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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ADMINISTRAÇÃO OUTSOURCING vs. INTEGRAÇÃO VERTICAL: Um estudo de caso FERNANDO FONSECA DINKELMANN ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2009

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FACULDADE DE ECONOMIA E FINANÇAS IBMEC PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM

ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA

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OUTSOURCING vs. INTEGRAÇÃO VERTICAL: Um estudo de caso

FERNANDO FONSECA DINKELMANN

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral

ORIENTADOR: PROF. DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES

Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2009

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OUTSOURCING vs. INTEGRAÇÃO VERTICAL: Um estudo de caso

FERNANDO FONSECA DINKELMANN

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante em Administração como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre em Administração. Área de Concentração: Administração Geral.

Avaliação:

BANCA EXAMINADORA:

_____________________________________________________

Professor DR. LUIZ FLÁVIO AUTRAN MONTEIRO GOMES (Orientador) Instituição: IBMEC - RJ _____________________________________________________

Professor DR. EDSON JOSÉ DALTO Instituição: IBMEC – RJ _____________________________________________________

Professor DR. LUIS ALBERTO DUNCAN RANGEL Instituição: UFF – Volta Redonda

Rio de Janeiro, 19 de fevereiro de 2009

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FICHA CATALOGRÁFICA

Dinkelmann, Fernando Fonseca OUTSOURCING vs. INTEGRAÇÃO VERTICAL:

Um estudo de caso / Fernando Fonseca Dinkelmann – Rio de Janeiro: Faculdades Ibmec, 2009.

Dissertação de Mestrado Profissionalizante apresentada ao

Programa de Pós-graduação em Administração das Faculdades Ibmec, como requisito parcial necessário para a obtenção do título de Mestre em Administração.

Área de concentração: Administração geral. 1. Estratégia. 2. Integração vertical 3. Outsourcing.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais e a minha esposa que me apoiaram neste estudo, mantendo minha confiança para terminar este trabalho. Agradeço a Deus por manter minha motivação sempre presente, mesmo nos momentos mais complicados.

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AGRADECIMENTOS

Um agradecimento especial ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Flávio Autran Monteiro

Gomes, pelo apoio incansável na difícil tarefa de terminar este trabalho. Também a Rita de

Cássia pela disposição em me ajudar em todos os temas administrativos do IBMEC.

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RESUMO

Esta dissertação discute o significativo impacto na performance de negócios na empresa GSK

(GSK), localizada no México, quando foi eliminada a estratégia de integração vertical de

produção de frascos plásticos, implementada há mais de 20 anos. Em seu lugar, iniciou-se

uma estratégia de outsourcing com a implementação de uma aliança estratégica de

abastecimento por um fornecedor externo. Conforme a literatura sobre este tema, as vantagens

e desvantagens de uma estratégia de integração vertical dependem de cada negócio ou

segmento de mercado onde uma empresa atua. Consequentemente, com base no estudo da

literatura presente, foi recomendado à GSK que eliminasse sua estrutura de integração

vertical. O trabalho foi desenvolvido e documentado através de um estudo de caso

exploratório, juntamente com entrevistas de campo e análise documental. Os resultados do

estudo indicam que a GSK tomou a decisão correta de não mais verticalizar sua produção

industrial.

Palavras-chave: integração vertical, aliança estratégica, indústria farmacêutica

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ABSTRACT

This essay discusses the significant impact on business performance of GSK Mexico, when

the strategy of vertical integration to produce plastic bottles was eliminated after over 20

years in place. A strategic alliance was implemented with an external supplier. According to

the literature on this issue, the advantages and disadvantages of a vertical integration strategy

depend on each business or market segment where a company operates. Consequently, based

on the study of this literature, it was recommended that GSK eliminates its pattern of vertical

integration. The study was conducted and documented through an exploratory case study,

along with interviews and field documentary analysis. The results indicate that GSK has taken

the right decision of implementing the strategic alliance.

Key words: vertical integration, strategic alliance, pharmaceutical industry

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Principais razões para ter Outsourcing...................................................................26

Figura 2 - Análise do portfólio da GSK ...................................................................................61

Figura 3 - Grau de atratividade da conta GSK pelos fornecedores ..........................................62

Figura 4 - Cadeia de produção de resina de polietileno para produzir licitação do volume de

frascos da GSK.................................................................................................................79

Figura 5 - Cadeia de produção de frascos plásticos de polietileno...........................................80

Figura 6 - Área do fornecedor voltada à fabricação de Hinds..................................................85

Figura 7 - Frascos plásticos utilizados até meados de 2005.....................................................89

Figura 8 - Frasco novo implementado a partir de meados de 2005..........................................90

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Volume de frascos da GSK em 2005 ......................................................................56

Tabela 2 - Lista de equipamentos de plásticos da GSK ...........................................................56

Tabela 3 - Custo dos frascos plásticos da GSK........................................................................57

Tabela 4 - Comparação de custo STD e custo real...................................................................59

Tabela 5 - Comparação de custo STD e custo real...................................................................59

Tabela 6 - Benefícios do projeto categorizados........................................................................66

Tabela 7 - Riscos da estratégia selecionada..............................................................................67

Tabela 8 - Variação de preços conforme variação de volumes comprados..............................70

Tabela 9 - Capacidade disponível por frasco na GSK..............................................................75

Tabela 10 – Resultado da licitação de frascos da GSK............................................................79

Tabela 11 - Cadeia de produção de frascos plásticos de Polietileno........................................81

Tabela 12 - Racionalização da apresentação de Hinds depois da implementação do projeto de

reengenharia de frascos ....................................................................................................90

Tabela 13 - Avaliação dos riscos e benefícios da estratégia de integração vertical .................92

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LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Comparação entre parceria e quase-mercado.........................................................31

Quadro 2 - Modelo de Merli.....................................................................................................33

Quadro 3 - Lista de clientes internos........................................................................................42

Quadro 4 – Plano de Comunicação ..........................................................................................43

Quadro 5 – Categorização de requerimentos............................................................................44

Quadro 6 - Opções estratégicas ................................................................................................63

Quadro 7 - Índices de variação de preço dos frascos com fornecedor .....................................69

Quadro 8 - Modelo de Porter para indústria plástica mexicana ...............................................82

Quadro 9- Sumário do desempenho do fornecedor em 2005 ...................................................88

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Crescimento do consumo de resina no Mexico .....................................................46

Gráfico 2 - Gasto de importação mexicana por tipos de resina em milhões de dólares...........47

Gráfico 3 - Preço histórico de Polietileno/Petróleo Brent 1995-2005......................................51

Gráfico 4 - Comparação entre custos da GSK vs. Custo de resina do mercado.......................73

Gráfico 5 - Crescimento do volume de produção na GSK em cinco anos ...............................89

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................1

1.1 TEMA E PROBLEMA DA PESQUISA.........................................................................1 1.2 OBJETIVOS...................................................................................................................6 1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA.................................................................................6 1.4 METODOLOGIA...........................................................................................................7 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................................10

2 REFERENCIAL TEÓRICO .........................................................................................11

2.1 INTEGRAÇÃO VERTICAL........................................................................................11 2.2 DESINTEGRAÇÃO VERTICAL................................................................................23 2.3 OUTSOURCING..........................................................................................................24 2.4 ALIANÇAS ESTRATÉGICAS....................................................................................28

3 DESCRIÇÃO DO CASO DA GSK...............................................................................37

3.1 INÍCIO DO PROCESSO ..............................................................................................38 3.2 ANÁLISE DA SITUAÇÃO .........................................................................................44 3.3 CRIAÇÃO DA ESTRATÉGIA ....................................................................................60 3.4 IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA ...................................................................67

4 RESULTADOS...............................................................................................................72

4.1 DESVANTAGENS DA INTEGRAÇÃO VERTICAL PARA A GSK ........................72 4.2 ANÁLISE DA ESTRUTURA DA INDÚSTRIA SEGUNDO PORTER .....................81 4.3 VANTAGENS DA ALIANÇA ESTRATÉGICA ........................................................83

5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS ..................91

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................95

APÊNDICE A .........................................................................................................................99

APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO.....................................................................................103

APÊNDICE C .......................................................................................................................105

APÊNDICE D .......................................................................................................................107

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1 INTRODUÇÃO

1.1 TEMA E PROBLEMA DA PESQUISA

O setor industrial passa por uma grande transformação no mundo, principalmente com novos

processos nas áreas de logística, e compras de matérias primas para as linhas de produção

industrial. Nos últimos anos, as economias brasileira e mundial têm sofrido mudanças

importantes. Internamente, as empresas buscam processos mais eficientes. Por outro lado,

multiplicam-se fusões, aquisições, terceirizações e alianças estratégicas.

Consequentemente, a administração logística da cadeia de abastecimento ganha uma nova

dimensão, envolvendo a integração de todas as atividades ao longo da cadeia de valores: da

geração de matérias-primas ao serviço ao cliente final e deixa de ter um enfoque operacional

para ter um caráter estratégico. Um grande volume de trabalhos tem se dedicado à

investigação da formação das cadeias de suprimentos e os resultados das alianças estratégicas

entre fornecedores e clientes.

Em grande parte das organizações, a área de Compras ou Procurement implementou sistemas

de desenvolvimento de fornecedores e programas de melhoria contínua, estreitando a relação

entre fornecedor e comprador. Dentre as estratégias de suprimentos onde se busca a melhoria

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da cadeia de abastecimento, tem se destacado a verticalização de empresas, outsourcing de

serviços/produção e alianças estratégicas entre empresa e fornecedores.

No caso da integração vertical, autores como Grosman e Hart (1986) definem integração

vertical como sendo a propriedade e o completo controle sobre os ativos por parte de uma

empresa. Eles não distinguem entre propriedade e controle, definindo propriedade como o

poder de exercer controle. Integração vertical é o controle sobre o processo integral de

produção e de distribuição, mais que o controle sobre qualquer insumo em particular no

interior de cada processo.

Segundo Porter (1997), um tipo de barreira de entrada na forma de economias de escala

ocorre quando existem vantagens econômicas na integração vertical, ou seja, a operação em

estágios sucessivos de produção ou distribuição. Nesta situação, uma empresa iniciante deve

entrar de forma integrada ou enfrentar desvantagem de custo, assim como uma possível

exclusão de insumos ou mercados para seu produto se a maioria dos concorrentes

estabelecidos estiver integrada. Não há uma única grande empresa de petróleo sem braço

petroquímico, e a indústria química tradicional, para se manter na liderança, também procurou

integrar-se, investindo na química fina, na biotecnologia e na indústria de especialidades

plásticas. Essa integração vertical ao longo da cadeia produtiva leva a um reforço das

barreiras à entrada e à elevação da taxa média de lucro, em decorrência da minimização de

custos.

Considerando este princípio, o presente estudo tem por objetivo analisar o comportamento de

uma indústria do setor farmacêutico chamada de GlaxoSmithKline, ou GSK, que eliminou a

produção interna de frascos plásticos para obter vantagem econômica e garantir o

abastecimento através de um fornecedor externo. Foi feito um estudo de caso para comprovar

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as vantagens econômicas e melhorias da cadeia de abastecimento com o fechamento desta

fábrica, com a aprovação interna da alta administração da GSK. Esta dissertação mostrará

porque a GSK decidiu por uma estratégia de Outsourcing em lugar de manter uma estratégia

de integração vertical. Esta decisão se baseia em um conceito de aliança estratégica com um

fornecedor para produtos inovadores, custos baixos, redução de estoque, flexibilidade de

produção e processo just in time.

O ambiente interno e externo influenciou na decisão de outsourcing pela GSK. O

relacionamento entre a empresa e os elementos de seu ambiente dão origem ao que Porter

(1986) define como forças competitivas. Ele sugere, então, que uma estratégia eficaz deva

levar em consideração não apenas as ações e reações dos concorrentes diretos, mas também os

papéis de fornecedores e clientes, e produtos alternativos que satisfaçam a mesma necessidade

básica e a previsão de que novos entrantes entrem na disputa. Porter (1986) ressalta que o

poder dos fornecedores e clientes limita novas concorrências e a disponibilidade de produtos

substitutos que desempenhem essencialmente a mesma função. Todos esses fatores

influenciam a natureza da concorrência e os atrativos de um segmento de negócio.

Segundo Porter (1997), as empresas acham vantajoso executar internamente uma parte

relevante dos processos administrativos, produtivos, de distribuição ou de marketing,

necessários à fabricação de seus produtos ou serviços em vez de contratar uma série de

empresas independentes. E isto, não necessariamente representa uma vantagem competitiva

para esta empresa.

Neste trabalho, questões são levantadas sobre os níveis de integração vertical: (1) os negócios

altamente integrados são mais ou menos lucrativos dos que os que são menos integrados? (2)

Sobre que condições um alto ou baixo degrau de integração vertical aparenta ser mais

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benéfico? As respostas estão ligadas a benefícios em custos transacionais, abastecimento,

coordenação melhorada dos departamentos internos de uma empresa, capacidades

tecnológicas e altas barreiras de entrada.

Seguindo estas opções, o trabalho analisa estes benefícios dentro do estudo de caso e suas

implicações dentro da GSK. Alguns destes benefícios têm uma importância maior do que

outras dentro de uma tomada de decisão estratégica.

Dado o sentimento de alguns autores sobre a ineficiência da integração vertical, surpreende

ver como este tipo de estratégia tem se provado ser resistente. Em recentes décadas, poucos

estudos têm sido feitos para comprovar que tipo de empresa ou setor seria mais suscetível a

implementar uma estratégia de verticalização.

O trabalho descreve todas as etapas ocorridas na decisão sobre mudança de estratégia de

verticalização para outsourcing na GSK, o que resultou em fechamento de sua fábrica de

embalagem plástica e transferência da produção para um fornecedor externo através da

criação de uma aliança estratégica.

Segundo Penrose (1979), na ausência de uma proteção legal, o simples fato de que uma

empresa, desprovida de superioridade tecnológica, possa estabelecer uma posição dominante

no mercado significa uma clara evidência de que a tecnologia da indústria, na qual a empresa

opera, é bastante padronizada ou bastante simples, e consequentemente, as inovações podem

ser facilmente alcançadas por outras empresas. Quando a tecnologia de uma empresa é

padronizada e relativamente simples, dificilmente os seus serviços produtivos gerarão

oportunidades de expansão para novas áreas onde uma capacidade técnica superior ou

incomum seja necessária.

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Consequentemente, a tecnologia aumenta a diferença entre empresas. Quando se pode obter

mesma tecnologia utilizada a um custo mais baixo, pode ser tomada uma decisão de transferir

sua produção para uma empresa terceira gerando uma aliança estratégica.

Um dos problemas do tema avaliado é a influência da tecnologia da indústria de plásticos

como vantagem competitiva para a indústria farmacêutica. Que vantagem tecnológica a GSK

obteve com a verticalização da produção de plásticos?

Neste projeto, a GSK implementou uma aliança estratégica com um fornecedor externo de

frascos plásticos. Seguindo a recomendação de Rangan e Yoshiro (1996) para que haja um

bom desempenho da aliança estratégica, a GSK precisou, antecipadamente, observar se o

fornecedor atendia às expectativas da empresa quanto à qualidade, índices de performance,

capacidade de investimentos e saúde financeira. A empresa também avaliou se a aliança

estratégica gerava benefício para a cadeia de valor. Para o estudo de caso, o problema deste

tema residia no risco de falha da aliança estratégica estabelecida com o fornecedor escolhido.

Ainda segundo Rangan e Yoshiro (1996), algumas empresas não gerenciam a aliança

estratégica para melhoria de cooperação entre cliente e fornecedor.

O contexto atual dos negócios é mais complexo que no passado. Hoje, os negócios são mais

complicados devido à globalização, às novas tecnologias, às mudanças rápidas do

comportamento dos mercados e de concorrentes que aparecem inesperadamente. Para

algumas empresas, concentrar-se em suas habilidades centrais e principais interesses de

negócio é a via para prolongada estabilidade. Outros negócios requerem habilidade para

inovar continuamente, como é o caso da indústria farmacêutica.

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

O objetivo do trabalho é avaliar porque a GSK tomou a decisão de fechar sua fábrica de

plásticos no México, que produzia frascos plásticos para atender necessidade da sua fábrica

farmacêutica.

1.2.2 Específicos

Complementando o objetivo acima, procurou-se ainda:

a) Identificar os principais benefícios e riscos avaliados para a tomada de decisão

pela desintegração vertical feita pela GSK.

b) Definir como foi montada a aliança estratégica entre a GSK e o fornecedor de

frascos plásticos.

1.3 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Apesar da importância da decisão sobre uma estratégia de outsourcing ou integração vertical,

poucos trabalhos têm sido apresentados. Consultores e estudiosos da área de planejamento

estratégico e management se dedicam muito mais a trabalhos voltados para desenhos de

portfolios corporativos, segmentação de mercado, formação de preços, etc. Por isso, este

trabalho tem grande relevância na definição dos motivos que levam uma empresa como a

GSK a decidir por desintegrar sua planta plástica e passar a trabalhar com um fornecedor

terceiro. Através desta experiência, a pesquisa procurará analisar como a GSK desenvolveu

uma aliança estratégica com o novo fornecedor de frascos.

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1.4 METODOLOGIA

Para atender aos objetivos de pesquisa propostos, a análise desenvolvida neste estudo busca

evidências sobre os benefícios e riscos da existência de uma estratégia de verticalização

versus outsourcing em uma empresa através de metodologia de Estudo de Caso único

ocorrido na GSK México.

Segundo Yin (2005, p.32 e 33): “um estudo de caso é uma investigação empírica que

investiga um fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto da vida real, especialmente

quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos. A

investigação de estudo de caso enfrenta uma situação tecnicamente única em que haverá

muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados, e, como resultado, baseia-se em

várias fontes de evidência, com os dados precisando convergir em um formato de triângulo, e,

como resultado, beneficia-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para

conduzir a coleta e a análise de dados”.

Contemplou-se o levantamento bibliográfico, entrevistas e a coleta de dados baseada em

fontes primárias. Inicialmente, o levantamento bibliográfico foi do tipo de pesquisa de caráter

exploratório, sendo realizada com a intenção de se obter conhecimentos a partir de trabalhos

publicados em artigos e livros.

Esta dissertação descreve o estudo de caso que foi feito pela GSK no ano de 2004 e foi

implementado em 2005. O universo deste estudo é a indústria de Plástico no México, já que

serão avaliados seu mercado, fornecedores e tipos de tecnologias presentes. Para análise da

indústria de plásticos, o estudo do modelo de forças de Porter também foi utilizado.

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As evidências para este estudo de caso foram obtidas da seguinte maneira:

a) Documentos internos da GSK para avaliar custos e aspectos de qualidade presentes

na fábrica de plástico e, assim, traçar-se um parâmetro de comparação entre a

situação atual e a situação proposta.

b) Documentos e artigos publicados do setor de plásticos mexicano.

c) Entrevistas de forma espontânea com empregados da GSK, tanto do setor

operativo como do administrativo e com a alta administração para avaliar a

percepção da GSK em relação ao projeto de desverticalização em curso.

d) Observação direta.

Segundo Yin (2005), os estudos de casos podem ser exploratórios, descritivos ou

explanatórios. O trabalho desenvolvido focou no estudo de caso exploratório, que responderá

às seguintes questões propostas por este estudo:

a) Porque a GSK decidiu por fechar sua fábrica de frascos plásticos no México?

b) Como foi desenvolvida a aliança estratégica entre um fornecedor externo e a GSK

a partir da desintegração vertical?

A idéia é verificar a seguinte hipótese: quando uma estratégia de verticalização não representa

melhoria de custos operacionais, não assegura posse de capacidade tecnológica e não gera

barreira de entrada para novos competidores, deve ser descartada por qualquer empresa.

A hipótese para a desintegração vertical será testada através da seguinte lógica e conexão:

• Capacidade tecnológica – comparação de tecnologia utilizada pela GSK contra o que

utiliza o mercado plástico no México.

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• Custos operacionais e barreira de entrada – comparação de custos de fornecedores

contra os custos atuais da GSK.

• Melhoria de abastecimento e melhora de coordenação – pesquisa escrita com gerentes

da GSK e documentação interna.

Como este estudo de caso trata de eventos ocorridos ao longo de 2004, deverão ser

apresentadas evidências para este estudo em forma cronológica. A seqüência das etapas

dentro da descrição do caso deverá obedecer às fases iniciais, intermediárias e finais da

história do caso. Esta tática serve ao objetivo quando se realiza um estudo exploratório, já que

foi proposta uma estratégia de desverticalização da fábrica plástico no início do projeto. A

seqüência de capítulos de forma cronológica deverá ser aproveitada para a estruturação de

uma construção da teoria de modelo de definição estratégica de verticalização para atender

outras empresas/segmentos.

Outro ponto importante da pesquisa reside em analisar o fato de que somente vale a pena uma

empresa entrar em um relacionamento colaborativo com um fornecedor se os resultados

financeiros e estratégicos forem maiores que os custos associados com o estabelecimento

deste relacionamento. Como resultado destas necessidades, deve ser desenvolvido um modelo

de gerenciamento do relacionamento com fornecedores, onde são medidos todos os índices

pelo qual o fornecedor foi escolhido pela GSK para iniciar uma aliança estratégica.

A indústria farmacêutica foi analisada para indicar se este tipo de mercado requer uma

estratégia de integração vertical. A indústria de plásticos também foi analisada visando uma

melhor tomada de decisão por uma estratégia de outsourcing e de aliança estratégica.

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A observação participante do autor do trabalho permitiu acesso completo a coleta de dados,

que seria inacessível o trabalho fosse feito por um agente externo à empresa estudada.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O trabalho está organizado em seis capítulos específicos, sendo que neste primeiro são

apresentadas as considerações introdutórias relativas à definição do problema de pesquisa, à

exposição dos objetivos, à sua justificativa e à metodologia de análise. A fundamentação

teórica que serviu de base para a discussão das definições de integração vertical,

desintegração e outsourcing, assim como as estratégias que as empresas podem adotar para

aumentar a sua rentabilidade através de alianças estratégicas ou integração vertical compõe o

segundo capítulo.

No capítulo três é apresentado o estudo de caso.

No quarto capítulo, são apresentadas as avaliações e os diagnósticos em relação aos resultados

atingidos pela empresa em estudo.

O quinto capítulo compreende as recomendações e conclusões do estudo.

No capítulo seis, estão listadas as referências bibliográficas.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 INTEGRAÇÃO VERTICAL

Determinar os limites de uma empresa parece ser crítico para a sua performance (Coase,

1937; Stigler, 1951; Thompson, 1967; Williamson, 1975; Galbraith, 1977; Hart e Grossman,

1986). A maioria dos trabalhos posteriores examina os benefícios entre atividades internas da

empresa versus outsourcing através das transações de mercado (Jonas e Hill, 1988; Leiblein e

Miller, 2003), ou através de alianças estratégicas (Pisano, 1990; Folta, 1998; Steensma e

Corley, 2000).

Rothaermel (2006) diz: “Enquanto as empresas frequentemente buscam economias em custos

de transação, muitas empresas têm integrado parcialmente e simultaneamente terceirizado

algumas atividades” apud (Harrigan, 1984; Afuah, 2001). Rothaermel (2006) argumenta que

estas empresas buscam identificar o mais efetivo balanço em ambas as alternativas para

maximizar seus benefícios e reduzir seus custos. O benefício de perseguir tanto a integração

vertical quanto alianças estratégicas tem sido estudado por vários autores como Hill e

Hoskisson, 1987; Jones e Hill, 1988; Kogut, 1988; Dyer, 2006; Gulati, 1998.

Rothaermel (2006) propõe uma sinergia entre integração vertical e outsourcing, dependendo

do tamanho do portfólio de produtos de cada empresa, sugerindo que um tamanho moderado

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do portfólio de produtos tem um forte efeito no sucesso de novos produtos e na performance

da empresa.

