revista rod&custom 00
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Primeiro numero da revista Rod&Custom completa.TRANSCRIPT
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índice/editorial
3STREET MOTORS ESPECIAL
OS HOT RODS COMOESTILO DE VIDA
Roberto [email protected]
VAN BLAD
Diretor editorial: Alessio Fon MelozoEditor executivo: Roberto Cardinale
REDAÇÃOReportagem: Allan André e Claudia Cardinale Estagiário: Eric InafukuArte: Fábio AugustoRevisão e checagem: Milena Wiek
VÍDEO Operadores de Câmera - Maurício Tibiriçá eMarcelo MyauAssistente de câmera - Rodrigo Freitas Pós-produção - Movietrack
FOTOSMarcelo Garcia e Eric Inafuku
MULTIMÍDIAFelipe Carmo (design e programação)
EDIÇÕES ANTERIORESAtendimento a jornaleiros: (11) 3217-2606Canais de vendas: tel.: (11) 3217-2600,fax: (11) 3217-2647
CONTATORedação: R. Haddock Lobo, 347, 12º andar, São Paulo - SP, CEP 01414-001, tel.: (11) 3217-2600, fax: (11) 3217-2617,[email protected]: (11) 3217-2721, e-mail:[email protected] comercial em Salvador: Aura Representações, tel.: (71) 345-5600, cel.: 9129-7792, Representante comercial nos EUA: USA-Multimedia,tel.: +1-407-903-50000, Ramal: 222, e-mail: [email protected]: (11) 3217-2605,e-mail:[email protected], Circulação: (11) 3217-2719, e-mail:[email protected]
Presidente: Alessandro Gerardi
Conselho editorial: Alessandro Gerardi, Luís Afonso G. Neira, Alessio Fon Melozo, William Nakamura
VAN BLAD É UMA EDITORA DO GRUPO DOMO
STREET MOTORS ESPECIALé uma publicação da editora Van Blad.Distribuidor exclusivo para todo o Brasil: Fernando Chinaglia Distribuidora S.A., tel.: (21) 3879-7766.Impressão: Padilla Indústria Gráfi ca Ltda.
Os Hot Rods surgiram nos Estados Unidos em meados da década de 50,
quando acabou a Segunda Guerra Mundial e os soldados voltavam para casa
e transformavam seus antigos carros em veículos superenvenenados, princi-
palmente com a substituição dos velhos motores V8 por modelos mais atuais
para a época. O que aqueles soldados não pensavam é que a febre dos Hot
Rods iria se expandir para o mundo inteiro e chegar até as terras brazucas.
Como os carros preferidos pelos rodders são os modelos da década de 40 e 50,
principalmente os Fords e os Chevrolets, e aqui no Brasil esses veículos são raros, o
jeitinho brasileiro novamente foi a solução: a utilização da fibra de vidro para a fabri-
cação deste tipo de automóvel está se tornando cada vez mais comum. Mas, apesar
de a febre dos Hots só ter chegado ao país muito tempo depois, nem por isso nossos
exemplares são menos exuberantes do que os montados na terra dos Hot Rods – muito
pelo contrário, os fabricantes nacionais mostram que são capazes de fabricar belíssi-
mos veículos mesmo com todas as dificuldades para encontrar as peças necessárias,
já que aqui não podemos pegar o telefone e simplesmente ligar para uma empresa,
como a Edelbrock, e pedir para eles entregarem um novíssimo motor V8 na oficina.
Embora tenham tantos problemas, os Hots nacionais começam a ganhar cada vez
mais espaço e admiradores, e os eventos abrem espaço para esses veículos – além dos
encontros específicos para eles. Sem dúvida alguma, os Hot Rods vieram pra ficar e
agora é preciso torcer para as autoridades criarem uma legislação para que possamos
ver esses incríveis veículos circulando pelas ruas brasileiras sem se preocupar se
poderão ou não ser multados por estarem fora das especificações originais de fábrica.
Boa leitura e até a próxima edição!
2420 140804
30ORIGINAL HOT ROD
HOTWAGEN
WOODIE BRASILEIRA
CLASSIC HOT ROD
II ENCONTRO HOT´S DE ÁGUAS DE LINDÓIA
GUIDE
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4 STREET MOTORS ESPECIAL
EVENTSPECIAL
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Aguas de Lindóia foi nova-
mente palco do Encontro
Nacional de Hot Rods. A
cidade é muito conhecida
por abrigar o maior encontro de auto-
móveis antigos do Brasil. A praça Adhe-
mar de Barros foi tomada mais uma
vez por mais de 100 Hots de diversas
marcas e modelos, desde picapes até
alguns incríveis exemplares dos autên-
ticos muscle cars.
Durante os quatro dias do evento,
mais de 30 mil pessoas visitaram a pra-
ça, onde estavam estacionados alguns
dos melhores Hot Rods do país, esban-
jando potência e mostrando que os bra-
sileiros estão muito empenhados em
desenvolver este novo hobby por aqui.
