reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em...

18
83 ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013 REINTERNAÇÕES HOSPITALARES POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM MENORES DE 12 ANOS E AS QUEIMADAS EM PORTO VELHO-RO, AMAZÔNIA OCIDENTAL READMISSIONS FOR RESPIRATORY DISEASES IN CHILDREN UNDER 12 YEARS AND BURNED AT PORTO VELHO-RO, WESTERN AMAZON Marcela Milrea Araújo Barros 1 Karen dos Santos Gonçalves 2 Sandra de Souza Hacon 3 RESUMO Este estudo tem por objetivo analisar a relação entre focos de queima e as reinternações em um hospital infantil e internações na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) por doenças respiratórias (DR) em menores de 12 anos. Trata-se de um estudo descritivo, com dados do serviço de arquivo médico e estatístico (SAME), livros de registro da UTIP e mapa nosológico, através das autorizações de internações hospitalares (AIH’s) do Hospital Infantil, referentes ao período 2007-2010, em um município na Amazônia Ocidental. Os dados de focos de calor foram obtidos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE e Sistema de Informações Ambientais SISAM. Foram construídos dois fluxogramas, um para reinternações hospitalares por DR, a partir dos bancos de dados das internações hospitalares, e outro, das internações na UTIP, divididos em períodos de seca e chuva, de acordo com sexo, faixa etária e localização anatômica. Utilizou-se os softwares SPSS versão 16.0 e o Microsoft Excel 1 Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente PGDRA.Universidade Federal de Rondônia UNIR. Rua José Vieira Caúla, 5301. Res. Marina Casa. Porto Velho-RO. Email: [email protected] 2 Mestre em Saúde Pública e Meio Ambinte. Pesquisadora colaboradora, Departamento de Endemias Samuel Pessoa. Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz 3 Doutora em Geoquímica Ambiental. Professora e pesquisador, Departamento de Endemias Samuel Pessoa. Escola Nacional de Saúde Pública, Fiocruz, Rio de Janeiro, RJ.

Upload: senac-sao-paulo

Post on 14-Jul-2015

246 views

Category:

Education


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

83

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

REINTERNAÇÕES HOSPITALARES POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM

MENORES DE 12 ANOS E AS QUEIMADAS EM PORTO VELHO-RO,

AMAZÔNIA OCIDENTAL

READMISSIONS FOR RESPIRATORY DISEASES IN CHILDREN

UNDER 12 YEARS AND BURNED AT PORTO VELHO-RO, WESTERN

AMAZON

Marcela Milrea Araújo Barros1

Karen dos Santos Gonçalves2

Sandra de Souza Hacon3

RESUMO

Este estudo tem por objetivo analisar a relação entre focos de queima e as

reinternações em um hospital infantil e internações na Unidade de Terapia Intensiva

Pediátrica (UTIP) por doenças respiratórias (DR) em menores de 12 anos. Trata-se de

um estudo descritivo, com dados do serviço de arquivo médico e estatístico (SAME),

livros de registro da UTIP e mapa nosológico, através das autorizações de internações

hospitalares (AIH’s) do Hospital Infantil, referentes ao período 2007-2010, em um

município na Amazônia Ocidental. Os dados de focos de calor foram obtidos do

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE e Sistema de Informações Ambientais

– SISAM. Foram construídos dois fluxogramas, um para reinternações hospitalares por

DR, a partir dos bancos de dados das internações hospitalares, e outro, das internações

na UTIP, divididos em períodos de seca e chuva, de acordo com sexo, faixa etária e

localização anatômica. Utilizou-se os softwares SPSS versão 16.0 e o Microsoft Excel

1 Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente – PGDRA.Universidade Federal de Rondônia – UNIR.

Rua José Vieira Caúla, 5301. Res. Marina Casa. Porto Velho-RO. Email: [email protected] 2 Mestre em Saúde Pública e Meio Ambinte. Pesquisadora colaboradora, Departamento de Endemias Samuel Pessoa.

Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz 3 Doutora em Geoquímica Ambiental. Professora e pesquisador, Departamento de Endemias Samuel Pessoa. Escola

Nacional de Saúde Pública, Fiocruz, Rio de Janeiro, RJ.

Page 2: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

84

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

versão 2007 para análise dos dados. Houve um incremento de reinternações no Hospital

Infantil e internações na UTIP por DR no período da seca, com ênfase em 2010 para as

reinternações, quando se pôde considerar uma elevação no número de focos de calor. As

pneumonias corresponderam a 54% das causas de reinternação (203 registros). As

crianças do sexo masculino tiveram 56% das reinternações por DR. Os óbitos na UTIP

também foram superiores no período da seca quando comparados ao período chuvoso.É

relevante considerar o monitoramento e a compreensão do binômio saúde/ambiente

frente as queimadas e o impacto respiratório sobre este grupo suscetível.

PALAVRAS-CHAVE: Doenças Respiratórias, Crianças, Internações, Reinternações

hospitalares.

