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1 A ROMANIZAÇÃO E OS SEMINÁRIOS SERÁFICOS DOS CAPUCHINHOS NA IGREJA DO PARANÁ (1930-1953) Edson Claiton Guedes 1 (UEPG/PPGH) RESUMO: A formação do sacerdote católico careceu, com raras exceções, de um modelo cujo objetivo fosse preparar os candidatos ao ofício pastoral nas paróquias. O Concilio de Trento (1545-1563) com o decreto “Cum adolescentium aetasbuscou uma padronização na formação do clero secular (diocesanos) a partir da implantação de um modelo único elaborado para todas as dioceses do mundo intencionando dar respostas aos problemas mais relevantes da época, dentre estes a falta de disciplina, precariedade da formação religiosa e intelectual. O clero regular (religiosos), a exemplo dos Jesuítas, mantinha em seus conventos, escolas e monastérios uma formação mais padronizada o que favorecia uma melhor preparação de seus candidatos. No entanto, a partir do século XIX, os Capuchinhos criaram seus próprios seminários, nominados de “seráficos” e os adaptaram ao modelo trindentino. Neste trabalho, procuramos problematizar a tensão desses modelos seminarísticos sob o conceito da romanização da Igreja brasileira, processo iniciado em meados do século XIX e fortalecido no século XX. Tomamos como referência a obra de Kenneth Serbin: “Padres, celibato e conflito social: uma história da Igreja Católica no Brasil. Palavras-Chave: Romanização; Seminário Seráfico; Igreja; Capuchinhos; Financiamento: Não houve. 1 INTRODUÇÃO O propósito deste artigo é analisar como a Igreja Católica utilizou-se do Seminário como instrumento ideológico para fortalecer o centralismo de Roma no Brasil, chamado de Romanização. Este processo deu-se de forma mais incisiva a partir do Concílio de Trento no século XVI (1548-1563) e foi fortalecido no século XIX, no papado de Pio IX. 1 Mestrando em História pela Universidade Estadual de Ponta Grossa/PR (UEPG). E-mail [email protected]

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A ROMANIZAÇÃO E OS SEMINÁRIOS SERÁFICOS DOS CAPUCHINHOS NA

IGREJA DO PARANÁ (1930-1953)

Edson Claiton Guedes1 (UEPG/PPGH)

RESUMO: A formação do sacerdote católico careceu, com raras exceções, de um modelo cujo objetivo fosse preparar os candidatos ao ofício pastoral nas paróquias. O Concilio de Trento (1545-1563) com o decreto “Cum adolescentium aetas” buscou uma padronização na formação do clero secular (diocesanos) a partir da implantação de um modelo único elaborado para todas as dioceses do mundo intencionando dar respostas aos problemas mais relevantes da época, dentre estes a falta de disciplina, precariedade da formação religiosa e intelectual. O clero regular (religiosos), a exemplo dos Jesuítas, mantinha em seus conventos, escolas e monastérios uma formação mais padronizada o que favorecia uma melhor preparação de seus candidatos. No entanto, a partir do século XIX, os Capuchinhos criaram seus próprios seminários, nominados de “seráficos” e os adaptaram ao modelo trindentino. Neste trabalho, procuramos problematizar a tensão desses modelos seminarísticos sob o conceito da romanização da Igreja brasileira, processo iniciado em meados do século XIX e fortalecido no século XX. Tomamos como referência a obra de Kenneth Serbin: “Padres, celibato e conflito social: uma história da Igreja Católica no Brasil”. Palavras-Chave: Romanização; Seminário Seráfico; Igreja; Capuchinhos; Financiamento: Não houve. 1 INTRODUÇÃO

O propósito deste artigo é analisar como a Igreja Católica utilizou-se do

Seminário como instrumento ideológico para fortalecer o centralismo de Roma no

Brasil, chamado de Romanização. Este processo deu-se de forma mais incisiva a

partir do Concílio de Trento no século XVI (1548-1563) e foi fortalecido no século

XIX, no papado de Pio IX.

