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PROJETO BÁSICO AMBIENTAL
USINA HIDRELÉTRICA TIBAGI MONTANTERio Tibagi, Estado do Paraná
DEZEMBRO DE 2015
1
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 3
1.1 Descrição da Evolução do Projeto Básico ............................................................................4
2. MEMORIAL DESCRITIVO DO EMPREENDIMENTO ....................................................... 6
2.1 Características principais .....................................................................................................6
2.2 Localização e Acessos ..........................................................................................................7
2.3 Principais características do empreendimento ................................................................ 10
2.2.1 Arranjo Geral .......................................................................................................... 10
2.2.2 Reservatório ........................................................................................................... 10
2.2.3 Etapas de Desvio do rio ....................................................................................... 11
2.3.5. Estruturas de Vertimento ........................................................................................... 13
2.3.5.1 Vertedouro Soleira Livre ................................................................................... 14
2.3.5.2 Vertedouro de fundo ......................................................................................... 14
2.3.8 Circuito de Geração .............................................................................................. 14
2.3.9 Casa de força e canal de fuga (obras civis) ...................................................... 15
2.3.10 Subestação ............................................................................................................. 15
2.3.11 Linha de Transmissão ........................................................................................... 17
2.3.12 Acampamento e Canteiro de Obras ................................................................... 18
2.3.13 Áreas de Estoque e de “Bota-Fora” .................................................................... 19
2.3.14 Caracterização da Mão-de-obra.......................................................................... 20
3 ATENDIMENTO ÀS CONDICIONANTES DA LICENÇA PRÉVIA Nº37682 ..................................... 21
4. TABELA RESUMO DOS PROGRAMAS, SUBPROGRAMAS E PLANOS AMBIENTAIS .................... 26
5 DETALHAMENTO DOS PROGRAMAS AMBIENTAIS ................................................................... 36
A ‐ PROGRAMAS DO MEIO FÍSICO ............................................................................................ 36
5.1 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ............................................... 36
5.2 PROGRAMA DE CONTROLE DOS PROCESSOS EROSIVOS ................................................. 48
5.3 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA ATIVIDADE SÍSMICA .......................................... 62
5.4 PROGRAMA DE MONITORAMENTO CLIMATOLÓGICO .................................................... 68
5.5 PROGRAMA DE MONITORAMENTO HIDROSSEDIMENTOLÓGICO ................................... 74
5.6 PROGRAMA DE MONITORAMENTO LIMNOLÓGICO E DA QUALIDADE DA ÁGUA ........... 79
5.7 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DO LENÇOL FREÁTICO ............................................ 97
B ‐ PROGRAMAS DO MEIO BIÓTICO ....................................................................................... 104
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UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.8 PROGRAMA DE LIMPEZA DA ÁREA DO RESERVATÓRIO ‐ SUPRESSÃO DA VEGETAÇÃO 104
5.9 PROGRAMA DE SALVAMENTO DA FLORA ...................................................................... 114
5.10 PROGRAMA DE RECOMPOSIÇÃO FLORESTAL NA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
DO RESERVATÓRIO ..................................................................................................................... 121
5.11 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FLORA .............................................................. 137
5.12 PROGRAMA DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL ................................................................ 141
5.13 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE .......................................... 147
5.14 PROGRAMA DE RESGATE DA FAUNA TERRESTRE .......................................................... 162
5.15 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA .................................................... 170
5.16 PROGRAMA DE RESGATE DA ICTIOFAUNA..................................................................... 179
C ‐ PROGRAMAS DO MEIO SOCIOECONÔMICO ..................................................................... 184
5.17 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ....................................................................... 184
5.18 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIOAMBIENTAL ...................................................... 192
5.19 PROGRAMA DE INDENIZAÇÃO ....................................................................................... 201
5.19.1 Subprograma de Indenização de Terras e Benfeitorias ......................................... 201
5.19.2 Subprograma de Indenização aos Extratores de Minerais Legalmente Constituídos
na ADA 212
5.20 PROGRAMA DE APOIO AO MUNICÍPIO .......................................................................... 224
5.21 PROGRAMA DE INFRAESTRUTURA VIÁRIA ..................................................................... 230
5.22 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA SAÚDE PÚBLICA .............................................. 238
5.23 PROGRAMA DE PROSPECÇÃO ARQUEOLÓGICA ............................................................. 245
5.24 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL .................................................................... 253
5.25 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA ........................................................................ 260
5.26 PROGRAMA DE APOIO ÀS ATIVIDADES TURÍSTICAS ...................................................... 267
6 PLANOS AMBIENTAIS ............................................................................................................. 274
6.1 PLANO AMBIENTAL PARA CONSTRUÇÃO ....................................................................... 274
6.2 PLANO AMBIENTAL DE CONSERVAÇÃO E USO DO ENTORNO DE RESERVATÓRIO
ARTIFICIAL − PACUERA ............................................................................................................... 293
6.3 PLANO DE GESTAO AMBIENTAL ..................................................................................... 302
6.4 PLANO DE AÇÃO EMERGENCIAL ‐ PAE ........................................................................... 309
7 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 309
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UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
1. INTRODUÇÃO
O presente documento refere-se ao Projeto Básico Ambiental – PBA da
Usina Hidrelétrica (UHE) Tibagi Montante, que compõe o processo de Licença de
Instalação – LI do referido empreendimento de 36 MW de potência instalada, a ser
implantado na bacia hidrográfica do rio Tibagi, envolvendo exclusivamente áreas
do município de Tibagi, no Estado do Paraná.
O rio Tibagi é o afluente mais importante da margem esquerda do rio
Paranapanema, podendo ser considerado um rio de médio porte, cortando o estado
do Paraná no sentido Sul - Norte.
O objetivo desse aproveitamento é fornecer energia elétrica para o
Sistema Interligado Nacional, por meio de uma Linha de Transmissão em 138 kV,
com aproximadamente 5 km até a Subestação em Tibagi1.
A atividade econômica principal da bacia hidrográfica do rio Tibagi é a
agropecuária, mas também há municípios muito industrializados, como Ponta
Grossa no trecho alto, Telêmaco Borba no trecho médio e Londrina no trecho baixo.
No trecho sul da bacia (alto), as culturas (soja, milho, feijão e trigo) ocupam uma
área igual à de pastagens, havendo ainda áreas com reflorestamento. No trecho
norte (baixo), região da terra roxa, a agricultura é mais intensiva (soja, milho, trigo
e café), com pastagens ocupando apenas 14% da área.
Em Telêmaco Borba, situa-se uma das maiores indústrias de celulose
do país - a Klabin, que ainda está implantando uma nova unidade no Município de
Ortigueira. As indústrias, em sua maioria, estão ligadas à agropecuária: óleos
comestíveis, laticínios, frigoríficos, papel, bebidas, têxteis e outras (SEMA, 2013).
Cidades importantes do Estado do Paraná situam-se na bacia, como Londrina e
Ponta Grossa. Outras situam-se no espigão divisor de bacias, como Cambé,
Apucarana, Arapongas, Rolândia e Cornélio Procópio. Além disso, o Município de
Tibagi, onde está inserido o aproveitamento em sua totalidade, merece destaque
1 O licenciamento da Linha de Transmissão é realizado separadamente.
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UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
por ser um dos mais antigos no processo de ocupação dessa região e ter destaque
na área de turismo ecológico.
Assim, com o objetivo de dar prosseguimento aos estudos ambientais
necessários ao pleno atendimento de todos os procedimentos de licenciamento
ambiental, este PBA compreende o detalhamento de todas as medidas mitigadoras
e compensatórias, programas e planos ambientais propostos no Estudo de Impacto
Ambiental – EIA e Relatório de Impacto Ambiental – RIMA da UHE Tibagi Montante,
bem como condicionantes da Licença Prévia − LP nº 37682 (Anexo 01), emitida
pelo Instituto Ambiental do Paraná − IAP em 17 de julho de 2014, sendo então
submetido a esse mesmo órgão para apreciação e análise.
1.1 DESCRIÇÃO DA EVOLUÇÃO DO PROJETO BÁSICO
Em 17 de julho de 2014 o IAP emitiu a Licença Prévia LP nº 37682,
relativa à Usina Hidrelétrica Tibagi Montante, com potência instalada de 32MW,
casa de força com 02 turbinas do tipo Kaplan, área do reservatório de 7,26 km² e
com o nível de água normal (NA) na cota 721,0m.
Com a evolução do projeto, após a emissão da LP, o empreendedor
executou campanhas complementares de campo de hidrometria, geologia-
geotecnia e pesquisa de materiais de construção, visando desta forma, promover
uma otimização do empreendimento, reduzir os volumes de movimentação de terra
e rocha, aumentar a segurança das estruturas e consequentemente reduzir o
impacto ambiental.
Os novos levantamentos e análises resultaram em adequações e
otimizações sem, contudo, alterar as características principais do projeto
licenciado, nem tampouco agregar novos impactos ambientais, tendo em vista que
localização do eixo e das estruturas principais, níveis operacionais e área do
reservatório não se alteraram.
As principais alterações estão relacionadas (i) ao aumento da potência
instalada, (ii) do número de unidades geradoras, (iii) do tipo de barragem, que
passa a ser construída em concreto e não mais em terra homogênea, o que
5
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
acarreta na redução do volume de movimentação de terra, e (iv) a inserção de um
segmento de vertedouro com soleira livre, fato que aumenta a segurança
operacional do empreendimento.
O Quadro abaixo apresenta uma comparação entre as principais
características da UHE quando da etapa de Licenciamento Prévio para a atual
etapa de Licenciamento de Instalação:
ITEM ETAPA DE EIA/RIMA ETAPA DE PBA Localização 24°32’03” S e
50°244’23” W 24°32’03” S e 50°244’23” W
Nível Máximo Normal do reservatório [m]
721,0 721,0
Nível Máximo Maximorum do reservatório [m]
722,0 722,0
Área do Reservatório [km²]
7,26 7,12
Potência instalada [MW] 32 36 Número de Unidades Geradoras
2 3
Tipo de Turbina Kaplan Vertical Kaplan Horizontal Tipo de Barragem Terra Homogênea CCR Estrutura de Vertimento Vertedouro de fundo Mista: Parte Vertedouro
de fundo e outra parte por soleira livre
Número de Comportas do vertedouro
2 3
Comprimento do Vertedouro Soleira Livre [m]
NA 180
A seguir são detalhadas as adequações e otimizações implementadas no Projeto.
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UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
2. MEMORIAL DESCRITIVO DO EMPREENDIMENTO
2.1 CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS
O eixo proposto não sofreu alterações em relação à etapa de
Licenciamento Prévio.
O aprofundamento e detalhamento dos estudos, corroborada pela
negociação com diversos fornecedores, a definição do preço de venda de energia
e as otimizações do arranjo permitiram o aumento significativo da capacidade
instalada, que passou de 32 MW para 36 MW, tal como projeto protocolado (Anexo
02) na Agência Nacional de Energia Elétrica (“ANEEL”) em 15 de julho de 2015.
O arranjo traçado para o eixo proposto é composto essencialmente de
uma barragem em Concreto Compacto a Rolo (“CCR”). Apresenta na margem
esquerda as estruturas do vertedouro controlado e do circuito de geração (tomada
d’água e casa de força) acoplada ao barramento. No leito do rio foi previsto um
vertedouro com soleira livre. Os fechamentos das ombreiras direita e esquerda por
meio de barragem de enrocamento com núcleo de argila.
O projeto do vertedouro soleira livre foi concebido de forma a manter os
níveis operacionais do reservatório exatamente nas cotas previstas no EIA: o NA
máximo normal do reservatório na elevação El. 721,00 m; NA máximo maximorum
na elevação El. 722,00m. Em função do aumento da potência instalada o NA normal
de jusante passa para a elevação El. 702,14 m.
A barragem em CCR possui comprimento total aproximado de 240m e
altura máxima aproximada de 26m e crista na El. 723m. Engloba um trecho de
180m de vertedouro soleira livre, com soleira na El. 721m, correspondente ao NA
máximo normal do reservatório.
O vertedouro controlado está localizado na margem esquerda do rio
Tibagi, com soleira na elevação El. 701,00 m, apresentando 3 comportas de
segmento de 8,0 m x 10,0 m. O conjunto de estruturas extravasoras da UHE,
formado pelos vertedouros controlado e de soleira livre, foi dimensionado para
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UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
aduzir a vazão decamilenar Q10.000 anos = 3.658m³/s, com sobrelevação máxima de
1m, tal como projeto licenciado na etapa Prévia.
O circuito adutor da UHE Tibagi Montante será constituído por: tomada
d’água, condutos forçados e casa de força, sendo formado por 3 grupos geradores.
A tomada d’água, localizada na margem esquerda e integrada à casa de
força, será constituída por uma estrutura de concreto, com três aberturas para
entrada de água providas de grade removível, comporta-ensecadeira, e comporta-
vagão para cada vão, e ainda um pórtico móvel equipado com viga pescadora e
rastelo limpa-grade que também atenderá ao vertedouro controlado. A adução
entre a tomada d’água e as turbinas se dará por meio de condutos forçados, um
por unidade geradora.
Esta estrutura é acoplada à casa de força, de onde se acionam 3 grupos
turbina-geradores do tipo Kaplan de eixo horizontal com potência instalada unitária
de 12MW, totalizando 36 MW.
2.2 LOCALIZAÇÃO E ACESSOS
A UHE Tibagi Montante localiza-se a 363,00 km da foz do rio Tibagi, em
terras do Município de Tibagi, a aproximadamente 210 km de Curitiba.
O acesso à cidade de Tibagi partindo de Curitiba dá-se no sentido
noroeste pela BR-376 que passa pela sede municipal de Ponta Grossa, seguindo
por cerca de 45 km após a sede dessa cidade pela BR-376, para entrar à direita na
BR-153, em direção à sede de Tibagi, seguindo por cerca de 40 km.
O acesso específico ao local do empreendimento ocorre pela rodovia
BR-153, PR-340 e Avenida Manoel das Dores. A partir destas faz-se necessário
acessar estradas não pavimentadas vicinais. Tais estradas vicinais encontram-se
em boas condições.
A Figura 2.2.1 abaixo apresenta o mapa rodoviário para a localização e
acessos da UHE Tibagi Montante.
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UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Figura 2.2.1 - Mapa Rodoviário para Localização e Acesso. Fonte: Mapa Rodoviário do Paraná – DNIT.
O empreendimento localiza-se próximo à área urbana de Tibagi,
conforme ilustra a Figura 2.2.2, na qual é possível identificar as rodovias nas suas
proximidades e os acessos de terra já existentes
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UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Figura 2.2.2 – Localização do aproveitamento e a área urbana de Tibagi Montante
Para melhor visualização, vide Mapa PBA-001-TM - Localização e
Acessos. O eixo está localizado mais especificamente a cerca de 5 km a montante
da ponte existente na PR-160.
Rio Tibagi
Rio
Tib
agi
PR-151
BR-277BR-376
PR-441
PR-438
BR-373
BR-487
BR
-153
BR
-15
3
BR
-376
BR
-153
BR-376
PR
-15
1
PR-340
PR
-44
5
PR-218
PR-090
PR-160
PR
-090
PR-340
PR-340
Tibagi
Castro
Londrina
Ortigueira
Palmeira
Ponta Grossa
Ipiranga
Imbituva
Telêmaco Borba
Piraí do Sul
Assaí
Carambeí
Teixeira Soares
Uraí
Irati
Reserva
Imbaú
Ivaí
Tamarana
Curiúva
Sapopema
Ibiporã
Sertanópolis
São Jerônimo da Serra
Ventania
Sertaneja
Fernandes Pinheiro
Apucarana
Cambé
Arapongas
Califórnia
Leópolis
Jataizinho CornélioProcópio
Congonhinhas
Primeiro de Maio
Rancho Alegre
Marilândia do Sul
Rolândia
São Sebastiãoda Amoreira
Nova Fátima
Mauá da Serra
Nova Américada Colina
Santa Cecíliado Pavão
Guamiranga
Cambé
Porto Amazonas
Bela Vista do Paraíso
450000 500000 550000 600000 650000
7150
000
7200
000
7250
000
7300
000
7350
000
7400
000
7450
000
²
Tibagi
0 200000 400000 600000 800000
7200
000
7400
000
PR
-3
40
BR-153
5560
0055
9000
5620
00
7270000 7273000 7276000 7279000 7282000 7285000 7288000
2 0 21 Km
0 20 40 6010Km
100 0 10050 Km
²
²Tibagi
Rio
Tibagi
EIXO
UHE TIBAGI MONTANTE
EIXO
UHE TIBAGI MONTANTE
Estr. do Passatempo
EMPREENDEDOR:
EXECUÇÃO:
REFERÊNCIA:
EMPREENDIMENTO:
TÍTULO DO MAPA:
DATA:LOCALIZAÇÃO: RESPONSÁVEL TÉCNICO:
UHE TIBAGI MONTANTE
PBA-001-TM LOCALIZAÇÃO E ACESSOS
PROJETO BÁSICO AMBIENTAL - PBA
Tibagi - PR Angelo Hartmann Pires CREA 127.090 D/PR
Dezembro / 2015
Bacia Hidrográfica do Rio Tibagi
Estado do Paraná
Legenda
Acessos
Rodovias Federais
Rodovias Estaduais
Ferrovias
Rio Tibagi
Calha do Rio
Reservatório
Área de Preservação Permanente - 86,5 m
Mancha Urbana
Bacia Hidrográfica do Tibagi
Município de Tibagi
Municípios do Estado do Paraná
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UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
2.3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDIMENTO
2.2.1 Arranjo Geral
A obra projetada para a UHE Tibagi Montante compreende uma
barragem de concreto, com soleira vertente, no leito do rio Tibagi, com 180m de
comprimento e altura máxima da ordem de 24m. As estruturas de geração estão
locadas na margem esquerda, bem como o vertedouro controlado. O projeto
apresenta, ainda, duas barragens de terra nas extremidades esquerda e direita do
barramento, com o intuito de realizar o fechamento das ombreiras com o restante
das estruturas de concreto que integração o arranjo. Tais barragens serão
executadas em solo e enrocamento compactados.
O vertedouro de fundo, a ser controlado por três comportas de segmento
de fundo, apresentará dimensões de 8 x 10 metros e estará localizado na margem
esquerda do rio Tibagi, ao lado da tomada d’água acoplada à casa de força. Esta
estrutura apresentará uma elevação de fundo na cota 701,00 metros
O circuito adutor da UHE Tibagi Montante será constituído pela tomada
d’água, pela casa de força e pela tomada de fuga, sendo formado por 3 grupos
geradores.
Os detalhes do arranjo geral são apresentados no Anexo 03.
2.2.2 Reservatório
O reservatório, em seu nível d’água máximo normal (El. 721 m) terá uma
área de 7,12 km², sendo que 3,14 km2 correspondem à calha natural do rio Tibagi,
restando 3,98 km² de áreas inundadas. A nova área do reservatório é em
decorrência de implantação de novo levantamento planialtimétrico.
Com estes novos dados, a restituição da topografia no trecho onde se
localiza a UHE Tibagi Montante foi ajustada, para melhorar sua qualidade
posicional. Estes ajustes, valendo-se de transformações geométricas resultaram
em um produto final, em DATUM SIRGAS 2000, com melhor qualidade que aquela
do EIA.
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UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
A extensão total será de 24.400 m, o volume acumulado equivalente a
51,48 milhões de m³, profundidade média de 6,99 m e máxima de 21,0 m. O tempo
para formação do reservatório será de seis dias para a condição média,
considerando uma defluência mínima de 12,3 m3/s (70% da vazão Q7,10). O tempo
de residência será de 3,6 dias.
O Mapa PBA-002-TM - Reservatório e Área de Preservação Permanente
apresenta a planta do reservatório e a delimitação da APP considerando a faixa de
86,5 m, calculada de acordo com metodologia estabelecida na Portaria do IAP
nº069 de 28 de abril de 2015.
O nível d’água do reservatório foi determinado com base nos Estudos de
Inventário Hidrelétrico aprovado pela ANEEL.
2.2.3 Etapas de Desvio do rio
O desvio do rio Tibagi para a implantação do UHE Tibagi Montante,
compreenderá três etapas distintas a seguir explicitadas. As atividades constantes
destas etapas estão coerentes com o Cronograma Físico de Construção (Anexo 04
– Sequência Construtiva).
Registra-se que a ensecadeira de 1° etapa “A” foi dimensionada para
uma vazão de 1917 m³/s, equivalente a vazão com tempo de recorrência de 50
anos período completo, já as ensecadeiras de montante e jusante “B” e “C”
respectivamente foram dimensionadas para a vazão de período completo, com
recorrência de 10 anos, equivalente a 1375 m3/s.
2.2.3.1 1ª Etapa – Rio passando pela calha natural
Esta etapa será principalmente caracterizada pela escavação e
concretagem das estruturas da margem esquerda, tendo como principais
atividades:
‐ Construção do canteiro, inclusive acessos externos e internos da obra;
‐ Construção da ensecadeira "A" (principal);
PR
-340
BR- 153
Eixo do BarramentoEixo do BarramentoEixo do BarramentoEixo do Barramento
Rio
Tibagi
Tibagi
Rio
Tibagi
55
40
00
55
70
00
56
00
00
56
30
00
56
60
00
7270000 7273000 7276000 7279000 7282000 7285000 7288000
EMPREENDEDOR:
EXECUÇÃO:
REFERÊNCIA:
EMPREENDIMENTO:
TÍTULO DO MAPA:
DATA:LOCALIZAÇÃO: RESPONSÁVEL TÉCNICO:
UHE TIBAGI MONTANTE
PBA-002-TM RESERVATORIO E ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
PROJETO BÁSICO AMBIENTAL - PBA
Tibagi - PR Angelo Hartmann Pires CREA 127.090 D/PR
Dezembro / 2015
Ë1.500 0 1.500750 M
1:50.000Escala:
SISTEMA DE PROJEÇÃO:UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR - UTM
SISTEMA DE REFERÊNCIA: SIRGAS 2000 FUSO 22S
Legenda
Rodovia Estadual
Rodovia Federal
Reservatório (Cota 721)
Faixa de APP - 86,5 m
12
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
‐ Escavação na região das estruturas da margem esquerda: vertedouro
de fundo, tomada d'água, casa de força, inclusive respectivos canais
de aproximação e restituição, e também dos muros de encosto;
‐ Concreto do vertedouro de fundo até a elevação da ponte;
‐ Concreto da tomada d'água até elevação da crista;
‐ Concreto da casa de força e área de montagem até elevação El. 708,10
m referente à plataforma das comportas ensecadeira do tubo de
sucção;
‐ Concretagem secundária das guias de stoplogs e comportas da
tomada d'água;
‐ Concretagem secundária das guias das comportas ensecadeira do
tubo de sucção;
‐ Construção do muro de encosto de montante, para as ensecadeiras de
2º etapa;
‐ Posicionamento dos stoplogs da tomada d'água e casa de força;
‐ Montagem da comporta segmento e comporta vagão;
‐ Montagem do guindaste-pórtico;
‐ Montagem da tomada d’água;
‐ Escavação dos canais de aproximação e de fuga;
‐ Construção da barragem de fechamento da margem esquerda;
‐ Remoção da ensecadeira "A".
2.2.3.2 2ª Etapa – Rio passando pelo vão do vertedouro de fundo
Esta etapa será principalmente caracterizada pela construção do vertedouro
soleira livre no leito do rio e da barragem de fechamento da margem direita, bem
como a finalização da concretagem da casa de força.
Principais Atividades:
‐ Construção das ensecadeiras "B" de montante e “C” de jusante;
‐ Escavação e tratamento da fundação do vertedouro soleira livre no leito
do rio;
13
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
‐ Escavação e tratamento da fundação do muro de abraço da margem
direita;
‐ Concretagem do vertedouro soleira livre em CCR;
‐ Concretagem do muro de abraço da margem direita;
‐ Conclusão da concretagem da casa de força;
‐ Montagem da ponte rolante e início da montagem dos grupos
geradores;
‐ Conclusão da subestação;
‐ Conclusão da linha de transmissão;
‐ Construção da barragem de fechamento da margem direita;
‐ Início de enchimento do reservatório.
2.2.3.3 3ª Etapa – Enchimento do reservatório
Esta etapa será caracterizada principalmente pela montagem dos grupos
turbina-geradores, enchimento do reservatório, pela construção e montagem da
subestação da usina e testes de comissionamento das unidades.
Principais Atividades:
‐ Remoção das ensecadeiras de montante e jusante;
‐ Enchimento do reservatório;
‐ Construção e montagem da subestação;
‐ Conclusão da montagem dos grupos turbina-geradores;
‐ Testes de comissionamento das unidades geradoras;
‐ Acabamentos finais da usina.
2.3.5. Estruturas de Vertimento
O projeto de extravasão da UHE Tibagi Montante prevê a autuação de
duas estruturas: (i) um trecho com 180m de comprimento, implantado no leito do
rio, com soleira na cota 721m, correspondente ao vertedouro soleira livre e (ii) uma
estrutura dimensionada com três comportas tipo segmento, implantada na margem
esquerda do rio Tibagi, correspondente ao vertedouro de fundo.
14
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Os vertedouros foram previstos para escoar, em conjunto, a cheia de
recorrência decamilenar 3.658m³/s.
2.3.5.1 Vertedouro Soleira Livre
O vertedouro soleira livre apresenta uma ogiva convencional. A seguir
as características principais desta estrutura:
N.A. Máximo Maximorum a Montante ........................................... El. 722,00 m
N.A. Máximo Normal a Montante ................................................... El. 721,00 m
Elevação da Crista ............................................................................ El. 721,00 m
Largura da Soleira Livre ........................................................................ 180,00 m
Carga Máxima (He) .................................................................................... 1,00 m
Capacidade de Descarga .................................................................. 409,00 m³/s
2.3.5.2 Vertedouro de fundo
A UHE Tibagi Montante apresenta três vãos de vertedouro de fundo de
dimensões 8,00 m x 10,00 m. A estrutura apresenta elevação de fundo na cota
701,00 m, incluindo os canais de aproximação e restituição.
A seguir as características principais desta estrutura:
N.A. Máximo Maximorum a Montante ........................................... El. 722,00 m
Elevação do Fundo .......................................................................... El. 701,00 m
Vãos .................................................................................................... 3 unidades
Altura ...................................................................................................... 10,00 m
Largura ...................................................................................................... 8,00 m
Capacidade de Descarga .................................................................... 3.264 m³/s
2.3.8 Circuito de Geração
O circuito adutor da UHE Tibagi Montante é constituído de tomada
d’água, casa de força e canal de fuga, composto de três turbinas do tipo Kaplan de
eixo horizontal, com potência total instalada de 36MW.
2.3.8.1Tomada d’água e Circuito adutor
A estrutura da tomada d’água é dotada de três vãos, um para cada
turbina, sendo cada vão dotado de grade, comporta do tipo ensecadeira e
comportas do tipo vagão.
15
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
A adução entre a tomada d’água e as turbinas se dará por meio de
condutos forçados, um por unidade geradora
2.3.9 Casa de força e canal de fuga (obras civis)
As instalações da casa de força compreendem:
‐ Três blocos de concreto destinados a instalação das três unidades
geradoras com todos os equipamentos associados, bem como os
respectivos equipamentos dos sistemas elétricos e mecânicos
auxiliares.
‐ Área para descarga e montagem de equipamentos da usina, situada
ao lado dos blocos das unidades geradoras.
‐ As salas de controle e escritório de administração.
A casa de força será uma edificação de tipo abrigada, com cerca de 52
metros de comprimento e composta por quatro blocos, sendo três para as unidades
geradoras e um para a área de montagem. As escavações da fundação serão
realizadas em rocha sã, atingindo o seu ponto mais baixo sob o tubo de sucção em
uma elevação da ordem de 689,80 metros.
A partir da saída do tubo de sucção, o canal de fuga inicia-se na El.
691,50m, apresenta-se inclinado até El. 698,00m, a partir deste ponto
apresentando uma elevação 697,00 m até a restituição da água ao leito do rio. O
canal de fuga será escavado em rocha e solo, com cerca de 170m de comprimento.
2.3.10 Subestação
A subestação do AHE Tibagi Montante se localizará próxima da casa da
força, a cerca de 100 m desta, na mesma margem do rio. Será implantada ao
tempo, em um platô a ser terraplanado em elevação a ser definida durante o projeto
executivo e o acesso rodoviário será feito pelo mesmo acesso à casa de força.
A subestação contará com uma saída de linha longa. O arranjo será do
tipo barra simples. As entradas possuirão transformadores de tensão, corrente e
para-raios, além do disjuntor. Um sistema adequado de chaves seccionadoras
permitirá que este disjuntor seja substituído prontamente através de um “by pass”.
16
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
As estruturas de suporte (pórticos, pilares, postes) poderão ser de
concreto ou estrutura metálica, sendo que esta definição deverá ser feita por
ocasião do projeto executivo.
Os equipamentos de proteção e controle da subestação serão instalados
na casa de controle localizada na própria SE, assim como os painéis destinados ao
faturamento.
Toda a área da subestação e ainda uma faixa de 2,50 m de largura ao
longo de todo o perímetro da cerca, será recoberta com uma camada de brita de
cerca de 0,30 m, lançada sobre o solo. O objetivo desta cobertura é assegurar uma
camada isolante adequada de modo a garantir a manutenção das tensões de passo
e toque dentro dos parâmetros seguros aos operadores.
Os cabos de controle e medição serão instalados em canaletas de
alvenaria adequadamente distribuídas pelo pátio da subestação, originando-se na
casa de controle. Estas canaletas deverão ser dimensionadas de modo a
comportarem a quantidade de cabos necessários com folga e organização, As
canaletas serão semi-enterradas no solo e serão cobertas por tampas de concreto,
removíveis. Nos locais onde seja prevista a passagem de equipamentos de
movimentação por sobre esta, a canaleta em si e as tampas deverão prever esta
sobrecarga. Na entrada da canaleta na casa de controle, deverá ser dada uma
especial atenção ao modo de chegada dos cabos, de modo que seja impedida a
entrada de insetos e roedores.
Devido à grande área plana, é importante que seja previsto um
adequado sistema de drenagem da subestação. Esta drenagem deverá
contemplar, além da drenagem da área, a drenagem das canaletas, de modo que,
mesmo durante a ocorrência das chuvas mais intensas previstas, não ocorram
inundações. O sistema deverá ser composto por uma rede de drenagem pluvial que
atenda a estes requisitos.
A iluminação do pátio da subestação será feita por meio de lâmpadas a
vapor de sódio ou metálico, 220 Vca, instaladas em postes metálicos tubulares ou
aproveitando as próprias estruturas quando possível.
17
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
O sistema de aterramento da subestação será constituído de uma rede
de cabos de cobre nu enterrada a uma profundidade mínima de 0,6 m e com
emprego de hastes de aterramento tipo "Copperweld". Todas as conexões e
derivações da malha serão feitas por solda exotérmica e as conexões nos
equipamentos por conectores de aperto em liga de cobre. O sistema de
aterramento do pórtico da subestação será interligado ao sistema de aterramento
da linha, casa de comando e usina geradora, através de cabos nus.
2.3.11 Linha de Transmissão
A interligação da UHE Tibagi Montante ao Sistema Interligado Nacional
se dará por meio da SE Tibagi (cuja construção será antecipada pela COPEL,
segundo o parecer de acesso), de propriedade da COPEL, por meio de uma linha
de transmissão em 138 kV, com cerca de 5,0 km de extensão, circuito simples, com
cabos de fase na bitola #397,50MCM, suportados por estruturas metálicas
autoportante.
Os cabos guarda (ou para-raios) serão do tipo OPGW (“Optical Ground
Wire”), ou seja, serão formados por uma camada externa de aço galvanizado e o
núcleo será preenchido com um feixe composto por 12 fibras óticas, que serão
utilizadas no sistema de comunicação da usina.
A linha de transmissão de conexão com a Subestação Tibagi deverá ser
locada de modo que a sua implantação se dê em condições favoráveis de relevo e
vegetação, além de, sempre que possível, estar acessível por acessos já
existentes, minimizando custos em impactos ao meio ambiente.
A largura da faixa de passagem da LT 138 kV deverá ser determinada
de acordo com as recomendações da norma NBR-5422, levando-se em conta o
balanço dos cabos condutores devido à ação do vento e efeitos elétricos.
Inicialmente a largura da faixa de passagem da LT deverá ser estimada em 30
metros, sendo 15 metros para cada lado de seu eixo central.
A princípio, está prevista a utilização do fio contrapeso de aço recoberto
de cobre. Dependendo dos valores de resistividade do solo, a redução da
18
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
resistência de aterramento das estruturas constitui um dos meios mais efetivos de
controlar as sobretensões provocadas pelas descargas atmosféricas através do
isolamento da linha de transmissão.
Deverão ser empregadas sinalizações nos cabos e nas estruturas da
linha com vistas à segurança da inspeção aérea pelas equipes de manutenção,
advertência à aviação em geral, sobretudo nas proximidades de aeroportos,
advertência aos pedestres e identificações necessárias.
Deverão ser utilizadas esferas de sinalização a serem instaladas no cabo
para-raios, placas de sinalização e advertência a serem instaladas nas estruturas
e pintura das estruturas para sinalização das deflexões.
A sinalização da linha obedecerá às normas NBR 6535 (Sinalização de
Linhas de Transmissão com Vistas à Segurança da Inspeção Aérea) e NBR 7276
(Sinalização de Advertência em Linhas Aéreas de Transmissão de Energia
Elétrica). A proteção dos cabos contra os danos causados por vibrações eólicas
deverá ser feita através da utilização de dispositivos amortecedores destas
vibrações. Existem no mercado opções com eficiência comprovada pela prática,
de espaçadores-amortecedores com sistema de garras aparafusadas aos cabos e
de garras preformadas sem a utilização de parafusos.
O licenciamento ambiental desta linha de transmissão será feito
separado do licenciamento da UHE.
2.3.12 Acampamento e Canteiro de Obras
Serão de responsabilidade e ônus do construtor o fornecimento,
transporte, construção, instalação, operação e manutenção de todo o canteiro de
obras e acampamento, na margem do rio.
No canteiro e acampamento de obras estariam incluídos, entre outros:
‐ Central de concreto;
‐ Central de britagem;
‐ Depósitos e solos para cimento, aditivos para concreto e ou pozolan
(eventual);
19
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
‐ Pátios e depósitos para formas e armações;
‐ Central de ar comprimido;
‐ Grupo diesel;
‐ Sistema de água industrial e potável;
‐ Sistema de comunicações;
‐ Oficinas e garagens para equipamentos leves e pesados;
‐ Estradas de acesso;
‐ Sistema de energia elétrica e iluminação;
‐ Edificações em geral (alojamentos, refeitórios, escritórios, oficinas,
depósitos, inclusive para explosivos, áreas de estoque e de “bota-fora”,
etc.);
‐ Áreas de estoques de “bota-fora”.
Com base nas quantidades e na natureza dos serviços a serem
realizados, estimou-se um contingente médio de 250 pessoas ao longo de 24
meses e pico de 385 empregos diretos. Previu-se em princípio, a construção de 6
(seis) alojamentos para solteiros, sendo 4 (quatro) para acomodar o pessoal menos
qualificado e, 2 (dois) para o pessoal mais qualificado, inclusive nível superior.
Deverão também ser construídos equipamentos comunitários para atender ao
pessoal da obra; no que tange à saúde (ambulatório médico) e educação, lazer e
cultura. Opcionalmente, considerando-se ainda que cerca de 70% da mão de obra
será arregimentada na região, restando para alojar um contingente médio de cerca
de 120 pessoas, tais profissionais poderão ser alocados em repúblicas na cidade
de Tibagi.
O Mapa PBA-003-TM - Canteiro de Obras e Estruturas apresenta a
localização sugerida para o canteiro de obras e acampamento.
2.3.13 Áreas de Estoque e de “Bota-Fora”
Os estoques de materiais de construção, além de atender às
especificações técnicas, deverão ser localizados de maneira a atender
efetivamente às necessidades de utilização de cada tipo de material.
SUBESTAÇÃO
ACESSO PROVISÓRIO
EIXO DO BARRAMENTO
Rio
Tib
ag
i
559000 560000 561000
72
86
00
07
28
70
00
EMPREENDEDOR:
EXECUÇÃO:
REFERÊNCIA:
EMPREENDIMENTO:
TÍTULO DO MAPA:
DATA:LOCALIZAÇÃO: RESPONSÁVEL TÉCNICO:
UHE TIBAGI MONTANTE
PBA-003-TM CANTEIRO DE OBRAS E ESTRUTURAS
PROJETO BÁSICO AMBIENTAL - PBA
Tibagi - PR Angelo Hartmann Pires CREA 127.090 D/PR
Dezembro / 2015
Ë250 0 250125 M
1:8.000Escala:
SISTEMA DE PROJEÇÃO:UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR - UTM
SISTEMA DE REFERÊNCIA: SIRGAS 2000 FUSO 22S
2
1
2
2
4
3
ACAMPAMENTO:
1 - PORTARIA2 - ALOJAMENTOS3 - REFEITÓRIO4 - SANITÁRIOS
CANTEIRO DE OBRA:
1 - PORTARIA2 - ESTOCAGEM COMBÚSTIVEIS3 - POSTO DE ABASTECIMENTO4 - LAVAGEM E LUBRIFICAÇÃO5 - OFICINA MECÂNICA6 - ALMOXARIFADO7 - ESTOCAGEM DE MATERIAL8 - FOSSA SEPTICA, FILTRO ANAERÓBICO E SUMIDOURO9 - SANITÁRIOS10 - RESERVATÓRIO D'ÁGUA11 - ALOJAMENTO DO VIGIA12 - CIPA/AMBULATÓRIO13 - ESCRITÓRIO14 - COZINHA/REFEITÓRIO
CENTRAL DE CONCRETO:
1 - CENTRAL DE ARMAÇÃO2 - CENTRAL DE FORMAS3 - LABORATÓRIO DE CONCRETO4 - CENTRAL DOSADORA (CIBI P1)5 - SILOS DE CIMENTO6 - PILHA DE AGREGADOS GRAÚDOS E MIÚDOS
1 2
3
4
5
6
1
2
3 45 6
12 10
7
8
91314
11
Legenda
Arranjo Geral
Acesso Provisório
Acesso para Arranjo
Canteiro Admninistrativo e Alojamento
Central de Concreto e Britagem
Subestação
Reservatório (Cota 721)
APP do Reservatório
20
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
O construtor deverá tomar todas as providências necessárias quanto à
drenagem de águas de qualquer natureza nas áreas de estoques, a fim de evitar
variações acentuadas e bruscas na umidade das matérias.
As áreas de “bota-fora” deverão ser preferencialmente escolhidas à
montante do aproveitamento e dentro do reservatório de modo a preservar
incólume as áreas adjacentes ao lago formado.
O Anexo 05 apresenta a áreas de Empréstimo e Bota Fora.
2.3.14 Caracterização da Mão-de-obra
A UHE Tibagi Montante prevê a oferta no pico de 385 empregos diretos,
além de 85 indiretos, que deverá ser preferencialmente contratada no Município de
Tibagi, devido à proximidade com sua sede. Desses, cerca de 30% seria de
trabalhadores mais especializados (engenheiros e coordenadores de projeto), que
provavelmente virão de fora junto com a empreiteira contratada já que o município
não conta com unidade de ensino superior para suprir esse tipo de demanda.
Entretanto, para a contratação dos empregos que não necessita especialização,
será dada prioridade à mão-de-obra local, evitando assim que sobrecarregue os
serviços públicos com chegada de mão-de-obra local e, por outro lado, reverta em
impacto positivo para a população de Tibagi e região.
21
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
3 ATENDIMENTO ÀS CONDICIONANTES DA LICENÇA PRÉVIA Nº37682
Abaixo são listadas as condicionantes estabelecidas pelo IAP na LP N°
37682 e suas respectivas respostas.
O Anexo 01 deste Relatório apresenta uma cópia da LP.
1. Apresentar o Plano Básico Ambiental - PBA com todos os planos, programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou comprovante do registro profissional dos responsáveis pela elaboração/execução dos planos, programas, projetos, cronograma físico financeiro e monitoramento propostos, com ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencializar os impactos ambientais observados/identificados no EIA/RIMA;
Resposta: O Plano Básico Ambiental com todos os planos, programas e projetos propostos no EIA/RIMA são apresentados nos capítulos 5 e 6 deste documento.
2. Apresentar o Plano de Ação Emergencial - PAE do empreendimento, em especial do barramento, contemplando também a análise da população instalada em condição de potencial risco à jusante da barragem até a localização do próximo empreendimento hidrelétrico;
Resposta: Em atendimento a essa condicionante, apresentamos no Anexo 06, o Plano de Ação Emergencial.
3. Apresentar documentação comprobatória de propriedade dos imóveis necessários à implantação do empreendimento, registradas em cartório;
Resposta: O empreendedor informa que está diligenciando no sentido de adquirir as áreas de terras diretamente afetadas pela UHE Tibagi Montante, priorizando aquelas necessárias a implantação das estruturas de canteiro, casa de força e barramento, terras estas que serão devidamente registradas no cartório de imóveis e em seguida encaminhadas a este Instituto antes de qualquer intervenção no sitio do empreendimento. De forma preventiva, apresentamos no Anexo 07 o protocolo do pedido de Declaração de Utilidade Pública junto à ANEEL. No processo de solicitação da Licença de Instalação é apresentada a documentação das 28 propriedades afetadas pelo empreendimento com as respectivas reservas legais quando averbadas ou registradas no SICAR. 4. Apresentar Projeto de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente - APP para faixa de, no mínimo, 100 (cem) metros, contemplando isolamento da área; Resposta: O capítulo 5.10 apresenta o Programa de Recomposição Florestal na Área de Preservação Permanente do Reservatório para o empreendimento. Quanto a faixa da Área de Preservação Permanente do Reservatório, foi
22
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
protocolado neste Instituto em 21/10/2015 protocolo nº 13.816.188-9 “Relatório de Solicitação de Revisão da Licença Prévia – LP nº 37682, no âmbito da Condicionante 4” (Anexo 08).
5. Manter a manutenção da vazão sanitária de jusante no trecho de vazão reduzida correspondente a 12,30 m3/s (correspondente a 70% da vazão Q7,10;
Resposta: Foi protocolado neste Instituto em 29/07/2014 (Anexo 09) correspondência ressaltando que esta condicionante não se aplica a UHE Tibagi Montante, uma vez que a mesma não possui Trecho de Vazão Reduzida.
6. Atender Portaria IAP n° 097/2012 no tocante a monitoramento e resgate de Fauna;
Resposta: Os Programas de Monitoramento de Limnológico e de Qualidade da Água, de Fauna Terrestre e da Ictiofauna, bem com os Programas de Resgate de Ictiofauna e Fauna Terrestre apresentado no âmbito deste PBA atendem a Portaria IAP nº097/2012.
7. Atender a Portaria IPHAN n° 230/2002 em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias;
Resposta: Dando prosseguimento às tratativas junto ao IPHAN, o presente PBA contempla, no Anexo 10, o protocolo do Programa de Prospecção Arqueológica Intensiva e de Educação Patrimonial bem como a Portaria nº 68 de 14 de dezembro de 2015 que autoriza a prospecção arqueológica e educação patrimonial.
8. O imóvel objeto deste licenciamento deverá ser registrado no Sistema de Cadastro Ambiental Rural - SICAR/PR, até o prazo de 05 de maio de 2015, de acordo com o artigo 29 da Lei Federal n° 12.651/12 e a Instrução Normativa MMA n° 02, de 06 de maio de 2014;
Resposta: O prazo para registro no SICAR/PR, de acordo com a Portaria 100 de 04/05/2015 do Ministério do Meio Ambiente, foi prorrogada para 05/05/2016. No processo encaminhado de solicitação da Licença de Instalação, são apresentados os registros das propriedades da área diretamente afetada, assim como as respectivas reservas legais averbadas quando existentes.
9. Firmar, junto a Câmara Técnica de Compensação Ambiental, Termo de Compromisso para medidas compensatórias aos impactos ambientais previstos para a implantação do empreendimento, conforme disposto na Lei Federal n° 9.985/2000, com protocolo especifico para tal;
23
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Resposta: Em 29/09/2015 (Anexo 11) o empreendedor encaminhou correspondência a este Instituto com toda documentação necessária para firmar o Termo de Compromisso para a Compensação Ambiental previstos na Lei Federal 9985/2000. Aguardamos instruções para o prosseguimento do procedimento de assinatura do Termo de Compromisso.
10. Dar continuidade ao procedimento de obtenção de Outorga definitiva junto ao Instituto Águas Paraná;
Resposta: O Instituto de Águas do Paraná já forneceu a Outorga Prévia. A outorga definitiva (Outorga de Direito) só poderá ser solicitada após a obtenção da Licença de Instalação, conforme Norma de Outorga NO-003 RAH, revisão 2 de dezembro de 2010 do Instituto das Águas do Paraná.
11. O corte de vegetação se necessário depende de licenciamento especifico, junto ao IAP, o qual deverá ser requerido até no máximo da solicitação da Licença de Instalação e com apresentação do respectivo inventário florestal;
Resposta: Segue no Anexo 12 o protocolo do requerimento de Autorização Florestal de desmate protocolado no IAP.
12. Assegurar a disponibilidade de água nas propriedades lindeiras ao reservatório;
Resposta: O Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório Artificial – PACUERA, apresentado no capítulo 6.2 deste PBA, atende a solicitação desta condicionante.
13. Atender ao previsto no artigo 17 da Lei Federal n° 11.428/2006 (Lei da Mata Atlântica) considerando-se as áreas prioritárias para conservação conforme definidas pelo Ministério do Meio Ambiente (2010), com protocolo especifico para tal;
Resposta: Em 10 de agosto de 2015 foi contratada a empresa BDM Engenharia e Meio Ambiente Ltda. Para o desenvolvimento do projeto de compensação da Mata Atlântica. Como está em trâmite interno deste Instituto a regulamentação para o atendimento do Artigo 17, o empreendedor compromete-se a entregar o projeto 90 dias após a regulamentação ou quando da solicitação da Licença de Operação.
14. Prever a correção dos processos erosivos existentes nas propriedades lindeiras com influência direta no reservatório;
Resposta: O capítulo 5.2 deste PBA apresenta o Programa de Controle dos Processos Erosivos para o empreendimento onde está contemplado a correção dos
24
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
processos erosivos eventualmente presentes nas propriedades lindeiras ao futuro reservatório.
15. Apresentar Termo de Compromisso firmado junto a SANEPAR para relocação do sistema de captação de água para o abastecimento público da cidade de Tibagi, em 120 (cento e vinte) dias;
Resposta: Em 23/09/2015 a Minas PCH protocolou junto a este Instituto (Anexo 13) o Termo de Compromisso firmado com a SANEPAR referente a relocação do sistema de captação de água da cidade de Tibagi.
16. Compatibilizar a utilização da Balsa (Dona Sofia) quando da elaboração do PACUERA;
Resposta: O Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório Artificial – PACUERA, apresentado no capitulo 6.2 contempla a compatibilização da utilização da Balsa da Dona Sofia com a formação do reservatório.
17. Prever Programa de apoio a atividade turística;
Resposta: O capítulo 5.25 do PBA apresenta o Programa de Apoio as Atividades Turísticas para o empreendimento.
18. Apresentar propostas de relocação do sistema viário referente a Estrada do Passatempo;
Resposta: O Programa de Infraestrutura Viária, apresentado capitulo 5.21 deste PBA, contempla as alternativas de relocação da Estrada do Passatempo, assim como a alternativa selecionada.
19. Apresentar modelagem matemática para qualidade de água do futuro reservatório;
Resposta: Em atendimento a essa condicionante, apresentamos no Anexo 14 do PBA, o Relatório da Modelagem Matemática do Futuro Reservatório.
20. Apresentar proposta de integração a programas de redução de aporte de fósforo já em andamento na bacia hidrográfica do rio Tibagi;
Resposta: O Programa de Monitoramento Limnológico e da Qualidade da Água apresentado no capitulo 5.6 deste PBA apresenta a proposta de integração para redução de aporte de fósforo na bacia do rio Tibagi.
21. A implantação da rede de distribuição de energia elétrica deverá ser objeto de licenciamento especifico junto ao IAP;
25
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Resposta: O licenciamento da linha de transmissão e da subestação de conexão da UHE Tibagi Montante será objeto de um processo especifico junto ao IAP.
22. O não cumprimento da Legislação Ambiental vigente sujeitará o empreendedor e/ou seus representantes, as sanções previstas na Lei Federal n° 9.605/98, regulamentada pelo Decreto Federal n° 6.514/08;
Resposta: O empreendedor está ciente de suas obrigações perante a legislação Federal, Estadual e Municipal.
23. A presente Licença Ambiental Prévia poderá ser suspensa ou cancelada, se constatada a violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais, omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a sua emissão, conforme disposto no artigo 19 da Resolução CONAMA n° 237/97;
Resposta: O empreendedor está ciente das condicionantes da LP nº 37682 e de suas obrigações perante a legislação Federal, Estadual e Municipal.
24. Esta Licença Prévia deverá ser emitida com a potência de 32,00 MW;
Resposta: O empreendedor está ciente das condicionantes e dos Requisitos do Licenciamento Prévio da LP nº 37682.
25. O empreendedor deverá pronunciar-se sobre o aceite das condicionantes acima relacionadas, em prazo de até 30 (trinta) dias do recebimento da presente licença.
Resposta: Foi protocolado neste Instituto em 29/07/2014 (Anexo 09) correspondência comunicando o aceite das condicionantes da Licença Prévia nº 37682.
26
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
4. TABELA RESUMO DOS PROGRAMAS, SUBPROGRAMAS E PLANOS AMBIENTAIS
O presente capítulo apresenta uma tabela resumo dos programas, subprogramas e planos que estão caracterizados no
capítulo 4.
Programas e Planos Objetivo Geral Impactos Relacionados Fase de
Implementação
PROGRAMAS - MEIO FÍSICO
PROGRAMA DE
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS
DEGRADADAS
Propor medidas preventivas e corretivas,
capazes de reduzir sensivelmente o nível de
degradação dos recursos do solo e cobertura
vegetal, e desta forma, reintegrar as áreas
degradadas à paisagem típica da região.
- Escavações, terraplanagem, abertura de jazidas de terra e
pedreiras;
- Destinação indevida dos materiais escavados e áreas de bota-
fora;
- Instalação ou aceleração de processos erosivos no local da
obra;
- Instalação de processos erosivos nas encostas marginais ao
reservatório;
- Aumento da carga de sedimentos nas águas do rio Tibagi;
- Assoreamento do reservatório;
- Supressão da vegetação na área das obras civis e canteiro.
Construção e
operação
PROGRAMA DE CONTROLE
DOS PROCESSOS EROSIVOS
Desenvolver um sistema de monitoramento e
avaliação capaz de promover a prevenção e o
controle de processos erosivos que possam vir
a ocorrer nas áreas da UHE Tibagi Montante,
durante a sua implantação e operação.
- Escavações, terraplanagem, abertura de jazidas de terra e
pedreiras;
- Destinação indevida dos materiais escavados e áreas de bota-
fora;
- Instalação ou aceleração de processos erosivos no local da
obra;
Construção e
operação
27
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programas e Planos Objetivo Geral Impactos Relacionados Fase de
Implementação
- Instalação de processos erosivos nas encostas marginais ao
reservatório;
-Aumento da carga de sedimentos nas águas do rio Tibagi;
- Assoreamento do reservatório.
PROGRAMA DE
MONITORAMENTO DA
ATIVIDADE SÍSMICA
Avaliar a interferência gerada pela implantação
das obras de engenharia e formação do
reservatório sobre o arcabouço geológico que
pode gerar sismos induzidos
- Atividade Sísmica Induzida.
Construção e
Operação
PROGRAMA DE
MONITORAMENTO
CLIMATOLÓGICO
Acompanhar a evolução dos parâmetros
climáticos locais, antes, durante e após a
formação do reservatório da UHE Tibagi
Montante
Construção e
Operação
PROGRAMA DE
MONITORAMENTO
HIDROSSEDIMENTOLÓGICO
Identificar os processos
hidrossedimentológicos, a quantidade de
material sólido transportado, em suspensão,
arraste e total, pela drenagem principal e
secundária, assim como os agentes causadores
de degradação da qualidade da água.
- Alteração das Condições Atuais de Exploração Mineral;
- Aumento da Carga de Sedimentos em Suspensão nas Águas do
Rio Tibagi;
- Assoreamento do Reservatório.
Construção e
Operação
PROGRAMA DE
MONITORAMENTO
LIMNOLÓGICO E DA
QUALIDADE DA ÁGUA
Obter informações sobre a qualidade da água na
fase rio, durante o planejamento e construção do
empreendimento, bem como as alterações
causadas pela formação do reservatório na fase
de operação, através do monitoramento dos
- Supressão de Corredeiras e Ilhas;
- Redução dos Níveis de Oxigênio Dissolvido e da Capacidade de
Autodepuração das Águas;
- Mudança do Grau Trófico das Águas da Área do Futuro
Reservatório;
Construção e
Operação
28
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programas e Planos Objetivo Geral Impactos Relacionados Fase de
Implementação
parâmetros físicos, químicos e biológicos da
água.
- Estratificação Térmica, Química e Bioquímica do Reservatório;
- Geração de Resíduos Sólidos e Efluentes Sanitários;
- Alterações nas Comunidades de Organismos Aquáticos na Área
do Reservatório.
PROGRAMA DE
MONITORAMENTO DO LENÇOL
FREÁTICO
Avaliar as modificações da superfície
piezométrica e da qualidade das águas
subterrâneas, em função da formação do
reservatório.
- Instalação de processos erosivos nas encostas marginais ao
reservatório;
- Alterações no nível do lençol freático e da qualidade das águas
subterrâneas.
Construção e
Operação
PROGRAMAS - MEIO BIÓTICO
PROGRAMA DE LIMPEZA DA
ÁREA DO RESERVATÓRIO
O objetivo geral desse programa é estabelecer
as ações a serem realizadas para a limpeza da
área onde será formado o reservatório da UHE
Tibagi Montante e das estruturas associadas ao
empreendimento, como forma de minimizar o
impacto ambiental decorrente da degradação e
apodrecimento da vegetação submersa.
- Redução dos níveis de oxigênio dissolvido e da capacidade de
autodepuração das águas do rio Tibagi;
- Mudança no grau trófico das águas do reservatório.
Construção
PROGRAMA DE SALVAMENTO
DA FLORA
Preservar o patrimônio genético da flora de
ocorrência na região do empreendimento seja
através de realocação de espécies ou pela
coleta de sementes.
- Supressão de Corredeiras e Ilhas; Perda de Habitats Naturais
pela Implantação do Empreendimento.
Construção e
Operação
29
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programas e Planos Objetivo Geral Impactos Relacionados Fase de
Implementação
PROGRAMA DE
RECOMPOSIÇÃO FLORESTAL
NA APP DO RESERVATÓRIO
Recuperar, incrementar e conservar a
vegetação da APP do futuro reservatório, de
forma a proporcionar a manutenção ou melhoria
das condições ambientais da vegetação, para
assim cumprir seu papel protetor sobre os
recursos bióticos e abióticos.
- Instalação de processos erosivos nas encostas marginais ao
reservatório;
- Aumento da carga de sedimentos nas águas do rio Tibagi;
- Assoreamento do reservatório;
- Interrupção do fluxo de espécies da flora e da fauna;
- Alteração de hábitats utilizados pela fauna terrestre.
Construção e
Operação
PROGRAMA DE
MONITORAMENTO DA FLORA
Avaliar o efeito da formação do reservatório
sobre comunidades vegetais nativas que
passaram a constituir sua faixa marginal.
- Alteração das Comunidades Vegetais nas Áreas Marginais ao
Reservatório.
Construção e
Operação
PROGRAMA DE
COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
Compensar a perda de habitats, provocada pelo
alagamento de remanescentes florestais.
- Supressão de Corredeiras e Ilhas;
- Perda de Habitats Naturais pela Implantação do
Empreendimento;
- Alteração das Comunidades Vegetais nas Áreas Marginais ao
Reservatório;
- Alteração dos Hábitats da Fauna Terrestre.
Construção
PROGRAMA DE
MONITORAMENTO DA FAUNA
TERRESTRE
Aprofundar o conhecimento sobre a fauna da
região, além de avaliar os processos de
dispersão da fauna devido à modificação dos
ecossistemas terrestres, ocasionada em um
primeiro momento pela supressão vegetal para
implantação do canteiro de obras e,
posteriormente, para o reservatório.
- Alteração dos Hábitats da Fauna Terrestre;
- Acidentes com Animais Peçonhentos.
Planejamento,
Construção e
Operação
PROGRAMA DE RESGATE DA
FAUNA TERRESTRE
Atenuar os impactos sobre a fauna, realizando
atividades de manejo e resgate da fauna.
- Alteração dos Hábitats da Fauna Terrestre;
- Acidentes com Animais Peçonhentos. Construção
30
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programas e Planos Objetivo Geral Impactos Relacionados Fase de
Implementação
PROGRAMA DE
MONITORAMENTO DA
ICTIOFAUNA
Avaliar as alterações na ictiofauna decorrentes
da formação do reservatório da UHE Tibagi, com
vistas aos impactos positivos e negativos do
barramento sobre a abundância e atributos da
comunidade de peixes, a montante, reservatório
e jusante.
- Supressão de Corredeiras e Ilhas;
- Alterações nas Comunidades de Organismos Aquáticos na Área
do Reservatório;
- Interrupção do Fluxo Migratório da Ictiofauna.
Planejamento,
Construção e
Operação
PROGRAMA DE RESGATE DA
ICTIOFAUNA
Salvar e resgatar os espécimes de peixes que
ficarem aprisionados nas ensecadeiras durante
a construção e a jusante durante o enchimento
do reservatório.
- Aprisionamento de peixes nas ensecadeiras.
Construção
PROGRAMAS - MEIO SOCIOECONÔMICO
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
Fortalecer a política ambiental na área de
implantação da UHE Tibagi Montante, com a
realização de ações que envolvam a
comunidade e os trabalhadores do
empreendimento, promovendo a conservação e
preservação do meio ambiente, além do
desenvolvimento sustentável na região.
- Redução dos Níveis de Oxigênio Dissolvido e da Capacidade de
Autodepuração das Águas;
- Mudança do Grau Trófico das Águas da Área do Futuro
Reservatório;
- Geração de Resíduos Sólidos e Efluentes Sanitários;
- Alteração dos Hábitats da Fauna Terrestre;
- Acidentes com Animais Peçonhentos;
- Atropelamento de Animais;
- Exploração Predatória de Recursos Naturais;
- Variação no Perfil Epidemiológico.
Planejamento,
Construção e
Operação
31
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programas e Planos Objetivo Geral Impactos Relacionados Fase de
Implementação
PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO
SOCIOAMBIENTAL
Criar um canal de comunicação oficial entre o
empreendedor e a comunidade local, para
diminuir as expectativas que geralmente
acompanham um empreendimento desta
natureza e, assim, esclarecer dúvidas acerca da
implantação dessa usina.