ABSTRACT

This study aims to analysze the relationship between foci and burning in a

children's hospital readmissions and hospital in the Pediatric Intensive Care Unit (PICU)

for respiratory diseases (RD) in under 12 years. This is a descriptive study using data

from medical files and statistical (SAME), the register of PICU and nosological map

through authorizations for hospital admissions (AIH) Children's Hospital, for the period

2007-2010 in a county western Amazon. The data of hotspots were obtained from the

National Institute for Space Research - INPE and Environmental Information System -

SISAM. We constructed two flow charts, one for readmissions for DR from the

databases of hospital admissions, and another of admissions to the PICU, divided into

periods of drought and rain, according to sex, age and anatomical location. We used the

SPSS version 16.0 and Microsoft Excel 2007 version for data analysis. There was an

increase of Children's Hospital readmissions and admissions to the PICU for DR in the

dry season, with an emphasis on 2010 to readmissions, when one might consider an

increase in the number of hotspots. Pneumonia accounted for 54% of the causes of

readmission (203 records). The male children had 56% of readmissions by DR. The

deaths in the PICU were also higher in the dry season compared to the rainy season. It is

important to consider the monitoring and understanding of the health / environment

facing fires and respiratory impact on this susceptible group.

KEYWORDS: Respiratory Diseases. Children. Hospitalizations. Readmissions.

Page 3: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

85

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

INTRODUÇÃO

Estudos epidemiológicos têm apresentado evidencias entre a exposição a

poluentes atmosféricos e as doenças respiratórias (DOCKERY et al., 1993; .POPE,

BATES e RAIZENNE, 1995; ROSA et al., 2008). Os impactos na saúde da poluição do

ar dependem diretamente de fatores como: o tipo de poluente e a composição quimica, a

concentração, tempo de exposição e a susceptibilidade individual (ARBEX et al., 2004).

Algumas áreas urbanas na Amazônia além de serem impactadas pela fumaça da

queima de biomassa, também estão expostas a elevadas concentrações de poluentes

oriundos da queima de combustível fóssil devido ao expressivo aumento de veículos

pesados e leves, processos industriais e queima de combustíveis para geração de

energia, como é o caso de Porto Velho, capital de Rondônia, que além de uma

termoelétrica em funcionamento teve um aumento considerável de veículos após a

construção das usinas de Santo Antonio e Jirau, ambas na capital.

Na região Amazônica e em especial no estado de Rondônia, as informações sobre

o perfil da morbimortalidade e sua relação com os problemas ambientais são escassas,

especialmente acerca da possível influência dos ciclos comuns de seca e chuva. Em

razão das queimadas liberarem poluentes para a atmosfera, a qualidade do ar é

modificada e em muitos casos, afetam diretamente os grupos mais suscetíveis, como as

crianças menores de cinco anos, idosos e aqueles com doenças pré-existentes (POPE,

2000; SALDIVA et al., 1995). E, dependendo da localização dos grupos urbanos, dos

níveis de exposição aos poluentes, das condições socioeconômicas, das complicações e

da gravidade das doenças respiratórias, há a necessidade de internações e reinternações

hospitalares, especialmente nos grupos etários abaixo de 5 ano s(MELLO, DUTRA e

LOPES, 2004).

Acredita-se que essa suscetibilidade biológica, no caso das crianças, esteja

relacionada às diferenças na imaturidade do sistema respiratório e imunológico desta

faixa etária conjugado com o comportamento toxicodinâmico e toxicocinético dos

poluentes oriundos das queimadas (GLINIANAIA et al., 2004). Os poluentes

comprovadamente iniciam e/ou agravam um processo inflamatório no aparelho

respiratório, alterando a permeabilidade das vias aéreas inferiores e possibilitando,

assim, o acesso e a progressão de micro-organismos patogênicos (CORREIA-DEUR,

2007).

Page 4: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

86

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

Porto Velho (RO), área do estudo, está situado no trajeto de dispersão de

poluentes que além de receber fumaça dos municípios e estados vizinhos, em 2010,

chegou a registrar 8.431 focos de queimadas (INPE, 2011). O município está inserido

na Amazônia Ocidental e possui ciclos bem definidos de seca e chuva. Neste sentido, a

compreensão das internações e reinternações por DR relacionadas aos focos de

queimadas no grupo etário suscetível, representa um importante indicador para o

conhecimento do processo saúde-doença da região.

O estudo tem por objetivo analisar a relação entre focos de queima e os dados de

reinternação hospitalar e internação na UTIP em crianças menores de 12 anos por DR.

Esta pesquisa é parte integrante do Programa INOVA-ENSP da FIOCRUZ, assim

como do Programa de Mudança Climáticas e Saúde e da Sub- Rede Clima- Saúde

coordenado pela FIOCRUZ ENSP/ICICT, tendo como coordenação geral o INPE/MCT.

MÉTODOS

Estudo descritivo, realizado no município de Porto Velho (RO), compreendendo o

fluxograma de reinternações hospitalares do Hospital Infantil Cosme e Damião (HICD)

e a transferência dessas crianças para a UTIP do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro e

sua possível correlação com os focos de calor, como indicador de exposição, em

crianças entre 29 dias e 12 anos de idade no período de 1º de janeiro de 2007 a 31 de

dezembro de 2010.

