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Processes matters: the case of the Piracicaba Technological Park, SP, Brazil. Weber Antônio Neves do Amaral* Flavio Castelar** Abstract This paper describes the multitude of processes associated with the creation of the Piracicaba Technological Park, in the State of Sao Paulo, Brazil. The processes started in 2006 with the first consultation Workshop for lauching a regional ethanol business cluster, named as APLA (Ethanol Business Cluster of Piracicaba region). Its mains objectives were bringing together the different players of chain, adding value to its products and services, while promoting technological innovations and competitiveness for its stakeholders. In 2008, APLA led a new consultation process started in Piracicaba region for the creation of a Technological Park, as part of the State of Sao Paulo policies for supporting the creation of Technological Parks. The consultation process raised awareness, contributed for the engagement and commitment of additional stakeholders, particularly from Universities and Research Organizations, policy makers and government officials from the city of Piracicaba. The definition of key strategic areas for a new Technological Park was made, based on priorities defined by private sector, academia and public sector stakeholders and a governance structure was discussed. The definition of priority areas was based on the offer and demand of technological services, existing capacities of these players, future trends and knowledge gaps. The areas of bioenergy, biofuels and bioproducts, the three bio-pillars of the Park, were chosen as priorities and therefore the main axes for attraction of companies and for the development of a new habitat for innovation. In 2011, a new city law from Piracicaba defined APLA as the Park private manager. In 2012, the Government of Sao Paulo officially recognized the Piracicaba Technological Park as part of its network of Technological Parks. By the beginning of 2013, the Park has already attracted more than 20 companies and became an important vector of the city development and soft lending environment for spin-offs and other start-ups associated with the 3 Bio-pillars. Key words: biofuels, bioenergy, bioproducts, consultation process, business cluster *Professor, ESALQ, USP, Piracicaba, SP, Brazil, phone: 55-19-21058652, Email: [email protected]; **Diretor Executivo, Parque Tecnologico de Piracicaba, Piracicaba, SP, Brazil, phone: 55-19- 3423-9500, Email: [email protected]

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Processes matters: the case of the Piracicaba Technological Park, SP, Brazil.

Weber Antônio Neves do Amaral*

Flavio Castelar**

Abstract

This paper describes the multitude of processes associated with the creation of the Piracicaba

Technological Park, in the State of Sao Paulo, Brazil. The processes started in 2006 with the first

consultation Workshop for lauching a regional ethanol business cluster, named as APLA (Ethanol

Business Cluster of Piracicaba region). Its mains objectives were bringing together the different

players of chain, adding value to its products and services, while promoting technological

innovations and competitiveness for its stakeholders. In 2008, APLA led a new consultation

process started in Piracicaba region for the creation of a Technological Park, as part of the State

of Sao Paulo policies for supporting the creation of Technological Parks. The consultation

process raised awareness, contributed for the engagement and commitment of additional

stakeholders, particularly from Universities and Research Organizations, policy makers and

government officials from the city of Piracicaba. The definition of key strategic areas for a new

Technological Park was made, based on priorities defined by private sector, academia and public

sector stakeholders and a governance structure was discussed. The definition of priority areas was

based on the offer and demand of technological services, existing capacities of these players,

future trends and knowledge gaps. The areas of bioenergy, biofuels and bioproducts, the three

bio-pillars of the Park, were chosen as priorities and therefore the main axes for attraction of

companies and for the development of a new habitat for innovation. In 2011, a new city law from

Piracicaba defined APLA as the Park private manager. In 2012, the Government of Sao Paulo

officially recognized the Piracicaba Technological Park as part of its network of Technological

Parks. By the beginning of 2013, the Park has already attracted more than 20 companies and

became an important vector of the city development and soft lending environment for spin-offs

and other start-ups associated with the 3 Bio-pillars.

Key words: biofuels, bioenergy, bioproducts, consultation process, business cluster

*Professor, ESALQ, USP, Piracicaba, SP, Brazil, phone: 55-19-21058652, Email: [email protected];

**Diretor Executivo, Parque Tecnologico de Piracicaba, Piracicaba, SP, Brazil, phone: 55-19-

3423-9500, Email: [email protected]

Processos são importantes: o caso do Parque Tecnológico de Piracicaba, SP, Brasil

Weber Antônio Neves do Amaral*

Flavio Castelar**

Resumo

Este artigo descreve os múltiplos processos envolvidos para a criação do Parque Tecnológico de

Piracicaba, no Estado de São Paulo, Brasil. A primeira etapa teve inicio com uma oficina de

consulta para a criação de um agrupamento de empresas associadas a cadeia sucro energética.

