n i k o l a u s h a r n o n c o u r t l a m Ú s i c a c ......n o es casual que la reducción de la...

337
NIKOLAUS HARNONCOURT L A M Ú S I C A C O M O D I S C U R S O S O N O R O HACIA UNA NUEVA COMPRENSIÓN DE LA MÚSICA TRADUCCIÓN DE JUANLUIS MILAN BARCELONA 2 0 0 6 t ACANTILADO

Upload: others

Post on 26-Mar-2021

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

N I K O L A U S H A R N O N C O U R T

L A M Ú S I C A C O M O

D I S C U R S O S O N O R O

H A C I A U N A N U E V A C O M P R E N S I Ó N

D E L A M Ú S I C A

TR AD U CCIÓ N DE J U A N L U IS M ILAN

B A R C E L O N A 2 0 0 6 t A C A N T I L A D O

Page 2: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

t í t u l o o r i g i n a l : M u sik ais K langrede

p r i m e r a e d i c i ó n diciem bre de 2006

P u b licad o por:

A C A N T I L A D O

Q uaderns Crem a, S. A ., Sociedad U nipersonal

M u n ta ñ e r,4 6 2 -0 8 0 0 6 Barcelona

Tel.: 9 3 4 1 4 4 90 6 - Fax: 934 1 4 7 10 7

correo@ acantilado.es

www. acantilado .es

© 1 9 8 2 , b y Residenz Verlag

© de la traducción, 2 0 0 6 b y Juan Luis M ilán

© de esta ed ición , 2 0 0 6 b y Q uaderns Crem a, S. A .

D erechos exclusivos de edición en castellano:

Q uaderns Crem a, S. A .

I S B N - 1 3 : 9 7 8 - 8 4 - 9 6 1 3 6 - 9 8 - 4

i s b n - i o : 8 4 - 9 6 1 3 6 - 9 8 - 1

d e p ó s i t o l e g a l : b. 5 2 . 7 8 1 - 2 0 0 6

a i g u a d e v i d r e Gráfica

Q U A D E R N S C R E M A Com posición

r o m a n y á - v a l l s Im presión y encuadernación

C u b ierta a partir de un dibujo de A . M . Zanetti

E ste libro se ha publicad o con la ayuda de la F undación Privada

Paper de M úsica de Capellades (Barcelona)

Consejo asesor:

M árius Bernadó y Benet Casablancas

E sta obra cuenta con la ayuda a la traducción del G o e th e Instituí

Page 3: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

C O N T E N I D O

ASPECTOS FUNDAMENTALES DE LA MÚSICAY DE LA INTERPRETACIÓN

L a m ú sica en n u e stra v id a , 7 S o b re la

in te rp re ta c ió n d e lg m ú sica h istó rica , 12

C o m p re n s ió n d e la. m ú sica y fo rm a ció n m u sica l,

20 P ro b le m a s d e n o ta c ió n , 36 L a a rtic u la c ió n , $8

L a m e d id a d e l tiempo So S istem as to n ale s y

a fin a ció n , p 6 D e « a fin a ció n m e so tó n ica » a la

« afin a ció n tem p era d a » , 106 M ú sic a y so n o rid a d ,

n i In stru m e n to s a n tig u o s: ¿sí o no?, 116 L a

re c o n s tru c c ió n d e ^as c o n d ic io n e s so n oras

o rig in a le s en e l e s tu d io , 130 L as p r io r id a d e s .

V a lo ra c ió n d e lo s d iv e rso s a sp e cto s , j j j

INSTRUMENTARIO Y DISCURSO SONORO

V io la d a b ra zzo y v io la d a g am b a. U n e s b o z o d e la

h isto ria de lo s in stru m en to s de cu erd a , i6p E l

v io lín . E l in stru m e n to b a r r o c o so lista , 181 L a

o rq u e sta b a rro c a , 186 L a re la c ió n casi-p a la b ra-

s o n id o en la m ú sica in stru m e n ta l p u ra b a rro c a ,

ipp D e l b a rro c o a l c la s ic ism o , 20$ O r ig e n y

e v o lu c ió n d e l d iscu rso so n o ro , 218

Page 4: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M ú sic a p ro g ra m á tic a - E l o p . 8 d e V iv a ld i, 234 E l

estilo ita lia n o y el estilo fra n cé s , 242

C o m p o s ito re s b a rro c o s au stríaco s. In ten to s de

c o n c ilia c ió n , 250 T elem an n . L os g u sto s re u n id o s ,

268 M ú s ic a in stru m e n ta l b a rr o c a en In g la te rra ,

277 C on certo grosso y t r ío so n a ta en H a n d e l, 282

L o q u e d ice u n a u tó g ra fo , 298 M o vim ien to s de

danza. L a s su ites d e B ách , 303 M ú sica b a rro ca

fran cesa . E x c ita n te m e n te n u e v a , 3/8 L a ó p e ra

fran cesa: L u lly -R a m ea 'u , 32J R e fle x io n e s d e u n

m ú sico d e o rq u e sta so b re u n a carta de W . A .

M o z a rt, 333 O b s e rv a c ió n fin a l, 339

i i i . M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A - M O Z A : t T

Page 5: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M Ú S I C A Y D E L A I N T E R P R E T A C I Ó N

L a m ú sica en n u e str a v id a

D e s d e la E d a d M e d ia h asta la R e v o lu c ió n fra n ce sa la m ú sica fu e uno d e lo s p ila res fu n d a m e n ta le s d e n u estra c u ltu ra , d e n u estra v id a . C o m p re n d e r la m ú sica fo rm a b a p a rte d e la e d u ca c ió n gen eral. H o y , sin e m b a rg o , la m ú ­sica se h a c o n v e rtid o en u n m ero o rn a m e n to p a ra g u a r­n e c e r n o ch es va c ías c o n v is ita s a ó p e ra s y c o n c ie r to s , p a ra rea lizar actos fe stiv o s p ú b lic o s o ta m b ié n , a través d e la rad io , para d is ip a r o av ivar el s ilen cio d e la so le d a d d e lh o g a r . A s í, se d a el caso p a ra d ó jico d e q u e a u n q u e en la a ctu a lid a d ten e m o s cu a n tita tiv a m e n te m u c h a m ás m ú ­sica q u e en c u a lq u ie r époc;:t a n te rio r— in c lu so casi p e r ­m a n en tem en te— , ésta n o sig n ifica n a d a en n u e stra vida: ¡u n p e q u e ñ o y a gra d a b le a d o rn o !

Y es q u e a n o so tro s nos p a re c e n im p o rta n te s cosas c o m p le ta m e n te d ife re n te s que a lo s h o m b re s d e tiem p o s an teriores. C u á n ta en erg ía , su fr im ie n to y am o r tu v ie ro n q u e d e rro ch a r p a ra c o n stru ir tem p lo s y c a te d ra le s , y q u é p o c o para las m áq u in as d e la c o m o d id a d . P ara lo s h o m ­b re s de n u e stro t ie m p o u n a u to m ó v il o u n av ió n son m ás im p o rta n te s y va lio so s q u e un v io lín , y el esq u em a de u n c e re b ro e le c tró n ic o m ás im p o rta n te q u e u n a sin fon ía. P ag a m o s d em a sia d o caro a q u e llo q u e c o n sid e ra m o s c ó ­m o d o y n ecesa rio p a ra v iv ir; sin re flex io n ar, d e s p r e c ia ­

m os la in ten sid a d d e la v id a a ca m b io d e lo s d este llo s de

7

Page 6: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

la c o m o d id a d ; lo q u e p e rd im o s u n a v e z n o v o lv e re m o s a re c u p e ra r lo n u n ca .

E sa tra n sfo rm a c ió n to ta l d e l s ig n ifica d o d e la m ú sica se h a e fe c tu a d o en lo s d os ú ltim o s sig lo s a u n a v e lo c id a d c re c ie n te . J u n to a e lla tie n e lu g a r u n a tra n sfo rm a c ió n de la a c t itu d h a c ia la m ú sica c o n te m p o rá n e a , p o r n o d e c ir d e l arte en gen eral: m ien tras la m ú sica era u n c o m p o ­n e n te e se n cia l d e la v id a , só lo p o d ía p r o c e d e r d e l p r e ­sen te . E ra la le n g u a v iv a d e lo in e fa b le , só lo p o d ía ser e n ­te n d id a p o r lo s c o n te m p o rá n e o s. L a m ú sica cam b iab a al h o m b re — al o y e n te , p e r o ta m b ié n al m ú s ic o — . T en ía q u e ser c r e a d a d e n u e v o u n a y otra v e z , d e ig u a l m a n e ra q u e las p e rso n a s te n ía n q u e c o n stru ir u n a y o tra v e z sus casas, a d a p tá n d o se ca d a v e z a l n u e v o e s tilo d e v id a , a la n u e v a e s p ir itu a lid a d . A s í p u e s , la m ú s ic a a n tig u a , la m ú ­sica d e g e n e ra c io n e s a n terio res, d e jab a d e e n te n d e rse y d e u tilizarse ; sólo en o ca sio n e s se a d m ira b a su e levad a h a b ilid a d a rtística .

D e s d e q u e la m ú sica ha d e ja d o d e estar en e l cen tro d e n u estras v id a s , to d o esto h a ca m b ia d o : co m o o r n a ­m e n to , la m ú sica h a d e ser a n te to d o « b ella » . E n n in g ú n caso ha d e m olestar, n o d e b e asu starn o s. L a m úsica a c ­tu a l n o p u e d e c u m p lir c o n esa e x ig e n c ia , ya q u e p o r lo m e n o s re fle ja — c o m o c u a lq u ie r arte— la s itu a c ió n e s p ir i­tu a l d e su tie m p o , o sea d e l p re se n te . S in e m b a rg o , una

re fle x ió n h o n esta , sin c o n s id e ra c io n e s , so b re n u estra s i­tu a c ió n e s p ir itu a l n o p u e d e ser só lo b e lla ; se e n tro m ete en n u e s tra v id a , es d ecir, m olesta. A s í, se ha d ad o el caso p a ra d ó jic o de q u e la g e n te se h a a p a rta d o d e l a rte del p re se n te p o r q u e m o le sta b a , p o rq u e q u iz á te n ía q u e m o ­

lestar. N o se q u ería u n a re fle x ió n , s ó lo b e lle z a y d isp er-

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M Ú S I C A

Page 7: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

sión d e la c o tid ia n id a d gris. D e esa m an era e l arte , en p a r ­tic u la r la m ú sica , se h a c o n v e rtid o en m e ro o rn a m e n to y la g en te se h a e n tre g a d o ál arte h is tó r ic o , a la m ú sica a n ­tigu a: a h í s e en cu e n tra la b e lle z a y la a rm o n ía q u e u n o

b u sca . •E n m i o p in ió n , e sta jentrega a la m ú sica a n tig u a —

co n lo c u a l q u ie ro d e c ir c u a lq u ie r m ú sica q u e n o ha sido cre a d a p o r n u estras g e n e ra c io n e s v iv a s — só lo ha p o d id o o c u r r ir p o r u n a se rie d e jm a le n te n d id o s so rp re n d e n te s . E s d e c ir , só lo n o s s irv e u n a m ú sica « b e lla » q u e n u e stra é p o ca e v id e n te m e n te n o jnos p u e d e dar. U n a m ú sica así, « b e lla » sin m ás, n o ha e x is t id o n u n ca . L a « b e lle z a » es

u n c o m p o n e n te d e to d a ¡m úsica; só lo p o d e m o s c o n v e r ­tir la en c r ite r io d e te rm in a n te si d eja m o s d e la d o to d o s lo s d em ás c o m p o n e n te s ,¡s i lo s ig n o ra m o s. N o fu e h asta q u e d eja m o s d e c o n c e b ir jla m ú sica c o m o u n to d o , y q u i­zá d e ja m o s d e q u e re r e n te n d e r la , q u e nos fu e p o s ib le re d u cir la a su b e lle z a , a p la n a rla , p o d ría m o s decir. D e s d e q u e la m ú sica n o es m ás ¡que u n s im p le a d o rn o d e n u e s ­tra v id a c o tid ia n a , n o p e d e m o s c o m p re n d e r la m ú sica a n tig u a en su to ta lid a d — es d ecir, lo q u e p ro p ia m e n te llam am o s m ú sica — , p o r q u e d e o tro m o d o n o p o d ría m o s re d u cir la a lo e s té tic o , a lla n a r la .

A s í p u e s, nos en co n tra m o s h o y en u n a s itu a c ió n casi sin sa lid a cu a n d o , c re y e n d o to d a v ía en la fu e r z a tra n sfo r­m ad o ra d e la m ú sica , tersem os q u e v e r có m o e l e sp íritu g e n e ra l d e n u e stro tiem p o la ha d e sp la za d o d e su p o s i­c ió n central: d e lo c o n m o v e d o r a lo b o n ito . P e ro no p o ­d em os co n fo rm a rn o s c o n e sto , es m ás, si tu v ie se q u e a d ­m itir q u e ésta es la s itu a c ió n irre v o ca b le de n u e s tro arte d ejaría in m ed iatam en te eje h a c e r m úsica.

L A M Ú S I C A E N N U E S T R A V I D A

9

Page 8: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M U S I C A

C r e o , pues, cada v e z co n m ás esp era n za , q u e p ro n to

a ca b a re m o s p o r re c o n o c e r q u e n o p o d e m o s re n u n cia r a la m ú sica — y la in c o m p re n s ib le re d u cc ió n d e la q u e he h a b la d o es re n u n c ia — -, q u e n o s p o d re m o s a b a n d o n a r c o n s o la d o s a la fu e rz a y a l m en saje de u n M o n te v e rd i, u n B a ch o u n M o z a rt. C u a n to m ás ah o n d em o s y m ás in te n ­sam en te nos e sfo rce m o s en c o m p re n d e r esa m ú sica , m ás p o d re m o s v e r lo q u e es esa m ú sica , m u y p o r e n cim a de la b e lle z a , có m o nos c a u tiv a e ¡in quieta co n la v a r ie d a d de su le n g u a je . A l final, a través d e la m ú sica así e n te n d id a d e M o n te v e rd i, B ach o M o z a rt, ten d rem o s q u e re e n c o n ­tra r la m ú sica de n u e stro t ie m p o , p u es h a b la n u e stra le n ­gua, es n u e stra cu ltu ra y la co n tin ú a . ¿ N o te n d rá m u ch o q u e v e r co n lo q u e h a c e n u e stro tie m p o ta n in a rm ó n ico y te r r ib le el h e ch o d e q u e e l arte ya n o esté in v o lu cra d o en n u estras vidas? ¿ N o nos red u cim o s, ve rg o n zo sa m e n te sin im a g in a c ió n , al le n g u a je de lo « d e c ib le » ?

¿ Q u é h a b ría p e n sa d o E in ste in , q u é h ab ría d e sc u ­b ie rto , si n o h u b ie se to c a d o e l v io lín ? ¿ N o son las h ip ó ­tesis a tre v id a s , las m ás fan tasio sas, las q u e só lo a lc a n za el e sp ír itu im a g in a tiv o — p a ra que lu e g o p u e d a n ser d e m o s­trad as p o r e l p e n sa d o r ló g ic o ?

N o es casu al q u e la re d u cc ió n d e la m ú sica a lo b e llo , y co n ello a lo q u e to d o el m urido p u ed e com p rend er, su ce­d iera en la é p o ca de la R e v o lu ció n francesa. E n la h istoria siem p re h u b o períod os en los q u e se h a in ten tad o sim p lifi­car la m úsica, re d u cié n d o la a lo em ocional, p ara q u e cu a l­q uiera p u e d a en te n d erla . T o d o s esos in ten to s fracasaro n y co n d u je ro n a u na n u e v a v a rie d a d y co m p lejid ad . L a m ú ­sica só lo p u e d e resu ltar co m p ren sib le p ara to d o s si se re ­d u ce a lo p rim itivo o si to d o s ¡aprenden su len gu aje. /

Page 9: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

E l in ten to d e s im p lifica r la m ú sica y c o n v e rtir la en

a lgo g e n e ra lm e n te c o m p re n s ib le q u e tu v o m ay o res c o n ­se cu e n c ia s se p r o d u jo , p u e s , c o m o s e c u e la d e la R e v o lu ­c ió n fra n ce sa . E n to n ces se p r o c u r ó , p o r p rim e ra v e z en e l m a rco d e u n gran E s ta d o , h a c e r d e la m ú sica a lg o ú til a las n u eva s id eas p o lític a s : e l a rtific io so p ro g ra m a p e d a g ó g ic o d e l C o n s e rv a to ire fu e e l p r im e r p ro g ra m a c o o r d in a d o d e n u e stra h is to r ia . A p a r t ir d e a q u e llo s m é to d o s se fo rm a to d a v ía h o y a lo s m ú sico s d e to d o el m u n d o en la m ú sica e u ro p e a y, s ig u ie n d o lo s m ism os p r in c ip io s , se e x p lic a a los o y e n te s q u e n o es n e c e sa rio ap ren d er m ú sica para c o m p re n d e rla , q u e d is fru ta r s im ­p le m e n te de su b e lle z a ya b a sta . A s í, c u a lq u ie ra se s ie n ­te en su d e re c h o y c a p a c ita d o p a ra ju z g a r s o b re el v a lo r y so b re la in te r p r e ta c ió n d e la m ú sica — u n a a c t itu d q u e q u iz á p o d r ía v a le r p a ra la m ú sica p o s tre v o lu c io n a ria , p e ro de n in g u n a m an era p a ra la m ú sica d e é p o c a s a n te ­riores.

E sto y p ro fu n d a m e n te c o n v e n c id o de q u e p a ra la p e r ­m an en cia d e la e sp ir itu a lid a d e u ro p e a es de u n a im p o r ­ta n cia d e c is iv a viv ir co n n u e stra cu ltu ra . E sto p r e s u p o ­ne, p o r lo q u e re sp e c ta a la m ú sica , dos a ctiv id a d e s .

P rim era: lo s m úsicos tien en q u e ser fo rm a d o s c o n m é­

tod os n u evos; o co n m éto d o s q u e co n e cte n co n los m é to ­dos p ro p io s de h ace m ás d e d o sc ie n to s años. E n nuestras escuelas d e m ú sica no se ap ren d e la m ú sica co m o le n g u a ­je, sino só lo la técn ica para h a c e r m úsica; e l esq u eleto de la tecn o cracia , q u e no tien e v id a .

S egu n d a: la e d u c a c ió n g e n e r a l d e la m ú sica d e b e ría ser re co n s id e ra d a d e n u e v o y se le d e b e r ía c o n c e d e r el lu g a r q u e le co rre sp o n d e . A s í, las gra n d es o b ra s d e l p a ­

LA M Ú S I C A EN N U E S T R A V IDA

Page 10: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

sad o v o lv e r á n a v e rse e n to d a su d iv e rs id a d a p a sio n a n te , tra n s fo rm a d o ra . Y ta m b ié n v o lv e re m o s a e sta r p r e p a r a ­d o s p a ra lo n u e v o .

T o d o s n ecesitam os la m úsica , sin ella n o p o d e m o s vivir.

Sobre la interpretación dé la música histórica

P u e s to q u e en la v id a m u sica l d e h o y en d ía la m ú s ic a h is ­tó r ic a d e se m p e ñ a u n p a p e l d o m in a n te , está b ie n e n fre n ­tarse a lo s p ro b le m a s re la c io n a d o s co n e lla . H a y d o s p o ­sic io n es b á sica m e n te d ife re n te s co n re sp e cto a la m ú sica h is tó r ic a , a la s q u e ta m b ié n c o r re s p o n d e n d o s fo rm a s

c o m p le ta m e n te d iferen tes d e in terp retació n : Una la tra sla ­d a al p re se n te , la o tra in te n ta v e r la co n lo s o jos d e l t ie m ­p o en q u e fu e cread a.

L a p r im e r a p o s ic ió n es la n a tu ra l y h a b itu a l en to d as la s é p o c a s q u e p o se e n u n a m ú sica c o n te m p o rá n e a v e r ­d a d e ra m e n te viva. H a sido ad em ás la ú n ica p o s ib le a lo la rg o d e to d a la h isto ria o c c id e n ta l d e la m ú sica d e sd e el

p r in c ip io de la p o lifo n ía h a sta la se g u n d a m ita d d e l s ig lo x ix , y to d a v ía h o y le r in d en tr ib u to m uch os g ra n d e s m ú ­sico s. E s ta p o s ic ió n proG ede d e la id e a d e q u e e l le n g u a je

d e la m ú sica e s tá a b so lu ta m e n te lig a d o a u n tie m p o . A s í, a m ita d d e l s ig lo x v m , p o r e je m p lo , las c o m p o sic io n e s d e la p r im e r a d e c a d a d e l s ig lo se ten ían p o r irre m e d ia ­b le m e n te p a s a d a s d e m o d a , s i b ie n se les r e c o n o c ía su v a lo r. U n a y o tra v e z nos m ara villa m o s d e l en tu siasm o co n e l q u e an tes se e n c o m ia b a n las co m p o sic io n e s c o n ­te m p o rá n e a s , c o m o si se tra ta s e de g ra n d es lo g r o s in é d i­tos. L a m ú sica a n tig u a se c o n s id e ra b a só lo c o m o u n a e ta ­

Page 11: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N T E R P R E T A C I Ó N D E L A M Ú S I C A H I S T Ó R I C A

p a p rev ia ; e n e l m e jo r denlos caso s se re cu rr ía a e lla c o m o m ateria l d e e s tu d io o, en: m u y raras o ca sio n e s , era o b je to d e u n a rre g lo p a ra a lg u n a in te rp re ta c ió n esp e cia l. P a ra to d a s estas in te rp re ta c io n e s e x tra o rd in a ria s d e m ú sica a n tig u a — en e l s ig lo x v m , p o r e je m p lo — se c o n s id e ró

q ú e u n a m o d e r n iz á c ió n e ra a b s o lu ta m e n te n e c e s a r ia . E n ca m b io , c u a n d o lo s c o m p o sito re s d e n ú e stro tie m p o a rre g la n o b ra s h is tó r ic a s , sa b e n q u e éstás se ría n ig u a l­m en te a co g id a s c o n n a tu ra lid a d p o r e l p ú b lic o s in ser m o d ificad as; así p u e s , el| a rre g lo n o su rg e h o y en d ía d e u n a n e c e s id a d a b so lu ta c o m o en s ig lo s p a sa d o s— si h ay q u e h a c e r m ú sica h is tó r ic a , q u e sea a ctu a liza d a — , sin o d e la c o n c e p c ió n c o m p le ta m e n te p e rso n a l d e l a rreg lista . D ire c to re s d e o r q u e s ta <j:olno F u r tw á n g le r o S to k o w s k i, q u e te n ía n u n id e a l p o strp m á n tico , h an r e p ro d u c id o to d a la m ú s ic a a n tig u a en e s te se n tid o . A s í se in stru m e n ta ro n p ieza s d e ó rg a n o d e B a ch para o rq u estas w agn erian as, o se in te rp re ta ro n sus P a sio n e s d e u n a m an era h ip e rro m á n ti- ca co n u n g ig a n te s c o ap ara to in stru m e n ta l.

L a s e g u n d a c o n c e p c ió n , la d e la lla m a d a f id e lid a d a la o b ra , es m u c h o m ás re c ie n te q u e la co m e n ta d a a n te ­rio rm en te , p u e s s ó lo e x iste d e sd e p r in c ip io s d e l s ig lo x x

m ás o m en os. D e sd e e n to n ce s se v ie n e e x ig ie n d o cad a v e z m ás ser « fie l a la o b ra » al e je c u ta r la m ú sica h is tó r i­ca, e in té rp re te s im p o rta n te s lo d e fin e n c o m o e l id e a l al q u e asp iran . Se in te n ta h a c e r ju s t ic ia a la m ú sica a n tig u a co m o ta l, y re p ro d u c ir la a te n o r d e la ép o ca en q u e fu e cread a. E sa a c t itu d respjecto de la m ú sica h is tó r ic a — es decir, n o tra e rla a l p re se n te , s in o tra sla d a rse u n o m ism o al p a sa d o — es s ín to m a d e la p é r d id a d e u n a m ú sica a c ­tu a l v e rd a d e ra m e n te v iv a . L a m ú s ic a d e h o y n o b a sta n i

13

Page 12: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M U S I C AI

al m ú sico n i al p ú b lic o , incluíso la m a y o r p a rte d e éste la re ch a za d ire c ta m e n te , y p ara lle n a r e l v a c ío g e n e ra d o d e e sta m an era se re c u rre a la m ú sica h is tó r ic a . E n los ú lt i­m os tie m p o s y a nos h em o s a p o stu m b ra d o tá c ita m e n te a e n te n d e r b a jo e l c o n c e p to d e m ú sica so b re to d o la m ú s i­ca h is tó r ic a ; a la m ú sica c o n te m p o rá n e a se la a d m ite , c o m o m u ch o , d e p a so . E n la h isto ria d e la m ú sica , esta s itu a c ió n es d e l to d o n u eva . U n p e q u e ñ o e jem p lo p u e d e se rv ir d e ilu s tra c ió n : si h o y en d ía se re tira se la m ú sica h istó r ic a d e las salas d e co n c ie rto s y só lo se e je cu ta ra n o b ra s m o d e rn a s , p r o n to q u e d a r ía n d e s ie rta s ; e x a c t a ­m e n te lo m ism o , a la in ve rsa ; h a b r ía p a s a d o en tie m p o s d e M o z a rt si se h u b ie s e p r iv a d o al p ú b lic o de la m ú sica c o n te m p o rá n e a y só lo se h u b ie se o fre c id o m ú sica a n ti­g u a (p o r e je m p lo , m ú sica bar¡roca). C o m o vem o s, la m ú ­sica h is tó r ic a , en p a rtic u la r la d e l s ig lo x i x , es h o y la p o r ­ta d o ra d e la v id a m u sica l. E so n o había sucedido nunca d esd e que ex iste la p o lifo n ía . D e la m ism a m an era, antes no h ab ía n in g u n a n e c e s id a d d e u n a in te rp re ta c ió n d e la m ú sica h is tó r ic a fie l a la ob ra, ta l co m o se e x ig e h o y día. L a m ira d a h is tó r ic a es a b so lu ta m e n te ajen a a l ca rá cte r d e u n a é p o c a cu ltu ra lm e n te v iva. E sto ta m b ién se o b se r­va en las otras artes: así, p o r ejem plo, se con stru ía sin re p a ­

ros u n a sacristía b a rro c a en u ña ig le s ia g ó tica , se e ch ab a n ab ajo lo s m ás e sp lé n d id o s altares g ó tic o s y se c o lo c a b a n o tro s b a r r o c o s , m ie n tra s q u e h o y to d o se m a n tie n e y se re s ta u ra h a sta e l m ás m ín im o d e ta lle . P e r o esta a c t itu d h istó r ic a tie n e ta m b ié n a lgo b u en o : n o s p e rm ite , p o r p r i­m e ra v e z en la h is to r ia d e n u estro a rte cristia n o o c c id e n ­ta l, a d o p ta r u n p u n to d e v ista l ib r e y así c o n te m p la r co n p e rsp e c tiv a to d a la c re a c ió n d e l p a sa d o . É sta es la ra zó n

14

Page 13: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

d e q u e cad a v e z se e x tie n d a m ás la m ú sica h istó r ic a en lo s p ro gra m a s de c o n c ie rto s.

L a ú ltim a é p o ca m u sica lm en te crea tiva v iv a fu e e l p o s ­tr o m a n tic is m o . L a m ú s ic a d e B ru c k n e r , B ra h m s, C h a i- k o v s k i y R ic h a rd S tra u ss , en tre o tro s , e ra to d a v ía la m ás viva exp resió n d e su tiem p o. P ero allí se q u e d ó p arada tod a la v id a m usical: esa m ú sica es to d a v ía h o y la m ás o íd a y la p re fe r id a , y la fo rm a ció n d e lo s m ú sico s en las acad em ias s ig u e aún los p rin cip io s de a q u e l t ie m p o . E s co m o si no q u is ié ra m o s a d m itir q u e d esd e e n to n c e s h an tr a n s c u r ­r id o m u ch o s d ecen io s.

S i b ie n h o y cu ltiv a m o s la m ú sica h istó rica , n o p o d e ­m os h a c e r lo ig u a l q u e n u e stro s an tep a sad o s. H e m o s p e r ­d id o la in o c e n c ia p a ra v e r e l c r ite r io en e l p re se n te , la v o lu n ta d d e l c o m p o sito r es p a ra n o so tro s la m á x im a a u ­to rid a d , vem os la m ú sica an tigu a en su p ro p ia é p o ca y p o r e so h em os de e s fo r z a rn o s en in te r p r e ta r la fie lm e n te , n o p o r razo n es m u seística s , sino p o rq u e a n o so tro s nos p a re ce h o y la ú n ica v ía p o s ib le d e r e p ro d u c ir la v iv a y d ig n a m e n te . P e ro u n a in te r p r e ta c ió n es fie l a la o b ra c u a n d o se a ce rca a la id e a q u e t u v o e l c o m p o sito r cu a n ­do la creó . Y a se v e q u e esto só lo es re a liza b le h asta c ie r ­to g ra d o : la id e a p r im e ra d e u n a o b ra só lo se p u e d e in ­tu ir, en p a rticu la r cu a n d o se tra ta de m ú sica d e ép o cas rem otas. L o s p u n to s d e re fe re n c ia q u e m u estran la v o ­lu n ta d d e l c o m p o sito r so n las in d ic a c io n e s p a ra la in te r ­p r e ta c ió n , la in s tr u m e n ta c ió n y lo s m u c h o s u so s d e la p r á c tic a in te rp re ta tiv a q u e co n sta n te m e n te h an id o cam ­b ia n d o y cu yo c o n o cim ie n to e l c o m p o sito r p re su p o n ía en sus co n te m p o rá n e o s. P a ra n o so tro s esto s ig n ifica u n v a s­to e s tu d io a p a rtir d e l c u a l se p u e d e d e g e n e ra r en u n

I N T E R P R E T A C I Ó N DE LA M U S I C A H I S T Ó R I C A

15

Page 14: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

erro r p e lig ro so : p ra c tic a r la m ú sica a n tig u a p a rtie n d o sólo

d e l co n o c im ie n to . A s í su rgen esas co n o cid a s in te rp re ta ­cio n es m u sico ló g ica s q u e d esd e el p u n to d e v ista h istó rico son a m en u d o im p e ca b le s , p ero q u e carecen d e vid a. A h í es p re fe r ib le ' una e je cu c ió n m u sica lm en te v iv a aun qu e sea h istó rica m e n te erró n ea . E s ev id e n te q u e lo s co n o cim ie n ­tos m u s ic o ló g ic o s n o ■ han de ser u n fin en sí m ism o, sino

q u e ú n ica m e n te han d e p o n e r a n u e stro a lcan ce lo s m e­dios p ara u n a in te rp re ta c ió n m ejor, p u e s , al fin y al cab o , u n a in te rp re ta c ió n só lo será fie l a la o b ra cu a n d o la r e p ro ­d u z c a co n b e lle z a y c la r id a d , y eso só lo es p o s ib le cu a n d o

se sum an c o n o c im ie n to y se n tid o d e la resp o n sab ilid a d co n u n a p r o fu n d a se n sib ilid a d m u sica l.

H a s ta a h o ra se ha p r e s ta d o m u y p o c a a te n c ió n a las c o n tin u a s tr a n s fo r m a c io n e s d e la p r á c t ic a m u s ic a l, in ­c lu s o se la s h a co n sid e ra d o - c o m o a lg o in s ig n ifica n te . L a cu lp a d e e llo es la id e a d e la e x is te n c ia d e u n a « e v o lu ­ció n » p o r la q u e a p a rtir d e f° r m a s o rig in a le s p rim itiva s y p a sa n d o p o r fases in te rm e d ia s m ás o m enos d e fic ie n ­tes, se a lc a n z a u n a fo rm a d e fin itiv a « ideal». Y ésta es p o r su p u e sto su p e rio r en to d o a las « fases in term ed ias» . E sta o p in ió n , re s id u o d e é p o c a s co n u n a rte m ás v iv o , está t o ­d a v ía m u y e x te n d id a en la a c tu a lid a d . A s í, a lo s o jos de a q u e llo s h o m b re s, la m ú sica , las té c n ic a s de e je cu c ió n y los in stru m e n to s m u sica le s h a b ía n « p ro g re sa d o » h asta esa fa s e ú lt im a , la é p o c a p re se n te en c a d a caso . P e r o d e s ­d e q u e e sta m o s en c o n d ic io n e s d e o b te n e r u n a v is ió n g e ­n era l, esa o p in ió n , en lo q u e a la m ú sica re sp e cta , se ha in v e rtid o : ya n o p o d e m o s e s ta b le c e r d ife re n cia s d e v a lo r e n tre la m ú sica d e B ra h m s, M o z a rt, J o sq u in o D u fa y ; la te o r ía d e u n p r o g r e s o a s c e n d e n te y a no se p u e d e sos-

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E LA M Ú SI C A

Page 15: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N T E R P R E T A C I Ó N ¿ ) E L A M Ú S I C A H I S T Ó R I C AI

ten e r. A h o ra se h a b la de| la in te m p o ra lid a d d e to d as las g ra n d e s o b ras d e arte y ^sa c o n c e p c ió n , ta l com o se e n ­tie n d e en g e n e ra l, es ta n 'in c o r r e c ta c o m o la d e l p r o g r e ­so. L a m ú sica , co m o c u a lq u ie r arte , e stá d ire c ta m e n te l i ­g ad a a su tie m p o , es ú n ica m e n te la e x p re s ió n v iv a d e su t ie m p o , y só lo es e n te n d id a ín te g ra m e n te p o r sus c o n ­te m p o rá n eo s. N u e stra « C o m p ren sió n » d e la m ú sica a n ti­

gu a só lo n os p e rm ite in tu ir el e sp ír itu a p a rt ir d e l cu a l su rg ió . C o m o v e m o s, la m ú sica se c o r re s p o n d e siem p re co n la s itu a c ió n e sp ir itu a l d e su tie m p o . Su c o n te n id o no

p u e d e ir n u n c a m ás a llá d e la c a p a c id a d e x p re s iv a d e l h o m b re , y to d o lo q u e se g a n a p o r u n la d o se p ie rd e p o r e l o tr o . 1

C o m o en g e n e ra l u ñ ó n o se h a c e u n a id e a c la ra d e la n a tu ra le z a y d e la e n v e rg a d u ra d e lo s ca m b io s q u e , en in ­n u m e ra b le s d eta lle s , h a s u fr id o la p r á c t ic a m u s ica l, h a ­b la re m o s b re v e m e n te d e e llo s . L a n o ta c ió n , p o r e jem p lo , e s tu v o so m e tid a h asta e l s ig lo x v n a co n sta n te s tra n s­fo rm a c io n e s y sus s ig n o s , aú n c o n s id e r á n d o s e a p a rtir d e e n to n c e s « in eq u ívo ccis» , se e n te n d ie ro n c o n fre c u e n ­cia d e m an eras m u y d ife re n te s ca s i h a s ta fin a les d e l s i­g lo x v m . E l m ú sico a c tu a l to c a e x a cta m e n te lo q u e hay en la p a rtitu ra sin sa b e r q u e la n o ta c ió n m a te m á tica m e n ­te e x a cta n o fu e h ab itu alj h asta el s ig lo x ix . O tr o e jem p lo lo c o n s titu y e la c u e stió n d e la im p r o v is a c ió n , a so c ia d a a la p r á c tic a m u sica l h a sta fin ales d e l s ig lo x v m a p r o x i­m a d a m e n te , y u n a fuentie in m en sa d e p ro b le m a s . L a d i­f e r e n c ia c ió n e n tre las fa s e s p a rt ic u la re s d e d e s a r ro llo c o rre sp o n d ie n te s a ca d á p e r ío d o p re su p o n e u n am p lio co n o c im ie n to e s p e c ia liz a d o cu y o a p ro v e ch a m ie n to c o n ­s e c u e n te se m u estra en lo s a sp e cto s fo rm a le s y estru ctu -

17

Page 16: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M U S I C Aj

rales d e la re p ro d u c c ió n . P e ro lo q u e co n stitu y e una d i­

fe re n cia in m e d ia ta m e n te p e r c e p tib le es la im agen so n o ­ra (es d e c ir e l t im b re , e l ca rá b te r y la p o te n c ia d e lo s in s ­tru m e n to s, e n tre o tro s). P u e s ig u a l q u e la le c tu r a d e la n o ta c ió n o la p rá c tic a d e la im p ro v isa c ió n esta b a n so m e ­tid a s a c o n sta n te s m o d ific a c io n e s , s ig u ie n d o e l e sp ír itu d e la é p o c a , a l m ism o tiem p o se tra n sfo rm a b a n la c o n ­c e p c ió n y e l id e a l son o ro s y co n ello s ta m b ién lo s in s tr u ­m entos co m o ta les, la m anera de to carlo s y h asta la técn ica d e l canto. A l tem a d e la im agen so n o ra p erten ece tam b ién el e s p a c ió le s decir, sus d im ensiones y su acústica.

In c lu so en la cu estió n de las tra n sfo rm a cio n e s en la m an era d e to c a r — es d e c ir d e la té c n ic a — no se p u e d e h a b la r d e u n « p ro g re so » , y a ¡q u e se a d a p ta s ie m p re p o r c o m p le to , ig u a l q u e lo s in stru m e n to s , a la s e x ig e n cia s de su tie m p o . A esto se p o d ría o b je ta r q u e las e x ig e n cia s a la té c n ic a in stru m e n ta l h an id o en au m en to siem p re; esto es c ie r to , p e r o se re fie re s ó lo a c ie rto s a sp e cto s d e la té c n ic a in stru m e n ta l, m ien tras q u e las e x ig e n cia s en otros te rre n o s fu ero n cada v e z m en o res. E n e fe c to , n in ­g ú n v io lin is ta d e l s ig lo xvnj h a b r ía p o d id o to ca r, p o r e jem p lo , e l c o n c ie rto p ara vi¿>lín d e B rah m s, p e ro ig u a l­m en te u n v io lin is ta q u e to c a ja B ra h m s ta m p o c o está en co n d ic io n e s d e e je cu ta r d e m a n e ra im p e c a b le o b ra s d if í­ciles d e la lite ra tu ra v io lin ís tic a d el s ig lo x v n . P ara lo u n o y p a ra lo o tro se re q u ie re u n a té cn ica d el to d o d ife ­rente; am bas son en sí ig u a lm e n te d ifíc ile s , p e ro fu n d a ­m e n ta lm e n te d ife re n te s . j

M o d ific a c io n e s sem ejante^ las vem o s en la in stru m e n ­ta c ió n y en los p ro p io s in stru m en to s. C ad a é p o c a tie n e e x a cta m e n te e l t ip o de in stru m e n to s q u e m ás c o n v ie n e a

Page 17: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

su m ú sica . E n la im a g in a c ió n d e lo s c o m p o sito re s su e ­nan lo s in stru m en to s de su tie m p o , a m e n u d o e scrib e n s i­gu ie n d o los d eseo s de d eterm in a d o s in stru m en tistas; en to d as las é p o ca s se h a e x ig id o q u e la m ú sica fu ese a p ro ­p ia d a a la té c n ic a d e lo s in stru m e n to s ; só lo se c o n s id e ­rab a n in to ca b le s las p iezas m al co m p u e sta s y su a u to r se p o n ía en rid ícu lo co n ellas. E l h e c h o d e q u e m uch as obras d e v ie jo s m a e s tro s se c o n s id e r e n h o y in to c a b le s (p o r e jem p lo algunas p artes p ara in stru m en to s d e v ien to e n la m ú sica b arro ca) se d e b e a q u e lo s m ú sico s las ab o rd an co n lo s in stru m en to s y la té c n ic a actu a les . L a m e n ta b le ­m en te es u n a e x ig e n c ia casi im p o sib le d e satisfacer p e d ir a u n m ú sico d e h o y q u e to q u e u n in stru m e n to a n tigu o y, adem ás, segú n la té c n ic a an tigu a. N o hay, p o r tan to , q u e ech ar la cu lp a d e lo s pasajes in to c a b le s o d e otras d if ic u l­tades a los c o m p o sito re s an tigu o s o, co m o o cu rre co n fr e ­cu en cia , tach a r la p rá c tic a m u sica l d e tie m p o s p asad o s de té cn icam en te in su fic ien te . E n to d o s lo s tie m p o s, lo s m e­jores m úsicos fu e ro n cap aces d e e je cu ta r las obras m ás d ifíc ile s d e sus co m p o sito re s.

A p a rtir d e to d o esto se p u e d e n in tu ir las enorm es d i­ficu ltades a las q u e se e n fre n ta una p r á c t ic a m u sica l q u e inten te ser fiel a la ob ra. N o h ay m an era d e evitar co m p ro ­m iso s: son m u c h a s las p r e g u n ta s q u e q u e d a n sin re s ­p u esta , m uchos lo s in stru m en to s q u e y a n o existen o p ara lo s q u e n o se p u e d e e n c o n tra r u n m ú sico . S in em b a rgo , a llí d o n d e es p o s ib le u n a lto g ra d o d e v e rd a d e ra f id e li­d ad a la o b ra , se v e u n o re co m p e n s a d o co n riq u ezas in ­so sp ech a d a s. L as o b ras se re v e la n desd e u n á n g u lo c o m ­p le ta m e n te n u e v o y v ie jo a la v e z y m u ch o s p ro b le m a s se re su e lven e n to n c e s p o r sí m ism os. R e p ro d u c id a s así, las

I N T E R P R E T A C I Ó N DE LA M U S I C A H I S T Ó R I C A

19

Page 18: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

o b ra s su e n a n n o só lo m ás co rre cta s d e s d e el p u n to d e v is ta h is tó r ic o , s in o ta m b ié n m ás vivas, p o r q u e se l as p re ­se n ta c o n lo s m e d io s q u e les c o rre s p o n d e n , y u n o p e r c i ­b e las fu e r z a s e sp ir itu a le s q u e h ic ie ro n fru c t ífe r o e l p a­s a d ° . L a p r á c tic a d e la m ú sica a n tig u a a d q u ie r e así p ara n ° s o tr o ^ m ás a llá d e l m e ro d is fru te e s té tic o , u n sen tid o p r o fu n d o .

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E LA. M Ú S I C A

C o m p r e n s ió n d e la m ú sic a y fo r m a c ió n m u s ic a l

S o n m u ch o s lo s in d ic io s q u e n o s in d ica n q u e nos dirigim os h a c ia u n h u n d im ie n to c u ltu ra l gen eral, d e l cu a l la m ú si­ca, c la ro está, n o q u e d a ría e x c lu id a , p u e s la m ú sica n o es m ás q u e u n a ■ p a rte d e n u estra v id a e sp ir itu a l y co m o ta l n o p u e d e sin o e x p re sa r lo q u e se e n cu e n tra en la to ta li­d a d . S i la s itu a ció n es ve rd a d e ra m e n te ta n seria co m o yo la v e o , en to n ces n o está b ie n q u e n os q u ed em o s d e b razo s cru za d o s h asta q u e to d o h a y a p asad o .

L a fo rm a c ió n d e l m ú s ico d e se m p e ñ a a h í p o r su p u e s­

to u n g ra n p a p e l, e n te n d ie n d o p o r « m ú sico » c u a lq u ie ra q u e p a r t ic ip e p ro fe s io n a lm e n te en la v id a m u sica l, tam ­b ié n e l o y e n te e n te n d id o y, d e h e c h o , e l p ú b lic o en g e ­n e ra l. C o n s id e re m o s , d e sd e e ste p u n to d e v is ta , la im p o r­ta n cia d e la m ú sica en la h istoria . Q u iz á sea in teresan te re m a rca r q u e en m u ch a s len g u a s « p o esía » y « can to» se e x p re s a n p o r m e d io d e la m ism a p a la b ra . E s d ecir, en el m o m e n to en q u e el le n g u a je , m ás a llá d e l e n u n c ia d o o b je t iv o , se v u e lv e p r o fu n d o , se a so cia a l c a n to , p o rq u e c o n a y u d a d e l c a n to se p u e d e e x p re sa r m e jo r lo q u e se sa le d e lo p u ra m e n te in fo rm a tiv o . E sto es. d if íc il de e n ­

Page 19: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

te n d e r p a ra n o s o tro s p o r q u e en n u e s tra c o m p r e n s ió n a c tu a l d e la m ú s ic a ya n o ¡está im p líc ito . P o r m e d io d e so ­n id o s , m e lo d ía s , arm on íás se p u e d e , p o r ta n to , in te n sifi­ca r la p a la b ra h ab lad a , é l se n tid o d e la p a la b ra , lo q u e p e rm ite u n a co m p re n sió n q u e a b a rca a lgo m ás q u e lo

p u ra m e n te ló g ic o . |E l e fe c to d e la m ú s ié a , s in e m b a rg o , n o se lim ita b a

a u n r e fu e rzo y a u n a p r o fu n d iz a c ió n d e la e x p re s ió n h a ­

b la d a , la m ú s ic a e n co n tró p r o n to su p r o p ia e sté tica (cuya c o n e x ió n co n el le n g u a je se m an ten ía re co n o c ib le ) y una gran c a n tid a d d e m ed io s d e e x p re s ió n p a rticu la res: r it­m o, m e lo d ía , arm onía, e n tre o tro s . A s í su rg ió u n v o c a b u ­lario q u e co n fir ió a la m ú sica u n en o rm e p o d e r so b re el c u e rp o y e l e sp íritu del h o m b re .

C u a n d o se o b se rv a a' p e rso n a s q u e e sc u c h a n m ú sica se las v e en m o vim ie n to ; ¡perm an ecer in m ó v il se n ta d o r e ­q u ie re u n e s fu e rzo d e c o n c e n tr a c ió n resisten te . E se m o ­v im ie n to p u e d e e leva rse ;hasta e l éx ta sis . P e r o in c lu s o en u n se n c illo trá n sito entr^ d iso n a n c ia y r e s o lu c ió n se p r o ­d u c e n te n s ió n y d isten sió n . T a m b ié n en lo m e ló d ic o o c u ­rre a lg o sem ejan te: to d a s e c u e n c ia m e ló d ic a o b e d e c e a c ie rta s le y e s , y c u a n d o la m e lo d ía c o r r e s p o n d e a esas le ye s se s a b e d esp u és d e c u a tr o o c in co so n id o s cuáles

te n d r ía n q u e ser el s e x to y e l s é p tim o y esa s u c e s ió n , esa p r e e s c u c h a , ca u sa u n a r e la ja c ió n c o rp o ra l. C u a n d o e l c o m p o s ito r q u ie re p o n e r en te n s ió n a l o y e n te , fru stra esa e x p e c ta tiv a , lo lle v a m e ló d ic a m e n te a la c o n fu s ió n p ara, e n o tr o lu gar, v o lv e r a re la ja r lo . E s te es u n p r o c e s o e x ­tra o rd in a ria m e n te c o m p le jo q u e h a s id o e m p le a d o p o r lo s co m p o sito re s d u ran te m u c h o s sig los a lo la r g o d e la

h isto ria d e la m ú sica en O c c id e n te . C u a n d o estam os sen-

M Ú S I C A Y F O R M A C I Ó N M U S I C A L

21

Page 20: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

ta d o s en u n c o n c ie rto y escu ch am o s co n v e rd a d e ra in ­

te n s id a d — siem p re y c u a n d o la m úsica se esté to ca n d o b ie n e in te n sa m e n te — , e n to n c e s sen tim os la ten sió n y la d is te n sió n , las m o d ific a c io n e s q u e se p r o d u c e n en n u e s­tra c ir c u la c ió n san gu ín ea , en n u estra « a u d ic ió n m u sica l c o rp o ra l» . L o m ism o v a le p a ra la re p re se n ta c ió n de los se n tim ie n to s, desd e los tra n q u ilo s , d e n a tu ra le za p o s it i­v a m e n te serena o d o lo ro sa , h asta lo s q u e p r o v o c a n la e x ­c ita c ió n d e la a legría m ás v e h e m e n te , e l fu r o r o la ira; t o ­d o s e llo s q u ed an e x p re sa d o s en la m ú sica d e ta l m an era q u e p ro v o c a n en e l o y e n te a g ita c ió n y se n sa cio n e s c o r­p o ra le s . A esas tra n sfo rm a cio n e s d e l h o m b re p o r m ed io d e la m ú sica h a y q u e in c lu ir p o r su p u esto las q u e c o n ­c ie rn e n a lo esp iritu a l. E n é ste a sp ecto la m ú sica tie n e ta m b ié n u n a fu n c ió n m o ra l y d u ran te sig lo s h a s id o c a ­p a z d e in flu ir p ro fu n d a m e n te en e l h o m b re y d e tra n s­fo rm a rlo .

S o b ra d e c ir q u e la m ú sica n o es in tem p o ra l, sino que está su jeta a su ép o ca y, c o m o to d as las e x p re s io n e s c u l­turales d e l h o m b re , le es n ecesa ria para v iv ir . D u ra n te m il añ os, en la m ú sica o cc id e n ta l, la v id a y la m ú sica h an c a ­m in a d o d e la m an o, es d ecir, la m ú sica era u n c o m p o n e n ­te esen cia l d e la vid a— la m ú sica p ro p ia de cad a é p o ca — . E n e l m o m en to en q u e esa u n id a d dejó d e e x istir se tu vo

que e n c o n tra r una m an era nu eva de e n te n d e r la m úsica. S i p en sa m o s en la m ú sica a ctu a l, o b servam o s en segu id a

q u e está d iv id id a: d ife re n cia m o s en tre « m ú sica p o p u lar» , « m ú sica lig era» y «m úsica seria» (un c o n c e p to que, p ara

m í, no ex iste). D e n tro d e ca d a una d e estas catego rías se p u e d e n e n co n tra r aún elem en tos de u n id a d , p ero la u n i­dad e n tre m úsica y v id a co m o u n to d o se ha p e rd id o .

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M U S I C A

2 2

Page 21: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A Y F O R M A C I Ó N M U S I C A L

E n la m ú sica p o p u la r p o d e m o s v e r to d a v ía c ie rta u n i­

d ad co n la c u ltu ra d e l p u e b lo en cu estió n ; p e r o c o m o ya só lo q u e d a n en claves, la m ú sica es en re a lid a d p a rte d e los usos y co stu m b res. (L o q u e ta m b ié n es u n a d e c a d e n ­c ia cu ltu ra l, p u es lo s usos y las co stu m b res n o d e b e ría n ser a lg o q u e n e ce sita ser « cu ltiv a d o » , sin o a lg o q u e p e r ­te n e c e a la v id a . E n e l m o m e n to en q u e lo d e s ig n a m o s co m o « usos y co stu m b res» , ya se h a c o n v e rtid o en u n o b ­jeto de m u seo .) E n la m úsica lig e ra , en cam b io , e n c o n tra ­m os to d a v ía v e stig io s d e la v ieja fu n c ió n d e la m ú sica . A s í p o r e jem p lo , resulta fácil de re co n o ce r la in flu en cia c o r p o ­ra l so b re e l o y e n te . M e p a r e c e q u e v a le la p en a r e fle ­x io n a r s o b re p o r q u e e x is te u n a m ú sica lig e r a a c tu a l q u e d esem p eñ a u n p a p e l d e l to d o n e c e sa rio en la v id a c u lt u ­ral, m ie n tra s q u e n o h a y u n a « m ú sica seria» a ctu a l q u e

d e se m p e ñ e a lg ú n p a p e l en esa v id a cu ltu ra l.E n la m ú sica lig e ra se c o n se rv a n m u ch o s a sp e cto s d e

la an tigu a fo rm a de e n te n d e r la m úsica: p o r e je m p lo , la u n id a d e n tre p o e s ía y canto q u e en lo s o ríg e n e s d e la m ú ­sica h a b ía s id o ta n im p o rtan te , la u n id a d e n tre e l o y e n te y e l in té rp re te , la u n id a d e n tre la m ú sica y su é p o c a , la m ú sica l ig e r a n o p u e d e te n e r m ás q u e c in c o o d ie z años, es decir, fo rm a p a rte d el p re se n te . Q u iz á p o d a m o s, p o r m ed io d e la m ú sica lig e ra , e n te n d e r m e jo r lo q u e la m ú ­sica era a n tes en la vid a, p u es en su ám b ito , p o r o tra p a r ­te m u y e s tre ch o , la m ú sica ligera es h o y u n c o m p o n e n te

fu n d a m e n ta l d e la v id a.Y a h o ra lle g a m o s a n u e stro d e s c o n s o la d o p a rie n te

p o b re , la « m ú sica seria», q u e ta m b ié n h em o s d iv id id o ya en « m o d ern a» y « clásica» . L a m ú s ic a m o d e rn a , « c u lt iv a ­da» d e sd e h a c e a lre d e d o r d e m il años p o r m ú sico s im -

23

Page 22: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

p o rta n te s y em in en tes, e x is te só lo p a ra u n d im in u to c ír­

cu lo d e v ia jero s in te re sad o s q u e en to d as p a rtes son siem ­p r e lo s m is m o s . Y n o lo d ig o co n iro n ía , s in o q u e m á s

b ie n lo o b s e rv o c o m o s ín to m a d e u n d e rru m b a m ie n to

q u e n o resu lta fá c il d e e n te n d e r n i de ex p licar. P u es si la m ú sica se a leja d e su p ú b lic o , n o es p o r cu lp a d e la m ú si­ca n i p o r cu lp a ; d e l p ú b lic o . E n c u a lq u ie r caso .no es p o r e l a rte en g e n e ra l n i p o r la m ú sica , s in o p o r la s itu ació n esp ir itu a l d e la é p o ca . A h í h a b r ía q u e cam b iar a lg o: p u e s­

to q u e la m ú sica es n e ce sa ria m e n te u n refle jo d e l p re se n ­te, si se q u is ie ra cam b ia r la m ú sica , h a b ría q u e cam b iar

p r im e r o e l ■ p re se n te. N o es u n a crisis d e la m ú sica , sino q u e la m ú sica refleja u n a crisis d e su tiem p o . A s í p u es, se ­

ría ta n a b su rd o q u e r e r m o d ific a r la m ú sica c o m o si un m é d ico tratara lo s sín tom as en lugar d e la en ferm ed ad . N o se p u e d ^ « cu rar» la m ú sica co n te m p o rá n e a p o r m e ­

d io d e «m e d id a s p ° lít ic o -c u ltu ra le s » co m o , , p o r e jem p lo , fo m e n ta n d o ten d en cias «m ás m o d erad as» — q u ien crea q u e eso sería p o s ib le , n o c o m p re n d e la fu n c ió n d e l a m ú ­sica en la v id a d e l h o m b r e — . U n co m p o sito r a u tén t ico e s c r ib e , ta n to si q u iere co m o sino, según se lo e x ig e la s i­

tu a c ió n e sp ir itu a l d e su é p o c a — si no, sería u n p a ro d ist a q u e p ro d u c e ' im itacio n es a p e d id o .

E n to n c e s , ¿ q u é h e m os h e c h o ? N o s h e m o s « salvad o» ; en e l m o m e n to en q u e la u n id a d e n tre la c re a c ió n c u ltu ­ral d e l p re se n te y la v id a ha d e sa p a re c id o , h e m os in te n ­tado h u ir h a c ia el p a sa d o . E l lla m a d o « h o m b re d e c u ltu ­ra » in te n ta sa lvar en su p r e se n te la p arte d e la h e r e n c ia c u ltu r a l, d e la h e re n c ia m u s ica l d e lo s ú ltim o s m il a ñ o s ,

q u e a h o ra p u e d e v e r con p e rsp e c tiv a p o r p rim e ra v e z p o r q u e y a n o h a y un p re se n te v iv o . Y esto lo h a c e ap ar-

A S P E C TOS F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú SI C A

24

Page 23: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

ta n d o d e la to ta lid a d u n o jo d o s co m p o n e n te s q u e p ara e l

tien en v a lid e z , co m p o n en tes q u e é l c re e com p ren d er. E sta es, p u e s , la fo rm a en la q u e h o y se h a c e y se oye la m ú sica: sep aram os d e l co n ju n to d e la m úsica d e los ú ltim os m il años los co m p o n en tes estéticos y d isfru ta m o s. T om am os sen cillam en te la p arte q u e h alaga e l o íd o , lo q u e es « b e ­

llo » , y n o nos d a m o s cuenita d e q u e así estam os d e g ra d a n ­d o p o r c o m p le to la m úsica. N o nos in teresa en a b so lu to sab er q u e al b u sca r la b e lle z a , q u e en e l co n ju ñ to d e una o b ra q u izá s o c u p e só lo u n lu g a r m o d esto , estam os d e s­

o y e n d o sin m ás lo s co n ten id o s esen cia les de esa m ú sica .C o n e sto l le g o a la s ig u ie n te c u e s tió n : ¿ q u é lu g a r d e ­

b e r ía te n e r la m ú sica en n u estro t ie m p o ? , ¿es p o s ib le u n a tra n s fo rm a c ió n ? , ¿ tie n e s e n tid o in te n ta r c a m b ia r a lg o ? , ¿es erró n eo e l lu g a r q u e c o n ce d e m o s actu a lm en te a la m ú ­

sica en n u estra v id a ? E n m i o p in io n , la s itu a c ió n es g r a ­v e y, si n o c o n s e g u im o s r e s ta b le c e r u n a u n id a d e n tr e n u estra e sc u c h a m u sica l, n u estra n e c e s id a d d e m ú s ic a y n u estra v id a m u sica l— ya sea p o r q u e la d em a n d a y la o fe rta en la m ú sica c o n té m p o rá n e a v u e lv a n a e n c o n tra r

el e q u ilib r io , o p o r q u e d e sc u b ra m o s u n a n u e v a fo r m a d e c o m p re n d e r la m ú sica c la sica , la m ú sica an tigu a , e l fin

está a la v is ta . E n to n c e s n o s e re m o s m ás q u e lo s c o n ­se rv a d o re s d e u n m u s e o jy n o h a re m o s m as q u e m o stra r

lo q u e h u b o en o tr o s tiem p o s; n o sé si h a b rá m u c h o s m ú ­

sic o s q u e estén in te re sa d o s en e llo .N o s o c u p a re m o s ahcjra d e l p a p e l d e l m ú sico . E n la

E d a d M e d ia , la se p a ra c ió n e n tre m ú s ic o te ó r ico , m ú sico p r á c t ic o y m ú s ic o « co m p le to » era m u y c la ra . E l teórico era a q u e l q u e ten ía co n o c im ie n to s s o b re la c re a c ió n m u ­

sica l, p e r o q u e n o la e je cu ta b a d e m o d o p rá c tic o . N o sa-

M Ú S I C A Y F O R M A C I Ó N M U S I C A L

2-5

Page 24: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M U S I C AI

b ía to c a rla , n i co m p o n e rla , p ero c o m p re n d ía su c o n s ti­tu c ió n y su e s tru c tu ra te ó rica — y g o z a b a d e u n a a lta c o n ­sid eració n p o r p a rte de sus co n tem p o rán eo s, p u es la teoría d e la m ú sica se c o n c e b ía co m o u n a d isc ip lin a c ien tífica in d e p e n d ie n te p a ra la cu a l la m ú sica re a l to c a d a ca re c ía p rá c tic a m e n te d e im p o rta n c ia — . (H o y d ía o c a s io n a l­

m en te en co n tra m o s u na c o n c e p c ió n p a re c id a en tre a lg u ­nos m u sicó lo g o s.) ~E\ práctico, p o r el c o n tra rio , n o ten ía n in g ú n c o n o cim ie n to d e la te o r ía m u sica l, p e ro ten ía la c a p a c id a d de e je c u ta r la m úsica. Su co m p ren sió n de la m ú ­s ic a era d e tip o in s t in t iv o ; a u n q u e n o p o d ía e x p lic a r

n a d a te ó r ica m e n te y n o te n ía n o c ió n d e las re la c io n es h istó rica s , era c a p a z , sin eriibargo, d e hacer la m úsica q u e se n e ce s ita b a en c u a lq u ie r m o m e n to . P ara ilu stra rlo , un e jem p lo d e l le n g u a je : el lin g ü ista tien e c o n o cim ie n to y una c o n c e p c ió n d e la c o n stru c c ió n y la h isto ria d e l le n ­gu aje; el h o m b re d e la ca llé co n te m p o rá n e o no tie n e id ea d e to d o e so , p e r o p u e d e h a b la r esa le n g u a d e fo rm a c o r re c ta y c o n v in ce n te p o rq u e es la le n g u a d e su ép o ca. E sta es la s itu a c ió n d e l in stru m e n tista o d e l can tan te d u ­r a n te m il añ o s d e h isto ria o c c id e n ta l; é l n o sab e, p e ro p u e d e ; y c o m p re n d e sin sa,ber.

T am bién e x is t ía e l « m ú sico c o m p le to » , q u e era ta n to te ó r ic o co m o p rá c tic o . E ste c o n o c ía y co m p re n d ía la te o ­ría , p e ro n o la v e ía c o m o u n a c u e stió n a is la d a , lé jan a a la p r á c t ic a y a u to su fic ie n te , p o d ía c o m p o n e r y h a c e r m ú si­ca, ya q u e co n o cía y en te n d ía tod as las co n exio n es. E stab a m ejor c o n s id e ra d o q u e e l te ó r ic o y q u e el p rá c tic o , pues d o m in ab a todas las fo rm a s d e la e je c u c ió n y d e l saber.

¿ Y q u é o cu rre h o y en día? E l c o m p o s ito r actu a l q u i­zá es ta m b ié n u n m ú sico en este se n tid o q u e h em os m en-

{2.6

Page 25: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

d o n a d o en ú ltim o lugar. P o s e e e l saber te ó r ic o , c o n o c e

la p o s ib ilid a d e s p rá ctica s , p e r o lo q u e le fa lta es e l c o n ­ta c to v iv o co n e l o yen te , co n lo s h o m b re s q u e necesitan a tod a co sta de su m úsica. E s e v id e n te q u e fa lta realm en te la n e c e s id a d v ita l de m ú sica to ta lm e n te nueva, h e c h a p r e ­c isa m e n te p a ra c u b rir esa n e c e s id a d . E l p rá c tic o , e l m ú ­s ic o e je cu ta n te , es en p r in c ip io ta n d e s c o n o c e d o r co m o lo era h ace siglos. A é l le in te re sa n so b re to d o la e je c u ­ció n , la p e rfe cc ió n técn ica, e l ap lau so in m ediato o e l éx ito . E l no crea la m ú sica , só lo la to c a . P e r o c o m o la u n id a d en tre su tie m p o p re se n te y la m ú sica q u e é l in te rp re ta ya n o e x is te , le fa lta la c o m p re n s ió n n a tu ra l so b re esa m ú s i­ca q u e d e sd e lu e g o ten ían lo s m ú sico s p rá c tic o s d e t ie m ­p o s p a sa d o s , p u e s só lo to c a b a n m ú sica d e sus c o n te m ­p o rá n e o s.

N u e s tra v id a m u sica l se e n c u e n tra en u na s itu a c ió n p ésim a: en to d as p a rtes h a y tea tro s d e ó p era, orq u estas s in fó n ica s , salas de c o n c ie rto s; u n a o fe rta r ica p ara e l p ú ­b lic o . P e r o a llí to ca m o s m ú sica q u e no en te n d em o s en a b s o lu to , d e s tin a d a a h o m b r e s d e o tro s tie m p o s ; y lo m ás c u r io so d e esta s itu a c ió n es q u e n o ten em o s n i id ea d e l p ro b le m a , p o rq u e cree m o s q u e n o h a y n ad a q u e e n ­ten d er, q u e la m ú sica se d ir ig e d ire c ta m e n te al c o ra zó n . T o d o m ú s ic o a sp ira a la b e lle z a y a la e m o ció n , eso es lo n a tu ra l p a ra él, co n stitu y e la b a s e de su c a p a c id a d e x ­p re siv a . E l c o n o c im ie n to q u e se ría n ecesa rio , p re c is a ­m e n te p o r q u e ya n o e x is te la u n id a d en tre la m ú sica y la é p o c a , n o le in teresa d e n in g u n a m an era; n o p u e d e in te ­resarle , p o r q u e n o es c o n sc ie n te d e la ca re n cia d e ese s a ­b er. E l resu ltad o : é l r e p ro d u c e s ó lo e l c o m p o n e n te p u r a ­m e n te e s té tic o y e m o c io n a l d e la m ú sica , e l re s to d e l

M Ú S I C A Y F O R M A C I Ó N M U S I C A L

2 7

Page 26: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

c o n te n id o es ig n o ra d o . E sta s itu a c ió n aún se c o n s o lid a m ás co n la im a g e n d e l a rtista c o n s tru id a en e l s ig lo x i x ; e l ro m a n tic ism o d e l s ig lo x i x h iz o d e l artista p o c o a p o c o u n a e s p e c ie d e su p e rh o m b re q u e co n ayu d a d e la in tu i­c ió n es capaz- d e a d q u ir ir u n a in te lig e n c ia d e las cosas m ás a llá d e la d e lo s h o m b re s « n o rm ales» . S e c o n v ie rte re a lm e n te en u n a esp ecie d e « sem id ió s» , y é l m ism o se s ie n te ta m b ié n así y se d eja a d o ra r en c o n s e c u e n c ia . E ste « sem id ió s» e s en e l ro m a n tic ism o u n a a p a ric ió n p r o d i­g io sa ; p e n se m o s en la s itu a c ió n d e B e r lio z , L is z t o W ag- ner: e n c a ja p e r fe c ta m e n te en esta é p o ca . E s c ie r to q u e se b e s a b a e l d o b la d illo d e la b a ta d e n o c h e d e W agn er, es lo m ás n o rm a l p a ra su é p o ca . P e ro la im agen d el artista que se fo r jó en a q u e lla é p o c a d e c a d e n te se ha co n se rv a d o , p e tr if ic a d a p o d ría m o s d ecir, c o m o ta n ta s otras cosas d e a q u e l tie m p o .

Y a h o r a la p re g u n ta : ¿ c ó m o d e b e r ía ser e n re a lid a d el artista ? L a re sp u e sta d e p e n d e rá fo rz o s a m e n te de la f o r ­m a en q u e d e b e ría e n te n d e rse la m ú sica en la a c tu a lid a d . Si e l m ú s ic o tie n e v e rd a d e ra m e n te la tarea de r e p ro d u c ir la h e r e n c ia ■ m u sica l c o m p le ta — en ta n to q u e sea in te r e ­san te p a ra n o s o tro s — , y n o só lo sus asp ecto s e s té tic o s y té c n ic o s , e n to n c e s te n d rá q u e a d q u ir ir los c o n o c im ie n ­tos n e c e s a r io s p ara e llo . A n te eso n o h a y e sca p a to ria p o ­sib le . L a m ú sica d el p a sa d o — p o r q u e la h isto r ia h a s e ­g u id o su c u rso , p o r su a le jam ien to d e l p re se n te , p o r la s e p a ra c ió n d e su é p o c a — se h a c o n v e rtid o en su to ta li­d a d e n u n a le n g u a e x tran jera . A lg u n o s a sp ecto s p u e d e n te n e r u n a v a lid e z g e n e ra l o ser in te m p o ra le s , p e ro el

m en saje c o m o tal está lig a d o a la é p o c a y só lo se p u e d e re c u p e r a r si se tra sla d a a la é p o c a a ctu a l en u n a e s p e c ie

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

Page 27: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A Y F O R M A C I Ó N M U S I C A L

d e tra d u c c ió n . E s d ecir:, p a ra q u e la m ú sica d e ép o ca s p a sa d a s sea a c tu a l en u n se n tid o p r o fu n d o y a m p lio , y p u e d a o fre c e rn o s to d o su' m en saje— o al m e n o s más d e lo q u e su e le o fre c e rn o s h o y d ía — , te n d re m o s q u e co m ­p re n d e r esa m ú sica a p a tt ir d e sus p ro p ia s leyes. T e n e ­m o s q u e s a b e r q u é es lo q u e la m ú s ic a q u ie re d ecir, p a ra s a b e r q u é es lo q u e n o s o tr o s q u e re m o s d e c ir c o n e lla . P o r ta n to , a lo p u ra m e n te e m o cio n a l, a la in tu ic ió n , h a y q u e a ñ a d ir a h o ra ta m b ié p e l saber. S in ese sa b e r h is tó r i­co n o se p u e d e rep ro d u cid d e m an era a d e c u a d a la m ú sica h istó r ic a , la q u e llam am o s n u estra « m ú sica seria».

E n c u a n to a la fo rm a c ió n d e l m ú sico , an tes ésta ten ía

lu g a r d e ta l m o d o q u e la e d u c a c ió n d e lo s a p re n d ice s d e ­p e n d ía d e l g ra d o d e m a e s tr ía d e l q u e le e n se ñ a b a ; es d ecir, la re la c ió n e n tre m aestro y a lu m n o , h a b itu a l en lo s o fic io s a rtesa n o s d u ran te m u ch o s sig lo s, ta m b ié n se d a b a en la m ú sica . U n o se d ir ig ía a u n m a e stro d e te rm in a d o p a ra a p re n d e r d e é l « el o fic ip » , su fo rm a d e h a c e r m ú si­ca. Se tra ta b a en p r im e r lu g a r d e la té c n ic a m u sica l: la c o m p o s ic ió n y la e je c u c ió n in stru m en ta l, p e ro tam b ién , en re la c ió n con e llas, la re tó rica , p a ra p o d e r h a c e r q u e la m ú sica fu e ra e lo cu e n te . U n a y otra vez, en p a rtic u la r en

el b a rr o c o , d e sd e 16 0 0 a p ro x im a d a m e n te h asta las ú lt i­mas d écad as d e l s ig lo x v m , se rep etía q u e la m úsica es un len g u a je d e son idos, q u e lía m ú sica g ira en to rn o a u n d iá ­lo g o , a u n c o n flic to d ra m á tic o . E l m aestro , p ues, en señ a al a lu m n o su a rte y to d o s lo s a sp e cto s d e d ic h o arte. N o s ó lo le e n se ñ a a to c a r u n in stru m e n to o a cantar, s in o ta m b ié n a o fre c e r la m úsica. E n esta re la c ió n n a tu ra l n o h a b ía p ro b le m a s, la e v o lu c ió n d e lo s e s tilo s se e fe c tu a b a p ro g re s iv a m e n te d e g e n e ra c ió n en g e n e ra c ió n , d e ta l m a ­

2 9

Page 28: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

ñera q u e n o h a b ía q u e v o lv e r a a p re n d e r n a d a d e n u e v o , pues se tra ta b a m ás b ie n d e una tra n sfo rm a ció n y d e un cre c im ie n to o rg á n ico s , j

E n este d e sa rro llo h ay a lg u n as ru p tu ras in teresan tes q u e cu e stio n a n y m o d ifican la re la c ió n en tre m aestro y a lu m n o. U n a d e estas ru p tu ras fu e la R e v o lu c ió n fr a n c e ­sa. E n e l g ra n g iro q u e ésta p ro v o c ó , se p u e d e o b serv ar, có m o to d a la fo rm a c ió n m u sica l y ta m b ié n la v id a m u si­c a l a d q u ir ie ro n u n a fu n c ió n fu n d a m e n ta lm e n te n u eva . L a r e la c ió n m aestro-aluriano fu e su stitu id a p o r u n s is te ­m a, p o r u n a in stitu c ió n : ‘e l c o n se rv a to rio . E l s istem a de ese c o n se rv a to r io se p o d r ía c a lific a r co m o e d u c a c ió n m u sica l p o lít ic a . L a R e v o lu c ió n fra n c e sa ten ía a casi t o ­d o s lo s m ú sico s d e su p a rte , y se era co n sc ie n te d e q u e co n ayu d a d e l arte, y m u y en e sp e c ia l de la m ú sica q u e no trabaja co n p a la b ra s sin o co n « ven en o s» de m isterio so s e fe cto s , se p o d ía in flu ir en lo s h o m b res. L a u tiliz a c ió n p o lít ic a d e l arte p a ra a d o ctr in a r a lo s c iu d a d a n o s o a lo s sú b d ito s , d e fo rm a m ás o m en o s e v id e n te , ya se co n o c ía d esd e a n tig u o , p e ro n u n c a an tes se h a b ía h e c h o u n u so d e la m ú sica d e fo rm a tan p la n ifica d a .

E l m é to d o fran cés, c o n c e b id o p a ra co n seg u ir u n a u n i­fica ció n d e l estilo m u sical.h asta lo s más m ín im os d eta lles, co n sistía en in te g ra r la m ú sica en la co n ce p ció n p o lític a g lo b a l. E l p r in c ip io te ó rico es e l sigu ien te: la m úsica h a de ser tan sen cilla com o p ara q u e cu a lq u ie ra la p u e d a e n te n ­d er (si b ie n e l té rm in o « en ten d er» n o es e x a cta m e n te el ap ro p ia d o ), ha d e conm over, excitar, adorm ecer... a c u a l­quiera, sea u n a p erso n a cu ltiva d a o no; ha de ser u n « len ­guaje» q u e to d o e l m u n d o e n tie n d a sin ten e r q u e ap ren ­derlo .

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

30

Page 29: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

E stas ex ig e n cia s eran só lo n ecesa ria s y p o s ib le s p o r ­q u e la m ú sica de la é p o c a a n te rio r se d ir ig ía en p rim e r

lu g a r a los « cu ltiv a d o s» , o sea a p e rso n a s q u e h ab ía n a p re n d id o e l le n g u a je d e la m ú sica . L a fo rm a c ió n m u si­cal en O c c id e n te ha s id o d esd e s iem p re p a rte e se n c ia l de la e d u ca c ió n ; L u e g o , si se su sp e n d e la e d u c a c ió n m u sica l

tra d ic io n a l, deja de e x istir la co m u n id a d e litis ta d e m ú ­sicos y o yen tes cu ltiv a d o s . Si la m ú sica ha d e d irig irse a to d o el m u n d o , si el o yen te n i s iq u ie ra n e c e s ita en te n d e r a lg o de m ú sica , h a b rá q u e e lim in a r d e la m ú sica to d o d isc u rso — q u e e x ig e ser c o m p r e n d id o — ; e l co m p o sito r t ie n e q u e e s c r ib ir u n a m ú sica q u e se d ir ija d ire cta m e n te y d e la m an era m ás se n c illa e in m e d ia ta al sen tim ien to . (L o s f iló s o fo s d irá n en este c o n te x to : si e l a r te s ó lo es a g ra d a b le es que só lo es b u e n o p a ra lo s ig n o ra n te s .)

B ajo estos su p u e sto s, C h e r u b in i a b o lió la v ie ja re la ­c ió n m aestro -a lu m n o en el c o n se rv a to r io . E n c a rg ó a las g ran d es au to rid a d es m u sica les d e la é p o c a q u e e s c r ib ie ­ran o b ras p ara la e n señ an za q u e d e b ía n l le v a r a la m ú si­ca el n u e v o id ea l d e la eg a lité ( ig u a ld a d ). C o n esta c o n ­c e p c ió n e scrib ió B a illo t su m é to d o d e v io lín y K r e u tz e r sus estu d io s. L o s p e d a g o g o s m u sica les m ás im p o rta n te s d e F ra n cia tu v ie ro n q u e so m e te r las n u eva s id eas de la m ú sica a u n sistem a r íg id o . D e s d e el p u n to d e v is ta té c n i­co, se tra tab a de su stitu ir lo re tó rico p o r lo p ic tó r ic o . A sí se desarro lló e l sostenuto, la gran lín ea , el m o d e rn o legato. P o r su p u esto ex istía ya antes la gran línéa m e ló d ica , p ero siem p re estaba co n stitu id a, lo q u e se a p re c ia b a en la a u d i­

c ió n , p o r p eq u eñ o s elem entos. E sta re v o lu c ió n en la fo r ­m ació n de los m ú sicos se lle vó a c a b o d e u n m o d o tan ra­d ica l q u e en p ocas décad as se e d u c a b a a los m ú sico s de

M Ú S I C A Y F O R M A C I Ó N M U S I C A L

3 i

Page 30: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

to d a E u ro p a segú n el sistem a d e l co n serva to rio . L o q u e a m í m e p a re c e verd a d e ra m e n te g ro te sc o es q u e ese sistem a sea to d a v ía h o y la base d e n u estra e d u ca c ió n m u sica l (!). T o d o lo q u e antes era im p o rtan te fu e así an iq uilad o.

R e su lta in te re sa n te q u e u n o d e lo s p rim ero s gran d es a d m ira d o re s d e la n u e v a fo rm a d e h a c e r m ú sica fu e r a R i­c h a rd W a g n e r. C u a n d o d ir ig ió la o rq u e sta d e l C o n se rv a - to ire o b se rv ó e n tu siasm ad o có m o lo s arco s a rrib a y abajo d e lo s v io lin e s se su ce d ía n sin co stu ras, có m o p o d ía n e x ­te n d e r a m p lia m e n te las m e lo d ía s , y a firm ó q u e d e s d e e n ­to n ce s se p o d r ía p in ta r co n la m ú sica . M ás ta rd e e x p lic ó

re p e tid a s v e c e s q u e n u n ca h a b ía c o n s e g u id o co n o r q u e s ­tas a lem an as u n legato sem eja n te . P ie n s o q u e ese m é to d o es ó p tim o p a ra la m ú sica de W agner, p e ro ve rd a d e ra m e n ­te fa ta l p a ra la m ú sica d e M o z a rt. B ie n m ira d o , el m ú sico a c tu a l r e c ib e u n a fo rm a ció n d o n d e e l m a e stro c o m p re n ­d e ta n p o c o e l m é to d o c o m o é l m ism o . A p r e n d e lo s s is ­te m a s d e B a il lo t y K re u tz e r , q u e fu e r o n d e s a rro lla d o s p a ra lo s m ú s ic o s p o r sus c o n te m p o rá n e o s , y lo s a p lic a a la m ú sica d e é p o c a s y estilos co m p le ta m e n te d iferen tes. T o d o s los fu n d a m e n to s te ó r ico s q u e h a c e c ie n to o ch e n ta añ os eran d e l to d o ra zo n a b le s se a ce p ta n to d a v ía en la e d u c a c ió n m u sica l a ctu a l, e v id e n te m e n te sin p o n e rlo s en c u e stió n , a u n q u e n o se e n tie n d a n .

H o y , c u a n d o la m ú sica a c tu a l es la m ú sica h istó r ic a (nos g u ste o n o ), la fo rm a ció n d e lo s m ú sico s te n d ría q u e ser co m p le ta m e n te d ife re n te y d e b e r ía basarse en o tro s p r in c ip io s . A la la rg a , la e d u c a c ió n m u sica l n o se p u e d e lim ita r a e n señ ar en q u é p a rte d e l in stru m e n to u n o ha de c o lo c a r lo s d ed o s p ara c o n se g u ir u n d e te rm in a d o so n id o y a o b te n e r c ie rta a g ilid ad . U n a fo rm a ció n d e m a rca d a

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

3 2.

Page 31: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A Y F O R M A C I Ó N M U S I C A Li

te n d e n c ia técnica, n o p rod juce m ú sico s s in o a cró b a ta s v a ­

cíos. B rah m s d ijo u n a v e z q u e para ser u n b u e n m ú sico h ab ía q u e em p le a r ta n to tijem po le y e n d o co m o p ra c tic a n ­d o al p ia n o . C o n eso en re a lid a d está to d o d ic h o . P u e sto q u e n o so tro s to ca m o s la {n úsica d e m ás o m en os cu a tro s ig lo s, ten e m o s q u e estu d iar, a d ife re n cia d e lo s m ú sicos d e tie m p o s a n terio res, las co n d ic io n e s m ás a d ecu a d a s p a ra la in te rp re ta c ió n d e|cad a t ip o de m ú sica . U n v io li­n ista co n la té c n ic a I íre ü tz e r/ P a g a n in i m ás p e r fe c ta n o

ha d e c re e r q u e co n e lla )ja está b ie n p re p a ra d o p ara e n ­fre n ta rse a B a c h o a M o z á rt. P ara e llo te n d ría q u e e s fo r ­zarse en c o m p re n d e r y aplrender las c o n d ic io n e s técn icas

y e l se n tid o d e la m ú sica « e lo cu e n te » d e l s ig lo x v m .Se trata a q u í só lo d e lu n a p a rte d e l p ro b le m a , p ues

ta m b ié n e l o yen te d e b e ríá ser g u ia d o h a c ia u n a c o m p re n ­sión m u c h o m ás am plia . P o r e l m o m e n to , é l o y e n te to d a ­v ía su fre , sin sab erlo , la in fa n tiliza c ió n p r o v o c a d a p o r la R e v o lu c ió n fran cesa . L a b e lle z a y e l sen tim ien to son para él, c o m o p a ra la m a y o r ía ! d e los m úsicos, los ú n ico s e le ­m entos a los q u e se re d u ce la e x p e rie n c ia y la c o m p re n ­s ió n d e la m ú sica . ¿ E n ¡qué co n siste la fo r m a c ió n d e l o yen te? E n la en señ an za la m ú sica q u e r e c ib e en la e s­c u e la y en lo s co n c ie rto s a lo s q u e asiste. In c lu s o a lgu ien q u e no haya te n id o educajción m u sica l en la escu e la y que n o v a n u n c a a conciertos! recib e tam bién una fo rm a ció n m u sica l, p u es n o h ay p ro b a b le m e n te n a d ie en el m u n d o o c c id e n ta l q u e n o o ig a la radio. L o s so n id o s q u e desd e ésta le lle g a n c h is p o rro te a n d o d iariam en te al o y e n te lo fo rm a n m u sica lm en te al im p reg n a rle , sin q u e é l m ism o se dé cu en ta , el v a lo r y el s ig n ifica d o — sea p o s it iv o o n e g a ti­v o — de la m úsica.

33

Page 32: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

iA S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

T o d a v ía u n a cu e stió n , d e sd e el p u n to d e v is ta d el p ú ­b lico : ¿a q u é con cierto s, a cu d im o s? P u es só lo a aqu éllo s en los q u e se to ca m ú sica q u e co n o cem o s. É ste es un h e ­c h o q u e c u a lq u ie ra q u e ¡organice co n cie rto s p u e d e c o n s ­tatar. A l l í d o n d e e l p r o g r a m a te n g a a lgu n a im p o rta n c ia , e l o y e n te q u e rrá o ír só lo lo q u e y a co n o ce. E sto tie n e que v e r c o n n u estras co stu m b re s au d itivas. Si e l d e sa rro llo d e una ob ra m usical, en cuan to al efecto q u e h a de p ro d u cir en el oyente, está c o n c e b id o d e ta l m anera q u e el h om b re en to d a su p erso n a sea g u ia d o e in c lu so a m e n u d o arras­tra d o litera lm en te p o r e lla , esto p resu p o n e q u e n o c o n o c e ­m os la o b ra , q u e la o ím o s p o r p rim e ra ve z . E n to n c e s el

c o m p o s ito r , en lu g a r d e s a t is fa c e r n u e stra s e x p e c t a t i­vas, p u e d e c re a r u n c h o q u e re p e n tin o , c o m e n z a n d o , p o r e je m p lo , u n a c a d e n c ia n o rm a l y lle v á n d o la h a c ia u n a ca ­d e n cia rota; una ca d e n c ia ro ta q u e u n o ya c o n o c e n o ro m ­p e n a d a , deja de ser u na c a d e n c ia rota. H a y in fin itas p o ­s ib ilid a d e s d e ese t ip o y: n u e stra m ú sica está co n stru id a d e ta l m an era q u e g u íe al o y e n te p o r m e d io d e sorpresas y ch o q u e s h a c ia la c o m p re n s ió n y la e x p e r ie n c ia q u e c o ­rre sp o n d e n a la id e a d e la o b ra . P e ro a ctu a lm e n te las so r­presas y lo s ch o q u e s han¡ s id o e x c lu id o s: cu a n d o h o y es­cu ch am o s u n a s in fo n ía c lá sica q u e co n tie n e c ien to s de esos c h o q u e s , ya nos in c lin a m o s u n par de co m p a ses an ­tes d e l lu g a r en cuestióní p a ra escu ch a r « có m o será esta vez» . Y p o r eso, esa m ú sica — co n sid e rá n d o la d e m an era r ig u ro sa — no d e b e ría ser in te rp re ta d a en a b so lu to si ya es tan c o n o c id a q u e n o p o d e m o s n i so rp re n d e rn o s n i es­p a n ta rn o s, n i m a ra v illa rn o s— a n o ser, q u izá , p o r el cóm o d e la in te rp re ta c ió n — . P a ra n o so tro s u n a se n sa ció n no p u e d e e sta r n u n ca su fic ie n te m e n te gastad a, pues al fin y

34

Page 33: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

al cab o n o q u e re m o s ser im p re sio n a d o s o so rp re n d id o s ,

sino q u e m ás b ie n lo ú n ico q u e q u e re m o s es d is fru ta r y saber: ¿có m o to c a rá n esto? U n « p asa je b o n ito » ya c o n o ­c id o p u e d e ser aún. m ás b o n ito , o u n fra g m e n to a la rg a d o p u e d e re su ltar to d a v ía m ás la rg o o q u izá to d o lo c o n tr a ­rio. E n estas p eq u eñ as co m p aracio n es en tre p o s ib ilid a d e s d iferen tes se a g o ta n u estra escu ch a m u sica l, co n lo q u e h em os a lca n za d o u n r id íc u lo e sta d io p r im itiv o d e r e c e p ­

c ió n . S ó lo de ah í, d e l h e c h o d e q u e m ien tras n o s o tro s as­p ira m o s a o ír co n fre c u e n c ia u n a o b ra q u e n o s g u sta m ien tras lo s h o m b re s d e antes n o ten ía n esa a sp ira c ió n , ya p o d e m o s d is c e rn ir la d ife re n c ia fu n d a m e n ta l e n tre lo s h á b ito s de e scu ch a d e a y e r y hoy. E sto y se g u ro d e q u e n o e x iste en la a c tu a lid a d n a d ie q u e n o q u ie ra v o lv e r a e s ­cu c h a r las o b ra s q u e y a co n o c e y e n lu g a r d e e llas p r e fie ­ra e s c u c h a r s ó lo o b ras n u eva s. S o m o s c o m o n iñ o s q u e q u ieren v o lv e r a o ír u n a y o tra v e z el m ism o c u e n to p o r ­q u e n o s a co rd a m o s d e d eterm in a d a s b e lle z a s q u e e x p e ­rim en tam os en la p rim e ra escu ch a.

S i n o co n se g u im o s v o lv e r a in te re sa rn o s p o r a q u e llo q u e n o c o n o c e m o s— sea viejo o n u e v o — , v o lv e r a e n ­c o n tra r e l s e n tid o d e l e fe c to q u e e je rc e la m ú sica — un e fe c to so b re n u e stro e sp íritu y s o b re n u e stro c u e r p o — , e n to n ce s h a ce r m ú sica carecerá p o r c o m p le to d e s e n ti­do. E n to n c e s h ab rá sid o ta m b ié n u n e s fu e rzo v a n o e l de lo s gra n d es c o m p o sito re s a l lle n a r sus o b ras co n m e n sa ­jes q u e h o y n o n o s lleg an , q u e n o co m p re n d e m o s en a b ­so lu to . Si en sus o b ras só lo h u b ie ra n q u e rid o e x p re s a r la b e lle z a , q u e h o y es lo ú n ico q u e s ign ifica a lgo para n o s ­o tro s , b ie n se p o d r ía n h a b e r a h o rra d o m u c h o tie m p o ,

es fu e rzo y p e n a lid a d e s.

M Ú S I C A Y F O R M A C I Ó N M U S I C A L

35

Page 34: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

La- m aestría té c n ic a d e la m ú sica p o r sí sola no, es s u ­f ic ie n te . C r e o q u e s ó lo c u a n d o c o n s ig a m o s v o lv e r a e n ­se ñ a r al m ú s ic o e l le n g u a je , -o m e jo r d ic h o lo s m u c h o s le n g u ajes ' d e lo s m u c h o s estilo s m u s ica le s y, en ig u a l m e ­d i d a la f orm a ció n d e l o y e n te a lca n ce la c o m p re n sió n de ese le n g u a je , l le g a r á e l d ía en q u e esa , fo r m a e s te t ic is ta y e m b ru te c id a d e h a c e r ' m ú sica d e ja rá d e ser a c e p ta d a, así c o m o la m o n o to n ía d e lo s p ro g ra m a s d e c o n c ie r to s . (¿ S o n esas p o c a s p ie za s , siem pre las m ism as, q u e se t o ­c a n d e sd e T o k io h a sta M o s c ú y P arís , v e rd a d e ra m en te l a e se n c ia d e la m ú s ic a o c c id e n ta l? ) Y c o m o c o n se c u e n cia lógica- d e to d o e l lo d e sa p a re c e rá ' la d iv is ió n e n tre m ú sic a «l ig e ta » y m ú sica « seria» , y fin a lm en te ta m b ié n la r u p tu ­ra erttre la m ú sica y su ép o ca, y la v id a c u ltu ra l se v o lv e rá a fu s io n a r en una u n id a d .

É s ta d e b e ría ser la fin a lid a d de la e d u c a c ió n m u sica l en n u e stro t ie m p o . P u e sto q u e ya e x is te n las in s t itu c io ­nes p a ra e llo , n o d e b e r ía ser d ifíc il ca m b ia r sus o b je t i ­vo s, in filtra r lo s , d a rle s n u e v o s c o n te n id o s . L o q u e l a R e­v o lu c ió n fra n c e sa co n su p ro gra m a d e c o n se rv a to rio lle v ó a c a b o — u n a tra n sfo rm a c ió n to ta l d e la v id a m u si­

c a l— , l o te n d r ía q u e lo g r a r ta m b ié n n u e stra é p o c a a c - tu a ^ s ie m p re y c u a n d o h u b ie r a u n a c o n c ie n c ia de l a n e ­c e s id a d d e esa tra n sfo rm a ció n .

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú SI C A

P r o b le m a s d e n o ta c ió n

U n a y o tra v e z se le p re se n ta al m ú sico la cu estió n de c ó m o fija el c o m p o s ito r sus ideas y d e se o s p a ra in ten tar así tra n sm itir lo s a sus c o n te m p o rá n e o s y a la p o ste rid a d .

36

Page 35: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

P R O B L E M A S DE N O T A C I Ó N

C o n sta n te m e n te o b se rv am o s los lím ites d e esto s e s fu e r ­zos, ve n io s los in te n to s dp d iv e rso s c o m p o sito re s d e s o r ­te a r la a m b ig ü e d a d m e d ia n te in d ic a c io n e s m ás o m en o s

p recisa s. S e e s ta b le c e así p a ra ca d a c o m p o sito r u n a e s­p e c ie d e n o ta c ió n p e rso n a l q u e h o y s ó lo p o d e m o s d e s c i­fra r si la e s tu d ia m o s en .su c o n te x to h is tó r ic o . P o r su ­p u e s to re su lta fa ta l e l erjror, to d a v ía m u y e x te n d id o , d e cre e r q u e lo s sign o s d e l£s n o tas, las e x p re s io n e s d e c a ­rá cte r y te m p o , a s í co m o jlaS in d ic a c io n e s d in á m ica s, h a n te n id o s ie m p re e l m ism ó s ig n ifica d o q u e en la a c tu a li­dad. E sta o p in ió n e rró n e a se b asa en e l h e c h o d e q u e d e s ­

de h a c e sig lo s a l e scrib ir la m ú s ic a se em p lean lo s m ism os s ig ilo s g rá fico s, p e ro n o ¡se t ie n e en c u e n ta q u e la n o ta ­c ió n m u sica l n o es u n m é to d o in te m p o ra l y su p ra n a cio n a l p ara e sc rib ir m ú sica , v á lid o p a ra va rio s s ig lo s d e fo rm a in va riab le ; co n las tra n sfp rm a cio n es estilísticas d e la m ú ­sica, de las id ea s d e lo s c o m p o sito re s y d e los m ú sico s in ­térp retes, se tra n sfo rm a ta m b ié n e l s ign ifica d o de lo s d i­fe ren tes s ig n o s d e n o tac ió n . D ic h o sign ifica d o se p u e d e estu d iar en p a rte en las o b ra s d id á c tic a s , en p a rte h a y q u e in fe rir lo d e l c o n te x to m ujsical y f ilo ló g ico , lo q u e ta m b ié n co m p o rta s ie m p re el p e lig ro d e co m e te r erro res. L a n o ta ­ció n es, p o r ta n to , u n sistem a ex tre m a d a m e n te c o m p le jo de escritu ra co d ifica d a . C u a lq u ie ra q u e h aya in te n ta d o a lgu n a v e z re p re se n ta r en n o tas u n a id e a m u sica l o u n a e stru ctu ra r ítm ic a sab e q u e eso es a lgo re la tiva m e n te f á ­

cil. P e ro cu a n d o a co n tin u a ció n se le p id e a u n m ú sico q u e to q u e lo e sc rito , e n tq n ce s u n o se da cu e n ta de q u e no está to c a n d o en ab solu torio q u e u n o h a b ía p en sa d o .

T e n em o s, p u es, u n a n o ta c ió n q u e nos tie n e q u e d ar u n a in fo rm a c ió n ta n to dfe lo s so n id o s in d iv id u a le s c o m o

37

Page 36: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

d e l d e sa rro llo d é la s p ie za s m u sica les. P a ra cad a m ú sico , sin e m b a rg o , d e b e r ía estar claro q u e esa n o ta c ió n es m u y in e x a c ta , q u e p re c isa m e n te las cosas q u e n o s d ic e n o nos las in d ic a co n e x a ctitu d : n o nos d a in fo rm a ció n de la lo n ­g itu d d e u n so n id o , o d e su altu ra, y ta m p o c o nos d a in ­fo rm a c ió n d e l te m p o , p o r q u e lo s crite r io s té cn ico s q u e sería n n ecesa rio s p a ra e llo no p u e d e n ser tra n sm itid o s p o r la n o tació n . L a d u ra c ió n d e u n a n o ta só lo se p o d ría in d ic a r co n e x a c titu d co n 1 una u n id ad d e tiem p o ; la a ltu ­ra de los sonidos só lo p o d r ía re p resen tarse p ro p ia m e n te co n fre c u e n c ia s d e v ib ra c ió n ; u n tem p o co n sta n te se p o ­d ría ta l v e z in d ic a r c o n e l m e tró n o m o — p e ro e l tem p o co n sta n te n o e x iste . j

¿ N o es m u y so rp re n d e n te q u e m ú sica s en esen cia y estilo tan d ife re n te s co m o , p o r e jem p lo , una escen a de ó p e r a d e M o n te v e rd i o u n a sin fo n ía d e G u s ta v M a h le r se e s c rib a n co n lo s m ism o s sign os d e n o ta c ió n ? Si u n o es c o n s c ie n te de las d ife re n cia s ex trem as q u e e x iste n en tre lo s d iverso s tip o s d e m ú sica , tien e q u e p a re c e r rea lm en ­te e x tra ñ o q u e p a ra la m úsica d e cada é p o c a , d e cada e s­t i lo , p o r m u y d ife re n te s q ú e sean , se e m p le e n d e s d e 1500 m ás o m en os lo s m ism o s sign os.

A p e sa r d e esa ig u a ld a d de lo s sign o s g rá fico s ex iste n dos p r in c ip io s fu n d a m e n ta lm e n te d ife re n te s para su u t i­liz a c ió n : |

1. E s la obra , la c o m p o sic ió n m ism a la q u e se escrib e;su reproducción e n d e ta lle n o es re c o n o c ib le a p a rtir d é la n o ta c ió n . ;

2. Es la ejecución la q u e se escribe; d e esta m anera, la n o ­

ta c ió n es a lg o así c o m o una se rie d e in stru ccio n es para tocar, n o m u estra (co m o en el p rim er caso ) la fo rm a y la

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M U S I C A

38

Page 37: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

P R O B L E M A S D E N O T A C I Ó N

estru ctu ra d e la c o m p o sic ió n c u y a r e p ro d u c c ió n h a b ría q u e d e d u c ir a p a rtir d e o tras in fo rm a cio n e s, s in o q u e in ­ten ta in d ic a r co n la m a y o r e x a c t itu d p o s ib le la r e p r o ­d u c ció n m ism a: a sí h a y q u e to c a r a q u í. L a o b ra to m a fo r ­m a p o r sí m ism a en e l m o m e n to d e la e je cu c ió n .

E n g e n e ra l, la m ú sica se h a a n o ta d o h asta a p r o x i­m a d a m e n te 18 00 se g ú n e l p r in c ip io d e obra, d esp u és c o m o in d ic a c io n e s p a ra la e jecu c ió n . C o n to d o , e x is te n n u m e ro sa s in te rfe re n c ia s : así, p o r e je m p lo , las ta b la tu - ras (n o ta c io n e s d e la p o s ic ió n d e lo s d ed o s) p a ra c ie rto s in stru m e n to s son ya en lo s s ig lo s x v i y x v n p u ra s in d i­c a c io n e s p a ra la e je c u c ió n — y p o r ta n to n o re p re se n ta n g rá fic a m e n te la obra— . E stas ta b la tu ra s m u e stra n co n e x a c t itu d d ó n d e d e b e c o lo c a r lo s d e d o s e l in s tr u m e n ­tista , c u á n d o h a d e p u ls a r u n a c u e rd a (p o r e je m p lo en el laú d ); la m ú sica p re v is ta su rg e en to n ces en la r e a liz a ­c ió n so n o ra . A l m ira r u n a ta b la tu ra , u n o n o se p u e d e im a g in a r s o n id o s , s ó lo p u e d e v e r las p o s ic io n e s — éste es u n caso e x tr e m o de n o ta c ió n d e l t ip o in d ic a c io n e s p a ra la e jecu ció n — . E n c o m p o s ic io n e s p o s te r io r e s a 18 0 0 e sc rita s , ig u a lm e n te en e l s e n tid o d e in d ic a c io n e s p ara to c a r, co n la n o ta c ió n c o n v e n c io n a l (p o r e je m p lo en o b ra s d e B e r lio z o R ic h a r d S tra u ss y o tro s m u c h o s), está in d ic a d o con la m a y o r p r e c is ió n p o s ib le có m o d e b e so n ar lo escrito ; só lo c u a n d o se to c a n co n e x a c t i­tu d esas ijiotas, c u a n d o se c u m p le n to d a s las in s tr u c c io ­

nes, s u rg e la m ú sica .Si, p o r e l co n trario , q u e re m o s to c a r m ú sica escrita

segú n la n o ta c ió n d e la obra, es d e c ir m ú sica a n terio r al lím ite antes m e n cio n a d o (h acia 1800 ), nos fa lta n unas « in stru ccio n e s d e u so» e x a cta s. H e m o s d e re cu rr ir p a ra

39

Page 38: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

e llo a otras fu en tes. T o d o esto su p o n e, c la ro está, u n gran p r o b le m a p e d a g ó g ic o , p u e s en gen eral u n o a p re n d e en p r im e r lu g a r la e sc ritu ra d e las n otas y m ás ta rd e a dar fo rm a a la m úsica; la n o ta c ió n se p re su p o n e tá c ita m e n te c o m o a lg o v á lid o p a r a to d o t ip o d e m ú s ic a , y n a d ie le d ic e a l e s tu d ia n te q u e la m ú s ic a a n terior a esa fro n te r a d e la n o ta c ió n tie n e q u e le e r s e d e u n a fo rm a d ife r e n te a la d e d esp u és. Q u ien es en señ an , así co m o los estu d ian tes, son m u y p o c o c o n s c ie n te s d e q u e en u n caso se h a lla n só lo a n te un as in d ic a c io n e s p a ra tocar, m ie n tra s q u e en el o tr o c a so an te u n a c o m p o sic ió n , ante u n a o b r a a n o ta ­

d a en u n a fo r m a fu n d a m e n ta lm e n te d ife re n te . E stas d os p o sib ilid a d e s d e lectu ra d e u n a y la m ism a n o ta c ió n — n o ­t a c ió n d e la o b r a e in s tr u c c io n e s p a ra la e je c u c ió n — d e b e r ía n ser e x p lic a d a s a to d o e s tu d ia n te d esd e e l p r in ­c ip io en sus clases d e te o ría , de in stru m e n to y d e can to . Si no, e l e s tu d ia n te to c a rá o can tará en am b o s casos «lo q u e p o n e » (fó rm u la esta m uy fre c u e n te entre m aestro s de m ú sica ), y n o p o d rá h a c e r ju stic ia en a b so lu to a la n o ­ta c ió n d e obra si n o se h a e n fre n ta d o p re v ia m e n te a ella .

Q u iz á se p u e d a e x p lic a r to d o esto m ás fá c ilm e n te co n e l c o n c e p to de o rto g ra fía . E x is te u n a o r to g ra fía m u ­sica l p r o v e n ie n te de los tra ta d o s d e m ú sica , d e te o ría y d e a rm o n ía . D e esta o r to g ra fía m u sica l resu lta n p a r t ic u ­la r id a d e s d e la n o ta c ió n , c o m o p o r e je m p lo el h e c h o de q u e re ta rd o s , tr in o s y a p o ya tu ra s a m e n u d o n o se e scri­b a n , lo q u e co n fr e c u e n c ia re s u lta b a sta n te c o n fu s o si u n o cree te n e r q u e to c a r lo q u e está e scrito . O e l h e c h o d e q u e la o rn a m e n ta c ió n n o esté fijada: si se e scrib ie se , se e x c lu ir ía la fa n ta s ía c re a d o ra d e l m ú sico y ésta es p r e ­c is a m e n te r e q u e r id a p a ra la o rn a m e n ta c ió n l ib r e . (U n

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M U S I C A

4 0

Page 39: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

b u e n « in té rp re te d e a d agio s» en los siglos x v n y x v m es

u n m ú sico q u e , im p rovisjand o lib re m e n te , e je cu ta a q u e ­l la o rn a m e n ta ció n q u e c o rre s p o n d e a la e x p re s ió n d e la

o b ra y la re fu e rza .) IA s í p u e s , c u a n d o esto y a íite una p ie z a m u sical, in te n ­

to en p r im e r lu g a r v e r la Obra y d e te rm in a r có m o h ay q u e le e rla , q u é s ig n ifica b a n esas n o tas p a ra e l m ú sico d e e n ­to n ce s. L a n o ta c ió n d e a q u e l tie m p o , en la q u e n o se r e ­p re se n ta b a la m a n e ra de itocar s in o la p r o p ia o b ra , e x ig e d e n o so tro s el m ism o c o n o c im ie n to d e la le c tu ra q u e e x i­

gía de los m ú sico s p a ra q u ie n e s la o b ra fu e escrita .T om em os u n e jem p lo q u e será e v id e n te p ara cu a lq u ier

m ú sico actual: la m ú sica eje b a ile v ié n e sa d el s ig lo x ix , u n a p o lc a o u n vals d e Jo h an ii Strauss. E l co m p o sito r in te n ta ­

b a a q u í reflejar en la n o ta c ió n lo q u e en su o p in ió n era n e­cesario p ara lo s m úsicos d e la o rq u e sta sentados d elan te de él; e llo s ya sab ían exa cta m en te lo q u e era u n va ls o una p o lca y có m o h ab ía q u e to ca rlo s . S i se d a esta m ú sica a u n a orq u esta q u e n o pósele este co n o cim ie n to , q u e n o c o ­n o c e estas d a n za s, y lo s m ú sico s to ca n exa cta m en te lo q u e p o n e en la p a rtitu ra , el resu ltad o será u n a m úsica c o m p le ­ta m e n te d iferen te . N o es p o s ib le e sc rib ir esa m ú sica d e b a ile exa cta m en te co m o h a de ser to ca d a . A m e n u d o una n o ta ha de en trar u n p o c o antes o u n p o c o d esp u és, o ha de ser m ás c o rta o m ás lá rg a q u e lo q u e está escrito , etc. A s í, esa m ú sica se podría^tocar ex a cta m e n te — con e x a c ti­tu d m etronóm ica-— , p erp el re su lta d o n o ten d ría nad a q u e v e r co n la o b ra q u e Quería e l co m p o sito r.

Si la c o m p re n s ió n c o rre c ta d e la n o ta c ió n m u sica l ya es p ro b le m á tic a h a sta ese g ra d o co n m ú sica d e J o h an n Strauss, a p esar d e q u e a q u í n u n ca se p ro d u jo u n a rup-

P R O B L E M A S D E N O T A C I Ó N

4 i

Page 40: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A Í l E N T A L E S D E L A M Ú S I C A|

tu ra d e la tra d ic ió n , cuáh to m ás p ro b le m á tic a n o será en el caso d e una m ú sica cu ya tra d ic ió n se ha in te rru m p id o p o r c o m p le to hasta el p u n to d e n o sab er có m o se to c a b a rea lm en te esa m ú sica en tie m p o s d e l co m p o sito r. S u p o n ­g a m o s q u e la m ú sica de S trauss d e ja ra d e to c a rs e p o r co m p le to d u ra n te c ien ajaos y al c a b o d e ese tie m p o fu e ­se « re d e scu b ie rta » y n u eva m en te in te rp re ta d a . ¡A p e n a s se atreve u n o a im aginar] c ó m o so n aría ! A lg o sem ejan te , m e p a re c e a m í, su c e d e co n lo s g ra n d e s c o m p o sito re s de lo s sig lo s x v n y x v m , co n cu y a m ú sica n o h em o s m a n te ­n id o u n a re la c ió n co n sta n te p o rq u e sus o b ras d e ja ro n de in te rp re ta rse d u ra n te sig los. N o e x iste n a d ie q u e p u e d a d e c ir a c ie n c ia c ierta c ó m o h ay q u e le e r esa m ú sica , c ó m o h a y q u e p r o c e d e r en d eta lle p a ra to ca rla .

C la r o está q u e en las fu en tes se e n cu e n tra m u ch a in ­fo rm a ció n al re sp e cto , p e ro al fin a l ca d a u n o le e en ellas lo q u e se im a g in a . C u a n d o , p o r e je m p lo , en las fu e n te s se

d ic e q u e c a d a n o ta se h a d e to car la m ita d d e la rg a q u e el v a lo r q u e está e sc rito , eso se p u e d e e n te n d e r lite ra lm e n ­te: cad a n o ta se h a d e m an ten er só lo en la m ita d d e su v a ­lor. P e ro ta m b ié n se p o d r ía e n te n d e r d e o tra m an era: hay, en e fe c to , u n a v ie ja reg la q u e d ic e q u e h a y q u e d e jar so n ar to d o so n id o h asta q u e se e x tin g a . E l so n id o se g e ­n e ra y se e x tin g u e — comio el so n id o d e u n a cam p a n a — ,

acab a « p e rd ié n d o se » , n o se p u e d e o ír su fin al p re ciso , p o r q u e la ilu s ió n , la fan tasía d e l o y e n te q u e p r o lo n g a la nota, es in se p a ra b le de la e x p e rie n c ia rea l d e l o y e n te . D e esta m an era, n o es p o s ib le d e te rm in a r la d u ra c ió n e x a c ­ta d el so n id o . É ste se p u e d e c o n s id e ra r c o m o n o ta m a n ­te n id a en la to ta lid a d dei su va lo r, o ta m b ié n c o m o n o ta m u y a co rta d a , segú n si la ilu s ió n se tie n e en c u e n ta o n o.

42 .

Page 41: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

PROBLEMAS DE N O T A C IÓ N

H a y adem ás a lg u n o s casos en lo s q u e , p o r razo n es

té cn ica s o m u sica les, es im p o s ib le m a n te n e r el so n id o al

p ie d e la letra; ta les s itu a c io n e s m u estran , a l m en o s, q u e la n o ta c ió n y la p rá c tic a d ifieren a m e n u d o en este p u n ­to. E sto se v e co n c la r id a d en el c a so d e lo s a co rd es to c a ­d o s en in stru m en to s d e c u e rd a (en lo s q u e , p o r razo n es té c n ic a s , n o se p u e d e n m a n te n e r to d as las n o tas), o en el caso d e u n in stru m e n to en e l q u e n o es p o s ib le so sten er las notas en to d a su d u ra c ió n (el p ia n o , el c la v e u otro s in stru m e n to s de cu erd a p u lsa d a ). E n u n c la v e o en un laú d n o se p u ed e o ír una n ota la r g a m a n te n id a , só lo se o y e el a ta q u e d el so n id o , q u e se g u id a m e n te se ex tin g u e ; el resto lo añ ad e la fan tasía , el so n id o real d e sa p are ce .

E se d e sa p a re c e r n o s ig n ific a q u e el so n id o d e je d e e x is ­tir, s in o q u e m ás b ie n e l « o íd o in te r io r» s ig u e e s c u c h á n ­d o lo h asta q u e es re le v a d o p o r la s ig u ie n te nota. Si esa n o ta s ig u ie ra so n a n d o co n to d a su fu e rza , e sto rb a ría la tra n sp a re n c ia au d itiv a d e la c o m p o s ic ió n y o scu re ce ría , adem ás, la en trad a d e la s ig u ie n te n o ta ; esto se o y e co n fre c u e n c ia en c o n c ie rto s d e ó rg a n o (en el ó rg a n o sí q u e se p u e d e m an te n e r te ó r ica m e n te c u a lq u ie r so n id o ta n to tie m p o co m o re q u ie ra su n o ta c ió n ) . L a re a lid a d (un s o ­n id o m an ten id o ) n o es m ejo r q u e la fa n ta s ía (la ilu sió n de ese so n id o ), al c o n tra rio , en d e te rm in a d a s c o n d ic io ­nes p u e d e c u b r ir y e s to rb a r la c o m p re n s ió n d el resto. E sto se p u e d e p e r c ib ir co n to d a c la r id a d en a q u ellas fu ­gas d e l A r te d e la fu ga de B a ch en las q u e h a y u n a a u ­m e n ta ció n ; la m ú sica se e n tie n d e m u c h o m e jo r cu an d o se to c a n al c la v e q u e al ó rga n o , a p e s a r d e q u e en el ó r ­g an o se p u e d e n m a n te n e r las n o tas. E n el v io lín , p o r e jem p lo , n o es p o s ib le m an te n e r las c u a tro v o c e s de un

43

Page 42: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

a c o r d e d e c u a tro n o tas d u ra n te to d o u n co m p ás, p u e s en e l m o m e n to en q u e se lle g a a la c u e rd a m i, ya no q u e d a n a d a d e la n o ta d e l b a jo en la c u e rd a sol. N o se p u e d e n atacar, ta l c o m o están escritas, to d a s las n o tas d e l a co rd e s im u ltá n e a m e n te , es d ecir, h a y q u e c o n sid e ra r la n o t a ­c ió n , co m o se h a c e siem p re, c o m o u n a im agen o rto g rá fica d e la c o m p o s ic ió n y la e je cu c ió n co m o u n a re p re s e n ta ­c ió n m u sica l q u e ha de te n e r en c u e n ta las p o s ib ilid a d e s técn icas y la cap a c id a d p e rce p tiva d e l oyente. E so sign ifica en este caso q u e las notas d e l a c o rd e se to ca rá n s u c e s iv a ­m e n te y n o sim u ltá n ea m en te . E sto n o só lo es v á lid o p a ra lo s in stru m e n to s d e cu e rd a co n a rco , s in o ta m b ié n p ara e l la ú d y a v e c e s p a ra e l c la ve y e l p ia n o , c u a n d o e l a c o r ­d e so b re p a sa la e x te n s ió n q u e se p u e d e a b a rca r co n la m a n o , o c u a n d o el c la v e c in ista n o tie n e la in te n c ió n d e to c a r to d as las n o tas a la vez.

