade q

ue p

ossuem

de ter id

éias e hipóteses orig

inais

sobre aquilo

que buscam desvendar. N

essa

persp

ectiv

a, a

s cria

nças c

onstro

em o

conhecim

ento a p

artir das in

terações que estab

elecem com

as outras p

essoas e com o m

eio

em que vivem

.

O ob

jetivo do trab

alho a ser d

esenvolvid

o com as crian

ças surdas n

a educação in

fantil

é garan

tir oportu

nidades p

ara que sejam

capazes d

e:

-experim

entar e

utiliza

r os re

curso

s de que disp

õem para a sa

tisfação de su

as

necessid

ades e

ssencia

is, exp

ressa

ndo se

us d

esejos, se

ntim

entos, v

ontades e

desag

rados, e ag

indo com

prog

ressiva auton

omia;

-fam

iliarizar-se com a im

agem

do p

róprio corp

o, conhecen

do p

rogressivam

ente seu

s

limites, su

a unidade e as sen

sações que ele p

roduz;

-interessar-se p

rogressivam

ente p

elo cuidado com

o próp

rio corpo, execu

tando ações

simples relacion

adas à saú

de e h

igien

e;

-brin

car;

-relacion

ar-se prog

ressivamente com

as dem

ais crianças, com

seus p

rofessores e

com dem

ais profission

ais da in

stituição, d

emonstran

do su

as necessid

ades e in

teresses.

A prop

osta curricu

lar utilizad

a para a crian

ça com su

rdez é a m

esma q

ue a u

tilizada

com qualq

uer crian

ça.

É im

portan

te nessa fase estim

ular a lin

guagem

da crian

ça com su

rdez p

ara que ela

possa d

esenvolver lín

guas e com

elas comunicar-se. O

trabalh

o deve ocorrer d

e forma m

ais

lúdica e exp

ressiva possível, com

atividades b

em con

textualizad

as, e com m

uito estím

ulo

visual.N

a educação in

fantil, as ad

aptações cu

rriculares d

evem ser realizad

as, prin

cipalm

ente,

na área d

a expressão corp

oral e da lin

guagem

. Os ob

jetivos curricu

lares, de form

a geral,

perm

anecem

os mesm

os em relação aos n

íveis a serem alcan

çados, ten

do con

sciência d

e

que p

odem

ser atingidos d

esde q

ue se em

preg

uem

determ

inadas estratég

ias de acord

o com

as possib

ilidades d

a criança com

surdez.

A dificu

ldade n

asce quando se exig

e da crian

ça uma ativid

ade q

ue se b

aseia quase

unicam

ente n

a língua p

ortuguesa oral, com

o por exem

plo, exp

ressar suas sen

sações dian

te

um acon

tecimento viven

ciado. A

falta de lin

guagem

oral impede as p

ossíveis respostas. E

ssas

respostas, q

uando ap

arecem, n

ão passam

de reações em

ocionais in

stintivas e p

rimárias.

O que im

porta é o d

esenvolvim

ento d

a ling

uag

em pela crian

ça, para q

ue ela ten

ha a

compreen

são do q

ue está fazen

do. N

a avaliação de seu

desem

penho, d

eve estar presen

te o

nível q

ue ela atin

giu con

cretamente n

as atividades d

o fazer e sua com

preen

são, reconhecen

do

54

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- SU

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que u

tilizar plen

amente a lin

guagem

(oral ou LIBRAS) e a con

seqüente cap

acidade d

e reflexão

não en

tram nos ob

jetivos da p

rimeira etap

a da ed

ucação in

fantil. N

a avaliação, contudo,

deve-se ob

servar como estão sen

do u

sadas, n

a rotina, as p

rimeiras ten

tativas de con

versação

ou diálog

o funcion

al.

I - Formação pessoal e social

Iden

tidad

e e auton

omia

Toda crian

ça tem o d

ireito de con

stituir u

ma p

ersonalid

ade in

confundivelm

ente su

a,encon

trar-se como p

essoa, familiarizar-se con

sigo m

esma até q

ue ten

ha u

ma id

entid

ade, u

mrosto h

umanam

ente resp

eitado. A

partir d

a descob

erta de si m

esma d

escobrirá o ou

tro e apossib

ilidade d

e interação com

ele.O professor d

eve facilitar e estimular a in

teração do alu

no com

surdez n

o grupo d

ecoleg

as (surdos ou

ouvin

tes), pois é p

or meio d

essa interação q

ue ele virá a en

riquecer su

aspossib

ilidades d

e comunicação e exp

ressão. Assim

como as ou

tras crianças, o alu

no com

surdez vai com

preen

dendo q

uais as atitu

des e com

portam

entos q

ue ele d

eve ter para ser

aceito no g

rupo, e isso se d

á por m

eio da ob

servação e da im

itação. O recu

rso da im

itação éimportan

te em tod

as as fases do d

esenvolvim

ento d

o aluno com

surdez.

O professor n

ão deve d

ar um tratam

ento d

iferenciad

o a uma crian

ça só porq

ue ela é

surda. E

la, como as ou

tras crianças, d

eve respeitar as n

ormas e aceitar os lim

ites estabelecid

ospela escola, e esses d

evem ser b

em defin

idos. D

ar o exemplo é u

ma d

as formas m

ais seguras

para a crian

ça com su

rdez en

tender as reg

ras sociais e os valores, pois ela ap

rende com

oque vê, e n

ão com o q

ue ou

ve.Quando ela fizer alg

o não socialm

ente aceito, o p

rofessor deve in

terferir imediatam

ente,

explican

do q

ue o q

ue ela fez está errad

o, tendo n

a expressão facial e corp

oral a desap

rovação.A interven

ção tem de ser im

ediata p

orque, p

assado alg

um tem

po, ela d

ificilmente irá relacion

arou associar o d

e o professor está falan

do com

o fato ocorrido. O

reforço positivo (valorização

de u

m ato), tam

bém

deve ser im

ediato.

Apesar d

as limitações n

a área da com

unicação oral, a crian

ça com su

rdez tem

condições

de se d

esenvolver com

o as outras crian

ças de su

a idade. Sab

er cuidar d

e sua h

igien

e pessoal,

cuidar d

e seu m

aterial individ

ual, coop

erar nos com

prom

issos coletivos, ajudar os coleg

as,sab

er receber aju

da, assu

mir p

apéis, tom

ar iniciativa etc. são ativid

ades sim

ples, m

as que

ajudam

a desen

volver na crian

ça a responsab

ilidade e a au

tonom

ia, contrib

uindo tam

bém

para uma in

teração m

aior com

os colegas d

e classe. A

superp

roteção e/ou

tratamento

diferen

ciado d

ado a ela som

ente p

rejudicam

o seu crescim

ento p

essoal e cognitivo.

O professor p

oderá facilitar a socialização d

essa criança n

o grupo p

romoven

do ativid

ades

pedagógicas, m

otoras ou lú

dicas em

pequenos g

rupos ou

aos pares, com

a particip

açãoativa d

o aluno com

os outros.

Uma crian

ça com su

rdez, p

elo fato de fu

gir d

o padrão lin

güístico com

um, pode d

espertar

as mais variad

as reações devid

as às mais d

iferentes e cu

riosas concep

ções, bem

como as

diferen

tes experiên

cias de cad

a um. A

o mesm

o tempo, p

ode p

rovocar a preocu

pação d

e como

lidar e d

e como in

teragir com

ela em qualq

uer escola q

ue ofereça ed

ucação in

fantil. A

pós u

ma

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55

ligeira ap

resentação técn

ica do caso, é vital q

ue o coord

enador p

edagógico ou

o professor

explique a tod

o o pessoal d

ocente e d

e apoio a m

elhor m

aneira d

e relacionar-se com

a criança

com su

rdez. Isso aju

da a seg

uir u

ma m

etodolog

ia e linha d

e trabalh

o para in

tegrá-la m

aisrapidamente e m

ais se

renamente na co

munidade esco

lar e

, ao m

esm

o te

mpo, p

ara

prop

orcionar a essa com

unidade escolar seu

enriq

uecim

ento.

As in

evitáveis perg

untas d

os coleguinhas q

ue ou

vem devem

ser respondidas. A

lém de

revelar que a crian

ça utiliza as m

ãos para con

versar e que ela n

ão escuta, p

ode-se fazer com

eles uma exp

eriência d

e utilizar as m

ãos para falar e d

o que sig

nifica n

ão ouvir (n

ão ouvir a

mãe, a p

rofessora, a televisão, a buzin

a do carro). O

professor d

eve explicar-lh

es que o ap

arelho

que ela u

sa pode aju

dá-la, m

as não a faz ou

vir. Eles d

evem ser orien

tados p

ara que p

ossamaju

dar a coleg

uinha su

rda. É

importan

te criar uma atm

osfera de coop

eração e solidaried

ade

e perm

itir que a crian

ça com su

rdez faça as coisas n

ormalm

ente, ob

edecen

do tam

bém

aoslim

ites comportam

entais com

o as dem

ais crianças.

É sem

pre p

rudente n

ão colocá-la para in

iciar as atividades, m

as deixar q

ue ou

tros alunos

executem

prim

eiro o jogo, esp

ecialmente se as orien

tações de u

ma b

rincad

eira foram dadas

com muita con

versa. Em determ

inadas b

rincad

eiras, onde a ên

fase é a fala ou o som

, deve-se

estudar u

ma m

aneira d

e ela interag

ir: ou lhe d

ando u

m ap

oio visual (lín

gua d

e sinais) ou

dando-

lhe u

m papel em

que ela p

ossa utilizar a im

itação. A crian

ça perceb

e muito b

em quando é

inclu

ída ou

não n

o gru

po.

Com

o tempo, o p

rofessor descob

re que, além

da m

ãe ou de alg

um ou

tro mem

bro fam

iliar,sab

e enten

dê-la e p

ode fazê-la p

erceber su

as vitórias, colocar limites e valorizar seu

s esforços.A preocu

pação d

o professor é em

não d

eixá-la muito d

ependente d

ele, dando-lh

e espaço d

eauton

omia com

o a qualq

uer ou

tra criança, m

as, ao mesm

o tempo, p

ropiciar lu

gares e p

apéis

mais ap

ropriad

os, para q

ue saib

a integ

rar-se e tomar su

as decisões d

entro d

a turm

a.A presen

ça de u

m professor ou

instru

tor surdo p

ode coop

erar para a con

strução d

aidentid

ade d

a criança e d

e sua lin

guagem

, pois a id

entificação com

o outro su

rdo (p

aressurdos) tem

uma p

erspectiva p

ositiva para o fortalecim

ento d

e uma p

ersonalid

ade forte e

auto-estim

a saudável.

Em term

os de com

unicação, o p

rofessor deve u

tilizar a língua d

e sinais, assu

mindo o

comprom

isso de rep

assar tal conhecim

ento aos ou

tros mem

bros d

a escola, cobran

do d

eles oestím

ulo con

tínuo à crian

ça. É fácil recon

hecer as p

otencialid

ades d

e uma crian

ça com su

rdez.

Quando ela com

eça a se expressar em

língua d

e sinais e d

epois oralm

ente, é im

portan

teviven

ciar todos os d

ias, com vivacid

ade, os ritu

ais da ch

egada e d

a saída – O

i! Tchau

!!; - asexp

ressões emotivas d

e dor, su

rpresa, aleg

ria – Ooh

! – Ai! A

i! – Caiu

! – Uu

h!; a escolh

a – Sim– N

ão; - cobrar com

o sorriso, mas com

insistên

cia, as tentativas d

e emissão d

os pedidos (O

qu

e você qu

er? Não estou

ouvin

do n

ada! A

aa (você está pedindo ág

ua); – u

o (está pedindo

suco); –p

oa (está pedindo a b

ola, ou coisas p

arecidas); o n

omear as coisas q

uando ap

onta (é

o au au

! - é o carro! E quando ela fala A

o... Sim, é o carro!). A

té que u

m dia a crian

ça chegará

perto d

e alguém

e dirá au

au! e ap

ontará p

ara o cachorro.

