perfil de usuários do psf de juiz de fora portadores de úlceras
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PERFIL DE USUÁRIOS DO PSF DE JUIZ DE FORA PORTADORES DE ÚLCERAS VENOSAS: um olhar sobre o tratamento
PROFILE OF USERS OF FAMILY HEALTH UNITS, THAT ARE CARRIERS OF VENOUS ULCERS, IN JUIZ DE FORA: a look at their treatment
Marcelo Henrique da Silva1
Maria Cristina Pinto de Jesus2
Deyvyd Manoel Condé Andrade3
Resumo
Estudo descritivo exploratório, realizado nas Unidades de Saúde da Família de Juiz de Fora com os objetivos de conhecer o perfil socioeconômico dos usuários portadores de úlceras venosas que procuram o serviço; identificar e discutir o manejo clínico de profissionais de saúde dessas Unidades em relação aos usuários com úlcera venosa, a partir da visão dos próprios usuários. Os resultados mostram que as úlceras venosas constituem um importante agravo à saúde; trata-se de uma doença de evolução longa e muitas vezes recidivante, associada a outras comorbidades que acometem idosos em sua maioria do sexo feminino, de baixa renda e escolaridade. O tratamento prestado aos portadores de úlceras varicosas nesse município não segue as atuais evidências científicas. De acordo com os usuários, os profissionais empregam técnicas de limpeza que agridem o tecido de granulação além de substâncias destinadas a alimentação (óleo de girassol) e pomadas antibióticas (sobretudo a neomicina). A maioria dos entrevistados não utiliza medidas para controle do edema, tais como, terapia compressiva - como as meias elásticas, bota de Unna e sistema multicamadas- e repouso; o que pode contribuir para o retardo da cicatrização e recidiva da ferida.
Palavras-chave: Cicatrização de Feridas; Programa Saúde da Família; Úlcera varicosa.
Abstract
This is an exploratory descriptive study, conducted in Family Health Units of Juiz de Fora, which aimed to know the socioeconomic profile of patients with venous ulcers that seek that service. It also aimed to identify and discuss the clinical management of health professionals in such units, in relation to users with venous ulcers from the vision of the own users. The results show that venous ulcers are important to damage health, it is a disease of long evolution and often recurrent, associated with other comorbidities that affect mostly older 1 Enfermeiro da Unidade de Saúde da Família da Secretaria de Saúde, Saneamento e Desenvolvimento Ambiental de Juiz de Fora, MG.2 Enfermeira docente da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora, Doutora pela Universidade de São Paulo, orientadora da pesquisa.3 Acadêmico de Enfermagem da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora - FACENF/UFJF.
female, low income, and low educational level. The treatment provided to patients with varicose ulcers in this city, does not follow the current scientific evidence. According to the users, the professionals use techniques of cleaning that hit the tissue and they add substances that are destinated to food (sunflower oil) and antibiotic ointments (mostly neomycin). Most of the respondents do not use measures to control the edema, such as compression therapy - elastic stockings, Unna boot and system of layered- and rest, what may contribute to delay the healing and the recurrence of the wound.
Keywords: Wound healing; Family Health Program; Varicose ulcer.
1. Introdução
Úlcera venosa é definida como um conjunto de alterações que ocorrem na pele e
no tecido subcutâneo, principalmente dos membros inferiores (MMII), decorrentes de uma
hipertensão venosa de longa duração, causada por uma insuficiência valvular ou obstrução
venosa ou ambas. É um agravo vascular que representa de 70% a 90% de todas as úlceras de
perna (AZEVEDO, 2005).
A hipertensão venosa causa uma pressão capilar elevada. Consequentemente, os
capilares começam a extravasar líquidos, macromoléculas e hemácias no interstício. Desse
processo advém o edema da extremidade comprometida, associada ao enrijecimento da pele e
a presença de manchas de homossiderina, resultando numa coloração marrom-amarelada.
Esse tipo de úlcera localiza-se frequentemente acima do maléolo medial, algumas vezes
proximal ao maléolo lateral e raramente em outras localizações. A dor pode ser de leve a
moderada e geralmente é aliviada pela elevação da perna. Tendem a ser vermelhas e muito
úmidas e seu leito apresenta bordas irregulares. Os pulsos pediosos, na maioria dos casos,
estão presentes (IRON, 2005).
Estudos realizados demonstram que sua incidência é de 0,2% a 1,0% da
população européia, 0,4% da população sueca, prevalência estimada entre 1,5 e 1,8 / 1.000 da
população do Reino Unido e no Brasil esses dados não são bem desconhecidos. Estudos
realizados por NUNES (2006) no Rio Grande do Norte encontraram prevalência de
0,36/1000.
