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Preste Aten ¸ c ˜ ao ` a PROFECIA DE DANIEL!

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Preste Atenção à Profecia de Daniel!

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Page 1: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

Preste Atencao aPROFECIA DEDANIEL!

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Preste Atencao aPROFECIA DEDANIEL!

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Preste Atencao aPROFECIA DEDANIEL!

Page 4: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

Creditos das fotos: ˇ Paginas 20-2: fundo: do livro The Coloured Ornament of All HistoricalStyles ˇ Paginas 20-1: todas as imagens: fotos tiradas por cortesia do British Museumˇ Pagina 22: a esquerda: Copyright do British Museum; a direita: foto tirada por cortesia doBritish Museum ˇ Pagina 66: Musee du Louvre, Paris ˇ Pagina 70: no meio, a esquerda:Copyright do British Museum; embaixo, a esquerda: reproducao de Allgemeine Geschichte inEinzeldarstellungen-Drittes Buch: Geschichte Babyloniens und Assyriens, 1885 ˇ Pagina 128:The Conquerors, de Pierre Fritel: do livro The Library of Historic Characters and Famous Events,Vol. III, 1895 ˇ Pagina 151: Charles & Josette Lenars/Corbis ˇ Pagina 153: Musei Capitolini,Roma ˇ Pagina 154: Culver Pictures ˇ Pagina 158: The Walters Art Gallery, Baltimoreˇ Pagina 162: ambas as imagens: Copyright do British Museum ˇ Pagina 174: GeorgeWashington: quadro de Gilbert Stuart/Dictionary of American Portraits/Dover; WoodrowWilson: cortesia da New York Historical Society/Dictionary of American Portraits/Dover;David Lloyd-George: Archive Photos; Winston Churchill: The Trustees of the Imperial WarMuseum (MH 26392); Franklin D. Roosevelt: Franklin D. Roosevelt Library ˇ Pagina 197:Soprintendenza Archeologica di Ostia ˇ Pagina 215: Copyright do British Museumˇ Pagina 216: Alinari/Art Resource, NY ˇ Pagina 217: no alto, a esquerda: Erich Lessing/ArtResource, NY; no alto, a direita: foto do Israel Museum/David Harris, �Israel AntiquitiesAuthority; embaixo, a direita: Copyright do British Museum ˇ Pagina 218: Copyright doBritish Museum ˇ Pagina 228: Ptolomeu II, Antıoco III e Ptolomeu VI: Copyright do BritishMuseum; Idfu, Egito: A. Bolesta/H. Armstrong Roberts; Seleuco I: Per gentile concessione dellaSoprintendenza archeologica delle Province di Napoli e Caserta ˇ Pagina 230: no centro, adireita: detalhe de Giovanni Battista Tiepolo, Queen Zenobia Addressing Her Soldiers, SamuelH. Kress Collection, Photograph � Board of Trustees, National Gallery of Art, Washingtonˇ Pagina 233: Museo della Civilta Romana, Roma ˇ Pagina 234: foto tirada por cortesiado British Museum ˇ Pagina 245: Napoleao: Giraudon/Art Resource, NY ˇ Pagina 246:Aureliano: cortesia do Classical Numismatic Group, Inc.; navio: The Complete Encyclopedia ofIllustration/J. G. Heck; Carlos Magno: Musee du Louvre, Paris; Augusto: Museo della CiviltaRomana, Roma ˇ Pagina 253: Giovanni Battista Tiepolo, Queen Zenobia Addressing HerSoldiers, Samuel H. Kress Collection, Photograph � Board of Trustees, National Gallery of Art,Washington ˇ Pagina 254: do livro Great Men and Famous Women ˇ Pagina 257: FranklinD. Roosevelt Library ˇ Pagina 258: no alto, a esquerda, no centro a esquerda, a segunda noalto, a direita e embaixo, a direita: do livro The War of the Nations ˇ Pagina 263: avioes, nofundo: foto da USAF; bandeira nazista: Bundesarchiv Koblenz; Pearl Harbor: foto do U.S. Armyˇ Pagina 268: no alto, a esquerda: do livro The War of the Nations; no centro, a direita:Corbis-Bettmann ˇ Pagina 271: no alto, a esquerda: desfile militar russo (2): Laski/Sipa Pressˇ Pagina 273: Zoran/Sipa Press

� 1999Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania

Associacao Torre de Vigia de Bıblias e TratadosTodos os direitos reservados

Preste Atencao a Profecia de Daniel!EDITORAS

Watchtower Bible and Tract Society of New York, Inc.Brooklyn, New York, U.S.A.

Associacao Torre de Vigia de Bıblias e TratadosRodovia SP-141, km 43, Cesario Lange, SP, 18285-901, Brasil

Edicao de 2012Esta publicacao nao e vendida. Ela faz parte de uma obra

educativa bıblica, mundial, mantida por donativos.A menos que haja outra indicacao, os textos bıblicos citados sao daTraducao do Novo Mundo das Escrituras Sagradas com Referencias.

Pay Attention to Daniel’s Prophecy!Portuguese (Brazilian Edition) (dp-T)

ISBN 85-7392-057-2Made in Brazil Impresso no Brasil

Page 5: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

CAP´ITULO P ´

AGINA

1 O livro de Daniel e voce 4

2 O livro de Daniel em julgamento 12

3 Provados, mas fieis a Jeova! 30

4 A ascensao e a queda duma enorme estatua 46

5 Sua fe sobreviveu ao crisol 68

6 Esclarecimento do misterio da grande arvore 82

7 Quatro palavras que mudaram o mundo 98

8 Salvo da boca dos leoes! 114

9 Quem governara o mundo? 128

10 Quem pode manter-se de pe contrao Prıncipe dos prıncipes? 164

11 Revelado o tempo da vinda do Messias 180

12 Fortalecido por um mensageiro de Deus 198

13 Dois reis em conflito 210

14 Os dois reis mudam de identidade 230

15 Os reis rivais chegam ao seculo 20 256

16 Os reis em conflito chegam ao seu fim 270

17 Identificacao dos verdadeiros adoradoresno tempo do fim 286

18 Jeova promete a Daniel uma recompensa maravilhosa 306

´INDICE

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UM REI poderoso ameaca executar seus sabios, porquenao conseguem revelar-lhe, nem interpretar, o sonhoenigmatico que teve. Tres jovens, que se negam a adoraruma enorme imagem, sao lancados numa fornalha supe-raquecida, mas sobrevivem. Em meio a uma celebracaofestiva, centenas de pessoas observam uma mao escreverpalavras misteriosas numa parede do palacio. Conspirado-res maus fazem com que um homem idoso seja lancadonuma cova de leoes, mas ele sai de la sem um arranhao.Um profeta de Deus nota numa visao quatro animais, e osignificado deles estende-se a milenios no futuro.

2 Esses sao apenas alguns dos relatos encontrados no li-vro bıblico de Daniel. Sera que merecem seria considera-cao? Que relacao poderia ter esse livro antiquıssimo comos nossos dias? Por que deverıamos preocupar-nos comacontecimentos que ocorreram ha uns 2.600 anos?

DANIEL — UM LIVRO ANTIGOPARA OS TEMPOS MODERNOS

3 Grande parte do livro de Daniel trata do tema do go-verno mundial, assunto que hoje e de preocupacao ma-xima. Quase todos concordarao que vivemos em temposdifıceis. Diariamente, as notıcias nos bombardeiam comlembretes sombrios de que a sociedade humana esta

1, 2. (a) Quais sao algumas das situacoes incomuns apresentadas nolivro bıblico de Daniel? (b) Nos nossos tempos modernos, que per-guntas surgem com respeito ao livro de Daniel?3, 4. Por que e justificavel que muitas pessoas se preocupem com ofuturo da humanidade?

CAP´ITULO UM

O LIVRO DE DANIELE VOC

ˆE

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afundando num atoleiro de problemas desconcertantes— e isso apesar de notaveis consecucoes na ciencia e na tec-nologia.

4 Considere o seguinte: o homem ja andou na Lua, masem muitos lugares nao consegue passear sem medo nasruas do seu proprio planeta. Ele pode equipar sua casa comtodo tipo de aparelhos modernos, mas nao consegue im-pedir a onda de famılias desfeitas. E pode introduzir a erada informacao, mas nao consegue ensinar as pessoas a vi-verem juntas em paz. Hugh Thomas, professor de Histo-ria, escreveu certa vez: “A difusao do conhecimento e daeducacao ensinou pouco a humanidade em materia de au-todomınio e menos ainda na arte de conviver com outroshomens.”

5 Na tentativa de estabelecer certa medida de ordem nasociedade, os homens se tem organizado em uma varieda-de de governos. Nenhum desses, porem, ficou eximido daveracidade da observacao do Rei Salomao: “Homem temdominado homem para seu prejuızo.” (Eclesiastes 4:1; 8:9)Naturalmente, alguns governantes tiveram ideias nobres.No entanto, nenhum rei, presidente ou ditador consegueacabar com as doencas e a morte. Nenhum humano podetransformar nossa Terra no Paraıso que Deus intencionouque ela fosse.

6 No entanto, o Criador tanto esta disposto a fazer issocomo e capaz de faze-lo. Ele nao precisa da permissaode governos humanos para realizar seu proposito, porquepara ele “as nacoes sao como uma gota dum balde; e fo-ram consideradas como a camada fina de po na balanca”.(Isaıas 40:15) Deveras, Jeova e o Governante Soberano doUniverso. Como tal, exerce uma autoridade muito supe-rior a dos governos humanos.

´E o Reino de Deus que subs-

5. Na maior parte, qual tem sido o resultado do governo humano?6. Por que Jeova nao precisa da cooperacao de governos humanospara realizar o que deseja?

6 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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tituira todos os governos humanos, para a bencao eternada humanidade. Em parte alguma isso talvez se torne maisclaro do que no livro bıblico de Daniel.

DANIEL — MUITO AMADO POR DEUS7 Jeova Deus tinha grande afeicao por Daniel, que

por muitos anos serviu-lhe como profeta. Deveras, o anjode Deus descreveu Daniel como “alguem muito deseja-vel”. (Daniel 9:23) O termo original, hebraico, traduzido“alguem muito desejavel”, pode significar “mui amado”,“querido” e ate “predileto”. Daniel era muito precioso aosolhos de Deus.

8 Consideremos brevemente a situacao ımpar desse pro-feta amado. Em 618 AEC, o rei babilonio Nabucodonosorsitiou Jerusalem. (Daniel 1:1) Pouco depois, certos jovensjudeus bem instruıdos foram levados a forca ao exılio emBabilonia. Entre eles estava Daniel. Na epoca, ele provavel-mente era adolescente.

9 Daniel e seus companheiros, Hananias, Misael e Aza-rias, estavam entre os hebreus escolhidos para receber tresanos de treinamento ‘na escrita e na lıngua dos cal-deus’. (Daniel 1:3, 4) Alguns eruditos acham que prova-velmente se tratava de mais do que apenas um curso paraaprender uma lıngua. Por exemplo, o Professor C. F. Keildeclara: “Daniel e seus companheiros deviam ser instruı-dos na sabedoria dos sacerdotes e dos eruditos caldeus, en-sinada nas escolas de Babilonia.” De modo que Daniel eseus companheiros estavam sendo treinados especialmen-te para servir no governo.

10 Que mudanca drastica na situacao de Daniel e de

7. Quem era Daniel, e como o encarava Jeova?8. Como Daniel chegou a estar em Babilonia?9. Que treinamento se deu a Daniel e a seus companheiros hebreus?10, 11. Com que desafios se confrontaram Daniel e seus companhei-ros, e que ajuda lhes deu Jeova?

O livro de Daniel e voce 7

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seus companheiros! Em Juda, eles haviam vivido entreadoradores de Jeova. Agora estavam cercados por pessoasque adoravam deuses e deusas mitologicos. No entanto, osjovens Daniel, Hananias, Misael e Azarias nao se deixaramintimidar. Estavam decididos — apesar dessa situacao quepunha sua fe a prova — a se apegar a adoracao verdadeira.

11 Isso nao seria nada facil. O Rei Nabucodonosor eraum devoto zeloso de Marduque, a principal deidade deBabilonia. As exigencias do rei as vezes eram totalmenteinaceitaveis para um adorador de Jeova. (Por exemplo, vejaDaniel 3:1-7.) No entanto, Daniel e seus companheiros ti-nham a infalıvel orientacao de Jeova. Durante os seus tresanos de treinamento, foram abencoados por Deus com“conhecimento e perspicacia em toda a escrita e sabedo-ria”. Alem disso, concedeu-se a Daniel a capacidade de en-tender o sentido de visoes e de sonhos. Mais tarde, quandoo rei foi examinar esses quatro jovens, ele os achou “dezvezes melhores do que todos os sacerdotes-magos e os con-juradores que havia em todo o seu domınio real”. — Da-niel 1:17, 20.

PROCLAMAC˜

AO DAS MENSAGENS DE DEUS12 No decorrer dos muitos anos que Daniel passou em

Babilonia, ele serviu como mensageiro de Deus para ho-mens tais como os reis Nabucodonosor e Belsazar. A tarefade Daniel era decisiva. Jeova permitira que Nabucodono-sor destruısse Jerusalem, usando-o como Seu instrumento.Com o tempo, Babilonia tambem seria destruıda. Deveras,o livro de Daniel magnifica a Jeova Deus como o Altıssimoe como o Governante “no reino da humanidade”. — Da-niel 4:17.

13 Daniel continuou no servico da corte por umas setedecadas, ate a queda de Babilonia. Viveu para ver muitos

12. Que tarefa especial tinha Daniel?13, 14. O que aconteceu com Daniel depois da queda de Babilonia?

8 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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judeus retornarem a sua patria, em 537 AEC, embora a Bı-blia nao diga que os tenha acompanhado. Ele estava bemativo pelo menos ate o terceiro ano do reinado do Rei Ciro,fundador do Imperio Persa. Naquela epoca, Daniel deviater quase 100 anos de idade!

14 Apos a queda de Babilonia, Daniel assentou por escri-to os acontecimentos mais significativos da sua vida. Seudocumento e agora uma parte notavel da Bıblia Sagrada ee conhecido como o livro de Daniel. Mas por que deverıa-mos prestar atencao a esse livro antigo?

DOIS ESTILOS DE ESCRITA, UMA S´

O MENSAGEM15 O livro ımpar de Daniel contem dois estilos de escrita

bem diferentes — um e narrativo, o outro e profetico. Am-bos os aspectos do livro de Daniel podem edificar a nossafe. Como? As partes de narrativa — que estao entre as maisvıvidas da Bıblia — mostram-nos que Jeova Deus abencoa-ra os que mantem a integridade para com ele e que cui-dara deles. Daniel e seus tres companheiros continuaramfirmes em face de provacoes que lhes ameacavam a vida.Hoje em dia, todos os que querem continuar leais a Jeovaserao fortalecidos por considerarem de perto o exemplodeles.

16 As partes profeticas de Daniel edificam a fe por mos-trar que Jeova sabe qual e o rumo da Historia com se-culos — mesmo milenios — de antecedencia. Por exemplo,Daniel fornece pormenores a respeito da ascensao e daqueda de potencias mundiais desde o tempo da antiga Ba-bilonia ate “o tempo do fim”. (Daniel 12:4) Daniel diri-ge nossa atencao para o Reino de Deus nas maos do SeuRei designado e dos “santos” associados, indicando que eo governo que durara para sempre. Esse governo cumprira

15. (a) Que dois estilos de escrita contem o livro bıblico de Daniel?(b) De que proveito pode ser para nos a parte narrativa de Daniel?16. Que licao aprendemos das partes profeticas de Daniel?

O livro de Daniel e voce 9

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plenamente o proposito de Jeova para com a nossa Terra eresultara na bencao de todos os que querem servir a Deus.— Daniel 2:44; 7:13, 14, 22.

17 Felizmente Jeova nao guarda para si o conhecimentode eventos futuros. Antes, ele e o “Revelador de segredos”.(Daniel 2:28) Ao considerarmos o cumprimento das profe-cias registradas no livro de Daniel, nossa fe nas promessasde Deus se fortalecera. Passaremos a ter cada vez mais cer-teza de que Deus cumprira seu proposito no tempo certo eexatamente da maneira que ele escolher.

18 Todos os que estudarem o livro bıblico de Danielcom coracao receptivo aumentarao em fe. Antes de em-preendermos um exame profundo desse livro, porem, pre-cisamos considerar a evidencia de que o livro e deverasautentico. O livro de Daniel tem sofrido ataques de crı-ticos que dizem que suas profecias foram na realidadeescritas depois do seu cumprimento. Justificam-se as afir-macoes desses cepticos? O proximo capıtulo tratara desseassunto.

17, 18. (a) Como se fortalecera nossa fe por examinarmos de pertoo livro de Daniel? (b) De que assunto se precisa tratar antes de em-preendermos um estudo desse livro profetico da Bıblia?

O QUE DISCERNIU?˙ Por que e o livro de Daniel para os tempos

modernos?˙ Como chegaram Daniel e seus companheiros a

entrar no servico governamental de Babilonia?˙ Qual era a tarefa especial de Daniel em

Babilonia?˙ Por que devemos prestar atencao a profecia de

Daniel?

10 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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IMAGINE que voce esteja num tribunal, presenciando umimportante julgamento. Um homem e acusado de fraude.O promotor insiste em que o homem e culpado. No entanto,o acusado ja por muito tempotem a reputacao de ser ıntegro.Nao estaria voce interessado em ouvir a evidencia apresenta-da pela defesa?

2 Voce esta numa situacao similar quando se trata do li-vro bıblico de Daniel. Seu escritor era um homem famosopela sua integridade. O livro que leva seu nome tem gozadode alta estima por milhares de anos. Apresenta-se como His-toria autentica, escrita por Daniel, profeta hebreu que viveudurante o setimo e o sexto seculo AEC. A cronologia bıblicaexata mostra que seu livro abrange o perıodo desde cerca de618 ate 536 AEC, e que estava terminado nesta ultima data.Mas o livro e alvo de acusacoes. Algumas enciclopedias eoutras obras de referencia dao a entender ou afirmam dire-tamente que ele e uma fraude.

3 Por exemplo, The New Encyclopædia Britannica admiteque antigamente o livro de Daniel era “de modo geral consi-derado como historia verıdica, contendo profecia genuına”.A Britannica afirma que na realidade, porem, Daniel “foi es-crito numa epoca posterior de crise nacional — quando osjudeus sofriam severa perseguicao sob [o rei sırio] Antıoco IVEpifanio”. A enciclopedia data o livro entre 167 e 164 AEC.Essa mesma obra afirma que o escritor do livro de Daniel nao

1, 2. Em que sentido o livro de Daniel e alvo de acusacoes, e por queacha voce importante considerar a evidencia em defesa dele?3. O que diz The New Encyclopædia Britannica a respeito da autenti-cidade do livro de Daniel?

CAP´ITULO DOIS

O LIVRO DE DANIELEM JULGAMENTO

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profetiza o futuro, mas simplesmente apresenta “eventosque para ele sao historia passada como se fossem profeciasde acontecimentos futuros”.

4 De onde surgiram tais ideias? A crıtica ao livro de Danielnao e novidade. Ela comecou la no terceiro seculo EC, comum filosofo de nome Porfırio. Assim como muitos outros noImperio Romano, ele se sentia ameacado pela influencia docristianismo. Escreveu 15 livros para minar essa “nova” re-ligiao. O 12.° foi dirigido contra o livro de Daniel. Porfıriodeclarou que o livro era uma falsificacao, escrita por um ju-deu no segundo seculo AEC. Ataques similares surgiram nosseculos 18 e 19. No conceito dos altos crıticos e dos raciona-listas, profetizar — predizer eventos futuros — e impossıvel.Daniel tornou-se um alvo favorito. Na realidade, ele e seu li-vro foram levados a julgamento em tribunal. Os crıticosafirmavam ter ampla prova de que o livro nao fora escritopor Daniel durante o exılio dos judeus em Babilonia, maspor outra pessoa seculos mais tarde.� Esses ataques torna-ram-se tao profusos, que um autor ate mesmo escreveu umadefesa, chamada de Daniel in the Critics’ Den (Daniel naCova dos Crıticos).

5 Ha alguma prova para as afirmacoes confiantes dos crı-ticos? Ou e a defesa apoiada pela evidencia? Ha muitoenvolvido nisso. Nao se trata apenas da reputacao desse livroantigo, mas envolve tambem o nosso futuro. Se o livro deDaniel for uma fraude, entao suas promessas quanto ao futu-

� Alguns crıticos procuram moderar a acusacao de falsificacao pordizer que o escritor usou Daniel como pseudonimo, assim como al-guns dos antigos livros nao canonicos foram escritos sob nomes fictı-cios. No entanto, Ferdinand Hitzig, crıtico da Bıblia, afirmou: “O casodo livro de Daniel, se for atribuıdo a outro [escritor], e diferente. Nes-se caso, torna-se uma escrita falsificada, e a intencao era enganar osleitores imediatos dele, mesmo que para o bem deles.”

4. Quando comecou a surgir crıtica ao livro de Daniel, e o que esti-mulou um criticismo similar nos seculos mais recentes?5. Por que e importante a questao da autenticidade de Daniel?

14 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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ro da humanidade, no melhor dos casos, sao apenas palavrasao vento. Mas, se contiver profecias genuınas, entao sem du-vida voce estara ansioso de saber o que elas significam paranos hoje em dia. Com isso em mente, examinemos algunsdos ataques lancados contra Daniel.

6 Por exemplo, veja a acusacao feita em The Encyclope-dia Americana: “Muitos pormenores historicos dos perıodosanteriores [tais como o do exılio babilonico] foram gran-demente distorcidos” em Daniel. Sera que e mesmo assim?Consideremos tres dos alegados erros, um por vez.

O CASO DO MONARCA QUE FALTA7 Daniel escreveu que Belsazar, um “filho” de Nabucodo-

nosor, governava como rei em Babilonia quando a cidade foiderrubada. (Daniel 5:1, 11, 18, 22, 30) Os crıticos por mui-to tempo atacaram esse ponto porque o nome de Belsazarnao era encontrado em parte alguma fora da Bıblia. Mas his-toriadores antigos identificavam Nabonido, um sucessor deNabucodonosor, como o ultimo dos reis babilonicos. Nesserespeito, em 1850, Ferdinand Hitzig disse que Belsazar obvia-mente era produto da imaginacao do escritor. Mas nao lheparece que a opiniao de Hitzig e um pouco precipitada? Afi-nal, sera que nao se mencionaresse rei — especialmente numperıodo sobre o qual os registros historicos admitidamenteeram escassos — prova realmente que ele nunca existiu? Dequalquer modo, em 1854 desenterraram-se alguns peque-nos cilindros de argila nas ruınas da antiga cidade babilonicade Ur, no que agora e o sul do Iraque. Esses documentoscuneiformes, do Rei Nabonido, incluıam uma oracao a fa-vor de “Bel-sar-ussur, meu filho mais velho”. Ate mesmo oscrıticos tiveram de concordar: esse era o Belsazar do livro deDaniel.

6. Que acusacao se lanca as vezes contra a historia contida em Daniel?7. (a) Por que as referencias de Daniel a Belsazar por muito tempoagradaram aos crıticos da Bıblia? (b) O que aconteceu com a ideia deque Belsazar era apenas um personagem fictıcio?

O livro de Daniel em julgamento 15

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8 No entanto, os crıticos nao ficaram satisfeitos. “Isso naoprova nada”, escreveu um deles, de nome H. F. Talbot. Elelevantou a acusacao de que o filho mencionado nessa inscri-cao podia ter sido apenas uma crianca, ao passo que Danielo apresenta como rei reinante. No entanto, apenas um anodepois de se publicarem as observacoes de Talbot, desen-terraram-se mais tabuinhas cuneiformes, que se referiam aBelsazar como tendo secretarios e domesticos. Portanto, elenao era uma crianca! Por fim, outras tabuinhas remataramo assunto, relatando que Nabonido passava anos a fio forade Babilonia. Essas tabuinhas mostravam tambem que, du-rante esses perıodos, ele ‘confiava o reinado’ de Babilonia aoseu filho mais velho (Belsazar). Nessas epocas, Belsazar erana realidade o rei — corregente de seu pai.�

9 Alguns crıticos, ainda insatisfeitos, queixam-se de que aBıblia nao chama a Belsazar de filho de Nabonido, mas simde Nabucodonosor. Alguns insistem em que Daniel nemmesmo faz alusao a existencia de Nabonido. No entanto, am-bas as objecoes nao resistem a exame. Parece que Nabonidocasou-se com a filha de Nabucodonosor. Isso faria de Belsa-zar o neto de Nabucodonosor. Nem a lıngua hebraica nem aaramaica tem palavras para “avo” ou “neto”; “filho de” podesignificar “neto de” ou mesmo “descendente de”. (Note Ma-teus 1:1.) Alem disso, o relato bıblico permite a identificacaode Belsazar como filho de Nabonido. Quando a ominosa es-

� Nabonido estava ausente quando Babilonia caiu. De modo queBelsazar e corretamente descrito como o rei naquela epoca. Os crıti-cos objetam, dizendo que os registros seculares nao atribuem a Belsa-zar o tıtulo oficial de rei. No entanto, evidencia antiga sugere que mes-mo um governador pode ter sido chamado de rei pelo povo naquelesdias.

8. Como foi provada veraz a descricao de Belsazar por Daniel, de queele era rei reinante?9. (a) Em que sentido Daniel talvez chamasse a Belsazar de filho deNabucodonosor? (b) Por que erram os crıticos ao afirmar que Danielnem mesmo faz alusao a existencia de Nabonido?

16 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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crita a mao na parede aterrorizou o desesperado Belsazar, eleofereceu o terceiro lugar no reino a quem soubesse decifraras palavras. (Daniel 5:7) Por que o terceiro e nao o segundo?Essa oferta da a entender que o primeiro e o segundo lugarja estavam ocupados. E realmente estavam — por Nabonidoe por seu filho, Belsazar.

10 De modo que a mencao de Belsazar por Daniel nao eevidencia de historia ‘muito distorcida’. Ao contrario, Daniel— embora nao escrevesse a historia de Babilonia — forneceuma visao mais detalhada da monarquia babilonica do queos antigos historiadores seculares, tais como Herodoto, Xe-nofonte e Beroso. Por que conseguiu Daniel registrar fatosque lhes escaparam? Porque ele estava la em Babilonia. Seulivro e obra duma testemunha ocular, nao dum impostor deseculos posteriores.

QUEM ERA DARIO, O MEDO?11 Daniel relata que, quando Babilonia foi derrubada, co-

mecou a governar um rei chamado “Dario, o medo”. (Daniel5:31) Ainda nao se encontrou o nome de Dario, o Medo, emfontes seculares ou arqueologicas. De modo que The NewEncyclopædia Britannica afirma que esse Dario e “um perso-nagem fictıcio”.

12 Alguns eruditos foram mais cautelosos. Afinal, os crıti-cos tambem chamavam antes a Belsazar de “fictıcio”. Semduvida, o caso de Dario mostrara ser similar. Tabuinhas cu-neiformes ja revelaram que Ciro, o Persa, nao assumiu logoapos a conquista o tıtulo de “Rei de Babilonia”. Um pes-quisador sugere: “Quem quer que levasse o tıtulo de ‘Rei de

10. Por que e o relato de Daniel sobre a monarquia babilonica maisdetalhado do que o de outros historiadores antigos?11. Segundo Daniel, quem era Dario, o Medo, mas o que se tem ditoa respeito dele?12. (a) Por que deveriam os crıticos da Bıblia saber que nao podemdeclarar categoricamente que Dario, o Medo, nunca existiu? (b) Quale uma possibilidade a respeito da identidade de Dario, o Medo, e queevidencia indica isso?

O livro de Daniel em julgamento 17

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Babilonia’ era um rei vassalo sob Ciro, nao o proprio Ciro.”Poderia ter sido Dario o nome ou tıtulo de governantedum poderoso oficial medo, encarregado de Babilonia? Al-guns sugerem que Dario pode ter sido um homem chamadoGubaru. Ciro empossou Gubaru como governador em Babi-lonia, e registros seculares confirmam que ele governou comconsideravel poder. Uma tabuinha cuneiforme diz que elenomeou subgovernadores de Babilonia.

´E interessante notar

que Daniel menciona que Dario designou 120 satrapas paragovernarem o reino de Babilonia. — Daniel 6:1.

13 Com o tempo talvez surja mais evidencia direta da iden-tidade exata desse rei. De qualquer modo, o aparente silencioda arqueologia nesse respeito dificilmente e motivo paraclassificar Dario de “fictıcio”, e muito menos para rejeitartodo o livro de Daniel como fraudulento.

´E muito mais ra-

zoavel encararo relato de Daniel como o de uma testemunhaocular com mais pormenores do que os registros secularesque sobreviveram.

O REINADO DE JEOIAQUIM14 Daniel 1:1 diz: “No terceiro ano do reinado de Jeoia-

quim, rei de Juda, chegou a Jerusalem Nabucodonosor, reide Babilonia, e passou a sitia-la.” Os crıticos tem questiona-do esse texto, porque nao parece concordar com Jeremias,que diz que o quarto ano de Jeoiaquim foi o primeiro ano deNabucodonosor. ( Jeremias 25:1; 46:2) Contradizia Daniel aJeremias? Com mais informacoes, esse assunto e logo escla-recido. Quando Jeoiaquim pela primeira vez foi constituıdorei pelo Farao Neco, em 628 AEC, ele se tornou um fantochedaquele governante egıpcio. Isso foi cerca de tres anos antesde Nabucodonosor suceder a seu pai no trono de Babilonia,em 624 AEC. Logo depois (em 620 AEC), Nabucodonosor in-

13. Qual e uma razao logica de Dario, o Medo, ser mencionado nolivro de Daniel, mas nao em registros seculares?14. Por que nao ha nenhuma discrepancia entre Daniel e Jeremiasquanto aos anos do reinado do Rei Jeoiaquim?

18 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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vadiu Juda e fez de Jeoiaquim um rei vassalo sob Babilonia.(2 Reis 23:34; 24:1) Para o judeu que vivesse em Babilonia, o“terceiro ano” de Jeoiaquim seria o terceiro ano de servicodesse rei como vassalo de Babilonia. Daniel escreveu desseponto de vista. Jeremias, porem, escreveu do ponto de vis-ta dos judeus que moravam la em Jerusalem. De modo quese referiu ao reinado de Jeoiaquim como tendo comecadoquando Farao Neco o fez rei.

15 Realmente, pois, essa alegada discrepancia so aumentaa evidencia de que Daniel escreveu seu livro em Babilonia,enquanto estava entre os judeus exilados. Mas ha outra gran-de lacuna nesse argumento contra o livro de Daniel. Lembre-se de que e evidente que o escritorde Daniel tinha disponıvelo livro de Jeremias e ate mesmo recorreu a ele. (Daniel 9:2)Se o escritor de Daniel fosse um falsificador engenhoso, con-forme os crıticos afirmam, sera que ele se arriscaria a contra-dizer uma fonte tao respeitada como Jeremias — e isso logono primeiro versıculo do seu livro? Claro que nao!

PORMENORES REVELADORES16 Deixemos agora de lado os pontos negativos e enfoque-

mos os positivos. Considere alguns outros pormenores nolivro de Daniel, que indicam que o escritor tinha conheci-mento de primeira mao dos tempos sobre os quais escreveu.

17 A familiaridade de Daniel com pormenores sutis, refe-rentes a antiga Babilonia, e evidencia convincente da au-tenticidade do seu relato. Por exemplo, Daniel 3:1-6 relataque Nabucodonosor mandou erigir uma enorme imagempara ser adorada por todo o povo. Arqueologos tem en-contrado outras evidencias de que esse monarca procurava

15. Por que e fraco o argumento que ataca a datacao encontrada emDaniel 1:1?16, 17. Como tem apoiado a evidencia arqueologica o relato de Da-niel sobre (a) Nabucodonosor erigir uma imagem religiosa para todoo seu povo adorar e (b) a atitude jactanciosa de Nabucodonosor refe-rente aos seus projetos de construcao em Babilonia?

O livro de Daniel em julgamento 19

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envolver mais o seu povo em praticas nacionalistas e religio-sas. De forma similar, Daniel registra a atitude jactanciosa deNabucodonosor referente aos seus muitos projetos de cons-trucao. (Daniel 4:30)

´E so nos tempos modernos que os

arqueologos tem confirmado que Nabucodonosor, de fato,foi responsavel por muitas das construcoes feitas em Babilo-nia. Quanto a jactancia — ora, o homem mandou que seunome fosse estampado nos proprios tijolos! Os crıticos deDaniel nao conseguem explicar como seu suposto falsifica-dor da epoca dos macabeus (167-163 AEC) podia ter sabidode tais projetos de construcao — uns quatro seculos depoisdestes e muito antes de os arqueologos os terem trazido a luz.

18 O livro de Daniel revela tambem algumas diferencas ba-

18. Como mostra ser exato o relato de Daniel a respeito das formasdiferentes de punicao sob o domınio babilonico e sob o domıniopersa?

(Embaixo)Cilindro de templobabilonico, quemenciona oRei Nabonido e seufilho Belsazar

(Em cima) Esta inscricao contem a jactanciade Nabucodonosor a respeito dos seusprojetos de construcao

20 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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sicas entre a lei babilonica e a medo-persa. Por exemplo, soba lei babilonica, os tres companheiros de Daniel foram lan-cados numa fornalha ardente por se recusarem a obedecer aordem do rei. Decadas mais tarde, Daniel foi lancado numacova de leoes por se negar a obedecer a uma lei persa, queviolava a sua consciencia. (Daniel 3:6; 6:7-9) Alguns tem ten-tado rejeitar o relato da fornalha ardente afirmando ser umalenda, mas arqueologos encontraram ate uma carta da anti-ga Babilonia que menciona especificamente essa forma depunicao. Para os medos e para os persas, porem, o fogo erasagrado. De modo que recorriam a outras formas horrendasde punicao. Por isso, a cova dos leoes nao e surpresa.

19 Surge outro contraste. Daniel mostra que Nabucodono-sor podia criar e mudar leis a vontade. Dario nao podia fazer

19. Que contraste entre os sistemas jurıdicos babilonico e medo-per-sa se torna claro no livro de Daniel?

Segundo a Cronicade Nabonido,o exercito de Ciroentrou emBabiloniasem luta

O livro de Daniel em julgamento 21

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nada para mudar ‘as leis dos medos e dos persas’ — nem mes-mo as decretadas por ele! (Daniel 2:5, 6, 24, 46-49; 3:10, 11,29; 6:12-16) O historiador John C. Whitcomb escreve: “A his-toria antiga confirma essa diferenca entre a Babilonia, ondea lei estava sujeita ao rei, e a Medo-Persia, onde o rei estavasujeito a lei.”

20 O relato emocionante sobre a festa de Belsazar, registra-do no capıtulo 5 de Daniel, e rico em pormenores. Pelo vis-to, comecou com uma animada refeicao e bastante bebida,pois ha diversas referencias a vinho. (Daniel 5:1, 2, 4) Deve-ras, entalhes em relevo de festas similares mostram apenas oconsumo de vinho. Aparentemente, o vinho era entao extre-mamente importante em tais festividades. Daniel mencionatambem que havia mulheres presentes nesse banquete — asesposas secundarias e as concubinas do rei. (Daniel 5:3, 23)

20. Que pormenores a respeito da festa de Belsazar mostram que Da-niel tinha conhecimento de primeira mao dos costumes babilonicos?

(`

A direita) O “RelatoVersificado de Nabonido”conta que Nabonidoconfiou o governo aoseu primogenito

(`

A esquerda) Registro babilonicoda invasao de Juda por

Nabucodonosor

22 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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Os arqueologos confirmam esse pormenor do costume ba-bilonico. A ideia de esposas participarem com homens numafestividade era objetavel aos judeus e aos gregos na era ma-cabeia. Esse talvez seja o motivo de as primeiras versoesda traducao de Daniel na Septuaginta grega omitirem a men-cao dessas mulheres.� No entanto, o suposto falsificador dolivro de Daniel teria vivido na mesma cultura helenizada(grega), e talvez ate mesmo durante a mesma era, em que seproduziu a Septuaginta!

21 Em vista desses pormenores, parece quase incrıvel quea Britannica descreva o autor do livro de Daniel como tendoapenas um conhecimento “limitado e inexato” dos temposdo exılio. Como poderia qualquer falsificador de seculos pos-teriores ter tido tanta familiaridade com os antigos costu-mes babilonicos e persas? Lembre-se tambem de que ambosos imperios entraram em declınio muito antes do segundoseculo AEC. Evidentemente, la naquele tempo nao havia ne-nhum arqueologo; nem se orgulhavam os judeus daquelaepoca de ter conhecimento de culturas e historia estrangei-ras. Somente Daniel, o profeta, testemunha ocular dos tem-pos e dos eventos que descreveu, pode ter escrito o livrobıblico que leva o seu nome.

A PROVAS EXTERNAS DE QUEDANIEL SEJA UMA FALSIFICAC

˜AO?

22 Um dos argumentos mais comuns contra o livro de Da-niel envolve seu lugar no canon das Escrituras Hebraicas.Os rabinos antigos organizaram os livros das Escrituras He-braicas em tres grupos: a Lei, os Profetas e os Escritos. Nao

� O hebraısta C. F. Keil escreve a respeito de Daniel 5:3: “A LXX omi-tiu aqui, e tambem no v. 23, a mencao de mulheres, segundo o cos-tume dos macedonios, dos gregos e dos romanos.”

21. Qual e a explicacao mais razoavel de Daniel ter tido profundo co-nhecimento dos tempos e dos costumes no exılio babilonico?22. Que afirmacao fazem os crıticos a respeito do lugar de Daniel nocanon das Escrituras Hebraicas?

O livro de Daniel em julgamento 23

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alistaram Daniel entre os Profetas, mas entre os Escritos. Issosignifica, argumentam os crıticos, que o livro nao deve tersido conhecido na epoca em que as obras dos outros profetasforam compiladas. Foi agrupado entre os Escritos suposta-mente porque esses foram compilados mais tarde.

23 No entanto, nem todos os pesquisadores da Bıblia con-cordam que os rabinos antigos tenham dividido o canon detal maneira rıgida ou que tenham excluıdo Daniel dos Pro-fetas. Nao obstante, mesmo que os rabinos tenham alistadoDaniel entre os Escritos, provaria isso que foi escrito numadata posterior? Nao. Eruditos de boa reputacao tem sugeridovarias razoes pelas quais os rabinos talvez tivessem excluı-do Daniel dos Profetas. Por exemplo, talvez o tivessem feitoporque o livro os ofendia ou porque achavam que o pro-prio Daniel era diferente dos outros profetas, por ter ocupadoum cargo secular num paıs estrangeiro. De qualquer modo,o que realmente importa e: os judeus antigos tinhamprofun-do respeito pelo livro de Daniel e o consideravam canonico.Alem disso, a evidencia sugere que o canon das Escrituras He-braicas foi encerrado muito antes do segundo seculo AEC.Simplesmente nao se permitiram acrescimos posteriores,nem de alguns livros escritos durante o segundo seculo AEC.

24´

E ironico que uma dessas obras posteriores, rejeitada, te-nha sido usada como argumento contra o livro de Daniel.O livro apocrifo de Eclesiastico, de Jesus Ben Sirac, evidente-mente foi composto por volta de 180 AEC. Os crıticos gostamde salientar que Daniel e omitido na longa lista de homensjustos no livro. Argumentam que Daniel nao deve ter sidoconhecido na epoca. Esse argumento e amplamente aceitoentre eruditos. Mas considere o seguinte: a mesma lista omi-te Esdras e Mordecai (ambos grandes herois aos olhos dos

23. Como era o livro de Daniel encarado pelos judeus antigos, e comosabemos isso?24. Como foi o livro apocrifo de Eclesiastico usado contra o livro deDaniel, e o que mostra que tal argumento e falho?

24 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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judeus pos-exılicos) e o bom Rei Jeosafa. De todos os juı-zes, menciona apenas Samuel.� Visto que esses homens saoomitidos numa lista que nao afirma ser exaustiva, ocorrendonum livro nao canonico, sera que temos de rejeitar a todoseles como fictıcios? A mera ideia disso e absurda.

TESTEMUNHO EXTERNO EM FAVOR DE DANIEL25 Voltemos de novo a atencao para os pontos positivos.

Sugeriu-se que nenhum outro livro das Escrituras Hebraicase tao bem atestado como o de Daniel. Para ilustrar isso: Jo-sefo, o famoso historiador judeu, atesta a sua autenticidade.Ele diz que Alexandre, o Grande, durante a guerra contra aPersia, no quarto seculo AEC, veio a Jerusalem, onde os sacer-dotes lhe mostraram uma copia do livro de Daniel. O proprioAlexandre chegou a conclusao de que as palavras da profeciade Daniel, que lhe foram mostradas, referiam-se a sua cam-panha militar envolvendo a Persia.� Isso teria sido cerca deum seculo e meio antes da “falsificacao” sugerida pelos crı-ticos. Naturalmente, os crıticos tem atacado Josefo referentea essa passagem. Tambem o atacam por ele ter mencionadoque algumas profecias no livro de Daniel se cumpriram. Noentanto, conforme observou o historiador Joseph D. Wilson,

� A lista inspirada do apostolo Paulo, de homens e mulheres fieis,mencionada em Hebreus, capıtulo 11, em contraste, parece aludiraos acontecimentos registrados em Daniel. (Daniel 6:16-24; Hebreus11:32, 33) No entanto, a lista do apostolo tampouco e exaustiva. Hamuitos, incluindo Isaıas, Jeremias e Ezequiel, que nao constam na lis-ta, mas isso dificilmente prova que eles nunca existiram.� Alguns historiadores mencionaram que isso explicaria por que

Alexandre foi tao bondoso para com os judeus, que eram de longadata amigos dos persas. Naquela epoca, Alexandre estava numa cam-panha para destruir todos os amigos da Persia.

25. (a) Como atestou Josefo a genuinidade do relato de Daniel?(b) Em que sentido se enquadra na Historia conhecida o relato de Jo-sefo a respeito de Alexandre, o Grande, e o livro de Daniel? (Veja asegunda nota de rodape.) (c) Como e o livro de Daniel apoiado pelaevidencia linguıstica? (Veja a pagina 26.)

O livro de Daniel em julgamento 25

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26 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

A questao da lınguaA ESCRITA do livro de Daniel foi concluıda por volta de536 AEC. Foi escrito na lıngua hebraica e na aramaica, comumas poucas palavras gregas e persas. Essa mistura de lın-guas e incomum, mas nao sem precedentes nas Escrituras.O livro bıblico de Esdras tambem foi escrito em hebraico e emaramaico. No entanto, alguns crıticos insistem em dizer que oescritor de Daniel usou essas lınguas dum modo que provaque ele escreveu numa data posterior a 536 AEC. Um crıtico,amplamente citado, diz que o uso de palavras gregas em Da-niel exige uma data posterior para a escrita dele. Afirma queo hebraico apoia tal data posterior e que o aramaico pelo me-nos a permite — mesmo uma tao recente como o segundo se-culo AEC.

No entanto, nem todos os linguistas concordam com isso.Algumas autoridades disseram que o hebraico de Daniel e si-milar ao de Ezequiel e de Esdras, e diferente do encontradoem obras apocrifas posteriores, tais como Eclesiastico. Quan-to a Daniel usar o aramaico, considere dois documentos en-contrados entre os Rolos do Mar Morto. Esses tambem estaono aramaico e datam do primeiro e do segundo seculo AEC— pouco depois da suposta falsificacao de Daniel. Mas os eru-ditos notaram uma grande diferenca entre o aramaico nessesdocumentos e o encontrado em Daniel. De forma que algunssugerem que o livro de Daniel deve ser seculos mais velho doque seus crıticos afirmam.

Que dizer das “problematicas” palavras gregas em Daniel?Descobriu-se que algumas delas sao persas, e de forma algu-ma gregas! As unicas palavras ainda consideradas gregas saoos nomes de tres instrumentos musicais. Sera que a presen-ca dessas tres palavras realmente exige que se atribua a Da-niel uma data posterior? Nao. Arqueologos descobriram quea cultura grega ja exercia influencia seculos antes de a Greciase tornar potencia mundial. Alem disso, se o livro de Danieltivesse sido escrito durante o segundo seculo AEC, quandoa cultura e a lıngua grega predominavam, sera que conte-ria apenas tres palavras gregas? Dificilmente.

´E provavel que

contivesse muito mais. De modo que a evidencia linguısticarealmente apoia a autenticidade de Daniel.

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“[Josefo] provavelmente sabia mais sobre o assunto do quetodos os crıticos do mundo”.

26 A autenticidade do livro de Daniel recebeu ainda maisapoio com a descoberta dos Rolos do Mar Morto nascavernas de Qumran, em Israel. O que surpreende e que nu-merosos rolos e fragmentos entre os achados, descobertosem 1952, sao do livro de Daniel. O mais antigo foi datado dofim do segundo seculo AEC. Portanto, ja naquela epoca, o li-vro de Daniel era bem conhecido e amplamente respeitado.The Zondervan Pictorial Encyclopedia of the Bible (A Enciclo-pedia Pictorica da Bıblia, da Zondervan) observa: “A datacaomacabeia de Daniel tem de ser abandonada agora, nem queseja por ser impossıvel que tenha havido um intervalo sufi-ciente entre a composicao de Daniel e seu aparecimento naforma de copias na biblioteca duma seita religiosa dos maca-beus.”

27 No entanto, ha uma confirmacao muito mais antiga emais confiavel para o livro de Daniel. Um dos contempo-raneos de Daniel foi o profeta Ezequiel. Ele tambem serviucomo profeta durante o exılio babilonico. O livro de Eze-quiel menciona diversas vezes a Daniel por nome. (Ezequiel14:14, 20; 28:3) Essas referencias mostram que, mesmo du-rante a sua vida, no sexto seculo AEC, Daniel ja era bemconhecido como homem justo e sabio, digno de ser mencio-nado ao lado de Noe e de Jo, que temiam a Deus.

O MAIOR TESTEMUNHO28 No entanto, consideremos por fim a maior de todas as

testemunhas da autenticidade de Daniel — o proprio Jesus

26. Como os Rolos do Mar Morto tem apoiado a autenticidade do li-vro de Daniel?27. Qual e a evidencia mais antiga de que Daniel era uma pessoa real,bem conhecida durante o exılio babilonico?28, 29. (a) Qual e a prova mais convincente de todas, de que o livrode Daniel e autentico? (b) Por que devemos aceitar o testemunho deJesus?

O livro de Daniel em julgamento 27

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Cristo. Na sua consideracao dos ultimos dias, Jesus men-ciona “Daniel, o profeta”, e uma das profecias de Daniel.— Mateus 24:15; Daniel 11:31; 12:11.

29 Entao, se a teoria macabeia dos crıticos fosse correta,uma de duas coisas teria de ser verdade: ou Jesus foi enga-nado por essa falsificacao, ou ele nunca disse o que Mateusatribui a ele. Nenhuma dessas opcoes e viavel. Se nao pu-dermos confiar no relato evangelico de Mateus, entao comopodemos confiar nas outras partes da Bıblia? Se retirarmosessas sentencas, quais sao as outras palavras que tiraremos aseguir das paginas das Escrituras Sagradas? O apostolo Pauloescreveu: “Toda a Escritura e inspirada por Deus e proveitosapara ensinar, . . . para endireitar as coisas.” (2 Timoteo 3:16)Portanto, se Daniel foi uma fraude, entao Paulo foi outra!Sera que Jesus foi enganado? De forma alguma. Estava vivono ceu quando se escreveu o livro de Daniel. Jesus ate mes-mo disse: “Antes de Abraao vir a existencia, eu tenho sido.”( Joao 8:58) Dentre todos os humanos que ja viveram, Jesusseria a pessoa mais indicada para dar informacoes sobre aautenticidade de Daniel. Mas nao precisamos perguntar.Conforme ja vimos, o testemunho dele nao poderia ser maisclaro.

30 Jesus autenticou adicionalmente o livro de Daniel napropria ocasiao do seu batismo. Ele se tornou entao o Mes-sias, cumprindo uma profecia em Daniel a respeito das69 semanas de anos. (Daniel 9:25, 26; veja o Capıtulo 11 des-te livro.) Mesmo que fosse verdade que, segundo a teoria,Daniel foi escrito mais tarde, o escritor de Daniel ainda sabiao futuro com uns 200 anos de antecedencia. Naturalmente,Deus nao inspiraria um falsificador para proferir profeciasverdadeiras sob um nome falso. Nao, o testemunho de Jesuse aceito sinceramente por aqueles que sao fieis a Deus. Se to-dos os peritos, todos os crıticos do mundo, fossem unanimes

30. Como e que Jesus autenticou adicionalmente o livro de Daniel?

28 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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em denunciar a Daniel, o testemunho de Jesus mostraria queestao errados, porque ele e “a testemunha fiel e verdadeira”.— Revelacao (Apocalipse) 3:14.

31 Para muitos crıticos da Bıblia, nem mesmo esse tes-temunho basta. Depois de considerarmos cabalmente esseassunto, nao podemos deixar de nos perguntar se qualquermontante de evidencia os convenceria. Umprofessor da Uni-versidade de Oxford escreveu: “Nada se ganha com umamera resposta a objecoes, enquanto persistir o preconceitooriginal, de que ‘nao pode haver profecia sobrenatural’.” Demodo que o preconceito os cega. Mas essa e a escolha — e aperda — deles.

32 Que dizer de voce? Se puder compreender que nao hanenhum motivo valido para se duvidar da autenticidade dolivro de Daniel, entao esta pronto para uma empolgante via-gem de descobertas. Achara emocionantes as narrativas deDaniel, e fascinantes as profecias. O que e mais importante,vera a sua fe aumentar a cada capıtulo. Nunca lamentara terprestado detida atencao a profecia de Daniel!

31. Por que continuam muitos crıticos da Bıblia sem se convencer daautenticidade de Daniel?32. O que nos aguarda no estudo de Daniel?

O QUE DISCERNIU?

˙ De que foi acusado o livro de Daniel?

˙ Por que nao sao bem fundados os ataquesdos crıticos contra o livro de Daniel?

˙ Que evidencia apoia a autenticidade dorelato de Daniel?

˙ Qual e a prova mais convincente de que olivro de Daniel e autentico?

O livro de Daniel em julgamento 29

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A CORTINA se levanta no livro profetico de Daniel numaepoca de mudanca significativa no cenario internacional.A Assıria acabara de perder a sua capital, Nınive. O Egitoficara restrito a uma posicao de pouca importancia ao sulda terra de Juda. E Babilonia ascendia rapidamente comoa maior potencia na luta pelo domınio do mundo.

2 Em 625 AEC, o Farao Neco, do Egito, fez uma ul-tima tentativa de bloquear a expansao babilonica para osul. Para esse fim, levou seu exercito a Carquemis, situadaas margens da parte superior do rio Eufrates. A batalha deCarquemis, como passou a ser chamada, foi um aconteci-mento decisivo, historico. O exercito babilonico, lideradopelo prıncipe herdeiro Nabucodonosor, infligiu um golpedevastador as forcas do Farao Neco. ( Jeremias 46:2) Leva-do pelo ımpeto da sua vitoria, Nabucodonosor passou ra-pidamente pela Sıria e pela Palestina, e assim, para todosos efeitos, acabou com o domınio egıpcio nessas regioes.Sua campanha foi apenas interrompida temporariamentedevido a morte de seu pai, Nabopolassar.

3 No ano seguinte, Nabucodonosor — entao entroniza-do como rei de Babilonia — voltou de novo sua atencaopara as campanhas militares na Sıria e na Palestina. Foi du-rante esse perıodo que ele foi pela primeira vez a Jerusa-lem. A Bıblia relata: “Nos seus dias subiu Nabucodonosor,

1, 2. Que acontecimentos significativos serviram de preludio para orelato de Daniel?3. Qual foi o resultado da primeira campanha de Nabucodonosorcontra Jerusalem?

CAP´ITULO TR

ˆES

PROVADOS,MAS FI

´EIS A JEOV

´A!

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rei de Babilonia, e Jeoiaquim tornou-se assim seu servopor tres anos. No entanto, recuou e se rebelou contra ele.”— 2 Reis 24:1.

NABUCODONOSOR EM JERUSAL´EM

4 A expressao “por tres anos” e de interesse especial paranos, porque as palavras iniciais de Daniel dizem: “No ter-ceiro ano do reinado de Jeoiaquim, rei de Juda, chegou aJerusalem Nabucodonosor, rei de Babilonia, e passou a si-tia-la.” (Daniel 1:1) No terceiro ano do inteiro reinado deJeoiaquim, que reinou de 628 a 618 AEC, Nabucodonosorainda nao era o “rei de Babilonia”, mas era o prıncipe her-deiro. Em 620 AEC, Nabucodonosor obrigou Jeoiaquim apagar tributo. Mas Jeoiaquim revoltou-se depois de cercade tres anos. De modo que foi em 618 AEC, ou durante oterceiro ano do reinado de Jeoiaquim como vassalo de Ba-bilonia, que o Rei Nabucodonosor foi a Jerusalem pela se-gunda vez, para punir o rebelde Jeoiaquim.

5 O resultado do sıtio foi que, “com o tempo, Jeovaentregou-lhe na mao Jeoiaquim, rei de Juda, e parte dosutensılios da casa do verdadeiro Deus”. (Daniel 1:2) Jeoia-quim provavelmente morreu, ou assassinado ou numa re-volta, durante os primeiros estagios do sıtio. ( Jeremias22:18, 19) Em 618 AEC, seu filho de 18 anos, Joaquim,lhe sucedeu como rei. Mas o governo de Joaquim durouapenas tres meses e dez dias, e ele se rendeu em 617 AEC.— Note 2 Reis 24:10-15.

6 Nabucodonosor tomou como saque os utensılios sa-grados do templo em Jerusalem e “os levou a terra de Si-

4. Como se deve entender a expressao “no terceiro ano do reinado deJeoiaquim”, em Daniel 1:1?5. Qual foi o resultado da segunda campanha de Nabucodonosor con-tra Jerusalem?6. O que fez Nabucodonosor com os utensılios sagrados do temploem Jerusalem?

32 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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near, a casa de seu deus; e levou os utensılios a casa dotesouro de seu deus”, Marduque, ou Merodaque, em he-braico. (Daniel 1:2; Jeremias 50:2) Descobriu-se uma ins-cricao babilonica na qual Nabucodonosor e representadocomo dizendo a respeito do templo de Marduque: “Arma-zenei nele prata, e ouro, e pedras preciosas . . . e estabeleciali a casa do tesouro do meu reino.” Leremos mais sobre es-ses utensılios sagrados nos dias do Rei Belsazar. — Daniel5:1-4.

A ELITE DOS JOVENS DE JERUSAL´EM

7 Levou-se para Babilonia mais do que apenas os te-souros do templo de Jeova. O relato diz: “O rei disse en-tao a Aspenaz, seu principal oficial da corte, que trouxessealguns dos filhos de Israel, e da descendencia real, e dosnobres, mancebos em que nao houvesse nenhum defeito,mas que fossem de boa aparencia, e que tivessem perspi-cacia em toda a sabedoria, e que estivessem familiarizadoscom o conhecimento, e que tivessem discernimento da-quilo que se sabe, em que houvesse tambem a capacidadede estar de pe no palacio do rei.” — Daniel 1:3, 4.

8 Quem foram os escolhidos? Somos informados:“Aconteceu que havia entre eles alguns dos filhos de Juda:Daniel, Hananias, Misael e Azarias.” (Daniel 1:6) Isso lancaluz sobre a formacao de Daniel e de seus companheiros, deoutro modo pouco conhecida. Por exemplo, notamos queeles eram “filhos de Juda”, a tribo real. Quer tenham sidoda linhagem real, quer nao, e razoavel pensar que pelo me-nos eram de famılias de certa importancia e influencia.Alem de terem mente e corpo sadios, tinham perspica-cia, sabedoria, conhecimento e discernimento — tudo emuma idade suficientemente jovem para ser chamados de

7, 8. O que podemos deduzir de Daniel 1:3, 4 e 6 sobre a formacaode Daniel e de seus tres companheiros?

Provados, mas fieis a Jeova! 33

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“mancebos”, talvez no inıcio da adolescencia. Daniel eseus companheiros devem ter-se destacado — como a eli-te — entre os jovens em Jerusalem.

9 O relato nao nos diz quem eram os pais desses jo-vens. Nao obstante, parece certo de que eram pessoas pie-dosas, que haviam tomado a serio suas responsabilidadescomo pais. Considerando-se a decadencia moral e espiri-tual prevalecente em Jerusalem naquela epoca, em espe-cial entre ‘a descendencia real e os nobres’, e evidente queas qualidades excelentes de Daniel e de seus tres compa-nheiros nao existiam por acaso. Nem e preciso mencionarque deve ter sido aflitivo para os pais ver os filhos seremlevados para um paıs distante. Como teriam ficado orgu-lhosos se pudessem ter sabido o resultado disso! Como eimportante que os pais criem os filhos “na disciplina e naregulacao mental de Jeova”! — Efesios 6:4.

UMA BATALHA MENTAL10 A batalha para dominar a mente jovem desses exi-

lados comecou logo. Para certificar-se de que os adoles-centes hebreus seriam amoldados ao sistema babilonico,Nabucodonosor decretou que seus funcionarios ‘lhes ensi-nassem a escrita e a lıngua dos caldeus’. (Daniel 1:4) Naose tratava duma educacao comum. The International Stan-dard Bible Encyclopedia (Enciclopedia Bıblica Padrao Inter-nacional) explica que “abrangia o estudo do sumeriano,acadiano, aramaico . . . e de outros idiomas, bem comoa vasta literatura escrita neles”. “A vasta literatura” consis-tia em historia, matematica, astronomia e assim por dian-te. No entanto, “textos religiosos associados, tanto omina[agouros] como astrologia . . . desempenhavam um gran-de papel”.

9. Por que tudo parece indicar que Daniel e seus tres companheirostiveram pais tementes a Deus?10. O que se ensinou aos jovens hebreus, e com que finalidade?

34 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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11 Para que esses jovens hebreus adotassem completa-mente os costumes e a cultura da vida na corte babilonica,“o rei estipulou-lhes uma racao diaria das iguarias do rei edo vinho que bebia, sim, para que fossem nutridos por tresanos, para que no fim destes pudessem estar de pe peranteo rei”. (Daniel 1:5) Alem disso, “o principal oficial da cortefoi designar-lhes nomes. De modo que designou a Danielo nome de Beltessazar; e a Hananias, Sadraque; e a Misael,Mesaque; e a Azarias, Abednego”. (Daniel 1:7) Nos tem-pos bıblicos, era pratica comum alguem receber um novonome para marcar um acontecimento significativo na suavida. Por exemplo, Jeova mudou os nomes de Abrao e Sa-rai para Abraao e Sara. (Genesis 17:5, 15, 16) Um humanomudar o nome de outro e evidencia clara de que ele temautoridade ou domınio. Quando Jose se tornou adminis-trador de alimentos no Egito, Farao chamou-o de Zafena-te-Paneia. — Genesis 41:44, 45; note 2 Reis 23:34; 24:17.

12 No caso de Daniel e de seus tres amigos hebreus,a mudanca de nomes foi significativa. Os nomes que re-ceberam dos pais estavam em harmonia com a adoracaode Jeova. “Daniel” significa “Meu Juiz

´E Deus”. O signi-

ficado de “Hananias” e “Jeova Mostrou Favor”. “Misael”possivelmente significa “Quem

´E Semelhante a Deus?”.

“Azarias” significa “Jeova Ajudou”. Sem duvida, seus paistinham a fervorosa esperanca de que os filhos crescessemsob a orientacao de Jeova Deus, para se tornarem servosfieis e leais dele.

13 No entanto, os novos nomes dados aos quatro he-breus estavam todos intimamente associados com os dedeuses falsos, sugerindo que o verdadeiro Deus fora

11. Que medidas foram adotadas para garantir que os jovens hebreusfossem integrados na vida da corte babilonica?12, 13. Por que se pode dizer que a mudanca dos nomes dos jovenshebreus foi um esforco para minar sua fe?

Provados, mas fieis a Jeova! 35

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subjugado por tais divindades. Que esforcos insidiosospara minar a fe desses jovens!

14 O nome de Daniel foi mudado para Beltessazar, quesignifica “Protege a Vida do Rei”. Pelo visto, essa era umaforma abreviada duma invocacao a Bel, ou Marduque, odeus principal de Babilonia. Quer Nabucodonosor tenhatido parte na escolha do nome de Daniel, quer nao, or-gulhava-se de que era “segundo o nome de [seu] deus”.(Daniel 4:8) Hananias recebeu o nome de Sadraque, quealgumas autoridades acham ser um nome composto quesignifica “Ordem de Aku”. O interessante e que Aku era onome dum deus sumeriano. A mudanca do nome deMisael para Mesaque (possivelmente Mi·sha·aku) era apa-rentemente uma variante engenhosa de “Quem

´E Seme-

lhante a Deus?” para “Quem´

E o que Aku´

E?”. O nomebabilonico de Azarias era Abednego, provavelmente sig-nificando “Servo de Nego”. E “Nego” e uma variante de“Nebo”, nome duma divindade que varios governantesbabilonicos tambem levavam.

DECIDIDOS A PERMANECER FI´EIS A JEOV

´A

15 Os nomes babilonicos, o programa de reeducacao ea alimentacao especial — tudo isso foi uma tentativa naoso de integrar Daniel e os tres jovens hebreus no modo devida babilonico, mas tambem de afasta-los do seu proprioDeus, Jeova, e do seu treinamento e formacao religiosos.O que fariam esses jovens, confrontados com toda essapressao e tentacao?

16 O relato inspirado diz: “Daniel decidiu no coracaonao se poluir com as iguarias do rei e com o vinho quebebia.” (Daniel 1:8a) Embora Daniel fosse o unico men-

14. O que significam os novos nomes dados a Daniel e a seus trescompanheiros?15, 16. Com que perigos se confrontaram Daniel e seus companhei-ros e qual foi a sua reacao?

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cionado por nome, e evidente, em vista do que se se-guiu, que seus tres companheiros apoiaram a decisao dele.As palavras “decidiu no coracao” mostram que a instrucaoque Daniel recebeu dos pais e de outros la em casa haviatocado seu coracao. Um treinamento similar, sem duvida,orientou os outros tres hebreus nas suas decisoes. Isso ilus-tra amplamente o valor do ensino que damos aos filhos,mesmo quando parecem ser ainda jovens demais paraentender. — Proverbios 22:6; 2 Timoteo 3:14, 15.

17 Por que objetaram os jovens hebreus apenas as igua-rias e ao vinho, mas nao as outras provisoes? O motivodisso e claramente indicado pelo raciocınio de Daniel:“Nao se poluir.” Ter de aprender “a escrita e a lıngua doscaldeus”, e receber um nome babilonico, embora fosseobjetavel, nao necessariamente poluıa a pessoa. Considereo exemplo de Moises, quase mil anos antes. Embora fosse“instruıdo em toda a sabedoria dos egıpcios”, ele perma-neceu leal a Jeova. A educacao que recebeu dos pais deu-lhe uma base solida. Por conseguinte, “pela fe Moises,quando cresceu, negou-se a ser chamado filho da filha deFarao, escolhendo antes ser maltratado com o povo deDeus do que ter o usufruto temporario do pecado”. — Atos7:22; Hebreus 11:24, 25.

18 De que forma as provisoes do rei babilonico polui-riam esses jovens? Primeiro, as iguarias talvez incluıssemalimentos proibidos pela Lei mosaica. Por exemplo, os ba-bilonios consumiam animais impuros, proibidos aos israe-litas sob a Lei. (Levıtico 11:1-31; 20:24-26; Deuteronomio14:3-20) Segundo, os babilonios nao tinham por habi-to sangrar os animais abatidos antes de consumir a car-ne. Comer carne nao sangrada violaria diretamente a

17. Por que objetaram Daniel e seus companheiros apenas as provi-soes diarias do rei e nao as outras?18. De que forma as provisoes do rei poluiriam os jovens hebreus?

Provados, mas fieis a Jeova! 37

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lei de Jeova quanto ao sangue. (Genesis 9:1, 3, 4; Levıtico17:10-12; Deuteronomio 12:23-25) Terceiro, os adorado-res de deuses falsos costumam oferecer seu alimento aıdolos antes de come-lo numa refeicao em comum. Os ser-vos de Jeova nao queriam nada disso! (Note 1 Corıntios10:20-22.) Por fim, regalar-se com alimentos suculentos ebebida forte, dia apos dia, dificilmente seria saudavel parapessoas de qualquer idade, muito menos para os jovens.

19 Uma coisa e saber o que fazer, mas e bem diferenteter a coragem de faze-lo quando se sofre pressao ou ten-tacao. Daniel e seus tres amigos poderiam ter raciocina-do que, visto estarem longe dos pais e dos amigos, essesnao saberiam o que eles faziam. Poderiam tambem ter ra-ciocinado que se tratava duma ordem do rei e que parecianao haver alternativa. Alem disso, outros jovens sem du-vida aceitaram prontamente o que foi preparado para elese achavam que sua participacao era um privilegio, em vezde uma dificuldade. Mas tal raciocınio errado poderia le-var facilmente a armadilha dum pecado secreto, que e umlaco para muitos jovens. Os jovens hebreus sabiam que“os olhos de Jeova estao em todo lugar” e que “o proprioverdadeiro Deus levara toda sorte de trabalho a julgamen-to com relacao a toda coisa oculta, quanto a se e bom oumau”. (Proverbios 15:3; Eclesiastes 12:14) Que o procederdesses jovens fieis seja uma licao para todos nos.