Quando a crian

ça surda se en

contra n

a creche, facilm

ente é en

volvida n

as amizad

escom

os dem

ais alunos. A

comunicação en

tre os colegas p

oderá ser m

ais fácil e espontân

ease o p

rofessor surdo en

sinar a tod

os a língua d

e sinais. O

professor ou

vinte p

ode ap

roveitaressa n

ova situação p

ara solicitar aos coleguinhas q

ue in

terpretem

as mais variad

as situações

de com

unicação, p

ermitin

do assim

a constru

ção de valores com

o a colaboração, a p

artilha, o

perd

ão, o pedir d

esculpas, a resp

onsab

ilidade, e a ord

em, por m

eio da im

itação e do exem

plo.

56

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- SU

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A falta d

e linguagem

oral e, às vezes, uma ed

ucação su

perp

rotetora dificu

ltam a com

preen

sãoe o exercício d

essas qualid

ades, m

as isso pode ser su

perad

o com o u

so da lín

gua d

e sinais. O

professor d

eve cuidar p

ara que esse en

riquecim

ento m

útuo n

ão se lim

ite a dois ou

trêsam

iguinhos, m

as que, p

or meio d

e uma esp

écie de rod

ízio, o maior n

úmero p

ossível de alu

nos

possa in

teragir com

a criança com

surdez.

Pode acon

tecer que alg

uma crian

ça com su

rdez p

refira ficar com os m

enores, n

o recreio.É o com

eço dos g

rupinhos, e ela talvez ten

ha d

ificuldade em

entrosar-se. Se isso acon

tecer,o p

rofessor deve p

rocurar estim

ulá-la

para que su

pere os p

rimeiros ob

stáculos d

e uma

convivên

cia sa

udável com

os colegas e, a

o mesm

o tempo, en

corajá-los p

ara tê-la

como

companheira assíd

ua. O

mom

ento d

o recreio começa a torn

ar-se a experiên

cia de con

vivência

por excelên

cia!

II – Conhecim

ento do mundo

Movim

ento

O professor d

eve verificar se suas ord

ens são d

adas d

e maneira clara e visível e, sem

pre

que p

ossível, deve d

ramatizá-las. D

eve deixar q

ue a crian

ça com su

rdez veja o p

róprio p

rofessore alg

uns coleg

as executarem

a tarefa antes d

ela.Quando o m

ovimento d

epender d

e acompanhar ritm

os, é interessan

te visualizá-lo com

o movim

ento d

a mão p

ara que ela p

ossa acompanhar os coleg

as. A em

issão das vog

ais e dos

prim

eiros fonem

as pode ser exp

lorada p

ara expressar a sen

sação do m

ovimento e d

o ritmo.

No recon

hecim

ento d

o esquem

a corp

oral, ju

ntamente com

a lin

guagem

expressiva

(língua d

e sinais ou

fala), o professor d

eve aproveitar g

ravuras ou

fichas: C

adê o olh

o de

José?Nas b

rincad

eiras de rod

a, a criança p

articipa p

or imitação. É

ótimo d

ar ênfase ao ritm

o,visu

alizando-o com

a mão, b

atendo p

almas, m

ovimentan

do o corp

o. Quando se b

rinca d

elevan

tar, sentar, correr, além

de falar e m

ostrar uma g

ravura, p

ode-se lig

ar o movim

ento a

uma cor, in

troduzin

do, assim

, um sím

bolo e d

esenvolven

do a m

emória visu

al, coisa que p

ode

ser apresen

tada p

ara todas as crian

ças.

Exp

ressão corporal e m

arcação rítmica

É fundam

ental, n

a fase pré-lin

güística, q

ue a crian

ça comece as ativid

ades d

e expressão

corporal em

função d

e sua d

imensão artística e tam

bém

em função d

a educação p

ara o ritmo

da p

alavra e da frase. E

sse últim

o aspecto é m

uito fu

ncion

al para a crian

ça com su

rdez e faz

parte d

e qualq

uer tip

o de ed

ucação q

ue vise à lin

guagem

oral.Os tem

pos d

e apren

dizag

em e d

e reação natu

ralmente serão b

em diferen

tes entre u

ma

criança ou

vinte e a su

rda, m

as isso não im

pede q

ue p

ossam particip

ar juntas d

e muitas

atividades.

Uma das p

rimeira

s desco

berta

s é a co

njugação da experiê

ncia

tátil e

visu

al,

enriq

ueced

ora para tod

as as crianças. A

possib

ilidade d

e ter um tab

lado on

de as crian

çaspossam

deitar d

e bruços p

ara ouvir m

úsica com

o corpo é em

ocionante p

ara todos. C

omo

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ÃO

- SU

RD

EZ

57

também

é importan

te que tod

as perceb

am a vib

ração da caixa d

o alto-falante e d

o balão

apoiad

o na b

ochech

a enquanto sen

tem o ritm

o. O piso d

a sala, onde se ap

oiam as caixas

acústicas, p

ode aju

dar n

esta experiên

cia feita em silên

cio e com as crian

ças parad

as. Oefeito in

terligado d

e som e lu

z pode en

riquecer m

uito o m

omento.

Para o desen

volvimento d

as atividades d

e expressão corp

oral rítmica, o p

rofessor deve

utilizar in

strumentos d

e percu

ssão. Geralm

ente, q

uase tod

a criança resp

onde ao som

de u

mtam

bor, u

ma vez q

ue ele tran

smite vib

rações que são p

ercebidas p

elo corpo tod

o.As b

rincad

eiras de son

s longos/b

reves (duração); g

raves/agudos (freq

üência); fortes/

fracos (inten

sidade); lon

ge/p

erto (distân

cia) podem

ser realizadas com

a criança com

surdez,

aumentan

do a in

tensid

ade d

o estímulo e/ou

diminuindo a d

istância d

a fonte son

ora, sempre

que ela d

etecte com seg

uran

ça cada u

m dos son

s usad

os.O movim

ento rítm

ico está ao alcance d

ela, e o profission

al deve d

eixá-la expressar esse

movim

ento p

ermitin

do a em

issão de vog

ais ou sílab

as que já em

ite.Quando b

rincam

de rod

inha, a im

itação dos coleg

as e o movim

ento d

o ritmo d

ado p

eloprofessor p

odem

ajudar a crian

ça a acompanhar a b

rincad

eira.Quando o p

rofessor for cantar p

equenas m

elodias e can

tigas, p

ode p

egar n

o colo acrian

ça com su

rdez e can

tar perto d

o ouvid

o dela. E

m se tratan

do d

e parlen

das, b

rincad

eirascan

tadas, com

rimas, a im

itação do ritm

o e do m

ovimento é m

uito im

portan

te, enquanto os

colegas q

ue ou

vem se en

carregam

das p

alavras. Para “escutar m

úsica” o p

rofessor pode

colocá-la perto d

a caixa de som

ou colocá-la d

eitada d

e bruços n

o tablad

o.Deve ser favorecid

a a prod

ução d

e sons d

iversos (onom

atopéias, p

almas, b

atidas d

epés), com

voz e com instru

mentos m

usicais, m

esmo se os fon

emas q

ue ela em

ite não estiverem

de acord

o com os son

s das on

omatop

éias. Em tod

as essas atividades, d

epois q

ue a crian

çavir o p

rofessor e os colegas realizan

do a ação, p

oderá ser aju

dada in

divid

ualm

ente u

ma ou

duas vezes e, em

seguida, d

eixada livre p

ara envolver-se com

os outros.

É m

uito im

portan

te comunicar à fam

ília e/ou ao resp

onsável p

ela estimulação p

recocea p

rogram

ação da ativid

ade d

e expressão corp

oral que o p

rofessor preten

de d

esenvolver,

para q

ue as b

rincad

eiras possam

ser plan

ejadas.

Artes visu

ais

As artes visu

ais constitu

em o cam

po m

ais fértil de p

ossibilid

ades p

ara expressão d

opoten

cial das crian

ças surdas, u

ma vez q

ue n

ão há d

ificuldades em

desen

volver atividades

de artes visu

ais com elas, a n

ão ser que en

volvam com

entários e leitu

ras de im

agens realizad

assó ora

lmente. S

ua cria

tividade d

eve ser estimulada pelo p

rofessor, de form

a que p

ossaperceb

er, pensar, im

aginar, sen

tir e expressar o m

undo em

que vive.

O fazer artístico d

o aluno d

eve ser visto como d

esenvolvim

ento d

e suas p

otencialid

ades

criativas e como exp

eriência d

e comunicação h

umana e d

e interação n

o grupo. A

prod

ução

artística visual d

eve ser desen

volvida em

espaços d

iversos por m

eio de d

esenho, p

intura,

colagem

, gravu

ra, escultu

ra e outros, con

cretizando as p

róprias in

tenções, su

as qualid

ades

expressivas e con

strutivas.

58

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NIC

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E S

INA

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- SU

RD

EZ

Natu

reza e sociedad

e

As exp

eriências relativas à n

atureza e à socied

ade p

ode torn

ar-se mais u

m desafio p

arao p

rofessor, porq

ue p

recisa utilizar as d

uas lín

guas com

o línguas d

e instru

ção. Crian

ças surdas,

como tod

as a

s dem

ais cria

nças, se in

teressam por p

equenos a

nimais, b

ichos d

e jardim,

dinossau

ros, prog

ramas d

e TV, h

istórias e vivências sociais. O

eixo do trab

alho reú

ne tem

aspertin

entes ao m

undo social e n

atural. Portan

to é interessan

te constru

tir pequenos álb

uns

de g

ravuras p

or assuntos, on

de se p

ode arq

uivar os con

hecim

entos ad

quirid

os e vivenciad

os(an

imais, fru

tas, alimentos; q

ualid

ades p

or contrastes: g

rand

e/peq

uen

o, alto/baixo; m

otivaçõesdas festas: ín

dio, m

ãe, pai, b

and

eira, aniversário). E

mbaixo d

e cada g

ravura d

eve estar escritoo n

ome ou

a explicação essen

cial sobre o tem

a. Esses álb

uns p

odem

tornar-se p

onto d

ereferên

cia desses assu

ntos.

Para dar o con

ceito de tem

po, p

or exemplo, o p

rofessor pode u

tilizar uma tira d

e cartolina

com a seq

üência d

e gravu

ras relativas às palavras an

tes, agora e d

epois. M

ais tarde, o p

rofessorpode in

troduzir ativid

ades relacion

adas aos d

ias da sem

ana, d

esenvolven

do a p

ercepção d

eum períod

o mais lon

go.

Pela interação com

o meio n

atural e social n

o qual vivem

, as crianças su

rdas tam

bém

apren

dem

sobre o m

undo, fazen

do p

erguntas e p

rocuran

do resp

ostas.

Pen

samen

to lógico-m

atemático

As n

oções matem

áticas são constru

ídas p

elas crianças su

rdas (assim

como p

or qualq

uer

criança) a

partir d

as e

xperiê

ncia

s proporcio

nadas p

elas in

terações co

m o m

eio, p

elo

intercâm

bio com

outras p

essoas. A crian

ça com su

rdez p

ode ap

render a realizar ativid

ades

que a aju

dem

a fazer associações, classificações, observações, a tirar con

clusões e criar

situações n

ovas. O

professo

r pode organiza

r vária

s exp

eriê

ncia

s que lh

e possib

ilitam

estabelecer ap

roximações com

algumas n

oções matem

áticas presen

tes no seu

cotidian

o,com

o contag

em, relações esp

aciais, ou seja, a form

ação de con

ceitos, verificando:

-se a crian

ça enten

deu o q

ue se q

uer d

ela;-

se ela descob

riu o sig

nificad

o da ativid

ade.

A ad

equação d

a prop

osta aparece n

a resposta d

a criança q

ue se ap

resenta m

otivada e

capaz d

e dom

inar a tarefa d

epois d

e ter recebido aju

da d

o professor.

Muitas vezes, q

uando o ad

ulto (m

ãe, pai, p

rofessor) torna-se con

sciente d

a limitação

auditiv

a da cria

nça, se

nte dificu

ldades e

m encontra

r uma m

odalid

ade co

munica

tiva

satisfatória. Fica in

fluenciad

o e bloq

uead

o pelo fato d

e saber q

ue a crian

ça não o escu

ta enão p

ossui u

ma com

petên

cia lingüística oral. Su

a linguagem

torna-se p

obre. A

tendência é

usar as m

esmas p

alavras e expressões q

ue esp

era serem com

preen

didas, u

tilizar pouco a

expansão e fazer referên

cia exclusivam

ente a rep

resentações e coisas con

cretas, evitando

verbalizar ações e situ

ações que, m

esmo viven

ciadas p

ela criança, ach

a difíceis d

emais.