N o b asta , p u e s , co n a p ro p ia rse d e las o b ras d id á c t i­cas h is tó r ic a s y d ecir: cad a n o ta se tie n e q u e to c a r a c o r ­ta n d o su va lo r, ca d a n o ta tie n e su p a rte fu e rte y su p a rte d é b il. In c lu s o si sigu iéra m o s lite ra lm e n te to d as las reg las a ll í c o n te n id a s , g ra n p a rte d e la m ú sica a n tig u a p o d ría s o n a r c o m o una c a ric a tu ra g ro te sc a . S o n aría d e una m a ­n e ra p o s ib le m e n te m ás d is to rs io n a d a q u e e n e l c a so d e u n a fic io n a d o a la m ú sica q u e , p o r ig n o ra n cia , lo h ic ie se to d o «m al». L as re g la s de las v ie jas o b ras d id á ctica s c o ­m ie n za n a v o lv e rs e in teresan tes p a ra la p rá c tic a cu a n d o

las e n te n d e m o s — o, a l m en o s, c u a n d o tien en u n s ig n ifi­cad o p ara n o s o tro s , ta n to si las en te n d e m o s en su se n ti­d o o r ig in a l c o m o si no.

V e o c o n m u c h o e s c e p t ic is m o q u e h o y e n d ía sea p o ­s ib le u n a c o m p r e n s ió n c o m p le ta d e la m ú sica . N o h a y

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

44

Page 43: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

P R O B L E M A S DE N O T A C I Ó N

q u e p e r d e r d e v is ta q u e to d o s lo s tra ta d o s d id á c tic o s d e lo s s ig lo s x v i i y x v i n fu e r o n e s c r ito s p a ra lo s c o n ­te m p o rá n e o s d e l au to r, y q u e e se a u to r p o d ía p r e s u p o ­n e r u n o s co n o cim ie n to s! d e lo s q u e n o te n ía n e c e s id a d a lg u n a d e h a b lar. N o es a n o s o tr o s a q u ie n ib a n d ir ig i­das sus e n s e ñ a n za s , s in p p r e c is a m e n te a sus c o n te m ­p o r á n e o s . A s í q u e to d a s esas v a lio s a s in fo r m a c io n e s n o p u e d e n a d q u irir p a ra n o so tro s to d o su sign ifica d o a n o se r q u e ta m b ié n p o s e a m o s e l m ism o c o n o c im ie n to b á ­s ico s o b re n te n d id o . ¡L o ino e sc rito , lo p re su p u e s to , será e n to n c e s p r o b a b le m e n te m ás im p o r ta n te q u e lo e s c r i­to ! P o r m i p a rte , p ie n s o q u e es f r e c u e n te , y m u y p r o ­b a b le , q u e d e l e s tu d io d e las fu e n te s s u r ja n m a le n te n ­d id o s y las n u m e ro sa s c o le c c io n e s d e c ita s q u e se h an p u b l ic a d o en lo s ú lt im o s añ o s n o d e b e r ía n c o n s id e r a r ­se c o m o p ru e b a s d e n a d a , p u e s co n ig u a l fa c i lid a d se p o d r ía « d e m o stra r» to d o lo c o n tr a r io c o n o tras citas e x tra íd a s d e su c o n te x to . Y o q u is ie ra a n te to d o a d v e r ­t ir d e u n a s o b r e v a lo r a c ió n d e n u e stra c o m p re n s ió n

h is tó r ic a d e la m ú sica . S ó lo c u a n d o d e s c u b r a m o s v e r ­d a d e ra m e n te e l s ig n if ic a d o d e lo s v ie jo s p r e c e p to s y tr a ta d o s será c o n c lu y e n te una in te r p r e ta c ió n m u sica l

se g ú n esas reg la s.L a s in fo rm a c io n e s q u e te n e m o s p r o c e d e n d e u n a

serie d e tra ta d o s d e lo s s ig lo s x v n y x v m , Si só lo leem os u n a d e esas fu e n te s , p o r e je m p lo e l m é to d o de fla u ta de Q u a n tz , c te e m o s sa b e r ya m u c h o s o b re e l tem a. P e ro a c o n tin u a c ió n e s tu d ia m o s otra fu e n te y e n c o n tra m o s allí a lg o c o m p le ta m e n te d ife re n te y no p o c a s v e c e s lo c o n ­

tra rio . Si se le e n v a r io s a u to re s , o b s e rv a m o s m u ch a s1 •c o n tr a d ic c io n e s en tem as sem ejan tesy, h a sta q u e n o h e ­

45

Page 44: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

m os c o m p a r a d o u n grari n ú m e ro d e fu e n te s e n tre sí, no e m p e z a m o s a co m p re n d e r q u e se tra ta de c o n tr a d ic c io ­nes a p a re n te s . S ó lo e n to n c e s es p o s ib le e m p e z a r a a d ­q u ir ir u n a im a g e n m ás o m en o s c la ra y g lo b a l d e las co sas. Si to m am o s d ife re n te s a firm a cio n es y las s u p e r ­p o n e m o s , p o r d e c ir lo así, se p o n e n d e r e lie v e las d i fe ­re n te s te n d e n c ia s a las ¡que c o rre s p o n d e n los d iv e rso s a u to re s . L a m ú sica y el: e je r c ic io d e la m ú s ic a n o e ran e n to n c e s d e n in g u n a m an e ra a lg o u n ifo rm e . U n a u to r se h a b r á a te n id o a lo q u e su s p a d re s d ije ro n o e s c r ib ie ­ro n , o r ie n ta n d o su m ira d a m ás b ie n h acia e l p a sa d o . O t r o d e s c r ib e lo s u so s m u sica le s en u n d e te rm in a d o l u ­g a r— o e s tá e n tu sia sm a d o c o n a lg u n a c o r r ie n te m o d e r ­n a — . T o d o e llo se d is tin g u e b a sta n te b ie n c o m p a ra n d o las fu e n te s . E n p r in c ip io , e n c o n tra m o s q u e u n a d e s ­c r ip c ió n d e la p r á c tic a g e n e ra l, d e l e je r c ic io c o rr ie n te d e la m ú sica , n o fig u ra en ta le s te x to s . M ás b ie n se c o ­d ifica a lg o s ó lo cu a n d o a m e n aza c o n c a e r en e l o lv id o ; o ta m b ié n c u a n d o u n a f ic io n a d o p r e te n d e p re se rv a r p r á c t ic a s ya a n tic u a d a s ,1 c o m o se p u e d e v e r m u y b ien , p o r e je m p lo , en la d e fe n sa d e la v io la d e g am b a d e L e B la n c . Y d e sp u é s h a y ta m b ié n a u to re s , c la ro , q u e q u ie ­ren in tr o d u c ir a lg o n u e y o y q u e p a ra e l lo se la n za n «a las b a rr ic a d a s » , c o m o p o r e je m p lo M u ffa t, q u ie n h a c ia fin a le s d e l s ig lo x v n q u e ría d a r a c o n o c e r e l e s tilo f r a n ­cés m o d e r n o e in tr o d u c ir lo fu era de F ra n c ia . M u ffa t in te n tó re su m ir las p e c u lia r id a d e s e se n c ia le s d e ese e s ­t ilo , e x p lic a r lo a los m ú sico s q u e n o e s ta b a n fa m ilia r i­za d o s co n é l en a b so lu to . P o r o tro la d o , ta m b ié n h a y q u e to m a r en c o n s id e ra c ió n d ó n d e se sitú a d e sd e el p u n ­to d e v is ta e s tilís t ic o u n a fu e n te : si, p o r e je m p lo , u n o

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M U S I C A

4 6

Page 45: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

P R O B L E M A S DE N O T A C I Ó N

to c a u na o b ra d e 1 7 2 o segú n d ir e c tr ic e s d e 17 5 6, eso no ten d rá m u c h o s e n tid o . T o d as e sta s cu e stio n e s h an de v e rs e en su c o n te x to y se han de v a lo ra r y ju z g a r d e n u e ­v o cad a vez.

E l e je m p lo d e J o h a n n S tra u ss q u e h e c ita d o antes m e p a re ce ta n ú t il p o r q u e su m ú sica , en m i o p in ió n , se to c a to d a v ía c o r re c ta m e n te en V ie n a , d e u n a m an era

d e l to d o p r im ig e n ia y n atu ra l. L o s m ú sico s d e m ás e d a d h a b ía n te n id o en su ju v e n tu d to d a v ía c o n ta c to c o n g e n ­te q u e h a b ía to c a d o b a jo la d ir e c c ió n d e S tra u ss y sus su ce so re s. A ll í to d a v ía se sab e s e n c illa m e n te — sin dar m u ch as v u e lta s — c ó m o se h an d e re p a rtir lu z y so m b ra

en la d in á m ica , d ó n d e h ay q u e t o c a r n o tas la rg a s o c o r ­tas, có m o o b tie n e esa m ú sica e l im p u ls o a p ro p ia d o p a ra b a ila r y d ó n d e está la g ra c ia d e to d o e llo . E n la m ú sica a n tig u a n o s fa lta n esos c o n o c im ie n to s — n o e x is ­te u n a tr a d ic ió n in in te r r u m p id a — , só lo a p a rtir d e las d escrip cion es p o d e m o s sacar co n clu sio n es p ara lo s tem pi y p a ra las fin e za s no e scrita s de la e je c u c ió n m u sica l. S a b em o s d e m a sia d o p o c o ,-a l m e n o s a p a rt ir d e la se n ­sa c ió n c o r p o r a l, s o b re las v ie ja s d a n za s, las c u a le s son m u y in s tr u c tiv a s p a ra la d e te rm in a c ió n d e l tem p o . C u a n d o se c o n o c e n la s reg las d e lo s p a so s d e d a n za , se p u e d e n a p lic a r m u y fá c ilm e n te a la m ú sica . A h í te n e ­m os p o r ta n to c ie r ta p o s ib i lid a d p a lp a b le , p e r c e p t ib le c o rp o ra lm e n te , d e in te rp re ta r la n o ta c ió n . P u e s to q u e las d an zas s ig u e n d e te rm in a d o s ritm o s y te m p i , fijad o s en u n a o c a s ió n y c o n o c id o s p o r to d o s , q u e so n re la tiv a ­m e n te fá c ile s d e re co n stru ir , h a b r á q u e v e r la s c o m o la m ás im p o r ta n te fu e n t e d e in fo r m a c ió n so b re la fo rm a

d e to ca r, el tem p o y to d o t ip o d e a cen to s.

4 7

Page 46: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA MÚ SI CA

E n e l resto d e la m ú sica , e l r itm o fu n d a m e n ta l, el te m p o y la a c e n tu a c ió n - se han de in fe r ir a p a rtir de las in ­d ic a cio n es d e co m p á s y d e l - b a rra d o d e lo s co m p ases. L as b a rra s d e co m p ás, a p rin cip io s d el s ig lo x v i i , s ó lo servían de o r ie n tació n . S e c o lo c a b a n « en a lgú n lu g ar» (yo , en c u a lq u ie r c a s^ aú n no he c o n se g u id o e n co n tra rle s o tra fu n c ió n). N o es h asta b ie n e n tra d o e l s ig lo x v n q u e se

c o lo c a Ia b a rra d e com p ás' « co rre cta m e n te » , segú n n u e s ­tra a ce p c ió n ; e n to n ce s nos da ta m b ié n in fo rm a ció n so b re la a c e n tu a ció n d e la m ú sica . G ra c ia s a e lla la je r arq u ía—

q u e y a antes era e v id e n te — d e a ce n to s , p ro c e d e n te d el le n g u a je, - se c o n v ie r te en u n sistem a v is ib le . E sta je r a r­q u ía — c om o e x p lic a r é en d e ta lle m ás a d e la n te — es p a ra la m ú s ica d e lo s sig lo s x v i i y x v i i i q u izá lo m ás e le m e n ­

ta l e im p o r tante. E x p re s a a lg o m u y n a tu ra l, a sab e r (y lo d iré d e u n a fo rm a m u y s im p lifica d a ), q u e se g ú n el p r in ­c ip io de la a c e n tu a c ió n en e l le n g u a je h a b la d o a a lgo fu e r te s ig u e a lg o d é b il, a a lg o p e s a d o s ig u e a lg o l i g e r o ; esto s e e x p re sa rá ta m b ié n e n la fo rm a d e tocar. Q u i z á p o r esa ra zó n lo s in stru m e n to s m u sica les, p o r e jem p lo lo s d e c u erd a, e stá n co n stru id o s d e m an era q u e la a l t e r­n a n c ia e n tre fu e r te y flo jo , e n tre p e s a d o y lig e ro , se p u e ­d a r e a liz a r fá c ilm e n te y co n n a tu ra lid a d . E n e l u so d el arco b a rr o c o , en p a rtic u la r, el arco a rrib a es p o r sí m is ­m o alg o m ás d é b il q u e e l a rco ab ajo . P o r ta n to l os t ie m ­pos «fu e r te s » (en 4/4, p o r e jem p lo , e l p rim e ro y e l te r c e ­ro) se h an d e to c a r en p r in c ip io a rco abajo. P a ra l os in stru m e n to s d e v ie n t o e x is te to d o u n a b a n ic o d e g o lp es

d e le n g u a co n lo s q u e se e x p resa u n a v a r ia b ilid a d sim ilar y , p a ra lo s in stru m en tistas de tecla , h a y unas d ig ita c io n e s p ro p ia s q u e p r o v o c a n u n e fe cto e q u iv a le n te

48

Page 47: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

P R O B L E M A S DE N O T A C I Ó N

L o s in s tr u m e n tis ta s ia c tu a le s o p in a n a m e n u d o q u e lo s e fe c to s d e s e a d o s ta¡m bién se p u e d e n o b te n e r p o r o tro s m e d io s ; e so es c ie r to en m u c h o s c a s o s , n o c a b e d u d a d e q u e ta m b ié n s£ p u e d e a c e n tu a r u n a rc o a r r i­b a , p e r o a l re v é s es má(s n a tu ra l. Y o p ie n s o q u e ta m ­b ié n h o y se d e b e r ía in te n ta r en p r im e r lu g a r esa v ía n a tu r a l y, s ó lo c u a n d o Ijay a lg o q u e n o se p u e d e e je c u ­

ta r d e e sa m a n e ra , r e c u r r ir a o tr a s o p c io n e s . E s to se p u e d e o b s e rv a r m u y b ie n en lo s tra ta d o s d e v io lín de L e o p o ld M o z a rt y d e G e m in ia n i: e l u n o d ic e q u e to d o a c e n to se h a d e in te r p r e ta r a rc o a b ajo , e l o tr o , afirm a q u e ta m b ié n d e b e ría ser p o s ib le m a rc a r e l a c e n to de o tra m an era .

E n la m ú s ic a d e lo s s ig lo s p a sa d o s h a y le y e s escrita s y leyes n o escrita s cu y o c o n o c im ie n to p o r p a rte d e los m ú ­sicos d e en to n ces se dab a p o r so b re n te n d id o y q u e n o s o ­tro s te n e m o s q u e d e s c u b r ir c o n e s fu e r z o . U n a d e esas leyes d ice : u n a d iso n a n cia d e b e ser a ce n tu a d a y su re so ­lu c ió n , p e rd ié n d o se , d e b e ir l ig a d a a e lla . M u c h o s m ú s i­co s— ta m b ié n en tre a q u e llo s q u e se d e d ic a n m ás a la m ú ­sica a n tig u a — d escu id a n esta im p o rta n te y m u y n a tu ra l re g la d e a ce n tu a c ió n e im p id e n de esa m an era a cen to s a tra ctivo s q u e e l co m p o sito r , p re c isa m e n te m e d ia n teesas d iso n a n cias, h ab ía c o lo c a d o allí, a m en u d o en con-

• lí « tra d e las reglas h a b itu a le s de a ce n tu a c ió n ; d e este m o d oo c u rre q u e o ca sio n a lm e n te se a c e n tú e e l c u a rto tie m p o d e l co m p á s, n o rm alm e n te sin a ce n to , y q u e se d isu e lva en la n a d a en e l prim ei; t ie m p o , q u e en g e n e ra l h a b ría s id o a ce n tu a d o . Esta im p o rta n tís im a p e rtu rb a c ió n re su l­ta h o y d ía la m e n ta b le m e n te e q u ilib ra d a p o r la m ay o ría de lo s m ú sico s.

49

Page 48: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M Ú S I C A

Tom em os, com o un ejem p lo m ás de las d iferen tes acep ­cio n es d e la n o tac ió n de ayer y de hoy, la m an era en q u e se le ía n y escrib ían las notks pun teadas en el siglo x v m y c ó m o se to c a b a n y se to c a n . L a re g la o f ic ia l m o d e rn a d ic e q u e e l p u n to a la rg a ¡la n o ta en la m ita d de su v a lo r y q u e la sigu ien te nota co rta p o se e e x a cta m e n te e l va lo r r ítm ico d e ese p u n tillo d e p ro lo n g a c ió n . N o existen en n u e stra n o ta c ió n m é to d o s d ife re n c ia d o s p a ra re p re se n ­ta r las in fin itas p o s ib ilid a d e s q u e h a y d e to c a r ritm os p u n te a d o s , d esd e v a lo re s d e notas casi igu a les h asta la m a rca d a so b re p u n tu a c ió n ; tod os lo s ritm o s p u n te a d o s p a re c e n ig u a le s en e l p a p e l, al m a rg e n d e lo q u e sign ifi­q u en . Sin em b a rgo , está d e m o strad o , y se d e sp re n d e de gran c a n tid a d d e te x to s ; d id á c tic o s de las m ás d iversas é p o ca s , q u e ex istía u n n ú m ero casi in c a lc u la b le de varian ­tes p a ra to c a r lo s ritm os p u n te a d o s , s o b re to d o aqu ellas q u e a g u za b a n la p u n tu a c ió n , es decir, aqu ellas en las q u e la n o ta corta tras e l p u n tillo ten ía q u e to c a rs e m ás tarde d e lo q u e sería su m o m e n to « co rre cto » , a v e c e s en el ú l­tim o in sta n te . L a ú n ica re p a rtic ió n q u e h o y es co rrien te , la p r o p o r c ió n 3:1, se to c a b a ta m b ié n en p o c o s casos e x ­c e p c io n a le s . |

E n in te rp re ta c io n e s « m o d ern as» se a d a p tan r ig u ro ­sam en te to d o s lo s valoresj d e las n o tas a su (su p uesta) d u ­ra c ió n c o rre c ta , lo s p u n tillo s se to ca n casi co n u n a e x a c ­t itu d ejem p lar. L a ra z ó n jp a r a p o n e r ta n to h in c a p ié en esa m e tic u lo s id a d r ítm ica d e b e de ser q u e lo s m ú sico s p o r n a tu ra le za — y co n ra|ZÓn^-tienen te n d e n c ia a tocar u n r itm o m en o s p re c is o , co n lo q u e el d ir e c to r tien e q u e e x ig ir d e a lgu n a m an era l a r e p ro d u c c ió n e x a c ta de las n otas.

Page 49: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

P R O B L E M A S DE N O T A C I Ó N

T a m b ié n lo s sign os d e a rtic u la c ió n , c o m o el p u n to y la lig a d u ra , se m a le n tie n d e n con m u ch a fre c u e n c ia p o r ­q u e las d ife re n cia s d e su s ig n ifica d o en la n o ta c ió n a n te ­r io r y p o ste r io r a 18 0 0 no son s u fic ie n te m e n te co n o c id a s y p o r eso n o se tie n e n en cuenta.. N u e stro p u n to d e v ista se basa en g e n e ra l en la m ú sica d e l s ig lo x ix , en la q u e la l ib e r ta d d e l in té r p r e te fu e lim ita d a r a d ic a lm e n te p o r la c o n c e p c ió n a u to b io g rá fic a d e la c o m p o sic ió n . E s n a ­tu ra l q u e lo s d e ta lle s d é l a in te rp re ta c ió n resu ltara n fija ­dos co n la m a y o r e x a c titu d p o s ib le , q u e ca d a m a tiz , el más m í n i m o riten u to , la m ás p e q u e ñ a v a r ia c ió n d el te m ­p o fu era señ alad a. C o m o d e sd e e n to n c e s las p a rtitu ras, p o r lo q u e r e s p e c ta a d in á m ic a , te m p o y fra s e o , están co m p letam en te llenas d e señales, lo s m ú sico s se h an a co s­tu m b rad o a re p ro d u c ir e l te x to m u s ic a l co n to d as sus in ­d ic a c io n e s d e m a n e ra casi s e r v il. E sta m a n e ra d e le e r y to ca r, c o r re c ta p a ra la m ú sica d e lo s s ig lo s x i x y x x , es d e l to d o e rró n e a p a ra J.a m ú s ic a d e l b a r r o c o y d e l c la s ic is m o . Y , sin e m b a rg o , q u iz á p o r d e s c o n o c im ie n to se a p lica a esta m ú sica (a to d o t ip o d e m ú sica , a to d o e s­tilo ). E l re su lta d o tend rá q u e ser in c o r re c to p u es los m ú ­sicos de la é p o ca b a rro c a to c a b a n b a jo su p u e sto s c o m ­p le ta m e n te d ife re n te s a lo s de h o y en día. L a s p artitu ras

d e l s ig lo x v m casi n o in c lu y e n n in g u n a d in á m ica , lle va n p o ca s p re sc r ip c io n e s en cuan to a l te m p o y sus m o d ific a ­c io n es, y. ap en as in d ic a c io n e s d e fra se o y a rticu la c ió n .

C u a n d o en e l s ig lo x i x se p u b lic a b a m ú sica d e ép o cas an terio res, se c o m p le ta b a co n las in d ic a c io n e s « faltan - tes». A s í, en estas e d ic io n e s e n c o n tra m o s en p a rticu la r las lla m a d a s gran d es « liga d u ra s d e fra se o » , m e d ia n te las cu a les estas obras resu ltab a n fu e rte m e n te d esfig u rad as

5i

Page 50: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E LA M Ú S I C A

e n su « len gu aje» , casi p o d r ía d e c irse q u e se tra n sp o rta ­b a n a l s ig lo x i x . E n c u a lq u ie r caso, se era d e l to d o c o n s­c ie n te d e la n e c e s id a d d e a ñ a d ir las lig a d u ra s . Pero) el v e r d a d e ro g ran e rro r no tu vo lu g a r h asta la p r im e ía m i­ta d d e n u estro sig lo co n la o le a d a d e la lla m a d a « fid elid ad a la o b ra» ; se lim p ia ro n las v iejas p a rtitu ra s d e lo s a ñ a d i­d o s d e l s ig lo x i x y se e je cu ta ro n de esa fo rm a resecad a .

S in e m b a rg o , se m a n tu v o e l p r in c ip io d e l s ig lo x i x segú n e l cu a l to d o lo q u e el c o m p o s ito r d e se a b a ten ía q u e estar e x p re s a m e n te en la p a rtitu ra y, al c o n tra rio , to d o lo que no e s ta b a a llí era in d e s e a d o y sería una d e sfig u ra c ió n ar­b itra r ia de la o b ra . P e r o lo s c o m p o sito re s d e l b a rro c o y d e l c la s ic ism o n o p o d ía n a ten erse a esas reglas, p o rq u e to d a v ía n o ex istía n . P a ra e llo s lo s p r in c ip io s de la articu­la ció n , q u e más a d e la n te tra taré , eran los d eterm in an tes. E s to s in te rv ie n e n fu e rte m e n te en lo s p ro b le m a s d e la n o ­ta c ió n p o rq u e p r e s u p o n e n m é to d o s d e e je cu c ió n q u e só lo o c a sio n a lm e n te eran an o ta d o s en las p a rtitu ras y q u e , p o r ta n to , eran a p o rta d o s p o r e l in té rp re te m ism o s e g ú n su e n te n d im ie n to y su gu sto . E sto s p r in c ip io s se e n c u e n tra n en L e o p o ld M o z a rt, en tre o tro s , ex p re sa d o s m u y c la ram en te: « N o b a sta co n to c a r sin m ás las m ism as fig u ra s co n los g o lp e s d e a rco señ a la d o s, ta m b ién hay q u e e je cu ta rla s d e m an e ra q u e el ca m b io (d e l g o lp e de a rco ) e n tre en los o íd o s .» « N o h a y q u e o b s e rv a r co n m á­

x im a aten ció n só lo las lig a d u ra s escritas e in d ica d a s, sino ta m b ié n ... cu an d o n o h ay nada in d ica d o ; h ay q u e saber, p u e s , lig a r y a ta ca r p o r sí m ism o , co n gu sto y en lo s lu g a ­res a p ro p ia d o s .» « S ien to u n a g ra n c o m p a sió n cu a n d o v e o v io lin is ta s b ie n fo rm a d o s ... e je cu ta r pasajes m u y fá ­c ile s ... d e fo rm a to ta lm e n te co n tra ria al p e n sa m ie n to d el

52.

Page 51: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

P R O B L E M A S D E N O T A C I Ó N

Icom p ositor» . O sea, se trátaba p o r un lad o de segu ir la ar­ticu lació n p re scrita m ed ian te p u n to s, arcos y ligad u ras— au n qu e los go lp es d e arco y de len g u a n o bastan de n in ­g u n a m anera, s in o q u e adem ás hay q u e p o n erlo s d e re lie v e m e d ia n te u n a e jecu ció n ! d in á m ic a — y, p o r o tro , d e e n ­co n trar los m o d elo s d e a rticu lació n ad ecu ad o s allí d o n d e e l c o m p o sito r n o p rescrib e nada.

C o n tra ria m en te a estos req u erim ien to s, desd e h ace u n

tiem p o se toca en m u ch o s lu gares u n te x to m usical « d e p u ­rad o » , y d e s d e esa a ta la y a d e la « fid e lid a d a la o b r a » a m en u d o se ta ch a n de «rojm antizadas», d e estilísticam en te in co rrecta s , las in terp retac io n es m ás v iv a s e im agin ativas de m úsica c lá s ica y b arro ca.

D e la n o ta c ió n d e lo s re c ita tiv o s ta m b ién resu lta n p ro b le m a s m u y sign ifica tivo s. A q u í q u is ie ra lla m a r la

a ten ció n en e sp e c ia l sobare la d ife re n c ia en tre e l r e c ita t i­v o ita lia n o y e l fra n cés. jEn am b o s e x is te e l m ism o p r o ­b lem a , a sab er, e l d e traiisp .on er en m ú sica la m e lo d ía y el r itm o d e l le n g u a je h a b la d o . L o s ita lia n o s lo h a c e n a su m an era g en e ro sa , a n o ta n d o el r itm o h ab lad o más o m e­n o s y e s c r ib ie n d o en to d o caso , p o r cu e stio n e s d e o r t o ­grafía , u n c o m p á s d e cu a tro p o r cu a tro . A sí, lo s a ce n to s a p a re c e n a ll í d o n d e so n c o n fo rm e s al r itm o h a b la d o , lo q u e p u e d e ser en e l se g u n d o o c u a rto tie m p o d e l co m p á s o en e l p r im e ro , y lo s b a jo s, m u y se n c illo s , son a n o ta d o s

p o r d e b a jo en v a lo re s la rg o s (el h e c h o d e q u e se tien en q u e to car c o m o n o tas co rtas está d o c u m e n ta d o d e m o d o ir r e c u s a b le y es u n e je m p lo m ás d e la d ife re n c ia e n tr e e l te x to a n o ta d o y e l so n id o real d esead o ). D e l can ta n te se e sp e ra q u e siga e x c lu siv á m e n te e l r itm o d e l h a b la y n o el

de las n o tas. Es cu rio so q u e esta e x ig e n c ia in e q u ív o c a se

53

Page 52: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M Ú S I C A

p o n g a en d u d a u n a y o tra v e z e n lo s p re p a ra tiv o s p a ra re

p re se n ta cio n e s d e ó p e r a o en las c lases d e can to . T o d a las fu en tes q u e c o n o z c o se m an ifiestan a fa v o r de u n can to h a b la d o co m p le ta m e n te lib re , q u e só lo se an o ta er co m p á s de 4/4 p o r razo n es o rto g rá fica s . A s í, en 17 8 7 T ü r k dice: « ...m a rc a r e l co m p ás en re c ita tiv o s m eram en te n arrativo s es u n a co stu m b re a lta m e n te a b su rd a [...] v í

c o n tra la e x p re s ió n y d é la ta u n a g ra n ig n o ra n cia p o r p a r ­te d e l in té rp re te » . H ille r , en 17 7 4 : « ...es c o sa d el c a n ta n ­te [...] d e c id ir si h a d e d e c la m a r r á p id o o d esp acio , y

só lo e l c o n te n id o de las p a la b ra s [ ...] le tien e q u e servir de g u ía [...] E s b ien c o n o c id o q u e en to d as partes e l r e ­c ita tiv o se c a n ta s in a te n c ió n a l co m p á s» . C a r i P h ilip p E m a n u e l B ach añade: « ...e l resto d e lo s re cita tivo s [...] se can tan sin re s p e ta r e l co m p ás, au n qu e al escrib irlo s se lo s h u b ie r a d is p u e s to e n co m p a se s» . Y , fin a lm e n te , a l c a n ta n te se le a d v ie r te s ie m p re q u e e n e l re c ita tiv o h a d e h a b la r m ás q u e cantar. N ie d t: « ...e s te estilo se h a de a p ro x im a r m ás al h a b la q u e al c a n to ...» G . F. W o lf, 1789: « ...h a de ser u n c a n to q u e se p a re z c a m ás a u n d iscu rso q u e a u n v e r d a d e ro can to , es d ecir, u n a d e c la m a ció n m u ­sica l.» S ch e ib e: « ...d e l R ecitativo n o p u e d e d e c irse q u e se a can to [...] es u n d iscu rso can ta d o » . T a m b ién R o u s ­se a u d ice en la Bncyclopédie: « ...e l m e jo r rec ita tiv o es a q u é l en e l q u e m e n o s se can ta». (E ste t ip o de re c ita tiv o a p a re ce tam bién con frq cu e n cia en la m ú sica alem an a.) C u a n d o h ay q u e su sp e n d e r la r e c ita c ió n lib re en ritm o h a b la d o se e s c r ib e en to n ces «a te m p o » o a lgo p a re c id o ; e sto s ign ifica q u e lo q u e h a y antes n o se h a d e in terp re ta r a co m p á s, sino en ritm o lib re, a p a rtir de ese m o m en to se h a d e re sp e ta r d e n u e v o e l co m p ás.

54

Page 53: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

P R O B L E M A S DE N O T A C I O N

E ste t ip o d e lib e rta d e s n o se c o rre s p o n d e e n a b so lu ­

to co n el e sp ír itu ra c io n a l fra n c é s . A s í, L u lly — que era ita lia n o — d esa rro lló a p a rtir d e l le n g u a je p a té tico de lo s a cto res fra n c e se s u n a e sp e c ie d e c ó d ig o de r itm o s h a b la ­dos q u e in te n tó e x p re sa r co n e x a c titu d p o r m e d io d e la n o ta c ió n m u sica l. D e e llo re su lta b a n , ló g ic a m e n te , c o m ­p ases c o m p lic a d o s c o m o 7/4, 3/4, 5/4. E sto s co m p ases e ran en la o rto g ra fía m u sica l de la é p o c a a b so lu ta m e n te im p en sa b les; n o p o d ía h ab er m ás q u e com p ases d e d os y cu a tro , o d e dos y tres, o d e c u a tro y tres. P o r tan to se e s ­c rib ía 4/4 ó 2/2 ó 3/4; e l 2/2 es e x a cta m e n te e l d o b le de ráp id o .

Rameau, Castor et Pollux

Non, el- le voit le Jour, Te- l a - I - re t'a

~crT# *

do-re. Au pied detoa bü-

eÉ eÉ É

cher, dé-tes-tant l'u-ni

¡ É É S é é e

vers, f ai vu l'horreur qui la dé

¥

55

Page 54: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A s í, e n e l re c ita tiv o fra n c é s a p a re ce n co n fre c u e n c ia c in co co m p a ses d ife re n te s en e l e sp a c io d e c in c o c o m p a ­ses, p u e s en la su ce sió n d e co m p a se s 4/4, 3/4 y 2/2 se fo r ­m an co m p a se s d e 7/4, 6/4, 5/4, 4/4 ó 3/4. D e esta m a n e ­ra, en e ste sistem a se d an to d a s las p o s ib ilid a d e s d e tip o s d e c o m p á s , ta m b ié n lo s m ás co m p le jo s; lo q u e n o h ay q u e o lv id a r es q u e el co m p ás alia breve (2/2) ha de ser

e x a c ta m e n te e l d o b le d e rá p id o q u e el 4/4. E ste sistem a d e n o ta c ió n (al c o n tra rio d e l ita lia n o ) es m u y e x a c to y se c o r re s p o n d e co n el g u sto p o r e l o rd e n d e lo s fra n ceses. C o n é l, lo s te x to s o b tie n e n u n m a g n ífic o r itm o e s c a n ­

d id o .Q u iz á d e b e r ía h a c e r a lu s ió n ta m b ién a u n a e sp e cie

d e n o ta c ió n « esten o g rá fica » . C o n s id e ra d o e s tr ic ta m e n ­te, e l b a jo c o n tin u o n o es otra co sa q u e una p a rtitu ra en

u n c ó d ig o a b re v ia d o que m u e stra al e je cu ta n te e l tra n s­cu rso a rm ó n ico d e la p ieza . L o q u e éste tie n e q u e to c a r n o e stá fijad o, d e p e n d e d e sus c o n o c im ie n to s y d e su g u s to . T a m b ié n las óperas fra n ce sa s d e l s ig lo x v n y p a r ­te d e l x v m — o sea, h a sta R a m e au a p ro x im a d a m e n te — e in c lu s o u n a b u e n a p a rte de las ó p eras ita lia n a s, so b re to d o las ve n e cia n a s , están a n o ta d a s en c ie r to m o d o e s te ­n o g rá fic a m e n te , es d ecir, están escritas d e ta l m an era q u e e l in té rp re te tie n e an te sí ú n ica m e n te u n a e s p e c ie de e s q u e le to d e la o b ra , el cu a l a m e n u d o n o c o n sta más que d e l b a jo in stru m e n ta l y la p a rte can tad a. A v e c e s , en las ó p e ra s fra n ce sa s hay adem ás algun a in d ic a c ió n so b re los in s tru m e n to s q u e se han d e em plear. E sta m a n e ra de e s ­c r ib ir las ó p e ra s o fre c e a l in té rp re te n u m ero sas p o s ib ili­d a d e s p a ra in stru m en ta r la o b r a segú n sus c ircu n stan cia s y su g u s to , in c lu so p ara c o m p le ta r to d a la p la n tilla or-

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M Ú S I C A

Page 55: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

P R O B L E M A S D E N O T A C I Ó Nr

q u esta l. D e a lgu n as re p re se n ta c io n e s d e la é p o c a se h an c o n se rv a d o las p a rte s o rq u e sta le s , éstas nos p e rm ite n re a liza r c o m p a ra c io n e s in teresan tes e n tre in te r p r e ta c io ­n es v e rd a d e ra m e n te h istó r ic a s q u e m u e stra n d ife re n cia s c o n sid e ra b le s e n tre sí. A s í, e n co n tra m o s la m ism a ó p era u n a v e z co n u n a o rq u e sta q u e in c lu y e tro m p a s y tr o m p e ­tas, y o tra v e z só lo c o n u n a p e q u e ñ a o rq u e sta d e cu erd a ; en to d o s lo s m a te ria le s p (ara la in te rp re ta c ió n se e n c u e n ­

tra n p artes in te rm e d ia s co m p le ta m e n te d iferen tes; a v e ­ces u na o b ra está com pi^esta só lo a tres vo ce s , a v e ce s a c in c o . i

E sta d iv e rs id a d se e x p lic a p re c is a m e n te p o r q u e el c o m p o s ito r só lo e s c r ib ía la s p artes e x te rn a s , el resto era cosa d e los in té rp re te s . L a m e n ta b le m e n te n o p o d em o s e s tu d ia r co n e x a c titu d la a p lic a c ió n d e estas p o s ib ilid a ­des en la ó p e ra ita lia n a ¡p o rq u e d e ésta apenas se h an co n se rv a d o lo s m ateria les , m ie n tra s q u e d e la ó p e ra fra n ­cesa ten em os a n u e stra 'd isp o sic ió n m u ch o s m ateria les p a ra la e je cu c ió n d e lo s s ig lo s x v i i y x v m . E l p r in c ip io se p u e d e d istin g u ir ta n to acjuí c o m o a llí. H a y ta m b ié n p a r ­titu ras italianas en las q u i la s lín eas p a ra las partes in stru ­m en tales se d ejaro n en b la n c o ; d e ese m o d o , el e je c u ta n ­te te n ía la p o s ib ilid a d d e ico m p le ta r ta les lu g a re s co n u na e sc ritu ra o rq u e sta l. E sto n o lo h a c ía e l c o m p o sito r m is­m o , s in o q u e m ás b ie n se c o n s id e r a b a p a rte d e la r e a ­liz a c ió n . L a o b r a y la e je cu c ió n p e rm a n e c ía n p o r ta n to c la ra m e n te sep ara d a s. E l e sp a c io c re a tiv o l ib r e d e l in té r ­p re te , m e d ia n te e l cu a l j^ada in te r p r e ta c ió n d ev en ía u n a co n te c im ie n to ú n ic o e ijrrepetible, es p a ra e l m ú sico d e h o y a lg o co m p letam en te! ajen o, a lg o d e lo q u e en g e n e ra l n o tie n e c o n c ie n c ia . Sin¡ e m b a rg o , p ara p o d e r e jecu ta r

57

Page 56: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

h o y en d ía la m ú sica an tigua d e fo rm a m ín im am en te a d e ­cu a d a , se te n d ría n q u e sacar a la lu z a lgu n o s asp ecto s de este e n o rm e te so ro d e c o n o c im ie n to , q u e en o tr o tiem p c se d a b a p o r se n ta d o , y tra n sm itir lo s a lo s m ú sico s, y nc só lo a lo s llam ad o s « esp ecia listas» en m ú sica antigua. A u n c u a n d o la cu e stió n Ide la r e p ro d u c c ió n e s tilís tica c o ­rre c ta q u e d e (gracias a jD io s) p a ra siem p re sin re s p u e s ­ta— la n o ta c ió n es d e m a sia d o a m b ig u a p a ra e llo — , n o s o ­tro s p e rm a n e ce re m o s en to d o m o m e n to a la b ú sq u e d a , y siem pre d escu b rirem o s! n u evas facetas en las g ran d es o b ras m aestras.

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

L a a r t ic u la c ió n

L a a rtic u la c ió n es e l p ro c e d im ie n to té c n ic o d e l h a b la , la m an era en q u e se en lazan las d ife re n te s v o ca le s y c o n s o ­n an tes. S e g ú n e l d ic c io n a rio M e y e r (1903), a rticu la r s ig ­n ifica « d iv id ir , e x p o n e r a lg o p u n to p o r p u n to ; h a c e r r e ­sa lta r co n c la r id a d las p artes in d iv id u a le s d e u n to d o , en p a rtic u la r lo s so n id o s y s ílab as d e las p a lab ras. E n la m ú ­sica se e n tie n d e p o r a rtic u la c ió n lig a r y d esta car lo s so ­n id o s, e l legato y e l staccato, y su co m b in a c ió n , p a ra lo cu a l m u ch o s u tiliza n , lle v a n d o a co n fu sió n , el té rm in o fraseo » . L o s p ro b le m a s <¿le la a rtic u la c ió n se nos p r e s e n ­ta n s o b re to d o en la m ú sica b a r r o c a o , m irad o u n p o c o m ás am p lia m en te , en la m ú s ic a e n tre i 6 o o y i 8 o o m ás o m en os, p u e s esa m úsica! gira esen c ia lm e n te en to rn o al len g u aje . T o d o s los te ó r ico s d e la é p o c a h an re m a rca d o d e c id id a m e n te lo s p a ra le lism o s d e la m ú sica co n e l le n ­guaje, la m ú sica se ca lificó co n fre c u e n c ia co m o « le n g u a ­

58

Page 57: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA A R T I C U L A C I Ó N

je d e lo s so n id o s» . S im p lifica n d o y d e m an e ra u n ta n to b u rd a , d ir ía q u e la m ú sica a n te r io r a 18 00 h a b la , la m ú ­sica p o s te r io r p inta. L a p rim e ra h ay q u e co m p re n d e rla , ig u a l q u e to d o lo q u e se h a b la p re su p o n e co m p re n sió n , la se g u n d a a ctú a p o r m e d io d e sen sacio n es q u e n o es p re c is o en ten der, s in o satisfacer.

L a articu lació n m u sical (en la m úsica d e lo s sig los x v n y x v m ) era, p o r u n a p a rte , a lg o to ta lm e n te s o b re n te n d i­d o p a ra el m ú sico , q u ie n n o ten ía m ás q u e aten erse a las reg las g en erales c o n o c id a s para a ce n tu a r y para ligar, es d e c ir , re g la s de la « p r o n u n c ia c ió n » m u s ica l; p o r o tra p a r te , h a b ía y hay, p a ra a q u e llo s lu g a re s en lo s q u e el c o m p o s ito r q u e ría u n a a rtic u la c ió n d e te rm in a d a , a lg u ­nos signos y p a la b ra s (co m o , p o r e je m p lo , p u n to s , rayas h o riz o n ta le s y v e rtic a le s y lín eas o n d u la d a s , arcos de l i­g a d o , p a la b ra s co m o spicca to , sta cca to , leg a to , te n u to , e tc .) q u e señalaban la e je cu c ió n re q u e rid a . T en em o s aquí e l m ism o p ro b lem a q u e ten ía m o s co n la n o tac ió n : estos sign o s d e a rtic u la c ió n p e rm a n e ce n in v a ria b le s d u ran te s ig lo s , in clu so d esp u és d e 1800, p e r o su s ig n ifica d o cam ­b ia a m en u d o de fo rm a rad ica l. Si u n m ú sico , p o r tan to , q u e n o c o n o c e e l c a rá c te r p a rla n te , d ia lo g a n te d e la m ú ­sica b a rro c a , le e lo s sign o s d e a r t ic u la c ió n d e esta m ú si­ca c o m o si h u b ie ra n s id o e s c r ito s en el s ig lo x ix , y eso s u c e d e m u y a m e n u d o , en to n ces su in te rp re ta c ió n (e rró ­

n e a m e n te ) p in tará , en lu g a r d e h ab lar.T o d o s sab em os c ó m o se a p re n d e una le n g u a e x tra n ­

jera; y p a ra n o so tro s la m ú sica b a r r o c a es u n a le n g u a e x ­tran jera , p u es n o so m o s h o m b re s d e l b a rro co . T en em os pues, ig u a l q u e en el caso d e u n a le n g u a ex tran jera , q u e a p re n d e r las p a la b ra s, la g ra m á tic a y la p ro n u n c ia c ió n —

59

Page 58: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

la a r t ic u la c ió n m u sica l, la te o r ía a rm ó n ica y lo s p rin cU p io s . q u e r ig e n las cesu ra s y lo s a c e n t o s - . Y si a p licam o s

e s to s p r e c e p to s en la e je c u c ió n d e la m ú sica eso n o s ig n i­f ic a , n i m u c h o m enos, q u e estem os h a c ie n d o m ú sica ; lo q u e h a c e m os es- m ás b ie n d e letrear co n so n id o s. Q u iz á s es­tem o s d e le trean d o b ie n y el resu ltad o sea b o n ito , p e ro h a­c e r m ú s ic a , eso s ó lo p o d e m o s h a c e r lo cu a n d o d e jam o s d e p en sar en la g ra m á tica y en lo s v o c a b lo s , cu a n d o d e ­ja m o s d e tr a d u cir, cu a n d o e m p eza m o s se n c illa m e n te a h a b lar, en defin itiva , cuan d o se c o n v ie r te en n u e s tra l e n ­g u a p ro p ia y n a tu ra l. É se es e l o b je tiv o . A s í p u e s , in te n ­

tam o s a p re n d er la « gra m á tica» d e la m ú sica a n tig u a . L a ­m e n ta b le m e n te , n o so n s ie m p re lo s m ú sico s a p ro p ia d os lo s q u e se to m a n esa m o le s tia y co n fre c u e n c ia n o s e n ­c o n tram o s c o n m ú sico s q u e , si b ie n c o n o c e n la g ra m á t i­Ca d e la m ú sica , n o h acen o tra co sa — co n p o lv o en l as v e ­nas, c o m o p ro fe s o re s d e lin g ü ís tic a — q u e tra d u c ir l a m ú s ic a . E so n o d e b e m o s ca rg á rse lo a las re g la s , c u y o c o ­n o c im ie n to n o p o d e m o s elud ir.

E n la -m ú sica b a rro c a , c o m o o c u rr ía en to n ce s co n c u a lq u ie r a sp e c to d e la v id a , to d o e s ta b a o rd e n a d o je rá r ­q u ic a m e n te . N o q u ie ro e n tr a r a q u í en la cu e stió n d e si eso es b u e n o o m a lo — so b re eso y a se h a h a b la d o y e s c r i­to m u c h o — , sin o s ó lo co n sta ta r q u e esa je ra rq u ía e x iste . H a y n o tas « n o b le s» y « p le b e ya s» , n o ta s b u en as y m alas.

(M e p a re c e m u y in teresan te , ta n to con re sp e c to a la*mú- s ica c o m o en re la c ió n co n la fo r m a d e so c ie d a d , e l h e c h o d e q u e d e sp u é s d e la R e v o lu c ió n fra n c e sa esa je ra rq u ía casi d e ja ra d e ex istir .) S eg ú n lo s e sc rito re s m u sica les d e lo s s ig lo s x v n y x v m , en u n co m p á s d e 4/4 co m ú n y c o ­rr ie n te ten e m o s so n id o s b u e n o s y m a lo s , n o b iles y viles,

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

6 0

Page 59: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

es d e c ir u n p rim e r t ie m p o n o b le , u n se g u n d o m alo , u n te r c e ro no tan n o b le y un, cu arto m ise ra b le . E l c o n c e p to

de n o b le z a se re fie re , c la r o está, a la a ce n tu a c ió n . E sta q u e d a p ü e s así: u n o - d o s - tres - (cu atro )

ILA A R T I C U L A C I O N

J ' if P f p

(nobiles = n, viles = v. Estos dos signos, utilizados ya en época muy temprkná, no se parecen por casualidad a los signos para arco abajo n y arco arriba V)

La curva de la dinámica

E ste esq u em a d e a ce n tu a c ió n , a m an era de u n a cu rva d e p e so s , es u n o d e lo s p ila re s en los q u e se b a sa la m ú si­ca b a rro c a . E l esq u em a s$ e n cu e n tra ta m b ié n am pliado y se a p lic a a gru p os d e co m p a ses (a u n g ru p o « b u e n o » s i­g u e u n o «m alo» ). P o d e m o s d isp o n e r la m ism a cu rva p a ra u n co m p á s a lo la rg o d e m o vim ie n to s e n te ro s , in ­c lu so a lo la rg o d e obras' en teras, co n lo q u e a d q u ie re n u n a e s tru c tu ra c la ra m e n te re c o n o c ib le d e te n s ió n y d is­te n sió n . E s ta cu rv a d e a ce n tu a c io n e s ta m b ién se e n c u e n ­tra reducida, y así tam biéjn v a le p a ra p asa jes en co rch ea s y en se m ico rch e a s . E x is te p u es u n te jid o in tr in c a d o de jerarq u ías, en las q u e en cad a caso r ig e e l m ism o p r in c i­p io . E ste tip o d e o rd e n lo p o d e m o s o b se rv a r en e l b a rro ­c o p o r d o q u ie r; e x is t ía vjna u n id a d e n tre la c o n c e p c ió n d e l a rte y la c o n c e p c ió n ele la v id a .

P ro b a b le m e n te sería m u y a b u rrid o y m o n ó to n o q u e to d a la m ú sica b a rr o c a se to c a ra segú n ese e sq u e m a r íg i­d o d e a ce n tu a c ió n . S ería casi tan m o n ó to n o — c o n c e p to d e l to d o a n tib a rro c o — c c p io esas in te rp re ta c io n e s m e cá ­

6 1

Page 60: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

n ica m e n te u n ifo rm es, I h o y tan frecu en tes y ex ten d id a s A m b a s fo rm a s son in c o rre c ta s y ab u rrid as, p o r q u e des p u és d e lo s d ie z p rim e ro s co m p ases ya se sab e ex a cta m en te có m o se g u irá la s ig u ie n te m ed ia h o ra . G ra c ia s D ios e x iste n algunas je ra rq u ías d e ord en s u p e rio r q u elim inan la m o n o to n íá de las a ce n tu a c io n e s , la m ás p o d e ro s a d e to d a s .e s la arm o n ía . U n a d iso n a n cia tien e q u a ce n tu a rse siem p re, a u n q u e caiga so b re un tie m p o m alc la re so lu c ió n d e la d iso n a n c ia — y cad a d iso n a n cia tie n su re so lu c ió n — no p u e d e ser a cen tu ad a, p o r q u e si no y n o sería una « re so lu ció n » . E sto lo p o d e m o s n o ta r m u b ien fís ica m e n te , c u a n d o sen tim o s u n d o lo r q u e p o c o p o c o v a c e d ie n d o , fin a lm e n te se resu e lve , y d a p a so a u n se n sa ció n de a liv io . (P a ra la fo rm a en la q u e una resolu c ió n sem ejan te h a de ser e jecu ta d a em p lea L e o p o ld M e za rt en su m é to d o d e v io lín u n a b e lla ex p re sió n : « p eí d ié n d o s e » ) . C o n e s to ¡ya te n e m o s u n a c o n tr a je r a rq u í p o d e r o s a q u e e n s e g u id a trae r itm o y v id a a la je ra r q u í p rin cip a l. E sta es co m o u n a arm azón, u n e sq u e le to , u: esq u em a co n un o rd en fijo. Y este o rd e n fijo es quebran tad o u n a y otra v e z p o r lo s acentos de las d isonan cias.

H a y d os su b jerarq u fas m ás q u e alteran d e fo rm a inte resan te las acen tu a cio n es p rin cip a les: el ritm o y el énfasi: C u a n d o u n a n o ta corta jes segu ida p o r u n a m ás larga, ést se acen túa sistem áticam en te, au n qu e caiga en u n a part d e l com pás «m ala», sin. acen to ; de esa m an era se resalta los ritm os sin co p a d o s y d esp ren d id o s.

E l a ce n to e n fá tic o cae s o b re lo s so n id o s e x tre m o s d la m e lo d ía (el can ta n te a co stu m b ra a te n e r ra zó n cu a n d a cen tú a las n o tas agu das o in c lu so se q u e d a en ellas má tie m p o ). C o m o vem o s, e l a rm a zó n b ásico d e la jerarqu í

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C AI

6 2

Page 61: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA A R T I C U L A C I Ó N

d e l co m p ás está so m e tid o a u n g ra n n ú m e ro d e c o n tr a ­jerarqu ías. A s í, e l o rd en , q u e sin m ás se r ía b a sta n te in ­su lso , se v e c o n sta n te m e n te in te rru m p id o d e fo rm a in te ­resan te y re a v iv a d o a m u ch o s n iv e le s .

VirrriM irrrirr> > >

Las « re d u cc io n e s» de las reglas de a ce n tu a c ió n en las co rch ea s y en las sem ico rch ea s co m en ta d a s antes c o n d u ­ce n a la a rtic u la c ió n p ro p ia m e n te d ich a . L a l ig a d u r a y la sep a ra c ió n de so n id o s su e lto s y d e g ru p o s m ín im o s de n otas o figu ras so n los m ed io s de e x p re s ió n p ara e llo . T e ­nem os p ara la a rtic u la c ió n a lg u n o s sign os d e p r o n u n c ia ­ción: la lig a d u ra , la ra y a v e r tic a l y e l p u n to . E sto s sign os sin e m b a rg o se u tiliz a b a n raras v e c e s . ¿P o r q u é? P o r q u e su em p leo era d e so b ras e v id e n te p a ra el m ú sico . L o s m ú sico s sab ían lo q u e te n ía n q u e hacer, d e ig u a l m an era q u e p a ra n o so tro s es e v id e n te h a b la r n u e stra le n g u a m a­tern a. C asu alm e n te , J o h a n n S e b a stiá n B ach , en su fu n ­c ió n de m aestro y ca n to r de la e s c o la n ía d e S a n to T om ás, tu v o casi s iem p re m ú sico s jó v e n e s e in e x p e rto s , q u e al p a re c e r n o sab ía n có m o articu lar, así q u e — p a ra d e sa g ra ­d o d e sus co n te m p o rá n e o s, q u e n o e sta b a n en a b so lu to d e a cu e rd o co n esta m an era d e h a c e r— les in d ic ó en m u ­chas o b ras to d a la a rticu la c ió n . C o n e llo n o s ha d e ja d o una. serie d e m o d e lo s a través d e lo s cu a les p o d e m o s a p re n d e r có m o se a rticu la b a , es d e c ir , c ó m o se h a b la b a co n so n id o s, en e l b a rro co . A s í, p a rtie n d o d e esto s m o ­d elo s, p o d em o s a rticu la r c o n s e n tid o las o b ra s d e B ach ,

6 3

Page 62: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

y ta m b ié n las d e los dem ás co m p o sito re s d e aq u el t ie m ­p o q u e se h an tra n sm itid o sin sign o s d e a rticu la ció n , o co n

m u y p o c o s . E n n in g ú n caso d e b e m o s to c a rla s d e m an era u n ifo r m e e in a rtic u la d a .

Si h ab lam o s d e articu la c ió n ten d rem o s q u e em p ezar p o r e l so n id o a islad o . L e o p o ld M o z a rt d e scrib e su e je cu ­c ió n de m an era m u y sugestiva: « C u a lq u ie r so n id o , in c lu ­so e l atacado co n m ás fu erza , tien e p o r sí m ism o un d e b i­lita m ien to apenas p e rce p tib le , si no, n o sería un so n id o

sino u n ru id o d esa g ra d a b le e in co m p re n sib le . Y ese d e b i­lita m ie n to se o ye al fin al de cad a so n id o » . Y en otro lugar: «Tales notas h an d e atacarse co n fu e rz a y m an tenerlas sin p re sio n a r d e m an era q u e p ro g re siva m e n te se vayan p e r ­d ie n d o h a c ia el s ilen cio . C o m o é l s o n id o d e u n a cam p an a [...] se p ie rd e p o c o a p oco». N o ob stan te , tam b ién d ice q u e en el caso d e n otas p u n tead as, ha d e m an ten erse b ien el so n id o . P e ro al m ism o tiem p o q u e e l p u n to « ... se m an ­tie n e a la n o ta p e rd ié n d o se h acia el s ile n c io .» E sta co n tra ­d ic c ió n a p aren te es u n ejem p lo t íp ic o d e có m o se p u e d e m alin te rp re ta r u n a fu e n te a cau sa d e u n p e q u e ñ o e q u ív o ­co . H a y q u ien tom a la in d ica ció n d e M o z a rt d e m an tener

los sonidos co m o « p ru eb a» d e q u e y a ento n ces u n va lo r d ete rm in a d o se ten ía q u e e jecu tar sosten u to , es d ecir con u n a in te n sid a d u n ifo rm e. E s ev id e n te , sin em bargo , q u e el « so n id o de cam p an a» era a lgo g en era lm en te a cep tad o p o r sí m ism o y q u e e l « m an ten er» se refería a n o atacar e l so ­n id o sigu ien te d em a sia d o p ro n to . P a ra m an ten er u n so n i­d o a p le n a in te n sid a d (com o se h ace h o y h ab itu alm en te) h ab ía en to nces q u e e x ig ir lo e x p resa m en te m ed ian te la in ­d ic a c ió n ten uto o sostenuto. E n tales casos ten em o s q u e re fle x io n a r q u é es lo q u e se q u iere d e c ir y n o p e rd e r de

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E LA M Ú S I C A

6 4

Page 63: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA A R T I C U L A C I Ó N

vista q u e lo s autores a n tigu o s ñ o escrib ían p a ra n o so tro s sino p ara sus co n tem p o rá n eo s. L o m ás im p o rta n te p ara n o so tro s es a m e n u d o lo d u e n o e s tá escrito , p u e s a q u ello q u e era co n o cid o en gen eral, lo q u e se so b ren ten d ía , eso n o lo d e scrib ie ro n . N o e x iste n in g ú n tratad o q u e u n o p u e ­d a a d m itir s in m ás y crejsr q u e u n a v e z e stu d iad o y a se sab e to d o . H a y q u e ser pjor ta n to m uy cu id a d o so co n las citas y te n e r en cuen ta, en la m e d id a d e lo p o sib le , to d o el co n te x to . L a s « co n trad icc io n e s» son en to d o s lo s casos

m alen ten d id o s.L a n ota a islad a, pues,| se articu la (se p ro n u n cia ) co m o

u n a s íla b a a islad a. L o s o rgan istas p re g u n ta n c o n fr e c u e n ­cia c ó m o se t ie n e q u e to c a r en e l ó rg a n o u n so n id o p a ra q u e se p ie rd a . Y o p ie n so q u e en e llo la sala d e se m p e ñ a u n p a p e l im p o rta n te . Tcjdo ó r g a n o está in te g ra d o a un e sp a c io , p a ra u n b u e n o¡rganero el e s p a c io es p a rte del in stru m e n to . A n te s , h asta h a c e tre in ta o c u a re n ta años, se p e n sa b a q u e e l ó rg a n o era e l in stru m en to d e l sosten u -to. E n lo s ú ltim o s d e ce n io s , en ca m b io , se h a r e c o n o c id o

. J .q u e e n e l ó rg a n o ta m b ié n es p o s ib le u n a e je cu c ió n e x ­tra o rd in a ria m e n te a rticu la d a , q u e lo s b u e n o s ó rga n o s an tig u o s t ie n e n u n p ro c e d im ie n to d e p r o d u c c ió n d e so ­n id o q u e lo s a ce rc a a u n a c u r v a se m eja n te a l d e l so n id o d e cam p an a. L o s m ejo res o rga n ista s, co n b u e n o s in s tr u ­m en to s y en e sp a c io s a p ro p ia d o s , sab en cu á n d o y có m o a ca b a r u n so n id o p a ra p jrovocar la im p re sió n d e q u e el so n id o se p ie rd e , la im p re s ió n d e l so n id o d e cam p a n a , y c o n se g u ir así u na e je cu c ió n e lo cu e n te . E s u n a ilu s ió n (p a re c id a a la d e l a ta q u é « d u ro » o « b lan d o » d e l p ia n is ­ta), p e ro es q u e en la m ú sica só lo c u e n ta la ilu s ió n , la im ­p re s ió n q u e o b tie n e e l o y e n te . E l h e c h o té c n ic o (el s o n i­

Page 64: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

d o d e l ó rga n o n o c o n o c e el d im in u en d o , en el p ian o n o s< p u e d e h a c e r u n a ta q u é d u ro ,o b la n d o ) es a lg o ab so lu ta m en te se cu n d a rio . C o n tin u a m e n te se o b se rv a có m o lo gran d es m ú sico s ta m b ié n h an sid o acú stico s em p írico s E n c u a lq u ie r lu g a r h an sa b id o siem p re q u é es lo q u e ha b ía q u e h a ce r, c ó m o h á b ía q u e to c a r en ése o en o tro lu gar; en cad a caso h an re s ta b le c id o s ie m p re la relació i e n tre esp acio y m ú sica .

E l so n id o a is la d o en la m ú sica p o s te r io r a 1800, m á o m en o s, se m e p re se n ta en su sosten u to , c o m o u n soni d o b id im e n sio n a l, p la n o , m ien tras q u e e l so n id o id ea l d la m ú sica a n te rio r, g racias a su d in á m ica in tern a , resu lt c o r p ó r e o , es d e c ir tr id im e n sio n al. T a m b ié n lo s instru m en to s se c o rre s p o n d e n co n esa c o n c e p c ió n id e a l de I p la n o o d e lo e lo c u e n te , co sa q u e se p u e d e o ír m u y bie: si se to ca la m ism a fraSe en u n o b o e b a rr o c o y a conti n u a c ió n en u n o b o e m o d ern o . E n to n ce s en te n d e m o s en s e g u id a la id e a q u e su b y a c e en esos d o s so n id o s.

V ayam os a lo s g ru p o s d e so n id o s o figuras. ¿C óm i h a y q u e to c a r las n otas ráp idas, p o r e je m p lo las corch ea en u n co m p ás alia breve 0 o las se m ico rch ea s en un 4/4 A lle g r o ? S egú n los p r in c ip io s actuales h a b r ía q u e to ca r ca n ta r las n otas d e ig u a l v a lo r d e la m an era m ás regula p o s ib le — algo así com o perlas, ¡todas ig u a le s!— . D esp u é d e la S eg u n d a G u e rra M u n d ia l esto fu e p e rfe cc io n a d o pe a lg u n as o rq u esta s d e cám ara; co n e l lo se e s ta b le c ió u d e te rm in a d o e s tilo pai¡a to c a r se m ico rch e a s q u e caus g ra n en tu siasm o en to d o e l m u n d o (a esa fo rm a d e toca se le d io ad em ás s ign ifica tiva m e n te e l n o m b re m ás ir a d e c u a d o q u e c a b r ía iin agin ar: « g o lp e d e a rco b a ch ií n o » ). E sa fo rm a d e h a t e r m ú sica , s in e m b a rg o , n o rí

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

66

Page 65: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

L A A R T I C U L A C I Ó N

sulta p re c is a m e n te e lo c u e n te . T ie n e a lg o d e m e cá n ic o gn sí y, c o m o n u e s tra é p o c a ha s u c u m b id o a las m á q u i­nas, n o se ha n o ta d o q u e es in a p r o p ia d a . P e r o n o s o tro s b u sca m o s a h o ra lo c o r re c to . ¿ Q u é h a y q u e h a ce r, p u e s ,

con esas se m ic o rc h e a s ? L a m a y o r ía d e los c o m p o s ito ­res n o e s c r ib ie r o n s ig n o s d e a r t ic u la c ió n en sus p a r t i­turas. U n a e x c e p c ió n es B a c h , q u ie n , c o m o h em o s d i­ch o , n o s ha d e ja d o m u ch a s o b ra s c o n in d ic a c io n e s m u y e x a cta s . E n la p a rte in s tr u m e n ta l d e l a ria p a ra b a jo de la Cantata 47, p o r e jem p lo , a r t ic u la u n g ru p o d e cu a tro n o tas c o lo c a n d o u n p u n to s o b r e la p rim e ra y lig a n d o las otras tre s . P e r o en la m ism a c a n ta ta a p a re c e e x a c ta ­m en te la m ism a fig u ra c a n ta d a , co n e l te x to : «Jesu, beuge doch m ein H erze» , y ahí a p a r e c e n lig a d a s las n o ­tas d e d o s en d os.

Violín y oboe

P e rso n a lm e n te , este e je m p lo m e p a re c e m uy im p o r­tante, p o r q u e co n él B a ch está d ic ie n d o : n o e x iste só lo una a rt ic u la c ió n co rrecta p a ra u n a figu ra m u sica l, sino varias; aq u í in c lu s o ¡s im u ltá n ea m en te! P o r su p u esto hay ta m b ién p o s ib ilid a d e s d el to d o in c o rre c ta s , q u e deb em os e n c o n tra r y e lim in ar. E n c u a lq u ie r caso , lo q u e vem o s es

q u e en la m ism a p ie z a e l c o m p o s ito r d e se a e x p re s a -

6 7

Page 66: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

m e n te dos a r t ic u la c io n e s d ife re n te s p a ra e l m ism o p a ­

saje . L a e x a c t itu d c o n la q u e é l e x ig e p re c is a m e n te esas d o s v a r ia n te s la p o d e m o s o b s e rv a r en e l p u n to d e a r t i­c u la c ió n .

E s to n o s c o n d u c e a o tra re fle x ió n . E n la p in tu ra v e ­la d a a l ó le o el c o lo r es tra n sp aren te , s ie m p re se p u e d e v e r u n a cap a a tra v é s d e la o tra , así se p u e d e v e r a través de c u a tro o c in c o cap as h a sta el e s b o z o q u e h ay al fo n d o . A lg o sem ejan te n o s s u c e d e a l e scu ch a r u n a p ie z a m u sica l b ie n a rt ic u la d a ; se p o d r ía d e c ir q u e c a m in a m o s co n

n u e s tr o s o íd o s h a c ia las p r o fu n d id a d e s y e sc u c h a m o s c o n c la r id a d las d iversa s cap as q u e, s in e m b a rg o , se fu n ­d e n e n u n to d o . E n e l fo n d o p o d e m o s e sc u c h a r el « e sb o ­z o » , e l p la n , e n o tro n iv e l e n co n tra re m o s lo s a ce n to s d e las d iso n a n cias , en e l s ig u ie n te u n a v o z q u e p o r su d ic ­c ió n está su a ve m e n te lig a d a y o tra q u e e stá r íg id a y d u ­ra m e n te a rticu la d a ; to d o e llo s in c ro n iz a d o , a l m ism o t ie m p o . E l o y e n te n o p u e d e ca p ta r a la v e z to d o lo q u e la p ie z a c o n tie n e , s in o q u e v a p a se á n d o se p o r lo s d ife re n ­tes n iv e le s de la p ie z a y o y e co n sta n te m e n te otra cosa. L a

e x is te n c ia d e esos n iv e le s m ú ltip le s es d e u n a im p o rta n ­c ia e n o rm e p a ra la c o m p re n s ió n d e la m ú sica , q u e p r á c ­t ic a m e n te n u n c a se c o n te n ta co n a lg o m e ra m e n te s u p e r­fic ia l.

E n las p a rte s ca n ta d a s d e B a c h e n co n tra m o s co n m u ­ch a fre c u e n c ia , al ig u a l q u e en e l e je m p lo an terior, u n a a r t ic u la c ió n fu n d a m e n ta lm e n te d ife re n te a la d e lo s in s ­tru m e n to s a co m p a ñ a n te s . E sta 1 d ife re n c ia c ió n se c o n s i­d e ra e n g e n e r a l hoy, la m e n ta b le m e n te , u n « erro r» del c o m p o s ito r y se « co rrig e » . N o s re su lta m u y d if íc il c o m ­p r e n d e r y a ce p ta r la p lu r a lid a d d e n ive les , la s im u lta n e i­

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M Ú S I C A

68

Page 67: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

d a d d e cosas d ife re n te s; n|osotros q u e re m o s u n o rd e n d e l tip o m ás se n c illo . E n e l s ig lo x v m , en cam b io , se q u e r ía

la p le n itu d , la desm esura) q u e a ll í d o n d e u n o e scu ch e se re c ib a u n a in fo rm a ció n , 4 u e n a d a esté u n ifo rm iz a d o . Se m ira las cosas d e s d e to d a? p a rte s ¡ a la v e z ! U n a s in c ro n i­za ció n , p o r lo q u e re sp e c ta a la a rt ic u la c ió n , d e l colla parte n o e x iste . L a o rq u e sta a rt ic u la d e m an era d ife re n te q u e e l co ro . E sto es a lgo co n lo q u e la m a y o r p arte d e lo s « esp ecia listas en e l barijoco» n o e s tá n fa m ilia r iza d o s, s iem p re q u ie re n n ivelar, jtenerlo to d o lo m ás ig u a l p o s i­b le y e scu ch a rlo en h erm o sas co lu m n a s son oras b ie n d e ­

rech as, p e r o n o en su d ive rs id a d .E sa p lu r a lid a d d e n iveles e n la a rtic u la c ió n n o e x is te

só lo e n tre las p a rte s vo ca le s e in stru m e n ta le s, s in o ta m ­b ié n d e n tro d e la o rq u e sta , in c lu s o d e n tro d e un m ism o

as p a rtes in stru m en ta les d e la Pasión según San M a teo , e n tre

otras o b ras, h a y n u m ero so s .ejem plos en lo s q u e u n m is­m o p a sa je m u e stra a rticu la c io n e s d iversas e n v o c e s d ife ­rentes. P o r m ás in c re íb le jq u e esto p u e d a p a re ce r a n u e s ­tro s o jos áv id o s d e ord^ n, ta n to m ás b e llo , v a r ia d o y e lo cu en te su en a en la p ra ctica .

¿ Q u é s ign ifica p u es la! ligadura p a ra u n instrum en tista de cu erd a o d e v ie n to o ¡un can ta n te , o in clu so para u n in stru m en tista d e tecla? S ign ifica f u n d am en ta lm en te q u e la p rim era n o ta bajo la ligad u ra ha d e ser acen tuada, q u e es la m ás la rg a y q u e las n o ta s s ig u ie n te s son m ás su a v e s . E ste e s el p r in c ip io . (C orn o v e m o s, a q u í n o s e e n cu e n tra nada d e las n o tas « u n ifo rm es» q u e se e x ig e n en la e n se ­ñ a n za o fic ia l d e la m ú sica h o y en d ía .) P o r s u p u e sto e x is ­ten e x c e p c io n e s , p e r o la reg la es ese re tro ce d e r p ro g re s i-

LA A R T I C U L A C I O N

6 9

g ru p o in stru m e n ta l. E n M isa en s i m en or y d e la

!

Page 68: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

vo . A p a rtir d e 18 0 0 , la lig a d u ra se u tiliz a d e u n a m an erí c o m p le ta m e n te d ife re n te . D e ja d e ser u n s ig n o d e p ro n u n c ia c ió n p a ra c o n v e rtirse e n u n a in d ic a c ió n té c n ic a C o n este s ig n ifica d o , la lig a d u ra c a re c e de sen tid o y de u tilid a d p ara la m ú sica b a rro c a . S i n o co n o c e m o s estí d ife re n c ia en e l s ig n ifica d o de la lig a d u ra , da a b so lu ta

m en te ig u a l si h a y lig a d u ra s escrita s o no, p u es h o y cu a l q u ie r m ú sico in te n ta , sea co m o sea, h a c e r la a rticu la c ió r im p e r c e p t ib le , d e ta l m a n e ra q u e to d o suen e co m o s: h u b ie ra so b re to d a la m ú sica u n g ra n a rco de legato.

E n la m ú sica b a r r o ta , el s ig n ifica d o fu n d a m e n ta l de la lig a d u ra es p u e s qué. se a ce n tú e la p rim era n o ta . E r esta m ú sica , co m o h em os d ich o an tes, la jera rq u ía b á sic í d e l c o m p á s en cu a n to a lo s a cen to s resu lta a ltera d a poi la a rtic u la c ió n y p o r la d iso n a n cia . Y esa alteración es le in teresan te; así c o m o en las ostras la a lte ra c ió n cre a uní p e r la , ig u a lm e n te en la m ú s ic a la a lte ra c ió n su sc ita lí a ten ció n d el o yen te . C o n tin u am en te se escrib e que la m ú s ica tra n sfo rm a a q u ie n la e scu ch a. E s to só lo p u e d e su c e d e r cu a n d o la m ú s ic a a c tú a s o b re e l o y e n te c o rp o ra l 3 e sp ir itu a lm e n te . Im ag in em o s u n a co rd e d e sép tim a d< d o m in an te . C u a n d o u ñ o lo e scu ch a se s ie n te u n a ten s ió n , ta m b ié n c o rp o ra l; la d iso n a n cia e x ig e u n a re so lu c ió n ; si la co n sig u e , se sien te re la ja c ió n y a liv io . C o n es< m o v im ie n to c o r p o r a l dé te n s ió n y d is te n s ió n d e l oyent< ju e g a e l co m p o sito r . N a d ie lo g r a su stra erse a la te n d e n c ia al m o v im ie n to c o rp o ra l c u a n d o se e scu ch a m ú sica

c u a lq u ie ra lo p u e d e sen tir y s e .p u e d e o b se rv a r en las sa la s d e c o n c ie rto s . E s u n a p a rte d e la e x p e r ie n c ia d e lí

m ú sica . D e e l lo re s u lta q u e t o d o e l c o m p le jo d e la a rti c u la c ió n n o es s ó lo u n a c u e s tió n d e la p r á c t ic a d e lí

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

7 0

Page 69: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA A R T I C U L A C I Ó N

m ú sica s in o ta m b ié n d e la e s c u c h a . U n a m ú s ic a b ie n

a rt ic u la d a se o ir á d e m a n e ra to ta lm e n te d ife r e n te a u n a m ú sica t o c a d a de fo rm a p lan a . Se d ir ig e a n u e s tr a s e n ­s ib ilid a d c o r p o r a l o a n u e s tr o s e n t id o d e l m o v im ie n to y fu e r z a a n u e stro e s p ír itu a u n a e s c u c h a a c t iv a y d ia ­lo g a n te .

U n s ig n o d e a rtic u la c ió n m u y im p o rta n te es el p u n to . N o rm a lm e n te se p ie n s a q u e u n p u n to a co rta la n o ta p o r ­

q u e ésta es la reg la h a b itu a l hoy. M u c h o s m u sicó lo g o s , en sus n o tas críticas a e d ic io n e s d e p a rtitu ra s , lo llam an « p u n to d e a b re v ia c ió n » , p e r o este c o n c e p to n o ex istía en a b so lu to en la é p o c a b a rro c a . E n u n g ran n ú m ero de

pasajes en los q u e B ach p on ía p u n to s vem os q u e éstos siem p re anulan lo q u e n o rm a lm e n te se h aría en ese lugar. Es d ecir, en lugares d o n d e se to c a r ía larg o , e l p u n to in d i­ca acortar, en lu g a re s d o n d e en g e n e ra l se to ca ría n n otas m uy cortas, el p u n to p id e u n m a y o r ap o yo . L o s p u n to s se p u e d e n co n sid e ra r m u y a m e n u d o c o m o u n a e sp e cie de s ig n o d e acen tu a ció n , en ta l caso p u e d e n s ig n ifica r in c lu ­so u n a la rgam ien to de la nota. E n m uch os casos signifi ­can sim p lem en te: ¡aq u í n o h ay q u e lig a r!, o ta m b ié n m u y a m en u d o q u e notas q u e en gen eral se to c a ría n r ítm ica ­m en te d esigu ales (in ég a le) se h an de to c a r en ritm o u n i­form e. E n el p r in c ip io je rá rq u ico d e la m úsica b a rro c a no se en cu en tra só lo la o p o s ic ió n fo rte-p ia n o , fu erte-flo jo , sino ta m b ié n algo m ás la rg o -a lg o m ás c o rto , es d e c ir una d ife re n cia c ió n en la d u ració n . E n el m o m e n to en q u e se en cu en tra n p u n to s so b re las n o ta s se a n u la esa esp e cie de d iversid ad . L o s p u n to s h a ce n to d a s las n o tas igu ales.

F in a lm e n te , ta m b ié n a p a r e c e n p u n to s en a q u e llo s p a sa je s d o n d e el c o m p o s ito r q u ie r e m o s tra r c la ra m e n te

7i

Page 70: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

« a q u í se acab a» la lig a d u ra . P ro b a b le m e n te to d o s h a b r e ­m os v is to a lg u n a v e z m a n u scrito s d e B a c h y o tro s c o m ­p o s ito re s b a rro co s; c u a n d o e sc rib e n u n a lig a d u ra , s ig n i­fica a lg o a sí co m o : « aq u í h ay q u e ligar, e l e je cu ta n te ya sa b e có m o » ; e l p u n to en cam b io acaba la lig a d u ra co n to d a e x a c titu d . H a y q u e te n e r en c u e n ta q u e u n a l ig a d u ­ra m a n u sc rita — escrita en la m a y o ría d e lo s casos a la l i ­g e ra — n o p u e d e te n e r n u n ca la p re c is ió n d e u n a lig a d u ­ra im p re sa . E n cad a u n o d e lo s casos, p u e s , e l m ú sico

tie n e q u e d e c id ir c ó m o h a b r á c o n c e b id o e l c o m p o s ito r é s ta o a q u e lla lig a d u ra ; p a ra eso e x is te ta m b ié n al fin y al

c a b o u n a e s p e c ie de o r to g ra fía , p o r c o n v e n c ió n y, a d e ­m ás, d e cad a m a n u scrito p a re ce em an ar u n a su g e stió n c a s i m ág ica .

S i la l ig a d u r a se e n c u e n tr a so b re g ru p o s m a y o re s , lo q u e en e l c a so d e B a c h y su s c o n te m p o rá n e o s o c u rre c o n fre c u e n c ia , en to n ces sign ifica , m ás o m enos: « aq u í se d e b e a rtic u la r ta l co m o e l m ú sico aco stu m b ra a h acerlo » ; a l e je cu ta n te se le re q u ie re u n a re a liz a c ió n a p ro p ia d a . U n a l ig a d u r a la rg a p u e d e s ig n ifica r ta m b ié n — y esto h e ­m os d e te n e r lo p re se n te — u n a su b d iv is ió n en m u ch as l i ­g a d u ra s m ás p e q u eñ a s.

A n te s he d ic h o q u e u n a d is o n a n c ia h a de ir s ie m p re lig a d a a su r e s o lu c ió n . E sta es u n a r e g la m u y e s tr ic ta q u e la m e n ta b le m e n te se ig n o ra a m e n u d o h o y en día. C o n to d o , e x is te n a lg u n as p ie z a s — e l c o m p o s ito r ha d e te n e r la p o s ib ilid a d d e r o m p e r u n a r e g la p a ra o b te n e r u n d e te rm in a d o e fe c t o — d o n d e h a y p u n to s so b re la d i­s o n a n c ia y s o b re la r e s o lu c ió n , d e ta l m a n e ra q u e am b as se a c e n tú e n , lo q u e p a ra e l o y e n te d e e n to n c e s s e g u ra ­m e n te d e b ió d e ser u n a so rp re s a , p o r q u e a c e n tu a r tam -

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M Ú S I C A

7 2

Page 71: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA A R T I C U L A C I Ó N

b ié n la r e s o lu c ió n es a lg p d e l t o d o c o n tr a r io a l le n g u a ­je. A lg o p a r e c id o s u e n a g u a n d o , p a ra re sa lta r u n a p a la ­b r a en e s p e c ia l, la a ce n tu a m o s in c o r re c ta m e n te p o ­n ie n d o u n a c e n to d e m ás e n u n a s íla b a q u e e n r e a lid a d n o se a ce n tú a . I

L o s c o n c e p to s d e spiccato y staccato a p arecen en B a c h y V iv a ld i m u y a m en u d o . N o s o tr o s u tilizam o s t o ­d a vía h o y esos té rm in o s, ¡pero co n o tro s ig n ifica d o . S p ic­cato s ign ifica h o y « a rc o sa lta d o » y es u n a in d ic a c ió n q u e tie n e q u e v e r co n la té c n ic a d e l a rco . H a s ta la fu n d a c ió n d e l C o n s e rv a to ire s ig n ifica b a ú n ica m e n te se p ara d o , d e s­

ta c a d o , ig u a l q u e staccat 'q. C o n e llo n o se q u e r ía in d ic a r

u n a d e te rm in a d a fo rm a d e se p a ra c ió n , s in o só lo q u e no se te n ía q u e to c a r legato jii can ta bile en u n a gran lín e a l i ­gad a; las notas te n ía n qike sep ararse . M u ch a s ve ce s e n ­

co n tra m o s «largo e spiccato» en notas d e v a lo re s larg o s. E sta in d ic a c ió n r e s u lta jn c o m p re n s ib le p a ra e l m ú sico a ctu al, in c lu so c o n tra d ic to r ia , p o rq u e largo (un tem p o le n to en v a lo re s la rg o s) ¡y spiccato (arco saltad o) se e x ­c lu ye n m u tu am en te . E n su a ce p c ió n o rig in a l, esta d e s ig ­n a c ió n s ig n ifica s im p le m e n te u n a p ie z a le n ta en la q u e las notas n o han d e ser lib ad as.

E n p relu d io s y o tras o b ras co n c a rá cte r de fan tasía ,

lo s g ru p o s d e n o tas lig a d í s n o c o in c id e n a m e n u d o co n las a g r u p a c io n e s m é tr ic a s —rp o r e je m p lo , lig a d u ra s de tres n o ta s en g ru p o s d e c u a tr o — . D e e llo re su lta o tra c o n ­tr a p o s ic ió n a la a c e n tu a c ió n je rá r q u ic a , se in tr o d u c e u n ritm o co m p le ta m e n te ni^evo en la p ie za . U n a a ltera c ió n d e este tip o es d e u n e n ca n to tu rb a d o r. D e b id o a la s u ­p e r p o s ic ió n d e v a ria s « jjerarquías» , la e s tr u c tu ra r ítm i­ca o rd e n a d a a p a re n te m e n te se d e r r u m b a p o r u n b r e v e

73

Page 72: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

e s p a c io de tie m p o . S e jp u e d e c o m p r e n d e r p o r qué H ii d e m ith d e c ía q u e e l r itm o d e las o b ras p a ra in s tru m e i to so lo d e B a c h e ra de| u n a r iq u e z a d e sm e su rad a .

IA S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E LA M U S I C A

El orden original. > > , > ’ >

i

U n ú n ic o y m ism o p a sa je se p u e d e va riar p o r m e d i d e u n a a r t ic u la c ió n d ife re n te h a sta resu ltar casi irrecc n o c ib le , su e s tru c tu ra m e ló d ic a p u e d e v o lv e rse m ás c lí ra g ra c ia s a e lla , p e ro ta m b ién p u e d e q u ed ar d esfig u ra d p o r co m p le to ; es d ecirj p o r e l m e ro h e c h o d e c o lo c a r la lig a d u ra s d e a rtic u la c ió n de o tra m an era, p o d e m o s itr p o n e r u n m o d e lo rítm ico so b re u n p asa je q u e h a g a prác tica m e n te ir r e c o n o c ib le la s u c e s ió n m e ló d ic a al oyent< O ím o s , p o r e je m p lo , e l ritm o d e las im ita c io n es m otívi cas m ás fu e rte q u e la su cesió n d e so n id o s. E s decir, q u sólo r ítm ica m e n te y a p o d e m o s d is tin g u ir una im ita c ió r C o n la a rt ic u la c ió n d isp o n em o s p u e s d e u n m e d io ta: p o d e ro s o q u e es ca p a z jd e a n u la r la m elo d ía . Q u ie r o de jar c la ro a q u í q u e la a rtic u la c ió n es e l m ed io d e ex p re sió n m as im p o rta n te dé to d o s lo s q u e d isp o n e m o s p ar la m ú sica b a rro c a . 1

D ire m o s a c o n tin u a ció n a lgu n as p a la b ra s so b re la di n ám ica. T o d o m ú sico , ¿>or lo q u e re sp e c ta a la in te rp re ta c ió n , q u ie re sab e r en ¡prim er lu g a r có m o h an de ser lo m atices. (B ajo m atices ¡el m ú sico e n tie n d e fo r te , piano e tc .) . Q u é es fu e rte , q u é es flo jo : eso co n stitu y e h o y ei d ía el p r in c ip io esen cia l de la in te rp re ta c ió n . E n la m úsi

7 4

Page 73: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA A R T I C U L A C I Ó N

ca b a rr o c a ese tip o d e d in á m ica tie n e u n a im p o rta n c ia secu n d aria . A p e n a s e x is te u n a o b ra d e esta é p o ca q u e se vea m o d ific a d a en su e s e n c ia p o r e l h e c h o de to c a r fu e r ­te o flo jo . E n m u c h o s caso s p o d ría m o s in v e rtir sin m ás la d in á m ic a , to c a r p ia n o p a sa je s e n fo r te y v ic e v e r s a ; si se to c a n b ie n y d e fo rm a in te r e s a n te , ta m b ié n te n d r á n sen tid o . E s d ecir, no e x is te u n a d in á m ica c o m p u e sta . N o cab e d u d a d e q u e d e sd e 17 5 0 la d in á m ica re p re se n ta u n p a p e l c a d a v e z m ás e se n cia l en la c o m p o sic ió n . P e ro

p ara la m ú sica b a rro ca esto aú n n o es así, la d in á m ica de la é p o c a b a rro c a es la d e l le n g u a je . E s u n a d in á m ica en p e q u e ñ o q u e se re d u ce a las s ílab as solas y a las p a la b ra s solas. E sta d in ám ica era ya en la é p o c a b a rro c a d e e x ­tra o rd in a ria im p o rta n c ia , só lo q u e a q u í n o se la l la m a d i­n á m ic a s in o q u e p e rte n e c e al co m p le jo d e la a rticu la c ió n , p o rq u e se refiere a so n id o s su e lto s y a g ru p o s m ín im o s d e n o tas. E v id e n te m e n te se p u e d e to c a r u n p a sa je p r i ­m ero en fo r te y lu e g o en p ian o. P e r o e s to no es u n rasgo e se n cia l d e la o b ra o d e la fo rm a , sino m ás b ie n u n c o n ­d im en to a ñ ad id o , u n a e s p e c ie de o rn a m e n ta ció n . L o e se n cia l, en cam b io , es la m ic ro d in á m ic a , e lla re p re se n ta la p ronunciación, c la rifica e l « d iscu rso so n o ro » .

E n e l co n te x to de la a rtic u la c ió n y de la « p ro n u n c ia ­c ió n » m u sica l, e l ritm o p u n te a d o a d q u ie re u n a im p o r ­ta n cia p articu lar. E ste es u n o de lo s ritm o s p rim ig e n io s d el h o m b re y m u ch o m ás « p rim itiv o » q u e, p o r e jem p lo , u n staccato regular. P a ra u n can ta n te o p ara u n in s tr u ­m en tista resu lta de u n a d ific u lta d e x tra o rd in a r ia e je c u ­ta r u n a se rie d e so n id o s d e m an era a b so lu ta m e n te r e g u ­lar. (E n lo s c o n se rv a to rio s d e E u ro p a , d e sd e h a c e casi d o s c ie n to s añ os, se c o n sa g ra u n a gran p a rte d e l e s fu e rzo

75

Page 74: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

e n « cu ltiv a r» la d e s ig u a ld a d r ítm ica n a tu ra l, ta l c o m o t o ­d a v ía se e n c u e n tra en c u a lq u ie r m ú sica p o p u la r , y to c a r co n u n a b e lla re g u la r id a d lo s v a lo re s d e n o tas igu a les .) E n tr e esa re g u la r id a d , q u e en la m ú sica b a rr o c a s e da rara v e z y q u e ten ía q u e ser in d ic a d a e x p re sa m e n te m e ­

d ia n te p u n to s o p a la b ra s , y u n a p u n tu a c ió n m u y m a rc a ­d a h a y in fin id a d d e g ra d o s in te rm e d io s. C u a n d o , p o r e je m p lo , u n o s e n ca d e n a m ie n to s d e co rch e a s re g u la re s se to c a n c o n u n a d e s ig u a ld a d m u y leve , co n c ie rto sw ing, d e ta l m a n e ra q u e en cad a p a r d e co rch e a s la p r im e ra sea lig e ra m e n te m ás la rg a q u e la segu n d a, e n to n ces ten em o s la fo rm a m ás d é b il, casi im p e rc e p tib le , d e l r itm o p u n ­te a d o . E n e l s ig u ie n te g ra d o nos a cerca ría m o s al ritm o d e tre s illo , y en a lgú n m o m e n to el c o m p o sito r se n tirá la n e c e s id a d d e a n o ta r ese r itm o . E n to n c e s escrib e u n p u n ­to d etrás d e la n o ta la rg a y a co rta la se g u n d a la m ita d de su valor* E s to n o s ig n ifica d e n in g u n a m an era q u e la p r i­m era n o ta te n g a q u e ser e x a cta m e n te tres veces m ás larg a q u e la se g u n d a . S ó lo son u n a n o ta larg a y u n a n o ta corta; c ó m o d e la r g a o d e c o r ta lo r e v e la r á e l c o n te x to . A s í p u e s , la n o ta c ió n m u estra s ó lo u n o d e lo s g ra d o s in te r ­m e d io s.

Entre el primero y el segun­do par de notas existe sólo una diferencia gradual de puntuación.

Q u e e l r itm o d e p u n tillo com o ta l se resiste a to d a d i­v is ió n e x a c ta nos lo d ic e la n a tu ra leza . L a lo n g itu d d e las n o tas la rg a s y la b r e v e d a d d e las notas cortas v ie n e d e ­

te rm in a d a p o r e l c a rá c te r d e la p ie z a y p o r lo s p r in c ip io s

76

Page 75: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA A R T I C U L A C I O N

de la co m p o sic ió n . E s c ierto q u e a lg u n o s au to res de los

sig lo s x v i i y x v m d ic e n q u e la n o ta c o rta en u n ritm o p u n te a d o ha d e a ta ca rsé en ú ltim o m o m e n to , p ero y o c re o q u e eso in d ic a s ó lo u n caso e sp e c ia lm e n te m a rca d o y q u e e l re s to d e las m ú lt ip le s p o s ib ilid a d e s n o se c o ­m entan p o r evidentes. Si tom am os cad a regla literalm ente, sin entenderla , y la a p licam o s en tod as p artes, co m etere­m os graves errores. Según! m i p arecer aq u ello s q u e creen al

p ie de la letra son los peojres en em igos d e la «religión». L a

fe c ie g a en las fu en tes es peligro sa .L a m an era a ctu a l d el to c a r ritm os p u n te a d o s, de ta l

m o d o q u e la n o ta co n p u n tillo m an tien e e x a cta m e n te tres v e ce s el v a lo r d e la n o ta co rta sigu ien te, es la rea liza c ió n p re cisa d el te x to escrito , p e ro segu ram en te en la m ayo ría d e lo s casos es erró n ea . S¡e crea así u n a esp ecie de sub rit- m o o rd e n a d o q u e d e stru y e el p u n tillo . E s e v id e n te q u e a q u í e x iste una lagu n a erj la n o tac ió n . N o es p re c isa m e n ­te h a b itu a l e x p re sa r la re la c ió n d esead a m ed ian te cifras; n o se p u ed e escrib ir, p o r e jem p lo , so b re la nota larga un

9 y so b re la co rta u n z. E n la m ú sica b a rro c a , los c o m p o ­sito res escrib en m u y a m e n u d o u n a n e g ra co n p u n tillo y tres fu sas. E sto n o les g¡usta a lo s n u m ero so s p ed an tes p ro fesio n a les q u e la m e n ta b le m e n te tenem os en la m ú si­

ca, así q u e ca lcu lan cu án tas fusas tie n e una corch ea (a sa­ber, cu atro ), las e scrib e n y m ed ian te u n a lig a d u ra en g a n ­

ch an la p rim era d e ellas a la n ota larga.

En los siglos x v i i y xvm Hoy

77

Page 76: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

!L o m ism o p o d r ía h áb er h e c h o tam b ién el co m p o sito i

si h u b ie ra q u e rid o . P e r o é l q u e r ía u n a n o ta la rg a cor p u n tillo y tres cortas. E so n o h a b ría q u e ca m b ia rlo , n i si q u ie ra en las e d ic io n e s n u eva s, p o r q u e u n ritm o p u n te a d o se to ca d e o tra m an era, m ás lib r e , q u e u n o e sc rito cor e x a c titu d .

E n lo s ú ltim o s c in cu en ta a ñ o s n o s h em os a d sc rito la

m e n ta b le m e n te a u n a p e lig ro sa te n d e n cia , en p ro d e h llam ada « fid elid ad a la obra», y h em os o lvid ad o o descarta­d o las b u e n a s tr a d ic io n e s , q u e to d a v ía p e r m itir ía n h c o r r e c ta le c tu r a d e l te x to m u s ic a l e s c r ito , en fa v o r de te x to p u r o . T o d a v ía h a c ia 19 10 , c o m o m u e stra n alguna: v ie jas g ra b a c io n e s (p o r e je m p lo u n en sayo co n Bruñe W a lte r ) , se sa b ía y se Sentía có m o h ab ía q u e to c a r ur r itm o co n p u n tillo . N o ¡fue hasta d esp u és d e q u e Gusta> M a h le r in sistie ra en q u e se d e b ía to c a r e x a cta m e n te le q u e e sta b a en la p a rtitu ra , q u e estos co n o c im ie n to s fu e ro n p e r d ié n d o s e p ro g re s iv a m e n te . E n cu e n tro lam e n ta b le q u e p r e c is a m e n te la id e a d e la f id e lid a d al texte h aya s id o la q u e ha e x tin g u id o la v e rd a d e ra fid e lid a d a h o b ra , q u e se h a y a n o lv id a d o m u ch as co sas q u e ante: c o n s titu ía n u n sa b e r v iv o . A h o r a n o nos q u e d a o tr o re m e d io q u e v o lv e r a a d q u irir esos co n o cim ie n to s co n gra i e s fu e rzo . L o m ism o va le ta m b ié n , c la ro está, p a ra la arti c u la c ió n . M u c h o s m úsicos p ie n sa n h o y q u e c u a n d o en h p a rtitu ra n o h ay sign os ¡ d e a rtic u la c ió n , p o r fid e lid a d a co m p o sito r , es d e c ir p or la lla m a d a fid e lid a d a la o b ra — q u e asp ira a r e p r o d u c ir la s n o ta s y n o la o b r a — , d e b e r í an to c a r lo s g ru p o s d e ilo tas sin in d ic a c io n e s d e fo rm a ta n in a rtic u la d a m e n te co m o e stá n escrito s. E sa « fid e li d a d a la obra» d e la quej ta n to se h ab la m e p a re c e e l m a

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C AI

7 8

Page 77: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA A R T I C U L A C I Ó N

y o r d e to d o s los en em igo s d e u n a in te rp re ta c ió n h o n e s ­ta, p o rq u e co n e lla se p re te n d e h a c e r so n ar ju sto lo que

está e sc rito — ig n o ra n d o lo q u e se e n cu e n tra d etrás d e la n o ta c ió n — . L a n o ta c ió n m u sica l c o m o ta l n o p u e d e re ­p r o d u c ir de n in g u n a m an era u n á p ie za d e m úsica, sino q u e só lo o fre c e p u n to s d e re fe re n c ia para ella . F ie l a la

o b ra , en e l v e rd a d e ro se n tid o de la p a la b ra , es aq u el q u e re c o n o c e lo q u e el c o m p o s ito r q u e r ía d ecir co n las notas, p a ra d esp u és to c a r lo así. C u a n d o e l c o m p o s ito r e scrib e u n a re d o n d a y q u ie re d e c ir una c o rc h e a , en to n ces só lo es fie l a la o b ra el q u e to c a la c o rch e a y n o e l q u e toca la re ­

d o n d a .Y p a ra c o n c lu ir co n la a rtic u la c ió n : e stu d ie m o s las

fu e n te s , e s fo rc é m o n o s p o r s a b e r to d o lo q u e se p u e d a sa b e r so b re lig a d u ra s y su r e a liz a c ió n , in te n te m o s a v e r i­g u a r co n e x a c t itu d p o r q u é la r e s o lu c ió n d e u n a d is o ­n a n c ia h a d e ser d e u n a fo rm a o d e o tra , p o r q u é u n p u n ­t i l lo se ha d e to c a r d e u n a d e te rm in a d a m an era. P e r o cu a n d o h agam os m ú sica te n d re m o s q u e o lv id a r de n u evo to d o lo q u e h e m o s le íd o . E l o y e n te n o ha d e te n e r la im p re s ió n de q u e e sta m o s to c a n d o lo q u e h em o s a p re n ­d id o . T ie n e q u e h a b e r p e n e tr a d o en n u e stra ese n c ia y h a b e r s e c o n v e r t id o en p a rte d e n u e s tra p e rso n a lid a d . N o s o tr o s m ism os ya n o sa b re m o s d ó n d e h em o s a p re n ­d id o a lg o y q u é h em o s a p x e n d id o . Q u iz á h arem o s ta m ­b ié n a lg u n a s cosas « m al» — c o n tr a la le tra . U n « fa llo » q u e p ro v ie n e d e m i c o n v ic c ió n , de m i g u sto y d e m i se n ­s ib il id a d será m ás c o n v in c e n te q u e u n as id eas p u estas a

sonar.

79

Page 78: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

L a m e d id a d e l t ie m p o

E n c o n tr a r e l te m p o en el q u e una p ie za se ha d e tocar, la r e la c ió n d e lo s te m p i e n tre sí en u n a g ran o b ra d e va rio s m o v im ie n to s o en u n a ó p e ra , c o n stitu y e u n o d e lo s p r o ­b le m a s m ás im p o rta n te s q u e e x iste n en la m ú sica . E n la m ú s ic a g rie g a y en la m o n o d ia d e la E d a d M e d ia te m p ra ­n a e r a c o m p le ta m e n te d ife re n te . Se p o d ía to c a r u n a y

la m ism a p ie z a a v e lo c id a d e s d ife re n te s . L a ra p id e z só lo d e p e n d ía d e l te m p e ra m e n to p e rso n a l, ig u a l q u e cu a n d o a lg u ie n h a b la m ás d e p r isa o m ás d e sp a c io . E n e l le n g u a ­je, u n a fra s e n o tie n e u n te m p o d e te rm in a d o e in h e re n te . L a re le v a n c ia d e l te x to n o se v e in flu id a p o r la v e lo c id a d . E n e l g re g o r ia n o e n co n tra m o s u n a v a r ie d a d co n g ra n d e s d ife re n cia s en la v e lo c id a d , sin q u e u n o ten ga la sen sació n d e q u e la m ú sica esté s ien d o fo rz a d a . E n ese t ip o d e m ú ­s ic a n o p a re c e , p u e s , q u e e l te m p o h a y a re p re se n ta d o u n p a p e l d e c is iv o .

L a s fu e n te s lite ra ria s d e la é p o c a d icen : en la m ú sica g rie g a r itm o y te m p o son u n a m ism a co sa. E sto v ie n e d e l r itm o d e l verso , q u e era el p u n to d e p a rtid a de to d a m ú ­sica. E n g rie g o , p o e s ía y m ú sica se d esig n a b a n co n la m is­m a p a la b ra , ca n ta r y re c ita r p o esía s eran lo m ism o. D e e llo se c o n c lu y e q u e se can ta b a d e fo rm a d eclam ato ria , o q u e se d e c la m a b a can tan d o . E x is te n adem ás en g rieg o a n tig u o tres r itm o s y tem p i b á sico s d iferen tes:

i. A q u e llo s q u e co n stan s ó lo d e b re v e s so n rá p id o s y a p ro p ia d o s p a ra d an zas g u e rre ra s y p a ra la e x p re s ió n a p a s io n a d a y resu e lta . H a c ia 16 0 0 se in tro d u je ro n , ju n to c o n las id eas m u sica les re n a cen tistas , en la m ú sica e u ro ­pea, ig u a l q u e las re p e tic io n e s d e n o tas q u e M o n te v e rd i

Page 79: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

in v e n tó s ig u ie n d o e l m odjelo g r ie g o (P lató n ) p a ra la m ú ­sica g u e rre ra d e l C om bat^ im ento , y q u e e x p lic ó y a rg u ­

m e n tó d e m an era m u y co n v in ce n te .2. L o s ritm os com puejstos d e b re v e s y larg a s c o r re s ­

p o n d ía n a la im a g e n asocjiada a la d a n za d e ro n d a. P r o ­b a b le m e n te se tra ta d e r itm o s sem ejan tes a lo s d e la g iga .

3. L o s q u e s ó lo co n stá b a n d e la rg a s eran p o r e l c o n ­tra rio le n to s; se e n c o n tra b a n e n lo s h im n o s.

C u a n d o h a c ia 16 0 0 se c o m e n z ó a u tiliz a r la m ú sica

g rie g a en la m ú sica e u ro p e a , se re cu rr ió ta m b ié n a este p r in c ip io d e lo s a fecto s. E l p r im e r y e l te rc e r r itm o e n ­tra ro n en e l r e p e rto rio d é a fe c to s d e lá m ú sica o c c id e n ­ta l. E l p rim e ro se ca lificó 1 c o m o d e c id id o , fo g o s o y a p a ­s io n a d o , e l o tro c o m o b la n d o , in d e c is o y p a siv o .

E n e l g re g o ria n o , h a c ia e l 9 0 0 d. C ., y a h a b ía letras para in d ica r el tem p o que;, b ie n es cierto , h o y se in te rp re ­ta n d e m an eras diferentes. S o b re los neum as (signos q u e re­p ro d u cen e sq u e m á tica m e n te lo s m o vim ien to s d e m an os d e l d ir e c to r d e l c o ro y q u e se c o n v ir tie ro n así en la p r i­m era n o ta c ió n d e la E u r o p a cristian a) se e n c u e n tra n le ­tras ta le s c o m o C {celeriter), M (m ediocriter), T {tarditer), es d e c ir , r á p id o , m o d e r a d o , le n to . E n las le c tu r a s d e la P a sió n co n los p a p e le s re p a rtid o s , las d ife re n c ia s d e te m ­p o re su lta b a n m u y c la ra s;. L o s m a lv a d o s h a b la b a n siem ­p re m ás ráp id o , m ien tras q u e cu a n to m ás sagrad a era u n a fig u ra m ás le n to se v o lv ía je l r itm o ; las p a la b ra s de C ris to se re c ita b a n siem p re m u y le n ta m e n te , a la m an era d e u n h im n o . D e este principio| se c o n se rv a m u c h o en el s ig lo x v i i en e l re c ita tiv o . j

L a c u e stió n d e l te m p o se v u e lv e p ro b le m á tic a co n la

a p a ric ió n d e la p o lifo n ía . Se h izo e n to n c e s n e ce sa rio ,

LA MEDID|A D E L T I E M P O

Page 80: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M U S I C Aií

p o r lo m en o s en cierto^ p asa jes, e s ta b le c e r una c o n c o r ­d a n cia d e te m p o y a veb es in c lu so d e ritm o . E sta no era p o sib le co n la vieja n o tació n neum ática; se tu vo q u e en co n ­

trar u n a n o tació n co m p letam en te n u eva en la que, en c ie r ­ta m e d id a , se p ud iesen ; rep resen tar el te m p o y el ritm o. E n e s te esta d io te m p ra n o , e l so n id o a rm o n io so d e la p o ­lifo n ía se p e r c ib ía c o m o a lg o ta n se n sa c io n a l q u e só lo h a b ía lu g a r p a ra « len to» . V arias fu en tes h a b la n d e moro- ditas p a ra h a c e r m ás d u ra d e ra la b e lle z a d e la m ú sica . U n a b e lla m ú sica a v a n a s v o c e s d e b e r ía d u ra r e te rn a ­m e n te , n u n c a basta. A ¡pesar d e estos te m p i tan len to s, q u e c o n esa e x c lu s iv id a d se gu ram en te só lo se d a b a n en la p r im e ra fase d e la p o lifo n ía , en lo s « g o lp e s» a ce n tu a ­d o s (h o y d iríam o s en e l « p rim e r tie m p o » d e ca d a c o m ­pás) te n ía n q u e re in a rla! c la r id a d y la p re c is ió n . A h í tenía q u e h a b e r octavas, q u in fas y cuartas co n so n an tes; en esos p u n to s cru c ia le s ten ían q u e c o in c id ir to d as las vo c e s con e x a c t itu d . E n tr e m e d id r e in a b a c ie r ta l ib e r ta d r ítm ica q u e h o y p ro b a b le m e n te jse c a lific a r ía d e d e so rd e n . A s í se c r e a b a la im p re sió n d é u n a m a y o r in d iv id u a lid a d de ca d a una d e las vo c e s , q ü e e sta b a n co o rd in a d a s y e s tru c ­tu ra d a s m é trica m e n te ei¡i u n am p lio a n d a m ia je d e co n so ­n a n cia s y acen to s. E ste m e tro b á sic o era in d ic a d o p o r el d ir e c to r m ed ian te b a tid b s en e l aire (p o r e je m p lo con un p a p e l de m ú sica e n ro lla d o ).

E l te m p o co m o ta l eirá aún u n a co sa sin c o m p lic a c io ­nes. D e l p a sa d o hem os a p re n d id o a c o n s id e ra r las c a te ­g o ría s d e rá p id o , le n to y m e d io rá p id o co m o a lg o re la ti­v o . C o n la cre c ie n te co riip licac ió n d e lo s r itm o s, q u e en la p o lifo n ía co m e n zó m iiy p r o n to , la n o ta c ió n te n ía que

e v o lu c io n a r. L a m úsica cjue se in te rp re ta b a , p o r e jem p lo ,

Page 81: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA M E D I D A D E L T I E M P O

en la co rte p a p a l d e A v ig n o n e n e l s ig lo x i v — se g u ra ­

m en te só lo p a ra u n p e q u e ñ o c ír c u lo d e e n te n d id o s— , era de u n a co m p le jid a d r ítm ic a ta l q u e aún h o y resu lta m u y d ifíc il d e s c ifra r el cu rso de las vo ces en las p a rtitu ­ras d e la é p o ca . E n n u estra n o ta c ió n es im p o sib le re p ro ­d u c ir co n e x a c titu d esa m úsica. E n la p rá c tic a , p o r ta n ­to , n o es p o s ib le tra sla d a r c u a lq u ie r m ú sica a n u estra n o ta c ió n . A q u í n u estra f e en e l p ro g re s o — la n o ta c ió n ó p tim a , la m ejo r té c n ic a , la a g r ic u ltu r a m ás eficaz, e tc .— se reve la co m o erró n ea . L o s d iv e rso s sistem as d e n o ta ­c ió n d e l p a sa d o n o eran g ra d o s p r im itiv o s d e la n o ta c ió n a ctu a l, s in o m ás b ie n la e sc ritu ra a p ro p ia d a p ara la m ú ­sica d e su tie m p o . L e su g e ría n a lo s m ú sico s u n m o d o d e to c a r a d e cu a d o . L a n o ta c ió n , en ta n to q u e im a g en g rá fi­ca d e l a co n te ce r m u sica l, t ie n e a lg o su g e stivo , re q u ie re v e rd a d e ra m e n te u n a e je cu c ió n q u e se c o rre s p o n d a co n e lla . C a d a m ú sica h a e n c o n tra d o s ie m p re lo s sign o s q u e le co n v ien en ; m ed ian te la n o ta c ió n q u e se u sa b a e n to n ­ces se p o d ía n e x p re s a r in c lu so los v a lo re s in te rm e d io s y to d o lo q u e tien e q u e ve r co n e l r u b a to y la a gó g ica .

L a « b rev is» (l=j, d o s v e ce s m ás la rg a q u e la a c tu a l re ­don d a: o) era en to n ce s u n a n o ta co rta , h o y es m u y larga. T en ía en tem pus perfectu m tres p u ls o s , y d o s en tem pus im perfectum . S ó lo en casos d u d o s o s se a p lic a b a n p u n ti­llo s d e p ro lo n g a c ió n : l=j- (pues n o rm a lm e n te a u n a b rev is sin p u n to en tem pus perfectum y a le c o rre s p o n d ía n tres b atid o s: 1=0 . L a su b d iv is ió n de las n otas se d e d u c ía de los sign os m en su ra les q u e se c o lo c a b a n al p r in c ip io d e la l í ­n ea (o = tem pusperfectum \ c = tem p u s im perfectum , e n tre m u ch o s o tro s). U n a n o ta se d iv id ía en p r im e r lu g a r en tres p o r q u e la d iv is ió n en tres se c o n s id e ra b a p e rfe c ta

83

Page 82: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

(p erfectu m ), m ien tras q u e la d iv is ió n en cuatro se c o n s i­d e ra b a im p e rfe c ta {im perfectum ) . E sto está en re la c ió n co n la m ística d e los n ú m e ro s y la teo ría de las p r o p o r ­

c io n e s d e la ép o ca.L a c u e stió n d e l te m p o q u e d ó re su e lta h acia 1300

m e d ia n te el c o m p lic a d o s istem a d e s ig n o s m e n su ra le s . P u e s to q u e eso s sign o s e x p re sa n p ro p o r c io n e s con res­p e c t o a u n a u n id a d fu n d a m e n ta l d a d a e in v a ria b le (el in ­te ger valor), e l co m p á s, e l te m p o y la m e n su ra de la m ú ­sica están fija d o s d e sd e a p ro x im a d a m e n te 1300 h asta b ie n en tra d o e l s ig lo x v i . P o r m u y e x tr a ñ o q u e esto p u e ­da p a re ce r, h o y p o d e m o s re co n stru ir e l m o vim ie n to de u n a p ie za d e a lre d e d o r d e 150 0 co n m ay o r e x a c titu d q u e , p o r e je m p lo , u n te m p o en M o n te v e rd i, B a c h o M o ­za rt. E ñ e l s ig lo x v l , e l v ie jo sistem a se v u e lv e c a d a v e z m ás b la n d o , los te ó r ic o s seguían e n se ñ á n d o lo co n to d a r ig u ro s id a d , p e r o la p ra x is se p r e o c u p a b a b ie n p o c o d e él; era u n a m ag n ífica c o n stru c c ió n p o r s í m ism a, p ara la c u a l y a n o h a c ía fa lta la re a liza c ió n so n o ra. L o s sign os p e rm a n e c ie ro n to d a v ía en u so d u ra n te un tiem p o , p ero sin su e s tr ic to sig n ifica d o p ro p o rc io n a l, y a lgun os de ellos se u tiliza n to d a v ía en la a c tu a lid a d (c, 0).

D e sp u é s d e 16 0 0 las d iferen cias d e tem p o se exp resan s o b re to d o m ed ian te va lo res de n otas d iferen tes— in clu so lo s v a lo re s de cada u n a d e las notas se d esign an co m o « ex ­trem a d am en te le n to [...] natu ral, n i ráp id o ni le n to [...] m e d io ráp id o [...] m u y rápido»-— . C o m p á s y tem p o , p o r e l h e c h o d e q u e to d o se e x p re sa en lo s va lo re s de las notas, so n u n a u n id a d ; e l te m p o q u e d a fijad o p o r los va lo res de las notas. L as p rim eras in d ica cio n es son to d av ía una c o n ­

firm a ció n d e la im ag en d e las notas: tardo, lento, presto,

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E LA M Ú S I C A

84

Page 83: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

allegro, etc. están allí donlde n o tas largas o cortas crea n u n tem p o lent-o o ráp id o . Si lin o m ira en los v ie jo s m a n u scri­tos, p a rtes e im p resos, o b s e rv a rá q u e tales in d ica cio n e s ap arecen a v e ce s ú n icam en te en u n a so la v o z , y s iem p re en lu g ares en lo s q u e se e n cu e n tra u n cam b io d e lo s va lo res de las n otas, m ien tras qufe e l tem p o a b so lu to se m an tien e igu al. E n u n a p ieza se p u e d e en contrar, p o r e jem p lo , len-

to-presto a ltern ativam en te (éstas son las in d ica c io n e s an ti­guas p a ra d e sp a cio y dep risa), p ero en los lugares d o n d e p o n e len to h ay va lo res d e notas larg o s, y d o n d e p o n e pres­to, va lo res co rto s. T am b ién se en cu en tra n con fre cu e n cia estas in d ica c io n e s en la p a rte d e l co n tin u o , q u e d e to d o s m o d o s aco stu m b ra a lle v á r va lo re s la íg o s , p ro b a b le m e n te para in d ic a rle al e jecu tan te , p o r ejem p lo , q u e el so lista en ese p asaje to c a notas ráp id as. A n tig u a m e n te n o se to ca b a c o n la p a rtitu ra gen eral yjla p a rte d e l solista rara v e z esta ­b a in c lu id a en la p a rte dejl c o n tin u o . P o r eso en ésta se es­crib ía ju n to a las n o tas largas la in d ica c ió n allegro, lo q u e s ign ifica b a ú n icam en te qlue e l so lista ten ía n o tas ráp id as. S in e m b a rg o , a v e c e s se E ncuen tran in d ica cio n e s d e este

t ip o ta m b ié n en la p a rte so lis ta a llí d o n d e se p u e d e v e r c la ­ram en te q u e añ adir u n a jm o d ifica c ió n d el te m p o b ásico sería d e l to d o im posible,! p o rq u e lo s va lo res de las notas

len tas— si las notas rápidas se to ca n con una rap id ez que to d avía h a c e p o s ib le to ca rla s— resu ltan ya, d e to d o s m o ­dos, ta n len to s q u e u n m ayo r en len tecim ien to carecería de sentido. A sí p u es, la in d ic a c ió n de tem p o sólo co n firm a la im agen d e las notas ex isten te , sin m o d ificar la m e d id a a b ­so lu ta d e l tiem p o . (Esta fo rm a d e escritu ra se p u e d e e n ­co n trar en la n o tació n h asta b ie n en trad o e l s ig lo x v m ,

p o r e jem p lo en algun as can tatas d e B ach ).