A CORAGEM E A PERSISTˆENCIA COMPENSARAM

20 Tendo Daniel resolvido no coracao resistir as influen-cias corrompedoras, ele passou a agir em harmonia com asua decisao. “Ele persistiu em solicitar do principal oficialda corte que lhe permitisse nao se poluir.” (Daniel 1:8b)“Persistiu em solicitar” — e uma expressao digna de nota.

19. Como poderiam ter raciocinado os jovens hebreus, mas o que osajudou a chegar a conclusao certa?20, 21. Que acao tomou Daniel, e com que resultado?

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Na maioria das vezes, precisamos dum esforco persisten-te se esperamos ser bem-sucedidos em combater tentacoesou em vencer certas fraquezas. — Galatas 6:9.

21 No caso de Daniel, a persistencia teve resultado. “Porconseguinte, o verdadeiro Deus entregou Daniel a benevo-lencia e a misericordia perante o principal oficial da cor-te.” (Daniel 1:9) Nao era o caso de que as coisas saırambem para Daniel e seus companheiros por serem pessoasapresentaveis e inteligentes. Antes, foi por causa da ben-cao de Jeova. Daniel, sem duvida, lembrou-se do proverbiohebraico: “Confia em Jeova de todo o teu coracao e naote estribes na tua propria compreensao. Nota-o em todosos teus caminhos, e ele mesmo endireitara as tuas vere-das.” (Proverbios 3:5, 6) Seguir esse conselho trouxe deve-ras uma recompensa.

22 No comeco, o principal oficial da corte objetou:“Temo meu senhor, o rei, que estipulou vosso alimentoe vossa bebida. Entao, por que devia ele ver as vossas fa-ces abatidas em comparacao com os mancebos que sao damesma idade que vos, e por que devıeis tornar a minha ca-beca culpada perante o rei?” (Daniel 1:10) Essas eram ob-jecoes e temores legıtimos. O Rei Nabucodonosor nao iriaaceitar uma negativa como resposta, e o oficial dava-seconta de que sua “cabeca” estaria em perigo se agisse con-trario as instrucoes do rei. O que faria Daniel?

23 Foi aı que entraram em jogo a perspicacia e a sabe-doria. O jovem Daniel provavelmente se lembrava do pro-verbio: “Uma resposta, quando branda, faz recuar o furor,mas a palavra que causa dor faz subir a ira.” (Proverbios15:1) Em vez de insistir obstinadamente em que se lheconcedesse seu pedido e assim talvez induzir outros a fazer

22. Que objecao legıtima levantou o oficial da corte?23. Como mostrou Daniel perspicacia e sabedoria pelo proceder queadotou?

Provados, mas fieis a Jeova! 39

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dele um martir, Daniel deixou a questao de lado. Na oca-siao certa, dirigiu-se ao “encarregado”, que talvez estives-se mais disposto a permitir certa margem de acao, porquenao era diretamente responsavel ao rei. — Daniel 1:11.

PROPOSTA UMA PROVA DE DEZ DIAS24 Daniel propos ao encarregado uma prova, dizendo:

“Por favor, poe os teus servos a prova por dez dias, e deem-se-nos alguns legumes para comer e agua para beber; ecomparecam perante ti nossos semblantes e o semblantedos mancebos que comem as iguarias do rei, e faze com osteus servos segundo o que vires.” — Daniel 1:12, 13.

25 Dez dias a ‘legumes e agua’ fariam com que eles se pa-recessem mais ‘abatidos’ em comparacao com os outros?A palavra “legumes” traduz uma palavra hebraica que ba-sicamente significa “sementes”. Certas traducoes bıblicasem ingles a vertem como “pulse”, que e definido como“graos comestıveis de varias plantas leguminosas (taiscomo ervilhas, feijao e lentilhas)”. Alguns eruditos achamque o contexto indica uma alimentacao com mais do queapenas sementes comestıveis. Uma obra de referencia de-clara: “O que Daniel e seus companheiros pediram era asimples alimentacao vegetariana da populacao em geral,em vez de uma mais rica, com carne, da mesa real.” Demodo que os legumes podem ter incluıdo pratos nutriti-vos preparados com feijao, pepino, alho, alho-poro, len-tilhas, meloes, bem como cebolas e pao feito de diversoscereais. Certamente, ninguem chamaria isso de uma ali-mentacao de fome. Pelo visto, o encarregado entendeu aquestao. “Por fim os escutou com respeito a este assunto eos pos a prova por dez dias.” (Daniel 1:14) Com que resul-tado?

24. Que prova propos Daniel?25. O que provavelmente incluıam os “legumes” servidos a Daniel eseus tres amigos?

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26 “Ao fim dos dez dias seus semblantes tinham aspec-to melhor e mais cheio de carne do que todos os mance-bos que comiam as iguarias do rei.” (Daniel 1:15) Isso naodeve ser tomado como evidencia de que uma alimenta-cao vegetariana seja superior a outra mais rica, com carne.Dez dias e um perıodo muito curto para qualquer alimen-tacao produzir resultados tangıveis, mas nao e curto de-mais para Jeova realizar seu proposito. “A bencao de Jeova— esta e o que enriquece, e ele nao lhe acrescenta dor algu-ma”, diz a sua Palavra. (Proverbios 10:22) Os quatro jovenshebreus depositaram sua fe e confianca em Jeova, e elenao os abandonou. Seculos mais tarde, Jesus Cristo sobre-viveu 40 dias sem alimentacao. Nesse respeito, ele citou aspalavras encontradas em Deuteronomio 8:3, onde lemos:‘O homem nao vive somente de pao, mas o homem vivede toda expressao da boca de Jeova.’ O que se passou comDaniel e seus amigos e um exemplo classico disso.

PERSPIC´

ACIA E SABEDORIAEM VEZ DE IGUARIAS E VINHO

27 Os dez dias foram apenas uma prova, mas o resultadofoi bem convincente. “Portanto, o encarregado continuoua retirar deles as suas iguarias e seu vinho que se bebia e adar-lhes legumes.” (Daniel 1:16) Nao e difıcil de imaginaro que os outros jovens no programa de treinamento acha-vam de Daniel e de seus companheiros. Rejeitar todos osdias o banquete do rei em troca de legumes deve ter pare-cido tolo para eles. Mas grandes provas e provacoes aguar-davam os jovens hebreus, e essas exigiriam deles toda aatencao e sobriedade possıvel. Acima de tudo, o que lhesajudaria a passar por essas provas era sua fe e sua confian-ca em Jeova. — Note Josue 1:7.

26. Qual foi o resultado da prova de dez dias, e por que foi assim?27, 28. Em que sentido foi a alimentacao a que Daniel e seus tres ami-gos se sujeitaram uma preparacao para coisas maiores a frente?

Provados, mas fieis a Jeova! 41

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28 Pode-se ver a evidencia de que Jeova estava com es-ses jovens no que se diz a seguir: “No que se referia a estesmancebos, os quatro deles, a estes o verdadeiro Deus deuconhecimento e perspicacia em toda a escrita e sabedoria;e o proprio Daniel tinha entendimento de toda sorte devisoes e sonhos.” (Daniel 1:17) Para poderem enfrentar asdificuldades que ainda viriam, eles precisavam de mais doque forca fısica e boa saude. “Quando a sabedoria entrarno teu coracao e o proprio conhecimento se tornar agrada-vel a tua propria alma, guardar-te-a o proprio raciocınio,resguardar-te-a o proprio discernimento, para livrar-te domau caminho.” (Proverbios 2:10-12) Isso foi exatamente oque Jeova concedeu aos quatro jovens fieis, a fim de prepa-ra-los para o que os aguardava.

29 Declara-se que Daniel “tinha entendimento de todasorte de visoes e sonhos”. Nao foi no sentido de quese tornara paranormal.

´E interessante que Daniel, embora

considerado um dos grandes profetas hebreus, nunca foiinspirado para usar declaracoes tais como “assim disse oSoberano Senhor Jeova” ou “assim disse Jeova dos exer-citos”. (Isaıas 28:16; Jeremias 6:9) No entanto, foi somen-te sob a orientacao do espırito santo de Deus que Danielpode entender e interpretar visoes e sonhos, que revela-vam o proposito de Jeova.

POR FIM, A PROVA DECISIVA30 Os tres anos de reeducacao e preparacao terminaram.

Veio entao uma prova decisiva — uma entrevista com oproprio rei. “Ao fim dos dias que o rei dissera que os trou-xessem para dentro, o principal oficial da corte tambemos fez chegar perante Nabucodonosor.” (Daniel 1:18) Era aocasiao de os quatro jovens prestarem conta de si mesmos.

29. Por que foi Daniel capaz de ‘entender toda sorte de visoes e so-nhos’?30, 31. Como se mostrou proveitoso para Daniel e seus companhei-ros o proceder adotado por eles?

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Seria proveitoso para eles apegar-se as leis de Jeova em vezde ceder aos modos babilonicos?

31 “O rei comecou a falar com eles, e dentre todos elesnao se achou nenhum igual a Daniel, Hananias, Misael eAzarias; e eles continuaram de pe perante o rei.” (Daniel1:19) Que vindicacao plena do seu proceder nos tres anosanteriores! Nao fora loucura da parte deles apegar-se a umregime ditado pela sua fe e consciencia. Por serem fieis noque podia parecer o mınimo, Daniel e seus amigos foramabencoados com coisas maiores. O privilegio de “estar depe perante o rei” era o objetivo que todos os jovens noprograma de treinamento buscavam. A Bıblia nao diz seos quatro jovens hebreus foram os unicos escolhidos. Dequalquer modo, seu proceder fiel deveras lhes trouxe uma“grande recompensa”. — Salmo 19:11.

32 “Observaste o homem que e destro na sua obra?´

E pe-rante reis que ele se postara”, dizem as Escrituras. (Pro-verbios 22:29) De modo que Daniel, Hananias, Misael eAzarias foram escolhidos por Nabucodonosor para esta-rem de pe perante o rei, quer dizer, para fazerem parte dacorte real. Em tudo isso podemos notar a mao de Jeovamanobrando as coisas para que, por meio desses homensjovens — especialmente por meio de Daniel — se tornas-sem conhecidos aspectos importantes do proposito divi-no. Embora fosse uma honra ser escolhidos para fazerparte da corte real de Nabucodonosor, era uma honra mui-to maior ser usado de forma tao maravilhosa pelo Rei Uni-versal, Jeova.

33 Nabucodonosor logo descobriu que a sabedoria e aperspicacia que Jeova concedera aos quatro jovens hebreus

32. Por que se pode dizer que Daniel, Hananias, Misael e Azarias usu-fruıram um privilegio maior do que o de estar na corte do rei?33, 34. (a) Por que ficou o rei impressionado com os jovens he-breus? (b) Que licao podemos tirar do que se passou com os quatrohebreus?

Provados, mas fieis a Jeova! 43

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eram muito superiores as de todos os conselheiros e sabiosna sua corte. “Quanto a todo assunto de sabedoria e decompreensao sobre que o rei os consultou, ele ate chegoua acha-los dez vezes melhores do que todos os sacerdotes-magos e os conjuradores que havia em todo o seu domınioreal.” (Daniel 1:20) Poderia ser de outra maneira? Os “sa-cerdotes-magos” e os “conjuradores” baseavam-se na eru-dicao mundana e supersticiosa de Babilonia, ao passo queDaniel e seus amigos depositavam sua confianca na sabe-doria de cima. Simplesmente nao podia haver comparacao— nem disputa!

34 As coisas realmente nao tem mudado muito no decor-rer das eras. No primeiro seculo EC, quando a filosofia gre-ga e a lei romana estavam em voga, o apostolo Paulo foiinspirado a escrever: “A sabedoria deste mundo e tolice pe-rante Deus; porque esta escrito: ‘Ele apanha os sabios nasua propria astucia.’ E novamente: ‘Jeova sabe que os ra-ciocınios dos sabios sao futeis.’ Por isso, ninguem se jactedos homens.” (1 Corıntios 3:19-21) Hoje em dia, precisa-mos apegar-nos firmemente ao que Jeova nos ensinou enao nos deixar facilmente influenciar pelo encanto e peloresplendor do mundo. — 1 Joao 2:15-17.

FI´

EIS AT´E O FIM

35 A forte fe de Hananias, Misael e Azarias e dramatica-mente ilustrada no capıtulo 3 de Daniel, relacionada coma imagem de ouro erigida por Nabucodonosor na planıciede Dura, e a prova da fornalha de fogo. Esses hebreus te-mentes a Deus sem duvida continuaram fieis a Jeova ate asua morte. Sabemos isso porque o apostolo Paulo, sem du-vida, aludiu a eles ao escrever sobre os que, “pela fe, . . .pararam a forca do fogo”. (Hebreus 11:33, 34) Eles saoexemplos notaveis para os servos de Jeova, jovens e idosos.

35. Quanta informacao temos sobre os tres companheiros de Daniel?

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36 Quanto a Daniel, o versıculo final do capıtulo 1 diz:“Daniel continuou ate o primeiro ano de Ciro, o rei.”A Historia revela que Ciro derrubou Babilonia numa sonoite, em 539 AEC. Evidentemente, por causa da sua re-putacao e do seu destaque, Daniel continuou a servir nacorte de Ciro. Na realidade, Daniel 10:1 nos diz que, “noterceiro ano de Ciro, rei da Persia”, Jeova revelou a Danielum assunto digno de nota. Se ele era adolescente quandolevado a Babilonia, em 617 AEC, devia ter quase 100 anosde idade quando recebeu sua ultima visao. Que carreiralonga e abencoada de servico fiel a Jeova!

37 O capıtulo inicial do livro de Daniel conta mais doque a historia de quatro jovens fieis que suportaram comexito provas de fe. Mostra-nos como Jeova pode usara quem quiser para realizar seu proposito. O relato pro-va que, quando permitido por Jeova, aquilo que poderiaparecer uma calamidade pode servir a um proposito util.E diz-nos tambem que a fidelidade em coisas pequenaspode resultar em grande recompensa.

36. Que carreira notavel teve Daniel?37. Que licoes podemos tirar da consideracao do capıtulo 1 de Daniel?

O QUE DISCERNIU?˙ O que se pode dizer sobre a formacao de

Daniel e seus tres amigos jovens?˙ Como foi a boa criacao dos quatro jovens

hebreus posta a prova em Babilonia?˙ Como Jeova recompensou os quatro hebreus

pela sua atitude corajosa?˙ Que licoes podem os atuais servos de Jeova

aprender de Daniel e de seus tres compa-nheiros?

Provados, mas fieis a Jeova! 45

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PASSOU-SE uma decada desde que o Rei Nabucodonosortrouxe Daniel e outros dos “principais homens do paıs” deJuda para o cativeiro em Babilonia. (2 Reis 24:15) O jovemDaniel esta servindo na corte do rei quando surge uma si-tuacao de ameaca a vida. Por que deve interessar-nos isso?Porque a maneira em que Jeova Deus intervem no assuntonao so salva a vida de Daniel e de outros, mas fornece-nostambem uma visao da marcha das potencias mundiais naprofecia bıblica ate os nossos tempos.

UM MONARCA SE CONFRONTACOM UM PROBLEMA DIF

´ICIL

2 “No segundo ano do reinado de Nabucodonosor”, es-creveu o profeta Daniel, “Nabucodonosor teve sonhos; eseu espırito comecou a ficar agitado e ate seu sono se tor-nou algo alem dele”. (Daniel 2:1) Quem teve os sonhos foiNabucodonosor, o rei do Imperio Babilonico. Ele se tornouefetivamente governante mundial em 607 AEC, quandoJeova Deus lhe permitiu destruir Jerusalem e seu templo.No segundo ano do reinado de Nabucodonosor como go-vernante mundial (606/605 AEC), Deus deu-lhe um sonhoaterrorizante.

3 Esse sonho angustiou tanto a Nabucodonosor, quenao conseguiu dormir. Ele naturalmente estava ansioso de

1. Por que deve interessar-nos a situacao que surgiu uma decada de-pois de o Rei Nabucodonosor ter levado Daniel e outros ao cativeiro?2. Quando teve Nabucodonosor seu primeiro sonho profetico?3. Quem se mostrou incapaz de interpretar o sonho do rei, e comoreagiu Nabucodonosor?

CAP´ITULO QUATRO

A ASCENS˜

AO E A QUEDADUMA ENORME EST

´ATUA

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saber seu significado. Mas o poderoso rei se esquecera dosonho! De modo que convocou os magos, os conjuradorese os feiticeiros de Babilonia, e exigiu que lhe contassem osonho e o interpretassem. Essa tarefa era alem da capaci-dade deles. Seu fracasso enfureceu tanto a Nabucodonosor,que ele deu a ordem de que se “destruıssem todos os sabiosde Babilonia”. Esse decreto levaria o profeta Daniel face aface com o executor designado. Por que? Porque ele e seustres companheiros hebreus — Hananias, Misael e Azarias— estavam incluıdos entre os sabios de Babilonia. — Daniel2:2-14.

DANIEL VEM EM SOCORRO4 Depois de saber o motivo do decreto duro de Nabuco-

donosor, “Daniel entrou e solicitou ao rei que lhe dessetempo, especificamente para mostrar ao rei a propria in-terpretacao”. Isso foi concedido. Daniel voltou para casa, eele e seus tres amigos hebreus oraram, pedindo “misericor-dias da parte do Deus do ceu concernente a este segredo”.Numa visao, naquela mesma noite, Jeova revelou a Da-niel o segredo do sonho. Daniel disse com gratidao: “Sejabendito o nome de Deus de tempo indefinido a tempo in-definido, pois a sabedoria e o poder — pois a ele e quepertencem. E ele muda os tempos e as epocas, removen-do reis e estabelecendo reis, dando sabedoria aos sabiose conhecimento aos que tem discernimento. Ele revela ascoisas profundas e as coisas escondidas, sabendo o que hana escuridao; e com ele habita a luz.” Por receber tal pers-picacia, Daniel louvou a Jeova. — Daniel 2:15-23.

5 No dia seguinte, Daniel chegou-se a Arioque, chefe daguarda pessoal, que fora encarregado de destruir os sabios

4. (a) Como soube Daniel do conteudo do sonho de Nabucodono-sor e do seu significado? (b) O que disse Daniel a Jeova Deus emapreco?5. (a) Quando compareceu perante o rei, como Daniel deu credito aJeova? (b) Por que nos interessa hoje a explicacao de Daniel?

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de Babilonia. Ao saber que Daniel podia interpretar o so-nho, Arioque levou-o as pressas ao rei. Nao atribuindo omerito a si mesmo, Daniel disse a Nabucodonosor: “Hanos ceus um Deus que e Revelador de segredos, e ele fez sa-ber ao Rei Nabucodonosor o que ha de acontecer na partefinal dos dias.” Daniel estava pronto para revelar nao so ofuturo do Imperio Babilonico, mas tambem para fornecerum esboco dos acontecimentos mundiais desde os dias deNabucodonosor ate o nosso tempo, e mais alem. — Daniel2:24-30.

O SONHO RELEMBRADO6 Nabucodonosor escutou com atencao a explicacao de

Daniel: “Tu, o rei, estavas vendo, e eis uma enorme es-tatua. Esta estatua, que era grande e cujo esplendor eraextraordinario, erguia-se na tua frente, e sua aparencia eraatemorizante. Quanto a estatua, sua cabeca era de ourobom, seu peito e seus bracos eram de prata, seu ventre esuas coxas eram de cobre, suas pernas eram de ferro, seuspes eram parcialmente de ferro e parcialmente de argilamodelada. Estavas olhando ate que se cortou uma pedra,sem maos, e ela golpeou a estatua nos seus pes de ferro e deargila modelada, e os esmiucou. Nesta ocasiao, o ferro, aargila modelada, o cobre, a prata e o ouro foram juntos es-miucados e tornaram-se como a pragana da eira do verao,e o vento os levou embora, de modo que nao se achou ne-nhum traco deles. E no que se refere a pedra que golpeou aestatua, tornou-se um grande monte e encheu a terra intei-ra.” — Daniel 2:31-35.

7 Como Nabucodonosor deve ter ficado emocionado aoouvir Daniel revelar o sonho! Mas espere! Os sabios deBabilonia so seriam poupados se Daniel tambem inter-pretasse o sonho. Falando por si mesmo e pelos seus tres

6, 7. De que tratava o sonho que Daniel relembrou ao rei?

A ascensao e a queda duma enorme estatua 49

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amigos hebreus, Daniel declarou: “Este e o sonho, e nos di-remos a sua interpretacao perante o rei.” — Daniel 2:36.

UM REINO DE GRANDE DISTINC˜

AO8 “Tu, o rei, rei de reis, tu, a quem o Deus do ceu deu

o reino, a potencia, e o poderio, e a dignidade, e em cujamao, onde quer que habitem os filhos da humanidade, en-tregou os animais do campo e as criaturas aladas dos ceus,e a quem ele fez governante sobre todos eles, tu mesmo esa cabeca de ouro.” (Daniel 2:37, 38) Essas palavras aplica-vam-se a Nabucodonosor depois de Jeova o ter usado paradestruir Jerusalem, em 607 AEC. Isso se da porque os reisentronizados em Jerusalem eram da linhagem de Davi, orei ungido de Jeova. Jerusalem era a capital de Juda, o reinotıpico de Jeova Deus, representando a Sua soberania sobrea Terra. Esse reino tıpico de Deus deixou de existir quan-do a cidade foi destruıda em 607 AEC. (1 Cronicas 29:23;2 Cronicas 36:17-21) As sucessivas potencias mundiais, re-presentadas pelas partes metalicas da estatua, podiam en-tao exercer o domınio sobre o mundo sem a interferenciado reino tıpico de Deus. Nabucodonosor, como cabeca deouro, o metal mais precioso conhecido nos tempos anti-gos, teve a distincao de derrubar esse reino por destruir Je-rusalem. — Veja “Um rei guerreiro constroi um imperio”,na pagina 63.

9 Nabucodonosor, que reinou por 43 anos, encabecouuma dinastia que governou o Imperio Babilonico. Ela in-cluıa seu genro Nabonido e seu filho mais velho, Evil-Me-rodaque. Essa dinastia continuou por mais 43 anos, ate amorte de Belsazar, filho de Nabonido, em 539 AEC. (2 Reis25:27; Daniel 5:30) De modo que a cabeca de ouro, no so-nho da estatua, representava nao apenas Nabucodonosor,mas toda a linhagem governante de Babilonia.

8. (a) Quem ou o que era a cabeca de ouro conforme a interpretacaode Daniel? (b) Quando passou a existir a cabeca de ouro?9. O que representava a cabeca de ouro?

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10 Daniel disse a Nabucodonosor: “Depois de ti surgiraoutro reino, inferior a ti.” (Daniel 2:39) Um reino sim-bolizado pelo peito e pelos bracos de prata sucederia adinastia de Nabucodonosor. Uns 200 anos antes, Isaıas pre-dissera esse reino, mencionando ate mesmo o nome deseu rei vitorioso — Ciro. (Isaıas 13:1-17; 21:2-9; 44:24–45:7,13) Esse era o Imperio Medo-Persa. Embora a Medo-Persiadesenvolvesse uma grande civilizacao em nada inferior ado Imperio Babilonico, esse reino posterior e representadopela prata, um metal menos precioso do que o ouro. Erainferior a Potencia Mundial Babilonica por nao ter tido ahonra de derrubar Juda, o reino tıpico de Deus, com sua ca-pital em Jerusalem.

11 Uns 60 anos depois de interpretar o sonho, Daniel pre-senciou o fim da dinastia de Nabucodonosor. Daniel estavapresente na noite de 5/6 de outubro de 539 AEC, quandoo exercito medo-persa tomou a aparentemente inexpugna-vel Babilonia e executou o Rei Belsazar. Com a morte deBelsazar, a cabeca de ouro da estatua do sonho — o Impe-rio Babilonico — deixou de existir.

UM POVO EXILADO´E LIBERTADO POR UM REINO

12 A Medo-Persia substituiu o Imperio Babilonico comopotencia mundial dominante em 539 AEC. Dario, o Medo,aos 62 anos de idade, tornou-se o primeiro governanteda conquistada cidade de Babilonia. (Daniel 5:30, 31) Porpouco tempo, ele e Ciro, o Persa, reinaram juntos sobre oImperio Medo-Persa. Quando Dario faleceu, Ciro tornou-se o unico comandante do Imperio Persa. Para os judeus

10. (a) Como indicou o sonho de Nabucodonosor que a PotenciaMundial Babilonica nao duraria para sempre? (b) O que predisse oprofeta Isaıas a respeito do conquistador de Babilonia? (c) Em que sen-tido era a Medo-Persia inferior a Babilonia?11. Quando deixou de existir a dinastia de Nabucodonosor?12. Como foram os judeus exilados beneficiados pelo decreto emiti-do por Ciro em 537 AEC?

A ascensao e a queda duma enorme estatua 51

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em Babilonia, o reinado de Ciro significou o livramen-to do cativeiro. Em 537 AEC, Ciro emitiu um decreto quepermitiu que os exilados judeus em Babilonia voltassema sua patria, e que reconstruıssem Jerusalem e o templode Jeova. No entanto, nao se restabeleceu em Juda e emJerusalem o reino tıpico de Deus. — 2 Cronicas 36:22, 23;Esdras 1:1–2:2a.

13 O peito e os bracos de prata da estatua no sonho re-tratavam a linhagem dos reis persas, comecando com Ciro,o Grande. Essa dinastia durou mais de 200 anos. Acredita-se que Ciro tenha morrido durante uma campanha militarem 530 AEC. Dos cerca de 12 reis que o sucederam notrono do Imperio Persa, pelo menos 2 trataram o povo es-colhido de Jeova de modo favoravel. Um deles foi Dario I(persa) e o outro foi Artaxerxes I.

14 Dario I foi o terceiro na linhagem dos reis persas aposCiro, o Grande. Os dois que o precederam foram Cambi-ses II e seu irmao Bardiia (ou talvez um que se dizia mago,chamado Gaumata). Na epoca em que Dario I, tambemconhecido como Dario, o Grande, ascendeu ao trono em521 AEC, a obra da reconstrucao do templo em Jerusalemestava proscrita. Quando descobriu o documento com odecreto de Ciro, nos arquivos em Ecbatana, Dario fez maisdo que apenas eliminar a proscricao em 520 AEC. Ele for-neceu tambem fundos do tesouro real para a reconstrucaodo templo. — Esdras 6:1-12.

15 O proximo governante persa a ajudar nos esforcos derestauracao dos judeus foi Artaxerxes I, que sucedeu ao seupai Assuero (Xerxes I) em 475 AEC. Artaxerxes era cogno-minado Longımano, porque sua mao direita era maiscomprida do que a esquerda. Durante o 20.° ano do seu

13. O que retratavam o peito e os bracos de prata da estatua no so-nho de Nabucodonosor?14, 15. Que ajuda foi dada aos judeus por Dario, o Grande, e por Ar-taxerxes I?

52 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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reinado, em 455 AEC, ele comissionou seu copeiro judeu,Neemias, para ser governador de Juda e para reconstruir asmuralhas de Jerusalem. Essa acao marcou o inıcio das ‘se-tenta semanas de anos’, esbocadas no capıtulo 9 de Daniel,e fixou as datas para o aparecimento e a morte do Messias,ou Cristo, Jesus de Nazare. — Daniel 9:24-27; Neemias 1:1;2:1-18.

16 O ultimo dos seis reis que sucederam a Artaxerxes I notrono do Imperio Persa foi Dario III. Seu reinado terminouabruptamente em 331 AEC, quando sofreu uma terrıvelderrota diante de Alexandre, o Grande, em Gaugamela,perto da antiga Nınive. Essa derrota acabou com a PotenciaMundial Medo-Persa, simbolizada pela parte de prata daestatua do sonho de Nabucodonosor. A potencia que veioem seguida foi em alguns sentidos superior, mas em outrosfoi inferior. Isso se torna claro quando prestamos atencaoa interpretacao adicional do sonho de Nabucodonosor porDaniel.

UM REINO ENORME, MAS INFERIOR17 Daniel disse a Nabucodonosor que o ventre e as coxas

da imensa estatua constituıam “outro reino, um terceiro,de cobre, que [dominaria] sobre a terra inteira”. (Daniel2:32, 39) Esse terceiro reino viria depois da Babilonia e daMedo-Persia. Assim como o cobre e inferior a prata, essanova potencia mundial seria inferior a Medo-Persia pornao ser honrada com algum privilegio, como o de libertaro povo de Jeova. No entanto, o reino de cobre ‘domina-ria a terra inteira’, indicando que seria mais extenso do queBabilonia ou a Medo-Persia. O que confirmam os fatos daHistoria a respeito dessa potencia mundial?

16. Quando e com que rei terminou a Potencia Mundial Medo-Persa?17-19. (a) Que potencia mundial foi retratada pelo ventre e pelascoxas de cobre, e quao amplo foi seu domınio? (b) Quem era Alexan-dre III? (c) Como se tornou o grego uma lıngua internacional, e paraque era bem adequado?

A ascensao e a queda duma enorme estatua 53

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18 Pouco depois de herdar o trono da Macedonia em336 AEC, aos 20 anos de idade, o ambicioso Alexandre IIIempreendeu uma campanha de conquista. Devido aosseus exitos militares, passou a ser chamado de Alexandre, oGrande. Por obter uma vitoria apos outra, ele continuou aavancar no domınio persa. Quando derrotou Dario III nabatalha de Gaugamela, em 331 AEC, o Imperio Persa come-cou a entrar em colapso e Alexandre estabeleceu a Greciacomo a nova potencia mundial.

19 Apos a vitoria em Gaugamela, Alexandre passou atomar as capitais persas, Babilonia, Susa, Persepolis e Ecba-tana. Subjugando o restante do Imperio Persa, ele estendeusuas conquistas ate a

´India ocidental. Nas terras conquista-

das estabeleceram-se colonias gregas. Dessa forma a lınguae a cultura gregas espalharam-se pelo domınio. O ImperioGrego, na realidade, tornou-se maior do que qualquer umdos que o precederam. Conforme Daniel predissera, o rei-no de cobre ‘dominou sobre a terra inteira’. Um resultadodisso foi que o grego (coine) se tornou uma lıngua in-ternacional. Com sua capacidade de expressao precisa,mostrou-se muito adequado para a escrita das EscriturasGregas Cristas e para a divulgacao das boas novas do Reinode Deus.

20 Alexandre, o Grande, viveu apenas oito anos como go-vernante do mundo. Ainda jovem, aos 32 anos, Alexandreadoeceu depois dum banquete e morreu pouco depois, em13 de junho de 323 AEC. Com o tempo, seu enorme impe-rio foi dividido em quatro territorios, cada um governadopor um dos seus generais. Assim, de um grande reino sur-giram quatro reinos que, com o tempo, foram absorvidospelo Imperio Romano. A potencia mundial de cobre conti-nuou apenas ate 30 AEC, quando o ultimo desses quatro

20. O que aconteceu com o Imperio Grego depois da morte de Ale-xandre, o Grande?

54 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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reinos — a dinastia ptolomaica, que governava no Egito —por fim caiu diante de Roma.

UM REINO QUE ESMI´

UCA E QUEBRANTA21 Daniel continuou com sua explicacao da estatua do

sonho: “No que se refere ao quarto reino [depois de Ba-bilonia, Medo-Persia e Grecia], mostrar-se-a forte como oferro. Visto que o ferro esmiuca e tritura tudo o mais, as-sim, qual ferro que quebranta, esmiucara e quebrantara atodos estes.” (Daniel 2:40) Essa potencia mundial, com suaforca e capacidade de esmiucar, seria como o ferro — maisforte do que os imperios representados por ouro, prata oucobre. O Imperio Romano era tal poderio.

22 Roma esmiucou e destrocou o Imperio Grego, eabsorveu restos das potencias mundiais medo-persa e ba-bilonica. Nao mostrando nenhum respeito pelo Reino deDeus proclamado por Jesus Cristo, matou a este numa es-taca de tortura em 33 EC. No empenho de destrocar overdadeiro cristianismo, Roma perseguiu os discıpulos deJesus. Alem disso, os romanos destruıram Jerusalem e seutemplo em 70 EC.

23 As pernas de ferro da estatua no sonho de Nabucodo-nosor retratavam nao so o Imperio Romano, mas tambemseu sucessor polıtico. Considere as seguintes palavras regis-tradas em Revelacao (Apocalipse) 17:10: “Ha sete reis: cincoja caıram, um e, o outro ainda nao chegou, mas, quandochegar, tem de permanecer por pouco tempo.” Quando oapostolo Joao escreveu essas palavras, os romanos o manti-nham em exılio na ilha de Patmos. Os cinco reis, oupotencias mundiais, que haviam caıdo eram o Egito, a As-sıria, a Babilonia, a Medo-Persia e a Grecia. O sexto — o

21. Como descreveu Daniel o “quarto reino”?22. De que forma era o Imperio Romano como ferro?23, 24. Alem do Imperio Romano, o que mais retratam as pernas daestatua?

A ascensao e a queda duma enorme estatua 55

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POTˆ

ENCIAS MUNDIAIS DA PROFECIA DE DANIEL

A enorme estatua(Daniel 2:31-45)

BABILˆ

ONIAa partir de 607 AEC

MEDO-P´

ERSIAa partir de 539 AEC

GR´

ECIAa partir de 331 AEC

ROMAa partir de 30 AEC

A POTˆ

ENCIA MUNDIALANGLO-AMERICANA a partir de 1763 EC

O MUNDO POLITICAMENTE DIVIDIDOno tempo do fim

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Imperio Romano — ainda estava no poder. Mas tambemcairia, e o setimo rei surgiria de um dos territorios captura-dos por Roma. Que potencia mundial seria?

24 A Bretanha era antigamente uma parte do noroestedo Imperio Romano. Mas, no ano 1763, ja se havia torna-do o Imperio Britanico — a Gra-Bretanha, que governou ossete mares. Em 1776, suas 13 colonias americanas haviamdeclarado sua independencia para constituir os EstadosUnidos da America. Em anos posteriores, porem, a Gra-Bre-tanha e os Estados Unidos tornaram-se parceiros, tanto naguerra como na paz. Assim veio a existencia a alianca an-glo-americana como a setima potencia mundial da profe-cia bıblica. Similar ao Imperio Romano, mostrou-se “fortecomo o ferro”, exercendo autoridade ferrenha. As pernasde ferro da estatua do sonho incluem assim tanto o Impe-rio Romano como a potencia mundial dupla anglo-ameri-cana.

UMA MISTURA FR´

AGIL25 Daniel disse a seguir a Nabucodonosor: “Quanto aos

pes e aos dedos dos pes, que viste serem parcialmentede argila modelada de oleiro e parcialmente de ferro, oproprio reino se mostrara dividido, porem, mostrar-se-ahaver nele algo da dureza do ferro, uma vez que viste oferro misturado com argila umida. E quanto aos dedosdos pes serem parcialmente de ferro e parcialmente deargila modelada, o reino mostrar-se-a parcialmente for-te e mostrar-se-a parcialmente fragil. Quanto ao que visteo ferro misturado com argila umida, virao a estar mistu-rados com a descendencia da humanidade; porem, naomostrarao estar apegados um ao outro, do mesmo modocomo o ferro nao se mistura com argila modelada.” — Da-niel 2:41-43.

25. O que disse Daniel a respeito dos pes e dos dedos dos pes da es-tatua?

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26 A sucessao de potencias mundiais, representada pelasdiversas partes da estatua do sonho de Nabucodonosor, co-mecou com a cabeca e se estendeu ate os pes.

´E logico que

os pes e os dedos dos pes, de “ferro misturado com argi-la umida”, simbolizariam a manifestacao final do domıniohumano, que existiria durante “o tempo do fim”. — Da-niel 12:4.

27 Na aurora do seculo 20, o Imperio Britanico domina-va uma em cada quatro pessoas na Terra. Outros imperioseuropeus controlavam outros milhoes. Mas a PrimeiraGuerra Mundial resultou na emergencia de grupos de na-coes em vez de imperios. Depois da Segunda GuerraMundial, essa tendencia se acelerou. Ao passo que o na-cionalismo se desenvolveu mais, o numero de nacoes nomundo aumentou dramaticamente. Os dez dedos dos pesda estatua representam todos esses poderes e governos coe-xistentes porque, na Bıblia, o numero dez as vezes significainteireza terrestre. — Note

ˆExodo 34:28; Mateus 25:1; Reve-

lacao 2:10.28 Agora que nos encontramos no “tempo do fim”,

chegamos aos pes da estatua. Alguns dos governos retrata-dos pelos pes e pelos dedos dos pes da estatua, deferro misturado com argila, sao como ferro — autorita-rios ou tiranicos. Outros sao como argila. Em que sentido?Daniel associou a argila com “a descendencia da humani-dade”. (Daniel 2:43) Apesar da natureza fragil da argila, deque a descendencia da humanidade e feita, domınios tra-dicionais com a dureza do ferro se viram obrigados a darcada vez mais atencao ao povo comum, que quer opinar

26. Quando se manifesta o domınio retratado pelos pes e pelos de-dos dos pes?27. (a) Que situacao e retratada pelos pes e pelos dedos dos pes, deferro misturado com argila? (b) O que e retratado pelos dez dedos dospes da estatua?28, 29. (a) Segundo Daniel, o que representava a argila? (b) O quese pode dizer sobre a mistura de ferro com argila?

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nos governos que o dominam. ( Jo 10:9) Mas nao ha coesaoentre o domınio autoritario e o povo comum — nao maisdo que haveria na mistura de ferro com argila. Na epoca daextincao da estatua, o mundo deveras estara politicamentefragmentado!

29 Sera que a condicao dividida dos pes e dos dedos dospes fara toda a estatua desmoronar? O que acontecera aestatua?

UM CL´IMAX DRAM

´ATICO!

30 Considere o clımax do sonho. Daniel disse ao rei: “Es-tavas olhando ate que se cortou uma pedra, sem maos,e ela golpeou a estatua nos seus pes de ferro e de argilamodelada, e os esmiucou. Nesta ocasiao, o ferro, a argilamodelada, o cobre, a prata e o ouro foram juntos esmiu-cados e tornaram-se como a pragana da eira do verao, eo vento os levou embora, de modo que nao se achou ne-nhum traco deles. E no que se refere a pedra que golpeou aestatua, tornou-se um grande monte e encheu a terra intei-ra.” — Daniel 2:34, 35.

31 Explicando isso, a profecia continuou: “Nos dias da-queles reis o Deus do ceu estabelecera um reino que jamaissera arruinado. E o proprio reino nao passara a qualqueroutro povo. Esmiucara e pora termo a todos estes reinos,e ele mesmo ficara estabelecido por tempos indefinidos;pois viste que se cortou do monte uma pedra, sem maos, eque ela esmiucou o ferro, o cobre, a argila modelada, a pra-ta e o ouro. O proprio grandioso Deus tem dado a conhecerao rei o que ha de acontecer depois disso. E o sonho e cer-to e a sua interpretacao e fidedigna.” — Daniel 2:44, 45.

32 Reconhecendo que se lhe fez relembrar o sonho e queesse lhe foi explicado, Nabucodonosor admitiu que so-

30. Descreva o clımax do sonho de Nabucodonosor.31, 32. O que foi predito referente a parte final do sonho de Nabu-codonosor?

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mente o Deus de Daniel era “Senhor de reis, e Revelador desegredos”. O rei deu tambem a Daniel e a seus tres com-panheiros hebreus posicoes de grande responsabilidade.(Daniel 2:46-49) No entanto, qual e o significado modernoda ‘interpretacao fidedigna’ de Daniel?

‘UM MONTE ENCHE A TERRA’33 Quando “os tempos designados das nacoes” termina-

ram em outubro de 1914, “o Deus do ceu” estabeleceu oReino celestial por entronizar seu Filho ungido, Jesus Cris-to, como “Rei dos reis e Senhor dos senhores”.� (Lucas21:24; Revelacao 12:1-5; 19:16) De modo que foi por poderdivino, nao por meios humanos, que a “pedra”, o Reinomessianico, foi cortada do “monte”, a soberania univer-sal de Jeova. Esse governo celestial esta nas maos de JesusCristo, a quem Deus conferiu imortalidade. (Romanos 6:9;1 Timoteo 6:15, 16) Portanto, esse “reino de nosso Senhor[Deus] e do seu Cristo” — uma expressao da soberaniauniversal de Jeova — nao passara para ninguem mais. Per-manecera para sempre. — Revelacao 11:15.

34 O nascimento do Reino ocorreu “nos dias daquelesreis”. (Daniel 2:44) Esses nao eram apenas os reis retrata-dos pelos dez dedos dos pes da estatua, mas tambem ossimbolizados pelas suas partes de ferro, cobre, prata e ouro.Embora os imperios babilonico, persa, grego e romanotivessem deixado de existir como potencias mundiais, ves-tıgios deles ainda existiam em 1914. O Imperio Otomanoturco ocupava entao o territorio da Babilonia, e havia go-vernos nacionais em poder na Persia (Ira), na Grecia e emRoma, na Italia.

� Veja o Capıtulo 6 deste livro.

33. De que “monte” foi cortada a “pedra”, e quando e como se deuisso?34. Em que sentido nasceu o Reino de Deus “nos dias daqueles reis”?

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35 O Reino celestial de Deus, em breve, golpeara a estatuasimbolica nos pes. Em resultado disso, todos os reinos re-tratados por ela serao quebrantados, o que significara o seufim. Deveras, na “guerra do grande dia de Deus, o Todo-Poderoso”, essa “pedra” atingira a estatua com tanta forca,que ela sera pulverizada, e o temporal de Deus a levara em-bora como se fosse a pragana duma eira. (Revelacao 16:14,16) Entao, assim como a pedra atingiu dimensoes monta-nhescas e encheu a Terra, assim o Reino de Deus se tornarao monte governamental que afetara “a terra inteira”. — Da-niel 2:35.

36 Embora o Reino messianico seja celestial, estenderaseu poder sobre o nosso globo, para a bencao de to-dos os habitantes obedientes da Terra. Esse governo estavel“jamais sera arruinado”, nem “passara a qualquer outropovo”. Diferentemente dos reinos de governantes huma-nos, que morrem, “ele mesmo ficara estabelecido portempos indefinidos”, para sempre. (Daniel 2:44) Que vocetenha o privilegio de ser eternamente um dos suditos dele.

35. Quando sera a estatua atingida pela “pedra”, e quao cabal sera aeliminacao dela?36. Por que se pode chamar o Reino messianico de governo estavel?

O QUE DISCERNIU?˙ Que potencias mundiais sao representadas pelas

diversas partes da enorme estatua do sonho deNabucodonosor?

˙ Que situacao mundial e representada pelos pes epelos dez dedos dos pes de ferro misturado comargila?

˙ Quando e de que “monte” foi cortada a “pedra”?˙ Quando sera a estatua atingida pela “pedra”?

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O PR´INCIPE herdeiro de Babilonia e seu exercito destrocam

as forcas egıpcias do Farao Neco, em Carquemis, na Sıria.Os egıpcios derrotados fogem para o sul, para o Egito, e osbabilonios os perseguem. Mas uma mensagem de Babilo-nia obriga o prıncipe vitorioso a abandonar a perseguicao.A notıcia e que falecera seu pai, Nabopolassar. Dando aosseus generais a responsabilidade de trazer de volta os ca-tivos e o saque, Nabucodonosor retorna prontamente paracasa e assume o trono deixado vago pelo pai.

Nabucodonosor ascendeu assim ao trono de Babilonia noano 624 AEC e tornou-se o segundo governante do Impe-rio Neobabilonico. Durante o seu reinado de 43 anos, eletomou posse dos territorios anteriormente ocupados pela

UM REI GUERREIRO CONSTR´

OI UM IMP´

ERIO�

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●●●

Potencia Mundial Assı-ria e estendeu seu domı-nio, abrangendo a Sıriaao norte e a Palestina aooeste, ate a fronteira doEgito. — Veja o mapa.

No quarto ano do seureinado (620 AEC), Na-bucodonosor fez de Ju-da seu reinado vassalo.(2 Reis 24:1) Tres anosmais tarde, uma rebeliao dos judeus provocou o sıtio de Je-rusalem pelos babilonios. Nabucodonosor levou Joaquim,Daniel e outros como cativos para Babilonia. O rei levoutambem alguns dos utensılios do templo de Jeova. Ele fezdo tio de Joaquim, Zedequias, rei vassalo de Juda. — 2 Reis24:2-17; Daniel 1:6, 7.

MAR VERMELHO

Jerusal´em

Rio Eufrates

Rio Tigre

N´ınive

SusaBabilˆ

onia

Ur

IMP´

ERIO BABILˆ

ONICO�

Babilonia, a maior cidademurada do seu tempo

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Algum tempo depois, Zedequias tambem se rebelou,aliando-se ao Egito. Nabucodonosor sitiou Jerusalem nova-mente e, em 607 AEC, ele abriu brechas na muralha dela,queimou o templo e destruiu a cidade. Matou todos os fi-lhos de Zedequias e entao o cegou e o amarrou, a fim deleva-lo preso a Babilonia. Nabucodonosor levou a maiorparte do povo cativo e transportou os utensılios remanes-centes do templo para Babilonia. “Assim foi exilado Juda doseu solo.” — 2 Reis 24:18–25:21.

Nabucodonosor conquistou tambem Tiro por sitiar a ci-dade — um sıtio que durou 13 anos. No decurso do sıtio, ascabecas dos seus soldados ‘ficaram calvas’ devido a friccaodos capacetes, e os ombros deles ‘ficaram esfolados’ por car-regarem materiais usados na construcao de obras de sıtio.(Ezequiel 29:18) Por fim, Tiro capitulou diante das forcas ba-bilonicas.

O rei babilonio, evidentemente, era um brilhante estra-tegista militar. Algumas referencias literarias, especialmen-te de origem babilonica, descrevem-no tambem como reijusto. Embora as Escrituras nao digam especificamente queNabucodonosor era justo, o profeta Jeremias disse que, ape-sar de Zedequias se ter rebelado, seria tratado de forma jus-ta se ‘saısse para ir ter com os prıncipes do rei de Babilonia’.(Jeremias 38:17, 18) E depois da destruicao de Jerusalem,Nabucodonosor tratou Jeremias com respeito. Referente aJeremias, o rei ordenou: “Toma-o e mantem os teus propriosolhos fixos nele, e nao lhe facas nada de mal. Mas faze comele conforme ele te falar.” — Jeremias 39:11, 12; 40:1-4.

Nabucodonosor, como administrador, reconheceu pron-tamente as qualidades e habilidades de Daniel e de seustres companheiros — Sadraque, Mesaque e Abednego —cujos nomes hebraicos eram Hananias, Misael e Azarias. Por

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isso, o rei os usou em cargos de responsabilidade no seu rei-no. — Daniel 1:6, 7, 19-21; 2:49.

A devocao religiosa de Nabucodonosor era especialmen-te a Marduque, o deus principal de Babilonia. O rei atri-buıa todas as suas conquistas a Marduque. Construiu eembelezou em Babilonia os tem-plos de Marduque e de numero-sas outras deidades babilonicas.A imagem de ouro erigida na pla-nıcie de Dura talvez estivesse dedi-cada a Marduque. E Nabucodono-sor parece ter confiado muito naadivinhacao para planejar seusmovimentos militares.

Nabucodonosor orgulha-va-se tambem de restaurar Babilonia, a maior cidademurada daquela epoca. Por terminar as macicas muralhasduplas da cidade, que seu pai havia comecado a construir,Nabucodonosor tornou a capital aparentemente inexpug-navel. O rei reformou um palacio antigo no centro da cida-de e construiu um palacio de verao a uns dois quilome-tros ao norte. Para satisfazer sua rainha meda, que tinhasaudades dos morros e das florestas da sua patria, Nabu-

O dragao eras ´ımbolo deMarduque

O QUE DISCERNIU?O que se pode dizer sobre Nabucodonosor como˙ estrategista militar?˙ administrador?˙ adorador de Marduque?˙ construtor?

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codonosor supostamente construiu os jardins suspensos— classificados como uma das sete maravilhas do mundoantigo.

“Nao e esta Babilonia, a Grande, que eu mesmo construıpara a casa real com o poderio da minha potencia e para adignidade da minha majestade?” gabou-se o rei certo dia,quando andava pelo palacio real de Babilonia. “Enquantoa palavra estava ainda na boca do rei”, ele ficou demente.Incapaz de governar por sete anos, comia vegetacao, assimcomo Daniel predissera. Ao fim desse perıodo, restituiu-seo reino a Nabucodonosor, que reinou ate a sua morte em582 AEC. — Daniel 4:30-36.

Os famosos jardins suspensos de Babilonia

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DEVE voce dirigir sua devocao a Deus ou ao paıs em quevive? Muitos responderiam: ‘Eu homenageio ambos. Ado-ro a Deus segundo os ditames da minha religiao; ao mes-mo tempo, juro fidelidade a minha patria.’

2 A separacao entre a devocao religiosa e o patriotis-mo pode hoje parecer indistinta, mas na antiga Babilo-nia praticamente nao existia. Deveras, o cıvico e o sagradoestavam tao entrelacados, que as vezes eram indistinguı-veis. “Na antiga Babilonia”, escreve o Professor Charles F.Pfeiffer, “o rei servia tanto como Sumo Sacerdote quantocomo governante secular. Oferecia sacrifıcios e determina-va a vida religiosa dos seus suditos”.

3 Considere o Rei Nabucodonosor. Seu nome signifi-ca “

´O Nebo, Protege o Herdeiro!”. Nebo era o deus babi-

lonico da sabedoria e da agricultura. Nabucodonosor eraum homem profundamente religioso. Conforme ja men-cionado, ele construiu e embelezou os templos de nu-merosos deuses babilonicos, e era especialmente devota-do a Marduque, a quem atribuıa suas vitorias militares.�Parece tambem que Nabucodonosor confiava muito na

� Alguns acreditam que Marduque, que era considerado o fundadordo Imperio Babilonico, representa o deificado Ninrode. No entanto,nao se pode afirmar isso com certeza.

1. O que acham muitos da devocao a Deus e a patria?2. Em que sentido era o rei de Babilonia tanto uma figura religiosacomo polıtica?3. O que mostra que Nabucodonosor era um homem profundamen-te religioso?

CAP´ITULO CINCO

SUA F´

E SOBREVIVEUAO CRISOL

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1. Torre-templo (zigurate) em Babilonia2. Templo de Marduque

3. Placa de bronze retratando os deusesMarduque (a esquerda) e Nebo (a direita)de pe em cima de dragoes

4. Camafeu de Nabucodonosor, famosopelos seus projetos de construcao

1

2

3

4

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adivinhacao para definir seus planos de batalha. — Eze-quiel 21:18-23.

4 Na realidade, toda a Babilonia era permeada porum espırito religioso. A cidade orgulhava-se de ter maisde 50 templos, em que se adorava um grande numerode deuses e de deusas, incluindo a trıade de Anu (deusdo ceu), Enlil (deus da terra, do ar e da tempestade)e Ea (deus das aguas). Outra trindade era composta deSin (o deus-lua), Xamaxe (o deus-sol) e Istar (a deusa dafertilidade). A magia, a feiticaria e a astrologia desem-penhavam um papel importante na adoracao babilo-nica.

5 Viver no meio de pessoas que veneravam muitos deu-ses constituıa um enorme desafio para os exilados judeus.Seculos antes, Moises advertira os israelitas a respeito dasserias consequencias que haveria se decidissem rebelar-se contra o Legislador Supremo. Moises disse-lhes: “Jeovafara que tu, bem como teu rei que constituiras sobre ti,marchem para uma nacao que nao conheceste, nem tunem os teus antepassados; e ali has de servir a outros deu-ses, de madeira e de pedra.” — Deuteronomio 28:15, 36.

6 Os judeus encontravam-se entao bem nessa situacaoprovadora. Manter a integridade para com Jeova seriadifıcil, em especial para Daniel, Hananias, Misael e Aza-rias. Esses quatro jovens hebreus foram especialmenteescolhidos para receber treinamento para o servico gover-namental. (Daniel 1:3-5) Lembre-se de que ate receberamnomes babilonicos — Beltessazar, Sadraque, Mesaque eAbednego — provavelmente para influencia-los a se

4. Descreva o espırito religioso de Babilonia.5. Que desafio constituiu o ambiente religioso de Babilonia para osjudeus exilados?6. Por que viver em Babilonia era um desafio especial para Daniel,Hananias, Misael e Azarias?

Sua fe sobreviveu ao crisol 71

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harmonizar com o seu novo ambiente.� As posicoes ele-vadas desses homens fariam com que qualquer recusa dasua parte, de adorar os deuses do paıs, fosse evidente — po-dendo ate ser interpretada como traicao.

A IMAGEM DE OURO´E UMA AMEACA

7 Evidentemente no empenho de fortalecer a uniao doimperio, Nabucodonosor erigiu uma imagem de ouro naplanıcie de Dura. Ela tinha 60 covados (27 metros) dealtura e 6 covados (2,7 metros) de largura.� Alguns acredi-tam que a imagem era simplesmente uma coluna ou umobelisco. Pode ter tido um pedestal muito alto, com umaenorme estatua na semelhanca dum humano, talvez re-presentando o proprio Nabucodonosor ou o deus Nebo.De qualquer modo, esse monumento muito alto era sım-bolo do Imperio Babilonico. Como tal, destinava-se a servisto e reverenciado. — Daniel 3:1.

8 Concordemente, Nabucodonosor providenciou umacerimonia de inauguracao. Reuniu os seus satrapas,prefeitos, governadores, conselheiros, tesoureiros, juızes,magistrados policiais e todos os administradores dos dis-tritos jurisdicionais. Um arauto clamou: “Diz-se a vos, opovos, grupos nacionais e lınguas, que, quando ouvirdeso som da buzina, do pıfaro, da cıtara, da harpa triangular,

� “Beltessazar significa “Protege a Vida do Rei”; “Sadraque” podesignificar “Ordem de Aku”, deus-lua sumeriano; “Mesaque” possivel-mente se refere a um deus sumeriano, e “Abednego” significa “Servode Nego”, ou Nebo.� Considerando-se o tamanho enorme da imagem, alguns eruditos

bıblicos acreditam que era de madeira, que depois foi revestida deouro.

7. (a) Descreva a imagem de ouro erigida por Nabucodonosor.(b) Qual era o objetivo da imagem?8. (a) Quem foi convocado para a inauguracao da imagem e o que seexigia que todos os presentes fizessem? (b) Qual era a penalidade poralguem se negar a se curvar diante da imagem?

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do instrumento de cordas, da gaita de foles e de toda sortede instrumentos musicais, vos prostreis e adoreis a ima-gem de ouro erigida por Nabucodonosor, o rei. E quemnao se prostrar e nao adorar, sera no mesmo instante lan-cado dentro da fornalha de fogo ardente.” — Daniel 3:2-6.

9 Alguns acham que Nabucodonosor providenciou essacerimonia na tentativa de obrigar os judeus a transigir nasua adoracao a Jeova.

´E bem provavel que o caso nao fosse

esse, porque e evidente que se convocaram para o eventoapenas autoridades do governo. De modo que os unicosjudeus presentes seriam os que serviam em algum cargogovernamental. Portanto, parece que curvar-se diante daimagem era uma cerimonia que visava fortalecer a solida-riedade da classe governante. O erudito John F. Walvoordobserva: “Tal demonstracao das autoridades, por um lado,era uma amostra satisfatoria do poder do imperio de Na-bucodonosor e, por outro lado, era significativa como re-conhecimento das deidades que, na opiniao delas, eramresponsaveis pelas suas vitorias.”

OS SERVOS DE JEOV´

ASE RECUSAM A TRANSIGIR

10 Apesar da sua devocao a uma variedade de deuses pa-droeiros, a maioria dos reunidos diante da imagem de Na-bucodonosor nao teria escrupulos de adora-la. “Estavamtodos acostumados a adorar ıdolos, e a adoracao de umdeus nao impedia que dessem homenagem tambem a ou-tro”, explicou um erudito bıblico. Ele prosseguiu: “Estavaem harmonia com os conceitos prevalecentes dos idola-tras, de que havia muitos deuses . . . e de que nao era im-proprio homenagear o deus de qualquer povo ou paıs.”

9. Aparentemente, qual era o significado de se curvar diante da ima-gem erigida por Nabucodonosor?10. Por que acatar a ordem de Nabucodonosor nao era problema paraos que nao eram judeus?

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11 No entanto, para os judeus, a questao era outra. SeuDeus, Jeova, ordenara-lhes: “Nao deves fazer para ti ima-gem esculpida, nem semelhanca de algo que ha nos ceusem cima, ou do que ha na terra embaixo, ou do que hanas aguas abaixo da terra. Nao te deves curvar diante de-las, nem ser induzido a servi-las, porque eu, Jeova, teuDeus, sou um Deus que exige devocao exclusiva.” (

ˆExodo

20:4, 5) Portanto, quando a musica comecou e os reuni-dos se prostraram diante da imagem, tres jovens hebreus— Sadraque, Mesaque e Abednego — permaneceram depe. — Daniel 3:7.

12 A recusa dos tres funcionarios hebreus, de adorara imagem, enfureceu certos caldeus. Chegaram-se ime-diatamente ao rei e “acusaram os judeus”.� Nao estavaminteressados numa explicacao. Querendo que os hebreusfossem punidos por deslealdade e traicao, os acusadoresdisseram: “Ha certos judeus que designaste sobre a admi-nistracao do distrito jurisdicional de Babilonia, Sadraque,Mesaque e Abednego; estes varoes vigorosos nao fizeramcaso de ti, o rei, nao servem os teus proprios deuses e naoadoram a imagem de ouro que erigiste.” — Daniel 3:8-12.

13 Como Nabucodonosor deve ter-se sentido frustra-do por terem os tres hebreus desobedecido a sua ordem!Era evidente que nao conseguira transformar Sadraque,Mesaque e Abednego em defensores leais do Imperio Ba-bilonico. Nao os havia ele educado na sabedoria doscaldeus? Ora, ate mesmo mudara-lhes os nomes! Mas, se

� A expressao aramaica traduzida por “acusaram” significa ‘comeros pedacos’ de alguem — como que mastigando-o por meio de calunia.

11. Por que se recusaram Sadraque, Mesaque e Abednego a se curvardiante da imagem?12. De que acusaram certos caldeus aos hebreus, e por que motivo?13, 14. Como reagiu Nabucodonosor a atitude adotada por Sadraque,Mesaque e Abednego?

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Nabucodonosor achava que uma educacao superior lhesensinaria um novo modo de adoracao ou que a mudancados nomes deles mudaria a sua identidade, ele estava bemenganado. Sadraque, Mesaque e Abednego continuaram aser servos leais de Jeova.

14 O Rei Nabucodonosor ficou furioso. Convocou ime-diatamente Sadraque, Mesaque e Abednego. Perguntou:“

´E realmente assim, o Sadraque, Mesaque e Abednego,

que nao servis os meus proprios deuses e que nao adoraisa imagem de ouro que erigi?” Sem duvida, Nabucodono-sor falou essas palavras em descrenca perplexa. Afinal, eledeve ter raciocinado: ‘Como podem esses tres homens debom juızo desconsiderar tal ordem clara — uma ordemcuja desobediencia acarreta uma penalidade tao severa?’— Daniel 3:13, 14.

15 Nabucodonosor estava disposto a dar mais umachance aos tres hebreus. “Agora, se estiverdes prontos”,disse ele, “de modo que, ao ouvirdes o som da buzina, dopıfaro, da cıtara, da harpa triangular, do instrumento decordas, e da gaita de foles e de toda sorte de instrumen-tos musicais, vos prostreis e adoreis a imagem que fiz,muito bem. Mas, se nao adorardes, no mesmo instante se-reis lancados dentro da fornalha de fogo ardente. E queme esse deus que vos pode salvar das minhas maos?” — Da-niel 3:15.

16 Pelo visto, a licao da estatua do sonho (registradano capıtulo 2 de Daniel) nao causara nenhuma impres-sao profunda na mente e no coracao de Nabucodonosor.Talvez ele ja se tivesse esquecido da sua propria declara-cao a Daniel: “Vosso Deus e Deus de deuses e Senhor dereis.” (Daniel 2:47) Nabucodonosor parecia entao desafiara Jeova, dizendo que nem mesmo Ele podia salvar os he-breus da punicao que os aguardava.

15, 16. Que oportunidade ofereceu Nabucodonosor aos tres hebreus?

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17 Sadraque, Mesaque e Abednego nao precisavam re-considerar o assunto. Responderam imediatamente:“

´O Nabucodonosor, neste respeito nao temos necessidade

de te replicar qualquer palavra. Se for preciso, nosso Deus,a quem servimos, podera salvar-nos. Ele nos salvara da for-nalha de fogo ardente e da tua mao, o rei. Mas, se nao, sejado teu conhecimento, o rei, que nao e a teus deuses queservimos e que nao e a tua imagem de ouro que erigisteque adoraremos.” — Daniel 3:16-18.

PARA A FORNALHA ARDENTE18 Enfurecido, Nabucodonosor mandou que seus servos

aquecessem a fornalha sete vezes mais do que era costu-meiro. Depois mandou que “certos varoes vigorosos deenergia vital” amarrassem Sadraque, Mesaque e Abednegoe os lancassem dentro da “fornalha de fogo ardente”. Elesseguiram a ordem do rei, lancando os tres hebreus dentrodo fogo, amarrados e plenamente vestidos — talvez paraque o fogo os consumisse ainda mais depressa. No entan-to, os proprios capangas de Nabucodonosor e que forammortos pelas chamas. — Daniel 3:19-22.

19 Mas aconteceu algo extraordinario. Embora Sadra-que, Mesaque e Abednego estivessem no meio da forna-lha ardente, as chamas nao os consumiram. Imagine asurpresa de Nabucodonosor! Eles haviam sido lancadosdentro dum fogo ardente, bem amarrados, mas ainda es-tavam vivos. Ora, eles andavam livres no meio do fogo!Mas Nabucodonosor notou mais uma coisa. “Nao foramtres os varoes vigorosos que lancamos amarrados no meiodo fogo?” perguntou as suas altas autoridades reais. “Sim,

17. Como responderam Sadraque, Mesaque e Abednego a oferta dorei?18, 19. O que aconteceu quando os tres hebreus foram lancados nafornalha ardente?

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o rei”, responderam eles. Nabucodonosor gritou: “Eis queestou vendo quatro varoes vigorosos andando livres nomeio do fogo e sem nenhum dano para eles, e a aparenciado quarto e semelhante a de um filho dos deuses.” — Da-niel 3:23-25.

20 Nabucodonosor chegou-se a porta da fornalha ar-dente. “Sadraque, Mesaque e Abednego, vos servos doDeus Altıssimo”, clamou, “saı e vinde para ca!” Os treshebreus saıram do meio do fogo. Sem duvida, todosos que foram testemunhas oculares desse milagre — in-cluindo os satrapas, os prefeitos, os governadores e osaltos funcionarios — ficaram espantados. Ora, era comose esses tres homens jovens nunca tivessem nem mesmoentrado na fornalha! Nao ficaram com cheiro de fogo,nem se chamuscara o cabelo da sua cabeca. — Daniel3:26, 27.

21 O Rei Nabucodonosor viu-se entao obrigado a reco-nhecer que Jeova e o Deus Altıssimo. “Bendito seja o Deusde Sadraque, Mesaque e Abednego, que enviou seu anjo esalvou seus servos que confiaram nele, e que mudaram apropria palavra do rei e entregaram seus corpos, porquenao quiseram servir e nao quiseram adorar nenhum deusexceto o seu proprio Deus.” O rei acrescentou entao esteserio aviso: “Eu dou ordem para que todo povo, grupo na-cional ou lıngua que disser algo de errado contra o Deusde Sadraque, Mesaque e Abednego seja desmembrado, esua casa seja transformada em latrina publica; pois naoha outro deus que possa livrar assim como este.” Os treshebreus foram entao restabelecidos no favor real e ‘pros-peraram no distrito jurisdicional de Babilonia’. — Daniel3:28-30.

20, 21. (a) O que notou Nabucodonosor a respeito de Sadraque, Me-saque e Abednego quando saıram da fornalha? (b) O que se viuNabucodonosor obrigado a reconhecer?

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A F´

E E O CRISOL DE HOJE22 Atualmente, os adoradores de Jeova se confrontam

com situacoes similares a de Sadraque, Mesaque e Abed-nego.

´E verdade que os do povo de Deus talvez nao

sejam exilados em sentido literal. No entanto, Jesus disseque seus seguidores ‘nao fariam parte do mundo’. ( Joao17:14) Sao “estrangeiros” no sentido de nao adotarem oscostumes, as atitudes e as praticas antibıblicas dos em vol-ta deles. Conforme o apostolo Paulo escreveu, os cristaosdevem ‘cessar de ser modelados segundo este sistema decoisas’. — Romanos 12:2.