Dificilm

ente u

sa uma lin

guagem

figurad

a. Palavras como lem

brou

? – pen

sa! – imag

ine q

ue...

usad

as com as ou

tras crianças, d

eixam de ser u

sadas com

a criança com

surdez. E

xpressões

matem

áticas, como: sep

are – divid

a – distrib

ua são p

ouco u

tilizadas. A

s características dos

objetos ficam

imprecisas: g

rand

e/peq

uen

o são utilizad

os para in

dicar alto/b

aixo, long

o/curto,

larg

o/estreito. Perceb

e-se assim

que a

criança com

surdez n

ão é b

eneficia

da com

uma

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59

estruturação verb

al adequada. N

a área cognitiva, é n

ecessário ajudar a crian

ça a dom

inar a

terminolog

ia aprop

riada p

or meio d

e brin

cadeiras livres e/ou

dirig

idas. A

lém do m

ais, é uma

postu

ra que em

pobrece o p

róprio p

rofessor. As ações, as op

erações e as relações devem

serdefin

idas em

língua d

e sinais e tam

bém

em lín

gua p

ortuguesa n

o mom

ento em

que a crian

çaas d

escobre e se ap

ropria d

elas. Será difícil, m

ais tarde, exp

licar que aq

uele g

rand

e de u

ns

meses a

trás a

gora

significa

alto. O

s conceitos n

ovos deverã

o ser trabalhados com

mais

inten

sidade. A

colaboração d

a família e d

o responsável p

ela estimulação p

recoce é essencial.

Lin

gu

agem

oral e escrita

Essas ativid

ades são as q

ue p

ermitem

maior flexib

ilidade e ad

aptações cu

rriculares,

prin

cipalm

ente n

a organização d

a educação b

ilíngüe. (V

er 2.4)

3.6 Sugestões de atividades que poderão ser desenvolvidas naeducação infantil

O ob

jetivo geral d

o trabalh

o de lin

guagem

é dar ao ed

ucan

do o in

strumento lin

güístico

que o torn

e capaz d

e comunicar-se p

or meio d

e uma lín

gua e d

as atividades d

e imitação,

jogo sim

bólico, d

esenho, m

ímica, d

ramatização, escrita e fala. A

prin

cipal estratég

ia sugerid

apara o d

esenvolvim

ento d

a linguagem

é a dram

atização (fazer reviver experiên

cias), uma

vez que ela favorece tan

to à compressão d

os sinais ou

das p

alavras que d

efinem

abstratam

ente

a experiên

cia (linguagem

receptiva), q

uanto o d

esenvolvim

ento d

a capacid

ade d

e gesticu

lare/ou

verbalizar (lin

guagem

expressiva), p

ropician

do con

dições p

ara o desen

volvimento seja

do p

ensam

ento d

e modo con

sistente e lóg

ico, seja de su

a interação social. A

ssim, o su

rdo

também

pode d

esenvolver su

a linguagem

em duas etap

as: a pré-lin

güística e a lin

güística.*

Na etap

a pré-lin

ística, a criança su

rda d

esenvolve a lin

guagem

interior (relacion

ando

a experiên

cia com os sím

bolos visu

ais e/ou au

ditivos, q

uando lh

e for ensin

ada a lín

gua oral) e

a linguagem

receptiva (com

preen

dendo a exp

ressão corporal, g

estual e a p

alavra falada ou

escrita).N

a etapa lin

ística, a criança com

surdez, ao g

esticular n

a língua d

e sinais, ao em

itirfon

emas, p

alavra

s e frases d

a lín

gua portu

guesa

e ao escrevê-la

s de m

odo con

sciente,

desen

volve a linguagem

expressiva.

Em ambas a

s etapas, a

criança com

surdez esta

rá no p

rocesso de con

strução d

alin

guagem

, de seu

desem

penho lin

güístico. É

de su

ma im

portâ

ncia

para o p

rofessor de

linguagem

ter um con

hecim

ento d

o aluno, b

em com

o de seu

nível lin

güístico, p

ara saber

* A u

tiliza

ção

do

s termo

s “eta

pa

pré-lin

ística”

(ling

ua

gem

interio

r e ling

ua

gem

receptiv

a), “

etap

a

ling

üística” (lin

gu

agem

expressiv

a) objetiv

a apen

as a comp

reensão d

idática, u

ma v

ez qu

e a aqu

isição de u

ma

líng

ua p

rocessa-se de form

a glob

al. Em

um

a concep

ção interacion

ista da lin

gu

agem

, não h

á fragm

entações n

o

desen

volv

imen

to ling

üístico d

a criança. À

med

ida q

ue faz trocas sim

bólicas com

o meio social, a lin

gu

agem

é

intern

alizada (isso en

volv

e comp

reensão resp

onsiv

a) e exteriorizada em

situações d

e uso sig

nificativ

o.

60

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seu ponto d

e partid

a para o trab

alho. É

fundam

ental tam

bém

avaliar sempre o êxito d

o trabalh

orumo à aq

uisição d

a linguagem

da crian

ça surda, n

o intuito d

e privileg

iar suas h

abilid

ades

individ

uais.

Nota-se, n

o entan

to, uma p

reocupação exacerb

ada d

os professores em

apresen

tar àcria

nça com

surdez u

ma gama en

orme d

o léxico da lín

gua portu

guesa

, esquecen

do-se,

entretan

to, que com

vocábulos isolad

os ninguém

se comunica. É

preciso levar a crian

ça aunir a

s palavra

s, jogá-la

s umas com

as ou

tras, b

rincar com

elas a

té que se torn

em um

enunciad

o completo e sig

nificativo. A

ssim sen

do, é u

rgente e em

ergencial ap

resentar à crian

çao u

so da lín

gua p

ortuguesa, e a p

roposta é q

ue esse u

so se dê, n

um prim

eiro mom

ento, p

ormeio d

o conhecim

ento d

o mundo q

ue o cerca (lin

guagem

interior), n

um seg

undo m

omento,

por m

eio da recep

ção das m

ensag

ens q

ue o m

undo lh

e oferece (linguagem

receptiva), e p

orúltim

o, num terceiro m

omento, p

or meio d

a sua p

rópria exp

ressão (linguagem

expressiva).

Para que a crian

ça com su

rdez u

ltrapasse os três m

omentos su

pracitad

os e desen

volvasua lin

guagem

, cumpre salien

tar a importân

cia de se u

tilizar a língua com

o alicerce de tod

oo trab

alho. A

credita-se q

ue as exp

eriências viven

ciadas n

a língua d

e sinais p

ermitirão à

criança adquirir u

ma lin

guagem que flu

irá de dentro

para fo

ra e, co

ncomita

ntemente,

aprop

riar-se de u

ma b

agagem

consid

erável de con

hecim

ento a resp

eito do m

undo q

ue a

cerca, e sua in

teração com ela será b

em m

ais completa.

3.6.1 Desenvolvimento da linguagem

interior na etapa pré-lingüística

Na etapa pré-lin

güística

, o prim

eiro

objetiv

o é desenvolver a

linguagem in

terio

r,interrelacion

ando a exp

eriência d

a criança com

símbolos visu

ais.A crian

ça surda ad

quire lin

guagem

interior ao relacion

ar a experiên

cia que está viven

do

com a sin

alização ou com

a fala de u

ma p

essoa (mãe, am

igos, p

rofessores etc.). O professor

deve colocar a crian

ça surda em

contato d

ireto com pessoas e am

bien

tes diferen

tes e variados

para q

ue ela assim

ile não som

ente o q

ue é, m

as para q

ue serve e com

o utilizar o am

bien

te, osobjetos. É

importan

te para a crian

ça com su

rdez viven

ciar situações e d

ramatizar ou

tras. Éfundam

ental p

ara ela particip

ar ativamente d

as situações viven

ciadas. Q

uanto m

aior o número

de exp

eriências viven

ciadas p

ela criança, e p

osteriormente g

esticulad

as e verbalizad

as por

alguém

, maior será a b

agagem

que elas u

tilizarão na fase p

osterior para d

ecodificação d

amensag

em gestu

al e verbal alh

eia (linguagem

receptiva). É

importan

te que se ch

ame aten

çãopara a im

portân

cia da p

articipação d

a família n

esse trabalh

o como d

eterminante d

o êxitoescolar d

a criança. Para tan

to sugerem

-se os seguintes m

ateriais:

–esp

elhos;

–material p

ara mural;

–maquetes;

–lã;

–reálias;

–miniatu

ras;–

fotos...

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61

Sugestões de atividades para o desenvolvimento da linguagem

interior

Ativ

idad

e 1:Auto-con

hecim

ento - ativid

ade n

o espelh

o, desen

ho d

e si mesm

o, exploração d

e fatos, diálog

oem

LIBRAS e p

or escrito sobre su

a identid

ade (n

ome, id

ade, en

dereço etc.).

Ativ

idad

e 2:Passeios e visitas a lu

gares variad

os, trazendo p

ara a sala de au

la o máxim

o possível d

einform

ações que d

everão ser registrad

as de alg

uma form

a. Exem

plo:

Passeio ao comércio local:

•observar e m

anusear os ob

jetos ou coisas;

•nom

ear e fazer o sinal corresp

ondente aos ob

jetos ou coisas vistas;

•sim

ular a com

pra, o p

agam

ento e o receb

imento d

o troco.Na sala d

e aula:

•con

versar sobre o p

asseio;•

montar u

ma ven

dinha;

•con

feccionar m

urais com

gravu

ras que sim

bolizem

os objetos ou

coisas vistas no

passeio;

•trab

alhar vocab

ulário em

sinais, escrito e oral (sem

cobran

ça de oralização);

•prod

uzir texto n

o álbum seriad

o.

Ativ

idad

e 3:Exploração d

e objetos:

•sin

al;•

finalid

ade.

Ativ

idad

e 4:Dram

atizações:•

cenas fam

iliares;•

animais/ trab

alhar on

omatop

éias;•

profissões etc.

Obs.: É

importan

te que o p

rofessor provid

encie a “m

ala da fan

tasia”, que d

eve tervárias b

rincad

eiras para as crian

ças. Para os alunos em

fase de trab

alho d

e texto isso éfundamental.

Ativ

idad

e 5:“C

antar” em

língua d

e sinais, exp

lorando o sig

nificad

o da letra d

a música, en

volvendo a

expressão facial e corp

oral da crian

ça.

Ativ

idad

e 6:Dançar, exp

lorar a ritmicid

ade e o sig

nificad

o das can

ções que estão rep

resentan

do.

Ativ

idad

e 7:Explorar revistas, jorn

ais e livros infan

tis, utilizan

do a L

IBRAS e m

uita exp

ressão visual e

corpora

l.

62

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Ativ

idad

e 8:Exib

ição de film

es e slides, exp

lorando o seu

conteú

do em

LIBRAS, com

apoio d

e dram

atização,com

muita exp

ressão facial e corporal.

Ativ

idad

e 9:Contar h

istórias (sinalizad

as ou dram

atizadas).

Ativ

idad

e 10:Conversar (em

língua d

e sinais) sob

re temas variad

os de in

teresse de cad

a aluno; u

tilizarmuita d

ramatização.

3.6.2 Desenvolvimento da linguagem

receptiva na fase pré-lingüística

O ob

jetivo geral é d

esenvolver a lin

guagem

receptiva (g

estual e escrita) e os ob

jetivosesp

ecíficos são relativos à LIBRAS e à lín

gua p

ortuguesa.

Ob

jetivos específicos d

a ling

uag

em recep

tiva em L

IBR

AS:

•con

hecer os sin

ais que n

omeiam

o esquem

a corporal, o vestu

ário, a alimentação, os

brin

quedos, os an

imais, o am

bien

te escolar, os meios d

e transportes, as p

rofissões,elem

entos d

e higien

e pessoal e am

bien

tal, o trânsito, os au

tomóveis, p

lantas;

•enten

der frases sem

icomplexas d

e 5 a 6 vocábulos e g

estos;•

identificar seq

üências d

e fatos;•

reprod

uzir h

istórias em seq

üência p

or meio d

e dram

atização;•

identificar os p

articipantes d

o discu

rso;•

identificar a id

éia prin

cipal d

o texto;•

detectar características físicas e p

sicológicas d

os person

agens e d

o ambien

te descrito.