1 Mestrando em História pela Universidade Estadual de Ponta Grossa/PR (UEPG). E-mail

[email protected]

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O Seminário é um dos resultados da “Contra-reforma” e foi implementado no

Brasil somente na segunda metade do século XIX. Ele foi concebido como uma

sementeira (seminarium) do clero, onde as crianças seriam cultivadas para o ofício

clerical segundo o decreto “Cum adolescentium aetas”2 de 15 de Julho de 1563.

A reforma protestante3 foi um agente importante no contexto na implantação

do modelo seminarístico da Igreja. Às acusações de Lutero sobre a ineficiência e

corrupção do clero, a Igreja respondeu com o decreto de criação e padronização dos

seminários como meio de criar um corpo eclesiástico disciplinado e obediente às

intenções da cúria.

A doutrina teológica4 sobre o sacramento da Ordem buscou demarcar o

território e diferenciar o clero dos leigos. Silva (2008) chama a atenção para o artigo

do Padre Antônio Feitosa, escrito em 1952, para Revista Eclesiástica Brasileira

(REB) intitulado “A grandeza do sacerdócio” que concebe o presbítero católico como

um quase Deus visibilis.

A separação entre clérigos e leigos influenciará inclusive o movimento

franciscano. A clericalização do movimento criado por Francisco de Assis no século

XIII, criará no interior da Ordem duas classes de frades: o padre e o irmão leigo. O

Seminário Seráfico Franciscano, ao repetir o modelo tridentino, apenas oficializou

esta divisão de classes, fato que perdurou até o Concílio Vaticano II.

2 Este decreto foi o último sancionado pelo Concílio na sessão XXIII do dia 15 de julho de 1563 e

dava aos bispos a responsabilidade de erigir seminários para formação de seu clero. Importante ressaltar que os padres religiosos, chamado de clero regular,(Ordens e congregações) detinham um certo privilégio quanto a sua formação que era realizada nos conventos, monastérios e escolas próprias.

3 Uma das críticas mais ferrenhas de Lutero ao sacerdócio católico esta em seu livro “Do cativeiro Babilônico da Igreja”, editado em 06 de outubro de 1520. Todo Texto é um ataque a Igreja de Roma e seus clérigos, que na época, segundo sua opinião, mantinham a igreja cativa como outrora o povo de Israel ficou no exílio babilônico. Especialmente no seu comentário ao sacramento da Ordem, onde refuta tanto a ideia de sacramento como a de uma ordem clerical na Igreja, ele diz que o papado “criou uma sementeira de implacável discórdia para que os clérigos e leigos sejam mais distantes entre si que o céu e a terra”. Cf. Martinho Lutero. Do Cativeiro babilônico da Igreja. Trad. Martin Dreher. Editora Martin Claret, São Paulo, 2008. P. 105.

4 A partir do concílio de Trento, por conta da disputa com Lutero que interpretou a primeira carta de Pedro no sentido de que todos os batizados podiam ler e interpretar livremente a Bíblia, a Igreja enrijeceu sua postura teológica em relação a figura do padre. O papa Gregório XVI (1831-1846) chegará a dizer que a igreja é uma sociedade desigual onde Deus reservou a alguns o direito de mandar e outros o de obedecer. Cf. Dicionário concílio Vaticano II. Coord. João Décio Passos e Wagner Lopes Snchez. São Paulo, Paulus, 2015. P.850-851.

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Faremos a análise da romanização da igreja católica no Brasil utilizando-se

da obra de Kenneth Serbin (2008), dando enfoque maior ao capitulo três intitulado “a

romanização e a grande disciplina: 1840-1962”.

2 O SEMINÁRIO COMO FUGA MUNDIS E A ESCOLA DA DISCIPLINA

O seminário foi concebido com um ambiente controlado onde o seminarista

seria cultivado, desde criança, para viver afastado da sociedade vista como

pecaminosa. Libânio (1984) afirma que o documento de Trento intencionava

Educar na piedade e na disciplina eclesiástica crianças com idade mínima de 12 anos, nascidas de matrimônio legítimo, que saibam suficientemente ler e escrever, cujo bom natural e vontade deem esperança de mais tarde servirem perpetuamente no ministério eclesiástico (LIBÂNEO, 1984, p.56).

