sensoriamento remoto aplicado ao diagnÓstico da …

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XIII SENSORIAMENTO REM MARGIN André ABSTRACT– The present study, w remote sensing orbital and sub Systems techniques, in the diagn middle-low Doce river - Brazil be hydroelectric power plant to the delimitation of fluvial elements bodies of water. With the rive calculations it was possible to sh in a stretch of 141.6 km, with an the annual erosion rates of the r use of this technique with the us processes of medium and large r of analyzes / surveys of this n performing a joint diagnosis eros ratio erosion / sedimentation rat Palavras-Chave – Geotecnologias 1 - INTRODUÇÃO A Bacia Hidrográfica do Rio de Minas Gerais e Espírito Santo 39°55' e 43°45' de longitude oes quais 86% pertencem ao Estado sendo, portanto, uma bacia de do Suas nascentes situam-se Mantiqueira, em Minas Gerais, Do ponto de vista geomorfológic penetra profundamente no plan menos a forma do litoral e, em caminho do oceano (Coelho, 201 1) Universidade Federal do Espírito Santo, Av. Fe 2) Departamento de Geografia e Turismo e CEGO Encontro Nacional de Engenharia de Sedimentos I Partículas nas Américas MOTO APLICADO AO DIAGNÓSTIC NAL NO BAIXO RIO DOCE – BRASIL é Luiz Nascentes Coelho 1 ; Lúcio Cunha 2 which is part of a larger project, has as its ma borbital products, together with GIS - Ge nosis of changes in fluvial morphology by ero etween the years 1977 and 2017, downstre e mouth of the ocean. We use images of the such as polygons of marginal erosion, islan er channel division into four analysis segm how, in this period of 40 years, an erosion of n average erosion rate of 1.51 ha / year. It w river grew the amount for down during the se of remote sensing products provides an ov river systems, through a temporal study, espe nature. The methodology also allows incr sion and sedimentation, revealing the erosion tes, among other analyzes. s; Taxas de erosão; Diagnóstico de bacias hid o Doce está localizada na Região Sudeste do B o entre os paralelos 17°45' e 21°15' de latitud ste. Possui uma área de drenagem com cerc o de Minas Gerais e o restante (14%) ao Est omínio federal (Figura 1). e nos limites oeste e sudoeste nas serras em altitudes superiores de 1.100 metros (C co o rio Doce é caracterizado como um exte nalto mineiro. Na primeira metade do seu t Governador Valadares, o canal principal to 18). ernando Ferrari, 514, Vitória - ES, Cep.: 29075-073, alnc.ufes@gm OT, Universidade de Coimbra, 3004-530 Coimbra/PT, luciogeo@ci. 1 CO DA EROSÃO L ain objective the use of eographic Information osion processes in the eam from the Aimorés e river, treatment and nds, sandy banks and ments and with some 241.9 ha of the gutter was also verified, that e period analyzed. The verview of the erosion ecially of those devoid reasing results, when n / sedimentation and drográficas. Brasil entre os estados de sul e os meridianos ca de 83.465 km², dos tado do Espírito Santo s do Espinhaço e da Coelho, 2007 e 2018). enso rio (853 km) que traçado copia mais ou oma a direção leste, a mail.com, +55 27 4009-2222 i.uc.pt, +351 239 857 046

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XIII Encontro Nacional de Engenharia de SedimentosI Partículas nas Américas

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SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO AO DIAGNÓSTICO DA EROSÃOMARGINAL NO BAIXO RIO DOCE – BRASIL

André Luiz Nascentes Coelho1; Lúcio Cunha2

ABSTRACT– The present study, which is part of a larger project, has as its main objective the use ofremote sensing orbital and suborbital products, together with GIS - Geographic InformationSystems techniques, in the diagnosis of changes in fluvial morphology by erosion processes in themiddle-low Doce river - Brazil between the years 1977 and 2017, downstream from the Aimoréshydroelectric power plant to the mouth of the ocean. We use images of the river, treatment anddelimitation of fluvial elements such as polygons of marginal erosion, islands, sandy banks andbodies of water. With the river channel division into four analysis segments and with somecalculations it was possible to show, in this period of 40 years, an erosion of 241.9 ha of the gutterin a stretch of 141.6 km, with an average erosion rate of 1.51 ha / year. It was also verified, thatthe annual erosion rates of the river grew the amount for down during the period analyzed. Theuse of this technique with the use of remote sensing products provides an overview of the erosionprocesses of medium and large river systems, through a temporal study, especially of those devoidof analyzes / surveys of this nature. The methodology also allows increasing results, whenperforming a joint diagnosis erosion and sedimentation, revealing the erosion / sedimentation andratio erosion / sedimentation rates, among other analyzes.

Palavras-Chave – Geotecnologias; Taxas de erosão; Diagnóstico de bacias hidrográficas.

1 - INTRODUÇÃO

A Bacia Hidrográfica do Rio Doce está localizada na Região Sudeste do Brasil entre os estadosde Minas Gerais e Espírito Santo entre os paralelos 17°45' e 21°15' de latitude sul e os meridianos39°55' e 43°45' de longitude oeste. Possui uma área de drenagem com cerca de 83.465 km², dosquais 86% pertencem ao Estado de Minas Gerais e o restante (14%) ao Estado do Espírito Santosendo, portanto, uma bacia de domínio federal (Figura 1).

Suas nascentes situam-se nos limites oeste e sudoeste nas serras do Espinhaço e daMantiqueira, em Minas Gerais, em altitudes superiores de 1.100 metros (Coelho, 2007 e 2018).Do ponto de vista geomorfológico o rio Doce é caracterizado como um extenso rio (853 km) quepenetra profundamente no planalto mineiro. Na primeira metade do seu traçado copia mais oumenos a forma do litoral e, em Governador Valadares, o canal principal toma a direção leste, acaminho do oceano (Coelho, 2018).

1) Universidade Federal do Espírito Santo, Av. Fernando Ferrari, 514, Vitória - ES, Cep.: 29075-073, [email protected], +55 27 4009-22222) Departamento de Geografia e Turismo e CEGOT, Universidade de Coimbra, 3004-530 Coimbra/PT, [email protected], +351 239 857 046

XIII Encontro Nacional de Engenharia de SedimentosI Partículas nas Américas

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SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO AO DIAGNÓSTICO DA EROSÃOMARGINAL NO BAIXO RIO DOCE – BRASIL

André Luiz Nascentes Coelho1; Lúcio Cunha2

ABSTRACT– The present study, which is part of a larger project, has as its main objective the use ofremote sensing orbital and suborbital products, together with GIS - Geographic InformationSystems techniques, in the diagnosis of changes in fluvial morphology by erosion processes in themiddle-low Doce river - Brazil between the years 1977 and 2017, downstream from the Aimoréshydroelectric power plant to the mouth of the ocean. We use images of the river, treatment anddelimitation of fluvial elements such as polygons of marginal erosion, islands, sandy banks andbodies of water. With the river channel division into four analysis segments and with somecalculations it was possible to show, in this period of 40 years, an erosion of 241.9 ha of the gutterin a stretch of 141.6 km, with an average erosion rate of 1.51 ha / year. It was also verified, thatthe annual erosion rates of the river grew the amount for down during the period analyzed. Theuse of this technique with the use of remote sensing products provides an overview of the erosionprocesses of medium and large river systems, through a temporal study, especially of those devoidof analyzes / surveys of this nature. The methodology also allows increasing results, whenperforming a joint diagnosis erosion and sedimentation, revealing the erosion / sedimentation andratio erosion / sedimentation rates, among other analyzes.