Os Hot Rods surgiram no início dos
anos 50 nos Estados Unidos, mas a
história deste tipo de veículo no Brasil
começou a surgir somente no final dos
anos 80, quando alguns proprietários
começaram a fazer modificações no vi-
sual de seus carros para torná-los um
pouco mais apimentados. Mas há pouco
mais de três anos é que esse hobby co-
meçou a ganhar espaço entre os apai-
xonados por carros no país. Com essa
popularidade, aumentou a quantidade
de oficinas especializadas aquecendo
ainda mais o mercado.
Um dos maiores responsáveis por
esse aumento na popularidade dos
Hots no Brasil é o Clube Amigos do Hot,
sediado em São Paulo, que em 2005
organizou o I Encontro Nacional de Hot
Rods, no qual mais de 130 carros de vá-
rias partes do país estiveram presentes.
Este ano. apesar do menor número de
veículos – cerca de 110 carros – a quali-
dade dos Hots era impressionante.
A marca registrada dos Hot Rods é
seus enormes motores expostos. Quem
foi a Águas de Lindóia pôde ver inúmeros
Fords, Chevrolets, Dodges, Studebakers
e muitos outros veículos com pinturas
impecáveis, alguns com flames, mas to-
dos com um único objetivo: mostrar que
os Hots estão crescendo e que, apesar
de ainda não haver uma legislação que
regulamente esse tipo de veículo aqui no
Brasil, eles estão sendo construídos.
A cada evento surgem novos auto-
móveis, e os amantes dos Hots provam
que esse novo estilo de customização
de veículos antigos veio realmente para
ficar, pois eles estão investindo cada
vez mais para tornar seus carros ainda
mais exclusivos.
AS ÁGUAS ESQUENTARAM EM ÁGUAS DE LINDÓIA, INTERIOR DESÃO PAULO NA SEGUNDA EDIÇÃO DO II ENCONTRO DE HOT ROD S
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Grande parte das peças utilizadas
nesses veículos ainda é importada,
mas a criatividade dos brasileiros já
mostra que as adaptações são uma
maneira tupiniquim de montar Hot
Rods com muita qualidade.
Um dos carros que mais chamaram a
atenção do público foi um Malibu 1969
customizado por uma oficina do inte-
rior de São Paulo. O carro foi compra-
do original e recebeu um banho de loja
que não deixou nada a dever para os
muscle cars americanos. Inclusive você
pode conhecer um pouco mais desse e
de outros veículos incríveis no VCD que
recebeu com sua revista.
Ao lado do Malibu estava um Opel Rekord
C 1967, um coupé alemão irmão do Chevro-
let Opala – muito parecido, aliás, o que cau-
sou dúvida em diversas pessoas que admi-
ravam o carro. Algumas até comentavam
que era um Opala modificado.
Outro veículo impossível de não dei-
xar de apreciar é um Mercury com me-
cânica de BMW 12cc. Quando era ligado,
quase todos os que estavam por perto
iam até lá ver a origem do ensurdece-
dor barulho.
Outro estilo de Hot Rod, muito dife-
rente daquele cheio de cromados e pin-
turas impecáveis, está caindo no gosto
dos brasileiros. São os Rat Rods, veí-
culos montados com peças de outros
carros, sem acabamento e com muita
ferrugem à mostra. Um fato curioso é
que muitas pessoas admiravam esses
veículos expostos e comentavam que
ainda estavam sendo montados, mas na
verdade eles estavam prontos. É justa-
mente o estilo que ganha cada vez mais
espaço entre os adeptos do Hot Rod.
Com o sucesso deste segundo encon-
tro, agora é só esperar o próximo, que
será ainda mais radical.
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Os carros com estrutura de
madeira surgiram com maior
força nos Estados Unidos no
período da Segunda Guerra
Mundial, pois a oferta de aço para a fa-
bricação dos automóveis foi totalmente
direcionada à produção de armas e veí-
culos militares. Foi nesta época que al-
guns fabricantes como a Ford decidiram
utilizar a madeira como matéria prima
principal em seus veículos. Entretanto as
primeiras “Woodies” na verdade já ha-
viam sido produzidas muitos anos antes,
e eram apenas adaptações, algo pareci-
do com as carroças que eram puxadas
por cavalos só que com motores. Mas a
Grande Guerra fez com que as Woodies
ganhassem espaço entre os consumido-
res americanos. Com o tempo este tipo
de automóvel se tornou muito popular
nos Estados Unidos, e as famílias que
moravam nos subúrbios gostavam des-
tes veículos, principalmente pelo espaço
interno. Porém nos anos 60, após o pe-
ríodo critico da falta do aço, e por causa
da falta de manutenção, muitas pessoas
venderam suas Woodies por verdadei-
ras barganhas e foi nesta época que os
surfistas descobriram um ótimo meio
de transporte para seus enormes long-
boards. Com isso os carros de madeira
se tornaram um dos maiores ícones dos
surfistas, e foram transformados em
verdadeiras lendas.
