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Ricardo Gomes da Silva Filho A motivaliao no tratamento ortodontico: Uma abordagem pratica e psicol6gica da interaliao entre ortodontista e paciente Monografia apresentada 80 curso de Ortodontia e Ortopedia Facial da Universidade Tuiuti do Parana como requisito necessaria para a obten980 do titulo de especialista. Area de concentra~ao: Ortodontia e Ortopedia Facial Orientadora:Prof'. IsabelaAlmeida Shimizu Curitiba 2007

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Ricardo Gomes da Silva Filho

A motivaliao no tratamento ortodontico: Uma abordagem pratica epsicol6gica da interaliao entre ortodontista e paciente

Monografia apresentada 80 curso deOrtodontia e Ortopedia Facial daUniversidade Tuiuti do Parana comorequisito necessaria para a obten980 dotitulo de especialista.

Area de concentra~ao: Ortodontia eOrtopedia Facial

Orientadora: Prof'. IsabelaAlmeida Shimizu

Curitiba

2007

Silva Filho RG. A Motivac;ao no tratamento ortod6ntico: Uma abordagem pratica epsicologica da inlera9iio entre ortodontisla e paciente [monografia]. Curitiba: Curso deespecializa9iio em Ortodontia e Ortopedia Facial UTP; 2007

RESUMO

o objetivo deste estudo foi analisar a psicologia envolvida na interac;ao paciente-

ortodontista e as metodologias praticas, ambas direcionadas a compreensao,

desenvolvimento e a manutenc;ao da motivac;ao do paciente frente ao tratamento

ortod6ntico. Com base nos conceitos expostos nesta reviseo de literatura, a importfmcia

da cooperac;ao do paciente foi evidenciada, vista que a compreensao deste fato e

essencial para 0 ortodontista que objetiva atingir melhores resultados. 0 cuidado com a

higiene, com os acess6rios, a responsabilidade do paciente em relac;eo a presenc;a as

consultas, alem de outros, sao fatores dependentes do grau de cooperac;:ao e

consequentemente, da motivaC;ao apresentada pelo mesmo. Ap6s um extenso

levantamento da literatura, concluiu-se que medidas como 0 estabelecimento de um

relacionamento saudavel entre ortodontista e paclente, a correta informaC;ao e

orientac;ao geral do paciente, uma boa comunicac;eo entre as partes, alem da presenC;a

e supervisao dos pais durante a terapia, sao essenciais para 0 estabelecimento de um

bom padreo motivacional. A diminuic;eo dos aspectos negativos como dor e

desconforto, alem do emprego de acess6rios mais simples e forc;as mais leves tambem

aparecem como importantes ferramentas auxiliares. Per firn, foram apresentadas

estrategias e metodolegias praticas aplicadas na retina pratica de alguns auto res, as

quais podem servir como modelos a serem utilizados ou a serem desenvolvidos no

intuito de desvendar as melhores condutas frente 0 problema da falta de coopera,8o.

Palavras-chave: Ortodontia - Coopera<;ao - Motiva<;ao;

Motivation in the orthodontic treatment: A practical and psychological review regardingthe interaction between Orthodontist and Patient [monogralial. Curitiba: Curso deespecializa,ao em Ortodontia e Ortopedia Facial UTP; 2007

ABSTRACT

The purpose of this study was to analyze involved psychology in the patient-orthodontist

interaction and practical methodologies, both directed to the understanding,

development and the maintenance of the motivation of the patient face to the

orthodontic treatment. On the basis of the concepts presented in this review, the

importance of patient's compliance was evidenced, since the understanding of this fact

is crucial for the orthodontist that aims to reach better treatment results. The hygiene

and the accessories care, the responsibility of the patient relative to the presence to the

consultations, beyond others, are dependent factors related to the cooperation degree

and consequentty 01 the motivation presented. After an extensive investigation 01 the

literature involved, it was concluded that measures as the establishment of a healthful

relationship between orthodontist and patient, the correct inlonmation and general

orientation of the patient, good communication relations, beyond the presence and

supervision of the parents during the therapy, are essential for the establishment of a

good motivational standard. The reduction 01 the negative aspects as pain and

discomfort, beyond the use of simpler accessories and lighter forces appears as

important assisting tools. As a final paint, practical strategies and methodologies applied

in the practical routine of some authors had been presented, which can serve as models

to be used or to be developed in intention to unmask the best behaviors facing the

problem of Ihe lack of cooperalion.

Key - Words: Orthodontics - Cooperation - Motivation

SUMARIO

p.

1 INTRODU<;:Ao 11

2 REVISAo DA LlTERATURA 14

3 PROPOSI<;:Ao . .. 41

4 DISCUssAo ............................................................... 42

5 CONCLUsAo 50

REFERENCIAS . . 51

11

1 INTRODU9AO

o sucesso do tratamento ortodontico S8 traduz na concretiz8<;ao de metas idea is

previa mente estabelecidas a partir do planejamento inicial de cada case. Uma aclusaa

funcional adequada, born padrao de estatica facial e estabilidade dos resultados

obtidos, sao as principais focos de Iratamenta. Para esse fim, 0 desempenho das

tscnicas mais eficientes e a escolha das melhores mecanicas par parte do ortodontista,

S9 mostram fundamentais. Porern, em S8 tratando de ortodontia, uma serie de falores

como 0 tempo de tratamento relativamente longo, a dependencia da utiliz89ao de

aparelhos e acess6rios removfveis, a maior dificuldade de higieniz8C;8o, al9m do

cuidado no sentido de naD danificar as aparelhos, revelam a existencia e a importancia

de urn outro fator alem da habilidade tecnica do profissional: a cooperac;ao do paciente

(PINZAN; NETO; JANSON, 1997). Alem disso, e visto que entre tais fatores existe uma

forte relagao de dependencia, ou seja, sem a colaboragao adequada, a terapia

mecanica e consequentemente os resultados de tratamento, tomam-se visivelmente

prejudicados.

A falta de cooperagao durante 0 tratamento ortodbntico e um problema altamente

nocivo e, na maio ria das vezes, se faz evidente em situac;oes triviais de tratamento

como a higienizac;ao ineficiente, faltas sucessivas as consultas, danos freqOentes

causados aos acessorios, desobediencia as orientac;oes gerais de tratamento e

tarnbem, a utilizac;ao inadequada ou insuficiente de aparelhos que dependem da

12

colaborar;80 do paciente. Em casas onde ocorre a faUa de eficiencia na higiene bucal,

consequencias marcantes como descalcific8r;:80 do esmalte dentario e infiamaCY80

periodontal recorrente sao esperadas (RICHTER, 1998). Quando a falta de colabora~ao

esta relacionada a falta as consultas, as consequencias geralmente sao a diminuir;:8o

da efetividade terapeutica e tambem muitas vezes, a necessidade de estender 0 tempo

de Iralamenlo devido a desconlinuidade da lerapia (GROSS et aI., 1988). Embasado

nesse conceito, e diante de situ8cyoes que envolvem a falta de coopera~o, 0

ortodontista S8 va diante de duas alternativas que S8 mostram viaveis: desenvolver urn

plano de tratamento que nao dependa da participa~ao ativa do paciente; ou, estimular

diretamente a motiv8C;8o do mesma, suprindo assim, as necessidades em termos de

colaboray03o. Outra manobra coerente, seria ainda a tentativa de preyer 0 futuro padrao

de colabora~o de cada paciente e a partir desse ponto direcionar 0 tratamento para

uma das allernativa anleriores (CLEMMER; HAYES, 1979).

Apesar de algumas fontes defenderem a viabilidade de se prever 0 futuro padrao

de coopera98o dos pacientes, acredita-se que essa teoria ainda e, ate certo ponto,

incerta e necessita de mais esfor90s para sua consolida~o, sendo assim, embasado

no exposto anteriormente, e na ideia de que por mais que se direcionem esfor90s no

intuito de tentar ignorar a dependencia existente entre 0 tratamento e a motivac;:ao direta

do paciente, buscando prever antecipadamente 0 seu padrao de coopera98o, fatores

como a manuten9ao de uma boa higiene bucal, dan os causados aos acessorios, faltas

as consultas, dentre outros, continuarao sempre na dependencia da coopera9E1o e

consequentemente da motiva9E1o do paciente ortodontico.

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Desta forma, a estimula9ao direta do padrao de motiva9ao do paciente aparece

como uma importante e indispensavel providencia no que diz respeito a busca pelos

melhores resultados no tratamento ortodontico.

14

2 REVISAO DE LlTERATURA

Ressaltando a importancia da psicologia como meio auxiliar no campo da

Ortodontia, Story (1966), apresentou t6picos relacionados como: 0 nivel de ansiedade

dos pacientes, 0 grau de compreensao dos pais aeerca do tratamento ortodontico, alem

dos motiv~s de interesse da crian98 para com 0 mesmo. Observou que 0 adolescente

ou a crian9fl deve ser tratada pelo ortodontista com muita franqueza, buscando sempre

a sua caracteriz8980 como urn profissional prestador de servi90s, pois quase sempre

pacientes mais jovens. tendem a tratar as ortodontistas como a extensao de seus pais.

Par tim, enfatizou que a habilidade do profissional em saber lidar com 0 lado positivo da

relaC;8o e fundamental.

