o conjunto de metais da idade do bronze de vila cova de perrinho (vale de … · 2012-06-25 · o...

12
Rebut: 1 septembre 2010; Acceptat: 1 decembre 2010 ABSTRACT With respect to a metallic group, found 50 years ago in place of Rossio, Vila Cova de Perrinho, county town of Vale de Cambra (Northern Portugal), this study relates to a reassessment of the work about the Bronze Age archaeological contexts in the region of Vale de Cambra. Initially reported as possible burial artifacts, in the following years this group came to be regarded as a “hoard” for the archaeological literature, without ever having properly investigated the circumstances of the finding. We present a contribution to the understanding of this finding, still present in the collective memory of the local community, integrating this metallic group in the archaeological area of Rossio. Keywords: Bronze Age; Metallurgy; Archaeology of Territory; Vale de Cambra RESUMEN O presente estudo enquadra-se num trabalho de reavaliação dos contextos arqueológicos da região de Vale de Cambra, neste caso particular dos contextos da Idade do Bronze, a propósito do conjunto metá- lico, encontrado há 50 anos, no lugar do Rossio, Vila Cova de Perrinho, freguesia do concelho de Vale de Cambra (centro-norte de Portugal). Inicialmente noticiado como um possível espólio de sepultura, nos anos seguintes, esse conjunto passou a ser considerado como um “depósito” pela literatura arqueológica, sem que nunca se tenham investigado convenientemente as circunstâncias do achado. Apresentamos um contributo para a compreensão deste achado, ainda presente na memória colectiva da comunidade local, integrando este conjunto metálico na realidade arqueológica da área do Rossio. Palabras clave: Idade do Bronze; Metalurgia; Arqueologia do território; Vale de Cambra O conjunto de metais da Idade do Bronze de Vila Cova de Perrinho (Vale de Cambra, Portugal central) 50 anos após a sua descoberta Carlo Bottaini Bolseiro FCT; CEAUCP/CAM, Doutorando em Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (Portugal) Alexandre Rodrigues Mestrando em Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Ar- queólogo da Câmara Municipal de Vale de Cambra (Portugal) [email protected] [email protected] Estrat Crític 5.Vol.3 (2011): 103-114 103

Upload: docong

Post on 18-Jan-2019

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Rebut: 1 septembre 2010; Acceptat: 1 decembre 2010

ABSTRACTWith respect to a metallic group, found 50 years ago in place of Rossio, Vila Cova de Perrinho, countytown of Vale de Cambra (Northern Portugal), this study relates to a reassessment of the work about theBronze Age archaeological contexts in the region of Vale de Cambra.

Initially reported as possible burial artifacts, in the following years this group came to be regarded as a“hoard” for the archaeological literature, without ever having properly investigated the circumstances ofthe finding.

We present a contribution to the understanding of this finding, still present in the collective memory ofthe local community, integrating this metallic group in the archaeological area of Rossio.

Keywords:Bronze Age; Metallurgy; Archaeology of Territory; Vale de Cambra

RESUMENO presente estudo enquadra-se num trabalho de reavaliação dos contextos arqueológicos da região deVale de Cambra, neste caso particular dos contextos da Idade do Bronze, a propósito do conjunto metá-lico, encontrado há 50 anos, no lugar do Rossio, Vila Cova de Perrinho, freguesia do concelho de Vale deCambra (centro-norte de Portugal).

Inicialmente noticiado como um possível espólio de sepultura, nos anos seguintes, esse conjunto passoua ser considerado como um “depósito” pela literatura arqueológica, sem que nunca se tenham investigadoconvenientemente as circunstâncias do achado.

Apresentamos um contributo para a compreensão deste achado, ainda presente na memória colectiva dacomunidade local, integrando este conjunto metálico na realidade arqueológica da área do Rossio.

Palabras clave:Idade do Bronze; Metalurgia; Arqueologia do território; Vale de Cambra

O conjunto de metais da Idade do Bronze de Vila Cova de

Perrinho (Vale de Cambra, Portugal central) 50 anos após

a sua descoberta

Carlo Bottaini Bolseiro FCT; CEAUCP/CAM, Doutorando em Arqueologia pela Faculdade de Letrasda Universidade de Coimbra (Portugal)Alexandre RodriguesMestrando em Arqueologia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Ar-queólogo da Câmara Municipal de Vale de Cambra (Portugal)

[email protected]@cm-valedecambra.pt

Estrat Crític 5.Vol.3 (2011): 103-114103

RESUMRespecte al grup metàl•lic, trobat 50 anys enrere a la Plaça de Rossio, Vila Cova de Perrinho, ciutat com-tal de Vale de Cambra (Nord de Portugal), aquest estudi mostra una nova avaluació del panorama de l’e-dat de Bronze en contextos arqueològics de la regió de Vale Cambra.

Descrit inicialment com possibles artefactes mortuoris, en els anys següents aquet grup va arribar a serconsiderat un “tresor” per la literatura arqueològica, sense haver estudiat degudament les circumstanciesdel seu descobriment.

