portugal post setembro 2012

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Portugal Post Setembro 2012

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Portugal Post - Burgholzstr 43 - 44145 DoPVST Deutsche Post AG - Entgelt bezahlt K25853

ANO XIX • Nº 218 • Setembro 2012 • Publicação mensal • 2.00 € Portugal Post Verlag, Burgholzstr. 43 • 44145 Dortmund • Tel.: 0231-83 90 289 • Telefax 0231- 8390351 • E Mail: [email protected] • www. portugalpost.de • K 25853 •ISSN 0340-3718

PORTUGAL POST

Número de trabalhadores portugueses na Alemanha aumentou 5,9 %

O número de portugueses a trabalhar na Alemanha aumentou 5,9 por cento até finais de Maio de 2012, emrelação ao ano anterior, atingindo os 55.600, segundo levantamento divulgado pela Agência Federal do Tra-balho (BA). Na foto: calceteiros portugueses ornamentam as calçadas alemãs. Pág.7

Portugal, a Alemanha e euroDe sonho, a moeda única passou a ser um pesa-delo. A economia sofre, as exportações caem apique. Apesar da assistência externa, os cortesdolorosos impõem-se e os preços aumentam. Odesemprego sobe em flecha. A juventude perdea esperança. Cada vez mais pessoas emigram.

É provável que esta narrativa lembre ao leitorPortugal no ano 2012. Mas também podia ser aTuríngia em 1993. Porque o que acontece hojeem Portugal, atravessaram os novos estados fe-derados durante muitos anos - anos demais -após a reunificação alemã. Pág. 3

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PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 20122

Director: Mário dos Santos

Redação e ColaboradoresCristina Dangerfield-Vogt: BerlimCristina Krippahl: BonaJoaquim Peito: HanôverLuísa Costa Hölzl: Munique

CorrespondentesAntónio Horta: GelsenkirchenElisabete Araújo: EuskirchenFernando Roldão: Frankfurt/MJoão Ferreira: SingenJorge Martins Rita: EstugardaManuel Abrantes: Weilheim-TeckMaria dos Anjos Santos: HamburgoMaria do Rosário Loures: NurembergaVitor Lima: Weinheim

ColunistasAntónio Justo: KasselCarlos Gonçalves: LisboaGlória de Sousa: BonaHelena Ferro de Gouveia: BonaJoaquim Nunes: OffenbachJosé Eduardo: Frankfurt / MLuciano Caetano da Rosa: BerlimLuísa Coelho: BerlimMarco Bertoloso:  ColóniaPaulo Pisco: LisboaRui Paz: DusseldórfiaSalvador M. Riccardo: LisboaTeresa Soares: Nuremberga

Tradução Barbara Böer-Alves

Assuntos Sociais: José Gomes Rodrigues

Consultório Jurídico:Catarina Tavares, AdvogadaMichaela Azevedo dos Santos, AdvogadaMiguel Krag, Advogado

Fotógrafos: Fernando Soares

Publicidade: Alfredo Cardoso (Norte) eFernando Roldão (Sul)

Agências: Lusa. DPA

Impressão: Portugal Post Verlag

Redacção, Assinaturas PublicidadeBurgholzstr. 43 • 44145 DortmundTel.: (0231) 83 90 289 • Fax: (0231) 83 90 351www.portugalpost.deEMail: [email protected]/portugal post

Registo Legal: Portugal Post VerlagISSN 0340-3718 PVS K 25853Propriedade: Portugal Post VerlagRegisto Comercial: HRA 13654

Os textos publicados na rubrica Opinião sãoda exclusiva responsabilidade de quem os as-sina e não veiculam qualquer posição do jor-nal PORTUGAL POST

PORTUGAL POST EditorialMário dos Santos

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Agraciado com a Medalha da Liberdade e Democracia da Assembleia da República

Fundado em 1993

Após o merecido gozo das fé-rias de Verão, volta-se ao traba-lho e à acostumada rotina dodia-a-dia com muitos de nóscom um olho preocupado nacrise de Portugal sem esquecer

que é aqui neste país que vivemos e paraonde estão dirigidas a maioria das nossaspreocupações.

Quem está aqui e tem a sua vida organi-zada há muitos anos vê, mais uma vez, por-tugueses a chegarem a este país naesperança de, também eles, sustentarem afamília e assegurarem o seu futuro.

Os números dizem que até Maio desteano se registou um aumento de trabalhado-res portugueses neste país na ordem dos 6%, o que quer dizer que mais alguns milha-res de portugueses vieram juntar-se à comu-nidade portuguesa que em 2014 celebrará50 anos de presença na Alemanha.

Até há alguns anos, ninguém pensavaque a comunidade viesse a registar uma au-mento tão significativo. O número dos por-tugueses na Alemanha sofreu umdecréscimo nos anos 80 e 90, estagnando-se durante a primeira década deste século.O único momento em que se verifica umaumento de trabalhadores portugueses naAlemanha, ainda que sazonal, é no iníciodos anos 90 com a vinda de milhares deportugueses para trabalharem na reconstru-ção de Berlim e da Alemanha do leste, tra-balhadores esses contratados em Portugal

por empreiteiros, subempreiteiros e afins. É com a recente crise e com a subida do

desemprego em Portugal que se nota a che-gada de muitos portugueses a este país,muitos deles tentando a sua sorte vindocomo vieram os seus compatriotas há 30 e40 anos.

O aumento do número de portuguesesneste país regista-se num momento em quegovernantes portugueses exortam os seusconcidadãos a emigrarem ou, como diriaum secretario de Estado da actual coliga-ção governamental, a saírem da “sua zonade conforto” (leia-se desemprego) e parti-rem à procura de modo de vida fora de Por-tugal.

É neste contexto que se encerram postosconsulares, se corta no ensino, não se atri-bui importância aos constantes apelos paravoltar a colocar um Conselheiro Social naembaixada e tornar mais eficaz o trabalhodos técnicos sociais nos consulados; sedeixa cair o movimento associativo; seperde a juventude e não se tenta, a exemplodo que sempre se fez, puxar pela imagina-ção e promover iniciativas de congregaçãodos lusodescendentes através da cultura,língua e do convívio.

O aumento de remessas dos emigrantespara Portugal (ver nesta edição) pode ter aver com aumento do número de portugue-ses para este país e, se assim é, cabe ao Go-verno rever medidas que tomou pensandoque o investimento nas comunidades já não

se justificava. Diga-se que o significativoaumento envio de remessas para Portugalnuma altura de crise deveria ser um mo-tivo que levasse os governantes a tratarmelhor quem envia dinheiro para Portugal,pensando no ditado “quem meus filhosbeija, minha boca adoça”

À semelhança do que o PPfez em anos anteriores,também este ano o jornalvai eleger personalidadesmais influentes e distintasda comunidade. O objec-

tivo tem a ver com o simples reconheci-mento de pessoas que pela sua actividadeprofissional ou benévola contribuem para oprotagonismo e o bom nome da comuni-dade lusa na Alemanha.

Não nos remeteremos apenas àquelesportugueses que exercem uma actividadesuperior ou que estejam colocados em lu-gares cimeiros. Também não nos interes-sam aqueles que se julgam pertencer agrupos elitistas e que, por isso praticam adistância face aos “emigrantes”. Tambémnão vamos querer colocar ninguém embicos de pés. Esta iniciativa é para valorizarquem merece e servirá para divulgar o tra-balho e a actividade de muitos que mere-cem o nosso e o reconhecimento de toda acomunidade.

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PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012 3A abrir

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De sonho, a moeda única passoua ser um pesadelo. A economiasofre, as exportações caem apique. Apesar da assistência ex-terna, os cortes dolorosos im-põem-se e os preços aumentam. Odesemprego sobe em flecha. A ju-ventude perde a esperança. Cadavez mais pessoas emigram. É pro-vável que esta narrativa lembre aoleitor Portugal no ano 2012. Mastambém podia ser a Turíngia em1993. Porque o que acontece hojeem Portugal, atravessaram osnovos estados federados durantemuitos anos - anos demais - apósa reunificação alemã.

E isto apesar das condições naAlemanha terem então sido bas-tante mais favoráveis do que pre-sentemente na Europa. A moedaúnica, o marco alemão, foi intro-duzida a 1 de Julho de 1990. Trêsmeses mais tarde, a reunificaçãotrouxe a união política. Na Ale-manha unificada passaram a vigo-rar, de imediato, as mesmas leis eregras, por exemplo, no que tocaos impostos. A mentalidade, dequalquer modo, já era parecida. Aextinta República Democrática da

Alemanha era muito mais pe-quena do que o ocidente rico dopaís. Não obstante, o processo deunificação foi doloroso, destruiumuitos postos de trabalho e conti-nua a custar, anualmente, estima-dos 100 mil milhões de euros.

Tal como aconteceu na Ale-manha, hoje é a moeda única eu-ropeia que obriga os estados dazona do euro a uma convergênciacada vez mais completa no com-portamento económico e político.Mas os portugueses, italianos eespanhóis não querem viver comoos alemães, os holandeses ou osfinlandeses - e vice-versa. Maisgrave ainda: a crise obriga os por-tugueses a cortes cada vez maisdrásticos e, provavelmente, inú-teis. Por seu lado, os alemães sãoforçados a dar garantias cada vezmais elevadas para países dosquais certamente gostam, mas emcuja política económica e finan-ceira não confiam. Do que resultaum mau-ambiente geral. Ironia daHistória: o euro, pensado paracompletar a união europeia,ameaça agora dividir a UE.

O que fazer nestas circunstân-cias? Lamentavelmente, tambéma mim não me ocorre uma res-posta simples. Mas permito-me a

salientar cinco aspectos que,penso, devem fazer parte da solu-ção.

A Europa tem que encontrarforças para controlar melhor osbancos e regular com maior rigoros mercados financeiros. Os mal-abarismos inacreditáveis e inacei-táveis deste sector contribuíramfortemente para a crise. Os mer-

cados financeiros, cujos interessesnão têm absolutamente nada a vercom responsabilidade política esocial, transformaram uma pe-

quena chama num incêndio degrandes dimensões.

Devemos repensar o nossoconceito de uma Europa unida. Atentativa exagerada de unificartudo e mais alguma coisa podelevar a maiores divisões. O queporia em risco o objectivo maisimportante da união: a paz e obem-estar. Seria assim tão terrívelse o preço a pagar por este ob-jectivo fosse duas, ou até três,moedas diferentes?

A Europa deve democratizar-se. O que é mais fácil dizer do quefazer. Apesar de Portugal ser umpaís pequeno, naturalmente osseus cidadãos não querem que ou-tras maiorias “democráticas” de-cidam por eles. E muitos alemãesconsideram pouco democráticoque países como o Luxemburgoou o Chipre tenham o mesmopoder de voto que a Alemanha naComissão Europeia ou no Con-selho do Banco Central Europeu.

Portugal devia agarrar a opor-tunidade oferecida pela crise paraatacar problemas mais profundos.Muito mudou depois da revoluçãode 1974, mas infelizmente muitotambém ficou na mesma. Em Por-tugal continuam a ter uma impor-tância desmesurada cunhas e

amigos em posições de poder, em-bora seja evidente que a prestaçãoindividual e a igualdade de opor-tunidades são critérios mais sau-dáveis. O sistema político temalguns aspectos obscuros e ques-tionáveis, e os resultados são visí-veis, por exemplo, na Madeira,para mencionar apenas um caso.O ónus fiscal deve ser melhor rep-artido, e pelos ombros de todos. Afalta de eficácia da burocracia e daJustiça são obstáculos de montaao progresso económico, e agra-vam a convicção de se tratar aquide uma sociedade iníqua.

A Alemanha deve ocupar-semuito mais dos seus vizinhos.Passámos um longo tempo depoisda reunificação na contemplaçãodo próprio umbigo. E hoje, a glo-balização desvia o olhar mais paraa China do que para o Luxem-burgo. O que é muito pouco. Poismesmo que os alemães nunca otenham desejado, o facto é que nanova Europa é à Alemanha quecabe a liderança. É um poucocomo o Cristiano Ronaldo no seupapel de capitão da selecção na-cional: quem quer liderar, tambémtem que pensar sempre nos outros,mesmo que se sinta capaz de fazertodo o jogo sozinho.

Portugal, a Alemanha e euroMarco Bertolaso

Tal como aconteceu naAlemanha, hoje é a moedaúnica europeia que obrigaos estados da zona do euroa uma convergência cadavez mais completa nocomportamento econó-mico e político. Mas osportugueses, italianos e es-panhóis não querem vivercomo os alemães, os ho-landeses ou os finlandeses- e vice-versa.

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012Alemanha4

As imagens percorreram omundo em Agosto de 1992: umgrupo de cidadãos e radicais de di-reita atacaram no bairro de Lichten-hagen, na cidade alemã de Rostock,um bloco de um conjunto residencialpré-fabricado. Construídos na épocada Alemanha Oriental, esses conjun-tos residenciais uniformes são con-hecidos como Plattenbau.

O grupo gritava palavras deordem xenófobas, atirava pedras egarrafas incendiárias contra o prédio.Cada vez que se quebrava o vidro deuma janela, moradores que acompan-havam a cena aplaudiam os extre-mistas – jovens em sua maioria.

O Plattenbau – conhecido como„edifício girassol“ devido à pinturada fachada – estava em chamas.Andar por andar, o fogo tomavaconta do edifício, que, naquela épocapós-reunificação, servia como cen-tral de acolhimento de requerentes deasilo no estado de Mecklenburgo-Po-merânia Ocidental.

O responsável por questões liga-das a estrangeiros no Estado, Wolf-gang Richter, estava no prédioquando a violência aumentou. A di-mensão dos ataques deixou-o sempalavras: „Eles não se importavamcom o fato de no prédio haver maisde cem pessoas, que poderiam termorrido durante o incêndio crimi-noso.“

Milagrosamente ninguém saiuferido. No último momento, morado-res do prédio e funcionários puderamsalvar-se na laje da cobertura. Du-rante dois dias e duas noites, o edifí-cio superlotado vivenciou a fúria dobando de radicais, até que os políti-cos reagissem e tirassem os imigran-tes de lá em autocarro.

Depois disso, o vandalismo e oódio foram direccionados contra ostrabalhadores vietnamitas que per-maneceram no edifício, bem comocontra a polícia. Completamente so-brecarregados, por vezes 30 policiastiveram de enfrentar 300 hooligans.Embora posteriormente novas forçasde segurança tenham chegado, elasestavam mal equipadas e não tinhamtreino para situações extremas.

Grupos neonazis começaramentão a explorar os tumultos para finsde propaganda: radicais vindos delonge misturaram-se aos extremistase moradores locais

O que parecia ser uma erupção

espontânea de violência tinha, no en-tanto, uma história. Semanas antesdos tumultos violentos, centenas derequerentes de asilo acamparam emfrente ao prédio. Enquanto eles espe-ravam para o seu pedido de asilo, ascondições de higiene da área piora-vam, ainda mais com o calor escal-dante daquele verão.

Os moradores da área responsa-bilizavam os estrangeiros pelo maucheiro, lixo, barulho e também porfurtos. O desemprego era alto na re-gião: um quinto da população nãotinha trabalho após a reunificação daAlemanha, o que só aumentava a ani-mosidade contra os estrangeiros.

Em vez de acalmar a situação, ospolíticos acirraram ainda mais os âni-mos através dos media, disse à épocaWolfgang Richter: „Por todos os lu-gares falava-se em levas de refugia-dos e que ‘o barco estava cheio’. Osrequerentes de asilo eram criminali-zados“.

Ainda hoje se interroga como sechegou a tal situação? Para o espe-cialista em racismo Hajo Funke, daUniversidade Livre de Berlim, o ex-cesso de violência foi o resultado deuma sucessão de falhas. „A câmaralocal, o governo estadual e, em parte,também o governo alemão permiti-ram a escalada da violência em Ros-

tock, não tendo feito nada de ade-quado para evitá-la.“

Faltou simplesmente vontade po-lítica para atenuar a situação, diz oespecialista. „Nesse sentido, foi umatentativa de progrom deliberada-mente permitida por parte das auto-ridades.“

A mudança de atitude por partedas autoridades transcorreu lenta-mente: 44 extremistas foram conde-nados a penas de até três anos dereclusão. O então prefeito de Ros-tock e o secretário do Interior deMecklenburgo-Pomerânia Ocidentalrenunciaram na sequência dos acon-tecimentos.

Até hoje não se sabe quem foi oresponsável pela caótica acção poli-cial. Pois somente após uma unidadepolicial responsável pela protecçãodo prédio ser retirada do local, semser substituída por outra, intensifi-cou-se a perseguição aos moradoresdo prédio.

O vietnamita Thinh Do, queficou preso no edifício em chamas,mostra-se convencido de uma coisa,dez anos depois, que a cidade deRostock aprendeu com os aconteci-mentos. „Eu não acredito que algosemelhante voltará a repetir-se emRostock, pois a administração locale a polícia ficaram muito sensibiliza-

dos com o que aconteceu em Lich-tenhagen.“

Também Funke, da UniversidadeLivre de Berlim, afirma que, hoje, aperseguição aberta a estrangeiros tor-nou-se improvável graças aos mediae a uma melhoria das normas deacção da policia . Isso não significa,porém, que o potencial para acçõesxenófobas tenha diminuído. O ra-cismo assumiu outras formas de ma-nifestação na Alemanha, diz.

Em vez de manifestações demassa, os extremistas de direitaagem hoje frequentemente a partir daclandestinidade. É o caso da célulaneonazi de Zwickau, revelada emNovembro de 2011 e responsávelpela morte de, pelo menos, dez imig-rantes na Alemanha ao longo de di-versos anos.

Nesse contexto, a prática terro-rista sistemática por parte de organi-zações de extrema direitaclandestinas é apenas a ponta do ice-berg. Também a discriminação navida quotidiana e a sua minimizaçãopor parte das autoridades seriam fe-nómenos mais presentes desde osacontecimentos de Rostock-Lichten-hagen, diz Funke. É o que ele chamade formas institucionalizadas de ra-cismo. „São policiais que não olham,mas ignoram; autarcas que não vêem

o que deveriam ver; os media quepreferem não falar sobre um as-sunto“, exemplifica.

Na luta contra a xenofobia abertaou camuflada, a parlamentar social-democrata de Mecklenburgo-Pome-rânia Ocidental Sonja Steffen apostana participação da sociedade civil.Muito foi feito no seu Estado desdeRostock, como ela pôde vivenciarcomo manifestante numa acção deprotesto contra uma festa do NPD,partido alemão de extrema direita.„Desse evento pacífico participaram2 mil pessoas para mostrar: estamosaqui para nos contrapor às ideias doNPD.“

Uma lição de Rostock-Lichten-hagen que agrada também ao presi-dente alemão, Joachim Gauck. Opresidente, que no passado actuoucomo pastor protestante em Rostock,quer preservar a memória do pro-grom de há 20 anos .

No passado domingo 26 deAgosto o presidente Gauck fez umdiscurso diante do „edifício giras-sol“. Tal contribuição deverá servirpara que, 20 anos depois, outrasimagens de Rostock-Lichtenhagenvenham a percorrer o mundo.

