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Institute of Business Management
MBA Gestão de Empresas 2012/2013
Gestão de Operações e Logística
José Pereira
Dezembro 2012
Six Sigma 2
Índice
- Introdução ....................................................... 3
- História .............................................................. 4
- Conceitos e Implementação ............................... 5
- Metodologia .................................................... 7
- Ferramentas ...................................................... 8
- Case Study ....................................................... 9
- Bibliografia ....................................................... 17
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Introdução
Neste trabalho em que se pretende explicar o Six Sigma numa perspectiva mais prática e
adaptada à minha experiencia profissional, inicio por um breve relato do historial do Six
Sigma, descrevendo em seguida a metodologia e fazendo uma apresentação das ferramentas
que são a base da gestão de melhoria contínua de processos dentro da organização em que
trabalho.
Existem uma grande variedade de ferramentas, as quais não entro em detalhe, pois para
apresentar todas teria que escrever um compêndio, e mesmo assim quando terminasse teria
que reformular pois estão em constante evolução.
O objectivo deste trabalho é apresentar o Case Study e as ferramentas que mais utilizamos na
Videojet.
A aplicação destas metodologia e suas ferramentas existem para auxiliar as organizações na
sua busca de melhoria contínua de processos, quer as dificuldades surjam por uma não
conformidade, quer por reclamação do cliente (interno ou externo) demonstrando uma
insatisfação com o produto ou serviço .
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História
O Six Sigma nasceu na Motorola em 1986 como um método de melhoria de processos com
vista a eliminar defeitos e melhorar continuamente os processos internos/ externos, por forma
a aumentar a eficácia e rentabilidade do produto ou serviço.
Para entender melhor a implementação desta metodologia do caso de estudo que vamos
analisar, gostaria de fazer uma breve descrição da introdução do Six Sigma, dentro da
Videojet.
Em 1999 a Videojet pertencia ao Grupo Marconi dedicado às telecomunicações, mas este
grupo que estava a passar sérias dificuldades económicas acabou por vender a empresa a
General Electric (GE). Esta foi a primeira empresa a introduzir esta metodologia na Videojet ao
formar os seus gestores de Topo em Six Sigma Blackbelts .
A GE teve dificuldades de implementar no terreno o Six Sigma, pois houve muita resistência à
mudança e a estratégia de ser só o Top Management a obter formação, revelou-se um
fracasso depois na implementação nas camadas abaixo.
Em 2002 a Videojet foi adquirida pela Danaher - organização que tinha uma larga experiência
nesta metodologia, tinha uma estrutura transversal a todas as empresas do grupo e
disponibilizou os recursos humanos, meios materiais para implementar o Six Sigma como
sistema obrigatório de negócio do Grupo Danaher.
As razões do sucesso desta implementação devem-se a :
Existência do departamento DBS (Danaher Business System)que está na hierarquia do Topo,
ou seja pertence e reporta ao CEO, logo isso tem um impacto forte nas suas intervenções, pois
é suportado pelo maior Sponsor.
A vasta experiência deste departamento, bem como a partilha de “Sucess Stories” dentro
do grupo, o que lhes dá muita visibilidade e promoção, imprimindo maior credibilidade nos
seus processos.
Aplicação de “Best Practices”por exemplo se já se implementou um processo igual numa
empresa do grupo, aplica-se esse mesmo processo à nossa organização, o que permite poupar
tempo e dinheiro.
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Conceitos e Implementação
O Six Sigma está focalizado e orientado para oferecer ao cliente, interno ou externo, uma
qualidade melhor do produto ou serviço. Nas organizações que implementam esta
metodologia têm por objectivo melhorar processos produtivos, serviços, mudanças de
estratégia e até mesmo mudanças radicais de liderança dentro da organização.
A ideia é identificar nos variados processos inconformidades ou oportunidades de melhoria
que não correspondem ou podem vir a defraudar as expectativas do cliente, então de uma
forma planeada identifica-se o ”GAP” (quase sempre através de” VOC”), para que se possa
utilizar os métodos do Six Sigma.
As necessidades de implementação e objectivo do Six Sigma podem vir de uma melhoria de
qualidade, ou produtividade, ou mesmo por imposição da Gestão, sendo este o caso de
estudo que apresento .
Alguns dos benefícios que o Six Sigma traz às organizações são: diminuição dos custos
organizacionais, aumento de qualidade e/ou produtividade, focalizar no ganhar/reter clientes,
definir prioridades em actividades que não adicionam valor.
Há uma resistência natural a tudo que seja novo ou que venha alterar hábitos e vícios numa
organização, é um aspecto que tem de ser levado em conta, porque esta resiliência pode ser
uma pedra de travão à implementação das ferramentas do Six Sigma.
O objectivo de uma empresa quando implementa o Six Sigma é de aumentar a qualidade, por
meio da melhoria contínua dos processos envolvidos na produção, de uma forma estruturada.
Considerando todos os aspectos importantes para o negócio, essa metodologia também
prioriza o aumento da rentabilidade, pois concentra esforços na redução dos custos e no
aperfeiçoamento da eficiência e eficácia de todas as operações.
O envolvimento e compromisso da Administração (SPONSOR), em conjunto com as habilidades
de gerir este projecto, bem como centrar a atenção no cliente, levam a que se tenha sucesso
na aplicação da cultura do Six Sigma. Numa organização com a filosofia Six Sigma existem
pessoas formadas com diferentes tipos de maturidade em gestão de processos. Essa
experiencia é medida pelo belt que possuem, os cinturões são: o Champion, Master Black Belt ,
Black Belt e o Green Belt, todos apoiam a estrutura e conduzem os processos por forma a
garantir que se aplica as ferramentas do Six Sigma, geralmente não são especialistas dos
produtos ou serviços da empresa, estão nas reuniões só para garantir os passos dos
processos, a utilização das ferramentas e os tempos para cada um dos âmbitos. São
responsáveis por fazerem os gráficos e relatórios, fazendo também a comunicação final do
processo da Mudança/ Implementação que se quer levar a cabo.