- Perda de Terras e Benfeitorias;
- Mobilização Política da População Local;
- Expectativa por Parte da População da Região;
- Aumento da Oferta de Emprego Direto e Indireto;
- Aumento das Atividades Econômicas Durante a Obra;
- Aumento das Receitas Públicas Municipais;
- Atração Populacional na Região;
- Aumento Temporário da Demanda por Serviços Públicos;
- Especulação Imobiliária;
- Aumento do Conhecimento Técnico-científico da Região;
- Exploração Desordenada de Recursos Minerais.
Planejamento,
Construção e
Operação
PROGRAMA
DE
INDENIZAÇÃO
Subprograma
de indenização
de Terras e
Benfeitorias
Indenizar o valor do patrimônio a ser alienado
involuntariamente para a implantação do
empreendimento, de uma forma justa.
- Perda de terras e benfeitorias. Planejamento e
Construção
Subprograma
de Indenização
aos Extratores
de Minerais
Legalmente
constituídos na
ADA
Compensar as empresas concessionárias
legalmente constituídas de extração mineral,
pelos lucros cessantes decorrentes da formação
do reservatório em áreas de exploração de
recursos minerários
- Alteração das Condições Atuais de Exploração Mineral; Planejamento e
Construção
32
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programas e Planos Objetivo Geral Impactos Relacionados Fase de
Implementação
PROGRAMA DE APOIO AOS
MUNICÍPIOS
Readequar a estrutura a fim de atender à nova
demanda, sem prejudicar a existente, e que a
população local seja a mais beneficiada com o
aumento da oferta de emprego direto e indireto
em função da implementação do
empreendimento.
- Mobilização Política da População Local;
- Aumento da Oferta de Emprego Direto e Indireto;
- Atração Populacional na Região;
- Aumento Temporário da Demanda por Serviços Públicos;
- Alteração da Paisagem.
Construção
PROGRAMA DE
INFRAESTRUTURA VIÁRIA
Assegurar condições de tráfego adequadas ao
fluxo de veículos de qualquer natureza e realizar
readequações nas estruturas atingidas pelas
obras, pelo reservatório e APP, tais como a
estrada do Passatempo (margem esquerda) e a
balsa localizada na propriedade Fazenda Santa
Branca.
- Interferência na Malha Viária Local.
Construção
PROGRAMA DE
MONITORAMENTO DA SAÚDE
PÚBLICA
Promover a integração entre as atividades
voltadas à identificação de possíveis focos de
doenças, à vigilância epidemiológica e ao
controle, associadas a um forte componente de
educação, comunicação e informação em
tópicos de saúde, com vistas a prevenir o
aparecimento de doenças causadas por vetores
ou hospedeiros
- Alterações nas Comunidades de Organismos Aquáticos na Área
do Reservatório;
- Acidentes com Animais Peçonhentos;
- Atração Populacional na Região;
- Aumento Temporário da Demanda por Serviços Públicos;
- Variação no Perfil Epidemiológico.
Construção
33
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programas e Planos Objetivo Geral Impactos Relacionados Fase de
Implementação
PROGRAMA DE PROSPECÇÃO
E MONITORAMENTO
ARQUEOLÓGICO
Prevenir danos ao Patrimônio Cultural
Arqueológico regional, propor ações de
salvaguarda do bem em caso de identificação de
sítios arqueológicos e contribuir para o estado
de conhecimento científico da ocupação
humana pré e pós-colonial da região
- Comprometimento de Ocorrências e/ou Sítios Arqueológicos. Planejamento e
Construção
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO
PATRIMONIAL
Fomentar iniciativas de promoção, defesa e
preservação dos bens patrimoniais, comunicar,
esclarecer e sensibilizar sobre as
especificidades do patrimônio cultural brasileiro
e atender Portaria IPHAN nº 230/2002
- Comprometimento de Ocorrências e/ou Sítios Arqueológicos Planejamento e
Construção
PROGRAMA DE APOIO ÀS
ATIVIDADES TURÍSTICAS
Estabelecer medidas e ações compensatórias
para os impactos ocorridos na modalidade de
turismo. Além da elaboração de um plano de uso
para recreação, lazer e turismo no reservatório
e seu entorno, em conjunto com a comunidade
e demais partes interessadas do setor turístico
local
- Alteração da paisagem Construção e
operação
PLANOS AMBIENTAIS
PLANO AMBIENTAL PARA
CONSTRUÇÃO
Estabelecer rotinas a serem cumpridas pelas
empreiteiras durante a fase de construção e
operação. A legislação ambiental pertinente
deve ser destacada, alertando para as
- Instalação ou Aceleração de Processos Erosivos no Local da
Obra;
- Aumento da Carga de Sedimentos em Suspenção nas Águas
do Rio Tibagi;
Planejamento e
Construção
34
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programas e Planos Objetivo Geral Impactos Relacionados Fase de
Implementação
obrigações das empreiteiras e sua
responsabilidade quanto à não poluição do meio
ambiente, prevendo inclusive treinamento da
mão de obra e sua conscientização para obter
um ambiente equilibrado
- Redução dos Níveis de Oxigênio Dissolvido e da Capacidade
de Autodepuração das Águas;
- Geração de Resíduos Sólidos e Efluentes Sanitários;
- Acidentes com Animais Peçonhentos;
- Exploração Predatória dos Recursos Naturais;
- Atropelamento de Animais;
- Variação no Perfil Epidemiológico.
PLANO AMBIENTAL DE
CONSERVAÇÃO E USO DO
ENTORNO DE RESERVATÓRIO
ARTIFICIAL - PACUERA
Indicar uma metodologia de trabalho que
sinalize formas de potencializar os benefícios
que possam advir da implantação do
empreendimento na região para as
comunidades envolvidas, e explorar os usos
múltiplos potenciais e pretendidos, sem prejuízo
para a geração de energia, tendo como base a
legislação vigente, a capacidade de suporte do
ambiente e a conservação da biodiversidade.
- Alteração das Condições Atuais de Exploração Mineral;
- Supressão de Corredeiras e Ilhas;
- Alteração das Comunidades vegetais nas áreas Marginais ao
Reservatório;
- Aumento da Carga de Sedimentos em Suspenção nas Águas
do Rio Tibagi;
- Assoreamento do Reservatório;
- Redução dos Níveis de Oxigênio Dissolvido e da Capacidade
de Autodepuração nas Águas;
- Mudança do Grau Trófico das Águas da Área do Futuro
Reservatório;
- Geração de Resíduos Sólidos e Efluentes Sanitários;
Perda de Habitats Naturais pela Implantação do
Empreendimento;
- Interrupção do Fluxo de Espécies da Flora e da Fauna;
Alteração da Paisagem.
Construção e
Operação
35
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programas e Planos Objetivo Geral Impactos Relacionados Fase de
Implementação
PLANO DE GESTÃO
AMBIENTAL
Gerenciar e acompanhar as atividades previstas
no desenvolvimento dos programas ambientais,
em conformidade com os cronogramas previstos
e com a legislação ambiental, minimizando os
impactos provenientes da implantação do
empreendimento.
- Está relacionado com todos os impactos mencionados
anteriormente.
Planejamento,
Construção e
Operação
PLANO DE AÇÃO
EMERGENCIAL
O PAE visa estabelece os procedimentos
operativos e organizacionais para a efetivação
de ações, a serem desenvolvidas na área
compreendida a jusante do Aproveitamento
Hidrelétrico - AHE Tibagi Montante, que
previnam eventuais desastres e possibilitem a
tomada de decisões imediatas em situações de
emergência.
- Não tem impacto relacionado Operação
36
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5 DETALHAMENTO DOS PROGRAMAS AMBIENTAIS
A seguir são detalhados cada um dos programas conforme requerido para
esta fase de licenciamento.
A - PROGRAMAS DO MEIO FÍSICO
5.1 PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
Considerações Iniciais
O Programa de Recuperação de Áreas Degradadas atende à condicionante
1 da LP n° 37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA
com todos os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs
ou Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos
planos, programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto,
com ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos
ambientais observados no EIA/RIMA.”
A recuperação de áreas degradadas é um dos princípios a que se refere o
Art. 2 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, a qual dispõe sobre a Política Nacional
do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação. O referido
artigo prevê que “a Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar, no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses
da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana”.
De acordo com o Decreto nº 97.632, de 10 de abril de 1989, o qual dispõe
sobre a regulamentação do Art. 2, inciso VIII, da Lei n° 6.938, de 31 de agosto de
1981, são considerados como degradação “os processos resultantes dos danos ao
meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades,
tais como, a qualidade ou capacidade produtiva dos recursos ambientais”.
Segundo o Art. 4, inciso I, da Instrução Normativa do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis − IBAMA nº 4, de 13 de abril de
2011, a qual estabelece procedimentos para elaboração de Projeto de Recuperação
de Área Degradada - PRAD ou Área Alterada, para fins de cumprimento da legislação
ambiental, área degradada é definida como uma área impossibilitada de retornar por
37
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
uma trajetória natural, a um ecossistema que se assemelhe a um estado conhecido
antes, ou para outro estado que poderia ser esperado.
As obras de infraestrutura de apoio para a construção de uma usina
hidrelétrica, independentemente de seu porte, e ainda que abranjam áreas restritas,
via de regra, provocam impactos sobre a cobertura vegetal e sobre o solo, nas áreas
dos canteiros de obras e adjacências.
A maior perda ambiental é observada nas áreas que serão cedidas em
caráter permanente, impossibilitando a recuperação ambiental, como é o caso das
áreas ocupadas por estradas e obras civis relativas ao empreendimento.
No caso da UHE Tibagi Montante, cuja área estimada para o canteiro de
obras e estruturas civis é de aproximadamente 20 ha, as principais atividades que
causarão impactos sobre o meio ambiente, gerando áreas degradadas, são as
seguintes: terraplanagens para a instalação do canteiro de obras, cortes e aterros para
implantação das vias de acessos, escavações em geral, abertura de jazidas de terra
e formação de áreas de bota-fora.
Justificativa
O presente programa justifica-se em função da necessidade existente de
que as áreas que sofrerem qualquer tipo de intervenção recebam o direcionamento
de ações específicas, no sentido de possibilitar uma melhor regeneração das
características naturais, reintegrando-as à paisagem local. Além disso, é justificado
ainda pelo sentido de cumprir o que é estabelecido pela legislação aplicável, na qual
o empreendedor, que é responsável direta ou indiretamente por atividade causadora
de degradação ambiental, obriga-se a indenizar ou reparar os danos causados ao
meio ambiente.
Objetivos
O objetivo geral deste programa é propor medidas preventivas e corretivas,
capazes de reduzir sensivelmente o nível de degradação dos recursos naturais, como
por exemplo, solo e cobertura vegetal, e desta forma, reintegrar, dentro do possível,
as áreas degradadas à paisagem típica da região.
Os objetivos específicos são:
38
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Auxiliar no planejamento de diretrizes e critérios visando à adoção de medidas
preventivas destinadas ao ordenamento da construção nos processos de
limpeza do terreno, remoção e armazenamento das camadas de solo orgânico,
execução de cortes e aterro, implantação de áreas de empréstimo e bota-fora,
e disposição final dos rejeitos sólidos e efluentes sanitários gerados pela obra;
- Minimizar as consequências negativas da implantação das estruturas da obra
sobre a paisagem local, mediante a prevenção e o controle dos processos de
degradação do solo e da cobertura vegetal durante a construção;
- Identificar e diagnosticar os locais mais vulneráveis à degradação ambiental,
dentro da área atingida pelo empreendimento (áreas críticas);
- Diagnosticar o nível de regeneração natural dos locais que eventualmente
sofrerem processos de degradação;
- Promover a restauração das propriedades físico-químicas dos solos nas áreas
degradadas;
- Realizar o reflorestamento, o adensamento ou o enriquecimento das áreas
degradadas com espécies características da formação vegetal em que está
inserido o empreendimento;
- Monitorar a evolução de todo o processo até que as áreas degradadas possam
ser consideradas reintegradas à paisagem típica da região, com a regeneração
de suas características naturais.
Metodologia
O desenvolvimento do Programa de Recuperação das Áreas Degradadas
ocorrerá desde o início até o final das obras (Fase Rio), devendo estender-se após
este período (Fase Reservatório), até que seja considerado completo o processo de
recuperação das áreas degradadas na execução do empreendimento. Para tanto são
propostas algumas medidas preventivas e corretivas descritas a seguir.
Medidas preventivas
Para execução das atividades preventivas a empreiteira responsável pelas
obras deverá planejar e ordenar as suas ações em consonância com as etapas de
39
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
trabalho, demandando revisões de planejamento constantes, subsidiadas por
acompanhamento das atividades em campo, onde também serão exercidas a
fiscalização dos procedimentos e a conscientização ambiental dos funcionários
envolvidos. O planejamento e a execução das ações referentes a estas medidas
sempre deverão se basear na menor situação possível de degradação ambiental, e
nortearão as atividades mais impactantes dentro do canteiro de obras, áreas de
empréstimo e bota-foras e vias de acessos permanentes ou temporários.
Atividades que envolvam o processo de limpeza do terreno, execução de
cortes e aterros e implantação de sistemas de drenagem e proteção dos taludes serão
executadas dentro dos preceitos legais e através do uso de técnicas recomendadas
para cada situação específica.
Nos locais onde houver a necessidade de se realizar movimentação de
terra e nivelamento do terreno, deve ser retirada a camada de solo superficial (rico em
matéria orgânica), a qual deverá ser armazenada para, posteriormente, recobrir a
superfície de áreas exploradas, auxiliando no processo de recuperação. Estas
camadas de solo orgânico deverão ser protegidas por sistemas de drenagem e
cobertura vegetal, procurando-se evitar perdas por erosão e lixiviação de nutrientes.
O procedimento mais indicado para a armazenagem deste solo consiste em removê-
lo e depositá-lo misturado com a vegetação do mesmo local.
O período de armazenagem deverá ser o menor possível, já que existe uma
relação direta de redução nas suas qualidades benéficas com o passar do tempo,
quando fora das condições biológicas naturais. Uma das características mais
importantes do solo orgânico é a presença de microrganismos. Embora grande parte
deste potencial seja destruída durante o armazenamento do substrato, uma
quantidade suficiente sobrevive, representando um fator decisivo na recuperação
ambiental.
Os solos minerais resultantes dos processos de escavação durante a
implantação do empreendimento igualmente deverão ser transportados e
armazenados nas áreas de bota-fora. Ressalta-se que também deverão ser
implantadas medidas de controle a erosão nestes locais de armazenamento.
40
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Medidas corretivas
Disposição final dos rejeitos sólidos e efluentes sanitários
Os materiais e entulhos diversos, assim como os efluentes sanitários
gerados pela obra, deverão receber a correta destinação durante as obras e após o
término da mesma. As ações de retirada dos rejeitos sólidos deverão ser direcionadas
no sentido de minimizar os efeitos da degradação do solo, permitindo a realização de
uma recomposição vegetal, caso seja necessária. Com relação aos efluentes
sanitários, deverão ser dispostos de forma que a degradação do solo e dos corpos
hídricos seja evitada.
Recomposição Topográfica
O processo de recuperação das áreas degradadas, sobretudo no que diz
respeito ao controle da erosão e do assoreamento, deverá ser iniciado através da
recomposição topográfica. Este procedimento tem por objetivo evitar a instalação de
processos erosivos, além de promover a reintegração da área impactada à paisagem
local.
Contudo, deve-se ressaltar que, para minimizar as alterações da topografia
original, deverão ser adotadas as seguintes medidas preventivas:
- Evitar a retirada de materiais pela base dos taludes, prevenindo assim
escorregamentos;
- Implantação de sistemas de drenagem e proteção superficial dos taludes.
O ajuste topográfico das áreas será aplicado nos trechos onde houver
revolvimento de solos, retirada de solo ou de rochas (áreas de empréstimo) e naqueles
locais onde estes foram depositados (áreas de bota-fora), a fim de manterem-se
taludes com perfis estáveis. Nas áreas desnudadas dos cortes e aterros definitivos,
deverão ser implantados sistemas de drenagem para favorecer a infiltração de água
e prevenir a ocorrência de erosão. O desenvolvimento da recomposição topográfica
deverá prioritariamente estar associado às seguintes medidas de recuperação:
- Raspagem preliminar e armazenamento da camada de solo orgânico, com
posterior deposição desse material nas áreas que serão recompostas;
41
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Transporte de solo mineral excedente da escavação para depósitos de bota-
fora, sendo que este poderá ser utilizado na recomposição do horizonte B de
áreas extremamente depauperadas;
- Recomposição vegetal com espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas.
Para a recomposição topográfica, deve-se suavizar o terreno procurando
uma conformação o mais próximo possível do natural, fazendo com que o mesmo
integre-se às conformações das áreas adjacentes.
Em certos casos, nos trechos mais instáveis devido à elevada declividade
do terreno ou por outros fatores físicos, deverão ser realizados procedimentos de
estabilização de taludes. Isto pode ser alcançado através de mudanças na geometria
dos taludes, da implantação de drenagem da água superficial e do controle nos
desmontes. A técnica de mudança na geometria do talude é a que apresenta a maior
viabilidade de execução, pois diminui a altura do talude e reduz a sua inclinação,
devendo ser executada associada às demais técnicas para estabilização.
Em áreas do canteiro de obras onde ocorreu a compactação do solo devido
à movimentação de máquinas e veículos pesados, geralmente nos trechos mais
planos, deverá ser realizada a subsolagem, sendo em seguida espalhada a camada
de solo orgânico que havia sido armazenado para tal fim. Se houver impossibilidade
de realizar subsolagem deverá ser espalhado solo mineral antes do solo orgânico.
A utilização de solo orgânico é uma técnica comprovadamente eficiente na
recuperação ambiental de áreas degradadas, pois auxilia na recomposição físico-
química do solo degradado, facilitando o processo de colonização vegetal. O solo
orgânico também assume elevada importância por conter propágulos de espécies
nativas (banco de sementes), o que acaba por propiciar a regeneração natural nas
áreas em recuperação.
O solo orgânico armazenado deverá ser transferido diretamente para a
área preparada em recuperação, acompanhando as curvas de nível do terreno e/ou
em banquetas. Recomenda-se que o substrato orgânico seja espalhado numa
camada de espessura média em torno de 20,0 cm, porém nunca inferior a 10,0 cm.
42
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Nos casos em que houver exposição do horizonte C, será necessário
primeiramente proceder à recomposição do horizonte B com a deposição de camadas
de solos minerais que haviam sido previamente armazenados nas áreas de bota-fora,
para em seguida efetuar a reposição da camada de solo orgânico.
Medidas de Controle de Erosão
As medidas propostas para controle de erosão estão melhores detalhadas
na metodologia do “Programa de Controle de Processos Erosivos” que compõe este
estudo. Como exemplos dessas medidas, é possível citar a realização de
escarificação, seguida da revegetação de áreas que apresentarem solo exposto, além
da realização de retaludamento e da implantação de sistemas de drenagem e
terraceamento, com a construção de canais escoadouros e bacias de captação da
água conduzida pelos terraços. Também foram propostas utilização de “Rip-rap” e
solo-cimento.
Recomposição Vegetal
Após os procedimentos de recomposição topográfica das áreas
degradadas, será dado início às atividades voltadas à recomposição vegetal destes
trechos, visando aumentar a estabilidade do solo e acelerar a reintegração destas
áreas à paisagem local.
A recomposição vegetal consiste no desenvolvimento de operações
técnicas que cumprirão etapas sequenciais, necessárias à consolidação de uma
comunidade arbórea, seguindo os princípios básicos da sucessão natural. Espera-se
que o resultado final possa viabilizar a ocorrência dos processos biológicos que
garantam a manutenção do equilíbrio dinâmico do ambiente em recuperação.
Os métodos a serem seguidos para a realização desta etapa devem ser os
mesmos que são detalhados no Programa de Recomposição Florestal na Área de
Preservação Permanente do Reservatório.
Manutenção das áreas com vegetação implantada
Após a implantação da vegetação, tanto herbácea quanto arbórea e
arbustiva, é necessário que se faça um acompanhamento e se adotem algumas
43
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
medidas com o intuito de se obter bons resultados no processo de revegetação e, por
consequência, de recomposição. As medidas são:
- Verificar depois de transcorridos três meses do final do plantio em cada área
recuperada, problemas de má germinação de sementes ou mortandade de
mudas. Se isso ocorrer, será refeita a semeadura ou o plantio;
- Combater sistematicamente as formigas cortadeiras: as áreas a serem
revegetadas deverão ser percorridas em toda a sua extensão, visando a
localização e neutralização de formigueiros;
- Observar a ocorrência de sintomas de deficiência nutricional. Quando isso for
verificado, serão realizadas adubações de cobertura ou medidas para correção
do pH;
- Realizar a manutenção periódica dos terraços, dos taludes, das bancadas e
das obras de drenagem, verificando a estabilidade destes locais e a efetividade
das ações realizadas;
- Fazer o coroamento das mudas e mantê-lo por aproximadamente um ano após
o plantio, ou até que as mudas atinjam desenvolvimento inicial suficiente para
evitar a competição com a vegetação herbácea e/ou arbustiva.
A Tabela 4.1.1 contempla a lista de medidas que compõem o presente
programa.
Tabela 4.1.1 – Relação de medidas preventivas e corretivas propostas para a recuperação das áreas da obra.
Medidas / áreas Canteiro
de obras
Áreas de empréstimo
Áreas de bota-
fora
Estradas e vias de acesso
definitivas
Estradas e vias de acesso
temporárias
Preventivas
Planejamento da implantação das áreas de empréstimo e bota-fora
X X X
Planejamento do processo de limpeza do terreno
X X X X X
Planejamento da execução de cortes e aterros
X X X X X
Remoção e armazenamento de camadas de solo orgânico e mineral
X X X X
44
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Medidas / áreas Canteiro
de obras
Áreas de empréstimo
Áreas de bota-
fora
Estradas e vias de acesso
definitivas
Estradas e vias de acesso
temporárias
Implantação de sistemas de drenagem e proteção superficial de taludes
X X X X X
Corretivas Disposição final dos rejeitos sólidos e efluentes sanitários X X X X X
Recomposição topográfica X X X X Controle da erosão X X X X X Recomposição vegetal X X X X
Monitoramento e fiscalização
É de suma importância que todo o processo de recuperação das áreas
degradadas seja monitorado e fiscalizado continuamente, a fim de se obter melhores
resultados num espaço de tempo recomendado.
Sendo assim, problemas que eventualmente venham a surgir poderão ser
identificados rapidamente e corrigidos, antes mesmo de se propagarem para outras
áreas e adquirirem maiores proporções.
Os resultados verificados nas inspeções de rotina serão apresentados nos
Relatórios de Gestão Ambiental do empreendimento, assim como a medidas
preventivas e corretivas adotadas para promover a recuperação das áreas
degradadas. No caso destas não se mostrarem eficazes, deverá ser proposto
alternativas técnicas capazes de conter os problemas identificados.
Responsabilidade pelo Programa
A implantação do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas é de
responsabilidade do empreendedor e das demais empresas contratadas para realizar
as atividades aqui mencionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Controle dos Processos Erosivos: a recuperação de áreas degradadas
deve ser fundamentada em procedimentos capazes de prevenir e controlar a
ocorrência de processos erosivos e escorregamentos.
45
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programa de Monitoramento Hidrossedimentológico: o estado de degradação das
áreas pode contribuir para que a ocorrência de assoreamento do reservatório se
intensifique.
Programa de Monitoramento Limnológico e da Qualidade da Água: a degradação de
áreas, principalmente aquelas que estiverem inseridas em APP, pode representar
alterações em uma série dos parâmetros que são monitorados pelo programa em
questão, devido ao assoreamento, por exemplo.
Programa de Limpeza da Área do Reservatório: áreas com possíveis focos de
poluição (locais de armazenamento de agrotóxicos, depósitos de lixo doméstico,
pocilgas, entre outros) devem ser obrigatoriamente recuperadas. Além disso, as
camadas de solo eventualmente removidas e armazenadas poderão ser utilizadas
para a recuperação de áreas degradadas.
Programa de Recomposição Florestal na Área de Preservação Permanente do
Reservatório: caso áreas degradadas sejam verificadas dentro dos limites da APP, o
sucesso da recomposição florestal dependerá necessariamente de medidas
anteriores e que fazem parte do programa de recuperação, como por exemplo, a
recomposição topográfica e o controle da erosão.
Programa de Salvamento da Flora: todos os propágulos vegetais que forem coletados
são fundamentais para viabilizar a realização das medidas de recomposição florestal.
Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre: tendo em vista que a presença de
áreas degradadas interfere diretamente no monitoramento da fauna terrestre, é de
grande importância que estes locais sejam devidamente reintegrados à paisagem
local, com o máximo possível de regeneração das suas características naturais.
Programa de Educação Ambiental: deve enfatizar a importância de se promover a
recuperação de áreas degradadas, no sentido de beneficiar a fauna e a flora típicas
dos ecossistemas da região.
Programa de Comunicação Socioambiental: deve informar a localização e a situação
constatada nas áreas degradadas e quais as ações/medidas específicas que estão
sendo e/ou que serão direcionadas a estes locais.
46
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Plano Ambiental para Construção: a mínima degradação ambiental é um dos objetivos
considerados por este programa, o qual prevê a determinação de mecanismos de
controle para as ações potencialmente impactantes ao meio ambiente no canteiro de
obras e no reservatório.
Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial -
PACUERA: a existência de áreas degradadas e a implantação de medidas voltadas à
recuperação servem como referência para a permissão ou restrição de determinadas
formas de uso do entorno e das águas do reservatório.
Plano de Gestão Ambiental: acompanhar as atividades do programa, certificando-se
que estão sendo executadas nos prazos estipulados e dentro dos padrões de
qualidade esperados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
A empresa contratada deve elaborar relatórios trimestrais descrevendo as
atividades realizadas.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de
campo para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados
apresentados pelas empresas contratadas.
47
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Recuperação de Áreas Degradadas
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7
‐6
‐5
‐4
‐3
‐2
‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Recuperação de Área Degradada
Apresentação do Programa às empreiteiras
Planejamento preventivo de ações referentes à construção
Implantação medidas preventivas
Implantação de medidas corretivas
Monitoramento/avaliação das medidas adotadas
Relatórios de acompanhamento
OBS: Na Fase Reservatório a Implantação das medidas corretivas e Monitoramento e avaliação das medidas adotadas se estenderão conforme indicações dos relatórios de acompanhamento.
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
48
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.2 PROGRAMA DE CONTROLE DOS PROCESSOS EROSIVOS
Considerações Iniciais
O Programa de Controle dos Processos Erosivos atende à condicionante 1
da LP n° 37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA
com todos os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs
ou Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos
planos, programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto,
com ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos
ambientais observados no EIA/RIMA.” Atende também à condicionante 14 que
estabelece: “Prever a correção dos processos erosivos existentes nas propriedades
lindeiras com influência direta no reservatório”.
O trecho do rio Tibagi afetado pelo futuro empreendimento está inserido
integralmente na Bacia Sedimentar do Paraná, região do Segundo Planalto
Paranaense, predominantemente no Planalto de Tibagi, exceto um pequeno trecho
pertencente ao Planalto de Jaguariaíva.
Os aspectos geomorfológicos da subunidade morfoestrutural Planalto do
Tibagi revelam uma área com predomínio de dissecação média, formas com topos
aplainados, vertentes retilíneas e convexas e os vales nesta unidade são em forma
de “V”.
A Área Diretamente Afetada − ADA da UHE Tibagi Montante se caracteriza
por apresentar um relevo com declividades variando de suave ondulado, ondulado e
forte ondulado, associado à ocorrência de solos bem estruturados e com boa
capacidade de coesão de suas partículas (textura argilosa).
As análises referentes aos padrões de uso e ocupação dos solos e
cobertura vegetal revelam que, nas proximidades do rio Tibagi, no trecho do
empreendimento, predominam áreas de floresta nativa, agricultura e pastagens para
a criação de bovinos. Outra característica evidenciada no trecho em questão é a
presença de uma mata ciliar bastante alterada quali-quantitativamente.
Com relação aos processos erosivos, estes são acentuados ou atenuados
conforme a cobertura vegetal existente. A vegetação natural refreia o impacto das
49
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
gotas de água e favorece para infiltração de boa quantidade da água precipitada. A
remoção da cobertura vegetal, por sua vez, rompe o equilíbrio das vertentes,
originando e/ou acentuando os processos de erosão nos solos.
Desta forma, a instalação e/ou aceleração de processos erosivos é
favorecida pelo fato de que uma obra desse porte acaba provocando a exposição
direta do solo, devido à movimentação de terra nas atividades referentes às obras
civis de implantação da usina, além da abertura de vias de acesso.
Outra modificação nas condições do meio natural ocorrerá na fase de
operação da UHE Tibagi Montante, através da elevação das águas para formação do
reservatório, provocando o alagamento de ambientes até então não adaptados à
elevação do lençol freático ou a solos encharcados.
Desta forma, em função de um aumento na saturação de água nos solos
que ocuparão as margens do reservatório, poderá ocorrer um fenômeno de
instabilidade, com possibilidade de desencadear e/ou intensificar processos erosivos
e escorregamentos nas encostas próximas a lâmina d’água. Essa probabilidade é
influenciada essencialmente pelas características físicas do manto de alteração (solo,
rocha alterada e blocos), pelo nível da água subterrânea e pela topografia do terreno.
Com isso, em cada local, há limites de resistência para desencadear a sua
movimentação. Esse impacto normalmente é mais efetivo no início do
estabelecimento do reservatório, podendo ocorrer, entretanto, durante toda a vida útil
do mesmo.
Nesse sentido, a estabilidade das encostas situados ao longo do futuro
reservatório da UHE Tibagi Montante constitui-se num importante tópico de
investigação, em função da segurança da barragem e de suas obras complementares,
principalmente nas áreas imediatamente acima da cota máxima de alague. Por esse
motivo, a realização e a execução de ações de monitoramento devem ter como
prioridade as áreas caracterizadas por solos e encostas que apresentem maior
potencial à erosão e aos escorregamentos.
Justificativa
50
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
A erosão é um dos principais fatores responsáveis pela degradação do solo
e também proporciona efeitos negativos nos recursos hídricos, já que uma das suas
consequências é justamente o aumento do transporte de sedimentos para o rio. Na
instalação de uma UHE, os processos erosivos ocorrem basicamente, em duas etapas
distintas: durante as obras e enchimento do reservatório.
Nas obras para implantação da UHE Tibagi Montante, a erosão deve
ocorrer, principalmente, pela movimentação do solo ocasionada pelas atividades de
escavação, terraplanagem e ampliação das vias de acesso, e também devido a
retirada da cobertura vegetal, portanto este programa justifica-se pela necessidade de
que haja um monitoramento adequado no sentido de possibilitar a adoção de medidas
preventivas e/ou corretivas, visando um controle efetivo dos processos erosivos que
eventualmente possam ser desenvolvidos e/ou acelerados na área do
empreendimento.
Os processos erosivos decorrentes do enchimento do reservatório
envolvem, basicamente, deslizamento de materiais terrosos e deslocamento de
maciços rochosos (com menor frequência) nas encostas marginais, sendo que este
programa justifica-se pela necessidade de que haja um planejamento adequado no
sentido de possibilitar a adoção de medidas preventivas e/ou corretivas, visando um
controle efetivo de escorregamentos e processos erosivos localizados nas encostas
marginais ao reservatório, de forma a contribuir para a melhoria da qualidade da água
e para a eficiência da recomposição florestal na APP do reservatório.
Objetivos
O objetivo geral deste programa é desenvolver um sistema de
monitoramento e avaliação capaz de promover a prevenção e o controle de processos
erosivos que possam vir a ocorrer nas áreas da UHE Tibagi Montante, durante a sua
implantação e operação do empreendimento.
Os objetivos específicos são:
- Elaborar cartas temáticas que demonstrem os locais com maior vulnerabilidade
geoambiental;
51
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Elaborar cartas temáticas que demonstrem os locais de acordo com o potencial
erosivo dos solos;
- Identificar e monitorar as áreas com incidência e com maiores riscos de
ocorrência de processos erosivos e escorregamentos;
- Implantar medidas preventivas e/ou corretivas nos locais propensos à
ocorrência de processos erosivos e escorregamentos, tanto nas encostas
marginais ao reservatório como nas demais áreas onde houver escavação e
movimentação de terra;
- Avaliar os efeitos do enchimento do reservatório sobre as condições de
estabilidade de suas encostas marginais;
- Propiciar condições adequadas para a recomposição florestal na Área de
Preservação Permanente − APP do futuro reservatório, incluindo a correção de
processos erosivos nas propriedades lindeiras2;
- Minimizar o aporte de sedimentos nos corpos d´água, contribuindo para um
menor assoreamento do futuro reservatório da UHE Tibagi Montante;
- Contribuir para a segurança da barragem e de suas obras complementares,
assim como dos profissionais envolvidos.
Metodologia
Este programa deverá ser implantado durante a fase de construção,
devendo seguir durante a fase de operação do empreendimento. As etapas de
trabalho que o compõem são descritas a seguir:
Levantamento de dados
Nessa primeira etapa deverão ser levantados dados de interesse, com
base em mapeamentos diversos (mapas de declividade, clima e hidrometria, geologia,
geomorfologia, pedologia, susceptibilidade à erosão, uso do solo e cobertura vegetal,
entre outros), relatórios e estudos anteriores, além de acervo de imagens das áreas
do empreendimento.
2 Em atendimento ao item 14 da Licença Prévia nº 37682.
52
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
O potencial erosivo dos solos deverá ser determinado através de um roteiro
metodológico específico, podendo ser utilizados os critérios segundo a metodologia
apresentada por SALOMÃO (1994; apud GUERRA, SILVA & BOTELHO, 2010),
também conhecida como metodologia do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do
Estado de São Paulo – IPT. De acordo com este método, o potencial erosivo é definido
levando-se em conta o cruzamento de informações referentes à susceptibilidade à
erosão e ao uso do solo e cobertura vegetal. Com isso, deve ser elaborada uma “Carta
de Potencial à Erosão”, de acordo com as classes básicas: Classe I (Alto Potencial −
AP); Classe II (Médio Potencial −MP); e Classe III (Baixo Potencial −BP).
Com relação aos locais com risco geológico como movimentos de massa,
por exemplo, o ideal é que se utilize a “Vulnerabilidade Geoambiental” seguindo
metodologia que considera as fragilidades dos ambientes naturais e antropizados,
levando em conta atributos geológicos, geomorfológicos e pedológicos
correlacionados. As informações deverão ser cruzadas, adotando-se classes básicas
que darão ideia das condições de vulnerabilidade das áreas do estudo.
Desta forma, os estudos dessa etapa servirão para a identificação das
áreas mais instáveis e com maior potencial à erosão, as quais deverão ser
apresentadas através de relatório técnico acompanhado das cartas específicas. Estes
dados servirão de base para uma identificação preliminar das áreas que deverão
receber maior atenção nas etapas seguintes.
Investigações de superfície
Durante as atividades de implantação do empreendimento (Fase Rio)
deverá ser realizado um caminhamento ao longo das áreas que serão impactadas no
canteiro de obras e nas áreas que estarão situadas ao longo do nível de água máximo
normal do reservatório, com o objetivo de identificar os locais onde potencialmente
possa ocorrer o desenvolvimento de processos erosivos e/ou escorregamentos, ou
onde já seja verificada a incidência desses processos.
Ressalta-se que uma atenção especial deverá ser direcionada às áreas que
foram previamente determinadas e mapeadas, já que estas teoricamente apresentam
um maior potencial e instabilidade e agravamento de processos erosivos existentes.
53
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
O mesmo é valido com relação às vias de acesso (abertas e/ou já existentes), as quais
podem vir a apresentar problemas em função do maior tráfego de veículos e devido à
intensificação dos processos erosivos nestes locais.
Os pontos visitados devem ser catalogados em fichas de cadastro
acompanhados de registro fotográfico contemplando aspectos como natureza do
processo, gênese, tendência de evolução, medidas de controle, ocupação do entorno,
data de visita, coordenada geográfica em UTM (Datum SAD 69), referência de
localização, nome do profissional responsável, grau de risco e nível de prioridade de
execução.
Caso os profissionais envolvidos neste programa acharem pertinente serão
elaborados croquis e documentação topográfica individualizada.
Os dados obtidos nessa etapa de investigações deverão ser apresentados
em relatórios técnicos, os quais devem contemplar uma descrição completa das
condições observadas, especialmente quanto à caracterização dos focos de erosão
observados.
Esse levantamento servirá como subsídio para uma análise dos processos
erosivos e escorregamentos ocorridos e/ou que possam vir a ocorrer, com o intuito de
se fazer uma proposta tecnicamente adequada de medidas preventivas e corretivas,
voltadas principalmente à conservação do solo e à estabilidade dos taludes e
encostas.
Proposição e implementação de medidas preventivas e corretivas
Com base nas áreas críticas que forem identificadas nas etapas anteriores,
deverão ser adotadas práticas conservacionistas do solo como medidas de prevenção
e controle dos processos erosivos.
Estas medidas devem buscar principalmente a diminuição do volume das
enxurradas, ou até mesmo a não formação das mesmas (no caso das chuvas mais
fracas), através da redução da declividade e do aumento da infiltração das águas no
solo.
Como exemplos dessas medidas, é possível citar a realização de
escarificação, seguida da revegetação de áreas que apresentarem solo exposto, além
54
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
da realização de retaludamento e da implantação de sistemas de drenagem e
terraceamento, com a construção de canais escoadouros e bacias de captação da
água conduzida pelos terraços, entre outras.
Escarificação
Trata-se de uma prática mecânica que tem por objetivo o rompimento da
camada compactada do solo. Aumenta os espaços vazios e, portanto a infiltração da
água no solo. Comparada com outras práticas como a aração, a escarificação traz
ainda a vantagem de promover um nível menor de desagregação do solo, e também
de não inverter a camada de solo mobilizada. Isto mantém boa parte dos resíduos
vegetais na superfície do solo e eleva o índice de rugosidade superficial, o que
favorece a infiltração e o armazenamento da água ao longo do perfil do solo.
Retaludamento
É um processo de terraplanagem através do qual se alteram, por cortes ou
aterros, os taludes originalmente existentes em um determinado local para se
conseguir uma estabilização do mesmo. Das obras de estabilização de taludes, é a
mais usada devido à sua simplicidade e eficácia.
Geralmente é associado a obras de controle de drenagem superficial tais
como drenos, valetas, meias-canas, diques e bermas para a coleta e escoamento
adequado das águas superficiais, e de proteção superficial (como a revegetação por
hidrossemeadura, por exemplo), de modo a promover uma boa infiltração d´água no
terreno e disciplinar o escoamento superficial, inibindo os processos erosivos.
Sistemas de drenagem
Têm por finalidade a captação e o direcionamento das águas do
escoamento superficial, assim como a retirada de parte da água de percolação interna
do maciço. Representa um dos procedimentos mais eficientes e de mais larga
utilização na estabilização de todos os tipos de taludes, tanto nos casos em que a
drenagem é utilizada como único recurso, quanto naqueles em que ela é um recurso
adicional, utilizado conjuntamente com obras de contenção, retaludamento ou
proteções diversas.
55
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
As obras de drenagem podem ser classificadas em dois grupos, a
drenagem superficial e a drenagem profunda. A drenagem superficial consiste
basicamente na captação do escoamento das águas superficiais através de canaletas,
valetas, bueiros, sarjetas ou caixas de captação e, em seguida, condução destas
águas para um local conveniente. A drenagem profunda objetiva essencialmente
promover processos que resultem na retirada de água da percolação interna dos
maciços (do fluxo através de fendas e fissuras de um maciço terroso ou através de
fendas e fissuras de maciços rochosos) reduzindo a vazão de percolação. Para a sua
perfeita funcionalidade, devem ser aliadas às obras de drenagem superficial, para que
se encaminhe de forma adequada à água retirada do interior do maciço.
Terraceamento
Os terraços são estruturas conservacionistas que têm a função principal de
controlar a erosão hídrica, uma vez que se constituem em barreiras físicas distribuídas
em espaços regulares nas encostas, seccionando-a. Isto ocorre em razão do terraço
quebrar a velocidade da enxurrada e acumulá-la no seu canal, possibilitando a
infiltração da água e a sua retenção no solo.
Assim, essa prática consiste no conjunto de um canal e um camalhão
construídos em nível ou em pequeno gradiente, tendo por finalidade reter e infiltrar
(terraços em nível), ou escoar lentamente (terraços em desnível) as águas
provenientes da parcela do lançante imediatamente superior, de forma a minimizar o
poder erosivo das enxurradas (escoamento superficial). O canal corresponde à parte
do terreno onde foi realizado o corte, e o camalhão corresponde ao aterro construído
a partir do solo removido do canal.
Para que um terraço seja eficiente é necessário um correto
dimensionamento, tanto no que diz respeito ao espaçamento entre terraços como a
sua secção transversal. Outros aspectos a serem considerados são a forma e os tipos
de terraços que podem ser construídos em determinada área. Os terraços podem ser
classificados de acordo com a sua função (em nível ou em desnível), modo de
construção, dimensões ou forma do perfil. Quanto à função, existem dois tipos básicos
de terraços:
56
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Em desnível ou de drenagem, com gradiente, cuja função é interceptar o
escoamento superficial e escoar o excesso de água para canais escoadouros,
naturais ou artificiais, os quais têm a finalidade de conduzir disciplinadamente
este excesso para fora do terreno. São recomendados para solos com
permeabilidade moderada ou lenta, que impossibilitam uma infiltração da água
da chuva na intensidade necessária;
- Em nível ou de infiltração, cuja função é interceptar o escoamento superficial e
retê-lo para posterior infiltração no perfil do solo. São recomendados para solos
que apresentam boa permeabilidade, possibilitando uma rápida infiltração da
água até as camadas mais profundas.
Independentemente do tipo, é de fundamental importância que um técnico
especializado realize o seu dimensionamento e acompanhe as etapas de construção.
Construção de canais escoadouros e bacias de captação
Os canais escoadouros devem ser construídos quando forem adotados
terraços de drenagem. Estes canais devem ser preferencialmente vegetados, com a
utilização de plantas resistentes a intempéries e de fácil propagação,
preferencialmente formando uma vegetação densa (tanto da parte aérea como
radicular).
As bacias de captação têm como principal função captar as enxurradas,
propiciando a infiltração da água acumulada e a retenção dos sedimentos que forem
carreados. Estas bacias devem ser locadas e dimensionadas, tanto em número
quanto em tamanho, em função do volume da enxurrada e da declividade do terreno,
assumindo diferentes formas.
Revegetação de áreas
A cobertura vegetal é tida como um fator fundamental na dissipação da
energia da chuva impactante sobre a superfície do solo, reduzindo a desagregação
de partículas de solo. Com uma menor obstrução da porosidade do solo pelas
partículas desagregadas, garante-se uma boa infiltração de água.
57
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Em uma primeira etapa, para a proteção do solo desnudo e recuperação
de suas propriedades ecológicas, é comumente adotado o uso de espécies vegetais
herbáceas e arbustivas, principalmente gramíneas e leguminosas, que poderão ser
aplicadas manualmente por meio de semeadura a lanço ou pela técnica da
hidrossemeadura, que é recomendada em áreas de declividade mais acentuada.
Em uma segunda etapa, conforme a necessidade de cada área é previsto
o plantio de espécies arbóreas para auxiliará na recomposição dos estratos verticais
da comunidade florestal. Desta forma, as encostas marginais do reservatório (Área de
Preservação Permanente – APP) e as áreas do Programa de Recuperação das Áreas
Degradadas receberão atenção especial. As técnicas utilizadas para implantação de
vegetação florestal estão melhores descritas no Programa de Recomposição Florestal
na Área de Preservação Permanente do Reservatório.
“Rip-rap” lançado
Deve-se ressaltar que este tipo de proteção deve ser adotado, em parte,
em função dos materiais existentes e disponíveis na região do empreendimento.
Consiste de uma camada dimensionada de blocos de pedra, lançada sobre um filtro
de uma ou mais camadas, de modo que este atue como zonas de transição
granulométrica, servindo como obstáculo à fuga dos materiais finos que constituem o
maciço. A rocha a ser utilizada deve possuir dureza suficiente para resistir à ação dos
fatores climáticos e erosivos.
“Rip-rap” arrumado
Neste caso, as pedras são arrumadas de modo a constituírem uma camada
de blocos bem definida, preenchendo-se os vazios com pedras menores. A qualidade
da pedra deve ser excelente. A espessura da camada pode ser a metade da dimensão
recomendada no caso de “rip-rap” lançado.
Solo-cimento
O solo-cimento normalmente é colocado em camadas com largura mínima
de 2,5 m, em forma de escada. A espessura mínima recomendada para cada camada
é de 0,15 m. isso resultará, segundo a inclinação do talude, em espessuras protetoras
de mais ou menos 1,0 m.
58
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Monitoramento das condições nas áreas identificadas
As áreas críticas identificadas nas etapas anteriores serão monitoradas,
através de inspeções regulares e fichas de cadastro para o acompanhamento da
evolução dos processos erosivos, devendo ser observados e registrados todos os
elementos que caracterizem a situação atual dos focos de erosão.
No período que antecede o enchimento do reservatório, o monitoramento
deverá ser realizado através de inspeções trimestrais, sendo avaliada a evolução dos
eventuais processos erosivos, bem como a eficiência dos mecanismos de prevenção
e controle adotados. É importante ressaltar que inspeções adicionais deverão ser
realizadas após a ocorrência de eventos de precipitações pluviométricas elevadas.
Na fase de pós-enchimento, será dada continuidade ao processo de
inspeções visuais da evolução dos processos erosivos e escorregamentos, de acordo
com a seguinte frequência:
- Mensal: nos primeiros quatro meses posteriores ao enchimento do reservatório;
- Trimestral: a partir do quinto mês pós enchimento, até completar um ano na
fase de operação do empreendimento;
- Semestral: a partir do primeiro ano de operação do empreendimento, até que
se tenha a consolidação dos processos erosivos.
Também nesta fase, ressalta-se novamente a importância da realização de
inspeções extras após a ocorrência de eventos de precipitações pluviométricas
elevadas.
Após cada inspeção deverá ser elaborado um relatório descritivo das
condições observadas, sendo que no caso de se constatar que as medidas
preventivas e/ou corretivas adotadas anteriormente não foram eficazes, deverão ser
propostas e implantadas novas alternativas técnicas capazes de conter os problemas
relacionados à erosão do solo e escorregamentos.
Responsabilidade pelo programa
59
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
A implantação do Programa de Controle dos Processos Erosivos é de
responsabilidade do empreendedor e das empresas contratadas para realizar as
atividades aqui mencionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Monitoramento Hidrossedimentológico: a ocorrência de processos
erosivos pode ser responsável por um maior transporte de sedimentos para os corpos
d’água, e consequentemente, pelo assoreamento do reservatório.
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas: o monitoramento em questão serve
como um indicativo de áreas que podem receber ações direcionadas de recuperação,
além de advertir quanto às áreas mais susceptíveis a degradação.
Programa de Monitoramento Limnológico e da Qualidade da Água: uma vez que a
ocorrência de processos erosivos é responsável por um maior transporte de partículas
ao corpo hídrico, interferindo diretamente em alguns dos parâmetros avaliados com
relação à qualidade da água, é importante a adoção de medidas preventivas e/ou
corretivas deste impacto.
Programa de Recomposição Florestal na Área de Preservação Permanente do
Reservatório: a ocorrência de processos erosivos pode dificultar o desenvolvimento
de vegetação ciliar em alguns locais próximos às margens do reservatório.
Programa de Educação Ambiental: deve abordar, de forma geral, as principais causas
e consequências da erosão.
Programa de Comunicação Socioambiental: deve informar as principais ações
realizadas com relação à prevenção e ao controle de processos erosivos na área do
empreendimento.
Plano Ambiental para Construção: o monitoramento serve como um indicativo das
áreas mais críticas, as quais devem receber atenção especial durante a fase de
construção.
Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial -
PACUERA: as áreas determinadas por este monitoramento devem ser levadas em
60
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
consideração quando forem estabelecidos os usos do entorno e das águas do
reservatório. O PACUERA será elaborado na sequência do processo de licenciamento
ambiental do empreendimento, oportunidade na qual serão detalhadas questões
pertinentes aos processos erosivos existentes nas propriedades lindeiras que
apresentam influência direta no reservatório.3
Plano de Gestão Ambiental: as atividades deste monitoramento devem ter o seu
andamento acompanhado e vistoriado periodicamente, de forma que possa garantir
tanto o cumprimento dos cronogramas como a qualidade dos serviços prestados.
Detalhamento Acompanhamento e Monitoramento do Programa
Devem ser elaborados relatórios trimestrais descrevendo o andamento das
atividades pelas empresas contratadas na fase de implantação e no primeiro ano de
operação; e semestrais na fase de operação até que se tenha consolidação dos
processos.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de
campo para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados
apresentados pelas empresas contratadas.
3 Aspecto relacionado ao item 14 da Licença Prévia nº 37682.
61
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Controle dos Processos Erosivos
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7‐6
‐5
‐4
‐3
‐2
‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Controle dos Processos Erosivos
Levantamento e consolidação dos dados
Realização das investigações de superfície
Proposição/implementação/correção de medidas preventivas e/ou corretivas
Monitoramento das áreas críticas
Avaliação das medidas adotadas
Relatórios de acompanhamento
OBS: Na Fase Reservatório, a partir do quarto mês o monitoramento será trimestral e a partir do primeiro ano semestral até que se tenha a consolidação dos processos erosivos
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
62
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.3 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA ATIVIDADE SÍSMICA
Considerações Iniciais
O Programa de Monitoramento da Atividade Sísmica atende à
condicionante 1 da LP n° 37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico
Ambiental – PBA com todos os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as
respectivas ARTs ou Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela
elaboração dos planos, programas, projetos, cronograma físico-financeiro e
monitoramento proposto, com ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou
potencialize os impactos ambientais observados no EIA/RIMA.”
Os abalos sísmicos induzidos por reservatórios, comumente chamados de
SIR, são fenômenos ocasionados pela infiltração da água do reservatório em regiões
do subsolo anteriormente secas. Esta infiltração “lubrifica” as zonas fraturadas
existentes nas rochas, aumentando a pressão hidrostática do subsolo e
proporcionando possíveis distúrbios tectônicos. O aumento de carga também pode
tencionar diferentes blocos estruturais, gerando movimentos ao longo das estruturas
e, por conseguinte, sismos.
Entretanto, se existirem condições geológicas propícias à ocorrência de
sismos induzidos por um reservatório, o risco de eles ocorrerem é, de certa forma,
proporcional à coluna d’água ou à profundidade do reservatório e ao volume de água.
O Serviço Geológico Americano (U.S. Geological Survey, Open File Report 96-0011)
classifica os reservatórios como profundos, quando a profundidade chega a 80 m e
muito profundos quando chega a 150 m. Esta referência cita que reservatórios que se
enquadram nestas duas categorias são responsáveis pela maior parte dos exemplos
de sismicidade induzida por barragens. A profundidade máxima do reservatório
prevista para a UHE Tibagi Montante será de 24m, com volume de 51,5 milhões de
metros cúbicos no reservatório. Estas características e mais a profundidade média de
7,0m que o reservatório terá, sugerem um risco baixo para ocorrência de sismos
induzidos relevantes. Contudo, a possibilidade existe e por isto o monitoramento da
atividade sísmica merece atenção. Deve-se acrescentar, ainda, que sismos naturais,
ainda que pequenos, podem contribuir para disparar um processo de sismicidade
induzida.
63
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Justificativa
Considerando as características técnicas de profundidade e volume do
reservatório, o futuro aproveitamento hidrelétrico da UHE Tibagi Montante não está
enquadrado entre os que apresentam maior probabilidade de ocorrência de sismos
induzidos, ademais a região de implantação do empreendimento não apresenta
histórico de sismos naturais.
Desse modo, considerando a existência, dentro da Rede Sismográfica
Brasileira que tem por objetivo monitorar a sismicidade do território nacional e gerar
informações que suportem a investigação da estrutura interna da terra através da
implantação e manutenção de estações sismográficas permanentes, de uma estação
instalada em Telêmaco Borba, PR, nas coordenadas -24.0726 e -50.6996, a cerca de
58 km do local de implantação da UHE Tibagi Montante, este programa poderá utilizar
os dados provenientes desta estação já existente.
Objetivos
O objetivo geral deste programa é avaliar a interferência gerada pela
implantação das obras de engenharia e formação do reservatório sobre o arcabouço
geológico que pode gerar sismos induzidos.
Os objetivos específicos para este programa podem ser definidos como
segue:
- Monitoramento sismológico inicial – busca medir a atividade sísmica natural na
região de influência do reservatório;
- Monitoramento da eventual sismicidade induzida – busca detectar a ocorrência
de abalos sísmicos na região de interferência durante a implantação e
operação do empreendimento;
- Estabelecer, quando possível, a correlação entre os sismos e feições
geológicas e estruturais da área, determinar epicentros, intensidades,
magnitudes, acelerações sísmicas do movimento do chão na área de
influência;
64
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Orientar a continuidade do monitoramento sismológico durante a operação do
empreendimento.
Metodologia
Propõe-se para este programa o monitoramento sísmico, analisando
conjuntamente os dados obtidos nas estações existentes na região, associados às
informações geradas pelo monitoramento de outros empreendimentos de mesma
característica.
O monitoramento deverá iniciar suas atividades um ano antes do
enchimento do reservatório, permanecendo durante as obras e um ano após o
enchimento do reservatório, sendo avaliados pelos técnicos responsáveis os
resultados identificados e a continuidade dos trabalhos.
Para o cumprimento do Programa de Monitoramento da Atividade Sísmica,
devem ser desenvolvidas as seguintes atividades:
- Designação e contratação de órgão/equipe técnica para execução do
programa;
- Estabelecimento de convênio ou parceria para utilização de dados de estações
sismográficas na região;
- Leitura, análise e interpretação dos dados produzidos pela estação e emissão
de relatórios técnicos periódicos;
- Acompanhamento e avaliação do programa e de todos os dados produzidos,
das possíveis atividades sísmicas naturais e/ou induzidas que ocorreram
durante o enchimento do reservatório e no ano subsequente.
Basicamente o trabalho ocorrerá em três etapas distintas, a saber:
Etapa 1 - denominada fase de planejamento, deverá ser iniciada no primeiro ano de
obra, antes de iniciar o monitoramento, previsto para os últimos doze meses antes do
enchimento do reservatório. Nesta etapa inicial está indicada a Estação Sismológica
já existente em Telêmaco Borba, possibilitando o início do monitoramento sismológico
da região, com um ano de antecedência ao enchimento do reservatório. A análise dos
dados deve ser mensal.
65
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Etapa 2 – denominada fase rio, começa um ano antes do enchimento do reservatório,
perdurando ao longo do período de enchimento, com análise mensal, buscando a
determinação da existência de sismos induzidos, sua intensidade e localização. Nesta
etapa a interrelação com os demais programas deverá ser frequente.
Etapa 3 – denominada fase reservatório iniciará após a formação do reservatório,
perdurando por um ano, quando será avaliada a continuidade das atividades.
Deverão também ser monitoradas e registradas escavações a fogo
eventualmente empreendidas em pedreiras situadas nas proximidades do
empreendimento, para a interpretação adequada dos eventos sísmicos.
Caso seja necessário, na hipótese de alguma ocorrência sísmica percebida
por população local, também poderá ser realizado trabalho de levantamentos
macrossísmicos, pelo sistema de utilização de “questionários macrossísmicos”, para
enquadrar o nível de severidade do(s) abalo(s) na área, conforme a Escala Mercalli
Modificada (MM), através dos efeitos sobre o meio ambiente (natural e artificial) e a
população.
Conforme os resultados obtidos das análises e no caso do reservatório
apresentar sismicidade induzida, deverá ser verificada a necessidade de instalação
de estações sismográficas adicionais, para possibilitar a localização precisa dos
epicentros dos eventos sísmicos.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Monitoramento de Atividade Sísmica é
de responsabilidade do empreendedor e das empresas contratadas para realizar as
atividades aqui mencionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Controle de Processos Erosivos: deverá estabelecer uma relação com
este programa, principalmente no caso de ocorrer deslizamento de massa ou
desmoronamentos pontuais na APP do reservatório.
66
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programa de Educação Ambiental: deverão utilizar as informações geradas por este
programa para subsidiar a elaboração de produtos educativos voltados à população
do entorno.
Programa de Comunicação Socioambiental: deverão utilizar as informações geradas
por este programa para subsidiar a elaboração de produtos educativos voltados à
população do entorno.
Programa de Monitoramento do Lençol Freático: dentro do possível, deverão ser
cruzados os dados obtidos nos dois programas em caso de ocorrência de abalo
sísmico induzido pelo reservatório, pois são fenômenos ocasionados pela infiltração
da água do reservatório em regiões do subsolo anteriormente secas.
Plano Ambiental para Construção: o programa em questão deverá utilizar os dados
registrados devido às escavações a fogo realizadas para implantação do
empreendimento, para a interpretação adequada dos eventos sísmicos.
Plano de Gestão Ambiental: as atividades deste monitoramento devem ter o seu
andamento acompanhado e vistoriado periodicamente, de forma que possa garantir
tanto o cumprimento dos cronogramas como a qualidade dos serviços prestados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
A empresa contratada deve elaborar relatórios descrevendo as atividades
realizadas.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve acompanhar as
atividades do programa e aferir os resultados apresentados pelas empresas
contratadas.
67
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Monitoramento da Atividade Sísmica
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7‐6
‐5
‐4
‐3
‐2
‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Monitoramento da Atividade
Sísmica
Estabelecimento de Convênio
Monitoramento sistemático e de acompanhamento
Análise dos dados
Relatórios de acompanhamento
OBS: Na Fase reservatório, o monitoramento da atividade sísmica se estenderá por 12 meses.
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
68
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.4 PROGRAMA DE MONITORAMENTO CLIMATOLÓGICO
Considerações Iniciais
O Programa de Monitoramento Climatológico atende à condicionante 1 da
LP n° 37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com
todos os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA”.
Devido à diferença de capacidade térmica entre o solo e a água, espera-se
que a introdução de um espelho d’água em determinada região venha a afetar o
comportamento da atmosfera acima. Deste modo, a formação do reservatório da UHE
Tibagi Montante pode acarretar em alterações no microclima no entorno do
reservatório, podendo haver modificações nos parâmetros climatológicos locais,
como: a Temperatura do ar, a Evaporação, a Umidade Relativa do Ar, a Direção e
Velocidade do Vento, a Pressão Atmosférica e a Radiação Solar.
Justificativa
Possíveis alterações meteorológicas ocasionadas pela formação do lago
poderão ser identificadas através de um monitoramento climatológico de longo prazo,
na região de influência do empreendimento UHE Tibagi Montante.
Objetivos
O principal objetivo do Programa de Monitoramento Climatológico é o
acompanhamento da evolução dos parâmetros climáticos locais, antes, durante e
após a formação do reservatório da UHE Tibagi Montante.
Entre os objetivos específicos podemos destacar:
- Coletar dados climatológicos para o aprofundamento da compreensão e da
dinâmica climática da área de interesse do estudo;
- Verificar a possibilidade de ocorrência de possíveis alterações climáticas
relacionadas à implantação dos empreendimentos hidrelétricos no rio Tibagi;
69
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Centralizar as informações climatológicas das estações de monitoramento e
fornecer para outros programas ambientais e para a operação da UHE Tibagi
Montante.