Autor: Richard Fuchs, cortesia DW

Há 20 anos atentado xenófobo de Rostock-Lichtenhagen chocava AlemanhaHá duas décadas, a xenofo-bia alcançava um triste apo-geu na Alemanha. Durantetrês dias, extremistas de di-reita atacaram um abrigo deimigrantes. O que mudou nopaís de lá para cá?

Curiosos diante do abrigo de de estrangeiros em Rostock-Lichtenhagen em 1992

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012 Nacional e Comunidades 5

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O aumento das remessas foigeneralizado em quase todos ospaíses onde há comunidades por-tuguesas significativas. Segundoo boletim estatístico do BdP, ocrescimento chegou a ultrapassaros 50 por cento em países comoAlemanha (75,5 por cento),Espanha (60 por cento) e Luxem-burgo (56,3 por cento).

Nos primeiros seis mesesdeste ano, as remessas de emig-rantes portugueses atingiram1.276 milhões de euros. Este é omaior montante para estas trans-ferências nos primeiros seis mesesde um ano desde o primeiro se-mestre de 2002, quando as remes-sas foram 1.334 milhões de euros(nos segundos semestres as re-messas costumam ser mais eleva-das, por efeitos das férias e doNatal).

As razões para o reforço dasremessas podem estar ligadas aum crescimento na emigração oua um aumento das remessas poremigrante, de acordo com o BdP.

Os dois países de onde che-gam mais remessas continuam aser a França (413 milhões) e aSuíça (292 milhões). Em con-junto, os emigrantes nestas duasnações enviam mais de metade dototal das remessas recebidas porPortugal.

Foi contudo nestes dois paísesque as taxas de crescimento facea 2012 foram mais baixas (nocaso da França, houve até uma re-dução de 2,8 por cento).

Nos dados hoje divulgados, oBanco de Portugal não discriminaas remessas vindas de Angola –que, segundo dados de 2011, era aterceira maior fonte de remessas.

Os envios de Angola estão in-cluídos na categoria “resto domundo”, de onde vieram 147 mil-hões nos primeiros seis meses doano – o equivalente a uma taxa decrescimento de 63,7 por cento re-lativamente ao mesmo período doano anterior.

Crise, solidariedade e agenteseconómicos podem estar a contri-buir para o aumento das remessas

Cinvidados a comentarem esteinesperado aumento de remessas,ss deputados do PSD e do PS pelocírculo da emigração consideramque a crise, a solidariedade, e osagentes económicos foram facto-res determinantes no aumento re-gistado no primeiro semestre doano.

Para o deputado social-demo-crata Carlos Alberto Gonçalves,estes números não são “surpresa”,uma vez que, defendeu, “sempreque Portugal sentiu algumas difi-culdades, as comunidades portu-guesas nunca deixaram de apoiaro país”.

O deputado considerou aindaque, embora não devam deixar de

ser considerados na análise destesvalores, os recentes fluxos migra-tórios não foram “determinantes”para o crescimento das remessas.

“Ninguém sabe muito bemqual é o fluxo migratório queexiste. Eu quero acreditar que eleé [responsável por] uma fatia im-portante [destes valores], não es-camoteio essa realidade. Mas nãopode justificar um aumento destaimportância quando há países quenão são receptores de emigração– nomeadamente os países fora daEuropa – e em que o crescimento[das remessas] também existe”,argumentou.

Na opinião do socialista PauloPisco, estes números traduzem,para além de solidariedade entreas comunidades no exterior e osportugueses que vivem no país deorigem, e para além de um au-mento dos fluxos migratórios,“um sentido da poupança quesempre existe em tempos decrise”.

A acrescer a este factor, disseainda, há o facto de os portugue-ses estarem a emigrar „porquedeixaram de ter condições parafazer face aos encargos que tin-ham no país”. Contudo, defendeu,estas pessoas continuam a cum-prir esses encargos, que são, porexemplo, créditos à habitação.

Ambos os deputados sublin-ham a importância dos agenteseconómicos, que têm, considera-ram os dois, feito esforços bemsucedidos no sentido de atrair paraPortugal capitais e investimentos.

Os deputados social-demo-crata e socialista voltam a concor-dar quando dizem que estesnúmeros mostram, nas palavrasde Paulo Pisco, “a importânciaque as comunidades portuguesastêm“ e que, nas palavras de CarlosAlberto Gonçalves, são „mais umsinal claro de que Portugal nãodeve estar de costas voltadas“para a diáspora.

Remessas de emigrantes aumentaram 16por cento no primeiro semestre do anoAs remessas de emigrantes au-mentaram 16 por cento no pri-meiro semestre deste ano eatingiram o valor mais altodesde 2002, segundo dados di-vulgados pelo Banco de Portu-gal (BdP).

Deputados comentam aumento das remessas

O Sindicato dos Professores nasComunidades Lusíadas conside-rou que a nova certificação dosalunos do Ensino de Português noEstrangeiro (EPE) é anti-pedagó-gica e injusta para os mais novos,além de não contribuir para a me-lhoria do sistema.

„Este novo tipo de certificaçãoé apresentado como a grande sal-vação do EPE, como sendo eleque vai melhorar e dar maior di-gnidade ao ensino, mas não trazabsolutamente nada“, disse TeresaDuarte Soares, responsável dosindicato.

„Não vai trazer nada e aindapor cima é para ser pago“, acres-centou.

A certificação, prevista numaportaria publicada em Diário daRepública, prevê a realização deuma prova oral e escrita, de ins-crição obrigatória e sujeita a umapropina.

Segundo o texto da portaria, acertificação, que visa „contribuirdecisivamente para uma maiorcredibilização do EPE junto dossistemas de ensino dos países emque a língua portuguesa é ensi-nada“, passa pela realização deuma prova elaborada de acordocom os critérios estabelecidos noQuadro de Referência para o En-sino Português no Estrangeiro(QuaREPE) para os domínios orale escrito.

No entanto, sublinhou TeresaSoares, este quadro não é utili-zado pelos sistemas educativos dequalquer país, nem sequer do por-tuguês, seja para as disciplinas delíngua estrangeira, seja para a lín-gua materna.

Segundo a sindicalista, o Qua-REPE é um sistema de classifica-ção „plasmado dos sistemasusados nos institutos de línguas“,pelo que não se adequa ao EPE,que „não é um instituto de lín-guas, mas sim um subsistema doensino público português“.

Como consequência, defendea responsável, o sistema é anti-pe-dagógico, desmotivante e injustopara as crianças do primeiro ciclo,já que utiliza os mesmos parâme-tros para todos os alunos, sem terem conta a idade e o ano escolarem que se encontram.

„Como professora com 37anos de serviço, acho muito revol-tante que se vá dizer a uma cri-ança no primeiro ano deescolaridade que não tem capaci-dade de escrita. Pois claro que nãotem, se está no primeiro ano de es-colaridade“, exclamou TeresaSoares.

E exemplificou: A mesma

classificação será dada a um alunode seis anos e a outro de 14 ou 15que nunca tenha tido aulas de por-tuguês.

Para Teresa Duarte Soares, acertificação só terá interesse paraos alunos que estão a terminar aescolaridade, nomeadamente o 9.ºou o 12.º, porque podem utilizá-lapara entrar no mercado de tra-balho ou na universidade.

„De resto, não faz qualquersentido“, disse.

Recordou ainda que esta certi-ficação não pode ser introduzidano ensino integrado - em que osalunos têm português como maisuma disciplina na escola que fre-quentam - porque esses alunostêm de ter as mesmas classifica-ções que se usam nos países deacolhimento, pelo que contribuirápara uma maior disparidade.

„Somos 400 professores deEPE, mas 200 vão ter de usar estesistema e outros 200 não“, lamen-tou.

Para a dirigente sindical, oEPE, „que está tão fragilizado“,precisava antes de mais professo-res e melhor qualidade de ensinoe „não é por haver uma certifica-ção - ainda por cima paga - que oensino vai melhorar“.

Certificação do Ensino de Português noestrangeiro é antipedagógica

Segundo o Sindicato dos professores

6 PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012

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OpiniãoLuciano Caetano da Rosa

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palavra crise fala grego („Kri-sis“ do Verbo „krinein“...) etem um vasto campo semân-tico, quer dizer, significamuita coisa: opinião, juízo,

decisão, agudização, ponto de vira-gem decisivo, desenvolvimento peri-goso, catástrofe, decadência. Asituação que se vive em Portugal, emmuitos países da Europa e do mundoé de crise nos piores sentidos arrola-dos da palavra, graças ao capitalismomais ou menos globalizado.

Esta expressão não consegue, to-davia, esconder uma oligarquia se-creta que deseja mandar no mundo enos povos, promovendo guerras, se-questrando os recursos do planeta,atacando moedas concorrentes e aeconomia dos países, actuando noschamados mercados, tentando arrasarquem se oponha perigosamente à suahegemonia.

A crise é global hoje em dia nosplanos individual, social, político,económico, cultural e ambiental. Acrise é sistémica e desenvolve-se naEuropa à medida que a integração ca-pitalista se agudiza com as dívidas eos juros leoninos das dívidas dos Es-tados, das famílias, dos indivíduos ede muitos sectores empresariais.

As políticas recessivas praticadaspela ideologia dominante, o capita-lismo neo-liberal, a austeridade, o de-semprego galopante, a intensificaçãoda exploração, as privatizações, as le-gislações laborais inimigas dos direi-tos duramente alcançados pela luta degerações de trabalhadores, represen-tam todo um ror de medidas típicasdeste sistema capitalista tardio cadavez mais em crise, que há muito en-trou em falência acelerada.

Todos estes factores, ora em con-junto ora separadamente, produzemos efeitos de uma crise cada vez maisavassaladora, mais esmagadora paramilhoes de seres humanos.

Milhares e milhares de portugue-ses fogem à crise em Portugal, às me-didas draconianas do actualdesgoverno de traição aos interessesdo país e do povo...os novos emigran-tes vão, no entanto, fugir para onde sea crise está por toda a parte? Não estáfácil...mesmo para os que chegamcom estudos superio-res e boas habilitações.

A crise em Portu-gal tem causas e temcausadores. A actualcrise no país tem a suahistória, a sua anam-nese, inicia-se na con-tra-revolução com osgovernos de Soares, (ohomem preferidopelos americanos enão outros elementosda burguesia liberalcomo Sá Carneiro,Amaro da Costa, etc),durante e logo após agloriosa Revolução do25 de Abril.

Mas além destepolítico contorcionista, Soares, é bomnão esquecer mais uns quantosnomes, pelo menos os mais importan-tes: Mota Pinto, Freitas do Amaral,Cavaco Silva (e seus muchachos noBPN: Dias Loureiro, Oliveira e Costa,além de Duarte Lima, etc. etc.), Gu-terres, Durão Barroso (o anfitrião dasLages, estais lembrados?), SantanaLopes, Sócrates e o actual primeiro-ministro Passos Coelho com Paulo

Portas e a cumplicidade de Seguro. Devemos a crise à burguesia na-

cional, à classe dominante, aos Parti-dos que defendem os interesses destaclasse, aos interesses egoístas e ilegí-timos de classe que são fonte de todaa corrupção reinante na sociedadeportuguesa. Devemos a crise à polí-tica de agressão em toda a linha navida dos portugueses que trabalhamou querem trabalho. Devemos a criseà burguesia internacional, aliada daburguesia portuguesa.

As duas troikas, a interna(PSD,CDS, PS+ Presidente da Repú-blica) e a externa (o FMI, O BCE e aUE), conjugadas, acentuam a crise emníveis nunca antes conhecidos. Sãoestas forças políticas os responsáveispela destruição ao longo de décadasdo nosso aparelho produtivo, pela pri-vatização dos sectores rentáveis, pelofecho e ruína de segmentos da indús-tria, pela destruição da Reforma

Agrária e pelo abate de milhares deunidades pesqueiras.

Lembrais-vos dos subsídios daUE para que os camponeses pusessemas raízes das oliveiras ao sol? Ou a re-dução de quotas de pescado e subsí-dios aos armadores para esteseliminarem milhares de embarca-ções? E assim, em vez de produzir-mos nós próprios, passámos aimportar.

A dívida pública portuguesa che-gou em Fevereiro de 2012 aos 190

mil milhões, bemmais de 100% doProduto InternoBruto. Em vez de secriarem postos detrabalho, não se-nhor, cria-se maisdesemprego. Aquem é que istoserve? À generali-dade dos portugue-ses e ao país,certamente nãoserve! E assim esta-mos com mais de15% de desempre-gados na populaçãop o t e n c i a l m e n t eactiva, mas na reali-dade deve haver um

milhão e 200 mil desempregados emPortugal.

E como estão os que têm trabalhoou emprego ou estão reformados eaposentados? Vêem os seus saláriosdiminuídos, as suas reformas e apo-sentações congeladas. Muitos trabal-hadores têm salários em atraso,trabalham e não recebem, o subsídiode Natal e o 13. mês já foram à vida,os despedimentos tornaram-se fáceise as indemnizações irrisórias, as casassão devolvidas aos bancos às dezenasdiariamente...Para onde vão morarestas famílias que ficam sem casa?Austeridade, austeridade e mais aus-teridade? Austeridade para quem?Para o povo, sim! Para os capitalistas,para a burguesia, para os Catrogas, osMexias, os gestores, os banqueiros equejandos, não há crise nenhuma,nunca viveram tão bem, o país paraeles é um verdadeiro paraíso na terra!Não vos deixeis enganar, caros com-patriotas, com tretas que por aí circu-lam.

O povo paga IRS, IRC, IVA(23% em vasto consumo), IC, Scuts,agora até chegou a famigerada pro-pina de 120 euros nos cursos de LCPcontra a qual todos devemos lutar,uma taxa ilegal para que as crianças ejovens portugueses ou luso-descen-dentes nao usufruam de um direitoconstitucional na emigração. As taxasmoderadoras na saúde tornaram-seimoderadas, a saúde privada priva opovo da saúde.

A corrupção, porém, nunca foi tãoimensa. Segundo notícias dos jornais,o anterior primeiro-ministro Sócrates

gastou durante 6 anos, em almoços ejantares, 438,000 euros. O buraco noBPN ultrapassa os 8 mil milhões, naMadeira idem aspas. É um regabofenunca visto. O FMI exige 35 mil mil-hões de juros do empréstimo de 78mil milhões. Com os 35 mil milhões,poder-se-ia pagar durante 4 anos o sa-lário de todos os funcionários públi-cos. Mais 12 mi milhões servem pararefinanciar a banca. Com este din-heiro, poder-se-ia pagar todas as pen-sões de reforma. Mas não, os bancosrefinanciam-se à custa da pobreza dopovo. Outros 8 mil milhões servempara refinanciar o BPN, ouviram bem,leram bem?, o BPN!!! Com este din-heiro, poder-se-ia pagar todos os me-dicamentos do SNS durante 4 anos.Com mais 450 milhões dados ao BPPpelos partidos do „arco do poder“(como eles gostam de dizer de si pró-prios) poder-se-ia pagar subsídios àsfamílias, além do Subsídio Social deInserçõo (para desempregados semqualquer fonte de rendimento).

O Banco Central Europeu vendeo dinheiro aos bancos a 1% de jurose, em seguida, os bancos pagam-seesse dinheiro em empréstimos aos go-vernos a 6% e mais. Tudo isto é imo-ral, caros compatriotas. E é precisodar outro sentido ao nosso voto emeleições.

É preciso lutar contra estas políti-cas de direita, por uma política patrió-tica e progressista, por uma repartiçãojusta das riquezas, pelo combate à po-breza, contra o desemprego e o tra-balho precário, pelo trabalho dequalidade flanqueado de direitos.

É necessário renegociar a dívida,discutir montantes, juros e prazos devencimento e derrotar as troikas.

É mister aumentar salários, pen-sões de reforma e aposentações, pro-teger a saúde, o ensino, a educação, asegurança social contra o mercanti-lismo e a privatização, por serviçospúblicos de qualidade num país civi-lizado.

É urgente dizer Basta!, a esta gen-tinha, estes pequenotes incultos e sub-servientes que nos desgovernam.

Crise? Uma fatalidade? Não, acrise não é uma fatalidade, Portugaltem riquezas, recursos, gente inteli-gente e de saber, trabalhadores com-petentes, massa crítica e sóprecisamos de começaar a desenvol-ver a produção nacional. O país temde ser reencaminhado para os valoresde Abril. Não pode continuar a „aju-dar“ nesta „construção europeia“ fe-deralista, militarista e neo-liberal dosagiotas, nesta Europa anti-democrá-tica, intervencionista, perigosa para apaz. Deixemo-nos de vaidades, deparvoíces, acordemos e acertemos onosso comportamento cívico deacordo com as medidas que é precisotomar.

Portugal e o povo português me-recem mais!

A crise não é para todos!

A

As duas troikas, a interna (PSD,CDS, PS+ Presi-dente da República) e a externa (o FMI, O BCE ea UE), conjugadas, acentuam a crise em níveisnunca antes conhecidos. São estas forças políti-cas os responsáveis pela destruição ao longo dedécadas do nosso aparelho produtivo, pela priva-tização dos sectores rentáveis, pelo fecho e ruínade segmentos da indústria, pela destruição da Re-forma Agrária e pelo abate de milhares de unida-des pesqueiras.

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PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012 Comunidades 7

As autoridades alemãs atribuí-ram o referido aumento, muitoacima da média nacional de 1,6por cento no mesmo período, aodesemprego e à falta de perspecti-vas de emprego em Portugal, eainda à evolução positiva do mer-cado de trabalho no país de acol-himento.

Esta tendência foi ainda maisacentuada entre trabalhadoresespanhóis e gregos na Alemanha,que no prazo de um ano aumenta-ram, respectivamente, 11,5 porcento (para 46 mil no total) e 9,8por cento (para 117.700).

Este fenómeno está igual-mente ligado, segundo a BA, aoelevado desemprego na Espanhae na Grécia, que é ainda superioraos 15,4 por cento em Portugal, eultrapassa os 20 por cento.

Quanto ao número de italianosa trabalhar na Alemanha, subiu4,2 por cento até Maio, atingindo232.800. No que se refere ao de-semprego na Alemanha entreestas nacionalidades do sul daEuropa, o dos italianos foi o quemais desceu, 6,4 por cento, en-quanto o desemprego entre osespanhóis subia 10,5 por cento

desde junho de 2011, e entre osgregos 4,1 por cento.

No que toca ao desempregodos portugueses, manteve-se pra-ticamente estacionário, com umaligeira descida, e havia em Maiocerca de 8.500 pessoas à procurade trabalho, quase tantas como háum ano, indicou também a BA.

A taxa de desemprego na Ale-manha situava-se nos 6,7 porcento, em Julho, e é uma das mais

baixas da União Europeia, mas asvariações entre os 16 Estados fe-derados são grandes. As regiõesdo sul e do sudoeste, como a Ba-viera e Baden-Wuerttemberg, for-temente industrializadas,apresentam taxas abaixo doscinco por cento, e o leste do país,menos desenvolvido, taxas acimados 10 por cento.