A estrutura arquitetônica dos prédios era uma evidência da criação de um

modelo de vida “artificial”, que exaltava o aspecto sagrado e supervisionado5 onde a

disciplina era rigidamente observada. Para Serbin isso

movia a mecânica do poder, moldando o comportamento individual a serviço dos objetivos institucionais, ou seja, do rigor acadêmico, ortodoxia religiosa, observação do celibato, ação missionária e liderança moral efetivas, obediência aos bispos e autoridades públicas e preservação da estrutura monárquica e do controle masculino na Igreja (SERBIN,2008, p.29)

O propósito de encaminhar o candidato ainda criança ao Seminário, habitou o

pensamento dos educadores católicos, especialmente a partir de Trento, e

popularizou o termo fuga mundis (fuga do mundo), conceito utilizado pela vida

religiosa por séculos para significar o afastamento total da sociedade.

A implantação do modelo tridentino de maneira geral, demorou a se

concretizar nas dioceses. Isso se deve a ação dos Jesuítas a partir do século XVI e

sua política educacional, que via no Colégio o ambiente por excelência de

5 No artigo de Tagliavini sobre os seminários tridentinos no Brasil, o autor descreve sua experiência

em visita aos prédios de antigos seminários mineiros, como de Mariana e Caraça e relata por meio de sua percepção, um ambiente rigidamente controlado. Este controle era exercido pelos superiores, seus ajudantes ou mesmo pela internalização de temas vocacionais espalhados pelos prédios como por exemplo: cartazes sobre a boa vocação, imagens de Santos, etc. Cf. João Virgílio Tagliavini. Os seminários tridentinos no Brasil: escolas para formação do clero. Disponível em http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/26/art03_26.pdf. Acesso dia 09/12/2015.

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evangelização6 . Os bispos também viram nos colégios Jesuítas uma alternativa

viável à falta de estrutura de suas dioceses, e os Jesuítas tornaram-se formadores

do clero por excelência. Experiências isoladas de Seminários diocesanos foram

iniciadas ao longo do século XVI7, mas como instituição, de acordo com Alberigo

(1995, p. 346), o “Seminário tridentino aponta mais para os seminários menores do

século XIX”.

Baseado no decreto do Concílio de Trento, Bernardo Christen de Andermatt,

Superior geral dos Capuchinhos entre 1884 a 1908, promoveu a renovação dos

estudos e a instauração dos Seminários Seráficos. Na Suíça, seu país de origem, de

acordo com D’Alatri (1998, p.171) muitos Capuchinhos frequentavam a Universidade

de Friburgo para obter títulos acadêmicos, uma particularidade dos frades deste

país, já que estudos universitários entre os Capuchinhos não eram valorizados. Por

isso em seu governo, os Capuchinhos, até então estacionados na reforma8 ocorrida

entre os Frades Menores no século XVI, tiveram um avanço na formação intelectual.

De certa maneira, a reforma dos estudos que ocorreu entre os Capuchinhos

no século XIX contrasta com o fechamento da Igreja frente ao modernismo,

especialmente nas posições do papa Gregório XVI, explicitado em sua encíclica de

maior repercussão, a Mirari vos, que condenava aquilo que ele chamava de “males

atuais”. A posição foi acirrada com o papado de Pio IX, o mais longo da história9.

Segundo Neves

6 De acordo com França (apud Moura, 2000, p. 25) “a instituição de colégios para estudantes não

pertencentes à Ordem não entrou no plano primitivo de Inácio, mas bem depressa se lhe impôs como uma necessidade quase indeclinável e um instrumento eficaz de renovação cristã.”