Este arranjo produtivo recebeu o nome de APLA – Arranjo Produtivo Local do Álcool da região

de Piracicaba. Os principais objetivos deste APL eram de atrair os diversos atores da cadeia, ao

mesmo tempo que promovesse inovações tecnológicas e aumento da competitividade de seus

associados. Em 2008, o APLA liderou um novo processo consultivo para a criação de um Parque

Tecnológico para a região de Piracicaba, como parte de uma política estadual de incentivo a

criação de Parques Tecnológicos em São Paulo. Este processo procurou despertar o interesse dos

diversos atores envolvido, atrair novos interessados, tais como Universidades e formuladores de

políticas públicas municipais. A definição de áreas prioritárias foi realizada, baseando-se na

oferta e demanda de serviços tecnológicos, nas capacidades existentes dos participantes, a partir

das prioridades estabelecidas pelos três grupos de atores principais: iniciativa privada, academia e

setor publico. As áreas prioritárias, da bioenergia, biocombustíveis e bioprodutos, se tornaram os

eixos de atuação do Parque, com estrutura de governança definida e investimentos necessários.

Em 2011, uma legislação municipal específica atribuiu ao APLA o papel de gestor privado do

Parque. Em 2012, o Estado de São Paulo reconheceu oficialmente o Parque Tecnológico de

Piracicaba. No inicio de 2013, o Parque já havia atraído mais de 20 empresas, e se tornou um

importante vetor para o desenvolvimento da cidade de Piracicaba e um importante habitat para

atração de empresas associados aos seus três eixos prioritários.

Palavras-chave: biocombustíveis, bioenergia, bioprodutos, processos de consulta, arranjo

produtivo

*PhD, Professor, ESALQ, USP, Piracicaba, SP, Brazil, telefone: 55-19-21058652, Email:

[email protected]; **Diretor Executivo, Parque Tecnológico de Piracicaba, Piracicaba, SP, Brasil,

telefone: 55-19-3423-9500, Email: [email protected]

1. Introdução

Parques Tecnológicos são empreendimentos voltados para atração e concentração de empresas

para o desenvolvimento de produtos e serviços de base tecnológica e inovação, envolvendo

diversos atores privados e públicos, empreendedores e financiadores de projetos, institutos de

ciência e tecnologia e formuladores de políticas públicas voltados para inovação (Zouain &

Plonski, 2006), criando ecossistemas complexos de interações e conexões entre estes diversos

elementos (Figura 1.).

Figura1: Ecossistemas de Parques Tecnológicos

Em 2007, uma equipe de profissionais (Amaral et al. 2007) elaborou o primeiro Projeto de

Ciência, Tecnologia e Inovação (C&T&I), visando a criação do Parque Tecnológico Piracicaba

(PTP). Abaixo são apresentados, os principais desenvolvimentos dentro do histórico do PTP.

Principais fases de desenvolvimento do PTP:

2007: A FAPESP financia um projeto para o desenvolvimento o primeiro estudo técnico

sobre a viabilidade de implantação do Parque Tecnológico Piracicaba (PTP);

• Universidades

• Centros de Pesquisa

• Laboratórios

Empresas de serviços

técnicos especializados

• Empresas de base

tecnológica

• PME

• Unidades de MNCIncubadora de empresas

de base tecnológica

Entidade Gestora do ParqueEmpresa de desenvolvimento

imobiliário do Parque

Laboratórios compartilhados

Infra-estrutura do parque

Hotel, Centros de Compras, Centros de Lazer e Esportes,

Condomínios Industriais, Escritórios, infra-estrutura TIC, infra-estrutura básica

(vias de acesso, eletricidade, saneamento).