Acomete mais mulheres que homens, sendo mais incidente na população idosa
(cerca 3,5 da população acima de 65 anos), pois com o envelhecimento as valvas podem
tornar-se espessadas ou danificadas (CUNHA, 1999; AZEVEDO, 2005; ABBADE e
LASTORIA, 2006, JORGE et al, 2008).
O nível A de evidência científica no tratamento da úlcera venosa é a terapia
compressiva, seja através de atadura elástica, meia compressiva ou bota de unna. Outros
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aspectos importantes do tratamento incluem repouso com elevação do membro inferior acima
do nível do coração, intercalado com deambulação e exercícios, não deixando de considerar a
dieta, controle de doenças de base, higiene, cobertura adequada da ferida (curativo) e
acompanhamento com a equipe multiprofissional (BORGES, 2007; BORGES et al, 2008).
Na Unidade de Saúde da Família (USF), na qual estamos inseridos, observa-se um
grande número de pacientes com úlcera venosa. Essa situação não se diferencia da rede básica
de saúde de Juiz de Fora como um todo, onde, de acordo com um estudo feito por Frade et al
(2005), 90,3% dos pacientes portadores de úlcera de perna apresentavam insuficiência venosa
associada e, 79% desses pacientes tinham a úlcera, sendo geralmente portadores desse agravo
há mais de 10 anos.
Nesse momento, é importante demarcar que o Programa Saúde da Família (PSF)
tem como foco prioritário as ações de promoção da saúde e prevenção de doenças, não
devendo, portanto, descuidar dos aspectos curativos e de reabilitação (BRASIL, 1997).
Partindo desse pressuposto, faz-se necessário que os portadores de insuficiência venosa e
úlcera venosa sejam bem orientados quanto aos aspectos preventivos, recebendo o tratamento
que leve em consideração os níveis de evidências científica.
O dia-a-dia da atenção à saúde na USF mostra que o manejo clínico do doente,
usuário das unidades de saúde da família do município de Juiz de Fora é feito de forma
bastante heterogênea pelos enfermeiros e médicos. Para fins do nosso estudo, chamaremos de
manejo clínico heterogêneo, a falta de uniformidade de condutas e de protocolo clínico, que
levam os profissionais de saúde a adotarem medidas de tratamento diferenciadas de acordo
com a sua vivencia profissional - diante de um mesmo caso de úlcera venosa.
A partir dessas considerações as seguintes questões orientaram este estudo: quem são
os usuários que procuram as USF para tratamento de úlceras venosas? Como está sendo
realizado o tratamento de úlceras venosas aos usuários atendidos nas USF de Juiz de Fora?
2. Objetivos
Conhecer o perfil socioeconômico dos usuários portadores de úlceras venosas que
procuram as USF de Juiz de Fora.
Identificar e discutir o manejo clínico de profissionais de saúde das Unidades de Saúde
da Família em relação aos usuários com úlcera venosa a partir dos próprios usuários.
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3. Metodologia
Trata-se de um estudo exploratório, descritivo com análise quantitativa dos
resultados. A pesquisa descritiva tem como objetivo a descrição das características de uma
determinada população ou o estabelecimento de relações entre variáveis, assim como, levantar
opiniões, atitudes e crenças de uma população (GIL, 1999).
O estudo realizado teve como cenário as Unidades de Saúde da Família de Juiz de
Fora e como sujeitos, 25 usuários adultos com diagnóstico de úlcera venosa que aceitaram,
formalmente, participar da pesquisa.
Como instrumento para a coleta de dados foi utilizado um roteiro com questões de
identificação pessoal, situação socioeconômica, higiene e o tratamento (manejo clínico) que
esses usuários recebem dos profissionais que prestam assistência na USF. Esse instrumento de
coleta foi validado para posterior aplicação.
A coleta de dados foi realizada após aprovação do projeto no Comitê de Ética em
Pesquisa com seres humanos, seguindo-se a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde, sob o Protocolo no. 1460.151.2008.
Os dados coletados foram tratados e analisados através de estatística descritiva
com cálculo de freqüências simples e os resultados apresentados em Quadros e Tabelas. A
discussão dos resultados foi realizada com base no referencial bibliográfico de suporte para o
estudo.
4. Resultados
Foram entrevistados 25 pacientes portadores de úlceras venosas que realizavam seu
tratamento nas Unidades de Saúde da Família da cidade de Juiz de Fora. O sexo feminino
constituiu 88% e o masculino por 12% dos participantes. A média de idade foi de 64 anos,
variando de 34 a 83 anos (Tabela 1).