A BA tem chamado a atençãopara a falta de mão de obra espe-

Número de trabalhadores portugueses na Alemanha aumentou 5,9 por cento até Maio

cializada, sobretudo de engenhei-ros, médicos, informáticos, mastambém de enfermeiros e auxilia-res de enfermagem e operáriosespecializados, mas também dei-xou claro que, sem conhecimen-tos de língua alemã, ascandidaturas de estrangeiros daUnião Europeia não têm pratica-mente hipóteses de sucesso, quernestas, quer noutras áreas de ati-vidade.

Nas profissões de nível acadé-mico, onde a comunicação de-corre em Inglês, sobretudo nasgrandes empresas, o panorama édiferente.

Muitas multinacionais germâ-nicas não hesitam mesmo em pro-mover ações de recrutamento noestrangeiro para angariar os qua-dros técnicos de que necessitam,facultando-lhes depois aulas dealemão no país de acolhimento.

O número de portugueses atrabalhar na Alemanha aumen-tou 5,9 por cento até finais deMaio de 2012, em relação aoano anterior, atingindo os55.600, segundo levantamentodivulgado pela Agência Fede-ral do Trabalho (BA).

Dezenas de habitantes de VilaNova de Paiva partiram, na dé-cada de 1990, para trabalharem geladarias na Alemanha eregressaram para oferecer umFestival do Gelado à terra natal.

No programa do Festival doGelado, que decorreu em VilaNova de Paiva de 09 a 12 deAgosto, foram passados váriosmomentos com o gelado como„estrela“, como o fabrico no local,pequenas geladarias para prova eo fabrico do maior gelado algumavez feito em Portugal.

O presidente da Câmara Mu-nicipal de Vila Nova de Paiva,José Morgado, que teve a inicia-tiva de organizar este evento, con-tou que a oportunidade surgiu

depois de perceber que o concelhotinha „muitos dos seus filhoscomo proprietários de geladariasna Alemanha“ e esta foi a „melhorforma de os homenagear, mastambém de promover o con-celho“.

Segundo José Morgado, „tudose resume a uma extraordináriacapacidade de iniciativa dos jo-vens que nos idos de 1990 emi-graram para a Alemanha paratrabalhar em geladarias que eramde italianos“.

Com o passar do tempo“foram ficando com os negócios,essencialmente porque os antigosproprietários foram envelhecendoe trespassaram-nos“, lembrou.

Este festival surgiu ainda de-pois de proprietários de „dezenas

de geladarias“ na Alemanha teremrealizado em Vila Nova de Paivaum congresso do gelado onde sedebateram novas técnicas de fa-brico e de comercialização. Estecongresso juntou na vila 120 em-presários do ramo, dos quais cercade 80 naturais do concelho.

Para acompanhar o festival,uma marca italiana de gelados fezdeslocar um grupo de especialis-tas a Vila Nova de Paiva.

O tudo maior gelado algumavez feito em Portugal foi confec-cionado durante os dias do festi-val, com mais de 100 quilos debaunilha e morangos, além demuitos litros de leite.

Ao longo do festival, os visi-tantes poderam provar geladoscom mais de 30 sabores.

VILA NOVA DE PAIVA

Emigrantes na Alemamha regressam para fazer mega gelado

A partir de 12 de Setembro o atendimento da Caixa Geral de Depó-sitos (CGD) na cidade de COLÓNIA, que se realiza todas as quar-tas-feiras das 10h às 16 horas, passará a ser efetuado nas instalaçõesda Agência da SPARKASSE KÖLNBONN, Gürzenichstrasse n° 19,que fica a poucos passos do HEUMARKT. Este novo espaço estáacessível para quem se desloque de comboio, uma vez que fica pertoda estação ferroviária/ HAUPTBAHNHOF e da Catedral / DOM.

De acordo com a responsável do Escritório de Berlim, GiselleAtaíde, «tem havido uma adesão crescente ao serviço CAIXADI-RECTA (por telefone ou internet), o que permite aos clientes umagestão cómoda da sua conta à distância, sem saírem de casa. No en-tanto, há clientes que se sentem mais à vontade num encontro pre-sencial, pelo que nas principais cidades de residência da comunidadeportuguesa continuamos a apostar complementarmente na proximi-dade».

Acrescenta que «se observa uma nova vaga de portugueses a che-gar à Alemanha e sabemos que podemos continuar a contar com asua preferência», afirma ainda a responsável da CGD na Alemanha.

Para além deste atendimento em Colónia, o Escritório da Caixa,situado em Berlim, dispõe ainda de locais de atendimento em Estu-garda, Hamburgo e Frankfurt.

Novo atendimento da CGD em Colónia

Caixa agora no Heumarkt

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 20128RONDA PELAS COMUNIDADES

Os serviços sociais eram entãoinexistentes. A entre - ajuda era umdesdobrar de esforços dos mais vel-hos. De realçar, entre outras figuras,o Sr. José Passadouro, responsáveldum centro que acolhia os trabalha-dores duma empresa de madeira que,entretanto, fechou a sua porta. Era oquartel general dos homens que che-gavam pela primeira vez. Conviviamlá nos primeiros anos da década de60, homens de todas as idades, detodos os extractos sociais e das diver-sas regiões do Pais.

O J. Passadouro era como sefosse o pai desta grande família. Di-rigiam-se a ele para qualquer questão.Era o escriturário de todos. Era umapessoa de tal confiança, que delega-vam a ele a resposta às cartas das na-moradas ou das sempre saudosasesposas. O Senhor J. Ferreira, outrorataxista e barbeiro, nos tempos livres,era um constante e sempre bem vindohóspede. Não era o interesse por gan-har algum que o levava lá, mas sen-tia-se e era acolhido como umembaixador da boa disposição e daalegria nesse ambiente, que a pro-funda tristeza da saudade constante-mente invadia. Os fins de semanaeram passados a sintonizar, com osouvidos bem colados ao antigo rádio,as ondas curtas da emissora nacional,a única estação de rádio de então. Dágosto sentar-se com os dois pioneirose escutar as histórias desse tempo,alegrados com sempre fresco pão demilho, a boa chouriça assada e o tintodas palhinhas, que nunca faltava.

Quem foram, quem são os portugueses em Neuss

Leiria, Aveiro e Covilhã foramregiões que mais vincam as diversas

comunidades lusas de Neuss. Car-vide, Monte Redondo, Carreira,Fiães, Lobão da Feira e S. Jorge daBeira são as freguesias mães. Só maistarde iniciou-se a vinda de outras decompatriotas de outras zonas de Por-tugal. É conveniente recordar que afábrica de madeiras, a Verhan, da fa-mília do grande Adenauer, atraiumuitos compatriotas.

O centro que os acolhia serviamuitas vezes como trampolim paraenveredarem para outras fábricas dacidade e mesmo para outras paragens.Neuss era um centro que acolhia mui-tos compatriotas, pois algumas em-presas pertenciam à família deAdenauer que tinha uma familiar ca-sada com um distinto português, o Sr.Teixeira Mendes. Esta ligação facili-tava a obtenção de documentação ede cartas de chamada, ou contratos detrabalho. Mais tarde o governo portu-guês quase como agradecimento e re-conhecimento instituiu um consuladoem Neuss que foi abolido após a re-volução dos cravos. Nesse tempo acomunidade Portuguesa ultrapassavaos 2. 500. Hoje são cerca de 1. 300.

Associação (APN), centro, Missão e desporto

A única Associação Portuguesade Neuss, a APN, muito cedo soubeorganizar-se como centro que só maistarde, em 1974 foi transformado, jun-tamente com outra organização, emAPN, com sede própria, onde aindahoje e depois de várias remodelações,se encontra. A APN (Associação Por-tuguesa de Neuss) teve um papel im-portante em toda a região. Foi,durante muito tempo, consideradapelas autoridades portuguesas, ummodelo a imitar. O impacto sociocul-tural e a sua autonomia ultrapassa-vam as fronteiras de Neuss. Foi nopassado um espaço acolhedor e deacção de alguns intelectuais que en-contraram aqui um apoio e um campopositivo de acção. Eram estudantes eoutros compatriotas que, não que-rendo seguir o autoritarismo políticoque imperava em Portugal, foramobrigados a sair e a refugiar-se nestaregião.

Só muito mais tarde, e sob a res-ponsabilidade directa da Caritas, sur-giu o Centro Cultural, projectadocomo apoio aos diversos grupos eactividades que, entretanto, tinhamsurgido, como o futebol, o folclore,grupo de jovens e como apoio tam-bém às múltiplas actividades daMissão Católica.

Neuss, como comunidade cató-lica, esteve dependente de Hilden ecom o tempo passou a ter uma auto-nomia própria, compartida com Hil-den já nos fins da década de 80. Nosprimórdios, era assistida pela Missãode Colónia, como hoje acontece. Noinicio, até o bacalhau e as especiali-dades mais usuais eram distribuídas

pela Missão.

Associação São Jorgense, a música a marcar passo

Este artigo não teria sentido senão mencionássemos a AssociaçãoSão Jorgense. Apesar de ter as suasinstalações nos limites da cidade deDüsseldorf, Neuss continua a ser opólo de encontro e habitacional dosoriundos dessa região. Aglutina osoriundos dessa linda aldeia que comoum lençol branco se estende pelaserra de Açor. Quem visitar a sede daagremiação, esquece-se completa-mente dos dois milhares de quilóme-tros de distância que os separa daaldeia.

A culinária, com os seus petis-cos, o cultivo das raízes culturais,através da música, das abundantesfestas, leva-nos, automaticamente aesses lugares longínquos, mas bempresentes. Se fizer uma visita ao sá-bado à tarde sente-se invadido pelasnotas das diversos instrumentos desopro. É o ensaio da filarmónicacomposta por algumas dezenas demúsicos. Segundo consta é a únicaactividade musical do género culti-vada na Alemanha. Para ser membro

basta ter tendências musicais, pois aaprendizagem das notas e dos acordesé feita na cave onde se executa o en-saio.

Vida desportiva: só os Tigres FC ficaram

O Desporto rei é outra das activi-dades que movimentaram e movi-mentam ainda, ao fm de semana,muitos jovens e não só. Ainda recen-temente houveram três equipes de fu-tebol. A União Portuguesa de Neuss,organizada e liderada só por jovens,declinou ainda este ano, depois demuitos anos de independência e decontinua transformação. Os Tigressão a única equipe que ficou no qua-dro de honra do futebol português.Arrasta consigo sempre muitos adep-tos e amantes do futebol. A sua exis-tência já ultrapassou as três décadas,sempre marcadas com espaços decrises que se saldaram sempre numavanço da qualidade técnica e do de-sportismo.

O torneio de futebol que organi-zam anualmente culmina semprenuma verdadeira festa, onde toda acomunidade se junta e atrai a si maiscompatriotas oriundos das diversas

a presença portuguesa data de 1957 cidades circunvizinhas. É a festa alembrar os nossos arraiais. Os volun-tários que dão as mãos para que tudocorra pelo melhor e não falte a nossasardinha e o bom vinho. Ainda bem!Ultimamente tem sido a única activi-dade que tem unido as diversas forçasda comunidade.

Integração na comunidade acolhedora

Temos dois mercados portugue-ses bem recheados, o Mendes e oJuari. Se quiser passar algumas horasagradáveis, em ambiente português,têm à sua disposição três bares: o Lu-sitano, Café intercity e o café Paulito.Se quiser provar iguarias portuguesasvá aoRestaurante Canedo, à Guitarrae, mais recentemente, ao Pozo Qui-rino.

De origem recente e no coraçãocultural da cidade, pode deixar-sesurpreender pela confeitaria do “CaféPausa”. As cores e a decoração doespaço desafiam-nos e degustar osnossos pastéis de Belém e outras nos-sas típicas guloseimas, misturadascom uma amena conversa, até de ne-gócios e de encontros especiais.

A aprendizagem da língua alemãdeveria ser igualmente uma preocu-pação de quem calca pela primeiravez estas paragens e tenciona lançarraízes. Apesar da responsabilidade nacompetente secção da câmara destacidade caber a uma portuguesa, a se-nhora Pires, notamos que o esforçoda comunidade neste âmbito deveriaser intensificado.

A ocupação profissional é outrofactor que pode medir o grau de inte-gração. Houve tempos em que só nãotrabalhava quem não queria ou nãopodia. Eram as muitas fábricas nosarredores da cidade. Os tempos sãooutros e Neuss transformou-se maisnum dormitório de outras cidades. Osector de emprego ficou mais restritoe mais orientado para os serviços:restauração, limpezas, construçãocivil e profissões congéneres.

Temos pessoas que se destacamno Jobcenter (Arbeitsamt), em ban-cos, e em hospitais. Realçamos aquio Dr. Carlos Freitas, que é médicochefe e responsável na secção de Car-diologia dum grande Hospital que dáapoio à universidade de medicina deDüsseldorf.

Os Serviços Sociais da Caritas,preenchidos durante quase 25 anospelo autor destas linhas, o que podeser suspeito na apreciação da comu-nidade, foram alvos duma continuaevolução que procuraram equacionaras necessidades das diversas comuni-dades às expectativas da política deestrangeiros dos diversos governos.Da assistência dos anos setenta e oi-tenta transformou-se, a partir da pe-núltima década, em motor deintegração nos seus diversosaspectos.

O inverno de 1957 ficou mar-cado com a vinda do primeiroluso que abriu caminho aosmais alguns milhares de com-patriotas. Foi o Sr. Justino, jáfalecido. Veio de Rio Maior,munido com uma carta de re-comendação duma famíliaamiga alemã que encontrouocasionalmente em Portugal eduma grande vontade de ven-cer. A sua esposa, Dona Ivone,oriunda da vila alentejana deAljustrel, e a sua cunhada D.Natália (entretanto falecida),enfermeiras com curso emPortugal, seguiram-lhes ospassos não lhes sendo difícil aintegração no mercado de tra-balho num grande hospital dacidade.

Jose Gomes Rodrigues

Neuss:

A loja de especialidades alimentares portuguesas em Neuss, a Mendes, “ali-menta” a comunidade com os ingredientes típicos da lusitanidade. Foto. Cor-tesia: NGZ

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012 Comunidades 9

INICIATIVAS

VILA REAL - OSNABRÜCK

A Câmara de Vila Real assi-nou no ano passado um protocolode cooperação institucional com aorganização alemã @fire - Res-posta Internacional a DesastresNaturais.

É no âmbito desse protocoloque a equipa @fire constituída por11 elementos se deslocou àquelaregião de Portugal de 11 elemecom a missão de aumentar a capa-cidade de intervenção aos incên-dios florestais, através do apoioaos dois corpos de bombeiros lo-cais.A @fire combate os fogos re-correndo a ferramentas manuais.

Segundo um responsávellocal, este ano as coisas „têm cor-rido bem em termos de ignições“no concelho de Vila Real, ou seja,verifica-se um número de fogosinferior ao registado nos anos an-teriores.

Para tal tem contribuído astemperaturas pouco elevadas, nãofacilitando a progressão de algu-mas ignições que têm ocorrido.

Já em 2005 e 2006, os volun-tários alemães ajudaram no com-bate às chamas no concelho edistrito de Vila Real.

Desde o final da década de1970, que a autarquia transmon-tana desenvolve uma relação deamizade com o município alemãode Osnabrück.

Em 2005, os dois municípios

assinaram um acordo de gemina-ção e nesse mesmo ano, em que odistrito transmontano foi fusti-gado pelas chamas, a ONG euro-peia @fire ofereceu-se paraajudar.

Nesse verão, uma equipa denove elementos fez parte do dis-positivo de combate a incêndiosem Vila Real.

Em Agosto de 2006, 33 ele-mentos de quatro corporações debombeiros de Osnabrück e 10 ele-mentos da ONG @fire regressa-ram a Vila Real, em auxílio dascorporações de bombeiros de VilaReal, ajudando mais uma vez nocombate aos incêndios que defla-gravam no distrito.

Nesse mesmo ano, as corpora-ções alemãs e portuguesas treina-ram em conjunto na cidadetransmontana, trocando tácticas etécnicas e partilhando experiên-cias. A ONG alemã funciona comum corpo de voluntários e man-tém-se no activo através de doa-ções de instituições ouparticulares, tendo ajudado emcatástrofes naturais que ocorreramna Tailândia, Paquistão e Haiti.

Durante o resto do ano, casoseja necessário, um mínimo de 11voluntários estará pronto a actuarem Vila Real em 72 horas.

Bombeiros alemães em Vila Real para ajudar no combate aos fogos florestais

Onze voluntários da Organiza-ção Não Governamental (ONG)europeia @fire, sedeada em Os-nabrück, Alemanha, estiveramaté ao dia 17 de Agosto emVila Real para ajudar no com-bate aos incêndios florestais.

ão muitos as portuguesas e portugueses residentes na Alemanha que mere-cem o elogio por mor da sua actividade profissional ou benévola e que nós,enquanto jornal da Comunidade, devemos divulgar não apenas porque setrata de gente que deve constituir exemplo para outros.

Não é a primeira vez que o PORTUGAL POST nomeia e elege personalidades dedestaque na vida da comunidade lusa na Alemanha. Quem nos acompanha há muitosanos sabe disso.A última vez que o fizemos foi em 2004 numa sessão pública organizada em Berlimpela ocasião dos 40 anos de presença portuguesa na Alemanha.Passados, portanto, 6 anos, o PORTUGAL POST volta a nomear uma lista de per-sonalidades mais influentes entre a comunidade lusa na Alemanha.Daí o apelo que fazemos a todos aqueles que nos queiram sugerir nomes de pessoasque por este ou aquele motivo devem constar de uma primeira selecção. As suge-stões enviadas devem ser acompanhadas de uma curta biografia ou das razões pelasquais o proposto deve ser seleccionado.A lista com os nomeados será divulgada na edição do PP de Dezembro deste ano.

PORTUGAL POST elege as personalidades mais influentes da comunidade

O departamento da cultura da cidade de Duisburg, através da VHS (Volks-hochschule), juntamente com a Biblioteca da mesma cidade e em estreita co-laboração com o Consulado Geral de Portugal em Düsseldorf na pessoa da Dr.Maria Manuel Durão, vem, mais uma vez, dar continuidade às actividades dosegundo semestre relacionadas com a língua e a cultura portuguesa.

Eis o programa:.