LA M E D I D A D E L T I E M P O

85

Page 84: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

E n e l s ig lo x v i i , lo s c o m p o s ito re s se e s fo rz a ro n en in d ic a r lo s te m p i d e se a d o s p o r m e d io de a lg u n as frases e x p lic a t iv a s en lo s p re fa c io s de sus ob ras; lo s térm in os e m p le a d o s p ara e l lo co ú e l t ie m p o fu e r o n a p a ra r a la c a ­b e c e ra d e las m ism as p ieza s. A l l í a ca b a n re p re se n ta n d o m o d e lo s determ inados.1

M e g u sta ría ilu stra r b re v e m e n te có m o d e esas in s­tru c c io n e s y e x p lic a c io n e s su rg e n in d ic a c io n e s d e tem p o co n cisa s. M e d ia n te frases co m o , p o r e jem p lo , « con un co m p á s a lg o m ás a ce le ra d o » , « cu a n to más rá p id o m e ­jor» , « este tr o z o h a y q ú e to c a r lo m u y d e sp a c io » , «se ha de b a tir m u y á g il, si no| n o su en a b ien » , lo s a u to re s del siglo x v i in te n ta b a n tra n sm itir sus deseo s. A p r in c ip io s d e l s ig lo x v i i , ya se en cu e n tra n las in d ic a c io n e s d e te m ­p o -a fe c to en lo s p re fa c io s d e las e d ic io n e s im p resas de F r e s c o b a ld i de 1615: «.!. lo s p r in c ip io s se h an d e to ca r d e sp a c io (adagio) [...] d esp u és se to c a m ás o m en o s d e ­p risa (s tr e tti) [...] las p a ftita s se h an d e to c a r en e l tem p o e x a cto (tem po g iu sto ) [ L ] no se h a de e m p e za r ráp id o (p resto ) y d e sp u é s ir cad a v e z m ás d e sp a cio [...] lo s p a sa ­jes d e n o ta s segu id as en¡ las p a rtita s se h a n d e to c a r d e s ­p a c io (tem p o largó)». E ¿tas e x p re s io n e s p a ra d e s ig n a r el te m p o , q u e sin e x c e p c ió n p ro v ie n e n d e l le n g u a je c o lo ­q u ia l ita lia n o , se v a n e s c rib ie n d o p o c o a p o c o a la c a b e ­cera de las lín e a s de m úsica co m o si se tratasen d e térm inos té c n ic o s , p o r así d ecirlo ,(p erten ecien tes a la n o ta c ió n . Sin e m b a rg o , sólo tien en se n tid o en co n ju n ció n con el te x to m u s ic a l y, p o r ta n to , n o t ie n e n v a lo r p a ra la d e t e r m i­n a c ió n a b s o lu ta d e l te m p o ; en m u c h o s ca so s es m ás im p o rta n te verlas m ás có m o in d ica ció n d e carácter q u e de te m p o . F u n d a m e n ta lm e n te , lo p r im e r o q u e h a y q u e

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

8 6

Page 85: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA M E D I D A D E L T I E M P O

a v e rig u a r co n re s p e c to a l te m p o e n u n a p ieza es el a fe c ­to . E ste es o b ie n tr iste o b ie n a le g re — co n tod as sus g ra ­d a c io n e s y a m b ig ü e d a d e s— . T riste su g ie re len to , a le g re su g ie re ráp id o . A lle g r o s ig n ifica b a o r ig in a ria m e n te u n c a rá c te r a le g re (en ita lia n o c o rrie n te sign ifica aún h o y a leg re), u n tem p o r á p id o o, se n cillam e n te , n o tas ráp id as en u n te m p o n eu tro . L as e x p re s io n e s m ás im p o rta n tes en e l s ig lo x v n son: le n to , largo, tardo, grave, adagio, andan­te, allegro, presto. E sta s in d ic a c io n e s d e te m p o ita lian as, to d a v ía en u so hoy, d e term in a n en e l s ig lo x v n e l m o v i­m ie n to y la ex p re s ió n m u sica l, au n q u e p o d ría m o s d e c ir q u e ésta resu lta d e aquél. C o n m u c h a fre c u e n c ia se en ­cu e n tra , p o r e jem p lo , en m e d io d e u n adagio u n p asaje p resto , p e ro q u e s ó lo a p a re ce in d ic a d o en a q u ella p a rte q u e to c a las n otas rá p id a s ; e l te m p o b á s ic o se m a n tie ­n e igu a l.

P articu larm en te im p o rta n te es la re la c ió n de los tem pi en tre sí. E n la m úsica d e l R en acim ien to h abía un tem po fu n d am en tal q u e se o b ten ía del p a so de la m arch a o del p u lso — es decir, d e riva d o de algun a m an era d e la n a tu ra ­leza d el h o m b re— , co n el cu a l se p o n ía n en re lació n to d o s lo s dem ás tem pi. P ara e llo e x iste u n co m p le jo c ó d ig o de sign os, de los cu ales q u e d a n to d a v ía h o y co m o vestig io s nuestros signos para el com pás alia breve, 0, y para e l c o m ­pás d e 4/4, c , a u n q u e só lo co m o sign os y no con su signifi­cado original. A lg o d e estas re la c io n es de los tem p i entre sí se con servó d u ran te algún tiem p o en el siglo x v i i en la re lació n entre los co m p ases de cu a tro tiem p os y los de tres tiem p o s, es d ecir en tre com p ases b in a rio s y tern arios. C on el paso d el tiem p o , sin em bargo , esta re la ció n evo lu cio n a d eb ilitán d o se. L a relació n estricta d e 2 a 3, q u e p erm ite

87

Page 86: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E LA M Ú S I C A

p e r c ib ir el co m p ás d e tres s iem p re co m o tresillos co n re s­p e c to a l co m p ás d e dos, d e sa p a re ce m u y a m en u d o ya en M o n te v e rd i. E sto se p u e d e a p re ciar c laram en te c u a n d o el m ism o m otivo p a sa del com pás d e tres al com pás d e c u a ­tro; en estos casos su ced e m u y a m e n u d o q u e las red o n d as o las b lan cas d e com p ás de tres se con vierten en co rch ea s o sem ico rch eas en e l com pás de 4/4. E n to n ce s el m o vim ie n ­to fu n d a m e n ta l co n tin ú a igual.

Claudio Monteverdi

lau - da - te Do - mi - num, lau - da

rete ac - cor - rete ac - cor - rete o servi o servi o da - mi - gelle

Por tanto aquí J.J>

E sto se p u e d e c o m p ro b a r sin lu g a r a d u d a en a lg u n o s p asa jes d e o b ras p o ste rio re s a M o n te v e rd i.

88

Page 87: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

L A M E D I D |A D E L T I E M P OI

A p a rtir d e l s ig lo x v i i , p u e s , las re la c io n e s entre los

tem p i p ie rd e n .a lg o d e la v ie ja r ig id e z ; d e sd e e n to n c e s r e ­su lta m ás d if íc il e n c o n trá r u n a ley, ta l c o m o e x is t ía co n to d a c la r id a d p a ra la é p o c a an terio r. C o n to d o , h a y a lg u ­nas teo rías segú n las cu a les to d a la m ú sica b a r r o c a e je c u ­ta d a sin d ir e c to r se ha d e jto c a r en p r in c ip io en u n ú n ico te m p o , es d e c ir , siem pre; en p r o p o r c io n e s d e n ú m e ro se n te ro s , p u e s lo s m ú sico s co n e l p ie o co n u n b a ste

lle v a b a n el co m p á s g o lp e a n d o 5ln. S e g ú n eso, to d o adagio, p o r

e je m p lo , d e b e r ía to c a rse ¡exa cta m en te e l d o b le d e le n to q u e u n a llegro , y esto sería v á lid o in c lu so en e l C la s ic is ­m o. E s to y se g u ro d e que,; en re a lid a d , las re la c io n e s son m u ch o m ás sutiles y d e q u e n o es n e ce sa rio en a b so lu to c o n sid e ra r la p rá c tic a d ¿ lo s m ú sico s de p ro v in c ia s d e lle v a r e l co m p ás co n lo s ¡pies co m o u n c r ite r io p a ra los tem pi. S in e m b a rg o , h a y én este te rre n o a lg u n o s trab ajo s q u e c a b ría e stu d ia r co n m u c h o cu id a d o , p o rq u e los au ­to res n o so n m ú sico s p r á c tic o s y las teo rías q u e o b tie n e n d e sus estu d io s resu ltan a ¡m enudo in a p lic a b le s en la p r á c ­tica . A u n así, u n a le c tu r a ’ c r ít ic a p u e d e p r o p o r c io n a r a l­g u n a in fo rm a ció n .

L o s ca m b io s p ro g re s iv o s d e te m p o , a ce le ra c io n e s {ac- celerandi) y e n le n te cim ie n to s o rig in a ria m en te eran im ­p ro v isa d o s d e fo rm a e sp o n tá n e a , p e ro a p a rtir d e finales d el s ig lo x v i a lgun os c o m p o sito re s b u sc a n m an ifie sta ­m en te p o s ib ilid a d e s para: e x p re sa r lo s en la n o ta c ió n m u ­sica l. E n e ste c o n te x to re su lta n re lev an tes u n a v e z m ás los p re fa c io s d e F re sc o b a ld i. E l e sc rib e en la p a rte m u si­ca l lo s tr in o s en s e m íc q rc h e a s y en la p a rte d e te x to a ce n tú a q u e n o se d e b e n jtocar r itm ifica d o s, es d e c ir «tal co m o están escrito s» , s in p q u e m ás b ie n h a y q u e to ca rlo s

8 9

Page 88: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

v elo ce (ráp id am en te). E sto nos d ice , so b re to d o , q u e la n o ta c ió n en sem ico rch ea s re p re se n ta só lo una idea a p ro ­x im a d a : la e je c u c ió n , d e r itm o l ib r e y co n e fe c to d e im ­p ro v is a c ió n , se e x p lica en e l p re fa c io . E sta fo rm a de n o ta­c ió n es s u s titu id a m ás ¿a rd e p o r el sign o d e l tr in o (tr). L o s co m p o sito res y teó rico s ingleses de la v io la d e gam ba, c o m o M o r le y y S im p s o n , e m p le a n m é to d o s s im ila re s

p ara e x p re sa r, a l m enosi d e fo rm a a lu siva, ritm o s lib res . E sto s co m p o sito re s e sc rib e n a v e c e s pasajes rá p id o s que co m ie n za n en sem ico rch ea s y co n tin ú a n en fu sa s, m é to ­d o m u y a p ro p ia d o p a ra a n o ta r u n decelerando (a ce le ra ­c ió n ). H asta q u e las in d ica c io n e s d e te m p o de. este tip o n o se in tro d u je ro n , se p ro cu ra b a ex p resar lo d esea d o de algun a m anera a p ro x im a d a en notas; la n o ta c ió n de la a ce le ra c ió n en fo rm a escalonada re p re se n ta u n a e je c u ­c ió n no escalonada. U n fa m o s o e je m p lo d e esto es ta m ­b ié n « il trotto d e l cavallo» en e l C om ba ttim en to d e M o n ­te v e rd i, d o n d e el a u to r lo re p re se n ta cad a v e z m ás a ce le ra d o , d e ta l m anera, q u e e l m ism o ritm o se v u e lv e d e re p e n te e l d o b le de rá p id o : M°| I etc. T a m ­b ié n co n esta a ce le ra c ió n rep en tin a lo q u e se p re te n d e en re a lid a d , co m o en el e je m p lo an terior, es u n a a c e le ra ­c ió n p ro g re s iv a (la ú n ica d e la q u e es cap a z u n ca b a llo a u té n tico ); en la n o ta c ió ñ d e a q u e l t ie m p o e sto no se p o ­d ía e x p re s a r d e o tra m añ era. C o n este m é to d o ta m b ié n se p o d ía n e x p re sa r a l revjés en le n te c im ie n to s p ro g re s iv o s (r ite n u ti), d u p lic a n d o se n c illa m e n te el va lo r de las n o ­tas. E sta m a n e ra de a n o ta r m o d ifica c io n e s d e te m p o la e n co n tra m o s to d a v ía en V iv a ld i y H á n d e l, p e r o en la m a ­y o r ía d e lo s casos se m a lé n tie n d e y se re p ro d u c e « co m o está e scrito » , c o m o ca m b io re p e n tin o d e tem p o .

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M U S I C A

9 0

Page 89: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA M E D I D A D E L T I E M P O

E n el s ig lo x v m , d eterm in ad as figuras (g ru p o s d e n o ­tas) e x ig ía n u n d e te rm in a d o te m p o . L as « figuras» m u si­cales son secu en cias co rtas d e n otas, a lgo así co m o u n id a ­d es de c o n s tru c c ió n o « p alab ras son oras» , q u e p ro cu ra n d eterm in a d a c o h e re n c ia a l d iscu rso , s iem p re y cu an d o sean articu la d a s d e fo rm a in te lig ib le ; d e e llas resu lta un tem p o d e term in a d o . E l co m p ás y la in d ic a c ió n de tem p o p e rte n e ce n , p u es, a d os terren o s co m p le ta m e n te d ife re n ­tes: e l co m p ás es estr ic ta m e n te racio n al, la in d ic a c ió n d e te m p o irra c io n a l y tien e q u e re m itirse a a lgo . A h o ra b ien , de la in d ic a c ió n d e co m p ás n o su rg e u n ív o c a m e n te el te m p o , n i s iq u ie ra junto co n una d e s ig n a c ió n de tem p o . L o s m ú sico s d e c ía n q u e h a b ía q u e a d iv in a r si u n a p ie za re q u e ría u n m o v im ie n to le n to o u n o rá p id o (L e o p o ld M o za rt). A q u í n o se p u e d e tra ta r m ás q u e d e las « fig u ­ras»; e llas son, pues, el p u n to d e re fe re n c ia p a ra la in d i­c a c ió n d e l tem p o .

E n la é p o c a d e B a c h , e l m o v im ie n to d e u n a p ie za sin m ás e x p lic a c io n e s se p o d ía d e d u c ir d e cu atro h ech o s: d e l a fe c to m u sica l (qu e h ab ía q u e « ad iv in a r» co n b u e n ju ic io ) , d e l s ign o d e co m p ás, de lo s v a lo re s d e n o tas m ás p e q u e ñ o s q u e a p are c ía n y d e l n ú m e ro d e a cen to s p o r com p ás. L o s resu lta d o s p rá c tic o s o b te n id o s a p a rtir de esos criterio s c o in c id e n tan e x a cta m e n te co n otras fu e n ­tes com o, p o r e jem p lo , los tratados d id á ctico s, q u e re p re ­sen tan una in fo rm a c ió n d e l to d o fia b le .

P o r su p u e sto n u n ca ha h a b id o , n i hay, reglas r íg id as, p u e s el tem p o c o rre c to ta m b ién se v e d e te rm in a d o p o r d iverso s fa c to re s e x tram u sica le s , c o m o e l ta m a ñ o d el co ro o d e la o rq u e sta , la acú stica d e la sala y o tro s a sp e c ­to s. Es e v id e n te q u e a n tig u a m en te ta m b ié n se sab ía , y así

9 i

Page 90: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

se en señ ab a, q u e u n a gran o rq u e sta h a d e to c a r m ás d es­p a c io q u e u n a o rq u e sta p e q u e ñ a , q u e en salas resonantes? ta m b ié n h a y q u e to c a r más le n to q u e en salas «secas»:, etc. P o r o tro la d o , e l m ism o te m p o su e n a d ife re n te en in ­te rp re ta c io n e s d ife re n te s , en las q u e no só lo el e sp a c io y e l ta m a ñ o d e la o rq u e sta d esem p eñ a n un p a p e l im p o r­tan te, s in o ta m b ié n la a rticu la c ió n . U n co n ju n to m u sica l q u e to c a co n u n a a rtic u la c ió n variad a p ro v o ca u n e fe c to

rriás r á p id o y v iv o q u e u n o q u e to ca am p lia y u n ifo rm e ­m en te .

E n g en era l, d e las fu en tes p o d e m o s e x trae r q u e los a n tig u o s m ú sico s to m ab a n tem p i m ás rá p id o s de lo s q u e h o y se les a tr ib u y e , en e sp e cia l en lo s m o vim ien to s le n ­to s. P e ro ta m b ié n lo s m o v im ie n to s rá p id o s se to c a b a n , al p a re ce r, v e lo c e s y co n v irtu o sism o , co m o m u estran las re fe re n c ia s a l p u ls o (estim ad a en 8 o p u lsa c io n e s p o r m i­n u to d esp u és d e u n a com id a) y la té cn ica de e je cu c ió n (el h e c h o d e q u e las sem ico rch ea s p u e d a n ser to ca d a s p o r los in stru m e n tista s de c u e rd a en g o lp e s d e a rc o s im ­p le s y p o r lo s in stru m e n tis ta s d e v ie n to co n d o b le a ta q u e d e le n g u a ). S o b r e B a ch n os in fo rm a su h ijo P h ilip p E m - m a n u e l (segú n F o r k e l en su b io g r a fía d e B ach ): « P a ra la in te rp re ta c ió n d e sus p ro p ia s o b ra s a co stu m b ra b a a to ­m ar e l te m p o m u y v iv o ...»

M o za rt u tiliza u na can tid ad in fre c u e n te de in d ic a c io ­nes d e te m p o m u y d iferen cia d a s. U n allegro, p o r e jem ­p lo , es p a ra é l m u y rá p id o y fo g o s o . A d e m ás añ ad e en o c a s io n e s (m u y a m e n u d o p o s te r io r m e n te ) a lg u n a p a ­la b r a e x p lic a t iv a co m o : aperto, vivace, assai. E l s ig n ifica ­d o d e allegro aperto n o está d el to d o aclarad o. S i o ig o s ó lo allegro aperto, sin co n o cer la o b ra co m o tal, p ro b a -

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

9 2

Page 91: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

.b lem ente p e n sa ría q u e e l aperto a ce le ra e l te m p o . P e r o si $e¿com paran e n tre sí lo s m o v im ie n to s q u e M o z a rt d e s ig ­

n a d e esa m an era, e n to n ces p a re c e q u e ten g a n q u e to c a r ­se a lg o m ás len to s, m erlos im p e tu o so s , q u izá ta m b ié n co n m a y o r se n c ille z , cotí u n c a rá c te r más « a b ie rto » . E l

allegro vivace e x ig e vivahidad en u n m o v im ie n to p o r lo ritmas a le g re y ráp id o ; e^ta v iv a c id a d se re fiere , a l ig u a l

que en los m o vim ien to s e n c a b e z a d o s sólo co n vivace, s o ­

b re to d o a lo s acen to s dej lo s v a lo re s d e n otas p e q u e ñ o s , d e ta l m a n e ra q u e a u n q u é e l te m p o en g en eral es a lg o m ás len to , la im p resió n d e m o lim ie n to y v iv acid a d es m ás fu e r ­te q u e en e l allegro «nornkal». T a le s d e s ig n a cio n e s se m a- le n tie n d e n co n fre c u e n c ia , co n lo q u e lo s m o v im ie n to s re su lta n in a rticu la d o s y ¿ x c ita d o s . A lle g ro assai s ig n ifica

u na c la ra a ce le ra c ió n . ‘E n e sp e cia l, p o d e m o s a p re n d e r m u ch o d e las c o r r e c ­

cio n es (q u e la m e n ta b le m e n te s ó lo se e n c u e n tra n en el a u tó g ra fo y no en las e d ic io n e s n o rm ales). L a in d ic a c ió n

allegretto m e d ice m uchjo m ás si sé q u e el co m p o sito r , quizás e stim u la d o p o r e| tra b a jo con la o rq u e sta , lo ha c o lo c a d o en lu g a r d el andante o r ig in a l. (En H á n d e l se e n c u e n tra n co n m u ch a fre c u e n c ia este t ip o d e c o r r e c c io ­nes, tan in stru ctiva s .) S e c u e n c ia s d e in d ic a c io n e s , ta les co m o a n d a n t e - p iú a n d a n t e - p iú adagio p u e d e n c o n d u ­

c ir a e rro re s d e in te rp re ta c ió n si n o las e n te n d e m o s se­g ú n el s e n tid o h a b itu a l d e la é p o ca . A s í p o r e je m p lo , en

e l c u a r to m o v im ie n to d é la m ú sica p a ra T ham os K V 345 d e M o z a rt n o está c la ro si e l p iü andante es más rá p id o o m ás le n to q u e e\Andant<?. P u e s to q u e e l andante se c o n ­s id e ra b a en to n ces m ás b ie n co m o u n te m p o r á p id o , en el se n tid o de « ca m in an d o » , el re fu e r z o «m ás» {piü) su g ie re

LA M E D I N A D E L T I E M P O

93

Page 92: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

a su v e z una a ce le ració n . E n el caso d e l m o vim ien to cití

d o , u n m elo d ra m a , la a ce le ra c ió n se d e d u c e ta m b ién d< c o n te n id o — y aun así a m e n u d o se in te rp re ta este pasaj ju s to al re vé s , c o m o u n reta rd am ien to .

M e gustaría aclarar, p a ra con clu ir, a lgun as in d icacic nes d e te m p o re la c io n a d a s co n la o rn a m en ta ció n . E n p r m er lu g ar, el té rm in o g^ave: esta d e s ig n a ció n de u n tem p le n to s ig n ifica « s e r io s , lo q u e a la v e z s ig n ific a q u e e p r in c ip io n o se d e b e a p licar o rn a m en ta ció n alguna. E H á n d e l, p o r ejem p lo ,! c u a lq u ie r m ú s ico se v e tentad< d e b id o a la sen cillez m e ló d ica , a im p ro visar u n o s ad o rn o en p a rticu la r en los m o vim ien to s lentos. E sto es adecuad en e l largo y en el adagio, p e ro n o en e l grave. L as ii tro d u ccio n e s d e las o b ertu ras francesas están en cab ezad í casi siem p re co n grave^ t ie n e n u n carácter serio , o b ien c p a so cerem on ioso , apenas son can tables y n o deb ería a d o rn arse .

L a p a la b ra adagio, p o r e l co n tra rio , en u n m o vim ie i to le n to a co stu m b ra a ‘sign ificar ta m b ié n q u e se p u ed e q u e se d e b e adornar. A m e n u d o se en cu en tra la in dicació adagio en notas sueltas o en a lgun os com p ases d en tro c u n m o vim ien to grave, cu a n d o , a la v ista d el c o n te x to , n sulta im p o sib le un carribio d e tem p o. E sta in d ica c ió n sij n ifica a lgo así com o: « aq u í se p u ed e orn am en tar» . Q uani d ice q u e n o se sobrecargue u n adagio co n a d o rn o s, peí los e je m p lo s q u e é l m ism o o fre c e de u n a o rn a m e n ta cic « m o d e ra d a » nos p a re ce n a ctu a lm e n te m u y su n tu o so s re ca rg a d o s. H o y en d ía n o se d eb ería im itar to d o lo q i se re co m ie n d a en los v ie jo s tra tad o s en cu a n to a impr< v isa c ió n y o rn a m e n ta ció n , p o rq u e la im p ro v isa c ió n es'

m u y su jeta a los estilos! y a las ép o cas. L as o rn am en tacii

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M Ú S I C A

.94

Page 93: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA M E D I D A D E L T I E M P O

nes r o c o c ó im p ro v isa d a s p o r un h o m b r e r o c o c ó d el siglo x v m no se p u e d e n co m p a rar con las o rn a m en ta cio n es r o c o c ó q u e o fre ce m o s h oy. E l d e s a g ra d o q u e e x p e rim e n ­tam os cu an d o , p o r ejem p lo , en u n aria d e M o za rt se in ­cru stan o rn a m en ta cio n es e x u b e ra n te s h a b la p o r sí m is­m o. E l aria e n te ra se reb aja , p o r así d e c ir lo , a una co p ia d e estilo . M á s im p o r ta n te se ría p r e s e n ta r u n a sim p le m e lo d ía de fo rm a in te re s a n te e im a g in a t iv a q u e d e sv ia r la a te n c ió n d e e lla p o r m e d io d e a d o r n o s a rtific ia le s y d ep o rtivo s. Y a e x iste , n a tu ra lm en te , su fic ien te m úsica de los siglos x v ii y x v m q u e resiste la o rn a m e n ta c ió n y q u e in clu so la re q u ie re .

L a im p ro v isa c ió n y la o rn a m e n ta c ió n se h an c o n s id e ­rad o d esd e s ie m p re co m o u n a rte q u e e x ig e g ra n d es c o ­n o c im ie n to s, im a g in a c ió n y u n g u s to fin o ; cad a in te rp re ­ta c ió n a d q u ie r e p o r m ed io d e e s e arte e l c a rá c te r de ú n ico e irre p e tib le . E n las d e s c r ip c io n e s d e b u e n o s m ú ­sico s en tre i y o o y i y ó o a l d ecir «un b u e n in té rp re te de a d agio s» se e n te n d ía u n m ú sico q u e sa b ía a d o rn a r con sen satez. E ste te n ía la c a p a c id a d d e e n c o n tra r estím u lo p a ra sus o rn a m e n ta cio n e s a p a rtir d e la s im p le m e lo d ía sin q u e el a fe c to de la p ie za se v ie ra d e stru id o p o r ellas. S ó lo d o n d e e l a fe c to b ásico se c o n s e r v a se p u e d e h ab lar d e u n v e rd a d e ro arte d e la o rn a m e n ta c ió n . S o b re to d o para lo s can ta n tes, al in te rp re ta r ó p e ra s b a rro ca s y de

M o za rt, era im p o rta n te q u e la o rn a m e n ta c ió n se ajustara estrictam en te al cará cter d e l te x to . E l can tan te, m ed ian te los adornos a p ro p ia d o s y q u e in v e n ta b a esp o n tá n e a m e n ­te, ten ía q u e saca r a la lu z y re fo rz a r e l a fe c to de la se n c i­lla m elo d ía . L a o rn a m e n ta ció n q u e s ó lo m u estra la h a b i­lid a d d e l can ta n te o d e l in s tru m e n tis ta ca re ce de valor,

95

Page 94: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

es v ir tu o sism o v a c ío ; d eb e su rg ir d e u na n e c e s id a d in te r ­n a q u e re fu e rce , d e u n a m an era co m p le ta m e n te p erso n al, la e x p re s ió n su b y a c e n te a la o b ra.

S is te m a s to n a le s y a fin a c ió n

U n a cu e stió n e sp e c ia lm e n te im p o rta n te ta n to p a ra el c a n ta n te c o m o p a ra e l in stru m e n tista es la altura a b so lu ­ta d e la a fin a ció n . E x is te n m u ch a s d e s c r ip c io n e s a n ti­g u a s en las q u e se d ic e n cosas ta les co m o q u e la a fin ació n e n F ra n cia era m ás agu d a o m ás g ra v e q u e en otras p a r ­tes, o q u e la a fin a c ió n en la ig le sia era m ás a g u d a o m ás g ra v e q u e « en la cám ara» , es decir, en lo s lu g a re s d o n d e se in te rp re ta b a m ú sica p ro fa n a . P e r o n o e x iste n v e r d a ­

d e ro s p u n to s d e re fe re n c ia , co n e x c e p c ió n de la la r in g e h u m a n a y d iv e rso s in stru m en to s a n tig u o s, d iap aso n es d e h o r q u illa y d e b o c a q u e n o se h an m o d ific a d o . S i se e x a ­m in a n esos in stru m e n to s , se o b se rv a rá , p o r e jem p lo , q u e en la é p o c a d e M o n te v e r d i en Ita lia casi to d o s ten ían la a fin a c ió n a ctu a l o in c lu s o u n p o c o m ás alta. L a s e x ig e n ­cias p a ra la v o z h u m a n a a lca n za b a n , p ara el bajo , h asta el d o g ra ve , lo q u e es m u y g rave . S in em b a rgo , lo s a u to res a n tig u o s ta m b ié n d ic e n q u e só lo u n b a jo m u y b ien p r e ­p a ra d o p o d ía ca n ta r tan g ra v e , m ien tras q u e lo s b a jo s c o ­rr ie n te s , c o m o lo s q u e se e n c o n tra b a n en las escuelas, s ó lo a lca n za ría n e l so l. E sto , en re a lid a d , n o es d ife re n te h o y en día. E n c u a lq u ie r caso , h a sta e l d o g ra ve can tan m u y p o c o s . (D e ese lím ite in fe r io r cab e in fe rir q u e la a fi­n a c ió n d e en to n ces en Ita lia n o p u e d e ser m ás b a ja— la « a fin a ció n a n tig u a » es p u e s algo v a r ia b le y p u e d e ser

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

9 6

Page 95: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

S I S T E M A S T O B A L E S Y A F I N A C I O N

a q u í m ás a lta y a llí m ás b a ja .) A n tig u a m e n te se c a n ta b a m ás en e l re g is tro m e d io y s ó lo en m u y raras o ca sio n e s en a ltu ras ex trem a s. H o y es|d iferen te : to d o c a n ta n te q u ie re can tar ta n to c o m o sea p o b ib le en e l re g istro m ás a g u d o — y to d a c a n ta n te tam biéiji— . U n a a u té n tica s o p ra n o se d isg u sta rá si n o p u e d e c a n ta r e n tre e l r e 4 y e l r e 5. T a m ­b ié n los te n o re s q u ieren «pantar ta n a gu d o co m o sea p o s i­

b le . D e las p a rte s d e te n b r d e M o n te v e r d i d ic e n q u e es m e jo r q u e las can te u n b a r íto n o , p u e s p a ra u n te n o r son d em a sia d o g ra ve s. P e r o ¿n P r a e to r iu s (1619) le e m o s e x ­p re sa m e n te q u e la v o z h u m a n a « cu a n d o está en e l m e d io y a lg o m ás b a ja » resu lta m ás d u lc e y p la c e n te ra d e e sc u ­ch ar q u e c u a n d o « tien e ¡que fo rz a rse y g rita r en e l a g u ­do». P ra e to r iu s d ice ta m b ié n d e lo s in stru m e n to s q u e és­to s su en an m ejo r en el grave; p e ro ta m b ié n o b s e rv a que la a fin a ció n g e n e ra l se v u e lv e cad a v e z m ás a gu d a . T o d a ­v ía h o y e x is te la te n d e n c ia a q u e la a fin a ció n d e la o r ­qu esta , co n e l p a so d e l t ie m p o , se v u e lv a ca d a v e z m ás a gu d a. E s to lo p u e d e co iifirm a r c u a lq u ie ra q u e en lo s ú l­tim o s tr e in ta añ os h aya o b s e rv a d o la a fin a ció n d e d ife ­rentes o rq u e sta s. E ste esi u n p r o b le m a d e c a p ita l im p o r ­ta n c ia ta m b ié n p ara el m ú sico actu a l.

C r e o q u e te n e m o s q u e in te n ta r d eterm in a r d e d ó n d e p r o c e d e esa fu n e sta te n d e n c ia a e le v a r c o n tin u a m e n te la a fin ació n . Y o m ism o h e to c a d o en o rq u e sta d u ra n te d ie ­

I

c is ie te añ os y h e p o d id o cen c o n sta n te m e n te q u e p e ro n u n c a d em a sia d o a

o b s e rv a r q u e los d ire c to re s di- tal m ú sico toca d em a sia d o b a jo , to! E s to tien e , p o r s u p u e sto , su

e x p lica c ió n , p u e s en u n a 'arm onía im p u ra e l o íd o se o r ie n ­ta a u to m á tica m e n te al so n id o re la tiva m en te m ás agu d o . L o que, en re la c ió n a esa 'orien tación , es m ás g ra v e se per-

97

Page 96: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M U S I C Ai

cib e com o im perfección!, au n qu e o b jetiv am en te sea c o ­rrecto . A s í, se em pu jan to d o s lo s so n id o s su p u estam en te dem a sia d o graves hacia a rrib a h a sta q u e son tan a gu d o s co m o los (dem asiad o) agu d o s. ¿ C u á l es la co n secu en cia ? T o d o m ú sico q u iere evitar q u e e l d ire cto r le diga: «E stás d em a sia d o b a jo » , y afinajya d e sd e e l p r im e r m o m e n to d e ­m asiad o a gu d o . (E sto v á le so b re to d o para los segu n d o s v ien to s, a q u ie n e s se les d ic e m ás a m e n u d o q u e to c a n d e ­m asiad o b a jo . C u a n d o co m p ra n u n in stru m en to n u evo , lo re co rta n en seg u id a p ara q u e resu lte m ás a gu d o .) L a ú n ica sa lva ció n p ara el d ilem a de la im p a rab le a fin ació n a sce n d e n te es sab er de d ó n d e v ie n e y ap o yarse siem p re en u n a b a se correcta . N o se d e b e n co n fiar a la im p re sió n las c u e stio n e s d e la p u re za d e la e n to n a ció n , p o rq u e en ­to n ces n o c o n c u e rd a nada, ya q u e n a d ie q u ie re ser el m ás grave. (H ay un d ich o en la o rq u esta :« ¡M ejor dem asiado alto q u e e q u iv o c a d o !» ) Y o creo que si los m ú sicos su p iesen m ás so b re e n to n a ció n y no lo dejasen to d o a la im presión

o al o íd o , la a finació n se p o d ría m an ten er a un nivel.L a c u e s tió n d e q u é es u n a e n to n a c ió n p ura no se p u e ­

de co n testar. N o e x iste n in g ú n sistem a d e e n to n a ció n v á ­lid o p ara to d o s lo s hom blres. U n o a p re n d e un sistem a t o ­n a l q u e p u e d e ser u n o de! lo s c in c o o seis sistem as to n ale s de n u e stra c u ltu ra , o q u izás a lg ú n o tro en el q u e la a ltu ­ra de lo s so n id o s se c a lc u la co n la lo n g itu d de g ra n o s de tr ig o o d e p ie d ra s , y c u a lq u ie ra q u e se h aya a c o s tu m b ra ­d o a u n o d e esos sistem as o irá y can tará o to ca rá a p a rtir d e él. E n m u ch as re g io n e s d e E u ro p a se em p lea n en la m ú sica p o p u la r in stru m en to s d e v ie n to n a tu ra les (p o r e je m p lo tro m p a s) en lo s ¡que só lo se p u ed en to c a r lo s s o ­n id o s n a tu ra le s . A l to ca rse ú n ica m e n te m e lo d ía s e n la

9 8

Page 97: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

cu a rta o cta va (d el so n id o n a tu ra l 8 al 1 6), la cu a rta su en a m u y « im p u ra » , p o r q u e e l a rm ó n ico n q u e d a m ás o m e ­n o s en tre e l fa y e l fa f y la cu arta (do-fa) re su lta e n to n ce s d em a sia d o alta.

S IS T E M A S T O N A L E S Y A F I N A C I O N

E n las reg io n es d o n d e se to c a n ta les in stru m e n to s , ta m b ié n se canta ese in te rv a lo , u n o está a co stu m b ra d o ¡y se p e r c ib e co m o a fin ad o ! T en em o s q u e c o m p re n d e r q u e n o p o d em o s to m ar u n sistem a d e e n to n a ció n c o m o n o r ­m a p ara to d o s; lo q u e p ara n o so tro s su en a a fin a d o p u e ­d e re su ltar d esa fin a d o p a ra o tro s. A fin a d o es, p u es, lo q u e c o n c u e rd a en u n sistem a d eterm in a d o . A s í, n o s o tro s h em o s e d u c a d o n u e stro o íd o , en g en eral, co n e l te m p e ­ram en to d el p ia n o . L o s d o c e sem iton os e stá n ahí afin ados e x a cta m e n te a la m ism a d ista n cia , co n lo q u e se o b tie n e en r e a lid a d u n a ú n ica to n a lid a d m a y o r tra n s p o rta b le p o r se m ito n o s; la m e n ta b le m e n te n u e s tro s o íd o s están e n ­tre n a d o s en ese sistem a. C u a n d o , co n ese s istem a en el o íd o , se escu ch a m ú sica p a ra la c u a l se e n to n a segú n o tro sistem a— p o r m u y p e r fe c to q u e sea — , se tie n e la im p r e ­sión d e q u e están to c a n d o d esa fin a d o . P u e s b ie n , e l sis­tem a d e afin ació n , p o r e je m p lo , d e la é p o c a d e M o n te ­v e r d i, en e l s ig lo x v n , ¡es u n o d e esos otros s istem as! Si h o y escu ch am o s m ú sica r e p ro d u c id a p e r fe c ta m e n te se­g ú n ese sistem a, p en sa m o s q u e to d o está m al, d e sa fin a ­d o , d e sa g ra d a b le d e escuch ar. P e ro si, p o r e l c o n tra rio ,

99

Page 98: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

co n ese o tro s istem a e n e l o íd o , e scu ch am o s la e n to n a ­c ió n a ctu a l, ta m b ié n la e n c o n tra m o s m al. D e e llo se p u e ­d e d e d u c ir q u e n o e x is te a l re s p e c to u n a v e rd a d o b je tiv a y a b so lu ta . L a p u r e z a d e la e n to n a c ió n es só lo c u e s tio n a ­b le d e n tro d e u n sistem a. C u a n d o e sto y b ie n a fin a n d o d e n tro d e u n sistem a, e n to n ce s m i a fin a ció n es p e r fe c ta , a u n q u e p a r a 'o íd o s fo rm a d o s en o tr o sistem a d e a fin a ­

c ió n su en e im p u ro .L a m e n ta b le m e n te , en n u e s tra é p o c a , en la q u e o fi­

c ia lm e n te e l s a b e r a u té n tic o y p r o fu n d o es s u s titu id o en to d a s p a rte s p o r e l p a la b re o v a c ío y la fa n fa r ro n a d a es lo m ás n o rm a l, se a co stu m b ra a h a b la r a lo g ra n d e s o ­b r e co sas d e las q u e n o se t ie n e n i id e a . N o se b u s c a en a b s o lu t o la in fo r m a c ió n , se p a r t ic ip a en la c o n v e r s a ­c ió n c o m o si se e n te n d ie s e a lg o d e l a su n to . U n o d e lo s tem a s p a rt ic u la rm e n te v u ln e r a b le s es e l d e la m ú sica . C a s i to d o e l m u n d o h a b la d e e lla c o m o si e s tu v ie se e n ­te r a d o , sea d e la p u r e z a d e la a fin a c ió n (« ¿ C ó m o , p e r o n o h a o íd o u s te d lo d e sa fin a d o q u e e s ta b a ? » ), sea s o b re to n a lid a d e s («en la d u lce to n a lid a d d e M it m a y o r...» ), p e r o n a d ie l le g a a p o n e rs e en r id íc u lo , p o r q u e los in ­te r lo c u to r e s e stá n ig u a l d e d e s in fo rm a d o s . T em as ta le s c o m o la e n to n a c ió n y las to n a lid a d e s se h an c o n v e r t i­d o — in c lu s o en la lite r a tu ra e s p e c ia liz a d a — en p u ra fa n fa r ro n e ría .

L a m ú sica d e lo s s ig lo s x v i y x v i i se b asab a ta m b ié n , p o r lo q u e r e s p e c ta a la e n to n a c ió n , en ,la lla m a d a te o r ía d e las p r o p o r c io n e s , en la q u e las re la c io n e s e n tre las fre c u e n c ia s d e v ib r a c ió n , es d e c ir la se r ie de a rm ó n ic o s , se rv ía n d e p a u ta . E l p u n to d e re fe re n c ia era e l so n id o fu n d a m e n ta l, e l n ú m e ro u n o d e las c ifras d e la serie d e

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M Ú S I C A

Page 99: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

S I S T E M A S T O N A L E S Y A F I N A C I Ó N

a rm ó n ico s, a lgo así co m o e l p u n to d e fu g a d é l a p e r s p e c ­tiva; é ste s im b o liza b a la ígnitas, la u n id a d , D io s . C u a n to m ás s im p le era la p r o p o r c ió n n u m é rica , ta n to m ás n o b le

y m e jo r era ( ta m b ié n m o ra lm e n te ); c u a n to m ás c o m p li­cad a y a le ja d a d e l u n o , ta n to m ás c a ó tic a , p eo r. T o d o in te r v a lo se p u e d e e x p r e s a r en u n a re la c ió n n u m é rica (p r o p o r c ió n )— p o r e je m p lo , la o c ta v a es 1:2; la q u in ta , 2:3, e tc .— ; su c a lid a d se p u e d e m e d ir segú n su p r o x im i­d a d a la unitas, al so n id q fu n d a m e n ta l c o m o b a s e (do =1, 2, 4, 8, e tc .) , y segú n su nes, p r o c e d e n te s d e la t

s e n c ille z . N u e stra s c o n c e p c io - ;o r ía d e la a rm o n ía , n o tien en

a q u í v a lid e z ; la p e r fe c c ió n d e los s o n id o s se le ía en los n ú m e ro s . A sí, ta m b ié n sé p o d ía n im agin ar, a la in versa , to d a s la s p r o p o r c io n e s iju m é r ic a s se n c illa s c o m o s o n i­dos. L a arm o n ía d e las e s fe ra s d e K e p le r se b a s a en esta

c o n c e p c ió n , así com o uria a rq u ite ctu ra a rm ó n ica m e n te « so n an te» ; si las p r o p o r c io n e s v is ib le s d e u na c o n s tr u c ­c ió n era n r e p re s e n ta b le s en p r o p o r c io n e s n u m é ric a s sen cillas, en to n ces ésta se p o d ía v e r y o ír c o m o « aco rd e» . P a lla d io c o m p u so m u ch a s v e c e s lo s p la n o s d e sus e d ifi­cios com o u n a e sp e cie d e 'm ú sica p e tr ifica d a . L a arm onía, en la m ú sica , re p o sa se g ú n esta te o ría en u n p r in c ip io se m e ja n te al d e la p r o p c jrc ió n á u re a en la a rq u ite c tu ra . A m b o s crean un e fe c to d e o rd e n so b re la s e n s ib ilid a d y el e s p ír itu h u m a n o s p o r|m e d io d e una p r o p o r c ió n se n ­

c illa y n a tu ra l. L a id e a b a rro c a d e q u e la m ú sica es u n re fle jo o u na im agen d e l o rd e n d iv in o tien e v a lid e z en esa é p o c a p ara to d a la m ú sica , in c lu id a la p ro fa n a . L a o p o s ic ió n m ú sica re lig io s a -m ú s ic a p r o fa n a n o cu m p lía en e s te c o n te x to un p a p e l tan im p o rta n te c o m o h o y en d ía . (L a u n id a d e n tre la s 'd iv e rsa s te n d e n c ia s de la m ú si­

101

Page 100: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

ca aún n o se h a b ía q u p b ra d o ; e n e l fo n d o , to d o tip o d m ú sica en c u a lq u ie r fo rm a se e x p e rim e n ta b a co m o a lg sa g ra d o .)

L o s in terva lo s arm ó n ico s rep resen tan en la teo ría ó

las p ro p o rc io n e s u n o rd en cre a d o p o r D io s; todas las cor so n an cias co rresp o n d an a p ro p o rc io n e s sen cillas (2:3 = ] q u in ta , 3:4 = la cuarta, 4:5 = la tercera m ayor, e tc .) . L o mi c e rc a n o a la u n id a d se p e r c ib e co m o m ás a g r a d a b l m ás p e r fe c to q u e lo a le jad o , d o n d e rein an las m alas pr( p o rc io n e s o in c lu so eljcao s. L a re la c ió n 4:5:6 se con sid i ra b a p e r fe c ta : se b a sa en e l so n id o fu n d a m e n ta l (d o 3 sus n ú m e ro s son c o n se c u tiv o s y p ro d u c e n tres sonidc d iferen tes en co n so n a n cia a rm ó n ica (d o -m i-so l), u n acó: d e m ayo r: a rm o n ía p e r fe c ta y la m ás n o b le con son an c: {trias m ú sica ). E ste era e l s ím b o lo m u sica l d e la Sarn T rin id a d . ( ¡L a a fin ació n te n ía q u e segu ir exa cta m én i lo s a rm ó n ico s 4, 5 y 6|!) E l a co rd e m en o r (10:12:15, m sol-si) tien e u n a p r o p o r c ió n su sta n cia lm en te p eo r: n o ; b a sa en e l so n id o fu n d am en ta l, sus n ú m eros están mí a le ja d o s d e l u n o y n o son c o n se c u tiv o s , e n tre m ed io (1 13, 14) h a y o tro s n ú m éro s (so n id o s). E sta tr ía d a e sta l co n sid e ra d a d e m enorJvalor, d é b il y, en se n tid o jerárq u co n e g a tiv o , fem en in a. (Z a r lin o llam a al a c o rd e men< «a ffe tto tristo», sen tiifiien to m alo , m alva d o .) T o d as 1; arm o n ía s recib ían u n a v a lo ra c ió n « m oral» , p o r lo q u e : p u e d e c o m p re n d e r quje se tu v ie se q u e a ca b a r cad a pie: co n u n a co rd e m ayor: ¡no se d e b e c o n c lu ir u n a o b ra cc u n cao s. (La tra sg resió n o c a s io n a l de esta re g la m o stra l

u n a d e te rm in a d a in te n ció n .) T a m b ié n lo s instrum ente d e se m p e ñ a b a n u n p a p el im p o rta n te en la te o r ía d e 1 p r o p o r c io n e s . A s í p o r e je m p lo , la tr o m p e ta , en la qi

Page 101: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

e x c lu siv a m e n te se p o d ía n to c a r so n id o s n a tu ra les, se

co n v e rtía e n u n a « te o ría de las p ro p o rc io n e s sonan tes» ; só lo p o d ía in tro d u c irs e cu a n d o se tra ta b a d e D io s o de

las m áxim as a ltezas. D o m a y o r o R e m a y o r co n tr o m p e ­tas estaban reserv ad o s p a ra el p o d e r su p rem o ; los trom - p e tis ta s sa ca b an p a rtid o d e esta s itu a c ió n : e sta b a n c o n s i­

d e ra d o s m u y p o r e n c im a d e l m ú sico n o rm al.L o s n ú m ero s c u m p lía n en to d a la m ú sica b a rr o c a

u n a fu n c ió n in m e n sa , ta m b ié n al m a rg e n d e la te o r ía de las p r o p o r c io n e s . E n B a c h , p o r e je m p lo , c o n t in u a ­m en te a p a re ce n n ú m e ro s q u e re p re s e n ta n ju e g o s a r it­

m é tic o s o c u a d r a d o s m á g ic o s , q u e a m e n u d o a lu d e n a p a sa jes b íb lic o s o a d a to s b io g r á fic o s p r o p io s . Esas c i­fras e stá n c o d ific a d a s de las m a n era s m ás d iversa s: p o r e je m p lo , e l n ú m e r o de re p e tic io n e s d e u n s o n id o , e l n ú ­m e ro de c o m p a se s , d e te rm in a d o s v a lo re s de la s n o ta s , d ife re n te s a ltu ras d e lo s so n id o s , e tc . E l c o n o c im ie n to d e l s im b o lism o d e lo s n ú m ero s y d e l a lfa b e to n u m é rico e s ta b a en to n ces ta n g e n e r a liz a d o q u e u n c o m p o s ito r p o d ía sin m ás in tr o d u c ir h á b ilm e n te en sus o b ras ta le s m en sajes c ifra d o s s a b ie n d o q u e s e g u r a m e n te a l e s c u ­ch arlas o le e rlas a lg o se e n te n d e r ía . A l ig u a l q u e lo s n ú ­m ero s, ya d e sd e la A n tig ü e d a d se p o n ía n en c o n e x ió n co n la m ú sica m u ch o s s ím b o lo s r e lig io s o s y a stro n ó m i­co s. L o s c a p ite le s de lo s c la u stro s e sp a ñ o le s , co m o e x ­p lic a M a riu s S c h n e id e r en su l ib r o E l canto d e las p ie ­dras, re p re se n ta n c ie rta s m e lo d ía s : si se a tra v ie sa u n o de estos c la u stro s d e sd e u n p u n to de p a rtid a d e te rm i­n a d o , las e sc u ltu ra s de lo s c a p ite le s — figuras s im b ó li­cas de la l ite r a tu ra y la m ito lo g ía g rie g a , q u e ta m b ié n all í son s ím b o lo s de d e te rm in a d o s s o n id o s — fo rm a n e l

S I S T E M A S T O N A L E S Y A F I N A C I Ó N

103

Page 102: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

h im n o d e l s a n to a l cu a l e stá d e d ic a d o el c la u stro ; lo s

c a p ite le s d e en m e d io , p u ra m e n te o rn a m e n ta le s , r e p r e ­se n ta n las p a u sa s.

A p a r te d e la te o r ía d e las p r o p o r c io n e s , en la m ú sica b a rr o c a h a b ía , y s ig u e h a b ie n d o to d a v ía hoy, u n a carac­terización d e las ton alidades com o fu n d a m e n to im p o r ­ta n te p a ra la re p re se n ta c ió n d e d iv e rso s a fecto s. E ste a s­p e c to , q u izá m ás q u e la te o ría d e la s p ro p o rc io n e s , tie n e m u ch o q u e v e r co n la a fin ació n y sus d ife re n te s sistem as. Q u iz á s u n a b r e v e e x p o s ic ió n se rv irá p a ra aclarar, co m o h em o s a firm a d o al c o m ie n z o , la im p o r ta n c ia de la a fin a­c ió n c o m o m e d io e x p re s iv o .

D e s d e u n p r in c ip io se ha in te n ta d o re p re se n ta r p o r

m e d io d e la m ú s ic a d iverso s e s ta d o s a n ím ico s q u e p u ­d ie ra n c o n m o v e r a lo s o yen tes. L a s p o s ib ilid a d e s d e d i­fe re n c ia c ió n m u sica l se rem o n ta n h a sta la m ú sica g rieg a . A l l í h a b ía p r im e ro u n s im b o lism o y u n a ca ra c te r iz a c ió n d e l so n id o aislado. E s te era a so cia d o a u n s ím b o lo , m a te ­r ia liz a b a e l s ím b o lo ; se tra ta b a a n te to d o de c o n s te la c io ­nes d e e stre lla s , e sta c io n e s d e l añ o, an im ales fa b u lo so s , d io s e s q u e re p re se n ta b a n e in sp ira b a n u n a fe cto p a r t ic u ­lar. E sto convd u jo a u n a e s p e c ie d e s im b o lism o d e las to n alid ad es: a la escala co n stru id a so b re e l so n id o en cu e s­tió n se le a d ju d ic a b a la c a ra c te r ís tic a d e su so n id o fu n ­d a m en ta l; e n to n c e s es esa « to n a lid a d » la q u e su scita en e l o y e n te la a so c ia c ió n c o rre sp o n d ie n te .

L a s escalas d e la m ú sica g r ie g a están fo rm a d a s a p a r ­tir d e q u in ta s (no c o m o en la serie d e so n id o s n a tu ra les m o stra d a en la p á g in a 99, a p a rtir d e lo s so n id o s n a tu ra ­les d e la te rc e ra y la cu a rta o ctava):

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M Ú S I C A

1 0 4

Page 103: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

S I S T E M A S T O N A L E S Y A F I N A C I O N

Escala pitagórica.Tercfera pitagórica: ■— >

L a esca la p ita g ó r ic a c p n stru id a de esta m an era c o n s­titu yó p a ra to d a la m ú sica d e la E d a d M e d ia e l sistem a de re fe re n c ia p a ra la a fin a ció n . L a te rc e ra resu lta n te (tercera p ita g ó rica ) es un, in te rv a lo su sta n c ia lm e n te m a­yo r q u e la tercera n atu ra l e x p lic a d a antes (4:5), y n o es co n so n a n te co m o ésta, siijio d ison a n te. E l sistem a p ita g ó ­r ic o su en a, en m ú sica a ui^a so la v o z , m u y b e llo y c o n v in ­cente, d e ig u a l m an era cj[ue la te rc e ra p ita g ó r ic a suen a m u y b ie n en u n c o n te x to [m elódico. D e los d iv e rso s fr a g ­m entos p o s ib le s d e esa esjcala fu n d a m e n ta l, c o m e n za n d o en ca d a caso co n u n sonado, d ife re n te , salían las escalas g rieg as. D e estas escalas g rieg a s su rg ie ro n fin a lm e n te los m o d o s e c le s iá s tic o s d e ja E d a d M e d ia ; ésto s l le v a b a n los a n tig u o s n o m b res g rie g o s (d o rio , fr ig io , lid io , m ix o li- dio) y cad a u n o fu e a so cia d o co n u n a esfera p a rtic u la r de e x p re s ió n . M ien tras la m júsica era m o n ó d ic a o la p o li fo ­n ía se a p o y a b a en las q u in ta s, cu artas y o cta va s, e l s iste ­m a de a fin a c ió n p ita g ó r ic o p o d ía m an ten erse , p u es es e l ó p tim o p a ra este t ip o d e m ú sica . N o fu e h asta la in tro ­d u c c ió n p rá ctica d e la sen su al y arm o n io sa tercera natu­ral (una co n so n an cia) qup p u d o d e sa rro lla rse p le n a m e n ­te la p o lifo n ía . E l acord^ m a y o r (la trias m úsica) se fu e co n v irtie n d o p o c o a p o d o en la arm o n ía cen tra l, el que d e te rm in a b a el m o d o y la to n a lid a d . D e to d o s los m o d o s

1 05

Page 104: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M U S I C A! f‘

e c le s iá stico s , en el siglo! x v n sólo q u e d ó fin alm en te la e s­cala m ayor. E sto h a b ría s ig n ifica d o u n gran e m p o b r e c i­m ie n to d e las p o s ib ilid a d e s e x p re s iv a s d e no ser porqu e se c o n s ig u ió o to rg a r a j:ada tra n sp o sic ió n d e esta ú n ic í escala u n c a rá c te r p ro p io , d e ta l m an era que, p o r ejem p ío , si m a y o r p r o d u c e u n e fe c to d ife re n te a l d e d o m a ­yor, a u n q u e am b as n o ta s , en p r in c ip io , u tilizan la m ism í escala . Si a n te rio rm e n te (en lo s m o d o s e c le siástico s) 1í d ife re n c ia resid ía en la sucesión d e los in te rva lo s, en e. caso de las d iversas escalas m ay o res, éstas só lo se p o d ía r d istin g u ir m e d ia n te u n a en ton a ción d ife re n te . L a n e c e s i­d a d d e u n a c a ra c te r iz a c ió n d e las to n a lid a d e s es la base d e l s istem a d e a fin ació n te m p e ra d o .

D e la « a fin a c ió n m e s ó fó n ic a » a la « a fin a c ió n te m p e ra d a »

C u a n d o se d e s c u b r ió la ^tercera n a tu ra l, d e so n o rid a d tar a g ra d a b le , y co n e lla e l acord e m a y o r com o base d e n u e s ­tro sistem a to n a l, su rg iero n n u m e ro sa s cu estio n es sobre có m o r e s o lv e r lo s p ro b le m a s d e e n to n a c ió n q u e se g e n e ­rab an en lo s d iv e rso s iristru m en tos. S ó lo lo s in stru m e n ­tos d e v ie n to n a tu ra les ¡(trom pas y trom p etas) eran p e r ­fe cta m e n te a d e c u a d o s p a ra e l n u e v o sistem a. P a ra lo: in stru m e n to s d e te c la (o rg a n o , c la v ic o rd io y c lave) tenis q u e e n c o n tra rse u n sistém a de a fin a ció n q u e p erm itiere la n u e v a e n to n a ció n en ¡terceras p u ra s , a ser p o s ib le co r d o c e so n id o s p o r o cta va . E ste s istem a se e n c o n tró co n ií « a fin a ció n m esotónica»j. Su p r in c ip io c a ra c te r ís tic o es q u e las tercera s m ayo res h an d e ser absolu ta m en te puras

1 0 6

Page 105: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

DE L A A F I N A C I Ó N M E S O T Ó N I C A A L A T E M P E R A D A

a co sta d e lo s otro s in te rv a lo s . (N o h a y q u e o lv id a r q u e en u n in stru m en to de tecla n o p u e d e h a b e r n in gu n a afi­n a c ió n « p u ra» , q u e to d o sistem a d a p re fe re n c ia a u n os in te rv a lo s a co sta de o tro s.) E n la a fin a ció n m e so tó n ica no e x is te la co n fu sió n e n a rm ó n ica , p o rq u e cad a so n id o es u n ív o c o : u n fajj, p o r e jem p lo , n o se p u e d e c o n fu n d ir co n u n solk Para o b te n e r una a fin a c ió n a b a se de te r c e ­ras es n ecesa rio r e d u c ir co n sid e ra b le m e n te to d as las quin tas; éste es e l p r e c io q u e h a y q u e p a g a r p o r las te r c e ­ras p u ras.

La afinación «mesotónica» intervalos reducidos^ ---------- intervalos agrandados

“ ” * intervalos puros

Todas las quintas desde el mil» hasta el sol# están reducidas 1/4 de croma.Com o resto queda una quinta demasiado grande musicalmente inservible, la quinta del lobo (solj-mit), en realidad una sexta disminuida.Todas las terceras señaladas son puras.El resto de las terceras son demasiado grandes, inutilizables. El círculo de quintas no puede cerrarse

C u rio sa m e n te , en una tr ía d a cuya te rc e ra es pura la q u in ta apenas se oye, p o r q u e está d iv id id a p o r la tercera . E sta a fin a ció n se lla m a m e so tó n ica p o r q u e la te rc e ra m a­y o r (por e jem p lo d o-m i) está d iv id id a (por re) exacta­m en te en e l m edio y n o c o m o en la serie d e a rm ó n ico s en p r o p o r c ió n 8:9:10 (d o n d e h a y u n to n o g ra n d e d o -re y un to n o p e q u e ñ o re-m i). E sta a fin a ció n en tercera s p uras su en a arm ó n ica m en te m u y su a ve y re la jad a , ah o ra b ien , to d a s las to n a lid a d e s p ra ctica b les su en an e x a c ta m e n te

1 0 7

Page 106: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

igu a l. L a s escalas y lo s pasajes cro m á tico s su en an d e m o d o

p a rtic u la rm e n te in te re sa n te en u n in stru m e n to afin ad o c o n e l sistem a m e sb tó n ico . C u a n d o se to ca n sem iton os s u e lto s u n o tras o tr o , e l e fe c to es e x tr a o rd in a r ia m e n te r ic o y c o lo r id o , p u es lo s sem ito n o s tien en ta m a ñ o s m u y

d ife re n te s e n tre sí. E l c o n c e p to d e cro m a tism o es a q u í e x c é p c io n a lm e n te u na d e sig n a ció n v e rd a d era m en te a p ro ­p ia d a . E l fa# es o tro c o lo r d e l fa . E l se m ito n o c ro m á tico fa-fa# p r o d u c e e l e fe c to d e u n a c o lo ra c ió n , m ien tras q u e e l se m ito n o m u c h o m ás g ra n d e faj)-sol, q u e n o es cro m á ­t ic o , su p o n e u n a u té n tico in te rv a lo co n cre to .

P a ra los m ú sico s a ctu a le s d e entrad a resu lta m u y d i­f íc i l to c a r o can tar te rce ra s p u ra s p o rq u e , al estar a c o s ­tu m b ra d o s a las tercera s te m p e ra d a s d e l p ia n o , las te r c e ­ras n a tu ra le s les p a re c e n d esafin ad as y m u y p e q u e ñ a s .

H a b la re m o s ahora d e las « afinaciones tem p eradas». T e m p e ra r s ig n ifica e q u ilib ra r; así, se afin an m al e x p re s a ­m e n te a lg u n o s in terva lo s (en u n g ra d o lo m ás to le ra b le p o s ib le ) para p o d er tocar en to d as las to n alid ad es. L a m ás p r im it iv a d e las a fin a c io n e s te m p e ra d a s es el lla m a d o « tem p era m en to igual» . E n ella se d iv id e la o cta va en d o ce

se m ito n o s e x a cta m e n te ig u a le s , to d o s lo s in te rv a lo s co n e x c e p c ió n d e la o c ta v a son a lg o im p u ro s . E n esta a fin a ­ció n , h o y b a sta n te gen era lizad a , n o existe cara cteriza c ió n de las to n alid a d e s, to d as e lla s su en an igu al, só lo q u e en al­tu ra s d iferen tes. P ero si, co m o en el siglo x v m , se e n tie n ­

de bajo b ien tem p erad o u n tem p eram en to a la v e z b u en o y u tiliz a b le , en to n ces esta a fin ació n m o d ern a es u n a d e las p e o re s. (Ya era co n o c id a en to n ce s, p or c ierto , a u n q u e no

e ra re a liza b le técn icam en te; esto no fu e p o s ib le h asta la in v e n c ió n d e ap aratos d e a fin ació n e lectró n ico s.)

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

Page 107: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

DE LA A F I N A C I Ó N M E S O T Ó N I C A A LA T E M P E R A D A

4 quintas están 1/4 de croma reducidas (do>sol, sól-re, re-la, si- fa#)> todas las demás son puras. El círculo de quintas está cerrado.Las terceras son diferentes en cuanto a su aproximación a la pureza. Por esa diferenciación se produce una caracterización de las tonalidades.Las mejores son las terceras: fa-la, do- mi; casi igual de buenas: sol-si, re-fag, sil-re; claramente peores: mít-sol, la- dofl, mi-solj, si-re#. Todas las demás terceras son terceras pitagóricas y demasiado grandes para el oído.

E n las buenas afin acio n es tem p eradas n o todas las te r­ceras m ayores están afin ab as igu a l: p o r e jem p lo , las te rc e ­ras fa-la , do-m i, sol-si, re-’faf se afinan m ás p uras, es decir, más p eq u eñ as que el resto de las tercera s, con lo q u e las q u in ta s ta m b ié n se h an d e afinar d ife re n te s. A h o ra todas las to n a lid a d e s son p ra c tic a b le s , p e ro su en an d e un m o d o distin to: fa m a y o r tie n e u n so n id o m u c h o m ás b la n d o y rela jad o q u e m i m ayor. l jo s d iverso s in te rva lo s son d ife ­rentes en cada to n a lid a d , ¡unos a lgo m ás p u ro s , otros m e­nos, d e d o n d e resu lta la ca ra cte riza c ió n d e las to n a lid a ­des. E sta se b a sa en las fu e rte s ten sio n es co n d ic io n a d a s p o r la en to n ació n , q u e cre c e n a m e d id a q u e u n o se a leja del cen tro d o m ayo r y q u e ta m b ié n se p u e d e n en ten d er co m o u n a esp ecie d e n o sta lg ia d e las b e lla s to n alid ad es relajadas ( fa m a y o r , d o m ayor, so l m ayor).

E n cu a lq u ier caso n o h ab ría q u e p recip itarse al decir q u e un m úsico afina b ien o| m al. E xisten , en efecto , sistem as

m uy diferentes, y si a lg u ie n toca lim p io d en tro de un siste­m a q u e n o se h a lla en tre n u estras co stu m b re s aud itivas, le

1 0 9

Page 108: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M Ú S I C Ai

estam os ju zg a n d o m al si decim os q u e toca desafinado. Y m ism o estoy tan aco stu m b rad o a tem p eram entos desigu; les que un p ian o corrien te m e suena espan tosam ente ma a u n q u e esté m u y b ie n afinado. Se trata, p o r tanto, d e qu el m úsico to q u e afinado d en tro de u n sistem a.

E n la p rá c tic a , sin E m bargo, se d em u estra q u e la m í sica de lo s s ig lo s x v i y x v i i só lo se p u e d e re p ro d u c ir c m an era a d e cu a d a co n ú n a afin ació n d e terceras p u ras. í tra b a ja m o s s ó lo co n can ta n tes o c o n in stru m e n tista s c cu erd a , n o ten e m o s q ú e a p licar to d o s lo s a sp e cto s d e ! a fin a c ió n m e s o tó n ic a ; q u e está c o n c e b id a p a ra in s tr i

m en tos d e te c la . N o in ten tarem o s, p u es, h a c e r lo s arm i n ico s 8 y 9 ig u a le s y r e d u c ir la s q u in tas, s in o q u e m ás bie in ten tarem o s e n to n a r ¡las terceras ab so lu tam en te p u ra (C o n las quintas lo in ten ta d e to d o s m o d o s cu a lq u iera N o es segu ram en te la p u re za a b so lu ta en to d o s lo s in te v a lo s lo q u e u n o p e r s ig u e , p u e s to d o e fe c to a rt ís t ic o : fu n d am en ta en la asp iració n a la p e rfe c c ió n . L a perfei ción , co m o o b je tiv o a lca n za d o , sería in h u m an a y p r o b b le m e n te ta m b ié n in so p o rta b le m e n te ab u rrid a. U n a p a te im p o rta n te d e la p e rce p c ió n y d e la e scu ch a musical» se basa en la te n sió n en tre la asp irac ió n a la p u re za abs< lu ta y e l g ra d o q u e se ¡alcanza re a lm e n te d e esa p u r e z H a y to n a lid a d e s co n u n alto g ra d o d e p u re za , en la s qi; esa ten sió n es m u y le v e , y otras q u e son m u ch o m en os p i ras y, e n consecuencia!, o fre ce n m u ch a m ás ten sió n . I en to n a ció n es así u n m ed io im p o rta n te d e ex p re s ió n d e ! in te rp re ta c ió n . P e ro n ó e x iste n in g ú n sistem a d e enton¡ c ió n q u e sea a p ro p ia d o p ara to d a la m ú sica o cc id en ta

n o

Page 109: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A Y S O N O R I D A D

C u a n d o u n o , co m o m ú sico , se o c u p a m u c h o de c u e s tio ­nes de so n o rid a d e s y les c e d e u n lu g a r im p o rta n te en el m arco d e la in te rp re ta c ió n , su rg en n e ce sa ria m e n te p r e ­gun tas c o n re sp e c to a lo s c rite r io s h istó r ic o s . C o n o c e ­m os a p ro x im a d a m e n te la p la n tilla v o c a l e in stru m e n ta l p ara la m ú sica d e la co rte p a p a l de A v ig n o n en el s ig lo x iv , la d e las d iversas cap illa s m u sica les en las c o rte s ita ­lianas, b o rg o ñ e sa s , a lem an as de la é p o c a de M a x im ilia n o (hacia 150 0); p o d e m o s h a ce rn o s una idea b a sta n te e x a c ­ta d e la ca p illa m u sica l d e L a sso en la c o r te b á v a ra (h acia 1560); la so n o rid a d de la o rq u e s ta y d e las v o c e s d e la é p o ca de M o n te v e rd i (d e sp u é s d e 16 0 0 ) está b a sta n te b ien d o cu m e n ta d a p o r e l p ro p io M o n te v e r d i y ta m b ié n p o r M ic h a e l P ra e to riu s (16 19 ); ta m b ié n p o d e m o s r e p re ­sen ta rn o s la im agen so n o ra d e la ó p e ra d e l s ig lo x v n h a ­c ie n d o lo s e stu d io s c o rre sp o n d ie n te s ; la so n o rid a d de la o rq u esta y d e l c o ro en B ach se c o n s id e ra h o y en día f á ­c ilm e n te re co n stru ib le ; sab em o s a lg o s o b re e l u n iv e rso so n o ro de la m ú sica de M o za rt; c o n o c e m o s el so n id o de la o rq u e sta d e W agner. A l fin a l d e esta e v o lu c ió n se h a lla

la o rq u e sta s in fó n ica actual.C o n re sp e c to a esta c u e stió n , hasta h ace p o c o , al t r a ­

ta r e l tem a d e la esté tica m u sica l y e l e s tu d io de lo s in s ­tru m e n to s , a ú n se a d o p ta b a un p u n to de v is ta q u e en la historia d el arte ya se h ab ía a b a n d o n a d o h ace m u c h o tiem ­po: a saber, q u e se trata de e vo lu c io n e s a p a rtir d e e s ta ­

dios in ic ia le s p rim itiv o s y q u e, m e d ia n te c o n s ta n te s m e ­jo ra s, se h a id o lle g a n d o a u n e s ta d o ó p tim o s ie m p re s itu a d o en e l p resen te . E ste p u n to de v ista n o se p u e d e

Música y sonoridad

Page 110: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

so ste n e r n i d e sd e el la d o e s té tic o n i d e sd e el la d o té c n ic o o h is tó r ic o . L o q u e en las artes p lá stica s h ace ya m u ch o tie m p o q u e está c la r o — q u e tra tam o s co n d e sp la z a m ie n ­to s d e é n fa sis , lib re s d e v a lo ra c io n e s , q u e s ie m p re va n en p a ra le lo c o n tra n sfo rm a c io n e s so c ia le s y d e l e sp ír itu de la é p o c a , y q u e se d an p o r sí m ism o s, o in c lu s o q u e tie ­n e n q u e d a rse p o r sí m ism o s— , c o m ie n za ahora a c o m ­p re n d e rs e en la h is to r ia d e las so n o rid a d e s . H a y q u e e n ­

te n d e r d e u n a v e z q u e e l in stru m e n ta rio , la « o rq u esta» , d e u n a é p o c a está p e r fe c ta m e n te a d e cu a d a a su m ú sica

(y a la in v e rsa )— y esto p o r lo q u e re sp e c ta ta n to a l in s ­tr u m e n ta r io g en e ra l d e u n a é p o c a co m o a ca d a u n o de lo s in stru m e n to s in d iv id u a lm e n te — . Y o v e o y e sc u c h o q u e to d o in stru m e n to en e l m o m e n to d e ser a d o p ta d o en la m ú sica c u lta ya ha a lc a n z a d o u n e sta d io ó p tim o en el q u e n o es p o s ib le r e a liz a r m e jo ra s g lo b a les. P o r ta n to , c a d a m e jo ra q u e se h a g a p o r u n la d o se te n d rá q u e p a ga r c o n u n e m p e o ra m ie n to p o r o tr o la d o . E sta es u n a h ip ó ­tesis q u e h e p o d id o co n firm a r en n u m ero sa s e x p e r ie n ­cias y en e l c o n tin u o c o n ta c to co n esta m ateria , h asta el p u n to de q u e p a ra m í c o m ie n z a a a d q u ir ir e l c a rá c te r de u n h e c h o d e m o stra d o .

L a c u e s tió n q u e se p la n te a p a ra cad a u n a d e esas m o ­d ific a c io n e s en lo s in stru m e n to s , q u e en to n ce s se c o n s i­d e ra b a n , c la r o está, só lo c o m o m ejo ras, es la s igu ien te: ¿ E s to y d isp u e sto a p agar, p o r esta o a q u e lla « co n q u ista» , u n p r e c io q u e re s id e en la n a tu ra le za m ism a d e la co sa? P o r e je m p lo , p a ra gan ar en p o te n c ia , re n u n cia r a sutiles m a tice s y co lo r, así c o m o a lig e re z a té c n ic a (el p ia n o ); o c o n s e g u ir u n a igu a ld ad c o m p le ta d e d in ám icas y e n to n a ­c ió n a costa d e la p é rd id a d e e n to n a cio n e s e sp ecífica s

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M Ú S I C A

112

Page 111: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M U S I C A Y S O N O R I D A D

p a r a cad a to n a lid a d y d e l tim b re in d iv id u a l d e casi ca d a s o n id o (la fla u ta e n tre o^ros). E je m p lo s sim ilares se p o ­drían a p o rta r p a ra p rá c tic a m e n te ca d a in stru m en to . S in e m b a rg o , en la m a y o r ía d e lo s ca so s , fa s c in a d o s p o r las co rre sp o n d ie n te s « m ejo ras» co n se g u id a s , n o se ha a d v e r­tid o en u n p rim e r m o m e fito q u e a la v e z h ab ía q u e s a c r i­ficar a lgo y, aún m e n o s, ju é es lo q u e h a b ía q u e sa crifi­car. H o y , co n la co rresp jo n d ien te p e r s p e c tiv a h istó rica , p o d e m o s v e r casi to d as las « m ejoras» c o m o m o d ific a c io ­nes d e n tr o d e la e v o lu c ió n m u sica l.

L a c o n se c u e n cia d e tp d o esto es q u e h ay q u e o fre c e r c u a lq u ie r m ú sica co n e l in s tr u m e n ta r io q u e le c o r r e s ­

p o n d e . E sto , ló g ic a m e n te , arrastra c o n s ig o a lgu n o s p r o ­b lem a s. ¿ N o s ig n ifica o tro c u e rp o s o n o ro u n m e d io d e e x p re s ió n p o r p r in c ip io d ife re n te p a ra e l m ú sico ? ¿ P u e ­d e e l o y en te sa ltar d e a q u í p a ra allá e n tr e d iferen tes s o ­n o rid a d e s h istó r ic a s o s e d e c id e al fin al, co n sc ie n te o in ­co n sc ie n te m e n te , p o r u n a s o n o rid a d , p o r u n a esté tica so n o ra ? ¿ N o p erten ecen j estas cu e stio n e s a otro s a s p e c ­to s secu n d ario s d e la m ú sica: a la a c ú s tic a d e la s salas, q u e a l cab o ta m b ié n infljuye en la so n o r id a d ; a l sistem a d e e n to n a ció n , es d e c ir ,la a q u e llo q u e se p e r c ib e co m o p u r o o im p u ro en re la c ió n a la a ltu ra d e lo s so n id o s , y h asta q u é p u n to a e s te cp m p le jo le c o rre s p o n d e n v e r d a ­d eras fu n c io n e s e x p re s iv a s? Y , p o r ú ltim o , la cu e stió n d e si la m ú sica c o m o ta l re p re se n ta acaso u n le n g u a je co m ­p re n s ib le p o r e n c im a d e las ép o ca s (Io n esco : « ¿ C o m ­p re n d e m o s a M o z a rt en re a lid a d ? » ), cu estió n q u e d e n in g u n a m an era se p u ed ^ co n te sta r fá c ilm e n te con u n sí, co m o p o d r ía p en sa rse . E s m u y p r o b a b le q u e e l tra sto rn o

to ta l d e n u estra v id a c u ltu ra l en lo s ú ltim o s c ie n años

113

Page 112: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M Ú S I C A

haya ca m b ia d o d e ta l m an e ra n u estra fo rm a d e h a ce r y e s c u c h a r m ú sica q u e ya n o p e rc ib im o s n i co m p re n d e m o s a q u e llo q u e, p o r e je m p lo , M o z a rt d ecía co n su m ú sica y q u e era p e rc ib id o y c o m p re n d id o p o r sus c o n te m p o rá ­n eo s. N o h ay m an era d e q u e p o d a m o s e n te n d e r hasta q u é p u n to la m ú sica h aé e c ie n años, y m u c h o m ás to d a ­v ía a n te s ,’ era p a rte in te g ra n te de la v id a p ú b lic a y p r iv a ­d a — apenas h ab ía u n a o c a s ió n alegre, tr iste , festiv a , re li­g io sa u o fic ia l en la q u e ¡ n o se h ic ie se m ú sica — y n o una s im p le d e c o ra c ió n s o c ia l c o m o h o y en día. C re o q u e del co m p le jo g lo b a l d e una' o b ra m aestra de la m ú sica h o y só lo p e rc ib im o s y re g istra m o s u n a p a rte m u y p e q u e ñ a — so b re to d o los c o m p o n e n te s esté tico s— y q u e m u ch as fa c e ta s , p o s ib le m e n te ih u y im p o rta n te s , re s u lta n p ara n o so tro s irre co n o cib le s , ¡porque h em os p e rd id o el órgano n e c e sa rio p a ra p o d e r a p re ciarlas . O tro a sp e c to es que esa p a rte m ín im a q u e n o s d ice a lgo es al p a re c e r tan rica p o r sí m ism a q u e la a cep ta m o s fe lizm e n te sin e x ig ir nada m ás. Se p o d ría d ecir , p u e s , q u e a l h a b e r p e r d id o el p re ­sen te h em os g a n a d o to d o e l p a sa d o , p ero q u e , co n una p e r sp e c tiv a ínfim a d e la ^ o m p ren sió n tota l, só lo p e r c ib i­m os u n a p e q u e ñ a p a rte . ¡

C a b e p re g u n ta rse si¡ rea lm en te estam os en p o sesió n

d e to d a la h isto ria m u sica l o c c id e n ta l— ta m b ié n de to d a la h is to r ia de la cultura]— , si, co m o m ú sico s y o yen tes, so m o s cap aces d e a b o rd k r d e m an era ad ecu a d a la d iv e r­s id a d estilís tica de lo s id io m a s m u sica les. S i fu e ra así, la d ife re n c ia de lo s c u e rp o s so n o ro s y d e las so n o rid a d e s de cad a é p o c a no p o d r ía ser u n p ro b le m a p a ra e l o íd o , sino m ás b ie n u n a ayu d a parja a b a rc a r la d iv e rs id a d aún m a­y o r d e la m úsica com o ta l. L a a ltern ativa d e la q u e se s ir­

114

Page 113: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A Y S O N O R I D A D

ve la v id a m u sica l a ctu a l es e v id e n te m e n te insana: tan to p o r lo q u e c o n c ie rn e al re p e rto rio co m o a la so n o rid a d . E l re p e rto rio h a b itu a l, m u n d ia lm e n te u n ifo rm e , ¡no es de n in gu n a m an era, co m o a co stu m b ra a d e cirse , «la se­le c c ió n de la h isto ria » ! U n a g ra n p a rte no l le g ó a p asar p o r e l ju ic io su p u e stam e n te in s o b o rn a b le d e lo s siglos. E s e o rá cu lo c o m e n zó a h a b la r e n el sig lo x i x y estaba c o m p leta m en te m arcad o p o r e l g u sto d e la é p o c a . Y p o rlo q u e resp e cta a la so n o rid a d , esa se le cc ió n m u y p o b re q u e a m o d o de a ñ a d id o r e a liz a r o n n u e stro s b isa b u e lo s , e n u n tie m p o e n e l q u e to d a v ía d isp o n ía n d e u n a m ú sica co n te m p o rá n e a m u y viva , se nos p re se n tó y se nos p r e ­senta a ú n , en la so n o rid a d u n ifo rm e d e l s ig lo x ix : B a c h ig u a l que M o z a rt y q u e B rah m s y q u e B a rtó k ; u n a s o n o ­r id a d q u e r id icu la m e n te ca lifica m o s de « m o d ern a» , la s o n o rid a d de n u e stro tiem p o .

N o so tro s y a n o p o d e m o s, c o m o n u estro s a n te p a sa ­d os en el s ig lo p a sa d o , re v o lv e r in g e n u a m e n te sin m ás en lo s teso ro s d e l p a sad o ; ten e m o s q u e e n c o n tra r u n se n ti­do en lo q u e h a ce m o s para n o c a e r en e l p esim ism o tota l. N o so tro s cree m o s q u e una c o m p re n s ió n m ás p ro fu n d a es d e l to d o p o s ib le y que va le la p e n a segu ir c u a lq u ie r c a ­m in o q u e n os c o n d u z c a a e lla . A h o r a b ie n , la c o m p re n ­sión y la le c tu ra d e u n a p ie za m u sica l so n en u n a lto g ra ­do in d e p e n d ie n te s d e su re a liz a c ió n son o ra; lo s p rim ero s

p aso s, ta m b ié n lo s m ás im p o rta n te s , h acia u n a in te rp re ­ta c ió n m u sica l co n sen tid o no son v is ib le s y, d esd e lu e g o , nada e sp e cta cu la re s; co m o m u c h o sen sa cio n a les, en el ve rd a d e ro sen tid o d e la p a la b ra . L o v is ib le es só lo , com o ú ltim o p aso , el tra b a jo co n el in stru m en ta rio origin al. L o s in stru m en to s o rig in a les s u p o n e n la p a rtic u la rid a d

115

Page 114: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

más esp ectacu la r, lo más lla m a tiv o d e u n a in te rp re ta c ió n ,

a u n q u e co n m u ch a fre c u e n c ia se in tro d u c e n de fo rm a a b su rd a , sin lo s re q u is ito s té c n ic o s c o rre sp o n d ie n te s e in c lu s o a m e n u d o ta m b ién sin una v e rd a d e ra n e c e s id a d m u sica l. A s í, la a u te n tic id a d so n o ra p u e d e co n stitu ir para m u ch a s o b ras u n a a yu d a fu n d a m e n ta l y p a ra otras, p r e ­c is a m e n te p o r su c a r á c te r e sp e ctacu la r, p u e d e reb ajarse a u n a b su rd o fe tic h ism o so n o ro .

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M U S I C A

I n s tr u m e n t o s a n tig u o s : ¿ s í o n o ?

P o r su p u e sto , in stru m e n to s an tig u o s sí o n o , ¡segú n el ca so ! L a h isto ria d e la p rá c tic a m u sica l con in stru m en to s a n tig u o s, es d ecir, co n in stru m e n to s q u e p o r a lg u n a ra ­zó n h an q u e d a d o fu e ra de u so , tie n e la m e n ta b le m e n te tan m ala re p u ta c ió n , q u e ap en as se p u e d e d is c u tir so b re e l tem a re la jad am en te , sin u n a p asión fa lsa . A u n q u e a m í m e c o lo c a n en el p a rtid o d el sí— y n o sin ra z ó n — , a este re s p e c to m e g u sta ría ve rm e co m o u n a e x c e p c ió n . C re o p o d e r d isc u tir d e u n a m an era d e l to d o o b je t iv a y só lo co n u n a p asión a u tén tica , a l ig u a l que, así lo e sp ero , m is in te r lo c u to r e s im a g in ario s.

B a s ta co n q u e u n o te n g a en la m an o u n in stru m en to d e los lla m a d o s an tig u o s para ser t ild a d o d e « p u rista» , « h is to ric is ta » , asceta e s tilís t ic o o p a ra q u e le v e a n co m o a a lg u ie n q u e — p o r fa lta d e in tu ic ió n — se p a ra a re fle­x io n a r d e la n te d e cada nota. E xp re s io n e s in o cen tes co m o « fid e lid a d a la o b ra» a d q u ie re n u n m a tiz n e g a tiv o , a sus d e fe n so re s se les n ie g a a p r io r i la c a p a c id a d p a ra p racticar la m ú sica d e m an era c o m p ro m e tid a y co m p e te n te . P e ro

xx6

Page 115: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

¿ p o r qué? E n el c o n c e p to 1 se « fid e lid a d a la ob ra» , al m a r­

g e n d e to d o so fism a, n o sfe p u e d e d e sc u b rir n a d a n e g a t i­vo ; e l h e c h o d e q u e ese c o n c e p to se c o n fu n d a a m e n u d o e rró n e a m e n te con fid e lid a d a las n o tas— p o r ta n to , co n in fid elid ad a la o b ra — n o ¡jm ede ser cu lp a de esa ex p resió n

in o cen te , s in o só lo d e su p m p leo ig n o ra n te .E l m a tiz n e g a tiv o qud a co m p a ñ a a la p a la b ra « p u r is ­

ta» en su u so h a b itu a l h p y en d ía p e rm ite en r e a lid a d

e x p re s a r a lg o ve rd a d e ro ! co n u n fe o y d ifa m a n te g u iñ o d e o jo — d e l cjue d e sd e lu'ego se h a c e u so — . C o m o y a he a p u n ta d o a n te s, c reo , la « é p o c a d e lo s p io n e r o s » d e la m ú sica a n tig u a en lo s años v e in te y tre in ta n os t ie n e m a r ­ca d o s a to d o s, ta n to a p a rtid a rio s d e l «sí» co m o d e l «no» . L a m ú sica a n tig u a n o se q n te n d ía e n sus p r in c ip io s c o m o u n a p a rte d e la v id a m u sica l o fic ia l, s in o c o m o u n a c o n ­tra -m ú sica con u n fu n d a m e n to id e o ló g ic o q u e h a b ía sid o d e s c u b ie r ta y era cu ltiv a d a p o r un c írc u lo s e le c to d e d ile tan tes entu siastas. E l m u n d o m u sica l p ro fe s io n a l n o se h a c ía e c o d e to d o eso, y a los p re cu rso re s d e la m ú sica an tig u a ta m p o c o les in te íe s a b a en m o d o a lg u n o , q u e ría n co n se rv a rlo p ara e llo s. S|e c re ía h a b e r e n c o n tra d o en la m ú sica a n tig u a lo « p u ro » , lo « a u té n tico » — o b je tiv o s é s ­tos d e lo s m o v im ie n to s ju v e n ile s d e la é p o c a p o s te r io r a la P rim era G u e r r a M u n d ia l, q u e en g en eral se v o lv ía n co n tra la m o ra l fa lsa d e lá s o c ie d a d d e aqu el tie m p o .

L a m ú sica e s ta b le c id a d e los c o n c ie rto s s in fó n ic o s y los te a tro s d e ó p e ra se v^ía c o m o a lgo a fe c ta d o , u n a im ­p o stu ra; e l s istem a en te ro c o m o « in au tén tico » . L a p a la ­b ra « ro m á n tico » se co n v irtió en u n a co n sign a n e g a tiv a , m ien tras q u e « o b jetivo » ; to m ó u n ca rá cte r p o s it iv o . L a b r illa n te z y la p e r fe c c ió n 'té c n ic a p e rte n e c ía n a la m ú sica

I N S T R U M E N T O S j A N T I G U O S : ¿SÍ O N O ?

117

Page 116: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

p ro fe s io n a l y y a p o r esó re su lta b a n so sp ech o sas. L a m ú

sica d e l R e n a c im ie n to y d e l B a rro c o , a la q u e h asta en to n ce s n o se h ab ía p re sta d o a te n ció n , p a re c ía co rre sp o n

d e r a lo s n u e v o s id eales: si se c a n ta b a o to c a b a d e sp a cio surgían escasas d ificu lta d e s té c n ic a s , y al fa lta r in d ic a c io n e s d e te m p o o de d in á m ica esta m ú sica era adecuad; p a ra u n a p rá c tic a m u sica l « o b jetiva » .

P r o n to se em p ezó tk m b ién a p re sc in d ir de lo s in stru m entos c o n v e n c io n a le s , se re d e sc u b rie ro n la flau ta di p ic o , la v io la d e gambla y e l c la ve . L as so n o rid a d e s so b ria s , al p r in c ip io , p o r jialta d e g ra n d e s m o d e lo s y de u n tra d ic ió n in te rp re tativ a , c o n tin u a d a , se ca lificaro n , y as se p e rc ib ía n , c o m o ásp eras y au tén tica s y p o r eso mismc tam b ién b e lla s . N a tu ra lm e n te , h ab ía m uch as p erso n a q u e d etrás de lo s resu lta d o s e fe c tiv o s o b te n id o s vislu m b ra b a n las p o s ib ilid a d e s so n o ra s y té cn icas, q u e en co n tra b a n v a lo re s en esa m ú sica al m arg e n d e lo id e o ló g ic c E n se g u id a a lgu n o s m ú sico s p ro fe s io n a le s se o cu p aro i tam b ién d e l asun to con los n u evo s in stru m en to s redes c u b ie rto s , p e r o n o eran to m a d o s en serio p or sus co lé gas. Su a ct iv id a d se c o n s id e ra b a a lg o así co m o u n hobb y n o se veía co n b u e n o s o jo s, p u es se tem ía u n a p é rd id de c a lid a d en lo s in stru m en to s « norm ales» y co n la mú sica «de v e rd a d » . j

E n esta p rim e ra é p d c a se co m eten tam b ién g ra ve s fa lío s en la e v o lu c ió n cu^as co n se cu e n cia s to d av ía h o y tie n en re p e rc u sió n . E l p r in c ip a l ejem p lo : el c la v e m o d e rn c L o s c o n s tru c to re s de in stru m e n to s d e sc u b rie ro n biei p ro n to e l n u e v o m e rc a d o y a b a ste c ie ro n a u n a crec ien t c o m u n id a d d e a fic io n a d o s co n fla u ta s de p ic o y v io la de gam b a, m ás ta rd e ta fiib ié n co n cro m o rn o s, co rn eta s

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M U S I C A

Page 117: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T O S A N T I G U O S : ¿SÍ O N O ?

tr o m b o n e s b a r r o c o s , e n tre o tro s m u c h o s in stru m e n to s « an tigu o s» . C o m o in stru m e n to d e a co m p a ñ a m ien to , e l p ia n o d o m é stico era e v id e n te m e n te im p e n sa b le , h a b ía q u e te n e r un c lave . E n la n u e v a in d u str ia de c o n s tr u c ­c ió n de c la ve c in e s— e n se g u id a h u b o u na d e m a n d a e n o r­m e— , lo s co n stru c to re s n o se a tu v ie ro n a lo s v ie jo s in s­tru m e n to s q u e aú n se c o n se rv a b a n , p o r q u e n o se q u ería

re n u n cia r a las e x p e rie n c ia s d e la c o n s tru c c ió n m o d ern a de p ian o s. A s í se fa b r ic a ro n in stru m e n to s d e to d o s los tam añ o s y p re c io s , co n stru id o s co m o p ian os cuyas c u e r­das eran p u lsad as p o r p le c tro s de c u e ro d u ro y, m ás ta r ­de, ta m b ié n de d iv e rso s m ateria les s in tético s.

A esto s in stru m en to s se les d io e l n o m b re d e « clave» , a u n q u e su so n id o era tan p a re c id o a l d e u n c la v e co m o el so n id o de un v io lín d e ju g u e te se p a re c e a l de un Stradi- vari. L o s fa llo s n o se re co n o c ie ro n p o rq u e fa lta b a n los criterio s: lo s q u e to c a b a n n o te n ía n id e a de có m o ten ía q u e so n ar u n c la ve y la in d u str ia s ig u ió su cam in o sin re ­sisten cia e s fo rzá n d o se en a m p lia r e l h u e co d e sc u b ie rto en e l m e rca d o y en lle n a rlo . P u e s to q u e estos in stru m e n ­tos e stu v ie ro n m u y ráp id a m en te d isp o n ib le s y en gran n ú m ero , n o ta rd a ro n en ser in c o rp o ra d o s a la «gran v id a m u sica l» para in te rp re ta c io n e s « estilís tica s» de las co m ­p o s ic io n e s d e B ach , y el o y e n te se a co stu m b ró a c u a lifi­

car su c h irr ia r y su tin tin e o co m o e l « so n id o o rig in a l» . L o s m ú sico s ve rd a d e ra m e n te in d e p e n d ie n te s in te le c tu a l­m en te, co m o p o r e je m p lo F u rtw á n g ler, rech azab an e l c la ­

v e , co n ese in s tru m e n to n o se p o d ía h a c e r m ú sica ; de h e c h o , a p en as se te n ía a lg u n a v e z la p o s ib ilid a d d e e sc u ­ch ar u n clave de v e rd a d , to d o e sta b a in u n d a d o de su c e d á ­neos.

119

Page 118: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

H a n h e c h o fa lta varias d é c a d a s p a ra a clarar e se e q u í­v o c o ca p ita l y to d a v ía p a sa rá tie m p o hasta q u e to d o s los m ú sico s y los a fic io n a d o s a la m ú sica h ayan s u stitu id o esa im a g e n so n o ra fa ls ifica d a p o r u n a b u e n a y a u té n tica y h asta q u e to d o s lo s claves m o n stru o so s h ayan d e s a p a ­re c id o d e la v id a m u sica l. A u n a é p o c a p io n e ra b ie n le p u e d e esta r p e rm itid o c o m e te r e rro re s , s iem p re y c u a n ­

d o las g e n e ra c io n e s ven id e ra s lo s re c o n o z c a n y lo s s u p r i­m an.

S i h e e x p u e s to lo s c o m ie n z o s d e l m o v im ie n to d e la m ú s ic a a n tig u a , q u e d e s d e e l p u n to d e v is ta d e la h is t o ­r ia d e la c u ltu r a so n m u y in fre c u e n te s y m u y in te r e s a n ­te s , es p o r q u e la a c t itu d d e lo s m ú sico s y c r ít ic o s p r o fe ­s io n a le s y d e l p ú b lic o d e c o n c ie r to s ha e sta d o m a rca d a d u r a n te d e c e n io s p o r la s itu a c ió n p a rt ic u la r d e a q u e ­l lo s p r im e ro s tie m p o s . Si, h a ce tr e in ta añ os, u n m ú sico co n u n a c o n c e p c ió n m o d e rn a se in te r e s a b a p o r la s p o ­s ib ilid a d e s in te r p r e ta t iv a s a c o rd e s a la é p o c a d e la m ú ­s ic a d e lo s s ig lo s x v n y x v m , p o r q u e c re ía v e r en e lla a l­tos v a lo re s a r t ís t ic o s , era c o n s id e r a d o ca s i c o m o u n d e s e r to r a l te r r e n o d e lo s s e c ta r io s d ile ta n te s , y si p o r la r a z ó n q u e fu e r a se le o c u r r ía a d e m á s e s c o g e r in s t r u ­m e n to s a n tig u o s , ya n o se le to m a b a p r á c t ic a m e n te en se r io . A h o r a b ie n , eso era a sí en lo s c ír c u lo s f ila r m ó n i­c o s h a b itu a le s , p u es e n tre lo s c re y e n te s co n ju ra d o s d e la m ú s ic a a n t ig u a e l c re c im ie n to d e sus f ila s g ra c ia s a m ú sico s p r o c e d e n te s d e l cam p o d e los p ro fe s io n a le s era e v id e n te m e n te c e le b r a d o , a u n q u e la a sp ir a c ió n n a tu ra l a la p e r fe c c ió n de esos m ú s ic o s les h a c ía s o s p e c h o s o s d e n o s e r v ir d e l to d o id e o ló g ic a m e n te a la m ism a c a u ­

sa.

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E LA M Ú S I C A

1 2 0

Page 119: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T O S ' A N T I G U O S : ¿ S Í O N O ?!

E n tre ta n to se h a d e rro s tra d o q u e es tan p o s ib le h a ­c e r m ú sica c o n in stru m en to s an tiguos co m o c o n lo s otros; to d o d e p e n d e , p u e s , d ep jo r q u é u n m ú sico se d e c id e p o r un m e d io so n o ro u o tro . !

L os p reju ic io s d e l p r in c ip io d e sa p arecerán se g u ra ­m en te en lo s p ró x im o s an o s, hasta e l p u n to d e q u e esta decisió n n o estará in flu id a p o r razones e x tram u sica les co m o e l m ie d o a la d iscrim in a c ió n o ta m b ié n p o r el e sp í­r itu c o m e rc ia l. N o cab e d p d a d e q u e la a sp ira c ió n n atu ra l y ló g ic a d e to d o b u e n m ú sico es u tiliza r el m e jo r in s tru ­m en to p o s ib le . Q u iz á los¡ asp ectos h istó rico s o m useísti- cos a ca p a ra rá n d u ra n te u n tie m p o e l in te ré s: ¿ c ó m o se h acía esto e n to n c e s , có m o h a b r ía s o n a d o ? , p e r o apenas h a y u n m ú sico q u e a la la rg a p u e d a h acer d e este in terés su p r o fe s ió n ; a u n a p e r s o n a así y o le d aría m ás b ien el

n o m b re d e h isto riad o r. E l m ú sico , al fin, te n d e rá siem p re a e n c o n tra r e l in stru m e n to ó p tim o para é l. M e g u staría , p u e s, l im ita r la s s ig u ie n te s re fle x io n e s a a q u e llo s m ú sicos q u e , p o r razo n es p u ra m e n te m u sica les, p re fie re n u n in s­tru m e n to u otro; lo s q u e j'o h a ce n ú n ica m e n te p o r interés en lo s h e c h o s h istó rico s no cu en tan p ara m í c o m o m ú si­cos; en e l m ejo r d e lo s caso s son in v e stig a d o re s, p e ro n o in té rp re te s . j

A c tu a lm e n te ten e m o s a n u e stra d is p o s ic ió n un re ­p e r to r io más gran d e q u e n u n ca . H o y se e je cu ta n o b ras crea d as en u n la p so d e tjiem po de ce rca d e o c h o c ie n to s años. C o n e l c o n o c im ie n to c o rre sp o n d ie n te d e las c ir ­cu n sta n cia s (véase e l e je m p lo e x p u e sto a rr ib a d e l c lave, q u e se rv iría d e m an era sijtnilar para m u ch o s o tro s in s tru ­m en to s), co n ta m o s co n tb d o u n a rsen al d e in stru m e n to s u tiliz a b le s d e las m ás d iversa s é p o ca s . E l m ú sico d e b e ría ,

121

Page 120: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

p u e s, ten er el d e re c h o ^ e to c a r c a d a o b ra co n el in s tru ­m e n to q u e le p a re z c a m ás a p ro p ia d o p a ra e lla , o d e e s ­c o g e r la c o m b in a c ió n s añora q u e e n c u e n tre id ea l.

P a ra to m a r esta d e c is ió n existe, só lo un p u n to de v is ­ta d eterm in a n te : ¿ q u é se p u e d e r e a liz a r m ejo r co n este c con a q u e l in stru m e n to ? T o d o m ú sico sab e q u e n o existe e l in s tru m e n to a b so lu ta m e n te p e r fe c to , s iem p re h ay que resign arse a c ierto s defjectos en c u a lq u ie ra d e e llos, ta n ­to si es a n tig u o com o m o d e rn o . Si se co m p aran las v e n ­tajas y las d esven ta jas de los in stru m e n to s m aestro s de

d iversas é p o ca s , co n sta ta rem o s q u e n o ex iste u n a s e n c i­l la e v o lu c ió n d e lo s in stru m en to s d e p e o r a cad a v e z m e ­jo r— co m o q u izá s e x ista en e l caso de lo s avio n es o de las cám aras fo to g rá fic a s — , s in o q u e cad a in stru m en to , in ­c lu so c a d a e s ta d io d e su e v o lu c ió n , p o s e e ta n to v e n ta ­jas c o m o d e s v e n ta ja s , q u e ta n to lo s m ú sico s c o m o los co n stru c to re s d e in stru m en to s eran p le n am en te c o n s ­cien tes d e e llas. N o es d e extrañ ar, p u e s , q u e exista u n í estrech a co n e x ió n , o un'a in flu en cia m utua, entre las ideas d e lo s co n stru c to re s de! in stru m e n to s p o r u n a p a rte y las d e lo s m ú sico s— in stru m en tistas y co m p o sito re s— p oi o tra . D e este m o d o a lgu n o s « in v e n to s» d e lo s c o n s tru c ­to res m u y a la b a d o s, a p esar de su é x ito in icia l, no c o n s i­g u ie ro n im p o n e rs e en tire lo s m ú sico s (co m o e l heckel- p h o n , el a rp e g g io n e , e tc .) , m ien tras q u e o tro s, co m o e. p ia n o fo rte , g ra c ia s a la co n sta n te co la b o ra c ió n e n tre e. c o m p o sito r y e l c o n s tru c to r su fr ie ro n m etam o rfo sis mu} in teresan tes. 1

E l d e sa rro llo p a re c e h a b e r c o n c lu id o h a c e a lgú r tiem p o : n u e stro in stru m en ta rio se ha m an ten id o p r á c t i­c a m e n te in v a r ia b le d esd e h a c e m ás d e c ien años, lo qu<

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M U S I C A

1 22

Page 121: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

es u n a c irc u n sta n c ia e x tra ñ a si se tien e en c u e n ta q u e en los sig lo s p a sa d o s cad a p o c o s añ os, co m o m ín im o cad a g e n e ra c ió n , casi to d o s lo s in stru m e n to s se m o d ifica b a n d e m an era d ecisiva .

C o n esto , la p re g u n ta fo rm u la d a en e l t ítu lo de este c a p ítu lo se p o d r ía co n testa r d o b le m e n te y d e fo rm a co n ­clu yen te : sí, p u es to d o s lo s in stru m e n to s en cu e stió n son al fin y al cab o in stru m en to s a n tig u o s; o b ie n , n o , pues los instrum entos, d e b id o a la p e rfe c c ió n a lca n za d a d esd e h ace m ás de c ien años, ya no n e ce sita n e v id e n te m e n te m ás m o ­d ificacio n es.

P a ra m í, só lo se p u e d e d a r la p r im e ra resp u esta , p o r ­q u e la e v o lu c ió n de lo s in stru m e n to s se h a p a ra liz a d o no p o r la p e r fe c c ió n a lca n za d a — eso sería p a v o ro sa m e n te in h u m a n o — , sino p o rq u e en este t ie m p o to d a la e v id e n ­cia d e la m ú sica o c c id e n ta l, in c lu so d e la c u ltu ra o c c i­d en ta l, se h a d e sm o ro n a d o . S ó lo d e sd e q u e la crea ció n a rtís tica d e l p re se n te h a d e ja d o de c o in c id ir co n la d e ­m an d a c u ltu ra l, d esd e q u e n o m iram o s h acia atrás, al a rte y a la m ú sica d e l p a sa d o , co n la a rro g a n cia d e l q u e está p o r en cim a — lo q u e p ara to d a ép o ca cu ltu ra lm e n te sana siem p re h a sido lo n a tu ra l— , p o d e m o s ju zg ar esa m ú sica d e m an era a p ro p ia d a . P e r o este ju ic io , ta n to en la m ú sica co m o en las a rtes p lá s tica s , h a d e ja d o d e ser j u i ­cio d e valor en el sen tid o de que la m ú sica de u n a é p o c a d e te rm in a d a n os p u d ie ra p a re c e r m e jo r q u e la de o tra .

P u e s to q u e en e l caso d e u n in s tru m e n to m u sica l n o se tra ta m ás q u e de u n « in stru m e n to » , u n a e s p e c ie d e a p a re jo té c n ic o , la f e en e l p r o g r e s o se m a n tie n e a q u í m ás tie m p o . P e ro el in stru m e n to m u s ic a l es ta m b ié n una obra d e arte. L o s n o m b re s d e los g ra n d e s co n stru c to re s

I N S T R U M E N T O S A N T I G U O S : ¿SÍ O N O ?

123

Page 122: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

d e in stru m e n to s eran y so n ta n fam o so s co m o lo s d e lo s g ra n d e s p in to re s: A n to n io S tra d iv a ri, J o h a n n C h r is to p h D e n n e r , J o h a n n W ilh e lm H a a s , A n d re a s R u c k e r s , A n ­d re a s S te in , T h e o b a ld B ó h m , etc. cre a ro n in stru m e n to s

m u s ic a le s q u e en su g é n e r o , c o m o o b ra s d e arte , eran p e r fe c to s y q u e n o se p o d ía n m e jo ra r m ás sin a la v e z e m ­p e o ra r lo s .

S i se to m a, p o r e je m p lo , u n v io lín d e S tra d iv a ri d e a l­

r e d e d o r d e 17 0 0 , ta l co m o é l lo co n stru y ó , se le ajustan las cu erd a s d e trip a, e l p u en te , e l co rd al, el alm a, segú n los

c r ité r io s d e la ép o ca, y se to c a co n u n a rco m aestro de la m ism a é p o c a , ese v io lín su en a en v e rd a d su sta n c ia lm e n ­te m ás d é b il q u e u n o r e c o n s tr u id o en e l s ig lo x i x o x x c o n cu e rd a s m o d ern as y to c a d o co n u n a rco m o d e rn o d el

m ism o m aestro,, p e ro p o s e e u n gran n ú m e ro d e p r o p ie ­d ad es so n o ra s m u y sutiles (arm ó n icos, e l t ip o d e re sp u e s­ta, la fo rm a d e lig a r so n id o s , el e q u ilib r io e n tre cu erd as g ra v e s y agudas) q u e e l v io lín m o d e rn o n o p o see .

Q u iz á d e b e r ía m e n c io n a r a q u í b re v e m e n te q u e p r e ­c isa m e n te ta m b ié n lo s in stru m e n to s de cu e rd a an tig u o s, q u e se em p le a n d e sd e h a c e s ig lo s , h an esta d o so m etid o s a co n sta n tes cam b io s d e e x ig e n cia s . E sto s in stru m en to s h a n s id o co n tin u a m e n te m o d ific a d o s , a v e c e s a fo n d o , y d e esa m a n e ra han s o b re v iv id o h asta n u estro s d ías p a ­s a n d o p o r to d o s lo s ca m b io s d e estilo y d e g u s to . U n v ie ­jo v io lín , p u e s , suena h o y co m p le ta m e n te d ife re n te que h a c e d o s c ie n to s o tre sc ie n to s años, y un v io lin is ta v ir ­tu o s o d e n u e stro tie m p o , si e scu ch a ra su « stra d iva ri» en su e sta d o o rig in a l, se s o rp re n d e r ía p o s ib le m e n te tan to c o m o S tra d iv a ri si o yera y v ie se lo q u e co n e l tie m p o se

ha h e c h o con su in s tr u m e n to . H o y p r á c t ic a m e n te no

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E LA M Ú S I C A

1 2 4

Page 123: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T O S A n T I G U O S : ¿ S Í O N O ?i

ex isten in stru m en to s m aestro s q u e n o h aya n sido m o d i­fica d o s varias v e c e s . Estáis m o d ific a c io n e s ten ía n co m o o b je t iv o so b re to d o o b te n e r u n m a y o r v o lu m e n de so n i­do, p e r o ta m b ié n u n a m a y o r ig u a ld a d y p u lid e z .

S in e m b a rg o , p u e s to jque lo s m e jo re s in stru m e n to s d e cu e rd a an tig u o s e r a n dje u n a c a lid a d a lta m e n te e q u ili­b ra d a , to d a m e jo ra c o n s e g u id a m e d ia n te las m o d ific a ­c io n e s te n ía q u e p a g a rse c o n u n e m p e o ra m ie n to en otro s a sp e cto s (sobre to d o en el so n id o ). T o d o d e p e n d e , p u e s , d e lo q u e a u n o le p a re z c a p a rtic u la rm e n te im p o rta n te .

Si se co m p a ra u n a fla u ta d e p la ta d e B ó h m co n u n a fla u ta a u n a l la v e d e H o tjte terre , se d is tin g u irá q u e en la flau ta d e B ó h m to d o s los¡ sem itonos suen an h om ogén eos, m ien tras q u e en la fla u ta jde H o tte te r r e , d e b id o a las d i­fe re n cia s d e ta m a ñ o e n tré lo s o rific io s y a las n ecesarias d ig ita c io n e s en h o rq u illa , ¿asi cad a so n id o tien e u n a c o lo ­r a c ió n d ife re n te . L a fla u ta d e B ó h m su e n a ta m b ié n s u s ­ta n c ia lm e n te m ás fu e r te ,¡p e p o e l s o n id o es m ás p o b re , l is o y u n ifo rm e . C la r o estlá q u e to d o e sto se p o d r ía f o r ­m u lar, segú n la p e ísp e c tijv á p e r s o n a l y e l g u s to de ca d a u n o , d e o tro m o d o : la flaujta d e H o tte te r r e es u n m a l in s ­tru m e n to p o r q u e en e lla lo s d ife re n te s s o n id o s n o s u e ­

n an d e fo rm a h o m o g é n e a — v is to d e sd e e l id e a l so n o ro de la fla u ta d e B ó h m — ; o b ie n , la fla u ta d e B ó h m es u n m al in stru m e n to p o r q u e e n ella to d o s lo s so n id o s suen an ig u a l— visto d esd e el id e a l so n o ro d e la fla u ta a u n a lla v e .

E sto s p u n to s d e v is ta , y ta m b ié n m u c h o s o tr o s , ya se e n cu e n tra n en e scrito s c o n te m p o rá n e o s d e d ife re n te s é p o ca s , y al fin a l h a y q u e ^ d m itir q u e n o se p u e d e d e fin ir fá c ilm e n te lo q u e es bueno y m alo, q u e m ás b ie n h ay q u e esta b lecer, en p r im e r lu gár, u n a c o n c o rd a n c ia en tre los

125

Page 124: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

d e se o s d e lo s c o m p o s ito r e s , lo s in s tru m e n tis ta s y los co n stru c to re s de in stru m en to s. A s í, si e l m ú sico , p o r la

razó n q u e sea, p re fie re el so n id o d e s ig u a l de la flau ta a n ­tig u a a l so n id o re g u la r ¡de la flauta d e B ó h m — y esto es, ta m b ié n d esd e e l p u n to d e v is ta h is tó r ic o , u n a decisió n d e l to d o le g ít im a — , eriton ces n o se d e b e ju z g a r la d esi­g u a ld a d co m o u n d efecto d e su in te rp re ta c ió n , de igual m an e ra q u e un crítico d e otra o p in ió n n o d e b e ría criticar la ig u a ld a d de la in te rp re ta c ió n en u n a flau ta de B óhm c o m o d e fe cto .

E l e n ju ic ia m ie n to h istó r ic o de las n o v e d a d e s en la c o n s tru c c ió n d e in stru rh en to s era só lo in te re sa n te m ie n ­tras se tra tab a p re c isa m e n te de n o v e d a d e s; h o y se trata ú n ica m e n te de si u n a irite rp re ta ció n es en sí ra zo n a b le > d e si p u ed e con ven cer-— su p o n ie n d o la d isp o s ic ió n de] o y e n te — . P ara m uch os! m ú sico s, e n tre lo s q u e m e in c lu ­y o , al fin al de lo s e x p e rim e n to s co m p a ra tiv o s su rg e la c o n s ta ta c ió n d e q u e las v e n ta ja s y d e s v e n ta ja s d e cada p a so en la e v o lu c ió n d e lin in stru m en to c o n cu e rd a n e x a c ­ta m e n te con las e x ig e n c ia s d e la m ú sica con tem p orán ea c o rre sp o n d ie n te . L a d iy e rs id a d tím b rica y el so n id o os­c u ro d e la flauta d e H ó tte te r r e c o n cu e rd a n co n e x a c ti­tu d co n la m ú sica fra n c e sa a n terio r a 17 0 0 , y de ninguna m an era co n la m ú sica alem ana de 19 0 0 , m ien tras q u e e. s o n id o h o m o g é n e o y m e tá lico de la fla u ta d e B ó h m es ó p tim o p ara la m ú sica d e este tiem p o e in a p ro p ia d o para la d e aq u él. Sem ejante^ c o n fro n ta c io n e s se p o d ría n h a­cer co n c u a lq u ie r in stru m en to ; só lo la c u e stió n d e si estí o a q u e l in stru m en to se Ipuede to c a r h o y d e m an era a d e­

c u a d a p u e d e d ific u lta r Jen casos aislad os u n a v a lo ra c ió r sin p re ju ic io s .

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M U S I C A

1 2 6

Page 125: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

U n a sp e c to q u e para la e le c c ió n d e un in stru m en to

tie n e una im p o rta n c ia d ecis iva es su c a lid a d o b jetiv a . Ju n to a la cu e stió n d e si se d e b e to c a r c o n in stru m en to s « m od ern os» o a n tig u o s cab e ta m b ié n p regu n tar: ¿q u é es

u n b u en in stru m e n to ? Y si para m í el asp ecto p u ra m e n ­te so n o ro d e la in te rp re ta c ió n es v e rd a d e ra m e n te tan im ­p o rta n te q u e te n g o q u e d e c id irm e p o r in stru m en to s de una é p o c a d e te rm in a d a p or ra zo n e s artísticas, en to n ces ta m b ié n ese asp ecto será ig u a l d e im p o rta n te p ara la v a ­lo ra c ió n d e esos m ism os in stru m en to s.