Para Mulik (1968), a preocupayao maior estava relacionada em como motivar e

educar os pais e pacientes com rna is efetividade e em menos tempo. 0 autor defendeu

a ideia de que para esse fim seria necessario investir mais em material educacional.

Observou que uma auxiliar bem treinada e capaz de motivar e orientar os pais e

pacientes, diminuindo assim, 0 tempo clinico despendido com estes. Considerou as

orientac;oes impressas como eficientes, apesar de, muitas vezes serem ignoradas.

Ressaltou tambem que as orientac;oes audio visuais (filmes) e fotos pre e p6s-

tratamento sao eficazes sobretudo na motivac;ao relacionada ao uso de elasticos e

aparelho extra-bucal. Concluiu que as reais caremcias dos pacientes devem ser

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avaliadas, desvendadas e a partir dar deve ser instituido urn programa composto de

materia is didaticos e esfofyoS supervisionados direcionados a sua motiv8c;;80.

Gabriel (1968) propos urn estudo com 0 objetivo de avaliar a possibilidade de S8

reduzir a durac;;ao dos tratamentos per meio de urn aumento no nivel de motiv8980 dos

pacientes. Para esse tim, apostou em uma mel haria no padrao de comunicayao nas

consultas. A amostra do estudo compreendeu 59 pacientes (31 do genera feminino e 28

do genero masculino), estes divididos em dois grupos, 0 de controle (31 pacientes) e 0

experimental (28 pacientes), todos com tratamento ortod6ntico integral, recente e com a

usa do extra-bucal. A qualidade da correC;8o e 0 exito do tratamento foram avaliados de

acordo com a severidade da maloclusao em leve, moderada e severa. Alem disso,

foram institufdos questionarios aos pacientes de ambos as grupos com quest6es

referentes ao usa do extra-bucal e ao esclarecimento de reay6es usuais da terapia,

direcionados aos pais e pacientes. 0 autor concluiu que 0 desenvolvimento de

programas individuais para aumento da motivay8o no uso do aparelho extra-bucal,

alem de ter melhorado a qualidade final, possibilitou uma men or duray80 dos

tratamentos. Por fim, observou que os aspectos exibidos como focos do programa

motivacional foram: a higiene bucal, a regularidade as consultas, a quantidade e a

insistencia no uso do aparelho extra-bucal, al9m da precis80 na escolha e seley80 do

procedimento ortodontico utilizado.

Graber (1971) revelou manobras praticas efetivas, aplicadas em sua retina

cllnica, com 0 objetivo de estimular a motivay8o dos pacientes no tratamento

ortodontico. Os principais fatores observados como send a de relevante importancia

16

fcram: a personalidade do ortodontista, a comportamento psicossocial do paciente, 0

impacto da equipe e do ambiente de atendimento, a participac;ao dos pais e do cHnice

geral e ate mesma, 0 lado financeiro do tratamento. Foi vista que 0 estabelecimento de

certas facetas motivacionais atreladas a personalidade de cada profissional S9 most ram

fundamentais, dentre elas aparecem 0 respeite, entusiasmo, empatia, honestidade,

sinceridade, autoridacte e pontualidade. Segundo a autor, passar uma boa imagem na

consulta inicial, manter sempre 0 jovem paciente como 0 centro das aten90es,

direcionar a responsabilidade do sucesso do tratamento ao paciente, nunca faltar com a

sinceridade, utilizar a percepyao aeerca das diversas atitudes, medos e influencias do

paciente perante a tratamento, alem de nao quebrar promessas, sao atitudes

essenciais ao desenvolvimento e manuten9ao da motivac;80. Ressaltou que a

personaliza9ao e individualizac;8.o do tratamento tambem se mostram essenciais.

Estrategias que estimulam a participa.yao e consequentemente a intera9ao paciente-

ortodontista geram condic;oes favoraveis ao aumento da coopera9ao. Oefendeu que ao

mostrar ao paciente a evolu9ao de seu tratamento, por meio de registros iniciais como

modelos de estudo e fotografias, 0 grau de satisfa,ao e conseqOentemente a motiva,ao

tende ser maior. Em rela9ao a cooperac;ao do paciente no que diz respeito a eficiencia

de higiene bucal, apos a maioria das tecnicas terem sido tentadas sem a obtenC;80 de

exito, propos a tecnica da neutralizac;ao quimica, em que 0 paciente 13 instruido a

escovar seus dentes utilizando uma escova de grande dimensao e, em vez de pasta de

dente, 13,com a justificativa de possuir 0 poder de neutralizar os acidos que estao sendo

forma dos, utilizado sabao para esse fim. Para os problemas de sucessivos danos

causados aos braquetes e bandas, 13proposto atuar transparecendo estar chocado e de

preferencia na frente de outros pacientes. Caso nao ocorra melhora, 0 fator financeiro e

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colocado em pratica, cobrando, S8 for necessaria, ate mesma diretamente do paciente,

uma quantia pelos danos causados aos acess6rios. Observou que quanta maior 0 grau

de conhecimento de urn paciente sabre 0 tratamento, maior e a tenctencia de sle

cooperar. Materiais impressos e audios-visuais S8 mostram como meies importantes a

informac;:ao e arientac;:8o. Par fim, em clfnicas ande hi! Vari8S cadeiras, 0 habito de

mostrar ao paciente tratamentos similares ao seu, tambem aparece como uma boa

alternativa.

Kiser (1974) relatou que 0 posicionador gnatol6gico possui pouca aceita,ao no

meio eHnico devido ao alto n[vel de cooperagao necessario par parte do paciente para

ser caracterizado como um tratamento efetivD. Apesar dessa desvantagem, ele e usado

em abundancia na pratica clinica do autar, 0 qual afirma que obtem exito em seu uso.

Segundo ele, muita atenc;ao deve ser dada a consulta inicial, quando as primeiras

orientac;oes sobre 0 aparelho sao apresentadas. Advertiu que a falta de cooperac;ao em

sua utilizac;ao deve ser enfatizada ao paciente e referida pelo termo "colapso completo

dos dentes" como consequencia sombria em casos de falta de uso. Ressaltou que 0

contato direto entre ortodontista e paciente e essencial durante todas as fases, desde a

confecyao, instalaC;ao e proservayao, ou seja, 0 profissional nao deve delegar func;oes

importantes como as de orienta9ao e motiva9ao. Oefendeu ainda a importancia de se

enfatizar a necessidade da cooperac;ao do paciente durante todas as fases de

atendimento, bem como, a valia na ado<;§o de medidas relacionadas a orientac;8.o,

como as orientac;oes par escrito, em relac;8.o a quantidade de horas de usa do aparelho.

18

Northcutt (1974) propos 0 emprego de urn timer acoplado a tala do aparelho

extra-bucal com a fun<;8o de monitoramento do tempo de usa e conseqCJentemente dos

efeitos deste aparelho. Relatou que a dinamica do dispositivo baseava-se em sua

sensibiliz8C;:80 atrav9S de corrente eletrica ou pela pressao existents da tala contra 0

pesco90 do paciente. Por meio do conhecimento dos efeitos do sistema, 0 ortodontista

obtinha uma maior noc;:c3oaeerca do nivel de coopera<;ao e eficiemcia em seu usa pelo

paciente e tambem, S8 ele estava seguin do corretamente as instruc;:oes,0 que case nao

estivesse ocorrendo, possibilitaria uma mudan<;8 no plano de tratamento. Por fim, 0

autor concluiu que 0 controle eletr6nico servia como um aspecto de incentiv~

complementar em S8 tratando de motivagao dos pacientes, visto que a estrategia abriu

a possibilidade de um acompanhamento mais proximo pelo paciente em relac;ao a

quantidade de uso do extra-bucal.

Segundo White (1974),0 estudo do comportamento e focado em como e por que

o comportamento ocorre. 0 autor teve como objetivo desse trabalho apresentar alguns

princfpios des sa linha de raciocinio e expor as suas aplicac;oes clinicas. Foi observado

por Skinner (1953) que 0 comportamento e controlado, na maio ria das vezes, pela sua

consequencia (apud WHITE ,1974). Segundo 0 autor, 0 aprendizado se toma mais filcil

quando as respostas positivas sao priorizadas em relac;ao as negativas. Ressaltou que

em ortodontia sempre se deve considerar as respostas positivas. E de suma

importancia a escolha correta da resposta positiva, ou seja, ela deve ser forte,

duradoura, direcionada e sistematizada. Observou que 0 comportamento e gerado

quase que na totalidade, pel a antecipa9aO de suas conseqOencias. 0 comportamento

desejado deve ser escolhido e conseqOentemente deve haver uma recompensa para 0

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mesmo. A mudanc;a no comportamento S9 toma mais eficaz quando a res posta eimediata. 0 metoda de recompensa deve ser tang ivai e dentro das capacidades do

paciente. Urn sistema de recompensa pelo acumulo de pontcs foi desenvolvido e

proposto pelo autor como estrategia para a mudan98 e a manuten~o de

comportamentos especificos desejados dentro da pratica ortodontica. Exigencias

basicas fcram estabelecidas: estar com a higiene bucal satisfatoria e sem bandas

danificadas ou soltas. Em traca, 0 padente tena 0 direito de escolher premios como

camisetas, batons, etc.