Metodologia
Com vistas a obtenção de dados pertinentes ao clima, será utilizada uma
rede climatológica obtida através de Convênios ou Contratos, para o fornecimento,
tratamento estatístico e interpretação de dados, entre o empreendedor e um instituto
de meteorologia específico credenciado para exercer esta função, órgão proprietário
e responsável pela operação das estações meteorológicas existente na região da
UHE Tibagi Montante.
O Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR possui duas Estações
Meteorológicas Convencionais, localizadas próximas da área do empreendimento,
nos municípios de Ponta Grossa e Telêmaco Borba.
A rede climatológica existente e em operação será totalmente aproveitada.
Serão celebrados Convênios ou Contratos, para o fornecimento, tratamento estatístico
e interpretação de dados, entre o empreendedor e o IAPAR, empresa proprietária e
responsável pela operação das duas estações existentes na região da UHE Tibagi
Montante, são elas:
- Estação Meteorológica de Telêmaco Borba, com dados a partir de 1976, código
IAPAR n.º02450011, localizada nas coordenadas 24º20’ de latitude Sul, 50º37’
de longitude Oeste e altitude 768 metros;
- Estação Meteorológica de Ponta Grossa, com dados a partir de 1954, código
IAPAR n.º02550024, localizada nas coordenadas 25º13’ de latitude Sul, 50º01’
de longitude Oeste e altitude 880 m.
Serão monitorados os parâmetros climatológicos citados na Tabela 8.1.7.1,
como indicadores ambientais. O monitoramento terá início um ano antes do
enchimento do reservatório da UHE Tibagi Montante, perdurando por mais dois anos
após a entrada em operação desta, incluindo a etapa do enchimento do reservatório.
70
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Os dados serão adquiridos diariamente, analisados e, mensalmente, será
emitido um boletim climatológico com base nestas informações. Este boletim poderá
conter, além dos dados diários, registros de variações climatológicas relevantes
(rajadas, chuvas intensas, etc.).
Relatórios técnicos deverão ser elaborados, semestralmente, com base
nos dados climatológicos recebidos e enviados aos órgãos ambientais envolvidos no
licenciamento da Usina.
Os dados coletados serão analisados e os eventos climatológicos
documentados nos relatórios previstos.
Parâmetros de Monitoramento
Os parâmetros climatológicos listados na Tabela 5.4.1 foram selecionados
como indicadores ambientais para o efetivo monitoramento da variação climática no
decorrer da instalação e operação do empreendimento. Os parâmetros foram
selecionados com base na descrição dos elementos que compõem uma estação
meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia - INMET. A leitura destes
indicadores na fase anterior ao enchimento do reservatório, durante e após o
alagamento é o que viabiliza desenvolver padrões de comparação e permite detectar
possíveis modificações climáticas. Para a compreensão das variáveis climatológicas
faz-se necessário analisa-las de forma interdisciplinar, pois uma interfere na outra.
Tabela 5.4.1 - Indicadores Ambientais Variável Parâmetros
Temperatura do Ar
Máxima Diária e Mensal
Mínima Diária e Mensal
Média Diária e Mensal
Precipitação
Número de dias de chuva
Total Mensal e Anual
Máxima Diária
Curva intensidade x duração das chuvas
Umidade Relativa Máxima Diária e Mensal
Mínima Diária e Mensal
71
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Variável Parâmetros
Média Diária e Mensal
Pressão Atmosférica Médias Diárias
Evaporação Total Mensal e Anual
Máxima Diária
Vento
Velocidade média
Velocidade máxima
Direção Predominante
Ponto de Orvalho Totais Diárias
Radiação Solar Totais Diárias
Variação do ciclo anual
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Monitoramento Climatológico é de
responsabilidade do empreendedor e das empresas contratadas para realizar as
atividades aqui mencionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Dentre os programas ambientais da UHE Tibagi Montante, o Programa de
Monitoramento Climatológico terá uma evidente inter-relação com os seguintes:
Programa de Comunicação Socioambiental: pois as características climáticas da área
serão divulgadas com base nos resultados consolidados do monitoramento;
Programa de Monitoramento Limnológico e de Qualidade da Água: As informações de
natureza climática deverão subsidiar as análises relacionadas à limnologia e
qualidade das águas.
Programa de Controle de Processos Erosivos: As informações climatológicas poderão
contribuir para a estimativa do risco potencial à erosão e subsidiar o sistema de alerta
no caso de ocorrência de condições meteorológicas críticas.
72
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Plano de Gestão Ambiental: Consiste em um instrumento de organização que integra
todas as ações ambientais que serão executadas em função da implementação do
empreendimento.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
Para garantir a compatibilidade entre o cronograma de monitoramento
climatológico e o desenvolvimento das obras civis, além de procedimentos específicos
do programa em si, um plano de gestão ambiental foi previsto e será um instrumento
de organização que integra todas as ações ambientais que serão executadas em
função da implementação do empreendimento.
73
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Monitoramento Climatológico
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7‐6
‐5
‐4
‐3
‐2
‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Monitoramento Climatológico
Celebração de contrato com a instituição credenciada
Aquisição de dados - monitoramento sistemático
Análise de dados
Elaboração de boletim climatológico
Relatórios de acompanhamento
OBS: Na Fase Reservatório, as atividades de aquisição e análise de dados e elaboração de boletim climatológico se estenderão por 2 anos. Legenda
Mobilização Início da obra Desvio do Rio Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
74
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.5 PROGRAMA DE MONITORAMENTO HIDROSSEDIMENTOLÓGICO
Considerações Iniciais
O Programa de Monitoramento Hidrossedimentológico atende à
condicionante 1 da LP n° 37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico
Ambiental – PBA com todos os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as
respectivas ARTs ou Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela
elaboração dos planos, programas, projetos, cronograma físico-financeiro e
monitoramento proposto, com ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou
potencialize os impactos ambientais observados no EIA/RIMA.”
A construção de uma barragem e a formação de seu reservatório
normalmente modificam as condições naturais do curso d’água. As modificações de
caráter físico que causam mudanças nas condições de transporte de sedimentos são
causadas pela mudança do regime de descarga do rio e pela transformação
morfológica do canal do rio na AID do reservatório.
Quanto aos aspectos sedimentológicos, as baixas velocidades de
escoamento ou corrente provocam o assoreamento gradual do reservatório, podendo
vir a impedir a operação regular do aproveitamento. No caso específico de
aproveitamento hidrelétrico, isso ocorre quando o sedimento depositado alcança a
tomada d’água e passa a escoar como uma mistura, enquanto a altura dos depósitos
se eleva até a obstrução total da tomada.
Visando ações preventivas e corretivas, os estudos hidrossedimentológicos
devem ser realizados antes e durante a construção, bem como na fase de operação
do aproveitamento, onde os danos provocados pela sedimentação podem ser
diagnosticados na manutenção das turbinas e no monitoramento do canal de adução,
onde poderá ocorrer um eventual assoreamento.
Justificativa
O presente programa justifica-se pela necessidade de que exista um
monitoramento que permita determinar e avaliar periodicamente as eventuais
alterações da dinâmica hidrossedimentológica do rio Tibagi, em decorrência da
75
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
construção do empreendimento, de forma a permitir uma avaliação precisa a respeito
do assoreamento do reservatório.
Objetivos
O objetivo geral deste programa é identificar os processos
hidrossedimentológicos, a quantidade de material sólido transportado, em suspensão,
arraste e total, pela drenagem principal e secundária, assim como os agentes
causadores de degradação da qualidade da água.
Os objetivos específicos são:
- Comparar os resultados dos parâmetros definidos e obtidos com os padrões
definidos pela Legislação de Recursos Hídricos e Meio Ambiente, e também
pelas normas sedimentológicas nacionais e internacionais;
- Identificar a origem, o transporte e a deposição dos sedimentos e também as
zonas propícias à formação de zonas de estocagem de sedimentos
(assoreamento) e os trechos com possibilidades de formação de bancos
assimétricos - solapamento de margem;
- Avaliar as possíveis interferências do barramento do rio no aspecto
sedimentológico das águas de montante e de jusante;
- Avaliar a evolução dos processos erosivos e de assoreamento na AID do
empreendimento.
Metodologia
Este programa deverá ser implementado em duas fases distintas. A
primeira delas é chamada Fase Rio e se estende do início das obras até o fechamento
das adufas para o enchimento do reservatório. A segunda fase, chamada Fase
Reservatório terá início no enchimento do reservatório, abrangendo também os
primeiros anos de operação do empreendimento.
A instalação, operação e manutenção de estações hidrométricas visando
ao monitoramento sedimentométrico, deverá atender ao definido pela Resolução
Conjunta nº 3, de 10 de agosto de 2010, da ANEEL e da Agência Nacional das Águas
– ANA, a qual estabelece as condições e os procedimentos a serem observados pelos
76
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
concessionários e autorizados de geração de energia elétrica para a instalação,
operação e manutenção de estações hidrométricas visando ao monitoramento
sedimentométrico, entre outros, associado a aproveitamentos hidrelétricos.
O número de estações atenderá os critérios da referida Resolução
Conjunta ANA/ANEEL, sendo no mínimo uma a montante e outra a jusante do
barramento. Ainda de acordo com a Resolução Conjunta ANA/ANEEL nos locais de
monitoramento sedimentométrico deverão ser realizadas, no mínimo, quatro
medições no decorrer do ano para fins de definição e atualização das curvas de
descarga sólida. Assim, para a Fase Rio, a periodicidade das campanhas será
trimestral. Já para a Fase Reservatório, será trimestral nos dois primeiros anos,
passando a semestral até o quarto ano. A partir do quarto ano, os resultados obtidos
indicarão a periodicidade e a continuidade do monitoramento.
As amostragens serão realizadas de acordo com as Normas da Associação
Brasileira de Recursos Hídricos – ABRH / Comitê Técnico de Engenharia de
Sedimentos, da ANEEL, e do Manual de Inventário da ELETROBRÁS.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Monitoramento Hidrossedimentológico é
de responsabilidade do empreendedor e das empresas contratadas para realizar as
atividades aqui mencionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Controle dos Processos Erosivos: um maior transporte de sedimentos
para os corpos d’água pode ser resultante da ocorrência de processos erosivos.
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas: a ocorrência de assoreamento do
reservatório serve como um indicativo de áreas que estão sofrendo a ação de
processos erosivos e, consequentemente, apresentam-se com solo degradado.
Programa de Monitoramento Limnológico e da Qualidade da Água: o assoreamento
do reservatório interfere diretamente em alguns dos parâmetros avaliados com
relação à qualidade da água.
77
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programa de Recomposição Florestal na Área de Preservação Permanente do
Reservatório: a ocorrência de assoreamento do reservatório pode indicar a
necessidade de melhorias com relação à implantação da cobertura vegetal na faixa
ciliar.
Programa de Educação Ambiental: deve apresentar a importância da conservação do
solo e da manutenção da mata ciliar no intuito de se evitar o assoreamento dos corpos
hídricos.
Programa de Comunicação Socioambiental: deve informar os principais resultados
obtidos através do monitoramento em questão.
Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial -
PACUERA: o monitoramento em questão pode contribuir para a definição das formas
de uso do entorno e das águas do reservatório, bem como para a sua avaliação
contínua.
Plano de Gestão Ambiental: as atividades deste monitoramento devem ter o seu
andamento acompanhado e vistoriado periodicamente, de forma que possa garantir
tanto o cumprimento dos cronogramas como a qualidade dos serviços prestados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
Devem ser elaborados relatórios trimestrais descrevendo o andamento das
atividades pelas empresas contratadas.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de
campo para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados
apresentados pelas empresas contratadas.
78
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Monitoramento Hidrossedimentológico
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Monitoramento Hidrossedimentológico
Instalação das estações
Medições para definição e atualização das curvas de descarga sólida
Campanhas de monitoramento
Relatórios de acompanhamento
OBS: Na Fase Reservatório, as campanhas serão trimestrais nos dois primeiros anos, passando a semestral até o quarto ano. A partir do quarto ano, os resultados obtidos indicarão a periodicidade e a continuidade do monitoramento.
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
79
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.6 PROGRAMA DE MONITORAMENTO LIMNOLÓGICO E DA QUALIDADE DA
ÁGUA
Considerações Iniciais
O Programa de Monitoramento Limnológico e da Qualidade da Água
atende à condicionante 1 da LP n° 37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano
Básico Ambiental – PBA com todos os programas e projetos propostos no EIA/RIMA,
com as respectivas ARTs ou Comprovante de registro profissional dos responsáveis
pela elaboração dos planos, programas, projetos, cronograma físico-financeiro e
monitoramento proposto, com ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou
potencialize os impactos ambientais observados no EIA/RIMA.” Atende também a
condicionante 20, que estabelece: “Apresentar proposta de integração a programas
de redução de aporte de fósforo já em andamento na bacia hidrográfica do rio Tibagi”.
De acordo com as análises da qualidade das águas do rio Tibagi, realizadas
para o Estudo de Impacto Ambiental da UHE Tibagi Montante e em coletas adicionais,
a maioria dos parâmetros físicos, químicos e biológicos analisados encontra-se dentro
dos limites estabelecidos pela resolução CONAMA nº 357/2005, para corpos de água
da classe II. Entretanto, foram detectados valores de fenóis, cobre e demanda
bioquímica de oxigênio (DBO) acima desses limites.
Ainda assim, o cálculo do índice de qualidade da água (IQA) apresentou
uma média de 74,97 pontos. De acordo com a CETESB (2012), corpos de água com
IQA entre 51 e 79 pontos, podem ser classificados como de boa qualidade,
equivalendo aos rios de classe II, que podem ser utilizados para: a) abastecimento
para consumo humano, após tratamento convencional; b) proteção das comunidades
aquáticas; c) recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e
mergulho, conforme Resolução CONAMA nº 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças,
plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o
público possa vir a ter contato direto; e e) aquicultura e à atividade de pesca.
Com relação ao índice de estado trófico (IET) o valor médio do período foi
de 47,04. De acordo com CETESB (2012), rios que apresentam valores de IET
maiores que 47 e menores ou iguais a 52, devem ser classificados como Oligotróficos,
80
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
sendo corpos de água limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem
interferências indesejáveis sobre os usos da água, decorrentes da presença de
nutrientes.
O barramento do rio Tibagi para a implantação da UHE Tibagi Montante
poderá ocasionar impactos na qualidade das águas após a formação do reservatório,
tais como a redução nas concentrações de oxigênio dissolvido e a mudança do grau
trófico das águas.
O decréscimo das taxas de oxigênio dissolvido ocorre devido à redução da
velocidade das águas pelo barramento do rio, que favorece o acúmulo de matéria
orgânica e de nutrientes, potencializando a produção de fitoplâncton. O
desenvolvimento da comunidade fitoplanctônica eleva os valores de turbidez,
impedindo a passagem de luz para o fundo do reservatório, reduzindo a temperatura
e o processo fotossintético e, consequentemente, as taxas de oxigênio dissolvido.
Além disso, a comunidade fitoplanctônica é fonte de alimento para outros organismos,
que utilizam também o oxigênio como fonte de energia, portanto, seu enriquecimento
aumenta a demanda de oxigênio dissolvido na água. Com isso, a capacidade de
autodepuração das águas poderá ser comprometida.
Sabe-se que a transformação de um sistema lótico em lêntico provoca
alterações nos processos internos que estruturam o ecossistema fluvial, devido à
mudança de um regime essencialmente oligotrófico e de transporte, para um
compartimento muitas vezes com características eutróficas, na qual predominam os
processos de deposição. Essa sucessão, que se inicia com o enchimento do
reservatório, prossegue até a fase de equilíbrio, consistindo na substituição gradativa
de elementos lóticos por elementos lênticos, seguida de um processo de
estabilização.
A tomada de ações para mitigação dos impactos na qualidade da água
decorrentes da implantação de um aproveitamento hidrelétrico depende
fundamentalmente do conhecimento das características limnológicas básicas
existentes e no funcionamento dos mecanismos do ecossistema.
81
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Para aprofundar a base de dados, após a elaboração do EIA, foram feitas
quatro campanhas de limnologia e qualidade da água durante o período de outubro
de 2014 a julho de 2015. Baseado no valor do Índice de Estado Trófico o rio Tibagi,
na área de influência da futura UHE Tibagi Montante pode ser classificado, como um
ambiente Ultraoligotrófico de classe II, o que significa que se trata de um corpo de
água limpo, de produtividade muito baixa e concentrações insignificantes de nutrientes
que não acarretam em prejuízos aos usos da água.
Considerando que a água do rio Tibagi na área de influência da futura UHE
Tibagi Montante foi considerada como de boa qualidade, que o índice de estado trófico
considerou o rio como ultraoligotrófico, que a densidade de clorofila foi extremamente
baixa, e ainda o empreendimento será operado a fio d´água, com pequeno tempo de
residência da água, a probabilidade de haver eutrofização do futuro reservatório é
extremamente baixa, pois segundo Nogueira et al (2005), reservatórios que operam a
fio de água e com pequeno tempo de residência, exportam todo o nutriente que chega.
Assim, as águas do futuro reservatório poderão ter os seguintes usos: i) ao
abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; ii) à proteção
das comunidades aquáticas; iii) à recreação de contato primário, como natação, esqui
aquático e mergulho, conforme a resolução CONAMA no 274/2000; iv) à irrigação de
hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os
quais o público possa vir ater contato direto; e v) à aquicultura e atividades de pesca.
Os valores dos parâmetros da qualidade da água, assim como dados mais completos
relacionados a essas campanhas podem ser observados diretamente no Anexo 15.
Por tanto, os resultados apresentados, como: água de boa qualidade e
ambiente com baixa disponibilidade de nutrientes confirmam aqueles resultados
obtidos quando da elaboração do Estudo de Impacto Ambiental para a implantação
deste empreendimento, o que mostra que nos últimos anos a qualidade da água do
rio Tibagi na área de influência da futura UHE Tibagi Montante tem se mantido estável
e de boa qualidade.
Para aprofundar ainda a avaliação, o Programa de Monitoramento
Limnológico e da Qualidade da Água está fundamentado na realização de campanhas
de amostragens para a obtenção de dados representativos. Esse programa deverá
82
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
atender aos critérios definidos pela Resolução Conjunta ANA/ANEEL nº 3, de 10 de
agosto de 2010, a qual estabelece as condições e os procedimentos a serem
observados pelos concessionários e autorizados de geração de energia elétrica para
a instalação, operação e manutenção de estações hidrométricas visando ao
monitoramento da qualidade da água, entre outros, associado a aproveitamentos
hidrelétricos. No que se refere ao monitoramento de invertebrados aquáticos, o
monitoramento deverá atender, ainda, à Portaria IAP nº 97, de 29 de maio de 2012,
que dispõe sobre conceito, documentação necessária e instrução para procedimentos
administrativos de Autorizações Ambientais para Manejo de Fauna em processos de
licenciamento ambiental. Além disso, os parâmetros físico-químicos analisados
deverão ser avaliados conforme a Resolução CONAMA nº357/2005, que dispõe sobre
a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento.
Justificativa
O presente programa justifica-se em função da necessidade de se
conhecer com segurança quais parâmetros sofrem modificações devido ao
estabelecimento do reservatório e de que forma esses interferem na qualidade da
água. Além disso, através do conhecimento de tais variáveis e do seu comportamento,
é possível a adoção de ações para minimizar os efeitos negativos da formação do
reservatório sobre os aspectos físicos e bióticos da água.
Objetivos
O objetivo geral deste programa é obter informações específicas e
consistentes sobre a qualidade da água antes e durante a construção do
empreendimento, bem como as alterações causadas pela formação do reservatório,
através do monitoramento dos parâmetros físicos, químicos e biológicos da água.
Os objetivos específicos são:
- Caracterizar as condições de qualidade da água no trecho do rio Tibagi a
montante, a jusante e na área do futuro reservatório, antes do represamento;
- Monitorar a qualidade da água nas fases de construção e de operação do
empreendimento;
83
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Adotar ações preventivas e corretivas em relação às causas de quaisquer
anomalias verificadas na qualidade da água do reservatório;
- Avaliar as condições tróficas do futuro reservatório;
- Reunir informações acerca das alterações produzidas pela UHE Tibagi
Montante na qualidade da água, nas comunidades fitoplanctônicas,
zooplanctônicas e bentônicas;
- Definir períodos de maior produtividade biológica no rio Tibagi;
- Fornecer subsídios para o manejo, conservação e usos múltiplos das águas do
reservatório;
- Orientar medidas de controle e de melhoria da qualidade da água no
reservatório e à jusante da barragem.
Metodologia
Periodicidade
Para permitir a identificação de alterações na qualidade das águas
decorrentes da implantação do empreendimento, é importante que a coleta de dados
seja realizada antes e após o fechamento da barragem. Dessa forma, esse programa
será dividido em duas etapas: a Fase Rio e a Fase Reservatório.
Na Fase Rio, pretende-se determinar o estado do meio ambiente e seus
efeitos potenciais sobre o futuro reservatório. Já na Fase Reservatório serão avaliadas
as alterações no ambiente ocasionadas pelo alagamento de terras e transformação
do ambiente lótico em intermediário ou semilêntico.
As amostragens realizadas na Fase Rio são fundamentais para a
determinação dos futuros impactos, bem como para a definição de ações que
minimizem tais impactos. Ademais, após o enchimento, os dados da Fase Rio serão
utilizados como base para a identificação dos impactos decorrentes do
empreendimento, por comparação com os dados obtidos após o fechamento da
barragem.
84
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
O monitoramento na Fase Rio será composto por duas etapas. A primeira
etapa compreende o período que antecede a construção do empreendimento, no qual
deverão ser realizadas duas campanhas de amostragem. A segunda etapa ocorre
durante as obras e será composta por campanhas de amostragens trimestrais,
caracterizando as quatro estações do ano.
Na fase reservatório, as campanhas de amostragem deverão ser
retomadas em aproximadamente um mês após o enchimento do reservatório, sendo
a partir de então trimestrais, até completar o segundo ano de operação. A partir daí o
resultado obtido do monitoramento deverá indicar a periodicidade necessária.
Pontos de Amostragem
A fim de obter representatividade dos efeitos da implementação do
reservatório nas águas do rio Tibagi, é fundamental que os pontos de coleta definidos
para o monitoramento abranjam toda a área diretamente afetada pelo
empreendimento. Recomenda-se, portanto, que sejam amostradas as vazões
afluentes ao reservatório, o reservatório propriamente dito e as vazões liberadas a
jusante. Salienta-se que devem ser monitorados os mesmos pontos e parâmetros nas
fases rio e reservatório, buscando ainda que tais pontos estejam situados o mais
próximo possível àqueles avaliados no Estudo de Impacto Ambiental, para permitir
comparações na avaliação das alterações.
Assim sendo, propõe-se uma rede de amostragem composta por seis
pontos, que representam situações distintas do rio Tibagi, considerando a implantação
do empreendimento (Mapa PBA-004-TM - Monitoramento Limnológico, Qualidade da
Água e Ictiofauna). A relação dos pontos é apresentada na Tabela 5.6.1.
Tabela 5.6.1 – Relação dos pontos previamente definidos para compor a rede de amostragem do monitoramento.
Pontos de Amostragem
Siglas Rio Coordenadas
Latitude Longitude
Jusante JUS Tibagi 24º31’38,46’’S 50º24’25,34’’O
Barragem BAR Tibagi 24º33’2,71’’S 50º24’22,63’’O
Intermediário INT Tibagi 24º36’24,98’’S 50º25’30,74’’O
Remanso REM Tibagi 24º39’28,20’’S 50º25’8,23’’O
Montante MON Tibagi 24º41’24,09’’S 50º23’37,60’’O
!H!H
!H
!H
!H
!H
PR
-340
BR- 153
Eixo do BarramentoEixo do BarramentoEixo do BarramentoEixo do Barramento
Rio
Tibagi
Tibagi
Rio
Tibagi
Remanso
Jusante
Montante
Barragem
Tributário
Intermediário
55
40
00
55
70
00
56
00
00
56
30
00
56
60
00
7270000 7273000 7276000 7279000 7282000 7285000 7288000
REFERÊNCIA:
EMPREENDIMENTO:
TÍTULO DO MAPA:
DATA:LOCALIZAÇÃO: RESPONSÁVEL TÉCNICO:
UHE TIBAGI MONTANTE
PBA-004-TM MONITORAMENTO LIMNOLÓGICO, QUALIDADE DA ÁGUA E ICTIOFAUNA
PROJETO BÁSICO AMBIENTAL - PBA
Tibagi - PR Angelo Hartmann Pires CREA 127.090 D/PR
Dezembro / 2015
Ë1.500 0 1.500750 M
1:50.000Escala:
SISTEMA DE PROJEÇÃO:UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR - UTM
SISTEMA DE REFERÊNCIA: SIRGAS 2000 FUSO 22S
EMPREENDEDOR:
EXECUÇÃO:
Legenda
!H Pontos de Monitoramento
Rodovia Estadual
Rodovia Federal
Reservatório (Cota 721)
Faixa de APP - 86,5 m
85
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Tributário TRI Capivari 24º39’0,80’’S 50º26’8,14’’O
Parâmetros de avaliação
Buscando avaliar os efeitos da formação do reservatório da UHE Tibagi
Montante, os parâmetros a serem analisados no Programa de Monitoramento
Limnológico e da Qualidade da Água deverão ser os seguintes:
- Condutividade Elétrica (µS/cm);
- Temperatura da Água (ºC);
- Temperatura do Ar (ºC);
- pH;
- Alcalinidade (mg/L);
- Cálcio (mg/L);
- Oxigênio Dissolvido (mg/L);
- Saturação de OD (%);
- Turbidez;
- Transparência (m);
- Cor (uC);
- Nitrogênio Orgânico (mg/L);
- Nitrogênio Amoniacal (mg/L);
- Nitrito (mg/L);
- Nitrato (mg/L);
- Fósforo Total (mg/L);
- Demanda Bioquímica de Oxigênio (mg/L);
- Demanda Química de Oxigênio (mg/L);
- Sílica (mg/L);
- Sólidos Totais (mg/L);
- Sólidos Suspensos (mg/L);
- Sólidos Dissolvidos (mg/L);
- Clorofila-a (µg/L);
- Cloretos (mg/L);
- Dureza Total (mg/L);
86
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Magnésio (mg/L);
- Óleos e Graxas (mg/L);
- Cádmio (mg/L);
- Chumbo (mg/L);
- Cobre (mg/L);
- Cromo (mg/L);
- Zinco (mg/L);
- Alumínio (mg/L);
- Ferro (mg/L);
- Níquel (mg/L);
- Mercúrio (mg/L);
- Sulfatos (mg/L);
- Coliforme Total (NMP/100 mL);
- Escherichia coli (NMP/100 mL);
- Fenóis;
- Organoclorados;
- Organofosforados;
- Fitoplâncton;
- Zooplâncton;
- Macroinvertebrados Bentônicos.
A coleta, preservação e análise dos dados deverão seguir os padrões do
“Standard Methods for the Analysis of Water and Wastewater”, da AMERICAN
PUBLIC HEALTH ASSOCIATION − APHA.
Os parâmetros avaliados deverão ser confrontados com os padrões
estabelecidos para rios Classe 2 da Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de
2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais
para o seu enquadramento.
Salienta-se que, no que se refere à amostragem de fitoplâncton,
zooplâncton e macroinvertebrados bentônicos, é necessário solicitar junto ao IAP a
autorização para manejo da fauna, de acordo com o estabelecido com o Anexo III –
87
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Diretrizes para elaboração e Apresentação do Programa de Monitoramento da Fauna
constante da Portaria IAP Nº 097 de 29 de maio de 2012, obedecendo ainda a
Instrução Normativa Nº 146, de 11 de janeiro de 2007 do IBAMA4.
Sendo que para fitoplâncton e zooplâncton serão filtrados 200 litros de água
em redes de plâncton de 20 e 68 µm, e as amostras fixadas em solução de Transeau
e formol respectivamente.
Para a caracterização da comunidade bentônica, serão realizadas
amostragens considerando as características geomorfológicas de cada local, tais
como largura, profundidade, tipo de substrato, velocidade de corrente, além da
biossegurança durante o procedimento de coleta, sendo realizadas três sub-
amostragens de organismos bentônicos com auxílio de rede coletora do tipo “hand-
net”, segundo o método de “Kick-Sampling” e três com o auxílio de draga do tipo
Petersen.
Indicadores Ambientais
Para complementar a avaliação da qualidade das águas na área
diretamente afetada da UHE Tibagi Montante, representando uma média das diversas
variáveis analisadas em uma única unidade, deverão ser aplicados os seguintes
índices ambientais para as fases rio e reservatório:
- Índice de Qualidade das Águas − IQA
- Índice de Qualidade da Água em Reservatórios − IQAR
- Índice de Estado Trófico – IET
Índice de Qualidade das Águas − IQA
A CETESB, a partir de um estudo realizado nos Estados Unidos em 1970
pela “National Sanitation Foundation – NSF”, adaptou e desenvolveu o IQA.
O IQA fornece uma indicação relativa da qualidade da água em diferentes
pontos no espaço e/ou no tempo. É determinado pelo produto ponderado das
4 Atendimento ao item 6 da Licença Prévia nº 37682.
88
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
qualidades da água correspondentes às variáveis DBO, oxigênio dissolvido,
coliformes fecais, nitrogênio total, pH, temperatura, sólidos totais, fósforo total e
turbidez. O resultado desse cálculo permite a classificação das águas em cinco
categorias de qualidade, que variam de ótima a péssima.
A seguinte fórmula é utilizada para o cálculo:
n
1i
WiiqIQA
onde,
IQA: Índice de Qualidade das Águas, um número entre 0 e 100;
qi: qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 100, obtido da respectiva "curva média de variação de qualidade", em função de sua concentração ou medida, e;
wi: peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 1, atribuído em função da sua importância para a conformação global de qualidade, sendo que:
1Wn
1ii
onde,
n: número de parâmetros que entram no cálculo do IQA.
A partir do cálculo efetuado, pode-se determinar a qualidade das águas
superficiais, que é indicada pelo IQA numa escala de 0 a 100, segundo a graduação
mostrada na Tabela 5.6.2.
Tabela 5.6.2 - Classificação da qualidade das águas superficiais, segundo o IQA. Categoria Ponderação
Qualidade Ótima 79 < IQA ≤ 100
Qualidade Boa 51 < IQA ≤ 79
Qualidade Regular 36 < IQA ≤ 51
Qualidade Ruim 19 < IQA ≤ 36
Qualidade Péssima IQA ≤ 19
Fonte: CETESB, 2012.
Índice de Qualidade da Água em Reservatórios − IQAR
89
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
O IQAR foi desenvolvido pelo IAP para avaliar e classificar os reservatórios
do estado, de acordo com seus graus de comprometimento.
Os métodos e procedimentos adotados para corpos d’água lênticos,
levaram em consideração a necessidade de implantar um projeto de monitoramento
limnológico sistemático otimizado, racional e de baixo custo, porém, com bases
científicas consistentes e com viabilidade de execução pelo órgão governamental.
Este método visa conhecer as principais características ecológicas de
reservatórios, determinando em particular a qualidade das águas e sua tendência ao
longo do tempo. Dependendo do valor do IQAR, os reservatórios podem ser
classificados em diferentes níveis de comprometimento (classes I a VI, que vão de
não impactado a muito pouco degradado – Classe I, até extremamente poluído –
Classe VI), demonstrando a atual situação da qualidade das águas. Portanto, com
base no nível de eutrofização, analisado em conjunto com outros parâmetros físicos
e químicos, é possível estabelecer padrões para a avaliação da qualidade das águas.
Para isso, utiliza-se uma matriz contendo intervalos de classes dos seguintes
parâmetros: déficit de oxigênio dissolvido, fósforo total, nitrogênio inorgânico total,
DQO, transparência, clorofila-a, tempo de residência, profundidade média e
comunidade fitoplanctônica (diversidade e floração de algas), conforme apresentado
na Tabela 5.6.3.
Tabela 5.6.3 – Matriz de qualidade da água. Variáveis “i” Classe I Classe II Classe III Classe IV Classe V Classe VI
Déficit de
oxigênio (%) ≤5 6-20 21-35 36-50 51-70 >70
Fósforo total
(mg/L) ≤0,010 0,011-0,025 0,026-0,040 0,041-0,085 0,086-0,210 >0,210
Nitrog. inorg.
total (mg/L) ≤0,15 0,16-0,25 0,26-0,60 0,61-2,00 2,00-5,00 >5,00
Clorofila-a
(mg/m3) ≤1,5 1,5-3,0 3,1-5,0 5,1-10,0 11,0-32,0 >32
Disco de
Secchi (m) ≥3 3-2,3 2,2-1,2 1,1-0,6 0,5-0,3 <0,3
DQO (mg/L) ≤3 3-5 6-8 9-14 15-30 >30
90
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Variáveis “i” Classe I Classe II Classe III Classe IV Classe V Classe VI
Tempo de
residência
(dias)
≤10 11-40 41-120 121-365 366-550 >550
Profundidade
média (m) ≥35 34-15 14-7 6-3,1 3-1,1 <1
Fitoplâncton
(diversidade e
floração)
Baixa, sem
predominância
de espécies
Média a alta,
sem
predominância
de espécies
Média a alta,
com
predominância
de espécies
Reduzida,
com
predominância
de espécies
Reduzida,
com
predominância
de espécies
Muito
reduzida, com
predominância
de espécies
Cianobactérias
(cels/mL) <5.000
5.001-
10.000
10.001-
20.000
20.001-
50.000
50.001-
100.000 >100.000
Fitoplâncton
(florações) sem rara eventual freqüente
Freqüente/
permanente permanente
Fonte: IAP, 2004.
Para o cálculo do IQAR, as variáveis selecionadas recebem pesos em
função do seu nível de importância para a avaliação da qualidade da água do
reservatório, conforme a relação apresentada na Tabela 5.6.4.
Tabela 5.6.4 – Relação dos pesos atribuídos aos parâmetros de qualidade da água. Parâmetro de Qualidade da Água Peso (wi)
Déficit de Oxigênio dissolvido (%)¹ 17
Clorofila a (µg/L) 15
Fósforo total (PO2-mg/L)² 12
Profundidade Secchi (m) 12
Demanda química de oxigênio – DQO (mg/L) ² 12
Tempo de residência (dias) 10
Nitrogênio inorgânico total (N-mg/L)² 08
Fitoplâncton (diversidade e florações) 08
Cianobactérias (nº de células /mL)³ 08
Profundidade média (m) 06
Obs.: (1) média da coluna d’água; (2) média das profundidades I e II; (3) concentração da profundidade I. Fonte: IAP, 2004.
O IQAR é calculado pela seguinte fórmula:
IQAR: ∑ (wi.qi)/ ∑ wi
onde,
wi = peso da variável “i”;
91
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
qi = classe de qualidade em relação a variável “i” (podendo variar de 1 a 6).
Os dados coletados em cada ponto de monitoramento são calculados e
recebem um IQAR parcial. A média aritmética de dois ou mais índices parciais fornece
o IQAR final e a classe à qual o reservatório pertence. As classes obtidas são
interpretadas conforme a Tabela 5.6.5.
Tabela 5.6.5 – Categorias de classificação do IQAR. IQAR Classe Definição
0 – 1,5 Classe I Não impactado a pouco degradado
1,51 – 2,5 Classe II Pouco degradado
2,51 – 3,5 Classe III Moderadamente degradado
3,51 – 4,5 Classe IV Criticamente degradado a poluido
4,51 – 5,5 Classe V Muito poluído
5,51 – 6,0 Classe VI Extremamente poluído
Fonte: IAP, 2004.
Índice de Estado Trófico − IET
O IET para as águas da área de influência da UHE Tibagi Montante será
composto pelo Índice do Estado Trófico para o fósforo total – IET(PT) e o Índice do
Estado Trófico para clorofila-a – IET(CL), modificados por Lamparelli (2004), sendo
estabelecidos para ambientes lóticos, segundo as equações:
Fase Rio:
IET (CL) = 10x(6-((-0,7-0,6x(ln CL))/ln 2))-20
IET (PT) = 10x(6-((0,42-0,36x(ln PT))/ln 2))-20
Fase Reservatório
IET(P) = 10 { 6 - [ ln ( 80,32 / P ) / ln 2 ] }
IET(CL) = 10 { 6 - [ ( 2,04 - 0,695 ln CL ) / ln 2 ] }
92
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
onde:
PT=concentração de P total medida à superfície da água, em mg/L;
CL=concentração de clorofila-a medida à superfície da água, em mg/L;
ln=logaritmo natural.
O resultado apresentado será a média aritmética simples dos índices
relativos ao fósforo total e à clorofila a, exceto para o caso da inexistência do valor de
uma destas variáveis, segundo a equação:
IET = [ IET ( P ) + IET ( CL) ] / 2
O IET classifica os rios em seis graus de trofia, segundo a Tabela 5.6.6, a
seguir:
Tabela 5.6.6 - Classificação do Estado Trófico segundo o Índice de Carlson Modificado.
Estado trófico Critério P-total – P (mg.m-3) Clorofila a (mg.m-3)
Ultraoligotrófico IET ≤ 47 P ≤ 13 Cl ≤ 0,74
Oligotrófico 47 < IET ≤ 52 13 < P ≤ 35 0,74 < CL ≤ 1,31
Mesotrófico 52 < IET ≤ 59 35 < P ≤ 137 1,31 < CL ≤ 2,96
Eutrófico 59 < IET ≤ 63 137 < P ≤ 296 2,96 < CL ≤ 4,7
Supereutrófico 63 < IET ≤ 67 296 < P ≤ 640 4,70 < CL ≤ 7,46
Hipereutrófico IET > 67 640 < P 7,46 < CL
Fonte: CETESB, 2012.
Macrófitas aquáticas
Considerando que durante as amostragens para avaliação da qualidade da
água e limnologia para o Estudo de Impacto Ambiental da UHE Tibagi Montante foi
observada a presença de macrófitas aquáticas nas margens do rio Tibagi, é
importante que ações de monitoramento desses organismos sejam implementadas. É
recomendável a realização de inspeções visuais quando da coleta de amostras de
água para parâmetros físico-químicos e identificação das espécies eventualmente
encontradas, bem como mapeamento dos locais de ocorrência das mesmas.
93
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Caso durante o monitoramento seja observado aumento populacional
considerável de macrófitas aquáticas, sugere-se a elaboração de um programa
específico de controle desses organismos.
Integração a Programas de Redução de Aporte de Fósforo
Buscando contribuir para a redução do aporte de nutrientes na bacia
hidrográfica do rio Tibagi, recomenda-se a integração de representantes da UHE
Tibagi Montante à Câmara Técnica de Qualidade da Água do rio Tibagi e Uso Múltiplo
do Reservatório, do Grupo de Estudos Multidisciplinar (GEM) da Usina Hidrelétrica
Mauá. Fazem parte dessa CT diversas instituições: MP, Ibama, EMATER, ONGs,
empresas, sindicatos, etc.
Dessa forma, os dados obtidos no Programa de Monitoramento
Limnológico e da Qualidade da Água da UHE Tibagi Montante irão contribuir com o
Programa de Gestão do Aporte de Nutrientes, que integra as informações de diversas
ações, tomadas por diversos órgãos, para reduzir o aporte de fósforo na bacia.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Monitoramento Limnológico e da
Qualidade da Água é de responsabilidade do empreendedor e das empresas
contratadas para realizar as atividades aqui mencionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Controle dos Processos Erosivos: alguns dos parâmetros avaliados com
relação à qualidade da água podem ser alterados em função de um maior transporte
de partículas ao corpo hídrico, o que pode ser resultante da ocorrência de processos
erosivos.
Programa de Monitoramento Hidrossedimentológico: o assoreamento do reservatório
interfere diretamente em alguns dos parâmetros avaliados com relação à qualidade
da água.
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas: uma série dos parâmetros
referentes à qualidade da água e que são monitorados por este programa são
94
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
influenciados por situações de degradação de áreas, principalmente aquelas que
estiverem inseridas em APP.
Programa de Limpeza da Área do Reservatório: a supressão da vegetação, assim
como a limpeza das fontes de contaminação, diminui a quantidade de biomassa nas
áreas a serem inundadas e, consequentemente, contribui para uma menor
eutrofização dos corpos d’água.
Programa de Recomposição Florestal na Área de Preservação Permanente do
Reservatório: a qualidade da água do reservatório é influenciada em função do nível
da recomposição florestal, uma vez que a vegetação diminui o aporte de sedimentos
e eventuais contaminantes ao corpo d’água.
Programa de Monitoramento da Ictiofauna: as características físico-químicas da água
do reservatório refletem diretamente sobre as comunidades de peixes.
Programa de Educação Ambiental: deve apresentar a importância da preservação da
qualidade da água.
Programa de Comunicação Socioambiental: deve enfatizar as condições satisfatórias
da qualidade da água.
Plano Ambiental para Construção: uma série de parâmetros referentes a este
monitoramento podem ser influenciados caso as medidas definidas pelo referido
programa não forem respeitadas.
Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial -
PACUERA: o respeito aos padrões mínimos de qualidade da água deve ser
considerado quando forem estabelecidos os usos futuros do entorno e das águas do
reservatório.
Plano de Gestão Ambiental: as atividades deste monitoramento devem ter o seu
andamento acompanhado e vistoriado periodicamente, de forma que possa garantir
tanto o cumprimento dos cronogramas como a qualidade dos serviços prestados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
Devem ser elaborados relatórios semestrais descrevendo o andamento das
atividades pelas empresas contratadas.
95
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de
campo para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados
apresentados pelas empresas contratadas.
96
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Monitoramento Limnológico e da Qualidade da Água
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Limnológico e da Qualidade
da Água
Campanhas de monitoramento
Análises laboratoriais
Relatórios de acompanhamento
OBS: Na Fase Reservatório, as campanhas trimestrais de monitoramento de estenderão por dois anos. Após esse período, será avaliada a periodicidade do procedimento a ser adotada.
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
97
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.7 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DO LENÇOL FREÁTICO
Considerações Iniciais
O Programa de Monitoramento Lençol Freático atende à condicionante 1
da LP n° 37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA
com todos os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs
ou Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos
planos, programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto,
com ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos
ambientais observados no EIA/RIMA.”
A construção de barragens em rios pode gerar impactos decorrentes da
inundação de extensas áreas a montante, sendo que os seus efeitos são
proporcionais ao tamanho da área inundada e dependentes das condições
hidrogeológicas, geomorfológicas e pedológicas da bacia a ser inundada.
O represamento de um rio também exerce sua influência nos aquíferos
confinados e semiconfinados, e nos livres ou freáticos. Os aquíferos são classificados
de acordo com a sua capacidade de armazenar água nas estruturas do material
rochoso, seja ele poroso ou fissurado. Alguns aquíferos se localizam em níveis
profundos e são acessados por poços tubulares profundos, enquanto que outros, os
aquíferos livres, estão em contato direto com a superfície, e por isso são mais
vulneráveis a contaminações e facilmente acessíveis através de poços rasos.
Quando ocorre a formação artificial de um lago, como é o caso do futuro
reservatório da UHE Tibagi Montante pelo barramento do rio Tibagi, o que se espera
é que o nível de base local se eleve. Com a nova posição do nível de base, pode
ocorrer uma obstrução da descarga da base original do aquífero que, em conjunto
com a inversão do fluxo subterrâneo, passam a contribuir para a elevação da
superfície piezométrica no entorno do reservatório. Essas modificações podem ter
caráter transitório ou permanente, conforme os estágios de elevação do nível d’água
do reservatório e do período de tempo transcorrido.
Entre os impactos positivos, pode-se mencionar a suavização dos
gradientes hidráulicos da superfície piezométrica. Entre os impactos negativos, é
98
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
possível citar o afloramento ou subafloramento das águas subterrâneas nas áreas
marginais ao reservatório, tendo como possíveis consequências os seguintes
fenômenos: alterações na qualidade das águas subterrâneas; aumento da umidade
do solo, aparecimento de surgências de água, lagoas e áreas alagadiças; maior risco
de desenvolvimento dos processos de erosão interna (“piping”); escorregamento nas
áreas marginais e aumento no transporte de sólidos para dentro do reservatório.
Justificativa
O presente programa justifica-se em função da necessidade de se
monitorar e controlar os efeitos relacionados à alteração do lençol freático, auxiliando
no diagnóstico de processos que possam ser deflagrados em função destas
alterações, de forma que não haja, no futuro, consequências danosas em relação ao
funcionamento da usina, e/ou que venham a afetar a sua vida útil, além de se evitar
prejuízos à população da região do entorno.
Objetivos
O objetivo geral deste programa é avaliar as modificações da superfície
piezométrica e da qualidade das águas subterrâneas, em função da formação do
reservatório.
Os objetivos específicos são:
- Identificar as zonas mais susceptíveis aos efeitos da elevação do nível freático
nas proximidades do reservatório, por ocasião do enchimento e/ou da operação
deste empreendimento;
- Promover a instalação de uma rede de observação piezométrica para
monitoramento do lençol freático.
Metodologia
O Programa de Monitoramento do Lençol Freático envolve o
acompanhamento de aspectos que tratam da potenciometria do aquífero superficial
ou livre e do aquífero fraturado e de alterações na qualidade das águas subterrâneas
pela formação do reservatório.
99
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Deverão ser observados os seguintes parâmetros físicos, químicos e
biológicos:
- Temperatura da água: obtida através de medição por termômetro digital;
- Oxigênio dissolvido: medido através de sonda eletrônica digital;
- Condutividade elétrica: obtida através de Condutivímetro eletrônico digital;
- pH: medido por aparelho potenciométrico digital;
- Turbidez: obtida através de Turbidímetro eletrônico digital;
- Alcalinidade total: medida pelo método de Gran, proposto por Carmouze (1994),
através da acidificação com ácido sulfúrico 0,01N;
- Fósforo total dissolvido: segundo metodologia descrita por Mackereth et al.
(1978), através da digestão em ácido sulfúrico;
- Ortofosfato: segundo metodologia descrita por Mackereth et al. (1978), através
da digestão em ácido sulfúrico;
- Nitrato: pelo método proposto por Mackereth et al. (1978), através da redução
do Nitrito em cádmio;
- DBO e DQO: obtidos segundo método proposto por APHA (2005);
- Cálcio, dureza e cloretos: através do método proposto por Carmouze (1994);
- Bicarbonato e hidróxidos: obtidos segundo método proposto por APHA (2005);
- Sólidos Totais: obtidos segundo método proposto por APHA (2005);
- Ferro e manganês; obtidos por absorção atômica, segundo APHA (2005).
- Coliformes totais e fecais: obtidos por colorimetria, segundo APHA (2005);
As informações necessárias para tal conhecimento devem ser obtidas de
duas maneiras.
A primeira delas consiste em consultas a bancos de dados atualizados do
Instituto das Águas do Paraná − AGUASPARANA, Companhia de Saneamento do
Paraná − SANEPAR, e outras fontes, que fornecerão dados existentes sobre o nível
freático do aquífero superficial em poços cacimbas, e do nível estático do aquífero
fraturado, além de outras características hidrogeológicas obtidas através de poços
tubulares existentes na região. A segunda maneira corresponde às medições em
campo do nível piezométrico e de qualidade das águas em poços tubulares
construídos especificamente para fins deste monitoramento.
100
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Com isso, as atividades contempladas por este monitoramento deverão ser
desenvolvidas em duas etapas:
Período pré-enchimento do reservatório (Fase Rio)
Inicialmente deverá ser feito um levantamento das informações existentes
sobre a hidrogeologia da área.
Em seguida, deve ser conduzido um procedimento de identificação em
campo de pontos para monitoramento das águas subterrâneas.
Paralelamente, deverá ser feita a identificação de poços existentes em cota
inferior ao nível máximo do reservatório, que deverão ser georreferenciados para
posterior lacração durante a realização do Programa de Supressão Vegetal e Limpeza
da Área de Formação do Reservatório.
Neste processo deverá ser instalada uma rede de observações constituída
de piezômetros/poços de observação para monitoramento do fluxo horizontal e
vertical do aquífero subterrâneo e freático, com o respectivo monitoramento da
qualidade das águas, da seguinte forma:
Devem ser perfurados dois poços tubulares / piezômetros, cuja localização
exata deverá ser determinada após um estudo detalhado das áreas alvo,
preferencialmente no terço inicial do reservatório onde se localizam as áreas
efetivamente inundadas. A construção dos poços deverá seguir as normas técnicas
vigentes, conforme exigências previstas no Art. 17, Inciso II, da Resolução CONAMA
nº 396, de 3 de abril de 2008, que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais
para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências. Já as
amostragens e análises da água subterrânea que têm o intuito de avaliar a condição
de qualidade desta, atenderão os Art. 12 e 13 desta Resolução.
Para permitir avaliar a ocorrência de alterações nas águas subterrâneas,
deverá ser realizada uma campanha de medição e amostragem um mês antes do
enchimento do reservatório.
Período pós-enchimento do reservatório (Fase Reservatório)
101
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Visando avaliar as possíveis alterações decorrentes do enchimento do
reservatório, deverá ser realizada uma campanha de medição e amostragem em cada
um dos poços, um mês após o enchimento.
A partir do segundo mês após o enchimento do reservatório, as campanhas
de coleta das amostras de água subterrânea e as medições, com a elaboração de
seus respectivos relatórios técnicos, deverão ser trimestrais, até completar um ano de
monitoramento pós-enchimento.
A partir do segundo ano, as campanhas e medições passam a ser
semestrais. Após o quarto ano, a continuidade e a periodicidade deste monitoramento
irão depender dos resultados obtidos pelo presente Programa.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Monitoramento do Lençol Freático é de
responsabilidade do empreendedor e das empresas contratadas para realizar as
atividades aqui mencionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Controle de Processos Erosivos: uma vez que o nível do lençol freático
apresenta relação com a extensão lateral afetada ao longo do reservatório, poderá
interferir na estabilidade das encostas marginais, desencadeando processos erosivos.
Programa de Limpeza da Área do Reservatório: caso existam poços na área do
reservatório, estes deverão ser devidamente lacrados para evitar a ocorrência de
infiltração direta no lençol freático.
Programa de Recomposição Florestal na Área de Preservação Permanente do
Reservatório: a elevação do nível do lençol freático em determinadas áreas pode
influenciar na seleção das espécies para o plantio.
Programa de Educação Ambiental: deve apresentar a importância da preservação dos
aquíferos e dos lençóis freáticos, frisando a prevenção da contaminação dos mesmos.
102
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programa de Comunicação Socioambiental: deve informar que o referido
monitoramento está sendo realizado, com vistas à preservação dos aquíferos e dos
lençóis freáticos.
Plano Ambiental para Construção: o programa em questão deverá direcionar as
atividades referentes à obra a fim de se evitar movimentos de massa e erosão interna.
Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial -
PACUERA: algumas formas de uso das áreas de entorno podem ser limitadas e/ou
restritas conforme os efeitos da elevação do nível freático nas proximidades do
reservatório.
Plano de Gestão Ambiental: as atividades deste monitoramento devem ter o seu
andamento acompanhado e vistoriado periodicamente, de forma que possa garantir
tanto o cumprimento dos cronogramas como a qualidade dos serviços prestados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
Devem ser elaborados relatórios semestrais descrevendo o andamento das
atividades pelas empresas contratadas.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de
campo para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados
apresentados pelas empresas contratadas.
103
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Monitoramento do Lençol Freático
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7
‐6
‐5
‐4
‐3
‐2
‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Lençol Freático
Identificação e georreferenciamento de poços existentes
Identificação de pontos de monitoramento
Instalação de rede de piezômetros/poços para monitoramento
Campanhas de monitoramento
Relatórios De Monitoramento
OBS: Na Fase Reservatório, as campanhas serão trimestrais, até completar um ano. A partir do segundo ano, as campanhas passam a ser semestrais e após o quarto ano, a continuidade e a periodicidade deste monitoramento irão depender dos resultados obtidos.
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
104
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
B - PROGRAMAS DO MEIO BIÓTICO
5.8 PROGRAMA DE LIMPEZA DA ÁREA DO RESERVATÓRIO - SUPRESSÃO
DA VEGETAÇÃO
Considerações Iniciais
O Programa de Limpeza da Área do Reservatório – Supressão da
Vegetação atende à condicionante 1 da LP n° 37682 IAP, que estabelece: “Apresentar
o Plano Básico Ambiental – PBA com todos os programas e projetos propostos no
EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou Comprovante de registro profissional dos
responsáveis pela elaboração dos planos, programas, projetos, cronograma físico-
financeiro e monitoramento proposto, com ênfase nas sugestões para compensar,
mitigar ou potencialize os impactos ambientais observados no EIA/RIMA.”
Conforme apresentado no Estudo de Impacto Ambiental, o
empreendimento UHE Tibagi Montante caracteriza-se por uma predominância da
Floresta Ombrófila Mista, prevalecendo o estágio médio de sucessão e pequenas
manchas de Campos Naturais. Em relação ao estado de conservação dos
remanescentes foi constatado que não existe no trecho compreendido pela ADA
qualquer remanescente de floresta primária, apenas floresta já explorada. Isso é muito
claro pela ausência de árvores de grande porte das espécies de interesse comercial.
De um modo geral, a região na qual está inserido o empreendimento
encontra-se bastante descaracterizada quanto à cobertura vegetal original, já que esta
vem sofrendo uma pressão sobre os recursos naturais existentes ao longo dos anos.
Diversos são os fatores que vêm favorecendo a ocorrência de modificações nessas
áreas, sendo possível citar principalmente as atividades relacionadas à agricultura e
pecuária.
Desta forma, este programa apresenta os procedimentos para a remoção
da vegetação, resíduos e de outros materiais que possam vir a prejudicar a formação
do futuro reservatório, seja pela contaminação, seja pela flutuação de materiais.
Assim, a supressão das formações vegetais na ADA, bem como a limpeza
da área, em consonância com o resgate do patrimônio genético (sementes) da flora
105
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
afetada, em especial das espécies raras e ameaçadas de extinção, é ponto de partida
fundamental para minimizar o impacto sobre a biodiversidade local. Isto, pois, o
manejo inadequado e o não aproveitamento dos recursos florísticos da área de
inundação, formada a partir do barramento do rio, resultariam na redução da
diversidade genética local, no desperdício econômico representado pelo volume
lenhoso submerso, bem como na deterioração da qualidade da água e na formação
de obstáculos ao uso múltiplo do reservatório.
As tabelas a seguir relacionam as classes de uso do solo e cobertura
vegetal na área de formação do futuro reservatório (Tabela 5.8.1) e do canteiro de
obras (Tabela 5.8.2), com as suas respectivas áreas de ocupação, informações que
podem ser visualizadas no Mapa PBA-005 -TM - Uso do Solo e no Mapa-006-
Supressão da Vegetação Canteiro de Obras e Estruturas.
Tabela 5.8.1 - Uso do solo e cobertura vegetal na área do reservatório da UHE Tibagi Montante.
CLASSE ÁREA (HA) PERCENTUAL Agricultura 70,96 9,96%
Uso Antrópico 28,09 3,94%
Calha do Rio e Afluentes 309,35 43,44%
Floresta Ombrófila Mista ‐ Médio 216,05 30,34%
Capoeira 15,81 2,22%
Formação Pioneira com Influência Fluvial 23,41 3,29%
Pastagem 10,30 1,45%
Reflorestamento 31,00 4,35%
Ilhas 7,21 1,01%
Total Geral 712,18 100,00%
Tabela 5.8.2 – Classes de uso do solo e cobertura vegetal na área do canteiro de obras da UHE Tibagi Montante.
ÁREA HECTARES Agricultura 14,95
Florestal Ombrófila Mista 8,82
Total 23,77
PR
-340
BR- 153
Eixo do BarramentoEixo do BarramentoEixo do BarramentoEixo do Barramento
Rio
Tibagi
Tibagi
Rio
Tibagi
55
40
00
55
70
00
56
00
00
56
30
00
56
60
00
7270000 7273000 7276000 7279000 7282000 7285000 7288000
EMPREENDEDOR:
EXECUÇÃO:
REFERÊNCIA:
EMPREENDIMENTO:
TÍTULO DO MAPA:
DATA:LOCALIZAÇÃO: RESPONSÁVEL TÉCNICO:
UHE TIBAGI MONTANTE
PBA-005-TM USO DO SOLO
PROJETO BÁSICO AMBIENTAL - PBA
Tibagi - PR Angelo Hartmann Pires CREA 127.090 D/PR
Dezembro / 2015
Ë1.500 0 1.500750 M
1:50.000Escala:
SISTEMA DE PROJEÇÃO:UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR - UTM
SISTEMA DE REFERÊNCIA: SIRGAS 2000 FUSO 22S
Legenda
Rodovia Estadual
Rodovia Federal
Faixa de APP - 86,5 m
Uso do Solo e Cobertura Vegetal
Agricultura
Uso Antrópico
Calha do Rio e Afluentes
Floresta Ombrofila Mista
Capoeira
Formação Pioneira com Influência Fluvial
Ilha
Pastagem
Reflorestamento
106
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Seleção das áreas de vegetação a serem mantidas
A seleção das áreas para a manutenção da vegetação foi realizada com
base em uma modelagem matemática que simulou os impactos na água do
reservatório decorrentes da inundação da biomassa em diferentes cenários de
supressão da vegetação.
Considerando a área de Floresta Ombrófila mista (estágio médio, capoeira
e ilhas) foram analisadas três hipóteses, a saber: nenhuma supressão, 45% de
supressão e 75% de supressão.
A hipótese sem supressão foi descartada por apresentar maior risco à
qualidade da água, e também maior impacto socioambiental em relação à paisagem
cênica, bem como em relação à fauna e flora. O cenário analisado com 75% de
supressão foi considerado como excessivo, uma vez que eliminaria remanescentes
florestais que poderão apresentar maior importância para manutenção do habitat de
ictiofauna.
A hipótese de supressão em 45% da área com remanescentes florestais foi
a que melhor apresentou resultados de forma geral, levando em consideração todos
os aspectos supracitados. Uma vez que mitiga os impactos da região do Arroio da
Pedra Branca, além de propiciar melhor direcionamento de afugentamento de fauna
e ainda concentrar as atividades de supressão em áreas mais preservadas e próximas
de acesso, possibilitando assim o aproveitamento do banco de germoplasma e
também do material lenhoso.
Nesse cenário de 45% de supressão, as atividades serão direcionadas para
os ambientes terrestres e também para as ilhas fluviais com remanescentes florestais,
que totalizará uma área de aproximadamente 100 ha de supressão em Floresta
Ombrófila mista em estágio médio, que ocorrem nos ambientes terrestres e também
nas ilhas fluviais existentes
O detalhamento desse estudo, assim como o mapa das áreas a serem
sugeridas para supressão, estão no Anexo 14.
107
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Justificativa
O Programa Limpeza da Área do Reservatório e áreas associadas é uma ação
mitigadora dos impactos sobre a qualidade da água, promovendo a redução da
biomassa a ser alagada e eliminando possíveis focos de contaminação.
Além disso, um planejamento elaborado anteriormente à supressão (com a
retirada dos documentos necessários para o corte e destinação da madeira) viabiliza
o aproveitamento deste material vegetal de alto valor econômico.
Para o cálculo do volume madeira a ser suprimida em favor da implantação da
UHE Tibagi Montante, o Estudo de Impacto Ambiental considerou que a área total de
vegetação a ser suprimida para a formação do lago equivale a 205,61 hectares, e a
área a ser suprimida para a implantação do barramento, estruturas e benfeitorias é de
2,90 hectares, totalizando 208,51 hectares. Desta forma espera-se que o volume total
de madeira a ser suprimido seja em torno de 35.198 m³, aproximadamente.