Es decir, sería absu rd o p re fe r ir una flauta b a rro ca m ala a u n a b u e n a flauta B ó h m só lo p o rq u e es u n a flauta barroca. U n m al in strum en to s igu e sien do m alo au n cu a n ­do, a causa de la m oda, la au sen cia g en eralizad a d e se n ti­do c r ític o p o r p arte de los m ú sico s y los aficion ad os a la m úsica le co n ce d a una g lo ria p asajera (com o en el caso d e l p se u d o cla v e m en cio n ad o arriba). E sto significa, p o r ta n ­to, q u e hem os de estar atentos a los fa lso s p ro fetas— lo b o s co n p ie l d e oveja, p o r d ecirlo así— q u e v a n d ivu lgan d o lo falso co m o si fu era autén tico , lo m alo com o b uen o. L a m oda even tu a l d e los in stru m en to s antiguos no d e b e c o n ­du cir a q u e esos inn u m erab les tu b o s d e m ad era , m ejor o p eo r to rn ea d o s, p rovistos de seis u o ch o agujeros y e n c o ­m iados co m o «instrum en tos o rig in a les» , se em p leen tal cual, p or m u y in a d ecu a d o que sea su so n id o . D eb eríam o s co n servar siem p re n u estro o íd o y n u e stro sen tid o d el g u s­to com o árb itro s y co n ten tarn o s só lo con lo m ejor.

E l m ú sico co n scien te de sus re sp o n sa b ilid a d e s no d e ­jará p asar la o c a s ió n d e to c a r o d e e sc u c h a r lo s in s tr u ­m en tos a u té n tico s d e los m aestro s m ás im p o rta n tes y d e m e d ir en e llo s to d o lo q u e le v a n o fr e c ie n d o co m o co p ia s

I N S T R U M E N T O S A N T I G U O S : ¿SÍ O N O ?

1 2 7

Page 126: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

o, m e jo r d ich o , p re te n d id a s co p ias. C u a n d o n u e stro o íd o v u e lv a a ser tan a g u d o c o m o p a ra d is t in g u ir la su tile z a d e las so n o rid a d e s , la v e rd a d e ra c a lid a d , m u y p r o b a b le ­m e n te p o d re m o s d ife re n c ia r e l so n id o d e ju g u e te d e lo s « in stru m en to s o rig in a les» fa lso s d e l so n id o r ic o d e lo s a u ­té n t ic o s (y de las b u e n a s co p ia s). T a m p o c o el p ú b lic o se d e ja r á e m b a u ca r co n s o n o r id a d e s m alas y b a ra ta s q u e

se h a c e n p a sa r p o r v a lio sa s so n o rid a d e s « o rig in a le s b a ­rro ca s» . E l c o n c e p to d e « in stru m e n to o r ig in a l» n o h a d e e m b o ta r n u estra c a p a c id a d de ju ic io , v íc tim a d e l e n tu ­

s ia sm o d e h ab er re d e s c u b ie r to su p u e sta m e n te so n id o s a n tig u o s a u té n tico s. E l erro r h istó rico co m e tid o en la c o n s tr u c c ió n d e l c la v e n o se d e b e re p e tir ah o ra con los d em á s in stru m en to s. P o r tan to : h a y q u e re ch a z a r ra d i­c a lm e n te la m e d io c r id a d , ta l co m o ha h e ch o desd e s iem ­p re e l m ú sico n o rm al.

E n la m e d id a en q u e lo s m ú sico s se fam iliariza n co n las p a rtic u la r id a d e s d e lo s d iv e rso s e s tilo s n a c io n a le s y d e las d iversas é p o ca s d e la m ú sica o c c id e n ta l, d escu b re n las c o n e x io n e s p ro fu n d a s e n tre cad a u na d e las m ú sicas y las c o n d ic io n e s d e in te r p r e ta c ió n o r ig in a le s y a ctu a les . E n g e n e ra l, son p re c isa m e n te lo s m ú sico s co n serva d o res, q u e se q u ed an con la m ú sica d e l ca m b io d e s ig lo , lo s que

p re fie re n el in stru m e n ta rio d e a q u ella é p o c a , es decir los in stru m e n to s q u e to d a v ía h o y se llam an rid icu la m e n te m odern os, a p esar d e q u e to c a n m úsica an tigua.

P o r e l co n tra rio , lo s m ú s ic o s q u e ta m b ién están a b ie r­tos a la m ú sica c o n te m p o rá n e a son lo s que, s i to can m ú ­sica a n tig u a , a m en u d o re cu p e ra n lo s in stru m e n to s o r i­g in a le s , p o r q u e d e esa m a n e ra cree n p o d e r e n r iq u e c e r c o n s id e r a b le m e n te su a b a n ic o e x p re s iv o . S e v e , p u es,

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

Page 127: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

q u e la d ife re n c ia c ió n q u e i p re c is a m e n te la crítica e s p e ­

c ia liza d a a co stu m b ra a p la n te a r e n tre in te rp re ta c ió n m o ­derna (co n lo s in stru m e n ta s h a b itu a le s) e in te rp re ta c ió n h isto ric ista (c o n in s tr u m e n to s a n tig u o s ) v a c o m p le ta ­m en te d e se n ca m in ad a. L a jm o d e r n id a d d e u n a in te r p r e ­

ta c ió n n o se v e a fe c ta d a p o r la e le c c ió n d e lo s in s tr u ­m e n to s , y aú n m e n o s en la o p o s ic ió n a q u í c ita d a . E s e v id e n te q u e u n a in te rp re ta c ió n co n in stru m e n to s a n ti­gu o s— y p o r su p u e sto ta m b ié n co n lo s in stru m e n to s h a ­b itu a le s — p u e d e ser histcjiricista, p e r o e n to n c e s n o lo se rá p o r lo s in stru m e n to s §ino p o r la c o n c e p c ió n d el m ú ­sico en cu e stió n . E l criterjio d e d e c is ió n s ó lo p u e d e ser q u é ven ta jas y q u é d esven ta jas p esa n m ás o m en o s p a ra

cad a m ú sico .A lo s a sp e cto s p u ra m e n te s o n o ro s y té c n ic o s se a ñ a ­

d e la p ro b le m á tic a d e la e n to n a ció n , q u e n in g ú n m ú sico q u e se o c u p e s e r ia m e n te d e la m ú sica p re c lá s ic a p u e d e ign orar. T a m b ié n aqu í, a l fin al d e las re fle x io n e s y e x p e ­rim en to s, e n la m a y o ría d e lo s c a s o s se lleg ará a la c o n ­c lu s ió n d e q u e c a d a m úsjica e x ig e v e r d a d e ra m e n te u n d e te rm in a d o s iste m a d e e n to n a c ió n y q u e lo s d iv e rso s tem p e ra m e n to s desiguale^ y a b a se d e te rce ra s p u ra s d e lo s sig lo s x v i , x v n , x v m yi x i x so n p o r lo m en o s ta n im ­p o rta n te s p a ra la r e p ro d u c c ió n d e la m ú sica a n tig u a co m o e l te m p e ra m e n to , a\ ig u a l q u e d e n in g u n a m an era está tan b ie n te m p e ra d o . T a m b ié n a q u í sirven d e a yu d a lo s in stru m e n to s an tig u o s | p u es, c o n tra la o p in ió n g e n e ­ral, se p u e d e to c a r co n b u e n o s in stru m e n to s a n tig u o s tan lim p io o tan su c io co m o con lo s « m o d ern o s» , si b ie n lo s sistem as d e te m p e ra m e n to c o rre s p o n d ie n te s so n m ás fá c ilm e n te re a liz a b le s coifi lo s in stru m e n to s o rig in a les .

I N S T R U M E N T O S A jNTI GUOS: ¿SÍ O N O ?

1 29

Page 128: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

C o m o ú ltim o a rg u m e n to m e g u sta ría m en cio n ái c u e stió n d e l b a la n ce d e n tro d e u n a o rq u e sta o d e u n o

ju n to in stru m en ta l d é cám ara. C a d a é p o c a tie n e u n i

tru m e n ta r io en sí p e rfe c ta m e n te s in to n iza d o ; lo s com í s ito re s e s c r ib e n p a ra esa o rq u e sta , p a ra esas re la c io i s o n o ra s . S i u n o e s c o g e h o y s e n c illa m e n te a q u e llo s i tr u m e n to s q u e llevan, e l m ism o n o m b re , o u n o pareci<

q u e el in stru m en to q u e o rig in a ria m en te se p re te n d ía , ( to n ce s resu lta u n a so n o r id a d casu al q u e tie n e p o co co m ú n co n la id e a d e l co m p o sito r.

N o q u iero a q u í en a b so lu to a b o ga r p o r las in te rp re cio n es « h istó ricas» , p o r re co n stru cc io n e s d e in te rp re c io n e s d e tiem p o s p asad o s; n o se p u e d e h a c e r g ira r a l : vé s la ru e d a d e la h isto ria . P e ro , p o r m u c h o p ro gresisr q u e haya, es e v id e n te ¡que n ecesitam o s d e l arte, de la m sica d e tiem p o s p asad b s; el rop aje son oro es y se mant: n e co m o una cu estió n jsecu n d aria . P ara m í, la im ag en s ñ o ra o r ig in a l es só lo in teresan te hasta el p u n to en q i e n tre las m u ch as p o s ib ilid a d e s q u e te n g o a m i dispo: ció n , m e p arece la m e jo r p a ra re p ro d u c ir h o y esta o aqu lia m ú sica . D e ig u a l m V e r a q u e co n sid e ro in a p ro p ia d a o rq u e sta de P raeto riu s p ara to ca r a R ic h a rd Strauss, co sid ero in a p ro p ia d a la jo rq u e s ta d e R ic h a rd Strauss p a to c a r a M o n te v e rd i. '

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

La reconstrucción dej las condiciones sonoras originales er e l estudio

C a d a u n o d e lo s su sta n tiv o s d e l títu lo su scita em oeion( en m í, m e d esafía a b u s c a r e x cu sa s, e x p lic a c io n e s , ant

1 30

Page 129: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

C O N D I C I O N E S S O N O R A S E N EL E S T U D I O

tesis. « R e c o n stru c c ió n d e las c o n d ic io n e s so n o ras o r ig i­nales», só lo co n esto ya su rgen n u m ero sa s p regu n tas: ¿q u é son las c o n d ic io n e s so n o ras o r ig in a le s , son b u e n as, m alas o in v a lu a b le s , y p o r q u é h a y q u e reco n stru irla s? ¿P or q u é n o c o n s tru ir otras n u eva s? Y p o r si fu e ra p o c o ¿«en el estu d io » ? E sta c o le tilla d e s ilu s io n a p o r c o m p le ­to; p u esto s a im a g in a r la re co n stru c c ió n d e co n d ic io n e s sonoras, se p ien sa m ás b ie n en ig le s ia s g ó tica s o b a rro ca s en las q u e se to c a r ía co n los lla m a d o s in stru m en to s o r i­g in a le s y q u izás in c lu so se can ta ría co n vo ces o rig in a le s , si b ien h ab ría q u e lam en ta r— in c lu s o con razó n d esd e el

p un to d e v ista e str ic ta m e n te c ie n tífic o y d e l m e d io am ­b ie n te — q u e el ó rg a n o a u té n tico d e l s ig lo x v n n o se p u e ­de llen a r de a ire o r ig in a l de la é p o c a , a u n q u e éste h a b ría te n id o segu ra m e n te p ro p ie d a d e s so n oras co m p le ta m e n ­te d iferen tes.

N o p u e d o tra tar u n te m a se m eja n te d e m an era o b je ­tiva , c u a lq u ie r id e a p ro v o c a tiv a m e o b lig a a a d o p ta r una p o sic ió n p e rso n a l. B a jo c o n d ic io n e s so n o ras o rig in a les m e im a g in o a lg o así co m o lo q u e e l c o m p o s ito r d e u n a o b ra se p u d o im a g in ar de u n a in te rp re ta c ió n ó p tim a en su tiem p o . E sta id e a m e in te re sa , pues p ara m í es e v i­d en te q u e la m a y o ría de los c o m p o s ito re s h an c o n c e b id o sus o b ras no só lo co m o e stru ctu ra s a b stractas, sino ta m ­b ién en g ra n p a rte c o m o re a lid a d so n o ra . L a d osis d e los d iferen tes co m p o n e n te s p o sib le s es, ló g ic a m e n te , d ife ­ren te p ara cada c o m p o sito r y ta m b ié n está c o n d ic io n a d a p o r el g u sto g e n e ra l d e la época. E s m u y im p o rta n te p ara u n m ú sico q u e n o in te rp re ta sus p ro p ia s o b ras, s in o las de o tro s c o m p o sito re s , c o m p re n d e r sus ideas. L a su sta n ­c ia m u sica l, en to d o s los tie m p o s y p a ra to d o s lo s c o m ­

1 3 1

Page 130: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

p o s ito re s y o b ra s , n o d e p e n d e en ig u a l m e d id a d e la re a ­liz a c ió n so n o ra .

L a s o b ra s d e lo s c o m p o sito re s fra n co -fla m e n co s d e l s ig lo x v i , p o r e jem p lo , d ejan la re a liz a c ió n so n o ra d e fi­

n itiv a co m p le ta m e n te a b ierta , n i s iq u ie ra es im p o rta n te p a ra u n a c o m p o s ic ió n si es can tad a o to c a d a co n in s tru ­

m e n to s . ¿S ig n ifica e sto to ta l l ib e r ta d p a ra lo s in té rp re te s (s ie m p re y c u a n d o se q u iera p re se n ta r la o b ra ín te g ra ­m e n te ), o e x iste e n tr e la s in fin itas p o s ib ilid a d e s « c o r r e c ­tas» p u n to s en c o m ú n q u e las d istin gu en d e lo in co rrecto ? A q u í m e sitú o en e l te rre n o re sb a la d izo d e la in vestigació n va lo ratiV a , en la que, com o es sa b id o , al ig u a l q u e en casi

to d a s las in vestig acio n es (incluidas las d e las ciencias n a tu ­rales), e l re su lta d o es g ra ta m e n te a q u e llo q u e el in v e s ti­g a d o r esp era . C re o , p u e s , arm ad o an te to d o de m i se n ti­d o m u sica l, q u e e x iste n p u n to s en co m ú n d e n tro d e las d iv e rsa s p o s ib ilid a d e s c o rre c ta s— siem p re b a jo la s u p o ­s ic ió n d e q u e q u ie ra p re se n ta r la c o m p o s ic ió n y n o tra n s­fo rm a r la o re cre a rla .

E sto s a sp ecto s co m u n es p u e d e n estar, en p rim er lugar, en los tim b res y en la c a p a c id a d d e fu s ió n d e las so n o rid a ­des; p e ro tam b ién , en segu n d o lu g ar, en lo s p r in c ip io s de la p r o d u c c ió n d e l so n id o : p o r e je m p lo , si u n son id o ha d e tocarse m an ten id o o b ien a m o d o d e so n id o de cam p a­n a; o, en te rce r lu gar, en e l sistem a d e en to n a ció n , es decir, en co n v e n cio n e s p rev ias en cu an to a re p ro d u c ir lo s in te r­va lo s justos, más g ran d es o m ás p e q u e ñ o s; y cuarto , en las c o n d ic io n e s acú sticas. L as co n co rd a n cias y las d iscrep a n ­cias en estos p u n to s se p u e d e n re co n o c e r p e rfecta m en te y se p u ed en v a lo ra r y u tiliza r segú n la im p o rta n cia q u e se les co n ce d a para la in te rp re tació n .

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M Ú S I C A

132

Page 131: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

R e su m ie n d o , en m i o p in ió n e x is te n casi s ie m p re m u ­

chas p o s ib ilid a d e s q u izá c o r r e c ta s , y a lg u n a s— e sto n o h a y q u e p e r d e r lo d e v is ta — c o m p le ta m e n te in c o rre c ta s . E n la m e d id a en q u e lo s c o m p o sito re s d isp o n e n d e te r ­m in ad as so n o rid a d e s p a ra sus o b ra s , e s c r ib e n d e fo rm a id io m á tic a , es d ecir, c o n u n a e s c r itu ra a p ro p ia d a p a ra e l in s tru m e n to , p a ra la v o z , p a ra lá o rq u e sta c o r r e s p o n ­

d ien te . A s í, m ien tras parja la m ú sica d e la é p o c a d e M a ­x im ilia n o I, p o r ejempl<j>, h a b ía m u ch as p o s ib ilid a d e s « o rig in a les» d e in te rp re ta c ió n d ife re n te s , para los p o e ­m as s in fó n ico s d e R ic h a rd S trau ss sólo h a y u n a im agen so n ora a d e cu a d a . E n lo s c u a tro sig lo s q u e m e d ia n en tre am bas m ú sica s h u b o u n d e sp la za m ie n to le n to q u e fu e

re d u c ie n d o p ro g re s iv a m e n te la c a n tid a d de p o s ib ilid a ­des « co rre ctas» . |

P o r ta n to , y o entiend'o b a jo c o n d ic io n e s so n o ra s o ri­g in ales en ca d a caso to d as las p o s ib ilid a d e s le g ítim a s que un c o m p o s ito r p u d o im agin ar. E x c lu ir é aqu í, p o r c u e s­

C O N D I C I O N E S SOJSTORAS EN EL E S T U D I O

t io n e s d e o rd en , to d as 1 o tra ép o ca, q u e co n sid e i

s tra sp o s ic io n e s en e l e s t ilo de o c o m o tra d u c c io n e s a le n g u a s

ex tran je ra s y q ue, co m o líales, s ie m p re m o d ifica n la o b ra o rig in a l; a q u í nos v a a in te re s a r la o b ra d e l c o m p o s ito r y para e llo te n g o q u e in ten tar a p re n d e r su le n g u a je .

L as co n d ic io n e s sonoiras o rig in a le s son, p u es, m u y in ­teresan tes p ara el m ú sico 'c u a n d o , p o r en cim a d e lo m era ­m en te estético , p u e d e n c o n tr ib u ir su sta n c ia lm e n te a la

co m p re n s ió n d e las obrap. S in e m b a rg o , la p re g u n ta p u ­ra m e n te h is tó r ic a « ¿ có m b so n ab a ta l m ú sica e n to n c e s? » n o p u e d e te n e r p ara e l m ú s ico m ás q u e u n v a lo r in fo r ­m ativo , p a ra él só lo se trata d e « ¿ có m o la o fr e z c o lo m e ­jo r p o s ib le ? » . H o y, la d isc u s ió n so b re las c u e stio n e s d e

133

Page 132: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

so n o rid a d d e d iversas ép o ca s v e rs a p r in c ip a lm e n te s o ­

b re el so n id o d e los in stru m en to s. L a e x p re s ió n « in stru -. í

m en to s a n tig u o s» c o m ie n za ya a co n v e rtirse en u n c o n ­c e p to p o s it iv o , co n tod^s las ve n ta ja s e in co n v e n ie n te s q u e eso trae co n sig o . Si h a c e c in c o años, p o r e jem p lo , aún se d e c ía « S u e n a s o r p r e n d e n te m e n te b ie n , in c lu s o c o n esos in stru m e n to s an tig u o s» , a h o ra se oye y se lee cada v e z más a m en u d o : « E stá b ie n , a u n q u e n o se h an e m p le a d o instrum entos] a n tig u o s.» H a s ta ta l p u n to h an c a m b ia d o lo s crite rio s . N o es d e l to d o se g u ro q u e lo s in s­tru m e n to s , en c u a n to alias c o n d ic io n e s son oras, sean la c u e s tió n p r im o r d ia l. P ie n s o in c lu s o q u e la d ic c ió n y la a rt ic u la c ió n m u sica le s así c o m o la a fin a ció n o c u p a n en la m ú sica d e los s ig lo s !xv n y x v m , d e sd e el p u n to d e v is ta s o n o r o , u n lu g a r m ás im p o r ta n te q u e lo s in s tr u ­

m en to s, p o r q u e esos elejm entos a fe cta n d e fo rm a m u ch om ás d ire c ta a la su sta n cia m u sica l.l

A fin a c ió n : n o m e refiero a a ju star los so n id o s d e l p ia ­no, d e l ó rg a n o y d e l clavb, s in o a las cu estio n es q u e tien en q u e v e r co n la a ltu ra e x a cta d e los so n id o s. L a a fin a ció n a co stu m b ra a ser tra tad a h o y en d ía co m o a lg o a b so lu to , c o m o b u e n a o m ala , linjLpia o su c ia . E sta es u n a s u p o s i­c ió n in so ste n ib le . N o ejxiste u n a a fin ació n q u e to d o el m u n d o e n tie n d a c o m o pura. U n artista q u e afina o r d e n a ­

d a m e n te , es d e c ir s iem p re ig u a l, afin a lim p io en su s iste ­m a to n al. E l o íd o h u m a n o es p o r n a tu ra le za c o m o u n p a ­p e l en b la n c o en e l q u e el a fin a d o r d e l p ia n o d o m é stico , la rad io , e l m ae stro de m ú sica , v a n in sc rib ie n d o u n s iste ­m a d e a fin a ció n . E n p r im e r lu gar, p u es, h a y q u e « p ro ­g ram arlo » , p e ro d esp u és c u a lq u ie r d e sv ia c ió n se p e rc ib e c o m o d esafin ad a. E sa p e rc e p c ió n , p o r tan to , es d e l to d o

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M U S I C A

I

134

Page 133: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

C O N D I C I O N E S S O N O R A S E N E L E S T U D I O

su b jetiva . P e ro s i ca d a é p o c a e m p le a sus p ro p io s s iste ­m as d e a fin a ció n , co n d iferen cia s ' e n tre sí, ca b e p r e g u n ­tar si es p o s ib le o fre c e r to d o t ip o d e m ú sica d e m an era c o m p re n s ib le co n u n ú n ico sistem a, p o r e je m p lo el q u e h o y es h a b itu a l. U n c u a rte to d e c u e rd a , p o r e jem p lo , p u e d e to c a r p e rfe cta m e n te ; p e ro si a fin a u n c u a rte to de M o z a rt segú n e l m é to d o en señ ad o d esd e h ace a p ro x im a ­d a m e n te sesen ta años (para c o n s e g u ir te n s ió n m e ló d ica , las d e sv ia c io n e s d e l te m p e ra m e n to ig u a l se h a lla n so b re to d o en las sen sib les y en las te rce ra s m a y o re s) , yo lo p e r ­c ib o co m o c o m p le ta m e n te d e sa fin a d o . P u e s e l cu a rte to de M o z a rt está escrito p ara u n t ip o d e afin ació n a b so lu ­ta m e n te d ife re n te , y y o p e rso n a lm e n te d esd e h a ce m u ­ch o s años esto y tan a co stu m b ra d o a sistem as de a fin a ­c ió n d ife re n c ia d o s , h e re p ro g ra m a d o d e ta l m an era m is o íd o s , q u e m i e n te n d im ie n to ah í se n ie g a a co lab o rar. C o n to d o , n o m e cab e d u d a de q u e lo s m ú sico s afinan m u y b ien , p u es d e n tro d e su sistem a son c o m p le ta m e n te co n se cu e n te s. P e ro m e resu lta casi im p o s ib le segu ir lo q u e su c e d e a rm ó n ica m en te y e n te n d e r lo . P a ra m í, p u es, la a fin a ció n es m u y m ala, p o r n o d e c ir n e fa sta . O tro s p o ­d rá n ta m b ié n p e r c ib ir c o m o im p u ra u n a a fin a ció n q u e a m í m e p a re c e p u ra. E s e v id e n te q u e an tes d e em itir un ju ic io d e b e h a b e r u n a cu e rd o s o b re e l s istem a d e afin a­

c ió n a. em plear. S irv a to d o esto co m o e je m p lo de la im ­p o rta n c ia d e u n tem a al q u e se le p re sta m u y p o c a a te n ­ció n y al q u e se añade, en c o n s e c u e n c ia , la cu e stió n del se n tid o d e las d iversas to n a lid a d e s m a y o re s y m en ores. E n u n s istem a d e te m p e ra m e n to ig u a l, éstas n o se p u e ­d e n d istin g u ir e n tre sí d e n in g u n a m an era, e x c e p to p o r la a ltu r a d e los so n id o s. A m í m e e x tr a ñ a d e sd e h a ce m u ­

135

Page 134: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M U S I C A

c h o t ie m p o q u e h o y en d ía , en u n a é p o c a d e fo r m u la c io ­n es p re c isa s , se crea , s in fu n d a m e n to o b je t iv o d e n in g ú n tip o , p o d e r a d ju d ic a r to d a v ía d iv e rso s co n ten id o s d e c a ­rá c te r a las d ife re n te s to n a lid a d e s , so b re to d o c u a n d o ya n o e x is te n o tra s to n a lid a d e s m ás q u e d o m ay o r y la m e ­n o r tra n sp o rta d as. E l lla m a d o « tem p eram en to igu a l» , q u e m u ch a g e n te c o n fu n d e e rró n e a m e n te co n « b ien te m p e ­rad o » , n o e m p e zó a a p lic a rse d e m o d o g e n e ra liz a d o h a s ­ta m u y ta rd e , en e l s ig lo x i x , y a u n a sí en la tra d ic ió n g r e ­m ia l d e lo s a fin a d o res d e p ia n o s se h an m a n te n id o , h asta

n u e s tr o tie m p o , c iertas d e sv ia c io n e s q u e re a lm e n te h an p o s ib ilita d o u n a p u re z a v a r ia d a d e las d iversas to n a lid a ­d e s y p o r ta n to u n a v e r d a d e ra c a ra c te r iz a c ió n m o d a l, in c lu s o en in stru m e n to s d e te c la . E l in stru m e n ta rio a n ­te r io r a 18 40 , a p ro x im a d a m e n te , o fre c e a e ste re s p e c to ,

c o m o es e v id e n te , p o s ib ilid a d e s a ú n m ás d ife re n cia d a s , p o r q u e en lo s in stru m e n to s d e m e ta l n atu ra les y en lo s in stru m e n to s d e m ad era d e a q u e lla é p o c a , g ra c ias a la v a r ie d a d t ím b r ic a q u e p e rm itía n las d iversas d ig ita c io ­nes, las to n a lid a d e s so n a b a n d e m a n e ra m u y d ife re n te . A d e m á s , a m e n u d o h a y va ria s d ig ita c io n e s p a r a la s n o tas en a rm ó n ica s; lo s v ie jo s sistem as d e a fin ació n b a rro c o s y p r e b a r r o c o s to d a v ía p e rd u ra ro n m u ch o tie m p o , m ie n ­tra s lo s in stru m e n to s p o s te r io re s asp irab an a u n a esca la cro m á tica regu la r. E s e v id e n te q u e lo s sistem as d e e n to ­n a c ió n , c o n s id e ra b le m e n te d ife re n te s en tre sí, h an d e t e ­n e r u n a g ra n in flu e n c ia n o s ó lo en la ca ra c te r iz a c ió n m o ­d a l, s in o ta m b ié n en la fu s ió n so n o ra en la o rq u e sta y en lo s c o n ju n to s in stru m e n ta le s. A lg u n o s in stru m en to s, en e s p e c ia l los de los s ig lo s x v i i y x v m , tie n e n u n e s p e c tro so n o ro r ic o , co n arm ó n ico s m u y c la ram en te a u d ib le s , y

1 3 6

Page 135: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

C O N D I C I O N E S S O N O R A S E N EL E S T U D I O

es o b v io q u e u n a o rq u e sta q u e to q u e un a co rd e de d om a y o r sonará d e m an era

n a d o p o r lo s in stru m e n t co m o suen a el a rm ó n ico

co m p le ta m e n te d ife re n te si laste rce ra s , o sea e l m i, e l q u in to a rm ó n ico d e l b a jo , es a ñ ­

os a g u d o s d e o tra m a n e ra q u e a u d ib le d e l b a jo . E sta d ife re n ­

c ia se o ye co m o «batidos:», q u e a ve ce s to m an el ca rá cte r d e u n tr in o . A q u í n o se tifata, p ues, en a b so lu to d e a fin a­c ió n lim p ia o no, s in o d e V erdaderas d ife re n c ia s estéticas

y e s to y c o n v e n c id o d e ^ u e c a d a t ip o d e m ú s ic a r e c la ­m a su sistem a d e a fin a ció n a p ro p ia d o p o r lo m e n o s tan im p e rio sa m e n te co m o rep lam a el in stru m e n ta rio h istó ri­co, a u n q u e en tre u n o y otro , n a tu ra lm e n te , e x iste n e s tre ­chas re la c io n es. ¡

E n tre las c o n d ic io n e s son oras o rig in a le s se h alla , d e se m p e ñ a n d o u n p a p e l esen cial, la a cú stica d e l lu g a r d e e je cu c ió n . T a m b ién esta p ro b le m á tic a estab a an tes d e fi­n id a con c la r id a d , porqule d e los c o m p o sito re s se e x ig ía un c o n o c im ie n to p r á c t ic o njás a llá d e las reglas d e co m ­p o s ic ió n y d e c o n tra p u n to . P u e s to q u e co m p o n ía n b á s i­ca m e n te p a ra o ca s io n e s y lu g ares c o n c re to s , la p la n tilla in stru m en ta l, la c a p a c id a d d e los e je cu ta n te s , la so n o ri­d a d d e l esp acio y ta m b ié n e l n iv e l d e lo s o yen tes, eran elem en to s q u e p a sa b a n a fo rm a r p a rte d e la c o m p o sició n . U n m al e q u ilib r io so n o ro , fa llo s graves en la e je cu c ió n , in in te lig ib ilid a d o dem asjiada se n c ille z de la o b ra son c o ­sas d e la s q u e se re s p o n s a b iliz a b a co n ra zó n a l co m p o si­tor, q u ien n o h ab ía tenid,o en cuen ta a d ecu a d a m e n te to ­dos lo s co m p o n en tes. E n e l caso id ea l, la m ú sica q u e fu e e scrita para p e q u e ñ o s esp acio s y p ara u n p e q u e ñ o c ír c u ­lo d e o yen tes d e b e r ía to c a rse h o y p ro b a b le m e n te de

n u e v o en m arco s re d u c id o s , ta n to si se to ca con in stru ­

137

Page 136: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

m e n to s m o d e rn o s com b an tigu os. N o creo q u e lo s in s ­tru m en to s se re fo rza ra ri só lo p o rq u e la s salas se h ic ie ra n cada v e z m ayo res, s in o jporque la d in á m ica m u sica l, u n a v e z se c o n v irtió en p a rte esen cia l d e la co m p o sic ió n , ib a e x ig ie n d o u n m a y o r re fu e rzo . C u a n d o se em p ieza a to c a r fu e rte , h a y q u e to c a r atan m ás fu e r te p ara segu ir o fr e ­c ie n d o n u e v a s sen sa cio n es, h asta la fro n te r a d e l do lor. E n to n c e s ya p u e d e ser lá sala to d o lo g ran d e q u e se q u ie ­ra. F in a lm en te , se p u e d e d o tar a u n a o rq u e sta s in fó n ica d e c ie n to v e in te o c ie n to tre in ta m ú sico s co n in stru m e n ­to s m u y p o te n te s. P ero , en m i o p in ió n , el p ro b le m a n o es

n i e l tam añ o d e la sala n i lo s g ru p o s d e oyen tes, h o y su ­p u e s ta m e n te m a y o re s . S i se t ie n e en c u e n ta q u e a n tes tam b ién la llam ad a « g e n te sencilla» p a rtic ip a b a d e la v id a m u sica l en u n a p r o p o r c ió n in im ag in ab le para n o so tro s, p o r q u e m u c h o s c o n c ie r to s ten ían lu g a r en la ig lesia d e n ­tro d e l se rv ic io religioso!, y q u e en las g ra n d e s cated rales d e las c iu d a d e s d e l n o rte d e Ita lia , p o r e jem p lo , se to c a ­b a n d o m in g o tra s dom injgo can tid a d e s en o rm es d e m ú si­ca n u eva a n te m ile s d e o y e n te s , e n to n ce s b ie n se p u e d e d e c ir q u e a q u élla era u n a v id a m u sica l de u n a in te n sid a d y a c tu a lid a d q u e su p e ra á co n creces las d e la v id a m u si­c a l fila rm ó n ic a d e hoy. ¡

L a m e n ta b le m e n te , c jia lq u ier in té rp re te se e n c o n tra ­rá hoy, una y otra vez, en la s itu a c ió n d e tener q u e to c a r en salas q u e p ara u n d e te rm in a d o t ip o d e m ú sica suen an d e u n a m an era b ie n alej¡ada d e l id e a l. D e sd e esta p e r s ­p e c tiv a , la c o n se c u e n cia .sería, sin e m b a rg o , fa ta l para la v id a m u sica l, p u e s esto s ign ificaría— ya q u e estoy c o n ­v e n c id o d e q u e la sala fo rm a p a rte d e la im ag en so n o ra d e la m ú sica — q u e d esd e je l m o m en to en q u e h u b ie se e n ­

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E LA M U S I C A

138

Page 137: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

C O N D I C I O N E S S O N O R A S E N EL E S T U D I O

co n tra d o la sala id ea l, só lo h a r ía m ú sica e n ella y e l p ú ­b lic o te n d ría q u e ir s iem p re allí. P a r e c e p u e s q u e las c o n ­cesion es en este terren o son in e v ita b le s . N a tu ra lm e n te , tam b ién e x is te e l p e lig ro d e ir d e m a sia d o le jo s co n esas co n ce s io n e s , d e q u e a l fin a l ta m b ié n se to q u e v e rd a d e ra ­m en te en salas d o n d e u n a g ra n p a r te d e l p ú b lic o lle g u e a la c o n v ic c ió n d e q u e se le o fre c e una so n o rid a d d e m a sia ­d o p o b re , sea a c o n se cu e n cia d e lo s in stru m en tos, que suenan p o c o , o d e la p lan tilla in stru m en ta l, cu yo tam añ o re d u c id o a m e n u d o v ie n e c o n d ic io n a d o p o r la p ro p ia c o m p o s ic ió n (co m o , p o r e je m p lo , en lo s C o n cierto s de Brandem burgo te rc e ro y se x to ), y n o se p u e d e a m p lia r sin m o d ifica r la estru ctu ra de la m ú sica .

H a y salas m u y g ra n d es co n u n a a cú stica ó p tim a , ta m ­b ié n p ara in stru m en to s a n tig u o s, y salas p eq u eñ a s co n una acú stica m u y m ala. (L a c a lid a d de u n a sala no d e ­p e n d e só lo d e su tam añ o , p u e s h a y ta m b ié n salas p e q u e ­ñas co n u n a a cú stica tan m ala q u e en re a lid a d no se d e ­b e r ía h a c e r m ú sica en ellas). P e r o n o cre o q u e esto sea u n p ro b le m a sin so lu c ió n , p u e s c u a n to m ás se afian ce en n u estra c o n c ie n c ia la id e a d e q u e u n a m ú sica d e te rm in a ­da se p u e d e in te rp re ta r m u c h o m e jo r en u n a a cú stica d e ­term in ad a, m ás se em p lea rá n , p a ra la m ú sica de los s i­g los x v n y x v m , salas q u e p a ra m ú sica m ás m o d ern a q u izá sean d e l to d o in a d e cu a d a s p o r q u e tie n e n d em asia­da r e s o n a n c ia . P e r o in c lu s o en sa las m alas, se p u e d e h a c e r c o m p re n d e r a l p ú b lic o m e d ia n te u n a fo rm a a p ro ­p iad a de to c a r q u e n o se tra ta en a b so lu to d e dejarse e n ­vo lver p o r so n id o s, s in o m ás b ie n d e escu ch a r d e m an era activa . In c lu so si e l so n id o re su lta ra m u y d e lg a d o d e b id o a la p o ca reso n a n cia , sería p o s ib le m e d ia n te u n a e je c u ­

139

Page 138: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M Ú S I C A

c ió n a d e c u a d a q u e ca d a u n a de las lín eas a d q u ir ie ra su

c o n fig u ra c ió n a p ro p ia d a . A q u e l o y e n te c a p a z d e dejar de la d o e l p ro b le m a de la fa lta d e b r illa n te z y p u lim e n ­to —-q u e al fin y al cab o n o son a m en u d o m ás q u e q u in ­ca lla — p u e d e co m p ro b ar q u e al o ír de esa m an era tam b ién sa le g a n a n d o a lgo q u e an tes, en in te rp re ta c io n e s m asi­v a s , n o h a b íá n o ta d o o r e c o n o c id o en a b s o lu to , porque; en ellas to d o q u e d a b a s u p e d ita d o al v o lu m e n so n o ro y¿ to d o e s ta b a d isp u esto p ara u n a so n o rid a d p la n a , cuando: e s ta m ú sica n o fu e co m p u e sta en m o d o a lg u n o p a ra una s o n o r id a d tal.

E n e ste c o n te x to , e l g ra d o m ayo r o m e n o r d e re ve r­b e r a c ió n d e u n a e s p a c io re v iste u n a im p o rta n c ia espe^- c ia l. U n a sala es, p u e s , so b re a c ú stic a p a ra la m ú sica (es d e c ir , tie n e u n a re v e rb e ra c ió n d em a sia d o g ra n d e o der m a sia d o larga) cu a n d o a fe c ta a la c o m p re n sió n d e l cam ­b io d e arm o n ías, c u a n d o u n a arm onía se fu n d e co n la si­g u ie n te . U n o se v e o b lig a d o p o r el e sp a c io a to c a r tan d e s p a c io c o m o sea n e c e sa rio para q u e la m ú sica se p u e ­d a e n te n d e r a rm ó n ica m e n te . E s decir, a q u í n o se trata d e l te m p o d e las notas rá p id a s sin o d e l te m p o d e l cam b io d e arm o n ías. É ste es ta m b ié n un c rite r io im p o rta n te para la e le c c ió n d el tem p o a p ro p ia d o : una p ieza sólo se p u e ­d e to c a r co n u n a ra p id e z q u e p erm ita q u e la reso n a n cia de la a rm o n ía p r e c e d e n te n o lle g u e a e n tu r b ia r la s i­g u ie n te . S a b em o s q u e lo s b u e n o s c o m p o sito re s in clu ían en sus o b ras, p o r d e c ir lo así, la a cú stica de las salas, la re ­

v e r b e r a c ió n , los e fe c to s d e fu s ió n d e d ete rm in a d a s so n o ­rid a d e s , y m u ch as p a rtitu ra s d e l B a rro c o y ta m b ié n , sin lu g a r a d u d a s, o b ras d e la E d a d M ed ia y d e l R e n a c im ie n ­

to , resu ltan to ta lm e n te in c o m p re n d id a s si n o se to m a en

Page 139: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

co n sid e ra c ió n este asp ectb - L o s e je m p lo s m ás g ra n d io ­sos d e la m aestría soberanía d e esta p ro b le m á tic a lo s e n ­contram os en las o b ra s díj B ach . C o n o c e m o s la a cú stica d e la ig le s ia d é S a n to T o m as p a ra la q u e e scrib ió la m a ­yo ría d e sus o b ra s ; sab em p s q u e en a q u e l tie m p o e sta b a revestid a d e m ad e ra y que, te n ía u n t ie m p o de r e v e rb e ra ­ció n sim ilar al d e la sa la d e l M u s ik v e re in d e V ie n a , es d e ­c ir e l t ie m p o d e r e v e rb e ra c ió n d e u n a m u y b u e n a sala d e con cierto s en la q u e se pu e d e n to c a r tempi m u y rá p id o s sin q u e to d o se em b o rro n ^ . A s í se e n tie n d e q u e B a c h p u ­

diera p e rm itirse , en lo s téjnpi m u y r á p id o s q u e é l p r e fe ­ría— segú n te s tim o n io d e sus h ijo s — , cam b ios rá p id o s

de arm o n ía . O tr o s co m p o sito re s , c o m o p o r e je m p lo V i ­vald i, q u e e m p le a n tempi ide ra p id e z fu r io sa — y q ue, p o r c ierto , a co stu m b ra n a ser| to c a d o s ta m b ié n m u y rá p id o s p o r lo s co n ju n to s ita lia n o s — , h a c ía n m ú sica en ig lesias m uy reso n an tes. L os cam b io s a rm ó n ico s , en las o b ras com p u estas para estas ig lesias, se h a lla n su fic ien tem en te esp aciad o s e n tre sí c o m o b a ra p e rm a n e c e r claros: es e v i­d en te q u e n o se persigue! q u e las n o tas ráp id a s se o ig a n in d iv id u a lm en te , s in o qu^ están co m p u e sta s p ara d e sv a ­n ecerse en la re so n a n cia ;1 e l re su lta d o d e b ía ser u n a s o ­n o rid a d g e n e ra l c e n te lle a n te . Si, p o r e je m p lo , u n c o m ­p o sito r e s c r ib e u n a rp e g io rá p id o d e s e m ic o rch e a s , p a ra que se fu n d a en e l e sp a c io en u n a c o rd e te m b lo ro so y e l in té rp re te d e h o y in te n tá o fre c e r las n o tas ra p id a s co n p re c is ió n y c la r id a d , e n tó n c e s n o h a e n te n d id o e l s e n ti­d o d e esas n o tas y está m o d ific a n d o la c o m p o s ic ió n — ¡p ero n o co n su fantasía,! s in o p o r ig n o ra n cia ! . E x is te

e l p e lig ro d e q u e e l m ú sico — co m o ta m b ié n a lg ú n o y e n ­te c r ít ic o — q u ie ra e s c u c h a r la p a rtitu ra en lu g a r d e la

C O N D I C I O N E S S O F O R A S EN E L E S T U D I O

141

Page 140: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

m ú sica; e n to n c e s le p a re ce q u e to d o d ivaga en el a ire y n o le gu sta . P ero n o le gu sta só lo p o r q u e q u iere e sc u c h a i la p a rtitu ra . Si, p o r e l co n tra rio , p re sta ra a te n c ió n a la m ú sica , o ir ía có m o esasínotas rá p id a s p ro d u c e n , en la r e ­so n an cia , u n te m b lo r y jun c o lo r in d e te rm in a d o s. E sta es ya una e sc ritu ra im p resio n ista , e sc o g id a en fu n c ió n d e la re ve rb e ra c ió n en el esp acio . E n este co n te x to , m e gustarís re co m e n d a r e n ca re cid a m e n te q u e ta m b ién se repensase la in te rp re ta c ió n de M o z a rt en re la c ió n a la so n o rid a c d e l e sp acio . E s to y d e l to d o c o n v e n c id o de q u e m u c h o de lo q u e h o y se c in c e la co n fin u ra , d e lo q u e se q u ie re e s ­cu ch a r c o m o si fu era n lín eas e n u n ta b le ro d e d ib u jo , er re a lid a d te n d ría q u e son ar d e m an era re c o n o c ib le en lí re s o n a n c ia , p e r o co n u'n c o n to r n o a m p lia m e n te d ifu s o E n c u a lq u ie r caso , la cu estió n p r in c ip a l en la a cú stica de e sp a c io n o es el tam año de la sala, sino la re v e rb e ra c ió i y la d en sid ad so n o ra.

L a re le v a n cia d e l e le m e n to e sp a c ia l p ara la m úsic¡ b a rro c a se p u e d e a p re c ia r en la g ra n im p o rta n c ia q u e tie n e la e sc ritu ra p o lic o r a l en e l c o n c ie rto b a rro c o . L a d is p o s ic ió n d e lo s m ú sicó s en d iv e rso s lu g ares d e n tr o di u n a sala es d e en o rm e tra n sce n d e n cia p ara la m ú sica de b a rro c o . U n a gran p a rte de la m ú sica de ese tie m p o n< p ro c e d ía d e u n p o d io , co m o h o y es el caso, s in o d e tod< el e sp a c io , q u e d e estaj m an era q u e d a b a in c lu id o en 1 c o m p o sic ió n . E sta técn ica d e e je c u c ió n p o lic o ra l se apli caba co n fre c u e n c ia in clu so a o b ra s a un so lo co ro . Tam b ié n se p o d ía re a lizar friúsica e scrita a cuatro v o c e s d fo rm a p o lic o ra l; p a ra e llo se re p a rtía n p or el e sp a c io va rios g ru p o s , d e lo s cu a le s cad a u n o p o d ía to c a r las cu a tr v o c e s co m p leta s, y se les h acía to c a r a ltern a tiva m en te

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M U S I C A

1 4 2

Page 141: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

C O N D I C I O N E S S O N O R A S E N E L E S T U D I O

ta m b ié n a la v e z (sab em os d e ta les re a lizac io n e s en ricer- cares a cu atro vo ce s de ^Willaert). E n la c a te d ra l d e S a lz­b u rg o se em p leó esta fo rm a se p ara d a d e d isp o n e r e l co ro y la o rq u e sta hasta la se g u n d a m ita d d e l s ig lo x v m . L as m isas d e L e o p o ld M ozart, com p u estas a u n solo c o ro com o era e l uso h a b itu a l en su é p o c a , se in te rp re ta b a n en la c a ­t e d r a l de fo rm a p o lic o ra l, p ara lo c u a l h a b ía en to n ces v a ­

ria s tr ib u n a s d e m ad era a d ic io n a le s .L a o rg a n iza c ió n d e la d is p o s ic ió n e sp acia l era m ás

b ie n u n a c u e stió n d e la in te rp re ta c ió n q u e d e la o b ra. E n p r in c ip io , la id ea d e l e sp a c io so n o ro estab a aso ciad a fu n d a m e n ta lm e n te a la c o n c e p c ió n re lig io sa . L a m ú sica n o era só lo u n a in te rp re ta c ió n q u e u n o e scu ch a b a , sino u n a m an ife sta ció n so n o ra d e l e sp a c io sagrad o . L a ig lesia m ism a era una a lab an za a rq u ite c tó n ic a a D io s. U n o en ­tra en el lu g ar y cu an d o co m ie n za e l so n id o , éste no p r o ­c e d e de u n a d ire c c ió n d e te rm in a d a , s in o de to d as p artes, y se fu s io n a con la a rq u ite ctu ra , c o n la e x p e rie n c ia e sp a ­c ia l, en u n a u n id a d q u e p u e d e te n e r u n e fe cto a vasalla­dor. E sta in te g ra c ió n d e l e sp a c io en la c o m p o sic ió n e s ta ­ba p o te n c ia d a p o r u n a c o n c e p c ió n de la to ta lid a d d e l arte, q u e la m e n ta b le m e n te h ace t ie m p o p erd im o s: ya no co n sid eram o s e l arte co m o u n a to ta lid a d . P ero al m enos d e b e m o s sab er q u e esa u n id a d e n tr e e sp acio y so n id o era ese n c ia l p ara la m ú sica d e l B a rro c o : estab a d e stin a d a a

a b a rca r al h o m b re en tero y a tra n sfo rm a rlo .L a in te g ra c ió n de un e sp a c io , a n te to d o sagrad o , en

la c o m p o s ic ió n re su lta m u y c la r a , p o r e je m p lo , en las

Vísperas de la Virgen M aría de M o n te v e rd i. E n esta c o m ­p o s ic ió n , la p o lic o r a lid a d es in tr ín se c a a la id ea de la c o m p o sic ió n , in clu so a llí d o n d e no se e x ig e e x p re sa m e n ­

143

Page 142: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

te. U n c o ro está c o m p re n d id o p o r so listas, m ien tras el can tus firmus— el o tro c o r o — se c o n fía a un g ru p o . L o s s o lo s so n c o n te sta d o s en cad a caso p o r el c o ro g en era l. E l s e n tid o d e la d isp o s ic ió n se p ara d a d e los' can ta n te s se h a ce e v id e n te en p a rtic u la r en e l « co n ce rto » Dúo sera- phim . A q u í, la n e c e s id a d d e u n a m ú sica q u e a b arq u e el e s p a c io su rg e d e la id ea d e q u e lo s serafines se lla m an el u n o al o tr o en el c ie lo . E n A u d i cáelo, el e c ó se in te g ra c o m o re a c c ió n d e la n a tu ra le za al can to d e los án geles. E sto s e fecto s d e eco eran para M o n te v e r d i tan im p o r ­ta n te s q u e en un p asa je d e su ó p e ra L ’Orfeo re q u ie re ,

só lo p a ra u n a s p o cas p a la b ra s en e c o , u n organo d i legno (un ó rg a n o c o n tu b o s de m a d e ra ) a d ic io n a l. L o s pasajes en e c o p u e d e n co n stitu ir ta m b ié n u n e lem en to im p o r ­

ta n te d e l d iá lo g o c o n c e rta n te , c o m o p o r e je m p lo en el c u a r to Concierto de Brandemburgo. E n esta o b ra, e l e fe c ­to d e e c o era ta n im p o rta n te p a ra B a c h q u e a las d o s fla u ­tas q u e to c a n las en trad as en e c o la s l la m ó e x p re sa m e n te flauti d ’echo, flau tas d e eco. E n este caso n o se d e b e ría

r e n u n c ia r a u n a sep ara ció n e sp a c ia l de lo s in stru m en to s, p u e s s ó lo c u a n d o esas « flautas d e eco » suen an d esd e c ie r ta d is ta n c ia e sp a c ia l, se p u e d e re a liza r la id e a c o n c e ­b id a p o r B a ch .

S i se to m a e n c o n s id e ra c ió n , p u e s , e l p a p e l fu n d a ­m e n ta l d e l e s p a c io en la m ú sica y la p rá c tic a m u sica l de lo s s ig lo s x v n y x v m , se co n sta ta rá la im p o rta n c ia d e la d is p o s ic ió n d e la o rq u e sta , d e la re p a rtic ió n d e lo s in s ­tr u m e n to s en e l e s p a c io , in c lu s o en m u ch as o b ra s d e M o z a rt y H ay d n . C o n la d is p o s ic ió n d e o rq u esta s in fó n i­ca h a b itu a l co m o la d e h o y en d ía n o se co n sigu e n ad a, p o r q u e lo s g r u p o s d ia lo g a n te s , q u e d e b e ría n esta r c la ra ­

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

1 4 4

Page 143: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

m e n te se p a ra d o s e n tr e síj to c a n m e z c lá n d o s e y d if ic u l­ta n d o la co m p re n sió n . La] c o n c e p c ió n b a rr o c a d e la d is ­p o s ic ió n e s ta b le c e q u e lo é g ru p o s estén se p a ra d o s u n o s de o tro s ta n to co m o sea p o s ib le p a ra q u e e l d iá lo g o sea ta m b ié n p e r c e p tib le d e s d e le jo s . E se d iá lo g o p u e d e te ­

n e r lu g a r e n tr e so lo y tu t t í , e n tr e g ru p o s o rq u e s ta le s m ás g ra n d es y m ás p e q u e ñ o s ,jy ta m b ié n e n tre in stru m e n to s in d iv id u a le s . Se p u e d e realizar, por e je m p lo , co n u n a o r ­q u e sta d e cám ara y u n te r c e to so lista , p ara lo cu a l será n e ce sa rio u n a sep a ra c ió n e sp a c ia l co n sid e ra b le e n tre am ­b o s g ru p o s . Sabem os que! u n c o n c ie rto d e C o r e lli se in ­te r p re tó en e l p a la c io dejl c a rd e n a l B a r b e r in i con c ie n in stru m en tista s d e cuerda.', p a ra lo cu a l se r e p a r tie r o n v a ­

r io s g ru p o s d e d iv e rso s tajm anos p o r to d a la casa . L a d is­p o sic ió n sep arad a e n tre con certin o (el g ru p o so lista de un con certo ) y la o rq u e stá se p ra c tic a b a en to d a s p artes, a fin d e o fre c e r co n c la r id a d e l d iá lo g o o b ie n a lg ú n e fe c ­to d e e c o . E n e s te c o n te x to , a p a re ce u n p ro b le m a p a rti­c u la r co n lo s c o n c ie rto s p!ara va rio s c la v e s o p ia n o s. H o y en d ía estos se d isp o n e n d e ta l m od o q u e e l d iá lo g o en tre lo s in stru m e n to s p r e te n d id o p o r el c o m p o s ito r se p ie r­de, p o r q u e se co lo ca n lo ,más cerca p o s ib le u n o d e o tro . C o n e llo , lo q u e se c o n s ig u e m ás b ie n es e l s o n id o r e ­fo r z a d o d e un so lo c la v e o p ia n o , n o e l so n id o d e va rio s q u e h a b la n e n tre sí. P a r a c re a r u n a s itu a c ió n id e a l h a ­b r ía q u e p r o b a r a q u é d is ta n c ia se p u e d e n c o lo c a r lo s in stru m en to s, p a ra logran u n so n id o s e p a ra d o ó p tim o sin p o n e r en p e lig ro la con ju ln tación n e cesa ria .

D e s p u é s de h a b e r c e m e n ta d o la im p o rta n c ia d e la a cú stica de las salas y d e las salas m ism as en re la c ió n a la p o lic o r a lid a d y la d is p o s ic ió n de lo s m ú sico s , m e g u sta ­

C O N D I C I O N E S S O F O R A S E N E L E S T U D I O

145

Page 144: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

ría tra ta r b re v e m e n te la c u e s tió n d e l e s tu d io — es decir, la sala d e g ra b a cio n e s p a ra la ra d io o p a ra p r o d u c ir un d is c o — . N o s o tro s , el C o n c e n tu s M u sicu s W ie n , g ra b a ­m os d isco s d e sd e 1958 a p ro x im a d a m e n te , en lo s p r im e ­ros añ os co n n u m ero sas p ro d u c to ra s d ife re n te s , lo que se tra d u jo so b re to d o eh té c n ic a s d e g ra b a c ió n m uy d i­versas. L o s co n flic to s p a ra el m ú sico son a h í in e v ita b le s ,

p o r q u e e l e sp a c io a p o rté , p re c isa m e n te en la m ú sica que to c a m o s, u n co m p o n e n te fu n d a m e n ta l de la im p re sió n so n o ra; só lo n os p o d e m o s sen tir b ie n co m o m ú sicos si to c a m o s en u n e sp a c io q u e ta m b ié n sin g ra b a ció n sea el

id e a l p a ra el t ip o de m ú sica en cu estió n . E sto sign ifica, p o r ta n to , q u e d esd e el p u n to d e vista d el m ú sico las co n ­d ic io n e s sonoras o rig in a le s só lo se p u e d e n crear «en el e stu d io » a el estu d io n o es un e stu d io , s in o un esp acio m u sica l id e a l. A lg u n o s jejem plos servirán p a ra m ostrar q u e esto ta m b ié n puede! ser d ife re n te d esd e e l p u n to de v ista d e l té cn ico : lo s d o s e x tre m o s co n lo s q u e nos tu v i­m os q u e e n fre n ta r fu e ro n u n a g ra b a c ió n en u n lu g a r con u n a re so n a n cia casi n u la jy g ra b a c io n e s en salas b a rro cas, m u sica lm e n te id ea les. E h e l p rim e r caso, las c o n d ic io n e s m u sica le s eran tan d e sfa v o ra b le s q u e n o d esea m o s v o l­v e r a re p e tir esa e x p e rie n c ia . L o s m ú sicos apenas p o d ía n o írse e n tre sí, in c lu so el ¡p ro p io so n id o re su lta b a a p ag a ­do y d e s c o lo r id o , n o se p r o d u c ía n in g u n a fu s ió n d e so n i­dos en el espacio. L o s in strum en tos re sp o n d e n m u y m al en u n a sala sem ejan te. U naj in te rp re ta c ió n m u sica l a u té n ti­ca e in sp irad a es, p ues, in ip o sib le . E n la cab in a d e escuch a p u e d e q u e to d o suen e d e otra m an era , m u c h o m e jo r y a u té n tico , pues artific ia lm en te se m ezcla u n a so n o rid a d

am b ien ta l, p e ro eso re a lm e n te n o a yu d a p ara n a d a en el

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C AI

Page 145: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

C O N D I C I O N E S S O N O R A S E N EL E S T U D I O

m o m e n to d e to c a r la m ú sica — y au n c u a n d o el r e s u lta ­d o fin al fu ese e l id e a l, e l m é to d o sería d e to d o s m o d o s

in h u m a n o y, m u s ic a lm e n te , u n a g r a b a c ió n se m e ja n te só lo p u e d e q u e d a r b ie n p o r ca su a lid a d — . T a m b ié n h e ­m o s p r o b a d o , o h e m o s te n id o q u e a p lic a r , o tra s c o m ­b in a c io n e s . E n u n a o c a s ió n se g r a b ó c a d a in stru m e n to p o r sep arad o en u n a p ista y la m e zc la fin al, co n la r e p a r­tic ió n e s te re o fó n ic a y la re v e rb e ra c ió n , se a ñ a d ió m u ch o m ás ta rd e , c o m p le ta m e n te a l m a rg e n de n u e stra in f lu e n ­cia. D e sp u é s d e h a b e r p a sa d o p o r to d as la s p e n a lid a d e s de las d iversa s c o n c e p c io n e s s o b re e l e s tu d io y la e la ­b o r a c ió n d e la s o n o r id a d h asta te n e r e l d isc o lis to , nos e n c o n tra m o s h o y a ll í d o n d e e m p eza m o s m u ch o s añ os atrás: u n a sala id e a l p a ra la m ú sica c o r re s p o n d ie n te es u n e stím u lo p a ra u n a in te r p r e ta c ió n ó p tim a y s ó lo esa in te rp re ta c ió n m e re c e la p e n a ser c o n s e rv a d a , a d em ás, lo s re su lta d o s p a re c e n ser ta m b ié n lo s m e jo re s d e s d e e l p u n to d e v is ta té c n ic o . P o r ta n to , ¿ c o n d ic io n e s so n o ra s o r ig in a le s en e l e s tu d io ? S ó lo si e l e s tu d io n o es u n e s ­

tu d io .V o lva m o s al p u n to d e p a rtid a d e m i e x p o s ic ió n , cu y o

títu lo m e ha su sc ita d o tan tas c o n tra d ic c io n e s . H e in te n ­ta d o e x p lic a r las c o n d ic io n e s so n o ra s o r ig in a le s c o m o u n asu n to q u e a b a rca m u c h o m ás q u e lo s lla m a d o s in s ­tru m en to s an tig u o s. P e r o a h o ra v ie n e e l p u n to d e c is iv o qu e exasp era al m ú sico : « R e c o n s t r u c c ió n .. . E n s e g u id a m e v e o tra n sp o rta d o a u n cam p o d e e x c a v a c io n e s asirio en tre a rq u e ó lo g o s q u e reco n stru y e n u n v ie jo te m p lo . ¿Se p u ed en im agin ar q u e u n re n o m b ra d o d irecto r, aun cu a n ­do se e s fu e rc e p o r u n a e je c u c ió n ta n fie l a la o b ra co m o sea p o s ib le , te n g a la im p re sió n d e esta r « re c o n s tru y e n ­

147

Page 146: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

do» una sinfonía de Beethoven mientras la dirige? Inclu­so nosotros no somos más que músicos que tocan las obras de Bach o Monteverdi, ¿por qué tendríamos que recons­truir? Así como a otros, mucho tiempo atrás, se les ocu­rrió que musicalmente era mejor interpretar las obras, en la medida de lo posible, tal como querían los com posi­tores y exigieron una extremada fidelidad a la partitura, también a nosotros se nos ha ocurrido que la mayoría de las obras musicales se pueden interpretar mejor, musical­m ente mejor, con instrumentos originales que con otros instrumentos.

E l resultado es algo que se podría llamar reconstruc­ción, pero en realidad no es sino un estudio musical algo ampliado. Tal como se aprende a tocar los instrumentos habituales hoy en día se puede aprender también a tocar los instrumentos más antiguos, pero como no existe una tradición directa sobre la lectura de la notación ni crite­rios sobre la praxis interpretativa, no queda otro reme­dio que investigar, comparar, estudiar viejos tratados; todo ello, eso sí, como medio para un fin, a saber, la me­jor interpretación posible. Sabemos que no estamos re­pitiendo en la actualidad interpretaciones del siglo xvm, y tam poco lo pretendemos en absoluto. Nosotros repre­sentamos la música con los mejores medios a nuestro al­cance y eso es un derecho legítimo y un deber de todo músico.

La cuestión crítica tendría que ser la siguiente: ¿por qué se toca música antigua si tenemos música nueva? No es mi intención responder aquí esta pregunta. Pero si co­metemos este primer y decisivo anacronismo de conside­rar de nuevo interesantes e importantes las expresiones

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M U S I C A

148

Page 147: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

C O N D I C I O N E S S O N O R A S EN EL E S T U D I O

artísticas d e tiem p o s p a sa d o s , q u e h ab ían s id o d e s tin a ­das a lo s h o m b re s d e la é p o ca , en to n ce s e l e m p le o d e in s­

tru m e n to s d e a q u e l p e r ío d o d e ja d e ser un a n a cro n ism o , en p a rtic u la r si esos in stru m e n to s , co m o n o c a b e d u d a a lgun a, son m u ch o m ás a d e c u a d o s para la in te rp re ta c ió n actual d e esa m ú sica q u e otro s in stru m en to s. Y o v e o n u es­tra s itu a c ió n así: h o y en d ía te n e m o s, p o r p r im e ra v e z en la h is to r ia o c c id e n ta l, la clreación m u sica l d e m u ch o s s i­g lo s a n u e stra disposición!, co n o c e m o s lo s d ive rso s s iste ­m as to n ale s y las p re m isa s p a ra la in te rp re ta c ió n p r á c t i­ca, así c o m o e l so n id o djs lo s d ife re n te s in s tru m e n to s d e a q u e lla s é p o c a s . P ar^ e l in té r p r e te d e h o y e x is te ,

p u e s , la p o s ib ilid a d d e urja l ib r e e le cc ió n d e lo s m ed io s m ás a d e c u a d o s — sie m p re iy c u a n d o sea c o n s c ie n te d e su e x iste n cia .

L a m ayo ría d e las v e c e s se h a b la d e l in stru m e n ta rio h istó r ic o o d e l in s tru m e n ta r io m o d e rn o , si b ie n este ú lt i­m o c o n c e p to se a p lica d e jm a n e ra a b so lu tam en te a b su r­da e ir r e f le x iv a . Y es q u e no e x is t e u n in s tr u m e n ta r io « m o d e rn o » , co n e x c e p c ió n d e a lg u n o s in s tru m e n to s rara v e z e m p le a d o s . E l in s tru m e n ta r io q u e se l la m a m o ­d ern o , ig u a l q u e la m ú sica p a ra e l q u e fu e c re a d o , tien e ya e n tre c ie n to v e in te y c ie n to cu aren ta años. M e p a re c e r id ícu lo h ab lar, p o r e je m p lo , d e u n a e je cu c ió n d e u n a sin fo n ía d e B e e th o v e n coiji u n a o rq u e s ta h a b itu a l, c o m o

in te rp re ta c ió n « con in stru m e n to s m o d e rn o s» , y h a b la r de in stru m e n to s h istó r ic o s en e l caso d e una e je cu c ió n con in stru m e n to s d e la é p o ca d e B e e th o v e n . ¡A m b a s e m ­p le a n so n o rid a d e s h istó r ic a s ! U n o s em p lean e l in s tru ­m en ta rio d e 1850 y o tro s e l d e 1820, lo q u e en p r in c ip io n o es u n a v e rd a d e ra d ife re n c ia . E n un caso nos d e le ita ­

!I 49

Page 148: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

mos con las sonoridades de la segunda mitad del sigli x ix , en el otro con las ¡sonoridades de la primera mitac Pero con eso no quedá expresado en absoluto lo que e apropiado para la obra y su comprensión actual.

M e g u sta ría e x p lic a r co n u n p a r d e e jem p lo s la estre ch a re la c ió n q u e e x is te pntre la m ú sica y e l in stru m en ta ri a d e c u a d o : en la é p o c a b a rr o c a , el s im b o lism o m u sica l, e s im b o lism o so n o ro y la te o r ía d e lo s a fe c to s desem p eñ a b a n u n p a p e l im p o rta n te en la co m p re n s ió n d e l len g u a j m u sica l. A s í, las tro m p eta s estaban siem p re a so ciad as a p o d e r d iv in o o m u n d a n o . B a c h las e m p lea m u y a m enú do en ese sen tid o , a u n q u e se reserv a lo s so n id o s natura les im p u ro s (los a rm ó n ico s 7, 11 y 13, es d ecir , sit3, f a 4 la 4) p a ra re p re se n ta r elj h o rro r, lo m o n stru o so , el d iablc E stas n otas tie n e n u n so n id o ru d o e im p u ro , lo q u e p ar lo s o y e n te s era e v id e n le , p o r q u e te n ía n en el o íd o la se r ie d e a rm ó n ico s d e lá tro m p e ta y d e la tro m p a . Se v<

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M U S I C A

p u e s , d e q u é m an era ' d o — u n c o n c e p to m u y

a afinación y la belleza del soni cuestionable— se aplicaban com

medios de expresión. En determinados contextos, un se nido «feo» previsto polr el compositor no hace sino mín ife s ta r la v e r d a d d e tro m p e ta d e p isto n es n

una expresión musical. En un o se pueden ofrecer estas diferer

cias de sonido, porqué con ella únicamente se tocan se nidos hasta el armónico 8, excluyendo el séptimo. Ahí s toca todo tan «bello» como sea posible y en consecuer cia el contenido resulta uniforme. Otro ejemplo: si mí ñor es una tonalidad dje hermosa ligereza y brillantez e la flauta travesera barrpea, mientras que do menor tien un sonido sordo y resulta extremadamente difícil. I oyente estaba familiarizado con este tipo de cosas y 1

1 5 0

Page 149: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

maestría en las dificultades de una tonalidad constituía una parte del virtuosismo; además, la dificultad de las to­nalidades alejadas, perceptible en el timbre— a causa de las digitaciones en horquilla—, era parte del contenido expresivo. En la moderna flauta de Bóhm, do menor sue­na igual de bien que si menor. Las figuraciones de la flau­ta en el aria de soprano «Zerfiesse mein Herze in Fluten der Záhren» de la Pasión según San Juan son ciertamente complicadas y de coloración variada, porque en fa me­nor casi para cada combinación de sonidos son necesa­rias digitaciones en horquilla. Esto se corresponde com­pletamente con el carácter desesperado del aria. En una flauta Bóhm, dichas figuraciones brillan virtuosamente, como si se hubieran escrito en la tonalidad más ligera y clara; de ese modo, tampoco es realizable aquí la idea contenida en la instrumentación. Podría contar innume­rables ejemplos de este tipo.

Evidentemente, ante este tipo de problemas se plan­tea la cuestión de si la fealdad de los armónicos naturales falsos y el sonido sordo de las digitaciones en horquilla, que se utilizan para la expresión musical, son hoy en día todavía cosas deseadas. Antes se sobrentendía que la be­lleza y la fealdad están hermanadas y que la una es nece­saria para la otra. En la antigua concepción de la música, lo feo y lo rudo ocupaban un lugar importante, en la nues­tra más bien no. No queremos captar las obras de arte como un todo, en sus múltiples facetas, para nosotros ya sólo cuenta un componente, el de la belleza estética libre de impurezas, el «placer del arte». No queremos ser trans­formados por la música, sino sólo abandonarnos a los so­nidos bellos.

C O N D I C I O N E S S O N O R A S E N EL E S T U D I O

151

Page 150: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E LA M U S I C A

Creo que es posible dejar de lado esa costumbre au­ditiva, basada en malentendidos, y volver a experimen­tar la variedad de la música occidental como un todo.Y aquí me gustaría abordar al último punto, la riqueza y la variedad de la música occidental. Desde hace unos setenta años, nuestros program as de conciertos han dejado de contener en primer lugar música contempo­ránea, e incluyen casi exclusivamente música antigua de Monteverdi y Bach, Mozart, Beethoven, Schónberg, Stravinski. Mediante un proceso de selección muy sin­gular, una comunidad imaginaria de amantes de la músi­ca y músicos ha destilado, del fondo inmenso de nuestra herencia musical, un repertorio de algunas pocas obras que uno quiere volver a escuchar y tocar. Este reperto­rio es, por supuesto, conocido por todo el mundo, pero el efecto de una música que ya de partida está construi­da para sorprender al oyente se pierde. Ese volver hacia lo perfectamente conocido lleva consigo, lógicamente, un progresivo volverse contra lo desconocido, lo nuevo; incluso lo que sólo se toca rara vez acaba despreciándo­se, y al final, probablemente muy pronto, se acabará por desaprender por completo a escuchar y comprender la música. Aquí, el disco es, o era, la última gran oportuni­dad: el oyente tiene ocasión de oír en su casa una obra que le interesa tan a menudo como desee hasta admitirla en el círculo selecto. Pero el oyente utiliza esta posibili­dad sólo en casos contados, porque probablemente el continuo girar alrededor de lo conocido bloquea toda perspectiva y apaga el deseo de nuevos encuentros.

Se habla a menudo del juicio del tiempo. Pero ese juicio del tiempo sólo puede emitirse si se le pregunta.

152

Page 151: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

L A S p i l O R I D A D E SJ

En todas las épocas existen, naturalmente, innumerables composiciones de valor menor, y en la selección de las obras mejores y más interesantes del repertorio barroco, las editoriales y los artistas no han tenido precisamente buen ojo durante los últimos cuarenta años. Hoy pasa con la música antigua lo mismo que con la llamada músi­ca clásica: lo que no es dé Bach o Monteverdi ya no me­rece la pena escucharse, ^.sí, tenemos que poner nuestras esperanzas en un públióo nuevo que quizás esté dis­puesto a escuchar tanto 1 nueva música como la antigua y que seguramente también aceptará una nueva estética de la música.

Las prioridades.Valoración d e lo s diversos aspectos

El «hombre de cultura» jeuropeo, ante diversos grupos de problemas de igual relevancia, comete el error de en­tresacar siempre aspecto^ individuales y hacer de ellos la única cosa importante. Éste es un error muy corriente, en el que también se basan los sectarismos de todo tipo, con él se podría alborotar prácticamente el mundo ente­ro. En relación a la música, de los muchos aspectos que determinan la interpretación escogemos arbitrariamente uno— quizá porque acabamos de «descubrir» algo— y lo declaramos asunto principal: sólo quien procede de tal o cual manera puede ser tomado en serio como músico. Y, por supuesto, no hay que subvalorar la influencia de la «alegría del descubridor^; quien cree haber encontrado algo especial sobrestima normalmente la importancia de

153

Page 152: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

su descubrimiento y cree que todos los demás aspecl se agrupan alrededor ¡de él de modo más o menos sign: cativo. Es muy fácil, jjmes, de los muchos puntos que s importantes para la interpretación, extraer como prin pal algo que en realidad no es más que una parte y un pecto secundario. A mí me han dicho a menudo los náticos ( que son numerosos en la música antigua) q todo tiene la misma importancia, que no existe un ord de importancia, que sólo cuando se cumplen todos ! puntos se puede discutir una interpretación. Pero r sotros sabemos bien que no existe ningún hombre q pueda cumplir con todo lo que se espera de él, para e somos demasiado imperfectos. Tenemos que content; nos con satisfacer sólo parte de las exigencias; no exi: un todo o nada, porque en ningún caso puede haber todo.

Así, no nos queda más que establecer cierto ord entre los diversos aspectos que exigimos de una interp: tación buena y adecuada. Bien es cierto que decimos q todo es importante, pero existen cosas que son preci: mente más importantes y otras que lo son menos, y ello ha de resultar una especie de lista de prioridad una jerarquía de importancia.

Me gustaría ofrecer todavía un ejemplo interesar de nuestra manía de convertir un único punto en el pri cipal. Hay un famoso violinista barroco que, de entre! muchísimas reglas e indicaciones que conciernen a la pr¿ tica interpretativa, solo destaca una, a saber, que ca nota ha de ser corta. Se trata de un violinista exceler que ha tocado durante años en una orquesta filarmónic un virtuoso del violín, pero desde que toca música l:

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M U S I C A

154

Page 153: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LAS P R I O R I D A D E S

rroca su ejecución se ha vuelto inaudible, porque coloca ese principio sobre todos los demás. Se le puede decir: bien, existe la regla de que cada nota se ha de acortar, pero también la regla que dice que hay que imitar el can­to, ¿cómo pones ambas en consonancia? Pero no sirve de nada, pues cuando un hombre ha cogido una fijación monomaníaca sobre un punto que considera el más im­portante de todos, ya se le puede decir lo que sea, él se aferrará contra toda razón a su aspecto particular que ha convertido en el aspecto principal. Es necesario, pues, encontrar un modo responsable y artístico de considerar este problema, de lo contrario se llega a resultados excén­tricos. Tenemos que mantenernos siempre dispuestos a distinguir lo nuevo y a admitir errores.

Vayamos ahora a los aspectos concretos con los que tratamos cuando interpretamos una pieza de música: ahí tenemos el dominio técnico, el sonido, posiblemente también el instrumentarlo, el tempo, el lugar histórico, la comprensión de la notación (hasta qué punto la nota­ción misma representa la obra, o hasta qué punto necesi­ta una interpretación), ahí tenemos además el significa­do social de la pieza en cuestión en su tiempo y en la época actual (mientras tenga influencia en la interpreta­ción), y tenemos la música como lenguaje en sonidos, la articulación de las notas con valores pequeños, corres­pondiente a la pronunciación de palabras, la presenta­ción de superficies sonoras, que a su vez excluye una arti­culación de palabras, la llamada gran línea, y finalmente el grosor de la plantilla instrumental. Probablemente hay algunos puntos que ni siquiera he mencionado. Si nos mi­ramos bien este catálogo de aspectos diferentes, obser­

155

Page 154: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

varemos que casi todos y cada uno de ellos podría con­siderarse como principal.

Hay quien dice que una determinada música sólo se puede tocar con una plantilla instrumental pequeña, o que sólo se puede tocar con una gran formación. Y si lo pensa­mos con más detenimiento, esa pregunta sólo se puede responder si primero uno se preguntá: ¿qué papel de­sempeña en realidad la plantilla?, ¿qué pasa si en lugar de diez violines sólo tengo dos o tres? N o tiene, por tan­to, ningún sentido decir: el compositor tenía tres prime­ros violines, luego tocamos sus obras con una plantilla pequeña, y otro tenía diez, luego tocamos con una gran­de; sino: el tamaño de la plantilla instrumental se ha de orientar según la acústica de la sala, la forma musical, el sonido de los instrumentos. Hay por tanto una larga se­rie de aspectos parciales que influyen en el tamaño de la agrupación instrumental deseable. Mozart interpretó sus primeras obras sinfónicas en Salzburgo con una plantilla muy reducida; así, hoy en día se piensa con frecuencia que esta plantilla instrumental («mozartiana») es la apro- piadá para esas obras, incluso se condenan las interpre­taciones con una orquesta mayor y se las tacha de caren­tes de estilo. Sin embargo, Mozart interpretó obras de la misma época en Milán, por ejemplo, con una plantilla instrumental muy grande, porque la sala era muy grande y la orquesta era buena y bien dotada. Cuando más tarde interpretó en Viena sus primeras composiciones de Salz­burgo, la sección de cuerdas de aquella orquesta era en ocasiones mayor que la que hoy se emplea para ejecucio­nes de obras del romanticismo tardío. Lo mismo podría­mos decir de las interpretaciones de obras de Haydn.

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M Ú S I C A

156

Page 155: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LAS P R I O R I D A D E S

Conocemos las dimensiones de las salas que tuvo a su disposición en Londres, en; Eisenstadt y en Esterház. El tamaño de los conjuntos ¡instrumentales varía de las más pequeñas orquestas de cámara hasta grandes for­maciones. ¡

E x a m in e m o s o tro a sp e cto p a rc ia l. L a «gran lín ea» se

c o n s id e ra a m e n u d o u n critjerio d e c is iv o p a ra u n a b u e n a

in te rp re ta c ió n . P e r o s iem p re q u e d esta cam o s u n p u n to en p a rtic u la r ten e m o s q u e ¡dejar d e la d o otro s a sp e cto s . A s í, si q u erem o s c o n se g u ir so n o rid a d e s am plias d e s u ­p e rfic ie , c o m o las q u e se rejquieren en la m ú sica ro m á n ­tic a p o s te r io r a 18 0 0 , o ta m b ié n en o tra m ú sica d e é p o ­ca an terior, te n d re m o s q u e ¡ren un ciar a to d a a rtic u la c ió n «parlante». T am b ién la tran sp aren cia au d itiva su fr irá sen ­sib le m e n te . E n este caso sjs esta ría n tra n sfir ie n d o a un e stilo c a r a c te r ís t ic a s d e otjro, c o s a q u e s u c e d e co n m u ­c h a fr e c u e n c ia , p o r q u e m jiy p o c o s m ú sico s so n c o n s ­cien tes d e q u e e l e stilo de; in te r p r e ta c ió n en e l q u e se s ien ten v e rd a d e ra m e n te a ^usto-— q u e en la m a y o r ía d e lo s casos es e l p o stro m á n t ic o — n o es a p lic a b le a to d as las é p o ca s . I

Otro aspecto concierna al instrumentario. Hay ú l­timamente muchos músico,s que creen que si se toca la música de una época deterjninada con los instrumentos de esa época, con ello ya sé cumplen casi todas las pre­misas para una interpretación «correcta». La importan­cia que adopta esta cuestión en la historia de la música occidental es muy variable. Imaginemos, por ejemplo, qué importancia debía de tener el instrumentario, o lo sonoro, en la música del siglo xvi que ni siquiera era ins­trumentada por los compositores. Ahí no hay prácticas

Page 156: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E LA M U S I C A

mente ninguna diferencia entre música vocal e instru­mental desde el punto de vista de la composición, sino que los instrumentistas toman la misma música que los cantantes cantan y la adaptan a sus instrumentos. Esto vale tanto para laudistas como para clavecinistas o flautistas o instrumentistas de cuerda; la misma pieza puede ser tocada de las formas más diversas, sin que se pueda ob­jetar nada estilísticamente. Una determinada realiza­ción sonora no puede ser, por tanto, esencial para esta música.

De tales reflexiones iresulta que para nosotros lo pri­mordial es determinar lá importancia de cada una de las decisiones musicales qde tomamos y cobrar conciencia de que éstas pueden variar considerablemente para las diversas obras y períodos. En un caso puede suceder que con una interpretación incorrecta, el mensaje de la mú­sica se pierda por completo y en otro caso que, aun con graves errores en la interpretación, que de todos modos son casi inevitables, se conserve todavía una parte consi­derable de la obra, de las intenciones musicales, y que el mensaje se transmita al 'oyente. Tenemos que buscar el poder de convicción en la ejecución y no «lo verdadero» o «lo falso», así nos volveremos finalmente más toleran­tes con respecto a opiniones discrepantes, que en el fon­do proceden de un mismo espíritu. E l hecho de que qui­zá la ejecución más convincente sea en la mayoría de los casos también la «más correcta» es otro asunto.

Para nosotros, pues, ¡se tratará de encontrar un cami­no que por sí mismo y de manera natural permita orde­nar esas diferentes decisiones según su importancia, aunque sólo sea de forma aproximada. En primer lugar,

158

Page 157: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LAS P R I O R I D A D E S

en cualquier caso, ha de estar la comprensión de la obra, todo lo demás está subordinado a ella. Es decir, ¿de qué manera se transmite la obra al oyente y qué importancia tienen en ella las características estilísticas? ¿Se trata ahí del estilo de la época, o sea, de lo que todos los compo­sitores de una época tienen en común, o del estilo del compositor, es decir, justo aquello que distingue el estilo personal del estilo de la época? Para el músico es impor­tante reconocer y diferenciar estas cosas, porque de lo contrario se mezclan de tal manera las exigencias de las diversas épocas en la ejecución que el oyente no puede captar nada (excepto, quizá, « ¡Q u é bonito es esto !»). En especial, por lo que respecta al estilo de la época, se ten­dría que intentar saber y comprender todo aquello que es accesible; lo estilísticamente excepcional de cada uno de los compositores surgirá entonces por sí mismo. Las diferencias fundamentales en cuanto al estilo de la época las encontramos, por ejemplo, entre a) el Barroco tardío alemán de Bach, Hándel y Telemann; b) la Empfindsam- keit, el estilo galante y también el Sturm und Drang de los hijos de Bach y sus contemporáneos; o la música elo­cuente derivada directamente de ahí, el clasicismo vie- nés de Haydn y Mozart, y c) el Beethoven de la época central y de la última, hasta Weber y Mendelssohn. Visto de forma muy simplificada desde la perspectiva de la in­terpretación, esto significa: a) ejecución elocuente, arti­culación de «palabras» en pequeños grupos de notas, di­námica asociada principalmente al sonido individual y como medio expresivo; b) dinámica en grandes bloques integrada en la composición («crescendo de Mannheim»), instrumentación novedosa, ejecución «rom ántica» con

159

Page 158: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

colores sonoros (escritura idiomática del viento, pedales en los acordes), dinámica violentamente contrastada; c) disolución déla articulación detallada en grandes super­ficies en legato y grandes líneas, sonoridades plásticas. (El efecto sugestivo surge no tanto de la configuración del detalle como de la impresión general.) E l lenguaje musical del siglo xvm también conoce estos caracteres, pero allí siempre están ligados al lenguaje. También ha­bla uno de modo diferente si dice algo alegre o algo tris­te; el estado de ánimo cambia la dicción del lenguaje. En el siglo xix , sin embargo, se pintan estados de ánimo ge­nerales capaces de extenderse durante mucho tiempo, se describen impresiones, el oyente se ve transportado a un estado, no se le dice nada.

Es muy importante, por tanto, comprender el estilo de la época en la que el compositor piensa y se siente en casa. ¿Se trata de música articulada, que es «pronuncia­da», o bien de planos sonoros que han de transmitir es­tados de ánimo?

N o cabe duda qu elos músicos de cada época se sien­ten más cómodos en el idioma musical de su tiempo, has­ta el punto de creer que tienen que presentar y entender también la música de otras épocas en ese idioma. Así, cuando en el siglo x ix se interpretaba la música de Bach, que ante todo requiere ser entendida a partir del lengua­je, se configuraba como una obra de ese tiempo, en pla­nos sonoros, como música sentimental postromántica; eso trajo consigo que se reinstrumentaran muchas obras y que la articulación se sustituyera por un «fraseo». El concepto de articulación se perdió por completo, la liga­dura de articulación se convirtió en golpe de arco y ser­

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M Ú S I C A

1 6 0

Page 159: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LAS P R I O R I D A D E S

v ía p a ra in d ic a r e l lu g a r d o n d e — d e la m an era m ás im ­p e r c e p tib le p o s ib le — se h a b ía d e h a ce r u n c a m b io d e a rc o . U n a c o n tra p o s ic ió n m ayo r a la v e rd a d e ra a rt ic u la ­c ió n es apenas im a g in a b le . E n la s u b o rd in a c ió n in d is ­p e n sa b le d e to d o s lo s asp ecto s a la co m p re n sió n d e la o b r a a p a re c e , p u e s , la a r t ic u la c ió n o c u p a n d o u n lu g a r sign ificativo y co n u n a itjip o rtan cia singular. P u e sto q u e

sirve d e fo rm a in m e d ia ta a la c o m p re n s ió n d e la o b ra e in ­clu so p u e d e tran sform ar ja o b ra decisivam en te, según sea c o rre c ta o in c o rre c ta , laj a rtic u la c ió n o c u p a p a ra m í e l p rim e r p u e sto en la « lista d e p r io r id a d e s» .

T o d o m ú sico in ten ta! n a tu ra lm e n te e x p re sa r d e m a ­n e ra ó p tim a co n su in stru m e n to , c o n su v o z , a q u e llo q u e e x ig e la m úsica. E n este í c o n te x to es m u y in te re sa n te el h ech o d e q u e la e v o lu c ió n d e los in stru m e n to s m u sica les siem p re h a id o p a re ja a las e x ig e n cia s d e los c o m p o s ito ­res y a l estilo d e la é p o ca . D u r a n te m u c h o tie m p o se ha cre íd o q u e la e v o lu c ió n d e lps a sp ecto s té c n ic o s s ig u e su p r o p io ca m in o , el cu a l, co m o ta m b ié n se cre e co n sta ta r siem p re, c o n d u c e ú n ica m e n te d e lo p e o r a lo m ejor. E l a rco que in v e n tó T o u rte (h acia 17 6 0 ) tie n e que ser m ejo r q u e lo s arco s q u e se e m p lea b a n antes d e él; la fla u ta q u e in ven tó B ó h m (h a cia 1850), m e jo r q u e las fla u ta s a n te ­r io re s , y así co n e l re sto de lo s in stru m en to s.

E sta o p in ió n , q u e m u e stra ta n ta f e en e l p ro g re so , está to d a v ía m u y e x te n d id a , in c lu s o e n tr e p e rso n a s q u e ten d ría n q u e ten er u n gran c o n o c im ie n to d e la h isto ria d e la in te rp re ta c ió n . E sto se basa p ro b a b le m e n te en q u e n o q u ie r e n r e c o n o c e r en to d o su s ig n ific a d o e l p r e c io q u e h a y q u e p a g a r p o r c^da m ejo ra . Si se co n sid e ra d e s ­de e l p u n to de vista h istó r ic o , los d e fe c to s q u e se q u ieren

161

Page 160: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E L A M U S I C A!

corregir no son otra cosa que defectos aparentes. El com­positor piensa necesariamente en los sonidos de su épo­ca y no en utopías de futuro. Ya se ve que el instru­mentario histórico tiene su grado de importancia en la interpretación. Sus ventajas e inconvenientes, sus singu­laridades con respecto al sonido, la capacidad de fusión sonora, la dinámica y, njo en último lugar, la afinación, son cosas que se han de estudiar. Pero, antes de decidir­se por una manera de interpretación históricamente co­herente, hay que cuestionarse si el instrumento históri­co, junto a sus ventajas e inconvenientes originales, no muestra además otras propiedades que sólo posee en otro tiempo, precisamente en la actualidad: no ofrece el soni­do normal de nuestra ^poca, sino un colorido ajeno, «exótico». Como no existe una tradición continuada del uso de esos instrumentos, no sabemos en absoluto cómo se tocaban realmente entonces. Sólo en casos contados el músico actual se identifica con el sonido de esos instru­mentos. A veces un músijco puede realizar las posibilida­des sonoras y técnicas ¡de lo histórico con su instru­mento moderno mejor due con un instrumento antiguo auténtico con el que no lia «crecido» musicalmente. Así que también aquí, en este complejo terreno, habrá que decidir si pesan más las ventajas o los inconvenientes.

A modo de ejemplo, íne gustaría examinar el arco del violín. Con el arco tal cjomo lo diseñó Tourte a finales del siglo xviii, se puede ¡obtener en toda su longitud un sonido de igual fuerza, sje puede alcanzar un cambio de sentido del arco casi imperceptible y una igualdad casi absoluta entre árco arrit>a y arco abajo. Con este arco se puede tocar extremadamente fuerte: el arco saltado sue-

1 6 2

Page 161: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LAS P R I O R I D A D E S

n a así d u ro y m artillean te . E sta c u a lid a d , q u e h a c e d e él el in stru m e n to ó p tim o p a ra o fre c e r la m ú sica «en g ra n ­

des su p e rfic ie s» p o ste r io r a 18 00 , se tie n e q u e p a g a r co n u na p é rd id a d e n u m ero sas cu a lid a d e s: es m u y d if íc il co n u n a rco así p r o d u c ir u n so n id o e lá s tic o , en fo rm a de cam p an a, a co rta r u n so n id o de ta l m an era q u e n o suen e g u illo t in a d o , o c o n se g u ir u n s o n id o d ife r e n te p a ra el arco arrib a y p a ra e l arco a b a jo , ta l co m o se e x ig ía en la m úsica a n terio r y q u e era tan fá c il d e o b te n e r co n e l arco b a rro c o . C la ro q u e p ara e l m ú s ico es fá c il d ecir: eso es p re c isa m e n te lo m alo, se d eb e p r o c u r a r q u e arco a b ajo y arco a rr ib a suenen igual; el a rco m o d e rn o (el d e T o u rte) es m e jo r q u e e l arco b a rro c o p o r q u e só lo co n é l se p u e d e o b te n e r to d o tip o de u n ifo rm id a d . P e r o si d e c im o s que la m ú sica se p u e d e in te rp re ta r m e jo r c u a n d o se p u e d e o fre c e r de m an era ad ecu a d a , en to n ce s o b se rv a m o s que to d o s lo s in co n v e n ie n te s a p a re n te s d e l a rco b a rr o c o son en re a lid a d ven tajas. L a m a y o r p a rte d e las n o ta s e m p a ­rejad as su e n a n d ife re n te s en a rc o a rr ib a y a rco ab ajo; el so n id o in d iv id u a l a d q u ie re una d in á m ic a aca m p an ad a, es p o s ib le to c a r in n u m e ra b le s g ra d a c io n e s d e legato y spiccato con enorm e fa c ilid a d . C o m o v e m o s, el a rco b a ­rro co es id e a l p a r a la m ú sica b a rr o c a , h a y p u e s a rg u m e n ­tos d e p e so p a ra u tiliza rlo . P e ro n o lo co n sid e ra re m o s co m o e l a rco id e a l sin m ás y n o to c a re m o s co n é l m ú sica de R ic h a rd Strauss. C u rio sa m e n te se h a h e c h o e x a c ta ­m e n te eso, a la in versa , co n e l a rc ó d e T o u rte .

P o r su p u e sto , co n el a rco m o d e rn o , q u e fu e c o n s tru i­do p ara el legato, p ara u n a fo rm a d e to ca r lisa , se p u e d e a lca n za r u n a e je cu c ió n b a rro c a , e lo cu e n te , si n o se tien e n ingú n o tro arco d isp o n ib le . C o m o m ú sico s, estam os co n ­

1 6 3

Page 162: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE L A M Ú S I C A

denados hoy en día a tocar música de muchos siglos con la misma herramienta. Cualquier músico de orques­ta sabe que hoy tiene que tocar quizá música contempo­ránea y al día siguiente una sin onía de Mozart o una obra de Bach o Gustav Mahler. El no puede cambiar su herramienta, no puede tocar cada día con un instrumen­to distinto. Es decir, los diversos idiomas musicales han de resultarle lo suficientemente familiares para, con su ins­trumento habitual, poder tocar de maneras completa­mente diferentes. Esto funciona en raras ocasiones. To­camos ciertamente la música de cinco siglos, pero en la mayoría de los casos sólo en un idioma, en un estilo in­terpretativo. Si alguna vez llegáramos a reconocer las di- erencias esenciales entre los estilos y a huir del concep­

to desa ortunado de «lenguaje universal de la música», que alcanza todas las naciones y culturas en todos los siglos y que en principio siempre es igual, la cadena de prioridades surgiría por sí misma. Veríamos la obra como expresión artística de un tiempo y de un hombre, con exigencias particulares para los oyentes y los músi­cos. Nos sentiríamos obligados a escudriñar esas exigen­cias en cuanto a articulación, tempo, equilibrio sonoro, etcétera y a satis acerías. Al final, probablemente dejarí­amos de estar satis echos con nuestros instrumentos y escogeríamos los contemporáneos a la obra, pero sólo porque son los adecuados para ella y los más apropiados para la interpretación. Es así como un músico llega a la interpretación óptima, con toda naturalidad, desde la obra a los instrumentos originales.

La otra vía, que hoy se sigue con mucha frecuencia, en mi opinión va desencaminada. Hay muchos músicos

1 6 4

Page 163: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

L AS P R I O R I D A D E S

que creen que la música antigua se tiene que tocar con instrumentos auténticos\ p eto no saben muy bien qué es lo que esos instrumento^ pueden o no pueden hacer. To­man el instrumento antiguo sin ver un sentido en ello, quizá porque han sido invitados a tocar con instrumen­tos antiguos y se paga bien, o porque a ellos mismos les parece interesante. El punto decisivo de su interpreta­ción, la marca comercial! por decirlo así, es para ellos: el instrumento antiguo, el¡ «instrumento original»— pero no lo que ese instrumentó antiguo quiere y puede— . Ese músico, sin embargo, ha aprendido a hacer música con un instrumento completamente di erente, su idea del so­nido y su concepción musical proceden de otro instru­mento. Y ahora toma eljinstrumento barroco e intenta, de manera instintiva, realizar con ese instrumento su idea del sonido acostumbrada. Esto es algo que se oye continuamente, y el resultado son esos grupos de músi­cos con un sonido lastimoso que tocan, por llamarlo de alguna orma, con instrumentos antiguos; aunque en realidad se oye la nostalgia de la sonoridad que siempre han tenido. Eso no funciona: no se puede tocar con un arco barroco un buen sóstenuto y sin embargo lo inten­tan; no se puede obtenqr cierta opulencia sonora y sin embargo lo intentan. El resultado es lamentable y el oyente, como es lógico, se dice: éste es el sonido de los instrumentos antiguos, rile compadezco de los composi­tores de entonces, no tuvieron mejores posibilidades. Y además, el músico que accede a los instrumentos anti­guos por este camino no 'acabará nunca de estar conven­cido de que eso tenga un sentido, y a la primera ocasión que se presente los dejará de lado. El músico tiene que

165

Page 164: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

saber en primer lugar por qué escoge los instrumentos antiguos, y eso sólo puede ser por razones musicales, por ninguna otra. Y si esas razones musicales no son aún su­ficientemente evidentes para él, entonces es mejor que espere e intente trabajai: con el instrumentario que para él todavía es auténtico, hatural.

Precisamente por lo! que respecta al instrumentario, la cuestión de las prioridades me parece especialmente importante, porque ahí se han cometido grandes errores. Si el instrumento histórico se hubiese elegido sólo por razones musicales, y no ipara mostrarse lo más «auténti­co» y «museístico» posible o para hacerse el interesante, entonces no habrían podido aparecer en el mercado los cientos de miles de supuestos instrumentos «antiguos», que en realidad no son ¡ni instrumentos musicales, sino que sólo llevan su nombre. Hay cargueros enteros llenos de flautas de pico y claves y cromornos, cornetas y trom­bones que verdaderamente no son instrumentos musica­les; y sólo gracias al admirable arte de algunos músicos esos engendros llegan a sonar de alguna manera. Un Da­vid Oistrach era capaz dé hacer música incluso en un mi­serable violín escolar. Yo encuentro, por tanto, que pre­cisamente aquellos que ¡tocan mucha «música antigua» no deberían en modo alguno, como ocurre por desgracia a menudo, poner el instrumento, la herramienta, como prioridad por delante de la música.

Quizá habría que expluir de este principio aquellos instrumentos que son más independientes en su forma de producción del sonijdo, por el hecho de que están más alejados del ejecutante. Creo que para la música de órgano es mucho más importante tener un instrumente

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S D E LA M Ú S I C A

1 66

Page 165: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LAS P R I O R I D A D E S

adecuado que, por ejemplo, para la música de violín. La valoración del instrumento es en el caso del órgano dife­rente que en el caso del violín. Es sencillamente imposi­ble hacer música con un órgano del todo inapropiado; aquí la expresión musical viene verdaderamente determi­nada en una parte esencial por el instrumento, mientras que en el caso de los instrumentos de viento o de cuerda no llega a ser, ni mucho menos, tan relevante.

Creo que con una orquesta normal, aun sin instru­mentos originales, se podría tocar música clásica y pre­clásica mucho mejor de como se hace hoy en día general­mente y pienso también que el camino hacia esa mejora no consiste simplemente en poner instrumentos ba­rrocos en manos de los músicos. Tocarían con ellos de modo tan miserable que después de dos ensayos los propios músicos se convencerían de que eso no va bien. Pienso— y esto es lo que quería manifestar sobre todo con mi exigencia de una jerarquía de prioridades— que el músico tiene que encontrar la forma de expresión mu­sical de la época correspondiente sobre todo con el ins­trumento con el que él se puede expresar.

Si se intenta, pues, colocar la música en primer plano, entonces la cuestión de los instrumentos musicales que­da muy por detrás en la jerarquía. En ese caso hay que procurar ante todo realizar con los instrumentos dispo­nibles, hasta donde sea posible, la dicción, la articula­ción de esa música. Y finalmente llegará inevitablemente el punto en que todo músico sensible advertirá que ne­cesita otro instrumento más apropiado. Así, cuando todo un grupo de músicos llegue de esta manera a los instrumentos antiguos, los manejará de un modo sustan­

1 6 7

Page 166: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

cialmente más convincente y encontrará su idioma mu­cho mejor que aquellos que al tocar con instrumentos antiguos no hacen sino seguir una moda.

Y para concluir la exposición de mi idea sobre la je­rarquía de las prioridades: para mí, tras la obra misma, que siempre tiene que estar en primer lugar, se sitúa in­mediatamente la fascinación y la fantasía del artista que la interpreta. Con respecto a la interpretación, a mí me parece incompleto el músico que lo hace todo técnica­mente perfecto, que observa todos los aspectos de la ar­ticulación, que se atiene con exactitud a las fuentes, que emplea el instrumento correcto, que usa la afinación me- sotónica, que escoge el tempo adecuado, pero a quien le falta una cosa: la musicalidad o, expresado algo más poé­ticamente, el beso de las musas. Es cruel, pero en esta profesión a quien la musa se ha olvidado de besar, ése no será nunca un músico. He enumerado aquí otra vez to­das las prioridades y al mismo tiempo, quizá con algo de exageración, las he conducido ad absurdum, pues un ver­dadero artista puede hacer muchas cosas mal— cosas que se puede demostrar que están mal—y aun así conseguir conmover al oyente, aproximarle de verdad a la música. Eso sucede precisamente gracias al «beso de las musas».Y otro, por mucho que nos ofrezca una interpretación muy interesante, puede que no consiga transmitir aque­llo que la música realmente es, una expresión que nos habla directamente, nos afecta, nos transforma.

A S P E C T O S F U N D A M E N T A L E S DE LA M Ú S I C A

1 68

Page 167: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

II

I N S T R U M E N T A R ! ^ Y D I S C U R S O S O N O R O

Viola da brazzo y viola\da gamba.Un esbozo de la historia de los instrum entos de |cuerda

S i examinamos el instrumentario de la época actual y se­guimos la historia de los instrumentos por separado, en­contramos que no existe casi ningún instrumento que sea moderno de arriba ata jo , casi todos tienen una his­toria de muchos siglos. Investigar la historia de cada uno de los instrumentos, estiidiar cada particularidad técni­ca y los acontecimientos históricos relacionados con ella es una tarea de gran intérés y de la mayor importancia para aquellos que se ocupan seriamente de la música his­tórica. I

De todos los instrumentos musicales hoy en uso, sólo los instrumentos de cuerda tienen la misma forma exte­rior que sus predecesores hace cuatrocientos a:ños. To­dos los demás instrumentos se han ido sustituyendo pro­gresivamente por nuevos modelos con rasgos externos claramente reconocibles > cuando el gusto musical o de­terminadas exigencias téjcnicas requerían necesariamen­te modificaciones radicales. ¿Por qué no ha sido así con los instrumentos de cuejda? ¿No hicieron falta modifi­caciones? ¿Es acaso el sonido de un violín actual idénti­co al de un violín del siglo xvi? Esta pregunta está sin duda más que justificada, porque estos instrumentos no sólo tienen el mismo aspecto que los de tiempos pasa-

1 6 9

Page 168: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O|

dos, sino porque los músicos, aún hoy, prefieren los vie­jos instrumentos a los nubvos. Todos los grandes solistas tocan con instrumentos de más de doscientos años de antigüedad.

E l violín, que ya encontramos perfectamente desa­rrollado en el siglo xvi, reúne las características de construcción de varios instrumentos anteriores: la for­ma del cuerpo procede de la fídula y de la lira da brac- cio, la forma de sujetar las cuerdas del rabel. El violín (en Italia viola da brazzo, én oposición a la viola da gamba) tenía desde el principio cuatro cuerdas afinadas por quintas, como hoy. Muy pronto se fueron construyendo diversos modelos, sobre todo en el norte de Italia; unos favorecían un sonido incisivo, rico en armónicos, otros un sonido más pleno y redondo. Así, algunos instrumen­tos son muy abombados ‘y de madera delgada, mientras que otros son planos y de paredes gruesas, según el re­sultado sonoro deseado o las particularidades de una determinada escuela de constructores. A partir de me­diados del siglo xvn adquiere también relevancia la construcción de violines en el sur de Alemania y en el Tirol. Este tipo de violín^ en especial el creado por Stai- ner, representa durante linás de cien años el ideal sono­ro indiscutible de la música para cuerda al norte de los Alpes. A pesar de esa divlersidad de modelos, de ideales sonoros que entre sí se diferencian considerablemente, el violín queda, en líneas] generales, al margen de m odi­ficaciones sonoras importantes hasta finales del siglo xvm . Mediante pequeñas cambios se pudo ir adaptan­do siempre a todas las exigencias: en lugar de la cuerda sol de tripa, peluda y de sonido algo sordo, se introdu­

Page 169: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

V I O L A D A B R A Z Z O Y V I O L A D A G A M B A

jo la cuerda entorchada de metal; se desarrollaron ar­cos más largos y equilibrados que permitían una técni­ca de arco más refinada; pero, por lo demás, el violín se mantuvo durante doscientos años como el polo fijo del instrumentario.

El enorme giro histórico que a finales del siglo xvm influyó y transformó toda la vida en Europa dejó su fruto también, lógicamente, en el arte. Así como las compo­siciones de un Beethoven, por ejemplo, trajeron un espíri­tu completamente nuevo a la música, frente al cual muchos contemporáneos se sentían espantados o mostraban una actitud de rechazo, también, siguiendo ese espíritu, se transformó radicalmente todo el cuerpo sonoro de la música occidental. La escala dinámica de los instrumen­tos tuvo que extenderse al máximo.

Aplicado al violín: su escala dinámica ya no corres­pondía ni a las exigencias de los compositores ni a las de los oyentes. Geniales constructores de violines encontra­ron los medios para salvar el instrumento como tal de una crisis que había acabado con la viola de gamba, por ejemplo, entre otros muchos instrumentos: se reforzó el encordado más allá de los límites técnicamente posibles para el instrumento. El grosor de la cuerda es directa­mente proporcional a la tensión y así también a la pre­sión que se ejerce, por el puente, sobre la tapa del ins­trumento; es decir, cuanto más fuertes son las cuerdas, mayor es la tensión y la presión, y con más fuerza se pue­de y se tiene que frotar con el arco para ponerlas en vi­bración. Pero como los instrumentos no habían sido construidos para esa presión y no podían resistirla, se tuvo que reforzar la vieja barra, es decir, se abandonó

171

Page 170: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

p a ra su stitu ir la p o r u n a n u e v a co n u n v o lu m e n d e tres a c in c o v e c e s su p erio r. C o n este re fu e rz o , la tapa d e l in s ­tr u m e n to p o d ía s o p o rta r u n a p re s ió n aú n m ayor. A d e ­m ás, se re tiró e l a n tig u o m an go , ta lla d o en u n a so la p ie ­za c o n la v o lu ta , q u e ib a su jeto a l in s tru m e n to en á n g u lo r e c to o casi en á n g u lo re cto , y se e n co ló u n m a n g o n u e ­v o , in c lin a d o (al q u e sé fijó e n to n c e s la v o lu ta o rig in a l). D e esta m an era , e l á n g u lo q u e fo rm a n las cu e rd a s al p a ­sa r p o r e l p u e n te se v o lv ió m ás a g u d o , lo q u e e le v a b a s u sta n c ia lm e n te la p re s ió n so b re la ta p a . U n a im p o rta n ­te c o n d ic ió n n e c e sa ria p a ra e l é x ito d e este re fu e rzo la

h a b ía cre a d o T o u rte , p o r la m ism a é p o c a , co n e l a rco d e v io lín m o d e rn o , co n e l c u a l se p o d ía to c a r a d e cu a d a m e n ­te este in stru m e n to rem o d ela d o . E ste a rco es m ás p e sa d o q u e e l a n tig u o , q u e e sta b a c o n s tru id o a c o n c ie n c ia co m o u n a rco lig e ro , y p r e se n ta u n a fo rm a a cu sa d a m e n te c ó n ­c a v a , co n lo q u e la te n s ió n d e las ce rd a s c re c e a l re fo rza r la p re s ió n . E l n u e vo arco tie n e e l d o b le d e cerd a s q u e el a n tig u o y, a d ife re n c ia d e l m e ch ó n re d o n d e a d o y su e lto d e l v ie jo arco, están sujetas m e d ia n te u n a a b ra za d era m e tá lic a en fo rm a d e la z o p lan o.

A esta o p e ra c ió n q u e acab am o s d e d e s c r ib ir se so m e ­t ie r o n e n tre 17 9 0 y la a ctu a lid a d p rá c tic a m e n te to d o s lo s v ie jo s v io lin e s (los v io lin e s a n tig u o s ita lia n o s q u e to ca n h o y lo s so lista s están ta m b ié n c o m p le ta m e n te m o d e rn i­z a d o s y su en an d e m an era to ta lm e n te d ife re n te a co m o s o n a b a n en e l t ie m p o de su p ro d u c c ió n ) . E l v io lín re m o ­d e la d o d e esta fo rm a y to c a d o co n e l n u e v o a rco re s u l­ta b a ir r e c o n o c ib le . N a tu r a lm e n te , la g ra n m e jo ra , p o r e je m p lo u na p o te n c ia so n o ra tr ip lica d a , se tu v o q u e p a ­g a r c o n u n a en o rm e p é rd id a de a rm ó n ico s a g u d o s. C o n

1 7 2

Page 171: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

V I O L A D A B R A Z Z O Y V I O L A D A G A M B Ai

e l p a so d e l t ie m p o , se h izo d e la n e c e s id a d v ir tu d , e l so ­n id o l is o y re d o n d o d e l p io lín se c o n v ir tió en id e a l s o n o ­ro y se v o lv ió a ú n m ás l|so , es d ecir, las cu e rd a s n o e n ­to rc h a d a s d e tr ip a fu e ro n d e sa p a re c ie n d o : h o y se to c a s ó lo co n cu e rd a s d e tr ip a e n to rc h a d a s y c o n cu e rd a s d e a cero . L a p é r d id a d e aijm ó n ico s a gu d o s es u n a c o n s e ­c u e n cia in e v ita b le d e c a d a a u m e n to d e p e so . A s í, n o fu e ­

n t e y las cu erd as m ás ten sad as u n a d ism in u c ió n d e a rm ó n ico s

agu d o s, s in o ta m b ié n o tro s e le m e n to s d e l a ju ste, el m a­c iz o b a tid o r d e éb a n o , ej:c. N o a to d o s lo s in stru m e n to s les b e n e fic ió esta o p e ra c ió n , a lg u n o s, en p a rtic u la r lo s in stru m e n to s d e lg a d o s y a b o m b a d o s d e la e sc u e la d e Stainer, p e rd ie ro n g ra n p a rte d e su tim b re , su so n id o se v o lv ió a m e n u d o c h illó n , a u n q u e q u e d ó d éb il. N u m e ro -

ron só lo la b a rra m ás fu las q u e c o n tr ib u y e ro n a

sos in stru m e n to s antigüe m en te, p u es e l fo n d o n o

: s v a lio so s se a rru in a ro n lite ra l- re s is tía la presión e x c e s iv a d e l

alm a y se q u e b ra b a n . S i h e re la ta d o tan en d e ta lle la h is ­to ria d e esta rem od elació jn es p o r q u e en e lla re s id e la c la ­v e p a ra la co m p re n s ió n Ide la s o n o r id a d d e lo s in s tr u ­m e n to s d e c u e rd a a n tig u o s.

C o lo q u e m o s a h o ra la s o n o r id a d d e l v io lín b a r r o c o fren te a la d e l in stru m en to d e c o n c ie rto m o d ern o : e l s o ­n id o d e l v io lín b a rro c o esj f lo jo , p e ro tien e u n c a rá c te r in ­c is iv o , d u lce e in ten so . L a v a r ie d a d se o b tie n e so b re to d o m e d ia n te u n a a rticu la c ió n rica m e n te d ife re n cia d a y no ta n to p o r la d in ám ica. E li in stru m e n to m o d e rn o p re se n ta en c o m p a ra c ió n un so n id o re d o n d o y liso co n u n m argen d in ám ico m u y grande, co n lo q u e la d in ám ica d e v ie n e el

fa c to r fo rm a l d om in an te! E n g e n e ra l se o b se rv a u n e m ­p o b re c im ie n to d e la p a le ta so n o ra, p uesto q u e en la o r­

173

Page 172: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

q u e sta m o d ern a to d o s lo s in stru m en to s asp iran a un so n id o re d o n d o , p o b r e e n arm ón icos, m ien tras q u e en h o rq u e sta b a rro ca la d ife re n cia c ió n d e lo s g ru p o s in stru m en ta les era m ás a cu sad a y, p o r tanto , m ás rica.

C o n e l e je m p lo d e l j v io lín h em o s v is to la h is to r ia de las re m o d e la c io n e s y su re la c ió n co n e l so n id o . A h o rí n o s cen tra rem o s en los otros in stru m en to s d e cuerda, so b r e to d o en la v io la d e g a m b a (vio la d e p ie rn a , p o rq u e se su je ta co n las p iern as) y su fam ilia . Su p ro c e d e n c ia d e le f íd u la m ed ieva l p a re c e jmás d ire c ta q u e la d e l v io lín . E r c u a lq u ie r caso u n a co sa está clara: am bas fam ilias, los v io lin e s y las g am b as, tie n e n su o rig e n a p ro x im a d a m e n ­te en la m ism a é p o c a , en el s ig lo x v i. D e s d e u n p rin cip io están c la ram e n te sep ará d a s y d ife re n c ia d a s u n a d e o tra E s to se p o n e d e re lie v e en el h e c h o d e q u e en o b ras in s­tru m e n ta le s ita lian as d e l s ig lo x v i i , e l v io lo n c e lo , aunque se t ie n e e n tre las p ie rn a s , es d e c ir da gam ba, se d e s ig ­n a c o m o v io la da bra zzo , o sea co m o p e rte n e c ie n te a la fa m ilia d e lo s v io lin e s , m ien tras q u e lo s p e q u e ñ o s par- d essus d e v io la fra n c e se s , p o r e je m p lo , son gambas de d isc a n to , a p esar d e q u e en gen era l se su jetan co n el b r a ­

zo , es d e c ir da brazzo.Las vio las d e g a m b a se d istin g u e n d e los v io lin e s , en

c u a n to a su c o n s tru c c ió n , p o r sus d ife re n te s p r o p o r c io ­nes: p o se e n u n c u e r p o m ás c o rto en re la c ió n a la lo n g i­tu d d e las cuerdas, u n fb n d o p la n o y co sta d o s m ás altos E n g e n e ra l tien en u n a c o n stru c c ió n m ás d e lg a d a y lig era E l co n to rn o d el cuerpo! d e la g am b a es m u y d ife re n te de la fo rm a d e l v io lín , p eró está m en os n o rm a liz a d o y pare ce ten e r ta m b ié n m en o s in flu e n c ia en el so n id o d e l in s­tru m en to . E le m e n to s esen cia les son , p o r e l co n trario , h

174

Page 173: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

V I O L A D A B R A ZZ O Y V I O L A D A G A M B A

afin ació n e n cu a rta s y tercera s, a d o p ta d o s d e l la ú d , y los trastes, ig u a lm e n te to m ad o s d e l laú d . L as v io la s d e g a m ­b a se c o n stru ía n y a a p r in c ip io s d e l s ig lo x v i en co ro s, es decir, se h acía n in stru m en to s d e d iverso s tam años: so p ra ­n o , co n tra lto , te n o r y bajo . C o n ta le s g ru p o s se to ca b a n so b re to d o o b ra s v o c a le s , q u e se a d a p ta b a n in s tr u m e n ­ta lm en te m e d ia n te o rn a m e n ta cio n e s a p ro p ia d a s. C o n o ­cem o s los an tig u o s m éto d o s d e O r t iz en E sp a ñ a y de G a- nassi en Ita lia , co n ce b id o s p a ra e s te fin. E n to n ce s e l v io lín no co n ta b a e n tre los in stru m en to s resp etab les, éste servía ante to d o p a ra la m ú sica im p ro v isa d a d e danza.