Clark (1976) mostrou par meio de um programa de higiene bucal desenvolvido

em sua elinica que a compreensao de aspectos como a comunic8gc3o e as rela90es

humanas entre paciente e ortodontista, tendo como foco 0 estabelecimento e

manutenc;:ao de uma correta higiene bucal, sao de extrema importEmcia a estimula<;ao

da motivac;:ao do paciente. Foi evidenciado que este deve ser motivado antes mesmo

do inicio do tratamento, fazendo assim, da consulta inicial, urn momenta crucial para 0

exito. Observou que a crian<;a deve ser a centro das aten90es e nao os pais como

acontece muitas vezes. Mencionau que 0 tratamento nao deve ter inicio enquanto a

condi9aO bucal nao estiver ideal. Deve ser explicado ao paciente sabre a importancia

da higiene bucal, sendo referida como de maior importancia do que a pr6prio

tratamento ortodontico. E demonstrada em typodont a tecnica correta de escova9aO. 0

autor defendeu ainda que 0 ortodontista deve expressar admira<;ao diante da melhora

no padrao de higiene. Observou tambem que as pacientes se tomam mais

responsaveis quando entendem que sua ajuda e fundamental para 0 sucesso do

tratamento. As auxiliares devem estar sempre preparadas a ajudar os pacientes a

20

melhorar as suas habilidades na higiene. Na maiaria das consultas deve ser feito urn

comentario gentil, objetivo e com respeito sobre a higiene do paciente. Um parente e

informado sabre as orientay6es que fcram passadas ao paciente e conduzido acondic;ao de co-responsavel pela saude bucal do paciente. Casa nao haja melhora, 0

ortodontista deve apresentar duas alternativas: a remoy.3o completa do aparelho au,

ausentar-se par completo da responsabilidade pr6pria perante danos maiores causados

pel a condiy8o desfavoravel. 0 autor conclui advertindo que a base para 0 exito do

programa e a motivac;ao pr6pria do ortodontista e a aceitac;aa da responsabilidade de

rnotivar sua equipe e seus pacientes. Quando a ortodontista delega a funyao de

orientac;ao e motivac;ao a sua equipe, a tendemcia e a de ° programa perder sua

efetividade. Oesta forma, de uma maneira geral, quando 0 ortodontista esta

empenhado, tratando as situac;oes com determinayao, respeito e real interesse, as

metas de melhoria de saude bucal dos pacientes sao alcanc;adas.

Clemmer e Hayes (1979) em urn estudo baseado na avaliac;ao do numero de

horas de uso do aparelho extra-bucal, tiveram como objetivo, identificar as pacientes

nao colaboradores e, a partir dai, obter uma melhora do nivel de cooperaC;§o. Foram

analisados 20 pacientes, sendo 9 men inas e 11 meninos (media de 13.8 anas), todos

caucasianos e pertencentes ao primeiro ana do tratamento ortodontico na Universidade

de Saint Louis. As principais variaveis relacionadas foram a idade e a genero dos

pacientes. Como metodo de medic;ao do numero de horas de usa foi utilizado um timer

incorporado a tala cervical do aparelho. Severidade da maloclusao, estetica dental, grau

de responsabilidade propria, atitude dental geral e atitude quanta ao usa do AEB, foram

outros fatores de interesse no estudo. 0 autor apontou que, por meio dos resultados

obtidos, observou-se que fatores como genera e grau de severidade da maloclus80

relacionaram-se ao grau de cooperac;:ao do paciente. A partir do momenta em que

existe 0 reconhecimento dos sinais que indicam que a paciente e nao-colaborador,

deve-se tomar certas atitudes para aurnentar 0 nivel de rnotivac;:ao deles. Observou que

levar em consideraC;:80 as diferenc;:as presentes entre 0 genera do paciente, tendo em

vista a enfatizac;.ao da estatica facial para as rneninas, se mostra urn fator de grande

valia como medida motivacional, isso porque elas se mostraram mais sensiveis e

preocupadas em relaC;:80 a este aspecto quando comparado aos meninos. 0 grau de

responsabilidade propria deve ser considerado quando se tern como objetivo estimular

a motivaC;:80 em pacientes do genero masculino. Por fim, a severidade da maloclus80

tambsm deve ser levada em conta, pois a sensibiliza9ao do paciente em relac;:ao ao seu

problema se mostra como um fator altamente positiv~ no sentido de melhoria da

cooperayao.

Rubin (1980) relatou que se fazem ofensivas e nao eficientes certas atitudes

para a melhoria da cooperac;:ao no tratarnento ortodontico como gritar, ameac;:ar,

censurar e ridicularizar 0 paciente. Foi visto que uma postura dessa natureza por parte

do profissional gera desconforto e pode despertar urn sentirnento de rivalidade entre ele

e a paciente. Apresentou a maneira rna is coerente que urn paciente nao colaborador

deve ser encarado pelo ortodontista, deixando claras algumas condutas que defende

como sendo as mais adequadas nesse relacionamento. 0 autor afinnou como sendo

fundamental, a iniciativa de transferir a responsabilidade do tratarnento e seu sucesso

para 0 paciente, usando como justificativa que a saude e uma responsabilidade propria

de cada urn. Oefendeu que crianc;as a partir de 8 a 10 anos ja possuem condic;:oes de

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adquirir responsabilidades e comprometimento com 0 tratamento. Ressaltou ainda a

importancia da aceita980 inicial do tratamento palos pacientes, visto que par meio

desse consentimento, 0 paciente estaria S8 comprometendo a assumir a

responsabilidade de S8 esfof98r para a obten980 de sucesso terapeutico. Em

conclusao, a autor enfatizou que 0 profissional naD deveria esquecer de evidenciar 0

respeito, tao necessario e fundamental para a cooperaQ8o do paciente e para 0 born

relacionamento entre as partes.

Fields (1980), com 0 objetivo de melhorar 0 nivel de cooperac;ao de seus

pacientes, propos a realiz8980 de uma serie de 7 sess6es em grupo, par meio da

assistemcia de urn psiquiatra, com as piores pacientes da clfnic8. Como conclusao,

apesar da tentativa, 0 autor verificou que nao houve mudanc;a significativa no padrao de

colaborac;ao destes. Buscando prever a grau de cooperac;ao dos mesmas, a autar

instituiu um novo teste, composta par um sistema de 6 perguntas e a desenha de uma

pessoa, nao apresentando contudo, uma correlac;ao segura. No intuito de aumentar 0

nivel de motivac;ao e conseqCJentemente a cooperac;ao dos pacientes, foram instaladas

medidas para orientac;ao e infonnac;ao na cllnica, contendo explicac;6es sabre 0

diagnostico, plano de tratamento, correta higienizaC;8o e uso dos acessorios. Segundo 0

autor, este metodo contribuiu para tornar as pacientes mais informados e conscientes

em relac;ao as expectativas e aos passos do tratamento. Por fim, foi executado um

treinamento direcionado a equipe de atendimento, pelo usa de recompensa como

incentiv~, e par meio deste, foi visado uma melhora no padrao de atendimento aos

"pacientes problemas". Como complemento, fol constatado pelos resultados, a grande

valia em ter a responsabilidade do tratamento dividida com os pais dos pacientes.

23

Barbour e Callender (1981) afirmaram que as causas que envolvem a

coopera921o au a falta dela sao complexas e dificeis de S8 lidar, pais 0 que serve para

urn paciente pode nao servir para outro. A falta de cooperaryao pode ser encarada como

uma resultante pSicologica do paciente e de crenQas que este tern sabre a condic;ao

propria e a respeito de seu tratamento. Segundo 0 autor, apesar das caracteristicas

psicol6gicas naG poderem ser alteradas, a profissional deve leva-las em considerary8o

numa tentativa de influenciar suas crenC;8S,garantindo assim, a cooperayao durante 0

tratamento. Relatou que 0 profissional que reduz as aspectos negativos e evidencia as

positiv~s da terapia aumenta as chances de reeeber boas respostas de cooperac;:.ao.

Para a melhor compreensao do paciente e de seu comportamento, ° autor observou

que e necessario observar as "tendencias gerais de resposta", as quais descrevem a

concordancia ou aceitac;:.80 frente as inumeras situac;:.oes de tratamento e tambem a

capacidade do individuo de obedecer as mudanc;:.as comportamentais requisitadas pelo

profissiona1. Ressaltou tambem que as creny.as do paciente frente ao tratamento devem

ser exploradas e questionadas. A interac;:.8o paciente-ortodontista e de extrema

importancia para 0 desenvolvimento da cooperac;:.8o do paciente. Segundo 0 autor,

alguns pontos favoraveis a motivac;:.80 pod em ser citados como: estabilidade familiar,

tendencia geral de concordancia do paciente, otimismo em relay80 aos beneficios do

tratamento, entrosamento entre profissional e paciente e satisfac;:.8o do paciente em

relac;:.80a uma visita especifica, etc. Contudo, outros pontos conduzem a uma tendencia

motivacional inibit6ria, dentre eles podemos citar: clinica ineficiente, tratamento

demorado, hostilidade, dogmatismos, creny.as negativas do paciente e insatisfac;ao

deste perante 0 profissional, dentre Qutros.