No Brasil existem pouquíssimos exem-
plares destes carros, e a maioria deles
está em museus ou em coleções parti-
culares trancados às sete chaves, porém
uma empresa paulista decidiu reviver a
história e desenvolveu um projeto que
pode ser chamado no mínimo audacio-
so. A WW Trevis em meados de 2004 de-
PROJETO TOTALMENTE DESENVOLVIDO NO BRASIL CONSEGUE CONSTRUIR UM VEÍCULO ÚNICO E COM MUITO ESTILO
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cidiu dar início ao projeto de sua própria
Woodie. Com a experiência de mais de 15
anos na construção de carros em fibra
de vidro, Walter Trevisan, responsável
pela empresa viu uma foto de uma Woo-
die em uma revista americana de deci-
diu se inspirar naquele veículo para seu
mais novo projeto.
No início Walter pensou em construir um
Willys Wood, mas ao ver uma outra foto de
um Ford 1937 Woodie, ele logo mudou de
idéia. E foi aí que começou a idealizar seu
mais novo projeto, entrou em contato com
o designer automotivo Cláudio Arantes,
que é um especialista neste tipo de veícu-
lo, e ambos deram início aos esboços do
carro que tinha um objetivo principal, ser
diferente de qualquer outro Hot Rod que
já tivesse sido produzido no Brasil, em re-
sumo, um automóvel único.
Com os desenhos em mãos a maior di-
ficuldade foi encontrar mão-de-obra es-
pecializada para produzir a estrutura em
madeira, pois qualquer problema nesta
etapa poderia acabar com todo o proje-
to, ou pior ainda, depois de pronto o ve-
ículo poderia causar sérios acidentes. A
opção foi contratar um marceneiro que
tivesse experiência neste tipo de traba-
lho, e ele deu a sorte de encontrar um
profissional que já havia inclusive traba-
lhado com Woodies antigamente.
O chassi utilizado foi o mesmo que a
WW Trevis usa nas réplicas de Willys 1941,
tubular com seção 100X50mm e 3mm de
espessura, mas para que o chassi supor-
tasse todo o peso da estrutura de madeira
ele recebeu diversos reforços.
A suspensão dianteira é a mesma dos
Opalas da Chevrolet, com freios a disco,
já a traseira tem um diferencial também
do Opala com sistema de suspensão a
ar e freios a tambor. Com a suspensão,
diferencial e freios no lugar, o chassi
recebeu um bloco de motor temporário
para que fossem feitos todos os ajustes
e suportes para o V8 302 que o carro
iria receber posteriormente.
Com o chassi pronto, a parte frontal
do veículo produzida em fibra foi fixada
ao mesmo tempo que a estrutura de ma-
deira. Walter conta que uma das etapas
mais difíceis foram os ajustes da fibra
com a madeira e o chassi. A frente da
Woodie foi fixada com parafusos auto-
atarrachantes, e uma estrutura de ferro
foi desenvolvida por dentro da fibra para
dar uma maior sustentação.
Depois de totalmente ajustada a carro-
ceria de mogno recebeu um tratamento
com verniz automotivo PPG, o assoalho
produzido em pinho naval, também foi en-
vernizado por cima e emborrachado por
baixo para ganhar uma proteção maior.
Os vidros tiveram que ser produzidos
para este carro, pois não havia nada que
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tivesse as mesmas dimensões no mer-
cado, a vantagem é que todos eles são
planos o que facilitou o trabalho. Walter
encomendou vidros verdes temperados
com 6mm de espessura.
Quando o carro estava com sua es-
trutura praticamente pronta ele rece-
beu sua cor definitiva, e o pigmento
escolhido o amarelo Ímola perolizado,
dando um ar “Retrô” ao veículo. Após
algumas demãos de tinta e outras tan-
tas de verniz o carro finalmente ficou
pronto, faltando somente a parte inter-
na, e o conjunto mecânico. O carro foi
calçado em um jogo de rodas Mangels
aro 17” com pneus BFGoodrich nas me-
didas 245/45 na dianteira e 255/50 na
traseira todas com tala 8.
Do início dos desenhos até a finali-
zação do veículo foram 2 anos ao todo.
Pouco mais de dois meses antes do
Encontro de Águas de Lindóia o carro
ainda estava sem o acabamento do ma-
deiramento e ainda faltavam o estofa-
mento de ajustes na suspensão e motor,
mas Walter e sua equipe decidiram que
o carro teria que ser apresentado na-
quele evento, e passar todo o período
que antecedeu o encontro trabalhan-
do sem folga para finalizar a Woodie a
tempo. O carro recebeu um conjunto de
estofamento exclusivo, sendo dois ban-
cos Recaro na dianteira e um banco in-
teiriço na parte traseira todos revesti-
dos em couro Bege. O volante como não
poderia deixar de ser é uma peça exclu-
siva desenvolvida pela AWG, empresa
do ABC Paulista que criou um modelo
“Banjo” único para a Woodie.
Para dar um toque final, Walter man-
dou confeccionar um longboard com as
mesmas cores do carro, e fixou a pran-
cha no teto do carro com dois suportes
produzidos para este fim, dando ao car-
ro um certo ar surfista.
O esforço foi recompensado e carro fi-
cou quase que totalmente pronto para o
encontro de Águas de Lindóia, mas ainda
faltavam alguns ajustes e praticamente
toda a parte interna para ser finalizada.
E mesmo assim o exclusivo veículo foi um
dos premiados no evento.