31.08.2012Abertura oficial das 19:00 às 20:00 horasVolkshochschule der Stadt Duisburg Königstr. 47 • 47051 Duisburg

de 03.09 a 30.09.2012 no Vestíbulo da VHS * Desenhar o coração da cidade antiga de Guimarães. Exposição de desenhosdo artista plástico Ireneu Oliveira

“no meio dos barulhos típicos da cidade que me envolvem como o tráfico,as vozes humanas, vou concentrando-me e desenhando a arquitectura de pré-dios urbanos e industriais mais antigos mas nos estados actuais. Os motivospreferidos são prédios originais que nada têm a ver com as usuais cartaspostais. A escolha dos motivos constitui para mim um desafio que pode passarquase despercebido ao transeunte normal. Estes motivos mostram mais doque um monumento, mas uma cidade”. É deste modo que o artista apresentaa sua obra. Existem muitas mais obras deste género sobre a cidade tendo sidojá entretanto expostas na cidade de Guimarães.

de 05.11 a 07.12. 2012 no Vestíbulo da VHS * Rostos que falam - Gesichter, die sprechenFotografias de e sobre Moçambique de José Gomes RodriguesEncerramento so-lene: 07.12. 2012das 19:00 às 20:00horas

“O rosto nãoengana, é a almada pessoa, assim seexpressa o povo.Rostos são escultu-ras vivas, as maisreais e precisas, tal-hadas pelas almasque os animam eavaliadas pelos co-rações que os exa-minam... os rostosfalam e como falam! O povo não se engana. A sua sabedoria é fruto de expe-riências armazenadas pelos anos.” Assim se expressa o fotógrafo ao escolheros seus motivos. Estes foram o resultado de intenso relacionamento humanocom as gentes da periferia das cidades de Maputo, Beira, Nampula, Carapirae de aldeias e ilhas circundantes e remotas. Rasgos de esperança, dignidadee de alegria são visíveis nas diversas expressões. Eles interpelam-nos, podemincomodar e questionar a própria substância de quem os procura ler.

No encerramento, na Sexta-feira, dia 7.12 há a possibilidade duma con-versa com o fotógrafo e escutar as suas experiências e impressões colhidassobre as pessoas fotografadas e sobre as razoes que estivaram nos bastidoresdesta exposição.

16.11.2012* Jose Saramago - à procura do rasto de uma vida.Palestra, das 18:00 às 21:00 horasEntrada: 5 €

Assim como Fernando Pessoa, José Saramago é um dos expoentes máxi-mos da literatura portuguesa. Filho de agricultores pobres, só com muito es-forço conseguiu fazer os seus estudos. Só depois dos cinquenta anos decideenveredar pelo caminho da escrita. A sua obra: “Levantado do Chão”, nos anosoitenta com abriu-lhe o caminho para para o êxito. Além de romances, escreveuobras de poesia, relatos de viagens e obras de teatro. Foi um critico literário etradutor. Em 1998 foi agraciado com o Nobel da Literatura. Faleceu em Lan-zarote, a sua segunda pátria.

Nesta tarde será apresentada a vida e a obra do escritor, assim como algunsexcertos do filme “José e Pilar” que procura relatar a sua vida com a sua esposaespanhola Pilar Del Rio.

Todas as actividades relacionadas com este Programa terão lugar na sededa VHS na Königsstr. 47, 47059 Duisburg. Para outras informações poderãoser colhidas através do tel.: 0203/283-4157 em 47059 Duisburg

Além dos acontecimentos culturais descritos, existem outros que o leitorpoderá observar na homepage da VHS Duisburg : www.vhs-Duisburg.de

Volkshochschule (escola popular) promove iniciativas ligadas à cultura portuguesa

DUISBURG

S

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012Comunidades 10Informação

Consular

Í

Nascimento

O PORTUGAL POST na suabusca da presença de portugue-ses por terras germânicas en-controu desta vez doiscompatriotas calceteiros que“exportam” para este país aarte e o saber de uma tradiçãomuito antiga lusa: a calçadaportuguesa .

Foi assim que ao caminhar aoacaso pelo parque de estaciona-mento da cidade de Klingenbergdei conta de uma calçada que deimediato me lembrou Portugal eas suas calçadas. E não foi pormenos que me deparei então comdois mestres calceteiros portugue-ses nas lides da sua arte: os me-stres Arnaldo Valera e LuisMoreira.

Metida conversa, soubemosque trabalham para uma empresade pavimentos e calçadas de umportuguês com sede em Singen.

Soubemos também que o me-stre Arnaldo Valera exerce a suaprofissão há vinte anos e vive aquidesde 1992, com um interregno de

seis anos, tempo que viveu emPortugal para depois, há cerca decinco, ter regressado para Ale-manha. A vida difícil em Portugalos problemas financeiros fizeramcom que regressasse a este pais.

Por seu lado, o mestre LuísMoreira, com 36 anos feitos, émais fresco por estas bandas, diz-nos que só cá reside há cerca dequatro anos, emigrando devido àsituação em que se encontrava.“Aqui ganha-se mais e há tra-balho”, diz.

O mestre Luís Moreira revela-nos que começou trabalhar “nestaarte” aos 14 anos.

Os dois chegaram a trabalharpor conta própria em Portugal, masa situação do país obrigou-os arumar até à Alemanha.

Os mestres calceteiros dizemque os alemães admiram muito oseu trabalho, “passam por aqui edizem <sehr schön>. Gostam denós, aceitam-nos muito bem e issofaz-nos sentir quase como que emcasa, mas a nossa terra...é semprea nossa terra!”, dizem.

Sobre o futuro, se ficam por cáou se retornam a Portugal, a res-posta é a mesma daqueles portu-gueses que vieram para cá nosanos sessenta ou setenta, isto é,ficam dependentes da família; dosfilhos que vão aqui à escola, queaqui crescem e fazem a sua vida,mas, diz o Arnaldo Valera “queficar para sempre não quer”.

O Luís diz que enquanto hou-ver trabalho vai ficando e que acasa que tem em Portugal se nãofor para ele será para os filhos,para os netos ou para passar as fé-rias, matando as saudades do país.

Com os filhos na escola alemãe a conviver com as crianças ale-mãs, quisemos saber que línguafalam em casa. No caso do Luís, ofilho só frequenta a escola há umano, por isso em casa comunicamtodos em português. Com os filhosdo Arnaldo já é um pouco dife-rente, pois apesar de falarem por-tuguês em família, as criançasentre si expressam-se em alemão..Como não podia deixar de ser, aconversa acaba com as saudades

que ambos têm das suas terras e dafamília, saudades que vão miti-gando porque em primeiro está ofuturo e a tranquilidade de umavida sem sobressaltos e dificulda-des que é, afinal, o que todos dese-jam quando saem do país paraencontrar uma vida melhor do queaquela que o seu próprio paísteima em não querer dar aos seusfilhos.

Como mensagem final aos por-tugueses que pretendam rumar àAlemanha, ambos não exitam emdizer àqueles que pensam emigrarpara este país “que não o façamsem ter trabalho ou uma situaçãoencaminhada por amigos ou fami-liares que já se encontrem cá paraevitar situações menos boas”.

A conversa estava no fim e, jáagora, avisa-se o leitor que quandopisar uma calçada lembre-se quese calhar foi feita por portugueses.Esta é também uma forma de mar-car a presença e a passagem lusapor estes lados.

Fernando Roldão, correspondente .

PP DÁ A CONHECER MAIS DOIS PORTUGUESES NA ALEMANHA

Mestres calceteiros embelezam as calçadas alemãs

Como registar um nascimento deportuguês no estrangeiro?O nascimento de indivíduos que te-nham direito à nacionalidade por-tuguesa deve ser registado noConsulado da sua área.Quem pode fazer o Registo? O registo de nascimento é feito porinscrição, mediante declaração dospais, os quais devem estar inscritosnos serviços consulares.► Se o nascimento tiver ocorridohá mais de 14 anos, o registo sópode ser efectuado mediante a or-ganização do processo de autoriza-ção para inscrição tardia denascimento. Para receber informa-ções mais detalhadas contacte-nospara [email protected]► Se o nascimento tiver ocorridohá mais de 18 anos é necessária apresença do registando, munido dodocumento de identificação (bi-lhete de identidade ou passaporte)do país de origem. Deve apresentar ainda: - documento justificativo de resi-dência na área consular;- certidão narrativa de registo denascimento (“Auszug aus dem Ge-burtenregister”);Para receber informações mais de-talhadas contacte-nos [email protected] Que documentos apresentar? Bilhete de Identidade dos declaran-tes legais (pais). Se um dos proge-nitores não for de nacionalidadeportuguesa terá de apresentar umacertidão de nascimento.Certidão de Nascimento da criança(“Geburtsurkunde” ou “Auszug ausdem Geburtsregister”)A presença do registando (bébé)não é obrigatória, excepto se dese-jar requerer um documento deidentificação. Composição do nomeA partir do momento em que umacriança é registada, ela passa juri-dicamente a ter um nome, sendo oseu nome completo o que constardo assento de nascimento. Nome completo: deve compor-seno máximo de 6 vocábulos grama-ticais, simples ou compostos, dosquais só 2 podem corresponder aonome próprio e 4 a apelidos. Nomes próprios: devem ser portu-gueses e admitidos pela onomásticaportuguesa ou adaptados gráfica efoneticamente à língua portuguesae não devem suscitar dúvidasacerca do sexo. Aos irmãos nãodevem ser dados os mesmos nomespróprios, a não ser que um delesseja já falecido. Apelidos: na ordem desejada pelospais, são escolhidos de entre os quepertençam a ambos, ou a só um dospais, ou cujo uso qualquer um delestenha direito (por ex. apelido doavó que não conste do nome dopai). Composição originária do nome:caso a criança nascida no estran-geiro tenha no registo local váriosnomes próprios (p. ex. 3 nomespróprios) os mesmos podem figurarno registo português com idênticagrafia.

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012 11

Em seu entender, o Governo teverazões para encerrar o Vice-Consulado? Manuel Silva (MS): As decisões

são tomadas por quem de direito e anós, servidores do Estado, cabe-noscumprir as orientações superiores.Dediquei-me a fundo a fazer cumprira posição do Estado Português nuncadescurando os legítimos interesses daComunidade Portuguesa para que amesma não ficasse tão lesada com oencerramento do posto consular.

Há nesse processo de encerra-mento intenções políticas?MS: Não tenho comentários a

fazer.

Temos vindo a acompanhar umpouco do seu percurso. Verificá-mos que tem viajado muito paraLisboa e que até esteve presentena Assembleia da Repúblicaaquando do debate da petiçãocontra o encerramento do Vice-Consulado de Portugal em Os-

nabrück. O que o levou a estarpresente?MS: Encontrava-me de férias em

Portugal quando, a 25 de Julho, a pe-tição foi debatida no Parlamento.Tenho alguns amigos na Assembleiada República, mas nunca visitara oParlamento. A curiosidade e a von-tade de estar com esses amigos, e, na-turalmente o facto de se debater oencerramento do posto que tive o pri-vilégio de gerir levaram-me ao Parla-mento.

O que o leva a estar frequente-mente em Lisboa?Viajo frequentemente para Lisboa

na qualidade de dirigente do Sindicatodos Trabalhadores Consulares eMissões Diplomáticas no Estrangeiro(STCDE). Desde inícios de Maio quetemos estado a negociar com o go-verno a alteração do Estatuto do Pes-soal dos Serviços Externos, bemcomo várias portarias.

Tanto quanto pudemos consta-tar, o senhor considera as per-manências consulares uma boamedida, é verdade?Sou a favor de todas as medidas

que contribuam para um serviço pú-blico mais próximo da comunidade.Neste momento, considerando as di-mensões da República Federal daAlemanha e, tendo em conta a ampu-tação de duas representações consula-res, as permanências consulares sãouma mais-valia para os milhares deportugueses que residem a muitascentenas de quilómetros do respetivoConsulado-Geral, uma vez que permi-tem que alguns atos consulares pos-sam ser tratados mais próximos dassuas residências.

Publicou recentemente no seuFacebook o seguinte: “Estoucansado de ouvir dizer que estou“demasiado próximo da Comu-nidade Portuguesa” ou de rece-ber “recados”, enviados porilustres personalidades que sepensam “donos” sei lá de quê”.Afinal, recebe recados de quem ea que propósito?MS: O que escrevi no meu Face-

book parece-me claro, e os destinatá-

rios deste “post” concerteza que en-tenderam o que eu quis dizer. Acimade tudo, apesar de, como seres huma-nos, termos sempre uma missão,temos sobretudo caráter e vontadeprópria que nunca irá mudar apesar davontade de terceiros.

A que se deve a sua popularidadeentre a comunidade local?MS: Esta questão faz-me sentir

profundamente honrado, mas pensoque apenas a comunidade portuguesapoderá responder.

Desde que ingressei para a car-reira ao serviço da Comunidade Por-tuguesa esforcei-me para cumpririntegralmente a minha missão, ouseja, defender os interesses e o bem-estar da Comunidade Portuguesa bemcomo os do Estado Português, inde-pendentemente das funções e da re-sponsabilidade que assumia. Tenhoorgulho em ser português e nunca es-condi a minha origem. Sou filho depais que emigraram em 1966 para aAlemanha à procura de um vida maisestável.

Penso entender os legítimos an-seios de quem vive longe da família eda pátria. O que mais me impressio-nou e continua a impressionar é a gra-tidão dos portugueses quando lhesproporciono uma solução para os pro-blemas que me apresentam! Ficomuito satisfeito e sinto-me profunda-mente realizado quando posso cola-borar e contribuir para a resolução dasdiversas dificuldades com que souconfrontado e em cuja solução cola-boro.

Como vê agora a comunidadelusa neste país? Em seu entendero que é feito das organizações dacomunidade e que juízo de valorfaz dos conselheiros do CCP?MS: A comunidade portuguesa

residente neste país é uma comuni-dade que ama Portugal e tudo o que éportuguês. É muito patriota, dedicada,produtiva e está muito bem integrada.Nunca se deixou absorver pela Cul-tura Alemã! Os portugueses, mesmopertencendo às segunda ou terceiragerações, continuam com saudades dePortugal e tudo o que é portuguêscontribui para a sua felicidade.

No que concerne as organizaçõesda comunidade na Alemanha, estastêm tido alguns problemas inevitá-veis, resultantes da diminuição do nú-mero de coletividades portuguesas.Cada vez se torna mais difícil organi-zar o que quer que seja, pelo facto deo movimento associativo estar a dimi-nuir. No entanto, ainda existem mui-tos portugueses que se esforçam econseguem concretizar eventos lou-váveis ligados à Cultura Portuguesaque tive o prazer de vivenciar na com-panhia da Comunidade Portuguesa eque nos fizeram sentir mais próximosde Portugal.

Quanto aos conselheiros do CCP,nutro a maior consideração e respeitopelas pessoas que investem o seutempo livre em prol da defesa dos in-teresses da comunidade portuguesa.Vivemos numa sociedade onde o tra-balho de voluntariado é cada vez maisraro. Bem hajam as pessoas que sepreocupam com o bem-estar da suacomunidade e lhe dedicam, conse-quentemente, o seu tempo. Tenhouma admiração incondicional pelosmesmos.

O Portugal Post teve conheci-mento que o Senhor ManuelCorreia da Silva foi convidado acandidatar-se a deputado, o quealiás chegámos a publicar noPortugal Post. Confirma?MS: É verdade que fui convidado

para esta finalidade, mas recusei oconvite pois sempre que assumo umaresponsabilidade tenho por hábito ent-regar-me à mesma por completo. Naaltura em que me foi dirigido o con-vite tinha um compromisso para coma Comunidade Portuguesa, à qual nãopoderia, de modo algum, virar as cos-tas, pois tinha assumido a responsabi-lidade do Escritório Consular dePortugal em Osnabrück. Assim sendo,não reunia, naquela altura, condiçõesque me permitissem aceitar tão nobreconvite.

Que funções exerce atualmente? MS: Atualmente exerço funções

de Chefe de Chancelaria no Consu-lado-Geral de Portugal em Ham-burgo.Mário dos Santos

Manuel Correia da Silva, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Consulares e Missões Diplomáticas no Estrangeiro (STCDE), e ex-Vice-Cônsul de Portugal em Osnabrück

Entrevista

“As permanências consulares são uma mais-valia para os portugueses” O Portugal Post acompanhou desde o início o trabalho de Manuel Cor-reia da Silva ao serviço da Comunidade Portuguesa, que teve início comoTécnico de Serviço Social e Cultural no Consulado-Geral de Portugalem Osnabrück e, após a extinção deste posto, no ano de 2003, como res-ponsável pelo Escritório Consular, e, a partir de 2009, como Vice-Cônsultitular de posto, quando o Escritório Consular foi elevado a Vice-Con-sulado de Portugal em Osnabrück.A 1 de Março de 2012, o atual governo português encerrou definitiva-mente o Vice-Consulado de Portugal em Osnabrück e, consequente-mente, Manuel Correia da Silva foi transferido para o Consulado-Geralde Hamburgo.Quisemos saber um pouco mais de Manuel Correia da Silva, o agora di-rigente do STCDE.

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Manuel Silva Dediquei-me a fundo a fazer cumprir a posição do EstadoPortuguês

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 201212

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de 2011 é que vi que a Sandra não olha a meios paraservir os seus clientes o melhor possível. A caminhode Portugal tivemos uma avaria no carro que implicouuma reparação demorada. Bastou um telefonema paraa Sandra e ela organizou tudo: oficina e um hotel paraficar com a minha família e acima de tudo o apoio que

nos deu naqueles dias. Aqui deixo o meu muito obri-gado.

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uma espécie de viagem no tempopara os mais velhos e um ritual gu-loso para os mais pequenos. Quemresiste a uma bola de Berlim, sentadona toalha depois de um bom mergu-

lho no mar? É apanhar a jeito o vendedormais próximo... bolinhas... Bolinhas.... Bolasde Berlim fresquinhas!

Praia sem bola de Berlim não é praia. Assim foi a minha infância na praia de

Espinho, Miramar, Aguda , Francelos agi-tando o calor da areia a comer essas bolinhas, onde ainda não havia ASAE, e nenhum denós sofreu por comer esses bolos sem con-trole.

À primeira dentada podemos sentir o docea desfazer-se na boca. Estaladiça por fora, fo-finha por dentro. E no final uns enormes „bi-godes“ de açúcar à volta dos lábios. Nesses 5minutos voltamos a ser crianças e as memó-rias de infância na praia tomam conta de nós.A bolinha de Berlim é um clássico e, paramuitos, praia a sério não existe sem comer um destes „pe-tiscos“ de verão.

Quantos alemães poderiam dizer o mesmo?Com ou sem creme, alegram adultos e crianças. Onde

encontrá-las? Em quase todas as praias do país. Sem grande

esforço. Quem não se lembra de estar no areal com o marmusicando e ouvir ao longe os pregões de homens e mul-heres com cestas de verga ou plástico na mão? Olha a bo-linha, a bolinha de Berlim! Com ou sem creme ! Fofinha efresquinha, para o menino e para a menina.

Percorrem durante o dia os areais daspraias lusitanas, fazem quilómetros entreas dez da manhã e as sete ou oito datarde. Usam na cintura um sino que fazdespertar a curiosidade de quem está àvolta. Sempre atentos , ao primeiro braçolevantado seguem logo em direção ao cha-péu de sol.

Para mim também não há férias sem asbolinhas e também sem goraz, cantaril, ga-roupa, pescada, cherne, corvina, dourada,robalinhos. E restam também uns carapau-zinhos que são dos pratos mais baratos dosmenus dos restaurantes populares. Apenasà distância da nossa vontade de comê-los.Quantos alemães poderão dizer o mesmo?

