sÍntese de pigmentos cerÂmicos de tio2-xceo2 dos ... · 2centro de tecnologia mineral – cetem,...
TRANSCRIPT
Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC SÍNTESE DE PIGMENTOS CERÂMICOS DE TiO2-xCeO2 PELO MÉTODO
DOS PRECUSORES POLIMÉRICOS
Shirleny F. Santos (PG)1, 2*, Mônica C. de Andrade (PQ)2, João A. Sampaio (PQ)2, Adão B. da Luz (PQ)2, Tsuneharu Ogasawara1 (PQ).
1Dep. de Eng. Metalúrgica e Materiais, COPPE/UFRJ, F210 CT, Caixa Postal
68505, Cidade Universitária, CEP 21941-972, Rio de Janeiro – RJ
2Centro de Tecnologia Mineral – CETEM, Cidade Universitária, Av. Ipê, 900. CEP 21941-590 – Rio de Janeiro – RJ
RESUMO
Pigmentos à base de TiO2 são alvos de constantes investigações devido à
sua elevada estabilidade e a diversidade de cores que proporcionam. Neste
trabalho foram sintetizados pigmentos amarelos de TiO2-xCeO2 (x= 2; 6; 10; 13
e 17 mol %) pelo método dos precursores poliméricos para aplicação em
cerâmicas dentais. A difração de raios-X revelou a formação de fases
cristalinas estáveis (rutilo para TiO2 e Cerianita para CeO2) para todos os
pigmentos e a formação de mistura bifásica entre os compostos estudados. A
aquisição de coordenadas colorimétricas utilizando método CIELab possibilitou
a caracterização cientifica da cor amarela dos pigmentos. Com a análise
colorimétrica verificou-se também o potencial de utilização destes pigmentos
em cerâmicas dentais, pois foi possível imitar a cor de dentinas odontológicas
comerciais, obtendo-se valores de ∆E* dentro daqueles clinicamente
aceitáveis.
Palavras-chave: pigmentos cerâmicos, colorimetria, método Pechini.
1 – INTRODUÇÃO
Os pigmentos cerâmicos são substâncias inorgânicas coloridas que ao
serem dispersas em substratos cerâmicos não reagem quimicamente e se
mantêm estáveis frente às elevadas temperaturas de calcinação utilizadas (1).
1
Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC A maior parte dos pigmentos cerâmicos é de substâncias com estrutura
cristalina determinada e produzem cor por ação de íons cromóforos que
absorvem e refletem a radiação visível de forma seletiva (2).
Os pigmentos cerâmicos devem apresentar principalmente resistência
química, térmica e granulometria adequada, e em determinadas aplicações,
como em biocerâmicas, baixa toxicidade para o homem e o meio ambiente (3).
Vários métodos químicos têm sido desenvolvidos (3) para a obtenção de
pigmentos com estas características. Dentre eles destaca-se o método Pechini
por sua relativa simplicidade e o potencial de vantagens que podem ser
alcançadas.
No método Pechini certos ácidos carboxílicos formam quelatos com vários
cátions. Estes quelatos são poliesterificados quando aquecidos em álcool
polihidroxi, formando uma resina onde os íons são imobilizados e os óxidos
desejados são obtidos após tratamento térmico. O método promove a formação
de pós homogêneos, baixo tamanho de partícula, alta pureza, baixo custo e
relativamente baixa temperatura de processamento (1; 4).
Um dos setores da indústria cerâmica que tem alcançado grande
desenvolvimento é o de restaurações odontológicas cerâmicas, pois estas
apresentam propriedades mecânicas, adaptação oral e aparência estética
superiores àquelas das antigas próteses feitas de metais (5). Este
desenvolvimento inclui também o estudo de pigmentos que podem ser
incorporados à composição protética para simular na restauração a cor dos
dentes naturais (6).
Neste contexto, o presente trabalho apresenta resultados de
caracterização de pigmentos amarelos de TiO2-xCeO2 obtidos pelo método
Pechini e seu potencial de aplicação para coloração de cerâmicas dentais.