Ob

jetivos específicos d

a ling

uag

em recep

tiva em lín

gu

a portu

gu

esa escrita:•

reconhecer e id

entificar p

alavras-chave em

frases simples e sem

icomplexas;

•recon

hecer e id

entificar as sílab

as dos vocáb

ulos;

•ord

enar frases sim

ples e sem

icomplexas, form

ando o texto;

•ord

enar p

alavras, formando frases sim

ples e sem

icomplexas;

•ord

enar sílab

as, formando p

alavras.

Ob

jetivos do p

rofessor den

tro do trab

alho d

e ling

uag

em recep

tiva:Estim

ular:

•a relação existen

te entre as exp

eriências ap

resentad

as ou viven

ciadas;

•a exp

ressão de sen

timentos, em

oções e mensag

ens p

or meio d

e movim

entos corp

orais;•

a expressão escrita;

•a aten

ção do alu

no;

•os m

ovimentos d

o corpo;

•a escrita d

e atividades viven

ciadas com

ou sem

gravu

ra;

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63

•a sin

alização de textos.

A lin

guagem

receptiva d

a criança d

esenvolve-se p

or meio d

a leitura oro-facial (leitu

ralab

ial), do en

tendimento d

a língua d

e sinais e d

o portu

guês escrito, e d

e todas as ativid

ades

possíveis p

ara que ela n

ão apenas receb

a as inform

ações, mas com

preen

da o seu

sentid

o e oseu

significad

o. Os con

teúdos p

rincip

ais a serem desen

volvidos n

essa fase são:•

compreen

são da p

alavra e frase (escrita, oral e/ou sin

alizada, n

unca sim

ultan

eamente,

mas em

mom

entos d

istintos, p

ara que a crian

ça não se con

funda);

•relação sig

nificad

o (objeto)/sig

nifican

te (represen

tação em LIBRAS e escrita d

o objeto,

em lín

gua p

ortuguesa);

•leitu

ra da lín

gua d

e sinais (em

itida p

elos outros in

divíd

uos - coleg

as, professores).

Alg

un

s materiais su

gerid

os:–

espelh

o;–

gravuras;

–fotos;

–fich

as com palavras;

–objetos;

–alim

entos;

–brin

quedos;

–cad

ernos d

e desen

ho;

–reálias(m

iniatu

ras);–

sucatas;

–histórias;

–jog

os (quebra-cab

eças, mem

ória, dom

inó, b

ingo, p

reguicin

ha etc.);

–maquetes (d

a escola, da casa, d

e uma p

raça, superm

ercado, h

ospital, rod

oviária etc.).

Sug

estões de ativid

ades p

ara o desen

volvimen

to da lin

gu

agem

receptiva

Ativ

idad

e 1:Jog

o de m

emória:

•jog

o apenas com

figuras (com

binar fig

uras id

ênticas);

•jog

o com o sig

nificad

o(desen

ho) e o sig

nifican

te (nom

e e/ou lín

gua d

e sinais) p

aracom

binar fig

ura/n

ome.

Temas: fru

tas, flores, meios d

e transportes, m

aterial escolar, mobiliário, locais d

e lazer,esp

orte, tipos d

e plan

tas, partes d

e plan

tas, animais, etc.

Ativ

idad

e 2:Fich

as “preg

uicin

ha”:

•apresen

tar uma seq

üência d

e letras para o alu

no ten

tar descob

rir o vocabulário,

sinalizan

do e d

epois em

itindo o n

ome;

•apresen

tar uma seq

üência d

e desen

hos sin

alizados p

ara o aluno ten

tar descob

rir,digitan

do ou

escrevendo n

ome (p

ode tam

bém

tentar em

itir o nom

e, desd

e que, com

ojá d

ito anteriorm

ente, n

ão se mistu

rem os m

omentos).

64

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Ativ

idad

e 3:Caça-p

alavras; Cruzad

inhas.

Temas: n

omes d

e flores, frutas, p

rofissões, meios d

e transportes, vestu

ário, etc.

Ativ

idad

e 4:Carta en

igmática.

Ativ

idad

e 5:Cartão

-conflito.

Ativ

idad

e 6:Ditad

o na lín

gua d

e sinais p

ara o aluno d

esenhar o elem

ento ou

frase sinalizad

a.Ditad

o na lín

gua p

ortuguesa p

ara o aluno escrever a p

alavra correspondente, caso a crian

çajá estiver alfab

etizada n

a educação in

fantil, o q

ue p

ode acon

tecer no seg

undo e terceiro

períod

o.

Ativ

idad

e 7:Cartões relâm

pago I: con

feccionar u

ma série d

e figuras in

dependentes, com

o nom

e atrás.•

1º mom

ento: ap

resentar as fig

uras p

ara o aluno sin

alizá-las;•

2º mom

ento: ap

resentar os n

omes p

ara o aluno sin

alizá-los.Cartões relâm

pago II: con

feccionar u

ma série d

e cartões com rep

resentações ilu

stradas d

ossin

ais de u

m lad

o e a palavra corresp

ondente d

igitad

a no verso.

•apresen

tar a ilustração p

ara o aluno d

igitar o n

ome, q

uando a crian

ça da ed

ucação

infan

til já souber o alfab

eto digital e já estiver alfab

etizada.

Ativ

idad

e 8:O alu

no m

anifesta a com

preen

são do fon

ema, d

a palavra e d

a frase emitid

a ou sin

alizada

pelo p

rofessor por m

eio de resp

ostas motoras:

•aponta as vog

ais que recon

hece p

ela abertu

ra bucal d

o professor;

•aponta a p

alavra ou frase escrita corresp

ondente à sin

alização do p

rofessor.

Ativ

idad

e 9:Jog

o de lín

gua d

e sinais:

•o p

rofessor seleciona o vocab

ulário e frases (n

o vocabulário escolh

ido p

odem

ser

inclu

ídos os n

omes d

os alunos e, en

tre as fra

ses, aquela

s já usadas em

sala), e

confeccion

a fichas com

os vocábulos e frases; d

epois os d

ispõe sob

re a carteira ou

preg

a no q

uadro as fich

as, aleatoriamente;

•o p

rofessor sinaliza a p

alavra ou frase e o alu

no ap

onta p

ara a ficha corresp

ondente.

Ativ

idad

e 10:Bingo d

e figuras (ob

jetos ou ações) e su

a represen

tação correspondente em

língua d

e sinais

e no p

ortuguês escrito (p

alavra ou frase). O

professor ap

resenta as fig

uras e os alu

nos m

arcam

sua corresp

ondência g

ráfica (seja por m

eio de sin

ais ou por m

eio de p

alavras/frases).

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65

Ativ

idad

e 11:Jog

o de d

ominó: d

e frases/figuras d

e ações; de n

omes/fig

uras d

e objetos; d

e antôn

imos; d

e

quantid

ade (n

umeral/n

úmero); d

e grau

do su

bstan

tivo (aumentativo/d

iminutivo).

Obs.: Tod

os podem

ser trabalh

ados com

figuras/p

alavras da lín

gua p

ortuguesa ou

da

língua b

rasileira de sin

ais.

Ativ

idad

e 12:Trab

alhar o “calen

dário” (sin

alizado) p

ara o aluno con

seguir se situ

ar no tem

po; vocab

ulário:

dia, m

ês, ano, sem

ana, d

écada, m

ilênio, an

teontem

, ontem

, hoje, am

anhã, tod

o dia, sem

ana

passad

a, semana atrasad

a, semana retrasad

a, século, d

aqui a... d

ias, há... an

os.

Ativ

idad

e 13:Execu

ção de ord

ens e p

edidos escritos ou

sinalizad

os pelo p

rofessor:

•Cotid

iano: b

eba, com

a, escreva, ponha, ap

onte, ab

ra, feche, p

egue, jog

ue, p

inte,

desen

he, etc.

•Opostos: ven

ha cá X

vá lá; sente-se X

levante-se;

ande X

pare...

•Consecu

tivos: lave/enxugue; com

pre/p

ague; d

eite/durm

a...

•Negativos: n

ão venha aq

ui, n

ão se levante, n

ão chore, n

ão grite, etc.

Ativ

idad

e 14:Execução dos m

ovim

entos q

ue in

dica

m para que se

rvem os o

bjetos cu

jos n

omes sã

o

sinalizad

os e digitad

os pelo p

rofessor: Ex.: O

professor d

igita “sab

onete”, q

uando sin

aliza

“Para que serve o sab

onete?”, o alu

no d

everá sinalizar: lavar as m

ãos, lavar o rosto, etc.

Ativ

idad

e 15:Com

petição en

tre colegas em

jogos q

ue visam

ao reconhecim

ento d

e palavras sin

alizadas ou

escritas.

Ativ

idad

e 16:O alu

no ap

onta em

direção à p

essoa quando o p

rofessor indaga (sin

alizando ou

escrevendo):

“Quem

” fez determ

inada ação.

“Cadê” ou

“onde está”?

elementos d

a família; coleg

as;“D

e quem

é” determ

inado ob

jeto.

Ativ

idad

e 17:Dram

atização de u

ma cen

a que acab

ou de viver ou

presen

ciar e que resp

onda à in

dagação

sinalizad

a pelo p

rofessor:“O

que foi (q

ue acon

teceu)”? ou

“Por quê (acon

teceu isso)?”

Ativ

idad

e 18:O alu

no ap

onta em

direção às p

artes do corp

o, quando o p

rofessor indaga em

sinais, ou

66

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apresen

ta a palavra escrita:

“Cadê o p

é, o nariz, a m

ão?”

Ativ

idad

e 19:Criação d

e situações con

cretas em que o alu

no p

ossa fazer uso d

os enunciad

os interrog

ativos(sin

alizados):

Quem

é? Quem

?Qual é? Q

ual?

De q

uem

é?Com

o é? Com

o? Com

o está?O que é? O

quê?

Onde?

Quantos?

Quando?

Ativ

idad

e 20:Escolh

em-se cin

co ou m

ais objetos d

iferentes. O

professor ap

resenta-os à tu

rma e coloca-os

em lu

gares d

iferentes d

a sala. Ex.: em

cima d

a carteira, dentro d

e um livro, em

baixo d

acad

eira... Escolh

e-se um alu

no, p

edindo-lh

e para q

ue ele ob

edeça aos com

andos (escritos

em fich

as ou sin

alizados p

elo professor):

1 - Aponte: O

nde está?

2 - De q

uem

é?3 - Q

uem

colocou?

4 - Entreg

ue-o p

ara fulan

o.5 - B

usque p

ara mim...

6 - Guard

e...

Ativ

idad

e 21:O alu

no ap

onta u

m en

tre vários objetos, sem

pre d

entro d

e um con

texto dram

atizado com

oprofessor, q

ue p

oderá m

ostrar ficha escrita ou

sinalizar.

Ex.: V

amos soltar p

ipa. Peg

ue a p

ipa. V

amos soltá-la. O

lhe, a p

ipa voa.

Ativ

idad

e 22:O alu

no:•

entreg

a ao professor u

m ob

jeto solicitado;

•desen

ha ob

jetos cujos n

omes foram

apresen

tados d

e forma escrita ou

sinalizad

apelo p

rofessor;•

aponta a p

essoa ou foto cu

jo nom

e o professor d

igitar. N

esse caso, deve-se u

tilizar onom

e do p

róprio a

luno; o n

ome d

o professor; o n

ome d

os colegas; o n

ome d

oselem

entos d

a família;

•aponta o alim

ento cu

jo nom

e o professor sin

aliza ou digita, n

o mom

ento d

o lanche;

•coloca a g

ravura sob

re o nom

e do ob

jeto, após ob

servar a sinalização d

o professor

nos jog

os, dom

inó, q

uebra-cab

eça;

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67

Ex.: sin

alização da p

alavra “porta” em

LIBRAS ou

sua escrita (sig

nifican

te)•

aponta o n

ome d

o objeto, ap

ós observar a sin

alização ou digitação d

o professor;

•pega g

ravuras d

e pessoas e ob

jetos em con

formidade com

os nom

es e qualificações

(características) dadas p

elo professor. E

x.: “Me d

ê o desen

ho d

a porta cin

za. Eu não

quero o d

esenho d

a porta azu

l.”;•

lava a parte d

o corpo d

e uma b

oneca, cu

jo nom

e o professor em

itir, digitar ou

sinalizar,

numa d

ramatização.