23 Os tres hebreus recusaram-se a ser modelados se-gundo o sistema babilonico. Nem mesmo terem sidocabalmente instruıdos na sabedoria dos caldeus fez comque se desviassem. Sua atitude na questao da adoracaonao era negociavel, e sua lealdade era para com Jeova. Oscristaos tem de ser hoje igualmente firmes. Nao precisamenvergonhar-se de serem diferentes das pessoas do mun-do. Na realidade, “o mundo esta passando, e assimtambem o seu desejo”. (1 Joao 2:17) Portanto, seria tolo efutil harmonizar-se com este agonizante sistema de coisas.

24 Os cristaos precisam prevenir-se contra toda formade idolatria, incluindo formas sutis dela.� (1 Joao 5:21)Sadraque, Mesaque e Abednego ficaram obediente e res-peitosamente em pe diante da imagem de ouro, masderam-se conta de que curvar-se diante dela era mais doque apenas um gesto de respeito. Era um ato de adoracao,

� Por exemplo, a Bıblia relaciona a glutonaria e a cobica com a ido-latria. — Filipenses 3:18, 19; Colossenses 3:5.

22. Como se confrontam os atuais servos de Jeova com situacoes si-milares a de Sadraque, Mesaque e Abednego?23. Como mostraram os tres hebreus firmeza, e como podem os cris-taos hoje seguir o exemplo deles?24. Como se compara a atitude dos verdadeiros cristaos com a dostres hebreus?

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e participar nele provocaria a ira de Jeova. (Deuteronomio5:8-10) John F. Walvoord escreve: “Era na realidade umacontinencia a bandeira, embora, por causa da inter-rela-cao entre a lealdade religiosa e a nacional, pode ter tidotambem uma conotacao religiosa.” Hoje em dia, os ver-dadeiros cristaos adotam uma posicao igualmente firmecontra a idolatria.

25 O relato bıblico sobre Sadraque, Mesaque, e Abedne-go da uma licao concreta a todos os decididos a prestardevocao exclusiva a Jeova. Pelo visto, o apostolo Paulopensou nesses tres hebreus quando falou de muitos queexerceram fe, incluindo os que “pararam a forca do fogo”.(Hebreus 11:33, 34) Jeova recompensara a todos os queimitam tal fe. Os tres hebreus foram livrados da fornalhaardente, mas podemos ter certeza de que ele ressuscitara atodos os leais que perderem a vida por terem mantido aintegridade e os abencoara com vida eterna. De qualquermodo, Jeova “guarda as almas dos que lhe sao leais; livra-os da mao dos inıquos”. — Salmo 97:10.

25. Que licao aprendeu voce da historia da vida real de Sadraque, Me-saque e Abednego?

O QUE DISCERNIU?

˙ Por que recusaram Sadraque, Mesaque eAbednego curvar-se diante da imagem erigidapor Nabucodonosor?

˙ Como reagiu Nabucodonosor a atitude adotadapelos tres hebreus?

˙ Como recompensou Jeova a fe dos treshebreus?

˙ O que aprendeu voce por dar atencao a historiada vida real de Sadraque, Mesaque e Abednego?

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JEOV´

A permitiu que o Rei Nabucodonosor se tornassegovernante mundial. Como monarca de Babilonia, eletinha muita riqueza, uma mesa farta, um grandioso pa-lacio — tudo o que ele queria em sentido material. Mas,de repente, sofreu humilhacao. Ficando demente, Nabu-codonosor agiu como animal! Expulso da mesa real e daresidencia imperial, passou a viver nos campos e a comercapim como um touro. O que levou a essa calamidade?E por que nos deve interessar? — Note Jo 12:17-19; Ecle-siastes 6:1, 2.

O REI MAGNIFICA O ALT´ISSIMO

2 Pouco depois da sua recuperacao desse completo co-lapso mental, Nabucodonosor enviou a todo o seudomınio um notavel relatorio sobre o que tinha aconte-cido. Jeova inspirou o profeta Daniel a preservar umregistro exato desses acontecimentos. Comeca com estaspalavras: “Nabucodonosor, o rei, a todos os povos, gruposnacionais e lınguas que habitam em toda a terra: Au-mente a vossa paz. Pareceu-me bem declarar os sinais eas maravilhas que o Deus Altıssimo realizou para comi-go. Quao grandiosos sao os seus sinais e quao poderosassao as suas maravilhas! Seu reino e um reino por tempoindefinido e seu domınio e para geracao apos geracao.”— Daniel 4:1-3.

1. O que aconteceu ao Rei Nabucodonosor, e que perguntas suscitaisso?2, 3. O que queria o rei de Babilonia para os seus suditos, e como en-carava ele o Deus Altıssimo?

CAP´ITULO SEIS

ESCLARECIMENTO DOMIST

´ERIO DA GRANDE

´ARVORE

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3 Os suditos de Nabucodonosor ‘habitavam em toda aterra’ — porque seu imperio abrangia a maior parte domundo do registro bıblico. O rei disse a respeito doDeus de Daniel: “Seu reino e um reino por tempo inde-finido.” Como essas palavras magnificavam a Jeova emtodo o Imperio Babilonico! Alem disso, essa foi a segun-da vez que se mostrara a Nabucodonosor que so o Reinode Deus e eterno, permanecendo “por tempos indefini-dos”. — Daniel 2:44.

4 Que ‘sinais e maravilhas’ realizou “o Deus Altıssi-mo”? Esses comecaram com o que se deu com o propriorei, contado nas seguintes palavras: “Eu, Nabucodono-sor, vim a estar tranquilo na minha casa e a prosperar nomeu palacio. Houve um sonho que tive e ele comecou aatemorizar-me. E havia imagens mentais sobre a minhacama e visoes da minha cabeca que comecaram a ame-drontar-me.” (Daniel 4:4, 5) O que fez o rei babilonio arespeito desse sonho perturbador?

5 Nabucodonosor convocou os sabios de Babilonia econtou-lhes o sonho. Mas como eles fracassaram! Foramtotalmente incapazes de fornecer a interpretacao. O re-gistro acrescentou: “Por fim entrou perante mim Daniel,cujo nome e Beltessazar, segundo o nome de meu deus, eem quem ha o espırito dos deuses santos; e relatei peran-te ele qual tinha sido o sonho.” (Daniel 4:6-8) O nomede Daniel na corte era Beltessazar, e a divindade falsa queo rei chamou de “meu deus” pode ter sido Bel, Neboou Marduque. Sendo politeısta, Nabucodonosor encara-va Daniel como alguem em quem havia “o espırito dosdeuses santos”. E, por causa da posicao de Daniel comoprefeito sobre todos os sabios de Babilonia, o rei cha-

4. Relacionados com Nabucodonosor, como comecaram ‘os sinais eas maravilhas’ de Jeova?5. Como encarava Nabucodonosor a Daniel, e por que?

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mou-o de “chefe dos sacerdotes-magos”. (Daniel 2:48;4:9; note Daniel 1:20.) O fiel Daniel, naturalmente, nun-ca abandonou a adoracao de Jeova para praticar magia.— Levıtico 19:26; Deuteronomio 18:10-12.

UMA ENORME´

ARVORE6 De que tratava o sonho amedrontador do rei babilo-

nio? “Ora, aconteceu que eu estava vendo as visoes daminha cabeca, sobre a minha cama”, disse Nabucodono-sor, “e eis que havia uma arvore no meio da terra, sendoenorme a sua altura. A arvore tornou-se grande e ficouforte, e a propria altura dela por fim atingiu os ceus, eela era visıvel ate a extremidade da terra inteira. Suafolhagem era bela e seu fruto abundante, e havia nelaalimento para todos. Debaixo dela os animais do cam-po procuravam sombra e nos seus galhos habitavam asaves dos ceus, e toda a carne se alimentava dela.” (Da-niel 4:10-12) Relata-se que Nabucodonosor gostava dosgrandes cedros do Lıbano, foi ve-los e fez com que algunsdeles fossem levados a Babilonia como madeira de cons-trucao. Mas ele nunca tinha visto nada igual a arvore queobservou no seu sonho. Ela ocupava um lugar de desta-que “no meio da terra”, era visıvel em toda a Terra e eratao frutıfera que fornecia alimento a toda a carne.

7 O sonho envolvia muito mais, pois Nabucodonosoracrescentou: “Eu continuei a ver nas visoes da minha ca-beca, sobre a minha cama, e eis que havia um vigilante,sim, um santo, descendo dos proprios ceus. Ele clamavaem alta voz e dizia o seguinte: ‘Derrubai a arvore e cortai-lhe os galhos. Sacudi a sua folhagem e espalhai os seusfrutos. Fujam os animais de debaixo dela e as aves dosseus galhos. Todavia, deixai-lhe o proprio toco na terra,

6, 7. Como descreveria voce o que Nabucodonosor viu no seu so-nho?

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sim, com [bandas] de ferro e de cobre, entre a relva docampo; e seja molhado pelo orvalho dos ceus e seja seuquinhao entre a vegetacao da terra.’” — Daniel 4:13-15.

8 Os babilonios tinham seus proprios conceitos religio-sos sobre criaturas espirituais boas e mas. Mas quem eraesse “vigilante”, ou sentinela, vindo do ceu? Chamadode “santo”, era um anjo justo, que representava a Deus.(Note Salmo 103:20, 21.) Imagine as perguntas que de-vem ter atormentado a Nabucodonosor! Por que derru-bar a arvore? Para que serve o toco impedido de crescerpor bandas de ferro e de cobre? Deveras, para que fim ser-ve um mero toco?

9 Nabucodonosor deve ter ficado completamente deso-rientado quando ouviu as palavras adicionais do vigilan-te: “Mude-se-lhe o coracao daquele do genero humano ede-se-lhe um coracao de animal, e passem sobre ele setetempos. A coisa e por decreto dos vigilantes e o pedido epela declaracao dos santos, para que os viventes saibamque o Altıssimo e Governante no reino da humanidadee que ele o da a quem quiser, e estabelece nele ate mes-mo o mais humilde da humanidade.” (Daniel 4:16, 17)O toco duma arvore nao tem coracao humano batendonele. Sendo assim, como pode o coracao dum animal serdado ao toco duma arvore? O que sao os “sete tempos”?E como se relaciona tudo isso com o domınio no “reinoda humanidade”? Nabucodonosor certamente queria sa-ber isso.

AS NOT´ICIAS PARA O REI

10 Daniel, quando soube do sonho, ficou momenta-neamente estarrecido e depois teve medo. Exortado por

8. Quem era o “vigilante”?9. Basicamente, o que disse o vigilante, e que perguntas se suscitam?10. (a) Em sentido bıblico, o que arvores podem simbolizar? (b) Oque e representado pela grande arvore?

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Nabucodonosor a explica-lo, o profeta disse: “´

O meusenhor, aplique-se o sonho aos que te odeiam e a sua in-terpretacao aos teus adversarios. A arvore que viste, que setornou grande e ficou forte . . . es tu, o rei, porque te tor-naste grande e ficaste forte, e tua grandiosidade cresceu eatingiu os ceus, e teu domınio, a extremidade da terra.”(Daniel 4:18-22) Nas Escrituras, arvores podem simboli-zar pessoas, governantes e reinos. (Salmo 1:3; Jeremias17:7, 8; Ezequiel, capıtulo 31) Nabucodonosor, igual aenorme arvore do seu sonho, ‘se tornara grande e ficaraforte’ como chefe duma potencia mundial. Mas ‘o domı-nio ate a extremidade da terra’, envolvendo todo o reinoda humanidade, e representado pela grande arvore. Por-tanto, ela simboliza a soberania universal de Jeova, emespecial na sua relacao com a Terra. — Daniel 4:17.

11 Nabucodonosor estava para sofrer um rebaixamen-to. Indicando esse acontecimento, Daniel acrescentou:“Sendo que o rei viu um vigilante, sim, um santo, descen-do dos ceus, dizendo tambem: ‘Derrubai a arvore e arrui-nai-a. Todavia, deixai-lhe o toco na terra, mas com bandade ferro e de cobre, entre a relva do campo, e seja molha-do pelo orvalho dos ceus e seja seu quinhao com os ani-mais do campo, ate terem passado sobre ele sete tempos’,esta e a interpretacao, o rei, e o decreto do Altıssimo e oque tem de sobrevir ao meu senhor, o rei.” (Daniel 4:23,24) Certamente, exigia coragem transmitir ao poderosorei essa mensagem!

12 O que sobreviria a Nabucodonosor? Imagine sua rea-cao quando Daniel acrescentou: “Expulsar-te-ao de entreos homens e tua morada vira a ser com os animais docampo, e vegetacao e o que te darao para comer, como atouros; e tu mesmo viras a ser molhado pelo orvalho dos

11. Como mostrou o sonho do rei que ele sofreria um rebaixamento?12. O que sobreviria a Nabucodonosor?

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ceus, e passarao mesmo sete tempos sobre ti, ate saberesque o Altıssimo e Governante no reino da humanidade eque ele o da a quem quiser.” (Daniel 4:25) Pelo que pare-ce, ate mesmo os oficiais da corte de Nabucodonosor o‘expulsariam de entre os homens’. Mas sera que compas-sivos vaqueiros ou pastores cuidariam dele? Nao, porqueDeus decretara que Nabucodonosor viveria com “os ani-mais do campo”, comendo vegetacao.

13 Assim como a arvore foi cortada, Nabucodonosorseria derrubado do governo mundial — mas apenas porcerto tempo. Daniel explicou: “Por terem dito que sedeixasse o toco da arvore, teu reino te estara asseguradodepois de saberes que sao os ceus que governam.” (Da-niel 4:26) No sonho de Nabucodonosor, o toco, ou ce-po, da arvore derrubada foi deixado permanecer, emboraenvolvido em bandas para nao crescer. De modo similar,o “toco” do rei de Babilonia permaneceria, embora embandas para nao vicejar por “sete tempos”. Sua posicaocomo governante mundial seria como o toco da arvoreem bandas. Seria guardada ate terem passado sete tempos.Jeova cuidaria de que, durante esse perıodo, ninguem su-cedesse a Nabucodonosor como governante exclusivo deBabilonia, embora seu filho, de nome Evil-Merodaque,talvez agisse em lugar dele como governante interino.

14 Em vista do que se predisse a respeito de Nabucodo-nosor, Daniel exortou-o corajosamente: “Portanto, o rei,pareca-te bom o meu conselho, e remove os teus propriospecados por meio da justica e a tua iniquidade por teresmisericordia para com os pobres. Talvez venha a haverum prolongamento da tua prosperidade.” (Daniel 4:27)Se Nabucodonosor descontinuasse seu proceder pecami-

13. O que o sonho da arvore mostrou que aconteceria com a posicaode Nabucodonosor qual governante mundial?14. Daniel exortou Nabucodonosor a fazer o que?

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noso de opressao e de orgulho, isso talvez mudasse as coi-sas para ele. Afinal, uns dois seculos antes, Jeova havia de-cidido destruir o povo da capital da Assıria, Nınive, masnao o fez, porque o rei e os suditos dele se arrependeram.(Jonas 3:4, 10; Lucas 11:32) Que dizer do orgulhoso Na-bucodonosor? Mudaria ele de proceder?

O CUMPRIMENTO INICIAL DO SONHO15 Nabucodonosor continuou a ser orgulhoso. Passean-

do no terraco do palacio, 12 meses depois do seu so-nho sobre a arvore, ele se gabou: “Nao e esta Babilonia,a Grande, que eu mesmo construı para a casa real como poderio da minha potencia e para a dignidade da mi-nha majestade?” (Daniel 4:28-30) Ninrode havia funda-do Babilonia (Babel), mas foi Nabucodonosor quem lhedeu esplendor. (Genesis 10:8-10) Ele se gabou numa dassuas inscricoes cuneiformes: “Nabucodorosor, Rei de Ba-bilonia, o restaurador de Esagila e Ezida, filho de Nabo-polassar eu sou. . . . Reforcei as fortificacoes de Esagila eBabilonia e estabeleci o nome do meu reinado para sem-pre.” (Archaeology and the Bible [Arqueologia e a Bıblia],de George A. Barton, 1949, paginas 478-479) Outra ins-cricao menciona cerca de 20 templos que ele reformouou reconstruiu. “Durante o reinado de Nabucodonosor”,diz a Enciclopedia Delta Universal, “a Babilonia se tor-nou uma das mais magnıficas cidades do mundo antigo.Em seus proprios registros, Nabucodonosor raramentemencionava suas atividades militares, mas falava de seusprojetos de construcao e da sua atencao para com as di-vindades babilonicas. Foi ele quem provavelmente cons-truiu os jardins suspensos, uma das sete maravilhas daAntiguidade”.

15. (a) Que atitude continuou a demonstrar Nabucodonosor? (b) Oque revelam certas inscricoes sobre as atividades de Nabucodonosor?

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16 Embora se gabasse, o orgulhoso Nabucodonosorestava para ser humilhado. O relato inspirado diz: “En-quanto a palavra estava ainda na boca do rei, houve umavoz baixando dos ceus: ‘A ti se diz, o Nabucodonosor, orei: “O proprio reino se afastou de ti e a ti mesmo expul-sarao de entre a humanidade, e tua morada sera com osanimais do campo. A ti mesmo darao vegetacao para co-mer, como a touros, e sete tempos e que passarao sobreti, ate saberes que o Altıssimo e Governante no reino dahumanidade e que ele o da a quem quiser.” ’” — Daniel4:31, 32.

17 Logo em seguida, Nabucodonosor perdeu a sani-dade. Expulso dentre a humanidade, comeu vegetacao‘como os touros’. La entre os animais do campo, ele cer-tamente nao estava sentado ocioso na grama dum lugarparadısico, usufruindo diariamente brisas refrescantes.No Iraque de hoje em dia, onde se encontram as ruı-nas de Babilonia, as temperaturas variam entre 50 grauscentıgrados nos meses de verao e bem abaixo de zero noinverno. Sem cuidados e exposto aos elementos, o longocabelo emaranhado de Nabucodonosor ficou parecidoas penas de aguia, e as unhas nao cortadas, das maos edos pes, ficaram como garras de ave. (Daniel 4:33) Quehumilhacao foi isso para esse orgulhoso governante domundo!

18 No sonho de Nabucodonosor, a grande arvore foiderrubada e seu toco envolvido em bandas, para im-pedir o crescimento por sete tempos. De modo similar,Nabucodonosor “foi derrubado do trono do seu reino”

16. Como estava Nabucodonosor para ser humilhado?17. O que aconteceu ao orgulhoso Nabucodonosor e em que situacaoele logo se viu?18. O que aconteceu durante os sete tempos com respeito ao tronode Babilonia?

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quando Jeova o atingiu com demencia. (Daniel 5:20) Narealidade, isso mudou o coracao do rei do de homempara o de touro. No entanto, Deus reservou o tronopara Nabucodonosor ate o fim dos sete tempos. Ao pas-so que Evil-Merodaque possivelmente atuou como chefetemporario do governo, Daniel serviu como “governantede todo o distrito jurisdicional de Babilonia e prefei-to supremo sobre todos os sabios de Babilonia”. Seustres companheiros hebreus continuaram a participarna administracao dos assuntos daquele distrito. (Daniel1:11-19; 2:48, 49; 3:30) Os quatro exilados aguardaram orestabelecimento de Nabucodonosor no trono, como reiracional que aprendeu que “o Altıssimo e Governante noreino da humanidade e que ele o da a quem quiser”.

O RESTABELECIMENTO DE NABUCODONOSOR19 Jeova restabeleceu a sanidade de Nabucodonosor ao

fim dos sete tempos. O rei disse entao, reconhecendo-ocomo o Deus Altıssimo: “Ao fim dos dias, eu, Nabu-codonosor, levantei os olhos ao ceu e meu proprio en-tendimento comecou a retornar a mim; e eu bendisse oproprio Altıssimo, e louvei e glorifiquei Aquele que vivepor tempo indefinido, porque seu domınio e um domı-nio por tempo indefinido e seu reino e para geracao aposgeracao. E todos os habitantes da terra sao consideradoscomo simplesmente nada, e ele age segundo a sua pro-pria vontade entre o exercito dos ceus e os habitantes daterra. E nao ha quem lhe possa deter a mao ou quemlhe possa dizer: ‘Que estas fazendo?’” (Daniel 4:34, 35)Deveras, Nabucodonosor passou a dar-se conta de que oAltıssimo e mesmo o Governante Soberano no reino dahumanidade.

19. Depois de Jeova restabelecer a sanidade de Nabucodonosor, o quechegou a reconhecer esse rei babilonio?

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20 Quando Nabucodonosor voltou a ocupar o trono,era como se as bandas metalicas em volta do toco da ar-vore do sonho tivessem sido retiradas. Ele disse a respeitodo seu restabelecimento: “Ao mesmo tempo comecou aretornar a mim o meu proprio entendimento, e para adignidade do meu reino comecaram a retornar a mima minha majestade e o meu esplendor; e ate mesmo osmeus altos funcionarios reais e os meus grandes comeca-ram a procurar-me ansiosamente, e fui restabelecidono meu proprio reino e acrescentou-se-me extraordina-ria grandeza.” (Daniel 4:36) Caso alguns oficiais da cortetenham desprezado o rei demente, agora eles ‘o procura-vam ansiosamente’ em completa subserviencia.

21 Que ‘sinais e maravilhas’ havia realizado o Deus Al-tıssimo! Nao nos deve surpreender que o restabelecidorei babilonio dissesse: “Agora, eu, Nabucodonosor, lou-vo, e enalteco, e glorifico o Rei dos ceus, porque todas assuas obras sao verdade e seus caminhos sao justica, e por-que ele e capaz de humilhar os que andam em orgulho.”(Daniel 4:2, 37) Esse reconhecimento, porem, nao fez deNabucodonosor um adorador gentio de Jeova.

A ALGUMA EVIDˆENCIA SECULAR?

22 Alguns tem identificado a insanidade de Nabucodo-nosor como licantropia. Um dicionario de medicina diz:“LICANTROPIA . . . de [ly·kos], lupus, lobo; [an·thro·pos],homo, homem. Este nome foi dado a doenca de pes-soas que acreditam ter-se transformado em animal, e que

20, 21. (a) Que paralelo teve a retirada das bandas de metal em voltado toco da arvore do sonho com o que aconteceu com Nabucodono-sor? (b) O que reconheceu Nabucodonosor, e tornou-se ele com issoadorador de Jeova?22. Com que disturbio identificaram alguns a insanidade de Nabuco-donosor, mas de que devemos dar-nos conta referente a causa da suacondicao insana?

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imitam o som ou os gritos, as formas ou maneiras daque-le animal. Tais indivıduos costumam imaginar-se trans-formadas em lobo, cao ou gato; as vezes tambem emtouro, como no caso de Nabucodonosor.” (Dictionnairedes sciences medicales, par une societe de medicins et dechirurgiens [Dicionario de Ciencias Medicas, por UmaSociedade de Medicos e de Cirurgioes], Paris, 1818, Vo-lume 29, pagina 246) Os sintomas da licantropia sao si-milares aos do estado demente de Nabucodonosor. Vistoque a doenca mental dele foi decretada por Deus, porem,ela nao pode ser especificamente identificada com umdisturbio conhecido.

23 O erudito John E. Goldingay cita diversos paralelosa demencia e ao restabelecimento de Nabucodonosor.Por exemplo, ele declara: “Um fragmentario texto cunei-forme parece referir-se a um disturbio mental de Na-bucodonosor, e talvez a ele ter negligenciado e deixadoBabilonia.” Goldingay cita um documento chamado“O Jo Babilonio” e diz que ele “atesta castigos por Deus,doenca, humilhacao, a procura da interpretacao dum so-nho aterrorizante, ser derrubado como uma arvore, serexpulso, consumir capim, perder o entendimento, ser co-mo um boi, ser atingido por chuva da parte de Mardu-que, unhas estragadas, cabelo crescido, e ser agrilhoado,e depois, um restabelecimento pelo qual ele louva aodeus”.

SETE TEMPOS QUE NOS AFETAM24 Conforme representado pela grande arvore, Nabuco-

donosor simbolizava o governo mundial. Mas lembre-sede que a arvore representa governo e soberania muito

23. Que testemunho secular ha da insanidade de Nabucodonosor?24. (a) O que simboliza a grande arvore do sonho? (b) O que foi res-trito por sete tempos, e como se deu isso?

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maiores do que os do rei de Babilonia. Simboliza a sobe-rania universal de Jeova, “o Rei dos ceus”, especialmentecom respeito a Terra. Antes da destruicao de Jerusalempelos babilonios, o reino cujo centro era aquela cidade,com Davi e seus herdeiros ocupando o “trono de Jeova”,representava a soberania de Deus com respeito a Terra.(1 Cronicas 29:23) O proprio Deus mandou derrubar eenvolver em bandas essa soberania em 607 AEC, quandousou Nabucodonosor para destruir Jerusalem. O exercı-cio da soberania divina para com a Terra, por meio dumreino da linhagem de Davi, foi restrito por sete tempos.Quanto duraram esses sete tempos? Quando comecarame o que marcou seu fim?

25 Durante a insanidade de Nabucodonosor, “seu ca-belo ficou tao comprido como penas de aguias, e suasunhas, como garras de aves”. (Daniel 4:33) Isso levoumais do que sete dias ou sete semanas. Diversas traducoesdizem “sete tempos”, e versoes alternativas sao “temposdesignados (definidos)” ou “perıodos de tempo”. (Daniel4:16, 23, 25, 32) Uma variante do grego antigo (Septua-ginta) diz “sete anos”. Os “sete tempos” foram tratadoscomo “sete anos” pelo historiador judeu, Josefo, do pri-meiro seculo. (Antiquities of the Jews [AntiguidadesJudaicas], Livro 10, Capıtulo 10, paragrafo 6) E certos he-braıstas consideram que esses “tempos” sao “anos”. “Seteanos” e como sao vertidos em A Bıblia na Linguagem deHoje, na Bıblia Sagrada, Edicao Pastoral (4:20), e na tradu-cao inglesa de James Moffatt.

26 Ao que tudo indica, os “sete tempos” de Nabucodo-nosor envolviam sete anos. Na profecia, um ano tem emmedia 360 dias, ou 12 meses de 30 dias cada um. (Note

25, 26. (a) No caso de Nabucodonosor, que duracao tiveram os “setetempos”, e por que responde assim? (b) No cumprimento maior,quando e como tiveram comeco os “sete tempos”?

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Revelacao [Apocalipse] 12:6, 14.) De modo que os “setetempos”, ou sete anos, do rei eram 360 dias multipli-cados por 7, ou 2.520 dias. Mas o que dizer do cumpri-mento maior desse sonho? Os “sete tempos” profeticosduraram muito mais do que 2.520 dias. Isso foi indi-cado pelas palavras de Jesus: “Jerusalem sera pisada pe-las nacoes, ate se cumprirem os tempos designados dasnacoes.” (Lucas 21:24) Esse ‘pisar’ comecou em 607 AEC,quando Jerusalem foi destruıda e o reino tıpico de Deusdeixou de operar em Juda. Quando terminaria o pisar?Nos “tempos do restabelecimento de todas as coisas”,quando a soberania divina se manifestaria de novo paracom a Terra por meio da Jerusalem simbolica, o Reino deDeus. — Atos 3:21.

27 Se contarmos 2.520 dias literais desde a destrui-cao de Jerusalem em 607 AEC, isso nos levara apenas a600 AEC, um ano sem significado bıblico. Nem mesmoem 537 AEC, quando os judeus libertados estavam de vol-ta em Juda, manifestou-se a soberania de Jeova na Terra.Foi assim porque Zorobabel, herdeiro do trono de Davi,nao foi constituıdo rei, mas apenas governador da provın-cia persa de Juda.

28 Visto que os “sete tempos” sao profeticos, temos deaplicar aos 2.520 dias a regra bıblica: “Um dia por umano.” Essa regra e especificada numa profecia a respeitodo sıtio de Jerusalem pelos babilonios. (Ezequiel 4:6, 7;note Numeros 14:34.) Os “sete tempos” da dominacaoda Terra por poderes gentios, sem interferencia do Reinode Deus, portanto, abrangeram 2.520 anos. Comeca-ram com a desolacao de Juda e de Jerusalem no setimo

27. Por que diria que os “sete tempos” que comecaram em 607 AECnao terminaram depois de 2.520 dias literais?28. (a) Que regra precisa ser aplicada aos 2.520 dias dos “sete tem-pos” profeticos? (b) Que duracao tiveram os “sete tempos” profeticos,e que datas marcam seu comeco e seu fim?

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mes lunar (15 de tisri) de 607 AEC. (2 Reis 25:8, 9, 25,26) A partir desse ponto ate 1 AEC sao 606 anos. Os1.914 anos restantes vao desde entao ate 1914 EC. Por-tanto, os “sete tempos”, ou 2.520 anos, terminaram em15 de tisri, ou 4/5 de outubro, de 1914 EC.

29 Naquele ano cumpriram-se “os tempos designadosdas nacoes” e Deus entregou o governo ao “mais hu-milde da humanidade” — a Jesus Cristo — que fora con-siderado tao desprezıvel pelos seus adversarios que atemesmo mandaram prega-lo numa estaca. (Daniel 4:17)Para entronizar o Rei messianico, Jeova soltou as simbo-licas bandas de ferro e de cobre em volta do “toco” da suapropria soberania. O Deus Altıssimo permitiu assim queum “renovo” regio crescesse dele, como manifestacao dasoberania divina para com a Terra por meio do Reino ce-lestial nas maos do maior Herdeiro de Davi, Jesus Cris-to. (Isaıas 11:1, 2; Jo 14:7-9; Ezequiel 21:27) Como somosgratos a Jeova por esse bendito resultado e por ele escla-recer o misterio da grande arvore!

29. Quem e “o mais humilde da humanidade”, e o que fez Jeova paraentroniza-lo?

O QUE DISCERNIU?˙ O que simbolizava a grande arvore do sonho de

Nabucodonosor?˙ O que sobreveio a Nabucodonosor no cumpri-

mento inicial do seu sonho sobre a arvore?˙ Depois do cumprimento do seu sonho, o que

reconheceu Nabucodonosor?˙ No cumprimento maior do sonho profetico da

arvore, quanto tempo duraram os “sete tempos”,quando comecaram e quando terminaram?

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QUATRO palavras simples, escritas numa parede rebocada.No entanto, essas quatro palavras deixaram um poderosogovernante apavorado. Elas proclamaram a destronizacaode dois reis, a morte de um deles e o fim duma poderosapotencia mundial. Essas palavras resultaram na humilha-cao duma reverenciada ordem religiosa. Mais importanteainda, enalteceram a adoracao pura de Jeova e reafirma-ram a soberania dele numa epoca em que a maioria daspessoas dava pouca atencao a essas coisas. Ora, essas pala-vras ate mesmo lancaram luz sobre acontecimentos mun-diais de hoje em dia! Como puderam quatro palavras fazertudo isso? Vejamos.

2 Passaram-se decadas desde os acontecimentos descri-tos no capıtulo 4 de Daniel. O reinado de 43 anos do or-gulhoso Rei Nabucodonosor em Babilonia terminou coma sua morte em 582 AEC. Houve uma serie de sucessoresprocedentes da sua famılia, mas a morte prematura ou oassassinato acabaram com o domınio de um apos outro.Por fim, um homem chamado Nabonido assumiu o tro-no por meio duma revolta. Filho duma sumo sacerdotisado deus-lua Sin, parece que Nabonido nao tinha lacos san-guıneos com a casa real de Babilonia. Algumas autoridadessugerem que ele se casou com uma filha de Nabucodono-sor para legitimar seu proprio governo, fez do filho deles,Belsazar, seu corregente, e deixou Babilonia a cargo dele,

1. Quao amplo foi o impacto de quatro palavras escritas ha muitotempo numa parede?2. (a) O que aconteceu em Babilonia depois da morte de Nabucodo-nosor? (b) Que governante assumiu entao o poder?

CAP´ITULO SETE

QUATRO PALAVRAS QUEMUDARAM O MUNDO

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as vezes por anos seguidos. Nesse caso, Belsazar teria sidoneto de Nabucodonosor. Sera que, a base das experienciasdo seu avo, ele aprendeu que Jeova e o Deus Supremo, ca-paz de humilhar a qualquer rei? Parece que nao! — Daniel4:37.

UMA FESTA FORA DE CONTROLE3 O 5.° capıtulo de Daniel se inicia com um banque-

te. “No que se refere a Belsazar, o rei, deu ele um grandebanquete a mil dos seus grandes e bebia vinho na frentedos mil.” (Daniel 5:1) Como pode imaginar, deve tersido necessario um enorme salao para acomodar todos es-ses homens, alem das esposas secundarias e das concubi-nas do rei. Certo erudito menciona: “Os banquetes babi-lonicos eram magnıficos, embora usualmente acabassemem embriaguez. Havia vinho importado e fartura de igua-rias de todo tipo na mesa. O salao estava perfumado; voca-listas e instrumentistas entretinham os convidados reuni-dos.” Presidindo onde todos podiam ve-lo, Belsazar bebiavinho — bebendo continuamente.

4 Parece estranho que os babilonios tivessem tal disposi-cao festiva nessa noite — 5/6 de outubro de 539 AEC. Suanacao estava em guerra, e as coisas nao iam bem para eles.Nabonido pouco antes sofrera uma derrota as maos dasforcas invasoras dos medo-persas e se refugiara em Borsi-pa, ao sudoeste de Babilonia. E agora os exercitos de Ciroestavam acampados bem do lado de fora de Babilonia. Noentanto, Belsazar e seus grandes aparentemente nao esta-vam preocupados. Afinal, sua cidade era a inexpugnavelBabilonia! As muralhas colossais dela erguiam-se altanei-ras a beira dos fossos fundos, cheios de agua do grande

3. Como era a festa de Belsazar?4. (a) Por que pode parecer estranho que os babilonios fizessem fes-ta na noite de 5/6 de outubro de 539 AEC? (b) O que provavelmentefez os babilonios terem confianca apesar dos exercitos invasores?

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rio Eufrates que atravessava a cidade. Nenhum inimigoconseguira tomar Babilonia de assalto em mais de cemanos. Entao, por que se preocupar? Belsazar talvez pensas-se que o barulho da sua festanca mostraria aos inimigos lafora a sua confianca e os desanimaria.

5 No entanto, o excesso de bebida nao demorou a afetarBelsazar. Conforme diz Proverbios 20:1, “o vinho e zom-bador”. Nesse caso, o vinho realmente induziu o rei a co-meter uma tolice da pior especie. Ele mandou que se trou-xessem a festa os vasos sagrados do templo de Jeova. Essesvasos, tomados por Nabucodonosor como despojo duran-te a conquista de Jerusalem, so deveriam ser usados naadoracao pura. Ate mesmo os sacerdotes judeus, que ti-nham sido autorizados a usa-los no templo de Jerusalem,em tempos passados tinham sido advertidos para se man-terem puros. — Daniel 5:2; note Isaıas 52:11.

6 No entanto, Belsazar pensava num ato ainda mais in-solente. “O rei e seus grandes, suas concubinas e suas es-posas secundarias . . . beberam vinho e louvaram osdeuses de ouro e de prata, cobre, ferro, madeira e pedra.”(Daniel 5:3, 4) Portanto, Belsazar pretendia enaltecer seusdeuses falsos acima de Jeova! Essa atitude, pelo que pare-ce, era tıpica entre os babilonios. Desprezavam os judeusque eles mantinham cativos, zombavam da adoracao de-les e nao lhes davam nenhuma esperanca de voltar para asua patria amada. (Salmo 137:1-3; Isaıas 14:16,17) Esse mo-narca embriagado talvez achasse que humilhar esses exila-dos e insultar o Deus deles impressionaria suas mulheres eseus oficiais, dando-lhe a aparencia de ser forte.� Mas, se

� Numa inscricao antiga, o Rei Ciro disse a respeito de Belsazar: “Umfracalhao foi empossado como [governante] do seu paıs.”

5, 6. O que fez Belsazar sob a influencia de vinho, e por que era issoum grave insulto a Jeova?

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Belsazar se sentiu empolgado com o poder, isso nao duroumuito tempo.

A ESCRITA NA PAREDE7 “Naquele momento”, diz o relato inspirado, “aparece-

ram dedos de mao de homem e escreveram defronte docandelabro sobre o reboco da parede do palacio do rei, eo rei via as costas da mao que escrevia”. (Daniel 5:5) Quevista espantosa! Uma mao aparecendo do nada, flutuandono ar, perto duma parte bem iluminada da parede. Imagi-ne o silencio que caiu sobre a festa quando os convidadosse voltaram para ver isso. A mao comecou a escrever umamensagem enigmatica no reboco.� Tao sinistro, tao ines-quecıvel foi esse fenomeno, que ate o dia de hoje ha quemuse a expressao “a escrita na parede” para sugerir o avisode uma catastrofe iminente.

8 Que efeito teve isso sobre o orgulhoso rei, que tentaraenaltecer a si mesmo e a seus deuses acima de Jeova? “Nis-so, no que se refere ao rei, ele mudou de cor e seus pro-prios pensamentos comecaram a amedronta-lo, e as juntasdos seus quadris se afrouxavam e os proprios joelhos delebatiam um no outro.” (Daniel 5:6) Belsazar pretendia pa-recer grandioso e majestoso aos seus suditos. Em vez dis-so, tornou-se um retrato vivo de humilhante terror — como rosto palido, os quadris cambaleantes, todo o corpo tre-mendo com tanta forca que os joelhos batiam. As palavrasde Davi, dirigidas a Jeova num cantico, deveras eram vera-zes: “Os teus olhos sao contra os altaneiros, para os rebai-xares.” — 2 Samuel 22:1, 28; note Proverbios 18:12.

� Ate mesmo esse pormenor especıfico do relato de Daniel mostrouser exato. Os arqueologos descobriram que as paredes palaciais na an-tiga Babilonia eram feitas de tijolos revestidos de reboco.

7, 8. Como foi interrompida a festa de Belsazar, e que efeito teve issosobre o rei?

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9 Deve-se notar que o temor de Belsazar nao era um te-mor piedoso, uma profunda reverencia a Jeova, que e oinıcio de toda sabedoria. (Proverbios 9:10) Nao, era um ter-ror morbido, e nao resultou em nada parecido com sabe-doria para o monarca tremulo.� Em vez de pedir perdaoao Deus que ele acabava de insultar, clamou em alta vozque chamassem “os conjuradores, os caldeus e os astrolo-gos”. Ele ate mesmo declarou: “Qualquer homem que leresta escrita e que me mostrar a propria interpretacao delasera vestido de purpura, com um colar de ouro em volta dopescoco, e ele dominara como o terceiro no reino.” (Da-niel 5:7) O terceiro governante no reino seria deveras po-deroso, precedido apenas pelos dois reis reinantes, Nabo-nido e o proprio Belsazar. Esse posto normalmente ficariareservado para o filho mais velho de Belsazar. Isso mostracomo o rei ficou desesperado para que se lhe explicasse amensagem milagrosa!

10 Os sabios iam entrando no grande salao. Nao haviafalta deles, porque Babilonia era uma cidade impregna-da de religiao falsa e cheia de templos. Certamente, haviamuitos homens que afirmavam saber interpretar agourose decifrar uma escrita enigmatica. Esses sabios devem terficado emocionados com a oportunidade que se lhes dava.Essa era a sua chance de praticar sua arte perante uma as-

� As supersticoes babilonicas provavelmente tornavam esse milagreainda mais aterrorizante. O livro Babylonian Life and History (A Vidae a Historia de Babilonia) observa: “Alem dos numerosos deuses queos babilonios adoravam, verificamos que eles eram muito dados acrenca em espıritos, e isso a tal ponto que as oracoes e os encanta-mentos contra esses constituem uma parte muito grande da sua lite-ratura religiosa.”

9. (a) Por que nao era o terror de Belsazar um temor piedoso? (b) Queoferta fez o rei aos sabios de Babilonia?10. Como se saıram os sabios no seu esforco de interpretar a escritana parede?

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sistencia de dignitarios, granjear o favor do rei e assumiruma posicao de grande poder. Mas que fracasso foram!“Nao eram suficientemente competentes para ler a propriaescrita ou para fazer saber ao rei a interpretacao.”� — Da-niel 5:8.

11 Nao se tem certeza se os sabios babilonios achavam apropria escrita — as letras — indecifravel. Se fosse assim, es-ses homens inescrupulosos teriam tido a oportunidade deinventar uma interpretacao falaz, talvez ate mesmo umaque lisonjeasse o rei. Outra possibilidade e que as letraseram bastante legıveis. No entanto, visto que lınguas taiscomo o aramaico e o hebraico eram escritas sem vogais,cada palavra podia ter tido diversos sentidos. Nesse caso, ossabios provavelmente nao conseguiriam decidir que pala-vras eram. Mesmo que conseguissem, ainda assim nao te-riam sido capazes de compreender o sentido das palavraspara interpreta-las. De qualquer modo, uma coisa e certa:os sabios de Babilonia fracassaram — desastrosamente!

12 De modo que os sabios foram expostos como char-lataes, e sua reverenciada ordem religiosa como fraude.Como decepcionaram! Quando Belsazar notou que suaconfianca nesses religiosos havia sido em vao, ele ficouainda mais amedrontado, sua face ficou mais palida, e atemesmo seus grandes estavam “perplexos”.� — Daniel 5:9.

� O periodico Biblical Archaeology Review observa: “Os peritos ba-bilonios catalogaram milhares de sinais agourentos. . . . Quando Bel-sazar queria saber o que a escrita na parede significava, os sabios deBabilonia, sem duvida, recorreram a essas enciclopedias de augurios.Mas elas se mostraram inuteis.”� Lexicografos observaram que a palavra usada aqui para “perple-

xos” da a entender grande comocao, como se os reunidos ficassemem grande confusao.

11. Por que talvez fossem os sabios de Babilonia incapazes de ler a es-crita?12. O que provou o fracasso dos sabios?

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UM HOMEM PERSPICAZ´E CONVOCADO

13 Nesse momento crıtico, a propria rainha — evidente-mente a rainha-mae — entrou no salao do banquete. Elasoube da comocao na festa e conhecia alguem que podiadecifrar a escrita na parede. Decadas antes, seu pai, Na-bucodonosor, havia designado Daniel sobre todos os seussabios. A rainha lembrou-se dele como homem de “espı-rito extraordinario, e conhecimento, e perspicacia”. Vistoque parece que Daniel nao era conhecido por Belsazar, eprovavel que o profeta perdera seu alto cargo governamen-tal apos a morte de Nabucodonosor. Mas Daniel nao davamuita importancia a destaque. A essa altura, ele provavel-mente tinha 90 e poucos anos, e ainda servia fielmente aJeova. Apesar de umas oito decadas de exılio em Babilo-nia, ele ainda era conhecido pelo seu nome hebraico. Atemesmo a rainha o chamou de Daniel, nao usando o nomebabilonico que lhe fora dado. Deveras, ela instou com orei: “Chame-se o proprio Daniel para que mostre a propriainterpretacao.” — Daniel 1:7; 5:10-12.

14 Daniel foi chamado e entrou perante Belsazar. Era em-baracoso pedir um favor a esse judeu, cujo Deus o rei aca-bara de insultar. Ainda assim, Belsazar procurou lisonjear aDaniel, oferecendo-lhe a mesma recompensa — o terceirolugar no reino — se conseguisse ler e explicar as palavrasmisteriosas. (Daniel 5:13-16) Daniel olhou para a escritana parede, e o espırito santo o habilitou a discernir seu sig-nificado. Era uma mensagem de condenacao da parte deJeova Deus! Como e que Daniel podia proferir uma sen-tenca dura contra esse rei vaidoso bem na frente dele — e

13. (a) Por que sugeriu a rainha que se chamasse Daniel? (b) Que es-pecie de vida levava Daniel?14. Em que situacao difıcil estava Daniel quando viu a escrita na pa-rede?

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isso diante das esposas e dos grandes dele? Imagine a situa-cao difıcil de Daniel! Deixou-se ele influenciar pelas pala-vras lisonjeiras do rei e por este lhe oferecer riquezas e des-taque? Abrandaria o profeta o pronunciamento de Jeova?

15 Daniel falou com coragem, dizendo: “Venham a seras tuas dadivas para ti mesmo e da os teus presentes a ou-tros. No entanto, eu lerei a propria escrita ao rei e lhe fareisaber a interpretacao.” (Daniel 5:17) A seguir, Daniel reco-nheceu a grandeza de Nabucodonosor, um rei tao podero-so que foi capaz de matar, golpear, enaltecer ou humilhara quem quisesse. No entanto, Daniel lembrou a Belsazarque foi Jeova, o “Deus Altıssimo”, quem fez Nabucodono-sor grande. Fora Jeova quem havia humilhado aquele reipoderoso quando se tornou orgulhoso. Deveras, Nabuco-donosor foi obrigado a saber que “o Altıssimo e Governan-te no reino da humanidade e que estabelece sobre ele aquem quiser”. — Daniel 5:18-21.

16 Belsazar ‘sabia de tudo isso’. No entanto, deixara deaprender algo da historia. Na realidade, ele havia ido mui-to alem do pecado de Nabucodonosor de ter orgulho des-cabido, e cometera um ato de flagrante insolencia contraJeova. Daniel expos o pecado do rei. Alem disso, na fren-te de todos aqueles pagaos reunidos, ele disse francamen-te a Belsazar que os deuses falsos “nada veem, nem ouvem,nem sabem”. O corajoso profeta de Deus acrescentou que,em contraste com esses deuses inuteis, Jeova e o Deus “emcuja mao esta o teu folego”. Ate o dia de hoje, as pessoas fa-zem deuses de coisas sem vida, idolatrando o dinheiro, acarreira, o prestıgio e ate mesmo o prazer. Mas nada dissopode dar vida. Jeova e o unico a quem todos nos devemosnossa propria existencia, de quem dependemos para cadafolego que tomamos. — Daniel 5:22, 23; Atos 17:24, 25.

15, 16. Que licao vital da historia deixara de aprender Belsazar, e comque frequencia vemos uma falha similar hoje em dia?

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UM ENIGMA SOLUCIONADO17 O idoso profeta passou entao a fazer o que foi impos-

sıvel para todos os sabios de Babilonia. Ele leu e interpre-tou a escrita na parede. As palavras eram: “MENE, MENE,TEQUEL e PARSIM.” (Daniel 5:24, 25) O que significamelas?

18 Literalmente, as palavras significam “uma mina, umamina, um siclo e meios siclos”. Cada palavra era uma me-dida de peso monetario, alistada em ordem de valor de-crescente. Que enigma! Mesmo que os sabios babiloniosconseguissem ler as letras, ainda assim nao e de admirarque nao pudessem interpreta-las.

19 Daniel explicou, sob a influencia do espırito santo deDeus: “Esta e a interpretacao da palavra: MENE: Deus con-tou os dias do teu reino e acabou com ele.” (Daniel 5:26)As consoantes da primeira palavra admitem tanto a pala-vra “mina”, como uma forma da palavra aramaica para“contado” ou “numerado”, dependendo das vogais usadaspelo leitor. Daniel sabia bem que o exılio dos judeus esta-va chegando ao fim. Ja se haviam passado 68 dos preditos70 anos de sua duracao. ( Jeremias 29:10) O Grande Crono-metrista, Jeova, havia contado os dias do reinado de Babi-lonia como potencia mundial, e o fim estava mais pertodo que qualquer um no banquete de Belsazar imaginava.Na realidade, o tempo ja se esgotara — nao so para Belsazar,mas tambem para seu pai, Nabonido. Esse talvez fosse omotivo de se escrever duas vezes a palavra “MENE” — paraanunciar o fim de ambos esses reinados.

20 “TEQUEL”, por outro lado, foi escrita apenas uma vez,e no singular. Isso pode indicar que se dirigia primaria-

17, 18. Quais eram as quatro palavras escritas na parede e qual e seusignificado literal?19. Qual era a interpretacao da palavra “MENE”?20. Qual era a explicacao da palavra “TEQUEL”, e como se aplicava aBelsazar?

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mente a Belsazar. E isso seria apropriado, porque ele mes-mo mostrara crasso desrespeito por Jeova. A propria pala-vra significa “siclo”, mas as consoantes tambem permitema palavra “pesado”. De modo que Daniel disse a Belsazar:“TEQUEL: foste pesado na balanca e achado deficiente.”(Daniel 5:27) Para Jeova, nacoes inteiras sao tao insignifi-cantes como a camada fina de po na balanca. (Isaıas 40:15)Sao incapazes de frustrar os propositos dele. Entao, deque importancia seria um so rei arrogante? Belsazar tenta-ra enaltecer-se acima do Soberano do Universo. Esse merohumano se atrevera a insultar a Jeova e a zombar da ado-racao pura, mas fora “achado deficiente”. Deveras, Belsa-zar merecia plenamente o julgamento que se aproximavarapidamente!

21 A ultima palavra na parede foi “PARSIM”. Daniel a leuna forma singular, “PERES”, provavelmente porque se di-rigia a um so rei, enquanto que o outro estava ausente.Essa palavra culminou o grande enigma de Jeova com umjogo de palavras de sentido triplo. “Parsim” significa lite-ralmente “meios siclos”. Mas as letras tambem permitemdois outros significados: “divisoes” e “persas”. Daniel pre-disse assim: “PERES: teu reino foi dividido e dado aos me-dos e aos persas.” — Daniel 5:28.

22 Assim se solucionou o enigma. A poderosa Babilo-nia estava prestes a cair diante das forcas medo-persas.Embora abatido em vista da declaracao de ruına, Belsa-zar cumpriu sua palavra. Mandou que seus servos ves-tissem Daniel de purpura, dessem-lhe um colar de ouro, eproclamassem-no o terceiro governante no reino. (Daniel5:29) Daniel nao recusou essas honras, reconhecendo que

21. Como era “PARSIM” um jogo de palavras de sentido triplo e o queindicava essa palavra quanto ao futuro de Babilonia como potenciamundial?22. Como reagiu Belsazar a solucao do enigma e que esperanca tal-vez tivesse?

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refletiam a honra devida a Jeova. Naturalmente, e possıvelque Belsazar esperasse abrandar o julgamento de Jeova porhonrar o profeta Dele. Nesse caso, isso foi demasiado pou-co e demasiado tarde.

A QUEDA DE BABILˆ

ONIA23 Mesmo enquanto Belsazar e seus cortesaos ainda brin-

davam seus deuses e zombavam de Jeova, desenrolava-seum grande drama na escuridao fora do palacio. Cumpria-se uma profecia declarada por meio de Isaıas quase dois se-culos antes. Jeova predissera a respeito de Babilonia: “Fizcessar todos os suspiros devidos a ela.” Deveras, toda aopressao da cidade inıqua infligida ao povo escolhido deDeus estava para acabar. De que modo? O mesmo profetadisse: “Sobe, o Elao! Sitia, o Media!” Elao tornara-se parteda Persia depois dos dias do profeta Isaıas. Na epoca da fes-ta de Belsazar, que tambem fora predita na mesma profe-cia por Isaıas, a Persia e a Media haviam mesmo juntado asforcas para ‘subir’ e ‘sitiar’ Babilonia. — Isaıas 21:1, 2, 5, 6.

24 Deveras, o proprio nome do lıder dessas forcas forapredito, assim como os pontos principais da estrategia debatalha. Com uns 200 anos de antecedencia, Isaıas ha-via profetizado que Jeova ungiria alguem chamado Ciropara ir contra Babilonia. No decorrer do ataque deste, to-dos os obstaculos seriam eliminados diante dele. As aguasde Babilonia ‘secariam’ e os fortes portoes dela seriamdeixados abertos. (Isaıas 44:27–45:3) E assim aconteceu.Os exercitos de Ciro desviaram o rio Eufrates, baixandoo nıvel da agua, para que pudessem passar pelo leito dorio. Os portoes na muralha de Babilonia haviam sido dei-xados abertos por guardas descuidados. Conforme concor-

23. Que profecia antiga se cumpria mesmo enquanto a festa de Bel-sazar ainda estava em andamento?24. Que pormenores a respeito da queda de Babilonia predissera aprofecia de Isaıas?

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dam historiadores seculares, a cidade foi invadida enquan-to seus habitantes festejavam. Babilonia foi tomada qua-se sem oposicao. ( Jeremias 51:30) No entanto, houve pelomenos uma morte notavel. Daniel relatou: “Naquela mes-ma noite foi morto Belsazar, o rei caldeu, e o proprio Da-rio, o medo, recebeu o reino ao ter cerca de sessenta e doisanos de idade.” — Daniel 5:30, 31.

O QUE SE APRENDE DA ESCRITA NA PAREDE25 O relato inspirado de Daniel, capıtulo 5, esta cheio

25. (a) Por que e a antiga Babilonia um sımbolo apropriado do atualsistema global da religiao falsa? (b) Em que sentido foram os servosde Deus mantidos cativos em Babilonia nos tempos modernos?

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de significado para nos. A antiga Babilonia, como centrode praticas da religiao falsa, e um sımbolo apropriado doimperio mundial da religiao falsa. Retratado em Revela-cao (ou Apocalipse) como sanguinaria meretriz, esse con-glomerado global de engano e chamado de “Babilonia, aGrande”. (Revelacao 17:5) Indiferente a todos os avisos so-bre as suas doutrinas falsas e praticas que desonram aDeus, ela tem perseguido os que pregam a verdade da Pa-lavra de Deus. Assim como os habitantes da antiga Je-rusalem e de Juda, o fiel restante de cristaos ungidosencontrava-se, para todos os efeitos, exilado em “Babilo-nia, a Grande”, quando a perseguicao inspirada pelo cle-ro praticamente acabou com a obra da pregacao do Reinoem 1918.

26 De repente, porem, “Babilonia, a Grande”, caiu! Ora,a queda foi praticamente silenciosa — assim como a antigaBabilonia caiu quase silenciosamente, em 539 AEC. Essaqueda figurativa, nao obstante, foi devastadora. Ocorreuem 1919 EC, quando o povo de Jeova foi libertado do ca-tiveiro babilonico e foi abencoado com a aprovacao divi-na. Isso acabou com o poder de “Babilonia, a Grande”, so-bre o povo de Deus e marcou o comeco da exposicao delaem publico como fraude indigna de confianca. Essa quedamostrou ser irreversıvel, e a destruicao final dela e iminen-te. Os servos de Jeova tem assim repetido o aviso: “Saı dela,povo meu, se nao quiserdes compartilhar com ela nos seuspecados.” (Revelacao 18:4) Acatou voce esse aviso? Partici-pa em avisar outros?�

� Veja as paginas 205-271 do livro Revelacao — Seu Grandioso Clı-max Esta Proximo!, publicado pelas Testemunhas de Jeova.

26. (a) Como caiu “Babilonia, a Grande”, em 1919? (b) Que aviso de-vemos acatar e transmitir a outros?

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27 De modo que hoje ‘a escrita esta na parede’ — masnao so para “Babilonia, a Grande”. Lembre-se de uma ver-dade central, vital, do livro de Daniel: Jeova e o Sobera-no Universal. Ele, e somente ele, tem o direito de estabele-cer um governante sobre a humanidade. (Daniel 4:17, 25;5:21) Tudo o que se opuser aos propositos de Jeova sera eli-minado.

´E so uma questao de tempo para Jeova agir. (Ha-

bacuque 2:3) Para Daniel, esse tempo chegou por fim nadecima decada da sua vida. Ele viu entao Jeova removeruma potencia mundial — aquela que havia oprimido opovo de Deus desde a infancia de Daniel.

28 Ha prova inegavel de que Jeova Deus colocou numtrono celestial um Governante da humanidade. Que omundo nao tem feito caso desse Rei e se tem oposto a re-gencia dele e evidencia certa de que Jeova em breve eli-minara todos os que se opoem ao governo do Reino. (Sal-mo 2:1-11; 2 Pedro 3:3-7) Age voce segundo a urgenciados nossos tempos e deposita a sua confianca no Reino deDeus? Nesse caso, realmente aprendeu algo da escrita naparede!

27, 28. (a) Que verdade vital Daniel nunca perdeu de vista? (b) Queevidencia temos de que Jeova agira em breve contra o mundo inıquoda atualidade?

O QUE DISCERNIU?˙ Como foi a festa de Belsazar interrompida na

noite de 5/6 de outubro de 539 AEC?˙ Qual era a interpretacao da escrita na parede?˙ Que profecia sobre a queda de Babilonia se

cumpria enquanto a festa de Belsazar estavaem andamento?

˙ Que significado para os nossos dias tem o rela-to sobre a escrita na parede?

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BABILˆ

ONIA havia caıdo! Seu esplendor secular como po-tencia mundial fora extinto em apenas poucas horas.Comecava uma nova era — a dos medos e dos persas.Como sucessor no trono de Belsazar, Dario, o Medo, viu-seconfrontado com a tarefa difıcil de organizar seu imperioexpandido.

2 Uma das primeiras tarefas empreendidas por Dario foia de designar 120 satrapas. Acredita-se que os que serviamem cargos assim as vezes eram escolhidos dentre os paren-tes do rei. De qualquer modo, cada satrapa governava umgrande distrito ou uma subdivisao menor do imperio. (Da-niel 6:1) Seus deveres incluıam a cobranca de impostos e aremessa do tributo a corte real. Embora o satrapa ficassesujeito a verificacoes periodicas quando visitado por re-presentantes do rei, ele tinha consideravel autoridade. Seutıtulo significa “protetor do Reino”. O satrapa era conside-rado como rei vassalo na sua provıncia, com tudo, menospoder soberano.

3 Onde se enquadrava Daniel nesse novo arranjo? Apo-sentaria Dario, o Medo, a esse idoso profeta judeu queentao ja tinha mais de noventa anos? De forma alguma!Sem duvida, Dario se dava conta de que Daniel predisseracom exatidao a queda de Babilonia e que essa predicao exi-gia um discernimento sobre-humano. Alem disso, Daniel

1, 2. (a) Como organizou Dario, o Medo, seu imperio expandido?(b) Descreva os deveres e a autoridade dos satrapas.3, 4. Por que Dario favoreceu a Daniel, e que cargo lhe deu o rei?

CAP´ITULO OITO

SALVO DABOCA DOS LE

˜OES!

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tinha decadas de experiencia em lidar com as diversas co-munidades cativas em Babilonia. Dario pretendia manterrelacoes pacıficas com seus recem-conquistados suditos.Por isso, ele certamente queria alguem com a sabedoria e aexperiencia de Daniel junto ao trono. Em que cargo?

4 Teria sido bastante surpreendente se Dario tivesse no-meado Daniel, o judeu exilado, como satrapa. Mas ima-gine a comocao causada quando Dario anunciou a suadecisao de fazer de Daniel um dos tres altos funciona-rios que supervisionariam os satrapas! Nao so isso, masDaniel “constantemente se distinguia”, mostrando-se su-perior aos altos funcionarios, seus colegas. Deveras, achou-se nele “um espırito extraordinario”. Dario ate mesmopretendia dar-lhe o cargo de primeiro-ministro. — Daniel6:2, 3.

5 Os outros altos funcionarios e os satrapas devem ter fi-cado furiosos. Ora, nao conseguiam nem suportar a ideiade ter Daniel — que nao era nem medo nem persa, nemmembro da famılia real — num cargo de autoridade aci-ma deles! Como e que Dario podia dar a um estrangeiro taldestaque, deixando de lado seus proprios patrıcios e mes-mo a sua propria famılia? Essa atuacao deve ter parecidoinjusta. Alem disso, os satrapas evidentemente encaravama integridade de Daniel como restricao indesejavel para assuas praticas de suborno e de corrupcao. No entanto, os al-tos funcionarios e os satrapas nao se atreveram a se dirigira Dario com esse assunto. Afinal, Dario estimava muito aDaniel.

6 De modo que esses polıticos ciumentos fizeram entre

5. Como devem ter reagido os outros altos funcionarios e os satra-pas diante da nomeacao de Daniel, e por que?6. Como tentaram altos funcionarios e satrapas desacreditar Daniel,e por que se mostrou futil esse esforco?

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si uma conspiracao. Tentaram “achar um pretexto con-tra Daniel com respeito ao reino”. Poderia haver algo deerrado no modo em que ele cuidava das suas responsabili-dades? Era desonesto? Os altos funcionarios e os satrapasnao conseguiram encontrar nenhuma negligencia ou cor-rupcao no modo em que Daniel cuidava dos seus deveres.“Nao acharemos neste Daniel nenhum pretexto”, argu-mentavam, “a nao ser que o encontremos contra ele na leide seu Deus”. E foi assim que esses trapaceiros inventaramuma trama. Pensavam que isso acabaria de uma vez comDaniel. — Daniel 6:4, 5.

ARMADA UMA TRAMA ASSASSINA7 Uma comitiva de altos funcionarios e de satrapas se di-

rigiu a Dario, ‘entrando em conjunto’. A expressao aramai-ca usada contem a ideia de uma agitacao estrondosa. Pelovisto, esses homens davam a impressao de que tinham umassunto de grande urgencia a tratar com Dario. Talvez te-nham pensado que ele questionaria menos a proposta de-les, se a apresentassem com conviccao e como algo queexigia acao imediata. Por isso, foram logo ao ponto, dizen-do: “Todos os altos funcionarios do reino, os prefeitos e ossatrapas, os altos funcionarios reais e os governadores, emconselho, deliberaram estabelecer um estatuto real e porem vigor um interdito, de que todo aquele que fizer peti-cao a qualquer deus ou homem sem ser a ti, durante trin-ta dias, o rei, seja lancado na cova dos leoes.”� — Daniel6:6, 7.

� A existencia duma “cova dos leoes” em Babilonia e apoiada pelotestemunho de inscricoes antigas, que mostram que governantesorientais frequentemente mantinham colecoes de animais selvagens.

7. Que proposta apresentaram os altos funcionarios e os satrapas aorei, e de que forma o fizeram?

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8 Registros historicos confirmam que era comum os reismesopotamios serem encarados e adorados como divinos.De modo que Dario, sem duvida, sentiu-se lisonjeado poressa proposta. Ele pode tambem ter percebido um ladopratico nela. Lembre-se de que, para os moradores de Babi-lonia, Dario era estrangeiro e recem-chegado. Essa nova leiserviria para confirma-lo como rei, e incentivaria as multi-does que moravam em Babilonia a declarar sua lealdade eseu apoio ao novo regime. Ao propor o decreto, porem, osaltos funcionarios e os satrapas nao estavam nem um pou-co preocupados com o bem-estar do rei. Seu verdadeiromotivo era enlacar Daniel, porque sabiam que era costu-me dele orar a Deus tres vezes por dia diante das janelasabertas do seu quarto de terraco.

9 Causaria essa restricao a oracao um problema a todasas comunidades religiosas em Babilonia? Nao necessaria-mente, em especial porque a proibicao so ia durar ummes. Alem disso, poucos nao judeus considerariam comotransigencia orar por um tempo a um humano. Um eru-dito bıblico observa: “A adoracao prestada ao rei nao erauma exigencia estranha para a mais idolatra das nacoes; epor isso, quando se exigia do babilonio dar ao conquista-dor — Dario, o Medo — a homenagem devida a um deus,ele prontamente acatava isso. Eram apenas os judeus quese ressentiam de tal exigencia.”

10 De qualquer modo, os visitantes de Dario exortaram-no a ‘estabelecer o estatuto e assinar a escritura, para quenao fosse mudado, segundo a lei dos medos e dos persas,que e irrevogavel’. (Daniel 6:8) No antigo Oriente, a von-

8. (a) Por que Dario acharia atraente a lei proposta? (b) Qual era overdadeiro motivo dos altos funcionarios e dos satrapas?9. Por que a nova lei nao era problema para a maioria dos nao ju-deus?10. Como encaravam os medos e os persas a lei sancionada pelo seurei?

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tade dum rei era muitas vezes considerada absoluta. Issoperpetuava a ideia de que ele era infalıvel. Mesmo uma leique pudesse causar a morte de inocentes tinha de conti-nuar em vigor!

11 Sem pensar em Daniel, Dario assinou o decreto. (Da-niel 6:9) Ao fazer isso, ele assinou a sentenca de morte deseu funcionario mais estimado sem se dar conta disso. De-veras, esse edito certamente afetaria a Daniel.

DARIO´

E OBRIGADO A PROFERIRUMA SENTENCA ADVERSA

12 Daniel logo ficou sabendo da lei que restringia a ora-cao. Ele entrou imediatamente em casa e foi ao quarto deterraco, onde as janelas estavam abertas para Jerusalem.�Ali Daniel comecou a orar a Deus, “assim como havia fei-to regularmente antes disso”. Pode ser que Daniel pensasseestar sozinho, mas os conspiradores o estavam observan-do. De repente, eles “entraram em massa”, sem duvidada mesma maneira agitada com que se haviam dirigido aDario. Agora viam com os proprios olhos — Daniel “fazen-do peticao e implorando favor perante seu Deus”. (Daniel6:10, 11) Os altos funcionarios e os satrapas tinham toda aevidencia necessaria para acusar Daniel perante o rei.

13 Os inimigos de Daniel perguntaram astutamente aDario: “Nao assinaste um interdito no sentido de que todohomem que fizesse uma peticao a qualquer deus ou ho-mem sem ser a ti, durante trinta dias, o rei, fosse lancadona cova dos leoes?” Dario respondeu: “O assunto esta bem

� O quarto de terraco era um recinto particular, para o qual a pes-soa podia retirar-se quando nao queria ser perturbada.

11. Como afetaria a Daniel o edito de Dario?12. (a) O que fez Daniel assim que soube da nova lei? (b) Quem es-tava observando Daniel, e por que?13. O que relataram os inimigos de Daniel ao rei?