2 – METODOLOGIA
2.1 – Síntese dos pigmentos de TiO2-xCeO2
Os pigmentos de TiO2-xCeO2 (x = 2, 6, 10, 13 e 17 mol %) foram
sintetizados utilizando o método Pechini (2), conforme mostrado na Figura 1. A
relação molar entre ácido cítrico/ metal foi de 3/1 e entre ácido
cítrico/etilenglicol foi de 1/2.
2
Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC
Ácido Cítrico (1M – Sol. Alcoólica) + Isopropóxido de Titânio
Etilenoglicol Aquecimento – 85-90ºC – 10h
Queima da Matéria Orgânica – 500ºC – 4h
X de Ce(NO)36H2O (sol. Alcoólica) X=2; 6; 10; 13 e 18 %mol
Calcinação – 1000ºC – 2h
Figura 1 – Fluxograma da síntese dos pigmentos de TiO2-xCeO2.
2.2 – Preparação da frita e dos revestimentos
Na Figura 2 é mostrado o procedimento para síntese das fritas
feldspáticas e preparação dos revestimentos.
Frita: 80% de feldspato + 20% de bórax (Na2B4O7·10H2O)
Forno mufla - 1.100ºC, 1 h
Resfriamento brusco por imersão em água destilada e gelada
Moagem 1 ou 2% de pigmento + 98-99% de frita
Aplicado em Placas de alumina densa (3,5 cm x 3,5
0,5mL de solução a 0,01% de CMC
Secagem a 100ºC - 20 min Queima a 900ºC - 30 min
Figura 2 – Procedimento para síntese das fritas e revestimentos.
2.3 – Técnicas de caracterização
A estrutura cristalográfica dos pós foi determinada em um difratômetro
Bruker-AXS D5005, radiação Co Kα (35kV/40mA); 2θ.na faixa de 5o a 80o.
A Composição química foi analisada por espectrometria de fluorescência
de raios-X, num equipamento S4 Bruker, por método da pastilha prensada.
3
Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC A reflectância na região do visível e medidas de cores foram obtidas
usando colorímetro modelo Color Touch, sob ação de fonte e iluminante D65
num ângulo de 2º e espectrofotômetro odontológico modelo Easyhade.
3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 – Caracterização dos vidrados
A composição química do feldspato, oriundo da região do Seridó (RN-PB),
utilizado na preparação da frita, foi determinada por espectrometria de
fluorescência de raios-X, Tabela I. Verificou-se que este mineral cumpre os
requisitos necessários à aplicação como cerâmica (ou vidrado) de cobertura,
pois é mínimo o seu teor de impurezas, isto é, dos elementos e compostos de
ferro e outros óxidos corantes, que deterioram a qualidade da frita obtida (7).
Tabela I - Composição química mássica do feldspato utilizado na
preparação da frita.
Compostos Concentração (%) Compostos Concentração (%)
SiO2 66,0 K2O 5,5 Al2O3 20,0 Rb2O 0,07 CaO 0,26 NiO 0,11 Na2O 5,9 Cinzas 1,3 P2O5 0,34 - -
A análise por difração de raios-X (DRX), Figura 3, mostra que a frita
obtida é integralmente vítrea, com um perfil difratométrico caracterizado por
halo centrado em torno de 2θ=27o característico da formação de materiais
vítreos (8), sem fases cristalinas remanescentes do feldspato original.
4
Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
(b)(a)
Inte
nsid
ade
(u.a
)
2θ
2θ Figura 3 - Difratogramas de raios-X (DRX) de (a) feldspato e (b) frita.
3.2 – Caracterização dos pigmentos
3.2.1 – Caracterização da composição química
A homogeneidade de composição alcançada pôde ser confirmada através
dos resultados da análise química dos pigmentos. Os dados obtidos, exibidos
na Tabela II, evidenciam uma boa concordância entre os valores teóricos e
calculados, com erro em relação aos valores esperados variando de 2 a 17%.
Tabela II – Concentrações teórica e calculada de Ce em TiO2-xCeO2.