O município de Porto Velho, está localizado ao norte do estado de Rondônia, à

margem direita do Rio Madeira (afluente do rio Amazonas) com uma área total de

34.096 Km2, latitude sul com 08º 45’ 43” Sul e longitude a oeste de Greenwchi 63º 54’

14” com altitude de 85,2 metros. Seu clima é predominante equatorial, úmido e quente.

Situado na Amazônia Ocidental, com uma população segundo o Censo 2010, de

428.527 habitantes e uma densidade demográfica de 12,6 habitantes/Km2 (IBGE, 2011),

distribuídos por 66 bairros na área urbana e 12 distritos na área rural.

O HBAP é um hospital terciário, de referência, com capacidade instalada de 369

leitos. É um órgão público pertencente ao Poder Executivo Estadual de Rondônia. A

UTIP apresentou até agosto de 2010, capacidade somente para oito (8) leitos, sendo

acrescidos mais dois leitos, totalizando 10 (dez) leitos a partir deste período. É a única

Page 5: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

87

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

UTIP para todo o estado.

O HICD é referência para internação e atendimento de urgência e emergência para

crianças de todo o estado, também pertencente ao Sistema Único de Saúde (SUS),

classificado como médio porte e com capacidade instalada para 59 leitos de internação.

Os dados foram obtidos a partir da construção de dois bancos de dados de

internações hospitalares (um para o HICD e outro para a UTIP) através dos livros de

registro e prontuários do paciente provenientes do serviço de arquivo médico e

estatístico (SAME) da UTIP e mapa nosológico no HICD, por meio das autorizações de

internações hospitalares (AIH’s) do SUS.

As reinternações hospitalares e internações na UTIP das crianças procedentes do

HICD, foram classificadas de acordo com o Capítulo X da Décima Revisão da

Classificação Internacional de Doenças CID-10, códigos J00 a J99. As variáveis de

interesse incluíram: idade, sexo, município de residência, procedência (no caso da UTI

Pediátrica), dia/mês e ano de internação, idade, hipótese diagnóstica na admissão, alta,

óbito ou transferência quando este ocorreu.

Consideramos reinternação toda criança que tivesse o registro de mais de uma

hospitalização, independente do diagnóstico, idade e intervalo entre uma internação e

outra.

Como variável dependente os registros foram agrupados segundo a localização

anatômica de acordo com o Programa de Assistência e Controle de IRA (Infecção

Respiratória Aguda) do Ministério da Saúde (MS), tendo como limite a epiglote, em

dois grupos: Infecções das Vias Aéreas Superiores (IVAS) acima da epiglote e

Infecções das Vias Aéreas Inferiores (IVAI), abaixo da epiglote. Analisamos as

Pneumonias (IVAI) em separado, em virtude de seu maior número no que se refere às

causas por doenças respiratórias tanto em literaturas nacionais quanto internacionais.

Como variáveis independentes, os dados foram divididos por período em Seca:

Maio a Outubro e, Chuva: Novembro a Abril, a partir de focos de calor obtidos pelas

imagens AVHRR dos satélites polares NOAA-12, 14, 15, 16, 17, 18 e 19, além das

imagens MODIS dos satélites polares TERRA e AQUA e as imagens dos satélites

geoestacionários GOES-10 e MSG-2.

Os dados de focos de calor foram fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas

Espaciais - INPE (http://sigma.cptec.inpe.br/queimadas/) e Sistema de Informações

Ambientais - SISAM (http://sisam.cptec.inpe.br/msaude/index.html).

Page 6: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

88

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

As taxas para internações por DR foram calculadas por 1.000 habitantes,

dividindo os quatro anos estudados e calculando-se uma média populacional,

correspondendo a 99.156 habitantes, excluindo-se os registros de outros municípios. As

internações no período neonatal foram excluídas em razão da importância do

componente da atenção ao pré-natal e parto na morbimortalidade do grupo etário.

Para análise das reinternações foram incluídas apenas as crianças que

reinternaram separadamente no período de seca ou no período de chuva. Aquelas que

reinternaram nos dois períodos foram excluídas da amostra analisada, evitando assim

fatores de confundimento. Excluímos 629 crianças que reinternaram nos dois períodos

simultaneamente.

Para tratamento e análise estatística dos dados foram utilizados os softwares

SPSS versão 16.0 e o Microsoft Excel versão 2007. Coeficientes de correlação de

Pearson foram calculados para se avaliar como as variáveis estudadas de internação

hospitalar e focos de calor foram correlacionadas entre si. A representação dos

resultados se deu através da descrição dos dados em porcentagem e taxa, além de

gráficos e fluxogramas.

A pesquisa iniciou-se somente após aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa da

Universidade Federal de Rondônia, em 27 de Julho de 2010, n.º 2945.0.000.047-10.

