recursos hidroeléctricos como fonte geradora de...
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Recursos Hidroeléctricos como Fonte
Geradora de Energia
ELE318
Nuno Silva, ee10042 Alexandra Familiar, ee10075
Pedro Saleiro, ee10108 Pedro Pereira, ee10113
Manuel Santos, ee10161 Carlos Cruz, em10204
Supervisor: Nuno Fidalgo Monitor: Cristiana Ramos Coordenador: José Magalhães Cruz
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
2
Índice
RESUMO ..................................................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 5
A ENERGIA HIDROELÉCTRICA ............................................................................................................. 5
Central hidroeléctrica ................................................................................................................................................... 6
Constituição da central hidroeléctrica: ......................................................................................................................... 6
Barragem ...................................................................................................................................................................... 7
Gravíticas: ................................................................................................................................................................. 7
Em arco ou abobadada:............................................................................................................................................. 7
Turbina ......................................................................................................................................................................... 7
Turbinas de acção: ........................................................................................................................................................ 8
Turbinas de reacção: ................................................................................................................................................. 9
Gerador eléctrico .......................................................................................................................................................... 9
Conversão de energia ..................................................................................................................................................10
ENERGIA HIDROELÉCTRICA EM PORTUGAL ................................................................................. 12
A IMPORTÂNCIA DA ENERGIA HIDROELÉCTRICA COMPARATIVAMENTE A OUTROS
RECURSOS DE ENERGIA ...................................................................................................................... 13
PRINCIPAIS VANTAGENS E DESVANTAGENS................................................................................. 14
Vantagens: ..................................................................................................................................................................14
Desvantagens: .............................................................................................................................................................15
IMPACTES SÓCIO - ECONÓMICOS E AMBIENTAIS ........................................................................ 15
FUTURO................................................................................................................................................... 17
CONCLUSÃO ........................................................................................................................................... 18
BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................................................... 19
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
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Índice de Ilutrações ILUSTRAÇÃO 1 - CENTRAL HIDROELÉCTRICA .................................................................................................................. 6
ILUSTRAÇÃO 2 - PRINCIPAIS COMPONENTES DE UMA CENTRAL ..................................................................................... 6
ILUSTRAÇÃO 3 - BARRAGEM GRAVÍTICA ........................................................................................................................ 7
ILUSTRAÇÃO 4 - BARRAGEM EM ARCO OU OBOBADADA ............................................................................................... 7
ILUSTRAÇÃO 5 - TURBINA PELTON ................................................................................................................................. 8
ILUSTRAÇÃO 6 - TURBINA TURGO .................................................................................................................................. 8
ILUSTRAÇÃO 7 - TURBINA CROSSFLOW (BANKI) ............................................................................................................. 8
ILUSTRAÇÃO 8 - HÉLICE (KAPLAN) .................................................................................................................................. 9
ILUSTRAÇÃO 9 - TURBINA FRANCIS ................................................................................................................................ 9
ILUSTRAÇÃO 10 – TURBINA E GERADOR .......................................................................................................................10
ILUSTRAÇÃO 11 - CLASSIFICAÇÃO DE BARRAGENS EM FUNÇÃO DA DIFERENÇA DE COTAS ...........................................11
ILUSTRAÇÃO 12- GRAFICO COMPARATIVO PRODUÇÃO/PRECIPITAÇÃO .........................................................................13
ILUSTRAÇÃO 13 - GRÁFICO DOS TIPOS DE ENERGIA MAIS USADOS ...............................................................................14
ILUSTRAÇÃO 14 - IMAGEM DE UMA BARRAGEM ..........................................................................................................16
ILUSTRAÇÃO 15 - CONSTRUÇÃO DE UMA BARRAGEM ...................................................................................................17
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
4
Resumo
No âmbito do Projecto FEUP foi-nos proposta a realização deste relatório relativo ao tema
“Recursos Hídricos como fonte geradora de energia”.
Dentro do tema são evidenciados alguns aspectos essenciais, nomeadamente a
caracterização de uma central hidroeléctrica, onde está implícita a sua constituição, uma explicação
dos seus componentes, bem como uma abordagem relativa aos tipos e formas de centrais
existentes. Outro aspecto evidente neste relatório é a posição dos recursos hidroeléctricos em
comparação com outros recursos energéticos no que diz respeito à sua utilização e produção,
sendo este ponto ilustrado com alguns dados gráficos e tabelas.