Uma curiosidade é que as únicas peças
que são originais do Ford modelo 1937
são as lanternas traseiras e os faróis,
todo o restante foi desenvolvido única e
exclusivamente para este carro.
Quando o carro voltou para a ofi-
cina, Walter e sua equipe finalizaram
os detalhes que faltavam. Foi aí que
um empresário paulista foi conver-
sar com ele para comprar a Woodie,
a conversa foi longa, e ao final dela
chegaram a um acordo, mas o carro
teria que ganhar um novo motor, e
o conjunto mecânico escolhido foi o
que equipava um Mustang 1995 auto-
mático. O motor original, um Ford V8
302 foi substituído pelo novo 5.0L e o
câmbio mecânico deu lugar a um au-
tomático de 4 velocidades.
Com isso o veículo ganhou ainda mais
agilidade e força, mas quem olha o car-
ro pelas ruas de São Paulo não acredita
como ele chegou a este estágio. E quem
acha que o carro está finalizado se en-
gana, seu novo proprietário já adiantou
que a Woodie será totalmente remode-
lada, e ganhará nova cor, além de modi-
ficações na suspensão, freios e um novo
jogo de rodas, agora é só aguardamos a
nova aparição deste incrível veículo.
Mas Walter já tem um novo desafio
pela frente, construir um Mercury Woo-
die 1951, o problema segundo ele pró-
prio é conseguir desenvolver um outro
veículo que supere a Woodie 1937.
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CANADENSE APAIXONADO POR VW S CRIA UMA RÉPLICA DE HEBMÜLLERCOM VISUAL HOT ROD, PARTINDO DE PEÇAS DE TRÊS OUTROS FUSCAS!
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Geoff Peterson é dono de
uma empresa especiali-
zada em automóveis com
mecânica a ar, mais espe-
cificamente os os conhecidos Fuscas e
Kombis. Seu negócio começou em me-
ados de 1971, quando sua irmã Laurie
começou a comprar algumas revistas
sobre VWs para ele. Geoff conta que
seu primeiro veículo foi um Fusca 1964
com teto solar original na década de
90, mas já nesse primeiro besouro ele
fez diversas alterações, principalmen-
te na parte mecânica, que levaram o
calmo velhinho a possuir um conjun-
to mecânico com mais de 1800cc com
acabamento todo cromado. Depois
dele, vieram inúmeros outros, inclusi-
ve um 1959. Entre 1991 e 2001, Geoff
trabalhou em inúmeras empresas que
comercializavam peças para a linha
Volkswagen no Canadá. Como acabou
pegando gosto por esse tipo de veícu-
lo, ele decidiu abrir sua própria empre-
sa, a Airspeed Vintage e Performance,
com seu amigo Jim Coma.
Com a experiência que adquiriu tra-
balhando em seus próprios beatles,
depois que abriu sua empresa o prin-
cipal objetivo era o comércio de equi-
pamentos para restauração e melhoria
de performance da linha Volkswagen.
Porém, alguns amigos de Geoff come-
çaram a pedir para que ele montasse
carros a ar para participar de provas
de arrancada no Canadá. Nas compe-
tições, ele começou a se destacar en-
tre os preparadores especializados em
mecânica a ar preparada.
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Em 2002, decidiu iniciar um novo
projeto, ainda sem ter muita certeza
do que iria fazer. A única coisa que ele
sabia é que seria um Hebmüller, mas
não uma réplica do original. Queria
algo diferente.
Em um evento canadense chamado
Bugoramma, em 2004, ele encontrou
duas portas em péssimo estado, mas
que aparentemente eram de um Heb-
müller. Foi aí que veio a idéia de mon-
tar o seu Heb Hot Rod.
A viagem de volta do Bugoramma
demorou aproximadamente 15 horas.
Nesse tempo todo, seu novo projeto já
estava pronto em sua mente.
Mesmo sem muita experiência com solda
nem mesmo com o trabalho em metal espe-
cificamente, ele assistia a seus programas
favoritos, como Rides e Overhaulin, que
aqui no Brasil são transmitidos pelo canal
Discovery, e se inspirava cada vez mais
para dar início a seu projeto. Ele começou
comprando as duas portas e a parte frontal
de um fusca. Depois, saiu em busca de um
novo capô para ser modificado e transfor-
mado na tampa do motor de seu Hot Rod.
Geoff conta que ao todo ele utilizou peças
de 7 fuscas diferentes para montar o seu.
O painel foi um achado: estava sendo
vendido em um site de leilões e havia
sido retirado de um sedan 1950. Ainda
estava com a sua cor original, marrom
Texas, que acabou sendo a cor escolhi-
da para esse incrível projeto.
Uma das partes mais difíceis foi a
produção da parte traseira do veícu-
lo. Ele conta que ficava horas olhan-
do fotografias dos Hebmüllers origi-
nais e tirando idéias para descobrir
uma maneira de montar a tampa do
motor como eram feitos os carros em
meados de 1940.
Como foram fabricados aproximada-
mente 690 Hebmüllers, a informação
sobre esse veículo é quase que inexis-
tente. O que sobrou realmente foram
as pesquisas de fotografias de época,
que deram a base para a fabricação
deste Heb Hot.
