o menino bilionário

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Joe tem muitos e muitos motivos para estar feliz. Mais ou menos um bilhão deles, para ser exato. Pois então, Joe é rico. Na verdade, ele é um menino beeem rico. Joe tem sua própria pista de boliche. Um cinema particular. Por um tempo, teve até um mordomo orangotango. Ele é o garoto de doze anos mais rico do planeta! Só que Joe não está feliz. Ele tem absolutamente tudo o que poderia querer, mas há apenas uma única coisa de que ele realmente precisa: um amigo...

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O menino bilionário

Ilustrações: Tony Ross

São Paulo, 2013

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Billionaire boyText copyright ©2010 by David Walliams

Illustrations copyright © 2010 by Tony RossCopyright © 2013 by Novo Século Editora Ltda.

All rights reserved.

Coordenação Editorial: Mateus Duque ErthalTradução: Diana Pichler Ricci

Preparação: Equipe Novo SéculoDiagramação: Luciana InhanRevisão: Tággidi Mar Ribeiro

Capa: Monalisa MoratoIlustrações: Tony Ross

2013IMPRESSO NO BRASIL

PRINTED IN BRAZILDIREITOS CEDIDOS PARA ESTA EDIÇÃO À

NOVO SÉCULO EDITORA LTDA.CEA – Centro Empresarial Araguaia IIAlameda Araguaia 2190 – 11º Andar

Bloco A – Conjunto 1111CEP 06455-000 – Alphaville Industrial – Barueri – SP

Tel. (11) 3699-7107 – Fax (11) 3699-7323www.novoseculo.com.br

[email protected]

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo nº 54, de 1995)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Walliams, DavidO menino bilionário / David Walliams ;

ilustrações Tony Ross ; [tradução Diana PichlerRicci]. -- Barueri, SP : Novo Século Editora , 2013.

Título original: Billionaire boy

1. Ficção – Literatura infantojuvenil I. Ross,Tony. II. Título.

13-12518 CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático: 1. Ficção : Literatura infantil 028.5

2. Ficção : Literatura infantojuvenil 028.5

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Voor Lara,Ik hou meer van je, dan ik met woorden kan zeggen.

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Agradecimentos

Eu gostaria de agradecer às poucas pessoas que me ajudaram a tornar este livro possível. Fiz a parte mais difícil do trabalho, mas tenho que mencioná-las. Pri-meiramente, a Tony Ross, por suas ilustrações. Ele po-deria tê-las colorido, mas acho que teria que pagar a ele um pouco mais. Em seguida, gostaria de agradecer a Ann-Janine Murtagh. Ela é responsável por todos os livros infantis da HarperCollins. É muito boa no que faz e sempre tem grandes sugestões. Tenho de dizer que ela é minha patroa. Depois tem Nick Lake, que é meu editor. Seu trabalho é me ajudar com os persona-gens e a história, e eu não teria conseguido sem ele. Bem, na verdade eu teria sim, mas ele choraria se eu não o mencionasse aqui.

A capa original foi desenhada por James Stevens, e o projeto gráfico ficou por conta de Elorine Grant. Eu poderia dizer que “Elorine” é um nome cafona, mas não, seria maldade minha. A assessora de imprensa é Sam White. Se você me encontrar em Loose Women tentando vender este livro por aí, não me culpe, cul-

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pe a ela. Sarah Benton, muito obrigado por ser a mais maravilhosa gerente de marketing, ou qualquer coi-sa que seja. Às diretoras comerciais Kate Manning e Victoria Boodle que, ainda que eu não saiba exata-mente em quê, também colaboraram de alguma for-ma. Agradeço também às revisoras Lily Morgan e Ro-salind Turner. Se houver erros de ortografia, a culpa é delas. E obrigado ao meu agente Paul Stevens por ficar com 10% mais direitos para ficar sentado o dia todo em seu escritório tomando chá e comendo biscoitos.

E claro, um grande obrigado a você por comprar este livro. Sério, você não deveria estar lendo essa parte. Ela é bem chatinha. Você deveria simplesmente começar logo a leitura da história. Já foi até chamada de “uma das maiores histórias já escritas”. Obrigado por isso, mamãe.

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1Conheça Joe Spud

Você já imaginou como seria ter um milhão de reais?Ou um bilhão?Que tal um trilhão?Ou até mesmo um zilhão?Conheça Joe Spud.

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Joe não precisa imaginar como seria ter montanhas e montanhas de dinheiro. Ele tinha apenas doze anos, mas era ridiculamente, absurdamente rico.

Joe tinha tudo que queria.