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As suas responsabilidades continuam no acompanhamento e verificação de cada passo que foi
decidido, certificando que esse projecto foi implementado e se tornou prática comum na
estrutura.
Verifica-se em alguns casos que a pouca disponibilidade de funcionários e administração para
a realização de formação e estudos e a complexidade das operações necessárias, visto que o
Six Sigma é muito mais complexo que a maioria dos outros programas de qualidade, levam a
alguma frustração e abandono desta metodologia por parte dos gestores. Uma das
alternativas frequentes é recorrer a uma consultoria contratada externamente para auxiliar na
implementação. No study case Danaher existe um departamento dedicado a implementar e
acompanhar esta metodologia no grupo.
Outro ponto importante a levar em conta é o grau académico dos envolvidos e proporcionar as
ferramentas de apoio
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Metodologia
Existem dois métodos, um para processos já existentes - DMADV, e outro para os novos
projectos ou lançamentos de produtos ou serviços inovadores - DMAIC. Ambos são compostos
por cinco passos.
DMADV
Definição de meta (Objectivo Claro Conciso e Alcançável)
Medível (objectivo que se possa quantificar ou qualificar)
Analisável (VOC, que apresente alternativas, um Tronco de decisões)
Detalhado (que o seu design seja percebido pela organização)
Verificável (que seja facilmente observado por toda a organização)
DMAIC
Definir o âmbito (ouvir o “VOC “e identificar a necessidade)
Medível (medir o impacto que tem na organização “Root causes”)
Analisável (VOC, que apresente alternativas, um Tronco de decisões)
Implementar (as melhorias/ alterações no processo)
Controlar (Garantir que não existem desvios do modelo Padrão)
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Ferramentas
Existem uma variedade de ferramentas que podem ser seleccionadas e ajustadas ao
âmbito em questão. Abaixo segue um gráfico em que são mencionadas algumas dessas
ferramentas.
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Study Case
Vamos analisar o caso da Empresa Videojet na qual trabalho há 9 anos onde desempenho as
funções de GSA Manager.
A Videojet é uma multinacional americana que factura 900 Milhões de dólares anualmente e
que está numa plataforma de negócio da DANAHER - um grupo do top 50 da Forbes que
representa 18 Biliões de Dólares anuais
A Danaher tem uma Universidade Bussiness System que ministra cursos de Lean Six Sigma e
outras ferramentas de apoio ao management, que na sua globalidade compõe o DBS -Danaher
Business System .
Tive oportunidade de frequentar vários cursos de Gestão entre os quais o Lean Six Sigma.
De seguida apresento o caso da aplicação Six Sigma cujo objectivo foi melhorar os sistemas de
Forecast Accuracy da Videojet.
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A Gestão Financeira (Cliente final neste caso) notou que havia discrepâncias entre o relatório
que se fazia no inicio do mês da previsão de vendas e os resultados obtidos no final do mês.
Esta discrepância originava vários problemas (causa/efeito): o relatório de previsões que
emitimos todos os meses para a fábrica, por forma a prever stocks, produções não era fiável;
os “Stakeholders” precisavam ter visão clara das tendências do mercado para tomar as
devidas providências, podendo assim antecipar e controlar os efeitos que uma procura curta
ou exagerada possa provocar na supply chain.
Em primeiro lugar foi feita a apresentação do líder do projecto para que se pudesse ver a
importância dos envolvidos, neste caso era mesmo o VP Financeiro da Emea Markus
Goddecke que liderava o projecto acompanhado pelo Champion que era o Dirk Mueller, um
quadro da Danaher que participava na gestão dos processos e dava visibilidade ao projecto,
também certificava a implementação no terreno .
Em segundo passou-se à Definição de como estava a situação actual, e o que se pretendia
atingir no final do Kaizen (uma das ferramentas aplicadas neste caso) ou seja a meta final.
Terceiro, a Medição e Análise durante um determinado tempo (levou dias) para ver como
estava o processo com” Flow charts “, “mapping”, “fish bones”, “root causes”, e conhecer
todas as etapas do processo e falhas que detectamos.
Fez-se a apresentação das soluções que melhor se adaptam a este cenário, revemos a sua
implementação e corrigimos falhas que possam existir. Por fim criamos um gráfico e um SOP
(Standard Operation Procedure) detalhado com todas as fases do processo, claras e objectivas.
Diagramas e Gráficos em conjunto com um memorando descrito de como proceder no futuro.
Quarta fase é a Implementação, ou seja a comunicação ao campo do SOP com uma sucinta
descrição do que muda em relação ao procedimento anterior, somente dirigida aos
directamente afectados neste Roll out do SOP pelo Presidente da área cujo Procedimento
afecta.
Quinta fase deste projecto e mais importante é a Verificação deste SOP para saber que
efeitos realmente tiveram no campo. Esse acompanhamento ou “follow up” da
implementação no terreno foi feita pelo Dirk Mueller (DBS) contendo os nomes dos envolvidos
localmente e datas da implementação para que sejam responsabilizados pelo sucesso ou
fracasso da mesma, e geralmente essa responsabilização recai na gestão de topo.
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Bibliografia
Danaher Business System,” Management Procedures” ,2011
Ricardo Anselmo Castro, “ Seis Sigma- para qualquer negócio” , 2011
Gráficos de” Silicone Beach Training”