TABELA 1: Distribuição etária da amostra de Pacientes com úlcera venosa atendidos nas Unidades de Saúde da Família de Juiz de Fora.
Faixa etária Nº. de pacientes %
Abaixo de 40 anos 01 04
41 a 50 anos 03 12
4
51 a 60 anos 05 20
61 a 70 anos 07 28
71 a 80 anos 07 28
Acima de 81 anos 02 08
Total 25 100
A maioria dos entrevistados relata ser de etnia negra (52%) e casados (40%). Possuem
como escolaridade o ensino fundamental incompleto (60%). A religião predominante na
amostra foi a católica (60%). São, em sua maioria, aposentados (36%) com renda mensal de
um salário mínimo (64%) e moram em casa própria (68%). Esses dados estão apresentados no
Quadro 01.
Quadro 01: Perfil socioeconômico dos usuários de Juiz de Fora, atendidos nas Unidades de saúde da Família.
Etnia N° de pacientes %Negros 13 52Brancos 08 32Pardos 04 16Estado CivilCasados 10 40solteiros 03 12Relação estável 01 04viúvos 09 36separados 02 08EscolaridadeAnalfabetos 09 36Ensino fundamental Incompleto 15 60Ensino Fundamental Completo 01 04ReligiãoCatólica 40 60Evangélica 08 32Sem dominação religiosa 01 04Não informado 01 04OcupaçãoAposentados 09 36Pensionistas 04 16Empregada domestica 02 08Do lar 08 32Garçonete 01 04Cozinheira 01 04
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Renda Menor que um salário mínimo 03 12Um salário mínimo 16 64Dois salários mínimos 01 04Sem renda 03 12Não informado 02 08Situação de moradia Com casa própria 17 68Casa alugada 03 12Casa cedida 04 16Não informado 01 04
São tabagistas 04% dos entrevistados e não há relato de etilismo na amostra.
A insuficiência venosa (100%) e a hipertensão arterial sistêmica (92%) são as doenças
de base mais prevalentes na amostra, conforme a Tabela 02.
Tabela 02: Doenças prevalentes em usuários portadores de úlcera venosa vinculados ao Programa Saúde da Família do Município de Juiz de Fora
Doenças Prevalentes N° de pacientes* %Insuficiência venosa 25 100Hipertensão arterial 23 92Diabetes mellitus tipo II 02 08AVE 05 20Reumatismo 01 04Hepatite B 01 04Policitemia 01 04Depressão 01 04Artrose 01 04Anemia 01 04Alergia 01 04Hipotiroidismo 01 04
*O quantitativo ultrapassa 25 pacientes, porque os portadores de úlcera venosa referem ter mais de uma patologia de base.
Usam medicamentos 96% da amostra, como anti-hipertensivos (geralmente inibidores
da enzima conversora de angiotensina, metil dopa, furosemida) e/ou antidiabéticos orais
(geralmente glibenclamida) para controle de doenças crônicas, como hipertensão arterial
sistêmica e/ou diabetes mellitus, além de outras drogas como benzodiazepinicos,
antidepressivos, antiflamatórios e antibióticos. Quanto ao uso de antibióticos ressaltamos o
uso da Penicilina Benzatina prescrito para 12% dos entrevistados como forma de tratamento
da úlcera venosa.
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No que diz respeito à história da ferida e do tratamento, observamos que 48% dos
portadores de úlcera venosa possuem a ferida por mais de 10 anos, conforme a Tabela 03.
TABELA 03: Intervalos de tempo de existência das úlceras venosas da amostra de pacientes de Juiz de Fora, atendidos nas Unidades de Saúde da Família
Intervalo de tempo (anos) Nº. de pacientes %
Inferior a 1 ano 01 041 a 5 anos 05 205 a 10 anos 06 24Superior a 10 anos 12 48Não soube informar 01 04Total 25 100
Quanto à técnica de limpeza empregada nas úlceras venosas, observamos que 52% dos
entrevistados relatam à utilização do soro fisiológico frio com o auxilio de pinça e gaze IV
(para esfregação do leito da ferida). A Tabela 04 mostra como é feita a limpeza das úlceras
venosas nas Unidades de Saúde da Família do Município de Juiz de Fora.
Tabela 04: Técnica de limpeza das úlceras venosas nas Unidades de Saúde da Família do município de Juiz de Fora
Técnica de limpeza N° de pacientes %Soro fisiológico morno em jato 02 08Soro fisiológico frio com o auxilio de pinça e gaze IV
13 52
Soro fisiológico frio com o auxilio de pinça, gaze IV e PVPI
02 08
Outros produtosÁgua + sabão de coco
08 32
Total 25 100
Verifica-se que as pomadas e o óleo de girassol são os produtos mais utilizados pelos
profissionais para o tratamento da ferida, conforme a Tabela 05.