Segundo Porter (1997), a integração vertical é a combinação de processos de produção,

distribuição, vendas e/ou processos econômicos, tecnologicamente distintos dentro das

fronteiras de uma mesma empresa.

Segundo Buzzell (1983), de acordo com a definição econômica tradicional, a integração

vertical é a combinação, sob um único proprietário, de dois ou mais estágios de produção ou

distribuição (ou ambos) que estavam separados.

Para a maioria dos pesquisadores, o processo através do qual as indústrias se tornam

proprietárias de seu próprio fornecimento de materiais é chamado de Integração Vertical ou

Verticalização. Verticalização tem um impacto significante em custos, diferenciação e outros

tópicos estratégicos, sendo considerada um importante tema para decisões estratégicas. Uma

empresa pode contratar uma empresa independente para suprir suas necessidades de matérias-

primas ou pode extrair sua matéria-prima diretamente. Se essa extração se dá diretamente,

sem uso de terceiros, considera-se como Integração vertical.

A integração vertical elimina contratos ou relações de mercado, que são substituídas pela

produção interna dentro dos limites da empresa. É também um instrumento de propriedade da

produção de determinado material e de total controle sobre estágios vizinhos de produção ou

distribuição. A empresa verticalmente integrada tem uma completa flexibilidade para tomar as

decisões sobre o investimento, os recursos, a produção e a distribuição de todos os estágios

que a empresa possuir.

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Quando há uma fusão ou incorporação (ou ainda qualquer outra forma de concentração) entre

empresas que atuam em diferentes níveis na cadeia produtiva de um mesmo segmento, diz-

seque há a integração vertical, ou verticalização.

A integração vertical representa uma decisão da empresa no sentido de utilizar transações

internas ou administrativas em vez da utilização de transações de mercado para atingir seus

propósitos econômicos (Porter 1997). A integração vertical, assim como a terceirização de

serviços, depende da política estratégica de diminuição de custos e maximização de

resultados. Ela visa a independência tecnológica e a introdução das atividades internamente

nas empresas a fim de obter-se uma maior produtividade, qualidade, lucro, fornecimento

próprio de matéria-prima, maior eficiência na distribuição ou contato mais direto com o

consumidor final.

Em operações desta natureza, muitas vezes intenciona-se também dificultar o acesso do

concorrente àquele produto ou matéria-prima, principalmente em determinados mercados

onde a fonte destes insumos é restrita.

Autores como Grosman e Hart (1986) argumentam que a integração vertical é a propriedade e

o completo controle sobre os ativos, e que a natureza da relação da empresa com o trabalhador

não é relevante para definir integração vertical. Uma questão levantada por eles é que

diferentes níveis de integração levam a diferentes resultados de eficiência técnica. Eles não

distinguem entre propriedade e controle, apenas definindo propriedade como o poder de

exercer controle. Integração vertical é o controle sobre o processo integral de produção e de

distribuição, mais que o controle sobre qualquer insumo em particular no interior de cada

processo.

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Outro tipo de relação entre empresas é aquela denominada por Blois (1972) como "quase-

integração vertical", que é uma relação com base financeira entre empresas em estágios

vizinhos de produção, onde o relacionamento não precisa envolver o controle sobre as

decisões de produção e distribuição. Um fator necessário para a quase-integração é que a

empresa deve ser um cliente grande de um fornecedor particular. Grande cliente significa o

quanto representa esta empresa em termos de vendas do fornecedor. O que é considerado

significativo depende de empresa para empresa, mas com a implicação de que se uma

empresa retirar seu negócio do fornecedor, este pode ter um grande problema de perda de

produção.

A tecnologia é um fator determinante da organização econômica somente se existir apenas

uma tecnologia que seja decisivamente superior às outras e as decisões de integração

raramente ocorrem por motivos tecnológicos, mas sim pelo fato da integração representar uma

fonte de economia nos custos de transação (Williamson, 1989).

Alguns trabalhos aproximam a integração vertical da teoria de custos transacionais. A maioria

dos economistas atribui a origem da teoria de custos transacionais a Coase (1937), que

argumenta que a empresa se integra para evitar os custos do mercado. Segundo Simonet

(2007), as empresas podem tanto confiar no mercado ou em uma hierarquia interna

(integração vertical), dependendo de que economias de custos podem obter: as empresas

adotam a integração vertical para minimizar custos transacionais (o que inclui negociação,

monitoramento da reação comprador-fornecedor). Além disso, uma empresa está pronta para

adquirir um fornecedor quando não tem alternativas de abastecimento.

Coase (1937) argumenta que, para se entender a integração vertical, é necessário conhecer as

relações contratuais. Quando os ativos envolvidos na verticalização têm uma grande

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especificidade, aliado a um ambiente transacional complexo e com incertezas, os custos de

negociação e implementação dos contratos se tornam muito altos para os contratos de longo

prazo. Se a especificação do ativo é complexa, a integração vertical é mais recomendada. Um

contrato altera a direção do poder entre as partes quando a condição de desempenho não é

especificada previamente, sendo os contratos considerados incompletos. A avaliação para a

integração passa pela correta avaliação do investimento e por um maior ou menor incentivo a

assumir o investimento, sendo que estes investimentos ampliam os ganhos de transação pelo

aumento do valor de troca para o comprador ou diminuição dos custos de produção para o

vendedor.

Segundo James (2002), as empresas integradas adquirem competências que são raras e

valiosas, competindo com as oportunidades do mercado. Estas competências objetivam prover

a empresa com uma vantagem competitiva, que lhe dão superioridade no mercado. Autores

como Alchian e Demsetx (1972), Arrow (1975) e Williamson (1975) sugerem em seus

trabalhos que as decisões de integração são analisadas em termos de conhecimento: a empresa

integra atividades que geram aprendizado ou atividades que permitem à empresa obter e

salvaguardar informação vital sobre o mercado de fornecedores e produtos competidores.

A integração vertical, por outro lado, necessita de altos investimentos, aumenta complexidade

de coordenação e controle (D’Aveno e Ilinitch, 1992) e aumenta burocracia. Segundo

Simonet (2007), uma empresa integrada é mais vulnerável a períodos de recessão do que uma

empresa não integrada, além de sofrer de falta de flexibilidade estratégica em tempos de troca

de tecnologia, incertezas de demanda ou relações instáveis de trabalho.

Segundo Porter (1997), na maior parte das situações, as empresas acham vantajoso executar

internamente uma parte relevante dos processos administrativos, produtivos, de distribuição

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ou de marketing, necessários à fabricação de seus produtos ou serviços em vez de contratar

uma série de entidades independentes. Acreditam que seja mais barato, menos arriscado ou

mais fácil fazer a coordenação quando estas funções são desempenhadas internamente.

Segundo Williamson (1975), as empresas se integram verticalmente para construir barreiras

de entradas, facilitar investimentos em ativos especializados, proteger a qualidade do produto

e melhorar planejamento e coordenação.

Segundo Harrigan (1984), as principais desvantagens da integração vertical estão relacionadas

com aumento do custo gerencial em coordenar múltiplos estágios da cadeia de suprimentos,

excesso de capacidade, subutilização de recursos, obsolescência tecnológica, inflexibilidade

estratégica, aumento de mobilidade e barreiras de saída, baixa performance das unidades de

negócio, falta de informação e feedback dos fornecedores e distribuidores, entre outros

problemas. Adicionado a isto, Jones e Hill (1988) sugerem que quanto maior a extensão da

integração vertical, maior o custo de burocracia.

Bhuyan (2005) indica as razões principais e determinantes para uma empresa se decidir por

uma integração vertical:

a) Poucas empresas vendedoras e especificidade dos ativos

b) Deseconomia de escala

c) Incertezas geradas por demanda versus suprimentos

Baumol (1997) diz que há pelo menos três explicações básicas para o aumento do uso da

integração vertical como estratégia:

a) Economias de escopo, que tornam mais barato tecnologicamente a produção de

uma empresa.

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b) Economias de produção internas resultado de falhas do mercado, que representam

basicamente a incerteza tratada por Bhuyan (2005). Também envolvem

monopólios ou outras imperfeições de mercado.

c) Poder do monopólio onde a empresa busca se integrar verticalmente para estender

o seu monopólio.

Alguns benefícios da Integração Vertical são frequentemente citados por vários autores e

foram consolidados abaixo:

1) Segurança de suprimento: Rezende (1997, p.7) diz: “a integração vertical tende a

aumentar a segurança, posto que a empresa teria um controle maior sobre itens

como qualidade, prazo, preço, especificações técnicas, atendimento ao consumidor,

escoamento da produção e ritmo de expansão. A efetivação dessas vantagens, no

entanto, irá depender da conjuntura econômica e do grau de maior ou menor

eficiência e confiabilidade dos fornecedores e distribuidores”. Segundo Buzzell

(1983), em muitos casos, a integração vertical é essencial para assegurar

suprimentos de materiais críticos. Como exemplo, a crise do petróleo na década de

70, em que algumas empresas tiveram reduzido seu número de fornecedores e

preços duplicados ou triplicados, impactando em custos de materiais. Além disso, o

desabastecimento de materiais em indústrias com alto custo fixo é extremamente

danoso porque leva a um baixo uso do capital intensivo.

2) Redução de custos: Rezende (1997, p.7) diz: “indústrias como a siderúrgica e a

petroquímica, cujos processos produtivos dão-se numa seqüência tal que há o

aproveitamento de enormes sinergias entre as diversas fases, encontram na

integração um fator redutor de custos. Da mesma forma, a integração pode ser

vantajosa quando o custo de distribuição por terceiros é elevado ou ineficiente. A

integração também leva a uma diminuição de custos quando, sob ponto de vista do

comprador, o fornecedor, além de monopolista, apresenta eficiência aquém da

desejável e o insumo que fornece tem um peso muito grande na sua composição de

custo. Também há redução de custos de transportes se a produção de matérias-

primas for feita em uma proximidade geográfica”. Segundo Porter (1997), ao reunir

operações tecnologicamente distintas, a empresa pode, muitas vezes, ganhar

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eficiência. Na fabricação, por exemplo, este movimento pode reduzir o número de

etapas do processo de produção, diminuir os custos de manipulação, reduzir custos

de transporte e utilizar a capacidade de folga proveniente das indivisibilidades em

um estágio. Também pode reduzir a necessidade de coleta de alguns tipos de

informações sobre o mercado, ou, o que é mais provável, o custo total da obtenção

de informação. Os custos fixos de controle do mercado e de previsão da oferta, da

procura, e dos preços podem ser divididos por todas as partes da empresa integrada,

enquanto que uma empresa não integrada teria que arcar com os custos

individualmente de suas entidades. Buzzell (1983) sugere que, na maioria dos casos,

o maior objetivo da integração vertical é eliminar ou reduzir os custos de compra ou

venda incorridos quando empresas são separadas em dois estágios de produção. Por

outro lado, Mpoyi e Bullington (2004) indicam que é incerto se a integração vertical

adotada pelas empresas tem, de fato, reduzido custo e as tornado mais eficientes.

3) Melhora da coordenação da cadeia de abastecimento interna da empresa: Segundo

Porter (1997), os custos de programação, coordenação de operações e de resposta às

emergências podem ser menores se a empresa for integrada. A localização adjacente

das unidades integradas facilita a coordenação e o controle. A coordenação interna

de mudanças no estilo, de reformulações no produto ou da introdução de novos

produtos também pode ser mais fácil ou rápida. Buzzell (1983) sugere que a

integração vertical pode gerar reduções de custos através do bom planejamento de

inventário através de estágios porque o planejamento de produção se torna mais

eficiente.

4) Gerar mais oportunidades para diferenciar através de maior controle sobre saídas de

produção: Segundo Porter (1997), pode permitir melhores controles dos canais de

distribuição a fim de oferecer serviços superiores ou proporcionar oportunidades

para a diferenciação através da fabricação interna de componentes patenteados.

5) Apropriação de lucros de fabricantes de materiais: Rezende (1997, p.8) diz: “uma

empresa verticalizada ou integrada se apropriará da parcela do lucro do

intermediário principalmente quando o mercado está em expansão, já que é sabido

que, nessas ocasiões, o preço dos insumos e matérias-primas tende a aumentar mais

que o preço dos produtos manufaturados”.

6) Aumento de barreiras de entrada para potenciais competidores: Segundo Porter

(1997), a integração vertical pode elevar as barreiras de mobilidade. Os benefícios

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propiciam à empresa integrada certa vantagem competitiva em relação à empresa

que não é integrada, sob a forma de preços mais altos, custos mais baixos ou risco

menor. Dessa forma, a empresa não integrada deve se integrar ou enfrentar uma

desvantagem, e o novo entrante no negócio é forçado a entrar na qualidade de uma

empresa integrada ou tem que suportar as mesmas conseqüências. Quanto mais

significativos forem os benefícios líquidos da integração, maior é a pressão para que

as outras empresas se integrem. Na presença de barreiras significativas quanto a

economias de escala ou a exigências de capital relacionadas com a integração, a

compulsão no sentido da integração eleva as barreiras de mobilidade dentro da

indústria. Buzzell (1983) sugere que, quanto mais integrado verticalmente um

negócio, maior os recursos financeiros e gerenciais necessários para entrar e

competir em um mercado.

7) Aceleração de mudanças tecnológicas: Rezende (1997) diz que para setores de lento

desenvolvimento tecnológico, o processo de integração pode ser indutor de rápidos

trade-offs, que não seriam levados adiante pelos fornecedores ou distribuidores

instalados.

8) Assegurar oferta e/ou demanda: Segundo Porter (1997), a integração vertical

assegura à empresa o recebimento dos suprimentos disponíveis em períodos difíceis

de escassez ou será um meio de escoamento para seus produtos em períodos de

baixa demanda geral. “A integração vertical só pode assegurar a demanda se a

unidade “corrente abaixo” puder absorver a produção final da unidade “corrente

acima”. A capacidade da primeira para fazer isso depende claramente dos efeitos

das condições competitivas sobre a sua demanda” (Porter 1997, p.283). A garantia

da oferta e da demanda não deve ser considerada como uma proteção completa

contra altos e baixos do mercado, mas antes como uma redução da incerteza em

relação a seus efeitos sobre a empresa.

9) Maior habilidade em efetuar a diversificação: Rezende (1997, p.10) diz: “a

integração vertical é uma grande alavancadora da diversificação, já que há grande

probabilidade de operações que, num primeiro momento, representam uma

integração e, com o decorrer do tempo, assumem a configuração da diversificação”.

Após análise da literatura, podem ser selecionadas algumas desvantagens de Integração

Vertical:

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1) Balanço de capacidade: uma empresa pode necessitar construir excesso de

capacidade para assegurar que a produção tenha suficiente fornecimento sobre todas

as condições.

2) Vinculação a um tipo de matéria-prima: Segundo Rezende (1997), em função da

mudança de hábitos dos consumidores e principalmente do desenvolvimento

tecnológico, surgem constantemente novos insumos, que representam efetiva

possibilidade de substituir com vantagens os insumos antigos como, por exemplo,

alumínio x aço x plástico. Se a empresa for integrada, dificilmente terá condições de

adaptar-se rapidamente, passando a produzir o novo insumo ou mudando o seu

perfil produtivo para comprá-lo de terceiros.

3) Perda de Flexibilidade: Rezende (1997) diz: “por se tratar de um maior

aprofundamento da empresa no campo de atuação, a integração reduz sensivelmente

sua flexibilidade econômica e produtiva, em função da maior amarração ao seu atual

mercado, negócio ou processo produtivo. Como num primeiro momento, a

integração ocorre fundamentalmente para atender às suas próprias necessidades,

caso haja qualquer tipo de crise ou mudança significativa relacionada a esse setor da

economia, todo o capital estará aplicado em um mesmo ramo, o que dificulta

qualquer forma de flexibilização, inclusive o abandono do setor”. Já Buzzell (1983)

diz que por a integração vertical implica em comprometimento em uma tecnologia

particular ou modo de operação, pode ser uma estratégia extremamente arriscada. Se

a tecnologia ou mudança de mercado faz os produtos se tornarem obsoletos, o ajuste

da companhia integrada se torna muito difícil.

4) Aumento de custos: a empresa terá custos se a integração não permitir uma escala

mínima que a coloque em situação de igualdade frente aos produtores externos.

Quando não há plena utilização da capacidade instalada, a integração irradia um

aumento de custo para toda a cadeia produtiva, fazendo com que o negócio como

um todo perca competitividade.

5) Custo de superação de barreiras de mobilidade: Segundo Porter (1997), a integração

vertical requer, obviamente que a empresa supere as barreiras de mobilidade para

poder competir no negócio”. Devido à relação interna de compra e venda que a

integração vertical implica, a empresa que está se integrando pode, com freqüência,

suplantar prontamente algumas das barreiras de mobilidade do negócio adjacente

tais como acesso aos canais de distribuição e diferenciação do produto. Contudo, a

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superação de barreiras ocasionadas por vantagens de custo decorrentes de

tecnologias patenteadas ou de fontes favoráveis de matérias-primas pode ser um

custo da integração vertical, bem como pode sê-lo a superação de outras barreiras de

mobilidade, tais como as economias de escala e as exigências de capital (Porter

1997, p. 286).

6) Maior alavancagem operacional: a integração vertical eleva a proporção de custos

fixos de uma empresa. Se a empresa estivesse adquirindo um insumo no mercado de

venda para entrega imediata, por exemplo, todos os custos seriam variáveis. Se o

insumo é produzido internamente, a empresa terá que arcar com quaisquer custos

fixos envolvidos na sua produção, mesmo que um decréscimo sazonal ou qualquer

outra causa reduza a sua demanda. Assim, a integração aumenta a alavancagem

operacional da empresa, expondo-a a maiores oscilações cíclicas em seus ganhos

(Porter 1997, p.287).

A integração vertical ou a falta dela pode ter um impacto significativo na performance do

negócio de uma empresa. Enquanto alguns estudiosos argumentam que uma integração

vertical adequada pode ser crucial para sobrevivência do negócio, outros discordam e

argumentam que excessivas integrações causaram fracassos corporativos. Na indústria de

petróleo, o processo que tira o óleo do poço até a estação de serviço é dividido em quatro

estágios: produção de óleo cru, transporte, refino e marketing. Algumas companhias se

especializaram em apenas uma destas etapas. Outras companhias combinam dois ou três

estágios, e as maiores companhias integradas de petróleo envolvem as quatro fases.

O conceito de integração vertical pode ser visualizado dentro da cadeia de abastecimento.

Dois pontos devem ser considerados quando se toma decisão por uma estratégia de

verticalização: custos e controle. O aspecto de custos depende do preço de mercado para os

materiais que serão produzidos internamente versus o custo de administração da mesma

atividade internamente, como uma empresa única e custos de investimentos em ativos. O

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aspecto de controle está diretamente ligado ao controle de ativos, que podem criar barreiras de

entrada.

Muitos trabalhos relacionam a integração vertical como uma resposta para as imperfeições do

mercado, como competição imperfeita, monopólios e incertezas. Segundo Mac Dowell e

Cavalcanti (1998): “a competição imperfeita em um estágio de produção cria incentivos para

as empresas imperfeitamente competitivas se integrarem com seus estágios vizinhos

competitivos. Esses incentivos podem ser decorrentes da possibilidade de internalização da

perda de eficiência devido ao comportamento imperfeito dos mercados, da capacidade de

extrair rendas inframarginais do estágio competitivo, e da possibilidade de discriminar preços

dentro do estágio competitivo”.

Vários autores, como Stigler (1951) e Williamson (1971), indicam que um monopolista pode

integrar-se verticalmente para aumentar o preço de mercado do seu produto para a indústria

não integrada, reduzindo seu preço interno para a indústria integrada por meio da expansão do

seu produto final nesta indústria. Segundo Mac Dowell e Cavalcanti (1998), esta estratégia de

discriminação de preços é lucrativa para o monopolista porque não induz a entrada de novas

empresas na indústria integrada devido ao diferencial entre o preço final e o preço de mercado

do insumo. A entrada de novas empresas aumenta a concorrência e impacta na estratégia de

verticalização. As novas empresas compram o produto a um preço mais baixo que o das

empresas integradas.

Segundo Stigler (1951), a regulação de preços pode levar ao racionamento de produtos, e a

integração vertical pode garantir a oferta de insumos. Quando a empresa não tem capacidade

de obter a quantidade de insumos necessária ao preço do mercado, a integração vertical pode

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ser utilizada como forma de garantir o equilíbrio do mercado. Mac Dowell e Cavalcanti

(1998).

2.2 DESINTEGRAÇÃO VERTICAL

Segundo Porter (1986), uma empresa deve avaliar os benefícios em potencial da integração

para cada importante insumo adquirido em uma atividade de valor. Por outro lado, ela deve

examinar as funções hoje executadas internamente, para determinar se a desintegração

reduziria o custo da atividade sem afetar a estratégia da empresa. As empresas ignoram a

opção de desintegração em suas análises de custos. A análise da integração e da desintegração

não deve limitar-se aos insumos principais, mas também deve examinar serviços auxiliares e

outras funções de apoio. Vias de regra, as empresas podem reduzir o custo, integrando-se em

alguns serviços auxiliares, embora continuando a comprar o produto básico.

Neto (1995) diz que o termo desintegração vertical refere-se ao movimento de redução do

tamanho da cadeia de atividades de uma empresa, tanto no nível administrativo (redução do

número dos níveis hierárquicos de uma dada estrutura organizacional) como também no nível

da produção, por meio da redução e/ou eliminação de alguns processos, de seções produtivas

ou de apoio à produção ou simples redução de postos de trabalho.

Desintegração vertical na indústria automotiva é normalmente relatada através da referência

ao desafio dos fabricantes japoneses. A rigidez e coordenação falharam resultando em

especialização dentro de largas corporações como General Motors e Ford. Eles eventualmente

venderam algumas divisões de peças e adotaram produção flexível baseado em problem-

solving teams, para serem tão ágeis quanto os japoneses. O outsourcing de componentes,

entretanto, foi um modelo misto de entrega just-in-time (JIT) por fornecedores parceiros de

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um lado e um suprimento global de fornecedores de baixo custo (low-cost sourcing) de outro

lado. A década de 80 viu a análise deste fenômeno através do uso da economia de custos

transacionais (Williamson, 1985). Custos transacionais explicam o aumento de desintegrações

verticais devido a construção de um relacionamento forte entre cliente e fornecedor, sendo

identificado como uma oportunidade de negócio.

Segundo Sako (2003), a pré-condição para desintegração, entretanto, existe muito antes da

década de 80 em alguns setores industriais. Por exemplo, quando empresas fabricam

commodities ou processos padrões de mercado, a desintegração vertical ocorre relativamente

rápido. Mais recentemente, houve um aumento da certeza de como a dinâmica do

desenvolvimento da tecnologia afeta o limite de uma empresa. O aumento dos contratos de

fabricação de terceirização na indústria de eletrônicos foi provocado pelo aumento da

confiabilidade do conhecimento requerido para montagem de produtos como computadores.

Isto ocorre porque, em alguns casos, as empresas de outsourcing têm mais tecnologia e know-

how do que as empresas integradas (Brusoni, 2001).

2.3 OUTSOURCING

Já não é mais possível que uma organização possa criar vantagem competitiva simplesmente

capturando internamente os benefícios de economias de escala e de escopo. Fabricação em

massa de produtos standard usando ativos fixos não é mais vantagoso como no passado. No

ambiente de hoje, as organizações acreditam que necessitam estar mais focada nos segmentos

de mercado que vão atender, como vão se diferenciar em outros mercados, e como vão

originar estas operações para ganhar estas vantagens (Corbett, 2004).