Objetivos
O objetivo geral desse programa é estabelecer as ações a serem realizadas
para a limpeza da área onde será formado o reservatório da UHE Tibagi Montante e
das estruturas associadas ao empreendimento, como forma de minimizar o impacto
ambiental decorrente da degradação e apodrecimento da vegetação submersa.
Os objetivos específicos são:
- Realizar o planejamento do desmatamento, com a definição das técnicas a
serem empregadas e o destino final do material explorado;
- Promover a retirada da vegetação ocorrente na área do reservatório,
promovendo o seu aproveitamento econômico;
- Concretizar a limpeza da área a ser alagada com o menor impacto possível às
comunidades faunísticas terrestres e aquáticas;
- Retirar os resíduos sólidos que sejam detectados durante a retirada da
vegetação, promovendo sua correta destinação;
- Retirar as benfeitorias existentes na área de alagamento e na Área de
Preservação Permanente (APP) do futuro reservatório;
108
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Promover o afugentamento orientado de animais silvestres para áreas naturais
próximas;
- Viabilizar a execução do Programa de Resgate da Fauna através da adequação
e integração de cronogramas.
Metodologia
O processo de supressão de vegetação se dará em duas etapas:
a) Supressão da vegetação da área do canteiro, acesso, estruturas definitivas
e apoio no início da obra;
b) Supressão da vegetação da área do reservatório, conforme modelagem
matemática, que ocorrerá antes do enchimento do reservatório.
Procedimentos básicos da supressão vegetal
Com a aquisição das áreas de alagamento e do ocorrentes na ADA do futuro
reservatório corresponde à floresta secundária em estágio médio de sucessão. Variam
em termos de tamanho e conectividade, acompanhando a margem do rio Tibagi,
ocorrendo em variadas declividades do terreno, principalmente sobre terreno
acidentado.
As atividades visando à operacionalização da supressão vegetal e à limpeza
das áreas a serem ocupadas pelo reservatório são:
- Inventário Florestal (já realizado);
- Obtenção da Autorização Florestal para desmatamento, a ser emitida pelo IAP;
- Solicitação prévia do Documento de Origem Florestal – DOF, para possibilitar
o transporte da madeira e seu aproveitamento (quando necessário).
Os trabalhos de campo obedecerão, no mínimo, as seguintes atividades:
- Demarcação das áreas onde será suprimida a vegetação do reservatório e do
canteiro de obras, a fim de evitar desmatamento desnecessário, conforme
projeto de desmatamento a ser aprovado pelo IAP;
- A demarcação deve ser feita com instrumentos que permitam determinar a cota
de alague com grande precisão. Essa cota deverá ser materializada em campo
109
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
com uso de estacas de madeira, espaçadas entre si a pequenas distâncias (50
metros, no máximo). Para auxiliar na materialização da cota de alague em
campo, deverá ser aberta uma picada por onde passa a cota, delimitando a
área de supressão.
- Localização em mapas das áreas a serem suprimidas e das estruturas a serem
desmobilizadas;
- A execução dos serviços se dará em cinco etapas distintas: (1) remoção do
sub-bosque; (2) derrubada; (3) segmentação; (4) transporte e (5) estocagem e
cubagem;
- Nas áreas destinadas à supressão, os trabalhos serão executados de forma
uniforme e contínua. Essas áreas deverão ser completamente desmatadas
obedecendo às etapas supracitadas;
- Sempre que possível, o sentido da operação será da margem do rio para a cota
de inundação, e apontará para as manchas de vegetação remanescentes,
objetivando a indução da migração da fauna local;
- A retirada do sub-bosque antecederá a derrubada das árvores.
- Destinação correta dos resíduos de madeira, nos locais devidamente
autorizados para este fim;
- Realizar o enleiramento da madeira e fazer a cubagem (medição do volume),
para posterior emissão do DOF.
O Inventário Florestal já realizado será protocolado junto ao órgão ambiental
antes da solicitação de Licença de Instalação com vista a obter autorização de corte,
objeto de licenciamento específico.5
O coordenador deste programa deverá se reunir com os coordenadores dos
programas de Salvamento da Flora, Monitoramento da Ictiofauna, Monitoramento da
Fauna Terrestre e Resgate da Fauna, com a finalidade de estruturar as atividades que
são inter-relacionadas e seus cronogramas.
5 Item 11 da Licença Prévia nº 37682
110
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Normas de segurança para as ações de supressão vegetal
- Todas as atividades de supressão deverão levar em consideração a segurança
dos trabalhadores, conforme a legislação pertinente;
- Utilização de material de proteção pelos trabalhadores: equipamentos de
proteção individual − EPI previstos em legislação específica, tais como: botas,
capacetes, luvas, entre outros;
- Coleta diária de resíduos oriundos das frentes de serviço;
- Os trabalhadores serão alertados quanto à proibição de caça e pesca;
- Treinamento aos profissionais para evitar acidentes e danos ambientais;
- Utilização de equipamentos devidamente autorizados e licenciados pelos
órgãos competentes (motosserra, etc.);
- A empresa que realizar a supressão deverá estar com o Cadastro Técnico
Federal – CTF atualizado (IBAMA).
Retirada de eventuais Infraestruturas e Benfeitorias
Construções diversas como barracões, pocilgas, caixas d’água, etc., deverão
ser desmontadas, seus resíduos retirados e, posteriormente, destinados em local
apropriado.
Os locais que possuam foco de contaminação (paióis, mangueiras, estrebarias,
galinheiros, fossas, etc.) deverão ser descontaminados para evitar riscos à população
e ao meio ambiente. No caso específico da UHE Tibagi Montante, o principal foco de
contaminação que pode existir refere-se às áreas onde ocorrem extração de areia.
Poços eventualmente encontrados em cota inferior ao nível máximo do
reservatório deverão ser lacrados, de modo a inibir posterior infiltração local de água
nos aquíferos.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Limpeza da Área do Reservatório é de
responsabilidade do empreendedor e das empresas contratadas para as atividades
relacionadas.
111
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Controle dos Processos Erosivos: a retirada da vegetação pode acentuar
a ocorrência de processos erosivos nas encostas marginais do reservatório.
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas: as camadas de solo eventualmente
removidas e armazenadas poderão ser utilizadas para a recuperação de áreas
degradadas.
Programa de Monitoramento do Lençol Freático: durante as atividades previstas neste
programa devem ser lacrados todos os poços de monitoramento identificados na área
de inundação.
Programa de Monitoramento Limnológico e da Qualidade da Água: a supressão da
vegetação, assim como a limpeza das fontes de contaminação, diminui a quantidade
de biomassa nas áreas a serem inundadas e, consequentemente, contribui para uma
menor eutrofização dos corpos d’água.
Programa de Salvamento da Flora: durante a fase de supressão vegetal, a equipe de
salvamento da flora deve estar em contato com a de limpeza da área de formação do
reservatório para saber o andamento das atividades, e assim sincronizarem as
atividades, para facilitar os processos de coleta de sementes e realocação de epífitas,
principalmente.
Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre: uma vez que a fase de supressão
da vegetação provoca a dispersão da fauna, devido à modificação dos ecossistemas
terrestres, equipes de monitoramento podem atuar em conjunto com a de limpeza da
área de formação do reservatório, por meio de observações e registros pertinentes.
Programa de Resgate da Fauna Terrestre: os esforços com resgate da fauna terrestre
são reduzidos pela retirada da vegetação quando realizada de maneira adequada, já
que os animais são induzidos a procurarem os fragmentos florestais vizinhos à área
do futuro reservatório.
Programa de Compensação Ambiental: a supressão da vegetação causa impactos
não mitigáveis para a flora, nesse sentido o programa de compensação ambiental tem
112
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
a função de manter uma área de características as mais semelhantes possíveis às da
região afetada.
Programa de Educação Ambiental: a supressão da vegetação deve ser abordada de
forma a enfatizar os benefícios que irá gerar, principalmente com relação ao aspecto
de melhorias na qualidade da água.
Programa de Comunicação Socioambiental: visa demonstrar ao público que o
processo de Limpeza da Área do Reservatório não é um desmatamento indevido, e
que haverão as devidas compensações.
Plano Ambiental para Construção: todos os procedimentos básicos de supressão
vegetal a serem realizados pelas empresas contratadas devem ser acompanhados
por equipe técnica, de forma a prevenir e impedir que ocorram situações de
desmatamento que não estejam previstas na autorização emitida pelo órgão
ambiental.
Plano de Gestão Ambiental: tem como objetivo acompanhar e vistoriar o andamento
e desenvolvimento das atividades, garantindo o cumprimento dos cronogramas bem
como a qualidade dos serviços prestados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
Devem ser elaborados relatórios trimestrais descrevendo o andamento das
atividades pelas empresas contratadas.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de campo
para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados apresentados pelas
empresas contratadas.
113
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Limpeza da Área do Reservatório
Antes da
Construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Limpeza da Área do
Reservatório
Demarcação das áreas de supressão
Realização dos procedimentos de supressão vegetal
Destinação adequada dos resíduos
Retirada das estruturas Descontaminação das estruturas
Relatórios de acompanhamento
Legenda
Mobilização Início da obra Desvio do Rio Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
114
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.9 PROGRAMA DE SALVAMENTO DA FLORA
Considerações Iniciais
O Programa de Salvamento da Flora atende à condicionante 1 da LP n° 37682
IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos os
programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA. ”
A perda e a fragmentação dos habitats, por meio da supressão da vegetação,
tem um efeito negativo sobre a biodiversidade, acarretando na redução do tamanho
das populações e acréscimo dos efeitos de borda, o que leva ao empobrecimento da
biodiversidade e mudanças na distribuição e abundância das espécies.
Para mitigar os impactos decorrentes da supressão da vegetação, e
consequentemente ajudar na preservação da biodiversidade existente na ADA, serão
realizadas ações de coleta de propágulos vegetais. A obtenção de sementes de alta
qualidade é fundamental para programas relacionados ao processo de produção de
mudas, em especial à recuperação da APP do reservatório.
As espécies presentes na lista de espécies ameaçadas de extinção devem ter
uma atenção especial no programa de salvamento da flora. Logo, deve-se dar
prioridade para a coleta das sementes dessas espécies.
Justificativa
O resgate da flora visa garantir o salvamento do patrimônio genético que será
diretamente afetado pela formação do reservatório da UHE Tibagi Montante,
possibilitando a manutenção das espécies raras e ameaçadas de extinção nos
ecossistemas regionais. Além disso, permite coletar sementes para compor o banco
de sementes que poderá ser utilizado futuramente na recomposição vegetal das áreas
de preservação permanente.
Ressalta-se também que o conhecimento da diversidade e estruturação da flora
local e a necessidade da conservação da genética vegetal autóctone são essenciais
115
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
ao manejo da paisagem e projetos de restauração ecológica a serem implementados
na mitigação dos impactos do empreendimento. Assim, esta medida se justifica no
contexto da conservação da biodiversidade vegetal regional.
Objetivos
O objetivo geral deste programa é preservar o patrimônio genético da flora de
ocorrência na região do empreendimento, seja através de realocação de espécies ou
pela coleta de sementes.
Os objetivos específicos são:
− Salvar o patrimônio genético das espécies em geral, com foco nas raras,
endêmicas e/ou ameaçadas de extinção existentes na Área Diretamente
Afetada pelo empreendimento UHE Tibagi Montante;
− Mitigar os efeitos da supressão da vegetação pela formação do reservatório.
Metodologia
Determinação das espécies de interesse
A determinação das espécies alvo para salvamento da flora será baseada no
inventário florístico já realizada na ADA do empreendimento, onde foi possível
conhecer a estrutura da vegetação quanto a composição florística, dispersão e
cobertura das espécies na área.
Neste processo, serão registradas as espécies de interesse (raras, endêmicas,
ameaçadas de extinção e imunes ao corte), sendo elas a Araucaria angustifolia,
Cedrela fissilis e Machaerium paraguariense, que terão as suas sementes coletadas.
Os locais que apresentarem indivíduos de espécies de interesse serão marcados e/ou
georreferenciados, de modo a possibilitar o retorno para a efetivação das atividades
de salvamento da flora.
Para o trabalho de realocação será dado ênfase ao resgate de epífitas
especialmente da família Bromeliaceae, como Tillandsia stricta, Vriesea sp., Aechmea
distichantha e Dickia sp., além da Cactaceae Riphsalis sp. e a Orchidacae Oncidium
pumilum, identificadas na ADA do empreendimento. Além disso, foi amostrada uma
116
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
espécie de xaxim (Alsophila setosa), que pode ser transplantado para áreas não
inundadas pelo reservatório.
Determinação do método de coleta
Após a detecção e seleção das áreas com espécies alvos do resgate, será
determinado o método de coleta com base nas especificidades de cada espécie, como
tipo de propágulos e tipo de dispersão, além dos aspectos ecológicos das plantas.
Essas informações deverão ser fundamentadas em bibliografia específica.
Entre os métodos de coleta, pode-se citar:
- Coleta de frutos/sementes no chão;
- Escalada da árvore para coleta de frutos/sementes na copa; ou
- Transplante de plântulas.
A partir das informações de cada espécie serão determinados ainda o método
de beneficiamento das sementes e de armazenamento (quando for o caso). As coletas
deverão ser bem distribuídas por toda a ADA do empreendimento.
Coleta de frutos/sementes e outros propágulos
A coleta dos frutos/sementes e outros propágulos das plantas deverá ser
iniciada antes das atividades de supressão da vegetação e ter continuidade durante a
supressão da vegetação, para que o material genético não seja perdido durante esse
processo.
Nos casos onde forem coletados frutos e sementes, serão tomados os cuidados
para manter a viabilidade das sementes que deverão ser encaminhadas a viveiros
especializados na região, como por exemplo o Viveiro do IAP da Regional de Ponta
Grossa (localizado no município de Imbaú) e o Viveiro Florestal Geraldo Russi
(localizado no município de Tibagi). Poderão ser estabelecidas parcerias ou convênios
com os viveiros, a depender da disponibilidade, capacidade de atendimento da
demanda, qualidade e diversidade de espécies. É importante que os frutos e
sementes coletadas quando encaminhados aos viveiros estejam devidamente
identificadas e quantificadas.
117
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
As mudas provenientes das sementes destinadas aos viveiros poderão ser
utilizadas no “Programa de Recuperação de Áreas Degradadas” e no “Programa de
Recomposição Florestal na APP do Reservatório”.
Coleta e realocação de epífitas e xaxins
A localização das epífitas e dos xaxins será realizada durante a determinação
das espécies de interesse e das atividades de coleta de frutos/sementes,
preferencialmente antes do início da supressão da vegetação.
A realocação de xaxins e epífitas deverá atender os requisitos fisiológicos das
espécies visando o transplante dos mesmos para áreas pré-selecionadas com
características bióticas e abióticas semelhantes a original.
Após a localização das epífitas será feita a demarcação dos forófitos para
posterior coleta. Aquelas epífitas que estiverem localizadas na porção mais baixa do
fuste poderão ser coletadas antes da supressão da vegetação. Quando as epífitas
estiverem localizadas nas porções mais altas do fuste ou na copa, o resgate será
realizado durante a supressão da vegetação e limpeza da área para formação do
reservatório. Dessa forma, é imprescindível que seja feito o acompanhamento da
derrubada das árvores, evitando ao máximo que as epífitas a serem realocadas sejam
danificadas no processo. As plantas coletadas deverão ser temporariamente
acumuladas e armazenadas em locais sombreados, sendo fixadas novamente em no
máximo um dia após a sua coleta.
Para os xaxins, cada indivíduo localizado em campo será previamente
demarcado para posterior resgate. Esta atividade deverá ocorrer de forma intercalada
às atividades de supressão da vegetação, tomando os devidos cuidados para não
comprometerem os exemplares resgatados.
Os locais utilizados para acomodar as plantas (epífitas e xaxins) realocadas
deverão ser marcados e/ou georreferenciados, para um posterior monitoramento.
Monitoramento de indivíduos transplantados
O monitoramento da vegetação visa manter um acompanhamento periódico
dos indivíduos transplantados, tanto epífitas quanto xaxins. O sucesso da realocação
dos indivíduos vegetais transplantados da área de supressão para a futura APP do
118
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
reservatório da UHE Tibagi Montante deverá ser avaliado através do
acompanhamento destes indivíduos, por meio de amostragem.
Esse monitoramento deverá ser realizado através de avaliações semestrais,
após a realocação dos indivíduos, durante um ano, seguidas de uma avaliação final.
Responsabilidade pelo Programa
Financeira: empreendedor.
Executiva: empreendedor e empresas terceirizadas.
Fiscalização: Instituto Ambiental do Paraná.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Esse programa estará correlacionado com os seguintes programas e planos:
Programa de Recomposição Florestal na APP do Reservatório: as atividades de coleta
de sementes servirão de base para a produção de mudas que poderão ser utilizadas
no plantio de enriquecimento florestal da APP do reservatório.
Programa de Limpeza da Área do Reservatório: esta atividade deverá ter início antes
da fase de supressão vegetal e limpeza da área de formação do reservatório áreas
das estruturas, de modo a facilitar os processos de coleta de sementes e realocação
de epífitas e xaxins.
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas: as atividades de coleta de
sementes servirão de base para a produção de mudas que poderão ser utilizadas na
recuperação de áreas degradadas.
Programa de Educação Ambiental: abordar a importância da riqueza genética na
recomposição de ambientes.
Programa de Comunicação Socioambiental: demonstrar ao público que existe um
programa voltado a preservar a riqueza vegetal da área.
Plano de Gestão Ambiental: tem como objetivo acompanhar e vistoriar o andamento
e desenvolvimento das atividades, garantindo o cumprimento dos cronogramas bem
como a qualidade dos serviços prestados.
119
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
A empresa contratada deverá elaborar relatórios trimestrais descrevendo
as atividades realizadas.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deverá realizar vistorias de
campo para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados
apresentados pelas empresas contratadas.
120
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Salvamento da Flora
Antes da Construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Salvamento da Flora
Determinação das espécies de interesse
Elaboração de planos de coleta e realocação
Coleta de frutos / sementes
Coleta e realocação de epífitas e xaxins
Monitoramento de indivíduos transplantados
Relatórios de acompanhamento
OBS: Na Fase Reservatório, as campanhas semestrais de monitoramento de indivíduos transplantados se estenderão por 12 meses. Legenda
Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
121
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.10 PROGRAMA DE RECOMPOSIÇÃO FLORESTAL NA ÁREA DE
PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RESERVATÓRIO
Considerações Iniciais
O Programa de Recomposição Florestal na Área de Preservação
Permanente do Reservatório atende à condicionante 1 da LP n° 37682 IAP, que
estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos os programas e
projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou Comprovante de
registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos, programas,
projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com ênfase nas
sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA.” Atende também à condicionante 4 que estabelece:
“Apresentar Projeto de Recuperação de Áreas de Preservação Permanente – APP
para a faixa de, no mínimo, 100 (cem) metros, contemplando isolamento da área”.
Considerando a altitude na AID do empreendimento, entre 710 e 1.230
metros s.n.m., o trecho em estudo caracteriza-se por uma predominância da Floresta
Ombrófila Mista. As fitofisionomias campestres e savânicas também ocorrem na AID
acima de 710 metros s.n.m., sendo típicas de relevos mais planos e elevados, ainda
que atualmente encontram-se quase completamente descaracterizados por
atividades humanas como silvicultura comercial e agricultura. As várzeas no trecho
compreendido pela AID são escassas.
A Área Diretamente Afetada - ADA do empreendimento é caracterizada por
remanescentes de Floresta Ombrófila Mista, prevalecendo o estágio médio de
sucessão e também por pequenas manchas de Estepe Gramíneo-lenhosa, que
corresponde aos Campos Naturais, onde geralmente ocorre afloramento de rocha.
As florestas ciliares desempenham importantes funções ecológicas e
hidrológicas numa bacia hidrográfica. Estas comunidades vegetais viabilizam o fluxo
gênico de espécies de flora e fauna, impedem processos erosivos e mantém a
qualidade ambiental dos trechos por elas ocupados.
No que diz respeito à legislação ambiental brasileira, os principais
dispositivos legais referentes à APP são o Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651,
122
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
de 25 de maio de 1912), as Resoluções CONAMA nº 302 e nº 303, ambas de 2002,
que preveem a conservação de APP de corpos d’água e reservatórios artificiais, e a
Resolução CONAMA nº 429, de 28 de fevereiro de 2011.
Com o objetivo de disciplinar a matéria no estado do Paraná, o IAP publicou
a Portaria n° 069/2015, que regulamenta a aplicação do princípio de variabilidade da
APP em reservatórios artificiais destinados à geração de energia elétrica e estabelece
o conteúdo mínimo a ser considerado para apresentação da proposta de variação da
APP a ser realizada pelos empreendedores dos aproveitamentos hidrelétricos
localizados ou previstos no Estado.
A ideia, ao recompor todas essas áreas de preservação, é de reconstituir
um novo ecossistema o mais semelhante possível ao original, de modo a criar
condições de biodiversidade tanto para a flora quanto para a fauna.
Para tanto, deverão ser utilizadas nos procedimentos de recomposição
florestal, mudas de espécies constatadas nas comunidades vegetais da região, sendo
de vital importância a observância das preferências ecológicas destas espécies.
Justificativa
É importante que seja feita a recuperação florestal das áreas adjacentes ao
reservatório (APP), para reestabelecer, em médio prazo, os nichos ecológicos
suprimidos pela retirada da vegetação. A importância do restabelecimento do corredor
ecológico fundamenta-se nos inúmeros benefícios que a vegetação natural traz aos
ecossistemas
Sob o ponto de vista da biodiversidade, a recomposição florestal na APP
interliga os remanescentes florestais, garantindo o fluxo de espécies da fauna e da
flora e finalmente, sob o ponto de vista legal, este programa justifica-se no sentido de
cumprir as legislações vigentes e aplicáveis ao empreendimento.
Ainda, a vegetação desenvolvida nesta área servirá como proteção das
margens do reservatório, uma vez que reduz o desenvolvimento de processos
erosivos no local. Além disso, a vegetação atuará como um filtro, minimizando o aporte
de sedimentos no curso d'água, e assim, contribuindo para a melhoria da qualidade
da água.
123
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Objetivos
O objetivo geral deste programa é recuperar, incrementar e conservar a
vegetação da APP do futuro reservatório, de forma a proporcionar a manutenção ou
melhoria das condições ambientais da vegetação, para assim cumprir seu papel
protetor sobre os recursos bióticos e abióticos.
Os objetivos específicos são:
- Proteger as margens do reservatório, contribuindo para a manutenção da
diversidade florística regional;
- Manutenção da qualidade da água do reservatório;
- Reduzir eventuais processos erosivos e assoreamentos;
- Possibilitar a conectividade entre remanescentes, facilitando o fluxo biológico;
- Eliminar espécies vegetais exóticas;
- Criar novos ambientes adequados para a fauna.
Metodologia
De um total de 568,67 hectares que compõem a APP do reservatório,
183,95 hectares (32,35%) são utilizados de forma intensiva, abrigando uso antrópico,
agricultura, pecuária e silvicultura. Essas áreas deverão ser recuperadas com o plantio
de espécies nativas da Floresta Ombrófila Mista. Outros 384,72 hectares (67,65%)
estão cobertos por vegetação nativa, o que inclui remanescentes florestais em estágio
inicial e médio de regeneração e o campo natural.
Os métodos de recuperação de uma determinada área devem sempre levar
em consideração diversos fatores físicos, bióticos e socioeconômicos, como qual o
uso atual e passado desta área, a existência de fragmentos de vegetação próximos e
em qual estágio sucessional se encontra, tipos de solos, entre outros.
Independentemente do método escolhido, o primeiro passo é sempre retirar ou isolar
os fatores de degradação da área.
A realização do levantamento do uso atual do solo nas áreas da faixa de
proteção ciliar tornará possível identificar o tipo de intervenção necessária e ajustar a
124
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
quantificação de mudas a serem empregadas no Programa, bem como quando cada
área estará disponível para receber o tratamento necessário (adensamento ou
reflorestamento).
Procedimentos Iniciais
Demarcação da APP
A área de APP será devidamente demarcada em campo com piquetes, fato que
possibilita a avaliação precisa dos trabalhos a serem executados e a quantificação
das mudas de espécies nativas a serem plantadas, sendo este o planejamento inicial
do programa.
Construção de cercas
Medida necessária principalmente quando existe pastagem por perto, em
função da invasão de animais que pisoteiam e predam as mudas, ou mesmo para
prevenir animais domésticos e pessoas de entrarem na área, atrapalhando o
desenvolvimento das plantas. O isolamento dos fatores externos de degradação é
fundamental para possibilitar o estabelecimento das mudas introduzidas e também a
regeneração natural das áreas que apresentarem resiliência6.
Adotar medidas de controle de erosão
Deve-se analisar a necessidade de escarificação, construção de curvas de
nível, terraceamento, dentre outras, caso a área esteja propensa a processos
erosivos. As técnicas recomendadas para controle dos processos erosivos estão
melhores apresentadas no Programa de Monitoramento dos Processos Erosivos.
Recuperação da Vegetação
Após as devidas considerações sobre cada área a ser recuperada, decide-se
qual o método a ser utilizado que, segundo a Resolução CONAMA nº 429, de 28 de
fevereiro de 2011, pode ser: condução da regeneração natural de espécies nativas;
plantio de espécies nativas conjugado com a regeneração natural; ou plantio de
espécies nativas.
6 Atendimento ao item 4 da Licença Prévia nº 37682.
125
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Condução da regeneração natural
A condução da regeneração natural de espécies nativas é o auxílio aos
processos naturais de sucessão das florestas, através dos processos de germinação
de sementes e brotação de tocos e raízes. Esse processo possui um custo mais baixo,
por necessitar menos mão de obra e insumos, porém deve-se considerar que é um
processo mais lento e o sucesso está diretamente relacionado à resiliência
apresentada na área e o isolamento da mesma.
Como esse processo depende muito do banco de sementes é importante
analisar o uso anterior da área. Áreas menos perturbadas têm maiores chances de
apresentar um banco de sementes que possa desencadear a regeneração. Já áreas
com maior grau de degradação dificilmente terão capacidade devido às condições
adversas do solo. Outro fator muito importante é a proximidade desta área a
fragmentos de florestas, que serão os principais fornecedores de sementes, áreas
muito afastadas já são pouco propícias a este método.
Em relação às pequenas manchas de Estepe Gramíneo-lenhosa identificada
na ADA, que correspondem aos Campos Naturais, a condução da regeneração
natural nestes locais deverá ser favorecida pela retirada dos exemplares arbóreos
exóticos que porventura estiverem presentes nestas áreas. Como exemplo clássico
temos o Pinus sp., que se estabelecem a partir de sementes aladas disseminadas
pelo vento e encontram baixa competição exercida pelas espécies herbáceas e
arbustivas nativas que caracterizam estes locais.
Plantio de espécies nativas conjugado com a regeneração natural
Esse processo pode ser feito em áreas com características semelhantes às de
regeneração natural, a única diferença é que neste caso realiza-se um enriquecimento
com o plantio de algumas espécies nativas aleatoriamente. Para a realização do
plantio deve-se seguir as mesmas instruções do método de plantio de espécies
nativas, exceto as regras de espaçamento, uma vez que este método funciona como
um adensamento e deve ser realizado pontualmente onde verificar-se necessário, ou
seja, nas áreas que apresentarem menor capacidade de regeneração natural da
vegetação.
126
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Plantio de espécies nativas
A escolha das espécies a serem plantadas na recomposição vegetal de APP
deverá ser realizada de acordo com a formação florestal típica da região, ou seja,
Floresta Ombrófila Mista.
Importante ressaltar que serão coletadas sementes de espécies nativas nas
áreas a serem desmatadas, destinadas à produção de mudas que poderão ser
utilizadas na recuperação da APP. Essa atividade faz parte do Programa de
Salvamento da Flora.
Quanto a composição florística verificada no Estudo de Impacto Ambiental da
UHE Tibagi Montante, foram detectadas 96 espécies com hábito arbóreo-arbustivo,
pertencentes a 71 gêneros e distribuídas em 32 famílias botânicas distintas. Se
considerada apenas a vegetação arbórea (CAP≥20 cm) temos o total de 89 espécies,
distribuídas em 67 gêneros e 31 famílias botânicas. Para a vegetação arbustiva ou de
sub-bosque (CAP<20 cm) a relação foi de 51 espécies, distribuídas em 37 gêneros e
18 famílias. A seguir é apresentada a lista total das espécies vegetais detectadas no
estudo e que servem de referência para obtenção de mudas nativas que deverão ser
utilizadas neste programa (Tabela 5.10.1).
Tabela 5.10.1 − Lista da flora arbóreo-arbustiva registrada na ADA da UHE Tibagi Montante.
Família Nome científico Nome popular
Anacardiaceae Lithrea molleoides (Vell.) Engl. Bugreiro
Annonaceae Annona emarginata (Schltdl.) H.Rainer Ariticum
Annonaceae Guatteria australis A.St.-Hil. Envira-preta
Aquifoliaceae Ilex dumosa Reissek Congonha-graúda
Aquifoliaceae Ilex theezans Mart. ex Reissek Caúna
Araliaceae Schefflera cf. calva (Cham.) Frodin & Fiaschi Mandiocão
Araucariaceae Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze Araucária
Arecaceae Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Jerivá
Asteraceae Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera Cambará
Asteraceae Piptocarpha axillaris (Less.) Baker Pau-toucinho
Asteraceae Vernonia discolor (Spreng.) Less. Vassourão-preto
Bignoniaceae Jacaranda micrantha Cham. Caroba
Boraginaceae Cordia americana (L.) Gottschling & J.S.Mill. Guajuvira
Boraginaceae Cordia ecalyculata Vell. Café-de-bugre
Celastraceae Maytenus gonoclada Mart. sem nome
Clethraceae Clethra scabra Pers. Carne-de-vaca
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UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Família Nome científico Nome popular
Cyatheaceae Alsophila setosa Kaulf. Xaxim-de-espinho
Erythroxylaceae Erythroxylum argentinum O.E.Schulz sem nome
Euphorbiaceae Actinostemon concolor (Spreng.) Müll.Arg. Laranjeira-brava
Euphorbiaceae Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll.Arg. Tapiá
Euphorbiaceae Croton floribundus Spreng. Capixingui
Euphorbiaceae Sebastiania brasiliensis Spreng. Leiteirinho
Euphorbiaceae Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B.Sm. & Downs
Branquilho
Fabaceae Albizia edwallii (Hoehne) Barneby & J.W.Grimes Angico
Fabaceae Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkart Farinha-seca
Fabaceae Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico-branco
Fabaceae Bauhinia forficata Link Pata-de-vaca
Fabaceae Copaifera langsdorffii Desf. Copaíba
Fabaceae Inga striata Benth. Ingá
Fabaceae Lonchocarpus subglaucescens Mart. ex Benth. Embira-de-sapo
Fabaceae Machaerium brasiliense Vogel Pau-sangue
Fabaceae Machaerium nyctitans (Vell.) Benth. Bico-de-pato
Fabaceae Machaerium paraguariense Hassl. Jacarandá-branco
Fabaceae Machaerium stipitatum Vogel Sapuva
Fabaceae Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan Gurucaia
Lauraceae Cinnamomum sellowianum (Nees & Mart.) Kosterm. Canela-raposa
Lauraceae Cryptocarya aschersoniana Mez Canela-fogo
Lauraceae Endlicheria paniculata (Spreng.) J.F.Macbr. Canela-de-veado
Lauraceae Nectandra grandiflora Nees Canela-fedida
Lauraceae Nectandra lanceolata Nees Canela-amarela
Lauraceae Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez Canela
Lauraceae Ocotea bicolor Vattimo-Gil Canela-fedida
Lauraceae Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez Canela-louro
Lauraceae Ocotea indecora (Schott) Mez Canela-preta
Lauraceae Ocotea nutans (Nees) Mez Canelinha
Lauraceae Ocotea puberula (Rich.) Nees Canela-guaicá
Lauraceae Ocotea silvestris Vattimo-Gil Canela
Lythraceae Lafoensia pacari A.St.-Hil. Dedaleiro
Malvaceae Luehea divaricata Mart. & Zucc. Açoita-cavalo
Melastomataceae Miconia cf. petropolitana Cogn. Pixirica
Melastomataceae Miconia inconspicua Miq. Pixirica
Melastomataceae Miconia sellowiana Naudin Pixirica
Meliaceae Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Canjerana
Meliaceae Cedrela fissilis Vell. Cedro
Meliaceae Guarea macrophylla Vahl. Marinheiro-do-brejo
Meliaceae Trichilia elegans A.Juss. Pau-de-ervilha
Monimiaceae Mollinedia clavigera Tul. Pimenteira
Moraceae Ficus cf. luschnathiana (Miq.) Miq. Figueira-vermelha
Moraceae Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger et al. Xinxo
128
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Família Nome científico Nome popular
Myrtaceae Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg Guamirim
Myrtaceae Calyptranthes concinna DC. Guamirim
Myrtaceae Campomanesia xanthocarpa (Mart.) O.Berg Guavirova
Myrtaceae Eugenia blastantha (O.Berg) D.Legrand Guamirim
Myrtaceae Eugenia handroana D.Legrand Guamirim
Myrtaceae Eugenia involucrata DC. Cerejeira
Myrtaceae Myrceugenia myrcioides (Cambess.) O.Berg Guamirim
Myrtaceae Myrcia cf. guianensis (Aubl.) DC. Guamirim
Myrtaceae Myrcia pulchra (O.Berg) Kiaersk. Guamirim
Myrtaceae Myrcia splendens (Sw.) DC. Guamirim
Myrtaceae Myrciaria floribunda (H.West ex Willd.) O.Berg Guamirim
Myrtaceae Myrciaria tenella (DC.) O.Berg Guamirim
Myrtaceae Plinia cf. brachybotrya (D. Legrand) Sobral Guamirim
Primulaceae Myrsine loefgrenii (Mez) Imkhan. Capororoca
Primulaceae Myrsine umbellata Mart. Capororocão
Proteaceae Roupala montana var. brasiliensis (Klotzsch) K.S.Edwards
Carvalho-brasileiro
Rhamnaceae Hovenia dulcis Thunb. Uva-do-japão
Rosaceae Prunus myrtifolia (L.) Urb. Pessegueiro-bravo
Rubiaceae Chomelia obtusa Cham. & Schltdl. Falso-guamirim
Rubiaceae Faramea cf. montevidensis (Cham. & Schltdl.) DC. sem nome
Rubiaceae Psychotria vellosiana Benth. Café-do-mato
Rubiaceae Rudgea jasminoides (Cham.) Müll.Arg. Café-do-mato
Rutaceae Esenbeckia grandiflora Mart. Pau-de-cotia
Rutaceae Metrodorea nigra A.St.-Hil. Carrapateira
Rutaceae Pilocarpus pennatifolius Lem. Jaborandi
Rutaceae Zanthoxylum fagara (L.) Sarg. Mamica-de-porca
Salicaceae Banara tomentosa Clos Cambroé-mirim
Salicaceae Casearia decandra Jacq. Guassatunga
Salicaceae Casearia lasiophylla Eichler Cambroé
Salicaceae Casearia obliqua Spreng. Guassatunga-preta
Salicaceae Casearia sylvestris Sw. Cafezeiro-do-mato
Salicaceae Xylosma pseudosalzmanii Sleumer Sucará
Sapindaceae Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl. Vacum
Sapindaceae Cupania vernalis Cambess. Camboatá
Sapindaceae Diatenopteryx sorbifolia Radlk. Maria-preta
Sapindaceae Matayba elaeagnoides Radlk. Miguel-pintado
Solanaceae Solanum bullatum Vell. Fumeiro
No mesmo estudo foram destacadas 3 (três) espécies citadas como
ameaçadas de extinção segundo a Lista Oficial de Espécies da Flora Ameaçada de
Extinção no Paraná (SEMA, 2008) e Lista de Espécies da Flora Brasileira Ameaçada
129
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
de Extinção (MMA, 2014), as quais deverá ser priorizado o plantio de mudas e
incluídas no presente programa com vistas a estabelecer populações a médio e longo
prazo. A Tabela 5.10.2 traz as três espécies ameaçadas de extinção na ADA, com
suas respectivas categorias de ameaça.
Tabela 5.10.2 – Espécies registradas neste estudo que são citadas como Ameaçadas de Extinção no Paraná, segundo listas da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do estado do Paraná e do Ministério do Meio Ambiente.
Nome científico Nome popular Lista SEMA Lista MMA Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze Araucaria Vulnerável Em perigo Machaerium paraguariense Hassl. Jacarandá-branco Rara - Cedrela fissilis Vell. Cedro - Vulnerável
Para o empreendimento em questão prevê-se o plantio consorciado de
espécies arbóreas nativas de rápido crescimento (pioneiras), secundárias (iniciais e
tardias) e clímax. Essa metodologia garante a formação mais rápida de um dossel,
além de ganhos ambientais para a qualidade da água, estabelecimento de habitats
variados para fauna, dentre outros.
Além do critério ecológico para a seleção das espécies, será também
considerada a disponibilidade de mudas no mercado (viveiros municipais, particulares
e do IAP). Salienta-se que, caso não sejam encontradas determinada espécies
recomendadas, estas poderão ser substituídas por outras de mesmo grupo ecológico,
que tenham ocorrência natural na região e estejam disponíveis nos viveiros da região.
Na linha mais próxima ao contato mais permanente da água do futuro
reservatório e a vegetação ciliar, é importante introduzir espécies mais adaptadas à
convivência com o lençol freático superficial e suas variações.
− Principais etapas:
a) Preparo da área
As atividades de preparo da área deverão considerar a realização de
escarificação ou gradeamento, com o objetivo de eliminar a camada compactada do
solo (caso existente) ou remoção da vegetação existente. Também é comum a prática
de roçada da vegetação ou capina química para eliminação prévia de espécies
indesejadas, como por exemplo, gramíneas exóticas agressivas.
130
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
b) Combate às formigas
O combate deverá ser iniciado antes e, se necessário, durante o plantio, uma
vez que as formigas são consideradas as principais pragas florestais, com os maiores
danos ocorrendo na fase inicial do plantio. Em toda a área e adjacências, deverá ser
feita uma avaliação da presença de formigueiros. Durante a fase inicial de
crescimento, deverão ser feitas vistorias periódicas no local. Os métodos e produtos
utilizados dependem do tipo de formiga, da época do ano e do custo. O combate
deverá ser realizado de forma integrada, utilizando-se isca granulada nos carreiros e
formicida em pó diretamente nos formigueiros.
c) Espaçamentos
Na execução do reflorestamento deverá ser adotado o espaçamento médio de
3,00 x 3,00 m. É relevante citar que este pode ser readequado durante o plantio
conforme as condições específicas de cada área, podendo sofrer aumento ou
diminuição na densidade do plantio. No caso de enriquecimento/adensamento de
comunidades florestais já existentes, deverá ser utilizado um espaçamento específico
para cada situação.
d) Coveamento
As covas deverão apresentar dimensões apropriadas para o tipo de muda
adquirida, obedecendo-se os espaçamentos recomendados. Nas áreas planas onde
for possível a movimentação de máquinas agrícolas, as covas poderão ser perfuradas
com o auxílio de um trado acoplado a um trator ou perfuradores manuais. Nas
encostas ou taludes mais suaves, as covas deverão ser abertas com ferramentas
apropriadas.
e) Correção da fertilidade (calagem e adubação)
O ideal é que as recomendações de calagem e adubação sejam baseadas em
uma análise química do solo, pela qual se permitirá avaliar melhor o nível de fertilidade
do solo. Podem ser escolhidas algumas áreas piloto que representem as condições
médias das demais áreas onde será feito o plantio para que os resultados sejam
usados como referência, podendo extrapolar para o restante das áreas de plantio que
apresentem situação semelhante.
131
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Com isso, sugere-se a realização de amostragens de solo, principalmente na
camada de 0-20,00 cm, já que esta é a camada de solo que tem mostrado teores de
nutrientes mais relacionados com o crescimento das árvores (GONÇALVES, 1995), e
onde ocorrem, mais intensivamente, os processos de absorção de nutrientes pelas
raízes.
Quanto à adubação e calagem, devido a grande diversidade de espécies e,
consequentemente, de exigências nutricionais, é difícil definir recomendações
específicas para cada espécie. Com isso, as recomendações devem assegurar o
suprimento de nutrientes para as espécies mais exigentes, de forma que as demais
espécies também tenham as suas demandas nutricionais atendidas.
Para se evitar a perda de nutrientes por volatilização, lixiviação, imobilização e
erosão, recomenda-se que a adubação seja feita de forma parcelada, sendo que
50,00% das doses de N e K2O, e 100,00% da dose de P2O5 deverão ser aplicadas por
ocasião do plantio, no sulco ou na cova de plantio. A dose restante de N e K2O deverá
ser aplicada entre três a seis meses pós-plantio (cobertura), na forma de filetes
contínuos ao redor da cova. Deve-se ressaltar que as aplicações de adubos em
cobertura não deverão coincidir com os períodos de chuvas intensas e/ou quando os
níveis de umidade do solo estiverem muito baixos.
f) Esquema de Plantio
O plantio deverá ser realizado preferencialmente no período de maior
intensidade de chuvas da região, evitando realizar plantio de mudas quando o solo
estiver seco, durante períodos prolongados de estiagem. Para transplantar as mudas,
é necessário retirar com cuidado o saco plástico ou o tubete que envolve o torrão,
sendo que a base da muda deverá ficar no mesmo nível do solo, nem acima e nem
abaixo. Também é importante que a muda nativa esteja com as raízes encharcadas
no momento do plantio.
Poderá ser utilizado o esquema de plantio em linhas de preenchimento
(pioneiras e secundárias iniciais) e diversidade (secundárias tardias e clímax). Porém,
tendo em vista que em plantios de matas ciliares é recomendado um número maior
de pioneiras, nesses locais a linha de diversidade deverá ser alternada com espécies
132
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
de preenchimento, resultando assim numa proporção de 3:1 entre espécies de
preenchimento e diversidade. O plantio na linha deverá ocorrer de forma aleatória,
devendo-se evitar concentrar indivíduos de mesma espécie lado a lado (Figura
4.10.1).
Figura 4.10.1 – Esquema de plantio.
g) Plantio das Mudas
As mudas a serem usadas deverão possuir altura aproximada entre 30,00 e
50,00 cm, devendo ser plantadas preferencialmente no mesmo dia que chegarem ao
campo, de preferência em condições favoráveis de umidade dos solos. As linhas de
plantio deverão ser compostas de mudas de diferentes espécies, as quais deverão
ser plantadas de forma alternada, visando assemelhar-se a comunidades naturais.
Ações facultativas
Como ações complementares às já citadas sugerem-se a construção de
poleiros artificiais (para atração da fauna nativa dispersora de sementes) e a
transposição da galhada das áreas adjacentes que serão alagadas, objeto do
Programa de Limpeza da Área do Reservatório.
Manutenção
A manutenção da recomposição vegetal deverá ser realizada por, no mínimo,
dois anos após o plantio das mudas, ou até que as mudas tenham atingido uma altura
Grupo de preenchimento – Pioneiras e Secundárias Iniciais (75% das mudas)
Grupo de diversidade – Secundárias Tardias e Climácicas (25% das mudas)
3,0 m
3,0 m
133
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
suficiente de forma que não sejam mais prejudicadas pela competição com as
espécies gramíneas. Nessa etapa deve-se realizar:
− Coroamento
Passado o plantio, deverá ser realizada a limpeza (capina) ao redor da
muda, conforme necessidade. A cobertura morta retirada por ocasião da capina
deverá ser recolocada no seu entorno, visando a manutenção da umidade.
Esse procedimento deverá ser realizado em caráter trimestral (período
primavera-verão) e semestral (período outono-inverno), até que a muda tenha
condições de suplantar a sufocação das espécies herbáceas.
− Combate à formiga
O combate deverá ser iniciado antes do plantio e se estender até que as
mudas plantadas se desenvolvam o suficiente para evitar dano significativo causado
por formigas. Portanto nas vistorias periódicas no local será feita esta avaliação e caso
necessário o combate através dos métodos apresentados anteriormente.
− Replantio
Decorridos 90 dias a partir do plantio, as mudas deverão ser inspecionadas.
Constatando-se o índice de pega inferior a 80% das mudas introduzidas, deverá ser
realizado replantio no local.
Monitoramento
O monitoramento das mudas deve ser realizado até o seu completo
estabelecimento em campo ou formação de estrutura horizontal que viabilize
regeneração natural. Essas áreas de plantio deverão ser acompanhadas
periodicamente, principalmente logo após o plantio das mudas.
Prazo de plantio
O plantio iniciará antes do enchimento do reservatório (com toda a área
adquirida e demarcada), estendendo-se por um prazo máximo de cinco anos.
O monitoramento e o replantio se estenderá por dois anos ou até a
consolidação do plantio.
134
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Coquetel de sementes
Além das metodologias apresentadas anteriormente para recomposição
florestal da APP poderá ser realizado o plantio através da semeadura direta utilizando
um coquetel de sementes chamado muvuca.
Essa técnica consiste no plantio diretamente sobre o solo utilizando uma
mistura de diversas sementes de espécies nativas (arbustivas e arbóreas) de
diferentes grupos ecológicos, evitando-se realizar uma separação entre espécies
pioneiras, secundárias e climácicas, valorizando assim a riqueza das espécies. O
plantio pode ser mecanizado ou manual utilizando algum substrato como terra úmida,
por exemplo (PIETRO-SOUZA e SILVA, 2014).
Juntamente, são utilizadas sementes de leguminosas (como a crotalária e
o feijão-de-porco) que servirão de adubos verdes para melhorar as condições físicas,
químicas e biológicas do solo. Além disso, estas espécies irão acelerar o processo de
recolonização do solo e criar condições microclimáticas necessárias ao
desenvolvimento das espécies nativas (PIETRO-SOUZA e SILVA, 2014).
No Brasil, estudos com semeadura direta demonstraram resultados
satisfatórios na revegetação de matas ciliares (MALAVASI et al., 2005) e na
recuperação de áreas degradadas (RESENDE e PINTO, 2013; SANTOS et al., 2012).
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Recomposição Florestal na Área de
Preservação Permanente do Reservatório é de responsabilidade do empreendedor e
das empresas contratadas para realizar as atividades mencionadas neste programa.
Sinergia com outros programas e/ou planos ambientais
Programa de Controle dos Processos Erosivos: a recomposição vegetal das áreas
marginais ao futuro reservatório ajuda na prevenção da instalação de processos
erosivos, em função da maior cobertura do solo, contribuindo assim, para que o
assoreamento do reservatório seja minimizado.
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas: caso áreas degradadas sejam
verificadas dentro dos limites da APP, o sucesso da recomposição florestal dependerá
135
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
necessariamente de medidas anteriores e que fazem parte do programa de
recuperação, como por exemplo, a recomposição topográfica e o controle da erosão.
Programa de Monitoramento do Lençol Freático: o nível do lençol freático em algumas
áreas pode influenciar na seleção das espécies para o plantio.
Programa de Monitoramento Limnológico e da Qualidade da Água: relaciona-se à
recomposição florestal uma vez que a vegetação diminui o aporte de sedimentos e
eventuais contaminantes ao corpo d’água.
Programa de Salvamento da Flora: a coleta de sementes e realocação de epífitas
garante a perpetuação da riqueza genética da flora local.
Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre: serve como um parâmetro para
analisar o sucesso ou não da recomposição florestal.
Programa de Educação Ambiental: deve ser abordada a importância das APPs para
o reservatório e seu entorno.
Programa de Comunicação Socioambiental: criar um processo de informação sobre
os meios permissíveis de utilização da APP.
Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial -
PACUERA: a definição das formas de uso do entorno do reservatório não deve
prejudicar as áreas voltadas para a preservação permanente.
Plano de Gestão Ambiental: as atividades deste monitoramento devem ter o seu
andamento acompanhado e vistoriado periodicamente, de forma que possa garantir
tanto o cumprimento dos cronogramas como a qualidade dos serviços prestados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
Devem ser elaborados relatórios trimestrais descrevendo e detalhando o
andamento das atividades do programa pelas empresas contratadas.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de
campo para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados
apresentados pelas empresas contratadas.
136
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Recomposição Florestal na Área de Preservação Permanente do Reservatório
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Recomposição Florestal na Área de
Preservação Permanente
do Reservatório
Demarcação da APP
Cercamento da APP
Preparo da área
Aquisição de mudas
Plantio
Monitoramento
Replantio
Relatórios de acompanhamento
OBS: Na Fase Reservatório, as atividades de demarcação, cercamento e plantio se estenderão por cinco anos após seu início. Legenda
Mobilização Início da obra Desvio do Rio Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
137
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.11 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FLORA
Consideração Iniciais
O Programa de Monitoramento da Flora atende à condicionante 1 da LP n°
37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos
os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA”.
As florestas ciliares ocupam as áreas mais dinâmicas de uma microbacia,
em termos hidrológicos e ecológicos, tendo sua existência intimamente vinculada a
estes processos dinâmicos. Desta forma, alterações no regime hidrológico
necessariamente provocam alterações no equilíbrio das comunidades vegetais, em
maior ou menor escala.
A elevação do lençol freático devido à formação do reservatório, poderá
ocasionar mudanças estruturais e florísticas nas comunidades vegetais às margens
do futuro reservatório. O monitoramento da vegetação remanescente nesses locais
possibilitará a detecção destas alterações, viabilizando uma potencial mensuração da
importância destas mudanças.
Justificativa
É importante conhecer a dinâmica da vegetação indiretamente afetada
pelas obras da UHE Tibagi Montante, para saber quais alterações das comunidades
vegetais do entorno podem ser relacionadas ao empreendimento. Nessa análise, a
comparação da dinâmica estrutural da vegetação na faixa ciliar e da vegetação mais
afastada da área de inundação é importante.
Assim, há a necessidade de analisar possíveis alterações na faixa marginal
do reservatório da UHE Tibagi Montante, bem como da vegetação do entorno (AID),
para monitorar as possíveis alterações estruturais e florísticas que possam ocorrer
nas comunidades florestais existentes na região.
138
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Objetivos
O objetivo geral deste programa é avaliar o efeito da formação do
reservatório sobre comunidades vegetais nativas que passaram a constituir sua faixa
marginal.
Os objetivos específicos são:
- avaliar possíveis alterações estruturais na vegetação às margens do
reservatório, devido à elevação do lençol freático;
- avaliar a adaptação das espécies remanescentes ao novo ambiente criado pelo
reservatório;
- monitorar periodicamente a vegetação do entorno do empreendimento.
Metodologia
Instalação de parcelas permanentes nas margens do futuro reservatório
Para monitorar as mudanças estruturais da vegetação às margens do
futuro reservatório (nova faixa de mata ciliar), deverão ser instaladas 15 parcelas
permanentes nesses setores, sendo distribuídas e abrangendo as várias
fitofisionomias existentes. Cada unidade amostral permanente irá conter uma área de
200 m² (20m X 10m). A instalação dessas parcelas deverá ser feita antes do
enchimento do reservatório e de tal forma que permita medições futuras. Para isso, é
importante que sejam demarcados claramente os limites das parcelas, e que seja feita
a identificação de cada árvore mensurada com uma plaqueta com numeração
sequencial.
Medição e monitoramento das parcelas permanentes
O monitoramento das parcelas às margens do futuro reservatório, deve
iniciar antes do enchimento do reservatório. Em todas as parcelas permanentes, o
monitoramento da estrutura florística e fitossociológica deverá ser avaliado
anualmente por meio de remedições, ao longo de três anos a partir da formação do
reservatório. Além da identificação dos indivíduos, em cada avaliação anual serão
mensurados todos os parâmetros básicos de um inventário florestal, como
139
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
circunferência à altura do peito (CAP), altura e posição sociológica, além do registro
de mortalidade e/ou ingresso de novos indivíduos na estrutura da floresta.
Em cada remedição, deverão ser adotados os mesmos parâmetros e
procedimentos de medição, a fim de tornar os resultados comparáveis entre si. Assim,
será possível avaliar a dinâmica de sucessão e a adaptação daquela comunidade
vegetal às alterações ambientais decorrentes da implantação do empreendimento.
Responsabilidade pelo Programa
Financeira: empreendedor.
Executiva: empreendedor e empresas terceirizadas.
Fiscalização: Instituto Ambiental do Paraná.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Esse programa estará correlacionado com os seguintes programas e planos:
Programa de Monitoramento do Lençol Freático: a elevação do lençol freático pode
interferir na flora, principalmente naquela localizada nas margens do reservatório.
Programa de Comunicação Social: os principais resultados obtidos através do
monitoramento deverão ser disponibilizados à comunidade em geral;
Programa de Educação Ambiental: a importância dos remanescentes de vegetação,
principalmente as matas ciliares, deve ser enfatizada, de modo a contribuir para a
preservação dos recursos naturais.
Plano de Gestão Ambiental: tem como objetivo acompanhar e vistoriar o andamento
e desenvolvimento das atividades, garantindo o cumprimento dos cronogramas bem
como a qualidade dos serviços prestados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
O acompanhamento deverá ser realizado através de relatórios periódicos
sobre as atividades realizadas. A coordenação do Plano de Gestão Ambiental
realizará vistorias de campo para acompanhar as atividades do programa.
140
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Monitoramento da Flora
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Monitoramento da Flora
Instalação de parcelas permanentes nas margens do reservatório
Medição das parcelas permanentes
Relatórios de acompanhamento
OBS: Na Fase Reservatório, as atividades de medição serão anuais após a formação do reservatório e se estenderão por 3 anos.
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
141
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.12 PROGRAMA DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL
Considerações Iniciais
O Programa de Compensação Ambiental atende à condicionante 1 da LP
n° 37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com
todos os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA”. Atende Também a condicionante nº 15, que estabelece:
”Firmar, junto a Câmara Técnica de Compensação Ambiental, Termo de
Compromisso para medidas compensatórias aos impactos ambientais previstos para
a implantação do empreendimento, conforme disposto na Lei Federal n° 9.985/2000,
com protocolo especifico para tal”.
A Compensação Ambiental é entendida como um mecanismo financeiro
que visa contrabalançar os impactos ambientais ocorridos ou previstos no processo
de licenciamento ambiental. Trata-se, portanto, de um instrumento relacionado com a
impossibilidade de mitigação, imposto pelo ordenamento jurídico aos
empreendedores, sob a forma preventiva implícita nos fundamentos do princípio do
Poluidor Pagador (FARIA, 2008).
O Programa de Compensação Ambiental é uma exigência legal, com
propósito de compensar os impactos negativos sobre a flora ocasionados pela
implementação de um empreendimento. Privilegia a preservação, através de
Unidades de Conservação, de vegetação nativa com características similares às
vegetações impactadas, se possível na mesma bacia hidrográfica.
Diante do exposto, esse programa tem sua premissa baseada em
princípios legais, no que tange à compensação ambiental por obras com danos
significativos ao meio ambiente, conforme preconizam:
− A Resolução CONAMA nº 371, de 5 de abril de 2006 (estabelece diretrizes aos
órgãos ambientais para o cálculo, cobrança, aplicação, aprovação e controle
de gastos de recursos advindos de compensação ambiental, conforme a Lei nº
142
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
9.985, de 18 de julho de 2.000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza - SNUC e dá outras providências), que estabelece
que o empreendedor será obrigado a apoiar a implantação e manutenção de
unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral.
− O Decreto Federal nº 6.848, de 14 de maio de 2009 (altera e acrescenta
dispositivos ao Decreto no 4.340, de 22 de agosto de 2.002, para regulamentar
a compensação ambiental), que regulamenta o cálculo da compensação
ambiental, onde o valor é determinado a partir do Grau de Impacto gerado, que
pode variar de 0,0 a 0,5%, multiplicado pelo valor de implementação do
empreendimento.
− No estado do Paraná, deve ser observado o estabelecido na Resolução
Conjunta SEMA/IAP nº 001, de 7 de janeiro de 2010 (altera a metodologia para
a gradação de impacto ambiental visando estabelecer critérios de valoração da
compensação referente a unidades de proteção integral em licenciamentos
ambientais e os procedimentos para a sua aplicação), que define o método de
cálculo do valor da compensação ambiental em função do grau de impacto
gerado, que pode variar até 0,5%.
Devido a supressão de vegetação no bioma Mata Atlântica para implantação
do empreendimento a compensação ambiental deve considerar ainda a Lei
N°11.428/2006, regulamentada pelo Decreto N°6.660/2008, que determina em seu
Art.17:
“O corte ou a supressão de vegetação primária ou secundária nos estágios médio
ou avançado de regeneração do Bioma Mata Atlântica, autorizados por esta Lei,
ficam condicionados à compensação ambiental, na forma da destinação de área
equivalente à extensão da área desmatada, com as mesmas características
ecológicas, na mesma bacia hidrográfica, sempre que possível na mesma
microbacia hidrográfica, e, nos casos previstos nos arts. 30 e 31, ambos desta Lei,
em áreas localizadas no mesmo Município ou região metropolitana.
§ 1o Verificada pelo órgão ambiental a impossibilidade da compensação ambiental
prevista no caput deste artigo, será exigida a reposição florestal, com espécies
143
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
nativas, em área equivalente à desmatada, na mesma bacia hidrográfica, sempre
que possível na mesma microbacia hidrográfica. 7“
Justificativa
Esse programa justifica-se uma vez que visa atender à legislação, assim
como orientar a aplicação dos recursos advindos da Compensação Ambiental, para
assim, compensar os impactos não mitigáveis causados pelo empreendimento.
Objetivos
O objetivo geral do programa é compensar a perda de habitats, provocada
pelo alagamento de remanescentes florestais.
Os objetivos específicos são:
- Atender aos dispositivos legais (Resolução CONAMA nº 371, de 5 de abril de
2006, e Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que regulamenta o Art. 225, § 1º,
incisos I, II, III e Vll da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de
Unidades de Conservação da Natureza e da outras providências);
- Criar condições de recuperação e proteção da biodiversidade e do equilíbrio
natural, na bacia do empreendimento.
- Atender à Lei da Mata Atlântica, Lei N°11.428/2006, com atenção ao Artigo 17º,
regulamentada pelo Decreto N°6.660/2008.
- Atender à Lei Estadual 11.054 de 1995, a Lei Florestal do Estado do Paraná,
regulamentada pelo Decreto Estadual 1.940, de 03 de junho de 1996 e
alterada, em seu artigo 7º pela Lei Estadual 14.582, de 22 de dezembro de
2004.
Metodologia
A legislação que estabelece as regras para o cumprimento da
compensação ambiental referente às UCs prescreve alternativas para a aplicação dos
recursos, sendo possível aplicar o dinheiro na criação de uma nova UC ou em uma
unidade já existente.
7 Atendimento ao item 13 da Licença Prévia 37682.
144
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
O desenvolvimento do programa vai depender da definição junto ao órgão
ambiental licenciador da forma de compensação a ser adotada: destinação de
recursos para unidades existentes ou para criação de unidades novas.