24

Owen (1983) defendeu a estrategia de S8 estimular a motiv8980 do paciente par

metodos da relay80 e da recompens8. Ressaltou a importancia de ser estabelecida

uma boa relaC;8o com as pacientes, mesmo que estes nao sejam colaboradores, nunca

castigando-os, mas aceitando-os como realmente sao, sempre tentando encoraja-Ios as

mudany8s de comportamento e de postura. 0 autor propos a utiliz8C;80 de urn folheto

explicativo, a qual seria entregue aos pacientes e pais no primeiro dia, com orientac;oes

referentes ao tratamento. Segundo ele, esse metoda teria como objetivo a diminui980

da ansiedade e dos questionamentos da familia sabre a tratamento. Advertiu ainda que

a elucida<;8o das duvidas e a refofC;o frequente de que a responsabilidade do sucesso

do tratamento esta na dependemcia do paciente sao indispensaveis para uma boa

cooperayao. Outra estrategia recomendada pelo autor seria requisitar ao paciente fotos

de algumas pessoas e, dentre elas, solicitar que ele destacasse as mais bonitas e

harmonicas. A partir desse princfpio, com 0 objetivo de aumentar sua motiv8yao par

meio da visualizayao do futuro padrao estetico desejado para si, fosse confeccionado

urn cademo de faces. Uma boa higiene bucal, pontualidade, usa adequado e suficiente

dos aparelhos, eram as comportamentos que, com base no sistema de acumulo de

pontos, iriam gerar as recompensas. Em conclusao, 0 autor apontou os reforc;os

verba is, ou seja, os elogios e a utilizaC;ao do caderno de faces, como manobras

altamente eficazes no sentido de aumentar a motivaC;80 e conseqOentemente, diminuir

o tempo de tratamento com aparelhos removiveis.

White (1984) relatou que a falta de cooperaya.o, em vez de relacionar~se a certos

comportamentos especfficos ditados pelos pacientes, estaria intima mente relacionada a

baixa tolerancia a dar por estes. Oesta forma a autor enfatizou que os pacientes nao~

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colaboradores em vez de precisarem de uma mudanc;a de comportamento,

necessitavam de uma reduc;ao da produ.yao de fatores inflamatorios e

conseqOentemente, de menor sensac;ao dolorosa durante a tratamento. 0 autor, par

meio da aplicac;ao de um metoda que visava a estimulac;ao mecanica do period onto em

associac;ao com a administrac;ao de urn analgesico fraco (aspirin a), desenvolveu uma

goma de mascar analgesica que devia ser aplicada ap6s as trocas de arcos e assim,

permitiria a avaliac;ao de uma possivel diminuic;ao daquele desconforto. as resultados

mostraram que, dos 93 pacientes selecionados e instruidos a mascarem a goma por

aproximadamente 20 a 30 minutos, 58 deles (63%) relataram ter experimentado

diminuic;ao do desconforto p6s-ajustes. Com base nas conclus6es do autor, apesar de

serem necessarias mais pesquisas envolvendo a tema, 0 metoda aparece como uma

posslvel alternativa para controle da sensibilidade p6s-ajustes e conseqOentemente na

melhoria do padrao de cooperac;ao dos pacientes.

Gross, Samson e Dierkes (1985) avaliando 0 problema da lalta de coopera,ao

dos pacientes submetidos ao usa de aparelhos removiveis, desenvolveram um sistema

motivacional baseado em privilegios recebidos par estes em troca do comportamento

cooperador desejado pelo profissional. 0 Sistema, apoiado na relac;ao entre 0

comportamento do padente e as influencias do meio sobre ele, tinha como objetivo

analisar as situac;6es de falta de coopera~o no tratamento par meio de urn acess6rio

removlvel proposto. Com inicio apes a definic;ao do comportamento-alvo, au seja, das

respostas que sao esperadas dos pacientes no tratamento (usa adequado do aparelho

extra-bucal, Bionator, elasticos intra-bucais au ate, a correto posicionamento labial), a

sistema deveria camper medidas de incentive au privilegios como passeio no parque,

26

esportes, filmes, dentre Qutros, as quais nesse momento deveriam ser estabelecidas.

Os mediadores, au seja, as pessoas responsaveis par monitorar 0 comportamento

especifico do paciente, poderiam ser desde familiares, amigos, au ate mesma

profissionais da sauds. Urn centrate seria trac;ado entre paciente, pais e ortodontista,

especificando as regras da relayao entre 0 comportamento-alvQ e as respectivas

recompensas. Urn exemplo de contrato seria 0 esquema de monitoramento do paciente

pelos pais em 8 ocasioes par dia, ande 0 paciente, ap6s orienta90es do usa do

aparelho removivel, sena informado que ele 56 receberia 0 beneficia previamente

selecionado (televisao, dinheiro para cinema, etc ... ) S8 ele fosse observado fazendo 0

uso correto do aparelho em 5 das 8 vezes no dia. Como medida auxiliar no controle do

sistema, foi indicada a confecc;ao de uma tabela de progresso do tratamento do

paciente, a qual deveria ser colocada em urn lugar de facil acesso da casa e levada as

consultas para devida analise. Em conclus8o, como resultado da aplicay80 clinica do

sistema exposto anteriormente, foi obselVado uma real capacidade de prevenir e alterar

condiyoes de falta de cooperay8o dos pacientes sob tratamento com aparelhos

removiveis, e, al9m disso, uma melhoria na interay80 entre pais e filhos e

consequentemente, uma intensa reduc;ao nos conflitos entre as partes.

Araujo (1988) propos, no uso de aparelhos removiveis, como medida para

influenciar positivamente 0 grau de motivay8o e consequentemente a cooperac;ao dos

pacientes, a devida orientay8o dos pais com 0 usa de urn folheto impressa refenda

como "Guia de orientay8o aos Sen hares Pais". Nesse folheto constariam infarmayoes

indispensaveis camo a etiologia do problema, desenhas explicativos do aparelho,

exercicios terapeuticos requeridas durante a tratamento, al8m de orientayoes gerais de

uso. Segundo 0 autor, e de suma importancia que ocorra a participa9ao ativa dos pais

ou responsaveis durante 0 processo terapeutico.

Gross (1988) avaliou a efetividade de um programa desenvolvido para reduzir os

problemas de nao comparecimento as consultas na rotina de uma clinica ortodontica. A

amostra roi composta por pacientes com consultas marcadas e com uma media de

idade de 12 anos. As variaveis envolvidas foram: numero de pacientes que

simplesmente nao compareceram, a freqOencia de consultas canceladas de ultima hora

e 0 numero de pacientes que compareceram em tempo a consulta. A implementa9ao de

uma loteria, apresentada par meio de um poster exposto na recep9ao, infonnava que os

pacientes que colaborassem demonstrando serem responsaveis em rel89ao as

consultas, concorreriam a um premia doado pela cllnica. 0 programa foi realizado

durante 33 dias. Segundo a autor, os resultados demonstraram, um aumento de 15%

nos comparecimentos em tempo as consultas, 57% de redu9ao nos cancelamentos de

ultima hora e 75% de redu9ao nos nao comparecimentos, que 0 sistema de toteria e urn

metodo de alta efetividade na melhoria da coopera,ao do paciente em rela,ao a

presen9a as consultas.

Folguer (1988) desenvolveu um estudo com 0 objetivo de avaliar a rela9ao entre

a coopera9ao infantil no uso de um aparelho ortopedico e 0 conhecimento das maes

sobre aspectos especificos de tratamento. Os pontos-foco desse estudo fcram: 0

prorissional e a procedimento, a nivel de controle dos pais, a disciplina e a nivel de

organiza9ao em casa. Foram enviados questionarios aos pais de 306 pacientes de uma

cidade de porte medio, na California. Ao final, a amostra da pesquisa consistiu-se de

28

120 pacientes (68 meninas e 52 meninos), com idades vanando entre 4.7 a 17 anos

(media de 11.8 anos). 0 questionano intitulado (FACSS) apresentava 8 subtestes que

focavam as seguintes aspectos: conhecimento dos pais frente ao tratamento e sabre 0

cirurgiao-dentista; rigidez e consistencia do controle dos pais; disciplina orientada pelo

amor; disciplina de choque; racionalidade e frequencia do controle e organiz8C;8o em

casa. Fe; encontrada diferenC;8 significativa entre as grupos de colaboradores e n80-

cola bora dares em 4 das 10 hip6teses. Como conclusao, autor expos que as crianC;8s

sao mais predispostas a colaborarem quando as maes tern urna nOyaO mais positiva

sobre 0 tratamento e sabre 0 dentista, quando existe usa limitado de disciplina de

choque e tambem, a existemcia de alto nlvel de arganiz8C;8o em casa.

Klages, Sergi e Burucker (1992) com 0 objetivo de identificar comportamentos

beneficos na comunica<;80 entre ortodontista e os pacientes, desenvolveram um estudo

baseada na analise de dialogos gravados par uma fita de audio em consultas regula res

de Ortodontia. 0 estudo compos-se de 66 pacientes da clinica da universidade de

Mainz, as quais foram gravados com 0 uso de um microfone sem fio. Foi verificada

correlayao significativa entre os elementos que envolvem a comunicayao entre

artodontista e paciente. 0 camportamento do profissional mostrou-se ser determinante

direto da produ,80 verbal do paciente bem mais intensamente do que 0 oposto. Os

pacientes se mostraram mais motivados no aspecto comunicac;aa quando foi dada

preferemcia a temas sociais em vez de temas relacionadas a terapia propriamente dita.