7 O Papa Pio IV, deu o primeiro exemplo, fundando em 1564 o seminário romano, cuja direção entregou aos jesuítas. Exemplo seguido logo por seu sobrinho, Carlos Borromeu, bispo de Milão, fundador e defensor dos seminários e propugnador da reforma do clero. Tal decreto encontrou dificuldades para ser observado por toda a igreja. Embora muitas dioceses italianas e espanholas já possuíssem o seu seminário antes do fim do século XVI, na França e em outras regiões a indiferença, a falta de professores, a inveja dos colégios tradicionais e outros fatores impunham obstáculos à sua implantação. Só nos séculos seguintes é que os seminários entrarão na práxis de toda a igreja. Cf. João Virgílio Tagliavini. Os seminários tridentinos no Brasil: escola para formação de padres. Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/26/art03_26 Acesso dia 10/12/2015.

8 A “Reforma Capuchinha” ocorreu no século XVI, mais precisamente no ano de 1528 e foi aprovada pelo papa Clemente VII com a bula “Religiones Zelus” que a confirmou como um novo ramo do movimento franciscano.

9 Pio IX governou a Igreja por 31 anos entre 1846 a 1878.

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No longo pontificado de Pio IX, dois momentos expressaram esta radicalização da Igreja como resistência aos difíceis tempos enfrentados. A promulgação da Carta Encíclica

Quanta Cura e do documento em anexo, o

Syllabus, bem como a convocação do Concílio Vaticano I e os documentos nele produzidos, destacaram-se como expressões da reação da Igreja aos tempos modernos, servindo para dogmatizar posições políticas assumidas em decorrência das críticas que tinham por base o pensamento moderno (NEVES, 2014, p.42-43).

Neste ambiente de confronto, os Capuchinhos sinalizam, por meio da reforma

de seus estudos, uma posição mais dialógica.

3 A ROMANIZAÇÃO NO BRASIL E OS SEMINÁRIOS SERÁFICOS

A gênese do processo romanizador da Igreja pode ser encontrada ainda

durante o primeiro milênio do cristianismo. O primado romano foi um embate que

teve sua maior manifestação no IV concílio Constantinopolitano (869-870) contra o

princípio de pentarquia, prezado pela eclesiologia oriental. Tratava-se um acordo

entre os cinco patriarcados10 de maneira a não haver superioridade entre eles. O

papa seria visto como primus inter pares, ou seja, o primeiro entre os iguais. A

primazia, portanto, seria moral e não contemplava a administração nem a disciplina.

A continuidade dos embates teve seu ápice no cisma entre o cristianismo ocidental e

oriental em 1054. O coroamento desta disputa acontecerá dois meses após o

encerramento do Concílio de Trento com Pio IV, que designou a si mesmo com o

título de “bispo da Igreja Universal”.

Enquanto isso na Europa, em meio à controvérsia protestante, a reforma

católica tinha pressa para se consolidar. Na América Latina, por conta das práticas

da religião popular vivida entre os povos latino-americanos que resistiam a reforma,

ela demorou a ser introduzida. A contra reforma no Brasil, segundo Serbin (2008) só

ocorreu efetivamente depois da implantação dos seminários diocesanos na segunda

metade do século XIX11. Se a identidade católica brasileira estava fortemente ligada

10 Jerusalém, Roma, Alexandria, Constantinopla e Antioquia. 11 Outros seminários como o de São José no Rio de Janeiro e o de Mariana em Minas Gerais e o de

Olinda antecederam o modelo Tridentino aplicado a partir de meados do século XIX no Brasil. Desses, o seminário de Olinda, do bispo José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho, tinha intenções ligeiramente diferentes das do concílio de Trento. Os objetivos de Azeredo Coutinho com a implantação de seu seminário não tinha somente preocupações teológicas e morais, mas sobretudo burguesas. Segundo Alves (2011, p.67), “é muito expressivo que o ideal pedagógico do bispo de Olinda tenha se explicitado exatamente em uma de suas obras econômicas: Discurso

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a identidade dos padres, e se as grandes falhas estava nas atitudes deles, pensava-

se que a renovação deveria começar pelo clero. Dessa forma, o plano da Igreja,

revela Serbin (2008) era de que

um clero reformado favoreceria a unidade institucional e a obediência aos ditames religiosos, políticos e sociais da hierarquia. O plano era mudar o modelo de sacerdócio e diferenciar os padres do resto do vulgo. Com esse objetivo, a Igreja isolou os seminaristas dos pretensos perigos do mundo exterior e impôs o controle sobre seu comportamento espiritual, físico e emocional (SERBIN, 2008, p. 29).