H a c ia fin a le s d e l s ig lo x v i , c u a n d o en Ita lia co m ien za le n ta m e n te la a scen sió n d e l e x tr o v e r t id o v io lín , a co rd e a l c a rá c te r ita lia n o , e l c o ro d e g a m b a s e n c u e n tr a en I n ­g la terra su h o g a r le g ítim o . L a v io la d e g am b a d e b ió de re sp o n d e r m u y en p a rtic u la r a l g u sto d e los in g leses, p u e s a lo la rg o d e ce rca de c ie n añ o s su rg ió u n a p r o fu ­sión d e m ú sica p ara co n ju n to s d e d o s a s ie te v io la s d e u na b e lle z a y p ro fu n d id a d in a u d ita s . E sta m ú sica , en su ca ra c te r iza c ió n so n o ra y en su im p o r ta n c ia m u sica l e h is- tó rico -m u sic a l, só lo es c o m p a ra b le a la m ú sica escrita p ara c u a rte to d e cu erd a en lo s s ig lo s x v m y x ix . C u a l­q u ier fa m ilia q u e p ra c tic a ra la m ú sica en In g la te rra p o ­

seía e n a q u e l t ie m p o un b a ú l c o n v io la s d e to d o s lo s ta ­m añ os. L a s p ie za s q u e se e s c rib ía n e x p re sa m e n te p ara estos in stru m e n to s era n so b re to d o fan tasía s, d an zas es­tiliza d a s y v a r ia c io n e s— en u n a é p o c a en la q u e en e l c o n ­tin en te n o se h a b ía lle g a d o m ás le jo s q u e a « u tiliza r co n to d o t ip o d e in stru m en to s» — . L a v io la d e gam b a, c o n d i­c io n a d a p o r su c o n stru c c ió n y p o r lo s tra stes, tie n e u n so n id o m u ch o m ás d e lg a d o y d ir e c to q u e los in stru m e n ­

1 7 5

Page 174: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

to s d e la fa m ilia d e l v io lín . L a m ú sica , g ra c ia s a las c a ­ra c te r ís tic a s p a rtic u la re s d e la g a m b a , cu y o á m b ito e x ­p re s iv o resid e so b re to d o en lo s m atices so n o ro s m ás finos, q u e d a d e e n tra d a p r o te g id a d e u n a e je c u c ió n d in á m i­c a m e n te e x a g e ra d a q u e e m b ru te c e ría el e fe c to y lo d e s­tru ir ía .

L o s m ú sico s in g le sé s d e s c u b r ie ro n m u y p r o n to la

v io la d e g a m b a ta m b ié n co m o in stru m e n to solista; co n este o b je t iv o la c o n stru y e ro n a lg o m ás p e q u e ñ a q u e la

v io la b a ja en re y la lla m a ro n division-viol\ o tra gam b a so lis ta aú n m ás p e q u eñ a la lla m a ro n lyra-viol\ este in stru ­m en to se a fin ab a d e fo rm a s d ife re n te s se g ú n las o b ras y se t o c a b a a p a r t ir d e ta b la tu ra s (n o ta c ió n c ifr a d a ) . L a

c o m p le jid a d d e las a fin a c io n e s y la n o ta c ió n in h a b itu a l son la m e n ta b le m e n te c u lp a b le s d e q u e h o y casi n a d ie se o c u p e y a d e esta p re c io s a m ú sica para in stru m e n to sólo d e a lto in terés té c n ic o .

P o r lo d em ás, la v io la d e g a m b a se u tiliz a b a en In g la ­terra c o m o in stru m e n to so lis ta an te to d o p a ra la im p ro ­v is a c ió n lib re . M a gn ífico s e jem p lo s d e este a rte se e n ­c u e n tra n en D iv isió n V io l d e C h r is to p h e r S im p so n , u n a in tr o d u c c ió n a la im p ro v is a c ió n a s o lo s o b re u n b ajo . E ste t ip o d e e je c u c ió n se c o n s id e ra b a e n to n c e s c o m o u n g ra d o de m áx im a p e r fe c c ió n en la in te rp re ta c ió n d e la g a m b a ; la c a p a c id a d m u sica l y té c n ic a , así c o m o la fa n ta ­sía d e lo s m ú sico s , p o d ía n d e sp le g a rse a q u í p len am en te . D u ra n te to d o e l s ig lo x v n , lo s g am b ista s in g le se s eran m ú s ic o s b u s c a d o s p o r to d o e l co n tin e n te . C u a n d o Stai- ner, h a c ia 16 7 0 , co n stru y ó u n a v io la d e g a m b a p a ra u n a ig le s ia en B o z e n , se re m itió a las in d ic a c io n e s d e u n gam - b ista in g lé s co m o a u to r id a d su p rem a.

1 7 6

Page 175: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

V I O L A D A B R A Z Z O Y V I O L A DA G A M B A

P e ro e l p a ís d o n d e se e x p lo ta r o n a l m áx im o las p o s i­

b ilid a d e s so listas d e la violja d e g a m b a fu e F ran cia , a fin es d e l s ig lo x v n . E l á m b ito só n o ro d e la g a m b a fra n ce sa d e esa é p o c a se a m p lió co n u n a c u e r d a la g ra ve . E n u n a ú n i­ca g e n e ra c ió n su rg ie ro n a llí, en la c o r te d e L u is X IV , co n e l a p o yo d e lo s am an tes d ejla m ú s ic a m ás d is tin g u id o s , la o b ra a b u n d a n te d e u n M a rin M a ra is y la s m ag n ífica s y

a trevid a s c o m p o sic io n e s d e los dos F o rq u eray , q u e e n ­co n tra ro n m u c h o s im ita d o re s . (L a s e x ig e n c ia s té c n ic a s d e estas c o m p o sic io n e s so i a m e n u d o ta n in c re íb le s q u e u n o b u sca lo s antecesoresj d e esto s v ir tu o so s . A s í, en la ép o ca d e L u is X I I I , e l la ú d h a b ía s id o el in stru m e n to fra n cé s de m o d a y v ir tu o so p o r e x c e le n c ia . D e las d ig ita ­cio nes, q u e se e n c u e n tra n !en casi to d a s las c o m p o s ic io ­nes fran cesas p a ra v io la de g am b a, se p u e d e d istin g u ir c la ram en te la p a rtic u la r té c n ic a d e m an o izq u ie rd a d e l laú d .) E sto s c o m p o s ito r e s 'p e r fe c c io n a ro n ta m b ié n la e s ­ca la e x p re s iv a d e la g am b á e in tro d u je ro n , p ara in n u m e ­

rab les o rn a m e n to s c o m p lic a d o s y re fin a d o s, g iissa n d i y otros e fe c to s , u n sistem a <jle s ig n o s q u e en cad a caso era e x p lic a d o en el p r e fa c io d e las e d ic io n e s . L as m ás altas

p e rso n a lid a d e s cu ltivaban j la in te rp re ta c ió n d e la g am b a e n sus h o ra s d e o c io . L a in tim id a d d e l so n id o de la g a m ­b a , q u e se m e n cio n a co n tin u am en te y q u e h ace d e e lla u n in stru m en to so lista e x c lu siv a m e n te para espacios p e q u e ­ños, y la p o s ib ilid a d d e o b te n e r las m ás refinadas y ten u es so n o rid a d es su p u siero n al|m ism o tie m p o e l p u n to c u lm i­n ante y el fin d e l in stru m en to . E n u n p rin cip io d e sp re c ia ­do, el p o ten te v io lín , cap áz d e ab rirse paso ta m b ié n en g ra n d e s salas, co m e n zó a ¡im ponerse p o c o a p o c o h asta q u e, en la se g u n d a m itad ¡del s ig lo x v m , co n sig u ió d e s­

I

177

Page 176: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

p la za r d efin itivam en te a la d e licad a v io la d e gam ba. S o b re esta lu ch a n o s in fo rm a al d etalle u n p o lé m ico escrito q u e el abad L e B la n c , entusiasta d e la v io la d e gam b a, d irig ió co n tra el v io lín y el v io lo n ce lo . Sin em b a rgo , lo esen cial d e l so n id o de la gam ba, su tern u ra y su su tileza, resu ltab a tan evid en te q u e n i siqu iera se in ten tó entonces, m edian te refu erzo s, salvar el in stru m en to de su h un d im ien to .

E n e l resto d e lo s p a íses, la v io la d e g am b a n o lle g ó a re p re se n ta r n u n c a el m ism o p a p e l q u e en F ran cia e I n ­g la terra; e n Ita lia ya estab a p a sa d a d e m o d a en el s ig lo x v n co n la p r o p a g a c ió n d el v io lín . E n A le m a n ia e x iste u n a serie d e c o m p o s ic io n e s q u e o c u p a u n c u r io so lu g a r in term ed io : o b ie n se o rie n ta n h a c ia m o d e lo s fra n ceses, com o algun as o b ra s m u sica les d e cám ara de T elem an n , o b ien tom an en c o n s id e ra c ió n la g am b a sen cillam en te enfu n c ió n de sus c u a lid a d e s técn ica s o so n o ras, co m o en el

l 5

caso de B u x te h u d e , B a c h y o tro s. L as o b ra s p ara g am b a d e estos c o m p o sito re s tao están c o n c e b id a s n e ce sa ria ­m en te a p a rtir d e l e sp ír itu d e l in stru m e n to y, s in una p é r ­d id a e se n cia l d e su stan ¿ia m u sica l, se r ía im a g in ab le to ­carlas ta m b ié n con o tro s in stru m en to s.

E n e l s ig lo x v i i i , o sda p ro p ia m e n te al final d e la é p o ­ca d e la v io la d e gam b ¿, se p u s ie ro n d e m o d a a lgu n o s in strum entos esp ecia les ele la m ism a fam ilia, com o la viola d ’am our y el v io le t in g lés , q u e se e m p le a b a n ú n ica m en te com o in stru m e n to s so listas. C o n esto s in stru m en to s se in te n ta b a o b te n e r u n a ¿ sp e cie d e re so n a n cia artificia l; para e llo se te n sa b a n , ju sto p o r en cim a d e la tapa a rm ó ­nica, e n tre s ie te y d o c e cu e rd a s m e tá lica s ad ic io n ales . E stas cu erd a s se lle v a b a n a tra v é s d e l m an go a h u ecad o h a sta el c la v ije ro y, segú n la ca n tid a d , se a fin aban en es­

II N S T R U M E N T A R L O Y D I S C U R S O S O N O R O

178

Page 177: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

V I O L A D A B R A Z Z O Y V I O L A D A G A M B A

cala o cro m á tica m e n te . N o se p o d ía to ca r c o n ellas, ú n i­cam e n te ten ía n la fu n c ió n d e v ib r a r p o r s im p a tía cu a n d o se to ca b a e l in stru m en to . D e esta m an era se p r o d u c e una esp e cie d e fin o v e lo so n o ro q u e flo ta p o r en cim a d e los so n id o s tie rn o s y d u lce s d e este in stru m en to . L a viola d ’ am our fu e en el sig lo x v m u n a u té n tico in stru m en to d e

m o d a y, tras la m u erte d e la g a m b a , to d a v ía tu v o en el s i­g lo x i x u n a cu rio sa y o scu ra e x iste n c ia .

E n e l s ig lo x v m , ta m b ié n se c o n s tru y e ro n o c a s io n a l­m e n te v io la s b a ja s co n estas c u e rd a s d e re so n a n cia . P r o ­b a b le m e n te u n o de lo s in s tru m e n to s m ás c u r io s o s d e este t ip o fu e e l bar y ton. E n este in stru m e n to , q u e tie n e el ta m a ñ o d e u n a v io la b a ja y sus cu e rd a s ta m b ié n están afin adas c o m o en la v io la d e g a m b a , las cu e rd a s m e tá li­cas de reso n a n cia n o só lo t ie n e n la fu n c ió n d e p r o d u c ir u n a c o lo r a c ió n d e la so n o rid a d , s in o q u e ta m b ié n , d u ­ra n te la e je c u c ió n , se p u e d e n p u lsa r co n e l p u lg a r d e la m ano izq u ie rd a . E l e fe c to es e sp e cia lm e n te singular, p o r ­q u e lo s so n id o s p u lsad o s, re a lm e n te p o te n te s y sem eja n ­tes a lo s d e u n c lave , no se p u e d e n apagar, p o r lo q u e su e ­n an b a sta n te ra to y a m e n u d o se m e zc la n . H o y e n d ía n o se p re sta ría segu ram en te n in g u n a a te n c ió n a l baryton si n o fu e r a p o r q u e H a y d n e s c r ib ió u n b u e n n ú m e ro d e m agn íficas co m p o sic io n e s p a ra é l, en las q u e e l e n ca n to p a rticu la r d e l in stru m e n to se p o n e d e re lieve . P o r lo d e ­m ás, e x is te n só lo u n as p o c a s c o m p o sic io n e s p ara bary­ton. P e ro co m o se h an c o n se rv a d o re la tivam en te b a sta n ­tes in s tru m e n to s , a lg u n o s in c lu s o d e l s ig lo x v u , ca b e su p o n er q u e se tra ta b a a n te to d o d e u n in stru m en to p ara la im p ro v isa c ió n , en la q u e u n o p o d ía casi a co m p a ñ a rse a sí m ism o co n las cu erd a s p u lsa d a s .

179

Page 178: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

L a m e n ta b le m e n te , el so n id o p a rtic u la r d é l a v io la de g a m b a n o se e n te n d ió c u a n d o fu e re d e s c u b ie rta h ace u n o s c in c u e n ta años. L o q u e n i s iq u iera se in te n tó en el s ig lo x v i i i se h iz o en to n ces: un b u e n n ú m e ro de h e rm o ­sas v io la s a n tig u a s fu e ro n re fo rza d a s e in c lu s o a m e n u d o r e c o rta d a s a l ta m a ñ o d el v io lo n c e lo .

H o y en d ía , d e sp u é s d e q u e d o s g e n e r a c io n e s d e m ú sico s h a y a n p r o b a d o y a c u m u la d o e x p e r ie n c ia s co n

in s tr u m e n to s b a rr o c o s y c o n p r e te n d id o s in s tru m e n to s b a r r o c o s , se v e n las cosas d e o tra m an era . Y a n o se in ­te n ta « m e jo ra r» los in s tru m e n to s a n tig u o s , sino q u e se p r o c u r a e n te n d e r su so n id o . D e e s ta a c t itu d s u r g ió p o r sí m ism a , p o r a sí d e c ir lo , u n a le y fu n d a m e n ta l: e l in s ­tr u m e n ta r lo d e c a d a é p o c a c o n s titu y e u n to d o cu y o s e le m e n to s se h a lla n en fin a s in to n ía e n tre sí, e l e q u il i­b r io e n tr e los in stru m e n to s e stá c o rre c ta m e n te n iv e la ­d o . N o es p o s ib le u t il iz a r in stru m en to s, a n tig u o s su e lto s ju n to c o n in s tru m e n to s m o d e rn o s . A s í p o r e je m p lo , u n a v io la d e g a m b a o r ig in a l, a ju stad a c o rre c ta m e n te , t ie n e u n so n id o d e m a sia d o d é b il en u n a o rq u e sta d e c u e rd a m o d e r n a , u n p ro b le m a al q u e se e n fr e n ta n m u ­c h o s g a m b ista s en las in te rp re ta c io n e s a n u ale s d e las p a s io n e s de B a c h . (E n m i o p in ió n , n o se d e b e r ía n h a c e r a q u í c o m p r o m is o s d e n in g ú n t ip o y e l s o lo d e b e r ía t o ­ca rse c o n u n v io lo n c e lo o co n u n v io lo n c e lo - g a m b a r e ­fo r z a d o ) .

C u a n d o en e l cam in o hacia la in te rp re ta c ió n d e la m ú ­sica a n tig u a se d e sc u b re lo so n o ro , es d ecir, los in s tru ­m e n to s o r ig in a le s co m o tra n s m is o r id ea l, co m o ayu d a

id e a l p a ra la in te rp re ta c ió n y fu e n te de la m ás r ic a in sp i­ra c ió n a rtís tic a , u n o n o se q u ed a sa tis fe ch o h a sta h ab er

Page 179: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

E L y i O L Í N

a lc a n za d o e l ú ltim o e le m e n to d e la re a c c ió n en cad en a. Si u n o se to m a la m olestia,' q u e n o es p o c a , d e p o n e r en e q u ilib rio c o rre c ta m e n te to d o el in stru m e n ta rio , se verá

r e co m p e n sa d o co n u n a so n o rid a d c o n v in c e n te q u e p u e ­d e ser u n m a ra v illo so v e h íc u lo p a ra tra n sm itir la m ú sica an tig u a .

E l v io l ín . E l instrum entó^ b a rro co s o l is ta

L a é p o c a b a rro c a , en la qtje la p r o d u c c ió n a rtístico -so - lis ta a lca n zó u n a a ltu ra h a sta e n to n ce s d e sc o n o c id a , en la q u e te n ía q u e su rg ir e l v ir tu o so p o r q u e n o b a sta b a co n c e le b r a r y ad m irar la o b ra cjie arte a n ó n im a, sin o ta m b ién y so b re to d o al artista ca p a ¿ d e lo g ra r lo p o c o m en os q u ein c re íb le , la ép o ca b a rro c to d o in stru m e n to tien e por,

a so b re p a só lo s lím ite s q u e n a tu ra leza efí fa v o r d é l so lis ­

ta. E l v io lín en carn a , c o m o ¡ningún o tr o in stru m e n to m u ­s ica l, e l e sp ír itu d e l barrocjo. Su n a c im ie n to y e v o lu c ió n a lo la r g o d e l s ig lo x v i es to tn o la p r o g r e s iv a c o ñ c re ti- z a c ió n d e u n a id e a . D e la| d iv e r s id a d d e in stru m e n to s d e c u e rd a d e l R e n a c im ie n to , co n sus f íd u la s , rab eles y l i ­ras y sus in n u m e ra b le s v a r ia n te s , s u r g ió , g ra c ias a los co n stru c to re s d e in stru m e n to s d e C re m o n a y B re sc ia , el v io lín .

E ste p ro c e s o fu e p a ra le lo , c la ro está, al d e sa rro llo de la m ú sica m ism a: la m ú sica d e los siglos p re ce d e n te s h a ­b ía d e sp le g a d o to d a s sus fu e rza s en e l c o m p lic a d o te jid o d e la p o lifo n ía ; el in stru m e n to , el m ú sico en sí, era p a rte an ó n im a d e l to d o . C a d a in stru m e n to te n ía q u e d ib u ja r su lín e a co n la m ay o r c la r id a d p o s ib le y, a la vez, añ adir

Page 180: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R ^ Y D I S C U R S O S O N O R O

u n c o lo r p a rtic u la r a l m e zc la rse en la so n o rid a d g lo b a l. P e ro h acia 16 0 0 en tran n u eva s fu e rza s en juego. L a in ­te rp re ta c ió n m u sica l-d e c la m a to ria d e las o b ras de p o e s ía c o n d u jo a la m o n o d ia , a l c a n to so lis ta co n a co m p a ñ a ­m ien to . E n to n c e s se cre a ro n , co n e l recitar cantando y el s tile con cita to , n u evas fo rm a s d e e x p re s ió n q u e e n la z a ­b a n p a la b ra y so n id o en tina u n id a d e m o cio n a n te . T a m ­b ién la m ú sica in stru m en ta l p u ra fu e arrastrad a p o r esa c o rrie n te y e l so lis ta se d e s lig ó d e l a n o n im ato d el m ú sico d e co n ju n to . E s te adoptó! e l n u e v o le n g u a je s o n o ro d e la m o n o d ia sin p a la b ra s y én a d e la n te « h ab ló » e x c lu s iv a ­m en te co n so n id o s . E sta fo rm a so lista d e h acer m ú sica sec o n sid e ra b a lite ra lm e n te c o m o u n a e sp e cie de d iscu rso ,p o r lo q u e su rg ió la te o r íá d e la re tó r ic a m u sica l, la m ú ­sica a d q u ir ió u n ca rá cte r d ia lo g a n te y to c a r « h a b la n d o » se c o n v irtió en la m ayor e x ig e n c ia p ara to d o m aestro m u sica l d e la é p o c a b a rra ca .

D e s d e C la u d io M o n te v e rd i, la m ayo ría d e lo s c o m ­p o sito re s ita lia n o s fu e ro n v io lin ista s . E l n u e vo le n g u a je m u s ica l d e l B a r r o c o con¡dujo en u n tie m p o e x tr a o r d i­n a r ia m e n te b r e v e a u n r e p e rto r io v ir tu o so q u e d u ra n te m u c h o t ie m p o n o p u d o ser su p e ra d o . L o s p rim ero s so lo s a u tén tico s d e v io lín lo s e s c r ib ió M o n te v e rd i en su O rfeo, en 16 0 7 , y en sus V ísperas , en 161 o , y fu e ro n so b re to d o

sus d is c íp u lo s y a d m ira d o re s (F o n ta n a , M a rin i, U c c e l- lin i, en tre o tro s) quienes,: en u n e sp a c io de tre in ta años, lle v a ro n la e je c u c ió n so lis ta d e l v io lín a su a p o g e o , con obras a trev id a s, a m en u d o e x tra v a g a n te s .

E n los s ig u ie n te s d e ce n io s p a re c e q u e c o m e n zó una cierta calm a. E l v io lín habjía su p e ra d o su etapa Sturm und Drang, y su té c n ic a de e jé c u c ió n h ab ía m ad u ra d o tanto

Page 181: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

E L V I O L Í N

q u e su e vo lu ció n p o s te r io r se d e sa rro lló más d e sp a cio . A l igu a l q u e el estilo b a rr o c o , el v io lín ta m b ié n es un p r o d u c to a u tén tica m en te ita lia n o , y así com o el estilo

b a rr o c o ita lia n o (con varian tes n a cio n a les) fu e c o n q u is ­ta n d o p o c o a p o c o to d a E u ro p a , lo m ism o su c e d ió co n e l v io lín , la jo ya d e su in s tru m e n ta n o. E n p rim e r lu g a r se im p u so en A lem a n ia; v ir tu o so s ita lia n o s tra b a ja b a n en las co rte s d e lo s p r ín c ip e s a lem an es ya en la p rim era m i­ta d d e l s ig lo x v n . P r o n to se fo rm ó a ll í u n e stilo p ro p io de e je c u c ió n so lis ta d e l v io lín , d o n d e el u so d e a co rd e s, la e je cu c ió n a varias v o c e s , se d e sa rro lló co m o algo p a r­t ic u la r y t íp ic o d e l e s t ilo alem án.

E l n iv e l d e la té cn ica d e l v io lín en lo s s ig lo s x v n y x v m a co stu m b ra a ser ju z g a d o e rró n e a m e n te p o r p a rte d e lo s v io lin ista s y lo s a fic io n ad o s a ctu a les . A p a rtir d e l a lto n iv e l de los so listas c o n te m p o rá n e o s y en co m p a ra ­c ió n co n las fa cu lta d e s d e lo s m ú sico s d e h a ce u n o s cien añ os, su sta n cia lm en te in ferio r, se p ie n sa q u e es p o s ib le c o n tin u a r u n a lín ea d e sc e n d e n te h a c ia e l p a sad o ; sin em ­b a rg o , se ig n o ra q u e la tra n sfo rm a c ió n so c ia l d e la p r o ­fe s ió n m u sica l en e l s ig lo x i x fu e a co m p a ñ a d a d e u n a d e ­c a d e n c ia . H e n ry M a rte a u d ecía en 1910: «Si nos fu e se c o n c e d id o escu ch ar a C o re lli , T a rtin i, V io tt i, R o d é y K re u tze r , p ro b a b le m e n te n u estro s m ejo res v io lin ista s no sald rían d e su. a so m b ro y se c o n v e n c e ría n de la d e c a d e n ­cia d e la té c n ic a a c tu a l d e l v io lín » .

M u ch o s asp ectos té cn ico s e v id e n te s d e la e jecu ció n d el v io lín , co m o e l vibrato, e l spicea to, e l s tac cato « v o la n ­te», en tre otros, se co n sid e ran sin m ás lo gro s de P agan in i y, co n ex cep ció n d e l vib ra to , son d e ste rra d o s de la m ú si­ca b a rr o c a . E n su lu g a r se in v e n tó e l « a rco b a c h ia n o » ,

183

Page 182: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

q u e e n re a lid a d n o sirve sino p a ra su stitu ir la d iv e rs id a d in fin ita de la s a rticu la c io n e s b a rro c a s p o r la u n ifo rm id ad . T a n to la m úsica m ism a co m o los v ie jo s tra tad o s m u estran co n to d a c la r id a d cu á les eran las p o s ib ilid a d e s técn icas

d is p o n ib le s en cad a ép o ca y d ó n d e se ap licab an .E l vibrato es tan a n tig u o c o m o e l h e c h o m ism o d e t o ­

c ar in stru m e n to s d é cu e rd a . T ie n e la fu n c ió n d e im ita r el c a n to y ya en e l siglo x v i (A g r ic o la ) está e x p re sa m e n te

d o c u m e n ta d o . M á s ta rd e ta m b ié n a p a re ce c o n s ta n te ­m e n te d e s c r ito c o n la m ay o r n a tu ra lid a d (M e rse n n e en 16 3 6 , N o r th en 16 9 5 , L e o p o ld M o z a rt en 17 5 6 ). S in e m ­b a rg o , s ie m p re era c o n s id e ra d o c o m o u n a o rn a m e n ta ­c ió n q u e d e b ía e m p lea rse en d e te rm in a d o s lu g a re s y en n in g ú n caso d e m o d o p erm a n en te . L e o p o ld M o z a rt d ice : « h a y c ie rto s m ú s ic o s q u e tie m b la n c o n tin u a m e n te en c a d a n o ta , c o m o si tu vieran una fie b re p e rp e tu a . E l tré­m u lo (v ib ra to ) s ó lo se ha d e u tiliz a r en a q u e llo s lu g a re s d o n d e la n a tu ra le za m ism a lo h aría» .

E l spiccato, e l arco sa lta d o , es u n g o lp e d e arco m uy a n tig u o (la d e s ig n a c ió n «spiccato», no o b sta n te , n o s ig n i­fica en lo s s ig lo s x v n y x v m a rco sa lta d o , sino só lo n o ta s c la ra m e n te se p ara d a s). L a m a y o ría d e la s fig u ra s e n a r ­p e g io sin lig a d u ra s o re p e tic io n e s r á p id a s d e u n a n o ta se to c a b a n c o n e ste g o lp e d e a rco . J. W a lth e r en 1 6 7 6 ,

V iv a ld i y o tr o s lo e x ig e n e x p r e s a m e n te m e d ia n te la e x ­p r e s ió n « co n arcate sc io lte » o s im p le m e n te « scio lto » . P e r o e n el re p e rto r io so lista d e l s ig lo x v n (so b re to d o en S ch m e lze r , B ib e r y W alth er) ta m b ié n se en cu e n tra n m u ­c h o s t ip o s d e g o lp e de a rco q u e im p lic a n u n re b o te , in ­c lu so largas ca d e n a s d e staccato « vo lan te » . A sim ism o las fo rm a s m ás va ria d a s y e x tre m a d a s d e p izzicato (con p lec-

1 8 4

Page 183: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

E L V I O L Í Ni

tro y s o b r e e l b a t id o r en B ib e r , en a c o rd e s en F a riñ a , en 16 2 6 ) y c o l legno (g o lp e a n d o co n la m ad era d e l arco) e ra n ya b ie n c o n o c id a s en d i s ig lo x v n p o r F ariñ a , W al-

th e r y o tro s. |E l Capriccio stravagante ¡de C a r io F ariñ a, un d is c íp u ­

lo d e M o n te v e rd i, p u b lic adjo en 16 2 6 , c o n tie n e u n c a tá ­lo g o in c r e íb le d e e fecto s v io lin ístico s . L a m a y o ría d e ellos

se cree q u e fu e ro n in v e n ta d o s m u c h o m ás ta rd e , ¡a lg u ­nos in c lu so en el s ig lo x x ! E sta obra, co n sus in d ic a c io ­nes e x a cta s p a ra la in te rp re ta c ió n en dos id io m a s (ita lia ­n o y a le m á n ), es u n a p ru e b a im p o rta n te d e la a n tig ü e d a dde la té cn ica d e l v io lín . F agin a d e sc r ib e la e je cu c ió n en p o s ic io n e s agu d a s so b re cuferdas g ra ve s c o m o u n e fe c to so n o ro (e n to n ce s n o era n o rm al to c a r m ás a llá d e la p r i­m era p o s ic ió n e x c e p to en lá cu erd a m i): « ... se d e sp la za la m an o h a c ia el p u e n te y se e m p ie za [...] co n el te rc e r d e d o s o b re la n o ta o e l so n id o in d ica d o » . E l c o l leg n o (el g o lp e a r co n la m ad era d e l a rco ) se d e s c r ib e así: « ... estas [notas] se g o lp e a n co n la njiadera d e l a rco ig u a l q u e un sa lterio , p e r o el arco n o se m a n tie n e m u ch o tie m p o , sino q u e se m u e v e co n tin u a m e n te » — la m ad era d e l a rc o m ás b ie n h a d e sa ltar co m o la banqueta en u n ta m b o r— . E l s u l p o n tice llo (cerca d e l puen t^ ) lo e x ig e F a riñ a p a ra im itar in stru m e n to s d e v ie n to corno el s ilb a to y la flauta: «Las flautas resu lta n m u y d u lc e s fro ta n d o cerca d e l p u e n te , m ás o m en o s a u n d e d o d e d ista n cia , m uy su a ve m e n te

ig u a l q u e en una lira . L o m ism o con el s ilb a to d e lo s so l­dados, só lo q u e en éste se h a c e u n p o c o m ás fu e r te y m ás cerca d e l p u en te» . U n e fe c to m u y fre c u e n te d e la e je c u ­ció n b a rr o c a d e la c u e rd a , e l v ib ra to d e a rco , se em p lea ya a q u í p a ra im ita r el O rg elirem u la n t (un re g is tro d e l ó r­

Page 184: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

g a n o c o n u n v ib r a to rítiiiico ): « A sí, e l tré m o lo se im ita

con e l te m b lo r d e la m an o q u e tie n e e l a rco , a la m an era d e l trem ulan t d e l ó rga n o » .

L a té c n ic a d e m an o izjquierda se d ife re n c ia b a de la a c­tu a l en el h e c h o d e q u e js e e v ita b a n p o s ic io n e s agu d as e n cu e rd a s graves; u n a e x c e p c ió n eran lo s p asajes en ba- r io la g e , en los q u e e l c a m b io d e tim b re entre la cu erd a g ra v e atacad a en u n a p o s ic ió n agu d a y la cu e rd a al a ire

agu d a p ro d u c ía el efecto! so n o ro d e se a d o . E l em p leo de cu e rd a s al a ire no era en a b so lu to d e s p re c ia d o , sino a m e n u d o c laram en te b u sc a d o , ahora b ie n , e l so n id o d e las c u e rd a s d e tripa al aire no so b re sa lía ta n to com o e l de las cu e rd a s de a ce ro actu a les.

h a o r q u e s ta ba rroca

L a o rq u e sta , en la p r im e ra m itad d e l s ig lo x v m , era un « in stru m e n to » fin am en te a ju stad o en sus tim b re s y m e z ­c la s d e c o lo r so n o ro . L o s d iverso s g ru p o s in stru m e n ta ­les te n ía n q u e m an te n e r ¡entre sí unas p r o p o r c io n e s de p o te n c ia m u y d e te rm in a d a s. D e m an era se m eja n te a los re g is tro s d e u n ó rg a n o b a rr o c o , lo s tim b re s e sp e cífico s d e esto s g ru p o s d e se m p e ñ a b a n u n p a p e l d e c is iv o en la in stru m e n ta c ió n : en e l t ü t t i se p a rtía en g e n e ra l d e u n a d is p o s ic ió n a c u a tro o ciinco v o c e s , q u e se o rg a n iz a b a t ím b ric a m e n te a ñ a d ie n d o o q u ita n d o d e te rm in a d o s in s­tru m e n to s; lo s v ie n to s ta c a b a n , p u e s , en p r in c ip io , lo m ism o q u e las cu erd a s. É s e v id e n te q u e en u n a in stru ­m e n ta ció n sem ejante es m u y im p o rta n te e l t ip o p a rtic u ­la r d e a m alg am a so n o ra é n tre lo s in stru m e n to s. A s í p o r

18 6

Page 185: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

L A O R Q U E S T A B A R R O C A

e jem p lo , la m ix tu ra o b o e -v io lín es casi c o m o la esp in a d o rsa l d e l so n id o o rq u e sta l b a rr o c o . E sta e s c ritu ra colla parte se a lig e ra b a m e d ia n te solos in stru m e n ta le s c o n c e r ­ta n te s en lo s q u e lo s d iferen tes g ru p o s in stru m en ta les (trom p etas, flautas, o b o e s , cu e rd a s) so b re sa lía n p o r se ­p a ra d o d e la so n o rid a d m e zc la d a d e lo s b lo q u e s en tuttv, una p r á c tic a q u e B a ch a p lic a b a d e m an era p a rtic u la r ­

m en te va riad a .L as e s p e c if ic id a d e s d e la in s tr u m e n ta c ió n b a rr o c a

ta rd ía so n irre a liza b le s co n u n a o rq u e sta m o d ern a . T o ­dos los in stru m e n to s h an e v o lu c io n a d o de m an eras m uy d ife re n te s en los s ig lo s p asad o s, la m a y o ría se han v u e lto m ás p o te n te s, to d o s h an c a m b ia d o su tim b re . Si u n a o r ­q u esta a ctu a l to c a c o n la p la n tilla in s tru m e n ta l d e l ta m a ­ñ o d e u n a o rq u e sta b a rro c a el s o n id o r e s u lta n te n o será n a d a b a rro c o : y es q u e lo s in stru m e n to s m o d e rn o s n o e s ­tá n c o n stru id o s p a ra esa m ix tu ra so n o ra en reg istro s, s in o p a ra c u m p lir a q u e lla fu n c ió n q u e d e se m p e ñ a n en la o rq u esta s in fó n ica c lá sica y, s o b r e to d o , en el ro m a n ti­cism o. E sta es u n a fu n c ió n m u y d ife re n te : lo s c o m p o s i­to res d e l s ig lo x i x e scrib ían s in e x c e p c ió n p a rte s p ara v ie n to o b lig a d a s q u e flo ta n s o b re u n a so n o r id a d o rq u e s ­ta l d e la c u e rd a m u y am p lia d a . E l ú n ic o v e s t ig io d e la a n tig u a té c n ic a colla parte es la u n id a d c o n tra b a jo -v io ­lo n ce lo , la cu a l sin em b argo , a fin a les d e l s ig lo x ix , co ­m ien za a d iso lv erse . E l s o n id o -B a c h s in fó n ico de las o r­questas actu a les d eterm in a ta m b ié n , co m o es ló g ic o , e l e s tilo in te r p r e ta t iv o , lo q u e d if ic u lta s e g u r a m e n te la co m p re n sió n d e las o b ras.

P a ul H in d e m ith , co m o p r o fu n d o co m p o sito r q u e era, ten ía c ie rta m e n te u n a h onda v is ió n d e l ta lle r de sus p r e ­

1 8 7

Page 186: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

d e c e s o re s . E n su d isc u rso p r o n u n c ia d o co n o c a s ió n d el

F e s t iv a l B a c h de H a m b u r g o , e l 12 d e s e p tie m b r e d e 19 50 , h a b ló ta m b ién s o b r e a sp e cto s de la p r a x is in te r ­p r e ta t iv a en tie m p o s d e B ach y d e su a p re c ia c ió n en la a c tu a lid a d :

En el tamaño reducido d é la plantilla instrumental y también en las particularidades en cuanto a sonido y ejecución de los ins­trum entos en uso entonces, gusta ver todavía factores que im­ponen lim itaciones insoportables para el com positor [...] No hay nada que hable en favor de una concepción tal [...] Basta con estudiar cuidadosam ente sus partituras (las de Bach) pu­ram ente orquestales (las Suites y los Conciertos de Brandem- burgó) para ver cómo se recrea con las m inuciosas finezas de buscar el equilibrio sonoro en esos pequeños grupos instru­m entales— un equilibrio que a m enudo se ve p erturb ado por la m era duplicación de unos pocos instrum entos, com o si se d oblara la línea de soprano del aria de Pamina con un coro de m ujeres— . Podem os estar seguros de que Bach se sentía com ­pletam ente cóm odo con los medios estilísticos vocales e ins­trum entales de que disponía y, si para nosotros tiene alguna im portancia ofrecer su m úsica como él la imaginó, tendremos que reproducir las condiciones interpretativas de su tiempo. N o basta, pues, con tom ar un clave como instrum ento para el continuo. Tendrem os que encordar nuestros instrum entos de cuerda de otra manera; tendrem os que tom arlos instrumentos de viento a la manera de aquella época...

C o m o v e m o s, las e x ig e n c ia s d e H in d e m ith van m u ch o m ás le jo s d e lo q u e h o y se e n tie n d e p o r in te rp re ta c ió n fiel a la o b ra . N o so tro s h em o s lle g a d o , d esd e la p rá ctica ,

a las m ism as c o n c lu s io n e s q u e H in d e m ith . A ñ o s d e e x p e ­

188

Page 187: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

r im e n ta c ió n y m u ch o s c o n c je rto s co n in stru m e n to s o r i­

g in a le s h an m o stra d o las re la c io n e s d e so n o rid a d y e l m u y p a rtic u la r e q u ilib r io . I

P ero esos in strum en tos son ab an tam b ién en salas cuya a cú stica es m u y d ife re n te d d la de las salas d e c o n c ie rto s n o rm ales. E n lo s s ig lo s x v n y x v m , c o n d ic io n a d a p o r lo s su e lo s d e p ie d ra , la a ltu ra db las salas y lo s re v e stim ie n ­tos d e m árm o l, la re so n a n cia era m u c h o m ayo r de lo q u e h o y estam o s a co stu m b ra d o sj E sto s ig n ifica u n a fu s ió n de lo s so n id o s m u c h o m ayor. L o s a c o rd e s d e sco m p u e sto s en n o ta s rá p id a s , ta l c o m o 1 a p a re ce n en ca s i to d o s lo s allegros d e la é p o c a , su en an pn d ich a s salas co m o n e r v io ­sos aco rd es v ib ra n te s y n o ¡p e rfila d o s m in u cio sa m e n te c o m o en las salas d e c o n c ie rto s m o d e rn a s .

Se p o d ría o b je ta r q u e lós te m p i e n to n c e s eran m ás le n to s , co n lo q u e la a cú stica « re so n a n te » q u e d a ría c o m ­p e n sa d a . A fo rtu n a d a m e n te , d isp o n e m o s d e fu en tes q u e d eterm in a n lo s tem p i casi con, p re c is ió n m e tro n ó m ica . A s í p o r ejem plo , el Tratado eje flauta d e Q u a n tz , en el q u e to d o se re lacio n a co n e l p u lso , o la T on otecn ia d e l P a d re E n g ra m e lle , d o n d e la d u ra c ió n d e las n o ta s se da en m e ­d id a s d e lo n g itu d y se p u e d e c a lc u la r fá c ilm e n te . S i se co n sid e ra n e n to n c e s esos tem pi, se l le g a a la co n c lu s ió n so rp re n d e n te d e que, h a c ia [p rin cip io s d e l s ig lo x v m , se to c a b a en g e n e ra l m u ch o m ás lig e ro d e lo q u e h o y in tu i­tiv a m e n te su p o n e m o s. P ro b a b le m e n te , a p a rtir d e una

m o n u m e n ta liz a c ió n d e esta|m úsica y d e u n a d e sco n fia n ­za, d e l to d o in fu n d a d a , h a c ia las c a p a c id a d e s té cn ica s de lo s m ú sico s de e n to n ce s, se h an fo rm a d o lo s te m p i e s tá n ­d ar actu ales, la m a y o ría d e m a sia d o le n to s , p ara las o b ras d e B a c h o H a n d e l. I

L A O R Q U E S T A B A R R O C A

Page 188: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

L a c o m p re n s ió n d e las « co n d ic io n e s in te rp re ta tiv a s d e e n to n c e s» co n d u ce , p o r ta n to , a u n a n u eva c o m p re n ­sión d e esa m ú sica en sí. L as e x ig e n c ia s q u e se im p o n e n al o y e n te son las m ism as para lo s m úsicos, p ues am b o s tien en q u e ca m b ia r ra d ica lm e n te de a c titu d . Se e ch a de m en os la esca la t ím b rica y 'el c o lo r id o a lo s q u e u n o está a co stu m b ra d o d esd e la in fa n c ia y la d in á m ica h a b itu a l. H a y q u e ir e sc u c h a n d o con ’ p a c ie n c ia los so n id o s in h a b i­tu ales, m u c h o m ás débiles,j d e lo s in stru m e n to s a n tig u o s hasta a co stu m b ra rse a ellos.¡E n ton ces se nos ab re u n m u n ­d o n u e v o (e l v ie jo ) lle n o d e m a tic e s c a r a c te r ís t ic o s y de finas so n o rid a d e s: la a u té n tica so n o rid a d b a rro c a se v u e l­ve re a lid a d .

¿ Q u é d ife re n c ia b á sica m e n te e l in stru m e n ta rio d e la é p o c a b a rr o c a d e l de n u estro s d ías? L o s in strum en tos de cuerda, e l n ú c le o de to d o c o h ju n to , tien en u n a sp e c to casi id é n tic o a lo s d e h a ce d o sc ie n to s c in c u e n ta añ os, in c lu so to d a v ía se to c a n co n fre c u e n c ia in stru m en to s d e a q u e lla ép o ca . S in e m b a rg o , estos in stru m e n to s , en el s ig lo x ix , su fr ie ro n p ro fu n d a s m o d ifica c io n e s en su c o n s tru c c ió n p ara a d a p tarlo s a las n u evas e x ig e n c ia s , so b re to d o en c u a n to a p o te n c ia y tim b re! A u n c u a n d o m u ch o s d e los v io lin e s m aestro s q u e se to ca n h o y en d ía se co n stru y e ro n en la é p o c a b a rro c a , n o sonj p o r eso « vio lin es b a rro co s» . C u a n d o , h a c ia 18 00, e l id e a l so n o ro ca m b ió ra d ica lm e n ­te, se re m o d e la ro n to d o s los in stru m e n to s d e c u e rd a q u e se e n c o n tra b a n en u so , sobre to d o p a ra re fo rz a r su so n i­do. A s í s u rg ió e l v io lín m o d e rn o , d e so n id o p o te n te — el « v io lín b a rr o c o » no m o d e rn iz a d o es m u ch o m ás flo jo , su so n id o es m ás a fila d o y r ic o en a rm ó n ic o s — . L o s in s ­tru m e n to s d e J a co b u s Stain^r, o d e su escu ela , se co rres-

Page 189: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA O R Q U E S T A B A R R O C A

p o n d e n m u y en p a rtic u la r co n el id e a l so n o ro d e los c o m p o sito re s a lem an es d e l b a rro c o (la c a p illa m u sica l de K ó th e n , p ara la c u a l e s c rib ió B a ch sus c o n c ie rto s p ara

v io lín , p o se ía in stru m e n to s tiro leses m u y co sto so s, p r o ­b a b le m e n te de S ta in er). E sto s in stru m e n to s se to ca b a n

co n e l a rco c o rto y lig e r o d e l s ig lo x v m . C o m o en e l caso d e l v io lín , a lg o p a re c id o o c u rr ía co n e l ca rá c te r so n o ro

de la v io la y d e l v io lo n c e lo b a rro co s .A e s te cu e rp o in stru m e n ta l d e c u e r d a se añ ad en a

m e n u d o d iverso s in stru m e n to s de v ie n to . C o m o ya h e ­m os in d ic a d o , en la o rq u e sta b a r r o c a — a d ife re n c ia d e lo q u e s u c e d e en la o r q u e s ta c la s ic a o r o m a n tic a esto s in stru m e n to s n o tie n e n p rá c tic a m e n te n u n c a u n a p a rte p ro p ia en e l tuttv. lo s o b o e s , p o r e jem p lo , to c a n las m is­m as n o tas q u e lo s v io lin e s , e l fa g o t s ig u e a l v io lo n c e lo . A s í, p a ra la o rq u e sta , la im p o rta n c ia d e la a d ic ió n d e in s ­tru m e n to s d e v ie n to t ie n e q u e v e r fu n d a m e n ta lm e n te co n e l c o lo r so n o ro d e la p ieza m u sica l, apenas co n la in ­

te g r id a d arm ó n ica d e la c o m p o sic ió n .L os in strum en tos de v iento b a rr o c o s se d ife re n cia n

e x te r io r m e n te .d e lo s m o d e rn o s s o b r e to d o en q u e p o ­seen m u y p o cas lla ve s y e n q u e están c o n stru id o s e n su m a y o r ía co n m a d e ra d e b o j (de c o lo r m a rró n c la ro ). A d e m á s , e l co n o d e su p e r fo ra c ió n in te rn a tie n e o tra tr a ­y e cto ria . Estas d ife re n c ia s req u ieren una té c n ic a de e je­c u c ió n c o m p le ta m e n te d istin ta . D e lo s siete u o ch o o r ifi­

c io s q u e p oseen , seis se ta p a n co n los d e d o s , e l resto co n llaves. D e esta m an era se p u e d e to c a r en p r in c ip io só lo u n a esca la d ia tó n ica , la esca la b a sic a d e l in s tru m e n to en c u e stió n , que a la v e z es su to n a lid a d id e a l. L a m ayo ría d e las otras to n a lid a d e s en re a lid a d ta m b ié n se p u e d e to ­

191

Page 190: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

car, p e r o só lo c o n a y u d a d e « d ig ita c io n e s en h o rq u illa » , a m e n u d o m u y c o m p lic a d a s , m e d ia n te la s cu a le s se Con­s ig u e n to d o s lo s s o n id o s q u e n o p e rte n e c e n a la esca la b á s ic a . E sta s n o tas su en an m u y d ife re n te s de las q u e se o b tie n e n m e d ia n te p o s ic io n e s « ab iertas» ; d a n u n a sen sa­c ió n v e la d a , in d ire c ta . A s í, en cad a u n a d e las to n a lid a ­des y en las c o m b in a c io n e s d e n o ta s , se p r o d u c e una c o n t in u a a lte r n a n c ia e n tre s o n id o s ta p a d o s y a b ie r to s

q u e , p o r u n a p a r te , c o n fie re a cad a u n a d e la s to n a lid a ­d es, p a ra cad a in stru m e n to , u n a c a ra c te r ís tic a p a rtic u la r y, p o r o tra p a rte , d a a tod a la gam a so n o ra d e l in s tru ­m e n to u n c o lo r id o m a tiz a d o y r ico . E ste n o era re ch a za ­d o en a b so lu to en a q u e l tiem p o , m ás b ie n se ap reciab a esa ir r e g u la r id a d so n o ra (no fu e hasta e l s ig lo x i x q u e se

c o m e n z a ro n a re a liz a r es fu e rzo s c o n sc ie n te m e n te p ara c o n s e g u ir u n a e sca la « cro m ática » , o m ejor, u n a escala de d o c e se m ito n o s, c o m p le ta m e n te u n ifo rm e ). L o s in s tru ­m e n to s d e v ie n to a n tig u o s re q u ie re n adem ás u n a e m b o ­c a d u ra (flauta) o u n a le n g ü e ta (oboe y fa g o t) c o m p le ta ­m en te d ife re n te s , p u e s to q u e lo s so n id o s a g u d o s n o se o b tie n e n co n a y u d a d e lla v e s d e o c ta v a , s in o so p la n d o m ás fu e r te . T o d a s estas ca ra c te r ís tic a s y la p a rtic u la r m a­n era d e e je c u c ió n p r o d u c e n el so n id o « b a rro co » , q u e en el c a so d e l o b o e y el fa g o t es m ás p e n e tra n te y r ico en a r­m ó n ic o s , en la fla u ta tra ve se ra es m ás flo jo , m ás b la n d o y m ás s e n s ib le q u e en los in stru m e n to s m o d e rn o s.

L o s in stru m e n to s d e v ie n to d e la é p o c a b a rro c a esta ­b a n c o n stru id o s d e ta l m an era q u e en e l so lo , p o r u n a p a r­te, p o s e ía n u n so n id o in c o n fu n d ib le y, p o r o tra , se p o d í­an fu n d ir co n o tro s in stru m e n to s d e ig u a l te s itu ra en un n u e v o so n id o m e z c la d o . E l e je m p lo m ás cara cte rís tico

192

Page 191: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

d e e llo es p ro b a b le m e n te ;1 oboe. (L a c o m b in a c ió n de o b o e y v io lín es p r á c tic a m e a te la esen cia so n o ra d e la o r ­q u esta b a rro c a .) J u n to al o b o e n o rm al, en d o 3, se c o n s ­tru ía ta m b ié n e l o b o e d‘ancore (en la) y e l o b o e da caccia (en fa). E sto s in stru m en to s1, d e b id o a su tim b re p a r t ic u ­lar, se e m p le a b a n so b re tod|o en solos, a u n q u e en o c a s io ­nes ta m b ié n d o b la b a n las p a rte s m e d ia s d e la o rq u e sta

d e cu erd a.L a flauta travesera es uijt in s tru m e n to solista t íp ic o , y

LA O R Q U E S T A B A R R O C A

existen m uy p o c a s o b ras d ; la é p o c a b a rro c a en las q u ese e m p le e co m o p u ro in stru m e n to d e tutti. E n la o b ra m ás fam o sa para este in stru m e n to , la Obertura en si m e­nor, B a ch c o n s ig u e una c o lo r a c ió n n u e va y s in g u la r d e la o rq u e sta cu a n d o h ace son^r la fla u ta colla parte co n e l vio lín . E l a tra c tiv o p a rtic u la r d e la flau ta tra v e se ra b a ­r ro c a re s id e en su so n id o « d e m a d e ra » y en las co n tin u a s m o d ifica c io n e s d e tim b re , c o n d ic io n a d a s p o r la c o n s ta n ­te a lte rn a n cia e n tr e p o s ic io n e s « a b ie rta s» y «en h o r q u i­

lla» . !E l fagot barroco suena v e rd a d e ra m e n te a m ad era , casi

co m o u n in stru m e n to d e cu e rd a y co n un so n id o d e le n ­gü eta m u y a ce n tu a d o (reedy); sus p a re d e s son m u y d e l­gadas, lo q u e p e rm ite q u e la m a d e ra v ib re . E stá c o n c e b i­d o p a ra fu n d irs e d e m an era id e a l co n e l v io lo n c e lo y el c la ve en el b a jo c o n tin u o , ¡y p a ra d a r a la v e z al b a jo un d ib u jo y u n c o n to rn o clarois.

P ara co m p o sic io n e s co n o c a s ió n d e acto s fe stiv o s , la p ráctica d e in stru m e n ta c ió n b a rr o c a p re scrib e trompe­tas y timbales. T am b ién eljlos están in te g ra d o s n o rm a l­m e n te en la escritu ra a cuadro p a rte s y en g e n e ra l so n a d ­ju d ic a d o s a lo s o b o e s y v ijo lin es co m o re g is tr o s o n o ro

193

Page 192: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

a d ic io n al. E n e l caso d e la s ; tro m p e ta s , la d ife re n c ia re s­p e c to d e lo s in stru m e n to s ¡m odern os sa lta a la v ista , ya q u e ta n to la tr o m p e ta c o m o la tro m p a an tigu as son in s ­

tru m e n to s p u ra m e n te n atu ra les, co n u n s o lo tu b o d e m e ­ta l y sin p isto n e s d e ningúiji tip o . E s e tu b o a ca b a en u n p a b e lló n y se so p la c o n u n á b o q u illa e n fo rm a d e co p a . E n fu n c ió n d e la p re sió n deilos la b io s su en an lo s d ife re n ­tes so n id o s n a tu ra le s, lo s arm ó n ico s d e u n so n id o fu n d a ­m en ta l, co rre sp o n d ie n te s a la lo n g itu d d e l in stru m en to . A s í, en u n a tro m p e ta n atu ra l en d o só lo se p u ed en p r o ­d u c ir lo s s ig u ie n te s son idos:

(E n una tro m p e ta en re suen a to d o u n to n o m ás a g u ­d o .) E l so n id o n a tu ra l n , fa 4 a m e d io c a m in o e n tre e l f a y

, es d e m a sia d o alto « ... co m o elfajt, sin d a r n in g u n o d e lo s

d o s lim p ia m e n te , p o r lo qu^ se p u e d e c o n sid e ra r u n h er- m a fro d ita m u sica l...» (A lte n b u rg , A rte d e la trompeta, 1 7 9 5)> y e l so n id o 13, la 4, queda d e m a sia d o b a jo . Se in ­te n ta b a c o rre g ir estas im p u reza s m e d ia n te e l a ta q u e o se a p lic a b a u n o r ific io d e tra n sp o sic ió n q u e se ta p a b a co n e l p u lg ar, e l cu a l e le v a b a la a fin a ció n d e to d o e l in s tru ­m e n to u n a cu arta , co n lo q u e e l fa 4 y e l la 4 se co n v e rtía n en lo s a rm ó n ic o s 4 y 5, q u e se p u e d e n to c a r p u ro s. E ste m é to d o (re d e sc u b ie r to p o r jO . S te in k o p f) h a s id o ta m ­b ié n a p lic a d o a lo s in stru rñ en to s q u e n o so tro s u t il iz a ­m o s. L a fo r m a d e l en ro scald o , c ir c u la r o a la rg a d o , h a

Page 193: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA O R Q U E S T A B A R R O C A

sid o s iem p re va riab le : « a lg u n o s e n ro sca n las tro m p e ta s

co m o u n a c o rn e ta d e p o s t i l ló n o co m o u n s e rp e n tó n » (P ra eto riu s, 16 19 ). L a d ife re n c ia e s e n c ia l, en cu a n to a c o n stru c c ió n , en tre la tro m p e ta n a tu ra l y la tro m p e ta de p isto n es m o d e rn a es su m en su ra d ife re n te (así se llam a a la re la c ió n en tre la se c c ió n y la lo n g itu d d e l in stru m e n ­to). U n a tro m p e ta m o d ern a en d o tien e, co n u n a se c c ió n casi ig u a l, só lo la m ita d d e la lo n g itu d q u e la tro m p e ta n atu ral, p u e s to q u e en a q u é lla las d ista n cias m ayo res e n ­tre lo s so n id o s d e la se g u n d a y te r c e ra o cta va s se salvan gracias a los p isto n es. A s í se e x p lic a ta m b ié n la d ife re n ­cia s ig n ifica tiv a d e so n id o , pues la la r g a co lu m n a d e aire de la tro m p e ta n a tu ra l e n n o b le c e su so n id o y lo h ace m ás suave y, p o r ta n to , m ás a p ro p ia d o p a ra co m b in a r co n o tro s in stru m e n to s b a rro c o s .

E n la e sc ritu ra o rq u e sta l b a rr o c a y c lá sica , lo s t im b a ­les va n s ie m p re ju n to a la s tro m p e ta s; esto p r o c e d e de aq u el t ie m p o en q u e lo s tro m p e tis ta s y los tim b a le ro s eran siem p re m ú sico s m ilitares y co n sus fa n fa rria s a n u n ­ciab an , p ro c u ra n d o e l e s p le n d o r y el resp eto c o r re s p o n ­d ien tes, la l le g a d a d e altas d ig n id a d e s . L o s tim b a le s b a ­rro co s se co n stru ía n e n e l s ig lo x v m d e m an era d ife re n te q u e lo s in stru m e n to s a ctu a les . Sus c a ld e ro s p la n o s, de p ared es v e rtic a le s , se cu b rían con p ie le s re la tiva m e n te gru esas. E sto s tim b a les se to c a b a n co n b a q u e ta s d e m a ­dera o d e m arfil (¡s in f ie ltro !) , « las cu a les estab an

to rn e a d a s en la p u n ta en fo rm a d e ru e d e c ita » (D a n ie l Speer, G run d rich tig er XJnterricht, 16 7 8 ). C o n estas b a ­q uetas, los tim b ales n o ten ían u n s o n id o v o lu m in o so y red o n d o c o m o los m o d e rn o s , sino d e lg a d o y c la ro , que a ce n tu a b a con p re c is ió n los a co rd e s de las tro m p e ta s . E l

195

Page 194: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

re d o b le q u e a p a re c e co n fre c u e n c ia e n B ach n o se re a li­

za co n estas b a q u e ta s d e m ad e ra m e d ia n te g o lp e s r á p i­d o s segu id o s, s in o c o m o en e l tam b o r, m e d ia n te re b o te s d e las b a q u e ta s, c o n lo q u e se p r o d u c e u n ca ra c te r ís tic o so n id o ro n c o y m a n te n id o .

J u n to a este in s tr u m e n ta r io e s tá n d a r d e la o rq u e s ta b a rro c a e x istía n ta m b ié n o tr o s in stru m e n to s a lo s q u e se

re c u rr ía só lo p a ra ta re a s e sp e c ia le s . L a s tro m p as, h asta fin e s d e l s ig lo x v n p u ro s in stru m e n to s d e caza , se in tr o ­

d u je ro n h a c ia 1 7 0 0 ta m b ié n en la p ro p ia m úsica. E n u n p r in c ip io , lo s c o m p o s ito re s in te g ra ro n en sus o b ras m o ­tiv o s d e tro m p a t íp ic o s d e la m ú s ic a d e ca za . M u y p r o n ­to se d e s c u b r ie ro n ta m b ié n las p o s ib ilid a d e s d e la tro m ­p a n a tu ra l p a ra m e lo d ía s ro m á n tic o -c a n ta b le s , p a ra lo c u a l la s n o ta s s itu a d a s e n tre lo s s o n id o s n atu ra les se o b ­ten ía n « ta p a n d o » c o n la m a n o e l p a b e lló n , lo q u e p r o ­d u c e u n a e n c a n ta d o ra a ltern a n cia d e tim b res.

E l cla ve es e l « alm a» d e la o rq u e sta b a rro c a . N o só lo fa c ilita la c o h e s ió n rítm ica d e lo s m ú sico s, q u e en g en eral to ca n sin d irecto r, s in o que, co m o in stru m en to d el c o n ­tin u o , c o m p le ta s o b re to d o las a rm o n ía s co n a co rd e s o v o c e s . S in e m b a rg o , p a ra resa lta r y re fo rza r a p ro p ia d a ­m e n te la lín e a d e l b a jo en p a sa je s d e tu t t i , la v io la d e g a m b a , e l v io lo n c e lo o e l c o n tr a b a jo y, en o c a s io n e s , ta m b ié n e l fa g o t, a co stu m b ra n a to c a r c o n e l c la ve la v o z g ra v e d e su p a rte .

E l c la v e es en p r in c ip io u n in stru m e n to h istó rico cu ya

e v o lu c ió n term in ó en e l s ig lo x v m . E s p r o p io de la n a tu ­ra le za d e este in stru m e n to la c a re n c ia d e p o s ib ilid a d e s d in á m ica s . E l in stru m e n tista h a d e o b te n e r to d a e x p r e ­s ió n y to d o c a r á c te r c a n ta b le (ta m b ié n en e l c la ve e l can-

1 9 6

Page 195: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

ta bile era e l m áx im o o b je tiv ó ) m e d ia n te finos m atices a g ó g ic o s. E v id e n te m e n te , e l so n id o in d iv id u a l d e l c la ve ha d e re su lta r ta n interesante| y v iv a z co m o p a ra q u e el o y e n te no sien ta n e c e s id a d d e a lte rn a n cia so n o ra . L o s c laves h istó rico s, m u c h o s d e l¡os cu a le s se h a lla n to d a v ía en m u y b u e n estad o para tocaí^ en e llo s , cu m p len esos r e ­

q u isito s d e m a n e ra id e a l, su s o n o r id a d es p le n a y c la ra , a m en u d o p re se n ta n va rias filas d e cu e rd a s , d e las cuales d o s están afinadas a la a ltu ra n o rm a l (8 p ies) y otra a u na o cta v a m ás alta (4 p ies); estos « reg istro s» s irv e n so b re to d o p a ra p o s ib ilita r lo s m atiq es d e so lo y tu t t i (e x is te un re g istro m ás fu erte y o tro m ás flo jo ), la a d ic ió n d e la o c ­ta v a d a b r illa n te z al so lo , la c o m b in a c ió n d e lo s d os re ­g is tro s d e 8 p ie s p e r m ite a l s o n id o c a n ta r co n m ás p le ­n itu d . E sta s p o s ib ilid a d e s d e c o m b in a c io n e s se d e b e n a p lic a r d e m an era q u e p o n g a n en e v id e n c ia la c o n s tr u c ­c ió n fo rm a l d e la o b ra; n o rm a lm e n te se to c a n m o v im ie n ­to s e n te ro s en u n a so la re g is tra c ió n .

E ste p r in c ip io , q u e c o n s titu y e p re c isa m e n te e l n e rv io v ita l d e l c la v e y de la m ú sica p ara c la ve , fu e a m e n u d o ig ­n o ra d o p o r c o n s tr u c to r e s e jin térp retes en e l r e d e s c u ­b rim ien to y renacim iento d e l instrum ento en nuestro siglo. Se in te n tó trasladar, en cu a n to a la té cn ica d e c o n s tr u c ­ció n , las « e x p e rie n c ia s d e la c o n s tr u c c ió n d e p ian o s» al c la ve , co n stru y e n d o el in s tru m e n to , q u e o rig in a ria m e n te era u n in stru m e n to en fo rm a d e caja cerrad a co m o u n

v io lín , co m o si fu e ra u n p iad o , d o tá n d o lo d e u n m arco co n u n fo n d o d e reso n an cia te n sa d o e n tre m e d io . A s í fa l­ta b a e l e sp a c io d e a ire c e rra d o q u e p e rm itía la m e zc la de so n id o s y les d a b a fin ura. E n to n c e s se a ñ a d ió a lo s tres reg istro s b á s ic o s u n a o c ta v a in fe r io r (16 p ies); esta carga

LA O RQ UE ST A! B A R R O C Ai

19 7

Page 196: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

a d ic io n a l resta c u e rp o soncjro a los o tro s reg istro s. P u e s ­to q u e se m a le n te n d ió e l p r in c ip io d e la e je cu c ió n d el c la v e y de su s o n o rid a d , se (procuró q u e el so n id o de los re g is tro s fu e ra lo m ás difeirente p o s ib le , se su stitu yó el cam b io de re g is tro s m an u a l p or p e d a le s , lo q u e p erm itía al in térp rete , d u ran te la ejecjución, co n se g u ir una p seu d o - d in á m ica m e d ia n te el ca m b io fre c u e n te de registro s. E s t o es p ro b a b le m e n te n e ce sa rio e n e s to s in stru m en to s, p o r q u e la a lte rn a n cia d e registro s p u e d e d istraer d e la escasa c a lid a d d e su so n id o . E s cu r io so q u e esto s in s tru ­m en to s m o d ern o s te n g a n u n so n id o m ás flo jo , en g e n e ra l só lo se o ye u n ru id o m e tá lico a trav e sa n d o el so n id o d e la o rq u e sta . L o s c la v e s nuevojs q u e se u tiliz a n h o y n o rm al­m en te n o tienen , p o r lo q u e re sp e c ta al so n id o , n in gú n p a re c id o co n los a n tig u o s. U n c lave a n tigu o o u n a co p ia de p rim era clase d e u n o a n tig u o son sin d u d a cap aces, g ra c ia s a su s o n id o b r illa n té e in ten so , d e o c u p a r e l lu g ar ce n tra l de u n co n ju n to . E ste d e sp la za m ie n to d el e q u ili­b r io (clave d e m a sia d o f lo jo ¡- cu erd a s y v ien to s d em asia­d o fu ertes) c o n s titu y e , junjto a la a cú stica d e las salas, una d e las m o d ific a c io n e s d ecisivas d e la im agen so n o ra o r ig in a l... j

Si se co n s id e ra una o rq u esta b a rro c a d e sd e el p u n to d e vista d e la d in á m ica , e l c u e rp o so n o ro q u e fo rm a se

p u e d e co m p a ra r co m p le ta m e n te co n u n ó rg a n o b a rro co . L o s in stru m en to s in d iv id u a le s y lo s g ru p o s de in stru m en ­tos se em p lean n o rm a lm e n te a m o d o d e registro s. A ñ a ­d ie n d o o re tira n d o lo s d ivérso s g ru p o s in stru m en ta les, ca m b ia la e s tru c tu ra d in á m ica de la c o m p o s ic ió n q u e se m a n tie n e s ie m p re a cu a tró p artes. E sta « d ire cc ió n de g ru p o s so n o ro s» se e m p le a so b re to d o p a ra p o n e r en ev i­

I N S T R U M E N T A R I O jv D I S C U R S O S O N O R O

Page 197: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

d en cia la estru ctu ra fo rm a l, p e rm ite e fe c to s d e p ia n o ­fo rte y ta m b ié n u n a c o p io sa m ic ro -d in á m ica , p e ro n o el crescendo c lá sico .

E n g e n e ra l, e l so n id o de la o rq u e sta b a rro c a es e se n ­c ia lm en te m en o s p o te n te , p e ro m ás in c is iv o , m ás a g re s i­v o y m ás co lo re a d o ; lo s in stru m e n to s están c a ra c te r iz a ­dos m u ch o m ás c laram en te q u e en la o rq u e sta m o d e rn a , su rg id a d e las n ece s id a d e s m u s ica le s d e l s ig lo x ix . D e m an era sem ejan te se d ife re n cia ta m b ié n e l ó rg a n o b a r r o ­co t íp ic o d e l ó rg a n o ro m á n tico .

La relación casi-palabra-sonidoen la música instrum ental pura barroca

Y a en é p o ca s m u y tem p ran as se in te n tó u tiliza r la m ú sica p ara la rep resen tació n d e p ro gram as extram u sica les . E ste terren o m a rg in a l de la m úsica es de una e x te n sió n c o n s i­d era b le , las m ás d iversas fo rm a s y m é to d o s se c o m p e n e ­tra n en é l y n o s iem p re son c la ra m e n te s e p a ra b le s ; co n to d o , se p u e d e n d istin g u ir c u a tro te n d e n c ia s p r in c ip a ­les: la im ita c ió n a cú stica ; la r e p re s e n ta c ió n m u s ic a l de im á g e n e s; la re p re s e n ta c ió n m u s ic a l d e id eas o s e n ti­m ien to s; e l h a b la c o n so n id o s. E l a tra c tiv o p a rtic u la r de esta m ú sica co n siste en q u e to d o e l lo se tie n e q u e r e p re ­sen tar sin te x to , p o r m ed io s p u ra m e n te m u sica les.

L a fo rm a más p r im itiv a , y q u izá ta m b ié n la m ás d i­v e rtid a , es la s im p le im ita c ió n de, p o r e jem p lo , lo s so n i­d o s e m itid o s p o r anim ales o de in stru m e n to s m u sica les sin gulares. E sta fo rm a la h an a p lic a d o lo s co m p o sito re s, c o n re g o c ijo e v id e n te , d esd e e l s ig lo x m , p a sa n d o p o r la

LA M Ú S I C A I N S T R U M E N T A L P U R A

1 9 9

Page 198: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

« m ú sica d e ru ise ñ o re s» in g le sa h a c ia 16 0 0 , p o r d ive rso s c o m p o s ito r e s fra n ce se s , ita lia n o s y alem an es, hasta B ee- th o v e n , R ic h a rd S trauss y o tr o s p o ste r io re s . L a tra n s p o ­s ic ió n d e esce n a s p lá s tica s en m ú sica es se n sib le m e n te m ás c o m p lic a d a . A u n así, co n e l p a so d e lo s s ig lo s se h an id o cre a n d o fó rm u la s m u sica les q u e evo can d eterm in ad as a so c ia c io n e s y q u e esta b lecen así u n p u e n te e n tre im agen y m ú sica . U n a tercera p o s ib ilid a d d e la m ú sica p ro g ra m á ­tic a es re p re se n ta r m u sica lm e n te id e a s y p e n sa m ie n to s

m e d ia n te a so c ia c io n e s d e tip o to d a v ía m ás c o m p lic a d o . E n e s te p u n to se d ifu m in a n , p re cisa m e n te en la m ú sica

b a rr o c a , las fro n te ra s d e la lla m a d a m ú sica a b so lu ta . L a m ú sica b a rr o c a siem p re q u ie re d e c ir a lg o , p o r lo m en o s

re p re se n ta r y e v o c a r u n se n tim ie n to g e n e ra l, u n « a fe c ­to » . Y , p o r ú lt im o , el « h a b la r c o n so n id o s » que, d e sd e 16 50 a p ro x im a d a m e n te y d u ra n te c a s i d o s s ig lo s, d e se m ­p eñ a u n p a p e l fu n d a m e n ta l en la m úsica.

E l d ir e c to r m u sica l d e H a m b u rg o , se cre ta rio d e le g a ­c ió n y secretaric) d e e m b a jad a J o h a n n M a tth e so n , u n o de lo s o b s e rv a d o r e s m ás c u ltiv a d o s e in g e n io so s d e su t ie m ­po, lla m ó a la m ú sica « e l le n g u a je d e lo s b ie n a v e n tu ra d o s en to d a la e tern id a d » . A lg u n a s c itas d e N e id th a rt, Q u a n tz y M a tth e s o n d e las p r im e ra s d é c a d a s d e l s ig lo x v m m o stra rá n h a s ta q u é p u n to e l té rm in o len guaje se em p lea a q u í l ite r a lm e n te : « e l o b je t iv o ú lt im o d e la m ú s ic a es d e s p e rta r to d o s lo s a fe c to s m e d ia n te lo s m ero s so n id o s y su r itm o , tan b ie n c o m o e l m e jo r o ra d o r» (N e id th a r t) . « L a m ú s ic a n o e s o tra c o s a q u e u n le n g u a je a rtific ia l» (Q u a n tz ) . « ... S i q u iere ta m b ié n c o n m o v e r a o tro s co n la

a rm o n ía , en to n ces tie n e q u e sa b e r e x p re sa r ve ra zm e n te to d a s las in c lin a c io n e s d e l c o ra z ó n sólo co n so n id o s b ien

Page 199: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

x IL A M U S I C A I N S T R U M E N T A L P U R A

e sc o g id o s y e n la za d o s con la b ilid a d , sin p a la b ra s , p araq u e e l o y en te p u e d a c a p ta r co m p le ta m e n te y en te n d e r co n c la rid ad , co m o si fu e ra u n v e rd a d e ro d isc u rso , e l im ­p u ls o , e l se n tid o , la opiniójn y la in te n sid a d , c o n to d a s sus ce su ra s y d iv is io n e s . ¡E n to n ce s es u n p la c e r !» « L a

m elo d ía in stru m en tal [...] sirjila ayu da d e p a la b ra s y vo ces, asp ira a d e c ir ta n to c o m o éstas co n p a la b ra s .» « N u estra d isp o s ic ió n m u sica l se d ife re n cia d e la o rg a n iz a c ió n re­tó r ic a d e un d iscu rso p u ro vínicam ente en e l su jeto , o b je ­to u objecto: lu e g o tie n e q u é o b se rv a r a sim ism o aqu ellas seis reg las p re ce p tiv a s p a ra un orad or, a sab er, in tr o d u c ­c ió n , e x p o s ic ió n , p r o p o s ic ió n , c o n firm a ció n , re fu ta c ió n y co n c lu s ió n » (M a tth eso n ) j C a si to d o s lo s tra tad o s p e ­d a g ó g ic o s y d e te o r ía m u sica l d e la p r im e ra m ita d d e l s i­

g lo x v m d e d ica n e x te n so s cjapítulos al arte d e la o rato ria m u sica l, e l le n g u a je e s p e c ífic o de la re tó r ic a se a p lica ta m b ié n en la m úsica. U n re p e rto rio d e fó rm u la s fijas (fi­gu ras m usicales) e sta b a a d isp o sic ió n p a ra la re p re se n ta ­ció n d e a fecto s y p a ra las « frases h e ch a s» , co m o u n a e s ­p e c ie d e v o c a b u la r io d e p o s ib ilid a d e s m u sica le s. F o rm as p u ra m e n te vo ca les , co m o el, re c ita tiv o y e l arioso, se im i­ta b an in stru m en ta lm en te; e l te x to se lo p o d ía im a g in ar u n o m ism o. E sta etapa m an jerista fin al h a b ía s id o p r e c e ­d id a d e u na la rg a e v o lu c ió n d esd e q u e c o m e n z ó a em an ­c ip a rse la m ú sica in stru m e n ta l. L a s p rim eras canzone in stru m en ta les ve n e cia n a s a n te rio re s a 16 0 0 estaban env e rd a d m u y in flu id as p o r

d o d e u n g é n e ro al o tro y q

as chansons fra n ce sa s, p e roh ay un co n ju n to d e fó rm u la s m o tív ica s q u e fu e tra sla d a ­

re n o p u e d e n e n te n d e rse sinm ás com o citas. E l e m p le o d e cantus jir m i g re g o ria n o s o p ro fa n o s , q u e ya a p a re c e n antes d e 16 0 0 , en p a rtic u la r

Page 200: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

a i la m ú sica in stru m en ta l fra n c e sa e in g lesa , n o m u estra en g e n e ra l n in g u n a re la c ió n e n tre e l te x to d e l cantus fir- m us y su n u evo u so . (P i¿n so aqu í en las fan tasías « in n o ­m in e» de la m ú sica p a r¿ v io la in g le sa , o en las fan tasías d e D u C o u rro y s so b re cántus jir m i esp iritu ales y m u n d a ­nos.) V e rd a d e ra s a so cia c io n e s d e se n tid o o d e a cc ió n , q u e son u n rasg o c a ra c te r ís tic o d e la m ú sica in stru m e n ­ta l « p arlan te» , las e n co n tra m o s q u izá p o r p rim era v e z en

la m ú sica d e p ro g ra m a , es d ecir, en las ilu stra c io n e s m u ­sica le s d e b a ta lla s y en las re p re se n ta c io n e s de; la n a tu ra ­leza , co n sus im ita c io n es d e la ca za y d e aniisrales. E stas p ie za s están co n stru id a s en su m a y o ría d e m an era b a s ­tan te p r im itiv a so b re una b a s e m a rcad a m en te p lá s tica y apenas p re se n ta n un d e sa rro llo p ro g re s iv o de un e n u n ­cia d o . Las o b ras in stru m en ta les más tem p ran as en las q u e la m úsica h ab la en u n sen tid o m ás e leva d o , d ic e a lgo c o n c re to , son p ro b a b le m e n te lo s fu n era ls in g leses y los tom beau x fra n ce se s de lc s s ig lo s x v n y x v m . E stas p iezas tien en , q u izá co m o ap o yb a las odas fú n e b re s d ed ica d a s a d e term in a d a s personaá, u n d is c u rs o c laram en te r e c o ­n o c ib le c u y o d e sa rro llo , ¡o rgan izad o c o n d eta lle , p e r m a ­n e c ió p rá c tic a m e n te in v a r ia b le d u ra n te m ás d e c ie n años d e la s ig u ie n te m anera: in tro d u c c ió n (esta p erso n a ha m u erto )-actitu d p erson al (d u elo )-e lev ació n hasta la deses- p e r a c ió n - c o n s u e lo (el fa l le c id o v iv e en b ie n a v e n tu - r a n z a )-c o n c lu s ió n (sem ejan te a la in tro d u c c ió n ). S e g u ­ram en te , en este t ip o d e o b ras se fu e fo rm a n d o d e sd e el

p r in c ip io u n re p e rto rio d e fó rm u la s m ás o m enos fijo: el m o d e lo p a ra estos tom beau x era, sin d u d a a lgu n a, la o ra ­ció n fú n e b re , construida) c o rre c ta m e n te segú n las reglas re tó ricas.

I N S T R U M E N T A R L O Y D I S C U R S O S O N O R O

2 0 2

Page 201: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

L A M Ú S I C A I N S T R U M E N T A L P U R A

U n a cu rio sa fo rm a d e m ú sica in stru m e n ta l p ro v is ta d e a lg o así co m o u n te x to se e n cu e n tra en la p rá c tic a d el alternatim en el s e rv ic io re lig io s o . A q u í, en u n can to a l­tern a d o e n tre el sa c e rd o te , el ch a n tre y los fie les, el ó r ­g a n o se e m p le ó y se a p lic ó r e la tiv a m e n te p r o n to co m o p le n o su stitu to de u n o d e lo s g ru p o s c a n ta n te s . L a c o m ­p re n s ió n d e l d iscu rso sin te x to se d a d e a n tem an o , a u n ­q u e só lo sea a través d e l la z o fu n d a m e n ta l co n las m e ­

lo d ía s co rales dadas y la in te lig ib ilid a d d e l « d iscu rso so n o ro » aso cia d a a él. M a rc A n to in e C h a rp e n tie r fu e un p a so m ás le jo s en su M esse pour plusieurs instruments; a q u í se fu e rz a e l m o d e lo d e l alternatim en u n co n sta n te can to a ltern a d o en tre lo s c lé r ig o s y u n a c o p io sa o rq u e s ­ta b a rro c a d e gran p la n tilla in stru m e n ta l. E n a lgun as p a rtes , el cantus jirmus in c lu so es o m itid o o re d u c id o h asta el p u n to de re su lta r irre c o n o c ib le . E l G lo r ia tien e el a sp e c to siguiente: « E l c e le b ra n te en to n a Gloria in ex- celsis Deo, a c o n tin u a c ió n sigu e, p ara to d o s los in stru ­m en to s, et in térra-, Laudamus te p a ra lo s c lé r ig o s; bene- dicimus te para lo s o b o e s; Adoramus te para lo s c lé r ig o s , glorificamus te p ara lo s v io lin es; Gratias p ara lo s c lé r i­go s, Domine Deus p a ra las flau tas de p ic o ; Domine fili p a ra lo s c lérigo s, Domine Deus agnus D ei p ara to d o s los in stru m e n to s de v ie n to ; Q ui tollis p a ra lo s c lé r ig o s ; Q ui tollis p a ra to d o s lo s v io lin e s , o b o e s y fla u ta s...» , etc. O tra fo rm a d e en u n cia d o te x tu a l c o n c r e to en la m ú sica in s ­tru m e n ta l es la c ita . Se in sertan m o tiv o s d e o b ras v o c a ­

les, q u e se p re su p o n e n c o n o c id o s , en o b ra s in stru m e n ta ­les, a m e n u d o co n u n s ig n ifica d o s im b ó lic o y co d ifica d o . E l fu n d a m e n to d e l d isc u rso so n o ro está e m p a re n ta d o co n esta cita co n sc ie n te , es a lg o así co m o su v o ca b u la rio :

2 0 3

Page 202: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

el r e p e rto r io d e figu ras. E stas fig u ra s son secu e n cia s de

n o ta s m ás o m e n o s fijas, d e s c u b ie r ta s en e l s ig lo x v ii en e l r e c ita tiv o y en e l can to so lis ta p a ra ciertas p a la b ra s y c o n te n id o s e x p re s iv o s . D e s p u é s se e m p le a ro n , s e p a ra ­d as d e su te x to , ta m b ién c o m o fig u ra s p u ra m e n te in s tru ­m e n ta le s , ■ d e ta l m an era q u e e v o c a b a n en e l o y e n te la a s o c ia c ió n c o n e l c o n te n id o o r ig in a l d e la p a la b ra o el a fe c to . E l c o n te n id o del d isc u rso so n o ro , p u es, era e fe c ­

tiv a m e n te — c o m o ta m b ién d e s c r ib e n las fu e n te s — m u ­c h o m ás c o n c r e to d e lo q u e q u erem o s cre e r hoy.

C u a lq u ie r m ú sico d e l s ig lo x v ii , y una b u e n a p a rte d e l s ig lo x v i í i , te n ía c la ro q u e d e b ía h a ce r m ú sica h a ­b la n d o . L a re tó r ic a , co n to d a su c o m p lic a d a te r m in o lo ­gía , era u n a en señ an za in c u e s tio n a b le en to d as las e s c u e ­las y fo rm a b a p a rte , c o m o la m ú sica , de la e d u c a c ió n g e n e ra l. P u e s to q u e la te o r ía d e lo s a fe c to s h a b ía s id o d e s d e u n p r in c ip io u n c o m p o n e n te e se n cia l de la m ú sica b a r r o c a — se ■ tra ta b a d e c o lo c a rs e a sí m ism o en u n esta ­do d e á n im o d e te rm in a d o p ara ■ p o d e r tra n sm itir lo a lo s o y e n te s — , la u n ió n e n tr e m ú sica y a rte o rato ria re s u lta ­b a n a tu ra l. A u n cu a n d o la m ú sica fu e s e a lgo así co m o una le n g u a in te rn a c io n a l, al ig u a l q u e la p an to m im a o «arte de lo s gestos» , se d istin guía con c la rid ad e l d iferen te ritm o d el h a b la de las d iferen tes n a c io n e s , e l cual segu ram en te c o n tr ib u y ó a la fo rm a ció n de d ive rso s estilos.

L o s te ó r ico s señalan a v e c e s q u e la o b se rv ació n d e las

reg la s fu n d am en ta les de la retó rica n o tien e q u e ser n e c e ­sariam en te co n sc ie n te p ara lo s co m p o sito res y p ara lo s in ­térp retes; ta m p o c o h ace fa lta c o n o c e r la g ram ática para d o m in a r la p ro p ia len gu a m aterna; to d a v io lació n de las

reglas se p e r c ib e com o a lgo n o n a tu ra l, tanto si éstas se c o ­

2 0 4

Page 203: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

n o c e n c o m o s in o . L a natujralidad co n la q u e co m p o sito res e in té rp re te s p o d ía n p re su p o n e r q u e el p ú b lic o c o m p re n ­d e ría su « d iscu rso so n o ro » n o p u e d e p o r m en o s q u e so r­p re n d e rn o s, ya q u e n o so tro s , sea co m o m ú sico s o com o o yen tes, ten em o s h o y grajndes d ificu lta d es p a ra h acerlo .

E sto tien e q u e ver, c la ro está, co n el h e ch o d e q u e la v id a m u s ic a l a c tu a l se d ife re n c ia ra d ic a lm e n te d e la de

la é p o c a b a rro ca . N o s o tr a s tocam os y e scu ch am o s m úsica d e c u a tro o c in c o siglos, al v e ce s en ü n m ism o co n cierto , y se nos ha e x p lic a d o tan a rnenudo q u e el v e rd a d e ro arte es in tem p o ra l, q u e tom am os! las o b ras de las é p o ca s m ás d i­versas y las co m p aram o s é n tre sí sin n in g ú n tip o d e co n si­d eració n n i de p rem isas. ¡El o yen te d e la é p o c a b a rro ca , p o r e l c o n tra rio , escuchabla e x c lu siv am e n te la m ú sica m ás m od ern a, y com o e l m ú sico to ca b a ta m b ié n e x c lu siv a m e n ­te esa m ú sica , resu lta com jprensible q u e u n o y o tro p u d ie ­ran e n te n d e r b ie n lo s mat::ces d e l le n g u a je m u sica l.

A n o so tro s , d e sg ra c ia d a m e n te , se n o s h a d ic h o co n fre c u e n c ia q u e la m ú sica q u e d ic e « algo » es d e m e n o r v a ­lo r q u e la m ú sica « p u ra» , ab so lu ta . Q u iz á lle g a r ía m o s a una co m p re n s ió n m ás p r o fu n d a de la m ú sica e lo c u e n ­

te-— u n a v e z sab ie n d o que|la m ú sica d e l b a rro c o y de gran p a rte d e l c la sic ism o « h a p la » — , si re n u n ciá ra m o s a d e s­p re c ia r lo s m en sajes en la! m ú sica .

D E L B A R R O c j o A L C L A S I C I S M O

D e l Barroco a l C lasicism o

L a m ú sica d e l B a rro c o y d e l C la s ic ism o se v e to d a v ía hoy, y así se p ra c tic a en g e n e ra l, d e sd e la ó p tic a d e fin ales del

sig lo x i x . E s c ie rto q u e s ie m p re se han h e c h o , y se s igu en

2 0 5

Page 204: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

h a c ie n d o , te n ta tiv a s d e m o d e r n iz a r la in te r p r e ta c ió n c o m o , p o r e jem p lo , lanz'ar to d as las tra d ic io n e s in te rp re ­ta tivas p o r la b o rd a y ojrientarse e x c lu s iv a m e n te p o r el te x to m u sica l: se to ca jü sto lo que p o n e la p a rtitu ra , y sólo eso . T am b ién h em o s te n id o otros « in ten to s d e re ­fo rm a » , p ero en lo e se n c ia l n o se ha sa lid o d e e jecu tar to d a la « h isto ria de la m ú sica » , o sea, to d o lo q u e se toca , d e sd e e l B a rro co tem p ra n o h asta e l p o stro m a n tic ism o , en u n so lo estilo in te rp re ta tiv o , en a q u e l q u e f u e c o n c e ­b id o para la m ú sica de fin ales d e l s ig lo x i x y p rin cip io s d e l s ig lo x x , y p ara la c u á l re su lta el m ás a d e cu a d o en los caso s d e C h a ik o v sk i, R ic h a rd Strauss o S travin sk i.

R e sp e c to a la m ú sica b a rro ca ya se h a in te n ta d o , en to d o el m u n d o , encontirar u n a n u e v a le n g u a o , m ejor, r e d e s c u b r ir la an tigu a oj m e jo r aún, r e d e s c u b r ir aq u ello q u e n o s o tr o s cre e m o s q u e es la a n tig u a , p u e s eso n o lo p u e d e sab er nadie, a n o I ser q u e v u e lv a a lg u ie n d e a q u e­lla é p o c a y nos ra tifiq u e o d esm ien ta lo q u e p en sam os. ¿ P o r q u é se ha dado ese jp a so p re c isa m e n te co n la m ú si­ca b a rr o c a ? A q u í, la d ife re n c ia d e la d icc ió n , d e las es­tru c tu ra s m u sica les p rim arias, es tan e v id e n te q u e a lg u ­na v e z a u n m ú sico u otijo ten ía q u e lla m a rle la atención el in s o p o rta b le ab ism o q u e e x iste en tre la m ú sica m ism a y e l estilo interpretativo;| la d ife re n cia en tre las c o m p o s i­c io n e s— e n tre las d e fin a le s d e l siglo x i x y las de la é p o ­ca d e B a c h , p o r e je m p ló — es ta n g ra n d e , q u e só lo una fo rm a d e in te rp re ta c ió n [igu alm en te d ife re n te p u e d e re­su lta r a p ro p ia d a . U na d e d ic a c ió n in ten sa a estas c u e stio ­nes ha c o n d u c id o a q u e u n g ran n ú m ero d e m ú sico s haya ido a p a ra r a un lenguaje! m u sica l n u evo p a ra la é p o c a de B a ch ; así se ha d e sc u b ie rto u n v o c a b u la r io m u sica l que

I N S T R U M E N T A R L O Y D I S C U R S O S O N O R O

2 0 6

Page 205: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

D E L B A R R O C O AL C L A S I C I S M O

se h a m o stra d o m u y c o n v in ce n te . E v id e n te m e n te , cada u n o d e los « d e scu b rim ie n to s» re a liza d o s ha su scitad o c o n tro v e rs ia s , d iscu sio n e s q u e d e m o m e n to no p a re c e n e n c o n tra r térm in o ; p ero , al m en o s, en e l terren o de la in ­te rp re ta c ió n d e la m ú sica b a rro c a h an co m e n za d o p o r fin a m overse las cosas. Y a no se a ce p ta to d o com o se da; la

presu n ción y la segu rid ad d e lo s in térp retes, que n o se fu n ­dan sino en u n a trad ició n m al en ten d id a, han cedid o am ­pliam en te ante una actitu d de b ú sq u e d a com p rom etid a.

Estos p u n to s d e p a rtid a in te rp re ta tiv o s n u evo s q u e se h an e n c o n tra d o y se sigu en e n c o n tra n d o para la m ú si­ca b a rro c a se d etien en cu rio sa m e n te d e fo rm a ab ru p ta co n la m úsica d e l c lasic ism o v ie n é s . N o cab e d u d a de q u e aquí h a y u n gran u m b ra l e s tilís tico q u e n o se p u e d e p asar p o r a lto y q u e p ara to d o m ú sico y to d o o yen te es e v id e n te . P r á c t ic a m e n te n ad ie v a c i la al c la s ifica r u n a o b ra de u n estilo u o tro . Q u ie n a co stu m b ra a a cu d ir a c o n cie rto s sa b e e n se g u id a si,una o b r a p e rte n e c e al c ír c u ­lo e stilís tico d e B a c h o de H ay d n ; p e rc ib e la d ife r e n c ia , de estilo in c lu so cu a n d o las o b ra s p ro c e d e n de una m is­m a é p o ca , p u e s to d a v ía en v id a d e B a c h e x iste n c o m p o ­sito res en V ie n a y M a n n h eim q u e e scrib e n en e l n u evo estilo g a la n te -se n sib le y q u e se p u e d e n c lasificar sin m ás, aun c a re c ie n d o d e c o n o c im ie n to s te ó rico -m u sica le s e s­p e c ia le s, co m o co n te m p o rá n e o s d e la p rim era é p o c a de H ay d n . E n e l m o m en to d e este c a m b io so la p a d o d e l B a ­rro co a l C la s ic is m o — a p lico esto s co n c e p to s e x c lu s iv a ­m en te a la m ú sica — , tien e lu g a r u n a tra n sfo rm a ció n de clases so c ia l y c u ltu ra l a raíz de la cual, com o ya h e e x ­p u esto , la fu n c ió n d e la m ú sica ta m b ié n cam b ia. S u o b ­jetivo , a p a rtir d e ahí, d eb ía ser l le g a r ta m b ié n a l o yen te

2 0 7

Page 206: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

n o cu ltiva d o . Si co n sid eram o s la d ife re n cia entre una ob ra

d e l fin a l d e B a r r o c o y u n a d e la é p o c á c lásica , o b s e rv a ­m os q u e en e l ’C la s ic is m o lo m e ló d ic o se sitú a en p rim e r p la n o . L a s m e lo d ía s tie n e n q u e se r lig e r a s y a c c e s ib le s , su aco m p añ am ien to ta n sen cillo c o m o sea p o sib le ; e l o y en ­

te d e b e se r to c a d o en el s e n tim ie n to , p o r lo q u e los c o ­n o c im ie n to s té c n ic o s ñ o son aqu í, c o m o en la m ú sica b a ­r r o c a , in d isp e n sa b le s . (V isto e x c lu s iv a m e n te d esd e el p u n to de v is ta de la su sta n cia m u sica l se tra ta en re a lid a d

d e u n a d e c a d e n cia , la cu a l n o será su p e ra d a hasta liiás ta r d e e o n las o b ras m a e stra s d e H a y d n y M o z a rt.) L a m ú sica se d ir ig e , p u e s , p o r p rim e ra v e z a u n o y e n te q u e n o n e c e s ita « e n te n d e r» n ad a. D e esta é p o c a y d e esta d is­p o s ic ió n p r o c e d e ta m b ié n la a ctitu d g en eral actual: la

m ú sica n o n e c e s ita ser en te n d id a ; si m e g u sta , si se d ir i­g e a m is se n tim ie n to s , si p e r c ib o a lg u n a e m o ció n , e n to n ­ces es b uen a. A sí, en la fro n te ra e n tre el B a rro co y e l C lasi­c ism o , nos h allam os tam b ién en u n a fro n te ra en tre m úsica d i f íc i l y m ú sica fá c il d e en ten d er. E sta m a y o r fa c ilid a d de cortip ren sión de la m ú sica clásica nos ha in d u cid o a su p o ­n e r q u e n o h a y nada q u e se d e b a sab er y en ten d er, y nos ha im p e d id o así q u e nos e sfo rce m o s en a d q u ir ir el v o c a ­b u la r io q u e le es a d e c u a d o .

T en em o s q u e p a rtir d e la id e a d e q u e la m ú sica c lási­ca era to c a d a p o r m ú sico s y h ab ía sid o escrita p ara o yen ­tes q u e n o c o n o c ía n la m ú sica d e S c h u b e rt y B rahm s,

s in o q u e p r o c e d ía n d e l id io m a b a r r o c o . E s d ecir , en la m ú sica c lá sica e x is te n a tu ra lm e n te u n a gran p a rte d e v o ­c a b u la r io b a rr o c o y to d o lo q u e en e l c la sic ism o es d ife­re n te d e la m ú sica a n te rio r es— d esd e e l p u n to de vista de lo s co n te m p o rá n e o s— n u evo , es lo e sp e cia l, lo exci-

Page 207: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

tan te. P a ra n o so tro s n o es así e n a b so lu to :1 co n S c h u b e r t y B rah m s y to d o lo q u e h ¿ v e n id o d e sp u é s en e l o íd o , e s ­cu ch am o s la m ú sica c lá sica d e m o d o m u y d ife re n te a co m o lo h a c ía n lo s o yen tes d e la é p o c a . L o q u e e n to n c e s era e m o c io n a n te y n u e v o , p a ra n o s o tr o s es v ie jo y m il v e c e s r e p e tid o y, a d e m ás,j« su p e rad o » p o r las n o v e d a d e s a rm ó n ica s y d in ám icas d^ la é p o c a p o sterio r. C o n el c o ­

n o c im ie n to d e lo s estím u lo s p o s te r io re s h em o s p e r d id o la in o c e n c ia d e la re a c c ió n e sp o n tá n e a a los e stím u lo s o r ig in a le s d e la m ú sica c|ásica. E n la in te rp re ta c ió n , el

cam in o q u e p a sa p o r e l R o m a n tic ism o ca re ce de se n tid o , p o rq u e p r iv a a la m ú sica c lá sica d e su le n g u a je y su e fe c ­

to p ro p io s . IH o y n o q u erem o s a d m itir fá c ilm e n te la n e c e s id a d de

en ten d er la m ú sica , p o r g u e sin q u e re r p a rtim o s de la c o n c e p c ió n m u s ic a l d e l R o m a n tic ism o . C re e m o s s im p le ­

m e n te q u e la m ú sica q u e ¿ o n o s ilu m in a al in sta n te n o es ta n in te re sa n te n i tan bue!na.,P ero ¿ q u é p a sa ría si a p re n ­diéram os el v o c a b u la r io lie c e s a r io p ara la co m p re n s ió n de la m ú sica c lá sica ? Q u iz á n o es ta n d ifíc il, q u izá b a s ta ­ría co n a p re n d e r unas p o c a s cosas p a ra e scu ch a r m u ch as otras c o m o a lg o n u evo . E l e fe c to d e d esgaste , q u e p a re c e in e lu d ib le a l s e g u ir el c a m in o (e rró n e o ) a tra vé s d e l R o ­m an tic ism o , se evitaría ; seríam o s ca p a ce s , p re c isa m e n te hoy, d e sp u é s d e d o scien to s añ os, d e v o lv e r a en te n d e r la m úsica d el c lasic ism o a p a rtir d e la co m p ren sió n d e la m ú ­

sica de la é p o c a anterior. E s te cam in o m e p a re c e m u c h o m ás n a tu ra l y ta m b ién m^s e fica z y, h o y en día, p r a c t ic a ­

b le de n u e v o .H a sta a h o ra n o habíaiinos in c lu id o e l d o m in io c lá s ico

en la p ro b le m á tic a d e la p rá c tic a in te rp re ta tiv a p o rq u e

D E L B A R R O c j o A L C L A S I C I S M O

2 0 9

Page 208: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

cre ía m o s q u e a q u í e l m u n d o d e la in te rp re ta c ió n to d av ía e sta b a san o y sa lvo , que tjodo estaba en o rd e n , que n o h a ­b ía n e c e s id a d d e re p e n sa r n a d a y to d o p o d ía q u ed ar tal

cu a l. L a m e n ta b le m e n te - j-o ta m b ién p o r su e rte — , la e x ­p e r ie n c ia de lo s ú ltim o s años n os d ice q u e esto n o es así. P u es si b ie n la in te rp re ta c ió n a ctu a l d e la m ú sica c lásica p a re c e alejarse cada v e z m ás de lo q u e lo s « clásico s» p e n sa b a n , a la vez se o b se rv a , sin e m b a rg o , u n a p r o fu n ­d a in se g u rid a d y u n m alestar, u n se n tim ie n to n a c ie n te de q u e nos e n co n tra m o s en él m al cam in o , d e q u e la v ie ja v i­s ió n — re p re se n ta r esta m úsica só lo desde el sen tim ien to o só lo d e sd e el te x to m u sica l— no es vá lid a p a ra todas las é p o ca s . N o fa lta m u c h o , ¡pues, para q u e en te n d a m o s que te n e m o s q u e e n c o n tra r vías n u evas— o las v ie jas— para la in te rp re ta c ió n y paral la co m p ren sió n de la m úsica.

E l o y e n te te n ía antes,! adem ás, u n a a c t itu d c o m p le ta ­m e n te d ife re n te an te la e x p e rie n c ia m u sica l. E l quería e s c u c h a r sólo lo n u e v o , m ú sica q u e n o h a b ía escu ch ad o n u n c a antes. P ara e l c o m p o s ito r era e v id e n te q u e no p o ­d ía p re se n ta r a n te u n m ism o p ú b lic o varias ve ce s la m is­m a o b ra . U n o se in te re s a b a in c re íb le m e n te m ás p o r la o b ra m ism a q u e p o r la e je cu c ió n , lo s c r ític o s se o c u p a ­b a n casi e x c lu s iv a m e n te d e la p ie za y só lo m arg in alm en ­te d e su re a liz a c ió n — ju sto lo co n trario d e lo q u e suced e

h o y en día, d o n d e casi so lo se tratan y se co m p aran los d eta lle s d e la in te rp re ta c ió n — . E l m ensaje de la obra, c o ­n o c id a n o ta p o r nota, apenas es h o y o b jeto d e d iscusión.

E n to n c e s , e l in terés pjor una p ieza se m an ten ía m ien ­tras ésta era n u eva , luegoj se d e ja b a d e la d o y d u ran te los s ig lo s s igu ien tes q u e d a b a so b re to d o c o m o m ateria l de e s tu d io p ara lo s c o m p o sito re s v e n id e ro s— n a d ie , n i si­

I N S T R U M E N T A R L O Y D I S C U R S O S O N O R O

2 1 0

Page 209: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

D E L B A R R O C O A L C L A S I C I S M O

q u iera el co m p o sito r , p en sa b a e n u n a n u e v a in te rp re ta ­c ió n en é p o ca s p o sterio res^ —. Si p e n sa m o s en e l m o d o en q u e B e e th o v e n o M o z a rt, o in c lu s o B a c h , se o c u p a b a n de la m ú sica de sus p re d e c e so re s , o b se rv a m o s q u e, au n q u e es c ierto q u e e stu d ia b a n su té c n ic a d e c o m p o s ic ió n en las b ib lio te c a s , n u n ca se les h a b r ía o c u r r id o in te rp re ta r u n a d e esas o b ras ta l co m o la h ab ía c o n c e b id o el c o m p o ­sitor. Si p o r a lg u n a ra zó n se d eseab a e x p re sa m e n te u n a in te rp re ta c ió n , n o c a b ía d u d a d e q u e se te n ía q u e m o ­d e rn iz a r ra d ica lm e n te la o b ra. A s í lo h iz o M o z a rt co n H á n d e l, a re q u e rim ie n to d e l fa n á tic o d e la h is to r ia V an S w ieten ; to m ó sus o b ras y les p u s o un a u té n tico ro p aje m o za rtian o . Im ag in em o s q u e a lg u ie n d ice: B rah m s; sería in teresan te e sc u c h a r có m o su en a a lg o así h oy en día, S to ck h a u se n d e b e ría h ace r a lg u n a v e z u n a p a rtitu ra in ­te rp re ta b le d e u n a o b ra suya para q u e e l p ú b lic o a ctu a l p u d ie ra agu a n ta rla , p u es ta l c o m o e sc rib ía B rah m s h ace c ie n años ya n o se p u e d e e scu ch a r su m ú sica . A lg o así c o ­rre sp o n d e ría a la a c titu d d e l p ú b lic o d e antes fre n te a la q u e en to n ce s era la m ú sica a n tig u a . E ch e m o s un v is ta zo a los p ro g ra m a s de c o n c ie rto s d e fin a l d e l s ig lo x v m y d e l x ix . C a d a e stren o , cada p r im e ra in te rp re ta c ió n h asta C h a ik o v sk i, B ru ck n e r, S trau ss era a c tu a l, esos e ran lo s g ran d es a co n te c im ie n to s m u sica le s en lo s q u e e l m u n d o m u sica l d e a q u e lla ép o ca estaba in te re sa d o y n o en la n u eva e je cu ció n d e vie jas o b ras. N a tu ra lm en te , ta m b ién se in c lu ía en o ca sio n e s m úsica a n tig u a en los p ro gram as (au n q ue h acia 17 0 0 la m ú sica q u e te n ía m ás d e c in co años ya se c o n s id e ra b a co m o ta l) , p ero el n ú c le o de la v id a m u sica l h a sta fin ales d el s ig lo x ix era la m ú sica c o n ­

tem p o rán ea .

211

Page 210: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

L a p o s ic ió n an te la m ú sica a n tig u a e n e l s ig lo x i x p u e d e ilu stra rse con la s ig u ie n te a n écd o ta : Jo a ch im , el fa m o so v io lin is ta y a m ig o de S ch u m an n y B ra h m s, en ­c o n tró en u n a b ib lio te c a la Sinfonía concertante para vio lín y v io la de M o z a rt. E s c r ib ió a C la ra S ch u m a n n que h ab ía

e n c o n tra d o u n a jo ya m u sica l, q u e e v id e n te m e n te a lg o así n o se p o d ía in te r p r e ta r en p ú b lic o , p e r o q u e p a ra ella ,

co m o b u e n a c o n o c e d o r a , sería segu ra m e n te u n p la c e r le e r la m ú sica y q u izá p o d r ía n to ca rla ju n to s a lg u n a vez.

D u ra n te e l s ig lo x i x se in te rp re ta b a n ca d a v e z m ás o b ras d e B e e th o v e n y M o z a rt, y a v e c e s a d a p ta c io n e s rea lm en ­te a b su rd a s d e B a ch y H á n d e l, p ero eso n o su p o n ía m ás q u e u n a p a rte ín fim a d e la v id a m u sica l. T o d o lo dem ás era m ú sica a ctu a l, ¡m ú sica n u eva!

C o n la in te rp re ta c ió n p ú b lic a d e la Pasión según San M ateo de B a c h , en 18 29 , M e n d e lsso h n sa có la m ú sica an­tig u a d e l á m b ito d e las tie n d a s d e a n tig ü e d a d e s. E n su v e r d a d e ro am o r ro m á n tic o p o r lo a n tig u o , M e n d e lsso h n e n c o n tr ó ahí, co n tra to d a e x p e cta tiv a , u n a m ú sica a p a ­s io n a d a salida d el p a sa d o m u sica l m ás gris . L a id e a d e que esa m ú sica n o só lo p u d ie ra u tiliza rse c o m o fu e n te in te ­re sa n te d e in v e stig a c ió n , s in o q u e p u d ie ra v o lv e r a eje­c u ta rse , n o fu e p o s ib le h asta el R o m a n tic ism o ; la in te r­p r e ta c ió n d e M e n d e ls s o h n d e la Pasión según San Mateo fu e v a lo ra d a p o r sus c o n te m p o rá n e o s c o m o u n a c o n te c i­

m ie n to m u s ica l, co m o u n a e x c e p c ió n ir r e p e t ib le . P o r c ie r to , n in g u n o d e lo s asisten tes a a q u e l c o n c ie rto h ab ía o íd o a n tes la o b ra y se p u e d e n leer crítica s que d e scrib en lo a p a s io n a n te e in a u d ito d e la m úsica .

H e e x p lic a d o a n tes q u e la m ú sica d e l c la s ic ism o se

h a d e c o m p re n d e r d e sd e la é p o c a q u e la p r e c e d e y que

212

Page 211: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

D E L B A R R O C p A L C L A S I C I S M Oi

p ro c e d e d e l v ie jo v o c a b u la r io b a rr o c o . E n tre lo s r e c u r ­sos a rtís tico s m ás im p o rta n te s q u e e l c la sic ism o a d o p tó d e l B a rro c o , se e n cu e n tra n las a p o ya tu ra s d e to d o tip o , largas y c o rta s , c o n acentci y s in a ce n to . L a a p o ya tu ra la r ­ga p r o d u c e su e fe c to m e d ia n te la a rm o n ía , la a p o ya tu ra c o rta y sin a c e n to t ie n e ú n a fu n c ió n r ítm ica . T o d a s las

a p o y a tu ra s se e sc rib e n en| n o tas p e q u e ñ a s d e la n te d e las « n o ta s p rin cip a le s» ; el m ú sico m ism o tie n e q u e d is tin ­g u ir segú n e l c o n te x to q ü é t ip o d e a p o ya tu ra se ha de a p lica r en u n lu g a r u otroj. N o rm a lm e n te ha d e ser la rg a

si se h alla s o b re u n a constonancia, la a p o ya tu ra d isu en a, p r o d u c e e l e fe c to d e u n d o lo r a g ra d a b le q u e se re su e lv e so b re la n o ta p r in c ip a l en la c o n so n á n c ia , en un b ie n e s ­tar. E n e l v o c a b u la r io a n tig u o d e la m ú sica b a rro c a ya está im p líc ita su in te rp re ta c ió n , p u e s p ara u n m ú sico d e a q u el tie m p o e sta b a c la ro |q u e la d iso n a n cia m ism a se t e ­n ía q u e t o c a r fu e r te y su R esolución, flo ja. (C u a n d o u n o lo ha e sc u c h a d o u n p a r d e v e c e s , re su lta e v id e n te .) E s te v ie jo p r in c ip io d e la a p o y a tu ra es a su m id o p o r la g e n e r a ­ció n p o s te r io r a B a ch . Y a iL e o p o ld M o z a rt e sc rib e en su

tra ta d o d e v io lín , p u b lic a d o e n 1 7 5 6 p e ro q u e a lu d e enm u ch o s a sp e c to s a la n u 2va era , q u e la s a p o ya tu ra s seu tiliza n p a ra h a c e r u n carito in te re sa n te y c o n d im e n ta r lo co n d iso n a n cias. N in g ú n ca m p esin o can taría una s im p le c an ció n p o p u la r sin a p o ya tu ra s, d ice , y e sc rib e co m o e jem p lo u na m e lo d ía co n las a p o ya tu ra s añ ad id as q u e « c u a lq u ie r c a m p e s in o ca n ta ría » . Y o h e m o stra d o esta m e lo d ía a a lg u n o s m ú s ic o s , q u e n o eran c a m p e s in o s , s in o m ú s ic o s p r o fe s io n a le s , y n in g u n o ha a ñ a d id o esas a p o y a tu ra s . A q u í se p u e d e ve r q u e el c a m p e s in o d e la é p o c a d e M o z a r t e r a d e jia tu ra le z a m ás m u sica l q u e el

213

Page 212: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R L O Y D I S C U R S O S O N O R O

m ú sico de n u estro tiem p o . (O , p o r lo m en o s, q u e lo q u e

antes era e v id e n te h o y n o s p u ed e re su lta r c o m p le ta m e n ­te a jen o ). |

Las ap o ya tu ra s, pues!, son asu m id as en el n u e vo e s ti­lo , ah o ra b ie n , c o n u n a h o ta c ió n y u n sig n ifica d o co n si­d e ra b le m e n te cam b ia d o s. U na d e las razo n es o rig in a les p a ra la n o ta c ió n c o m o <japoyatura», es d ecir, co n notas p e q u e ñ a s a d ic io n ales , eirá q u e se q u e ría m an ten er u n a e sc ritu ra lim p ia y c o rre c ta y en d e te rm in a d o s lu g a re s las d iso n a n cias « escritas» h ab rían su p u esto u n a fa lta ; co n la a p o yatu ra se in d ic a q u e se va a to c a r u n a d iso n an cia . L as

reg la s d e la o r to g ra fía m u sica l se fu e r o n d e b ilita n d o p r o ­gresivam en te, ca d a v e z sd escrib ía m ás lo q u e ten ía que so ­nar; así se fu e ro n e sc rib ie n d o m u ch a s a p o yatu ras com o n o tas norm ales. E stas ya n o se ven com o ap o yatu ras, p ero se o y e n co m o ta les.

en lugar de realización

=#= ....... .. V [j—* ■

F = í Li= É =Las viejas reg la s p a rá la in te rp re ta c ió n d e las a p o y a ­

tu ras ab rev ia d a s h an d e a p licarse ahora ta m b ié n a las a p o ya tu ra s d e sa rro lla d a s , para lo c u a l es d e e sp ecia l im ­p o r ta n c ia , ló g ic a m e n te ,] re c o n o c e r la s . E n las in te r p r e ­ta c io n e s a c tu a le s se p r o d u c e n n u m e ro s o s e rro re s , p r e ­c is a m e n te p o r q u e las a p o y a tu ra s d e s a rro lla d a s n o se d is tin g u e n a la v is ta d e las n o tas « n o rm ales» .

L os tra ta d o s d e l sigloj x v m q u e m e n cio n a n las a p o ya ­tu ras h a b la n d e la d ific u lta d d e e je cu ta rla s co rre cta m e n ­te, en p a rtic u la r cu a n d o ñ o a p a re ce n co m o n otas p e q u e ­

2 1 4

Page 213: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

D E L B A R R O C O A L C L A S I C I S M O

ñas p o r e n cim a d e la n o ta p r in c ip a l, sino q u e están e s c r i­tas com o n o tas gran d es, p u e s en to n ces p u e d e s u c e d e r que no se r e c o n o z c a la a p o y a tu ra y q u e se haga o tra a p o y a ­tu ra s o b re e lla . (E sto les pasa a m e n u d o a lo s m ú sico s ig n o ra n te s , ta m b ié n h o y e n d ía .) L e o p o ld M o z a rt o p in a a l re s p e c to q u e só lo lo s « m ú sico s id io ta s» h a c e n ta l cosa. E l h e c h o d e n o re co n o c e r la s a p o ya tu ra s c o n d u c e a u n a re a cc ió n en ca d e n a d e erro res en la in te rp re ta c ió n . E s d i­f íc il h a c e rse u n a id e a d e lo d ife re n te q u e suen a u n a o b ra clá sica c u a n d o las a p o ya tu ra s son re co n o cid a s y re a liz a ­das co m o ta les y cu a n d o n o es así. E l ca rá cte r d e la p ieza p u e d e ca m b ia r p o r co m p le to .

L a regla más im p o rta n te p ara la re a liza c ió n d e a p o ­yatu ras d ice: « la a p o ya tu ra n o d e b e sep ararse de su n o ta p rin cip a l» . E sto es ta m b ié n d e l to d o n atu ra l. Se tra ta d e u na d is o n a n c ia q u e no se d e b e se p a ra r d e su r e s o lu ­c ió n — u n a te n sió n n o se tie n e q u e sep arar d e su c o r re s ­p o n d ie n te d iste n sió n — . P re c is a m e n te p o rq u e esto es tan e v id e n te , la lig a d u ra q u e u n e la a p o ya tu ra co n la n o ta p r in c ip a l a co stu m b ra a n o esta r escrita . E l c o m p o sito r cu e n ta co n q u e el m ú sico u n irá sin m ás la a p o y a tu ra co n su reso lu ción . H o y ya no p o d ría co n ta r con eso, p o rq u e nos hem os aco stu m b rad o a to car las n otas y no la m úsica que ha d e e x p re sa rse p o r m ed io d e e lla s . A u n m ú sico que n o estu v iese d e fo rm a d o p o r c ie rta s d o ctr in a s no se le o c u ­rriría n u n c a d e jar u n a r e s o lu c ió n d e sco lg a d a de su c o ­r re s p o n d ie n te d iso n a n c ia . P e r o s i su m a e stro le d ice: aqu í e l c o m p o sito r n o ha p u e s to n in g u n a lig a d u ra , p o r tan to n o h as d e lig a r estas n o ta s , lle g a rá u n m o m e n to en q u e ya n o p e n sa rá q u e esas n o ta s van lig a d a s y, c o n tra su se n tid o m u sica l, las sep arará . E s to h a lle g ad o ta n lejos

215

Page 214: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

q u e h o y e n d ía e s raro e scu ch a r una sin fo n ía d e M o z a rt en la q u e se h agan co rre cta m e n te tales ligad u ras. P o ca s veces e scu ch a re m o s q u e la re so lu c ió n resu lta d e la d isonancia; m ás b ie n re cib e u n n u e v o a cen to y co n m u ch a fre cu e n cia se em p ieza in c lu so u n a n u e v a frase en ese lugar.

