reinternações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 12 anos e as queimadas em...
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ISSN 1980-0894 Artigo, Vol.8 Nº3, Ano 2013
REINTERNAÇÕES HOSPITALARES POR DOENÇAS RESPIRATÓRIAS EM
MENORES DE 12 ANOS E AS QUEIMADAS EM PORTO VELHO-RO,
AMAZÔNIA OCIDENTAL
READMISSIONS FOR RESPIRATORY DISEASES IN CHILDREN
UNDER 12 YEARS AND BURNED AT PORTO VELHO-RO, WESTERN
AMAZON
Marcela Milrea Araújo Barros1
Karen dos Santos Gonçalves2
Sandra de Souza Hacon3
RESUMO
Este estudo tem por objetivo analisar a relação entre focos de queima e as
reinternações em um hospital infantil e internações na Unidade de Terapia Intensiva
Pediátrica (UTIP) por doenças respiratórias (DR) em menores de 12 anos. Trata-se de
um estudo descritivo, com dados do serviço de arquivo médico e estatístico (SAME),
livros de registro da UTIP e mapa nosológico, através das autorizações de internações
hospitalares (AIH’s) do Hospital Infantil, referentes ao período 2007-2010, em um
município na Amazônia Ocidental. Os dados de focos de calor foram obtidos do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE e Sistema de Informações Ambientais
– SISAM. Foram construídos dois fluxogramas, um para reinternações hospitalares por
DR, a partir dos bancos de dados das internações hospitalares, e outro, das internações
na UTIP, divididos em períodos de seca e chuva, de acordo com sexo, faixa etária e
localização anatômica. Utilizou-se os softwares SPSS versão 16.0 e o Microsoft Excel
1 Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente – PGDRA.Universidade Federal de Rondônia – UNIR.
Rua José Vieira Caúla, 5301. Res. Marina Casa. Porto Velho-RO. Email: [email protected] 2 Mestre em Saúde Pública e Meio Ambinte. Pesquisadora colaboradora, Departamento de Endemias Samuel Pessoa.
Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz 3 Doutora em Geoquímica Ambiental. Professora e pesquisador, Departamento de Endemias Samuel Pessoa. Escola
Nacional de Saúde Pública, Fiocruz, Rio de Janeiro, RJ.
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versão 2007 para análise dos dados. Houve um incremento de reinternações no Hospital
Infantil e internações na UTIP por DR no período da seca, com ênfase em 2010 para as
reinternações, quando se pôde considerar uma elevação no número de focos de calor. As
pneumonias corresponderam a 54% das causas de reinternação (203 registros). As
crianças do sexo masculino tiveram 56% das reinternações por DR. Os óbitos na UTIP
também foram superiores no período da seca quando comparados ao período chuvoso.É
relevante considerar o monitoramento e a compreensão do binômio saúde/ambiente
frente as queimadas e o impacto respiratório sobre este grupo suscetível.
PALAVRAS-CHAVE: Doenças Respiratórias, Crianças, Internações, Reinternações
hospitalares.
ABSTRACT
This study aims to analysze the relationship between foci and burning in a
children's hospital readmissions and hospital in the Pediatric Intensive Care Unit (PICU)
for respiratory diseases (RD) in under 12 years. This is a descriptive study using data
from medical files and statistical (SAME), the register of PICU and nosological map
through authorizations for hospital admissions (AIH) Children's Hospital, for the period
2007-2010 in a county western Amazon. The data of hotspots were obtained from the
National Institute for Space Research - INPE and Environmental Information System -
SISAM. We constructed two flow charts, one for readmissions for DR from the
databases of hospital admissions, and another of admissions to the PICU, divided into
periods of drought and rain, according to sex, age and anatomical location. We used the
SPSS version 16.0 and Microsoft Excel 2007 version for data analysis. There was an
increase of Children's Hospital readmissions and admissions to the PICU for DR in the
dry season, with an emphasis on 2010 to readmissions, when one might consider an
increase in the number of hotspots. Pneumonia accounted for 54% of the causes of
readmission (203 records). The male children had 56% of readmissions by DR. The
deaths in the PICU were also higher in the dry season compared to the rainy season. It is
important to consider the monitoring and understanding of the health / environment
facing fires and respiratory impact on this susceptible group.