Na Resolução Conjunta SEMA/IAP nº 001, de 7 de janeiro de 2010, estão
apresentados os cálculos para obter-se o grau de impacto do empreendimento, e
assim, definir-se o valor de Compensação Ambiental, segundo a fórmula abaixo:
CA = GI x 0,1 onde,
GI: grau de Impacto CA: compensação Ambiental (%)
Após o cálculo da compensação ambiental, multiplica-se esse número pelo
valor total do empreendimento, para assim calcular o montante a ser investido na
compensação ambiental, sendo no mínimo 0,1% e no máximo 0,5% do valor do
empreendimento.
A forma de aplicação dos recursos é uma decisão a ser tomada entre o
empreendedor e o IAP, mediante a assinatura de um Termo de Compromisso para o
cumprimento da medida compensatória, e deverá ser firmado junto à Câmara Técnica
de Compensação Ambiental – CTCA/IAP.
Desta forma, e considerando que:
- A definição do valor da medida compensatória será realizada mediante as
diretrizes estabelecidas na legislação;
- A destinação dos recursos será objeto de discussão entre o empreendedor e a
Câmara Técnica de Compensação Ambiental – CTCA/IAP;
- Conforme estabelece o Art. 5, Parágrafo 1º, da Resolução CONAMA nº 371, de 5
de abril de 2006, o desembolso da Compensação Ambiental não poderá ser
exigido antes da emissão da Licença de Instalação – LI.
Torna-se importante que a destinação deste recurso seja utilizada na
implantação ou manutenção de unidade de conservação localizada preferencialmente
nessa bacia, principalmente envolvendo ecossistemas semelhantes aos suprimidos
pelo empreendimento UHE Tibagi Montante. Para tanto, foram identificadas cinco
145
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
unidades de conservação na bacia do rio Tibagi, a saber: Reserva Biológica das
Araucárias, Parque Nacional dos Campos Gerais, Estação Ecológica de Fernandes
Pinheiro, Parque Estadual do Guartelá e Parque Estadual de Caxambu. Destas, o
Parque Estadual do Guartelá, por sua proximidade com o empreendimento, torna-se
uma importante opção, existindo a possibilidade de investimento para a ampliação do
mesmo.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Compensação Ambiental é de
responsabilidade do empreendedor.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Limpeza da Área do Reservatório: a supressão da vegetação causa
impactos não mitigáveis tanto para a flora quanto para a fauna, nesse sentido o
programa de compensação ambiental tem a função de manter uma área de
características as mais semelhantes possíveis às da região afetada.
Programa de Educação Ambiental: o mecanismo de compensação ambiental deve ser
abordado da forma clara, abordando as principais Unidades de Conservação
existentes na região, discutindo a importância destas para o meio ambiente.
Programa de Comunicação Socioambiental: informar à comunidade que haverá
compensação dos impactos não mitigáveis do empreendimento através da aplicação
de recursos financeiros em Unidades de Conservação.
Plano de Gestão Ambiental: tem como objetivo acompanhar e vistoriar o andamento
e desenvolvimento das atividades, garantindo o cumprimento dos cronogramas, além
de estabelecer contato com o órgão ambiental.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve acompanhar o processo
de compensação ambiental junto aos órgãos ambientais fiscalizadores e
regulamentadores.
146
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Compensação Ambiental
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Compensação Ambiental
Processo de negociação entre o empreendedor e o órgão ambiental
Assinatura do Termo de Compromisso
Destinação dos recursos
Relatórios de acompanhamento
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
147
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.13 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE
Considerações Iniciais
O Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre atende à condicionante 1
da LP n° 37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA
com todos os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs
ou Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos
planos, programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto,
com ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos
ambientais observados no EIA/RIMA.”
O principal impacto das hidrelétricas sobre a fauna terrestre é, em geral,
decorrente da formação do reservatório, devido à quebra da continuidade física de
áreas florestais e à redução da disponibilidade de habitats, o que leva a fragmentação
e, muitas vezes, ao isolamento de populações, podendo comprometer a variabilidade
genética das espécies.
A dimensão dos impactos sobre a fauna vai depender das características do
empreendimento, principalmente do tamanho do reservatório e do estado de
conservação ambiental da área a ser alagada. Como muitos dos remanescentes estão
localizados nas proximidades dos recursos hídricos, deve-se monitorar atentamente
como a supressão dessa vegetação irá afetar a fauna terrestre.
O monitoramento da fauna terrestre é uma forma de obter informações para
compreender os efeitos causados às comunidades faunísticas com a instalação do
empreendimento.
As atividades deste programa visam ampliar o conhecimento da composição
da fauna terrestre da região, além de avaliar os processos de dispersão da fauna
devido à modificação dos ecossistemas terrestres, ocasionada em um primeiro
momento pela formação do canteiro de obras, estruturas civis e pelo desflorestamento
de áreas florestadas e posteriormente pela formação do reservatório.
Justificativa
148
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
O presente programa justifica-se uma vez que, com os dados levantados a
partir do monitoramento, será possível fazer uma comparação pré e pós-implantação
do empreendimento, e assim, estabelecer estratégias para a conservação da fauna.
Objetivos
O objetivo geral deste programa é aprofundar o conhecimento sobre a
composição da fauna da região, além de avaliar os processos de dispersão da fauna
devido à modificação dos ecossistemas terrestres, ocasionada em um primeiro
momento pela supressão vegetal para a implantação do canteiro de obras e,
posteriormente, para o reservatório.
Os objetivos específicos são:
- Avaliar os ambientes de ocorrência das espécies;
- Comparar dados da composição faunística nas áreas controle antes e após a
implantação do empreendimento;
- Monitorar a fauna relocada pelo Programa de Resgate da Fauna na área de
soltura;
- Propor medidas de conservação, manejo, controle e fiscalização para a fauna.
- Conhecer a abundância relativa das espécies nas áreas a serem afetadas
pelos empreendimentos;
- Verificar as relações fauna x flora existentes, com ênfase na predação e
dispersão de sementes.
Metodologia
Etapas da Execução
De acordo com o Anexo III da Portaria IAP 097/2012 que apresenta as diretrizes
para elaboração e apresentação do programa de monitoramento de fauna, o
monitoramento deverá ser dividido em três etapas:
Fase de Pré-Construção - antes da instalação do empreendimento e destina-se à
obtenção de dados de base ou controle nos meses que antecedem as obras. Devem
149
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
ser realizadas duas campanhas de campo que contemplem períodos sazonais
distintos;
Fase de Construção – iniciando as atividades com a implantação do
empreendimento até o início do enchimento do reservatório. Destina-se à obtenção
de dados durante as fases de geração de impactos mais expressivos sobre a fauna,
que ocorre com o início das obras. As campanhas de campo deverão contemplar todo
o período de instalação do empreendimento, com intervalos regulares trimestrais;
Fase de Operação – destina-se à obtenção de dados durante a operação do
empreendimento. Neste caso, o monitoramento deverá ser trimestral, previsto para
um período inicial de 24 meses. Ao final do segundo ano de monitoramento durante a
operação será realizada avaliação dos resultados obtidos que indicarão a
necessidade de prosseguimento do monitoramento.
Atividades
As principais atividades relacionadas a esse programa são as seguintes:
Solicitação de autorização para Manejo da Fauna
Solicitar junto ao IAP a autorização para manejo da fauna terrestre, de acordo
com o estabelecido com o Anexo III – Diretrizes para elaboração e Apresentação do
Programa de Monitoramento da Fauna constante da Portaria IAP Nº 097 de 29 de
maio de 2012, obedecendo ainda a Instrução Normativa Nº 146, de 11 de janeiro de
2007 do IBAMA.
Seleção das áreas de amostragem e soltura
Baseado no conhecimento adquirido durante a fase de Estudo de Impacto
Ambiental, foram pré-selecionadas seis áreas de amostragem que são indicadas para
o monitoramento da fauna (Tabela 5.13.1). Destas, dependendo da viabilidade de
aplicação dos métodos de monitoramento, sugere-se que se opte por quatro pontos
que contemplem ambas as margens do rio Tibagi. As quatro parcelas de amostragem
serão avaliadas durante o monitoramento intensivo ao longo das campanhas, sendo
que nessas áreas não haverá soltura de espécies. Obrigatoriamente, a floresta ciliar
do rio Tibagi deverá ser contemplada durante o monitoramento, assim como um dos
150
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
poucos remanescentes de ambiente campestre que apresenta fisionomia relictual dos
campos nativos que existiam na região, localizado nas coordenadas: 22J 559895 E e
7286876 S.
A escolha desses pontos contemplou as principais fitofisionomias distribuídas
ao longo de toda a área de influência da UHE Tibagi Montante.
Tabela 5.13.1 – Localização das áreas de amostragem e controle. Área Coordenadas UTM SAD 69F22J
Ciliar margem esquerda 1 559964 7287232
Campo 1 559895 7286876
Controle 559706 7283646
Ciliar margem direita 1 560664 7283793
Ciliar margem esquerda 2 558649 7281704
Ciliar margem direita 2 559080 7280026
Para seleção da área de soltura (Tabela 5.13.2) foram levados em
consideração os habitats preferenciais das espécies diagnosticadas durante a
elaboração do EIA/RIMA, o tamanho das áreas disponíveis e a capacidade de suporte
às espécies. Recomenda-se que a soltura de indivíduos a serem obtidos nas
atividades de resgate de fauna sejam efetuadas em um remanescente afastado das
áreas de monitoramento em cada margem, como, por exemplo, nos locais indicados
na Tabela 5.13.2.
Tabela 5.13.2 – Localização da área de soltura. Área Coordenadas UTM SAD 69F22J
Soltura Margem Direita 558.579 7.274.850
Soltura Margem Esquerda 557.545 7.281.024
O monitoramento das áreas de soltura será iniciado a partir da segunda
campanha de monitoramento das áreas de amostragem e controle, quando já tiver
ocorrido resgate da fauna da fase de implantação do canteiro de obras.
A vegetação remanescente nos pontos de controle e na área de soltura
corresponde à Floresta Ombrófila Mista com influência da Floresta Estacional
Semidecidual, fitofisionomias que pertencem ao Bioma Mata Atlântica. A Floresta
151
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Ombrófila Mista é mais representada na paisagem, especialmente nas porções mais
elevadas da área de influência do empreendimento. Já a Floresta Estacional
Semidecidual está presente nas margens do rio Tibagi e de seus tributários, sendo
nítida a presença de alguns elementos típicos desta formação referentes tanto à fauna
como à flora. Esta última é uma unidade fitoecológica na qual a principal característica
fisionômica é a semidecidualidade. Esse tipo de floresta compreende formações
florestais das regiões norte e oeste do Paraná, entre 800 e 200 metros de altitude
(RODERJAN et al., 2002).
A representação gráfica das áreas de amostragem e controle e da área de
soltura pode ser visualizada no Mapa PBA-007-TM - Monitoramento da Fauna
Terrestres.
Métodos para monitoramento da fauna
Os métodos deverão ser padronizados, evitando mudanças no decorrer do
tempo, para que futuramente possam ser avaliados comparativamente os dados quali-
quantitativos antes e após a instalação e operação do empreendimento.
O monitoramento deverá ser realizado por campanhas de no mínimo quatro
dias efetivos de campo, sendo que a equipe deverá ser composta por pelo menos um
profissional capacitado para cada grupo faunístico (herpetofauna, avifauna,
mastofauna e entomofauna).
As técnicas metodológicas a seguir são específicas para cada grupo faunístico
a ser monitorado.
Entomofauna
O uso de artrópodes como indicadores biológicos para a avaliação e
monitoramento de sistemas naturais apresenta uma série de vantagens, entre as
quais está a sensibilidade desses organismos a mudanças em seus habitats e as
respostas rápidas às perturbações (LANDRES, VERNER & THOMAS, 1988,
McGEOCH, 1998; BARLOW et al., 2008).
Estudos mais recentes demonstraram que, além de grupo-bandeira, esses
insetos podem atuar também como “representantes” indicadores de outros
!H
!H!H
!H
!H
!H
PR
-340
BR- 153
Eixo do BarramentoEixo do BarramentoEixo do BarramentoEixo do Barramento
Rio
Tibagi
Tibagi
Rio
Tibagi
Áreade
Soltura ME
Áreade
Soltura MDCampo 1Controle
Ciliar MargemDireita 2
CiliarMargemDireita 1
Ciliar MargemEsquerda 1
Ciliar MargemEsquerda 2
55
40
00
55
70
00
56
00
00
56
30
00
56
60
00
7270000 7273000 7276000 7279000 7282000 7285000 7288000
REFERÊNCIA:
EMPREENDIMENTO:
TÍTULO DO MAPA:
DATA:LOCALIZAÇÃO: RESPONSÁVEL TÉCNICO:
UHE TIBAGI MONTANTE
PBA-007-TM MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE
PROJETO BÁSICO AMBIENTAL - PBA
Tibagi - PR Angelo Hartmann Pires CREA 127.090 D/PR
Dezembro / 2015
Ë1.500 0 1.500750 M
1:50.000Escala:
SISTEMA DE PROJEÇÃO:UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR - UTM
SISTEMA DE REFERÊNCIA: SIRGAS 2000 FUSO 22S
EMPREENDEDOR:
EXECUÇÃO:
Legenda
Rodovia Estadual
Rodovia Federal
Reservatório (Cota 721)
Faixa de APP - 86,5 m
Monitoramento da Fauna
!H Amostragem e Controle
Área de Soltura
152
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
invertebrados, e de vertebrados, em termos de respostas às perturbações de habitat
(UEHARA-PRADO et al., 2004).
O estudo da entomofauna visa ampliar o conhecimento da comunidade de
invertebrados terrestres na área de influência do empreendimento, e confirmar a
presença de espécies sensíveis, raras e ameaçadas de extinção.
Para o desenvolvimento deste estudo, os seguintes métodos serão utilizados:
− Análise de literatura especializada e estudos já realizados (EIA/RIMA);
− Análise de material depositado em coleções;
− Coleta de espécies através de armadilhas iscadas ou luminosas, rede
entomológica de varredura ou filó, de acordo com o grupo estudado.
− Monitorar possíveis enxames resgatados, para avaliar o sucesso da
transferência das colônias.
Entre os métodos de coleta, o da armadilha luminosa é o mais utilizado em
ambientes terrestres. Sua larga abrangência de coleta (insetos alados, fototrópicos
positivos) permite avaliações quali-quantitativas da riqueza, biodiversidade,
comparações e análises da entomofauna em diferentes áreas ou ecossistemas. A
fonte luminosa é instalada em lugares estratégicos, em ambientes representativos da
flora.
A rede entomológica de varredura consiste em “varrer” da vegetação ao seu
alcance, insetos terrestres que se encontram em diversas partes das plantas.
Associado a rede, utiliza-se o aspirador manual para auxiliar na captura seletiva de
insetos. Já a rede entomológica de filó serve de instrumento para coleta de insetos
mais delicados em voo, como borboletas, mariposas e libélulas.
Anfíbios
Os anfíbios estão presentes em praticamente todos os ambientes, sendo que
a maioria apresenta um estágio larval aquático e um estágio adulto terrestre
(arborícola, saxícola, subterrâneo, e em alguns casos, aquático). Esse ciclo de vida
os torna muito vulneráveis a mudanças ambientais, tornando-os um grupo
bioindicador.
153
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
O estudo de anfíbios será direcionado tanto ao levantamento propriamente dito,
à verificação dos ambientes de ocorrência, à determinação de aspectos da biologia
das espécies e à determinação de períodos reprodutivos. A análise será efetuada
tanto para as formas jovens (girinos) quanto para os adultos. Para tanto, os trabalhos
serão realizados através dos seguintes métodos:
− Procura ativa, seguida de registro por meio de gravação em áudio e fotografia;
− Capturas por meio de armadilhas de queda (pitfall traps);
− Censo de visualização ao longo de transecções;
− Censos de audição por transecções por meio do registro de vocalizações.
Na análise das informações, as espécies levantadas serão correlacionadas aos
diferentes ambientes estudados (tanto aquáticos quanto terrestres), horários de
coleta, substrato utilizado, atividades reprodutivas ou de forrageamento, vocalização,
entre outros.
Visando diagnosticar os efeitos das alterações ambientais sobre as
comunidades de anfíbios, os estudos em campo serão realizados em áreas com
fisionomias semelhantes, porém apresentando diferentes níveis de alteração
ambiental. A análise comparada, assim realizada, permitirá diagnosticar fatores que
estejam comprometendo a manutenção das comunidades de anfíbios e de seus
ambientes de ocorrência, além de fornecer subsídios para o acompanhamento dos
processos de recuperação ambiental.
Répteis
O estudo visa principalmente o levantamento de espécies de répteis e a
determinação dos ambientes de ocorrência e hábitos dos mesmos. Para o
desenvolvimento deste estudo, os seguintes métodos serão utilizados:
- Procura ativa;
- Capturas por meio de armadilhas de queda (pitfall traps);
- Censo de visualização ao longo de transecções;
- Armadilhas aquáticas para quelônios
154
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Pesquisa de material colecionado em escolas, farmácias, postos de saúde e
outros;
- Obtenção de informações junto a instituições de produção de soros
antiofídicos.
Em campo, diferentes métodos serão aplicados para o encontro de exemplares,
em função das particularidades dos diferentes grupos que compõem a Classe. Na
constatação de serpentes, anfisbenídeos e lagartos, serão efetuadas coletas
aleatórias através da inspeção de diversos tipos de ambientes, realizadas tanto em
períodos diurnos quanto noturnos. Já para o diagnóstico de quelônios e serpentes
aquáticas, serão utilizadas redes e covos com isca para sua a captura, dispostos em
cursos d’água com diferentes características.
Na análise dos resultados, as espécies levantadas serão tabuladas em relação
ao ambiente de ocorrência, habitats, tipo básico de alimentação, período de atividade,
estado de conservação e relações com o homem. Espécies raras e estenóicas serão
da maior utilidade na caracterização de ambientes preservados, enquanto espécies
ubíquas e sinantrópicas poderão, por outro lado, fornecer importantes subsídios na
verificação de situações de alteração ambiental.
Aves
Aves silvestres podem ser amplamente utilizadas em avaliações ambientais por
indicarem com precisão o estado de conservação de determinado ambiente. Tratam-
se de ótimas bioindicadoras e consideradas o grupo faunístico que mais gera indícios
sobre possíveis impactos que ocorrem após intervenções de origem antrópica sobre
áreas naturais. Para tanto, um conjunto de métodos deverá ser adotado:
- Procura ativa, seguida de registros obtidos por meio de gravações em áudio e
fotografia;
- Contagens em pontos de escuta;
- Captura de exemplares para anilhamento e posterior soltura (redes de neblina).
Na tomada de dados em campo, serão anotados os tipos de ambientes
utilizados pelas espécies, horários de atividade, estratos da vegetação ocupados,
155
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
desenvolvimento de atividades reprodutivas e de forrageamento, entre outros. Na
análise dos resultados, os seguintes parâmetros deverão ser tabulados: riqueza
específica, ambientes de ocorrência, habitats utilizados, distribuição vertical das
espécies, posição trófica, período de atividade, estado de conservação das
populações e relações com o homem.
Mamíferos
Mamíferos de médio e grande porte podem ser utilizados como detetives da
paisagem, apontando áreas a serem utilizadas para a implantação de corredores
ecológicos em áreas bastante fragmentadas. Já os mamíferos de pequeno porte
podem ser utilizados como indicadores de qualidade ambiental, bem como de
degradação de ambientes naturais.
No estudo dos mamíferos deverá ser utilizado um conjunto de métodos, de
forma a se efetuar tanto a constatação de espécies quanto a coleta de exemplares e
a tomada de dados biológicos. Para tanto, os seguintes procedimentos deverão ser
adotados:
- Busca diretas em transecçãoes lineares;
- Busca por indícios indiretos (fezes, moldes de pegadas, pêlos, etc.);
- Armadilhas fotográficas;
- Captura de exemplares e posterior soltura (armadilhas tipo “pitfall” e “live trap”);
- Amostragem por meio de redes de neblina (quirópteros).
Quando do encontro de exemplares de mamíferos, serão anotados os dados
biológicos correspondentes, tais como o ambiente de encontro dos exemplares,
horário, condições do tempo, presença de ambientes com outras fenologias próximos,
estrato da vegetação, entre outros. Cada espécie será ainda mapeada no contexto
das diferentes formações vegetacionais e demais ambientes presentes na região.
Na análise dos resultados, as espécies levantadas serão tabuladas quanto aos
seguintes aspectos: riqueza de espécies por grupos, ambientes de ocorrência,
ocupação do habitat, posição trófica, período de atividade, grau de vulnerabilidade e
relações com o homem. Neste último caso, dever-se-á atentar para a presença de
156
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
espécies estenóicas (com pequeno espectro em termos de ocupação de ambiente),
ameaçadas e de alta vulnerabilidade.
Espécies ameaçadas
Espécies ameaçadas são aquelas cujas populações se encontram em declínio
acentuado, correndo risco de serem extintas localmente ou da natureza em um futuro
bastante próximo. Deverão ser particularmente avaliadas de acordo com o “Livro
Vermelho das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção” (MACHADO,
DRUMMOND & PAGLIA, 2008), o “Livro Vermelho da Fauna Ameaçada no Estado do
Paraná” (MIKICH & BÉRNILS, 2004), e ainda a Portaria do MMA nº 444 de 17 de
dezembro de 2014, seja em função da perda de ambiente florestal, ou pela
transformação do rio em reservatório.
De acordo com a Instrução Normativa nº 002/2015 do MMA, especial atenção
deve ser dada às espécies ameaçadas de extinção, considerando as diretrizes e
orientações dos Planos de Ação Nacionais para Conservação de Espécies
Ameaçadas- PAN para cada espécie.
Os métodos a serem utilizados poderão variar conforme cada espécie-alvo.
Cada caso será tratado de forma particular e terá métodos apropriados para se
monitorar a espécie em questão.
Espécies bioindicadoras
Uma das formas de monitoramento ambiental é a utilização de bioindicadores,
que indicam as condições do ambiente, prevendo problemas ecológicos ou
diagnosticando as causas das mudanças ambientais (NIEMI & MCDONALD, 2004).
Segundo DUFRÊNE & LEGENDRE (1997), uma boa espécie bioindicadora
necessita apresentar alta abundância e frequência de ocorrência em determinada
área. Neste sentido, espécies de encontro ocasional, ou que ocorrem em baixa
abundância nas áreas amostradas não possuem valor como bioindicadores, apesar
de também serem afetadas por impactos ambientais decorrentes da implantação do
empreendimento.
157
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Por ocuparem tanto ambientes terrestres quanto aquáticos, anfíbios são
excelentes bioindicadores ambientais, além de desempenharem importante função na
dinâmica entre os ecossistemas.
Espécies dependentes de ambientes bem preservados como os lagartos
Enyalius perditus e Urostrophus vautieri, além das serpentes Clelia plumbea, Dipsas
indica e Boiuruna maculata, podem atestar um ambiente mais preservado. Enquanto
outas, quando encontradas em grande abundância, podem atestar algum grau de
perturbação do ambiente, como é o caso de Hemidatylus mabouia e Salvator
merianae no caso dos répteis e Rhinella icterica e R. crucifer no caso de anfíbios.
Entre as aves, algumas espécies detectadas durante o estudo podem ser
consideradas indicadores de qualidade ambiental, tais como o coro-coró
(Mesembrinibis cayennensis), o murucututu-de-barriga-amarela (Pulsatrix
koeniswaldiana), a juruva-verde (Baryphthengus ruficapillus), o macuru (Nonnula
rubecula), o pica-pau-dourado (Piculus aurulentus), a tovaca-campainha (Chamaeza
campanisona), a araponga (Procnias nudicollis) e o cais-cais (Euphonia chalybea),
por exigirem condições específicas de hábitat florestal.Já outras espécies indicam que
os raros fragmentos de campos nativos ainda apresentam condições de sustentar
espécies típicas desta formação, como a seriema (Cariama cristata), o beija-flor-de-
orelha-violeta (Colibri serrirostris), o chibum (Elaenia chiriquensis) e o bico-de-veludo
(Schistochlamys ruficapillus).
Os mamíferos, principalmente os de grande e médio porte também são
importantes bioindicadores da qualidade dos ambientes florestais. Espécies da
mastofauna com potencial ocorrência para a área avaliada e que podem ser citadas
como bioindicadoras são: a paca (Cuniculus paca), o cateto (Pecari tajacu) e o
queixada (Tayassu pecari). Os pequenos mamíferos terrestres, marsupiais e
pequenos roedores, também são considerados bons indicadores da qualidade da
paisagem dado a estreita relação destas espécies com microhábitats ou hábitats
específicos.
Monitoramento da Fauna Relocada
158
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
O monitoramento da fauna relocada é a etapa final do processo que teve início
com a captura em campo durante procedimentos afugentamento e resgate da fauna
durante a supressão da vegetação e enchimento do reservatório. Permite verificar se
houve sucesso no manejo e soltura dos animais.
O monitoramento será feito por meio dos seguintes procedimentos:
- Posicionamento do local de captura e soltura através de GPS;
- Captura, marcação e recaptura;
- Comparação dos dados anteriores do indivíduo recapturado;
- Observações diretas durante os censos.
Cada indivíduo capturado será registrado individualmente em relação à data e
ao local preciso da captura, aos dados biométricos e biológicos (sexo, classe etária,
condição reprodutiva), e verificado quanto aos aspectos sanitários (parasitológicos).
Tombamento
Quando necessário, exemplares da fauna terrestre serão depositados na
coleção do Museu de História Natural Capão do Imbuia.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre é de
responsabilidade do empreendedor e das empresas contratadas para as atividades
relacionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas: os resultados obtidos nas etapas
de monitoramento da fauna terrestre são diretamente influenciados pelas propostas e
pelo andamento do programa de recuperação das áreas que sofreram algum tipo de
degradação.
Programa de Limpeza da Área do Reservatório: uma vez que a fase de supressão da
vegetação provoca a dispersão da fauna devido à modificação dos ecossistemas
terrestres, equipes de monitoramento podem atuar em conjunto com a de supressão
159
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
vegetal e limpeza da área de formação do reservatório, por meio de observações e
registros pertinentes.
Programa de Recomposição Florestal na Área de Preservação Permanente do
Reservatório: serve como um parâmetro para analisar o sucesso ou não da
recomposição florestal.
Programa de Resgate da Fauna Terrestre: realizar os resgates a partir das
informações obtidas nos monitoramentos.
Programa de Educação Ambiental: devem ser abordados temas relativos à
importância da biodiversidade da fauna.
Programa de Comunicação Social e Ambiental: informar à comunidade que existem
atividades de monitoramento da fauna terrestre sendo realizadas, destacando
eventuais resultados de maior relevância.
Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial -
PACUERA: a definição das formas de uso do entorno do reservatório deve levar em
conta os resultados do monitoramento da fauna terrestre.
Plano de Gestão Ambiental: acompanhar as atividades do programa, certificando-se
que estão sendo executadas nos prazos estipulados e dentro dos padrões de
qualidade esperados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
Para o acompanhamento do programa serão gerados relatórios das atividades
de campo, em caráter trimestral, os quais deverão conter todos os resultados obtidos,
de acordo com os objetivos pré-estabelecidos no programa, devendo ser direcionados
à empresa responsável pela implementação dos programas ambientais, com o intuito
de compor o relatório final conforme o Anexo III – Diretrizes para Elaboração e
Apresentação do Programa de Monitoramento da Fauna, constante da Portaria IAP
nº097, de 29 de maio de 2012, obedecendo ainda a Instrução Normativa Nº 146, de
11 de janeiro de 2007 do IBAMA.
160
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de campo
para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados apresentados pelas
empresas contratadas.
161
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Monitoramento da Fauna Terrestre
Campanhas de monitoramento
Monitoramento da fauna relocada
Relatórios de acompanhamento
OBS: Na Fase Reservatório, as campanhas trimestrais de monitoramento da fauna e da fauna relocada se estenderão por 2 anos. Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
162
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.14 PROGRAMA DE RESGATE DA FAUNA TERRESTRE
Considerações Iniciais
O Programa de Resgate da Fauna Terrestre atende à condicionante 1 da LP n°
37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos
os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA.”.
Dentre os impactos causados sobre a fauna terrestre, o principal deles é a
perda de habitats pela formação do reservatório. Trata-se de um impacto altamente
diferenciado sobre os elementos faunísticos, basicamente associados aos seus
modos de vida, especializações e capacidade de deslocamento. A dimensão dos
impactos sobre a fauna vai depender das características do empreendimento,
principalmente do tamanho do reservatório e do estado de conservação ambiental da
área a ser alagada.
Durante a supressão da vegetação para a implantação do canteiro de obras do
empreendimento e limpeza da área do futuro reservatório a fauna tenta se relocar por
conta própria, entretanto alguns exemplares sofrem dificuldade para se deslocarem.
Posteriormente, durante a formação do reservatório, esse impacto é acentuado,
quando ocorre concentração faunística em áreas restritivas como árvores, arbustos e
ilhas (SILVA JR., 2008).
A maioria dos vertebrados de grande porte é afugentada durante o
desmatamento para a limpeza da área do futuro reservatório, porém os grupos de
menor porte e com maior restrição locomotora, como é o caso dos anfíbios e dos
répteis, permanecem na área mesmo após o desmate, necessitando de resgate por
ocasião do enchimento do reservatório.
Portanto, para minimizar o impacto sofrido pela fauna durante a construção da
barragem e formação do reservatório, torna-se necessária a realização de um resgate
durante a supressão da vegetação e durante o enchimento do reservatório. Além
163
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
disso, o resgate serve como um ótimo referencial para os levantamentos de fauna da
região.
Justificativa
Este programa justifica-se uma vez que irá salvar espécies que estejam com
dificuldade para se deslocar durante as fases de supressão vegetal e limpeza da área
de formação do reservatório e enchimento do reservatório. Espera-se também
diminuir a ocorrência de acidentes com animais peçonhentos sobre as comunidades
humanas.
Objetivos
O objetivo geral deste programa é atenuar os impactos sobre a fauna,
realizando atividades de manejo e resgate da fauna, sempre que necessário.
Os objetivos específicos são:
- Acompanhar o deslocamento da fauna terrestre durante a supressão da
vegetação e as atividades de limpeza na área do canteiro de obras e
reservatório;
- Efetuar o resgate de fauna terrestre durante o enchimento do reservatório;
- Realizar o manejo específico da fauna silvestre do resgate, no sentido de
relocação, solturas e envio para instituições de ensino, pesquisa e zoológicos,
com a devida autorização dos órgãos ambientais competentes.
- Efetuar o controle e fiscalização de ações de caça ilegal sobre os animais em
fuga, por ocasião do enchimento do reservatório.
Metodologia
Essa atividade deverá ocorrer em três fases distintas:
- 1ª Fase (Construção): deverá ser realizada no período estabelecido de
supressão vegetal na área do canteiro;
- 2ª Fase (Construção): deverá ser realizada no período estabelecido da limpeza
da área de formação do reservatório, estendendo-se até a finalização dos
processos de desmatamento que se fizerem necessários;
164
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- 3ª Fase (Enchimento do reservatório): deverá ser realizada durante o período
de enchimento do reservatório, estendendo-se até atingir a cota pré-
estabelecida para este momento.
Os trabalhos de afugentamento, resgate e aproveitamento científico da fauna
deverão se basear nas seguintes atividades:
Autorização para Manejo da Fauna
Para o início das atividades, deverá ser solicitada junto ao IAP a autorização
para manejo da fauna, de acordo com o Anexo II – Diretrizes para elaboração do Plano
de Resgate da Fauna, da Portaria IAP nº 097, de 29 de maio de 2012, obedecendo
ainda a Instrução Normativa do IBAMA nº 146, de 11 de janeiro de 2007.
Treinamento e planejamento estratégico:
Consiste no treinamento da equipe envolvida, através da realização de curso
de captura, manejo e identificação de animais e detalhamento das metodologias a
serem aplicadas. Também serão abordadas noções de segurança do trabalho e
primeiros socorros. Este treinamento deverá ser de responsabilidade do coordenador
do programa, devendo ser realizado antes dos procedimentos de afugentamento e
resgate da fauna. O local de realização deste treinamento deverá ser o mesmo do
desenvolvimento dos trabalhos, a fim de reconhecimento dos ambientes a serem
investigados durantes as fases de implementação do programa.
Centro de triagem de animais terrestres
O centro de triagem deverá ter a finalidade de hospedar temporariamente os
animais que forem resgatados durante as fases de afugentamento e resgate da fauna
local, além de garantir a possibilidade de realização de procedimentos clínicos
veterinários e permitir o manejo necessário para os diferentes grupos faunísticos,
durante o tempo de estada dos mesmos.
A implantação do centro de triagem deverá ocorrer antes dos
procedimentos de afugentamento e resgate da fauna.
Resgate da fauna terrestre
165
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
A primeira fase do programa corresponde ao período estabelecido para o
processo de supressão vegetal para a área do canteiro e a segunda para a limpeza
da área de formação do reservatório. O afugentamento e a supressão vegetal sempre
deverão ser realizados de forma linear coordenada, com o acompanhamento de
equipe técnica, partindo das áreas mais próximas aos cursos d’água, e avançando
progressivamente em direção à cota de inundação, ou seja, para as partes mais altas,
buscando sempre direcionar para os terrenos mais próximos aos fragmentos
florestais.
Durante as atividades de supressão vegetal e limpeza da área, deverá ocorrer
o salvamento e o resgate de qualquer espécime de menor porte físico e menor
capacidade de locomoção, bem como qualquer exemplar da fauna de vertebrados que
não tenha conseguido deslocar-se por conta própria, nas áreas suprimidas.
A terceira fase corresponde ao período de enchimento do reservatório.
A captura deverá ser manual, mediante o uso de métodos diversos, abaixo
discriminados:
Mamíferos
Os mamíferos deverão ser resgatados com o auxílio de laços, redes e/ou
puçás, acondicionados para transporte, respeitando as características de cada grupo,
a fim de garantir as suas condições de sobrevida no momento do transporte.
Aves
As aves possuem maior capacidade de fuga, no entanto, poderá haver o
encontro de aves debilitadas, as quais deverão ser resgatadas e submetidas aos
devidos cuidados, para posterior soltura. Além disso, deverão ser localizados os
ninhos que contenham ovos ou filhotes. Os ovos deverão ser colhidos em caixas
plásticas ou baldes, e os filhotes deverão ser resgatados e colocados em gaiolas ou
caixas de transporte, devendo ser encaminhados para a avaliação de veterinário.
Herpetofauna
O resgate dos répteis deverá ser efetuado utilizando-se laços e/ou ganchos. Os
animais vivos deverão ser acondicionados em caixas com travas, ventiladas e
166
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
contendo vegetação. No tocante aos anfíbios, deverão ser captados por contenção
direta, sendo colocados em sacos plásticos ou em caixas plásticas com vegetação
úmida e ar.
Entomofauna
O resgate da entomofauna terá como foco a Ordem Hymenoptera,
especialmente as abelhas.
Para se detectar as colônias de abelhas nas áreas de supressão vegetacional,
serão realizadas inspeções minuciosas em troncos de árvores, termiteiros e solo,
antes e após o desmate.
As abelhas serão capturadas com potes e redes entomológicas nas entradas
dos ninhos, sendo acondicionadas para a eutanásia em recipientes de vidro com
algodão embebido em acetato de etila e encaminhadas para identificação quando
necessário.
Os ninhos identificados devem ser transportados preferencialmente no próprio
tronco onde foram encontrados.
Manejo da Fauna Resgatada
A fauna resgatada terá duas opções diferentes de destinação:
Parte será destinada à área de soltura, selecionada levando-se em
consideração os habitats preferenciais das espécies locais, o tamanho das áreas
disponíveis e a capacidade de suporte às espécies.
- A parcela com interesse científico terá o seu destino determinado conforme
convênio a ser firmado com instituições públicas e/ou privadas que possuam
interesse em receber material testemunho para a composição de coleção.
Área de Soltura
A escolha da área de soltura levou em consideração o arranjo espacial das
manchas de vegetação em relação à paisagem como um todo. Também foram
considerados os habitats preferenciais das espécies diagnosticadas durante a
elaboração do EIA, o tamanho das áreas disponíveis e a capacidade de suporte às
167
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
espécies. A área de soltura selecionada encontra-se no Mapa PBA–007–TM -
Monitoramento da Fauna Terrestre.
Tabela 5.14.1 – Localização da área de soltura. Área Coordenadas UTM SAD 69F22J
Soltura Margem Direita 558.579 7.274.850
Soltura Margem Esquerda 557.545 7.281.024
Todas as decisões, com relação ao destino dos exemplares capturados e
coletados, deverão ser feitas conforme as orientações do IAP, a partir da plena
aprovação dos procedimentos de resgate.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Resgate da Fauna é de responsabilidade do
empreendedor e das empresas contratadas para as atividades relacionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Limpeza da Área do Reservatório: uma vez que a fase de supressão da
vegetação provoca a dispersão da fauna devido à modificação dos ecossistemas
terrestres, equipes de resgate podem atuar em conjunto com a de limpeza da área de
formação do reservatório, sempre que necessário.
Programa de Monitoramento da Fauna Terrestre: obter as informações necessárias
para a realização dos resgates da fauna terrestre.
Programa de Educação Ambiental: abordar temas relativos à fauna terrestre e
ictiofauna.
Programa de Comunicação Socioambiental: informar a comunidade sobre as
atividades realizadas referentes ao resgate da fauna.
Plano de Gestão Ambiental: acompanhar as atividades do programa, certificando-se
que estão sendo executadas nos prazos estipulados e dentro dos padrões de
qualidade esperados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
!H
!H!H
!H
!H
!H
PR
-340
BR- 153
Eixo do BarramentoEixo do BarramentoEixo do BarramentoEixo do Barramento
Rio
Tibagi
Tibagi
Rio
Tibagi
Áreade
Soltura ME
Áreade
Soltura MDCampo 1Controle
Ciliar MargemDireita 2
CiliarMargemDireita 1
Ciliar MargemEsquerda 1
Ciliar MargemEsquerda 2
55
40
00
55
70
00
56
00
00
56
30
00
56
60
00
7270000 7273000 7276000 7279000 7282000 7285000 7288000
REFERÊNCIA:
EMPREENDIMENTO:
TÍTULO DO MAPA:
DATA:LOCALIZAÇÃO: RESPONSÁVEL TÉCNICO:
UHE TIBAGI MONTANTE
PBA-007-TM MONITORAMENTO DA FAUNA TERRESTRE
PROJETO BÁSICO AMBIENTAL - PBA
Tibagi - PR Angelo Hartmann Pires CREA 127.090 D/PR
Dezembro / 2015
Ë1.500 0 1.500750 M
1:50.000Escala:
SISTEMA DE PROJEÇÃO:UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR - UTM
SISTEMA DE REFERÊNCIA: SIRGAS 2000 FUSO 22S
EMPREENDEDOR:
EXECUÇÃO:
Legenda
Rodovia Estadual
Rodovia Federal
Reservatório (Cota 721)
Faixa de APP - 86,5 m
Monitoramento da Fauna
!H Amostragem e Controle
Área de Soltura
168
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Devem ser elaborados relatórios trimestrais descrevendo o andamento das
atividades pelas empresas contratadas, sendo que um relatório final deverá ser
elaborado após o enchimento do reservatório.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de campo
para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados apresentados pelas
empresas contratadas.
169
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Resgate da Fauna
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Resgate da Fauna
Treinamento e planejamento estratégico
Implantação do centro de triagem
Afugentamento e resgate da fauna terrestre durante a supressão da vegetação
Realização de resgate da fauna no enchimento
Relatórios de acompanhamento
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
170
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.15 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA ICTIOFAUNA
Considerações Iniciais
O Programa de Monitoramento da Ictiofauna atende à condicionante 1 da
LP n° 37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com
todos os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA.”.
A transformação do ambiente de rio para reservatório em função de
empreendimentos hidrelétricos é a principal força responsável pelas modificações das
características limnológicas e das comunidades, tanto no corpo como a jusante do
reservatório (LANSAC-TÔHA, VELHO & BONNECKER, 1999). Como reflexo
inevitável destes empreendimentos em relação à fauna aquática, inicia-se um
processo de reestruturação das populações que originalmente ocupavam o rio
(FERNANDO & HOLCIK, 1991), com alterações na composição e na abundância de
espécies (LUIZ et al., 2003), possibilitando tanto a proliferação excessiva de algumas,
bem como a redução ou até mesmo a extinção de outras. O nível do impacto dos
represamentos sobre a fauna íctia é influenciado pelas características locais da biota
e do próprio reservatório (AGOSTINHO et al., 1999).
Segundo LOWE-McCONNEL (1975), as espécies de peixes submetidas a
modificações por aproveitamentos hidrelétricos podem ser divididas em dois grupos.
O primeiro é composto por espécies reofílicas, de água corrente, que aparentemente
apresentam menores condições para permanecer em uma área represada. O
segundo agrupamento é composto por espécies adaptadas a ambientes lênticos,
como os remansos e as áreas alagadas. Teoricamente, essas espécies se adaptariam
melhor a um reservatório, por apresentarem amplo espectro alimentar e
características reprodutivas adaptadas a ambientes de águas calmas.
Dessa forma, o Programa de Monitoramento da Ictiofauna da UHE Tibagi
Montante está estruturado sobre o conjunto de dados obtidos na elaboração do
171
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
diagnóstico ambiental para o EIA do empreendimento, bem como de coletas
adicionais realizadas posteriormente, de forma a fornecer subsídios para a
implementação de diretrizes para o manejo da ictiofauna nos corpos d’água afetados,
no sentido de reduzir, dentro do possível, os impactos decorrentes da transformação
do sistema lótico em reservatório sobre a ictiofauna.
Justificativa
O presente programa se justifica como uma ferramenta para estabelecer
estratégias de conservação dos elementos aquáticos, ao mesmo tempo em que
possibilita criar condições para avaliar o sucesso das medidas de mitigação e
compensação a serem executadas pelo empreendedor e, se necessário, criar
condições de ajustes que permitam a melhoria do ambiente aquático.
Objetivos
Avaliar as alterações na ictiofauna decorrentes da formação do reservatório da
UHE Tibagi Montante, com vistas aos impactos positivos e negativos do barramento
sobre a abundância e atributos da comunidade de peixes, a montante, reservatório e
jusante.
Os objetivos específicos são:
- Avaliar a abundância espacial e temporal, composição em tamanho, proporção
sexual, reprodução e alimentação da ictiofauna;
- Estabelecer as variações temporais e espaciais dos atributos da comunidade
de peixes;
- Avaliar a presença de espécies endêmicas, ameaçadas, sobre-explotadas, e
invasoras;
- Identificar áreas de desova e crescimento das espécies de peixes;
- Avaliar a disponibilidade de ovos e larvas de peixes das espécies de ocorrência
na área de influência da UHE Tibagi Montante;
- Fornecer subsídio para o manejo, conservação e melhoria da comunidade de
peixes na área de influência da UHE Tibagi Montante.
172
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Metodologia
Etapas de Execução:
De acordo com o Anexo III da Portaria IAP 097/2012 que apresenta as diretrizes
para elaboração e apresentação do programa de monitoramento de ictiofauna, o
monitoramento deverá ser dividido em três etapas:
Fase de Pré-Construção - antes da instalação do empreendimento e destina-se à
obtenção de dados de base ou controle nos meses que antecedem as obras. Devem
ser realizadas duas campanhas de campo que contemplem períodos sazonais
distintos;
Fase de Construção – iniciando as atividades com a implantação do
empreendimento até o início do enchimento do reservatório. Destina-se à obtenção
de dados durante as fases de geração de impactos mais expressivos sobre a
ictiofauna, que ocorre com o início das obras. As campanhas de campo deverão
contemplar todo o período de instalação do empreendimento, com intervalos regulares
trimestrais;
Fase de Operação – destina-se à obtenção de dados durante a operação do
empreendimento. Neste caso, o monitoramento deverá estar previsto para um período
inicial de 24 meses, com intervalos regulares sazonais (trimestral). Ao final do
segundo ano de monitoramento durante a operação será realizada avaliação dos
resultados obtidos que indicarão a necessidade de prosseguimento do
monitoramento.
Destaca-se que para o ictioplâncton devem ser realizadas coletas mensais
somente na quadra reprodutiva (novembro a fevereiro).
Procedimentos de coleta de dados, captura e transporte)
Antes do início das atividades deverá ser solicitada junto ao IAP a autorização
para Manejo da Ictiofauna, de acordo com o estabelecido com o Anexo III – Diretrizes
para Elaboração e Apresentação do Programa de Monitoramento da Fauna constante
da Portaria IAP Nº 097 de 29 de maio de 2012, obedecendo ainda a Instrução
Normativa Nº 146, de 11 de janeiro de 2007 do IBAMA.
173
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
É proposta uma rede de amostragem composta por seis pontos coincidentes
com aqueles selecionados para o monitoramento limnológico e da qualidade da água
(Tabela 5.15.1) cuja representação gráfica pode ser visualizada no Mapa PBA–004–
TM/Monitoramento Limnológico, Qualidade da Água e Ictiofauna.
Tabela 5.15.1 - Distribuição, localização e coordenadas geográficas dos pontos de coleta no rio Tibagi, na área de influência da futura UHE Tibagi Montante.
Pontos de Amostragem
Siglas Rio Coordenadas
Latitude Longitude
Jusante JUS Tibagi 24º31’38,46’’S 50º24’25,34’’O
Barragem BAR Tibagi 24º33’2,71’’S 50º24’22,63’’O
Intermediário INT Tibagi 24º36’24,98’’S 50º25’30,74’’O
Remanso REM Tibagi 24º39’28,20’’S 50º25’8,23’’O
Montante MON Tibagi 24º41’24,09’’S 50º23’37,60’’O
Tributário TRI Capivari 24º39’0,80’’S 50º26’8,14’’O
Para o monitoramento ictiofaunístico deverão ser realizadas coletas com a
utilização de diversos aparelhos de pesca e métodos, instalados às 16 horas,
revistados às 22 horas e retirados a partir das 8 horas do dia seguinte, tais como:
- redes de espera de malha simples (2,40 a 12,00 cm de entre nós) e feiticeiras
(6,00 a 8,00 cm), com 20,00 m de comprimento no rio Tibagi e 10 metros no
tributário;
- espinhéis (com 30 anzóis);
- covos;
- tarrafas.
Após as capturas, os peixes serão eutanasiados em solução de benzocaína
(250 mg/L), acondicionados em sacos plásticos etiquetados quanto ao local, horário e
aparelho de pesca, sendo fixados em formol 10,0% e mantidos em tambores plásticos
para posterior análise.
Em laboratório, os peixes serão identificados segundo GRAÇA & PAVANELLI
(2007) e alguns exemplares de cada espécie serão depositados na coleção de
ictiologia do Grupo de Pesquisas em Recursos Pesqueiros e Limnologia, da
Universidade Estadual do Oeste do Paraná − UNIOESTE.
174
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
O enquadramento taxonômico das espécies capturadas será baseado na
classificação proposta por BRITSKI, SILIMON & LOPES (1999) e REIS, KULLANDER
& FERRARIS (2003). De cada indivíduo serão obtidos o comprimento total e padrão,
peso, sexo, grau de repleção estomacal − GR e estádio de maturação gonadal.
As espécies capturadas serão agrupadas de acordo com suas estratégias
reprodutivas, sendo migradoras de longa distância − MLD, não migradoras ou
migradoras de curta distância sem cuidado parental − NMSP, não migradoras ou
migradoras de curta distância com cuidado parental – NMCP, e não migradoras com
fecundação interna − NMFI, conforme SUZUKI et al. (2004). As espécies cuja
estratégia reprodutiva não está disponível na literatura serão enquadradas na
categoria, sem informação − SI.
Para fins de análise, a abundância das espécies será indexada pela captura
por unidade de esforço − CPUE em número (número de indivíduos por 1.000 m2 de
rede em 16 horas) e peso (kg por 1000 m2 de rede em 16 horas), conforme KING
(1995), para cada local de amostragem e por estratégia reprodutiva em cada local. A
abundância (em número de indivíduos) das espécies mais abundantes será plotada
em gráficos para avaliar as variações nas capturas.
A diversidade específica será expressa pela riqueza (número) de espécies,
equitabilidade e índice de diversidade de Shannon (MAGURRAN, 1988) para cada
local em separado. O índice de Shannon (H’) é definido como:
s
iii ppH
1ln'
onde,
s = número de espécies
pi = proporção da espécie i
A equitabilidade (E) foi calculada de acordo com a expressão:
SHE ln
'
175
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
onde,
H’ = índice de diversidade de Shannon
S = número de espécies.
A riqueza, equitabilidade, índice de diversidade de Shannon serão calculadas
utilizando-se o software Pc-Ord 4.0 (McCUNE & MEFFORD, 1999).
A estrutura geral das populações será avaliada por meio dos valores médios
(desvios padrões), mínimos e máximos do comprimento padrão para as espécies
capturadas. Além disso, será obtido o histograma das classes de comprimento padrão
para avaliar a distribuição geral de tamanho dos peixes amostrados.
O hábito alimentar das espécies de peixes será definido através de dados
primários e secundários, de acordo com HAHN et al. (1997) e HAHN, FUGI &
ANDRIAN (2004).
Para a análise reprodutiva, os indivíduos serão classificados de acordo com o
estádio de desenvolvimento gonadal em: Imaturo, Maduro, Reprodução, Esgotado e
Repouso, segundo VAZZOLER (1996). As frequências de ocorrência em cada estádio
foram computadas em separado para cada grupo de estratégia reprodutiva.
As coletas de ictioplâncton na área de influência da UHE Tibagi Montante serão
realizadas em amostragens mensais entre novembro e fevereiro (de cada período
reprodutivo) nos mesmos seis pontos definidos para ictiofauna, sendo cinco no canal
principal do rio Tibagi e um em tributário.
As coletas de ictioplâncton serão realizadas com o auxílio de redes de plâncton
cônico-cilíndricas (malha 0,5 mm), a partir das 16 horas e encerradas às 08 horas da
manhã, sendo duas amostragens no período diurno e duas no período noturno. O
material coletado será acondicionado em frascos de plástico (500 ml), sendo
identificados quanto ao local, data e hora da coleta, e fixado em formol a 4,0%,
tamponado com carbonato de cálcio. Serão analisados a cada coleta a temperatura,
pH, condutividade elétrica e oxigênio dissolvido, de acordo com NAKATANI et al.
(2001).
176
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
As larvas serão identificadas ao menor nível taxonômico possível, levando em
consideração suas características morfológicas, como descrito em NAKATANI et al.
(2001).
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Monitoramento da Ictiofauna é de
responsabilidade do empreendedor e das empresas contratadas para as atividades
relacionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Monitoramento Limnológico e da Qualidade da Água: as características
físico-químicas da água do reservatório refletem diretamente sobre as comunidades
ícticas.
Programa de Limpeza da Área do Reservatório: a supressão da vegetação, assim
como a limpeza das fontes de contaminação, diminui a quantidade de biomassa nas
áreas a serem inundadas e, consequentemente, contribui para uma menor
eutrofização dos corpos d’água, melhorando a qualidade do ambiente para a
ictiofauna, principalmente na alimentação.
Programa de Recomposição Florestal na Área de Preservação Permanente do
Reservatório: a qualidade da água do reservatório é influenciada em função do nível
da recomposição florestal, uma vez que a vegetação diminui o aporte de sedimentos
e eventuais contaminantes ao corpo d’água, o que melhora o ambiente para a fauna
de peixes.
Programa de Resgate da Ictiofauna: o monitoramento em questão irá direcionar as
atividades prioritárias de resgate da ictiofauna.
Programa de Educação Ambiental: devem ser abordados temas relativos à
importância da biodiversidade da ictiofauna.
Programa de Comunicação Socioambiental: informar à comunidade que existem
atividades de monitoramento da ictiofauna sendo realizadas.
177
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial -
PACUERA: a definição dos usos das águas do reservatório devem levar em
consideração os resultados deste monitoramento.
Plano de Gestão Ambiental: acompanhar as atividades do programa, certificando-se
que estão sendo executadas nos prazos estipulados e dentro dos padrões de
qualidade esperados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
Devem ser elaborados relatórios trimestrais descrevendo o andamento das
atividades pelas empresas contratadas.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deverá realizar vistorias de
campo para acompanhar as campanhas de monitoramento e aferir os resultados
apresentados pelas empresas contratadas.
Para o acompanhamento do programa serão gerados relatórios das atividades
de campo, em caráter trimestral, os quais deverão conter todos os resultados obtidos,
de acordo com os objetivos pré-estabelecidos no programa, devendo ser direcionados
à empresa responsável pela implementação dos programas ambientais, com o intuito
de compor o relatório final conforme o Anexo III – Diretrizes para Elaboração e
Apresentação do Programa de Monitoramento da Fauna constante da Portaria IAP
Nº097 de 29 de maio de 2012, obedecendo ainda a Instrução Normativa Nº 146, de
11 de janeiro de 2007 do IBAMA.
178
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Monitoramento da Ictiofauna
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Monitoramento Ictiofauna
Campanhas de monitoramento da ictiofauna
Campanhas de monitoramento do ictioplâncton
Análises laboratoriais
Relatórios de acompanhamento
OBS.: Na Fase Reservatório, as campanhas trimestrais de monitoramento da ictiofauna se estenderão por 2 anos. Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
179
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.16 PROGRAMA DE RESGATE DA ICTIOFAUNA
Considerações Iniciais
O Programa de Resgate da Ictiofauna atende à condicionante 1 da LP n° 37682
IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos os
programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA.”.
As ameaças sobre a conservação da diversidade biológica encontram-se
intimamente ligadas às ações perturbadoras de origem antrópicas, as quais podem
alterar, degradar ou destruir a paisagem em larga escala, afetando a estabilidade de
populações naturais, levando-as à extinção ou acelerando esse processo (COSTA,
2006). Neste sentido, a maior ameaça à diversidade biológica está centrada na perda
de habitat e na fragmentação isolada de habitats similares, o que pode criar barreiras
para o processo normal de dispersão, colonização e alimentação. A acentuação de
tais processos torna-se inevitável durante a inserção de barramentos em rios de
médio-grande porte, deste modo durante a construção, enchimento e operação da
UHE Tibagi Montante, poderá ocorrer o aprisionamento de peixes nas ensecadeiras
e a jusante durante o enchimento. Assim, os peixes deverão ser salvos, resgatados e
devolvidos ao ambiente, dentro de condições ambientais adequadas a sobrevivência.
Justificativa
Este programa justifica-se uma vez que irá salvar espécies que estejam com
dificuldade para se deslocar durante o desvio do rio e enchimento do reservatório.
Objetivos
Este programa visa salvar e resgatar os espécimes de peixes que ficarem
aprisionados nas ensecadeiras durante a construção e a jusante durante o
enchimento do reservatório.
Especificamente pretende-se:
180
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- realizar a captura dos peixes, acondicioná-los em ambiente adequado a
sobrevivência e a sua subsequente liberação no corpo hídrico mais próximo;
- evitar a mortandade de peixes nas duas fases distintas do empreendimento,
implantação e enchimento.
Metodologia
O resgate e salvamento da ictiofauna deverão ser realizados durante as fases
de construção e enchimento do reservatório.
Na fase de construção deverá ser realizado o resgate dos peixes aprisionados
nas ensecadeiras construídas para o desvio do rio, para a construção da barragem.
Neste caso, a água acumulada deverá ser bombeada e os peixes capturados com
arrastos, tarrafas, peneiras e puçás, colocados em recipientes com água e
concentração adequada de oxigênio dissolvido e soltos no canal do rio Tibagi.
No segundo caso, o resgate deverá ser realizado em um trecho a jusante do
empreendimento, durante o enchimento do reservatório, sendo que o trecho a jusante
deverá ser percorrido para identificar possíveis locais de aprisionamento dos peixes.
Para o início das atividades, deverá ser solicitada junto ao IAP a autorização
para manejo da fauna, de acordo com o Anexo II – Diretrizes para elaboração do Plano
de Resgate da Fauna, da Portaria IAP nº 097, de 29 de maio de 2012, obedecendo
ainda a Instrução Normativa do IBAMA nº 146, de 11 de janeiro de 2007.
O Programa de Resgate e Salvamento da Ictiofauna será realizado como
segue:
- Treinamento das equipes de apoio às atividades de resgate;
- Implantação de infraestrutura adequada ao desenvolvimento dos trabalhos,
com todo o planejamento da logística e dimensionamento dos recursos a serem
alocados para a sua correta execução;
- Detalhamento das metodologias a serem aplicadas, as quais deverão ser
adequadas a cada situação relativa à atividade a ser desenvolvida (i.e. resgate
em ensecadeiras ou em trechos de jusante);
181
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Mobilização e deslocamento de equipe técnica para a execução das atividades
de resgate e salvamento;
- Identificação das espécies como subsídio ao Programa monitoramento da
Ictiofauna.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Resgate da Fauna é de responsabilidade do
empreendedor e das empresas contratadas para as atividades relacionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Monitoramento da Ictiofauna: as informações geradas durante o resgate
servirão de subsídio para a avaliação da ictiofauna.
Programa de Monitoramento Limnológico e de Qualidade da Água: as características
físicas e químicas da água podem interferir diretamente na sobrevivência dos peixes
aprisionados.
Programa de Educação Ambiental: deve apresentar a importância da preservação da
qualidade da água e das espécies de peixes resgatadas na área de abrangência do
empreendimento.
Programa de Comunicação Socioambiental: deve enfatizar a necessidade de
preservação do meio ambiente e das espécies de peixes.
Plano de Gestão Ambiental: acompanhar as atividades do programa, certificando-se
que estão sendo executadas nos prazos estipulados e dentro dos padrões de
qualidade esperados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
Devem ser elaborados dois relatórios descrevendo o andamento das atividades
pelas empresas contratadas, sendo que um relatório final deverá ser elaborado após
o enchimento do reservatório.
182
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de campo
para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados apresentados pelas
empresas contratadas.
183
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Resgate da Ictiofauna
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Resgate da Ictiofauna
Treinamento das equipes
Atividades de resgate e salvamento
Análise dos dados
Relatórios de acompanhamento
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
184
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
C - PROGRAMAS DO MEIO SOCIOECONÔMICO
5.17 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Considerações Iniciais
O Programa de Educação Ambiental atende à condicionante 1 da LP n° 37682
IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos os
programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA”.
A implantação de uma usina hidrelétrica gera diversos impactos sobre os meios
físico, socioeconômico e biótico, sendo necessário um trabalho de conscientização
voltado para a minimização destes eventos. Nesse contexto, ações de educação
ambiental funcionam como ferramentas para fornecer informações para a comunidade
local e trabalhadores da obra sobre essas mudanças, contribuindo para o
entendimento da influência da usina no meio ambiente e aproveitando a ocasião para
disseminar a discussão sobre a problemática ambiental local, buscando uma
consciência coletiva para a valorização e preservação do ambiente em que vivem.
Do entendimento da população sobre os fatores que influenciam o ambiente
em que vivem, emerge a capacidade de estabelecimento de paralelos entre o
desenvolvimento econômico, a degradação ambiental e a qualidade de vida, cabendo
a ela intervir de forma crítica e sustentável neste ambiente.
Através desse programa, pretende-se despertar valores, trabalhar conceitos e
executar ações práticas nas questões de proteção e preservação dos recursos
naturais. O público alvo desse programa são os alunos das escolas da região, além
dos trabalhadores da obra e da comunidade diretamente abrangida pelo
empreendimento.