Parque Tecnológico

• Políticas de apoio

• Incentivos fiscais

Sociedade

Governo

Sistema

Financeiro

• Capital Semente

• Capital de Risco

• Financiamento

Investimentos

Retorno

• Produtos Inovadores

• Geração de Empregos

• Necessidades

• Demandas

• Impostos

• Contribuições

Profissionais

spin-offs

Serviços

técnicos

2008: PTP foi reconhecido pelo Governo do ESP e pré-credenciado junto ao

Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec). Piracicaba cria a Lei

Complementar 223 – Programa PTP;

2009: Lei Municipal 10.175 – criando incentivos ao Parque Tecnológico,

FATEC se transfere para o Parque em agosto;

2010: Inauguração do IFSP (Inst. Fed. de Educação e Tec. de SP), início das

obras do Núcleo do Parque, nomeação do Comitê Gestor do Parque e

elaboração do projeto do PTP para a Secretaria de Desenvolvimento de SP, visando o

credenciamento do PTP dentro do Sistema Paulista de Parques Tecnológicos.

2011: Inauguração do núcleo e pedido de registro definitivo do Parque junto ao Governo

de São Paulo

2012: Credenciamento definitivo do PTP pelo Governo de São Paulo

2013: Consolidação do Parque, atração de empresas e projeto de expansão.

Este artigo descreve os processos envolvidos com: i) as diversas etapas para a criação do Parque

Tecnológico de Piracicaba, Estado de São Paulo, ii) a escolha dos eixos fundamentais do mesmo,

iii) o modelo de governança e iv) a definição da entidade gestora do Parque, refletindo a

importância destes processos para o pleno êxito e para a consolidação deste Parque, que se

encontra estabelecido e em pleno funcionamento desde janeiro de 2012.

2. Metodologia

Foram realizadas diversas Oficinas de consulta e iteração em meados de 2010 com o objetivo de

facilitar a troca de informações, promover o engajamento dos diversos atores da região de

Piracicaba (Figura 2.) para o desenvolvimento do projeto do Parque Tecnológico de Piracicaba, e

desta forma contribuindo para que todos os atores pudessem estar envolvidos com o projeto,

contribuindo para transparência e participação.

Figura.2: Etapas do Projeto

Dentro da metodologia proposta para condução dos trabalhos, foram mapeados os principais

sistemas ou elementos-chaves que deveriam ser envolvidos e seus papéis devidamente

entendidos, e suas interações identificadas (Figura 3.)

Revisão do Projeto do

Parque

Estudo de Viabilidade

Oficinas de Planejamento

1ª.Oficina de

Governança

2ª. Oficina de resultados da Revisão do

Projeto

3ª. Oficina Estudo de Viabilidade

Principais resultadosPlano de Negócios e

de Road Show

Figura 3. Parque Tecnológico Piracicaba e suas múltiplas interações

Considerando-se os estudos de benchmark e melhores práticas de experiências nacionais e

internacionais realizados, o projeto do Parque Tecnológico Piracicaba foi estruturado com a visão

de ocupação gradual de áreas caracterizada pelo multifuncionalidade típica de parques

tecnológicos de terceira geração, em torno de uma área localizada ao longo da Rodovia SP147 e

do Rio Piracicaba (com área de aproximadamente 200 mil metros quadrados), compreendendo

três glebas, de propriedade da Prefeitura Municipal de Piracicaba, da ESALQ - Universidade de

São Paulo e de uma entidade privada, caracterizando a articulação dos atores locais em torno do

projeto – sistema local de inovação.

Dentro deste contexto da multifuncionalidade do Parque, foram identificados espaços para

planejamento de três elementos básicos: uma área industrial, uma área institucional (educação

Demanda

Consumidores (demanda final)

Produtores (demanda intermediária)

Sistema Industrial

Condições de Estrutura

Ambiente financeiro; taxações e incentivos; propensão ao incentivo e empreendedorismo; mobilidade

Grandes companhias:

Braskem, Cosan, Dedini, Klabin, Petrobras, Siemens,

Votorantim, outras.Intermediários –

Institutos de Pesquisa e Brokers

Centro de Tecnologia

Canavieira – CTC

Instituto de Pesquisas e

Estudos Florestais – IPEF

Canagro José Coral

PMEs maduras:

Marchiori; Motocana; Turbimaq; outras.