Escrevo esta pequena crónica no meiode agosto que nos está a saber a pausa dosgraves problemas em que o país está ato-lado. O défice, o desemprego, a falta deprodutividade e todas as outras razões queconduziram o país à maior crise financeira

e económica de sempre. É bom lembrar e recordar o quetemos de bom neste país a Sul com cheiro a pinheiros ma-rítimos .

E não era mau se pensássemos mais vezes na face boaque temos.

CrónicaJoaquim Peito

Sabores de verão

É

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012 13

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“Conheça a cidade alemã quequer contratar portugueses” foieste cabeçalho de um artigo noDiário Económico do dia 6 de Fe-vereiro de 2012 que desencadeouuma avalanche de candidaturasportuguesas numa pequena cidadealemã. Foi uma pedrada no charcodas notícias deprimentes sobrePortugal, uma luz de esperançanos tempos de crise que atravessaa nação, um vislumbrar de pers-pectivas futuras para a geração àrasca. Acreditámos que a Alema-nha, especialmente a pequena ci-dade de Schwäbisch Hall, de 37000 habitantes, seria a salvação dePortugal.

Mas os artigos que se segui-ram deram mais lastro ao opti-mismo inicial-“...uma cidadealemã que precisa desesperada-mente de trabalhadores qualifica-dos...mais de 2700 empregosdisponíveis”. “...nesta cidade emque os empregos correm atrás daspessoas a taxa de desemprego éde 2%...”. E continuava “ Se está

interessado, basta enviar o seucurrículo em inglês para...”. Se-guia-se um link directo para aagência de emprego naquela ci-dade. “A agência de emprego dacidade promete fazer tudo paralhe arranjar um lugar.”

O jornal Südwest Presse de 5de Março de 2012 informava quese tinham candidatado 10 000portugueses. Poucos dias de-pois o número de candidatosportugueses tinha ultrapas-sado os 15 000. Teriam apa-recido pessoalmente nacidade cerca de 65 candidatosportugueses e destes teriamsido colocados 20 na gastro-nomia e em armazéns. Porém,apenas 1 dos candidatos encon-trou trabalho adequado às suas ha-bilitações.

Esta história, que rapidamenteganhou vida própria, começa comum convite daquela cidade a setejornalistas dos países da Europado Sul que se encontram em pro-funda crise económica. O director

da agência de emprego local con-fessou ao Südwest Presse que,face aos resultados desta acção deangariação de mão-de-obra, acon-selhava as outras agências a recru-tar trabalhadores directamente nospróprios países.

Curiosamente, Portugal terásido o país em que houve maiorresposta às boas novas dos arti-

gos, a que não foi estranho o factode a jornalista portuguesa, Mada-lena Queiroz, do Diário Econó-mico, ter sido a que mais elogioua Alemanha. Ela apresentou a ci-dade e a região como o paraíso dopleno emprego, sublinhando asexcelentes condições e o elevadonível de vida usufruído pelos seuscidadãos. Infelizmente, tropeçou

nalguns factos e números. Na re-portagem da jornalista ficou nebu-loso se o salário médio de 2700Euros seria bruto ou líquido e omesmo se passou quando mencio-nou que um engenheiro pode gan-har entre seis a oito mil Euros.Além disto, esqueceu-se de men-cionar que os custos de vida na-quela região são bastante

elevados. E, por fim, mas nãomenos importante, não dei-xou claro que era condiçãoabsolutamente necessáriafalar o alemão. O resto da co-municação social fez eco dasboas notícias.

Mas quem foram os lesa-dos das boas e míticas notícias?Foram os leitores, incluindo osque partiram à procura de umavida melhor com base naquelasreportagens, que saíram prejudi-cados pelo mau serviço que lhesfoi prestado pelo jornal, sem es-quecer os outros meios de comu-nicação social que foram os seusarautos. Os jornalistas e os jornais

têm obrigações éticas perante osseus leitores. Os jornalistas e osórgãos de comunicação em geraltêm o dever de prestar um bomserviço aos seus leitores infor-mando-os, objectiva e fundamen-tadamente, sobre os factos enunca perdendo de vista as conse-quências daquilo que noticiam.Mas para cumprir esta missão énecessário fazer um bom trabalhode investigação à priori e não per-mitir que o desejo de protago-nismo do jornalista se sobreponhaaos interesses dos leitores. Osmeios de comunicação social têmo ónus de enviar jornalistas bempreparados e que conheçam sufi-cientemente a história, a cultura, apolítica, a economia e também alíngua do país sobre que noticiam.Só assim se poderá distinguir comclareza a realidade da ficção. Emtempos de crise podemos ser ten-tados a exagerar as boas notícias,até porque elas são poucas, masnão nos é permitido divulgar ilu-sões.

A árvore das patacas

OpiniãoCristina Dangerfield-Vogt

“Conheça a cidade alemã que quer con-tratar portugueses” foi este cabeçalho deum artigo no Diário Económico do dia 6 deFevereiro de 2012 que desencadeou umaavalanche de candidaturas portuguesasnuma pequena cidade alemã.

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 201214 Iniciativas

Algum dia imaginava ser se-leccionado pelo Montepiopara integrar uma viagem deestudo?Nuno Rodrigues: Quando me

inscrevi no projecto do Montepionunca pensava ser seleccionado.Foi o meu pai que me informouque havia um projecto de viagemde estudo do Montepio e, que, seeu tivesse interesse e tempo livre,deveria solicitar ao Sr. Luís deFreitas, responsável do escritóriode representação do Montepio,mais informações sobre o ditoprojecto. Um dia fui ao escritóriofalar com o Sr. Luís de Freitas queme deu o prospecto informativodo projecto e eu candidatei-me.Mas nunca pensava de ser escol-hido. E agradeço por essa oportu-nidade.

Diga-nos se nasceu aqui e, seainda estuda, qual o curso ea universidade que frequenta. N.R.: Eu nasci aqui em Frank-

furt am Main no dia 1.08.1988.Ainda estudo. Estou a entrar no 4ºSemestre do meu curso “ LínguasModernas e Economia” na Jus-tus-Liebig Universtät em Gießen.

Para além da visita a Lisboapropriamente dita, teve tam-bém a oportunidade de co-nhecer outros jovenslusodescendentes que partici-

param consigo nesta viagemde estudo. Fale-nos deles:quem são, de onde vinham,etc .N.R.: Estive neste projecto

com mais 8 jovens femininas lu-sodescendentes entre os 19 e 25anos de idade, oriundas da Ingla-terra (Diana, Luísa e a Cláudia ),da Suíça (Melanie e a Ana), daFrança (Estelle), do Canadá ( aSónia )e eu da Alemanha. Todaselas sempre bem dispostas emuito queridas.

De que forma éque pensa queesta visita o enri-queceu e o quemais o impressio-nou de tudoquanto visitou?N.R.: A minha par-

ticipação no projectodo Montepio enrique-ceu as minhas impres-sões sobre Lisboa e onosso Portugal. Fiqueia conhecer a nossa ca-pital e muito sobre anossa cultura e a histó-ria. Tive aulas aqui na escola por-tuguesa, mas ver ao vivo, visitarmuseus, ver as moedas que já têmmuitos anos é mesmo fascinante.O que me mais impressionou foio Montepio em si, porque nuncatinha imaginado a verdadeira

grandeza do Montepio.

Para além do programa de vi-sitas, em que outras activida-des participaram?N.R.: Para além do programa

do projecto passamos um dianuma das praias das linha de Cas-cais. Todas as noites fomos jantarjuntos a restaurantes diferentespara ficarmos a saber onde secome bem. Estivemos num Pubcom música ao vivo e, no últimodia, fomos jantar a uma tasca defado na Alfama. Foi mesmo um

espectáculo. Também aproveita-mos para fazer compras.

O que mais o chamou a aten-ção de tudo quanto soube doMontepio enquanto institui-ção mutualista?

Jovem estudante participa em iniciativa do Montepio

“Nunca tinha imaginado a verdadeira grandeza do Montepio”

O Montepio promoveu a se-gunda edição do Projecto Jo-vens Estudantes, iniciativadirigida a estudantes universi-tários lusodescendentes, entreos 18 e os 25 anos de idade,residentes no estrangeiro, que

apresentem bons resultadosacadémicos e se revelemexemplo na concretização devalores como a solidariedade,a justiça ou a fraternidade. Inspirado no lema “Encontrode Culturas”, o projeto de for-

mação e aprendizagem JovensEstudantes Montepio reuniu,em Lisboa, entre 1 e 7 deJulho com a participação deoito jovens estudantes univer-sitários lusodescendentes, se-leccionados através dos

N.R.: Logo no primeiro dia,quando o programa começou nasede do Montepio, eu pensei queiam falar sobre o banco. Masquando começaram a explicar queo Montepio não é simplesmenteum banco fiquei logo com asorelhas despertas. Falaram do mu-tualismo, os programas que oMontepio faz, a quem apoia eajuda e as sua acção de solidarie-dade social. Fiquei encantado emuito orgulhoso de os meus paisserem associados/clientes doMontepio. Não sei como explicar,

mas fiquei muitocontente quandosoube que o beneficioao fim do ano não épartilhado pelos gran-des dirigentes massim por instituiçõessociais e casas e insa-tituições que lidamcom pessoas defi-cientes e carentes.

Acha que estassão iniciativas devemcontinuar contem-plar outros jovens

com outras habilitações?N.R.: Por que não? Se der , eu

acho que devia estender tambéma outros jovens. O importante éajudar e mostrar.

E de Lisboa, qual a sua im-

pressão da capital portu-guesa?N.R.: Lisboa, minha linda Lis-

boa. Antes desta viagem de estudosó conhecia o aeroporto, a auto-estrada e, claro, o estádio da Luz.Praticamente andei todos os diasa pé. Duas das nossas raparigas jáconheciam bem Lisboa, de modoque, à noite, faziam de cicerones.Lisboa é uma cidade bela. As cal-çadas, os eléctricos, tanta histórianesta cidade, o Cais do Sodré... Aspessoas vivem na cidade e prati-camente também junto ao mar. Eufiquei contentíssimo em conhecermelhor Lisboa , a nossa capital, enão fico por aqui. Lisboa deixoumarcas dentro de mim e esteverão vou lá outra vez passar unsdias para visitar amigos e o Mon-tepio.

Ganhou amizades nesta via-gem?N.R.: Sim. Ganhei muito mais

do que isso. Ganhei amigos paraa vida. Não só falando das pessoasque participaram comigo, mastambém com as pessoas que trata-ram de nós como a Dona Isabel,O Sr. Joaquim e o Sr. Mario. NoHome Lisbon Hostel ganhei tam-bém grandes amizades com o pes-soal. Quando for novamente aLisboa vou lá para fazer uma vi-sita a esses grandes amigos.MS

Escritórios de Representaçãodo Montepio em Londres,Paris, Frankfurt, Genebra e To-ronto.A representação da Alemanhacoube ao jovem estudanteNuno Alexandre Ferreira Ro-

drigues, residente em Frank-furt, filho de um casal de emi-grantes na neste país..Falámos com o jovem Nunopara ficar a conhecer as razõesda sua candidatura e as suasimpressões sobre a viagem.

Não sei como explicar, mas fiquei muitocontente quando soube que o beneficioao fim do ano não é partilhado pelosgrandes dirigentes mas sim por institui-ções sociais e casas que lidam com pes-soas deficientes, como, por exemplo,com a atribuição de carrinhas equipa-das para transportes de pessoas.

Nuno Rodrigues (ao centro) Todas muito queridas

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012 15

palavra “troika” passourecentemente a fazerparte do imaginário por-tuguês. A origem dotermo vem da palavra

russa „troika“ que em russo se uti-liza para designar um carro pu-xado por três cavalos alinhadoslado a lado. No caso português“troika” pretende designar o co-mité de três elementos: a Comis-são Europeia, o Banco CentralEuropeu e o Fundo Monetário In-ternacional que foram enviados aPortugal com o objetivo de avaliaras contas públicas e de propor umconjunto de medidas capazes decorrigir a nossa situação atual. Aoabrir a porta à “troika” Portugalcomprometeu-se a efetuar refor-mas estruturais no País e de certaforma a acompanhar os padrõesde países que apresentam um me-lhor desempenho económico.

Tal como a “troika” entrou emPortugal, também a mundializa-ção entrou em nossas casas via in-ternet. Muitos de nós aceitaramesta evolução e poucos se deramao trabalho de tentar avaliar se amundialização se traduz em van-tagens ou se pelo contrário se tra-duz em mais ameaças ao nossoquotidiano. Com a mundialização,

uma nova ordem económica glo-bal desmoronou a estabilidadeque se viveu na Europa Ocidentalao longo das últimas décadas doséculo XX. Para muitos, amundialização traduz-se em maise mais ameaças, instalando o caosnas suas vidas. O caos pode no en-tanto ser evitado se para tal nosprepararmos. O pintor alemãoGerhard Richter com a sua obra4096 Cores dá um exemplo decomo se pode tentar organizar ocaos.

A mundialização pode tam-bém proporcionar a todos um semnúmero de oportunidades, se for-mos capazes de organizar o caosque nos rodeia. Para sermos capa-zes de vencer tal desafio, temos

que canalizar tempo e recursos donosso quotidiano e que aprender aobservar as tendências que fazemparte do quotidiano, e que emmuitos casos não somos capazesde interpretar e descodificar.Temos que aprender a ver omundo que nos rodeia com outrosolhos – interpretar o que poderáser uma quinta dimensão.

Um exemplo concreto podeser ilustrado analisando a novatendência designada “SELLSUM-MER”. Muitos consumidores

estão a transformar-se em SELL-SUMMERS, transformando-seem consumidores interessadosnão apenas em gastar o seu din-heiro a comprar, mas também emganhar dinheiro vendendo as suas

próprias ideias. Este novo com-portamento é fortalecido com apresença massiva da internet navida dos cidadãos dos mais diver-sos países da nova economiamundial. Da mesma forma que ostelemóveis não se limitam hojeapenas à sua função principal, queseria possibilitar às pessoas comu-nicarem com mobilidade, o con-sumidor no mundo atual não serestringe ao seu papel original deconsumir. Pessoas acostumadas aviver nas sociedades de consumo

foram, ao longo das últimas déca-das, familiarizando-se com o uni-verso do marketing e dacomunicação. O conceito não estárelacionado apenas com pessoasque começam um negócio com a

função de fazerem dele sua prin-cipal fonte de remuneração, massim com pessoas que encontramoportunidades de receber um ren-dimento extra. Nem todo consu-midor se tornará um“SELLSUMMER”, assim comonem todo “SELLSUMMER” setransformará num empresário. Ostempos estão a mudar e as novastecnologias abrem novos camin-hos. O emprego para toda a vidaestá a desaparecer e no futuro serácomum uma pessoa ter dois outrês mini-empregos e outras fon-tes de rendimento extra como pu-blicidade inserida no seu Bloguepessoal, a venda à rede elétricalocal de energia que produz emsua casa com painéis solares e quenão consome na totalidade ou avenda de espaço de publicidadeno seu próprio carro. A solução ésermos capazes de correlacionaras novidades umas com as outrase aplicá-las na prática em nossobenefício.

Tal como a mundializaçãopode ser benéfica quando vistacomo uma oportunidade, tambémas medidas impostas pela “troika”em Portugal podem ser encaradascomo oportunidades para o nossopaís, dado que nos vão obrigar afazer reformas que de outro modonão teríamos coragem para fazer.

Mundialização – Uma ameaça ou uma Oportunidade? Salvador M. Riccardo

A

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O pintor alemão Gerhard Richter com a sua obra

4096 Cores dá um exemplo de

como se pode tentar

organizar o caos.

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 201216 Reportagem

A palavra Quartier poderia fazer-nos pensar que estamos num bairroparisiense de influência germânica.Mas não é assim. Wedding é umbairro berlinense, que começou porser um bairro operário. Foi o local es-colhido para construir as fábricas daAEG, Osram e outros ícones da in-dústria alemã. Nos anos sessentaforam recrutados trabalhadoresestrangeiros para colmatar a falta demão-de-obra alemã nas fábricas. Pri-meiro vieram os turcos que se fixaramnas zonas circundantes das fábricasonde as rendas eram mais acessíveis.Inversamente ao que os alemães espe-ravam dos “trabalhadores convida-dos”, eles vieram para ficar. No bairroda Soldiner Strasse vivem não só osprimeiros imigrantes, como também asegunda, a terceira e mesmo a quartageração dos que ali se fixaram. A taxade desemprego e os níveis de delin-quência juvenil elevados transforma-ram este bairro num dos ghettos dacapital. Com o objectivo de polir aimagem do bairro, a autarquia local,juntamente com a Degewo e a Förder-band Kulturinitiative Berlin, desen-volveram projectos e negociaramenquadramentos específicos paraatrair artistas plásticos, oferecendo-lhes condições de arrendamento dosespaços devolutos pelos custos de ma-nutenção dos mesmos - um projectoque foi iniciado há cerca de dez anos.A colónia de artistas plásticos preten-dia fazer projectos artísticos que, dealgum modo, criassem pontos de con-tacto com a população local.

O mundo oriental da Soldiner Strasse

O PP foi lá para ver se seriamesmo assim. Ao fim da manhã naSoldiner Strasse vê-se mulheres co-bertas com véus islâmicos que pas-seiam com as crianças nos carrinhosa caminho das compras ou dos jardinse homens parados à porta das“kneipe” berlinenses. Nos dönerkebab, os fast-food turcos, o cone decarne roda sobre o eixo e os montin-hos com as várias saladas estão pron-tos para servir os clientes. Algumasmulheres vestidas de preto dos pés àcabeça passam lentas e de rostos se-veros. Muitos dos espaços de lojas vi-rados para a rua têm as pesadas

persianas de metal fechadas. Umas miúdas afegãs de caras

muito pintadas no estilo Cleópatra es-peram à porta de um Sisha-bar. Per-gunto-lhes se conhecem a KolonieWedding – “neh, nie davon gehoert”(não nunca ouvimos falar disso!).Sigo pela Soldiner e frente à entradade um hinterhof (pátio berlinense)conversam uns homens turcos. Um le-treiro indica mesquita local. Falamosum pouco. Dizem-me que são resi-dentes do bairro há várias décadasmas que, além do pequeno teatro emfrente da mesquita, não conhecemmais nenhuma iniciativa artística porali e que nunca ouviram falar na Ko-lonie Wedding. Indicam-me a padariaturca mesmo ali ao lado onde me di-rijo. Após consulta mútua entre osclientes, um leve estalar da língua nosdentes acompanhado de um curtoaceno de cabeça ascendente confirma-me o que já suspeitava – também aquininguém conhece a colónia de artis-tas. Continuo o meu passeio e, na úl-tima esquina da Soldiner, faço amesma pergunta numa pequena mer-cearia turca e, sim, também elesvivem no bairro há muito tempo, massó conhecem o pequeno teatro.