Concentração de Ce (% em mol) Teórica Calculada Erro (%) Teórica Calculada Erro (%)
0 0 - 10,0 10,2 3 2,0 2,0 - 14,0 13,0 7 6,0 6,2 3 20,0 17,0 15
Verificou-se ainda que a partir das concentrações de 14% o erro em
relação aos valores esperados foram os maiores. Uma vez que as quantidades
de ácido cítrico e de etilenoglicol foram constantes em todos os experimentos,
deduz-se que a quantidade dos reagentes quelantes deve ter sido insuficiente
para complexar a quantidade dos íons presentes no meio reacional.
3.2.2 – Estudo das fases cristalinas
A Fig. 4 mostra os DRXOs pigmentos de TiO2-xCeO2 na forma de pó
foram estudados por DRX, nas temperaturas de 500ºC (pó precursor) e
1.000ºC (pó calcinado), conforme mostrado na Figura 4.
5
Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
100
200
300
0 10 20 30 40 50 60 70 80 902θ
(a)
2θ
Inte
nsid
ade
(u.a
)
(220
)(2
11)
(210
)(2
10)
(200
)(1
01)
(110
)
(b)
Figura 4 – DRX de TiO2 calcinado a: (a) a 500ºC e (b) a 1.000ºC.
No difratograma do dióxido de titânio puro é possível verificar que a 500ºC
o pó mostrava-se ainda amorfo, somente após calcinação a temperatura de
1.000ºC verificou-se a formação da rede cristalina na forma de rutilo (9).
Na análise dos DRX das amostras de TiO2 contendo adições de cério,
Fig. 5, além dos picos correspondentes à fase rutilo do dióxido de titânio foram
observados também dois picos correspondentes à fase da cerianita, a partir do
teor de 6 %mol, sendo verificada a intensificação destes picos com aumento da
concentração de óxido de cério na amostra, caracterizando a formação de uma
mistura binária composta das fases titânia e céria (9).
0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0 0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0
(c )
(a )
(b )
Inte
nsid
ade
(u.a
)
2 θ
(C e O 2 )
( f )
( d )
(e )
2 θ
(220
)(2
11)
(210
)(1
11)
(101
)(2
00)
(110
)
Figura 5 – Difratogramas de raios-X de (a) TiO2, (b) TiO2-0,02CeO2 (c)
TiO2-0,06CeO2 (d) TiO2-0,10CeO2, (e) TiO2-0,13CeO2 e (f) TiO2-0,17CeO2.
3.2.3 – Caracterização colorimétrica
CIELab (Commission Internationale de L’Eclairage) é um dos métodos
mais utilizados em medidas colorimétricas e nele mede-se a intensidade de
6
Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC absorção na região visível obtendo-se os parâmetros L*, referente à
luminosidade que varia do negro (0) ao branco (100), a* que é intensidade de
cor vermelho(+)/verde(-) e b* a intensidade de cor amarelo(+)/azul(-) (10).
A caracterização colorimétrica dos pigmentos de TiO2-xCeO2 é exposta
na Tabela III, onde os valores negativos de a* indicam deslocamento no
sentido da cor verde enquanto os altos valores de b* correspondem à cor
amarela, que é o aspecto real das amostras. Através dos valores obtidos,
verificou-se o efeito do óxido de cério no desenvolvimento da cor amarela, pois
com a introdução de apenas 2mol% deste óxido ocorreu um aumento do valor
de b* de 6,80 no óxido de titânio puro para 31,48 no óxido misto.
Foi observado ainda que com aumento da concentração de óxido de cério
as coordenadas de cores não variaram significativamente. Isto pode ser devido
ao fato do óxido misto de TiO2-xCeO2 ter atingido seu limite de saturação já no
teor de cério de 6mol% em dióxido de titânio.
Tabela III - Coordenadas colorimétricas dos pigmentos de TiO2-xCeO2.
Pigmentos L* a* b* Pigmentos L* a* b*
TiO2 94,04 -0,71 6,80 TiO2-0,10CeO2 89,59 -3,68 29,47
TiO2-0,02CeO2 86,51 -3,06 31,48 TiO2-0,13CeO2 90,05 -3,63 31,13
TiO2-0,06CeO2 89,93 -3,95 30,17 TiO2-0,17CeO2 87,42 -3,88 33,97
3.2.4 – Potencial de aplicação dos pigmentos
O potencial de aplicação dos pigmentos foi avaliado pela comparação dos
dados colorimétricos dos revestimentos cerâmicos contendo os pigmentos
sintetizados com aqueles dos similares preparados com insumos odontológicos
comerciais. Quatro referências comerciais foram utilizadas, Tabela IV.