As perguntas diretas apareceram como sendo urn mecanismo de forte estirnulag80 da

participayao do paciente. Par outro lado, a estrategia de mudanc;a de assunto mostrou

ter um efeito negativo nessa interag80. Os autores afirmam tambem que 0 paciente

29

cooperador assume um papel ativo na comunica<;ao, 0 que a expresso pela intensidade

da fala, pelo nlimero de frases usadas durante a visita e pelo detalhamento das

respostas dadas ao ortodontista.

Nanda e Kierl (1992), em urn estudo desenvolvido com 0 objetivo de tentar

predizer a coopera<;ao dos pacientes previamente ao inicio do tratamento, apticaram

question"rios em 100 pacientes adolescentes (57 do genera feminino e 43 do genero

masculino), seus pais e ortodontistas. Os questionarios foram aplicados em tres fases

distintas do tratamento (inicio, ap6s 2 meses e ap6s 6 meses). As quest6es, de carater

psicossocial, foram direcionadas a analise das atitudes acerca do relacionamento entre

pais e pacientes, as expectativas de tratamento e ao relacionamento dos pacientes com

o profissional. Foi encontrada uma nitida dificuldade na tentativa de prever 0 nivel de

cooperayao dos pacientes pelos autores e, alam disso, foi constatado que as variaveis

selecionadas e a percep<;ao do ortodontista em rela<;ao as atitudes do paciente

estavam intima mente relacionadas a motiva<;ao dos mesmos. Par flm, os autores

enfatizaram que uma mel haria na comunica<;ao entre ortodontista e paciente, tende a

um methor padrao de cooperayao durante 0 tratamento.

Segundo Knierim (1992) a curiosidade natural do paciente pode ser usada a

favor do ortodontista no que se refere a coopera<;ao durante 0 tratamento. Na pratica

clinica do autor, 0 paciente a 0 responsavet por levar a ficha clinica ata a recepyao no

momenta em que e agendada uma nova consulta. Estimulado pela curiosidade da

situayao, 0 paciente acaba observando certas anota<;oes especificas de autoria do

profissional referentes ao tratamento, as quais estao marcadas por meio de carimbos

30

confeccionados especificamente para os devidos fins. Informac;oes como: "Falta aconsulta~ e "Chegou atrasado" I dentre Qutras, sao empregadas para chamar a atenc;ao

do paciente e estimular a sua motiv8c;ao em situ8c;:oes especificas do tratamento.

Bartsch et al. (1993) desenvolveram urn estudo com 0 objetivo de avaliar a

coopera~o dos pacientes no usa de aparelhos removiveis monitorados par dispositivos

eletr6nicos. A amostra foi composta par 77 pacientes entre 9 e 14 anos, as quais fcram

submetidos a urn questionario envolvendo aspectos psicologicos. Como parte do

estudo, as res pastas provenientes dessa avaliac;.3o fcram associ ad as aos resultados

obtidos do monitoramento eletronico. As caracteristicas envolvidas no estudo foram:

educa<;:ao familiar, relacionamento profissionall paciente, supervisao e grau de apoio

familiar, sociabilidade, obediencia e desempenho escolar. Como evidencia de maior

peso no estudo, 0 autor apontou a intera<;:ao entre profissional e paciente como sendo 0

fator de maior importancia e que a eficiencia dessa rela<;:ao, e diretamente proporcional

ao grau de coopera<;:ao dos pacientes no curso de tratamento.

Witzig e Spahl (1995) verifiearam que, durante 0 estagio final da terapia com 0

aparelho Sionater, existe uma tendfmcia expressiva de perda de entusiasmo e a

consequente diminui<;:ao da coopera<;:ao em seu usc, sendo que neste momento, 0

estimulo e 0 apoio ao paciente par parte do profissional se tomam fundamentais.

Segundo os autores, uma postura firme e insistente, conscientizando 0 paciente ace rca

do empenho e tambem da quantia de dinheiro investido ate aquele momento, se

mostram fundamentais ao exito do tratamento.

31

Rubin (1995) ressaltou que a profissional deve utilizar sua habilidade

interpessoal quando 0 objetivo e abter uma resposta positiva em relagao aD usa de

elasticos, da contenyao, da higiene oral e de uma dieta adequada pelo paciente durante

o tratamento ortod6ntico. Metodos para estimular a motivac;ao como amea9as feitas

pelo ortodontista ja naD sao mais usadas devido ao e1eito limitado que geram, sendo

que em vez dessas medidas, 0 autor aponta como eficientes, a aproximac;ao baseada

numa conversa pre-tratamento e em reforgos 1eit05 durante 0 processo terapeutica.

Qutras estrategias e comportamentos, segundo a autor, que S9 mostram

recomendaveis par parte do ortodontista sao: assinar urn centrate de responsabilidade,

cultivar a habito de elogios e a respeito, reconhecer as meritos do paciente no

tratamento, compartilhar a poder de decisao sobre 0 plano de tratamento com este,

alem de solucionar quaisquer duvidas que aparec;am. Par fim, 0 autor concluiu

defendendo a opc;ao de que se mesmo apes essas manobras nao for obtida a

cooperayao necessaria pelo paciente, deve ser realizada uma conferencia familiar au

manter 0 paciente sem aparelho ate que 0 paciente demonstre um maior grau de

responsabilidade.

Mayerson e Alexander (1996) discorreram sobre as atitudes necessarias para se

criar um paciente colaborador. Segundo os autores, a convicc;ao na tecnica terapeutica

instituida, a boa comunicac;ao entre ortodontista e paciente, alem de um alto padrao de

qualidade do ambiente de tratamento, sao algumas das exigencias para esse fim.

Desvendar quais ac;oes produzem respostas positivas pelo paciente e tambem, ter

plena consciencia a respeito das metas de tratamento, sao atitudes tidas como

essenciais ao sucesso. Concluiram desta forma, que a profissional deve acreditar e

32

confiar em seu metodo de tratamento e em si mesma e, ah~m disso, estar atento as

informac;oes, elogiar quando julgar necessaria, e conseguir fazer com que pais e

crianyas compreendam a importancia e 0 valor do tratamento ortodontico.

Para White (1996), dentre as principais correntes da psicologia envolvidas dentro

do tema motivacyao em ortodontia, a ciencia do comportamento S8 destaca, tendo como

base filos6fica a ide!ia de que as consequemcias e quem ditam as comportamentos. Par

meio desses principios, e tendo como principal estrategia a diminuic;ao do desconforto

causado aos pacientes, 0 autor desenvolveu urn sistema motivacional completo para

ortodontistas, 0 qual e rotineiramente usado em sua clfnica. Neste sistema sao contra-

indicados metodos que envolvam a puni980 dos pacientes, e e ressaltado que 0 melhor

caminho para estimular a motiva98o seria 0 aumento dos reforr;os positivos e a

limitaC;80 dos negativos. Os positiv~s, para terem maior efetividade, devem ser

aplicados imediatamente apes 0 comportamento nocivo dos pacientes. Segundo White

(1996), medidas como: 0 uso de fon;:as continuas em vez de intennitentes, usc de arcos

resilientes, usc de acess6rios colados quando possivel, uso de mecanicas

segmentadas que envolvam um numero menor de dentes, uso de acesserios com uma

grande distimcia internraquetes e usc de analgesicos logo ap6s as consultas de ajuste

atuam como reforc;os positivos diminuindo a dor e 0 desconforto durante 0 tratamento e

como conseqOencia, melhoram a motiva<;ao dos pacientes.

Williams et al. (1997) relataram que em casos em que a idade dental esta bern

mais avanc;ada que a cronolegica, problemas de motivayao podern surgir, sendo

indicado, muitas vezes, 0 adiamento do inicio do tratamento. Em pacientes adultos, urn

33

periodo de adaptaC;BO pos-instalaC;Bo do aparelho e antes de submete-Ios a extrac;oes

dentarias, S9 mostra eflcaz como medlda de reforc;o na motiv8c;.30 deles. Segundo as

auto res, e esperado durante algum periodo do tratamento fiear evidente urn sentimento

de frustraC;80 pelo paciente, sendo que, nesses momentos, 0 aconselhamento e 0

envolvimento no progresso do tratamento par parte do ortodontista podem ser

beneficos. Uma explic8C;80 cuidadosa e tambem demonstrac;6es aeerca das mudanC;8s

dentais em intervalos regula res par meio de modelos de estudo iniciais e fotografias

podem ser proveitosas. 0 acompanhamento e a devida supervisao dos pais durante 0

tratamento S9 mostram essenciais para a manutenc;:ao da motivac;ao. Algumas medidas

direcionadas para a envolvimento do paciente ao tratamento como requisitar que este

leve consigo em cada consulta a cartao de visitas marcadas, a aparelho extra-bucal

junto com as anotac;oes do tempo de usa, escova e creme dental e tambem folhas de

instruC;80 aparecem como de grande valia. Nas situac;oes em que a falta de cooperayao

aparece no sentido de fracasso em alcanc;ar os movimentos dentais previstos, 0

ortodontista, baseando-se em maldagens de estudo realizadas, deve transmitir ao

paciente esses insucessos e se necessaria informar aos pais sabre a condic;ao

apresentada, sempre buscando uma integrac;ao em conjunto com as mesmos e um

esforc;o para desenvolver soluc;oes praticas para a problema. Em relac;ao a falta de

caaperac;ao em manter as acess6rios livres de danos e fraturas, e indicado, nessas

situa96es, que a ortodontista nao deixe de anotar a freqOemcia e a natureza de tais

des vias. Em relaC;8o as faltas a consultas, a ortodontista deve explicar ao paciente e

aos seus pais que com tais interrupc;oes a resultado final previsto nao podera ser

alcan98do, e a tempo de tratamento sera mais longo, podendo ocorrer danos aos

dentes e estruturas de suporte. Muitos problemas relacionados a falsas expectativas

34

criadas ou ate mesma influencias negativas de terceiros podem ser evitadas pelo

correto esclarecimento aeerca das divers as eta pas de tratamento. Essa manobra S9

mostra fundamental no inicio do tratamento antes mesma da instalaC;80 do aparelho

ortodontico quando sao abordados aspectos como as possiveis implic8c;oes da terapia

e tambem a escala de tempo prevista de durac;ao do tratamento. Par tim, devido aos

maleficios que a interrupyao de urn tratamento pade causar aos pacientes, deve ser

rigorosamente enfatizado que S9 faz preferivel a naD iniciaC;8o do tratamento a passar

pela SitU8C;80 de tar que interrompe-Io no decorrer do mesmo e antes de sua

finaliza9iio.