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Para Skinner (1985), há cinco características-chave que evidenciam a manufatura focalizada.

São elas:

• No nível da tecnologia de processos, a empresa deveria se restringir a um número

limitado de processos que sejam facilmente controláveis pela sua gerência.

• Em relação a várias demandas de mercado, que envolvem muitas solicitações em

termos de qualidade, preços, lead-time e especificações, uma dada planta fabril poderá

responder a apenas uma ou duas demandas por vez, visando manter a excelência de

seus produtos;

• No que se refere ao volumes de produtos, este deve ser, geralmente, compatível com

as demandas de mercado (e não dimensionados para um eventual estoque de

segurança, por exemplo);

• Quanto aos níveis de qualidade, estes devem ser definidos de tal forma a evitar novas

especificações ou sistemas complexos (com vários níveis de supervisão) de controle

da qualidade;

• Com relação às “tarefas da manufatura”, estas devem estar limitadas apenas a

atividades nas quais a unidade fabril possua real competência para ser competitiva.

Segundo Rezende (1997), a empresa moderna deveria, assim, concentrar esforços nas

principais atividades/operações (core business) que realmente possam se traduzir em

vantagens competitivas, especializando-se em unidades de negócios, reduzindo o número de

processos, enxugando suas estruturas administrativas e delegando a uma rede de outras

empresas como fornecedores ou subcontratados as funções que pudessem ser consideradas

como complementares ou acessórias.

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Vários autores definem terceirização ou outsourcing como o ato de transferir a

responsabilidade por um determinado serviço ou operação de um processo de produção de

uma empresa para outra empresa que, neste caso, é conhecida como terceiro ou fornecedor.

Nesta forma, a empresa contratante deixa de realizar alguma das várias atividades feitas com

seus próprios recursos (pessoal, instalações, equipamentos, etc) e passa as mesmas para o

fornecedor.

Segundo Corbett (2004), existe uma série de causas para uma empresa iniciar operação de

outsourcing, mas a razão básica é reduzir custos. A maioria das empresas busca gastar estas

economias obtidas, reinvestindo em outras áreas de sua operação. Abaixo, na Figura 1,

Corbett (2004) indica as principais razões para ter outsourcing através da hierarquia de

benefícios:

Figura 1 – Principais razões para ter Outsourcing

Fonte: The 2004 Outsourcing World Summit

Rezende (1997), diz: “O que é tercerização para um pode significar verticalização para outro.

A Fiat terceirizou a pintura dos carros que saem da sua linha de montagem. A Renner,

fabricante de tintas, para atender à terceirização da Fiat, ampliou seu processo de

Economizar capital (3%) Melhorar qualidade (3%) Aumentar receitas (4%)

Acesso a novas habilidades (9%) Estrutura de Custo variável (12%)

Melhorar foco (17%)

Redução de Custos (49%)

Inovação (3%)

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verticalização, passando a fazer a pintura, que anteriormente não era de sua responsabilidade,

investindo em cabines de pintura dentro de algumas das fábricas. Todas as montadoras da

indústria automobilística – como Fiat, Volks, Mercedes, GM, Ford, etc – têm procurado

terceirizar uma série de processos, deixando a montagem de alguns componentes dos

veículos, anteriormente função das próprias montadoras, para seus fornecedores, comprando-

os já montados. Além de se prepararem para a montagem desses componentes, os

fornecedores estão se verticalizando ou constituindo alianças estratégicas”.

Os principais benefícios do outsourcing são apresentados a seguir:

1) Diminuição dos níveis hierárquicos.

2) Um menor volume de capital de giro, a partir do momento em que não há

imobilização prévia e o desembolso.

3) Ocupação apenas dos segmentos mais rentáveis dentro da cadeia produtiva.

4) Ganhos de especialização, fazendo com que empresas especializadas em

determinados processos tenham eficiência superior.

5) A flexibilização da produção permite alterações significativas no composto de

produto.

6) Intensificação do uso de ativos, que, quando de propriedade da empresa, eram

subutilizados.

7) Aumenta agilidade de desenvolvimento tecnológico em partes da cadeia produtiva.

8) O encurtamento do ciclo de vida de produtos.

A terceirização é uma decisão estratégica que tem que ser tomada após cuidadosa análise das

vantagens e dificuldades em curto, médio e longo prazo (Rezende, 1997). Dentre estas últimas

pode-se apontar:

1) Dificuldade de estabelecer parcerias com fornecedores pelas especificações

necessárias e não atendidas pelos fornecedores.

2) Possibilidade de criar novo concorrente para o futuro, através de um movimento de

integração.

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28

3) Resistência interna, posto que a terceirização, como sinônimo de desverticalização

ou de downsizing, significa mexer com pessoas, cargos, salários, questões

trabalhistas e sindicais.

4) Dependência de fornecedor ou distribuidor, implicando insegurança quanto ao

suprimento, escoamento ou fornecimento de processos.

5) Dificuldade de gerenciar os contratados.

6) Características do processo produtivo ou do mercado, que não permite todos os

setores serem totalmente terceirizados.

Outsourcing é uma decisão estratégica que começou em áreas tidas como periféricas (como a

de informática) e tem sido utilizado em áreas como manufatura, manutenção, distribuição e

marketing. A relação entre empresa e fornecedor é fundamental para o sucesso do

outsourcing.

2.4 ALIANÇAS ESTRATÉGICAS

Durante os anos 90, a área de Compras ganhou uma grande importância dentro dos negócios

de uma empresa. A compra de materiais e serviços a fornecedores externos representa uma

grande parte dos custos típicos de uma companhia. Nos dias atuais, não há maior potencial

nos negócios para ser beneficiado do que a interdependência entre as empresas e

fornecedores. Esta é o processo onde, todavia as empresas podem desenvolver vantagens

competitivas, que até o momento tem sido mal aproveitado. As empresas agora lutam para

melhorar os processos de compras e para obter o máximo valor dos fornecedores externos de

materiais e serviços.

Dyer, Cho e Chu (1998) dizem que existem três tipos de segmentação de fornecedores para as

atividades de suprimentos: Arm’s lenght (Mercado), Parceria e Quase-mercado.

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No regime Arm’s lenght, não há nenhum compromisso entre comprador e fornecedor. É uma

visão tradicional para minimizar a dependência dos fornecedores e aumentar o poder de

barganha dos compradores. Segundo Bronzo (2004), não existem incentivos econômicos ou

organizacionais suficientes para que a confiança entre os agentes econômicos possa ser

incrementada em uma base contínua e sustentada ao longo do tempo. O poder dos

compradores tende a ser mais forte quanto maior for o número de fornecedores disponíveis,

gerando maior competição entre os fornecedores. Os objetivos do relacionamento estão mais

para as questões de eficiência do que para as economias de aprendizagem, com contratos de

curto prazo e um elevado nível de especificações.

Dyer, Cho e Chu (1998) dizem: em contraste ao regime de Arm’s lenght, o sucesso da

empresas japonesas tem sido atribuído ao estreito relacionamento com os fornecedores, ou

modelo de parceria. Isto porque as empresas japonesas:

• Compartilham mais informação e coordenam melhor objetivos interdependentes,

• Investem em dedicados ou específicos ativos junto com os fornecedores para baixar

custos, melhorar qualidade e acelerar desenvolvimento de novos produtos.

• Confiam em um relacionamento verdadeiro, com eficiente mecanismo de governança

que minimizam custos transacionais.

Segundo Bronzo (2004), o regime de parceria se difere do modelo de Arm’s lenght pelos

seguintes fatores: 1) redução significativa do número de fornecedores utilizados e contratos

empresados de longo prazo; 2) fluxo robusto de informações estratégicas e melhor

coordenação interorganizacional; 3) incentivos para aumentos dos investimentos em ativos; 4)

níveis superiores de serviços logísticos; 5) velocidade no desenvolvimento de novos produtos;

6) relações estabelecidas de cooperação e confiança sustentadas por uma estrutura de

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governança capaz de conter práticas oportunistas e reduzir custos de transações entre as

empresas.

No modelo de parceria, os contratos tendem a ser mais flexíveis ou apresentar um nível menor

de especificações, principalmente quando o objeto da transação envolve conteúdos complexos

(Bronzo, 2004).

O regime de quase-mercado se difere do regime tradicional de Arm’s lenght nos seguintes

aspectos: primeiro, a seleção inicial de fornecedores requer algumas capacitações de

benchmarking para determinar que fornecedores têm potencial de menores custos em largo

prazo. Então, dois ou três fornecedores podem ser selecionados para serem desenvolvidos em

largo prazo. O modelo de Arm’s lenght simplesmente abre uma licitação para todos os

fornecedores sem avaliar suas capacidades ou os custos de trabalho de manejar uma base

grande de fornecedores. Segundo Dyer, Cho e Chu (1998), o modelo de quase-mercado é

superior ao tradicional Arm’s lenght porque minimiza custos transacionais, permite aos

fornecedores maximizar custos de escala e mantém uma vigorosa competição entre os

fornecedores.

A tendência observada é que as estratégias de segmentação em regime de quase-mercado

estão substituindo os regimes de Arm’s lenght porque as empresas passam a reconhecer que

os custos administrativos e de transação envolvidos na gestão de um número grande de

fornecedores geralmente ultrapassam os benefícios decorrentes da redução de custos gerados

por esta política. Além disso, há perda de economia e de ganhos de escala (Bronzo, 2004).

Dyer (1998) sumariza no quadro 1 as diferenças entre quase-mercado e parceria.

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Quase-mercado Parceria estratégica

Características do Produto/Input

Commodity/produtos estandardizados. Arquitetura aberta do produto Baixo degrau de interdependência entre fornecedor-comprador.

Produto customizado, não estandar. Arquitetura fechada de produtos. Alta interdependência entre fornecedor-comprador.

Práticas de gerenciamento de fornecedores

Interface funcional simples (Vendas para compras) Benchmarking de preços Assistência mínima (investimentos mínimos em transferência de tecnologia) Salvaguardas contratuais são suficientes para reforçar acordos.

Interfaces múltiplas (Engenharia para engenharia, manufatura para manufatura). Benchmarking de capabilidades Assistência substancial (para transferência de tecnologia) Performance de fornecedores em pontos não contratuais é importante (inovação, qualidade, respostas). Esforço próprio é necessário para performance excelente (estoque compartilhado, confiança,..)

Quadro 1 - Comparação entre parceria e quase-mercado

Fonte: Dyer, 1998.

Schonberger (1984) descreve algumas causas para um baixo rendimento de um fornecedor:

1) Grande pressão dos clientes para renegociar preços gerando perda do lucro mínimo

dos seus fornecedores, reduzindo poder de investimentos para se manterem no

negócio.

2) Incorreta especificação do produto enviada pela empresa para o fornecedor.

3) Desenvolvimento de novos fornecedores sem continuidade do negócio, apenas com

objetivo de reduzir custos e nenhuma criação de parceria comercial.

4) Pobre comunicação de planejamento da produção e das compras da empresa para os

fornecedores.

5) Falta de interesse pelo desempenho do fornecedor por parte do comprador.

Parte destes problemas identificados pode ser eliminada através de um modelo robusto de

parceria entre comprador e fornecedor.

Kaibara (1998), diz: “os executivos da área de suprimentos encontram dificuldades para

implementar relações de parceria. As pessoas envolvidas no processo de desenvolvimento de

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fornecedores, de ambas as partes da própria empresa, da empresa cliente e a do fornecedor

muitas vezes não têm claro os aspectos que englobam a filosofia de parceria. Isto dificulta o

trabalho de desenvolvimento e limita a geração de fontes potenciais de suprimentos, o que se

reflete no desempenho competitivo da empresa”.

Segundo Bronzo (2004), as alianças estratégicas têm sido orientadas para a redução do lead

time da inovação, para as práticas de produção conjunta e para o compartilhamento de

informação relativa aos produtos e à demanda. Como suporte direto às atividades inovadoras

do fornecedor, tem-se o conjunto de processos que podem ir desde a formação de pessoal

técnico na sede da empresa cliente e de visitas permanentes de técnicos às instalações das

empresas fornecedoras. Como suporte indireto aos processos de inovação, as empresas

clientes podem oferecer sugestões para a adoção de novas tecnologias (Bronzo 2004).

O modelo de Merli (1990), dá uma visão da evolução do relacionamento entre comprador e

fornecedor. Co-makership é uma relação aprimorada entre comprador e fornecedor, sendo

um fator prioritário na estratégia industrial. Merli (1990) diz que um fornecedor pode se situar

em faixas de referência variando em função do seu grau de desenvolvimento da relação entre

fornecedor-comprador, conforme indicado no quadro 2.

Classe III Fornecedor normal � Qualidade mínima, foco em preço � Curto prazo � Inspeções a cada entrada de material � Estoques de segurança

Classe II Fornecedor integrado � Relacionamento de longo prazo � Fórmulas de ajustes de preços � Certificação do fornecedor sem inspeção de recebimento � Entregas freqüentes de materiais em pequenos lotes

Classe I Fornecedor co-marker (Co-makership é a “parceria nos negócios”) � Desenvolvimento de novos produtos entre fornecedor e

comprador � Investimentos em pesquisa e desenvolvimento

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� Intercambio de informações de mercado, produto, processos

Quadro 2 - Modelo de Merli

Fonte: Merli, 1990

O Modelo de Merli (1990) caracteriza-se pelas seguintes atividades no relacionamento

fornecedor – comprador:

• Abordagem convencional: prioridade nos preços, relação de força, avaliação de

fornecedor com foco em entrega e qualidade.

• Melhoria de qualidade: prioridade é a qualidade, início de relacionamento em longo

prazo, redução do número de fornecedores, início de programa de certificação de

fornecedores, avaliação dos fornecedores com base em custo total de qualidade, inicio

do Co-makership.

• Integração operacional: sistema de garantia de qualidade estabelecido, implementação

do programas de certificações de fornecedores, programas de melhorias estabelecidos

com os fornecedores, início de co-design de produtos, alguns investimentos em

pesquisa e desenvolvimento, ampliação do Co-makership.

• Integração estratégica: avaliação global dos fornecedores, parcerias nos negócios com

alguns fornecedores mais importantes, acordos de estratégias e políticas entre

fornecedor e comprador, sistemas integrados de garantia de qualidade, informação do

mercado compartilhado com fornecedor.

Dentro da indústria automobilística, Dyer e Ouchi (1993) desenvolveu um trabalho para

entender porque as empresas japonesas aumentaram sua produção de 3.6% para 25.5% de

1965 a 1989, com 20-25% de custo mais baixo e 50% de índice de satisfação maior do que as

empresas americanas. Ele considerou alguns pontos:

• As empresas americanas eram verticalmente mais integradas que as japonesas.

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• As empresas americanas tinham cerca de 1.500 a 3.000 fornecedores de peças mesmo

sendo mais verticalizadas, enquanto que as empresas japonesas trabalhavam com um

décimo desta quantidade.

• O custo total de componentes de um carro japonês era 30% abaixo dos carros

americanos.

• Fábricas japonesas nos EUA compravam mais de 50% dos componentes de

fornecedores japoneses.

• Empresas japonesas fabricavam novos automóveis 30% mais rapidamente que

empresas americanas.

As empresas americanas eram fortemente influenciadas por um sistema tradicional em que os

fornecedores produziam peças em prazos curtos, com contratos Arm’s lenght e com pouco

envolvimento no design e engenharia. Já no sistema japonês, os fornecedores eram parte

integral do desenvolvimento de um novo carro e se envolviam desde o começo do projeto,

assumindo responsabilidade no desenvolvimento e mantendo direta comunicação com os

engenheiros de desenvolvimento.

Dyer e Ouchi (1993) dizem que somente consolidar fornecedores ou mover para uma única

fonte de abastecimento não é a chave para o modelo de parceria japonesa e pode levar a

problemas se for um fato isolado. Para ele, as principais características do modelo japonês

são:

• Relações de longo prazo e compromissos com comunicação planejada e freqüente, que

reduz custos transacionais.

• Assistência mútua e foco no custo total e qualidade, trabalhando junto para minimizar

o valor total dos custos da cadeia de suprimentos.

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• Abertura para investir na fábrica, equipamentos e pessoal do fornecedor.

• Troca contínua de informação técnica e de custos para melhoria de performance e

montagem de preços.

• Práticas para construir relacionamentos verdadeiros como transferência de

empregados, trabalhos em conjunto entre engenheiros, modelo de contratos flexíveis

que criam congruência de objetivos e colaboração mutua.

Por que o modelo japonês é mais eficiente? O modelo gera basicamente três benefícios:

redução do número de fornecedores, investimentos customizados e competição forçada.

Reduzir o número de fornecedores diminui custos enquanto aumenta qualidade. Permite que

os fornecedores façam maiores investimentos reduzindo a curva de experiência.

Normalmente, um fornecedor selecionado garante contratos de longo prazo, compreendendo o

período de vendas do modelo de carro lançado. Se o fornecedor tem uma boa performance,

pode garantir o contrato do próximo modelo.

O modelo japonês também permite competição entre fornecedores. Os fornecedores

competidores trabalham juntos no desenvolvimento inicial do design do carro. O fornecedor

perdedor se torna um fornecedor secundário para este modelo ou tem a oportunidade de

desenvolver outro modelo. Isto para manter a competitividade para o fornecedor principal.

Dyer e Hatch (2004) identificaram que a Toyota encoraja os fornecedores a trocar

informações estabelecendo networks que facilitam troca de informações entre os fornecedores

e a empresa. A Toyota desenvolveu uma infra-estrutura e uma variedade de processos

interorganizacionais que facilitam a troca de conhecimento dentro do network de

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fornecedores. Este trabalho é liderado pela área de Compras e consiste de três processos

chaves: associação de fornecedores, grupos de consultoria e equipes de aprendizagem.

O objetivo inicial da associação de fornecedores era trabalhar um fórum regular para a Toyota

dividir informações e receber feedback dos fornecedores. Tornar-se membro não era

obrigatório, e as reuniões eram mensais, com temas focados em redução de custos, melhoria

de qualidade e segurança. Nestas reuniões estavam presentes funcionários dos fornecedores e

da Toyota. Estes comitês facilitavam o aprendizado sobre algum tópico especial através do

desenvolvimento de programas de treinamento e visitas nas fábricas consideradas best

practices. O objetivo principal era aumentar os ativos de conhecimento que reside na Toyota e

na base de fornecedores, fazendo com que os fornecedores replicassem as melhores práticas

de produção identificadas dentro desta rede. A Toyota começou a promover consultorias para

assistir seus fornecedores, onde pessoas especialistas ficavam meses lotados em determinado

fornecedor para melhorar um processo, sem cobrar nada a este fornecedor. Em 1994, replicou

este modelo para os fornecedores americanos. Como resultado de todo este trabalho, os

fornecedores americanos fizeram significativas reduções em inventários, aumentaram

produtividade, reduziram defeitos e custos.

Toda esta vantagem competitiva construída pela Toyota através da transferência de

conhecimento para os fornecedores é preservada quando estes fornecedores suprem outras

empresas competidoras como a GM. Entretanto, para que a GM pudesse obter a mesma

vantagem competitiva que a Toyota, ela teria que mudar todo o seu network de fornecedores.

(Dyer, 2006).

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3 DESCRIÇÃO DO CASO DA GSK

Esta parte do trabalho tem por objetivo apresentar a empresa na qual foi desenvolvido o

estudo de caso – GSK, bem como ela desenvolveu a desintegração vertical de sua produção

de frascos plásticos e uma aliança estratégica com um fornecedor. Estes frascos plásticos são

usados no principal produto da empresa no México: a marca Hinds.

A GSK é a segunda maior empresa farmacêutica do mundo e teve um faturamento de US$45

bilhões de dólares em 2006, representando um aumento de 9% (nove por cento) contra vendas

do ano anterior.

A GSK tem duas divisões: Farmacêutica, com vendas de US$ 39 bilhões de dólares e

Consumo, com vendas de US$ 6 bilhões de dólares. A GSK tem um gasto de US$ 2,4 bilhões

de dólares em pesquisa e desenvolvimento, representando o maior gasto de uma empresa

neste setor. É uma das empresas com maior pipeline de produtos em desenvolvimento e seu

quadro de funcionários é composto por um total de, aproximadamente, 100.000 funcionários

em todo o mundo. A GSK é líder em quatro das cinco maiores classes terapêuticas da

indústria farmacêutica, sendo elas: anti-infectivo, sistema nervoso central, respiratório

metabolismo e gastrintestinal; tem uma posição de liderança em mercado de vacinas e uma

forte posição em mercado de consumo e OTC (Over the counter medicines), isto é, produtos

que não precisam de prescrição médica para ser vendido em farmácias ou supermercados.

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Neste projeto, foram seguidas quatro etapas até a sua completa implementação:

• Início do Processo: descrição da estratégia corrente de verticalização; avaliação das

expectativas dos stakeholders, mapeamento dos clientes internos; definição da equipe

de trabalho; plano de comunicação do projeto; definição dos requerimentos internos.

• Análise da Situação: análise da indústria de plásticos no México e indústria

farmacêutica; análise da situação interna da GSK; análise de custos.

• Criação da estratégia: seleção de opções estratégicas; definição da estratégia;

identificação de riscos e vulnerabilidades.

• Implementação da estratégia: negociação e contrato com novo fornecedor;

implementação do projeto; melhoria contínua e gerenciamento da cadeia de

abastecimento.

Em todas as etapas do projeto, foram avaliados estudos teóricos e artigos sobre integração

vertical, outsourcing e aliança estratégica para dar suporte à decisão tomada de desintegração

vertical e criação de um modelo sustentável de abastecimento para a GSK junto a um novo

fornecedor. Vários artigos avaliados asseguraram a certeza da decisão tomada e contribuíram

para um trabalho de melhoria contínua do processo de abastecimento de frascos.

3.1 INÍCIO DO PROCESSO

3.1.1 Descrição da integração vertical na GSK

No ano de 2004, a alta administração da GSK México decidiu reavaliar a estratégia

implementada de integração vertical e redefinir a viabilidade de continuar a manter uma

planta de produção de frascos plásticos para atender a produção de uma de suas fábricas

farmacêuticas. Esta fábrica já produzia frascos plásticos há mais de 30 anos dentro da GSK,

sendo esta fábrica pertencente ao grupo Sterling Wintroup, comprada pela ex-SmithKline

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Beecham (SB), em 1994. Com a aquisição da Sterling, a SB Consumer Healthcare se tornou a

terceira maior companhia de produtos OTC.

Nesta mesma época, além do México, a ex-SB possuía fábricas produtoras de frascos e

tampas plásticas no Brasil, Argentina e Colômbia. Para o caso do México, a decisão de

começar a produzir internamente frascos plásticos foi tomada devido ao aumento de petróleo

ocorrido na década de 1970. Para Colômbia, Brasil e Argentina, uma atitude de monopólio do

mercado de vidro e escassez de matérias-primas usados na produção de vidro foi a principal

causa da decisão de produzir frascos plásticos dentro da SB. Por último, o investimento em

integração vertical foi um modelo praticado para melhorar resultado operacional de cada

planta produtora, já que implicaria em diluir o custo de produção através de absorção de

volume adicional a ser produzido de material plástico.

A redução no custo não foi condição principal para iniciar a integração vertical, pois o custo

se reduzia a um elemento arbitrário, não calculável e essencialmente psicológico, decorrente

da atitude da empresa em face da incerteza. Se o custo de produção da fábrica de plástico

fosse comparado com um fornecedor externo, provavelmente haveria custos similares.

Até o final da década de 90, o modelo de integração vertical era sustentável na GSK.

Entretanto, a necessidade contínua de investimentos diretamente dedicados às fábricas

plásticas foi uma das principais causas para a reavaliação da estratégia presente. A GSK não

tinha mais interesse em investir em novos equipamentos e remodelação de instalações. Além

disso, o desenvolvimento de novos produtos e novas apresentações exigia custos de

investimentos em moldes e processos que não estavam sendo aprovados pela área corporativa.