O teto do Fusca original foi removi-
do, as portas foram substituídas e a
traseira foi recortada para receber a
adaptação da nova tampa do motor,
produzida a partir de um capo. A pa-
Foto
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Foto
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rede corta-fogo na verdade foi apenas
recortada e invertida, pois era a que já
estava no fusca original. A parte fron-
tal recebeu grandes modificações: o
tanque de combustível foi removido e
foi colocado um novo modelo na parte
de trás, em cima da parede corta-fogo.
Toda a parte em que se encaixava o
tanque original também foi removida
e em seu lugar foi soldada uma chama
lisa. Mas a maior modificação sem dúvi-
da alguma foi a substituição da suspen-
são original por um modelo bem dife-
rente. Nos Estados Unidos esse tipo de
modificação em Volkswagens já está se
tornando bem comum, inclusive a subs-
tituição da suspensão dianteira, mas
normalmente as pessoas que fazem es-
sas modificações usam a suspensão dos
Fords da década de 20 – isso mesmo,
dos velhos e bons Fords 1929. Geoff não
queria utilizar esse modelo. Ele achava
que seu projeto precisava de algo mais
moderno. Foi aí que optou por um tipo
de suspensão comercializado pela So-
Cal, chamado Speedway. Mesmo assim,
fez algumas modificações e utilizou um
sistema de freios dos antigos Ford 48.
A capota foi outro ponto que ele
desenvolveu com muito cuidado, pois
queria, quando ela estivesse aberta,
não ocupasse muito espaço, mas ao
mesmo tempo quando estivesse fecha-
da não poderia alterar o visual baixo
que queria dar ao veículo. O principal
é que a visão do espelho retrovisor in-
terno não deveria ser obstruída pelo
pequeno vidro de apenas 3 polegadas.
O banco traseiro foi feito a partir de
um retirado de uma Karmann Ghia, mas
também sofreu algumas modificações
para ser encaixado no pequeno espaço
que sobrou e para ficar ainda mais pa-
recido com o original do Hebmüller.
Todos os relógios são originais dos
modelos 1950 e foram comprados na
Europa, exceto os dois porta-luvas, que
foram produzidos pelo próprio Geoff.
As rodas foram doadas por um Ford
1935, têm 16” e depois de lixadas fo-
ram pintadas em preto brilhante. Na
traseira, Geoff colocou pneus Firesto-
ne 7.50X16. Os dianteiros são 5.25X16
e todos têm faixa branca para dar um
ar de nostalgia ao veículo.
O motor, que originalmente tinha
1600cc, ganhou uma preparação espe-
cial (lembre que o construtor é um es-
pecialista nesse tipo de mecânica e já
montou diversos Fuscas de arrancada)
e passou para pouco mais de 1900cc,
com dois carburadores 45 Dellorto
Drla.
O carro foi apresentado pela primeira
vez ao público em junho deste ano em
um evento na Califórnia voltado aos veí-
culos Volkswagen. A reação das pessoas
foi de muita surpresa com a qualidade
com que Geoff finalizou seu Heb Rod,
como ele mesmo gosta de chamá-lo.
O veículo, que começou com uma
idéia e algumas peças de desmanches,
possui o espírito dos verdadeiros Hot
Rods. Mesmo sem o enorme motor V8,
este fusca não deixa nada a desejar ao
amantes da cultura rodder, pois é fruto
da determinação e de centenas de horas
de trabalho em um carro em que muitas
pessoas nunca iriam investir. É a prova
de que os Fuscas podem ser reinventa-
dos diversas vezes.
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APÓS ENCONTRAR O CARRO DOS SONHOS, UM COMERCIANTE DE MATO GROSSO DO SUL CONSEGUE TRANSFORMÁ-LO EM UM HOT ROD COM DESIGN SÓBRIO MAS ESBANJANDO ESTILO
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PROJECTS
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No Brasil um dos carros mais
cobiçados para a montagem
de um belo Hot Rod é Ford
cinco janelas. Mas infeliz-
mente este é mais um dos veículos que
são muito difíceis de serem encontra-
dos por aqui, mas Hermes Zornita, um
comerciante do Mato Grosso do Sul teve
a sorte de encontrar o seu sonho de
consumo. O Ford 1936 cinco janelas, es-
tava em estado deplorável, o que daria
ainda para utilizar era a carroceria, pois
o chassi e a mecânica estavam comple-
tamente enferrujados, o que impossi-
bilitaria qualquer tipo de restauração
para deixá-lo original. Mas para Hermes
a última coisa que ele queria era deixar
seu Ford como o modelo originalmen-
te foi concebido. Logo na aquisição do
veículo tomou uma importante decisão,
deixou para traz toda a parte mecânica
que já estava fora do carro. “Quando
comprei o carro ele estava montado no
chassi, mas não quis trazer a mecânica,
pois estava muito podre, então usei so-
mente a lataria”, comenta Hermes. Mas
o chassi também deu muito trabalho
para ser fabricado, pois o alinhamento
deste tipo de veículo precisa ser feito de
maneira bem criteriosa, caso contrário
todo o trabalho de finalização pode ser
comprometido, na verdade, todo o carro
precisou de muito tempo até chegar ao
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ponto em que se encontra agora.