Para Pinzan, Neto e Janson (1997) algumas providemcias S8 mostram salutares

para 0 desenvolvimento da cooperaC;8o dos pacientes, dentre as quais, a necessidade

de se conhecer muito bern as suas expectativas quanto aos resultados do tratamento e

suas intenc;6es em termos de colaborac;ao. Per meio de um estudo, com a intenC;8o de

avaliar esses aspectos, foi aplicado um questionario, com quest6es que visaram avaliar

o paciente quanto ao seu grau de informaC;8o e motiva98o assim como suas

expectativas ace rca do tratamento, nos cursos de pos-gradua980 em Ortodontia na

Faculdade de Odontologia de Bauru - USP. Os resultados mostraram que se faz de

extrema importancia 0 esclarecimento, com um dialogo franco e aberto, sobre as reais

beneficios que a tratamenta e capaz de implicar, evitando-se assim a aparecimento de

falsas expectativas e a consequente perda de mativa98a do paciente. Ou seja, 0 grau

de coopera98o do mesma esta diretamente relacionado ao bom andamento de todo 0

processa a que resultara na obten98o de resultados mais proximos possiveis dos

objetivos estabelecidos no plano de tratamento.

35

Richter et al. (1998) em seu estudo avaliaram as efeitos de um sistema

motivacional baseado em recompensas dadas ao paciente. Dividida em tres grupos, a

amostra foi constitufda par 144 pacientes (63 do genera masculino e 81 do genera

feminino, com a idade media de 12,8 anos). 0 primeiro (controle) foi instruido apenas

por orienta90es basicas, ja 0 segundo, recebeu uma avalia<;8o escrita sobre

coopera980, e tambem, as instru<;oes, a terceiro par sua vez recebeu as arienta90es

por meio de urn boletim de avaliaC;8o e recompensas de acordo com a cooperayao

demonstrada. Como resultado, foi visto que as indices medics de cooperaC;8o des

colaboradores aeirna da media nao apresentaram melhora significativa com as

recompensas. Em concordimcia com tal fatc, os indices de pacientes com cooperay8o

abaixQ da media tam bern naD melhoraram significativamente. Par outro lado, os indices

de higiene bucal no grupo que obteve recompensas, com baixa cooperayao inicial,

foram melhores do que no grupo controle com baixa cooperayao e as colaboradores

acima da media permaneceram com alta cooperayao. Em conclusao, as autores

defenderam a ideia de que a sistema de recompensas e uma estrategia eficaz e auxiliar

na motivayao dos pacientes abaixo da media em relayao ao fator higiene bucal, isto

porque, as aspectos pontualidade e cuidados gerais aos acessorios nao apresentaram

efeitos positivos pelo seu usa.

Tung e Kiyak (1998) analisaram as aspectos psicologicos que devem ser

considerados na hora de decidir qual e a momento au fase ideal para inicio do

tratamento ortodontico. Para os autores, essa escolha se faz de suma importancia, uma

vez que a aderemcia ao tratamento esta diretamente relacionada ao estagio de

desenvolvimento psicologico atual do paciente. 0 estudo baseou-se na elaborayao e

36

aplica9ao de urn questionario que seria respondido pelos pais e filhos ressaltando

aspectos como as caracteristicas de personalidade do paciente, motives da procura

pelo tratamento e valores esteticos de pacientes novos (lase I). Participaram desse

estudo, 75 crianc;:as com idade media de 10.85 an os e seus respectivos pais. As

crianC;:8s eram de maloria branca, provenientes de SeaUle e Anchorage, Alaska e a

maior parte acabara de completar a quarta serie de ensina. Os resultados indicaram

que as crianC;:8s mais novas sao boas candidatas ao tratamento precoce (fase I), sendo

que a idade ideal e a de 9 a 12 anos de idade. as autores afinnaram tambem, que

devido a varias caracteristicas de desenvolvimento da personalidade e tambem aos

aspectos psicol6gicos relacionados a sua aparencia fisica, 0 pre-adolescente tem uma

tendemcia maior de adesao as regras e a outras ordens de rotina estipuladas pelos

adultos.

Arnett e Wortey (1999), buscando avatiar a motivayao e as expectativas do

paciente acerca do tratamento ortodontico, realizaram um estudo por meio de um

questionario de analise da motiva9ao. Este questionario era aplicado ao paciente antes

da consulta inicial e tinha como principais t6picos as altera90es dentarias, faciais e

sintomaticas. Com 0 objetivo de conhecer as expeclativas do paciente, e ao mesmo

tempo, conduzi-lo a um resultado que pudesse satisfazer os seus anseios iniciais de

tratamento, 0 questionario tambem foi aplicado a um paciente em inlcio de tratamento.

Nessa situa980, apesar do paciente achar que 0 tratamento ortodontico por si s6

solucionaria os seus anseios estelicos, foi revelado que, para obter a real beneficio que

buscava, se faziam necessarios procedimentes cirurgices. Centudo, apes a finahza9fio

do case, e paciente se mostrou realmente satisfeito em rela980 ao plano de lratamento

37

e aos resultados da terapia executada. Os autores concluiram que 0 usa do

questionario apresentou-se de grande valia quando 0 ortodontista deseja aumentar a

grau de motivayao do paciente, uma vez que ao conhecer as expectativas destes, 0

tratamento e direcionado em concordfmcia com as mesmas.

Lees et al. (2000) desenvolveram urn estudo baseado na clia9ao e aplica9ao de

urn video de orientaC;80 de higiene bucal e a compararam aos metodos escrito e verbal.

Neste estudo, 65 pacientes, com acess6rios inferiores ja previamente instal ados por urn

periodo de 3 meses, foram divididos em 3 grupos: 0 primeiro receberia a orientary8o por

escoto, a segundo a metoda audio-visual e 0 terceiro a arientaC;80 verbal. Para 0

primeiro grupo, composto de 21 pacientes, as orienta90es par escrito abrangiam topicos

como problemas nos estagios iniciais, cuidados com as aparelhos e dieta, limpeza

bucal, entre outros. 0 segundo, composto par 22 pacientes, obteve orientayao audio-

visual com 0 filme Brace Yourself, a qual, continha 8 minutos de durayao. 0 terceiro por

sua vez, tambem em numero de 22, obtiveram orientayao verbal de um tecnico de

higiene dental. Antes de serem testados, os pacientes pertencentes aos tres grupos

passaram por uma analise especifica envolvendo os fatores como: indice de placa,

Indice gengival e conhecimento geral acerca do lema higiene bucal. Apos 8 semanas

da aplicayao das tecnicas motivacionais e da orientayao proposta, e apos os devidos

testes de Indice de placa, gengival e conhecimentos gerais serem novamente efetuados

para verificayao da evoluyao de cada grupo. os resultados mostraram que no geral.

nenhum dos 3 metodos foi determinado como sendo ideal para todos as pacientes. Os

resultados apontaram que a metoda que se destacou, obtendo as melhores

porcentagens de evoluyao. foi a metoda estabelecido no grupo 2, ou seja. a orientayao

38

par meio de urn tecnico de higiene bucal. Apesar do metoda educativD audio-visual naD

ter obtido as melhores resultados no estudo em questao e tambem apesar dos altos

ga5t05 e 0 tempo despendido para ser desenvolvido, 0 video Brace Yourself S8 mostrou

como urn metoda altarnente efetivo na arientaC;80 e motiv8C;:80 de higiene bucat dos

pacientes submetidos 80 tratamento ortod6ntico.

Rinchuse e Rinchuse (2001) apresentaram princfpios educacionais e

psicologicos adapt8veis a pratica odontologica. A primeira, teoria da progressao,

consistia em educar as pacientes em relac;ao ao usc dos aparelhos odonto16gicos,

chamando-os pelo nome e perguntando S8 estes estavam entendendo. A segunda,

tecnica da aproximaC;:8o intima, baseava-se em ensinar como realizar a higiene e

tambem presentea-Ios com lembranc;:as. A terceira, tecnica da psicologia inversa

consistia em transformar em dever urn comportamento indesejavel. Par tim, a teo ria do

reforc;o, on de e indicado fazer, sempre rnais elogios do que criticas.

