o fantasma de tio william (colecao vaga-lume) - rubens francisco luccetti (colecao vaga-lume)

8/10/2019 O Fantasma de Tio William (Colecao Vaga-Lume) - Rubens Francisco Luccetti (Colecao Vaga-Lume)

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O FANTASMA DETIO WILLIAM

AutorRUBENS FRANCISCO LUCCETTI

Digitalizao e RevisoARLINDO_SAN


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UMA HISTRIAQUE RESISTE AO TEMPO

m dos mais calejados escritores brasileiros, Rubens Francisco Lucchetti, paulistanascido em Santa Rita do Passa Quatro e criado na capital do Estado, escreve hcerca de meio sculo. Nessa lona e ininterrupta atividade pro!issional, vem

produ"indo romances, contos, hist#rias em $uadrinhos e roteiros para cinema, rdio etelevis%o.&'utodidata (s# completou o primrio), !oi al!abeti"ado pela m%e, $ue usava a *+bliacomo cartilha. ' partir da+, o menino viciouse em leitura- todo o dinheiro $ue anhavavendendo sucata recolhida nas nd/strias 0atara""o ia para a compra de livros deaventura. ' essa aleria somou outra- o cinema, pai1%o $ue, aroto nos anos 23 e 43,descobriu nas salas de e1ibi5%o de seu bairro, a Lapa.

Lucchetti tem por este Fantasma de tio 6illiam um carinho todo especial. 7Imagineia histria no comeo dos anos 40, contando-a para distrair minha irm, a qual soria deuma doena que cedo iria lev!-la" # livro tem muito de minhas lem$ranas da %apadaquela &poca' os guardas-civis, com quem eu gostava de conversar( o gostoso $ondea$erto que sa)a da rua Doze de #utu$ro e ia para vila Anast!cio( os passeios dedomingo a *iritu$a, onde os uncion!rios ingleses da +o *aulo Raila tinham suasmans.es e /ogavam cr)quete""" +o quadros inesquec)veis, que me esorcei por passaroleitor.8

9esde seu aparecimento, tio 6illiam n%o dei1ou de !a"er das suas- !oi !olhetim nadcada de 43, radionovela na de :3 e livro na de ;3, divertindo tr


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SUMRIO

B. 9' NCL'DERR' P'R' PRD&*' ...................................................... . &0 PE 9E @GELHG P'R' 0'C9' ...................................................... 2. F'ND'S0' I &0 0GRDG Q&E NJG 0GRRE&K ............................... ?4. GN9E ' SE >& &0 Q&'9RG 0GND'R ' @'>'LGKA ................... B:. D&9G PGR @'&S' 9E &0 PR'DG 9E &>'S ..................................... B4. SER' ' 0'NSJG ' @&LP'9'K ........................................................... B

M. Q&'N9G &0 NG0E PRPRG I 0PRPRG ..................................... B?;. &0 C&'R9' 'DONDG ........................................................................... B?. G Q&E 0'C9' R PRGPGR ' @'R0EN 9E L&N'K ....................... BB3. N&N@' PRG>GQ&E 'LC&I0 9E NG0E FLG0EN' SDGPP' ...... 2BB. FR' E FLGR 9E LD&S ...................................................................... B. ' SGL&JG N&0' '0PGL' ................................................................ 23B2. Q&'N9G 0'C9' NJG I 0'C9' E @'R0EN NJG I @'R0EN ... 22B4. G DR&NFG 9E &0 >ELHG F'ND'S0' ............................................. 24B:. ' *GLS' RG&*'9' ................................................................................ 2:B. DG 6LL'0 9E @'SDCG .................................................................... 2MBM. NE0 D&9G P'RE@E SER G Q&E I ........................................................ 2;

B;. &0 DRG 9E@99G ................................................................................. 43B?. &0' @'0SGL' P'R' G 'ND'R ....................................................... 4B3. &0 F'ND'S0' 'G DELEFGNE ............................................................. 4B. @GLG@G& G REDR'DG, 0'S DR'N@G& ' PGRD'A .......................... 42. &0 @GNSELHG 9E '0CG ..................................................................... 442. ' @'9ER' >'' .................................................................................... 4:4. G SECRE9G DE0 9E SER 0'ND9G ..................................................... 4M:. 'CGR', D&9G 9EPEN9E 9E @'R0EN ................................................ :3. 'LC&0' @GS' ESD 'N9'N9G NG ES@&RG ................................. :BM. 0'NHJ 9E SGL, 0'S &0 9' 9'Q&ELES ......................................... :B;. SER G& NJG SER ....................................................................................... :2

?. E 'CGR', 'NFDE'DRGFFK .................................................................... :423. Q&E0 Q&ER' NJG Q&ER, Q&E0 NJG Q&ER' Q&ER .................. ::2B. G SECRE9G NG *GLSG 9G @GLEDE ..................................................... :2. ' NG>' FR0&L' ................................................................................... :22. &0' @G0PGSJG FED' 9E ESPER'N'S E SGNHGS ................. :M24. 9E >GLD' 'G L'R .................................................................................... :;2:. @GS'S Q&E NNC&I0 ETPL@' .......................................................... :;


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1- DA INGLATERRA PARA PIRITUBA

a nlaterra, toda mans%o $ue se pre"e tem seu !antasma. G solar dos 6instonn%o era e1ce5%o- durante sculos, a !am+lia teve uma distinta linhaem de almas

do outro mundo. 9i"iase $ue o /ltimo representante dessa lona srie deassombra5=es era 6illiam 6inston, cientista um tanto e1cit#ria.NEm vida, esse simptico cavalheiro criou e descobriu coisas !antsticas. 0as parece$ue todos o consideravam um maluco, e seu


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U @omo sabe $ue se trata de @armen de LunaKN%o houve resposta.U 0ada, como soube $ue se trata de @armen de LunaK U insistiu ohn.'inda !inindo $ue n%o ouvira, 0ada tornou a peruntar-

U Por $ue tanta certe"a, ohnK >oc< est mesmo convencido de $ue ser !eli" com

@armen de LunaKU Sei o $ue estou !a"endo. sto , acho... U disse ele, co!iando com vaar obiodinho. 9epois, levantouse e dei1ou cair o uardanapo sobre o pe$uinou W cidade dar uma volta.Dalve" passe a noite num hotel. 't mais, $uerida.

0ada n%o se perturbou ao ver o marido sair. Nem mesmo o olhou de maneiradi!erente. @onhecia ohn muito bem. Quando ele tomava uma decis%o, nada o !a"ia voltaratrs.

0ada achava $ue o motivo da$uela situa5%o era um s#- na$ueles cinco anos decasamento, ela, por mais

$ue se es!or5asse, n%oconseuira dar um !ilho aohn. 'chava $ue o marido,o $ual ultimamente andavamuito calado e distante, aestivesse abandonando porcausa disso. Entristecida, amo5a come5ava aconsiderarse um !racasso.

Loo depois, entrou no

sal%o a velha 0an#lia,uma preta orda e jovial.U G patr%o j acabou

de jantarK U peruntou aco"inheira, com sua vo"cantante.

U U respondeu0ada, acrescentando- U Etambm acabou comio,0an#lia. Dalve" tenha

sido melhor assim. 'lis, j$ue cheamos a este ponto,eu e voc< teremos de dei1ara casa hoje mesmo.

U sso n%o, patroaA Uretrucou 0an#lia,meneando a cabe5adecididamente, como se!alasse a uma crian5ateimosa. U N%o vou sair

da$ui. E a senhora tambmn%o.


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' empreada era cate#rica.U 0as, 0an#liaA >oc< detesta a casa tanto $uanto eu.U I verdade. N%o osto da$ui, parece um cemitrio. 0as $uem sai assim n%o volta

maisAU Que posso !a"erK... U Havia an/stia nos imensos olhos castanhoclaros da

mo5a.0an#lia !icou mais animada e convidou-U >amos tomar uma 1+cara de ca! bem $uente e pensar numa solu5%o.' preta a!astouse. Por aluns minutos, 0ada !icou pensativa. Ent%o, ao darse

conta de $ue estava so"inha, levantouse apressada e !oi atrs de 0an#lia.Quando 0ada ia passando pelo hall t%o cheio de sombras, sentiu um cala!rio.

'pressou o passo, na esperan5a de n%o precisar encarar a lona !ila de retratos da !am+lia6inston. 0as n%o pXde dei1ar de notar a hostilidade com $ue todos a olhavam. L estavaa tia Cracie, o tio 6illiam, a tia 'da, o primo HoYard, o vovX @edric e, principalmente, avov# 9ee, a $ue mais a impressionava. 0ada ouviu um ru+do aba!ado e parou,

amedrontada. &m a um, os $uadros !oram anhando vidaA Dodos a$ueles parentes mortosapontavam o dedo para 0ada, acusandoa. Ent%o, 0ada pareceu ouvir um coro devo"es-

7oc1 & a ru)na dos 2inston3 o cumpriu com seus deveres" *or isso 5ohn adei6ou3 *or isso ele se apai6onou por outra38

0ada correu Ws tontas at a copa, batendo ruidosamente a porta. 0an#lia looapareceu com uma 1+cara !umeante. ' velha co"inheira ado5ou o ca! e olhou para0ada, $ue se recostara na cadeira, com os olhos $uase !echados.

U >oc< tem ra"%o, 0an#liaA >ou encontrar uma sa+daA Preciso convencer o ohna...0an#lia nem a dei1ou terminar a !rase.

U I assim $ue se !alaA U e1clamou, o!erecendo alo W patroa. U Peue isto.U G $ue KU &m p de coelho. >ai lhe tra"er sorte.U >erdadeKU I, sim. Eu mesma criei esse coelho. Ele s# comia trevo de $uatro !olhas. Dome.


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3- FANTASMA UM MORTO QUE NO MORREU?

0ais tarde, en$uanto 0ada dormia, tio 6illiam caminhava de um lado para ooutro.