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Tabela 05: Produtos prescritos pelos profissionais vinculados ao Programa Saúde da Família de Juiz de Fora para o tratamento tópico da úlcera venosa
Produtos * N° de pacientesPomadas:NeomicinaColagenaseSulfadiazina de Prata
090404
Gaze umedecida com Soro Fisiológico 02Óleo de Girassol 11Açúcar 03
Coberturas (Alginato de cálcio, hidrocolóide, hidrogél, espuma, carvão ativado)
01
Outro ProdutoRifocinaPapaínaAGE (Dersane)Hipoglós
01020103
*O quantitativo ultrapassa 25 tipos de tratamento, porque os portadores utilizam mais de um produto na ferida.
Sobre o uso da terapia compressiva, 40% dos entrevistados foram orientados a fazer
uso e 12% não. Os outros 48% foram orientados a usar alguma forma de compressão dos
membros inferiores, mas não utilizam pelas seguintes razões apresentadas na tabela 06:
Tabela 06: Motivos citados pelos portadores de úlcera venosa vinculados ao Programa Saúde da Família do Município de Juiz de Fora para não usarem a terapia compressiva.
Motivos para não usar a terapia compressiva
N° de pacientes %
Sentem dor com a compressão e/ou incômodo na perna
04 16
A ferida está aberta 03 12A terapia compressiva aumenta a ferida 01 04Pelas condições financeiras 01 04Têm dificuldade para deambular com a meia elástica
01 04
Esquece de usar a meia elástica 01 04Não quer fazer uso da compressão 01 04Total 12 48
Ressaltamos que a meia elástica é referida por 20% dos usuários como medida
preventiva para recidiva de feridas. A mesma não é utilizada como coadjuvante do tratamento
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da lesão. A faixa elástica sem indicador de pressão é utilizada por 12% dos entrevistados e a
bota de Unna, por 08%. Não houve nenhuma referência ao sistema multicamadas.
No que concerne ao repouso, observamos que 52% dos entrevistados foram orientados
a realizá-lo. No entanto nem sempre seguem essa recomendação, pelos motivos apresentados
na tabela 07:
Tabela 07: Motivos citados pelos usuários das Unidades de Saúde da Família do Município de Juiz de fora para não repousarem
Motivos para não repousar N° de pacientes %Porque trabalha 03 12Precisam cuidar da família 03 12Não gostam de repousar 03 12Não conseguem ficar parados 02 08Sentem dor ao elevar a perna 01 04Não repousam por outros motivos 01 04
Total 13 52
Observa-se que 32% da amostra estudada repousam de forma inadequada conforme a
tabela 08.
Tabela 08: Maneira como é realizado o repouso citada pelos usuários das Unidades de Saúde da Família do Município de Juiz de Fora.
Maneiras como os portadores de Úlcera Venosa repousam N° de pacientes
%
Deitados com as pernas no nível do coração 04 16Com travesseiro ou almofada embaixo da perna 02 08Sentados com os pés em cima de uma cadeira 01 04Sentados 01 04
Repouso diário, duas horas no período da manhã e duas horas no período da tarde, deitado com os pés acima do coração; repouso diário por dez minutos a cada uma hora, deitado com os pés acima do coração.
05 20
Total 13 52
Sobre exercícios físicos direcionados para o controle da insuficiência venosa
verificou-se que 56% dos pacientes não receberam nenhuma orientação, conforme a Tabela
10.
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Tabela 10: Tipos de exercícios físicos orientados aos usuários das Unidades de Saúde da Família do Município de Juiz de fora portadores de Úlcera Venosa
Tipo de exercício físico orientado N.° %Movimentação dos pés em movimentos de flexionar e estender e caminhada moderada
04 16
Caminhada, 03 12Não fazem os exercícios (apesar de orientados) 04 16Sem orientação sobre exercícios físicos 14 56Total 25 100
A tabela 11 mostra que 56% da amostra não receberam nenhuma orientação de quais
alimentos consumirem para auxiliar no tratamento da ulcera venosa.
Tabela 11: Alimentos orientados a serem consumidos pelos usuários das Unidades de Saúde da Família do Município de Juiz de fora portadores de Úlcera Venosa
Alimentos orientados a serem consumidos N.° %Vegetais verdes escuro, legumes, frutas e clara de ovo.
11 44%
Não receberam nenhuma orientação 14 56%Total 25 100
Em relação a alimentos a serem evitados, 64% não receberam nenhuma
recomendação. 36% evitam alimentos gordurosos e com alto teor de sódio.