KEYWORDS: Respiratory Diseases. Children. Hospitalizations. Readmissions.
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INTRODUÇÃO
Estudos epidemiológicos têm apresentado evidencias entre a exposição a
poluentes atmosféricos e as doenças respiratórias (DOCKERY et al., 1993; .POPE,
BATES e RAIZENNE, 1995; ROSA et al., 2008). Os impactos na saúde da poluição do
ar dependem diretamente de fatores como: o tipo de poluente e a composição quimica, a
concentração, tempo de exposição e a susceptibilidade individual (ARBEX et al., 2004).
Algumas áreas urbanas na Amazônia além de serem impactadas pela fumaça da
queima de biomassa, também estão expostas a elevadas concentrações de poluentes
oriundos da queima de combustível fóssil devido ao expressivo aumento de veículos
pesados e leves, processos industriais e queima de combustíveis para geração de
energia, como é o caso de Porto Velho, capital de Rondônia, que além de uma
termoelétrica em funcionamento teve um aumento considerável de veículos após a
construção das usinas de Santo Antonio e Jirau, ambas na capital.
Na região Amazônica e em especial no estado de Rondônia, as informações sobre
o perfil da morbimortalidade e sua relação com os problemas ambientais são escassas,
especialmente acerca da possível influência dos ciclos comuns de seca e chuva. Em
razão das queimadas liberarem poluentes para a atmosfera, a qualidade do ar é
modificada e em muitos casos, afetam diretamente os grupos mais suscetíveis, como as
crianças menores de cinco anos, idosos e aqueles com doenças pré-existentes (POPE,
2000; SALDIVA et al., 1995). E, dependendo da localização dos grupos urbanos, dos
níveis de exposição aos poluentes, das condições socioeconômicas, das complicações e
da gravidade das doenças respiratórias, há a necessidade de internações e reinternações
hospitalares, especialmente nos grupos etários abaixo de 5 ano s(MELLO, DUTRA e
LOPES, 2004).
Acredita-se que essa suscetibilidade biológica, no caso das crianças, esteja
relacionada às diferenças na imaturidade do sistema respiratório e imunológico desta
faixa etária conjugado com o comportamento toxicodinâmico e toxicocinético dos
poluentes oriundos das queimadas (GLINIANAIA et al., 2004). Os poluentes
comprovadamente iniciam e/ou agravam um processo inflamatório no aparelho
respiratório, alterando a permeabilidade das vias aéreas inferiores e possibilitando,
assim, o acesso e a progressão de micro-organismos patogênicos (CORREIA-DEUR,
2007).
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Porto Velho (RO), área do estudo, está situado no trajeto de dispersão de
poluentes que além de receber fumaça dos municípios e estados vizinhos, em 2010,
chegou a registrar 8.431 focos de queimadas (INPE, 2011). O município está inserido
na Amazônia Ocidental e possui ciclos bem definidos de seca e chuva. Neste sentido, a
compreensão das internações e reinternações por DR relacionadas aos focos de
queimadas no grupo etário suscetível, representa um importante indicador para o
conhecimento do processo saúde-doença da região.
O estudo tem por objetivo analisar a relação entre focos de queima e os dados de
reinternação hospitalar e internação na UTIP em crianças menores de 12 anos por DR.
Esta pesquisa é parte integrante do Programa INOVA-ENSP da FIOCRUZ, assim
como do Programa de Mudança Climáticas e Saúde e da Sub- Rede Clima- Saúde
coordenado pela FIOCRUZ ENSP/ICICT, tendo como coordenação geral o INPE/MCT.
MÉTODOS
Estudo descritivo, realizado no município de Porto Velho (RO), compreendendo o
fluxograma de reinternações hospitalares do Hospital Infantil Cosme e Damião (HICD)
e a transferência dessas crianças para a UTIP do Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro e
sua possível correlação com os focos de calor, como indicador de exposição, em
crianças entre 29 dias e 12 anos de idade no período de 1º de janeiro de 2007 a 31 de
dezembro de 2010.