Presentem una contribució al coneixement d’aquest descobriment, encara present en la memòria col•lec-tiva de la comunitat local, integrant aquest grup metàl.lic en l’àrea arqueològica de Rossio

Paraules Clau: Edat de Cronze, Metalurgia, Arqueologia del territori, Vale de Cambra

O conjunto de metais da Idade do Bronze de Vila Cova de Perrinho

Estrat Crític 5.Vol.3 (2011): 103-114

Cinquenta anos após esta descoberta poucoainda se sabe relativamente às circunstâncias eao sítio onde terá, exactamente, aparecido oconjunto metálico, estando a memória colec-tiva do achado ainda viva nos habitantes deVila Cova de Perrinho. Parece, todavia, ser bas-tante hesitante e pouco esclarecedora neste sen-tido, uma vez que escassas e indefinidas foramas informações que conseguimos recolher emtrabalho de campo.

As circunstâncias incertas em que o achado sedeu, e a escassa visibilidade do contexto ar-queológico, reflectem-se na sucessiva literaturada especialidade. Como anteriormente já refe-rimos, Domingos de Pinho Brandão (Brandão,1963: 114) define o conjunto de metais comoum possível espólio de sepultura, parcas infor-mações, afirmadas como um opinião pessoal,que foram anos mais tarde reelaboradas deforma a alterar, sem que novos detalhes relati-vos à descoberta viessem à luz, a natureza ar-queológica do achado.

Em 1977, no celebre livro sobre machados daPenínsula Ibérica, Luís Monteagudo, ao trataros de Vila Cova de Perrinho, define-os comoum “depot” (Monteagudo, 1977: n.º 1297A,1341A, 1387A, 1715A) tornando-os numa re-alidade arqueológica conceptualmente distintada originária, isto é, um “depósito”, cujo im-

INTRODUÇÃOO Museu Municipal de Vale de Cambra1

guarda um conjunto de metais encontrados em1959 ou 1960 em Vila Cova de Perrinho, umafreguesia localizada na parte Noroeste do con-celho de Vale de Cambra (Entre Douro eVouga, centro-norte de Portugal).

A primeira noticia do achado foi divulgada porDomingos de Pinho Brandão, Professor do Se-minário Maior do Porto, em 1962, no II Coló-quio Portuense de Arqueologia cujas actasforam publicadas na revista Lucerna em 1963.Neste trabalho o autor reconstrói de forma su-mária a história do achado, supostamente en-contrado por trabalhadores agrícolas aoabrirem uma vala para plantar um eucalipto.Logo após a sua descoberta, o conjunto de me-tais foi disperso, sucessivamente recuperado ecedido ao Chefe da Secretaria da Câmara Mu-nicipal de Vale de Cambra, o Dr. Ems Ribeiro,para que se criasse um possível museu local.

Ainda na introdução dessa comunicação, omesmo autor avança com a sua interpretaçãodo achado, afirmando que “estamos, assim ocremos, na presença de um espólio de sepul-tura” (Brandão, 1963: 114), sem todavia acres-centar pormenores ou explicações maisdetalhadas.

104

Figura 1 .– Localização de Vila Cova de Perrinho (Vale de Cambra)

O conjunto de metais da Idade do Bronze de Vila Cova de Perrinho

Estrat Crític 5.Vol.3 (2011): 103-114

resse arqueológico. Um deles, a Oeste e comuma altitude máxima de 610 m, denomina-secomo Monte Crasto, apresentando uma áreasuperior aplanada e de dimensão razoável,sendo o segundo conhecido como Crasto deCambra e onde terá existido uma elevação quese erguia acima dos 560 m de altitude, mas cujamorfologia se encontra fortemente alteradapela actividade de uma pedreira.

A delimitação de uma área para o “Rossio” éextremamente difícil do ponto de vista arqueo-lógico uma vez que, considerando unicamenteas incidências verificadas em território do con-celho de Vale de Cambra, estamos na presençade uma área superior a 1 km2. Assim sendo fo-calizamos a nossa atenção ao espaço onde oco-rreram o(s) achado(s), correspondendo aoactual assentamento na extremidade Sul, comcerca de 10 ha e cotado nos 540 m de altitude(Fig.1).

É esta área a que apresenta uma maior regula-

pacto se reflectirá na bibliografia posterior, aoponto de não se considerar necessário retomaro seu estudo (Silva, 2007: 248).

A correcta identificação dos contextos de ori-gem de achados desta natureza é um problemacomum à maioria dos conjuntos metálicos daIdade do Bronze. Passados estes 50 anos sobrea descoberta dos artefactos de Vila Cova de Pe-rrinho, procuramos dar seguimento à propostade Domingos de Pinho Brandão que, no mo-mento da sua comunicação, afirmava que “Oconjunto merece um estudo mais desenvolvidoque reservamos para outra ocasião (...)” al-tura em que “(...) relacionaremos, então, comoutros elementos arqueológicos da localidade”(Brandão, 1963: 114).