RESULTADOS

Nos período de janeiro de 2007 a dezembro de 2010 foram registradas no

HICD 13.855 e na UTIP 1.156 internações hospitalares em crianças menores de 12 anos

procedentes de todo o estado de Rondônia. Das crianças residentes no município de

Porto Velho, as doenças do Aparelho respiratório foram responsáveis por 4.306

internações no HICD e 117 internações na UTIP, representando uma taxa de 10,9

internações por 1.000 habitantes para o HICD e 0,3 internações por 1.000 habitantes

para a UTIP e se destacaram como a primeira causa de internação em ambos os

hospitais pesquisados.

Analisados os dados da faixa etária em menores de 12 anos para o período

estudado, o HICD demonstrou que 84% de DR ocorreram em menores de 5 anos com

3.639 casos, seguido das crianças de 5 a 9 anos com 539 internações (13%), e 10 a 12

Page 7: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

89

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

anos com 128 (3%) internações. Na UTIP, as crianças menores de 5 anos também

evidenciaram o maior número de internações, com proporção de 69%, o equivalente a

81 registros. As crianças de 5 a 9 anos corresponderam 26 internações (22%) e as

crianças de 10 a 12 anos com 9% internações.

Objetivando uma análise descritiva do perfil destas crianças, considerando a

transferência do HICD e a internação da criança na UTIP como um agravamento do

estado geral, correlacionamos com as variáveis classificadas como seca e chuva, onde o

período de seca coincide com o período de queima de biomassa e redução do numero de

chuvas no município de Porto Velho e em toda região do bioma Amazônia.

Analisando as reinternações no HICD, encontramos o registro de 1.036

reinternações destes, 407 registros de reinternação corresponderam a 192 crianças que

retornaram ao hospital nos períodos classificados como chuva ou seca (Tabela 1).

Considerando as reinternações pelo número de vezes que a criança retornou ao

hospital, podemos perceber que 91% das crianças reinternaram duas vezes no HICD,

8% três vezes e 1% das crianças reinternaram quatro vezes. As crianças que retornaram

ao hospital para reinternar por quatro vezes foram superiores no período de seca nos

anos 2007, 2008 e 2010, assim como as crianças que retornaram ao hospital para

reinternar três vezes nos anos 2008 e 2010.

De acordo com a classificação das doenças respiratórias em IVAS, IVAI e PNM

e as variáveis, seca e chuva, observou-se que as Pneumonias corresponderam a 54% das

causas de reinternação (203 registros), seguida das IVAI com 142 registros ou 37% e as

IVAS com 9% ou 35 registros de reinternação. Os registros de Pneumonias foram

superiores no período de seca nos anos 2007, 2008 e 2010.

As crianças do sexo masculino corresponderam a 56% das reinternações ou 107

crianças. Para as crianças do sexo feminino, observamos 44% das reinternações, o

equivalente a 84 crianças.

Page 8: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

90

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

Tabela 1 – Reinternações por DR em menores de 12 anos, períodos Chuva e Seca.

Porto Velho - RO (2007-2010)

ANO /

PERÍODO

Nº de

crianças

internadas

Nº de

reinternações Sexo Localização

Total de

internações

registradas

(HICD)

2x

3x

4x M F IVAS IVAI PNM

2007 44 40 2 1 25 19 12 31 50 93

Chuva 22 20 2 0 10 12 6 17 23 46

Seca 22 20 1 1 15 7 6 14 27 47

2008 41 35 6 0 18 23 5 48 35 88

Chuva 18 16 2 0 10 8 1 20 17 38

Seca 23 19 4 0 8 15 4 28 18 50

2009 41 40 1 1 30 10 8 36 41 86

Chuva 22 22 1 0 16 5 2 22 21 46

Seca 19 18 0 1 14 5 6 14 20 40

2010 66 59 6 1 34 32 10 27 77 140

Chuva 33 32 1 0 13 20 6 6 29 67

Seca 33 27 5 1 21 12 4 21 48 73

TOTAL 192 174 15 3 107 84 35 142 203 407

Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME/HICD). Porto Velho –RO.

2007 a 2010.

Na UTIP, encontramos o registro de 47 internações de crianças procedentes do

HICD, destas, 20 (43%) procederam das internações hospitalares e 27 (57%) foram

encaminhadas diretamente do ambulatório do referido hospital, não permitindo o

registro de internação.

Do total de crianças registradas na UTIP por DR, 31 receberam alta para a

enfermaria (66%) e 16 evoluíram a óbito (34%). Das crianças liberadas para a

enfermaria, 20 procederam do ambulatório (64%) e 11 procederam da internação do

HICD (36%).

Dos registros de óbitos, nove (56%) correspondiam a crianças procedentes da

internação e sete do ambulatório (44%). Ressaltamos que seis das crianças (67%) que

Page 9: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

91

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

internaram na UTIP, apresentaram registros de reinternação entre 2 e 4 vezes no HICD,

destas, cinco evoluíram a óbito (83%). (Figura 2)

Figura 2 – Fluxograma de Internações por DR no HICD e encaminhadas para a

UTIP. Porto Velho, RO (2007 a 2010).

Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME/HICD); Livros de Registro

da UTIP/HBAP. Porto Velho –RO. 2007 a 2010.

Óbitos das crianças que

vieram do ambulatório

[7]

Alta das crianças que

vieram do ambulatório

[20]

Óbitos das crianças que

estavam internadas

[9]

Alta das crianças que

estavam internadas

[11]

Crianças residentes em Porto

Velho que internaram por

Doenças Respiratórias no HICD

nos anos de 2007 a 2010

[4.306]

Encaminhadas para

a UTIP

[20]

Alta

[3.270]

Óbito

[0]

Crianças internadas na

UTIP procedentes do

HICD

[47]

Encaminhadas direto do

Ambulatório do HICD para a UTIP

[27]

Óbitos

[16]

Alta

[31]

Reinternações

[1.036]

Crianças que reinternaram de 2 a 4x

no HICD antes de serem

encaminhadas para a UTIP

[6]

Óbitos

[5]

Page 10: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

92

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

Ao considerarmos as variáveis IVAI, Pneumonias e os períodos de seca e chuva

na UTIP, onde as IVAS não ocorreram, verificamos que o número de crianças

internadas tanto no período da seca quanto na chuva, atingiram a mesma proporção, 10

internações respectivamente.

Analisando as variáveis IVAI e Pneumonias no período estudado, observamos

que as pneumonias ocorreram em maior número no período da seca, correspondendo a

oito internações e contraposição às cinco internações no período chuvoso. (Figura 3)

Figura 3– Fluxograma de Internações na UTIP/HBAP por DR e as variáveis

IVAI, PNM, Seca e Chuva. Porto Velho, RO (2007 a 2010).

Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME/HICD); Livros de Registro

da UTIP/HBAP. Porto Velho –RO. 2007 a 2010.

Crianças residentes em Porto Velho internadas

por Doenças Respiratórias na UTIP, procedentes

da internação do HICD nos anos de 2007 a 2010

[20]

Crianças internadas no

período da chuva

[10]

Crianças internadas no

período da seca

[10]

Crianças reinternadas no

HICD no período da chuva

(antes de serem

encaminhadas a UTIP)

[3]

Crianças reinternadas no

HICD no período da seca

(antes de serem

encaminhadas a UTIP)

[4]

Óbitos no período da

chuva

[4]

Óbitos no período da

seca

[5]

IVAI

[5]

PNM

[5]

IVAI

[2]

PNM

[8]

Page 11: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

93

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

Ao relacionar as reinternações registradas por DR no HICD com os registros de

focos de calor, umidade e temperatura verificamos uma correlação positiva e

significativa (0,695) entre as IVAS na UTIP e os focos de calor. Entretanto, não foi

observada correlação significativa entre as demais variáveis (Tabela 2).

Tabela 2 – Coeficiente de Correlação de Pearson para as principais variáveis

utilizadas. Porto Velho-RO (2007-2010)

DAR¹ DAR² IVAS¹ IVAS² IVAI¹ IVAI² PNM¹ PNM² FOCO UMID

TEMP

MED

TEMP

MAX

TEMP

MIN

DAR¹ 1 ,143 ,741** ,007 ,692** ,018 ,863** ,127 -,073 -,146 -,251 -,033 ,208

DAR²

1 ,065 ,325 ,284 ,076 ,128 ,874** ,116 -,017 ,222 ,029 -,128

IVAS¹

1 -,018 ,665** -,229 ,746** ,166 ,049 -,100 -,146 -,025 ,194

IVAS²

1 -,037 ,214 -,061 ,073 ,695** -,326 ,409 ,334 ,352

IVAI¹

1 -,101 ,465 ,320 -,235 ,193 -,313 -,359 -,280

IVAI²

1 -,029 -,401 ,192 ,006 ,201 ,132 -,002

PNM¹

1 ,144 -,030 -,070 -,182 ,009 ,313

PNM²

1 -,073 ,027 ,065 -,079 -,171

FOCO

1

-

,754** ,787** ,823** ,742**

UMID

1

-

,743**

-

,925**

-

,722**

TEMP

MED

1 ,870** ,475

TEMP

MAX

1 ,792**

TEMP

MIN

1

Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME/HICD);Instituto Nacional

de Pesquisas Espaciais - INPE. Porto Velho –RO. 2007 a 2010.

Nota= ** Nível de significância de 0,01.

¹HICD – Hospital Infantil Cosme e Damião; ²UTIP – Unidade de Terapia Intensiva

Pediátrica, DAR – Doenças Respiratórias;; IVAI – Infecção de Vias Aéreas

Inferiores; IVAS – Infeccão de Vias Aéreas Superiores; PNM – Pneumonia; UMID

– Umidade; TEMP – Temperatura; MAX – Máxima, MED – Média, MIN –

Mínima.

Page 12: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

94

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

DISCUSSÃO

Os resultados demonstram que as doenças do aparelho respiratório para o

município de Porto Velho, representaram a primeira causa de internações no HICD e na

UTIP quando comparadas as demais doenças para os anos 2007 a 2010.