√√ Uma TV de plasma de 100 polegadas, com tela pla-na, de alta definição, em todos os quartos da casa

√√ 500 pares de tênis Nike√√ Um autódromo no quintal√√ Um cão robô japonês√√ Um carrinho de golfe com placa “SPUD 2” para diri-

gir pelos jardins da casa√√ Um escorregador aquático que vai do seu quarto até

uma piscina olímpica coberta√√ Todos os jogos de computador do mundo√√ Um cinema 3-D IMAX no porão√√ Um crocodilo

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√√ Um massagista exclusivo 24 horas por dia√√ Uma pista de boliche subterrânea√√ Mesa de sinuca√√ Máquina de pipoca√√ Pista de skate√√ Outro crocodilo√√ 100.000,00 por semana para usar no dia a dia√√ Uma montanha-russa no quintal√√ Um estúdio profissional de gravação no sótão√√ Um treinador de futebol da seleção inglesa só para ele√√ Um tubarão de verdade em um aquário

Resumindo, Joe era terrivelmente mimado. Fre-quentava uma escola superfresca. Viajava de férias em um jato particular. Uma vez, chegou até a fechar a Disney por um dia, só para não ter que entrar nas filas dos brinquedos.

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Este é Joe. Acelerando seu carro de fórmula um em sua pista particular.

Algumas crianças ricas tinham carros em miniatu-ras feitos especialmente para elas. Joe não era uma dessas crianças. Joe queria que seu carro de fórmula um fosse um pouco maior. Porque ele era meio gordi-nho na verdade. Você também seria se pudesse com-prar todo o chocolate do mundo.

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Repare que Joe está sozinho nessa gravura. Para falar a verdade, correr em uma pista não é tão legal quando se está sozinho, mesmo quando se tem um zi-lhão de reais. É preciso que alguém corra com você. O problema é que Joe não tinha amigos. Nenhum.

Ø√ Amigos X

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Agora, dirigir um carro de fórmula um e abrir uma barra de chocolate tamanho gigante são duas coisas que não devem ser feitas ao mesmo tempo. Mas, já fa-zia alguns instantes que Joe havia comido, e ele esta-va com fome. Quando entrou em uma curva, abriu a embalagem com os dentes e mordeu o delicioso choco-late recheado de caramelo e nozes. Infelizmente, ape-nas uma das mãos de Joe estava no volante, e quando as rodas bateram em uma lateral da pista, ele perdeu o controle.

O carro de fórmula um que custava milhões saiu da pista, derrapou e bateu em uma árvore.

SSSSSSSSSCCCCCCCCCCCCCCCRRRRRRRRRRRRRRREEEEEEEEEEEEEEEECCCCCCCCCCCC

HHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

A árvore ficou inteira. Mas o carro estava destruí-do. Joe saiu com dificuldade do cockpit. Felizmente, não estava machucado, apenas um pouco tonto, e vol-tou cambaleando para casa.

— Pai, bati o carro – disse Joe ao entrar em sua imensa sala.

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O Sr. Spud era baixo e gordo, assim como seu filho. Tinha pelos por todo o corpo, menos na cabeça – sua careca era reluzente. O pai de Joe estava sentado em um enorme sofá revestido de couro de crocodilo, e nem levantou os olhos do jornal que lia.

— Não se preocupe, Joe – ele disse. – Eu compro outro para você.

Joe se jogou no sofá ao lado do pai.— Aliás, feliz aniversário, Joe – O Sr. Spud entre-

gou um envelope para o filho, sem nem tirar os olhos da moça na página 3.

Joe abriu o envelope com ansiedade. Quanto ele receberia este ano? O cartão de “Feliz Aniversário de 12 anos” foi posto de lado, mas não o cheque que veio dentro dele.

Joe mal conseguiu disfarçar seu desapontamento.— Um milhão? – murmurou com desdém. – Só isso?— Qual o problema, filho? – o Sr. Spud largou o

jornal.— Você me deu um milhão no ano passado – recla-

mou Joe. – Quando fiz onze anos. Eu deveria ganhar mais agora que faço doze.

O Sr. Spud pegou seu talão de cheques do bolso do paletó cinza. Seu terno era horrível e horrivelmente caro.

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— Desculpe-me, filho – disse ele. – Vamos fazer um de dois milhões.

É importante que se saiba que o Sr. Spud nem sem-pre foi tão rico assim.

Um tempo atrás, a família Spud tinha uma vida simples. Desde seus dezesseis anos, o Sr. Spud tra-balhou em uma grande fábrica de papel higiênico na periferia da cidade. O trabalho do Sr. Spud na fábrica era muuuuuito chato. Ele tinha que enrolar o papel no tubinho de papelão.