CONTEXTO GEOGRÁFICOO planalto do Rossio, onde foram encontradoseste conjunto de metais, é ladeado por dois aci-dentes orográficos toponimicamente curiosose fazem desta área um espaço de especial inte-

105

Figura 2 .– Fotografia do conjunto de metais de Vila Cova de Perrinho actualmente no Museu Municipalde Vale de Cambra

O conjunto de metais da Idade do Bronze de Vila Cova de Perrinho

Estrat Crític 5.Vol.3 (2011): 103-114

APRESENTAÇÃO DO CONJUNTO ME-TÁLICO: CONTRIBUTO PARA O SEUCATÁLOGO

CARACTERIZAÇÃO TIPOLÓGICA DOCONJUNTO DE METAISO conjunto metálico de Vila Cova de Perrinhocompõe-se por 12 peças tipologicamente bas-tante heterogéneas, encontrando-se dois arte-factos fragmentados (um punhal e a pulseira).

ridade no terreno onde, além do estabeleci-mento do lugar do Rossio, mereceu a criaçãodo seu espaço agrícola de subsistência, sob aforma do minifúndio, beneficiando de duas lin-has de água que a atravessam, uma no sentidoaproximado Norte-Sul e a outra no sentidoaproximado Noroeste-Nordeste. A litologiadesta área do Rossio é composta por granitosde tendência alcalina, com duas micas, folia-dos de grão médio, dispostos numa faixa como sentido predominante Noroeste-Sudeste(Carta Geológica de Portugal, folha 13-D).

106

O conjunto de metais da Idade do Bronze de Vila Cova de Perrinho

Estrat Crític 5.Vol.3 (2011): 103-114

tal e Sul de Inglaterra), quer em ambiente me-diterrâneo destacando-se, neste eixo, os exem-plares da Sardenha e da Sicília (Giardino, 1995:218).

ARQ30 - MACHADO DE TALÃO COMUMA ARGOLA E PERFIL ROMBOIDAL(94X46X25; 245GR)Este machado (Fig.3, n.º 1) encontra-se frag-mentado ao nível do septo de divisão, restandoapenas a parte da lâmina e metade da argola la-teral. Apresenta uma nervura central, poucoacentuada, que se desvanece em direcção dogume cujo fio de corte é relativamente regular.A face do gume é percorrida, na parte superior,por uma nervura de espessura bastante regularque chega até à sua zona média. A patina éverde escura.

Do ponto de vista tipológico, este machado en-quadra-se como um modelo característico doNoroeste ibérico, datado do BF II, produzidomais concretamente a partir do século XIII a.C.(Coffyn, 1985: 192).

Como já referido, trata-se de uma peça incom-pleta. A deposição de machados (e não só) frag-mentados é recorrente em depósitos de metaisda Idade do Bronze, como nos casos, porexemplo, do machados de talão do depósito daQuinta de Ervedal (Fundão) (Villas-Boas,1947) ou o gume de Fonte de Alviela (Alca-nena) (Cartailhac, 1886: 220).

Contudo o historial das peças do conjunto me-tálico de Vila Cova de Perrinho, que andaramnas mãos dos achadores durante algum tempo,impede-nos de concluir se tal fractura será dasua responsabilidade.

À semelhança do anterior, este tipo de ma-chado, encontra-se documentado numa áreabastante ampla que vai desde as costa atlânticafrancesa até ao Mediterrâneo centro-ocidental(Giardino, 1995: 207).

Do ponto de vista funcional identificamos 6utensílios, 2 armas, 2 objectos de adorno pes-soal e 4 peças de interpretação duvidosa. Combase nesta divisão preliminar, não podemosdeixar de destacar a superioridade numéricados utensílios (3 machados e 3 cinzeis) em re-lação às armas e aos objecto de adorno (Fig.2).Em todos os casos tratam-se de produções típi-cas do mundo atlântico.

Apesar de não ser o objectivo deste trabalho asua caracterização tipológica, enumeramos osobjectos que compõem este “achado”.

ARQ29 - MACHADO DE TALÃO COMDUPLA ARGOLA E PERFIL ROMBOI-DAL (195X45X27; 400 GR)A zona do talão apresenta uma forma rectan-gular e termina com um septo de divisão so-brelevado e rectilíneo. A face do gume épercorrida por uma nervura que se vai afuni-lando em direcção à área de corte possuindo,na sua extremidade, dois botões laterais emambas as faces. O gume encontra-se bastantedesgastado mostrando um fio de corte irregular.Uma das argolas encontra-se fracturada. O ma-chado está em bom estado de conservação,apresentando uma patina verde acastanhadahomogénea (Fig. 3, n.º 2).

Do ponto de vista tipológico este modelo é deprodução tipicamente ibérica, mostrando umaforte presença no Centro e Norte do territórioportuguês durante todo o Bronze final (Monte-agudo ,1977: taf. 140), sendo de tal forma sig-nificativa entre os rios Douro e Minho que, nopassado, “tem servido para justificar a aplica-ção do designativo especial de machados dotypo do Minho a estes instrumentos” (Pereira,1903: 132).

