os lusíadas - canto vii

35
Canto 7 Canto 7

Upload: maria-ines-de-souza-vitorino-justino

Post on 05-Dec-2014

11.729 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Os Lusíadas -  Canto VII

Canto 7Canto 7

Page 2: Os Lusíadas -  Canto VII

Renata Cristina Renata Cristina

Amanda Paola Amanda Paola

Francine Gonçalves Francine Gonçalves

E. E. Profa. Irene Dias Ribeiro

1ª A - 2010

Page 3: Os Lusíadas -  Canto VII

Chegada da frota à Índia:Chegada da frota à Índia:

• O canto VII começa com a chegada dos O canto VII começa com a chegada dos portugueses à Calicut, na Índia: “Já se portugueses à Calicut, na Índia: “Já se viam chegados junto à terra, que viam chegados junto à terra, que desejada já de tantos fora”. Das estrofes desejada já de tantos fora”. Das estrofes (1 a 14), o poeta descreve a distinção (1 a 14), o poeta descreve a distinção entre os portugueses em relação à nação entre os portugueses em relação à nação européia, por considerar esta indiferente européia, por considerar esta indiferente na luta contra os infiéis. Segundo na luta contra os infiéis. Segundo Camões, os reis e os nobres das outras Camões, os reis e os nobres das outras nações européias em guerras estranhas, nações européias em guerras estranhas, sem honras e injustas, como mostra a sem honras e injustas, como mostra a estrofe 2estrofe 2

Page 4: Os Lusíadas -  Canto VII

• Estrofe 2Estrofe 2

““A vós, ó geração de Luso, digo, A vós, ó geração de Luso, digo,

Que tão pequena parte sois no mundo, Que tão pequena parte sois no mundo,

Não digo inda no mundo, mas no amigo Não digo inda no mundo, mas no amigo

Curral de Quem governa o Céu rotundo; Curral de Quem governa o Céu rotundo;

Vós, a quem não somente algum perigo Vós, a quem não somente algum perigo

Estorva conquistar o povo imundo, Estorva conquistar o povo imundo,

Mas nem cobiça ou pouca obediência Mas nem cobiça ou pouca obediência

Da Madre que nos Céus está em Da Madre que nos Céus está em essênciaessência””

Page 5: Os Lusíadas -  Canto VII

• Camões continua sua crítica e inclui Camões continua sua crítica e inclui os alemães, franceses e ingleses que os alemães, franceses e ingleses que renegam a verdadeira fé e renegam a verdadeira fé e enfraquece o poder cristão. (Estrofes enfraquece o poder cristão. (Estrofes 4 e 7)4 e 7)

Page 6: Os Lusíadas -  Canto VII

• ESTROFE 4ESTROFE 4

Vede'los Alemães, soberbo Vede'los Alemães, soberbo gado, gado,

Que por tão largos campos Que por tão largos campos se apascenta; se apascenta;

Do sucessor de Pedro Do sucessor de Pedro rebelado, rebelado,

Novo pastor e nova seita Novo pastor e nova seita inventa; inventa;

Vede'lo em feias guerra Vede'lo em feias guerra ocupado, ocupado,

Que inda co cego error se Que inda co cego error se não contenta, não contenta,

Não contra o superbíssimo Não contra o superbíssimo Otomano, Otomano,

Mas por sair do jugo Mas por sair do jugo soberano. soberano.

• ESTROFE 7ESTROFE 7

Achas que tens direito em Achas que tens direito em senhorios senhorios

De Cristãos, sendo o teu tão De Cristãos, sendo o teu tão largo e tanto, largo e tanto,

E não contra o Cinífio e Nilo E não contra o Cinífio e Nilo rios, rios,

Inimigos do antigo nome Inimigos do antigo nome santo? santo?

Ali se hão-de provar da Ali se hão-de provar da espada os fios espada os fios

Em quem quer reprovar da Em quem quer reprovar da Igreja o canto. Igreja o canto.

De Carlos, de Luís, o nome e De Carlos, de Luís, o nome e a terra a terra

Herdaste, e as causas não da Herdaste, e as causas não da justa guerra? justa guerra?