Para as escolas da região, as atividades deverão possuir um caráter
complementar às atividades já realizadas pelas secretarias de educação municipais,
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UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
buscando contribuir e integrar com as estratégias já existentes de educação ambiental
nos municípios, utilizando diversas estratégias de abordagem da questão ambiental,
como palestras, oficinas e atividades lúdicas, focando aspectos relativos à
preservação ambiental, higiene, saúde pública e exercício da cidadania.
As atividades para os trabalhadores da obra deverão ser mais pontuais, como
a realização de palestras e a distribuição de material impresso, voltadas ao
esclarecimento de aspectos da legislação ambiental que rege a utilização dos
recursos naturais e o contexto do empreendimento na região, ao mesmo tempo em
que deverá ter uma inserção nas áreas de segurança e saúde do trabalhador.
Quanto à comunidade diretamente abrangida pelo empreendimento, os quais
habitam as propriedades lindeiras, o programa estará direcionado para identificar os
principais problemas ambientais dessa população, principalmente os relacionados à
disposição de lixo, uso de agrotóxicos e higiene habitacional.
Justificativa
Este programa justifica-se pela necessidade de fomentar políticas de educação
ambiental na região aproximando-se das diretrizes da Política Nacional de Educação
Ambiental. A Lei da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei Nº 9795, de
27/05/99) estabelece que “Entende- se por Educação Ambiental os processos por
meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente”.
A mesma lei, em seu art. 4º, diz que é princípio básico da Educação Ambiental “a
concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência
entre o meio natural, o sócio econômico e o cultural, sob o enfoque da
sustentabilidade”, e isso na escala local, regional, nacional e global.
Objetivos
O objetivo geral do programa é fortalecer a política ambiental na área de
implantação da UHE Tibagi Montante, com a realização de ações que envolvam a
comunidade e os trabalhadores do empreendimento, promovendo a conservação e a
preservação do meio ambiente, além do desenvolvimento social e sustentável na
região.
186
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Os objetivos específicos são:
- Desenvolver uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas
e complexas relações;
- Estimular o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática
ambiental e social;
- Incentivar a participação individual e coletiva, permanente e responsável, na
melhoria das condições preexistentes e posterior preservação do equilíbrio do
meio ambiente;
- Estimular a formação de pessoas capazes de disseminar informações voltadas
para a educação, higiene, saúde pública, meio ambiente e cidadania.
Metodologia
Este programa segue as diretrizes da Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999, que
institui a Política Nacional de Educação Ambiental, reconhecendo a educação
ambiental como um componente urgente, essencial e permanente em todo o processo
educativo, formal e/ou não formal.
Para consubstanciar a metodologia, deverão ser adotados os seguintes
passos:
- Identificação da realidade regional;
- Contato com a Secretaria de Educação do município de Tibagi;
- Planejamento de atividades;
- Elaboração do material didático;
- Realização das atividades.
O Programa de Educação Ambiental deverá atuar em três frentes, de
acordo com as especificidades de cada público alvo:
Alunos da rede municipal de Tibagi
- Realização de palestras relacionadas aos temas ambientais pertinentes;
187
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Oficinas com atividades práticas, objetivando a aplicação e fixação dos temas
em estudo;
- Atividades de educação ambiental, de forma que extrapolem as informações
do ensino formal;
- Mobilização dos alunos em atividades ligadas à qualidade ambiental;
- Distribuição de material educativo relacionado aos diversos temas;
- Esclarecimentos sobre o empreendimento e seus impactos, sejam eles
positivos ou negativos.
As atividades de Educação Ambiental estão previstas para acontecerem
semestralmente, porém, a sua inserção, bem como a definição quanto à periodicidade
dessas atividades deverá ser acordada e formalizada juntamente com a Secretaria
Municipal de Educação e Cultura de Tibagi de forma a se enquadrar melhor dentro
das atividades escolares já programadas pela administração municipal.
Para os alunos das escolas rurais mais próximas ao empreendimento deverá
ser realizado um trabalho mais pontual com atuação direta de profissionais
capacitados e desenvolvimento de ações específicas, incluindo elaboração de
material pedagógico e com periodicidade definida junto com a Secretaria Municipal de
Educação.
Trabalhadores da obra
- Realização de palestras sobre as questões ambientais pertinentes ao
empreendimento (lixo, água, flora, fauna, normas ambientais internas, etc.);
- Informações sobre o empreendimento e as suas relações com o meio
ambiente;
- Legislação ambiental sobre caça, pesca, comercialização de recursos naturais,
desmatamento e queimadas;
- Questões culturais, como saúde, higiene, doenças sexualmente transmissíveis
− DST, e outros;
- Informações sobre acidentes com animais peçonhentos;
188
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Segurança e saúde do trabalhador.
As palestras para os trabalhadores da obra serão mensais e de curta duração,
com horário estabelecido previamente e mantido ao longo do desenvolvimento do
programa.
Comunidade diretamente abrangida pelo empreendimento
A população residente nas comunidades lindeiras deverá ser atendida através
da realização de encontros, onde deverão ser abordadas as seguintes questões:
- Atividades do empreendimento e as consequentes alterações resultantes das
obras de construção e da operação do empreendimento;
- Impactos socioambientais positivos e negativos;
- Programas Ambientais que visam à prevenção, o controle e a mitigação dos
impactos negativos;
- Prevenção de acidentes com animais peçonhentos;
- Legislação ambiental sobre caça, pesca, comercialização de recursos naturais,
desmatamento e queimadas.
Os encontros com a comunidade diretamente abrangida pelo empreendimento
deverão ocorrer na fase de planejamento, antes do início da supressão da vegetação
– tanto da área do canteiro de obras e estruturas associadas, como do reservatório –
, e previamente ao desvio do rio e ao enchimento do reservatório.
Elaboração do material educativo
Prevê-se a elaboração e produção de material educativo, tais como: apostilas,
“folders”, folhetos, cartilhas e cartazes, para apoio às atividades do programa, os quais
deverão ser redigidos com uma linguagem fácil e acessível, de acordo com o público
alvo. Esse material deverá ser utilizado nos minicursos, escolas, palestras,
campanhas, visitações, etc.
Ainda com relação aos assuntos desenvolvidos nos encontros, estão citados
alguns temas e tópicos que deverão ser abordados:
a) Introdução à educação ambiental e conceitos de ecologia:
189
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Tópicos abordados: O que é ecossistema, cadeia alimentar e impacto
ambiental.
b) Água
Tópicos abordados: distribuição de água no planeta, utilização e importância
da água, porque a água está se tornando escassa.
c) Proteção ao meio ambiente
Tópicos abordados: atitudes que podemos ter para preservar a natureza,
entrega de redação e desenhos.
d) Solos agrícolas e matas ciliares
Tópicos abordados: Erosão, tipos de solos, manejo ecológico dos solos, o que
é mata ciliar, importância e como preservar (teatro feito pelas crianças).
e) Horta caseira ecológica e composteira
Tópicos abordados: importância de uma alimentação saudável, a importância
do esterco em uma propriedade rural.
f) Fauna nativa e caça e pesca predatória
Tópicos abordados: o que é extinção de uma espécie, principais causas da
extinção e apresentação de alguns exemplares da fauna nativa e seus
hábitos.
g) Animais domésticos, peçonhentos e zoonoses
Tópicos abordados: bem estar animal, impacto da pecuária no meio ambiente,
o que são zoonoses e como evitá-los.
h) Lixo doméstico e reciclagem de lixo
Tópicos abordados: separação e reciclagem, destino final do lixo e tempo de
decomposição.
Como as atividades do Programa de Educação Ambiental deverão priorizar
parcerias com a rede de ensino público municipal de Tibagi, além de ações voltadas
190
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
à comunidade diretamente abrangida pelo empreendimento e aos trabalhadores da
obra, o cronograma deverá ser definido em comum acordo entre todos os agentes
participantes: secretarias de educação, empreiteira responsável pela obra e
lideranças comunitárias.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Educação Ambiental é de responsabilidade
do empreendedor e das empresas contratadas para as atividades relacionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
O Programa de Educação Ambiental possui sinergia com todos os outros
programas, subprogramas e/ou planos ambientais deste PBA, uma vez que pretende
abordar os mais diversos temas relacionados à implantação do empreendimento,
além de questões ambientais e sociais.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
O Plano de Acompanhamento e Monitoramento do Programa de Educação
Ambiental será feito através de entrega de relatórios trimestrais ao empreendedor,
onde constarão as atividades desenvolvidas pelo Programa. para o Órgão Ambiental,
os relatórios deverão ser enviados semestralmente.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de campo
para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados apresentados pelas
empresas contratadas.
191
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Educação Ambiental
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Educação Ambiental
Contato com as prefeituras e instituições de ensino
Planejamento e elaboração dos materiais
Desenvolvimento das atividades junto aos trabalhadores
Desenvolvimento das atividades nas escolas
Desenvolvimento das atividades nas comunidades
Relatórios de acompanhamento
OBS: Na Fase Reservatório, as atividades de educação ambiental com alunos se estenderão por 12 meses. Legenda
Mobilização Início da obra Desvio do Rio Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
192
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.18 PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIOAMBIENTAL
Considerações Iniciais
O Programa de Comunicação Social atende à condicionante 1 da LP n° 37682
IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos os
programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA”.
Durante a execução das diversas etapas que acompanham um
empreendimento hidrelétrico, principalmente nas fases de planejamento e construção,
entende-se que é fundamental o funcionamento de um processo de comunicação
socioambiental formalmente estabelecido entre o empreendedor e os demais atores,
tais como a população que reside e/ou exerce atividades nas áreas próximas ao
empreendimento, a população da sede de Tibagi, o Poder Público Municipal, o órgão
ambiental (IAP), e demais instituições.
Deste modo, o Programa de Comunicação Socioambiental é o instrumento
capaz de regular e padronizar esse processo de comunicação entre as partes
envolvidas, através da criação de um canal de comunicação único e bem direcionado.
Devido à importância desse processo de comunicação no sentido de dirimir
dúvidas, identificar preocupações, coletar sugestões e críticas ao processo desde a
etapa de planejamento, durante a fase de obtenção de Licença Prévia, ou seja,
enquanto o EIA estava sendo desenvolvido, já foram realizadas diversas ações que
se enquadram dentro desse programa, tais como:
a) Três reuniões técnicas entre o empreendedor, o consultor e proprietários e
demais interessados. A primeira no dia 21 de dezembro de 2012 (Hotel Itagy),
contando com 16 proprietários. A segunda no dia 05 de abril de 2013 (Hotel
Itagy), contando com 18 proprietários, e a terceira no dia 28 de janeiro de 2014
(Sindicato Rural de Tibagi) contando com 21 proprietário, além da presidente
do Sindicador Rural.
193
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
b) Contatos constantes com prefeitura de Tibagi, incluindo secretarias como a de
agricultura e de meio ambiente, e a Câmara Municipal.
c) Apresentação do empreendimento ao Ministério Público Federal e Promotoria
Estadual, incluindo reunião técnica junto ao MPF de Ponta Grossa.
d) Apresentação na UEPG no dia 25 de fevereiro de 2014 para apresentar
aspectos gerais do projeto e os estudos realizados, tendo como público
estudantes e professores daquela universidade.
e) Ampla divulgação do EIA em diversas entidades municipais de Tibagi
f) Contatos constantes com o IAP ao longo de todo o processo de licenciamento
prévio
Dando continuidade ao processo durante a fase de pré-construção, construção,
o presente programa pretende estabelecer uma fonte oficial de informações referentes
a um empreendimento, seus programas e todas as ações relativas a sua implantação.
Além disso, o Programa de Comunicação Socioambiental pretende trabalhar a
conscientização ambiental dos funcionários do empreendimento e da comunidade em
geral, com ênfase ao setor educacional dos municípios, visto que o empreendedor
identifica nas questões ambientais fatores importantes e imprescindíveis para o
sucesso da aceitação do seu trabalho, tanto na construção de aproveitamentos
hidrelétricos como na operação e geração de energia.
Justificativa
O presente programa se pauta na necessidade de se estabelecer uma fonte
oficial de informações referentes a um empreendimento desta natureza, o qual
evidentemente envolve e afeta um grande número de indivíduos e instituições.
Apresenta também estratégia de comunicação e relacionamento com os diversos
setores envolvidos direta e indiretamente com a instalação do empreendimento.
Com isso, é de fundamental importância que toda e qualquer informação seja
reproduzida ao público interessado segundo um planejamento adequado, de forma
organizada e imparcial, através de um canal de comunicação formalmente
estabelecido e de amplo conhecimento por parte dos diversos atores sociais.
194
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Objetivos geral e específicos
O objetivo geral deste programa é criar um canal de comunicação oficial entre
o empreendedor e a comunidade local, para diminuir as expectativas que geralmente
acompanham um empreendimento desta natureza e, assim, esclarecer dúvidas
acerca da implantação dessa usina.
Os objetivos específicos são:
- Identificar e caracterizar os atores e processos relevantes, relacionados ao
empreendimento, assim como os momentos de articulação para a formulação
e implementação do Programa de Comunicação Socioambiental;
- Estabelecer um procedimento para o repasse de informações relevantes, de
forma padronizada, e de caráter oficial;
- Prestar esclarecimentos à população residente e/ou que exerça atividades
próximas ao empreendimento, população do Município de Tibagi,
representantes do Poder Público e demais instituições interessadas sobre
todos os aspectos da sua implementação (dados técnicos, licenciamento,
andamentos dos estudos e programas);
- Identificar os principais anseios e dúvidas da população com relação à
implementação do empreendimento e da implantação dos Programas
Ambientais, possibilitando a melhor operacionalização de algumas medidas
mitigadoras e compensatórias, mediante a adequação das ações à realidade
apresentada pela população
- Contribuir para a minimização das interferências das obras na rotina das
comunidades, orientando-as sobre procedimentos e medidas adotadas pela
empresa para segurança na região durante as fases de implantação e
operação da UHE, bem como facilitar a convivência com o contingente de mão
de obra a ser agregada ao projeto nas suas diferentes fases;
- Criar e consolidar um espaço de diálogo e discussão sobre o empreendimento
e suas implicações ambientais, transformando-se em um vínculo entre os
atores envolvidos na implementação da UHE Tibagi Montante;
195
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Definir os meios de comunicação mais apropriados para a divulgação de
informações, por assunto específico e grau de detalhamento proposto.
Metodologia
Para a implementação do Programa de Comunicação Socioambiental da UHE
Tibagi Montante, a seguir são descritas as principais atividades e ações que deverão
ser desenvolvidas durante as etapas do empreendimento, nas fases de pré-
construção, construção e início da operação.
Pré-construção
Equipe de Comunicação
No início dos trabalhos, o empreendedor deverá formalizar, junto ao órgão
ambiental e à municipalidade, o endereço do escritório na sede municipal de Tibagi
que a ficará responsável pela comunicação com a população local.
Identificação dos meios de comunicação
Objetiva identificar os meios de comunicação mais utilizados na região, para a
descentralização de informações relevantes da UHE Tibagi Montante, tais como rádio,
jornais locais/regionais e endereços eletrônicos (sites)
Celebração de convênios ou contratos
Objetiva a celebração de contratos e/ou convênios com os meios de
comunicação mais utilizados, para a descentralização de informações relevantes da
UHE Tibagi Montante caso seja necessário.
Estas atividades já devem estar implementadas no mês um da construção, de
forma que elas deverão iniciar 2 (dois) meses antes do início da UHE Tibagi Montante,
através de contatos com a população local por meio de cartazes, urnas, folhetos,
boletins informativos, inserções de rádios, entrevistas à imprensa escrita e falada,
além de reuniões presenciais com o poder público municipal, estadual e federal, e
com a população em geral.
Construção
Canal de comunicação
196
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Objetiva estabelecer um canal de comunicação para a realização dos trabalhos
e atendimento à população. O canal de comunicação deverá funcionar ao longo das
fases de construção e enchimento do reservatório tanto para a público interno
(colaboradores) como para o público externo (população).
‐ Comunicação interna
Tendo em vista que, quanto maior o nível das informações repassadas ao
público interno, maior será a contribuição e o comprometimento desse público com o
empreendimento, entende-se que estabelecer uma adequada comunicação interna é
imprescindível.
A criação de canais de comunicação interna poderá ocorrer de diferentes
formas. Com a finalidade de disponibilizar informações do andamento da obra e dos
programas ambientais desenvolvidos, deverão ser realizados:
- Sessões de formação institucional: consistem na apresentação de informações
através de vídeos, mostras fotográficas e palestras, ao público interno em geral;
Publicações internas trimestrais: deverá ser criado um periódico, contendo
informações relevantes sobre o andamento da obra e eventos locais referentes ao
empreendimento.
Além de abordar questões relacionadas à saúde dos trabalhadores, este
material deverá abordar assuntos referentes à conduta fora e dentro do canteiro de
obras, combate a DST, inibição de prostituição infantil, prevenção de acidentes com
animais peçonhentos, prevenção de acidentes de trabalho, prevenção de incêndios,
proibição de caça e pesca entre outros.
‐ Comunicação externa
Em função das obras de implantação da UHE Tibagi Montante e da
possibilidade de alteração do cotidiano da população local e regional, a comunicação
externa tem grande importância.
Para o reconhecimento da situação e o estabelecimento de relacionamento
com as comunidades afetadas, deverão ser realizadas reuniões/encontros entre os
representantes do empreendedor e a população, para o esclarecimento de dúvidas e
aceitação/rejeição do empreendimento por parte do público, e esclarecimento a
197
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
respeito das diferentes fases em que se encontra a obra, assim como deverão ser
utilizados os meios de comunicação da região.
Desse modo, deverão ser esclarecidos à população as atividades de cada
Programa Ambiental em execução, e as respectivas ações mitigadoras, bem como os
ganhos ambientais gerados.
Elaboração de materiais
A produção de materiais específicos e didáticos está diretamente relacionada
à eficácia deste programa. O material de comunicação consiste em apoiar as visitas
às residências e deverá ser trimestral durante a fase de construção e desenvolvido
em forma de “folder”, folheto, jornal e/ou cartaz, sempre com a utilização de linguagem
e formato mais adequados às respectivas características do público alvo.
As principais atividades desta etapa serão:
- Difundir a identidade visual do empreendimento;
- Produção de folhetos e outras formas de identificação do empreendimento;
- Produção de materiais audiovisuais sobre a obra e seus programas;
Acompanhamento fotográfico e filmagens da região antes, durante e após a
implantação do empreendimento, principalmente da evolução da obra, resultando na
produção de “kits” com painéis fotográficos, faixas, “banners”, “folders” e vídeos.
Campanhas de esclarecimento e prevenção
Durante as diferentes fases do empreendimento, a população do entorno
poderá se expor a situações de risco e, em função disso, em cada uma destas fases
(início da obra, supressão de vegetação, desvio do rio, enchimento do reservatório e
operação do empreendimento) deverão ser desenvolvidas campanhas junto à
população demonstrando quais serão as ações (programas ambientais) a serem
tomadas.
Na instalação de empreendimentos hidrelétricos, devido à movimentação de
máquinas e veículos, além das atividades de supressão vegetal e formação do
reservatório, é comum que alguns animais migrem para a área do entorno, havendo
198
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
a necessidade de se informar a população sobre como proceder diante dessa
situação.
Relatórios de Comunicação
A cada três meses, deverão ser encaminhados relatórios de acompanhamento
ao órgão ambiental (IAP), informando o andamento das atividades previstas nesse
programa.
Operação
Na fase de operação o processo de comunicação continuará por meio da
distribuição de informativos trimestrais no primeiro ano de operação, e semestrais no
segundo e terceiro ano de operação. Os informativos deverão conter temas
relacionados com a operação da UHE Tibagi Montante, com o andamento de
programas ambientais, e com assuntos relevantes para a população do município de
Tibagi (datas comemorativas, eventos, turismo, etc.).
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Comunicação Socioambiental é de
responsabilidade do empreendedor e das empresas contratadas para as atividades
relacionadas, devidamente informadas pelo empreendedor aos demais atores e ao
Instituto Ambiental do Paraná.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
O Programa de Comunicação Social e Ambiental possui sinergia com todos os
outros programas, subprogramas e/ou planos ambientais deste PBA, uma vez que
pretende informar à população sobre a implantação do empreendimento, além de
questões ambientais e sociais.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
O Plano de Acompanhamento e Monitoramento do Programa de Comunicação
Socioambiental deverá ser feito através de entrega de relatórios trimestrais ao
empreendedor, onde deverão constar as atividades desenvolvidas pelo Programa.
Para o Órgão Ambiental, os relatórios deverão ser enviados semestralmente.
199
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de campo
para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados apresentados pelas
empresas contratadas.
200
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Comunicação Socioambiental
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Comunicação Socioambiental
Mobilização da equipe de comunicação
Identificação dos meios de comunicação e celebração de convênios
Definição dos canais de comunicação interno e externo
Divulgação de materiais
Campanhas de esclarecimento e prevenção
Relatórios de acompanhamento
OBS: Na fase de operação o processo de comunicação continuará por meio da distribuição de informativos trimestrais no primeiro ano de operação, e semestrais no segundo e terceiro ano de operação. Legenda
Mobilização Início da obra Desvio do Rio Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
201
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.19 PROGRAMA DE INDENIZAÇÃO
Considerações Iniciais
O Programa de Indenização atende à condicionante 1 da LP n° 37682 IAP, que
estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos os programas e
projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou Comprovante de
registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos, programas,
projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com ênfase nas
sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA”.
Durante a implantação da UHE Tibagi Montante, várias medidas
socioambientais serão desenvolvidas pelo empreendedor, dentre as quais estão
aquelas relacionadas à aquisição das propriedades atingidas e à indenização da
população cadastrada e reconhecida como afetada pelo empreendimento.
Esse programa divide-se em dois subprogramas: um de terras e benfeitorias,
para os proprietários que tenham terras afetadas pelo reservatório e para as famílias
relacionadas com estas propriedades; e outro destinado às empresas de extração
mineral legalmente constituídas.
5.19.1 Subprograma de Indenização de Terras e Benfeitorias
Considerações Iniciais
As ações, descritas e previstas para este subprograma deverão ser
desenvolvidas de modo a repor a situação em que a população afetada se encontrava
antes da implantação do empreendimento, sobretudo no que se refere ao acesso à
terra, aos recursos e aos serviços básicos, procurando minimizar os impactos, além
de proporcionar a preservação de suas culturas e tradições.
Desta forma, além do EIA/RIMA, os critérios, diretrizes e políticas aqui
propostas, para a indenização da população afetada, levam em consideração o
diagnóstico apresentado pelo Cadastro Socioeconômico das propriedades
diretamente afetadas pelo empreendimento, considerando o cenário futuro de
implantação e operação do mesmo.
202
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Da área total necessária para a implantação da UHE Tibagi Montante (712,18
ha), aproximadamente 309,35 ha correspondem a calha do rio e 402,83 ha são
referentes à área de alague (margens esquerda e direita, e ilhas), 23,77 ha ao canteiro
de obras e infraestrutura definitiva (locais de obras que não contemplam as
sobreposições ao reservatório) e 568,68 ha estão relacionados à implementação da
APP (considerando a faixa de 86,5 m).
Desta forma, as áreas a serem adquiridas pelo empreendedor para a
implantação da UHE Tibagi Montante deverão ser negociadas com os proprietários
após uma avaliação detalhada, levando-se em consideração a metodologia adequada
para cada caso. Caso a área remanescente fique inviável, a mesma também deverá
ser adquirida pelo empreendedor, podendo ser posteriormente utilizada para uma
finalidade mais adequada.
A indenização consistirá na transferência de recursos correspondentes ao
justo valor do patrimônio, dos bens e dos direitos que serão comprometidos pela
implantação do empreendimento. O patrimônio basicamente se refere às áreas de
terras necessárias para a construção da barragem e estruturas associadas, e para a
formação do reservatório. Também deverão ser consideradas como patrimônio as
demais benfeitorias existentes nas áreas afetadas.
De acordo com os levantamentos realizados até o momento, 28
propriedades particulares estão inseridas na região que será afetada pelo
empreendimento além de duas ilhas que apresentam ocupação temporária. A Tabela
5.19.1.1 apresenta a listagem completa de propriedades atingidas nas margens
esquerda e direita e o Mapa PBA-008-TM Propriedade.
Tabela 5.19.1.1 – Lista de propriedades.
Código Nome da
propriedade Nome do
proprietário
Área total da propriedade
(ha)
Área atingida pelo
reservatório (ha)
Áreas atingidas pela APP (86,5m)
Áreas atingidas
pelas estruturas
Total área atingida
ME 01 Fazenda Alto da
Figueira Everson Pellissari 244,8021 89,3723 24,9608 11,2496 125,5827
ME 02 Fazenda Rancho
Queimado
Maria Cristina Carneiro Roorda
e outro 306,3592 39,0526 19,5239 58,5765
ME 03 Fazenda
Passatempo Hilda Magriet
Rabbers de Geus 199,6500 12,8841 26,7945 5,1604 44,8390
203
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
ME 04 Fazenda Nossa
Senhora dos Remédios
Doroty Ribas Manfron
482,1608 1,5068 6,7188 8,2256
ME 05 Fazenda CavernaEspolio de Yokio
Kimura 176,7300 10,4906 14,1611 24,6517
ME 06 Fazenda Caverna-
Angela Elisabeth de Geus
431,7300 84,9338 60,5535 145,4873
ME 07 Fazenda da
Caverna Fumiko Kichise
Kimura 370,0300 10,0737 39,2906 49,3643
ME 08 Fazenda Santa
Branca
Paulo Rubens Fruet de
Assumpção e outra
17,2769 0,8046 2,9127 3,7173
ME 09 Fazenda Santa
Fé Ernesto
Hennpman 39,6221 0,8618 5,4947 6,3565
ME 10 Fazenda Rancho
Berro Francisco Rocha 0,3100 0,0936 0,2151 0,3087
ME 11 Sitio Shang Lee Claudinei Navarro
0,8044 0,2193 0,5851 0,8044
ME 12 Sítio Pousada do
Leão Carlos Marcelo
Teixeira 0,4000 0,2276 0,1698 0,3974
ME 13 Sótio Pousada da
Onça Paulo Cesar de
Almeida 0,0403 0,0403 0,0403
ME 14 Fazenda São
José Valdir Tadeu
Serenato Martins 73,3986 2,802 8,0920 10,894
ME 15 Fazenda São
José
Antonio Alberti Guimarães e
ouros 83,0786 0,5686 6,9666 7,5352
ME 16* Fazenda
Cachoeira Adalto José
Carneiro Prestes 45,9800 1,966 13,2191 15,1851
ME 17 Fazenda Santa
Edviges Oscimar
Fernando Nadal 269,3500 3,1256 17,0211 20,1467
ME 18 Fazenda Belo
Horizonte José Luiz de
Oliveira e outra 260,6301 0,4322 3,9372 4,3694
ME 19 Fazenda CapivariLeopoldo
Sebastião Nadal 128,2600 2,6431 10,0232 12,6663
ME 20 Fazenda CapivariClorival José
Nadal 128,2600 0,2928 6,7409 7,0337
ME 21* Fazenda Tapejara
Alney Binoto e outro
697,9909 2,565 17,1684 19,7334
ME 22 Fazenda São
José
Ricardo Alberto Bouwman e
Outro 440,7000 3,4821 20,2371 23,7192
ME 23 Fazenda BarbosaJoão Baptista
Nogueira Neto e outro
915,5889 0,2945 2,3038 2,5983
MD 01 Fazenda do Sol Ricardo Alberto
Bouwman e outros
655,7010 11,9238 17,4956 29,4194
MD 02 Fazenda
Diamantina
Espolio de Gerbert
Bouwman 2707,4000 56,7016 47,6212 104,3228
MD 03 Fazenda Igreja
Velha
Espolio de Anselmo Alberft e
outros 3588,8600 22,6554 58,0940 80,7494
MD 04 Fazenda Santa
Branca
Paulo Rubens Fruet de
Assumpção 3001,4700 19,5304 86,4497 105,9801
MD 05 Fazenda Santa
Branca Siomara Mello e Silva de Paiva
884,0260 15,6323 51,4608 67,0931
I 01 José Aparecido
Ribeiro 0,4601 0,4601 0,0000 0,4601
204
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
I 02 Luiz Cláudio Napolitano
0,2577 0,2577 0,0000 0,2577
Estrada do
Pinheiro Seco Prefeitura
Municipal Tibagi 1,8398 0,4649 2,3047
TOTAL 397,7341 568,6762 16,41 982,8203
Justificativa
Este subprograma justifica-se pela necessidade de indenizar os atingidos
pela perda de terras, benfeitorias e alterações nos sistemas produtivos devido à
instalação do canteiro de obras, da obra em si e de suas estruturas associadas,
formação do reservatório e implantação da APP, definida conforme a legislação
pertinente e em atendimento ao enquadramento definido no Plano Diretor do
empreendimento, a ser elaborado oportunamente.
Objetivos
O objetivo geral deste subprograma é indenizar o valor do patrimônio a ser
alienado involuntariamente para a implantação do proposto empreendimento, de
forma justa.
Os objetivos específicos são:
- Manter um bom e estreito relacionamento entre o empreendedor e os
proprietários e residentes no local, demonstrando que as atividades econômicas
desenvolvidas por cada parte são compatíveis;
- Regularizar a área remanescente dos expropriados;
- Promover a indenização de áreas e benfeitorias existentes na faixa a ser utilizada
para a realocação e readequação da malha viária local, requeridas para permitir
o fluxo normal de pessoas pela região, e que eventualmente seja interrompido
pela formação do reservatório e implantação da APP.
Metodologia
Este subprograma deverá ser implementado durante as fases de pré-
construção e construção, devendo ser concluído até a data de solicitação da Licença
de Operação − LO.
PR
-340
BR - 153
Eixo do BarramentoEixo do BarramentoEixo do BarramentoEixo do Barramento
Rio
Tibagi
Tibagi
Rio
Tibagi
ME
08
ME 05
ME 02
ME 04
ME 0
9
MD 03
MD 04
MD 05
ME 21
ME 23
MD 04
MD 02
MD 01
ME 22
ME 06
ME 07
ME 21
ME 18
ME 17
ME 01
ME 16
ME 03
ME 02
ME 20 ME 19
ME 15
ME 14
ME 09
ME 16
ME 17
55
70
00
56
00
00
56
30
00
56
60
00
56
90
00
7267000 7270000 7273000 7276000 7279000 7282000 7285000 7288000
REFERÊNCIA:
EMPREENDIMENTO:
TÍTULO DO MAPA:
DATA:LOCALIZAÇÃO: RESPONSÁVEL TÉCNICO:
UHE TIBAGI MONTANTE
PBA-008-TM PROPRIEDADES
PROJETO BÁSICO AMBIENTAL - PBA
Tibagi - PR Angelo Hartmann Pires CREA 127.090 D/PR
Dezembro / 2015
EMPREENDEDOR:
EXECUÇÃO:
Ë2.000 0 2.0001.000 M
1:65.000Escala:
SISTEMA DE PROJEÇÃO:UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR - UTM
SISTEMA DE REFERÊNCIA: SIRGAS 2000 FUSO 22S
Legenda
Rodovia Estadual
Rodovia Federal
Faixa de APP - 86,5 m
Propriedades
Reservatório
ME 08
MD 04
8
ME 09
ME 11ME 1
2ME 13
ME 10
205
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Terão direito à indenização todos os proprietários rurais cujas propriedades
serão total ou parcialmente abrangidas pelo empreendimento. Com relação ao
processo propriamente dito de indenização, existem três possibilidades de ser
viabilizado o pagamento de bens:
- Via compra e venda;
- Via desapropriação;
- Permuta por áreas remanescentes.
Deve-se ressaltar que todos os gastos necessários para a regularização da
nova situação fundiária junto aos órgãos competentes deverão estar inclusos no
presente subprograma.
Compra e venda
Trata-se da forma de aquisição de imóveis baseada na negociação entre
as partes e na celebração do documento de aceite.
Nessa modalidade se enquadram as aquisições de áreas necessárias à
implantação do canteiro de obras, abertura de acessos, formação do reservatório e
APP, incluindo áreas remanescentes inviáveis ou de interesse do empreendedor.
Desta forma, o empreendedor, através de equipe específica, irá efetuar
uma análise dessas situações, considerando as características gerais de cada
propriedade, o grau de atingimento quanto à área de alagamento e de APP, e o uso
atual da área (aptidão agrícola e reserva legal).
Essa mesma equipe será responsável pelo estudo das possibilidades de
junção das áreas remanescentes declaradas inviáveis isoladamente, com o objetivo
de analisar a potencial formação de novas propriedades viáveis.
Todos os procedimentos adotados deverão seguir as leis e orientações
normativas preconizadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT
NBR 14653-1:2001 (Avaliação de bens – Parte 1: Procedimentos Gerais) e ABNT
NBR 14653-3:2004 (Avaliação de bens - Parte 3: Imóveis Rurais). Além disso, deverão
ser adotados critérios fundiários e legais que possibilitem a regularização dominial das
propriedades.
206
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Na definição do valor do imóvel, deverão ser considerados os seguintes
critérios, no procedimento avaliatório:
- A área efetivamente desapropriada, para efeito de cálculo da variável “área”;
- A área efetivamente desapropriada, para efeito de cálculo da variável “percentuais
de aptidão agrícola”;
- O nível de manejo, o tipo das atividades e as condições de acesso reais e efetivas
da propriedade. Além disso, para a apuração das condições de acesso, deverá ser
considerado o acesso principal à propriedade;
- Deverão ser utilizadas como referência para a variável “distância” a sede do
município de Tibagi.
Indenização aos proprietários
Somente os proprietários de áreas atingidas, após a aferição do direito e
comprovação da regularidade dominial da propriedade, farão jus à indenização em
dinheiro pelo comprometimento das áreas de terras e das benfeitorias que possuam.
Os procedimentos para a identificação do valor da indenização deverão ser:
a) Demarcação e o cadastro físico das propriedades
- Os proprietários deverão permitir o acesso das equipes do empreendedor,
ou a sua ordem, às suas áreas, para os levantamentos cadastrais das
propriedades, podendo acompanhar os respectivos trabalhos;
- Os resultados dos levantamentos serão submetidos à aprovação dos
proprietários;
- Os imóveis deverão ser medidos individualmente, através de levantamentos
topográficos e geodésicos. Deverão ser avaliadas as benfeitorias
existentes, sendo demarcadas as cotas de alagamento e da APP;
- Os mesmos procedimentos deverão ser adotados com relação às áreas
necessárias à instalação do canteiro de obras e à abertura de acessos.
b) Avaliação
- Para a avaliação da terra, além dos dados obtidos pelo cadastro físico dos
imóveis, deverão ser consideradas as pesquisas para a determinação dos
valores unitários da terra nua, benfeitorias reprodutivas e não reprodutivas;
207
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Para a determinação do preço da terra nua dos imóveis, as pesquisas
deverão levar em consideração as informações de cartórios, imobiliárias,
corretores, etc., abrangendo a região de inserção do empreendimento de
tal forma que permitam, por homogeneização e análise estatística, a
determinação do valor unitário da terra nua, conforme as normas da ABNT;
- Para a determinação dos preços unitários para as benfeitorias reprodutivas
temporárias, deverão levar em consideração as informações de órgãos de
reconhecida competência, bem como do comércio agropecuário da região;
- Para as benfeitorias não reprodutivas, deverão levar em consideração as
consultas de publicações oficiais, o mercado de materiais de construção, os
custos de mão de obra e de máquinas, etc.;
- Os valores das avaliações constarão de laudos de avaliação, individuais por
propriedade, e atenderão às recomendações da ABNT;
- Os laudos de avaliação deverão ser apresentados a cada proprietário para
o início das negociações, a partir da autorização para o início das obras.
c) Documentos dos imóveis
- Os proprietários deverão apresentar os documentos comprobatórios de
propriedade ou de posse livre e desimpedida;
- Nos casos em que a documentação fundiária não esteja regularizada, após
aferição do direito, deverá ser firmado o documento de aceite de
desapropriação amistosa, sendo que a respectiva regularização correrá sob
a responsabilidade do proprietário, com a orientação e o custeio do
empreendedor;
- Nos casos em que a documentação tributária da propriedade não esteja
regularizada, após aferição do direito, os respectivos custos correrão por
conta do proprietário. Fica facultado ao empreendedor o pagamento dos
custos de regularização tributária, devendo os valores ser deduzidos no ato
de pagamento da indenização.
d) Pagamento das indenizações
- O pagamento dos valores acordados deverá ser realizado num prazo de até
90 (noventa) dias, a partir da data de assinatura do documento de aceite da
208
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
desapropriação amistosa por parte do beneficiário, em cartório, quando da
assinatura das partes da escritura de compra e venda.
e) Entrega dos imóveis
- Obrigam-se o proprietário e sua família, após a efetivação do pagamento
da indenização, a realizar a entrega e liberação da propriedade/imóvel,
devidamente livre e desimpedida, ao empreendedor, no prazo a ser
estipulado no documento de aceite da desapropriação amistosa;
- As despesas de transporte da mudança domiciliar para a nova área serão
de responsabilidade do proprietário, incluindo o transporte de animais e de
benfeitorias móveis.
Indenização aos empregados rurais
Os empregados rurais que perderem o seu emprego, fomentada pela
redução da área da propriedade, deverão receber apoio e orientação do
empreendedor para uma breve recolocação no mercado de trabalho.
É válido ressaltar que, no caso de existirem pendências trabalhistas e
previdenciárias, os custos de regularização correspondentes serão de
responsabilidade do empregador rural.
Indenização aos arrendatários
Nesta categoria de beneficiários enquadram-se os produtores rurais que,
através de contratos escritos ou verbais, devidamente comprovados, obtém por tempo
determinado ou não, o uso e o gozo de imóvel rural, no todo ou em parte, incluindo ou
não outros bens e benfeitorias e/ou facilidades, com o objetivo de nele exercer
atividades de exploração agropecuária, mediante certa retribuição ou aluguel.
Desta forma, o empreendedor deverá analisar os contratos de
arrendamento (escritos ou não), para aferir os direitos de cada um dos arrendatários.
Caso sejam comprovados os danos e o respectivo enquadramento, o
empreendedor indenizará o arrendatário pela perda das benfeitorias reprodutivas
vigentes à época do processo de indenização.
Desapropriação
209
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Trata-se de um processo compulsório, sempre com o respaldo de um
Decreto de Utilidade Pública – DUP específico. Sua aplicação básica para o
empreendimento estará atrelada à aquisição das áreas necessárias à sua
implantação.
Permuta por Áreas Remanescentes
Com a conclusão dos resultados desses estudos, serão disponibilizadas as
alternativas para utilização no processo de indenização a permuta por áreas
remanescentes para proprietários, atingidos parcial ou totalmente pelo
empreendimento.
Responsabilidade pelo Subprograma
A implantação do Subprograma de Indenização de Terras e Benfeitorias é
de responsabilidade do empreendedor.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Comunicação Socioambiental: deve informar os principais
procedimentos referentes ao processo de indenização dos proprietários, para evitar
dúvidas e especulações referentes ao assunto.
Programa de Infraestrutura Viária: relaciona-se com o presente programa uma vez
que as áreas destinadas à readequação de estradas também deverão ser
indenizadas.
Plano de Gestão Ambiental: as atividades deste subprograma devem ter o seu
andamento acompanhado e vistoriado periodicamente, de forma que possa garantir
tanto o cumprimento dos cronogramas como a qualidade dos serviços prestados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do
Subprograma
Devem ser elaborados relatórios trimestrais descrevendo o andamento das
atividades pelas empresas contratadas.
210
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de
campo para acompanhar as atividades do subprograma e aferir os resultados
apresentados pelas empresas contratadas.
211
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Subprograma de Indenização de Terras e Benfeitorias
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Indenização de Terras e Benfeitorias
Realização dos levantamentos cadastrais e elaboração de laudos
Negociação com os proprietários.
Aquisição dos imóveis
Regularização fundiária
Relatórios de acompanhamento.
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
212
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.19.2 Subprograma de Indenização aos Extratores de Minerais Legalmente
Constituídos na ADA
Considerações Iniciais
Em consultas realizadas no DNPM em novembro de 2015 para elaboração
do presente documento foram identificados nove títulos minerários na ADA do
empreendimento: dois de areia com concessão de lavra; dois de areia com
requerimento de lavra; e cinco de autorização e pesquisa (três de areia e dois de
diamante). Já nos levantamentos de campo realizados para o EIA em 2013 foram
observados locais de extração de areia por dragagem em atividade, além de antigas
cavas utilizadas na exploração de diamantes às margens do rio Tibagi.
Em outubro de 2015, por solicitação do empreendedor, o Departamento
Nacional de Produção Mineral – DNPM emitiu o bloqueio provisório das atividades
minerárias atingidas pelo empreendimento (Anexo 16).
Justificativa
A formação do reservatório, o aumento da profundidade e a falta de
reposição natural de areia, pela redução na energia do fluxo, poderão inviabilizar as
atividades de portos de areia, principalmente quanto mais próximo da barragem o
porto estiver.
Além da extração de areia, outras atividades minerais em fase de
autorização de pesquisa ficarão comprometidas, seja do leito atual, seja de terraços
fluviais, tanto do rio Tibagi como dos seus tributários a serem inundados. Embora não
se saiba a quantidade retirada desses recursos minerais, sabe-se que essa região é
a mais propícia à existência destes, ao longo de todo o rio Tibagi, e que é muito grande
o interesse em continuar explorando os depósitos de diamante.
Desta forma faz-se necessário um programa específico de indenização aos
extratores de minerais legalmente constituídos na ADA.
Objetivos
A indenização aos extratores minerais na ADA tem por objetivo compensar
as empresas concessionárias legalmente constituídas de extração mineral, pelos
213
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
lucros cessantes decorrentes da formação do reservatório em áreas de exploração de
recursos minerários.
Os objetivos específicos são:
- Manter um bom e estreito relacionamento entre o empreendedor e os
extratores minerais no local;
- Promover uma negociação justa e honesta de forma a atender os interesses
do empreendedor e dos proprietários de títulos minerários em estágio
adiantado de exploração.
Metodologia
O levantamento dos recursos minerais existentes em Tibagi, o município
da área diretamente afetada pela UHE Tibagi Montante, foi realizado tendo como base
o cadastro mineiro do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM,
disponível na internet, no qual estão registrados todos os títulos minerais protocolados
e vigentes no país.
Em relação à situação legal da área requerida, são esclarecidas as
seguintes expressões contidas na penúltima coluna desta tabela:
- Licenciamento - Licença expedida em obediência a regulamentos
administrativos locais e registro da licença no DNPM. Este regime é exclusivo
para as seguintes substâncias:
I - areias, cascalhos e saibros para utilização imediata na construção civil,
no preparo de agregados e argamassas desde que não sejam submetidos a processo
industrial de beneficiamento, nem se destinem como matéria-prima à indústria de
transformação;
II - rochas e outras substâncias minerais, quando cortadas para
paralelepípedos, guias, sarjetas, moirões e afins;
III – argilas usadas no fabrico de cerâmica vermelha;
IV - rochas, quando britadas para uso imediato na construção civil e os
calcários empregados como corretivo de solo na agricultura.
214
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Requerimento de pesquisa – Fase de formalização do interesse pela área,
visando a autorização de pesquisa (Alvará). É nessa fase que a área recebe o
número do processo, acompanhado do ano.
- Autorização de pesquisa - Autoriza a execução dos trabalhos de pesquisa
necessários à definição da jazida, sua avaliação e a determinação da
exequibilidade do seu aproveitamento econômico.
- Requerimento de lavra garimpeira – Aplica-se às substâncias minerais
garimpáveis, como ouro, diamante aluvionar e pedras semipreciosas.
- Concessão de lavra garimpeira - A Concessão segue as condições: I - a jazida
deverá estar pesquisada, com o relatório de pesquisa aprovado pelo DNPM; II
- a área de lavra será adequada à condução técnico-econômica dos trabalhos
de extração e beneficiamento, respeitados os limites da área de pesquisa.
- Disponibilidade – Processos com validade vencida e sem renovação.
A Tabela 5.19.2.1 apresenta os títulos minerários protocolados no DNPM
(nov./2015) situados na ADA do empreendimento, contendo o número do processo, o
ano, a fase, o nome do requerente e a substância em questão. Já a Figura 5.19.2.1
apresenta o ADA do Meio Socioeconômico (28 propriedades8), o reservatório e a APP
da UHE Tibagi Montante, e os polígonos dos nove títulos minerários que possuem
áreas atingidas diretamente pelo empreendimento (Mapa PBA-009-TM Processos
Minerários).
Tabela 5.19.2.1 – Títulos minerários protocolados no DNPM, no município da Área Diretamente Afetada da UHE Tibagi Montante – novembro de 2015. Código
na figura
Processo/Ano Fase Nome requerente Substância
A 826737/2006 Concessão de Lavra Arizon Braz Ribas Firma Individual Areia
B 826357/2011 Concessão de Lavra Alto da Figueira Comercio de Areia e Pedra Ltda Me Areia
C 826701/2013 Autorização de Pesquisa Alto da Figueira Comercio de Areia e Pedra Ltda Me Areia
D 826207/2010 Requerimento de Lavra Arizon Braz Ribas Firma Individual Areia
E 826882/2013 Autorização de Pesquisa Rosane Margareth Lopes Gomes Diamante
F 826022/2014 Autorização de Pesquisa Sivanira Marques de Castro Diamante
G 826428/2009 Requerimento de Lavra Arizon Braz Ribas Firma Individual Areia
8 Os códigos numéricos da figura são os respectivos códigos das propriedades da ADA previamente apresentados na Tabela 5.19.1.1.
PR
-340
BR- 153
Eixo do BarramentoEixo do BarramentoEixo do BarramentoEixo do Barramento
Rio
Tibagi
Tibagi
Rio
Tibagi826882
826022
826411
826701826207
826737
826357
826172
826428
55
40
00
55
70
00
56
00
00
56
30
00
56
60
00
7270000 7273000 7276000 7279000 7282000 7285000 7288000
EMPREENDEDOR:
EXECUÇÃO:
REFERÊNCIA:
EMPREENDIMENTO:
TÍTULO DO MAPA:
DATA:LOCALIZAÇÃO: RESPONSÁVEL TÉCNICO:
UHE TIBAGI MONTANTE
PBA-009-TM PROCESSOS MINERÁRIOS
PROJETO BÁSICO AMBIENTAL - PBA
Tibagi - PR Angelo Hartmann Pires CREA 127.090 D/PR
Dezembro / 2015
Ë1.500 0 1.500750 M
1:50.000Escala:
SISTEMA DE PROJEÇÃO:UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR - UTM
SISTEMA DE REFERÊNCIA: SIRGAS 2000 FUSO 22S
Legenda
Rodovia Estadual
Rodovia Federal
BLOQUEIO DNPM
UHE Tibagi Montante (20/10/15)
PROCESSOS MINERÁRIOS
Substância
Areia
Diamante
215
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
H 826172/2015 Autorização de Pesquisa Pedro Luiz Venier Me Areia
I 826411/2015 Autorização de Pesquisa Rtb Geologia e Mineração Ltda. Areia
Fonte: DNPM, Sistema de Informações Geográficas da Mineração - SIGMINE. Disponível em: <http://sigmine.dnpm.gov.br/webmap/>. Acesso: nov. 2015.
216
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Figura 5.19.2.1 – Títulos minerários com áreas atingidas diretamente pelo empreendimento. Fonte: DNPM, Departamento Nacional de Produção Mineral. Sistema de Informações Geográficas da Mineração - SIGMINE. 2015. Disponível em: <http://sigmine.dnpm.gov.br/webmap/>. Acesso: nov. 2015.
217
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Conforme verifica-se na Tabela 5.19.2.1, de nove títulos minerários
protocolados no DNPM que estão localizados na ADA da UHE Tibagi Montante,
apenas dois encontram-se na fase de concessão de lavra: (A) de propriedade de
Arizon Braz Ribas Firma Individual, processo nº 826737/2006; e (B) de propriedade
da Alto da Figueira Comercio de Areia e Pedra Ltda Me, processo nº 826357/2011.
Os dois requerentes extraem areia.
Com base no Despacho da ANEEL nº 588, de 17 de fevereiro de 2012
(Anexo 17), no qual consta o aceite do projeto básico da UHE Tibagi Montante, o
DNPM determinou, através do Despacho do Diretor Geral Relação nº182/2015-DF
(Anexo 16), o bloqueio provisório para novos requerimentos minerários e a suspensão
imediata da análise dos processos interferentes nas referidas áreas, que abrange uma
área de aproximadamente 1.455,51 ha (um mil, quatrocentos e cinquenta e cinco
hectares, cinquenta e um ares), no município de Tibagi, no Estado do Paraná, ilustrada
na figura 5.19.2.2.
218
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Figura 5.19.2.2 – Área de bloqueio provisório para novos requerimentos minerários determinado pelo DNPM. Fonte: DNPM, Departamento Nacional de Produção Mineral. Sistema de Informações Geográficas da Mineração - SIGMINE. 2015. Disponível em: <http://sigmine.dnpm.gov.br/webmap/>. Acesso: nov. 2015
Logo, os dois processos minerários com concessão de lavra (A e B),
citados anteriormente, deverão ser objeto de indenização, em função do impedimento
de suas atividades ocasionadas pela inserção da UHE Tibagi Montante. A indenização
nesses casos ocorrerá de acordo com as Normas estabelecidas no Parecer PROGE
500/2008, que estabelece os requisitos necessários para o estabelecimento de
bloqueio de atividades minerárias tendo com base o Artigo 42º do Código de
Mineração.
A concessão de lavra, que viabiliza a exploração comercial das
potencialidades das jazidas (de areia nos dois casos), atribui, ao concessionário de
lavra, direito à pretensão à indenização toda vez que vier a ser obstado na legítima
fruição de todos os benefícios resultantes do processo de extração mineral.
219
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Entretanto, é preciso avaliar caso a caso, pois em determinadas situações, como em
muitos casos nas áreas mais próxima ao remanso, a exploração mineral não é
incompatível com a formação do reservatório necessária para a geração de energia.
O objeto de indenização deverá ser o título de concessão da lavra,
enquanto bem jurídico passível de análise econômica, e não a jazida em si, uma vez
que a jazida propriamente dita se encontra incorporada ao domínio patrimonial da
União Federal.
Entretanto, em tese, os detentores de alvará de pesquisa ou autorização
de pesquisa não devem ser indenizados. Isto é posto tendo em vista que na fase de
pesquisa há somente a provável ocorrência mineral e não o minério em si, já que
minério é entendido como a substância mineral depois da comprovação da viabilidade
econômica da exploração. Na fase de pesquisa existe somente indícios da existência
de minerais que podem ser explorados economicamente, sendo que os resultados da
pesquisa que poderão apontar a viabilidade ou inviabilidade do empreendimento.
O alvará e a autorização dizem respeito à fase de pesquisa, diferentemente
da concessão, que se refere à fase de lavra, onde realmente ocorre a exploração
econômica de recursos minerais.
Contudo, cabe uma análise específica para os detentores da Guia de
Utilização, que são as pessoas que possuem uma autorização excepcional emitida
pelo DNPM para extração de substâncias minerais antes da outorga da concessão de
lavra. A Guia de Utilização é uma exceção fundamentada no art. 22, §2º da Lei 227,
de 28 de fevereiro de 1967, c/c a Portaria DNPM 367, de 27 de agosto de 2003. Desta
forma, caso haja pessoas com Guia de Utilização para que exista o direito à
indenização deverão ser feitas análises específicas com o intuito de comprovar a
exequibilidade técnico-econômica da futura lavra.
Colocadas as diferenças de direito à indenização entre as pessoas
detentoras de concessão de lavra e as detentoras de alvará de pesquisa e autorização
de pesquisa, somente os processos já protocolados no DNPM deverão ser objetos de
análises futuras para indenização.
220
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Além de consulta ao DNPM, o empreendedor entrará em contato com cada
um dos titulares de processos no DNPM para verificar sua situação, a respectiva
documentação e para verificar em campo como a área do seu título minerário será
afetado pela implantação da UHE Tibagi Montante. Nesta consulta ao DNPM e à
documentação do titular, o empreendedor verificará tanto se o titular do processo já
possui uma análise da viabilidade econômica do seu projeto aprovada pelo DNPM –
concessão de lavra ou Guia de Utilização, o que caracteriza direito à indenização –
como se ele já realizou a cubagem da área solicitada, que é o que permite a estimativa
da quantidade de minerais que poderá ser objeto de indenização.
A determinação do valor da jazida para parâmetro de possíveis
indenizações será fundamentada nos seguintes fatores:
- Volume da produção;
- Características qualitativas dos produtos;
- Condições econômicas e técnicas de exploração;
- Preços de venda e mercados;
- Condições econômicas, técnicas e quantidade do consumo de produtos
minerais;
- Avaliação técnica dos bens imóveis e benfeitorias que porventura existam nas
áreas de extração.
Além dos itens apresentados acima, itens presentes no Relatório Anual das
atividades realizadas no ano anterior, cuja apresentação ao DNPM é obrigatória (art.
47, inc. XVI, art. 47, do Decreto-Lei 227, de 28 de fevereiro de 1967), também deverão
ser analisados e utilizados subsídios para determinação de indenização. Segundo o
Decreto-Lei 227, de 28 de fevereiro de 1967, art. 50:
Art. 50 O Relatório Anual das atividades realizadas no ano anterior deverá
conter, entre outros, dados sobre os seguintes tópicos:
I - Método de lavra, transporte e distribuição no mercado consumidor, das
substâncias minerais extraídas;
221
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
II - Modificações verificadas nas reservas, características das substâncias
minerais produzidas, inclusive o teor mínimo economicamente compensador e a
relação observada entre a substância útil e o estéril;
III - Quadro mensal, em que figurem, pelo menos, os elementos de
produção, estoque, preço médio de venda, destino do produto bruto e do beneficiado,
além do recolhimento do Imposto Único e o pagamento do Dízimo do proprietário;
IV - Número de trabalhadores da mina e do beneficiamento;
V - Investimentos feitos na mina e nos trabalhos de pesquisa;
VI - Balanço anual da Empresa.
Além disso, no que se refere a perdas e danos, como fundamentação para
as possíveis indenizações deverão ser considerados os ditames legais vigentes, em
específico os contidos no atual Código Civil (Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002).
Para determinação de possíveis indenizações relacionadas
exclusivamente com o montante gasto com as pesquisas deverão ser considerados
os seguintes fatores:
- Comprovantes de despesas com contratação de profissionais;
- Comprovantes de despesas de pesquisa de campo dos profissionais
contratados – estadia, alimentação e transporte;
- Comprovantes de despesas com análises laboratoriais;
- Comprovantes de compra ou de locação de maquinários utilizados para
desenvolvimento da pesquisa.
Responsabilidade pelo Subprograma
A implantação do Subprograma de Indenização aos Extratores de Minerais
Legalmente Constituídos na ADA é de responsabilidade do empreendedor.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Comunicação Socioambiental: deve informar os principais
procedimentos referentes ao processo de indenização dos extratores de minerais
222
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
legalmente constituídos na ADA, para evitar dúvidas e especulações referentes ao
assunto.
Plano de Gestão Ambiental: as atividades deste subprograma devem ter o seu
andamento acompanhado e vistoriado periodicamente, de forma que possa garantir
tanto o cumprimento dos cronogramas como a qualidade dos serviços prestados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do
subprograma
Devem ser elaborados relatórios trimestrais descrevendo o andamento das
atividades pelas empresas contratadas.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de
campo para acompanhar as atividades do subprograma e aferir os resultados
apresentados pelas empresas contratadas.
223
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Subprograma de Indenização aos Extratores de Minerais Legalmente Constituídos na ADA
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Indenização aos extratores
minerais
Estabelecimento de contato com os extratores de minerais legalmente constituídos na ADA.
Verificação da documentação para avaliação da atividade
Negociação e indenização
Relatórios de acompanhamento.
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
224
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.20 PROGRAMA DE APOIO AO MUNICÍPIO
Considerações Iniciais
O Programa de Apoio ao Município atende à condicionante 1 da LP n° 37682
IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos os
programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencializar os impactos
ambientais observados no EIA/RIMA”.
A construção da UHE Tibagi Montante atrairá um contingente populacional
extra para a região, motivado pela expectativa de obtenção de emprego na construção
da barragem, ou pela dinamização dos setores de comércio e serviços nas áreas
urbanas, visto que o empreendimento em questão prevê a criação de
aproximadamente 385 empregos diretos no pico da obra.
Considerando-se a relevância da implantação de um aproveitamento
hidrelétrico em determinada região, a formulação de um Programa de Apoio ao
Município torna-se necessária como instrumento sistematizador de informações para
acompanhar possíveis variações em aspectos socioeconômicos relevantes, quais
sejam: mudanças nas estruturas produtiva e fundiária, no comportamento das
demandas referentes aos serviços sociais básicos no município de Tibagi, na renda e
no emprego locais, além de possibilidades de ocorrência de conflitos com a
comunidade.
Para formulação deste programa, adotou-se como premissa conceitual que o
monitoramento, entendido como o acompanhamento e a medição dos resultados,
constitui uma importante ferramenta para o planejamento, possibilitando desenhar
novas ações mitigadoras ou potencializadoras.
Justificativa
Os impactos positivos e negativos diagnosticados sobre o município de Tibagi,
entre eles a Mobilização Política da População Local, o Aumento da Oferta de
Emprego Direto e Indireto, a Atração Populacional na Região, e o Aumento
225
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Temporário da Demanda por Serviços Públicos, tornam necessário à adoção de um
programa que apoie o município visando identificar as reais alterações que poderão
ocorrer.
.Objetivos
O objetivo básico do Programa de Apoio ao Município é o de acompanhar as
mudanças socioeconômicas ocorridas na Área de Influência da UHE Tibagi Montante
durante o período de construção e início da operação. Considerando que o município
de Tibagi é onde ocorrerão as principais transformações socioeconômicas, propõe-se
o acompanhamento de variáveis que permitam auferir as transformações ocorridas na
realidade deste município, principalmente devido às proximidades da sua sede com a
obra.
O objetivo então é obter dados para subsidiar ações que minimizem os
impactos negativos e potencializem os positivos do empreendimento.
Metodologia
Em que pese o pequeno impacto social esperado da implantação da UHE
Tibagi Montante, a criação de empregos, mesmo que temporários, poderá ser
compreendida como uma questão positiva interessante, uma vez que ela é vista como
benéfica para a área afetada, por caracterizar um impulso ao crescimento das
atividades econômicas locais, ainda que temporariamente.
Nesse sentido, deve ser considerada a possibilidade da vinda de trabalhadores
atraídos pelas novas perspectivas de postos de trabalho, motivo pelo qual é
imprescindível para o empreendedor, monitorar através de coleta de dados essas
alterações através de indicadores relacionados aos impactos no meio socioeconômico
descritos do EIA: perda de terras e benfeitorias, mobilização política da população
local, aumento da oferta de emprego direto e indireto, atração populacional na região,
e aumento temporário da demanda por serviços públicos.
A coleta de dados secundários deverá ser feita em órgãos públicos, como
prefeitura, secretarias municipais de saúde e educação, polícias civil e militar; junto
ao empreendedor e aos outros programas socioeconômicos em andamento; por meio
226
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
de documentos, informações disponíveis na Internet e entrevistas com os
responsáveis pelos principais estabelecimentos comerciais.