Ativ

idad

e 23:Jog

os: Cores:

•form

ação: os jogadores ficam

sentad

os, à vontad

e, na sala.

•desen

volvimento: escolh

e-se uma cor, p

or exemplo, o verd

e. O professor p

edirá a

cada jog

ador q

ue d

igite, sin

alize ou escreva (con

forme com

binado an

teriormente) o

nom

e de u

m ob

jeto existente n

a sala com a cor verd

e. É con

cedido o tem

po d

e 20seg

undos p

ara cada jog

ador resp

onder. A

resposta será d

a seguinte m

aneira: “verd

eӎ a can

eta de “A

”; ou “verd

e” é blusa d

e “B”. O

jogo p

rossegue até d

eclinar o in

teresse.

Ativ

idad

e 24:Jog

o: cumprim

entos/cortesia:

•form

ação: os jogadores ficam

todos em

círculo, com

as mãos p

ara trás. Fora do círcu

loestá u

m jog

ador q

ue será o p

rimeiro a correr.

•desen

volvimento: o jog

ador q

ue está fora d

o círculo com

eça a andar p

ela direita, e

em dado m

omento b

ate nas m

ãos de u

m dos jog

adores d

o círculo. E

ste imediatam

ente

sai correndo p

elo lado op

osto. No p

onto em

que os d

ois se encon

trarem, fazem

uma

reverência u

m para o ou

tro, apertam

-se as mãos e sin

alizam: “C

omo vai?” ou

“Tudo

bem

?”, ou “Q

uanto tem

po?”(escolh

e-se uma form

a de cu

mprim

ento). E

m seg

uida,

contin

uam

a corrida p

ara ver quem

chega p

rimeiro ao lu

gar vag

o. O que ficou

atrasado

começa o jo

go novamente. A

ativ

idade pode co

ntin

uar cria

ndo situ

ações q

ue

aparecem

no cotid

iano e em

que se u

sam fórm

ulas p

rontas.

Ativ

idad

e 25:Cria

m-se

situações e

m que se

possa

utiliza

r das fó

rmulas d

e cu

mprim

ento e co

rtesia

(dram

atização) e linguagem

funcion

al (portu

guês in

strumental).

•fórm

ulas d

e cumprim

ento/cortesia e exp

ressões mais sim

ples e m

ais usad

as emlinguagem

funcion

al:Oi!, com

o vai você? Com

o vai? Oi, tu

do b

em? B

om dia! V

ocê está bom

/boa? B

oa tarde!

Eu estou

bem

. Boa N

oite! Com

o vai? Bem

e você? Tudo b

em! O

i! Vem

cá! Não! Tch

au!

Vai! D

ói! Me d

á! Espera! P

ára! Quebrou

! Caiu

! Eu vi! A

cabou! É

feio! É jóia! E

stá certo!

68

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Está errad

o! É bom

! É ru

im! É

ele! É ela! Sou

eu! É

meu! V

ou beber ág

ua. V

ou fazer

xixi. Vou fazer cocô. V

ou ao b

anheiro. Fech

e a porta! A

bra a p

orta! Apague a lu

z!Peg

ue o livro! Peg

ue o cad

erno! A

bra o livro! A

bra o cad

erno! G

uard

e o material!

Obrig

ado(a)! Por favor! C

om licen

ça! Às ord

ens! Pois n

ão! Alô! A

ceita? Adeus! A

télog

o! Até b

reve!

Ativ

idad

e 26:Jog

o: os gulosos:

•Material: A

lgumas b

alas ou bom

bons.

•Form

ação: os jogadores form

am um círcu

lo. As b

alas no cen

tro. Cada jog

ador receb

e,em

sorteio, o nom

e de u

m bich

o, sendo q

ue várias p

essoas recebem

o nom

e de u

mmesm

o animal.

•Desen

volvimento: o p

rofessor sinaliza o n

ome d

e um an

imal. A

pessoa q

ue receb

euesse n

ome sai corren

do e p

ega u

ma b

ala, assim por d

iante. Q

uando restarem

poucas

balas, o p

rofessor sinaliza o n

ome d

o animal q

ue a m

aioria recebeu. Tod

os os que

tiverem aq

uele n

ome se lan

çarão sobre as b

alas. Será divertid

o!

Ativ

idad

e 27:Jog

o: telefone visu

al sem fio.

•Form

ação: uma fileira tod

a de costas p

ara o professor, q

ue será o ú

ltimo d

a fila.•

Desen

volvimento: o p

rofessor tocará no om

bro d

o aluno à su

a frente e este ficará d

efren

te para o p

rofessor. O professor sin

alizará uma frase e o alu

no vai rep

etí-la para

o próxim

o aluno ap

ós tocá-lo no om

bro, e assim

sucessivam

ente.

Ativ

idad

e 28:Jog

o: “o maestro”: u

m alu

no será escolh

ido p

ara sair da sala; os coleg

as ficarão em círcu

lo eescolh

erão o maestro. T

udo o q

ue o m

aestro fizer os colegas rep

etirão imediatam

ente; o alu

no

que saiu

é convid

ado a retorn

ar à sala e descob

rir qual é o m

aestro. Os coleg

as devem

tercuidado p

ara não ficarem

olhando tod

o o tempo p

ara o maestro.

Ativ

idad

e 29:Jog

o: “morto/vivo”: os alu

nos se d

ispõem

em fileiras altern

adas d

iante d

o professor q

ue irá

sinalizar a b

rincad

eira. Ao sin

al de “m

orto”, todos d

evem ag

achar. A

o sinal d

e “vivo”, todos

devem

ficar de p

é. O jog

o começa len

to e vai aumentan

do a velocid

ade à m

edida q

ue o

professo

r perce

be que os a

lunos e

ngrenaram no jo

go. A

o fin

al, o

s alunos q

ue tiv

erem

desob

edecid

o às regras d

o jogo p

agarão p

rendas.

Ativ

idad

e 30:Jog

o: “loteria de n

omes”:

•Material: folh

a quadricu

lada em

número su

ficiente p

ara todos os p

articipantes, can

etaou láp

is para m

arcar.•

Formação: à von

tade, seg

uran

do a folh

a quadricu

lada.

•Desen

volvimento: são escolh

idos 16 n

omes en

tre os alunos e coleg

as de ou

tra sala.Cada particip

ante anota, a

leatoria

mente, d

entro

de ca

da quadrin

ho de papel,

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69

formando u

m quadro d

e quatro q

uadrad

os na h

orizontal e n

a vertical, ou seja, cad

alinha q

uadricu

lada terá q

uatro n

omes. Q

uando se esg

otar o tempo p

revisto, o dirig

ente

sinaliza os n

omes d

as pessoas sem

obedecer n

enhuma ord

em. C

ada p

articipante

confere su

a folh

a, e m

arca

com uma cru

z os nom

es citados. O

particip

ante q

ue

conseg

uir p

reencher p

rimeiro u

ma d

as colunas, tan

to horizon

tal quanto vertical,

será o venced

or.

Ativ

idad

e 31:Jog

o: quem

será o prim

eiro?•

Formação: traça-se n

o chão d

uas lin

has p

aralelas, a uma d

istância d

e 20m. A

trás de

uma d

elas alinham

-se todos os jog

adores e atrás d

a outra fica o d

irigente.

•Desen

volvimento: o d

irigente sin

aliza: avançar com

o passo d

e formiga!” – os jog

adores

avançam

, caminhando com

um pé ju

nto ao ou

tro. O dirig

ente p

rossegue d

ando ord

ens

do tip

o: “pulan

do!”, “d

e cócoras!”, “de u

m pé só!”, “en

gatin

hando!”, e os jog

adores

obedecem

avançan

do sem

pre. O

dirig

ente p

oderá variar a m

aneira d

os jogadores

caminharem

quantas vezes q

uiser. Q

uanto m

ais rápida a m

udança d

e tipos d

e passos,

mais in

teressante será o jog

o. Será o venced

or o jogador q

ue ch

egar p

rimeiro ju

nto

ao dirig

ente. O

jogador q

ue, d

ada a ord

em de m

udar a m

aneira d

e andar, con

tinuar

com a an

tiga, d

eve voltar à linha d

e partid

a e recomeçar.

Ativ

idad

e 32:Jog

o: mem

ória.•

Formação: os jog

adores ficam

à vontad

e na sala.

•Desen

volvimento: escolh

ido o p

rimeiro jog

ador, este sa

i de seu

lugar e toca

emqualq

uer ob

jeto que esteja n

a sala e, ao mesm

o tempo, d

igita ou

sinaliza (d

ependendo

da p

roposta d

o jogo) o n

ome d

o objeto. V

olta para o seu

lugar e toca em

outro jog

ador.

Este, p

or sua vez, toca n

o objeto q

ue seu

preced

ente tocou

, digita-lh

e/sinaliza-lh

e onom

e e toca outro ob

jeto digitan

do/sin

alizando o n

ome. O

jogo p

rossegue d

a mesm

aform

a. Os jog

adores d

evem tocar e d

igitar/sin

alizar o nom

e de tod

os os objetos tocad

osanteriorm

ente e acrescen

tar mais u

m. Será ven

cedor o jog

ador q

ue lem

brar o m

aiornúmero p

ossível de ob

jetos e, em seq

üência.

Ativ

idad

e 33:Jog

o: três nom

es de...

•Form

ação: duas fileiras, fren

te a frente, sen

tados d

istantes cerca d

e dois m

etros.•

Desen

volvimento: o p

rofessor perg

unta, em

sinais, aos d

ois prim

eiros de cad

a fileira,

três n

omes d

e flo

res, fru

tas, co

res, a

limentos, fo

rmas g

eométrica

s, do co

rpo,

vestuário..., e o alu

no q

ue resp

onder em

prim

eiro lugar (sin

alizando ou

por escrito,

conform

e combinado a

nteriorm

ente) m

arca

rá um ponto p

ara su

a eq

uipe. O

jogo

prosseg

ue d

a mesm

a maneira. V

encerá a eq

uipe q

ue ao fin

al do jog

o obtiver m

ais

pontos.

70

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Ativ

idad

e 34:Jog

o: dram

atização.

•O alu

no d

ramatiza, reviven

do exp

eriências sem

pre q

ue o p

rofessor apresen

tar um

objeto e p

raticar uma ação verb

al, escrevendo o n

ome d

o objeto e d

a ação vivenciad

a

com o alu

no. E

x.: Pegue a b

ola. Vam

os brin

car.

•Repetição d

a experiên

cia, variando os ob

jetos e, posteriorm

ente, varian

do as ações.

Ex.: V

amos b

rincar. Peg

ue a b

ola, pegue a b

oneca, p

egue a b

icicleta; Pegue a b

ola,

jogue a b

ola, chute a b

ola.

Ativ

idad

e 35:Jog

o: adivin

hação.

•Form

ação: em duplas.

•Desen

volvimento: os a

lunos escolh

em e escon

dem

um ob

jeto. Dramatiza

m uma

situação em

que ap

areça o objeto, sem

utilizar a lín

gua d

e sinais, n

em a fala. O

s

colegas ten

tarão adivin

har o q

ue o coleg

a escondeu.

Ativ

idad

e 36:Jog

o: brin

quedo can

tado.

•Divid

e-se a turm

a em dois g

rupos: A

e B. L

imita-se u

m esp

aço para a b

rincad

eira.

Um grupo fica d

iante d

o outro e estab

elece-se o seguinte d

iálogo sin

alizado:

A - Som

os (número d

e particip

antes) m

arinheiros, p

obrezin

hos sem

dinheiro.

B - O

que vieram

fazer?

A - B

elas coisas.

B - Q

ue coisas?

Obs.: O

grupo A

escolhe u

ma ação q

ue irá d

ramatizar em

conjunto p

ara o grupo B

adivin

har. Q

uando este ad

ivinhar, o g

rupo A

corre e o grupo B

tenta p

egá-lo, d

entro d

o espaço

limitad

o. Os elem

entos d

o grupo A

que o g

rupo B

conseg

uir p

egar m

udarão d

e grupo e a

brin

cadeira con

tinua, ag

ora trocando-se as letras d

os grupos. O

grupo A

passa a ser o g

rupo

B e o g

rupo B

passa a ser o g

rupo A

.

Ativ

idad

e 37:Jog

o: espelh

o malu

co.

•Material: u

ma cad

eira.