Page 7: Os Lusíadas -  Canto VII

•Critica também os italianos pela sua corrupção para o próprio ganho pessoal. Estrofe 8

Page 8: Os Lusíadas -  Canto VII

• Estrofe 8Estrofe 8

Pois que direi daqueles que em delícias, Pois que direi daqueles que em delícias, Que o vil ócio no mundo traz consigo, Que o vil ócio no mundo traz consigo, Gastam as vidas, logram as divícias, Gastam as vidas, logram as divícias, Esquecidos do seu valor antigo? Esquecidos do seu valor antigo? Nascem da tirania inimicícias, Nascem da tirania inimicícias, Que o povo forte tem, de si inimigo. Que o povo forte tem, de si inimigo. Contigo, Itália, falo, já sumersa Contigo, Itália, falo, já sumersa Em vícios mil, e de ti mesma adversa. Em vícios mil, e de ti mesma adversa.

Page 9: Os Lusíadas -  Canto VII

• Camões exalta a nação portuguesa, Camões exalta a nação portuguesa, que com intenções nobres, lutam que com intenções nobres, lutam contras os mouros e turcos e contras os mouros e turcos e procura conquistar o povo imundo, procura conquistar o povo imundo, dilatando a religião cristãdilatando a religião cristã

Page 10: Os Lusíadas -  Canto VII

• Na estrofe 9, o poeta faz referência a uma lenda, Na estrofe 9, o poeta faz referência a uma lenda, em que Cadmo semeou dentes de dragão e deles em que Cadmo semeou dentes de dragão e deles nasceram soldados que se mataram uns aos nasceram soldados que se mataram uns aos outros. Nesse trecho, Cadmo mandou alguns outros. Nesse trecho, Cadmo mandou alguns companheiros à Fonte de Ares, guardada por um companheiros à Fonte de Ares, guardada por um dragão, que os devorou. Cadmo matou o dragão. dragão, que os devorou. Cadmo matou o dragão. Atena apareceu-lhe e o aconselhou a semear dos Atena apareceu-lhe e o aconselhou a semear dos dentes do animal, o que ele fez e, imediatamente dentes do animal, o que ele fez e, imediatamente da terra brotaram homens armados. Estes homens da terra brotaram homens armados. Estes homens eram ameaçadores e Cadmo imaginou lançar eram ameaçadores e Cadmo imaginou lançar pedras para o meio deles. Não vendo quem os pedras para o meio deles. Não vendo quem os feria, acusaram-se reciprocamente e feria, acusaram-se reciprocamente e massacraram-se. Ficaram cinco, que ajudaram massacraram-se. Ficaram cinco, que ajudaram Cadmo a fundar Tebas. Camões faz referência Cadmo a fundar Tebas. Camões faz referência também à Divina sepultura possuída de cães, também à Divina sepultura possuída de cães, expressão figurada dado que os dentes nasceram expressão figurada dado que os dentes nasceram da terra. Aqui, Jerusalém ficou possuída pelo da terra. Aqui, Jerusalém ficou possuída pelo império Otomano (de religião islâmica), em 1517, império Otomano (de religião islâmica), em 1517, que passou também a tomar posse da Divina que passou também a tomar posse da Divina sepultura (Túmulo de Cristo).sepultura (Túmulo de Cristo).

Page 11: Os Lusíadas -  Canto VII

• Estrofe 9Estrofe 9

Ó míseros Cristãos, pola ventura Ó míseros Cristãos, pola ventura Sois os dentes, de Cadmo desparzidos, Sois os dentes, de Cadmo desparzidos, Que uns aos outros se dão à morte Que uns aos outros se dão à morte

dura, dura, Sendo todos de um ventre produzidos? Sendo todos de um ventre produzidos? Não vedes a divina SepulturaNão vedes a divina SepulturaPossuída de Cães, que, sempre unidos, Possuída de Cães, que, sempre unidos, Vos vêm tomar a vossa antiga terra, Vos vêm tomar a vossa antiga terra, Fazendo-se famosos pela guerra? Fazendo-se famosos pela guerra?