Rolo após rolo.Dia após dia.Ano após ano.Década após década.Fez isso muitas e muitas vezes, até quase perder

todas as esperanças. Passava o dia todo na linha de montagem junto com centenas de outros empregados entediados, repetindo sempre a mesma tarefa chata.

Sempre que o papel era enrolado no tubo, começa-va tudo de novo. E todos os rolos eram sempre iguais. Sua família era tão pobre que o Sr. Spud fazia presen-tes de aniversário e de natal com os tubos de pape-lão. O Sr. Spud não tinha dinheiro para comprar os melhores brinquedos para Joe, mas fazia coisas como um carro de corrida com tubos de papel higiênico, ou

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um forte-apache de papelão com soldados de rolinhos. A maioria acabava estragando e indo para o lixo. Joe conseguiu salvar um pobre foguetinho espacial de rolo de papelão, apesar de não saber muito bem por quê.

A única coisa boa do trabalho na fábrica é que o Sr. Spud tinha muito tempo para fi car sonhando. Um dia, ele teve um sonho que revolucionaria a limpeza do bumbum.

Por que não inventar um papel higiênico úmido de um lado e seco de outro?, pensou ele, enquanto enrolava o centésimo rolo do dia. O Sr. Spud manteve sua ideia em segredo, e passava horas trancado no banheiro de seu pequeno apartamento testando seu papel higiêni-co de dupla face.

Quando ele fi nalmente lançou o “Freshbum”, o su-cesso foi instantâneo. O Sr. Spud vendia um bilhão

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de rolos todos os dias, em todo o mundo. E sempre que um rolo era vendido, ele ganhava 10 centavos. O resultado foi uma quantia imensa de dinheiro, como mostra esta simples equação matemática:

10c√X√1.000.000.000√X√365√dias√por√ano√=√muita√grana

Joe Spud tinha apenas oito anos quando o “Fresh-bum” foi lançado, e, em apenas um instante, sua vida

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virou de pernas para o ar. Primeiro, sua mãe e seu pai se separaram. Soube-se que, durante muitos anos, a mãe de Joe, Carol, mantinha um romance com o chefe do grupo de escoteiros de Joe, Alan. No acordo do di-vórcio, ela ficou com dez bilhões; Alan trocou sua pe-quena canoa por um iate gigantesco. A última vez que se soube deles, Carol e Alan navegavam pela costa de Dubai, comendo cereais com champanhe. O pai de Joe aparentemente recuperou-se com rapidez da separa-ção, e começou a namorar várias moças da página 3.

Logo, ele e o filho mudaram-se do pequeno apar-tamento para uma enorme casa. O Sr. Spud batizou a casa de “Castelo Freshbum”.

A casa era tão grande que podia ser vista do espaço. Levava cinco minutos de carro para ir da entrada até a porta. Centenas de pequenas e esperançosas árvores recém-plantadas adornavam o caminho de mais de um quilômetro. A casa possui sete cozinhas, doze sa-las, qua renta e sete quartos e oitenta e nove banheiros.

Até mesmo os banheiros tinham uma suíte, e algu-mas dessas suítes tinham sua suíte também.

Apesar de morar lá já há alguns anos, Joe só havia explorado parte da casa principal. No imenso terreno, havia quadras de tênis, um lago com barcos, um heli-porto e até uma pista de esqui completa com monta-

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nhas de neve falsa. Todas as torneiras, maçanetas e até os acentos de privada eram de ouro puro. Os car-petes eram de pele de marta; ele e seu pai tomavam suco de laranja em taças medievais caríssimas e, du-rante algum tempo, tiveram um mordomo chamado Otis, que era um orangotango. Mas ele teve que ser despedido.

— Posso ganhar um presente de verdade também, pai? – disse Joe, guardando seu cheque no bolso – Por-que dinheiro eu já tenho bastante.

— Diga o que você quer. Eu peço para um de meus assistentes comprar – disse o Sr. Spud. – Você quer óculos escuros de ouro? Eu tenho. É difícil enxergar alguma coisa com eles, mas são bem caros.

Joe bocejou.— Uma lancha só para você? – tentou o Sr. Spud.Joe pareceu desanimado.— Já tenho duas dessas, lembra?— Desculpe-me, filho. Que tal um vale-presente de

250 mil?— Chato! Chato! Chato! – Joe bate os pés, frustrado.

Aí está um menino com proble-mas de primeira classe.

O Sr. Spud estava confuso. Tinha certeza que não havia

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mais nada no mundo para comprar para seu único filho.

— O que você quer então, filho?De repente, Joe pensou em algo. Ele se viu na pista

de corrida sozinho, competindo com si próprio. — Bom, tem uma coisa que eu quero de verdade... –

disse titubeando.— Diga, filho – falou o Sr. Spud.— Um amigo.

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