Hermes que é o proprietário de uma
empresa que comercializa vidros automo-
tivos acabou montando sua própria ofici-
na nos fundos de sua loja somente para a
restauração do seu Hot Rod. Ele contra-
tou um funileiro e um pintor para se de-
dicarem exclusivamente ao seu veículo,
a parte mecânica e a tapeçaria ele conta
que também foram totalmente modifica-
das e reformadas em sua própria loja, o
que barateou muito o custo final do proje-
to e manteve o nível de qualidade que ele
queria para seu carro.
Desde a aquisição até a finalização
deste Hot Rod cinco janelas, foram três
anos de muito trabalho e empenho.
Depois de muito trabalho em cima da
carroceria, o carro recebeu um fundo
preparador e a cor original preta deu
espaço para o amarelo atual. Mas al-
guns detalhes foram escolhidos a dedo,
Hermes queria que o carro tivesse um
visual diferente e instalou um bocal da
tampa do tanque de combustível da
moto Honda CB 500, e substituiu o tan-
que original por um de aço inox com ca-
pacidade para 70 litros de combustível.
Afinal para a mecânica que escolhera
era necessário aumentar o tamanho do
tanque para dar uma maior autonomia
ao veículo.
Como todo bom Hot Rod a mecânica
precisa de um tratamento especial, pois
é justamente aí que está uma das maio-
res diferenças entre os modelos origi-
nais e os apimentados Hot´s. Hermes
escolheu para seu projeto a mecânica
da Chevrolet Silverado 6cc, aliás todo
o conjunto mecânico foi herdado desta
picape, incluindo o câmbio, diferencial e
até mesmo a suspensão dianteira, tudo
para dar potência mas sem esquecer o
conforto e a durabilidade da mecânica.
Para aumentar ainda mais o conforto e
a dirigibilidade deste Ford, ele instalou
a direção hidráulica da Ranger, e ainda
um sistema de ar-condicionado univer-
sal, o carro ainda recebeu a coluna de
direção do Gol GIII. Os freios foram uma
preocupação que Hermes não quis dei-
xar passar e resolveu instalar os enor-
mes sistemas hidráulicos da F250, pois
a segurança neste projeto deveria vir
em primeiro lugar. Para completar o
conjunto mecânico e deixar o carro com
um estilo mais agressivo ele instalou um
sistema de suspensão a ar que quando é
acionado deixa o carro praticamente lar-
gado no chão, dando uma visão incrível
deste velhinho, pra lá de moderninho.
As rodas Kromma aro 18” modelo KR
1250 estão calçadas em pneus dianteiros
Continental 225/45 e pneus traseiros
Goodyear 225/55 nas rodas traseiras.
O interior é um show a parte, todo o
estofamento foi revestido em couro na
cor marfim, os bancos traseiros são in-
dividuais e os dianteiros tem todos os
comandos elétricos. O volante escolhido
é da marca Shutt e o modelo é o SR, a
manopla de câmbio Nitroxx do modelo
Vulcan. O sistema de som é composto
por um CD-Player da marca Pioneer,
modelo DEH-P5800MP, um kit duas
vias Bravox, instalados nas portas, e um
par de quadraxiais instalados próximos
aos bancos traseiros, e um sub de 12”
também da Bravox instalado no porta-
malas, com fiação banhada a ouro. A
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instrumentação escolhida foi da Auto
Meter e o painel abriga o Velocímetro,
RPM, e os medidores da temperatura de
água, pressão de óleo, combustível e até
mesmo um relógio, todos eles da série
Gold Oldies.
Depois de totalmente restaurado,
Hermes agora curte seu Ford indo aos
mais diversos encontros de Hot´s do
país, também após três anos esperan-
do até que o carro ficasse pronto, nada
mais justo do que aproveitar todos
os momentos possíveis dirigindo este
belíssimo exemplar, provando que os
brasileiros em matéria de restauração
automotiva e fabricação de Hot Rod´s
mesmo com todas as dificuldades encon-
tradas aqui no Brasil, como a escassez
de peças de reposição, e principalmente
de mecânica, consegue dar aquele jeiti-
nho brasileiro e criar veículos com mui-
ta qualidade.
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Oespírito principal dos
Hot Rodders era a
construção de carros
a partir de carroce-
rias antigas com mecânica atual
– em meados da década de 50. Mui-
tos desses construtores montavam
seus Hots na própria garagem e, como
esses carros não eram feitos para ter
conforto, a maioria não tinha ar-con-
dicionado nem direção hidráulica e, o
pior, os freios normalmente não eram
a maior das preocupações, mas sim po-
tência. Isso sim era importante, portan-
to quanto mais leve e menos acessórios
e equipamentos os carros tivessem se-
riam mais rápidos. Era exatamente isto
que os proprietários dos Hot Rods da-
quela época queriam: que seus carros
fossem os mais rápidos.