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No caso do México, o principal motivo da ruptura do modelo de integração vertical foi a

percepção dos clientes internos de que um abastecimento externo resultaria em melhores

condições comerciais e melhor otimização de processos contra os custos atualmente obtidos

pela planta de plásticos. Nas fábricas do México, Brasil, Colômbia e Argentina houve enorme

resistência à mudança e coube à alta administração apoiar esta revisão de modelo desde o

início do projeto.

A integração vertical é um método pelo qual uma empresa tenta manter sua posição

competitiva e melhorar a lucratividade de seus produtos básicos. Grande parte da integração

pode se referir diretamente à eficiência técnica, custos transacionais e à garantia sustentável

de suprimentos. Quando o avanço tecnológico no setor de produção de alguns produtos

intermediários de uma empresa se processar com rapidez e impuser habilidades técnicas que

não estejam intimamente relacionadas àquelas nas quais a empresa está especialmente

capacitada, pode deixar de ser compensador continuar investindo na integração vertical para

que a empresa se mantenha à altura do restante da indústria. Também não é incomum que as

empresas percebam ter sido um equívoco a ação no sentido da integração, e reconheçam que é

necessário voltar atrás. No caso da GSK, a economia administrativa no controle de operações,

a suposta segurança em ter a produção de frascos controlada e o planejamento do capital de

investimento constituíram uma razão importante para a manutenção da integração vertical por

tanto tempo.

3.1.2 Expectativas do Projeto

No início do projeto, foi consolidada a expectativa dos stakeholders, que são as áreas ou

pessoas que vão ser beneficiados com a implementação do projeto, e do sponsor (patrocinador

do projeto). Os principais stakeholders do projeto eram o Diretor de Manufatura da planta do

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México e o Diretor de Manufatura da área Internacional, que tinham como interesse reavaliar

a estratégia de integração vertical implementada. O sponsor foi o Diretor de Compras da

América Latina. A função do sponsor era patrocinar o projeto, facilitar recursos e eliminar

barreiras para a implementação.

As principais expectativas dos stakeholders foram obtidas através de uma entrevista direta

com cada pessoa, e foram consolidadas conforme abaixo listadas:

• Definir uma estratégia clara para o fornecimento de frascos plásticos onde se deveria

entregar uma redução de custos contra custos atuais de 12% ao ano.

• Atender aos requerimentos internos propostos pelos clientes internos da GSK México

(Gerentes de Qualidade, Engenharia, Logística, Produção e Compras do México).

• Trabalhar em sistema de just in time para reduzir custos de inventário, aumentando

flexibilidade de produção.

• Desenvolver uma cadeia de abastecimento com novos processos produtivos,

atendendo as necessidades de Marketing para um plano de cinco anos da marca Hinds.

• Concluir em tempo previsto o projeto, isto é, definir uma estratégia em seis meses.

• Transferir investimentos em moldes, manutenção e compra de equipamentos para o

fornecedor. A GSK não iria mais investir em pagamento de moldes.

3.1.3 Mapeamento dos clientes internos

Os clientes internos foram mapeados no quadro 3, conforme sua localização física, interesse

no projeto e função:

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Cliente Localização Interesse no projeto Papel

Diretor de Fábrica

do México

México Fabricação dos produtos Hinds Beneficiário

Diretor de Compras

para América

México Desafiar a situação atual do

modelo de outsourcing

Patrocinador

Diretor de Compras

para México

México Avaliar oportunidades Facilitador

Gerente Geral do

México

México Investir em novos desenhos de

moldes para frascos Hinds

Beneficiário

Quadro 3 - Lista de clientes internos

Fonte: Elaborado pelo autor.

Com esta análise, o líder de projeto pode identificar potenciais barreiras, bem como os

apoiadores do projeto.

3.1.4 Definição da equipe de trabalho

A equipe de trabalho foi definida internamente. A equipe indicada foi: Gerente de Qualidade,

Controller, Gerente de Compras, Gerente de Recursos Humanos, Gerente de Engenharia,

Gerente de Produção, Gerente de Logística. Os membros estendidos foram: Diretor Jurídico e

Gerente de Marketing. O líder do projeto é o auto do trabalho de dissertação.

3.1.5 Plano de comunicação do projeto

Através de reunião com o grupo de trabalho, definiu-se a forma de comunicação do projeto

junto aos clientes internos, stakeholders e sponsor.

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Quadro 4 – Plano de Comunicação

Fonte: Elaborado pelo autor.

3.1.6 Requerimentos do Cliente Interno

Foi feito uma reunião no início do projeto com a alta administração da GSK para que definir

os principais requerimentos da cadeia de abastecimento de frascos plásticos com objetivo de

melhor atender a planta farmacêutica, seja com um fornecedor externo ou mantendo a

produção interna. Os principais requerimentos foram divididos em cinco categorias, conforme

indicado no quadro 5. A estas categorias foram definidos os objetivos do negócio para os

próximos três anos. Foi estabelecida uma prioridade sobre os requerimentos definidos. Sobre

esta prioridade, tomou-se uma base de 100% para estabelecer o percentual de importância de

cada requisito.

Requerimentos Definição do requerimento Prioridade (%) Abastecimento Garantia de disponibilidade regular de

materiais, quando necessário, incluindo capacidade disponível e adicional.

20%

Qualidade Parâmetros de qualidade incluíndo design de materiais e processos, pessoal, especificações, confiabilidade.

20%

Serviço Serviços desejáveis incluíndo lead-times adequados, flexibilidade de entregas de materiais, intercambio de dados eletrônicos, controle de inventário, tempos de resposta, help desk, gerente de contas.

10%

Custo Expectativas de custos nos custos atuais e futuros da GSK, programas de redução de custos.

25%

Plano de Comunicação

QUEM : PARA QUEM: O QUE: FREQUÊNCIA: MÉTODO:

LÍDER Sponsor Status do projeto barreiras

Semanal Reunião

LÍDER Stakeholder Status do projeto / Problemas de tempo / barreiras

Semanal E-mail / Reunião

MEMBROS DA EQUIPE

Líder Status do Plano de Ação

Semanal Reunião

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Inovação Inovação necessita incluir acesso

preferencial a produtos ou processos que tenham vantagem competitive, novos produtos, entendimento das inovações do mercado, tecnologia líder.

25%

TOTAL 100%

Quadro 5 – Categorização de requerimentos

Fonte: Elaborado pelo autor.

As prioridades estabelecidas estavam direcionadas em assegurar o abastecimento, através da

qualidade adequada com um custo muito competitivo, tudo isto devendo gerar melhorias

através de inovação. O APÊNDICE A detalha todos os requerimentos consolidados pela

equipe para o projeto.

A definição dos requerimentos para o negócio foi uma das etapas mais importantes do projeto.

Isto porque, os requerimentos estabelecidos guiaram a estratégia proposta. Na seleção de

fornecedor, a comparação entre as empresas foi feita com bases nos requerimentos

estabelecidos. Após a implementação do projeto, o fornecedor externo foi avaliado conforme

estes requerimentos consolidados.

3.2 ANÁLISE DA SITUAÇÃO

3.2.1 Análise da situação externa

Nesta etapa do projeto, a equipe avaliou o mercado de plástico, capacidade de produção do

mercado, quantidade de fornecedores, cadeia de suprimentos, mercado farmacêutico e

mercado de resinas plásticas. Estas informações serviram de base para a definição das opções

estratégicas para o projeto.

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3.2.1.1 Mercado de Plástico no México

Correlativamente ao bom desempenho da economia latino-americana nos anos 90, a indústria

de transformação de plástico sofreu profundas mudanças. Três características são as mais

notáveis:

• O consumo de materiais plásticos aumentou em quase todos os países da América

Latina.

• O comércio de matérias-primas e de produtos manufaturados de plástico se

intensificou.

• Investimento deste setor se acelerou.

Um fator desestabilizador segue rolando no cenário macroeconômico geral e da indústria de

plástico em particular: o preço do petróleo. O mercado de plásticos é direcionado pelo preço

de resina. O aumento dos preços do petróleo a partir de 2004 pôs em alerta as economias do

mundo com identificação de sintomas inflacionários da economia mundial. Para os países

produtores de petróleo, a escalada de preço se converteu em um motor para suas economias,

mas teve impacto notável nos custos de importação de bens de países industrializados. Para a

indústria de plástico, altamente ligada ao preço do petróleo, os custos de produção

aumentaram, de igual maneira dos preços dos produtos finais e geraram impactos negativos

sobre a demanda de bens intermediários e manufaturas plásticas. Para GSK, este cenário

econômico provocou flutuação dos preços de frascos e tampas plásticas de forma significativa

desde 2004. O impacto do aumento da resina se refletiu em um aumento do custo dos frascos

plásticos de Hinds. Por outro lado, o consumo de resinas plásticas segue aumentando ano após

ano, em praticamente todos os países. No gráfico 1, observa-se o crescimento do consumo de

resina no México ao longo do tempo em bilhões de libras:

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46

Gráfico 1 - Crescimento do consumo de resina no Mexico

Fonte: Anipac 2006.

O México é o segundo país em desenvolvimento que mais importa resina, principalmente dos

Estados Unidos. Apenas a China importa mais que o México. O governo tem incentivado as

indústrias a reduzir o déficit econômico, mas a qualidade da resina produzida no México é

uma barreira para aumentar a compra interna. Somente uma empresa produz resina no

México, a Pemex, que é uma empresa do Governo mexicano. A principal resina importada

são os polietilenos (PE), usados principalmente na produção de frascos plásticos, conforme

gráfico 2:

Produção Importação Exportação Consumo

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47

1345

712

254

114

250

706

132

130

59

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600

Polietileno

Polipropileno

Estirenos

Vinyls

Acrilicos

Poliesters

Poliamides

Urea/Melamine

Silicones

US$ milhões

Gráfico 2 - Gasto de importação mexicana por tipos de resina em milhões de dólares

Fonte: Anipac 2005.

O aumento do consumo de resina na América Latina provocou reformas no setor de

transformação de plásticos. Com isso, investimentos em equipamentos foram necessários para

atender o aumento de demanda.

No México, com cerca de 3.100 empresas de transformação de plásticos, a indústria de

plástico aproveita a força da cadeia petroquímica, o maior setor industrial da economia

mexicana. A maior parte das empresas estabelecidas se categorizam por micro-empresas,

totalizando cerca de 2.785 empresas. Entretanto, a maior porção da produção e emprego se

concentra em estabelecimentos medianos e grandes, num total de 443. Desde começo da

década de 90 se registram fortes taxas de crescimento (cerca de 11% anuais em média). Com

a crise de 1995, a situação mudou sensivelmente gerando profunda retração da indústria. A

partir de 1996, com a recuperação dos níveis de crescimento, a indústria viu crescer seus

indicadores.

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48

Para o México, há uma estimativa de que o consumo per capita de plástico se eleva de 36,3kg

em 1999 para 61,6kg em 2008. Tais metas implicam um esforço muito importante da

indústria petroquímica, a capacidade de transformação por parte da indústria de plástico

(melhores recursos humanos, produtividade e qualidade) e um esforço de investimentos em

máquinas estimados a superar US$ 8 bilhões de dólares.

Para o México, a resina dos principais produtores é fabricada e importada dos EUA. Vem

ocorrendo um esforço cada vez maior de diferenciação dos produtos, visando atender às

necessidades de performance específicas dos clientes. No curto e médio prazo, vislumbra-se

um cenário tecnológico que pode ser encarado como evolutivo. Nessa linha, o aparecimento

de produtos de melhor desempenho e mais bem adaptados às condições específicas de

utilização conduz alguns segmentos da indústria a uma descommoditização de seus produtos,

aumentando o espaço das chamadas especialidades. Essa tendência já parece se verificar

efetivamente em termos comerciais em alguns nichos do mercado de polietileno e elastômero

e se encontra em desenvolvimento no de polipropileno.

Vale ressaltar que o maior mercado é o de commodities e pseudocommodities não

diferenciadas e, portanto, conduz a lógica interna da indústria, apresentando vantagem

acentuada para empresas com menores custos de produção, que estejam próximas das

matérias-primas e localizadas perto dos principais mercados consumidores. As empresas que

visam atender a esses mercados buscam escalas de produção cada vez mais elevadas, que se

contrapõem à diferenciação de produtos.

Entretanto, no cenário evolutivo, a capacidade de interpretação dos mercados finais,

desenvolvendo soluções diferenciadas para os utilizadores através de esforços centrados na

tecnologia de produtos, surge como fator crítico de competitividade. Através da utilização de

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49

tipos específicos, os produtores vêm conquistando novos mercados, substituindo outros

materiais e acirrando a competição entre polímeros. Cabe destacar que essa estratégia tem

sido usada pelos produtores de resina para expandir o mercado em épocas de excesso de

capacidade, mas os efeitos positivos nas margens dos produtos diferenciados têm sido

pequenos. Isso ocorre porque, na maior parte das vezes, o transformador ainda não está

disposto a pagar mais pelo produto diferenciado, muito embora a introdução de máquinas

mais modernas deva alterar esse fato, ao necessitarem de resinas diferenciadas.

As análises tradicionais da Indústria Petroquímica consideram o caráter cíclico como sua

característica principal, isto é, a rentabilidade está ligada à relação entre oferta e demanda dos

produtos.

Deverá haver um achatamento das ondas, atenuando a instabilidade e a ocorrência de crises

periódicas que hoje caracterizam a indústria petroquímica. Esse efeito será decorrente da

melhor previsibilidade da demanda, em função da integração da cadeia, e do melhor ajuste

das capacidades produtivas e de financiamento, em virtude da diferenciação dos produtos.

Vale ressaltar que esses movimentos não indicam o fim dos ciclos de preços. O mercado de

commodities deverá continuar ainda como o de maior volume de negócios, gerando

desequilíbrios estruturais entre oferta e demanda. Estes, no entanto, deverão ser amenizados

pela existência de segmentos de mercado específicos, direcionados para produtos

diferenciados, o que parece ser uma tendência em longo prazo da indústria.

A adoção da estratégia de diferenciação está fortemente ligada à integração da cadeia

petroquímica, que pode se dar através de diversas formas, entre as quais a verticalização das

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50

atividades, a aquisição de empresas ao longo da cadeia, ou o estabelecimento de parcerias e

alianças entre clientes e fornecedores.

A equipe revisou esta informação de mercado e delineou algumas conclusões:

• O setor plástico no México era maduro, com grande número de empresas

estabelecidas, mas poucas para atender os requerimentos da Indústria farmacêutica.

• Identificou-se que grandes empresas locais e multinacionais tinham capacidade

instalada adequada para as necessidades da GSK. A maioria investiu fortemente em

tecnologia e equipamentos gerando ociosidade e oferta para o mercado.

• A GSK utilizava frascos de polietileno, que é uma resina proveniente do etileno. A

equipe não viu a necessidade de mudar o tipo de resina para buscar alguma vantagem

competitiva.

• A cadeia de suprimentos dos fornecedores foi avaliada e todas trabalhavam com

resinas de fornecedores americanos. A resina de origem mexicana apresentava

qualidade inferior.

• Os grandes produtores de resina de polietileno eram: Dow Chemical, Phillips-chevron

e Solvay. Todos estes fornecedores estavam aprovados pela GSK para uso na

fabricação de frascos, aumentando a possibilidade de um potencial fornecedor de

frascos ter uma parceria comercial com um destes fabricantes e, consequentemente,

um custo menor.

• O preço de resina está diretamente correlacionado ao preço de petróleo e a oferta x

demanda de gás etileno. No gráfico abaixo, a equipe comparou os custos de polietileno

de alta densidade (PEAD) vs. preço de petróleo vs. estoque de etileno, identificando

um comportamento de preços similar destas três referências dentro de um período de

10 anos.

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0.00

0.10

0.20

0.30

0.40

0.50

0.60

0.70

0.80

0.90

Q1

1995

Q3

1995

Q1

1996

Q3

1996

Q1

1997

Q3

1997

Q1

1998

Q3

1998

Q1

1999

Q3

1999

Q1

2000

Q3

2000

Q1

2001

Q3

2001

Q1

2002

Q3

2002

Q1

2003

Q3

2003

Q1

2004

Q3

2004

Q1

2005

Tempo

PE

AD

£/K

G

5.00

15.00

25.00

35.00

45.00

55.00

65.00

Pre

ço P

etró

leo

$/B

arril

EU PEADEstoque de EtilenoPETRÓLEO

Gráfico 3 - Preço histórico de Polietileno/Petróleo Brent 1995-2005

Fonte: ICIS-LORS.

3.2.1.2 Seleção de fornecedores potenciais

No México, poucos fornecedores atendiam às exigências de qualidade da indústria

farmacêutica. Através da análise do mercado de plásticos, identificaram-se 7 fornecedores

potenciais. Cada fornecedor recebeu uma visita da área técnica da GSK atestando que tinha

condições de trabalhar com a GSK. Um questionário chamado de RFI (Request for

Information) foi enviado a cada fornecedor e as respostas foram consolidadas nos

APÊNDICES B, C e D.

O resultado das respostas permitiu à equipe selecionar os fornecedores que iriam ser

convidados a participar de uma licitação eletrônica para formulação de uma proposta de preço

de frascos. O processo de licitação foi chamado de RFQ (Request for Quotation).

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Compararam-se as seguintes informações de cada fornecedor:

• Estratégia de negócio

• Capacidade instalada

• Equipamentos

• Sistemas de qualidade

• Foco estratégico

• Clientes

• Cadeia de abastecimento (Contratos, fornecedores)

• Custos

3.2.1.3 Custo total do mercado

Com referência aos custos, os principais direcionadores foram identificados e deveriam ser

levados em consideração para análise de um fornecedor potencial para trabalhar com a GSK:

• Moldes: impacto do número de cavidades por molde para produzir frascos.

• Ciclo de produção: impacto no tempo de produção e set up.

• Preço de petróleo: depende a lei de oferta x demanda e afeta o custo de resina.

• Desenho dos frascos.

• Tipos de resina: diferentes tipos de resina apresentam diferentes custos.

• Processo do fornecedor é influenciado pelos equipamentos e moldes.

• Escala de produção: o volume de resina consumido por um fornecedor de frascos pode

beneficiar o custo unitário de um frasco.

O resultado do RFI permitiu à equipe identificar sinergias e similaridades de custos

trabalhados pelos fornecedores.

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3.2.1.4 Indústria farmacêutica

A indústria farmacêutica passa por uma grande transformação no mundo, principalmente com

processos de fusão entre as grandes indústrias multinacionais, buscando redução de custos

operacionais e aumento de gastos em Pesquisa e Desenvolvimento. A indústria farmacêutica

se caracteriza por grandes barreiras de entrada de novos competidores como, por exemplo, o

grande investimento em novos produtos, patentes protegidas e grande força de vendas das

grandes empresas farmacêuticas. Existe também uma grande influência das áreas regulatória e

governamental, influenciando nas estratégias das empresas em alguns países. Os substitutos

para as empresas farmacêuticas seriam prevenção médica e hospitalização, e as novas terapias

genéticas em desenvolvimento com o projeto Genoma.

O mercado farmacêutico mundial representa cerca de US$358 bilhões de dólares por ano de

vendas, sendo os Estados Unidos com maior mercado. Cerca de 20 anos atrás, as empresas

líderes de mercado eram Roche, Sandoz, Lilly e Wyeth. A Glaxo não aparecia entre as

principais empresas devido a sua ausência no Mercado Americano.

O mercado de genéricos tem crescido em praticamente todos os países do mundo, fazendo

com que os maiores laboratórios mundiais se adaptem a este novo modelo, seja investindo em

novos produtos, ou extensão de linhas de medicamentos com patente expirada, ou

desenvolvendo produtos genéricos.

A indústria farmacêutica apresenta margens brutas beirando a 90% para alguns medicamentos

considerados blockbuster. A indústria farmacêutica é altamente competitiva. Empresas com

base em pesquisa e desenvolvimento vão normalmente atingir altas margens de lucro e

volumes de vendas durante o período de proteção da patente para pagar o investimento

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realizado e custear novos projetos para o futuro. Competição em produtos genéricos

geralmente ocorre com a expiração de patentes dos laboratórios detentores da fórmula. Por

isso, a estratégia da maioria dos grandes laboratórios é de introduzir o maior número de novos

produtos no mercado, acelerando o processo de desenvolvimento de novos produtos e

aumentando o reconhecimento das marcas pelos consumidores. Para os países da América

Latina, normalmente, as formulações de medicamentos são adaptadas, sem a necessidade de

haver área de pesquisa e desenvolvimento. Já para os mercados de OTC, existem

normalmente áreas de desenvolvimento e adaptação de formulações para atender. Por isso, a

empresa com um pipeline de novos produtos sendo submetidos à aprovação pela área de

regulatórios dos países requisitados, junto com o trabalho de vendas dos produtos existentes

pode ser fator decisivo no sucesso da empresa na América Latina.

O apoio do governo e dos médicos nos países da América Latina para o uso de medicamentos

genéricos aumenta a competição dos remédios de marca com patente expirada. O mercado

farmacêutico é altamente regulado. Autoridades nacionais administram uma grande

quantidade de leis e regulamentações com relação a testes, aprovações de medicamentos no

mercado, fabricação, rotulagem e revisão da segurança e eficácia dos produtos farmacêuticos.

Estas necessidades regulatórias são os fatores mais importantes na decisão de se uma

substância pode ser desenvolvida em um produto para venda e a quantidade de tempo e gasto

associado com este desenvolvimento. Além das diversas formas de regulamentação, os preços

dos produtos farmacêuticos são controlados pelos governos em vários países. Estes governos

podem influenciar os preços dos produtos farmacêuticos através do controle de organizações

de saúde.

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No caso do México, o preço do medicamento é regulado, mas há uma grande competição

principalmente com os genéricos. O produto Hinds é vendido principalmente nos

supermercados, não é considerado um medicamento e tem forte apelo de vendas devido aos

frascos expostos nas gôndolas de produtos dos supermercados. O produto é principalmente

vendido para atender as classes C e D. Há empresas locais que copiam o produto, gerando

forte competitividade de custos. Por isso, o foco em preço faz com que a GSK tenha um

rígido controle de custos dos materiais comprados.

3.2.2 Análise da situação interna

O produto Hinds é a principal fonte de receita da GSK México. Em 2005, o volume anual de

frascos foi estimado em 24 milhões, com previsão de crescimento e diversificação da marca

nos anos seguintes. Duas novas apresentações de Hinds seriam lançadas em 2005 com novos

desenhos de frascos, que precisariam de novos moldes. Consequentemente, a GSK buscava

um fornecedor com capacidade financeira para investir em moldes.

A área de marketing tinha interesse de lançar no mercado uma nova embalagem para as

apresentações atualmente vendidas de Hinds, onde representaria um novo design de frascos

para todas as apresentações. Entretanto, se tornava inviável qualquer investimento pago pela

GSK para ser feito com novos moldes. A GSK decidiu que não faria mais nenhum

investimento, com exceção das manutenções correntes dos equipamentos. Consequentemente,

novos moldes ou equipamentos não seriam mais comprados, se tornando necessário o

desenvolvimento de um fornecedor externo com capacidade financeira e tecnológica.

No período de avaliação do projeto, o volume anual estimado de frascos foi estimado

conforme tabela 1:

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Apresentações

Volumes 2005

(Unidades)

90ml 6.848.432

230ml 6.970.975

325ml 1.392.716

420ml 8.332.966

525ml 1.938.814

Total 25.483.903

Tabela 1 - Volume de frascos da GSK em 2005

Fonte: GSK.