Também está presente um tópico que consiste em destacar as vantagens e desvantagens
deste recurso, estabelecendo uma analogia com a sua importância a nível ambiental, social e
financeiro.
Por fim, encontra-se uma breve conclusão onde se considera que as desvantagens são
praticamente insignificantes quando comparadas com o grande leque de vantagens que esta
energia acarreta. Mesmo assim, conclui-se que e necessário encontrar outra energia alternativa
como complemento a esta, visto que a energia de que se fala tem como factor determinante a
precipitação que não é constante ao longo do ano .
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
5
Introdução
Já na antiguidade a civilização mostrava um peculiar interesse pela água e uma prova deste
facto é que a maior parte da população se concentrava junto às margens dos rios. Este recurso era
de tal forma importante que se chegaram a desenvolver diversas disputas entre as nações por
causa da água dos rios pois, de facto, a água é um recurso valiosíssimo para a humanidade, sendo
parte fulcral das mais diversas actividades desde a alimentação à produção de energia.
Inicialmente, usava-se a água para fazer trabalhar várias máquinas como as rodas de água,
mas a ambição da humanidade aliada à tecnologia desenvolveu várias formas de aproveitamento
da água, entre elas, a produção de energia através das barragens.
Após a invenção do primeiro gerador eléctrico e do desenvolvimento de turbinas mais
eficientes, no século XIX, começa-se a produzir energia hidroeléctrica em Centrais de pequena e
média dimensão com o intuito de alimentar as redes eléctricas locais e regionais. Mas face à
necessidade de produzir mais energia, no início do século XX, surgem Centrais hidroeléctricas de
grandes dimensões.
Em meados do século XIX, mas já com um atraso em relação ao estrangeiro, Portugal começa
a revelar interesse em gerar energia através da água dos rios, procurando assim diminuir a
dependência do país em combustíveis. Começou-se a investir em experiências na produção de
energia e, em pouco tempo, começaram a surgir empresas de produção e distribuição de energia
eléctrica, sendo a Central de Lindoso a mais antiga de Portugal fundada em 1922.
A energia hidroeléctrica
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
6
A energia hidráulica ou energia hídrica é a energia obtida a partir da energia de uma massa de
água, que se manifesta na natureza nos fluxos de água, como rios e lagos e pode ser aproveitada
por meio de um desnível ou uma queda de água.
Central hidroeléctrica
Consiste numa estrutura destinada à produção de energia eléctrica através da energia contida
numa massa de água, pela imagem podemos ter uma noção exacta de como é uma central
hidroeléctrica e quais os seus constituintes:
Legenda:
1. Reservatório;
2. Paredão da Barragem;
3. Grelhas de Filtração;
4. Canalização forçada;
5. Turbina e Alternador;
6. Turbina hidráulica;
7. Eixo;
8. Gerador Eléctrico;
9. Transformadores;
10. Linhas de transporte de energia
eléctrica.
Constituição da central hidroeléctrica:
Ilustração 1 - Central Hidroeléctrica
Ilustração 2 - Principais componentes de uma central
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
7
As principais componentes de uma central hidroeléctrica são: a turbina, a barragem e o gerador.
Barragem
É uma estrutura maciça ou oca normalmente de betão ou com enchimento de terra, a qual
retêm a água. O topo da barragem, designado como crista, pode suportar uma via pedonal ou de
veículos. A barragem possui uma fundação no fundo do rio e apoios na margem para resistir a
esforços horizontais.
As barragens podem ser classificadas como:
Gravíticas: construídas em betão ou terra que resiste pelo próprio peso
à pressão da água e transmite os esforços à fundação. A utilização de
contrafortes a jusante permite aligeirar o paredão da barragem;
Em arco ou abobadada: (simples ou dupla curvatura): construídas em
betão sendo que a sua forma em curva faz com que as pressões sejam
transferidas para as ombreiras. A barragem em arco é construída em
vales mais apertados, podendo desta forma a altura ser maior que a
largura.
Turbina
A turbina hidráulica é a principal componente de um aproveitamento hidroeléctrico. Este
componente mecânico converte a energia da queda de água em energia mecânica. A selecção da
mesma depende essencialmente de três factores: altura da queda, caudal e velocidade de rotação.
Ilustração 3 - Barragem gravítica
Ilustração 4 - Barragem em arco ou obobadada
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
8
As turbinas podem ser divididas pelo seu princípio de operação em: turbinas de acção e
turbinas de reacção.
Turbinas de acção: funcionam a pressão atmosférica, sendo que as mesmas são
impulsionadas por jactos de água que atingem as pás da turbina.