U Se essa mo5a me tirasse da$ui, eu poderia ajudlaA Preciso sair o $uanto antes,sen%o vou e1plodirA

Dio 6illiam n%o conseuia dominar a impaci


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porta. Sunshine dava pulos de ansiedade. Ela olhou em torno e viu a chave, pendurada nobatente. En!ioua na !echadura. Quando a porta se abriu, uma ol!ada de ar apaou avelaA

' porta raneu demoradamente, e 0ada ouviu passos. 0orrendo de medo,esperava $ue a $ual$uer momento uma m%o ossuda lhe apertasse a aranta.

0as o barulho cessou. 9epois, veio um ru+do di!erenteA Parecia $ue alum tentavaacender um !#s!oro. 0ada !icou ainda mais apavorada. Pensou em ajoelharse e re"arpara $ue tudo passasse.

Ent%o, uma chama de !#s!oro iluminou o ambiente. E o $ue suriuK Nenhummonstro horr+vel, mas a imaem, um tanto etrea, de um homen"inho de olhos claros esimpticos.

U @omo vaiK U cumprimentou ele, timidamente.U Dio 6illiamA U 0ada estava bo$uiaberta. 9e imediato, ela reconhecera o

velhinho retratado num dos $uadros no hall.U sso mesmo. Espero $ue n%o tenha !icado amedrontada U disse o !antasma,

irritado com o raner dos pr#prios sapatos.0ada n%o estava apenas amedrontada. Estava petri!icada. Dio 6illiam parou diantedela.

U Quer $ue acenda a velaK U peruntou ele, com certo acanhamento. @omo n%ohouvesse resposta, acrescentou- U 0inha !ilha, n%o !i$ue com medo. N%o !a5o mal aninum.

0ada a!inal encontrou !or5as para !alar.U G senhor... est... mo... morto... n%o estKDio 6illiam sorriu, benevolente.

U Que voc< achaK Pare5o um cadverK

0ada sacudiu a cabe5a, devaar.U N%o, mas... H $uanto tempo o senhor est a+ dentroKDio 6illiam !e" uma careta de desosto e a!rou1ou o colarinho.

U Quarenta anos. N%o osto nem de pensar nissoA' m%o de 0ada come5ou a tremer. Quando ela tornou a !alar, sua vo" estava $uase

inaud+vel.U N%o acha melhor voltar para o $uartoKSurpreso, tio 6illiam arrealou os olhos a"uis.

U Por $u


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U 0ada, $uer $ue ohn volte para voc


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U *em... se isso me ajudar... 'cho $ue n%o terei medo.U N%o h motivo para !icar preocupada. ' $ue horas servem o ca! da manh%KU Zs oito.Gs olhos de tio 6illiam brilhavam, cheios de e1pectativa.

U 9iame, $uerida, voc< seue o hbito dos 6inston de !a"er um pouco de

e1erc+cio antes do ca!KU Sim, eu costumo cavalar um pouco.U Nesse caso, serei aceito como companhiaK Estou ansioso por ver a lu" do sol.U 0as claroA >ai ser #timo.U Ent%o, vamos nos encontrar nas cavalari5as Ws sete horas. Que talKU Per!eitoA U concordou ela, muito animada.U 'ora, boa noite e... sonhe com os anjos.

- ONDE ! SE "IU UM QUADRO MONTAR A CA"ALO?Na manh% seuinte, o sol veio brilhante, inundando os jardins da mans%o 6inston.

9a terra, desprendiase o ostoso aroma de mato molhado.Nas cavalari5as, ambo, o preto alto e maro $ue tratava dos animais, estava W

espera de 0ada. ambo !alava devaar, t%o devaar $ue Ws ve"es se tinha a impress%o de$ue n%o estava vivo. Parecia ter os olhos sempre pesados de sono. 0ada apro1imouse,muito alere.

U *om dia, amboAambo tirou lentamente o bon e, mais lentamente ainda, voltou a coloclo.

U *om dia, madame. Selei *ets[ e uno, con!orme o recado $ue a senhora dei1ou.Sunshine latiu e disparou pelo caminho. Seuindoo com os olhos, 0ada viu tio

6illiam. 0uito contente, 0ada virouse para ambo.U timoA Draa os cavalos.U Sim, senhora.0ada precisou conterse muito para n%o rir do anti$uado traje de montaria de tio

6illiam- botas $ue cheavam aos joelhos, cal5as de montaria 1adre", !ra$ue, camisa depeito duro, ravata listrada e, encimando tudo isso, uma cartola. ambo voltou tra"endoos cavalos. Dio 6illiam, com ares de conhecedor, observouos atentamente.

U HumA Gs 6inston ainda sabem escolher cavalos U aprovou ele.

U Fico satis!eita em ouvir isso.ambo, $ue via apenas 0ada, peruntou-

U ' senhora est !alando comioK0ada sorriu.

U N%o. Estava aradecendo os eloios de tio 6illiam.U Qu


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@om ra5a e !irme"a, 0ada montou seu animal e virouse mais uma ve" paraambo, $ue continuava bo$uiaberto.

U ambo, corra at a casa e dia a 0an#lia $ue tio 6illiam tomar ca! comio.'inda mais espantado, ambo !itou 0ada a!astarse montada em *ets[. uno

seuia ao lado, aparentemente sem ninum na sela.

G nero correu mesmo para a casa e, o!eante, entrou na co"inha. 0an#lia estavapreparando torradas e ovos.U N%o me dia $ue est acordando aora, ambo.U ' patroa... disse... $ue tio 6illiam... vem tomar ca! com ela.U Dio 6illiamKAU >oc


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#- TUDO POR CAUSA DE UM PRATO DE U"AS

Quando voltaram do passeio, 0ada e tio 6illiam !oram para o terra5o. 0adaestava linda em suas cal5as de montaria brancas e seu suter verdeclaro, com os lonoscabelos escuros presos num rabodecavalo.

U Sempre adorei tomar ca! no terra5o U disse Dio 6illiam, muito bemdisposto.Gs dois caminharam para as cadeiras de !erro la$ueado.

U Sentese a$ui, tio 6illiamA U sueriu 0ada.U @omo voc< achar melhor, minha !ilha.Sin LoY, o copeiro chin


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uma coisa, tio 6illiam. U Havia ansiedade na vo" da mo5a. U Quando vai come5ar atrabalhar em sua !#rmulaK

U Loo depois do ca!, $uerida.U Estou t%o ansiosa $ue mal posso esperar.0ada, porm, teve de ser paciente. Dio 6illiam n%o comia havia $uarenta anos e

estava com enorme apetite. 0ada achara $ue ele comera muito, mas, $uando selevantaram, Sin LoY viu $ue um dos pratos continuava intocado.Dio e sobrinha passaram pelo hall.

U 9ei1eme pensar um pouco U disse ele. U Es$ueci onde !ica a entrada dopor%o.

U I debai1o da escada.U 'hA I mesmo.0ada seuiuo at a porta. Ele abriua e olhou o l/ubre interior.

U Que escurid%oAU Quer uma vela, tioK

U tima idia.0ada !oi rapidamente W copa e voltou com duas velas e !#s!oros. G velhinho asacendeu, di"endo-

U Eu vou na !rente.0ada j ia seuilo, mas 0an#lia apareceu no hall.

U >ai descerK U peruntou a preta, alarmada.U >ou acompanhar tio 6illiam.U N%o !a5a issoA I muito escuro l embai1o.0ada irritouse.

U @hea dessas preocupa5=esA Eu tenho uma vela.

' empreada desesperouse.U Por !avor U suplicou, ajoelhandose U, n%o des5a com tio 6illiamAU 0an#lia, ponhase de pA U esbravejou 0ada.' co"inheira levantouse.

U Que vai !a"er no por%oKU Dio 6illiam precisa de mim.U Para $uou ajudlo a revolucionar o mundo cient+!ico U sussurrou 0ada, em tom

con!idencial.U Qu


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$- SERIA A MANSO A CULPADA?

Quando o 9r. Lu+s *rito cheou W mans%o 6inston, !oi recebido pela tr


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U *em, talve" um pou$uinho. 0as j estou bem crescido e n%o vou !icaremburrado. Quem K

U Dio 6illiam.U Dio 6illiamKU I o tio de ohn U e1plicou ela. U G homem mais inteliente do mundo.

U Costaria de conhecendo 0an#lia a!astarse triste e abatida, 0ada meneou a cabe5a e virouse para

o mdico-U I ela $uem precisa de vitaminas, Lu+s.'nsioso por retornar ao assunto tio 6illiam, o mdico peruntou-

U Que !#rmula essaK Parece muito interessante.Gs olhos de 0ada brilharam de contentamento.U I simA N%o conhe5o todos os detalhes, mas tio 6illiam arante $ue ser uma

verdadeira revolu5%o.U 0esmoKU Sem d/vidaA E, de $uebra, !ar ohn mudar de idia.U 0udar de idiaK @omo assimKU ohn me dei1ou por causa de outra mulher.U *em... U o mdico es!or5avase por parecer natural. U Se tio 6illiam !i"er

ohn voltar atrs, ser #timo.

U sso mesmoA U concordou 0ada. 0an#lia voltou com o clice raduado.U 9esculpeme, Lu+s U disse 0ada, recebendo o clice U, preciso levar isso atio 6illiam. Ele me espera no por%o.

U Dudo bem. Eu estou s# de passaem.U Ent%o estou desculpadaKU @laro.U I sempre t%o bom vou W cidade procurar ohn.U Domara $ue tudo d< certoA... U suspirou 0an#lia, mais animada.G mdico saiu da mans%o 6inston e diriiu at o @lube de D


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Resolveu esperar. Quase com certe"a, ohn n%o iria demorar. G 9r. Lu+s !oi W salade estar e acomodouse numa das poltronas de couro. 'nustiado, !icou imainando o$ue estaria acontecendo na$uele velho casar%o cheio de sombras.

En$uanto o doutor auardava ohn, tio 6illiam sa+a apressado do por%o, ritando-U @ompletei minha !#rmulaA 0adaA Gnde est vococ< se es$uece de $uepassei $uarenta anos planejandotodos os detalhesK U Dio6illiam bai1ou a vo" e sussurrouno ouvido de 0ada- U E, aora$ue est tudo pronto, $uer saber$ual o seredoK

U @laroAU Ent%o venha c. >amos ameu $uarto. L, ninum nosouvir.