Cada tipo de frasco era produzido em um equipamento específico dentro da GSK formando

um conjunto de cinco equipamentos de sopro de plásticos, conforme tabela abaixo:

Ítem

Descrição do

Material # Cavi- dades

# Moldes

Tipo de Máquina

Tempo de Ciclo Médio (Seg)

Tempo de Mudança de Molde

(h) % Des-perdício

525 ml. HDPE 2/3 2 Fischer VK1- 4.01 13,39 16 0,1

420 ml. HDPE 2 6 Fischer BFB - 4D 13,39 16 0,1

325 ml. HDPE 2 3 Fischer VK1- 4 12,79 16 0,1

230 ml. HDPE 2 4 Fischer VK1- 4 12,57 16 0,1

90 ml. HDPE 2 2 Fischer VK1- 4 12,00 16 0,1

Tabela 2 - Lista de equipamentos de plásticos da GSK

Fonte: GSK

Na área de produção de frascos plásticos da GSK havia 22 funcionários:

• 1 Chefe de Produção

• 2 Supervisores

• 3 Mecânicos

• 14 Operadores

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57

• 2 Ajudantes

O trabalho dentro da área de plásticos compreendia 3 turnos: de segunda-feira até sexta-feira.

Não havia trabalho nos fins de semana.

O Sindicato dos produtores de plásticos influenciava muito as empresas do México, já que

tem uma força muito grande dentro do setor industrial. Havia um grande risco de interrupção

da produção de frascos por motivo de greve.

3.2.3 Análise de custos

O custo interno da produção integrada era rateado por todos os produtos fabricados pela GSK,

o que provocava distorção dos custos de cada produto. A tabela 3 consolida o custo unitário

ou custo standard (STD) que a GSK assumia para cada frasco.

Apresentações

Custo Unitário STD

(US$/mil)

90ml 61,09

230ml 95,74

325ml 97,57

420ml 73,86

525ml 102,12

Tabela 3 - Custo dos frascos plásticos da GSK

Fonte: GSK.

Na tabela 3, o custo de resina para os frascos de Hinds da GSK representa entre 35% e 57%

do custo total dos frascos produzidos, dependendo do tamanho de cada frasco produzido.

Porém, estes custos não representavam a realidade.

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Os custos dos frascos produzidos internamente tinham valores menores que o valor real

apresentado pela fábrica e que estava assumido dentro do custo do produto Hinds. Por isso, a

equipe decidiu categorizar todo o custo correspondente à área de produção de frascos. As

categorias de custos foram definidas, conforme abaixo:

• OPEX – despesas operacionais relacionadas a salários de funcionários (operadores e

supervisores) diretamente dedicados à produção de frascos, incluindo seus benefícios.

• Custos indiretos – custos relacionados à manutenção e custos administrativos da alta

administração.

• Custos variáveis de materiais – custo de resina utilizada para produzir frascos.

Esta categorização de custos gerou o custo real unitário de cada frasco produzido pela GSK.

Os custos unitários OPEX de cada frasco foram calculados através da identificação do número

de operadores que trabalhavam em cada equipamento. Consolidaram-se salários de cada

operador para cada frasco para um ano e dividiu pelo volume anual estimado. Para os

supervisores, o salário anual foi dividido pelo volume anual previsto de todos os frascos.

Os custos unitários indiretos relacionados à alta administração foram calculados considerando

os volumes anuais previstos para produção. Os custos indiretos de manutenção foram

previstos para cada equipamento.

Os custos unitários variáveis foram calculados através do valor real de resina comprada e

dividido pelo peso de cada frasco.

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A tabela abaixo compara o custo real obtido contra os custos STD para cada frasco produzido.

Tabela 4 - Comparação de custo STD e custo real

Fonte: GSK.

O custo real calculado excluiu os custos administrativos da fábrica farmacêutica que estavam

alocados indevidamente no custo da planta de plástico. Consequentemente, haviam custos

STD maiores para os frascos de 90ml, 230ml e 325ml.

A tabela 5 indica que havia uma diferença de US$174.795 entre o custo STD e o custo real

que estava indevidamente alocado como gasto da fábrica de plásticos.

Tabela 5 - Comparação de custo STD e custo real

Fonte: GSK

Apresentações Custo STD

(US$/mil)

Custo Real

(US$/mil)

Diff.

(%) 90ml 61,09 43,77 39% 230ml 95,74 82,06 17% 325ml 97,57 82,06 19% 420ml 73,86 81,15 -9% 525ml 102,12 102,12 0%

Apresentações Gasto STD

(US$/ano)

Gasto real

(US$/ano)

Diferença

(US$/ano) 90ml 418.387 299.740 118.647 230ml 667.413 572.069 95.345 325ml 135.881 114.292 21.589 420ml 615.456 676.241 (60.786) 525ml 198.001 198.001 0

Diferença 174.795

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3.3 CRIAÇÃO DA ESTRATÉGIA

3.3.1 Análise do portfolio da GSK

Esta análise feita pela equipe permitiu à GSK analisar a dinâmica da categoria de plástico,

através da análise do gasto de frascos pela GSK contra a dificuldade de mercado. A

dificuldade de mercado traduz-se por número de fornecedores disponíveis, contratos em

vigor, estratégia praticada pela GSK para determinado fornecedor, atendimento dos

requerimentos de qualidade e novas tecnologias.

Para a GSK, o gasto da categoria de plástico era grande se comparado com todo o gasto de

materiais no México. Havia um grande número de fornecedores, mas poucos em acordo com

padrão de GMP. A maioria dos fornecedores trabalhava para indústrias de bebida, alimentos e

cosméticos, que tinham necessidades diferentes do farmacêutico. Por outro lado, analisando-

se sob a perspectiva da cadeia de fornecimento, havia poucos produtores de resina, um fator

que pode resultar em um impacto de custos do frasco. A distribuição de tecnologia é aberta,

aumentando a competição do mercado e grandes investimentos feitos pelos fornecedores.

A equipe consolidou esta análise na figura 2 e concluiu que a GSK estaria no quadrante de

competição, onde normalmente há grande competitividade do mercado e o comprador pode

facilmente desenvolver novos fornecedores, colocando o mercado para competir pelo gasto da

GSK. Entretanto, o grupo identificou que seria melhor para a GSK se mover ao quadrante

estratégico, onde poderia iniciar um trabalho de longo prazo com um fornecedor preferencial

e desenvolver, em conjunto, um programa de melhoria contínua dos custos.

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High

Low

HighLow

Dificuldadedo

mercado

Gasto relativo / Impacto de lucro

Critico Estratégico

Aquisição Competição

High

Low

HighLow

Dificuldadedo

mercado

Gasto relativo / Impacto de lucro

Critico Estratégico

Aquisição CompetiçãoGSK

GSK

Atual

Futuro

Figura 2 - Análise do portfólio da GSK

Fonte: GSK.

A situação atual indicava que a GSK era considerada uma empresa importante dentro do

mercado mexicano, tanto devido ao volume de gasto como à sua imagem de empresa de

qualidade. Como o volume de gasto de frascos era fragmentado, com maior volume sendo

fabricado internamente, o fechamento da fábrica de plástico poderia aumentar muito a

atratividade do negócio da GSK junto aos fornecedores. Na figura 3, a equipe analisou esta

questão e recomendou que a GSK deveria tratar o negócio de frascos como fundamental para

o crescimento da empresa. Os fornecedores deveriam não considerar o empreendimento da

GSK como em desenvolvimento, mas como preferencial ou core.

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High

Low

HighLow

Atratividadeda conta

Valor relativo do negócio

Development Core

Nuisance Exploitable

GSKPlastics

GSK Plastics

Figura 3 - Grau de atratividade da conta GSK pelos fornecedores

Fonte: GSK.

3.3.2 Seleção e definição de opções estratégicas

Após a definição dos custos unitários reais de cada frasco, a equipe reuniu-se para estabelecer

as opções estratégicas, com base em toda a informação obtida sobre mercado de plásticos,

fornecedores, situação interna da GSK e necessidades. Para cada opção estabelecida pela

equipe, foram avaliados:

• Economia a ser obtida,

• Dificuldades internas e externas para implementação,

• Prioridades para implementar,

• Riscos envolvidos com cada estratégia,

• Atendimento às necessidades internas estabelecidas (A, Q, S, C, I).

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63

Seis opções estratégicas foram identificadas, conforme o quadro 6:

Economia

Dificul dade

Interna

Dificul dade

External Priori dade

Tempo de Implemen

tação Riscos A Q S C I

Opção A / M / B 1 Número de Meses A / M / B1

1

Fornecedor externo produzindo com equipamentos da GSK e moldes

A B B A 1 B A A A M B

2

Fornecedor externo produzindo com equipamentos próprios e moldes.

A B B A 6 M A A A M M

3

Projeto de revisão dos desenhos dos frascos e construção de novos moldes (REENGINEERING PROJECT)

A A B M 7 M A A A A A

4

Outsourcing da planta de plásticos por fornecedor externo

B B M B 1 B A A A B B

5

Fornecedor externo produzindo com equipamentos da GSK e moldes (fase 1) / REENGINEERING PROJECT (Fase 2).

A M B A 1 M A A A A A

6 Manter situação atual

B B B B 0 B A A A B B

Quadro 6 - Opções estratégicas

Fonte: Elaborado pelo autor.

1 A – Alto, M – Médio e B – Baixo.

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64

A estratégia escolhida pela equipe foi a opção 5, isto é, o fechamento da fábrica de frascos

plásticos e a introdução de um fornecedor externo capaz de produzir para a GSK segundo os

requerimentos estabelecidos.

A implementação desta estratégia foi definida em duas fases:

FASE 1: Venda dos equipamentos de produção de frascos plásticos da GSK para o fornecedor

externo e um contrato de commodatto para o manuseio dos moldes que ficariam pertencendo

à GSK.

FASE 2: Mudança dos formatos dos frascos de Hinds. Após a transferência dos equipamentos

e início de produção, foi criada uma nova equipe para implementar a mudança do design dos

frascos.

Na fase 2, a área de Marketing trabalhou em conjunto com as áreas de Produção, Engenharia

de frascos, Qualidade e Compras na definição do novo frasco de Hinds a ser comercializado.

O objetivo deste grupo foi avaliar o melhor design em termos de custos, processo, e

comercialização junto ao mercado mexicano.

A fase 1 do projeto foi implementada em 2 meses, desde a transferência dos equipamentos até

o início da primeira produção de frascos, com completo sucesso. Em 2005, a fase 2 foi

iniciada.

Os requerimentos do projeto eram revistos a cada 6 meses, com reuniões entre GSK e o

fornecedor externo para identificar potenciais melhorias no processo e redução de custos a

serem compartilhadas.

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65

3.3.3 Seleção do fornecedor preferencial

Um leilão eletrônico foi realizado em junho de 2004, com fornecedores selecionados para

participar do processo. Este processo de licitação foi chamado de RFQ (Request for

Quotation). Todos os requerimentos da GSK foram consolidados em uma proposta de

cotização, que foi enviado para alguns fornecedores considerados como potenciais. O evento

gerou opções para o projeto e definiu cenários para avaliação.

Os critérios para definir o benefício do projeto foram estabelecidos, conforme abaixo:

• Benefícios x custo de implementação. A economia proposta pelo projeto deve ser

maior que o custo da mudança.

• Resultado do RFQ.

• Fornecedor selecionado deve ter um escopo regional e ser líder de mercado em

tecnologia.

• O benefício deve ser entregue em até 6 meses após implementação.

• A dificuldade de implementação não pode ser grande.

Ter uma planta de plástico dentro da GSK, mas controlada por um fornecedor externo foi uma

das opções não recomendadas e foi descartada pela equipe.

Conforme apresentado no APÊNDICE E, a equipe conseguiu selecionar o fornecedor 7 como

preferencial para trabalhar com a GSK, por atingir a maior pontuação com base nos critérios

versus pesos definidos para cada critério. O critério era multiplicado pelo peso da pontuação

correspondente de cada critério.

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66

Os dois primeiros critérios apresentados já faziam uma pré-seleção do fornecedor, sendo que

o fornecedor 5 foi descartado imediatamente por não atender aos requerimentos da GSK e não

ter índice de performance adequado.

3.3.4 Benefícios da estratégia e custo de implementação

Os benefícios do projeto foram categorizados conforme tabela 6:

Economia do projeto em US$(‘000) Ano 2004 Ano 2005 Ano 2006 Ano 2007

Eliminação da estratégia deverticalização

28 276 276 276Projeto de reengenharia de frascos 0 0 141 141Gerenciamento do fornecedor 0 104 34 0Benefício 28 380 451 417Custo de implementação (386) (23) 0 0Total Net Benefício (358) 357 451 417Total de Benefício Acumulativo (358) (2) 450 866

Tabela 6 - Benefícios do projeto categorizados

Fonte: Elaborado pelo autor.

3.3.5 Identificação de riscos

Alguns riscos foram identificados para a implementação do projeto, conforme tabela 7, onde

para cada risco foi medida a probabilidade de ocorrência, o grau de severidade e a prioridade

de importância.

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Riscos Potenciais Probabili-

dade Severidade de efeito para o

negócio

Prioridade

Curto tempo para transferência dos equipamentos para o fornecedor externo.

B A 2

Potencial interrupção de abastecimento durante a transferência dos equipamentos.

M A 3

Potencial resistência do Sindicato ao fechamento da fábrica.

M M 1

Investimentos adicionais não planejados pelo fornecedor.

B M 4

Não aprovação do projeto de reengenharia por Marketing poderia reduzir a economia proposta do projeto.

B B 5

Greve de funcionários M A 1 Sabotagem de produção por funcionários a serem demitidos

M A 1

AA –– AAllttoo,, MM –– MMééddiioo,, BB –– BBaaiixxoo // 11-- mmááxxiimmaa pprriioorriiddaaddee,, 55 –– mmíínniimmaa pprriioorriiddaaddee

Tabela 7 - Riscos da estratégia selecionada

Fonte: Elaborado pelo Autor.

Não foi identificado risco alto de implementação da estratégia, mas a equipe se concentrou no

trabalho com o sindicato plástico, na definição de um plano de realocação dos funcionários

demitidos e na transferência de equipamentos da GSK para o fornecedor para evitar

interrupção do abastecimento.

3.4 IMPLEMENTAÇÃO DA ESTRATÉGIA

3.4.1 Negociação e contrato com fornecedor

O contrato foi negociado com o fornecedor externo por um período de cinco anos, onde se

demonstrava que a GSK tinha interesse de fazer um trabalho de longo prazo, incluindo uma

aliança estratégica com este fornecedor. Este fornecedor viria a ser o principal em termos de

gasto da GSK no México. O contrato incluiu medidas de performance e os principais

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requerimentos estabelecidos pela GSK durante o processo. Alguns índices foram

estabelecidos em comum acordo com o fornecedor como, por exemplo, a capacidade do

fornecedor em entregar pedidos de compras dentro de datas acordadas e dentro da qualidade

esperada pela GSK.

Os principais pontos do contrato assinado estão abaixo listados:

• Período do contrato: 5 anos.

• KPI (Key Performance Indicator) = 96% (Índice de performance de entregas no tempo

previsto com qualidade)

• Base inicial de preços de frascos assumido conforme licitação apresentada. Assim, a

GSK pode controlar os preços e suas variações desde o início do contrato. O custo de

cada frasco foi detalhado por categoria de gastos: resina, mão de obra, embalagem.

(Ver APÊNDICE F)

• Fórmula de variação de preços de frascos definida, conforme tabela 8.

• Volume anual de frascos produzidos por ano de 25,4 milhões.

• Desconto de preços de frascos através de compras de volumes maiores que o previsto

em contrato, conforme tabela 9.

• Competitividade de preços: a GSK periodicamente vai ao mercado comparar custos do

fornecedor com outras empresas de plásticos de mesmo nível de qualidade. Se

identificado melhor custo, o fornecedor é obrigado a revisar seus custos e trabalhar

com a GSK em um programa de melhoria contínua.

• Programa de melhoria contínua: o fornecedor e a GSK se obrigam a continuamente

trabalhar programa de melhoria contínua.

• Propriedade intelectual: a GSK garante exclusividade do desenho de qualquer frasco

desenvolvido através de criação de patente dos desenhos e o fornecedor garante que

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nenhuma informação sobre equipamentos ou processos seja transferida para algum

competidor.

• Transferência e venda de equipamentos de produção de frascos da GSK para o

fornecedor foi feita com um desconto do valor correspondente ao valor dos

equipamentos e moldes para que o fornecedor pudesse não interromper o

abastecimento de frascos. No futuro, estes equipamentos serão utilizados para

pequenos volumes de produção do fornecedor.

• Certificação de processos: o fornecedor se comprometeu a ter sua produção certificada

pela GSK para suprimentos de frascos, sem prévia análise de qualidade.

• Controle de mudanças: o fornecedor se compromete a não realizar nenhuma mudança

na especificação dos frascos ou em seu processo de fabricação sem ter a aprovação da

GSK. Para qualquer mudança, é norma da GSK que seja autorizada previamente para

qualquer anormalidade de produção.

• Gerente de contas: o fornecedor deve indicar um gerente de contas para cuidar

diretamente do gasto, serviço da GSK.

• SLA (Service Level Agreement): assinado junto com o contrato, este documento

incorpora todos os requerimentos da GSK em medidas de performance para serem

revisadas a cada seis meses.

Categorias Movimento de preço

Período de renegociação

Resina Mercado Cada 2 meses Mão de obra FCB Anual Energia Banco do

México/CFE 6 meses

Outros Inflação/BM Anual Amortização de moldes

50% taxa de câmbio / 50% Inflação

Anual

Fretes Preço de diesel Anual

Quadro 7 - Índices de variação de preço dos frascos com fornecedor

Fonte: Elaborado pelo autor.

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Hinds 90ml Hinds 230ml Hinds 325ml Hinds 420ml Hinds 525mlPreço Base Preço Base Preço Base Preço Base Preço Base (US$/mil) (US$/mil) (US$/mil) (US$/mil) (US$/mil)

+ 30% aumento 38,47 56,44 69,21 78,06 91,33+ 20% aumento 38,93 56,97 69,99 78,92 92,28+ 10% aumento 39,47 57,60 70,92 79,93 93,40Base Volume (25.5 milhões) 40,12 58,36 72,03 81,15 94,74+10% redução 40,92 59,28 73,39 82,64 96,38+20% redução 41,91 60,44 75,09 84,50 98,43+30% redução 43,19 61,92 77,30 86,89 101,06

Volume annual (Aumento / Redução)

Tabela 8 - Variação de preços conforme variação de volumes comprados

Fonte: Elaborado pelo autor.

Para o caso dos moldes e equipamentos da GSK transferidos para o fornecedor, estes deverão

ter um mínimo de produtividade igual à que vinha sendo realizada pela GSK. Os frascos

plásticos deveriam ser produzidos exclusivamente para a GSK.

3.4.2 Implementação

A implementação do projeto foi dividida em três tópicos:

1) Comunicação interna do fechamento da fábrica: o anúncio foi feito a todos os

funcionários um mês antes de fechar a fábrica. O projeto foi tratado de maneira

confidencial.

2) Plano de demissão dos funcionários: inicialmente, o líder do projeto tentou transferir

parte dos funcionários para o fornecedor. Entretanto, se tornava financeiramente

inviável, sob risco de perder o benefício de custo obtido com a negociação do

contrato entre GSK e fornecedor. Por isso, foi negociado um benefício financeiro

para cada funcionário que fosse demitido, e total assistência para recolocação em

outra empresa. Após seis meses da implementação do projeto, 70% dos funcionários

haviam se recolocado em outras empresas. Este plano de demissão evitou qualquer

risco de greves, perda de produtividade no último mês e sabotagem por parte de

algum funcionário.

3) Transferência dos equipamentos da GSK para fornecedor: quatro meses antes do

fechamento da fábrica de plásticos, o estoque de segurança de todos os frascos

começou a ser montado devido à limitação de capacidade dos equipamentos da

GSK. Imediatamente após o fechamento da fábrica de plásticos, os equipamentos da

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GSK foram transferidos para uma área previamente adaptada pelo fornecedor para

produção exclusiva dos frascos. A transferência foi completada em uma semana e o

start up da produção no fornecedor após três semanas, evitando qualquer

desabastecimento de frascos.

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4 RESULTADOS

Como conseqüência do trabalho desenvolvido, a GSK fechou a fábrica de plásticos e

implementou uma estratégia de outsourcing. A GSK mediu os benefícios ou riscos de uma

estratégia de integração vertical e eliminou a estratégia de integração vertical, dando início à

implementação do abastecimento de frascos plásticos por um fornecedor externo, com a

montagem de um acordo estratégico de longo prazo. Durante a definição da estratégia, a

equipe revisou as principais vantagens da integração vertical para que pudesse tomar a melhor

decisão a respeito.

4.1 DESVANTAGENS DA INTEGRAÇÃO VERTICAL PARA A GSK

4.1.1 Custos transacionais

O maior objetivo de uma integração vertical é eliminar ou reduzir os custos de compra ou

venda incorridos quando empresas separadas possuem dois estágios de produção. No caso da

GSK, o principal custo de cada frasco estava concentrado no gasto de resina de polietileno de

alta densidade. A GSK comprava resina de um fornecedor americano, com um custo maior do

que o custo médio comprado por empresas de plástico de grande porte e com grande consumo

de resina. O custo de resina de empresas de grande porte pode ser medido através de preços

publicados pela fonte de referência em internet, chamada ICIS-LORS. (Ver no gráfico abaixo

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73

a comparação entre os custos pagos pela GSK e os custos pagos por empresas de grande

consumo de resina - ICIS-LORS):

0.00

0.10

0.20

0.30

0.40

0.50

0.60

0.70

GSK (US$/lb) 0.43 0.43 0.41 0.40 0.40 0.41 0.43 0.44 0.50 0.55 0.59 0.64 0.63

ISIS-L (US$/lb) 0.36 0.37 0.40 0.39 0.38 0.39 0.43 0.48 0.49 0.50 0.52 0.59 0.59

Jan-04

Feb-04

Mar-04

Apr-04

May-04

Jun-04

Jul-04

Aug-04

Sep-04

Oct-04

Nov-04

Dec-04

Jan-05

Gráfico 4 - Comparação entre custos da GSK vs. Custo de resina do mercado

Fonte: GSK e ICIS-LORS.

Este resultado indicou que o consumo anual de resina da GSK não era um volume de compras

significativo, se comparado a volumes comprados por grandes empresas manufaturadoras de

plásticos. Consequentemente, a GSK pagava um valor mais caro de resina e não representava

uma vantagem em custo, se comparado com o custo de um fornecedor de tamanho grande.

Consequentemente, o custo do produto final fabricado pela GSK é maior do que o de um

fornecedor externo com grande volume de compra de resina.

4.1.2 Abastecimento

A integração vertical na maioria dos casos assegura suprimento de materiais críticos.

Certamente, este aspecto da integração vertical foi o maior atrativo da estratégia para a

indústria de petróleo durante a crise com a OPEC, na década de 70. Durante a crise de 1973-

1974, algumas empresas tiveram seus suprimentos reduzidos ao mínimo e preços duplicados

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ou triplicados. Apesar do impacto que eles tiveram em custos de materiais, o

desabastecimento de materiais nas indústrias de petróleo com altos custos fixos foi

extremamente danoso porque levou ao baixo uso dos altos custos das fábricas.

A indústria farmacêutica é caracterizada por um alto controle de sua produção e normas

específicas de qualidade chamadas de GMP (Good Manufacturing Practices).

Consequentemente, a alta administração compreendia que a produção interna de frascos

plásticos na própria GSK garantiria qualidade requisitada pelo setor farmacêutico e maior

certeza de ter frascos plásticos em um processo just in time. A capacidade utilizada dos

equipamentos da fábrica de plástico estava em 80%, indicando a necessidade de ampliação

através da compra de novo equipamento.