Pelton: consiste numa roda com uma série de semi-baldes ao
longo da sua periferia. Um ou mais jactos de alta velocidade são
direccionados tangencialmente contra a roda. O jacto atinge o balde
dividindo-se em dois, movimentando a roda. A água deflectida nos
baldes acaba por cair no canal de descarga. O uso é adequado para
locais onde haja altas quedas e pequeno caudal e apresenta bons
rendimentos onde há grande variação de carga, podendo ser operadas entre 10 e 100% de sua
potência máxima.
Turgo: é semelhante a uma turbina Pelton, no entanto o jacto
atinge a roda com um ângulo de 20º, em vez de tangencial, desta
forma a água entra por um lado da roda e sai pela outra. Desta
forma o fluxo de caudal é independente da descarga do fluido,
originando turbinas com menor diâmetro para a mesma potência
em comparação com as turbinas Pelton.
Crossflow (Banki): este tipo de turbinas consiste num rotor com
forma de tambor com um disco sólido em cada extremidade e pás
dispostas radialmente unido os dois discos. O jacto de água entra na
parte superior do rotor através das pás curvas emergindo na outra
extremidade do rotor, passando assim duas vezes pelas pás. O seu
rendimento é inferior aos das restantes turbinas, mas mantém-se
num valor elevado ao longo de uma extensa gama de caudais. O seu campo de aplicação atende
quedas de 3 a 100 metros, vazões de 0,02 a 2,0 m3/s e potência de 1 a 100 kW.
Ilustração 5 - Turbina Pelton
Ilustração 6 - Turbina Turgo
Ilustração 7 - Turbina Crossflow (Banki)
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
9
Em geral as turbinas de acção são mais flexíveis a variações de caudal fora do valor nominal
de projecto, no entanto normalmente necessitam de diferenças de cota superiores a 10 m e
idealmente acima dos 50 m.
Turbinas de reacção: neste caso o rotor é submerso totalmente na água e enclausurado
numa câmara de pressão. As pás da turbina são perfiladas e devido à diferença de pressão nas
superfícies da pá é originada uma força de sustentação (como nas asas dos aviões), o que provoca a
sua rotação. Devido à maior complexidade no fabrico são habitualmente mais caras que as
turbinas de acção.
Hélice (Kaplan): o princípio é semelhante ao da hélice de um
barco mas funcionado de forma inversa. Neste tipo de turbinas uma
da características básicas para aumentar a eficiência é originar
rotação no fluído antes de entrar na turbina através de guias fixas ou
varáveis. As turbinas de hélice não são reguláveis, este tipo de
turbinas permite pouca variação no caudal (apenas controlado pelo
distribuidor). São usadas para grandes caudais e baixas quedas. Existem diversas configurações, a
principal a Kaplan, onde as pás podem ser ajustadas que apesar dos custos, permitem aumentar a
eficiência para maiores gamas de caudais.
Francis: este tipo de turbina é uma modificação das turbinas de
reacção, onde a água flui radialmente accionando o rotor e emerge
axialmente. O rotor é montado normalmente em caixa em espiral com
pás para orientação do fluxo de água. São turbinas adequadas para
operação com condições intermédias de queda e de caudal. Apresentam
um alto rendimento (80% a 90%), tanto mais alto quanto maior for a
potência. As turbinas de reacção em geral são menos flexíveis a variações de caudal, sendo que o
máximo de eficiência é sempre próximo do valor de caudal de projecto, no entanto podem operar
com alturas abaixo dos 10 m.
Gerador eléctrico
Ilustração 8 - Hélice (Kaplan)
Ilustração 9 - Turbina Francis
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
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Para conversão da energia mecânica gerada na turbina em energia eléctrica são utilizados
geradores os quais possuem uma série de ímanes dentro dos mesmos. Estes ímanes rodam no meio
de rolamentos de cobre (bobines) produzindo corrente eléctrica de elevada tensão. A maior parte
dos geradores são trifásicos de corrente alterna, podendo ser equipados com alternadores
síncronos ou assíncronos.
Esta tensão é posteriormente elevada através de transformadores e transportada até aos
consumidores.
Conversão de energia
A energia disponível resulta da transformação da energia potencial de uma massa de água em
energia cinética, ao haver um deslocamento há uma cota1 inferior. Isto pode ser traduzido por:
P = η ρ g Q H
onde:
P é a potência mecânica produzida no veio da turbina [Watts];
η é a eficiência hidráulica da turbina;
ρ é a densidade da água [kg/m³];
1 A cota em topografia é a altura de um ponto relativamente a um plano horizontal, habitualmente o zero
hidrográfico ou nível médio das águas do mar, que serve de referência.