Recebem suplementação vitamínica/mineral 20% da amostra (08% vitaminas do
complexo B, 08% vitamina C, 08% sulfato ferroso e 04% não informaram que tipo de
suplemento recebe). Destacamos que, essa suplementação é feita para tratamento de doenças
concomitantes como visto anteriormente. Não foram prescritas especificamente para o
tratamento da úlcera venosa.
É interessante ressaltar, embora não seja objetivo desse estudo, a forte presença da
crença popular em relação ao consumo de alimentos e sua interferência na cicatrização da
ferida. 16% dos entrevistados relatam que evitam ingerir alimentos como pimenta, pimentão,
vegetais folhosos (mostarda e couve), carne de porco e cítricos (laranja e limão) por serem
“remosos” e “quentes”.
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5. Discussão
A amostra estudada apresentou média de idade de 64 anos, com predomínio da
população maior de 60 anos (64%). Esses resultados encontram-se abaixo da média
encontrada por NELZEN et al (1991), em cuja amostra, 85% tinham mais de 64 anos com
médias de 76 anos de idade para mulheres e 78 para os homens. No entanto, foram
semelhantes aos resultados de SCOTT et al (1995), FRADE et al (2005), NUNES (2006) e de
DEODATO (2007).
No presente estudo 88% da amostra foi representada pelo gênero feminino. Números
parecidos com o de NUNES (2006) e de DEODATO (2007). A insuficiência venosa (UV)
atinge mais as mulheres devido a dois fatores principais: a gravidez e os hormônios
(RIBEIRO, 1997).
Quanto à escolaridade 60% dos entrevistados possuem ensino fundamental
incompleto. Dados semelhantes foram encontrados por NUNES (2006) e de DEODATO
(2007).
A renda mensal de um salário mínimo (64%) foi bastante próxima ao de DEODATO
(2007). FRADE et al (2005) teve média de 1 a 3 salários mínimos na amostra estudada e
NUNES (2006) encontrou media de dois salários mínimos.
No que diz respeito à ocupação, os dados desse estudo são semelhantes ao de NUNES
(2006) e DEODATO (2007), em que a maioria dos entrevistados são aposentados ou exercem
atividades laborativas que exigem a permanência por longos períodos na posição ortostática
(Vide quadro 01).
Usualmente a Insuficiência Venosa acomete indivíduos em idade produtiva,
acarretando afastamentos ou aposentadoria do trabalho, agravando situações socioeconômicas
já precárias. Além do mais, os custos com o tratamento, nem sempre podem ser enfrentados
pelo portador. Todos esses fatores causam importante ônus aos sistemas de saúde e
previdenciário além de interferir na qualidade de vida do paciente, seja pelos altos custos com
tratamento ou pela possibilidade de faltas ao trabalho e perda do emprego, além de
diminuição do prazer nas atividades cotidianas. (FIGUEIREDO, 2005; ABBADE e
LASTORIA, 2006).
A associação da úlcera venosa crônica com a hipertensão arterial sistêmica ocorreu em
92% pacientes. FRADE (2005) encontrou 43,7 % de pacientes hipertensos em seu estudo,
NUNES (2006) 55,4% e DEODATO (2007) 45% de hipertensos. Sendo estatisticamente
significante na predisposição às úlceras de perna. Tal associação ressalta a importância do
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controle e/ou tratamento da insuficiência venosa crônica, além do tratamento da hipertensão
arterial, diabetes e da obesidade (FRADE et al, 2005 p 39).
São tabagistas 04% dos participantes do estudo. NUNES (2006) encontrou um número
mais significativo, onde 54,1% dos portadores de úlcera varicosa tinham o hábito de fumar.
Em relação ao uso de medicamento pelos pacientes deste estudo, chama atenção o uso
da Penicilina Benzatina prescrito para 12% dos entrevistados como forma de tratamento da
úlcera venosa. Estariam os profissionais de saúde tratando a UV e a úlcera venosa como Pio
dermite? Não encontramos na literatura qualquer referência ao uso deste medicamento para o
tratamento desta afecção.
O tempo de existência da ferida é bastante significativo na população estudada onde
48% dos portadores de úlcera venosa possuem a ferida por mais de 10 anos. Esses resultados
são semelhantes aos publicados por CALLAM (1985), NELZEN et al (1991), PHILIPS et al
(1994), e por FRADE et al (2005). Desse modo, as úlceras venosas causam significante
impacto social e econômico devido à natureza recorrente e ao longo tempo decorrido entre
sua abertura e cicatrização (ABBADE e LASTORIA, 2006, p 510).