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estabelecido segundo a lei dos medos e dos persas, que eirrevogavel.” Os conspiradores foram direto ao ponto. “Da-niel, que e dos exilados de Juda, nao fez caso de ti, o rei,nem do interdito que assinaste, mas esta fazendo a sua pe-ticao tres vezes por dia.” — Daniel 6:12, 13.

14´

E significativo que os altos funcionarios e os satrapaschamaram Daniel de um “dos exilados de Juda”. Pelo vis-to, queriam enfatizar que esse Daniel, a quem Dario haviadado tanto destaque, na realidade nao era mais do queum escravo judeu. Eles achavam que, como tal, certamen-te nao estava acima da lei — nao importando o que o reiachava dele!

15 Pode ser que os altos funcionarios e os satrapas espe-rassem que o rei os recompensasse pelo seu astutotrabalho de detetive. Nesse caso, aguardava-os uma sur-presa. Dario ficou muito perturbado com a notıcia que lhetrouxeram. Em vez de ficar furioso com Daniel ou logomandar leva-lo a cova dos leoes, Dario passou o dia todoprocurando liberta-lo. Mas os seus esforcos foram futeis.Nao demorou muito e os conspiradores voltaram, e comatitude insolente exigiram o sangue de Daniel. — Daniel6:14, 15.

16 Dario viu que nao tinha escolha no assunto. A leinao podia ser anulada, nem podia a “transgressao” de Da-niel ser perdoada. Tudo o que Dario podia dizer a Danielera: “Teu Deus, a quem serves com constancia, ele mes-mo te salvara.” Dario parecia respeitar o Deus de Daniel.Fora Jeova quem dera a Daniel a capacidade de predizer

14. Pelo visto, por que se referiram os altos funcionarios e os satra-pas a Daniel como um “dos exilados de Juda”?15. (a) Como reagiu Dario a notıcia que os altos funcionarios e ossatrapas lhe trouxeram? (b) Como mostraram os altos funcionariose os satrapas adicionalmente seu desprezo por Daniel?16. (a) Por que Dario respeitava o Deus de Daniel? (b) Que esperan-ca tinha Dario a respeito de Daniel?

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a queda de Babilonia. Deus dera tambem a Daniel “umespırito extraordinario” que o diferenciava dos outros al-tos funcionarios. Dario talvez soubesse que, decadas antes,esse mesmo Deus libertara tres jovens hebreus duma for-nalha ardente.

´E provavel que o rei esperasse que Jeova

libertaria entao a Daniel, visto que Dario nao podia anulara lei que havia assinado. De modo que Daniel foi lanca-do na cova dos leoes.� A seguir, “trouxe-se uma pedra e elafoi colocada sobre a boca da cova, e o rei selou-a com oseu anel de sinete e com o anel de sinete dos seus grandes,para que nao se mudasse nada no caso de Daniel”. — Da-niel 6:16, 17.

UMA MUDANCA DRAM´

ATICA17 Dario voltou deprimido ao seu palacio. Nao lhe trou-

xeram musicos, porque nao estava disposto a se divertir.Em vez disso, Dario ficou acordado a noite inteira, jejuan-do. “Fugia-lhe o proprio sono.” Ao amanhecer, Dario foiapressadamente a cova dos leoes. Clamou com voz tris-te: “

´O Daniel, servo do Deus vivente, pode o teu Deus, a

quem serves com constancia, salvar-te dos leoes?” (Daniel6:18-20) Para o seu espanto — e total alıvio — houve res-posta!

18 “´

O rei, vive por tempos indefinidos.” Com esse cum-primento respeitoso, Daniel mostrou que nao abrigavaressentimento contra o rei. Dava-se conta de que a ver-dadeira causa da sua perseguicao nao era Dario, mas osinvejosos altos funcionarios e os satrapas. (Note Mateus

� A cova dos leoes pode ter sido uma camara subterranea com umaabertura no alto.

´E tambem provavel que tivesse portas ou grades que

podiam ser levantadas para deixar os animais entrar.

17, 18. (a) O que mostra que a situacao de Daniel afligia a Dario?(b) O que aconteceu quando o rei voltou a cova dos leoes na manhaseguinte?

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5:44; Atos 7:60.) Daniel prosseguiu: “Meu proprio Deus en-viou seu anjo e fechou a boca dos leoes, e eles nao mecausaram dano, pois diante dele se achou em mim a pro-pria inocencia; e tambem perante ti, o rei, nao fiz nadaprejudicial.” — Daniel 6:21, 22.

19 Como essas palavras devem ter ferido a consciencia deDario! Ele sabia todo o tempo que Daniel nao fizera nadaque merecesse ser lancado na cova dos leoes. Dario estavabem apercebido de que os altos funcionarios e os satrapashaviam conspirado para que Daniel fosse morto e que ti-nham manipulado o rei para conseguir seus fins egoıstas.Por insistirem em que “todos os altos funcionarios do rei-no” haviam recomendado a emissao do edito, eles derama entender que Daniel tambem fora consultado sobre oassunto. Dario cuidaria mais tarde desses homens trapacei-ros. Primeiro, porem, ele deu ordens para que Daniel fossetirado da cova dos leoes. Milagrosamente, Daniel nao so-frera nenhum arranhao. — Daniel 6:23.

20 Agora que Daniel estava a salvo, Dario tinha outroassunto a tratar. “O rei deu ordens, e trouxeram aqueles va-roes vigorosos que acusaram a Daniel e lancaram-nos nacova dos leoes, com seus filhos e suas esposas; e nem ti-nham atingido o fundo quando os leoes ja os dominaram,e foram esmiucados todos os seus ossos.”� — Daniel 6:24.

21 Entregar a morte nao so os conspiradores, mas

� A palavra “acusaram” e a traducao duma expressao aramaica quepode tambem ser vertida “caluniaram”. Isso destaca o objetivo mali-cioso dos inimigos de Daniel.

19. Como fora Dario enganado e manipulado pelos altos funciona-rios e pelos satrapas?20. O que aconteceu aos maldosos inimigos de Daniel?21. No modo de lidar com os membros das famılias de transgresso-res, que contraste existia entre a Lei mosaica e as leis de algumasculturas antigas?

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tambem suas esposas e seus filhos, pode parecer desarra-zoadamente duro. Em contraste, a Lei que Deus dera pormeio do profeta Moises declarava: “Os pais nao devem sermortos por causa dos filhos e os filhos nao devem ser mor-tos por causa dos pais. Cada um deve ser morto pelo seuproprio pecado.” (Deuteronomio 24:16) No entanto, emalgumas culturas antigas, nao era incomum que membrosda famılia fossem executados junto com o transgressor, nocaso dum crime grave. Talvez se fizesse isso para que osmembros da famılia depois nao tentassem se vingar. To-davia, essa acao contra as famılias dos altos funcionarios edos satrapas certamente nao se originara de Daniel.

´E pro-

vavel que ele tenha ficado aflito por causa da calamidadeque esses homens inıquos tinham causado as suas famı-lias.

22 Os ardilosos altos funcionarios e os satrapas haviamdesaparecido. Dario emitiu uma declaracao, que dizia: “Dediante de mim se deu ordem para que em todo o domı-nio do meu reino as pessoas tremam e temam diante doDeus de Daniel. Porque ele e o Deus vivente e Aquele quepermanece por tempos indefinidos, e seu reino e um quenao sera arruinado e seu domınio e para sempre. Ele salva,e livra, e realiza sinais e maravilhas nos ceus e na terra, poissalvou a Daniel da pata dos leoes.” — Daniel 6:25-27.

SIRVA A DEUS COM CONSTˆ

ANCIA23 Daniel deu um excelente exemplo a todos os hodier-

nos servos de Deus. A conduta dele sempre estava alem devituperio. No seu trabalho secular, Daniel “era digno deconfianca, e nao se achava nele nenhuma coisa negligen-te ou corrupta”. (Daniel 6:4) De forma similar, o cristao

22. Que nova proclamacao emitiu Dario?23. Que exemplo deu Daniel no seu servico secular, e como pode-mos nos ser iguais a ele?

124 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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deve ser diligente no seu emprego. Isso nao significa quedeva ser agressivo nos negocios, procurando ansiosamenteriqueza material ou prejudicando os outros para promo-ver a sua carreira na firma. (1 Timoteo 6:10) As Escriturasexigem que o cristao cumpra suas obrigacoes seculares deforma honesta e de toda a alma “como para Jeova”. — Co-lossenses 3:22, 23; Tito 2:7, 8; Hebreus 13:18.

24 Daniel nao transigia em questoes de adoracao. Seucostume de orar era de conhecimento publico. Alem disso,os altos funcionarios e os satrapas sabiam muito bem queDaniel levava sua adoracao a serio. Deveras, eles estavamconvencidos de que ele se apegaria a essa rotina mesmoque a lei a proibisse. Que belo exemplo para os cristaosatuais! Eles tambem tem a reputacao de dar primazia aadoracao de Deus. (Mateus 6:33) Isso deve ser prontamen-te evidente aos observadores, porque Jesus ordenou aosseus seguidores: “Deixai brilhar a vossa luz perante os ho-mens, para que vejam as vossas obras excelentes e deemgloria ao vosso Pai, que esta nos ceus.” — Mateus 5:16.

25 Alguns talvez digam que Daniel poderia ter evitado aperseguicao por orar a Jeova em secreto durante os 30 dias.Afinal, nao se requer nenhuma postura ou ambiente es-pecıfico para se ser ouvido por Deus. Ele pode ate mesmodiscernir as meditacoes do coracao. (Salmo 19:14) No en-tanto, Daniel considerava que qualquer mudanca na suarotina equivaleria a uma transigencia. Por que?

26 Visto que o costume de Daniel orar era bem conheci-do, que mensagem transmitiria se de repente desconti-nuasse com ele? Os observadores poderiam concluir queDaniel tinha medo do homem e que o decreto do rei se

24. Como mostrou Daniel que nao transigia na questao da adoracao?25, 26. (a) O que poderiam alguns concluir com respeito ao proce-der de Daniel? (b) Por que achava Daniel que uma mudanca na suarotina seria equivalente a uma transigencia?

Salvo da boca dos leoes! 125

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sobrepunha a lei de Jeova. (Salmo 118:6) Mas Daniel mos-trou pelas suas acoes que dava devocao exclusiva a Jeova.(Deuteronomio 6:14, 15; Isaıas 42:8) Naturalmente, poragir assim, Daniel nao desrespeitou a lei do rei. Mas tam-pouco transigiu por covardia. Daniel simplesmente conti-nuou a orar no seu quarto de terraco, “assim como haviafeito regularmente” antes do edito do rei.

27 Os servos de Deus hoje podem aprender algo doexemplo de Daniel. Eles continuam ‘sujeitos as autorida-des superiores’, obedecendo as leis do paıs em que vivem.(Romanos 13:1) No entanto, quando as leis do homem es-tao em conflito com as de Jeova Deus, o povo Dele adota aposicao dos apostolos de Jesus, que declararam firmemen-te: “Temos de obedecer a Deus como governante antes queaos homens.” (Atos 5:29) Por agirem assim, os cristaos naopromovem uma insurreicao ou rebeliao. Antes, seu obje-tivo simplesmente e viver em paz com todos os homens,para que ‘continuem a levar uma vida calma e sossegada,com plena devocao piedosa’. — 1 Timoteo 2:1, 2; Roma-nos 12:18.

28 Dario comentou em duas ocasioes que Daniel serviaa Deus “com constancia”. (Daniel 6:16, 20) A raiz ara-maica da palavra traduzida “constancia” significa “andarem cırculo”. Da a ideia de um ciclo contınuo ou algo per-petuo. A integridade de Daniel era assim. Ela seguia umpadrao previsıvel. Nao havia duvida sobre o que Daniel fa-ria quando se visse confrontado com provas, quer grandesquer pequenas. Ele continuaria no proceder que ja adota-ra decadas antes — o de lealdade e fidelidade a Jeova.

27. Como podem os servos de Deus hoje ser assim como Daniel em(a) estar sujeitos as autoridades superiores, (b) obedecer a Deus comogovernante antes que aos homens e (c) esforcar-se a viver pacifica-mente com todos?28. De que modo serviu Daniel a Jeova “com constancia”?

126 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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29 Os atuais servos de Deus querem imitar o procederde Daniel. Deveras, o apostolo Paulo admoestou todos oscristaos a considerar o exemplo de homens tementes aDeus na antiguidade. Pela fe, eles “puseram em execucao ajustica, obtiveram promessas” e — evidentemente com re-ferencia a Daniel — “taparam as bocas de leoes”. Que nos,como servos de Jeova hoje em dia, demonstremos ter a fee a constancia de Daniel, e “corramos com perseveranca acarreira que se nos apresenta”. — Hebreus 11:32, 33; 12:1.

29. Que proveito podem os servos de Jeova hoje tirar do procederfiel de Daniel?

Danielserviu a Jeova

“com constancia”.E voce?

O QUE DISCERNIU?˙ Por que decidiu Dario, o Medo, usar Daniel

num alto cargo?˙ Que trapaca inventaram os altos funciona-

rios e os satrapas? Como Jeova salvou aDaniel?

˙ O que aprendeu voce de prestar atencao aoexemplo de fidelidade de Daniel?

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A EMOCIONANTE profecia de Daniel nos leva agora devolta ao primeiro ano do rei babilonio Belsazar. Daniel japor muito tempo e um exilado em Babilonia, mas nun-ca vacilou na sua integridade para com Jeova. Agora, commais de 70 anos, o fiel profeta tem “um sonho e visoes dasua cabeca, sobre a sua cama”. E como essas visoes o ame-drontam! — Daniel 7:1, 15.

2 Daniel exclama: “Eis que os quatro ventos dos ceusagitavam o vasto mar. E quatro animais gigantescos su-biam do mar, cada um diferente dos outros.” Que animaisnotaveis! O primeiro e um leao alado, e o segundo e se-melhante a um urso. Depois vem um leopardo com quatroasas e quatro cabecas. O quarto animal, extraordinaria-mente forte, tem grandes dentes de ferro e dez chifres.Dentre os dez chifres sobe um chifre “pequeno” que tem“olhos semelhantes aos olhos de homem” e “uma boca fa-lando coisas grandiosas”. — Daniel 7:2-8.

3 As visoes de Daniel se voltam entao para o ceu. O An-tigo de Dias esta entronizado gloriosamente como Juiz naCorte celestial. ‘Ha mil vezes mil que lhe ministram e dezmil vezes dez mil que ficam de pe logo diante dele.’ Jul-gando adversamente os animais, ele lhes tira o domınio edestroi o quarto animal. O domınio duradouro sobre “ospovos, grupos nacionais e lınguas” e entregue a “alguemsemelhante a um filho de homem”. — Daniel 7:9-14.

1-3. Descreva o sonho e as visoes que Daniel teve no primeiro anodo reinado de Belsazar.

CAP´ITULO NOVE

QUEM GOVERNAR´

AO MUNDO?

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4 “Quanto a mim”, diz Daniel, “meu espırito estava afli-to dentro de mim por causa disso, e as proprias visoes daminha cabeca comecaram a amedrontar-me”. De modoque procura obter dum anjo “informacao fidedigna sobretudo isso”. O anjo, deveras, lhe da a conhecer “a propriainterpretacao dos assuntos”. (Daniel 7:15-28) O que Danielviu e ouviu naquela noite e de grande interesse para nos,porque delineava futuros acontecimentos mundiais queatingem os nossos tempos, em que “alguem semelhante aum filho de homem” recebe o domınio sobre todos “os po-vos, grupos nacionais e lınguas”. Com a ajuda da Palavra edo espırito de Deus nos tambem podemos entender o sig-nificado dessas visoes profeticas.�

QUATRO ANIMAIS SOBEM DO MAR5 “Quatro animais gigantescos subiam do mar”, dis-

se Daniel. (Daniel 7:3) O que simbolizava o mar agitadopelo vento? Anos depois, o apostolo Joao viu sair do “mar”uma fera de sete cabecas. Esse mar representava “povos, emultidoes, e nacoes, e lınguas” — o enorme conjunto dahumanidade alheada de Deus. Portanto, o mar e um sım-bolo apropriado das massas da humanidade alienada deDeus. — Revelacao (Apocalipse) 13:1, 2; 17:15; Isaıas 57:20.

6 “Quanto a estes animais gigantescos”, disse o anjo deDeus, “por serem quatro, sao quatro reis que se ergueraoda terra”. (Daniel 7:17) Evidentemente, o anjo identificouos quatro animais vistos por Daniel como “quatro reis”.

� Para fins de clareza e para evitar repeticao, consolidaremos os ver-sıculos explanatorios encontrados em Daniel 7:15-28 com uma con-sideracao de versıculo por versıculo das visoes registradas em Daniel7:1-14.

4. (a) A quem recorreu Daniel para obter informacoes fidedignas?(b) Por que e importante para nos aquilo que Daniel viu e ouviu na-quela noite?5. O que simboliza o mar agitado pelo vento?6. O que representam os quatro animais?

130 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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Assim, esses animais significam potencias mundiais. Masquais delas?

7 Comentadores bıblicos costumam relacionar a vi-sao do sonho de Daniel de quatro animais com o sonhode Nabucodonosor a respeito duma enorme estatua. Porexemplo, The Expositor’s Bible Commentary (ComentarioBıblico do Expositor) declara: “O capıtulo 7 [de Daniel]e paralelo ao capıtulo 2.” The Wycliffe Bible Commentary(Comentario Bıblico de Wycliffe) diz: “Em geral se concor-da que a sucessao de quatro domınios gentios . . . e aqui[em Daniel, capıtulo 7] a mesma que a vista no capıtulo 2[de Daniel].” As quatro potencias mundiais representadaspelos quatro metais do sonho de Nabucodonosor foram oImperio Babilonico (cabeca de ouro), a Medo-Persia (peitoe bracos de prata), a Grecia (ventre e coxas de cobre) e oImperio Romano (pernas de ferro).� (Daniel 2:32, 33) Veja-mos como esses reinos correspondem aos quatro animaisgigantescos vistos por Daniel.

FEROZ COMO LE˜

AO, VELOZ COMO´

AGUIA8 Que animais impressionantes Daniel viu! Descreven-

do um desses, ele disse: “O primeiro era como leao e ti-nha asas de aguia. Eu estava observando ate que se lhearrancaram as asas, e ele foi levantado da terra e posto nosdois pes como um homem, e deu-se-lhe um coracao de ho-mem.” (Daniel 7:4) Esse animal retratava o mesmo domı-nio representado pela cabeca de ouro da enorme estatua,

� Veja o Capıtulo 4 deste livro.

7. (a) O que dizem certos comentadores bıblicos referente a visao dosonho de Daniel a respeito dos quatro animais e do sonho de Nabu-codonosor, de uma enorme estatua? (b) O que representa cada umadas partes metalicas da estatua?8. (a) Como descreveu Daniel o primeiro animal? (b) Que imperiofoi representado pelo primeiro animal, e de que forma agiu comoleao?

Quem governara o mundo? 131

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a Potencia Mundial Ba-bilonica (607-539 AEC).Igual a um “leao” preda-torio, Babilonia devo-rava ferozmente na-coes, incluindo o povode Deus. ( Jeremias 4:5-7;50:17) Esse “leao”, comoque com asas de aguia,avancava numa conquis-ta agressiva. — Lamen-tacoes 4:19; Habacuque1:6-8.

9 Com o tempo, ‘arran-caram-se as asas’ desseextraordinario leao ala-do. Perto do fim do governo do Rei Belsazar, Babiloniaperdeu a velocidade de conquista e a supremacia leoninasobre as nacoes. Nao era mais veloz do que um ho-mem, que tem duas pernas. Recebendo “um coracao dehomem”, ficou fraca. Faltando-lhe “o coracao do leao”, Ba-bilonia nao mais podia comportar-se como rei “entre osanimais da floresta”. (Note 2 Samuel 17:10; Miqueias 5:8.)Outro animal gigantesco acabou com ela.

VORAZ COMO URSO10 “Eis aqui outro animal”, disse Daniel, “um segundo,

semelhante a um urso. E estava levantado dum lado, e ha-via tres costelas na sua boca entre os seus dentes; e dizia-se-lhe o seguinte: ‘Levanta-te, come muita carne.’” (Da-niel 7:5) O rei simbolizado pelo “urso” era o mesmıssimorepresentado pelo peito e pelos bracos de prata da enorme

9. Que mudancas sofreu o animal leonino e como o afetaram?10. Que linhagem de governantes o “urso” simbolizava?

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estatua — a linhagem degovernantes medo-per-sas (539-331 AEC), co-mecando com Dario, oMedo, e Ciro, o Gran-de, e terminando comDario III.

11 O urso simbolico es-tava “levantado dum la-do”, talvez pronto paraatacar e subjugar nacoes,mantendo assim o podermundial. Ou e possıvelque essa posicao visassemostrar que a linhagemde governantes persas ob-teria ascendencia sobre o unico rei medo, Dario. As trescostelas entre os dentes do urso podem indicar as tres dire-coes em que fez as suas conquistas. O “urso” medo-persafoi para o norte para se apoderar de Babilonia em 539 AEC.Foi para o oeste atraves da

´Asia Menor e para a Tracia. Por

fim, o “urso” foi para o sul, para conquistar o Egito. Vistoque o numero tres as vezes simboliza intensidade, as trescostelas podem tambem enfatizar a avidez de conquista dourso simbolico.

12 O “urso” atacou nacoes em resposta as palavras: “Le-vanta-te, come muita carne.” Devorando Babilonia segundoa vontade divina, a Medo-Persia estava em condicoes de rea-lizar umvalioso servico para com o povo de Jeova. E fez isso!(Veja “Um monarca tolerante”, na pagina 149.) Por meio de

11. O que significava estar o urso simbolico levantado dum lado eter tres costelas na boca?12. O que resultou de o urso simbolico obedecer a ordem: “Levan-ta-te, come muita carne”?

Quem governara o mundo? 133

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Ciro, o Grande, Dario I(Dario, o Grande) e Arta-xerxes I, a Medo-Persia li-bertou os judeus cativosem Babilonia, e ajudou-os a reconstruir o templode Jeova e a consertar asmuralhas de Jerusalem.Com o tempo, a Medo-Persia passou a governar127 distritos jurisdicio-nais, e o marido da Rai-nha Ester, Assuero (Xer-xes I), “reinava desde a´

India ate a Etiopia”. (Ester 1:1) No entanto, estava para sur-gir outro animal.

VELOZ COMO UM LEOPARDO ALADO!13 O terceiro animal era “semelhante a um leopardo,

mas tinha quatro asas de criatura voadora nas suas costas.E o animal tinha quatro cabecas e deveras foi-lhe dado do-mınio”. (Daniel 7:6) Como seu equivalente, o ventre e ascoxas de cobre da estatua do sonho de Nabucodonosor,esse leopardo de quatro asas e quatro cabecas simbolizavaa linhagem macedonia, ou grega, de governantes, come-cando com Alexandre, o Grande. Alexandre, com a agilida-de e a velocidade dum leopardo, atravessou a

´Asia Menor,

foi para o sul ao Egito, e seguiu ate a fronteira ocidental da´India. (Note Habacuque 1:8.) Seu domınio foi maior doque o do “urso”, porque incluıa a Macedonia, a Grecia e oImperio Persa. — Veja “Um jovem rei conquista o mundo”,na pagina 153.

13. (a) O que simbolizava o terceiro animal? (b) O que se pode di-zer sobre a velocidade do terceiro animal e do domınio que ocupava?

134 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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14 O “leopardo” ficou com quatro cabecas depois damorte de Alexandre em 323 AEC. Quatro dos seus generaistornaram-se por fim seus sucessores em partes diferentesdo domınio dele. Seleuco obteve a Mesopotamia e a Sıria.Ptolomeu controlou o Egito e a Palestina. Lisımaco gover-nou a

´Asia Menor e a Tracia, e Cassandro ficou com a

Macedonia e a Grecia. (Veja “Um vasto reino e dividido”,na pagina 162.) Daı surgiu uma nova ameaca.

UM ATEMORIZANTE ANIMAL REVELA-SE DIFERENTE15 Daniel descreveu o quarto animal como “atemorizan-

te e terrıvel, e extraordinariamente forte”. Ele prosseguiu:“E tinha dentes de ferro, grandes. Devorava e esmiucava,e o resto calcava com os seus pes. E era diferente de todosos outros animais que lhe precederam, e tinha dez chifres.”(Daniel 7:7) Esse atemorizante animal comecou como apotencia polıtica e militar de Roma. Aos poucos, apode-rou-se das quatro divisoes helenısticas do Imperio Grego, eno ano 30 AEC, Roma ja havia emergido como a proximapotencia mundial da profecia bıblica. O Imperio Romano,subjugando tudo no seu caminho pela forca militar, au-mentou por fim ate cobrir uma area que se estendia desdeas Ilhas Britanicas para baixo, atraves de boa parte da Euro-pa, em torno do Mediterraneo e alem de Babilonia ate ogolfo Persico.

16 Desejoso de certificar-se a respeito desse animal “ex-traordinariamente atemorizante”, Daniel escutou comatencao a explicacao do anjo: “Quanto aos [seus] dez chi-fres, daquele reino levantar-se-ao dez reis; e depois deleslevantar-se-a ainda outro, e ele mesmo sera diferente dosprimeiros, e tres reis serao humilhados.” (Daniel 7:19, 20,24) O que eram esses “dez chifres”, ou “dez reis”?

14. Como passou o “leopardo” a ter quatro cabecas?15. (a) Descreva o quarto animal. (b) O que simbolizava o quartoanimal, e como devorava e esmiucava tudo no seu caminho?16. Que informacao deu o anjo a respeito do quarto animal?

Quem governara o mundo? 135

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17 Ao passo que Roma se tornou mais afluente e cadavez mais decadente, por causa do modo de vida licencio-so da sua classe governante, ela diminuiu como potenciamilitar. Com o tempo, o declınio da forca militar de Romatornou-se bem evidente. O poderoso imperio, por fim, des-fez-se em muitos reinos. Visto que a Bıblia muitas vezesusa o numero dez para indicar inteireza, os “dez chifres”do quarto animal representam todos os reinos resultantesda dissolucao de Roma. — Note Deuteronomio 4:13; Lucas15:8; 19:13, 16, 17.

18 A Potencia Mundial Romana, porem, nao acabou coma remocao do seu ultimo imperador em Roma, em 476 EC.Por muitos seculos, a Roma papal continuou a exercer do-mınio polıtico, e especialmente religioso, sobre a Europa.Fez isso por meio do sistema feudal, em que a maioriados habitantes da Europa estavam sujeitos a um senhor, econsequentemente a um rei. E todos os reis reconheciama autoridade do papa. De modo que o Santo Imperio Ro-mano, tendo a Roma papal como ponto focal, dominou osassuntos do mundo durante aquele longo perıodo da histo-ria chamado Era do Obscurantismo.

19 Quem pode negar que o quarto animal era “diferen-te de todos os outros reinos”? (Daniel 7:7, 19, 23) Nesserespeito, o historiador H. G. Wells escreveu: “Esta nova po-tencia romana . . . era em varios sentidos diferente dequalquer dos grandes imperios que ate entao haviam pre-valecido no mundo civilizado. . . . Incorporou quase todoo povo grego do mundo, e a sua populacao era menospredominantemente camıtica e semıtica do que a de qual-quer imperio precedente . . . Tratava-se ate entao dum novo

17. O que simbolizam os “dez chifres” do quarto animal?18. De que forma continuou Roma a exercer domınio sobre a Euro-pa por seculos depois da remocao do seu ultimo imperador?19. Segundo certo historiador, como se comparava Roma com os im-perios precedentes?

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padrao na historia . . . O Imperio Romano foi um desen-volvimento, um desenvolvimento insolito, nao planejado;o povo romano, quase sem se aperceber disso, viu-se en-volvido numa vasta experiencia administrativa.” Deveras,o quarto animal ia crescer mais.

UM CHIFRE PEQUENO OBT´EM SUPERIORIDADE

20 “Eu estava contemplando os chifres”, disse Daniel, “eeis que subiu entre eles outro chifre, um pequeno, e tresdos primeiros chifres foram arrancados diante dele”. (Da-niel 7:8) Sobre esse chifre pequeno, o anjo disse a Daniel:“Depois deles [dos dez reis] levantar-se-a ainda outro, e elemesmo sera diferente dos primeiros, e tres reis serao humi-lhados.” (Daniel 7:24) Quem e esse rei, quando se levantoue que tres reis ele humilhou?

20. O que disse o anjo a respeito da subida dum chifre pequeno nacabeca do quarto animal?

Quem governara o mundo? 137

Page 140: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

21 Considere os seguintes acontecimentos. Em 55 AEC, ogeneral romano Julio Cesar invadiu a Bretanha, mas dei-xou de estabelecer ali um povoamento permanente. Em43 EC, o Imperador Claudio iniciou uma conquista maispermanente do sul da Bretanha. Daı, em 122 EC, o Impe-rador Adriano comecou a construir uma muralha desde orio Tyne ate o golfo de Solway, demarcando o limite seten-trional do Imperio Romano. No comeco do quinto seculo,as legioes romanas deixaram a ilha. “No seculo 16”, expli-cou um historiador, “a Inglaterra tinha sido uma potenciade segunda classe. A sua riqueza era pouca em compa-racao com a dos Paıses Baixos. A sua populacao era bemmenor do que a da Franca. Suas forcas armadas (incluindoa marinha) eram inferiores as da Espanha.” Evidentemen-te, a Bretanha era entao um reino insignificante, sendo osimbolico chifre pequeno do quarto animal. Mas isso iamudar.

22 Em 1588, Filipe II, da Espanha, lancou a Armada Es-panhola contra a Bretanha. Essa frota de 130 navios, commais de 24 mil homens, navegou pelo canal da Mancha,apenas para ser derrotada pela marinha britanica, e ser vı-tima de ventos contrarios e de ferozes tempestades atlan-ticas. Esse acontecimento “marcou a decisiva passagem dasupremacia naval da Espanha para a Inglaterra”, disse cer-to historiador. No seculo 17, os holandeses desenvolverama maior marinha mercante do mundo. A Bretanha, po-rem, com o aumento das suas colonias de alem-mar, preva-leceu sobre esse reino. Durante o seculo 18, os britanicose os franceses guerreavam entre si na America do Nor-te e na

´India, o que levou ao Tratado de Paris, em 1763.

21. Como passou a Bretanha a ser o simbolico chifre pequeno doquarto animal?22. (a) Que outros tres chifres do quarto animal foram vencidos pelochifre “pequeno”? (b) A Gra-Bretanha emergiu entao como o que?

138 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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POTˆ

ENCIAS MUNDIAIS DA PROFECIA DE DANIEL

A enorme estatua(Daniel 2:31-45)

Quatro animaissaem do mar

(Daniel 7:3-8, 17, 25)

BABILˆ

ONIAa partir de 607 AEC

MEDO-P´

ERSIAa partir de 539 AEC

GR´

ECIAa partir de 331 AEC

ROMAa partir de 30 AEC

POTˆ

ENCIA MUNDIAL ANGLO-AMERICANA a partir de 1763 EC

MUNDO POLITICAMENTEDIVIDIDO no tempo do fim

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Esse tratado, disse o au-tor William B. Willcox,“reconheceu a nova po-sicao da Gra-Bretanhacomo potencia europeiadominante no mundofora da Europa”. A su-premacia da Gra-Breta-nha foi confirmada pelaesmagadora vitoria so-bre Napoleao, da Fran-ca, em 1815 EC. Os “tresreis” que a Gra-Breta-nha assim ‘humilhou’foram a Espanha, os Paı-ses Baixos e a Franca.(Daniel 7:24) Em resul-tado disso, a Gra-Bretanha emergiu como a maior potenciacolonial e comercial do mundo. Deveras, o chifre “peque-no” tornara-se uma potencia mundial!

23 O anjo disse a Daniel que o quarto animal, ou quar-to reino, ‘devoraria toda a terra’. (Daniel 7:23) Mostrouser assim com a provıncia romana antigamente conheci-da como Bretanha. Por fim, tornou-se o Imperio Britani-co e ‘devorou toda a terra’. Em certo perıodo, esse imperioabrangia um quarto da superfıcie terrestre do globo e umquarto da sua populacao.

24 Assim como o Imperio Romano era diferente das ante-riores potencias mundiais, assim o rei retratado pelo chifre“pequeno” tambem seria “diferente dos primeiros”. (Da-

23. De que forma e que o pequeno chifre simbolico ‘devorou toda aterra’?24. O que disse um historiador sobre o Imperio Britanico ser dife-rente?

140 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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niel 7:24) Referente ao Imperio Britanico, o historiadorH. G. Wells observou: “Nada no genero existiu jamais an-tes. . . . Primeiro, e como centro de todo o sistema,encontrava-se a ‘republica coroada’ dos Reinos Unidos Bri-tanicos . . . Nenhuma unica secretaria e nenhum unicocerebro chegou jamais a compreender o Imperio Britanicocomo um todo. . . . Era, na verdade, uma mistura de coisasem crescimento e de acumulacoes inteiramente diferentede tudo quanto ate entao foi jamais chamado imperio.”

25 Havia mais envolvido no chifre “pequeno” do que oImperio Britanico. Em 1783, a Gra-Bretanha reconhe-ceu a independencia das suas 13 colonias americanas. OsEstados Unidos da America tornaram-se subsequentemen-te aliados da Gra-Bretanha, emergindo da Segunda GuerraMundial como nacao dominante da Terra. Eles ainda temfortes vınculos com a Gra-Bretanha. A resultante potenciamundial dupla anglo-americana constitui o “chifre que ti-nha olhos”. Deveras, essa potencia mundial e observadora,astuta! ‘Fala coisas grandiosas’, dita a polıtica para grandeparte do mundo e atua como seu porta-voz, ou “falso pro-feta”. — Daniel 7:8, 11, 20; Revelacao 16:13; 19:20.

O CHIFRE PEQUENO OP˜

OE-SEA DEUS E AOS SANTOS DELE

26 Daniel continuou a descrever sua visao, dizendo: “Euestava observando quando este mesmo chifre fez guerraaos santos, e prevalecia contra eles.” (Daniel 7:21) Referen-te a esse “chifre”, ou rei, o anjo de Deus predisse: “Falaraate mesmo palavras contra o Altıssimo e hostilizara conti-nuamente os proprios santos do Supremo. E tentara mudar

25. (a) O que constitui o pequeno chifre simbolico no seu mais re-cente desenvolvimento? (b) Em que sentido tem o chifre “pequeno”“olhos semelhantes aos olhos de homem” e “uma boca falando coi-sas grandiosas”?26. O que predisse o anjo a respeito da fala e da acao do chifre sim-bolico para com Jeova e os servos dele?

Quem governara o mundo? 141

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tempos e lei, e serao entregues a sua mao por um tempo,e tempos e metade de um tempo.” (Daniel 7:25) Como equando se cumpriu essa parte da profecia?

27 ‘Os santos’ perseguidos pelo chifre “pequeno” — quee a Potencia Mundial Anglo-Americana — sao os segui-dores de Jesus na Terra, ungidos pelo espırito. (Romanos1:7; 1 Pedro 2:9) Durante anos, antes da Primeira GuerraMundial, os do restante desses ungidos advertiram pu-blicamente que 1914 marcaria a terminacao dos “temposdesignados das nacoes”. (Lucas 21:24) Quando irrompeu aguerra naquele ano, era evidente que o chifre “pequeno”havia desconsiderado essa advertencia, porque persistiuem hostilizar os “santos” ungidos. A Potencia Mundial An-glo-Americana ate mesmo se opos aos esforcos deles decumprir com o requisito (ou “lei”) de Jeova, de que as boasnovas do Reino fossem pregadas mundialmente pelas Suastestemunhas. (Mateus 24:14) O chifre “pequeno” tentouassim “mudar tempos e lei”.

28 O anjo de Jeova referiu-se a um perıodo profetico de“um tempo, e tempos e metade de um tempo”. Que dura-cao tem ele? Comentadores bıblicos em geral concordamque essa expressao indica tres tempos e meio — a somade um tempo, dois tempos e metade de um tempo. Vistoque os “sete tempos” de loucura de Nabucodonosor eramsete anos, os tres tempos e meio sao tres anos e meio.� (Da-niel 4:16, 25) A versao An AmericanTranslation reza: “Seraoentregues a ele por um ano, dois anos e meio ano.” A Bı-blia na Linguagem de Hoje diz: “Durante tres anos e meio.”O mesmo perıodo e mencionado em Revelacao 11:2-7, que

� Veja o Capıtulo 6 deste livro.

27. (a) Quem sao ‘os santos’ perseguidos pelo chifre “pequeno”?(b) Como pretendia o chifre simbolico “mudar tempos e lei”?28. Qual e a duracao de “um tempo, e tempos e metade de um tem-po”?

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diz que as testemunhas de Deus pregariam trajadas de sera-pilheira por 42 meses, ou 1.260 dias, e que entao seriammortas. Quando comecou e quando terminou esse pe-rıodo?

29 Para os cristaos ungidos, a Primeira Guerra Mundialsignificou um tempo de prova. Ao fim de 1914, espe-ravam perseguicao. Na realidade, o proprio texto do anoescolhido para 1915 foi a pergunta que Jesus fez aos seusdiscıpulos: “Podeis vos beber do meu calice?” Baseava-seem Mateus 20:22, da King James Version. Portanto, a partirde dezembro de 1914, esse pequeno grupo de testemunhaspregava ‘trajado de saco’.

30 Ao passo que aumentava a febre de guerra, os cristaosungidos encontravam crescente oposicao. Alguns deles fo-ram encarcerados. Certos deles, tais como Frank Platt, naInglaterra, e Robert Clegg, no Canada, foram torturadospor autoridades sadısticas. Em 12 de fevereiro de 1918, oDomınio do Canada, britanico, proscreveu o recem-publi-cado setimo volume dos Estudos das Escrituras, intituladoO Misterio Consumado, bem como os tratados intituladosMensario dos Estudantes da Bıblia. No mes seguinte, o De-partamento de Justica dos Estados Unidos decretou que adistribuicao do setimo volume era ilegal. Com que re-sultado? Ora, casas foram vasculhadas, publicacoes foramconfiscadas e adoradores de Jeova foram presos!

31 A hostilizacao movida aos ungidos de Deus atingiuo clımax em 21 de junho de 1918, quando o presidente,J. F. Rutherford, e membros de destaque da Sociedade Tor-re de Vigia de Bıblias e Tratados, dos Estados Unidos,sob acusacoes falsas, foram sentenciados a longos termos

29. Quando e como comecaram os profeticos tres anos e meio?30. Como foram os cristaos ungidos hostilizados pela Potencia Mun-dial Anglo-Americana durante a Primeira Guerra Mundial?31. Quando e como terminaram “um tempo, e tempos e metade deum tempo”?

Quem governara o mundo? 143

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de prisao. Ao pretender “mudar tempos e lei”, o chifre “pe-queno”, para todos os efeitos, havia acabado com a prega-cao organizada. (Revelacao 11:7) De modo que o preditoperıodo de “um tempo, e tempos e metade de um tempo”terminou em junho de 1918.

32 Mas ‘os santos’ nao foram eliminados pela hostiliza-cao do chifre “pequeno”. Conforme profetizado no livrode Revelacao, depois de um curto perıodo de inatividade,os cristaos ungidos ficaram novamente vivos e ativos. (Re-velacao 11:11-13) Em 26 de marco de 1919, o presidente daSociedade Torre de Vigia de Bıblias e Tratados, dos EstadosUnidos, e seus associados foram soltos da prisao e mais tar-de inocentados das acusacoes falsas lancadas contra eles.Logo depois, o restante ungido comecou a se reorganizarpara atividade futura. No entanto, o que estava reservadopara o chifre “pequeno”?

O ANTIGO DE DIAS PRESIDE AO JULGAMENTO33 Depois de apresentar os quatro animais, os olhos de

Daniel se desviam do quarto animal para uma cena no ceu.Ele ve o Antigo de Dias assentar-se como Juiz no seu res-plendente trono. O Antigo de Dias e o proprio Jeova Deus.(Salmo 90:2) Ao passo que a Corte celestial se assenta, Da-niel ve que ‘se abrem livros’. (Daniel 7:9, 10) Visto que aexistencia de Jeova se estende ao passado infinito, ele co-nhece toda a historia humana como se estivesse escritanum livro. Observou todos os quatro animais simbolicose pode fazer o julgamento deles segundo informacoes deprimeira mao.

34 Daniel prossegue: “Continuei observando naquele

32. Por que diria que ‘os santos’ nao foram eliminados pelo chifre“pequeno”?33. (a) Quem e o Antigo de Dias? (b) O que eram os ‘livros que fo-ram abertos’ na Corte celestial?34, 35. O que acontecera ao chifre “pequeno” e as outras potenciasanimalescas?

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tempo por causa do som das palavras grandiosas faladaspelo chifre; eu estava observando ate que o animal foi mor-to e seu corpo foi destruıdo, e foi entregue ao fogo ardente.Mas, quanto aos demais animais, tirou-se-lhes o seu domı-nio e foi-lhes dado prolongamento de vida por um tempo euma epoca.” (Daniel 7:11, 12) O anjo diz a Daniel: “O pro-prio Tribunal passou a assentar-se, e tiraram-lhe finalmen-te seu proprio domınio, a fim de o aniquilar e destruirtotalmente.” — Daniel 7:26.

35 Por decreto do Grande Juiz, Jeova Deus, o chifre queblasfemou a Deus e que hostilizou os “santos” dele terade sofrer o mesmo que o Imperio Romano, que perseguiuos primeiros cristaos. Seu domınio nao continuara. Tam-pouco continuara o dos “reis” inferiores, semelhantes achifres, que saıram do Imperio Romano. No entanto, quedizer dos domınios derivados das anteriores potencias ani-malescas? Conforme predito, sua vida foi estendida “porum tempo e uma epoca”. Seus territorios tem continuadoa ter habitantes ate os nossos dias. Por exemplo, o Iraqueocupa o territorio da antiga Babilonia. A Persia (Ira) e a Gre-cia ainda existem. O que resta dessas potencias mundiaisfaz parte das Nacoes Unidas. Esses reinos tambem perece-rao quando a ultima potencia mundial for aniquilada. To-dos os governos humanos serao obliterados na “guerra dogrande dia de Deus, o Todo-Poderoso”. (Revelacao 16:14,16) Mas quem governara entao o mundo?

UM DOM´INIO DURADOURO

´E IMINENTE!

36 “Continuei observando nas visoes da noite”, falou Da-niel. “Eis que aconteceu que chegou com as nuvens dosceus alguem semelhante a um filho de homem; e ele ob-teve acesso ao Antigo de Dias, e fizeram-no chegar perto

36, 37. (a) Quem e o “alguem semelhante a um filho de homem”,e quando e para que fim apareceu ele na Corte celestial? (b) O quese estabeleceu em 1914 EC?

Quem governara o mundo? 145

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perante Este”. (Daniel 7:13) Quando Jesus Cristo esteve naTerra, ele chamou a si mesmo de “o Filho do homem”, in-dicando seu parentesco com a humanidade. (Mateus 16:13;25:31) Jesus disse ao Sinedrio, ou suprema corte judaica:“Vereis o Filho do homem sentado a destra de poder evindo nas nuvens do ceu.” (Mateus 26:64) De modo queaquele que chegou na visao de Daniel, invisıvel aos olhoshumanos, e que obteve acesso a Jeova Deus era o ressusci-tado e glorificado Jesus Cristo. Quando aconteceu isso?

37 Deus fez com Jesus Cristo um pacto para um Reino,assim como fizera um com o Rei Davi. (2 Samuel 7:11-16;Lucas 22:28-30) Quando “os tempos designados das na-coes” acabaram em 1914 EC, Jesus Cristo, como herdeiroregio de Davi, podia legitimamente receber o governo doReino. O registro profetico de Daniel reza: “Foi-lhe dadodomınio, e dignidade, e um reino, para que todos os povos,grupos nacionais e lınguas o servissem. Seu domınio e umdomınio de duracao indefinida, que nao passara, e seu rei-no e um que nao sera arruinado.” (Daniel 7:14) De modoque o Reino messianico foi estabelecido no ceu em 1914.No entanto, o domınio tambem e dado a outros.

38 “Os santos do Supremo receberao o reino”, disse oanjo. (Daniel 7:18, 22, 27) Jesus Cristo e o principal santo.(Atos 3:14; 4:27, 30) Os outros “santos” que tem uma parti-cipacao no domınio sao os 144 mil cristaos fieis, ungidoscom espırito, que sao herdeiros do Reino junto com Cristo.(Romanos 1:7; 8:17; 2 Tessalonicenses 1:5; 1 Pedro 2:9) Saoressuscitados da morte como espıritos imortais, para reina-rem com Cristo no monte Siao celestial. (Revelacao 2:10;14:1; 20:6) Por isso, Cristo Jesus e os ressuscitados cristaosungidos governarao o mundo da humanidade.

39 Referente ao domınio do Filho do homem e dos ou-tros “santos” ressuscitados, o anjo de Deus disse: “O reino,

38, 39. Quem recebera o domınio eterno sobre o mundo?

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e o domınio, e a grandiosidade dos reinos debaixo de to-dos os ceus foram entregues ao povo que sao os santos doSupremo. Seu reino e um reino de duracao indefinida e aeles e que servirao e obedecerao todos os domınios.” (Da-niel 7:27) Que bencaos a humanidade obediente tera sobesse Reino!

40 Daniel nao estava apercebido de todos os maravilho-sos cumprimentos das visoes que Deus lhe deu. Ele disse:“Aqui termina o assunto. Quanto a mim, Daniel, amedron-tavam-me muito os meus proprios pensamentos, de modoque ate mesmo mudei de cor; mas o assunto mesmo euguardei no meu proprio coracao.” (Daniel 7:28) No entan-to, nos vivemos no tempo em que podemos entender ocumprimento do que Daniel viu. Prestarmos atencao a essaprofecia fortalecera a nossa fe e reforcara nossa conviccaode que o Rei messianico de Jeova governara o mundo.

40. Como podemos ser beneficiados por prestar atencao ao sonho eas visoes de Daniel?

O QUE DISCERNIU?˙ O que simboliza cada um dos ‘quatro ani-

mais gigantescos que sobe do mar’?˙ O que constitui o chifre “pequeno”?˙ Como foram “os santos” hostilizados pelo

simbolico chifre pequeno durante a PrimeiraGuerra Mundial?

˙ O que acontecera ao pequeno chifre simboli-co e as outras potencias animalescas?

˙ Que benefıcio obteve voce de prestar aten-cao ao sonho e as visoes de Daniel a respeitodos “quatro animais gigantescos”?

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UM ESCRITOR grego do quinto seculo AEC lembrou-ocomo monarca tolerante e ideal. Na Bıblia, ele e chamadode “ungido” de Deus e de “ave de rapina” vinda “desde onascente”. (Isaıas 45:1; 46:11) O monarca mencionado as-sim e Ciro, o Grande, da Persia.

Ciro comecou a se tornar famoso por volta de560/559 AEC, quando sucedeu ao pai, Cambises I, no tro-no de Anxa, cidade ou distrito da antiga Persia. Anxa estavaentao sob a suserania do rei medo Astıages. Ciro, revoltan-do-se contra o domınio medo, ganhou uma rapida vitoriaporque o exercito de Astıages desertou. Ciro granjeou en-tao a lealdade dos medos. Depois, os medos e os persas lu-taram unidos sob a lideranca dele. Assim passou a existir ogoverno medo-persa, que com o tempo estendeu seu do-mınio desde o mar Egeu ate o rio Indo. — Veja o mapa.

Com as forcas conjuntas dos medos e dos persas, Ciroprimeiro agiu para controlar um foco de dificuldades

UM MONARCA TOLERANTE�

Jerusal´em Babil

ˆonia

Mˆenfis

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´epolis

M A C E Dˆ

O N I A

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ERIO MEDO-PERSA

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— o setor ocidental daMedia, onde o rei lı-dio, Creso, expandiraseu domınio invadin-do o territorio medo.Avancando ate a fron-teira oriental do Im-perio Lıdio na

´Asia

Menor, Ciro derrotouCreso e capturou sua capital, Sardes. Ciro subjugou entaoas cidades jonicas e incluiu toda a

´Asia Menor no domınio

do Imperio Medo-Persa. Ele se tornou assim o maior rivalde Babilonia e de seu rei, Nabonido.

Ciro preparou-se entao para um confronto com a pode-rosa Babilonia. E, daquele ponto em diante, ele passou afigurar no cumprimento de profecias bıblicas. Jeova, pormeio do profeta Isaıas, quase dois seculos antes, mencio-nara Ciro como o governante que derrubaria Babilonia e li-bertaria os judeus da servidao.

´E em virtude dessa desig-

nacao antecipada que as Escrituras se referem a Ciro como“ungido” de Jeova. — Isaıas 44:26-28.

Quando Ciro avancou contra Babilonia, em 539 AEC, elese confrontou com uma tarefa enorme. A cidade pareciainexpugnavel, cercada por enormes muralhas e um fossofundo e largo, formado pelo rio Eufrates. Onde o Eufratesatravessava Babilonia, uma muralha gigantesca com enor-mes portoes de cobre se estendia ao longo das margens dorio. Como poderia Ciro tomar Babilonia?

Mais de um seculo antes, Jeova predissera “uma devas-tacao sobre as suas aguas” e dissera que ‘elas teriam desecar-se’. (Jeremias 50:38) Fiel a profecia, Ciro desviou asaguas do rio Eufrates alguns quilometros ao norte de Babi-

Tumulo de Ciro em Pasargada

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lonia. Daı, seu exercito vadeou pelo leito do rio, subiu asribanceiras ate a muralha e entrou facilmente na cidade,porque os portoes de cobre tinham sido deixados abertos.Como “ave de rapina” que se lanca rapidamente sobre asua vıtima, esse governante, vindo “desde o nascente”— do leste — capturou Babilonia numa so noite!

Para os judeus em Babilonia, a vitoria de Ciro significa-va a chegada ha muito esperada da libertacao do cativei-ro e o fim dos 70 anos de desolacao da sua patria. Comodevem ter ficado emocionados quando Ciro emitiu umaproclamacao, autorizando-os a retornar a Jerusalem e re-construir o templo! Ciro devolveu-lhes tambem os pre-ciosos utensılios do templo, que Nabucodonosor havia le-vado a Babilonia, deu-lhes apermissao real de importarmadeira do Lıbano e autori-zou o uso de fundos da casado rei para cobrir as despe-sas da construcao. — Esdras1:1-11; 6:3-5.

Ciro seguia em geraluma polıtica humanitaria etolerante em tratar os po-vos conquistados por ele.Um motivo desse comporta-mento pode ter sido a suareligiao.

´E provavel que Ciro

aderisse aos ensinos do pro-feta persa Zoroastro e ado-rasse Aura-mazda — deusconsiderado ser o criador detudo o que e bom. FarhangMehr escreveu no seu livro

Baixo-relevo junto ao palaciode Ciro em Pasargada

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The Zoroastrian Tradition (A Tradicao Zoroastriana): “Zo-roastro apresentava a Deus como perfeicao moral. Disse aspessoas que Aura-mazda nao e vingativo, mas justo e, por-tanto, nao devia ser temido, mas amado.” A crenca numdeus de boa moral e justo pode ter influıdo na etica de Ciroe estimulado sua magnanimidade e equidade.

No entanto, o rei tolerava menos o clima de Babilonia.Os veroes torridos ali eram mais do que ele estava dispos-to a aguentar. Portanto, embora Babilonia permanecesseuma cidade regia do imperio, bem como um centro religio-so e cultural, em geral ela servia apenas como sua capitalde inverno. Na realidade, depois de conquistar Babilonia,Ciro voltou logo a sua capital de verao, Ecbatana, situada auns 1.900 metros acima do nıvel do mar, ao sope do mon-te Alvand. Ali, os invernos frios contrabalancados por ve-roes agradaveis eram mais do seu agrado. Ciro construiutambem um elegante palacio na sua capital anterior, Pasar-gada (perto de Persepolis), 650 quilometros ao sudeste deEcbatana. A residencia ali serviu-lhe de retiro.

Ciro deixou assim seu marco como conquistador valen-te e monarca tolerante. Seu governo de 30 anos terminouquando morreu em 530 AEC, enquanto estava numa cam-panha militar. Seu filho Cambises II sucedeu-lhe no tronopersa.

O QUE DISCERNIU?

˙ Como mostrou Ciro, o Persa, ser o “ungido”de Jeova?

˙ Que servico valioso prestou Ciro ao povo deJeova?

˙ Como tratava Ciro os povos conquistados?

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A UNS 2.300 anos, um generalmilitar, loiro, de 20 e poucosanos, estava parado a beira domar Mediterraneo. Seus olhosse fixavam numa cidade-ilha aquase um quilometro de dis-tancia. Tendo-se-lhe negado aentrada, o general furioso esta-va decidido a conquistar a cida-de. Qual era seu plano de ata-que? Fazer um aterro ate a ilha emobilizar suas forcas contra a cida-de. A construcao do aterro ja tinhacomecado.

Mas uma mensagem do granderei do Imperio Persa interrompeuo jovem general. Ansioso de fazer apaz, o governante persa fez uma oferta extraordinaria:10 mil talentos de ouro (mais de 2 bilhoes de dolares pelovalor atual), a mao de uma das filhas do rei em casamentoe o domınio sobre toda a parte ocidental do Imperio Persa.Tudo isso foi oferecido em troca da famılia do rei, que o ge-neral havia capturado.

O comandante que se viu confrontado com a decisao deaceitar ou rejeitar a oferta era Alexandre III, da Macedonia.Devia aceitar a oferta? “Era um momento decisivo para omundo antigo”, diz o historiador Ulrich Wilcken. “O efei-to posterior da sua decisao, deveras, estendeu-se pela Ida-de Media ate os nossos dias, no Oriente e no Ocidente.” An-tes de considerarmos a resposta de Alexandre, vejamos queacontecimentos levaram a esse momento decisivo.

UM JOVEM REI CONQUISTA O MUNDO�

Alexandre

153

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A FORMAC˜

AO DUM CONQUISTADORAlexandre nasceu em Pela, na Macedonia, em 356 AEC.

Seu pai era o Rei Filipe II, e sua mae, Olımpia. Ela ensinou aAlexandre que os reis macedonios descendiam de Hercules,filho de Zeus, deus grego. Segundo Olımpia, o antepassa-do de Alexandre era Aquiles, heroi da Ilıada, o poema deHomero. Condicionado assim pelos pais para a conquista e

para a gloria regia, o jovem Alexandre tinha pouco interesseem outros empreendimentos. Perguntado se iria participarnuma corrida nos Jogos Olımpicos, Alexandre indicou que ofaria se fosse correr com reis. Ele tinha a ambicao de realizaratos maiores do que os do pai e de obter gloria por meio deconsecucoes.

Aristoteles e seu aluno Alexandre

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`A idade de 13 anos, Alexandre teve como tutor o filosofo

grego Aristoteles, que o ajudou a se interessar na filosofia,na medicina e na ciencia.

´E questao de debate ate que pon-

to os ensinos filosoficos de Aristoteles moldaram o modode pensar de Alexandre. “Parece certo dizer que nao haviamuito em que os dois concordassem”, observou BertrandRussell, filosofo do seculo 20. “Os conceitos polıticos deAristoteles baseavam-se na cidade-estado grega, que esta-va prestes a acabar.” O conceito dum pequeno governo decidade-estado nao teria agradado a um prıncipe ambiciosoque queria criar um grande imperio centralizado. Alexandredeve ter sido tambem muito ceptico a respeito do preceitoaristotelico de tratar como escravos aqueles que nao eramgregos, pois visionava um imperio de parceria florescenteentre vitoriosos e vencidos.

No entanto, ha pouca duvida de que Aristoteles tenhacultivado o interesse de Alexandre na leitura e na aprendi-zagem. Alexandre continuou a ser um leitor avido duran-te toda a sua vida, tendo paixao especial pelos escritos deHomero. Afirma-se que aprendeu de cor a Ilıada — todas as15.693 linhas do poema.

A educacao que recebeu de Aristoteles terminou abrupta-mente em 340 AEC, quando o prıncipe de 16 anos voltoua Pela para governar a Macedonia na ausencia do pai. E oprıncipe herdeiro nao perdeu tempo, distinguindo-se em fa-canhas militares. Para o deleite de Filipe, ele subjugou rapi-damente a rebelde tribo tracia dos maedi, tomou a cidadeprincipal deles de assalto e deu ao lugar o nome de Alexan-dropolis, segundo o seu nome.

PROSSEGUE COM AS CONQUISTASO assassinato de Filipe em 336 AEC fez com que Alexan-

dre, aos 20 anos, herdasse o trono da Macedonia. En-trando na

´Asia pelo Helesponto (agora conhecido como

155

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Dardanelos) na primavera de 334 AEC, Alexandre empreen-deu uma campanha de conquista com um exercito peque-no mas eficiente de 30 mil soldados de infantaria e 5 mil ca-valarianos. Seu exercito veio acompanhado de engenheiros,topografos, arquitetos, cientistas e historiadores.

Junto ao rio Granico, na extremidade noroeste da´

Asia Me-nor (agora Turquia), Alexandre venceu a sua primeira batalhacontra os persas. Naquele inverno, ele conquistou a

´Asia Me-

nor ocidental. No outono seguinte, ocorreu a segunda bata-lha decisiva com os persas em Isso, na extremidade sudesteda

´Asia Menor. O grande rei persa Dario III, com um exercito

de cerca de meio milhao de homens, veio ao encontro de Ale-xandre. O superconfiante Dario levou tambem sua mae, a es-posa e outros membros da famılia, para que presenciassem oque devia ser uma vitoria espetacular. Mas os persas nao esta-vam preparados para a repentinidade e a veemencia do ata-que macedonio. As forcas de Alexandre derrotaram totalmen-te o exercito persa, e Dario fugiu, abandonando sua famılia asmaos de Alexandre.

Em vez de perseguir os persas em fuga, Alexandre marchoupara o sul, ao longo da costa mediterranea, conquistando as

M A C E Dˆ

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CONQUISTAS DE ALEXANDRE

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bases da poderosa frota persa. Mas a cidade-ilha de Tiro resis-tiu a invasao. Decidido a conquista-la, Alexandre iniciou umsıtio que durou sete meses. Durante o sıtio, recebeu a ofer-ta de paz de Dario, ja mencionada. As concessoes eram taoatraentes que Parmenio, conselheiro de confianca de Alexan-dre, supostamente disse: ‘Se eu fosse Alexandre, aceitaria.’Mas o jovem general retrucou: ‘Eu tambem, se fosse Parme-nio.’ Negando-se a negociar, Alexandre prosseguiu com o sıtioe demoliu a orgulhosa senhora do mar em julho de 332 AEC.

Poupando Jerusalem, que se rendera a ele, Alexandreavancou para o sul, conquistando Gaza. Cansado do domı-nio persa, o Egito acolheu-o como libertador. Em Menfis, elefez sacrifıcios ao touro

´Apis, agradando assim aos sacerdotes

egıpcios. Fundou tambem a cidade de Alexandria, que maistarde rivalizou com Atenas como centro de erudicao e aindaleva o nome dele.

A seguir, Alexandre foi para o nordeste, avancando atra-ves da Palestina para o rio Tigre. No ano 331 AEC, travou-sea terceira grande batalha com os persas, em Gaugamela,nao muito longe das ruınas de Nınive que se desmorona-vam. Ali, os 47 mil homens de Alexandre venceram o reor-ganizado exercito persa de pelomenos 250 mil homens! Dario fu-giu e foi mais tarde assassinadopelo seu proprio povo.

Empolgado pela vitoria, Alexan-dre voltou-se para o sul e tomou acapital de inverno dos persas, Ba-bilonia. Ele ocupou tambem ascapitais Susa e Persepolis, apode-rando-se do imenso tesouro per-sa e incendiando o grande palaciode Xerxes. Por fim, a capital Ecbata-

Medalha quesupostamente retrataAlexandre, o Grande

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na caiu diante dele. Esse veloz conquistador subjugou entaoo restante do domınio persa, avancando para o leste ate orio Indo, situado no atual Paquistao.

Ao cruzar o Indo, na regiao que beirava a provıncia per-sa de Taxila, Alexandre se confrontou com um terrıvel rival,o monarca indiano Poros. Alexandre travou contra ele suaquarta e ultima grande batalha, em junho de 326 AEC.O exercito de Poros incluıa 35 mil homens e 200 elefantes,que aterrorizavam os cavalos dos macedonios. A batalha foiferoz e sangrenta, mas as forcas de Alexandre prevaleceram.Poros rendeu-se e tornou-se aliado.

Haviam-se passado mais de oito anos desde que o exerci-to macedonio fora para a

´Asia, e os soldados estavam can-

sados e com saudades de casa. Abalados pela feroz batalhacom Poros, queriam voltar para casa. Embora no comeco re-lutasse, Alexandre atendeu o desejo deles. A Grecia se torna-ra mesmo a potencia mundial. Com o estabelecimento decolonias gregas nas terras conquistadas, a lıngua e a culturagregas se espalharam pelo domınio.

O HOMEM POR TR´

AS DO ESCUDOO que manteve o exercito macedonio unido durante os

anos de conquista foi a personalidade de Alexandre. Depoisdas batalhas, Alexandre costumava visitar os feridos, exami-nar seus ferimentos, louvar os soldados pela sua valentia ehonra-los com uma doacao, em harmonia com as suas rea-lizacoes. Para os caıdos em batalha, Alexandre providencia-va um esplendido enterro. Os pais e os filhos dos homenscaıdos ficavam isentos de todos os impostos e formas de ser-vico. Como diversao apos as batalhas, Alexandre realizavajogos e competicoes. Em certa ocasiao, ele ate mesmo pro-videnciou uma licenca para os recem-casados, possibilitan-do-lhes passar o inverno com a esposa na Macedonia. Essas

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acoes granjearam-lhe o afeto e a admiracao dos seus ho-mens.

Referente ao casamento de Alexandre com a princesabactriana Roxana, o biografo grego Plutarco escreve: “Tra-tou-se deveras dum caso de amor, todavia, parecia ao mes-mo tempo levar ao objetivo que ele tinha em vista. Pois sa-tisfez ao povo conquistado ve-lo escolher uma esposadentre eles mesmos, e isso fez com que sentissem a maisvıvida afeicao por ele, descobrir que, na unica paixao pelaqual ele, o mais moderado dos homens, foi vencido, ele sedominou ate poder obte-la de modo legıtimo e honroso.”

Alexandre respeitava tambem o casamento de outros.Embora a esposa do Rei Dario fosse sua cativa, ele cuidou deque ela fosse tratada de forma honrosa. De forma similar, aosaber que dois soldados macedonios haviam abusado dasesposas de alguns forasteiros, mandou que fossem executa-dos se achados culpados.

Igual a sua mae, Olımpia, Alexandre era muito religioso.Oferecia sacrifıcios antes e depois das batalhas, e consulta-va seus adivinhos a respeito do significado de certos augu-rios. Ele consultava tambem o oraculo de Amom, na Lıbia.E em Babilonia, ele seguiu as instrucoes dos caldeus a res-peito de sacrifıcios, especialmente os oferecidos ao deus ba-bilonio Bel (Marduque).

Embora Alexandre fosse moderado nos seus habitos decomer, por fim entregou-se a excessos no beber. Falava mui-to ao tomar cada copo de vinho e gabava-se das suas reali-zacoes. Um dos atos mais tenebrosos de Alexandre foi o as-sassinato de seu amigo Clito, num acesso de furia enquantoembriagado. Mas Alexandre se sentiu tao culpado, que pas-sou tres dias de cama, nao comendo nem bebendo. Por fim,seus amigos conseguiram persuadi-lo a comer.

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Com o passar do tempo, a ansia de gloria que Alexan-dre tinha revelou outras tendencias indesejaveis. Ele come-cou a acreditar prontamente em acusacoes falsas e passoua administrar punicoes com a maior severidade. Por exem-plo, tendo sido levado a acreditar que Filotas estava envolvi-do num atentado contra a sua vida, Alexandre mandou queele e seu pai, Parmenio, conselheiro em quem havia antesconfiado, fossem executados.

A DERROTA DE ALEXANDREPouco depois de voltar para Babilonia, Alexandre caiu vıti-

ma da malaria, da qual nunca se recuperou. Em 13 de junhode 323 AEC, depois de ter vivido apenas 32 anos e 8 meses,Alexandre rendeu-se ao inimigo mais severo, a morte.

Foi assim como certos sabios indianos haviam observa-do: “

´O Rei Alexandre, cada homem so possui tanto da terra

quanto este pedaco em que nos erguemos; e, sendo vos umhomem igual aos outros homens, exceto que estais cheiosde atividade e de desassossego, estais perambulando portoda esta terra, longe do vosso lar, afligindo a vos mesmos eafligindo a outros. Mas, nao demorara muito ate que ireismorrer, e possuireis so o bastante da terra que de para vos-so tumulo.”

O QUE DISCERNIU?

˙ Qual era a formacao de Alexandre, o Grande?˙ Logo depois de herdar o trono da Macedonia,

que campanha empreendeu Alexandre?˙ Descreva algumas das conquistas de Alexandre.˙ O que se pode dizer sobre a personalidade de

Alexandre?