Ilustração 10 – Turbina e gerador
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
11
g a aceleração da gravidade [m/s²];
Q é o caudal de água que passa pela turbina [m³/s];
H a diferença de cotas tendo em conta o atrito nas tubagens condutoras (cerca de 20% de perdas)
ou altura de queda disponível.
Para a conversão em energia eléctrica a energia cinética da água é transformada em energia
cinética de rotação da turbina hidráulica, e esta energia mecânica da turbina finalmente em energia
eléctrica. A cada processo estará associado um rendimento na ordem dos 80% a 90%, dependendo
da tecnologia empregue.
Em Portugal os aproveitamentos hidroeléctricos estão classificados com base na sua potência
instalada em Grande hídrica, para potências iguais ou superiores a 10 MW e mini-hídrica para
potências inferiores a 10 MW.
A maior parte dos aproveitamentos hidroeléctricos utilizam barragens num rio para
armazenar água num reservatório. Este armazenamento é feito em forma de energia potencial, e
como referido acima, a energia potencial é transformada em energia cinética quando a água é
libertada do reservatório, fluindo através da turbina para produção de energia eléctrica. Nem
sempre é necessária a utilização de grandes barragens para a produção hidroeléctrica. Diversos
aproveitamentos utilizam condutas que canalizam a água do rio através da turbina o que acontece
normalmente em pequenas aplicações.
Existem ainda centrais hidroeléctricas que, para além de converterem em electricidade a água
turbinada, podem bombear a água que já passou pelas turbinas para o reservatório a montante
Ilustração 11 - Classificação de barragens em função da diferença de cotas
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
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usando energia eléctrica, de forma a armazenar energia potencial, estas são as chamadas barragens
reversíveis. Este tipo de soluções é habitualmente utilizado quando existe excesso de energia
eléctrica na rede, aumentado assim a flexibilidade do sistema eléctrico.
A disponibilidade anual deste recurso depende da quantidade de água disponível para
turbinar, sendo factores determinantes a pluviosidade e a bacia hidrográfica.
Energia hidroeléctrica em Portugal
Actualmente, uma grande parte da energia utilizada em Portugal tem origem hídrica estando
o potencial de aproveitamento de energia hidroeléctrica distribuído por todo o território nacional
mas mais concentrado no Norte e Centro do país, contando-se cerca de 48 centrais com potência
superior a 10MW e 138 com potência que não ultrapassa os 10Mw. Pode dizer-se que de todas as
energias renováveis, a energia hídrica é a que assume maior relevância no nosso país: em período
chuvosos, 40% da energia consumida provém de recursos hídricos e em períodos de seca 20% ( no
gráfico ---, vê-se que quanto menor a precipitação, menor é a produção de Energia Hidroeléctrica).
Apesar disto, em Portugal, só está a aproveitar 46% do potencial hídrico que o país oferece, sendo
de todos os países europeus aquele que menos usufrui da sua capacidade hídrica e o que menos
evoluiu em termos de potência hídrica. Por isso mesmo, em Outubro de 2007, o Governo titulou a
energia hídrica como uma das prioridades para o sector energético abrindo a actividade de
produção independente de energia eléctrica a pessoas singulares ou colectivas, públicas ou
privadas, com o limite de 10 MW de potência instalada, mas os obstáculos são tão intimidatórios e
dissuasores que o número de candidaturas tem vindo a diminuir no decorrer dos anos.
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
13
Mas no geral, a produção de energia hidroeléctrica tem vindo a aumentar desde 2008, e
desde o inicio do ano de 2010 já se produziu cerca de 16000 MWh de energia, segundo dados da
REN.
A importância da energia hidroeléctrica comparativamente a outros
recursos de energia
Actualmente, em Portugal, de todo o leque de energias renováveis que produzem energia
para a população, verificamos que a maioria dessa energia é produzida pelas centrais
hidroeléctricas nacionais.