Novas empresas tecnológicas

Bioagri, Canaviallis, Fermentec, EsalqTec(incubadora), outras.

Educação e Pesquisa

Treinamento e Educação Profissional:

Senais, Etecs, Fatec.

Pesquisa e Educação Superior:

ESALQ/USP, CENA/USP, EEP, Faculdade

Anhanguera de Piracicaba, FATEP, FSDB, FIMI, UNIMEP

Setor Público de Pesquisa

IAC, IPT

Sistema Político

Governo:

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC

Secretaria Municipal de Desenvolvimento

Econômico de Piracicaba -SEMDEC

Prefeitura Municipal de Piracicaba

Secretaria Municipal de Trabalho e Renda - SEMTRE

Estrutura de Governança

Políticas de P&D

Estrutura de Fomento e Suporte

Bancos, Capital de Risco:

BNDES, FINEP, Banco do Brasil

Direito Intelectual de Propriedade e

Informação:

Unidade de Negócios

Suporte à negócios:

SEBRAE

Normas e padrões:

INMETRO

Suporte à Pesquisa e Inovação

Tecnológica

FAPESP, CNPq

+

+

+ + + +

+

+

+

+

técnica, laboratórios e apoios) e uma área de desenvolvimento habitacional de média, alta e baixa

densidade, os quais se articulam entre si a partir das múltiplas instituições e empresas envolvidas

com o Parque.

3. Resultados e discussão

3.1. Visão, missão e eixos estratégicos

Uma discussão fundamental para a definição da estratégia do PTP foi sobre a necessidade de

definição da Visão e Missão do Parque (Figura 4), que foi preparada a partir das contribuições

dos participantes da 1ª Oficina de Governança.

Figura 4. Visão e Missão do PTP

Nas figuras abaixo, são apresentadas as principais conclusões sobre os principais pilares do

Parque (Figura 5.) e as oportunidades para desenvolvimento de projetos estratégicos dentro do

PMP pelas empresas e instituições participantes (Figura 6.).

Visão 2050

Ser liderança mundial em inovação tecnológica sustentável na área de bioenergia e

bioprodutos.

Missão

Criar ambiente empreendedor e prover infra-estrutura para o desenvolvimento de parcerias

e negócios sustentáveis de base tecnológica, voltados para as cadeias de bioenergia e

bioprodutos, de maneira a contribuir para melhoria da qualidade de vida e de renda.

Figura 5. Os três Bio Pilares do Parque

Figura 6. Mapeamento das principais linhas para desenvolvimento de projetos estratégicos – eixos

estratégicos

Dentro destes eixos estratégicos, definiu-se que o Parque Tecnológico Piracicaba deveria ter as

seguintes características (Figura 7.), que o diferenciaria das outras iniciativas em andamento no

país, as quais potencializariam os impactos deste empreendimento de base tecnológica.

Bioenergia

Fontes de biomassa para múltiplos usos, co-geracao, combustível, etc

Biocombustíveis

Uso destas fontes como combustíveis para mobilidade sustentável e baixa pegada de

carbono

Bioprodutos

Novos produtos desenvolvidos a partir de conceitos de plantas industriais chamadas de

biorefinarias: gás de síntese, novas moléculas químicas, polímeros verdes, química fina, etc

Biomassa Conversão Industrial Co-geração

CANA-DE-AÇÚCAR, SOJA,

GIRASSOL, PALMA, ALGAS,

JATROPHA e MANDIOCA

• Técnicas para mapeamento de

solos agrícolas

• Desenvolvimento de novos

sistemas de plantio

• Desenvolvimento de sistemas

de colheita e processamento

• Melhoramento genético

• Técnicas para manejo de pragas

e nematóides

• Otimização de recursos hídricos

acumulados no solo

• Pesquisa sobre a utilização de

adubos modernos

• Pesquisa na interação entre

genótipo e ambiente

ETANOL

• Desenvolvimento de novos

sistemas e tecnologias

(hidrólise)

• Desenvolvimento de

técnicas de gaseif icação

• Substituição de insumos

químicos derivados do

petróleo por derivados da

cana

• Redução da produção de

vinhaça

BIODIESEL

• Desenvolvimento de rotas

de transesterif icação sem

glicerina

• Aproveitamento dos

subprodutos

• Melhoria de processos de

extração de óleo

• Desenvolvimento de novos

produtos

Serviços

• Inf ra-estrutura de transporte,

armazenagem e exportação

• Desenvolvimento de novas

técnicas (irrigação e ferti-

irrigação)