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REFERENTE ao reino de Alexandre, o Grande, a Bıblia predis-se a sua desintegracao e divisao, “mas nao para a sua poste-ridade”. (Daniel 11:3, 4) Concordemente, nos 14 anos que seseguiram a morte repentina de Alexandre em 323 AEC, seufilho legıtimo, Alexandre IV, e seu filho ilegıtimo, Heracles,foram assassinados.

No ano 301 AEC, quatro dos generais de Alexandre ja ti-nham assumido o poder sobre o vasto imperio construıdopor seu comandante. O General Cassandro assumiu o contro-le sobre a Macedonia e a Grecia. O General Lisımaco recebeua

´Asia Menor e a Tracia. Seleuco I Nicator ficou com a Meso-

potamia e a Sıria. E Ptolomeu Lago, ou Ptolomeu I, governouo Egito e a Palestina. De modo que, do unico vasto reino deAlexandre surgiram quatro reinos helenısticos, ou gregos.

Dos quatro reinos helenısticos, o governo de Cassandromostrou ser o mais curto. Poucos anos depois de Cassan-dro assumir o poder, sua linhagem masculina morreu, e em285 AEC Lisımaco tomou posse da parte europeia do ImperioGrego. Quatro anos depois, Lisımaco morreu numa batalhacom Seleuco I Nicator, dando a este o controle sobre a maiorparte dos territorios asiaticos. Seleuco tornou-se o primeiro

da linhagem de reis seleucidas na Sıria. Elefundou Antioquia, na Sıria, e a tornou suanova capital. Seleuco foi assassinado em281 AEC, mas a dinastia que ele fundoucontinuou no poder ate 64 AEC, quando ogeneral romano Pompeu fez da Sıria umaprovıncia de Roma.

Das quatro divisoes do imperio de Ale-xandre, o reino ptolomaico durou mais

UM VASTO REINO´

E DIVIDIDO�

Ptolomeu I

Seleuco I

162

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tempo. Ptolomeu I assumiu o tıtulo de rei em 305 AEC e tor-nou-se o primeiro dos reis, ou faraos, macedonios do Egito.Tornando Alexandria a capital, comecou imediatamente umprograma de desenvolvimento urbano. Um dos seus maio-res projetos de construcao foi a famosa Biblioteca de Alexan-dria. Para supervisionar esse grande projeto, Ptolomeu trouxeda Grecia um famoso erudito ateniense, Demetrio de Falero.Relata-se que, no primeiro seculo EC, a biblioteca ja abrigavaum milhao de rolos. A dinastia ptolomaica continuou a go-vernar no Egito ate cair diante de Roma, em 30 AEC. Romasubstituiu entao a Grecia como a dominante potencia mun-dial.

Ptolomeu I

Cassandro

Lisımaco

Seleuco I

A DESINTEGRAC˜

AO DO IMP´

ERIO DE ALEXANDRE

O QUE DISCERNIU?˙ Como foi dividido o vasto imperio de

Alexandre?˙ Ate quando continuou a Sıria a ser governada

por reis seleucidas?˙ Quando terminou o reino ptolomaico do Egito?

163

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HAVIAM-SE passado 57 anos desde a destruicao do tem-plo de Jeova em Jerusalem. Belsazar e seu pai, Nabonido,governam juntos o Imperio Babilonico, a terceira potenciamundial da profecia bıblica.�Daniel, o profeta de Deus, estaexilado em Babilonia. E durante o “terceiro ano do reina-do de Belsazar, o rei”, Jeova envia a Daniel uma visao querevela certos pormenores da restauracao da verdadeira ado-racao. — Daniel 8:1.

2 A visao profetica de Daniel teve um efeito profundo so-bre ele e e de grande interesse para nos, os que vivemos no“tempo do fim”. O anjo Gabriel diz a Daniel: “Eis que tefaco saber o que ocorrera na parte final da verberacao, por-que e para o tempo designado do fim.” (Daniel 8:16, 17, 19,27) Portanto, com vivo interesse, consideremos o que Da-niel viu e o que isso significa para nos hoje.

UM CARNEIRO COM DOIS CHIFRES3 “Comecei a ver na visao”, escreve Daniel, “e sucedeu,

enquanto eu estava vendo, que eu estava em Susa, o caste-lo, que esta no distrito jurisdicional de Elao; e passei a ver navisao, e eu mesmo vim a estar junto ao curso de agua do

� Sete potencias mundiais de significancia bıblica especial sao Egi-to, Assıria, Babilonia, Medo-Persia, Grecia, Roma e a potencia mun-dial dupla anglo-americana. Todas essas sao notaveis por terem tidotratos com o povo de Jeova.

1, 2. Por que e de importancia para nos a visao que Daniel teve noterceiro ano do reinado de Belsazar?3, 4. Que animal Daniel viu em pe diante dum curso de agua, e oque simboliza?

CAP´ITULO DEZ

QUEM PODE MANTER-SE DE P´

ECONTRA O PR

´INCIPE DOS PR

´INCIPES?

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Ulai”. (Daniel 8:2) Nao se declara se Daniel estava mesmoem Susa (Susa) — capital de Elao, situada a uns 350 quilo-metros ao leste de Babilonia — ou se estava ali apenas emvisao.

4 Daniel prossegue: “Quando levantei os olhos entao vi,e eis um carneiro de pe diante do curso de agua, e eletinha dois chifres.” (Daniel 8:3a) A identidade do carneironao ficou oculta a Daniel. O anjo Gabriel declara mais tar-de: “O carneiro que viste, tendo dois chifres, representa osreis da Media e da Persia.” (Daniel 8:20) Os medos proce-diam do planalto montanhoso ao leste da Assıria, e ospersas, no inıcio, com frequencia levavam uma vida noma-de na regiao ao norte do golfo Persico. No entanto, com ocrescimento do Imperio Medo-Persa, seus habitantes desen-volveram um notavel gosto pelo luxo.

5 “Os dois chifres eram altos”, relata Daniel, “porem, umera mais alto do que o outro, e o mais alto e que subiradepois”. (Daniel 8:3b) O chifre mais alto, que subiu maistarde, retrata os persas, ao passo que o outro chifre represen-ta os medos. No comeco, os medos dominavam. Mas em550 AEC, Ciro, o governante da Persia, obteve uma vitoriafacil sobre o rei medo, Astıages. Ciro combinou os costumes

5. Como ficou mais alto o chifre que “subira depois”?

Imperio Medo-Persa

Jerusal´em Babil

ˆonia

Mˆenfis

Ecb´

atana

SusaPers

´epolis

M A C E Dˆ

O N I A

E G I T O

E T I´

O P I A´I N D I A

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e as leis dos dois povos, uniu seus reinos e expandiu suasconquistas. A partir de entao, o imperio tinha uma nature-za dupla.

O CARNEIRO ASSUME ARES DE GRANDEZA6 Prosseguindo com a sua descricao do carneiro, Daniel

declara: “Vi o carneiro dar marradas para o oeste, e parao norte, e para o sul, e nenhum dos animais selvaticos semanteve de pe diante dele, e nao havia quem livrasse da suamao. E ele fez segundo o seu bel-prazer e assumiu ares degrandeza.” — Daniel 8:4.

7 Na visao precedente dada a Daniel, Babilonia fora retra-tada por um animal selvatico que subiu do mar e que eracomo um leao com asas de aguia. (Daniel 7:4, 17) Esse ani-mal simbolico mostrou-se incapaz de manter-se de pediante do “carneiro” dessa nova visao. Babilonia caiu diantede Ciro, o Grande, em 539 AEC. Por quase 50 anos depois,“nenhum dos animais selvaticos”, ou governos polıticos, semanteve de pe diante do Imperio Medo-Persa — a quartapotencia mundial da profecia bıblica.

8 Vindo “desde o nascente” — o leste — a PotenciaMundial Medo-Persa fez segundo o seu bel-prazer, dando“marradas para o oeste, e para o norte, e para o sul”. (Isaıas46:11) O Rei Cambises II, que sucedeu a Ciro, o Grande,conquistou o Egito. Seu sucessor foi o rei persa Dario I,que em 513 AEC avancou para o oeste, atraves do estrei-to de Bosforo, e invadiu o territorio europeu da Tracia, cujacapital era Bizancio (agora Istambul). No ano 508 AEC, elesubjugou a Tracia e depois, em 496 AEC, conquistou a Ma-cedonia. De modo que, no tempo de Dario, o “carneiro”

6, 7. Como se deu que “nenhum dos animais selvaticos se mantevede pe diante” do carneiro?8, 9. (a) Como deu “o carneiro . . . marradas para o oeste, e para onorte, e para o sul”? (b) O que diz o livro de Ester referente ao suces-sor do rei persa Dario I?

Quem pode manter-se de pe contra o Prıncipe dos prıncipes? 167

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medo-persa tinha tomado territorio em tres direcoesprincipais: ao norte, na Babilonia e na Assıria, ao oeste, atra-ves da

´Asia Menor, e ao sul, no Egito.

9 A Bıblia, atestando a grandeza do Imperio Medo-Persa,fala do sucessor de Dario, Xerxes I, como “o Assuero que rei-nava desde a

´India ate a Etiopia sobre cento e vinte e sete

distritos jurisdicionais”. (Ester 1:1) Mas esse grande imperioia ceder lugar a outro e, nesse respeito, a visao de Daniel re-vela alguns pormenores fascinantes, que devem fortalecernossa fe na palavra profetica de Deus.

O BODE GOLPEIA O CARNEIRO10 Imagine o espanto de Daniel diante do que ve entao.

O relato diz: “Eu, da minha parte, estava ponderando, e eisque vinha um bode dos caprıdeos desde o poente sobre asuperfıcie de toda a terra, e ele nao tocava na terra. E quantoao bode, havia entre os seus olhos um chifre proeminen-te. E ele foi chegando ao carneiro dos dois chifres, que euvira estar de pe diante do curso de agua; e vinha correndoem direcao a ele em seu poderoso furor. E eu o vi atingiro carneiro, e comecou a mostrar amargura para com ele, epassou a golpear o carneiro e a quebrar-lhe os dois chifres,e mostrou-se nao haver poder no carneiro para se manterde pe diante dele. De modo que o lancou por terra e o piso-teou, e o carneiro nao mostrou ter alguem que o livrasse dasua mao.” (Daniel 8:5-7) Que significa tudo isso?

11 Nem Daniel nem nos precisamos adivinhar o significa-do dessa visao. “O bode peludo representa o rei da Grecia; equanto ao chifre grande que havia entre os seus olhos, esterepresenta o primeiro rei”, informa o anjo Gabriel a Da-niel. (Daniel 8:21) Em 336 AEC, foi coroado o ultimo rei doImperio Persa, Dario III (Codomano). No mesmo ano, Ale-

10. Na visao de Daniel, que animal golpeou “o carneiro”?11. (a) Que explicacao deu o anjo Gabriel sobre “o bode peludo” eseu “chifre grande”? (b) O que retratava o chifre proeminente?

168 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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xandre tornou-se rei na Macedonia. A Historia mostra queAlexandre, o Grande, era o predito primeiro “rei da Gre-cia”. Partindo “desde o poente”, ou oeste, no ano 334 AEC,Alexandre avancou rapidamente. Como que ‘nao tocandona terra’, ele conquistou territorios e golpeou “o carneiro”.Acabando com o domınio medo-persa de uns dois secu-los, a Grecia tornou-se assim a quinta potencia mundial deimportancia bıblica. Que notavel cumprimento da profeciadivina!

12 Mas o poder de Alexandre ia ser de pouca duracao. A vi-sao revela adicionalmente: “E o bode dos caprıdeos, da suaparte, assumiu ares de grandeza, em extremo; mas, assimque se tornou forte, foi quebrado o grande chifre, e passa-ram a subir de modo proeminente quatro em lugar dele, emdirecao aos quatro ventos dos ceus.” (Daniel 8:8) Explican-do a profecia, Gabriel diz: “Que este foi quebrado, de modoque por fim se ergueram quatro em seu lugar, havera qua-tro reinos que se erguerao de sua nacao, mas nao com o seupoder.” (Daniel 8:22) Conforme predito, no proprio apogeuda sua carreira vitoriosa, Alexandre foi “quebrado”, ou mor-reu, a idade de apenas 32 anos. E seu grande imperio, porfim, passou a ser dividido entre quatro dos seus generais.

12. Como foi “quebrado” o “chifre grande” do bode simbolico, e oque eram os quatro chifres que se ergueram em seu lugar?

Imperio Grego

M A C E Dˆ

O N I A

Babilˆ

onia

E G I T O

Rio

Ind

o

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UM MISTERIOSO CHIFRE PEQUENO13 A proxima parte da visao abrange mais de 2.200 anos,

estendendo o cumprimento dela ate os tempos modernos.Daniel escreve: “De um deles [dos quatro chifres] saiu outrochifre, um pequeno, e este se tornava muito maior para osul, e para o nascente, e para o Ornato. E tornava-se cada vezmaior ate atingir o exercito dos ceus, de modo que fez al-guns do exercito e algumas das estrelas cair para a terra, efoi pisotea-los. E assumiu ares de grandeza para com o Prın-cipe do exercito, e foi-lhe tirado o sacrifıcio contınuo e foideitado abaixo o lugar estabelecido do seu santuario. E aospoucos foi entregue o proprio exercito, junto com o sacrifı-cio contınuo, por causa da transgressao; e ele continuou alancar a verdade por terra, e agiu e foi bem-sucedido.” — Da-niel 8:9-12.

14 Antes de podermos entender o significado dessas pa-lavras, temos de prestar atencao ao anjo de Deus. O anjoGabriel diz, depois de indicar a vinda ao poder dos quatroreinos derivados do imperio de Alexandre: “Na parte finaldo reino deles, completando os transgressores a sua acao,erguer-se-a um rei de semblante feroz e entendendo decla-racoes ambıguas. E seu poder tera de tornar-se grande, masnao pelo seu proprio poder. E causara a ruına dum modoprodigioso, e certamente se mostrara bem-sucedido e agiracom eficiencia. E realmente arruinara poderosos, tambem opovo constituıdo dos santos. E, segundo a sua perspicacia,certamente fara tambem o engano bem-sucedido na suamao. E no seu coracao assumira ares de grandeza e arrui-nara a muitos durante a sua despreocupacao. E por-se-a depe contra o Prıncipe dos prıncipes, mas sera destrocado semmao.” — Daniel 8:23-25.

13. O que saiu de um dos quatro chifres e como agiu?14. O que disse o anjo Gabriel a respeito das atividades do simbolicochifre pequeno, e o que aconteceria a esse chifre?

170 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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15 “Tu, da tua parte, mantem em segredo a visao”, diz oanjo a Daniel, “porque e ainda para muitos dias”. (Daniel8:26) O cumprimento dessa parte da visao nao ocorreriapor “muitos dias”, e Daniel devia ‘manter em segredo a vi-sao’. Pelo visto, o significado dela continuou a ser ummisterio para Daniel. Mas agora, porem, esses “muitos dias”certamente ja devem ter passado. Por isso perguntamos:‘O que revela a Historia do mundo a respeito do cumpri-mento dessa visao profetica?’

O CHIFRE PEQUENO SE TORNA PODEROSO16 Segundo a Historia, o chifre pequeno foi um rebento

de um dos quatro chifres simbolicos — do mais ocidental.Esse era o reino helenıstico do General Cassandro da Mace-donia e da Grecia. Mais tarde, esse reino foi absorvido peloreino do General Lisımaco, rei da Tracia e da

´Asia Menor.

No segundo seculo antes de nossa Era Comum, esses setoresocidentais do domınio helenıstico foram conquistados porRoma. E no ano 30 AEC, Roma ja se apoderara de todos osreinos helenısticos, tornando-se a sexta potencia mundialda profecia bıblica. Mas o Imperio Romano nao era o chifrepequeno da visao de Daniel, porque esse imperio nao con-tinuou ate “o tempo designado do fim”. — Daniel 8:19.

17 Entao, a quem identifica a Historia como esse agressi-vo “rei de semblante feroz”? Na verdade, a Gra-Bretanha eraum rebento ao noroeste do Imperio Romano. Ate o come-co do quinto seculo EC, havia provıncias romanas no queagora e a Gra-Bretanha. No decorrer do tempo, o Imperio

15. O que mandou o anjo que Daniel fizesse com respeito a visao?16. (a) De que chifre simbolico saiu o chifre pequeno? (b) Como setornou Roma a sexta potencia mundial da profecia bıblica, mas porque nao era ela o simbolico chifre pequeno?17. (a) Qual era a relacao entre a Bretanha e o Imperio Romano?(b) Como esta o Imperio Britanico relacionado com o reino helenıs-tico da Macedonia e da Grecia?

Quem pode manter-se de pe contra o Prıncipe dos prıncipes? 171

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Romano declinou, mas a influencia da civilizacao greco-ro-mana continuou na Bretanha, bem como em outras partesda Europa que haviam estado sob o domınio romano. “Naocasiao da queda do Imperio Romano”, escreveu o poeta eautor mexicano Octavio Paz, ganhador do premio Nobel,“a Igreja o substituiu”. Ele acrescentou: “Tanto os padres daIgreja como os doutores do perıodo escolastico enxertarama filosofia grega na doutrina crista.” E Bertrand Russell, filo-sofo e matematico do seculo 20, observou: “A civilizacao doOcidente, que teve origens gregas, baseia-se numa tradicaofilosofica e cientıfica que comecou em Mileto [uma cidadegrega na

´Asia Menor] ha dois milenios e meio.” De modo

que se pode dizer que o Imperio Britanico teve suas raızesculturais no reino helenıstico da Macedonia e da Grecia.

18 Em 1763, a Gra-Bretanha ja havia derrotado seus po-derosos rivais, a Espanha e a Franca. Daı em diante, elamostrou ser a senhora dos mares e a setima potencia mun-dial da profecia bıblica. Mesmo depois de as 13 coloniasamericanas se terem separado da Gra-Bretanha em 1776,para estabelecer os Estados Unidos da America, o ImperioBritanico aumentou para abranger um quarto da superfıcie

18. O que e o chifre pequeno que se tornou “um rei de semblante fe-roz” no “tempo do fim”? Queira explicar isso.

Imperio Romano

B R E T A N H A

I T´

A L I ARoma

Jerusal´em

E G I T O

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da Terra e um quarto da sua populacao. A setima poten-cia mundial ganhou ainda mais forca quando os EstadosUnidos da America colaboraram com a Gra-Bretanha paraformar a potencia mundial dupla anglo-americana. Essa po-tencia, em sentido economico e militar, deveras se tinhatornado “um rei de semblante feroz”. O chifre pequeno quese tornou uma feroz potencia polıtica no “tempo do fim”,portanto, e a Potencia Mundial Anglo-Americana.

19 Daniel viu que o chifre pequeno “se tornava muitomaior” em direcao do “Ornato”. (Daniel 8:9) A Terra Pro-metida, que Jeova deu ao seu povo escolhido, era tao belaque era chamada de “o ornato de todas as terras”, quer di-zer, da Terra inteira. (Ezequiel 20:6, 15)

´E verdade que a

Gra-Bretanha capturou Jerusalem em 9 de dezembro de1917, e no ano 1920 a Liga das Nacoes deu a Gra-Bretanha omandato sobre a Palestina, que continuaria ate 14 de maiode 1948. Mas a visao e profetica, contendo muitos sımbolos.E “o Ornato” mencionado na visao nao simboliza Jerusa-lem, mas a condicao terrestre do povo que Deus consideracomo santo durante o tempo da setima potencia mundial.Vejamos como a Potencia Mundial Anglo-Americana procu-ra ameacar os santos.

DEITADO ABAIXO O ‘LUGAR DO SEU SANTU´

ARIO’20 O chifre pequeno “tornava-se cada vez maior ate atin-

gir o exercito dos ceus, de modo que fez alguns do exercitoe algumas das estrelas cair para a terra”. Segundo a expli-cacao angelica, “o exercito dos ceus” e as “estrelas” que ochifre pequeno procura derrubar sao “o povo constituıdodos santos”. (Daniel 8:10, 24) Esses “santos” sao cristaosungidos com espırito. Visto que foram levados a uma rela-cao com Deus por meio do novo pacto, feito vigorar pelo

19. O que e “o Ornato” mencionado na visao?20. Quem sao “o exercito dos ceus” e as “estrelas” que o chifre pe-queno procura derrubar?

Quem pode manter-se de pe contra o Prıncipe dos prıncipes? 173

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12

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sangue derramado de Jesus Cristo, eles sao santificados, pu-rificados e postos a parte para o servico exclusivo de Deus.(Hebreus 10:10; 13:20) Por te-los designado herdeiros jun-to com o Seu Filho na heranca celestial, Jeova os considerasantos. (Efesios 1:3, 11, 18-20) Portanto, na visao de Daniel,“o exercito dos ceus” refere-se ao restante dos 144 mil “san-tos” ainda na Terra, os quais reinarao no ceu junto com oCordeiro. — Revelacao (Apocalipse) 14:1-5.

21 Hoje em dia, os remanescentes dos 144 mil sao os re-presentantes terrestres da “Jerusalem celestial” — o Reino deDeus, semelhante a uma cidade, — e do seu arranjo de tem-plo. (Hebreus 12:22, 28; 13:14) Nesse sentido e que ocupamum “lugar santo”, que a setima potencia mundial procu-ra pisotear e tornar desolado. (Daniel 8:13) Chamando esselugar santo tambem de ‘lugar estabelecido do santuario deJeova’, Daniel diz: “Foi-lhe tirado [i.e., de Jeova] o sacrifıciocontınuo e foi deitado abaixo o lugar estabelecido do seusantuario. E aos poucos foi entregue o proprio exercito, jun-to com o sacrifıcio contınuo, por causa da transgressao; eele continuou a lancar a verdade por terra, e agiu e foi bem-sucedido.” (Daniel 8:11, 12) Como se cumpriu isso?

22 O que aconteceu com as Testemunhas de Jeovadurante a Segunda Guerra Mundial? Sofreram intensa

21. Quem ocupa um “lugar santo” que a setima potencia mundialprocura desolar?22. Durante a Segunda Guerra Mundial, como cometeu a setima po-tencia mundial uma notavel “transgressao”?

Algumas figuras destacadas da Potencia Mundial Anglo-Americana:1. George Washington, primeiro presidente dos EUA (1789-1797)2. Rainha Vitoria, da Gra-Bretanha (1837-1901)3. Woodrow Wilson, presidente dos EUA (1913-1921)4. David Lloyd George, primeiro-ministro da Gra-Bretanha

(1916-1922)5. Winston Churchill, primeiro-ministro da Gra-Bretanha

(1940-1945,1951-1955)6. Franklin D. Roosevelt, presidente dos EUA (1933-1945)

Quem pode manter-se de pe contra o Prıncipe dos prıncipes? 175

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perseguicao! Essa comecou nos paıses nazistas e fascistas.Mas em pouco tempo ‘a verdade estava sendo lancada porterra’ em todo o vasto domınio do ‘chifre pequeno, cujopoder se tornara grande’. “O exercito” dos proclamadoresdo Reino e sua obra de pregacao das “boas novas” foramproscritos em quase toda a Comunidade Britanica. (Mar-cos 13:10) Quando essas nacoes recrutaram seu poderiohumano, negaram-se a conceder isencao ministerial as Tes-temunhas de Jeova, nao mostrando nenhum respeito peladesignacao teocratica delas como ministros de Deus. NosEstados Unidos, os servos fieis de Jeova sofreram violenciade turbas e diversos ultrajes. Na realidade, a setima potenciamundial procurava eliminar um sacrifıcio de louvor — “ofruto de labios” — oferecido regularmente a Jeova pelosdo Seu povo como “sacrifıcio contınuo” da adoracao de-les. (Hebreus 13:15) Essa potencia mundial cometeu assim a“transgressao” de invadir o domınio legıtimo do Deus Altıs-simo — “o lugar estabelecido do seu santuario”.

23 O chifre pequeno, por perseguir os “santos” durante aSegunda Guerra Mundial, assumiu ares de grandeza “paracom o Prıncipe do exercito”. Ou, conforme declara o anjoGabriel, pos-se de pe “contra o Prıncipe dos prıncipes”. (Da-niel 8:11, 25) O tıtulo “Prıncipe dos prıncipes” aplica-seexclusivamente a Jeova Deus. A palavra hebraica sar, tradu-zida “prıncipe”, relaciona-se com um verbo que significa“exercer domınio”. Alem de se referir ao filho dum rei ou aalguem da realeza, a palavra aplica-se a um cabeca ou che-fe. O livro de Daniel menciona outros prıncipes angelicos— por exemplo, Miguel. Deus e o Prıncipe-Chefe de todosesses prıncipes. (Daniel 10:13, 21; note Salmo 83:18.) Con-seguirıamos imaginar que alguem pudesse manter-se de pecontra Jeova — o Prıncipe dos prıncipes?

23. (a) Durante a Segunda Guerra Mundial, como se levantou a Po-tencia Mundial Anglo-Americana “contra o Prıncipe dos prıncipes”?(b) Quem e “o Prıncipe dos prıncipes”?

176 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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“O LUGAR SANTO”´E LEVADO

`A CONDIC

˜AO CORRETA

24 Ninguem pode manter-se de pe contra o Prıncipe dosprıncipes — nem mesmo um rei “de semblante feroz”, talcomo a Potencia Mundial Anglo-Americana! As tentativasdesse rei, de desolar o santuario de Deus, nao sao bem-suce-didas. Depois dum perıodo de “duas mil e trezentasnoitinhas e manhas”, diz o mensageiro angelico, “o lugarsanto certamente sera levado a sua condicao correta”, ou“saira vitorioso”. — Daniel 8:13, 14; The New English Bible.

25 Os 2.300 dias sao um perıodo profetico. Por isso envol-vem o ano profetico de 360 dias. (Revelacao 11:2, 3; 12:6,14) Esses 2.300 dias, portanto, sao 6 anos, 4 meses e20 dias. Quando ocorreu esse perıodo? Acontece que, nosanos 30, os do povo de Deus comecaram a sofrer cres-cente perseguicao em diversos paıses. E durante a SegundaGuerra Mundial, as Testemunhas de Jeova foram feroz-mente perseguidas nos paıses da potencia mundial duplaanglo-americana. Por que? Por causa da sua insisten-cia em “obedecer a Deus como governante antes que aoshomens”. (Atos 5:29) Portanto, os 2.300 dias tem de ser as-sociados com essa guerra.� Mas o que se pode dizer sobre ocomeco e o fim desse perıodo profetico?

26 Se “o lugar santo” e “levado”, ou restaurado, a comodevia ser, os 2.300 dias devem ter comecado quando an-tes estava na “condicao correta”, do ponto de vista deDeus. O mais cedo seria em 1.° de junho de 1938,quando A Sentinela (em ingles) publicou a parte 1 do

� Daniel 7:25 menciona tambem um perıodo em que ‘os santos doSupremo sao hostilizados continuamente’. Conforme explicado nocapıtulo anterior, isso estava ligado com a Primeira Guerra Mundial.

24. Que garantia nos da Daniel 8:14?25. Qual e a duracao do perıodo profetico de 2.300 dias, e com queacontecimento tem de ser associado?26. (a) A partir de quando se deve contar o comeco dos 2.300 dias?(b) Quando terminou o perıodo dos 2.300 dias?

Quem pode manter-se de pe contra o Prıncipe dos prıncipes? 177

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artigo “Organizacao”. A parte 2 foi publicada no numerode 15 de junho de 1938 de A Sentinela (em ingles). (Ambasforam publicadas em portugues em A Torre de Vigia de ju-nho/julho de 1938.) Contando 2.300 dias (6 anos, 4 mesese 20 dias no calendario hebraico) a partir de 1.° ou 15 dejunho de 1938 chegaremos a 8 ou 22 de outubro de 1944.No primeiro dia duma assembleia especial realizada emPittsburgh, Pensilvania, EUA, em 30 de setembro e 1.° deoutubro de 1944, o presidente da Sociedade Torre de Vigia(dos EUA) falou sobre o assunto “O AlinhamentoTeocraticoHoje”. Na reuniao anual da Sociedade em 2 de outubro, osestatutos dela foram emendados no esforco de harmoniza-los com os arranjos teocraticos o maximo que a lei permitia.Com a publicacao de requisitos bıblicos refinados, a organi-zacao teocratica em pouco tempo estava mais plenamenteem vigor nas congregacoes das Testemunhas de Jeova.

27 Enquanto os 2.300 dias corriam durante a SegundaGuerra Mundial, que comecou em 1939, oferecer o “sacrifı-cio contınuo” no santuario de Deus ficou muito restrito porcausa da perseguicao. Em 1938, havia 39 filiais e congene-res da Sociedade Torre de Vigia (dos EUA) supervisionandoa obra das Testemunhas em todo o mundo, mas em 1943havia apenas 21. Durante esse perıodo, o aumento do nu-mero de publicadores do Reino tambem foi pequeno.

28 Conforme notamos, durante os ultimos meses daSegunda Guerra Mundial, as Testemunhas de Jeova reafir-maram sua determinacao de magnificar o domınio de Deuspor servi-lo como organizacao teocratica. Foi com esse obje-tivo que comecou em 1944 a reorganizacao da sua obra e daestrutura governante. Na realidade, A Sentinela (em ingles)de 15 de outubro de 1944 (em portugues, outubro de 1945)

27. Que evidencia havia de que “o sacrifıcio contınuo” ficou restritodurante os anos da Segunda Guerra Mundial, cheios de perseguicao?28, 29. (a) Quando se aproximava o fim da Segunda Guerra Mun-dial, o que aconteceu na organizacao de Jeova? (b) O que se pode dizerdas tentativas ferozes do inimigo de desolar e destruir “o lugar santo”?

178 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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publicou um artigo intitulado “Organizados Para a ObraFinal”. Esse, bem como outros artigos orientados para apregacao no mesmo perıodo, mostrou que os 2.300 dias ha-viam terminado e que “o lugar santo” estava novamentena “condicao correta”.

29 As tentativas ferozes do inimigo, de desolar e destruir“o lugar santo”, haviam fracassado totalmente. Deve-ras, os “santos” que remanesciam na Terra, junto com seuscompanheiros da “grande multidao”, saıram-se vitoriosos.(Revelacao 7:9) E o santuario, na sua condicao teocratica le-gıtima, continua agora a prestar servico sagrado a Jeova.

30 A Potencia Mundial Anglo-Americana continua na suaposicao. ‘Mas sera destrocada sem mao’, disse o anjo Ga-briel. (Daniel 8:25) Muito em breve, essa setima potenciamundial da profecia bıblica — esse “rei de semblante fe-roz” — sera destrocada no Armagedom, nao por maoshumanas, mas por poder sobre-humano. (Daniel 2:44; Re-velacao 16:14, 16)

´E muito emocionante saber que a

soberania de Jeova Deus, o Prıncipe dos prıncipes, sera en-tao vindicada!

30. O que acontecera em breve ao “rei de semblante feroz”?

O QUE DISCERNIU?˙ O que representa

“o carneiro” de “dois chifres”?“o bode peludo” com seu “chifre grande”?os quatro chifres que subiram em lugar do

“chifre grande”?o chifre pequeno que saiu de um dos quatro

chifres?˙ Durante a Segunda Guerra Mundial, como

procurou a Potencia Mundial Anglo-Americanadesolar “o lugar santo”, e ela conseguiu isso?

Quem pode manter-se de pe contra o Prıncipe dos prıncipes? 179

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Page 183: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

JEOV´

A e o Grande Cronometrista. Tem sob o seu controletodos os tempos e epocas relacionados com o seu trabalho.(Atos 1:7) Todos os acontecimentos que ele designou paraesses tempos e epocas ocorrerao com toda a certeza. Naofalharao.

2 O profeta Daniel, como estudante diligente das Es-crituras, tinha fe na capacidade de Jeova programaracontecimentos e de realiza-los. A Daniel interessavam es-pecialmente as profecias relacionadas com a devastacao deJerusalem. Jeremias registrara a revelacao de Deus referen-te a quanto tempo a cidade santa ficaria desolada, e Danieldeu muita consideracao a essa profecia. Ele escreveu: “Noprimeiro ano de Dario, filho de Assuero, da descenden-cia dos medos, que fora constituıdo rei sobre o reino doscaldeus, no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, com-preendi pelos livros o numero de anos a respeito dos quaisviera a haver a palavra de Jeova para Jeremias, o profeta,para se cumprirem as devastacoes de Jerusalem, a saber, se-tenta anos.” — Daniel 9:1, 2; Jeremias 25:11.

3 Dario, o Medo, governava entao “o reino dos caldeus”.A predicao anterior feita por Daniel, quando ele interpre-tou a escrita na parede, havia-se cumprido rapidamente.O Imperio Babilonico nao existia mais. Fora “dado aos me-dos e aos persas” em 539 AEC. — Daniel 5:24-28, 30, 31.

1. Visto que Jeova e o Grande Cronometrista, de que podemos ter cer-teza?2, 3. Em que profecia fixou Daniel sua atencao e que imperio gover-nava Babilonia naquela epoca?

CAP´ITULO ONZE

REVELADO O TEMPODA VINDA DO MESSIAS

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DANIEL FAZ UMA PETIC˜

AO HUMILDE A JEOV´

A4 Daniel deu-se conta de que os 70 anos de desolacao de

Jerusalem estavam para acabar. O que ele faria a seguir? Elemesmo nos diz: “Passei a por a minha face para Jeova, overdadeiro Deus, para o procurar com oracao e com rogos,com jejum e com serapilheira e cinzas. E comecei a orar aJeova, meu Deus, e a fazer confissao.” (Daniel 9:3, 4) Erapreciso ter uma condicao correta de coracao para se rece-ber a libertacao misericordiosa da parte de Jeova. (Levıtico26:31-46; 1 Reis 8:46-53) Havia necessidade de se ter fe, umespırito humilde e pleno arrependimento dos pecados quehaviam causado o exılio e a escravidao. Por isso, Danielpassou a se chegar a Deus a favor do seu povo pecaminoso.Como? Por jejuar, lamentar e vestir-se de serapilheira, umsımbolo de arrependimento e de sinceridade de coracao.

5 A profecia de Jeremias dera a Daniel esperanca, pois in-dicava que os judeus seriam em breve restabelecidos na suapatria, Juda. ( Jeremias 25:12; 29:10) Daniel, sem duvida,tinha confianca de que os judeus subjugados receberiamalıvio, porque um homem chamado Ciro ja governavacomo rei da Persia. Nao profetizara Isaıas que Ciro seria oinstrumento para libertar os judeus, a fim de que recons-truıssem Jerusalem e o templo? (Isaıas 44:28–45:3) MasDaniel nao tinha nenhuma ideia de como isso se daria. Porisso continuava a suplicar a Jeova.

6 Daniel chamou atencao para a misericordia e a benevo-lencia de Jeova. Humildemente, reconheceu que os judeushaviam pecado por se rebelarem, desviando-se dos man-damentos de Jeova e nao fazendo caso dos Seus profetas.Deus, com justica, ‘os dispersara por causa da sua infideli-

4. (a) O que era preciso para se receber a libertacao da parte de Deus?(b) Como passou Daniel a se chegar a Jeova?5. Por que podia Daniel ter confianca de que os judeus seriam resta-belecidos na sua patria?6. O que reconheceu Daniel em oracao?

182 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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dade’. Daniel orou: “´

O Jeova, a vergonha da face e nossa,de nossos reis, de nossos prıncipes e de nossos ante-passados, porque pecamos contra ti. A Jeova, nosso Deus,pertencem as misericordias e os atos de perdao, pois nosnos rebelamos contra ele. E nao obedecemos a voz deJeova, nosso Deus, por andarmos nas suas leis que ele posperante nos pela mao de seus servos, os profetas. E todosos que sao de Israel infringiram a tua lei, e houve um des-vio por nao se obedecer a tua voz, de modo que derramastesobre nos a maldicao e o juramento escrito na lei de Moi-ses, o servo do verdadeiro Deus, pois pecamos contra Ele.”— Daniel 9:5-11;

ˆExodo 19:5-8; 24:3, 7, 8.

7 Deus havia advertido os israelitas sobre as consequen-cias de desobedecerem a ele e de desconsiderarem o pactoque fizera com eles. (Levıtico 26:31-33; Deuteronomio28:15; 31:17) Daniel reconhece a justica das acoes de Deus,dizendo: “Ele passou a cumprir as suas palavras que fa-lou contra nos e contra os nossos juızes que nos julgavam,trazendo sobre nos grande calamidade, tal como nao secausara sob todos os ceus assim como se causara em Jeru-salem. Assim como esta escrito na lei de Moises, toda estacalamidade — ela veio sobre nos, e nao abrandamos a facede Jeova, nosso Deus, recuando de nosso erro e mostran-do perspicacia quanto a tua veracidade. E Jeova se mantevealerta para com a calamidade e finalmente a trouxe sobrenos, porque Jeova, nosso Deus, e justo em todos os seus tra-balhos que fez; e nos nao obedecemos a sua voz.” — Daniel9:12-14.

8 Daniel nao procura justificar as acoes do seu povo. Seuexılio era bem merecido, conforme ele prontamente con-fessa: “Nos pecamos, temos agido iniquamente.” (Daniel

7. Por que se pode dizer que Jeova agiu corretamente ao permitir queos judeus fossem ao cativeiro?8. Em que baseia Daniel seu apelo a Jeova?

Revelado o tempo da vinda do Messias 183

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9:15) Nem se preocupa ele apenas com o alıvio do so-frimento. Nao, ele baseia seu apelo na gloria e honra doproprio Jeova. Por Deus perdoar os judeus e restabelece-losna sua patria, ele cumpriria a promessa feita por meio deJeremias e santificaria o Seu sagrado nome. Daniel roga:“

´O Jeova, por favor, segundo todos os teus atos de justica,

faze tua ira e teu furor recuar da tua cidade de Jerusa-lem, teu santo monte; pois, por causa de nossos pecadose por causa dos erros de nossos antepassados, Jerusalem eteu povo sao objeto de vituperio para todos os em volta denos.” — Daniel 9:16.

9 Daniel prossegue, em oracao fervorosa: “Agora, o nos-so Deus, escuta a oracao de teu servo e os seus rogos, efaze a tua face brilhar sobre o teu santuario que esta deso-lado, pela causa de Jeova. Inclina teu ouvido, o meu Deus,e ouve. Abre deveras os teus olhos e ve as nossas condi-coes desoladas e a cidade que se chamou pelo teu nome;pois nao e segundo os nossos atos justos que lancamosos nossos rogos diante de ti, mas segundo as tuas muitasmisericordias.

´O Jeova, ouve deveras.

´O Jeova, perdoa de-

veras.´

O Jeova, presta deveras atencao e age. Nao tardes, portua propria causa, o meu Deus, pois o teu proprio nome foiinvocado sobre a tua cidade e sobre o teu povo.” (Daniel9:17-19) Se Deus nao fosse perdoador e deixasse seu povono exılio, permitindo que sua cidade santa, Jerusalem, fi-casse indefinidamente desolada, sera que as nacoes oconsiderariam como Soberano Universal? Nao chegariama conclusao de que Jeova nao tinha forca contra o poderiodos deuses babilonios? Deveras, o nome de Jeova seria vi-tuperado, e isso aflige a Daniel. Das 19 vezes que o nomedivino, Jeova, e encontrado no livro de Daniel, 18 vezesocorre relacionado com essa oracao!

9. (a) Com que suplicas termina Daniel sua oracao? (b) O que afligea Daniel, mas como mostra ele consideracao pelo nome de Deus?

184 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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GABRIEL VEM DEPRESSA10 Enquanto Daniel ainda esta orando, aparece o anjo

Gabriel. Ele diz: “´

O Daniel, saı agora para te dar perspica-cia com compreensao. No inıcio dos teus rogos saiu umapalavra, e eu mesmo vim para fazer um relatorio, porquetu es alguem muito desejavel. Portanto, da consideracao aoassunto e tem entendimento da coisa vista.” Mas por queDaniel o chama de “o homem Gabriel”? (Daniel 9:20-23)Ora, quando Daniel procurava entender sua visao anteriora respeito do bode e do carneiro, apareceu-lhe “alguem daaparencia de um varao vigoroso”. Era o anjo Gabriel, envia-do para dar perspicacia a Daniel. (Daniel 8:15-17) De formasimilar, depois da oracao de Daniel, esse anjo se aproximoudele em forma humana e falou-lhe como um homem aoutro.

11 Gabriel chega “no tempo da oferenda da noitinha”.O altar de Jeova havia sido destruıdo junto com o tem-plo em Jerusalem, e os judeus eram cativos dos babiloniospagaos. De modo que os judeus nao ofereciam em Babilo-nia sacrifıcios a Deus. No entanto, nas horas prescritas paraas ofertas sob a Lei mosaica, era apropriado que os judeusdevotos em Babilonia louvassem e suplicassem a Jeova. Da-niel, como homem profundamente devotado a Deus, foichamado de “alguem muito desejavel”. Jeova, o “Ouvin-te de oracao”, se agradava dele, e Gabriel foi mandado aspressas para responder a oracao de fe de Daniel. — Salmo65:2.

12 Mesmo quando orar a Jeova punha em perigo a suavida, Daniel continuava a orar a Deus tres vezes por dia.

10. (a) Quem foi enviado a Daniel, e por que? (b) Por que Daniel cha-mou Gabriel de “homem”?11, 12. (a) Embora nao houvesse nem templo nem altar de Jeova emBabilonia, como mostravam os judeus devotos consideracao pelasofertas exigidas pela Lei? (b) Por que foi Daniel chamado de “alguemmuito desejavel”?

Revelado o tempo da vinda do Messias 185

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(Daniel 6:10, 11) Nao e de admirar que Jeova o achasse taodesejavel! Alem da oracao, a meditacao de Daniel na Pala-vra de Deus o habilitava a saber a vontade de Jeova. Danielpersistia em orar e sabia como se dirigir corretamente aJeova para que suas oracoes fossem respondidas. Ele desta-cava a justica de Deus. (Daniel 9:7, 14, 16) E embora seusinimigos nao pudessem achar falta nele, Daniel sabia queera pecador aos olhos de Deus e estava pronto para confes-sar seu pecado. — Daniel 6:4; Romanos 3:23.

“SETENTA SEMANAS” PARA ACABARCOM O PECADO

13 Que resposta Daniel recebe a oracao! Jeova nao so lheassegura que os judeus serao restabelecidos na sua patria,mas tambem lhe da a entender algo de significado mui-to maior — o aparecimento do predito Messias. (Genesis22:17, 18; Isaıas 9:6, 7) Gabriel diz a Daniel: “Setenta se-manas foram determinadas sobre o teu povo e sobre a tuacidade santa, para acabar com a transgressao e encerraro pecado, e para fazer expiacao pelo erro, e para introdu-zir justica por tempos indefinidos, e para apor um selo avisao e ao profeta, e para ungir o Santo dos Santos. E de-ves saber e ter a perspicacia de que desde a saıda da palavrapara se restaurar e reconstruir Jerusalem ate o Messias, oLıder, havera sete semanas, tambem sessenta e duas sema-nas. Ela tornara a ser e sera realmente reconstruıda, compraca publica e fosso, mas no aperto dos tempos.” — Daniel9:24, 25.

14 Essas eram deveras boas notıcias! Nao so se recons-truiria Jerusalem e se restabeleceria a adoracao num novotemplo, mas tambem apareceria “o Messias, o Lıder”, numtempo especıfico. Isso ocorreria dentro de “setenta sema-nas”. Visto que Gabriel nao menciona dias, essas nao sao

13, 14. (a) Que informacao importante revelou Gabriel a Daniel?(b) Qual e a duracao das “setenta semanas”, e como sabemos isso?

186 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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semanas de sete dias cada uma, que seriam 490 dias — ape-nas um ano e quatro meses. A predita reconstrucao deJerusalem “com praca publica e fosso” levou muito maistempo do que isso. As semanas sao semanas de anos. Quecada semana e de sete anos e sugerido por diversas tradu-coes modernas. Por exemplo, “setenta semanas de anos”e uma traducao indicada numa nota de rodape sobre Da-niel 9:24 na versao Tanakh—The Holy Scriptures (Tanakh— As Escrituras Sagradas), publicada pela The Jewish Publi-cation Society. A versao de Matos Soares (Edicoes Paulinas)diz: “Setenta semanas de anos foram decretadas sobre o teupovo e sobre a tua cidade santa.” Traducoes similares apa-recem nas versoes inglesas de Moffatt e de Rotherham, ena nota de rodape na Bıblia Sagrada dos MissionariosCapuchinhos.

15 De acordo com as palavras do anjo, as “setentasemanas” ficariam divididas em tres perıodos: (1) “setesemanas”, (2) “sessenta e duas semanas” e (3) uma sema-na. Isso seria 49 anos, 434 anos e 7 anos — num total de490 anos.

´E interessante que The Revised English Bible (A Bı-

blia Inglesa Revisada) diz: “Setenta vezes sete anos estaodeterminados para teu povo e para tua cidade santa.” De-pois do exılio e do sofrimento dos judeus em Babilonia por70 anos, eles teriam o favor especial de Deus por 490 anos,ou 70 anos multiplicados por 7. O ponto de partida seria “asaıda da palavra para se restaurar e reconstruir Jerusalem”.Quando seria isso?

O COMECO DAS “SETENTA SEMANAS”16 Tres incidentes dignos de nota merecem consideracao

com respeito ao comeco das “setenta semanas”. O primeiro

15. Em que tres perıodos estao divididas as “setenta semanas”, e quan-do comecariam?16. Conforme mostrado pelo seu decreto, qual era o objetivo de Cirorestabelecer os judeus na patria deles?

Revelado o tempo da vinda do Messias 187

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ocorreu em 537 AEC, quando Ciro emitiu seu decreto derestabelecer os judeus na sua patria. Ele diz: “Assim disseCiro, rei da Persia: ‘Jeova, o Deus dos ceus, deu-me todos osreinos da terra, e ele mesmo me comissionou para lhe cons-truir uma casa em Jerusalem, que esta em Juda. Quem den-tre vos for de todo o seu povo, mostre seu Deus estar comele. Portanto, suba ele a Jerusalem, que esta em Juda, e re-construa a casa de Jeova, o Deus de Israel — ele e o verdadei-ro Deus — que havia em Jerusalem. Quanto a todo aqueleque restou de todos os lugares onde reside como forastei-ro, auxiliem-no os homens do seu lugar com prata, e comouro, e com bens, e com animais domesticos, junto com aoferta voluntaria para a casa do verdadeiro Deus, que haviaem Jerusalem.’” (Esdras 1:2-4)

´E evidente que o objetivo es-

pecıfico desse decreto era fazer reconstruir o templo — “acasa de Jeova” — no seu lugar anterior.

17 O segundo incidente ocorreu no setimo ano do reina-do do rei persa Artaxerxes (Artaxerxes Longımano, filho deXerxes I). Naquela epoca, Esdras, o copista, fez uma viagemde quatro meses de Babilonia a Jerusalem. Levou consigouma carta especial do rei, mas ela nao autorizava a recons-trucao de Jerusalem. Em vez disso, a comissao de Esdras se

17. A carta dada a Esdras indicava que motivo para sua viagem a Je-rusalem?

“SETENTA SEMANAS”‘A palavra para serestaurar Jerusal

´em’ Jerusal

´em reconstru

´ıda

455 406

7 semanas

49 anos

62

434% (%

188 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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limitava a “embelezar a casa de Jeova”. Era por isso que acarta mencionava ouro e prata, vasos sagrados e contribui-coes de trigo, vinho, azeite e sal, em apoio da adoracao notemplo, bem como a isencao de impostos para os que ser-vissem ali. — Esdras 7:6-27.

18 O terceiro incidente ocorreu 13 anos mais tarde, no20.° ano do rei persa Artaxerxes. Neemias servia entaocomo seu copeiro em “Susa, o castelo”. Jerusalem tinhasido reconstruıda ate certo ponto pelos remanescentes quevoltaram de Babilonia. Mas nem tudo estava bem. Nee-mias soube que ‘a muralha de Jerusalem estava derrocadae seus proprios portoes haviam sido queimados com fogo’.Isso o perturbou muito, e ele ficou profundamente tris-te. Interrogado sobre a sua tristeza, Neemias respondeu:“Viva o proprio rei por tempo indefinido! Por que naodeve a minha face ficar sombria quando a cidade, a casadas sepulturas de meus antepassados, esta devastada e seusproprios portoes foram consumidos pelo fogo?” — Nee-mias 1:1-3; 2:1-3.

19 O relato envolvendo Neemias prossegue: “O rei, por

18. Que notıcia perturbou a Neemias e como soube disso o Rei Arta-xerxes?19. (a) Quando interrogado pelo Rei Artaxerxes, o que fez Neemiasprimeiro? (b) O que pediu Neemias, e como reconheceu o papel de-sempenhado por Deus nesse assunto?

semanas

anos

AEC EC

Apareceo Messias

Decepadoo Messias Fim das

“setenta semanas”

29 33 36

1 semana

7 anos

% (

(% (

Revelado o tempo da vinda do Messias 189

Page 192: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

sua vez, me disse: ‘O que e que estas procurando obter?’Orei imediatamente ao Deus dos ceus. Depois eu disseao rei: ‘Se parecer bem ao rei e se teu servo parecer bomdiante de ti, que me envies a Juda, a cidade das sepultu-ras de meus antepassados, para que eu a reconstrua.’” Essaproposta agradou a Artaxerxes, que atuou tambem segun-do o pedido adicional de Neemias: “Se parecer bem ao rei,deem-se-me cartas para os governadores de alem do Rio[Eufrates], para que me deixem passar ate eu chegar a Juda;tambem uma carta para Asafe, guarda do parque que per-tence ao rei, para que me de arvores para construir commadeira os portoes do Castelo que pertence a casa, e para amuralha da cidade e para a casa em que vou entrar.” Nee-mias reconheceu o papel de Jeova em tudo isso, dizendo:“Portanto, o rei mas deu [i.e., as cartas], segundo a boamao de meu Deus sobre mim.” — Neemias 2:4-8.

20 Embora se desse a permissao no mes de nisa no20.° ano do reinado de Artaxerxes, a propria “saıda dapalavra para se restaurar e reconstruir Jerusalem” ocorreumeses depois. Aconteceu quando Neemias chegou a Jeru-salem e comecou a sua obra de restauracao. (Neemias 2:11;6:15) As preditas “setenta semanas”, ou 490 anos, come-caram depois da chegada de Neemias em Jerusalem, em455 AEC. Elas terminariam em 36 EC. — Veja “Quando co-mecou o reinado de Artaxerxes?”, na pagina 197.

APARECE “O MESSIAS, O L´IDER”

21 Quantos anos se passaram ate que Jerusalem final-

20. (a) Quando entrou em vigor a palavra “para se restaurar e re-construir Jerusalem”? (b) Quando comecaram as “setenta semanas” equando terminaram?21. (a) O que seria realizado durante as primeiras “sete semanas”, eisso apesar de que circunstancias? (b) Em que ano devia aparecer oMessias e o que diz o Evangelho de Lucas sobre o que aconteceu na-quela epoca?

190 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

Page 193: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

mente foi reconstruıda? Acontece que a restauracao da ci-dade seria realizada “no aperto dos tempos”, por causa dedificuldades entre os proprios judeus e da oposicao dossamaritanos e de outros. Pelo visto, a obra foi completa-da ao ponto necessario por volta de 406 AEC — em “setesemanas”, ou 49 anos. (Daniel 9:25) Seguir-se-ia um pe-rıodo de 62 semanas, ou 434 anos. Depois desse perıodoapareceria o havia muito prometido Messias. Contarmos483 anos (49 mais 434) a partir de 455 AEC nos levaa 29 EC. O que aconteceu naquela epoca? O evangelis-ta Lucas nos diz: “No decimo quinto ano do reinado deTiberio Cesar, quando Poncio Pilatos era governador daJudeia e Herodes era governante distrital da Galileia, . . .veio a declaracao de Deus a Joao, filho de Zacarias, noermo. Ele percorreu assim toda a regiao em volta do Jor-dao, pregando o batismo em sımbolo de arrependimentopara o perdao de pecados.” Naquela epoca, ‘o povo esta-va na expectativa’ do Messias. — Lucas 3:1-3, 15.

22 Joao nao era o prometido Messias. Mas ele disse arespeito do que havia presenciado por ocasiao do batis-mo de Jesus de Nazare, no outono de 29 EC: “Observei oespırito descer como pomba do ceu; e permaneceu so-bre ele. Ate eu nao o conhecia, mas o Mesmo que meenviou a batizar em agua disse-me: ‘Sobre quem for quevires descer o espırito e permanecer, este e quem batizaem espırito santo.’ E eu o vi e dei testemunho de que estee o Filho de Deus.” ( Joao 1:32-34) No seu batismo, Jesustornou-se o Ungido — o Messias, ou Cristo. Pouco depois,Andre, discıpulo de Joao, encontrou-se com o ungido Je-sus e disse entao a Simao Pedro: “Achamos o Messias.”( Joao 1:41) De modo que “o Messias, o Lıder”, apareceuno momento exato — no fim de 69 semanas.

22. Quando e de que modo tornou-se Jesus o predito Messias?

Revelado o tempo da vinda do Messias 191

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OS ACONTECIMENTOS NA´

ULTIMA SEMANA23 O que seria realizado durante a 70.a semana? Gabriel

disse que o perıodo de “setenta semanas” havia sido de-terminado “para acabar com a transgressao e encerrar opecado, e para fazer expiacao pelo erro, e para introduzirjustica por tempos indefinidos, e para apor um selo a vi-sao e ao profeta, e para ungir o Santo dos Santos”. Para serealizar isso, “o Messias, o Lıder”, tinha de morrer. Quan-do? Gabriel disse: “Depois das sessenta e duas semanas oMessias sera decepado, sem ter nada para si mesmo. . . .E ele tera de manter em vigor o pacto para com muitospor uma semana; e na metade da semana fara cessar o sa-crifıcio e a oferenda.” (Daniel 9:26a, 27a) O tempo crıticoera a “metade da semana”, quer dizer, o meio da ultimasemana de anos.

24 O ministerio publico de Jesus Cristo comecou naultima parte de 29 EC e durou tres anos e meio. Confor-me profetizado, Cristo foi “decepado” na primeira partede 33 EC, quando morreu numa estaca de tortura, en-tregando sua vida humana em resgate pela humanidade.(Isaıas 53:8; Mateus 20:28) A necessidade de fazer os sa-crifıcios de animais e as oferendas prescritos pela Leiacabou quando o ressuscitado Jesus apresentou a Deus,no ceu, o valor da sua vida humana sacrificada. Em-bora os sacerdotes judeus continuassem a fazer ofertasate a destruicao do templo de Jerusalem, em 70 EC, es-ses sacrifıcios nao eram mais aceitaveis para Deus. Eleshaviam sido substituıdos por um sacrifıcio melhor, umque nunca teria de ser repetido. O apostolo Paulo escre-veu: “[Cristo] ofereceu um so sacrifıcio pelos pecados,

23. Por que “o Messias, o Lıder”, tinha de morrer e quando aconte-ceria isso?24, 25. (a) Conforme profetizado, quando morreu Cristo, e a quedeu fim a sua morte e a sua ressurreicao? (b) O que possibilitou a mor-te de Jesus?

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perpetuamente . . . Porque e por meio de uma so ofertasacrificial que ele aperfeicoou perpetuamente os que es-tao sendo santificados.” — Hebreus 10:12, 14.

25 Embora o pecado e a morte continuassem a afli-gir a humanidade, ser Jesus morto e ressuscitado paraa vida celestial cumpriu profecias. Isso ‘acabou com atransgressao, encerrou o pecado, fez expiacao pelo erroe introduziu justica’. Deus havia eliminado o pacto daLei, que expusera e condenara os judeus como pecado-res. (Romanos 5:12, 19, 20; Galatas 3:13, 19; Efesios 2:15;Colossenses 2:13, 14) Os pecados de transgressores arre-pendidos podiam assim ser cancelados e as penalidadesdeles, eliminadas. Por meio do sacrifıcio propiciatorio doMessias, a reconciliacao com Deus era possıvel para osque exercessem fe. Eles podiam aguardar receber de Deusa dadiva da “vida eterna por Cristo Jesus”. — Romanos3:21-26; 6:22, 23; 1 Joao 2:1, 2.

26 De modo que Jeova eliminou o pacto da Lei pormeio da morte de Cristo em 33 EC. Entao, como se po-dia dizer que o Messias ‘teria de manter em vigor o pactopara com muitos por uma semana’? Porque ele manteveem vigor o pacto abraamico. Ate o fim da 70.a semana,Deus ofereceu as bencaos desse pacto aos descendenteshebreus de Abraao. Mas ao fim das “setenta semanas” deanos, em 36 EC, o apostolo Pedro pregou ao devoto ita-liano Cornelio, a sua famılia e a outros gentios. E daqueledia em diante, as boas novas comecaram a ser proclama-das entre pessoas das nacoes. — Atos 3:25, 26; 10:1-48;Galatas 3:8, 9, 14.

27 A profecia predisse tambem a uncao do “Santo

26. (a) Embora o pacto da Lei tivesse sido eliminado, que pacto ‘semanteve em vigor por uma semana’? (b) O que aconteceu no fim da70.a semana?27. Que “Santo dos Santos” foi ungido, e como?

194 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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dos Santos”. Isso nao se refere a uncao do Santıssimo,ou compartimento mais recondito, do templo em Jeru-salem. A expressao “Santo dos Santos” refere-se aqui aosantuario celestial de Deus. Jesus apresentou ali ao seuPai o valor do seu sacrifıcio humano. O batismo de Jesus,em 29 EC, havia ungido, ou posto a parte, essa realida-de celestial, espiritual, representada pelo Santıssimo dotabernaculo terrestre e do templo posterior. — Hebreus9:11, 12.

A PROFECIA´

E CONFIRMADA POR DEUS28 A profecia messianica expressa pelo anjo Gabriel fa-

lava tambem de se “apor um selo a visao e ao profeta”.Isso significava que tudo o que fora predito a respeito doMessias — tudo o que ele realizou por meio do seu sacri-fıcio, sua ressurreicao e seu aparecimento no ceu, bemcomo as outras coisas ocorridas durante a 70.a sema-na — receberia o selo do apoio divino, mostraria ser veraze digno de confianca. A visao ficaria selada e restrita aoMessias. O cumprimento dela se daria nele e na obrade Deus feita por meio dele. Apenas relacionado como predito Messias poderıamos encontrar a interpretacaocorreta da visao. Nada desselaria seu significado.

29 Gabriel profetizara antes que Jerusalem seria re-construıda. Agora ele prediz a destruicao dessa cidadereconstruıda e do seu templo, dizendo: “A cidade e o lu-gar santo serao arruinados pelo povo de um lıder que hade vir. E o fim disso sera pela inundacao. E ate o fim ha-vera guerra; o que foi determinado sao desolacoes. . . .E sobre a asa de coisas repugnantes havera um causan-do desolacao; e ate a exterminacao derramar-se-a a coisadeterminada tambem sobre aquele que jaz desolado.”

28. Que se queria dizer com “apor um selo a visao e ao profeta”?29. O que aconteceria a Jerusalem reconstruıda, e por que motivo?

Revelado o tempo da vinda do Messias 195

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(Daniel 9:26b, 27b) Embora essa desolacao ocorresse de-pois das “setenta semanas”, seria em resultado direto deacontecimentos durante a ultima “semana”, quando osjudeus rejeitaram a Cristo e fizeram com que fosse mor-to. — Mateus 23:37, 38.

30 Os registros historicos mostram que as legioes ro-manas cercaram Jerusalem em 66 EC, sob o governadorsırio Cestio Galo. Apesar da resistencia judaica, as forcasromanas, carregando insıgnias ou estandartes idolatras,penetraram na cidade e passaram a minar o muro dotemplo ao norte. Estarem ali fez delas uma “coisa repug-nante” que podia causar uma desolacao total. (Mateus24:15, 16) Em 70 EC, os romanos, sob o General Tito,vieram igual a uma “inundacao” e desolaram a cidadee seu templo. Nada os impediu, porque isso tinha sidodecretado — “determinado” — por Deus. O Grande Cro-nometrista, Jeova, de novo cumprira a sua palavra!

30. Conforme mostra o registro historico, como se cumpriu o decre-to do Grande Cronometrista?

O QUE DISCERNIU?˙ Quando os 70 anos da desolacao de Jeru-

salem estavam para terminar, o que suplicouDaniel a Jeova?

˙ Qual era a duracao das “setenta semanas”,quando comecaram e quando terminaram?

˙ Quando apareceu “o Messias, o Lıder”, e emque tempo crıtico foi ele “decepado”?

˙ Que pacto ‘se manteve em vigor para commuitos por uma semana’?

˙ O que aconteceu depois das “setentasemanas”?

196 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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Quando comecou o reinado de Artaxerxes?HISTORIADORES discordam a respeito do ano em que come-cou o reinado do rei persa Artaxerxes. Alguns tem colocado seuano de acessao em 465 AEC, porque seu pai, Xerxes, comecou agovernar em 486 AEC e morreu no 21.° ano do seu reinado.No entanto, ha evidencia que Artaxerxes ascendeu ao trono em475 AEC e iniciou o primeiro ano de seu reinado em 474 AEC.

Inscricoes e esculturas desenterradas na antiga capital persa,Persepolis, indicam que havia uma corregencia entre Xerxes eseu pai, Dario I. Se isso abrangeu 10 anos e Xerxes governou so-zinho por 11 anos depois da morte de Dario em 486 AEC, o pri-meiro ano do reinado de Artaxerxes teria sido 474 AEC.

Uma segunda linha de evidencia envolve o general atenien-se Temıstocles, que derrotou as forcas de Xerxes em 480 AEC.Mais tarde, ele perdeu o favor do povo grego e foi acusado detraicao. Temıstocles fugiu e procurou protecao na corte persa,onde foi bem recebido. Segundo o historiador grego Tucıdides,isso aconteceu quando fazia pouco tempo que Artaxerxes ‘ha-via ascendido ao trono’. O historiador grego Diodoro Sıculo co-

loca a morte de Temıstocles em 471 AEC.Visto que Temıstocles pediu um ano paraaprender a lıngua persa antes de ter umaaudiencia com o Rei Artaxerxes, ele deveter chegado a

´Asia Menor o mais tar-

dar em 473 AEC. Essa data e apoiadapela Chronicle of Eusebius (Cronica deEusebio), de Jeronimo. Visto que faziapouco tempo que Artaxerxes ‘havia as-

cendido ao trono’ quando Temıstocleschegou a

´Asia, em 473 AEC, o eru-

dito alemao Ernst Hengstenbergdeclarou na sua obra Christologyof the Old Testament (Cristologiado Antigo Testamento) que o rei-nado de Artaxerxes comecou em474 AEC, assim como fazem tam-bem outras fontes. Ele acrescen-tou: “O vigesimo ano de Arta-xerxes e o ano 455 antes deCristo.”Busto de Temıstocles

Revelado o tempo da vinda do Messias 197

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O VIVO interesse de Daniel na realizacao do propositode Jeova foi ricamente recompensado. Deu-se-lhe a emo-cionante profecia das 70 semanas a respeito do tempo doaparecimento do Messias. Daniel foi tambem abencoa-do por ver o restante fiel do seu povo retornar a suapatria. Isso aconteceu em 537 AEC, perto do fim do “pri-meiro ano de Ciro, rei da Persia”. — Esdras 1:1-4.

2 Daniel nao estava entre os que viajaram de volta paraa terra de Juda. Viajar talvez lhe fosse difıcil na idadeavancada. De qualquer modo, Deus ainda tinha mais ser-vico para ele em Babilonia. Passaram-se dois anos. Daı,o relato nos diz: “No terceiro ano de Ciro, rei da Persia,revelou-se um assunto a Daniel, que era chamado pelonome de Beltessazar; e o assunto era verdadeiro, e ha-via um grande servico militar. E ele entendeu o assuntoe teve compreensao da coisa vista.” — Daniel 10:1.

3 O “terceiro ano de Ciro” corresponderia a536/535 AEC. Ja se haviam passado mais de 80 anosdesde que Daniel fora levado a Babilonia junto com osdescendentes regios e os jovens de estirpe nobre de Juda.(Daniel 1:3) Se foi no inıcio da sua adolescencia quan-do primeiro chegou a Babilonia, ele ja tinha entao quase100 anos de idade. Que maravilhosa folha de servico fielda parte dele!

1. Como foi Daniel abencoado por ter vivo interesse na realizacao doproposito de Jeova?2, 3. Qual e o possıvel motivo de Daniel nao ter retornado a terra deJuda com o restante judeu?

CAP´ITULO DOZE

FORTALECIDO POR UMMENSAGEIRO DE DEUS

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4 No entanto, apesar da sua idade avancada, o papel deDaniel no servico de Jeova nao acabara. Por meio dele,Deus ainda proclamaria uma mensagem profetica de sig-nificado de longo alcance. Seria uma profecia que seestenderia aos nossos tempos e mais alem. A fim depreparar Daniel para mais essa tarefa, Jeova achou apro-priado agir a favor dele, fortalecendo-o para o servico afrente.

MOTIVO PARA ANSIEDADE5 Embora Daniel nao tivesse voltado a terra de Juda

junto com o restante dos judeus, ele estava vivamenteinteressado no que acontecia la na sua querida patria.

`A

base dos relatos que recebera, Daniel ficou sabendo quenem tudo ia bem ali. O altar fora restabelecido e o alicer-ce do templo havia sido lancado em Jerusalem. (Esdras,capıtulo 3) Mas as nacoes vizinhas opunham-se ao pro-jeto de reconstrucao e tramavam o mal contra os judeusque haviam retornado. (Esdras 4:1-5) Deveras, Daniel po-deria facilmente ter ficado ansioso a respeito de muitascoisas.