Mas foi nesse mesmo período que
muitos jovens começaram a sofrer aci-
dentes graves, pois os veículos, ape-
sar de serem montados com mecânica
moderna (para a época, é claro), não
tinham muita segurança, e vários aci-
dentes ocorreram. Para minimizar es-
ses acontecimentos, o editor da revista
Hot Rod, dos Estados Unidos, criou a
Associação Nacional de Hot Rod, em
1951. Com a criação da NHRA, come-
çaram a ser organizadas corridas em
locais mais seguros. Então surgiram as
primeiras provas de arrancada, mas as
corridas nos lagos secos que já eram
realizadas muitos anos antes continu-
aram acontecendo. Muitos Hot Rodders
ficaram famosos por causa dessas cor-
ridas pois montavam seus veículos para
quebrar recordes de velocidade. Alguns
Hot Rods também ficaram famosos.
Foram esses veículos que inspiraram
uma empresa brasileira a construir seu
primeiro projeto de um Hot Rod. Braz
D’Aquino é proprietário da Art on Whe-
els, empresa que foi criada com o obje-
ESTE FORD 1929 FOI TRANSFORMADOEM UM VERDADEIRO HOT ROD À MODA ANTIGA, INSPIRADO NOS VEÍCULOS DE CORRIDA AMERICANOS DA DÉCADA DE 50
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tivo de desmistificar que a construção de
um Hot Rod é algo muito caro. Apesar de
Braz já possuir uma enorme experiência na
construção de Hot Rods, o Fordinho 1929
ilustra esta matéria foi o primeiro carro a
ser construído em sua empresa. Ele conta
que já trabalha há mais de 20 anos com a
customização de motos Harley Davidson e
que chegou a morar um ano nos Estados
Unidos, onde trabalhou em uma concessio-
nária Harley construindo Choppers exclusi-
vas. Nesse tempo, adquiriu uma experiên-
cia ainda maior, pois para onde quer que
ia lá estava um Hot Rod. Quando voltou
ao Brasil, montou sua própria empresa e
continuou fabricando motos customizadas.
Foi responsável por uma moto inspirada
na que se tornou lenda por causa do filme
Sem Destino. A chopper que fabricou foi
pilotada por Peter Fonda, estrela do filme,
quando ele esteve em terras brazucas nas
festividades de aniversário desse sucesso
dos cinemas. No início deste ano, ele deci-
diu dar início a um novo segmento em sua
empresa. Surgiu a idéia de montar um Hot
Rod, pois era um apaixonado por esse tipo
de carro. Ele adquiriu uma carroceria de
um Ford 29 para que o projeto começasse
a ganhar vida. Braz diz que sua idéia inicial
foi mantida no carro até a finalização: cons-
truir um Hot inspirado nos carros que par-
ticipavam das corridas nos lagos secos nos
Estados Unidos. O Fordinho tinha sua carro-
ceria muito comprometida e com muita fer-
rugem. Na verdade, diz ele, chamar aquilo
de carro é brincadeira, pois na verdade ele
comprou apenas uma carroceria em cima
do chassi. Não havia nenhum pára-lama
nem qualquer outra peça; era realmente a
carroceria enferrujada e um chassi.
A primeira coisa que ele fez foi a par-
te de funilaria, na qual praticamente
toda a carroceria teve de ser refeita.
Depois disso ele cortou o teto e rebai-
xou o carro em 18cm.
Com a carroceria pronta, iniciou o tra-
balho no chassi. Como o original não era
muito confiável, Braz decidiu projetar um
novo com algumas modificações. No carro
original, a carroceria é apoiada em cima do
chassi, mas como ele queria um visual mais
radical o chassi foi projetado para se encai-
xar dentro da carroceria, o que permitiu ao
carro ficar ainda mais baixo. Para o cárter
do motor não ficar sendo lixado no asfalto,
fez um desnível nas longarinas do chassi.
Com isso o local reservado ao motor ficou
um pouco mais alto que o restante.
O carro tem algumas idéias muito
bem implementadas, pois todas as par-
tes, tanto carroceria como suspensão,
têm peças comuns em carros nacio-
nais, que foram adaptadas para este
Hot. O eixo dianteiro veio de um Ford
34, mas a suspensão utiliza molas he-
licoidais do Opala, com os amortece-
dores da cabine do caminhão Cargo. A
tampa do amortecedor foi herdada de
um Escort. Os freios também seguem a
idéia dos Hot Rods dos anos 50: são a
tambor nas quatro rodas, mas ele uti-
lizou o sistema da F100, que, apesar
de antigo, consegue frear o carro sem
maiores problemas principalmente por-
que ficou leve. Na parte traseira, uti-
lizou um diferencial de uma F100 am-
bulância e instalou um feixe de molas
transversais que equipam os Unos. A
relação do diferencial usado é 13/46 e,
com o câmbio de Dodge de três veloci-
dades, a relação ficou bem longa, mas
muito confortável para dirigir.
Os faróis foram produzidos a partir de
uma metade de farol do Chevrolet 39.Braz
conta que achava o visual desse farol ide-
al para seu Hot Rod, mas infelizmente só
havia encontrado um e em péssimo esta-
do. A solução foi produzir um conjunto de
faróis novos a partir dos restos.