Dentre as principais fontes oficiais, serão consultadas o IBGE (Censo
Demográfico 2010, estimativas populacionais, Produto Interno Bruto dos Municípios,
etc.); RAIS/Caged (emprego e renda formais); DATASUS (informações de saúde);
INPEP (informações sobre educação formal); STN (arrecadação tributária), além de
outras que se julgarem pertinentes, ligadas às administrações federal, estadual e dos
municípios.
Os levantamentos primários deverão ser feitos utilizando-se o método de
amostragem aleatória representativa e proporcional à relevância e amplitude de cada
variável/indicador. Serão realizadas entrevistas, contemplando um público-alvo capaz
de indicar as transformações ocorridas na realidade socioeconômica do município, no
primeiro período da implantação da UHE Tibagi Montante. Para tanto, serão
entrevistados:
‐ Proprietários impactados diretamente pelo empreendimento, bem como os representantes de famílias lá residentes;
‐ Proprietários ou gerentes de estabelecimentos de diversos segmentos econômicos presentes no Município de Tibagi;
‐ Representantes da comunidade do Pinheiro Seco
‐ Representantes do poder público municipal e estadual cujas competências estão diretamente relacionadas com a oferta de serviços públicos, tais como saúde, educação, emprego, segurança, e finanças públicas.
Serão incluídas nos questionários, ainda, perguntas abertas de forma que, a
partir das respostas, se consiga obter por parte dos proprietários, administradores e
moradores as indicações de mudanças e, caso essas alterações estejam
acontecendo, a que podem ser atribuídas.
Como deverão ocorrer mudanças nas esferas públicas e privadas dos
municípios, serão realizadas entrevistas específicas em instituições que possam
fornecer subsídios para as alterações ocorridas nos seguintes setores do município:
‐ Segurança: aferição da situação do setor em termos de atendimento à demanda e levantamento estatístico de criminalidade e violência;
227
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
‐ Finanças públicas: estudo da evolução das fontes das receitas municipais;
‐ Comércio e serviços: levantamento de dados sobre o setor, visando verificar as variações na demanda dos estabelecimentos comerciais do município;
‐ Saúde: aferição da situação do setor em termos de atendimento às variações da demanda e situação/evolução do quadro epidemiológico;
‐ Educação: evolução da demanda por vagas e capacidade de resposta do setor.
‐ Emprego: verificação de dados junto à Agência do Trabalhador situada em Tibagi
Para uma avaliação qualitativa, principalmente no que diz respeito à dinâmica
social e convívio com a nova realidade, serão feitas entrevistas abertas, baseadas em
roteiros semi-estruturados, com lideranças formais, como o prefeito municipal,
presidente da Câmara de Vereadores, secretários municipais de finanças, educação
e saúde, presidente da Associação Comercial, representantes das polícias civil e
militar e, eventualmente, outras lideranças que possam contribuir para a obtenção de
informações relevantes ao monitoramento.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Apoio ao Município é de responsabilidade
do empreendedor e desenvolvido através de um por um economista, sociólogo ou
outro profissional da área de socioeconomia.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Comunicação Socioambiental: deve informar sobre a intenção de se
priorizar a mão de obra oriunda do município do entorno do empreendimento, bem
como informar sobre readequações feitas em serviços públicos em função da
implantação do empreendimento.
Programa de Infraestrutura Viária: deve assegurar condições de tráfego adequadas
ao fluxo de veículos de qualquer natureza, até mesmo nos períodos de chuva mais
intensa, e realizar readequações nas estruturas atingidas pelas obras, pelo
reservatório.
228
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programa de Monitoramento da Saúde Pública: que tem como objetivo propiciar a
implementação de um conjunto de ações de apoio ao sistema de saúde dos
municípios da AI e desenvolver um conjunto de medidas preventivas, de
monitoramento e de controle de endemias.
Programa de Capacitação Técnica: que tem como meta ampliar ao máximo possível
o aproveitamento de trabalhadores locais durante as obras, de modo a aumentar o
nível de renda dos municípios da área de influência e minimizar o influxo migratório
para a área;
Plano de Gestão Ambiental: as atividades deste subprograma devem ter o seu
andamento acompanhado e vistoriado, de forma que possa garantir o cumprimento
dos convênios, buscando articulação com a comunidade.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
Devem ser elaborados relatórios trimestrais descrevendo o andamento das
atividades pelas empresas contratadas.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias buscando
aferir os resultados apresentados pelas empresas contratadas.
229
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Apoio ao Município
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Apoio ao Município
Levantamento de dados secundários
Realização de entrevistas
Consolidação dos dados
Relatórios de acompanhamento.
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
230
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.21 PROGRAMA DE INFRAESTRUTURA VIÁRIA
Considerações Iniciais
O Programa de Infraestrutura Viária atende à condicionante 1 da LP n° 37682
IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos os
programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA”. Atende também a condicionante 18, que estabelece:
“Apresentar propostas de relocação do sistema viário referente Estrada do
Passatempo”.
Um aproveitamento hidrelétrico pode interferir na malha viária local de duas
formas: pela movimentação das máquinas durante o período de construção; e pela
formação do reservatório que pode afetar trechos viários das propriedades rurais ou
da região.
No caso da UHE Tibagi Montante, os impactos decorrentes das adequações
dos acessos para o canteiro não serão muito relevantes, já que a maior parte dos
acessos já são existentes.
Por outro lado, o reservatório afetará aproximadamente 1600 metros de uma
estrada municipal do (na margem esquerda) que faz a ligação da sede de Tibagi ao
Distrito de Pinheiro Seco. Trata-se de um acesso viário que exerce importância para
a todos da comunidade desta margem no que diz respeito à circulação de pessoas
(atividades regulares, transporte escolar), e de bens e serviços, principalmente da
produção primária das propriedades próximas ao córrego. Além disso, será afetado
acesso da balsa da propriedade Fazenda Santa Branca, no trecho médio do futuro
reservatório.
O presente Programa trata, portanto, dos procedimentos a serem adotados
para não apenas a readequação da estrada afetada desde a identificação e a
caracterização deste trecho da estrada sujeito ao impacto do empreendimento, com a
inclusão de uma alternativa de circulação no trecho da estrada do Passatempo ou
231
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Pinheiro Seco atingida pelo reservatório e APP, bem como nas vias de acesso da
balsa da propriedade Fazenda Santa Branca a fim de que a mesma continue operando
no mesmo local.
Justificativa
Conforme identificado, há um trecho da estrada municipal que será afetado
diretamente pela formação do reservatório, descrito a seguir. As coordenadas de início
e fim dos trechos são sempre no sentido a partir da sede municipal de Tibagi (Quadro
4.21.1).
Quadro 4.21.1 - Trecho atingido da Estrada Pinheiro Seco
SUBTRECHO SEGMENTO EXTENSÃO
Estrada do Pinheiro Seco – atingida
pelo empreendimento (reservatório
+ APP)
Início – E: 558934, N: 7285896
4.361 Fim – E: 559087; N: 724570
A estrada do Pinheiro Seco tem uma largura média de 7,0 metros, com leito de
terra elevado e com pavimento primário (cascalho), com boa escala de manutenções.
Com extensão total de 4.361 metros, o trecho do trajeto original da estrada Pinheiro
Seco compreendido no interior da área requerida para implantação da UHE Tibagi
Montante é de aproximadamente1.600 metros de extensão, envolvendo 03 (três)
propriedades rurais, quais sejam:
- TBG-E-01: Everson Pellissari
- TBG-E-02: Maria Cristina Carneiro Roorda
- TBG-E-06: Ângela Elizabeth de Geus
Porém, este trecho da estrada não cruza as terras destas propriedades
particulares, tendo seu percurso caracterizado como divisor destas.
As figuras a seguir ilustram trechos da rodovia em questão.
232
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Figura 5.21.1 – Trecho da estrada do Pinheiro Seco
Figura 5.21.2 – Trecho da estrada do Pinheiro Seco na parte mais baixa, junto ao arroio Passatempo, que será diretamente afetado pela formação do reservatório
No trecho mais baixo, encontra-se, como mecanismo de drenagem pluvial, o
escoamento do arroio Pedra Branca, um bueiro com 02 (duas) manilhas de concreto
de 1,0 metro de diâmetro e seu aterro. Apesar das manutenções frequentes, em várias
ocasiões durante o período chuvoso este trecho fica intransitável para veículos
pequenos devido ao alagamento devido a um provável subdimensionamento com
relação à vazão de cheias do arroio. Caminhões e máquinas agrícolas de grande
porte, como colheitadeiras, trafegam com alguma dificuldade.
Figura 5.21.3 – Bueiro do Arroio do Passatempo
233
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Com relação à balsa localizada na Fazenda Santa Branca (Figura 4.21.4) trata-
se de um transporte de uso estritamente particular da própria fazenda e poucas
pessoas autorizadas. Pessoas não autorizadas a utilizam apenas após autorização.
As estruturas de acesso desta balsa serão atingidas pelo reservatório e APP, porém
a mesma poderá continuar operando na mesma localização desde que seja feita
alguma adequação das suas vias de acesso.
Figura 5.21.4 – Balsa particular da propriedade código 8. Coordenadas UTM 0558878_7280105.
Objetivos
Este programa tem como objetivo geral assegurar condições de tráfego
adequadas ao fluxo de veículos de qualquer natureza e realizar readequações nas
estruturas atingidas pelas obras, pelo reservatório e APP, tais como a estrada do
Passatempo (margem esquerda) e a balsa localizada na propriedade Fazenda Santa
Branca9.
Os objetivos específicos são:
9 Atendimento ao item 16 da Licença Prévia nº 37682.
234
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Assegurar condições de tráfego adequadas ao fluxo de veículos de qualquer
natureza nas estradas rurais usadas para implantação da obra;
- Realizar readequações nas estradas rurais locais atingidas pelo reservatório,
com destaque especial à estrada do Passatempo.
- Realizar readequações necessárias para manutenção da utilização da balsa.
Metodologia
Este programa deverá ser implementado na fase de construção do
empreendimento e concluído antes do enchimento do reservatório.
De forma geral, as principais etapas deste programa serão:
Estabelecimento de critérios e diretrizes gerais
Realização de contato com os órgãos públicos, reconhecendo a
responsabilidade do empreendedor em buscar condições de viabilizar o processo de
readequação das estradas em nível local.
Identificação dos locais do sistema viário e estruturas diretamente atingidos
Na etapa de licenciamento prévio, após a identificação do trecho que será
interrompido pela formação do reservatório, foi realizado levantamento de campo,
utilizando-se de imagem de satélite (datada de 21/01/2014, no Datum WGS-84 e
resolução de 1,5 metros) para a identificação prévia do trecho a ser afetado.
Utilizou-se também da cartografia geral e da malha fundiária na área requerida
pelo empreendimento, produzida no EIA das alternativas locacionais da APP da UHE
Tibagi Montante. As rotas percorridas e coordenadas dos pontos levantados foram
obtidas com o uso do GPS Garmim Etrex 20C, lançadas no Google Earth.
Já foram realizadas as seguintes ações durante a elaboração do presente
documento:
- Contato com os residentes, proprietários e usuários com interesse direto na
adequação da estrada municipal, buscando a concordância deles em relação ao
processo de seleção de alternativa
235
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Realização de levantamentos e estudos específicos dos locais a serem
trabalhados;
- Apresentação de um estudo com quatro Alternativas de traçado em relação à
estrada do Pinheiro Seco (Anexo 18);
- Após a realização do estudo em contato constante com os interessados, optou-
se pela seleção de Alternativa 2 (Anexo 19) por não aumentar o trajeto e não
possuir rampas com inclinação que dificulte o trânsito de bens e serviços dos
moradores.
- Para finalizar o processo, buscou-se a concordância formal dos interessados
(proprietários, moradores e usuários) através de ofício encaminhado em 2
dezembro de 2015 (Anexo 20).
Etapas dos trabalhos de readequação da estrada
A primeira etapa será a elaboração de um plano de ação com vistas a garantir
o acesso à obra a todos os moradores e propriedades rurais, utilizando o sistema
viário existente.
Posteriormente, deverão ser adotadas as seguintes medidas.
- Monitorar e sinalizar as condições das estradas rurais locais, principalmente
daquelas mais próximas ao local de obra, e sempre que se fizer necessário, os
trechos impactados devem ser readequados e receber a devida manutenção;
- Realização das adequações do sistema viário local ao aumento do tráfego em
decorrência da obra.
- Implantar a alternativa selecionada de forma a ser concluída três meses antes
da formação do reservatório (Anexo 19).
Readequação das estruturas de acesso a balsa
As estruturas de acesso da balsa localizada na Fazenda Santa Branca, tanto
na margem direita e esquerda do rio Tibagi, serão alteadas de forma a oferecer
condições iguais ou melhores às existentes. Como nesse trecho o reservatório fica
muito próximo à calha atual do rio, a readequação poderá manter a balsa no mesmo
local, sem prejuízo aos usuários.
236
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Infraestrutura Viária é de responsabilidade
do empreendedor e das empresas contratadas para as atividades relacionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Educação Ambiental: deve abordar a importância de um planejamento
adequado para que haja a mínima degradação ambiental durante o processo de
readequação das estradas.
Programa de Comunicação Socioambiental: deve informar as principais ações
realizadas com relação à readequação das estradas em nível local.
Programa de Indenização: relaciona-se com o presente subprograma uma vez que as
áreas destinadas à construção e readequação de estradas também devem ser
indenizadas.
Plano Ambiental para Construção: o processo de readequação de estradas deve
seguir as diretrizes do referido programa, visando à mínima degradação ambiental.
Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial -
PACUERA: a readequação das estradas deve levar em conta as definições de uso do
entorno do reservatório, já que poderá ter influência direta sobre trechos da APP.
Plano de Gestão Ambiental: as atividades deste monitoramento devem ter o seu
andamento acompanhado e vistoriado periodicamente, de forma que possa garantir
tanto o cumprimento dos cronogramas como a qualidade dos serviços prestados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do
Subprograma
Devem ser elaborados relatórios trimestrais descrevendo o andamento das
atividades pelas empresas contratadas.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de campo
para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados apresentados pelas
empresas contratadas.
237
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Infraestrutura Viária
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Readequação da
Infraestrutura Viária
Elaboração do projeto executivo
Negociação com proprietário para aquisição de terras necessárias à relocação
Readequação das estradas Adequação da estrutura da balsa
Sinalização e monitoramento da estrutura viária a ser utilizada durante a obra
Relatórios de acompanhamento
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
238
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.22 PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA SAÚDE PÚBLICA
Considerações Iniciais
O Programa de Monitoramento da Saúde Pública atende à condicionante 1 da
LP n° 37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com
todos os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA”.
A construção da UHE Tibagi Montante atrairá um contingente populacional
extra para a região, motivado pela expectativa de obtenção de emprego na construção
da barragem, ou pela dinamização dos setores de comércio e serviços nas áreas
urbanas, visto que o empreendimento em questão prevê a contratação de
aproximadamente 385 trabalhadores diretos no pico da obra.
Por isso, deverá ser desenvolvido um acompanhamento de vigilância
epidemiológica e sanitária, juntamente com a Secretaria Municipal de Saúde de
Tibagi, assim como a implantação de uma unidade ambulatorial junto ao alojamento
para os funcionários envolvidos com a obra.
Embora não tenham registros relevantes de doenças causadas por vetores na
região de acordo com os dados apresentados no EIA, é provável que durante a
construção do empreendimento se formem possíveis focos de vetores na área do
canteiro de obras, em recipientes que possam acumular água, como pneus, tambores,
buracos entre outras situações, de forma que deverão ocorrer ainda campanhas
preventivas, relacionadas principalmente às doenças de veiculação hídrica.
Justificativa
Este programa justifica-se em função da necessidade de se prevenir e atenuar
os impactos negativos sobre a saúde dos trabalhadores, da população atual de Tibagi
e da população migrante, durante a fase de construção do proposto empreendimento,
em consequência de uma possível mudança no perfil epidemiológico.
239
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Objetivos
O objetivo geral deste programa é promover a integração entre as atividades
voltadas à identificação de possíveis focos de doenças, à vigilância epidemiológica e
ao controle, associadas a um forte componente de educação, comunicação e
informação em tópicos de saúde, com vistas a prevenir o aparecimento de doenças
causadas por vetores ou hospedeiros. Os objetivos específicos são:
- Acompanhar a dinâmica do processo saúde-doença na área do
empreendimento, no intuito de promover a prevenção e o controle da situação
de saúde dos trabalhadores, definindo os fatores que influenciam e ocasionam
doenças, de modo a fornecer uma base segura para o seu controle e
prevenção;
- Identificar a presença e o estabelecimento de ecossistemas que predisponham
a disseminação de vetores transmissores de doenças;
- Estabelecer diretrizes para realização de exames pré admissionais dos
trabalhadores vinculados ao empreendimento;
- Orientar os trabalhadores da obra e a população afetada quanto ao
desenvolvimento de hábitos de higiene relacionados à saúde;
- Monitorar a notificação de doenças endêmicas na área;
- Estabelecer um fluxo de notificação com o Serviço de Saúde, de Segurança e
Medicina do Trabalho na área do empreendimento;
- Evitar a sobrecarga dos serviços de saúde locais pelas demandas da
população diretamente vinculada à obra;
- Fazer gestão junto aos órgãos competentes, municipais e estadual, no sentido
de propor ações conjuntas para o aprimoramento e a capacitação dos agentes
envolvidos com a prevenção e o tratamento de doenças;
- Realizar ações integradas com os órgãos públicos, buscando modificar
situações que interfiram favoravelmente ao aparecimento de vetores e
hospedeiros intermediários.
240
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Metodologia
O programa em questão deverá ser implantado no início da obra, sendo que as
ações voltadas para a população vinculada à obra serão de responsabilidade das
empresas contratadas para a execução das obras, consistindo basicamente em:
- Implantar um ambulatório médico de atendimento em nível primário, no canteiro
de obras, dispondo de equipamentos dimensionados para atender à totalidade
dos trabalhadores;
- Montar um sistema de parceria com os serviços de saúde locais para o
atendimento em nível secundário, terciário, urgência e emergência, envolvendo
a rede pública e/ou privada, mediante a compra de serviços;
- Promover um Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional, conforme
determina a legislação pertinente;
- Criar uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes − CIPA no canteiro de
obras, registrando-a no órgão regional do Ministério do Trabalho;
- Realizar treinamentos periódicos de socorristas e palestras educativas sobre
prevenção de doenças;
- Manter serviços especializados de engenharia de segurança e medicina do
trabalho, visando promover a saúde e proteger a integridade física dos
trabalhadores.
Ações
A seguir são citadas ações específicas, sendo que algumas delas (ou conjunto
delas) poderão ser gerenciadas de forma independente:
Doenças transmitidas por vetores
- Evitar a construção de escritórios próximos à mata ou de prováveis criadouros
de mosquitos;
- Restringir a presença de animais domésticos que sejam possíveis hospedeiros
de doenças, na área do canteiro de obras;
241
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Promover a destruição de criadouros de mosquitos próximos dos escritórios e
das infraestruturas do canteiro de obras, através de manejo ambiental, controle
químico ou tratamento focal (eliminação de larvas);
- Proporcionar o saneamento básico dos escritórios e das infraestruturas do
canteiro de obras, evitando o acúmulo de água em locais que possam servir
como criadouros de mosquitos;
- Lacrar todos os reservatórios, caixas d'água e recipientes que acumulem água
para o consumo humano;
- Realizar o controle permanente de entulhos, lixo, e outros prováveis criadouros.
Doenças de veiculação hídrica
- Realizar a instalação de bebedouros ou outra forma que garanta o suprimento
de água potável adequada aos escritórios e às infraestruturas do canteiro de
obras;
- Proceder a limpeza de reservatórios e a desinfecção de poços ou cisternas;
- Proteger sanitariamente estas fontes de abastecimento;
- Realizar exames de potabilidade da água a cada três meses;
- Construir fossas sépticas e garantir distância mínima da fonte de água (poços
e nascentes);
- Implementar um sistema de coleta de lixo com a prefeitura local.
Doenças sexualmente transmissíveis − DST
- Incentivar o uso de preservativos, orientando sobre os riscos de automedicação
e tratamento empírico;
- Enfatizar a importância do diagnóstico e do tratamento precoce;
- Realizar palestras educativas periódicas;
- Incentivar a realização de consultas regulares para pacientes e parceiros.
Controle da população de roedores
242
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Fiscalizar a limpeza diária das estruturas (escritórios, refeitórios, banheiros,
etc.);
- Promover a eliminação de entulhos ou objetos em desuso, os quais possam
servir de abrigo a roedores.
Controle da qualidade dos alimentos
- Vigilância sanitária de alimentos;
- Exigir a utilização de água potável na preparação dos alimentos;
- Promover a armazenagem correta dos alimentos, em locais à prova de insetos
e roedores;
- Fiscalizar a higiene pessoal (principalmente quanto à lavagem e preparação de
alimentos).
Vigilância Epidemiológica
- Realizar o monitoramento das áreas de risco à saúde, tanto as já existentes
como aquelas com potencial para estabelecimento de condições para a
proliferação de vetores, em decorrência das alterações ambientais impostas
pela inserção do empreendimento;
- Acompanhar e promover campanhas de esclarecimento e educação da
população afetada e dos trabalhadores da obra;
- Manifestar apoio às campanhas preventivas e de vacinação realizadas pelo
município;
- Monitorar a incidência e o comportamento epidemiológico de todas as doenças
e agravos considerados prioritários.
Controle de Endemias
- Apoiar o município no controle das endemias existentes, e também no sentido
de se prevenir a introdução de novas endemias;
- Desenvolver ações de educação em saúde visando à participação comunitária
no controle de endemias.
243
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Monitoramento da Saúde Pública é de
responsabilidade do empreendedor e das empresas contratadas para as atividades
relacionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Educação Ambiental: deve abordar os principais aspectos e tópicos
relativos à saúde pública e ao controle de vetores.
Programa de Comunicação Socioambiental: deve informar sobre as principais ações
que estiverem sendo realizadas no intuito de se prevenir e controlar o índice de
doenças na região e na obra.
Programa de Apoio ao Município: deve readequar a estrutura de serviços públicos a
fim de atender à nova demanda, sem prejudicar a existente.
Plano Ambiental para Construção: O PGRS deve ser conduzido de tal forma que
nenhum tipo de resíduo seja capaz de proporcionar condições propícias ao abrigo e
desenvolvimento de vetores.
Plano de Gestão Ambiental: as atividades deste monitoramento devem ter o seu
andamento acompanhado e vistoriado periodicamente, de forma que possa garantir
tanto o cumprimento dos cronogramas como a qualidade dos serviços prestados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
Devem ser elaborados relatórios trimestrais descrevendo o andamento das
atividades pelas empresas contratadas.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias buscando
aferir os resultados apresentados pelas empresas contratadas.
244
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Saúde Pública
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Monitoramento de Saúde Pública
Implantar um ambulatório médico de atendimento em nível primário, no canteiro de obras.
Montar um sistema de parceria com os serviços de saúde locais
Atendimento de saúde
Acompanhamento do desenvolvimento de vigilância epidemiológica e sanitária
Relatórios de acompanhamento.
OBS: Na Fase Reservatório, as atividades do programa de saúde pública se estenderão por seis meses.
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
245
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.23 PROGRAMA DE PROSPECÇÃO ARQUEOLÓGICA
Considerações Iniciais
O Programa de Prospecção Arqueológica atende à condicionante 1 da LP n°
37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos
os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA”. Atende também a condicionante n 7 “Atender a Portaria
IPHAN n° 230/2002 em prazo não superior a 180 (cento e oitenta) dias;”
Considerando que os sítios arqueológicos no Brasil são Bens da União,
conforme o Artigo 20, inciso X da Constituição Federal do Brasil e protegidos pela Lei
Federal 3.924/61, que determina seu estudo antes que qualquer atividade possa
descaracterizá-los ou destruí-los, há a necessidade da elaboração e execução de um
Programa de Prospecção Arqueológica, em atendimento as normativas legais
vigentes.
O patrimônio arqueológico pode ser definido como a parte do patrimônio
material no qual os métodos arqueológicos fornecem dados primários, abrangendo
todos os vestígios da existência humana e consistindo de locais relacionados a
diferentes manifestações de atividades humanas, incluindo sítios subterrâneos e
subaquáticos, junto com todo o material cultural associado (INTERNATIONAL
COUNCIL ON MONUMENTS AND SITES − ICOMOS, 1990).
Conforme a legislação vigente no país, a Lei nº 3.924, de 26 de julho de 1961,
que dispõe sobre os monumentos arqueológicos e pré-históricos, e a Resolução
CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986, que estabelece as definições, as
responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e
implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da
Política Nacional do Meio Ambiente, existe a necessidade de pesquisas que
caracterizem o patrimônio arqueológico, para mitigar os impactos negativos que a
246
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
implantação de obras civis acarreta a este acervo, neste caso as obras de
empreendimentos hidrelétricos.
A Portaria nº 07 do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional −
IPHAN, de 1º de dezembro de 1988, definiu os critérios para as permissões de
pesquisas arqueológicas e temas relacionados, aprofundados com a Portaria IPHAN
nº 230, de 17 de dezembro de 2002, a qual estabelece a exigência de estudos de
impactos em vestígios arqueológicos nas três fases do licenciamento ambiental:
prévia, de instalação e de operação, em obras potencialmente capazes de afetar o
patrimônio arqueológico. Esta última portaria foi editada para compatibilizar o
processo de licenciamento arqueológico ao processo de licenciamento ambiental.
Uma mudança legal estabelecida na Portaria IPHAN nº 230 tornou essencial a
execução de programas de educação patrimonial associados às pesquisas
arqueológicas. Com isso, os arqueólogos passaram a ter responsabilidades que
incluem não somente a produção das informações científicas, mas também o
envolvimento da comunidade na gestão do patrimônio.
A necessidade de trabalhar o Patrimônio Cultural nas escolas fortalece a
relação das pessoas com suas heranças culturais, estabelecendo um melhor
relacionamento destas com estes bens, percebendo sua responsabilidade pela
valorização e preservação do Patrimônio, fortalecendo a vivência real com a
cidadania, num processo de inclusão social (MORAES, 2005).
Os resultados da fase de prospecção constituirão o Projeto de Resgate, caso
necessário, que será submetido ao poder público, representado pelo IPHAN,
conforme exigido pelas Portarias IPHAN nº 07 e 230, que regulamentam a pesquisa
arqueológica e a fase de obtenção de licenciamentos patrimoniais10.
Assim, a elaboração deste programa se substanciou no estudo de Diagnóstico
Arqueológico Interventivo do empreendimento em questão, o qual registrou dois sítios
e uma ocorrência arqueológica, sendo que um dos sítios é novo.
Justificativa
10 Atendimento ao item 7 da Licença Prévia nº 37682.
247
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Este programa justifica-se por ser uma forma de ampliar o conhecimento sobre
antigas ocupações na região de estudo, além de preservar e resgatar os sítios
arqueológicos e a evidência arqueológica já identificados, bem como possíveis
evidências arqueológicas que venham a ser encontradas.
As atividades de Arqueologia Preventiva realizadas na área de implantação da
UHE Tibagi Montante foram iniciadas em 2013 com os trabalhos de Diagnóstico
Arqueológico Interventivo e Diagnóstico Histórico e Cultural protocolado no IPHAN em
18/10/2013. Por meio do Oficio nº 773/2013 expedido pela Superintendência do
IPHAN no Paraná, foi concedido a anuência para a emissão da Licença Prévia do
empreendimento pelo IAP. Neste mesmo ofício foram relacionados itens a serem
atendidos para a próxima fase do empreendimento, quais sejam: apresentação e
execução de Programa de Prospecções Arqueológicas Intensivas e Educação
Patrimonial.
Objetivos
De acordo com as prerrogativas legais que normatizam a pesquisa voltada ao
licenciamento ambiental para a obtenção da Licença de Instalação (LI), os estudos
realizados nesta fase têm por objetivos principais:
- Prevenir danos ao Patrimônio Cultural Arqueológico regional, protegido pela
Constituição Federal e pela Lei 3.924/61, através da realização de atividades de
prospecção arqueológica intensiva nas áreas a serem diretamente afetadas
pelas obras de implantação do empreendimento;
- Propor ações de salvaguarda do bem em caso de identificação de sítios
arqueológicos, norteando a elaboração de um Programa de Gestão do
Patrimônio Arqueológico, objetivando o estudo e resgate científico de bens
arqueológicos na Área Diretamente Afetada pelo empreendimento, onde não há
possibilidade de preservação dos remanescentes, identificados junto ao
Programa de Prospecção Arqueológica.
- Contribuir para o estado de conhecimento científico da ocupação humana pré e
pós-colonial da região, realizando o levantamento sistemático de bens
arqueológicos, incluindo prospecção sistemática subsuperficial de terrenos;
248
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Da mesma forma, propiciar a comunicação sobre o patrimônio arqueológico para
as comunidades locais, de modo a garantir a produção de conhecimento e sua
apropriação à memória local.
Como objetivos específicos, o estudo de levantamento prospectivo prescindirá
a:
- Vistoriar a área diretamente afetada pelo empreendimento, realizando
varreduras de superfície e escavação de sondagens arqueológicas;
- Identificar a ocorrência de vestígios de interesse ao patrimônio cultural histórico
e arqueológico na área de influência direta do empreendimento;
- Prognosticar os riscos a que possam estar submetidos possíveis bens
identificados nessas áreas em decorrência das atividades necessárias à
implantação do empreendimento e propor as medidas cabíveis;
- Análises laboratoriais dos materiais coletados, prevendo atividades de limpeza,
secagem, triagem, catalogação, curadoria, análises pertinentes quantitativa e
qualitativamente, interpretação dos dados e, por fim a destinação final do acervo
coletado, devidamente acondicionado de modo a garantir sua integridade.
Metodologia
A implementação do Programa deverá ser iniciada antes do início das obras. O
presente Programa abrangerá a área diretamente afetada pelo empreendimento.
O fluxo das etapas será:
Prospecção arqueológica, com ênfase inicial na área dos canteiros e da
melhoria da infraestrutura viária, e posteriormente, em toda a área do futuro
reservatório. O Projeto de Pesquisa referente ao Programa de Prospecção
Arqueológica foi protocolado junto ao IPHAN/PR em 13/11/2015 sob o nº
01508.001333/2015-01 (Anexo 10);
Resgate/salvamento dos sítios eventualmente encontrados na Área de
Influência Direta do empreendimento;
Documentação de sítios importantes na área de influência indireta;
249
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Todos os materiais resgatados deverão ser enviados à instituição responsável
pelo endosso institucional do projeto, sendo que a transferência desses materiais e os
cuidados de acervo deverão atender os critérios adotados pelo IPHAN, em
consonância aos determinados pela própria instituição.
Prospecção Arqueológica das Áreas do Canteiro de Obras e do Futuro Reservatório
As atividades de prospecção deverão obedecer às seguintes etapas:
Ampliar os estudos e contextualizações referentes aos âmbitos histórico e
arqueológico das áreas de influência do empreendimento em licenciamento por
meio de investigações em documentação secundárias já iniciadas durante o
Diagnóstico do empreendimento;
Identificar, através de métodos de prospecção interventiva, elementos da
cultura material no interior das Áreas Diretamente Afetadas (ADA) e de seu
Entorno, com ênfase na ADA;
Reconhecer, com a localização positiva de sítios arqueológicos, históricos ou
culturais, as ameaças de impacto sobre bens patrimoniais em relação às
atividades desenvolvidas pelo empreendimento, com o intuito de elaborar as
ações previstas para as etapas seguintes, no caso da necessidade de
salvamento de bens culturais ameaçados pelas obras de instalação e/ou
operação do empreendimento;
Evidenciar as seguintes informações com relação aos sítios e/ou estruturas
identificadas: dimensão de cada sítio, diversidade e densidade da cultura
material existente em cada local, estado de conservação, implantação dos
sítios na paisagem, espessura da camada arqueológica e profundidade em
casos de sítios de profundidade;
Definir extensões, características, diversidades e graus de preservação dos
bens históricos, culturais e arqueológicos de modo a compreender, avaliar e
dimensionar os possíveis impactos em relação à implantação e operação da
referida obra sobre esses bens patrimoniais;
Caracterizar, com base em análises prévias dos materiais encontrados e no
250
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
levantamento exaustivo de dados secundários, a diversidade cultural da região;
Recomendar Programas Arqueológicos sequentes que se fizerem necessários,
como os de Resgate Arqueológico e o de Educação Patrimonial, com a adoção
de critérios de significância científica na escolha dos sítios ameaçados e a
definição das metodologias a serem empregadas nos estudos e na extroversão
dos conhecimentos obtidos.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Prospecção Arqueológica é de
responsabilidade do empreendedor e das empresas contratadas para as atividades
relacionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Comunicação Socioambiental: deve informar à comunidade sobre os
vestígios encontrados na área, e sanar dúvidas de temas relacionados.
Programa de Educação Patrimonial: deve fomentar iniciativas de promoção, defesa e
preservação dos bens patrimoniais, incentivando a corresponsabilidade pela gestão
do Patrimônio Cultural Brasileiro, especialmente focado no âmbito local e regional.
Plano de Gestão Ambiental: acompanhar as atividades do programa, certificando-se
de que estão sendo executadas nos prazos estipulados e dentro dos padrões de
qualidade esperados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
Para acompanhamento da Prospecção Arqueológica, serão elaborados
relatórios após cada etapa de prospecção no canteiro de obras e reservatório, com
emissão de relatórios técnicos descrevendo as atividades desenvolvidas, a
metodologia utilizada e os resultados obtidos com os trabalhos executados.
Esses documentos irão gerar um relatório único ao final das atividades, que
será submetido ao IPHAN, conforme normas emitidas por este órgão, para a
aprovação e posterior liberação das áreas.
251
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Após a concordância do IPHAN, o documento será encaminhado formalmente
ao IAP.
252
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Prospecção Arqueológica e do Resgate
2015 2016
11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 910
11
12
Prospecção Arqueológica
Protocolo do Projeto no IPHAN
Prospecção Arqueológica
Atividade de laboratório
Consolidação dos dados e protocolo
Obtenção da anuência do IPHAN
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
12 13
14 15
16
17 18
19 20
21 22
23
24 25
26 27
28 29
30
Resgate Arqueológico
Elaboração do projeto de resgata/salvamento
Portaria de autorização do salvamento IPHAN
Resgate arqueológico do canteiro
Resgate arqueológico do reservatório
Anuência do IPHAN
Relatórios de acompanhamento.
Legenda
Mobilização Desvio do Rio Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina Início da obra Pedido de Licença de Operação Entrada em operação da 2ª máquina Entrada em operação da 3ª máquina
253
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.24 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
Considerações Iniciais
O Programa de Educação Patrimonial atende à condicionante 1 da LP n° 37682
IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos os
programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA”.
Conforme Artigo 7º da Portaria IPHAN 230/2002, em todas as fases do
licenciamento ambiental devem ser previstas ações e atividades de educação
patrimonial, como forma de democratizar o conhecimento gerado pelas pesquisas e
promover sua difusão, valorização e integração à Memória Nacional, considerando-se
os diferentes grupos formadores da sociedade.
A Educação Patrimonial é um instrumento que permite o diálogo, a geração de
conhecimento crítico e a apropriação consciente pelas comunidades de seu
patrimônio, refletindo em fatores indispensáveis no processo de preservação
sustentável desses bens, assim como o fortalecimento dos sentimentos de identidade
e cidadania.
Também a educação patrimonial possibilita a restituição de sentido aos
testemunhos materiais que se relacionam diretamente à história local, provocando a
reapropriação desses bens o que levaria a construção de uma memória, restituindo
para os membros da sociedade em questão, o sentido de sua existência sócio
histórica, e, portanto, de sua identidade. Favorece deste modo, a implantação de
futuros programas de proteção, conservação e uso, tendo por base princípios de
gestão compartilhada entre órgãos municipais e a sociedade civil.
Neste sentido, propostas de educação patrimonial voltadas para os bens
arqueológicos inserem-se em uma discussão mais ampla que começa a se esboçar
na última década sobre Arqueologia Pública, formas de aplicação, envolvimento e
parceria com a comunidade para sucesso de gestão patrimonial e sobre a
254
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
responsabilidade do arqueólogo na forma como os dados são utilizados pelo domínio
público para construção de sua identidade.
Justificativa
Tendo em vista a legislação vigente e a etapa de licenciamento ambiental,
deverão ser desenvolvidas atividades específicas de educação patrimonial em cada
fase do Programa de Prospecção Arqueológico, compreendendo palestras interativas,
oficinas temáticas, que versem sobre o Patrimônio Cultural Histórico e Arqueológico
Brasileiro, focado principalmente nos estudos regionais e locais.
As atividades de educação patrimonial, os participantes e o cronograma
deverão ser definidos junto ao município de Tibagi. Para tanto, reuniões deverão ser
previstas junto com os representantes municipais, visando a apresentação da
proposta e o estabelecimento de parceria.
Objetivos
São objetivos gerais:
- Fomentar iniciativas de promoção, defesa e preservação dos bens patrimoniais,
incentivando a corresponsabilidade pela gestão do Patrimônio Cultural
Brasileiro, especialmente focado no âmbito local e regional;
- Comunicar, esclarecer e sensibilizar sobre as especificidades do patrimônio
cultural brasileiro, das pesquisas ligadas ao licenciamento ambiental e das
implicações jurídico-legais de qualquer tipo de dano ao patrimônio nacional;
- Atender Portaria IPHAN nº 230/2002, em seu Artigo 7º: “O desenvolvimento dos
estudos arqueológicos acima descritos, em todas as suas fases, implica
trabalhos de laboratório e gabinete (limpeza, triagem, registro, análise,
interpretação, acondicionamento adequado de material coletado em campo, bem
como programa de Educação Patrimonial), os quais deverão estar previstos nos
contratos entre os empreendedores e os arqueólogos responsáveis pelos
estudos, tanto em termos de orçamento quanto de cronograma”;
- Atender a Portaria Interministerial MMA MJ MinC MS nº 419 de 26/10/2011, que
considera: “A educação patrimonial é obrigatória, indispensável durante todo o
255
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
processo de licenciamento ambiental e deve ser objeto de projeto específico,
intitulado Programa de Educação Patrimonial”.
Como objetivos específicos, citam-se:
- Desenvolver nos participantes a sensibilidade para a proteção do patrimônio
cultural, especialmente através do reconhecimento das comunidades locais;
- Apresentar conceitos e visões sobre o patrimônio cultural ao longo da história e
apreender conceitos locais;
- Refletir sobre os usos atuais do patrimônio e de seu significado para a
atualidade;
- Apresentar os resultados da pesquisa arqueológica e sua relação com os
cenários de ocupação humana no Brasil, focando no contexto da região do rio
Tibagi.
Metodologia
A Educação Patrimonial deve ser entendida como uma prática pedagógica que
permite o diálogo, a geração de conhecimento crítico e a apropriação consciente pelas
comunidades de seu patrimônio, possibilitando a restituição de sentido aos
testemunhos materiais que se relacionam diretamente à história local e, de sua
reflexão sócio histórica, capaz de contribuir para a construção de identidades culturais
e, para a gestão sustentável dos bens patrimoniais.
Neste sentido, a adoção de um conceito de educação para o uso de conteúdos
referentes ao Patrimônio Cultural, aí inserido o patrimônio histórico-arqueológico,
perpassa em primeiro plano o entendimento de teorias sobre o binômio ensino-
aprendizagem e do conhecimento, capazes de elucidar e contribuir para ações
pedagógicas efetivas no que tange não apenas a apropriação e valorização de bens
culturais, mas, principalmente, uma reflexão e atuação sobre este conteúdo.
Neste contexto, a elaboração e desenvolvimento do Programa de Educação
Patrimonial devem consubstanciar-se em teorias que privilegiem o processo de
ensino-aprendizagem não como simples transmissão de conteúdo, mas como um
256
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
processo interativo, onde o educador e o educando participam na construção do
conhecimento através de uma relação dialógica.
Este programa prevê:
- Comunicação e colaboração com a comunidade em todo o processo da
pesquisa;
- Emprego e treinamento de membros da comunidade;
- Preservação pública do patrimônio cultural;
- Prática de entrevistas e pesquisa da história oral;
- Produção de recursos educacionais;
As orientações metodológicas serão as preconizadas por HORTA,
GRUNBERG & MONTEIRO (1999), e as diretrizes apontadas no projeto a ser
aprovado pelo IPHAN.
As ações de educação patrimonial serão diferenciadas para cada grupo a ser
atendido. Para os operários da UHE, deverão ser realizadas palestras e fixados
“banners” informativos no canteiro de obras. Para os moradores locais, deverão ser
entregues “folders” informativos sobre a arqueologia local e as atividades realizadas
junto a UHE. Já para os professores, deverão ser entregues cartilhas com propostas
de atividades didático-pedagógicas, além de palestras explicativas. O programa de
educação patrimonial deverá ser desenvolvido durante a implantação da UHE.
No final dos trabalhos deverá ser feita uma publicação científica sobre o
programa arqueológico desenvolvido, em meio impresso e em meio digital, para ser
distribuída nos principais centros de pesquisa arqueológica.
Ações na fase de prospecção arqueológica
- Contatos e vistas aos moradores atingidos diretamente pela UHE Tibagi
Montante. Essa aproximação visa à divulgação das atividades de prospecção
arqueológica desenvolvida na região, proporcionando uma aproximação entre a
pesquisa e população local. Também, em certa medida, proporciona aos
contatados um re-avivamento da memória, uma reflexão sobre o patrimônio
histórico/cultural da região;
257
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
- Planejamento de atividades em conjunto com as Secretarias de
Cultura/Educação de Tibagi para trabalhos junto aos professores da rede
municipal e a grupo de alunos, principalmente em relação a objetivos, conceitos,
métodos e plano;
- Oficinas com Professores da rede escolar municipal de Tibagi, onde serão
abordados definições e conceitos de Patrimônio Cultual Material e Imaterial;
- Trabalho de Educação patrimonial com turmas de 5º ano da rede escolar
municipal do município de Tibagi. Este trabalho de cunho pedagógico pretende
levar aos alunos a reconhecer seus bens culturais coletivos, em principal os da
cultura material e arqueológica;
- Divulgação e disponibilidade dos levantamentos arqueológicos e históricos
obtidos com o Programa de Prospecção Arqueológica junto à Secretaria de
Educação e Cultura do Município de Tibagi.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Educação Patrimonial é de responsabilidade
do empreendedor e das empresas contratadas para as atividades relacionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Comunicação Socioambiental: deve informar à comunidade sobre os
vestígios encontrados na área, e sanar dúvidas de temas relacionados.
Programa de Prospecção Arqueológica: deve realizar atividades de estudo,
salvamento e monitoramento de sítios e evidências arqueológicas.
Plano de Gestão Ambiental: acompanhar as atividades do programa, certificando-se
de que estão sendo executadas nos prazos estipulados e dentro dos padrões de
qualidade esperados.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
Para acompanhamento deste programa, deverão ser elaborados relatórios
mensais ao contratante, descrevendo as atividades já desenvolvidas e o planejamento
258
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
de ações futuras. Para o IPHAN, deverão ser encaminhados trimestrais ou semestrais,
de acordo com a determinação do mesmo.
259
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Educação Patrimonial
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Educação Patrimonial
Atividades de educação patrimonial - prospecção
Atividades de educação patrimonial - obra
Envio de relatório ao IPHAN
Relatórios de acompanhamento.
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
260
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.25 PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO TÉCNICA
Considerações Iniciais
O Programa de Capacitação Técnica atende à condicionante 1 da LP n° 37682
IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos os
programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA”.
A oferta de empregos diretos e as oportunidades de geração de renda que
serão proporcionadas pela implantação da UHE Tibagi Montante deverão ser
preferencialmente direcionadas para beneficiar a população do município de Tibagi.
Os estudos técnicos pertinentes ao projeto UHE Tibagi indicam que a
construção do empreendimento deve levar 24 meses e que devem ser gerados 385
empregos diretos, no pico da obra.
Por outro lado, durante a elaboração do EIA, foi identificado que mão de obra
desempregada de Tibagi apresenta duas características principais: a baixa
escolaridade (em média o ensino médio incompleto), e a falta de capacitação.
Outro aspecto relacionado ao público desempregado em Tibagi é o fato de que
a maior parte é constituída por trabalhadores de 30 anos ou mais que não
acompanharam as mudanças do processo de modernização dos comércios e serviços
do município na última década e não se atualizaram. A maioria dos desempregados
de Tibagi são os chamados empreiteiros, pessoas que desenvolvem trabalhos nas
áreas de construção civil, diaristas em trabalhos agrícolas nas fazendas do município,
guias turísticos, e trabalhadores manuais diversos.
Para o caso da geração de postos de trabalho locais decorrentes da
implantação da UHE Tibagi Montante, levando em conta a configuração do projeto e
as características de qualificação exigidas para os trabalhos, estima-se que cerca de
30% de empregados poderá vir de fora, já ligados ao empreendedor ou à empreiteira
261
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
contratada, enquanto os outros cerca de 70% dos postos de trabalho poderão ser
preenchidos com trabalhadores locais. Assim, é possível estimar que do total de 385
empregos diretos, aproximadamente 260 venham a ser preenchidos com
trabalhadores locais, principalmente o perfil que já se encontra desempregado
atualmente. Esta estimativa (70%) é com base na experiência em empreendimentos
hidrelétricos do próprio empreendedor, associado às informações sobre a mão de
obra disponível no município.
Portanto, esta medida irá capacitar os trabalhadores locais a trabalharem na
construção da UHE Tibagi Montante, garantindo assim que a população de Tibagi seja
a mais beneficiada pelo impacto positivo referente ao aumento da oferta de emprego
direto e indireto, minimizando, por outro lado, o aumento durante a construção do
empreendimento, da demanda por serviços públicos, principalmente nas áreas de
saúde, educação e segurança.
Objetivos Gerais e Específicos
O objetivo geral é garantir que a população local seja capacitada, sendo a mais
beneficiada pelo impacto referente ao “Aumento da Oferta de Emprego Direto e
Indireto”, que ocorre durante a obra.
Os objetivos específicos são:
Priorizar a contratação de mão de obra local no próprio município de Tibagi para
implementação da UHE Tibagi Montante através de parcerias com a Agência do
Trabalhador, SINE, Prefeitura de Tibagi e organizações comunitárias;
Mitigar os impactos negativos decorrentes da potencial atração populacional
movida pela implantação do empreendimento;
Mitigar os impactos negativos decorrentes da redução dos empregos diretos e
indiretos no mercado de trabalho local após o fim das obras.
Metas
Realizar parcerias com a Agência do Trabalhador, SINE, Prefeitura Municipal e
Tibagi e instituições/organizações comunitárias antes do início da fase de
construção;
262
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Elaborar banco de dados com a mão de obra local através das parcerias citadas;
Implementar cursos de capacitação de mão de obra;
Contratar mão de obra conforme o cronograma de alocação de mão de obra
durante toda a fase de construção;
Apoiar os ex-trabalhadores na busca de outras oportunidades de empregos no final
das obras e início do enchimento do reservatório;
Incentivar e apoiar os trabalhadores provenientes de outra região para retornar ao
seu local de origem no final das obras da e início do enchimento do reservatório.
Indicadores Ambientais
Número de candidatos inscritos na Agência do Trabalhador de Tibagi;
Número de candidatos capacitados;
Número de candidatos contratados;
Número de cadastrados no banco de empregos ao final das obras;
Número de encaminhamentos para novas oportunidades de trabalho.
Público Alvo
População de Tibagi selecionada para absorver uma parcela das vagas de
empregos diretos e indiretos relacionados com a implantação da UHE Tibagi
Montante.
Etapas da Execução
Esse programa inicia-se na fase pré-construção, intensifica-se na fase de
construção da UHE Tibagi Montante.
Metodologia
Esse programa propõe ações específicas para atender a capacitação técnica,
a começar pela mobilização da mão de obra no município.
Parcerias com a Agência do Trabalhador, Prefeitura Municipal e Tibagi e
instituições/organizações comunitárias
263
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Os empreendimentos hidrelétricos possuem características laborais próprias
no que se refere à execução das obras. Nesse tipo de projetos o contingente
operacional é composto principalmente por trabalhadores da construção civil.
Antes do início da obra, devem ser estabelecidas parcerias com a Agência do
Trabalhador de Tibagi e demais entidades buscando identificar o perfil da mão de obra
desempregada na região, assim como os cursos que são oferecidos por essa agência
e que podem contribuir na capacitação da mão de obra a ser empregada na
construção da usina hidrelétrica.
Nessa etapa inicial e sempre que for oportuno, será destacado o caráter
temporário do emprego gerado, concentrado na etapa de construção.
Banco de dados com a mão de obra local através das parcerias citadas
Após firmar parcerias com a Agência do Trabalhador de Tibagi e demais
entidade, o primeiro passo será realizar um banco de dados com as informações
necessárias em relação ao perfil de trabalhadores e à demanda de serviços.
Cursos de capacitação de mão de obra;
O perfil geral dos operários previstos a serem empregados na construção da
UHE Tibagi Montante requer um contingente de profissionais de diferentes segmentos
e níveis e contemplam basicamente as seguintes áreas: administração; transporte;
topografia; vigilância; manutenção; almoxarifado; britagem; concretagem; e
terraplanagem.
Desse modo, deverão ser estabelecidos cursos de capacitação que atendam à
demanda da UHE Tibagi Montante.
Os cursos poderão ser ministrados diretamente pelas empresas envolvidas na
construção do empreendimento, nos próprios canteiros ou em outros espaços, de fácil
acesso à população ou por outras organizações contratadas para este fim.
Recomenda-se a cooperação, a colaboração e a interação com os sistemas estaduais
e municipais, o estabelecimento de parcerias com instituições que atuem no fomento
às atividades produtivas e com a formação técnica e qualificação de mão de obra
como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Serviço de apoio às
Micro e pequenas empresas (SEBRAE), Serviço Nacional de Empregos (SINE),
264
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Secretarias do governo do estado do Paraná e Prefeitura de Tibagi e outras
organizações de interesse público com atuação na região.
O número de vagas oferecidas deverá ser de pelo menos 30% maior que a
demanda, de maneira que o benefício da formação profissional se estenda além dos
profissionais absorvidos diretamente pelas obras. Os cursos oferecidos deverão ser
gratuitos.
Mobilização da Mão de Obra
Para a UHE Tibagi Montante foram feitos cálculos prevendo a lotação e
qualificação dos trabalhadores com base em projetos hidrelétricos de porte
semelhante, know-how de profissionais experientes da área, informações dos serviços
de engenharia responsáveis pelo projeto técnico do empreendimento e de dados
constantes dos estudos ambientais pertinentes.
Encaminhar os ex-trabalhadores para outras oportunidades
Após o enchimento, quando diminui muito o número de trabalhadores, serão
tomadas medidas para auxiliar os trabalhadores na busca de outras oportunidades de
trabalho.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Capacitação Técnica é de responsabilidade
do empreendedor e das empresas contratadas para as atividades relacionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
Programa de Comunicação Socioambiental: deve informar as divulgar as vagas e
treinamentos disponíveis dentro do escopo do programa.
Plano Ambiental para Construção: a definição do público-alvo e dos cursos a serem
implantados deverá ser desenvolvida em conjunto com o PAC.
Plano de Gestão Ambiental: visando a coordenação entre as demandas existentes e
os cursos a serem desenvolvidos.
265
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do
Subprograma
Devem ser elaborados relatórios trimestrais descrevendo o andamento das
atividades pelas empresas contratadas.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de campo
para acompanhar as atividades do programa e aferir os resultados apresentados pelas
empresas contratadas.
266
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Capacitação Técnica
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Capacitação Técnica
Estabelecimento de parcerias com órgãos municipais e agências do trabalhador
Formação de um banco de dados
Cursos de capacitação
Busca de oportunidades
Relatório de Acompanhamento
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
267
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
5.26 PROGRAMA DE APOIO ÀS ATIVIDADES TURÍSTICAS
Considerações Iniciais
O Programa de Apoio às Atividades Turísticas atende à condicionante 1 da LP
n° 37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com
todos os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA”. Atende ainda especificamente a condicionante nº 17 que
solicita: “Prever programa de apoio às atividades turísticas. ”
Conforme o referencial de Ecoturismo do Ministério do Turismo Brasileiro
(2008), o ecoturismo caracteriza-se pelo contato com ambientes naturais, pela
realização de atividades que possam proporcionar a vivência e o conhecimento da
natureza e pela proteção das áreas onde ocorre. Assim, o ecoturismo pode ser
entendido como atividade turística baseada na relação sustentável com a natureza,
comprometida com a conservação e a educação ambiental, contemplando a fauna,
flora e paisagem natural com o uso de embarcações apropriadas para navegação e
passeios na região.
O Programa de Apoio às Atividade de Turísticas, embora originalmente
constasse do escopo do Programa de Apoio aos Municípios, foi incluído
separadamente no presente Projeto Básico Ambiental (PBA) da UHE Tibagi Montante
em atendimento ao item 17 da Licença Prévia nº 3768211.
Justificativa
Este programa foi incorporado no presente PBA como prevenção e mitigação
dos seguintes impactos:
Alteração da Paisagem.
De um modo geral, o Programa de Apoio às Atividades Turísticas se insere no
contexto de apoio ao Município de Tibagi que historicamente possui grande perfil
11 Atendimento ao item 17 da Licença Prévia nº 37682.
268
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
ecoturístico e que, embora o aproveitamento não afete o trecho do rio aproveitável,
teria, na implantação desse programa, uma espécie de medida compensatória pela
proximidade da obra com a área urbana.
Dessa forma, as ações previstas nesse programa estão voltadas para o apoio
de atividades turísticas. Contudo, prevê-se ainda o planejamento mais amplo das
atividades de lazer e de turismo, considerando o novo cenário e as potencialidades
criadas na região pós-empreendimento (após a UHE Tibagi Montante estar construída
e operando).
Objetivos
Tibagi tem uma grande quantidade de atrativos turísticos e de lazer, sendo
marcado pelo turismo rural, ecoturismo e pelo turismo de esporte, e entre os diversos
atrativos estão o Parque Estadual do Guartelá, as cachoeiras, a pista/raia de
canoagem no rio Tibagi e as construções históricas do município. A UHE Tibagi
Montante não afetará os atrativos de Tibagi, cujas atividades turísticas serão
mantidas. Porém, como forma de apoiar o município, o presente programa poderá
atuar em duas frentes:
a) Previsão de reservar parte do entorno para uso de lazer e turismo, atividade
que seria ordenada dentro do escopo do PACUERA, dentro dos limites legais;
b) Propiciar cursos de capacitação em turismo no município de Tibagi buscando
capacitá-los nessa área.
Os objetivos específicos são:
- Prever a utilização do reservatório e seu entorno para atividades turísticas
desde que de acordo com as diretrizes do Programa Ambiental de
Conservação e Uso do Entorno do Reservatório (PACUERA), como áreas de
lazer, clubes náuticos, entre outras;
- Capacitar público-alvo constituído por funcionário da secretaria municipal de
turismo ou órgãos relacionados, assim como população local que trabalhe com
turismo local para potencializar suas capacidades e profissionalizá-los,
conscientizando-o de que essa atividade é indutora de desenvolvimento
269
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
econômico e gerador de novas oportunidades de trabalho e emprego e
melhoria da qualidade de vida;
.Base Legal
Esse programa tem como base legal os seguintes dispositivos legais:
- O Art. 180 da Constituição Federal diz que “A União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator de
desenvolvimento social e econômico”;
- Lei nº 11.771, 17 de setembro de 2008. “Dispõe sobre a Política Nacional do
Turismo, define as atribuições do Governo Federal no planejamento,
desenvolvimento e estímulo ao setor turístico e disciplina a prestação de
serviços turísticos, o cadastro, a classificação e a fiscalização dos prestadores
de serviços turísticos”;
- Resolução CONAMA nº 302, de 20 de março de 2002, que dispõe sobre os
parâmetros, definições, definições e limites de Áreas de Preservação
Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno.
- O Art. 4º (Parágrafo 4º) desta Resolução prevê a possibilidade de o Plano
Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório (PACUERA)
indicar áreas para implantação de polos turísticos e de lazer desde que estas
não excedam 10% da área total no entorno. Portanto, a relocação dos
balneários existentes na AID e a construção de praias à margem do
reservatório, estarão submetidos às diretrizes do PACUERA, assim como, às
diretrizes do Plano Diretor do município e do órgão ambiental local.
- Lei Municipal nº 138/2011 que regulamenta a atividade turística de Tibagi e
implanta o Passaporte Único do Turismo.
Área de Abrangência do Programa
O Programa de Apoio à Atividade de Turísticas tem como área de abrangência
principal o Município de Tibagi, único a ter áreas afetadas pelo aproveitamento UHE
Tibagi Montante.
Metodologia
270
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Basicamente este programa está dividido em duas partes: uma refere-se à
inclusão do aproveitamento turístico do reservatório e entorno quando for o momento
de elaboração do PACUERA. Como o detalhamento do PACUERA, citado no item 6.2
do presente documento, será feito durante a fase de construção, a presente
metodologia não há muito a acrescentar para essa parte.
Com relação especificamente aos cursos de capacitação para a atividade
profissional de turismo, a seguir são descritas atividades a serem desenvolvidas
Atividades a serem desenvolvidas
Para a execução do Programa de Apoio às Atividades Turísticas, mais
especificamente em relação à capacitação do público-alvo para exercer atividades
relacionadas ao turismo, são propostas as seguintes atividades:
a) Identificação do público-alvo
A primeira atividade será a identificação do público-alvo dos treinamentos de
capacitação para exercer atividades turísticas.
Pelo público-alvo entende-se tanto funcionários de órgãos municipais
envolvidos com as atividades turísticas do município, como pessoas ligadas aos
serviços turísticos atualmente em vigor no município.
b) Planejamento dos Espaços Físicos
Após a identificação de público-alvo, deverá ser feito o planejamento do curso,
estipulando através de discussão com as diversas partes interessadas.
O planejamento do curso, após realização dos diagnósticos já referenciados,
deverá conter a identificação da carga horária estipulada, quantitativo de matrículas
ofertadas, plano de aulas, disciplinas, material didático, comunicação e mobilização
do público, local de execução, etc.;
c) Treinamento
Após definição de todos os aspectos, será implementado o curso de formação
em turismo para o público-alvo, seja mão de obra local, seja guias turísticos, para o
desenvolvimento de atividades ligadas ao turismo de Tibagi.
d) Monitoramento e Controle
271
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Previsão de ações para o monitoramento e controle das atividades propostas
através de diagnóstico semestrais.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
O Programa de Apoio às Atividades Turísticas tem interface com os seguintes
planos e programas:
Programa de Comunicação Socioambiental: relaciona-se com a necessidade do
empreendedor articular a viabilização do presente programa junto as Prefeituras
Municipais, comunidades locais e demais instituições públicas e privadas;
Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do Reservatório Artificial
(PACUERA) – a interface ocorre diretamente pelo fato do PACUERA ter que prever a
compatibilização das atividades de turismo no reservatório e entorno.
Programa de Apoio ao Município: a interface se dá pela necessidade de recompor e
adequar a infraestrutura local e ampliar as atividades turísticas regionais.