O município de Porto Velho, está localizado ao norte do estado de Rondônia, à
margem direita do Rio Madeira (afluente do rio Amazonas) com uma área total de
34.096 Km2, latitude sul com 08º 45’ 43” Sul e longitude a oeste de Greenwchi 63º 54’
14” com altitude de 85,2 metros. Seu clima é predominante equatorial, úmido e quente.
Situado na Amazônia Ocidental, com uma população segundo o Censo 2010, de
428.527 habitantes e uma densidade demográfica de 12,6 habitantes/Km2 (IBGE, 2011),
distribuídos por 66 bairros na área urbana e 12 distritos na área rural.
O HBAP é um hospital terciário, de referência, com capacidade instalada de 369
leitos. É um órgão público pertencente ao Poder Executivo Estadual de Rondônia. A
UTIP apresentou até agosto de 2010, capacidade somente para oito (8) leitos, sendo
acrescidos mais dois leitos, totalizando 10 (dez) leitos a partir deste período. É a única
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UTIP para todo o estado.
O HICD é referência para internação e atendimento de urgência e emergência para
crianças de todo o estado, também pertencente ao Sistema Único de Saúde (SUS),
classificado como médio porte e com capacidade instalada para 59 leitos de internação.
Os dados foram obtidos a partir da construção de dois bancos de dados de
internações hospitalares (um para o HICD e outro para a UTIP) através dos livros de
registro e prontuários do paciente provenientes do serviço de arquivo médico e
estatístico (SAME) da UTIP e mapa nosológico no HICD, por meio das autorizações de
internações hospitalares (AIH’s) do SUS.
As reinternações hospitalares e internações na UTIP das crianças procedentes do
HICD, foram classificadas de acordo com o Capítulo X da Décima Revisão da
Classificação Internacional de Doenças CID-10, códigos J00 a J99. As variáveis de
interesse incluíram: idade, sexo, município de residência, procedência (no caso da UTI
Pediátrica), dia/mês e ano de internação, idade, hipótese diagnóstica na admissão, alta,
óbito ou transferência quando este ocorreu.
Consideramos reinternação toda criança que tivesse o registro de mais de uma
hospitalização, independente do diagnóstico, idade e intervalo entre uma internação e
outra.
Como variável dependente os registros foram agrupados segundo a localização
anatômica de acordo com o Programa de Assistência e Controle de IRA (Infecção
Respiratória Aguda) do Ministério da Saúde (MS), tendo como limite a epiglote, em
dois grupos: Infecções das Vias Aéreas Superiores (IVAS) acima da epiglote e
Infecções das Vias Aéreas Inferiores (IVAI), abaixo da epiglote. Analisamos as
Pneumonias (IVAI) em separado, em virtude de seu maior número no que se refere às
causas por doenças respiratórias tanto em literaturas nacionais quanto internacionais.
Como variáveis independentes, os dados foram divididos por período em Seca:
Maio a Outubro e, Chuva: Novembro a Abril, a partir de focos de calor obtidos pelas
imagens AVHRR dos satélites polares NOAA-12, 14, 15, 16, 17, 18 e 19, além das
imagens MODIS dos satélites polares TERRA e AQUA e as imagens dos satélites
geoestacionários GOES-10 e MSG-2.
Os dados de focos de calor foram fornecidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais - INPE (http://sigma.cptec.inpe.br/queimadas/) e Sistema de Informações
Ambientais - SISAM (http://sisam.cptec.inpe.br/msaude/index.html).
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As taxas para internações por DR foram calculadas por 1.000 habitantes,
dividindo os quatro anos estudados e calculando-se uma média populacional,
correspondendo a 99.156 habitantes, excluindo-se os registros de outros municípios. As
internações no período neonatal foram excluídas em razão da importância do
componente da atenção ao pré-natal e parto na morbimortalidade do grupo etário.