Palavras-Chave – Geotecnologias; Taxas de erosão; Diagnóstico de bacias hidrográficas.

1 - INTRODUÇÃO

A Bacia Hidrográfica do Rio Doce está localizada na Região Sudeste do Brasil entre os estadosde Minas Gerais e Espírito Santo entre os paralelos 17°45' e 21°15' de latitude sul e os meridianos39°55' e 43°45' de longitude oeste. Possui uma área de drenagem com cerca de 83.465 km², dosquais 86% pertencem ao Estado de Minas Gerais e o restante (14%) ao Estado do Espírito Santosendo, portanto, uma bacia de domínio federal (Figura 1).

Suas nascentes situam-se nos limites oeste e sudoeste nas serras do Espinhaço e daMantiqueira, em Minas Gerais, em altitudes superiores de 1.100 metros (Coelho, 2007 e 2018).Do ponto de vista geomorfológico o rio Doce é caracterizado como um extenso rio (853 km) quepenetra profundamente no planalto mineiro. Na primeira metade do seu traçado copia mais oumenos a forma do litoral e, em Governador Valadares, o canal principal toma a direção leste, acaminho do oceano (Coelho, 2018).

1) Universidade Federal do Espírito Santo, Av. Fernando Ferrari, 514, Vitória - ES, Cep.: 29075-073, [email protected], +55 27 4009-22222) Departamento de Geografia e Turismo e CEGOT, Universidade de Coimbra, 3004-530 Coimbra/PT, [email protected], +351 239 857 046

XIII Encontro Nacional de Engenharia de SedimentosI Partículas nas Américas

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SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO AO DIAGNÓSTICO DA EROSÃOMARGINAL NO BAIXO RIO DOCE – BRASIL

André Luiz Nascentes Coelho1; Lúcio Cunha2

ABSTRACT– The present study, which is part of a larger project, has as its main objective the use ofremote sensing orbital and suborbital products, together with GIS - Geographic InformationSystems techniques, in the diagnosis of changes in fluvial morphology by erosion processes in themiddle-low Doce river - Brazil between the years 1977 and 2017, downstream from the Aimoréshydroelectric power plant to the mouth of the ocean. We use images of the river, treatment anddelimitation of fluvial elements such as polygons of marginal erosion, islands, sandy banks andbodies of water. With the river channel division into four analysis segments and with somecalculations it was possible to show, in this period of 40 years, an erosion of 241.9 ha of the gutterin a stretch of 141.6 km, with an average erosion rate of 1.51 ha / year. It was also verified, thatthe annual erosion rates of the river grew the amount for down during the period analyzed. Theuse of this technique with the use of remote sensing products provides an overview of the erosionprocesses of medium and large river systems, through a temporal study, especially of those devoidof analyzes / surveys of this nature. The methodology also allows increasing results, whenperforming a joint diagnosis erosion and sedimentation, revealing the erosion / sedimentation andratio erosion / sedimentation rates, among other analyzes.

Palavras-Chave – Geotecnologias; Taxas de erosão; Diagnóstico de bacias hidrográficas.

1 - INTRODUÇÃO

A Bacia Hidrográfica do Rio Doce está localizada na Região Sudeste do Brasil entre os estadosde Minas Gerais e Espírito Santo entre os paralelos 17°45' e 21°15' de latitude sul e os meridianos39°55' e 43°45' de longitude oeste. Possui uma área de drenagem com cerca de 83.465 km², dosquais 86% pertencem ao Estado de Minas Gerais e o restante (14%) ao Estado do Espírito Santosendo, portanto, uma bacia de domínio federal (Figura 1).

Suas nascentes situam-se nos limites oeste e sudoeste nas serras do Espinhaço e daMantiqueira, em Minas Gerais, em altitudes superiores de 1.100 metros (Coelho, 2007 e 2018).Do ponto de vista geomorfológico o rio Doce é caracterizado como um extenso rio (853 km) quepenetra profundamente no planalto mineiro. Na primeira metade do seu traçado copia mais oumenos a forma do litoral e, em Governador Valadares, o canal principal toma a direção leste, acaminho do oceano (Coelho, 2018).

1) Universidade Federal do Espírito Santo, Av. Fernando Ferrari, 514, Vitória - ES, Cep.: 29075-073, [email protected], +55 27 4009-22222) Departamento de Geografia e Turismo e CEGOT, Universidade de Coimbra, 3004-530 Coimbra/PT, [email protected], +351 239 857 046

XIII Encontro Nacional de Engenharia de SedimentosI Partículas nas Américas

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Figura 1 – Bacia do rio Doce com o destaque para o baixo rio curso, área de estudos.

O regime hidrológico do rio Doce é perene, bem definido e, de modo geral, acompanha apluviosidade da bacia, sendo marcado por dois períodos: um de cheia com os níveis máximosocorrendo nos meses de dezembro e janeiro com médias mensais superiores a 1.600 m³/se um devazante, a partir de maio, atingindo mínimas extremas nos meses de agosto a setembro com valormédio mensal inferior a 440 m³/s, na estação Fluviométrica de Colatina (ANA, 2018).

Análises das séries históricas de vazões apontam que o rio Doce foi uma das bacias que maispassou por queda de vazão de suas águas no estado Espírito Santo, em função de vários aspectos,entre eles, o processo de ocupação e exploração ao longo das décadas com o ciclo madeireiro,construção de ferrovia, mineração, silvicultura (sobretudo de eucalipto), irrigação, café, pecuária,urbanização, entre outros usos. No conjunto desses processos, destacam-se ainda os efeitosdiretos no canal como a construção de barragens e a transposição de águas que, em conjunto,interferem substancialmente na dinâmica fluvial, a exemplo dos processos de erosão marginal.

No médio-baixo curso do rio Doce, que corresponde à área de estudo (Figura 1) há duasUsinas Hidrelétricas (UHEs), ambas, operando a fio de água. A UHE de Aimorés que entrou emoperação em 2005 está situada na divisa dos estados de MG e ES com reservatório de 33,88 km²,enquanto a 22 km a jusante, está localizada a UHE de Mascarenhas, com um reservatório menor,de apenas 5,31 km², que iniciou sua operação em 1974.

XIII Encontro Nacional de Engenharia de SedimentosI Partículas nas Américas

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Figura 1 – Bacia do rio Doce com o destaque para o baixo rio curso, área de estudos.