Gonçalves (2010) em estudo ecológico de série temporal também no HICD

analisou os atendimentos ambulatoriais por doenças respiratórias em crianças no

período de 2005 a 2008. Os resultados demonstraram as doenças respiratórias como a

primeira causa de atendimento ambulatorial em crianças, o que representou 41% de

todas as consultas registradas no período analisado.

Ambos os hospitais constituem-se única referência para o atendimento de

urgência e emergência com internação bem como a assistência a crianças gravemente

enfermos atendidos exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para todo o

estado. Neste sentindo, em virtude da dificuldade de acesso e pela qualidade da

assistência primária em saúde oferecidos em todo o estado (ausência de médicos

pediatras, medicação, exames de imagem ou laboratorial) a busca pelo atendimento

nestes hospitais, torna-os ponto de apoio para assistência às crianças com doenças

respiratórias.

A disponibilidade dos leitos na UTI Pediátrica também é fato preponderante e

completamente influenciador a ser descrito, pois pôde ter interferido no número de

internações hospitalares para o período estudado. Por se tratar de referência em

assistência a crianças gravemente enfermas, a UTI pediátrica conta com apenas oito

leitos para o atendimento a todas as crianças do Estado de Rondônia. Ou seja, não

atende a demanda do estado, principalmente nos meses de maior incidência de doenças

respiratórias.

Considerando o parâmetro mínimo de um leito para cada 10.000 habitantes e a

população do estado, seriam necessários 44,1 leitos de terapia intensiva pediátrica,

muito aquém do que a realidade comprova. Ou seja, pacientes que necessitaram de UTI

pediátrica em algum momento do período estudado, não puderam ser internados na

unidade, reduzindo a possibilidade de maior correlação entre doenças respiratórias e os

períodos de maior intensidade das queimadas.

Ao se avaliar os achados que se referem à faixa etária, as maiores taxas de

internações apresentadas foram de crianças menores de 5 anos e corroboram com outros

Page 13: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

95

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

estudos desenvolvidos (BENGUIGUI, 2003; DUARTE e BOTELHO, 2000; RUDAN et

al., 2004).

Considerando os dados referentes ao sexo das crianças reinternadas no HICD para

o município de Porto Velho com doenças respiratórias, observou-se que as crianças do

sexo masculino foram mais frequentemente internadas que aquelas do sexo feminino

(IWANE et al., 2004; KOCH et al., 2005). Para Macedo et al. (2007) as diferenças

anatômicas como, por exemplo, o menor calibre da via aérea entre os meninos, pode ser

um dos fatores a serem relacionados a este fenômeno.

Os estudos epidemiológicos evidenciam um aumento consistente de doenças

respiratórias e da mortalidade geral associadas à exposição de poluentes presentes na

atmosfera, principalmente nos grupos mais suscetíveis (CANÇADO et al., 2006;

IGNOTTI et al., 2007) influenciando assim, no perfil e na gravidade dessas doenças,

aumentando a demanda de internações. No entanto, são escassos os estudos que se

referem às doenças respiratórias como importantes causas de reinternação. Segundo

Lasmar et al. (2006) em estudo realizado em Belo Horizonte, 65% das crianças

hospitalizadas foram readmitidas pelo mesmo motivo no período de 18 meses.

Fator relevante que merece ser evidenciado diz respeito à complicação dos casos

quanto ao número de vezes que a criança retornou ao hospital, tornando-se necessário

uma nova internação (ou reinternação). Neste caso, aquelas que retornaram ao hospital

por mais de 3 ou 4 vezes foi superior no período de seca. A justificativa para isto é que

provavelmente no período chuvoso a umidade excessiva, determinada pela intensidade

das chuvas, pode propiciar o maior número de casos de doenças respiratórias, porém

com menor gravidade. Ao contrário no período seco, a má qualidade do ar inspirado,

irrita as vias aéreas e facilita o seu agravamento, resultando em maior número de

reinternações.

Outra evidencia que sugere a hipótese da gravidade das reinternações no período

da seca, compreende a ocorrência de reinternações por pneumonias terem sido

superiores no período da seca nos anos 2007, 2008 e 2010, quando comparados ao

período chuvoso. Apenas o ano de 2009 apresentou padrão divergente dos demais.

Entretanto, a diferença entre os períodos foi mínima e pouco representativa. O que

reforça que no período climático mais crítico do ano, as crianças sofrem mais com o

impacto das doenças respiratórias mais graves. Possivelmente, como resultado do

somatório do processo inflamatório que a própria infecção acarreta às vias aéreas, bem

Page 14: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

96

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

como a má qualidade do ar inspirado, fazendo com que a criança demore mais a se

recuperar (BOTELHO et al., 2003).