A Ilha das Bruxas – Um bar da Soldiner Strasse

Percorro o mesmo trajecto emsentido contrário e avisto numa es-quina uma porta ensolarada enfeitadapor bruxas montadas em vassouras eum esqueleto de chapéu preto pendu-

rado na porta. Penso que talvez sejaali a Kuenstler Kolonie Wedding. Daporta avisto mais bruxas penduradasdo tecto envoltas em fumo que meolham escarnecedoras, e lá descortinouns homens de beata na boca, sorrisosparvos numas caras vermelhíssimas,de bíceps cobertos de tatuagens,apoiados ao balcão em equilíbrio ins-tável e bocas que se arrastam pelaspalavras. “Conhecem a Kuenstler Ko-lonie Wedding?” pergunto. “Artistas,só nós, venha cá para ver melhor!”Rapidamente me afastei da casa dasbruxas. Obviamente, os locais andamum pouco desligados das actividadesda colónia de artistas.

Finalmente no escritório da Kolonie Wedding

Quase choco com uma grafitti doWhite Power censurada por um posterNazis Raus e, finalmente, encontro oescritório da dita colónia, para ouviruma perspectiva diferente da minhavivência de rua. Dizem-me que exis-tem vários espaços onde os artistasexpõem e que organizam visitas guia-das pelos ateliers no último fim-de-semana de cada mês. O folheto dacolónia indica a existência de uns 30espaços de exposição. É confirmada aboa comunicação entre os residentesdo bairro e a colónia. Contudo, estariaem discussão com a Degewo um au-mento das rendas para os espaços deexposição, que poderia vir a modifi-car o status quo e a existência prote-gida dos artistas no bairro. Segundo

informações de algumas imobiliárias,haveria investidores a adquirirem edi-fícios naquele bairro e esta súbita ape-tência pelo bairro poderia ser umasdas causas para o aumento das rendasdos espaços de exposição.

Uma fumaça de Shisha

Entro num Shisha-bar e com umselam aleikum ponho os miúdos aconversar naquele microcosmo dekitsch oriental muito bem produzidoe no meio de umas baforadas de nar-guileh pergunto-lhes se ouviram falarna colónia de artistas plásticos deWedding? “Não! Mas é mesmo aquiao lado do vosso bar”. Os miúdosficam surpreendidos. “Nós tambémsomos artistas, quer ver?” Mostram-me vários objectos que eles criarampara decorar o bar. São peças no ara-besco característico das culturas ori-entais que vivem entre nós. A unscurtos passos daquele oriente fica omundo artístico internacional muito“in” da colónia. Porém, a vontade dedialogar com os habitantes do bairroé sabotada por silêncios quebradospor pedras, e por mais muros entremundos apesar das iniciativas de al-guns dos artistas da colónia.

Um artista plástico português na Soldiner Strasse

O Portugal Post descobriu umportuguês no bairro da SoldinerStrasse. Tiny Domingos é artista plás-tico e vive em Berlim desde 1994. De

há uns anos para cá, arrenda umespaço no bairro Soldiner, o SalonKuiperDomingos, onde expõe os seusprojectos e os de outros artistas inter-nacionais.

Ele começou a dedicar-se mais in-tensivamente a projectos artísticosnos anos noventa no bairro de Mitte,numa altura em que os criativos domundo ainda não se interessavam poresta cidade e, muito menos, poraquele bairro que passou a ser a“Meca dos galeristas”. O processo degentrificação de Mitte obrigou-o aprocurar um espaço de exposiçãonuma zona mais acessível. “Começá-mos o projecto Rosalux em 1999. Aplataforma inicial era virtual. Arrendoeste espaço mas sou independente daKolonie. É um espaço nobre, viradopara a rua que é, todavia, vulnerável.Vivemos num ambiente emergente e,por vezes, os residentes do bairro sen-tem-nos como intrusos. Aliás, já mepartiram os vidros várias vezes.Fomos assaltados duas vezes por umacaixa de cerveja. É um bairro proble-mático.” Porém, Tiny faz um balançopositivo do seu espaço. “Nas noitesdas inaugurações o ambiente dobairro é completamente diferente – éuma festa!”.

Apesar do ambiente festivo dasvernissages, a aceitação dos estranhosno bairro não é pacífica entre os resi-dentes e os potenciais clientes das ins-talações e outras obras dos artistasnem sempre terão o espírito de aven-tura necessário para deambular pelobairro Soldiner à procura de arte.

Conhecem a Kolonie Wedding ? – “neh, nie davon gehoert”

No rasto de um artista plástico português na Soldiner Strasse em Berlim

No Quartier Soldiner Strasseuma colónia de artistas plásti-cos é a interlocutora da De-gewo para os espaços deprojectos artísticos sem finscomerciais num dos bairrosmais problemáticos da capital.

Cristina Dangerfield-Vogt em Berlim

“É um espaço nobre, virado para a rua que é, todavia, vulnerável. Vivemos num ambiente emergente e, por vezes, os residentes do bairro sentem-nos como in-trusos. Aliás, já me partiram os vidros várias vezes”.

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012Comunidades18

Citado pela Lusa, Pascal Gon-çalves da empresa “Maison auPortugal” e da Associação dos In-dustriais de Construção de Edifí-cios, disse que, depois da onda deemigrantes que construíam a casana terrinha, às vezes com gostourbanístico questionável, os filhosdestes emigrantes continuam a in-vestir em Portugal, mas “já nãoacrescentam tijolo à casa dospais”.

“Eles continuam a olhar paraPortugal, mas agora fazem-nocomo um estrangeiro e procuramo que de melhor Portugal tem. Jánão procuram ter uma casa naterra onde os pais nasceram”, afir-mou.

Este empresário, ele própriolusodescendente, destacou que osmais jovens estão “agora aacompanhar a tendência de com-prar casa junto aos grandes cen-tros urbanos, em Lisboa e noPorto principalmente, e sobretudono Algarve, onde compram “casasbaratas, até cerca de 150 mileuros”.

“Comprar casa na terriola éum mau investimento e eles jáperceberam isso. Além de quemuitos já têm casas nas terrinhasque herdaram dos pais e não con-seguem desfazer-se delas porcausa do mercado. Agora procu-ram novos investimentos noutroslocais”, salientou.

Para Hermano Sanches Ruivo,presidente da associação Ativa -Grupo de Amizade França Portu-gal, muitos dos emigrantes e luso-descendentes estão a reequacionaros seus investimentos em Portu-gal, até porque “quase todos têmjá pelo menos uma casa na regiãode onde eram originários e ondealguns ainda nasceram, por issoconstruir uma casa na vila dospais não é lógico”.

“A casa da aldeia já é nossa.São muitos os pais que vinham damesma região, mas em muitas si-tuações também vem de regiõesdiferentes e então não há umacasa: há duas casas”, realçou.

Daí que a segunda geraçãomantém com Portugal uma rela-ção “mais escolhida e menos obri-gatória”.

“É uma relação onde há umcerto distanciamento. Já nãovamos apenas a Portugal para vi-

sitar a família. Já aproveitamos asférias para visitar outros países”,afirmou.

Sanches Ruivo destaca quemuitos também já não querem irsó para o Algarve, mas “descobri-ram o Alentejo e a costa vicentinae outras regiões com praia nãomuito longe das regiões de ori-gem”.

Quando se coloca a questão deuma segunda casa para férias,mesmo para quem já é casadocom franceses ou pessoas comorigens noutros países, “há umapreferência por Portugal, porquejá não é muito longe, porque háavião, há autoestrada e porque sãoraros os cônjuges que não são deorigem portuguesa que não gos-tam de Portugal”.

“Portugal ainda não com-preendeu. Ainda não deixou essemercado da saudade para passarao mercado muito mais evoluído,

muito mais complexo, mas tam-bém muito gratificante que é omercado de uma segunda geração,que não tem uma ligação afetivaautomática unilateral, mas que co-loca perguntas, quer respostas,quer ter certezas, quer ter apoiosna simplificação de tarefas admi-nistrativas”, considerou.

Hermano Sanches Ruivo real-çou que a prova é que a palavraque é utilizada para definir os lu-sodescendentes continua a ser“emigrantes”.

“Mas nós já não somos emig-rantes. Não nos confundimos coma nova geração de emigrantes por-tugueses. Na comunidade portu-guesa somos filhos de emigrantes,mas já não somos emigração. Eaqui nota-se uma falta de ‘up date’de compreensão por parte dasestruturas portuguesas, que man-tém uma visão antiquada e nãocompleta”, concluiu.

Emigrantes:

Segunda geração continua a procurar casa em Portugal,mas já não na terra dos pais

Os emigrantes e lusodescendentes continuam a pro-curar casa em Portugal, mas em vez de construíremuma habitação na terra de origem compram agoranoutros locais, como o Algarve ou as grandes cidades.

Clara Alves Pereira, luso-descendente, 33 anos emãe de um filho e resi-dente em Bielefeld, disseao PORTUGAL POST que,para ela, “comprar casa emPortugal foi um erro”. Diz ela que, “se fosse hojeeu nunca teria feito o erroque fiz em comprar casaem Portugal. Antigamentepensava como os meuspais“, isto é, regressar aPortugal e precaver-secom uma casa. “mas hoje

penso diferente: as crianças crescem, arranjam amigos e a gente habitua-se aqui. Quando as suadades apertam, Clara A. Pereira vai lá ecomo fazem outros tantos tu-ristas, mas volta a insitor que comprar casa “foi um erro, porque, diz ela, investir porinvestir tem de ser “no sítio onde vivemos”.

Foi um erro comprar casa em Portugal

Empreiteiro e antigo emigrantena Suíça, José Carvalho, com quema agência Lusa falou em Moimentada Beira, não tem „a mais pequenadúvida“ de que „já são poucos“ osemigrantes que regressam para con-struir casa na sua terra.

„Já lá vai o tempo em que noverão os pequenos empreiteirosviam no regresso dos emigrantesuma boia de salvação. Hoje é meiadúzia que constrói casa. E nós sen-timos esta nova realidade mais queninguém“, contou.

Tudo fica mais claro quando seescuta a razão pela qual Rosa Sil-veira, emigrada na Alemanha, nãorepetiu a opção dos seus pais, tam-bém emigrantes, que „assim quepuderam, construíram a casa“.

„Tenho os meus dois filhosnuma escola com condições que asescolas aqui não têm, compramoscasa na Alemanha e duplicar aquiesse investimento não faria sen-tido“, sintetizou.

Como tantos outros que inte-gram esta dobra geracional deemigrantes, Rosa Silveira afiança

uma „estreita ligação à terra“, mascom uma nuance que faz toda a di-ferença: „Em agosto passamos aquiuma semana para ver família e ami-gos e depois vamos para a praia“.

„São outros horizontes, outramentalidade“, frisou José FilipeCarvalho, jovem arquiteto de Moi-menta da Beira, exemplificandocom aquilo que é a postura dosemigrantes que ainda apostam naconstrução da casa: „Tenho casosem que as pessoas chegam, tratamdo processo e depois vão de fériaspara as Caraíbas?“.

No entanto, são ainda os emig-rantes que emergem deste mar dedificuldades como tábua de salva-ção para alguns pequenos emprei-teiros, como é o caso de AlfredoSoares, de Vila Nova de Paiva, tam-bém ele antigo emigrante.

„Hoje vivemos todos mais aper-tados. Ainda tenho projetos emmão. Nada como há uns anos, masé (os pedidos de construção deemigrantes) o que ainda nos vai sa-fando“, contou este empreiteiro àLusa.Realidade a que acrescentououtro dado que ajuda a perceberesta mudança quase radical do olhardos emigrantes sobre a ligação àterra natal: „Mesmo aqueles queoptam por construir casa, com acrise que por aqui vai, não ficam?“.

José Morgado, presidente da câ-mara de Vila Nova de Paiva, asse-gura que não se confronta com„uma quebra acentuada“ dos pedi-

dos de licenciamento, mas sublinhaque „há uma alteração importante“em relação ao passado“, que passapelo desvio do investimento emcasas de habitação para „estruturasempresariais“, com, no seu con-celho, preponderância para a áreade avicultura. Também em Moi-menta da Beira, segundo fonte doexecutivo, no mês de agosto „do-bram os pedidos de licenciamento“para construção de casas, em grande

medida devido aos emigrantes.Só que, se, por exemplo, em

junho entraram na autarquia setepedidos de licenciamento, emagosto este número triplica mas ficamuito aquém da realidade de há 15,20 anos, apesar de o número deemigrantes não parar de aumentar.

Na povoação de Touro, VilaNova de Paiva, Jorge Pinto é davelha guarda de emigrantes que foipara a Holanda na década de 1980,

regressou em 1992, e fez o queentão se esperava: construiu casa emontou um negócio, o Café Holan-dês por baixo e o Cabeleireiro Ho-landês por cima.

Mas não perde a oportunidadede se colocar em sintonia com estesnovos tempos ao afirmar que „aspessoas agora não voltam porquenão têm confiança“, concluindo:„Percebo-os muito bem“.Lusa com PP

Construir casa na terra natal já não é o sonho do emigrante Regressar e construir casa jánão é o sonho dos novos emi-grantes do norte do distrito deViseu e a economia local, maisintensamente na construçãocivil, ressente-se, porque a liga-ção à terra tem hoje outro „ci-mento“.

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012 19

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Locais de venda

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Crónica Por Glória Sousa

gosto é tempo de regressar,de fazer as pazes com a sau-dade e de reconciliar numabraço a distante pátria.Também eu estou de volta à

minha terna e eterna terra. Reencontroo meu tranquilo e acolhedor colo e en-contro um triste e contraído país, di-minuto, já enfraquecido pelaesmagadora crise, que faz vítimastodos os dias.

Entre abraços e palavras adiadas,oiço com ânsia os amigos que, des-membrados de outros amigos que par-tiram já para vários outros cantos, merelatam os maus ventos que por cá so-pram. Pela precisão detalhada, ima-gino cenários de tempestadesagrestes, fustigados por desempregos,sacudidos por empregos instáveis esonhos adiados, com previsões som-brias de créditos por cumprir e lamen-tos de sobra para ficar. Dou por mimnum suspiro de alívio interno por terconseguido escapar, quase por sorte,à tormenta; e lamento, respeito e ad-miro os amigos de escola que a en-frentam como podem.

Num país envelhecido, que en-gorda sazonalmente por força dos tu-ristas ou dos emigrantes queregressam, preocupa-me a juventudeque fica. Uma parte opta, mais cedoou mais tarde, por partir à procura do“el dorado”. A parte que fica é muitodesigual, pois há quem tenha o ditofactor “c” diferente do comum mortale, por isso, consegue um lugar reser-vado ao sol; e há quem, revoltado, nãoveja abrir-se nenhuma das portas aque insistentemente bate.

De facto, muitos jovens sãoafectados pelo desemprego e quandonão o são protagonizam histórias deempregos precários, indesejados masnecessários para sobreviver. Em nú-meros, em Julho, os trabalhadores de-sempregados eram já mais de 655 mil,o que corresponde a um aumento su-perior a 25% face ao mesmo mês doano passado. Ao meu Norte cabe apior fatia, mais de 40% do desemp-rego nacional.

Apesar da revolta e resignaçãodos portugueses em relação à malditacrise, reencontro a minha vizinhança

de orgulho e alma revitalizados. Gui-marães remodelou o guarda-roupapara se apresentar elegante, tradicio-nal e moderna à Europa, como capitalde cultura 2012 (título que partilhacom Maribor, na Eslovénia).

Com um património mundial, queremonta ao século XII e que ostenta osímbolo sublime de berço da nação,Guimarães renovou o brio das suascentenárias pedras que calçam a Praçada Oliveira, erguem os arcos do cen-tro histórico e edificam o castelo e onobre Paço dos Duques. Gastas pelahistória, as medievais construções re-spiram uma arejada jovialidade, as ca-sinhas antigas restauradas brilhamcom a nova tinta, as remodeladas ar-mações de madeira e com os floridose coloridos canteiros. Locais, que atéhá pouco tempo estavam abandona-dos, ganharam nova vida, com inova-doras expressões artísticas, recéminauguradas lojinhas de peças únicas,muitas delas típicas do Minho, trabal-hadas com mãos de muito bom gostoe avaliadas em alta no preçário. Entreelas, salpicam uma ou outra humilde

e tradicional padaria (muito diferentesmas mais acolhedoras que as moder-nas e luxuosas “bäckerei”). Nasestreitas ruelas históricas, que aliviamo peso tórrido do sol, percorre-se umabela cidade antiga dentro de uma mo-derna.

Com mais de 1500 eventos eworkshops em cartaz ao longo do ano,o programa cultural de Guimarães ésobejamente rico e diversificado.Além da já tradicional forte aposta emmúsica jazz, a cidade surpreende commanifestações artísticas em qualquercanto e a todo o momento, que aten-tam a criatividade dos mais inventi-vos, como por exemplo, com jovensmúsicos que sentados à mesa da es-planada na Praça da Oliveira, no meiodos turistas, suavizaram o calor datarde com a música que sopraram aoborbulhar nas palhinhas dos copos degalão. Guimarães está mais culta ecriativa e a arte embrenha-se nos me-andros da cidade tornando-se seumembro natural, ajustando-se à suahistória e puxando para o futuro.

A cidade também foi repensada,

remodelada para evidenciar e exporao mundo o património único que gu-arda. E o esforço tem dado frutos. Acidade tem sido percorrida por milha-res de turistas, portugueses e estran-geiros, o que envaidece osvimaranenses que mostram, de peitocheio, a sua cidade.

De acordo com dados da Divisãode Relações Públicas e Turismo daautarquia, no primeiro trimestre doano, o número de turistas portuguesesaumentou para mais 554,4% que noano passado; e registaram-se mais51,9% de turistas estrangeiros. As vi-sitas aos três principais museus deGuimarães (Paço dos Duques, AlbertoSampaio e Martins Sarmento) cresce-ram igualmente, com mais 46% de in-gressos que no mesmo período do anoanterior. Acredito que a senda de au-mento de visitantes tenha continuadoao longo do Verão. E assim, em plenocontexto de crise e de estatísticaspouco animadoras, surgem númerossorridentes numa cidade patrimónioque se destaca e que vale a pena con-hecer.

Vaidade cultural num país de orgulho ferido

A

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 201220

Catarina Tavares,Advogada em Portugal

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O mais alto tribunal civil ale-mão, o Bundesgerichtshof, pro-nunciou a 11 de julho de 2012uma nova e importante decisãoem matéria de arrendamentos(proc. n.º VII ZR 138/11), cujotema gostaria de comentar no ar-tigo de hoje do Portugal Post.

O bolor é um problema comque muitos inquilinos têm de seconfrontar. Se for provocado poruma deficiência de construção,estaremos em face de uma ca-rência do objeto alugado e o in-quilino terá então os habituaisdireitos previstos para este caso,tais como remoção da deficiên-cia, diminuição do montante da

renda, e, se for caso disso, res-sarcimento de danos causadosou execução subsidiária, assimcomo rescisão do contrato. Con-tudo, se não se sabe bem qual éa causa da deficiência, terá de seter cuidado, pois:

Ao abrigo do § 543 item 2 n.º3 do Código Civil, o senhorioterá o direito de rescindir o con-trato de arrendamento sem avisoprévio, se o inquilino

a) estiver em mora no paga-mento da renda ou de uma parteconsiderável da mesma em doisprazos de pagamento consecuti-vos, ou

b) durante um período supe-rior a dois prazos de pagamento

consecutivos, estiver em moracom um montante que atinja aimportância de dois meses derenda.