A oposição ao projeto romanizador no Brasil do século XIX partiu

principalmente do padre Diogo Antônio Feijó. Serbin (2008) relata que ele,

juntamente com outros membros do clero do interior de São Paulo, formou um grupo

chamado “padres do Patrocínio”. Para o autor, “esses padres foram adeptos do

galicanismo, mas defenderam o que acreditavam ser os interesses da Igreja e não

romperam com Roma. Foram padres e cidadãos que lutaram pela independência do

Brasil e pelo avanço da sociedade”( SERBIM, 2008, p. 73). Apesar do empenho do

Padre Feijó e de seu grupo, o processo romanizador da Igreja brasileira foi levado a

termo pelo bispo Dom Romualdo Seixas, que via nos Seminários tridentinos a

possibilidade para reformar o clero. Serbin (2008), salienta que em pouco mais de

cem anos, ou seja, de 1840 até 1962, o número de Seminários no Brasil passou de

doze para seiscentos, o que levou o papa Pio XII chamar este período de “século de

ouro” dos Seminários.

Coube aos religiosos Vicentinos, também chamados de Lazaristas

(Congregação da missão) a administração dos Seminários no Brasil, já que um dos

objetivos da congregação era trabalhar na formação do clero. De acordo com Serbin

( 2008),

O trabalho desses padres começou sob a liderança de dom Antônio Ferreira Viçoso, vicentino português que implementou a reforma clerical do século XIX introduzindo o método tridentino. Os vicentinos construíram e administraram alguns dos maiores seminários do Brasil, onde formaram centenas de padres nos novos moldes disciplinares. Assentam os alicerces do crescimento institucional e do poder político da Igreja no século xx. Também se empenharam em inspirar nas massas os ideais da responsabilidade e moralidade cristãs. Zelosos missionários, audazes

sobre o estado atual das minas do Brasil”. Cf. Gilberto Luiz Alves. O seminário de Olinda. In 500 anos de educação no Brasil. Org. Eliane Marta Teixeira Lopes. Et. Al. 5o edição. Editora Autêntica. Belo Horizonte. 2011.

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organizadores e competentes educadores da elite social e eclesiástica, os vicentinos retomaram os objetivos jesuítas de incutir a verdadeira fé no povo e a devoção no clero. O Vaticano preferiu -os, juntamente com os jesuítas, para formar os padres diocesanos na América Latina (SERBIN, 2008, p. 79)

Com a proclamação da República e a separação dos poderes civil e

eclesiástico, a Igreja sentiu a necessidade de se reorganizar. A ocupação dos

espaços vazios 12 se dará por meio de uma presença mais forte, mediante

instituições de caráter religioso e/ou educativo13, fortalecendo-se em um movimento

encabeçado por Dom Leme a partir de 1916, chamado por Azzi e Grijp (2008, p.11)

de restauração Católica. Tratando-se da organização, neste momento, de um estado

laico no Brasil, embora a identidade cultural do povo fosse em sua maioria católica,

a Igreja sentia-se marginalizada da vida pública e social. A hierarquia eclesiástica

viu-se na obrigação de responder ao projeto de laicização da sociedade brasileira. A

ressacralização da sociedade ou restauração católica serviu aos princípios

centralizadores da Igreja de Roma sobre a sociedade.

No Paraná, um dos agentes da romanização foram os Capuchinhos, trazidos

da Europa pelo Bispo de Curitiba, Dom João Francisco Braga (1868-1937). Vieram

ao Estado para assumir uma função atípica, o trabalho exclusivo em paróquias, que

não fazia parte de seu carisma. Porém, a possibilidade de fundar no território

paranaense uma futura província Capuchinha animou os frades, que

desembarcaram no Brasil em 191914 e, em 1920, iniciaram o trabalho na diocese de

Curitiba, que a época abrangia todo Estado.