Page 12: Os Lusíadas -  Canto VII

• Na estrofe 12, Camões faz nova Na estrofe 12, Camões faz nova crítica contra a Europa. Segundo ele, crítica contra a Europa. Segundo ele, a civilização era maculada pela a civilização era maculada pela presença dos turcos, que se difundia presença dos turcos, que se difundia cada vez mais. Na estrofe 13, cada vez mais. Na estrofe 13, continua a dirigir-se aos divididos continua a dirigir-se aos divididos povos europeus e refere-se aos feitos povos europeus e refere-se aos feitos desumanos do povo ignorante, que desumanos do povo ignorante, que obriga gregos, trácios, arménios e obriga gregos, trácios, arménios e georgianos a educarem seus filhos georgianos a educarem seus filhos nos preceitos do alcorão. nos preceitos do alcorão.

Page 13: Os Lusíadas -  Canto VII

• Estrofe 12Estrofe 12

Aquelas invenções, feras e Aquelas invenções, feras e novas, novas,

De instrumentos mortais da De instrumentos mortais da artelharia artelharia

Já devem de fazer as duras Já devem de fazer as duras provas provas

Nos muros de Bizâncio e de Nos muros de Bizâncio e de Turquia. Turquia.

Fazei que torne lá às Fazei que torne lá às silvestres covas silvestres covas

Dos Cáspios montes e da Dos Cáspios montes e da Cítia fria Cítia fria

A Turca geração, que A Turca geração, que multiplica multiplica

Na polícia da vossa Europa Na polícia da vossa Europa rica. rica.

• Estrofe 13Estrofe 13

Gregos, Traces, Arménios, Gregos, Traces, Arménios, Georgianos, Georgianos,

Bradando vos estão que o Bradando vos estão que o povo bruto povo bruto

Lhe obriga os caros filhos Lhe obriga os caros filhos aos profanos aos profanos

Preceptos do Alcorão (duro Preceptos do Alcorão (duro tributo!). tributo!).

Em castigar os feitos Em castigar os feitos inumanos inumanos

Vos gloriai de peito forte e Vos gloriai de peito forte e astuto, astuto,

E não queirais louvores E não queirais louvores arrogantes arrogantes

De serdes contra os vossos De serdes contra os vossos mui possantes. mui possantes.

Page 14: Os Lusíadas -  Canto VII

• Das estrofes 15 a 22, Camões narra a Das estrofes 15 a 22, Camões narra a entrada à Calicut e descreve a Índia. Logo entrada à Calicut e descreve a Índia. Logo nas estrofes 15 e 16, ele lembra a fúria dos nas estrofes 15 e 16, ele lembra a fúria dos ventos repugnantes enfrentada pelos ventos repugnantes enfrentada pelos navegantes, que recorreram à Vênus que, navegantes, que recorreram à Vênus que, com sua brandura, enfraqueceu a fúria dos com sua brandura, enfraqueceu a fúria dos ventos. Ao chegar à nova terra, que data o ventos. Ao chegar à nova terra, que data o período de maio de 1498, os pescadores, período de maio de 1498, os pescadores, em leves embarcações, mostram aos em leves embarcações, mostram aos portugueses o caminho para Calecut, onde portugueses o caminho para Calecut, onde vive o rei da Índia. Na estrofe 17, o poeta vive o rei da Índia. Na estrofe 17, o poeta descreve a Índia, traçando seus limites, mas descreve a Índia, traçando seus limites, mas volta a criticar a religião do povo local.volta a criticar a religião do povo local.

Page 15: Os Lusíadas -  Canto VII

• Estrofe 15Estrofe 15

E vejamos, entanto, que E vejamos, entanto, que acontece acontece

Àqueles tão famosos Àqueles tão famosos navegantes, navegantes,

Depois que a branda Vénus Depois que a branda Vénus enfraquece enfraquece

O furor vão dos ventos O furor vão dos ventos repugnantes; repugnantes;

Depois que a larga terra lhe Depois que a larga terra lhe aparece, aparece,

Fim de suas porfias tão Fim de suas porfias tão constantes, constantes,

Onde vem semear de Cristo Onde vem semear de Cristo a lei a lei

E dar novo costume e novo E dar novo costume e novo ReiRei

• Estrofe 16Estrofe 16

Tanto que à nova terra se Tanto que à nova terra se chegaram, chegaram,

Leves embarcações de Leves embarcações de pescadores pescadores

Acharam, que o caminho Acharam, que o caminho lhe mostraram lhe mostraram

De Calecu, onde eram De Calecu, onde eram moradores. moradores.