6 Daniel conhecia a profecia de Jeremias. (Daniel 9:2)Sabia que a reconstrucao do templo em Jerusalem e a res-tauracao da adoracao verdadeira ali estavam estreitamenterelacionadas com o proposito de Jeova para com Seu povo,e que tudo isso precederia ao aparecimento do prometi-do Messias. Na realidade, Daniel tivera o grande privilegiode receber de Jeova a profecia das “setenta semanas”.

`A ba-

se dela entendeu que o Messias viria 69 “semanas” depoisda saıda da palavra para se restaurar e reconstruir Jerusa-lem. (Daniel 9:24-27) Em vista da condicao devastada de

4. Apesar da idade avancada de Daniel, que papel significativo desem-penharia ele ainda no servico de Jeova?5. Que relatos provavelmente preocupavam a Daniel?6. Por que afligiam a Daniel as condicoes existentes em Jerusalem?

200 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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Jerusalem e da demora na construcao do templo, porem,e facil de ver por que Daniel poderia ter ficado desanima-do, abatido e deprimido.

7 “Aconteceu que naqueles dias eu, Daniel, pranteeipor tres semanas inteiras”, diz o relato. “Nao comi paosaboroso, nem entrou carne ou vinho na minha boca, enao me untei de maneira alguma ate o termino das tressemanas inteiras.” (Daniel 10:2, 3) “Tres semanas intei-ras”, ou 21 dias, de lamento e jejum eram um perıodode duracao incomum. Pelo visto, acabaram no “vigesimoquarto dia do primeiro mes”. (Daniel 10:4) Portanto, operıodo do jejum de Daniel incluiu a Pascoa, celebradano 14.° dia do primeiro mes, nisa, e a festividade que seseguiu, de sete dias, de paes asmos.

8 Daniel tivera uma experiencia similar numa ocasiaoanterior. Naquela epoca, ele ficara perplexo a respeito documprimento da profecia de Jeova a respeito da desola-cao de Jerusalem por 70 anos. O que fez Daniel entao?“Passei a por a minha face para Jeova, o verdadeiroDeus”, disse Daniel, “para o procurar com oracao e comrogos, com jejum e com serapilheira e cinzas”. Jeova res-pondeu a oracao de Daniel por enviar-lhe o anjo Gabrielcom uma mensagem que muito o animou. (Daniel 9:3,21, 22) Sera que Jeova agiria entao de modo similar e da-ria a Daniel o encorajamento que ele tanto precisava?

UMA VIS˜

AO ESPANTOSA9 Daniel nao fica desapontado. Ele passa a contar-nos

o que acontece a seguir, dizendo: “Enquanto eu vim a

7. O que fez Daniel por tres semanas?8. Em que ocasiao anterior havia Daniel fervorosamente procurado aorientacao de Jeova, e qual fora o resultado?9, 10. (a) Onde estava Daniel quando recebeu uma visao? (b) Descre-va o que Daniel viu na visao.

Fortalecido por um mensageiro de Deus 201

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estar a margem do grande rio, isto e, o Hıdequel, passeitambem a levantar os meus olhos e a ver, e eis que haviacerto homem vestido de linho, tendo os quadris cingi-dos de ouro de Ufaz.” (Daniel 10:4, 5) O Hıdequel era umdos quatro rios que tinham nascente no jardim do

´Eden.

(Genesis 2:10-14) Na antiga lıngua persa, o Hıdequel eraconhecido como Tigra, de onde se origina o nome gregoTigris, ou Tigre. A regiao entre ele e o Eufrates passou aser chamada de Mesopotamia, que significa “Terra EntreRios”. Isso confirma que, quando Daniel recebeu a visao,ele ainda estava na terra de Babilonia, embora talvez naona cidade de Babilonia.

10 Que visao Daniel recebeu!´

E obvio que ele nao viuum homem comum ao levantar os olhos. Daniel for-neceu a seguinte descricao vıvida: “Seu corpo era comocrisolito, e sua face tinha o aspecto do relampago, e seusolhos eram como tochas acesas, e seus bracos e o lugar deseus pes tinham a aparencia de cobre brunido, e o somdas suas palavras era como o som duma massa de gente.”— Daniel 10:6.

11 Apesar do brilho da visao, ‘os homens que vieram aestar comigo nao viram a aparicao’, disse Daniel. Por al-gum motivo nao explicado, “houve um grande tremorque caiu sobre eles, de modo que fugiram para se es-conder”. Assim, Daniel ficou sozinho na margem do rio.A vista dessa “grande aparicao” foi tao sobrepujante, queele confessou: “Nao me restou nenhum poder, e a minhapropria dignidade se transformou sobre mim em ruına, enao retive nenhum poder.” — Daniel 10:7, 8.

12 Vejamos mais de perto esse notavel mensageiro que

11. Como afetou a visao a Daniel e aos homens com ele?12, 13. O que e indicado referente ao mensageiro por (a) sua vesti-menta e por (b) sua aparencia?

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amedrontou tanto a Daniel. Ele estava “vestido de linho,tendo os quadris cingidos de ouro de Ufaz”. No Israel an-tigo, o cinto, o efode e o peitoral do sumo sacerdote, bemcomo as vestes dos outros sacerdotes, eram de linho finoretorcido e decorados com ouro. (

ˆExodo 28:4-8; 39:27-29)

De modo que a vestimenta do mensageiro indica a santi-dade e dignidade do cargo.

13 Daniel ficou tambem espantado com a aparenciado mensageiro — o esplendor do seu corpo como umajoia, o brilho ofuscante da sua face luminosa, o poderpenetrante dos seus olhos de fogo, e o fulgor dos seuspoderosos bracos e pernas. Ate mesmo sua voz imperati-va era atemorizante. Tudo isso indica claramente que eleera sobre-humano. Esse “homem vestido de linho” naoera outro senao um anjo de alta categoria, um que ser-via na presenca sagrada de Jeova, de onde viera com umamensagem.�

FORTALECIDO UM “HOMEM MUI DESEJ´

AVEL”14 A mensagem que o anjo de Jeova tinha para Daniel

era de peso e complexa. Antes de Daniel poder recebe-la,teve de ser ajudado a recompor seu estado fısico e men-tal. Aparentemente apercebido disso, o proprio anjo deua Daniel amorosamente ajuda e encorajamento. Acom-panhemos a narrativa do proprio Daniel sobre o queaconteceu.

� Embora nao se tenha mencionado o nome desse anjo, pareceser o mesmo cuja voz foi ouvida mandando Gabriel ajudar a Danielcom uma visao que acabara de ter. (Compare Daniel 8:2, 15, 16, com12:7, 8.) Alem disso, Daniel 10:13 mostra que Miguel, “um dos maisdestacados prıncipes”, veio ajudar esse anjo. De modo que o anjo cujonome nao foi mencionado deve usufruir o privilegio de trabalhar deperto com Gabriel e Miguel.

14. De que ajuda precisou Daniel para receber a mensagem angelica?

Fortalecido por um mensageiro de Deus 203

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15 “Enquanto eu ouvia o som das suas palavras,aconteceu tambem que eu estava profundamente ador-mecido sobre a minha face, com a face por terra.”´E provavel que o temor e a apreensao fizessem Daniel fi-car paralisado. O que fez o anjo para ajuda-lo? Danieldisse: “Eis que me tocou uma mao, e ela gradualmenteme sacudiu para que eu me pusesse sobre os meus joe-

15. O que fez o anjo para ajudar Daniel?

Guardioes angelicosou governantes demonıacos?

PODEMOS aprender muito do que o livro de Daniel diz sobre osanjos. Fala-nos sobre o papel que eles desempenham no cum-primento da palavra de Jeova e sobre o esforco que fazem pararealizar as suas tarefas.

O anjo de Deus disse que, quando estava a caminho para fa-lar a Daniel, ele foi impedido pelo “prıncipe do domınio real daPersia”. Depois de contender com ele por 21 dias, o mensagei-ro angelico so conseguiu prosseguir com a ajuda de “Miguel,um dos mais destacados prıncipes”. O anjo disse tambem queteria de lutar de novo com esse inimigo e possivelmente com “oprıncipe da Grecia”. (Daniel 10:13, 20) Uma tarefa nada facil,mesmo para um anjo! No entanto, quem eram esses prıncipesda Persia e da Grecia?

Em primeiro lugar, notamos que Miguel foi chamado de “umdos mais destacados prıncipes” e “vosso prıncipe”. Mais tarde,Miguel e chamado de ‘o grande prıncipe que esta de pe a favordos filhos do povo de Daniel’. (Daniel 10:21; 12:1) Isso indicaque Miguel fora o anjo nomeado por Jeova para conduzir os is-raelitas atraves do ermo. —

ˆExodo 23:20-23; 32:34; 33:2.

O que da apoio a essa conclusao e a declaracao do discı-pulo Judas, de que “Miguel, o arcanjo, teve uma controversia

204 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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lhos e sobre as palmas das minhas maos.” Alem disso,o anjo encorajou o profeta com as seguintes palavras:“

´O Daniel, homem mui desejavel, tem entendimento

das palavras que te falo e poe-te de pe onde estavas pa-rado, pois agora fui enviado a ti.” A mao que veio emsua ajuda e as palavras consoladoras reanimaram Da-niel. Embora estivesse “tiritando”, Daniel ‘pos-se de pe’.— Daniel 10:9-11.

com o Diabo e disputava acerca do corpo de Moises”. (Judas 9)O cargo, o poder e a autoridade de Miguel faziam dele deveras“o arcanjo”, que significa “o principal” ou “o mais importanteanjo”.

´E bem apropriado que esse elevado cargo so seja atribuı-

do ao proprio Jesus Cristo, o Filho de Deus, antes e depois dasua vida na Terra. — 1 Tessalonicenses 4:16; Revelacao (Apoca-lipse) 12:7-9.

Significa isso que Jeova nomeou tambem anjos sobre nacoestais como a Persia e a Grecia para orienta-las nos assuntos de-las? Ora, Jesus Cristo, o Filho de Deus, declarou abertamen-te: “O governante do mundo . . . nao tem nenhum poder so-bre mim.” Jesus disse tambem: “Meu reino nao faz parte destemundo . . . meu reino nao e desta fonte.” (Joao 14:30; 18:36)O apostolo Joao declarou que “o mundo inteiro jaz no poder doinıquo”. (1 Joao 5:19)

´E evidente que as nacoes do mundo nun-

ca estiveram e nao estao agora sob a orientacao ou o domı-nio de Deus ou de Cristo. Embora Jeova permita que “autorida-des superiores” existam e controlem assuntos governamentaisterrestres, ele nao nomeia anjos sobre elas. (Romanos 13:1-7)Qualquer “prıncipe” ou “governante” sobre elas so pode ser co-locado ali pelo “governante do mundo”, Satanas, o Diabo. Se-riam governantes demonıacos, em vez de guardioes angelicos.Ha, portanto, forcas ou “prıncipes” demonıacos invisıveis portras dos governantes visıveis, e os conflitos nacionais envolvemmais do que meros humanos.

Fortalecido por um mensageiro de Deus 205

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16 O anjo salientou que viera especificamente para for-talecer Daniel. “Nao tenhas medo, o Daniel”, disse oanjo, “pois desde o primeiro dia em que fixaste teu cora-cao no entendimento e te humilhaste perante o teu Deus,foram ouvidas as tuas palavras, e eu mesmo vim porcausa das tuas palavras”. O anjo explicou entao por quehouve demora. Disse: “Mas o prıncipe do domınio realda Persia opos-se a mim por vinte e um dias, e eis queveio ajudar-me Miguel, um dos mais destacados prınci-pes; e eu, da minha parte, permaneci ali ao lado dos reisda Persia.” Com a ajuda de Miguel, o anjo pode cum-prir sua missao, chegando a Daniel com esta mensagemmuito urgente: “Vim para fazer-te compreender o que so-brevira ao [teu] povo na parte final dos dias, porque euma visao ainda para dias vindouros.” — Daniel 10:12-14.

17 Em vez de Daniel ficar animado com a perspectivade receber tal mensagem intrigante, parece que aquiloque ouviu teve um efeito adverso nele. O relato declara:“Entao, falando-me ele com tais palavras, eu pus a mi-nha face para a terra e fiquei sem fala.” Mas o mensageiroangelico estava pronto para dar ajuda amorosa — pela se-gunda vez. Daniel disse: “Eis que alguem da semelhancados filhos da humanidade tocou-me os labios, e comeceia abrir a minha boca e a falar.”� — Daniel 10:15, 16a.

� Embora o mesmo anjo que falava com Daniel possa ter tocado noslabios dele e te-lo reanimado, a fraseologia deixa margem para a pos-sibilidade de que outro anjo, talvez Gabriel, o tenha feito. De qual-quer modo, Daniel foi fortalecido por um mensageiro angelico.

16. (a) Como se pode ver que Jeova responde rapidamente as oracoesde seus servos? (b) Por que demorou o anjo em vir em auxılio de Da-niel? (Inclua o quadro da pagina 204.) (c) Que mensagem tinha o anjopara Daniel?17, 18. Como foi Daniel ajudado uma segunda vez, e o que isso o ha-bilitou a fazer?

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18 Daniel ficou fortalecido quando o anjo lhe tocouos labios. (Note Isaıas 6:7.) Daniel, com a faculdade dafala restabelecida, pode explicar ao mensageiro angeli-co a dificuldade pela qual estava passando. Daniel disse:“

´O meu senhor, por causa da aparicao reviraram-me as

convulsoes no ıntimo e nao retive poder nenhum. Por-tanto, como e que podia o servo deste meu senhor falarcom este meu senhor? E, quanto a mim, ate agora naoficou em mim poder e nao permaneceu nenhum folegoem mim.” — Daniel 10:16b, 17.

19 Daniel nao se queixava nem inventava desculpas.Apenas declarava seus apuros, e o anjo aceitou sua decla-racao. Assim, pela terceira vez, Daniel foi ajudado pelomensageiro angelico. “Aquele que tinha a aparencia dehomem terreno passou a tocar-me novamente e a forta-lecer-me”, disse o profeta. Apos esse toque energizante omensageiro acrescentou as seguintes palavras consolado-ras: “Nao tenhas medo, o homem mui desejavel. Paz sejacontigo. Se forte, sim, se forte.” Aquele toque amavel eessas palavras edificantes parecem ter sido exatamente oque Daniel precisava. Com que resultado? Daniel decla-rou: “Assim que falara comigo esforcei-me e finalmenteeu disse: ‘Fale meu senhor, pois fortaleceste-me.’” Danielestava entao pronto para outra tarefa desafiadora. — Da-niel 10:18, 19.

20 Depois de ter fortalecido Daniel e o ter ajudado a re-cuperar as faculdades mentais e fısicas, o anjo repetiu oobjetivo da sua missao. Ele disse: “Sabes realmente porque cheguei a ti? E agora voltarei para lutar com o prın-cipe da Persia. Quando eu partir, eis que vira tambem oprıncipe da Grecia. No entanto, eu te contarei as coisas es-

19. Como foi Daniel ajudado pela terceira vez, e com que resultado?20. Por que exigiu esforco do mensageiro angelico para cumprir suatarefa?

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critas na escritura da verdade, e nao ha ninguem que semantenha forte comigo nestas coisas exceto Miguel, vos-so prıncipe.” — Daniel 10:20, 21.

21 Quanto amor e consideracao da parte de Jeova! Elesempre trata seus servos segundo o potencial e as limita-coes deles. Por um lado, da-lhes designacoes segundo oque ele sabe que podem fazer, embora eles as vezes naopensem assim. Por outro lado, esta disposto a escuta-lose depois fornecer-lhes o necessario para ajuda-los a cum-prir suas designacoes. Que nos imitemos sempre nossoPai celestial, Jeova, por amorosamente animar e fortale-cer nossos companheiros na adoracao! — Hebreus 10:24.

22 A mensagem consoladora do anjo foi de grande en-corajamento para Daniel. Apesar da sua idade avancada,Daniel sentiu-se entao fortalecido e preparado para rece-ber e registrar outra notavel profecia em nosso benefıcio.

21, 22. (a) O que podemos aprender da experiencia de Daniel a res-peito do modo de Jeova tratar os seus servos? (b) Para fazer o que ficouDaniel assim fortalecido?

O QUE DISCERNIU?

˙ Por que demorou o anjo de Jeova em vir emauxılio de Daniel em 536/535 AEC?

˙ O que a vestimenta e a aparencia domensageiro angelico de Deus indicaram aseu respeito?

˙ De que ajuda precisava Daniel e como a deuo anjo tres vezes?

˙ Que mensagem tinha o anjo para Daniel?

Fortalecido por um mensageiro de Deus 209

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DOIS reis rivais estao travando uma luta implacavel pelasupremacia. Com o passar dos anos, primeiro um e depoisoutro ganha vantagem.

`As vezes, um rei atua como supre-

mo, ao passo que o outro fica inativo, e ha perıodos semconflito. Mas entao irrompe de repente outra batalha, e oconflito prossegue. Entre os participantes desse drama es-tiveram o rei sırio Seleuco I Nicator, o rei egıpcio PtolomeuLago, a princesa sıria e rainha egıpcia Cleopatra I, os impe-radores romanos Augusto e Tiberio, e a rainha palmirenaZenobia. Ao se aproximar o fim desse conflito, a Alema-nha nazista, o bloco comunista de nacoes, a PotenciaMundial Anglo-Americana, a Liga das Nacoes e as NacoesUnidas tambem ficaram envolvidas. O termino e um epi-sodio imprevisto por qualquer dessas entidades polıticas.O anjo de Jeova declarou essa emocionante profecia aoprofeta Daniel ha uns 2.500 anos. — Daniel, capıtulo 11.

2 Como Daniel deve ter ficado emocionado ao ouvir oanjo revelar-lhe em pormenores a rivalidade entre dois reisfuturos! O drama interessa tambem a nos, porque a lutapelo poder entre os dois reis se estende aos nossos dias.Observarmos que a Historia confirma a primeira parte daprofecia fortalecera a nossa fe e confianca na certeza documprimento da ultima parte do relato profetico. Prestar-mos atencao a essa profecia nos fornecera uma visao clarade onde nos encontramos na corrente do tempo. Reforcaratambem a nossa determinacao de permanecer neutros noconflito, ao passo que esperamos pacientemente que Deus

1, 2. Por que nos deve interessar a profecia registrada no capıtulo 11de Daniel?

CAP´ITULO TREZE

DOIS REIS EM CONFLITO

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aja em nosso favor. (Salmo 146:3, 5) Assim, escutemoscom detida atencao o que o anjo de Jeova diz a Daniel.

CONTRA O REINO DA GR´ECIA

3 “Quanto a mim”, disse o anjo, “no primeiro ano deDario, o medo [539/538 AEC], pus-me de pe como for-talecedor e como baluarte para ele”. (Daniel 11:1) Darionao estava mais vivo, mas o anjo se referiu ao reinado delecomo ponto de partida da mensagem profetica. Fora esserei que mandara que Daniel fosse tirado da cova dos leoes.Dario havia tambem decretado que todos os seus sudi-tos temessem o Deus de Daniel. (Daniel 6:21-27) Todavia,aquele a favor de quem o anjo se pos de pe como apoiadornao foi Dario, o Medo, mas o associado do anjo, Miguel— o prıncipe do povo de Daniel. (Note Daniel 10:12-14.)O anjo de Deus deu esse apoio enquanto Miguel lutavacom o prıncipe demonıaco da Medo-Persia.

4 O anjo de Deus prosseguiu: “Eis que ainda se porao depe tres reis para a Persia, e o quarto acumulara maiores ri-quezas do que todos os outros. E assim que se tiver tornadoforte nas suas riquezas, incitara tudo contra o reino da Gre-cia.” (Daniel 11:2) Quem eram esses governantes persas?

5 Os primeiros tres reis foram Ciro, o Grande, Cambi-ses II e Dario I. Visto que Bardiia (ou talvez um usurpadorchamado Gaumata) governou apenas por sete meses, aprofecia nao levou em consideracao seu reinado curto. Em490 AEC, o terceiro rei, Dario I, tentou invadir a Greciapela segunda vez. No entanto, os persas foram derrotadosem Maratona e recuaram para a

´Asia Menor. Embora Dario

fizesse cuidadosos preparativos para uma campanha adi-cional contra a Grecia, nao conseguiu leva-la avante antesda sua morte quatro anos depois. Isso ficou para o seu

3. Quem foi apoiado pelo anjo “no primeiro ano de Dario, o medo”?4, 5. Quem eram os preditos quatro reis da Persia?

212 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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filho e sucessor, o “quarto” rei, Xerxes I. Esse foi o Rei As-suero que se casou com Ester. — Ester 1:1; 2:15-17.

6 Xerxes I deveras ‘incitou tudo contra o reino da Gre-cia’, quer dizer, os estados gregos independentes comogrupo. “Impelido por cortesaos ambiciosos”, diz o livroThe Medes and Persians—Conquerors and Diplomats (OsMedos e os Persas — Conquistadores e Diplomatas), “Xer-xes lancou um ataque por terra e por mar”. O historiadorgrego Herodoto, do quinto seculo AEC, escreve que “ne-nhuma outra expedicao se comparava com esta emqualquer ponto”. Seu registro diz que a forca marıtima “aotodo era de 517.610 homens. O numero dos soldados deinfantaria era 1.700.000; o dos cavalarianos, 80.000; a issoprecisa-se acrescentar os arabes que andavam a camelo eos lıbios que combatiam em carros de guerra, que calcu-lo terem sido 20.000. Portanto, o total conjunto das forcasterrestres e marıtimas era de 2.317.610 homens”.

7 Planejando nada menos do que uma conquista total,Xerxes I fez a sua enorme forca avancar contra a Greciaem 480 AEC. Vencendo a acao de retardamento dos gregosnas Termopilas, os persas devastaram Atenas. Em Salami-na, porem, sofreram uma terrıvel derrota. Outra vitoriagrega ocorreu em Plateia, em 479 AEC. Nenhum dos setereis que sucederam a Xerxes no trono do Imperio Persa nosproximos 143 anos invadiu a Grecia. Mas entao se levan-tou um poderoso rei na Grecia.

UM GRANDE REINO´E DIVIDIDO EM QUATRO

8 “Um rei poderoso se ha de por de pe, e ele ha dedominar com domınio extenso e fazer segundo o seu

6, 7. (a) Como foi que o quarto rei ‘incitou tudo contra o reino daGrecia’? (b) Qual foi o resultado da campanha de Xerxes contra a Gre-cia?8. Que “rei poderoso” se pos de pe e como passou a “dominar comdomınio extenso”?

Dois reis em conflito 213

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bel-prazer”, disse o anjo. (Daniel 11:3) Alexandre, de20 anos de idade, ‘pos-se de pe’ como rei da Macedoniaem 336 AEC. Ele se tornou “um rei poderoso” — Alexan-dre, o Grande. Impelido por um plano de seu pai, Filipe II,apoderou-se das provıncias persas no Oriente Medio. Cru-zando os rios Eufrates e Tigre, seus 47 mil homensdispersaram a tropa de 250 mil soldados de Dario III, emGaugamela. Subsequentemente, Dario fugiu e foi assassi-nado, o que acabou com a dinastia persa. A Greciatornou-se entao a potencia mundial e Alexandre ‘gover-nou com domınio extenso e fez segundo o seu bel-prazer’.

9 O domınio de Alexandre sobre o mundo seria cur-to, porque o anjo de Deus acrescentou: “Quando se tiverposto de pe, seu reino sera destrocado e repartido para osquatro ventos dos ceus, mas nao para a sua posteridadee nao segundo o seu domınio com que tinha dominado;porque seu reino sera desarraigado, sim, para outros foradestes.” (Daniel 11:4) Alexandre nao tinha nem 33 anos deidade quando uma repentina doenca lhe tirou a vida emBabilonia, em 323 AEC.

10 O vasto imperio de Alexandre nao passou para a “suaposteridade”. Seu irmao Filipe III Arrideu reinou menosde sete anos e foi assassinado as instancias de Olımpia,mae de Alexandre, em 317 AEC. O filho de Alexandre, Ale-xandre IV, governou ate 311 AEC, quando foi morto porCassandro, um dos generais de seu pai. O filho ilegıtimode Alexandre, Heracles, procurou governar em nome deseu pai, mas foi assassinado em 309 AEC. Assim acabou alinhagem de Alexandre, “seu domınio” deixando de ser dasua famılia.

11 Depois da morte de Alexandre, seu reino foi “re-

9, 10. Como se mostrou veraz a profecia de que o reino de Alexan-dre nao passaria para a sua posteridade?11. Como foi o reino de Alexandre “repartido para os quatro ventosdos ceus”?

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partido para os quatro ventos”. Os seus muitos gene-rais brigaram entre si pela posse de territorio. O GeneralAntıgono I, cego de um olho, tentou controlar todo o im-perio de Alexandre. Mas ele foi morto na batalha de Ipsos,na Frıgia. Por volta do ano 301 AEC, quatro dos generaisde Alexandre ja dominavam o vasto territorioque seu comandante havia conquistado.Cassandro governava a Macedonia e aGrecia. Lisımaco passou a controlar a´Asia Menor e a Tracia. Seleuco I Ni-cator apoderou-se da Mesopotamiae da Sıria. E Ptolomeu Lago tomou oEgito e a Palestina. Fiel a palavra pro-fetica, o grande imperio de Alexandrefoi dividido em quatro reinos helenıs-ticos.

SURGEM DOIS REIS RIVAIS12 Poucos anos depois de assumir o poder, Cassandro

faleceu, e em 285 AEC Lisımaco apoderou-se da parte eu-ropeia do Imperio Grego. Em 281 AEC, Lisımaco foi mortoem batalha diante de Seleuco I Nicator, dando a esse ocontrole sobre a maior parte dos territorios asiaticos. Em276 AEC, Antıgono II Gonatas, neto de um dos generais deAlexandre, ascendeu ao trono da Macedonia. Com o tem-po, a Macedonia tornou-se dependente de Roma e em146 AEC acabou sendo uma provıncia romana.

13 Destacavam-se entao apenas dois dos quatro reinos he-lenısticos — um sob Seleuco I Nicator e o outro sob Ptolo-meu Lago. Seleuco estabeleceu a dinastia seleucida na Sıria.Entre as cidades que ele fundou estava Antioquia — a novacapital sıria — e o porto marıtimo de Seleucia. O aposto-lo Paulo, mais tarde, ensinou em Antioquia, onde os

12, 13. (a) Como ficaram os quatro reinos helenısticos reduzidos adois? (b) Que dinastia estabeleceu Seleuco na Sıria?

Seleuco I Nicator

Dois reis em conflito 215

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seguidores de Jesus pela primeira vez passaram a ser chama-dos de cristaos. (Atos 11:25, 26; 13:1-4) Seleuco foi assassi-nado em 281 AEC, mas a sua dinastia governou ate 64 AEC,quando o general romano Cneu Pompeu fez da Sıria umaprovıncia romana.

14 Dos quatro reinos helenısticos, o que durou mais tem-po foi o de Ptolomeu Lago, ou Ptolomeu I, que assumiu otıtulo de rei em 305 AEC. A dinastia ptolomaica estabeleci-

14. Quando se estabeleceu a dinastia ptolomaica no Egito?

M A C E Dˆ

O N I A

G R´

E C I A

´A S I A M E N O R

I S R A E L

L´I B I A

E G I T O

E T I´

O P I A

Ptolomeu II

As designacoes de“rei do norte” e “rei do sul”referem-se a reis ao nortee ao sul da terra do povo

de Daniel

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da por ele continuou a governar o Egito ate cair diante deRoma em 30 AEC.

15 De modo que dos quatro reinos helenısticosemergiram dois reis fortes — Seleuco I Nicator sobre a Sıriae Ptolomeu I sobre o Egito. Com esses dois reis comecou alonga luta entre “o rei do norte” e “o rei do sul”, descritano capıtulo 11 de Daniel. O anjo de Jeova nao mencionou

15. Que dois reis fortes emergiram dos quatro reinos helenısticos, eque luta comecaram eles?

S´I R I A

Babilˆ

onia

A R´

A B I A

Laje de pedra comdecretos oficiaisemitidos porAntıoco, o Grande

Antıoco,o Grande

Moeda retratandoPtolomeu V

Portao dePtolomeu III,

em Carnac,no Egito

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os nomes desses reis, porque a identidade e a nacio-nalidade desses dois reis mudariam no decorrer dos secu-los. Omitindo pormenores desnecessarios, o anjo so men-cionou governantes e acontecimentos relacionados com oconflito.

COMECA O CONFLITO16 Escute! Ao descrever o comeco desse conflito drama-

tico, o anjo de Jeova diz: “O rei do sul se tornaraforte, sim, um dos seus prıncipes [i.e., de Alexandre]; e[o rei do norte] prevalecera contra ele e certamente do-minara com domınio extenso, maior doque o poder dominante dele.” (Da-niel 11:5) As designacoes “rei donorte” e “rei do sul” referem-se areis ao norte e ao sul do povo deDaniel, que entao ja estava livre docativeiro babilonico e restabeleci-do na terra de Juda. O primeiro “reido sul” foi Ptolomeu I do Egito. Umdos generais de Alexandre, que prevale-ceu contra Ptolomeu I e que governou“com domınio extenso”, foi o rei sırio Seleuco I Nicator.Ele assumiu o papel de “rei do norte”.

17 No inıcio do conflito, a terra de Juda estava sob o do-mınio do rei do sul. A partir de cerca de 320 AEC,Ptolomeu I influenciou os judeus a irem ao Egito comocolonos. Uma colonia judaica passou a florescer em Ale-xandria, onde Ptolomeu I fundou uma famosa biblioteca.Os judeus em Juda continuaram sob o controle do Egitoptolomaico, o rei do sul, ate 198 AEC.

16. (a) Ao norte e ao sul de quem estavam os dois reis? (b) Que reisassumiram no comeco os papeis de “rei do norte” e “rei do sul”?17. Sob o domınio de quem estava a terra de Juda no comeco do con-flito entre o rei do norte e o rei do sul?

Ptolomeu I

218 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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18 O anjo profetizou a respeito dos dois reis: “Ao fim dealguns anos aliar-se-ao um ao outro e a propria filha do reido sul chegara ao rei do norte para estabelecer um acor-do equitativo. Mas ela nao retera o poder do seu braco; eele nao ficara de pe, nem tampouco seu braco; e ela mes-ma sera entregue, bem como os que a trouxeram e aqueleque causou seu nascimento, e aquele que a tornou fortenaqueles tempos.” (Daniel 11:6) Como aconteceu isso?

19 A profecia nao faz referencia ao filho e sucessor deSeleuco I Nicator, Antıoco I, porque esse nao travou umaguerra decisiva contra o rei do sul. Mas o seu sucessor, An-tıoco II, travou uma longa guerra contra Ptolomeu II, filhode Ptolomeu I. Antıoco II e Ptolomeu II constituıam res-pectivamente o rei do norte e o rei do sul. Antıoco II eracasado com Laodice, e eles tiveram um filho chamado Se-leuco II, ao passo que Ptolomeu II teve uma filha chamadaBerenice. Em 250 AEC, esses dois reis entraram num “acor-do equitativo”. Para pagar o preco dessa alianca, Antıoco IIdivorciou-se da sua esposa Laodice e casou-se com Bereni-ce, “a propria filha do rei do sul”. Com Berenice, ele teveum filho que se tornou herdeiro do trono sırio, em vez deos filhos de Laodice.

20 O “braco”, ou poder de apoio, de Berenice era seupai, Ptolomeu II. Quando este morreu em 246 AEC, ela‘nao reteve o poder do seu braco’ com seu marido. Antıo-co II rejeitou-a, casou-se de novo com Laodice, e nomeouo filho deles seu sucessor. Conforme Laodice planejou,Berenice e seu filho foram assassinados. Pelo visto, os aju-dantes que levaram Berenice do Egito para a Sıria — “os

18, 19. No decorrer do tempo, como estabeleceram os dois reis rivais“um acordo equitativo”?20. (a) Como e que o “braco” de Berenice nao reteve poder?(b) Como foram entregues Berenice, “os que a trouxeram” e “aqueleque a tornou forte”? (c) Quem se tornou o rei sırio depois de Antıo-co II perder “seu braco”, ou poder?

Dois reis em conflito 219

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que a trouxeram” — tiveram o mesmo fim. Laodice atemesmo envenenou Antıoco II, e assim o ‘braco dele’, oupoder, tampouco ‘ficou de pe’. Portanto, o pai de Bereni-ce — “aquele que causou seu nascimento” — e seumarido sırio — aquele que temporariamente a tornou “for-te” — morreram. Isso deixou Seleuco II, o filho de Laodice,como rei sırio. Como reagiria o proximo rei ptolomaico atudo isso?

UM REI VINGA O ASSASSINATO DA SUA IRM˜

A21 “Alguem procedente do rebentao das suas raızes ha de

por-se de pe na sua posicao”, disse o anjo, “e ele chega-ra a forca militar e vira contra o baluarte do rei do norte,e certamente agira contra ele e prevalecera”. (Daniel 11:7)“Alguem procedente do rebentao” dos pais de Berenice,ou das suas “raızes”, era seu irmao. Quando o pai delefaleceu, ele ‘pos-se de pe’ como o rei do sul, o farao egıp-cio Ptolomeu III. Ele partiu imediatamente para vingar oassassinato da sua irma. Marchando contra o rei sırio Se-leuco II, que Laodice havia usado para assassinar Berenicee o filho desta, ele foi contra “o baluarte do rei do nor-te”. Ptolomeu III tomou a parte fortificada de Antioquia ematou Laodice. Avancando para o leste atraves do domı-nio do rei do norte, saqueou Babilonia e marchou para a´India.

22 O que aconteceu a seguir? O anjo de Deus nos diz:“E chegara ao Egito tambem com os deuses deles, com assuas imagens fundidas, com os seus objetos desejaveis deprata e de ouro, e com os cativos. E ele mesmo se manteraalguns anos longe do rei do norte.” (Daniel 11:8) Mais de

21. (a) Quem era “alguem procedente do rebentao” das “raızes” deBerenice, e como ‘pos-se ele de pe’? (b) Como e que Ptolomeu III ‘veiocontra o baluarte do rei do norte’ e prevaleceu contra ele?22. O que foi que Ptolomeu III levou de volta ao Egito, e por que ‘semanteve alguns anos longe do rei do norte’?

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200 anos antes, o rei persa Cambises II havia conquistadoo Egito e levado para sua terra deuses egıpcios, “suas ima-gens fundidas”. Saqueando a anterior capital real da Persia,Susa, Ptolomeu III recuperou esses deuses e os levou como“cativos” ao Egito. Levou tambem de volta como despo-jo de guerra uma grande quantidade de “objetos desejaveisde prata e de ouro”. Obrigado a sufocar uma revolta na suaterra, Ptolomeu III ‘se manteve longe do rei do norte’, naolhe infligindo mais danos.

O REI S´IRIO REVIDA

23 Como reagiu o rei do norte? Daniel foi informado:“Ele entrara realmente no reino do rei do sul e retorna-ra ao seu proprio solo.” (Daniel 11:9) O rei do norte — orei sırio Seleuco II — revidou. Entrou “no reino” ou domı-nio do egıpcio rei do sul, mas sofreu derrota. Apenas comum pequeno restante do seu exercito, Seleuco II ‘retornouao seu proprio solo’, retirando-se para a capital sıria, An-tioquia, por volta de 242 AEC. Quando morreu, seu filhoSeleuco III sucedeu-lhe.

24 O que se predisse a respeito da descendencia do reisırio Seleuco II? O anjo disse a Daniel: “Ora, no que serefere aos seus filhos, excitar-se-ao e realmente ajuntaraouma multidao de grandes forcas militares. E entrando, elecertamente chegara, e inundara, e passara. Mas retorna-ra e se excitara ate chegar ao seu baluarte.” (Daniel 11:10)O assassinato de Seleuco III acabou com o seu reinadoem menos de tres anos. Seu irmao, Antıoco III, sucedeu-lhe no trono sırio. Esse filho de Seleuco II reuniu grandesforcas para um ataque contra o rei do sul, que entao eraPtolomeu IV. O novo rei do norte, sırio, lutou com exito

23. Por que e que o rei do norte ‘retornou ao seu proprio solo’ depoisde entrar no reino do rei do sul?24. (a) O que aconteceu a Seleuco III? (b) Como foi que o rei sırioAntıoco III ‘chegou, e inundou, e passou’ pelo domınio do rei do sul?

Dois reis em conflito 221

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contra o Egito e recuperou o porto marıtimo de Seleucia, aprovıncia de Coele-Sıria, as cidades de Tiro e Ptolemaida,e cidades vizinhas. Derrotou um exercito do Rei Ptolo-meu IV e tomou muitas cidades de Juda. Na primavera de217 AEC, Antıoco III deixou Ptolemaida e foi para o nor-te, “ate chegar ao seu baluarte” na Sıria. Mas iria haver embreve uma mudanca.

A SITUAC˜

AO MUDA25 Nos, assim como Daniel, prestamos atencao ao que o

anjo de Jeova prediz a seguir: “O rei do sul ficara amargu-rado e tera de sair e lutar contra ele, isto e, contra o rei donorte; e [este] certamente fara erguer-se uma grande mas-sa de gente, e a massa de gente sera realmente entregue namao daquele.” (Daniel 11:11) Com uma tropa de 75 milsoldados, o rei do sul, Ptolomeu IV, avancou para o nortecontra o inimigo. O sırio rei do norte, Antıoco III, ajunta-ra “uma grande massa de gente”, de 68 mil, para resistir aele. Mas “a massa de gente” foi “entregue na mao” do reido sul na batalha na cidade costeira de Rafia, nao muitolonge da fronteira egıpcia.

26 A profecia prossegue: “E a massa de gente ha de serlevada embora. Seu coracao se enaltecera e fara cair real-mente dezenas de milhares; mas nao usara a sua forteposicao.” (Daniel 11:12) Ptolomeu IV, o rei do sul, ‘levouembora’ 10 mil soldados da infantaria e 300 cavalaria-nos dos sırios para a morte e tomou 4 mil como presos.Os reis fizeram entao um tratado, pelo qual Antıoco III fi-cou com seu porto sırio de Seleucia, mas perdeu Fenıcia

25. Onde foi que Ptolomeu IV e Antıoco III se encontraram em bata-lha, e o que foi “entregue na mao” do egıpcio rei do sul?26. (a) Que “massa de gente” foi levada embora pelo rei do sul nabatalha em Rafia, e quais foram os termos do tratado de paz feitoali? (b) Como foi que Ptolomeu IV ‘nao usou a sua forte posicao’?(c) Quem se tornou o proximo rei do sul?

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e Coele-Sıria. Por causa dessa vitoria, o coracao do egıpciorei do sul ‘se enalteceu’, especialmente contra Jeova. Judacontinuou sob o controle de Ptolomeu IV. No entanto, ele‘nao usou a sua forte posicao’ para levar avante a sua vito-ria contra o sırio rei do norte. Em vez disso, Ptolomeu IVentregou-se a uma vida de devassidao, e seu filho de cincoanos, Ptolomeu V, tornou-se o proximo rei do sul algunsanos antes da morte de Antıoco III.

O EXPLORADOR RETORNA27 Por causa de todas as suas facanhas, Antıoco III passou

a ser chamado de Antıoco, o Grande. O anjo disse a seurespeito: “O rei do norte tera de voltar e dispor uma massade gente maior do que a primeira; e no fim dos tempos,de alguns anos, chegara, fazendo-o com uma grande forcamilitar e com muitos bens.” (Daniel 11:13) Esses “tempos”foram 16 anos ou mais depois de os egıpcios terem derro-tado os sırios em Rafia. Quando o jovem Ptolomeu V setornou rei do sul, Antıoco III foi com “uma massa de gen-te maior do que a primeira” para recuperar os territoriosperdidos para o egıpcio rei do sul. Para esse fim, aliou-secom o rei macedonio Filipe V.

28 O rei do sul tambem teve dificuldades dentro do seureino. “Naqueles tempos havera muitos que se ergueraocontra o rei do sul”, disse o anjo. (Daniel 11:14a) Deve-ras, muitos ‘se ergueram contra o rei do sul’. O jovem reido sul, alem de se confrontar com as forcas de Antıoco IIIe seu aliado macedonio, confrontou-se com problemasem sua terra, no Egito. Visto que seu guardiao Agatocles,que governava em nome dele, tratava os egıpcios de for-ma arrogante, muitos se revoltaram. O anjo acrescentou:

27. Como retornou o rei do norte “no fim dos tempos” para recupe-rar territorio das maos do Egito?28. Que dificuldades teve o jovem rei do sul?

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“E os filhos dos salteadores do teu povo, da sua parte, seraolevados a tentar fazer uma visao tornar-se realidade; e teraode tropecar.” (Daniel 11:14b) Ate mesmo alguns do povode Daniel tornaram-se ‘filhos de salteadores’, ou revolu-cionarios. Mas qualquer “visao” que esses homens judeustivessem a respeito de acabar com a dominacao gentia dasua patria era falsa, e eles fracassariam, ou ‘tropecariam’.

29 O anjo de Jeova predisse adicionalmente: “O rei donorte chegara e levantara um aterro de sıtio, e realmen-te capturara uma cidade com fortificacoes. E quanto aosbracos do sul, nao se manterao firmes, tampouco o povodos seus selecionados; e nao havera poder para se manterfirme. E aquele que chegara contra ele fara segundo o seubel-prazer, e ninguem se mantera firme diante dele. E esta-ra de pe na terra do Ornato, e havera extermınio na suamao.” — Daniel 11:15, 16.

30 As forcas militares sob Ptolomeu V, ou os “bracos dosul”, sucumbiram diante do ataque do norte. Em Paneas(Cesareia de Filipe), Antıoco III obrigou o general egıpcioEscopas e 10 mil homens de elite, ou “selecionados”, ase refugiar em Sıdon, “uma cidade com fortificacoes”. Ali,Antıoco III ‘levantou um aterro de sıtio’ tomando aqueleporto fenıcio em 198 AEC. Ele agiu “segundo o seubel-prazer”, porque as forcas do egıpcio rei do sul nao con-seguiram resistir a ele. Antıoco III marchou entao contraJerusalem, a capital da “terra do Ornato”, Juda. Em198 AEC, Jerusalem e Juda passaram do domınio do egıp-cio rei do sul para o do sırio rei do norte. E Antıoco III, oGrande, o rei do norte, comecou a ‘estar de pe na terra doOrnato’. Havia “extermınio na sua mao” para todos os ju-deus e egıpcios oponentes. Por quanto tempo conseguiriaesse rei do norte fazer o que bem entendesse?

29, 30. (a) Como sucumbiram os “bracos do sul” diante do ataquedo norte? (b) Como e que o rei do norte veio a ‘estar de pe na terrado Ornato’?

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ROMA RESTRINGE O EXPLORADOR31 O anjo de Jeova nos da a seguinte resposta: “Ele [o rei

do norte] fixara a sua face para vir com o poderio de todoo seu reino, e havera um acordo equitativo com ele; e agi-ra com eficiencia. E quanto a filha de mulher, ser-lhe-aconcedido arruina-la. E ela nao se mantera firme e naocontinuara a pertencer-lhe.” — Daniel 11:17.

32 O rei do norte, Antıoco III, ‘fixou a sua face’ para do-minar o Egito “com o poderio de todo o seu reino”. Masacabou fazendo “um acordo equitativo” de paz com Ptolo-meu V, o rei do sul. As exigencias de Roma haviam induzi-do Antıoco III a mudar de plano. Quando ele e o Rei Filipe Vda Macedonia se aliaram contra o jovem rei egıpcio, parase apoderarem dos seus territorios, os guardiaes de Ptolo-meu V recorreram a Roma em busca de protecao. Aprovei-tando-se da oportunidade para expandir sua esfera de in-fluencia, Roma comecou a mostrar seu poder.

33 Coagido por Roma, Antıoco III levou termos de pazao rei do sul. Em vez de entregar territorios conquis-tados, conforme Roma exigira, Antıoco III planejou fazeruma transferencia nominal deles por fazer sua filha Cleo-patra I — a “filha de mulher” — casar-se com Ptolomeu V.Como dote dela, dar-se-iam provıncias que incluıam Juda,a “terra do Ornato”. No entanto, por ocasiao do casamen-to em 193 AEC, o rei sırio nao deixou que essas provınciasfossem entregues a Ptolomeu V. Tratava-se dum casamentopolıtico, feito para sujeitar o Egito a Sıria. Mas a trama fra-cassou, porque Cleopatra I ‘nao continuou a pertencer-lhe’,pois ela depois passou a tomar o lado do marido. Quandoirrompeu a guerra entre Antıoco III e os romanos, o Egitotomou o lado de Roma.

31, 32. Por que acabou o rei do norte fazendo “um acordo equitati-vo” de paz com o rei do sul?33. (a) Quais foram os termos de paz entre Antıoco III e Ptolomeu V?(b) Qual foi o objetivo do casamento entre Cleopatra I e Ptolomeu V,e por que fracassou o plano?

Dois reis em conflito 225

Page 228: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

34 Referindo-se aos reveses do rei do norte, o anjo acres-centou: “E ele [Antıoco III] voltara a sua face para as terraslitoraneas e realmente capturara muitas. E um comandan-te [Roma] tera de fazer o vituperio procedente dele cessarpara si [Roma], de modo que nao existira seu vituperio [ocausado por Antıoco III]. [Roma] fara que retorne aquele.E ele [Antıoco III] voltara a sua face para os baluartes dasua propria terra, e certamente tropecara e caira, e nao seramais achado.” — Daniel 11:18, 19.

35 As “terras litoraneas” eram as da Macedonia, da Greciae da

´Asia Menor. Em 192 AEC irrompeu uma guerra na Gre-

cia, e Antıoco III foi induzido a ir a Grecia. Nao se agradan-do dos esforcos do rei sırio, de conquistar mais territoriosali, Roma formalmente declarou-lhe guerra. Nas Termopi-las, ele sofreu derrota as maos dos romanos. Cerca de umano depois de perder a batalha de Magnesia, em 190 AEC,ele teve de renunciar a tudo na Grecia, na

´Asia Menor e nas

regioes ao oeste dos montes Tauro. Roma impos uma mul-ta pesada e passou a dominar o sırio rei do norte. Expulsoda Grecia e da

´Asia Menor, e tendo perdido quase toda a

sua frota, Antıoco III ‘voltou a sua face para os baluartes dasua propria terra’, a Sıria. Os romanos lhe haviam ‘retorna-do seu vituperio contra eles’. Antıoco III morreu ao tentarroubar um templo em Elimais, na Persia, em 187 AEC. Eleassim ‘caiu’ na morte e foi sucedido pelo seu filho Seleu-co IV, o proximo rei do norte.

O CONFLITO CONTINUA36 Ptolomeu V, como o rei do sul, tentou conseguir as

34, 35. (a) Para quais “terras litoraneas” voltou o rei do norte a suaface? (b) Como acabou Roma com “o vituperio” causado pelo rei donorte? (c) Como morreu Antıoco III, e quem se tornou o proximo reido norte?36. (a) Como tentou o rei do sul continuar a luta, mas o que acon-teceu com ele? (b) Como caiu Seleuco IV e quem o sucedeu?

226 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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provıncias que devia ter recebido como dote de Cleopatra,mas ele foi envenenado, o que pos fim aos seus esforcos.Ele foi sucedido por Ptolomeu VI. Que dizer de Seleu-co IV? Precisando de dinheiro para pagar a multa pesadaque devia a Roma, enviou seu tesoureiro Heliodoro parase apoderar das riquezas que se dizia estarem armazenadasno templo em Jerusalem. Heliodoro, querendo ocupar otrono, assassinou Seleuco IV. No entanto, o Rei

ˆEumenes,

de Pergamo, e seu irmao´

Atalo mandaram entronizar An-tıoco IV, o irmao do rei assassinado.

37 O novo rei do norte, Antıoco IV, procurou mostrar-semais poderoso do que Deus por tentar erradicar a for-ma de adoracao de Jeova. Desafiando a Jeova, ele dedicouo templo de Jerusalem a Zeus, ou Jupiter. Em dezembrode 167 AEC, erigiu-se um altar pagao no alto do grande al-tar no patio do templo, onde se haviam feito diariamenteofertas queimadas a Jeova. Dez dias mais tarde, ofereceu-seno altar pagao um sacrifıcio a Zeus. Essa profanacao provo-cou um levante dos judeus sob os macabeus. Antıoco IVcombateu-os por tres anos. Em 164 AEC, no aniversario daprofanacao, Judas Macabeu rededicou o templo a Jeova einstituiu-se a festividade da dedicacao — o Hanuca. — Joao10:22.

38 Os macabeus provavelmente fizeram um acordo comRoma, em 161 AEC, e estabeleceram um reino em104 AEC. Mas o atrito entre eles e o sırio rei do norte con-tinuou. Por fim, pediu-se que Roma interviesse. O generalromano Cneu Pompeu tomou Jerusalem em 63 AEC, aposum sıtio de tres meses. Em 39 AEC, o Senado romano no-meou Herodes — um edomita — para ser rei da Judeia.

37. (a) Como procurou Antıoco IV mostrar-se mais poderoso do queJeova Deus? (b) Em que resultou a profanacao do templo em Jerusa-lem por Antıoco IV?38. Como acabou o domınio macabeu?

Dois reis em conflito 227

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OS REIS EM DANIEL 11:5-19

O reido norte

O reido sul

Daniel 11:5 Seleuco I Nicator Ptolomeu I

Daniel 11:6 Antıoco II Ptolomeu II(esposa Laodice) (filha Berenice)

Daniel 11:7-9 Seleuco II Ptolomeu III

Daniel 11:10-12 Antıoco III Ptolomeu IV

Daniel 11:13-19 Antıoco III Ptolomeu V(filha Cleopatra I) Sucessor:Sucessores: Ptolomeu VISeleuco IV eAntıoco IV

Moeda retratandoPtolomeu II e sua esposa

Seleuco I Nicator

Antıoco III

Ptolomeu VI

Ptolomeu III e seussucessores construırameste templo de Horusem Idfu, no Alto Egito

Page 231: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

Acabando com o domınio macabeu, ele tomou Jerusalemem 37 AEC.

39 Como e emocionante ver o cumprimento inicial empormenores da profecia a respeito dos dois reis em con-flito! Deveras, como e empolgante examinar a historia deuns 500 anos depois de a mensagem profetica ter sidotransmitida a Daniel e identificar os governantes que ocu-param as posicoes de rei do norte e de rei do sul! Noentanto, as identidades polıticas desses dois reis mudaramcom a continuacao da batalha entre eles durante o tempoem que Jesus Cristo andou na Terra e ate os nossos dias.Por compararmos os acontecimentos historicos com ospormenores curiosos, revelados nessa profecia, poderemosidentificar esses dois reis rivais.

39. Como beneficiou a voce a consideracao de Daniel 11:1-19?

O QUE DISCERNIU?˙ Que duas linhagens de fortes reis emergiram

de reinos helenısticos, e que luta comecaramesses reis?

˙ Conforme predito em Daniel 11:6, como essesdois reis entraram num “acordo equitativo”?

˙ Como continuou o conflito entreSeleuco II e Ptolomeu III (Daniel 11:7-9)?Antıoco III e Ptolomeu IV (Daniel 11:10-12)?Antıoco III e Ptolomeu V (Daniel 11:13-16)?

˙ Qual foi o objetivo do casamento entre Cleopa-tra I e Ptolomeu V, e por que fracassou o plano(Daniel 11:17-19)?

˙ Como voce foi beneficiado por prestar atencaoa Daniel 11:1-19?

Dois reis em conflito 229

Page 232: Preste Atenção à Profecia de Daniel!
Page 233: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

O MONARCA sırio Antıoco IV invade o Egito e se coroarei. A pedido do rei egıpcio Ptolomeu VI, Roma envia aoEgito o Embaixador Caio Popılio Lenate. Ele e acompanha-do por uma impressionante frota e tem ordens do Senadoromano de fazer Antıoco IV renunciar ao seu reinado so-bre o Egito e se retirar do paıs. Em Eleusis, um suburbiode Alexandria, o rei sırio e o embaixador romano se con-frontam. Antıoco IV pede tempo para poder consultar seusconselheiros, mas Lenate traca um cırculo em torno dorei e o manda responder antes de ultrapassar a linha. Hu-milhado, Antıoco IV acata as exigencias romanas e volta aSıria em 168 AEC. Assim acaba o confronto entre o sırio reido norte e o egıpcio rei do sul.

2 Roma, desempenhando um papel dominante nos as-suntos do Oriente Medio, continua a mandar na Sıria.Portanto, embora outros reis da dinastia seleucida gover-nem a Sıria depois da morte de Antıoco IV em 163 AEC,eles nao ocupam a posicao de “rei do norte”. (Daniel11:15) A Sıria, por fim, torna-se em 64 AEC uma provınciaromana.

3 A dinastia ptolomaica do Egito continua a ocupar a po-sicao de “rei do sul” por pouco mais de 130 anos apos amorte de Antıoco IV. (Daniel 11:14) Durante a batalha deActium, em 31 AEC, o governante romano Otaviano der-rota as forcas combinadas da ultima rainha ptolomaica,

1, 2. (a) O que levou Antıoco IV a ceder as exigencias de Roma?(b) Quando se tornou a Sıria uma provıncia romana?3. Quando e como obteve Roma a supremacia sobre o Egito?

CAP´ITULO CATORZE

OS DOIS REISMUDAM DE IDENTIDADE

Page 234: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

Cleopatra VII, e de seu amante romano, Marco Antonio.Depois do suicıdio de Cleopatra no ano seguinte, o Egi-to tambem se torna uma provıncia romana e nao maisdesempenha o papel de rei do sul. Em 30 AEC, Roma jaexerce a supremacia tanto sobre a Sıria como sobre o Egi-to. Devemos agora esperar que outros governos assumamos papeis de rei do norte e de rei do sul?

UM NOVO REI ENVIA“UM EXATOR”

4 Na primavera de 33 EC, Jesus Cristo disse aos seus dis-cıpulos: “Quando avistardes a coisa repugnante que causadesolacao, conforme falado por intermedio de Daniel, oprofeta, estar em pe num lugar santo, . . . entao, os que es-tiverem na Judeia comecem a fugir para os montes.”(Mateus 24:15, 16) Citando Daniel 11:31, Jesus advertiuseus seguidores sobre uma futura ‘coisa repugnante quecausaria desolacao’. Essa profecia, envolvendo o rei donorte, foi dada uns 195 anos depois da morte de An-tıoco IV, o ultimo rei sırio que desempenhou esse papel.Certamente, outra entidade governamental teria de assu-mir a identidade do rei do norte. Quem seria?

5 O anjo de Jeova Deus predisse: “Na sua posicao [na deAntıoco IV] tera de erguer-se alguem que fara um exatorpassar pelo esplendoroso reino e em poucos dias sera des-trocado, mas nao em ira nem em guerra.” (Daniel 11:20)Aquele que ‘se ergueu’ assim mostrou ser o primeiro impe-rador romano, Otaviano, conhecido como Cesar Augusto.— Veja “Um foi honrado, o outro, desprezado”, na pagi-na 248.

4. Por que devıamos esperar que outra entidade governamental assu-misse a identidade do rei do norte?5. Quem se ergueu como o rei do norte, tomando a posicao antesocupada por Antıoco IV?

232 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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6 O “esplendoroso reino” deAugusto incluıa a “terra doOrnato” — a provıncia roma-na da Judeia. (Daniel 11:16) Em2 AEC, Augusto enviou “um exa-tor” por ordenar um registro,ou censo, provavelmente parasaber o numero da popula-cao para fins de taxacao ede recrutamento militar.Por causa desse decre-to, Jose e Maria viajarama Belem para se regis-trarem, o que resultou nonascimento de Jesus naquelelugar predito. (Miqueias 5:2;Mateus 2:1-12) Em agosto de14 EC — “em poucos dias”, ou nao muito depois de decre-tar o registro — Augusto morreu a idade de 76 anos, nem“em ira” as maos dum assassino, nem “em guerra”, masem resultado de doenca. O rei do norte deveras havia mu-dado de identidade! Esse rei se tornara entao o ImperioRomano na pessoa dos seus imperadores.

‘ERGUE-SE O DESPREZADO’7 Continuando com a profecia, o anjo disse: “Na

sua posicao [a de Augusto] tera de erguer-se um queha de ser desprezado, e certamente nao colocarao

6. (a) Quando se fez “um exator” passar pelo “esplendoroso reino”,e que importancia teve isso? (b) Por que se pode dizer que Augustomorreu “nao em ira nem em guerra”? (c) Que mudanca houve naidentidade do rei do norte?7, 8. (a) Quem se ergueu em lugar de Augusto como o rei do norte?(b) Por que foi “a dignidade do reino” concedida a contragosto ao su-cessor de Augusto Cesar?

Augusto

Os dois reis mudam de identidade 233

Page 236: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

sobre ele a dignidade do reino;e realmente chegara durante adespreocupacao e apossar-se-ado reino por meio de insıdia.E quanto aos bracos da inun-dacao, serao inundados por suacausa e serao destrocados; assimcomo tambem o sera o Lıder dopacto.” — Daniel 11:21, 22.

8 Esse “um que ha de ser des-prezado” foi Tiberio Cesar, filho deLıvia, a terceira esposa de Augus-to. (Veja “Um foi honrado, o outro,desprezado”, na pagina 248.) Au-gusto odiava esse enteado porcausa das tendencias mas dele, e

nao queria que se tornasse o proximo Cesar. “A dignida-de do reino” so lhe foi concedida a contragosto depois dofalecimento de todos os provaveis sucessores. Augusto ado-tou Tiberio em 4 EC e o fez herdeiro do trono. Depois damorte de Augusto, ‘ergueu-se’ Tiberio, de 54 anos de ida-de — o desprezado — assumindo o poder como imperadorromano e como o rei do norte.

9 “Tiberio”, diz a New Encyclopædia Britannica, “mani-pulou o Senado e, por quase um mes [depois da morte deAugusto], nao permitiu que este o nomeasse imperador”.Ele disse ao Senado que somente Augusto tinha a capaci-dade para poder governar o Imperio Romano, e pediu queos senadores restabelecessem a republica, por encarregardessa autoridade um grupo de homens, em vez de apenasum so homem. “Nao ousando aceitar sua proposta como

9. Como Tiberio ‘apossou-se do reino por meio de insıdia’?

Tiberio

Por causa do decreto de Augusto,Jose e Maria viajaram a Belem

234 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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sincera”, escreveu o historiador Will Durant, “o Sena-do desmanchou-se em cortesias e insistencias, ate que eleaceitou o mando supremo”. Durant acrescentou: “A pecafoi bem representada dos dois lados. Tiberio queria o Prin-cipado, pois do contrario nao o teria aceito; o Senadodetestava-o e temia-o, mas nao tinha animo de restabele-cer uma Republica teoricamente baseada, como a antiga,em Assembleias soberanas.” De modo que Tiberio ‘apos-sou-se do reino por meio de insıdia’.

10 “Quanto aos bracos da inundacao” — as forcas milita-res dos reinos ao redor —, o anjo disse: ‘Serao inundadose serao destrocados.’ Quando Tiberio se tornou o rei donorte, seu sobrinho Germanico Cesar era comandante dastropas romanas junto ao rio Reno. Em 15 EC, Germanicocomandou suas forcas com certo exito contra o heroi ger-manico Armınio. No entanto, as vitorias limitadas foramobtidas a muito custo, e Tiberio cancelou depois disso asoperacoes na Germania. Em vez disso, por promover umaguerra civil, tentou impedir que as tribos germanicas seunissem. Tiberio favorecia em geral uma polıtica externadefensiva e concentrava-se no fortalecimento das fron-teiras. Essa atitude foi razoavelmente bem-sucedida. Foiassim que os “bracos da inundacao” foram controlados e“destrocados”.

11 Tambem foi ‘destrocado’ “o Lıder do pacto” que JeovaDeus havia feito com Abraao para a bencao de todas as fa-mılias da Terra. Jesus Cristo era o Descendente de Abraaoprometido nesse pacto. (Genesis 22:18; Galatas 3:16) Em14 de nisa de 33 EC, Jesus estava diante de Poncio Pilatosno palacio do governador romano em Jerusalem. Os sa-cerdotes judeus tinham acusado Jesus de traicao contra o

10. Como foram ‘destrocados os bracos da inundacao’?11. Como foi ‘destrocado o Lıder do pacto’?

Conforme predito, Jesus foi ‘destrocado’ na morte

236 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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imperador. Mas Jesus disse a Pilatos: “Meu reino nao fazparte deste mundo. . . . O meu reino nao e desta fonte.”Para que o governador romano nao libertasse o inculpe Je-sus, os judeus gritaram: “Se livrares este homem, nao esamigo de Cesar. Todo homem que se faz rei fala contraCesar.” Depois de exigirem a execucao de Jesus, eles disse-ram: “Nao temos rei senao Cesar.” Segundo a lei de“lesa-majestade”, que Tiberio havia ampliado para incluirpraticamente qualquer insulto a Cesar, Pilatos entregouJesus para ser ‘destrocado’, ou pregado numa estaca de tor-tura. — Joao 18:36; 19:12-16; Marcos 15:14-20.

UM TIRANO ‘MAQUINA SEUS ARDIS’12 Ainda profetizando a respeito de Tiberio, o anjo disse:

“Por se aliarem a ele, praticara o engano e realmente su-bira e se tornara forte por meio de uma nacao pequena.”(Daniel 11:23) Membros do Senado romano se haviamconstitucionalmente ‘aliado’ a Tiberio, e ele dependiadeles formalmente. Mas era enganoso, na realidade tor-nando-se “forte por meio de uma nacao pequena”. Essanacao pequena era a Guarda Pretoriana romana, acampa-da perto das muralhas de Roma. Sua proximidadeintimidava o Senado e ajudava Tiberio a reprimir quais-quer levantes contra a sua autoridade entre a populacao.Portanto, por meio de uns 10 mil guardas, Tiberio conti-nuou poderoso.

13 O anjo acrescentou profeticamente: “Durante a des-preocupacao entrara ate mesmo na fartura do distritojurisdicional e fara realmente aquilo que seus pais e os paisde seus pais nao fizeram. Espalhara entre eles saque, e des-pojo, e bens; e maquinara os seus ardis contra as pracasfortes, mas apenas ate um tempo.” (Daniel 11:24) Tiberio

12. (a) Quem se aliou a Tiberio? (b) Como Tiberio ‘se tornou fortepor meio de uma nacao pequena’?13. Em que sentido superou Tiberio seus antepassados?

238 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

Page 241: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

era extremamente desconfiado, e em seu reinado orde-nou-se o assassinato de muitos. Em grande parte por causada influencia de Sejano, comandante da Guarda Pretoria-na, a ultima parte do seu reinado foi marcada pelo terror.Por fim, o proprio Sejano ficou sob suspeita e foi executa-do. Tiberio superou seus antepassados em tiranizar o povo.

14 Todavia, Tiberio espalhou “saque, e despojo, e bens”pelas provıncias romanas. Na epoca em que morreu, todosos povos sob o seu domınio gozavam de prosperida-de. Os impostos eram baixos, e ele pode ser generoso paracom aqueles em regioes que passavam dificuldades. Quan-do soldados ou oficiais oprimiam alguem ou promoviamirregularidades em cuidar de assuntos, podiam esperar so-frer a vinganca imperial. O controle firme do podermantinha a seguranca publica, e um sistema melhoradode comunicacoes ajudava o comercio. Tiberio certificava-se de que os assuntos fossem administrados de modo justoe firme, dentro e fora de Roma. As leis haviam sido me-lhoradas, e os codigos sociais e morais aprimorados pelapromocao de reformas instituıdas por Augusto Cesar. Noentanto, Tiberio ‘maquinava os seus ardis’, de modo que ohistoriador romano Tacito o descreveu como homem hi-pocrita, habil em dissimulacoes. Na epoca em que morreu,em marco de 37 EC, Tiberio era considerado tirano.

15 Os sucessores de Tiberio, que desempenharam o pa-pel de rei do norte, incluıam Caio Cesar (Calıgula),Claudio I, Nero, Vespasiano, Tito, Domiciano, Nerva,Trajano e Adriano. “Na maior parte”, diz The New Encyclo-pædia Britannica, “os sucessores de Augusto continuaramsua polıtica administrativa e seu programa de construcao,

14. (a) Como Tiberio espalhou “saque, e despojo, e bens” pelas pro-vıncias romanas? (b) Como era Tiberio considerado na epoca em quemorreu?15. Em que condicao estava Roma no fim do primeiro seculo EC eno comeco do segundo?

Os dois reis mudam de identidade 239

Page 242: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

embora com menos inovacoes e com mais ostentacao”.A mesma obra de referencia salienta adicionalmente: “Nofim do 1.° seculo e no comeco do 2.°, Roma estava noauge de sua grandiosidade e de sua populacao.” Emboradurante esse tempo Roma tivesse algumas dificuldades nasfronteiras imperiais, seu primeiro confronto predito com orei do sul so ocorreu no terceiro seculo EC.