O regime hidrológico do rio Doce é perene, bem definido e, de modo geral, acompanha apluviosidade da bacia, sendo marcado por dois períodos: um de cheia com os níveis máximosocorrendo nos meses de dezembro e janeiro com médias mensais superiores a 1.600 m³/se um devazante, a partir de maio, atingindo mínimas extremas nos meses de agosto a setembro com valormédio mensal inferior a 440 m³/s, na estação Fluviométrica de Colatina (ANA, 2018).

Análises das séries históricas de vazões apontam que o rio Doce foi uma das bacias que maispassou por queda de vazão de suas águas no estado Espírito Santo, em função de vários aspectos,entre eles, o processo de ocupação e exploração ao longo das décadas com o ciclo madeireiro,construção de ferrovia, mineração, silvicultura (sobretudo de eucalipto), irrigação, café, pecuária,urbanização, entre outros usos. No conjunto desses processos, destacam-se ainda os efeitosdiretos no canal como a construção de barragens e a transposição de águas que, em conjunto,interferem substancialmente na dinâmica fluvial, a exemplo dos processos de erosão marginal.

No médio-baixo curso do rio Doce, que corresponde à área de estudo (Figura 1) há duasUsinas Hidrelétricas (UHEs), ambas, operando a fio de água. A UHE de Aimorés que entrou emoperação em 2005 está situada na divisa dos estados de MG e ES com reservatório de 33,88 km²,enquanto a 22 km a jusante, está localizada a UHE de Mascarenhas, com um reservatório menor,de apenas 5,31 km², que iniciou sua operação em 1974.

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Figura 1 – Bacia do rio Doce com o destaque para o baixo rio curso, área de estudos.

O regime hidrológico do rio Doce é perene, bem definido e, de modo geral, acompanha apluviosidade da bacia, sendo marcado por dois períodos: um de cheia com os níveis máximosocorrendo nos meses de dezembro e janeiro com médias mensais superiores a 1.600 m³/se um devazante, a partir de maio, atingindo mínimas extremas nos meses de agosto a setembro com valormédio mensal inferior a 440 m³/s, na estação Fluviométrica de Colatina (ANA, 2018).

Análises das séries históricas de vazões apontam que o rio Doce foi uma das bacias que maispassou por queda de vazão de suas águas no estado Espírito Santo, em função de vários aspectos,entre eles, o processo de ocupação e exploração ao longo das décadas com o ciclo madeireiro,construção de ferrovia, mineração, silvicultura (sobretudo de eucalipto), irrigação, café, pecuária,urbanização, entre outros usos. No conjunto desses processos, destacam-se ainda os efeitosdiretos no canal como a construção de barragens e a transposição de águas que, em conjunto,interferem substancialmente na dinâmica fluvial, a exemplo dos processos de erosão marginal.

No médio-baixo curso do rio Doce, que corresponde à área de estudo (Figura 1) há duasUsinas Hidrelétricas (UHEs), ambas, operando a fio de água. A UHE de Aimorés que entrou emoperação em 2005 está situada na divisa dos estados de MG e ES com reservatório de 33,88 km²,enquanto a 22 km a jusante, está localizada a UHE de Mascarenhas, com um reservatório menor,de apenas 5,31 km², que iniciou sua operação em 1974.

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Pesquisas que evidenciam as mudanças quali-quantitativas na morfologia do canal principaldo médio-baixo rio Doce por processos de erosão marginal são escassas, conduzindo a uma sériede questionamentos como: Qual é a intensidade dos processos de erosão? Como estãodistribuídos os locais de erosão ao logo do trecho pesquisado? Qual ou quais os setores do rio emque os processos de erosão são mais expressivos?

De forma a responder estas perguntas, o presente artigo tem como objetivo geral realizar, apartir de produtos de Sensoriamento Remoto, um diagnóstico das mudanças na morfologia fluvialpor processos de erosão marginal/acumulação, no médio-baixo rio Doce entre os anos 1977 e2017, trecho a jusante da UHE de Aimorés até a foz, contribuindo no aprimoramento de técnicasde investigação e no maior entendimento desses processos.

2 - MÉTODOS E TÉCNICAS

O encaminhamento metodológico da pesquisa abrangeu o referencial bibliográfico sobre oassunto, incluindo a caracterização da bacia abordada por Coelho (2007 e 2018). Em seguida, aanálise do trecho a jusante da UHE de Aimorés até à foz no período de 40 anos, utilizando osplanos de informações, sintetizados na Tabela 1.

Tabela 1 –Planos de Informações utilizados / Base de Dados Geográficas

DADO TEMA FONTE(s) ANO(s) ESCALA/RESOLUÇÃO

Carta Topográfica Topografia IBGE 1975 1:50.000Limite Estadual UF IBGE 2017 1:100.000

Limite Municipal Município IBGE 2017 1:1.000Corpo d’água Massa d’água IBGE 2017 1:100.000

Usinas Hidrelétricas Categoria de usinas COELHO 2018 1:10.000Landsat-2 MSS Imagens bandas 3b, 4g E 5r USGS 1977 80 metrosLandsat-8 OLI Imagens bandas 3b, 4g e 5r USGS 2017 e 2016 30 metros

Landsat-8 OLI – Pan Imagem banda 8 USGS 2017 e 2016 15 metrosOrtofotomosaico Imagem IEMA 2008 1 metro

Aster/GDEM Modelo digital de elevação USGS 2011 30 metros

A base de dados vetoriais e matriciais (Tabela 1), assim como o seu processamento foramrealizados através do aplicativo computacional Sistema de Informações Geográficas (SIG) ArcGIS10.5, empregando o sistema de projeção Universal Transversa de Mercator (UTM), DatumSIRGAS­2000 –Zona/Fuso 24 Sul, com o mapeamento produzido seguindo a padronizaçãocartográfica segundo proposta de Menezes e Fernandes (2013).

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Pesquisas que evidenciam as mudanças quali-quantitativas na morfologia do canal principaldo médio-baixo rio Doce por processos de erosão marginal são escassas, conduzindo a uma sériede questionamentos como: Qual é a intensidade dos processos de erosão? Como estãodistribuídos os locais de erosão ao logo do trecho pesquisado? Qual ou quais os setores do rio emque os processos de erosão são mais expressivos?

De forma a responder estas perguntas, o presente artigo tem como objetivo geral realizar, apartir de produtos de Sensoriamento Remoto, um diagnóstico das mudanças na morfologia fluvialpor processos de erosão marginal/acumulação, no médio-baixo rio Doce entre os anos 1977 e2017, trecho a jusante da UHE de Aimorés até a foz, contribuindo no aprimoramento de técnicasde investigação e no maior entendimento desses processos.

2 - MÉTODOS E TÉCNICAS

O encaminhamento metodológico da pesquisa abrangeu o referencial bibliográfico sobre oassunto, incluindo a caracterização da bacia abordada por Coelho (2007 e 2018). Em seguida, aanálise do trecho a jusante da UHE de Aimorés até à foz no período de 40 anos, utilizando osplanos de informações, sintetizados na Tabela 1.