Pera lá logo as proas se Pera lá logo as proas se inclinaram, inclinaram,

Porque esta era a cidade, Porque esta era a cidade, das melhores das melhores

Do Malabar, melhor, onde Do Malabar, melhor, onde vivia vivia

O Rei que a terra toda O Rei que a terra toda possuía. possuía.

Page 16: Os Lusíadas -  Canto VII

• Estrofe 17Estrofe 17

Além do Indo jaz e aquém do Gange Além do Indo jaz e aquém do Gange Um terreno mui grande e assaz famoso Um terreno mui grande e assaz famoso Que pela parte Austral o mar abrange Que pela parte Austral o mar abrange E pera o Norte o Emódio cavernoso. E pera o Norte o Emódio cavernoso. Jugo de Reis diversos o constrange Jugo de Reis diversos o constrange A várias leis: alguns o vicioso A várias leis: alguns o vicioso Mahoma, alguns os Ídolos adoram, Mahoma, alguns os Ídolos adoram, Alguns os animais que entre eles moram.Alguns os animais que entre eles moram.

Page 17: Os Lusíadas -  Canto VII

• Seguindo os acontecimentos, Camões Seguindo os acontecimentos, Camões continua a descrever a geografia de Índia e continua a descrever a geografia de Índia e apresenta os primeiros contatos com o povo apresenta os primeiros contatos com o povo desconhecido (Calecut) nas estrofes 23 a 27. desconhecido (Calecut) nas estrofes 23 a 27. Vasco da Gama avisa o soberano indiano (rei Vasco da Gama avisa o soberano indiano (rei Samorim) da sua chegada e manda a terra o Samorim) da sua chegada e manda a terra o degredado João Martins. No meio deste povo, degredado João Martins. No meio deste povo, com quem não consegue falar, João Martins com quem não consegue falar, João Martins encontra o mouro Monçaide, hispânico e encontra o mouro Monçaide, hispânico e falante de castelhano, que o acolhe e lhe falante de castelhano, que o acolhe e lhe serve de tradutor. O mouro se admira do serve de tradutor. O mouro se admira do espírito aventureiros dos portugueses, ao espírito aventureiros dos portugueses, ao conhecer suas aventuras e por vê-los tão conhecer suas aventuras e por vê-los tão longe da pátria. Monçaide o acompanha até a longe da pátria. Monçaide o acompanha até a frota e explica aos portugueses um pouco de frota e explica aos portugueses um pouco de geografia, história, política, religião e geografia, história, política, religião e costumes da Índia. costumes da Índia.

Page 18: Os Lusíadas -  Canto VII

• Estrofe 23Estrofe 23

Chegada a frota ao rico Chegada a frota ao rico senhorio, senhorio,

Um Português, mandado, Um Português, mandado, logo parte logo parte

A fazer sabedor o Rei gentio A fazer sabedor o Rei gentio

Da vinda sua a tão remota Da vinda sua a tão remota parte. parte.

Entrando o mensageiro pelo Entrando o mensageiro pelo rio rio

Que ali nas ondas entra, a Que ali nas ondas entra, a não vista arte, não vista arte,

A cor, o gesto estranho, o A cor, o gesto estranho, o trajo novo, trajo novo,

Fez concorrer a vê-lo todo o Fez concorrer a vê-lo todo o povo. povo.

• Estrofe 24Estrofe 24

Entre a gente que a vê-lo Entre a gente que a vê-lo concorria, concorria,

Se chega um Mahometa, que Se chega um Mahometa, que nascido nascido

Fora na região da Berberia, Fora na região da Berberia,

Lá onde fora Anteu Lá onde fora Anteu obedecido. obedecido.