A tabela 9 mostra a capacidade disponível de produção de frascos na GSK. Cada frasco tinha

um equipamento determinado para fabricação. Os frascos de 90ml e 420ml estavam em pior

situação com capacidade limitada de fabricação. Consequentemente, a produção destes dois

frascos era transferida para outro equipamento com maior capacidade disponível, como 230ml

ou 325ml, que tinham o mesmo equipamento Fisher VK1-4. Somando-se a capacidade atual

disponível versus o volume anual de produção, há somente 20% de capacidade disponível

para uso.

Além disso, a GSK tinha que trabalhar com níveis mínimos de estoque já que a capacidade da

área de estocagem de materiais era limitada, fazendo com que o processo de produção

corresse como um processo just in time. Por isso, a flexibilidade de produção da fábrica era

bastante limitada não assegurando o abastecimento de frascos em caso de variação

significativa da demanda de vendas.

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Frasco Capacidade de produção da fábrica

de Plástico / dia (Unidades/dia)

Capacidade anual

disponível (Unidades)

Volume anual de produção

(Unidades)

Capacidade disponível

(%)

HINDS 90ml 21.600 5.184.000 6.848.432 -24% HINDS 230ml 41.238 9.897.120 6.970.975 42% HINDS 325ml 13.500 3.240.000 1.392.716 133% HINDS 420ml 38.700 9.288.000 8.332.966 11% HINDS 525ml 12.900 3.096.000 1.938.814 60%

Total 30.705.120 25.483.903

Tabela 9 - Capacidade disponível por frasco na GSK

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.1.3 Coordenação melhorada

Mesmo que o fornecimento de materiais seja seguro, a integração vertical pode permitir

reduções de custos através da melhora coordenação da produção e programação de inventário.

Alguns argumentam que um fornecedor in-house pode programar a produção mais

efientemente.

Quando o projeto de integração vertical na fábrica da GSK México foi iniciado, houve uma

melhor coordenação do fluxo de informações interna do que uma relação normal fornecedor e

comprador. A percepção dos gerentes era de que uma mudança de estratégia envolveria uma

perda da coordenação de informação e maior incerteza do controle do processo. Entretanto,

nos tempos atuais, a relação empresa compradora e fornecedor é bastante diferente e sua

qualidade não é necessariamente relacionada com a distância entre as empresas. O

relacionamento entre fornecedor e cliente pode ser direto e com bastante transparência de

informação através de ferramentas de Internet, B2B, EDI, e outras. Após a implementação do

fornecedor externo, houve uma piora da comunicação entre as áreas de planejamento de cada

empresa, mas foi melhorada em pouco tempo com a maior integração entre ambas as

empresas.

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4.1.4 Capacidade tecnológica

Alguns afirmam que empresas verticalmente integradas estão melhores preparadas para

inovar porque participam em muito da produção e distribuição de atividades na qual a

mudança ocorre. Este argumento é baseado em parte na noção de que requerimentos críticos

para o sucesso de uma inovação estão fundamentados na coordenação entre marketing e

funções técnicas e de que a integração melhora esta coordenação.

No caso da GSK, a indústria de frascos plásticos é caracterizada por largo investimento em

equipamentos e melhoria contínua de processos. Avanço tecnológico em design de

equipamentos e desenvolvimento de novas resinas para aplicações a diversos segmentos de

negócio é a principal engenharia atrás do que se busca por inovação entre os transformadores

de plásticos. Melhorias na qualidade de produção, melhoria dos ciclos de produção e redução

de custos de energia é o que se busca de inovação nesta indústria. Múltiplos materiais são

injetados e diferentes matérias-primas são usadas e injetadas em diferentes cavidades em um

molde. Estes processos especiais demandam coordenação da máquina e do molde através de

um controle de sistema preciso. Melhorias nas fabricações de moldes através de melhor

controle dimensional com uso de softwares têm reduzido o tempo de confecção de um molde.

Os produtores de equipamentos transformadores de frascos plásticos desenvolvem tecnologias

e patentes que são abertas ao mercado de Plástico. Qualquer empresa transformadora de

plástico tem várias marcas de equipamento disponívéis à venda, de acordo com sua

necessidade. Poucas empresas transformadoras têm divisão de produção de equipamentos

somente utilizados por elas.

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A equipe da GSK concluiu que produzir os frascos plásticos de Hinds não representa

nenhuma inovação tecnológica por parte da GSK. Várias empresas transformadoras de

plásticos têm plena condição de produzir frascos similares e atendendo a especificação em uso

pela GSK. Algumas empresas têm condições de atender aos requerimentos de GMP exigidos

pela GSK. Os moldes utilizados pela GSK podem ser facilmente produzidos por qualquer

fornecedor a um custo muito baixo. Os equipamentos utilizados pela GSK estão depreciados e

sua tecnologia está disponível para todo o mercado de plástico. Por isso, a capacidade

tecnológica da GSK não representava um benefício para a manutenção da estratégia de

integração vertical.

4.1.5 Altas barreiras de entrada

Quanto mais integrado um negócio, mais altos são os recursos financeiros e gerenciais

necessários para entrar e competir neste mercado. Empresas estabelecidas em uma indústria

podem combinar suas operações como forma de levantar barreiras e desencorajar potenciais

entrantes.

Para a GSK, a integração vertical não cria nenhuma barreira de entrada para novos entrantes

no mercado farmacêutico. Todos os competidores da GSK têm frascos plásticos de

fornecedores com preços tão competitivos quanto ao da GSK. Os frascos utilizados pela GSK

têm seu desenho patenteado, isto é, nenhuma empresa farmacêutica pode copiar o desenho do

frasco no produto Hinds. Entretanto, eles podem ter frascos diferenciados, com o mesmo tipo

de resina, cor e terem custos unitários menores se compararmos a quantidade de resina por

frasco em gramas(g).

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4.1.6 Requerimentos de capital

Quando um negócio se integra para frente ou para trás, deve prover de capital para a nova

estrutura de operações integradas. Algumas evidências de estudos mostram que uma maior

intensidade de investimentos leva a baixa lucratividade do negócio. A implicação disto é que,

a menos que a economia com o custo operacional de uma integração vertical seja substancial,

os invesyimentos de uma integração vertical farão desta estratégia algo não lucrativo.

O estudo de caso indica que os custos de investimentos realizados pela GSK foram

depreciados através do tempo de operação. O equipamento mais novo comprado era do ano de

1998. Entretanto, para se conseguir uma melhora de ciclo de produção e redução do custo de

energia, teria que haver um grande investimento em moldes e novos equipamentos. Estes

investimentos seriam gastos adicionais não previstos que comprometeriam o negócio da GSK.

Uma comparação entre os custos atuais da fábrica de plásticos da GSK e fornecedores

potenciais substitutos indicou que os custos da GSK são mais altos que os de fornecedores

externos. Uma licitação eletrônica foi feita com participação de seis fornecedores, incluindo

os volumes anuais da GSK e a solicitação de propostas por frascos, incluindo amortização do

custo de moldes e equipamentos necessários. A tabela 10 mostra a diferença de gasto entre o

custo atual da fábrica de plásticos e os gastos previsto por cada fornecedor potencial, separado

por tipos de frascos. O resultado mostrado na tabela 10 indicou que havia oportunidade de

melhoria do custo da GSK e que os investimentos não eram tão significativos para

desenvolver um fornecedor. O fornecedor 7 apresentou a melhor proposta de redução de

custos comparado contra custos atuais da fábrica de plásticos, mas outros fornecedores

também se mostraram competitivos.

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Proposta x Gasto atual (US$)

Proposta x Gasto atual (US$)

Proposta x Gasto atual (US$)

Proposta x Gasto atual (US$)

Proposta x Gasto atual (US$)

Proposta x Gasto atual (US$)

Proposta x Gasto atual (US$)

Hinds 90ml 20.812 54.110 54.110 0 (109.261) 47.867 20.812 Hinds 230ml 80.958 85.155 85.155 40.779 (263.862) 85.755 95.950 Hinds 325ml 9.872 17.638 17.638 (3.422) (80.951) (1.448) 17.770 Hinds 420ml (7.846) (89.439) (89.439) (31.382) (576.644) (56.488) (15.691)Hinds 525ml 0 (3.560) (3.560) (9.188) (81.540) (10.795) 0 Total de economia 103.796 63.905 63.905 (3.213) (1.112.257) 64.891 118.840

Fornecedor 4 Fornecedor 5 Fornecedor 6 Fornecedor 7Fornecedor 1 Fornecedor 2 Fornecedor 3

Tabela 10 – Resultado da licitação de frascos da GSK

Fonte: Elaborado pelo autor.

O resultado mostra que os custos da operação da GSK eram 21% mais altos que os custos de

fornecedores terceiros. Consequentemente, a GSK estava pagando mais caro pelos frascos

produzidos do que se estivesse comprando de fornecedores.

4.1.7 Estágios integrados desbalanceados

Um problema inerente à combinação de vários estágios de produção é a variação de escala de

operação que cada estágio deve requisitar para que tenha funcionalidade eficiente. Por

exemplo: para atingir custos competitivos, uma empresa deve produzir circuitos integrados

em alto volume de escala. O fato dos requerimentos de escala diferirem entre as atividades

ligadas da integração sugere que o negócio integrado deve operar numa escala de produção

suficiente para satisfazer os requerimentos da maioria dos estágios de produção dependentes

ou sofrer as penalidades de operar com escala ineficiente em um ou mais estágios.

No caso da GSK, toda a cadeia de abastecimento de uma indústria plástica foi estudada. A

figura 4 mostra a produção de resina de polietileno para atender aos transformadores de

frascos plásticos.

Figura 4 - Cadeia de produção de resina de polietileno para produzir licitação do volume de frascos da GSK

Extração e Refino de Petróleo

Etileno Fabricação de

Polietileno Canal de Distribuição Clientes

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Fonte: Elaborado pelo autor.

A figura 5 mostra a produção de frascos plásticos para diferentes setores de negócio.

Figura 5 - Cadeia de produção de frascos plásticos de polietileno

Fonte: Elaborado pelo autor.

A GSK não controla a produção de resina, apenas a fabricação de frascos para suprir a fábrica

farmacêutica. A definição do desenho de moldes é feita em conjunto com a área de

Marketing. As características do molde, como número de cavidades e controle de

resfriamento, são definidas em função do tipo de cada equipamento. Os moldes são feitos por

empresas especializadas. O tipo de resina a ser utilizada depende do tipo de equipamento de

transformação em uso e do que o setor de Marketing quer mostrar ao público.

Na tabela 11, a equipe avaliou a capacidade de produção de frascos/dia versus a capacidade

de envase de produto terminado na fábrica farmacêutica. O resultado indicou que a

capacidade da fábrica de plástico era limitada quando era necessário um aumento imediato de

produção ou mudança brusca de mercado e não atendia a toda a necessidade de fabricação da

fábrica farmacêutica. A capacidade diária de 60.000 frascos da fábrica farmacêutica não é

atendida pela limitação da capacidade da fábrica de plásticos.

Desenho do frasco Fabricação

do Molde Compra de resina

Fabricação de frascos

Cavidades Ciclos

Polietileno de alta densidade

Processos: Injection Blow Molding Extrusion Blow Molding Injection Stretch Blow Molding

GSK

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Apresentações Capacidade de produção

da fábrica de Plástico / dia (Unidades)

Capacidade de envase de produto na Fábrica

farmacêutica / dia (Unidades) HINDS 90ml 21.600 60.000 HINDS 230ml 27.498 – 41.238 60.000 HINDS 325ml 13.500 60.000 HINDS 420ml 25.800 – 38.700 60.000 HINDS 525ml 12.900 60.000

Tabela 11 - Cadeia de produção de frascos plásticos de Polietileno

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.2 ANÁLISE DA ESTRUTURA DA INDÚSTRIA SEGUNDO PORTER

A análise da estrutura industrial é a base fundamental do modelo proposto por Porter (1986),

uma vez que, segundo o autor, a estrutura industrial tem uma forte influência na determinação

das regras competitivas, que deverão ser observadas e compreendidas ao se analisar uma

indústria, e as empresas que a compõem.

Um dos pressupostos básicos da proposta de Porter é o de que cada empresa que compete em

uma indústria deve possuir uma estratégia competitiva. Esta estratégia pode ser desenvolvida

explicitamente por meio de um processo de planejamento, assim como implicitamente através

das atividades dos vários departamentos funcionais da empresa.

O desenvolvimento de uma estratégia competitiva determina o modo como a empresa irá

competir, quais deveriam ser suas metas e quais as políticas necessárias para realizá-las. Este

desenvolvimento consiste em relacionar a empresa com o seu meio de atuação, ou seja,

relacionar a empresa com a indústria ou com as indústrias com as quais ela compete, de modo

a compreender a concorrência e, assim, identificar as características estruturais que

possibilitam a formulação de estratégias na busca de vantagens competitivas. Desta forma, a

rentabilidade de uma indústria é função de sua estrutura e é onde são estabelecidas as regras

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da concorrência que, segundo Porter, dependem de cinco forças competitivas básicas: ameaça

à entrada, ameaça de substituição, poder de negociação dos novos entrantes, poder de

negociação dos fornecedores e rivalidade entre as empresas da indústria.

A equipe analisou o funcionamento das forças de Porter aplicado na Indústria de Plástico no

México. O poder de compra da GSK é enorme e há uma grande rivalidade entre os

concorrentes existentes, o que faz com que haja grande concorrência de preços e

competitividade neste segmento industrial. O quadro 8 apresenta a análise da equipe.

Quadro 8 - Modelo de Porter para indústria plástica mexicana

Fonte: Elaborado pelo autor.

Forças Competitivas

Fornecedor Novos Entrantes

Substitutos Comprador

• Muitos fornecedores de frascos.

• Mercado maduro.

• Modernização de equipamentos e fábricas.

• Fornecedores globais com melhores custos de resina e processos de produção modernos.

• Atendimento dos requerimentos de GMP por um número restrito de fornecedores, não todos.

• Aquisição de fornecedores locais

• Entrada de fornecedores globais

• Poucos Fornecedores p/ Ind. Farmacêutica.

• Crescimento médio

• Ausência de diferenciação

• Concorrentes numerosos e bem equilibrados.

• Barreiras de saída médio.

• Vidro

• Novos tipos de resina

• Gasto alto da GSK Mexico no setor farmacêutico, sendo atrativa para a maioria dos fornecedores.

• Muitos compradors para o Mercado de plástico, com destaque para bebidas, alimentos e cosmético.

• Margem de lucro baixa dos fabricantes.

• Sensibilidade a preços, serviço e qualidade

•Baixos custos de mudança de fornecedor para maioria dos tipos de resina, exceto PET.

• Não há grande diferenciação de insumos.

• Custos médio de investimento para novos transformadores de plásticos.

• Facilidade de obter resina no mercado de plástico, que é a principal matéria prima para produzir frascos.

• Não há restrição governamental para novos fornecedores.

•Venda direta ao cliente.

•Economia de escala não é obrigatória para novos entrantes.

•Patente de processos de equipamentos que são abertos ao mercado.

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83

4.3 VANTAGENS DA ALIANÇA ESTRATÉGICA

Com base na teoria estudada sobre aliança estratégica, a GSK buscou, dentro do modelo de

Laseter (1998), o abastecimento equilibrado para garantir correto equilíbrio entre relações

cooperativas e um compromisso com preços competitivos entre cliente e fornecedor. O

modelo de custo total foi definido em comum acordo e colocado dentro do contrato com o

fornecedor. A estratégia de abastecimento é medida sobre índices de performance revisados a

cada ano. Busca-se maior integração da cadeia de abastecimento e maior troca de informação.

A equipe imergiu nos estudos de Dyer com a indústria automobilística e foi copiado o modelo

de estreito relacionamento, onde comprador e fornecedor compartilham informação sobre

novos projetos, requerimentos futuros de pedidos e objetivos de preços de novos produtos. O

fornecedor decidiu investir em moldes novos para melhorar a capacidade de produção e

custos para a GSK devido a uma total confiança numa relação de longo prazo, assistência

mútua e foco no custo total e qualidade, trabalhando junto para minimizar o valor total dos

custos da cadeia de suprimentos. Também, há troca contínua de informação técnica e de

custos para melhoria de performance e montagem de preços.

O mercado de plásticos tem uma quantidade grande de fornecedores, gerando um grande

poder de negociação por parte dos compradores. Há um maior número de fornecedores

disponíveis, gerando maior competição neste mercado. Consequentemente, a GSK definiu

como objetivo o desenvolvimento de uma aliança estratégica verão perceber que o mercado

propiciava este tipo de relacionamento.

A GSK estabeleceu que deveria haver apenas um fornecedor de frascos com um contrato de

longo prazo, mas com compromissos revisados a cada seis meses.

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Baseada na teoria do regime de quase-mercado, a seleção inicial de fornecedores foi feita

através de uma detalhada avaliação do mercado de frascos do México. Foi feita também uma

auditoria em cada fornecedor potencial e selecionado um número limitado de fornecedores

para participar de uma licitação. A seleção de um fornecedor minimizou custos transacionais

e permitiu ao fornecedor maximizar custos de escala.

A aliança estratégica está orientada para a redução do lead time da inovação, onde se busca

desenvolver novos frascos em um menor período de tempo.

O modelo de Merli (1990) proporcionou uma visão da evolução do relacionamento entre

comprador e fornecedor. Tomou-se como objetivo a relação de Co-makership. A GSK está

implementando o programa de certificação de fornecedor e um sistema integrado de garantia

de qualidade.

Os requerimentos do projeto são revisados a cada seis meses com o fornecedor, buscando-se,

com isso, uma melhoria contínua do processo e dos custos.

A capacidade de produção de frascos foi duplicada no fornecedor em comparação com a

capacidade da GSK.

4.3.1 Área de produção exclusiva

Foi acordado com o fornecedor externo, haverá efetivação de investimento num setor do

fornecedor voltado somente à fabricação de frascos da GSK, para evitar possível

contaminação dos frascos e para que a certificação do fornecedor se realizasse em um curto

prazo de tempo. Este setor é mostrado na Figura 6.

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Figura 6 - Área do fornecedor voltada à fabricação de Hinds

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3.2 Pesquisa interna sobre nível de serviço após implementação do projeto

Um ano após a implementação do projeto, uma pesquisa foi feita junto aos clientes internos

para medir o nível de satisfação da aliança estratégica com o novo fornecedor, reavaliar o

processo estabelecido e identificar oportunidades de melhoria. O estudo feito por Gulati

(2005) definiu a base conceitual para a montagem da pesquisa. Nesta pesquisa, medimos os

seguintes critérios:

a) Diferenciação de processos (Buy x Make) – capturar os elementos

comportamentais e estruturais e medir a diferença entre as organizações do

fornecedor e da GSK em termos de velocidade de tomada de decisão,

flexibilidade, sistemas de informação, burocracia.

b) Integração do fornecedor ao negócio da GSK – definir o estado de cooperação e

coordenação com o fornecedor.

c) Interdependência recíproca – definir a natureza de dependência entre GSK e

fornecedor e as contribuições necessárias do fornecedor para atender aos

requerimentos específicos da GSK.

d) Instabilidade transacional – manejo de demanda e desenvolvimento tecnológico

necessário.

e) Performance da parceria estratégica – medir nível de performance do fornecedor.

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Esta pesquisa foi preparada pelo líder do projeto, que optou por uma amostragem focada na

alta administração da GSK. A pesquisa foi respondida por 6 (seis) funcionários da GSK:

Diretor de Fábrica da GSK, Gerente de Logística, Gerente de Compras, Gerente de Produção,

Gerente de Qualidade e Gerente de Marketing. As perguntas e a pontuação estão apresentadas

no APÊNDICE G.

As respostas foram colocadas em uma escala de 1 a 10.

Com esta pesquisa, as seguintes áreas de oportunidades foram identificadas entre o fornecedor

e a GSK visando a melhoria da parceria comercial:

a) Diferenciação:

• Automatizar o processo de envio de ordens de compras

• Acelerar processo de aprovação de novos projetos entre GSK e fornecedor e

vice-versa.

b) Integração

• Falta implementar a certificação dos processos para que a GSK receba frascos

sem precisar aprovar internamente.

• Ajustes de especificação da capacidade dos frascos grandes como 420ml e

525ml precisam ser revistos.

c) Interdependência

• Buscar reduzir em 10% o tempo de fabricação dos frascos.

d) Instabilidade transacional

• O volume de produção tem sido anualmente crescente.

• As variações de pedidos não têm sido freqüentes, pois a precisão de vendas

tem sido boa.

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• Revisão periódica da capacidade de moldes e manutenção preventiva dos

equipamentos.

e) Performance

• Pode ser melhorada com maior integração entre as áreas de logística de cada

empresa.

• Implementação do programa de certificação de fornecedores.

4.3.3 Revisão de performance do fornecedor

Após o primeiro ano de implementação do projeto, a GSK desenvolveu uma ferramenta para

monitorar a performance do fornecedor externo. Esta ferramenta foi utilizada para registrar e

comunicar o desempenho diante dos requerimentos do negócio. O desempenho atual e os

objetivos puderam ser mapeados em um formato padrão, permitindo que áreas de melhoria

fossem identificadas e ações entre fornecedor e GSK fossem acordadas. A utilização de

formatos padrões para a medição de performance proporcionou um meio eficaz para o

compartilhamento de informações com outros fornecedores, além de permitir uma

comparação entre fornecedores similares.

O desempenho do fornecedor foi medido em cima dos requerimentos de abastecimento,

qualidade, serviço, custo e inovação. A GSK e o fornecedor pontuaram, usando uma escala de

de 1 (Fraco) a 10 (Excelente), qual o nível de performance para cada requisito. GSK e

fornecedor se reúnem para chegar a um acordo sobre qual pontuação final será mais adequada

para cada critério. O desempenho do fornecedor foi consolidado sob a forma de um gráfico

ilustrado na quadro 9, onde a GSK pode acompanhar visualmente as áreas de melhorias do

fornecedor. Na avaliação de desempenho, as melhorias estarão concentradas em capacidade,

inventário, TTS (Technical Term Supply) e gerenciamento de projetos.

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10 9 8 7 6 5 4 3 2 1

Capacidade

Perform

ance de entrega

Fábrica

Inventário

Segurança

Cadeia de abastecimento

Contingência de abastecimento

Resposta a novos pedidos

Lead

Equipe

Sistema de

qualidade

Especificações

Medidas de pe

rformance

Controle de

mudanças

Controle de

processos

TTS

Gerenciam

ento de projetos

Invesequipentos

Com

unicação

Redução

de preços

Melho

r custo

Detalhe de custos

Melho

ria contínua

Novas tecnolog

ias

Abastecimento Qualidade Serviço Custo Inovação Quadro 9- Sumário do desempenho do fornecedor em 2005 (1-Muito ruim / 10 – Excelente)

Fonte: Elaborado pelo autor.

A performance do fornecedor é revista anualmente e as ações acordadas a cada mês. No

APÊNDICE H, está indicado o formato utilizado em 2005, com comentários do fornecedor,

pontuações que cada parte considerou para cada requisito e ações previstas.

4.3.4 Crescimento de vendas da GSK

Em 3 anos, a produção de Hinds pela GSK aumentou de 25milhões para 34milhões por ano,

conforme gráfico 5. Este aumento somente foi alcançado com a reestruturação da cadeia de

abastecimento e com o desenvolvimento de novo design de frascos plásticos. O

desenvolvimento foi realizado pela GSK juntamente com a área de desenvolvimento do

fornecedor, que disponibilizou recursos para trabalhar junto com a área de marketing da GSK

na confecção do novo frasco.