Horas depois, tio 6illiamabriu a porta de seu $uarto nos#t%o, e 0ada saiu muitocontente.

U >ou trocar de roupa Udisse ela. U 9a$ui a pouco nos

encontraremos na araem.'o descer a escada, $uase

trombou com 0an#lia, $uesubia a passos lentos.

U Que ritaria, patroaA'conteceu aluma coisaK

0ada, jubilante, aarrou0an#lia pelo bra5o.

U Dio 6illiam completou a!#rmulaA &ma maravilhaA

U ' tal !#rmula $ue vaimudar o mundoK


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U Essa mesmo. Ele vai me dei1ar e1perimentla. Dio 6illiam um amos W cidadeA

U G 7tio 2illiam8 tambmKU @laroA Demos de resolver assuntos importantes.U 0as a senhora n%o vai almo5arK ' comida j est pronta.U 'lmo5arK Gra, 0an#lia, $ue idiaANisto, tio 6illiam apareceu no alto da escada. Seu traje era impecvel, embora um

tanto !ora de moda- botinas pretas, polainas brancas, cal5as riscadei", !ra$ue, colete,camisa de colarinho duro, ravata listrada lara e chapucoco. @ome5ou a descerapoiandose numa benala, mas parou de s/bito, olhando para o corrim%o com um ar decrian5a travessa. Sem se importar com 0an#lia, o velhinho joou a perna por sobre ocorrim%o e escorreou com a rapide" de um raio. 0an#lia sentiu o deslocamento de ar

$ue se produ" $uando alo passa velo"mente a nosso lado. Gs cabelos da co"inheira searrepiaram- $ue teria sido a$uiloK

%- QUANDO UM NOME PRPRIO IMPRPRIO

' separa5%o do casal 6inston era o assunto de todas as rodas. ' not+cia, publicadapelo cronista Fli1 S, ca+ra como uma bomba, e o mais indinado era S+lvio Neto,

produtor da pe5a em $ue @armen de Luna deveria atuar.S+lvio era um $uarent%o bai1o, ordo e nervoso. Na boca, tra"ia sempre um enorme

charuto apaado. Sabia !arejar um talento, e suas descobertas muitas ve"es cheavam aoestrelato. No momento, considerava @armen sua maior atri".

Encontraraa anos antes, num pe$ueno teatro de sub/rbio, $uando ela ainda usavaseu nome verdadeiro, Filomena Stoppa. Seus cabelos de !oo, seus olhos verdes e seucharme loo deslumbraram S+lvio.

0as ela tinha um temperamento di!+cil, imprevis+vel. No in+cio, essa sua !aceta n%ose mostrara. 9urante os ensaios da pe5a, comportarase com disciplina, cooperando comtodos e contribuindo para o sucesso eral.

9epois da primeira noite de espetculo, entretanto, seu jeito de ser !oi se revelandocada ve" mais. @olrica, eoc


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G produtor sentiu o sanue !erver nas veias. Se ao menos ela dei1asse a$uele!inimento de lado...

U 9esculpeme se o !i" esperar U continuou ela, apro1imandose e !a"endobi$uinho. U 0as voc< veio t%o !ora de hora.

U >amos dei1ar o charminho de lado e entrar loo no assunto.

U Nossa, S+lvioA Que palavras r+spidasAU Dalve" eu seja mesmo r+spido, mas ao menos n%o tenho duas caras.@armen apertou os olhos.

U Que voc< $uer di"erKU S# isto U respondeu ele, abrindo o jornal diante dela. U '\entei muita coisa,

mas aora j demaisAU N%o sei do $ue est !alando.U Quem mandou voc< dar ao jornal uma not+cia dessasKU 0as verdade, S+lvio. ohn vai des$uitarse. 9isseme isso ontem W noite.U Gntem W noiteK >oc< anda depressaA

U N%o tive a menor inter!eroc< uma pombinha inocente, seria incapa" de uma coisadessas.

@armen a!astouse bruscamente e !i1ou S+lvio com olhos !aiscantes-U Sabia $ue isso n%o de sua contaKU Est enanada, meu bem. I de minha conta, sim, senhora. >oc< tem um contrato

comioAU Escute a$ui, S+lvio NetoA Denho o direito de viver minha vida como bem $uiser.

N%o vai ser um peda5o de papel o $ue me !ar mudar de idia.@om raiva, S+lvio mordeu o charuto.

U I verdade. N%o posso !or5la a trabalhar. 0as vou processla por rompimentode contrato.U E da+K N%o lio a m+nima. Loo serei a Sra. 6inston e n%o vou ter de me

preocupar com essas picuinhas.U sso imposs+velAU Pois voc< n%o perde por esperarA U retrucou ela, ritando. U 'ssim $ue o

des$uite estiver arranjado, ohn e eu vamos nos casar no &ruuai.U 0as e sua carreiraKU ' carreira $ue v para o in!ernoA >ou ser da altaAU Gra, Filomena, dei1e de palha5ada e volte ao teatroA

U FilomenaA U Ela estava possessa. S+lvio abai1ouse a tempo de n%o ser atinidopor um vaso, $ue se espati!ou contra a parede. U Quem lhe deu o direito de me chamarassimKA

U >oc< e sempre ser Filomena StoppaAU I o $ue voc< pensa, idiotaAU Nunca ser uma r%!ina.U Gra, seu...U Querida, conhe5o voc< muito bem e sei o $ue estou di"endo.U @aia !ora, S+lvioAU Fi$ue sabendo $ue s# sairei de sua vida $uando essa !arsa terminar U retrucou o

empresrio, com !irme"a. U Primeiro, esse tal 6inston precisa saber do seu passado...das suas mentiras...


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U N%o me venha com amea5as. Sem mim, voc< n%o nada. 'lis, ben"inho, acho$ue voc< ter de cancelar sua pe5a.

U Por $uoc< sabe, esse te1to !oi escrito e1clusivamente para mim.U I verdade... U concordou ele, encaminhandose para a porta. U 0as $ue posso

!a"erK Se voc< n%o $uiser continuar, vou procurar Lilian 9ias.U Lilian 9iasKA '$uela loura o1ienadaKA >oc< n%o se atreveriaAS+lvio riu.

U Passe bem, FilomenaA U disse ele, desviandose de uma ciarreira de Xni1atirada em sua dire5%o.

&- UM GUARDA AT'NITO

0ada nunca dei1ava de cumprimentar o uarda Raul, o simptico policial $ue

costumava se postar na es$uina da 9o"e de Gutubro com a @lemente lvares. Elaauardou $ue o bonde de >ila 'nastcio se adiantasse e !reou.

U *oa tarde, RaulANo banco de trs, Sunshine latiu para o uarda.U *oa tarde, dona 0adaA Eu... eu... 9esculpe, mas... verdade o $ue est escrito

no jornalKU '$uela not+cia idiotaK U 0ada riu. U @laro $ue n%oAU 'inda bemAU Raul, voc< conhece tio 6illiamK U peruntou ela, apontando para o lado.

Respeitoso, tio 6illiam tirou o chapu para o uarda.

Raul arrealou os olhos, mas n%o viu coisa aluma no banco do carro.U *em, j vamos indo, Raul. Demos muita coisa para !a"er hoje. 't loo.0ada seuiu caminho. >endo o carro irse embora, Raul tirou o $uepe e co5ou a

cabe5a, perple1o.

(- O QUE MAGDA IR PROPOR A CARMEN DE LUNA?

ohn voltou ao clube e soube $ue o 9r. Lu+s o esperava.U Gl, Lu+sA U e1clamou ele, adiantandose para o mdico. U Que bom v


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G milionrio j n%o escondia sua curiosidade.U '!inal, o $ue est acontecendoKU 0ada est vendo coisas. Estive na mans%o h duas horas, e sua mulher me

arantiu $ue um parente j !alecido vai !a"er $ue voc< volte para casa.ohn !icou bem espantado.

U FalecidoK QuemKU &m tal tio 6illiam.G milionrio merulhou o rosto entre as m%os e emeu-

U Ser poss+velKPassados aluns seundos, recompXsse-

U Ela sempre detestou a$uela casa, Lu+s. Fui eu $uem a obriou a morar l. 0asvou tomar provideja bem, 0ada associa tio 6illiam W mans%o. Se a tirarmos de l, ela

pode entrar em para!uso. G melhor esperar $ue essa !ase passe. En$uanto isso, temos de!inir $ue tambm vemos tio 6illiam, como se ele estivesse t%o vivo $uanto n#s. 'chomelhor n%o discutir com 0ada nem ridiculari"ar suas !antasias. &ma atitude hostil

poderia ter resultados !atais.U FataisK U ohn estava bo$uiaberto.U sso mesmo. Ela pode obstinarse e manter inde!inidamente viva a imaem desse

!antasma. N%o podemos correr esse risco.U *em, se assim... U a$uiesceu ohn, abatido.G 9r. Lu+s !icou com muita pena do amio e procurou animlo-

U Gra, n%o sejamos pessimistasA Quem sabeK...

ohn estava num dilema. Seu luar aora era junto de 0ada, mas $ual seria area5%o de @armenK 'inda na vspera, prometera a @armen n%o retornar W mans%o6inston en$uanto a atri" n%o !osse sua esposa.

ohn n%o $ueria mentir. Por isso, antes de voltar para casa passaria pelo eleanteedi!+cio em $ue morava @armen, o @hVteau d]'rile, e lhe e1plicaria a situa5%o. 'oentrar em seu carro, porm, ohn estava lone de imainar $ue na$uele mesmo instante0ada estacionava em !rente ao @hVteau.

0ada desliou o motor e, !ran"indo as sobrancelhas, peruntou-U Dio 6illiam, e se a tal @armen se recusar a provar a !#rmulaKU Ela n%o pode recusar. >oc< tem de convenc


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U I, o senhor est certo.U Dudo ser muito !cil, voc< vai ver. 'ora, voltando W$uela sua perunta, acho

$ue voc< pode di"er a @armen $ue os e!eitos da !#rmula durar%o apenas uma semana.U Est bem, mas $uanto tempo v%o durar de !atoKU G $uanto voc< $uiser.