Ou, pela vizinhança, já teria Ou, pela vizinhança, já teria

O Reino Lusitano conhecido, O Reino Lusitano conhecido,

Ou foi já assinalado de seu Ou foi já assinalado de seu ferro; ferro;

Fortuna o trouxe a tão longo Fortuna o trouxe a tão longo desterro. desterro.

Page 19: Os Lusíadas -  Canto VII

• Estrofe 25Estrofe 25

Em vendo o mensageiro, Em vendo o mensageiro, com jocundo com jocundo

Rosto, como quem sabe a Rosto, como quem sabe a língua Hispana, língua Hispana,

Lhe disse: - “ Quem te Lhe disse: - “ Quem te trouxe a estoutro trouxe a estoutro mundo, mundo,

Tão longe da tua pátria Tão longe da tua pátria Lusitana?” Lusitana?”

““Abrindo (lhe responde) o Abrindo (lhe responde) o mar profundo mar profundo

Por onde nunca veio gente Por onde nunca veio gente humana; humana;

Vimos buscar do Indo a Vimos buscar do Indo a grão corrente, grão corrente,

Por onde a Lei divina se Por onde a Lei divina se acrecente” acrecente”

• Estrofe 26Estrofe 26

Espantado ficou da grão Espantado ficou da grão viagem viagem

O Mouro, que Monçaide se O Mouro, que Monçaide se chamava, chamava,

Ouvindo as opressões que Ouvindo as opressões que na passagem na passagem

Do mar o Lusitano lhe Do mar o Lusitano lhe contava. contava.

Mas vendo, enfim, que a Mas vendo, enfim, que a força da mensagem força da mensagem

Só pera o Rei da terra Só pera o Rei da terra relevava, relevava,

Lhe diz que estava fora da Lhe diz que estava fora da cidade, cidade,

Mas de caminho pouca Mas de caminho pouca quantidadequantidade

Page 20: Os Lusíadas -  Canto VII

• Estrofe 27Estrofe 27

E que, entanto que a nova lhe chegasse E que, entanto que a nova lhe chegasse

De sua estranha vinda, se queria, De sua estranha vinda, se queria,

Na sua pobre casa repousasse Na sua pobre casa repousasse

E do manjar da terra comeria; E do manjar da terra comeria;

E depois que se um pouco recreasse, E depois que se um pouco recreasse,

Co ele pera a armada tornaria, Co ele pera a armada tornaria,

Que alegria não pode ser tamanha Que alegria não pode ser tamanha

Que achar gente vizinha em terra Que achar gente vizinha em terra estranhaestranha

Page 21: Os Lusíadas -  Canto VII

• Das estrofes 28 a 41, Monçaide e Das estrofes 28 a 41, Monçaide e João Martins regressam à frota de João Martins regressam à frota de Vasco da Gama e fornece Vasco da Gama e fornece informações importantes acerca da informações importantes acerca da Índia. Nas estrofes 37 a 41, são Índia. Nas estrofes 37 a 41, são descritos os costumes religiosos do descritos os costumes religiosos do povo local, cuja lei de “fábulas povo local, cuja lei de “fábulas compostas se imagina”. compostas se imagina”.

Page 22: Os Lusíadas -  Canto VII

• Estrofe 39Estrofe 39

““Brâmenes são os seus Brâmenes são os seus religiosos, religiosos,

Nome antigo e de grande Nome antigo e de grande preminência; preminência;

Observam os preceitos tão Observam os preceitos tão famosos famosos

Dum que primeiro pôs Dum que primeiro pôs nome à ciência; nome à ciência;

Não matam cousa viva e, Não matam cousa viva e, temerosos, temerosos,

Das carnes têm Das carnes têm grandíssima abstinência. grandíssima abstinência.

Somente no Venéreo Somente no Venéreo ajuntamento ajuntamento

Têm mais licença e menos Têm mais licença e menos regimento. regimento.

• Estrofe 37Estrofe 37

““A Lei da gente toda, rica e A Lei da gente toda, rica e pobre, pobre,

De fábulas composta se De fábulas composta se imagina. imagina.

Andam nus e somente um Andam nus e somente um pano cobre pano cobre

As partes que a cobrir As partes que a cobrir Natura ensina. Natura ensina.