• Desenvolvimento de projetos

(crédito de carbono)

• Desenvolvimento de novos

produtos

• Utilização de biodigestores

• Pesquisas voltadas a práticas

sustentáveis

• Tecnologia computacional

• Captura de gás em aterro

sanitário

• Otimização do uso do álcool

combustível

• Utilização de insumos como

bagaço, palha, pontas, folhas,

co-produtos e vinhaça

• Produção de biogás a partir

da vinhaça

• Desenvolvimento de novos

processos

• Integração do excedente de

bioeletricidade produzida

pelas usinas com o sistema

hidroelétrico de potência

existente no país

• Desenvolvimento de novas

centrais elétricas

• Otimização energética das

usinas e destilarias

• Caldeiras de alta temperatura

Figura 7. Características fundamentais para competitividade do PTP

Entende-se que a adequada oferta de serviços dentro do PTP poderia contribuir para o sucesso do

Parque. Dentro dos serviços de laboratórios a serem ofertados, podemos destacar quatro

possibilidades principais, as quais deveriam ter modelos de gestão independentes e

preferencialmente estruturados pelos participantes do PTP (Figura 8.).

Figura 8. Exemplos dos principais serviços de laboratórios a serem ofertados

• Ser uma iniciativa de caráter estruturante

• Estar aberto a fazer parcerias com empresas e instituições, nacionais e

internacionais, para acesso e desenvolvimento tecnológico

• Ter amplitude e varredura ampla no tocante a alternativas tecnológicas, isto é, deve fomentar o desenvolvimento de múltiplas rotas tecnológicas, mesmo aquelas que

representem conceitos contraditórios entre si

• Ser ágil na contratação de recursos, avaliação de projetos e busca de competências

• Garantir a formação de massa crítica no tocante a competências-chave para o

desenvolvimento do setor de bioenergia e biocombustíveis nacional

Plantas Piloto

• Gaseif icador

• Outras possíveis plantas ou

laboratórios: processos

industriais em usinas;

pesquisas com vinhaça; uso

da água

• Consultoria em Sustentabilidade

• Avaliações para Créditos

de Carbono

• Elaboração de projetos para

captação de recursos junto à

Entidades

• Propriedade Intelectual

• Gestão de Projetos

• Captação de Recursos

• Desenvolvimento de mercado

• Promoção de negócios

• Comunicação e marketing

• Apoio em licenciamento ambiental

• Serviço jurídico para contratos de

P&D e patenteamento

• Emissão de laudos

• Certif icações

• Padronização

• Equipamentos focados em

P&D&I

• Análises sobre GEEs (Gases do

Efeito Estufa)

• Sequenciamento de DNA

Lab. de InovaçãoCertificação /

padronizaçãoOutros Serviços

O Parque poderá ofertar o uso de instalações para experimentos

Instalações e equipamentos públicos a serem locados para organizações

Parceiros terceirizados ofertarão serviços mais sofisticados

Parceiros terceirizados e o próprio Parque ofertarão serviços de apoio às organizações

• Laboratório de Biotecnologia

• Laboratório de Fermentação

• Laboratório para padronização e

metrologia de biocombustíveis

• Laboratório para teste de motores

• Laboratório de biocombustíveis

• Laboratório de co-produtos

• Laboratório de Sustentabilidade

• Laboratório de Novos Produtos

Laboratórios que poderiam ser operados pelo Parque ou por terceiros

3.2. Governança e gestão

Definiu-se que a estrutura de governança do Parque Tecnológico Piracicaba demandaria

competências técnicas específicas e extensa experiência das entidades co-gestoras que têm

interesse em projetos de diferentes complexidades, expertise e valor em regime de cooperação e

parcerias. Assim, a governança do Parque deveria ser participativa, e envolvendo diversos agentes

da sociedade no processo decisório para articulação de mecanismos de interesse em benefício da

sustentabilidade local e regional.