Para análise das reinternações foram incluídas apenas as crianças que
reinternaram separadamente no período de seca ou no período de chuva. Aquelas que
reinternaram nos dois períodos foram excluídas da amostra analisada, evitando assim
fatores de confundimento. Excluímos 629 crianças que reinternaram nos dois períodos
simultaneamente.
Para tratamento e análise estatística dos dados foram utilizados os softwares
SPSS versão 16.0 e o Microsoft Excel versão 2007. Coeficientes de correlação de
Pearson foram calculados para se avaliar como as variáveis estudadas de internação
hospitalar e focos de calor foram correlacionadas entre si. A representação dos
resultados se deu através da descrição dos dados em porcentagem e taxa, além de
gráficos e fluxogramas.
A pesquisa iniciou-se somente após aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa da
Universidade Federal de Rondônia, em 27 de Julho de 2010, n.º 2945.0.000.047-10.
RESULTADOS
Nos período de janeiro de 2007 a dezembro de 2010 foram registradas no
HICD 13.855 e na UTIP 1.156 internações hospitalares em crianças menores de 12 anos
procedentes de todo o estado de Rondônia. Das crianças residentes no município de
Porto Velho, as doenças do Aparelho respiratório foram responsáveis por 4.306
internações no HICD e 117 internações na UTIP, representando uma taxa de 10,9
internações por 1.000 habitantes para o HICD e 0,3 internações por 1.000 habitantes
para a UTIP e se destacaram como a primeira causa de internação em ambos os
hospitais pesquisados.
Analisados os dados da faixa etária em menores de 12 anos para o período
estudado, o HICD demonstrou que 84% de DR ocorreram em menores de 5 anos com
3.639 casos, seguido das crianças de 5 a 9 anos com 539 internações (13%), e 10 a 12
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anos com 128 (3%) internações. Na UTIP, as crianças menores de 5 anos também
evidenciaram o maior número de internações, com proporção de 69%, o equivalente a
81 registros. As crianças de 5 a 9 anos corresponderam 26 internações (22%) e as
crianças de 10 a 12 anos com 9% internações.
Objetivando uma análise descritiva do perfil destas crianças, considerando a
transferência do HICD e a internação da criança na UTIP como um agravamento do
estado geral, correlacionamos com as variáveis classificadas como seca e chuva, onde o
período de seca coincide com o período de queima de biomassa e redução do numero de
chuvas no município de Porto Velho e em toda região do bioma Amazônia.
Analisando as reinternações no HICD, encontramos o registro de 1.036
reinternações destes, 407 registros de reinternação corresponderam a 192 crianças que
retornaram ao hospital nos períodos classificados como chuva ou seca (Tabela 1).
Considerando as reinternações pelo número de vezes que a criança retornou ao
hospital, podemos perceber que 91% das crianças reinternaram duas vezes no HICD,
8% três vezes e 1% das crianças reinternaram quatro vezes. As crianças que retornaram
ao hospital para reinternar por quatro vezes foram superiores no período de seca nos
anos 2007, 2008 e 2010, assim como as crianças que retornaram ao hospital para
reinternar três vezes nos anos 2008 e 2010.
De acordo com a classificação das doenças respiratórias em IVAS, IVAI e PNM
e as variáveis, seca e chuva, observou-se que as Pneumonias corresponderam a 54% das
causas de reinternação (203 registros), seguida das IVAI com 142 registros ou 37% e as
IVAS com 9% ou 35 registros de reinternação. Os registros de Pneumonias foram
superiores no período de seca nos anos 2007, 2008 e 2010.
As crianças do sexo masculino corresponderam a 56% das reinternações ou 107
crianças. Para as crianças do sexo feminino, observamos 44% das reinternações, o
equivalente a 84 crianças.
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Tabela 1 – Reinternações por DR em menores de 12 anos, períodos Chuva e Seca.