•Form

ação: um sem

icírculo on

de os jog

adores, sen

tados, d

efrontam

-se com um esp

elho

(jogador escolh

ido), q

ue está d

e pé, com

uma cad

eira às suas costas.

•Desen

volvimento: o esp

elho (u

m jog

ador) com

eça a contar u

ma h

istória sinalizad

a

ou dram

atizada. T

udo o q

ue o esp

elho fizer os d

emais jog

adores d

evem fazer ao

contrário. Se ele sen

ta, os outros levan

tam. Se p

õe o chapéu, os ou

tros o tiram. Se

levanta o b

raço d

ireito, os outros leva

ntam o b

raço esq

uerd

o. Depois d

e alguns

minutos, o esp

elho é su

bstitu

ído p

or um jog

ador q

ue n

ão errou nenhuma vez, ou

, no

mínimo, errou

menos.

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71

Ativ

idad

e 38:Jog

o: espelh

o.•

Em duplas, as crian

ças farão uma, o p

apel d

e imagem

, e a outra, o p

apel d

e espelh

o.Depois in

vertem-se as p

osições. Deve-se exp

licar aos alunos q

ue d

evem trab

alhar

com tod

a a expressão facial e corp

oral, ou seja, exp

ressões de em

oção, tristeza/aleg

ria, zanga, calm

a/agitação, su

rpresa, cu

riosidade, p

reguiça, son

o... Em esp

ecial,caretas e m

ovimentos com

braços, p

ernas e saltos.

Ativ

idad

e 39:Jog

o: partes d

o corpo.

•Material: ven

da, b

oneco.

•Desen

volvimento: estan

do o alun

o com os olhos ven

dados, o p

rofessor segura sua m

ão eleva-a até u

ma p

arte do p

róprio corp

o do alu

no. Por exem

plo, o n

ariz. A seg

uir, sem

venda, o alun

o deverá recon

hecer no b

oneco, q

ual a parte d

o seu corpo q

ue foi tocada.

Ao fin

al, escreverá ou sinalizará o n

ome d

a parte d

o corpo escolhid

a pelo p

rofessor.

Ativ

idad

e 40:Jog

o: quebra-cab

eças (corpo h

umano)

•Entreg

a-se para o alu

no u

m quebra-cab

eças do corp

o humano. O

aluno m

onta o

quebra-cab

eças à medida q

ue o p

rofessor digita, escreve ou

sinaliza o n

ome d

aspartes d

o corpo.

Ativ

idad

e 41:Jog

o: meu tesou

ro.•

Material: cad

a criança terá u

m baú pequeno, con

feccionado com

palitos d

e picolé

(para o corp

o do b

aú) e cartolin

a (para as laterais).

•Desen

volvimento: n

esse baú será acu

mulad

o o tesouro con

quistad

o pelos alu

nos. O

tesouro corresp

onderá a cad

a vocabulário n

ovo apren

dido. Será form

ado p

ela figura

e seu resp

ectivo nom

e em fich

as separad

as. A cad

a dia o p

rofessor perg

untará o q

ue

o aluno viu

(de n

ovidade) n

o dia an

terior. O alu

no resp

onderá, p

or exemplo, T

V. Daí o

aluno con

feccionará u

ma fich

a com a fig

ura d

a TV, q

ue p

oderá ser d

esenhada p

orele m

esmo, com

o nom

e do ob

jeto. Guard

ará o tesouro n

o baú. À

medida em

que o

tesouro au

menta, o p

rofessor revisa o tesouro acu

mulad

o até o dia an

terior.

Ativ

idad

e 42:Incen

tivo ao manuseio d

e gibis. O

bservar cen

as, reprod

uzir cen

as, criar cenas. Pod

e-se criaruma g

ibiteca com

gibis trazid

os por eles e g

ibis con

feccionados p

elos alunos, com

cenas

escritas e com cen

as mudas.

Ativ

idad

e 43:O professor escolh

e uma h

istória que p

ossibilite u

tilizar uma vasta g

ama d

e sentim

entos

como m

edo, su

sto, surpresa, aleg

ria, tristeza, dor, n

ervosismo, p

reguiça, ag

itação... Observa

se a reação expressiva orofacial d

o aluno coin

cide com

o sentim

ento rep

resentad

o na h

istória.

72

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Ativ

idad

e 44:Confecção d

e histórias seq

üenciad

as (com id

éia de p

assado, p

resente e fu

turo). A

prin

cípio

com três fig

uras, d

epois vai au

mentan

do a q

uantid

ade d

e figuras.

•1º m

omento: ap

resenta-se a h

istória na ord

em cron

ológica, p

ara que o alu

no con

te

os fatos.

•2º m

omento: en

trega-se p

ara o aluno a seq

üência d

esordenada p

ara que ele a ord

ene

cronolog

icamente e con

te os fatos (por m

eio de lín

gua d

e sinais e d

a fala).

Ativ

idad

e 45:•

Conte ao alu

no o q

ue vai acon

tecer, o que está acon

tecendo e o q

ue já acon

teceu.

Ex.: V

ocê vai comer o b

olo. Com

a o bolo. V

ocê está comendo o b

olo. Você já com

eu o b

olo.

•Possib

ilite à criança o “con

vívio” com frases com

pletas q

ue con

tenham

palavras d

e

todas as classes g

ramaticais.

Ativ

idad

e 46:•

Maquetes:

Após viven

ciar situações extraclasse, o p

rofessor e os alunos d

evem ilu

strá-las e

encen

á-las. Os alu

nos reu

nirão su

catas de tod

o tipo p

ara confeccion

ar maquetes

que rep

resentem

o local e/ou situ

ações vividas.

Ex: casa, escola, correio, h

ospital, b

anco, rod

oviária, cinem

a, parq

ue d

e diversões,

trânsito, etc.

Ativ

idad

e 47:Alfab

eto vivo:

O professor con

fecciona em

algodão cru

e plástico tran

sparen

te “bolsos” seg

uidos, n

a

quantid

ade d

as letras do alfab

eto. Em cad

a bolso serão colecion

adas m

iniatu

ras cuja 1ª letra

do n

ome corresp

onderá à resp

ectiva letra do b

olso, na ord

em alfab

ética.

Obs.:1. os alu

nos con

tribuirão com

o alfabeto, levan

do p

ara a escola miniatu

ras de

casa.

2. o alfabeto vivo será fixad

o na sala d

e aula, d

e preferên

cia acima d

o quadro.

3. sobre cad

a bolso d

everá constar a letra d

o alfabeto em

portu

guês e em

sinais.

4. os bolsos p

odem

ser substitu

ídos p

or garra

fas p

lástica

s transparen

tes de

refrigeran

tes de d

ois litros, desd

e que se cortem

seus b

icos. Colecion

em no n

úmero

das letras d

o alfabeto e p

regue-as u

mas às ou

tras com fita ad

esiva ou durex.

Ativ

idad

e 48:Confecção d

e álbuns-d

icionários:

•Confeccion

ar com

os alunos á

lbum de voca

bulário (d

icionário), á

lbum de a

ções,

álbum de cla

ssificação (v

estu

ário

, transp

orte

s, alim

entação, a

nim

ais, co

res,

brin

quedos, flores, esp

ortes, material escolar, m

obiliário d

a casa, partes d

a casa,

formas g

eométricas...).

•Os alu

nos farão u

ma coletân

ea de fig

uras variad

as para serem

encaixad

as no álb

um.

Pode-se solicitar o au

xílio dos p

ais para q

ue, à m

edida q

ue forem

encon

trando fig

uras

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73

o pássaro

“O pássaro leva a folh

a.”

a chave

“Minha m

ãe perd

eu a ch

ave.”

a flor

“O garoto colh

e a flor.”

diferen

tes, seja em revistas, p

ropagandas etc., p

ossam en

viá-las para o(a) p

rofessor(a)

trabalh

ar em sala.

a)dicion

ário de su

bstan

tivos:

O professor selecion

ará um alfabeto m

anual e fig

uras q

ue con

tenham as letra

s do

alfabeto. O

s alunos con

feccionarão o álb

um seg

uindo a seq

üência: 1ª folh

a (cabeçalh

o), 2ª

folha (a letra “A

” no alfab

eto manual, em

letra de form

a e cursiva), 3ª folh

a (as figuras d

e

elementos q

ue com

ecem pela letra “A

” serão coladas n

o centro d

a folha, u

ma em

baixo d

a

outra. L

ogo ab

aixo de cad

a uma d

everá estar o nom

e da fig

ura, p

recedido p

elo respectivo

artig

o e abaixo u

ma fra

se conten

do o n

ome d

a fig

ura. A

frase d

everá ser cria

da pelos

alunos n

um gran

de g

rupo. O

professor corrig

irá a frase e os alunos d

evem cop

iá-la com

letra cursiva, em

baixo d

o nom

e). As folh

as seguintes seg

uirão o m

esmo p

rocedimento d

a

2ª e 3ª folhas. A

últim

a folha d

o álbum deverá con

ter o índice. À

medida q

ue o alu

no for

encon

trando fig

uras n

ovas, ele a

s colocará no á

lbum, seg

uindo o m

esmo p

rocedimento

das fig

uras levad

as, a prin

cípio, p

elo professor.

Mod

elo sug

erido p

ara confecção d

a 3ª folha:

74

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o barco

“O barco está n

o mar.”

b) álb

um de classificação:

Os alu

nos d

evem ser m

otivados a m

emorizar a classificação a q

ue p

ertencem

os várioselem

entos colad

os no álb

um, por m

eio de ativid

ades q

ue p

odem

ser desen

volvidas d

uran

te oano. Seg

ue-se u

ma ativid

ade p

ara cada classificação:

−partes d

o corpo (d

ança sob

re o tablad

o, na sala d

e ritmo);

−mem

bros d

a família (con

strução d

e sua árvore g

enealóg

ica);−

vestuário (recorte d

e mold

es de rou

pas em

jornal e troca d

e peças en

tre os colegas);

−partes d

a casa (desen

ho d

a plan

ta da casa);

−brin

quedos (o

s alunos le

vam um brin

quedo preferid

o para a escola num

determ

inado d

ia da sem

ana);

−rua d

e recreio (escolher vários jog

os para n

omeá-los n

esse dia - am

arelinha, b

ingo,

dom

inó, d

ama, loto);

−cores d

e cabelo - castan

ho, lou

ro, preto, b

ranco, ru

ivo (os alunos irão a cab

eleireirose colecion

arão, em saq

uinhos sep

arados, as am

ostras coletadas. Será realizad

a uma

exposição p

ara os próp

rios alunos id

entificarem

a cor).

Observações com

plem

entares:

1-Inclu

ir outras classificações q

ue p

odem

ser realizadas, com

o cor de p

ele, tipo d

ecab

elo, texturas d

e superfície (lixa, alg

odão, lã, p

regos...).

2-É im

portan

te acrescentar as on

omatop

éias (sons d

e animais, d

os motores d

e carro,de m

oto, de trem

, de avião, d

os instru

mentos m

usicais, d

o desp

ertador, d

a descarg

ado vaso san

itário, da ch

uva, d

a buzin

a, do trovão, d

o telefone, d

o liqüidificad

or, do

vento, d

o assobio, d

o espirro, d

a tosse, do serrote, d

o martelo, d

a furad

eira, da b

atida

na p

orta, da b

atida d

e porta...).

3-Abaixo d

e cada fig

ura d

eve ser colocado, com

o no d

icionário d

e substan

tivo, o nom

epreced

ido d

o respectivo artig

o, e abaixo ain

da u

ma frase con

tendo o n

ome d

o objeto

em estu

do: cores (fazer d

esenho tod

o colorido); lazer (assistir a u

m film

e em víd

eo);material escolar (exp

osição de m

aterial de tod

os os colegas. A

proveitar o m

omento

para exp

lorar o caprich

o e o zelo pelos p

ertences); p

rofissões (dram

atizações da

profissão d

e seus p

ais e/ou da p

rofissão que d

eseja escolher p

ara si); frutas (cad

aalu

no leva u

ma fru

ta para a escola. A

cada u

m é d

ada u

ma atrib

uição p

ara o prep

arode u

ma salad

a de fru

tas. Todos irão com

ê-la e, posteriorm

ente, relatar aos seu

s colegas

qual o seu

papel d

uran

te o prep

aro), alimentos sólid

os e líquidos (u

m lan

che esp

eciale/ou

encen

ação d

a hora

do ca

fé), sabor d

os alim

entos - d

oce, salgado, a

margo,

apimentad

o e azedo (o p

rofessor levará para a sala cin

co tipos d

e sabores. D

isporá os

alimentos em

cubinhos n

uma b

andeja. U

m alu

no d

e cada vez terá seu

s olhos ven

dados.