U N%o estou entendendo.U Denho a$ui um ant+doto U respondeu tio 6illiam, tirando do bolso do colete um!ras$uinho cheio de um l+$uido.verdeesmeralda. U En$uanto voc< estiver com essaampola, ter o controle da situa5%o.

U G senhor um


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U Dome cuidado, patroa U disselhe So!ia. U N%o v pXr o carro na !rente dosbois.

U Eu sei o $ue !a5oA U retrucou @armen, petulante. 0as pensou melhor eperuntou- U Que voc< $uer di"er com issoK

U *em... a senhora sabe, ela pode criar caso no des$uite.

U I verdade... N%o pensei nisso.U Dalve" ela tenha vindo apenas para conhecer a 7outra8.U Glhe como !ala, So!iaA... 0as voc< pode ter ra"%o. I melhor n%o me precipitar U

concordou @armen, pensativa.Na porta $ue dava para a sala de estar, @armen parou um momento, em nervosa

e1pectativa. 9epois, respirou !undo e apareceu diante de 0ada, a!etando um sorriso.U 0adame 6instonA0ada levantouse, admirada. Por aluns seundos, as duas mulheres se mediram

em sil


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U Gbriada, n%o !umo. 'cho $ue a senhorita deve estar $uerendo saber a ra"%o deminha visita.

U Naturalmente.U I sobre sua decis%o de abandonar a carreira teatral.U 0inha carreiraK U @armen lan5ou um olhar descon!iado. U Por $ue esse

interesseKU Gra, meu !uturo depende disso.U N%o estou compreendendo...U 0uito simples. Espero $ue n%o !i$ue "anada com o $ue vou di"er.U E eu espero $ue a senhora compreenda $ue estou a$ui, conversando, apenas por

uma $uest%o de cortesia.U Sim, eu sei disso.U Nesse caso, n%o acha $ue seria melhor evitar certos assuntosKU Dalve", mas creio $ue preciso encarar os !atos. Ent%o, posso ser sinceraK@armen n%o estava entendendo bem, mas pre!eriu concordar.

U @laro $ue pode, Sra. 6inston.U 9e aora em diante, sua vida ser como a minha, n%oK U come5ou 0ada.U H alum mal nissoKU N%o, mas voc< acha $ue vale a pena sacri!icar a carreiraK@armen respondeu com vo" um tanto r+spida.

U 'cho $ue sim. Nasci num meio humilde e aora poderei participar da altasociedade.

U 0as n%o acha $ue a vida da 7alta sociedade8, como di", pode vir a ser bastantemon#tonaK

U 'onde $uer chearK

U Seu trabalho no teatro tem sido t%o cheio de aventuras e emo5=es. Para $ue trocarisso por um casamentoKU 9iame uma coisa- se a vida na alta assim t%o desaradvel, por $ue a senhora

n%o a abandonaK0ada sorriu.

U @omio di!erente. N%o tenho voca5%o aluma para a arte dramtica...U I problema seu. Eu nada tenho $ue ver com isso.U E1ato U 0ada bai1ou a vo", num tom $uase siiloso. U Se $uer saber, invejo

seu talento e seu !uturo de artista. Levo uma vida rotineira, e minha /nica motiva5%o oamor $ue tenho por ohn.

@armen !icou o!endida.U >amos acabar com isso. @hea de con!idencias U disse, pondose de p num

timo.U Srta. Luna, n%o estou procurando !a"er $ue simpati"e comio. S# $uero $ue veja

o outro lado da situa5%o.U G seu, claro U ironi"ou a outra. 0ada continuou imperturbvel.U N%o acha $ue est se arriscando muito ao desistir da nova pe5aKU sso n%o de sua conta, Sra. 6inston. U @armen n%o estava mesmo para

brincadeiras.U 0uita coisa pode acontecer at ohn conseuir o des$uite. ' senhorita talve"

mude de idia $uanto ao teatro.U Que $uer di"erK


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U *em... alum ter de !a"er seu papel na nova pe5a e, com isso, pode surir umanova estrela.

0ada percebeu $ue estava pondo o dedo na !erida. @armen cerrou os punhos emordeu os lbios.

U N%o me importo. H apenas uma @armen de Luna, n%o se es$ue5aA

U 0as o p/blico pode muito bem es$uecerse.'o ouvir a$uilo, @armen sentiu $ue cheava a seu limite.U Ent%o a senhora acha $ue pode mudar minha atitudeK Fi$ue sabendo $ue...0ada loo a interrompeu.

U Pelo contrrio. 9esejo apenas advertila do perio $ue essas mudan5as ser%o paraa senhorita. E, depois de pensar muito, conclu+ $ue essencial conhecermos melhor avida uma da outra. Quero $ue compreenda bem sua situa5%o.

U @ompreender minha situa5%oKU sso mesmo. Gu5ame, tenho um plano $ue pode ajudar o !uturo de n#s duas.@armen encaroua com desdm.

U Glhe a$ui, 0ada 6inston. ouvi demais suas malu$uices. 'ora, $ueiradesculparme...' rispide" de @armen !e" 0ada levantarse tambm e di"er-

U 9iante disso, s# me resta uma op5%o...U QualK U peruntou a outra, com altive".U >ou meditar bastante e decidir se devo ou n%o concordar com o des$uite.Sem di"er mais palavra, 0ada peou a bolsa e caminhou para a porta. @armen,

vendo a di!+cil situa5%o $ue criara para si mesma, !icou desorientada.U Sra. 6instonA EspereA 0ada virouse.U SimK

U Perdoe minha !alta de tato U disse a atri", com um sorriso bem !also.U N%o necessrio pedir desculpas. U 0ada estava muito tran$\ila, certa de seudom+nio sobre a situa5%o.

U *em... n%o $uer e1plicar $ual seu planoK 0ada sorriu, satis!eita.U Quer ouvir mesmoKU Quero U respondeu @armen, enolindo o orulho.U 0uito bem.0ada voltou para a poltrona.

U Estou precisando tomar aluma coisa U observou @armen. U Costaria de umca!K

U Sim, obriada.U >ou pedir a So!ia $ue prepare um.

11- F*RIA E FLOR DE LTUS

Nesse momento, ohn 6inston cheou W portaria do edi!+cio e apro1imouse doporteiro. Passara diante do carro de 0ada, mas n%o o reconhecera.

U *oa tarde. ' Srta. Luna estKG porteiro tornou a chamar o apartamento de @armen. 9a e1tens%o na co"inha,

So!ia atendeu. @armen acabava de entrar para pedir o ca! e !icou W escuta.' empreada virouse para @armen-

U Ti, patroaA G Sr. 6inston est no sau%o e $uer subir.


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@armen !e" uma careta, impaciente.U Que ele vem !a"er a$ui a esta horaKU N%o sei. >ou di"er $ue a senhora est descansando.U N%o, espereA U @armen concentrouse em busca de uma solu5%o. U H alo de

estranho em tudo isso. 9ia ao 9elmo $ue o Sr. 6inston pode subir.

U E a mulher deleKU Eu dou um jeito. @armen voltou para a sala.U Sra. 6inston U disse, numa vo" despreocupada U, lamento muito, mas es$ueci

$ue havia marcado uma entrevista para aora. G rep#rter j est subindo. ' senhorapoderia esperar aluns minutos em meu $uartoK

U Pois n%o U 0ada levantouse prontamente, sem demonstrar nenhumacontrariedade.

@armen completou-U Loo $ue o rep#rter sair, $uero ouvir seu plano. Estou realmente curiosa.No momento em $ue @armen !echava a porta do $uarto, a campainha tocou.

U So!ia, mande o Sr. 6inston entrar e dialhe $ue estou esperando no terra5o Usussurrou @armen, !a"endo um esto em dire5%o do $uarto. U Ela deve estar de orelhana porta.

Quando ohn cheou ao terra5o, so!reu uma verdadeira o!ensiva carinhosa de@armen.

U Que bom v


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U Gntem W noite !alei em des$uite com 0ada.U sso voc< j me contou. 'lis, por $ue n%o !alou com 0ada h mais tempoK Ela

tem de concordar com isso aora mesmo.ohn !icou chocado com a atitude autoritria de @armen, mas n%o se alterou.

U 'cho $ue 0ada n%o est em condi5=es de concordar com coisa aluma.

U N%oK U retrucou @armen, levantando os olhos, amea5adora. U E por $uoc< n%o pode me

iludir, $ueridoA Quer voltarpara junto de sua mulher"inhaA>amos, con!esseA

Ele respondeu em vo"bai1a.

U S# acho $ue devo...U 9eve o $uoc< tem a ousadia

de vir me !alar em deverKU 'cho $ue voc< pode

entender.


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U Gra, $uer $ue eu acredite em suas mentirasKAU 0as n%o estou mentindo, @armenAU 'h, K E $uem lhe disse $ue ela est doenteKU &m bom amio nosso, $ue tambm mdico da !am+lia e esteve hoje no clube.@armen levou aluns seundos para coordenar as idias- 78alvez 5ohn este/a

dizendo a verdade" a certa o m&dico est! $ancando o conciliador, querendo azer 5ohnmudar de planos8. @om esse pensamento, a atri" resolveu adotar outra ttica. 9e s/bito,seu tom voltou da raiva W meiuice.

U Querido, perdoeme se n%o acreditei no $ue disse. 0as voc< deve entender $uesou mulher e... bom, !i$uei enciumada. >oc< me desculpa, n%oK

G milionrio n%o respondeu. @armen abra5ouo, mas ohn notou a !alta de brilho emseus olhos, e a$uela brusca mudan5a de atitude o irritou.

U 'mor, e se seu amio mdico estiver mentindoKU G Lu+s n%o mente.U 0as vamos supor $ue esteja mentindo. >oc< vai se demorar na$uela casaK

ohn $ueria pXr !im W conversa.U @laro $ue n%o. >olto assim $ue puder.U @omo !ui boba em duvidar de voc


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12- A SOLU+O NUMA AMPOLA

Quando $ueria, @armen sabia controlar suas emo5=es. @om vo" serena, abriu aporta do $uarto e disse-

U Pode sair, Sra. 6inston.