Após a revisão e debate de conceitos e modelos recomendáveis de gestão e boa governança do

Parque Tecnológico, foram avaliadas as diversas interações e articulações necessárias entre as

instituições de ensino e pesquisa, poder público e iniciativa privada para a formação de um

modelo a ser adotado em Piracicaba que possa privilegiar o relacionamento saudável entre seus

atores e que persiga o propósito de gerar oportunidades em diversas áreas de pesquisa,

desenvolvimento de produtos, negócios e serviços, inclusive os de consultoria e imobiliários.

Os cenários para o pleno funcionamento do Parque Tecnológico deverão passar por três ciclos

fundamentais: Implantação, Consolidação e Expansão, sendo que estes ciclos deverão ter uma

duração aproximada de cinco anos.

Foram discutidos as diferentes opções sobre a estrutura da Entidade Gestora para o Parque

Tecnológico Piracicaba e os modelos de gestão de outros parques tecnológicos no Brasil (Figura

9.).

Figura 9. Exemplos de modelos adotados pelos Parques Tecnológicos

Os resultados das dinâmicas realizadas, apontaram que um modelo de gestão deveria ter as

seguintes características:

Parques Gestoras Modelo adotado

São José dos Campos Associação Parque Tecnológico SJC Organização Social

CPQD - Campinas Fundação de Direito Privado

São Carlos Fundação Parque de Alta Tecnologia São Carlos Organização Social

Sapiens Parque Sapiens Parque S.A. Sociedade de Propósito Específico

Tecnopuc Agência de Gestão Tecnológica (AGT) Entidade privada sem fins lucrativos ligado à PUC-RS

• Gestão profissional e dedicada: operacional;

• Gestão público-privada que potencialize os benefícios para o desenvolvimento regional;

• Infraestrutura com modelo condominial;

• Entidade privada sem fins lucrativos pela facilidade em conseguir verbas, rapidez e

flexibilidade;

• Assembléia/conselho/diretoria;

• Gestão de uma presidência por um período por 5 anos;

• Gestão Participativa: formada por Conselho e Diretoria Executiva;

• Comitê: técnico científico

Usando-se as premissas acimas como norteadoras nos processos de consulta aos atores, o APLA

(Arranjo Produtivo Local do Álcool) foi escolhido a Entidade Gestora do Parque, durante o ciclo

de implantação do mesmo, exigindo porém uma alteração em seu estatuto social, visando conferir

a necessária autonomia e independência do Parque dentro da organizacional já estabelecida deste

Arranjo Produtivo (Figura 10.), e dentro de um modelo de governança participativo (Figura 11.).

Figura.10: Estrutura do APLA e do Parque Tecnológico

Comitê de Governança& Gestão

Cons. Superior

CONES Cons. Estratégico

DiretoriaExecutiva

COTCons. Técnico

Gestor

CDPCons. Delib. do Parque

GrupoAgrícola

ConselhoExecutivo

DiretorExecutivo

GrupoIndústria

GrupoLogística/Com.

• MDIC• Secretaria Estadual de

Desenvolvimento• Prefeitura• ORPLANA• ÚNICA• ADERP

Comitê de Tecnologia& Inovação

Figura 11. Modelo de Governança do Parque Tecnológico,

definindo a formação e as responsabilidades das principais entidades

3.3. Estrutura organizacional

Foi proposta uma estrutura organizacional que se iniciaria com 17 membros e poderia evoluir

junto com o desenvolvimento das atividades do PTP. Esta estrutura completa (Figura 12.)

contaria ainda com gerentes para 6 atividades principais: laboratórios, administração & finanças,

negócios, imobiliário, eventos e tecnologia & inovação.