D e esta m an era, la m ú sica p u e d e p e r d e r su sen tid o , a l ig u a l q u e p a saría co n e l le n g u a je si, p o r e jem p lo , en u n a fra se c u a lq u ie ra d e sp la zá ra m o s la co m a d o s palab ras a la iz q u ie rd a y e l p rim er p u n to dos p a la b ra s a la d ere­cha.. A l leer el te x to , no te n d ría n in g ú n se n tid o . E n m i o p in ió n , u n o de lo s e s la b o n e s m ás im p o rta n te s en tre la

p r á c t ic a in te rp re ta tiv a de la m ú sica d e l b a rr o c o y la del c la s ic ism o es la c o m p re n s ió n d e la ap o ya tu ra . E n la m ú ­

s ic a p o stro m á n tic a , e l m ú s ic o sólo tien e q u e e je cu ta r lo q u e está en la p a rtitu ra . S i e sto se a p lica a u n a sin fo n ía de M o z a rt , d o n d e las co sas e lem en ta les n o están en la p a rti­tu ra p o r q u e e l m ú sico co n te m p o rá n e o ya las sab ía , e l re­su lta d o es u n b a lb u c e o c a re n te p o r c o m p le to de sentido.

O tr o re cu rso e x p re s iv o q u e la m ú sica c lá sica ha re­c o g id o d e la b a rro c a son las re p e tic io n e s de n o tas. Estas sign ifica n siem pre a lgo esp ecia l. E n la c o m p o sic ió n estric­ta, c o m o es sa b id o , están p ro h ib id a s . E n la m ú sica an ti­g u a a n te r io r a 16 0 0 a p a re c e n só lo co m o ilu stra c io n es m u sica le s d e ru id os y p a ra rep artir u n so n id o en varias s íla b a s . L a re p e tic ió n d e n o ta s es una in v e n c ió n d e M on- te v e rd i, q u ie n en II com ba ttim en to d i Tancredi e Clorinda in tr o d u jo co n sc ie n te m e n te p o r p rim era vez la d ivisión de una re d o n d a en d ie c isé is va lo re s p e q u e ñ o s c o m o m e­d io d e e x p re s ió n p a ra e l a fe cto d e la ira. D e s d e ese m o ­m e n to só lo se a p lica n re p e tic io n e s de notas p ara co n se­g u ir d e te rm in a d o s e fe c to s , lo s cu a les tie n e n q u e v e r en

216

Page 215: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

su m ay o ría co n la id e a o rig in a l d e M o n te v e rd i, lo s a fe c ­to s e x c ita d o s . M u c h o s m o v im ie n to s s in fó n ico s c lá sico s están co m p u e sto s so b re jbajos en c o rch e a s e s te r e o tip a ­d o s, co n lo q u e d e l a c o m p a ñ a m ie n to s u rg e u n a fu e r te te n s ió n y a g ita c ió n . Pocajs v e c e s se e n tie n d e e sto así en la a c tu a lid a d , p o r q u e paira n o s o tr o s la s re p e tic io n e s d e s o n id o s n o so n m ás q u e R ep etic io n es d e u n s o n id o o d e u n a c o rd e , y c a r e c e n d e e x p re s ió n a lg u n a . E n la m ú sica c lá s ic a , se to c a n a m e n u d o h o y en d ía p á g in a s en te ra s d e co rch e a s o se m ico rch e a s co m o si fu e se n sim p lem en te c o rch e a s o sem icorcheas,' y n o re p e tic io n e s a fectiva s d e n o tas d o n d e se e x ig e la té n sió n y la e x c ita c ió n ta n to del in té rp re te com o d e l o yen te . E s e v id e n te q u e esto ha de ten er u n a re p e rc u s ió n so b re la in te rp re ta c ió n . R e p e ti­c io n es d e n o tas sim ilare^ se e n c u e n tra n ya co n fr e c u e n ­c ia en la m ú sica b a rro ca , en e l cón cita to , q u e a p lica y p ro lo n g a el d e sc u b rim ie n to de M o n te v e r d i en el recitati­vo accom pagnato.

A d em ás d e las formajs re cié n d e sc rita s , ex iste d esd e p r in c ip io s d e l s ig lo x v n juna fo rm a m u y su til d e r e p e ti­c ió n de n o tas q u e ro z a e l te rre n o d e l v ib r a to . Es, co m o to d a r e p e tic ió n d e n o tas,,u n re cu rso e x p re s iv o . Y a en los ó rga n o s ita lia n o s d e l s ig lp x v i se in c o r p o r a b a u n re g istro co n el cu a l, m e d ia n te d o s tu b o s a fin a d o s n o e x a cta m e n ­te ig u a l, se o b te n ía p a ra qada n o ta u n so n id o co n b a tid o s 'r ítm ico s. P o r su se m e ja n z a co n la v o z c a n ta d a , l ig e r a ­m e n te v ib r a n te , a este re g is tro sé le d io e l n o m b re d e v o ce um ana. E ste so n id íj y a se c ita b a p o c o d esp u és d e 16 0 0 en la m ú s ic a p a ra cu e rd a , d o n d e se lo lla m a b a tre­m olo o trem olando, y se ^notaba así: . L a re a liza c ió nestá d e scrita va rias v e c e s y co n e x a c t itu d co m o v ib ra to

D E L B A R R O C O AL C L A S I C I S M O

2 1 7

Page 216: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R OiI

d e a rco , p a ra el cual, m ed ian te u n a p re sió n «en p u ls a ­cio n es» , e l so n id o se re fu e rza y se a flo ja c o m o e n o n d as, sin q u e se in te rru m p a en ¡ningún m o m en to . E n lo s v ien to s este e fe c to se lla m a frémissement y se rea liza sin ataqu e d e la le n g u a , só lo m e d ia n te la re s p ira c ió n d ia fra gm á tica , co m o u n a e sp e c ie de v ib ra to r ítm ico . E ste p o d e ro s o e fe c to se a p lic a b a so b ré to d o en p asa jes suaves en las p a rtes d e a co m p a ñ a m ie n to . S u g ie re casi s ie m p re tr is te ­za, a flic c ió n y d o lo r . C o m o en casi to d o s lo s re cu rs o s e x p r e s iv o s m u s ic a le s , e x is te n ta m b ié n a q u í in fin ita s p o s ib ilid a d e s de va riació n , d esd e u n b a tim ien to casi in a u ­d ib le hasta e l staccato. A lg u n o s c o m p o sito re s in te n tan e x p re sa r este e fe c to m ed ian te d iversas fo rm as d e n o ta ­ció n . E l v ib rato d e arco y e l frémissement fu ero n exigid os p o r casi to d o s los co m p o sito res d u ran te p rácticam en te dos siglos. H o y, lam en ta b lem en te , n o se los d istin g u e, la fo rm a de n o ta c ió n se co n fu n d e co n u n m ero g o lp e d e arco; así se o lv id a q u e en los siglos x v n y x v m n o ex istía n in d i­c a c io n e s técn ica s p ara los g o lp e s de arco , s in o q u e , al co n tra rio , c a d a sign o e x p re sa b a u n a e x ig e n c ia del c o m ­p o s ito r e n c u a n to a a rticu la c ió n o p ro n u n cia c ió n .

Origen y ev olu ción del> discurso sonoro|

H a c ia el año 16 0 0 a p ro x im a d a m e n te , es decir, h a c ia la m ita d d e la v id a d e M o n íe v e rd i, m ás o m en o s, se p r o d u ­jo e n la m ú sica o c c id e n ta l— co m o n u n c a a n tes y ta m p o ­co n u n c a d e sp u é s— u n g iro d e c is iv o . H a sta e n to n c e s la m ú sica era p r in c ip a lm e n te p o e sía c o n v e rtid a en m úsica; se c o m p o n ía l ír ic a e sp ir itu a l o p r o fa n a , m o tetes y m a d ri­

Page 217: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

gales e n lo s cu a les el c a rá c te r d e la p o e s ía servía d e b a se p ara la e x p re s ió n m u sica l. N o se tr a ta b a e n a b so lu to d e tra n sm itir a l o y en te e l t e x to c o m o p a la b ra h a b la d a , sino de q u e e l m ensaje d e l te x to , a m e n u d o m ás b ie n la a t­m ó sfe ra d e la poesía, in sp ira ra a lo s co m p o sito re s en su o b ra. A s í p o r e jem p lo , u n a p o esía am o ro sa — las p a lab ras de u n a m a n te— se c o m p o n ía co n to d a n a tu ra lid a d com o u n m a d rig a l a b stra cto a varias v o c e s , hasta e l p u n to de q u e la p e rso n a q u e h ab la se c o n v ie rte en u n a fig u ra a rti­ficial. N a d ie p e n s a b a en u n a e x p o s ic ió n n a tu ra lis ta o en u n d iá lo g o , el te x to a p e n a s r e s u lta b a c o m p r e n s ib le , p u es las d ife re n te s v o c e s e s ta b a n c o m p u e sta s g e n e r a l­m e n te en im ita c ió n , d e ta l m an era q u e al m ism o tie m p o se c a n ta b a n p a la b ra s d ife re n te s . E stas c o m p o s ic io n e s p o lifó n ic a s c o n s titu ía n a la v e z , s in te x to , e l r e p e rto r io d e u n a m ú sica in s tru m e n ta l m u y a b u n d a n te ; lo s m ú s i­cos m ism o s las a d a p ta b a n s e n c illa m e n te p a ra sus in s tr u ­m e n to s. E sta m ú sica v o c a l- in s tru m e n ta l era e l fu n d a ­m e n to a c e p ta d o c o m ú n m e n te d e la v id a m u sica l y d e l r e p e rto r io . E ra u n a s itu a c ió n fin a l sin p o s ib ilid a d e s de e v o lu c ió n r e c o n o c ib le s q u e p o d r ía h a b e rse m a n te n id o e te rn a m e n te .

D e rep en te, sin em b argo , co m o caíd a del cie lo , surge la id ea d e h acer d e la le n g u a m ism a, ta m b ié n d e l d iá lo g o , e l fu n d a m e n to de la m ú sica . U n a m ú sica así d e b ía v o lv e rse d ram á tica , p u es u n d iá lo g o y a es e n sí d ra m á tico , su c o n ­te n id o es e l a rg u m en to , la p e rsu a sió n , la p u esta en c u e s ­tió n , la n e g a c ió n , e l c o n f lic to . L o q u e c o n tr ib u y ó a l n a ­c im ie n to d e esa id ea , c o m o era d e e sp e ra r e n a q u e lla é p o c a , fu e la A n tig ü e d a d c lá sica . L a d e d ic a c ió n a p a s io ­n a d a a la A n tig ü e d a d c o n d u jo a la o p in ió n d e q u e el

O R I G E N Y E V O L U C I Ó N D E L D I S C U R S O S O N O R O

21 9

Page 218: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

d ra m a g r ie g o n o h a b ía s id o h a b la d o , s in o c a n ta d o . E n c ír c u lo s d e fa n á tic o s d e la A n t ig ü e d a d se in te n ta b a r e v i­v ir la a n tig u a tra g e d ia co n to d a fid e lid a d . E l m ás fa m o ­so d e e s to s c ír c u lo s é r a la cam erata f lo re n tin a d e lo s c o n ­d e s C o r s i y B a rd i, en la q u e C a c c in i, P e r i y G a li le i (el p a d r e d e l a stró n o m o ) d a b a n e l to n o c o m o m ú sico s . L as p r im e ra s ó p e ra s d e P e r i y C a c c in i tie n e n c ie rta m e n te l i ­b r e to s m a g n ífico s; en c u a n to a la m ú sica , en ca m b io , son m ás b ie n m e d io c re s ; p e r o la s id e a s q u e h a b ía tra s estas o b ra s l le v a r o n a u n a « m ú sica n u e v a » p o r c o m p le to — N u o v e M u s ic h e (el t ítu lo d e la o b ra p ro g ra m á tic a y p o ­

lé m ic a d e C a c c in i) — : su rg ía la m ú sica b a rr o c a , la m ú si­ca e lo c u e n te .

L o q u e a co stu m b ra m o s a e n c o n tra r e n la m a y o ría de lo s d ic c io n a r io s d e m ú sica so b re C a c c in i t ie n e p o c o q u e v e r , sin e m b a rg o , co n lo q u e é l m ism o e sc rib e . E n g e n e ­ral, se le c o n s id e ra h o y co m o u n m aestro d e l c a n to o r ­n a m e n ta l b a r r o c o , p e ro si se p r o fu n d iz a en sus e scrito s , q u e so n m u c h o m ás in te re sa n te s q u e lo q u e se h a e s c r i­to s o b re é l, ve m o s có m o d e s c r ib e lo s n u e v o s m ed io s de e x p re s ió n ; p a ra él, lo m ás im p o rta n te es u n a fu e rte p r e ­s e n c ia en e l esce n a rio . L a s c o lo ra tu ra s y a d o rn o s de to d o tip o las re co m ie n d a s ó lo a l l í d o n d e r e fu e r z a n la e x ­p r e s ió n d e la p a la b ra , o ta m b ié n p ara a yu d a r a u n c a n ­

ta n te a c o m p e n sa r su fa lta d e p re se n c ia e scé n ica . (L o s o rn a m e n to s n o se in v e n ta ro n p o r q u e fu e ra n n e c e sa rio s p a r a el b u e n c a n to , s in o ... c o m o u n c o s q u ille o en lo s o íd o s p a ra a q u e llo s q u e n o so n c a p a c e s d e re p re se n ta r co n e x p r e s ió n a p a s io n a d a ...) . U n a sp ecto e se n c ia lm e n te n u e v o en esta s ideas es q u e u n te x to , co n fre c u e n c ia un d iá lo g o , se p o n e en m ú sica en p r in c ip io a u n a v o z , d e tal

2 2 0

Page 219: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

m a n e ra q u e se p u e d a s e g u ir co n e x a c t itu d y n a tu ra lid a d e l r itm o y la m e lo d ía d e jla s p a la b ra s . Se tra ta b a ú n ica y

e x c lu siv a m e n te de o fre c e r el te x to d e la fo rm a m ás co m ­p re n sib le y co n la m a y ó r e x p re s ió n . L a m ú sica d e b ía p e rm a n e c e r en se g u n d ó té rm in o , su tarea co n sistía en

p r o p o r c io n a r u n fo n d o a rm ó n ic o d is c re to . T o d o lo q u e h asta e n to n c e s se h a b ía p o n sid e ra d o p ro p ia m e n te co m o m u sica l se re c h a z a b a a tío ra c o m o u n a d e s v ia c ió n . S ó lo en pasajes d e exp resió n ! p a rtic u la rm e n te in te n sa se su ­b r a y a b a e l c o n te n id o te¡xtu al m e d ia n te u n a in te r p r e ta ­

c ió n m u sica l y a rm ó n ica ¡apropiada, a m e n u d o su m am en ­te ra d ica l. C o m o es n a tu ra l, en esta n u e v a fo rm a ap en as h a y re p e tic io n e s d e p a la b ra s , a d ife r e n c ia d e l m ad rig a l, d o n d e p a la b ra s y g ru p o s d e p a la b ra s se re p ite n co n fr e ­c u e n cia . E n u n d iá lo g o re a l se re p ite n p a la b ra s só lo c u a n d o se su p o n e q u e e l in te r lo c u to r n o las h a e n te n d i­d o o c u a n d o se le s q u ie re dar, m e d ia n te la re p e tic ió n , u n a im p o rta n c ia p articu lar;: y así se h iz o en la n u e v a m ú ­sica, lla m a d a m o n o d ia . E l c o le g a d e C a c c in i, G a lile i , e x ­p lic a c g n d e ta lle có m o | h a d e p r o c e d e r el c o m p o s ito r m o d ern o : éste h a d e p re sta r a te n c ió n a c ó m o h a b la n e n ­tr e s í p e rso n a s d e d ife re n te s c o n d ic io n e s — en to d a s la s itu a c io n e s d e la v id a — ', ta m b ié n h a d e escu ch a r có m o se d e sa rro lla n , p o r e je m p lo , las c o n v e rs a c io n e s o d is c u ­s io n e s e n tre p e rso n a s d e c o n d ic ió n a lta y b aja, có m o

su en an (!), y ju sto e so hji d e p o n e r e l c o m p o s ito r en n o ­tas. (E x a cta m e n te así, p p r c ie rto , se im a g in a b a en to n ce s la fo rm a d e in te r p r e ta c ió n o r ig in a l d e lo s d ram as g r ie ­g o s.) E s m u y s ig n ifica tiv o q u e este n u e v o e s tilo n o fu e se d e s a rro lla d o p o r c o m p o s ito re s d e fo rm a c ió n c lásica , s in o p o r d ile ta n te s y can ta n tes.

O R I G E N Y E V O L U C I O N D E L D I S C U R S O S O N O R O

221

Page 220: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R Oi

T a le s id e a s eran e n to n c e s d e l to d o n u e v a s y se g u ra ­m e n te ch o ca n te s . P ara p o d e r en te n d e r h asta q u é p u n to to d o e sto era n u e v o , h em o s d e in ten tar tra sla d a rn o s a a q u ella é p o ca: im agin eriios u n h o m b re d e u nos tre in ta a ñ o s, m ás o m en o s, q u é d e sd e su in fa n c ia n o h a e sc u ­c h a d o o tra m ú sica q u e 'lo s m ara v illo so s m a d rig a le s de M a re n z io , d e l jo ven M o n te v e rd i, y la co m p le ja m ú sica p o lifó n ic a y u n ta n to e so té rica d e lo s c o m p o sito re s fra n ­co -fla m e n co s. E n to n c e s !se p re se n ta a lg u ie n y d ice q u e la m an era en q u e la g e n te ¡habla es ya m ú sica d e p o r sí, la v e rd a d e ra m ú sica . E sto n o h a b ría s id o p o s ib le más que en Ita lia , claro está, d o n d e la le n g u a suen a en v e r d a d m e ­lo d ra m á tic a ; b a sta co n e sc u c h a r a las p erso n as en la p la ­za d e l m e rc a d o d e u n a c iu d a d ita lian a p a ra e n te n d e r lo q u e q u e ría n d ecir C a c c in i y G a lile i; las d e fen sa s de los a b o g a d o s en u n ju ic io : en rea lid a d só lo fa lta n u n p ar de a co rd e s co n u n la ú d o u i c la v e y ya ten e m o s la m o n o d ia , e l recitativo. P ara este lio m b re q u e h em o s m e n cio n a d o , e l a fic io n a d o a la m ú sica , a q u ie n esas m o n o d ia s a rre b a ­ta ro n d e su su eñ o m a d rig a le sc o , la m ú sica n u e va , com o d e c ía m o s, tie n e q u e h a b e r resu ltad o u n c h o q u e m u ch o m ás fu e r te q u e el d e la ih ú sica a to n al h ace o c h e n ta años.

C a c c in i d ice: el c o n tra p u n to es o b ra d e l d ia b lo , h ace tr iza s la c o m p re n s ib ilid a d . E l a co m p a ñ a m ien to ha de ser tan se n c illo co m o p a ra q u e u n o n o le p re ste a te n c ió n , las d iso n a n cia s só lo se han jde em plear en d ete rm in a d a s p a­la b ra s p a ra acen tu ar la e x p re s ió n d e l te x to . T o d o lo que C a c c in i, en su lib ro Nó,uve M u sich e, d ice s o b re e l le n ­g u a je , la m e lo d ía d e l h atila y so b re e l a co m p a ñ a m ie n to es d e te rm in a n te p a ra el n a c im ie n to de la ó p e ra , d el recita ­tiv o y ta m b ié n d e la sorjata. C a c c in i d istin g u e tres tip os

Page 221: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

d e can to h ab lad o : recitar cantando , cantar recitando y can­tare. E l p rim ero (recitar cantando) co rre sp o n d e al recita ti­vo co rrien te y es, por tanto, m ás h a b la r q u e cantar, y ad e­m ás d e m o d o to ta lm en te n atu ra l. E n e l cantar recitando , h ab lan d o o m ás b ie n d eclam an d o , e l can tar está u n p o co m ás en p rim er p lan o , co rresp o n d e m ás o m en os al recitati­vo accompagnato. Cantare es can tar y co rre sp o n d e al aria.

N o ten e m o s q u e p e rd e r de v is ta q u e to d o esto era co m p le ta m e n te n u e v o , co m o u n a e x p lo s ió n de la nada.

E n la e v o lu c ió n d e n u estras artes n o a co stu m b ra a su c e ­d e r q u e surja a lg o a b so lu ta m e n te n u e v o q u e n o se h aya d e sa rro lla d o a p a rtir de a lgo ya e x is te n te . (M e p a re ce m u y n o ta b le q u e esta n o v e d a d a p a re c ie ra co n la in te n ­c ió n y la b u en a fe d e estar r e c o n s tr u y e n d o fie lm en te a lgo

m u y v ie jo , la m ú sica de lo s g rie g o s .) Se c o n v irtió en el fu n d a m e n to p a ra la e v o lu c ió n m u s ic a l de los s igu ien tes d o s sig lo s, para a q u e llo q u e a m í m e gu sta d esign ar co m o « m ú sica e lo cu e n te » .

P ara n u estra m ú sica , y p ara n o s o tr o s co m o m ú sico s, la id e a se n sa cio n a l d e can tar h a b la n d o se v u e lv e v e r d a ­deram en te in te re sa n te , c o m o es n a tu ra l, cu a n d o cae en las m an os d e u n g e n io m usica l. M o n te v e r d i era e l m ayo r co m p o sito r d e m a d rig a le s de su tie m p o , an tes de esta e v o lu c ió n , é l ya d o m in a b a e l c o n tr a p u n to h asta en sus ú ltim os refinam ien tos. C u a n d o , co n su en o rm e saber co m ­

p o sitivo , a b o rd ó el p rim itiv o te r r e n o d e la d e c la m a ció n m u sica l, p r o v o c ó u n a v e rd a d e ra r e v o lu c ió n , ta m b ié n m u ­

sica l. P o r su p u esto , M o n te v e rd i n o a ce p ta b a al co m p le to las teo rías y d ogm as d e l c írc u lo d e C a c c in i. C o m o m ú si­co de p ies a c a b e z a q u e era, no p o d ía d e c ir q u e e l c o n tra ­p u n to era o b ra d e l d ia b lo o q u e la m ú sica n o d e b ía ser

O R I G E N Y E V O L U C I Ó N D E L D I S C U R S O S O N O R O

2 2 3

Page 222: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

in te re sa n te p o r q u e d is tra ía d e l te x to . M o n te v e r d i se d ejó in sp ira r p o r la s n u e v a s ideas, lo s d o g m as n o p u d o a d o p ­ta r lo s p u e s s ie m p re b u s c ó n u evas p o s ib ilid a d e s e x p re s i­vas. D e s d e su p r im e r in te n to co n la ó p era , h a c ia 160 5, M o n te v e r d i s e d e d ic ó a e la b o ra r s iste m á tica m e n te su v o ­c a b u la r io d ra m á tico -m u sica l. E n 1 6 0 7 e s c r ib ió Z/Or/<?o, a l a ñ o s ig u ie n te Arianna (de la q u e , lam en ta b lem en te ,

só lo se h a co n se rva d o e l fam o so « L am en to » ), y a p a rtir de

e n to n c e s , p rá c tic a m e n te cad a p ie z a b r e v e a u n a o d o s v o c e s , cad a d u e to o te r c e to q u e e s c r ib e es u n a e sp e c ie d e e x p e r im e n to , u n a p e q u e ñ a escen a d e ó p era , co m o u n a ó p e r a en m in ia tu ra . A s í se d ir ig e , d e fo rm a sistem ática, a sus g ra n d e s ó p eras. H a s ta q u é p u n to era c o n sc ie n te de su p r o c e d im ie n to lo sab em o s p o r él m ism o . M o n te v e rd i

era u n h o m b re de e le va d a c u ltu ra , m an ten ía u n a am istad co n T asso y c o n o c ía a lo s filó so fo s c lá s ic o s y c o n te m p o ­rá n e o s . S a b ía e x a cta m e n te lo q u e h a c ía y p o r q u é lo h a ­cía; c o n e l m a y o r c u id a d o b u s c a b a u n a e x p re s ió n m u si­ca l p a ra cad a a fe c to , p a ra cad a e m o ció n h u m an a, para c a d a p a la b ra y cad a fó rm u la d e l le n g u a je .

U n e je m p lo fa m o so d e su b ú sq u e d a s istem á tica es la e s c e n a «II c o m b a ttim e n to d i T a n c re d i e C lo r in d a » , c o m ­p u e s ta en 16 2 4 . P a ra esta escen a , M o n te v e r d i e sc o g ió c u id a d o s a m e n te u n te x to q u e le p e rm itie ra e x p re sa r el v io le n to a fe cto de la ira . E l d ice: « ... p u e sto q u e en la m ú ­

sica d e lo s c o m p o sito re s a n tig u o s n o h e p o d id o e n c o n ­tra r u n so lo e je m p lo p a ra el esta d o d e á n im o e x c ita d o [...] y c o m o adem ás sé q u e las o p o s ic io n e s son lo q u e m ás c o n m u e v e n u estra alm a, lo c u a l ta m b ié n es el o b je t i­v o q u e h a d e c u m p lir la b u e n a m ú sica [...] co m e n cé a b u s c a r co n tod a m i en erg ía la fo rm a d e e x p re s ió n agita ­

2 2 4

Page 223: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

da [...] E n c o n tr é en la d e s c r ip c ió n d e la lu c h a e n tre T an- cre d o y C lo r in d a las o p o s ic io n e s q u e m e p a re c ie ro n a p ro p ia d a s p a ra u n a tra d u c c ió n en m ú sica: g u e rra , o ra ­

ció n , m u erte» .1

Y o , com o m ú sico , m e p r e g u n to en segu id a: ¿es p o s i­

b le ? ¿E s v e rd a d era m en te! así? L a m ú sica ¿n o d isp o n ía h asta 1623 d e n in g ú n me<jlio p a ra e x p re s a r la a g ita c ió n ex trem a , o acaso n o la hat^ía n e c e s ita d o h asta e n to n c e s?

P o rq u e lo q u e se n ece s ita , ¡existe n a tu ra lm e n te . Y es v e r ­dad: en e l arte l ír ic o d e l m a d rig a l n o h a y a rreb ato s d e c ó ­lera , n o h a y e sta d o s d e m á x im a a g ita c ió n , n i en se n tid o

p o s it iv o n i en se n tid o n e g a tiv o . N o p a re c e q u e a llí sean n e ce sa rio s . E n lo d ra m á tico , p o r e l co n tra rio , son a b s o ­lu tam en te n ecesarios. M o n te v e rd i, p ues, co n su ltó a P la tó n y en co n tró la re p e tic ió n q e n o ta s . E l d ice: « ... e x a m in é lo s tem p i rá p id o s , so b re l i s c u a le s lo s m ejo res f iló so fo s c o in c id e n en la a firm a ció n d e q u e se p r o d u c e n en un clim a a g ita d o de g u e rra [ i . ] e n to n c e s e n c o n tré el e f e c ­to q u e b u s c a b a al d iv id ir \a r e d o n d a en se m ico rch e a s y a ta ca r la s p o r s e p a r a d o s o b r e u n te x t o q u e e x p r e s a ira ...» .

A e s ta p o s ib ilid a d d e s c u b ie r ta p o r M o n te v e rd i p a ra e x p re sa r e l a fe c to d e e x tre m a a g ita c ió n le d a e l n o m b re de stile con citato. A partir! d e a h í, la re p e tic ió n d e n o tas se in tro d u c e c o m o m ed io , d e e x p re s ió n , e l con citato se co n v ie rte en u n re c u rs o a rtís tic o co rrie n te . E n lo s s ig lo s

x v i i y x v i i i to d a v ía se e m p le a en e l m ism o s e n tid o q u e e x p lic a M o n te v e r d i, ta n to Ja d e n o m in a c ió n co m o la p r o ­p ia cosa. E n c o n tra m o s e l ¡m ism o tip o d e re p e tic ió n d e notas tan to e n H á n d e l com q in clu so en M o zart. M o n te v e r­

di e sc rib e q u e al p r in c ip io los m ú sico s se h ab ía n o p u e s to

O R I G E N Y EVOLUCIOljtf D E L D I S C U R S O S O N O R O

Page 224: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

a to c a r d ieciséis v e c e s la Inism a n ota en u n co m p ás. Se

se n tía n o fe n d id o s p o r q u é é l les e x ig ie ra h a c e r a lgo tan ca re n te d e se n tid o m u sica l. Las re p e tic io n e s de n o tas, al fin y al c a b o , están m al visjtas en la c o m p o s ic ió n estricta . T u v o q u e e x p lic a r le s q u e éstas te n ía n u n s ig n ifica d o ex-

tra m u sica l, c o rp o ra l y d ram ático .M e d ia n te el con citato p en e tra en la m ú sica a lg o q u e

to d a v ía n o ex istía : u n e le m e n to p u ra m e n te d ram ático , c o r p o r a l. L le g a m o s a q u í | a u n a s p e c to im p o r ta n te d e l d ram a m u sical. N o es p o s ib le im a g in ar e l a co n te c e r d ra ­m á tic o , el d iá lo g o , s in acción ; a ésta p e rte n e ce n la m ím i­c a , la g e stic u la c ió n y e l m o v im ie n to d e to d o e l c u e rp o . Se h a b la co n todas las fib ra s d e l c u e rp o . D e ig u a l m anera q u e el len gu aje so n o ro d ra m á tico recién e n c o n tra d o p o r M o n te v e rd i aclara y re fu e rza el c o n te n id o e x p re s iv o de la p a la b ra , ta m b ién in c lu y e e l m o vim ien to co rp o ra l. M o n te ­v e r d i fue, pues, el p rim e r gran m ú sico d ra m á tico q u e in ­te g ra e l gesto en la co m p o sic ió n , co n lo q u e ya p re scrib e u na p a rte esencial d e la d ire c c ió n e scé n ica . P ara m í, só lo e x is te v erd a d ero dram a m u sica l a ll í d o n d e to d o s lo s e le ­m e n to s m e n c io n a d o s , in c lu id o el c o rp o ra l, están c o n te ­n id o s . •

E n los tex to s d e las ó p e ra s y de los m a d rig a le s e x is ­te n c ie rta s p a la b ra s su g estiva s q u e a p a re c e n u n a y otra v e z . E stas p a la b ra s se c o lo c a n so b re d ete rm in a d a s fig u ­ras m u sica les, s iem p re p a re c id a s . A s í se v a fo rm an d o p o c o a p o c o , p a rtie n d o d e las te o ría s d e C a c c in i y sus a m ig o s y p a sa n d o p o r M o h te v e rd i, q u e lo lle v a a su m á­x im a p e r fe c c ió n , u n re p e rto rio d e fig u ra s m usicales. M o n te v e r d i lle g a ta n le jo s en este a sp e c to q u e p ara las m ism as p a la b ra s c o n s ig u e m ed ian te figuras d iferen tes

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

¡22 6

Page 225: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

u n a p ro n u n c ia c ió n d iferen te , la m ism a p a la b ra r e c ib e así

cad a v e z u n sig n ifica d o lig e ra m e n te ca m b ia d o , segú n el co n te x to d e ca d a caso . D e esta m a n e ra , la in te rp re ta c ió n d e l le n g u a je la fija en g ra n m e d id a e l co m p o sito r. N o v o l­vem o s a e n c o n tra r a lg o sem ejan te h a sta M o za rt, y d es­pués, V erd i.

S o b re la b a se de las o b ra s de estas p rim e ra s g e n e ra ­c io n e s d e c o m p o sito re s de ó p era se c re ó fin a lm e n te u n in m en so v o c a b u la r io d e figu ras co n u n s ig n ifica d o c o n ­c re to q u e resu lta b a n fam iliares a to d o o y e n te c u ltiv a d o . A s í se p u d o lle g a r al p ro ce so in v e rso , es decir, se p o d ía ap licar el re p e rto r io de figu ras de fo rm a a u tó n o m a , sin te x to : m e d ia n te la sola figu ra e l o y e n te a so c ia b a e l le n ­guaje. E sta in te g ra c ió n de un v o c a b u la r io m u sica l, en u n p r in c ip io v o c a l, en la m ú sica in s tru m e n ta l es m u y im ­p o rta n te p a ra la c o m p re n s ió n y la in te rp re ta c ió n d e la m úsica b a rro ca . T ie n e sus raíces en la p rim e ra id e a d el can to h a b la d o q u e M o n te v e rd i d e sp u é s e s tilizó y e le v ó a gran arte.

L as re la c io n e s en tre la m ú sica in stru m e n ta l y la m ú ­sica v o c a l se v u e lv e n a sí fá c ilm e n te c o m p re n s ib le s . A q u í se e n cu e n tra n ta m b ién las ra íces de esos c u r io so s d iá lo ­gos en la m ú sica « ab so lu ta» , en las son atas y c o n c ie rto s d e lo s siglos x v n y x v m , e in clu so en las sin fon ías en p len a é p o c a c lá s ic a . E sta s o b ra s fu e r o n c o n c e b id a s en e fe c to d esd e e l le n g u a je e in sp irad as p o r p ro g ra m a s re tó r ic o s , a veces c o n cre to s , a veces ab stra cto s.

E l r e p e r to r io d e fig u ra s d e la m o n o d ia y d e l r e c ita ­tiv o se h a b ía v u e lto , e n tre ta n to , ta n in d e p e n d ie n te q u e h a c ia 1 7 0 0 ya se p e r c ib ía c o m o r e p e r to r io d e f ig u ra s de la m ú sica in stru m e n ta l. E ste r e p e r to r io d e fig u ra s , en

O R I G E N Y E V O L U C I Ó N D E L D I S C U R S O S O N O R O

2 2 7

Page 226: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

a d e la n te in stru m en ta l, fu e tra sla d a d o d e v u e lta al can to p o r B a c h . (Q u iz á p o r eso a m u ch o s can tan tes les p a re ce ta n d if íc il c a n ta r B ach , p o r q u e t ie n e u n a e sc ritu ra m uy « in stru m e n ta l» .) Si co n s id e ra m o s lás .figu ras p o r se p ara ­d o e n B ach , p o d e m o s d is tin g u ir co n c la r id a d su o rigen c o m o figuras d e l le n g u a je . E n re a lid a d se trata a q u í de un a e v o lu c ió n , casi d e u n a in d e p e n d iz a c ió n d e esas fig u ­

ras d e s c u b ie r ta s en la m o n o d ia , en el can to h a b la d o so ­lis ta . E n B a c h , s in e m b a rg o , se a cu sa e sp e cia lm e n te el c o m p o n e n te re tó r ic o y se o b s e rv a c la ram e n te su re la ció n co n las te o ría s c lá sica s d e la re tó rica . B ach h ab ía e stu ­d ia d o a Q u in tilia n o y c o n stru ía su m ú sica segú n sus re ­g las y lo h a c ía co n ta l p r e c is ió n q u e éstas son p e r fe c ta ­m e n te r e c o n o c ib le s a p o s te r io r i en sus o b ras. P ara ello u t il iz a b a — u n siglo d e sp u é s de M o n te v e rd i-— el v o c a b u ­la r io m u y re fin a d o d e l d iscu rso so n o ro cre a d o en Italia , tr a s la d a d o a la le n g u a a lem an a, es decir, co n a ce n to s sen­s ib le m e n te m ás m a rcad o s. (En a q u el t ie m p o , en lo s p a í­se s de le n g u a ro m á n ica se c o n s id e ra b a to d a v ía e l so n id o d e la le n g u a a lem an a c o m o e x tre m a d a m e n te d u ro , com o « la d rid o s» co n a cen to s e x a gera d o s.) L o q u e llam a la aten­c ió n en p a rtic u la r en e l caso d e B ach es q u e a ñ a d ió to d o e l a p a ra to d e l c o n tra p u n to a lo s p r in c ip io s re tó r ic o s y lo e la b o r ó .

C o n la p rim era liq u id a c ió n m u sica l q u e ca s i h ab ría p r o v o c a d o la in v e n c ió n de la m o n o d ia , la m ú sica com o ta l se h a b ría d e stru id o — si se h u b ie se n se g u id o los d o g ­

m a s d e lo s « flo ren tin o s» y a b a n d o n a d o p o r c o m p le to el m a d rig a l y el co n tra p u n to , co sa q u e hacia 16 0 0 se p re te n ­d ía — . E v id en tem en te , eso n o p o d ía q u ed ar así, y el m is­m o M o n te v e r d i, p o r e je m p lo , d e s p u é s d e c o n o c e r el

Page 227: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

O R I G E N Y E V O L U C I Ó N D E L D I S C U R S O S O N O R Oi

n u e v o estilo m o n ó d ic o nj> re n u n c ió a la co m p o sic ió n de

m ad rig a les p o lifó n ic o s . E n su caso su rg ió u n a d iv e rs id a d estilís tica in fre c u e n te q u e in c lu so se im p o n e d e n tro d e c o m p o sic io n e s d e m a y o r ¡e xte n sió n . E n su s ú ltim as d o s

ó p e ra s se e n c u e n tra n , a u n q u e b ie n se p ara d a s, las tre s fo rm a s d e escritu ra : re c ita c ió n c a n ta d a , can to re c ita d o y can to ; p e ro , en la te rc e ra fo rm a , e l c a n to , se v u e lv e n a a p licar o c a s io n a lm e n te e lem en to s c o n tra p u n tís tic o s d e l

a n tig u o arte d e l m adrigalj.E n B a ch , este arte cor^ trapun tístico , la llam ad a prim a

prattica en o p o s ic ió n a 14 m o d e rn a m o n o d ia d ra íiiá tica , la secondá prattica, h a b ía re cu p e ra d o y a ta n to te rre n o q u e el e s tilo im ita t iv o y flugado v o lv ía a ser a ce p ta d o in ­c lu so en la m ú sica v o c a l p ro fa n a . V o lv ía a h a b e r p ie za s , c o m o c o n lo s fra n co -fla ttien co s e ita lia n o s a n tes d e 16 0 0 , en las q u e los te x to s , po;: n e c e s id a d d e la c o m p o sic ió n , n o se c a n ta n s im u ltá n ea m en te sin o e n re d a d o s, eso sí, co n las figuras a p ro p ia d a s en c a d a v o z . E l v o c a b u la r io m u sica l, el d ra m a tism o m u sica l, se e x p re sa b a , sin em ­b argo , d e u n a m an era mijiy d ife re n te , p o r q u e en la c o m ­p o s ic ió n p o lifó n ic a se a q a d e r e tó r ic a y d ra m á ticam e n te un co m p o n e n te a d ic io n a l a l m en saje, el co m p lic a d o m u n ­d o d e l co n tra p u n to .

E l s ig u ie n te p a so e n esta e v o lu c ió n c o n d u c e a M o ­zart. C o m o M o n te v e rd i, d isp o n ía d e to d o e l sab er té c n i­co c o n o c id o h asta e n to n ce s, d e u n p le n o c o n o c im ie n to

d e l co n tra p u n to e la b o ra d o en e l b a r r o c o . E n el tiem p o q u e m e d ió e n tre B ach y éjl, se p r o d u jo u n a re a c c ió n r a d i­c a l c o n tra la c o m p lic a d a ¡música d e l fin d e l b a rro c o , só lo a cc e s ib le a in ic ia d o s y c o n o c e d o re s , p a ra v o lv e rse h a c ia u n a m ú sica n u e va , «m ás n a tu ra l» , q u e d e b ía ser tan fá c il

2 2 9

Page 228: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R L O Y D I S C U R S O S O N O R Ojq u e cu a lq u ie r p e rso n a , a u n q u e n u n c a en la v id a h u b ie ra escu ch a d o m ú sica , debeiría en te n d er. E stas o p in io n e s , en las q u e se b a sa b a la nuejra « m ú sica d e lo s sentim ien tos» p o stb ach ian a, eran rech ázadas de fo rm a ex p resa p o r e l p ro p io M o za rt, q u ie n ca lificab a d e « P a p a gen o » a to d o aq u el q u e e n c o n tra b a sin m ás lo b e llo , sin co m p re n d e rlo . D e c ía e s to en u n se n tid o e x tra o rd in a ria m e n te p e y o r a ti­vo y su b ra y a b a q u e él m ism o e sc rib ía ú n ica y e x c lu s iv a ­

m en te p ara e n te n d id o s . M o za rt c o n c e d ía gran im p o rta n ­cia a ser c o m p re n d id o ¡por e l « v e rd a d e ro e n te n d id o » , p r e s u p o n ía d e sus o yerites c o n o c im ie n to s m u sica le s y u n a b u e n a e d u c a c ió n gesñeral, y co m o e n to n ce s c o m e n ­z a b a a ser h a b itu a l, p re c isa m e n te en e l te rre n o de la m ú ­sica, q u e g e n te s n o cu ltiva d a s cre y e se n p o d e r em itir su ju ic io , esto p r o v o c a b a e ¿ o casio n es su có lera . E n el caso d e Id om en eo, p o r e jem p lo , su p a d re tem ía q u e M o za rt se. d ir ig ie se en e x c e so a los e n te n d id o s: « T e re co m ie n d o en tu tra b a jo q u e n o só lo p ien ses en e l p ú b lic o m u sica l, sino ta m b ié n en e l n o m u sica l [...] n o o lv id e s p u es lo q u e lla ­m an popolare, q u e tam b ién h aga co sq u illa s en las orejas larg as [d e b u r r o ]» (d ic ie m b re de 178 0 ).

E n cu a lq u ie r caso , M o za rt d isp o n e d e to d as las h e ­rram ien tas m u sica le s de¡ fin ales d e l b a rro c o ; p e ro co m o n o p o d ía a ce p ta r la ó p e ra seria ita lia n a en la fo rm a a lgo ríg id a d e su é p o c a co m o b a se para e l dram a m usical q u e ten ía en m en te, to m ó algu n as cosas d e la óp era fra n cesa , d o n d e lo p u r a m e n te m iis ic a l s ie m p re h a b ía e s ta d o s u ­b o rd in a d o a la le n g u a (allí p rá ctica m e n te n o h ab ía arias), y v o lv ió así en c ie r to m o d o , sin ser c o n sc ie n te de e llo , al o r ig e n del d ram a m u sica l. E l in m e d ia to v ín c u lo co n el te x to era m u c h o m ás fu e rte en la ó p e ra fra n cesa d el s ig lo

2 3 0

Page 229: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

x v i i i q u e en la ita lian a, en la cu a l la gran a tra cc ió n eran enorm es arias de c o n te n id o e s te re o tip a d o . E n tod a ó p e ­

ra a p a re c ía e l aria d e v e n g a n za , e l aria d e ce lo s , e l aria d e am or o e l aria d e « to d o v u e lv e a e s ta r b ie n » h a c ia e l fin al de la o b ra y eran p rá c tic a m e n te in te rc a m b ia b le s , co sa q u e en e fe c to se h a c ía co n fre c u e n c ia . E n la ó p e ra fr a n ­cesa se h ab ía n co n se rv a d o las v ie jas fo rm as: re c ita tiv o ,

arioso y aria b re ve . E sto la h a c ía m u ch o m ás a p ro p ia d a co m o b a se p a ra u n a re fo rm a d ra m á tica q u e la ó p e ra s e ­ria ita lia n a . L a te o ría d e esta re fo rm a se e n cu e n tra con m ayo r c la r id a d en G lu c k ; en la p rá c tic a , sin e m b a rg o , es M o z a rt q u ien en sus ó p e ra s v u e lv e a c o n fe r ir to d o su v a ­lo r a l d ram a m u sica l.

E n M o z a rt e n co n tra m o s lo s m ism o s p r in c ip io s q u e en M o n te v e rd i. P ara él lo im p o rta n te s iem p re es e l d ra ­m a, el d iá lo g o , la p a la b ra s u e lta , el c o n flic to y su r e s o ­lu c ió n , y n o u n a p o e sía c o m p u e sta co m o u n to d o . L o p a ­ra d ó jic o es q u e esto n o s ó lo se re fie re a su s ó p eras sino tam b ién a su m úsica in stru m e n ta l, q u e s iem p re es d ra ­m ática . E n la g e n e ra c ió n p o s te r io r a M o za rt, este e le ­m e n to d ra m á tico , e lo cu e n te , v a d e sa p a re c ie n d o p o c o a p o c o d e la m ú sica . L as ra zo n e s p a ra esta d e sa p a ric ió n — ya lo h em o s in d ica d o antes— se h a lla n en la R e v o lu c ió n fra n ce sa y sus co n se c u e n cia s c u ltu ra le s , q u e co n d u je ro n a q u e la m ú sica se p u sie ra c o n s c ie n te m e n te al serv ic io de u n a id ea p o lític o -so c ia l. D e s d e e n to n c e s , e l oyen te deja de ser in te r lo c u to r en un d iá lo g o p ara c o n v e rtirse , in u n ­d a d o d e so n id o s y e m b ria g a d o p o r e llo s , en un sibarita .

J u sto ah í se h alla , en m i o p in ió n , la ra íz d e n u estra a b so lu ta fa lta d e c o m p r e n s ió n d e la m ú sica prerrevolu- cionaria. C r e o q u e e n te n d e m o s ta n m a l a M o z a rt co m o

O R I G E N Y E V O L U C I Ó N D E L D I S C U R S O S O N O R O

2 3 1

Page 230: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

I N S T R U M E N T A R I O Y D I S C U R S O S O N O R O

a M o n te v e r d i c u a n d o lo s r e d u c im o s a lo b e llo ú n ic a ­

m e n te , lo q u e a co stu m b ra a ser e l caso . A c u d im o s a M o ­za rt p a ra d isfru ta r, p a ra d e ja rn o s e n ca n ta r c o n b e lle za s . C u a n d o se d e sc r ib e n in te rp re ta c io n e s d e M o z a rt e s p e ­c ia lm e n te « b ella s» , se h a b la co n fre c u e n c ia d e u n a « fe li­c id a d m o za rtian a » ; esta fo rm u la c ió n se h a c o n v e rtid o en u n e ste re o tip o . P ero si se m iran m ás d e cerca y se estu d ian

las o b ra s a las q u e se a p lica , e n to n c e s u n o se p re g u n ta : ¿ p o r q u é « fe lip id a d m o za rtian a » ? L o s c o n te m p o rá n e o s d e M o z a rt d e sc r ib ía n su m ú sica co m o e x tre m a d a m e n te co n tra sta d a , e str id e n te , tu r b u le n ta y e s tre m e ce d o ra ; en eso se a p o y a la c r ític a a sus o b ra s en su ép o ca. ¿ C ó m o ha p o d id o su ce d e r q u e p re c isa m e n te esta m ú sica se h a y a r e ­d u c id o a la « fe lic id a d » , a l p la c e r esté tico ? P o c o d e sp u é s d e h a b e r le íd o so b re u n a d e esas in te rp re ta c io n e s p len as d e « fe lic id a d m o za rtian a » , u n o s e stu d ia n te s m ío s esta­b a n tra b a ja n d o u n a so n ata p ara v io lín d e M o z a rt so b re u n a m e lo d ía fra n ce sa . P r im e ro la to c a ro n m u y b ie n , y o d ir ía q u e la v io lin is ta tra n sm itía « fe lic id a d m o za rtian a » . D e s p u é s e stu v im o s tra b a ja n d o la so n ata y o b se rv a m o s có m o esa p ie za se a p o d e rab a d e n o so tro s , có m o se nos c o la b a « b a jo la p ie l» . A h í n o h a b ía só lo « fe lic id a d m o ­zartian a» , e s ta b a co n te n id a la g am a c o m p le ta d e s e n ti­m ie n to s h u m a n o s, de la fe lic id a d a la tr iste za y e l s u fr i­m ie n to . P e ro a veces m e entran dudas d e si ten g o q u e re c o m e n d a r a u n e stu d ia n te tra b a ja r v e rd a d e ra m e n te en

esa d ir e c c ió n . P u e s , si la gen te va a u n c o n c ie rto p a ra d is ­fru ta r la « fe lic id a d m o za rtia n a » y en lu g a r d e eso r e c i­b e — q u izá s— u n a v e rd a d m o za rtia n a , p u e d e ser q u e le m o le s te , q u e e l o y e n te n o q u iera en ab so lu to esa v e rd a d m o za rtia n a . E n g e n e ra l q u e re m o s o ír y e x p e rim e n ta r

2 3 2

Page 231: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

a lg o c o n cre to , así es corrlo h em o s d e sa p re n d id o la a c t i­

tu d cu rio sa d e e scu ch ar, ¡quizá n i s iq u ie ra q u erem o s e s ­c u c h a r ya lo q u e se n o s d ic e a tra vé s d e la m úsica.

¿H a d e a go tarse d e v e rd a d n u e s tra cu ltu ra m u sica l en e l h e c h o d e q u e d esp ú p s d e u n d ía d e tra b a jo lle n o d e c o n flic to s e n c o n tre m o s en la m ú sica u n p o c o d e b e lle z a

y d e p a z? ¿N o tie n e n a d a m ás q u e o fre c e rn o s?E ste es, p u e s , e l m a r :o en e l q u e se d e se n v u e lv e la

m ú sica e lo cu e n te , e l d isc u rso so n o ro d ram ático : en su in ic io , co n M o n te v e rd i, r e le v a al m u n d o fe liz d e l arte m a d rig a le sco ; a l final, d esp u és d e M o z a rt, es e lla m ism a re e m p la za d a p o r la p in tu ra m u sica l en gra n d es su p e rfi­c ies d e l ro m a n tic ism o y d e l p o stro m a n tic ism o . L a m ú si­ca e lo cu e n te y d ia lo g a n td n o asp ira ú n ica m e n te a a lca n ­z a r b e lle za so n o ra, está llen a de p a s ió n y d e los c o n flic to s a veces cru e les d e l e sp ír ítu , a u n q u e , en g en eral, se re ­su e lv e n . M o n te v e rd i, en vjna o ca sió n en q u e tu v o q u e d e ­fe n d e r s e d e l r e p ro c h e d e ¡que su m ú sica n o s e g u ía las re ­g las de la esté tica , d e q u e jno era su fic ie n te m e n te « b ella» , d ijo : « V u elva n a p en sar, to d o s a q u e llo s q u e en tien d en d e m ú sica , las reg la s d e la ajrm onía y cré a n m e q u e el co m ­p o s ito r m o d e rn o tie n e sq lo la v e rd a d co m o p rin cip io » .

O R I G E N Y E V O L U C I Ó N D E L D I S C U R S O S O N O R O

233

Page 232: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A - M O Z A R TIII

M ú s ic a p r o g r a m á tic a -E l 'op. 8 d e V iv a ld i

S o b r e la c u e stió n d e la m iis ica « ab so lu ta » en o p o s ic ió n

a la m ú sica d e p ro g ra m a ya se h a e sc rito en m u ch o s lu ­gares. E n g en era l, lo s c o n c ie rto s d e la é p o c a b a rro c a , aun cu a n d o p o se e n títu lo s p ro g ra m á tic o s , se cu e n ta n e n ­tre la m ú sica « ab so lu ta » p o r q u e h an s id o co m p u e sto s s i­g u ie n d o r e g la s p u ra m e n te m u sica le s y p o r q u e se p u e d e n e n te n d e r in c lu so sin c o n o c e r e l p ro gra m a . E n m i o p i­n ió n , n o s e n c o n tra m o s aqu í an te u n a co n fu sió n d e c o n ­ce p to s q u e p ro ce d e de la c o m p re n s ió n d e la m ú sica p r o ­gra m ática p o s te r io r a B e r lio z . L a m ú s ic a b a rro c a se rige por otros c r ite r io s , en ella h o se p u e d e sep arar en tre m ú ­sica « a b so lu ta » y p ro g ra m á tica ; en re a lid a d n o e x iste ap en as m ú sica b a rro ca sin! p ro g ra m a , si se p u e d e d e n o ­m in ar p ro g ra m a a u n a su c e s ió n d ra m á tica co n d e se n la ce in c ie rto — a m e n u d o , eso sí, sin c o n te n id o c o n c re to , e x ­p u e sto co n lo s m e d io s d e lia r e tó r ic a — . L a u n ió n e n tre p a la b ra y m ú sica a p u n ta u h a y o tra v e z , en a lgu n as é p o ­cas y e s tilo s , a r e fo r z a r laj e x p r e s ió n d e la p a la b ra m e ­d ia n te la s fig u ra s m u sica les c o rre sp o n d ie n te s; in c lu so lo gestu a l, e l m o v im ie n to d e l c u e r p o , es e x p re sa d o m u si­ca lm en te . P a ra la m ú sica , e l d e sa rro llo — p o r no d e c ir la in v e n c ió n — de la ó p e ra fu e e l im p u lso m ás im p o rta n te d e la ép o ca b a rro c a . L a m o n o d ia d ram ática , q u e se in ­tro d u jo h a c ia 16 0 0 , esta b a ip en sa d a en re a lid a d co m o d e ­c la m ació n can tad a de te x tó s , en la q u e el so n id o te n ía la

i

2 3 4

Page 233: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A P R O G R A M Á T I C A

ú n ica fu n c ió n d e re fo rz a r la fu e rz a e x p re s iv a d el discur­s o ; la p re te n sió n p u ra m e n te m u sica l se re ch a za b a co m o a lg o q u e d istraía d el te x to , lo ú n ico im p o rta n te . C o m o es n a tu ra l, en m u y p o c o tie m p o se fu e fo rm a n d o un ca tá lo ­go d e figu ras m u sica les, e l can to te n ía q u e segu ir la d ic ­c ió n y e l ritm o n a tu ra les d e la p a la b ra , q u e estaban co n d i­cio n ad o s p o r e l a fe c to d e cada m o m e n to ; así, a u n m ism o a fe c to , a u n m ism o g ru p o d e p a la b ra s p o r d e c ir lo así, se le a sig n a b an n a tu ra lm e n te fig u ra s m e ló d ic a s y rítm icas sem ejantes. E stas se e m p le a ro n e n to n c e s co n sc ie n te m e n ­te co m o e lem en to s q u e en c o n ju n c ió n co n el te x to , aun ­q u e p ro n to tam b ién sin te x to , d e b ía n p r o v o c a r las a so ­c ia c io n e s c o rre sp o n d ie n te s a l c o n te n id o d e las p a la b ra s o d e las frases. E n la é p o c a d e V iv a ld i, este d esa rro llo ya te n ía c ie n años y en a lg u n o s terren o s ya h a b ía co m e n za ­d o a d egen erar. E n la m ú sica v o ca l, las figu ras m u sica les, su rg id a s d e fo rm a n a tu ra l en el c a n to h a b la d o , h ab ían cre c id o en e x c e so , h asta ta l p u n to q u e la co m p ren sió n d e l te x to apenas era p o s ib le , in c lu so in n e ce sa ria , siem ­pre y c u a n d o e l o y e n te en te n d iese e l le n g u a je d e las fig u ­ras m usicales. P u e sto q u e en Ita lia en p a rtic u la r, la p atria d e l B a rro c o , lo s m ú sico s d o m in a b a n e l le n g u a je so n o ro co n u n a n a tu ra lid a d in n a ta p ara e l te a tro , las fig u ra s m u ­sica le s p ro ce d e n te s d e la m ú sica v o c a l ya h ab ía n sid o a su m id as en la p rim e ra m ita d d e l s ig lo x v n p o r la m ú si­ca in stru m en ta l p ura, co n lo q u e ésta se v o lv ió un a b s­tra c to d iscu rso so n o ro d ra m á tico . A s í, la m a y o r p a rte d e la m ú sica in stru m e n ta l b a rro c a es te a tra l, en e lla se re ­p re se n ta n y se p o n e n re tó r ic a m e n te en c o n flic to e n tre sí su ce so s n atu ra les, e sta d o s a n ím ico s, p a s io n e s y, a m e n u ­do, ta m b ié n en fo rm a d ire c ta m e n te d ram ática, p ara lo

235

Page 234: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

c u a l un a co n te c im ie n to c o n cre to o ab stracto , cu yo d e se n ­

la c e se m u e s tr a h a c ia e l fin a l d e l c o n flic to d ra m á tic o - m u s ic a l, se r e p re s e n ta p o r m e d io d e l le n g u a je s o n o r o b a r r o c o .

V iv a ld i e s c r ib ió to d o t ip o d e m ú s ic a in stru m e n ta l te a tra l. C o m o ita lia n o y co m o c o m p o s ito r d e ó p e ra , d is ­p o n ía d e u n v o c a b u la r io r ic o d e fig u ra s m u sica le s , ta m ­

b ié n p a ra la m ú sica in stru m e n ta l p u ra . C o n c e p to s co m o m ú sica « a b so lu ta » o p ro g ra m á tic a re s u lta n in su fic ien tes a p lic a d o s a esta m ú sica . L a m ú sica d e V iv a ld i h a b la , p in ­ta, e x p re sa sen tim ien to s, d e sc r ib e a co n te c im ie n to s y c o n ­flic to s , y esto n o lo h a ce o rd e n a d a m e n te , s in o a la v e z y d e fo rm a e n re d a d a , co m o e x ig e e l te m p e ra m e n to ita lia ­n o en la é p o c a b a rr o c a d e to d a re p re se n ta c ió n te a tra l de la v id a . V iv a ld i ten ía , sin e m b a rg o , o y e n te s que, en c u a n ­to a l te m p e ra m e n to , al v o c a b u la r io y las p o s ib ilid a d e s d e c o m p a ra c ió n , esta b a n p ro fu n d a m e n te fa m ilia riza d o s c o n ese le n g u a je . E l e fe c to in m e d ia to d e b ía de ser, p u es, m u y g ra n d e . P a r a n o so tro s es in c o m p a ra b le m e n te m ás d if íc i l d e e n te n d e r; só lo n o s q u e d a lim ita rn o s a lo s c o m ­p o n e n te s q u e to d a v ía n o s resu ltan co m p re n sib le s , o b ien in te n ta r e s c u c h a r esa m úsica d e u n a fo rm a n u eva , segu ir in g e n u a m e n te e l d iá lo g o : al fin a l v o lv e r e m o s a e n te n ­d e r lo .

V iv a ld i e s c r ib ió la m ayo ría d e sus n u m ero so s con certi p a r a su p r o p io c o n ju n to m u sica l, la fam o sa o rq u e sta de m u c h a c h a s d e l O s p e d a le d e lla P ie tá en V en ecia . E n esta in s titu c ió n , u n a e sp e c ie de h o g a r p a ra n iños e x p ó s ito s y h u é r fa n o s , d e los q u e en to n ce s h a b ía vario s en V en ecia , V iv a ld i tu v o d e sd e 17 0 4 u n p u e sto c o m o m aestro d e v io ­lín , y a p a rtir d e 1 7 1 6 a p ro x im a d a m e n te co m o m aestro

23 6

Page 235: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

d e i con certi. L o s a lu m n o s c o n ta le n to ta m b ié n eran e d u ­

ca d o s m u sica lm e n te , sei fo rm a b a n o rq u e sta s y c o ro s , y los c o n c ie rto s en la ig le s ia q u e ten ía n lu g ar re g u la rm e n ­

te lo s d o m in g o s y d ías ¡festivo s c o n stitu ía n u n a d e las a tra c c io n e s d e la ciudad!. L o s v ia je ro s a lab an co n e x a lta ­c ió n la e je c u c ió n d e esasj m u ch ach a s; en 16 6 8 c u e n ta P e- te r T o sta lgo : « E n V e n e cia h a y co n ven to s d e m u jeres cuyas o c u p a n te s to c a n e l ó rg a n o y m u ch o s otros in stru m e n to s

y can ta n ta n b ie n q u e n o jh a y lu g a r en el m u n d o d o n d e se p u e d a e s c u c h a r m ú sica ta n d u lc e y a rm ó n ica ...» E sta sin ­

g u la r o rq u e sta de in te rn a d o d e V iv a ld i d e b ió d e satisfa ­ce r las m ás altas a sp ira c io n e s p ro fe s io n a le s; en las e x i­g e n c ia s ex tre m a s a lo s so listas d e ca d a in stru m e n to ya se p u e d e a p re c ia r q u e esas o b ra s fu e ro n e sc rita s p a ra v ir ­tu o sa s d e p r im e ra lín e a . C u a n d o V iv a ld i to m a b a las o b ra s d e este re p e rto rip co n in te n c ió n d e p re p a ra rla s para la im p ren ta , las a rreg la b a c o n sid e ra b le m e n te ; co m ­p a ra n d o las d o s v e rs io n e s se p u e d e v e r q u e las e d ic io n e s im p resas, p o s ib le m e n te p a ra h acerla s a cc e s ib le s al p ú ­b lic o , o fre c ía n s ig n ifica tiv a s s im p lifica c io n e s té cn ica s . L a c a rre ra d e V iv a ld i c o m o c o m p o s ito r d e m ú sica in s­

tru m e n ta l e s tu v o d e te rm in a d a esen c ia lm e n te p o r las p o ­s ib ilid a d e s q u e le o fre c ía e l O s p e d a le d e la P ie tá ; el c a ­r á c te r v a n g u a rd is ta y a m e n u d o e x p e rim e n ta l d e sus obras se e x p lic a p o r e l h e c h o d e q u e a llí ten ía la p o s ib ili­d a d d e p o n e r a p ru e b a tp d o tip o d e ideas ra d ica le s .

L o s c o n c ie r to s im p r e s o s d e su o p u s 8, I I C im e n to d eir A r m o n ía e d e ll ’ In v e n tio n e (a lgo así c o m o « E n sayo s au d aces co n la arm o n ía jr la in ve n ció n » ), ta m p o co fu e ro n co m p u esto s, al p arecer, p a ra esa ed ición , sino q u e V iv a ld i reu n ió p a ra su p u b lic a c ió n d iversas o b ras q u e se p u d ie ­

M U S I C A P R O G R A M A T I C A

2.37

Page 236: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

ran aunar b a jo aq u el títu lo . N i s iq u ie ra e l gru p o de c o n ­c ie rto s q u e co n stitu y e las! Cuatro esta cio n es , e l n ú c le o d e la c o le c c ió n , eran co m p o sic io n e s n u e va s, a u n q u e se g u ra ­

m en te fu e ro n la p r in c ip a l ra zó n p a ra e l títu lo , p u es en estos c o n c ie rto s a b u n d a n !to d o t ip o d e a u d acias im a g in a ­b les . V iv a ld i d e b ió d e c o m p o n e r esto s c o n c ie rto s m u ch o tie m p o antes d e p u b lica d lo s, p u e s en la d e d ic a to r ia al c o n d e M o rzin d ice: «Cualndo p ie n so en la larga serie de años en los q u e g o c é d e l in sign e h o n o r d e servir a V u e stra A lte z a c o m o c o m p o s ito r de la c o r te en Ita lia , m e r u b o r i­zo al p en sar q u e h asta h ó y aún n o he o fr e c id o n in g u n a p ru e b a d e m i p r o fu n d a a d m ira ció n . A s í h e d e c id id o , pues, im p rim ir este v o lu ín e n p a ra r e n d ir lo re sp e tu o sa ­m en te a los p ies de V u e stra A lte z a : R u e g o a V u estra A l ­te za q u e n o se e x tra ñ e cu a n d o , e n tre estos p o co s y d é b i­les co n c ie rto s, e n c u e n tre las Cuatro esta cion es , q u e h ace ta n to tie m p o h a lla r o n la in d u lg e n te m ag n a n im id ad de V u e stra A lte z a ; cre e d m e ¡que las e n c o n tré d ignas de ser im p resas— si b ie n en to d o s lo s a sp e c to s son las m ism as p ie za s— p o rq u e aho ra, adem ás d e lo s son etos, h e a ñ a d i­d o a cla ra c io n e s e x a cta s d e to d a s las co sas a llí re p re se n ­tadas. E sto y c o n v e n c id o de q u e V o s las ju zg aré is co m o si fu e ra n n u e v a s» . L a p r im e ra im p r e s ió n tu v o lu g a r en

1725 en casa L e C e n e , en A m ste rd a m . M u c h o tiem p o an ­tes, V iv a ld i p o se ía , entre! m u ch o s otros cargos y cargo s h o n o rífico s, e l t í tu lo d e M aestro d i M úsica in Italia d e l c o n d e W e n c e s la w M orziin, lo c u a l in c lu ía sin d u d a la

o b lig a c ió n d e en v iar co m p o sic io n e s al co n d e b o h em io y p ro b a b le m e n te ta m b ié n lla ce rse c a rg o d e su o rq u esta en

sus estan cias en Italia . V ijvaldi re c u e rd a al co n d e el p la ­c e r q u e éste e x p e rim e n tó « h a ce ta n to tie m p o » c o n las

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E AI

2 3 8

Page 237: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A P R O G R A M Á T I C A

Cuatro esta cion es, las cu a les ten ía n , p u e s, a lg u n o s años en el m o m e n to de la im p re sió n . L o s d o s c o n c ie rto s para v io lín o p ara o b o e («Q u esto con certo s i p u ó fa re ancora con l ’ h a u tb o is») n ú m ero s 9 y 12 están co m p u e sto s sin d u d a com o c o n cie rto s p a ra o b o e . T o d o s los dem ás se r í­an im p ra ctic a b le s en e l o b o e , p u es so b re p a san p o r arri­ba y p o r ab ajo el ám b ito d e l o b o e y e x ig e n notas d o b les. E sto n o p u e d e ser casu alid a d . L o m ás p r o b a b le es que V iv a ld i in c lu ye ra lo s c o n c ie rto s p a ra o b o e , q u e ya e x is t í­an, en esta c o le c c ió n de c o n c ie rto s p ara v io lín co n el fin de o fre ce r ta m b ié n a lo s c o m p ra d o re s p ie za s m ás fác ile s de to c a r (co n el v io lín ).

C o m o fu e n te p ara n u estra in te rp re ta c ió n d e estos c o n c ie rto s u tilizam o s la e d ic ió n im p resa en P a rís p o r L e C le r c y M m e. B o iv in , p u b lic a d a in m e d ia ta m e n te d e s­p u é s d e la p rim era y q u e , en ta n to q u e e d ic ió n rev isad a co n a te n c ió n y p rá ctica m e n te e x e n ta de fa llo s , nos p a re ­c ió e sp e cia lm e n te fia b le . D e s p u é s d e v a r io s en sa yo s e s­co g im o s p ara e l b a jo c o n tin u o e l ó rg a n o , ta l c o m o r e ­q u ie re la p arte d e b a jo c u id a d o sa m e n te c ifra d a («organo e v io lo n c e llo » ). Su ten u e s o n o r id a d p e rm ite p re se rv a r las nu m ero sas y su tile s ilu s tra c io n e s son oras de lo s in s tru ­m en to s de cu erd a , lo q u e n o o c u r r e co n el a ta q u e in c is i­v o d e l so n id o d e l c lave . P o r o tra p a rte , las v o c e s de re lle ­n o a rm ó n ico resu ltan a u d ib le s co n m ayor c la r id a d . D e esta p a rte d e b a jo se d e sp re n d e ta m b ié n q u e V iv a ld i, al m en o s p a ra e l m o vim ie n to le n to d e l O to ñ o , d e se a b a un

c la ve , a llí e scrib e «11 cém balo arpeggio». A s í, p a ra ese c o n c ie rto em p leam o s e l c la v e en to d o s lo s m o vim ie n to s. E n esta p a rte d e b a jo n o se p u e d e ve r co n c la r id a d la re ­

p a rtic ió n de lo s in stru m e n to s d e l c o n tin u o , p e ro , apo-

239

Page 238: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E Ú R O P E A

y á n d o n o s en e l tra ta m ie n to q u e h a c e V iv a ld i d e l b a jo en o tra s p a rte s , h e m o s u sa d ó el c o n tra b a jo sólo en lo s p a sa ­jes e n tu tti. Ú n ic a m e n te p a ra e l m o v im ie n to le n to d e l I n ­v iern o h ay en e l c o n tin u o u n a p á g in a p r o p ia só lo co n la p a rte d e v io lo n c e lo d e e ste m o v im ie n to , o sea - q u e la p a r ­t e d e b a jo h a b itu a l se to ca a q u í co n ó rga n o y c o n tra b a jo . P o r l o d em á s, en cu a n to a in d ic a c io n e s p a ra la e je cu c ió n , a p a r te ' d e l c ifra d o , en esta p a rte se e n cu e n tra a m e n u d o «tasto s o lo » o «tasto so lo sem pre». L o s m o v im ie n to s le n ­to s d e lo s d o s c o n c ie r to s p a ra o b o e s (n úm eros 9 y 1 2), así c o m o e l d e l c o n c ie r to p a ra v io lín n ú m e ro 1 o, están im ­p r e s o s en d o s s is tem as, d e ta l m ariera q u e lo s m ú s ic o s

q u e re a liz a n e l c o n tin u o p u e d e n le e r a la v e z la p a rte so- l is t ^ a u n q u e ésta se o rn a m en te . (E s to es, sin d u d a , una in d ic a c ió n s° b r e la té c n ic a d e a co m p a ñ a m ie n to .) E n la p a rte d e v io la («alto viola») h ay n u m ero sa s a n o ta c io n es q u e c o m p le m e n ta n y a c la ra n lo s so n e to s p ro g ra m á ticos: C ° n cer t ° l , s e g u n d o m o vim ie n to : «Largo, s i d ev e suonare s em p re m o lto fo rte , e strappato» («Se h a d e to c a r siem p re m u y f u e r te y sep ara d o » ) y «1/ cane ch ig rid a » («U n p e rro q ue la d ra» ); te r c e r m o v im ie n to : « A lleg ro Danza Pastora- l e». C o n certo II , p r im e r m o v im ie n to : «Languidezza per i l caldo» (« L a n g u id e z p o r e l ca lo r» ). C oncerto l l l , p rim er m o v im ie n to : «B ailo e canto d e ’ V illa n e lli» (« B aile y c a n ­to d e c a m p esin o s» ), en e l co m p á s 41 « L ’U briachi» (« los b o r ra c h os» ); se g u n d o m o vim ien to : « D o rm ien ti u briachi» (b o r r a c h o s d u rm ie n d o ); te r c e r m o vim ien to : en el c o m ­p ás 8 3 «sczoppi e cani» (« d isp a ro s y p erro s» ). E n to d as las v o c e s , en e l te r c e rm o v im ie n to d e l Verano, d ice: « T em ­p o tm p etu o so d ’E sta te» (« T ie m p o to rm e n to so d e v e r a ­no » ).

2 4 0

Page 239: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

m ú s i c a P r o g r a m á t i c a

P a ra c o m p re n d e r la s « in d icacio n e s d e te m p o » ita lia ­

nas de lo s sig lo s x v n y x v m n o h a y q u e p e rd e r d e v ista q u e la m ayo ría d e esas p a la b ra s (co m o allegro, largo, p resto) eran (y son aún) an te to d o p a la b ra s d e l len g u a je ita lia n o c o rrie n te q u e los; co m p o sito re s ita lia n o s u tiliz a ­b a n n o c o m o té rm in o s m u sica les, s in o c o n fo rm e a su sen tid o . A lle g ro sign ific^ , p ues, a leg re , a n im a d o , y n o p ro p ia m e n te rá p id o ; s o ló cu a n d o u n a fo r m a c o n c re ta d e a le g ría re q u ie re u n tem pjo d e te rm in a d o , la p a la b ra a lle ­gro se v u e lv e in d ire c ta m e n te una in d ic a c ió n d e éste. E n g e n e ra l se p u e d e d e c ir qjue ta les in d ic a c io n e s se h an de en te n d er, a p a rtir d e su ¡significado en e l le n g u a je , m ás b ie n co m o d e sig n a cio n e s de u n a fe c to , m ien tras q u e el te m p o a b so lu to re su lta del c o n te x to . U n a gran can tid a d d e ca ld e ro n e s (o ) y d e in d ic a c io n e s e sp a rc id a s p o r lo s

m o v im ie n to s a p u n tan a| u n a e je cu c ió n ra p só d ic a , con a b u n d a n cia d e ru b a to y agó gica . V iv a ld i o fre c e n u m e ro ­sas in d ica c io n e s co n re s p e c to a la p r á c t ic a in te rp re ta tiv a y la re a liza c ió n té c n ic a . l ia d in ám ica está a n o ta d a d e m a ­n e ra m u y sutil, p o r lo q iie h a y q u e s u p o n e r q u e m u ch o s g ra d o s in te rm e d io s n o fu e ro n in d ic a d o s . E n esta o b ra, V iv a ld i em p lea: m o lto fo r te , fo r te , p ia n o , p iú p ian o, pia- n issim o. L la m a la a te n c ió n q u e la d in á m ic a n o c o in c id e en a b so lu to en to d as lasl voces. E n e l m o v im ie n to le n to

d e la Prim avera, p o r e je m p lo , el v io lín so lo to ca a un v o ­lu m e n m e d io n o rm a l (sin in d ic a c ió n ) , lo s d o s v io lin e s de ripien o tocan «sem pre piá n issim o» (es d ecir, m u y suave), m ien tras q u e la v io la h a d e to c a r « m o lto fo r te » (m uy fu e rte ). E n el m o v im ie n to le n to d e l In v iern o , la v io la to ca pián issim o, e l v io lín so lista a m e d io vo lu m en , los v io lin e s d e ripieno tocan\pizzicato sin in d ic a c ió n , e l b ajo

241

Page 240: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

sem p rep ia n o y el vio lonicelo sem pre fo r te (!). E sta fo rm a

de d in á m ica m u estra q u e V iv a ld i em plea las so n o rid a d e s de m an era a b so lu tam en te im p resio n ista . L a a rticu la c ió n ,

o sea, los g o lp e s d e arco jy la a ce n tu a c ió n al to ca r, era tan c o rrie n te p ara lo s m ú sico s d e en to n ce s q u e e l c o m p o s i­to r en r e a lid a d n o n e c e s ita b a a p u n ta r in d ic a c io n e s m ás p re c isa s c u a n d o to d o se te n ía q u e to c a r norm a l, es decir, segú n las reg la s co n o cid a s.

V iv a ld i in tro d u jo u n g ra n n ú m e ro d e sign o s d e a rti­c u la c ió n y a lg u n o s sign os d e a d o rn o , en p a rticu la r en lu ­gares q u e p o d r ía n m aleriten d erse fá c ilm e n te y to c a rse de otra m an era . H a y lig a d iira s d e a rticu la c ió n s o b re gru p o s d e e n tr e d o s y o c h o notas; v ib r a to de a rco d e d iv e rs a in ­te n s id a d , u n s ig n o + p a ra e l tr in o , e l m o rd e n te ,etc. y u n s ig n o q u e tk m b ién a p a re ce en co m b in a c ió n

y q u e p ro b a b lem en te rep resenta algo in term edie en tre v ib ra to y trin o , algo así co m o u n trino de cu a rto de

to n o . C o m o es n atu ral, tjodos lo s pasajes sin in d ica cio n es se d e b ía n a rticu la r se g ú á las reglas, p ara lo cu a l se a p lic a ­b a n to d o t ip o d e go lp es jde a rco , hasta el arco sa lta d o y e] spiccato. E n p asajes sim ilares de o tro s co n c ie rto s, V ivald i e x ig ió d ich o s golpes d e arco , verb alm en te o m ed ian te s ig ­nos, p o r lo q u e sabem os Jdónde se ap licab an ento nces.

E l e s t i lo i ta lia n o y e l e s t i lo fr a n c é s¡

E n los s ig lo s x v i i y x v m ] la m ú sica n o era en a b so lu to ese arte in te rn a c io n a l, u m v e rsa lm e n te in te lig ib le q u e h o y g ra c ias a l tren , el a vió n , la rad io y la te le v is ió n , pretende o p o d r ía ser. E n lo s divelrsos ce n tro s m u sica les se fo rm a ­

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

2 4 2

Page 241: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

ro n estilo s d e l to d o in d e p e n d ie n te s q u e g e n e ra c ió n tras g e n e r a c ió n se ib a n a le ja n d o cad a v e z m ás de sus in ic io s

co m u n es.D e s d e lu e g o , la c o m u n ic a c ió n era su fic ie n te m e n te

g ra n d e co m o para q u e se tu v ie ra n o tic ia d e esas d ife r e n ­cias; v irtu o so s itin e ra n te s , p o r e je m p lo , d a b a n a c o n o c e r p o r to d as p a rtes la té c n ic a d e e je c u c ió n de su p aís, v ia je ­ro s a fic io n a d o s a la m ú s ic a te n ía n o p o r tu n id a d d e e s­c u c h a r lo s d ife re n te s estilo s e id io m a s m u sica les en su a m b ie n te n atu ra l y co m p a ra rlo s . A s í su rg ió u n a e sp e c ie d e riv a lid a d en tre las n a cio n e s m u s ica le s q u e a ú n p u so m ás d e re lieve las p a rtic u la rid a d e s y las p ro p ie d a d e s de lo s estilo s n a c io n a le s . E ste e n fre n ta m ie n to d u ra n te s i­g lo s a d q u ir ió u n a lic ie n te e sp e c ia l g ra c ia s a l d e s p la z a ­m ie n to de c a ra cte rís tica s p e c u lia r e s de u n c írc u lo a o tro , en p arte p o r p u ra s in flu en cias m u sica le s , en p arte g r a ­cias a los « trán sfu gas» : c o m p o s ito re s q u e v iv ía n en e l e x ­tra n je ro , en u n p a ís e s tilís tica m e n te e n e m ig o , y q u e p r o ­cu ra b a n au n ar las p ro p ie d a d e s m u sica le s d e su p a tr ia a n tig u a co n las d e la n u eva .

L a razó n p ara la fo rm a ció n d e estilos n acio n ales tan c laram en te sep arad o s, e in c lu so en em igo s, no p u e d e ser ú n ica m e n te la fa lta d e co m u n ica c ió n . D e ser así, las f r o n ­teras e n tre los estilo s no co in c id ir ía n « casualm en te» con las fro n teras n acio n ales. T ie n e q u e h ab er pues razones re­lacionadas co n e l carácter, la n atu raleza y e l tem p era m en ­to de p u e b lo s en teros. E l ca rá cte r teatra l e in d iv id u a lista d e l B arro co co n d u jo a u n d e sp lie g u e , p rácticam en te a una m an ifestació n , d e la p e rso n alid a d d e l in d iv id u o co n to d o s sus atrib u to s y, p o r e x te n sió n , a u n a m an ifestació n d e las

p ecu lia rid a d es n acio n ales d e lo s p u e b lo s . E sto se p e rc ib ía

EL E S T I L O I T A L I A N O Y EL E S T I L O F R A N C É S

2.43

Page 242: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A BA R RO CA E U R O P E A

e n to n ce s d e m an era m u y co n creta y así se e x p resa b a — con u n m e n o sp re c io irre sp e tu o so d e to d o lo «otro»— . E s e v i­

d e n te q u e esto se refle jab a co n m ay o r c larid ad en aquellas dos n a cio n e s q u e p o se ía n un ca rá cte r n a cio n a l m ás n ítid a ­m en te d efin id o y d ife re n cia d o y e n tre las cu ales ex istía la

m a y o r riv a lid a d ta n to geográfica com o esp iritu al, p o lítica co m o cu ltu ral: Ita lia y F ran cia.

L as d ife re n c ia s e n tre lo s estilos d e am bos p a íses, q u e en e l s ig lo x v ii se v a n p erfila n d o co n m ayo r c la r id a d , se b a sa n p u es, en p r im e r lu gar, en las m e n ta lid a d e s o p u e s ­tas d e lo s ita lia n o s y de lo s fra n ce se s: lo s p rim e ro s, e x ­tr o v e r tid o s , m u e stra n sin re p a ro s a le g r ía y d o lo r, e s p o n ­tá n e o s , sen tim e n ta le s , a m igo s d e lo in fo rm a l; lo s o tro s, c o n te n id o s , fr ío s , d e agu d a ra c io n a lid a d , am igo s de la fo rm a . L o s ita lia n o s fu e ro n p rá c tic a m e n te lo s cre a d o re s d e l e stilo b a r r o c o , p u e s la te a tra lid a d d e éste y su ilim i­ta d a r iq u e z a d e fo rm as se c o rre s p o n d ía n p e rfe cta m e n te co n su fan ta s ía y e x tra v a g a n c ia . A s í, la ra íz d e la m ú sica b a rr o c a se h a lla ta m b ié n en Ita lia . L a m ú sica - fra n ce sa de ese tiem p o , p o r el c o n tra rio , p a re ce m ás b ie n u n a re a c ­

c ió n a esa e r u p c ió n v o lc á n ic a m u sica l. 'L a m ú sica b a rro c a era, p ues, o b ie n m ú sica ita lian a,

o b ie n m ú s ic a fra n c e s a . L a o p o s ic ió n e n tre lo s id io m a s m u s ic a le s d e a m b a s n a c io n e s se co n sid e rab a - e n to n c e s in fr a n q u e a b le y aú n hoy, co n tres s ig lo s d e d istan cia, d e s ta c a lo su fic ien te c o m o para p o d e r en te n d e r la c o n ­

tr o v e r s ia . V ie u v il le , en 1 7 0 4 , e s c r ib e : « U s te d sab e tan b ie n c o m o yo que en la m ú sica te n e m o s a q u í d o s b a n d o s, d e lo s c u a le s u n o a d m ira so b re m a n e ra e l g u s to ita lian o [. .. ] É sto s d ictan se n te n cia y co n d e n a n la m ú sica fra n c e ­sa co m o la m ú sica d e p eo r g u sto en el m u n d o . E l otro

2 4 4

Page 243: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

b a n d o , fie l al g u sto d e s u jp a tr ia y co n u n c o n o c im ie n to m ás p r o fu n d o de las c ien cia s m u sica les, n o p u e d e p o r

m e n o s q u e m irar co n fa s tid io c ó m o in c lu so en la cap ita l d e l re in o se d e sp re cia el b u e n g u sto fra n c é s .»

E l a b ism o e n tre lo s p a rtid o s era tan h o n d o q u e lo s

m ú sico s d e am b as n a c io n e s n o sen tían m ás q u e d e s p re ­c io m u tu o ; lo s in stru m e n tista s d e c u e rd a fo rm a d o s en e l

estilo ita lia n o se n e g a b a n to c a r m ú sica fra n c e sa , y v ic e ­versa . Y ta m p o co e s ta b a n ic a p a c ita d o s para e llo , p u es las d ife re n c ia s e stilís tica s a fe c ta b a n a to d o s lo s d e ta lle s d e la té c n ic a d e e je cu c ió n , a l igijial q u e las d ife re n c ia s fo rm a le s

en tre las obras m ism as. P r e s t o q u e e n to n c e s la m ú sica se c o n c e b ía co m o u n « h a b la r co n so n id o s» , n o era p o s ib le « h a b la r» m u sica lm e n te en u n a len g u a q u e n o se d o m in a ­b a — y q u e n o era a p re c ia d a — . L o s m ú sico s fra n c e se s se in d ig n a b a n ante las o rn a m e n ta c io n e s lib re s d e lo s ita lia ­nos: « E sto n o era e l g u sto d e l se ñ o r L u lly , p a rtid a r io de la b e lle z a y de la v e rd a d [.<.] él h a b r ía e x p u ls a d o d e la o r ­q u e sta a u n v io lin is ta quei h u b ie r a q u e rid o e s tro p e a r un c o n c ie rto a ñ a d ien d o to d o t ip o de figu ras in a rm ó n ica s y m al p u e sta s . ¿ P o r q u é n o ise e s fu e rz a n en to c a r su p arte c o m o está e scrita ?»

U n a f u sión d e am b o s p stilo s p a re c ía en u n p r in c ip iores d e o tro s p a íses , p o r ejem - , te n ía n q u e d e c id ir a q u é esti­

lo , a q u é m an era d e e s c rib ir d a ría n p re fe re n c ia , y a p esar de a lg u n o s in te n to s re a liz a d o s a fin ales d e l s ig lo x v n , so ­b re to d o p o r c o m p o sito re s a u str ía co s (M u ffa t o F u x ) , de u n ir lo s d o s estilo s, o a l m e n o s d e r e co n c ilia r lo s , n o fu e hasta e l s ig lo x v m q u e se !lle g ó a la síntesis en lo q u e se

lla m ó « g u sto s reu n id o s» .

EL E S T I L O I T A L I A N O Y E L E S T I L O F R A N C E S

im p o sib le . L o s co m p o sitc p ío A le m a n ia o In g la te rra

2-45

Page 244: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

L a m ú sica b a rr o c a ita liana, co n su én fasis en el c o n ­c ie r to y la ó p e ra , u sab k to d as las p o s ib ilid a d e s q u e le o fre c ía n la se n su a lid a d jrebosante y la fa n ta s ía s in lím ites de u n a im a g in a c ió n d e sb o rd a d a ; las fo rm as m u sicales eran im p o n en tes y o sten to sas. L a so n o r id a d de la cu erd a dom in ab a; los in stru m en tos ten ían siem p re su ideal: em u ­lar la v o z sen su al ita lian a. L a a b u n d a n te o rn a m en ta ció n era im p ro v isa d a p o r losí im a g in a tiv o s in stru m en tista s, lo q u e se c o rre s p o n d ía co n el ca rá cte r e sp o n tá n e o y e x tr o ­v e rtid o d e l p u e b lo ita lia n o . Es in te re s a n te o b servar que, d e to d o s los in stru m e n to s m u sica les, e l v io lín fu e c o n s i­d e ra d o co m o e l in stru n ie n to ita lia n o p o r e x c e le n c ia y, a la v e z , co m o el in stru m e n to b a rro c o . N o h ay o tro in s tru ­m e n to m ejor a d a p tad o á la m an era e x tro v e rtid a d e to ca r d e lo s ita lia n o s. E l v io lín es tan a p ro p ia d o p a ra e l v ir tu o ­

sism o so lista b r illa n te có m o para e l am p u lo so adagio , los dos p ilares d e la prácticja m u sica l ita lia n a . A s í, la m úsica ita lia n a es s iem p re, an te to d o , m ú sica p a ra cu erd a . L o s v ie n to s se in tr o d u c e n eii raras o c a s io n e s y m ás p ara c o n ­se g u ir d e te rm in a d o s e fe cto s q u e p a ra serv ir d e in te r lo ­c u to r d ife re n te a la cu erd a. T o d as las escu elas ita lian as de c u e rd a tie n e n su o rigen en el en to rn o d e M o n te v e rd i, q u ie n ta m b ié n h ab ía s id o v io lin ista . L o fa n tá stic o d e su estilo , p u es, fo rm a p a rte d esd e u n p r in c ip io d e la m úsica para cu e rd a ita lia n a . A tra vé s d e C a r io F a riñ a , B ia g o M a- rin i y o tro s, l le g ó a las escu elas d e cu e rd a m ás im p o rta n ­

tes de B o lo n ia , R o m a y Ñ a p ó le s .L as c a ra cte rís tica s p rin cip a les d e la fo rm a de e s c r itu ­

ra fra n c e s a eran la c o n c is ió n de las fo rm a s, c la ram e n te1 _

a b a rc a b le s ; la p ie za in s tru m e n ta l d e c a rá c te r fo r m u la ­d a co n d en sid ad , la piéce, la ex tre m a d a sen cillez y b r e v e -

M U S I C A B'ARROCA E U R O P E Aí

2.4 6

Page 245: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

EL E S T I L O I T A L I A N O Y EL E S T I L O F R A N C É S

d ad d e los m o vim ien to s, y ta m b ié n la ó p era , p e ro c o m ­p le ta m e n te d iferen te a la d e lo s ita lian o s; Se tra tab a , an te tod o, d e m ú sica de danza, cu y a s fo rm a s se co m p a rab a n

co n las fo rm a s racio n ales y lin e a le s d e la a rq u ite ctu ra de los p a la cio s y jardines fra n ceses. E sta fo rm a clara y ríg id a

de las dan zas p a rec ía h a b e r sid o c re a d a p ara su e stiliza ­ció n en la m ú sica cu lta d e esta n a c ió n . L o g ro te sc o es q u e p re cisa m e n te u n ita lian o, J e a n -B a p tiste L u lly , fu e q uien lle v ó la m ú sica fran cesa a su fo rm a d efin itiva , c o n sid e ra ­da in tern a cio n a lm en te co m o a lte rn a tiv a a la m ú sica ita ­liana. L u lly , de to d o s m o d o s, se h ab ía ad ap tad o c o m p le ­tam en te a F ra n cia y só lo h a b ía in tro d u c id o u n a p izca de fu e g o ita lian o en la m ú sica fra n ce sa . In c lu so él m ism o fijó con e x a ctitu d el m é to d o p a ra to c a r lo s in stru m en to s de cu erd a m e d ia n te in d ica c io n e s estricta s. S u té c n ic a estab a reg la m en tad a co n tan to rig o r, h a sta en lo s m ín im o s d e ta ­lles de los g o lp es d e arco , q u e se d ecía q u e in c lu s o m il m ú sicos fran ceses serían cap a ces de to c a r a prim era vista una p ie za d e m ú sica con arcos ta n u n ifo rm es ¡ co m o un solo h o m b re ! T am bién e x iste u n a d ife re n c ia esen cia l en la o rn a m en ta ció n que se a p lic a b a en cad a estilo . E n la m ú sica ita lian a, un ad a gio se te n ía que variar p o r p r in c i­p io lib re m e n te , s igu ien d o la p r o p ia im a g in ació n , so b re to d o en las re p etic io n es. N o h a b ía m ás q u e unas p ocas re ­

glas, la r iq u e z a de id eas lo era to d o . E n la m ú sica fr a n ­cesa esto e s ta b a p r o h ib id o p o r l ic e n c io s o . L a m ú sica fra n c e s a n o c o n o c e la im p r o v is a c ió n lib r e , s in o só lo un c ó d ig o de o rn a m en ta ció n q u e, p o r o tra p a rte , es m uy co m p lic a d o y se tien e q u e a p lica r de la m an era más re fi­n a d a p o s ib le en los lu g a re s a p ro p ia d o s . H a b ía , p ues, un ca tá lo g o d e in n u m erab les p e q u e ñ o s ad o rn o s que se te ­

2.47

Page 246: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

n ía n q u e e je cu ta r escru p u lo sa m e n te , y u n estr ic to re g la ­m en to p a ra su a p licac ió n . E ste o rd e n en u n a a p are n te so ­b re c a rg a , esta tra n sp aren cia fo rm a l ab so lu ta , a u n en el m o v im ie n to m ás a m p u lo so , es lo que c o n c e d e a la m ú sica b a rro c a fra n c e sa su se n tid o , su e legan cia . E s u n e le va d o p la c e r c u ltiv a d o para o yen tes p e rsp ica ce s , se n sib le s a m a n ife s ta c io n e s artísticas refin ad as y d e alto n iv e l e s p ir i­tu al. E s c o m o u n a co n v e rsa ció n en tre p erso n as d e igu a l

fo rm a c ió n q u e co m p a rten las m ism as ideas. E n o p o s ic ió n a to d o e llo se ve ía la m úsica ita lia n a co m o v u lg a r y d e se n ­fre n a d a : «Se p u e d e d e c ir ad em ás q u e la m ú sica ita lia n a se p a re c e a u n a ram era am ab le p e ro m aq u illa d a [...] q u e en to d o m o m e n to , y sin sa b e r p o r q u é, se q u ie re h a c e r ver [ ...] la m ú sica fra n cesa se p u e d e co m p a rar co n una m u jer h erm o sa , cu ya b e lle z a n a tu ra l y sin artificio atrae las m ira ­das y lo s co ra zo n e s , q u e co n só lo m ostrarse ya gu sta , y no h a d e p re o cu p a rs e de q u e la n a tu ra le za a fecta d a d e una c o n tr in c a n te d iso lu ta le p u e d a cau sar n in g ú n p e rju ic io ...»

E n F ra n cia n o se a d o p tó la ó p e ra ita lian a , a q u í se fo r ­m ó u n g én ero d an zad o p r o p io d e l dram a m u sica l: e l ba­lle t d e cour. A p a rtir de é l d e sa rro lló L u lly , en la se g u n d a m ita d d e l s ig lo , la ó p e ra fra n c e sa típ ica . E sta se d ife re n ­c ia d e la ita lia n a sobre to d o p o r u n m ayo r én fasis en el a s p e c to fo rm a l. L o s airs so n b re v e s dan zas can ta d a s de fo rm a m u y ríg id a ; éstos se in te rc a la n co n re c ita tiv o s de r itm o m ás q u e p re ciso . E l a co m p a ñ a m ie n to d e l air y del r e c ita t iv o es ca s i s iem p re el m ism o , só lo clave y v io lo n ­c e lo , co n lo q u e se p u e d e e n te n d e r q u e u n ita lia n o , al o ír u n a d e estas ó p e ra s , p e n sa ra q u e n o h a y m ás q u e re c ita ­tiv o s y e sp e ra se ansioso u n a ria — que, sin e m b a rg o , no lle g a r ía n u n c a — . (E n este c o n te x to se p u e d e c ita r e l jui-

2 4 8

Page 247: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

ció d e la prim a dona ita lia n a F a u stin a , q u ien e sc u c h a n d o u n a ó p e ra fra n cesa , « d esp u és d e h a b e r esta d o tra n q u ila m ed ia hora, g ritó : “P e r o ¿ cu á n d o v a a h a b e r un a r ia ? ” »). L a m ayor a lte rn a n cia so n o ra la a p o rta n los m u ch o s c o ­ro s, r ica m e n te in stru m e n ta d o s , y lo s n u m e ro so s m o v i­m ien to s in stru m en ta les dej dan za. D u r a n te un acto n o h ay in te rru p c ió n a lg u n a d e la im ú sica , u n a b r e v e p ie za s ig u e in m e d ia ta m e n te a o tra . E í j i la ó p e ra b a r r o c a ita lia n a , p o r e l co n tra rio , c a d a g ru p o d e re c ita tiv o s (e je cu ta d o s en d e ­c la m ació n h a b la d a c o m p le ta m e n te lib re ) se c o n c lu y e co n u n a gran aria, d e ta l tn an era q u e tam b ién e l p ú b lic o tie n e o p o rtu n id a d cad a v e z d e e x p resa r, fu e r te y con in ­ten sid a d , su a p ro b a c ió n a su d e sa g ra d o .

L a p o la r id a d Ita lia /F i¡a n cia a trav ie sa to d a la h isto ria d e la m ú sica b a rro c a . A s í, B u rn e y e sc rib e , to d a v ía en 17 7 3 , en su V iaje m u sica l: «Si la m ú sica fra n ce sa es b u e ­n a y su e x p re s ió n es n a tu ra l y a g ra d a b le , en to n ces la ita ­lia n a t ie n e q u e ser m ala; o a l revés, si la m ú sica ita lian a tie n e to d o lo q u e u n o íd p n o m im a d o , b ie n e je rc ita d o ,

p u e d e desear, n o es d e su p o n e r e n to n ce s q u e la m ú sica fra n ce sa p u e d a cau sa r igujal p la c e r a ta l o íd o . L a v e rd a d es q u e lo s fra n ce se s n o p u e d e n s o p o rta r la m ú sica ita lia ­na, q u e h acen c o m o si la a ce p ta ra n y la ad m iraran , p e ro to d o es m era a fe c ta c ió n .» E l ju ic io d e B u rn e y p a re c e a lg o d u ro , p u es m ás a llá d e la « m era a fe c ta c ió n » se p u e ­d e en co n tra r a m e n u d o u p en tu siasm o a u té n tico p o r lo s ita lia n o s. U n a e s p e c ie d e a n h elo d e la e x a lta c ió n m e ri­d io n a l de lo s sen tim ien to s h a c ía q u e lo s fra n ceses e n v id ia ­ran y ad m iraran a lo s ita lia n o s . D o s fa m o so s in ten to s d e tra n sp la n ta r el b a rr o c o ita lia n o fu e ro n fru to de esa a d ­m ira ció n y, s in e m b a rg o , fra ca sa ro n p o r u n a in c o m p re n ­

E L E S T I L O I T A L I A N O Y EL E S T I L O F R A N C É S

2 4 9

Page 248: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

sión fund am ental: el llam am ien to d e B ern in i p o r L u is X I V p a ra la c o n s t r u c c ió n d e l iL o u v r e en 16 6 3 , y e l n o m ­b ra m ie n to d e C a v a lli, e l su c e so r d e M o n te v e rd i, ig u a l­m en te p or el R e y S o l, para c o m p o n e r u n a ó p era co n o c a ­sió n de su b o d a en 1 6 6 0 . 'N in g u n o d e lo s d o s artistas e n c o n tró n i reco n o cim ien tjo n i co m p ren sió n ; am b os re ­g resa ro n co n am a rgu ra a Ita lia . T a n to m ás ten d rá q u e v a ­

lo ra rse e l lo g r o de L u lly d e h ab er c re a d o p ara los fr a n c e ­ses u n a a u té n tica ó p e ra n a cio n a l.

P a ra n o so tro s , q u e a b o rd a m o s esa m ú sica dos sig lo s y m e d io m ás ta rd e , la ex tre m a p o la r iza c ió n q u e sep ara b a am b o s e s tilo s d e m a n e ra tan irr e c o n c ilia b le n o n os r e s u l­ta d e l to d o c o m p re n s ib le . ¡Al p a re ce r, lo s siglos h an b o ­rra d o u n p o c o las d iferen cia s . N o o b sta n te , esto p o d r ía d e b e rse en p arte a q u e h o y e jecu tam o s la m ú sica y la e s ­cu ch am o s d e u n a m an era m u c h o m ás e q u ilib ra d a q u e e n to n ces. Y o p ien so q u e las d u ras a firm a cio n es q u e e n ­co n tra m o s en las fu e n te s, las re a c c io n e s co m b a tiva s d el p ú b lic o de e n to n c e s tien en q u e te n e r u n fu n d a m e n to m ás fu e r te q u e el m o stra d o p o r las p á lid as in te r p r e ta c io ­nes actu a les . Q u iz á ta m b ié n n o s o tro s d eb eríam o s c o m ­p ro m e te rn o s m ás y tomai: p a rtid o m u sica lm en te p ara p o d e r o fre c e r la m ú sica dq fo r m a cre íb le .

C o m p o s ito r e s b a rro co s a u str ía c o s .I n t e n t o s d e c o n c i l i a c i ó n !

U n o d e lo s fe n ó m e n o s má|s c u r io so s d e la h isto ria d e la m ú sica es p ro b a b le m e n te l a c o n c e n tra c ió n d e las f uerzas crea tiva s m ás e se n cia le s pdra p o d e r fo rm a r estilo s en d e ­

' .. IM U S I C A B A R R O C A E U R O P E A

2 5 0

Page 249: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

te rm in a d o s p aíses o re g io n e s d e lím ite s c la ra m e n te d e fi­

n id o s. S in ra zó n a p a re n te su rgen u n a v e z a q u í, o tra allí, c e n tro s co n u n p o d e r d e irra d ia c ió n m u n d ial q u e , d e s­p u é s d e a lgun as g e n e ra c io n e s de m á x im a cre a tiv id a d ,

d e sa p a re c e n co m o si se h u b ie ra n c o n su m id o . A s i casi cad a p a ís e u ro p e o ha te n id o u n a v e z , a lg u n o in c lu s o v a ­

rias v e c e s , su « é p o c a d o r a d a » en la m ú sica . E sto s n ú ­c le o s m u sica les n o s ie m p re eran a l m ism o tie m p o los gran d es cen tro s p o lít ic o s de la é p o c a (au n q u e aq u í se dan a m e n u d o estrech as in te ra cc io n e s). A s í p o r e jem p lo , el g ra n a p o g e o de la m ú sica fla m en ca h a c ia 150 0 c o in c i­d e co n el m o m en to d e m ay o r p o d e r p o lít ic o y o s te n ta ­c ió n de la co rte re a l fra n c e sa d e L u is X I I y d e la c o r te im ­

p e r ia l g erm an o -ro m an a d e M a x im ilia n o I.Se p u ed en en con trar num erosas razon es p ara e x p licar

esta m ig ració n d e l cen tro m usical. C o m o m ú sico q u e no co n sid era la m úsica co m o u n arte in tem p o ra l y aislado, sino q u e la v e siem pre en re la ció n co n su e n to rn o h istó r ic o , u n o in te n ta , n a tu ra lm en te , a v e rig u a r h asta q u é p u n to éste d esp la za m ie n to d e lo s cen tro s te n ía u n e fe c to so b re la p r o p ia m ú sica . U n o q u ie r e sa b e r si es cau sa o co n se ­c u e n c ia d e las e v o lu c io n e s m u sica le s , si c a m in a en p a ra ­le lo co n lo s d e sp la za m ie n to s de lo s c e n tro s en las otras artes.

H o y sa b e m o s q u e la a n tig u a te s is de la su c e s ió n de

las d ife re n te s artes está c a d u c a , c a d a e stilo e n cu e n tra en to d a s las artes a l m ism o tiem po su e x p re s ió n . E sto n o p o ­d ría ser d e o tra m an era, p u e s c a d a arte es e x p re s ió n in ­m e d ia ta de la s itu a c ió n e sp ir itu a l d e su tie m p o .

A h o r a b ien , la m e n ta lid a d d e la s d iversa s n a cio n es eu ro p eas es m u y d iversa . In g le se s , fra n ce se s , a lem an es,

C O M P O S I T O R E S B A R R O C O S A U S T R Í A C O S

251

Page 250: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

e sp a ñ o le s o ita lia n o s p ien san , se e x p re sa n y re a cc io n a n

d e fo rm a d ife re n te . E n e l cu rso d e la e v o lu c ió n h istó r ic a

cad a v e z se im p o n e n p r in c ip io s e sp ir itu a le s h u e v o s . E s ­to s e n c u e n tra n m a y o r sim p a tía en a q u e lla s n a cio n e s cu ya m e n ta lid a d les es m ás afín . C u a n d o to d o s los c o m p o n e n ­

tes d e u n a te n d e n c ia a rtís tic a , d e l e s tilo d e u n a é p o c a c o n c u e rd a n co n lo s ca ra c te re s n a tu ra le s d e u n p u e b lo , e n to n c e s es ese p u e b lo e l q ú e t ie n e q u e p o n e rse a la c a ­b e z a en la te n d e n c ia a rtística en cu e stió n .

L a tra n s ic ió n d e l fin a l d e l R e n a c im ie n to al B a rro c o m u estra co n u n a c lá r id a d p a rtic u la r ese c a m b io d e l id e ­razg o . E n e l e sp a c io d e u n a o d o s g e n e ra c io n e s , lo s c o m ­p o s ito re s fla m e n co s , q u e h asta e n to n c e s d o m in a b an en la m ú sica , son su stitu id o s p o r los ita lia n o s. L a te a tr a li­d a d d e la n u e v a é p o c a , la re le v a n cia q u e a d q u ie re la p e r ­s o n a lid a d — el so lis ta — , e l p a thos, la e x p re s ió n in d iv i­dual, e x p u e s ta d e m an era casi e x h ib ic io n is ta , to d o e llo se c o r re s p o n d ía d e m an era id ea l co n la m e n ta lid a d ita ­lia n a . E n Ita lia , e l B a rro c o e n c o n tró en la a rq u ite ctu ra y en la m ú sica su e x p re s ió n m ás p u ra . Ita lia se c o n v ir tió en el m o d e lo de to d a s las dem ás n a c io n e s , los artistas ita lia ­n o s— c o m o an tes lo s fla m en co s— eran in v ita d o s a to d as p a rte s a tra b a ja r co m o m aestro s d e cap illa , so listas y c o m p o s ito re s .

A s í, en e l s ig lo x v n , en las co rtes alem anas estaban e m p le a d o s fu n d a m e n ta lm e n te m ú sicos ita lian o s, o a l m e ­n o s fo rm a d o s se g ú n lo s m é to d o s ita lia n o s , q u e se m os­tra b a n e x tre m a d a m e n te reservad o s, c u a n d o n o h o stiles ,

f re n te al e s tilo fra n cé s; u n a o p o s ic ió n m ay o r es apenas im a g in a b le . L a m ú sica in stru m e n ta l ita lia n a estab a d o ­m in a d a p o r la so n a ta y e l c o n c ie r to , q u e esen cia lm en te

2 5 2

Page 251: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

C O M P O S I T O R E S B A I R R O C O S A U S T R I A C O S

' ! ■co n sta b a n d e am p lios y v ib ra n te s a llegro s v ir tu o so s y de

g ra n d e s a d a g io s c a n ta b le s ,1 en lo s q u e lo s so lista s ten ían

q u e m o stra r su fan tasía crejadora en fo rm a d e a m p u lo sas

o rn a m e n ta cio n e s . A lo s m ú sico s e d u c a d o s en estas fo r ­m as a trev id a s, las b re v e s d an zas fra n cesa s y la fo r m a d e e je c u c ió n e sc ru p u lo sa m e n te d efin id a q u e e x ig ía su in te r ­p re ta c ió n d e b ía n d e re su lta rle s m u y ajenas. A s í, a lgu n o s p r ín c ip e s que, h acia 17 0 0 , p re te n d ie ro n re a d a p ta r sus cap illa s m u sica les a l e stilo fra n c é s to p a ro n co n u n a gran resisten cia : los m ú sico s ita lia n o s se n e g a b a n a to c a r m ú ­sica fra n c e s a y esa n e g a tiv a se d e b ía m e n o s a u n a altiva te r q u e d a d q u e a la im p o s ib ilid a d real d e p o d e r e je cu ta r b ie n lo s dos tip o s d e m ú sica .

F u e r a d e F ra n cia e I ta lia , era e l g u s to p e r s o n a l d el p r ín c ip e en c u e stió n e l qu;e d e c id ía a q u é m ú sica h a b ía q u e d ar p re fe re n c ia . E n la c o r te v ie n e sa d o m in a b a n e v i­d e n te m e n te los ita lia n o s . P o r u n a p a rte , e l e m p e ra d o r se to m a b a las h o s tilid a d e s p o lít ic a s co n F ra n c ia tan a p e ­ch o q u e n i s iq u ie ra q u e ría j jír h a b la r fra n c é s , p o r o tra , la se n s u a lid a d d e la m ú sica ita lia n a c o r re s p o n d ía m e jo r a la m e n ta lid a d a u str ía ca qujs la ra c io n a lid a d d e la m ú sica fran cesa . E sto sign ificó q u e d u ran te m u ch as g e n e ra c io ­nes en V ie n a p rá c t ic a m e n te só lo se p u d ie ro n a b r ir c a ­m in o m ú sico s , ca n ta n te s jy c o m p o s ito re s ita lia n o s . E l a sc e n so de d o s « n a tiv o s» a u s tr ía c o s , S c h m e lz e r y F u x , a los a lto s c a rg o s d e la m ú s ic a im p e r ia l se ha d e c o n s id e ­rar ca s i c o m o u n p e q u e ñ o m ila g r o . L o s m ú sico s d e c o r ­te ita lia n o s q u e ría n , n a tu ra lm e n te , m a n te n e r « su » c a p i­

l la l ib r e d e in flu e n c ia s e x tra n je ra s . L o s c o m p o s ito r e s a u s tr ía c o s , a lem an es, b o h e m io s y fra n c e s e s te n ía n la p o s ib i lid a d d e p o n e r p ie en p e q u e ñ a s c o r te s o e n tr a r al

2.53

Page 252: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

s e r v ic io d e lo s je su ita s . A lg u n o s ta le n to s e x tr a o rd in a ­rio s, c o m o e l c la v e c in is ta [W olfgan g E b n e r, e l v io lin is ta H e in r ic h S c h m e lz e r y el c o m p o s ito r J o h a n n J o se p h F u x , te n ía n p o s ib ilid a d de ser a c e p ta d o s en la c a p illa m u sica l d e la c o r te sólo si el e m p e r a d o r en p e rso n a así lo d esea b a .

E l h e c h o de q u e V ie n á ya en la é p o c a b a rr o c a fu e se u n c e n tro m u sica l d e p rim era c a te g o r ía h a y q u e a g ra d e ­ce rlo an te to d o al d esm esú rad o en tu siasm o p o r la m ú si­ca d e a lg u n o s em p era d o res de la casa d e H a b s b u rg o . E n el caso de L e o p o ld o I, el e m p e ra d o r b a rr o c o au stríaco

p o r e x c e le n cia , ese en tu siasm o a lca n zó lite ra lm e n te e l fan atism o . E ste h o m b re sihgular, q u e o cu p ó el tro n o de e m p e ra d o r casi c in c u e n ta años, n o ten ía en ab so lu to m a ­d e ra d e g o b e rn a n te . C o m o era d é b il y en ferm izo , ten ía ad em ás u n h erm a n o fu e rte , el fu tu r o em p e ra d o r F e rn a n ­d o IV , y era m u y p ia d o so , fu e e d u c a d o p ara c lérigo . L a re p e n tin a m u e rte d e su h erm a n o le o b lig ó a o c u p a r u n p u esto p ara el q u e n o estab a p re p a ra d o en m o d o a lgu n o. A p esar d e e llo , o q u iz á p re c isa m e n te p o r eso, su re in a d o fu e , n o o b stan te las d ificu lta d e s , m u y fe c u n d o y no m e ­n o s e x ito so q u e e l d e su b r illa n te a d v e rsa rio L u is X I V d e F ran cia , q u ie n ta m b ié n rein ó m u c h o tie m p o . L e o p o ld o n o era n a d a b e lic o s o , p ara él te n ía m ás v a lo r u n b u e n c o n c ie rto q u e u n a b a ta lla jganada. Sus g e n e ra le s se q u e ­jab a n d e q u e n o tu v ie r a d in e ro p ara e l e jé rc ito m ien tras gastab a enorm es sum as erí sus re p re se n ta c io n e s d e ó p e ­ra. P u e s to q u e la v id a de la c o r te se d e sa rro lla b a d e m a ­n era m ás o m en o s p ú b lic a , c u a lq u ie r n o b le p ro v in c ia n o in te n ta b a em ular las m an eras y las m o d a s d e los gran d es; así en F ra n c ia y en A le m a n ia h a b ía m u ch a s p e q u e ñ a s

M U S I C A B A R R O C A E U R O P E Ai

2 5 4

Page 253: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

c o r te s en las q u e se im ita b a la fo rm a d e v id a y la a r ­q u ite c tu r a d e l p a la c io y lo s ja rd in e s d e V e rs a lle s . E n A u s tr ia y en B o h em ia ta m b ié n se im ita b a , en tre o tra s c o ­sas, e l cu ltiv o de la m ú sica d e la c o r te im p eria l. In c lu so

a lg u n o s p e q u e ñ o s p r ín c ip e s m a n te n ía n c a p illa s m u s ic a ­les co n em p le a d o s fijos. A b ra h a m á S an ta C la ra e sc rib e en 16 7 9 : «... E l so n id o d e las tro m p eta s y e l e co p o r t o ­d as p a rte s d e m ú sica q u e v ie n e d e lo s n o b le s p a la c io s y co rte s h a c e n sin parar u n a lb o ro to a g ra d a b le ta l q u e uno p e n sa ría q u e e l c ie lo ha de te n e r u n a g u je ro p or el q u e las a legrías caen a fan egadas s o b re la c iu d a d d e V ien a » .