Quanto ao tratamento tópico da ferida, observamos que a limpeza das úlceras venosas
não segue as melhores evidências cientificas para a sua realização. Vemos que a técnica
utilizada pode agredir tecidos viáveis. O recomendado atualmente é a limpeza com soro
fisiológico em jato. Esta técnica é suficiente para remover corpos estranhos, tecidos frouxos
aderidos, além de manter o tecido de granulação recém-formado. A esfregação excessiva com
instrumental e gaze úmida com solução salina a 0,9% deve ser evitada, pois pode irritar a pele
peri-ferida, além de lesar o próprio tecido de granulação (CANDIDO 2001; GIOVANINI et
al, 2007; BORGES, 2008).
Produtos como sabões e polivinil-pirrolidona-iodo a 10% têm sido comprovados como
inibidores no processo de cicatrização, pois prejudicam a formação de fibroblastos, que são
essenciais para a formação do tecido de granulação (EAGLSTEIN et al, 1990; DAELAY,
1996). Cremos que a técnica de limpeza das úlceras venosas, nas USF deve ser repensada,
pois da forma como atualmente é feita pode contribuir para a cronificação dessas feridas.
Verifica-se que as pomadas e o óleo de girassol são os produtos mais utilizados pelos
profissionais para o tratamento da ferida (tabela 04). Entretanto, o uso de pomadas com
antibióticos no tratamento de feridas colonizadas atualmente tem sido contra-indicado. Para
LEAPER (1994), esses produtos não têm a sua eficácia comprovada, além de propiciarem o
aparecimento de alergias, sensibilidade e microrganismos resistentes. Esta sensibilização
12
poderá desencadear reações alérgicas a outros produtos, tais como gaze e atadura de crepom
(FIELD & KERSTEIN, 1994; KOLMOS, 1999).
Já o uso de pomadas no tratamento das feridas infectadas, sabe-se que a sua absorção
não é suficiente para tratá-las, pois não atingem níveis séricos adequados para tratar a
infecção (DOUGHTY1, 1992).
Para NIEDNER (1997), a neomicina, utilizada de forma tópica, causa mais
freqüentemente alergias, e, quando esta ocorre, ao mesmo tempo desencadeia resposta
alérgica à kanamicina, gentamicina e tobramicina. Além disso, o tratamento tópico com esse
produto não elimina as bactérias das feridas (CHAMBERS & SANDE, 1996).
Quanto ao uso do Óleo de girassol, sua fabricação é destinada à alimentação, não
existindo comprovação científica da sua eficácia em tratamento de feridas (BELO
HORIZONTE, 2006).
Ressaltamos que de acordo com BORGES (2007), em uma revisão sistemática sobre
tratamento tópico de úlcera venosa, os estudos atuais não permitem concluir qual o melhor
tratamento tópico para úlcera venosa. Porém, a escolha do melhor curativo para a úlcera
vascular, depende não apenas dela própria, mas da sua condição (AZEVEDO, 2005).
Percebemos que apenas 04% da amostra utilizam coberturas interativas. Esse tipo de
cobertura mantém um micro ambiente úmido, facilitando a cicatrização. Assim, a escolha das
coberturas, como alginatos, espumas, hidrofibras, carvão ativado, hidrogél, hidrocolóide,
associados ou não a prata devem ser indicados levando em conta a presença de tecido
necrótico, granulação, exsudato e infecção da ferida. (BORGES, 2008).
As coberturas devem, sempre que possível estar associadas à terapia compressiva para
o tratamento da úlcera varicosa (ARNOLD et al, 1994, BORGES 2008).
É preocupante a não utilização da terapia compressiva pelos portadores de úlcera
venosa. A somatória entre os que não foram orientados a fazer uso dessa modalidade de
tratamento, e os que foram orientados a usar alguma forma de compressão ( mas não a
utilizam) é de 60%. Dados semelhantes foram encontrados por NUNES (2006) e DEODATO
(2007). Segundo CULLUM et al (2003); ABBADE e LASTORIA (2006) e BORGES (2007),
é fundamental uso da terapia compressiva para a cicatrização da úlcera venosa. Medidas para
a melhoria do retorno venoso devem ser prestadas por médicos, enfermeiros e outros
profissionais de saúde com a cooperação do paciente, pois a mesma aumenta a taxa de
cicatrização desse tipo de ferida, comparado com o tratamento sem compressão. Além disso, a
terapia compressiva melhora a efetividade do cuidado e reduz os custos do tratamento.
