relatorio aeroporto

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E TURISMO DEPARTAMENTO DE TURISMO CURSO DE BACHARELADO EM TURISMO AGÊNCIA DE VIAGENS E TRANSPORTES PROFESSORA DRA. GISELE SILVA PEREIRA Dianine Censon Relatório de visita técnica: Aeroporto Internacional de Pelotas No dia 15 de janeiro de 2014, sábado, foi realizada a saída de campo da disciplina de Agência de Viagens e Transportes ao Aeroporto Internacional de Pelotas (anexo 1), contando com a presença de nove alunos sob a orientação da professora Gisele. O objetivo desta visitação era observar como se dá o funcionamento de um aeroporto, sua infraestrutura e serviços, bem como acrescentar alguma vivência prática às aulas teóricas sobre o assunto, além de compreender como tem se dado a atividade aeroportuária em Pelotas. O grupo foi recebido por Marcos Reis, gerente de navegação aérea, que está no aeroporto há cerca de 20 anos, e, por esse motivo, tem amplo conhecimento das tarefas, responsabilidades e problemas dentro daquele espaço. Durante duas horas Marcos guiou os alunos entre os espaços de administração, o terminal de passageiros (anexo 2), parte do pátio (anexo 3), e a área de navegação aérea (anexo 4). 1

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Relato de visita técnica ao Aeroporto de Pelotas.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTASFACULDADE DE ADMINISTRAO E TURISMODEPARTAMENTO DE TURISMOCURSO DE BACHARELADO EM TURISMOAGNCIA DE VIAGENS E TRANSPORTESPROFESSORA DRA. GISELE SILVA PEREIRADianine Censon

Relatrio de visita tcnica: Aeroporto Internacional de PelotasNo dia 15 de janeiro de 2014, sbado, foi realizada a sada de campo da disciplina de Agncia de Viagens e Transportes ao Aeroporto Internacional de Pelotas (anexo 1), contando com a presena de nove alunos sob a orientao da professora Gisele. O objetivo desta visitao era observar como se d o funcionamento de um aeroporto, sua infraestrutura e servios, bem como acrescentar alguma vivncia prtica s aulas tericas sobre o assunto, alm de compreender como tem se dado a atividade aeroporturia em Pelotas.O grupo foi recebido por Marcos Reis, gerente de navegao area, que est no aeroporto h cerca de 20 anos, e, por esse motivo, tem amplo conhecimento das tarefas, responsabilidades e problemas dentro daquele espao. Durante duas horas Marcos guiou os alunos entre os espaos de administrao, o terminal de passageiros (anexo 2), parte do ptio (anexo 3), e a rea de navegao area (anexo 4).

O aeroportoDe acordo com Marcos o Aeroporto Internacional de Pelotas surgiu na dcada de 30, mais precisamente em 1935, j no mesmo espao em que se localiza em dias atuais, sendo um dos primeiros aeroportos do pas. Em meados de 1940 e 1950 este j tinha a estrutura de terminal de passageiros, no prdio onde hoje funciona a Escola Municipal Frederico Ozanan, ainda dentro da rea aeroporturia. Na dcada de 70 foi construda a pista e, finalmente, nos anos 2000 o terminal de passageiros atual foi construdo e o aeroporto passa a ser classificado como Internacional. O prdio de administrao e navegao area (anexo 5) fica separado do terminal de passageiros. Alm disso, dispe de duas pistas para pousos e decolagens.Os voos operados ali so comerciais (anteriormente pela empresa NHT e, a partir de fevereiro de 2013 pela companhia Azul), executivos (devido a aviao agrcola bem forte no estado) e tambm da FAB (Fora Area Brasileira), sendo para esta a ltima escala do pas s aeronaves que se destinam Base na Antrtida. A capacidade anual do aeroporto de 730 mil pessoas, levando em considerao que o terminal, por ser pequeno, parece menor ainda quando chegam ou partem os voos. Antes do incio das operaes da Azul na cidade a mdia mensal era de aproximadamente 1000 passageiros. Hoje, com movimentao muito maior, so cerca de 5000 passageiros mensalmente voando por Pelotas.O aeroporto est plenamente preparado para operar voos noturnos (inclusive, a Azul tem uma rota noturna ali) e, tambm em caso de tempo nublado, pode operar por instrumentos.Apesar disso, o aeroporto tem suas deficincias. A lanchonete j est licitada, porm desativada; o estacionamento (anexo 6) no d conta do movimento nos momentos de pico - so apenas 78 vagas (AEROPORTO INTERNACIONAL); h certas dificuldades quanto a acessibilidade; o aeroclube est desativado por problemas jurdicos; e a pista auxiliar est tambm desativada por necessidade de manutenes.Um dado interessante, desconhecido pelo grupo, que quando com o recebimento de voos internacionais, o processo alfandegrio deve ser solicitado, j que no havendo demanda para isso no h uma equipe de prontido.Alm do j mencionado, o aeroporto conta dois caminhes dos bombeiros e uma equipe da Brigada Militar 24h no local. Quanto aos servios ao passageiro, trs empresas de locao de carros esto instaladas ali, a Hertz, Localiza e Quevedo (anexo 7).So cerca de 20 funcionrios fixos do aeroporto, entre eles Marcos e o superintendente (que estava de frias), sendo os demais distribudos entre as funes de trabalho. Somente no setor de navegao area so oito pessoas trabalhando, nmero bastante significativo.