U Gbriada. Guvi um ru+do estranho. 'conteceu aluma coisaKU Nada de mais. '$uele rep#rter estabanado esbarrou num bibelX e o $uebrou. 0as

vamos !alar de seu plano.U Ent%o ainda est interessadaK U peruntou 0ada, sorrindo.U Estou, mas primeiro desejo !a"er uma perunta.U SimKU Quando esteve com ohn pela /ltima ve"KU Gntem W noite.U I s# o $ue eu desejava saber...U 'ntes de mais nada, $uero dei1ar bem claro U come5ou 0ada U $ue n%o vim

pedir $ue ohn volte para casa.U I claro $ue ele vai voltar para a$uela casa U a!irmou @armen, maldosa. U 0as,

$uando isso acontecer, eu serei sua esposa.0ada n%o se perturbou e seuiu em !rente-

U G $ue eu $uero convenc


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U E se $uisermos destro5ar os corpos antes de completar uma semanaK U indaou@armen, continuando a viver seu papel na$uela pe5a imainria.

7?raas a Deus38, pensou 0ada. 7=la acreditou em mim" 8io 2illiam vai icar$em satiseito"8

U N%o ser poss+vel. U 0ada tornou a cru"ar os dedos. U Esta $u+mica tem de

ser eliminada naturalmente. E h um detalhe muito importante.U QualKU Nenhuma de n#s poder revelar o seredo. Ninum pode saber de nosso trato.

Gutra coisa- n%o poderemos beijar ohn nem lhe !a"er nenhum carinho.7=ssa & $oa38, divertiuse @armen. Entretanto, n%o dei1ou cair a mscara de

seriedade e peruntou-U 0as e se isso acontecerKU I melhor nem pensar. ' simples vontade de beijar ohn vai causar uma tontura

!ort+ssima.U E se eu n%o liar para a tonturaK

0ada deu de ombros.U >ai perder os sentidos.Dudo isso ajudava @armen a armar seu plano- 7=ssa a) est! mais $iruta do que eu

imaginava" @timo3 7om uma doida assim, logo, logo 5ohn vai querer voltar para meus$raos8.

U Que coisa complicadaA U comentou @armen, !inindo acreditar em tudo.U N%o tem nada de complicado. ' senhorita sabe $ue isso pode nos ajudar

bastante.@armen olhou mais uma ve" para o tal l+$uido. 9e repente, ocorreulhe um

pensamento terr+vel- 79eu Deus3 = se isso or veneno; =la pode ter endoidado de vez e

resolvido dar ca$o de mim" 9elhor tomar cuidado8.U *em, Sra. 6inston, h uma coisa $ue me preocupa. Essa !#rmula n%o poderia,h%... ser periosaK

0ada leu os pensamentos da outra e a tran$\ili"ou-U N%o h o $ue temer, Srta. Luna. Eu provei um pou$uinho, e o osto mesmo

amaro, mas aranto $ue n%o veneno. E ent%oK@armen pensou um pouco- 7, ela me parece uma louca mansa" Acho que vou

coniar8.U 0uito bem, Sra. 6inston. >amos em !rente. @omo di", n%o tenho nada a perder.

E, j $ue amaro, $ue tal misturar com o ca!K U sueriu @armen, olhando para a

bandeja $ue So!ia trou1era e !a"endo enorme es!or5o para n%o rir.U *oa idiaA U concordou 0ada.0ada preparou as 1+caras e dividiu cuidadosamente o conte/do da ampola, ota a

ota, sob o olhar atento de @armen. 9epois, cada uma tomou sua dose.U >iva a !#rmulaA U e1clamou 0ada, levantando a 1+cara num brinde.U >ivaA U disse @armen, !inindo entusiasmo e imainando a cara $ue 0ada

!aria $uando inerissem a$uilo e nada acontecesse.'s duas sorveram o l+$uido at o !im, !a"endo caretas, pois era amaro como

$uinino.N%o demoraria muito, as coisas come5ariam a mudar.


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13- QUANDO MAGDA NO MAGDA E CARMEM NO CARMEM

U 'rhA Que coisa amaraA U disse @armen, j no corpo de 0ada.U I ruim mesmo U retrucou 0ada, no corpo de @armen.Haviam trocado de corpo t%o rapidamente $ue a trans!orma5%o ainda n%o !ora

notada. 0ada sentiu a pele mais !ria e percebeu $ue vestia apenas uma camisola decetim. @armen estava acalorada e, ao des!a"er o la5o de l% no pesco5o, deuse conta do$ue acontecera.

U NossaA Esta coisa !uncionaA U ' atri" estava atXnita. U Ent%o... ent%o o $uevoc< me disse era verdade.

U @laro. Por acaso voc< imainava $ue era loucura minhaK9esapareceram todos os vest+ios de !ormalidade entre as duas.

U *em... para ser !ranca, sim U con!irmou @armen, apalpando sua nova pele.U I mesmo incr+vel U disse 0ada, cru"ando os bra5os para cobrir o decote da

camisola.

@armen sussurrou, para $ue So!ia n%o ouvisse-U @omo voc< est se sentindoK0ada respondeu, tambm num sussurro-

U 0uito bem. E voc


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Pensando em certa aveta da cXmoda, onde uardava numerosas cartas de amor,@armen arranjou um prete1to-

U S# vou me ma$uiar.U Est bem, mas n%o e1aere. Pode dar na vista. @armen n%o pXde dei1ar de !a"er

uma observa5%o !erina-

U I claro. 'ora sou uma criatura de nari" brilhante, $ue osta da vida ao ar livre.0ada sorriu, divertida.U E eu sou uma !lor de estu!a.@armen contevese e pensou- 7%ogo que eu sair daqui, arei o que quiser com o

corpo dela8.9epois, entrou no $uarto, trancou a aveta da cXmoda, escondeu a chave debai1o do

tapete e parou diante da penteadeira.U Se n%o der um jeito nesta cara, estou perdidaA U considerou ela, en!iando na

bolsa (de 0ada) seu estojo de ma$uiaem e um !rasco de Ptalas de L#tus. 9epois, semnenhum remorso, voltou para a sala.

U ProntoA U e1clamou.U Dio 6illiam e meu c%o"inho, Sunshine, est%o esperando no carro. >oc< sabediriirK

U @laro $ue sei. 'doro velocidade.U 0as n%o corra muito, por !avor. Dio 6illiam pode !icar receoso.@armen riu maldosamente.

U Gra, esse tio 6illiam deve ser um morto bem es$uisito.0ada o!endeuse.

U N%o osto $ue ca5oem de tio 6illiam.U Por $ue n%oK U peruntou @armen, Ws aralhadas. 'o ver @armen em seu

corpo, 0ada teve um estremecimento.Nunca poderia imainarse da$uela !orma, rindo t%o vularmente.U Por $u


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U SunshineK U peruntou a atri". G animal balan5ava a cauda e inclinava a cabe5a,olhandoa com curiosidade e notando $ue havia alo di!erente em sua dona. U *em,vamos andando.

@armen liou o motor.U Sabe onde K U peruntou tio 6illiam.

U 'cho $ue sim U respondeu @armen, com um sorriso. U H muito tempo pensona mans%o.

1#- A BOLSA ROUBADA

' sa+da precipitada de 0ada (@armen) atraiu a aten5%o de So!ia, $ue suriu daco"inha. ' criada comentou com @armen (0ada)-

U Que mulher barulhentaA

U E $ue olpe intelienteA U observou 0ada.U Colpe intelienteK U So!ia n%o estava entendendo.U Por $ue ela n%o me disse loo $ue ohn ia voltar para casaKU Ent%o ela sabia de tudoK N%o me diaA U So!ia assumiu um ar de cumplicidade.U Se eu soubesse $ue ohn $ueria voltar, toda essa con!us%o seria evitada U

continuou 0ada. U 0as pode haver alum enano. Ele deve ter ido l apenas parabuscar suas coisas, n%o para !icar.

U 0as a senhora n%o me disse $ue ele ia voltar por$ue... 0ada n%o ouviu So!ia eseuiu com seus pensamentos.

U G pior $ue ela vai !a"er tudo para $ue ohn !i$ue contra mim.

U 0as isso n%o justoA ' senhora abandonou a carreira por causa dele...0ada continuou a raciocinar em vo" alta, sem tomar conhecimento da empreada.U Se ao menos tio 6illiam estivesse a$uiAU Quem tio 6illiamK U indaou So!ia, surpresa.U 0as estou me preocupando W toa. Dio 6illiam e1plicou muito bem o $ue ia

acontecer e o $ue devo !a"er.U E1plicouKA U So!ia estava bo$uiaberta.0ada a!inal notou So!ia e peruntoulhe-

U Gnde !ica o tele!oneKU PatroaA Que brincadeira essaK

U 'hA sei U e1clamou 0ada, virandose e correndo para o $uarto.So!ia seuiua, intriada com a$uele comportamento.U Estou t%o emocionada $ue n%o me recordo de coisa aluma U e1plicou 0ada,

sentandose diante do tele!one. U Qual mesmo o nome da$uele homem $ue escreveu anota no jornalK

U ' senhora n%o se lembraK N%o poss+velA G nome Fli1 S.U 'hA Fli1 S. 0as, por !avor, $ual o nome do jornalKU @orreio Paulistano.U Sabe o tele!one de lKSo!ia !oi buscar o jornal e mostroulhe o n/mero, espantada com as maneiras

delicadas da patroa.U Gnde est o !rasco de Ptalas de L#tusK U peruntou a empreada.


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U 'lXA I do @orreio PaulistanoK Posso !alar com o Sr. Fli1 SK 9ialhe $ue aSra. 6inston... isto , @armen de Luna. Pois n%o, eu espero, obriada.