T a m b ié n en las n u m ero sa s ig le s ia s d e V ie n a , en lo s c o n v e n to s y m o n asterio s d e la B a ja A u str ia , q u e d e b ía n ser a lg o así co m o re sid e n cia s b a rro c a s re lig io so -p ro fa n a s de D io s , son ab a cad a d o m in g o u na m ú sica su n tu o sa . Si u n o re v u e lv e en lo s a rch ivo s a u s tr ía c o s y b o h e m io s , e n ­cu en tra ta l ca n tid a d d e p a rtitu ra s , p re c isa m e n te d e l r e i­n a d o d e L e o p o ld o , q u e ap en as es p o s ib le im a g in a r c u á n ­d o se p u d o in te rp re ta r to d a esa m ú sica . E n re a lid a d h a b ía in c lu so m ás c o m p o sic io n e s , p u e s m u ch as se h an p e r d id o co n el p aso de lo s sig lo s . S i se tie n e en c u e n ta q u e el año tien e cin cuen ta y dos do m in go s y q u e en u n a c o r­te m eló m an a se e je cu ta b a m ú sica va ria s v e ce s en u n a s e ­m an a, se p u e d e c a lcu la r la e n o rm e d em a n d a d e m ú sica s ie m p re n u e v a . T o d av ía B u rn ey, e n su Viaje m u sica l d e 1 7 7 2 , re fie re so b re V ien a: « E ste p a ís es en v e r d a d m u y m u sica l [...] E n c ie rta m ed id a , la e sc u e la de m ú sica en e l c o le g io d e jesu itas q u e h a y en cad a c iu d a d c a tó lic o -ro - m a n a e x p lic a p o r sí so la esta a p titu d ; se p u e d e n a d u cir ta m b ié n o tras causas y e n tre éstas h a b ría q u e te n e r en c u e n ta q u e en V ie n a ap en as e x is te u n a ig le s ia o m o n a ste ­

C O M P O S I T O R E S B A R R O C O S A U S T R Í A C O S

2.55

Page 254: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

rio en la q u e n o se o ig a cad a m añ an a u n a m isa co n m ú si­

ca; [...] c a n ta d a p o r can ta n tes y a co m p a ñ a d a ad em ás de p o r e l ó rga n o , a l m en o s p o r tres o c u a tro v io lin e s , v io la y b a jo ; y com o a q u í las ig lesia s e stá n m u y llen as ca d a día, esa m ú sica , a u n q u e n o sea la m ás b e lla , ha de c u ltiv a r en c ie rta m e d id a e l o íd o d e lo s h a b ita n te s» . E n a q u e lla é p o ­ca, c u a lq u ie r m ú s ic o b ie n fo rm a d o e s ta b a adem ás c a p a ­c it a d o p a ra c o m p o n e r u n a m ú sica ir r e p r o c h a b le , a l m e n o s té c n ic a m e n te . T a m p o c o se p o d ía n i se q u e r ía de

n in g u n a m an era co n su m ir in in te rru m p id a m e n te v e r d a ­d eras o b ras m aestras. E stas, co m o e l m aestro d e ca p illa d e la co rte d e S a lz b u rg o G e o r g M u f fa t p ed ía e x p re s a ­

m e n te , te n ía n q u e a ltern arse s ie m p re c o n p ie za s m ás se n c illa s y fá c ile s d e co m p re n d e r, p a ra n o e x ig ir d e m a ­s ia d o a l o y e n te .

E l m ism o L e o p o ld o I n o só lo era u n a p a sio n a d o o y e n ­te d e m ú sica , s in o q u e ta m b ié n c o m p o n ía , y ad em ás no lo h acía m al. E s c r ib ió m isas, o ra to rio s , dan zas, can cio n es a lem an as y m u c h o s in te rm e d io s para las co m p o sic io n e s d e lo s m ú sico s d e su co rte . A m e n u d o le b a sta b a co n in ­v e n ta r m elo d ía s, y d e ja b a la c o m p o s ic ió n y la in s tru m e n ­ta c ió n a c a rg o d e sus m ú sicos B e rth a li o E b n er. A u n q u e las a rca s d e l E sta d o a u str ía co s ie m p re esta b a n v a c ía s , a m e n u d o in c lu s o co n d eu d a s, los m ú sico s ita lian os d e la c a p illa d e la c o r te re c ib ía n u n s u e ld o d e reyes. E n to d o s lo s a sp e c to s e ra n lo s p re c u rso re s d e las estre llas m u sica ­les d e la a c tu a lid a d , co n sus e n o rm e s rem u n era cio n e s. G o t t l ie b E u c h a r iu s R in c k , u n c a p itá n im p e ria l, e sc rib e so b re L e o p o ld o I y su ca p illa m u sica l: « E l E m p e ra d o r era u n g ra n a rtista en la m ú sica [...] si h a y a lg o en el m u n d o q u e al E m p e ra d o r le c a u sa b a a leg ría eso era co n

2 5 6

Page 255: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

J

to d a s e g u r id a d u n a b u e n a m ú sica . E sta a c re c e n ta b a su a leg ría , re d u c ía sus p re o c u p a c io n e s , y se p u e d e d e c ir q u e e n tre tod as las d iv e rs ib n e s n o h a b ía p ara é l h o ra de m a y o r p la c e r q u e la q u e 1 d e p a ra b a u n c o n c ie rto b ie n o rg a n iz a d o . E sto se p o d ía v e r en e s p e c ia l en sus a p o se n ­tos. P u e s co m o a co stu m b ra b a a ca m b iar c u a tro v e ce s al año de re sid e n cia , a saber* del p a la c io a L a x e n b u r g , de allí a la F a v o rita y despuésj a E b e rs b u rg , en ca d a u n a de las h a b ita c io n e s im p eriale^ se e n c o n tra b a u n a lu jo sa es­

p in e ta , co n la q u e e l E m p ejrador p a sa b a en to d o m o m e n ­

to sus h o ras d e o c io . Su cá p illa m u sica l se p u e d e llam ar la m ás p e r fe c ta d e l m u n d o , y esto n o es d e extrañ a r, ya que en to d a o casió n e l E m p e ra d o r m ism o p a sa b a e x a ­m en c u a n d o a lg u ien tenía! q u e in te g ra rs e en e lla , así se ju z g a b a s ó lo p o r m érito s y¡ n o p o r sim p a tía s ... A la v ista de la gran can tid ad d e m úsjicos e x p e rim e n ta d o s se p u e d e v a lo ra r lo caro q u e le re su lta b a al E m p e ra d o r m a n te n e r­la. P u e s m u ch o s e n tre a q u ella g e n te eran b a ro n e s y tenían un s u e ld o q u e les p e rm itía v iv ir segú n su p o s ic ió n [...] C u a n d o e l E m p e ra d o r a sistía a un c o n c ie rto d e esta, su siem p re in co m p a ra b le o rq u e sta , se e n c o n tra b a tan en ­tre te n id o , co n u n a ta l a te n c ió n in fin ita co m o si la e sc u ­ch ase p o r p r im e ra v e z [...] C u a n d o v e n ía u n pasaje que le g u sta b a en p a rticu la r, ce rra b a los o jo s p a ra escu ch a r co n m ás a te n ció n aún. Su o íd o era ta m b ié n tan fin o que, e n tre c in c u e n ta , p o d ía n o ta r q u ié n h a b ía h e c h o u n m al g o lp e d e arco» .

A d e m á s d e la ca p illa m u sica l d e la co rte d e V ie n a , en

los te rr ito rio s d e los H a b s b u r g o h ab ía o tra s o rq u esta s, co m p u e sta s segú n e l g u s to ;p e rso n a l d e l p a tro n o en cu e s­tió n , q u e g o z a b a n de la e sp e c ia l a ten ció n d e l em p erad o r.

C O M P O S I T O R E S B A R R O C O S A U S T R I A C O S

2-57

Page 256: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

L a m ás im p o rta n te en tre éstas p e rte n e c ía a l p r ín c ip e -a r- z o b is p o d e O lm u tz , el c o n d e K a r l L ie c h te n ste in -K a ste l- korn . E s te r ico p r ín c ip e d e la Ig le s ia se h a b ía c o n s tru id o u n a re s id e n c ia d e v e ra n o c o lo sa l en K rem sier. E n e l t e ­rren o d e la m ú sica , sus p re fe re n c ia s se d e ca n ta b a n p o r lo v isto p or e l virtu osism o solista extrem o . A sí, con trató p ara su o rq u e sta a lo s m ejores so lista s d isp o n ib le s , e n tre e llo s m u ch o s m ú sico s austríacos y b o h e m io s . C asi to d o s eran a la v e z co m p o sito re s , y p u e s to q u e esta o rq u e sta se lecta d e v ir tu o so s c o n stitu ía u n r ic o e stim u la n te a rtís tic o , su r­g ió a q u í m ú sica o rq u e s ta l y d e cám ara en a b u n d a n c ia q u e se d ife re n c ia d e to d o l !o q u e en su tie m p o se e sc rib ía en c u a lq u ie r otra p arte d e l m u n d o . In c lu so e l e m p e ra d o r m o stra b a ta n to en tu siasm ó p o r esta o rq u e sta q u e v ia ja b a va ria s v e c e s al añ o a K re m s ie r p a ra a b a n d o n a rse al g o ce d e la m ú sica . T a m b ién los¡ co m p o sito re s d e l e m p e ra d o r e s c r ib ie ro n p a ra la « o rq u e sta d e L ic c h te n s te in » m ú sica p a rtic u la rm e n te a trevid a , p u e s ésta se p o d ía re a liza r allí m ejor. C o m o d ire c to r d e este c o n ju n to sin ig u a l, el a rz o ­b isp o h a b ía co n tra ta d o a l g e n ia l v io lin is ta y c o m p o sito r H e in r ic h B iber. A él d eb e la c a p illa m usical d e O lm ü tz- K re m s ie r sus obras m ás s ig n ifica tiva s, p ero ta m p o c o la e v o lu c ió n d e B ib er, p or o tra p a rte , sería im a g in a b le sin lo s estím u lo s q u e o fre c ía a c u e lla o rq u esta . A s í, B ib e r e s­c rib ió , p o r e jem p lo , u n gran n ú m e ro d e s o lo s d e tro m ­p eta p a ra e l p rim e r tro m p e tis ta P a v e l V e jv a n o v sk i, q u ien m ás ta rd e fu e su su ceso r co m o d ire c to r d e la o rq u esta . Ju n to a é l h a b ía e x c e le n te s tro m b o n is ta s , fa g o tis ta s y flau tistas. L o s in stru m en to s d e cu erd a se h a b ía n e n c a r­g a d o al m e jo r c o n s tru c to r d e in stru m en to s d e la ép o ca, J a co b u s Sta in er, en Absarrij.

Page 257: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

T a m b ién e l a rz o b is p o d e S a lz b u rg o m an ten ía , co m o m u ch o s otro s p r ín c ip e s , u n a b r illa n te c a p illa m u sica l. P e r o estos p r ín c ip e s co n stru ía n ta m b ié n su n tu o so s p a la ­

c io s, en cuyas salas revestid a s de m á rm o l la m ú sica e n ­c o n tra b a no só lo su e q u iv a le n te a rq u ite c tó n ic o sino ta m ­b ié n u n c u e r p o d e re so n a n cia id ea l.

E s e v id e n te q u e la m ú sica ita lia n a n o p o d ía c o n se r­va rse p u ra en V ie n a . A l fin y al c a b o , esta c iu d a d s iem p re h a b ía sid o u n c ris o l de las m ás d iversa s te n d e n cia s e s ti­lís tica s . L as p r in c ip a le s p e rso n a lid a d e s d e cad a u n o d e lo s c e n tro s m u sica les se ib a n e n c o n tra n d o a llí, d u ran te s ig lo s , en lo q u e en c ie rto m o d o era su e lo n e u tro . Se p o ­d ía n escu ch ar m ú sico s flam en co s e ita lia n o s , in g leses y fra n ce se s . G ra c ia s al e stre ch o c o n ta c to co n el m u n d o e s­la v o y m agiar, se a ñ a d ie ro n ta m b ié n in flu e n cia s o r ie n ta ­les. J u n to a la m ú sica ita lian a y fra n c e sa , ta m b ié n se h a ­c ía m ú sica fo lc ló r ic a h ú n ga ra , b o h e m ia y au stríaca , d e ta l m an era que, fin alm en te, cad a e stilo in flu ía y p en etrab a en el otro . Y a en el s ig lo x v n se h ab ía lle g a d o a llí a u n e s ­t ilo a u stríaco m u y c a ra c te r ís tic o en e l cu a l lo s e lem en to s d e to d o s los otro s estilo s se añ ad ían a la fo rm a ita lian a. G ra c ia s a lo s e s tre ch o s la zo s p o lít ic o s c o n Ita lia lle g ó la ó p e ra , la gran n o v e d a d d ra m á tic o -m u sica l d e p rin cip io s d e l s ig lo x v n , a V ie n a , d o n d e e n c o n tró e n se g u id a u n h o ­gar q u e la cu ltiv ó co n en tu siasm o . V ie n a se c o n v ir tió en e l s ig lo x v n en u n o d e lo s ce n tro s m ás fastu o so s d e la ó p e ra ita lian a. P rá c tic a m e n te to d o s lo s co m p o sito re s de ó p e ra im p o rta n te s tra b a ja ro n allí en a q u e lla é p o ca . E n sus ó p e ra s , sin e m b a r g o , se p o d ía o ír ta m b ié n m u ch a m ú sica in stru m e n ta l pura: ju n to a lo s n ú m e ro s d e b a ile co m p u e sto s p o r lo s p ro p io s c o m p o s ito re s d e b a lle t, h a­

C O M P O S I T O R E S B A R R O C O S A U S T R Í A C O S

2-59

Page 258: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

b ía ad em ás in te r lu d io s in stru m e n ta le s, y co n fre c u e n c ia se in te rc a la b a n tam b ién co n cie rto s in stru m en ta les. L o s

n ú m e ro s d e b a ile se a ju stab a n en su m a y o ría a lo s m o d e ­lo s fra n c e se s , a u n q u e m u ch as d an zas em p lea n u n fo n d o m e ló d ic o a u tó c to n o , c o m o ya se d e s p re n d e de a lgu n o s t ítu lo s c o m o «Steyerm arker H o rn » , « G a votta tedesca», «styriaca», «B ohm ischer D udelsack», en tre otros. L o s in ­

te r lu d io s in stru m en ta les, sin em b a rgo , lo s escrib ían los

m ism os co m p o sito res ita lian os. Se d esig n a b a n co m o « so ­n a ta » , y en e l c a so d e lo s co m p o sito res m ás viejos a c o s ­tu m b ra b a n a se r a c in c o v o c e s . S u fo rm a d e riv a d ir e c ta ­

m e n te d e la an tigu a canzon da sonar ita lian a. L a o p o sic ió n , en o tra s p artes in c o n c ilia b le , e n tre am bas ten d en cias se fu n d ió en A u s tr ia en u n a n u eva y fasc in a n te u n id ad g ra ­cias a co m p o sito res gen iales co m o G e o r g M u ffat, F u x , S c h m e lze r y B iber.

g e o r g m u f f a t n o s in te re sa h o y en e sp e cia l p o rq u e en lo s p refa c io s de sus o b ras se p ro n u n ció co n to d o detalle a c e rc a d e to d as las c u e stio n e s im a g in a b le s re la c io n a d a s co n e l e stilo y la in te rp re ta c ió n . A d e m á s , la tra y e c to r ia in h a b itu a l d e su v id a h iz o d e él u n e x p e rto y te stig o de p r im e r a clase d e los d iverso s estilo s . E stu d ió en P arís c o n L u lly , en tró d e sp u é s en la co rte d e V ie n a , d o n d e fu e

a p o y a d o p o r L e o p o ld o I, y se fu e a S a lz b u rg o com o c o m ­p o s it o r d e la c o rte d e l a rzo b isp o . E l se lla m a b a a sí m is­m o e l p r im e r « lu llis ta » d e A le m a n ia . E l a rzo b isp o d e S a lz b u r g o lo e n v ió , d e to d o s m o d o s, a Ita lia p ara q u e s i­g u ie r a p e r fe c c io n á n d o s e . A ll í e s c r ib ió con certi grossi a la m a n e ra de C o re lli , lo s cu a les p r e s e n tó en e l p re fa c io con las b e lla s p alab ras: « ... pues m e h e a p lic a d o a m o d erar los

h o n d o s a fe c to s ita lia n o s co n la d iv e rs ió n y la d u lzu ra

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

Page 259: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

fra n ce sa d e ta l m o d o que' a q u é l n o d e sta q u e p o r d e m a ­

siad o o s c u ro , n i é s te porj d e m a sia d o lib re . T a l cosa es, c o n ra zó n , em b lem a delj e le v a d o e sp ír itu v ir tu o s o d e V u e stra A lte z a [...] E s te in g e n io so cru ce se m e o c u rr ió p o r p r im e ra v e z h a ce m u c h o tie m p o en R om a, cu a n d o a p re n d í en e l c la v e la m ah era e x tra n je ra co n e l Sr. B e r ­n a r d o P a sq u in i, c é le b re en to d o e l m u n d o , y d o n d e e s­

cu ch é , co n gran p la c e r y a d m ira c ió n , a lg u n o s d e lo s b e ­l lo s c o n c ie rto s , y c o n g ran n ú m e ro d e in stru m e n tista s,

d e l p r im o ro so Sr. A rch an jgelo C o re lli» .E n la d e d ic a to r ia d e l F lo rileg iu m p rim um escrib e:

« A l ig u a l q u e la v a r ie d a d d e p la n ta s y flores es e l m ayo r a tra ctiv o d e u n jard ín , y l i e x c e le n c ia de los g ra n d e s h é ­roes p a re c e fo rm a rse d e m u ch a s v ir tu d e s , d e b u e n a su e r­te q u e se co m p e n e tra n , aéí, o b s e rv a d q u e p a ra s e rv ir h u ­

m ild e m e n te a V u e stra A lte z a c o n e l d e b id o r e s p e to sería c o n v e n ie n te n o u n a únice m an era , sino u n a re u n id a en ­tre lo m e jo r d e d iferen teá n a c io n e s . D e V u e stra A lte z a , co n ju ic io m ás p e r fe c to pjDr v u e stra larg a e x p e r ie n c ia en las c o rte s y n e g o c io s , n o h e d e te m e r p u es n in g ú n ataq u e in so le n te p ro p io d e e sp ír itu s m a lic io so s o d é b ile s , co n el cu al, p u e s to q u e e m p e cé ¡el a rte en F ran cia co n lo s m ás e x p e rim e n ta d o s m aestroá y m e in c lin é a d ic h a n a c ió n m ás d e lo ju sto , m e u ltra jan y, en esto s tie m p o s d e gu erra con F r a n c ia , m e ju z g a n in d ig n o d e l o íd o a le m á n [...]¡ D io s m e lib re d e las arm ás d e la gu erra y de sus c a u s a s ! Son las n o tas, las páginas^ los so n id o s d u lces d e la m ú si­ca lo s q u e o c u p a n m i q u eh a cer, y ya q u e m e zc lo e l estilo fra n cé s con e l d e los a len jan es e ita lia n o s, n o in c ito a la

g u e rra , sino q u e m ás b ie n quizás a la d esea d a arm onía en tre los p u e b lo s y p r e lu d io la q u erid a p a z...»

C O M P O S I T O R E S B A R R O C O S A U S T R I A C O S

2 6 1

Page 260: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

M u ffa t fu e , p u e s , e l plrim ero e n u n ifica r a c o n c ie n c ia lo s d os estilo s riva les, y lo h izo p recisa m e n te b a jo u n sim ­b o lism o c o n c ilia d o r e u ro p e o . E ste e sp ír itu c o n c ilia d o r se h a d e e n te n d e r d e s d e la p e r s p e c tiv a de la a m a rga e n em istad p o lít ic a e n tr e L u is X I V y L e o p o ld o I, u n a en em istad q u e h a b r ía p o d id o lle g a r ta m b ié n a c o n v e rtir ­se en « e n e m ista d c u ltu ra l» e n tre dos p u e b lo s tan d ife ­ren tes.

M u ffa t c o n o c ía las d ificu lta d e s d e lo s v io lin ista s e x ­tran jero s c o n e l g o lp e d e arco fra n c é s , cu a n d o les p id e q u e « n o lo te n g a n en malla c o n s id e ra c ió n , a u n cu a n d o no estén a co stu m b ra d o s a esa n u eva m an era» . M u ffa t está en tu sia sm a d o co n e l m o d o de to c a r d e lo s fran ceses: «Es u n a fo rm a de to ca r lo s b a lle ts en lo s v io lin e s segú n la m a ­n e ra d e l fa m o so J o h an n B a p tis t L u l l i [...] q u e es d if íc il im a g in ar algo m ás d u lce ó más b e llo .»

E n e l F lo rileg iu m , u n a c o le c c ió n d e suites d e dan zas co n títu lo s p ro g ra m á tic o s , e l e s tilo fra n cé s d o m in a n o to ­riam en te , si b ie n en la s 'o b e rtu r a s , en a lgun as d anzas, ad a gio s y a lle g ro s so b resa len lo s e le m e n to s ita lian o s. U n d o m in io c la ro d e l e s tilo fra n cés fre n te a l ita lian o , in c lu ­so u n a fu s ió n in ten sa y d e lib e ra d a d e am bas te n d en cia

las e n co n tra m o s en sus C on certi grossi, co m p u e sto s en Ita lia . L o s C o n ce rti grossi de M u ffa t se ap o yan en c ierto m o d o en los d e C o re lli , ¿ e r o co n tie n e n m o vim ien to s de la su ite fra n c e sa , e la b o ra d o s en o ca s io n e s co n e x u b e r a n ­c ia ita lian a . L a o rn a m e n ta ció n e stá p r e s c r ita m in u c io ­sam e n te , in c lu s o lo s g o lp e s d e a rc o . P r e fe r ía lo s o b o e s fra n ceses, re c ié n in v e n ta d o s e n to n ce s, co m o in stru m e n ­to solista, «si a lg u ie n sab e to ca rlo s» , p a ra lo q u e p e rm ite las m ás in c re íb le s a d a p tacio n e s y tra n sp o sic io n e s .

262

Page 261: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

Tras la a cc ió n p io n e ra d e M u ffa t, to d o s lo s c o m p o s i­to re s au stríaco s e sc rib ie ro n sonatas y su ites ta n to en es­t i lo ita lia n o co m o fra n cé s . A d ife re n c ia d e sus co legas ita lia n o s o fra n ceses, c u lt iv a ro n am b os estilo s. Sin em ­b a rg o , a d o p ta ro n ante to d o la fo rm a , m ien tras q u e en la te m á tic a d e jaro n a p a re c e r a m e n u d o e le m e n to s a lem a­n es, h ú n garo s y b o h e m io s . L a d is p o s ic ió n m u sica l n a tu ­

ral d e lo s v ien eses, d e lo s a u stríaco s en g en eral, p erm itió h a lla r p o c o a p o c o , g ra c ia s a este re e n c u e n tro co n to d o

e l m u n d o m u sica l, u n estilo q u e in c lu ía en sí m ism o to ­das las fo rm as. E l p o te n te fo lc lo r e d e A u s tr ia , H u n g ría y B o h e m ia d esem p eñ ó ahí, d e sd e e l p r in c ip io , u n p a p el d e c is iv o , en p a rticu la r c u a n d o m aestros a u tó cto n o s com o S c h m e lze r y F u x se h ic ie ro n c a rg o p o r p rim e ra v e z d e la d ire c c ió n d e la ca p illa m u sica l d e la c o rte . A p a rtir d e e n ­to n ce s se p u e d e d e c ir q u e se c o m p o n ía u n a m ú sica in e ­q u ív o c a m e n te v ie n e sa y au stríaca .

j o h a n n j o s e p h f u x tra jo n u e v o s so n id o s d e aire p o ­p u la r a lo s resg u a rd a d o s d o m in io s d e la c a p illa m u sica l im p eria l. L a b io g ra fía y la tra y e c to r ia m u sica l d e este h ijo d e ca m p e sin o e s tir io s ig u e n s ie n d o h asta h o y u n ta n to m isterio sas. C o n tre in ta añ o s m ás o m en o s ap arece co m o m ú sico co n u n a fo rm a ció n c o m p le ta en V ien a , d o n ­de tra b a ja so b re to d o co m o o rg a n ista . E n casa d e un n o ­b le v ie n é s lo e scu ch ó el e m p e ra d o r, q u ie n lo n o m b ró en

1698 c o m p o sito r d e la co rte . (E l t ítu lo fu e cre a d o e x p re ­sam en te para él.) M ás ta rd e in g re só en la c a p illa m u sical, d o n d e en 1715 fu e n o m b ra d o m a e stro d e ca p illa de la c o r­te im p e ria l p o r C a r lo s V I . H o y e n d ía , lo s m érito s com o c o m p o s ito r d e F u x n o son v a lo r a d o s y a p re c ia d o s c o ­m o m erecería . E sto se d e b e p r o b a b le m e n te a q u e e scri­

C O M P O S I T O R E S B A R R O C O S A U S T R Í A C O S

2 6 3

Page 262: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

b ió su G radus ad Parnassum , e l c é le b r e tra ta d o d e l c o n ­tr a p u n to (co n e l cu a l lo s c lá s ic o s v ié h e se s, e n tr e e llo s B e e th o v e n , a d q u ir ie ro n sus c o n o c im ie n to s té c n ic o s ) , y p o r q u e cu e sta a ce p ta r q u e u n te ó r ic o sea u n m ú sico a u ­té n tico .. A u n m ú s ic o q u e se p u e d e e x p re s a r s o b re la m ú ­sica se le ta c h a e n se g u id a , ta m b ié n h o y en d ía , d e te ó r ic o « d u ro » ; se q u ie re v e r a l a rtis ta ro d e a d o d e u n a a u re o la m á g ica , e l in te le c to n o en ca ja co n esa im agen . F u x m is ­m o se v e ía d é o tra m an era: « ... p u e s en cu a n to a lc a n c é el m ás m ín im o u so de m i rá zó n m e se n tí re a lm e n te in fla ­m ad o d e d e se o y m e la n cé co n to d o s m is sen tid o s y m is p e n s a m ie n to s a la m ú sica , y a ú n h o y a rd o en d eseo de p re n d e r la ; h asta m e sien to c o n tra m i v o lu n ta d co m o a rre ­b a t a d o , la m ú s ic a s u e n a en m is o íd o s d ía y n o c h e d e tal m an era q u e n o m e cab e d u d a a lgu n a d e la v e rd a d d e m i v o ­

c a c ió n ín tim a ...» .L a fam a co m o co m p o sito r d e la q u e g o zó F u x du ran te

su v id a es sin d u d a b ien fu n d ad a . D o m in ab a to d o s los es­tilo s d e su ép o ca: d e los ita lian os h ab ía a p ren d id o e l estilo in stru m en ta l y el estilo dram ático d e la ópera y a través de M u ffa t co n o c ió el estilo fran cés d e L u lly y sus sucesores. A d e m á s co n servó siem pre u n a p re d ile cc ió n p o r el fo lc lo re a u tó c to n o au stríaco , hasta el p u n to d e q u e en sus m o v i­m ien to s de danza se p u ed en escu ch ar a m en u d o landler es- tirio s u o tra s danzas p o p u lares. F u x m an ejaba co n so b e ra ­n ía este am p lio abanico; su m ú sica instrum en tal p osee la

m a y o r n a tu ra lid ad y v ita lid ad , su m ú sica relig iosa, escrita en co n tra p u n to estricto , reb o sa d e ex ce ls itu d , sus óperas son obras m ajestuosas b arro cas en estilo ita liano.

L a o b ra in stru m e n ta l m ás im p o rta n te de F u x es su C o n ce n tu s m úsico in strum en ta lis, d e 17 0 1 , q u e d e d ic ó al

2 6 4

Page 263: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

C O M P O S I T O R E S B A R R O C O S A U S T R Í A C O S

. ' ih ijo d e L e o p o ld o , J o sé I. E n esta c o le c c ió n d e suites e s ­tá n rep re se n ta d a s to d a s lajs fo rm as d e la m ú sica in s tru ­m e n ta l d e la é p o c a . E l p e g o fu n d a m e n ta l re ca e c ie r t a ­m e n te , co m o en to d a s las c o m p o sic io n e s d e t ip o su ite , en las fo rm a s d e d a n za fra n ce sa s, p e ro éstas son va riad as, p o r u n a p arte , co n m o d ificac io n e s austríacas típ icas y, p o r o tra , h a y in te rca la d o s ta m b ié n m o v im ie n to s in stru m e n ­

ta les p u ra m e n te ita lia n o s . |h e i n r i c h s c h m e l z e r ¡ es u n o d e lo s m ú sico s m ás in ­

teresantes y o rig in a les d e su| tiem p o. C re c ió en cam p am en­tos m ilitares, pues su p adre era oficial. M u y p ro b ab lem en te recib ió allí, jun to a sus p rim eras im p resio n es m usicales, u n a en señ an za regu la r d e iviolín. L o s so ld ad o s p o la co s, h ú n ga ro s, croatas y b o h e m io s del ejército au stríaco tenían a sus m úsicos co n sigo y ent|re ellos segu ro que había m ag ­n ífico s virtu osos de la m ú sica popular. S ch m elzer m an tuvo d u ran te to d a su v id a u n c o n ta c to estrech o con la m úsica p o p u lar, la m ayoría d e sus o b ras refle jan sus im p resion es ju v e n ile s eñ e l cam p am en to . A n te s d e cu m p lir lo s ve in te años su técnica v io lin ís tic a 1 d eb ió d e ser ya tan e x ce len te q u e fu e ad m itid o en la ca p illa m u sica l de la co rte im perial. P ro n to lla m ó la a ten ció n djel em p erad o r p o r sus sin gu la­res ta len tos. T u vo q u e e scrib ir los n ú m ero s d e dan za de casi to d as las óp eras. L e o p o ld o lo a p reciab a ta n to que, en 1 6 7 9 , lo co n virtió en el p rim e r m aestro d e cap illa d e la co rte no ita lian o. A lg u n a s d e sus o b ras se h allan en el ar­ch iv o d e K rem sier. E stas prjesentan unas ex ig e n cia s té c n i­cas y m usica les tan extrem as q u e S ch m e lze r d e b ió de e s­crib irlas exp resam ente p ara lo s virtu osos d e aqu ella capilla. E n lo form al, to d as esas scjmatas en u n so lo m o vim ien to co rre sp o n d e n al estilo ita lia n o . L as d iversas p artes, e scri­

Page 264: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

tas en com p ases d iferen tes, n o están separadas p or pausas sino q u e se en cad en an sin in te rru p ció n . E n o casio n es la fo rm a se re d o n d e a m ed iañ te re e x p o sic io n es.

h e i n r i c h i g n a z b i b e r n a ció en 1 644 en W arten berg , B o h em ia. S o b re su fo rm a ció n m u sica l n o se co n o ce p r á c ­ticam en te n ad a. Se su p ó n e q u e tan to en c o m p o sic ió n co m o en v io lín fu e d isc íp u lo d e S ch m elzer. Su e stilo , su tra tam ien to d e la té cn ica d e l v io lín son im p en sab les sin u n c o n o c im ie n to p re c iso d e la e sc ritu ra d e S ch m elzer. T a m b ié n la in d is c u t ib le p r e d ile c c ió n d e B ib e r p o r f o r ­m as y e le m e n to s d e la m ú sica p o p u la r p a re c e p r o c e d e r d e S c h m e lze r . E n c u a lq u ie r c a s o , e x is t ió u n c o n ta c to e s tre c h o e n tr e am b o s m ú sico s : S c h m e lz e r ib a a m e n u ­

d o a K r e m s ie r c o n e l e m p e r a d o r y c o m p u so m u ch a s o b ra s p a ra lo s so lista s d e a llí; p r o b a b le m e n te to c ó él m ism o sus so n a ta s en scordatura p a ra d o s v io lin e s co n B ib e r . A d e m á s , B ib e r e s tu v o ta m b ié n va rias v e ce s en V ie n a y, a l ig u a l q u e S c h m e lze r , fu e e n n o b le c id o p o r L e o p o ld o I. I

B ib e r tra m itó , p a ra ,la o rq u e sta d e l a rzo b isp a d o , la co m p ra d e u n co n ju n to d e in stru m e n to s d e cu erd a c o m ­p le to de J a c o b u s Stainer¿ c u y o s in stru m en to s p re fir ió a to d o s lo s d em ás. A s í ten e m o s tam b ién in fo rm a ció n so ­b re la c o n c e p c ió n s o n o ra d e B ib e r. N o está claro p o r q u é a b an d o n ó K re m s ie r— coñ e l c o m p le to d e sa cu e rd o d e su p rín cip e — p ara asentarse fen S a lzb u rg o . E n cu a lq u ier caso h a lló ta m b ié n a llí u n a capjilla m u sica l d e c a lid a d e x tr a o r ­d in aria y, lo q u e q u iz á p esó aú n m ás, e n co n tró en G e o r g M u ffa t u n c o m p o s ito r in te r e s a n te y e s tim u la n te co m o m aestro d e cap illa . E l m ism o o c u p ó e l p u e sto de vicem a es­tro d e cap illa .

M Ú S I C A b a |r r o c a e u r o p e a

2 66

Page 265: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

E n casi todas las co m p o sicio n e s de B ib e r se aprecia la

p a rtic ip a c ió n d el v io lín , d el v irtu o so instrum ental. E n la m ay o ría d e las obras a p arecen solos d e v io lín , d e m ayor o

m en or exten sió n , que el co m p o sito r d e b ió de e scrib ir a m e d id a para sí m ism o. P e ro tam b ién en obras vo ca les o p ieza s para instrum entos de v ie n to se d istin g u e en to d o m o m en to la m an o d e l m ú sico v irtu o so en e l d o m in io de

to d as las finezas instrum entales, así co m o en el in fa lib le sen tid o para el efecto . B iber, sin em b a rgo , no ced ió nu nca al p e lig ro em in ente q u e am enaza a to d o s los co m p o sito res v irtu o so s de sacrificarlo tod o, in c lu id a la ex p resió n m u si­cal, al e fe cto de cara a l p ú b lico . A p e n a s e x iste u n a o b ra suya, re lig io sa o p ro fa n a , q u e no aú n e la m ás p ro fu n d a sustan cia m usical co n u n a escritu ra b rilla n te y eficaz.

E n su Tiersonate (Sonata de an im ales) se im ita n los s o n id o s d e l ruiseñ or, el cu co , la ran a, la g a llin a , el g a llo , la co d o rn iz y el gato, y cu rio sam en te tam bién una «m archa d e m o sq u e te ro s» , to d o e llo in te g ra d o en u n a so n ata p ara v io lín p rim a ve ra l re b o sa n te d e v ita lid a d . P e se a to d a la b ro m a y la c o m ic id a d d e esta o b ra , a B ib e r le p a re c ió d e l to d o a d ecu a d o d ed ica r esta so n a ta «a la m ayo r h o n ra d e D io s , la V irg e n M a ría y S a n ta C e c ilia » . A l p a re ce r , en la ép o ca b a rro c a era p o s ib le im ag in ar, in c lu s o en u n a co rte a rz o b isp a l, e l m ás a llá c o m o a lg o d iv e r tid o y terren al.

R e su m ie n d o se p o d ría d e c ir q u e en V ie n a el g u sto ita ­lia n o era q u izás o fic ia lm e n te d o m in a n te , p e ro q u e gracias a la u n ió n e n tre los m od os d e e sc ritu ra fra n cé s e ita lia n o y la m u sica lid ad n atu ra l de lo s au stríaco s su rg ió u n estilo n u e v o y p ro p io .

C O M P O S I T O R E S B A R R O C O S A U S T R Í A C O S

2 6 7

Page 266: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

T e le m a n n . L o s g u s to s r e u n id o s

E n e l n o r te d e A le m a n ia fu e s o b re to d o G e o r g P h ilip p T e le m a n n q u ie n l le v ó a c a b o u n a fu s ió n en tre e l g u sto ita lia n o y e l fra n c é s . H o y , en u n a é p o c a m arcad a p o r el h is to r ic is m o , se m u estra m u y p o c a co m p re n sió n h a c ia el a rtis ta en tan to q u e h o m b re p r á c t ic o q u e h a de sa tis fa ce r la in m en sa d em a n d a d e sus co n te m p o rá n e o s en arte p a ra e l u so co tid ia n o . E n se g u id a se recu rre a la p a la b ra « prolí- fico», e n se n tid o p e y o ra tiv o , co n la q u e a la lig e ra y c ó ­

m o d a m e n te se d e sp re c ia la a b u n d a n te c re a c ió n d e a lg ú n q u e o tr o artista b a rro c o . E s e v id e n te q u e esos m iles de o b ra s n o p u e d e n ser todas u n a o b ra d e arte, p ero ta m p o ­c o fu e r o n c o n c e b id a s c o m o ta les, s in o q u e fu e r o n e s c r i­tas c o n un d e te rm in a d o o b je tiv o p a ra e l cu a l b a sta b a n d e

so b ra s . N o se p u e d e h a c e r ju s tic ia a u n c o m p o s ito r co m o T e le m a n n si se le c o lo c a fre n te a su g ra n c o e tá n e o B a c h y se in v o c a el « e rro r d e ju ic io » h is tó r ic o d e los c o n te m p o ­rán eo s: e l fr ív o lo e m b o rro n a d o r d e p a p e le s , fam o sísim o ; e l g ra n can to r, c o m p le ta m e n te in c o m p ré n d id o . B a c h era p a ra lo s e n te n d id o s , n a tu ra lm en te , el m ayo r co m p o sito r v iv o , p e ro es n o rm a l q u e sus o b ra s n o en co n tra ra n una g ra n d ifu s ió n p u e s él m ism o d io m u y p o c a s a im p rim ir. A d e m á s , c o m o c a n to r en L e ip z ig , e s c rib ió p r in c ip a l­m e n te m ú sica p ara el o fic io d iv in o d o m in ic a l, q u e n o p u ­b lic ó . T e lem a n n , p o r e l co n tra rio , te n ía u n a p e rso n a li­d a d su m a m e n te d in á m ica . A l l í d o n d e ib a d a b a a la v id a m u s ica l d e l lu g a r u n im p u lso d e c is iv o , o rga n iza b a series d e c o n c ie r to s y se p re o c u p a b a co n d ilig e n c ia d e la im ­p r e s ió n y d ifu s ió n d e sus o b ras. A lo s d o ce años e sc rib ió su p r im e ra ó p e ra , to c a b a la flau ta d e p ic o , el v io lín y el

268

Page 267: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

c la ve , a p e sa r d e q u e ca s i tojdos sus c o n o c im ie n to s y h a ­b ilid a d e s m u sica les lo s a d q u ir ió d e fo rm a a u to d id a cta . N u n c a re c ib ió u n a enseñ an zp m u sica l só lid a . E n su é p o ca d e e s tu d ia n te en L e ip z ig fujndó u n C o lle g iu m m u sicu m d e a lta c a lid a d co n e l q u e B ^ ch años m ás ta rd e in te r p r e ­

ta r ía m u ch o s d e sus c o n c ie rto s in stru m e n ta le s. D iv e rsa s o c u p a c io n e s , c o m o m aestrtj) d e c a p illa en las c o r te s de S o rau y E ise n a c h , c o m o d ir e c to r m u sica l en F r a n c fo r t y

fin a lm e n te en H a m b u rg o , le p e rm itie ro n fa m ilia r iza rse co n lo s m ás d iverso s e s tilo s ¡m usicales. A s í, en S o ra u e s­c r ib ió n u m e ro sa s o b e rtu ra s fra n ce sa s y en S ile s ia c o n o ­ció la m ú sica p o p u la r p o la c á , d e la q u e h izo r e p e tid o u so

en sus ob ras. ' jL a n a tu ra le z a m u n d a n a d e T e lem a n n , su in a u d ito e s­

p ír itu e m p re n d e d o r y su e jn in e n te ta le n to te n ía n q u e a p o rta r le é x ito en el m undcj en tero . E n 173 9 v ia jó a P a ­rís d o n d e tr iu n fó an te lo s m ás fa m o so s v ir tu o so s in s tr u ­m e n ta le s y a n te e l p ú b lic o . S u e stilo era im ita d o p o r n u ­m e ro so s co m p o sito re s a lem an es y fra n ce se s . T e le m a n n se e s fo rz a b a p o r o fre c e r s ie ih p re algo n u e v o en sus c o m ­p o s ic io n e s , n u n ca se o b s t in é en u n e stilo d a d o , s in o q u e se c o lo c ó s iem p re en la v a n g u a rd ia d e la e v o lu c ió n esti­lís tica . In c lu s o a lo s o c h e n ta añ os a v e rg o n z a b a a lo s jó ­ven es c o n o b ra s d e lo m ás m o d e rn o e n e l estilo d e la e s ­cu e la d e V ien a-M an n h eim . T elem an n se e n co n tra b a co m o

en casa en to d o s lo s estilos, d o m in a b a las e scritu ra s fra n ­cesa e ita lia n a , considerad as! en to n ces co m o ra d ic a lm e n ­te o p u e sta s , co n so b e ra n ía , 1;anto en su fo rm a p u ra co m o en to d as las g ra d a c io n e s p o s ib le s q u e o fre c ía su fu s ió n . T en ía u n a m an ifiesta p r e d ile c c ió n e sp e cia l p o r s o n o r id a ­

des y co m b in a c io n e s so n oras p o c o h a b itu a le s y co m p u so

IT E L E M A N N

2 6 9

Page 268: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E Aii

p a ra to d o tip o d e in stru n ien to s. T o d o c o n ju n to m u sica l, p o r m u y e x tra v a g a n te q iie sea su fo rm a ció n , en cu en tra litera tu ra en T e lem a n n . ¡

L a in s tr u m e n ta c ió n , 'el ju e g o co n c ie r to s tim b re s y p o s ib ilid a d e s té cn ica s , la creación d e n u evas son o rid ad es m ed ian te la m ezcla d e in stru m en to s v a ria d o s, era hasta b ie n e n tra d a la é p o c a b a rr o c a u n a su n to q u e co n cern ía p r in c ip a lm e n te a lo s in té rp re te s. A ú n en e l s ig lo x v i i se e n cu e n tra m uy a m e n u d o en im p reso s m u sica les la in d i­cac ió n « para can tar y to c a r en to d o t ip o de in stru m en ­tos». E s ev id en te q u e n o se p o d ía n tom ar arb itrariam en te in stru m e n to s c u a lq u ie ra y co m b in a rlo s , e x istía n ciertas reg la s n o escritas s o b re q u é in stru m e n to s se a d ecu a b a n y cu áles no, p e ro en g e n e ra l la re a liz a c ió n so n o ra de una p ie z a m u sica l n o se fija b a h asta el m o m e n to de su in te r­p re ta c ió n y só lo para esa in te rp re ta c ió n . E n o tro lu gar p o d ía son ar la m ism a p ie za d e m an era co m p leta m en te d ife re n te y las m ás variad as in te rp re ta c io n e s estaban en co n so n a n cia co n la c o n c e p c ió n d e l co m p o sito r . L a p a rti­tu ra d e u n a o b ra era u n a fo rm a ab stracta d e la q u e quizá se in fiere la su sta n cia m u sica l, p e ro n o la re a liza c ió n so ­

n o ra e fe ctiv a . E l m a e strq de ca p illa q u e in te rp re ta b a la o b ra ten ía q u e « a rre g la rla » en cad a caso segú n sus p o s i­b ilid a d e s , es d ecir, te n ía q u e d e c id ir q u é es lo q u e se h a ­b ía d e ca n ta r y q u é es lo qlue se h a b ía d e to ca r, d ó n d e h a ­b ía q u e añ ad ir o rn am en t lib e r ta d se fu e lim ita n d o p o s ito re s c o m e n za ro n a

os y m u ch as o tras cosas. E sta p o co a p o c o cu a n d o los com -

e x ig ir c o m b in a c io n e s sonoras m u y d eterm in ad as. H ast^ b ie n e n tra d o e l s ig lo x v m se co n se rvó , sin e m b a rg o , ú n resto d e la a n tig u a lib e rta d q u e se p u ed e v e r en in d ic a cio n e s in stru m en ta les com o

2 7 0

Page 269: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

T E L E M A N N

« vio lín o flau ta , o b o e o v io lín , fa g o t o v io lo n c e lo , c la ve o p ia n o fo rte » .

L o s tres g ra n d e s c o m p a ñ e ro s d e g e n e ra c ió n , B a ch , H á n d e l y T e lem a n n , fu e ro n lo s p r im e ro s en b u s c a r y e n ­co n tra r e l id io m a d e l n u evo le n g u a je m u sica l q u e c o n d u ­ciría d e l B a rro c o a l c lasicism o . E ra n d e l to d o co n scien tes d e lo n o v e d o s o de sus e sfu e rzo s y lo s d iscu tía n ; el in terés de H á n d e l se d eca n ta b a m en os p o r la in stru m e n ta c ió n q u e p o r la m e lo d ía , cu yas reg la s in v e s t ig a b a ju n to co n T elem an n ; B a c h y T elem an n lle g a r o n m ás le jo s en su b ú s ­q ued a d e m e d io s d e e x p re s ió n s o n o ro s s ie m p re n u evo s. D ie ro n fo rm a real a los su eñ o s so n o ro s m ás a tre v id o s— lo q u e a sus p re d e c e so re s q u izá les resu ltó a q u í y a llá im p ro v isa n d o b a jo c o n d ic io n e s p a rtic u la rm e n te fa v o ra ­b les— y lo s fijaro n d e u n a v e z p o r to d a s y p ara la p o s te r i­d ad . Su g am a d e so n o rid a d e s a lc a n z ó u n a riq u eza q u e só lo d o sc ie n to s años más ta rd e , a u n q u e d e m an era m u y d ife re n te , se v o lv e r ía a a lcanzar. T e le m a n n e n c o n tró p ara sus en sa yo s y co m p a racio n e s u n a s c o n d ic io n e s ideales^ su carrera co m o m aestro d e c a p illa y co m p o sito r lo lle v ó a los p a íses más va riad o s de E u r o p a , d o n d e tu v o o casió n de escu ch ar, adem ás de a los v ir tu o s o s m ás fam o so s, a los m ejores in té rp re te s d e la m ú sica p o p u la r . S o b re sí m is­m o e scrib e : « ... q u e h e te n id o la s u e r te d e c o n o c e r a m u ­

ch os de lo s m ás fam o so s m ú sico s d e d ive rsa s n a cio n es T cu ya d e stre z a h a sem b ra d o en m í p ara siem p re un p r u r i­to de re a liza r m is co m p o sic io n e s c o n la m ay o r p ru d e n c ia p o s ib le ...» . T o d o s esos e stím u lo s e stá n d esa rro lla d o s en

sus o b ras, y co m o él m ism o to c a b a d e s d e su in fan cia u n a serie d e in stru m e n to s de c u e rd a y d e v ie n to p o d ía a d a p ­tar m u y b ie n sus co m p o sic io n e s a las p o s ib ilid a d e s té c ­

2 7 1

Page 270: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

n ica s d e ca d a u n o d e e llo s . L o s v ir tu o so s ve ía n sus h a b i­

lid a d e s p u e sta s d e re lie v e y to c a b a n co n m u c h o g u s to sus o b ras.

P a r a T e lem a n n la in stru m e n ta c ió n s iem p re c o n s titu ­y ó u n a p a rte e se n cia l d e la c o m p o s ic ió n , ta m b ié n a q u í ib a m u y p o r d e la n te d e la m a y o ría d e sus co m p a ñ e ro s de g e n e r a c ió n en cu yas o b ra s los in stru m e n to s eran in te r­

c a m b ia b le s sin m ás. Y a en sus añ o s jó v e n e s se d e c la ró , p o r la té c n ic a de. e je c u c ió n y s o b re to d o p o r la p recisa c a ra c te r iz a c ió n , a fa v o r d e u n a escritu ra q u e sacara p a r ­

t id o ó p t im o d e la s s in g u la r id a d e s so n o ra s y té c n ic a s d e cad a in stru m e n to :«... co n o c í las d iversas n atu ralezas de los d ife re n te s in stru m en to s, los cuales n o m e a b stu ve d e p r o ­b a r y o m ism o co n la m a y o r a p lic a c ió n p o s ib le . C u á n n e ­ce sa r io y ú til resu lta p o d e r d ife re n c ia r cad a t ip o en sus

a s p e c to s esen ciales, d e ta le s co sa s m e d o y c u e n ta h asta e l d ía d e h o y y d ig o q u e n a d ie p u e d e h acer sus in v e n cio n e s a leg re y fe liz sin sab erlas. T a m b ié n es in d isp e n sa b le p ara la c o m p o s ic ió n c o n o c e r c o n e x a c titu d lo s in stru m en to s.

P u es si no h ay q u e p r o n u n c ia r la sen ten cia:

E l violín com o si un órgano fuera,L a flauta y el oboe a trompetas suenan;L a viola de gamba como el bajo se arrastra,Sólo que aquí y allá un trino destaca.N o, no, no basta hacer las notas sonar Y que las reglas sepas bien mostrar.Dale a cada instrumento lo que le vaya bien A sí se divierte el músico, y disfrutas tú también».

M u c h a s d e las o b ras d e T e lem a n n son im p e n sa b le s , con r e s p e c to a la in s tru m e n ta c ió n , co n u n a p la n tilla d ife r e n ­

2 7 2

Page 271: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

T E L E M A N N

te a la e x ig id a p o r e l p ro p io ! c o m p o sito r . A s í , p o r e je m ­p lo , en u n C oncerto a 6. Flau\e a bec e t Fagotto concertato a la fla u ta de p ic o , u n in stru m e n to m il v e c e s p r o b a d o ,o p o n e co m o in te r lo c u to r e. fa g o t, q u e h a s ta e n to n c e ssó lo se h a b ía e m p le a d o , sa lvo m u y raras e x c e p c io n e s , c o m o .p u ro in stru m e n to d e l ja jo en la o rq u e sta ; y tra ta a este in stru m e n to co n ta l d o m in io q u e h a c e d e él u n a p a ­

reja a l m ism o n iv e l q u e la flauta.U n C on certo a 4 V io lin i senza Basso, o sea, p ara c u a ­

tro in stru m e n to s m eló d ico s,! es u n a c o n tin u a c ió n c o n s e ­cu en te d e la lite ra tu ra so lista para in stru m e n to s su elto s sin b a jo , en to n ce s m u y ap reciad a ; T e le m a n n m ism o e s ­c r ib ió n u m ero sas so n atas y s nites d e este tip o p ara u n o o m ás v io lin e s o flautas. L o s cu atro v io lin e s re c ib e n un tr a ­ta m ien to id én tico , se h a d e crear la im p re s ió n de u n a co m ­p e tic ió n en la q u e u n o in te n ta su p e ra r a l o tro , m ien tras q u e la fu n c ió n d e la m e lo d ía y d e l b a jo v a sa lta n d o d e u n in stru m e n to a o tro . T e lem a iin a p ro v e c h a el a p a re n te in ­co n v e n ie n te d e ten er u n cu arteto co n c u a tro in stru m e n ­

to s d e ig u a l tes itu ra p ara re a liz a r ju eg o s tím b ric o s a rm ó ­n ic a m e n te m u y a tre v id o s . 1

P ara o fre c e r 'o tro e je m p lo m ás d e la m an e ra de c o m ­p o n e r de T elem an n y d e su tra tam ien to d e lo s in stru m e n ­to s, m e g u staría m e n cio n a r 1¿ O uverture e n fa m enor para d o s trom p as y o rq u e s ta d e p ie rd a : ta m b ié n a q u í h a lla ­m os u n a m ix tu ra d e las m ás \[ariadas tra d ic io n e s , p e ro de u n a m an era m u y d ife re n te . L a d is p o s ic ió n fo rm a l d e u n a ouverture (suite) fran cés^ se m e zc la a q u í c o n e l p r in ­c ip io c o n c e r ta n te d e u n concerto ita lia n o . J u sto en la é p o c a d e T elem an n se d e s c u b r ió la tro m p a p ara la g ra n m ú sica , h asta en to n ce s re le g á d a e x c lu siv a m e n te a la caza.

L7f3

Page 272: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

E s in te re sa n te o b se rv a r q u e los p rim e ro s v irtu o so s d e la tro m p a , m ú sico s v ia jero s, jque p o r cierto ap arecían s ie m ­p r e en p a re ja , e ran en g en e ra l ca za d o re s b o h e m io s y q u e en estas p rim e ra s obras p ara tro m p a s los m o tiv o s d e caza están s iem p re en p rim e r p la n o . L as dos trom pas se em ­p leab an s ie m p re ju n tas, co m o si se tra tase de u n so lo in s ­tru m en to , e l d iá lo g o se e s ta b le c e , p u e s, en tre e llas y la o rq u e sta d e cu e rd a . L o s m o vim ie n to s len to s de la su ite se ap artan d e l m a rco h a b itu a l d e la m ú sica p ara tro m p a s d e la ép oca: T e lem a n n a p ro v e ch ó a q u í, q u izá p o r p r im e ­ra v e z en la h isto r ia d e la n iú sica , la p a rtic u la r a p titu d d el son id o d e la tro m p a para m e lo d ía s lír ico -ro m á n tica s . C u a lq u ie r o tro c o m p o sito r h a b r ía e m p le a d o las tro m p a s só lo en lo s m o v im ie n to s rá p id o s y las h ab ría h e c h o d e s ­can sar en lo s m o vim ien to s le n to s , p e ro es e v id e n te q u e T elem an n q u ería d em o strar p re c isa m e n te el canta bile de tro m p a , c o lo c a n d o tres m o vim ie n to s len to s entre los fre sco s m o v im ie n to s de cáza.

T a m b ié n re su lta in te re sa n te la p la n tilla d e l v ie n to en a lg u n a s d e las o b e rtu ra s <<de D a rm s ta d t» de T e lem a n n . C o m o es h a b itu a l se e m p le a n d o s o b o e s o b lig a d o s q u e v a n a c o ro co n lo s p r im e ra s v io lin e s o p o r se p ara d o co n lo s p rim ero s y segu n d o s v io lin e s , co n lo q u e se co n sig u e u n r e fu e r z o y u n a c o lo r a c ió n a m o d o d e r e g is tra c ió n ;

o ca s io n a lm e n te ap arecen tirios, p e q u e ñ o s solos d é lo s dos o b o e s co n e l b a jo . E l fago tjn o r e c ib e en n in gú n m o m en to u n a v o z p ro p ia , sino q u e S im p lem en te v a co n los v io lo n ­ce lo s y co n tra b ajo s; en lod so lo s d e ob o e, se p o d ía dejar q u e el b a jo sonara tam b ién a solo, co sa q u e n o se d es­p re n d e d e las p artes in stru in en ta les s in o q u e era d e c id id o a d h o c p o r el e jecu ta n te . Al veces, sin em b argo , T elem an n

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E Aj

2.74

Page 273: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

T E L E M A N N

re q u ie re u n cu a rteto d e v ie n to co m p leto : tres o b o e s y fa ­got. C o n esta fo rm a ció n se sigu e co n se rv a n d o , c la ro está,

la fu n c ió n d e registro (el te rc e r o b o e to c a e n to n c e s la p a r­te d e la v io la , s ie m p re y c u a n d o se m an ten g a en su te s itu ­ra), p e r o a d em ás, e s te r e p a r to o fre c e la p o s ib i l id a d de u n a a lte rn a n c ia al m ism o n iv e l co n la c u e rd a ; e l c o r o de v ie n to s es d e esta m an era a c u a tro vo ces, ig u a l q u e la o r ­q u esta d e cu erd a. E sta p o s ib ilid a d c o n d u c e a u n a e s c r i­tu ra p articu la r: e l d iá lo g o a h o ra n o só lo t ie n e lu g a r d e n ­tro d e u n a so n o rid a d h o m o g é n e a m e d ia n te a ltern a n cia de m o tiv o s y figuras, s in o en tre g ru p o s so n o ro s fu n d a ­m en ta lm en te d iferen tes. T e n ie n d o en c u e n ta las c o n c e p ­c io n e s d e la é p o ca p o r lo q u e se re fie re a p o lic o ra lid a d , a cú stica d e las salas y o rg a n iza c ió n so n o ra , esto im p lic a a to d a co sta u n a d isp o sic ió n sep ara d a d e v ien to s y cu erd as,

in c lu so co n vario s in stru m en to s p a ra e l co n tin u o .C o n r e s p e c to a las p o s ib i lid a d e s p a ra re a liz a r e ste

t ip o d e o b ra s , M u ffa t , u n o s v e in te o tr e in ta a ñ o s an tes, h a c e in teresan tes p ro p u e sta s y o b s e rv a c io n e s . E n gran p a rte , deja la d is tr ib u c ió n d e las p a rte s a los in té rp re te s , d e s c r ib e la e je cu c ió n c o n u n a p la n tilla r e d u c id a (o m i­t ie n d o las p artes in term ed ias) y la e je c u c ió n (e sp e c ia l­m en te p re fe rid a ) co n la m ay o r p la n tilla in s tru m e n ta l p o ­s ib le . « P e ro si tien es u n m ay o r n ú m e ro d e m ú sico s a tu d is p o s ic ió n , en to n ces p u e d e s re fo rz a r d e l g ran co ro no só lo e l p r im e r v io lín y o tro s , sino, a d isc re c ió n , tam b ién las dos v io la s d el m ed io y el b a jo , y ta m b ién a d o rn a r éste co n a co m p a ñ a m ien to d e l c la v ic é m b a lo , t io rb a s , arpas e in stru m e n to s sem ejantes; el coro p e q u e ñ o , en cam b io [...] q u e es lo q u e se e n tie n d e a to d a s h o ra s b a jo la p a la ­b ra c o n c e rtin o , lo h an de to c a r se n c illa m e n te tres d e tus

2.75

Page 274: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E Ú R O P E A

m e jo re s v io lin is ta s co n a co m p a ñ a m ie n to d e u n o r g a n is ­ta o u n t io r b is ta ...» T a m b ié n e s c r ib e M u ffa t q u e esto s do s « co ro s» se p u e d e n d is tr ib u ir p o r se p a ra d o en la sala; d e h e c h o , u n in stru m e n to p r o p io p a ra e l co n tin u o (ó rg a ­n o o tio rb a ) s ó lo tie n e s e n tid o si h a y u n a se p a ra c ió n e s ­p a c ia l. ,

E n a lgu n as su ite s d e T e lem a n n , lo s v ie n to s se o p o n e n a las cu e rd a s d e m an era id io m á tic a y co n ce rta n te ; p e ro

n o se tra ta só lo d e l d iá lo g o e n tr e d o s g ru p o s so n o ro s d e ig u a l ra n g o (q u e en p a rte ta m b ié n t ie n e lu g a r a q u í), s in o ad em ás d e ú n ju e g o c o n c e rta n te a s o lo en e l q u e lo s v ie n ­to s, d e sd e e l p r in c ip io , se p o n e n d e re lie v e en c a lid a d de s o lis ta m e d ia n te fig u ra s id io m á tic a s p ro p ia s . E sto n o era en a b s o lu to c o rr ie n te en t ie m p o s d e T e lem an n , u n a p a r ­te d e o b o e d e a q u ella é p o c a rara v e z se d iferen cia b a de u n a p a rte d e cu erd a . R esu lta cara cterístico , - d estacan d o lo in fre c u e n te y singular, e l p r in c ip io d e la Su ite de Darms- tadt en d o m ayor, en el q u e la cu erd a calla p o r co m p leto . S e g u ro q u e d e b ía d e cau sar u n a gran so rp resa cu a n d o , en lu g a r del esp e ra d o tutti, co m en zab a ú n icam en te el g ru p o so lista . (M o za rt d e scrib e un e fe cto sem ejante cin cu en ta años m ás ta rd e con ocasión de u n a in terp retació n d e su S in fo n ía París. )

D e s p u é s d e to d o , e l re su lta d o de la « gu erra cu ltu ra l» (en tre el estilo ita lia n o y e l fra n cés) fu e un e n r iq u e c i­m ien to : su rg ió e l lla m a d o « verm ischter G eschm ack» (« los g u sto s re u n id o s» ), q u e se c o n v ir tió en c a ra cte rís ti­c o de la m úsica alem an a d e l s ig lo x v m . L o s gran d es co m ­p o s ito re s a lem an es e scrib ía n su ites fra n cesa s, son atas y c o n c ie rto s ita lia n o s , p ero u tiliza b a n siem p re elem en to s

d e l g é n e ro « en em ig o » ; en esta m ezcla estilís tica actu ab a

2 7 6

Page 275: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

Lcom o cata liza d o r, y n o en ú ltim o lu gar, la tra d ic ió n au­tó c to n a . A l fin y al Cabo h a b ía , p o r e jem p lo en el terren o e sp e c ia l d e la m ú sica para; ó rgan o , u n a e v o lu c ió n a lem a ­na p ro p ia . U n a serie in in te rru m p id a d e m a e stro s y d is c í­p u lo s l le v a d esd e e l n eerla n d é s S w e e lin c k (156 2-16 20 ), p a sa n d o p o r H . S ch e id e n ía n n (1596-1663) y j . A . R ein- ck e n (16 2 3 -172 2 ), h a sta J. S. B a c h . L o s in g u lar d e este e s ­tilo o rg a ñ ís tic o alem án es ¡la p r e d ile c c ió n , d e r iv a d a d e la

an tigu a p o lifo n ía flam en ca , p o r u n a p o lifo n ía co m p le ja q u e c o n d u c ir ía a la c o n fig u ra c ió n fo rm a l d e la fu ga.

M Ú S I C A I N S T R U M E N T A L B A R R O C A EN I N G L A T E R R A

M ú s ic a in s t r u m e n ta l b a rro ca

en In g la te r r a

M ú s ic a b a rro c a , u n a b a n d o n a rse al g o ce fe s tiv o d e s o n o ­rid a d e s y v irtu o so s a co rd e s a rp e g ia d o s, te a tra l, b r illa n te , p le n a d e e fe cto : to d o s e s jo s a tr ib u to s , en e fe c to , están a so cia d o s co n razó n a la id e a a ctu a l d e esa m ú sica , a u n ­q u e en re a lid a d n o le hacpn ju stic ia . N o es de e x tra ñ a r q u e b a jo m ú sica b a rro ca sé e n tie n d a so b re to d o la m ú si­ca ita lia n a d e esa é p o c a y q u iz á ta m b ién la fra n ce sa , p u es estas d o s n a c io n e s im p u lsa ro n las te n d e n c ia s estilísticas m ás sign ificativas d e esa m úsica. T am b ién la m ú sica b a ­rro ca alem an a y austríaca, n o m enos im p o rta n te , se p u e d e clasificar d en tro de esos es :ilos, pues si se tom a cada ob ra p o r s e p a r a d o , se r e v e la s ie m p re d e m a n e ra c la r a c o m o

p e r te n e c ie n te a u n g r u p o ju o tro . P r o b a b le m e n te n o se p e n sa rá en la m ú sica b a rro c a in glesa , p u es ésta, p ese a los recien tes in ten to s d e rescatarla , se h a m an ten id o siem p re en se g u n d o plano.

í2 ■ 7 7

Page 276: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A]i

N u estra é p o c a am a elj efecto , la p resen ta ció n a lo g ra n ­d e , co n lo q u e ya se p u e d e e n te n d e r e l re n a c im ie n to a p a re n te d e la m ú sica b a rro c a en la a ctu a lid a d . P e ro en este re n a c im ie n to n o ericaja la m ú sica b a rro c a inglesa; é s ta tie n e su fu n d a m e n to en va lo re s c o m p le ta m e n te d i­fe re n te s , n o o fre c e n i e l estim u la n te m o v im ie n to n i la b r illa n te z sonora d e la m úsica b a rro c a h a b itu a l. G ra c ia s a su s itu a c ió n in su lar, lo s in g leses p u d ie ro n aislarse en g ra n m e d id a d e las m o flas e u ro p e a s , d e s a rro lla ro n su p r o p io m od o d e p r o d u c ir y co n su m ir e l arte , las in flu e n ­cias re c íp ro c a s fu e r o n i la t iv a m e n t e escasas.

E n la é p o c a b a rro c a ,;e n la q u e en to d o era d e cis iv o el e fe c to e x te rio r, lo s in g leses p o n ía n e l a ce n to más b ie n en e l co n te n id o , en la p ro fu n d id a d de la e x p re s ió n . L a m ú ­s ica b a rro c a in g le sa n o es p re c isa m e n te u n a m ú sica c o n ­ce rta n te d e v ir tu o so s q u e se p ro d ig a n a n te u n p ú b lic o entusiasta, sino u n a m ú sica d e lo m ás refin ad a y p ro fu n d a p a ra u n re d u c id o c irc u ló d e in ic ia d o s . N o es q u e en I n ­g la te rra h u b ie ra m en o s en tu siastas d e la m ú sica q u e en I ta lia o F ran cia , q u iz á h ab ía in c lu so m ás, p e ro no n e c e s i­ta b a n e l e s tím u lo d e l escen ario p ú b lic o p ara escu ch ar m ú sica . L a v id a m u sica l se d e sa rro lla b a p rin cip a lm e n te en n u m ero so s c írcu lo s p e q u e ñ o s d e v e rd a d e ro s e n te n d i­d o s. L o s in g leses se a fe rra ro n m ien tras fu e p o sib le a los in stru m en to s d e la fa m ilia d e la v io la d e gam b a, co n sus so n o rid a d e s su a ves y d u lces; al p a re c e r les resu ltab a m u ­c h o m ás im p o rta n te la su tile za y la c a lid a d d e l son id o q u e la p o te n c ia . D e se a b a n , en e fe c to , u n a e scu ch a a cti­va, p o n er e l o íd o co n aten ció n . A sí, la m ayor p a rte d e la m ú sica in g lesa d e l s ig lo x v i i es m ú sica d e cám ara. En c ie rto m o d o se p u e d e co m p a rar la v id a m u sica l inglesa

2 7 8

Page 277: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

de esta é p o c a co n la a u stríaca a fin ales d el s ig lo x v m . S i

b ien e n ésta e x istía una a c t iv id a d c o n ce rtís tica «a gran escala», a lg u n o s de los a co n te c im ie n to s m usicales m ás sign ifica tivo s ten ían lu g ar en la m ú sica d e cám ara, so b re to d o en e l te rre n o d el c u a rte to d e c u e rd a . T a m b ién aq u í fa lta b a e l gran p ú b lic o , esa m ú sica se c u ltiv a b a en n u m e ­rosos c írc u lo s p riv a d o s, en los q u e la ex p re s ió n m u sica l se v a lo ra b a m u y por encim a d e l e fe c to . N o es p u es d e e x ­trañ ar q u e ta n to aqu í co m o a llí lo s co m p o sito re s crea ra n p re c isa m e n te sus m ayores o b ra s m aestras en la m ú sica de cám ara. E sta es tam b ién la ra zó n p o r la cu a l la m ú sica in glesa g o za d e escasa p o p u la r id a d , p u es, a l ig u a l q u e la m ú sica d e cám ara d e l c la s ic ism o , se h alla al m arg en d e l

e fe c to y, c o m o ésta, se deja d e la d o en la é p o c a a ctu a l.J O H N C O O P E R (1575-1626) y W I L L I A M L A W E S (1602-

1645) son d os d e los c o m p o sito re s m ás ca ra c te rís tic o s e im p o rta n tes d e l gran sig lo d e la m ú sica in glesa . R esu lta sign ifica tivo de ese cu lto in ju stific a d o p o r to d o lo e x tra n ­jero y ajeno, p ro b a b le m e n te en to d as las ép o cas y en to d o s lo s lugares, el h e c h o de que Joh n C o o p e r, después d e h ab er a cu m u lad o e x p e rie n cia s d u ran te a lg u n o s años en Ita lia , se h ic ie ra llam ar en In g la te rra G io v a n n i C o p e r a r io a fin de pasar por, ita lia n o y gan ar en re p u ta c ió n . E sta a c titu d p ro d u c e u n a im p resió n aú n m ás g ro te sc a si se co m p aran las o b ras d e C o o p e r co n las q u e e s c r ib ía n lo s ita lia n o s a l m ism o tie m p o , si se o b se rv a co n q u é in d e p e n d e n c ia ad a p tab a él las in flu en cias ita lia n a s a las fo rm a s in glesas puras, d e sd e e l p u n to d e v is ta d e la d e n sid a d m u s ica l, y tam b ién q u é su p erfic ia les resu lta n los p rim ero s in ten to s ita lia n o s d e sonatas en tr ío en c o m p a ra c ió n con las obras co n tem p o rá n ea s de C o o p e r en e l m ism o g én ero . P u e d e

M Ú S I C A I N S T R U M E N T A L B A R R O C A EN I N G L A T E R R A

2 7 9

Page 278: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

re su lta r in te re sa n te o b s e rv a r aún e n o tro s e jem p lo s e l f e ­n ó m e n o d e la asim ila ció n o d e la in d e p e n d e n c ia d e los e s tilo s n a c io n a le s . A p r in c ip io s d e l s ig lo x v n se tra sla d a ­

ro n a In g la te rra a lg u n o s co m p o sito re s ita lia n o s (por e jem p lo F e rra b o sco , L u p o ) p ara p ro b a r allí su erte-, en m uy p o c o tiem p o acab aron escrib ien d o m ú sica inglesa pura , se h a b ía n c o n v e rtid o m u sica lm e n te en in g leses. E n cam b io C o o p e r se h ab ía tra íd o a casa d esd e Ita lia ú n icam en te un n o m b re italiano.

E l d is c íp u lo m ás im p o rta n te d e C o o p e r f u e W illia m L a w e s , u n o d e los m ayo res co m p o sito re s d e l s ig lo x v n . C a r lo s I a m a b a su m ú sica y lo te n ía p e rso n a lm e n te en m u c h a estim a . P a ra e ste re y escrib ió la m a y o r p a rte de sus n u m e ro sa s ob ras. C u a n d o cayó en la b a ta lla d e C h ester, m u c h o s p o e ta s y co m p o sito re s e sc rib ie ro n la m en ti p o r

su m u e rte ; era r e c o n o c id o p o r to d o s co m o e l m ás g ra n ­de. U n a in c re íb le r iq u e z a d e id eas, u n le n g u a je m u sica l m o d e r n o hasta en to n ces n u n ca o íd o y u n a co n m o v e d o ra p r o fu n d id a d de e x p re s ió n son las ca ra cte rís tica s m ás re ­le va n te s d e su m ú sica .

h e n r y p u r c e l l (1658-1695) es e l ú ltim o d e u n a serie d e co m p o sito re s im p o rta n te s q u e en carn an la g ran ép o ca d e la m ú sica in g lesa . S u o b ra p a rece in d ic a r q u e é l m is­m o c o m p a rtía esta idea. A s í, u n a d e sus p rim eras obras c o n o c id a s es u n c ic lo d e fan tasías para v io la s d e gam b a, d e tres a siete, en las que, en tre otros, se c itan tem as d e D o w la n d . T a m b ién las fo rm a s de estas fan tasía s son m uy tra d ic io n a le s , p o d ría n h a b e r sid o escrita s se te n ta años an tes; a l m ism o tie m p o , sin em bargo , son d e u n a m o d e r­n id a d e m o cio n a n te . N o c a b e d u d a d e q u e e sta b a n co n ­c e b id a s c o m o c o n c lu s ió n d e u n a gran é p o c a , p e ro a la

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

Page 279: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M U S I C A I N S T R U M E N T A L B A R R O C A E N I N G L A T E R R Ai

v e z q u ie re n m ira r a l fu tu ro . P u r c e l l las e s c r ib ió a lo s v e in tid ó s a ñ o s e n e l p la z o d e u n o s p o c o s m eses y son su ú n ica o b r a p a ra esta f o r j a c i ó n in stru m en ta l. E n ellas, las p o s ib ilid a d e s técn ica ? y so n oras d e la v io la d e g a m b a so n e x p lo ta d a s h a sta su p ítim a co n se cu e n cia .

Tod as las co m p o sicio n e s p o ste rio re s de P u rc e ll se han d e e n te n d e r a p a r t ir d e estas p r im e r a s o b ras: p o r u n a p a rte , a d o p ta u n a y o tra v 2Z las fo rm as d e dan za m odern as o los e fecto s p lá stico s , o in clu so fo rm as de las ob erturas francesas p ara , de m an esa in co n fu n d ib le , anglizarlos, es d e c ir p ara sensibilizarlos,ly , p o r otra p arte, recu rre a la a n ­tig u a fan tasía in g le sa con^sus d e sa rro llo s a rm ó n ico s g ra n ­diosos y d e am p lio alcanqe.

Si b ie n la é p o c a d o rad a d e la m ú sica in g lesa a cab a c o n P u rc e ll, h ay q u e c ¿ n s id e ra r a g e o r g f r i e d r i c h

h á n d e l co m o e l ú ltim o c o m p o s ito r b a rr o c o in g lés, p u es viv ió la m ayor p a rte d e sus exp erien cias m usicales en In g la ­terra. E s c u r io so observa^ h asta q u é p u n to tam b ién en él e l e sp e cífico c lim a m u sica l inglés co n fig u ró el e stilo co m p o sitiv o . L as o b ras ;d e H á n d e l son , en e fe c to , u n a co n tin u a c ió n de la cre a c ió n de P u rc e ll, sin e l cu a l serían

in im a g in a b les , y ta m p o c o p o d r ía n h ab e r sid o escritas en o tro lu g a r d e l m u n d o . N b e x iste n in g ú n o tro c o m p o s ito r b a rro c o co n u n m e lo d is m o m ás fá c il d e re te n e r q u e H á n ­d e l, lo q u e sin d u d a se re m ite a la in flu e n c ia d e P u r c e ll .

E v id e n te m e n te , lo dich 'o al p r in c ip io so b re la m ú sica b a rr o c a in g le s a n o a fe c ta y a a H á n d e l, in c lu s o e l m ism o P u r c e ll se h a b ía se rv id q y a en a lgu n as d e sus o b ras d e g ran d es g e sto s b a rro c o s .

Page 280: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A!

C o n c e r to g rosso y tr io so'nata en H a n d e l\l

G e o r g F r ie d ric h H á n d e l fu e el p r im e r g ran h o m b re de m u n d o en tre lo s c o m p o sito re s d e su é p o c a . D e s d e lo s in ic io s d e su c a rre ra m u sica l d is fru tó s ie m p re d e l é x ito , fu e ra co m o c o m p o s ito r o c o m o fa s c in a n te v ir tu o so d e l ó rg a n o y de la im p ro v is a c ió n . E s c r ib ía sus o b ras s ie m ­p re p a ra u n a o c a s ió n c o n cre ta , p a ra u n d eterm in a d o lu ­gar, p ara u n p ú b lic o q u é c o n o c ía b ie n . S u fo rm id a b le é x ito se b a sa b a en b u en a p arte en e l h ech o de q u e r e d a c ­ta b a su m en saje m u sica l en u n « le n g u aje » q u e e l p ú b lic o en cu e stió n co m p ren d ía , es d e c ir q u e, co m o u n b u e n o ra ­dor, fo rm u la b a sus id e a s jsegún e l n iv e l d e lo s o y e n te s . A s í, sus obras resu lta n de la c o rre s p o n d e n c ia en tre el c o m p o sito r y el o y e n te , p u es H á n d e l era a b so lu tam en te c o n sc ie n te d el d eb er m oral d e l artista: a lca n za r al o y e n ­te de ta l m an era q u e m ed ian te la e sc u c h a d e su m ú sica se co n v ierta en otra persona^ en u n a p e rso n a m ejor.

H á n d e l h a b ía e s tu d ia d o a fo n d o tod as las ten d en cias estilís tica s m u sica les d e su tie m p o . A los d ie c io ch o años ya era v io lin is ta , c la v e c im sta y c o m p o s ito r en la Ó p e ra d e H a m b u rg o ; co n ve in titré s v ia jó a Ita lia , e l cen tro in ­d is c u tib le d e la v id a m usilcal b a rro c a , d o n d e fu e a p arar a l c ír c u lo d el ca rd e n a l O tfo b o n i, e l g ra n m ecen as d e las artes. A l l í trab ajó co n lo s C o m p o sito res ita lia n o s m ás im ­p o rta n te s (C o re lli, S carlatti) y e stu d ió su escritu ra . A s í se f u e c o n v irtie n d o en uri h o m b re a co m o d a d iz o , en un v e rd a d e ro m ú sico p r á c tic o que sa b ía to c a r lo q u e él m is­m o co m p o n ía . Su fo rm a ció n , su h a b ilid a d p ara las le n ­gu as y su g u sto en to d as los te rre n o s d e l a rte (más tard e, en In g laterra , re u n ir ía u na im p o rta n te c o le c c ió n d e p in ­

Page 281: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

H Á N D E L

turas) a g u d iza ro n su ta le n to n a tu ra l p a ra to c a r con p r e ­

c isió n e l p u n to sen sib le d e l p ú b lic o . Y a d esd e su é p o ca en H a m b u r g o co n ta b a H á n d e l e n tre las ce le b rid a d e s de la m ú sica in tern acio n al. Tras su e sta n cia en Ita lia (entre i 7 o 6 y i 7 i o ) y sus éx ito s allí, en las cortes alem anas se p e ­leab an litera lm en te p o r atraer a la n u e v a estrella, y H á n ­d e l c o n o c ía y sacó p a rtid o d e la c o tiz a c ió n d e su valor. F u e u n o d e los p o co s co m p o sito re s p re c lá sico s q u e lle g a ­ron lejos en su v id a so cia l y e c o n ó m ic a . Su co la b o ra c ió n con ed ito res asegu ró a sus obras u n a am p lia d ifu s ió n y a él unas rentas seguras. A sí, n o es de ex tra ñ a r que gran p a rte de las o b ras de H á n d e l se e n c u e n tr e en d iversas e d ic io n e s im p resas en su é p o c a , a lg u n a s en versio n es e in stru m en tacio n es d iferen tes.

H á n d e l es tam bién el c o m p o sito r que, antes que B ach, fu e d e s c u b ie r to en el s ig lo x i x p a ra el lla m a d o gran m u n ­do d e co n c ie rto s, d o n d e tra d ic io n a lm e n te o cu p a ría un lu g a r m ás im p o rta n te que a q u él. A s í, p a rtie n d o de In g la ­terra, se fu e d e sa rro lla n d o a lgo así co m o un estilo H á n ­del. U n a o je a d a lig e ra a las p a rtitu ra s basta p ara m ostrar las d ife re n c ia s c o n sid e ra b le s e n tre lo s g ra n d es o rato rio s d e lo s d os m ú sico s c o n te m p o rá n e o s. L a m ú sica de B ach da la im p resió n -de estar m u ch o m ás e lab o ra d a , sobre to d o sus v o c e s m edias p a rtic ip a n co n m ás in te n sid a d y a u to n o m ía en e l d e sa rro llo m u s ic a l q u e las voces m edias d e H á n d e l, q u e m ás q u e n a d a se p u e d e n c o n s id e ra r co m o v o c e s d e relleno; p o r o tra p a rte , en H á n d e l e n c o n ­tram o s arcos m e ló d ico s m ás e x te n s o s en las v o c e s su p e ­rio res. E n g en eral, en B a c h to d a s las v o c e s están tra b a ja ­das co n m ás d etalle, to d o s lo s a d o rn o s escrito s, no h a y lu g a r p a ra la im p ro v isa c ió n ; en H á n d e l, p o r e l co n trario ,

2 8 3

Page 282: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

e l g ra n a rc o siem p re es su p e rio r al d eta lle , éste a m en u d o

só lo es in s in u a d o , a lg u n as cosas se dejan a lo s in té r p r e ­tes, p o r su p u e sto tam b ién la o rn a m en ta ció n en cad en cias y dacapos. L a p re d o m in a c ió n d e lo m e ló d ic o en H á n d e l

fr e n te a lo e la b o r a d o d e las vo c e s en B ach n o s d a q u izá la c la v e p a ra u n a in te rp re ta c ió n ra z o n a b le d e sus m ú s i­

cas.D e s d e q u e las o b ra s d e H á n d e l se v o lv ie ro n a in te r ­

p re ta r , y e s to fu e so rp re n d e n te m e n te p o c o d e sp u é s de su m u e rte , se fu e v is lu m b ra n d o p o c o a p o c o la p o s ib i li­d a d de a ce n tu a r lo m o n u m en tal. P re c isa m e n te la m a n e ­ra d e c o m p o n e r recién d e sc r ita , p re sta n d o m ás a te n c ió n

al p la n o , p u e d e in c ita r a u n a in te rp re ta c ió n s o n o ra m e n ­te fa s tu o sa . E n la m e d id a en q u e ta les in te rp re ta c io n e s r e p r e s e n ta n d e m an era m u y im p r e s io n a n te lo q u e en las g e n e ra c io n e s p o sterio res se c a lific a r ía d e « b a rro co » y q u izá ta m b ié n la a p arie n cia im p o n e n te d e l h o m b re de m u n d o q u e se a so cia b a co n H á n d e l, este estilo H á n d e l fu e g e n e ra lm e n te r e c o n o c id o y a ce p ta d o co m o a d e c u a ­do; y a p esar d e q u e esta fa lsa in te rp re ta c ió n d e la a sp i­r a c ió n b a rr o c a a la fa stu o sid a d y ta m b ié n e l h e c h o d e que p re c is a m e n te las o b ras cap ita les d e H án d el n o c o rre s ­p o n d e n en a b so lu to a la é p o c a d e l b a rro c o p ro p ia m e n te d ic h a d e b e ría n dar q u e pensar, e ste e s tilo H á n d e l es, co n to d o , d e s d e e l p u n to de v is ta p u ra m e n te m u sica l, en c ie r to m o d o p la u s ib le y c o n v in ce n te . L a m o n u m en ta li- d ad s o n o ra co n se g u id a a través d e la fo rm a d e in te r p r e ­ta c ió n d e l s ig lo p a sa d o se tra s la d ó sin m ás a la su sta n c ia m u sica l m ism a, se a largaro n lo s te m p i y se p u so d e r e lie ­v e la e s c r itu ra a có rd ic a am p lia , hasta el p u n to d e que s u rg ió u n e s tilo m o n u m en ta l a rm ó n ica m en te p rim itiv o

2 8 4

Page 283: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

H ^ N D EL

q u e p e rm itía al o yen te a co m o d a rse y d isfru ta rlo re la ja ­d am en te . E ste e s tilo in te rp re ta tiv o se c o n v ir tió p ro n to en la q u in ta e se n c ia d e la m ú sica b arro ca: m asas son oras g ig a n te sca s q u e , en se cu e n cia s a rm ó n ica s m u y s im p le s y p o m p o sa s , p r o d u c e n u na e sp e c ie d e a m b ie n te fe s tiv o in ­

fan til. |L a fa c tu ra re la tiv a m e n te sen cilla , e l p re d o m in io de

lo m e ló d ic o , la fu n c ió n d e a co m p a ñ a m ie n to d e las p artes in te r io re s , to d o e l lo a p u n ta ya a l c la s ic ism o . E sto s e le ­m en to s ten ían se g u ra m e n te un fu n d a m e n to so cia l, fu era e l c o m p o s ito r c o n sc ie n te d e e llo o n o . E n la h isto ria de la m ú sica se p u e d e o b s e rv a r re p e tid a m e n te c ó m o la m ú sica q u e c u e n ta co n u n determ jtnado c írc u lo d e o y e n te s c u lt i­v a d o es e so té rica , c o m p lic a d a y re fin a d a m e n te « e la b o ­rad a» e n sus v o c e s , p o r a^í d e c ir lo está escrita p ara in i­c ia d o s, en un c ó d ig o se c re to q u e re q u ie re u n a fo rm a ció n p re v ia ; m ien tras q u e la m ítsica q u e q u ie re g u sta r a l « p u e ­b lo » es a n te to d o m e ló d ic a , p sea, a u n a v o z co n a co m ­p a ñ a m ie n to , m ú sica pard los « sen tim ien to s» . L a v id a m u sica l en In g la te rra en tjiem pos d e H á n d e l era su sta n ­c ia lm e n te m ás l ib e r a l q u e 'en e l c o n tin e n te , e l p ú b lic o de

las ó p e ra s y o ra to rio s era 1 p u e b lo .C u a n d o se in te n ta n a p lic a r de fo rm a ra z o n a b le a las

o b ras d e H á n d e l lo s p r in c ip io s c o n o c id o s d e la p ra x is in ­te rp re ta tiv a d e la é p o c a en cu a n to a a rtic u la c ió n , p la n t i­lla in stru m en ta l, tém pi, d in ám ica y o rn a m e n ta ció n , sale a la lu z d e p ro n to u n a mújsica d e lica d a , e lá stica . P r e c is a ­m e n te así a d q u ie r e s e n tijio e l p r e d o m in io d e lo m e ló ­d ic o , se su s titu y e e l p a th p s in s íp id o p o r u n a e x p re s ió n c la ra , fá c ilm e n te in te lig ib le . L a m ú s ic a se a p ro x im a en e fecto , co m o p o r sí m ism a] a lp re c la s ic ism o , in c lu so a M o-

2 85

Page 284: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

zart. L a fu e rz a de estas o b ras resid e aún en su sustan cia m u sica l y no en la c a n tid á d de e jecu ta n tes. P a ra las in ­te rp re ta c io n e s d el M esía s, H á n d e l d isp o n ía de u n coro d e v e in tis ie te can tan tes, y la o rq u esta era, p r o p o r c io n a l­m e n te , re d u cid a . (O rq u e sta s gran d es se e m p le a b a n sólo en in te rp re ta c io n e s al aire l ib r e o en o ca sio n e s y c ircu n s­ta n c ia s m u y e x tra o rd in a ria s .) N o e x iste n in g u n a razón p a ra s u p o n e r q u e H á n d e l co n sid e rase esta p e q u e ñ a fo r ­

m a c ió n p a ra la q u e él e s c r ib ía co m o u n a s o lu c ió n p r o ­v is io n a l, d e em ergen cia , in c lu so algun os d etalles son úni­c a m e n te r e a liz a b le s en u n a fo rm a c ió n se m e ja n te . L a a rt ic u la c ió n c la ra d e las n o ta s b re v e s , lo e se n c ia l d e l le n ­guaje m u sical de su tie m p o , es p re c isa m e n te im p o rtan te en las co lo ra tu ra s de H á n d e l y en e l resto d e l v o c a b u la ­r io m u sica l. T o d o s los tra ta d o s c o n te m p o rá n e o s su b ra ­y an en p a rtic u la r la im p o rta n c ia de la c o rre c ta a ce n tu a ­c ió n d e esas frases m ín im as— las cu a les co m p a ra n con s ílab as y p a la b ra s del le n g u a je c o rrie n te — . A l p o n erlo en p r á c t ic a e n se g u id a se a d v ie rte n las n u eva s d im en sio ­nes q u e se ab ren al m ú sico y al o yen te , p e r o tam b ién se o b s e rv a q u e ese tip o de a rtic u la c ió n sólo se p u e d e reali­zar de m an era ra zo n a b le co n la c o rre sp o n d ie n te p la n tilla re d u c id a . E n fo rm a cio n e s ¡orquestales y c o ra le s m ayores

se c o n fu n d e to d o o tra v e z ,¡lo s a cen to s resu lta n d em asia­

d o p e n e tra n te s y e x a g e ra d o s . A lgo , sem ejan te su ced e con lo s tempv. si se to m an lo s tem p i ráp id o s que se han tra n s­

m itid o tra d ic io n a lm e n te , e b to n c e s es n e c e sa rio un cu e r­p o s o n o ro d elgad o y fle x ib le . L a am algam a so n o ra id eal,

p o r m u c h a c la r id a d y tra n sp a re n c ia q u e se d esee , só lo se p u e d e re a liza r co n in stru m e n to s de la é p o c a . E l o b je tiv o

de la in te rp re ta c ió n trabajjada así es un e stilo H á n d e l

i

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E Aj

2 8 6

Page 285: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

H Á N D E L

m o d ern o . E n este estilo , el o y en te tie n e q u e c o n v e rtirse o tra v e z en u n o y e n te a ctiv o y n o se co n te n ta rá c o n el p o m p o so c a ld o so n o ro p re fa b ric a d o que en u n a escu ch a m ás a te n ta se re v e la in d ife re n te . L a m ú sica ya n o se d e s­arro llará sólo d e sd e la tarim a m ien tras q u e e l o yen te co m o un s ib a r ita se deja e n v o lv e r p o r e lla , sin o q u e en re a lid a d su rg irá d e la in te ra cc ió n e n tre el in té rp re te y el o y en te en un e n te n d im ie n to a ctiv o d el discurso sonoro. A sí, la in te rp re ta c ió n q u e m ás se c o rre s p o n d e co n las co n d ic io n e s h istó rica s m e p a rece n o só lo la m ás a d e c u a ­d a a la o b ra s in o a la v e z tam b ién la m ás m o d ern a .

L o s concerti grossi de H á n d e l, c o m o sus c o n c ie rto s p a ra ó rgan o , fu e r o n c o n c e b id o s a n te to d o co m o in te r ­m ed ios, o b e rtu ra s y m ú sicas de r e lle n o e n tre lo s actos para o ra to rio s , can ta tas y óperas, lo q u e n o sign ifica en a b so lu to q u e co n te n g a n m ú sica d e m e n o r va lo r; a l c o n ­trario : está d o c u m e n ta d o q u e lo s o y e n te s d e lo s o ra to ­r io s de H á n d e l se m o stra b an e sp e c ia lm e n te in te re sad o s

en lo s c o n c ie rto s p ara ó rga n o q u e se to c a b a n e n tr e las p a rtes , e in c lu so q u e, en g en era l, lo s c o n c ie rto s q u e se to ca b a n p ara re lle n a r las p au sas se e sc u c h a b a n a m e n u ­d o co n m ás a te n c ió n q u e la o b ra p r in c ip a l d e la ve lad a .

H á n d e l e s c rib ió lo s d o c e Concerti grossi o p . 6 p r á c ti­c a m e n te d e u n t iró n e n tre e l 29 d e se p tie m b re y el 30

d e o c tu b re de 1739. E ste m é to d o d e c o m p o sic ió n n o es nada típ ico d e H á n d e l, p u esto q u e n o rm a lm e n te él e c h a ­

b a m an o d e co m p o sic io n e s a n te rio re s de lo m ás d iversas

cu a n d o ib a a p u b lic a r u n o p u s n u e v o . (T a m b ié n a q u í h ay a lg u n o s m o v im ie n to s to m ad o s d e o tra s co m p o sic io n e s,

p e ro m u ch o s m en o s q u e en c u a lq u ie r o tra o b ra c o m p a ­rab le .) L o s d o c e concerti se c a ra c te r iz a n p o r este « p arto »

2 8 7

Page 286: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

d e u n a ve z , así c o m o p o r su fo rm a ció n in stru m e n ta l en p r in c ip io u n ifo rm e , p u e s o b lig a ti en esto s c o n c ie rto s no son , d e s d e el c o m ie n z o , m ás q u e las cu erd as y u n in s tru ­m e n to a rm ó n ico p ara e l co n tin u o . C ie r to es q u e H á n d e l a ñ a d ió de p ro p ia m a n o in stru m e n to s d e v ie n to en a lg u ­nos de los c o n c ie rto s , p e r o éstos tie n e n s ie m p re u n ca ­rácte r d e ad lib itu m , y se p u e d e n o m itir sin p é rd id a de su sta n c ia m u sica l; en to d o cáso , m u e stra n co n g ra n c la ­r id a d có m o p r o c e d ía H á n d e l en caso d e a m p lia r la p la n ­tilla in stru m en ta l. S o n , p u e s , m o d elo s q u e p u e d e n serv ir

p a ra a lg ú n q u e o tro d e los restan tes c o n c ie rto s .P a ra estos, con certi grossi, H á n d e l n o s igu ió n in gu n o

d e lo s r íg id o s esq u em as fo rm ales en to n ce s h ab itu a les; h a ­b r ía p o d id o e sc o g e r e n tr e tre s m o d elo s: en p rim e r lugar, la an tigu a fo rm a d e la so n a ta d e ig lesia co n su secu en cia

de m o v im ie n to s le n to -rá p id o -le n to -rá p id o (en la q u e un m o v im ie n to len to se p o d ía re d u cir a una in tro d u c c ió n de só lo u n o s p o c o s co m p a se s). E n segu n d o lu g ar, la fo rm a m o d e r n a d e l con certo i ta lia n o d e V iv a ld i: rá p id o - le n to - r á p id o (co n u n m o v im ie n to le n to e x te n so y a u tó n o m o ). Y , en te r c e r lugar, la su ite o rq u e sta l fra n c e sa co n o b e r tu ­ra in tr o d u c to r ia y n u m e ro s o s m o v im ie n to s d e d an za . H á n d e l, en c a m b io , c o n s tr u y ó p a ra c a d a c o n c ie r to u n a s e c u e n c ia p r o p ia d e m o v im ie n to s, c o m b in a n d o a su c r i­te rio to d o s esos esq u e m a s fo rm ales.

H á n d e l p a re c e te n e r re a lm e n te u n a p r e d ile c c ió n p o r c o n c lu ir lo s c o n c ie r to s d e c a rá c te r v ir tu o s o y a g ita d o co n u n m o v im ie n to d e d a n za in o c e n te (p re fe re n te m e n te u n m in u e to ). E sto n o c o rre s p o n d e en a b so lu to a n u estra id ea d e u n fin al « e fe c tiv o » q u e su scita e l a p la u so . E l

o y e n te , al p arecer, n o d e b ía a b a n d o n a r la sala en u n es-

288

Page 287: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

H Á N D E L¡

tado d e e x c ita c ió n , sino! q u e su e sp ír itu , d esp u és de h a ­b e r p a sa d o p o r lo s m ás -jariád os a fe c to s d e la m ú sica , t e ­nía q u e ser c o n d u c id o d e n u e v o a u n estad o d e e q u il i­brio . E l d e sc a n so y la tra n q u ilid a d , la v u e lta al o r d e n d e lo s se n tim ien to s despuéjs d e l e n tu siasm o y la e x c ita c ió n están c o m o im p líc ito s en la c o m p o s ic ió n . H á n d e l q u e ría sin d u d a c o n m o v e r y e n tu siasm ar al oyen te, q u e ría to ­c a r le e l n e rv io , p e ro lu d g o san a rlo y d ejarlo m a rch a r en arm on ía . I

E l t ítu lo o rig in a l d e jla p r im e ra im p re sió n p u b lic a d a p o r W alsh en L o n d re s ¡en 1 7 40 b a jo la su p e rv is ió n de

H á n d e l d ic e así: Twelve \grand concertos in seven parts for four violins, a tenor viotin, a violoncello with a thorough bass for the harpsichorcL compos’d by George Frederick Hándel, published by th'{e autor... L a s m e n cio n a d a s p a r ­tes d e o b o e s e stá n ta m b ié n o m itid a s aqu í, c o m o e l c i­fra d o en la p a r te d e l v io lo n c e lo s o lo , lo q u e in d ic a la p re se n cia d e u n s e g u n d ¿ in s tru m e n to en el c o n tin u o . E s e v id e n te q u e H á n d e l e s c o g ió la v e rs ió n s e n c illa y, así, la q u e o fre c ía m e jo re s p o s ib ilid a d e s d e v e n d e rse , p u e s ,

d e to d o s m o d o s, desde CCorelli y M u ffa t ya se c o n o c ía n de sobras las d iversas p o s ib ilid a d e s y e l u so h a b itu a l d e la é p o c a p a ra la in te rp re ta c ió n d e c o n c ie rto s d e este tip o , y c u a lq u ie r m ú s ic o p o d ía m o d ific a r la in s tru m e n ta c ió n segú n sus p o s ib ilid a d e s p a rtic u la re s y las d e l lu g a r d e e je c u c ió n . i

C o m o los Concerti rossi d e H á n d e l están e s tr e c h a ­m e n te e m p a re n ta d o s c o n lo s d e C o re lli , su m o d o d e in ­te rp re ta c ió n ta m b ié n d e b ió d e ser m u y sem eja n te . P o r su e rte e x is te u n te s tig o q u e im itó en sus o b ras e l e s tilo de

C o re lli y lo d e scrib ió : G e o r g M u ffa t. M u ffa t tu v o oca-

2 8 9

Page 288: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

sió n d e escu ch a r lo s p rin íero s concerti grossi de C o re lli

en R om a b a jo la d ir e c c ió n d e l co m p o sito r, lo q u e le in s­p iró p a ra c o m p o n e r o b ra s sim ilares: « B ie n es v e r d a d q u e los b e llo s c o n c ie rto s en e l n u e vo gén ero q u e d isfru té en R o m a m e d iero n g ra n ánim o al d e sp e rta rm e algunas id e ­as...» Y a c o n tin u a c ió n d e s c r ib e las d ife re n te s p o s ib ili­d a d e s d e in te rp re ta c ió n : « Se p u e d e n to c a r só lo a tre...» (esto , d esd e e l p u n to de vista de la c o m p o sic ió n , se c o ­rre s p o n d e m u y en p a rtic u la r co n lo s c o n c ie r to s d e H á n ­d e l q u e m u estran u n a c o n c e p c ió n g e n e r a l d e tr ío sonata; n o f u e h asta e l fin a l d e l p ro ce so de c o m p o sic ió n q u e se a ñ a d ió la p a rte d e v io la , lo q u e en p a rte p r o v o c a u n e fe c ­to obligato, en p a rte re sa lta co m o u n cu e rp o ex trañ o , co n u n a c o n d u c c ió n m elójdica iló g ic a b u s c a n d o lo s h u e ­co s restan tes d e la arm o n ía). «Se p u e d e n to c a r a quat- tro», en cu y o caso h a y q u e u n ir sen c illa m e n te los solí y los tutti. « T ú p u e d e s ta m b ié n c o lo c a rlo s en co n ce rtin o c o m p le to a tre co n dos v io lin e s y v io lo n c e lo » fre n te al «concerto grosso», la o rq u e sta d e l tutti, en la q u e las v io ­las se re fu e rza n « seg ú n la¿ p ro p o rc io n e s a p ro p ia d a s» , es d ecir, segú n el n ú m ero d ¿ v io lin e s p rim e ro s y segu n d os d e q u e se d isp o n g a . E std s co n c ie rto s se p u e d e n tocar, p u e s , co n d istin tas o rq u e sta s, d e las m ás p eq u eñ a s a las m ás gra n d es, y e x a cta m e n te eso m ism o nos h a lle g a d o ta m b ié n d e l p r o p io C o re lli. E n el t ítu lo d e sus Concerti grossi de 1 7 o í , M u ffa t esciribe d e n u e v o q u e las p ieza s se p u e d e n to c a r co n u n a pecfuéña fo rm a ció n , « p ero m u ch om ás ca lu ro sa m e n te ta m b ié n en dos c o ro s , esto es, d iv id i-i J ' Jdos en u n o gran d e y u n o p e q u e ñ o » . T a m b ié n el c o n c e r­

tin o , el te rc e to solista, se Ijia de « to ca r se n cillam e n te co n e l a co m p a ñ a m ie n to d e u n organ ista» , es d ecir, d e b e te ­

M U S I C A B A R R O C A E U R O P E A

2 9 0

Page 289: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

H A N D E L

ner un p r o p io in stru m en to d e c o n tin u o (así se e x p lic a el

c ifra d o d e H á n d e l de la p a rte d e c o n tin u o d e l v io lo n c e lo en e l a u tó g ra fo y en otras fu e n te s) . M u ffa t m e n cio n a in ­clu so el e m p le o d e o b o es {ad lib itu m ): « P ero si [...] a lg u ­n o sab e to ca r d u lce m e n te [...] e l o b o e fra n c é s ...» Y b ajo c iertas c o n d ic io n e s hasta les co n fia ría , ju n to a « un b u e n fag o tista» , el te rc e to so lista . E sta gran f le x ib ilid a d d e p o s ib ilid a d e s p ara u n a in te rp re ta c ió n ó p tim a se c o n v ir ­tió en u n a ca ra cte rís tica e se n c ia l d e l g é n e ro c oncerto grosso. C o n e llo q u iero d ecir q u e, ju n to a la fo rm a , ta m ­b ié n se h an m an ten id o las p o s ib ilid a d e s in te rp re ta tiv a s d esd e C o r e lli hasta H á n d e l y en ad elan te; la e x p re s ió n «concerto grosso» s ign ificó p a ra v a ria s g e n e ra c io n e s ta n ­to u n t ip o d e te rm in a d o d e m ú sica in stru m e n ta l co m o tam b ién e l m é to d o d e in te rp re ta r la q u e le co rre sp o n d e .

E n e s te c o n te x to m e p a re c e m u y im p o rta n te la c u e s ­tió n d e la d isp o sic ió n d e lo s in stru m e n to s . L a s fu e n te s co n te m p o rá n e a s h ab lan re p e tid a s ve ce s de co ro s (aq uí se e n tie n d e , n a tu ra lm en te, g ru p o s in stru m en ta les) c o lo ­cados a gran d istan cia en tre sí, r e p a rtid o s a ve ce s a lo an ­cho, a ve ce s a lo larg o de to d o e l e sp a c io . Si e l con certin o

(el te rce to solista) es to c a d o p o r lo s prim eros m ú sico s d en tro d e la o rq u e sta — co m o la m e n ta b le m e n te se h a c e a m en u d o h o y d ía — , m u ch o s de lo s e fe cto s q u e se d is tin ­g u e n co n to d a c la r id a d en la p a rtitu ra y que, p o r tan to , son d e se a d o s p o r e l c o m p o sito r , p ie rd e n to d o su se n ti­

do; u n e je m p lo sería, en e l C on certo I, la se g u n d a m ita d del co m p á s de cad a u n o de lo s tres p rim e ro s co m p a ses, d o n d e lo s dos v io lin es so listas to c a n adem ás las m ism as notas. E sta d istr ib u c ió n d e las v o c e s n o tien e n in g ú n sen tid o si to d o se to ca desde la o rq u e sta , p ero se e n tie n ­

2 9 1

Page 290: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

d e c o m o re a c c ió n d ia lo g a n te al tutti si el concertino se s i­tú a en o tr o lu g a r (e x iste n m u ch o s p asa jes sem ejan tes). A d e m á s , la a lte rn a n cia n o rm a l en tre ripieno y concertino ta m b ién n e c e s ita la d is ta n c ia esp a c ia l p a ra p r o d u c ir su e fe c to .

N o s o tr o s h em o s p ro b a d o , e n n u estras in te r p r e ta c io ­

nes, d is p o s ic io n e s d ife re n te s y h em o s lle g a d o a la c o n ­c lu s ió n d e q u e to d o s lo s e fe c to s e x ig id o s p o r el c o m p o ­s ito r sa len m e jo r a la lu z c u a n d o e l concertino— co n un

in stru m e n to p r o p io de c o n tin u o — se c o lo c a a la d e re ch a y al fo n d o ; es decir, d e s p la z a d o a la d e re ch a y ta m b ié n a lg o m ás a le ja d o q u e el ripieno.

C o n esta c o lo c a c ió n , el d iá lo g o concertino-ripieno, p o r u n la d o , resu lta m u y c la ro y, p o r otro, a lgun os ju ego s s o n o ro s q u e a p arecen en a lg u n o s m o v im ie n to s (por e jem p lo , en e l Concerto II, c u a rto m o vim ien to , com p ases 2 7-4 0 , y pasajes sim ilares; Concerto V , c u a rto m o v im ie n ­to , e n tre o tro s) co b ra n re a lm e n te un sen tid o . A d em ás,

a q u e llo s m o v im ie n to s en lo s q u e concertino y ripieno to ­can ju n to s a d q u ie re n u n c o lo r id o s in g u lar m u y c o n v in ­

c e n te , p o r q u e el ap arato so n o ro c o m p le to resu lta com o a b a r c a d o p o r lo s in stru m e n to s d e l c o n tin u o y p o r q u e la v o z s u p e r io r n o se o ye só lo , com o es h a b itu a l, p o r la iz-

292

Page 291: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

H Á N D E Li

q u ie rd a , sino al m ism o tie m p o d e sd e la d e re ch a y p o r atrás. D e ésta m a n e ra su rg e u n p a rtic u la r e fe c to so n o ro esp acia l. |

E l co n tin u o se p u e d e |tratar d e form as d ife re n te s en

c a d a c o n c ie rto , in c lu s o en cad a m o v im ie n to : se d e b e r ía n em p lea r d os claves, (uno jpara el rip ien o y o tro p ara el con certino) y ad em ás, eve n tu a lm e n te , u n órgan o y u n o o varios laú d es, en c o m b in a c io n e s v a ria b le s .

E n cu an to a la p a rtic ip a c ió n de in stru m en to s d e v ie n ­

to, se sab e q u e H á n d e l, igjual q u e m u c h o s o tro s c o m p o ­s ito re s d e su tie m p o , y tarpbién a lg u n o s p re d e c e so re s en In g la te rra c o m o H e n r y P u r c e ll , e m p le a b a c o n fr e c u e n ­c ia o b o e s y fa g o te s sin in d ic a r lo e x p líc ita m e n te en la p a rtitu ra ; e v id e n te m e n te ,j esto era a n te to d o u n a cu e s­tió n a d e c id ir se g ú n el ta in añ o d e la o rq u e sta y d e l n ú ­m ero de m ú sico s q u e h a b ía a d is p o s ic ió n . E n lo s c o n ­c ie r to s I, II, V y V I , b a sta ría co n a te n e rse a las p artes de v ie n to in d ica d a s p o r e l prcppio H á n d e l. S e g ú n lo s p r in c i­p io s de H á n d e l, lo s o b o e s ¡y el fa g o t d e b e n dar p le n itu d y c o n to rn o a u n rip ien o d e c o n s titu c ió n gruesa, en pasajes v irtu o so s , to c a n d o p u n tu a lm e n te las n o ta s de en trad a y sa lid a de la co lo ra tu ra , h an d e c o n tr ib u ir a la b rilla n te z y, en d ism in u cio n es c o m p lica d a s , to c a n d o la v o z p r in c ip a l sin o rn a m e n ta ció n , h an d e p r o p o r c io n a r c la r id a d a la te x tu ra . S e g ú n estos p r in c ip io s , en lo s c o n c ie rto s II, IV,

V, V III , I X y X I I se p o d r ía n em p lear ta m b ién u n o o d os o b o e s y u n fa g o t . L o s c o n c ie rto s V I I y X I son q u izá p ie ­zas e x c lu siv a m e n te p a ra cu erd a .

M e g u sta ría h a c e r re fe re n c ia ta m b ié n a u n a c a r a c te ­r ística d e la n o ta c ió n barjroca a la q u e se ha p re sta d o p o c a a te n c ió n y q u e en H á n d e l en p a rt ic u la r a p a re c e co n

293

Page 292: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

frecu en cia : e l a g ru p a m ie n lo e n co m p ases gran d es, el cual

d eterm in a fu n d a m e n ta lm e n te la a rticu la c ió n y el fra seo . L am en ta b lem en te , esta fo rin a de n o tació n , que para cu a l­q u ier m ú sico re su lta m uy ilu stra tiv a , q u ed a su p rim id a en ed icio n es m o d ern as, con lo¡ q u e n o se p u e d e ap reciar cóm o ha escrito su o b ra e l com positor. E l agrupam iento de varios c o m p a se s fu n c io n a d e m a n e ra q u e e l co m p á s « c o r r ie n ­te» (p o r e je m p lo 3/4) es el q u e a p a re c e escrito , m ien tras q u e las b a rra s d e co m p á s áólo están d ib u ja d a s, p o r e je m ­p lo , cad a c u a tro co m p a se s, en o ca sio n e s ta m b ién d e f o r ­m a irre g u la r . A lg u n o s m u s ic ó lo g o s o p in a n q u e e s to se h a c ía así só lo p o r co m o d id a d , p o r q u e a sí e ra m ás fá c il d isp o n e r los p asajes con v a lo re s d e n o tas m uy b re v e s; yo estoy p le n a m e n te c o n v e n c id o d e q u e se trata d e una e s ­c ritu ra d ife re n c ia d a q u e en c u a lq u ie r c a so d e b e ría in c o r ­

p o ra rse en e l te x to m u sica l e d ita d o y n o só lo en a lgú n rin có n d e l a p ara to crítico.) E n estos co n c ie rto s hay d ie c i­s iete m o v im ie n to s escrito s así.

L o s C o n certi grossi o p . 3 (en o p o s ic ió n a lo s d e l o p . 6) se c o n o c e n ta m b ié n b a jo e l n o m b re d e « co n cie rto s p ara o b o e» . Se les d io esta d e n o m in a c ió n en el siglo x ix p a ra d ife re n c ia r lo s d e lo s C o n certi grossi o p . 6, co n sid e ra d o s « co n cie rto s p a ra cu e rd a » e in te rp re ta d o s co m o tales. E n tre ta n to h an cam biado! m u ch a s cosas p o r lo q u e res­p e c ta a n u e stro c o n o c im ié n to d e estas ob ras, y ta m b ién en re la c ió n a su p rax is in te rp re ta tiv a , p o r lo q u e estas d e n o m in a c io n e s h an p e rd id o su sen tid o : lo s « co n cie rto s p a ra o b o e » son o b ras en las q u e a p a re ce n las m ás d iv e r­sas fo rm a cio n e s y en las q ú e p rá c tic a m e n te to d o s los in s ­tru m en to s in te rv ie n e n , taijnbién d e fo rm a so lista: flautas

de p ico , flautas traveseras;, o b o e s , v io lin e s , v io lo n c e lo ; y

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

2.94

Page 293: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

H Á N D E L

e n lo s « co n cierto s p ara cuerd a» se em p lean tam b ién o b oes

y fa g o t co m o c o lo ra c ió n d e la s o n o rid a d d e l tutti y p ara o b te n e r co n to rn o s d efin id o s.

M e gu sta ría a c o n tin u a c ió n c o m e n ta r las Trío sonatas d e H á n d e l. E sta fo rm a está e stre ch a m e n te e m p a re n ta d a co n e l concerto grosso: e l concertino, e l g ru p o so lista d e l concerto grosso, está fo rm a d o ta n to en C o r e lli c o m o en H á n d e l p o r d os v io lin e s (o, en los c o n c ie rto s p a ra v ien to , p o r d os instrum entos d e viento) y u n co n tin u o . E n cuanto a su fo rm a , p u es, los concerti grossi son trío son atas am ­p liad as, co n certan tes. L a tr ío so n a ta es la fo rm a m ás c a ­ra c te r ís tic a d e la m ú sica d e cám a ra b a rro c a , su é p o c a de e s p le n d o r a b a rc a d e sd e p r in c ip io s d e l s ig lo x v n h asta m ita d d e l sig lo x v m . E s m u y in te re sa n te e stu d ia r su o r i­g en y e v o lu c ió n y o b serv ar, p re c isa m e n te a través de esta p e q u e ñ a form a, las tra n sfo rm a c io n e s h istó ricas tan to m u sica les co m o esp iritu a les .

E n el s ig lo x v i se p ro d u jo p o r p r im e ra v e z u n d e s ­p lie g u e de m ú s ic a in stru m e n ta l c o m p le ta m e n te a u tó n o ­m a. Sus fo rm as se to m a ro n d e las ca n c io n e s y m a d rig a ­les fra n c e se s e ita lia n o s y, p o r s u p u e sto , d e la m ú sica d e d a n za d e c a rá cte r p o p u la r y, m e d ia n te las figu ras típ ica s d e cad a u n o d e lo s in s tru m e n to s al u so , se fu e r o n a m ­p lia n d o . E stas canzone in stru m en ta les, ta m b ié n llam adas « fan tasías» , eran p o lifó n ic a s , d e tres a c in co v o c e s , y en ellas to d as las v o c e s , en e sc ritu ra im ita tiv a , ten ía n ig u a l im p o rta n c ia .