Vasconcellos, Silva e Vasconcellos (2002) apontaram as causas do insucesso na

cooperac;ao dos pacientes como sendo a desinformac;:ao e a apatia dos pacientes, a

falta de comunicac;:ao entre profissional e paciente, a baixa renda do mesmo, a falta de

atitude individual, alam de pacientes descrentes em relac;:ao a propria saude. Por tim,

defendem como sendo de grande valia para 0 aurnento da motivac;ao dos pacientes a

atitude de influencia-Ios par meio da informac;:ao.

Klatchaian et al. (2003), ressaitaram que pede haver muitas vanaveis

relacionadas a faixa etaria apresentada pelo paciente ortodontico, urna vez que, os

tratamentos ortodonticos iniciarn-se na infancia, adolescencia e rnuitas vezes chegam a

39

fase adulta do paciente. No case de tratamento em clianC;8s, a relaC;8o entre 0

cirurgiao-dentista e a crianc;a pode ser considerada como fundamental para a profilaxia

do meda, bern como a formaC;8o de urn solido vinculo entre a cirurgiao-dentista e a

paciente. Nesse casa as pais podem exercer urn importante papal no processo de

motiv8c;ao. No que S8 refere a adaptac;:ao do paciente ao tratamento, 0 cirurgiao-

dentista deve informar aos seus pacientes sobre 0 que S8 espera do novo aparelho,

minimizando assim alguma ansiedade ou inc6modo que possa ocorrer. 0 paciente deve

ser auxiliado no estabelecimento de urn sensa de controle proprio sobre 0 progresso do

tratamento e estar preparado para encontrar algum tipo de desconforto. Os

esclarecimentos quanta a maloclusao e caracteristicas do tratamento, bern como 0

estabelecimento de uma boa relayao profissional-paciente, estimulam a motivayao do

paciente e, conseqOentemente, a colaborayao do mesmo frente ao tratamento. Os

autores ressaltam que, ao aumentar a conscientizayao do paciente sobre a maloclusao,

ha 0 esclarecimento de suas necessidades de tratamento, dura<;ao do mesmo e 0 valor

dos dentes. Desta forma, cria-se urn efeito positivo em rela<;ao ell saude bucal e ha

aumento da cooperayao e da motiva<;ao. Os me-todos mais comuns descritos pelos

ortodontistas para melhorar a cooperayao do paciente foram: elogios verba is ao

paciente, educe-Io sobre as conseqOencias de uma me coopera«i3o, discussao sobre as

metas do tratamento, instruyoes sobre 0 uso apropriado dos elasticos e aparelho extra-

bucal e enfatizar sabre as consequencias da rna cooperayao. FOi, tambem, observado

que a instru<;ao dos pais pode ter um importante impacto sabre 0 nivel de coopera<;ao.

Ao educarmos as pacientes e darmos a eles mais autonomia sobre seu pr6prio

tratamento, poderemos diminuir a ansiedade e, consequentemente, aumentamos a

atitude de adesao ao tratamento. A confianc;a e 0 interesse dos pais sao muito

40

importantes no processo de motiv8C;:80 do paciente infanti! e do adolescente ao

tratamento ortodontico.

Bohrer (2004) apontou a comunica(:ijo como a fator que possui maior influemcia

sabre 0 padfi30 de motiv8c;:ao dos pacientes. Observou que a rela<;ao entre ortodontista

e paciente deve ser a melhor passive1 e 0 esforc;o realizado pelo profissional, par meio

de atitudes motivacionais, eo fator que conduzira a tratamento ao sucesso desejado. 0

aulor ap6ia ainda a idela de que 0 usa de recompensas S8 caracteriza como urn fatar

de grande valia na motivac;:ao dos pacientes e aumento da cooperaC;8o dos mesmas,

bern como, a esforc;o no sentido de informar 0 paciente sabre as diversas etapas do

tratamento, seja pelo metodc verbal, audio-visual ou impressa.

41

3 PROPOSI<;:AO

Este trabalho visou, par meio de uma revisao de literatura, uma analise descritiva

das metodologias clinicas empregadas, alem da psicologia relacionada ao aumento da

motiva980 e cooperaC;8o do paciente frente ao tratamento ortodontica.

42

4 DISCUSSAO

Este estudo baseou-se no anseio par parte dos ortodontistas em descobrir mais

sabre a personalidade de urn assunto multo pouco explorado atualmente e de

fundamental importancia ao exito do tratamento, a motiv8c;ao dos pacientes.

A intera980 profissional-paciente loi ratificada por Bartsch et al. (1993) como

tendo relayeo direta com a motiv8c;ao dos pacientes submetidos aD tratamento

ortodontico. Urn born relacionamento nesse cantata direto foi apontado anteriormente

par Owen (1983) como pec;a-chave na estimulaC;8o dos padr6es de motiv8c;80.

Apoiando esse ponto de vista, Rubin (1995) ressaltou 0 importante papel do respeito

nessa intera980, assim como Story (1966), 0 qual ja havia destacado a Iranqueza como

uma caracteristica fundamental na interac;ao com crianC;8s e adolescentes. Ainda Rubin

(1980, 1995), abordando os aspectos de eleito negativo nessa intera980, ressaltou ser

contra-indicado atitudes como ameaC;8s feitas pelo profissional, al8m de habitos

agressivos como gritar, censurar e ridicularizar 0 paciente. Enfim, um relacionamento

saudavel entre ortodontista e paciente, baseado fundamentalmente no respeito entre

ambas as partes e condicionado a situa90es livres de atitudes e comportamentos que

banalizem essa relac;ao, se mostrou essencial no aumento da motivac;ao dos pacientes.

Clark (1976), Klatchoian et al. (2003), Mayerson e Alexander (1996), Owen

(1983), Rubin (1995) apontaram como sendo eficaz 0 habito de elogiar e expressar

admira980 ao paciente quando se julgar necessario. Para Owen (1983) e Rubin (1980,

43

1995), enfatizar ao paciente a seriedade e a responsabilidade que S9 fazem

necessarias em meio ao tratamento e sob 0 seu exito, gerariam condic;oes favoraveis

ao desenvolvimento e a manuten9ao da motivac;:ao.

A freqOencia ideal au 5uficiente acerca dos diversos estimulos diretos visando a

melhora do padrao motivacional do paciente foi relatado por Owen (1983), Rubin (1995)

e Williams et al. (1997), as quais defenderam que para serem realmente eficazes, estes

estfmulos devem ser reforc;:ados durante todo 0 processo terapeutico, pois samente

assim, resultariam em real aprendizado pelo paciente QU, em exito na mudanc;:a de

comportamento.

Diversos relatos (CALLENDER; BARBOUR, 1981; GRABER, 1971; KLAGES;

SERGI; BURUCKER, 1992; KLATCHOIAN et aI., 2003; MAYERSON; ALEXANDER,

1996; MULlK, 1968; NANDA; KIERL, 1992; VASCONCELLOS; SILVA;

VASCONCELLOS, 2002; WILLIAMS et al., 1997) fcram disconidos sobre a importancia

de ser estabelecida uma boa relac;:ao de comunicac;:ao entre profissional e paciente,

mantendo estes sempre que possivel, muito bem informados e atualizados acerca das

diversas etapas do tratamento. Ao ser tomada essa providemcia. as problemas

causados par pre-canceitos au infarmac;oes distantes das reais retidas pelas mesmas,

se tomariam menores. Graber (1971) enfatizou a importancia do desenvolvimento de

um elevado nivel de conhecimento sobre 0 tratamento pelo paciente. Nesse sentido,

Owen (1983) e Rubin (1995) advertiram sobre a importancia da elucidagao de

quaisquer duvidas do paciente que possam existir.

44

Klatchoian et al. (2003) e Williams et al. (1997), embasados na preocupayao de

criar paclentes bern informados, ressaltaram 0 valor inestimavel de informa-Ios sabre as

danosas consequencias da falta de cooperac;ao e tarnbam de ser instituida a devida

apresentay30, orientay30 e educayao em situa¢es ande e constatada a necessidade

de usa de novos aparelhos, acess6rios e Qutros. Em resultado disso, a tendencia seria

urna diminuiyao da ansiedade do paciente e tambem Qutros problemas decorrentes da

falta de conhecimento pelo mesmo.

Vasconcellos, Silva e Vasconcellos (2002) apontaram como ponto-chave no

processo de motiv8y30 a ato de influenciar as pacientes pela informa\f3o e em

complemento, como ponto de efeito negativo, a desinformayao e a apatia do paciente.

Urn paciente bern informado e com urn alto nivel de conhecimento acerca dos

va riDS pontos do tratamento tende a estar sempre mais motivado. Oesta forma, a alta

qualidade da comunica~o estabelecida entre profissional e paciente e a habilidade do

ortodontista e de sua equipe nesse sentido se tornam essenciais.

Graber (1971) apontou como sendo de resultante altamente negativa em relayao

a motiva<;ao dos pacientes, quebras de promessas feitas pelo profissional ao paciente.