U Gnde est o !rasco de Ptalas de L#tusK U insistiu So!ia.U Ptalas de L#tusK N%o sei.U Pu1aA Ent%o a$uela r%!ina a!anou o per!umeA E a ma$uiaem tambmA

U 'lX, Sr. SK U !alou 0ada ao tele!one. U sso... @armen de Luna. @omoK'h, sim. Costei muito da nota, mas ostaria $ue o senhor !i"esse outra, anunciando ocontrrio. 9ecidi n%o abandonar o teatro. E1atamente, Sr. S. 0udei de idia. ssomesmo. >ou aparecer na nova pe5a, sim. E1ato. @ome5aremos os ensaios amanh% demanh%. N%o, n%o vou mudar de idia outra ve". GbriadaA Escute, Sr. S, a not+cia sairno jornal de amanh%K 'hA U e1clamou 0ada, com um sorriso satis!eito. U 0uitoobriada e at loo.

0ada colocou o !one no ancho e, recostandose na poltrona, observou-U ' situa5%o aora est melhor.U E seu vidro de Ptalas de L#tusK

U @omoKU ' mulher"inha da alta roubou seu per!ume e o estojo de ma$uiaem, en$uanto asenhora estava com o Sr. 6inston.

0ada levantouse num salto-U Sr. 6instonKU I. ' dona 0ada deve ter acreditado $ue era mesmo um jornalista, mas, $uando

!icou a$ui no $uarto, roubou seu per!umeA0ada, passando a entender tudo o $ue ocorrera, !icou indinada.

U Que mulher mes$uinha...U 'inda bem $ue sua bolsa estava uardada.

U 0inha bolsaA U ritou 0ada, assustando So!ia.' mo5a come5ou a correr de um lado para o outro, procurando a bolsa.U Est vendoK U observou So!ia. U N%o se pode con!iar nem em ente rica.nstantes depois, 0ada parou, l+vida, ao se convencer de $ue sua bolsa !ora levada

por @armen.U Ela peou a bolsaA U emeu 0ada, bo$uiaberta.So!ia tomou uma e1press%o malvada.

U ' senhora podia complicar a situa5%o dela. Por $ue n%o vai W pol+cia e d $uei1ado rouboK

0ada, porm, n%o estava ouvindo a suest%o de So!ia. 78enho de recuperar a

$olsa de qualquer maneira" +em o ant)doto, estou perdida" ou esperar um pouco at&eles voltarem B manso" Depois quero ver tio 2illiam" =le achar! um meio de recuperara ampola.8

9ecidida a nova estratia, 0ada sentiuse mais W vontade.U Dudo vai terminar bem U anunciou, mais animada.So!ia tambm sorriu, pensando $ue sua suest%o tinha sido aceita.

U >ai chamar a pol+ciaKU N%o, vou chamar tio 6illiam.9i"endo isso, virouse e saltou para o terra5o, dei1ando So!ia com cara de $uem n%o

est entendendo nada.


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1$- TIO WILLIAM DE CASTIGO

Quando ohn cheou em casa, !icou preocupado ao notar $ue o autom#vel de suamulher n%o estava na araem.

U Gnde est o carro de dona 0adaK U peruntou a ambo.

U Ela... U auejou o homem U saiu de autom#vel com tio 6illiam.U Dio 6illiamA U e1clamou ohn.U Sim, senhor.U 9isse aonde iaKU N%o, senhor. Parece $ue ninum sabe. 'lis, eu preciso !alar com o senhor,

patr%o. Zs ve"es, meus olhos escurecem e n%o consio ver direito... 'cho $ue estoudoente...

'ntes $ue ambo continuasse a !alar, ohn caminhou apressado para a mans%o.0an#lia estava na co"inha e, ao vou coloclo em luar mais apropriadoA U disse, resoluto.


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G retrato era pesado, eohn teve de !a"er !or5a paraarrastlo at o s#t%o. Quandocheou l, ohn !icousurpreso ao ver aberta a porta

do $uarto de tio 6illiam.Quase sem !or5as, conseuiucolocar o $uadro em cima dacama. 0as outra surpresa oesperava- o $uarto estavalimpo e arrumado. Sobre acXmoda, havia um vaso comrosas, as !lores !avoritas de0ada.

U Pobre 0adaA U

suspirou ohn, amarurado.9epois, pu1ou o retrato de tio6illiam para o armrioembutido.

U Fi$ue a+ at tomarju+"oA

En!iou o $uadro noarmrio e es!reou as m%os.9epois, trancou a porta euardou a chave no bolso.

78enho de impedir que9agda venha aqui38, pensouele.

@om essa idia nacabe5a, trancou a porta do$uarto, uardando tambmessa chave no bolso.

1%- NEM TUDO PARECE SER O QUE

En$uanto ohn estava ocupado com o $uadro, tio 6illiam entrou com @armen. Gsdois pararam no vast+ssimo hall, conversando em vo" bai1a. ' mo5a olhava para todos oslados, muito admirada das dimens=es de tudo.

U Quase do tamanho de uma esta5%o de tremA Glhe a$uela !ileira de $uadrosAU S%o os retratos de !am+lia U esclareceu tio 6illiam.@armen riu.

U ' aleria dos parasitas, n%o KU I o $ue ohn di" de nossa !am+liaK

U Ele !ala muito de sua rvore eneal#ica.U *em... n%o devemos mencionar os seredos da !am+lia.U Gra, por $ue n%oK U peruntou @armen. U 'ora somos parceiros, n%o somosK


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U I $ue U come5ou ele, !inindo relutVncia e cru"ando os dedos U h alunsmaus elementos na !am+lia.

U 0esmoK Que eles !i"eramKU 'luns !oram ladr=es de cavalos U con!idenciou tio 6illiam. U Gutros,

mercadores de escravos. Houve at ladr=es de beb


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Dio 6illiam encarou @armen com uma e1press%o triste.U N%o $ueria revelar certas coisas, mas... n%o sou muito ben$uisto a$ui.U N%oK Por $u


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ohn !icou calado por aluns instantes. Lembrouse do conselho do 9r. Lu+s.Precisava evitar discuss=es com a mulher. Por causa de seu envolvimento com @armen,n%o $ueria maoar 0ada ainda mais.

U 'cho bom pedir desculpas U continuou @armen, irritada. U E acho $uedevemos pendurar o retrato de tio 6illiam novamente na parede, aora mesmo.

U 'oraK U peruntou ohn, com vo" sumida.U Por $ue n%oK '!inal, ele da !am+lia e tem de ser tratado como tal.Procurando conterse ao m1imo, ohn a!inal concordou.

U Est bem.S# ent%o @armen notou $ue 0an#lia estava chorosa e Sin LoY, perple1o.

U Que h com elesKU Nada, $uerida U respondeu ohn.U Gra essaA Que ente apalermadaAohn n%o conseuiu evitar um tremor em sua vo".

U Dem ra"%o, 0ada.

U 0adaA U e1clamou @armen, em vo" alta. 9epois riu, divertindose com a idia.U Quase me es$ue5o.U Es$uece o $ueja s#A Parece uma pris%oA U e1clamou @armen. U >ou dar um jeito nisso.Quero encher o $uarto de cortinas e espelhos.

0an#lia, calada at ent%o, conseuiu di"er-U Que vestido a senhora vai usar no jantarKU G menor deles U respondeu @armen, despindose.0an#lia me1eu no armrio e apanhou um vestido.

U Serve esteK

U @laro $ue n%o, eu n%o vou a nenhum vel#rioA Esse a+ serve U disse.U 0as uma camisolaAU Escute uma coisa, 0an#lia- esta casa precisa de um pouco de calor. E eu tenho

calor de sobra.U Sim, senhora U concordou 0an#lia, resinada.'p#s entrear a camisola W patroa, 0an#lia correu a ohn.

U Patr%o, o senhor tem de tomar providerdadeKA U ohn, assustado, $uase dei1ou cair o $uadro. U &ma camisolaA Elaest birutaA

U 9isse tambm $ue a casa precisa de calor.


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U @alorK U repetiu ele, procurando terminar loo a coloca5%o do $uadro.U sso mesmo. N%o sei o $ue ela $uis di"er.U Estou vendo $ue a situa5%o pode !icar muito ruim U concluiu ohn.U I verdade. ' patroa est at di"endo $ue vai encher o $uarto de cortinas e

espelhos U acrescentou 0an#lia, entristecida.

U >ou ter de chamar o 9r. Lu+s. 0as primeiro vou pendurar este $uadro. >ai !icara+ por uns tempos. 0as n%o tenha d/vida- depois, vou ter o pra"er de $ueimlo.

2)- UM FANTASMA AO TELEFONE

No apartamento de @armen, 0ada sentiase uma ovelha desarrada. 'uardava ahora do jantar para tele!onar a tio 6illiam. Gs minutos, porm, pareciam horas, e aimpacieio o sinal- ocupado.

0ada pXs o !one no ancho e peruntou de si para consio- 7:uem pode estarusando o teleone da manso;8

N%o podia descon!iar de $ue, no outro lado da linha, seuiase uma conversa entreohn e o 9r. Lu+s.

U I o $ue estou di"endo, Lu+s. 0ada est estranh+ssima. Suas atitudes s%o muitoes$uisitas, ela n%o reconhece mais nada da casa.

U 0antenha a calma, ohn.U Estou muito con!uso, Lu+s. Preciso de sua ajuda. >oc< poderia vir para cKU 0uito bem. 9a$ui a pouco estarei a+ para jantar com voc


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U Dio 6illiamK U indaou a vo" do outro lado, surpreendendo o homen"inho.U Que coincid


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22- UM CONSELHO DE AMIGO

Quando o 9r. Lu+s cheou, ohn o esperava na porta da !rente.U Lu+sA >enha para a saletaA Quero ter uma conversa com vococ< sabe $ue n%o estou em condi5=es de recusar seus conselhos.U Quando 0ada voltar ao normal, voc< deve propor a ado5%o de uma crian5a.U I o $ue j dev+amos ter !eito U retrucou ohn, pensativo. U @om um !ilho, essa

situa5%o nunca teria sido poss+vel. >oc< tem ra"%o, Lu+s.9epois, pensou em vo" alta-

U Pre!iro mil ve"es um !ilho adotivo com 0ada... U @errou os olhos aolembrarse do $ue @armen dissera a$uela manh%.