A pneumonia é a principal causa de morte em crianças no mundo inteiro. A cada

ano, mata cerca de 1,6 milhões, representando 18% das mortes de crianças menores de

cinco anos em todo o mundo ( WHO, 2010). O Brasil está entre os 15 países com maior

número de casos anuais de pneumonia em menores de 5 anos (1,8 milhão), com

incidência estimada de 0,11 episódio/criança/ano. Nesse grupo, são mais de 50% das

hospitalizações e 10 a 15% dos óbitos são atribuídos às IRA, sendo 80% destes por

pneumonia. Os custos com hospitalizações geram em torno de R$ 189 milhões, destes

20,5% com menores de 5 anos (CARDOSO, 2010).

Há ainda outro aspecto a ser considerado. A partir da queima de biomassa, as

partículas muito finas podem ficar mais tempo em suspensão no ar podendo atingir as

porções mais profundas do trato respiratório, causando efeitos adversos à saúde como o

aumento das internações por doenças respiratórias (WHO, 2010).

Observou-se que quando havia o maior número de focos de calor,

consequentemente aumentavam as reinternações por doenças respiratórias no período da

seca nos anos 2007, 2008 e especialmente no ano de 2010, caracterizado como o ano

que mais queimou no município de Porto Velho. O que reforça que estas características

climáticas comuns ao período seco do ano confirmam os resultados analisados

anteriormente.

No ano de 2010, a precipitação na estação seca foi baixa em toda a Amazônia,

com aparente semelhança à grande seca de 2005. Lewis et al.(2011) analisando uma

década de dados de precipitação obtidos por satélite, mostrou que 57% da Amazônia

apresentaram baixo índice pluviométrico em 2010, em comparação com 37% em 2005.

No ano de 2010, uma área de 3 milhões quilômetros quadrados foi atingida pela

estiagem, em contraposição aos 1,9 milhão de quilômetros quadrados em 2005. O que

nos indica que a seca de 2010 foi mais severa e generalizada que a seca de 2005.

Fatores de risco para a readmissão hospitalar das crianças incluem o número de

admissões anteriores, o baixo nível socioeconômico, a ausência de acompanhamento

regular para o tratamento da doença e a baixa escolaridade materna (LASMAR et al.,

2006).

Considerando as informações das crianças encaminhadas para a UTI Pediátrica é

interessante observar que 57% das crianças procederam diretamente do ambulatório, ou

Page 15: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

97

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

seja, passaram menos de 24 horas no hospital e foram encaminhadas à UTIP. No

entanto o que podemos ressalvar é que as proporções das crianças que procederam da

internação do HICD apresentaram implicações mais graves dentro da UTI pediátrica.

Ou seja, das crianças que evoluíram à óbito, 56% corresponderam a crianças

procedentes da internação e não do ambulatório. Destas, 67% já apresentavam histórico

de reinternação, com a proporção de 83% de evolução para óbito.

A fim de aprofundar o processo investigativo do perfil das crianças que se

internaram na UTI pediátrica e procederam do HICD em relação às internações por

doenças respiratórias e sua correlação com as variáveis períodos de “chuva” e “seca”,

verificamos que as proporções de internações encontradas tanto no período de chuva

quanto no período de seca foram as mesmas. Entretanto ao analisarmos as variáveis de

gravidade IVAI, Pneumonias e evolução para óbito, percebemos que no período da

seca, as pneumonias prevaleceram, bem como mais crianças evoluíram à óbito.

Acrescentamos ainda, o fato das crianças reinternadas no HICD e encaminhadas à UTI

pediátrica foram superior no período de seca quando comparados ao período chuvoso.

Estes achados apresentam similaridade com os descritos por Souza (2008) em

estudo desenvolvido no município de Rio Branco/AC. Apesar de não estudar as

reinternações, o autor analisa os padrões de aumento e redução dos incrementos

referentes às internações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 5 anos,

as quais coincidem com os períodos de seca durante o período analisado, enfatizando a

possibilidade da forte influência das queimadas na prevalência dessas hospitalizações.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo assume importância relevante na medida em que sugere a associação

entre a sazonalidade da região, as queimadas e as internações por doenças respiratórias

graves. Indicando a necessidade da realização de novos estudos com o emprego de

métodos mais aprimorados, a fim de aprofundar as análises, uma vez que o devemos

levar em consideração que o período seco pode ser responsável não pela frequência de

atendimentos e sim pela maior gravidade das mesmas, em vistas a necessidade de

internação ou reinternação.

Page 16: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

98

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

REFERÊNCIAS

ARBEX, M.A.; CANÇADO, J.E.D.; PEREIRA, L.A.A.; BRAGA, A.L.F.; SALDIVA,

P.H.N. Queima de biomassa e efeitos sobre a saúde. J. bras. pneumol.2004. Disponível

em

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180637132004000200015&l

ng=en> . Acesso em: 10 Set. 2010.

BENGUIGUI, Y. Controle de infecções respiratórias agudas no contexto da estratégia

AIDPI nas Américas. Rev. Bras. Saúde Mater Infant. p.25-36, 2003.

BOTELHO C et al. Fatores ambientais e hospitalizações em crianças menores de cinco

anos com infecção respiratória aguda. Cad Saude Publica. Vol. 19 p. 1771-80, 2003.