Dous modos há de gente, Dous modos há de gente, porque a nobre porque a nobre

Naires chamados são, e a Naires chamados são, e a menos dina menos dina

Poleás tem por nome, a Poleás tem por nome, a quem obriga quem obriga

A lei não misturar a casta A lei não misturar a casta antiga; antiga;

Page 23: Os Lusíadas -  Canto VII

• Algum tempo depois, Vasco da Gama Algum tempo depois, Vasco da Gama recebe permissão para desembarcar recebe permissão para desembarcar com os portugueses e é recebido com os portugueses e é recebido pelo Catual (governador ou ministro) pelo Catual (governador ou ministro) de Calicut, que o leva a Samorim.de Calicut, que o leva a Samorim.

Page 24: Os Lusíadas -  Canto VII

• Após desembarcar, Cabul e Vasco da Após desembarcar, Cabul e Vasco da Gama, com a ajuda da interpretação Gama, com a ajuda da interpretação de Monçaide, pela cidade iam de Monçaide, pela cidade iam caminhando. Cabul o levou a um caminhando. Cabul o levou a um templo cristão, que não passava de templo cristão, que não passava de um local para adoração de ídolos, um local para adoração de ídolos, como mostra as estrofes 46 a 49. como mostra as estrofes 46 a 49. Segundo fontes de pesquisa, Vasco da Segundo fontes de pesquisa, Vasco da Gama estava à procura de cristãos na Gama estava à procura de cristãos na nova terra e chega a confundir um nova terra e chega a confundir um templo indiano com uma igreja de templo indiano com uma igreja de Cristo. Cristo.

Page 25: Os Lusíadas -  Canto VII

• Estrofe 47Estrofe 47

Ali estão das Deidades Ali estão das Deidades as figuras, as figuras,

Esculpidas em pau e em Esculpidas em pau e em pedra fria, pedra fria,

Vários de gestos, vários Vários de gestos, vários de pinturas, de pinturas,

A segundo o Demónio A segundo o Demónio lhe fingia; lhe fingia;

Vêm-se as abomináveis Vêm-se as abomináveis esculturas, esculturas,

Qual a Quimera em Qual a Quimera em membros se varia; membros se varia;

Os cristãos olhos, a ver Os cristãos olhos, a ver Deus usados Deus usados

Em forma humana, Em forma humana, estão maravilhadosestão maravilhados

• Estrofe 48Estrofe 48

Um, na cabeça cornos Um, na cabeça cornos esculpidos, esculpidos,

Qual Júpiter Amon em Qual Júpiter Amon em Líbia estava; Líbia estava;

Outro, num corpo rostos Outro, num corpo rostos tinha unidos, tinha unidos,

Bem como o antigo Jano Bem como o antigo Jano se pintava; se pintava;

Outro, com muitos Outro, com muitos braços divididos, braços divididos,

A Briareu parece que A Briareu parece que imitava; imitava;

Outro, fronte canina tem Outro, fronte canina tem de fora, de fora,

Qual Anúbis Menfítico se Qual Anúbis Menfítico se adoraadora

Page 26: Os Lusíadas -  Canto VII

HINDUISMOHINDUISMO

• Brahma é Brahma é considerado pelos considerado pelos hindus a hindus a representação da representação da força criadora ativa força criadora ativa do universo.do universo.

Page 27: Os Lusíadas -  Canto VII

• Esses fatos se discorrem enquanto Esses fatos se discorrem enquanto Catual e os portugueses caminham Catual e os portugueses caminham até o rei Samorim. Das estrofes 57 a até o rei Samorim. Das estrofes 57 a 65, os versos descrevem a Visita de 65, os versos descrevem a Visita de Vasco da Gama a Samorim e o Vasco da Gama a Samorim e o acolhimento dos portugueses. Então, acolhimento dos portugueses. Então, Vasco da Gama oferece à Samorim a Vasco da Gama oferece à Samorim a amizade dos portugueses em nome amizade dos portugueses em nome do rei de Portugal. do rei de Portugal.