Conselho Executivo

Comitê Tecn. &

Inovação

Comitê Gover. &Gestão

Diretor Executivo

Diretores de área

Formação Responsabilidades principais

• 1-5 representantes de entidades empresariais,

empresas e governo• 1-5 representantes de universidades e centros

de pesquisa

• Decisão por maioria

• Definir diretrizes de pesquisa• Aprovar projetos e alocação de orçamento

• Nomear Comitês e Diretor Executivo

• Representantes dos Parceiros tecnológicos

• Membros independentes/especialistas

• Programas e linhas de pesquisa

• Integração de programas

• Representantes do Governo, parceiros e

clientes

• Fiscalizar resultados e níveis de risco

• Liderar contratação de auditores• Contratação e remuneração de executivos

• Profissional de mercado, gestor de entidade

associativa, experiência com responsabilidade por resultados econômicos

• Propor estratégia e orçamento

• Gestão geral do Parque• Recomendar projetos

• Resultado do Parque

• Profissionais de mercado especializados nas

áreas (p.ex.eventos, admin/fin, laboratórios)• Resultados da área

Reuniões

mensais

Reuniões

semanais

ConselhoDeliberativodo Parque

Reuniões

anuais

• APLA, ACIPI, SIMESPI, COPLACANA, CIESP,

• CTC, ESALQ, FUMEP, UNIMEP, FATEC, IFSP, FATEP

• SDE-SP, SDE-PMP, SEMTRE-PMP, SMG-PMP

• 5 empresas indicadas pelo CDP e 1 incubada

• Aprovar orçamento anual

• Nomear conselheiros

Figura 12. Estrutura Organizacional do Parque Tecnológico Piracicaba – fase de Consolidação

A equipe inicial poderá contar com 3 conselheiros, 1 diretor, 3 gerentes e 10 analistas ou

auxiliares.

3.4. Modelo organizacional dos Laboratórios

Na fase de implantação do Parque, a estrutura organizacional dos laboratórios deveria se baseada

na atração de empresas que forneçam estes serviços especializados para as empresas instaladas no

Parque ou mesmo para a instalação de empresas que irão prestar estes serviços, visando evitar a

competição com a infra-estrutura já instalada na região, nas Universidades, Centros de Pesquisa e

empresas.

Progressivamente, deveram ser instalados laboratórios para prestação de serviços para todos os

membros do Parque, com aquisição de equipamentos e infraestrutura de uso comum, após

levantamento das demandas futuras das empresas instaladas no Parque.

Estrutura Organizacional

ConselhoDeliberativo

Tecnologia e Inovação

Admin e Finanças

Negócios

Conselho Executivo

Diretor Executivo

Laboratórios

• Bioreator E2G• Biotecnologia• Fermentação• Co-produtos• Biodiesel• Padronização e

metrologia• Motores

• Ass.Comunic& RH

• AssessoriaJuridica

Imobiliário

• Admin geral• Contabilidade e

finanças• Manutenção• Serviços gerais• Captação de

recursos• TI

• Planejamento estratégico

• Comercial• Marketing• Consultoria• Gestão da

Incubadora

• Novas incorporaçõees

• Aluguéis• Concessões

• Plano tecnológico

• Estudos avançados

• Redes temáticas

22

• Comitê de Tecnologia e

Inovação

• Comitê de Governança e

Gestão

Eventos

• Organização• Comercial

3.5. Modelo econômico

Quanto à operação e consolidação, seguida de expansão do Parque Tecnológico Piracicaba,

identificou-se que o Parque deveria buscar a auto-sustentabilidade econômica. Foi proposto um

modelo formado por uma Entidade Gestora, caracterizada como empresa privada sem fins

lucrativos, responsável pela gestão de Ciência e Tecnologia e pela administração do Parque, e por

uma Empresa de Desenvolvimento Imobiliário, caracterizada como empresa privada, responsável

pelo desenvolvimento e comercialização dos espaços e áreas do Parque (Figura 13).

Figura 13. Proposta de Modelo de Gestão

Conforme as análises efetuadas durante as oficinas e posteriormente, as principais fontes de

receita do parque deveriam envolver:

• Serviços Administrativos: taxa de condomínio/administração, aluguel

• Serviços de Gestão Estratégica: estruturação de projetos e pesquisa integrados

• Serviços de Consultoria: assessoria de marketing, comunicação, projetos de incubadoras

• Organização de Eventos: venda de espaços, divulgação, treinamentos, palestras e

simpósios

• Captação de Recursos: via fontes de fomento públicas e privadas

12

Entidade

Gestora

Gestão de

C&T&I

Gestão

Administrativa

Condôminos

Usuários

Empresa de

Desenvolvi-

mento

Imobiliário

• Recursos para compra

de espaços e imóveis

• Recursos para locação

de espaços e imóveis

• Taxa de atratividade - % dos

recursos obtidos com compra e

locação

• Taxa de administração – valor

mensal referente a prestação de

serviços de administração do

Parque

• Taxa de uso das instalações e

aparelhos do Parque

• Recebimento de royalties

• Doações (endowments).