No caso que deu azo à sen-tença do Bundesgerichtshof, oinquilino tinha diminuído arenda devido à existência debolor na casa. Depois de persis-tir o atraso de pagamentos sufi-ciente para a denúncia docontrato, o senhorio procedeu àsua rescisão imediata. O inqui-lino invocou o seu direito deproceder a diminuição do mon-tante da renda. Contudo, umaperitagem chegou à conclusãode que o bolor se devia ao com-portamento do inquilino que nãoarejava convenientemente acasa, e não a qualquer deficiên-

cia de construção. Por tal mo-tivo, o inquilino não podia terdiminuído o montante da rendae o senhorio estava no direito derescindir o contrato devido aospagamentos em atraso. Segundoa opinião dos juízes, coube aoinquilino a culpa por ter calcu-lado erroneamente a causa dobolor, razão pela qual se lhe po-deria imputar o atraso dos paga-mentos. Por consequência, avalidade da rescisão era incon-testável.

Esta sentença poderá ser ob-viamente aplicada a quaisqueroutras deficiências que possamsurgir numa habitação alugada.Se alguém decidir proceder auma diminuição do montante darenda, deverá ter a certeza de

que a deficiência não foi provo-cada por si próprio e de que aimportância do abatimento nãoé demasiado alta. De contrário,correrá sempre o risco de o se-nhorio denunciar o contráriosem qualquer aviso prévio. Senão se estiver certo da causa dadeficiência ou se não se souberqual a importância a descontar àrenda, será conveniente consul-tar o respetivo profissional, ouentão, pagar a renda sob reservaexpressa e, logo que a causa dadeficiência for esclarecida – porexemplo no contexto de um pro-cesso para eliminação da mesma– proceder ao desconto retroa-tivo da importância da diminui-ção, quando efetuar ospagamentos mensais da renda.

Nova sentença sobre bolor em casas alugadas e rescisão sem aviso prévioMiguel Krag, Advogado

Natália da Silva CostaAdvogada / Rechtsanwältin, LL.M.E-Mail: [email protected]://www.ra-natalia-costa.de

Weidestraße 122 b, 5. Etage22083 HamburgoTelefon: 040 6969 11 71Fax: 040 6969 11 38

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PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012 21

3José Gomes Rodrigues

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Caríssimos do Portugal Post

Dentro deste capítulo de isenção detaxas de rádio e televisão, agradecía-mos que informassem os leitorestambém em que circunstâncias oradio - ouvinte estaria isento destepeso financeiro que são as estastaxas obrigatórias de rádio e de tele-visão. De vez em quando tenho rece-bido visitas insuspeitas de pessoasque dizem representar a autoridadereguladora destas taxas. Houve umacerta altura que, estando isente pelaminha situação financeira, fiz a ins-crição e retiraram-me o correspon-dente valor de taxas da minha conta.Acho que não teria sido correto daparte deles. Obrigado pelas vossasinformações.Ao disporleitor devidamente identificado

Temos recebido, ao longo destesmeses, vários pedidos de informaçãosobre o tema referido. Para elucidar-mos os nossos leitores vamos procu-rar apresentar a legislação reguladoradesta matéria. Tentaremos ser o maisexaustivo possível, o que não os isen-tam de recorrer a outros meios ofi-ciais. Mas aproveitando a sua deixa, quere-mos informá-lo de que, mesmo ao sa-tisfazer as condições para a isenção depagamento, esta não é automática. Odevido requerimento é necessário e,sem ele, não há isenção. Os funcioná-rios, no seu caso, terão cumprido como seu dever profissional. Eles nãosabem da sua situação de desempre-gado. Deveria era ter, com antecedên-cia, requerido a isenção. Mas vamoscontinuar dirigindo-nos a todos os lei-tores como precaução para o futuro.Uma das condições fundamentais éque tenha um receptor de rádio ou/ede televisão disponível e que preen-cha um ou mais requisitos que men-cionamos e que faça o devidorequerimento. Isento será o responsá-vel do agregado familiar ou o seu côn-juge. Os outros membros poderão serisentados individualmente se tiveremalguns receptores próprios, preen-chendo claros os requisitos descritos.A isenção recai sobre dois princípios:a situação financeira e o grau de defi-ciência que o contribuinte possa pos-suir.

1. Quem poderá ficar isento por razões financeiras?

1. Quem receber ajuda estatal ou co-munal para a seu sustento, segundo os§ 27 até 40 SGB XII ou os §§ 27 a 27BVG ;2. Os que usufruem de um comple-

mento social à sua reforma ou umacomplementação ao ordenado, emvirtude deste ser insuficiente para odevido sustento do agregado familiar,conforme a legislação social em vigor(IV capítulo dos §41 ao § 46 SGB II). 3. Os que recebem do fundo finan-ceiro de sobrevivência próprio para osrefugiados ou exilados políticos. 4. Os jovens, que estando a resi-dir fora da casa paterna por mo-tivos de estudos ou de formaçãoprofissional e recebam ajuda doestado para a sua sobrevivência,encontram-se igualmente isen-tos deste peso. É o assim cha-mado Bafög(Bundesausbildungsförderge-setz). 5. Igualmente isentos, estão osque, continuando a viver porconta própria, recebem um com-plemento para a própria forma-ção profissional (Ausbildungsgeld ouBerufsausbildungsbeihilfe).

2. Possíveis isenções por razoes de saúde

1. As pessoas cuja visão é nula ou re-duzida e que possuam desde 60% deincapacidade devidamente reconhe-cida e atestada pelo cartão identifica-tivo, exarado pelas autoridadesoficiais, estão afectas a esta isenção. 2. Igualmente estão isentos os indiví-duos cuja audição é reduzida, mesmocom a ajuda suplementar de aparelhosde audição. Os possuidores de 80%ou mais de incapacidade e que, poresta situação, estão limitados a parti-cipar em eventos públicos na socie-dade. 3. Todos estes tem de possuir incluí-das nos seus cartões de identificaçãode invalidez as letras RF. Recebemesta inscrição no cartão os que, peloseu grau de incapacidade e deficiên-cia, se vêm limitados a participar emeventos sociais. Veja as indicaçõesmais abaixo.4. Os que, por motivo de doença cró-nica prolongada, recebem subsídios

para os cuidados intensivos suple-mentares (Pflegegeld) não são tam-bém obrigados a pagar a respectivataxa. Neste domínio estão incluídosos feridos ou incapacitados em vir-tude de terem participado em algumaguerra. 5. Igualmente estão isentos de paga-mento crianças e jovens ou mesmo

adultos que, em virtude de doençaprolongada se encontrem em algumainstituição por longo período detempo. A lei que justifica e define as diversasisenções estão fixadas no Art. 4 daacordo do estado com as estações deradio e televisão de 31.8. 1991 (con-fira § 6 Rundfunkgebührenstaatsver-trag)

3. A quem são conferidas as letras RF no cartão de invalidez?

As letras RF são conferidas a pessoasque o requeiram e que apresentemuma ou mais das seguintes anormali-dades psíquicas e físicas:1. Quem for detentor duma deficiên-cia total ou parcial crónica da visãocom um grau mínimo de deficiênciano valor cifrado em 60%.2. Ou quem comprove uma deficiên-cia total ou parcial da audição que,mesmo usando alguum aparelhlo au-ditivo, não consegue suficientementefazer-se compreender ou comunicar.O grau mínimo de capacidade de de-ficiência deve ser no mínimo de 50%.3. Estão preenchidas as condições

para a inclusão do RF e a correspon-dente isenção aos que possuírem nomínimo 80% de deficiência e que nãopossam participar aativamente na vidapública pelas razões que nomearei4. Quem tiver dificuldade de movi-mentação, seja por doença grave docoração, ou por disfunções pulmona-res e que, por estas razões, haja a ne-

cessidade de um acompanhanteconstante ou o uso de meiosapropriados de locomoção,como sejam a cadeira de rodas,muletas ou canadianas.5. Além destas deficiências, po-derão existir outras que podemjustificar a obtenção do RF. É ocaso de cheiros nauseabundosque possa causar a presençajunto de outras pessoas do pa-ciente, assim como os constan-tes gestos irregulares derivadosdum problema de saúde corpo-

ral ou psíquica. Os ataques constantesepilépticos ou outros semelhantesdão-lhe também o direito a esta inclu-são.6. Os possuidores de alguma doençatransmissível através do contacto oupresença em eventos sócio-culturais éoutras das razões. É o caso dos porta-dores crónicos de tuberculose. 7. Há portadores de doenças psíquicasque, por comportamentos próprios eanormais, podem igualmente consti-tuir dificuldades para um são convíviosocial. É o caso de mostrarem umavoz constantemente alterada, compor-tamentos agressivos ou uma locomo-ção considerada perigosa ouincomodativa. O pedido de isenção é concedido di-rectamente pela GEZ, após o devidorequerimento e não, como era usual,antes de 1.04.2005, as entidades so-ciais da câmara da cidade. As altera-ções a este procedimento foram feitas,após um acordo entre o estado e as en-tidades reguladores da Televisão e derádio.

Notas importantes e considerar sempre

* A isenção só tem efeito após o seurequerimento e não retroactivo e é vá-lida a partir do mês do seu pedido,mesmo que as condições para a isen-ção tenham sido anteriores ao reque-rimento. Por precaução e, demorandoa decisão das entidades responsáveispelo cartão de deficiência ou pela in-clusão das letras RF, convém informara GEZ do pedido já feito. Desta formapoderá ganhar tempo e ser-lhe conce-dida a isenção a partir deste primeirorequerimento.* A isenção pode a qualquer momentoser suspensa, desde que as condiçõespara a sua isenção não vigorem mais.É obrigatório informar a instituiçãoque exalou a isenção. * Cada vez que se altere a residência,a entidade deve ser devidamente in-formada pelo requerente, indicando anova residência e nunca esquecer demencionar o número de ouvinte.* Junto ao requerimento é obrigatórioincluir a documentação comprovativados motivos que levaram ao requeri-mento.* Os que usufruem o ALG 2 ou HartzIV, recebem juntamente com a deci-são de ajuda do Instituto de emprego( Job Center) uma folha própria parajuntar ao pedido de isenção. * O tempo de isenção caduca geral-mente com o período reconhecido ofi-cialmente pelo Jobcenter para operíodo da ajuda social ao desem-prego. Estejam sempre atentos e nãoesqueçam de enviar sempre esta folhaemanada por eles e somente para esseefeito, indicando sempre número decontribuinte.* Ao preencher o formulário procurefazê-lo com toda a exactidão possívelindicando toda a situação do reque-rente.* O requerimento deve ser enviadojuntamente com os comprovativospara a seguinte direção: GEZ – 50656Köln

Esperamos que tenhamos sido úteisaos nossos leitores e cá ficamos àvossa inteira disposição.

Isenção de pagamento das taxas de Radio e de Televisão (GEZ)* Isenção por razões financeiras * isenções por razoes de saúde * As letras RF no cartão de invalidez a quem são conferidas? * Notas importantes a considerar sempre

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cada unidade. Inclui uma sinopse dos conteúdos de cada unidade e soluções dos exercí-cios.

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Baruch Leão Lopes de Laguna, um dosgrandes pintores da escola holandesa doséculo XIX, judeu de origem portuguesa,morreu em 1943 no campo de concentra-ção de Auschwitz. Não foi o único, com eledesapareceram 4 mil judeus de origemportuguesa na Holanda, que acabaramnas câmaras de gás. No memorial docampo de Bergen-Belsen consta o nomede 21 portugueses deportados de Saló-nica, entre estes Porper Colomar e RichardLopes que não sobreviveram. Em França,José Brito Mendes arrisca a sua vida, es-condendo a pequena Cecile, cujos pais ju-deus são deportados para os campos damorte. Uma história de coragem e huma-nismo no meio da atrocidade. Em Viena,a infanta Maria Adelaide de Bragança também não ficou indiferente ao sofrimento, e nãohesitou em ajudar a resistência nomeadamente no cuidado dos feridos, no transporte dearmas e mantimentos, tendo sido presa pela Gestapo. Esther Mucznik traz-nos um livro ab-solutamente original, baseado numa investigação profunda e cuidada em que nos conta ahistória que faltava contar sobre a posição de Portugal durante a Segunda Guerra Mundial.

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Ao longo de quatrocen-tas páginas vertigino-sas, compostas numaespécie de pauta estilís-tica e musical, onde sefundem o fulgor ima-gístico, o difícil triunfodo amor, as aventurase desventuras da pró-pria felicidade humana,O Amor nos Tempos deCólera é um romanceque leva o leitor numa

aventura encantatória, de uma escrita que não tem imitado-res à altura. IMPERDÍVEL

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012 23

Embaixada de PortugalZimmerstr.56 10117 Berlin

Tel: 030 - 590063500Telefone de emergência (fora do horário normal

de expediente): 0171 - 9952844

Consulado -Geralde Portugal em Hamburgo

Buschstr 7 20354 - Hamburgo

Tel: 040/3553484

Consulado-Geralde Portugal em Düsseldorf

Friedrichstr, 20 40217 -Dusseldorf

Tel: 0211/13878-12;13

Consulado-Geralde Portugal em Estugarda

Königstr.20 70173 Stuttgart

Tel. 0711/2273974

Conselho das ComunidadesPortuguesas:

Alfredo Cardoso,Telelefone: 0172- 53 520 47

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Alfredo StoffelTelefone: 0170 24 60 [email protected]

José Eduardo,Telefone: 06196 - 82049

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Maria da Piedade FriasTelefone: 0711/[email protected]

Fernando GenroTelefone: 0151- 15775156

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AICEP PortugalZimmerstr.56 - 10117 Berlim

Tel.: 030 254106-0

Federação de EmpresáriosPortugueses (VPU)Postfach 10 27 11

50467 KölnTel.: +49. 221 789 52 412

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Federação das Associações Portuguesas na Alemanha

(FAPA)www.fapa-online.de

Postfach 10 01 05D-42801 Remscheid

Endereços Úteis

Agenda & SugestõesAs informações sobre os eventos a divulgar deverão dar entrada na nossa redacção até ao dia 15

de cada mês Tel.: 0231 - 83 90 289 Fax :0231-8390351 Email: [email protected]

FERNANDO ROLDÃO

ORGANISTA E CANTORBAILES - CASAMENTOS - FESTAS -

EVENTOS - KARAOKEALEMANHACONTACTOS

0151 451 724 [email protected]

15.09.2012 – OFFENBACH –Grande noite brasileira no restau-rante Casa Portuguesa. Local Wald-strasse 40 em Offenbach. Música aovivo com grupo "BrasilianischesLicht

22.09.2012 – UNNA – Sina Nossaao vivio. Local: Kath. Pfarramt St.Katharina, Katharinenplatz 5,59423 Unna. Início: 19h30

29.09.2012 – DETMOLD – Con-certo do grupo de fados Trio Fado.Local: Konzerthaus der Hochschulefür Musik, Detmold. Início: 19h30

EXPOSIÇÕESDe 3.09 a 30.09.2012 – DUIS-BURG - Desenhar o coração da ci-dade antiga de Guimarães.Exposição de desenhos do artistaplástico Ireneu Oliveira. Local:Volkshochschule der Stadt Duisburg Königstr. 47 , 47051 Duisburg

Até 8.09.2012 – FRIESENHEIM –Exposição no Atelier MirArte. Es-culturas em mármore do artista Fi-lipe Mirante. Local: ObereNeugasse 20, 55278 Friesenheim

De 10.09 a 09.10 - DÜSSELDORF- Exposição dos artistas plásticosportugueses João Maria Gusmão ePedro Paiva(representantes de Por-tugal na Bienal de Veneza 2009)Kunsthalle Düsseldorfwww.kunsthalle-düsseldorf.de/

De 20.09 a 18.11. 2012- OSNA-BRÜCK - "Quem salva uma vida écomo se salvasse o mundo inteiro".Aristides de Sousa Mendes. Umexemplo de coragem. Exposição noErich Maria Remarque-Friedens-zentrum, Erich Maria Remarque-

Friedenszentrum, Markt 6, 49069

Aristides de Sousa Mendes nasceuem Carregal do Sal, 19 de julho de1885 e faleceu em Lisboa a 3 deabril de 1954. Cônsul de Portugalem Bordéus no ano da invasão daFrança pela Alemanha Nazi na Se-gunda Guerra Mundial, Sousa Men-des desafiou ordens expressas doseu ministro dos Negócios Estran-geiros, António de Oliveira Salazar,(cargo ocupado em acumulação coma chefia do Governo) e concedeu 30mil vistos de entrada em Portugal arefugiados de todas as nacionalida-des que desejavam fugir da Françaem 1940.

21.9. 2012 - HAMBURGO _ Portu-gal – Sonne, Meer und Troika, Foto-grafia, Filmes, etc de Claus Bunk.Local: Stadtteiltreff AGDAZ, Feh-linghöhe 16, 22309 Hamburg. Tel:630 10 28. Início: 19h30

CONCERTOSMadredeus na Alemanha14.10.2012 Bremem. Local: Glocke16.10.2012 Berlim. Local: Haus der Kulturen der Welt 18.10.2012 Hamburgo .