A visitaComo o encontro foi marcado no aeroporto, muitos alunos se deslocaram sozinhos para l. Pde-se, ento, antes mesmo da chegada, ter uma ideia da precariedade de alguns aspectos. No centro da cidade no h, na grande maioria dos pontos de maior fluxo, sinalizao de direo ao aeroporto. Quando na Fernando Osrio, avenida principal que liga o centro aos bairros mais distantes, ao aeroporto e a uma das sadas da cidade, existem duas placas indicativas, uma delas bem precria e a outra da Infraero (anexo 8).Marcos justifica o fato pela prioridade da cidade em atender problemas mais emergentes do que placas indicativas desse tipo. Realmente, sabe-se que esta no era, at pouco tempo, prioridade local, o que pode ter mudado com o aumento do fluxo de passageiros no aeroporto.Alm disso, os alunos tambm observaram que o transporte pblico de acesso quase insignificante, contando apenas com uma linha (a Getlio Vargas, da empresa Conquistadora), que tm nibus em intervalos longos.Na chegada ao aeroporto um fato curioso surpreendeu a turma: o governador do estado, Tarso Genro, chegava para uma visita Pelotas, o que causou grande movimento de civis e militares, algo atpico para o sbado (nos finais de semana no h voos da Azul operando na cidade).A primeira parte da visita foi feita no auditrio da administrao (anexo 9), onde Marcos teve uma conversa descontrada com os alunos, apresentando dados e informaes, respondendo dvidas e conversando sobre os assuntos que eram apresentados ali.Em seguida os alunos foram levados ao terminal de passageiros, onde puderam observar as instalaes da Azul e da NHT (anexo 9). Tambm puderam ver a disposio dos servios (banheiros, informaes da Infraero, locadoras de carros), e foram levados ao desembarque e retirada de bagagens e rea externa, em direo pista de pousos e decolagens. Vrios perguntaram se o espao do terminal dispe de Internet wifi, obtendo resposta negativa.Estava, na rea externa, o avio que trouxe o governador do estado. Ali foi tirada, pelo Piloto Hoff, a foto oficial do grupo (anexo 10) e Marcos explicou que, devido ao terminal ser trreo e as aeronaves todas serem pequenas, os embarques e desembarques so todos feitos pela pista, sem finger[footnoteRef:1]. A visita seguiu ao prdio de navegao area, onde se tem visibilidade de toda a rea do aeroporto, e alguns conceitos tcnicos foram mostrados. [1: Plataformas de comunicao entre o terminal e a aeronave, por onde os passageiros embarcam quando em voos e aeroportos de maior porte..]

Finalmente, na sala de embarque (anexo 11), o grupo conversou com Marcos sobre a situao geral do aeroporto, e a professora Gisele questionou-o sobre o tratamento de resduos produzidos ali ou trazidos pelos voos. De acordo com Marcos o volume produzido ali to diminuto que esse problema ainda no agravante; no h coleta seletiva, pois esse servio pblico no chega ao bairro onde o aeroporto se localiza; e o que trazido pelas aeronaves da Azul (referente ao servio de bordo) descartado pela empresa terceirizada responsvel tambm pelas bagagens dos passageiros.