Tabela 1 –Planos de Informações utilizados / Base de Dados Geográficas

DADO TEMA FONTE(s) ANO(s) ESCALA/RESOLUÇÃO

Carta Topográfica Topografia IBGE 1975 1:50.000Limite Estadual UF IBGE 2017 1:100.000

Limite Municipal Município IBGE 2017 1:1.000Corpo d’água Massa d’água IBGE 2017 1:100.000

Usinas Hidrelétricas Categoria de usinas COELHO 2018 1:10.000Landsat-2 MSS Imagens bandas 3b, 4g E 5r USGS 1977 80 metrosLandsat-8 OLI Imagens bandas 3b, 4g e 5r USGS 2017 e 2016 30 metros

Landsat-8 OLI – Pan Imagem banda 8 USGS 2017 e 2016 15 metrosOrtofotomosaico Imagem IEMA 2008 1 metro

Aster/GDEM Modelo digital de elevação USGS 2011 30 metros

A base de dados vetoriais e matriciais (Tabela 1), assim como o seu processamento foramrealizados através do aplicativo computacional Sistema de Informações Geográficas (SIG) ArcGIS10.5, empregando o sistema de projeção Universal Transversa de Mercator (UTM), DatumSIRGAS­2000 –Zona/Fuso 24 Sul, com o mapeamento produzido seguindo a padronizaçãocartográfica segundo proposta de Menezes e Fernandes (2013).

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Pesquisas que evidenciam as mudanças quali-quantitativas na morfologia do canal principaldo médio-baixo rio Doce por processos de erosão marginal são escassas, conduzindo a uma sériede questionamentos como: Qual é a intensidade dos processos de erosão? Como estãodistribuídos os locais de erosão ao logo do trecho pesquisado? Qual ou quais os setores do rio emque os processos de erosão são mais expressivos?

De forma a responder estas perguntas, o presente artigo tem como objetivo geral realizar, apartir de produtos de Sensoriamento Remoto, um diagnóstico das mudanças na morfologia fluvialpor processos de erosão marginal/acumulação, no médio-baixo rio Doce entre os anos 1977 e2017, trecho a jusante da UHE de Aimorés até a foz, contribuindo no aprimoramento de técnicasde investigação e no maior entendimento desses processos.

2 - MÉTODOS E TÉCNICAS

O encaminhamento metodológico da pesquisa abrangeu o referencial bibliográfico sobre oassunto, incluindo a caracterização da bacia abordada por Coelho (2007 e 2018). Em seguida, aanálise do trecho a jusante da UHE de Aimorés até à foz no período de 40 anos, utilizando osplanos de informações, sintetizados na Tabela 1.

Tabela 1 –Planos de Informações utilizados / Base de Dados Geográficas

DADO TEMA FONTE(s) ANO(s) ESCALA/RESOLUÇÃO

Carta Topográfica Topografia IBGE 1975 1:50.000Limite Estadual UF IBGE 2017 1:100.000

Limite Municipal Município IBGE 2017 1:1.000Corpo d’água Massa d’água IBGE 2017 1:100.000

Usinas Hidrelétricas Categoria de usinas COELHO 2018 1:10.000Landsat-2 MSS Imagens bandas 3b, 4g E 5r USGS 1977 80 metrosLandsat-8 OLI Imagens bandas 3b, 4g e 5r USGS 2017 e 2016 30 metros

Landsat-8 OLI – Pan Imagem banda 8 USGS 2017 e 2016 15 metrosOrtofotomosaico Imagem IEMA 2008 1 metro

Aster/GDEM Modelo digital de elevação USGS 2011 30 metros

A base de dados vetoriais e matriciais (Tabela 1), assim como o seu processamento foramrealizados através do aplicativo computacional Sistema de Informações Geográficas (SIG) ArcGIS10.5, empregando o sistema de projeção Universal Transversa de Mercator (UTM), DatumSIRGAS­2000 –Zona/Fuso 24 Sul, com o mapeamento produzido seguindo a padronizaçãocartográfica segundo proposta de Menezes e Fernandes (2013).

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Insta esclarecer que as datas das imagens de satélites (1977 e 2017) foram estabelecidascom base em uma sequência de critérios lógicos e possíveis para a execução do presente artigo: a)partindo da consulta, disponibilização e acesso a imagens mais antigas do objeto de estudo; b)imagens obtidas e validadas no período de vazante (julho) do rio com base nos dados da estaçãoColatina (56994500); c) baixo índice de cobertura de nuvens; d) qualidade das imagens (isenta deranhuras/erro de bandas e disponibilidade das bandas do satélite). O procedimento de vetorizaçãodos elementos fluviais como: Ilhas, Corpo D`água; Depósito Arenoso / Sedimentação e Erosãomarginal contou com o apoio de outras imagens de maior resolução espacial que destacam essascaracterísticas morfométricas e morfológicas.

Abaixo são pontuados outros procedimentos importantes empregados nesse estudo: Divisão do canal principal em 4 segmentos de análise de igual extensão (35,4 km),

permitindo evidenciar e comparar os setores de erosão;

Processo de vetorização realizado em escala máxima de 1:2.000 partindo dasimagens compostas em falsa cor vermelha dos anos 1977 e 2017, respectivamente;

Uso de ortofotos de 2008 e de imagens multiespectrais de 2016 e 2017 comresolução espacial de 15 metros - da série Landsat-8 composta na falsa cor vermelha,bandas (5R, 4G, 3B) mais a banda 8 (PAN), objetivando evidenciar a morfologia atual;

Correções topológicas dos Planos de Informações: Ilhas, sedimentos, erosão marginale corpo d’água;

Campanhas de campo para validação dos polígonos da calha.

Aplicação da Equação de Taxa de Erosão:=Sendo: Te = Taxa de erosão marginal anual; Ae = Área em hectares de erosão marginal no canal eT = Período entre 1977 e 2017 (40 anos).

3 - RESULTADOS: Erosão por Segmentos do Médio-Baixo Rio Doce

A Tabela 2 evidencia as características areais de cada segmento a partir da aquisição etratamento dos produtos de Sensoriamento Remoto com uso do SIG, quantificando os processosde sedimentação e, sobretudo, os de erosão marginal entre 1977 e 2017.

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Insta esclarecer que as datas das imagens de satélites (1977 e 2017) foram estabelecidascom base em uma sequência de critérios lógicos e possíveis para a execução do presente artigo: a)partindo da consulta, disponibilização e acesso a imagens mais antigas do objeto de estudo; b)imagens obtidas e validadas no período de vazante (julho) do rio com base nos dados da estaçãoColatina (56994500); c) baixo índice de cobertura de nuvens; d) qualidade das imagens (isenta deranhuras/erro de bandas e disponibilidade das bandas do satélite). O procedimento de vetorizaçãodos elementos fluviais como: Ilhas, Corpo D`água; Depósito Arenoso / Sedimentação e Erosãomarginal contou com o apoio de outras imagens de maior resolução espacial que destacam essascaracterísticas morfométricas e morfológicas.