DESPERTADO CONTRA O REI DO SUL16 O anjo de Deus prosseguiu com a profecia, dizendo:

“Ele [o rei do norte] despertara seu poder e seu coracaocontra o rei do sul, com uma grande forca militar; e o reido sul, da sua parte, excitar-se-a para a guerra com umaforca militar extraordinariamente grande e poderosa. E ele[o rei do norte] nao se mantera de pe, porque maquina-rao ardis contra os seus ardis. E os mesmos que comem osseus petiscos causarao a sua derrocada. E quanto a sua for-ca militar, sera levada de enxurrada e muitos hao de cairmortos.” — Daniel 11:25, 26.

17 Cerca de 300 anos depois de Otaviano ter feito do Egi-to uma provıncia romana, o imperador romano Aurelianoassumiu o papel de rei do norte. No ınterim, a Rainha Sep-tımia Zenobia, da colonia romana de Palmira, ocupava aposicao de rei do sul.� (Veja “Zenobia, a rainha guerreirade Palmira”, na pagina 252.) O exercito de Palmira ocupouo Egito em 269 EC, sob o pretexto de garanti-lo para Roma.Zenobia queria fazer de Palmira a cidade dominante noleste e queria governar as provıncias orientais de Roma.

� Visto que as designacoes “o rei do norte” e “o rei do sul” sao tıtu-los, podem referir-se a qualquer entidade governamental, inclusive aum rei, a uma rainha ou a um bloco de nacoes.

16, 17. (a) Quem assumiu o papel de rei do norte, mencionado emDaniel 11:25? (b) Quem veio a ocupar a posicao de rei do sul, e comoaconteceu isso?

240 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

Page 243: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

Alarmado pelas ambicoes dela, Aureliano despertou “seupoder e seu coracao” para agir contra Zenobia.

18 O rei do sul, como a entidade governamental chefia-da por Zenobia, ‘excitou-se’ para a guerra contra o rei donorte “com uma forca militar extraordinariamente grandee poderosa” sob dois generais, Zabas e Zabai. Mas Aurelia-no tomou o Egito, e depois iniciou uma expedicao na

´Asia

Menor e na Sıria. Zenobia foi derrotada em Emesa (agoraHoms), recuando entao para Palmira. Quando Aurelianositiou essa cidade, Zenobia defendeu-a valentemente, massem exito. Ela e seu filho fugiram em direcao a Persia, masforam capturados pelos romanos junto ao rio Eufrates. Oshabitantes de Palmira entregaram sua cidade em 272 EC.Aureliano poupou Zenobia, tornando-a a atracao principalda sua procissao triunfal em Roma, em 274 EC. Ela passouo resto da sua vida como matrona romana.

19 O proprio Aureliano ‘nao se manteve de pe porquemaquinaram ardis contra ele’. Em 275 EC ele empreen-deu uma expedicao contra os persas. Enquanto esperavana Tracia pela oportunidade de atravessar o estreito para a´Asia Menor, os que ‘comiam seus alimentos’ executaramardis contra ele e causaram sua “derrocada”. Ele ia exigiruma prestacao de contas de seu secretario Eros por cau-sa de irregularidades. Eros, porem, falsificou uma lista denomes de certos oficiais como destinados a serem mortos.Essa lista induziu os oficiais a tramar o assassinato de Au-reliano e a mata-lo.

20 A carreira do rei do norte nao terminou com amorte do Imperador Aureliano. Seguiram-se outros gover-nantes romanos. Por algum tempo, havia um imperadordo ocidente e outro do oriente. A “forca militar” do rei

18. Qual foi o resultado do conflito entre o Imperador Aureliano,como o rei do norte, e a Rainha Zenobia, como o rei do sul?19. Como Aureliano caiu ‘por causa de ardis maquinados contra ele’?20. Como foi a “forca militar” do rei do norte “levada de enxurrada”?

Os dois reis mudam de identidade 241

Page 244: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

do norte, sob esses homens, foi “levada de enxurrada”, ou“espalhada”,� e muitos ‘caıram mortos’ por causa das in-vasoes das tribos germanicas vindas do norte. Os godosirromperam atraves das fronteiras romanas no quarto se-culo EC. As invasoes continuaram uma apos outra. Em476 EC, o lıder germanico, Odoacro, removeu o ultimoimperador a governar em Roma. No comeco do sexto se-culo, o Imperio Romano, no Ocidente, havia sido desfeito,e reis germanicos governavam na Bretanha, na Galia, naItalia, na

´Africa do Norte e na Espanha. A parte oriental do

imperio durou ate o seculo 15.

A DIVIS˜

AO DUM GRANDE IMP´ERIO

21 Sem fornecer pormenores desnecessarios sobre a de-sintegracao do Imperio Romano, que se estendeu porseculos, o anjo de Jeova passou a predizer proezas adicio-nais do rei do norte e do rei do sul. No entanto, uma breverecapitulacao de certos acontecimentos no Imperio Roma-no nos ajudara a identificar os dois reis rivais em epocasposteriores.

22 No quarto seculo, o imperador romano Constanti-no concedeu o reconhecimento do Estado ao cristianismoapostata. Ele ate mesmo convocou em 325 EC um concılioeclesiastico em Niceia, na

´Asia Menor, ao qual ele mes-

mo presidiu. Mais tarde, Constantino mudou a residenciaimperial de Roma para Bizancio, ou Constantinopla, tor-nando essa cidade a sua nova capital. O Imperio Romanocontinuou sob o governo de um unico imperador ate amorte do Imperador Teodosio I, em 17 de janeiro de395 EC.

� Veja a nota de rodape sobre Daniel 11:26 na Traducao do NovoMundo das Escrituras Sagradas com Referencias, publicada pelas Teste-munhas de Jeova.

21, 22. Que mudancas realizou Constantino no quarto seculo EC?

242 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

Page 245: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

23 Apos a morte de Teodosio, o Imperio Romano foidividido entre os seus filhos. Honorio recebeu a parte oci-dental, e Arcadio, a oriental, tendo Constantinopla porcapital. A Bretanha, a Galia, a Italia, a Espanha e a

´Africa

do Norte estavam entre as provıncias da parte ocidental.A Macedonia, a Tracia, a

´Asia Menor, a Sıria e o Egito eram

provıncias da parte oriental. Em 642 EC, Alexandria, a ca-pital egıpcia, caiu nas maos dos sarracenos (arabes) e oEgito tornou-se uma provıncia dos califas. Em janeiro de1449, Constantino XI tornou-se o ultimo imperador doOriente. Turcos otomanos, sob o sultao Mehmet II, toma-ram Constantinopla em 29 de maio de 1453, acabandocom o Imperio Romano Oriental. No ano de 1517, o Egitotornou-se uma provıncia turca. Com o tempo, porem, essaterra do antigo rei do sul passaria a ficar sob o controle deoutro imperio do setor ocidental.

24 Na parte ocidental do Imperio Romano ascendeu obispo catolico de Roma, notavelmente o Papa Leao I, fa-moso por impor a autoridade papal no quinto seculo EC.Com o tempo, o papa assumiu ele mesmo a respon-sabilidade de coroar o imperador do setor ocidental. Issoaconteceu em Roma no dia de Natal de 800 EC, quando oPapa Leao III coroou o rei franco Carlos (Magno) impera-dor do novo Imperio Romano Ocidental. Essa coroacao fezreviver o imperialismo em Roma e, segundo alguns histo-riadores, marcou o comeco do Sacro Imperio Romano. Daıem diante, existiam o Imperio Oriental e o Sacro ImperioRomano, ao oeste, ambos afirmando ser cristaos.

25 Com o passar do tempo, os sucessores de Carlos

23. (a) Que divisao do Imperio Romano ocorreu apos a morte deTeodosio? (b) Quando acabou o Imperio Oriental? (c) Quem gover-nava o Egito em 1517?24, 25. (a) Segundo alguns historiadores, o que marcou o inıcio doSacro Imperio Romano? (b) O que aconteceu finalmente ao tıtulo de“imperador” do Sacro Imperio Romano?

Os dois reis mudam de identidade 243

Page 246: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

Magno mostraram ser governantes ineficazes. O cargo deimperador ate ficou vago por algum tempo. No ınterim, orei germanico Oto I obteve o controle sobre grande parteda Italia setentrional e central. Ele se proclamou rei da Ita-lia. Em 2 de fevereiro de 962 EC, o Papa Joao XII coroouOto I como imperador do Sacro Imperio Romano. Sua ca-pital se encontrava na Germania, e os imperadores eramgermanicos, assim como a maioria dos seus suditos. Cincoseculos mais tarde, a casa austrıaca de Habsburgo recebeuo tıtulo de “imperador” e o reteve durante a maior partedos anos restantes do Sacro Imperio Romano.

OS DOIS REIS DE NOVO IDENTIFICADOS26 Napoleao I deu o golpe final no Sacro Imperio Ro-

mano quando se recusou a reconhecer sua existencia de-pois das suas vitorias na Alemanha, no ano de 1805.Incapaz de defender a coroa, o Imperador Francisco II re-nunciou a condicao imperial romana em 6 de agosto de1806 e retirou-se para seu governo nacional como impe-rador da

´Austria. Depois de 1.006 anos, o Sacro Imperio

Romano — fundado por Leao III, um papa catolico-ro-mano, e por Carlos Magno, um rei franco — chegou aofim. Em 1870, Roma tornou-se a capital do reino da Ita-lia, independente do Vaticano. No ano seguinte, come-cou um imperio germanico em que Guilherme I foi no-meado cesar, ou kaiser. Assim surgiu no cenario mundialo rei do norte dos tempos modernos — a Alemanha.

27 Mas qual tem sido a identidade do rei do sul na

26. (a) O que se pode dizer a respeito do fim do Sacro Imperio Ro-mano? (b) Quem emergiu como o rei do norte?27. (a) Como se tornou o Egito um protetorado britanico? (b) Quempassou a ocupar a posicao de rei do sul?

1. Carlos Magno 2. Napoleao I 3. Guilherme I4. Soldados alemaes, Primeira Guerra Mundial

244 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

Page 247: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

1

2

3

4

Page 248: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

OS REIS EM DANIEL 11:20-26

O reido norte

O reido sul

Daniel 11:20 Augusto

Daniel 11:21-24 Tiberio

Daniel 11:25, 26 Aureliano Rainha Zenobia

A predita O Imperio A Gra-Bretanha,desintegracao Germanico seguida pelado Imperio Potencia MundialRomano resulta Anglo-Americanaem se formar

Aureliano

Tiberio Estatueta deCarlos Magno

Navio de guerrabritanico do seculo 17

Augusto

Page 249: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

era atual? A Historia mostra que a Gra-Bretanha assu-miu poder imperial no seculo 17. Napoleao I, querendoromper as rotas comerciais britanicas, conquistou o Egi-to em 1798. Houve guerra, e a alianca britanico-otomanaobrigou os franceses a se retirar do Egito, que no comecodo conflito era identificado como o rei do sul. No seculoque se seguiu, aumentou a influencia britanica no Egito.Depois de 1882, o Egito realmente era uma dependenciabritanica. Quando irrompeu a Primeira Guerra Mundialem 1914, o Egito pertencia a Turquia e era governado porum quediva, ou vice-rei. No entanto, depois de a Turquiatomar o lado da Alemanha naquela guerra, a Gra-Breta-nha depos o quediva e declarou que o Egito era um pro-tetorado britanico. A Gra-Bretanha e os Estados Unidosda America aos poucos estabeleceram vınculos estreitos,tornando-se a Potencia Mundial Anglo-Americana. Jun-tos, passaram a ocupar a posicao de rei do sul.

O QUE DISCERNIU?

˙ Que imperador romano se levantou primei-ro como o rei do norte, e quando enviou ele“um exator”?

˙ Quem ocupou a posicao de rei do norte de-pois de Augusto, e como foi ‘destrocado oLıder do pacto’?

˙ Que resultado teve o conflito entre Aurelia-no, como o rei do norte, e Zenobia, como orei do sul?

˙ O que aconteceu com o Imperio Romano,e que potencias ocupavam as posicoes dosdois reis no fim do seculo 19?

Os dois reis mudam de identidade 247

Page 250: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

UM DELES transformou uma republica cheia de lutas numimperio mundial. O outro aumentou a riqueza deste vintevezes em 23 anos. Um foi honrado quando morreu, mas ooutro foi desprezado. Os reinados desses dois imperadoresde Roma abrangeram a vida e o ministerio de Jesus. Quemforam eles? E por que um deles foi honrado, ao passo que ooutro nao foi?

‘ENCONTROU UMA ROMA DE TIJOLOSE DEIXOU-A DE M

´ARMORE’

Em 44 AEC, quando Julio Cesar foi assassinado, o neto dasua irma, Caio Otaviano, tinha apenas 18 anos de idade. Sen-do filho adotivo de Julio Cesar e seu principal herdeiro pes-soal, o jovem Otaviano imediatamente foi a Roma para rei-vindicar sua heranca. Ali encontrou um terrıvel opositor — oprincipal tenente de Cesar, Marco Antonio, que esperava sero principal herdeiro. A intriga polıtica e a luta pelo poder quese seguiram duraram 13 anos.

Somente depois de derrotar as forcas conjuntas da rai-nha egıpcia Cleopatra e de seu amante Marco Antonio (em31 AEC) foi que Otaviano emergiu como incontestavel go-vernante do Imperio Romano. No ano seguinte, Antonio eCleopatra suicidaram-se, e Otaviano anexou o Egito. O ulti-mo vestıgio do Imperio Grego foi assim eliminado, e Romatornou-se a potencia mundial.

Lembrando-se de que o poder despotico exercido por Ju-lio Cesar tinha provocado seu assassinato, Otaviano cuidoude nao repetir o erro. Para nao ofender os sentimentos ro-manos a favor duma republica, ele disfarcou sua monarquiacom um manto republicano. Recusou os tıtulos de “rei” e

UM FOI HONRADO,O OUTRO, DESPREZADO

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“ditador”. Indo mais alem, anunciou sua intencao de entre-gar o controle de todas as provıncias ao Senado romano eofereceu-se a renunciar aos cargos que ocupava. Essa taticafuncionou. O Senado apreciativo instou com Otaviano a quecontinuasse nas suas posicoes e que mantivesse algumas dasprovıncias sob o seu controle.

Alem disso, em 16 de janeiro de 27 AEC, o Senado conce-deu a Otaviano o tıtulo de “Augusto”, que significa “Eleva-do, Venerado”. Otaviano nao so aceitou esse tıtulo, mas tam-bem denominou um mes com o seu nome e tirou um dia domes de fevereiro para que o mes de agosto tivesse tantos diasquantos o de julho, mes que recebeu o nome de Julio Cesar.Otaviano tornou-se assim o primeiro imperador de Roma eficou depois conhecido como Cesar Augusto ou “O Augus-to”. Mais tarde, ele assumiu tambem o tıtulo de Pontifex Ma-ximus (Sumo Pontıfice), e em 2 AEC — o ano do nascimentode Jesus — o Senado deu-lhe o tıtulo de Pater Patriae, “Pai daPatria”.

Naquele mesmo ano, “saiu um decreto da parte de CesarAugusto, para que toda a terra habitada se registrasse; . . . etodos viajaram para se registrarem, cada um na sua propriacidade”. (Lucas 2:1-3) Em resultado desse decreto, Jesus nas-ceu em Belem, em cumprimento de profecia bıblica. — Da-niel 11:20; Miqueias 5:2.

O governo sob Augusto destacou-se por certa medida dehonestidade e por uma moeda solida. Augusto estabele-ceu tambem um sistema postal eficaz, e construiu estradase pontes. Reorganizou o exercito, criou uma marinha per-manente e formou um grupo de elite de guarda-costas im-periais, conhecido como Guarda Pretoriana. (Filipenses 1:13)Sob o seu patrocınio, floresceram escritores tais como Virgı-lio e Horacio, e escultores criaram belas obras no que e ago-ra conhecido como estilo classico. Augusto concluiu predios

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deixados inacabados por Julio Cesar e restaurou muitos tem-plos. A Pax Romana (Paz Romana) que ele introduziu duroumais de 200 anos. Augusto faleceu em 19 de agosto de 14 ECa idade de 76 anos, e foi depois deificado.

Augusto gabou-se de ter ‘encontrado uma Roma de tijolose de te-la deixado de marmore’. Nao querendo que Romavoltasse aos dias cheios de lutas da republica anterior, elepretendia treinar o proximo imperador. Mas tinha pouca es-colha quanto ao sucessor. Seu sobrinho, dois netos, um gen-ro e um enteado tinham todos morrido, ficando apenas seuenteado Tiberio para assumir o cargo.

AQUELE “QUE H´

A DE SER DESPREZADO”Menos de um mes apos a morte de Augusto, o Senado ro-

mano nomeou Tiberio, de 54 anos de idade, como impera-dor. Tiberio viveu e governou ate marco de 37 EC. Portanto,ele era o imperador de Roma durante o ministerio publico deJesus.

Como imperador, Tiberio tinha tanto virtudes como defei-tos. Entre as suas virtudes estava a relutancia em gastar di-nheiro com luxos. Em resultado disso, o imperio prosperou,e ele tinha fundos para ajudar na recuperacao depois de ca-lamidades e de tempos difıceis. Deve-se reconhecer que Ti-berio se considerava apenas um homem, rejeitando muitostıtulos honorıficos, e em geral mandava que a adoracao aoimperador fosse dirigida a Augusto em vez de a ele mesmo.Nao deu seu nome a um mes calendar, assim como fizeramAugusto e Julio Cesar, nem permitiu que outros o honrassemassim.

No entanto, os defeitos de Tiberio superavam as suas vir-tudes. Ele era extremamente suspeitoso e hipocrita nos tra-tos com outros, e em seu reinado ordenou-se um grandenumero de assassinatos, muitos dos seus ex-amigos estando

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entre as vıtimas. Ele ampliou a lei de lesa-majestade para incluir, alem de atos sedi-ciosos, meras palavras caluniosas contraa sua propria pessoa. Presumivelmen-te a base dessa lei, os judeus pressio-naram o governador romano PoncioPilatos a mandar matar Jesus. — Joao19:12-16.

Tiberio concentrou a Guarda Pretoria-na nas proximidades de Roma por cons-truir barracas fortificadas ao norte das muralhas da cidade.A presenca da Guarda intimidava o Senado romano, que erauma ameaca para o seu poder, e continha a indisciplina dopovo. Tiberio incentivou tambem um sistema de informan-tes, e a parte final do seu governo foi marcada pelo terror.

Na epoca do seu falecimento, Tiberio era considerado ti-rano. Quando morreu, os romanos alegraram-se e o Senadonegou-se a deifica-lo. Por esses e por outros motivos, vemosem Tiberio um cumprimento da profecia que dizia que ‘umque havia de ser desprezado’ surgiria como “o rei do norte”.— Daniel 11:15, 21.

Tiberio

O QUE DISCERNIU?˙ Como Otaviano tornou-se o primeiro imperador

de Roma?˙ O que se pode dizer a respeito das consecucoes

do governo de Augusto?˙ Quais eram as virtudes e os defeitos de Tiberio?˙ Como se cumpriu em Tiberio a profecia a res-

peito de ‘um que havia de ser desprezado’?

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“ELA tinha pele morena . . . Seus dentes eram brancos comoperolas, e seus grandes olhos negros brilhavam como fogo,suavizados pelo mais atraente encanto. Sua voz era fortee harmoniosa. O entendimento brioso dela era fortaleci-do e adornado pelo estudo. Nao desconhecia a lıngua lati-na, mas era igualmente perfeita nas lınguas grega, sirıaca eegıpcia.” Foi assim que o historiador Edward Gibbon lou-vou Zenobia, a rainha guerreira da cidade sıria de Palmira.

O marido de Zenobia era o nobre palmiriano Odenato,que em 258 EC foi promovido ao posto de consul de Roma,por causa da sua campanha bem-sucedida contra a Per-sia a favor do Imperio Romano. Dois anos depois, Odenatorecebeu do imperador romano Galieno o tıtulo de correc-tor totius Orientis (governador de todo o Oriente). Isso foiem reconhecimento da sua vitoria sobre o Rei Sapor, da Per-sia. Por fim, Odenato autodenominou-se “rei dos reis”. Es-ses exitos de Odenato podem em grande parte ser atribuı-dos a coragem e cautela de Zenobia.

ZEN´

OBIA PRETENDE CRIAR UM IMP´ERIO

Em 267 EC, no auge de sua carreira, Odenato e seu her-deiro foram assassinados. Zenobia assumiu a posicao domarido, ja que seu filho era ainda muito novo. Bela, ambi-ciosa, administradora capaz, acostumada a participar emcampanhas militares com o marido e fluente em diversosidiomas, ela conseguiu conquistar o respeito e o apoio deseus suditos. Zenobia tinha verdadeira paixao pelo aprendi-zado e rodeava-se de intelectuais. Um de seus conselheirosera o filosofo e retorico Cassio Longino — tido como “umabiblioteca viva e um museu ambulante”. No livro Palmy-

ZEN´

OBIA, A RAINHAGUERREIRA DE PALMIRA

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ra and Its Empire—Zenobia’s Revolt Against Rome (Palmira eSeu Imperio — A Revolta de Zenobia Contra Roma), o autorRichard Stoneman destaca: “Durante os cinco anos apos amorte de Odenato . . . , Zenobia havia ganho, entre o seupovo, a reputacao de ser a senhora do Oriente.”

De um lado do domınio de Zenobia estava a Persia, queela e seu marido haviam enfraquecido, e do outro estavaa cambaleante Roma. Com respeito as condicoes no Im-perio Romano naquela epoca, o historiador J. M. Robertsdiz: “O terceiro seculo foi . . . uma epoca terrıvel paraRoma, tanto na fronteira oriental como na ocidental, a me-dida que na sua propria terra se havia iniciado um novoperıodo de guerra civil e de disputa de sucessoes. Vinte e

A Rainha Zenobia falando aos seus soldados

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dois imperadores (excluindo-seos pretendentes) assumiram e

deixaram o poder.” Por ou-tro lado, a senhora sıria erauma monarca absoluta,bem estabelecida, em seudomınio. “Controlando oequilıbrio de dois impe-rios [persa e romano]”,observa Stoneman, “elapodia ambicionar a for-macao de um terceiro que

dominaria a ambos”.

Em 269 EC, surgiu umaoportunidade para Zenobia ex-

pandir seus poderes regios, quan-do apareceu no Egito um pretendente disputando o domı-nio romano. O exercito de Zenobia marchou rapidamentepara o Egito, esmagou o rebelde e tomou posse do paıs.Proclamando-se rainha do Egito, ela cunhou moedas emseu nome. Seu reino estendia-se entao do rio Nilo ao rio Eu-frates. Foi nesse ponto da sua vida que Zenobia passou aocupar a posicao de “o rei do sul”. — Daniel 11:25, 26.

A CAPITAL DE ZEN´

OBIAZenobia fortaleceu e embelezou a sua capital, Palmira, a

tal ponto que ela se igualava as maiores cidades do mun-do romano. Calcula-se que sua populacao era de mais de150 mil habitantes. A cidade era repleta de esplendidos edi-fıcios publicos, templos, jardins, colunas e monumentos,dentro de muralhas que, segundo se dizia, tinham 21 qui-lometros de circunferencia. Uma colunata de pilares corın-tios de mais de 15 metros de altura — cerca de 1.500 deles— ladeava a avenida principal. A cidade era repleta de esta-

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tuas e bustos de herois e de benfeitores ricos. Em 271 EC,Zenobia erigiu estatuas de si mesma e de seu falecido ma-rido.

O Templo do Sol era uma das mais belas construcoes emPalmira, e sem duvida dominava o cenario religioso na ci-dade. A propria Zenobia provavelmente tambem adoravauma deidade associada com o deus-sol. Mas a Sıria do ter-ceiro seculo era um lugar de muitas religioes. No domıniode Zenobia havia cristaos professos, judeus e adoradores doSol e da Lua. Qual era a atitude dela para com essas diversasformas de adoracao? O autor Stoneman observa: “Um go-vernante sabio nao negligencia nenhum costume que pa-reca apropriado ao seu povo. . . . Os deuses, . . . esperava-se, haviam tomado posicao a favor de Palmira.” Pelo queparece, Zenobia era tolerante para com a religiao.

Por causa da sua notavel personalidade, Zenobia con-quistou a admiracao de muitos. Mas de maior significadofoi o seu papel em representar uma entidade polıtica predi-ta na profecia de Daniel. Seu reinado nao durou mais decinco anos. O imperador romano Aureliano derrotou Zeno-bia em 272 EC, e subsequentemente saqueou Palmira, dei-xando-a alem de recuperacao. Teve-se clemencia com Ze-nobia. Diz-se que ela se casou com um senador romano epresumivelmente passou o resto da vida em retiro.

O QUE DISCERNIU?

˙ Como se tem descrito a personalidade deZenobia?

˙ Quais foram algumas das suas facanhas?˙ Qual era a atitude de Zenobia para com a religiao?

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“H´

A UM certo dinamismo referente a Europa do seculo de-zenove que ultrapassa em muito tudo o que ja se conhe-ceu”, escreve o historiador Norman Davies. Ele acrescenta:“A Europa vibrava com poder como nunca antes: com po-der tecnico, poder economico, poder cultural, poder inter-continental.” Os lıderes do “triunfante ‘seculo de poder’da Europa”, diz Davies, “em primeiro lugar eram a Gra-Bretanha . . . e nas decadas posteriores, a Alemanha”.

‘INCLINADOS A FAZER O QUE´E MAU’

2 Quando o seculo 19 se aproximava do fim, o ImperioAlemao era “o rei do norte” e a Gra-Bretanha ocupava aposicao de “rei do sul”. (Daniel 11:14, 15) “No que se refe-re a estes dois reis”, disse o anjo de Jeova, “seu coracao seinclinara a fazer o que e mau, e a uma so mesa continua-rao a falar mentira”. Ele prosseguiu: “Mas nada sera bem-sucedido, porque o fim e ainda para o tempo designado.”— Daniel 11:27.

1. Segundo certo historiador, quem eram os lıderes da Europa do se-culo 19?2. Que potencias desempenhavam os papeis de “rei do norte” e de“rei do sul” no fim do seculo 19?

CAP´ITULO QUINZE

OS REIS RIVAISCHEGAM AO S

´ECULO 20

Em Yalta, em 1945, o primeiro-ministro britanicoWinston Churchill, o presidente Franklin D. Roosevelt,

dos Estados Unidos, e o primeiro-ministro sovietico, Joseph Stalin,concordaram por meio de planos em ocupar a Alemanha,

formar um novo governo na Polonia e realizar umaconferencia para constituir as Nacoes Unidas

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12

3

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3 Em 18 de janeiro de 1871, Guilherme I tornou-seo primeiro imperador do Reich, ou Imperio Alemao. Elenomeou Otto von Bismarck como chanceler. Visando odesenvolvimento do novo imperio, Bismarck evitou con-flitos com outras nacoes e formou uma alianca com a

´Aus-

tria-Hungria e a Italia, conhecida como a Trıplice Alianca.Mas os interesses desse novo rei do norte logo se chocaramcom os do rei do sul.

4 Apos a morte de Guilherme I e de seu sucessor Fre-derico III, em 1888, ascendeu ao trono Guilherme II, aos29 anos de idade. Guilherme II, ou Kaiser Guilherme,obrigou Bismarck a renunciar e adotou uma polıtica de ex-pansao da influencia alema em todo o mundo. “Sob Gui-lherme II”, diz certo historiador, “[a Alemanha] assumiuum ar arrogante e agressivo”.

5 Quando o Czar Nicolau II, da Russia, convocou umaconferencia de paz em Haia, na Holanda, em 24 de agostode 1898, o clima era de tensao internacional. Essa confe-rencia e a que se seguiu em 1907 instituıram a Corte Per-manente de Arbitragem, situada em Haia. Por se tornaremmembros dessa corte, tanto o Reich Alemao como a Gra-Bretanha davam a impressao de favorecerem a paz. Sen-taram-se “a uma so mesa”, parecendo ser amigaveis, mas‘seu coracao estava inclinado a fazer o que e mau’. A taticadiplomatica de ‘a uma so mesa falar mentiras’ nao podiapromover a verdadeira paz. Quanto as suas ambicoes po-lıticas, comerciais e militares, ‘nada seria bem-sucedido’,porque o fim dos dois reis “e ainda para o tempo designa-do” por Jeova Deus.

3, 4. (a) Quem se tornou o primeiro imperador do Reich Alemao, eque alianca se formou? (b) Qual era a polıtica do Kaiser Guilherme?5. Como se sentaram os dois reis “a uma so mesa”, e o que falaram ali?

1. Arquiduque Ferdinando 2. Marinha alema 3. Marinhabritanica 4. Lusitania 5. Declaracao de guerra dos EUA

Os reis rivais chegam ao seculo 20 259

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“CONTRA O PACTO SAGRADO”6 Continuando, o anjo de Deus disse: “E ele [o rei do

norte] retornara a sua terra com grande quantidade debens, e seu coracao sera contra o pacto sagrado. E agiracom eficiencia e certamente retornara a sua terra.” — Da-niel 11:28.

7 O Kaiser Guilherme voltou a “terra”, ou condicao ter-restre, do antigo rei do norte. De que modo? Por desen-volver um governo imperial destinado a expandir o Reichalemao e estender sua influencia. Guilherme II empe-nhou-se por objetivos coloniais na

´Africa e em outros lu-

gares. Querendo desafiar a supremacia marıtima britanica,passou a desenvolver uma marinha poderosa. “O poderionaval alemao passou do insignificante para ser secundarioapenas ao da Gra-Bretanha em pouco mais de uma deca-da”, diz The New Encyclopædia Britannica. Para manter asupremacia, a Gra-Bretanha realmente teve de ampliar seuproprio programa naval. A Gra-Bretanha negociou tam-bem a entente cordiale (entendimento amigavel) com aFranca e um acordo similar com a Russia, formando a Trı-plice Entente. A Europa estava entao dividida em dois cam-pos militares — a Trıplice Alianca dum lado e a TrıpliceEntente do outro.

8 O Imperio Alemao adotou uma polıtica agressiva, queresultou em uma “grande quantidade de bens” para a Ale-manha, porque ela era a parte principal da Trıplice Alian-ca. A

´Austria-Hungria e a Italia eram catolico-romanas.

Portanto, a Trıplice Alianca tinha tambem o favor do papa,ao passo que o rei do sul, com sua Trıplice Entente que namaior parte era nao catolica, nao o tinha.

6, 7. (a) De que modo e que o rei do norte ‘retornou a sua terra’?(b) Como reagiu o rei do sul a expansao da influencia do rei do norte?8. Como o Imperio Alemao veio a ter uma “grande quantidade debens”?

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9 Que dizer dos do povo de Jeova? Por muito tempo eleshaviam declarado que “os tempos designados das nacoes”acabariam em 1914.� (Lucas 21:24) Naquele ano foi esta-belecido nos ceus o Reino de Deus nas maos do Herdeirodo Rei Davi, Jesus Cristo. (2 Samuel 7:12-16; Lucas 22:28,29) Ja em marco de 1880, a revista A Sentinela, em in-gles, relacionou o governo do Reino de Deus com o fimdos “tempos designados das nacoes”, ou “tempos dos gen-tios”. (Almeida) Mas o coracao do germanico rei do norteera ‘contra o pacto sagrado do Reino’. Em vez de reconhe-cer o governo do Reino, o Kaiser Guilherme ‘agiu comeficiencia’ por promover seu programa de dominacao domundo. No entanto, por agir assim, lancou as sementes daPrimeira Guerra Mundial.

O REI FICA “DESALENTADO” NUMA GUERRA10 “[O rei do norte] retornara no tempo designado”, pre-

disse o anjo, “e vira realmente contra o sul; mas nofim nao vira a ser como foi no princıpio”. (Daniel 11:29)O “tempo designado” de Deus, para acabar com o domı-nio gentio da Terra, chegou em 1914, quando ele estabe-leceu o Reino celestial. Em 28 de junho daquele ano, oarquiduque austrıaco Francisco Ferdinando e sua esposaforam assassinados por um terrorista servio em Sarajevo,na Bosnia. Essa foi a centelha que desencadeou a PrimeiraGuerra Mundial.

11 O Kaiser Guilherme exortou a´

Austria-Hungria a rea-gir contra a Servia. Assegurada do apoio da Alemanha, a´Austria-Hungria declarou guerra a Servia em 28 de julho

� Veja o Capıtulo 6 deste livro.

9. De que forma era o coracao do rei do norte “contra o pacto sagra-do”?10, 11. Como comecou a Primeira Guerra Mundial e como foi isso“no tempo designado”?

Os reis rivais chegam ao seculo 20 261

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de 1914. Mas a Russia veio em ajuda da Servia. Quandoa Alemanha declarou guerra a Russia, a Franca (aliada naTrıplice Entente) deu apoio a Russia. A Alemanha decla-rou entao guerra a Franca. Para tornar mais rapido o aces-so a Paris, a Alemanha invadiu a Belgica, cuja neutralidadehavia sido garantida pela Gra-Bretanha. De modo que estadeclarou guerra a Alemanha. Outras nacoes ficaram envol-vidas e a Italia mudou de lado. Durante a guerra, a Gra-Bre-tanha fez do Egito seu protetorado, para impedir que o reido norte cortasse o acesso ao canal de Suez e invadisse oEgito, a terra antiga do rei do sul.

12 “Apesar do tamanho e da forca dos Aliados”, diz TheWorld Book Encyclopedia, “a Alemanha parecia prestes aganhar a guerra”. Nos conflitos anteriores entre os doisreis, o Imperio Romano, como o rei do norte, fora cons-tantemente vitorioso. Mas dessa vez, ‘as coisas nao foramcomo no princıpio’. O rei do norte perdeu a guerra. Men-cionando o motivo disso, o anjo disse: “Certamente viraocontra ele os navios de Quitim e ele tera de ficar desalen-tado.” (Daniel 11:30a) O que eram “os navios de Quitim”?

13 No tempo de Daniel, Quitim era Chipre. No come-co da Primeira Guerra Mundial, o Chipre foi anexado pelaGra-Bretanha. Alem disso, segundo The Zondervan Picto-rial Encyclopedia of the Bible (A Enciclopedia Pictorica daBıblia, de Zondervan), o nome Quitim “e estendido paraincluir o O[este] em geral, mas esp[ecificamente] o O[este]navegante”. A New International Version verte a expressao

12. Durante a Primeira Guerra Mundial, como e que as coisas nao vie-ram a ser ‘como foram no princıpio’?13, 14. (a) Principalmente, o que eram “os navios de Quitim” quevieram contra o rei do norte? (b) Como apareceram mais navios deQuitim na continuacao da Primeira Guerra Mundial?

Adolf Hitler confiava na vitoria depois que o Japao,aliado da Alemanha na guerra, bombardeou Pearl Harbor

262 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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“os navios de Quitim” como “navios dos litorais ociden-tais”. Na Primeira Guerra Mundial, os navios de Quitimmostraram ser principalmente os navios da Gra-Bretanha,ao largo da costa ocidental da Europa.

14 Com o prolongamento da guerra, a Marinha britani-ca foi reforcada por mais navios de Quitim. Em 7 de maiode 1915, o submarino alemao U-20 afundou o navio civilLusitania, ao largo da costa sul da Irlanda. Entre os mortoshavia 128 americanos. Mais tarde, a Alemanha estendeua guerra submarina ao Atlantico. Subsequentemente, em6 de abril de 1917, o Presidente Woodrow Wilson, dos Es-tados Unidos, declarou guerra a Alemanha. Reforcado pornavios de guerra e por tropas dos Estados Unidos, o rei dosul — entao a Potencia Mundial Anglo-Americana — estavaem plena guerra com o seu rei rival.

15 Sofrendo o ataque da Potencia Mundial Anglo-Ameri-cana, o rei do norte ficou “desalentado” e admitiu a derro-ta em novembro de 1918. Guilherme II fugiu para o exıliona Holanda, e a Alemanha tornou-se uma republica. Maso rei do norte ainda nao havia chegado ao fim.

O REI AGE “COM EFICIˆENCIA”

16 “Ele [o rei do norte] realmente voltara e lancara verbe-racoes contra o pacto sagrado e agira com eficiencia; e terade voltar e dara consideracao aos que abandonam o pactosagrado.” (Daniel 11:30b) Assim profetizou o anjo, e assimveio a acontecer.

17 Depois do fim da guerra, em 1918, os Aliados vitorio-sos impuseram a Alemanha um punitivo tratado de paz.O povo alemao achou duros os termos do tratado, e a novarepublica era fraca desde o comeco. A Alemanha camba-

15. Quando o rei do norte ficou “desalentado”?16. Segundo a profecia, como reagiria o rei do norte a sua derrota?17. O que levou a ascensao de Adolf Hitler?

264 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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leou alguns anos em extrema aflicao e sofreu a GrandeDepressao que por fim deixou 6 milhoes de pessoas sememprego. No comeco dos anos 30, as condicoes eram pro-pıcias para a ascensao de Adolf Hitler. Ele se tornou chan-celer em janeiro de 1933, e no ano seguinte assumiu apresidencia do que os nazistas chamaram de TerceiroReich.�

18 Logo apos assumir o poder, Hitler lancou um vio-lento ataque contra “o pacto sagrado”, representado pe-los irmaos ungidos de Jesus Cristo. (Mateus 25:40) Nissoele agiu “com eficiencia” contra esses cristaos leais, per-seguindo cruelmente a muitos deles. Hitler obteve exitoseconomicos e diplomaticos, agindo tambem nesses cam-pos “com eficiencia”. Em poucos anos, ele fez da Alema-nha uma potencia a ser levada em conta no cenario domundo.

19 Hitler deu ‘consideracao aos que abandonavam o pac-to sagrado’. Quem eram eles? Evidentemente eram oslıderes da cristandade, que afirmavam ter uma relacaopactuada com Deus, mas tinham deixado de ser discıpu-los de Jesus Cristo. Hitler teve exito em recorrer ao apoiodos ‘que abandonavam o pacto sagrado’. Por exemplo, fezuma concordata com o papa em Roma. Em 1935, ele criouo Ministerio de Assuntos de Igrejas. Um dos objetivos deHitler era colocar as igrejas evangelicas sob o controle doEstado.

OS “BRACOS” PROCEDEM DO REI20 Hitler logo foi travar guerra, assim como o anjo

� O Sacro Imperio Romano foi o primeiro Reich, e o Imperio Ale-mao foi o segundo.

18. Como Hitler ‘agiu com eficiencia’?19. A quem cortejou Hitler em busca de apoio?20. Que “bracos” usou o rei do norte, e contra quem?

Os reis rivais chegam ao seculo 20 265

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predissera corretamente: “Erguer-se-ao bracos procedentesdele; e eles hao de profanar o santuario, o baluarte, e re-mover o sacrifıcio contınuo.” (Daniel 11:31a) Os “bracos”eram as forcas militares usadas pelo rei do norte para lutarcontra o rei do sul na Segunda Guerra Mundial. Em 1.° desetembro de 1939, “bracos” nazistas invadiram a Polonia.Dois dias depois, a Gra-Bretanha e a Franca declararamguerra a Alemanha para ajudar a Polonia. Assim comecoua Segunda Guerra Mundial. A Polonia foi logo derrotada, epouco depois forcas alemas ocuparam a Dinamarca, a No-ruega, a Holanda, a Belgica, Luxemburgo e a Franca. “Nofim de 1941”, diz The World Book Encyclopedia, “a Alema-nha nazista dominava o continente”.

21 Embora a Alemanha e a Uniao Sovietica tivessem assi-nado um Tratado de Amizade, de Cooperacao e de Demar-cacao, Hitler invadiu territorio sovietico em 22 de junhode 1941. Essa acao levou a Uniao Sovietica para o lado daGra-Bretanha. O exercito sovietico ofereceu forte resisten-cia, apesar dos espetaculares avancos iniciais das forcas ale-mas. Em 6 de dezembro de 1941, o exercito alemao foirealmente derrotado em Moscou. No dia seguinte, o aliadoda Alemanha, o Japao, bombardeou Pearl Harbor, no Ha-vaı. Sabendo disso, Hitler disse aos seus ajudantes: “Agorae impossıvel que percamos a guerra.” Em 11 de dezembro,ele temerariamente declarou guerra aos Estados Unidos.Mas subestimou a forca tanto da Uniao Sovietica como dosEstados Unidos. Com o ataque do exercito sovietico no les-te e as forcas britanicas e americanas fechando o cerco aooeste, o curso dos acontecimentos voltou-se contra Hitler.As forcas alemas comecaram a perder um territorio aposoutro. Apos o suicıdio de Hitler, a Alemanha se rendeu aosAliados em 7 de maio de 1945.

21. Como o curso dos acontecimentos voltou-se contra o rei do nor-te durante a Segunda Guerra Mundial e com que resultado?

266 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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22 “Eles [os bracos nazistas] hao de profanar o san-tuario, o baluarte, e remover o sacrifıcio contınuo”, dis-se o anjo. No antigo Juda, o santuario era parte dotemplo em Jerusalem. No entanto, quando os judeus rejei-taram a Jesus, Jeova rejeitou a eles e ao templo deles. (Ma-teus 23:37–24:2) Desde o primeiro seculo EC, o templo deJeova na realidade tem sido espiritual, tendo o santıssimonos ceus e um patio espiritual na Terra, no qual servem osirmaos ungidos de Jesus, o Sumo Sacerdote. A partir da de-cada de 30, os da “grande multidao” tem adorado junta-mente com os do restante ungido e, portanto, diz-se queservem ‘no templo de Deus’. (Revelacao [Apocalipse] 7:9,15; 11:1, 2; Hebreus 9:11, 12, 24) Nos paıses sob o seu con-trole, o rei do norte profanou o patio terrestre do tem-plo por perseguir impiedosamente os do restante ungido eseus companheiros. A perseguicao foi tao severa, que se re-moveu “o sacrifıcio contınuo” — o sacrifıcio de louvor pu-blico ao nome de Jeova. (Hebreus 13:15) Os fieis cristaosungidos, junto com os das “outras ovelhas”, porem, conti-nuaram a pregar durante a Segunda Guerra Mundial ape-sar de sofrimento horrıvel. — Joao 10:16.

‘CONSTITU´IDA A COISA REPUGNANTE’

23 Quando se aproximava o fim da Segunda GuerraMundial, houve outro acontecimento, assim como o anjode Deus predissera. “Hao de constituir a coisa repugnanteque causa desolacao.” (Daniel 11:31b) Jesus tambem haviafalado da “coisa repugnante”. No primeiro seculo, ela foi oexercito romano que viera a Jerusalem em 66 EC para aca-bar com a rebeliao judaica.� — Mateus 24:15; Daniel 9:27.

� Veja o Capıtulo 11 deste livro.

22. Como o rei do norte ‘profanou o santuario e removeu o sacrifı-cio contınuo’?23. O que foi “a coisa repugnante” no primeiro seculo?

Os reis rivais chegam ao seculo 20 267

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OS REIS EM DANIEL 11:27-31

O reido norte

O reido sul

Daniel 11:27-30a Imperio Alemao Gra-Bretanha, seguida(Primeira Guerra Mundial) pela Potencia Mundial

Anglo-Americana

Daniel 11:30b, 31 Terceiro Reich de Hitler Potencia Mundial(Segunda Guerra Mundial) Anglo-Americana

Muitos cristaos foramperseguidos em campos

de concentracao

Lıderes da cristandadeapoiaram Hitler

O Presidente WoodrowWilson com o Rei George V

O automovel em que oArquiduque Ferdinandofoi assassinado

Soldados alemaes naPrimeira Guerra Mundial

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24 Que “coisa repugnante” foi ‘constituıda’ nos temposmodernos? Pelo visto, foi uma falsificacao “repugnante”do Reino de Deus. Foi a Liga das Nacoes, a fera cor de es-carlate que foi ao abismo, ou deixou de existir como or-ganizacao de paz mundial, ao irromper a Segunda GuerraMundial. (Revelacao 17:8) “A fera”, porem, estava “para as-cender do abismo”. Isso se deu quando as Nacoes Unidas,com 50 nacoes como membros, incluindo a entao UniaoSovietica, foram estabelecidas em 24 de outubro de 1945.Assim foi constituıda “a coisa repugnante” predita peloanjo — as Nacoes Unidas.

25 A Alemanha havia sido um dos principais inimigos dorei do sul durante ambas as guerras mundiais e tinha ocu-pado a posicao de rei do norte. Quem seria o proximo paraocupar essa posicao?

24, 25. (a) O que e “a coisa repugnante” nos tempos modernos?(b) Quando e como foi ‘constituıda a coisa repugnante’?

O QUE DISCERNIU?˙ Que potencias desempenharam os papeis de

rei do norte e de rei do sul no fim doseculo 19?

˙ Como e que o resultado do conflito durantea Primeira Guerra Mundial ‘nao veio a sercomo foi no princıpio’ para o rei do norte?

˙ Depois da Primeira Guerra Mundial, comoHitler fez da Alemanha uma potencia a serlevada em conta no cenario do mundo?

˙ Que resultado teve a rivalidade entre o rei donorte e o rei do sul durante a SegundaGuerra Mundial?

Os reis rivais chegam ao seculo 20 269

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REFLETINDO sobre o clima polıtico existente nos Esta-dos Unidos e na Russia, o filosofo e historiador francesAlexis de Tocqueville escreveu em 1835: “Um [paıs] tema liberdade como o principal instrumento de acao; ooutro tem a servidao. Seus . . . caminhos [sao] diferen-tes; nao obstante, cada um parece ter sido chamado poralgum projeto secreto da Providencia para algum dia ternas maos os destinos de metade do mundo.” Ate queponto se cumpriu essa predicao apos a Segunda GuerraMundial? O historiador J. M. Roberts escreve: “Ao ter-minar uma segunda Guerra Mundial, parecia por fimprovavel que os destinos do mundo fossem dominadospor dois grandes e bem diferentes sistemas de poder,um baseado no que tinha sido a Russia, outro, nos Esta-dos Unidos.”

2 Durante as duas guerras mundiais, a Alemanha ti-nha sido o principal inimigo do rei do sul — a PotenciaMundial Anglo-Americana — e tinha ocupado a po-sicao de rei do norte. No entanto, depois da SegundaGuerra Mundial, essa nacao ficou dividida. A AlemanhaOcidental tornou-se aliada do rei do sul, e a Alema-nha Oriental aliou-se com outra poderosa entidade — obloco comunista de nacoes, chefiado pela Uniao Sovie-tica. Esse bloco, ou entidade polıtica, ergueu-se como

1, 2. Como mudou a identidade do rei do norte depois da SegundaGuerra Mundial?

CAP´ITULO DEZESSEIS

OS REIS EM CONFLITOCHEGAM AO SEU FIM

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o rei do norte, em forte oposicao a alianca anglo-ame-ricana. E a rivalidade entre os dois reis tornou-se umaGuerra Fria, que durou de 1948 a 1989. Anteriormen-te, o rei do norte, alemao, havia agido “contra o pactosagrado”. (Daniel 11:28, 30) Como atuaria o bloco co-munista para com o pacto?

VERDADEIROS CRIST˜

AOS TROPECAM,MAS PREVALECEM

3 “Os que agirem iniquamente contra o pacto”, disseo anjo de Deus, “ele [o rei do norte] levara a aposta-sia por meio de palavras macias”. O anjo acrescentou:“Mas, quanto ao povo que conhece seu Deus, eles pre-valecerao e agirao com eficiencia. E quanto aos quedentre o povo tiverem perspicacia, darao entendimentoa muitos. E certamente se fara que tropecem, pela espa-da e pela chama, pelo cativeiro e pelo saque, por algunsdias.” — Daniel 11:32, 33.

4 Os que ‘agem iniquamente contra o pacto’ so po-dem ser os lıderes da cristandade, que afirmam sercristaos, mas pelas suas acoes profanam o proprionome do cristianismo. Walter Kolarz, no seu livro Reli-gion in the Soviet Union (Religiao na Uniao Sovietica),diz: “[Durante a Segunda Guerra Mundial,] o GovernoSovietico fez empenho para conseguir a ajuda mate-rial e moral das igrejas em defesa da patria.” Depoisda guerra, os lıderes eclesiasticos tentaram man-ter essa amizade, apesar da polıtica ateısta da potenciaque entao era o rei do norte. A cristandade tornou-se assim mais do que nunca uma parte deste mundo

3, 4. Quem sao os que ‘agem iniquamente contra o pacto’, e qual ea sua relacao com o rei do norte?

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— uma apostasia repugnanteaos olhos de Jeova. — Joao17:16; Tiago 4:4.

5 Que dizer dos genuınoscristaos — o “povo que co-nhece seu Deus” e ‘que temperspicacia’? Embora estives-sem corretamente ‘sujeitos asautoridades superiores’, os cris-taos que viviam sob o domı-nio do rei do norte nao faziamparte deste mundo. (Romanos13:1; Joao 18:36) Cuidando de pagar de volta “a Cesaras coisas de Cesar”, tambem davam “a Deus as coisas deDeus”. (Mateus 22:21) Por causa disso, questionou-se asua integridade. — 2 Timoteo 3:12.

6 Em resultado disso, verdadeiros cristaos tanto ‘trope-caram’ como ‘prevaleceram’. Tropecaram no sentido desofrerem intensa perseguicao, alguns deles ate mesmosendo mortos. Mas prevaleceram no sentido de que avasta maioria deles permaneceu fiel. Venceram o mun-do assim como Jesus o venceu. ( Joao 16:33) Alem dis-so, nunca pararam de pregar, mesmo quando em prisaoou em campos de concentracao. Por fazerem isso, ‘deramentendimento a muitos’. Apesar da perseguicao na maio-ria dos paıses governados pelo rei do norte, o numerode Testemunhas de Jeova aumentou. Gracas a fidelidade‘dos que tem perspicacia’, surgiu nesses paıses uma partecada vez maior da “grande multidao”. — Revelacao (Apo-calipse) 7:9-14.

5, 6. Quem eram os do “povo que conhece seu Deus” e como se saı-ram enquanto estavam sob o rei do norte?

Os reis em conflito chegam ao seu fim 273

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OS DO POVO DE JEOV´

A S˜

AO REFINADOS7 “Quando se fizer que [os do povo de Deus] tropecem

serao ajudados com um pouco de ajuda”, disse o anjo.(Daniel 11:34a) O triunfo do rei do sul na Segunda Guer-ra Mundial resultou em algum alıvio para os cristaos queviviam sob o domınio do rei rival. (Note Revelacao 12:15,16.) De forma similar, os que foram perseguidos pelo reisucessor de vez em quando sentiram alıvio. Quando aGuerra Fria estava chegando ao fim, muitos lıderes passa-ram a dar-se conta de que os cristaos fieis nao sao nenhu-ma ameaca e assim lhes concederam reconhecimentolegal. Houve tambem ajuda da parte do crescente nume-ro dos da grande multidao, que aceitaram a pregacao fieldos ungidos e os ajudaram. — Mateus 25:34-40.

8 Nem todos os que professavam estar interessados emservir a Deus durante a Guerra Fria tinham boa motiva-cao. O anjo havia advertido: “Muitos hao de juntar-se aeles por meio de insıdia.” (Daniel 11:34b) Um numeroconsideravel mostrou interesse na verdade, mas nao esta-va disposto a fazer uma dedicacao a Deus. Ainda outrosdos que pareciam aceitar as boas novas na realidade eramespioes das autoridades. Um relatorio de certo paıs diz:“Alguns desses personagens sem escrupulos eram mani-festos comunistas que se insinuaram na organizacao doSenhor, fizeram grande ostentacao de zelo, e ate se lhestinham designado altos cargos de servico.”

9 O anjo prosseguiu: “E far-se-a que tropecem algunsdos que tem perspicacia, a fim de se fazer uma obra de re-

7. Que “pouco de ajuda” receberam os cristaos ungidos que viviamsob o domınio do rei do norte?8. Como se juntaram alguns ao povo de Deus “por meio de insıdia”?9. Por que permitiu Jeova que alguns cristaos fieis ‘tropecassem’ porcausa dos que se infiltraram?

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finacao por causa deles, e para se fazer uma limpeza e umembranquecimento, ate o tempo do fim; porque e ain-da para o tempo designado.” (Daniel 11:35) Os que se in-filtraram fizeram com que alguns dos fieis caıssem nasmaos das autoridades. Jeova permitiu que isso aconteces-se para haver uma refinacao e uma limpeza do seu povo.Assim como Jesus “aprendeu a obediencia pelas coisasque sofreu”, assim esses fieis aprenderam da prova da suafe a ter perseveranca. (Hebreus 5:8; Tiago 1:2, 3; note Ma-laquias 3:3.) Foram assim ‘refinados, limpos e embran-quecidos’.

10 Os do povo de Jeova haviam de sofrer tropecos eser refinados “ate o tempo do fim”. Naturalmente, espe-ram ser perseguidos ate o fim deste inıquo sistema decoisas. No entanto, a limpeza e o embranquecimento dopovo de Deus, em resultado da invasao do rei do nor-te, era “para o tempo designado”. Portanto, “o tempo dofim”, em Daniel 11:35, deve relacionar-se com o fim doperıodo necessario para os do povo de Deus serem refi-nados ao suportarem o ataque do rei do norte. Os tro-pecos, evidentemente, terminaram no tempo designadopor Jeova.

O REI SE MAGNIFICA11 Com respeito ao rei do norte, o anjo acrescentou:

“O rei fara realmente segundo o seu bel-prazer, e ele seenaltecera e magnificara acima de todo deus; e [recu-sando-se a reconhecer a soberania de Jeova] falara coi-sas prodigiosas contra o Deus dos deuses. E certamentese mostrara bem-sucedido ate ter acabado a verberacao;

10. O que se quer dizer com a expressao “ate o tempo do fim”?11. O que disse o anjo a respeito da atitude do rei do norte para coma soberania de Jeova?

Os reis em conflito chegam ao seu fim 275

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porque a coisa determinada tera de ser feita. E nao daraconsideracao ao Deus de seus pais; e nao dara considera-cao ao desejo de mulheres, nem a todo outro deus, po-rem, magnificar-se-a acima de todos os outros.” — Daniel11:36, 37.

12 Em cumprimento dessas palavras profeticas, o rei donorte rejeitou o “Deus de seus pais”, tal como a divin-dade trinitaria da cristandade. O bloco comunista pro-moveu o flagrante ateısmo. O rei do norte constituiu-seassim em deus, ‘magnificando-se acima de todos’. Naodando nenhuma consideracao “ao desejo de mulheres”— os paıses subservientes, tais como o Vietna do Norte,que agiram como criadas do seu regime —, o rei agiu “se-gundo o seu bel-prazer”.

13 Continuando com a profecia, o anjo disse: “Dara glo-ria ao deus dos baluartes, na sua posicao; e dara gloriaa um deus que seus pais nao conheceram, por meio deouro, e por meio de prata, e por meio de pedras precio-sas, e por meio de coisas desejaveis.” (Daniel 11:38) Defato, o rei do norte depositou sua confianca no modernomilitarismo cientıfico, no “deus dos baluartes”. Procurouobter salvacao por meio desse “deus”, sacrificando enor-mes riquezas no altar dele.

14 “Agira com eficiencia contra os baluartes mais forti-ficados, junto com um deus estrangeiro.

`Aquele que lhe

der reconhecimento ele fara abundar com gloria, e real-mente fara tais dominar entre muitos; e repartira o solopor um preco.” (Daniel 11:39) Confiando no seu mili-

12, 13. (a) De que modo rejeitou o rei do norte o “Deus de seuspais”? (b) Quem eram as “mulheres” a cujo “desejo” o rei do nortenao deu consideracao? (c) A que “deus” e que o rei do norte deu glo-ria?14. Como ‘agiu com eficiencia’ o rei do norte?

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tarista “deus estrangeiro”, o rei do norte agiu com mui-ta “eficiencia”, mostrando ser uma formidavel potenciamilitar nos “ultimos dias”. (2 Timoteo 3:1) Os que apoia-vam a ideologia dele foram recompensados com apoiopolıtico, financeiro e as vezes militar.

“EMPURR˜

OES” NO TEMPO DO FIM15 “No tempo do fim, o rei do sul se empenhara com

ele em dar empurroes”, disse o anjo a Daniel. (Daniel11:40a) Tem o rei do sul ‘empurrado’ o rei do norte du-rante o “tempo do fim”? (Daniel 12:4, 9) Deveras, tem.Depois da Primeira Guerra Mundial, o punitivo tratadode paz, imposto ao que entao era o rei do norte — a Ale-manha — certamente foi ‘um empurrao’, uma instiga-cao a retaliacao. Depois da sua vitoria na Segunda GuerraMundial, o rei do sul tomou seu rival como alvo das suastemıveis armas nucleares e organizou contra ele uma po-derosa alianca militar, a Organizacao do Tratado doAtlantico Norte (Otan). Sobre a funcao da Otan, diz umhistoriador britanico: “Era o instrumento primario paraa ‘contencao’ da URSS, entao considerada a principalameaca para a paz europeia. Sua missao durou 40 anos,e foi cumprida com indisputavel exito.” No decorrer daGuerra Fria, os “empurroes” do rei do sul incluıram es-pionagem de alta tecnologia, bem como ofensivas diplo-maticas e militares.

16 Como reagiu o rei do norte? “O rei do norte arre-metera contra ele com carros, e com cavaleiros, e commuitos navios; e ele ha de entrar nas terras, e inun-dar, e passar.” (Daniel 11:40b) A historia dos ultimos dias

15. Como se empenhou o rei do sul “em dar empurroes” no rei donorte?16. Como reagiu o rei do norte aos empurroes do rei do sul?

Os reis em conflito chegam ao seu fim 277

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tem destacado o expansionismo do rei do norte. Duran-te a Segunda Guerra Mundial, o “rei” nazista transbordousuas fronteiras para os paıses vizinhos. No fim daquelaguerra, o “rei” sucessor desenvolveu um poderoso impe-rio. Durante a Guerra Fria, o rei do norte combateu seu ri-val em guerras e insurgencias por apoiar outros na

´Africa,

na´

Asia e na America Latina. Ele perseguiu os cristaos ge-nuınos, estorvando, mas de modo algum acabando coma atividade deles. E suas ofensivas militares e polıticas pu-seram varios paıses sob o seu controle. Isso e exatamenteo que o anjo havia profetizado: “Tambem entrara real-mente na terra do Ornato [o domınio espiritual do povode Jeova] e havera muitas terras que se farao tropecar.”— Daniel 11:41a.

17 No entanto, o rei do norte nao conseguiu conquistaro mundo. O anjo predisse: “Estes sao os que escaparao dasua mao: Edom e Moabe, e a parte principal dos filhos deAmom.” (Daniel 11:41b) Na antiguidade, Edom, Moabe eAmom ficavam entre os domınios do egıpcio rei do sul eo sırio rei do norte. Nos tempos modernos, eles represen-tam nacoes e organizacoes que o rei do norte tomou poralvo trazer sob a sua influencia, mas nao o conseguiu.

O EGITO N˜

AO ESCAPA18 O anjo de Jeova prosseguiu: “[O rei do norte] conti-

nuara a estender a sua mao contra as terras; e no que serefere a terra do Egito, nao vira a ser uma que escapou.E ele dominara realmente sobre os tesouros ocultos de

17. Que limitacoes teve o expansionismo do rei do norte?18, 19. Como sentiu o rei do sul a influencia do seu rival?

Os “empurroes” do rei do sul incluıram espionagem de altatecnologia e a ameaca de acao militar

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ouro e de prata e sobre todas as coisas desejaveis doEgito. E os lıbios e os etıopes acompanharao os seuspassos.” (Daniel 11:42, 43) Nem mesmo o rei do sul,o “Egito”, escapou dos efeitos da polıtica expansionistado rei do norte. Por exemplo, o rei do sul sofreu umanotavel derrota no Vietna. E que dizer ‘dos lıbios e dosetıopes’? Esses vizinhos do antigo Egito podem muitobem prefigurar nacoes que, em sentido geografico, saovizinhas do “Egito” moderno (o rei do sul).

`As vezes,

esses foram seguidores do rei do norte — ‘acompanhan-do os seus passos’.

19 Chegou o rei do norte a dominar ‘os tesourosocultos do Egito’? Ele deveras tem exercido uma forteinfluencia sobre o modo em que o rei do sul tem usa-do seus recursos financeiros. O rei do sul, por temer oseu rival, tem aplicado consideraveis somas para man-ter um enorme exercito, marinha e forca aerea. Nessesentido, o rei do norte ‘dominou’, ou controlou, o usoda riqueza do rei do sul.

A CAMPANHA FINAL20 A rivalidade entre o rei do norte e o rei do sul — quer

militar, quer economica ou por outros meios — esta che-gando ao fim. Revelando pormenores de um conflitoainda futuro, o anjo de Jeova disse: “Havera notıcias queo perturbarao [i.e., o rei do norte], procedentes do nas-cente e do norte, e ele ha de sair em grande furor paraaniquilar e para devotar muitos a destruicao. E armarasuas tendas palaciais entre o grande mar e o monte santodo Ornato; e tera de chegar ate o seu fim, e nao haveraquem o ajude.” — Daniel 11:44, 45.

20. Como descreve o anjo a campanha final do rei do norte?

280 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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21 Com a dissolucao da Uniao Sovietica, em dezembrode 1991, o rei do norte sofreu um serio reves. Quem seraesse rei quando se cumprir Daniel 11:44, 45? Sera um dospaıses que faziam parte da anterior Uniao Sovietica? Oumudara ele completamente de identidade, assim como jafez varias vezes no passado? Resultara o desenvolvimentode armas nucleares por mais nacoes numa nova corridaarmamentista, afetando a identidade desse rei? Somen-te o tempo fornecera as respostas a essas perguntas.

´E sa-

bio nao especularmos sobre isso. Quando o rei do norteempreender sua campanha final, todos os que tem pers-picacia baseada na Bıblia discernirao claramente o cum-primento de profecia. — Veja “Os reis no capıtulo 11 deDaniel”, na pagina 284.

22 Todavia, nos sabemos que acao o rei do norte toma-ra em breve. Induzido pelas notıcias “procedentes do nas-cente e do norte”, ele empreendera uma campanha ‘paraaniquilar muitos’. Contra quem fara essa campanha?E que “notıcias” provocarao esse ataque?

ALARMADO POR NOT´ICIAS PERTURBADORAS

23 Considere o que o livro de Revelacao diz sobre o fimde Babilonia, a Grande, o imperio mundial da religiaofalsa. Antes da “guerra do grande dia de Deus, o Todo-Po-deroso”, o Armagedom, essa grande inimiga da verdadei-ra adoracao “sera completamente queimada em fogo”.(Revelacao 16:14, 16; 18:2-8) A destruicao dela e prefigu-rada pelo derramamento da sexta tigela da ira de Deus so-bre o simbolico rio Eufrates. Faz-se o rio secar, a fim de ‘se

21. O que ainda teremos de saber a respeito do rei do norte?22. Que perguntas surgem sobre o ataque final do rei do norte?23. (a) Que acontecimento notavel tera de ocorrer antes do Arma-gedom? (b) Quem sao “os reis do nascente do sol”?

Os reis em conflito chegam ao seu fim 281

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preparar o caminho para os reis do nascente do sol’. (Re-velacao 16:12) Quem sao esses reis? Sao o proprio JeovaDeus e Jesus Cristo! — Note Isaıas 41:2; 46:10, 11.

24 A destruicao de Babilonia, a Grande, e vividamentedescrita no livro de Revelacao, que declara: “Os dez chi-fres que viste [os reis que governam no tempo do fim], ea fera [as Nacoes Unidas], estes odiarao a meretriz e a fa-rao devastada e nua, e comerao as suas carnes e a queima-rao completamente no fogo.” (Revelacao 17:16) Por queBabilonia, a Grande, sera destruıda pelos governantes?Porque ‘Deus poe nos seus coracoes executarem o pen-samento dele’. (Revelacao 17:17) Entre esses governantesesta o rei do norte. O que ele ouve ‘procedente do nascen-te’ pode muito bem referir-se a esse ato de Jeova, quan-do ele puser no coracao de lıderes humanos que acabemcom a grande meretriz religiosa.

25 Mas o furor do rei do norte tem um alvo especial.Ele “armara suas tendas palaciais entre o grande mar e omonte santo do Ornato”, diz o anjo. No tempo de Daniel,o grande mar era o Mediterraneo e o monte santo eraSiao, antigamente o lugar do templo de Deus. Portanto,no cumprimento da profecia, o enfurecido rei do nortefara uma campanha contra o povo de Deus. Em sentidoespiritual, o lugar “entre o grande mar e o monte santo”representa o domınio espiritual dos servos ungidos deJeova. Eles saıram do “mar” da humanidade afastada deDeus e tem a esperanca de governar no monte Siao celes-tial junto com Jesus Cristo. — Isaıas 57:20; Hebreus 12:22;Revelacao 14:1.

24. Que ato de Jeova pode perturbar o rei do norte?25. (a) Qual e o alvo especial do rei do norte? (b) Onde e que o reido norte “armara suas tendas palaciais”?