G mdico compreendeu o $ue ohn $ueria di"er. Este levantouse devaar e cheouW janela. Quando tornou a !alar, sua vo" demonstrava pro!unda emo5%o-

U 0uito obriado, Lu+s.

No andar de cima, @armen estava diante do espelho do $uarto de 0ada. 'camisola era muito bonita, mas demasiado transparente para ser usada !ora do $uarto. G

belo corpo de 0ada !icava inteiramente vis+vel. @armen carreou na dose de Ptalas deL#tus e rebocou o rosto. Pela primeira ve" na vida, 0ada tinha uma apar


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U Gnde a senhora sempre uardaAU 0as ondeK U impacientouse @armen.U '$ui U respondeu 0an#lia, tirando a chave de um vasinho.@om um sorriso de satis!a5%o, @armen aarrou a chave. Quando abriu o estojo, sua

boca se abriu numa careta de desapontamento.

U Que istoK U peruntou, me1endo dentro do estojo. U N%o me dia $ue essasvelharias s%o as j#ias da !am+liaAU sso mesmo. ' senhora n%o dei1a o patr%o comprar j#ias.U N%oK U peruntou @armen, curiosa. U *em, dentro em breve vou permitir $ue

ele me cubra de brilhantes. En$uanto isso, terei de usar estas bobaens a$ui... U disse,peando um lindo colar. U Ponha no meu pesco5o, 0an#liaA Pelo visto, deve terpertencido W tatarav# de ohn.

U sso mesmo. ' senhora herdou as j#ias dos 6inston.U 0uito interessanteA 0as, para $ue nada aconte5a a elas, ser%o todas doadas a

alum museu.

@armen adiantouse para o espelho.U Gra vejamA U e1clamou, observando o corpo de 0ada. U 's pernas dela s%omais bem!eitas do $ue eu esperava.

U 9elaKA U !e" 0an#lia, arrealando seus j randes olhos.U ' $ue horas o jantarK U peruntou a outra, dando uma volta sobre si mesma e

olhandose no espelho.U antarKAU N%o !i$ue olhando apalermada $uando eu !aloA >oc< vai ter de se acostumar

comioA... 0as n%o se preocupe. N%o estou "anada, n%o. Estou at de muito bom humorA@armen concluiu dando umas palmadinhas na co1a de 0an#lia.

' co"inheira retirouse completamente atarantada e, uma ve" mais, n%o conseuiuseurar o choro.

23- A CADEIRA "A.IA

@armen apareceu vestida em sua di!ana camisola.U Ent%o, ohnK U disse ela. U Que achaKohn cobriu os olhos com as m%os. G mdico, per!eito cavalheiro, respondeu pelo

amio.

U Est lindaA@armen parou raciosamente diante do 9r. Lu+s e, depois de olhlo por alum

tempo, virouse para ohn.U E a+, meu caroK N%o vai me apresentarKohn olhoua, cheio de espanto, e voltouse para o mdico, em busca de ajuda.

U Lu+sK U disse o milionrio, suplicante.U Lu+sK U repetiu ela.U Gra, $ueridaA U e1clamou ohn, subitamente recuperando a presen5a de esp+rito.

U Denho o pra"er de apresentarlhe o 9r. Lu+s *rito.9epois dos cumprimentos, os trolta e meia, os dois olhavam para a cadeira va"ia ao lado da de @armen. ohn peruntoua si mesmo-


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7+er! que tio2illiam est! sentadoali;8

Ent%o, o mdico e omilionrio viram a

suposta 0ada acenarpara o hall va"io. @omopodiam saber $ue tio6illiam acabara de

passar por ali, a caminhodo por%oK Gs dois amiosse entreolharam. ohn

piarreou e n%o seconteve-

U Para $uem vocamos sair da$ui juntos. Est bem claroKU 'onde iremos depoisKU Z cidade, assim $ue tudo estiver normali"ado.U Dudo o $uai di"er $ue voc< tambm implica com o pobre"inhoK@armen ent%o lembrouse de alo, poupando o mdico de ter de responder W

perunta.U Que cabe5a oca eu souA Es$uecime de di"er W tal 0an#lia $ue levasse o jantar

de tio 6illiam ao laborat#rio.

' atri" a!astouse para a co"inha, mas voltouse ainda para o 9r. Lu+s.U 9a$ui a pouco, tomaremos ca! juntos.


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Quando !icou s#, o mdico abriu sua maleta e, tirando um vidro de calmante, !oi aoencontro de ohn no terra5o.

U Dome um destes comprimidos U o!ereceu o mdico. U >oc< vai se sentirmelhor.

ohn en!iou um comprimido na boca, e o mdico !e" o mesmo.

U 'h, Lu+s, $uando 0ada disse $ue $ueria des$uitarse e !icar comio, !oi comose eu levasse um coice.U 0eu caro, n%o comece a !a"er disso um cavalodebatalha.U >oc< n%o ouviu o $ue ela disseKU Dalve" at demais.U Lu+s, acho $ue 0ada est procurando imitar @armen.U Ela nem sabe $uem @armen U tran$\ili"ouo o mdico.U @om certe"a leu muitas coisas a respeito dela nas revistas e jornais. >oc< viu seu

modo de !alar e airK E o rosto cheio de ma$uiaemK Est at usando o per!ume de@armenA

G mdico !e" sil


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U @laro. U Ela !e" um esto neliente. U >ou mandar tirar todas. S# servempara criar cupim.

G milionrio emeu bai1inho.U >ou trans!ormar este necrotrio numa sala decente U prosseuiu a atri",

soltando uma ba!orada para cima. U E vou per!umar a casa inteira com Ptalas de L#tus.

ohn sentiu alo bem semelhante a um murro no estXmao.U Dudo a$ui velho demaisA U @armen se empolara. U >ou mandar pintar acasa toda de verdelim%o, com janelas vermelhasA

U sso n%oA U protestou ohn, com o biodinho eri5ado.U N%o tenha d/vidaA U con!irmou @armen. U E vou acabar de uma ve" com as

velharias, incluindo Ebert.U QuemKU G Furibundo.U H%KU Gra essa, o da armadura.

U 'rmaduraK 'h...U N%o posso tolerar $ue voc< mantenha a$uela ratoeira no hall, ainda mais com osrestos do !alecidoA

ohn achou melhor n%o peruntar mais nada.U >ou moderni"ar a casa inteira. Gs $uartos va"ios estar%o sempre ocupados por

h#spedes.U H#spedesKA U ohn estava de $uei1o ca+do.U Ficarei !amosa por minhas !estas, mas claro $ue arranjarei uma !oluinha para

criar os arotos...ohn n%o a dei1ou terminar e lastimouse-

U Gh, cusA@armen, ent%o, !e" uma perunta $ue uardara W espera de um bom momento.U ohn, vou lhe !a"er uma perunta muito importante e $uero uma resposta sincera.

Est entendendoKohn concordou com a cabe5a, pressentindo o pior.

U >oc< osta de @armen de LunaKG milionrio respirou aliviado.

U Querida, voc< n%o imaina como eu !ico !eli" por ouvir essa perunta. Estavaapenas esperando uma oportunidade para esclarecer tudo. Lu+s pode con!irmar o $uedio. @armen de Luna s# serviu para provar $ue n%o posso viver sem voc


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Estupe!atos, ohn e o 9r. Lu+s viram @armen perder os sentidos. G sinal de aviso da!#rmula milarosa de tio 6illiam produ"ira os resultados esperados- o seredo tinha deser mantido.

U >amos levla para a cama U adiantouse Lu+s.Gs dois carrearamna para o $uarto de 0ada. G mdico e1aminoua e disse,

perple1o-U Que estranhoA Ela est merulhada num sono pro!undo.U SonoKAU sso mesmo U voltou o mdico. U 'pro1imese.ohn acheouse de @armen e ouviu sua respira5%o. 9epois, o 9r. Lu+s aconselhou-

U ohn, tome estas duas p+lulas e v para a cama.U N%o !ar%o e!eito U retrucou ohn, desanimado.U @om duas voc< dormir em poucos instantes. Eu volto amanh% cedo.

2#- AGORA, TUDO DEPENDE DE CARMEMQuando a lu" do hall se apaou, a casa j estava em completo sileja bem U atalhou o velhinho, levantando a m%o U, @armen de Luna aindater de decidir, por si mesma, $ue n%o $uer mais nada com ohn.

U E $uanto tempo terei de continuar como @armenK


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U 'cho $ue poder voltar a seu corpo amanh%.U 'manh%K U 0ada deu um pulinho de aleria.U Espero terminar minha nova !#rmula loo cedo. Entre minha !#rmula e a not+cia

$ue o Sr. Fli1 S !ar publicar, est sua !elicidade.U Dio 6illiam, o senhor o m1imoA

U Gbriado, minha !ilha U aradeceu o velhinho, acanhado. 9epois, tomou um ardecidido. U 'ora, trate de recuperar o ant+doto. 9o contrrio, todo nosso trabalho serem v%o.

U N%o se preocupe. 9a$ui a pouco estarei com a ampola.U 0uito bem U aprovou o tio, vendo 0ada subir a escada na ponta dos ps. U

Ebert e eu !icaremos de uarda.U Quem EbertKA U peruntou 0ada, num sussurro.U Ninum. I s# uma brincadeira. 9epois eu e1plico... Sunshine seuiu a dona,

mas a um sinal dela n%o emitiu nem o mais leve ru+do.

2$- ALGUMA COISA EST ANDANDO NO ESCURO

9evaar, com todo o cuidado, 0ada abriu a porta do $uarto. @armen me1euse nacama, emendo bai1inho. 0ada abai1ouse. Para sua sorte, o luar iluminavasu!icientemente o cXmodo. 'diantouse para a aveta onde uardava a bolsa, imainando$ue @armen tambm a colocara ali.

'o pu1ar a aveta, n%o pXde evitar um ranido. @armen acordou, apavorada, semcoraem de !a"er nenhum barulho.