Numa escala de análise supra-regional, a suaárea de distribuição é bastante ampla, uma vezque machados de talão com dupla argola oco-rrem quer em âmbito atlântico (França ociden-

107

O conjunto de metais da Idade do Bronze de Vila Cova de Perrinho

Estrat Crític 5.Vol.3 (2011): 103-114

Camarillas (Teruel), no ocidente peninsular(Fernandez Manzano, 1986: 118).

A falta de contextos fechados dificulta a suaatribuição cronológica. Para o exemplar de VilaCova de Perrinho foi proposta, com base na ti-pologia, uma atribuição cronológica aos sécu-los X e IX a.C. (Delibes de Castro et al., 1999:76).

Em território português salienta-se um outroexemplar de cinzel de alvado procedente dePenha (Guimarães), embora de dimensões li-geiramente mais reduzidas (95 mm de compri-mento e 15 mm diâmetro do alvado) e com ogume menos desenvolvido (Coffyn,1983: 181).

ARQ28 - CINZEL (172X13X13; 190 GR)Cinzel maciço, sem qualquer decoração e comcor castanha. Apresenta uma forma sub-rec-tangular com contornos ligeiramente irregula-res. Alguns sulcos na superfície, visíveis a olhonu, poderão ter sido provocados por remoçãomecânica da patina na altura em que se deu oachado (Fig. 3, n.º 15).

ARQ27 - CINZEL (144X11X11; 115 GR)Cinzel tipologicamente semelhante ao ARQ 28quer na morfologia do corpo, quer na do gume,se bem que de menores dimensões. Sabe-se, se-gundo alguns testemunhos, que estes objectosterão sido utilizados já após a sua descobertacomo suporte a uma ramada, tendo só maistarde sido recuperados e agrupados aos outrosachados de Vila Cova de Perrinho (Fig. 3, n.º14). Devido à amplitude cronológica destasproduções (cinzeis), torna-se difícil avançarcom uma cronologia para estes cinzeis simples.

ARQ31 - LÂMINA DE PUNHAL(195X28X6; 85 GR)Punhal de bronze bastante bem conservado,com lâmina, sub-triangular, provida de nervuracentral pronunciada. O gume é rectilíneo de umlado e mais arqueado no outro. A zona de en-

MACHADO DE TALÃO COM UMA AR-GOLA E PERFIL TRIANGULAR(215X35X2)O paradeiro deste machado é desconhecidopelo que, para a sua descrição, servem as pala-vras de Brandão: “apresenta nervura termi-nada em botão. A canelura é rectas; o topo é derebarba alta” (Brandão, 1963: 117) (Fig. 3, n.º3). A sua distribuição geográfica deste tipo éassinalável sobretudo entre os rios Tejo eDouro (Coffyn, 1985: 219), particularmente naEstremadura portuguesa a partir do XI-X séc.a.C. (Cardoso, 2004: 187).

Numa escala de análise supra-regional, os ma-chados de talão com uma argola e de perfil rec-tangular, encontram-se documentados quer naárea atlântica, precisamente no norte da Irlanda,quer no mundo mediterrâneo, onde 5 exempla-res são documentadas no depósito de Monte SaIdda (Sardenha) (Giardino, 1995: 207).

ARQ23 - CINZEL DE ALVADO(113X21X1,4; 120 GR)O cinzel, no topo, apresenta um alvado comsecção circular que mede cerca de 14mm dediâmetro e rebordos ligeiramente espessadosenquanto que, na metade inferior, a secção setorna rectangular. Encontra-se bem conservadoe com patina verde escura (Fig. 3, n.º 12 e 13).Domingos Pinho Brandão considera este arte-facto como sendo um machado de alvado semanéis (Brandão, 1963: 115). De facto, esta peça,cuja origem é difícil de reconstruir, parece ter asua filiação tipológica nos machados de alvado(Fernandez Manzano, 1986: 118 e seg.).

Os exemplares mais antigos, em âmbito euro-peu, são documentados na Europa do norte nafase Montelius II e Bronze D, entre os sécs.XIV e XIII a.C. (Delibes de Castro et al., 1999:76).

Em âmbito ibérico a difusão geográfica destetipo concentra-se, à excepção do exemplar de

108

O conjunto de metais da Idade do Bronze de Vila Cova de Perrinho

Estrat Crític 5.Vol.3 (2011): 103-114

Fragmento de metal com forma sub-triangular,constituído por duas folhas sobrepostas. Umadas folhas possui face lisa e dobras que permi-tem o encaixe da outra, formando assim um de-bruado. Brandão considera este fragmentocomo sendo uma ponteira de bainha tal comoaparece no inventário do Museu Municipal deVale de Cambra (Fig. 3, n.º 8).

ARQ34 - FRAGMENTO INDETERMI-NADO DE CHAPA (135X96X1; 40 GR)É constituído por folha de bronze com formatrapezoidal. Tem as pontas dobradas e apre-senta um vinco que revela vestígios de esforçodo metal, encontrando-se no geral bastante oxi-dado (Fig. 3, n.º 9).