12 No início da República (1889) havia no Brasil, apenas doze dioceses. O número reduzido de

jurisdições diocesanas era incompatível com a dimensão territorial e populacional do país e se constituía no principal desafio para a expansão do catolicismo. Serbim (2008, p.95) relata que entre 1890 e 1930 foram inauguradas outras 56 dioceses, dezoito prelazias, três prefeituras apostólicas e numerosos seminários”.

13 Segundo Mesquida e Brighenti, a partir da pastoral coletiva dos bispos do Brasil de 1915, da carta pastoral de Dom Leme de 1916 e das correspondências deste com Gustavo Capanema e Alceu Amoroso Lima, iniciará uma verdadeira “Guerra de posição” por parte da hierarquia católica e dos intelectuais católicos em busca de uma hegemonia que teve na educação seu principal instrumento. Cf. Peri Mesquida e Mirian F. Brighenti. Dom Leme, os intelectuais e o papel da educação na reconquista da hegemonia católica: a guerra de posição de 1915 a 1950. Disponível em: http://www.histedbr.fe.unicamp.br Acesso dia 14/12/15.

14 O convite foi feito pelo bispo dom João Braga diretamente ao ministro geral da Ordem, na época, Frei Venâncio de Lisle-em-Rigault, que apressou-se em enviar uma carta ao provincial de Veneza para assumir a missão.

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Baseados na legislação produzida15 sobre os estudos no governo do ministro

geral frei Bernardo de Andermatt, os frades buscaram estruturar a formação para

acolher os candidatos por meio do Seminário.

A instituição do Seminário Seráfico Capuchinho foi estudada em detalhes por

frei Melchor de Pobladura, frade espanhol, que em 1936 escreveu uma monografia

com o título de: Los colegios seráficos en la Orden de menores capuchinos. Neste

trabalho, o autor define o seminário seráfico da seguinte maneira:

El colégio seráfico, tal como nosotros lo concebimos en estas páginas, es un colégio extraconventual de segunda enseñanza privada o no oficial, dependiente de la Ordem, en donde los candidatos que se preparan para ingressar en ella, cursan los estúdios clássicos o humanísticos, que pressupone el estúdio de la filosofia y de la teologia, y reciben la educación civil, moral y religiosa franciscana, própria de quien profesa entre los Menores Capuchinos la Regla de San Francisco en el estado sacerdotal (POBLADURA, 1936, p. 03)16

O Seminário Seráfico era, neste sentido, um lugar intermediário para a efetiva

entrada do candidato na Ordem, uma adaptação moderna à regra de São

Francisco17. Essa tensão entre o ideal da regra franciscana e a falta de instrução da

grande maioria, ainda século XIII, já tinha sido tema de controvérsias. De acordo

com Merlo ( 2005, p.80) “as constituições chamadas de pré-narbonenses, que com

15 Alguns documentos sobre os estudos no período em que Frei Bernardo foi ministro geral: a)

Ordinationes (1886) onde está a base para a reorganização dos estudos na Ordem; b) Statutum pro studis Missionum Capuccinorum (1885) onde ressalta a importância do estudo para os candidatos a missão entre os Capuchinhos; c) Istruzione per la Direzione dele scuole serafiche, sobre a organização dos seminários seráficos em todo mundo (1893); D) cartas circulares escritas entre 1884 e 1907 sobre os estudos e encontradas na Analecta Ordinis Fratum Minorum Capuccinorum, uma coleção de escritos produzidas durante o ano, publicadas e enviadas a todas as províncias da Ordem desde 1884.

16 “O colégio seráfico, tal como nós o concebemos nestas páginas, é um colégio extra-conventual de ensino secundário privado ou não oficial, dependente da Ordem, onde os candidatos que se preparam para ingressar nela, cursam os estudos clássicos e humanísticos, que pressupõe o estudo da filosofia e teologia, e recebem educação civil, moral e religiosa franciscana, própria de quem professa entre os Menores Capuchinhos a regra de São Francisco no estado sacerdotal”. Tradução nossa.