C u a n d o h acia 1 6 0 0 e l solista, e l m ú sico in d iv id u a l, c o ­m e n z ó a dom inar e l terren o (en o p o s ic ió n a lo s gru p os in strum entales y vo ca le s de los s ig lo s p re ce d e n te s), cam ­b ió tam b ién la fo rm a d e escritu ra d e la c o m p o sició n in s­

2 9 5

Page 294: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

tru m en ta l p o lifó n ica . L as v o c e s e x te rio re s , v o z su p erio r y b a jo , asu m ieron tareas m ás im p o rta n tes, las vo ces in te rio ­res se fu e ro n red u cien d o cada v e z m ás a m eras vo ces d e re lle n o y aco m p añ am ien to . E l n ú m e ro d e vo c e s se am p lió a m en u d o h asta seis, p ero esto n o era v e rd a d era m en te u n a am p liació n , pues se tratab a en realid ad d e la m ism a d istri­b u c ió n a c in co vo ces co n la v o z su p e rio r d ivid id a. E stas d o s v o c e s su p erio res vo lv ía n a ser d e l m ism o ran go y a d ­q u irían u n a fu n c ió n co m p letam en te n u e v a y d e l to d o b a ­rro ca : en trar en u n d iá lo g o « co n certa n te» en tre sí.

L a é p o c a b a rr o c a e n te n d ía la m ú sica c o m o u n a fo rm a d e « h a b la r en so n id o s» , el so lista c o n stru ía su « d isc u r­so» segú n las re g la s de la re tó rica , y, c la ro está, el d iá lo ­go, la c o n v e rsa c ió n a dos, la d iscu sió n , es la fo rm a m ás in te re sa n te d e d iscu rso . E sta es la ra zó n m ás im p o rta n te p o r la cu a l en la m ú sica b a rro ca se e x ig e n tan a m en u d o d o s o in c lu so m ás solistas. Si en la c o m p o sic ió n in s tru ­m en ta l, m en cio n a d a antes, a seis vo c e s co n d o s v o c e s su ­p e r io re s c o n c e rta n te s (m uy h a b itu a l en B rad e , S ch e id t, M o n te v e rd i) , se o m ite n la v o c e s in te rm e d ia s , q u e a l fin y al c a b o tie n e ü u n c a rá c te r de co n tin u o a co m p a ñ a n te , r e ­su lta u n a tr ío sonata; e x a cta m e n te así están co n stru id a s las tr ío sonatas p rim itiv a s. L as p rim eras tr ío sonatas au ­tén tica s se e n cu e n tra n ya en las c o m p ila c io n e s de danzas y ca n zon e d e la p rim e ra d é ca d a d e l s ig lo x v n .

D e s d e m u y p r o n to s e d ife re n c ia ro n r ig u ro sa m e n te d o s fo rm a s: la su ite de d an zas (más ta rd e sonata da ca­m era), p r o c e d e n te d e l b a lle t, y la sin fo n ía o sonata (son a ­ta da ch iesa ), p r o c e d e n te d e la canzona in stru m en ta l. H a ­c ia 1 7 0 0 , estas d o s fo rm a s e s ta b a n a m e n u d o m ezclad as, so n a ta s d e cám a ra in c lu ía n m o v im ie n to s in tro d u c to r io s ,

2 9 6

Page 295: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

q u e e n re a lid a d eran p r o p io s d e la so n ata d e ig le s ia , y a las so n a ta s d e ig lesia se les in c o rp o ra b a n en o c a s io n e s m in u e to s y gigas. (La e v o lb c ió n p o s te r io r c o n d u c ir ía d i­r e c ta m e n te a la fo rm a d e sp n ata .) L a tr ío so n a ta está v in ­cu lad a ín tim a m e n te al v ió lín . T o d o s lo s co m p o sito re s-

v io lin is ta s ita lia n o s d e l s ig lo s x v n , p o r e je m p lo M a rin i, U c c e lin i, P resen tí, C azzajti, L e g re n z i, C o re lli , V iv a ld i,

e s c r ib ie ro n tr ío sonatas, s|obre to d o p a ra d o s v io lin e s y b a jo c o n tin u o (clave co n u|n v io lo n c e lo q u e d o b la la lín ea d e l b a jo ). P o r su p u e sto , tjam bién se e sc rib ie ro n tr ío s o ­n atas en o tro s p a íses, p e ro , o b ie n se a p o y a b a n tan d i­rectam en te en lo s m o d e lo s ita lia n o s q u e h ay q u e c o n ta r ­las d e n tro d e la m ism a E vo lu ció n , o b ie n in te n ta b a n aso ciar e le m e n to s e s tilís tico s n u e v o s a ese id e a l ita lia n o , c o m o p o r e jem p lo las P ie le s en Trio d e M a rín M a ra is o lo s Trios d e C o u p e rin . E n estas obras fra n ce sa s es una tra d ic ió n co m p le ta m e n te d ife re n te la q u e se c o n fro n ta al e stilo ita lia n o . A q u í n o es e l d iá lo g o ltí d e c is iv o , s in o q u e las d o s v o c e s su p e rio re s « jlic e n » ju n tas la m ism a cosa en u n « le n g u a je » e x tre m a d a m e n te re fin a d o y a rtic u la d o . L o s c o m p o s ito re s fra n c e se s n o co m p a rtía n la p r e fe r e n ­cia d e sus c o le g a s ita lia n o s p o r el v io lín y en sus tr ío s e m ­p le a b a n co n fr e c u e n c ia in stru m e n to s de v ie n to , flau tas y

o b o e s , y tam b ién v io las d e g am b a. S o b re to d o los c o m ­p o s ito re s a lem an es d e l s ig lo x v m e ran m aestro s d e l l la ­m ad o « verm isch ter G esch m a ck » («los g u sto s re u n id o s» ), en el q u e se c o m b in a b a n e le m e n to s e s tilís tico s ita lia n o s y fra n ce se s . E ste es el caso, en gran m ed id a , en las tr ío sonatas d e B a ch , T e lem a n n o H á n d e l, y el c o lo r id o esti­lís tic o re su lta n te se e q u ilib r a co n e l estilo p e rso n a l d el

co m p o sito r . A s í, p re c isa m e n te la s trío son atas de a q u e lla

H A N D E L

2 9 7

Page 296: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

é p o c a tardía reu n ían to d o s los elem entos q u e h ab ían m ar­

cad o este o p u le n to g é n e ro a lo larg o d e su h isto r ia c e n te ­naria, y a fu era n las fo rm a s p e c u lia re s d e l e stilo de ig lesia o d e cám ara , las s in g u la rid a d e s p a rticu la re s d e l m o d o de e x p re s ió n de lo s m úsicos ita lian o s o fra n ce se s , o b ien el e m p le o de lo s m ás v a r ia d o s in stru m en to s.

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

Lo que d ice un autógrafo

E s u n erro r m uy d ifu n d id o p en sa r q u e las n otas, la im agen g rá fic a d e la m ú sica , son jpara el m ú sico ú n ica m e n te s ig ­n o s q u e rep resen tan lo s ¡sonidos q u e ha d e tocar, có m o d e r á p id o , có m o d e fu e rte , co n q u é m atiz e x p re s iv o . M ás a llá d e su c a p a c id a d p u ra m e n te in fo rm a tiva , la im agen g rá fic a d e la m úsica , tan to de la p a rte in d iv id u a l com o tam b ién , y m u y en especial, d e la p artitu ra, d esp ren d e u n a e m a n a ció n su gestiva , u n a m ag ia , a la c u a l n in g ú n m ú sico s e n s ib le se p u e d e su strá er, ta n to si q u ie re c o m o si no, ta n to si es c o n sc ie n te d e e llo c o m o si n o . A u n q u e esa e m a n a ció n ta m b ién se d á en p a rtitu ra s im p resas, se e v i­d e n c ia en m u ch o m ayor g ra d o en m an u scrito s y más aún, c la ro está, en e l a u tó g ra fo , el m an u scrito d e l p ro p io co m ­p o sito r. E sc r ib ir m úsica| sign ifica p a ra to d o m ú sico re ­p r e s e n ta r d e fo rm a g rá fic a u n a c o n te c im ie n to so n o ro v iv o en la fan tasía . P o r e'so es n a tu ra l q u e en el g esto de la e s c ritu ra p a rtic ip e un ¡con tenido e m o cio n a l: es v e rd a ­d e ra m en te im p o sib le a l é sc rib ir un e x c ita d o p asa je a lle ­gro o u n a arm o n ía a n g u stia n te sa lp ica r e l p a p e l de cabe- citas de notas lim p ias y b ie n co lo ca d a s; la e x p re s ió n del p a sa je en cu e stió n se tie ije que m a n ifesta r de a lg u n a m a­

2 9 8

Page 297: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

ñ era en la im a g en g rá fica d e la m ú s ic a y se tra n sm ite in ­ev ita b lem en te al m ú sico e jecu ta n te (au n q u e éste n o p ie n ­

se n i u n m o m en to en e llo ). P o r esta razón , p ara n o so tro s es de la m ayo r im p o rta n c ia c o n o c e r la o b ra q u e in te rp re ­tam os en su fo rm a o rig in a l, a ser p o s ib le la p a rtitu ra o r i­g in a l y, si no, al m enos u n a b u e n a re p ro d u c c ió n facsím il. L a re p e rcu sió n en la in te rp re ta c ió n p u e d e ser c o n s id e ra ­

b le , a ve ce s g ra c ias a c o n c lu s io n e s co n scien tes, a v e ce s in c o n sc ie n te s , só lo p o r la su g e stió n m á g ica de la e sc ri­tura.

E l fa cs ím il d e la p a rtitu ra o r ig in a l d e Jeptha de H á n ­d e l nos p e rm ite , p o r u n a p a rte , e c h a r u n a m ira d a c o n ­m o v e d o ra e in sp ira d o ra al p r o c e s o d e tra b a jo d e l m ú sico y, p o r o tra p a rte , nos o fre c e u n g ra n n ú m e ro d e in d ic a ­c io n e s d ire cta s co n re sp e c to a la in te rp re ta c ió n q u e u n a p a rtitu ra im p resa n o p o d ría o fre c e r n u n ca. H á n d e l co m ­p o n ía to d a v ía segú n e l v ie jo m é to d o tra d ic io n a l, q u e e n ­to n ces ten ía u n o s c ie n to c in c u e n ta añ os, y q u e co n sistía en e s c rib ir en p rim e r lu g a r las p a rte s e x te r io re s , es decir, el b a jo co m o fu n d a m e n to y una o d o s v o c e s su p erio res. E n o casio n es, en esta p rim era fa se d e l p ro ce s o , a n o ta b a tam b ién a lg u n a s id eas in stru m en ta les en p a rticu la r, ta les c o m o en trad as d e n u evo s in stru m e n to s , a v e ce s tam b ién e scrib ía vo ce s m edias vo ca le s o in stru m e n ta le s, so b re to d o a llí d o n d e p re se n ta b a n u n a c o n d u c c ió n co n tra p u n - tística ; las lín eas p a ra el resto d e la s v o c e s las d e ja b a en p r in c ip io vacías. E n lo s re c ita tiv o s , e sc rib ía só lo e l te x to b a jo la p rim e ra d e las dos lín eas re se rv a d a s a ese e fe cto , es d ecir, n o lo s co m p o n ía . D e v e z en c u a n d o se e n c u e n ­tra al fin al d e u n a p á g in a u n a in d ic a c ió n co n re sp e cto al p ro greso d e l tra b a jo , co m o « c o m e n z a d o e l 21 de enero» ,

LO QU E D I C E UN A U T Ó G R A F O

2 9 9

Page 298: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A EÚRO¡>EA

« fin a liz a d o e l 2 d e fe b r e r o . A c to I» , « c o m p le ta d o el 13 d e

a go sto ■ d e 1751» , etc.D e to d o esto es d e sp re n d e c la ra m e n te q u e e s ta p r i­

m e ra fa se d e l tra b a jo era p a ra H a n d e l e l p r o c e s o de co m ­p o s ic ió n p ro p ia m e n te , la o b ra estab a e n to n c e s « fin a liza ­da» , e s d e c ir c o m p u e sta . P o r c ie rto , e s te p ro c e d im ie n to n o era e x c lu siv a m e n te de H a n d e l, sino la a n tig u a m an era

a ca d é m ic a d e co m p o n er. M u ch a s c o m p o sic io n e s d e los s ig lo s x v i i y x v m (en p a rtic u la r en Ita lia y F ran cia) h an l le g a d o a n o so tro s ú n ica m e n te d e esa m an era , in c o m p le ­ta d e s d e n u estra 'p e rs p e c tiv a . « R e lle n a r» , co m p le ta r las p a rte s o rq u e sta le s o v o c a le s restan tes, n o era ' p u es u na p a rte e se n c ia l d e la c o m p o s ic ió n , s in o q u e era co sa d e lo s in té rp re te s ; en esto e x is t ía u n a c la ra d ife re n c ia en tre « o b ra » e « in te rp re ta c ió n » . E sta d ife re n c ia d e a p re c ia ­c ió n re s u lta aú n m ás e v id e n te en las p a rtitu ra s de H a n ­d e l c u a n d o d e sp u é s d e a ca b a r la c o m p o s ic ió n e scrib e « fin a liz a d o » y, d e sp u é s d e la segunda fa s e d e tra b a jo — en la q u e c o m p o n e las v o c e s in te r io re s , a co rta y a larga p a sa je s , cam b ia d e lu g a r las arias, re a liza m o d ifica c io n e s en el te x to , co m p o n e lo s re c ita tiv o s — , e s c r ib e « c o m p le ­ta d o » . P re c is a m e n te en H a n d e l se p u e d e n d is tin g u ir con b a s ta n te fa c ilid a d estas dos fases d e l tra b a jo en el m o d o d e e scritu ra : c u id a d o so , o rd e n a d o y b ie n d isp u e sto en la p r im e ra , g a ra b a te a d o a p re su ra d a m e n te s o b re el p a p e l en la se g u n d a . E n la p a rtitu ra d e Jeptha h a y u n a c a ra c te ­r ís tica a p are n te a d ic io n a l: la p ro g re s iv a e n fe rm e d a d de la v is ta d e H a n d e l, q u e le o b lig a b a co n tin u a m e n te a in ­te r r u m p ir e l tra b a jo , le d ificu lta b a la e sc ritu ra hasta el p u n to d e q u e la n o ta c ió n tie n e u n a sp e cto co m p le ta m e n ­te d ife re n te antes y d e sp u é s d e la crisis; en las p artes es-

3 0 0

Page 299: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

' Icrita s d e sp ü é s d e l 13 d e fd b re ro d e 17 51 se v e re a lm e n te có m o te n ía q u e m an te n e r jlos o jos m u y p e g a d o s al p a p e l p a ra p o d e r escrib ir. ¡

E l a lc a n c e d e las m o d ific a c io n e s , tá ch a d ü ras y c a m ­b io s d e lu g a r en la se g u n d á fa se d e tra b a jo se h a c e asi, en esta o b ra , p a rticu la rm e n te jv is ib le . A l exam in ar esto s p r o ­ceso s, se p u e d e co n statar u¡na y o tra v e z q u e H á n d é l c o m ­

p o n ía c iertas p ie z a s q u e d e sp u é s n o co n sid e ra b a id ó n e a s p a ra u n d e te rm in a d o lugajr, p o r lo q u e las ta c h a b a y las sustitu ía p o r o tras. E n oca'siones u t iliz a b a para ese lu g a r u n a c o m p o s ic ió n a n tig u a jju e ten ía a m an o , a veces una c o m p o s ic ió n d e s e c h a d a ejn a lg ú n lu g a r d e otra o b r a , y otras veces c o m p o n ía u n a jpieza n u e v a . L a p ie za ta c h a d a n o a co stu m b ra a d e sa p a re c e r p o r c o m p le to , la m a y o ría d e las v e c e s r e a p a r e c e ei) u n n u e v o c o n te x to en o tra o b ra . E n to d a s estas tra n sfo rm a c io n e s— a p e sa r d e las d ife re n cia s c o n s id e ra b le s ,;c o m o e l ca m b io d e t e x t o o la tr a n s p o s ic ió n a otra; te s itu r a — e l c o n te n id o e m o c io n a l fu n d a m e n ta l p e rm a n e c e in a lte ra b le , e in c lu so se p u e d e o b se rv a r q u e , en g en eral, las id e a s m u sica les a d q u ie re n ta m b ié n en la fo rm a d e fjn itiv a u n a m a y o r b r illa n te z . (E ste m é to d o d e tra b a jo está d e l to d o e m p a re n ta d o co n lo s d ife re n te s p ro ce d im ie n to s d e p a ro d ia de B a ch , d o n ­de co n tin u a m e n te co n sta ta m o s co n so rp re sa q u e la f o r ­m a p o ste rio r , co n un n u e vo te x to , es d e c ir la fo rm a p a ­

ro d ia d a , re su lta ser, desdej e l p u n to d e v ista a rtís tico , la m ás c o n v in ce n te .) j

C u a n d o H á n d e l in sertab a p a rte s d e obras a n tigu as, em p leaba ta m b ié n , sin n in gú n p ro b le m a , co m p o sic io n e s de o tro s m aestro s, si e l afecjto e sta b a re p re se n ta d o d e m a ­n era e sp ecia lm en te acertad a: aqu í, p o r e jem p lo , a d a p tó

LO Q U E DICE¡ U N A U T Ó G R A F O

3 0 1

Page 300: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A b a r r o c a e u r o p e a

una pasaje sign ifica tivo de los vio lin es p rim ero y segu n d o d e l Concertino en fa m enor d e P e rg o le s i com o p artes de v io lín o b lig ad a s en el co ro «doubtful fear...» (com p ases 54-63), co n lo q u e las ex c la m a cio n e s h o m ó fo n a s «hear ou’r pray’r» a d q u ieren ulna gran p en etra c ió n . E sta in s e r­c ió n la re a lizó H á n d e l, p o r su p u e sto , en la p rim era fase de trab ajo ; en la ca ligra fía se p u e d e ap reciar c laram en te que los d o s v io lin e s f ueron escrito s en p rim er lugar.

E n el a ria d e Jephta: « Waft her, angels, through the skies...» se p u e d e ap reciar co n to d a c larid ad en la p a rtitu ­ra la lu ch a d e l co m p o sito r por en co n tra r la form a d e fin iti­va. A q u í, de la p rim era fase de trabajo no parece quedar, e x cep to la idea fu n d am en tal, m ás q u e lo s p rim eros co m ­pases de in tro d u cció n ; sé v e có m o H á n d e l d esech ó a lg u ­nos co m p ases, p ágin as enteras in c lu so , co rrig ió , v o lv ió a tachar... L a p ie za o cu p a con to d as las tach ad u ras siete p á ­ginas, de las q u e a l final se em p lean p o c o m ás de tres.

E n tre la s lecc io n es m ás im p ortan tes que p o d em o s ap ren der só lo d el m anuscrito se en cu en tran las num erosas co rreccio n es d e las in d icacio n es de tem po: el aria de Ip h is «Tune the soft melodious lute» la en cab ezó H á n d e l en un p rin cip io co n larghetto, para lu e g o tacharlo y e scrib ir an­dante. A h o ra b ie n estas in d icacio n es de tem p o in clu ían e n ­ton ces ta m b ién u n a d esign ación d e l afecto así co m o in d i­cac io n e s fo rm a le s: larghetto no es sólo m ás rá p id o que largo, sino q u e tien e ta m b ién o tro carácter. Andante n o es sólo una d e te rm in a d a tjécnica d e c o m p o s ic ió n — en u r tem p o re la tivam en te fijado— so b re u nos bajos cam inantes sino ta m b ié n , e n tre otrajs co sas, u n a a d ve rte n cia p ara nc to m a r u n te m p o d e m a sia d o le n to . E x is te n n u m ero so ! ejem plos sem ejantes. A lgu n as p istas con respecto al tem pe

3 0 2

Page 301: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LAS S U I T E S DE B A C H

y al fraseo se d esp ren d en d el com p ás esco g id o , las barras de com pás y d e las cifras de las pausas: com o m uch os otos com p o sito res de la ép o ca (Bach entre ellos), H á n d e l escri­b e b arras de com pás de d iferen te lo n g itu d y las co lo ca a m en ud o a intervalos de varios com p ases, con lo q u e en un in stan te se visualizan relacion es en tre u n id ades m ayores (lam entablem ente, este m éto d o tan p ráctico es ign orad o p or la m ayo ría de los ed itores actuales).

C u a n to m ás se o c u p a u n o d e estas cu e stio n e s , m ás e v id e n te re su lta que p a ra n o so tro s lo s m ú sico s la m ás b e ­lla im p resió n , la m e jo r e d ic ió n , n o p u e d e su stitu ir e l m a ­n u scr ito d e l co m p o sito r. A l m a rg e n d e la fu e rz a su g e sti­va d e l m an u scrito , q u e n o a lc a n za n in g ú n im p reso , nos da ta m b ié n cu an tio sas in fo rm a cio n e s co n cre ta s q u e q u e ­rem o s o b te n e r, s iem p re q u e sea p o s ib le , de la p rim era y más p u ra fu en te, y no d e sp u é s d e le e r los p e sa d o s a p a ra ­tos c r ít ic o s de las e d ic io n e s .

M o v im ie n to s de danza. Las s u ite s d e B a ch

S u ite , en tanto que c o n c e p to m u sica l, s ign ifica serie , su ­ce s ió n d e p ie za s , s o b r e to d o d e d a n za s . B ie n es c ie r to q u e e l m ism o B a ch n u n ca lla m ó así a sus su ites, sin o q u e co n v irtió e l n o m b re d e l im p o rta n te m o v im ie n to in tr o ­d u c to r io , la ouverture , en e l t ítu lo de to d a la obra. N o o b sta n te , se tra ta de a u tén tica s s u ite s y cu en tan e n tr e las ú ltim as o b ras de este a n tiq u ís im o g én ero .

E n lo s p r in c ip io s de la m ú sica o c c id e n ta l p r o p ia m e n ­te d ic h a , q u e se p u e d e fe ch a r sin d u d a en e l s ig lo x n co n e l in ic io d e la p o lifo n ía , la m ú sica de d an za estab a a c a r­

3 0 3

Page 302: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

g o d e m in is tr ile s p r o fe s io n a le s ; e r a p a rte d e la m ú s ic a p o p u la r y a n a d ie se le h a b ría o c u rr id o n o m b ra rla ju n to a la g ra n m ú sica , re lig io sa o p ro fa n a , d e alto c a rá c te r m e ­tó d ic o . L o s c írc u lo s d e am b o s g é n e ro s apenas ten ía n c o n ­ta cto , y esto su c e d ía com o m u c h o cu an d o o casio n alm en te se e m p le a b a n m in istrile s p a ra las e je cu c io n e s de m ú sica sa cra en la ig le s ia , co sa q u e, p o r o tra p a rte , las a u to r id a ­d e s e c le s iá s tic a s n o v e ía n c o n b u e n o s o jos. A p e s a r de esta s e p a ra c ió n p ro te cto ra , a la la rg a sería in e v ita b le u n a

in flu e n c ia r e c íp ro c a . L o s m in istr ile s to c a b a n sus a ires de d a n z a tan to a cam p e sin o s co m o a p rín cip e s; así, e l v i r ­tu o sism o d e lo s m u sica n te s se fu e h a c ie n d o sitio , p o r u n a p a rte , en las e sfe ra s so c ia le s su p e rio re s d e la a lta m ú sica m u n d a n a , y ta m b ié n d e la e sp ir itu a l, m ien tras, p o r o tra p a rte , las a n tig u a s d an zas p o p u la re s tra n sm itid a s t r a d i­c io n a lm e n te p r o n to se v o lv ie ro n p o lifó n ic a s y e la b o r a ­d as co n u n r ic o e n tre te jid o d e las d ife re n te s v o c e s , p u e s a q u í ta m p o c o se q u ería p re sc in d ir de la su n tu o sid a d s o ­n o r a d e la m ú sica cu lta . L a m e n ta b le m e n te , n o se p u e d e d e c ir m u c h o m ás d e la m ú sica d e d a n z a d e a q u e l tie m p o p u e s é s ta n o se e s c r ib ía , s in o q u e p a sa b a , se g u ra m e n te c o n l ig e r a s m o d ific a c io n e s s e g ú n la m o d a, de u n a g e n e ­r a c ió n d e m in istr ile s a la s igu ien te .

D e s d e m u y p ro n to , las d ife re n te s danzas se o r g a n iz a ­ro n en d o s p a rte s ; a la d a n za b a ja s ig u e la d a n za sa lta d a (N a chta n z). E l m ú sico to c a b a en a m b o s casos e l m ism o a ire , p e r o s o b re u n a fo rm a r ítm ic a d iferen te ; p r im e ro a un p a so m o d e ra d o , d esp u és rá p id o y fo g o so . C o n f r e ­c u e n c ia la p r im e ra dan za se re a liz a b a en com pás b in a rio y la se g u n d a d a n za en co m p á s te rn a rio . E ste p a r d e d a n ­zas se p u e d e co n s id e ra r la c é lu la germ in al de la su ite .

3 0 4

Page 303: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LAS S U Í T E S DE B A C H

E l e s tilo m u s ic a l de; las d a n za s se ib a a d a p ta n d o , c o m o es n a tu ra l, a la m o d a d o m in a n te en c a d a caso . A d e m á s , se p u e d e o b seijvar có m o algun as p ro g re sa b a n « so cia lm en te» , e v o lu c io n a n d o d e sd e la to sca d a n za ca m ­p e sin a h asta la d a n za c o rte sa n a d e m o d a , p a ra ca e r fin a l­m e n te en d esu so m ientra^ o tras n u evas p en etra b an en las esferas n o b les. E n e l s ig lo x v i se im p rim ie ro n las p r im e ­

ras c o le c c io n e s d e d an zas. A l l í se e n c u e n tra n o rd en a d as gen era lm en te p o r tip o s . Á s í, p o r e jem p lo , en lo s l ib r o s d e d a n z a d e A tta in g n a n t dk 1529 y 1530 to d a s las d an zas d e ig u a l g é n e ro se e n c u e n tra n ju n tas. L o s p ro p io s m ú si­cos te n ía n q u e re a liz a r la s e le c c ió n y fo rm a r «suites», a m e n u d o ten ían q u e buscjar in c lu s o p a ra u na d a n za len ta

la segu n d a d an za c o rre sp o n d ie n te .A p e sa r d e g u a rd a r l^s d ista n cias , la m ú sica cu lta se

fu e n u tr ie n d o p ro g re s iv a m e n te d e la fu e n te in a g o ta b le y

p r im ig e n ia q u e c o n stitu ía la m ú sica de d a n za . L a e leva d a m úsica cu lta n o p o d ía Idejar d e sa te n d id a p o r m u ch o tie m p o u n a co m p e te n c ik tan fu erte . P o c o a p o c o , los c o m p o sito re s d e renom bjre co m e n za ro n ta m b ié n a e sc ri­b ir d an zas. C o n to d o , se m a n tu v o aún d u ra n te m u ch o tie m p o u n a d ista n cia , o ¡mejor, u n a d ife r e n c ia de ran go e n tre lo s co m p o sito res d e m ú sica de d an za y lo s d e m ú ­

sica cu lta , sacra o p ro fa n a . (A sí, to d a v ía en e l s ig lo x v n , un m a e stro d e d an za c o m p o n ía los b a lle ts d e la Ó p e ra de P a r ís , y en la Ó p e r a d e V ie n a lo h a c ía e l « c o m p o s ito r d e b a lle ts» H e in r ic h S ch m elzer, q u ien a d e m á s tam b ién e s c r ib ía « m ú sica seria» .)

U n a v e z los g ra n d e s co m p o sito re s to m a ro n p o sesió n

d e ese r ico e in sp ira d o r te so ro , las d iversas fo rm a s se fu e ­ron a m p lia n d o cad a v e z 'm ás, e s tiliz á n d o se en e s tru c tu ­

3 0 5

Page 304: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

ras so fistica d as en las q u e a m en u d o a p en as se re co n o cía y a la d an za o rig in a l. A s í su rg ió , ju n to a la m ú sica fu n c io ­n a l, u n a serie d e c o le c c io n e s q u e ya n o e sta b a n d estin a ­das en a b so lu to p a ra la d an za, sin o q u e te n ía n q u e servir, c o m o m ú sica in stru m e n ta l p u ra , p a ra d is fru te d e oyentes y e je cu ta n tes. P ra e to r iu s , en el p re fa c io de su Terpsícore en 1612, escrib e: « to d o t ip o de danzas fra n ce sa s, las m is­m as q u e to c a n en Francija lo s m aestro s d e d a n za fra n c e ­ses, y d e la n te d e la s ta b lá s de lo s p r ín c ip e s , b ie n se p u e ­d e n u tiliz a r ta m b ié n efa con viviis p a ra re cre a c ió n y d e le ite » . E sta m ú sica d e j d an za de c o n c ie rto l le v ó desde e l p r in c ip io u n se llo fe stív o -co rte sa n o .

L a e je c u c ió n d e lo s b re v e s m o v im ie n to s de d a n za su ­fría , ló g ic a m e n te , la a u se n c ia d e c o n e x ió n e n tre las p ie ­zas. In c lu so las relacionjes tem áticas q u e se in ten taro n e s ta b le c e r en o c a s io n e s rio ap o rtab an en re a lid a d u n a so ­lu c ió n . H a b ía q u e e n c o n tra r u n a p ie za in ic ia l a d ecu ad a q u e d iera a la su ite, c o m o o b ra to ta l, u n a fo rm a v á lid a y ce rra d a . H a sta e n to n c e s se tom aba u n a p ie za d e la su ce ­sión d e dan zas m ás o m en o s ap ro p ia d a y se c o lo c a b a al p r in c ip io de la su ite , p o r ejem p lo la p o m p o sa pavan a, d a n z a d e p aso s, q u e sin em b a rg o ya a p r in c ip io s d e l siglo x v n estab a p a sa d a d e m o d a , o la seria allem ande, que d e s d e m itad d e l sig lo x v i i ya apenas se b a ila b a (M ersen- ne) p ero se m a n ten ía coriio u n o d e lo s m o v im ie n to s p r e ­fe r id o s d e la su ite . F in a ltn en te , en la s e g u n d a m ita d del s ig lo se in te n tó ta m b ié n co n m o vim ie n to s in tro d u c to r io s lib re s . E l in g lé s M atth ew i L o ck e , p o r e jem p lo , e sco g ió en sus C on sort-S uites p a ra Cuatro v io la s de g am b a la fa n ta ­sía, e l a u str ía co H e in r ic h B ib er, en su M ensa sonora de 1680, la sonata ita lia n a .

M U S I C A B A R R O C A E U R O P E Ai

3 0 6

Page 305: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LAS S U I T E S DE B A C H

D u r a n te e l s ig lo x v n , ju n to a la a n tig u a m ú s ic a d e

d a n za a u té n tica y la su ite c o n s titu id a p o r d an zas e s t i li­zad as e in te rp re ta d a en c o n c ie r to , su rg ió u n a segu n d a fo rm a d e m ú sica p u ra m e n te in stru m e n ta l: la so n ata p o ­lifó n ic a . Se h a b ía id o d e s a r ro lla n d o a p a rtir d e d ive rsa s fo rm as de la m ú sica v o c a l y e sta b a c o n c e b id a a n te to d o p a ra ser u t il iz a d a en la ig lesia . Sus a d a g io s y a llegro s eran m ú sica in v e n ta d a lib re m e n te , sin d e p e n d e n c ia a lgu n a de

las d anzas. C o m o d e sce n d ie n te s d ir e c to s d e l estilo im ita ­t iv o de lo s a n tig u o s fla m en co s y d e l e s tilo d e P a le str in a , p re se n ta b a n en g e n e ra l u n a e s c ritu ra « fu gad a» , es decir, las voces ib an en tran d o u n a tras otra co n el m ism o m o ti­v o y se g u ía n p a rtic ip a n d o en e l tra n scu rso d e la p ie za co m o co m p a ñ ero s d e ig u a l ra n g o . L o s d o s p r in c ip a le s re p re se n ta n te s de la m ú sica in stru m e n ta l, la su ite y la son ata , e ran a la v e z el s ím b o lo m u s ic a l d e la p o la r id a d p ro fa n o -sa c ro , o ta m b ié n co rte -ig le s ia . A h o ra , esta s o ­n ata re p re s e n ta b a adem ás u n p a p e l e n e l cam in o d e la su ite p a ra co n v e rtirse en una fo rm a m u sica l cerra d a . R e ­su ltab a p e rfe c ta m e n te vá lid a c o m o m o v im ie n to in tr o ­d u c to r io d e p e so , cap a z d e d a r c o h e sió n a la v a r ia d a su ­c e s ió n d e dan zas.

E l p a so d e c is iv o p ara la c re a c ió n de u n a flam an te gran o b ra d e la m ú sica co rte sa n a -p ro fa n a lo d io la su ite en la F ra n c ia d e L u is X I V . L u lly , e l g e n ia l c o m p o s ito r de la c o r te co n fig u ró a p a rt ir d e l a n tig u o b a llet d e cour u n a fo rm a fra n ce sa de ó p e ra s in g u la r , en la q u e e l b a lle t d ese m p e ñ a b a u n p a p el im p o rta n te . Sus ó p e ra s estab an lle n a s d e lo s m o vim ie n to s d e d a n za m ás va riad o s, lo s cu a le s en e l m o m en to de la re p re se n ta c ió n aca b a b a n sien d o tan fam o so s com o ca n cio n es calle jeras. E stas d a n ­

3 0 7

Page 306: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

zas o p e r ís tic a s , reu n id a s e n su ites , se to c a b a n an te e l rey y en lo s p a la c io s de lo s n o b le s . Si b ie n L u lly n u n ca co m ­p u so p r o p ia m e n te su ites, sus su ites o p e rística s se c o n v ir ­tie ro n en e l m o d e lo d e la llam ad a « su ite fra n ce sa » q u e se e x te n d ió p o r to d a E u ro p a g racias a sus d isc íp u lo s e im ita ­dores. C o m o la su ite o p e r ís tic a d e L u lly ib a n a tu ra lm e n ­te in tr o d u c id a p o r la o b e rtu ra de la ó p e ra , e l p ro b le m a

ca p ita l d e este g é n e ro se s o lu c io n a b a p o r sí m ism o . L a o b e rtu ra , u n a cre a c ió n d e L u lly , le d a b a a la su ite fr a n c e ­

sa su fiso n o m ía d efin itiva .E n las p rim eras ó p eras fran cesas se h ab ían to c a d o m o ­

v im ie n to s in stru m en ta les d e riva d o s d el p a r d e d a n za s so ­le m n e intrada-courante o pavane-galliárde. L u lly ju n tó en sus o b e rtu ra s u na p rim era se cc ió n len ta, u n a se cc ió n c e n ­tra l fu g a d a — co n ap aricio n es d e solos (la m ayo ría d e los o b o e s)— y u n a se cció n fin a l len ta q u e re to m a b a el m aterial te m á tico d e l p rin cip io . C o m o p a rte in ic ia l y fin al e m p lea ­ba la allem ande, co n sus ritm o s p un tead os, q u e ya h ab ía p r o b a d o su eficacia co m o m o v im ie n to d e in tro d u cció n . C o m o ésta ap en as p o d ía am p liarse m ás fo rm a lm en te , in ­tro d u jo en tre sus d o s partes u n a sonata ita lian a f ugada. M e d ia n te esta id ea genial, la « o b ertu ra francesa», e l m o v i­m ien to in tro d u c to r io m ás co n tra stad o d e la suite, a d q u i­rió u n a fo rm a q u e sería v á lid a d u ran te d écad as. L a suite, ah o ra co m p le ta m e n te fo rm a d a , era u n p r o d u c to a u té n ti­co d e l e s p ír itu fran cés: d e la m ayo r lib e r ta d p o s ib le en lo g e n e ra l, p r e c is a en su e x p re s ió n y e s tr ic ta y c la ra en la c o n fo rm a ció n d e lo s detalles. L a lib e rta d en la d isp o sic ió n gen eral d e la o b ra era m ayo r q u e en n in gu n a o tra form a m u sica l, ta n to para el co m p o sito r, q u e p rá cticam e n te p o ­

día e la b o ra r c u a lq u ie r id e a m u sica l en u n a su ite , co m o

3 0 8

Page 307: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

p a ra el in térp rete , q u e p o d ía y ten ía q u e d isp o n er lo s m o ­

vim ien to s y su se cu e n cia ségún su p r o p io criterio . N u n c a se esta b lec iero n re g la s fijas p ara el o rd e n de lo s m o v i­m ien tos, in c lu so en esta fo rm a d e fin itiv a d e la suite fran- cesa h ab ía c o le c c io n e s (coijio p or ejem p lo las d el gam bis- ta de la co rte M arais) en las q u e para cad a su ite figu rab an va rio s m o vim ien to s d e l m ism o tip o , a escoger segú n la o casió n y e l am b ien te d e l m o m en to . L a lib erta d , sin em ­b a rg o , se c o m p e n sa b a m e d ia n te u n a r ig id e z y c o n c is ió n

ex tre m a s en la p ro p ia fo rm a de ca d a u n o d e lo s m o v i­m ien tos. E sto s se m an ten íán tan b reves co m o fu era p o s i­b le; e l carácter d e sus m elo d ías se red u cía a la m áxim a

sen cillez. E ra n co m o u n a esp ecie d e a fo rism o s o cu rre n te s en lo s q u e se d eb ía ev ita r to d a p a la b ra sup erflua. L e b la n c d ecía en 1740 : «... la im ita c ió n d e la d an za en la d isp o s i­c ió n d e lo s so n id o s, en la jque las figu ras sonoras se e n ­sam blan co m o pasos d e b a ile e n tre laza d o s, la sim etría en la d isp o sic ió n d e lo s com p ases, to d o e llo ha d ad o fo rm a a esa co n stru cció n q u e llam aji p ié c e y q u e representa la p o e ­sía en la m úsica» (en oposifción a la p ro sa d e la s sonatas). « L a n a ció n fra n cesa h a p u e sto to d a su am b ició n [...] en aqu ella fina d iv is ió n s im étrica d e lo in v is ib le que fo rm an en u n a p ié c e las figu ras m u sicales, co m p a ra b le a aqu ella delicad a d istr ib u c ió n d e los setos d e b o j d e lo s q u e con sta u n tra za d o en e l p a rte rre 'de las T u ileries» . T am b ién se

LAS S U I T E S DE B A C H

p o d ría e n co n tra r u n parale, o d o de L u is X I V y sus c o n o m étrica , m ien tras q u e sus

ism o co n lo s m u eb les d e l p e n ­a r n o s d e m áx im a clarid ad ge- lisas su p erfic ies están a d o rn a ­

das co n la m ás fin a y r ica m arq u etería . P u e s tam bién los m in u eto s y g a v o ta s m ás sen cillo s y b re v e s están d eco rad o s

co n gran d iversid a d d e orrjam entos en n o tas sueltas y en

¿ 0 9

Page 308: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

gru p os d e n otas. P e ro estos! o rn am en to s n o son im p ro v i­

saciones, ta l co m o se cu ltiva b an en la m úsica italiana, sino q u e existía u n a larga lista de trin os, m ord entes y chulés, entre otros, q u e se ten ían q u e em plear en m u y d eterm in a ­dos lugares; a lgu n o s co m p o sito res p re scrib ía n hasta los m ás co m p lica d o s v ib rato s y glissandi.

L o s « lu llistas» , co m o sé lla m a ro n d e lib era d a m e n te a

sí m ism os los d isc íp u lo s de ¡Lully, lle v a ro n la su ite fra n c e ­sa a l resto de lo s p a íses eu ro p eo s. (S ó lo Italia , d o n d e la m en ta lid a d re su ltab a d em asiad o a jen a a este g én ero , se m an tu vo a l m arg en d e esta o lead a.) D e s p e rtó u n interés p a rticu la r en A lem an ia, d on de las cortes p rin cip esca s no só lo im ita b an e l m o d o de v id a d e V ersa lles , sino que ta m ­b ié n a d o p ta b a n la n u e v a m ú sica fran cesa . S u rg iero n así in teresan tes co n flic to s entre lo s p a rtid ario s de los d ife ­ren tes estilos. A p a rtir d e la m úsica in stru m en ta l fr a n c e ­sa, ita lian a y alem ana, co n sus fo rm as m ás im p o rta n tes— la su ite de lo s lu llistas, el concerto y el estilo p o lifó n ic o — , se co m p u so e l verm ischter G eschm ack cc. E sta m an era de escrib ir n o era sen cillam en te u n co n g lo m e ra d o de estilos, s in o q u e d a b a a l co m p o sito r la lib e rta d de esco ger e l estilo a p r o p ia d o c o m o fo rm a p r in c ip a l, a u n q u e en to d o m o ­m en to p o d ía a greg ar otrosj e lem en to s. A sí, e n las O uver- turen d e B ach , q u e están escritas an te to d o a l m o d o fra n ­cés, se e n cu e n tra n ta m b ién m u ch o s rasgos de los otro s estilos, en u n a a u té n tica síntesis bach ian a.

L a s p ie z a s q u e ap arecen en las su ites d e B a c h se r e ­m ite n sin e x c e p c ió n a fo rm a s tra d ic io n a le s . P e ro e n ­to n ce s y a se h a b ía n tra n s fo rm a d o en m o v im ie n to s de c o n c ie r to lib re s y só lo m a n te n ía n u n a lig e ra c o n e x ió n co n sus m o d e lo s d a n za b le s . S u n o m b re , a m o d o de d e ­

Page 309: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LAS S U I T E S DE B A C H

s ig n a c ió n t ip o ló g ic a , d e b ía in d ic a r e n p r im e r lu g a r su o r ig e n e n u n a d e te rm in a d a d a n za . M a tth e s o n e s c r ib e al

re s p e c to : « U n a al'lem ande p a ra b a ila r y o tra p a ra to c a r so n ta n d ife re n te s c o m o e l c ie lo y la tie rra .» A s í, h a y q u e im a g in a r e l tem p o y e l c a r á c te r d e c a d a m o v im ie n to c o m o a lg o m u y v a ria b le , aun cu a n d o cad a u n o de lo s m o ­v im ie n to s d e d a n z a te n ía q u e c o n s e rv a r su c a rá c te r t íp i­co. E sb o z a re m o s a c o n tin u a c ió n la h is to r ia de estas d a n za s.

L a allem an de n o a p a re ce e x p re sa m e n te co m o ta l en n in gu n a d e las suites o rq u e sta le s d e B a c h , p e ro las p artes le n ta s d e las cu atro o b e rtu ra s en e l fo n d o n o son o tra

co sa q u e a lem an d a s e stiliza d a s. E n e l s ig lo x v i , e l te m p o d e esta d a n za era b a sta n te ráp id o , la m e lo d ía se n c illa y can ta b le . P u e s to q u e las a lem an d as ap en as se b a ilab a n ya en el s ig lo x v n , d a b a n u n m arg en e sp e cia lm e n te am ­p lio a la fan tasía d el co m p o sito r. E n e l cu rso de su e v o ­lu c ió n , co m o la m a y o ría d e las d a n za s , p o r c ie rto , se v o l­v ie ro n cad a vez m ás len ta s. A p r in c ip io s del s ig lo x v m la a lem an d a se h a b ía c o n v e rt id o en u n a p ie za so lem n e r ic a ­m e n te e la b o ra d a . W a lth e r la d e s c r ib e en 1732 en su d ic ­c io n a rio . L a a lem an d a « ... es en u n a p a rth ie (suite) m u si­ca l co m o la p ro p o s ic ió n a p a rtir d e la c u a l flu yen las otras su ites (los m o vim ie n to s s ig u ie n te s ) , está e scrita con

se r ie d a d y g ra v id e z y se ha d e e je cu ta r d e ig u a l m an era» . L as a lem an d as fran cesas y a lem an as p re se n ta n en esta é p o c a ritm o s p u n te a d o s b ie n m arcad o s o b ie n cascadas d e ráp id as sem ico rch ea s. A m b a s e s tru c tu ra s rítm icas se e n cu e n tra n tam b ién en las p a rte s le n ta s de las o b e rtu ra s d e B a ch . A s í resu ltan a m e n u d o c o in c id e n c ia s sugeren- tes cu a n d o algun as vo c e s m a n tie n e n e l r itm o p u n te a d o

311

Page 310: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

m ie n tra s la v o z su p erio r, p o r e je m p lo , o e l b a jo , to c a n a la v e z las se m ic o rch e a s se g u id a s. E s to se a p re c ia en p a r ­t ic u la r en las o b e rtu ra s d e la p r im e r a y cu a rta su ites, m ie n tra s q u e en la s su ites se g u n d a y te rc e ra d o m in a el ritm o p u n te a d o en to d as las v o c e s .

L a có m a n te es u n a a n tig u a d a n z a co rtesan a . D e s d e f i­n a le s d e l s ig lo x v n se e m p le a b a só lo c o m o m o v im ie n to in s tru m e n ta l y y a n o se b a ila b a . A n te s se h a b ía n d e s a r­r o lla d o d o s fo rm a s típ ica s d e c o u ra n te : u n a, ita lia n a , se n o ta b a en co m p á s d e 3/4 ó 3/8; u n m o v im ie n to rá p id o , in c lu so ap resu ra d o , de sem icorch eas o corch eas era cara c­te r ís tic o d e e sta danza. L a otra, fra n ce sa , m u ch o m ás le n ­ta, e s ta b a en g e n e ra l en com p ás d e 3/2, p e ro p re se n ta b a

co n fr e c u e n c ia in g e n io so s d e sp la za m ie n to s d e a ce n to q u e n o h acía n fá c il a l o y e n te d is tin g u ir co n c la r id a d e l c o m p á s (3/2 ó 6/4). É n las o b ra s d e B a c h a p a re ce n am ­b o s t ip o s . L a c o u ra n te d e la p r im e ra su ite es p u ra m e n te fra n c e sa ; c o rre s p o n d e co n e x a c titu d a la ca ra c te r iza c ió n d e M a tth e so n : « L a p asió n o la em o ció n d e l a lm a q u e ha d e e x p re s a rse en una- c o u ra n te es la d u lc e esp era n za . P u e s en esa m e lo d ía se e n cu e n tra a lg o re su e lto , a lg o a n ­h e la n te y ta m b ié n a lg o h a la gü eñ o : e le m e n to s to d o s e llo s q u e c o n s titu y e n la esp e ra n za .» M a tth e so n m u estra estos

tres e le m e n to s en u n a c o u ra n te c u y a m e lo d ía se p a re c e ta n to a las d e B a c h q u e ta m b ié n p o d r ía h a b e r to m a d o és­tas c o m o e je m p lo .

L a g a votte era o r ig in a r ia m e n te u n a d a n za fra n c e sa d e c a m p e sin o s q u e en e l cu rso d e l s ig lo x v i se fu e in tr o ­d u c ie n d o ta m b ié n en los c írc u lo s c o r te s a n o s , a c o n s e ­c u e n c ia d e lo c u a l se fu e r e fin a n d o m u s ic a lm e n te . Se m a n tu v o d u ra n te va rio s sig lo s c o m o la d a n za co rtesa n a

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

312

Page 311: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LAS S U I T E S DE B AGHj

p r e d ile c ta h asta q u e en é l s ig lo x i x cay ó en d esu so . L a

gavotte se b a ila aún h o y e n a lgu n as re g io n e s d e F ran cia . Su c a rá c te r es d e u n a v iv a c id a d m o d e ra d a , u n a a legría q u e n u n c a se d e sb o rd a . L a g avo tas «se to c a n a veces de m an e ra d iv e rtid a , p e ro ja v e ce s ta m b ié n le n ta m e n te » (W a lth er). Su anacru sa, q u e co n sta d e dos n eg ras, p o n e fr e n o a u n a en tra d a d e m a sia d o im p e tu o sa . E n la suites p a ra v io la d e g am b a d e M a ra is a p arece u n gran n ú m e ro d e g a v o ta s q u e lle v a n c o m o d e sig n a ció n d e te m p o y e x ­p re sió n las in d ic a c io n e s legérement, gracieusement o gay. L a g av o ta se em p leó a m e n u d o co m o b a se p a ra fo rm as

m ay o res, p o r e je m p lo e l jrondó; ta m b ié n é l ro n d ó d e la Suite en s i menor es en r e a lid a d u n a gavotte en rondeau. L a s g a v o ta s d e las c u a tro su ites d e B a c h so n p ie z a s d e c a ­rá c te r m o d e ra d o y sereno!.

T a m b ién la bourree eiía y es u na dan za p o p u la r fra n ­cesa que, ig u a l q u e la g a v o ta , e n co n tró en el s ig lo x v i a c o ­g id a en las co le c c io n e s cortesan as de d an zas. T o d as las d e sc r ip c io n e s an tiguas se ¡refieren a e lla co m o u n a danza m u y p a re c id a a la gavo ta . ¡Su te m p o ha d e sér m ás ráp id o q u e el d e ésta. E l ca rá cte r d e esta d an za es a le g re y c o n ­m o ved o r. C o n su a n acru sa d e u n a n eg ra o dos co rch eas, la bourrée co m ien za , p o r d e c ir lo así, co n un sa lto fresco .

L a dan za co rte sa n a fra n c e sa m ás c é le b re era sin du da el menuet. L u lly fu e e l p r im e ro en in tr o d u c ir lo en sus ó p e ra s y d u ran te e l re in a d o d e L u is X I V se b a ila b a con p r e d ile c c ió n en la co rte . E l m in u e to , q u e a d q u ir ió e s ta ­tu s co rte sa n o en e l s ig lo x v n , era o rig in a ria m e n te una d a n za p o p u la r d e carácte:: v iv o en P o ito u , u n a re g ió n al su d o e ste de F ran cia ; ta m b ié n c o m o d a n za de c o rte era al p r in c ip io b a sta n te rá p id a y jo c o s a (B ro ssard , 1703) , p e ro

313

Page 312: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A. j

co n e l p a so d e l tie m p o fueí gan an do en d is tin c ió n y se

v o lv ió cada v e z m ás m esu rad a y lenta. P ara esta e v o lu ­c ió n , S a in t S im ó n m en cio n aju n a razón co n cre ta : e l e n v e ­je c id o L u is X I V p r o m u lg ó ün d e c re to según el cu a l los m in u e to s d eb ían to c a rs e m ás d e sp a cio , p u e s a él le resu l­

ta b a d em a sia d o ca n sa d o b a ila r tan rá p id o ; así se im itó en to d a Francia. E n la Encyclópédie de 1 7 5 0 se d e sc r ib e su c a rá c te r co m o « m o d e ra d o yj n o b le» . Se b a ila b a co n esca ­sos m o vim ie n to s y re v e re n c ia s in sin u a d as: co n u n a c o n ­te n c ió n d istin g u id a . E sta e le g a n c ia re la ja d a se refleja ta m b ién en los m in u e to s d e c o n c ie rto de p r in c ip io s d el s ig lo x v i i i , para lo s cu a les M a tth eso n n o e x ig e « n in gú n o tro a fe c to q u e u n m o d e ra d o re g o c ijo » . Q u a n tz escrib e: « E l m in u eto se t o c a e le v a n d o y las n e g ras se to ca n con

u n g o lp e d e arco a lgo p esad o p ero co rto » . )E l passepied es u n a fo rm a ráp id a de m in u eto q u e e s­

p e c ia lm e n te en In g la te rra , 'como paspé, p o r e jem p lo en P u r c e ll , era m u y a p reciad a ! L a m ayor p a rte de los pas- p ié s están en c o m p á s d e 3 Á , a u n q u e la a g ru p a c ió n fr e ­c u e n te d e dos co m p a se s en ¡uno d e 3/4 (h em iolias) c o n ­fieren a la p ie za u n e n c a n to r ítm ic o sin gular. Q u a n tz d e s c r ib e co n e x a c titu d la re a liza c ió n d e esas h em io lias co m o « b rev es y co n g o lp e s de a rco sep ara d o s» . N o rm a l­m e n te , el p asp ié se c a ra c te r iza b a p o r c o rch e a s saltarin as, « su n a tu ra le za se a c e r c a b a sta n te a la lig e re za » , d ice M a tth e so n . E l p a sp ié d e B a th en la p rim e ra su ite se a p o ­ya va g a m e n te en esa id ea . B ien p u e d e ser su sta n cia lm en ­te m ás rá p id o q u e e l m in u e to d e la m ism a suite, p e ro en

c u a lq u ie r caso n o ha de ser saltarín .L a forlana es u n a d an za p o p u la r salvaje q u e p ro b a b le ­

m en te fue in tro d u cid a en Vjenecia p o r em igran tes serbo-

3*4

Page 313: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LAS S UI T E S DE B A C H

croatas. E n el sig lo x v m era la d an za p re fe rid a d el p u e b lo

lla n o ven ecian o . E n la m úsica cu lta se em p lea b a ú n ica ­m en te para ilu strar el co m p o rtam ien to salvaje d el p u eb lo ,

p o r ejem plo, en carnaval. E l este re o tip a d o ritm o d e p u n ti­llo y la rep etic ió n de b reves fó rm u las m u sica les subrayan el

carácter ex tá tico y fero z de esta dan za. T ü r k escribe, to d a ­vía en 1798: « Forlan a d esigna u n a d a n za en com p ás de 6/4 la cual es m u y h a b itu a l en V en ecia en tre la gen te com ún. E sta anim ada dan za e x ig e u n m o vim ien to b astan te ve lo z.»

D o n d e m ás se ap recia la p r o g re s iv a tra n sfo rm a ció n de u n a d an za rá p id a en d a n za le n ta es en la sarabande. E sta p r o c e d e p ro b a b le m e n te d e M é x ic o o d e E sp a ñ a y hacia 1 6 0 0 se c o n o c ía en E u r o p a c o m o ca n c ió n d a n za d a d iso lu ta y e ró tica . A l p r in c ip io p r o h ib id a — lo s can tan tes de za ra b a n d a s se a rriesgab an a p e n a s d e va rio s años de p ris ió n en la E sp a ñ a d e F e lip e I I — , la za ra b a n d a se b a i­la b a ya fo g o s a y d e se n fre n a d a en la p r im e ra m ita d d e l s i­g lo x v n en las c o rte s d e F ra n c ia y E sp a ñ a . M ie n tra s en In g la te rra se m an tu v o d u ra n te m u c h o tie m p o com© una danza rá p id a y v iv a — M a ce d e c ía en 1 6 7 6 : «... las za ra ­b a n d a s son d e co m p ás te rn a rio r á p id o , p e ro m ás alegres y lig eras q u e las courantes»— , en F ra n cia L u lly la tra n s­fo rm ó a m ita d d e s ig lo en u n a d a n za su a ve y am p u lo sa . A p a rtir de ahí, en F ran cia se v o lv ió c a d a v e z m ás g ra v e y p o m p o sa y d e esta m anera la a d o p ta ro n los c o m p o s ito ­res a lem an es. M a tth e so n d ice: « L a za ra b a n d a n o tien e q u e e x p re s a r m ás p asión q u e la re v e re n c ia » y W a lth e r h a b la d e e lla co m o « u n a d a n z a g r a v e , c u y a m e lo d ía es m u y a p re c ia d a y u tiliza d a p o r lo s esp a ñ o le s» .

E l o r ig e n d e la p o lo n a ise , u n a d a n z a q u e se h izo m u y cé le b re en el s ig lo x v m , es in c ie rto . E s v e r d a d q u e d esd e

315

Page 314: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

e l s ig lo x v i se a p re c ia n e n to d a E u r o p a m u c h o s t ip o s de

« d a n za s p o la ca s» , p e ro no ten ían . n in g ú n p a re c id o con el r itm o t íp ic o de la p o lo n e sa . É s te no se e x te n d ió h asta p r in c ip io s d e l s ig lo x v m , c u a n d o la p o lo n e s a c o m e n z ó a c o n o c e r s e e n gen era l en su fo rm a d efin itiva: u n a o rgu - llo s a d a n za ■ d e pasos q u e se to c a b a so b re to d o c o m o e n ­

tra d a y m ie n tra s lo s in v ita d o s d e u n a ce re m o n ia se ib an

s itu a n d o . C o m ie n z a s o b re u n p rim er tiem p o a ce n tu a d o

y esta a c e n tu a c ió n d e l co m p ás le c o n fie re « u n a fra n q u e ­za y u n a n a tu ra le z a lib re » (M a tth e so n ).

L a gig ue p r o c e d e p r o b a b le m e n te ' d e u n a d a n za p o ­

p u la r in g le sa , j i g , q u e en e l c o n tin e n te ap en as se b a iló p u e s d e sd e u n p r in c ip io se fu e p e rfila n d o c o m o una

c o m p o s ic ió n in stru m en ta l. Si b ien su n o m b re , ya en é p o ­ca b a rr o c a , se h a c ía d e riva r d e l v e r b o geigen ( to ca r el v io lín ) , h o y en día se to m a esta e tim o lo g ía co n m u ch a p r e c a u c ió n . L a s p rim eras g ig a s se e n cu e n tra n en lo s v ir- g in a lis ta s in g le se s d e la é p o c a isa b e lin a y S h a k e sp e a re la m e n c io n a en M u ch o ru id o y pocas n u eces co m o «... a g ita ­d a y d e se n fre n a d a , b iza rra» . S ie m p re fu e , p u es, u n a au ­té n t ic a p ie za allegro. L o s v ir tu o so s d e l c la v e fra n ce se s d e l s ig lo x v i i , C h a m b o n ie re s , D ’A n g le b e r t y L o u is C o u - p e rin , e n tre otros, la in tr o d u je r o n en e l re p e rto r io d e la su ite . L u l ly c o m p u so p a ra sus b a lle ts d e ó p e ra las p r im e ­ras g ig a s o rq u e sta le s en r itm o p u n te a d o , m ien tras que los c o m p o s ito r e s ita lia n o s d e l e n to rn o d e C o r e lli a cu ñ a ­ro n en sus so n atas de cám ara u n t ip o p ro p io co n u n m o ­v im ie n to c o n tin u a d o d e co rch e a s . E n el caso d e la g iga , co m o en la courante, se fo rm a ro n , pues, d o s m o d elo s: el

fra n c é s , co n un ritm o sa lta d o , p u n te a d o , y el ita lia n o , en c o rch e a s segu id as virtu osas. En am b o s era co m ú n un tem ­

3 1 6

Page 315: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

po rápido, apresurado. Las gigas «tienen corno caracte­rística propia un celo ardiente y huidizo, una ira que se pasa pronto» (Matthesorl). En muy pocas de sus gigas se decantó Bach claramente por un tipo u otro.

Los compositores franceses esparcieron en sus ópe­ras pequeños movimientos tipo danza cuyos nombres designan o bien su función dentro de la música de ballet, o bien el carácter particular de la pieza. La suite, puesto que estaba libre de cualquier esquema en cuanto a la secuencia o dependenciá entre sí de sus movimientos, ofrecía el marco ideal para alojar estas piezas de carácter, también fuera de la óperaj. De esta posibilidad se hizo un uso abundante, hasta el .punto de que elementos de la música program ática, qúe hasta entonces sólo habían aparecido en casos muy excepcionales, se desplegaron li­bremente en la música cúlta. Asi, diversas imitaciones, como sonidos de campatja, fanfarrias de trompetas, ge­midos de asma, murmullbs, cloquear de gallinas y mau­llidos de gatos, entre otros, se dignificaron en los movi­mientos de suite. !

A este género pertenecían también la badinerie y la rejouissance como títulos particularmente preferidos para movimientos de suitje. E l primero significa algo así como «flirteo» o «coqueteo». Es interesante observar que incluso bajo estos títulos se configuraron algunas formas que muestran uná gran semejanza entre sí. Esto puede tener que ver con ej hecho de que entonces era ha­bitual recurrir sin más a ideas de otros compositores y elaborarlas sin que esto be considerase un plagio. Re- jomssanee «... significa alegría, regocijo y aparece en las oberturas, pues algunas piéces graciosas acostumbran a

L AS S U I T E S DE B A C H

3 1 7

Page 316: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

titularse así» (Walther). Se trata pues sencillamente de una forma de nombrar una «pieza final alegre».

En el siglo xvi, en Francia y en Inglaterra, se llamó air a canciones serias con acompañamiento instrumental homófono. De ellas surgió en Inglaterra un tipo particu­lar de piezas instrumentales en las que la voz superior te­nía que tocar una melodía dulce e insinuante. En la épo­ca de Bach, air era un concepto genérico para todo tipo de piezas musicales, sobre todo piezas instrumentales. Así, Telemann llamó air a todas las danzas en algunas de sus suites, un poco en el sentido de «movimiento». Sin embargo, se denominaban así sobretodo las piezas lentas con una voz superior de| marcado carácter melodioso. «Aria designa cualquier melodía, ya sea realizada vocal o instrumentalmente» (Walther); «... este aria para tocar [...] tiene lugar en todo tipo de instrumentos, y en gene­ral es una simple melodía corta, cantable, dividida en dos partes...» (Matthesori.).

M úsica barroca francesa E xcitantem ente nueva

IEntre las mayores vivencias que puede experimentar un músico se encuentra el hécho de descubrir música hasta entonces desconocida. Esta experiencia es, por supues­to, completamente independiente de la antigüedad de la obra, puede ser tan emocjonante oír o tocar una pieza de música del siglo x v i i o xViii por primera vez como una composición nueva de núestro tiempo. El encuentro con Castor et Pollux de Ramkau fue para nosotros, el Con- centus Musicus, una de estas experiencias. Todos cono-

318

Page 317: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

ciamos ya, claro está, la importancia histórico-musical de los escritos teóricos de Rameau, algunos de nosotros conocíamos también su música de cámara y sus obras para clave, o incluso alguna que otra cantata. Sabíamos además que sus óperas contaban para él mismo y para sus contemporáneos entre las obras más significativas y magníficas que produjo el siglo xvm, y aun así fue para nosotros una aventura, un encuentro con algo absoluta­mente inesperado. En nuestros sueños más osados jamás habríamos podido imaginar que una música grandiosa como ésta, absolutamente revolucionaria para su época, se encontrara en aquellos volúmenes de la biblioteca.

Al mismo tiempo, se imponían diversas considera­ciones sobre el carácter efímero o la perdurabilidad más allá de su época de las obras maestras. A qué casualida­des deben algunas obras el hecho de ser conocidas, fa­mosas e interpretadas en todas partes. Sin duda existe el juicio «infalible» de la historia que separa el grano de la paja, pero para poder llegar siquiera a ese proceso, una obra tiene que ser rescatada primero de los archivos, en los que a veces yace durante varios siglos, y después ser interpretada. Posiblemente, en el caso de Rameau tiene su importancia el hecho de que la música francesa en el siglo xvm , y también más tarde, estuviese en general bastante aislada del resto de la vida musical europea. Francia fue el único país que no adoptó el lenguaje in­ternacional de la música barroca italiana, sino que, en su lugar, propuso su propio idioma musical, completamen­te diferente. Es posible que la música francesa resultara siempre para el resto de los europeos una especie de len­gua extranjera, cuya belleza sólo podía descubrir quien

M Ú S I C A B A R R O C A F R A N C E S A

319

Page 318: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

se o c u p a s e d e e lla c o n a m o r e in ten sid a d . P a ra n o so tro s , co m o m ú sico s , la s itu a c ió n n o es d ife re n te . M ie n tra s la m ú sica b a rr o c a ita lia n a n o s a b o rd a e n se g u id a , in c lu so en e je c u c io n e s e x tre m a d a m e n te d e fe ctu o sa s , la m ú sica fra n ­cesa t ie n e q u e ser tra b a ja d a a fo n d o antes d e q u e e l m ú ­s ico y e l o y e n te p e n e tre n en su n ú c le o , en ' su e x p re s ió n . P u e d e ser q u e ese m ie d o g en era lizad o a n te la m ú sica fra n ­cesa h aya retrasad o e l ren a cim ien to d e las grand es obras

d e R am eau .C u a n d o re a lizá b a m o s lo s p rim ero s ensayos de o r­

q u e sta d e C astor et P o llu x ten íam o s q u e h a c e r e l e s fu e r­zo d e p ensar, an te cad a u n a d e las p iezas,, q u e a q u e lla m ú sica se h a b ía c o m p u e sto en 17 3 7 , ¡en la é p o c a d e las g ra n d e s o b ras d e ' H a n d e l y B a c h ! L a n o v e d a d in a u d ita d e ese len g u a je m u sica l tu v o q u e ser a b ru m a d o ra en a q u e l tie m p o : es e l le n g u a je m u sica l de G lu c k , y en gran p a rte ta m b ié n d e l c la s ic ism o v ien és, e l q u e aqu í se a n ti­c ip a b a m ás de cu aren ta añ os. N o s p a re c ía im p o s ib le q u e u n ú n ic o c o m p o s ito r h u b ie ra p o d id o in ven ta r u n tra ta ­m ie n to d e l a o rq u e sta y u n a in stru m e n ta c ió n ta n ra d ica l­m en te n o v e d o so s . R a m e au n o tie n e a q u í p re d e ce so re s . T a m b ié n su a rm o n ía es re a lm e n te s o r p r e n d e n te y fa s c i­nante; sus co n tem p o rá n eo s fu e ra de F ran cia con siderab an a lg u n a s d iso n a n cias y d e sa rro llo s a rm ó n ico s v e rd a d e ra ­m en te c h o ca n te s y d e m al g u s to — co n to d o , h a y tam b ién a lg u n o s c o m p o sito re s a n te rio re s , fra n c e se s e ingleses, q u e o c a s io n a lm e n te h a b ía n e sc rito se m e ja n te s arm onías

v a n g u a rd ista s .H e m o s o b s e rv a d o e x a cta m e n te lo m ism o q u e D e-

b u ssy e s c r ib ió en su c r ític a d e u n a in te rp re ta c ió n de Cas­tor e t P o llu x d e R am eau , a sa b e r q u e p rá c tic a m e n te to d o

3 2 0

Page 319: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

lo q u e se h a b ía a tr ib u id o a G lu c k y a e sta b a a h í m u c h o tie m p o antes en u n a fo rm a m u sica lm e n te p e r fe c ta . S in c o n o c e r e l e s c r ito d e D jsbussy, to d o s ten ía m o s p re se n te s d e sd e e l p r im e r in sta n te e l p a ra le lism o R a m e a u -G lu c k . P e ro ¿ q u é s ig n ific a d o t ie n e q u e , en u n a é p o c a d e e v o lu ­c ió n m u c h o m ás le n ta q u e la a c tu a l, « p a ra le lism o s» m u ­

sica les, in n ova cion es en la re a liz a c ió n d ra m á tic o -m u sica l q u e u n o s itu a b a en la dé Cada d e lo s añ o s seten ta d e l s ig lo x v m ya e x is tie se n cu aren ta años a n tes? R am eau v iv ió d e ­m a sia d o p r o n to , ése d e b ió d e ser su « erro r» .

LA Ó P E R A F R a Ín C E S A : L U L L Y - R A M E A U

L a ó p era fr a n c e s a : L u ljy -K a m e a u

L asvó p era s d e R am eau fcon la s p rim e ra s o b ras m aestras d e ese g é n e r o q u e se e s c r ib ie r o n en F ra n cia en e l s ig lo x v m y re p re se n ta n u n o d e lo s p u n to s cu lm in a n tes de to d a la m ú sica fra n cesa . ¡E xam in arem o s a q u í y e x p lic a r e ­m os la c u r io s a p o s ic ió r i q u e e sta s o b ra s , la r g o t ie m p o ig n o r a d a s y fu e r a d e Frjancia p rá c tic a m e n te d e s c o n o c i­das, o c u p a n en la h is to r ia d e la m ú sica .

D e s d e p r in c ip io s d el ¡siglo x v n , Ita lia se h a b ía c o n v e r ­tid o en el c e n tro gen era lm en te re c o n o c id o d e la m ú sica eu ro p ea . E l e x tro v e rtid o te m p e ra m e n to ita lia n o y la a r­d ien te fan tasía m e rid io n a l h a b ía n p e rm itid o q u e su rg iera la c o n tra p a rtid a m u sica l d e l n u e v o esp íritu b a rro c o . M o n te v e rd i y sus d iscíp u lo s crearo n o b ras d ram ático -m u ­sicales co m p le ta m e n te in n o v a d o ras: las p rim eras ó p eras.

A u n c u a n d o se a c e n tu a b a c o n tin u a m e n te la p r e d o ­m in an cia d e l te x to , d e l i e x p re s ió n d ram á tica , s o b re la m ú sica y se in te n ta b a ju stific a r en escrito s te ó r ic o s (la

321

Page 320: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

m ú sica sólo d eb ía re fo rza r ía e x p re s ió n d e l te x to d e u n a m an e ra refin ad a , p ero se rv ic ia l) , la e se n cia p r o p ia d e la le n g u a y del te m p e ra m e n to ita lia n o s era en ta l m e d id a m u sica l q u e p rá c tic a m e n te p o r sí m ism a, p o r la p r e p o n ­d e r a n c ia d e l m ed io a b stra c to , la m ú sica f u e to m an d o cad a v e z m ás el co n tro l, h á sta q u e fin a lm e n te el lib re to se c o n v ir tió en u n v e h íc u lo jmás o m en o s a p ro p ia d o p ara la m a n ife s ta c ió n m usical. E sta tendencia, es p r o b a b le ­m e n te tan in tr ín se ca a la n a tu ra le z a m ism a d e la re la c ió n e n tre te x to y m úsica, q u e to d o s lo s d o g m as— la m ú sica está al se rv ic io d e la p a la b ra — a la la rg a tu v ie r o n q u e q u e d a r sin e fe c to . E s así q|ue co n sta n tem en te , en in te r­va lo s re g u la re s a lo la rg o dis u n a h isto ria d e casi c u a tro ­c ie n to s añ os, h u b o re fo rm a s q u e in te n ta b a n re c o n d u c ir este fa sc in a n te gén ero a rtís tic o a sus fu e n te s o rig in a les .

G r a c ia s a l ita lia n o Jean B a p tis te L u lly se creó , en c la ­ra o p o s ic ió n a la ó p era ita lik n a , la t íp ic a ó p era fra n ce sa o tragédie lyrique. L u lly l le g ó a P a rís en 1 6 4 6 con sólo c a ­to r c e a ñ o s. A lo s v e in te y a d ir ig ía la m ú sica in stru m en ta l real, y con tre in ta y n u e ve e ta e l se ñ o r in c o n te s ta b le d e la v id a m u sica l fran cesa . E n m u y p o c o tiem p o se h ab ía a d a p ta d o al carácter fra n cé s , ra d ica lm e n te d ife re n te d el ita lia n o , y se h a b ía fo rm a d ó , m e d ia n te u n a p lic a d o e s tu ­d io , co m o u n m a g n ífico c o m p o s ito r de m ú sica d e danza, ta n a p re c ia d a en F ran cia , ¿ s e n to n c e s cu a n d o , ju n to con e l p o e ta Q u in a u lt, c re a la v e rs ió n fra n ce sa d el n u e v o g é ­n e ro q u e es la óp era. A lg u n o s e le m e n to s se p u d ie ro n im ­p o r ta r de Ita lia , co m o el re c ita tiv o , lo s p r e lu d io s d e los a riosi a m o d o de r ito rn e lo , y s o b re to d o lo s co m p o n e n te s m u sica le s p a ra la ouverturé y la chaconne. S in em bargo , este m ate ria l, a p a rtir d e lo s req u erim ien to s m usicales

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

3 2 2

Page 321: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

co m p le ta m e n te d ife re n te s d e lo s fra n c e se s así co m o de

las c o n d ic io n e s esp ecíficas de la le n g u a fra n cesa , se tra n s­fo rm ó en u n g é n e ro a b so lu tam en te n u evo .

L u lly h a b ía in c o rp o ra d o , c ie rta m e n te , los e lem en to s de la m ú sica in stru m e n ta l ita lia n a en la o b e rtu ra o p e r ís ­tica cread a p o r él, p e ro lo s h a b ía v e r t id o en u n esq u em a fo rm a l g e n ia l y a la v e z e s tr ic to q u e fijaría y d aría v a lid e z gen era l d u ra n te c ien años al tip o d e o b e rtu ra fran cesa . A lg o sem ejan te o c u rr ió c o n la c h a c o n a ; L u lly to m ó esta an tigu a d a n za in stru m en ta l, c o n s tru id a co m o v a r ia c io ­nes so b re u n a fig u ra de b a jo r e p e tid a , y la c o n v irtió en u n a g ra n d io sa p ie z a fin al de a c to , y en g e n e ra l tam b ién fin al de la ó p e ra . E sta ch aco n a p o d ía ser can ta d a p o r u n c o ro o to c a d a p o r la o rq u esta , su fo rm a e sta b a r íg id a ­m en te d eterm in a d a . L a an tigu a p r e d ile c c ió n d e lo s fr a n ­ceses p o r e l b a lle t tam b ién te n ía q u e ten erse en cu en ta en la n u e va fo rm a d e l dram a m u sica l: es así q u e to d a s las óp eras d e L u l ly están sem b rad as d e u n gran n ú m ero de m o vim ien to s d e d a n za de lo s m ás d iv e rso s tipo& sque en su m ayo ría eran m ú sica o rq u e s ta l p u ra , a u n q u e a ve ce s tam b ién se can ta b a n . E sto s n ú m e ro s de b a lle t tam b ién fu e ro n so m e tid o s p ro n to a u n o r d e n fijo , cada acto d eb ía p re sen ta r h a c ia el fin al u n a e s p e c ie de « te atro en el te a ­tro » , u n d iv ertissem en t, que, d e m o d o sim ilar a la m as­que en el te a tro m u sica l in glés, a m e n u d o te n ía u n a re la ­ció n vaga co n el a rg u m e n to p r in c ip a l.

N a tu ra lm e n te , e l dram a m ism o se b a sa b a , ig u a l que en la ó p e ra ita lia n a , en el re c ita tiv o . L u lly a d o p tó esta fo rm a de c a n to h a b la d o d e la ó p e r a ita lia n a , p e ro le dio, co n fo rm e a la n u e v a le n g u a , u n a fo rm a c o m p le ta m e n te d iferen te . E l re c ita tiv o ita lian o se in te rp re ta b a co n abso-

LA Ó P E R A F R A N C E S A : L U L L Y - R A M E A U

323

Page 322: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

lu ta l ib e r ta d rítm ica , se g u ía e l le n g u j e n u n a d e c la m a ­c ió n l ib r e y rea lista , a lg u n o s aco rd es ' se co s d e l c la v e o d d laú d se co lo c a b a n b a jo el flu jo , d e to d o s m o d o s m e lo d i o so, d e l le n g u a je n a tu ra l. Los' l i b r e t a d e ó p e r a f ra n ce ses e m p l e a n a c o n c ie n c ia u n le n g u a je e le v a d o y rig u r ° s o c u y o r itm o e sta b a e x a cta m e n te p re d e te rm in a d o p o r la m e d i d a d e l v e rs o (en sü' m a y o r ía a l 'e ja n d r i^ s ^ L u lly ,

p a ra e s tu d ia r la m e lo d ía y e l ritm o d e l le n g u a je , se h acía l eer l o s t e xto s p o r fa m o so s actores d e tra g e d ia s y así la

d ic c ió n d e éstos se c o n v e rt ía en m o d e lo p ara su s re c ita ­t iv o s. M á s ta rd e este p ro c e d im ie n to se in v ir r iá lo s g ra n ­d e s a c to re s e stu d ia b a n lo s re c ita tiv o s d e lo s c a n ta n tes.

L u l ly p o n ía , pues, e l le n g u a je en fo rm a re c ita tiv a m e ­d ia n t e u na r itm ific a c ió n e x a c ta y así d e seab a tam b ién

q u e se in te rp re tase . T a m b ié n e l resto de f ° rm as so b re t o d o e l aria, se tra tab a n a q u í d e m an era m u y d ife ­re n te a com o se h a c ía en Ita lia . Si all^ h a c ia la m itad d el siglo ■ x v n , e l aria serv ía p a ra dar ■ o p o r tu n id a d al can tan te d e ala r d e a r. d e su v o z con' el belcan to o la b r a v u r a , en F r an c i a e l a ria estaba co m p le ta m e n te su b o rd in a d a a la ob ra y al d iscu rso argu m en tal, y se d i f e r e n c i é m u ch o

m e n o s d e l re cita tivo .C o m o vem o s, e l ita lia n o L u lly c r e ^ a p a r t ir d e l m a­

te r ia l d e la re c ié n c re a d a ó p e ra ita lia n a y d e l a n tig u o b a ­l le t fra n c é s , u n a v a ria n te d e dram a m u sic a l c o m p le ta ­m e n te a u tó n o m a q u e d u ra n te m u ch o tie m p o fu e la ú n ica al te r n a tiv a. L a ó p era fra n c e sa se m a n tu v o en to d o m o ­m e n to c o m o u n a co m b in a c ió n d e tod as la s f o rm as d e e x ­p r e s ió n d ra m á tico -m u sica les: can to, m ú s ica in stru m e n ­

ta l y d a n za . T a m b ié n la fo rm a g lo b a l d e la tragéd ie ly riq u e, c o m o se lla m ó d e sd e e n t o n a s a Ia ó p e ra seria en

3 2 4

Page 323: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

L A Ó P E R A F R A Ñ C E S A : L U L L Y - R A M E A U

F ran cia, fu e fija d a d e u n a v e z p o r tq d a s por L u lly y Q u i- n a u lt en u n esq u em a fo rm a l p rá c tic a m e n te o b lig a d o : u n a tra m a s ie m p re m ito jó g ic a , c u y o d e sa rro llo te n ia q u e ser d ir ig id o p o r los d io ses co n sus c o n sta n te s in te r v e n ­c io n es, se in te rru m p ía éiji,cada u n o d e lo s c in co a cto s con u n d iv ertissem en t— -un l ig e r o in te rm e d ió b a ila d o y c a n ­ta d o , m ás o m en o s a l m arg én d e la a cc ió n p r in c ip a l— en e l q u e se m o stra b a la im p o rta n tís im a tra m o ya tea tra l,

ap arato s d e v u e lo y fu e g o s d e a rtific io , y e l b a lle t p o d ía lu c irse . E l c o m p o s ito r te n ía a q u í la o p o r tu n id a d d e in ­tro d u c ir to d as las form ap d e d a n za , to d o tip o d e áírs b a i­la b le s , sin te n e r q u e tonkar d e m a sia d o en c o n s id e ra c ió n la a cc ió n d ra m á tica . E l p u n to cu lm in a n te d ra m á tic o -m u ­

s ica l era e l o b lig a to r io ip n n ére, la to rm e n ta d e s e n c a d e ­n a d a p o r lo s d io ses en e l ú ltim o acto . A q u í, e l c o m p o s i­to r ten ía q u e d e m o stra r |sus h a b ilid a d e s , p o r d e c ir lo así, a p a rtir d e u n tem a d ad o .

E n F ran cia se ten ía u n a c o n c e p c ió n ' d el can to c o m ­p le ta m e n te d ife re n te d e os, d o n d e se o rie n ta b a n c ia fu e e l ú n ic o p a ís d e

..a d e l re sto d e los p a íses e u ro p e - h a c ia e l b elca n to ita lia n o . F ran - E u ro p a d o n d e n o c o n s ig u ie ro n

im p o n erse los can ta n tes ¡italianos, so b re to d o lo s c a s tra ­dos. T a m b ié n la re p a rtic ió n d e lo s tip o s d e v o c e s era d i­fe re n te . L o s p a p e le s fe m e n in o s e ra n can ta d o s p o r s o p ra ­nos o p o r m ezzo so p ran cjs, s e g ú n e l c a rá cte r de la p a rte (la te s itu ra a b a rca b a en almbos caso s d e l d o 3 al s o l4). P a ra los p a p e le s m ascu lin o s (tam b ién en lo s coros) h a b ía haut- contres, te n o re s en extrejm o a g u d o s q u e p ro b a b le m e n te ca n ta b a n ta m b ié n en fa ls e te (d o 2-d o 4), ta illes, ten o res g ra v e s o b a r íto n o s a g u d o s, y b a jo s .

J e a n -P h ilip p e R am eau ( 1 683- 1764) era ya un co m p o -

325

Page 324: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

sitor c é le b re cuan d o a lo s c in c u e n ta años e s c rib ió su p r i­m era ó p e ra . E n las p rim eras d écad as d e su v id a p r o fe ­sio n a l trab ajó co m o o rg a n ista en d iverso s te a tro s d e p r o ­v in c ia s y a lo s cuarenta" añ o s v ia jó fin alm en te a P arís, c iu d a d q u e n o a b a n d o n ó h^ sta e l fin al d e su v id a . A u n ­q u e era u n a p erso n a m o d e sta y lle v a b a u n a v id a retira d a , e n c o n tró sin em b a rgo a lg iin o s p ro te cto re s ad in era d o s. S o b r e to d o e l a rre n d a d o r |Le R ic h e d e la P o u p lin ié re , q u ie n lo a co g ió en su casa, le p e rm itió tra b a ja r co n su o r ­q u esta p r iv a d a y lo in tro d u jo en la co rte . R a m e a u era m uy c r ít ic o co n sig o m ism o] su m u jer refiere q u e d u ran te lo s p rim ero s cu a re n ta a ñ o s d e su v id a n o h a b ló n u n ca , p o r p r in c ip io , d e sus lo g ro s p ro fe s io n a le s . C u a n d o , s ie n ­d o y a u n h o m b re v ie jo , d e s c u b r ió la ó p era, y a n o e x istió n ada m ás p a ra él, y en lo s s ig u ie n te v e in te años escrib ió v e in te o b ra s e scé n ica s d ife re n te s .

Su p r im e ra ó p era , H ip p o ly te e tA r ic ie , y a fu e u n gran é x ito , p e ro al m ism o tiem p o d e se n ca d e n ó u n a d e a q u e ­lla s c o n tro v e rs ia s p o r las q ú e la h is to r ia d e la ó p e ra fra n ­cesa es fa m o sa y que, en e l fo n d o , g irab an to d a s en to rn o a la o b r a de R am eau . C o m o c o m p o sito r fra n cé s , R am eau e sta b a p ro fu n d a m e n te e n ra iza d o en la tra d ic ió n d e L u lly fu e , s iem p re se co n sid eró a sí m ism o com o u n lu llista , au n ­que, c o m o él m ism o d ecía , n o p o d ía ser u n « im ita d o r se r­v il» . N o o b sta n te , se le r e p ro c h ó h a b e r tra ic io n a d o la ó p e ra fra n c e sa de L u lly , u tiliz a r arm on ías ita lia n a s (a c o r­d es d e sé p tim a d is m in u id a e n tre o tro s) y q u e su o b ra era d estru ctiv a . L o s p a rtid o s en fren tad o s se llam aro n «ra- m istas» y « lu llistas» . P o c o d esp u és, la d isp u ta ya h a b ía s u b id o d e to n o y se h a b ía jv u e lto , en c o n se c u e n cia , m ás v io le n ta : en la lla m a d a « q u e re lla d e lo s b u fo n e s» , R a-

32.6

Page 325: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

LA Ó P E R A F R A N C E S A : L U L L Y - R A M E A U

m eau p e rso n ifica b a el p a rtid o fra n c é s , d e fe n d ía la v ie ja tra d ic ió n , de la cu a l se sentía el re p re se n ta n te r e c o n o c i­d o p o r to d o s, fre n te a lo s p a rtid a r io s d e u n g ru p o de « b u fo n istas» ita lia n o s q u e h a b ía in te rp re ta d o La serva padrona de P e rg o le s i co m o in te rm e d io en tre lo s a cto s de u n a ó p e ra d e L u lly . L a d isp u ta g ira b a en to rn o a lo s d i fe ­ren tes p r in c ip io s en q u e se fu n d a m e n ta n la m úsica ita ­lia n a y la fra n c e sa . E l p rin cip a l a d v e rsa rio d e R am eau y de la m ú sica fra n c e sa era Jean J a cq u e s R o u sse a u , q uien en su fa m o sa L e ttr e sur la m usique frangaise co n d e n a b a co n d u re za la m ú sica fran cesa , in c lu id a la d e R am eau , y só lo c o n c e d ía v a lid e z a la ita lian a . F in a lm e n te ve n cie ro n lo s am igos de R am eau , lo q u e se m a n ife stó en la b r il la n ­te a co g id a d e la segu n d a v e rs ió n de C astor e t P o llu x en 1754. V e in te añ os m ás ta rd e v o lv ió a esta llar la d isp u ta ; esta v e z o c u p a b a G lu c k e l lu g a r d e R am eau , u n a v e z m ás se tra ta b a d e la s d ife re n cia s e n tre la m ú sica o p e rís tic a fra n ce sa y la ita lia n a . L a ve h e m e n c ia c o n la q u e se a fro n ­tab an estas b a ta lla s cu ltu ra les l le g a b a a la v id a p riv ad a . A lo s v is itan tes se les p re g u n ta b a si e ran g lu ck ista s o p ic- c in istas an tes d e q u e se le s p u d ie r a a ce p ta r c o m o am igos.

A p e sa r d e l c o n o c id o tra d ic io n a lism o d e R am eau , se p u e d e c o m p r e n d e r la aversión d e lo s lu llis ta s , p u es a e x ­ce p ció n d e las fo rm a s a d o p ta d a s , a las q u e en v e r d a d se atu vo rig u ro sa m e n te , R am eau d e s c u b r ió , o in ven tó , to d o u n arsen al d e m e d io s d e e x p re s ió n a b so lu ta m e n te n u e ­vo s y lo s in c o r p o r ó p o r p r im e ra v e z a la m ú sica . Se p o ­d ría d e c ir q u e e sc rib ió óp eras fra n c e sa s a la a n tig u a u sa n ­za que, sin e m b a rg o , so n ab an co m o m ú sica m o d ern a, in c lu so v a n g u a rd is ta . E s p r o b a b le q u e a q u í h ay a m o s e n ­co n tra d o el e s la b ó n q u e fa lta b a y q u e se h a b u sca d o tan-

3 2 7

Page 326: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

t o t ie m p o e n tre e lb a r r o c o y el c la s ic ism o . L a arm o n ía d e R a m e a u e s r ic a y a tr e v id a y se a n tic ip a en d é ca d a s a su e v o lu c ió n p o ste rio r . S i o b se rv a m o s la in stru m e n ta c ió n d e las ' g ra n d e s p ie za s o rq u e sta le s (o b e rtu ra s , ch aco n as), d e los c o ro s y, s o b re to d o , d e los re c ita tiv o s a co m p a ñ a ­dos, tro p e za m o s c o n g ra n c a n tid a d d e v e rd a d e ra s in v e n ­cio n es: lo s v ie n to s, q u e en la m ú sica b a rr o c a só lo se e m ­p le a b a n a m o d o d e re g is tro so n o ro o p a ra lo s so lo s, en R a m e a u a p a re ce n a m e n u d o co m o co lu m n a s au tó n o m as d e a c o r d e s o c o m o n otas p e d a le s so ste n ie n d o la o rq u e s ­

ta d e c u e rd a . A s í se p u e d e n re p re se n ta r a l m ism o tie m p o a fe c to s d ife re n te s d e m an era c re íb le y c o m p re n sib le . Se cre ía q u e esta té c n ic a h a b ía sid o in ven ta d a trein ta años m ás tard e p o r G lu c k . R am eau in tro d u jo , para m ejorar el d e sa rro llo d ram ático , m u ch o s grad o s in term ed io s entre el aria c o n a co m p a ñ a m ien to o rq u esta l y e l re cita tivo secco. R e c ita tiv o s a co m p a ñ a d o s d e to d o tip o y u n a in stru m en ta­c ió n y arm on ía d e u n co lo rid o in cre íb le para aq u ella é p o ­ca, o fre c e n so n o rid a d e s h asta en to n ces in a u d itas . E l v ie n ­to es obligato d u ran te largos pasajes y está co m p u esto de form a id io m á tica p a ra cad a in stru m en to; esto se aprecia en p a rtic u la r en lo s fag o tes , q u e d e n in g u n a m an era ap a­rece n c o m o m ero s re fu e rzo s d e l bajo.

S o b r e to d o en lo s r e c ita tiv o s a co m p a ñ a d o s, R am eau p o d ía d e sa rro lla r d e esta m an era u n a ilu s tra c ió n so n o ra a lta m e n te n a tu ra lista : « im ite r la nature», im ita r la n a tu ­ra le za , era u n p r in c ip io fu n d a m e n ta l d e la e sté tica m u si­c a l d e l s ig lo x v m . E n e l to n n ere d e l q u in to a cto de Cas­tor e t P o llu x , e l rayo , e l tru e n o , la to rm e n ta , la co n fu sió n d e la n a tu ra le za se e x p re s a n m e d ia n te fe ro c e s trém olos y e sc a la s de la c u e rd a , a co rd e s d u ro s d e l v ie n to y notas

32 8

Page 327: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

L A O P E R A F R A N C E S A : L U L L Y - R A M E A Ui

mantenidas acentuadas!. Este sombrío cuadro de tor­menta se transforma, cojn una ilustración sonora casi ro­mántica, en una imagen! serena y soleada: de los seis ins­trumentos de viento qué habían representado el rayo y el trueno no queda más qije una única flauta melodiosa, el cielo se despeja y Júpiter desciende con suavidad y dul­zura. De una modernidad radical es también la conduc­ción de las partes de los fagots, independiente y motiva­da exclusivamente por u!na intención ilustrativa. Rameaues e l p rim e ro q u e lle v a e

to d o s lo s lo g ro s a lca n za:ste in stru m e n to h asta e l la 3. C a s i idos en e l c la sic ism o p a re c e n te ­

n e r a q u í sus raíces. S i se jiiene en c u e n ta q u e esta ó p e ra se e sc rib ió en 1737, q u e B a c h y H á n d e l crea b a n en to n ce s sus o ra to rio s y can tatas V q u e las in n o v a cio n e s d e la e s ­cu e la d e M a n n h e im aún e sta b a n en su fa se g e rm in a l, se p u e d e v is lu m b ra r la e n o rm e im p o rta n c ia q u e e l g e n io de R am eau t ie n e para la h isto r ia d e la m ú sica .

Castor et Vollux fu e ^ co gid a p o r los co n te m p o rá n e o s con en tu siasm o . D e la B cjrde d ic e en su Es sai sur la musi- que: « E sta ó p e ra m aravillo sa lleva cien re p re se n ta c io n e s sin q u e d e c a ig a el a p lau so o e l en tu siasm o d e l p ú b lic o ; cau tiva a la v e z e l esp íritu , e l c o ra z ó n , e l e n te n d im ien to , lo s o jos, lo s o íd o s y la fan tasía d e to d o P arís». H a c ia 1 900 Castor et Pollux v o lv ió aj ser in te rp re ta d a p o r la S ch o la can to ru m d e P a rís ; D e b u s s y v io la rep re se n ta c ió n y ju z g ó la o b ra, e s ta b le c ie n d o e l p a ra le lism o co n G lu c k : « L a m ú ­sica d e G lu c k es im p e n sa b le sin la o b ra d e R a m e a u [...] en lo s d eta lles se en cu en tran tan tas sem ejanzas con G lu c k q u e se p u e d e afirm ar conj d e r e c h o q u e éste se ha p o d id o g a n a r su lu g a r en el te a tro fra n c é s m e d ia n te e l a p ro p ia - m ie n to d e las m ás b e lla s c r e a c io n e s de R a m eau » . D e-

3 2 9

Page 328: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

b u ssy d e s c r ib e adem ás el p rin cip io d el p rim er acto: «Tras

u n a o b e rtu ra , se a lzan las vo ce s q u eju m b ro sas d e u n co ro fú n e b re en h o n o r d el fa lle c id o C astor. Y e n se g u id a se en ­cu e n tra u n o ro d ead o d e esá a tm ó sfera trá g ic a [...] son h o m b res q u e llo ra n co m o c u a lq u ie ra de n o so tro s. E n to n ­

ces a p a re c e T e la íre y u n o o y e el lam e n to m ás d u lc e y c o n ­m o v e d o r q u e n u n ca h aya sa lid o de u n co razó n am an ­te...» ; e l co m ie n zo d e l se g u n d o acto: « ...e l a ria d e P o llu x “ N ature, A m o u r ” , tien e u n a ; d ic c ió n tan p e rso n a l y una e s tru c tu ra tan in n o v a d o ra q u e e l esp acio y e l tie m p o d e s­a p a re ce n y u n o tien e la se n sa ció n d e q u e R a m e a u v iv e en ­tre n o s o tro s y q u e p o d ría n lo s d arle las g ra c ia s p o r su o b ra ...» , y so b re la ú ltim a e sce n a dice: « H e b e , la d io sa de la ju v e n tu d , d anza en la c im aid el p lacer ce le stia l [...] n u n ­ca ha e n c o n tra d o e l sen tim ieh to d e l d u lc e p la c e r u n a e x ­p re s ió n tan p erfecta ; c e g a d o p o r ese m u n d o so b ren atu ra l, P o llu x n e c e s ita d e to d a su fú e rz a esp artan a p a ra escap ar a l h e c h iz o y p o d e r segu ir p e n sa n d o en C a sto r (yo m ism o lo o lv id é ta m b ién d u ran te uní tiem p o )» .

A d ife re n c ia d e la m ú sica in stru m en ta l, q u e e n g e n e ­ral se a n o ta b a co n b a sta n te cu id a d o , lo s co m p o sito re s e sc rib ía n sus ó p eras desd e ú n p r in c ip io d e fo rm a e s b o ­za d a . A s í su c e d e en las ó p e r is ita lian as d e M o n te v e r d i y C a v a lli , y tam b ién en las fra n c e sa s d e L u lly y sus s u c e s o ­

res. H ay , p re cisa m e n te d e laL re p re se n ta c io n e s de P arís, g ran n ú m ero de p artes orqu esta les conservadas, a p a rtir de las c u a le s se p u e d e n re co n s tru ir rea lm en te las p artitu ras. E s m u y d if íc i l , p o r s u p u e s tó , a v e r ig u a r c u á n to h a y d e l

co m p o sito r en esas partes; en m u ch o s casos p ro b a b le m e n ­te fu e ro n e scrita s p o r los projpios m ú sico s o p o r arreglis- tas h á b ile s , q u izá d e l «taller»! d e l co m p o sito r. L a m ayo ría

M U S I C A B A R R O C A E U R O P E Ai

33 p

Page 329: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

d e las ó p eras d e R am eau tam b ién n o s h an lle g a d o d e esta m an era. D e Castor et Pollux e x is te n d o s p a rtitu ra s im ­p resas, u n a d e la p rim era versió n d e 1 7 3 7 y o tra de la se­g u n d a v e rs ió n d e 1754, am b as en u n a fo rm a esb o zad a: la o b e r tu r a e stá e s c r ita ú n ic a m e n te en d o s lín e a s y s ó lo a lgu n as a n o ta c io n e s a lu d en a la in s tru m e n ta c ió n (en la

p a rte allegro p o n e en o c a s io n e s «violons», «hautbois», « bassons» o «tous»), las p a rte s d e las fla u ta s y d e lo s o b o ­

es están a v e c e s e scrita s p o r c o m p le to , las v o c e s in te r io ­re s n u n ca . L a d in á m ica , en c a m b io , está in d ic a d a c o n b a sta n te e x a c t itu d , in c lu s o c o n v a lo re s in te rm e d io s . E l m ateria l o rq u e s ta l c o n se rv a d o d e las p rim e ra s r e p re s e n ­ta c io n e s p e rm ite , s in e m b a rg o , la re c o n s tr u c c ió n d e u n a p a rtitu ra en p r in c ip io a c in c o v o c e s , co n d o s p a rte s d e v io la q u e d an u n a im p re sió n m u y a u té n tica . P o r la c a li­d a d m e in c lin o a c re e r q u e las p a r te s in te r m e d ia s y lo s d e ta lle s d e la in s tru m e n ta c ió n p r o c e d e n d e R a m eau o fu e ro n al m e n o s su p e rv isa d a s p o r él; las p o c a s in d ic a ­c io n e s q u e h a y en la p a rtitu ra im p re s a en fo rm a d e e s ­b o z o están tra sla d a d a s e s c ru p u lo sa m e n te a estas p a rte s . E x is te ad em ás to d a u n a s e r ie d e a rre g lo s , a l p a re c e r n o a p ro b a d o s p o r R am eau (la in s tru m e n ta c ió n d ifie re d e ­m asiad o d e sus in d ic a c io n e s ) , q u e e n c u a lq u ie r caso m u estran e l g ra n m a r g e n q u e se c o n c e d ía a lo s in t é r ­p r e te s . (A s í, e x is t e u n a p a rtitu ra en la q u e a d e m á s d e fla u ta s , o b o e s y fa g o te s a p a re ce n tro m p a s, lo q u e sin d u d a n o era la in te n ció n d el c o m p o s ito r ; en la m ism a v e rs ió n , lo s so lo s d e fa g o t de R a m e a u se h an a d ju d ic a d o a las v io la s , e tc .)

Aparte del texto musical y de la instrumentación, en cada ópera barroca hay que aclarar la cuestión de la im­

LA Ó P E R A F R A N C E S A : L U L L Y - R A M E A U

331

Page 330: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

provisación y de la ornamentación. En esto, los franceses eran mucho más estrictos que los italianos; no toleraban en absoluto ornamentaciones arbitrarias, sino sólo los agré­ments perfectamente codificados de la música instrumen­tal. Exigían, eso sí, una realización en extremo refinada y bien meditada. En cada uno de los casos se tiene que de­cidir de qué tipo de ornamentación se trata (sobre el tiettipo o anticipada, apoyatura breve o larga, con o sin terminación, etc.). Rameau dice: «... si a un adorno, por muy bien que esté realizado, le falta “un cierto no sé qué”, que lo es todo [...] demasiado o demasiado poco, dema­siado pronto o demasiado tarde, más largo o más corto en las “notas retrasadas” (suspensiones), en los sonidos inflados o desinflados [...] en una palabra, si esa última precisión [...] acaso falta, entonces cualquier ornamen­tación resulta aburrida...». Estas ornamentaciones fue­ron transferidas de la música instrumental a la vocal, in­cluso en los coros.

Rameau se sitúa al final de una evolución que había comenzado con Lully casi cien años antes. Aun cuando Rameau, también como compositor, era moderno en cual­quier aspecto, incluso profético, se veía a sí mismo como protector de la tradición operística francesa. Conservó los divertissements y el tonnére, y respetaba la irrealidad de las escenas de los dioses como característica esencial de una ópera auténtica. Con todo, encontró, como ningún compositor antes y muy pocos después que él, caminos completamente nuevos para la forma tradicional.

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

3 32

Page 331: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

C A R T A DE W. A¡. M O Z A R T

R eflex io n es de un m úsico de orquestasobre una carta de W. A . M ozart

Carta del 3 de julio de 1 7 7 8 desde París: «... he tenido que hacer una sinfonía para abrir el Concert spirituel [...] Ha gustado extraordinariamente. En el ensayo estaba muy asustado, pues no he escuchado en mi vida nada peor; no se puede imaginar cómo han rascado y las chapuzas que han hecho dos veces seguidas en la sinfonía [...] me ha­bría gustado volver a ensayarla!, pero como todo el rato se están ensayando tantas cosas, ya no quedaba más tiempo [...] La sinfonía comen¿ó y justo a mitad del pri­mer Allegro había un pasaje de} cual sabía que habría de gustar, todos los oyentes estaban fascinados con él— y hubo un gran aplauso— , pero oomo yo sabía mientras lo escribía el efecto que produciría, lo puse una vez más al final; entonces siguió el da capo. El Andante también gustó, pero sobre todo el últiriio Allegro. Como había oído que aquí todos los allegros! comienzan, como el pri­mero, con todos los instrumentos a la vez y al unísono, yo comencé con los dos violines solos en piano ocho compases únicamente— después venía enseguida un for-

los oyentes hacían chist forte; escuchar el forte y

te— y, ta l co m o h a b ía e sp e ra d o en el p ian o, y en to n ces en tró el los ap lau so s era la m ism a cosa».

12 de ju n io: «..¡ ¡n o h e fa lla d o e l premier coup d’ar- chet\ y eso ya es b a sta n te » .

9 de julio: (M o z a rt so b re G r o s , e l o rg a n iz a d o r d e lo s Concerts spirituels) « ... la s in ­fo n ía e n c o n tró e l a p la u so d e to d o s y L e G r o s está tan

c o n te n to q u e d ic e q u e ha s id o iu m e jo r s in fo n ía ; e l A n -

su conversación con le

333

Page 332: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

.!dante, sin embargo, no ha tenido la suerte de satisfacer­le, dice que hay demasiada modelación, y que es muy lar­go, pero esto viene de que los joyentes habían olvidado hacer un ruido tan fuerte y tan largo con las palmadas como en la primera y la última! pieza. Pues el Andante, por mi parte, y según todos losientendidos, los aficiona­dos y la mayoría de los oyentes,, tiene el mayor éxito; es justo lo contrario de lo que dice Le Gros, es muy natural, y breve. Para satisfacerlo a él y, como él afirma, a varios más, he hecho otro; cada uno está bien a su manera, pues cada uno tiene un carácter diferente; pero el último me gusta aún más». í

El primer fragmento está extraído de una de las car­tas más hermosas de Mozart. La escribió en la noche posterior a la muerte de su madre. En la primera parte intenta, de manera conmovedora, preparar a su padre para ese golpe del destino recordándole lo enferma que estaba su madre. Inmediatamente después sigue la des­cripción fresca y despreocupada del estreno de la Sinfo­nía París. Esta yuxtaposición tiene para nosotros algo chocante; para los hombres profundamente religiosos de aquella época la muerte era un compañero familiar.

La orquesta de París, para lia cual había sido com­puesta la sinfonía, tenía una plantilla numerosa para la época. Además de la cuerda, disponía de flautas travese­ras, oboes, clarinetes, fagots, trampas, trompetas y tim­bales. El sonido de esta orquesta, sin embargo, hemos de imaginarlo muy diferente a lo que estamos acostumbra­dos hoy en día: los instrumento^ de cuerda tenían enton­ces un sonido mucho más suave y afilado, las trompas y las trompetas eran el doble de largas, de ahí que tuvieran

334

Page 333: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

C A R T A DE W. A. M O Z A R T

una mensura más estrecha que en la actualidad; por esa razón tenían un sonido delgado, pero— sobre todo las trompetas— agresivo y estridente; los pistones no existían todavía, sólo se podían obtener, pues, los sonidos natu­rales. También los instrumentos de madera sonaban más flojo y el timbre de cada instrumento estaba más carac­terizado que hoy. En general, una orquesta de aquella época debía de sonar, también en el fo rte , mucho menos compacto que una orquesta moderna con igual plantilla instrumental. El sonido tenía más colorido y era menos redondo y uniforme que actualmente. La dirección no estaba a cargo de un director, sino que el primer violín daba las entradas desde su atril.

El relato de Mozart sobre la ejecución de la sinfonía tiene para nosotros un interés especial porque de ese va­lioso testimonio del compositor no sólo se desprende el efecto que ejercía la música sobre el público, sino tam­bién la planificación cuidadosa de ese efecto. Mozart es­tudiaba los programas de los Concerts spirituels para, gracias al uso refinado de su don creativo y su fantasía, conseguir el máximo efecto. Es una lástima que las frases de Mozart que se refieren al efecto de esta sinfonía no es­tén impresas en la primera página de la partitura dé di­rector. Serían una ayuda incalculable para algunos direc­tores que se esfuerzan en ser fieles a la obra y que, por azar, no tienen presente la carta.

La sinfonía comienza con un forte unísono de toda la orquesta. Este premier coup d’archet— la entrada repen­tina en forte era una particularidad célebre de los Con­certs spirituels— se esperaba al principio de cada sinfo­nía. ¡Qué alegría casi de niño travieso tuvo Mozart con

335

Page 334: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

su efecto en elfinale\ En lugar de la entrada esperada en forte— también al inicio del movimiento final se espera­ba un coup d ’archet—deja que los primeros y segundos violines toquen muy suave en un dueto afiligranado para, ocho compases después, resolver la creciente ten­sión artificial mediante un liberador forte unísono de toda la orquesta. No puedo recordar, lamentablemente, más que unas pocas interpretaciones en las que se haya dado forma a este efecto.

¿Qué lugar es ése en el primer movimiento con el que «todos los oyentes estaban fascinados» y por el que «hubo un gran aplauso»? Es un dulce pasaje en spiccato de las cuerdas én octavas, con flautas y oboes tocando largos acordes sobre un bajo en pizzicato. Este pasaje, del que Mozart, mientras lo componía, ya sabía «el efec­to que producirían, se pasa por alto en la mayoría de las ejecuciones y se toca sin más. Tampoco el oyente actual experimenta nada especial con él. Los compositores de tiempos pasados, por el contrario, contaban con un pú­blico atento y comprensivo capaz de notar cualquier idea nueva, cualquier efecto de la instrumentación, cual­quier particularidad armónica o melódica, y que tomaba posición con fervor, a favor o en contra. El público ac­tual no concentra su interés en la composición, sino en la reproducción. Esta, eso sí, se valora con gran conoci­miento de causa.

Las observaciones en la carta sobre el público son también de un interés especial. Mozart no se sorprende en absoluto de que se aplauda entre los movimientos, incluso mientras suena la música, más bien cuenta con ello por adelantado. Estas expresiones espontáneas de

M Ú S I C A B A R R O C A E U R O P E A

3 3 6

Page 335: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

aprobación mostraban al compositor que se le había en­tendido. Una parte de la música, en la primera audición, quedaría seguramente soterrada en el eco del público, con lo que las repeticiones adquieren un significado adi­cional. Es evidente que en el Andante, de carácter ínti­mo, no se aplaudía con fuerzai El Andante original, que Mozart encontraba el mejor de todos los movimientos, es hoy coiíipletamente desconocido, si bien él mismo consideraba el otro de igual calidad, «cada uno está bien a su manera». En la reacpión del público se puede observar con claridad cómo se ha transformado el he­cho de hacer y escuchar músi¿a. Entonces uno buscaba en todo momento ser sorprendido mediante cosas nuevas, nunca oídas antes. Los oyentes se dejaban llevar de buen grado a explosiones de entusiasmo cuando un composi­tor genial había logrado encontrar una idea con un efec­to especial. Lo conocido no interesaba, se deseaba lo nuevo y sólo lo nuevo. Hoy, por el contrario, interesa de hecho sólo lo conocido, o lo demasiado conocido. Que este deseo de escuchar sólo cdsas conocidas se lleva de­masiado lejos lo experim entados en particular los m úsi­cos cuando en un breve espacio de tiempo tenemos que tocar, por ejemplo, la Séptima j infonía de Beethoven va­rias veces para el mismo público; encontramos verdade­ramente penoso el desinterés del público, a veces inclu­so del director, ante obras desconocidas del presente o del pasado.

Esto conduce, lamentablemente, a otra triste refle- xión, a la que la carta de Mozart también nos incita. Mo­zart se queja, con amargura y «desesperación, de que se dedica muy poco tiempo a su sinfonía, «como todo el rato

C A R T A DE W. jV. M O Z A R T

337

Page 336: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

se e s tá n e n sa y a n d o ta n ta s co sa s , y a n o q u e d a b a m ás tie m p o ...» T a m b ién p a ra u n a orqu esta m o d e rn a a lgun os p a sa je s d e la Sin fon ía Varis acarrean c ie rta s d ificu ltad es q u e n o se re su e lve n en a b so lu to co n to c a r la o b ra d o s v e ­ces d e a rrib a abajo . P o r e jem p lo , el c o m p lic a d o dú o de v io lin e s al p rin cip io del F in a le. C u a n d o h o y en día se to ca un a s in fo n ía d e M o z a r t o H a y d n d ife re n te d e las tres o

cu atro fam osas, se la co n d e n a 4 una m ise ra b le existen cia de ce n ic ien ta . L o s d ire c to re s d ed ica n la m ayor p a rte del tie m p o de ensayo a la gran p ie za final del p ro gram a, en g e n e ra l una o b ra que to d o s los m ú sico s c o n o c e n más que de m em o ria , y al final d el ú ltim o en sayo se to c a de arriba abajo-— ¡rá p id o , r á p id o !— la s in fo n ía d e M o z a rt q u e en ­ca b e z a e l p ro gra m a casi com o u n p reca len ta m ien to : « D e to d o s m o d o s es m u y fác il» . A s í, la o b ra q u e en m uch os p ro g ra m a s ten d ría q u e rep resen tar el p la to fu e rte m u si­ca l se to c a co n u n a in d ife re n c ia e im p ro v isa c ió n a u n p ú ­b lic o sin in terés. !

A p e n a s existe a lg u ie n q u e jp o n g a en du d a q u e M o ­z a rt fu e u n o d e lo s m ay o res co m p o sito re s d e to d o s lo s tie m p o s . E n la p rá c tic a , sin e m b a rg o , se p a sa p o r a lto la m a y o r p a rte d e su p r o d u c c ió n y se p re fie re n obras cuya esca sa c a lid a d se ad m ite sin m ás. ¿S erá só lo u n a cu estión de v o lu m e n ? j

D e s d e la p e rsp e c tiv a d e la o rq u e sta , M o z a rt es, p u es, u n c a p ítu lo u n ta n to tr is te . M u c h a s d e sus o b ra s m ás h e rm o sa s n o se to ca n casi n u n cá . E n este te rre n o to d av ía h o y esta m o s le jo s d e h a c e r ju stic ia a u n o d e los m ayores gen io s d e la h u m a n id a d .

M U S I C A B A R R O C A E U R O P E A

338

Page 337: N I K O L A U S H A R N O N C O U R T L A M Ú S I C A C ......N o es casual que la reducción de la música a lo bello, y con ello a lo que todo el murido puede comprender, suce diera

Observación final

E n lo s m u ch o s años d e m i a ctiv id ad c o m o m ú sico y m ae stro se h a id o

a cu m u la n d o u n gran n ú m ero de artícu lo s, co n fere n cias y cursos de

los cuales h e s e le ccio n a d o los te x to s aq u í p resen tad o s. L o s he reela-

b o ra d o lig e ra m e n te , p e ro co n se rv a n d o a c o n c ie n c ia en o casio n es el

carácter de la p alab ra h ab lad a. E l c a p ítu lo «S ob re la in te rp re ta ció n

de la m ú sica h istó rica » data d e l año 19 54 y es m i p rim era d e cla ra ció n

escrita sobre el tem a, algo así co m o el « c r e d o » d e l en to n ce s recién

fu n d ad o C o n c e n tu s m usicus. E l ca p ítu lo in icial « L a m ú sica en n u es­

tra v id a » es el d iscu rso de agrad ecim ien to qu e p ro n u n c ié en A m ster-

dam con o casión de recib ir el P rem io E rasm o e n 1980; es el te x to más

recien te de este libro.

Para la selecció n he te n id o en cu e n ta sobre to d o los tem as g e n e ­

rales. H e e x c lu id o los escritos sobre M o n te v e r d i, B a ch y M o zart,

aq uellos co m p o sito re s qu e p ro b a b le m e n te c o n stitu y e n el ce n tro de

m i trabajo; los he reservado para un a p u b lic a c ió n p osterior.

E x p re so m i agrad ecim ien to esp e cial a J o h a n n a F ü rstau er, qu ien

ha reu n id o y o rd e n a d o tod os los texto s; sin su tra b ajo n o se h ab ría

p o d id o realizar este lib ro .

N ik o la u s H a r n o n c o u r t

339