ARQ35 - FRAGMENTO INDETERMI-NADO (112X107X1; 45 GR)É constituído por folha de bronze, modelada ecom forma sub-triangular. Também se encon-tram dobras, bastante oxidadas, nas extremida-des. Os vincos não parecem ter sido feitos pormodelagem, mas sim por esforço do metal(Fig. 3, n.º 10). Apesar de Pinho Brandão con-siderar os objectos ARQ34 e ARQ35 como in-determinados, têm sido sucessivamenteapresentados como fragmentos de capacete(Coffyn, 1983: 174).

ARQ24 - FRAGMENTO DE COLAR (?)

(168X11X11; 140 GR)

Trata-se de um fragmento com secção cilín-drica e forma alongada, sendo mais fino numadas extremidades. Apresenta uma superfícielisa, regular, coberta por uma espessa patinaverde escura. A peça parece ter sido fracturada(Fig. 3, n.º 11).

VASO CERÂMICOFinalmente, Pinho Brandão refere a existênciade um vaso cerâmico com paradeiro actual-mente desconhecido. A sua pasta seria grosseirae micácea. Exteriormente apresenta um tom es-curo, mas interiormente a pasta é avermelhada.

cabamento possui dois rebordos laterais, apre-senta uma forma trapezoidal com dois furos,cujo diâmetro aproximado é de 5 mm e de 4mm (Fig. 3, n.º 5).

ARQ32 - LÂMINA DE PUNHAL(125X27X6; 85 GR)Punhal de bronze em piores condições de con-servação relativamente ao anterior, apresenta-se quebrado em duas partes que se juntam nazona proximal. Apesar das zonas de ancoragemse apresentarem bastante desgastadas, devemfazer parte da mesma peça. A lâmina, incom-pleta na parte distal e com patina verde escura,apresenta uma forma sub-triangular e tem umanervura bastante pronunciada. A zona de enca-bamento, incompleta e com patina verde clara,apresenta uma forma trapezoidal, sendo apenasperceptíveis os furos para os rebites de fixaçãodo cabo (Fig. 3, n.º 6).

Os dois punhais de Vila Cova de Perrinho inte-gram-se no tipo Porto de Mós, modelo com di-versos paralelos no ocidente ibérico,especialmente entre o Douro e o Tejo (Coffyn,1985: 217). Com base em critérios tipológicos(zona de encabamento trapezoidal pouco des-tacada da lâmina), os dois exemplares de VilaCova de Perrinho são considerados entre osmais antigos da série (Correia, 1988: 202).

ARQ25 E ARQ26 - PULSEIRA CANE-LADA FRAGMENTADA EM DUAS PAR-TES (ARQ25: 35X33X1; 5 GR; ARQ26:35X36X1; 10 GR)Fragmentos de uma pulseira, bastante frágeis ecorroídos nas suas extremidades. Os dois frag-mentos encaixam e apresentam uma decoraçãoconstituída por caneluras perpendiculares (Fig.3, n.º 7), encontrando-se um paralelo num parde braceletes ou pulseiras do “depósito” deBaiões (Silva, 2007: 265, est. XCVI).

ARQ33 - FRAGMENTO INDETERMI-NADO (78X34X3; 20 GR)

109

Figura 3 .– Desenho do conjunto (Kalb 1980, p. 43)

O conjunto de metais da Idade do Bronze de Vila Cova de Perrinho

Estrat Crític 5.Vol.3 (2011): 103-114

terminando grosseiramente a área, numa ex-tensão de 1,5km2 registam-se cerca de 8 “sí-tios” atribuídos ao Neolítico, Calcolítico eIdade do Bronze. Destes, 7 revelam uma índolefunerária - Mamoas 12 e 4 do Rossio, as 4 Ma-moas do Crasto e a Necrópole do Rossio3 , res-tando um eventual povoado proto-histórico(Silva, 1998), (Queiroga, 2001: 109-121) e(Silva, 1997: 41-42).

Os monumentos funerários do tipo mamoa sãode modo geral discretos na paisagem, apenasidentificáveis nas suas imediações, possuindo

O vaso mede 196 mm de altura, o bojo tem 170mm e a boca 142 mm de diâmetro. A espessuradas paredes varia entre 8 e 10 mm (Brandão,1963: 115).

O CONJUNTO METÁLICO NO CON-TEXTO ARQUEOLÓGICO DO ROSSIOUma visualização macroscópica do territórioaqui em estudo leva-nos a crer, pelas suas ca-racterísticas naturais e antrópicas, que se tratade uma unidade arqueológica de elevada im-portância, não só pela diversidade de indícioscomo pela cronologia para eles apontada. De-

110

O conjunto de metais da Idade do Bronze de Vila Cova de Perrinho

Estrat Crític 5.Vol.3 (2011): 103-114

locais e alturas diferentes.