17 Nos escritos de São Francisco de Assis (2000, p.131) no capítulo II da regra de vida dos Frades menores intitulado: os que querem abraçar esta vida e de como devem se aceitos, se previa que: Os que quiserem assumir esta vida e vierem procurar nossos irmãos, estes os enviem a seus ministros provinciais, aos quais unicamente, e não a outros, seja concedida a licença de receber irmãos. Os ministros, no entanto, examinem-nos diligentemente sobre a fé católica e sobre os sacramentos da igreja. E se crerem em todas estas coisas e quiserem fielmente professa-las e firmemente observá-las até o fim [...] Digam-lhes as palavras do Santo Evangelho que vão e vendam todos os seus bens e procurem distribuí-los aos pobres [...]Depois concedam as vestes de provação [...] E terminado o ano de provação, sejam recebidos à obediência, prometendo sempre observar esta vida e regra.

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toda probabilidade remontam de 1239/40”, definiam que para ser recebido na

Ordem, era preciso ser instruído em “gramática ou lógica, medicina, direito ou

teologia”.

Podemos localizar a pré-história do Seminário Seráfico franciscano na

instituição dos oblatos. Segundo Pobladura (1936, p.16), o costume de acolher

crianças e jovens nos mosteiros e conventos de Ordens iniciou-se com São Basílio

no século IV e tornou-se um costume as famílias oferecerem seus filhos (dai o termo

oblato= leigos que se oferecem para servir em uma ordem religiosa) para serem

educados nestes locais. Na Ordem franciscana, a instituição dos oblatos surgiu no

século XIV, que com “los estatutos de Lyon (1325), al rebajar la edad tope a los

catorce años en los aspirantes, como antes (1316) habiam hecho de Asís,

exceptúan de la ley los niños a quienes los padres ofrecían”(POBLADURA, 1936, p.

17-18)18.

Uma primeira tentativa de implantar um Seminário Tridentino entre os

franciscanos que se tem notícia surgiu em 1580, na província de Milão na Itália,

chamado de Colégio de Monte Varallo. Porém, a historiografia franciscana considera

o primeiro seminário seráfico o colégio Alcantarino de Lecce, de 1792 localizado em

Galatone y Castellanza, na Espanha (Pobladura,1936, p. 33). Entre os Capuchinhos

vigorou o modelo dos oblatos, de maneira geral, ainda que durante os séculos

posteriores a primeira constituição da Ordem, de 1536, tenha-se aos poucos inserido

estudos de gramática e humanidades antes dos cursos de filosofia e teologia, mas

de maneira bastante rudimentar (1936, p. 44). O primeiro Seminário Seráfico dos

Capuchinhos aparecerá somente em 1870, na província de Toscana na Itália.

O documento de referência para implantação dos Seminários Seráficos na

Ordem foi a “Istruzione per la Direzione dele scuole serafiche” (“Instrução para

direção das escolas seráficas). Lançado em março de 1893, ele apresentava-se em

quatro partes: 1) origem dos seminários e colégios preparatórios; 2) necessidade e

finalidade das escolas seráficas e admissão dos alunos; 3) programa de estudos e

direção das mesmas; 4) normas para a boa educação dos colegiais.

18 “os estatutos de Lyon (1325), ao rebaixar a idade de quatorze anos para os aspirantes, como antes

(1316) haviam feito os de Assis, tirando da lei as crianças que eram oferecidas por seus pais”. Tradução nossa.

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Este documento guiou os frades na construção dos Seminarios no Paraná e

Santa Catarina a partir de 1930, conforme demonstramos no quadro a seguir:

SEMINÁRIO LOCALIZAÇÃO PERÍODO DE

FUNCIONAMENTO

Seminário Nossa Senhora das Mercês Curitiba 1930 a 1934

Seminário Santo Antônio Almirante Tamandaré 1934 a 1968 1973 a 1975

Seminário Santa Maria Irati 1953 a 1987

Seminário Vocacional São José Almirante Tamandaré 1955 a 1972

Seminário Vocacional Nossa Senhora de Fátima

Cruzeiro do Oeste 1963 a 1966

Seminário Vocacional Nossa Senhora de Fátima

Siqueira Campos 1967

Seminário Vocacional Assunção Uraí 1968 a 1993

Seminário Vocacional Frei Ricardo de Vescovana

Céu Azul 1971

Fonte: Bona (2011)

Dentre todos os seminários apresentados na tabela acima, o mais

proeminente deles foi o Santa Maria, localizado na cidade de Irati, sudoeste do

Paraná 19 . Balizado na rigidez disciplinar tridentina, este seminário foi a grande

sementeira de frades a partir de 195320, ano de sua fundação, para a criação da

futura província São Lourenço de Brindes dos Freis capuchinhos, fundada em 1969.