Abaixo são pontuados outros procedimentos importantes empregados nesse estudo: Divisão do canal principal em 4 segmentos de análise de igual extensão (35,4 km),

permitindo evidenciar e comparar os setores de erosão;

Processo de vetorização realizado em escala máxima de 1:2.000 partindo dasimagens compostas em falsa cor vermelha dos anos 1977 e 2017, respectivamente;

Uso de ortofotos de 2008 e de imagens multiespectrais de 2016 e 2017 comresolução espacial de 15 metros - da série Landsat-8 composta na falsa cor vermelha,bandas (5R, 4G, 3B) mais a banda 8 (PAN), objetivando evidenciar a morfologia atual;

Correções topológicas dos Planos de Informações: Ilhas, sedimentos, erosão marginale corpo d’água;

Campanhas de campo para validação dos polígonos da calha.

Aplicação da Equação de Taxa de Erosão:=Sendo: Te = Taxa de erosão marginal anual; Ae = Área em hectares de erosão marginal no canal eT = Período entre 1977 e 2017 (40 anos).

3 - RESULTADOS: Erosão por Segmentos do Médio-Baixo Rio Doce

A Tabela 2 evidencia as características areais de cada segmento a partir da aquisição etratamento dos produtos de Sensoriamento Remoto com uso do SIG, quantificando os processosde sedimentação e, sobretudo, os de erosão marginal entre 1977 e 2017.

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Insta esclarecer que as datas das imagens de satélites (1977 e 2017) foram estabelecidascom base em uma sequência de critérios lógicos e possíveis para a execução do presente artigo: a)partindo da consulta, disponibilização e acesso a imagens mais antigas do objeto de estudo; b)imagens obtidas e validadas no período de vazante (julho) do rio com base nos dados da estaçãoColatina (56994500); c) baixo índice de cobertura de nuvens; d) qualidade das imagens (isenta deranhuras/erro de bandas e disponibilidade das bandas do satélite). O procedimento de vetorizaçãodos elementos fluviais como: Ilhas, Corpo D`água; Depósito Arenoso / Sedimentação e Erosãomarginal contou com o apoio de outras imagens de maior resolução espacial que destacam essascaracterísticas morfométricas e morfológicas.

Abaixo são pontuados outros procedimentos importantes empregados nesse estudo: Divisão do canal principal em 4 segmentos de análise de igual extensão (35,4 km),

permitindo evidenciar e comparar os setores de erosão;

Processo de vetorização realizado em escala máxima de 1:2.000 partindo dasimagens compostas em falsa cor vermelha dos anos 1977 e 2017, respectivamente;

Uso de ortofotos de 2008 e de imagens multiespectrais de 2016 e 2017 comresolução espacial de 15 metros - da série Landsat-8 composta na falsa cor vermelha,bandas (5R, 4G, 3B) mais a banda 8 (PAN), objetivando evidenciar a morfologia atual;

Correções topológicas dos Planos de Informações: Ilhas, sedimentos, erosão marginale corpo d’água;

Campanhas de campo para validação dos polígonos da calha.

Aplicação da Equação de Taxa de Erosão:=Sendo: Te = Taxa de erosão marginal anual; Ae = Área em hectares de erosão marginal no canal eT = Período entre 1977 e 2017 (40 anos).

3 - RESULTADOS: Erosão por Segmentos do Médio-Baixo Rio Doce

A Tabela 2 evidencia as características areais de cada segmento a partir da aquisição etratamento dos produtos de Sensoriamento Remoto com uso do SIG, quantificando os processosde sedimentação e, sobretudo, os de erosão marginal entre 1977 e 2017.

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Tabela 2 – Características Areais e Processos de Erosão e Sedimentação

3.1 - Segmento 1

O Segmento 1 de direção oeste-leste constitui-se, entre os quatro segmentos de mesmaextensão, o trecho da calha do rio em que ele se encontra mais encaixado, apresentando a menorlargura média do canal com 605 metros, sobretudo, no trecho a montante adjacente a sedemunicipal de Baixo Guandu (ES) até a UHE de Mascarenhas. É também, o segmento que apresentao maior gradiente do canal com 0,91%, reflexo do relevo regional, marcado pela ocorrência decristas simétricas, ressaltos e pontões (Figura 2).

Figura 2 – Cartografia do segmento 1 com a distribuição dos elementos fluviais e o destaque para oprocesso de erosão marginal após a barragem da UHE de Mascarenhas.

jul/77 jul/17 Dif. jul/77 jul/17 Dif. jul/77 jul/17 Dif. jul/77 jul/17 Dif.1.179,1 1.042,8 -136,3 2.586,4 1.826,9 -759,5 3.481,7 2.497,9 -983,8 3.866,1 3.090,2 -775,9

119,3 134,0 14,7 424,5 497,8 73,3 1.215,3 1.524,3 309,0 450,5 828,7 378,2

39,2 167,0 127,8 71,8 741,9 670,1 137,4 626,2 488,8 125,8 522,9 397,1

Mínima (m) 36,9 85,5 48,6 311,3 346,5 35,2 541,2 528,4 -12,8 786,4 716,4 -70

Máxima (m) 1182,4 1126,2 -56,2 1328,09 1257 -71,09 2000,8 1745,9 -255 1727,3 1724 -3,3

Média (m) 609,65 605,85 -3,8 819,695 801,75 -17,94 1271 1137,15 -134 1256,85 1220,2 -36,65

Gradiente % - (Hm - Hj)/Lc

Oeste-Leste Sudoeste-Nordeste Noroeste-SulDireção (do comprimento do eixo)

Extensão do Segmento (km) 35,4 35,4 35,4 35,4

Variável/Valor Areal

Corpo D’água Superficia l (ha)

78,2

68,4

9,8

1,96

1,01

22,7

Segmento 2 Segmento 3

12,7

0,280,16

21,9

1,02

1,02

28,3

22,7

40,6

18,7

81,1

39,6

41,5

2,03

1,08

12,7

0

0,36

Segmento 1 Segmento 4

42,0

19,8

I lhas (ha)

22,2

0,91

60,4

28,3

1,05

Cota Montante (Hm)

Cota Jusante (Hj)

Sedimentação na Ca lha (ha)

Erosão Margem Esquerda (ha)

Erosão Margem Direi ta (ha)

Taxa de Erosão (ha/ano)

Sinuos idade (Lc/Le) 1,04

Largura doCanal

Oeste-Leste

Erosão Latera l (ambas às margens) (ha)

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Tabela 2 – Características Areais e Processos de Erosão e Sedimentação

3.1 - Segmento 1

O Segmento 1 de direção oeste-leste constitui-se, entre os quatro segmentos de mesmaextensão, o trecho da calha do rio em que ele se encontra mais encaixado, apresentando a menorlargura média do canal com 605 metros, sobretudo, no trecho a montante adjacente a sedemunicipal de Baixo Guandu (ES) até a UHE de Mascarenhas. É também, o segmento que apresentao maior gradiente do canal com 0,91%, reflexo do relevo regional, marcado pela ocorrência decristas simétricas, ressaltos e pontões (Figura 2).