O motor é um V8 272 que equipava
alguns caminhões da linha Ford e foi
lançado em meados de 1957, que aca-
bou se tornando um dos mais utilizados
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nos Hot Rods dos anos 50. As tampas de
válvulas são as mesmas utilizadas nos an-
tigos Thunderbirds. A embreagem usada
no carro veio da F4000, mas teve seu vo-
lante aliviado e totalmente retrabalhado
para ficar mais leve. Outro componente
importante desse motor foi projetado
e construído na própria oficina: o esca-
pamento ao estilo megafone, que dá ao
carro um som muito peculiar e que certa-
mente chama a atenção de qualquer um
que passe ao lado dele.
O INTERIORPor dentro, este Ford é simples, pos-
suindo apenas o que realmente é ne-
cessário para que o carro funcione:
uma chave de ignição modelo caça, um
botão de partida e os mostradores da
Cronomac linha Vintage Gold. O Volante
pertencia a um Opala SS e foi escolhido
por causa da posição em que os ban-
cos foram instalados. Eles são em fibra,
foram feitos na própria Art on Wheels
e depois recobertos com o estofamen-
to vinil marrom. O restante do interior
não recebeu nenhum tipo de forração.
A única exceção foram as portas, que
ganharam o mesmo acabamento utili-
zado nos bancos. O tanque de combus-
tível foi instalado dentro da carroceria
logo atrás dos bancos dianteiros e o
banco traseiro foi retirado. A alavanca
de câmbio é original do Ford 29.
O EXTERIORO acabamento externo, apesar de à
primeira vista ser simples, teve um
tratamento especial. A cor escolhida
foi conseguida com a mistura de vá-
rios pigmentos na oficina. O carro ga-
nhou um ar mais retrô com a adição
de uma pasta especial da Lazzuril, que
fosqueou a tinta, mas ainda assim não
deixou manchas no acabamento. Após
o carro ter sido finalizado, ele recebeu
uma série de pinturas com a técnica
de pinstripe, feitas pelo especialista
Aurélio Backo. Uma curiosidade é que
todas as peças, exceto a carroceria e o
motor, receberam um acabamento em
epóxi preto, desde o chassi até os para-
fusos da suspensão. Cada detalhes foi
pensado com muito cuidado.
O teto foi recoberto com o mesmo vinil
marrom dos bancos e das laterais de portas.
As rodas dianteiras aro 15” vieram de
um Galaxie 67, nas quais foram instalados
pneus 165/15 tala 5. Nas traseiras foram
instaladas rodas aro 16, as mesmas que
equipavam algumas picapes antigas, tala
5,5 e os pneus são 700/16. Para seguir o
estilo anos 50, as rodas foram pintadas
em vermelho e os pneus ganharam bandas
brancas. O mais incrível é que todo o carro,
desde o projeto inicial até a sua finalização,
demorou apenas cinco meses, o que é uma
verdadeira raridade para os padrões na-
cionais de fabricação de Hot Rods.
Braz adianta que está empenhado em
novos projetos, entre eles um Chevrolet
Sedanette 4 portas 1949, que apesar de
ser transformado também em um Hot
Rod será um projeto diferenciado, com
um estilo um pouco mais moderno, e
que segundo ele deve demorar um pou-
co mais para ficar pronto: “Acho que uns
seis meses...”. É só aguardar para ver.
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Interface do CD-ROMA imagem ao lado exibe as opções dis-
poníveis em seu VCD. Na barra superior
você acessa a galeria de fotos com várias
imagens exclusivas que não foram publi-
cadas na revista. Logo abaixo há a seleção
de capítulos. Basta clicar no item do menu
para acessar a opção desejada.
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somente em computadores.
O VCD que acompanha sua revista pode ser lido tanto em com-
putadores quanto em players de DVD compatíveis com a tecno-
logia VCD. Nos players basta inserir o CD, e ele será iniciado sem
a necessidade de acionar nenhum botão. Depois é só escolher
GUIDE
SAIBA COMO UTILIZAR SEU CD
REQUISITOS MÍNIMOS E SUPORTE TÉCNICOComputador com processador 133 MHz, 100 MB de espaço livre em disco, 32 MB de RAM, placa de vídeo configurada para alta resolução, drive de CD-ROM, Sistema Operacional Windows 95/98/Me/2000/XP. Pode ser executado também em aparelhos de DVD compatíveis com tecnologia VCD. Suporte técnico: para esclarecer dúvidas sobre o funcionamento do CD-ROM, entre em contato pelo telefone (11) 3217-2626, das 9 às 21Hs, de segunda a sexta-feira, ou envie um fax para(11)3217-2617, ou ainda se preferir entre em contato através pelo e-mail [email protected].
qual das opções você deseja assistir. Caso não escolha nenhuma
por 60 segundos, o vídeo será iniciado automaticamente. Para
ler o CD em um computador, o procedimento é igual, porém você
deve escolher a opção desejada no menu da interface.
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automaticamente carregado, e a tela ao lado será
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a primeira opção, e ele será carregado do início, ou
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Caso não escolha nenhuma das opções, o vídeo será
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Atenção: esse vídeo somente pode ser executado em
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