Porto Velho - RO (2007-2010)
ANO /
PERÍODO
Nº de
crianças
internadas
Nº de
reinternações Sexo Localização
Total de
internações
registradas
(HICD)
2x
3x
4x M F IVAS IVAI PNM
2007 44 40 2 1 25 19 12 31 50 93
Chuva 22 20 2 0 10 12 6 17 23 46
Seca 22 20 1 1 15 7 6 14 27 47
2008 41 35 6 0 18 23 5 48 35 88
Chuva 18 16 2 0 10 8 1 20 17 38
Seca 23 19 4 0 8 15 4 28 18 50
2009 41 40 1 1 30 10 8 36 41 86
Chuva 22 22 1 0 16 5 2 22 21 46
Seca 19 18 0 1 14 5 6 14 20 40
2010 66 59 6 1 34 32 10 27 77 140
Chuva 33 32 1 0 13 20 6 6 29 67
Seca 33 27 5 1 21 12 4 21 48 73
TOTAL 192 174 15 3 107 84 35 142 203 407
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME/HICD). Porto Velho –RO.
2007 a 2010.
Na UTIP, encontramos o registro de 47 internações de crianças procedentes do
HICD, destas, 20 (43%) procederam das internações hospitalares e 27 (57%) foram
encaminhadas diretamente do ambulatório do referido hospital, não permitindo o
registro de internação.
Do total de crianças registradas na UTIP por DR, 31 receberam alta para a
enfermaria (66%) e 16 evoluíram a óbito (34%). Das crianças liberadas para a
enfermaria, 20 procederam do ambulatório (64%) e 11 procederam da internação do
HICD (36%).
Dos registros de óbitos, nove (56%) correspondiam a crianças procedentes da
internação e sete do ambulatório (44%). Ressaltamos que seis das crianças (67%) que
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internaram na UTIP, apresentaram registros de reinternação entre 2 e 4 vezes no HICD,
destas, cinco evoluíram a óbito (83%). (Figura 2)
Figura 2 – Fluxograma de Internações por DR no HICD e encaminhadas para a
UTIP. Porto Velho, RO (2007 a 2010).
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME/HICD); Livros de Registro
da UTIP/HBAP. Porto Velho –RO. 2007 a 2010.
Óbitos das crianças que
vieram do ambulatório
[7]
Alta das crianças que
vieram do ambulatório
[20]
Óbitos das crianças que
estavam internadas
[9]
Alta das crianças que
estavam internadas
[11]
Crianças residentes em Porto
Velho que internaram por
Doenças Respiratórias no HICD
nos anos de 2007 a 2010
[4.306]
Encaminhadas para
a UTIP
[20]
Alta
[3.270]
Óbito
[0]
Crianças internadas na
UTIP procedentes do
HICD
[47]
Encaminhadas direto do
Ambulatório do HICD para a UTIP
[27]
Óbitos
[16]
Alta
[31]
Reinternações
[1.036]
Crianças que reinternaram de 2 a 4x
no HICD antes de serem
encaminhadas para a UTIP
[6]
Óbitos
[5]
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Ao considerarmos as variáveis IVAI, Pneumonias e os períodos de seca e chuva
na UTIP, onde as IVAS não ocorreram, verificamos que o número de crianças
internadas tanto no período da seca quanto na chuva, atingiram a mesma proporção, 10
internações respectivamente.
Analisando as variáveis IVAI e Pneumonias no período estudado, observamos
que as pneumonias ocorreram em maior número no período da seca, correspondendo a
oito internações e contraposição às cinco internações no período chuvoso. (Figura 3)
Figura 3– Fluxograma de Internações na UTIP/HBAP por DR e as variáveis
IVAI, PNM, Seca e Chuva. Porto Velho, RO (2007 a 2010).
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME/HICD); Livros de Registro
da UTIP/HBAP. Porto Velho –RO. 2007 a 2010.