Dados da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG) mostram que em Julho deste ano,
cerca de 50,2% da energia produzida por Portugal provinham das fontes de energia renovável,
sendo que 28,4% desses 50,2% eram provenientes das centrais hidroeléctricas, Como poderemos
verificar no gráfico da ilustração 13:
0
5
10
15
20
25
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Percentagem da Precipitaçao Média Anual
Percentagem Média da Energia Produzida
Ilustração 12- Grafico comparativo Produção/Precipitação
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
14
28,4
16,7
4,7
0,4
49,8
Hídrica
Eólica
Biomassa + Biogás
Fotovoltaica
Energias não renováveis
Principais vantagens e desvantagens
A energia hidroeléctrica é considerada uma energia limpa, ou seja, renovável. Por isso traz
muitas vantagens para o meio ambiente em comparação com as energias não renováveis, os
conhecidos combustíveis fósseis. Mas, em comparação com as outras energias renováveis
existentes, a energia hidroeléctrica é a que comporta mais desvantagens a nível ambiental.
Vantagens:
- É um tipo de energia renovável, ou seja, obtêm-se esta energia através de um recurso renovável – a
água. Para além disso, é uma energia não poluente, não há, portanto, emissão de gases poluentes e que
contribuem para o efeito de estufa e aquecimento global.
- A retenção de água leva a uma maior produção de peixe em aquacultura, uma vez que é
possível a transposição dos peixes que ficam retidos.
- É uma energia de baixo custo e, para além disto, o preço da electricidade é constante. Uma
vez que não existe dependência dos combustíveis fósseis, já não se depende do preço destes
combustíveis no mercado e da sua importação (principalmente em países sem reservas de
petróleo).
Ilustração 13 - Gráfico dos tipos de energia mais usados
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
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- Apesar do grande investimento inicial na construção de uma central hidroeléctrica, as
centrais hidroeléctricas têm uma vida longa, podendo estar em funcionamento durante muitos
anos.
Desvantagens:
- O aproveitamento deste tipo de energia está sujeito a um grande investimento inicial e a
infra-estruturas de grandes dimensões que alteram substancialmente a paisagem e isso pode
prejudicar várias espécies de seres vivos.
- Com as barragens, existem alterações no curso normal dos rios, existem interferências na
migração dos peixes, o que pode contribuir para a extinção de várias espécies de peixes a longo
prazo.
- Além de alterações na fauna e na flora dos rios, há também grande interferência no
transporte de sedimentos, impedindo que estes sigam o seu percurso natural, ficando depositados
a montante da barragem o que poderá trazer complicações no futuro, como por exemplo a
diminuição da quantidade de água armazenada no reservatório.
Em suma, a produção de energia hidroeléctrica, apesar de ser muito rentável e trazer vários
benefícios ambientais, traz também vários prejuízos ao ambiente, principalmente na fauna e na
flora dos rios, devido à construção das barragens. Segundo o site “Alentejo Litoral” (1ª.
Bibliografia), por causar impactes ambientais , por vezes, considera-se que esta é uma energia não
renovável.
Impactes Sócio - Económicos e Ambientais
Apesar de todas as funcionalidades e mais-valias que a hidroelectricidade representa para o
sistema electroprodutor, não poderemos esquecer os impactes ambientais e sócio culturais
positivos e negativos que estão associados à construção e exploração dos aproveitamentos
hidroeléctricos.
A hidroelectricidade apresenta também um conjunto alargado de benefícios sociais
relacionados com a utilização das albufeiras e que potenciam o uso sustentável da água. Na
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
16
realidade, após a sua criação, qualquer aproveitamento hidroeléctrico assume algumas das
utilizações dos aproveitamentos designados como de fins múltiplos.
Desde a criação de melhores condições para a captação de água para abastecimento
urbano, agricultura e indústria, da possibilidade de regularização / amortecimento de cheias, de
ajuda ao combate de incêndios florestais, e de oportunidades de melhoria para a navegação, com
fins lúdicos ou comerciais, e para o turismo.
Em muitas situações, face à sua localização em locais remotos e difícil acessibilidade, a
construção dos aproveitamentos hidroeléctricos representa uma melhoria nas condições de vida
das populações da zona, nomeadamente através da criação de emprego e de vias de comunicação.
Contudo, esta melhoria nas condições de vida é forçada, uma vez que a deslocação desta
população é inevitável pois os seus terrenos agrícolas e habitações ficam submersos com o
aumento do caudal do rio a montante da barragem.
Hoje é inviável criar um processo de licenciamento para a construção de um
empreendimento hidroeléctrico que não tenha tido um estudo detalhado de avaliação de
potenciais impactes ambientais, quer a montante, quer a jusante da sua localização. Tendo a
hidroelectricidade uma história longa e sendo uma tecnologia com provas dadas, com
conhecimento acumulado ao longo deste período, haverá que analisar e apresentar, caso a caso,
quais as medidas mitigadoras a desenvolver, no decurso das diferentes fases do projecto, de forma
a minimizar os seus impactes negativos.