Peso

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Volume

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5

Gráfico 5 - Crescimento do volume de produção na GSK em cinco anos

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.3.5 Reengenharia da especificação dos frascos plásticos

Com a reengenharia do desenho dos frascos implementada junto ao fornecedor externo, a

GSK aumentou a exposição do produto Hinds nos supermercados, fazendo crescer as vendas

da GSK. Os frascos antigos (Figura 7) foram fabricados até julho de 2005, sendo, a partir daí,

substituídos pelos frascos com novo design e mais leves, reduzindo o custo do produto final

(Figura 8).

Figura 7 - Frascos plásticos utilizados até meados de 2005

Fonte: GSK.

2004 2005 2006 2007 2008

Milhões de unidades

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Figura 8 - Frasco novo implementado a partir de meados de 2005

Fonte: GSK.

Com a implementação do projeto de reengenharia, a GSK reduziu o número de frascos

fabricados, de 5 para 4 frascos e reduziu o número de tampas, de 3 para 2 tampas. Com isso,

reduziu-se o tempo de set up das máquinas e o custo de todas as apresentações de Hinds. Na

tabela 12, comparando-se os períodos antes e depois da implementação da reengenharia dos

frascos, identifica-se abaixo importante racionalização da embalagem de Hinds:

Antes da implementação da reengenharia Depois da implementação da reengenharia

5 Frascos (90, 250, 325, 420, 525) 3 tampas: 90ml, 28mm e 33mm

4 Frascos (90, 250, 420, 525) 2 Tampas 90ml, 28mm Frascos com peso reduzido

Tabela 12 - Racionalização da apresentação de Hinds depois da implementação do projeto de reengenharia de frascos

Fonte: Elaborado pelo Autor.

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5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES PARA ESTUDOS FUTUROS

A conclusão sobre a experiência de verticalização realizada pela GSK no México teve sucesso

no período inicial há mais de 20 anos atrás, já que reduziu o nível de incerteza e insegurança

em relação ao abastecimento de frascos plásticos para um produto líder de vendas.

Por outro lado, os resultados indicam que a GSK agiu corretamente em redirecionar sua

estratégia e eliminar o processo de produção de frascos plásticos, isto é, transferindo para um

fornecedor este tipo de trabalho. Não há benefício de custo e os processos produtivos

precisam de investimentos para reduzir o custo operacional. Consequentemente, o custo do

produto Hinds foi reduzido. A GSK tem perdido flexibilidade de produção por sua limitação

de capacidade de produção diária na fábrica de plásticos. Também não representa uma

barreira de entrada para os competidores nem uma vantagem tecnológica produzir frascos

internamente. Segue abaixo na tabela 13 um resumo das conclusões obtidas por cada tópico

avaliado sobre a estratégia de integração vertical:

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Benefícios e

Riscos Comentários da GSK

Custos transacionais

Não havia redução dos custos transacionais com a produção de frascos dentro da GSK. Os custos de compra de resina era maior do que o comprado por fornecedores externos de grande porte.

Abastecimento Não havia garantia de que a manutenção da produção de frascos dentro da GSK asseguraria o abastecimento, já que a performance de entrega do fornecedor externo indicado era muito boa, garantindo o abastecimento.

Coordenação melhorada

Havia uma boa coordenação entre as diversas áreas internas da GSK para a produção de frascos, já que os problemas e questionamentos eram mais facilmente resolvidos por todas as áreas localizadas na mesma fábrica.

Capacidade tecnológica

Não havia benefício em manter a fábrica de plásticos por causa de capacidade tecnológica, já que a GSK não tinha a melhor tecnologia de produção. Os fornecedores terceiro tinham melhor tecnologia, gerando melhores custos de fabricação.

Altas barreiras de entrada

Não representava uma barreira de entrada à produção de frascos pela GSK, já que empresas concorrentes dispunham de frascos com preços competitivos supridos de fornecedores externos.

Requerimentos de capital

Não havia condições de investir em novos equipamentos ou moldes para melhorar a capacidade tecnológica da fábrica de plástico, por não representar o negócio principal da GSK. O principal negócio da GSK é produzir medicamentos.

Desbalanceados estágios integrados

As capacidades de fabricação de pláticos eram menores que a de fabricação do produto final, provocando desbalanceamento das etapas de produção. Consequentemente, a produção em um fornecedor externo com maior capacidade pode balancea os estágios de produção de Hinds.

Perda de flexibilidade

A GSK não tinha capacidade suficiente para atender aumento de demanda de mercado. Com a produção de frascos sendo realizada por um fornecedor externo com novos moldes de maiores capacidades, a GSK passou a ter maior flexibilidade de atender variações de volumes de vendas.

Perda de especialização

O foco em produzir medicamentos é diferente do de produzir frascos plásticos, consequentemente havia perda de especialização.

Tabela 13 - Avaliação dos riscos e benefícios da estratégia de integração vertical

Fonte: Elaborado pelo Autor.

O trabalho apresentado recomenda que para uma tomada de decisão de outras empresas sobre

a implementação ou eliminação de uma estratégia de integração vertical deve

obrigatoriamente passar por uma análise dos benefícios e riscos mostrados neste trabalho.

Cada segmento de mercado tem suas características próprias que fazem com que o modelo de

decisão assumido pela GSK seja repetido por qualquer outra empresa.

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Por isso, quando uma estratégia de verticalização não representa melhoria de custos

operacionais, não assegura posse de capacidade tecnológica e não gera barreira de entrada

para novos competidores, deve ser descartada por qualquer empresa.

A GSK acredita que a aliança estratégica implementada com o fornecedor externo gerou uma

vantagem competitiva em relação a seus competidores. A seleção de um fornecedor

preferencial focou a GSK em desenvolver um trabalho de longo prazo, regulamentado por um

contrato de cinco anos, e com monitoramento regular da performance do fornecedor por meio

de índices acordados por ambas as empresas. A opção de ter um regime Arms Lengths não foi

considerada porque não é uma opção para tratar um negócio que envolve contínuo

investimento em inovação de novas embalagens, lançamento de novos produtos e

desenvolvimento de programas de melhoria contínua. A GSK tem buscado reduzir custos

transacionais através da certificação do fornecimento, reduzindo custos de análises e recusas

de materiais.

A recomendação estratégica sugerida na parte final deste trabalho envolve a expansão do

conceito de aliança estratégica para outros fornecedores da GSK, formação de network de

fornecedores para trabalhar melhoria contínua e conceitos de excelência operacional.

O uso da metodologia de estudo de caso neste trabalho foi importante já que se desenvolveu

uma teoria antes de buscar a coleta de dados. Esta teoria foi montada através da análise de

trabalhos de diversos autores. Segundo Yin (2005): “um bom pesquisador de estudo de caso

deve se esforçar para desenvolver uma estrutura teórica, não importando se o estudo tenha que

ser explanatório, descritivo ou exploratório. A utilização da teoria, ao realizar estudos de caso,

não apenas representa uma ajuda imensa na definição do projeto de pesquisa e na coleta de

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dados adequados, como também se torna veículo principal para a generalização dos resultados

do estudo de caso”.

Por último, sugerem-se como trabalhos futuros:

• Explorar mais a fundos outros trabalhos de Dyer, Sako objetivando-se identificar

outras sinergias entre a indústria automobilística e a indústria farmacêutica.

• Avaliar como as empresas têm mudado o conceito de compras táticas para

abastecimento estratégico. Quais mudanças estas empresas estão implementando em

termos de pessoas, processos internos e processos com fornecedores.

• Avaliar implementação de programas de SRM (Supplier relationship management)

• Explorar como as alianças estratégicas com fornecedores garantem atender os

requerimentos de constantes mudanças e inovação dentro do negócio.

• Explorar a criação de alianças estratégicas entre comprador e fornecedor em outros

setores industriais.

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APÊNDICE A

Requerimentos (Cliente Interno)

Importância para o negócio

Período

Objetivo 2005

Objetivo 2007

Objetivo 2009

Requerimentos anuais de volumes: volumes negociados anualmente. Medida: volume total comprador versus o volume pedido em um ano.

Médio Anual 100% 100% 100%

OTIF (5.6.1): Ordens de compra de frascos entregues a tempo e na quantidade pedida. Medida: Número de requisição de pedidos sejam atendidos na data de entrega pedida, c/ variação de -3 e 0 dia, na quantidade pedida c/ margem de +/- 10%.

Alto Trimestral 94% 95% 96%

Lotes Econômicos: Atender aos lotes econômicos definidos pela GSK. Medida: número de ordens de compras com pedido de lote mínimo pedido.

Médio Mensal 94% 95% 96%

Flexibilidade de Pedidos emergenciais: Deve atender a GSK com pedidos emergenciais com no mínimo de 2 dias na quantidade referente ao lote econômico definido. Medida: número de emergências pedidas contra emergências atendidas.

Médio Mensal 94% 95% 96%

Assegura-mento

de Abasteci-

mento

Capacidade de aumento de produção: Habilidade de aumentar a produção em 100% da capacidade da previsão de consumo anual. Medida: número de ordens de compra com 100% de aumento de volume pedido.

Alto Mensal 100% 100% 100%

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Requerimentos (Cliente Interno)

Importância para o negócio

Período

Objetivo 2005

Objetivo 2007

Objetivo 2009

Auditorias externas: número de auditorias acordados entre GSK e fornecedor por ano. Medida: # de auditorias realizadas x objetivo estabelecido.

Médio Anual 100% 100% 100%

GMP e Asseguramento de Qualidade: fornecedor deve ser aprovado nos pontos de Qualidade. Medida: medição contra checklist previsto.

Alto Anual 85% 95% 98%

QAR (5.6.2): taxa de aceitação de Qualidade. Medida: (Número de batches testados – Número de batches retornados ou rejeitados devido a defeito de produtos ou erro de fornecedor) ÷ Total Número de batches testados.

Alto Trimestral 98% 99% 100%

Qualidade

Certificados de Qualidades: Deve entregar certificados de qualidade em todos os embarques. Medida: número de embarques com certificado de qualidade versus número total de embarques.

Alto Mensal 100% 100% 100%

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Requerimentos (Cliente Interno)

Importância para o negócio

Período Objetivo

2005 Objetivo

2007 Objetivo

2009

Reuniões técnicas; reuniões entre GSK staff e fornecedor para trabalho de melhoria contínua. Medida: número anual de reuniões com objetivos (Mínimo de 2 reuniões)

Baixo Trimestral 100% 100% 100%

Problemas críticos de Qualidade: resposta a problemas de Qualidades. Medida: número de reclamações contra número de reclamações respondidas a tempo.

Alto Trimestral 100% 100% 100%

Reposição de Material: para materiais rejeitados, o fornecedor deve repor o material conforme data prevista. Medida: número de reclamações contra número de reposições a tempo.

Alto Trimestral 100% 100% 100%

Suporte técnico: suporte do fornecedor a todos os problemas identificados na linha de produção. Medida: número de reclamações versus número de visitas do fornecedor.

Médio Anual 100% 100% 100%

Serviço

Rejeição de Material: Em caso de rejeição de material, o custo de destruição deve ser pago pelo fornecedor. Medida: número de embarques rejeitados com custo pago pelo fornecedor versus total de embarques.

Médio Trimestral 100% 100% 100%

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Requerimentos (Cliente Interno)

Importância para o negócio

Período Objetivo

2005 Objetivo

2007 Objetivo

2009

Custos de livros abertos: fornecedor deve manter abertos registros de custos quando requisitado pela GSK. Medida: número de requisições de custos versus número de atendimento.

Médio Anual 100% 100% 100%

Custo Programa de redução de custos: custo anual de redução acordado

contra número atingido no final do período. Medida: Percentagem de redução de custos por ano com base em Programas de Reengenharia de especificações

Alto Anual 6% 6% 6%

R&D departamento: O fornecedor deve ter uma área de pesquisa e desenvolvimento para novos projetos. Medida: número de projetos em desenvolvimento versus percentagem de atendimento do fornecedor.

Alto N/A 100% 100% 100%

Inovação Novos produtos: o fornecedor deve ter capacidade de desenvolver novos

e diferentes projetos, introduzindo novas tecnologias e assumindo investimentos. Medida: número de novos produtos desenvolvidos pelo fornecedor versus o número total de produtos lançados.

Medio Anual 100% 100% 100%

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APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO Subject: Request for Information Dear Sirs, As a key part of a regional business practice re-engineering effort, GlaxoSmithkline is examining current and potential supplier relationships for the category of PLASTIC BOTTLES. We estimate our annual spend in this category to be in excess of USD 1,5 millions, in CIVAC Site (Cuernavaca-Mexico). Our goals are to establish and/or reaffirm supplier relationships that provide proactive assistance in: • Managing costs; • Improving productivity; • Maximize customer value; and • Keeping GSK informed as to technology changes in the industry.

The Request for Information (RFI) attached to this letter contains questions that we would like you to answer to help us better understand your company and the market place for PLASTIC BOTTLES. With this information, we will be able to have a continuing dialogue that is factual and productive.

We are seeking relationships with leading suppliers of PLASTIC BOTTLES that would become the primary GSK source(s) and preferred supplier(s) for these items. While it is clearly our desire to limit the number of suppliers, we are fully prepared to use niche product, service, and/or geographic-specific suppliers in order to meet our aggressive cost, quality and service requirements.

Suppliers who attain the status of primary and/or preferred with GSK will enjoy an open constructive and mutually supportive business relationship that continuously examines and reduces both parties costs in a way that is mutually beneficial. In addition, service and quality are expected to be optimized.

All RFI responses are due to be received by GSK Brazil office no latter than 05.01.2004 to the following E-mail address:

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E-mail: [email protected] Please, send a message to me if you have any questions or need clarification. Fernando Dinkelmann. Latin America Packaging GlaxoSmithkline.

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APÊNDICE C PLASTIC BOTTLES

Request for Information SUPPLIER NAME: __________________________________________ Supplier Address: ___________________________________________ ___________________________________________ Key Contact for follow-up on this request:________________________ Phone number: ________________Fax Number: __________________

1. Are currently doing business with GlaxoSmithkline or GlaxoSmithkline affiliates? If yes, indicate in what products and services, which GSK geographical unit, and the total annual USD spent with you in 2001, 2002 and 2003.

2. Please, describe your overall business scope and goals. What is your business strategy?

3. Specifically list your equipment’s in the Production Plant and Services Distribution centers, Service Centers and Sales Offices. Describe your willingness to add capacity if required.

4. For how many years have you been in the business of providing PLASTIC BOTTLES products or services?

5. Describe your Quality Assurance programs, and enclosed relevant documentation.

6. Please, explain your company structure, including ownership, sister companies, subsidiaries, affiliations, and divisions.

7. What is your relative share of the market for PLASTIC BOTTLES (please be explicit about your definition of the market and geographically).

8. What is your participation in Pharmaceutical sector(%)? In other markets like Cosmetic, Food, Chemical, etc, ...

9. Describe your plans for acquisition, expansion, new equipment’s and new affiliations.

10. Describe your strategic focus for the next 3 years.

11. Provide real samples of customer service analysis, member satisfaction measures and cost reduction reports to help us understand what are able to provide.

12. Describe the future changes in PLASTIC BOTTLES market, what is driving the change, what are you doing to adapt, and what you believe are the keys to PLASTIC BOTTLES

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success in the future for a company like GlaxoSmithkline. Describe the technological trends for the future.

13. What were your overall US$ sales in PLASTIC BOTTLES product and service in 2003? What has been your specific sales over the last 3 years (2001 –2003)? Detail breakout would be helpful if you can provide.

14. What is the drivers for the cost of PLASTIC BOTTLES? Raw materials, Labor, Technology,...

15. What is your actual capacity of production in Tons?

16. Describe your manufacturing process since purchasing of your Raw Materials?

17. Define number of employees in your plants.

18. Are there contracts in place with your suppliers?

19. Describe your medium Price Cost information:

Materials (%) – Labor (%) – Energy (%) – Depreciation (%) – Overheads (%) – Service and Marketing (%) – Profit (%) –

20. What is the medium age of your equipment’s?

21. Describe your current customer accounts. Indicate total number of national contracts, regional contracts, average size of contract (annual US$), name and size of the 5 largest contracts.

22. Who is your best customer, and why?

23. Provide references of two large successful contracts you’ve gained and one large contract you have lost.

24. Based on your experience in dealing with large complex accounts, what are the key success factors?

25. What are your current standard response times?

26. What is your market reach? National, Regional, International?

27. How do you consider in technology leadership in your market? Leader or Follower?

28. Describe your current IT infrastructure and any significant plans for change.

29. Who is the most worthy competitor? Why do you think so?

30. What makes you different from your key competitors?

31. Please list all legal cases, which were in existence for the past five years in which your company was the defendant.

32. What geographic limitations do you have?

33. Are you open to create a joint venture with another company?

34. Please, send your balance sheet.

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APÊNDICE D INFORMATION DETAIL Measure Supplier 1 Supplier 2 CURRENT 2001 US$ 0 BUSINESS 2002 US$ 0

WITH GSK 2003 US$ 0

SITES No Xochimilco, Civac (Astringosol)

BUSINESS SCOPE

Continuous process improvement and technology innovation on packing solutions for our customers, in order to reinforce our strategic position as a key player in the plastic industry in Europe and Latin America, as well to increase and settle our presence in the American, Eastern Europe, and Asian Markets.

Working in Pet and Poliethylene bottle business so as in caps closures ones. Participate in the business of specialties with high quality and service demand.

TYPES OF PLASTICS

CAPS, BOTTLES, DEVICES,...

Caps, Bottles Caps, Bottles

YEARS IN PLASTICS

Years Europe:49 years; Mexico: 12 years; Asia: 4 years; Latin America: 35 years; North America.: 3 years

14

QUALITY ASSURE PROGRAM

ISO 9001 Certificate parameters, since 1999; continuously implementing ISO reinforcement programs as “8D’s”, “5S’s”, “Experimental Design”, etc, and to get the Mexican “Industria Limpia” certificate.

Certificate of ISO 9001: 2000 approval. So as the “Grupo Homologado de Validación a Proveedores” re-certificate achieved recently.

COMPANY STRUCTURE

Supplier 1 is a family company owned by Mr. Alwin Lehner. The global operations of the company is divided into three major areas, each one managed by a CEO: Commercial, Financial, and Technical & Development. Supplier 1 also has 73 owned facilities in 28 countries and presence in three continents; 21 of these facilities are In-House operations with customers like: Coca-Cola, P&G, Henkel, Unilever, Clorox, etc. They don’t have any kind of sister companies, subsidiaries, or affiliations different than local Plastic Associations in each Country. In Mexico, our main Divisions are EBM, IBM, SBM, Injection Preforms, and Injection Caps.

PLASTIC BOTTLE MKT SHARE

MEXICO % No information No information

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108

INFORMATION DETAIL Measure Supplier 1 Supplier 2

PHARMACEUTICAL % 0 60

COSMETIC %

FOOD & BEVERAGE

% 45 10

HOME CARE % 20

PERSONAL CARE / BEAUTY / HEALTHY

% 25

SALES DIVISION

OTHER % 10 5

PLAN FOR ACQUISITIONS, EXPANSIONS, INVESTMENTS, NEW AFFILIATIONS,...

Continuously analyzing expansion projects in Mexico for all our Divisions. Regarding equipments acquisition, continuous replacing, relocating, updating, and buying new equipments depending on its capacity needs.

Increasing the plant in 800m2 which will house injection equipment able to innovice 1.5 million pesos/month since july 2004 polyethilene project on.

STRATEGIC FOCUS IN THREE YEARS

· Became largest PET bottle supplier in Mexico. · Reinforce our key player role on the Mexican EBM market. · Increase our participation on the IBM and Injection business. · Introduction of new plastic solutions and plastic technologies to Mexican market.

Increase sales at a rate or 15%/annum minimum in markets such as pharmaceuticals, spirits, foods etc. polyethilene y PET

SALES IN MEXICO

2001 US$ 208 MM 8.3 MM (6.5 MM Bottles / 1.8 MM Caps)

2002 US$ 225 MM 9 MM (7 MM Bottles / 2 MM Caps)

2003 US$ 231 MM 10,5 MM (8,0 MM Bottles / 2.5MM Caps)

ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (ALL)

YEAR Tons 105.000 350 (month/day/Year???)

ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (HDPE)

YEAR Tons 25.000

ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (OTHERS)

YEAR Tons 80.000 (pet)

NUMBER OF EMPLOYEES

Mexico: 830 employees; Worldwide: 6,500 employees

300

RAW MATERIAL % 40 50

LABOR % 11 4

ENERGY % 6 10

DEPRECIATION % 18

OVERHEADS % 6

SERVICE & MKT % 6

PROFIT % 6

PPCA

OTHER % 43

MEDIUM AGE OF EQUIPMENTS

Years 3 4

CUSTOMERS Coca-Cola FEMSA and P&G, Unilever, Colgate-Palmolive &

Clorox In-House Project

Unilever de Mexico, Nestle Mexico, Sabormex, La Costeña, Productos

Roche MARKET REACH

(NATIONAL / REGIONAL / INTERNATIONAL / GLOBAL)

International National

TECHNOLOGY LEADERSHIP

(LEADER / FOLLOWER)

Leader Leader

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INFORMATION DETAIL Measure Supplier 3 Supplier 4 CURRENT 2001 US$ 515.000 0 BUSINESS 2002 US$ 200.000 97.000

WITH GSK 2003 US$ 336.000 148.000

SITES Civac (Scott) Civac (Astringosol), Costa Rica (Child Proof caps)

BUSINESS SCOPE

Sustained annual growth of 7% through the closing of new business with our current client portfolio, and continue the expansion through new clients.

Provide sale plastic solutions, though competitive advantages, diferentiation, technology, productivity and cost.

TYPES OF PLASTICS

CAPS, BOTTLES, DEVICES,...

Caps, bottles Caps, bottles

YEARS IN PLASTICS

Years 30 46 (USA); 26 (Mexico)

QUALITY ASSURE PROGRAM

Integrated system for quality assurance developed for all our departments. No ISO or GMP.

ISO 9000 FDA REGISTRATION Supplier 4 QUALITY SYSTEMS

COMPANY STRUCTURE

Comprised for three sister companies which have the

same ownership: Inmobiliaria Burjal, S.A., which owns the land and facilities; Label de México, S.A. de C.V., and

Moldes y Accesorios Para la Industria Plástica, S.A. de C.V.

SUPPLIER 4 IS PART OF O-I CONGLOMERATES WICH IS THE LARGEST GLASS & PLASTIC CONTAINERS MANUFACTURER IN USA AND ONE OF THE MOST IMPORTANT IN LATINAMERICA AND EUROPE. O-I MÉXICO BELONGS TO THE INTERNATIONAL PLASTIC DIVISION. Supplier 4 HAS 4 STRATEGIC BUSINESS UNITS: HEALTH CARE PERSONAL CARE FOOD & BEVERAGES HOUSEHOLD AUTOMOTIVE, CHEMICAL & INDUSTRIAL

PLASTIC BOTTLE MKT SHARE

MEXICO % 38

PHARMACEUTICAL % 50 COSMETIC % 50 FOOD & BEVERAGE % 31 HOME CARE % PERSONAL CARE / BEAUTY / HEALTHY

% 62

SALES DIVISION

OTHER % 22

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INFORMATION DETAIL Measure Supplier 3 Supplier 4 PLAN FOR ACQUISITIONS, EXPANSIONS, INVESTMENTS, NEW AFFILIATIONS,...

The acquisition of an Extrusion Blow Molding machine for HDPE, PP, and PVC, and another for PTE are under review.

STRATEGIC FOCUS IN THREE YEARS

Aggressively to increment productivity through the optimization of the production facilities as well as through the acquisition of new equipments.