Tabela IV – Descrição das referências comerciais utilizadas.
Ref. de dentinas Nome Comercial Ref. de
dentinas Nome Comercial
Referência 1 2M3 base dentine Referência 3 3M2 dentine Referência 2 3M2 dentine Vita Referência 4 Base Dentine 3R2.5
7
Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC Na Tabela V constam os valores de L* a* b* dos revestimentos contendo
1 e 2% (em peso) de TiO2-xCeO2, confrontados aos valores obtidos com as
referências comerciais. Verifica-se que as amostras mostraram valores
similares às referências de dentinas. Como no caso da amostra RTiO2-
0,06CeO2.1% cujos valores de a* e b* são -0,85 e 6,72, respectivamente, que
se comparam com os valores -0,84 e 6,93 da referência 3..
Tabela V – Coordenadas colorimétricas de revestimentos com pigmentos
de TiO2-xCeO2 e referências comerciais.
Pigmentos L* a* b* Pigmentos L* a* b* RTiO2-0,02CeO2.1% 91,12 -0,94 7,36 RTiO2-0,10CeO2.2% 90,65 -1,08 9,67 RTiO2-0,06CeO2.1% 91,24 -0,85 6,72 RTiO2-0,13CeO2.2% 90,48 -0,95 8,21 RTiO2-0,10CeO2.1% 90,73 -0,92 8,25 RTiO2-0,17CeO2.2% 90,06 -1,15 10,33RTiO2-0,13CeO2.1% 91,19 -0,83 7,05 Referência 1 91,18 -1,21 11,38RTiO2-0,17CeO2.1% 90,73 -0,91 7,80 Referência 2 92,61 -0,82 6,12 RTiO2-0,02CeO2.2% 89,98 -1,17 11,58 Referência 3 92,38 -0,84 6,93 RTiO2-0,06CeO2.2% 90,33 -1,13 10,01 Referência 4 91,36 -0,82 9,38
O aumento da concentração de pigmento somente influenciou no
aumento do parâmetro b*, o que proporcionou às amostras uma aproximação
em relação à cor apresentada pela referência 1.
O método CIELab pode ser usado também para avaliação da tolerância
instrumental (∆E*) que indica se a diferença de cor entre as próteses e os
dentes naturais está na faixa clinicamente aceitável (11). Este tipo de análise é
realizada com aplicação da equação (A), mostrada abaixo:
∆E* = 222 b*)( a*)( L*)( ∆+∆+∆ (A)
A Tabela VI, evidencia que muitas das amostras de revestimentos
experimentais apresentaram-se num nível aceitável de diferença de cor,
considerando valores de ∆E*< 3,6 (11; 12).
O espectrofotômetro Vita Easyshade (odontológico) fornece a escala de
cor correspondente aos diversos tipos de dentes existentes de acordo com
duas classificações: Vita 3D-Master (mais precisa) e a Vita Clássica (mais
antiga). Foram realizadas 5 medidas de cada amostra com este equipamento.
8
Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC Tabela VI – Diferença de cor (∆E*) entre revestimentos comerciais e
revestimentos experimentais com pigmentos de TiO2-xCeO2.
Revestimentos ∆E* / Ref 1 ∆E* / Ref 2 ∆E* / Ref 3 ∆E* / Ref 4
RTiO2-0,06CeO2.1% 4,67 1,50 1,16 2,67 RTiO2-0,10CeO2.1% 3,18 2,84 2,11 1,30 RTiO2-0,13CeO2.1% 4,35 1,70 1,20 2,34 RTiO2-0,17CeO2.1% 3,62 2,52 1,87 1,70 RTiO2-0,06CeO2.2% 1,61 4,52 3,71 1,25 RTiO2-0,10CeO2.2% 1,79 4,06 3,25 0,81 RTiO2-0,13CeO2.2% 3,26 2,99 2,29 1,47 RTiO2-0,17CeO2.2% 1,54 4,93 4,13 1,64
A Tabela VII apresenta alguns dos resultados obtidos com Vita
Easyshade. Todos os revestimentos se enquadraram numa das faixas de cor
odontológicas, concordando com os resultados CIELab anteriores. Além disso,
algumas amostras puderam ser classificadas em escalas odontológicas
correspondentes a outras referências comerciais.