CANÇADO, J.E.D. et al. The impacto f sugar cane-burning emissions on the respiratory

system of children and the elderly. Environ Health Persp. 2006.

CARDOSO, A.M. A persistência das infecções respiratórias agudas como problema de

Saúde Pública. Cad. Saúde Pública. 2010; 26(7):1270-1271.

CORREIA-DEUR, J.E. Contaminación del aire exterior y enfermedades alérgicas de la

vía aérea. Cienc Trab. 2007.

DOCKERY, D.W.; POPE, C.A. III; XU, X.; SPENGLER, J.D.; WARE JH, FAY ME,

et al. An association between air pollution and mortality in six U.S. cities. N Engl J

Med. 329:1753-1759. 1993.

DUARTE, D.M.G.; BOTELHO, C. Perfil clínico de crianças menores de cinco anos

com infecção respiratória aguda. J Pediatr (Rio J).vol. 76 p.207-12, 2000.

GLINIANAIA, S.V. et al. Does Particulate Air Pollution Contribute to Infant Death? A

Systematic Review. Environmental Health Perspectives. p.1365-70, 2004.

Page 17: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

99

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

GONÇALVES, K.S. Queimadas e atendimentos ambulatoriais por doenças respiratórias

em crianças no município de Porto Velho, Rondônia. [Dissertação]. Rio de Janeiro (RJ):

ENSP, FIOCRUZ; 2010.

IGNOTTI ,E.; HACON, S.S.; SILVA, A.M.; JUNGER, W.L.; CASTRO, H.A. Efeitos

das queimadas na Amazônia: método de seleção dos municípios segundo indicadores de

saúde. Rev Bras Epidemiol. Vol. 10 p. 453-64, 2007.

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS – INPE . [site na internet]

Queimadas, Monitoramento de Focos. Disponível em:

<http://sigma.cptec.inpe.br/queimadas/perguntas.html> . Acesso em: 06 Jun. 2011.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. [site na

internet]. Brasília, DF; 2011. Disponível em: <www.ibge.gov.br> . Acesso em: 10 Maio

2011.

IWANE, M.K. et al. Children Syncytial Virus, Influenza Virus, and Parainfluenza

Viruses Among Young Population-Based Surveillance for Hospitalizations Associated

With Respiratory. Pediatrics. p.1758-1764. 2004.

KOCH, A. et al. Risk factors for acute respiratory tract infections in yong Greenlandic

children. Am J Epidemiol. p. 374-84, 2005.

LASMAR, L.M.L.B. et al. Fatores de risco para readmissão hospitalar de crianças e

adolescentes asmáticos. J Bras Pneumol. 2006.

LEWIS, S.L.; BRANDO, P.M.; PHILLIPS, O.L.; VAN DER HEIJDEN, G.M.;

NEPSTAD, D. The 2010 Amazon drought. Science. 2011.

MACEDO, S.E. et al. Fatores de risco para internação por doença respiratória aguda em

crianças até um ano de idade. Rev Saude Publica. 2007.

Page 18: Reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em Porto Velho - RO, Amazônia Ocidental

100

ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013

MELLO, R.R.; DUTRA, M.V.P.; LOPES, J.M.A. Morbidade respiratória no primeiro

ano de vida de prematuros egressos de uma unidade pública de tratamento intensivo

neonatal. J Pediatr (Rio J). p. 503-10, 2004. Disponível em <

http://www.jped.com.br/conteudo/04-80-06-503/port.asp> . Acesso em: 16 Ago. 2011.

POPE, C.A. III. Epidemiology of fine particulate air pollution and human health:

biologic mechanisms and who’s at risk? Environ Health Perspect. P. 713–723, 2000.

POPE, C.A. III; BATES, D.V.; RAIZENNE, M.E. Health effects of particulate air

pollution: time for reassessment? Environ Health Perspect. P. 472–480, 1995.

ROSA . A.M.; IGNOTTI, E.; BOTELHO, C.; CASTRO, H.A.; HACON, S.S. Doença

respiratória e sazonalidade climática em menores de 15 anos em um município da

Amazônia brasileira. J. Pediatr. (Rio J.); 2008. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0021-

75572008000700012&lng=en>. Acesso em: 25 Jan. 2011.

RUDAN, I. et al. Global estimate of the incidence of clinical pneumonia among

children under five years of age. Bull World Health Organ, 2004.

SALDIVA, P.H. et al. Air pollution and mortality in elderly people: a time-series study

in São Paulo, Brazil. Arch Environ Health. Vol. 50, p. 159-163, 1995.

SOUZA, S. Análise de Impactos das queimadas sobre a saúde humana: um estudo de

caso do município de Rio Branco, Acre [dissertação]. Rio de Janeiro (RJ): Escola

Nacional de Saúde Pública, Fiocruz, 2008.

WORLD HEALTH ORGANZIATION – WHO. [site na internet ] Pneumonia. 2010;

331. Disponível em <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs331/en/index.html>

.Acesso em: 24 Mar. 2011.

Recebido em 02/09/2013

Aceito em 07/11/2013