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O professor lh

e oferecerá um dos cu

binhos d

ispostos n

uma b

andeja e o alu

no d

everáidentificar q

ual o sab

or que p

revalece nele); form

as geom

étricas (confeccion

ar sólidos:

cones, cu

bos...); p

artes da p

lanta (fazer com

os alunos o trab

alho d

a germ

inação d

ofeijão, levar o alu

no a p

erceber q

ue n

em tod

as as plan

tas têm tod

as as partes; flores

(dom

inó com

tipos d

e flores); esportes (escolh

a de u

m esp

orte para p

raticar na au

la de

educação física); estações d

o ano (exp

lorar os meses d

o ano e con

feccionar o calen

dário

cívico); cidades (caça-p

alavras com nom

es das p

rincip

ais cidades b

rasileiras); meios

de com

unicação (en

tregar corresp

ondência p

ara os pais); m

eios de tran

sporte (trab

alhar

o trânsito u

tilizando os d

iferentes tip

os de tran

sporte terrestre, d

entro d

e uma cid

ade);

instru

mentos m

usicais (a b

andinha); an

imais (con

fecção de d

iferentes tip

os de an

imais

em orig

ami ou

, se possível, visita ao zoológ

ico).

c)álb

um de ações:

As ações d

evem ser colad

as juntam

ente com

o desen

ho rep

resentativo corresp

ondente

em lín

gua d

e sinais. L

ogo ab

aixo, deve con

star a forma verb

al no in

finitivo e, em

seguida,

uma frase com

o verbo n

o presen

te do in

dicativo, ob

edecen

do a seg

uinte ord

em: - Q

uem

? - Oque faz? - O

quê? E

xemplo:

- Estu

dar

O m

enino estu

da.

- Jogar

Ana jog

a peteca.

- Com

erPau

lo e Bete com

em m

açãs.- D

ormir

A crian

ça dorm

e.Obs.: A

confecção d

os álbuns/d

icionários ap

enas com

o vocabulário ab

aixo da fig

ura

fazem parte d

as atividades d

a linguagem

receptiva. N

o mom

ento em

que se p

ede ao alu

no

para con

struir u

ma frase com

cada elem

ento já se está trab

alhando ativid

ades q

ue fazem

parte d

a linguagem

expressiva.

Ativ

idad

e 49:Confecção d

e livro de receitas

Passos para a au

la:1 -

escolha d

a receita;2 -

simplificação d

a linguagem

usad

a na receita;

3 -con

fecção de cartazes com

a dem

onstração d

e receita por m

eio de ilu

stração das

colheres e xícaras n

as quantid

ades n

ecessárias para a ad

ição de cad

a integ

rante,

bem

como ilu

stração dos in

gred

ientes (colag

em de em

balag

ens) e d

os vasilham

es;4 -

apresen

tação e exploração d

a receita;5 -

reunião d

os ingred

ientes e d

os vasilham

es;6 -

distrib

uição d

e tarefas para cad

a aluno, d

uran

te o prep

aro (Quem

mede o q

uê?

Quem

mistu

ra? Quem

lava os vasilham

es? Quem

enxuga? Q

uem

guard

a?);7 -

prep

aro da g

uloseim

a;8 -

divisão e d

istribuição d

a guloseim

a para cad

a aluno p

rová-la;

76

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9 -distrib

uição d

a cópia d

a receita (mimeog

rafada) p

ara colagem

em álb

um;

10 -con

versa inform

al sobre tod

o o processo;

11 -elaboração de diálogo re

presentando a situ

ação vivencia

da e utiliza

ndo o

vocabulário relativo a in

gred

ientes, vasilh

ames, verb

os...Ex.: R

eceitas:− su

co;− vitam

ina;

− salada d

e frutas; b

ombom

de leite n

inho; b

olos.Obs.: Pod

e-se pedir p

ara cada alu

no levar p

ara a sala de au

la um ingred

iente d

iferente

ou um vasilh

ame n

ecessário.

3.6.3 Desenvolvimento da linguagem

expressiva na fase lingüística

É no m

omento d

e expressão q

ue a crian

ça surda terá a op

ortunidade d

e colocar emprática o tão d

esejado u

so da lín

gua p

ortuguesa, b

em com

o o da lín

gua d

e sinais. E

la colocaráa prova

se realmente foi b

em tra

balhada nos n

íveis anteriores d

a lin

guagem

(interior e

receptiva), e se con

seguiu ultrap

assá-los, constru

indo o seu

conhecim

ento com

relação aomundo que a ce

rca. C

erta

mente te

rá nessa

fase co

ndiçã

o de expressa

r-se na lín

gua

portu

guesa, con

forme as in

divid

ualid

ades d

e cada alu

no. N

ão se deve alm

ejar uma exp

ressãodita “id

eal” como se esp

era de u

m ou

vinte/falan

te nativo d

a língua p

ortuguesa, m

as pelo

menos a d

e um estran

geiro ao ap

render o p

ortuguês com

o segunda lín

gua. A

criança p

ode

conseg

uir exp

ressar-se de form

a intelig

ível e pode carreg

ar consig

o muito d

a estrutura d

alíngua d

e sinais. O

que con

ta no m

omento é se su

a mensag

em foi en

tendida ou

não.

O ob

jetivo geral d

a fase lingüística é d

esenvolver a lin

guagem

expressiva (g

estual, oral

e escrita).

Ob

jetivos específicos d

a ling

uag

em exp

ressiva oral ou sin

alizada:

•em

itir frases semicom

pletas d

e 4 a 5 vocábulos;

•ord

enar fatos em

seqüência lóg

ica;•

expressar su

as idéias;

•criar h

istórias a partir d

e uma estru

tura d

ada;

•exp

ressar-se, observan

do a con

cordância n

ominal e verb

al;•

expressar-se, ob

servando os elem

entos con

stitutivos d

a oração para criar n

ovos tipos

de frases, u

sando d

e transform

ações.

Ob

jetivos específicos d

a ling

uag

em exp

ressiva escrita:•

formar p

alavras combinando as sílab

as estudadas;

•form

ar frases simples e sem

icomplexas com

vocabulário estu

dado;

•rep

roduzir em

letra cu

rsiva palavra

s, frases sim

ples e sem

icomplexa

s e textos(associar letra cu

rsiva à letra de im

pren

sa);•

expressar seu

s pensam

entos;

•utilizar:

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77

-con

cordância n

ominal e verb

al;-

elementos con

stitutivos d

as orações;-

pontuação (. , ; ... ? ! “” - :)

•escrever com

legibilid

ade e ritm

o, utilizan

do esp

aços adequados: m

argens e p

arágrafos.

Con

teúd

o:1 -em

issão/sinalização d

e mensag

ens verb

ais significativas:

-interjeições;

-onom

atopéias;

-holofrases;

-p

ivot-open;

-denotação, con

otação, etc.2 -d

ramatização;

3 -estruturação frasal;

4 -interp

retação;5 -p

rodução escrita.

Alg

un

s materiais:

-cartelas e cartazes com

figuras e resp

ectivos nom

es para en

caixe;-

ilustrações;

-material b

idimension

al: bich

os de p

elúcia, b

ichos d

e plástico;

-material con

creto. Ex.: d

ramatização d

o lanche: p

ão, manteig

a, xícara, pires, cop

o,colh

er, suco, leite, etc.

-gibis;

-livros d

e história (clássicos, con

tos de fad

as e outros);

-álb

um para red

ação;-

estêncil p

ara auto-retrato.

Sug

estões de ativid

ades p

ara o desen

volvimen

to da lin

gu

agem

expressiva

Ativ

idad

e 1:O professor favorece o su

rgimento d

e situações em

que o alu

no p

ossa reviver experiên

cias(dram

atizando) e u

tilizando as estru

turas q

ue se seg

uem

:1 - vog

ais ou en

contros vocálicos d

e maneira sig

nificativa:

Ex.:

-quando se m

achucar, d

izer “ai”;-

quando se assu

star ou tiver m

edo, d

izer: “ui”;

-quando ficar su

rpreso, d

izer: “oh”;

-quando cu

mprim

entar o p

rofessor, dizer: “oi”;

-quando q

uiser alg

o para si m

esmo, d

izer: “eu”.

2 - onom

atopéias: son

s represen

tativos para an

imais e ob

jetos:Ex.:

au - au

, miau

, trim, toc toc, q

uac.

3 - holofrases: p

alavras ou sílab

as que resu

mem

seu pensam

ento (em

uma frase); com

o

por exem

plo: A

sílaba tôn

ica de u

ma p

alavra ou a p

artir dela, com

o “bou” ou

“abou” (acab

ou).

78

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- SU

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EZ

4 - pivot-op

en: com

binação d

e palavras q

ue ag

rupam

alguns elem

entos estru

turais.

Ex.:

-sujeito e ob

jeto - “papai carro”;

-atrib

uição - “carro b

onito”;

-identificação - “ver au

au”;

-localização - “livro aq

ui”;

-rep

etição - “mais leite”;

-não-existên

cia - “tudo em

bora”;

-negação - “n

ão bobo”;

-posse - “m

eu doce”;

-ação e ob

jeto - “bato você”;

-sujeito e ação - “m

amãe ch

egou”;

-ação e localização - “sen

ta cadeira”;

-ação e recep

tor - “dá p

apai”.

5 - linguagem

conotativa e d

enotativa:

Ex.: E

le é bravo. E

le é uma on

ça (explicar: E

le é bravo, a on

ça é brava. E

le é igual a

uma on

ça).

Ativ

idad

e 2:Dram

atização/sinalização d

e histórias in

fantis p

ara os alunos e su

a reprod

ução g

estual, p

elosalu

nos.

Ativ

idad

e 3:Adaptação d

a linguagem

dos clássicos d

a literatura in

fantil p

ara os alunos:

-orações cu

rtas;-

períod

o simples;

-apresen

tação das h

istórias para os alu

nos (com

sinais e oralm

ente);

-dram

atização das h

istórias pelos alu

nos (com

o uso g

estual e verb

al);-

reprod

ução d

as histórias p

or meio d

e:

•desen

hos;

•escrita (com

suas p

róprias p

alavras).

Ativ

idad

e 4:Hora d

a novid

ade:

1º mom

ento: O

colega con

ta um fato.

2º mom

ento: O

s outros coleg

as reprod

uzem

o fato relatado p

elo colega p

or meio d

edesen

hos, g

estos, palavras e escrita.

Ativ

idad

e 5:Ped

ir para os alu

nos q

ue fiq

uem

em cim

a da carteira, em

baixo d

a carteira, entre tal e tal

colega, vão p

ara fora da sala, volte p

ara dentro d

a sala, sentem

sobre a cad

eira:-

pedir p

ara que form

em frases com

as situações acim

a;-

confeccion

ar de fig

uras q

ue rep

resentem

conceitos esp

aciais, para q

ue os alu

nos

formem

frases:Ex.: fren

te/trás, em cim

a/em baixo, en

tre.

DIF

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ES

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NIC

ÃO

E S

INA

LIZ

ÃO

- SU

RD

EZ

79

Ativ

idad

e 6:Hora d

o conto:

-form

a-se um círcu

lo para cad

a criança “relatar” p

ara os colegas u

ma exp

eriência

vivenciad

a. Por exemplo: o q

ue acon

teceu duran

te o final d

e semana ou

no trajeto d

e

casa à escola

. O rela

to deve ser n

o prim

eiro mom

ento sin

aliza

do, e n

o segundo

mom

ento, oral ou

escrito.