Desconhecemos o motivo pelo qual a partir dedeterminada altura se altera o conceito por de-trás do achado, sendo certo que a ideia do “de-pósito”/“esconderijo” ganhou força esolidificou-se sem que lhe seja apontado ummotivo. A bibliografia contemporânea consul-tada, nomeadamente aquela produzia a partirdos finais da década de 70 do século XX, re-fere-se ao achado deste metais como um pro-vável “depósito”/“esconderijo”, por exemplo(Monteagudo, 1977), (Kalb, 1980: 41, 43),(Coffyn, 1983: 172, id. 1985: 390), (Silva,1997: 42), (Melo, 2000: 36), (Silva, 2003: 206),(Vilaça, 2006: 67), (Silva, 2007). Em 2001 éaventada a hipótese de se tratar de um núcleode entesouramento, acrescentando-lhe umvalor mais significativo que o mero “depósito”metalúrgico (Queiroga, 2001: 126), contra-riando a comunicação de Domingos PinhoBrandão. Finalmente, Marisa Ruíz-GalvésPriego (Ruíz-Galvez Priego, 1995: 25), ao re-ferir o carácter heterogénio deste “depósito”,relaciona-o com pontos de passagem ou cruza-mento de vias.

Não especificando uma ordem cronológica,que por enquanto não é possível estabelecer,um dos achados ocorreu numa área a cerca de60m para Oeste do sítio arqueológico conhe-cido como Necrópole de Rossio, num espaçoassociado a uma habitação particular. Os teste-munhos recolhidos, apesar de se contradizeremno que respeita à descoberta de objectos metá-licos, destacam o aparecimento de, pelo menos,um vaso de cerâmica com as mesmas caracte-rísticas daquele publicado por Pinho Brandão(Brandão, 1963: 115). Também ficamos a saberque tais objectos foram retirados do interior demanchas circulares de tonalidade diferente dorestante solo, semelhantes às encontradas naárea identificada actualmente como Necrópoledo Rossio, tal como refere o proprietário dacasa.

alturas que variam entre os 20 e os 50 cm e diâ-metros entre o 4 e os 7 m, à excepção daMamoa 1 do Crasto com 1 m de altura e 15 mde diâmetro. A Necrópole do Rossio corres-ponde actualmente a um conjunto de cinco fos-sas ovóides, abertas no solo, com um diâmetromédio de 1 m e uma profundidade com cercade 90 cm (Queiroga, 2001: 120). Da interven-ção efectuada em 2000 resultou o aparecimentode vários fragmentos de cerâmica grosseira emduas fossas, cuja noticia ainda se aguarda comalguma expectativa.

Se relativamente aos indícios arqueológicosque referimos atrás podemos apontar uma lo-calização exacta ou aproximada, já não pode-mos dizer o mesmo quanto ao eventualpovoado proto-histórico (castro) ou habitataberto, como refere Francisco Queiroga (Quei-roga, 2001: 116). Nesta situação em particulara toponímia abunda sem que se consiga deter-minar com segurança uma provável localiza-ção. Talvez o problema aqui resida naabordagem efectuada ao território que indivi-dualiza cada um dos indícios e os trata diferen-ciadamente, em detrimento de uma observaçãode conjunto. Em todo o caso, nas imediaçõesdo “Rossio” encontramos topónimos como“Monte Crasto” a Oeste, “Crasto de Cambra” aEste, “Viso da Mó” a Sudoeste, “Pena” e “Car-valhal Chão” a Sul, todos topónimos associá-veis a povoados proto-históricos. Em ambos oscasos, associadas à toponímia, existem tambémcondições naturais atribuíveis a esse tipo deocupação, sendo esta a informação que a bi-bliografia actual nos fornece.

No entanto, e a propósito do conjunto metálicoconhecido como de Vila Cova de Perrinho, quetem vindo a ser referenciado como um “depó-sito”/“esconderijo”, recolhemos informaçõesque, não sendo inéditas, parecem actualmenteapenas existir na memória local do achado outêm sido ignoradas, uma vez que delas conse-guimos inferir, pelo menos, dois achados em

111

O conjunto de metais da Idade do Bronze de Vila Cova de Perrinho

Estrat Crític 5.Vol.3 (2011): 103-114

Domingos Pinho Brandão refere que “foi en-contrado juntamente com eles um vaso de ce-râmica lisa, com a forma acampanulada e semasas”, não definindo em termos rigorosos a re-lação entre estes objectos. Contudo, tendo emconta a natureza da informação apresentadapelo autor, as informações recolhidas no te-rreno e, finalmente, as dimensões do vaso e doconjunto metálico não nos parece suportada ahipótese de os metais terem sido encontradosdentro do recipiente cerâmico (Vilaça, 2006:67) e (Fernández García, 1997: 119).

Tendo em conta as informações que expuse-mos, e apesar de vários autores se referirem ex-plicitamente à comunicação original deDomingo Pinho Brandão, será que a determi-nada altura registaram a sua hesitação quandodiz que “Estamos, assim o cremos, na presençade um espólio de sepultura” (Brandão, 1963:114).

CONCLUSÃOO presente estudo representa uma primeiraabordagem à reavaliação do conjunto metálicode Vila Cova de Perrinho, cuja compreensãotorna necessária uma contextualização préviado(s) achado(s), que servirá de base para os es-tudos analíticos de composição química queestão a decorrer.