Crianças residentes em Porto Velho internadas
por Doenças Respiratórias na UTIP, procedentes
da internação do HICD nos anos de 2007 a 2010
[20]
Crianças internadas no
período da chuva
[10]
Crianças internadas no
período da seca
[10]
Crianças reinternadas no
HICD no período da chuva
(antes de serem
encaminhadas a UTIP)
[3]
Crianças reinternadas no
HICD no período da seca
(antes de serem
encaminhadas a UTIP)
[4]
Óbitos no período da
chuva
[4]
Óbitos no período da
seca
[5]
IVAI
[5]
PNM
[5]
IVAI
[2]
PNM
[8]
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Ao relacionar as reinternações registradas por DR no HICD com os registros de
focos de calor, umidade e temperatura verificamos uma correlação positiva e
significativa (0,695) entre as IVAS na UTIP e os focos de calor. Entretanto, não foi
observada correlação significativa entre as demais variáveis (Tabela 2).
Tabela 2 – Coeficiente de Correlação de Pearson para as principais variáveis
utilizadas. Porto Velho-RO (2007-2010)
DAR¹ DAR² IVAS¹ IVAS² IVAI¹ IVAI² PNM¹ PNM² FOCO UMID
TEMP
MED
TEMP
MAX
TEMP
MIN
DAR¹ 1 ,143 ,741** ,007 ,692** ,018 ,863** ,127 -,073 -,146 -,251 -,033 ,208
DAR²
1 ,065 ,325 ,284 ,076 ,128 ,874** ,116 -,017 ,222 ,029 -,128
IVAS¹
1 -,018 ,665** -,229 ,746** ,166 ,049 -,100 -,146 -,025 ,194
IVAS²
1 -,037 ,214 -,061 ,073 ,695** -,326 ,409 ,334 ,352
IVAI¹
1 -,101 ,465 ,320 -,235 ,193 -,313 -,359 -,280
IVAI²
1 -,029 -,401 ,192 ,006 ,201 ,132 -,002
PNM¹
1 ,144 -,030 -,070 -,182 ,009 ,313
PNM²
1 -,073 ,027 ,065 -,079 -,171
FOCO
1
-
,754** ,787** ,823** ,742**
UMID
1
-
,743**
-
,925**
-
,722**
TEMP
MED
1 ,870** ,475
TEMP
MAX
1 ,792**
TEMP
MIN
1
Fonte: Serviço de Arquivo Médico e Estatístico (SAME/HICD);Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais - INPE. Porto Velho –RO. 2007 a 2010.
Nota= ** Nível de significância de 0,01.
¹HICD – Hospital Infantil Cosme e Damião; ²UTIP – Unidade de Terapia Intensiva
Pediátrica, DAR – Doenças Respiratórias;; IVAI – Infecção de Vias Aéreas
Inferiores; IVAS – Infeccão de Vias Aéreas Superiores; PNM – Pneumonia; UMID
– Umidade; TEMP – Temperatura; MAX – Máxima, MED – Média, MIN –
Mínima.
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DISCUSSÃO
Os resultados demonstram que as doenças do aparelho respiratório para o
município de Porto Velho, representaram a primeira causa de internações no HICD e na
UTIP quando comparadas as demais doenças para os anos 2007 a 2010.
Gonçalves (2010) em estudo ecológico de série temporal também no HICD
analisou os atendimentos ambulatoriais por doenças respiratórias em crianças no
período de 2005 a 2008. Os resultados demonstraram as doenças respiratórias como a
primeira causa de atendimento ambulatorial em crianças, o que representou 41% de
todas as consultas registradas no período analisado.
Ambos os hospitais constituem-se única referência para o atendimento de
urgência e emergência com internação bem como a assistência a crianças gravemente
enfermos atendidos exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para todo o
estado. Neste sentindo, em virtude da dificuldade de acesso e pela qualidade da
assistência primária em saúde oferecidos em todo o estado (ausência de médicos
pediatras, medicação, exames de imagem ou laboratorial) a busca pelo atendimento
nestes hospitais, torna-os ponto de apoio para assistência às crianças com doenças
respiratórias.
A disponibilidade dos leitos na UTI Pediátrica também é fato preponderante e
completamente influenciador a ser descrito, pois pôde ter interferido no número de
internações hospitalares para o período estudado. Por se tratar de referência em
assistência a crianças gravemente enfermas, a UTI pediátrica conta com apenas oito
leitos para o atendimento a todas as crianças do Estado de Rondônia. Ou seja, não
atende a demanda do estado, principalmente nos meses de maior incidência de doenças
respiratórias.