Tabela VII – Classificação colorimétrica dos revestimentos com pigmento
de TiO2–xCeO2 e referênciais de acordo com classificação odontológica.
Lado 1 Lado 2 Lado 3 Revestimentos CL VI CL VI CL VI
RTiO2-0,02CeO21% A1 1m2 A1 1m1.5 A1 1m1.5
RTiO2-0,06CeO21% A1 1.5m1.5 A1 1m2 A1 1m2
RTiO2-0,10CeO21% A1 1.5m1 A1 1.5m1.5 A1 1m1.5
RTiO2-0,13CeO21% A1 1m1.5 A2 2m2 A1 1m1.5
RTiO2-0,17CeO21% A1 1m1.5 A1 0.5m2 A1 1m1.5
Referência 1 A2 2m3 A2 2m2.5 A2 2.5m2.5
Referência 2 A1 1m1.5 A1 1m1.5 A1 1m1.5
Referência 3 A1 1.5m1 A1 1.5m1 A1 1.5m1
Referência 4 A1 1m1.5 A2 1m2 A2 1m2 Calculou-se uma média entre valores de coordenadas L* a* b* obtidos
com espectrofotômetro Vita Easyshade para realizar uma comparação em
relação aos valores adquiridos com colorímetro Color Touch. A Tabela VIII
exibe os resultados desta comparação.
9
Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC Foi observado que na análise de dados para um mesmo equipamento há
coerência com os resultados anteriores, já que há similaridades entre as
amostras e as referências comerciais. Entretanto, ao comparar os resultados
dos dois equipamentos é possível verificar a ocorrência de variações; inclusive
na classificação das referências comercias já que algumas amostras não
puderam ser identificadas “corretamente“, como a referência 3 que seria 3m2 e
apresentou valor 1.5m1.
Tabela VIII – Coordenadas colorimétricas dos revestimentos com
pigmento de TiO2-xCeO2 e referências comercias (classificação odontológica).
Colorímetro Color Touch Colorímetro Vita EasyhadeRevestimentos
L* a* b* L* a* b* RTiO2-0,02CeO21% 91,12 -0,94 7,36 88,68 -0,34 18,30 RTiO2-0,06CeO21% 91,24 -0,85 6,72 86,48 -0,50 17,80 RTiO2-0,10CeO21% 90,73 -0,92 8,25 86,52 -2,48 14,62 RTiO2-0,13CeO21% 91,19 -0,83 7,05 88,30 -0,34 17,60 RTiO2-0,17CeO21% 90,73 -0,91 7,80 87,24 -0,22 16,18
Referência 1 91,18 -1,21 11,38 81,58 0,40 22,70 Referência 2 92,61 -0,82 6,12 90,26 -0,30 14,94 Referência 3 92,38 -0,84 6,93 88,56 -0,16 15,40 Referência 4 91,36 -0,82 9,38 88,60 0,38 20,60
Estas diferenças já eram esperadas, uma vez que o método de aplicação
utilizado não proporciona homogeneidade da cor e a queima foi realizada em
atmosfera oxidante enquanto o material odontológico é queimado a vácuo,
além de eventuais outras diferenças experimentais.
Apesar destes fatores foi possível observar que os pigmentos de TiO2-
xCeO2 apresentam forte potencial para aplicação na coloração de dentinas
odontológicas, além de mostrarem características adequadas à aplicação em
outros setores.
4 – CONCLUSÕES
A técnica de difração de raios-X revelou a formação de uma mistura
bifásica entre rutilo (TiO2) e cerianita (CeO2).
10
Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC A espectrometria de fluorescência de raios-X confirmou a obtenção de
compostos estequiométricos.
Com uso da colorimetria a cor amarela do pigmento de óxidos de cério e
de titânio pôde ser cientificamente classificada.