Como metodologia, além das fontes bibliográ-ficas, consultamos as informações contidas nosjornais da época que procuramos confirmar,através da recolha de testemunhos e observa-ções no terreno, nas várias deslocações efec-tuadas ao local onde apareceram os objectos.

A falta de controlo rigoroso na altura em quese deu o achado impede, de facto, uma inequí-voca interpretação.

Do que apuramos, não existe elemento algumque nos confirme estarmos perante um únicoachado. Pelo contrário, todos os indícios pare-

O outro achado corrobora, em parte, o aponta-mento de Domingos Pinho Brandão quando dizque “apareceram os objectos ao arrancar umeucalipto, a uns 15 cm da superfície, em 1959ou 1960” (Brandão, 1963: 114). O testemunhorecolhido4 refere que se encontraram 5 objec-tos, a uns 20 cm de profundidade, quando seabria uma vala para plantar um eucalipto. Doconjunto enumera a existência de uma “la-tinha” de chapa que se terá desfeito no mo-mento em que cavava o solo, uns objectossemelhantes a “machadinhas” e outros quemencionou como “sabres” com cabo, tendo es-pecificado assemelharem-se a baionetas utili-zadas em espingardas, com uma lâminasemelhante ao de uma faca (parte superior maisgrossa e inferior com gume) e medindo entre15 cm a 20 cm.

O seguimento dado aos objectos é aquele refe-rido por Domingos de Pinho Brandão (Bran-dão, 1963: 114). Tendo, a pedido do Sr. ÂngeloSoares Moreira, sido entregues ao Dr. Ems Ri-beiro e cujos herdeiros os doaram ao MuseuMunicipal de Vale de Cambra.

Procurando saber se o que havia encontradocorresponderia ao conjunto à guarda do MuseuMunicipal, não identificou nenhum dos objec-tos, reconhecendo apenas que eram da mesmacor e material. Revelou alguma hesitaçãoquando visualizou o machado de talão partido(ARQ30), sem que o confirmasse definitiva-mente, não reconhecendo também o machadode talão com duplo anel (ARQ29). Quandoconfrontado com as lâmina de punhal (ARQ31e ARQ32) não os reconheceu, tendo o mesmoacontecido com os escopros e cinzeis (ARQ23,ARQ27 e ARQ28). Da mesma forma não atri-buiu à “latinha” nenhum dos fragmentos demetal (ARQ33, 34 e 35), acontecendo omesmo com o fragmento de colar (?) (ARQ24),e com a pulseira canelada (ARQ25 e 26).

Também, relativamente aos objectos metálicos,

112

O conjunto de metais da Idade do Bronze de Vila Cova de Perrinho

Estrat Crític 5.Vol.3 (2011): 103-114

com a memória viva dos eventos ocorridos, fazagora cerca de 50 anos;

• Não será descabido que algumaspeças possam, efectivamente, pertencerem aum eventual “depósito”.

BIBLIOGRAFIABRANDÃO, D. P. (1963): Achado da "épocado bronze" de Vila Cova de Perrinho - Vale deCambra, Lvcerna, 3, 114-118.

CARDOSO, J. L. (2004): O Bronze Final naExtremadura, Estudos Arqueológicos de Oei-ras, 12, 177-226.

CARTAILHAC, E. (1886): Les Âges Prehis-toriques de l' Espagne et du Portugal, Paris:Reinwald.

COFFYN, A. (1983): La fin de l' Ấge duBronze dans le centre-Portugal, O Arqueólogo Português, IV (1), 169-196.

COFFYN, A. (1985): Le Bronze Final Atlan-tique dans la Péninsule Ibérique, Paris: Diffu-sion de Boccard.

CORREIA, V. (1988): Um punhal do Bronzefinal, de Arraiolos, Arqueologia, 17, 201-203.

DELIBES DE CASTRO, G., FERNÁNDEZMANZANO, J. , FONTANEDA PÉREZ, E.& ROVIRA LLORENS, S. (1999). Metalur-gia de la Edad del Bronce en el piedemontemeridional de la Cordillera Cantábrica, Za-mora: Junta de Castilla y León - Consejería deEducación y Cultura, Arqueologia en Castilla yLeón.

FERNÁNDEZ GARCÍA, S. (1997): Los pu-ñales tipo "Porto de Mos" en el Bronce Finalde la Península Ibérica, Complutum, 8, 97-124.FERNANDEZ MANZANO, J. (1986):Bronce Final en la Meseta Norte Española: elutilaje metalico, Almazan (Soria): Junta de

cem apontar para um conjunto de achados queresultaram num agrupamento de objectos me-tálicos, sugerindo estarmos perante “interpre-tações mais ou menos livres de associações econtextos, inventando-se depósitos que nuncaexistiram” (Vilaça, 2006: 35), uma vez quenenhum dos entrevistados, intervenientes di-rectos dos factos ocorridos há 50 anos, recon-heceu o conjunto metálico em parte ou no seutodo. Apenas houve o reconhecimento hesi-tante de um machado (ARQ30) e a menção se-gura ao vaso cerâmico em contexto desepultura, sem associação de objectos metáli-cos levantando, também, dúvidas sobre o querefere Pinho Brandão relativamente às circuns-tâncias do(s) achado(s).