As linhas gerais do modelo econômico sugeridas para o Parque Tecnológico Piracicaba (PTP)

deveriam contemplar:

O pagamento pelos condôminos, investidores ou usuários do Parque, da compra ou

locação de espaços e imóveis comercializados pela Empresa de Desenvolvimento

Imobiliário;

O pagamento pelos condôminos de uma taxa mensal, referente à prestação de serviços de

administração do Parque, para a Entidade Gestora;

O pagamento pelos condôminos e usuários de uma taxa de uso das instalações e

equipamentos comuns de propriedade do Parque, na medida da efetiva utilização dos

mesmos. Recomenda-se a definição de valores diferenciados para empresas que estejam

instaladas no Parque, que deverão ter condições mais vantajosas que as cobradas de

usuários não presentes no Parque;

O pagamento pela Empresa de Desenvolvimento Imobiliário de uma taxa de atratividade

para a Empresa Gestora. Uma vez que a Entidade Gestora é uma das principais

responsáveis por gerar, manter e renovar interesse das empresas de base tecnológica em se

instalarem e usarem o Parque como plataforma de desenvolvimento tecnológico, essa taxa

tem por objetivo alinhar, em parte, os interesses da Entidade Gestora com o sucesso

imobiliário do empreendimento. A taxa de atratividade deve representar um percentual da

receita obtida pela Empresa de Desenvolvimento Imobiliário com a venda e locação de

espaços do Parque.

Por fim, as modalidades principais de uso do Parque Tecnológico Piracicaba estão ilustradas na

Figura 14., a seguir:

Figura 14. Modalidades de uso do Parque Tecnológico Piracicaba

4. Conclusões

O Parque Tecnológico Piracicaba se constitui atualmente, após mais de 5 anos de processos de

consultas e iterações entre os principais grupos de interesse, um importante vetor para o

desenvolvimento regional, e contribui significativamente para o desenvolvimento de novos

produtos e serviços de base tecnológica nas áreas de bioenergia (incluindo biocombustíveis) e

bioprodutos, áreas de atuação definidas em processos de consulta, a partir da aptidão regional e

refletidas na visão e missão do Parque.

Os cenários para o pleno funcionamento do Parque Tecnológico incluem a atual fase de

Implantação (2012-2014), que teve início a partir das consultas realizadas em 2010 e descritas

neste artigo, o qual procurou evidenciar a importância de processos de consultas e discussões com

os atores chaves dentro da cadeia sucro energética. Como resultado destes processos, foi

recomendado como entidade gestora do Parque, o Arranjo Produtivo Local do Álcool (APLA),

que já possuía em seu estatuto social as atribuições para gestão deste tipo de empreendimento de

base tecnológica.

13

1 2 3 4 5

Contratação

de serviços

específicos

através do

Parque sob

demanda

Uso de

instalações

comuns e

aparelhos

técnicos do

Parque sob

demanda

Locação de

instalações /

escritórios no

Parque

Compra de

instalações /

escritórios

oferecidos

pelo Parque

Construção

de

instalações

próprias

com compra

de terrenos

no Parque

•Empresas

instaladas no

Parque têm

condições

especiais de

contratação

•Empresas

instaladas no

Parque têm

condições

especiais de

contratação

Modalidades de uso do Parque Tecnológico de Piracicaba

No inicio de 2013, o Parque já havia atraído mais de 20 empresas, e se tornou um importante

vetor para o desenvolvimento da cidade de Piracicaba e um importante habitat para atração de

empresas associados aos seus três eixos prioritários, biocombustíveis, bioenergia e bioprodutos.

5. Referência bibliográficas

Amaral, W. A. N. et. al. Projeto de C&T&I do Parque Tecnológico de Piracicaba. Relatório Final

FAPESP, São Paulo. 2007.

Zouain, Desirée Moraes; Plonski, Guilherme Ary. Parques Tecnológicos: Planejamento e Gestão.

Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreedimentos de Tecnologias Avançadas.

2006.