O potencial de utilização dos pigmentos foi verificado mediante aplicação
em revestimentos cerâmicos que possibilitou a reprodução das cores de
dentinas comerciais, obtendo-se valores de ∆E* clinicamente aceitáveis.
5 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. GAMA, L. et al, In: Anais do 47º Congresso Brasileiro de Cerâmica, Paraíba,
Ago. 2003, p.859.
2. CASALI, G. P. et al, In: Anais do 16º Congresso Brasileiro de Engenharia e
Ciências dos Materiais, Rio Grande do Norte, Nov. 2002, p. 1425.
3. BONDIOLI, F., MANFREDINI, T. e OLIVEIRA, A. P. N., Cerâmica Industrial
3, 4-6 (1998), p.4.
4. QUINELATO, A. L. et al, Journal of Materials Science 26, 15 (2001) 3825.
5. PANZERA, C. and DIMEGLIO, L. M., C03C 10/10, U. S. n. 5,653,791, March
12, 1996, August 5, 1997.
6. SUN, Ying et al, Materials Letters. 57, 2 (2002) 425.
7. SÁNCHES, E., Cerâmica Industrial 2, 3/4(1997) p.32.
8. EARL, D. A and CLARK, D. E, Cerâmica Industrial 6, 1 (2001) p. 43.
9. ALVES, V. A., SILVA, L. A. and BOODTS, J. F. C., Química Nova. 23, 5
(2000) p.608-613.
10. MELCHIADES, F. G. e BOSCHI, A. O., Cerâmica Industrial 4, 1 (1999) p. 1.
11. STAVRIDAKIS, M. M. et al, J. of Prosthetic Dentristry 92, 2 (2004) p. 170. 12. WEE, A. G., MONAGHAN, P. and JOHNSTON, W. M., The Journal of Prosthetic
Dentristry 87, 6 (2002) p. 657.
6 – AGRADECIMENTOS
Ao CNPq e a FAPERJ (Pronex E-26/171.204/2003) pelo suporte
financeiro e ao CETEM (Centro de Tecnologia Mineral) e a COPPE pelo
suporte institucional.
11
Anais do 50º Congresso Brasileiro de Cerâmica Proceedings of the 50th Annual Meeting of the Brazilian Ceramic Society
22 a 25 de maio 2006 – Blumenau, SC Synthesis of TiO2-xCeO2 Ceramic Pigments by Using Polymeric
Precursor Method
Shirleny F. Santos (GS)1*, Mônica C. de Andrade (R)2, João A. Sampaio (R)3, Adão B. da Luz (R)3, Tsuneharu Ogasawara1 (R).
1Dep. de Eng. Metalúrgica e Materiais, COPPE/UFRJ, F210 CT, P.O.Box 68505, Cidade Universitária, CEP 21941-972, Rio de Janeiro – RJ
2Dep. de Eng. Mecânica, UERJ – Rua Alberto Rangel, s/n. Vila Nova CEP 28630-050, Nova Friburgo – RJ
3Centro de Tecnologia Mineral – CETEM, Cidade Universitária, Av. Ipê, 900. CEP 21941-590 – Rio de Janeiro – RJ
ABSTRACT
Ceramic Pigments are colored inorganic matter which don’t react
chemically or physically with the ceramic hosts when dispersed into them, and
keep themselves stable at elevated calcining temperatures. Pigments based on
TiO2 are targets to current investigations due to their stability and diversity of
colors which are possible to achieve. In this work yellow pigments of TiO2-
xCeO2 (x= 2, 6, 10, 13 e 18 mol %) were synthesized by the polymeric
precursor method. The characterization by means of thermal analysis revealed
the stability of the material at 1200ºC. X-ray diffraction revealed formation of
stable crystalline phases (rutile for TiO2 and Cerianite for CeO2) in all of the
studied pigments. The color of the pigments was characterized by determining
colorimetric coordinates using CIELab method and the reflectance
measurements in the visible spectra. The colorimetric analysis made it possible
to verify the potential use of these pigments in dental ceramics.
Keywords: ceramic pigments, colorimetry, Pechini Method.
12