Para Arnett e Worley (1999), Fields (1980), Klatchoian et al. (2003), Mayerson e

Alexander (1996) e Pinzan, Neto e Janson (1997), 0 conhecimento das expectativas do

paciente acerca do tratamento e a discussao das metas do mesmo, previnem contra a

diminuiyao da mot1vayao relacionada ao aparecimento de resultados nao previstos

pelos pacientes. As reais carencias dos pacientes devem ser descobertas segundo

Mulik (1968) e a partir desse ponto, urn programa motivacional deve ser desenvolvido a

esse favor.

o ortodontista deve ter 0 conhecimento das expectativas do paciente acerca dos

resultados do tratamento e 0 paciente deve ser esclarecido sobre as reais

possibilidades e limitac;oes de seu tratamento.

o significativo valor do envolvimento dos pais no tratamento foi mencionado em

concordancia par Fields (1980), Graber (1971), Klatchoian et al. (2003), Mayerson e

Alexander (1996), Siory (1966) e Williams et al. (1997), os quais enfatizaram a valia em

fazer com que pais e crianc;as compreendam a importancia do tratamento. A divisao da

responsabilidade, a presen,a e a participa,ao, alem da instru9i!io e orienta,ao dos

mesmos diante do processo de tratamento de seus tilhos foram os pontos citados como

sendo de grande importancia nesse contexte motivacional. Em concordancia ao

exposto, uma conferencia com os pais do paciente foi indicado por Rubin (1995) em

casas extremos de talta de cooperac;ao no tratamento.

A grande maieria dos trabalhos que abordaram t6picos relacionados a influencia

dos pais da crianc;a submetida ao tratamento, evidenciaram como sendo essenciais a

estimulac;ao da participac;ao e a envolvimento dos mesmos, al9m da importancia de um

born nivel de conhecimento por eles, sobre 0 tratamento.

Para Clark. (1976),0 tratamento em criangas, especialmente na consulta inicial, 0

profissional deve mante-Ias como centro das atengoes, e nao os pais, como 9 muito

frequente. 0 potencial de aderencia ao Iratamento do paciente jovem segundo Tung e

46

Kiyak (1998), esta diretamente ligado ao seu estagio de desenvolvimento psicologico

atual.

A energica influemcia do aspecto financeiro na motiv8C;80 do paciente toj citada

por Graber (1971), sen do que a iniciativa de enfatizar os gastos despendidos com 0

tratamento e a necessidade da protec;ao do investimento como raciocinio para

aumentar 0 n[vel de colaborayao dos mesmos nesse sentido, (cram defendidas.

Para Graber (1971), Kiser (1974) e Clark (1976), nao devem ser delegadas

funcroes importantes relacionadas a orientac;oes especificas aos pacientes. 0 cantata

direto entre ortodontista e paciente, a personalizac;ao e a individualiz8C;80 do tratamento

fazem parte de urn conjunto de a¢es que devem ser mantidas como base no trabalho

de estimulo motivacional. Corroborando ao expos to, Rubin (1995) evidenciou a

importancia da habilidade inter-pessoal do ortodontista no esfor90 de obter uma

resposta motivacional positiva de seus pacientes. Williams et at (1997)

complementaram que 0 envolvimento no progresso do tratamento per parte do

ortodontista tambem se mostra essenciai.

Barbour e Caliender (1981) e White (1996) apoiaram em concordancia 0

raciocinio de que a diminui9ao dos aspectos negativos e 0 aumento dos positivos

relacionados aos diversos fatores do tratamento, geram uma condi9ao favoravel ao

aumento da motiva9ao. Mayerson e Alexander (1996) complementaram advertindo que

para isso, as a96es responsaveis per produzir respostas positivas dos pacientes

deveriam ser desvendadas. Partindo desse mesmo principio, a necessidade de

diminui9ao dos aspectos negativos foi anteriormente ressaltada per While (1984), 0

47

qual direcionou quase que integralmente a causa da falta de cooperac;ao no tratamento

ao desconforto resultante da baixa tolerancia a dar pelo paciente. 0 mesma, em adic;ao

a sua teoria, relatau que medidas relacionadas a diminuic;ao do desconforto como 0

usc de fon;as continuas em vez de intermitentes, usc de areos resilientes, de

acess6rios coladas quando passivel, dentre Qutros,S8 mostram altarnente eficazes no

aumento da motivayao, e isso devido ao menor desgaste do paciente durante 0

tratamento.

Em relac;ao as estrategias praticas e programas designados ao estimulo da

motivayao, foi encontrada uma alta diversific8C;80 de metodos e sistemas desenvolvidos

pelos autores ao longo dos anos. Os metodos baseiam-se sobretudo no estimulo da

mativac;ao atraves de: recompensas, punic;6es, orientac;6es, condicianamento e

advertencias.

Estrategias relacionadas a tentativa de aumento da cooperac;ao das pacientes

pelo reforc;odireto na orientac;ao e informac;aodos mesmos foram apresentadas par

varios aulores (ARAUJO, 1988; CLARK, 1976; GRABER, 1971; KISER, 1974; LEES el

aI., 2000; MULlK, 1968; OWEN, 1983; WILLIAMS el aI., 1997). A uliliza980 de malerial

impresso foi aponlada por Graber (1971), Araujo (1988), Kiser (1974) e Owen (1983)

como melodo eficaz e de grande ulilidade para esle fim. Ja para Lees el al. (2000) e

Williams el al. (1997) e anleriormenle para Clark (1976), 0 uso de meios diferenles

deste como 0 audio-visual, 0 usa de modelos pre-selecionados de outros casos,

demonstrac;6es com modelos do pr6prio paciente, fotografias iniciais do paciente e

demonstrac;ao em typodont ou por urn tecnico de higiene no caso de orientayao

48

direcionada a higiene bucal, sao apontados como as de escolha. Anteriormente, Mulik

(1968) ja havia apoiado a utitiza<;lio tanto de materiais impressos, audio visuais (fitmes),

assim como fotos pre e p6s tratamento sobretudo no usc de elasticos, como estimulo

motivacionaL Graber (1971) mencionou ainda a utiliz8C;80 de urn tabuleiro magnetico

para ilustrac;ao do case como sendo de alta eficaci8 na visualiz8C;80 e apresentaC;80 do

mesmo 80 paciente.

Em S8 tratando de tecnicas motivacionais baseadas na punic;.3o dos pacientes,

Graber (1971) propos a utitiza,ao de sua "tecnica da neutraliza,ao quimica" para a

busca da melhora no padrao de higiene bucal. 0 mesmo autor apoiado posteriormente

por Barbour e Callender (1981) afirmou que penalizar 0 paciente com atitudes que

envolvam 0 aspecto financeira se faz de grande valia. Em contrapartida, White (1996) e

Owen (1983) defenderam a teoria de que metodos baseados na puni<;lio e no ato de

castigar as pacientes sao ineficientes para a obtenC;80 de melhora no padrao

motivacional.

Diversos autores (FIELDS, 1980; GROSS, 1985, 1988; OWEN, 1983; RICHTER

et al., 1998; WHITE, 1974, 1996) em concordfmcia de ideias, indicaram sistemas

fundamentados em recompensas dadas aos pacientes em troca de comportamentos

colaboradores desejados pelo ortodontista. Owen (1983) propos a utiliza,ao de um

"cademo de faces" como um sistema de recompensa pelo tratamento bem- sucedido

por meio do desejo pessoal do paciente par um determinado perfil estetico.

49

Para esse mesmo fim, Clark (1976) e Williams et al. (1997) optaram par

estrategias direcionadas ao condicionamento do paciente a urn estagio aonde ale

encontre estimulos para S8 tornar mais motivado.

Knierim (1992), buscou metod os baseados em alertar 0 paciente par meio de

registros e anota<;oes feitas par eles proprios ou pela sua equipe as quais servem como

lembretes de advertencias realizadas nas situ890es aonde existiu a falta de

coopera,ao. Esse tipo de estrategia foi tambem abordada par Bartsch et al. (1993),

Clemmer e Hayes (1979) e Northcutt (1974), as quais utilizaram um timer para a

monitoramento eletr6nico do usa do aparelho extra-bucal.

Oesta maneira, baseado na analise da literatura estudada, evidencia-se que

apesar da extensa abordagem prittiea e psicologica realizada per meio deste trabalho,

mais estudos e public890es a respeito do tema motiv8yao sao sugeridos, sobretudo

objetivando uma maior organizac;aa de ideias relacionadas ao mesma, alem de uma

maior padronizaC;8o das metodologias e estrategias praticas envolvidas.

50

5 CONCLUSAO

De acordo com a literatura consultada pode-s8 concluir que:

1) Urn born relacionamento profissional-paciente deve sempre ser mantido;

2) As acroes par parte do ortodontista direcionadas ao estfmulo direto da

motivar;ao, devem ser despendidas com born-sense e constituir urn metoda repetitive e

recorrente;

3) 0 ortodontista deve preocupar-se em transmitir as informar;6es necessarias

sempre mantendo 0 paciente bern informado sobre as etapas do tratamento;

4) 0 conhecimento das expectativas do paciente e esclarecimento das lirnitar;6es

de cada case S9 mostram essenciais;

5) 0 conhecimento, 0 acompanhamento e a supervisao dos pais durante a

tratamento sao importantes;

6) 0 cantata direto entre ortodontista e paciente e fundamental, assim como a

persanaliza,aa e a individualiza,aa da terapia;

7) 0 aumento da motiva<;ao esta diretamente relacionado a diminuiC;Bo dos

aspectos negativos (dor, desconforto e outras Iimitac;6es) e a evidencia9Bo dos pontos

positiv~s.

SI

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