0ada apalpou o interior da aveta, W procura da bolsa. Encontrandoa, abriu o!echo e tirou a ampola. 9epois, tr


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U IK U Ele n%o parecia muito surpreso. @onsultou o rel#io. U 0as j s%o novehorasA Ela vai chear atrasada ao ensaio.

So!ia correu a acordar a patroa, abrindo a janela do $uarto e dei1ando entrar a lu" dosol. 0ada sentouse na cama, piscando os olhos de @armen.

U Gnde estouK U peruntou, ainda tonta de sono.

U DomeA U a empreada entreoulhe um roup%o. U S+lvio Neto est esperandona sala.U S+lvio NetoKA U &ma e1press%o a!lita contraiu a !isionomia de 0ada. U G

produtor teatralKU I U respondeu a criada, estranhando a perunta. U >ai levla ao ensaio.U EnsaioKA U 0ada entrou em pVnico. U 0as eu n%o sei representarAU Dambm acho... 0as, se a senhora !altar outra ve", o seu S+lvio nunca mais volta.U @omo assimKU *om, ele coloca a senhora na lista nera.U 9ia a ele $ue estarei pronta num minuto U pediu 0ada, com o cora5%o na

boca.U 'inda bemA U aprovou So!ia.'o entrar na sala e ver S+lvio Neto pela primeira ve", 0ada estava bem nervosa.

'os olhos do produtor, porm, @armen valia um dinheir%o em bilheteria.U Eu sabia $ue voc< pensaria melhor U cumprimentoua S+lvio, sorrindo. U Por

isso, n%o interrompi os ensaios nem combinei coisa aluma com Lilian 9ias. 0as por $uen%o !alou comio antes de anunciar sua decis%o aos jornaisK

U *om, eu... h%... $uis !a"er uma surpresa.S+lvio deu uma aralhada.

U Surpresa vai ser a do 'n!iteatro!! $uando entrarmos juntos no teatro. 'lis, ele

tambm vai ter de aparecer com o dinheiro da aposta.U 'postaK U murmurou 0ada. 'n!iteatro!! era o maior diretor de teatro de S%oPaulo.

S+lvio prosseuiu-U Ele apostou o valor de meia lota5%o do teatro, di"endo $ue voc< n%o voltaria.

@hamoume de maluco por eu continuar os ensaios. 0as meu princ+pio - uma verdadeiraartista n%o !alha. E voc< uma rande artista. &m tanto temperamental e e1plosiva,talve". Principalmente $uando a chamam por seu verdadeiro nome...

U 0eu nomeK U estranhou ela. U 0as n%o @armen de LunaKG produtor voltou a rir.

U '+ est a prova do $ue acabo de di"er. S# uma rande atri" seria capa" de !a"eressa cara. E aora U S+lvio tornou a consultar o rel#io U temos s# o tempo de parar nocaminho e tomar um ca!e"inho bem rpido.

U 0as $ual meu nomeK U insistiu 0ada.S+lvio, $ue j se encaminhava para a porta, estacou e voltouse para 0ada. Por um

momento, encaroua, con!uso. 0as loo recuperou o bom humor.U Se n%o a conhecesse, eu seria capa" de jurar $ue voc< realmente n%o sabe $ue seu

nome Filomena Stoppa.U Filomena StoppaKA U repetiu 0ada. Foi sua ve" de rir. U Eu jamais poderia

imainar...

S+lvio abriu a porta, sentindose !eli" da vida. '!inal, sua maior estrela parecia estarnum de seus melhores dias. 0ada o seuiu. Ele nem descon!iava de $ue a mo5a tremiados ps W cabe5a, como se caminhasse para a !orca.


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'ntes de !echar a porta, So!ia olhou para sua patroa e pensou em vo" alta-U 0acacos me mordam se essa a @armen de Luna $ue eu conhe5oA

2&- SER OU NO SERNa$uele momento, as coisas n%o estavam correndo como de hbito na mans%o

6inston. ohn, $ue sempre acordava muito cedo, dormira demais, por causa dos doiscomprimidos. @armen tivera um sono aitado e tambm acabara dormindo mais $ue decostume. 9epois da incurs%o noturna de 0ada, a atri" decidirase a correr para o $uartode ohn e abriarse nos seus bra5os, mas novo sinal da !#rmula aparecera e ela desistira.Dudo isso dei1ara @armen e1asperada. Quando saiu do $uarto, batendo a porta, estavacom cara de $uem acordou com o p es$uerdo.

Nesse momento, tio 6illiam veio do por%o com um sorriso radiante,

apro1imandose de @armen.U 'cabei minha !#rmulaAU Espero $ue seja mais suave $ue a primeira U resmunou @armen.Dio 6illiam !or5ou uma e1press%o de surpresa.

U Re!erese ao desmaioK Deve alum e!eitoKU Estou enjoada deste corpo e de tudo a$uiAU K U Dio 6illiam !inia admira5%o.U Quero voltar para meu corpoAU 0as, minha !ilha, isso depende inteiramente de 0ada...U Que tem ela com issoK

U 0ada n%o lhe contou $ue possu+a o ant+dotoKU N%oA... 0as espere a+A Quer di"er $ue os e!eitos da !#rmula n%o terminar%o em

uma semanaKG velhinho arrealou os olhos a"uis.

U Foi o $ue ela lhe !alouK@armen apro1imouse de tio 6illiam, amea5adora.

U Quero $ue me dia a verdadeA U e1iiu. U ' verdade, ouviuKU Gs e!eitos da !#rmula, minha !ilha, durar%o at $ue as duas decidam tomar juntas

o ant+doto. S# ent%o voltar%o ao corpo oriinal.U G senhor n%o pode !a"er nada para tirarme desta situa5%oK

U Sem o ant+doto, n%o U desculpouse ele, com simplicidade e triste"a.U 0as n%o pode preparar outroKU Posso, mas o trabalho vai demorar uns $uarenta anos.U 'hA havia es$uecido... U suspirou @armen, vencida.U 0as h uma coisa $ue posso !a"er U encorajoua tio 6illiam.U G $uerdadeKU I. 0as h uma condi5%o- voc< precisa estar completamente desinteressada de

ohn.

@armen entrecerrou os olhos, $ue re!letiam um #dio intenso.U 9esinteressarme deleKA NuncaADio 6illiam deu de ombros.


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U Sendo assim, lamento n%o poder !a"er nada.U Espere at eu di"er a 0ada $ue ohn osta delaA Ent%o, terei o pra"er de n%o

tomar o ant+doto.U I uma solu5%o hbil, mas $ue ser de sua carreiraKU 9ei1e minha carreira !ora distoA U retrucou, revoltada.

9epois, virouse e levou sua !/ria para o sal%o de jantar. Dio 6illiam riudiscretamente e !icou espiando da porta. @armen sentouse W mesa, bem diante do jornal.G homen"inho observou @armen apanhar o jornal e procurar a coluna de Fli1 S,

sua pre!erida. 9e repente, a atri" levantouse e rasou o jornal, num esto bem pr#prio deFilomena Stoppa.

U Ela n%o pode !a"er isso comioA U ritou @armen. U N%o vou permitirAE joou o jornal no ch%o, pisoteandoo com toda a raiva de $ue era capa".0uito satis!eito, tio 6illiam es!reou as m%os e correu para a escada. @armen

apareceu no hall, chamandoo.U Dio 6illiamA Dio 6illiamA Preparese. >amos aora mesmo W cidadeA

U Z cidadeKA U Ele !inia surpresa.U 0ada est ensaiando meu papel na pe5a, e $uero impedir issoAU 0as eu pensei $ue voc< desejasse continuar como 0ada 6inston.U Ent%o acha $ue vou dei1la arruinar minha carreiraK U esbravejou @armen.U Quer di"er $ue mudou de idiaK >ai tomar o ant+dotoKU @laro $ue vouA Ela n%o vai conseuir enveronhar meu nomeA

2(- E AGORA, ANFITEATROFF?

Era evidente $ue a estrela @armen de Luna es$uecera tudo o $ue sabia da arte derepresentar.

Por aluns momentos, 'n!iteatro!! achou enra5adas as atitudes de 0ada,julando $ue ela estivesse de brincadeira. 'ssim, resolveu participar do joo.

0as o ensaio prosseuiu, e ela continuou na mesma. 'n!iteatro!! e S+lvio Neto!icaram alarmados.

'n!iteatro!!, com sua paci


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3)- QUEM QUERIA NO QUER, QUEM NO QUERIA QUER

No camarim, 0ada estava diante do espelho, estudando seu papel. Costava deS+lvio Neto e considerava 'n!iteatro!! um verdadeiro oc< deve estar doente...U Dalve", mas vamos terminar nossa e1peri


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@armen estava t%o anustiada $ue se voltou e saiu sem di"er palavra. Por alunsinstantes, 0ada !icou olhando para a porta. 9epois, deu de ombros e continuou a recitaro papel.

31- O SEGREDO NO BOLSO DO COLETESem nenhuma pressa, pro!undamente abatida, @armen apro1imouse de tio 6illiam.

Ele estava sentado num dos deraus da escada de inc


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U 0uito bem, meninasA I o !im de nossa notvel e1peri


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U ohn est di"endo a verdade, 0ada U con!irmou o mdico. U Ele me mostroua not+cia $ue causou seu desmaio.

0ada estava descrente e decepcionada.U >oc< n%o teve nada com @armen de LunaKU N%o, $uerida.

' a!irma5%o cate#rica de ohn !e" 0ada chorar ainda mais.U 'h, tio 6illiam e eu trabalhamos tanto para tra"er voc< de voltaA E eusimpati"ava tanto com elaA

ohn levantou o rosto molhado de lrimas da mulher e disselhe-U >oc< vai es$uecer todo esse sonho, e sabe por $uai U con!irmou ohn, !eli".U 0as n%oA U retrucou 0ada.U >ai, simA U insistiu o mdico.' !isionomia de 0ada iluminouse com um sorriso vitorioso, e a mo5a !alou

devaar, saboreando cada palavra-U >ocou ter

o fantasma de tio william (colecao vaga-lume) - rubens francisco luccetti (colecao vaga-lume)

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