Local: Fabrik20.10.2012 Colónia. Local: Philharmonie27.10.2012 Dortmund. Local: Konzerthaus

SUGESTÃO DE LIVROOs portuguesesBarry Hatton vive em Portugal háquase 25 anos. Correspondente daAssociated Press em Portugal, o jor-nalista britânico revela no livro OsPortugueses aquilo que somos en-quanto país e enquanto povo. Pelomenos aos olhos dos estrangeiros.No livro "Os Portugueses", Hattonrelembra os principais momentoshistóricos que marcaram a nação,desde o período áureo dos Descobri-mentos aos anos governados por Oli-veira Salazar, sem esquecer a pelapeculiar relação com Espanha, etermina com uma análise sobre amodernidade.Encomendas: Portugal Post ShopVer pág. 22

CDTrio Fado, Com que vozO seu CD "Com que voz", o Trio Fadoapresenta interpretações muitopróprias, de fados de conhecidoscompositores e fadistas portugue-ses, e ainda algumas composições doTrio Fado.www.triofado.de

VISITAR UM MUSEU1. Stuttgarter Spielzeugmuseum70182 StuttgartTelefon: 0711/484091http://www.stuttgart.de

AssinaturasSe ainda não é assinante do POR-TUGAL POST, basta telefonar aonúmero 0231-83 90 289 e solicitarinformações ou pode mesmo fazer asua assinatura via telefone

SETEMBRO

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 201224

poesias de amore de outros sentires

Passar o Tempo

Receitas CulináriasSaúde e Bem estar

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SINTOMAS: as dores de cabeça podem apresentar-se de várias manei-ras:1. Na enxaqueca a dor geralmente se apresenta em apenas um lado dacabeça.2. Na cefaleia tensional pode apresentar- se de forma generalizada, atin-gindo a área dos olhos, da fronte e da nuca.3. Dor de cabeça na área frontal ocasionada por sinusite.4. Dor de cabeça ocasionada por febre alta (temperatura acima de 38ºC).5. Dor de cabeça por inflamação das artérias temporais .6. Dor de cabeça produzida por uma reacção alérgica, a qual ataca asáreas das mucosas internas e externas, como ao redor dos olhos.CAUSAS: As causas da cefaleia tensional e da enxaqueca são de doistipos principais:1) Stress e má postura2) Alimentação incorrectaa) O stress e a má postura tensionam os músculos do pescoço e das costas,deslocando as vértebras de seus lugares, ocasionando subluxações.ENXAQUECA: neste caso, as vértebras desviadas devido à tensão mus-cular comprimem os vasos do pescoço que irrigam a cabeça de sangue,produzindo-se uma dilatação desses vasos que irrigam os nervos que lheestão circundando, ocasionando a dor. Geralmente isso acontece só deumlado da cabeça.CEFALEIA TENSIONAL, as vértebras desviadas pela tensão muscularirritam os nervos do pescoço, sua vez irritam os nervos que enervamesses músculos, produzindo a dor.TRATAMENTO: Para controlar o stress, principal produtor de dor decabeça, veja o tema „stress“.Oitenta por cento das dores de cabeça são produzidas por tensão e porstress. Para eliminar este tipo de dor, recomenda-se aprender a detectaro momento em que se iniciam os primeiros sintomas da dor. Isso se deveporque depois de ter uma contrariedade, recomenda-se que se detecte,imediatamente, o início da dor, parar o que está fazendo e relaxar pro-fundamente. Para isto faça o seguinte: respire fundo, tensione todos osmúsculos do corpo e logo relaxe-os, em cada vez que expirar o ar. Realizeisto três vezes e imagine que se encontra em um lugar agradável.Fonte: Saúde e Bem Estar

Ingredientes: 750 gr de cabrito Sal e pimenta q.b. 1 colh. chá de colorau 50 gr de margarina 350 gr de cebolas 2 dentes de alho Salsa 2 folhas de louro 1 pimento verde 80 gr de chouriço 400 gr de tomate 1 colh. chá de açafrão 3,5 dl de vinho branco 1,5 dl de azeite Piripiri q.b. 1,5 kg de batatas

Receita: Corte o cabrito em pedaços e tempere com vinho branco, sal e pimenta.Aloure na margarina bem quente e escorra. Descasque as batatas, corte emrodelas, lave, escorra e tempere com sal, pimenta e colorau. Corte os alhosem lâminas, a cebola em rodelas finas, o pimento em tirinhas e o tomate emrodelas. Coloque num tacho, e por esta ordem, camadas de cebolas, pimen-tos, dentes de alho, uma folha de louro, batatas, a carne e tomate. Vá repe-tindo as camadas até acabar. O chouroço, cortado às rodelas, é a últimacamada. Deite o açafrão, muito bem espalhado, o vinho branco e o azeite.Deite um pouco de piripiri. Tape e leve a lume médio cerca de 40 minutos.Vá rectificando os temperos a gosto. Sirva polvilhado com salsa picada. Bom apetite

Delícia de ChocolateIngredientes: 1 lata de leite condensado, 1 medida da lata do leite condensado, de leitemeio gordo , 4 ovos , 200 gr de natas , 75 gr de margarina , 100 gr de cho-colate em tablete, de culinária , 80 gr de bolacha Maria ralada

Receita: Num tacho, de preferência sem ser de fundo térmico (para que não enca-roce), misture as gemas com o leite condensado e o outro leite; mexa, leveao lume sem parar de mexer, até engrossar e retire. Leve ao lume, em banho-maria, o chocolate com a margarina até ficrem em creme e mexa. Bata asclaras em castelo e as natas em chantilly e junte-as, sem bater. Numa taça,deite colheradas alternadas de creme, chocolate, natas e bolachas raladas.Guarde no frigorífico até ficar bem frio.

Caldeirada de Cabrito

Em 2011, os turistas alemães geraram em Portugaluma receita de milhões de euros. Fonte: Lusa 813,5

Pedir Esmola pelas RuasA senhora: E não sente vergonha de andar a pedir es-mola pelas ruas? O mendigo: A verdade, minha senhora, é que gostavaque ma levassem a casa. Mas, bem vê...

PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012 25Vidas

Casamentos falhados e um encontro infeliz Exmos Senhores da Redacção doPORTUGAL POST,

Escrevo-vos para a rubricaVidas para contar uma históriasobre a minha vida sentimental umpouco fora do comum.

Durante os primeiros anos queaqui estava conheci a minha pri-meira mulher, uma ex-jugoslava,hoje Sérvia, penso eu. Casei e vivicom essa minha primeira mulherquase cinco anos. Ao fim destetempo chegámos à conclusão queos nossos feitios não se davam beme separamo-nos a bem. Foi fácilporque não tínhamos filhos. Muitosinceramente, hoje não sei que éfeito dela e nunca mais a vi.

Depois desse casamento fracas-sado vivi sozinho. Esta situação de

Single não me assustava muito: afi-nal eu era novo e não tinha mãos amedir no que a mulheres se tratava.Também não parava em casa.Quando não estava a trabalhar andana “boa vai ela” com amigos. Emsuma, tinha uma boa vida. Nessetempo trabalho não faltava e gan-hávamos bem, tanto que sobravapara poupar e enviar dinheiro paraos meus pais em Portugal que, en-tretanto, faleceram.

Depois veio o segundo casa-mento, desta vez com uma espan-hola. Era uma rapariga muitoextrovertida e agradável de se ver.Trabalhávamos na mesma fábricamas em oficinas diferentes. Os paisdela trabalhavam também namesma fábrica.

Conhecemo-nos bem num pas-seio que a comissão de trabalhado-res organizou a Allgäu. Vivemosprimeiramente juntos, vindo-nos acasar um ano depois de partilhar-mos o mesmo tecto. Este casa-mento não durou muito por razõesque não quero aqui esmiuçar. O queposso dizer é que ano e meio apóso casamento ela quis que fossemospara Espanha porque os pais delaregressavam. Dizia ela que naEspanha poderíamos fazer uma boavida porque a sua família tinhaconstruído vários apartamentosnuma localidade perto de Sevilha.

Recusei ir e ela, como era aofim e ao cabo a sua obrigação, nãoficou comigo. Desfizemos o casa-mento, ela foi para Espanha e eu fi-

quei por aqui, como desejava. Tam-bém nunca mais vi essa ex-mulhere, sinceramente, não sei se é vivaou morta.

Voltei à vida que tinha antesdesse casamento.

Eu vivia bem. Tinha subido decategoria no trabalho e recebia umbom ordenado e continuava a di-vertir-me como queria. Quandotinha férias, ia uma semana a Por-tugal ver os meus pais e passava oresto das férias em Maiorca nacompanhia de amigos.

Durante estas saídas de folga-zão, um dia conheci aquela queveio a ser a minha terceira mulher:uma belga. Conhecia por acasoquando ela fazia uma visita a umseu irmão de nacionalidadefrancesa que estava estacionadonum quartel aqui na Alemanha, istomuito tempo antes da queda domuro, quando aqui estavam aindaestacionadas tropas das forças alia-das.

Conhecemo-nos por acaso numsupermercado quando ela com-prava algo para levar para o irmão.

Conhecemo-nos e, logo na pri-meira noite, ficámos juntos. Depoisdisso, víamo-nos todos os fins-de-semana, até ao dia que casámos, ca-samento que não durou muito porvia de uma insólita situação que seconta assim: um dia senti-me malno trabalho, com febre, e vim curar-me para casa. Quando pus o pé den-tro de casa não queria acreditar noque os meus olhos viam: a minhamulher, quase nua, a “rebolar-se”com uma vizinha! Fiquei estarre-cido.

Quando me viram não ficaramassim muito chocadas com isso edepois de eu perguntar que cena eraaquela, a minha mulher lá me pediudesculpa e confessou-me a sua in-clinação por mulheres e pediumuito a minha compreensão.

Aquilo era demais para mim eofereci-lhe duas alternativas: ou elaou eu, um de nós tinha de sair decasa:

Alguns dias depois ela partiupara a Bélgica com o intuito de nosafastarmos um de outro para depoisdecidirmos que fazer.

E o que fizemos foi o seguinte:esperar mais um tempo e apresentaros papéis para o divórcio.

E foi assim. Voltei à mesmavida de solitário com um terceirocasamento às costas com os conse-quentes divórcios e sem filhos.

Deixei passar assim uns trêsanos e conheci uma rapariga de na-cionalidade turca mas com passa-porte alemão e muito simpática.Encontrávamo-nos amiúde e falá-vamos muito um com o outro comose já se conhecêssemos há muitotempo. Ela era mais nova do que euuns dois anos e posso dizer que foi

um amor intenso e talvez o daminha vida. Mas, infelizmente, nãopudemos continuar com a nossa re-lação devido a imposições da suafamília que não me quiseram acei-tar também por eu ter aqueles casa-mentos todos em cima das costas.A minha conclusão é que ali haviaalguma relutância de carácter cul-tural. Seja como fosse, tivemos deacabar com a relação. Para a famí-lia dela estava fora de questão queela vivesse maritalmente com umhomem.

Com muita pena minha tive deficar mais uma vez só.

Dois ou três anos mais tarde en-contrei, finalmente, uma portu-guesa. Tinha-se divorciado emPortugal e, desgostosa pelo divór-cio e desempregada, tinha decididovir viver para casa de uns primosque a ajudaram nos primeiros tem-pos. Quando a conheci andava elaa fazer limpezas nas oficinas ondeeu trabalhava. Simpatizámos umcom outro e tempos depois passá-vamos algumas horas juntos atéque oficializamos, digamos assim,o namoro, juntamos as tralhas epassámos a viver juntos.

A nossa relação era suportável.Não nos amávamos assim de ma-neira muito forte, só gostávamossimplesmente um do outro.

Não me passou pela cabeçacasar com ela. Estava, como é bomde ver, escaldado com esse tipo deexperiências até que um dia ela co-locou essa possibilidade assim aode leve como quem não quer acoisa.

Não se falou mais nisso durantemuito tempo. Vivíamos juntos epronto. Chegava.

Uma bela ocasião ela disse-meque queria falar comigo acerca deuma questão que tinha a ver con-nosco. Convidou-me a sentar nosofá e disse Olha Carlos, eu vousair de casa porque encontrei al-guém que está disposto a casar co-migo e penso até que o amo. Tununca me falaste em pedir-me ca-samento e também te acho um bo-cado afastado de mim. Por isso,desculpa-me muito, mas decidi sair,disse ela com bastante sinceridade.

Tive de aceitar. Afinal não tín-hamos nenhum compromisso e eunão podia prendê-la e a obrigá-la afosse o que quer que fosse.

Uns bons tempos mais tardetive necessidade de visitar umacasas das mulheres da vida (ultima-mente fazia-o regularmente). Dessavez, e para variar, desloquei-me auma cidade vizinha e durante otempo em que via e não via as ra-parigas que estavam à janela a ali-ciar clientes dei com o rosto dessaúltima mulher com quem vivi.

Carlos P.A.

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PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 201226

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PORTUGAL POST Nº 218 • Setembro 2012 27PUB

A BA prepara para ofinal de Janeiro do próximoano uma grande conferênciacom representantes de enti-dades que gerem o Trabalhode Espanha, Itália, Portugale Grécia, bem como os paí-ses do leste Europeu, destacao semanário alemão DerSpiegel, na sua mais recenteedição.

Em declarações à revista,Raimund Becker, membroexecutivo da agência alemã,enfatiza que nos seus con-tactos internacionais perce-beu que “vários parceirosquerem um intercâmbio de-talhado” de informação.

Este responsável destacatambém que, enquanto aAlemanha tem a menor taxade desemprego entre os jo-vens na União Europeia,com apenas 8%, nos paísesem crise, como a Espanha, ataxa chega aos 50%.

Becker defendeu a apli-cação do sistema dual de for-mação profissional alemão,que pretende que o jovemaprenda qualificações teóri-cas enquanto pratica essateoria em contexto de tra-balho nas empresas.

Raimund Becker propõeque sejam as empresas ale-mãs a oferecer formaçãodupla nos países em crise, talcomo o fazem na Alemanha,onde tais estudos são geral-mente pagos por empresasprivadas que têm assim a suaprópria “carteira” de futuroscolaboradores.

O dirigente também re-fere a possibilidade de che-gar a acordos com os paísesem crise para melhorar ascondições de enquadramentoque permitam aos jovens re-ceber essa formação directa-mente na Alemanha.

A taxa de desempregopara jovens entre os 15 aos24 anos atingiu em Portugalos 35,5 por cento no pri-meiro trimestre de 2012, se-gundo os números maisrecentes divulgados pelo In-stituto Nacional de Estatís-tica (INE).

Segundo o INE, havia nosegundo trimestre deste ano149,7 mil jovens desempre-gados, mais de um terço dototal do grupo etário entre os15 e os 24 anos.

Os mais jovens são ogrupo proporcionalmentemais afectado pelo desemp-rego. O grupo com a se-gunda taxa de desempregomais alta é o dos jovens entreos 25 e os 34 anos: 17,6 porcento. Entre estes, a taxasubiu relativamente ao mêsanterior.

Portugal foi visitado emMarço por uma “equipa deacção” da Comissão Euro-peia destinada a estudar aforma de utilizar fundos co-munitários para reduzir o de-semprego jovem.

Na definição europeia dataxa de desemprego jovem, aGrécia e a Espanha têm astaxas mais altas, acima dos50 por cento, e Portugal é oterceiro país com mais jo-vens desempregados.

A taxa de desempregototal em Portugal no pri-meiro trimestre de 2012 atin-giu os 15 por cento.Lusa

Agência alemã irá ajudar os países em crise contra o desemprego juvenilA Agência Federal de Em-prego (BA) alemã vai apoiardirectamente os países emcrise da Europa do sul naluta contra o desempregojuvenil, devido aos níveisdramáticos alcançados nal-guns deles.

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Economia

Última • Nº 218 • Setembro 201228

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Durante este mês de Agosto,desde que voltei de férias, jáfui contactado de Portugalpor várias pessoas a pedir anossa ajuda, minha e da co-

munidade católica onde trabalho.Querem vir trabalhar para a Alema-nha, não têm aqui família, não co-nhecem ninguém, precisam deencontrar um alojamento onde ficarpara procurar aqui trabalho. Um co-merciante de cinquenta e tal anos deidade, porque a sua loja deixou de“dar”, mas sobretudo porque quer virabrir caminho a uma filha que fez es-tudos superiores e agora está a fazerum trabalho absolutamente desquali-ficado (para a formação que ela tem)e descaradamente mal pago. Uma li-cenciada em psicologia está a ganharum ordenado de sobrevivência e, porisso, decidiu emigrar...

Não sei que resposta lhes hei-dedar. Claro que vamos tentar ajudar.Mas, para ser honesto, não possodizer a ninguém “venha, que logo searranja alguma coisa”. A imagem daAlemanha que eventualmente se temem outros países da União Europeia,de que está a passar ao lado ou acima

da crise, não me parece correcta. Éverdade que a Alemanha procuramão de obra especializada, mas umaolhadela à página do governo alemãofeita para atrair especialistas estran-geiros (http: // www.make-it-in-germany.com) mostra que tipo demão de obra se procura: médicos, en-genheiros, informáticos...

Que responder a quem nos bate àporta? Se, por um lado, é compreen-sível a indignação que muitos mani-festam quando os responsáveispolíticos convidam os jovens (forma-dos em Portugal) a emigrar (isto é, aaplicar o seu saber ao serviço de ou-tros países), por outro lado, comopermanecer insensível a problemas esituações personalizadas, de genteque não resigna, que não desiste, e,depois de tudo tentar, decide emigrar,seguindo o princípio da esperança enuma atitude de luta contra o des-tino?!

2. De 23 de Setembro a 2 de Ou-tubro, decorre em toda a Alemanhaa Semana Intercultural, este ano sobo tema: “Sê bem vindo, quem querque Tu sejas!” („Herzlich willkom-men – wer immer Du bist“). O temaé bonito, mas será que é realista?!Será que uma sociedade pode mesmoacolher sem limites nem fronteiras

quem quer se seja? E, concretamente,aqui na Alemanha, serão mesmo bemvindos todos, não importa de quecultura, com que formação, de quecamada social? Ou nesta União Eu-ropeia, rica apesar da crise, será queeste voto de boas-vindas vale tam-bém para os que atravessam diaria-mente o mediterrâneo, em viagemde alto risco, esses a quem chama-mos refugiados?

Estas são algumas das muitasquestões que irão animar um debatede uma semana que se espera sejamais do que mostras de folclore eprograma de gastronomias exóticas

(contra as quais nada tenho, são óp-timas ocasiões de encontro! , apenaslamento que muitas vezes a semanase reduza a isso).

A abertura de uma sociedadepassa com certeza pela simpatia doprimeiro acolhimento. Mas é subme-tida à prova “real” na sua política deemigração (como por exemplo, o re-conhecimento de cursos e diplomasestrangeiros), na existência ou nafalta de estruturas e instrumentos le-gais que impeçam todo o tipo de di-scriminação (as famosas leisanti-discriminação cuja falta se sentena procura de emprego, na procurade casa...), no desenvolvimento deuma mentalidade intercultural queveja no estranho e no diferente umenriquecimento ou pelo menos umdesafio mas não uma ameaça (men-talidade que exige novas pedagogias,a começar pelos jardins de infância eatravés de todo sistema escolar/edu-cativo).

Acolher alguém, com abertura edignidade, é mais do que uma atitudeingénua de dizer “venha!” e dar-lheas boas-vindas à chegada. É propor-cionar-lhe condições para que essapessoa se sinta aceite e possa vivercom dignidade. É garantir os meiosnecessários para que aquele que

chega se “integre” na sociedade deacolhimento como cidadão, sujeitode direitos e deveres, e não comomão-de-obra, mais ou menos espe-cializada, mais ou menos compensa-tória. É convidá-lo a participar,fazendo desta terra a sua terra, aqui eagora.

3. Acolher na Alemanha portu-guesas e portugueses, “refugiados”da crise e da política da “troika”, pa-rece-me ser um dever de todos os queestamos por aqui desde há muito.Numa atitude de simpatia solidária:tentar acolher e ajudar, como gosta-ríamos de ser acolhidos e ajudados.Podemos estar atentos e passar a in-formação (aos responsáveis das Co-munidades, por exemplo) se ouvimosque há uma casa para alugar no pré-dio onde vivemos, ou mais um lugarna empresa onde trabalhamos.

Ser migrantes solidários e criarnas comunidades uma “bolsa” de in-formação pode ajudar a evitar quemuitos dos que procuram aqui naAlemanha casa e emprego não caiamnas mãos de exploradores sem escrú-pulos, que, infelizmente, em muitoscasos são da nossa gente, são portu-gueses.

Bem-vindo, quem quer quesejas!

Bem-vindo à Alemanha, quem quer tu sejas !Joaquim Nunes

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