13
Para CHOUCAIR (1998) e LIN (2003), a terapia compressiva com sistema
multicamadas é a forma mais moderna e efetiva para tratamento da úlcera venosa. Esse
produto mantém uma compressão sustentada entre 40 e 45 mmHg no tornozelo e de 17
mmHg abaixo do joelho. Pode permanecer por até sete dias no membro afetado. No entanto
nenhum paciente da amostra teve acesso a essa forma de tratamento. Isso talvez possa ser
justificado pelo fato do município de Juiz de Fora não disponibilizar esse produto as USF e
não possuir um centro especializado de tratamento de feridas. Esse centro seria importante
para capacitar profissionais que cuidassem de pacientes portadores de feridas, incluindo os de
USF.
Interessante observar que no presente estudo 12% dos profissionais entrevistados não
utilizam à terapia compressiva porque a ferida está aberta, 04% acham que a compressão
aumenta a ferida. Esses dados estão em desacordo com as atuais evidencias de tratamento de
úlceras venosas, pois como vimos anteriormente é fundamental uso da terapia compressiva
para a cicatrização da úlcera venosa (CULLUM et al 2003).
A meia elástica é citada como a medida de compressão mais utilizada pelos pacientes
entrevistados (20%). Mas essa modalidade de tratamento é feita somente no membro contra
lateral à úlcera para controle da insuficiência venosa e não como coadjuvante do tratamento
da mesma. ZIMMET (1999) relata que meias elásticas são indicadas para o período pós
cicatrização para prevenir recorrência das úlceras. Contudo, existe meias próprias para o
portador de úlcera , feitas com zíper para facilitar a aplicação e com pressão de 30-40 mmHg
ou 40-50 mmHg no tornozelo.Podendo ser encontradas mercado nacional as meias da marca
Ulcercare da Jobst. Porém, seu alto custo pode dificultar sua indicação pelos profissionais ou
sua aquisição pelos pacientes (04 % não dispõe de recursos financeiros para comprar a meia
elástica) , já que o Sistema Único de Saúde do município de Juiz de Fora não disponibiliza
esse produto.
Outro dado bastante preocupante é o fato de 12% dos pesquisados usarem a faixa
elástica sem indicador de pressão (12%). As possíveis vantagens desse tipo de compressão
são baixo custo e a reutilização (são laváveis). Por outro lado, ressaltamos que as ataduras
elásticas “podem ser nocivas ou inúteis se não utilizadas de forma correta. Sua efetividade
pode ser influenciada pela técnica de aplicação por parte dos médicos, enfermeiros ou dos
próprios pacientes” (ABBADE e LASTORIA, 2006, p 515).
Quanto a Bota de Unna, apenas 08% dos entrevistados fazem uso desse tipo de
compressão. Esse produto consiste de atadura impregnada com óxido de zinco, criando um
molde semi-sólido para a realização da compressão externa eficiente. Essa atadura inelástica
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cria alta pressão com a contração muscular (durante a deambulação) e pequena pressão ao
repouso. Uma possível vantagem desse tipo de compressão é seu tempo de permanência no
local, podendo permanecer por até sete dias, mas no início do tratamento, devido à presença
de grande quantidade de exsudato e edema, podem ser reaplicadas com mais freqüência
(ABBADE e LASTORIA, 2006).
É fundamental, para que haja uma cicatrização mais rápida o controle do edema
(BORGES, 2008). Isso por ser feito com a terapia compressiva como citado acima, exercícios
intercalados com a deambulação. Outro aspecto importante, também citado por BORGES,
(2008, p.09) é o repouso. “O mesmo deve ser diário, duas horas no período da manhã e duas horas
no período da tarde, ou por dez minutos a cada hora, no mínimo. É imprescindível manter os MMII
elevados, acima do nível do coração, sem fletir os joelhos”.
De acordo com ABBADE e LASTORIA, 2006, p.516:
a orientação adequada de repouso é muito valiosa para se obter cicatrização da úlcera, pois diminui os efeitos da hipertensão venosa. O repouso deve ser realizado com o membro inferior elevado acima do nível do coração cerca de três a quatro vezes durante o dia e por 30 minutos. Durante a noite a elevação do membro é obtida por elevação dos pés do leito em altura que varia de 15 a 20 cm (...) breves caminhadas, três a quatro vezes por dia, devem ser estimuladas.
Percebemos que a dificuldade em repousar está muito ligada aos afazeres domésticos
(24%), o que leva esses clientes a permanecerem muito tempo em posição ortostática. Dados
semelhantes foram encontrados por MARTINS e SOUZA, 2007. No presente estudo 32% dos
pacientes que repousam o faz de forma inadequada. O que pode comprometer o retorno
venoso, o controle do edema acarretando dessa forma retardo da cicatrização.
Uma nutrição adequada é um dos mais importantes aspectos para o sucesso do
processo cicatricial, pois a regeneração tecidual exige um bom estado nutricional do paciente
e consome grande parte de suas reservas corporais. A recuperação nutricional pode trazer
melhores resultados no tempo de cicatrização (SOUZA 2003).