Ativ

idad

e 7:Hora d

a novid

ade

− caixa surpresa:

-1º m

omento: o p

rofessor leva um ob

jeto de estim

a dentro d

e um caixa. O

s alunos

tentam

adivin

har o q

ue é. D

epois d

e descob

erto, o professor relata a su

a relação com

o objeto, com

o o adquiriu

e o valor que atrib

ui a ele;

-2º m

omento: o alu

no leva à escola u

m ob

jeto desua estim

a dentro d

e uma caixa e

proced

e da m

esma form

a que o p

rofessor;

-3 º m

omento: coloca-se em

uma caixa os vários ob

jetos levados p

elos alunos. O

s

objetos vão sen

do retirad

os da caixa, aleatoriam

ente e os alu

nos vão crian

do u

ma

história on

de ap

areça cada u

m dos ob

jetos na ord

em em

que forem

retirados d

a

caixa

;

-4º m

omento: a h

istória será registrad

a no q

uadro p

elo professor, e os alu

nos d

everão

anotá-la n

o álbum de textos p

roduzid

os. Posteriormente, irão ilu

strá-la.

Ativ

idad

e 8:Gram

ática: confeccion

ar com a tu

rma u

ma g

ramática, à m

edida q

ue se trab

alhar o con

teúdo.

Ativ

idad

e 9:Álbum de red

ações:-

cada texto criad

o pelo alu

no d

everá ser confeccion

ado n

um tip

o de folh

a padrão e

depois catalog

ado p

ara se formar u

m álb

um das criações d

e cada alu

no. D

eve-seseg

uir a seq

üência em

que cad

a texto foi escrito. Na m

edida d

o possível, cad

a redação

deve ser ilu

strada.

Ativ

idad

e 10:Auto-retrato:

-o p

rofessor organizará a tu

rma em

círculos. Seg

uirá u

ma con

versa inform

al sobre a

individ

ualid

ade d

e cada ser. C

ada crian

ça, cada ad

ulto é ú

nico. N

enhuma p

essoa éigual à ou

tra. Mesm

o os gêm

eos idênticos são d

iferentes, alg

uma característica será

diferen

te. Cada crian

ça falará uma com

a outra sob

re as características físicas de

seu pai ou

mãe. D

epois cad

a um se olh

ará no esp

elho com

atenção, ob

servando-se.

Um dirá p

ara o outro ou

sinalizará p

ara o grupo com

o ele é. Por últim

o, o professor

distrib

uirá p

apéis p

ara cada u

m se d

esenhar, assim

como se vê. E

sse desen

ho servirá

como caracterização d

o aluno n

os diálog

os em balões, criad

os em sala.

80

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Ativ

idad

e 11:O professor ap

resenta u

ma h

istória seqüenciad

a, desord

enada. O

aluno irá ord

ená-la e con

tá-la aos coleg

as.

Ativ

idad

e 12:Slid

es:-o p

rofessor apresen

ta uma h

istória em slid

es. Conta a h

istória para o alu

no e p

ede

que ele a rep

roduza d

e forma escrita.

Sug

estões de tem

as qu

e pod

em ser d

ramatizad

os:1-

textos não p

rogram

ados:

1.1 -vivên

cias do alu

no (ex.: su

perm

ercado, farm

ácia, padaria, h

ospital - con

sultas

médicas, restau

rante, viag

em, trân

sito, rodoviária - p

arada d

e ônibus, ig

reja,escola, b

anco, ótica, clu

be, cin

ema, correio, sap

ataria, relojoaria, etc.);1.2 -

acontecim

entos extraord

inários.

2 - textos prog

ramados e ad

aptad

os:2.1 -

temas cotid

ianos:

a) cumprim

entos;

b) d

espedidas;

c) dados b

iográficos;

d) d

ados resid

enciais;

e) dados referen

tes à escola;f) d

ados referen

tes à família;

g) etc.

2.2 -tem

as da literatu

ra infan

til:a) clá

ssicos (Chapeuzin

ho V

ermelh

o, Branca de N

eve, Os três p

orquinhos,

Rapunzel, O

patin

ho feio, C

inderela etc.);

b) con

temporân

eos (A mão e a L

uva, A

doen

ça da terra, O

menino M

aluquinho)

2.3 -tem

as religiosos;

2.4 -tem

as cultu

rais;2.5 -

temas sociais.

PARTE IV

ConclusãoGlossário

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NIC

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INA

LIZ

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- SU

RD

EZ

83

Conclusão

Embora som

ente ag

ora as provas d

os benefícios d

a educação in

fantil com

eçam a se

tornar d

isponíveis, p

arece haver con

cordância g

eral de q

ue as crian

ças com su

rdez, com

pais ou

vintes, se saem

melh

or quando o d

iagnóstico é feito o m

ais cedo p

ossível e quando h

átem

po d

e ajudar a fam

ília na aceitação d

o limite au

ditivo d

a criança e n

o desen

volvimento d

esua lin

guagem

A aju

da aos p

ais e professores d

eve inclu

ir inform

ações (repetid

as com tan

ta freqüência

quanto for n

ecessário); oportu

nidade d

e fazer perg

untas; ap

oio nas crises em

ocionais, p

orocasião d

o diag

nóstico; aq

uisição d

o aparelh

o auditivo e in

struções com

relação a seu uso e

manuten

ção; conselh

os sobre a ed

ucação in

fantil; aju

da n

a interp

retação do sig

nificad

o da

surdez p

ara os paren

tes e experiên

cia junto a d

iferentes su

rdos (ad

ultos e crian

ças).Tod

a essa inform

ação precisa ser feita d

e tal modo q

ue en

coraje, ao invés d

e desen

corajar,o en

volvimento ativo d

os pais e a retom

ada d

a satisfação com a vid

a em fam

ília. O ob

jetivo écriar circu

nstân

cias favoráveis parecid

as com as ob

tidas q

uando am

bos os p

ais são surdos:

aceita

ção da cria

nça e co

munica

ção prazerosa. A

s form

as d

a co

munica

ção sã

o m

enos

importan

tes que o fato d

e haver a com

unicação. A

s crianças com

surdez d

evem ser exp

ostasa d

iversos modelos d

e linguagem

. Na ép

oca em que ch

egam

à pré-escola, d

evem ser cap

azesde com

unicar-se facilm

ente em

língua d

e sinais, assim

como com

os pais e p

rofessores. Devem

dem

onstra

r curiosid

ade p

elo mundo e p

ela lín

gua. O

objetivo é ser b

ilíngüe. A

fala e a

habilid

ade d

e leitura orofacial são valiosas, m

as não são a m

edida d

o sucesso.

De m

aneira id

eal, na ép

oca em que a crian

ça atingir a id

ade d

a pré-escola, os p

ais jádeverã

o ter adquirid

o equilíb

rio suficien

te em seu

s sentim

entos e a

titudes p

ara aceita

rem

ocionalm

ente a su

rdez d

e seu filh

o e evitar a superp

roteção. Ao m

esmo tem

po, a crian

çadeverá ter b

oa habilid

ade p

ara conversar e u

ma au

to-imagem

saudável.

O desen

volvimento d

e uma ed

ucação b

ilíngüe p

ara o aluno com

surdez é u

m processo.

Para rea

lizá-lo h

á necessid

ade p

rimeira

mente d

e enten

der tod

o seu benefício p

ara esse

alunado e, a p

artir daí, traçar alg

umas ações fu

ndam

entais:

-qualificação d

os professores “ou

vintes”;

-sen

sibilização, form

ação e capacitação d

e jovens su

rdos p

ara atuar n

a educação d

acrian

ça com su

rdez;

-plan

ejamento d

e parcerias e ações con

juntas en

tre as secretarias de ed

ucação, saú

de

e serviço social;-

prom

oção de p

arcerias com org

anizações n

ão-govern

amentais com

o associações de

surdos, associações d

e pais d

e surdos e ou

tras afins.

Com

o se pode ob

servar, o currícu

lo desen

volvido com

a criança com

surdez n

a educação

infantil é

o m

esm

o desenvolvido co

m a cria

nça que ouve, co

m as d

evidas a

daptações

lingüística

s. A m

etodologia e a didática

é que sã

o dife

rencia

das, co

m ativ

idades b

em

contextu

alizadas, viven

ciadas e com

apoio d

e muito recu

rso visual.

A ed

ucação d

a criança com

surdez n

ão deve acon

tecer entre q

uatro p

aredes. É

preciso

plan

ejar passeios: m

useu

s, jardim zoológ

ico, jardim botân

ico, parq

ues, lojas, m

ercados etc.

Esses m

omentos são ricos p

ara que a crian

ça vivencie, com

preen

da e ap

renda sob

re o mundo

ao seu red

or. Essas visitas favorecem

o apren

dizad

o de n

ovos vocábulos, a con

strução d

etextos, a form

ação de h

ábitos e atitu

des, a in

clusão social.

84

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- SU

RD

EZ

A in

clusão escolar d

o aluno com

surdez d

eve ocorrer de form

a bastan

te criteriosa. Ocom

partilh

amento d

e ativid

ades com

as cria

nças ou

vintes d

eve ser encora

jado q

uando

beneficiam

o aluno. A

escola inclu

siva deve ser u

m lugar tão in

teressante q

ue alu

nos ou

vintes

e com su

rdez ten

ham

prazer em

estarem in

seridos n

ela, e a escola de su

rdos d

eve estaraten

ta para p

romover ativid

ades sociais q

ue in

cluam

surdos e ou

vintes em

prog

ramações

cultu

rais e esportivas q

ue p

ossam beneficiar a tod

os.Os a

lunos d

evem usar (o

u aprender a

usar) e

desenvolver su

as h

abilid

ades p

or

interm

édio d

a interação com

os professores su

rdos e ou

tros mem

bros d

o quadro d

e pessoal

da escola, assim

como com

os colegas. A

rtes, teatro, poesia, m

ímica e n

arração de h

istóriassão g

randem

ente va

lorizados com

o habilid

ades exp

ressivas im

porta

ntes. O

orgulho d

as

crianças com

surdez p

or sua lín

gua d

eve ser incen

tivado p

ela escola. Isso requer a p

resença

de p

rofissionais su

rdos n

o prog

rama, o ap

oio de p

rofessores ouvin

tes e a constru

ção de u

ma

nova cu

ltura ed

ucacion

al.

GlossárioConsid

eramos im

portan

te ressaltar o significad

o de alg

uns term

os:•

Ap

rend

izagem

– processo ed

ucacion

al sistematizad

o para o d

esenvolvim

ento d

equalq

uer con

hecim

ento, in

clusive d

e uma lín

gua.

•A

qu

isição – processo n

atural d

e apren

der u

ma lín

gua.

•Fala (V

ygotsky) – p

rodução d

a linguagem

pelo falan

te nos m

omentos d

e diálog

o sociale in

terior, podendo u

tilizar tanto o can

al audiofon

atório quanto esp

aço-visual.

•In

pu

t – conjunto d

os enunciad

os lingüísticos a q

ue u

ma p

essoa é exposta n

o processo

de arq

uisição.

•L

íng

ua (B

akhtin

) – sistema sem

iótico criado e p

roduzid

o no con

texto social e dialóg

ico,servin

do com

o elo entre p

siquism

o e ideolog

ia.•

Lín

gu

a (Saussu

re) – sistema d

e regras ab

stratas composto p

or elementos sig

nificativos

interrelacion

ados.

•L

ing

ua

ge

m – m

eio siste

mátic

o de comunicação por in

term

édio de sig

nos

convencio

nados. C

apacid

ade in

ata no se

r humano de produzir e

transm

itirsig

nificação.

•L

íng

uas orais – q

ualq

uer lín

gua falad

a por u

ma d

ada com

unidade h

umana.

•O

ralização – utilização d

o sistema fon

ador p

ara expressar p

alavras e frases da lín

gua.

•P

idg

in – form

a lin

güística

resulta

nte d

o contato en

tre duas lín

guas, q

ue u

tilizageralm

ente a estru

tura d

e uma lín

gua e o vocab

ulário d

e outra. N

o caso do con

tatoentre a lín

gua p

ortuguesa e a L

IBRAS, são form

ulações frasais em

língua p

ortuguesa

utilizan

do sim

ultan

eamente os sin

ais como ap

oio à comunicação.

•S

ign

o – unidade lin

güística (sig

no lin

güístico) q

ue tem

significan

te e significad

o,cuja im

agem

acústica n

ão é a palavra falad

a, ou seja, a seq

üência d

e sons m

ateriais,mas a im

pressão p

síquica d

essa seqüência d

e sons.

• S

inal

– no con

texto das lín

guas d

e sinais, u

nidade lexical d

e uma d

essas línguas.

•S

inalização – fala p

roduzid

a por m

eio do can

al espaço-visu

al.

PARTE V

Bibliografia

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