A real compreensão deste conjunto passará for-çosamente pela realização de estudos sistemá-ticos sobre a área do Rossio (Vila Cova dePerrinho), em virtude do conhecimento de ou-tros indícios arqueológicos nas imediações eque lhe poderão estar associados, como é ocaso da Necrópole do Rossio. A relação a esta-belecer encontra-se no aparecimento do vasocerâmico no pátio de uma residência, no inte-rior de “manchas de terra mais escura e mole”com um diâmetro que rondará “1 m”, segundoo testemunho peremptório do proprietáriodessa residência.

Finalmente, a apresentamos os pontos de forçada análise crítica às referências na bibliografia,por nós consultada, tendo em conta as infor-mações recolhidas no local:

• Os objectos parecem ter origem emdiversos achados dispersos no tempo e no es-paço;

• A focalização no(s) achado(s) em si,e a sua definição como “depósito”, não permitea percepção da provável interligação entre in-dícios arqueológicos existentes na área do Ros-sio, Vila Cova de Perrinho;

• A definição como “depósito”, choca

113

NOTES

1 Agradecemos desde já, à Câmara Municipal deVale de Cambra e ao seu Museu Municipal, a dispo-nibilidade no acesso aos objectos à sua guarda.

2 Esta mamoa foi intervencionada em 1995 porFernando Augusto Pereira da Silva, encontrando-seà data num avançado estado de degradação. No seulugar existe hoje uma oficina automóvel (Silva,1998).3 Esta necrópole foi identificada em 2000 no de-correr dos trabalhos para a construção de uma estufapara floricultura, sendo na altura proprietário o Sr.Joaquim Soares de Oliveira que proporcionou a re-alização de trabalhos arqueológicos levados a cabopor António Manuel Silva, Fernando Augusto Pe-reira da Silva e Manuela C. S. Ribeiro. Agradecemosà esposa e herdeiros do Sr. Joaquim Soares de Oli-veira o valioso contributo e disponibilidade.

4 Junto do Sr. Joaquim Oliveira (do Pinhel), resi-dente no Rossio e autor deste achado, a quem, tam-bém, agradecemos as informações prestadas.

O conjunto de metais da Idade do Bronze de Vila Cova de Perrinho

Estrat Crític 5.Vol.3 (2011): 103-114

SILVA, A. M. S. P. (2003): O Projecto "Pai-var", um plano de investigação arqueológica deâmbito regional, Revista da Faculdade de Le-tras - Ciências e Técnicas do Património, I (2),199-222.

SILVA, F. A. P. (1998): Mamoa 1 do Rossio(Vila Cova de Perrinho - Vale de Cambra), Bo-letim Cultural de Vale de Cambra, 2, 3-19.

VILAÇA, R. (2006): Depósitos de Bronze doterritório português. Um debate aberto, O Ar-queólogo Português, IV (24), 9-150.

VILLAS-BOAS, J. S. (1947): Nuevos ele-mentos del Bronce Atlántico en Portugal. InCrónica del II Congreso Arqueológico del Sud-este Español (Albacete, 1946) (pp. 156-161).Albacete: Imp. Provincial.

Castilla y Leon - Consejeria de Education yCultura.

GIARDINO, C. (1995): Il Mediterraneo Oc-cidentale fra XIV ed VIII secolo a. C. Cerchiemetallurgiche e minerarie, Oxford: British Ar-chaeological Reports - S612.

KALB, P. (1980): Zur Atlantischen Bronzezeitin Portugal, Germania, 58 (1-2), 25-59.

MELO, A. A. (2000): Armas, utensílios e es-conderijos. Alguns aspectos da metalurgia doBronze Final: o depósito do Casal do Fiéis deDeus, Revista Portuguesa de Arqueologia, 3(1), 15-120.

MONTEAGUDO, L. (1977): Die Beile AufDer Iberischen Halbinsel. In PrähistorischeBronzefunde. XI - Band 6. München: C. H.Beck'sche Verlagsbuchhandlung.

PEREIRA, F. A. (1903): Machados de duploanel, O Archeólogo Português, 1 (8), 132-136.

QUEIROGA, F. (2001): Inventário Patrimo-nial de Vale de Cambra: I - Arqueologia, Valede Cambra: Câmara Municipal de Vale deCambra.

RUÍZ-GALVEZ PRIEGO, M. (1995). De-pósitos del Bronce Final: sagrago o profano?Sagrado y, a la vez, profano?, Madrid: Com-plutum, Ritos de paso y puntos de paso. la ríade huelva en el mundo del bronce final euro-peu.

SILVA, A. C. F. (2007): A Cultura Castreja noNoroeste de Portugal, Paços de Ferreira: Câ-mara Municipal de Paços de Ferreira.

SILVA, A. M. S. P. (1997): Povoados Proto-históricos de Vale de Cambra: elementos parauma Carta Arqueológica concelhia, BoletimCultural de Vale de Cambra, 1, 34-46.

114