Neste âmbito, podem referir-se a criação de dispositivos para a passagem de peixes, a
definição de caudais ecológicos, que permitam manter o habitat natural do rio, e de medidas
mitigadoras que permitam a manutenção da qualidade do ambiente em geral e da água em
particular.
Em termos de integração e recuperação paisagística das zonas envolventes dos
aproveitamentos, nomeadamente
estaleiros e escombreiras ( fig. 5),
também é viável a implementação de
soluções com resultados muito
positivos, como se poderá constatar
das soluções encontradas para o
recém concluído aproveitamento de
Ilustração 14 - Imagem de uma barragem
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
17
Venda Nova II. Inevitavelmente a construção de uma infra-estrutura hidráulica de grandes
proporções tem associados um conjunto de aspectos sociais, que derivam principalmente da
deslocação de pessoas e da transformação do uso das terras inundadas. Para que estes impactes
sejam reduzidos ao mínimo, desde o início deve haver um diálogo aberto com as autoridades locais
e a comunidade, clarificando os pontos fortes e fracos do empreendimento, e procurando definir
quais as medidas mitigadoras que devem ser promovidas nas fases de construção e de exploração.
Futuro
É arriscado prever qual a potencia
conseguida nos próximos anos, mas
relativamente à mini-hídrica esperam-se
valores aproximados a 1 000 MW : de 500 a
600MW até o final de 2010, com uma
produção média a rondar os 1 500 ou os 1
800 GWh/ano.
Mas para tal ser alcançado, há uma serie de
obstáculos a serem ultrapassados desde um
melhor licenciamento a uma melhor
definição de critérios operacionais de conciliação dos condicionamentos ambientais.
Quanto à grande hídrica, o Programa Nacional de Barragens com Elevado Potencial
Hidroeléctrico tem como objectivo alcançar uma capacidade instalada superior a 7000MW em
2020, atingindo assim pelo menos 67% do potencial hidroeléctrico do país, para assim nos
aproximarmos dos países que estão no topo da União Europeia como a Suécia e a Áustria.
A maioria dos novos empreendimentos, não têm como único objectivo aumentar o potencial
eléctrico, mas também fazer o sistema evoluir no sentido de aumentar a capacidade de
armazenamento e utilidade, promovendo o abastecimento de água, o turismo, controlo de cheias e
o combate a incêndios.
Para além do PNCEPH, estão a ser implementados outros projectos com o intuito de reforçar
a Central do Alqueva, do Picote e Bemposta de forma a ultrapassar os 5 000 MW de potência até o
Ilustração 15 - Construção de uma barragem
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
18
final deste ano, de construir uma nova central hidroeléctrica em Baixo Sabor e Ribeiradio e também
de instalar mais de 2 250MW para assim se chegar aos 6 250 MW de capacidade hídrica.
Conclusão
A produção de energia hidroeléctrica não é poluente, mas não é por isso que se deva
considerar esta energia como isenta de efeitos ambientais adversos.
Quando nos referimos às pequenas centrais, de facto, o único inconveniente que associamos
resume-se à fase de construção. Mas não é uma desvantagem isolada! Por mais pequena que seja,
pode levar ao desalojamento de uma parte da população, à captura de animais, à alteração do
curso natural de um rio, entre outras.
Têm-se unido esforços para diminuir as consequências desvantajosas da construção de
centrais hidroeléctricas, porque as vantagens deste tipo de energia são bastante encorajadoras e
solucionam alguns problemas com os quais o país se tem vindo a deparar, nomeadamente a
dependência em combustíveis fósseis. E porque passado algum tempo da entrada em
funcionamento da central, as desvantagens são praticamente insignificantes quando comparadas
com o grande leque de vantagens.
Graças aos esforços de diversos técnicos, tem-se conseguindo assegurar a segurança das
barragens e o respeito pela natureza – através da concretização de túneis para os peixes, por
exemplo.
Através da análise dos gráficos podemos concluir que a precipitação é um factor
determinante para a produção de energia hidroeléctrica. Desta forma, a fim de extinguir a
utilização de recursos não renováveis, é necessário recorrer a um método de produção
complementar a este tipo de energia renovável, impedindo assim uma quebra na produção de
energias através de recursos renováveis.
Recursos hidroeléctricos como fonte geradora de energia
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