Corroborando, (BORGES, 2008) afirma que um dos fatores que interfere na
cicatrização das feridas é o estado nutricional do paciente. A dieta deve ser hiperprotéica e
hipercalórica, rica em minerais (ferro, zinco) e vitaminas A, B e C. Observamos que 56%
pacientes dessa pesquisa não receberam nenhuma orientação sobre alimentação. Esse dado é
preocupante, já que como discutido acima, esse fator pode interferir no processo cicatricial,
prolongando ainda mais o tempo de tratamento da úlcera venosa.
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Recebem suplementação vitamínica/mineral 20% dos pacientes estudados (08%
vitaminas do complexo B, 08% vitamina C, 08% sulfato ferroso e 04% não informaram que
tipo de suplemento recebe). Destacamos que, essa suplementação é feita para tratamento de
doenças concomitantes como visto acima. Não foram prescritas especificamente para o
tratamento da úlcera venosa.
Alguns aspectos da cultura popular, apesar de não ser objeto desse trabalho, foram
relatados pelos entrevistados. Principalmente a relação entre alimentos e feridas. Por isso, de
acordo com KREUTZ et al (2006) é importante que o profissional reconheça e identifique as
implicações dos fatores sócio-culturais no processo saúde-doença. Perceba o foco do cuidado
para além da dimensão biológica do indivíduo, possibilitando, assim, a melhoria da qualidade
no cuidado ao outro, levando em conta as suas singularidades e particularidades.
Nesse estudo, 16% dos entrevistados relatam que evitam ingerir alimentos como
pimenta, pimentão, vegetais folhosos (mostarda e couve), carne de porco e cítricos (laranja e
limão) por serem “remosos” e “quentes”. Esses alimentos, excetuando a carne de porco ( rica
em gorduras saturadas), são ótimas fontes de vitamina C, de grande importância no processo
cicatricial. Essa vitamina favorece a linfocitose, a migração dos macrófagos, a síntese de
complemento e hemoglobina, a síntese de colágeno e a epitelização (CANDIDO, 2001).
KREUTZ et al (2006), em um estudo sobre determinantes sócio-culturais e históricos
das práticas populares de prevenção e cura de doenças, verificou que alguns dos alimentos
considerados essenciais para a manutenção da saúde e prevenção de doenças pelos moradores
de uma comunidade, não são recomendados por eles para consumo em situações de
fragilidade do organismo, como em caso de doença. Classificam, de uma forma geral,
"quente" e "fresco" os alimentes. As doenças também são classificadas nessas categorias.
Sendo assim, de acordo com Kreutz et al. (2006, p.46) ...alimentos "quentes" - como
por exemplo a carne de porco - não são recomendados para indivíduos com feridas ou até
mesmo, dependendo do caso, são tidos como causadores da mesma. Percebe-se que
freqüentemente depositam confiança no que foi prescrito, mas nem sempre aprovam
totalmente as condutas, refazendo-as conforme suas crenças (KREUTZ et al, 2006).
6. Considerações Finais
O estudo possibilitou conhecer o perfil socioeconômico dos usuários portadores de
úlceras venosas que procuram as USF de Juiz de Fora, além de identificar e discutir o manejo
clínico de profissionais de saúde sob ótica dos próprios usuários com essa afecção.
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As úlceras venosas constituem um importante agravo à saúde nas USF. Trata-se de
uma doença de evolução longa e muitas vezes recidivante, associada a outras comorbidades e
acomete idosos, em sua maioria do sexo feminino, e de baixa renda e escolaridade.
Empregam técnicas de limpeza que agridem o tecido de graduação e como coberturas,
substâncias destinadas à alimentação (óleo de girassol) e pomadas antibióticas (sobretudo a
neomicina).
A maioria dos entrevistados não utiliza medidas para controle do edema, tais como a
terapia compressiva - como as meias elásticas, bota de Unna e sistema multicamadas- repouso
e exercícios adequados.
Percebemos nesse estudo que uma limpeza inadequada, ausência de coberturas
adequadas e não utilização de medidas para o controle do edema pode contribuir para a
manutenção do retardo da cicatrização e recidiva da ferida.
Podemos dizer pelo exposto acima, que o tratamento prestado aos portadores de
úlceras varicosas nesse município não segue as melhores evidencias cientificas. O que nos
leva a fazer reflexões sobre a práxis nas USF, evidenciando a necessidade de mais estudos
sobre o tema além da necessidade da criação de um protocolo clínico e capacitação dos
profissionais prestadores de cuidados aos portadores dessa afecção.
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