Page 28: Os Lusíadas -  Canto VII
Page 29: Os Lusíadas -  Canto VII

• Estrofe 57Estrofe 57

Assi falando, entravam Assi falando, entravam já na sala já na sala

Onde aquele potente Onde aquele potente Emperador Emperador

Nüa camilha jaz, que Nüa camilha jaz, que não se iguala não se iguala

De outra algüa no preço De outra algüa no preço e no lavor. e no lavor.

No recostado gesto se No recostado gesto se assinala assinala

Um venerando e Um venerando e próspero senhor; próspero senhor;

Um pano de ouro cinge, Um pano de ouro cinge, e na cabeça e na cabeça

De preciosas gemas se De preciosas gemas se adereça.adereça.

• Estrofe 58Estrofe 58

Bem junto dele, um Bem junto dele, um velho reverente, velho reverente,

Cos giolhos no chão, de Cos giolhos no chão, de quando em quando quando em quando

Lhe dava a verde folha Lhe dava a verde folha da erva ardente, da erva ardente,

Que a seu costume Que a seu costume estava ruminando. estava ruminando.

Um Brâmene, pessoa Um Brâmene, pessoa preminente, preminente,

Pera o Gama vem com Pera o Gama vem com passo brando, passo brando,

Pera que ao grande Pera que ao grande Príncipe o apresente, Príncipe o apresente,

Que diante lhe acena Que diante lhe acena que se assenteque se assente

Page 30: Os Lusíadas -  Canto VII

• Estrofe 59Estrofe 59

Sentado o Gama junto Sentado o Gama junto ao rico leito, ao rico leito,

Os seus mais afastados, Os seus mais afastados, pronto em vista pronto em vista

Estava o Samori no trajo Estava o Samori no trajo e jeito e jeito

Da gente, nunca de Da gente, nunca de antes dele vista. antes dele vista.

Lançando a grave voz do Lançando a grave voz do sábio peito, sábio peito,

Que grande autoridade Que grande autoridade logo aquista logo aquista

Na opinião do Rei e do Na opinião do Rei e do povo todo, povo todo,

O Capitão lhe fala deste O Capitão lhe fala deste modo:modo:

• Estrofe 60Estrofe 60

Um grande Rei, de lá Um grande Rei, de lá das partes onde das partes onde

O Céu volúbil, com O Céu volúbil, com perpétua roda, perpétua roda,

Da terra a luz solar co a Da terra a luz solar co a Terra esconde, Terra esconde,

Tingindo, a que deixou, Tingindo, a que deixou, de escura noda, de escura noda,

Ouvindo do rumor que lá Ouvindo do rumor que lá responde responde

O eco, como em ti da O eco, como em ti da Índia toda Índia toda

O principado está e a O principado está e a majestade, majestade,

Vínculo quer contigo de Vínculo quer contigo de amizade. amizade.

Page 31: Os Lusíadas -  Canto VII

• Estrofe 62Estrofe 62

E se queres, com pactos E se queres, com pactos e alianças e alianças

De paz e de amizade, De paz e de amizade, sacra e nua, sacra e nua,

Comércio consentir das Comércio consentir das abondanças abondanças

Das fazendas da terra Das fazendas da terra sua e tua, sua e tua,

Por que creçam as Por que creçam as rendas e abastanças rendas e abastanças

(Por quem a gente mais (Por quem a gente mais trabalha e sua) trabalha e sua)

De vossos Reinos, será De vossos Reinos, será certamente certamente

De ti proveito, e dele De ti proveito, e dele glória ingente.glória ingente.