Considerando o parâmetro mínimo de um leito para cada 10.000 habitantes e a
população do estado, seriam necessários 44,1 leitos de terapia intensiva pediátrica,
muito aquém do que a realidade comprova. Ou seja, pacientes que necessitaram de UTI
pediátrica em algum momento do período estudado, não puderam ser internados na
unidade, reduzindo a possibilidade de maior correlação entre doenças respiratórias e os
períodos de maior intensidade das queimadas.
Ao se avaliar os achados que se referem à faixa etária, as maiores taxas de
internações apresentadas foram de crianças menores de 5 anos e corroboram com outros
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estudos desenvolvidos (BENGUIGUI, 2003; DUARTE e BOTELHO, 2000; RUDAN et
al., 2004).
Considerando os dados referentes ao sexo das crianças reinternadas no HICD para
o município de Porto Velho com doenças respiratórias, observou-se que as crianças do
sexo masculino foram mais frequentemente internadas que aquelas do sexo feminino
(IWANE et al., 2004; KOCH et al., 2005). Para Macedo et al. (2007) as diferenças
anatômicas como, por exemplo, o menor calibre da via aérea entre os meninos, pode ser
um dos fatores a serem relacionados a este fenômeno.
Os estudos epidemiológicos evidenciam um aumento consistente de doenças
respiratórias e da mortalidade geral associadas à exposição de poluentes presentes na
atmosfera, principalmente nos grupos mais suscetíveis (CANÇADO et al., 2006;
IGNOTTI et al., 2007) influenciando assim, no perfil e na gravidade dessas doenças,
aumentando a demanda de internações. No entanto, são escassos os estudos que se
referem às doenças respiratórias como importantes causas de reinternação. Segundo
Lasmar et al. (2006) em estudo realizado em Belo Horizonte, 65% das crianças
hospitalizadas foram readmitidas pelo mesmo motivo no período de 18 meses.
Fator relevante que merece ser evidenciado diz respeito à complicação dos casos
quanto ao número de vezes que a criança retornou ao hospital, tornando-se necessário
uma nova internação (ou reinternação). Neste caso, aquelas que retornaram ao hospital
por mais de 3 ou 4 vezes foi superior no período de seca. A justificativa para isto é que
provavelmente no período chuvoso a umidade excessiva, determinada pela intensidade
das chuvas, pode propiciar o maior número de casos de doenças respiratórias, porém
com menor gravidade. Ao contrário no período seco, a má qualidade do ar inspirado,
irrita as vias aéreas e facilita o seu agravamento, resultando em maior número de
reinternações.
Outra evidencia que sugere a hipótese da gravidade das reinternações no período
da seca, compreende a ocorrência de reinternações por pneumonias terem sido
superiores no período da seca nos anos 2007, 2008 e 2010, quando comparados ao
período chuvoso. Apenas o ano de 2009 apresentou padrão divergente dos demais.
Entretanto, a diferença entre os períodos foi mínima e pouco representativa. O que
reforça que no período climático mais crítico do ano, as crianças sofrem mais com o
impacto das doenças respiratórias mais graves. Possivelmente, como resultado do
somatório do processo inflamatório que a própria infecção acarreta às vias aéreas, bem
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como a má qualidade do ar inspirado, fazendo com que a criança demore mais a se
recuperar (BOTELHO et al., 2003).
A pneumonia é a principal causa de morte em crianças no mundo inteiro. A cada
ano, mata cerca de 1,6 milhões, representando 18% das mortes de crianças menores de
cinco anos em todo o mundo ( WHO, 2010). O Brasil está entre os 15 países com maior
número de casos anuais de pneumonia em menores de 5 anos (1,8 milhão), com
incidência estimada de 0,11 episódio/criança/ano. Nesse grupo, são mais de 50% das
hospitalizações e 10 a 15% dos óbitos são atribuídos às IRA, sendo 80% destes por
pneumonia. Os custos com hospitalizações geram em torno de R$ 189 milhões, destes
20,5% com menores de 5 anos (CARDOSO, 2010).