282 Preste Atencao a Profecia de Daniel!

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26 Ezequiel, contemporaneo de Daniel, tambem profe-tizou um ataque contra o povo de Deus “na parte finaldos dias”. Ele disse que as hostilidades seriam iniciadaspor Gogue de Magogue, quer dizer, por Satanas, o Dia-bo. (Ezequiel 38:14, 16) De forma simbolica, de que dire-cao vem Gogue? “Das partes mais remotas do norte”, dizJeova por meio de Ezequiel. (Ezequiel 38:15) Nao impor-ta quao feroz seja esse ataque, ele nao destruira o povode Jeova. Esse encontro dramatico sera o resultado dumaacao estrategica da parte de Jeova para aniquilar as for-cas de Gogue. Portanto, Jeova diz a Satanas: “Hei de . . .por ganchos nas tuas maxilas, e hei de fazer-te sair.” “Euvou . . . fazer-te subir das partes mais remotas do norte, evou fazer-te chegar aos montes de Israel.” (Ezequiel 38:4;39:2) A notıcia ‘procedente do norte’ que enfurece o reido norte, portanto, deve originar-se de Jeova. Mas exata-mente qual sera por fim o conteudo das notıcias “proce-dentes do nascente e do norte” so Deus determinara e otempo dira.

27 Quanto a Gogue, ele organiza seu ataque total porcausa da prosperidade do “Israel de Deus”, o qual, jun-to com a “grande multidao” das “outras ovelhas”, naofaz mais parte do seu mundo. (Galatas 6:16; Revelacao7:9; Joao 10:16; 17:15, 16; 1 Joao 5:19) Gogue nao vecom bons olhos “um povo reunido dentre as nacoes, queesta acumulando riqueza e bens [espirituais]”. (Ezequiel38:12) Encarando o domınio espiritual dos cristaos como“terra campestre”, pronta para ser tomada, Gogue faz um

26. Conforme indicado pela profecia de Ezequiel, de onde se origi-naria a notıcia ‘procedente do norte’?27. (a) Por que instigara Gogue as nacoes, inclusive o rei do norte,a atacarem o povo de Jeova? (b) Sera bem-sucedido o ataque de Go-gue?

Os reis em conflito chegam ao seu fim 283

Page 286: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

OS REIS NO CAP´ITULO 11 DE DANIEL

O rei donorte

O rei dosul

Daniel 11:5 Seleuco I Nicator Ptolomeu I

Daniel 11:6 Antıoco II Ptolomeu II(esposa Laodice) (filha Berenice)

Daniel 11:7-9 Seleuco II Ptolomeu III

Daniel 11:10-12 Antıoco III Ptolomeu IV

Daniel 11:13-19 Antıoco III Ptolomeu V(filha Cleopatra I) Sucessor: Ptolomeu VISucessores:Seleuco IV eAntıoco IV

Daniel 11:20 Augusto

Daniel 11:21-24 Tiberio

Daniel 11:25, 26 Aureliano Rainha ZenobiaDesintegracao doImperio Romano

Daniel 11:27-30a Imperio Alemao Gra-Bretanha, seguida(Primeira Guerra Mundial) pela Potencia Mundial

Anglo-Americana

Daniel 11:30b, 31 Terceiro Reich de Hitler Potencia Mundial(Segunda Guerra Mundial) Anglo-Americana

Daniel 11:32-43 Bloco comunista Potencia Mundial(Guerra Fria) Anglo-Americana

Daniel 11:44, 45 Ainda a surgir� Potencia MundialAnglo-Americana

� A profecia no capıtulo 11 de Daniel nao prediz osnomes das entidades polıticas que ocupam a posi-cao de rei do norte e de rei do sul nas diversas epo-cas. Suas identidades so ficam conhecidas depois docomeco dos acontecimentos. Alem disso, visto que

o conflito ocorre em episodios, ha intervalos semconflito — um rei predomina ao passo que o ou-

tro permanece inativo.

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esforco supremo para eliminar esse obstaculo a ele exer-cer o controle total sobre a humanidade. Mas ele fracassa.(Ezequiel 38:11, 18; 39:4) Quando os reis da Terra, inclu-sive o rei do norte, atacarem o povo de Jeova, ‘terao dechegar ao seu fim’.

‘O REI CHEGAR´

A AO SEU FIM’28 A campanha final do rei do norte nao e dirigida con-

tra o rei do sul. Por isso, o rei do norte nao chegara ao seufim pelas maos do seu grande rival. De modo similar, orei do sul nao e destruıdo pelo rei do norte. O rei do sul edestruıdo “sem mao” humana, pelo Reino de Deus.� (Da-niel 8:25) Deveras, na batalha do Armagedom, todos osreis terrestres hao de ser eliminados pelo Reino de Deus,e isso e o que evidentemente acontece com o rei do nor-te. (Daniel 2:44) Daniel 11:44, 45, descreve acontecimen-tos que levam a essa batalha final. Nao e de admirar que“nao havera quem o ajude” quando o rei do norte tiverseu fim!

� Veja o Capıtulo 10 deste livro.

28. O que sabemos sobre o futuro do rei do norte e do rei do sul?

O QUE DISCERNIU?˙ Como mudou a identidade do rei do norte

depois da Segunda Guerra Mundial?˙ O que acontecera por fim com o rei do nor-

te e o rei do sul?˙ Que proveito tirou voce de prestar atencao a

profecia de Daniel sobre a rivalidade dosdois reis?

Os reis em conflito chegam ao seu fim 285

Page 288: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

UM PEQUENO grupo indefeso de pessoas sofreu violen-tos ataques de uma poderosa potencia mundial. Essaspessoas sobreviveram intactas e ate mesmo passaram poruma restauracao — nao em resultado da sua propria forca,mas porque eram valiosas para Jeova Deus. O capıtulo 7de Daniel predisse esses acontecimentos, que ocorreramna primeira parte do seculo 20. No entanto, quem eramessas pessoas? O mesmo capıtulo de Daniel as chama de“os santos do Supremo”, Jeova Deus. Revela tambem queesses, por fim, serao corregentes no Reino messianico.— Daniel 7:13, 14, 18, 21, 22, 25-27.

2 Conforme aprendemos do capıtulo 11 de Daniel, orei do norte tera o seu fim depois de ameacar a terra es-piritual, segura, desses fieis. (Daniel 11:45; note Ezequiel38:18-23.) Sim, Jeova protege bem os seus fieis ungidos.O Salmo 105:14, 15, nos diz: “Por causa deles [Jeova] re-preendeu reis, dizendo: ‘Nao toqueis nos meus ungidose nao facais nada de mal aos meus profetas.’” Entao, naoconcorda voce que, nestes tempos turbulentos, e sabio

1. Segundo o capıtulo 7 de Daniel, que experiencias extraordinariassobrevieram a um pequeno grupo indefeso de pessoas em nossosdias?2. (a) Como considera Jeova os seus servos ungidos? (b) Que proce-der sabio se deve adotar nestes tempos?

CAP´ITULO DEZESSETE

IDENTIFICAC˜

AO DOS VERDADEIROSADORADORES NO TEMPO DO FIM

Servos destacados de Jeova foram injustamente mandados apenitenciaria federal em Atlanta, Georgia, EUA. Da esquerda

para a direita: (sentado) A. H. Macmillan, J. F. Rutherford,W. E. Van Amburgh; (em pe) G. H. Fisher, R. J. Martin,

G. DeCecca, F. H. Robison e C. J. Woodworth

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que os da crescente “grande multidao” se associem o maispossıvel com esses santos? (Revelacao [Apocalipse] 7:9;Zacarias 8:23) Jesus Cristo recomendou que as pessoasque sao como ovelhas fizessem exatamente isso — asso-ciar-se com seus ungidos irmaos espirituais por apoia-losna obra deles. — Mateus 25:31-46; Galatas 3:29.

3 Mas o Adversario de Deus, Satanas, esta travando umaguerra total contra os ungidos. Ele tem promovido a reli-giao falsa, enchendo eficazmente o mundo com cristaosde imitacao. Em resultado disso, muitos tem sido engana-dos. Outros simplesmente perdem a esperanca de um diaencontrar os que representam a religiao verdadeira. (Ma-teus 7:15, 21-23; Revelacao 12:9, 17) Mesmo aqueles queencontram os do “pequeno rebanho” e se associam comeles tem de lutar para manter a fe, porque este mundoprocura constantemente desvanece-la. (Lucas 12:32) Quedizer de voce? Ja encontrou “os santos do Supremo” epassou a associar-se com eles? Esta notando a evidenciasolida que prova que esses que voce encontrou sao deve-ras os escolhidos por Deus? Essa evidencia pode fortalecersua fe. Pode tambem prepara-lo para ajudar outros a per-ceber a confusao religiosa no mundo atual. O capıtulo 12de Daniel contem uma abundancia desse conhecimentovitalizador.

O GRANDE PR´INCIPE

ENTRA EM AC˜

AO4 Daniel 12:1 diz: “Durante esse tempo por-se-a de pe

Miguel, o grande prıncipe que esta de pe a favor dos fi-lhos de teu povo.” Esse versıculo prediz as seguintes duas

3. (a) Por que nao e facil achar os seguidores ungidos de Jesus e per-manecer achegado a eles? (b) Como ajuda nisso o capıtulo 12 deDaniel?4. (a) Que duas coisas distintas a respeito de Miguel prediz Daniel12:1? (b) Em Daniel, o que muitas vezes significa um monarca ‘es-tar de pe’?

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coisas distintas a respeito de Miguel: uma e que ele “estade pe”, sugerindo uma situacao que se estende por um pe-rıodo; a outra e que ele “por-se-a de pe”, sugerindo umacontecimento durante esse perıodo. Primeiro queremossaber qual e o perıodo em que Miguel ‘esta de pe a favordos filhos do povo de Daniel’. Lembre-se de que Miguele um nome dado a Jesus no seu papel de Governantecelestial. Mencionar-se que ele “esta de pe” nos lembra omodo em que esse termo e usado em outras partes do li-vro de Daniel. Muitas vezes refere-se a acao dum rei, talcomo ele assumir o poder regio. — Daniel 11:2-4, 7, 20, 21.

E evidente que o anjo indicou aqui um perıodo es-pecificado em outros lugares na profecia bıblica. Jesus ochamou de sua “presenca” (em grego, pa·rou·sı·a), quan-do estaria governando como Rei no ceu. (Mateus24:37-39) Esse perıodo e tambem chamado de “ultimosdias” e de “tempo do fim”. (2 Timoteo 3:1; Daniel 12:4, 9)Desde o comeco desse perıodo em 1914, Miguel tem esta-do de pe como Rei no ceu. — Note Isaıas 11:10; Revelacao12:7-9.

6 No entanto, quando e que Miguel ‘se poe de pe’?´E quando se levanta para tomar uma acao especial. Je-sus fara isso no futuro. Revelacao 19:11-16 descreveprofeticamente a Jesus como o poderoso Rei messiani-co que cavalga a frente dum exercito angelico e causa adestruicao dos inimigos de Deus. Daniel 12:1 prossegue:“E certamente vira a haver um tempo de aflicao tal comonunca se fez ocorrer, desde que veio a haver nacao ateesse tempo.” Cristo, como o Principal Executor da par-te de Jeova, acabara com todo o inıquo sistema de coisasdurante a predita “grande tribulacao”. — Mateus 24:21; Je-remias 25:33; 2 Tessalonicenses 1:6-8; Revelacao 7:14;16:14, 16.

5, 6. (a) Durante que perıodo Miguel esta de pe? (b) Quando ecomo Miguel ‘se poe de pe’ e com que resultado?

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7 O que se dara nesse tempo tenebroso com os que exer-cem fe? Daniel foi informado adicionalmente: “Duranteesse tempo, teu povo escapara, todo aquele que for acha-do inscrito no livro.” (Note Lucas 21:34-36.) O que e estelivro? Essencialmente, representa que Jeova Deus se lem-bra daqueles que fazem a Sua vontade. (Malaquias 3:16;Hebreus 6:10) Os inscritos nesse livro da vida sao os quetem maior seguranca no mundo, porque usufruem a pro-tecao divina. Qualquer dano que talvez sofram pode ser esera anulado. Mesmo que lhes sobrevenha a morte antesdesse vindouro “tempo de aflicao”, eles continuam segu-ros na ilimitada memoria de Jeova. Ele se lembrara deles eos ressuscitara durante o Reinado Milenar de Jesus Cristo.— Atos 24:15; Revelacao 20:4-6.

OS SANTOS ‘ACORDAM’8 A esperanca da ressurreicao e deveras consoladora. Da-

niel 12:2 trata disso, dizendo: “Muitos dos adormecidos nosolo de po acordarao, estes para a vida de duracao indefini-da e aqueles para vituperios e para abominacao de duracaoindefinida.” (Note Isaıas 26:19.) Essas palavras podem fa-zer-nos lembrar a comovente promessa de Jesus Cristo arespeito duma ressurreicao geral. ( Joao 5:28, 29) Que emo-cionante esperanca! Imagine amados amigos e membrosda famılia — agora falecidos — receberem no futuro a opor-tunidade de viver de novo! Mas essa promessa no livro deDaniel refere-se principalmente a outro tipo de ressurrei-cao — uma que ja ocorreu. Como pode ser?

9 Considere o contexto. Conforme vimos, o primeiro

7. (a) Que esperanca tem todos os fieis durante o vindouro “tempode aflicao”? (b) O que e o livro de Jeova, e por que e vital estar ins-crito nele?8. Que perspectiva agradavel oferece Daniel 12:2?9. (a) Por que e razoavel esperar que Daniel 12:2 tenha cumprimen-to durante os ultimos dias? (b) A que tipo de ressurreicao se refere aprofecia, e como sabemos isso?

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versıculo do capıtulo 12 nao se aplica apenas ao fim destesistema de coisas, mas tambem a todo o perıodo dos ulti-mos dias. Na realidade, a maior parte do capıtulo nao temcumprimento no vindouro paraıso terrestre, mas duran-te o tempo do fim. Tem havido uma ressurreicao duranteeste perıodo? O apostolo Paulo escreveu a respeito da res-surreicao dos “que pertencem a Cristo” como ocorrendo“durante a sua presenca”. Todavia, os ressuscitados para avida no ceu sao levantados “incorruptıveis”. (1 Corıntios15:23, 52) Nenhum deles e levantado “para vituperios epara abominacao de duracao indefinida”, preditos em Da-niel 12:2. Ha outro tipo de ressurreicao? Na Bıblia, otermo ressurreicao as vezes tem um significado espiritual.Por exemplo, tanto Ezequiel como Revelacao contem pas-sagens profeticas que se aplicam a um reavivamento ou auma ressurreicao espiritual. — Ezequiel 37:1-14; Revelacao11:3, 7, 11.

10 Tem havido tal reavivamento espiritual dos servos un-gidos de Deus no tempo do fim? Sim, tem!

´E uma

realidade historica que, em 1918, um pequeno restantede cristaos fieis sofreu um extraordinario ataque queinterrompeu seu ministerio publico, organizado. Depois,contrario a toda a probabilidade, em 1919, voltaram aviver em sentido espiritual. Esses fatos se enquadram nadescricao da ressurreicao predita em Daniel 12:2. Alguns‘acordaram’ em sentido espiritual, naquele tempo e de-pois. Lamentavelmente, porem, nem todos continuaramnuma condicao espiritual, viva. Aqueles que, depois de te-rem acordado, rejeitaram o Rei messianico e abandonaramo servico de Deus granjearam para si ‘vituperios e abo-minacao de duracao indefinida’, descritos em Daniel 12:2.(Hebreus 6:4-6) No entanto, os ungidos fieis, fazendo bom

10. (a) Em que sentido foram os do restante ungido ressuscitadosdurante o tempo do fim? (b) Como e que alguns dos ungidos que re-viveram nao obstante acordaram “para vituperios e para abominacaode duracao indefinida”?

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uso da sua condicao espiritualmente revivificada, apoia-ram com lealdade o Rei messianico. No fim, sua fidelidaderesultara, segundo a profecia, em “vida de duracao inde-finida”. Sua vitalidade espiritual em face de oposicao nosajuda hoje a identifica-los.

ELES ‘RAIAM COMO AS ESTRELAS’11 Os proximos dois versıculos do capıtulo 12 de Daniel

nos ajudam ainda mais a identificar “os santos do Supre-mo”. No versıculo 3, o anjo diz a Daniel: “Os perspicazesraiarao como o resplendor da expansao; e os que levammuitos a justica, como as estrelas por tempo indefinido,para todo o sempre.” Quem sao hoje “os perspicazes”? No-vamente, a evidencia indica que sao os mesmos “santosdo Supremo”. Afinal, quem, senao os do fiel restante ungi-do, teve a perspicacia para discernir que Miguel, o GrandePrıncipe, comecou a estar de pe como Rei em 1914? Porpregarem verdades tais como essa — bem como por man-terem a conduta crista —, eles tem estado “brilhandocomo iluminadores” neste mundo espiritualmente em tre-vas. (Filipenses 2:15; Joao 8:12) Jesus profetizou a respeitodeles: “Naquele tempo, os justos brilharao tao claramentecomo o sol, no reino de seu Pai.” — Mateus 13:43.

12 Daniel 12:3 ate mesmo nos informa em que obra seocupariam esses cristaos ungidos no tempo do fim. Eles ‘le-variam muitos a justica’. Os do restante ungido passarama ajuntar o numero remanescente dos 144 mil co-herdei-ros de Cristo. (Romanos 8:16, 17; Revelacao 7:3, 4) Quandoessa obra foi completada — pelo visto em meados dosanos 30 — eles comecaram a ajuntar os da “grande multi-

11. Quem sao hoje “os perspicazes”, e em que sentido raiam comoas estrelas?12. (a) Durante o tempo do fim, como tem estado os ungidos en-volvidos em ‘levar muitos a justica’? (b) Como os ungidos levaraomuitos a justica e ‘raiarao como as estrelas’ durante o Reinado Mile-nar de Cristo?

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dao” das “outras ovelhas”. (Revelacao 7:9; Joao 10:16) Essestambem exercem fe no sacrifıcio resgatador de Jesus Cris-to. Por isso tem uma condicao limpa perante Jeova. Agoraja ascendendo a milhoes, eles prezam a esperanca de sobre-viver a vindoura destruicao deste mundo inıquo. Duranteo seu Reinado Milenar, Jesus Cristo e os 144 mil queserao reis e sacerdotes junto com ele aplicarao a huma-nidade obediente na Terra os plenos benefıcios do resgate,ajudando assim a todos os que exercerem fe a se livrardos ultimos vestıgios do pecado herdado de Adao. (2 Pedro3:13; Revelacao 7:13, 14; 20:5, 6) No sentido mais pleno,os ungidos participarao entao em ‘levar muitos a justica’ e‘raiarao como as estrelas’ no ceu. Da voce valor a esperancade viver na Terra sob o glorioso governo celestial de Cristoe de seus corregentes? Que privilegio e participar com “ossantos” na pregacao dessas boas novas do Reino de Deus!— Mateus 24:14.

ELES O ‘PERCORREM’13 A declaracao que o anjo fez a Daniel, que comecou em

Daniel 10:20, conclui agora com as palavras animadoras:“E quanto a ti, o Daniel, guarda em segredo as palavras esela o livro ate o tempo do fim. Muitos o percorrerao, e overdadeiro conhecimento se tornara abundante.” (Daniel12:4) Grande parte do que Daniel foi inspirado a escreverfoi deveras mantido em segredo e selado para o enten-dimento humano. O proprio Daniel escreveu mais tarde:“Ora, quanto a mim, ouvi, mas nao pude entender.” (Da-niel 12:8) Nesse sentido, o livro de Daniel ficou selado porseculos. Que dizer de hoje?

14 Temos o privilegio de viver no “tempo do fim”, predito

13. Em que sentido as palavras do livro de Daniel foram seladas eguardadas em segredo?14. (a) Durante “o tempo do fim”, quem tem estado ‘percorrendo’,e o que? (b) Que evidencia ha de que Jeova tem abencoado este ‘per-correr’?

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no livro de Daniel. Conforme profetizado, muitos dos fieistem ‘percorrido’ as paginas da Palavra de Deus. Com queresultado? Com a bencao de Jeova, o verdadeiro conheci-mento se tem tornado abundante. Os fieis ungidos dasTestemunhas de Jeova tem sido abencoados com perspicaciaque os habilitou a entender que o Filho do homem tornou-se Rei em 1914, a identificar os animais da profecia de Daniele a advertir contra “a coisa repugnante que causa desolacao”— para se citarem apenas alguns exemplos. (Daniel 11:31)Portanto, essa abundancia de conhecimento e mais um sinalidentificador dos “santos do Supremo”. No entanto, Danielrecebeu mais evidencia.

AO ‘ESPATIFADOS’15 Conforme nos lembramos, Daniel recebeu essas men-

sagens angelicas na margem “do grande rio” Hıdequel,tambem conhecido como Tigre. (Daniel 10:4) Ali ele viuentao tres criaturas angelicas e disse: “Eu, Daniel, vi, e eisque havia dois outros parados, um na beira de ca do rio eoutro na beira de la do rio. Um deles disse entao ao ho-mem vestido de linho, que estava acima das aguas do rio:‘Quanto tempo levara ate o fim das coisas maravilhosas?’”(Daniel 12:5, 6) A pergunta do anjo pode lembrar-nos no-vamente “os santos do Supremo”. No comeco do “tempodo fim”, em 1914, eles se preocupavam muito com a ques-tao de quanto tempo levaria ate que se cumprissem aspromessas de Deus. Que eles sao o ponto focal dessa profe-cia evidencia-se na resposta a essa pergunta.

16 O relato de Daniel prossegue: “E comecei a ouvir o ho-mem vestido de linho, que estava acima das aguas do rio,quando passou a levantar a sua mao direita e a sua mao es-querda para os ceus e a jurar por Aquele que vive por

15. Que pergunta faz entao o anjo, e de quem talvez nos lembre essapergunta?16. Que profecia profere o anjo, e como enfatiza ele a certeza do seucumprimento?

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tempo indefinido: ‘Sera por um tempo designado, temposdesignados e uma metade. E assim que se tiver posto fimao espatifamento do poder do povo santo, acabarao todasestas coisas.’” (Daniel 12:7) Esse assunto e solene. O anjolevantou as maos em juramento, talvez para que esse gestofosse visto pelos dois anjos em lados opostos do largo rio.Ele enfatiza com isso a absoluta certeza do cumprimen-to dessa profecia. No entanto, quando e que ocorrem essestempos designados? A resposta nao e tao difıcil de acharcomo talvez voce esteja pensando.

17 Essa profecia e notavelmente similar a duas outras pro-fecias. Uma delas, que consideramos no Capıtulo 9 destelivro, encontra-se em Daniel 7:25; a outra, em Revelacao11:3, 7, 9. Note alguns dos paralelos. Cada uma se refere aotempo do fim. Ambas as profecias relacionam-se com san-tos servos de Deus, mostrando que sao perseguidos e atemesmo temporariamente incapazes de realizar sua prega-cao publica. Cada profecia mostra que os servos de Deusrevivem e entao reassumem sua obra, frustrando seus per-seguidores. E cada uma delas menciona a duracao dessetempo de dificuldades dos santos. Ambas as profecias emDaniel (7:25 e 12:7) mencionam ‘um tempo, tempos e me-tade de um tempo’. Os eruditos em geral entendem queisso significa tres tempos e meio. Revelacao menciona omesmo perıodo como 42 meses, ou 1.260 dias. (Revelacao11:2, 3) Isso confirma que os tres tempos e meio em Da-niel se referem a tres anos e meio de 360 dias cada um. Masquando comecaram esses 1.260 dias?

18 A profecia e bastante explıcita quanto ao fim dos

17. (a) Que paralelos se encontram nas profecias registradas em Da-niel 7:25, Daniel 12:7 e em Revelacao 11:3, 7, 9? (b) Qual e a duracaodos tres tempos e meio?18. (a) Segundo Daniel 12:7, o que marcaria o fim dos 1.260 dias?(b) Quando e que foi por fim ‘espatifado o poder do povo santo’ ecomo aconteceu isso? (c) Quando comecaram os 1.260 dias e comoe que os ungidos ‘profetizaram trajados de saco’ durante esse pe-rıodo?

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1.260 dias — quando “se tiver posto fim ao espatifamen-to do poder do povo santo”. Em meados do ano de1918, membros na lideranca da Sociedade Torre de Vigiade Bıblias e Tratados (dos EUA), inclusive seu presidente,J. F. Rutherford, foram condenados sob acusacoes falsas,sentenciados a longos termos de detencao e encarcerados.Os santos de Deus viram mesmo sua obra ‘espatifada’ eseu poder quebrado. Contando tres anos e meio para tras,desde meados de 1918, chegamos ao fim de 1914. Naque-la epoca, o pequeno grupo de ungidos preparava-se parao inıcio da perseguicao. Havia estourado a Primeira Guer-ra Mundial, e a oposicao a obra deles estava aumentando.Para o ano de 1915, eles ate mesmo basearam seu textodo ano nesta pergunta que Cristo fez aos seus seguido-res: “Podeis vos beber do meu calice?” (Mateus 20:22, KingJames Version) Conforme predito em Revelacao 11:3, o pe-rıodo de 1.260 dias que se seguiu foi um tempo triste paraos ungidos — foi como se estivessem profetizando traja-dos de saco. A perseguicao aumentou. Alguns deles foramencarcerados, outros foram atacados por turbas, e mais ou-tros foram torturados. Muitos ficaram desanimados com amorte do primeiro presidente da Sociedade, C. T. Russell,em 1916. No entanto, o que aconteceria depois que essetempo tenebroso terminasse com a eliminacao desses san-tos como organizacao pregadora?

19 A profecia paralela, encontrada em Revelacao 11:3, 9,11, mostra que, depois de as “duas testemunhas” teremsido mortas, elas jazeriam assim apenas por pouco tempo— tres dias e meio — ate reviverem. De modo similar, a pro-fecia no capıtulo 12 de Daniel mostra que os santos naopermaneceriam calados porque ainda tinham mais traba-lho a fazer.

19. Como nos garante a profecia no capıtulo 11 de Revelacao que osungidos nao ficariam calados por muito tempo?

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FORAM ‘PURIFICADOS,EMBRANQUECIDOS E REFINADOS’

20 Conforme ja mencionado, Daniel escreveu essas coisas,mas nao as entendeu. Todavia, ele deve ter-se perguntado seos perseguidores acabariam mesmo com os santos, porqueperguntou: “Qual sera a parte final destas coisas?” O anjorespondeu: “Vai, Daniel, porque as palavras sao guardadasem segredo e seladas ate o tempo do fim. Muitos se purifi-carao, e se embranquecerao, e serao refinados. E os inıquoscertamente agirao iniquamente, e absolutamente nenhuminıquo entendera; mas os perspicazes entenderao.” (Daniel12:8-10) Havia uma esperanca certa para os santos! Em vezde serem destruıdos, seriam embranquecidos, abencoadoscom uma condicao limpa perante Jeova Deus. (Malaquias3:1-3) Sua perspicacia em assuntos espirituais os habilitaria apermanecer limpos aos olhos de Deus. Em contraste, os inı-quos se negariam a compreender assuntos espirituais. Masquando ocorreria tudo isso?

21 Informou-se a Daniel: “Desde o tempo em que seremover o sacrifıcio contınuo e se constituir a coisa repug-nante que causa desolacao, havera mil duzentos e noventadias.” De modo que esse perıodo comecaria quando certascondicoes existissem. “O sacrifıcio contınuo” teria de serremovido. (Daniel 12:11) A que sacrifıcio se referia o anjo?Nao aos sacrifıcios de animais num templo terrestre. Poisate mesmo o templo que antes havia em Jerusalem era ape-nas “uma copia da realidade” — o grande templo espiritualde Jeova, que passou a funcionar quando Cristo se tornouseu Sumo Sacerdote em 29 EC. Nesse templo espiritual,representando o arranjo de Deus para a adoracao pura,

20. Segundo Daniel 12:10, que bencaos receberiam os ungidos de-pois das suas duras experiencias?21. (a) O perıodo predito em Daniel 12:11 comecaria quando exis-tissem que condicoes? (b) O que e “o sacrifıcio contınuo” e quandofoi removido? (Veja o quadro na pagina 298.)

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nao ha necessidade de contınuas ofertas pelo pecado, pois‘Cristo foi oferecido uma vez para sempre, para levar ospecados de muitos’. (Hebreus 9:24-28) No entanto, todosos verdadeiros cristaos oferecem sacrifıcios nesse templo.O apostolo Paulo escreveu: “Por intermedio dele [Cristo],oferecamos sempre a Deus um sacrifıcio de louvor, istoe, o fruto de labios que fazem declaracao publica do seunome.” (Hebreus 13:15) Portanto, essa primeira condicaoda profecia — a remocao do “sacrifıcio contınuo” — secumpriu em meados do ano 1918, quando a pregacao foipraticamente suspensa.

22 No entanto, que dizer da segunda condicao — de se

22. (a) O que e a desoladora “coisa repugnante” e quando foi insta-lada? (b) Quando comecou e quando terminou o perıodo predito emDaniel 12:11?

A REMOC˜

AO DO SACRIF´ICIO CONT

´INUO

No livro de Daniel, o termo “sacrifıcio contınuo” ocorre cin-co vezes. Refere-se a um sacrifıcio de louvor — “o fruto de la-bios” — que os servos de Jeova Deus oferecem regularmentea ele. (Hebreus 13:15) Sua predita remocao e mencionadaem Daniel 8:11, 11:31 e 12:11.

Durante ambas as guerras mundiais, os do povo de Jeovaforam severamente perseguidos nos domınios do “rei do nor-te” e do “rei do sul”. (Daniel 11:14, 15) A remocao do “sa-crifıcio contınuo” ocorreu perto do fim da Primeira GuerraMundial, quando a pregacao praticamente foi suspensa emmeados do ano 1918. (Daniel 12:7) Durante a Segunda Guer-ra Mundial, “o sacrifıcio contınuo” foi similarmente “tirado”por 2.300 dias, por parte da Potencia Mundial Anglo-Ameri-cana. (Daniel 8:11-14; veja o Capıtulo 10 deste livro.) Foi tam-bem removido pelos “bracos” nazistas por um perıodo naoespecificado nas Escrituras. — Daniel 11:31; veja o Capıtulo 15deste livro.

Congressos marcantes foram realizados emCedar Point, Ohio, EUA, em 1919 (no alto) e em 1922 (embaixo)

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“constituir” ou instalar “a coisa repugnante que cau-sa desolacao”? Conforme vimos na nossa consideracao deDaniel 11:31, essa coisa repugnante primeiro foi a Liga dasNacoes e mais tarde ressurgiu como as Nacoes Unidas. Am-bas sao repugnantes no sentido de terem sido proclamadascomo a unica esperanca de paz na Terra. De modo que, nocoracao de muitos, essas instituicoes passaram a tomar olugar do Reino de Deus! A Liga foi oficialmente propostaem janeiro de 1919. Naquela epoca, satisfizeram-se ambasas condicoes de Daniel 12:11. De modo que os 1.290 diascomecaram na primeira parte de 1919 e se estenderam ateo outono (do hemisferio setentrional) de 1922.

23 Durante esse tempo, fizeram os santos algum progres-so em ficar embranquecidos e purificados aos olhos deDeus? Certamente que fizeram! Em marco de 1919, o pre-sidente da Sociedade Torre de Vigia (dos EUA) e seusassociados ıntimos foram libertados da prisao. Mais tarde,foram inocentados das acusacoes falsas contra eles. Perce-bendo que sua obra estava longe de estar acabada,atarefaram-se imediatamente, organizando um congressopara setembro de 1919. Naquele mesmo ano publicou-sepela primeira vez uma revista companheira de A Senti-nela. Originalmente chamada de Idade de Ouro (agoraDespertai!), ela sempre apoiou A Sentinela em expor des-temidamente a corrupcao deste mundo e em ajudar osdo povo de Deus a continuar limpos. Ao fim dos predi-tos 1.290 dias, os santos estavam progredindo bem para teruma condicao purificada e restabelecida. Em setembro de1922, bem no tempo do fim desse perıodo, realizaram umcongresso marcante em Cedar Point, Ohio, EUA. Ele deuum tremendo ımpeto a pregacao. No entanto, ainda erapreciso fazer mais progresso. Este ficou para o proximo pe-rıodo marcado.

23. Como progrediram os santos de Deus para ter uma posicao pu-rificada durante os 1.290 dias preditos no capıtulo 12 de Daniel?

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PER´IODOS PROF

´ETICOS EM DANIEL

Sete tempos (2.520 anos): De outubro de 607 AEC aDaniel 4:16, 25 outubro de 1914 EC

(Estabelecido o Reino messianico.Veja o Capıtulo 6 deste livro.)

Tres tempos e meio De dezembro de 1914 a junho de 1918(1.260 dias): (Os cristaos ungidos sao hostilizados.Daniel 7:25; 12:7 Veja o Capıtulo 9 deste livro.)

2.300 noitinhas e De 1.° ou 15 de junho de 1938 amanhas: 8 ou 22 de outubro de 1944Daniel 8:14 (A “grande multidao” emerge e se multi-

plica. Veja o Capıtulo 10 deste livro.)

70 semanas (490 anos): De 455 AEC a 36 ECDaniel 9:24-27 (A vinda e o ministerio

terrestre do Messias. Vejao Capıtulo 11 deste livro.)

1.290 dias: De janeiro de 1919 aDaniel 12:11 setembro de 1922

(Os cristaos ungidos acordam eprogridem espiritualmente.)

1.335 dias: De setembro de 1922 a maio de 1926Daniel 12:12 (Os cristaos ungidos alcancam

uma condicao feliz.)

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FELICIDADE PARA OS SANTOS24 O anjo de Jeova concluiu sua profecia a respeito dos

santos com as seguintes palavras: “Feliz aquele que semantiver na expectativa e que chegar aos mil trezentose trinta e cinco dias!” (Daniel 12:12) O anjo nao fornecenenhum indıcio sobre o comeco ou o fim desse perıo-do. A Historia sugere que simplesmente seguiu ao perıodoprecedente. Nesse caso, estendeu-se do outono de 1922ao fim da primavera de 1926 (do hemisferio setentrional).Chegaram os santos a ter felicidade no fim deste perıodo?Sim, e de uma forma espiritual importante.

25 Mesmo depois do congresso em 1922 (mostrado napagina 302), alguns dos santos de Deus ainda estavamcom saudades do passado. A materia basica de estudo nassuas reunioes ainda era a Bıblia e os volumes dos Estu-dos das Escrituras, de C. T. Russell. Naquela epoca, muitostinham a opiniao de que 1925 era o ano do comeco da res-surreicao e de se restabelecer o Paraıso na Terra. De modoque muitos serviam com a ideia fixa naquela data. Algunsorgulhosamente negaram-se a participar na pregacao aopublico. Nao era uma situacao feliz.

26 No entanto, ao passo que os 1.335 dias avancavam,tudo isso comecou a mudar. A pregacao passou a ter des-taque, ao passo que se tomaram providencias para todosparticiparem regularmente no servico de campo. Progra-maram-se reunioes para estudar A Sentinela cada semana.O numero de 1.° de marco de 1925 (em ingles) publicou oartigo historico “Nascimento de Uma Nacao”, dando aosdo povo de Deus um pleno entendimento do que tinhaacontecido no perıodo de 1914-19. Depois de passar 1925,

24, 25. (a) Que perıodo e predito em Daniel 12:12, e pelo vistoquando comecou e quando terminou? (b) Qual era a condicao espi-ritual do restante ungido no inıcio dos 1.335 dias?26. Ao passo que avancavam os 1.335 dias, como mudou a condicaoespiritual dos ungidos?

Identificacao dos verdadeiros adoradores no tempo do fim 303

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os santos nao mais serviam a Deus com um prazo ime-diato, especıfico, em vista. Antes, a santificacao do nomede Jeova vinha em primeiro lugar. Essa verdade vital foidestacada como nunca antes no artigo “Quem Honraraa Jeova?”, na Sentinela de 1.° de janeiro de 1926 (em in-gles). No congresso em maio de 1926, lancou-se o livroLibertacao. (Veja a pagina 302.) Esse foi um de uma seriede novos livros destinados a substituir os Estudos das Es-crituras. Os santos nao estavam mais olhando para opassado. Estavam olhando com confianca para o futuro epara a obra a frente. Conforme profetizado, os 1.335 dias,portanto, terminaram deixando os santos numa situacaofeliz.

27 Naturalmente, nem todos perseveraram nessa era tu-multuosa. Sem duvida, esse e o motivo de o anjo terenfatizado a importancia de ‘se manter na expectativa’.Os que perseveraram e se mantiveram na expectativa fo-ram muito abencoados. Isso se torna claro no examegeral do capıtulo 12 de Daniel. Conforme fora predito, osungidos reviveram, ou foram ressuscitados, em sentidoespiritual. Receberam um notavel entendimento da Pala-vra de Deus, sendo habilitados a ‘percorre-la’ e, guiadospelo espırito santo, a desvendar misterios de longa data.Jeova os purificou e os fez raiar espiritualmente, tao fortecomo as estrelas. Em consequencia disso, levaram muitosa ter uma condicao justa perante Jeova Deus.

28 Em vista de todos esses sinais profeticos para identifi-car “os santos do Supremo”, pode haver alguma desculpapara nao reconhece-los e nao se associar com eles? Mara-vilhosas bencaos aguardam os da grande multidao que se

27. Como nos ajuda o exame geral do capıtulo 12 de Daniel a iden-tificar conclusivamente os ungidos de Jeova?28, 29. Qual deve ser nossa resolucao ao se aproximar o termino do“tempo do fim”?

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juntam ao minguante numero dos da classe ungida paraservir a Jeova. Todos nos temos de manter-nos na expecta-tiva do cumprimento das promessas de Deus. (Habacuque2:3) Nos nossos dias, Miguel, o Grande Prıncipe, por deca-das tem estado de pe a favor do povo de Deus. Dentro embreve, ele agira como o divinamente designado executordo atual sistema de coisas. Quando fizer isso, qual sera anossa posicao?

29 A resposta a essa pergunta dependera de escolhermose levarmos agora uma vida de integridade. Para fortalecernossa resolucao nesse respeito, ao passo que se aproxi-ma o termino do “tempo do fim”, consideremos o ultimoversıculo do livro de Daniel. Nossa consideracao dele, noproximo capıtulo, ajudar-nos-a a compreender a posicaode Daniel diante de seu Deus e como ficara diante Deleno futuro.

O QUE DISCERNIU?˙ Durante que perıodo Miguel ‘esta de pe’, e

como e quando “por-se-a de pe”?˙ A que tipo de ressurreicao se refere Da-

niel 12:2?˙ Que datas marcam o comeco e o fim dos

tres tempos e meio mencionados emDaniel 12:7?1.290 dias preditos em Daniel 12:11?1.335 dias profetizados em Daniel 12:12?

˙ Por prestarmos atencao ao capıtulo 12 deDaniel, como somos ajudados a identificaros verdadeiros adoradores de Jeova?

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UM CORREDOR se esforca para chegar a linha de chegada.Esta quase exausto, mas, com a linha de chegada a vista, usatoda a energia que lhe resta nesses ultimos passos. Forcandoao maximo todos os musculos, cruza por fim a linha de che-gada! Seu rosto mostra alıvio e triunfo. Valeu a pena perseve-rar ate o fim.

2 Na conclusao do capıtulo 12 de Daniel, encontramos oquerido profeta aproximando-se da linha de chegada da suapropria “corrida” — sua vida de servico a Jeova. O apostoloPaulo, depois de citar diversos exemplos de fe entre os servospre-cristaos de Jeova, escreveu: “Assim, pois, visto que temosa rodear-nos uma tao grande nuvem de testemunhas, ponha-mos tambem de lado todo peso e o pecado que facilmen-te nos enlaca, e corramos com perseveranca a carreira quese nos apresenta, olhando atentamente para o Agente Princi-pal e Aperfeicoador da nossa fe, Jesus. Pela alegria que se lheapresentou, ele aturou uma estaca de tortura, desprezando avergonha, e se tem assentado a direita do trono de Deus.”— Hebreus 12:1, 2.

3 No meio dessa “grande nuvem de testemunhas” estavaDaniel. Ele certamente foi um dos que tiveram de ‘corrercom perseveranca’, e o profundo amor a Deus o motivara aisso. Jeova havia revelado muita coisa a Daniel a respeito dofuturo de governos mundiais, mas agora lhe transmitiu este

1, 2. (a) Que qualidade importante precisa o corredor ter para serbem-sucedido? (b) Como comparou o apostolo Paulo a vida de fideli-dade no servico de Jeova com uma corrida?3. (a) O que motivou Daniel a ‘correr com perseveranca’? (b) Que trescoisas distintas disse o anjo de Jeova a Daniel?

CAP´ITULO DEZOITO

JEOV´

A PROMETE A DANIEL UMARECOMPENSA MARAVILHOSA

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encorajamento: “Quanto a ti mesmo, vai para o fim; e des-cansaras, porem, no fim dos dias erguer-te-as para receber atua sorte.” (Daniel 12:13) O anjo de Jeova disse a Daniel trescoisas distintas: (1) que Daniel devia ‘ir para o fim’, (2) queele ‘descansaria’ e (3) que ‘se ergueria’ de novo num tem-po futuro. Como podem essas palavras encorajar hoje os cris-taos para perseverarem ate a linha de chegada na corrida pelavida?

“VAI PARA O FIM”4 O que queria o anjo dizer quando falou a Daniel: “Quan-

to a ti mesmo, vai para o fim”? O fim de que? Ora, visto queDaniel tinha quase 100 anos de idade, parece que se referiaao fim da vida dele, que provavelmente estava perto.�O anjoexortou Daniel a perseverar fielmente ate a morte. Mas issonao necessariamente seria facil. Daniel presenciara a derru-bada de Babilonia e o retorno a Juda e a Jerusalem dum res-tante dos exilados judeus. Isso deve ter dado muita alegria aoidoso profeta. No entanto, nao ha nenhum registro de queele tenha participado nessa viagem. Pode ser que na epocafosse idoso e fraco demais para isso. Ou talvez fosse da von-tade de Jeova que permanecesse em Babilonia. De qualquerforma, nao se pode deixar de perguntar se Daniel nao se sen-tia um pouco triste quando seus compatriotas partiram paraJuda.

5 Sem duvida, Daniel recebeu muita forca da declaracaobondosa do anjo: “Vai para o fim.” Isso talvez nos faca lem-brar as palavras de Jesus Cristo uns seis seculos mais tarde:“Quem tiver perseverado ate o fim e o que sera salvo.” (Ma-teus 24:13) Sem duvida, isso foi o que Daniel fez. Perseverou

� Daniel fora levado ao exılio em Babilonia em 617 AEC, provavel-mente quando adolescente. Ele recebeu essa visao no terceiro ano deCiro, ou em 536 AEC. — Daniel 10:1.

4. O que queria o anjo de Jeova dizer com “vai para o fim”, e por quepodia isso constituir um desafio para Daniel?5. O que indica que Daniel perseverou ate o fim?

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ate o fim, seguindo fielmente a corrida pela vida ate o termi-no dela. Esse pode ser um dos motivos de ele, mais tarde, sermencionado favoravelmente na Palavra de Deus. (Hebreus11:32, 33) O que habilitou Daniel a perseverar ate o fim?A historia da sua vida nos ajuda a saber a resposta.

PERSEVEROU COMO ESTUDANTEDA PALAVRA DE DEUS

6 Para Daniel, perseverar ate o fim envolvia continuar a es-tudar as emocionantes promessas de Deus e a meditar pro-fundamente nelas. Sabemos que Daniel foi um dedicadoestudante da Palavra de Deus. Senao, como teria ele sabidoda promessa que Jeova fez a Jeremias, de que o exılio duraria70 anos? O proprio Daniel escreveu: “Compreendi pelos li-vros o numero de anos.” (Daniel 9:2; Jeremias 25:11,12) Semduvida, Daniel consultou os livros da Palavra de Deus entaoexistentes. Os escritos de Moises, Davi, Salomao, Isaıas, Jere-mias, Ezequiel — o que lhe estivesse disponıvel — certamentederam a Daniel muitas horas agradaveis de leitura e de medi-tacao.

7 Estudarmos a Palavra de Deus e nos absorvermos nela evital para hoje cultivarmos perseveranca. (Romanos 15:4-6;1 Timoteo 4:15) E nos possuımos a Bıblia inteira, que incluio registro escrito de como se cumpriram, seculos depois, al-gumas das profecias de Daniel. Alem disso, somos abencoa-dos por viver no “tempo do fim”, predito em Daniel 12:4.Nos nossos dias, os ungidos tem sido abencoados com pers-picacia espiritual, brilhando como farois da verdade nestemundo obscurecido. Em resultado disso, muitas das profun-das profecias no livro de Daniel, algumas das quais o deixa-ram intrigado, estao cheias de significado para nos hoje emdia. Portanto, continuemos a estudar diariamente a Palavra

6. Como sabemos que Daniel era um estudante diligente da Palavrade Deus?7. Quando comparamos o nosso tempo com os dias de Daniel, quevantagens temos ao estudar a Palavra de Deus?

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de Deus, nunca dando as coisas por garantidas. Isso nos aju-dara a perseverar.

DANIEL PERSEVEROU EM ORAC˜

AO8 A oracao tambem ajudou Daniel a perseverar ate o fim.

Ele se dirigia diariamente a Jeova Deus e falava francamentecom ele, com o coracao cheio de fe e de confianca. Sabia queJeova era o “Ouvinte de oracao”. (Salmo 65:2; note Hebreus11:6.) Quando Daniel se sentia pesaroso por causa do proce-der rebelde de Israel, ele expressava seus sentimentos a Jeova.(Daniel 9:4-19) Mesmo quando Dario decretou que, durante30 dias, so se podiam fazer peticoes a ele, Daniel nao paroude orar a Jeova Deus. (Daniel 6:10) Nao se sente comovido aovisualizar esse idoso homem fiel enfrentar uma cova cheiade leoes, em vez de renunciar ao precioso privilegio da ora-cao? Nao pode haver duvida de que Daniel foi fiel ate o fim,todo dia orando fervorosamente a Jeova.

9 A oracao e um ato simples. Podemos, a bem dizer, orara qualquer hora, em qualquer lugar, em voz alta ou silen-ciosamente. Nunca, porem, devemos encarar de modo levia-no esse precioso privilegio. A Bıblia relaciona a oracao com aperseveranca, com a persistencia e com manter-se espiritual-mente desperto. (Lucas 18:1; Romanos 12:12; Efesios 6:18;Colossenses 4:2) Nao e notavel que tenhamos um canal decomunicacao livre e aberto com o personagem mais elevadono Universo? E ele escuta! Lembre-se da ocasiao em que Da-niel orou e Jeova lhe enviou um anjo em resposta. O anjochegou enquanto Daniel ainda orava! (Daniel 9:20, 21) Nos-sa epoca pode nao ser a de tais visitas angelicas, mas Jeovanao mudou. (Malaquias 3:6) Assim como ele ouviu a ora-cao de Daniel, escutara as nossas. E ao orarmos, nos ache-garemos mais a Jeova, criando um vınculo que nos ajudara aperseverar ate o fim, assim como Daniel.

8. Que exemplo deu Daniel na questao da oracao?9. Por que nunca devemos encarar levianamente o privilegio da ora-cao?

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PERSEVERANTE COMO INSTRUTORDA PALAVRA DE DEUS

10 Daniel tinha de ‘ir para o fim’ em outro sentido. Ti-nha de perseverar como instrutor da verdade. Ele nunca seesqueceu de que foi um dos escolhidos a respeito dos quaisas Escrituras diziam: “ ‘Vos sois as minhas testemunhas’, e apronunciacao de Jeova, ‘sim, meu servo a quem escolhi’.”(Isaıas 43:10) Daniel fez todo o possıvel para cumprir essacomissao.

´E provavel que seu trabalho incluısse instruir seu

proprio povo, exilado em Babilonia. Sabemos pouco sobreos seus tratos com os outros judeus, exceto sobre seu contatocom os tres mencionados como “seus companheiros”, Ha-nanias, Misael e Azarias. (Daniel 1:7; 2:13, 17, 18) Sua gran-de amizade certamente contribuiu muito para ajudar a cadaum deles a perseverar. (Proverbios 17:17) Daniel, abencoadopor Jeova com perspicacia especial, podia ensinar muito aosseus amigos. (Daniel 1:17) Mas tambem tinha outro ensinoa dar.

11 Mais do que a de qualquer outro profeta, a obra de Da-niel era dar testemunho a dignitarios gentios. Embora mui-tas vezes tivesse de transmitir mensagens impopulares, naotratava esses governantes como se fossem abominaveis ou dealguma forma inferiores a ele. Falava-lhes com respeito e ha-bilidade. Havia alguns — tais como os satrapas ciumentos eardilosos — que queriam destruir Daniel. Mas outros dignita-rios passaram a respeita-lo. Visto que Jeova habilitou Daniela explicar segredos que intrigavam reis e sabios, o profeta ob-teve grande destaque. (Daniel 2:47, 48; 5:29)

´E verdade que,

ao envelhecer, nao pode mais ser tao ativo como na juventu-de. Mas ele certamente foi ate o fim ainda procurando fiel-mente de algum modo poder servir como testemunha doseu amado Deus.

10. Por que era importante para Daniel ensinar a verdade da Palavrade Deus?11. (a) O que era extraordinario na obra de Daniel? (b) Quao eficazfoi Daniel em cumprir com sua tarefa incomum?

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12 Atualmente, na congregacao crista, podemos encontrarcompanheiros fieis que nos ajudam a perseverar, assim comoDaniel e seus tres associados se ajudavam mutuamente. Tam-bem nos instruımos uns aos outros, conferindo um “inter-cambio de encorajamento”. (Romanos 1:11, 12) Assim comoDaniel, temos a comissao de dar testemunho a descrentes.(Mateus 24:14; 28:19, 20) Por isso precisamos melhorar nos-sas habilidades para poder ‘manejar corretamente a palavrada verdade’ ao falarmos as pessoas sobre Jeova. (2 Timoteo2:15) E sera de ajuda obedecermos ao conselho do aposto-lo Paulo: “Prossegui andando em sabedoria para com osde fora.” (Colossenses 4:5) Essa sabedoria inclui termos umconceito equilibrado sobre os que nao compartilham a nos-sa fe. Nao menosprezamos tais pessoas, considerando-nossuperiores. (1 Pedro 3:15) Antes, procuramos atraı-las a ver-dade, usando a Palavra de Deus com tato e com habilidade, afim de tocar o coracao delas. Quando conseguimos que al-guem se interesse pela verdade, ficamos muito alegres! Essaalegria certamente nos ajuda a perseverar ate o fim, assimcomo Daniel.

“DESCANSAR´

AS”13 A seguir, o anjo garantiu a Daniel: “Descansaras.” (Da-

niel 12:13) Que significava essa palavra? Ora, Daniel sabiaque ia morrer. A morte tem sido o fim inevitavel de todos oshumanos, desde os dias de Adao ate agora. A Bıblia chama amorte aptamente de “inimigo”. (1 Corıntios 15:26) No en-tanto, para Daniel, a perspectiva de morrer significava algobastante diferente do que significava para os babilonios emvolta dele. Para eles, mergulhados na adoracao complexa deumas 4 mil deidades falsas, a morte apresentava todos os

12. (a) Em que atividades de ensino nos empenhamos hoje como cris-taos? (b) Como podemos seguir o conselho de Paulo de ‘prosseguirandando em sabedoria para com os de fora’?13, 14. Por que a perspectiva de morrer aterrorizava a muitos babilo-nios e, nesse respeito, em que diferia o conceito de Daniel?

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tipos de terrores. Eles acreditavam que, depois da morte, osque haviam vivido infelizes ou que haviam morrido de for-ma violenta se tornavam espıritos vingativos, que assombra-vam os viventes. Os babilonios acreditavam tambem numsubmundo aterrorizante, habitado por monstros hediondosem formas humanas ou animais.

14 Para Daniel, a morte nao significava nada disso. Cente-nas de anos antes dos dias de Daniel, o Rei Salomao fora di-vinamente inspirado para dizer: “Os mortos . . . nao estaoconscios de absolutamente nada.” (Eclesiastes 9:5) E o sal-mista havia cantado a respeito de quem morre: “Sai-lhe o es-pırito, ele volta ao seu solo; neste dia perecem deveras os seuspensamentos.” (Salmo 146:4) De modo que Daniel sabia queas palavras que o anjo lhe falara se cumpririam. A mortesignificava descanso. Sem pensamentos, sem amargura, semtormento — e certamente sem monstros. Jesus Cristo expres-sou isso de modo similar quando Lazaro faleceu. Ele disse:“Lazaro, nosso amigo, foi descansar.” — Joao 11:11.

15 Considere outro motivo de a perspectiva de morrer naoaterrorizar a Daniel. A Palavra de Deus diz: “Um nome e me-lhor do que bom oleo, e o dia da morte e melhor do que odia em que se nasce.” (Eclesiastes 7:1) Como pode o dia damorte, o momento mais lamentoso possıvel, ser melhor doque o dia alegre do nascimento? A chave esta no “nome”.O “bom oleo” podia ser muito caro. Maria, irma de Lazaro,certa vez untou os pes de Jesus com oleo perfumado no valordo salario de quase um ano! ( Joao 12:1-7) Como podia ummero nome ser tao precioso assim? A Septuaginta grega dizem Eclesiastes 7:1: “um bom nome”. Nao e apenas o nome,mas o que ele representa que e valioso. Quando alguem nas-ce, nao ha reputacao, nem registro de obras excelentes, nemlembrancas prezadas da personalidade e das qualidades doportador do nome. Mas no fim da vida, o nome representa

15. Como pode o dia da morte ser melhor do que o dia do nasci-mento?

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tudo isso. E se for um nome bom do ponto de vista de Deus,ele sera muito mais precioso do que quaisquer bens materiaispoderiam ser.

16 No decorrer da sua vida, Daniel fazia tudo que podiapara ter um bom nome perante Deus, e Jeova nao desconsi-derava isso. Ele observava Daniel e examinava seu coracao.Deus fizera o mesmo com o Rei Davi, que cantou: “

´O Jeova,

tu me esquadrinhaste e me conheces. Tu mesmo chegaste aconhecer meu assentar e meu levantar. De longe consideras-te meu pensamento.” (Salmo 139:1, 2) Deve-se admitir queDaniel nao era perfeito. Era descendente do pecador Adao emembro duma nacao pecaminosa. (Romanos 3:23) Mas Da-niel se arrependia da sua pecaminosidade e procurava andarde modo reto com seu Deus. Por isso, esse profeta fiel po-dia confiar em que Jeova lhe perdoaria seus pecados e nun-ca mais o acusaria deles. (Salmo 103:10-14; Isaıas 1:18) Jeovaprefere lembrar-se das boas obras dos seus servos fieis. (He-breus 6:10) Por isso, o anjo de Jeova chamou Daniel duasvezes de “homem mui desejavel”. (Daniel 10:11, 19) Isso sig-nificava que Daniel era amado por Deus. Daniel podia irdescansar satisfeito, sabendo que tinha feito um bom nomeperante Jeova.

17 Cada um de nos fara bem em perguntar-se: ‘Tenho feitoum bom nome perante Jeova?’ Vivemos em tempos difıceis.Nao e um sentimento morbido, mas simplesmente realısti-co reconhecer que a morte pode sobrevir a qualquer um denos a qualquer hora. (Eclesiastes 9:11) Portanto, como e vitalque cada um de nos resolva fazer agora mesmo, sem demo-ra, um bom nome perante Deus! Se fizermos isso, nao pre-cisaremos temer a morte. Ela e um mero descanso — assimcomo o sono. E igual ao sono, e seguida pelo despertar!

16. (a) Como se esforcou Daniel para fazer um bom nome peranteDeus? (b) Por que podia Daniel descansar com plena confianca de tersido bem-sucedido em ter feito um bom nome perante Jeova?17. Por que e urgente que facamos hoje um bom nome perante Jeova?

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“ERGUER-TE-´

AS”18 O livro de Daniel termina com uma das mais belas pro-

messas que Deus ja fez a um humano. O anjo de Jeova dis-se a Daniel: “No fim dos dias erguer-te-as para receber a tuasorte.” O que o anjo queria dizer com isso? Ora, visto queo ‘descanso’ que acabara de mencionar era a morte, a pro-messa de que Daniel ‘se ergueria’ numa ocasiao posterior sopode significar uma coisa — a ressurreicao!�Na realidade, al-guns eruditos afirmaram que o capıtulo 12 de Daniel con-tem a primeira referencia explıcita a ressurreicao, encontradanas Escrituras Hebraicas. (Daniel 12:2) No entanto, eles estaoerrados. Daniel estava bem a par da esperanca da ressurrei-cao.

19 Por exemplo, Daniel, sem duvida, conhecia as seguin-tes palavras que Isaıas registrara dois seculos antes: “Os teusmortos viverao. Um cadaver meu — eles se levantarao. Acor-dai e gritai de jubilo, os que residis no po! Pois . . . a pro-pria terra deixara nascer mesmo os impotentes na morte.”(Isaıas 26:19) Muito antes disso, Elias e Eliseu foram habili-tados por Jeova para ressuscitarem pessoas. (1 Reis 17:17-24;2 Reis 4:32-37) Ate mesmo anteriormente, Ana, mae do pro-feta Samuel, reconhecera que Jeova pode ressuscitar pessoasdo Seol, a sepultura. (1 Samuel 2:6) Ainda antes disso, o fielJo expressou sua propria esperanca com as seguintes pala-vras: “Morrendo o varao vigoroso, pode ele viver novamen-te? Esperarei todos os dias do meu trabalho compulsorio, atevir a minha substituicao. Tu chamaras e eu mesmo te res-ponderei. Teras saudades do trabalho das tuas maos.” — Jo14:14, 15.

� SegundoThe Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon, a pa-lavra hebraica para “erguer-se”, usada aqui, refere-se a “reviver apos amorte”.

18, 19. (a) O que o anjo queria dizer quando predisse que Daniel ‘seergueria’ no futuro? (b) Por que Daniel conhecia a esperanca da res-surreicao?

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20 Daniel, assim como Jo, tinha motivos para confiar queJeova teria saudades dele e algum dia no futuro o traria devolta a vida. Ainda assim, deve ter sido muito consolador ou-vir uma poderosa criatura espiritual confirmar essa esperan-ca. Deveras, Daniel se erguera na “ressurreicao dos justos”,que ocorrera durante o Reinado Milenar de Cristo. (Lucas14:14) O que significara isso para Daniel? A Palavra de Deusnos diz muito sobre isso.

21 Jeova “nao e Deus de desordem, mas de paz”. (1 Corın-tios 14:33) Portanto, e evidente que a ressurreicao no Paraısoocorrera de forma ordeira. Talvez passe algum tempo depoisdo Armagedom. (Revelacao [Apocalipse] 16:14, 16) Todos osvestıgios do velho sistema de coisas terao sido eliminados esem duvida terao sido feitos preparativos para acolher de vol-ta os mortos. Quanto a ordem em que os mortos retornarao,a Bıblia menciona o seguinte precedente: “Cada um na suapropria categoria.” (1 Corıntios 15:23) Parece provavel que,na ‘ressurreicao de justos e de injustos’, os justos retornaraoprimeiro. (Atos 24:15) Desse modo, homens fieis da antigui-dade, tais como Daniel, poderao ajudar na administracao dosassuntos terrestres, inclusive na instrucao de bilhoes de “in-justos” trazidos de volta a vida. — Salmo 45:16.

22 Antes de Daniel estar pronto para assumir essas respon-sabilidades, ele certamente tera algumas perguntas a fazer.Afinal, ele disse a respeito de algumas das profundas profe-cias que lhe foram confiadas: “Ouvi, mas nao pude enten-der.” (Daniel 12:8) Quanto o emocionara por fim entenderesses misterios divinos! Sem duvida, desejara ouvir tudo so-bre o Messias. Daniel ficara fascinado de saber da marcha daspotencias mundiais desde os seus dias ate os nossos, da iden-tidade dos fieis “santos do Supremo” — que perseveraram

20, 21. (a) De que ressurreicao se tem certeza de que Daniel fara par-te? (b) De que forma e provavel que ocorra a ressurreicao no Paraıso?22. Quais sao algumas perguntas para as quais Daniel, sem duvida,gostara de saber a resposta?

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apesar de perseguicao durante “o tempo do fim” — e da des-truicao final de todos os reinos humanos pelo Reino messia-nico de Deus. — Daniel 2:44; 7:22; 12:4.

A RECOMPENSA DE DANIELE A SUA NO PARA

´ISO!

23 Daniel desejara saber algo sobre o mundo em que se en-contrara naquele tempo — um mundo bem diferente daque-le dos seus dias. Todos os vestıgios de guerra e de opressaoque macularam o mundo que ele conhecia terao desapa-recido. Nao havera mais tristeza, nem doenca, nem morte.(Isaıas 25:8; 33:24) Mas havera uma abundancia de ali-mentos, muitas moradias e trabalho satisfatorio para todos.(Salmo 72:16; Isaıas 65:21, 22) A humanidade sera uma sofamılia unida e feliz.

24 Daniel tera certamente um lugar naquele mundo. “Er-guer-te-as para receber a tua sorte”, disse-lhe o anjo. A pala-vra hebraica, aqui traduzida “sorte”, e a mesma usada paraum lote de terreno literal.�

´E possıvel que Daniel conheces-

se a profecia de Ezequiel a respeito do loteamento da terrarestabelecida de Israel. (Ezequiel 47:13–48:35) No seu cum-primento paradısico, o que sugere a profecia de Ezequiel?Que todos os do povo de Deus terao um lugar no Paraıso,sendo ate a propria terra repartida de forma ordeira e justa.Naturalmente, a recompensa de Daniel no Paraıso envolveramais do que apenas um terreno. Incluira seu lugar no propo-sito de Deus ali. A recompensa prometida a Daniel esta ga-rantida.

� A palavra hebraica esta relacionada com a palavra para “seixo”, vis-to que pedrinhas eram usadas para lancar sortes.

`As vezes, a terra era

loteada assim. (Numeros 26:55, 56) A Handbook on the Book of Daniel(Manual do Livro de Daniel) diz que aqui a palavra significa “aquiloque e reservado (por Deus) para a pessoa”.

23, 24. (a) Em que sentido e que o mundo em que o ressuscitado Da-niel se encontrara sera diferente do mundo que ele conhecia? (b) TeraDaniel um lugar no Paraıso, e como sabemos isso?

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25 No entanto, que dizer da sua recompensa? As mesmaspromessas podem aplicar-se no seu caso. Jeova quer que hu-manos obedientes ‘se ergam’ para receber a sua recompensa,para ter um lugar no Paraıso. Imagine! Certamente sera emo-cionante encontrar-se pessoalmente com Daniel, e tambemcom outros homens e mulheres fieis dos tempos bıblicos.Havera entao incontaveis outros retornando dos mortos, queprecisarao de instrucoes para conhecer e amar a Jeova Deus.Imagine-se cuidando de nosso lar terrestre e ajudando a trans-forma-lo num paraıso de infinita variedade e infindavel bele-za. Pense em ser ensinado por Jeova, aprendendo a viver domodo que ele quer que a humanidade viva. (Isaıas 11:9; Joao6:45) Deveras, ha um lugar para voce no Paraıso. Estranhocomo o Paraıso hoje possa parecer a alguns, lembre-se de queJeova originalmente projetou a humanidade para viver em tallugar. (Genesis 2:7-9) Nesse sentido, o Paraıso e a moradia na-tural para os bilhoes na Terra.

´E o lugar deles. Chegar la sera

como chegar em casa.

25. (a) Quais sao algumas das perspectivas de vida no Paraıso queagradam a voce? (b) Por que se pode dizer que o lugar dos humanose o Paraıso?

Assim como Daniel, presta voce atencao a palavra profetica de Deus?

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26 Nosso coracao transborda de apreco quando pensamosem tudo isso, nao e verdade? Nao anseia voce estar ali? Por-tanto, nao e de admirar que as Testemunhas de Jeova estejamansiosas de saber quando vira o fim desse sistema de coisas!A espera nao e facil. Jeova reconhece isso, porque nos exortaa ‘continuar na expectativa’ do fim, “ainda que se demore”.Ele quer dizer que, do nosso ponto de vista, talvez possa pare-cer estar demorando, pois o mesmo texto nos assegura: “Naotardara.” (Habacuque 2:3; note Proverbios 13:12.) Deveras, ofim vira no tempo certo.

27 O que deve voce fazer ao se aproximar o fim? Assimcomo o profeta Daniel, amado por Jeova, persevere fielmen-te. Estude a Palavra de Deus com diligencia. Ore fervoro-samente. Associe-se amorosamente com concrentes. Ensinezelosamente a verdade a outros. Ao se aproximar cada diamais o fim deste inıquo sistema de coisas, continue decididoa ser um servo leal do Altıssimo e um defensor firme da Pa-lavra dele. De todos os modos, preste atencao a profecia deDaniel! E que o Soberano Senhor Jeova lhe conceda o privi-legio de ficar diante dele alegremente por toda a eternidade!

26. Como reconhece Jeova que esperar pelo fim do atual sistema naoe facil para nos?27. O que voce tera de fazer para ficar diante de Deus por toda a eter-nidade?

O QUE DISCERNIU?˙ O que ajudou Daniel a perseverar ate o fim?˙ Por que nao aterrorizava a Daniel a perspectiva

de morrer?˙ Como se cumprira a promessa do anjo de que

Daniel ‘se erguera para receber a sua sorte’?˙ Que proveito pessoal tirou voce de prestar

atencao a profecia de Daniel?

Jeova promete a Daniel uma recompensa maravilhosa 319

Page 322: Preste Atenção à Profecia de Daniel!

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