• Estrofe 63Estrofe 63

E sendo assi que o nó E sendo assi que o nó desta amizade desta amizade

Entre vos firmemente Entre vos firmemente permaneçapermaneça

Estará pronto a toda Estará pronto a toda adversidade adversidade

Que por guerra a teu Que por guerra a teu Reino se ofereça, Reino se ofereça,

Com gente, armas e Com gente, armas e naus, de qualidade naus, de qualidade

Que por irmão te tenha Que por irmão te tenha e te conheça; e te conheça;

E da vontade em ti E da vontade em ti sobr'isto posta sobr'isto posta

Me dês a mi certíssima Me dês a mi certíssima respostaresposta

Page 32: Os Lusíadas -  Canto VII

• A partir da estrofe 66, enquanto os A partir da estrofe 66, enquanto os portugueses são acolhidos pelo rei, Samorim portugueses são acolhidos pelo rei, Samorim ordena a Catual que colha mais informações ordena a Catual que colha mais informações junto de Monçaide acerca dos portugueses junto de Monçaide acerca dos portugueses e, em seguida, visita a esquadra portuguesa, e, em seguida, visita a esquadra portuguesa, onde é recebido por Paulo da Gama, irmão onde é recebido por Paulo da Gama, irmão de Vasco da Gama. Catual indaga a Paulo da de Vasco da Gama. Catual indaga a Paulo da Gama do significado das figuras desenhadas Gama do significado das figuras desenhadas nas bandeiras lusas. O irmão do nas bandeiras lusas. O irmão do comandante assume a narrativa e conta os comandante assume a narrativa e conta os feitos dos heróis da pátria (Viriato, D. Afonso feitos dos heróis da pátria (Viriato, D. Afonso Henriques, Egas Moniz, D. Nuno Álvares e Henriques, Egas Moniz, D. Nuno Álvares e outros). Nas bandeiras, os símbolos outros). Nas bandeiras, os símbolos representavam os episódios históricos representavam os episódios históricos vivenciados por portugal ao longo do tempo.vivenciados por portugal ao longo do tempo.

Page 33: Os Lusíadas -  Canto VII

• Da estrofe 78 até o final do canto, Da estrofe 78 até o final do canto, Camões faz nova inovação às Ninfas Camões faz nova inovação às Ninfas do Tejo e do Mondego, e queixa-se do Tejo e do Mondego, e queixa-se da sua infelicidade e pede inspiração da sua infelicidade e pede inspiração para prosseguir o canto. O poeta para prosseguir o canto. O poeta conta um pouco da sua biografia e conta um pouco da sua biografia e lança-se num lamento indignado pelo lança-se num lamento indignado pelo modo como sua pátria o tem tratado, modo como sua pátria o tem tratado, a quem só pretende cantar a glória a quem só pretende cantar a glória portuguesa. portuguesa.

Page 34: Os Lusíadas -  Canto VII

• Na estrofe 79, Camões faz referência à Na estrofe 79, Camões faz referência à tragédia Éolo. Nessa mitologia, Cânace foi tragédia Éolo. Nessa mitologia, Cânace foi forçada pelo seu pai a cometer suicídio como forçada pelo seu pai a cometer suicídio como punição pelo fato de ter mantido uma punição pelo fato de ter mantido uma relação incestuosa com o seu irmão relação incestuosa com o seu irmão Macareu. Em sua lamentação, o poeta faz Macareu. Em sua lamentação, o poeta faz referência ao seu naufrágio no mar da China referência ao seu naufrágio no mar da China pelos fins de 1558, relacionando-o com a pelos fins de 1558, relacionando-o com a história de Ezequias, rei de Judá, que ao história de Ezequias, rei de Judá, que ao saber de sua morte pelo profeta Isaías, roga saber de sua morte pelo profeta Isaías, roga à Deus mais quinze anos de vida. Camões, à Deus mais quinze anos de vida. Camões, indignado, chega a enumerar as pessoas indignado, chega a enumerar as pessoas que não merecem a glória que o canto do que não merecem a glória que o canto do poeta dá: os lisonjeiros; os que atuam poeta dá: os lisonjeiros; os que atuam movidos por um interesse pessoal em movidos por um interesse pessoal em prejuízo de um bem comum e do seu rei; os prejuízo de um bem comum e do seu rei; os que atuam movidos pela ambição (os que que atuam movidos pela ambição (os que sobem ao poder por influências, compram de sobem ao poder por influências, compram de cargos de importância), permitindo dar vida cargos de importância), permitindo dar vida aos seus vícios; e os que exercem aos seus vícios; e os que exercem despoticamente o poder despoticamente o poder

Page 35: Os Lusíadas -  Canto VII

PERGUNTASPERGUNTAS??