Por mais de trinta anos, até o encerramento das atividades em 1987, o Seminário

Santa Maria simbolizou para os Capuchinhos sua resposta, ainda que tardia, à

convocação de Roma, a padronização da formação sacerdotal. Com o advento do

Concilio Vaticano II, este modelo esgotou-se e entrou em decadência na Província.

Apesar do processo de romanização, teoricamente, ter encerrado com o

Concilio Vaticano II, a geração educada nos Seminários Seráficos foi fortemente

influenciada pela noção de sociedade perfeita, de obediência incondicional aos

superiores, onde “negação do mundo requeria que os membros de ordens

religiosas adotassem pseudônimos. Muitos seminaristas usavam a tonsura. Em

19 Os Capuchinhos chegaram em Irati em 1948 para assumir o trabalho pastoral na Paróquia Nossa Senhora da Luz. 20 De acordo com Bona (2011) cento e vinte cinco seminaristas do Santa Maria tornaram-se freis Capuchinhos.

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suma, a Igreja e seus seminários punham-se acima da história” (SERBIM, 2008, p.

117).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto romanizador da igreja no Paraná teve, entre os Capuchinhos, um

aliado na restauração da disciplina e da moral eclesiástica através especialmente do

trabalho nas paróquias a eles designado desde 1920, na diocese de Curitiba e nas

outras duas criadas a partir de 1926, Ponta Grossa e Jacarezinho. Nestas três

dioceses, os frades criaram as estruturas das etapas de formação necessárias para

implantação da Ordem (seminários seráficos, noviciado, filosofia e teologia) e

também fortaleceram sua presença, que em pouco mais de vinte anos, até 1947,

somavam, segundo Zagonel (2001, p.338) quarenta e sete frades italianos.

A romanização propagada pelos Capuchinhos por meio da identidade

franciscana, em especial pelos símbolos do Capuchinho de barba e batina marrom,

fizeram destes, atores importantes da manutenção ideológica da Igreja Católica no

Estado do Paraná. Eles incutiram “nas massas a ordem, a cidadania e a obediência

à autoridade. Como no lema da bandeira brasileira republicana, a romanização

almejava "ordem e progresso" (SERBIM, 2008, p.88).

Outro fator relevante dos Capuchinhos na Igreja do Paraná foram as Santas

missões, iniciadas em 1946 com Frei Epifânio de Galiera. Estas foram executadas à

maneira dos vicentinos no século XIX, como bem descreveu Serbim (2008, p. 89)

esses avivamentos católicos reimpuseram a ortodoxia e reacenderam a devoção do povo. As santas missões caíram em desuso com o declínio das ordens religiosas após 1759, mas retornaram com novo vigor durante a romanização. As missões tornaram-se eventos fundamentais nos povoados, fazendas e outras áreas do vasto interior. As missões combinavam a expiação religiosa com festividades e um importante componente social: a mobilização do povo para a construção de igrejas, cemitérios, represas, cisternas e estradas

Os Capuchinhos implantaram sua própria equipe missionária, um grupo de

frade de cinco a dez membros que trabalhavam de forma itinerante nas paróquias

para reavivar a fé e realizar os sacramentos nos locais carentes de sacerdotes.

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A presença dos frades nestes ambientes de missão, a paróquia ou as Santas

missões, tornaram-se decisivos para o crescimento da Ordem e a entrada de

centenas de jovens nos seminários espalhados pelo Paraná e Santa Catarina.

Educados e ideologizados na manutenção do status quo da romanidade, os jovens

frades formados nos seminários seráficos tornaram-se peças importantes no projeto

de implantação da província dos Capuchinhos.

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