Figura 2 – Cartografia do segmento 1 com a distribuição dos elementos fluviais e o destaque para oprocesso de erosão marginal após a barragem da UHE de Mascarenhas.

jul/77 jul/17 Dif. jul/77 jul/17 Dif. jul/77 jul/17 Dif. jul/77 jul/17 Dif.1.179,1 1.042,8 -136,3 2.586,4 1.826,9 -759,5 3.481,7 2.497,9 -983,8 3.866,1 3.090,2 -775,9

119,3 134,0 14,7 424,5 497,8 73,3 1.215,3 1.524,3 309,0 450,5 828,7 378,2

39,2 167,0 127,8 71,8 741,9 670,1 137,4 626,2 488,8 125,8 522,9 397,1

Mínima (m) 36,9 85,5 48,6 311,3 346,5 35,2 541,2 528,4 -12,8 786,4 716,4 -70

Máxima (m) 1182,4 1126,2 -56,2 1328,09 1257 -71,09 2000,8 1745,9 -255 1727,3 1724 -3,3

Média (m) 609,65 605,85 -3,8 819,695 801,75 -17,94 1271 1137,15 -134 1256,85 1220,2 -36,65

Gradiente % - (Hm - Hj)/Lc

Oeste-Leste Sudoeste-Nordeste Noroeste-SulDireção (do comprimento do eixo)

Extensão do Segmento (km) 35,4 35,4 35,4 35,4

Variável/Valor Areal

Corpo D’água Superficia l (ha)

78,2

68,4

9,8

1,96

1,01

22,7

Segmento 2 Segmento 3

12,7

0,280,16

21,9

1,02

1,02

28,3

22,7

40,6

18,7

81,1

39,6

41,5

2,03

1,08

12,7

0

0,36

Segmento 1 Segmento 4

42,0

19,8

I lhas (ha)

22,2

0,91

60,4

28,3

1,05

Cota Montante (Hm)

Cota Jusante (Hj)

Sedimentação na Ca lha (ha)

Erosão Margem Esquerda (ha)

Erosão Margem Direi ta (ha)

Taxa de Erosão (ha/ano)

Sinuos idade (Lc/Le) 1,04

Largura doCanal

Oeste-Leste

Erosão Latera l (ambas às margens) (ha)

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Tabela 2 – Características Areais e Processos de Erosão e Sedimentação

3.1 - Segmento 1

O Segmento 1 de direção oeste-leste constitui-se, entre os quatro segmentos de mesmaextensão, o trecho da calha do rio em que ele se encontra mais encaixado, apresentando a menorlargura média do canal com 605 metros, sobretudo, no trecho a montante adjacente a sedemunicipal de Baixo Guandu (ES) até a UHE de Mascarenhas. É também, o segmento que apresentao maior gradiente do canal com 0,91%, reflexo do relevo regional, marcado pela ocorrência decristas simétricas, ressaltos e pontões (Figura 2).

Figura 2 – Cartografia do segmento 1 com a distribuição dos elementos fluviais e o destaque para oprocesso de erosão marginal após a barragem da UHE de Mascarenhas.

jul/77 jul/17 Dif. jul/77 jul/17 Dif. jul/77 jul/17 Dif. jul/77 jul/17 Dif.1.179,1 1.042,8 -136,3 2.586,4 1.826,9 -759,5 3.481,7 2.497,9 -983,8 3.866,1 3.090,2 -775,9

119,3 134,0 14,7 424,5 497,8 73,3 1.215,3 1.524,3 309,0 450,5 828,7 378,2

39,2 167,0 127,8 71,8 741,9 670,1 137,4 626,2 488,8 125,8 522,9 397,1

Mínima (m) 36,9 85,5 48,6 311,3 346,5 35,2 541,2 528,4 -12,8 786,4 716,4 -70

Máxima (m) 1182,4 1126,2 -56,2 1328,09 1257 -71,09 2000,8 1745,9 -255 1727,3 1724 -3,3

Média (m) 609,65 605,85 -3,8 819,695 801,75 -17,94 1271 1137,15 -134 1256,85 1220,2 -36,65

Gradiente % - (Hm - Hj)/Lc

Oeste-Leste Sudoeste-Nordeste Noroeste-SulDireção (do comprimento do eixo)

Extensão do Segmento (km) 35,4 35,4 35,4 35,4

Variável/Valor Areal

Corpo D’água Superficia l (ha)

78,2

68,4

9,8

1,96

1,01

22,7

Segmento 2 Segmento 3

12,7

0,280,16

21,9

1,02

1,02

28,3

22,7

40,6

18,7

81,1

39,6

41,5

2,03

1,08

12,7

0

0,36

Segmento 1 Segmento 4

42,0

19,8

I lhas (ha)

22,2

0,91

60,4

28,3

1,05

Cota Montante (Hm)

Cota Jusante (Hj)

Sedimentação na Ca lha (ha)

Erosão Margem Esquerda (ha)

Erosão Margem Direi ta (ha)

Taxa de Erosão (ha/ano)

Sinuos idade (Lc/Le) 1,04

Largura doCanal

Oeste-Leste

Erosão Latera l (ambas às margens) (ha)

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O total de área erodida, nestes 40 anos no segmento 1, é de 42 hectares, distribuído mais oumenos de forma proporcional entre as margens, com 19,8 ha na margem esquerda e de 22,2 ha nadireita e, uma taxa de erosão em ha/ano de 1,5 (Tabela 2). A Figura 2 evidencia, também, adistribuição dos pontos de erosão, na tonalidade vermelha desse segmento e dos outros, havendoo destaque para o trecho imediatamente a jusante da UHE de Mascarenhas, na margem direita.

3.2 - Segmento 2

O Segmento 2 está também direcionado de oeste para leste (Figura 3), apresentando omenor gradiente dos quatro segmentos, com 0,16%, em resultado de uma reduzida dinâmicafluvial marcada pela menor velocidade das águas correntes e transporte de material/sedimento,inclusive, nos períodos de estiagens, característica que potencializa os processos de deposição dossedimentos e de assoreamento no rio.

Figura 3 – Segmento 2 marcado pela ocorrência reduzida de erosão marginal entre os quatro setores emfunção do baixo gradiente e sinuosidade.

É também dos quatro segmentos o que apresenta a menor área de erosão marginal (Figura3), com 40,6 hectares e taxa de erosão de 1,2 ha/ano. Esses valores reduzidos são resultantes, emparte, do baixo gradiente do rio, como mencionado, e de uma menor energia/velocidade daságuas correntes para erodir as margens nesse trecho.