Há ainda outro aspecto a ser considerado. A partir da queima de biomassa, as
partículas muito finas podem ficar mais tempo em suspensão no ar podendo atingir as
porções mais profundas do trato respiratório, causando efeitos adversos à saúde como o
aumento das internações por doenças respiratórias (WHO, 2010).
Observou-se que quando havia o maior número de focos de calor,
consequentemente aumentavam as reinternações por doenças respiratórias no período da
seca nos anos 2007, 2008 e especialmente no ano de 2010, caracterizado como o ano
que mais queimou no município de Porto Velho. O que reforça que estas características
climáticas comuns ao período seco do ano confirmam os resultados analisados
anteriormente.
No ano de 2010, a precipitação na estação seca foi baixa em toda a Amazônia,
com aparente semelhança à grande seca de 2005. Lewis et al.(2011) analisando uma
década de dados de precipitação obtidos por satélite, mostrou que 57% da Amazônia
apresentaram baixo índice pluviométrico em 2010, em comparação com 37% em 2005.
No ano de 2010, uma área de 3 milhões quilômetros quadrados foi atingida pela
estiagem, em contraposição aos 1,9 milhão de quilômetros quadrados em 2005. O que
nos indica que a seca de 2010 foi mais severa e generalizada que a seca de 2005.
Fatores de risco para a readmissão hospitalar das crianças incluem o número de
admissões anteriores, o baixo nível socioeconômico, a ausência de acompanhamento
regular para o tratamento da doença e a baixa escolaridade materna (LASMAR et al.,
2006).
Considerando as informações das crianças encaminhadas para a UTI Pediátrica é
interessante observar que 57% das crianças procederam diretamente do ambulatório, ou
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seja, passaram menos de 24 horas no hospital e foram encaminhadas à UTIP. No
entanto o que podemos ressalvar é que as proporções das crianças que procederam da
internação do HICD apresentaram implicações mais graves dentro da UTI pediátrica.
Ou seja, das crianças que evoluíram à óbito, 56% corresponderam a crianças
procedentes da internação e não do ambulatório. Destas, 67% já apresentavam histórico
de reinternação, com a proporção de 83% de evolução para óbito.
A fim de aprofundar o processo investigativo do perfil das crianças que se
internaram na UTI pediátrica e procederam do HICD em relação às internações por
doenças respiratórias e sua correlação com as variáveis períodos de “chuva” e “seca”,
verificamos que as proporções de internações encontradas tanto no período de chuva
quanto no período de seca foram as mesmas. Entretanto ao analisarmos as variáveis de
gravidade IVAI, Pneumonias e evolução para óbito, percebemos que no período da
seca, as pneumonias prevaleceram, bem como mais crianças evoluíram à óbito.
Acrescentamos ainda, o fato das crianças reinternadas no HICD e encaminhadas à UTI
pediátrica foram superior no período de seca quando comparados ao período chuvoso.
Estes achados apresentam similaridade com os descritos por Souza (2008) em
estudo desenvolvido no município de Rio Branco/AC. Apesar de não estudar as
reinternações, o autor analisa os padrões de aumento e redução dos incrementos
referentes às internações hospitalares por doenças respiratórias em menores de 5 anos,
as quais coincidem com os períodos de seca durante o período analisado, enfatizando a
possibilidade da forte influência das queimadas na prevalência dessas hospitalizações.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo assume importância relevante na medida em que sugere a associação
entre a sazonalidade da região, as queimadas e as internações por doenças respiratórias
graves. Indicando a necessidade da realização de novos estudos com o emprego de
métodos mais aprimorados, a fim de aprofundar as análises, uma vez que o devemos
levar em consideração que o período seco pode ser responsável não pela frequência de
atendimentos e sim pela maior gravidade das mesmas, em vistas a necessidade de
internação ou reinternação.
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.Acesso em: 24 Mar. 2011.
Recebido em 02/09/2013
Aceito em 07/11/2013