TO GROWTH IN INTERNATIONAL ACCOUNTS - LONG TERM AGREEMENTS - INCREASE OUR MARKET SHARE IN PERSONAL CARE AND HEALTH CARE BUSINESS. - KEEP IMPROVING OUR QUALITY & LOGISTIC SYSTEMS

SALES IN MEXICO

2001 US$ 5.3MM

2002 US$ 5.1MM

2003 US$ 4.3MM

ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (ALL)

YEAR Tons 2.160 30.000

ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (HDPE)

YEAR Tons

ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (OTHERS)

YEAR Tons

NUMBER OF EMPLOYEES

280 1.000

RAW MATERIAL % 50 40%

LABOR % 15 6%

ENERGY % 8 11%

DEPRECIATION % 2

OVERHEADS % 10

SERVICE & MKT % 3

PROFIT % 12

PPCA

OTHER % 43

MEDIUM AGE OF EQUIPMENTS

Years 15 1 to 10

CUSTOMERS Schering Plough, S.A. de C.V., Aventis Pharma, S.A. de C.V., Productora de Cosméticos, S.A. de C.V. (Wella), GlaxoSmithKline, Avon Cosmetics, S.A. de C.V., House of Fuller, S. de R. L.

1) COCA-COLA BOTTLERS 2) PROCTER & GAMBLE 3) COLGATE PALMOLIVE 4) ABBOTT LABORATORIES 5) L´OREAL

MARKET REACH (NATIONAL / REGIONAL / INTERNATIONAL / GLOBAL)

National International

TECHNOLOGY LEADERSHIP

(LEADER / FOLLOWER) Follower Leader

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INFORMATION DETAIL Measure Supplier 5 Supplier 6 CURRENT 2001 US$ 0 0 BUSINESS 2002 US$ 0 0

WITH GSK 2003 US$ 0 0

SITES No No

BUSINESS SCOPE

Client oriented company producing with high quality and service level and selling at a market price.

injection, injection blow, extrusion blow and decorating, silk screen, heat transfer, tampo printing, hot stamping.

TYPES OF PLASTICS

CAPS, BOTTLES, DEVICES,...

Caps, bottles, tubes.

YEARS IN PLASTICS

Years 24 33

QUALITY ASSURE PROGRAM

Soplamex quality Based on ISO-9000-2000, but not certified yet.

COMPANY STRUCTURE

Mexican organization with two sister companies ( La Cazadora and Tapiplastic ) that are handled by two owners : Mr. Fernando Cesar and Mr. Raul Sanché. Mr. Cesar is the General Director Of Empak and Soplamex companies dedicates to produce plastic bottles and Mr. Sanché is the General Director of Tapiplastic that produce inyection products and La Cazadora that produce plastics tubs for the cosmetic business.

PLASTIC BOTTLE MKT SHARE

MEXICO % 2 8

PHARMACEUTICAL % 5 COSMETIC % 80 FOOD & BEVERAGE

% 7

HOME CARE % PERSONAL CARE / BEAUTY / HEALTHY

%

SALES DIVISION

OTHER % 8

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INFORMATION DETAIL Measure Supplier 5 Supplier 6 PLAN FOR ACQUISITIONS, EXPANSIONS, INVESTMENTS, NEW AFFILIATIONS,...

Grow at the end of 2004 at least a 10% production capacity.

Enter into the PET market, with a new injection blow machine, then replace oldest equipment for injection as well for extrusion blow.

STRATEGIC FOCUS IN THREE YEARS

To grow with new clients that need a flexible supplier with high quality and service level.

To be certified on ISO-9000-2000, then improve our productivity by acquiring the newest technology

SALES IN MEXICO

2001 US$ 6,526 1.650

2002 US$ 6,085 1.350

2003 US$ 3,651 1.500

ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (ALL)

YEAR Tons 3.480 2.500

ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (HDPE)

YEAR Tons

ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (OTHERS)

YEAR Tons

NUMBER OF EMPLOYEES

143 190

RAW MATERIAL % 34% 37%

LABOR % 20% 19%

ENERGY % 25% 18%

DEPRECIATION % 4%

OVERHEADS % 12% 7%

SERVICE & MKT % 5%

PROFIT % 9% 10%

PPCA

OTHER %

MEDIUM AGE OF EQUIPMENTS

Years 15 6

CUSTOMERS Colgate Jafra (702,000), Mission Hills (628,000), House of Fuller (535,000), Colomer de México (274,000), Unilever de México (175,000).

MARKET REACH (NATIONAL / REGIONAL / INTERNATIONAL / GLOBAL)

National National

TECHNOLOGY LEADERSHIP

(LEADER / FOLLOWER) Follower Follower

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INFORMATION DETAIL Measure Supplier 7 CURRENT 2001 US$ 920.000 BUSINESS 2002 US$ 493.000

WITH GSK 2003 US$ 425.000

SITES Xochimilco

BUSINESS SCOPE

12 year experience in blow molding process. Provide plastic products (pipettes, caps and bottles) to the pharmaceutical, agro-chemical and cosmetic industry, at high volumes to achieve low prices.

TYPES OF PLASTICS

CAPS, BOTTLES, DEVICES,...

YEARS IN PLASTICS

Years 34

QUALITY ASSURE PROGRAM

· Quality assurance system according to ISO 9000:2000. Certification in process (December 2004)

COMPANY STRUCTURE

· Supplier 7 is one of three Divisions of Mold-Tec Group. (Nova Pack, MT Tooling, Tip Top Hangers) . All divisions with a single family ownership.

PLASTIC BOTTLE MKT SHARE

MEXICO % No

PHARMACEUTICAL % 60% COSMETIC % 15% FOOD & BEVERAGE

%

HOME CARE % PERSONAL CARE / BEAUTY / HEALTHY

%

SALES DIVISION

OTHER % 25%

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114

INFORMATION DETAIL Measure Supplier 7 PLAN FOR ACQUISITIONS, EXPANSIONS, INVESTMENTS, NEW AFFILIATIONS,...

· Have approximately 50% of our capacity available in our new plant “Bugambilias”. · Two additional blow extrusion equipments will be received next week

STRATEGIC FOCUS IN THREE YEARS

· Concentration on large scale volumes in Mexico and Central America · 60% sales increment in the next 3 years (2004, 2005, 2006)

SALES IN MEXICO

2001 US$ 1.907.000

2002 US$ 2.152.000

2003 US$ 2.410.000

ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (ALL)

YEAR Tons 2.400

ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (HDPE)

YEAR Tons

ACTUAL CAPACITY PRODUCTION (OTHERS)

YEAR Tons

NUMBER OF EMPLOYEES

351

RAW MATERIAL % 50%

LABOR % 8%

ENERGY % 4%

DEPRECIATION % 5%

OVERHEADS % 15%

SERVICE & MKT % 11%

PROFIT % 7%

PPCA

OTHER %

MEDIUM AGE OF EQUIPMENTS

Years 5

CUSTOMERS Bristol Myers, Roche Syntex, Glaxo Smith Klein, Pfizer, Janssen, Bayer, Dow Agroscience

MARKET REACH (NATIONAL / REGIONAL / INTERNATIONAL / GLOBAL)

National

TECHNOLOGY LEADERSHIP

(LEADER / FOLLOWER) Leader

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AAPPÊÊNNDDIICCEE EE

Blow Molding Mx Cx Weighting

Criterias Rate Score Rate Score Rate Score Rate Score Rate Score Rate Score Rate ScoreSupplier able to accomplish KPI´s 5.6.1 & 5.6.3.

Go/No go

Go Go Go Go Go Go Go

The supplier facility and process must comply with Safety, Regulatory, Quality assure & Environmental GSK Norms.

Go/No go

Go Go Go Go No Go no curr

prod

Go Go

Supplier producing plastic bottles. Go/No go

Go Go Go Go Go Go

Supplier must be leader in technology. (Age of equipments)

10 5 5 10 10 10 10 10 10 5 5 0 0 8 8

Supplier must be near to GSK Civac.

2 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 1 1 1 1

Supplier has the capacity to supply all GSK Mexico sites & Ability to ramp up capacity to 100% of monthly volumes.

10 10 10 10 10 5 5 10 10 10 10 5 5 10 10

Supplier with international approach 5 0 0 5 5 5 5 0 0 0 0 0 0 5 5

Supplier to produce Hinds caps 2 2 2 2 2 2 2 2 2 0 0 2 2 2 2

Supplier contracts GSK employees 6 0 0 0 0 0 0 6 6 6 6 6 6 6 6

Supplier buy GSK Equipment’s. 10 0 0 0 0 0 0 5 5 10 10 8 8 10 10

Net potential saving (Lot winner - 30 / Second in Lot - 20 / Third in Lot - 10);

35 0 0 10 10 0 0 20 20 30 30 20 20 30 30

18 38 23 54 63 42 72

Complexity of implementation (Only to finalist suppliers)

10 0 0 0 0 0 0 10 10

Time of implementation (Only to finalist suppliers)

10 0 0 0 0 0 0 10 10

Total 100 18 38 23 54 63 42 92

Supplier 4Supplier 3Supplier 2Supplier 1 Supplier 6 Supplier 7Supplier 5

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AAPPÊÊNNDDIICCEE FF

Estrutura de custos (U$/mil)

Drivers Hinds 90ml 230ml 325ml 420ml 525ml

Resin 15.31 24.31 34.22 43.23 50.43

Master batch 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

Depreciation 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

Molds amortization 1.20 1.26 1.35 2.01 2.01

Labour 3.53 3.71 3.77 5.92 5.92

Energy 6.82 10.06 12.25 13.80 16.11

Packaging 0.95 1.09 1.27 1.90 1.90

Indirects 10.90 17.14 17.30 11.48 15.55

Profit 0.00 0.00 0.00 0.00 0.00

Transportation 1.41 1.61 1.88 2.82 2.82

Total unit cost (U$/mil) 40.12 59.18 72.03 81.15 94.74

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117

AAPPÊÊNNDDIICCEE GG

Critérios: Perguntas: Resposta GSK Comentários:Diferenciação 1 Tomada de decisão (1=rápido, 10=lento) 1 O fornecedor toma decisões de mudança de tipo de frascos a serem

produzidos rapidamente. Eles tem máquinas dedicadas para a produção da GSK.

2 Cultura (1=rigido, 10=flexível) 8 Estão completamente abertos a desenvolver novos projetos para reduzir custos, tempo de entrega e inventário. Na produção integrada da GSK também havia um sistema muito flexível de atender as ordens de produção, porém limitado à capacidade de produção das máquinas de frascos.

3 Sistemas de informação (1=claro,

10=complicado)

2 Troca de informação entre GSK e fornecedor é feita através de E-mail

e Ordens de Compras firmes. Estão abertos a integrar os sistemas de

MRP's das duas empresas para facilitar visualização de informação

de estoques e pedidos, reduzindo quantidade de inventário.4 Estilo (1=informal, 10=formal) 3 O fornecedor tem um estilo informal onde se tem um contato mais

próximo junto às áreas afins.5 Procedimentos (1=burocrático, 10=limpo ou

"lean ")

8 O fornecedor busca não burocratizar o processo. Somente no desenvolvimento de novos produtos, há um processo de aprovação a ser seguido para garantir que todas as mudanças de desenhos sejam aprovadas pela GSK.

Integração 1 O fornecedor adaptou a organização e métodos de gerenciamento para trabalhar efetivamente para GSK (1=discordo plenamente, 10=concordo plenamente)

6 O fornecedor tem alguns clientes e trata a GSK como um cliente

principal. Falta implementar a certificação dos processos para que a

GSK receba frascos sem precisar aprovar internamente.2 Durante o ano passado, quanto frequentemente

houve desacordos entre GSK e o fornecedor?

(1=muito raramente, 10= muito frequentemente)

4 Mais desarcordos relacionados a atrasos de entregas e variação da capacidade do frasco. Este é um tema em discussão pois o fornecedor indica que não atinge as variações de capacidade da especificação da GSK. Este caso está sendo tratado em comum acordo para definir um requerimento único.

3 Quão fácil é a negociação entre GSK e

fornecedor para troca de informação de custos

quando a GSK necessita de desenvolver algum

projeto novo? (1=muito fácil, 10=muito difícil)

2 Existe um modelo de custos estabelecido entre GSK e fornecedor.

4 Quão fácil é a negociação entre GSK e fornecedor para troca de informação de custos quando os custos de matérias-primas aumentam? (1=muito fácil, 10=muito difícil)

2 Existe um modelo de custos dentro do contrato.

5 Os problemas que aparecem no curso da relação

são tratados em conjunto mais do que como

responsabilidades individuais. (1=discordo

plenamente, 10=concordo plenamente)

8 Sim, todos concordam que as áreas da GSK e fornecedor trabalham

em conjunto.Interdependência

recíproca

Por favor, indicar sua opinião sobre a natureza do componente (Escala: 1=discordo totalmente, 10=concordo totalmente)

1 O novo desenho de um frasco requer contribuição de ambas as partes.

10

2 Sua produção requer contribuição contínua de ambas as partes.

10

3 Toma significativo tempo e esforço entender os requerimentos da outra parte para o crescimento do negócio.

6 Os principais requerimentos da GSK estão dentro do contrato. Entretanto há oportunidades de melhora com redução do tempo de produção de frascos.

4 Uma significativa quantidade de esforço da área

técnica para desenvolvimento de novo frasco.

8 Já foi desenvolvido novos frascos, alguns com desenhos difíceis onde o fornecedor procurou otimizar o desenho e melhorar ciclo de produção.

5 O fornecedor necessita produzir frascos para

GSK com especializada experiência e know-how.

8 A GSK entende que o fornecedor tem completo domínio da produção

de frascos, se comparado com a produção integrada da GSK.Instabilidade

transacional

Por favor, indicar sua opinião sobre a natureza do componente (Escala: 1=discordo totalmente, 10=concordo totalmente)

1 Melhorias tecnológicas significativas são esperadas na produção de componentes.

9 O fornecedor tem produzido frascos com menor custo que a GSK.

2 Há uma significativa imprevisão no processo de produção

3 O fornecedor tem uma performance dentro do acordado e contrato.

3 Significativas flutuações são esperadas nos requerimentos de volumes mensais

4 As variações de pedidos não tem sido frequentes pois a acuracidade de vendas tem sido boa.

4 Há uma significativa incerteza sobre os volumes anuais estimados

3 Os volumes de produção tem sido anualmente crescente.

Performance da parceria estratégica

Sua opinião sobre atratividade do fornecedor comparado com a produção integrada ou fornecedores alternativos.

1 Preço competitivo (1=menos atrativo, 10=mais atrativo)

9 O fornecedor tem um excelente custo de resina e de fabricação.

2 Apoio e serviços 7 Pode ser melhorado com maior integração entre as áreas. Com a integração vertical o contato era direto entre todas as áreas de produção.

3 Flexibilidade na produção 7 Devido a maior capacidade de produzir mais frascos, o fornecedor consegue reduzir o tempo de entrega de frascos em comparação com a produção integrada.

4 Qualidade do produto 7 Ainda se pode melhorar com ajuste de capacidade dos frascos grandes e implementação do programa de certificação de fornecedores.

5 Inovações do produto 9 Tem atendido com novos produtos de sucesso lançados no mercado.

6 Performance em geral 8 Muito boa, dentro das expectativas do projeto.

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AAPPÊÊNNDDIICCEE HH

Abastecimento GSK/Supplier GSK comments Supplier comments Action Plan:Area Jan – Nov 2005 Comments/Recommendation Comments/Recommendation

0 = Poor

10 = Excellent

Capacity - Comply with Annual Volume Requirements negotiated

with GSK.8 Molds from GSK with limited capacity.

Supplier had not achieve optimal production conditions in the area.

Esta situación fue temporal debido a la corrección de moldes con problemas de capacidad, la capacidad actual cubre las necesidades del cliente a partir de mediados de Octubre

Capacidad regularizada para cubrir las neceisdades del cliente en Octobre. Reengineering molds, Intra & Mama - when achieve 70%, need to increase capacity.

Capacity - Ability to ramp up capacity to 100% of monthly volume requirement. Emergencies lead time to be negotiated with supplier and GSK

1 Molds from GSK with limited capacity. Supplier had not achieve optimal production conditions in the area.

Capacity - Meet GSK's economic lots. 6 Supplier have been delivering goods below the economical lots agreed.

Si estamos cumpliendo porque evaluación es menor a 10

Capacity - Meet GSK's package quantities per shipping case. 5

Supplier is not achieving GSK shipping case specifications.

La caja actual de entrega optimiza flete y las propuestas NO han sido aceptadas por GSK al efectar incremento en costos

GSK tiene pendiente de aprovechar el tipo de caja actual para NO afectar su capacidad de almacenaje

Delivery performance - KPI 5.6 in 95% 6

Average KPI June - 69%. Supplier have been delivering goods below the minimum percentage of 90%.

En Sep., Oct., Nov. hemos obtenido el 100 % sin embargo Compras NO ha corregido evaluación

Compras deberá corregir evalución solicitada por Supplier debido a que las entregas se entorpecierón por negociación de precios y cambio de Razón Social

Delivery performance - in case of supply risk, supplier must notify to GSK any quality issue that will afect supplyment (Ex. lack of material, strikes, equipments, ...)

8

Some non expected issues informed by Supplier. Inventory information

Delivery performance - freight transportation with security container and optimized quantities.

10

No issue.Work with GSK to implement transport loops

Plant facility - Sufficient equipment at multiple sites to support a portfolio of projects at all scales. Able to support a wide range of physical handling demands.

10 Supplier has been able to extend additional projects.

Inventory - Some pre-cursor stocks, supplier owned, held to ensure fast start in response to unscheduled demand, or when manufacturing issues cause material shortfall.

4

Supplier could not built the safety stock to GSK.

Supplier ha manejado inventarios con 15 días de la demanda del siguiente mes, esto NO ocurrió en Ago., y Sep. Por corrección de moldes por capacidad y verticalidad

Supplier continua planeando y produciendo producto para tener 15 días de inventario

Safety - EHS policy. H & S of employees and “neighbours” top priority. Integral part of company culture with regular awareness sessions used. Performance in the area monitored closely with improvement plans identified. State of art working environment.

9

Supply Chain Management - Comprehensive Supply Chain Management processes in place, including active supplier management, through all aspects of manufacturing, to delivery to GSK. Performance is regularly measured, and improvements made. Focussed, proactive approach with supplier approval process in place, compliance audits carried out for all key materials. Secure supply established on key input materials with contingency plans in place.

7

Supply Contingency - Contingency plan agreed with supplier in case of shortage of materials, machine break-down, strikes,etc

7

Supplier is working to develop alternative sources for resin specifications.

Develop alternative sources for resin in South America or Asia.

Supplier Contingency - Process validation/qualification complete at supplier's sites. Contingency plans in place to cover against complete site disablement.

5 No validation when starting the process operation. There is no other facility approved to supply GSK.

Response to New Enquiry’s - Able to meet or better GSK generic targets for the evaluation of new projects and lead-times for the manufacture of initial supplies.

4

Delays on implementation of new projects and delay on start-up of new projects.

Followup between leader GSK / Supplier Team

Lead Time - 'Visible' lead-times and effective two-way communication allows management of available capacity.

8

Supplier sometime has given wrong/unrealistic lead-times.

Open discussions between GSK and Supplier to define timings and risks, also well define commitment of the two parties

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QualidadeGSK/Supplier GSK comments Supplier comments Action Plan:

Jan – Nov 2005 Comments/Recommendation Comments/Recommendation

0 = Poor

10 = Excellent

Quality system - Quality System/Regulatory/GMP 5 New facility built to be dedicated to GSK production. Problems of contamination identified with Intrahidratant Hinds bottles. Not robust Quality System. Closed the Intrahidratant's facility.

Specification - Quality in meeting GSK's specifications 5 Quality Issues with Intrahidratante & Mama Bottles.

Specification - Delivering Quality Certificates with all shipments.10

Performance Measure - Supplier must comply with the KPI 5.6.2 at least in 99%.

3 22 quality issues identified from Jan to Jun/2005.

19 quality issues identified from jan to jun 2005 Revision of all molds.

Performance Measure - Supplier led, proactive, approach to performance measurement which are aligned with GSK’s measures.

8 Regular meetings with GSK to improve performance.

Change Control - Procedure in place and understood. 10 Documentation of all change control procedures is informed to GSK.

Process Control - History of excellent process control supported through high level of plant automation. Routine statistical analysis of manufacturing data facilitates tighter limits where appropriate and drives specification re-evaluation.

10

Process Control - Commitment to certification program.10 Developing a certification program. All

investment done to be certified.Process Control - Quality of "Corrective action" reports. 10

TTS - Technical Terms of Supply agreed with GSK 1

ServiçoGSK/Supplier GSK comments Supplier comments Action Plan:

Jan – Nov 2005 Comments/Recommendation Comments/Recommendation

0 = Poor

10 = Excellent

Project Management - Effective system demonstrated over a number of projects. Strong team identity maintained throughout project lifetime. Resource not rate limiting to project progression.

5 Not efective, but demonstrating cooperation. Supplier will be named a project manager for reeng to support tracking to support NPD and team leader (Carlos Rubiano)

Investments - Partnership approach to investment. Supplier takes the view that investment will have benefit for future projects and charge accordingly.

10 All investments done to have the project implemented with GSK.

Communication - Direct communication at all levels of the companies and cross functionally including for example counterparts in Finance, Production, Engineering, SHE, Chemistry and Analytical, in addition to the commercial functions.

10 open communication.

Supplier will be named a project manager for reeng to support tracking to support NPD and team leader (Carlos Rubiano)

Communication - Project updates/campaign reviews provided as routine with all key information confirmed in writing.

7 Need to improve the communication of deliveries.

Supplier will be named a project manager for reeng to support tracking to support NPD and team leader (Carlos Rubiano)

Communication - Regular site visits by different functions to help share understanding of issues.

9 Every time Supplier is open to attend visit meetings and audits.

Communication - Dedicated account manager responsible for GSK needs.

10 Good service provided by Emmanuel.

Area

Area

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120

CustoGSK/Supplier GSK comments Supplier comments Action Plan:

Jan – Nov 2005 Comments/Recommendation Comments/Recommendation

0 = Poor

10 = Excellent

Best Cost - Best Price for GSK. Supportive of 7+7+7 as minimum. Optimum asset distribution provides Economies of Scale at minimum fixed costs- appropriate capacity to support industry. Marginal costing approach when GSK business fills “dead capacity”. Access to facilities with a lower cost base, i.e. non-GMP equipment or emerging economies. Business wide cost reduction initiatives that support price reductions. Competitive advantage. Cost share on development projects.

7

Reengineering project.

Review the costs of Reenginering project based on GSK targets - Jan/06.

Cost Breakdown Availability - The company should make a full cost breakdown available to GSK, including detailed breakdown of material costs, cycle times and processing costs, labour costs, overheads and profits and logistics/packaging costs.

10

Open cost book implemented.Price Reduction Performance - The company should have been able to offer GSK (& other customers) price reductions over the previous year whilst still achieving acceptable margins through efficiency/productivity improvements.

7

Negative impact in saving with the 1st phase of the project by Supplier. So, we could not have price reduction performance.

InovaçãoGSK/Supplier GSK comments Supplier comments Action Plan:

Jan – Nov 2005 Comments/Recommendation Comments/Recommendation

0 = Poor

10 = Excellent

Continuous Improvement/Cost reduction - Comprehensive CI/CR programme covering all aspects of the business (not just production). Ownership of CI/CR plans and performance with all employees (shopfloor to CEO). Clearly demonstrates competitive edge in ability to extract maximum process efficiency through CI/CR programme. 'Earns' current and future business.

6 After implementation of reengineering project, GSK/Supplier will have more possibility to identify continuous improvement initiatives.

New Technology - Supplier has an established track in progressing new technology to the marketplace and is recognised as excelling in this area.

6 No information provided by Supplier.

Flexi tubes

Area

Area

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