3.3 - Segmento 3

O Segmento 3 de direção sudoeste-nordeste é o segundo entre os quatro, que apresenta omenor gradiente, com 0,28% conforme Tabela 2. Apesar desse baixo gradiente é marcado poruma elevada área de erosão marginal de 78,2 hectares, concentrada, sobretudo, na margemesquerda (Figura 4) do canal principal (68,4 ha) e também, pela segunda a maior taxa de erosãocom 1,96 ha/ano.

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O total de área erodida, nestes 40 anos no segmento 1, é de 42 hectares, distribuído mais oumenos de forma proporcional entre as margens, com 19,8 ha na margem esquerda e de 22,2 ha nadireita e, uma taxa de erosão em ha/ano de 1,5 (Tabela 2). A Figura 2 evidencia, também, adistribuição dos pontos de erosão, na tonalidade vermelha desse segmento e dos outros, havendoo destaque para o trecho imediatamente a jusante da UHE de Mascarenhas, na margem direita.

3.2 - Segmento 2

O Segmento 2 está também direcionado de oeste para leste (Figura 3), apresentando omenor gradiente dos quatro segmentos, com 0,16%, em resultado de uma reduzida dinâmicafluvial marcada pela menor velocidade das águas correntes e transporte de material/sedimento,inclusive, nos períodos de estiagens, característica que potencializa os processos de deposição dossedimentos e de assoreamento no rio.

Figura 3 – Segmento 2 marcado pela ocorrência reduzida de erosão marginal entre os quatro setores emfunção do baixo gradiente e sinuosidade.

É também dos quatro segmentos o que apresenta a menor área de erosão marginal (Figura3), com 40,6 hectares e taxa de erosão de 1,2 ha/ano. Esses valores reduzidos são resultantes, emparte, do baixo gradiente do rio, como mencionado, e de uma menor energia/velocidade daságuas correntes para erodir as margens nesse trecho.

3.3 - Segmento 3

O Segmento 3 de direção sudoeste-nordeste é o segundo entre os quatro, que apresenta omenor gradiente, com 0,28% conforme Tabela 2. Apesar desse baixo gradiente é marcado poruma elevada área de erosão marginal de 78,2 hectares, concentrada, sobretudo, na margemesquerda (Figura 4) do canal principal (68,4 ha) e também, pela segunda a maior taxa de erosãocom 1,96 ha/ano.

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O total de área erodida, nestes 40 anos no segmento 1, é de 42 hectares, distribuído mais oumenos de forma proporcional entre as margens, com 19,8 ha na margem esquerda e de 22,2 ha nadireita e, uma taxa de erosão em ha/ano de 1,5 (Tabela 2). A Figura 2 evidencia, também, adistribuição dos pontos de erosão, na tonalidade vermelha desse segmento e dos outros, havendoo destaque para o trecho imediatamente a jusante da UHE de Mascarenhas, na margem direita.

3.2 - Segmento 2

O Segmento 2 está também direcionado de oeste para leste (Figura 3), apresentando omenor gradiente dos quatro segmentos, com 0,16%, em resultado de uma reduzida dinâmicafluvial marcada pela menor velocidade das águas correntes e transporte de material/sedimento,inclusive, nos períodos de estiagens, característica que potencializa os processos de deposição dossedimentos e de assoreamento no rio.

Figura 3 – Segmento 2 marcado pela ocorrência reduzida de erosão marginal entre os quatro setores emfunção do baixo gradiente e sinuosidade.

É também dos quatro segmentos o que apresenta a menor área de erosão marginal (Figura3), com 40,6 hectares e taxa de erosão de 1,2 ha/ano. Esses valores reduzidos são resultantes, emparte, do baixo gradiente do rio, como mencionado, e de uma menor energia/velocidade daságuas correntes para erodir as margens nesse trecho.

3.3 - Segmento 3

O Segmento 3 de direção sudoeste-nordeste é o segundo entre os quatro, que apresenta omenor gradiente, com 0,28% conforme Tabela 2. Apesar desse baixo gradiente é marcado poruma elevada área de erosão marginal de 78,2 hectares, concentrada, sobretudo, na margemesquerda (Figura 4) do canal principal (68,4 ha) e também, pela segunda a maior taxa de erosãocom 1,96 ha/ano.

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Figura 4 – Segmento 3 e o destaque da erosão na margem esquerda do canal.

3.4 - Segmento 4

O 4º Segmento, de direção sudoeste-sul, é o que apresenta as maiores áreas de erosãomarginal com 81,1 hectares distribuídas de maneira proporcional em ambas às margens (Figura 5),com 39,6 ha na margem esquerda e 41,5 ha na margem direita. As taxas de erosão são também asmaiores com 2,03 hectares/ano, explicadas em parte, pelo tipo de constituição do materialpresente nessas margens, predominantemente areno-argiloso nas adjacências da foz do rio Doce.

Figura 5 – Segmento 4 evidenciando os pontos de erosão do canal, sobretudo, junto à foz.

4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de erosão marginal, especialmente, decorrente da ação das correntes/vazão dorio, está diretamente associado às alterações provocadas no interior das bacias, como vazãonatural e artificial, política de operação das barragens, demandas

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Figura 4 – Segmento 3 e o destaque da erosão na margem esquerda do canal.

3.4 - Segmento 4

O 4º Segmento, de direção sudoeste-sul, é o que apresenta as maiores áreas de erosãomarginal com 81,1 hectares distribuídas de maneira proporcional em ambas às margens (Figura 5),com 39,6 ha na margem esquerda e 41,5 ha na margem direita. As taxas de erosão são também asmaiores com 2,03 hectares/ano, explicadas em parte, pelo tipo de constituição do materialpresente nessas margens, predominantemente areno-argiloso nas adjacências da foz do rio Doce.

Figura 5 – Segmento 4 evidenciando os pontos de erosão do canal, sobretudo, junto à foz.

4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de erosão marginal, especialmente, decorrente da ação das correntes/vazão dorio, está diretamente associado às alterações provocadas no interior das bacias, como vazãonatural e artificial, política de operação das barragens, demandas

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Figura 4 – Segmento 3 e o destaque da erosão na margem esquerda do canal.

3.4 - Segmento 4

O 4º Segmento, de direção sudoeste-sul, é o que apresenta as maiores áreas de erosãomarginal com 81,1 hectares distribuídas de maneira proporcional em ambas às margens (Figura 5),com 39,6 ha na margem esquerda e 41,5 ha na margem direita. As taxas de erosão são também asmaiores com 2,03 hectares/ano, explicadas em parte, pelo tipo de constituição do materialpresente nessas margens, predominantemente areno-argiloso nas adjacências da foz do rio Doce.

Figura 5 – Segmento 4 evidenciando os pontos de erosão do canal, sobretudo, junto à foz.

4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

O processo de erosão marginal, especialmente, decorrente da ação das correntes/vazão dorio, está diretamente associado às alterações provocadas no interior das bacias, como vazãonatural e artificial, política de operação das barragens, demandas

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(abastecimento/irrigação/indústria) e natureza das correntes fluviais, refletindo em uma condiçãoinstável (desequilibrada) do canal fluvial, fato já evidenciado por Coelho (2007 e 2012).