Desafios e OportunidadesSabe-se, e ficou claro na fala de Marcos, que as necessidades do aeroporto ainda so muitas. Tambm, de forma positiva, o espao tem muita possibilidade de crescimento, e o momento promissor a isso. Com uma rea grande livre, possvel que o terminal de passageiros aumente sua capacidade; tambm, h a ideia de um acordo entre a escola tcnica Visconde da Graa, vizinha ao aeroporto, para que aja a troca de certas reas em desuso de ambas, tornando-as mais teis para cada atividade.Quanto s problemticas, tem-se principalmente, a falta de incentivos para as ampliaes j necessrias. Tanto o terminal, quando o estacionamento e a infraestrutura urbana precisam ser repensados. Enquanto a Infraero prioriza melhorias nos aeroportos maiores, com mais fluxo, a administrao municipal tem seu foco em problemas urbanos mais emergentes.Alm disso, a falta de mo de obra tambm notada. Para se trabalhar para a Infraero deve-se passar por concurso pblico e, depois disso, um curso tcnico especfico que leva em mdia um ano e meio. Isso atrasa as ideias e projetos que contam com corpo de trabalho. Marcos tambm ressaltou que o aeroporto no estava to preparado seja fisicamente, estruturalmente ou em questes de equipe quando achava que estava para atender a nova demanda trazida pelos voos da Azul.Finalmente, de forma polmica, o aeroporto enfrenta a presso da construo civil local. Enquanto a administrao confia no potencial aeroporturio para trazer crescimento para a cidade, as empresas civis defendem que a verticalizao urbana pode fazer isso de forma mais rpida. a eterna briga entre crescimento a longo e a curto prazo que, no momento, tem o apoio da prefeitura ao aeroporto.O que se pde notar que a equipe do aeroporto tenta dar vida quele espao, trabalhando com o que lhes oferecido. medida que a cidade cresce, a economia prospera e o fluxo de visitantes cidade aumenta, o aeroporto beneficia-se tambm, criando uma constante de resultados positivos.A visita tcnica foi til para que a turma pudesse ter uma nova viso sobre um espao pouco conhecido pela maioria, e tambm entendesse, de forma prtica, que a atuao do turismlogo pode se dar em muito mais reas do que se pode imaginar porque, a expanso da aviao no pas pode contribuir muito no somente para o turismo, mas tambm para todo um fortalecimento socioeconmico (PALHARES; ESPRITO SANTO JR, 2001).

RefernciasPALHARES, G. L., ESPRITO SANTO JR., R. A., 2001, O Turismo e o Transporte Areo como Multiplicadores Socioeconmicos. In: Setti, J. R. A., Lima Jr., L. F. (eds.), Panorama Nacional da Pesquisa em Transportes 2001. Anais do XV Congresso da Associao Nacional de Pesquisa e Ensino em Transportes (ANPET), vol 2, pp. 225-232: Campinas. PELOTAS. Disponvel em . Acesso em 25 de janeiro de 2014.

AnexosAnexo 1

A: Centro de Pelotas/RSB: Aeroporto Internacional de PelotasFonte: maps.google.com.br

Anexo 2

Terminal de passageirosFonte: Dianine Censon, 2013

Anexo 3

Parte do ptio do aeroportoFonte: Dianine Censon, 2013

Anexo 4

rea de navegao areaFonte: Dianine Censon, 2013

Anexo 5

Prdio da administrao e navegao areaFonte: Thais Martins, 2013

Anexo 6

EstacionamentoFonte: Dianine Censon, 2013

Anexo 7

Locadoras de carros Hertz, Localiza e QuevedoFonte: Dianine Censon, 2013

Anexo 8

Placa da Infraero indicando o aeroporto, na Avenida Fernando OsrioFonte: Dianine Censon, 2013

Anexo 9

Instalaes da AzulFonte: Dianine Censon, 2013

Anexo 10

Foto oficial do grupo, em frente ao avio que trouxe o governador do estadoFonte: Thais Martins, 2013

Anexo 10

Sala de embarqueFonte: Dianine Censon, 2013

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