Responsabilidade pelo Programa
A implementação do Programa de Apoio às Atividades Turísticas é de
responsabilidade do empreendedor e das profissionais da área contratados para as
atividades relacionadas, mas que devem executá-la em parceria com os seguintes
atores:
‐ Prefeitura Municipal de Tibagi, principalmente por meio de seus Conselhos de Turismo e/ou Secretarias Municipais de Turismo;
‐ Associações comerciais e de serviços locais como SEBRAE e SESC, principalmente ligadas ao turismo;
‐ Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR);
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Programa
A avaliação das atividades tem por finalidade monitorar o progresso das ações
executadas pelo Programa de Apoio às Atividades Turísticas. Dessa forma possibilita-
se levantar a situação momentânea, comparar com os resultados previstos e adotar
medidas alternativas e correções em situações que se considerem necessárias.
272
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
A eficácia e o impacto das atividades propostas serão avaliados através dos
levantamentos dos indicadores informados a seguir:
- índice de satisfação do público-alvo do programa
- Índice de satisfação de usuários do turismo após o programa
- Avaliação da evolução das atividades de turismo durante a obra e após.
Para cada atividade a ser desenvolvida deverá ser emitido um relatório,
possibilitando o registro e acompanhamento dos resultados das pesquisas e
levantamentos de campo assim como das ações e atividades propostas. Esse
monitoramento deverá ser semestral e perdurar nos dois primeiros anos após a
formação do reservatório
Cronograma Físico
O Programa de Apoio à Revitalização e Incremento da Atividade de Turismo
tem sua duração estimada em três anos, devendo ter início na etapa de implantação
do empreendimento, e se estender após o primeiro ano de operação da usina.
As atividades deste programa estão listadas no cronograma a seguir:
273
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Programa de Apoio às Atividades Turísticas
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Apoio às Atividades Turísticas
Previsão de incluir turismo no PACUERA
Identificação do Público-Alvo
Planejamento
Cursos de capacitação
Monitoramento
Relatório de Acompanhamento
Observação: as ações de monitoramento continuarão no primeiro ano após a formação do reservatório.
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
274
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
6 PLANOS AMBIENTAIS
6.1 PLANO AMBIENTAL PARA CONSTRUÇÃO
Justificativa
O Plano Ambiental para Construção atende à condicionante 1 da LP n° 37682
IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos os
programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA”.
As atividades relacionadas às operações das empreiteiras principais e
subcontratadas, desde a execução das obras preliminares, da instalação do canteiro
de obras, até a execução das atividades de construção civil e montagem
eletromecânica, deverão ser conduzidas de acordo com critérios de prevenção e
controle ambiental, com o objetivo de gerar o menor impacto possível.
Além das atividades de construção e montagem, as operações auxiliares de
manutenção de máquinas e equipamentos, manipulação e armazenamento de
combustíveis, explosivos e materiais, logística e atividades industriais de apoio da
obra, também apresentam efeitos ambientais potenciais que necessitam ser
gerenciados e controlados, em consonância com a legislação, licenças, políticas e
princípios ambientais do empreendedor.
Na época de conclusão da construção do empreendimento, a desativação do
canteiro de obras e a desmobilização da área dos alojamentos também deverão ser
conduzidas de forma adequada, evitando-se a contaminação ambiental e recuperando
as áreas degradadas em decorrência das obras.
A legislação ambiental pertinente deverá ser destacada, alertando para as
obrigações das empreiteiras e sua responsabilidade quanto a não poluição do meio
ambiente, prevendo inclusive treinamento da mão de obra e sua conscientização para
275
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
obter um ambiente equilibrado, conforme os preceitos do Programa de Educação
Ambiental e Programa de Capacitação Técnica.
Com a concentração dos trabalhadores nas áreas próximas ao rio Tibagi e
propriedades rurais da ADA, é preciso que sejam desenvolvidas atividades para
usufruto dos trabalhadores em seus horários livres, buscando assim minimizar
problemas a serem causados por condutas inadequadas. Os trabalhadores deverão
ser alertados da responsabilidade direta e indireta das empreiteiras quanto às
questões da caça e pesca ilegal, mediante a exposição dos seus efeitos adversos no
equilíbrio da cadeia alimentar e das severas punições impostas pela Lei nº 9.605, de
12 de fevereiro de 1998 (Lei de Crimes Ambientais), a qual dispõe e dá outras
providências sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente.
Objetivos
O objetivo geral do plano é estabelecer rotinas e procedimentos a serem
cumpridas pelas empreiteiras durante a fase de construção e operação. A legislação
ambiental pertinente deve ser destacada, alertando para as obrigações das
empreiteiras e sua responsabilidade quanto à não poluição do meio ambiente,
prevendo inclusive treinamento da mão de obra e sua conscientização para obter um
ambiente equilibrado.
Os objetivos específicos são:
Incluir normas e cláusulas no contrato entre o empreendedor e as empreiteiras,
para que as questões ambientais, sociais e de segurança e saúde ocupacional
sejam prioridade, exigindo, por parte das empreiteiras, o cumprimento das
mesmas;
Definir as responsabilidades dos empreiteiros durante a fase de construção do
empreendimento;
Determinar os mecanismos de controle de degradação ambiental, do
desflorestamento indevido, disposição e destinação final de resíduos recicláveis e
não recicláveis, de resíduos perigosos, dos efluentes sanitários, enfim, de toda e
276
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
qualquer ação potencialmente impactante ao ambiente no canteiro de obras e no
reservatório;
Identificar os potenciais agentes impactantes na fase de operação, e implementar
rotinas e procedimentos formais;
Organizar e manter em funcionamento uma CIPA, assim como divulgar, orientar
e promover a prevenção de acidentes, segurança e saúde no trabalho através de
Semanas Internas de Prevenção de Acidentes de Trabalho – SIPATs;
Identificar possíveis contaminantes que venham a ser utilizados na construção,
que possam constituir riscos à saúde humana e ambiental e adotar medidas de
prevenção e controle;
Dispor cláusula no contrato de trabalho acerca da conduta dos trabalhadores, em
relação à população local;
Promover a qualidade de vida dos trabalhadores, adequando o ambiente de
trabalho às expectativas de satisfação das necessidades e do estado de
motivação a fim de promover o desenvolvimento humano durante o trabalho, além
de evitar problemas decorrentes de condutas inadequadas.
Metodologia
As ações preventivas deverão ser desencadeadas desde o início da obra,
sendo mantidas ao longo de todo o período de duração desta, visando contribuir para
a manutenção de um nível aceitável de qualidade ambiental e minimizar as ações
posteriores para a recomposição das áreas afetadas.
As ações corretivas ou de recomposição ambiental deverão ser realizadas após
o término dos serviços de cada frente de trabalho, com vistas à recuperação física e
biótica das áreas, e sua posterior reintegração à paisagem local, deixando-as em
condições para um novo uso. Com isso, pretende-se evitar o desenvolvimento de
processos de degradação (erosão, poluição do solo, etc.), de assoreamento e de
contaminação de cursos d’água, bem como a presença de outras formas de poluição,
contribuindo, consequentemente, para reduzir a extensão das obras reparadoras que
se fizerem necessárias.
277
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Nesse contexto, antes de iniciar os trabalhos em uma nova frente de serviço, a
empreiteira principal e suas subcontratadas deverão preparar um plano de execução,
relacionando os cuidados a serem tomados para a proteção ambiental durante o
andamento dos trabalhos, assim como as atividades a serem desenvolvidas para a
recuperação das áreas afetadas.
Esses planos deverão considerar as exigências da legislação vigente, as
diretrizes previstas e os compromissos assumidos durante o processo de
licenciamento ambiental do empreendimento.
Ações de caráter preventivo
O princípio da prevenção é a melhor prática para se evitar impactos e riscos
ambientais, envolvendo tanto aspectos gerenciais como de educação ambiental e do
controle do ambiente.
• Aspectos gerenciais
As empreiteiras e suas subcontratadas deverão implementar um
gerenciamento ambiental e avaliá-lo sistematicamente, atendendo aos requisitos
legais e estabelecendo procedimentos específicos, além de capacitar o pessoal
envolvido nas operações que apresentem efeitos ambientais potenciais.
Antes de iniciar a construção, ou na execução de obras preliminares ou da
própria UHE Tibagi Montante, deverá ser feita uma análise ambiental preventiva para
se reduzir ao máximo as atividades de desmatamento e perturbação da superfície
natural do solo.
A instalação e montagem de máquinas, equipamentos, tanques de estocagem
e áreas de operações em geral, deverão ser precedidas de análise dos efeitos
ambientais, definindo “a priori” as medidas de prevenção e de controle ambientais
necessárias, tais como:
Verificação das normas e legislação ambiental federal e estadual aplicáveis;
Identificação de substâncias, líquidos ou gases perigosos que possam causar
danos ambientais ou à saúde, projetando e implementando ações preventivas e
instalações de contenção secundária;
278
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Identificação de fontes de geração de resíduos perigosos, definindo os cuidados
relativos ao acondicionamento, estocagem segura e destinação final compatíveis
com a legislação ambiental;
Identificação de descargas líquidas de águas contaminadas ou outros fluídos que
possam causar contaminação da água (lençol freático ou corpos d’água), ou
mesmo do solo, definindo as medidas preventivas e de controle;
Identificação de emissões e poeiras que possam ser geradas, definindo as
medidas de controle necessárias;
Avaliação do ambiente a ser trabalhado como um todo, identificando
possibilidades de minimizar impactos ambientais, mediante planejamento
criterioso das frentes de trabalho, áreas de empréstimo, pedreiras e bota-foras,
preferencialmente locando as áreas a serem perturbadas na futura área do
reservatório;
Desenvolvimento de ações corretivas desde o início da obra e manutenção ao
longo de todo o período de duração da mesma, visando contribuir para a
conservação do nível aceitável de qualidade ambiental, minimizando as ações
posteriores para a recomposição das áreas afetadas.
Educação Ambiental
As empreiteiras e suas subcontratadas deverão capacitar os responsáveis por
cargos de chefia e operários da obra quanto à importância do ambiente e sua
preservação, além de incluir os aspectos ambientais gerais e específicos de cada
função, no tocante a segurança e responsabilidade no desempenho das funções.
Os aspectos mais simples e que devem obrigatoriamente estar abrangidos
nessa etapa são: evitar desmatamento desnecessário; destinar corretamente o lixo;
não jogar substâncias perigosas em corpos d’água; reaproveitar restos de alimentos;
não jogar efluentes sanitários nos corpos de água sem tratamento prévio; não caçar;
não pescar; e notificar o empreendedor quando descobrir sítios ou peças
arqueológicas durante a efetivação dos trabalhos.
Esse item é abordado no Programa de Educação Ambiental.
279
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Lazer Ocupacional
A área de convivência do canteiro de obras deverá contemplar espaço
suficiente para garantir conforto e lazer. O espaço deve ser projetado para que o
tempo livre proporcione o conhecimento e a interação entre os colegas de obra.
A área de convivência poderá conter sala de jogos, televisão e biblioteca.
Controle do Ambiente
Registros e comunicação de incidentes / acidentes ambientais e ações corretivas
Incidentes ambientais são pequenos fatos que ocorrem em decorrência da
implementação dos trabalhos e que podem ser facilmente contornados, enquanto que
os acidentes ambientais são de maior proporção, mas igualmente podem ser
mitigados ou remediados.
Os operadores e responsáveis pelas instalações potencialmente geradoras de
incidentes / acidentes ambientais deverão ser treinados e seguir procedimentos que
evitem descargas, vazamentos e liberações indevidas.
Na Tabela 6.1.1 estão dispostos ambientes e instalações que devem
obrigatoriamente ser avaliadas na análise de risco, para subsequente descrição de
medidas de caráter preventivo.
Tabela 6.1.1 - Ambientes / instalações com riscos potenciais a serem prevenidos.
Ambiente/instalação Riscos ambientais
potenciais Medidas de prevenção
Tanques de Estocagem de Combustíveis
Transbordo dos tanques;
Vazamentos no abastecimento de veículos;
Incêndio;
Vazamento de grande volume;
Infiltração de vazamentos no solo.
Contenção para a área dos tanques de combustível (piso de cimento, muretas e Separador de Água e Óleo SAE);
Drenagem de águas pluviais com registro manual;
Proteção contra raios e aterramento; Proteção contra incêndio, sinalização e isolamento adequados.
Área de descarga de combustíveis
Vazamento em operações de descarga de caminhão-tanque;
Infiltração de vazamentos no solo.
Contenção para a área de descarga (piso de cimento, muretas e SAE);
Drenagem de águas pluviais com registro manual;
Proteção contra incêndio, sinalização e isolamento adequados.
Abastecimento de Veículos
Vazamento em operações da bomba de abastecimento;
Contenção para a área de abastecimento (piso de cimento,muretas e SAE)
280
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Ambiente/instalação Riscos ambientais
potenciais Medidas de prevenção
Transbordo do tanque do veículo;
Infiltração de vazamentos no solo.
Drenagem de águas pluviais com registro manual;
Proteção contra incêndio, sinalização e isolamento adequados.
Estocagem de Aditivos para
Concreto
Vazamentos na transferência por bombeamento;
Infiltração no solo.
Piso de cimento e muretas de contenção;
Drenagem controlada para águas pluviais.
Depósito de Produtos Explosivos
Incêndio;
Explosão Acidental;
Acesso e proximidade inadequada de pessoas.
Trincheiras de proteção, isolamento, e construção de acordo com as normas aplicáveis;
Confinamento e vigilância contra acesso indevido, exposição e roubos;
Afastamento de áreas de convivência e operações;
Atender as normas no Ministério da Defesa.
Estocagem de Produtos Perigosos (tóxicos, inflamáveis,
corrosivos, patogênicos)
Derramamentos que atinjam o ambiente (águas e solo);
Acesso e exposição indevida de pessoas;
Risco na manipulação de produtos;
Deficiência na identificação dos produtos e riscos associados;
Estocagem inadequada, reação entre produtos incompatíveis, deterioração de materiais.
Identificação clara dos produtos e riscos nas embalagens dos mesmos;
Estocagem planejada, em área coberta, dotada de contenção secundária e sinalizada, com acesso controlado e prevenção e proteção contra incêndio,
Separação e isolamento entre materiais incompatíveis;
Acesso restrito a pessoas autorizadas;
Treinamento da mão de obra.
Manipulação e Armazenamento de Produtos Perigosos
Todos os produtos listados como perigosos pela legislação ambiental, de
higiene e segurança do trabalho (Normas Regulamentadoras − NRs) deverão dispor
de Fichas de Segurança de Produtos – FISP (“Material Safety Data Sheet” − MSDS).
Os empregados que forem responsáveis por operações com produtos
perigosos, e/ou manipularem diretamente os mesmos, deverão receber orientação
relacionada aos riscos ambientais, de segurança do trabalho e de saúde ocupacional.
Ações de caráter operacional
Controle da degradação das áreas afetadas pela obra
281
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Implantação do canteiro de obras
As empreiteiras e suas subcontratadas deverão locar suas instalações de
maneira a adequá-las aos desníveis topográficos naturais da área, minimizando o
desmatamento e a movimentação de material comum e, consequentemente, futuros
trabalhos de recuperação e recomposição físico-químico-biótica e considerando o uso
planejado para as áreas após a conclusão da obra.
Preparo de locais para as obras
Antes de iniciar os serviços de escavação, terraplenagem, e descarte de bota-
foras e rejeitos da obra, deverão ser tomadas as seguintes providências:
Licenciar as áreas de mata a serem trabalhadas, bem como as de jazidas, quando
requerido; desmatar somente as efetivamente necessárias para a implantação do
empreendimento;
Remover a camada superficial do solo, a uma profundidade média de 30,0 – 40,0
cm, estocando-a o mais próximo possível da área afetada, visando otimizar
custos;
Executar as escavações mediante adoção de técnicas apropriadas, evitando o
espalhamento e deslizamento de materiais para além dos locais de trabalho;
Conservar e proteger a vegetação florestal existente nas áreas adjacentes ao
canteiro de obras, evitando o uso de árvores como pontos de apoio, ou para a
ancoragem de serviço, ou mesmo para esforços requeridos na obra. Na
eventualidade de ser necessária a utilização de parte dessas áreas lindeiras, os
troncos das árvores deverão ser protegidos, mediante colocação de estacas,
tábuas, pneus, etc., ao redor dos mesmos. A remoção de galhos, quando
requerida, deverá ser feita com serrote ou ferramenta similar;
Evitar pichações em afloramentos rochosos e matacões existentes no canteiro e
que não estejam em áreas a serem trabalhadas;
Proceder à aprovação de projeto arqueológico antes do início dos trabalhos,
evitando a perda do patrimônio, se existente, e mesmo a interdição do local.
Mesmo após a prospecção e salvamento realizados, se encontrados vestígios de
282
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
peças ou locais de ocupação pretérita durante os trabalhos de implantação do
canteiro de obras, deve ser contatado o profissional que efetivou o resgate anterior
para reavaliação e salvamento.
Implantação das áreas de empréstimo e de bota-foras
Todo o empreendimento dessa natureza requer, em maior ou menor escala,
movimentação de material comum (solo, argila e rochas, principalmente), sendo que
a seleção de áreas de empréstimo e bota-foras deverá ser planejada de maneira a
contemplar tanto as exigências da obra quanto à preservação ambiental.
Preferencialmente, devem estar localizadas em áreas que serão posteriormente
alagadas pelo próprio empreendimento.
As áreas devem ser claramente delimitadas, possibilitando o planejamento e a
execução de cortes e aterros com o nível mínimo de: interferência no ambiente;
desmatamento; requerimento de drenagem nas áreas próximas; erosão e
assoreamento.
Planejamento de cortes e exploração das áreas de empréstimo
Os cortes deverão ser realizados de tal modo que a declividade e a extensão
dos taludes resultantes atendam aos requisitos de estabilidade e facilitem os serviços
posteriores de recuperação físico-química e recomposição biótica.
Planejamento dos aterros de bota-fora
Os aterros de bota-fora preferencialmente devem ser executados de maneira a
permitir, na sua finalização, a conformidade com a topografia original da área
circundante, mas levando também em consideração a viabilidade e facilidade da sua
recuperação físico-química e posterior recomposição biótica.
As regiões de nascentes de água, num raio de 50,0 m, e as margens de cursos
d’água, numa faixa mínima de 30,0 m, são consideradas como APP, devendo ser
evitada ao máximo a sua perturbação.
Controle da Erosão
Desde o início das atividades, deverão ser adotadas medidas de prevenção e
controle dos processos erosivos, em todos os setores do canteiro de obras, em
283
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
especial nos acessos, nas áreas de empréstimos e de bota-foras, e de escavação em
geral.
Nas estradas e acessos de serviços deve ser efetivado um sistema eficiente de
drenagem superficial, incluindo dispositivo de afastamento das águas e de dissipação
de energia, para adequada proteção da pavimentação e das faixas laterais. Essa
recomendação é válida, também, para aterros, desníveis topógrafos e cabeceiras de
drenagem.
Controle de Sedimentação
Como resultado dos processos erosivos que venham a ser instalados
temporariamente, até a sua contenção, deverão ser implementadas medidas de
contenção do aporte de sedimentos para os cursos d’água.
Em áreas nas quais a produção de sedimentos for significativa, serão
necessárias a construção e a manutenção periódica de bacias de sedimentação, para
decantação do material sólido transportado pelo escoamento superficial.
Na Tabela 6.1.2 estão dispostos os principais aspectos ambientais atrelados às
áreas, atividades ou instalações requeridas para a construção da UHE Tibagi
Montante.
Tabela 6.1.2 - Aspectos ambientais requeridos para a construção da UHE Tibagi Montante. Área / atividade / instalação Aspectos ambientais associados
Implantação do Canteiro de Obras Desmatamento, poda de árvores, erosão e assoreamento de corpos d’água
Movimentação de material comum / cortes / aterros
Britador Emissão de poeira;
Geração de elevados níveis de ruído
Central de Concreto
Manuseio de aditivos
Descarga de águas de lavagem equipamento (caminhões)
Descarte de restos de concreto / corpos de prova
Refeitório Restos de alimentos
Descarga de gordura
Ambulatório Resíduos patogênicos / lixo ambulatorial
Lavanderia Descarga de efluentes com detergente e sujeira das roupas
Alojamentos / Dormitórios Efluentes sanitários
Lixo doméstico
284
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Área / atividade / instalação Aspectos ambientais associados
Local de deposição e abastecimento de combustíveis
Riscos de derramamento, incêndio, explosão
Infiltração no solo
Lavagem e manutenção de maquinário / equipamentos /
veículos
Descarga Lavagem de Veículos
Descarte de filtros e de óleo usados
Oficina mecânica e frentes de montagem
Geração de resíduos oleosos
Geração de materiais de limpeza de óleo
Geração de sucatas metálicas / filtros de óleo
Emissões de particulados e de névoa de pintura
Riscos de derramamento de tintas, vernizes e resinas isolantes, óleos dielétricos e óleos lubrificantes
Emissão de vapores orgânicos tóxicos
Estocagem de Produtos Perigosos em Embalagens
Armazenamento de produtos inflamáveis (tintas, solventes, etc.) e tóxicos (cloro, etc.)
Estocagem de Explosivos Riscos de incêndios, explosões
Operação do Canteiro
Geração de lixo doméstico e administrativo
Geração de efluentes sanitários
Erosão de áreas desprotegidas
Contaminação das águas drenadas superficialmente em decorrência da estocagem inadequada de materiais perigosos
Emissão de poeira
Emissão de ruídos
Implantação da obra
Desmatamento
Remoção da camada superficial do solo
Escavações
Erosão em áreas expostas
Assoreamento dos corpos de água
Destruição de sítios arqueológicos
Emissão de poeira/ruídos
Controle da poluição e disposição dos resíduos gerados na obra
Controle da poluição e proteção dos recursos hídricos
Os mananciais e corpos de água devem ser respeitados, não interrompidos, e
a eles não devem ser destinados poluentes químicos de qualquer natureza, e
tampouco sedimentos carreados por erosão laminar ou em sulcos, ou de qualquer
ordem.
Controle do escoamento superficial
285
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Paralelamente à implementação das diretrizes de controle de erosão e de
assoreamento citadas anteriormente, as empreiteiras e suas subcontratadas deverão
desenvolver atividades complementares de controle e monitoramento do escoamento
superficial, evitando a poluição e o transporte de sedimentos para os cursos d’água.
Controle de áreas de estocagem de combustíveis e óleos lubrificantes
Além da obediência às normas legais de segurança contra incêndio e
explosões, as empreiteiras deverão isolar as áreas de estocagem, através da
construção de diques, de modo a evitar a contaminação dos cursos d’água, em caso
de vazamentos e/ou acidentes.
As áreas de estocagem deverão ser conectadas a um eficiente tanque
separador de água e óleo, através de canaletas ou tubulações. Esse tanque receberá
também a água da chuva, contaminada pelos óleos e combustíveis, para proceder à
necessária separação.
Os resíduos deverão ser dispostos como descrito nesta diretriz, no item
Controle e Manejo de resíduos. Se o efluente dos tanques separadores estiver de
acordo com os padrões legais, poderá ser lançado em curso de água próximo. Em
caso negativo, deverá ser reprocessado.
Manejo de efluentes industriais e sanitários
Áreas de manuseio de óleos e graxas e de lavagem de máquinas e veículos:
deverá ser construído um sistema de coleta e direcionamento das águas
residuais, procedendo conforme disposto na Tabela 6.1.1 - Ambientes /
Instalações com riscos potenciais a serem prevenidos, para as áreas de
estocagem de combustíveis e óleos lubrificantes;
Áreas de lavagem de agregados: as águas não poderão ser lançadas diretamente
nos cursos d’água, devendo ser coletadas e encaminhadas para uma bacia de
sedimentação, em função das grandes quantidades de sólidos em suspensão.
Desse modo, deverão ser implementadas medidas de controle e tratamento de
resíduos, procurando minimizar esses impactos;
286
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Sólidos decantados: desde que não contenham óleos, graxas, solventes e/ou
outros elementos que os caracterizem como perigosos, poderão ser
encaminhados e dispostos em aterro sanitário, instalado conforme as normas
legais e as recomendações dos órgãos competentes. As águas tratadas poderão
ser encaminhadas para os corpos d’água existentes, desde que sejam
respeitados os padrões legais;
Águas de resfriamento de equipamentos: as águas com temperatura superior a
40,0 graus Celsius (ºC) deverão ser encaminhadas a uma bacia de equalização,
de forma a permitir a sua adequação ao padrão correspondente, antes de serem
direcionadas aos cursos d’água;
Águas servidas e os efluentes sanitários: as águas servidas e os efluentes
sanitários gerados nos acampamentos e alojamentos deverão receber o
tratamento adequado, mediante a instalação de sistema de tratamento que
permita o seu lançamento nos cursos d’água, de acordo com os parâmetros
estabelecidos pela legislação vigente.
Controle da poluição atmosférica
Entre as atividades desenvolvidas para a implantação das obras, algumas
poderão gerar poluição atmosférica, principalmente em razão da emissão de poeira
proveniente de escavações, aterros de bota-fora, trânsito nos acesos, britagem e
construções diversas, bem como pela emissão de fumaça e substâncias tóxicas
resultantes da queima de material e operação de equipamentos.
Queima de materiais diversos: a queima de lixo administrativo ou de resíduos
industriais na obra não deverá ser realizada, já que estes deverão ser
apropriadamente destinados a estruturas de recebimento.
Controle de Poeira: as diversas atividades que causam a geração de poeira,
tais como o trânsito de maquinário, a movimentação de solo, a britagem de rocha e o
tráfego de veículos, acabam gerando, dependendo da movimentação da massa de ar
na região, problemas no cotidiano da população residente na região. O método mais
simples de prevenção é a rega, a ser repetido em intervalos adequados de tempo, de
287
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
modo a manter todas as áreas permanentemente úmidas. Nos períodos de tempo
mais seco, a periodicidade das regas deve ser maior.
Controle e Manejo de Resíduos Sólidos
Obras da natureza da UHE Tibagi Montante, por agregarem significativos
contingentes de trabalhadores por períodos superiores a 12 meses, e pelas
características inerentes a grandes empreendimentos de engenharia, geram uma
grande quantidade de resíduos sólidos (lixo doméstico oriundo dos alojamentos e
refeitório, entulhos diversos, descartes e refugos resultantes das diversas frentes e
etapas de trabalho, entre outros).
Esses resíduos deverão ser dispostos conforme a sua classificação, de forma
a atender a todos os requerimentos legais vigentes e normas técnicas (ABNT),
conforme especifica o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos – PGRS de
responsabilidade das empreiteiras e suas subcontratadas.
Ações para a Desativação da Construção
À época da conclusão da obra, e antes da retirada dos equipamentos
requeridos serão necessárias ações de desmobilização, remediação e recomposição.
Com a implementação destas, espera-se que as áreas utilizadas para a construção
da UHE Tibagi Montante se mantenham com as características ambientais que
possuíam antes da implantação do empreendimento, ou melhorem, além de minimizar
os impactos decorrentes das obras.
As empreiteiras deverão proceder à desmobilização da área dos alojamentos e
do canteiro de obras, mediante a demolição e remoção dos prédios e instalações
utilizadas durante a construção, além de outras que o empreendedor recomende a
retirada.
Nas áreas onde ocorreram a operação, estocagem e manipulação de materiais
poluentes, em operações normais ou decorrentes de vazamentos acidentais, deverão
ser realizadas inspeções e verificações quanto à extensão e às possíveis
consequências de tais vazamentos e infiltrações no solo.
Caso seja verificada contaminação do solo e/ou subsolo, deverá ser feita a
descontaminação e a remediação de tais áreas, até os níveis aceitáveis pela
288
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
legislação e pelas normas aplicáveis. Como exemplos, incluem-se as áreas de
estocagem e manipulação de combustíveis, óleos lubrificantes novos e usados, áreas
de estocagem de resíduos, aterros de disposição final de resíduos, entre outras.
Na medida em que os serviços forem sendo concluídos, nas diversas frentes e
etapas da obra, as intervenções para a estabilização e/ou recomposição das áreas
afetadas deverão ser desenvolvidas pelas empreiteiras, obedecendo às diretrizes
estabelecidas neste plano, e na sua complementação, que deve ser formalizado entre
as empreiteiras e o empreendedor.
Com relação às encostas, taludes e outras áreas sujeitas à instabilidade e à
erosão, na medida em que forem concluídas as obras, deverão receber tratamento de
drenagem e proteção superficial adequados, de forma a estabilizar tais superfícies, e
evitar a sua desagregação, prevenindo e controlando a erosão e, consequente, o
assoreamento dos corpos d’água que drenam as áreas.
Basicamente, o processo de recomposição das áreas afetadas pela obra
compreende as seguintes etapas:
Limpeza das áreas de trabalho;
Recomposição topográfica do terreno;
Implantação de sistemas de drenagem e proteção superficial dos taludes;
Recomposição das camadas de solo;
Recomposição vegetal.
Essas etapas são as mencionadas e detalhadas no Programa de Recuperação
de Áreas Degradadas, sob responsabilidade das empreiteiras contratadas pelo
empreendedor e descritos no capítulo 5.1 do presente documento.
Impactos Ambientais Potencialmente Associados o Obra e Medidas Propostas
Área de Ocorrência Efeitos Ambientais Danos Ambientais Possíveis Medidas a Considerar
Acessos
Instabilidade de taludes Produção de sedimentos
Degradação da paisagem Assoreamento Escorregamento
Bermas, drenagem superficial, proteção vegetal
Produção de poeira Poluição do ar Aspersão de água
289
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Área de Ocorrência Efeitos Ambientais Danos Ambientais Possíveis Medidas a Considerar
Acessos perigosos Acidentes Sinalização, controle de velocidade, campanhas de conscientização
Canteiros de Obras
Erosão dos taludes de escavação Produção de sedimentos
Poluição das águas Drenagem superficial, proteção vegetal
Disposição de resíduos sólidos Poluição do solo, ar e água Coleta seletiva, disposição adequada, reciclagem
Disposição de resíduos perigosos Poluição do solo, ar e água Reciclagem, disposição em aterros industriais
Efluentes sanitários Poluição do solo Poluição da água
Tratamento em tanques sépticos / filtros anaeróbicos
Efluentes industriais não perigosos Poluição do Solo Poluição da água
Decantação
Efluentes líquidos perigosos Poluição do solo e água Sistema de separação água / óleo, reciclagem
Depósito de combustíveis e lubrificantes Poluição do solo e água Sistema de prevenção contra vazamentos
Produção de ruídos Poluição sonora
Uso de EPIs, manutenção dos equipamentos de construção
Produção de poeira Poluição do ar Aspersão de água
Centrais de Concreto
Produção de poeira Poluição do ar Sistemas de manutenção, filtros e aspersão de água
Produção de ruídos Poluição sonora
Uso de EPIs, manutenção dos equipamentos de construção
Produção de Resíduos Poluição do solo e água Armazenamento e disposição final em aterro sanitário
Produção de Efluentes Poluição da água Sistema de coleta e separação, com tratamento e efluentes
Áreas de Empréstimo
Escavações e Explosões
Produção de ruído
Produção de sedimentos
Produção de poeira
Produção de escombros
Poluição sonora
Poluição do solo
Poluição da água
Acidentes
Sistemas de controle de erosão e de produção de sedimentos
Jazidas de Areia
Dragagem e separação mecânica Poluição da água Sistema de controle de erosão e contenção de sedimentos
290
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Área de Ocorrência Efeitos Ambientais Danos Ambientais Possíveis Medidas a Considerar
Pedreiras Explosões
Poluição sonora
Poluição do Ar
Poluição da Água
Risco de acidentes
Degradação da paisagem
NBR‐9061/85 e NR‐19
Uso de EPIs, manutenção dos equipamentos de construção
Aspersão de água
Segurança e alerta,
drenagem superficial,
Bota‐Foras Produção de sedimentos
processos erosivos
Alteração da paisagem
Poluição do Solo
Poluição do Ar
Poluição da água
Conformação da morfologia do terreno, drenagem superficial, proteção vegetal
Inter-relação com outros Planos e Programas
Programa de Controle dos Processos Erosivos: as atividades da fase de construção
devem levar em conta as áreas indicadas por este monitoramento como as mais
suscetíveis a processos erosivos e escorregamentos nas encostas marginais ao
reservatório.
Programa de Recuperação de Áreas Degradadas: o presente plano deve determinar
mecanismos de controle para as ações potencialmente impactantes ao ambiente no
canteiro de obras e no reservatório e definir o momento de atuação do PRAD em cada
área.
Programa de Monitoramento Limnológico e da Qualidade da Água: uma série dos
parâmetros referentes a este monitoramento podem ser influenciados caso as
medidas definidas pelo referido Plano não forem respeitadas de modo que servem
para monitorar.
Programa de Limpeza do Reservatório: a mínima degradação ambiental é um dos
objetivos considerados por este programa, o qual prevê a determinação das ações de
supressão vegetal e limpeza da área de formação do reservatório, de modo a orientar
a atuação das empreiteiras.
Programa de Educação Ambiental: deve conscientizar os trabalhadores dos impactos
causados por uma obra desta natureza, enfatizando as formas de prevenção,
minimização e mitigação.
291
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Programa de Comunicação Socioambiental: deve informar à comunidade que as
empreiteiras envolvidas com a obra seguirão um código de conduta, visando à
máxima prevenção e o controle ambiental.
Programa de Capacitação Técnica: deve incluir aspectos relacionados à gestão
ambiental da obra nos cursos a serem oferecidos.
Plano de Gestão Ambiental: tem como objetivo acompanhar e vistoriar o andamento
e desenvolvimento das atividades, garantindo o cumprimento dos cronogramas bem
como a qualidade dos serviços prestados.
Responsáveis pela Implementação do Plano
A implementação do Plano Ambiental e Social para a Construção é de
responsabilidade do empreendedor e das empresas contratadas para realizar as
atividades mencionadas.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Plano
Devem ser elaborados relatórios periódicos descrevendo o andamento das
atividades pelas empresas contratadas.
A coordenação do Plano de Gestão Ambiental deve realizar vistorias de campo
para acompanhar as atividades do plano e aferir os resultados apresentados pelas
empresas contratadas.
292
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Plano Ambiental para Construção
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Plano Ambiental de Construção
Determinação das ações de prevenção, controle e desativação da construção
Implementação das ações de prevenção e controle
Realização de vistorias periódicas
Implementação das ações de desativação da construção
Relatórios de acompanhamento
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
293
UHE TIBAGI MONTANTE Projeto Básico Ambiental - PBA
6.2 PLANO AMBIENTAL DE CONSERVAÇÃO E USO DO ENTORNO DE
RESERVATÓRIO ARTIFICIAL − PACUERA
Considerações Iniciais
O Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial
– PACUERA atende à condicionante 1 da LP n° 37682 IAP, que estabelece:
“Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos os programas e projetos
propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou Comprovante de registro
profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos, programas, projetos,
cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com ênfase nas sugestões
para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais observados no
EIA/RIMA”.
A geração de energia elétrica é o principal produto do represamento das águas
do rio Tibagi pelo empreendimento UHE Tibagi Montante, porém diversas ações de
compensação aos impactos resultantes da formação do reservatório e outros usos
possíveis deste, poderão resultar em atividades, tanto na água quanto no entorno, as
quais necessitarão de uma integração e de consequente regulamentação. Esse
processo visa à harmonia socioambiental do conjunto.
Neste sentido, com vistas à operação da UHE Tibagi Montante, a empresa
geradora de energia elétrica irá assumir ações de controle e monitoramento ambiental,
enquanto que o órgão estadual de meio ambiente, no caso o IAP, e entidades de
pesquisa buscarão a máxima conservação do ambiente natural, bem como a
oportunidade de exercer maior controle e preservar as reservas naturais na área de
entorno.
Desta forma, a principal atuação da equipe que irá elaborar o Plano Ambiental
de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial − PACUERA deverá ser
a de compatibilizar os interesses mais diversos sobre o espelho d’água e o seu
entorno, com o objetivo de aproveitamento do seu potencial, mas buscando sempre o
uso sustentado dos recursos naturais.
Com vistas a atender a legislação com relação ao uso e proteção das águas de
reservatórios, conciliando com programas de uso múltiplo, a elaboração do PACUERA
294
UHE TIBAGI MONTANTE Projeto Básico Ambiental - PBA
tornou-se, nos últimos anos, uma exigência legal, devendo o mesmo ser submetido à
aprovação do órgão ambiental responsável.
Justificativa
Este plano justifica-se uma vez que cria um instrumento de gestão capaz de
integrar a conservação do meio ambiente com os usos múltiplos do reservatório e seu
entorno.
Além disso, a elaboração deste plano visa atender à Resolução CONAMA nº
302, de 20 de março de 2002, que dispõe sobre os parâmetros, definições e limites
de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso
do entorno, denominando Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de
Reservatório Artificial como o conjunto de diretrizes e proposições com o objetivo de
disciplinar a conservação, recuperação, o uso e ocupação do entorno do reservatório
artificial, respeitados os parâmetros estabelecidos nesta Resolução e em outras
normas aplicáveis.
Além da Resolução CONAMA 302 de 2002, a elaboração do PACUERA atende
aos seguintes requisitos legais:
Lei 6.938/1981 – Política Nacional de Meio Ambiente;
Lei 9.605/1998 – Lei de Crimes Ambientais;
Lei 12.651/2012 – Novo Código Florestal;
Lei 9.433/1997 – Lei das Águas;
Resolução CONAMA 009/1987;
Resolução CONAMA 302 e 303/2002;
Lei 9.795/1999 - Política Nacional de Educação Ambiental;
Lei 9.433/1997 – Política Nacional de Recursos Hídricos;
Resolução CONAMA 357/2005 – Parâmetros físico químicos para águas
superficiais.
295
UHE TIBAGI MONTANTE Projeto Básico Ambiental - PBA
O novo Código Florestal nos parágrafos 1º e 2º do Artigo 5º determina que o
empreendedor deverá elaborar o PACUERA no âmbito do licenciamento ambiental
em conformidade com o termo de referência expedido pelo órgão ambiental
competente.
Objetivos
O objetivo geral do presente plano é propor ao Instituto Ambiental do Paraná
uma metodologia de trabalho que sinalize formas de potencializar os benefícios que
possam advir da implantação do empreendimento na região para as comunidades
envolvidas, e explorar os usos múltiplos potenciais e pretendidos, sem prejuízo para
a geração de energia, tendo como base a legislação vigente, a capacidade de suporte
do ambiente e a conservação da biodiversidade.
Os objetivos específicos são:
- Criar normas para a utilização das águas do reservatório, de modo a preservar
e aperfeiçoar a capacidade de uso múltiplo das águas do rio Tibagi, no trecho
afetado pelo empreendimento. Dentre os usos possíveis, destacam-se desde já
a geração de energia hidrelétrica, o lazer, o transporte por balsa (identificado
durante a elaboração do EIA), a mineração, a dessedentação de animais, a
irrigação, e a manutenção do tráfego na rodovia do Pinheiro Seco;
- Criar normas que disciplinem o uso e a ocupação do solo às margens do
reservatório da UHE Tibagi Montante, de modo a melhorar a qualidade das
águas do rio Tibagi no trecho afetado pelo empreendimento, e garantir o uso
sustentável da vegetação ciliar e demais recursos naturais existentes na região
atingida;
- Assegurar a disponibilidade de água nas propriedades lindeiras ao
reservatório12;
- Compatibilizar e aperfeiçoar os usos possíveis das áreas do entorno, de modo a
valorizar o uso sustentável da região: lazer, agricultura, reflorestamento,
preservação ambiental, turismo.
12 Conforme solicitado no item 12 da Licença Prévia nº 376
296
UHE TIBAGI MONTANTE Projeto Básico Ambiental - PBA
Metodologia
Os trabalhos a serem desenvolvidos terão como base a análise integrada de
todos os componentes físicos, bióticos e socioeconômicos que poderão influir na
água, na APP do reservatório e no seu entorno, os quais indicarão conceitos e critérios
de comportamento para todas as partes envolvidas neste processo.
A estruturação do plano compreenderá as seguintes fases:
Diagnóstico ambiental
O diagnóstico ambiental visa à formação de um banco de dados para subsidiar
o zoneamento e os estudos de usos múltiplos, abrangendo aspectos físicos, bióticos
e socioeconômicos das áreas de influência, realizado através de dados secundários
e levantamentos de campo. Podem ser utilizados os dados já obtidos durante a
elaboração do EIA/RIMA, complementando-os com as informações atuais que se faça
necessário.
Os resultados do diagnóstico serão apresentados através de um texto
descritivo, acompanhado de um mapa atualizado do uso do solo.
Estudos de usos múltiplos
Os estudos de usos múltiplos visam avaliar o potencial de recursos disponíveis,
desenvolvido através de um amplo levantamento de dados existentes, contatos com
órgãos e lideranças municipais e órgãos de meio ambiente.
O levantamento inclui o estudo das potencialidades de uso e das expectativas
de possíveis usos futuros, tanto das águas como das áreas de entorno.
A proposição dos usos do reservatório e das áreas de entorno será baseada
na análise dos fatores ambientais, necessidades da população local, capacidade de
suporte dos ambientes, enquadramento jurídico e adequação ao funcionamento
normal da UHE Tibagi Montante, obedecendo ao zoneamento.
Entre os usos potenciais, pode-se citar a navegação, a irrigação, as atividades
de pesca e aquicultura, a educação e turismo ambiental.
Zoneamento do reservatório e do seu entorno
297
UHE TIBAGI MONTANTE Projeto Básico Ambiental - PBA
O zoneamento visa indicar o destino mais indicado para cada um dos diversos
setores identificados na área de influência, considerando: a legislação ambiental, a
conservação dos recursos naturais, a recuperação de áreas degradadas, a
manutenção da qualidade da água, a infraestrutura existente e a pretendida, os
impactos atuais e o prognóstico dos impactos potenciais decorrentes dos usos
pretendidos.
Além desses fatores, viabilizando a múltipla utilização dos recursos hídricos, o
zoneamento irá orientar ações que assegurem o fornecimento de água em quantidade
e qualidade adequadas à geração de energia e outros fins permissíveis como o
abastecimento público, piscicultura, turismo e lazer, irrigação, etc.
A análise de todos esses fatores possibilitará a divisão da AID em setores ou
zonas com diferentes características de uso: desde a mais restritiva, na qual a
conservação total se faz necessária, até a de mais permissível de um uso sustentado.
As categorias de zoneamento terão basicamente a seguinte classificação:
Zona de Proteção Integral
Abrange áreas distribuídas no entorno do reservatório, definidas pela legislação
ambiental vigente como APP, os segmentos florestais remanescentes, áreas de alta
declividade com risco de instabilidade, áreas consideradas importantes para a fauna
nativa da região, e áreas com registro de ocorrência de espécies vegetais raras e/ou
ameaçadas de extinção.
O objetivo dessa zona refere-se à contribuição para a manutenção da
biodiversidade, preservação de áreas para a fauna, proteção de remanescentes
florestais, além de evitar o surgimento ou o agravamento de processos erosivos.
As áreas incluídas nessa zona deverão ser objeto de intensa fiscalização, tendo
acesso permitido somente de acordo com o estabelecido no Código do Reservatório.
Zona de Uso Especial
Abrange as áreas de segurança destinadas à operação e manutenção da UHE
Tibagi Montante.
298
UHE TIBAGI MONTANTE Projeto Básico Ambiental - PBA
O objetivo dessa zona refere-se à delimitação das áreas necessárias para a
administração do empreendimento, proteção dos equipamentos, áreas de segurança,
depósitos e demais instalações de manutenção.
Como as áreas integrantes dessa Zona de Uso Especial são destinadas ao
funcionamento da UHE Tibagi Montante, o seu acesso deverá ser restrito,
obedecendo a normas de segurança e outras, conforme será estabelecido no Código
do Reservatório.
Zona de Usos Múltiplos
Abrange as áreas onde ocorre uma permissibilidade de uso, a partir das
restrições aplicáveis à legislação ambiental, da operação do empreendimento e dos
resultados dos estudos de usos múltiplos.
O objetivo dessas áreas é a utilização pública sustentada dos recursos e o uso
previsto nos estudos de usos múltiplos, estabelecendo condições para o
desenvolvimento de atividades fundamentais e acesso para a população ribeirinha.
Os demais usos pretendidos poderão ser estabelecidos mediante um projeto de uso
sustentado, obedecendo às normas do Código do Reservatório.
Zona de Recuperação
Abrange as áreas onde se faz necessária a reestruturação das características
originais, visando prioritariamente o controle dos processos erosivos, a revegetação
de áreas próximas às áreas florestadas, e a melhoria da qualidade visual da paisagem.
A Zona de Recuperação tem caráter provisório, sendo transformada em outra
zona após a conclusão do processo e conforme o estabelecido no Código do
Reservatório, sendo que, novas zonas de recuperação poderão ser criadas nas zonas
pré-existentes, conforme a necessidade.
Zona de Amortecimento – ZA
A Zona de Amortecimento (ZA), é uma área entorno do reservatório, onde as
atividades humanas estão sujeitas a normas e restrições específicas, com o propósito
de minimizar os impactos negativos sobre o reservatório.
299
UHE TIBAGI MONTANTE Projeto Básico Ambiental - PBA
As áreas constituintes da Zona de Amortecimento (ZA) pertencem a
proprietários lindeiros e as indicações de uso possuem um caráter de recomendação.
Essa Zona tem como finalidade minimizar as perturbações antrópicas na
APP decorrentes dos usos do solo nas propriedades limítrofes, principalmente pela
instalação de processos erosivos, uso de queimadas e de agrotóxicos, garantindo a
proteção da APP. A proposição da ZA visa orientar os proprietários das condições
ambientais que passarão a existir com a formação do reservatório e da implementação
do zoneamento de seu entorno e uso múltiplos das águas.13
Compatibilização com os programas federais, estaduais e municipais
A fim de compatibilizar as propostas do presente plano com os diversos
programas e projetos federais, estaduais e municipais que estejam em andamento na
região de interesse, todas essas instâncias deverão ser contatadas.
Compatibilidade e enquadramento jurídico
Deverá ser elaborada uma relação de toda a legislação ambiental pertinente
(Constituição Federal, leis federais, estaduais e municipais, códigos, resoluções,
decretos, etc.) que se aplique às propostas do presente plano. Essa coletânea deverá
ser parte integrante do mesmo, podendo ser agrupada por assunto, e deverá ser
acompanhada de uma síntese que permita a sua compreensão pelo público leigo.
Articulação institucional
Tendo em vista que muitas das atividades estarão baseadas em convênios, e
mesmo na responsabilidade inerente de órgãos municipais, estaduais e federais,
deverão ser indicadas as responsabilidades e articulações institucionais necessárias
para viabilizar as ações ambientais propostas.
Aprovação
A aprovação do PACUERA pelo órgão ambiental (IAP) deverá ser precedida
da realização de consulta pública na forma da Resolução CONAMA nº 09, de 3 de
dezembro de 1987 que trata da realização de Audiências Públicas no processo de
13 Aspecto relacionado ao item 14 da Licença Prévia nº 37682.
300
UHE TIBAGI MONTANTE Projeto Básico Ambiental - PBA
licenciamento ambiental, informando-se ao Ministério Público com antecedência de
trinta dias da respectiva data.
Essa aprovação do PACUERA deverá preceder a autorização para enchimento
do reservatório conforme § 2º do Artigo 5º da Lei 12.651/2012.
Programas de controle ambiental/gerenciamento ambiental
Após o enchimento do reservatório, durante o período de operação da UHE
Tibagi Montante, programas e ações voltadas ao monitoramento e ao controle
ambiental e patrimonial deverão ser implementados. A continuidade destes programas
faz parte do escopo do PBA, e os mesmos deverão fazer parte das ações
permanentes do Plano.
Responsabilidade pelo Plano
A implementação do Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de
Reservatório Artificial − PACUERA é de responsabilidade do empreendedor e das
empresas contratadas para as atividades relacionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
O PACUERA possui relação direta com a maioria dos programas,
subprogramas e planos ambientais deste PBA, já que os principais dados e resultados
de cada programa alimentarão o diagnóstico e indicarão procedimentos a serem
perseguidos na sua implementação.
Detalhamento do Acompanhamento e Monitoramento do Plano
O Plano de Acompanhamento e Monitoramento deverá ser feito através da
confecção de relatórios trimestrais, onde constarão as atividades desenvolvidas para
elaboração do PACUERA. Na Fase Reservatório (Operação), deverão ser
apresentados relatórios semestrais sobre a implementação do PACUERA.
301
PCH Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial – PACUERA
Antes da construção Construção Operação
Programa Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Conservação e Uso do Entorno de Reservatório Artificial – PACUERA
Diagnóstico ambiental
Análise dos usos múltiplos
Definição dos zoneamentos
Compatibilização e enquadramento jurídico
Articulação institucional para discussão do PACUERA
Aprovação do PACUERA
Implementação de Programas de Gerenciamento Ambiental
Relatórios de acompanhamento
Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
302
PCH TIBAGI MONTANTE Projeto Básico Ambiental - PBA
6.3 PLANO DE GESTAO AMBIENTAL
Considerações Iniciais
O Plano de Gestão Ambiental atende à condicionante 1 da LP n° 37682 IAP,
que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com todos os
programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs ou
Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos planos,
programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento proposto, com
ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os impactos ambientais
observados no EIA/RIMA”.
O Plano de Gestão Ambiental funciona como um instrumento que visa
assegurar que o empreendimento seja implantado com elevados padrões de
qualidade ambiental, estabelecendo para isso, por parte do empreendedor, uma
estrutura de supervisão e fiscalização que permita articular os diversos agentes
intervenientes no processo, além de garantir a utilização de técnicas de proteção,
manejo e recuperação ambiental mais indicada para cada situação.
Essa estrutura de supervisão visa garantir a implementação e o
acompanhamento dos Programas, Subprogramas e Planos Ambientais por uma
equipe multidisciplinar especializada, situada no local, alcançando os objetivos
preestabelecidos nos estudos ambientais, por meio de um conjunto organizado de
ações e procedimentos internos que permitam aperfeiçoar a gestão integrada de todos
os aspectos relativos ao ambiente do empreendimento.
Em termos gerais, a gestão ambiental tem como premissa o atendimento ao
PBA, bem como às exigências dos órgãos ambientais competentes, notadamente o
IAP, o IBAMA, o IPHAN e outros, de forma a atender todo o processo inerente a
Licença de Instalação − LI e aos requisitos legais do empreendimento.
O processo de gestão deverá ser desenvolvido de modo a garantir a
compatibilidade entre os cronogramas dos programas e planos ambientais e o
desenvolvimento das obras civis, formação do reservatório e início da operação do
empreendimento.
Justificativa
303
PCH TIBAGI MONTANTE Projeto Básico Ambiental - PBA
Este plano justifica-se uma vez que promove a integração e a coordenação de
todos os programas, subprogramas e planos ambientais previstos no EIA/RIMA e
detalhados neste PBA, visando atender às exigências legais e informar o
empreendedor do andamento das atividades.
Essa gestão também é importante para intermediar a troca de informações
entre os coordenadores dos programas, subprogramas e/ou planos ambientais,
principalmente os que possuem sinergia entre si.
Objetivos
O objetivo geral deste plano é gerenciar e acompanhar as atividades previstas
no desenvolvimento dos diversos programas ambientais relacionados no PBA, em
conformidade com os cronogramas previstos e com a legislação ambiental,
minimizando os impactos provenientes da implantação do empreendimento.
Os objetivos específicos são:
- Acompanhar as atividades referentes à implementação do PBA e das
condicionantes da Licença Prévia e de Instalação;
- Identificar eventuais dificuldades para a sua execução e recomendar ações
preventivas e corretivas que garantam o cumprimento do cronograma aprovado
pelo órgão ambiental, bem como a compatibilidade do cronograma de evolução
das obras civis;
- Estabelecer integração e sinergia entre os programas e planos propostos e a
construção e operação do empreendimento;
- Fiscalizar e orientar a execução das obras para o emprego de práticas
executivas ambientalmente corretas, de forma a evitar ou minimizar os
possíveis impactos ambientais negativos, através da supervisão ambiental;
- Zelar pela qualidade técnica e científica, e pela integridade processual dos
serviços realizados pelas instituições e empresas contratadas para a execução
dos planos e programas ambientais;
- Garantir que todos os serviços contratados para a execução dos programas e
planos ambientais sejam desenvolvidos dentro dos padrões legais exigidos
304
PCH TIBAGI MONTANTE Projeto Básico Ambiental - PBA
pelos órgãos fiscalizadores, e dentro do prazo estabelecido em cada
cronograma;
− Articular as ações desenvolvidas no âmbito de diferentes programas e planos
ambientais;
- Estabelecer um canal estável de comunicação e informação entre o órgão
ambiental e o empreendedor.
Metodologia
Para realizar as atividades vinculadas ao Plano de Gestão Ambiental, o
empreendedor disponibilizará, durante a fase de construção do empreendimento, uma
equipe de profissionais para a Coordenação dos Aspectos Ambientais do
empreendimento UHE Tibagi Montante. A equipe deverá contar com um profissional
com experiência em implantação de programas ambientais, sediado no canteiro de
obras, em tempo integral
Essa Coordenação terá a incumbência de acompanhar todas as atividades de
campo das empresas e instituições contratadas, durante a realização das campanhas
para coleta de material a ser monitorado. Portanto, serão agentes fiscalizadores das
contratadas, de modo a garantir que a execução das atividades de campo se dê com
o rigor metodológico definido nos projetos executivos de cada programa e plano
ambiental, além de zelar pela realização das atividades no período determinado.
A equipe de coordenação terá as seguintes responsabilidades:
- Acompanhamento direto (visitas a campo) e indireto (análise de relatórios) dos
programas e planos ambientais;
- Articulação entre os diversos agentes executores dos programas e planos
ambientais;
- Elaboração de relatórios periódicos;
- Contato com os órgãos ambientais;
- Garantia da execução dos programas e planos ambientais, em consonância com
o cronograma das obras de implantação do empreendimento;
- Identificar a necessidade de rever ações ou promover a inclusão de outras;
305
PCH TIBAGI MONTANTE Projeto Básico Ambiental - PBA
- Garantir o cumprimento de todas as condicionantes constantes das licenças
ambientais do empreendimento;
Para o desenvolvimento do presente plano, foram estabelecidas as seguintes
atividades necessárias:
- Discussão com os agentes envolvidos de cada programa e plano ambiental
através de reuniões que visem o desenvolvimento das atividades com os
profissionais envolvidos, representantes dos órgãos ambientais, poder público
e instituições interessadas.
- Supervisão da contratação das equipes especializadas para a implementação
de ações relacionadas ao desenvolvimento das atividades específicas,
necessárias à implementação dos programas e planos ambientais.
- Organização do desenvolvimento das atividades de implementação dos
programas e planos, definindo as datas de execução e os procedimentos a
serem adotados, em consonância com as diretrizes apresentadas neste PBA.
- Avaliação do desenvolvimento dos programas e planos, através do
monitoramento em campo da execução das atividades e da análise dos
relatórios produzidos pelos especialistas, responsáveis pela implementação
dos mesmos.
- Revisão e adequação, quando necessário, das atividades propostas nos
programas e planos do PBA, avaliando a pertinência de execução das mesmas
durante o processo de implantação do empreendimento, adequando novas
atividades às demandas que forem surgindo.
- Implementação de um cronograma que integre todas as ações propostas nos
programas e planos, priorizando a execução antecipada daquelas ações que
são pré-requisitos para o desenvolvimento de outras, e articulando as ações
comuns a diferentes programas.
- Fiscalização das obras para garantir a implementação das medidas propostas
no Plano Ambiental para Construção e nos demais programas associados às
obras, acompanhando diariamente as atividades inerentes aos aspectos
306
PCH TIBAGI MONTANTE Projeto Básico Ambiental - PBA
ambientais, de saúde e segurança do trabalho, identificando a ocorrência de
não conformidades com as especificações ambientais e a legislação ambiental.
- Interlocução com os órgãos ambientais, respondendo às solicitações e
mantendo-os informados através da emissão de relatórios, sobre os aspectos
ambientais do empreendimento e sobre os dados adquiridos nos trabalhos
realizados pelas equipes responsáveis pela implementação dos programas e
planos ambientais.
- Coordenação do atendimento a todas as condicionantes das licenças
ambientais, supervisionando a implementação das ações propostas nos
programas e planos ambientais, e sugerindo as devidas adequações para
atendimento às condicionantes das licenças ambientais.
- Emissão de relatórios de atendimento às condicionantes do PBA, de acordo
com a periodicidade recomendada pelo órgão responsável, descrevendo as
atividades, condições da obra e o andamento dos programas e planos
ambientais deste PBA.
Responsabilidade pelo Plano
A implementação do Plano de Gestão Ambiental é de responsabilidade do
empreendedor e das empresas contratadas para as atividades relacionadas.
Sinergia com outros programas, subprogramas e/ou planos
ambientais
O Plano de Gestão Ambiental se relaciona com todos os programas e planos
ambientais, definindo e repassando as diretrizes e critérios a serem utilizados no
gerenciamento ambiental, recebendo informações, analisando e orientando
procedimentos adicionais para a efetiva articulação e inter-relação entre eles, e para
a consecução das metas estabelecidas.
Detalhamento do Plano de Acompanhamento e Monitoramento do
Plano
307
PCH TIBAGI MONTANTE Projeto Básico Ambiental - PBA
O Acompanhamento e Monitoramento será feito através de entrega de
relatórios trimestrais ao empreendedor, onde constarão as atividades desenvolvidas.
Além disso, serão enviados relatórios semestrais ao órgão ambiental.
308
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
Cronograma do Plano de Gestão Ambiental
Antes da construção Construção Operação
Plano Atividades ‐7 ‐6 ‐5 ‐4 ‐3 ‐2 ‐1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
Plano de Gestão Ambiental
Interlocução com os órgãos ambientais
Reuniões com os agentes envolvidos
Monitoramento e fiscalização das atividades
Análise dos relatórios
Relatório de Acompanhamento
OBS: Na Fase Reservatório, as atividades de gestão ambiental se estenderão conforme cronograma dos programas a serem implementados nesta fase. Legenda Mobilização Início da obra Desvio do Rio
Pedido de Licença de Operação
Enchimento e Entrada em operação da 1ª máquina
Entrada em operação da 2ª máquina
Entrada em operação da 3ª máquina
309
UHE Tibagi Montante Projeto Básico Ambiental - PBA
6.4 PLANO DE AÇÃO EMERGENCIAL - PAE
Considerações Iniciais
O Plano de Ação Emergencial - PAE atende à condicionante 1 da LP n°
37682 IAP, que estabelece: “Apresentar o Plano Básico Ambiental – PBA com
todos os programas e projetos propostos no EIA/RIMA, com as respectivas ARTs
ou Comprovante de registro profissional dos responsáveis pela elaboração dos
planos, programas, projetos, cronograma físico-financeiro e monitoramento
proposto, com ênfase nas sugestões para compensar, mitigar ou potencialize os
impactos ambientais observados no EIA/RIMA”. Atende também a condicionante
nº 2: “Apresentar o Plano de Ação Emergencial – PAE do empreendimento, em
especial do barramento, contemplando também análise da população instalada
em condição de potencial risco à jusante da barragem até a localização do
próximo aproveitamento hidrelétrico”.
O PAE é apresenta na sua integra (incluindo ART) no Anexo 06.
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