Um elemento que contribui para esse complexo processo é a litologia e granulometria domaterial presente nas margens, a exemplo daquelas formadas por sedimentos coesivos, nãocoesivos, mistos e construídos (obras de engenharia), que exercem um papel importante naestabilidade, ou não, do avanço da erosão marginal e na dinâmica do canal.

O uso desta técnica evidenciou, neste período de 40 anos, a erosão de 241,9 hectares dasmargens em um trecho de 141,6 km de calha fluvial, com uma taxa de erosão média de 1,51ha/ano. Constatou-se, também, que as taxas de erosão anuais do rio foram maiores nossegmentos 3 e 4 - 1,96 e 2,03 hectares/ano respectivamente, durante o período analisado.

Por fim, o emprego desta metodologia com uso de produtos de sensoriamento remotopossibilita apresentar um panorama dos processos erosivos de médios e grandes sistemas fluviais,através de um estudo temporal, sobretudo, dos rios destituídos de análises/levantamentos dessanatureza. A metodologia permite ainda ampliar os resultados ao realizar um diagnóstico conjuntodos processos erosivos e sedimentação mensurando o balaço de erosão/sedimentação e relaçãotaxa de erosão/taxa de sedimentação, entre outras análises.

BIBLIOGRAFIA

ANA - Agência Nacional das Águas (2018). hidroweb. Disponível em:<http://www.hidroweb.ana.gov.br>. Acesso em 7 abril de 2018.

COELHO, A. L. N. (2018). Relatório de Pós-doutorado (no prelo).

COELHO, A. L. N. (2012). Geomorfologia Fluvial de Rios Impactados por Barragens. Caminhos deGeografia (revista on-line), Uberlândia, v. 9, n.º 26, pp. 6-32.

COELHO, A. L. N. (2007). Alterações hidrogeomorfológicas no Médio-Baixo Rio Doce/ES. 237 f. Tesede Doutorado (Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geografia, UniversidadeFederal Fluminense) UFF, Niterói – Rio de Janeiro, 2007.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1975). Cartas Topográficas Aracruz SE-24-Y-D-IV, Linhares - SE-24-Y-D-I, Rio Doce - SE-24-Y-D-II e Regência - SE-24-Y-D-V, 1975.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2017). Planos de InformaçõesVetoriais.Disponível em:<ftp://geoftp.ibge.gov.br/cartas_e_mapas/>. Acesso em 2 de janeiro de2018.

IEMA - Instituto Estadual de Meio Ambiente (2008) Ortofotomosaico do Estado do Espírito Santo.

MENEZES, P. L.; FERNANDES, M. C. (2013). Roteiro de Cartografia. Oficina de Textos, São Paulo/SP,288p.

USGS (2018). Geological Survey. Imagens orbitais digitaissatélite Landsat-8; Landsat-2. EUA eDados Satélite Aster/gdem (2011). Disponível em:<http://earthexplorer.usgs.gov>. Acesso em 3 dejaneiro de 2018.

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(abastecimento/irrigação/indústria) e natureza das correntes fluviais, refletindo em uma condiçãoinstável (desequilibrada) do canal fluvial, fato já evidenciado por Coelho (2007 e 2012).

Um elemento que contribui para esse complexo processo é a litologia e granulometria domaterial presente nas margens, a exemplo daquelas formadas por sedimentos coesivos, nãocoesivos, mistos e construídos (obras de engenharia), que exercem um papel importante naestabilidade, ou não, do avanço da erosão marginal e na dinâmica do canal.

O uso desta técnica evidenciou, neste período de 40 anos, a erosão de 241,9 hectares dasmargens em um trecho de 141,6 km de calha fluvial, com uma taxa de erosão média de 1,51ha/ano. Constatou-se, também, que as taxas de erosão anuais do rio foram maiores nossegmentos 3 e 4 - 1,96 e 2,03 hectares/ano respectivamente, durante o período analisado.

Por fim, o emprego desta metodologia com uso de produtos de sensoriamento remotopossibilita apresentar um panorama dos processos erosivos de médios e grandes sistemas fluviais,através de um estudo temporal, sobretudo, dos rios destituídos de análises/levantamentos dessanatureza. A metodologia permite ainda ampliar os resultados ao realizar um diagnóstico conjuntodos processos erosivos e sedimentação mensurando o balaço de erosão/sedimentação e relaçãotaxa de erosão/taxa de sedimentação, entre outras análises.

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COELHO, A. L. N. (2012). Geomorfologia Fluvial de Rios Impactados por Barragens. Caminhos deGeografia (revista on-line), Uberlândia, v. 9, n.º 26, pp. 6-32.

COELHO, A. L. N. (2007). Alterações hidrogeomorfológicas no Médio-Baixo Rio Doce/ES. 237 f. Tesede Doutorado (Instituto de Geociências, Programa de Pós-Graduação em Geografia, UniversidadeFederal Fluminense) UFF, Niterói – Rio de Janeiro, 2007.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (1975). Cartas Topográficas Aracruz SE-24-Y-D-IV, Linhares - SE-24-Y-D-I, Rio Doce - SE-24-Y-D-II e Regência - SE-24-Y-D-V, 1975.

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XIII Encontro Nacional de Engenharia de SedimentosI Partículas nas Américas

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(abastecimento/irrigação/indústria) e natureza das correntes fluviais, refletindo em uma condiçãoinstável (desequilibrada) do canal fluvial, fato já evidenciado por Coelho (2007 e 2012).

Um elemento que contribui para esse complexo processo é a litologia e granulometria domaterial presente nas margens, a exemplo daquelas formadas por sedimentos coesivos, nãocoesivos, mistos e construídos (obras de engenharia), que exercem um papel importante naestabilidade, ou não, do avanço da erosão marginal e na dinâmica do canal.

O uso desta técnica evidenciou, neste período de 40 anos, a erosão de 241,9 hectares dasmargens em um trecho de 141,6 km de calha fluvial, com uma taxa de erosão média de 1,51ha/ano. Constatou-se, também, que as taxas de erosão anuais do rio foram maiores nossegmentos 3 e 4 - 1,96 e 2,03 hectares/ano respectivamente, durante o período analisado.

Por fim, o emprego desta metodologia com uso de produtos de sensoriamento remotopossibilita apresentar um panorama dos processos erosivos de médios e grandes sistemas fluviais,através de um estudo temporal, sobretudo, dos rios destituídos de análises/levantamentos dessanatureza. A metodologia permite ainda ampliar os resultados ao realizar um diagnóstico conjuntodos processos erosivos e sedimentação mensurando o balaço de erosão/sedimentação e relaçãotaxa de erosão/taxa de sedimentação, entre outras análises.

BIBLIOGRAFIA

ANA - Agência Nacional das Águas (2018). hidroweb. Disponível em:<http://www.hidroweb.ana.gov.br>. Acesso em 7 abril de 2018.

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